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Universidade do MinhoInstituto de Educação
janeiro de 2016
A aprendizagem de ELE em contexto digital - o desenvolvimento das competências de produção a partir do texto multimodal
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6
Ana Maria Carvalho Pedras
Ana Maria Carvalho Pedras
janeiro de 2016
A aprendizagem de ELE em contexto digital - o desenvolvimento das competências de produção a partir do texto multimodal
Universidade do MinhoInstituto de Educação
Trabalho efetuado sob a orientação daDra. Ana María Cea Álvarez
Relatório de EstágioMestrado em Ensino de Português e de Espanholno 3.º Ciclo do Ensino Básico e Secundário
DECLARAÇÃO
Nome: Ana Maria Carvalho Pedras
Endereço electrónico: [email protected]
Telefone: 916537524
Número do cartão de Cidadão: 05706559
Título do Relatório:
A aprendizagem de ELE em contexto digital – o desenvolvimento das competências de
produção a partir do texto multimodal
Supervisor(es):
Ana María Cea Álvarez
Ano de conclusão: 2016
Designação do Mestrado: Mestrado em Ensino de Português no 3.º Ciclo do Ensino Básico e
Secundário e de Espanhol nos Ensinos Básico e Secundário
É autorizada a reprodução integral deste relatório apenas para efeitos de investigação,
mediante declaração escrita do interessado, que a tal se compromete.
Universidade do Minho, ____/_____/_______
Assinatura:____________________________________________
ii
AGRADECIMENTOS
Quero aqui expressar os meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que de uma forma ou
de outra contribuíram para a realização deste trabalho.
À Dr.a Ana Cea, pelo apoio e pela orientação ao longo da realização do estágio.
À professora cooperante Ana Margarida, pelas sugestões e pelo acompanhamento.
Aos alunos da Turma onde este Projeto foi implementado, pela colaboração e disponibilidade
demonstradas.
Aos meus colegas de estágio, pela partilha de ideias e troca de opiniões.
Aos professores do Departamento de Estudos Românicos da Universidade do Minho, pelos
ensinamentos prestados ao longo da minha vida académica, que me possibilitaram o acesso a
experiências e saberes do mais elevado valor para a minha vida profissional.
Ao meu marido, pelo apoio e incentivo e por ter estado presente nos momentos em que mais
precisei.
Ao meu filho, pelas conversas construtivas sobre o ensino e pelos ensinamentos que me
permitem acompanhar a revolução tecnológica sem receios.
v
RESUMO
A aprendizagem de ELE em contexto digital – o desenvolvimento das competências de
produção a partir do texto multimodal
Ana Maria Carvalho Pedras
Relatório de Estágio
Mestrado em Ensino de Português no 3.º Ciclo do Ensino Básico e Secundário e de Espanhol
nos Ensinos Básico e Secundário
Universidade do Minho - 2016
Resumo
O presente Relatório insere-se na realização do Estágio Profissional no âmbito do
Mestrado em Ensino de Português e de Espanhol no 3.º Ciclo do Ensino Básico e Secundário.
O processo de ensino-aprendizagem da língua, levada a cabo neste contexto, incidiu no
desenvolvimento das competências de produção oral e escrita, por se ter configurado como
uma das áreas prioritárias de intervenção.
A metodologia de investigação-ação reflete a conceção e implementação de um Projeto
de Intervenção que foi concebido a partir das necessidades específicas de um grupo-alvo.
Numa sociedade cada vez mais dominada pelo uso da tecnologia e pela multimodalidade,
colocar esta ferramenta didática ao serviço da aprendizagem da língua estrangeira tornou-se
essencial.
A opção do contexto digital foi usada como recurso e como ferramenta por permitir
que o aluno seja não um mero consumidor e receptor de informação, mas um agente ativo na
produção e transmissão do conhecimento. Para além disso, o contexto digital favorece um
desenvolvimento autónomo dos alunos, através das competências associadas ao trabalho
cooperativo e colaborativo, concretamente, na conceção, produção e revisão dos seus próprios
textos.
Estas plataformas permitem a interação e a divulgação dos trabalhos e um enfoque
processual da construção do texto. Construindo o seu conhecimento, monitorizando a sua
própria aprendizagem, os alunos desenvolvem competências, não só linguísticas como
também, sociais, pragmáticas e estratégicas.
vii
ABSTRACT
The Spanish foreign language learning in a digital context -
skills development production from the multimodal text
Ana Maria Carvalho Pedras
Training Dissertation
Masters in Portuguese and Spanish Teaching in the Lower and Higher Secondary Education Levels
University of Minho - 2016
Abstract
This dissertation is part of the professional internship of the Master in Portuguese and
Spanish Teaching in the Lower and Higher Secondary Education Levels. In that line of thought,
the learning process that was implemented was focused in developing students’, oral and
written skills, defined as the biggest priorities.
Performed with a research-action methodology, it reflects the design and
implementation of an intervention plan that was conceived according to the needs of a specific
target group.
In a society that is increasingly dominated by technology and by multimodality, putting
the digital world to use as a tool in learning a foreign language has become somewhat of an
essential matter.
The digital context was itself used as a tool to allow the student to become more than a
mere consumer/receiver of information and more of an active agent in producing and
transmitting knowledge. In addition, the digital context favours the development of autonomy
and growth within each student, more precisely in the development and revision of their own
texts thanks to the personal empowerment of working cooperatively and collaboratively.
The used platforms also promote interaction and allow the broadcasting of the work
being done, while focusing on the process of building a text. By building it’s own knowledge
and monitoring it’s own learning process, students developed not just competencies in the field
of language but as well as social, pragmatically and strategic ones.
ix
DECLARAÇÃO ii
DEDICATÓRIA iii
AGRADECIMENTOS v
RESUMO vii
ABSTRACT ix
ÍNDICE DE FIGURAS xiii
ÍNDICE DE GRÁFICOS xiv
LISTA DE ABREVIATURAS xv
INTRODUÇÃO 17
CAPÍTULO I - ENQUADRAMENTO TEÓRICO E CONTEXTUAL 21
1.1. A aprendizagem da língua e a abordagem comunicativa 21
1.1.1. O papel da oralidade no ensino-aprendizagem da LE 23
1.1.2. O papel da escrita no ensino-aprendizagem da LE 24
1.1.3. As estratégias de aprendizagem na aquisição da LE 25
1.1.4. O papel do professor 27
1.1.5. A aprendizagem em contexto digital 28
1.1.6. A Web 2.0 - um novo marco 29
1.1.7. A multimodalidade na aprendizagem 31
1.2. O Contexto de intervenção 33
1.2.1. Caracterização da escola 33
1.2.2. Caracterização da turma 34
1.3. Objetivos e linhas do Plano de Intervenção 35
CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DA INTERVENÇÃO 38
2.1. Metodologia e Instrumentos de Investigação 38
2.1.1. Fase de Pré-intervenção: observação, diagnóstico e estratégias 38
2.1.2. Resultados do Questionário inicial 40
2.1.3. Resultados relativos à atividade de diagnóstico 47
2.2. Fase de Intervenção: estratégias e procedimentos adotados 49
xi
2.3. Descrição das principais atividades desenvolvidas no âmbito do Projeto 52
2.3.1. Sequência didática 5 52
2.3.2. Avaliação da sequência didática 5 57
2.4. Sequência Didática 6 58
2.4.1. Avaliação da sequência didática 6 60
2.5. Sequência Didática 7 61
2.5.1. Avaliação da sequência didática 7 64
2.6. Sequência Didática 8 65
2.6.1. Avaliação da sequência didática 8 67
2.7. Síntese avaliativa da intervenção 68
2.7.1. Análise dos resultados do Questionário final 68
CAPÍTULO III - CONSIDERAÇÕES FINAIS 76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 79
ANEXOS 82
xii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figuras 1 e 2 - campo semântico/Profissões 53
Figura 3 - Adaptado de “En Línea Plus – Español 8.º Ano” 55
Figuras 4 e 5 - Tópicos para redigir uma carta de reclamação 59
Figura 6 - Títulos de notícias - El País 63
xiii
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Análise estatística dos resultados - questão 2 - grupo II 40
Gráfico 2 - Análise estatística dos resultados - questão 6 - grupo II 41
Gráfico 3 - Análise estatística dos resultados - questão 3 - grupo II 42
Gráfico 4 - Análise estatística dos resultados - questão 1 - grupo IV 43
Gráfico 5 - Análise estatística dos resultados - questão 6 - grupo IV 45
Gráfico 6 - Análise estatística dos resultados - questão 7 - grupo IV 45
Gráfico 7 - Resultados da autoavaliação da sequência didática 5 57
gráfico 8 - Resultados da autoavaliação da sequência didática 6 61
Gráfico 9 - Resultados da autoavaliação da sequência didática 7 65
Gráfico 10 - Resultados da autoavaliação da sequência didática 8 67
Gráfico 11 - Análise estatística dos resultados - questão 1 - grupo I 68
Gráfico 12 - Análise estatística dos resultados - questão 2 - grupo I 69
Gráfico 13 - Análise estatística dos resultados - questão 3 - grupo I 69
Gráfico 14 - Análise estatística dos resultados - questão 1 - grupo II 70
Gráfico 15 - Análise estatística dos resultados - questão 2 - grupo II 71
Gráfico 16 - Análise estatística dos resultados - questão 1 - grupo III 72
Gráfico 17 - Análise estatística dos resultados - questão 2 - grupo III 73
Gráfico 18 - Análise estatística dos resultados - questão 1 - grupo IV 73
Gráfico 19 - Análise estatística dos resultados - questão 2 - grupo IV 74
Gráfico 20 - Análise estatística dos resultados - questão 2 - grupo V 75
Gráfico 21 - Análise estatística dos resultados - questão 3 - grupo V 75
xiv
LISTA DE ABREVIATURAS
ESPANHOL LÍNGUA ESTRANGEIRA ELE
LÍNGUA ESTRANGEIRA LE
LÍNGUA MATERNA LM
QUADRO EUROPEU COMUM DE REFERÊNCIA PARA AS LÍNGUAS QECR
MENSAGEM SMS
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO TIC
xv
INTRODUÇÃO
Sometimes speech becomes of such vital importance that, if not permitted to use it, young
children cannot accomplish the given task.
- Lev Vygotsky
O presente Relatório de Estágio, intitulado “A Aprendizagem de ELE em contexto digital
– o desenvolvimento das competências de produção oral e de escrita, a partir do texto
multimodal” foi elaborado no âmbito do Estágio Profissional do Mestrado em Ensino de
Português no 3.º Ciclo do Ensino Básico e Secundário e de Espanhol nos Ensinos Básico e
Secundário e tem como finalidades descrever a implementação do Projeto de investigação e
refletir sobre as práticas decorrentes dessa implementação.
Tratando-se de um Projeto baseado na metodologia de investigação-ação, partiu do
conhecimento do contexto específico e foi delineado com base na identificação dum problema
concreto e das necessidades e expectativas de um grupo específico, uma turma do 9.º Ano, do
Ensino articulado (Música), tendo a disciplina de Espanhol - continuação - nível A2 de acordo
com o Quadro Europeu Comum de Referência (QECR, 2001).
Após a recolha de dados e a identificação das dificuldades, a expressão oral e a escrita
foram as áreas de intervenção visadas.
É um facto que as competências de produção oral e escrita são fundamentais no
desenvolvimento da competência comunicativa. No entanto, as dificuldades sentidas pelos
alunos no momento em que estes têm de expressar-se na língua alvo, podem revelar-se como
um fator de limitação, por isso, torna-se essencial desmistificar alguns aspetos e reintegrar de
forma criativa e motivadora a prática destas duas competências na aula de língua.
Nos alvores do século XXI, o conceito de domínio da língua põe o foco na comunicação.
Comunicar com eficácia numa ou mais línguas tornou-se crucial, para fazer face à
demanda de uma Europa cada vez mais multicultural e plurilíngue.
Como destaca Cassany (1997: 84) “aprender lengua significa aprender a usarla, a
comunicarse”. Comunicar, pressupõe que o indivíduo ou aprendente de uma língua seja capaz
de fazê-lo quer oralmente quer por escrito. Para tal, é necessário que desenvolva “um conjunto
de competências gerais e, particularmente, comunicativas em língua” (QECR, 2001: 29). Para
além disso, o desenvolvimento de estratégias, afigura-se, hoje, como uma forma de capacitar
os alunos a controlar a sua própria aprendizagem, tornando-os mais autónomos e
independentes.
Nesta nova visão, o elemento chave é a mudança do papel do professor e do aluno.
Associada a esta, alteram-se, também, as noções de instrução e de aprendizagem.
A par destas alterações, a evolução tecnológica tem vindo a mudar os nossos hábitos e
o contexto digital proporciona-nos um sem número de possibilidades de criar e comunicar.
17
Oferecendo um vasto leque de recursos multimédia e a possibilidade de comunicar e de
desenvolver competências sociais e interculturais.
O ensino-aprendizagem da língua deve ajustar-se a esta nova realidade, colocando
todos os meios que a tecnologia dispõe, ao serviço da aprendizagem. A tecnologia, enquanto
veículo de comunicação, de informação e como ferramenta fundamental nas tarefas de
produção escrita.
Assim, o objetivo geral deste Projeto concretizou-se no desenvolvimento das macro-
competências comunicativas, competências gerais, de acordo com o nível da turma alvo.
A partir do uso das ferramentas digitais, os alunos tiveram a possibilidade de, não só
“criar” em língua meta como de interagir e opinar. Para além disso, na senda da pedagogia
para a autonomia, o ensino de estratégias cognitivas e metacognitivas foi um dos
procedimentos visados. No sentido de promover uma aprendizagem ativa e significativa da
língua, sobretudo, mostrando ao aluno como ele pode traçar o seu próprio caminho de
maneira mais independente e autónoma, ensinando-lhe o caminho do “aprender a aprender”.
Alguns dos objetivos específicos foram concretizados com o auxílio de ferramentas
provenientes do contexto digital, tendo sido essenciais no desenvolvimento das competências
de produção por permitirem implementar técnicas heurísticas eficazes de aprender, fazendo.
Assim, tornando o aluno, não um mero consumidor e recetor de informação, mas um
agente ativo na produção e transmissão do seu próprio discurso, ou seja, um construtor de
conteúdos, um “prosumidor” como defende Scolari (Scolari, 2013: 27).
A língua oral, é o veículo principal na comunicação humana, na transmissão dos
conhecimentos e pensamentos e é uma das competências que mais dificuldades acarreta no
momento da sua prática.
A comunicação oral caracteriza-se pela necessidade de observar regras de
comunicação, como dar ou tomar a palavra e respeitar a vez de falar, o que nem sempre é fácil
de conseguir em grandes grupos. Para além disso, é necessário criar situações de
comunicação reais, sobretudo, de interação, para que os alunos sintam uma real necessidade
de dizer algo em determinada situação, evitando-se a reprodução mecânica de diálogos.
Também a escrita, competência aprendida em contexto formal, deve ser praticada e
necessita da apropriação de regras. Ensinar a escrever, hoje, passa por ensinar os alunos a
fazer uso de um conjunto de ferramentas essenciais e de centrar a atenção no processo de
composição.
Com as ofertas em termos de aplicações digitais direcionadas ao desenvolvimento das
línguas (verificadores ortográficos, dicionários online, etc.), obrigam a que se repense o ensino-
aprendizagem da língua. Dúvidas relacionadas com a gramática ou ortografia, podem ser
resolvidas com o auxílio destas ferramentas, libertando os alunos para outros aspetos, como
por exemplo a criatividade. Os alunos podem aprender, por exemplo, os limites de um corretor
ortográfico, ou os critérios para selecionar o sinónimo mais acorde com o contexto.
18
Os aspetos como a ortografia e as conjugações verbais podem ser resolvidos com o
auxílio do computador.
E, se tradicionalmente o ensino tinha dificuldades em encontrar contextos de escrita
autênticos, hoje, o contexto digital abriu caminho a um sem número de possibilidades: e-mails,
chats de conversação/redes sociais, blogs. A comunicação e a interação social, vêm-se, assim,
favorecidas, neste contexto, possibilitando o desenvolvimento de competências, não só
linguísticas como também sociais.
A escrita, vê-se, hoje, como uma competência essencial tanto na vida profissional como
privada. No entanto, as dificuldades associadas ao ato de escrever, fazem com que os alunos
vejam a atividade de escrita como uma tarefa árdua, uma vez que implica esforço e pressupõe
um conjunto de técnicas que não dominam.
Escrever é uma tarefa difícil não só para os aprendentes de uma língua estrangeira
como na Língua Materna.
Fomentar o desenvolvimento de técnicas, procedimentos e estratégias para levar a
cabo o discurso oral e o processo de escrita são dois dos principais objetivos deste Projeto.
Com o advento da Internet, produziram-se algumas alterações no modo como lemos e
escrevemos. Ler, já não é um processo linear e tampouco se limita ao texto escrito. Neste
contexto, são evidentes, também, as transformações que a escrita tem vindo a sofrer.
Numa sociedade cada vez mais tecnológica, em que a comunicação assistida por
computador se tornou habitual, surgem novos tipos de textos, chamados multimodais. Estes
textos multimodais utilizam uma ampla gama de modos de representação e de comunicação,
que incluem fotografias, vídeos, diversos formatos de páginas, cores e formatos que
contribuem em grande medida para a compreensão e interpretação da mensagem que se quer
transmitir. A mensagem visual ganha maior importância, e requer, naturalmente, outras
habilidades, não só de descodificar grafemas de uma página impressa, como também de criar
significados a partir de sinais, como os smiles, cores, ícones, imagens.
Estas habilidades, são essenciais para comunicar em qualquer língua, por isso,
impõem um novo olhar sobre os processos de leitura e de escrita. De modo que a didática da
escrita não pode ignorar estas novas formas de comunicar que o uso da tecnologia digital
tornou possível.
Assim, este Projeto visou a promoção da aprendizagem da língua espanhola, utilizando
ferramentas do contexto digital (web 2.0), fazendo uso dos recursos por ele disponibilizados,
por um lado, por se conformar como um meio de comunicação real e, por outro, por se
constituir como uma ferramenta auxiliar na produção da oralidade e da escrita. De acordo com
as orientações do QECR, o ensino da língua deve ser direcionado “à ação” e o aluno encarado
como um “agente social”.
Quanto à metodologia de investigação, este Projeto segue uma metodologia reflexiva
cíclica, característica de um Projeto de investigação-ação. Tratando-se de um processo cíclico,
19
implementado em três fases, cada uma das fases corresponde a um ciclo que pressupõe: a
planificação, avaliação e reflexão sobre a prática.
Segundo Latorre “Cada ciclo se construye sobre otro y es parte de un proceso
continuo”.
Na fase de pré-intervenção, de modo a cumprir com os objetivos propostos, foram
utilizados instrumentos de diagnóstico específicos para a recolha de informação, para além da
observação e dos registos efetuados durante a observação de aulas.
Na fase intermédia, fase de implementação, mostrou-se fundamental desenhar uma
ação válida e coerente com as informações recolhidas na fase anterior, contemplando o
desenvolvimento das competências de produção oral e escrita.
Na terceira fase, mostrou-se essencial a avaliação da Intervenção, no sentido de
aperfeiçoar a prática pedagógica levada a cabo e, se necessário, iniciar um novo ciclo de ação
para suprir eventuais desvios.
Tendo em conta o exposto, no sentido de facilitar uma leitura mais estruturada, é
pertinente enunciar os diferentes capítulos e expor sucintamente os conteúdos apresentados
em cada um.
No primeiro capítulo, procederei ao enquadramento teórico da minha prática em
relação aos principais eixos de ação implementados.
De seguida, debruçar-me-ei sobre a caracterização do contexto específico da
intervenção, a escola e a turma, referindo-me aos documentos normativos da Instituição e aos
documentos reguladores do processo de ensino-aprendizagem e aos instrumentos de recolha
de informação por mim utilizados.
Depois, apresentarei os objetivos e linhas do Plano de Intervenção que tracei com base
na informação recolhida e que estiveram na base deste Projeto e a temática desenvolvida ao
longo de toda a Intervenção Pedagógica.
No segundo capítulo, apresentarei o desenvolvimento e avaliação da Intervenção
Pedagógica, descrevendo as principais atividades que promovi no âmbito do Projeto mediante
os objetivos traçados, referindo-me aos materiais e instrumentos de investigação utilizados
para monitorizar a minha intervenção, bem como os resultados obtidos. Apresentarei as
conclusões que surgiram relativamente a este processo de investigação-ação, bem como o
significado do mesmo na minha formação pessoal e profissional.
No terceiro capítulo, tecerei as Considerações Finais. Seguindo-se, a Bibliografia
consultada ao longo de todo o processo de investigação e, por último, apresentarei os Anexos
apontados ao longo do texto.
20
CAPÍTULO I - ENQUADRAMENTO TEÓRICO E CONTEXTUAL
Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção
ou a sua construção
– Paulo Freire
Neste capítulo, procederei ao enquadramento teórico da minha prática em relação aos
principais eixos de ação implementados.
Seguidamente, farei a caracterização do contexto específico da intervenção, a escola e
a turma, referindo-me aos documentos normativos da Instituição, aos reguladores do processo
ensino-aprendizagem e aos instrumentos de recolha de informação por mim utilizados.
Finalmente, apresentarei os objetivos e linhas do Plano de Intervenção que tracei com
base na informação recolhida e que estiveram na base deste Projeto, e estão subjacentes à
temática desenvolvida ao longo de toda a Intervenção Pedagógica.
1.1. A aprendizagem da língua e a abordagem comunicativa
Atualmente, ninguém duvida que para falar uma língua é necessário algo mais do que
saber umas regras gramaticais e saber vocabulário, ou possuir conhecimentos acerca do seu
funcionamento.
O domínio da língua como matéria de conhecimento deu lugar à língua como
instrumento de comunicação. Como salienta Cassany, (1994: 84) “La lengua es un instrumento
múltiple, un instrumento que sirve para conseguir mil y una cosas: encargar comida, poner
gasolina, manifestar agradecimiento, quejarse, protestar, saludar, pedir información y darla,
etc.”
Nesta perspetiva, acrescenta o mesmo autor (1994: 84), “El uso y la comunicación son
el sentido último de la lengua y el objetivo real del aprendizaje”.
Hoje, o domínio da língua é fazer uso dessa mesma língua. Assim, aponta o QCER
(2001: 29): “O uso de uma língua abrangendo a sua aprendizagem inclui ações realizadas
pelas pessoas que, como indivíduos e como atores sociais, desenvolvem um conjunto de
competências gerais e, particularmente, competências comunicativas em língua”, permitindo a
um indivíduo agir utilizando especificamente meios linguísticos.
O enfoque comunicativo do ensino da língua, pressuposto metodológico defendido e
utilizado na implementação deste Projeto, preconiza exatamente a perspetiva comunicativa da
aprendizagem da língua estrangeira e entende a comunicação como a função essencial da
língua.
21
O principal objetivo do ensino comunicativo é que o aluno adquira a capacidade de
usar a língua para comunicar, ou seja, que o aluno desenvolva a competência comunicativa,
conceito proposto por Hymes (1971) para explicar a capacidade de interagir dos falantes e não
unicamente a sua capacidade de formar orações corretas, considerando a componente social e
o contexto como elementos fundamentais para o êxito comunicativo.
Assim, o estudo de uma língua só faz sentido no seu uso e a competência comunicativa
relaciona-se com o saber quando falar ou não e de que falar, com quem, quando, onde e de
que forma.
Posteriormente, outros autores dedicados ao estudo da metodologia e didática de
segundas línguas aprofundaram o conceito.
Canale, (1983) descreve a competência comunicativa como um conjunto de quatro
competências inter-relacionadas: a competência linguística, a competência sociolinguística, a
competência discursiva e a competência estratégica.
Entre os avanços teóricos e práticos mais significativos no ensino das línguas
estrangeiras, a abordagem comunicativa da língua conformou-se como um marco.
A aprendizagem da língua estrangeira justifica-se pela necessidade de uso e o ensino
adequa-se a esse grande objetivo. O de capacitar o aprendente para uma comunicação real,
não só na vertente oral como também na escrita.
É neste marco que concebo o desenvolvimento deste Projeto. A língua como um meio
para alcançar um fim e não um fim em si mesma.
Partindo do princípio de que a língua é um instrumento de comunicação. Tendo
presente a necessidade real de uso da língua, bem como as necessidades comunicativas atuais
associadas ao desenvolvimento tecnológico, este Projeto consubstanciou-se no
desenvolvimento das competências de forma integrada, quer de produção oral e escrita como
também no desenvolvimento da compreensão leitora.
Nas atividades de produção oral, a interação e o questionamento estiveram sempre
presentes, privilegiando a opinião pessoal e o pensamento crítico dos alunos.
O uso de estratégias de comunicação e de aprendizagem, foi o procedimento
implementado pelos alunos para levar a cabo a comunicação e de adequarem o discurso às
diferentes situações.
Nas atividades de escrita, a multimodalidade foi uma das componentes da produção
escrita. O foco foi posto no processo: planeamento, organização das ideias, textualização e
revisão. Rompendo com a prática tradicional, a revisão dos textos foi efetuada pelos alunos
durante a sua produção, como parte integrante do processo de composição. Fomentando, a
reflexão e a aprendizagem da língua durante o processo de escrita, tendo em conta a
organização das ideias, a coerência e a adequação comunicativa e não somente as falhas
gramaticais e ortográficas.
Concebendo o aluno como a figura central do processo de ensino-aprendizagem, e na
posição de guia, tive como principais atribuições, levar os alunos a fazer uso de ferramentas, a
22
tomar consciência das regras e estratégias de comunicação, no sentido de desenvolver a sua
competência comunicativa.
1.1.1. O papel da oralidade no ensino-aprendizagem da LE
Até há bem pouco tempo, a função básica da escola tradicional era ensinar a ler e a
escrever, ou seja, alfabetizar. Aprender a ler, ensinar gramática e escrever com correção
ortográfica eram as atribuições da escola. Também, nas línguas estrangeiras, as atividades
centravam-se, sobretudo, na leitura e nos exercícios gramaticais.
A oralidade era entendida como algo que se aprendia naturalmente, no seio familiar e
se desenvolvia ao longo da vida, não havendo, por isso, necessidade de ensinar a falar no
contexto educativo.
Segundo Cassany (1997:134), “la habilidad de la expresión oral ha sido siempre la
gran olvidada de una clase de Lengua centrada en la gramática y en la lectoescritura”.
Também no panorama do ensino-aprendizagem das línguas estrangeiras, a língua oral,
enquanto principal veículo de comunicação e de expressão humana que é, nem sempre
recebeu a devida atenção.
A oralidade era praticada naturalmente, quando os alunos respondiam às questões
colocadas pelo professor, após a leitura de um texto. Questões, cujas respostas o professor já
conhecia e tratava de comprovar com certo ou errado e, cujas respostas testavam a
compreensão do aluno. Também, a partir da leitura de textos, colocando-se a tónica na
correção fonética e articulatória. As necessidades reais de uso da língua oral eram
reduzidas. Hoje, há que desenvolver um nível de competência oral tão elevado quanto o escrito.
Não basta “falar”, é preciso intervir de forma adequada em diferentes situações: debater,
expor, comentar, opinar, explicar.
De facto, a expressão oral assume especial relevância na sociedade e uma atenção
particular no ensino-aprendizagem das línguas.
Segundo o QECR (2001:36), as atividades de produção têm uma importante função
nos campos académicos e profissionais “exposições orais, estudos escritos, relatórios” e está-
lhe associado um valor social “juízos feitos sobre o que foi apresentado por escrito ou sobre a
fluência no discurso e nas apresentações orais”.
Consultando o Programa da disciplina, para que o aluno seja capaz de adquirir as
competências básicas de comunicação, “deve produzir, oralmente e por escrito, enunciados de
complexidade adequada ao seu desenvolvimento linguístico, psicológico e social” (Ministério
da Educação, 2000:9). Contudo, a expressão oral só tem existência em interdependência com
as outras competências.
23
Segundo Baralo (2000:164):
La expresión oral constituye una destreza o habilidad de comunicación que
no tiene sentido sin la comprensión, sin el procesamiento y la interpretación
de lo escuchado. La expresión oral implica la interacción y la
bidireccionalidad, en un contexto compartido, y en una situación en la que
deben negociar los significados.
Neste sentido, a expressão oral num contexto de interação, pressupõe a compreensão.
Por isso é frequente trabalharmos várias competências em simultâneo e de forma integrada.
Para um estudante de espanhol/LE a aquisição da habilidade para comunicar oralmente é o
objetivo mais importante do seu esforço. Porém, na aula de língua, a prática da oralidade nem
sempre é tarefa fácil, devido ao elevado número de alunos e à dificuldade de cumprimento das
regras de comunicação.
Apesar das dificuldades reconhecidas no desenvolvimento desta competência, julgo ser
essencial, apostar na sua prática através da adoção de estratégias de aprendizagem.
1.1.2. O papel da escrita no ensino-aprendizagem da LE
A escrita, quer se trate da língua materna quer de uma língua estrangeira, não se
aprende de forma natural, é um produto cultural, imposto pela sociedade, que se aprende com
esforço e que está sujeito a um processo de ensino e de aprendizagem. Trata-se de um
processo complexo que requer tempo tanto na criação do texto como na correção.
A escrita, apesar de partilhar algumas das exigências da oralidade como o domínio dos
conteúdos gramaticais, as formas e os significados, diferencia-se desta logo pelo canal de
comunicação que usa.
A escrita tem regras próprias que devem ser ensinadas, bem como o uso de
estratégias.
Escrever é considerada uma tarefa difícil e, paradoxalmente, é uma competência que
poucas vezes é ensinada, enquanto processo.
Hoje, a escrita necessita de uma didática distinta da de ontem. Não faz sentido
continuar a ensinar da mesma forma e pedir aos alunos que escrevam os mesmos tipos de
texto, pois também, com o advento das tecnologias, novas tipologias textuais surgiram.
Recentemente, são muitas as vozes que reivindicam a importância da escrita e que se
dedicam a analisar as alterações produzidas nesse âmbito, decorrentes do uso da tecnologia e
que advogam o seu ensino na escola.
24
Segundo Cassany (2006:17), “Raramente somos conscientes de la estrecha
interrelación que existe entre la escritura, pensar, saber y ser. Tendemos a creer que leer y
escribir son simples canales para transmitir datos”. Habituamo-nos a associar a leitura e a
escrita aos momentos de avaliação no ensino formal. Porém, a escrita constitui-se como objeto
de estudo e instrumento de aprendizagem.
Aprender a escrever é, pois, aprender a refletir, a reconstruir ideias e a partilhá-las e,
ao mesmo tempo que trabalhamos a língua transmitimos a nossa versão do mundo em
diferentes suportes. Esta noção de escrita foi a que presidiu à conceção deste Projeto.
1.1.3. As estratégias de aprendizagem na aquisição da LE
Antes de mais, é necessário precisar o que se entende por estratégia, embora não haja
consenso na literatura em relação a este conceito.
O termo estratégia tem sido usado por vários autores, apresentando distintas
definições: para Weinstein e Mayer (1986: 315) corresponde às condutas e pensamentos que
um aprendiz utiliza durante a aprendizagem com a intenção de influir no processo.
O’ Malley e Chamot (1990: 1) definem as estratégias como pensamentos ou
comportamentos especiais que os indivíduos usam para ajudar a apropriar-se, aprender ou
reter uma informação nova.
A definição apresentada por Rebecca Oxford (1990: 1) considera que as estratégias de
aprendizagem de uma língua são ações específicas, comportamentos, passos ou técnicas que
os estudantes (com frequência de modo intencional) utilizam para melhorar a sua própria
aprendizagem. Por sua vez, para Monereo (1999: 14) são processos de toma de decisões
conscientes e intencionais.
Segundo Oxford, (1990: 1):
Strategies are specially important for language learning because they are
tools for active, self-directed involvement, which is essential for developing
communicative competence. Appropriate language learning strategies
result in improved proficiency and grater confidence.
As estratégias são especialmente importantes para a aprendizagem das línguas, uma
vez que são ferramentas necessárias para o desenvolvimento da competência comunicativa
(Oxford, 1990: 18).
A autora propõe um sistema de estratégias divido em dois grupos que classifica como
“diretas”, abrangendo as cognitivas, de compensação e de memória e, as “indiretas” as
estratégias metacognitivas, sociais e afetivas.
25
As estratégias de aprendizagem diretas exigem processamento mental e empregam-se
para desenvolver as competências principais.
As “estratégias de memória” permitem armazenar e recuperar a informação. As
“estratégias cognitivas”, são as estratégias mentais que os alunos utilizam para que a sua
aprendizagem seja significativa.
As “estratégias de compensação” ajudam os estudantes a utilizar a língua,
contornando as suas limitações.
As estratégias de aprendizagem metacognitivas, são essenciais na aprendizagem, pois,
ajudam os estudantes a dirigir, planificar, regular e autoavaliar a sua aprendizagem.
As “estratégias afetivas” estão relacionadas com a parte emotiva dos estudante,
permitindo-lhes controlar os sentimentos e a emoção, as motivações e as atitudes
relacionadas com a aprendizagem. São estratégias de aprendizagem cooperativas, que
implicam a interação com outras pessoas para alcançar um objetivo.
Uma das minhas responsabilidades neste Projeto, foi ajudar os alunos a desenvolver
estratégias de aprendizagem mais efetivas, levando-os a tomar consciência da existência e das
potencialidades do seu uso na comunicação. Por considerar que o uso dessas estratégias é
justamente uma das ferramentas que os alunos deveriam saber utilizar na hora de conversar
ou de escrever um texto.
As estratégias de compensação (circunlóquio, o recurso aos gestos ou mímica,
perguntar como se diz, entre outras) foram as que mereceram mais atenção no âmbito das
atividades de expressão oral que conformaram o Projeto. Na aula, observamos que os
estudantes utilizam diferentes estratégias para dar cumprimento a uma tarefa como: consultar
o colega, usar gestos, entre outras. Assim, aprender a usar estes e outros passos ou ações de
forma consciente, tornou-se essencial na aprendizagem da língua, como por exemplo, a
consulta de dicionários online.
Na escrita, destaca Cassany (2007: 263), o uso de estratégias é essencial para
tornarmo-nos escritores competentes:
Los escritores competentes desarrollan un proceso de composición
elaborado y completo. Utilizan estrategias variadas para construir el
mensaje escrito: se marcan objetivos de redacción, se imaginan lo que
quieren escribir, buscan y ordenan ideas, hacen borradores, los leen, los
valoran y los reescriben, seleccionan un lenguaje compartido con el lector,
etc.
Assim, o conjunto de todas estas estratégias, normalmente, utilizadas por escritores
competentes são as que constituem propriamente o processo de composição. Entre esses
conhecimentos inclui-se: saber a finalidade do escrito, regular a expressão de forma a que
consiga uma comunicação adequada e avaliar até que ponto se consegue o objetivo.
26
Para além disso, o mais importante quando se trabalha com estratégias de
aprendizagem é mostrar ao aluno que ele pode trilhar o seu próprio percurso de forma
independente e autónoma. Tornando-se, ela/ele próprio, um indivíduo que sabe aprender, sabe
onde buscar a informação e como usá-la.
Na aprendizagem de uma língua a questão essencial continua a ser que o aluno tome
consciência do que pode fazer para aprender.
Para além disso, o aluno deve aprender a fazer uso de recursos e ferramentas para
“aprender a aprender” e a usar critérios para avaliar o conhecimento procurado nas “fontes”,
contribuindo, desse modo, para um aprendente autónomo e responsável. Estes aspetos fazem
com que o papel do professor também seja redefinido: de instrutor a guia e facilitador da
aprendizagem.
1.1.4. O papel do professor
O professor já não é visto como um transmissor do saber, um detentor do
conhecimento ou um instrutor, mas sim, um guia, um facilitador do processo de aprendizagem
dos alunos.
Sendo o aluno o centro, este deve ser cada vez mais independente e responsável pela
sua aprendizagem.
Neste sentido, salienta Oxford (1990: 10), “Teachers traditionally expect to be viewed
as authority figures, identified with roles like parent, instructor, director, manager, judge,
leader, evaluator, controller, even doctor, who must ‘cure’ the ignorance of the students”.
O professor era a autoridade e a aula estava centrada nas ações do professor. O seu
trabalho era “encher” os cérebros dos alunos com as regras, através da substituição de formas
conjugadas de verbos, em orações soltas.
Os estudantes eram vistos como recipientes vazios que necessitavam da sabedoria do
docente. O trabalho dos estudantes era passivo e controlado.
Nas palavras de Nunan (1998: 147): “the educational system they have come from is
based on a ‘transmission’ approach to learning”.
O sistema de ensino tradicional era baseado na transmissão. Os professores
transmitiam o conhecimento para que os estudantes o pudessem repetir nos exames.
Atualmente, o foco na competência comunicativa marca uma mudança significativa no
ensino das línguas estrangeiras. Esta conceção de ensino obriga a que se redirecione o foco e
se redefinam os papéis do aluno e do professor na sala de aula.
O aluno, com os seus conhecimentos, assume um papel ativo na construção da sua
própria aprendizagem, com o auxílio do professor, que no seu novo papel de guia e orientador,
conduz o aluno durante o processo. A ênfase é posta na competência comunicativa. Capacitar
27
o aluno para que consiga comunicar-se é o primordial da aprendizagem de uma língua
estrangeira.
O ensino de estratégias é visto, hoje, como a forma de guiar o aluno a alcançar a
competência comunicativa. Cabe, assim, ao professor, a tarefa de levar os alunos a fazer uso
de ferramentas e instrumentos de apoio, deixando para trás o seu papel de autoridade para
assumir o de facilitador e guia de todo o processo de aprendizagem.
1.1.5. A aprendizagem em contexto digital
A revolução tecnológica proporcionou um desenvolvimento surpreendente, de tal forma
que é difícil para o cidadão comum, acompanhar e estar a par dessa evolução.
Há algum tempo, Prensky (2001) numa das suas conferências, estabeleceu a diferença
entre os “digital immigrants” e os “digital natives” para referir-se às gerações que nasceram
antes e as que nasceram com as tecnologias, respetivamente, para enfatizar as diferenças
existentes entre uns e outros.
Apesar de algumas resistências e problemas de adaptação por parte de alguns
“imigrantes digitais”, o que não podemos negar é que a tecnologia invadiu todos os campos do
saber e do fazer humanos, afetando, também, o campo educativo.
Este processo não está a desenvolver-se com facilidade e, tal como sublinha Prensky
(2001), as dificuldades na educação atual, prendem-se com as diferenças existentes entre
professores e alunos, e com a forma como lidam com a tecnologia.
O uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, doravante, TIC, no ensino há
muito que é objeto de estudo e de discussão. E se são muitas as vozes favoráveis ao seu uso,
também há alguns que têm uma postura crítica. Todavia, um facto é inegável: a revolução
tecnológica instaurou-se e originou mudanças significativas em vários aspetos das nossas
vidas.
O nosso quotidiano mudou radicalmente. Passou a estar recheado de correios
electrónicos e de práticas que implicam o uso do computador.
A tecnologia digital substituiu, quase por completo, a analógica nos âmbitos de
produção do discurso escrito (correspondência pessoal, comercial e empresarial, textos
académicos e científicos, publicações).
Do analógico ao digital, do papel ao ecrã, são expressões usadas na atualidade por
especialistas e investigadores para aludir às mudanças provocadas pelo uso da tecnologia. As
novas tecnologias estão a mudar a maneira de aprender e de ensinar. E, mais importante do
que memorizar quantidades de informações é saber selecionar, organizar e avaliar.
Nesse sentido, aponta Siemens (2007: 6), na aprendizagem “la tubería es más
importante que su contenido”, ou seja, a nossa capacidade de aprender o que precisamos é
28
mais importante do que o que nós conhecemos hoje. O mesmo autor sublinha que, a
capacidade de usar fontes e formas de busca é uma habilidade vital.
Na sala de aula, saber como aprender é, hoje, mais importante do que o que aprender.
É, por isso, fundamental que o aprendente desenvolva uma série de competências.
A este respeito, salientam-se no QECR (2001: 156), as competências gerais, que o
aprendente deve desenvolver certas capacidades, como a capacidade para utilizar as novas
tecnologias.
1.1.6. A Web 2.0 - um novo marco
Os avanços tecnológicos permitiram o desenvolvimento de um novo conceito de
Internet, a denominada web 2.0.
O contexto digital, nesta nova versão, permite que o usuário seja não um mero
consumidor e receptor de informação, mas um agente ativo na produção e transmissão do
conhecimento. Para além disso, a Internet favorece a comunicação, aproxima as pessoas e
encurta as distâncias, permitindo conhecer e interagir com o outro através do espaço virtual.
Tal como sublinha Barry Wellman (Apud, López, M. Miranda, 2004: 52) “Internet está
afectando a las formas tradicionales de sociabilidad”. Cada vez mais, os usuários passam mais
tempo a navegar, a conversar nas redes sociais, a ler e a redigir mails.
Partindo do princípio de que a língua é um instrumento de comunicação, é necessário
equacionar o uso didático que podemos fazer deste invento do século XX para melhorar o
ensino e a aprendizagem das línguas no presente.
Neste sentido, há que salientar o que nos pode oferecer este novo conceito de web em
termos de ensino e aprendizagem.
Efetivamente, esta nova visão da rede encaixa, perfeitamente, nas teorias e enfoques
atuais sobre a natureza da comunicação, nos quais a ação, o intercâmbio e a interação são
fundamentais (Ferrer, 2010: 624).
O processo de aprendizagem de uma língua, como qualquer processo de aprendizagem
humano, é o resultado de uma construção constante de novos conhecimentos com a
consequente reestruturação dos anteriores.
Neste novo conceito, o usuário é o centro da atenção e está dirigida à ação e à
participação. A filosofia da web 2.0 encaixa na perfeição nas diretrizes do QECR (2001:18) que
encara “o aluno como agente social” e está “direcionado à ação”.
Esta nova filosofia da web, como plataforma, permite uma participação ativa, favorece
a construção de uma aprendizagem significativa, contribuindo para a autonomia do aluno.
Para além de incrementar e tornar possível situações de comunicação reais, tornou-nos não só
consumidores como também autores e produtores da própria web.
29
Os estudantes utilizam cada vez mais a Internet como fonte de informação quase
exclusiva (Vivancos, 2008: 14) e como meio de expressão escrita, à qual está associada a
aparição de novos sub-géneros discursivos que necessitam dominar na língua que aprendem.
Aproximar as atividades de ensino-aprendizagem a esta realidade foi um dos objetivos
traçados para este Projeto, ao fazer uso desta plataforma como ferramenta didática, na
pesquisa de informação relevante, ao uso do dicionário e ao uso do corretor ortográfico, como
auxiliar de escrita. Para além disso, a Internet é um contexto de comunicação real.
Os grupos criados nas redes sociais, especialmente concebidos para a aprendizagem
da língua espanhola e, cuja participação seja exclusiva em língua alvo, conforma-se, como uma
forma de comunicação complementar e de aprendizagem, fora da sala de aula. Permite-nos
levar a cabo um processo de aprendizagem mais aberto, colaborativo e socializado. Para além
disso, possibilita a comunicação real, não sendo necessário simular situações de interação,
como é prática habitual na sala de aula em contexto analógico.
De facto, as Novas Tecnologias provocaram um incremento da comunicação escrita
graças à aparição de aplicações como o correio eletrónico, as mensagens de texto, os blogs,
os chats, as redes sociais, bem como da comunicação oral, através das várias aplicações
(Skype, etc.).
Como destaca Cassany (2012:32), na Internet, os leitores também escrevem. Neste
contexto, a receção e produção de textos estão de tal modo imbricadas, que não se consegue
estar passivo e calado. É quase impossível não participar e não contribuir para a construção
da “teia”. A leitura e a escrita conformam-se como práticas sociais.
O uso desta ferramenta originou algumas mudanças na forma de ler, de escrever e,
sobretudo, nas formas de comunicar.
Todas estas inovações modificam o perfil do leitor, que em numerosas ocasiões aborda
a leitura de forma diferente e também do autor dos textos escritos.
Estes leitores que preferem “Los entornos informacionales interactivos que el consumo
pasivo de medios, valoran la inmediatez de la información en forma resumida en lugar de
informes detallados (...) y desarrollan capacidades multitarea” (Vivancos, 2008:14). Para além
disso, estão de tal forma familiarizados com a multimodalidade textual, até ao ponto do texto
escrito ser concebido cada vez menos como um sistema que não seja multimodal. Este
conceito de multimodalidade será tratado de forma mais concisa no ponto 1.1.7.
Hoje, é comum as pessoas interagirem e comunicarem nas redes sociais, fazerem
parte de grupos e participarem ativamente na vida social: dão opiniões, tecem comentários,
escrevem e publicam todo tipo de textos.
O recurso às Tecnologias da Informação, enquanto ferramenta de aprendizagem,
nomeadamente, no ensino de segundas línguas, proporciona numerosas vantagens,
favorecendo o desenvolvimento autónomo dos alunos.
30
Nas atividades de escrita, permitem a produção e a revisão dos próprios textos, através
do uso de ferramentas auxiliares no processo de composição, tal como, dicionários e
gramáticas. E, quando essas atividades são efetuadas na rede, incrementam a interação e a
aprendizagem através das competências associadas ao trabalho cooperativo e colaborativo.
No que diz respeito à produção de textos, a tecnologia disponibiliza um conjunto de
meios que permite ao utilizador a escolha do modo de representação (áudio, vídeo, gráfica).
Estas plataformas permitem a divulgação dos trabalhos dos alunos e favorecem a
comunicação, através da criação de blogs de turma ou da criação de grupos numa rede social,
o que pode servir de motivação para escrever e aprimorar a escrita. Ao mesmo tempo que
desenvolvem competências sociais.
1.1.7. A multimodalidade na aprendizagem
Tais modificações têm atingido o processo de ensino-aprendizagem, levando os
investigadores da educação e da linguagem a investigar sobre as consequências dessas novas
práticas sociais e o uso da linguagem na sociedade.
A revolução multimodal/digital repercutiu-se, sobretudo, nas atividades de leitura e de
escrita. Referindo-se a esse impacto, Jewitt (2005: 317, 330) sublinha que até há bem pouco
tempo o domínio da imagem sobre a palavra era uma característica dos textos no ecrã e fora
dele, tendo sido dada maior relevância face aos elementos escritos. E, apesar do caráter
multimodal deste tipo de textos, a política educativa, sobretudo, na avaliação, continua a
promover uma visão linguística da leitura e da escrita.
Historicamente, a representação da linguagem como meio de comunicação tem estado
centrada no código escrito. No entanto, com a chegada das TIC foi possível a incorporação da
dimensão visual, não estática, da hipertextualidade e da multimodalidade, o que afetou os
contextos de aprendizagem.
É evidente, também, uma mudança nas definições de linguagem e de comunicação
com o uso dos recursos digitais. A este respeito, Cristal (2001: 238), refere que a revolução
eletrónica acarreta uma revolução linguística na medida em que o “Netspeak” é algo
completamente novo.
À medida que os estudantes usam cada vez mais a comunicação assistida por
computador, emergem novos tipos de textos. Estes, requerem não só a habilidade mecânica
para descodificar grafemas das páginas impressas, mas, também, a possibilidade de criar
significados a partir de sinais, como smiles, cores, e a possibilidade de integrar hiperligações a
diversas páginas.
No plano discursivo, afirma Cassany (2000: 6), o suporte digital rompe definitivamente
com a linearidade do discurso e organiza o conteúdo textual de maneira hiper e intertextual.
31
A multimodalidade altera a noção de texto, tradicionalmente entendida, como um
constructo organizado, que se lê de forma linear. A existência de hiperligações, de imagens,
vídeos, entre outros, associadas ao texto escrito, permitem outro tipo de leitura.
A linguagem tornou-se multimodal, já não se confina ao texto escrito. E mesmo este,
serve-se de distintas artes gráficas, como forma de potenciar a comunicação.
Um texto multimodal pode ser composto de imagens e texto, ou imagens, texto e som,
entre outros modos, ou seja, compõe-se de vários elementos semióticos combinados e, não
são sinónimo de digital, podem ser em formato analógico.
Hoje, a comunicação combina texto escrito com o audiovisual ou com texto icónico,
constrói textos multimodais, usando diferentes recursos, potenciando o propósito
comunicativo.
Segundo Cassany (2000: 5) o digital permite a integração de todo o tipo de linguagens
e formatos (fala, escrita, imagem estática e em movimento, infografia, reprodução virtual, etc.)
convertendo-se num poderosíssimo sistema multimédia de representação e de comunicação
de dados, comparativamente com os limitados recursos tipográficos do formato escrito.
Tal como sublinha Demo (2008: 1), “As linguagens, hoje, se tornaram multimodais.
Um texto que já tem várias coisas inclusas. Som, imagem, texto, animação, um texto
deve ter tudo isso para ser atrativo”.
Esta facilidade de integração de vários códigos e da multiplicidade de linguagens e de
formatos, faz com que o uso do digital seja o meio ideal de comunicação.
No que diz respeito ao ensino das línguas, a multimodalidade disponibilizada pelo
contexto digital, permite levar à aula uma variedade imensa de modelos, para que a língua
possa ser captada na sua totalidade (verbal, não verbal, pronúncia, entoação, etc.).
Segundo Kress e Van Leeuwen (Apud Farías, 2008: 1) estes textos utilizam uma ampla
gama de representação e de comunicação das mensagens, que incluem diagramas,
fotografias, vídeos, diversos formatos de páginas, cores e diagramações específicas, que
contribuem para a compreensão e interpretação da mensagem transmitida.
Por conseguinte, se os textos multimodais favorecem a compreensão da mensagem, ao
inclui-los nas nossas práticas, estaremos a favorecer a aprendizagem, como se pode
depreender das palavras dos autores mencionados.
Estes, entre outros autores abriram o caminho para introduzir a discussão sobre as
novas modalidades de apresentação textual que eles chamam de discurso multimodal. E, um
ponto importante que levantaram para as nossas preocupações como educadores é o valor dos
textos visuais na vida dos alunos fora da escola, em oposição à proeminência de textos
escritos no currículo escolar.
Kress y Van Leeuwen (Apud Farías, 2008: 4) defendem que a comunicação visual é
cada vez menos um domínio de especialistas e é cada vez mais crucial nos domínios da
comunicação pública. A competência visual será uma questão de sobrevivência, sobretudo no
trabalho.
32
Nesse sentido, Farías (2008: 1) refere, dado o surgimento de uma nova forma de textos
com a chegada e massificação do uso dos computadores, torna-se necessária a reflexão sobre
a participação dos códigos visuais nos processos de compreensão na leitura. Para além disso,
no que diz respeito à aprendizagem, o contexto digital oferece um sistema de auto-formação
para os indivíduos poderem usar de forma autónoma.
Embora o ensino esteja ainda demasiado centrado no texto impresso, enquanto
professores de língua, não nos podemos esquecer das mudanças decorrentes do uso dos
computadores, na leitura e na escrita, e de que podemos tirar partido deste tipo de
ferramentas para incrementar a aquisição de uma língua estrangeira.
Quanto à escrita, as distintas aplicações informáticas incidem de modo substancial na
tarefa de escrever, permitindo a utilização do verificador ortográfico e gramatical, revisor
estilístico, dicionários, de sinónimos, entre outros.
1.2. O Contexto de intervenção
1.2.1. Caracterização da escola
O contexto específico onde foi implementado este Projeto foi a Escola Básica António
Correia de Oliveira, em Esposende, Escola Sede do Agrupamento de Escolas com o mesmo
nome, constituído no ano letivo de 2000/2001.
Numa primeira fase de pré-intervenção, dando cumprimento aos objetivos de recolha
de informação, no sentido de conhecer a instituição e o meio onde se insere, procedi à leitura
atenta dos documentos normativos da escola: Projeto Educativo, Plano Anual de Atividades,
Regulamento Interno, Projeto Curricular de Agrupamento, Relatórios de Avaliação Interna e
Critérios Gerais e Específicos de Avaliação.
A análise destes documentos revelaram-se de extrema importância para o
conhecimento do meio, da turma e das normas, bem como do Projeto Educativo do
Agrupamento e dos princípios nele enunciados.
Esta informação foi complementada com o contributo do corpo docente, em particular,
da Diretora de Turma e da professora-cooperante, e pessoal não docente, permitindo-me
perceber algumas das dinâmicas e das questões organizativas, assim como os princípios
subjacentes à prática educativa no respetivo Agrupamento de Escolas.
Trata-se de uma escola situada no centro da cidade de Esposende, a funcionar desde
1995, um meio semi-rural, que se encontra em desenvolvimento e cujas principais atividades
estão ligadas ao mar, à agricultura e à indústria.
33
O Agrupamento integra dois Jardins-de-infância, cinco Escolas Básicas do 1º ciclo e
três estabelecimentos (Escolas Básicas/Jardins de infância). Na totalidade o Agrupamento é
frequentado por 1571 alunos, estando divididos em cinco categorias/níveis de ensino.
O lema da instituição “Rumo à vida” reflete a visão de Educação subjacente ao Projeto
Educativo da Escola, preparar os alunos para o sucesso académico, hoje, promovendo, para
além de capacidades, atitudes e valores, a realização de cada aluno como indivíduo e a sua
integração social como cidadão de pleno direito no futuro.
Assim, assume como missão a atualização constante dos intervenientes no processo
educativo, no sentido de acompanhar as transformações decorrentes da evolução tecnológica
e, desse modo, poder compartilhar saberes e conhecimentos com os alunos, objeto primordial
da sua atividade.
1.2.2. Caracterização da turma
A turma na qual viria a implementar o meu Projeto de Intervenção era uma turma do
9.º Ano de escolaridade, do Ensino articulado (Música), com a disciplina de Espanhol –
continuação. Tendo iniciado a aprendizagem da língua espanhola no início do ciclo, encontram-
se no terceiro ano, situando-se no nível A2, utilizador elementar. Previa-se que atingissem o
nível B1 de acordo com o QECR (2001). Este era também o nível de língua do manual adotado.
A turma era composta por 26 alunos, 11 rapazes e 15 raparigas, situando-se todos na
mesma faixa etária, 14 anos.
Segundo os dados obtidos, a partir da ficha sócio-biográfica preenchida pelos alunos
no início do ano letivo e, pelas informações recolhidas em Conselho de Turma, verifiquei que o
grupo tinha um aproveitamento considerado satisfatório, na maioria das disciplinas. As
dificuldades de alguns alunos, segundo a maioria dos docentes, radicavam na falta de
atenção/concentração, participação desadequada e falta de cumprimento das regras da sala
de aula.
Na fase de observação, pude constatar que os alunos, apesar de algo motivados para a
disciplina, eram muito conversadores e mantinham uma postura algo dependente do trabalho
da professora, talvez pelo tipo de trabalho privilegiado nas aulas, demonstrando preferência
pelo trabalho de escuta e registo de conteúdos.
Quanto aos comportamentos não eram os mais adequados à aprendizagem. Uma
grande parte dos alunos revelou, desde o início, certo desrespeito pelas regras de
comunicação, tendo dificuldades em efetuar uma escuta ativa durante as intervenções dos
colegas e da professora.
Deste modo, a apetência da maioria dos alunos pela participação oral, junto com a
dificuldade de respeitar as regras de comunicação e as dificuldades evidenciadas na expressão
34
escrita, foram aspetos tidos em conta na hora de selecionar atividades e definir estratégias de
atuação a implementar.
Ao consultar o Programa de Espanhol, Ensino Básico/3.º Ciclo, nível Iniciação, do
ministério da Educação (1997), este refere a produção de “textos orais e escritos, e de
natureza diversificada e de acessibilidade adequada ao seu desenvolvimento linguístico,
psicológico e social e a utilização de “estratégias que permitam responder às suas
necessidades de comunicação, no caso em que os seus conhecimentos linguísticos e/ou seu
uso da língua sejam deficientes”, para que os alunos adquiram as competências básicas de
comunicação em língua espanhola.
Menciona-se, ainda, que a disciplina de Espanhol deverá proporcionar ao aluno os
meios que o levem a “desenvolver a capacidade de iniciativa, o poder de decisão, o sentido da
responsabilidade e da autonomia”. Os aspetos mencionados foram, também, tidos em conta
durante a intervenção.
1.3. Objetivos e linhas do Plano de Intervenção
A conceção deste Projeto de Intervenção partiu do conhecimento do contexto e das
características da turma, atendendo aos documentos orientadores, às dificuldades
diagnosticadas, aos objetivos programáticos e às expectativas e potencialidades da turma, que
suscitaram uma série de questões de investigação.
Estas questões enquadradas à luz dos princípios teóricos apresentados, vêm no ensino
de estratégias e no uso das ferramentas procedentes do contexto digital, uma forma mais
eficaz, consciente de aprendizagem, e um modo de auxiliar os indivíduos a aprender e a reter
informação, fazendo.
De acordo com o que foi mencionado, propus-me iniciar a investigação pautada pelas
questões de investigação que a seguir apresento:
• Que representações possuem os alunos sobre os textos orais e escritos?
• Que competências e dificuldades apresentam os alunos no âmbito da expressão oral
e escrita?
• Que consciência possuem os alunos das estratégias que podem mobilizar para
otimizar essas duas competências de produção?
• Que procedimentos se podem levar a cabo para impulsionar as mencionadas
competências?
• De que forma a utilização do contexto virtual pode servir para o desenvolvimento de
estratégias de aprendizagem e comunicação aplicadas às referidas competências?
35
• De que forma a proposta de trabalhar num contexto virtual contribui a desenvolver a
motivação intrínseca dos alunos na aprendizagem da LE?
Seguindo as questões propostas, atendendo às referências da literatura sobre o ensino-
aprendizagem da língua, ao conhecimento do contexto específico de intervenção e, por último,
ao programa oficial da disciplina da responsabilidade do Ministério da Educação e aos
documentos de referência relativos à aprendizagem, delineei os objetivos que a seguir
apresento, bem como as estratégias de intervenção, indicando-se a sua relação com os
objetivos do Projeto e o tipo de informação a recolher para a avaliação da experiência.
De seguida, apresento o quadro-síntese das estratégias de intervenção e a sua relação
com os objetivos do Projeto e com os instrumentos usados na recolha dos diferentes tipos de
informação (Cf. tabela 1).
36
TABELA 1 - QUADRO-SÍNTESE DAS ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO
Quadro síntese das Estratégias de Intervenção
Objetivos Estratégias/atividadesInstrumentos de
investigação
1. Aferir representações
dos alunos
relativamente à escrita
e à oralidade.
2. Diagnosticar as
principais dificuldades
dos alunos nas tarefas
de expressão oral e
escrita e a utilização
de estratégias.
3. Desenvolver um plano
de intervenção que
fomente a aplicação de
estratégias e técnicas
de expressão oral e
escrita.
4. Fomentar a reflexão
sobre o processo de
aprendizagem, de
modo a promover uma
maior consciência e
controlo sobre o
processo de escrita.
5. Avaliar o impacto do
ensino explícito das
estratégias e técnicas
de expressão escrita.
• Avaliação diagnóstica e
observação de aulas
prévia à intervenção
(objetivo 1).
• Análise e interpretação
dos resultados dos
questionários sobre
hábitos de estudo dos
alunos, as suas
preferências e interesses
ao nível das destrezas
em língua espanhola;
sobre a utilização de
estratégias e técnicas de
expressão oral e de
escrita. (objetivos 1,2,3).
• Preenchimento pelos
alunos de grelhas de
autocontrolo sobre o seu
desempenho nas tarefas
propostas (objetivo 4).
• Realização de atividades
de produção oral e
escrita. Análise dos
resultados obtidos.
(objetivo 4 e 5).
• Observação de aulas
c o m g r e l h a s d e
observação focalizada.
Q u e s t i o n á r i o s p a ra
detetar as necessidades.
• R e s u l t a d o s d o s
questionários.
• Resultados da avaliação
diagnóstica (atividades
de expressão escrita).
• C a p a c i d a d e s e
d i f i c u l d a d e s
e v i d e n c i a d a s p e l o s
alunos, interesses e
preferências: através de
quest ionár io in ic ia l ;
atividades de diagnose
(oral e escrita).
• Grelhas de correção das
atividades de escrita,
fomentando a reflexão
s o b r e a a t i v i d a d e
enquanto processo.
• Registos da professora,
s o b r e o u s o d a s
estratégias.
37
CAPÍTULO II - DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DA INTERVENÇÃO
Neste capítulo, procederei à descrição da metodologia de investigação que usei nas
diferentes fases, assim como à conceção e implementação do Projeto de Intervenção, aludindo
aos objetivos específicos de cada uma das fases, instrumentos que utilizei e resultados da
análise das informações recolhidas através desses instrumentos.
2.1. Metodologia e Instrumentos de Investigação
Em primeiro lugar, na fase de pré-intervenção, correspondente ao período de contacto
com o contexto, a observação de aulas e o diagnóstico foram cruciais para a conceção e
implementação deste Projeto.
Os dados foram recolhidos através de instrumentos criados para o efeito, para o
posterior tratamento dos mesmos. Também a pesquisa teórica que sustentou o
desenvolvimento deste Projeto de Intervenção foi uma ação preponderante.
Seguiu-se a fase de implementação do Projeto de Intervenção, relativa à concretização
das estratégias propostas, numa metodologia reflexiva, de questionamento constante e
avaliação da prática, apoiada na recolha de informação a partir de instrumentos, da pesquisa
efetuada e a adequação constante da prática letiva às necessidades e aos sucessivos desafios.
Por fim, a fase de avaliação final de todo o processo, feita através da análise e
interpretação dos dados recolhidos de acordo com os princípios teóricos relevantes.
Nas diferentes fases, de conceção, implementação e avaliação do Projeto de
Intervenção, criei e apliquei diversos instrumentos de recolha de informação, procedi à análise
e interpretação dos dados recolhidos, à luz dos princípios teóricos subjacentes refletindo sobre
as implicações dessas informações na concretização dos objetivos enunciados no Plano inicial,
na minha prática e na avaliação do impacto do meu Projeto.
2.1.1. Fase de Pré-intervenção: observação, diagnóstico e estratégias
Na primeira fase deste Projeto, que decorreu entre setembro e dezembro de 2013, as
informações recolhidas junto da orientadora cooperante e da diretora de Turma, foram sendo
complementadas com base nos dados recolhidos a partir da observação direta e dos registos
reflexivos que ia fazendo ao longo das sessões letivas observadas.
Estas informações foram cruciais, juntamente com o questionamento e a investigação,
para a conceção e planificação de um Plano de Intervenção, adequado às necessidades do
grupo, permitindo-me determinar as áreas prioritárias e equacionar as estratégias a
implementar.
38
A recolha de informações foi feita com o recurso a vários instrumentos por mim
criados para o efeito.
Um desses instrumentos, uma grelha de observação focalizada (Cf. Anexo 1) tinha por
objetivo recolher informações relativas ao funcionamento do grupo. Assim, pude prestar
atenção à dinâmica da aula, aos comportamentos e à forma de trabalho dos alunos, à atuação
do professor, a sua postura, as metodologias, os conteúdos, as estratégias utilizadas, a relação
com os alunos e a avaliação. Com base nestas observações pude apurar que uma das áreas
em que os alunos manifestavam dificuldades era ao nível da participação oral e da utilização
da língua meta, como já foi anteriormente referido no ponto 1.2.2.
Devo acrescentar que, quando participavam usavam, maioritariamente, a língua
materna e, quando se expressavam em língua espanhola, faziam-no evidenciando grandes
dificuldades e revelando grandes lacunas.
Para além disso, constatei que a turma era bastante heterogénea tanto ao nível dos
comportamentos e atitudes como na participação e no desempenho.
Também, quanto à motivação as diferenças eram notórias. Num pequeno grupo de
alunos, uns mostravam uma atitude, claramente positiva para a aprendizagem, sendo os que
efetivamente participavam oralmente de modo adequado. Outro pequeno grupo, embora
motivados, os alunos tinham uma participação passiva, mantinham uma escuta ativa, mas não
interventiva.
Os alunos mais motivados mostravam-se bastante competitivos entre eles e
procuravam obter reconhecimento e melhores resultados na avaliação. Os restantes alunos
mantinham uma postura algo acomodada, preferindo copiar os conteúdos registados no
quadro, participando, somente quando eram solicitados pela professora. Para além disso,
revelavam dificuldades em respeitar as regras de comunicação. Facto que me levou a refletir e
a equacionar formas e estratégias para alterar estes hábitos.
Pude, ainda, registar os erros recorrentes e as dificuldades e refletir sobre o modo
como poderia auxiliar os alunos a prestar atenção em certos aspetos, fomentando o uso de
estratégias cognitivas e metacognitivas, como forma corrigir e de ultrapassar as dificuldades.
Nesse sentido, no que diz respeito à expressão oral, os alunos, recorriam à língua
materna e de permeio usavam expressões espanholizadas, como forma de contornar as
dificuldades (desconhecimento do léxico, regras gramaticais, etc.), mesmo não tendo a
consciência de que estavam a fazer uso de uma estratégia.
Para aprofundar o conhecimento sobre a turma, foi utilizado um Questionário Inicial
(Cf. Anexo 2) que me permitiu conhecer os gostos, hábitos e preferências dos alunos, as suas
expectativas e dificuldades, em particular, na expressão oral e escrita e o uso de estratégias.
Este foi dividido em quatro partes.
A primeira parte de âmbito pessoal. A segunda debruçou-se sobre os gostos,
preferências e expectativas dos alunos. A terceira, incidiu nos hábitos, preferências e uso de
39
estratégias no que respeita à expressão oral. A quarta parte, nos hábitos e preferências dos
alunos relativas à expressão escrita.
2.1.2. Resultados do Questionário inicial
A partir da recolha e do tratamento dos dados, pude apurar que, maioritariamente, os
alunos se consideravam sociáveis, sendo esta a característica que melhor se adequa à turma,
pois demonstram grande apetência para a socialização, mostrando-se conversadores e
participativos, embora de forma desorganizada.
As atividades dos tempos livres são: ouvir música, praticar desporto, ver televisão,
navegar na Internet, sair com amigos. Para conhecer melhor os hábitos e preferências dos
alunos foram colocadas algumas questões.
Quanto às razões que os levaram a escolher a língua espanhola, a opção da maioria
dos alunos aponta para uma motivação de natureza extrínseca: sempre, “Porque gosto de
aprender outras línguas”, referem 7 alunos. Frequentemente, “por ser uma língua importante
no meu futuro”, foi a opção apontada por 12 alunos.
De natureza intrínseca: “porque gosto de aprender outras línguas”, sempre, apontam 7
alunos e, frequentemente, 11 alunos. Frequentemente, “Porque quero conhecer melhor a
língua espanhola”, apontam 11 alunos, às vezes, 8 alunos. “Porque acho fácil”, sempre e às
vezes, apontam 10 e 12 alunos, respetivamente.
À questão “como gostas de aprender Espanhol” as preferências dos alunos recaem nas
atividades que envolvem a música, as canções, a rádio, os filmes, os vídeos e as notícias.
Referiram, ainda, a pesquisa na Internet e comunicar nas redes sociais, como pode observar-
se no gráfico apresentado (Cf. gráfico 1).
GRÁFICO 1 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 2 - GRUPO II
40
Como gostas de aprender Espanhol?
0
4,5
9
13,5
18
1. L
er (j
orna
is,
revist
as, B
D, e
tc.)
2. E
scre
ver (s
ms,
emai
l, et
c.)
3. C
onve
rsar
(col
egas
, etc
.)4.
Ouv
ir (m
úsic
a,
rádi
o, e
tc.)
5. V
er (f
ilmes
, víd
.
notíc
ias,
etc
.)6.
Com
unic
ar
rede
s so
ciai
s7.
Pes
quis
ar
na In
tern
et
8. C
onsu
ltar:
dici
onár
ios,
etc
.
Nunca Às vezes Frequentemente Sempre Não Respondeu
Considerei que a utilização dos recursos multimédia e dos textos multimodais seriam
uma mais-valia para este grupo, como motivação e como forma de incrementar a
aprendizagem da língua espanhola.
Quanto às formas de trabalho que consideram mais eficazes, 11 alunos apontam,
sempre, o trabalho em grupo e, frequentemente, o trabalho de pares, 24 alunos.
A participação em atividades extracurriculares, a pesquisa fora da sala de aula, referem
15 e 13 alunos, respetivamente. Maior interação professor/aluno é a opção apontada por 13
alunos.
Assim, o trabalho em pequenos grupos ou em pares foi a forma de trabalho adotada ao
longo da intervenção.
No que diz respeito às competências com mais dificuldades, frequentemente, é
apontada a expressão escrita, a expressão oral e a compreensão audiovisual. Às vezes, a
compreensão escrita (Cf. gráfico 2).
GRÁFICO 2 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 6 - GRUPO II
Os aspetos que mais dificultam a participação dos alunos são, sempre, o medo de
cometer erros, é a opção apontada por 6 alunos, bem como problemas de pronúncia e
timidez, 5 alunos, respetivamente.
41
Quais as competências em que tens mais dificuldades?
0
3,5
7
10,5
14
1. Exp
ressã
o
oral
2. Com
pr. or
al
e aud
iov.l
3. Exp
ressã
o
escri
ta 4. Com
pr.
escri
ta
Nunca Às vezes Frequentemente Sempre Não Respondeu
Frequentemente, a falta de ideias, apontam 10 alunos. Dificuldades em construir frases
e falta de treino da oralidade em anos anteriores, referem 8 alunos, respetivamente.
A falta de vocabulário, às vezes, é a opção apontada por 15 alunos e 14 referem a falta
de oportunidade para participar.
Quando questionados sobre o uso de estratégias de aprendizagem, a maioria dos
alunos referiu não utilizar muitas estratégias. Os alunos estão habituados a um tipo de ensino
em que não é costume refletir sobre essas questões e desconhecem que esse processo pode
ser benéfico em termos de desempenho e de aprendizagem.
Alguns referem que, às vezes, planificam o discurso ou procuram encontrar sinónimos.
Quanto ao uso de gestos, alguns alunos referem que o fazem frequentemente/às vezes, e 8
nunca. Quando não sabem uma palavra, tentam espanholizar, referem 9. A maioria recorre à
LM, e só 4 alunos afirmam nunca o fazer.
Quanto à autocorreção, só 3 alunos afirmam recorrer a esta estratégia. Estes dados,
apontam para um uso reduzido de estratégias, pelo facto de os alunos desconhecerem a sua
importância na aprendizagem.
Os resultados sobre o uso de estratégias são os que se seguem (Cf. gráfico 3).
GRÁFICO 3 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 3 - GRUPO II
Relativamente à competência oral, só 12 alunos consideram que praticam esta
competência e 10 alunos crêem que falar os ajuda a aprender a língua. Só 3 alunos gostam de
falar em público e apenas 1 aluno se sente confortável a falar Espanhol.
42
Quando falas na aula de Espanhol:
0
3,5
7
10,5
14
1.Plan
ificas
men
talm
ente.
..
2.Enc
ontra
s
um si
nónim
o
3.Usa
s ges
tos/
mím
ica…
4.Te
ntas
espan
holiz
ar
5.Cos
tum
as
corri
gir-te
,
6.Rec
orre
s à
língu
a mat
erna
Nunca Às vezes Frequentemente Sempre Não Respondeu
Estes resultados demonstram bem as dificuldades e os constrangimentos que os
alunos enfrentam na hora de falar a língua meta, daí a importância de lhes fornecer
ferramentas para superar estas dificuldades.
Os aspetos em que sentem mais dificuldades na expressão oral são, sempre, a
entoação e a pronúncia, opções apontadas por 6 alunos, respetivamente. Creio que os alunos
estão demasiado preocupados com a pronúncia, à semelhança do ensino tradicional, deixando
de lado aspetos mais relevantes do discurso, como a fluidez. A correção e a variedade do
léxico são apontadas como uma dificuldade por 11 alunos, frequentemente.
Quanto ao modo como pensam melhorar a expressão oral, 10 alunos apontaram a
autocorreção durante o discurso e 14 alunos, a planificação mental. Mesmo sem terem
consciência do uso de estratégias, as perguntas levaram-nos refletir e a colocar essa
possibilidade, o que é um fator positivo. No entanto, a maioria refere o recurso ao treino com
os colegas, em voz alta e a imitação, atividades que estão mais próximas da prática
tradicional. Apenas 11 alunos sugerem a realização de “atividades reais”.
Relativamente às situações em que os alunos sentem maior dificuldade, 8 alunos
apontam, sempre, a compreensão nas emissões de Rádio. Frequentemente, nos diálogos entre
nativos e nas canções, são as opções apontadas por 8 alunos, respetivamente. Às vezes, nos
programas de televisão, referem 15 alunos e nos filmes, apontam 14, denotando que as
dificuldades decorrem nas produções entre nativos. Daí a opção de expor os alunos a
discursos autênticos, a partir de ficheiros áudio e vídeo, como forma de familiarizar os alunos
com a língua nativa na sua diversidade linguística.
À questão número 1, do grupo IV “Gostas de escrever em Espanhol?”, só 13% dos
alunos responderam sempre. Frequentemente 19% dos alunos. Às vezes, apontaram 56% dos
alunos, 12% referiram nunca.
Estes resultados demonstram que a escrita não está nas preferências da maioria dos
alunos, como pode ser observado no gráfico que se segue (Cf. gráfico 4).
GRÁFICO 4 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 1 - GRUPO IV
43
Gostas de escrever Espanhol?
0
2,5
5
7,5
10
Nunca Às vezes Frequentemente Sempre Não Respondeu
Quanto ao uso de estratégias na expressão escrita, perguntou-se aos alunos, quando
sentem dificuldades, como fazem para ultrapassá-las e as respostas estão de acordo com as
práticas tradicionais: pedem ajuda à professora, sempre, referem 8 alunos e, frequentemente,
aos colegas, 12 alunos. Apenas, às vezes, consultam o dicionário/internet/gramática, referem
10 alunos; 9 alunos, afirmam recorrer à língua materna, e frequentemente, espanholizam as
palavras referem 8 alunos.
Na questão “Na aula de espanhol sou capaz de”, ainda relativa à competência escrita,
4 alunos responderam que são capazes de escrever uma série de expressões e frases simples,
sempre. Frequentemente, 13 alunos, apontam que são capazes de escrever anúncios, receitas
e textos simples.
Quanto à produção de textos coesos, só 1 aluno referiu e quanto à capacidade de se
descreverem, também, só um aluno o apontou.
Os resultados, apontam para o nível de língua em que os alunos se situam, Nível A2, de
acordo com o QECR (2001: 123), embora, revelando algumas dificuldades em algumas tarefas,
sobretudo quando se trata de produzir textos coesos e não simplesmente frases.
A maioria apontou dificuldades na articulação das frases e, frequentemente, na
exposição das ideias, na ortografia, às vezes, na planificação do texto, na organização e
articulação das ideias. Na revisão do texto, apontaram, sempre e frequentemente, 9 alunos.
Estas informações foram determinantes para reforçar a decisão de abordar a escrita
como um processo, e o ensino de estratégias para fazer face às dificuldades demonstradas.
Quanto aos aspetos para melhorar na escrita, 10 alunos referem, sempre, a ortografia,
9 alunos, a correção gramatical e 8 alunos a planificação do texto. Frequentemente, 16 alunos,
a articulação das frases, 14 alunos, a revisão do texto.
Ao apontarem estes aspetos, refletem já uma reflexão sobre o processo de escrita,
motivada pelas perguntas do questionário.
O gráfico que se segue ilustra os resultado obtidos (Cf. gráfico 5).
44
GRÁFICO 5 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 6 - GRUPO IV
Quanto às atividades que consideram mais produtivas e motivadoras para melhorar a
expressão escrita, os alunos apontaram as canções e escrever diferentes tipos de textos.
Frequentemente, os jogos. Nunca, a leitura de textos (Cf. gráfico 6).
GRÁFICO 6 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 7 - GRUPO IV
45
Que aspetos poderias melhorar na escrita?
0
4
8
12
16
1. P
lani
ficaç
ão
do te
xto
2. O
rgan
izaç
ão
das
idei
as
3. O
rtog
rafia
4. A
rticul
ação
das
frase
s
5. C
orre
ção
gram
atical
6. C
orre
ção
varie
dade
do
léxico 7. R
evisão
do te
xto
Nunca Às vezes Frequentemente Sempre Não Respondeu
Atividades mais produtivas para melhorar a E. Escrita
0
3,5
7
10,5
14
1. Le
itur
a de
te
xtos
2.P
al. cr
uzad
as
/sop
a de
letr
as3. C
ompl
etar
es
paço
s4. Esc
reve
r di
fere
nt. tipo
s d
e te
xto
5. Au
diçã
o de
gr
avaç
ões
6. Rol
e P
lay
7. Víd
eos
8. Jo
gos
9 . C
ançõ
es
10. Te
atro
Nunca Às vezes Frequentemente Sempre Não Respondeu
Na posse de todas estas informações sobre a turma, pude confirmar que as
dificuldades incidiam, sobretudo, na expressão oral e expressão escrita, para além de me
permitir conhecer outros aspetos relevantes sobre o grupo.
Relativamente às dificuldades de escrita apontadas, para fazer um levantamento das
dificuldades e determinar os aspetos mencionados, os alunos realizaram uma atividade de
diagnóstico escrita.
46
2.1.3. Resultados relativos à atividade de diagnóstico
No sentido de apurar as necessidades e dificuldades dos alunos na escrita, elaborei
uma atividade de diagnóstico (Cf. Anexo 3).
Esta foi criada com dois objetivos, por um lado, diagnosticar as dificuldades de escrita
dos alunos, e por outro, integrar os conteúdos programáticos relativos às sessões letivas da
professora cooperante: o tempo verbal (condicional) e os advérbios de lugar (aquí, allí, cerca,
lejos, alrededor…).
Para além dos tópicos e do vocabulário a utilizar, sugeria-se que observassem a
imagem fornecida na atividade, como forma de potenciar as inferências, estimular a
imaginação e completar o vazio de informação relativamente ao tema proposto.
Nesta atividade pretendia-se que os alunos, ainda sem instruções ou referência à
escrita como processo, redigissem um texto seguindo as orientações e as questões
apresentadas. Durante a realização da atividade a imagem da “escola futurista” foi projetada,
para que os alunos pudessem observá-la com mais qualidade, enquanto fornecia as instruções
para a sua consecução. Nesse momento, pude constatar que os alunos tiveram dificuldades
em relacionar as instruções com a imagem e daí extrair informações. Por conseguinte, fiz uma
série de questões no sentido de levantar hipóteses e facilitar as inferências relativamente
àquela escola. Depois, os alunos redigiram o texto. Quando consideraram que não tinham mais
ideias, deram a tarefa por terminada e apressaram-se a entregar-me os seus textos.
No sentido de contrariar a prática tradicional da correção, pedi aos alunos que eles
próprios corrigissem os textos, trocando-os com os colegas mais próximos. Inicialmente
estranharam, depois demonstraram apreço pela tarefa.
Esta prática foi uma das estratégias implementadas, pois, durante a correção dos
textos, os alunos testaram os seus conhecimentos, compararam com o que já sabiam,
tornando-os responsáveis e promovendo a aprendizagem e a autonomia dos mesmos.
Promover a reflexão dos alunos no sentido de os tornar mais conscientes, quer das estruturas
linguísticas quer dos erros foi uma das estratégias visadas.
Após ter analisado os textos, pude apurar não só as dificuldades dos alunos como
também, que as correções incidiam nos aspetos ortográficos e gramaticais, embora, muitos
deles não tivessem sido assinalados e não mencionassem os aspetos relativos à coesão e à
estrutura.
A maior parte das falhas apontavam para uma série de erros fossilizados, uma vez que
continuam a registar palavras com dois “ss”. É frequente a troca do género das palavras (o uso
do feminino em vez do masculino e vice-versa). O uso do pronome “lo” em vez do
determinante “el”.
Relativamente à estrutura, as ideais sucediam-se de forma desorganizada, carecendo
de organizadores/articuladores do discurso.
47
Quanto ao conteúdo, apesar da dificuldade inicial relativa à imagem, é notório que esta
permitiu gerar ideias, fazer especulações acerca da escola futurista. Contudo, apesar da
obrigatoriedade do uso do condicional e do modo conjuntivo, não construíram frases
condicionais, e as repetições de expressões são recorrentes.
Por tudo o que foi possível verificar, os alunos não encaram a escrita como um
processo. Começam o texto a partir da ideia inicial e quando deixam de ter ideais, dão o texto
por terminado, não o revêm nem corrigem, pois consideram que o professor é o destinatário e
o corretor do texto.
Pelas razões aduzidas, este Projeto incidiu no desenvolvimento das competências de
produção oral e escrita e no uso de estratégias como forma de suprir as dificuldades e
incrementar a aprendizagem.
Assim, depois de ter traçado um conjunto de objetivos iniciais, propus-me desenhar um
plano de ação que fosse ao encontro das necessidades e preferências dos alunos, promovendo
atividades de expressão oral e de escrita, recorrendo a textos (multimodais) procedentes da
web.
A web foi o contexto selecionado, por permitir o acesso a diferentes tipologias textuais
e à diversidade linguística em diferentes suportes.
Nas atividades de expressão oral desenvolvidas, a tónica foi posta no uso de estratégias
(compensatórias, de reformulação, autocorreção) e na prática oral abrindo espaço à opinião
pessoal e ao pensamento crítico.
O reforço positivo e a despenalização do erro foi um dos procedimentos por mim
implementados como forma de aumentar a confiança e a motivação dos alunos e fomentar a
participação dos mesmos.
As atividades de escrita foram pensadas no sentido de desenvolver um conjunto de
micro-habilidades cognitivas e metacognitivas (estratégias), colocando o foco no processo de
composição.
48
2.2. Fase de Intervenção: estratégias e procedimentos adotados
Após a análise e interpretação dos dados recolhidos na fase de pré-intervenção,
juntamente com a pesquisa teórica que fui empreendendo, delineei o meu Projeto de
Intervenção no qual estabeleci os objetivos e estratégias a implementar, tal como referi no
ponto 1.3.
A pesquisa mais aprofundada incidiu nas dimensões implicadas no meu Projeto: a
expressão oral e a expressão escrita, e o ensino de estratégias como forma de incrementar a
aprendizagem e o desenvolvimento destas competências, suprir as dificuldades e incrementar
a aprendizagem.
A partir do conjunto de objetivos iniciais, propus-me desenhar um plano de ação que
fosse ao encontro das necessidades e preferências dos alunos.
A web foi o contexto adotado e permitiu, por um lado, o acesso a material linguístico
autêntico, passível de ser adaptado às diferentes temáticas, complementando as atividades do
manual e, por outro, conformou-se como ferramenta auxiliar no processo de escrita. Este meio
enquadrava-se nas preferências dos alunos no que respeita à aprendizagem, para além de
promover o “aprender a aprender” e de fomentar nos alunos uma atitude pro-ativa. Como
enfatiza Vaill (1996: 42): “El aprendizaje debe constituir una forma de ser - un conjunto
permanente de actitudes y acciones que los individuos y grupos emplean para tratar de
mantenerse al corriente de eventos sorpresivos, novedosos, caóticos, inevitables,
recurrentes…” (Vaill,1996, Apud Siemens, 2004: pág. 1).
Tendo em conta a postura acima enunciada, os alunos serviram-se da Internet para
levar a cabo diferentes ações: efetuar pesquisa de informação, usar dicionários e interagir a
partir do grupo na rede social. Sendo que estas ações, permitem que o aluno, enquanto
“agente social”, desenvolva competências gerais e comunicativas e uma série de sub-
competências (linguística, pragmática, discursiva e estratégica), enquadrado-se nas diretrizes
do QECR (2001:29).
Assim, foi criado um grupo nas Redes Sociais, Facebook (privado), que se conformou
como um espaço de comunicação autêntico, fora da sala de aula. A participação nesse espaço
obedeceu a um único critério, o uso exclusivo da língua espanhola. Os alunos puderam
interagir, comentar, suscitar esclarecimentos ou publicar material de interesse para a
disciplina. Em anexo apresento um excerto de uma discussão lançada por uma das alunas
intervenientes, sobre uma das temáticas da aula (Cf. anexo 4).
Outro dos procedimentos levados a cabo para incrementar a escrita e levar os alunos a
assumir o papel de construtores da própria web foi a criação de um Blog. Este espaço,
permitiu-lhes publicar os seus trabalhos, tecer comentários em espanhol, prolongando a
aprendizagem para fora do espaço escolar.
49
Nas atividades de expressão escrita, a tónica foi posta no processo, nas diferentes
fases de escrita, na adequação e intenção comunicativas, no sentido de fomentar a reflexão
sobre a língua.
As atividades foram desenvolvidas a partir de modelos e de tópicos para orientar os
alunos no processo, algumas delas, em grupo, inclusive, no sentido de focar a importância das
diferentes partes do texto. Estas sessões contaram com apoio visual, a partir de material
criado para o efeito, no sentido de destacar as diferentes fases do processo de escrita, de
acordo com a função e intenção comunicativas.
No sentido de fomentar a consciência da própria aprendizagem e a reflexão sobre
aspetos linguísticos, os alunos, em pares redigiram um texto (reclamação), tendo-se efetuado
a correção em grande grupo.
As frases foram registadas no quadro e os alunos destacaram e corrigiram os erros.
Um trabalho de revisão coletivo, que se revelou produtivo para a aprendizagem dos alunos,
auxiliando os que pudessem ter dúvidas. Deste modo, contribuindo para aumentar a confiança
e autonomia dos alunos.
Nas restantes atividades de escrita, os alunos foram orientados no sentido de atender
ao processo (planificação, textualização, revisão), através de informação oral e de material de
apoio criado para o efeito: instruções na própria folha da atividade, fornecimento de modelos e
apoio visual.
Para fazer frente às dificuldades iniciais (folha em branco), os alunos fizeram uso de
algumas estratégias: apontaram todas as palavras sugeridas pelo tema ou pelas imagens. A
partir daí, partiram para a planificação do texto, sequencializando as ideias. Depois, de
redigirem os textos, os alunos corrigiram os textos dos colegas, delegando-lhes a
responsabilidade da correção. Prática que favorece a autonomia e a aprendizagem dos alunos,
pois têm que rever, comparar e testar os seus próprios conhecimentos.
Assim, fomentar a reflexão dos alunos durante o processo de escrita no sentido de os
tornar mais conscientes e mais competentes, na seleção das estruturas linguísticas e na
estruturação do textos, foi um dos objetivos visados.
No que diz respeito à expressão oral, a tónica foi posta nas estratégias comunicativas
(compensatórias, de reformulação, autocorreção) e na prática oral, e o incentivo ao seu uso
durante as atividades conformou-se como uma prática habitual. Para além disso, o reforço
positivo e o incentivo à participação foram uma constante, já que alguns alunos não
participavam pelo medo de errar. Para tal, reiterei a ideia de que só se aprende arriscando.
Adotei, assim, uma postura tolerante face ao erro, despenalizando-o, fazendo
uma correção construtiva, repetindo a palavra de forma correta no sentido de auxiliar o aluno a
corrigir o seu discurso. Como forma de aumentar a confiança e a motivação dos alunos e
fomentar a participação dos mesmos. Sempre, enfatizando a ideia de que para aprender uma
língua há que arriscar e praticar.
50
Em todas as sessões letivas, os alunos tiveram a oportunidade de intervir oralmente,
de opinar sobre as temáticas e problemáticas associadas e de exprimir sentimentos e pontos
de vista, através da interação com o professor e do diálogo com os seus pares. Realizaram
uma exposição oral, e participaram num debate, tendo sido a atividade ou tarefa comunicativa
com maior expressão na intervenção.
A autoavaliação foi outro dos recurso implementados no sentido de promover a reflexão
sobre a suas aprendizagens. No final de cada uma das sequências didáticas, através do
preenchimento de breves questionários de autoavaliação, os alunos fizeram um balanço das
aprendizagens: aspetos consolidados e aspetos a rever. Estes questionários revelaram-se
fundamentais na orientação dos alunos no processo de estudo e, por outro lado, permitiram-
me refletir sobre a minha prática (Cf. anexo 5).
Quanto às restantes atividades implementadas durante a intervenção, devo referir que
não se centraram exclusivamente no desenvolvimento das competências de produção, oral e
escrita, pois as competências de receção (compreensão oral e escrita), essenciais no processo
comunicativo, também foram trabalhadas, de acordo com os objetivos e conteúdos
programáticos traçados para este nível de ensino.
Por último, devo referir que a minha intervenção pedagógica incidiu sobre cinco
unidades didáticas. Em todas elas, os objetivos do Projeto de Intervenção foram tidos em
conta. No entanto, como em qualquer sequência didática, as atividades de expressão oral e de
expressão escrita não foram concebidas de forma isolada. Sendo, por isso, integradas num
contexto e estando ligadas entre si, formam parte de um todo e visam alcançar um objetivo
comunicativo, contribuindo para a aprendizagem da língua.
Por conseguinte, para que se possa entender o propósito das atividades é necessário
descrever as que lhes estão próximas ou as originaram. Assim, as atividades que a seguir
apresento são as mais representativas do trabalho que desenvolvi, ao longo deste percurso
formativo, e dos materiais que foram expressamente criados para dar resposta e poder
conjugar os conteúdos programáticos, o Projeto e, ao mesmo tempo, trabalhar os aspetos e as
competências visadas: expressão oral e escrita.
51
2.3. Descrição das principais atividades desenvolvidas no âmbito do Projeto
2.3.1. Sequência didática 5
O desenvolvimento de estratégias de expressão oral foi um dos objetivos traçados para
esta sessão, bem como a utilização da web como fonte de informação, de aprendizagem e de
acesso à língua e cultura alvo. Em anexo, apresento um quadro síntese dos objetivos
específicos e respetivas atividades, de forma mais detalhada (Cf. anexo 6).
A primeira ação levada a cabo nesta primeira sessão foi o reforço das regras de
comunicação, no sentido de incrementar uma participação regulada.
As atividades iniciais partiram da reflexão, do questionamento e do levantamento de
hipóteses, como forma de mobilizar os conhecimentos prévios dos alunos e promover a
formação de opinião.
Como forma de motivar e levar os alunos a participar sem receio, implementei, desde o
início da intervenção o reforço positivo e a correção construtiva do discurso dos alunos.
Reiterando, sempre, que o erro faz parte da aprendizagem e que só se aprende a falar uma
língua, arriscando. Desta forma, despenalizando o erro e auxiliando os alunos a reformular o
discurso.
Aproveitando as intervenções dos alunos, auxiliando-os a levar a cabo o propósito
comunicativo, estes foram tomando consciência das estratégias que podiam usar para suprir
as dificuldades, fazendo uso de expressões, de gestos e reformulando o discurso, sempre que
tivessem dificuldade de prosseguir. Para além disso, foram incentivados a usar a língua
espanhola, mesmo com incorreções. Atentar na planificação do discurso tanto oral como no
escrito foi uma das recomendações veiculadas ao longo das várias sessões.
Os alunos foram interiorizando um conjunto de estratégias, sobretudo, de forma
natural e a permitir-lhes uma participação mais competente em língua meta.
Assim, o questionamento oral que precedeu as atividades de cariz mais prático visou a
promoção e a reflexão sobre a temática em questão, o reforço das regras de comunicação bem
como dar início à implementação de estratégias comunicativas.
Como forma de ativar os conhecimentos prévios, identificar o tema e explorar o
provérbio “Quien algo quiere, algo le cuesta”, os alunos observaram a imagem de um
mealheiro, projetada.
A partir do vocábulo “trabalho”, os alunos indicaram sinónimos e, em grande grupo,
construíram, um campo semântico.
Esta atividade, assim como a revisão das profissões, aprendidas no ano anterior, foi
feita com apoio visual (programa Keynote), o que permitiu que as palavras fossem sendo
52
apresentadas, à medida que os alunos iam dizendo as profissões. O resultado foi o que se
apresenta nas figuras (Cf. Figuras 1 e 2).
FIGURAS 1 E 2 - CAMPO SEMÂNTICO/PROFISSÕES
Seguiu-se uma atividade lúdica, como objetivo de apelar aos conhecimentos prévios
dos alunos, rever as profissões e o vocabulário a elas associado e, ao mesmo tempo, levar os
alunos a participar oralmente.
A referida atividade foi realizada com a utilização de cartões, por mim elaborados para
o efeito, contendo imagens e informações relativas às profissões, (Cf. anexo 7).
Nesta atividade, os cartões foram distribuídos por alguns alunos. Uma vez na posse de
um desses cartões que continham informações relativas às profissões, o que se pretendia é
que os alunos formulassem perguntas no sentido de adivinhar a profissão, enquanto o aluno
que detinha o cartão ia dando pistas.
No sentido de introduzir vocabulário relacionado com a temática, partindo do título
dessa ficha “Qué es un buen trabajo?”, realizou-se uma discussão em grande grupo, na qual os
alunos apresentaram os seus argumentos para a questão, tentando usar a língua meta.
A opinião pessoal e o espírito crítico foram aspetos valorizados e tidos em conta.
Enquanto expuseram as suas opiniões, os alunos foram incentivados a reformular o
discurso e a fazer uso de estratégias (reformulação ou autocorreção, uso de gestos, encontrar
um sinónimo) para suprir as dificuldades.
Depois, como forma de integrar o vocabulário, os alunos produziram mini-diálogos.
Em pares, os alunos pensavam num familiar ou amigo e respondiam às perguntas
colocadas pelo colega. O que se pretendia era que os alunos formulassem perguntas relativas
às profissões, ao local de trabalho e ao salário, integrando o vocabulário aprendido.
Outro dos objetivos para esta sessão consistiu no uso da Internet, como forma de
aprender a usar a Web enquanto ferramenta auxiliar de aprendizagem, neste caso, efetuar uma
pesquisa no sentido de selecionar e complementar as informações relativas à temática.
53
A partir das perguntas: “Y, vosotros, ¿de mayores qué queréis ser?, ¿qué tenéis qué
estudiar?”, como tarefa final, os alunos realizaram uma atividade de pesquisa no endereço
apresentado (http://www.educaweb.com) para completar uma ficha (Cf. Anexo 8), depois de
terem recolhido informações sobre as profissões, de acordo com as suas preferências.
Para selecionar a informação, os alunos tiveram de fazer uso de diferentes
competências em simultâneo: ler e selecionar a informação de acordo com o solicitado na
ficha, a partir das hiperligações. Enquanto escolhiam a profissão e se inteiravam dos estudos
que teriam de realizar, tomaram contacto com a língua em contexto.
O uso deste tipo de ferramentas visava, sobretudo, criar nos alunos uma atitude pro-
ativa, contribuir para a sua autonomia e para a desenvolver competências para aprender ao
longo da vida.
A segunda aula incidiu na temática do trabalho infantil e teve como principais
objetivos, fomentar o desenvolvimento de estratégias de expressão oral e o reforço das regras
de comunicação (escutar, respeitar a vez para falar). Em anexo, apresento um quadro síntese
da planificação com os objetivos específicos e as restantes atividades desenvolvidas (Cf. anexo
9).
A produção de um texto multimodal (conjugando dois códigos semióticos: linguístico e
visual) foi a atividade contemplada para servir o propósito comunicativo da temática visada.
Esta sessão teve início com um “brainstorming” inicial, a partir da projeção do
diapositivo (Cf. Figura 3).
54
FIGURA 3 - ADAPTADO DE “EN LÍNEA PLUS – ESPAÑOL 8.º ANO”
A imagem foi projetada para que os alunos fizessem inferências e levantassem
hipóteses. Depois, a partir de questionamento e da interação professor/aluno, aluno/aluno, fui
fazendo especulações, sobre a vida destas crianças: “¿qué pasará con estos chicos?, “¿tendrán
familia?, “¿irán a la escuela?”, “¿dónde pasará esto”?
Estas questões favoreceram a formação de opinião, mobilizando os conhecimentos dos
alunos. Nesta atividade, para responderem às questões os alunos tiveram de fazer uso de
expressões, “creo que”, “me parece que”, “en mi opinión”.
Para além disso, foram incentivados a recorrer ao uso de estratégias, sobretudo,
compensatórias: gestos, autocorreção, reformulação, tendo sido auxiliados pelos tópicos que
se seguem (micro-habilidades de expressão oral - adaptado de Cassany, 1997: 148):
- pedir para intervir (gestos, sons, frases);
- ceder o turno de palavra;
- tentar encontrar sinónimos;
- usar apoios (pausas, repetições);
- autocorregir-se;
- fazer uso de gestos (compensar as dificuldades vocabulares);
- reformular;
- usar gestos e movimentos
A atividade seguinte, que consistiu na audição de uma entrevista, serviu também para
mais um momento de prática oral.
55
Como atividade de pré-audição foram colocadas as questões: “¿en qué país pasará
esto?”, “¿Dónde trabajarán los jóvenes?”, “¿qué estarán haciendo para terminar con la
situación?”.
Para além de introduzir a problemática do trabalho infantil e proporcionar um
momento de interação oral (professor/alunos), teve como objetivo sensibilizar os alunos para
este problema. Depois, procedeu-se à audição da entrevista e os alunos completaram a ficha
respondendo às questões citadas. Após terem efetuado a correção da atividade, os alunos
refletiram sobre essa realidade, a partir de questionamento e do uso de expressões, inseridas
nos conteúdos programáticos, “no os molesta”, “no os da pena”, e resolveram a segunda parte
da ficha (distinguir sentimentos de desejos).
Os alunos foram levados a contrastar duas realidades, a questionar-se sobre a situação
portuguesa, a pensar no modo de pôr fim ao problema e a expressar a suas opiniões.
Nesse momento foi feito o reforço das regras e das estratégias de comunicação oral.
Na atividade seguinte, os alunos redigiram uma carta, na qual contaram a um amigo
virtual o tema da aula de espanhol, expondo a realidade de algumas crianças no Equador.
Para tal, incluíram as expressões aprendidas (me da pena, me molesta,…) e
observaram as diferentes fases de escrita, seguindo as instruções presentes na folha da
atividade.
Nas instruções para a realização desta atividade de escrita, enfatizei a necessidade de
efetuar um rascunho, para, depois, ser melhorado, após a revisão do texto.
Em anexo, apresento um exemplo dessa atividade redigida por uma aluna (Cf. anexo
10).
Como tarefa final de Unidade, os alunos foram desafiados a produzir um texto
multimodal, um folheto informativo, de acordo com o modelo apresentado (Cf. Anexo 11),
denunciando a situação de maus-tratos às crianças. Este, deveria conter uma mensagem breve
e concisa e imagens impactantes.
O resultado deveria ser um texto apelativo e congregar a expressividade das imagens
com o texto escrito, segundo o modelo e a estrutura apresentada e, sobretudo, adequar-se ao
seu propósito: informar e alertar para um problema social. Em anexo, apresento um dos
folhetos produzidos por um grupo de alunos (Cf. anexo 12).
56
2.3.2. Avaliação da sequência didática 5
No final deste bloco, composto pelas duas primeiras aulas, após ter refletido sobre a
minha prática, os comportamentos dos alunos e os dados obtidos, concluo o seguinte: pelas
características do grupo, tornou-se essencial investir no reforço das regras de comunicação e
da sala de aula. Também na seleção de atividades que permitam um maior controlo e na
substituição do trabalho de grupo por trabalho de pares ou individual.
Na segunda sessão, os alunos revelaram grande sensibilidade, relativamente à
problemática do trabalho e exploração infantis e um elevado espírito crítico ao refletirem sobre
a temática. Contudo, não estavam muito certos de que este problema fizesse parte da
realidade portuguesa. Por conseguinte, levá-los a refletir e a expressar-se na língua meta, ainda
que de forma simples e com incorreções, foram, de facto, dois dos objetivos alcançados nesta
sessão.
Relativamente ao objetivo aprender a usar a web como ferramenta auxiliar de
aprendizagem, desenvolver estratégias para comunicar oralmente e produzir um texto
multimodal, foram cumpridos, embora com algumas dificuldades, por parte dos alunos, no
cumprimento das regras de comunicação-
Quanto às aprendizagens, o resultado foi bastante positivo como pode observar-se no
gráfico apresentado, não tendo os alunos apontado dificuldades (Cf. gráfico 7).
GRÁFICO 7 - RESULTADOS DA AUTOAVALIAÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA 5
57
AUTOEVALUACIÓN - UNIDAD 5 - ¿Qué habéis aprendido en esta lección?
0
4,5
9
13,5
18
1. H
ablar d
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2. U
tiliza
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os.
4. B
usca
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info
rmac
ione
s
pro
fesio
nes.
Muy bien Bien No muy bien
2.4. Sequência Didática 6
Fomentar o desenvolvimento e o uso de estratégias para comunicar oralmente e
promover a reflexão sobre o processo de escrita foram os principais objetivos desta sequência
didática, que versou sobre a temática da moda, do vestuário e do consumo. Em anexo
apresento um quadro síntese da planificação, dando conta dos objetivos específicos e das
atividades desenvolvidas (Cf. anexo 13).
A terceira aula teve início com um brainstorming inicial a partir do visualização de um
spot publicitário “diseño de moda” disponível no seguinte endereço: http://www.youtube.com/
watch?v=f-azqMJq_jQ
Como atividade de visualização, os alunos apontaram todas as palavras que pudessem
associar-se ao vídeo, uma vez que este era composto, apenas, de imagem e música.
Esta, atividade serviu para estabelecer a ponte entre as duas sequências didáticas, das
profissões - à moda e ao consumo, ativar os conhecimentos prévios dos alunos e identificar o
tema.
De seguida, seguiu-se um momento de treino da oralidade, em grande grupo, através
de questionamento, da interação professor/aluno e aluno/aluno. As perguntas incidiram sobre
a importância da roupa, como ponto de partida para explanar o significado do provérbio “¿El
hábito hace al monje?
Pretendia-se que os alunos refletissem, opinassem, usando a língua meta, fizessem
uso de estratégias e especulassem, no sentido de determinar se através da roupa poderíamos
conhecer o caráter das pessoas.
No momento seguinte, perguntou-se aos alunos se conheciam sinónimos da palavra
“hábito”. Para alargar os conhecimentos relativos ao vocabulário associado à roupa, os alunos
efetuaram a leitura de um texto, em silêncio sublinhando os sinónimos do vocábulo “hábito”.
Depois, da confirmação dos vocábulos em grande grupo, perguntou-se aos alunos se gostavam
de comprar roupa e se costumavam fazê-lo através da Internet.
Enquanto visualizaram um vídeo “Guía de compras online”, disponível no seguinte
endereço: https://www.youtube.com/watch?v=5Vgi17OorKg, os alunos registaram as
vantagens de comprar neste contexto. Depois, foram levados a equacionar as desvantagens e
os problemas e a forma de os solucionar. Tendo os alunos concluído que a solução, nesse
contexto, seria através de uma reclamação escrita.
A tarefa final consistiu na produção de uma reclamação, de acordo com os conteúdos
programáticos.
A atividade centrou-se no processo e na adequação comunicativa. Para auxiliar na sua
produção foram fornecidos tópicos (Cf. Figuras 4 e 5) no sentido de orientar os alunos a
organizar as informações de acordo com o tipo de texto.
58
FIGURAS 4 E 5 - TÓPICOS PARA REDIGIR UMA CARTA DE RECLAMAÇÃO
Em anexo apresento um exemplo de uma carta/e-mail de reclamação redigido por uma
aluna (Cf. anexo 14).
Na quarta sessão, a atividade de expressão oral visou a exposição oral. Em anexo pode
ver-se os objetivos e atividades de forma mais detalhada (Cf. anexo 15).
A exposição/apresentação oral, distinta das atividades anteriores, requer o uso de um
conjunto de habilidades e de estratégias para levar a cabo o propósito comunicativo.
A referida atividade, cuja temática se inseria na Programação anual, visou incrementar
o desenvolvimento da competência oral dos alunos, através do uso de estratégias
comunicativas, num tipo de intervenção em que os alunos são expostos a outro tipo de
dificuldades.
Após terem efetuado uma pesquisa na Internet, os alunos realizaram uma
apresentação sobre “Tribos urbanas”.
O objetivo desta atividade foi criar um momento em que os alunos saíssem da sua
zona de conforto e enfrentassem as dificuldades de falar para a turma, de pé, o que,
normalmente, não acontece.
Assim, em grupo, prepararam a apresentação. Como orientação foram fornecidas
recomendações para que planificassem o discurso, fizessem uso de estratégias e integrassem
as expressões aprendidas.
Durante a apresentação, um elemento de cada grupo foi o porta-voz e os outros
elementos, colaboraram, auxiliando sempre que consideravam necessário. Esta atividade, para
além de ter sido do agrado dos alunos, enfrentassem alguma timidez e contribuiu para que se
auto-analisassem. Para além disso, permitiu-me observar as suas dificuldades neste tipo de
produção, pois trata-se de um tipo de atividade com características e dificuldades específicas
deste tipo de discurso.
59
Os alunos fizeram uso de uma série de estratégias comunicativas (de compensação) de
modo a suprir as carências em língua estrangeira, mas foi notório, na maioria, a dificuldade de
enfrentar os colegas.
Depois, como forma de introduzir o tema do consumo excessivo procedeu-se à
visualização de um sketch “compradora compulsiva”, disponível no seguinte endereço: http://
www.youtube.com/watch?v=dVfHR_77FX4, tendo-se, posteriormente, realizado uma atividade
de compreensão global.
Após essa atividade, relacionando o tema do vídeo “consumidora compulsiva” com
uma das “tribos” apresentadas, os “Grunges”, os alunos foram desafiados a produzir um RAP,
como tarefa final.
Apresento, em anexo, um exemplo de um texto (RAP) produzido por um grupo de
alunos (Cf. anexo 16).
Como este tipo de texto se destina a ser cantado ou declamado, e dada a
possibilidade de usar diferentes recursos, foi criado um podcast, podendo o ficheiro ser
consultado no seguinte endereço: https://www.youtube.com/watch?v=6mFZfWb5Bak
2.4.1. Avaliação da sequência didática 6
No final desta sequência didática, composta pelas sessões três e quatro, cujos
objetivos essenciais consistiam no desenvolvimento da competência oral, e no desenvolvimento
do processo de escrita, considero que foram cumpridos.
Quanto à expressão oral, os alunos refletiram a partir da atividade inicial fornecida e
exprimiram as suas opiniões pessoais em língua espanhola, recorrendo ao uso de expressões
próprias para o efeito (creo que, en mi opinión…) e ao uso de estratégias, como a
reformulação do discurso e a estratégias de compensação.
Relativamente à escrita, a tónica foi posta nas diferentes fases do processo, e a revisão
do texto foi efetuada pelos alunos, prática a que não estavam habituados, mas que se revelou
do seu agrado.
Quanto às aprendizagens, os dados apontam para um aproveitamento positivo, como
pode observar-se no gráfico apresentado (Cf. gráfico 8).
60
GRÁFICO 8 - RESULTADOS DA AUTOAVALIAÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA 6
As estratégias apontadas pelos alunos para melhorar o aproveitamento foram: ler e
escrever mais, fazer mais exercícios, escutar mais em espanhol e, por fim, pedir explicações à
professora.
2.5. Sequência Didática 7
A quinta aula versou sobre os problemas sociais. Para estabelecer a ponte entre o
consumismo e a carência, os alunos fizeram uma breve contextualização da aula anterior. Em
anexo, apresento um quadro síntese da planificação desta aula (Cf. anexo 17).
A partir de uma imagem do manual identificaram o tema da unidade “Os problemas
sociais” e os problemas a eles associados: a fome, a marginalidade, os conflitos, a violência e
o racismo, foram alguns dos problemas apontados.
Depois de lerem e confrontarem as imagens, os alunos foram questionados sobre as
preocupações que tinham no momento.
61
AUTOEVALUACIÓN - UNIDAD 6 - ¿Qué habéis aprendido en esta lección?
0
7,5
15
22,5
30
1. h
abla
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mis
mo
7. p
rodu
cir
un
text
o de
opi
nión
Muy bien Bien No muy bien
Esta atividade de interação serviu, uma vez mais, para que os alunos fizessem uso das
estratégias comunicativas, tendo opinado sobre a temática em questão.
Esta reflexão levou-os a concluir que as suas preocupações eram mínimas perante tais
problemas. Aproveitando a frase do manual, ¡Quejémonos menos y demos más!” os alunos
concluíram a atividade. A atividade seguinte consistiu na visualização de um videoclip - RAP
contra o racismo, disponível no seguinte endereço: http://www.youtube.com/watch?
v=Zl8W6ddWfM8
Antes, realizaram uma tarefa de pre-visualização, colocando hipóteses sobre as
palavras que poderiam escutar na canção e tomaram notas dessas palavras. Depois, procedeu-
se à visualização do videoclip. Identificaram as ideias-chave da canção e procedeu-se à
confirmação das palavras que os alunos tinham referido (oprimidos, discriminados,
estrangeiros, negros,…).
Como tarefa final, foi proposto aos alunos que redigissem frases, no modo condicional,
que pudessem figurar no Blog da turma: “Como cidadãos do mundo, que problemas gostaríeis
de solucionar?” Em anexo, apresento exemplos das frases redigidas pelos alunos (Cf. anexo
18).
Com o objetivo de praticar a expressão/interação oral, o Debate foi a atividade
realizada no final da sexta aula. Em anexo, apresento um quadro síntese dos objetivos
específicos e as atividades desenvolvidas nesta sessão (Cf. anexo 19).
O objetivo primordial era levar os alunos a participar no debate, de forma mais
organizada, controlada e regulada e, que conseguissem defender os seus argumentos
utilizando a língua meta.
Após a realização de atividades preparatórias, os alunos, na sua participação, deveriam
observar as regras da comunicação (escutar, respeitar a vez para falar, etc.) e fazer uso de
expressões próprias deste tipo de discurso.
A discussão inseriu-se na temática dos problemas sociais e foi motivada por um
problema atual: a chegada de cidadãos (migrantes) aos países europeus, neste caso, Espanha
e a atuação da guarda civil.
A turma foi dividida em três grupos. Um grupo posicionou-se a favor deste movimento
migratório, outro contra, e o terceiro grupo, desempenhou a tarefa de observador/avaliador,
para além de ter sido selecionado um mediador. Como atividade preparatória para o debate, a
aula teve início com a projeção de manchetes do jornal “El País” (Cf. Figura 6).
62
FIGURA 6 - TÍTULOS DE NOTÍCIAS - EL PAÍS
Identificado o tema a partir das inferências e dos conhecimentos prévios dos alunos,
iniciou-se a fase de problematização.
Após um momento de troca de opiniões, de interação alunos/ professora e aluno/
aluno, motivada pelos títulos, os alunos viram um vídeo de “Mañanas de Cuatro” sobre a
chegada dos migrantes a Melilla, disponível no seguinte endereço: http://www.cuatro.com/las-
mananas-de-cuatro/2014/febrero/19-02-2014/Imagenes-Guardia-Civil-actuacion-
Tarajal_2_1751430092.html
Estas atividades tiveram como objetivo levar os alunos a refletir sobre um problema
social que afeta não só a Espanha como outros países da Europa, e a formar uma opinião
sobre o assunto.
Após a realização de outras atividades possibilitadoras, os alunos prepararam e
participaram num debate, enquadrado nas problemáticas sociais, a imigração ilegal.
Primeiramente, os alunos formularam argumentos a favor ou contra a chegada destes
cidadãos, numa ficha criada para esse efeito. Depois, para auxiliar os alunos a levar a cabo as
suas intervenções e a ultrapassar as dificuldades de expressão, foram projetadas as
expressões (estratégias comunicativas) que apresento em anexo (Cf. anexo 20).
Ao usar as expressões citadas, os alunos estariam a fazer uso de um conjunto de
estratégias comunicativas e estratégias compensatórias, no sentido de ultrapassar as
dificuldades durante as suas produções orais.
Após, esta fase preparatória, o debate teve início com uma pergunta formulada pelo
mediador. Este conduziu o debate, dando a palavra aos alunos que queriam participar e, por
vezes, questionando os que não tinham participado. Enquanto isso, os alunos observadores
avaliavam a expressão oral dos colegas (entoação, fluidez e expressividade: gestos, linguagem
63
corporal) a partir de uma grelha criada para esse efeito e que apresento em anexo (Cf. anexo
21).
2.5.1. Avaliação da sequência didática 7
Nesta sequência didática compostas pelas aulas 5 e 6, os alunos refletiram sobre os
aspetos relativos aos problemas sociais (racismo, fome, …),
opinaram acerca dos mesmos, fizeram uso de expressões e estratégias para levar a cabo o
discurso oral.
Após diversas atividades, redigiram frases fazendo uso do modo conjuntivo, colocando
hipóteses sobre o que mudariam no mundo. Porém, o objetivo central desta sequência didática
centrou-se no desenvolvimento de estratégias de expressão oral, a partir da realização de um
debate.
O debate foi uma atividade muito produtiva para o desenvolvimento de estratégias de
comunicação. Nesta atividade, devido à preparação prévia, os alunos participaram de um
modo mais controlado. Os alunos planificaram mais o discurso, fazendo uso de estratégias.
No final, pude constatar que os alunos revelaram dificuldades e pouca segurança,
visível pelo tom de voz e pela entoação.
Apesar de tudo, dois ou três alunos conseguiram surpreender pela positiva, tendo
acrescentado argumentos peculiares e a defesa dos mesmos com convicção, demonstrando
que estas atividades podem ser produtivas para motivar os alunos a expressar as suas
opiniões em língua meta e contribuir para incrementar a competência comunicativa.
Quanto às aprendizagens, como pode ver-se no gráfico apresentado, os dados apontam
para um resultado bastante satisfatório (Cf. Gráfico 9).
64
GRÁFICO 9 - RESULTADOS DA AUTOAVALIAÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA 7
2.6. Sequência Didática 8
A sétima aula, inserida na temática “Alma sana en cuerpo sano”, versou sobre os
hábitos de vida saudável.
O brainstorming inicial foi crucial para a explanação do significado do provérbio,
configurando-se como mais um momento de interação e de prática oral.
Os alunos foram sugerindo palavras que poderiam associar-se ao “corpo” e à “alma”,
para além de algumas preocupações, sobretudo, associadas ao culto do corpo. Foram
registando, esquematicamente, as palavras em duas colunas e foram levados a associar o tipo
de frases que prometem um corpo perfeito, à publicidade. Tendo os alunos concluído que, por
vezes, o que nos vendem são sonhos.
Aproveitou-se o mote, para introduzir a canção “Pastillas para no soñar” como
antídoto, tendo-se enfatizado o lado sarcástico da mesma.
Após outras atividades, a tarefa final consistiu na redação de um conjunto de frases
para incorporar numa campanha a favor dos hábitos de vida saudável, utilizando os verbos no
modo imperativo.
Estas frases seriam para produzir um cartaz digital usando a ferramenta “Glogster”.
65
AUTOEVALUACIÓN - UNIDAD 7 - ¿Qué habéis aprendido en esta lección?
0
5
10
15
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Par
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n
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e7.
Red
acta
r la
entrad
a
de u
n Bl
og.
Muy bien Bien No muy bien
A oitava aula, prosseguindo com a temática e o tom sarcástico da aula anterior, teve
como principais objetivos potenciar a aprendizagem e o uso de estratégias comunicativas e
desenvolver o processo de escrita, neste caso, criativa.
O texto humorístico, pelas suas características, é um tipo de discurso que permite um
uso da língua informal, coloquial, tal como nas várias situações do quotidiano. Dadas as
características enunciadas, permite que a sua produção faça uso de recursos diversificados,
como forma de intensificar a mensagem e de a tornar mais expressiva.
Nesta atividade, os alunos puderam produzir um texto multimodal. Ao conjugar
diferentes modos de representação, como smiles, diversas grafias, exagero da pontuação, não
só favorece a criatividade, como favorece a consciência do processo de composição. Permite,
assim, usar a língua de forma criativa, pelo jogo de palavras, comparações e fazer uso de
recursos gráficos favorecendo um uso criativo da língua.
Aproveitando o tom sarcástico da canção trabalhada na aula anterior “Pastillas para no
soñar”, foi proposto aos alunos, como tarefa final, a produção de um texto humorístico
(monólogo).
Para produzir o monólogo, os alunos teriam de visualizar um momento de humor “Club
de la Comédia” da televisão espanhola TV5.
Como atividade de pré-visualização, viram um anúncio do detergente “Norit”, pois era
um dos vocábulos usados pelo humorista e cujo significado era vital para a compreensão do
discurso.
Depois, assistiram ao referido momento de humor e procederam à leitura da
transcrição do texto.
Para auxiliar a tarefa final, foram fornecidas fichas com instruções para produzir um
monólogo, focando a atenção nas diferentes fases do processo. Na fase de revisão do texto, os
alunos poderiam exagerar a pontuação e incluir outros recursos gráficos, no sentido de o
enriquecer e tornar mais expressivo. Na consecução do texto, os alunos puderam fazer usos de
vários recursos linguísticos (expressões coloquiais, comparações, metáforas, etc.) e de vários
códigos semióticos, neste caso: palavras e grafismos (exagerar a pontuação, representar
visualmente o riso, ícones, desenhos).
Assim, os alunos puderam apelar à sua criatividade e enfatizar certos aspetos,
tornando o texto visualmente atrativo, ou seja, multimodal.
O resultado final, em caso de ser dramatizado, facilitaria a tarefa, já que graficamente
se tornaria mais expressivo.
Durante a produção deste texto, apesar de terem tido algumas dificuldades, mesmo
tendo um modelo, os alunos produziram textos peculiares, como o que apresento em anexo
(Cf. anexo 24).
66
2.6.1. Avaliação da sequência didática 8
Apesar das dificuldades na produção deste tipo de texto, e de alguma dispersão dos
alunos, inicialmente, mostraram-se bastante motivados e participativos, durante o
visionamento do videoclip. Tendo, inclusive, demonstrado, que o anúncio publicitário do
detergente “Norit” que serviu de pré-visualização do “Club de la comedia” foi, de facto,
importante para a compreensão deste último. Na atividade final, a produção de um monólogo/
piada sobre a vida saudável, os alunos puderam fazer uso de vários códigos, tendo, assim,
cumprido o objetivo da tarefa. O resultado traduziu-se num conjunto de textos criativos.
Em termos de aprendizagens, o saldo é positivo, como pode observar-se no gráfico
apresentado (Cf. gráfico 10).
GRÁFICO 10 - RESULTADOS DA AUTOAVALIAÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA 8
67
AUTOEVALUACIÓN - UNIDAD 8 - ¿Qué habéis aprendido en esta lección?
0
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15
22,5
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orís
tico.
10. D
ram
atiz
ar
el t
exto
Muy bien Bien No muy bien
2.7. Síntese avaliativa da intervenção
2.7.1. Análise dos resultados do Questionário final
Na fase final, para avaliar o impacto da minha intervenção, o instrumento utilizado foi
um Questionário final (Cf. Anexo 25), por mim elaborado.
Após tratamento estatístico dos dados, pude apurar que os alunos têm mais presente a
necessidade e a importância da observação das fases do processo de escrita. Os resultados
são os que apresento no seguinte gráfico (Cf. gráfico 11).
GRÁFICO 11 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 1 - GRUPO I
Relativamente à necessidade da adequação discursiva, mais de 50% dos alunos
apontam “bastante” nos diversos itens, revelando que uma boa parte dos alunos tem maior
preocupação com estes aspetos, incluindo o registo de língua e não só os aspetos relativos à
correção ortográfica e gramatical (Cf. gráfico 12).
68
Quando escrevo tenho presente a importância de:
0
5
10
15
20
1. P
lanific
ar
o texto
2. R
edigir
um
rasc
unho
3. O
rgan
izar i
deias
(con
ecto
res)
4. R
ever
o texto/
corri
gi-lo
.
5. R
edigir
a
vers
ão fi
nal.
1 - Nada 2 - Pouco 3 - Bastante 4 - Muito
GRÁFICO 12 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 2 - GRUPO I
Relativamente à pergunta três, os dados revelam que as atividades de escrita
realizadas nas aulas de espanhol poderão ajudar a estruturar melhor os textos, também na
própria língua. As competências e habilidades desenvolvidas em Espanhol poderão ser
transferidas para a língua materna, uma vez que têm a ver com a organização do discurso (Cf.
gráfico 13).
GRÁFICO 13 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 3 - GRUPO I
69
Faço-o de acordo com o tipo de texto/intenção comunicativa:
0
4,5
9
13,5
18
1. A
estru
tura
2. O
des
tinat
ário
3. A
sms q
ue
que
ro tr
ansm
itir
4. A
pon
tuaç
ão
5. O
registo
-
form
al/in
form
al
1 - Nada 2 - Pouco 3 - Bastante 4 - Muito
As atividades de escrita em ELE ajudam a estruturar os textos na LM?
0
3,5
7
10,5
14
1 - Nada 2 - Pouco 3 - Bastante 4 - Muito
Quanto ao uso de estratégias na expressão oral, os dados apontam para uma maior
preocupação na planificação do discurso e no uso de algumas estratégias como, tentar
encontrar um sinónimo, o uso de gestos ou mímica.
Quanto à estratégia, perguntar como se diz uma palavra, como forma de ultrapassar o
desconhecimento de vocabulário, 11 alunos apontaram “bastante”.
Por fim, 15 alunos indicaram que recorrem menos à língua materna.
Estes resultados apontam que os alunos estão mais sensibilizados para o uso de
estratégias de aprendizagem e de comunicação (Cf. gráfico 14).
GRÁFICO 14 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 1 - GRUPO II
No que se refere ao discurso oral, as respostas dos alunos apontam para um resultado
positivo. Cerca de 50% dos alunos têm em conta a a entoação e o recurso a estratégias para
levar a cabo o discurso, o uso de pausas (os silêncios) a linguagem corporal, as regras de
comunicação (escutar, interromper, pedir vez para falar).
Revela, assim, que os alunos têm presente a necessidade do uso de estratégias
compensatórias e de comunicação, o que não ocorria no início da intervenção (Cf. gráfico 15).
70
Ao falar Espanhol tenho maior preocupação em:
0
4
8
12
16
1. P
lanific
ar
men
talm
ente
2. E
ncon
trar
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o...
3. U
sar g
esto
s
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4. P
ergu
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com
o se
diz.
..
5. R
ecor
rer
men
os à L
M
1 - Nada 2 - Pouco 3 - Bastante 4 - Muito
GRÁFICO 15 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 2 - GRUPO II
Relativamente ao uso dos textos multimodais, pude apurar que a maioria dos alunos
considera que este tipo de textos é motivador, permite o contacto com diferentes registos de
língua e é uma forma de contactar com a língua em contexto. Favorece o contacto com
documentos reais na língua em estudo, torna a comunicação mais eficaz.
É positivo, porque fornece maior quantidade de informação. Ajuda a reter a informação
através do uso de vários códigos (grafismo, imagem, etc.).
Posso concluir que o uso deste tipo de textos foi produtivo para a aprendizagem e
desenvolvimentos das competências visadas como pode ver-se no gráfico apresentado (Cf.
gráfico 16).
71
No discurso oral tenho em conta:
0
3,5
7
10,5
14
1. E
ntoa
ção,
volum
e,...
2. U
so p
ausa
s,
silên
cios..
.
3. L
ingu
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oral
4. R
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s de
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unica
ção
1 - Nada 2 - Pouco 3 - Bastante 4 - Muito
GRÁFICO 16 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 1 - GRUPO III
Quanto à produção de textos multimodais, 50 % dos alunos considera que o uso de
diferentes códigos favorece a criatividade, ajudam a transmitir a mensagem, permitem a
representação da emoção, de sentimentos, de forma gráfica.
No entanto, quanto à dificuldade na sua produção, 11 alunos apontam que é bastante
difícil e 13 alunos referem que os mesmos requerem habilidades ou competências de nível
elevado, apesar de boa parte dos alunos (10) considerar pouco difícil, este é um aspeto a ter
em conta e deverá ser ponderado no futuro (Cf. gráfico 17).
72
O uso de textos multimodais na aula:
0
5
10
15
201. É m
otiv
ador
…
2. D
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r
egis
tos
3. L
íngu
a
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4. D
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ap
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5. C
onta
cto
doc
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6. C
omun
icaç
ão
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icaz
.
7. É p
osit
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8. Aju
da
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ter
info
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,., et
c.
9. É n
egat
ivo
dis
trai
1 - Nada 2 - Pouco 3 - Bastante 4 - Muito
GRÁFICO 17 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 2 - GRUPO III
Quanto ao uso de ferramentas Web (dicionários, redes sociais, etc.), os resultados
apontam que os alunos consideram que estas promovem “pouco” a interação em ELE. Os
resultados podem ser observados no gráfico apresentado (Cf. gráfico 18).
GRÁFICO 18 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 1 - GRUPO IV
73
A produção de textos multimodais:
0
4,5
9
13,5
18
1. Vári
os código
s
ajudam
…
2. Favo
recem
a
criat
ividad
e
3. Rep
resen
tação
emoçã
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timen
tos...
4. Ajudam
transm
itir a
sms …
5. São
difíceis
de produzir
6. São
difíceis
de produzir
1 - Nada 2 - Pouco 3 - Bastante 4 - Muito
O uso de ferramentas da Web promove a interacção em ELE
0
4
8
12
16
1 - Nada 2 - Pouco 3 - Bastante 4 - Muito
No grupo V, afirmação 1, pretendia-se apurar se os alunos teriam maior consciência da
necessidade de adequar o discurso à tipologia textual, após terem produzido diferentes tipos
de textos com diferentes propósitos comunicativos. 10 alunos apontam “bastante”, enquanto
13 referem “pouco”.
As respostas podem ser observadas no gráfico apresentado (Cf. gráfico 19).
GRÁFICO 19 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 2 - GRUPO IV
Na pergunta 2, perguntou-se aos alunos se após terem participado oralmente e
planificado o discurso oral em diferentes momentos (exposição do trabalho de grupo, debate,
etc.) teriam maior noção das regras de comunicação e se sentiam mais confiantes.
Os resultados apontam para um resultado bastante positivo, como pode ser observado
no gráfico (Cf. gráfico 20).
74
Após teres produzido diferentes tipos de texto, tens maior consciência da necessidade de usar este tipo de regras e técnicas:
0
3,5
7
10,5
14
1 - Nada 2 - Pouco 3 - Bastante 4 - Muito
GRÁFICO 20 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 2 - GRUPO V
Por último, pretendia apurar quais as atividades que os alunos mais gostaram de
realizar. Por ordem de preferências, os alunos apontaram: pesquisar na Internet, realização do
debate, redação de uma biografia, conselhos para uma vida saudável, produção de um texto
humorístico, produção de um Rap, folheto informativo, expressamos sentimentos, entrada do
Blog. Percebe-se, assim, que as preferências dos alunos recaem naquelas atividades que
normalmente não realizam na aula de língua: a pesquisa e o debate.
Os resultados podem ser observados no gráfico que se segue (Cf. gráfico 21).
GRÁFICO 21 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS - QUESTÃO 3 - GRUPO V
75
Após teres participado oralmente e planificado o teu discurso oral, tens maior consciência das regras de comunicação:
0
3,5
7
10,5
14
1 - Nada 2 - Pouco 3 - Bastante 4 - Muito
Que actividades achaste mais interessantes?
0
4,5
9
13,5
18
1. Pe
squi
sa:
Inte
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2. Fo
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o in
form
ativ
o 3. Exp
ress
amos
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ntim
ento
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5. D
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6. P
rodu
ção
de
um R
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7. Ent
rada
d
Blo
g
8. Te
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hum
orís
tico
9. Red
ação
: bi
ogra
fia
CAPÍTULO III - CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aprendizagem de ELE em contexto digital - o desenvolvimento das competências de
produção a partir do texto multimodal serviu de mote para o desenvolvimento deste Projeto de
Intervenção Pedagógica Supervisionada.
Com a implementação de toda a intervenção pedagógica, que se desenvolveu em três
fases fundamentais, pretendeu-se dar resposta às questões inicialmente formuladas e alcançar
um conjunto de objetivos específicos em cada uma dessas fases.
A escolha deste tema teve a ver, sobretudo, com as necessidades e preferências
evidenciadas, pela atitude passiva do grupo relativamente à aprendizagem e, por outro lado,
pela dificuldade de cumprimento de regras de comunicação.
Neste sentido, a fase inicial de diagnóstico, que contemplou a observação das aulas da
orientadora cooperante e a recolha de dados, foi crucial para o reconhecimento das
dificuldades dos alunos, sobretudo, na oralidade e na escrita.
Os alunos, intervinham, em simultâneo, em língua materna, e quando o faziam em
espanhol, apresentavam grandes dificuldades, na construção das frases, evidenciando a
fossilização de alguns erros. Também, na escrita, pude apurar que as dificuldades radicavam,
não só ao nível linguístico como também na organização e adequação discursiva.
Por conseguinte, um dos objetivos específicos consubstanciou-se no desenvolvimento
das competências de produção oral e escrita, através de ferramentas procedentes do contexto
digital e virtual, por permitir implementar técnicas heurísticas de aprender, fazendo.
Esta opção pretendia por um lado, incrementar a motivação intrínseca dos alunos, uma
vez que estes demonstraram interesse pela aprendizagem mediada pela utilização do
computador (vídeos, canções, etc.). E, a utilização das ferramentas deste contexto, como
forma de promover uma aprendizagem ativa e autónoma.
Após diagnosticar as dificuldades e as preferências dos alunos na aprendizagem, pude
apurar que os mesmos não tinham consciência da existência de estratégias nem da
importância do seu uso na comunicação. Intervinham de forma inapropriada e, quase sempre,
tinham dificuldade em utilizar a língua meta com correção.
Assim, durante as várias sessões, no sentido de fomentar uma participação regulada,
foi feito o reforço das regras de comunicação, bem como o incentivo ao uso de estratégias,
sobretudo, compensatórias. Pois, um dos objetivos traçados para este Projeto pretendia
desenvolver a consciência de uma aprendizagem processual e autorregulada, fomentando a
reflexão constante sobre o processo de comunicação.
Desse modo, os alunos foram adquirindo maior consciência e controlo do discurso oral
e, na escrita, observando cada uma das fases do processo, incluindo a revisão dos textos.
Quanto à opção de usar o contexto virtual na aprendizagem da língua espanhola,
considero que esta se conformou numa experiência positiva. Pois, para além de facultar o
acesso à diversidade linguística, em diferentes formatos, como ferramenta de escrita e veículo
76
de comunicação, permitiu o contacto e a interação em língua meta, dentro e fora da sala de
aula.
O uso do contexto digital na disciplina de Espanhol causou alguma estranheza, no
início, já que se desviou um pouco da experiência prévia dos alunos no que diz respeito à
aprendizagem da língua. Apesar disso, constitui-se como uma ferramenta didática e de
aprendizagem fulcral. Ao permitir a interação real e o desenvolvimento de várias competências
associadas a este meio de comunicação, para além das visadas. Como fonte de pesquisa e
como ferramenta auxiliar no processo de escrita. E, ainda, pela diversidade de aplicações de
que dispõe para a produção de textos, em diferentes formatos.
No final da intervenção, propus-me avaliar o impacto da intervenção e, para tal, procedi
à recolha de informações. A partir de um questionário, no sentido de apurar a opinião dos
alunos acerca do recurso à multimodalidade para a aprendizagem da língua; a importância do
uso de estratégias de comunicação, das ferramentas provenientes do contexto virtual e das
atividades realizadas.
Quanto à multimodalidade possibilitada por este meio e ao uso deste tipo de textos, os
alunos consideraram que é uma forma motivadora e eficaz de contactar com a língua. Porém,
na produção de textos que combinam diferentes códigos de representação, consideram que é
difícil, por requererem competências de nível elevado.
No que concerne ao uso de ferramentas Web (Dropbox, Blog, redes sociais), os
resultados indicam que os alunos consideram que estas promovem “pouco” a interação em
ELE. No entanto, no que diz respeito à interação, proporcionada pela criação de um grupo nas
redes sociais (Facebook), embora, nem todos os alunos tenham participado de forma ativa e,
como tal, nem todos tenham reconhecido valor didático, de forma passiva, todos participaram,
através da leitura.
Quanto ao uso de estratégias de comunicação, não há dúvidas de que desempenham
um papel fundamental no desenvolvimento das habilidades comunicativas dos estudantes de
espanhol e, assim, o reconhece, entre outros, o QECR (2001). E, se inicialmente, os alunos não
estavam muito despertos para tais procedimentos, nem tinham consciência do seu uso, no
final, foi notória a mudança de opinião.
A tónica posta no uso de estratégias de aprendizagem e de comunicação apelou à
reflexão constante, por parte dos alunos, quer na elaboração do discurso oral quer escrito.
Ao longo das sucessivas sessões letivas a autoavaliação fomentou a reflexão dos alunos
sobre as suas aprendizagens.
No cômputo geral, a avaliação deste tipo de ferramentas é positiva, bem como no que
diz respeito à consciencialização dos alunos sobre o uso de estratégias.
A autoavaliação efetuada pelos alunos no final de cada uma das unidades revela um
saldo bastante positivo no que diz respeito às aprendizagens.
77
Por conseguinte, posso concluir que o conhecimento e o uso de estratégias de
comunicação e de aprendizagem, juntamente com as ferramentas auxiliares, podem,
efetivamente, contribuir para uma aprendizagem da língua de forma efetiva e mais autónoma.
Não obstante, posso apontar algumas limitações e constrangimentos inerentes às
condições nas quais implementei o Projeto, nomeadamente, o reduzido tempo disponível para
por em prática um plano desta natureza.
A falta de recursos (computadores) na sala de aula e o deficiente funcionamento da
Internet. Estes últimos foram ultrapassados com a mudança de sala e a utilização dos
ficheiros multimédia offline, permitindo que os alunos usufruíssem da multimodalidade dos
textos ao longo das diversas temáticas tratadas. Ainda assim, foi com sucesso que as sessões
letivas decorreram com o auxílio do suporte digital sempre que foi necessário. Há que
assinalar, contudo, que algumas atividades que haviam sido previstas foram alteradas dados
os constrangimentos apontados.
Acima de tudo, importa salientar que as respostas que obtive são animadoras para
prosseguir a investigação. Continuo a acreditar que, hoje, a aprendizagem da língua em
contexto virtual pode ser produtiva, nomeadamente, no desenvolvimento de diversas
competências, associadas às competências de produção e à autonomia dos alunos.
Neste momento de balanço final, percorrido o caminho, não poderia deixar de referir
que este estágio foi para mim uma experiência enriquecedora em termos profissionais e
pessoais. Pela motivação renovada e a firme convicção de que o caminho se faz andando,
continuo a perspetivar o ensino da língua como uma prática desafiante e, talvez, por isso, seja,
para mim, tão cativante.
78
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81
ANEXOS
Anexo 1- Grelha focalizada: funcionamento grupo/turma……………………………………………….83
Anexo 2 - Questionário inicial ……………………………………………………………………………….….84
Anexo 3 - Atividade de diagnóstico - expressão escrita ……………………………………..…………..91
Anexo 4 - Intervenção de duas alunas no grupo Facebook .…………………………………..………..92
Anexo 5 . Questionário autoavaliação .……………………………………………………………………….93
Anexo 6 - Planificação aula 1 .………………………………………………………………………………….94
Anexo 7 - Cartões - atividade lúdica .…………………………………………………………………………95
Anexo 8 - Ficha de trabalho - Pesquisa .……………………………………………………………………..96
Anexo 9 - Planificação aula 2 .………………………………………………………………………………….97
Anexo 10 - Carta redigida por uma aluna .………………………………………………………………….98
Anexo 11 - Instruções - modelo de um folheto informativo ..…………………………………………..99
Anexo 12 - Folheto informativo produzido por grupo de alunos .…………………………………….100
Anexo 13 - Planificação aula 3 ..………………………………………………………………………………101
Anexo 14 - Carta/e-mail de reclamação redigido por uma aluna .………………………………….102
Anexo 15 - Planificação aula 4 ……………………………………………………………………………….103
Anexo 16 - RAP produzido por um grupo de alunos .……………………………………………….….104
Anexo 17 - Planificação aula 5 ……………………………………………………………………………….105
Anexo 18 - Exemplos de frases redigidas pelos alunos .………………………………………………106
Anexo 19 - Planificação aula 6 ……………………………………………………………………………….107
Anexo 20 - Estratégias comunicativas/estratégias compensatórias ..……………………………..108
Anexo 21 - Grelha: avaliação da expressão oral……………………………………………………….…109
Anexo 22 - Planificação aula 7 ……………………………………………………………………………….110
Anexo 23 - Planificação aula 8 ……………………………………………………………………………….111
Anexo 24 - Texto humorístico produzido por um grupo de alunos …………………………………112
Anexo 25 - Questionário final ..……………………………………………………………………………….113
82
ANEXO 6 - Quadro síntese planificação aula 1
Aula 1 - 7/01/2014 (90 min.)
Objetivos Gerais:
Fomentar o desenvolvimento de estratégias de expressão oral.
Desenvolver a consciência da própria aprendizagem.
Incrementar o uso da web como fonte de informação e de aprendizagem e ferramenta auxiliar de
escrita.
Objetivos específicos Actividades
Mobilizar conhecimentos prévios.
Reforçar as regras de comunicação.
Levantar hipóteses.
Explicar o significado do provérbio.
Identificar a temática.
Interagir de modo adequado (Professor/Aluno e A/A).
Opinar sobre o que é um bom trabalho.
Desenvolver estratégias de comunicação.
Formular perguntas sobre as profissões. Pedir e dar informações sobre as profissões.
Promover a formação e expressão de pontos de vista.
Opinar e emitir juízos de valor.
Produzir um diálogo coerente, de acordo com a situação.
Usar os comparativos.
Pesquisar informação de acordo com a temática.
Chuva de ideias: observação de uma imagem (mealheiro) - gerar ideias. Ativar conhecimentos prévios dos alunos.
Reflexão: chegar à ideia de esforço / trabalho.
Explicação do provérbio: “Quien algo quiere, algo le cuesta”.
Identificação da temática: trabalho/profissões
Construção de um mapa conceptual a partir da palavra “trabalho”. Os alunos indicaram sinónimos (puesto, profesión, ocupación…)
Atividade de questionamento: Participação regulada, em língua meta, observando as regras de comunicação.
Atividade lúdica: profissões.
Atividade de questionamento: “¿Qué es un buen trabajo”. Atividade de discussão em grande grupo - uso de estratégias comunicativas.
Produção de mini-diálogos (em pares).
Profesiones: ¿A qué se dedica? / ¿gana mucho/poco?; ….
Atividade do manual: “La cara, el caráter y los sueños”.
Atividade do manual: Os comparativos.
Atividade: Y tú, ¿qué serás de mayor? Preenchimento de uma ficha de trabalho, após ter efetuado a pesquisa no site recomendado: http://www.educaweb.com
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ANEXO 9 - Quadro síntese planificação aula 2
Aula 2 - 14/01/2014 (90 min.)
Objetivos Gerais:
Fomentar o desenvolvimento e o uso de estratégias de expressão oral.
Reforçar as regras de comunicação.
Promover a reflexão sobre aspetos da língua escrita e os diferentes modos de representação.
Objetivos específicos Actividades
Mobilizar conhecimentos prévios.
Levantar hipóteses.
Identificar a temática.
Mobilizar conhecimentos prévios.
Antecipar informações.
Especular sobre a vida daquelas crianças.
Conhecer a realidade do trabalho infantil.
Observar as regras de comunicação.
Usar estratégias de comunicação.
Expressar sentimentos e desejos.
Usar os verbos no modo conjuntivo.
Produzir um texto multimodal.
Autoavaliar a aprendizagem.
Revisão da aula anterior.
Chuva de ideias: observação de uma imagem - crianças a trabalhar.
Reflexão / identificação da temática (trabalho infantil).
Questionamento: ¿Qué pasará con estos chicos?, etc. Uso das expressões: en mi opinión, creo que, … Uso de estratégias compensatórias (gestos, reformulação, autocorreção…
Atividade de pré-audição de uma entrevista.
Audição da entrevista.
Reflexão sobre o trabalho juvenil no Equador e em Portugal - interação oral, fazendo uso das regras de comunicação (respeitar a vez, pedir para intervir e fazê-lo no momento adequado, etc.)
Estratégias compensatórias, reformulação do discurso; linguagem não verbal…)
Ficha de trabalho: distinguir desejos de sentimentos (ojalá, me da pena, me molesta…).
Completar uma carta com os verbos no modo conjuntivo.
Produzir um folheto informativo (campanha de sensibilização contra o trabalho infantil).
Preenchimento de um questionário de autoavaliação.
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ANEXO 13 - Quadro síntese planificação aula 3
Aula 3 - 4/02/2014 (90 min.)
Objetivos Gerais:
Fomentar o desenvolvimento e o uso de estratégias para comunicar oralmente.
Promover a reflexão sobre o processo de escrita.
Objetivos específicos Actividades
Resumir a aula anterior.
Formular hipóteses.
Relacionar as duas temáticas.
Expressar opinião.
Usar estratégias de comunicação (compensação, reformulação, …).
Identificar sinónimos.
Identificar mecanismo de coesão textual.
Refletir sobre a moral final.
Expressar pontos de vista pessoais.
Opinar sobre as compras e os meios para as efetuar.
Identificar vantagens /desvantagens das compras online.
Redigir uma reclamação escrita de acordo com o propósito comunicativo.
Revisão da aula anterior.
“Brainstorming” inicial: visionamento de um spot publicitário “diseño de moda”, disponível em: para estabelecer a ponte entre as duas Unidades: trabalho / moda - compras. Apontar todas as palavras que o vídeo possa sugerir (modelo, roupa, moda…)
Questionamento - grande grupo: a importância da moda.
Exploração do significado do provérbio “¿El hábito hace al monje?”
Leitura de um texto: “El hábito hace al monje”.
Atividade de pós-leitura: identificação de sinónimos do vocábulo “hábito”. Completar a moral, final.
Interação P/A e A/A.
Atividade: “Me encanta ir de compras”.
Vídeo: “Guía de compras online” -
Apontar as vantagens/desvantagens.
Atividade de expressão escrita: elaboração de uma reclamação (carta/e-mail) a partir dos tópicos apresentados.
http://www.youtube.com/watch?v=f-azqMJq_jQ
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ANEXO 15 - Quadro síntese planificação 4
Aula 4 - 11/02/2014 (90 min.)
Objetivos Gerais:
Fomentar o desenvolvimento e o uso de estratégias de comunicação.
Reforçar as regras de comunicação.
Promover o desenvolvimento da competência comunicativa.
Objetivos específicos Actividades
Corrigir os textos anteriores.
Inferir sobre o tema.
Mobilizar conhecimentos prévios.
Escutar seletivamente.
Refletir sobre o consumismo.
Expressar opiniões.
Usar estratégias discursivas.
Contrastar realidades socioculturais.
Promover a discussão sobre o apelo ao consumo.
Refletir sobre a tirania da moda.
Produzir um discurso multimodal.
Revisão dos textos (reclamação). Destaque dos erros comuns e recorrentes.
Chuva de ideias.
Visionamento de um sketch “compradora compulsiva.
Atividade de pós-visionamento compreensão global.
Exploração do título.
Atividade de reflexão e interação P/Aluno e A/Aluno.
Os alunos são questionados, equacionando a problemática da influência da moda e do consumo excessivo.
Produzir um RAP - texto contra o consumismo.
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ANEXO 17 - Quadro síntese planificação 5
Aula 5 - 18/02/2014 (90 min.)
Objetivos Gerais:
Fomentar o desenvolvimento e o uso de estratégias de comunicação.
Reforçar as regras de comunicação.
Promover o desenvolvimento da competência comunicativa.
Objetivos específicos Actividades
Resumir a aula anterior.
Identificar o tema.
Mobilizar conhecimentos prévios.
Usar estratégias comunicativas.
Formular hipóteses.
Apreender a mensagem veiculada na canção.
Identificar palavras-chave.
Ler seletivamente.
Usar o condicional.
Produzir frases no modo condicional.
Contextualizar e dar início à nova temática.
Observação de imagens do manual: identificação do tema - problemas sociais: fome, guerra, racismo…
Frase do manual “Quéjemonos menos y demos más”
Questionamento, interação P/A e A/A.
Atividade de pré-visionamento: levantamento de hipóteses sobre as palavras que poderiam escutar na canção.
Visionamento de um videoclip - RAP contra o racismo.
Identificação das palavras: oprimidos, estrangeiros, negros…
Leitura seletiva da canção.
Redigir frases no condicional a partir da hipótese: “Como ciudadano, si tuvieras poderes, ¿que cambiarías en el mundo?” As frases poderiam ser integradas como entrada do Blog, para dar a conhecer as ideias do grupo/turma.
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ANEXO 19 - Quadro síntese planificação aula 6
Aula 6 - 25/02/2014 (90 min.)
Objetivos Gerais:
Fomentar o desenvolvimento e o uso de estratégias de comunicação.
Reforçar as regras de comunicação.
Promover o desenvolvimento da competência comunicativa.
Objetivos específicos Actividades
Inferir sobre o tema.
Mobilizar conhecimentos prévios.
Opinar sobre a temática.
Levantar hipóteses.
Usar estratégias comunicativas.
Usar expressões para opinar (creo que… en mi opinión…).
Ler uma notícia.
Expressar-se em língua meta.
Defender opiniões e pontos de vista.
Intervir num debate respeitando as regras.
Apresentação dos resultados da autoavaliação. Revisão da aula anterior.
Brainstorming: Projeção dos títulos das notícias do jornal “El País”.
Visionamento de um vídeo “Mañanas de cuatro”. Contextualização da temática e formação de opiniões.
Leitura de uma notícia e reflexão.
Atividade de compreensão global da notícia.
Preparação para a realização do debate. Os alunos formulam argumentos a favor e contra a problemática dos movimentos migratórios e a a intervenção das forças policiais.
Revisão das regras para participar no debate. Estratégias discursivas.
Atribuição dos diferentes papéis: formação de dois grupos (a favor/contra a atuação das forças policiais), um moderador e um grupo avaliador.
Debate
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ANEXO 22 - Quadro síntese planificação aula 7
Aula 7 - 25/03/2014 (90 min.)
Objetivos Gerais:
Fomentar o desenvolvimento e o uso de estratégias de comunicação.
Reforçar as regras de comunicação.
Promover o desenvolvimento da competência comunicativa.
Objetivos específicos Actividades
Fazer inferências sobre o tema.
Expressar opiniões e pontos de vista.
Refletir sobre os hábitos de vida.
Apreender vocabulário relacionado com a temática.
Usar estratégias comunicativas.
Dar ordens e conselhos.
Usar o modo imperativo.
Expor hábitos e costumes saudáveis.
Dar sugestões em discurso direto.
Usar o discurso indireto.
Produzir uma campanha para promover uma vida saudável.
Brainstorming: observação de uma imagem - apontar todas as palavras que esta possa suscitar.
Explicar o sgnificado do provérbio: “Alma sana en cuerpo sano”.
Destacar os vocábulos “alma” e “corpo”.
Questionamento: preocupações atuais com o corpo e identificação de alguns problemas de saúde na adolescência (anorexia, bulimia, …). Refletir sobre as pressões sociais e as promessas da publicidade - os “sonhos” que tentam vender.
Como “antídoto”, os alunos analisam a canção: “Pastillas para no soñar”
Completar a letra da canção: “Pastillas para no soñar”.
Escutar a canção para confirmar (corrigir).
Destacar os verbos no modo imperativo.
Introdução do discurso indireto através de perguntas.
Exercícios - correção.
Tarefa final: Cartaz: Redigir frases no imperativo, conselhos de vida saudável, para integrar uma campanha de saúde - A campanha poderá ser produzida em formato digital na aplicação “Glogster”.
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ANEXO 23 - Quadro síntese planificação aula 8
Aula 8 - 22/04/2014 (90 min.)
Objetivos Gerais:
Fomentar o desenvolvimento e o uso de estratégias de comunicação. Reforçar as regras de comunicação. Promover o desenvolvimento da competência comunicativa.
Objetivos específicos Actividades
Mobilizar conhecimentos prévios.
Sintetizar informação.
Refletir sobre a temática.
Expressar-se oralmente em língua meta.
Descodificar o significado da mensagem.
Compreender o discurso/mensagem veiculada.
Inferir sentidos implícitos.
Fazer uso de estratégias comunicativas.
Ler seletivamente.
Identificar ideias-chave.
Destacar as diferentes partes de um monólogo.
Produzir um monólogo humorístico.
Revisão da aula anterior: “Alma sana en cuerpo sano”; pastillas para no soñar. Conselhos de vida saudável.
O humor como fator importante para a saúde - “El club e la comedia”, disponível em:
Atividade de pré-visualização: videoclip publicitário, detergente “Norit”.
Visualização de um vídeo “El Club de la Comedia” - Robert Bodegas - “Vida sana”. (duas vezes).
Questionamento sobre o discurso (monólogo) - características e a sua produção.
Leitura seletiva do monólogo de Rober Bodegas.
Identificação das partes que o compõem: saudação inicial, a introdução (pergunta ou afirmação), desenvolvimento do tema, a conclusão e alguma saudação final.
Consulta de uma ficha informativa: Como produzir um monólogo.
Tarefa final: produção de um texto monólogo /piada humorística (fazer uso de vários códigos e recursos).
https://www.youtube.com/watch?v=Im3Zk7bYDmg
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