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ANAIS DO IX - UNIFENAS · 2018. 10. 31. · DEPÓSITO RECURSAL FRENTE AO PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE ... TERCEIRIZAÇÃO TRABALHISTA: A SÚMULA 331 DOTRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

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ANAIS DO IX

CONGRESSO DE

DIREITO

Campo Belo, 2015

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3

A Universidade José do Rosário Vellano, câmpus de Campo Belo/MG, promoveu o IX

Congresso de Direito com o tema “AS INOVAÇÕES DO NOVO CÓDIGO DE

PROCESSO CIVIL” nos dias 11 a 13 de novembro de 2015, com o objetivo de fomentar

o diálogo sobre o atual panorama da pesquisa em Direito e seus desafios, a contribuição

das Ciências Jurídicas e Sociais para a pesquisa em Direito, bem como, frente ao atual

momento vivido, buscar promover a pesquisa acerca dos temas que envolvem a nova

processualística civil e seus reflexos nas demais áreas do Direito.

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4

COMISSÃO ORGANIZADORA

A Comissão organizadora foi presidida pela Professora Rosyanne Silveira da Mata

Furtado e coordenada pelos professores Danielle Bastos Corrêa Belchior, Walacy

Pereira Garcia e Paulo Engel Vieira e os acadêmicos: Wládimir Ramos, Richard

Antoniele, Guilherme Henrique Alvarenga, Matheus Garcia Lopes, Guilherme Teófilo

Oliveira, Diego Costa Madeira, Mário Diamente Júnior, Elizabete Garcia Moreira, Jéssica

Ariany Soares Martins e Ronaldo Pimenta Mendes.

MEMBROS DA COMISSÃO CIENTÍFICA

Professores Márcio Antônio Ferreira, Denilson Victor Machado Teixeira, Deivison

Resende Monteiro, Angela Limongi Alvarenga Alves, Danielle Bastos Correa Belchior,

Nicolas Wladimir de Souza Januário, Edinéia Aparecida Pereira e os acadêmicos

Ronaldo Pimenta Mendes e Mário Diamente Júnior.

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5

SUMÁRIO

01

A APLICABILIDADE DO ARTIGO 49 DO CÓDIGO DE DEFESA DO

CONSUMIDOR NO CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE

PASSAGENS AÉREAS PELA INTERNET

8

02 A DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NO

DIREITO DO TRABALHO 9

03 A EXCLUSÃO DA TIPICIDADE POR MEIO DA APLICAÇÃO DO

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 10

04

A EXECUTABILIDADE DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

DECORRENTES DE DECISÕES TRABALHISTAS: FUNDAMENTOS E

APLICABILIDADE DO ART.114, VIII, DA CRFB/88

11

05

A GRATUIDADE DE JUSTIÇA NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO

CIVIL E A SUA REPERCUSSÃO NO SISTEMA CARTORÁRIO

NACIONAL

12

06 A LEI DA TERCEIRIZAÇÃO NO CONTEXTO DO DIREITO DO

TRABALHO 13

07

A NOVA PERSPECTIVA DISCURSIVA ADOTADA PELO ATUAL

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL: A METODOLOGIA DA DECISÃO

JURÍDICA E O SISTEMA DE PRECEDENTES

14

08 A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL NO BRASIL 15

09

A RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA EM FACE DO NOVO

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E A HETEROGENEIDADE DAS

DOUTRINAS NO QUE DIZ RESPEITO À TRAMA

16

10 A RESPONSABILIDADE CIVIL DO COMERCIANTE PELO FATO DO

PRODUTO 17

11 A USUCAPIÃO ADMINISTRATIVA 18

12 ABANDONO AFETIVO E AS CONSEQUÊNCIAS NO MUNDO

JURÍDICO 19

13 ABANDONO AFETIVO: UMA VIOLAÇÃO A DIGNIDADE HUMANA 20

14 ABORTO: TRATAMENTO JURÍDICO E POLÊMICA NO ABORTO DE

FETO ANENCÉFALO 21

15 ADICIONAL DE 25% PARA O BENEFICIÁRIO DO BPC/LOAS NA

GRANDE INVALIDEZ 22

16 ANTECEDENTES CRIMINAIS FACE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 23

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6

1988

17 APOSENTADORIA COMPULSÓRIA DOS AGENTES PÚBLICOS 24

18 APOSENTADORIA ESPECIAL PARA SERVIDOR PÚBLICO 25

19 APOSENTADORIA: NOVAS REGRAS POR TEMPO DE

CONTRIBUIÇÃO VERSUS FATOR PREVIDENCIÁRIO 26

20 AS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS FRENTE AO ABANDONO

INTELECTUAL 27

21 AS PRISÕES CAUTELARES E O PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE

INOCÊNCIA 28

22

BANALIZAÇÃO DO DANO MORAL: A INDÚSTRIA DO DANO MORAL

E OS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS COMO INSTRUMENTO PARA

TAL PRÁTICA

29

23 CRIMES CIBERNÉTICOS: COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E

JULGAR ESTES CRIMES 30

24 CRIMES PRATICADOS POR MEIO DA FÉ E A POSSIBILIDADE DE

AGRAVANTES PENAIS. 31

25 DA PRESCRIÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA 32

26 DELAÇÃO PREMIADA 33

27

DEPÓSITO RECURSAL FRENTE AO PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE

JURISDIÇÃO E AMPLA DEFESA: UMA REFLEXÃO ACERCA DE SUA

OBRIGATORIEDADE E POSSÍVEL INCONSTITUCIONALIDADE

34

28 DESAPROPRIAÇÃO RURAL PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA 35

29

ESTADO LAICO E LIBERDADE RELIGIOSA: UMA ANÁLISE

HISTÓRICA EM BUSCA DOS LIMITES DE ATUAÇÃO ENTRE TAIS

PRINCÍPIOS

36

30 ESTUDO DA LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS FACE AOS PRINCÍPIOS

DA RESERVA LEGAL E DA TAXATIVIDADE EM DIREITO PENAL 37

31 INSTITUTO DA FIANÇA PENAL FRENTE AOS PRINCÍPIOS

CONSTITUCIONAIS 38

32 JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO, FALSA PROMESSA

DE ACESSO À JUSTIÇA? 39

33 LEI Nº. 13.146/15 E A TEORIA DAS INCAPACIDADES 40

34 O COMBATE À ALIENAÇÃO PARENTAL 41

35 O COMBATE À DENGUE VERSUS A INVIOLABILIDADE DO

DOMICILIO 42

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7

36 O DANO MORAL POR ABANDONO AFETIVO 43

37

O DIREITO DE ARREPENDIMENTO NAS COMPRAS REALIZADAS

DENTRO DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL ACERCA DO

ARTIGO 49 DO CDC

44

38 O INSTITUTO DA CONCILIAÇÃO NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO

CIVIL 45

39

O LIMITE ENTRE A DISCRICIONARIEDADE E O ABUSO DE PODER

DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS DAS AUTORIDADES

MILITARES

46

40 O PRIVILÉGIO DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS 47

41 OS PRINCÍPIOS E A RESPONSABILIDADE CIVIL QUE NORTEIAM O

DIREITO AMBIENTAL 48

42 OS REFLEXOS DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL NO DIREITO

DO TRABALHO 49

43 PARIDADE E NÃO DISCRIMINAÇÃO ENTRE HOMENS E MULHERES

NO DIREITO DO TRABALHO 50

44 PRECEDENTES NORMATIVOS OBRIGATÓRIOS E PROVIMENTOS

JUDICIAIS FORMALMENTE VINCULANTES 51

45 QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO: DA (IN) CONSTITUCIONALIDADE

DO ARTIGO 6º DA LEI COMPLEMENTAR Nº 105/2001 52

46 TERCEIRIZAÇÃO TRABALHISTA: A SÚMULA 331 DOTRIBUNAL

SUPERIOR DO TRABALHO 53

47 TERCEIRO SETOR 54

48 TRÁFICO PRIVILEGIADO 55

49

UMA ANÁLISE DO TRATAMENTO IGUALITÁRIO NA

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE POLÍTICO E DO SERVIDOR

PÚBLICO

56

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8

RESUMOS EXPANDIDOS

01 A DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NA

DOGMATICA DA ATUAL ORDEM PROCESSUAL CIVIL 58

02 A MODULAÇÃO DOS EFEITOS EM DECISÃO DE

INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI 100 62

03 ACESSO À JUSTIÇA X DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: ANÁLISE

DA IMPENHORABILIDADE DO SALÁRIO NO JUIZADO ESPECIAL 65

04 EMBRIÃO EXCEDENTÁRIO E O DIREITO À PENSÃO POR MORTE

PREVIDENCIÁRIA 67

05 ESTUPRO DE VULNERÁVEL: DA POSSIBILIDADE DE

RELATIVIZAÇÃO DA VULNERABILIDADE SEXUAL DO ART 217- A

CAPUT, DO CÓDIGO PENAL

70

06 IMPLICAÇÕES DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL E DEMAIS

CAUSAS SUPERVENIENTES QUE INVIABILIZAM A NOMEAÇÃO EM

CARGOS PÚBLICOS

72

07 O ARTIGO 49 DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR COMO

INSTRUMENTO DE SEGURANÇA JURÍDICA FRENTE A CRESCENTE

MODALIDADE DO E-COMERCE NAS TRANSAÇÕES COMERCIAIS

76

08 O EXERCÍCIO DE CARGOS PÚBLICOS (NEPOTISMO) 77

09 O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA E SUA EFETIVAÇÃO NO

SISTEMA PENITENCIÁRIO FEMININO 80

10 OS ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA GUARDA

COMPARTILHADA 83

11 REPARAÇÃO DE DANOS EM DECORRÊNCIA DA NÃO NOMEAÇÃO

DE CANDIDATOS APROVADOS EM CONCURSOS PÚBLICOS. 85

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9

A APLICABILIDADE DO ARTIGO 49 DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

NO CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE PASSAGENS AÉREAS PELA INTERNET

Patrick Borges Teodoro1

Gianni Carla Ferreira Maia2

Palavras-chave: comércio eletrônico; direito de arrependimento; passagens aéreas

O arcabouço teórico disposto nesta dissertação expõe a aplicabilidade do art.49 do Código de

Defesa do Consumidor no contrato de compra e venda de passagens aéreas pela internet. Com a

criação e regulamentação do CDC, este elaborado para reger as práticas de consumo. O CDC

relata em seu artigo 49 o direito de arrependimento do consumidor, ou seja, prevê que o

consumidor tenha um prazo de reflexão para as compras realizadas fora do estabelecimento

comercial. Não se aplica expressamente o prazo do artigo 49 nas compras de passagens aéreas

adquiridas pela internet, até porque naquela época não se tratava de compras realizadas pela

internet. De tal modo, a principal análise a ser averiguada é sobre a aplicabilidade do prazo do

artigo 49 do CDC frente aos avanços tecnológicos aliados ao desenvolvimento do comércio

eletrônico, buscando respaldo nos princípios norteadores das relações de consumo. Este estudo

tem como metodologia adotada o método dedutivo, através de revisão bibliográfica de

dissertações, doutrinas, teses, livros, que contribuíram de forma expressiva, temática pertinente ao

direito do consumidor. Enfim, ainda que não esteja sedimentado, verifica-se de acordo com

entendimento do STJ uma tendência ao reconhecimento do direito de arrependimento, a ser

exercido dentro do prazo de reflexão, nas compras de passagens aéreas realizadas pela internet

sem que sejam impostos quaisquer ônus ao consumidor, uma vez que a desistência por parte do

consumidor independe de qualquer justificativa ligada a sua vontade e aceitar o contrário seria

uma limitação ao direito de arrependimento legalmente previsto no CDC.

1 Acadêmico do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Eixo temático: Direito Civil,

Empresarial e Processual Civil. E-mail: [email protected]. 2 Advogada e Professora Universitária, especialista em direito do consumidor, civil e processual civil. Mestre em

Ciências Jurídicas pela Universidade Autônoma em Lisboa, Doutoranda em Ciências Jurídicas pela Universidade

Autônoma de Lisboa. Eixo temático: Direito Civil, Empresarial e Processual Civil. E-mail:

[email protected].

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10

A DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NO DIREITO DO

TRABALHO

Fernando Douglas Cardoso3

Alcides de Oliveira Júnior4

Palavras-chave: desconsideração da personalidade jurídica; execução trabalhista; teoria maior;

teoria menor

A presente pesquisa teve a finalidade de realizar uma reflexão acerca da desconsideração da

personalidade jurídica na execução trabalhista. É preciso considerar que a aplicação da teoria da

desconsideração da pessoa jurídica dentro da esfera trabalhista ganha novos contornos, haja vista

que se encontra norteada pelo princípio da proteção do trabalhador. Com a utilização dessa lógica,

os tribunais trabalhistas tem realizado a aplicação da teoria da desconsideração de modo

indiscriminado, com a adoção de critérios objetivos e realizando a aplicação da mesma em

qualquer situação. Com vistas ao alcance do que fora proposto por este estudo, a discussão

realizada se dá inicialmente em uma abordagem histórica e conceitual sobre a temática. É

abordado ainda os elementos contidos no Código de Defesa do Consumidor, no Código Civil de

2002, bem como a apresentação da Teoria Maior e Teoria Menor. Ao final são feitas pontuações

relativas aos aspectos da desconsideração da personalidade jurídica dentro do âmbito trabalhista,

além de salientar os aspectos do novo Código de Processo Civil e que incidem nessa questão.

Conclui-se que a teoria menor da desconsideração tem a finalidade de combater o subjetivismo, do

qual a teoria maior dotada assim pode-se dizer que o art. 28 fora criado com o objetivo de oferecer

suporte para as exceções encontradas e não se tornar uma regra, dessa maneira a sua utilizando

como sendo uma regra pode ser considerado inadequado e até mesmo abusivo.

3 Acadêmico do 10º período do Curso de Direito, promovido pela Universidade José do Rosário Vellano.

(e-mail: [email protected]). 4 Advogado Trabalhista, Professor Universitário, Mestre em Direito pelo Centro Universitário de Alfenas/MG e do

Centro Universitário de Lavras/MG. E-mail: ([email protected]).

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11

A EXCLUSÃO DA TIPICIDADE POR MEIO DA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA

INSIGNIFICÂNCIA

Paulo César Martins Ferreira5

Antônio Godinho6

Ana Maria Dinardi Barbosa Barros7

Palavras-chave: direito penal brasileiro; positivação; princípio da insignificância; requisitos; STF

e STJ.

A presente pesquisa almejou demonstrar, da forma mais objetiva possível, a necessidade de

positivação do princípio da insignificância, visto que, apesar de os Tribunais Superiores aplicarem

tal princípio, inclusive fixando requisitos para sua aplicação, nota-se uma grande dificuldade de os

juízes realizarem sua aplicação. Para se demonstrar concretamente a grande dificuldade dos juízes

brasileiros em aplicarem o princípio da insignificância foi realizada uma vasta pesquisa

jurisprudencial a qual demonstrou uma grande incidência de casos envolvendo a insignificância

nos Tribunais Superiores, sendo evidente, em alguns, a presença de todos os requisitos

caracterizadores da insignificância penal. Ocorre que mesmo sendo fixados requisitos para a

aplicação do princípio da insignificância pelos Tribunais Superiores, no Brasil não existe lei que

obrigue os juízes a aplicá-lo, esbarrando sua aplicação no critério subjetivo do julgador, ou seja, os

juízes com convicções mais humanistas tendem a aplicar a insignificância, quando presentes os

requisitos exigidos pelo STF e STJ, enquanto que os juízes com convicções mais punitivistas

tendem a não aplicá-la, mesmo frente à presença de todos os requisitos. Verificou-se assim, a

necessidade de positivação do princípio da insignificância para que os juízes sejam obrigados a

aplicá-lo quando presentes todos os seus requisitos caracterizadores, afastando-se com isso a

insegurança jurídica, e contribuindo-se para a diminuição da sobrecarga atual dos Tribunais

Superiores.

5 Acadêmico do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Eixo temático: Direito Penal

e Processual Penal. E-mail: [email protected]. 6 Juiz de Direito e Professor Universitário. Eixo temático: Direito Penal e Processual Penal. E-mail:

[email protected]. 7 Professora Universitária. Eixo temático: Direito Penal e Processual Penal. E-mail: [email protected].

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12

A EXECUTABILIDADE DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DECORRENTES DE

DECISÕES TRABALHISTAS: FUNDAMENTOS E APLICABILIDADE DO ART.114,

VIII, DA CRFB/88

Renata Kely Silva Garcia8

Deivison Resende Monteiro9

Palavras- chave: contribuições; execução trabalhista; poder judiciário; sentença.

A competência material da Justiça do Trabalho é tema relevante no mundo jurídico, uma vez que

diz respeito a um grande setor da sociedade, sendo de extrema importância entender as

peculiaridades, fundamento e abrangência dessa competência. No presente trabalho é abordado o

inciso VIII, do art.114, da CRFB/88, o qual dispõe que as contribuições sociais decorrentes das

decisões meritórias trabalhistas serão executadas de ofício pelo juiz laborista. Esta norma contém

diversos aspectos que devem ser esclarecidos para poder-se alcançar seus fundamentos e apontar

sua aplicabilidade, de modo a satisfazer as intenções do legislador, respeitadas as demais diretrizes

constitucionais fundamentais. Há que se considerar a natureza das contribuições sociais, que são

objeto de divergências na doutrina, e a natureza das decisões trabalhistas, aplicando-se, na

execução, o procedimento que melhor atenda as finalidades da norma em estudo, observadas as

normas constitucionais basilares do Estado e do processo. Para alcançar os objetivos do presente

estudo, foi realizada pesquisa bibliográfica exploratória, de método dedutivo. Neste estágio da

pesquisa é possível afirmar que as contribuições sociais tratam-se de tributos afetos ao

financiamento do Sistema da Seguridade Social, encontrando-se na vertente administrativa do

Poder Executivo, sendo que a sua execução de ofício pelo juízo trabalhista decorre da necessidade

de cooperação entre os poderes e da proximidade do juiz com o fato gerador do tributo. Apesar

das críticas quanto à iniciativa oficial, que parece afrontar os princípios basilares do direito

processual, houve efetivos resultados na arrecadação.

8 Graduanda em Direito pela Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS, Campus Campo Belo. (e-mail:

[email protected]); contato telefônico: (35) 992216021; currículo lattes disponível em

<http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4893391E9> 9 Orientador: Mestre em Direito pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Advogado. Professor de Direito

Internacional Público e Privado; Direito do Trabalho III e Direito Processual Civil V, da Universidade José do

Rosário Vellano – Campo Belo (MG). (e-mail: [email protected]). Lattes: <http:/

buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4263960A0>.

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13

A GRATUIDADE DE JUSTIÇA NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E A SUA

REPERCUSSÃO NO SISTEMA CARTORÁRIO NACIONAL

Mario Diamente Junior10

Paulo Engel Vieira11

Palavras-chave: assistência judiciária; garantia de acesso à justiça; gratuidade de justiça; novo

código de processo civil; serviços notariais.

O direito processual civil é um ramo por excelência do direito público que tem por objetivo

principal o processo. Ou seja, tem por finalidade regular todos os atos ordenados em uma

sequência lógica e sistemática destinados a um fim, qual seja, a prestação jurisdicional

materializada pela sentença judicial. Evidenciada esta importância, a presente pesquisa tem por

finalidade, demonstrar algumas mudanças provocadas no universo jurídico com o advento do

Novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015), no que é tocante,

principalmente, a inserção de capítulo próprio que aborda a concessão, requisitos e providencias

para aefetivação assistência judiciária gratuita, promovendo assim, alteração substancial da Lei nº

1.050/60, lei da assistência judiciária gratuita. Especificamente, o parágrafo 8º, do inciso IX, do

art. 98, determina que os emolumentos devidos a notários deverão ser abarcados pela assistência

judiciária, entretanto, resta determinado também que ante a hipótese de dúvida fundada quanto a

concessão, poderá o notário requerer a revogação perante o juízo competente para decidir questões

notariais ou registrais. Nesta esteira, resta a indagação de que possivelmente, um juízo de mesma

instância revogaria a decisão do magistrado que proferiu. Conclui-se que apesar das inúmeras

mudanças trazidas pelo novo diploma legal, sua eficácia e modificações trazidas, serão percebidas

à medida em que forem publicadas novas decisões, essenciais para analisar o comportamento da

jurisprudência e formação de posição doutrinária.

10

Acadêmico do 10º período de direito da Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS Campo Belo,

pesquisador. (e-mail: [email protected]). Lattes: <http://lattes.cnpq.br/5154856637415510>. 11

Advogado e Professor universitário na Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS Campus de Campo

Belo e Escola Superior Dom Helder Câmara. Mestre em Direito pela Escola Superior Dom Helder Camara,

pesquisador. (e-mail: [email protected]). Lattes: <http://lattes.cnpq.br/2799024100309574>.

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14

A LEI DA TERCEIRIZAÇÃO NO CONTEXTO DO DIREITO DO TRABALHO

Alessandra Aparecida Alves Cassemiro12

Deivison Resende Monteiro13

Palavras-chave: flexibilização do trabalho; pessoalidade; responsabilidade; subordinação;

terceirização.

A presente pesquisa almejou demonstrar por meio de uma análise clara e sucinta, a diferenciação

da relação de trabalho clássica e o contrato de trabalho terceirizado, nos termos do projeto de Lei

nº 4.330/2004. Trazendo a relevância do tema para sociedade quando o assunto é terceirização e

flexibilização no direito do trabalho. Nesse sentido, pode-se dizer que o clássico contrato de

trabalho é o negócio jurídico celebrado entre uma pessoa física, ou seja, o empregado, e uma

pessoa física ou jurídica, o empregador. Já a terceirização consiste na contratação de terceiros por

parte de uma empresa, removendo a subordinação direta e a pessoalidade, que são as

especificações das relações de emprego dentro do gênero das relações de trabalho, provocando

assim um vínculo trilateral. Concluiu-se que diante do contrato empregatício, o contrato de

terceirização mostra-se pouco interessante para as classes empregadora e trabalhadora, sofrendo

algumas restrições da doutrina e da jurisprudência jus trabalhistas. Assim, pode-se dizer que a

terceirização se abalroa com a estrutura normativa e também teórica da relação de trabalho

clássica, pois há uma flexibilização das características essenciais do direito do trabalho.

12

Acadêmica do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. (e-mail:

[email protected]). Telefone: (35)992062386. 13

Professor do curso de Direito da Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS/Campo Belo). Mestre em

Direito pela FDSM – Faculdade de Direito do Sul de Minas (Pouso Alegre/MG), Especialista em Direito Eleitoral

pela Universidade Gama Filho – RJ. Graduado pela Faculdade de Direito de Varginha – MG (1998), Procurador Geral

do Município de Boa Esperança (2005/2012), Consultor jurídico e advogado de Regimes próprios de Previdência

Municipais. Atualmente é Diretor Superintendente do regime Próprio de Previdência do Município de Boa

Esperança/MG. (e-mail: [email protected]).

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15

A NOVA PERSPECTIVA DISCURSIVA ADOTADA PELO ATUAL CÓDIGO DE

PROCESSO CIVIL: A METODOLOGIA DA DECISÃO JURÍDICA E O SISTEMA DE

PRECEDENTES

Ludmila Faria de Miranda14

Deivison Resende Monteiro15

Palavras-chave: processo civil; racionalidade argumentativa; sistema de precedentes; teoria da

decisão jurídica;

A presente pesquisa buscou analisar o novo enfoque discursivo dentro do processo civil, diante do

sistema de precedentes e da metodologia da decisão jurídica implementados pelo atual Código de

Processo Civil, almejando vislumbrar um limite para que a racionalidade se mantenha, evitando

exacerbada subjetividade no debate e na metodologia da decisão jurídica do processo. Para tanto,

foram realizados a conceituação das metodologias da decisão jurídica, o estudo do protagonismo

dos sujeitos no tempo e a análise dos paradigmas discursivos adotados historicamente, bem como

das correspondentes transformações históricas que se concretizaram com a vigência da Lei

13.105/2015 (CPC). Com base nisto, analisou-se o aspecto discursivo no novo sistema de

precedentes e na nova metodologia da decisão jurídica. Concluiu-se que esta nova lógica

processual pode representar grande avanço no campo do Processo Civil brasileiro, com o potencial

de trazer diversas melhorias para a aplicação do direito, no entanto é essencial encontrar limites

para a manutenção da racionalidade da decisão jurídica, na busca pela integridade do direito.

14

Acadêmica do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Pesquisadora. Eixo

temático: Direito Processual Civil. (e-mail: [email protected]). 15

Mestre em Direito. Professor de Direito da Universidade José do Rosário Vellano. Eixo temático: Direito

Processual Civil. Advogado. (e-mail: [email protected]).

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16

A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL NO BRASIL

Tuanny Eliza Tavares Melo16

Deivison Resende Monteiro17

Palavras- chave: maioridade penal; redução; tratados internacionais.

A proposta dessa pesquisa constituiu-se na realização de uma reflexão acerca da redução da

maioridade penal no Brasil, e a suas implicações para a sociedade. Assim, é preciso perceber que

essa questão atualmente representa uma pauta que vem ganhando um considerável destaque nos

vários veículos de comunicação e também nas discussões realizadas pela sociedade. Diante desse

cenário, foram realizadas análises teóricas no sentido de demonstrar a evolução da proteção

destinada ao menor, apresentando as inegáveis contribuições e inovações trazidas com o advento

da Constituição Federal de 1988. Além disso, apresenta-se a fundamentação legal acerca do

conceito de imputabilidade penal e as implicações de tal determinação. Posteriormente são feitas

colocações no sentido de narrar experiências positivas e negativas dos países que adotaram a

redução da maioridade, além de apresentar um panorama mundial sobre essa questão.

Sequencialmente, são discutidos os tratados internacionais dos quais o Brasil faz parte e que

versam acerca da redução. Por fim, coloca-se os posicionamentos favoráveis e contrários à

redução da maioridade penal, bem como a reflexão relacionada com os dados estatísticos

disponíveis. Concluiu-se que a redução da maioridade penal esbarra em muitos elementos legais,

tais como o art. 228 da Constituição Federal, e os tratados internacionais dos quais o Brasil faz

parte, aspectos que dificultam consideravelmente que a mesma seja efetivada. Destaca-se ainda

que, independente da redução ou não, é essencial que sejam tomadas medidas por parte da

sociedade e também do Poder Público, para que seja possível reduzir a criminalidade e construir

um ambiente mais seguro para todos os brasileiros.

16

Acadêmica do 10º período do Curso de Direito, promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. (e-mail:

[email protected]). 17

Mestre em Direito pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Professor de Direito na Universidade José do Rosário

Vellano. Advogado. (e-mail: [email protected]).

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17

A RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA EM FACE DO NOVO CÓDIGO DE

PROCESSO CIVIL E A HETEROGENEIDADE DAS DOUTRINAS NO QUE DIZ

RESPEITO À TRAMA

Kaíque Freire Bastos18

Danielle Bastos Corrêa Belchior19

Palavras-chave: coisa julgada; código de processo civil 2015; efeitos da coisa julgada.

O presente trabalho tem por objetivo o estudo da coisa julgada, com abordagem sobre conceito,

natureza, efeitos jurídicos, formação, limites, divergências doutrinais e jurisprudenciais a respeito

da coisa julgada e sua relativização. O tema bastante polemizado continua atual e se renova com a

vigência do Código de Processo Civil de 2015. O instituto da coisa julgada foi construído ao longo

dos séculos no intuito de garantir segurança jurídica, razões do seu status constitucional. Ocorre

que decisões injustas e inconstitucionais passaram a permitir a relativização, independentemente

de ação rescisória, com sérios riscos de que as comportas do Poder Judiciário fossem abertas sem

critérios, em afronta ao próprio Estado Democrático de Direito. A proposta principal seria

verificar a permanência da relativização da coisa julgada após a vigência do Código de Processo

Civil por diversos instrumentos processuais. Com efeito, o novo texto legal não traz menção

expressa ao tema e também não veda à relativização, portanto, será necessária uma interpretação

sistemática da norma para verificar a possibilidade ou não da relativização da coisa julgada por

diversos mecanismos processuais ou se a questão ficará limitada a via da Ação Rescisória.

18

Acadêmico do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. E-mail:

[email protected]. 19

Mestre em direito Público, professora de direito processual junto a Universidade José do Rosário Vellano e

Advogada.E-mail:[email protected], Link lattes

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4242031U7

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18

A RESPONSABILIDADE CIVIL DO COMERCIANTE PELO FATO DO PRODUTO

Diego Luiz Figueiredo20

Gianni Carla Ferreira Maia21

Palavras-Chave: acidente de consumo; código de defesa do consumidor; fato e vícios do produto;

responsabilidade do comerciante; subsidiariedade e solidariedade;

O objeto de estudo desta monografia é a dimensão da responsabilidade civil do comerciante pelo

fato produto. Mais especificamente nos casos de acidente de consumo na interpretação da doutrina

no que diz respeito aos artigos 12 e 13 do Código de Defesa do Consumidor – CDC e uma breve

contextualização do código. Assim, a principal análise é acerca da possibilidade do comerciante

responder solidariamente ou subsidiariamente, adentrando na relação de consumo. A metodologia

aplicada buscou abranger dissertações, doutrinas, teses, livros, que contribuíram de forma

significativa para a realização deste trabalho e possibilitar que a temática colabore nos avanços da

legitimação do direito do consumidor e do comerciante. Conclui-se que apesar de grande parte da

doutrina defender a responsabilidade solidária do comerciante, nos parece mais correto o

posicionamento dos que defendem a responsabilidade subsidiária do mesmo, tendo em vista que

não se mostra razoável responsabilizar o comerciante de forma solidária, uma vez que ele não detém

todas as técnicas de fabricação e construção, e não possui todos os dados e informações técnicas a

respeito dos riscos que o produto possa vir a apresentar.

20

Acadêmico do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Pesquisador. E-mail:

[email protected]. 21

Advogada, Professora Universitária, Especialista em direito do consumidor, Civil e Processo civil, Mestre em

ciências jurídicas pela Universidade autônoma de Lisboa, Doutoranda em ciências jurídicas pela Universidade

autônoma de Lisboa. Pesquisadora. E-mail: [email protected].

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19

A USUCAPIÃO ADMINISTRATIVA

Guilherme Henrique Leite Andrade22

Paulo Engel Vieira23

Palavras-chave: desjudicialização; extrajudicial; procedimento; requisitos; usucapião.

O presente artigo aborda a perspectiva do procedimento da usucapião extrajudicial, cujo qual foi

introduzido no ordenamento jurídico brasileiro, a partir da entrada em vigor do novo código de

processo civil, lei nº 13.105/2015, especificamente pelo artigo 1.071, que acrescentou o artigo

216-a à lei de registros públicos. Diante a nova sistemática, é conferido ao interessado, a faculdade

de entrar com o pedido de usucapião, administrativamente perante o cartório do registro de

imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, cumprindo os requisitos

formais, tais como a presença de um advogado. No presente estudo, primeiramente, é realizada

uma breve análise do instituto da usucapião, abordando dentre outros conteúdos a sua

conceituação e historicidade; posteriormente se aborda a desjudicialização dos procedimentos em

que não haja litígio, que confere espaço à alternativa extrajudicial, também chamada de

administrativa. Assim, a análise é uma busca nas origens e também nos requisitos e procedimentos

referente ao instituto da usucapião, agora passível de ser declarada sua ocorrência em âmbito

extrajudicial, viabilizando solução alternativa ao único procedimento judicial, outrora vigente no

antigo código de processo civil, o que pode vir a concorrer para o desafogamento do judiciário,

um dos fins colimados por tal alteração.

22

Acadêmico do 10º período de direito da Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS Campo Belo,

pesquisador. Eixo Temático: Direito Civil e Direito Processual Civil. E-mail: [email protected]. Telefone: (35)

99814-1177. 23

Advogado e Professor universitário na Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS Campus de Campo

Belo e Escola Superior Dom Helder Câmara. Mestre em Direito pela Escola Superior Dom Helder Câmara,

pesquisador. Eixo Temático: Direito Civil e Direito Processual Civil. (e-mail: [email protected]). Lattes:

<http://lattes.cnpq.br/2799024100309574>.

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20

ABANDONO AFETIVO E AS CONSEQUÊNCIAS NO MUNDO JURÍDICO

Savini Miranda De Carvalho24

Dimas Messias de Carvalho25

Palavras-chave: abandono afetivo; dano moral; indenização.

O elo afetivo entre os pertencentes de uma família é fundamental quando falamos de relações

familiares. Portanto fica evidente que o princípio da afetividade é essencial no ordenamento

jurídico brasileiro, sendo primordial no âmbito do direito de família. No que toca aos

relacionamentos das famílias, são ainda mais valiosos os elos afetivos, ao nascermos aprendemos

pelos exemplos a nos relacionar com as outras pessoas, a criar ligações afetivas, a confiar, e a

desenvolver a capacidade de conviver com as pessoas, e também confiança própria. São os pais

que possuem os primeiros contatos com o filho, e desde cedo devem estabelecer laços afetivos, já

que são esses laços que terão reflexos ao longo de toda a nossa vida, inclusive na forma de ser e de

se portar perante a sociedade, com os amigos, no trabalho, e até mesmo no futuro perante os

próprios filhos. São estes laços que irão dar aos filhos bases emocionais para enfrentar a vida

adulta. Assim, a falta de um dos genitores causa grande dano à saúde emocional e às vezes até

mesmo a saúde física da criança, ficando em grande parte dos casos, comprovado prejuízos

incalculáveis para a formação da sua personalidade e identidade. Nestes casos há que se falar em

abandono afetivo, ainda mais quando nos referimos na implicação jurídica à Constituição Federal

de 1988, que tem como princípio supremo a proteção da dignidade da pessoa humana. O presente

trabalho trata da responsabilidade civil aplicada no direito de família, do abandono afetivo

praticado pelos genitores, e da possibilidade de reparação do dano por meio de indenização. A

intenção deste trabalho é demonstrar os efeitos causados pelo abandono afetivo e o direito ao

pagamento de indenização por dano moral aos filhos abandonados, já que a falta do cuidado de

um dos genitores afetam o desenvolvimento da personalidade da criança, dano este que lhe

acompanhará a vida toda, representando lesão a sua dignidade, e causado por uma omissão dos

pais nos seus deveres, o qual deve ser compensado.

24

Acadêmica do curso de Direito da Universidade José do Rosário Vellano. Eixo temático: Direito Civil, Direito

Empresarial e Processual Civil. E-mail: [email protected]. Tel.: (35) 9 9893-6597. 25

Professor Universitário. Eixo temático: Direito Civil, Direito Empresarial e Processual Civil. E-mail:

[email protected].

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21

ABANDONO AFETIVO: UMA VIOLAÇÃO A DIGNIDADE HUMANA

Elizabete Garcia Moreira26

Dimas Messias de Carvalho27

Palavras-chave: afetividade; digndade humana; família; responsabilidade civil.

O presente trabalho, por meio de uma revisão bibliográfica tem como principal intuito estudar e

analisar a questão do abandono afetivo e sua violação ao princípio da dignidade humana, dessa

maneira passa pelas reflexões referente as significativas transformações ocorridas na família, os

principais princípios pelos quais a família atual está pautada, análise da questão do abandono

afetivo, demonstrando, sobretudo, os direitos à proteção à criança e adolescentes e as

consequências negativas da ausência de afetividade. Nos dias de hoje, há grande ênfase nas

relações afetivas considerando essas relevantes para a construção de valores éticos e morais.

Concluiu-se que o comportamento do pai em abandonar o filho afetivamente provoca sérios

prejuízos a formação psíquica da criança afetando-a negativamente também na vida adulta. E isso

levou à debate em âmbito jurídico a respeito da possibilidade de existir a responsabilidade civil do

pai pelos danos causados e o dever de indenizar no plano patrimonial e extrapatrimonial. Deste

modo cabe destacar que a responsabilidade civil deve ser aplicada ao Direito de Família, uma vez

que ele é protegido pela Constituição Federal, que resguarda contra atos que inflijam a dignidade

da família e seus membros. Assim, ação que viole direito da personalidade, entre eles a dignidade

da pessoa humana, é ilegítima conforme dispõe o Código Civil, seja ela decorrente do Direito de

Família ou não. E é nessa visão, que a responsabilidade civil deve ser dirigida ao Direito de

Família. Essa é uma tendência atual que busca a conscientização sobre deveres dos pais diante do

atual conceito da família no ordenamento jurídico brasileiro, e não colocar preço no afeto.

26

Acadêmica do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Eixo temático: Direito Civil,

Empresarial e Processual civil. E-mail: [email protected]. 27

Mestre em Direito Constitucional pela FDSM; Professor de Direito de Família, Direito das Sucessões e Direito das

Coisas na UNIFENAS; Professor de Direito de Família e Sucessões na UNILAVRAS; Professor convidado em cursos

de pós graduação e concursos jurídicos; Membro do IBDFAM. Eixo temático: Direito Civil, Empresarial e Processual

civil. E-mail: [email protected].

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22

ABORTO: TRATAMENTO JURÍDICO E POLÊMICA NO ABORTO DE FETO

ANENCÉFALO

Maycon Rodrigues Casarino28

Daniel Limongi Alvarenga Alves29

Palavras-chave: aborto de anencéfalos; ação de descumprimento de preceito fundamental;

dignidade da pessoa humana; direito à vida.

Este trabalho, por meio de uma revisão bibliográfica tem por objetivo expor sobre a temática

aborto de feto anencéfalo. A justificativa para este trabalho está no conhecimento de que o aborto

é um assunto que gera polêmica e discussões e também pelo alto número de mulheres que já

abortaram, ficando claro que a ilegalidade do ato não evita que elas interrompam a gestação,

mesmo que isso represente submeter a procedimentos em clínicas clandestinas e a técnicas que

põe em risco saúde metal e física, sem contar a morte de mulheres que passam por esse

procedimento. Outro ponto é a polêmica a respeito do aborto de anencéfalos, pois há conflitos de

direitos neste caso, o do feto e o da mãe. Nesse sentido pode-se concluir que o aborto é um tema

controverso e polêmico da sociedade, encontrando tanto aqueles que defendem a

descriminalização quanto os defendem proibição total. O Código Penal admite a realização do

aborto somente em duas circunstâncias: em caso de estupro, e risco de morte da gestante. Assim, o

aborto realizado em fetos que possuem alguma má-formação ou anomalia, onde se encaixa os

casos de anencefalia, não encontra amparo no ordenamento pátrio. A essência da discussão está no

conflito entre os princípios constitucionais vigorantes, especialmente ao que se refere ao direito à

vida e a dignidade da pessoa humana, e a consequente prioridade de um preceito sobre o outro.

Nessa circunstância utiliza-se o princípio da proporcionalidade, prevalecendo assim o direito da

gestante. No caso do aborto de anencéfalo a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental

54 descriminalizou e permitiu o aborto nesse caso. Pois uma gestação nesta circunstância gera

transtornos psicológicos e físicos para a gestante, assim com tal decisão se ela optar pelo aborto

ela poderá fazê-lo consciente de que não estará infringindo nenhuma regra e está sendo respeitada,

não aumentando ainda mais a angustia.

28

Acadêmico do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Eixo temático: Direito

Penal e Processual Penal. E-mail: [email protected]. 29

Professor de Direito Penal da UNIFENAS. Eixo temático: Direito Penal e Processual Penal. E-mail:

[email protected].

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23

ADICIONAL DE 25% PARA O BENEFICIÁRIO DO BPC/LOAS NA GRANDE

INVALIDEZ

Maria Gabriela Oliveira Damasio30

Denilson Victor Machado Teixeira31

Palavras-chave: adicional; benefício assistencial; invalidez.

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) tem natureza assistencial e não contributiva, que

garante um salário mínimo mensal ao idoso acima de 65 anos ou ao cidadão com deficiência

física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo. O responsável pelo reconhecimento do

direito e concessão do benefício é o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Tal benefício não

paga décimo-terceiro salário, nem deixa pensão por morte, uma vez que tem caráter

personalíssimo. Em regra, os aposentados por invalidez que dependem de auxílio permanente de

outra pessoa fazem jus ao acréscimo de 25% em seu benefício. Tal acréscimo não se estende, a

princípio, às demais aposentadorias e nem ao Benefício de Prestação Continuada da LOAS. A

presente pesquisa tem por escopo verificar a possibilidade de extensão desse percentual aos

beneficiários do BPC-LOAS. Para isso, utilizar-se-á artigos acadêmicos e a jurisprudência pátria

como referencial teórico para a sustentação da tese que é extensível aos demais benefícios

previdenciários e também ao benefício assistencial. O Estado não pode esquivar-se de suas

obrigações frente aos administrados, que detêm direitos e cumprem com suas obrigações,

mormente tributárias.

30

Acadêmica do curso de Direito na UNIFENAS Campo Belo. Eixo temático: Direito Constitucional, Administrativo

e Previdenciário. E-mail: [email protected]. Cel.: (35) 99164-5902. 31

Pós-Doutoramento em Democracia e Direitos Humanos pelo IGC/CDH da Faculdade de Direito da Universidade de

Coimbra (Portugal), Doutorado em Direito pela PUC-SP, Mestrado em Direito do Estado pela UNIFRAN,

Especialização em Direito Processual pela PUC Minas e Bacharelado em Direito pela UNIFENAS. Atua como

Professor Universitário (área de Direito Público) nos Cursos de Bacharelado (UNIFENAS) e de Pós-Graduação em

Direito (UNIFENAS, FESJF, UEL e UNAMA), inclusive com destacada experiência em atividades de Ensino,

Pesquisa e Extensão. Coorientador do Mestrado em Direito na UAL (Portugal). Advogado (OAB/MG 76.787). Eixo

temático: Direito Constitucional, Administrativo e Previdenciário. E-mail: [email protected].

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24

ANTECEDENTES CRIMINAIS FACE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Michel Antônio Rodrigues32

Glícia Paula Resende33

Palavras-chave: antecedentes criminais; inconstitucionalidade; perpetuidade.

Este trabalho tem por tema antecedentes criminais, e através de uma pesquisa bibliográfica busca

demostrar a inconstitucionalidade dos maus antecedentes em nosso ordenamento jurídico, pois a

Constituição de 1988 não permite uma prisão perpetua, logo não se deve permitir que a conduta de

um indivíduo o prejudique por toda a sua vida. Nesse sentido presente estudo se justifica na

questão da inconstitucionalidade dos maus antecedentes, pois se valendo de uma condenação

antiga não se pode valorar de maneira negativa de forma eterno e permanente a circunstância

judicial da má-antecedência, dando perpetuidade aos efeitos de uma condenação mesmo após

cinco anos decorridos da extinção da punibilidade, o que fere evidentemente os direitos e garantias

fundamentais conferidas ao cidadão, preconizadas na Carta Magna do país. E assim conclui-se que

os antecedentes foram inseridos pelo o legislador com o intuito de melhor individualizar a pena do

acusado, mas no que se refere ao respeito às garantias constitucionais, deixou de forma ampla e

ilimitada, assim nessa perspectiva o legislador deixou de lado a questão das garantias

constitucionais. Confrontando assim vários princípios constitucionais como o princípio da

dignidade da pessoa humana, poiso acusado uma vez com maus antecedentes criminais é

qualificado até mesmo pelo próprio magistrado como um delinquente, em que não tenha chances

para a sua regeneração perante os demais, modificando a aplicação da pena. Princípio da

proporcionalidade, ao utilizar de forma mais rígida e injusta a questão dos antecedentes criminais,

lesando a proporcionalidade da cominação da pena a ser instituída.

32

Acadêmico do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Eixo temático: Direito Penal

e Processual Penal. E-mail: [email protected]. 33

Advogada, professora de Direito Civil e de Direito Penal da UNIFENAS. Eixo temático: Direito Penal e Processual

Penal. E-mail: [email protected].

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25

APOSENTADORIA COMPULSÓRIA DOS AGENTES PÚBLICOS

Bruna Abrão Couto Bastos Garcia34

João Carlos Cândido35

Denilson Victor Machado Teixeira36

Palavras-chave: aposentadoria compulsória; constituição da república federativa do Brasil;

previdência social.

A pesquisa estuda a mudança ocorrida pela Emenda Constitucional n. 88/2015 na idade da

aposentadoria compulsória de 70 anos para 75 anos, no que tange aos ministros do STF, dos

tribunais superiores e do Tribunal de Conta da União, sob o argumento que esses profissionais se

encontram em condições mentais para exercer suas atividades laborativas e sobre a economia que

tal mudança vai ocasionar ao governo. E também a Lei Complementar Federal n. 152/2015 que

inseriu os servidores públicos independente dos cargos exercidos com os mesmos direitos uma vez

que a EC n. 88/2015 era de eficácia limitada. Diante de tais considerações, nota-se que o princípio

da igualdade foi efetivado através da Lei Complementar n. 152/2015, proporcionando um prêmio

para o profissional em razão de sua dedicação ao trabalho, em que pesem argumentos em sentido

contrário.

34

Acadêmico do 6º período do curso de Direito da Universidade José do Rosário Vellano – Campo Belo. 35

Acadêmica do 6º período do curso de Direito da Universidade José do Rosário Vellano – Campo Belo. 36

Pós-Doutoramento em Democracia e Direitos Humanos pelo IGC/CDH da Faculdade de Direito da Universidade de

Coimbra (Portugal), Doutorado em Direito pela PUC-SP, Mestrado em Direito do Estado pela UNIFRAN,

Especialização em Direito Processual pela PUC Minas e Bacharelado em Direito pela UNIFENAS. Atua como

Professor Universitário (área de Direito Público) nos Cursos de Bacharelado (UNIFENAS) e de Pós-Graduação em

Direito (UNIFENAS, FESJF, UEL e UNAMA), inclusive com destacada experiência em atividades de Ensino,

Pesquisa e Extensão. Coorientador do Mestrado em Direito na UAL (Portugal). Advogado (OAB/MG 76.787). E-

mail: [email protected].

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26

APOSENTADORIA ESPECIAL PARA SERVIDOR PÚBLICO

Camila Ribeiro da Silva Freire37

Denilson Victor Machado Teixeira38

Palavras-chave: aposentadoria especial; omissão legislativa; servidor público.

Este estudo buscou realizar uma reflexão acerca da aposentadoria especial para o servidor público.

A aposentadoria oferecida de maneira digna é compreendida como um dos elementos

indispensáveis para que se assegure o equilíbrio social. É preciso notar que, alguns trabalhadores

acabam por desenvolver as suas atividades em condições que oferecem riscos para a sua saúde e

integridade física. Justamente por essa razão é concedida para estes segurados a aposentadoria

especial, desde que existam contribuições para a Previdência Social por um período mínimo de 15,

20 ou 25 anos, conforme rol previsto no Anexo IV do Decreto Federal n. 3.048/1999. Entretanto,

quando se trata do servidor público existem determinadas barreiras que acabam por dificultar o

acesso a esse benefício previdenciário. Dessa forma, o estudo em questão realizou uma reflexão

acerca da aposentadoria especial para o servidor público, com destaque para a Súmula Vinculante

n. 33 do Supremo Tribunal Federal. Verificou-se que em se tratando de trabalhadores inscritos no

Regime Geral de Previdência Social, existem regulamentações legais voltadas para a

aposentadoria especial. Em face dessa situação, muitos servidores públicos passaram a ajuizar

ações perante o Poder Judiciário a fim de obterem a almejada aposentadoria especial, motivo que

ocasionou a elaboração da Súmula Vinculante n. 33 do Supremo Tribunal Federal. Contudo, a

mesma se mostra bastante limitada haja vista que não contempla todas as situações existentes.

Concluiu-se, portanto, que existe uma omissão legislativa no que tange a aposentadoria especial

do servidor público.

37

Acadêmica do Curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Eixo temático: Direito

Constitucional, Administrativo e Previdenciário. E-mail: [email protected]. 38

Pós-Doutor em Democracia e Direitos Humanos pela Universidade de Coimbra (Portugal). Doutor em Direito pela

PUC-SP. Mestre em Direito do Estado pela UNIFRAN. Especialista em Direito Processual pela PUC Minas. Bacharel

em Direito pela UNIFENAS. Professor do Curso de Direito da UNIFENAS, campi Alfenas e Campo Belo.

Doutrinador jurídico. Advogado. Membro da Academia Dorense de Letras, Artes e Ciências de Boa Esperança – MG.

Eixo temático: Direito Constitucional, Administrativo e Previdenciário. E-mail: [email protected].

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27

APOSENTADORIA: NOVAS REGRAS POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO VERSUS

FATOR PREVIDENCIÁRIO

Maira Melo Rodrigues39

Denilson Victor Machado Teixeira40

Palavras-chave: aposentadoria; fator 85/95; fator previdenciário.

Este estudo buscou refletir acerca das recentes modificações operadas no rol da Previdência Social

em relação à aposentadoria, com a inserção da nova regra, conhecida como fator 85/95 e a sua

aplicabilidade nas aposentadorias por tempo de contribuição. Além de tecer considerações acerca

do fator previdenciário. As análises teóricas desta pesquisa, situam-se no entendimento acerca do

Sistema de Seguridade Social e os seus elementos mais relevantes, bem como na compreensão dos

benefícios previdenciários ofertados. Reflete-se, com enfoque jurisprudencial e doutrinário, acerca

do fator previdenciário e também da fórmula 85/95, buscando perceber qual seria o melhor

momento e regra jurídica aplicável para a aposentadoria sem prejudicar o trabalhador. No que

tange ao fator 85/95 o destaque recai no fato de que este representa uma alternativa ao fator

previdenciário, ou seja, de acordo com cada caso, aplica-se o fator previdenciário ou o fator 85/95.

Por fim, salienta-se que de acordo com a situação atual, é fundamental que seja analisado o melhor

momento para que o trabalhador possa solicitar o benefício, evitando que este tenha prejuízos.

39

Acadêmica do Curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Eixo temático: Direito

Constitucional, Administrativo e Previdenciário. E-mail: [email protected]. 40

Pós-Doutor em Democracia e Direitos Humanos pela Universidade de Coimbra (Portugal), Doutor em Direito pela

PUC/SP, Mestre em Direito Público pela UNIFRAN/SP, Especialista em Direito pela UNIFENAS/MG. Professor

Titular dos Cursos de Graduação e Pós-Graduação em Direito na UNIFENAS, Professor Convidado do Curso de Pós

Graduação em Direito Previdenciário na Universidade Estácio de Sá/RJ, Campus de Juiz de Fora - MG, Professor

Convidado do Curso de Pós-Graduação em Direito Previdenciário na Universidade Estadual de Londrina - PR (UEL),

Advogado-OAB/MG 76.787, Líder do Grupo de Pesquisa “Políticas Públicas” (CNPq/Lattes/UNIFENAS). Eixo

temático: Direito Constitucional, Administrativo e Previdenciário. E-mail: [email protected].

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28

AS IMPLICAÇÕES JURÍDICAS FRENTE AO ABANDONO INTELECTUAL

Danielle Aparecida Ribeiro41

Daniel Limongi Alvarenga Alves42

Palavras-chaves: abandono intelectual; educação; família.

A educação foi reconhecida como sendo um direito fundamental à criança e ao adolescente, pois

visa o pleno desenvolvimento destes. O afastamento ao ensino regular afronta o estabelecido na

legislação. Pretendeu-se, portanto, verificar, diante do Estado Democrático de Direito, o real

estabelecimento e imposição frente à aplicação do ensino, norteando a responsabilidade penal dos

pais ou responsáveis. Tema ainda pouco discutido e controverso, o crime de abandono intelectual,

objetivo específico da presente pesquisa, é disciplinado no artigo 246 do Código Penal, que

pressagia a punição dos pais que se negarem a prover a instrução educacional dos filhos menores,

sem uma causa justificável. Em contrapartida, vimos a possibilidade da educação domiciliar, a

denominada homeschooling. Notou-se a divergência existente na jurisprudência brasileira, que

conta com diversos julgados, discussões fervorosas e dúvidas intermináveis. Concluiu-se que

alguns pais, ainda na sua maioria, são impedidos de educar sua prole em casa e o crime de

abandono intelectual ainda é o óbice à luz da legislação brasileira, sendo penalizados aqueles que

descumprirem seu preceito.

41

Acadêmica do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Eixo temático: Direito Penal

e Processual Penal. (e-mail: [email protected]) - Contato: (35) 9.9112-1193. 42

Advogado Criminalista e Professor Universitário, Mestre em Direito pela Faculdade de Direito do Sul de Minas

(FDSM), pesquisador. Eixo temático: Direito Penal e Processual Penal. (e-mail: [email protected]).

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29

AS PRISÕES CAUTELARES E O PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA

Túlio Pacheco Rezende43

Santos Fiorini Neto44

Palavras-chave: direito processual penal; garantismo; lei 12.403/2011; presunção de inocência;

prisão cautelar.

O presente trabalho tem por objetivo demonstrar, de modo claro e conciso, como os princípios

fundamentais às vezes são relativizados devido à necessidade do Estado de prestar um melhor

desempenho em suas atividades jurisdicionais e chegar à um resultado efetivamente satisfatório,

com decisões eficazes, correspondentes à realidade, sem interferências prejudiciais à elucidação da

verdade real, em prol do bom andamento da ordem pública, do interesse social. Destaca, também,

que no Estado Democrático de Direito a vontade de um único indivíduo não deve imperar ante ao

interesse público. Os Estados Democráticos de Direito, adeptos da concepção garantista, buscam

impor limites ao próprio poder perante à liberdade individual, estabelecendo direitos fundamentais

dentro de suas constituições. O Brasil adotou os fundamentos garantistas na Constituição Federal

de 1988 estabelecendo garantias fundamentais que diminuem o poder do Estado e aumentam os

direitos dos cidadãos especialmente o direito à liberdade. Surge o princípio da presunção de

inocência, o qual determina que o acusado somente poderá ser considerado culpado após a

decretação de uma sentença penal condenatória da qual não caiba mais recursos. Entretanto, há

casos em que a liberdade do indiciado poderá trazer prejuízos para as atividades processuais e até

mesmo constituir um perigo para a ordem pública e a ordem econômica. Para essas circunstâncias

aplica-se o instituto da prisão cautelar, o qual prevê a prisão do acusado antes da sentença penal

condenatória transitada em julgado. Tal situação gera uma aparente contradição, pois a

intervenção na liberdade do acusado antes da sentença final, teoricamente, confronta o princípio

constitucional da presunção de inocência.

43

Aluno 10º Período do Curso de Direito - Universidade José do Rosário Vellano – Unifenas – Campo Belo/MG. E-

mail: [email protected]. Tel.: (35)99814-6187. 44

Advogado. Professor Universitário. Tel.: (35)99126-0008.

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30

BANALIZAÇÃO DO DANO MORAL: A INDÚSTRIA DO DANO MORAL E OS

JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS COMO INSTRUMENTO PARA TAL PRÁTICA

Arthur Teixeira Faria45

Deivison Resende Monteiro46

Palavras-chave: abarrotamento; banalização; dano moral; direito civil; responsabilidade civil.

Antes de adentrar ao tema central da pesquisa, qual seja: a banalização do dano moral tendo como

instrumento para tal os juizados especiais cíveis, necessário se fez a elucidação do instituto da

responsabilidade civil como um todo, além, é claro, da explanação do instituto do próprio dano

moral, que é imprescindível para o desenvolvimento do tema. Superadas estas questões, ao

adentrar ao tema central, o que se observa é que a banalização do dano moral no Brasil é um

problema crescente que tem como principal consequência o abarrotamento de ações judiciais,

tornando todo o sistema mais lento, trazendo prejuízos para além da comunidade jurídica,

atingindo toda a população que necessita de uma prestação jurisdicional em tempo razoável.

Entende-se que a banalização deste instituto se dá, principalmente, pela falta de informação da

população quanto ao mesmo, tendo ainda algumas outras causas, como: a mídia nacional que por

vezes fornece informações de forma deturpada quanto ao instituto do dano moral e ainda por uma

minoria de operadores do direito que acabam se aproveitando de brechas deixadas pela facilidade

e (a princípio) gratuidade para se propor uma ação judicial no âmbito dos juizados especiais.

Assim, o que se entende é que através de campanhas educativas para a população, além da

cooperação e ainda de punições por parte dos operadores do direito que manifestamente utilizarem

desta prática para locupletar-se ilicitamente, os danos decorrentes desta situação pudessem ser

minimizados, facilitando a vida de todos.

45

Académico do décimo período do curso de Direito pela Universidade José do Rosário Vellano. (e-mail: arthur-

[email protected]). Telefone: (035)99965-2775. 46

Orientador, advogado e professor na Universidade José do Rosário Vellano. (e-mail:

[email protected]).

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31

CRIMES CIBERNÉTICOS: COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR ESTES

CRIMES

Meiriely Aparecida Silva47

Daniel Limongi Alvarenga Alves48

Palavras-chave: crimes cibernéticos – competência; crimes virtuais – leis; crimes virtuais –

tipologia.

Com o surgimento do computador e posteriormente da internet, a sociedade se viu diante de uma

tecnologia revolucionária que tomou conta de suas vidas. Com seu espantoso crescimento e as

difusões em todo o mundo várias possibilidades surgiram, tanto positivas como negativas. Um dos

pontos negativos que se pode citar é o aparecimento dos crimes virtuais. Em razão disso o Direito

deve estar atento, caminhando junto com a segurança da informação, para que esta nova sociedade

digital não se torne uma sociedade a margem do controle estatal. A presente monografia aborda a

história e evolução da internet, os crimes cibernéticos, seu conceito e tipificação, quais são os

principais crimes virtuais, faz, ainda, uma breve abordagem às leis que tratam tais crimes e por

fim analisa a competência jurisdicional para o crime virtual. Tema de grande relevância por ter

repercutido de uma forma tão estrondosa nos últimos tempos, ameaçando a sociedade virtual e a

sociedade como um todo. A metodologia usada foi a pesquisa bibliográfica com utilização de

doutrinas e artigos científicos. Foram pesquisadas também, jurisprudências dos principais

tribunais brasileiros.

47

Acadêmica do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Membro do núcleo de

estudos sobre o crime cibernético e a competência para processar e julgar estes crimes. Direito Penal e Processual

Penal. (e-mail: [email protected]). 48

Advogado. Professor Universitário. Tel.: (35)99979-0052.

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32

CRIMES PRATICADOS POR MEIO DA FÉ E A POSSIBILIDADE DE AGRAVANTES

PENAIS.

Leonardo Carvalho De Simone49

Glícia Resende50

Palavras-chave: agravantes; crimes; fé; religião.

A constituição federal de 1988 apresenta em seu texto garantias de práticas livres de cultos e

liturgias ligados a religião, afirmando uma liberdade religiosa desde que não ofenda direito

alheios. Tanto a Religião quanto o Estado possuem normas e leis próprias e na maioria das vezes

elas caminham lado a lado, pois são advindas da mesma essência ética, mas esta harmonia nem

sempre ocorre e as determinações religiosas estão prevalecendo no âmbito do direito, levando a

um entendimento que esta liberdade forjou uma legitimidade religiosa de se adversar sobre demais

princípios, normas e leis pátrias gerando oportunidades para que religiosos utilizem de tal

liberdade para cometerem transgressões por meio da fé, algo que precisa ter uma maior coerção do

Estado. Os crimes praticados por meio da fé será o assunto deste estudo, tendo como objetivo

realizar uma análise jurídica e criminológica para apresentar maneiras de agravar as penas para as

infrações referentes ao tema proposto. Fundamentado no ordenamento jurídico Brasileiro, mas

com maior enfoque no Código Penal Brasileiro. A pesquisa está em andamento.

49

Acadêmico. 50

Professora universitária.

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33

DA PRESCRIÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA

Gisele Silva Ribeiro51

Glícia Paula Resende52

Palavras-chave: inimputabilidade; medida de segurança; prescrição; punibilidade; semi-

inimputabilidade.

O presente trabalho tem como objetivo estudar as medidas de segurança, principalmente no que

diz respeito à prescrição de tal medida diante do Código Penal Brasileiro. Medida de segurança é

uma providência de natureza penal, decorrente da prática de uma conduta típica e ilícita por parte

do agente semi-imputável ou inimputável. Teve inicio a partir do século XIX como fruto da

Escola Positiva, entretanto somente foi introduzida no Brasil a partir do Código Penal de 1940,

seguindo tendência mundial. Para sua aplicação deve-se observar a diferença entre imputável,

semi-imputável e inimputável o que será constatado por pericia médica oficial. Destaca-se no

trabalho, sinteticamente, o que é prescrição no âmbito penal, sendo definida como a perda da

pretensão punitiva estatal, pelo decurso de determinado lapso temporal, previsto por lei. Ressalta-

se que a prescrição está dividida em duas espécies: Punitiva e Executória. Conclui-se que a

medida da segurança está sujeita a prescrição executória, sendo aplicada somente ao semi-

imputável (agente no momento a ação ou da omissão, estava parcialmente privado de sua

capacidade de entender o caráter ilícito do fato) que na questão prescricional terá como base de

calculo a pena reduzida fixada antes da substituição, e também será aplicada ao inimputável

(agente no momento da ação ou omissão o autor tinha ou não juízo sobre os fatos) no qual será

causa de exclusão da culpabilidade, isto é, mesmo sendo o fato típico e antijurídico, não é culpável

o que ocasiona problema prescricional, pois a inimputabilidade, isentando o réu de pena, torna

altamente controversa a questão sobre o cálculo do prazo de prescrição retroativa, intercorrente ou

subsequente e executória, enquanto lhe falta uma base numérica ante a ausência de pena aplicada.

51

Acadêmica do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. E-mail:

[email protected]. 52

Professora do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. E-mail:

[email protected].

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34

DELAÇÃO PREMIADA

Jorge Otávio Vilela Leite Mori53

Antônio Godinho54

Palavras-chave: crime organizado; delação premiada; delatado; delator; direito premial.

A delação premiada é um instituto presente no Direito Penal brasileiro que gera controvérsias,

havendo argumentos contrários e favoráveis acerca de sua utilização. Primeiramente concebido

como forma de auxiliar o Estado na persecução penal aos crimes de maior lesividade e de difícil

investigação, como os ligados aos crimes organizado, posteriormente, por meio de legislação

infraconstitucional, teve sua utilização estendida em relação aos crimes de qualquer natureza. Este

estudo analisa a evolução do direito premial no Brasil e na legislação estrangeira, de onde foi

importado para o Brasil, o conceito de delação premiada e o fenômeno da criminalidade

organizada e suas características, procurando-se evidenciar a aplicação do referido instituto no

combate a essa modalidade criminosa. O presente trabalho investiga a constitucionalidade da

delação premiada, bem como se fere o princípio da dignidade da pessoa humana e o princípio da

proporcionalidade da pena. Por fim, procura mostrar os argumentos favoráveis e contrários a

delação premiada, presente nas legislações de diversos países.

53

Acadêmico do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. (e-mail:

[email protected], telefone: (35) 99826-3173). 54

Juiz de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Campo Belo/MG e Professor Universitário.

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35

DEPÓSITO RECURSAL FRENTE AO PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO

E AMPLA DEFESA: UMA REFLEXÃO ACERCA DE SUA OBRIGATORIEDADE E

POSSÍVEL INCONSTITUCIONALIDADE

Priscilla Nádila Montes Sales 55

Deivison Resende Monteiro56

Palavras-chave: depósito recursal; inconstitucionalidade; obrigatoriedade; princípio da ampla e

do duplo grau de jurisdição.

Este estudo teve como objetivo a realização de uma discussão voltada para a exigência do

depósito recursal, diante dos princípios do duplo grau de jurisdição e ampla defesa, buscando

refletir acerca da sua obrigatoriedade e possível inconstitucionalidade. As reflexões realizadas

situam-se na perspectiva de perceber que à exemplo da justiça comum, quando se trata do âmbito

trabalhista, a fim de que seja realizada a interposição de um recurso, o recorrente precisa arcar

com as custas e os emolumentos. Portanto, para que o empregador possa recorrer contra uma

condenação em valores é preciso a efetivação do depósito recursal, elemento que pode se tornar

um obstáculo para que a justiça seja acessada por alguns. Para compreender o cerne da questão,

foram realizados estudos voltados para os elementos do depósito recursal e também a devida

compreensão dos princípios do duplo grau de jurisdição e da ampla defesa. Ademais, inseriu-se a

discussão relacionada com a possibilidade da inconstitucionalidade do mesmo. Concluiu-se assim,

que a exigência do depósito recursal acaba por afrontar os princípios constitucionais já

mencionados, caracterizando-se como sendo inconstitucional, entendimento esse que tem crescido

consideravelmente entre os doutrinadores. Por fim, ressalta-se a necessidade de uma revisão, por

parte do Supremo Tribunal Federa, acerca de tal matéria.

55

Acadêmica do 10º período do Curso de Direito, promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Direito do

Trabalho e Processual do Trabalho. (e-mail: [email protected]). 56

Mestre em direito. Professor da Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS/Campo Belo).

([email protected]).

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36

DESAPROPRIAÇÃO RURAL PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA

Adrielly Fernanda da Mata57

Denilson Victor Machado Teixeira58

Palavras-chave: direito de propriedade; intervenção estatal; interesse público.

O homem sempre computou, no número de seus direitos, o de apropriar-se de certos bens,

inclusive os jurisconsultos romanos definiram isso numa fórmula célebre, ou seja, de que a

propriedade é o direito de reivindicar e de conservar como seu aquilo que foi legitimamente

adquirido, de usar, gozar e dispor dessa coisa à vontade, com exclusão de outrem, nos limites da

lei. Apesar de o conceito de propriedade ter adquirido uma complexidade e amplitude bem

maiores, ainda hoje, são observadas inúmeras discussões a respeito do tema, especialmente em se

tratando da reforma agrária. Diante desse contexto, questiona-se: quais os limites relativos ao

direito de propriedade e à intervenção do Estado na propriedade privada? Assim, este estudo é

importante porque esta espécie de desapropriação tem por escopo atender ao interesse coletivo das

classes rurais carentes, constituídas pelos agricultores, para que, com o proveito da terra consigam

arcar com o próprio sustento e de seus familiares. Enfim, a desapropriação é considerada uma

forma originária de aquisição da propriedade, tendo em vista que a transferência da propriedade do

particular ao Poder Público, mediante vontade deste e indenização, em que pesar a desapropriação

para fins de reforma agrária tratar-se do tipo desapropriação-sanção, já que busca punir àquele que

não cumpre a função social de sua propriedade, sendo de competência exclusiva da União fazê-la,

nos termos do art. 184 da CRFB/1988 e Lei Ordinária Federal n. 8.629/1993.

57

Acadêmica do curso de Direito na UNIFENAS Campo Belo. E-mail: [email protected]. 58

Pós-Doutoramento em Democracia e Direitos Humanos pelo IGC/CDH da Faculdade de Direito da Universidade de

Coimbra (Portugal), Doutorado em Direito pela PUC-SP, Mestrado em Direito do Estado pela UNIFRAN,

Especialização em Direito Processual pela PUC Minas e Bacharelado em Direito pela UNIFENAS. Atua como

Professor Universitário (área de Direito Público) nos Cursos de Bacharelado (UNIFENAS) e de Pós-Graduação em

Direito (UNIFENAS, FESJF, UEL e UNAMA), inclusive com destacada experiência em atividades de Ensino,

Pesquisa e Extensão. Coorientador do Mestrado em Direito na UAL (Portugal). Advogado (OAB/MG 76.787). E-

mail: [email protected].

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37

ESTADO LAICO E LIBERDADE RELIGIOSA: UMA ANÁLISE HISTÓRICA EM

BUSCA DOS LIMITES DE ATUAÇÃO ENTRE TAIS PRINCÍPIOS

Matheus Garcia Lopes59

Denilson Victor Machado Teixeira60

Palavras-chave: direitos e garantias fundamentais; estado laico; laicidade; laicisecularismo;

liberdade religiosa;

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu art. 5º, inc. VI, traz para o

cidadão o direito da liberdade de consciência e crença, e ao mesmo tempo por garantir tal

liberdade institui o Estado como sendo laico, pois resguarda o direito do cidadão sem manifestar

um pensamento religioso. Na atualidade tem-se realizado muitos debates acerca de temas que

direta ou indiretamente atingem a religiosidade individual de alguns indivíduos ou grupos de

indivíduos, fazendo com que tais debates se tornem cada vez mais fervorosos, frente a vasta gama

de pensamentos filosóficos e filosóficos-religiosos e devido este fato muitas vezes são usados

como tese de defesa a religiosidade seguida pelos mesmos. Ora, analisando ambos os princípios

podemos perceber que ao mesmo tempo que conflitantes, ambos necessitam do outro para existir,

pois não haveria de existir Liberdade religiosa se não fosse pelo amparo e segurança garantida

pelo Estado laico, e este não haveria de existir se não fosse pela necessidade de garantir a

liberdade para a grande variedade de consciência e crença da população.

59

Acadêmico do 6º período de Direito. Políticas Públicas. E-mail: [email protected]. Lattes:

http://lattes.cnpq.br/7199921436547971. 60

Pós-Doutoramento em Democracia e Direitos Humanos pelo IGC/CDH da Faculdade de Direito da Universidade de

Coimbra (Portugal), Doutorado em Direito pela PUC-SP, Mestrado em Direito do Estado pela UNIFRAN,

Especialização em Direito Processual pela PUC Minas e Bacharelado em Direito pela UNIFENAS. Atua como

Professor Universitário (área de Direito Público) nos Cursos de Bacharelado (UNIFENAS) e de Pós-Graduação em

Direito (UNIFENAS, FESJF, UEL e UNAMA), inclusive com destacada experiência em atividades de Ensino,

Pesquisa e Extensão. Coorientador do Mestrado em Direito na UAL (Portugal). Advogado (OAB/MG 76.787). E-

mail: [email protected].

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38

ESTUDO DA LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS FACE AOS PRINCÍPIOS DA RESERVA

LEGAL E DA TAXATIVIDADE EM DIREITO PENAL

Gabriel Bolognani Teixeira61

Santos Fiorini Netto62

Palavras-chave: crimes ambientais; meio ambiente; princípio da reserva legal; princípio da

taxatividade.

O presente trabalho analisa a tutela penal do meio ambiente, através da Lei dos Crimes

Ambientais (Lei 9.605/98). Foi a partir da análise dessa Lei que encontrou-se o problema deste

trabalho. A referida lei, na definição das condutas, possui conceitos amplos e indeterminados e

elementos normativos do tipo. Assim, não há técnica legislativa na definição de condutas precisas

e adequadas. Portanto, o propósito foi justamente o de investigar se a má redação das condutas

lesivas ao meio ambiente, previstas na Lei dos Crimes Ambientais (Lei 9.605/98) ofende o

princípio da reserva legal e da taxatividade. Justifica-se este trabalho diante da necessidade de

tutela penal do meio ambiente, já que este é merecedor de defesa para a própria qualidade de vida,

não só em relação às gerações presentes, como em relação ao direito do meio ambiente das

gerações futuras. Assim, conclui-se que não basta a lei ser prévia, a descrição do tipo penal tem

que ser “cerrada”, ter limites, para que o cidadão tenha clara ciência da conduta que se quer proibir

sob a ameaça da pena. Portanto, a Lei dos Crimes Ambientais é uma norma tecnicamente

imperfeita, e em nome dos princípios da reserva legal e da taxatividade não podem ser aceitas leis

vagas ou imprecisas, que não deixam delimitado o comportamento que se objetiva punir.

61

Bacharelando em Direito pela UNIFENAS/MG. Eixo temático: Direito Penal e Processual Penal. E-mail:

[email protected]. 62

Advogado e Professor Universitário. Eixo temático: Direito Penal e Processual Penal. E-mail:

[email protected].

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39

INSTITUTO DA FIANÇA PENAL FRENTE AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Júlio Flávio Costa Viana63

Santos Fiorini Netto64

Palavras-chave: fiança penal; isonomia; liberdade provisória; presunção de inocência; princípios

constitucionais.

A presente pesquisa buscou tratar do instituto da Fiança Penal como forma de garantir a liberdade

provisória do preso em flagrante delito sob a égide do princípio constitucional da Presunção de

Inocência ou Não-Culpabilidade. Também foram analisados os crimes inafiançáveis, descritos

inclusive na Carta Magna, e a afronta que essa previsão pode trazer ao princípio da isonomia.

Oportuno ressaltar que a fiança penal pode ser observada sob duas perspectivas, de acordo com a

doutrina atual majoritária. Primeiro como requisito à Liberdade Provisória, vertente a qual nos

atemos nessa pesquisa. De outra forma, a fiança penal pode ser vista isoladamente da liberdade

provisória, como uma das medias cautelares diversas da prisão descritas no Art. 319 do CPP. A

análise se deu por meio de levantamento doutrinário e jurisprudencial, buscando conhecer o

contexto histórico dos institutos, alterações sofridas na legislação vigente, bem como suas

conceituações. Foi dado enfoque: na dispensa da fiança pela autoridade policial, nas formas de

pagamento previstas em lei, nos requisitos legais norteadores do quantum a ser aplicado, e na

incoerência do tratamento dos crimes inafiançáveis. Neste contexto foram abordados os princípios

constitucionais da Dignidade da Pessoa Humana, Presunção de Inocência, Isonomia, dentre

outros, com o objetivo de alcançar o devido equilíbrio entre o instituto da Fiança Penal e os

direitos e garantias fundamentais. A análise do instituto da Fiança Penal sob a égide constitucional

torna-se importante para ilidir eventuais injustiças, principalmente no que concerne ao

encarceramente prematuro de quaquer cidadão, pela inobservência de direitos pretificados.

63

Acadêmico do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Eixo temático: Direito Penal

e Processual Penal. E-mail: [email protected]. 64

Advogado e Professor Universitário. Eixo temático: Direito Penal e Processual Penal. E-mail:

[email protected].

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40

JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO, FALSA PROMESSA

DE ACESSO À JUSTIÇA?

Cinthia Alves Paranaguá65

Deivison Resende Monteiro66

Direito Processual do Trabalho

Palavras-chave: advogado; jus postulandi; justiça do trabalho.

A presente pesquisa pretendeu apresentar, de maneira clara e sucinta, uma possível exclusão do

instituto jus postulandi na justiça do trabalho. Entende-se que este instituto presente no artigo 791

da CLT pertence ao período em que a justiça do trabalho ainda não era ramo do poder judiciário.

Para fazer valer o direito dos trabalhadores na seara trabalhista, faz-se necessário um bom

conhecimento técnico-profissional, a fim de ser aplicada a justiça no caso concreto. Nesse

seguimento, passou-se à análise crítica da coerência entre a o instituto do jus postulandi na Justiça

do Trabalho, frente ao artigo 133 da Carta Magna, a lei ordinária nº 8.096 de 2004, (Estatuto da

Ordem dos Advogados do Brasil), a nova redação do artigo 114 CF e ainda a EC nº 45/2004, que

ampliou a competência da Justiça do Trabalho, como também a posição do TST com a elaboração

da súmula nº 425, a qual limitou a abrangência do direito das partes demandar na justiça do

trabalho. Demonstrou os posicionamentos jurisprudenciais majoritários sobre as consequências do

jus postulandi, e ainda a importância do advogado na justiça laboral. Concluiu-se que apesar do

instituto do jus postulandi, criado com o propósito de amparar a parte menos favorecida no

processo trabalhista, o que se verificou foi que essa finalidade não foi alcançada, na verdade,

“segundo RODRIGUES (2012): o jus postulandi na justiça do trabalho, demonstra não atender a

finalidade de promover o acesso à justiça aos que não possuem condições de contratar um

advogado, pelo contrário, pode vir até mesmo a prejudicar àqueles que o utilizam, devido à falta

de conhecimento dos tecnicismos e particularidades do direito.”

65

Acadêmica do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. (e-mail:

[email protected]). 66

Professor do curso de Direito da Universidade José do Rosário Vellano. Mestre em Direito pela FDSM – Faculdade

de Direito do Sul de Minas (Pouso Alegre MG), Especialista em Direito Eleitoral pela Universidade Gama Filho – RJ,

Graduado pela Faculdade de Direito de Varginha – MG (1998), Procurador Geral do Município de Boa Esperança

(2005/2012), Consultor jurídico e advogado de Regimes Próprios de Previdência Municipais. (e-mail:

[email protected]).

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41

LEI Nº. 13.146/15 E A TEORIA DAS INCAPACIDADES

Luiz Fernando Reis Ferreira67

Deivison Resende Monteiro68

Palavras-chave: convenção da ONU; decisão apoiada; proteção às pessoas com deficiência;

teoria das incapacidades.

A presente pesquisa teve como escopo o avanço dos direitos da pessoa com deficiência,

acarretando a sanção da Lei nº. 13.146/15 – Estatuto da Pessoa com Deficiência, a qual concedeu

maior autonomia aos deficientes. Dessa forma, estudou-se algumas das alterações sofridas pelo

ordenamento jurídico com a vigência do Estatuto da Pessoa com Deficiência, entre elas a revisão

da Teoria das Incapacidades e o novo procedimento de curatela, trazendo assim, o novo instituto

da Decisão Apoiada. Por ser um tema relativamente novo, mister foi a necessidade de análise de

artigos acerca do tema e algumas jurisprudências pós ou contra as reformas trazidas pela Lei nº.

13.146/15. Por fim, concluiu que apesar dos avanços do direito em relação às pessoas com

deficiências restou claro que ainda há divergências acerca do tema, inclusive se a Lei 13.146/15

foi infeliz ao conceder maior autonomia as pessoas com deficiência.

67

Acadêmico do Curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Ex. Monitor de Direito

Civil IV. 68

Advogado e Professor Universitário, Mestre em Direito.

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42

O COMBATE À ALIENAÇÃO PARENTAL

Thamiris Ferreira Alvarenga69

Dimas Messias de Carvalho70

Palavras-chave: alienação parental; convivência familiar; direito de família; lei n° 12.328/2010;

síndrome da alienação parental (SAP).

O presente trabalho de conclusão de curso visa demonstrar que a Alienação Parental consiste em

um meio grave de abuso cometido por um dos pais com o filho menor que necessita ser prevenida

e combatida com rigor. Pretende também, demonstrar as consequências nefastas desta prática que,

por consequência, atinge todos os envolvidos, mas principalmente os menores que tem seu

desenvolvimento psicológico totalmente prejudicado. Discute questões referentes à Lei nº

12.328/2010, que foi criada com finalidade de facilitar a compreensão e a identificação da

Alienação Parental e impor as medidas de prevenção e combate à esta prática. Restou constatado

que a Alienação Parental é uma forma de abuso psicológico cometido contra o menor e que deixa

uma série de sequelas neste, podendo transformá-lo em um adulto problemático que pode

inclusive, vir a reproduzir o comportamento alienador. Também é possível afirmar que identificar

a presença da Alienação Parental, o mais rápido possível, é uma necessidade, pois, quanto mais

tempo a criança permanecer submetida a esta prática nociva, mais difícil será para reverter o

quadro danoso. E, como essa identificação não é uma tarefa simples, faz-se necessário que os

profissionais que atuam na esfera do direito de família, busquem informar-se sobre esta prática

para que, quando se depararem com um caso desta natureza tenham condições de proceder de

maneira adequada, evitando injustiças. É possível concluir que a medida que a Alienação Parental

se torna mais conhecida, torna-se mais fácil a identificação e prevenção de sua ocorrência.

69

Acadêmica do Curso de Direito na Universidade José do Rosário Vellano, E-mail:

[email protected], Telefone: (35) 99846-4501. 70

Mestre em Direito Constitucional pela FDSM; Promotor de Justiça aposentado no Estado de Minas Gerais;

Advogado e Consultor Jurídico especializado em Direito de Família e Sucessões,; professor de direito de família,

direito das sucessões e direito das coisas na UNIFENAS e UNILAVRAS, Membro do IBDFAM; Membro Titular 1

da Cadeira nº VI da Academia Lavrense de Letras. E-mail: [email protected]. Currículo Lattes:

<http: //lattes.cnpq.br/7854166094705916>.

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43

O COMBATE À DENGUE VERSUS A INVIOLABILIDADE DO DOMICILIO

Jéssica Santos Silva71

Glícia Paula Resende72

Palavras-chave: caráter não absoluto; epidemia de dengue; inviolabilidade do domicilio; juízo de

ponderação; responsabilidade por omissão.

Uma das maiores dificuldades do Estado no combate e prevenção ao Aedes Aegypti, mosquito

causador da Dengue, entre outras doenças, é a resistência de muitos moradores ao acesso dos

agentes epidemiológicos no interior de suas residências, sem contar com os inúmeros imóveis

fechados que dificultam a descoberta e eliminação de focos do mosquito. Neste sentido, embora se

respeite o direito constitucional do cidadão de não ter seu domicilio violado sem seu

consentimento, ressalvadas as hipóteses do art. 5º, §XI da CRFB/88, o Estado, buscando fugir de

uma possível responsabilidade por omissão e evitando danos maiores advindas de uma eventual

epidemia das doenças causadas pelo mosquito, tem usado seu poder de polícia para ingressar nas

residências, ainda que contra a vontade do morador, o que demonstra o caráter não absoluto do

princípio da inviolabilidade do domicílio quando confrontado com o direito da saúde coletiva.

71

Acadêmica do Curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Eixo temático: Direito

Constitucional. E-mail: [email protected]. 72

Advogada, mestre em Direito. Eixo temático: Direito Constitucional. E-mail: [email protected].

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44

O DANO MORAL POR ABANDONO AFETIVO

Daniella Ribeiro Neves 73

Dimas Messias De Carvalho 74

Palavras-chave: abandono afetivo; direito de família; indenização.

Nos tempos atuais, o conceito de família veio sendo modificado com o passar das décadas, e tais

modificações também colaboraram para a constante reforma que o ordenamento jurídico mundial

presente no ramo do direito privado, conhecido como Direito de Família.

A família, sob proteção da Constituição Federal, tem como objetivo a dignidade da pessoa humana

de onde nascem todos os outros direitos. A família deixa de ter apenas uma função produtiva e

reprodutiva e passa a ser uma entidade de afeto e de solidariedade, pautada em relações pessoais,

cujo principal foco é o desenvolvimento da pessoa humana.

O Dano Moral por Abandono Afetivo prioriza a ideia de não é monetização do afeto, mas punir

aquele que descumpre a essencial função na vida de sua prole. Uma vez que, como diz a Relatora

Nanci Andrigui do STF em uma de suas sentenças: “amar é faculdade, porem cuidar é um dever”.

Assim, com base no estudo realizado, entende-se que pelo fato do direito exercer uma função

ética, cumprindo uma responsabilidade, sobretudo, social, moralizadora, de atitudes humanas na

relação que se forma entre as pessoas, há necessidade dos juristas ponderarem de maneira mais

assídua sobre a matéria de responsabilização por abandono afetivo, pois se está lidando não só

com um direito, mas também com um valor fundamentalmente humano.

73

Graduanda do 10º período do Curso de Direito da UNIFENAS Câmpus Campo Belo – MG. Eixo temático: Direito

Civil, Empresarial e Processual Civil. E-mail: [email protected]. 74

Mestre em Direito Constitucional pela FDSM; Promotor de Justiça aposentado no Estado de Minas Gerais;

Advogado e consultor jurídico especializado em Direito de Família e Sucessões; Professor de Direito de Família,

Direito das Sucessões e Direito das Coisas na UNIFENAS e UNILAVRAS; Membro do IBDFAM; Membro titular 1

da cadeira nº VI da Academia Lavrense de Letras. Eixo temático: Direito Civil, Empresarial e Processual Civil. E-

mail: [email protected]. Currículo Lattes: <http://lattes.cnpq.br/7854166094705916>.

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45

O DIREITO DE ARREPENDIMENTO NAS COMPRAS REALIZADAS DENTRO DO

ESTABELECIMENTO COMERCIAL ACERCA DO ARTIGO 49 DO CDC

Vinicius Cássio Ramos75

Gianni Carla Ferreira Maia 76

Palavras-chave: catálogos; computadores; consumidor; contratos; relações de consumo.

Ainda se discute muito sobre o direito de arrependimento nas compras realizadas dentro de

estabelecimento comercial, porém, a legislação pertinente demonstra que o consumidor é a parte

mais vulnerável da relação de consumo, e por isso merece toda atenção e proteção. O presente

artigo tem como finalidade demonstrar a imensa necessidade que as pessoas possuem de saber e

conhecer seus direitos no que tange aos negócios, tais como compra e venda. Porém, antes de

abordar o tema proposto diretamente, faz-se interessante relatar sobre breves considerações a

respeito da evolução histórica e as relações de consumo; conceitos básicos sobre o consumidor e

fornecedor, bem como seus deveres e direitos. Sendo assim, o principal objetivo do presente

trabalho é demonstrar aos leigos os reais direitos e deveres presentes no ordenamento jurídico

relativos às questões de compra e venda, ou seja, de negócios efetuados entre o fornecedor e

consumidor e em especial o direito de arrependimento do consumidor nas compras realizadas

dentro do estabelecimento comercial. Será analisada a aplicação do art. 49 do Código de Defesa

do Consumidor sempre que nos casos em que o consumidor por qualquer motivo não interesse

mais no produto ou serviço contratado.

75

Acadêmico do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Pesquisador. (e-mail:

[email protected]). 76

Advogada. Professora Universitária. Coordenadora do Procon de Campo Belo-MG. Secretária de Criação e

Fomento de Procons do Fórum dos Procons Mineiros (E-mail: [email protected]).

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46

O INSTITUTO DA CONCILIAÇÃO NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Antônio José Correia Pereira77

Deivison Resende Monteiro78

Palavras-chave: auto composição; conciliação; novo código de processo civil.

A Lei n. 13.015/2015 que dispôs sobre o Novo Código de Processo Civil Brasileiro, introduziu no

ordenamento jurídico pátrio as novas normas procedimentais relativas às ações cíveis propostas

perante o Poder Judiciário brasileiro, trazendo diversas mudanças nos procedimentos processuais

cíveis, tendo como pleito inicial a aplicação de um procedimento civil em plena consonância com

a Carta Magna de 1988. Além disso, o Novo Código de Processo Civil se ateve em regulamentar e

dar bastante ênfase às formas pacíficas de soluções de conflitos, dentre elas a conciliação. O

Instituto da Conciliação juntamente com o da Mediação, ganhou capítulo próprio dentro do novo

dispositivo procedimental civil brasileiro, do jeito que, a audiência de conciliação se tornou uma

peça essencial à jurisdição para a tentativa de solução pacífica, célere e menos onerosa de

conflitos de interesses, sempre que a natureza da ação versar sobre um direito de possibilidade

transacional. Verificou-se, a partir da análise sensata do Instituto da Conciliação dentro do Novo

Código de Processo Civil, tal como, pelas análises doutrinárias condizentes com o tema, que a

figura do conciliador foi intitulada como um auxiliar da Justiça, mais precisamente do Juízo,

figurando-se o conciliador um grande ordeiro judicioso na busca pela auto composição sensata,

buscando-se a solução da demanda sempre de forma caritativa e dulce, tentando-se de se certa

forma proliferar a paz social e instituir um cunho pedagógico de solução harmoniosa de conflito

para os litigantes.

77

Acadêmico do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. (e-mail:

[email protected]). 78

Orientador: Mestre em Direito pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Advogado. Professor de Direito

Internacional Público e Privado e Direito do Trabalho III da Universidade José do Rosário Vellano – Campo Belo

(MG). (e-mail: [email protected]). Lattes: <http:/

buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4263960A0>.

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47

O LIMITE ENTRE A DISCRICIONARIEDADE E O ABUSO DE PODER DAS

DECISÕES ADMINISTRATIVAS DAS AUTORIDADES MILITARES

Pietri Borges Teodoro79

Irene Gonçalves Martins de Paula80

Palavras-chave: abuso de poder; autoridades militares; decisões administrativas; poder

discricionário.

O presente trabalho analisa o limite tênue existente entre a discricionariedade e o abuso de poder

das decisões administrativas das autoridades militares, para isto, aborda em um primeiro momento

o conceito de ato administrativo, de poder vinculado e de poder discricionário, conceitua também

e aborda sobre o abuso de poder, ponderando acerca dos princípios da hierarquia e da disciplina.

Em um segundo momento, discorre sobre a discricionariedade conferida às autoridades militares

no âmbito de suas decisões disciplinares, e sobre as formas de contraditório para estes agentes. Ao

final, verifica que, sem o conhecimento do caso concreto, é praticamente impossível identificar os

limites entre atuação discricionária e a caracterização do abuso de poder, tendo em vista que, em

alguns aspectos, a autoridade possui uma amplitude que lhe permite a um mesmo caso a aplicação

de uma decisão mais branda e outra extremamente rigorosa. Ademais, a jurisprudência pátria

posiciona-se majoritariamente no sentido de resguardar a Administração Militar no que tange a

prática de atos administrativos baseados no uso do poder discricionário, interferindo somente nos

atos em que existe perceptível óbice legal entre a decisão do administrador e a prática do ato.

79

Acadêmico do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Pesquisador. Eixo temático:

Direito Administrativo. (e-mail:). Lattes: <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.

do?id=K8160377A9>. 80

Advogada. Procuradora Municipal. Professora universitária. (email:[email protected]).

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48

O PRIVILÉGIO DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS

Patrícia Firmino Silveira81

Alcides de Oliveira Junior82

Palavras-chave: créditos trabalhistas; falência; proteção.

O presente estudo tem como objetivo analisar o tratamento diferenciado quanto aos créditos dos

trabalhadores em face da legislação falimentar, Lei 11.101/2005. O principal ponto do trabalho é a

questão polêmica sobre a limitação a 150 (cento e cinquenta) salários mínimos dos créditos

trabalhistas a serem recebidos na falência e recuperação judicial da empresa, tornando o restante

em crédito quirografário, ou seja, saindo da ordem de preferência. Portanto, a referida Lei, veio

para onerar ainda mais a parte hipossuficiente da relação de emprego, visando assegurar a função

social da empresa e transferindo para o obreiro a responsabilidade do risco da atividade econômica

que é total do empregador, pois é ele quem assume os riscos da empresa.

81

Acadêmica do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Pesquisadora. E-mail:

([email protected]). 82

Advogado Trabalhista, Professor Universitário, Mestre em Direito pelo Centro Universitário de Alfenas/MG e do

Centro Universitário de Lavras/MG. E-mail: ([email protected]).

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49

OS PRINCÍPIOS E A RESPONSABILIDADE CIVIL QUE NORTEIAM O DIREITO

AMBIENTAL

Aline Vieira Rosa83

Denilson Victor Machado Teixeira84

Palavras-chave: meio ambiente; princípios; responsabilidade civil.

Em tempos de constantes transformações provenientes da era tecnológica, muito tem se observado

o quanto o meio ambiente tem se esgotado seus recursos para suprir as necessidades humanas, o

que ocasionalmente vem provocando um intenso desequilíbrio ecológico. Diante de tal fato, é

imprescindível que existam mecanismos que irá desenfrear essa busca incansável por bens da

natureza tornando-os esgotáveis. Neste contexto, os princípios gerais de direito ambiental, surge

como meios de proteção ao meio ambiente, nos auxiliando na fundamentação, interpretação e

orientação das normas jurídicas a serem aplicadas no caso concreto. A responsabilidade civil, por

outro lado, vem com o intuito de atribuir ao agente causador de danos ambientais, a imputação da

responsabilidade no sentido de reparar ou indenizar os prejuízos sofridos pelo meio ambiente e a

coletividade. Desta forma, o meio ambiente por se tratar de um direito difuso, infere-se que todos

tem o dever de protege-lo e preserva-lo, para que se possa valer as funções principiológicas

expressa no princípio do meio ambiente ecologicamente equilibrado, que tem como objetivo

principal, a proteção da vida e da dignidade da pessoa humana.

83

Acadêmica do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Pesquisadora. (e-mail:

[email protected]). 84

Pós-Doutor em Democracia e Direitos Humanos pelo IGC/CDH da Faculdade de Direito da Universidade de

Coimbra (Portugal), Doutorado em Direito pela PUC-SP, Mestrado em Direito do Estado pela UNIFRAN,

Especialização em Direito Processual pela PUC Minas e Bacharelado em Direito pela UNIFENAS. Atua como

Professor Universitário (área de Direito Público) nos Cursos de Bacharelado (UNIFENAS) e de Pós-Graduação em

Direito (UNIFENAS, FESJF, UEL e UNAMA), inclusive com destacada experiência em atividades de Ensino,

Pesquisa e Extensão. Coorientador do Mestrado em Direito na UAL (Portugal). Avaliador de Banca Examinadora em

Concurso Público para Professor do Magistério Superior da UNIFAL. Avaliador de Banca Examinadora do Mestrado

da FDSM. Doutrinador Jurídico, Líder e Pesquisador do Grupo de Pesquisa Políticas Públicas

(CNPq/Lattes/UNIFENAS), com ênfase nas áreas de Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito da

Seguridade Social e Filosofia do Direito. Associado ao Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito

(CONPEDI). Revisor de periódicos da UFV, do UNIFOR, da UNIMEP e da PGE/SP. Membro Titular da Academia

Dorense de Letras, Artes e Ciências (ADLAC), de Boa Esperança - MG. Ex Coordenador, Conciliador e Juiz Não

Togado do Juizado Especial Cível e Criminal, com atuações nas Comarcas Mineiras de Alfenas, Boa Esperança e

Campo Belo. Advogado (OAB/MG 76.787). E-mail: [email protected]. Lattes: <

http://lattes.cnpq.br/1531426167408480>.

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50

OS REFLEXOS DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL NO DIREITO DO

TRABALHO

Izabella Cristina Belarmino Bastos Freire 85

Alcides de Oliveira Júnior86

Palavras-chave: código de processo civil; direito do trabalho; processo do trabalho; reflexos.

O presente trabalho realiza uma reflexão acerca das principais alterações provocadas pelo texto do

novo Código de Processo Civil e os seus impactos no que diz respeito à esfera do trabalho. Sabe-

se que sempre que se tem mudanças nas legislações, surgem uma série de debates e discussões

acerca das mesmas, e tal fato não é diferente com relação ao novo Código de Processo Civil.

Existem autores que afirmam que as modificações ocasionam um nítido conflito com o

preconizado pela Consolidação de Leis do Trabalho, sinalizando que isso acarretará consequências

em termos jurídicos. Para outros, o novo Código de Processo Civil é responsável por melhorar

determinadas questões no que tange o Direito Processual do Trabalho e também será responsável

por conferir maior celeridade no Judiciário. Assim, para realizar as análises que ora se propõe

inicialmente é feito um estudo acerca do Direito Processual do Trabalho, apresentando os seus

elementos mais importantes, após, realiza-se a reflexão acerca dos impactos ocasionados pelo

novo Código de Processo Civil, destacando os seus principais dispositivos. Por fim, discute-se

sobre os posicionamentos diferenciados que existem acerca da nova legislação. Conclui-se que o

Direito Processual Civil será aplicado ao processo de trabalho nas hipóteses previstas legalmente.

Além disso, verifica-se que com relação a discussão sobre a existência do conflito entre o Código

de Processo Civil e Processo de Trabalho ainda necessitará de maiores análises, em virtude de se

tratar de uma temática recente.

85

Acadêmica do 10º período do Curso de Direito, promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. (e-mail:

[email protected]). 86

Mestre em Direito; Professor do Curso de Direito da Universidade José do Rosário Vellano. (e-mail:

[email protected]).

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51

PARIDADE E NÃO DISCRIMINAÇÃO ENTRE HOMENS E MULHERES NO DIREITO

DO TRABALHO

Mayra Larissa Pinheiro87

Alcides de Oliveira Junior88

Palavras-chave: constituição; CLT; direito da trabalhadora; mulher.

Este estudo visou refletir acerca do trabalho da mulher no decorrer da história, as discriminações

sofridas por essa classe trabalhista e as legislações que salvaguardam o direito do trabalho da

mulher. A mulher, no início da Revolução Industrial sofria com a exploração de seu trabalho, com

baixos salários, jornadas exaustivas e castigos físicos. Com o início das mobilizações feministas

conjuntamente com o sindicalismo, as mulheres organizaram mobilizações para lutar em busca de

seus direitos e de melhores condições de trabalho. Com este objetivo atendido, foram instituídas

diversas legislações que protegiam o trabalho da mulher, porém realizavam isto de modo

demasiado, despertando a discriminação do empregador para com o trabalho da mulher. Devido a

este fato iniciou-se a luta para mitigar a discriminação contra o trabalho feminino, e por isso foram

instituídas diversas legislações que criminalizam a discriminação contra a mulher, seja qual for o

motivo. Porém, ainda hoje é presente a preferência pelo trabalho masculino pelos empregadores,

por diversos motivos. Deste modo o presente estudo buscou debater sobre a discriminação sofrida

pelas mulheres trabalhadoras e sobre como a legislação tenta reduzir estas ocorrências, tanto

atualmente quanto no passado, com ênfase na Constituição Federal de 1988 e na Consolidação das

Leis do Trabalho (CLT). Notou-se que existem diversas legislações que visam tanto proteger o

trabalho da mulher de abusos distintos quanto que tentam mitigar a discriminação contra as

trabalhadoras, fato ainda presente no mercado de trabalho. Conclui-se então que ainda há a

discriminação contra o trabalho da mulher, e que são necessárias legislações mais efetivas contra

este fato, que impede muitas mulheres de terem boas condições de trabalho e salários equiparados

aos dos homens.

87

Acadêmica do 10º período do Curso de Direito, promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. (e-mail:

[email protected]). 88

Advogado Trabalhista, Professor Universitário, Mestre em Direito pelo Centro Universitário de Alfenas/MG e do

Centro Universitário de Lavras/MG. E-mail: [email protected]

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52

PRECEDENTES NORMATIVOS OBRIGATÓRIOS E PROVIMENTOS JUDICIAIS

FORMALMENTE VINCULANTES

Ronaldo Pimenta Mendes89

Deivison Resende Monteiro90

Palavras-chave: hermenêutica processual; novo processo civil; precedentes.

A presente pesquisa teve por principal objetivo analisar a função dos precedentes no ordenamento

jurídico brasileiro, especialmente após a promulgação da Lei n° 13.105/2015 à luz da nova

sistemática processual civil e sua atuação positiva para a concretização do Direito mais íntegro,

coerente e harmônico. Para tanto foi executado um minucioso levantamento da literatura jurídica

internacional e pátria acerca do tema, com a feitura de uma posterior linha comparativa das

concepções do termo precedente, levando-se em consideração a tradição jurídica onde o conceito

se desenvolveu e o modo de aplicação, seja como regra, analogia ou princípio. Fixadas tais

premissas, passou-se a análise crítica do sistema de provimentos judiciais formalmente vinculantes

instituídos pelo novel diploma processual civil. Concluiu-se no sentido de haverem grandes

impasses acerca da aplicação da doutrina dos precedentes no sistema brasileiro, mormente após a

instituição de provimentos formalmente vinculantes desprovidos de debates jurídicos

democráticos, sendo certo que não basta criar institutos complexos e expô-los como fundamentos

de um ordenamento, fechando os olhos para a aplicação prática destes mesmos institutos.

89

Acadêmico do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Membro do núcleo de

estudos sobre o crime e a pena da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas. Ex. monitor de Processo Civil,

Direito Civil e Teoria Geral do Processo. Pesquisador. Eixo temático: Direito Civil e Processual Civil. (e-mail:

[email protected]). Lattes: <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.

do?id=K8160377A9>. 90

Orientador: Mestre em Direito pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Advogado. Professor de Direito

Internacional Público e Privado; Direito do Trabalho III e Direito Processual Civil V, da Universidade José do

Rosário Vellano – Campo Belo (MG). Eixo temático: Direito Civil e Processual Civil. (e-mail:

[email protected]). Lattes: <http:/

buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4263960A0>.

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53

QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO: DA (IN) CONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 6º

DA LEI COMPLEMENTAR Nº 105/2001

Magalí Alvarenga Lopes91

Deivison Resende Monteiro92

Palavras-chave: banco; constituição; direitos fundamentais; princípios; sigilo.

Este trabalho apresenta a discussão a cerca da constitucionalidade do artigo 6º da Lei

Complementar nº105/2001, que instituiu a possibilidade da Administração Tributária obter

diretamente junto às instituições financeiras informações sigilosas através do exame de

documentos, livros e registros. O que para parte da doutrina violaria direito fundamental

adquirido, vez que o sigilo bancário é direito à privacidade, inserido no artigo 5º X e XII da

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Primeiro aborda a evolução histórica do

sigilo bancário na Legislação brasileira. No segundo capítulo é feita a exposição das hipóteses e

competência pra a realização dessa quebra. Posteriormente, se expõe a cerca dos princípios

envolvidos na quebra do sigilo, bem como, são expostas as duas correntes existentes sobre o tema.

Concluindo, por fim, que em se tratando de norma que envolve a colisão de diversos princípios

constitucionais deve-se pautar pela ponderação dos mesmos, prevalecendo aquele que

salvaguardar mais direitos.

91

Acadêmica do Curso de Direito promovido pela Universidade Jose do Rosário Vellano. Eixo temático: Direito

Constitucional, Administrativo e Previdenciário. E-mail: [email protected]. 92

Professor do curso de Direito da Universidade José do Rosário Vellano. Mestre em Direito pela FDSM – Faculdade

de Direito do Sul de Minas (Pouso Alegre MG), Especialista em Direito Eleitoral pela Universidade Gama Filho – RJ,

Graduado pela Faculdade de Direito de Varginha – MG (1998), Procurador Geral do Município de Boa Esperança

(2005/2012), Consultor jurídico e advogado de Regimes Próprios de Previdência Municipais. Atuação com ênfase no

Direito Administrativo Municipal e Direitos fundamentais-sociais (relações de trabalho e previdência). Atualmente é

Diretor Superintendente do Regime Próprio de Previdência do Município de Boa Esperança MG. Eixo temático:

Direito Constitucional, Administrativo e Previdenciário. E-mail: [email protected].

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54

TERCEIRIZAÇÃO TRABALHISTA: A SÚMULA 331 DOTRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHO

Viviene Marcelina Martins93

Alcides de Oliveira Júnior94

Palavras-chave: direito do trabalho; impactos; súmula 331; terceirização.

Discute-se acerca da terceirização trabalhista, as consequências que esta ocasiona para a

sociedade, para o Direito do Trabalho e também para a vida do trabalhador, além de efetuar

reflexões voltadas para a incidência da Súmula nº 331 do Tribunal Superior do Trabalho. Como se

nota, a terceirização tem sido um recurso cada vez mais utilizado na sociedade brasileira, tanto em

âmbito público como também privado. Ademais, verifica-se que existe uma ausência no que

concerne às legislações voltadas para a regulamentação dessa prática, sendo que a Súmula nº 331

é considerada como o principal instrumento normativo dessa matéria. Com vistas ao alcance dos

objetivos propostos, em um primeiro momento, é apresentada a evolução do Direito do Trabalho,

posteriormente realiza-se a inserção da discussão voltada para terceirização, seus desdobramentos

e impactos. Por fim, apresenta-se a Súmula nº 331, bem como realiza-se a análise da mesma.

Conclui-se que o único instrumento regulador da terceirização atualmente é a Súmula nº 331, que

determina a legalidade da mesma desde que não atinja a atividade-fim da empresa. Porém nesse

aspecto existe um impasse, haja vista que não se tem um consenso doutrinário sobre tais

atividades, dificultado assim a aplicação da norma. Verificou-se ainda a necessidade de que se

tenha um posicionamento do legislador, de modo específico, sobre tal matéria uma vez que, a

terceirização vem ganhando cada vez mais amplitude. A Súmulanº 331 naturalmente é um

dispositivo importante, no entanto não é suficiente para regulamentar a questão da maneira que se

necessita.

93

Acadêmica do 10º período do Curso de Direito, promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. (e-mail:

[email protected]). 94

Mestre em Direito; Professor do curso de Direito da Universidade José do Rosário Vellano.

([email protected]).

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55

TERCEIRO SETOR

Wender Brian Mendes Silveira95

Irene Golçalves Martins de Paula96

Palavras-chave: ajudar; atualidade; colaborar; definições; indagações.

O desejo de ajudar os mais carentes e de colaborar para o desenvolvimento social e econômico da

sociedade não se remete somente aos dias atuais, vem dos nossos antepassados. Contudo, a

organização da sociedade civil em associações, fundações e outras instituições em prol do bem-

comum, sem com isso fazer parte do setor público e nem com isso almejar lucros é um fenômeno

que recebe destaque, hoje, conhecido como terceiro setor e que vem crescendo e trazendo várias

indagações. A motivação maior para a elaboração deste trabalho, em vista disso, é a busca de mais

conhecimento do Terceiro Setor na atualidade, para melhor entender se ele realmente ajuda ou se

tem algo subentendido. Para o entendimento buscou-se trazer o levantamento de conceito do

terceiro setor, assim como de definições, ora confluentes, ora conflitantes.

95

Acadêmico do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Pesquisador. (e-mail:

[email protected]). 96

Advogada, Procuradoria jurídica, Professora universitária. (e-mail: [email protected]).

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56

TRÁFICO PRIVILEGIADO

Luciana Andrade Costa97

Glícia P. Resende98

Palavras-chave: tráfico.

Inicialmente farei um exposto do conceito de drogas na atualidade como também de seu histórico

e capacidade de causar dependência. É notório a todos que em nossa atual sociedade as drogas se

fazem presente, escravizando indivíduos e conduzindo tantos outros a criminalidade e deturpação

da ordem social sem distinguir classe, cor, credo, sexo, idade. A disseminação desenfreada e o uso

de drogas têm como fatores determinantes a inversão de valores morais e éticos, falta de diálogo

com a família, influência de amigos, ignorância sobre os desastres que as drogas ocasionam,

ausência de formação cristã que afasta o ser humano de Deus, desestrutura familiar, busca por

novas sensações e pelo prazer temporário, dentre outros. Preocupando-se com essa realidade, o

Brasil necessitava urgentemente de suplementos para combater o uso e a disseminação de drogas

no país. Nota-se que o principal objetivo do novo diploma foi estabelecer as medidas de prevenção

do uso indevido, atenção e reinserção de usuários e dependentes de drogas, conforme se observa

na exposição de motivos da Lei n. 11.343/2006. Ademais, a referida lei visa estabelecer e

diferenciar as condutas do traficante do mero usuário de drogas, uma vez que despenalizou a

conduta do usuário de drogas, passando a estabelecer medidas alternativas diversas da prisão ao

invés de encarcerá-los e agravou, de forma significativa, a situação do traficante, uma vez que se

aumentou o mínimo da pena privativa de liberdade e restringiram-se alguns de seus direitos, tais

como o de receber sursis, graça, indulto, dentre outros. Ademais, será discutido a hediondez do

crime previsto no artigo 33 de Lei n. 11.343/2006, bem como o regime inicial de cumprimento de

pena, permanecendo regime inicial fechado ao agente que pratica o crime do caput e §1º do 11

artigo 33, da Nova Lei de Drogas, sendo possível o regime mais brando caso o agente receba o

benefício do §4º, do artigo 33, da mesma lei.

97

Acadêmica do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Pesquisador. E-mail:

[email protected]. Tel.: 9 9858-6632. 98

Advogada; Professora Universitária; Mestre em Direito. E-mail: [email protected].

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57

UMA ANÁLISE DO TRATAMENTO IGUALITÁRIO NA RESPONSABILIZAÇÃO DO

AGENTE POLÍTICO E DO SERVIDOR PÚBLICO

Clesio Reis Silva99

Deyvison Resende Monteiro100

Palavras-chave: agente político; responsabilização; servidor público; tratamento igualitário.

Apresenta uma discussão acerca da responsabilização de agentes políticos e de servidores

públicos. Sabe-se que apesar da existência de legislações voltadas especificamente para tais

questões, quando se trata de aplicá-las na prática a realidade é bastante diferenciada. Dessa forma,

existe uma polêmica entorno da responsabilização civil de agentes políticos e de servidores

públicos, que atualmente se dá de modo diferenciado o que gera consideráveis e acaloradas

discussões. Dessa forma, é preciso considerar que quando se trata de um servidor público a sanção

recebida poderá desencadear limitações para o exercício de seus direitos civis e políticos.

Contudo, quando se trata de um agente político, as sanções possuem caráter temporário, e são

destinadas para o seu direito político. Conclui-se que a questão relacionada com o tratamento

igualitário de agentes políticos e servidores públicos é bastante discutida, sendo que

independentemente do agente ao qual se refere, a responsabilização na esfera penal, administrativa

ou civil deve acontecer para ambos, não admitindo-se a existência de tratamento diferenciado.

Assim sendo, ressalta-se que se faz necessária uma maior análise e reposicionamento acerca dessa

questão, uma vez que, o papel de ambos é justamente oferecer contribuições para o bem-estar da

sociedade, e devido à este fato merecem um tratamento que seja igualitário.

99

Acadêmico do 8º período do Curso de Direito, promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Direito

Constitucional Administrativo e Previdenciário. (e-mail: [email protected]). 100

Mestre em Direito. Professor de Direito na Universidade José do Rosário Vellano – Campus Campo Belo. Direito

Constitucional Administrativo e Previdenciário. (e-mail: [email protected]).

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RESUMOS EXPANDIDOS

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59

A DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NA DOGMATICA DA

ATUAL ORDEM PROCESSUAL CIVIL

Angelo Rocha de Sousa101

Deivison Resende Monteiro 102

Palavras-Chave: disregard doctrine; novo código Instrumental.

1. CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS

É sabido que a processualística civil passa por um momento de renovação. O arranjo das

normas instrumentais que atuam na concretização do direito material civil fora reformulado,

acarretando, com isso uma situação de insegurança e receio quanto à aplicação de determinados

institutos. A desconsideração da personalidade jurídica insere-se nesta incerteza.

Deste modo, faz-se necessário uma pesquisa detalhada sobre tema103

, visto que na

vigência do Código de Processo Civil de 1973, o norte regulamentador do instituto estudado, se

baseia nos precedentes jurisprudenciais.

Para tanto, a presente pesquisa terá como referência os ensinamentos doutrinários acerca

do tema, bem como se valerá de estudos dedicados as decisões judiciais que foram o norte do

legislador para a positivação do procedimento em comento na nova ordem processual civil,

buscando aclarar possíveis dúvidas e controvérsias envolvendo a delicada disciplina.

2. BREVE CONTEXTO HISTÓRICO ACERCA DA DESCONSIDERAÇÃO DA

PERSONALIDADE JURÍDICA

No direito brasileiro, o marco da disregard doctrine, remonta à década de 60, com a

crucial atuação de Rubens Requião, por meio de seu artigo com titularidade “Abuso de Direito e

Fraude Através da Personalidade Jurídica”, onde o mesmo já defendia sua aplicabilidade no

Brasil, a despeito da ausência legislativa da época, no que tange ao tema.104

101

Graduando em Direito na Universidade José do Rosário Vellano, campus de Cambo Belo; E-mail:

[email protected], currículo lattes, acesso pelo link da CNPq Plataforma Lattes:

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8389709H6 102

Mestre em Direito pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Professor de Direito da Universidade José do

Rosário Vellano (UNIFENAS/Campo Belo). Consultor jurídico de Regimes Próprios de Previdência Municipal.

UNIFENAS; E-mail: [email protected] 103

O presente ensaio, contudo, não tratará do tema de modo exauriente, buscando tecer breves comentários sobre a

desconsideração da personalidade jurídica, considerando a extensão permitida para publicação nos anais do congresso. 104

RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado: São Paulo-SP: Método, 2013.

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60

3. NOÇÕES CONCEITUAIS E FUNDAMENTOS DA DISREGARD DOCTRINE

A desconsideração da personalidade jurídica significa, essencialmente, o desprezo

episódico, pelo Poder Judiciário, da personalidade autônoma de uma pessoa jurídica, com o

propósito de permitir que os seus sócios respondam com o seu patrimônio pessoal pelos atos

abusivos ou fraudulentos praticados sob o véu societário.105

O Novo Código de Processo Civil trouxe em seu bojo a ritualística do incidente

processual da desconsideração da personalidade jurídica. Entretanto seus requisitos estão no

direito material (artigo 50 do CC; artigo 28 do CDC, artigo 2º, §2º da CLT; artigo 135 do CTN;

artigo 4º da Lei 9.605/98; artigo 18, §3º da Lei 9.847/99; artigo 34 da Lei 12.529/11, dentre

outras)106

.

4 A PROCEDIBILIDADE DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA À

LUZ DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Com o advento da Lei nº 13.105/2015, que institui o Novo Código de Processo Civil, a

desconsideração da personalidade jurídica, ganhou um procedimento próprio. O rito aplicável à

disregard doctrine, foi positivado no título III, da intervenção de Terceiros, Capítulo IV, artigos

133 a 137, se adequando a uma dessas modalidades.

O artigo 133 do diploma legal em análise discorre que o incidente da desconsideração da

personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe

couber intervir no processo.

Segundo o CPC 133, o juiz só analisará a possibilidade de desconsiderar a personalidade jurídica

caso a parte interessada ou o MP requeiram a providência. Não pode, pois, aplicar a desconsideração ex

officio.107

O parágrafo 1º do artigo em estudo leciona acerca da exigibilidade dos requisitos

previstos em lei para aplicar a desconsideração. Nesse sentido, discorre o legislador que para se

aplicar a desconsideração, deverão estar presentes os requisitos de direito material.

Segundo, o § 2º do artigo 133, disciplina a desconsideração inversa, que em síntese, trata-

se de modalidade de responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações assumidas por seus sócios.

105

FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD Nelson. Direito Civil Teoria Geral: Rio de Janeiro: Lumen Juris,

2011. 106

NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – volume único. 8ª ed. Salvador,

JusPODIVM, 2016. 107

107JUNIOR, Nelson Nery; NERY Rosa Maria de Andrade. Comentários ao Código de Processo Civil: São

Paulo-SP: Revista dos Tribunais, 2015.

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61

O artigo 134 do novo código de processo civil prevê o cabimento de pedido de

desconsideração da personalidade jurídica em todas as fases do processo cognitivo, no

cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.

O parágrafo 1° do aludido artigo, discorre sobre a comunicação ao distribuidor para, ligar

por registro o requerimento à ação, a fim de dar oponibilidade do pedido, que pode interessar

eventuais credores da empresa.

Seguindo, o parágrafo 2°, traz modalidade nova onde dispensa do requerimento para

desconsiderar a personalidade jurídica, caso a mesma tenha sido requerida na petição inicial, onde

serão citados os sócios ou a pessoa jurídica.

Continuando o estudo, o parágrafo 3°, reza que a instauração do instituto da

desconsideração da personalidade jurídica, suspenderá o andamento processo, visto que, serão

integradas outras pessoas no polo ativo da demanda, salvo quando esta já tiver sido requerida na

petição inicial, conforme visto no parágrafo antecessor.

Por fim o parágrafo 4° denota a necessidade do preenchimento dos requisitos legais

específicos para requerer a desconsideração.

O artigo 135 prescreve que instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado

para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no praz de 15 (quinze) dias.

Para Araken de Assis, é requisito indispensável, por imperativo do direito fundamental processual

ao contraditório, como prescreve o art. 5º, LV, da Constituição Federal de 1988, coadunando com o

disposto no artigo 7º do NCPC, a audiência do sócio ou da pessoa jurídica, no caso de se tratar de

desconsideração inversa.108

Aduz o artigo 136 que a decisão que decreta a desconsideração da personalidade jurídica,

trata-se de decisão interlocutória, podendo se atacada por recurso de agravo de instrumento, com

arrimo no artigo 1.105, IV do CPC.

No parágrafo único, caracteriza que, caso a decisão tenha sido prolatada pelo relator,

caberá agravo interno, com fulcro no artigo 1.021 do CPC.

Por fim, o procedimento em estudo, o legislador positivou a possibilidade no artigo 137

do NCPC, de que caso seja acolhido o pedido de desconsideração da personalidade jurídica, a

alienação ou onerarão de bens, havido em fraude à execução será ineficaz em relação ao

requerente.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se a partir do trabalho efetuado que o procedimento de desconsideração da

personalidade jurídica, como nova modalidade de intervenção de terceiros e devidamente

108

ASSIS, Araken de, Processo Civil Brasileiro : volume II, São Paulo-SP, Revistas dos Tribunais, 2016.

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62

regulamentado no NCPC contribuirá para se evitar cerceamentos de direitos, bem como frear a

discricionariedade dos magistrados quando da aplicação do instituto.

REFERÊNCIAS

ASSIS, Araken de, Processo Civil Brasileiro : volume II, São Paulo-SP, Revistas dos Tribunais,

2016.

FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD Nelson. DIREITO CIVIL TEORIA GERAL: Rio de

Janeiro: Lumen Juris, 2011

JUNIOR, Nelson Nery; NERY Rosa Maria de Andrade. COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE

PROCESSO CIVIL: São Paulo-SP: Revista dos Tribunais, 2015

MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. NOVO CÓDIGO

DE PROCESSO CIVIL COMENTADO: São Paulo-SP: Revista dos Tribunais, 2015.

NEVES, Daniel Amorim Assumpção. MANUAL DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL – volume

único. 8ª ed. Salvador, JusPODIVM, 2016.

RAMOS, André Luiz Santa Cruz. DIREITO EMPRESARIAL ESQUEMATIZADO: São Paulo-

SP: Método, 2013.

REQUIÃO, Rubens. CURSO DE DIREITO COMERCIAL: 1° VOLUME: São Paulo: Saraiva,

2014.

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63

A MODULAÇÃO DOS EFEITOS EM DECISÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA

LEI 100

Misael Pereira Junior109

Irene Gonçalves Martins De Paula110

Palavras-chave: ação direta de inconstitucionalidade; lei complementar estadual nº 100/2007;

servidores públicos.

O Governo de Minas Gerais a fim de corrigir uma distorção que perdurava há mais de três décadas

e atingia quase cem mil trabalhadores da Secretaria de Estado de Educação lançou mão da Lei

Complementar Estadual nº 100 no ano de 2007. Estes trabalhadores, grande parte composta por

serventes escolares, viviam a incerteza de ter o direito à aposentadoria garantida. Esse benefício,

devido a todo trabalhador, não era reconhecido nem pela administração pública estadual,

tampouco pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A Lei Complementar nº 100, de 5 de

novembro de 2007, regularizou a situação previdenciária desses trabalhadores – professores,

especialistas, serventes e auxiliares de Educação – servidores não efetivos designados para o

exercício da função pública. Corrigindo esta injustiça que punia há vários anos tais servidores e

garantindo-lhes o direito previsto constitucionalmente segundo o qual todo o trabalhador tem

direito à aposentadoria, a lei resolveu o impasse jurídico decorrente da Emenda Constitucional nº

20/98. Os servidores, conhecidos como efetivados, com a Lei Complementar nº100, passaram a ter

reconhecidos seus direitos previdenciários pelo Governo do Estado nas mesmas condições de

todos os outros trabalhadores com vinculação de natureza permanente. Outros servidores não

alcançados pela efetivação também tiveram a sua vida previdenciária definida e foram vinculados

ao Regime Geral de Previdência Social administrado pelo INSS. Ocorre que os servidores

efetivados pela LC nº100 não adquiriram estabilidade, direito exclusivo dos funcionários

aprovados em concurso público. Assim, a finalidade da Lei foi atingida, qual seja regularizar a

situação Previdenciária dos servidores à época. O problema surgiu porque houve manutenção de

servidores em situação irregular. Concluiu-se que os servidores tiveram sua chance, quem

precisava regularizar, regularizou; o restante se beneficiou junto, e sabiam que estavam em vaga

alheia reservada para os concursados. Em março do ano de 2014 o Supremo Tribunal Federal

julgando a Ação Direta de Inconstitucionalidade da LC 100 simplesmente “devolveu as vagas”

109

Graduando do 10º período do Curso de Direito da UNIFENAS Câmpus Campo Belo – MG. Eixo temático: Direito Constitucional, Administrativo e Previdenciário. E-mail: [email protected]. 110

Possui graduação em Direito pela Faculdade de Direito de Varginha (1984), especialização em Organização Judiciária pela Faculdade de Direito de Varginha (1985) e aperfeiçoamento em Direito pela Faculdade de Direito de Varginha (2000). Atualmente é Professor da Universidade José do Rosário Vellano - Campo Belo. Tem experiência na área de Direito. Eixo temático: Direito Constitucional, Administrativo e Previdenciário. E-mail: [email protected]. Currículo Lattes: < http://lattes.cnpq.br/5413677497380004 >.

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aos concursados, fazendo com que as pessoas as quais foram dispensadas depois de anos de

serviço e dedicação, ficassem com um sentimento de revolta e de indignação. O expressivo

volume de servidores designados da Educação explica-se pelo fato de que as designações foram

sistematicamente utilizadas nas décadas de 1980 e 1990, na ausência de concursos públicos para a

área. Assim, o que era uma alternativa para suprir uma necessidade emergencial (razão de ser da

designação) transformou-se em rotina no Executivo estadual. Além disso, até a Reforma da

Previdência (dezembro de 1998) nenhum trabalhador brasileiro, seja da esfera pública ou privada,

pagava sua aposentadoria; o sistema era baseado apenas no tempo de serviço. Depois de 1998, o

regime de previdência passou a ser de caráter contributivo (com participação patronal e do

segurado), observando-se critérios que preservavam o equilíbrio financeiro e atuarial. Apesar

dessa mudança de paradigma, muitos Estados - Minas Gerais incluído - não passaram a cobrar as

contribuições dos servidores não efetivos ou não repassaram essas contribuições para o INSS. Aí

reside a explicação para a dívida de bilhões de Minas com o regime geral de previdência. O artigo

15 da LC 100 revogou o artigo 79 da Lei Complementar 64, de 2002. Esse artigo determina que o

Estado, por meio de seus Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, suas autarquias e fundações,

do Ministério Público e do Tribunal de Contas, poderá assegurar aposentadoria a seus servidores

não titulares de cargo efetivo e pensão aos seus dependentes, bem como os demais benefícios

previdenciários, observadas as regras do regime geral de previdência social, o INSS. O Projeto de

Lei Complementar (PLC) 27/07, do governador Aécio Neves, que instituiu a Unidade de Gestão

Previdenciária Integrada (Ugeprevi) e efetivava os servidores designados da Educação, previa a

efetivação de mais de 90 mil servidores - cerca de 90% da Educação e 25% do total já com tempo

para se aposentar, segundo a imprensa mineira. A efetivação significa, na prática, a incorporação

dessas pessoas ao regime próprio de previdência do Estado. Para implementar as determinações do

projeto, no entanto, e para concluir quem e quantos são, de fato, os beneficiados, seria preciso

fazer um levantamento das fichas funcionais dos profissionais da Educação. A Lei Complementar

100/2007 ao ser objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade ficou conhecida como ADI 4876,

a qual foi feita pelo Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel questionando o artigo 7º da

Lei. Os itens considerados inconstitucionais foram os incisos I, II, IV e V. De acordo com a ação,

esse dispositivo torna titulares de cargos públicos servidores da área de educação que mantinham

vínculo precário com a administração pública estadual há mais de cinco anos, lotando-os no

Instituto de Previdência do Estado de Minas Gerais. Ressalta Roberto Gurgel, autor da ação, que a

LC 100/2007 teve por objetivo a obtenção, pelo Estado de Minas Gerais, do Certificado de

Regularização Previdenciária (CRP) que, desde 2004, vinha sendo renovado por meio de decisões

judiciais de caráter liminar. Emitido trimestralmente pelo Ministério da Previdência Social, o CRP

atesta o cumprimento das obrigações previdenciárias pelos Estados e municípios perante seu

quadro funcional, reconhecendo-lhes aptidão para firmar convênios com a União e receber verbas

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federais. Para o autor da ação, o artigo caracteriza evidente violação aos princípios republicanos

(artigo 1º, caput), da isonomia (artigo 5º, caput e inciso II), da impessoalidade e da moralidade

administrativa (artigo 37, caput) e da obrigatoriedade de concurso público (artigo 37, inciso II),

todos da Constituição Federal. Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF)

decidiu pela procedência parcial da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) n. 4876, para

declarar a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei Complementar (LC) n. 100/2007, de Minas

Gerais. De acordo com o processo a lei promoveu a investidura de profissionais da área de

educação em cargos públicos efetivos sem a realização de concurso público, contrariando o artigo

37, inciso II, da Constituição Federal. O relator destacou que, na atual ordem constitucional, a

investidura em cargo ou emprego público depende da prévia aprovação em concurso e que as

exceções a essa regra estão taxativamente previstas na Constituição, como ocorre nas nomeações

para cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração ou no recrutamento de

servidores temporários. Em razão disso, segundo seu voto, aqueles dispositivos da legislação

mineira permitiram a permanência de pessoas nos quadros da administração pública em desacordo

com as exigências constitucionais. “Não podemos chancelar tamanha invigilância com a

Constituição de 1988”. Por unanimidade os Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)

declararam inconstitucional a Lei Complementar em questão (LC100/2007). O julgamento,

ocorrido em 26 de março de 2004, derrubou a legislação que igualou os antigos designados aos

efetivos. De acordo com o voto do relator da Ação, ministro Dias Tóffoli, só não perdem

imediatamente a função aqueles que já se aposentaram ou os preenchem, ou venham a preencher,

os pré-requisitos para a aposentadoria até a data da publicação da ata. Também não serão afetados

pela decisão os que se submeteram a concurso público para as respectivas funções. Em relação aos

cargos em que não haja concurso realizado ou em andamento, ficou estabelecido o prazo de 12

meses, a partir da publicação da ata, para a realização de novo recrutamento para as vagas.

Pretende-se por meio deste tema, provar que a lei complementar 100/2007 teve por objetivo maior

a obtenção, pelo Estado de Minas Gerais, do certificado de regularização Previdenciária (CRP)

que, desde 2004, vinha sendo renovado por meio de decisões judiciais de caráter liminar. Emitido

trimestralmente pelo Ministério da Previdência Social, o CRP atesta o cumprimento das

obrigações previdenciárias pelos Estados e Municípios perante seu quadro funcional,

reconhecendo-lhes aptidão para firmar convênios com a união e receber verbas federais. E a

consequência deste ato inconstitucional, foi quase 100.000,00 (cem mil) trabalhadores atingidos

por uma lei, que lhes tirou, na maior parte dos casos, uma vida inteira dedicada a lecionar e

ensinar, uma carreira árdua e cheia de contratempos, e agora os funcionários designados estão

vendo todo o esforço de anos de dedicação, ir por água a baixo, sendo descartados pelo estado,

sem terem o seu direito reconhecido. Suas histórias estão sendo apagadas pelo fato de não terem

participado de um concurso público

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ACESSO À JUSTIÇA X DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: ANÁLISE DA

IMPENHORABILIDADE DO SALÁRIO NO JUIZADO ESPECIAL

Joyce Brandão Pereira111

Danielle Bastos Correa Belchior112

Palavras-chave: acesso à justiça; dignidade da pessoa humana; juizado especial; penhorabilidade;

salário.

O assunto eleito permite grandes discussões no meio jurídico sobre a penhorabilidade ou não dos

salários, especialmente perante os Juizados Especiais, em razão do costume na região, de decisões

judiciais que determinam a penhora parcial de salários e subsídios, ainda que haja proibição legal,

cuja proteção decorre de princípios constitucionais e outras normas trabalhistas. O novo Código de

Processo Civil, em seu artigo 833 trata da impenhorabilidade no inciso IV e impede a penhora de

salários, remunerações, aposentadorias e pensões, inclusive ganhos de trabalhador autônomo e os

honorários de profissional liberal. A relevante novidade está estampada no § 2º do mesmo

dispositivo, que traz exceção à regra, quando permite a penhora do salário ou reserva pessoal para

pagamento de prestação alimentícia de qualquer origem, ou seja, decorrentes de direito de família

ou ato ilícito e para valores superiores a cinquenta salários mínimos mensais, para qualquer outra

dívida não alimentar. A novidade parece inócua para a seara dos Juizados Especiais, porém, a

simples exceção legal tem fortalecido as decisões favoráveis à penhora do salário no meio forense,

principalmente no âmbito do Juizado Especial, em qualquer espécie de execução. Para somar

forças a estes provimentos judiciais, encontra-se jurisprudência no sentido de que proibir a

penhora do salário seria coibir o acesso à justiça, pois o credor terá seu direito inviabilizado por

não receber seu crédito em virtude de uma restrição legal. Outra problemática a ser enfrentada por

este estudo seria a postura do devedor que tem dificuldades de buscar a reforma da decisão, seja

pelo custo benefício para invalidar o provimento judicial, seja pela falta de meios processuais de

impugnação idôneos no Juizado Especial. Indaga-se: qual o instrumento processual pertinente a

afastar a medida judicial, que determina a penhora do salário, que possui caráter alimentar, capaz

de colocar o devedor em estado de hipossuficiência, privado de suas necessidades essenciais? A

propósito, será objeto da pesquisa a competência da Justiça do Trabalho para coibir decisões do

Juizado Especial, eis que o artigo 462 da CLT proíbe descontos nos salários, exceto aqueles

111

Acadêmica do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Eixo temático: Direito

Constitucional, Administrativo e Previdenciário. E-mail: joyce_brandã[email protected].

112 Mestre em direito Público, professora de direito processual junto à Universidade José do Rosário Vellano. Eixo

temático: Direito Constitucional, Administrativo e Previdenciário. E-mail: [email protected]. Lattes:

<http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4242031U7>.

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previstos em lei e em normas coletivas, devido ao princípio da integralidade do salário do

trabalhador. Questiona-se: o desconto abusivo no salário do trabalhador poderia prejudicar a sua

subsistência e a sua própria sobrevivência? O objetivo principal deste estudo será encontrar um

modo alternativo para que seja adimplida a dívida sem prejuízos à sobrevivência do devedor, sem

afrontar princípios constitucionais. Caso entenda plausível a penhora do salário fora dos ditames

legais, será relevante apontar o percentual que favoreça o interesse do credor e o adimplemento da

obrigação do devedor. A análise das decisões judiciais mostrará se existe equilíbrio e

razoabilidade dos magistrados ao arbitrarem o valor da penhora do salário ou se agem de forma

discricionária sem observar o caso concreto, ferindo princípios basilares do ordenamento jurídico,

especialmente o art. 8º do CPC, por se tratar de norma fundamental do processo civil. A pesquisa

estará, portanto, delimitada, no conflito aparente do princípio da intangibilidade do salário/da

dignidade da pessoa humana e do acesso à justiça.

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EMBRIÃO EXCEDENTÁRIO E O DIREITO À PENSÃO POR MORTE

PREVIDENCIÁRIA

Marina Santana Costa Naves 113

Denilson Victor Machado Teixeira 114

Palavras-chave: direito previdenciário; embrião excedentário; pensão por morte.

O trabalho tem por escopo analisar a (in)viabilidade do direito à pensão por morte

previdenciária em relação ao embrião excedentário.

A vida, até pouco tempo, advinha apenas da reprodução natural, ato carnal realizado entre

homem e mulher do qual resultava um ser vivente. Atualmente, devido às inúmeras evoluções na

biotecnologia é possível o surgimento da vida através de técnicas laboratoriais. Essa probabilidade

de reprodução medicamente assistida é de grande relevância, pois torna possível a procriação às

pessoas que apresentem alguma adversidade na reprodução natural.

Ora, o direito à vida é direito fundamental, sacrossanto, previsto no art. 3º da Declaração

Universal dos Direitos Humanos (1948), e, internamente, no caput do art. 5º da CRFB/1988.

Destaque-se que em fase anterior ao nascimento, tem-se o nascituro, onde o ordenamento jurídico

brasileiro protege-o (art. 2º do Código Civil de 2002).

Entretanto, à margem da referida proteção, encontra-se o embrião excedentário, ou seja,

aquele não implantado no útero materno, proveniente de fertilização em laboratório.

Todavia, pretende-se analisar apenas o filho concebido post mortem, oriundo, pois, de

embrião excedentário, decorrente de concepção artificial homóloga (entre gametas provenientes de

um casal que assumirá a paternidade e a maternidade da criança), inclusive, à luz do art. 1.597,

inc. IV, do Código Civil.

Logo, impõe-se analisar a temática (embrião excedentário) no âmbito do Direito

Previdenciário, especificamente quanto à pensão por morte previdenciária, a qual, nos termos da

113

Graduanda do 10º período do Curso de Direito da UNIFENAS Câmpus Campo Belo – MG. E-mail: [email protected]. Currículo Lattes: <http://lattes.cnpq.br/2153298881265976>. 114

Pós-Doutor em Democracia e Direitos Humanos pelo IGC/CDH da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (Portugal), Doutorado em Direito pela PUC-SP, Mestrado em Direito do Estado pela UNIFRAN, Especialização em Direito Processual pela PUC Minas e Bacharelado em Direito pela UNIFENAS. Atua como Professor Universitário (área de Direito Público) nos Cursos de Bacharelado (UNIFENAS) e de Pós-Graduação em Direito (UNIFENAS, FESJF, UEL e UNAMA), inclusive com destacada experiência em atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão. Coorientador do Mestrado em Direito na UAL (Portugal). Avaliador de Banca Examinadora em Concurso Público para Professor do Magistério Superior da UNIFAL. Avaliador de Banca Examinadora do Mestrado da FDSM. Doutrinador Jurídico, Líder e Pesquisador do Grupo de Pesquisa Políticas Públicas (CNPq/Lattes/UNIFENAS), com ênfase nas áreas de Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito da Seguridade Social e Filosofia do Direito. Associado ao Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito (CONPEDI). Revisor de periódicos da UFV, do UNIFOR, da UNIMEP e da PGE/SP. Membro Titular da Academia Dorense de Letras, Artes e Ciências (ADLAC), de Boa Esperança - MG. Ex Coordenador, Conciliador e Juiz Não Togado do Juizado Especial Cível e Criminal, com atuações nas Comarcas Mineiras de Alfenas, Boa Esperança e Campo Belo. Advogado (OAB/MG 76.787). E-mail: Dení[email protected]. Currículo Lattes: <http://lattes.cnpq.br/1531426167408480>.

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Lei Ordinária Federal n. 8.213/1991, não prevê referido embrião excedentário no rol de

dependentes, até porque ainda não é um ser vivente ao tempo do óbito do segurado.

Porém, a questão é problemática tanto no contexto jurídico quanto médico. Inclusive, vale

registrar o item VIII (reprodução assistida post-mortem) das normas éticas para a utilização das

técnicas de reprodução assistida, adotadas por força do art. 1º da Resolução n. 2.121/2015 do

Conselho Federal de Medicina – CFM, in verbis: “É permitida a reprodução assistida post-mortem

desde que haja autorização prévia específica do (a) falecido (a) para o uso do material biológico

criopreservado, de acordo com a legislação vigente”.115

Ademais, o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) também já enfrentou a temática,

conforme a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) n. 3.510, concernente a julgamento acerca

da Lei Ordinária Federal n. 11.105/2005 (Lei de Biossegurança).

Nesse desiderato, impõe-se verificar, no caso concreto, que o rol de dependentes é aquele,

no caso da pensão por morte previdenciária, existente na data do óbito, ressalvado o direito do

nascituro, conforme consigna o art. 2º do Código Civil, segundo o qual: “A personalidade civil da

pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do

nascituro”116

. Tendo, pois, desde a vida intrauterina, ou desde a reprodução medicamente

assistida, direitos inerentes a personalidade jurídica formal – aptidão de ser titular dos direitos da

personalidade.

Os direitos do embrião excedentário resultam da ampla interpretação principiológica, à luz

da Carta Magna, a qual prima pela dignidade da pessoa humana – prevendo direitos e garantias a

vida humana; pela isonomia – não fazendo distinção entre os seres que se encontram no mesmo

patamar e tratando de forma diferente aqueles que se encontram em níveis distintos; pela

paternidade responsável – conferindo responsabilidades aos genitores, e ainda pelo planejamento

familiar – possibilitando a constituição ou aumento da prole.

Por sua vez, a Lei Ordinária Federal n. 8.213/1991 no art. 74, inc. II, possibilita o pedido

de pensão por morte através de requerimento dos seus dependentes, mesmo após transcorridos 90

dias do óbito do segurado. Todavia, é plausível, analisar um lapso temporal máximo entre o óbito

do segurado, o processo de implantação do embrião excedentário no útero materno e, por

conseguinte o pedido de pensão por morte em prol desse novo ser vivente, a fim de garantir maior

segurança no ordenamento jurídico.

Como a lei nada menciona sobre o assunto e fazendo uma reflexão acerca da problemática

envolvida, é viável fazer, pois, uma aplicação analógica do prazo de revisão do ato de concessão

do benefício (art. 347, caput, do Decreto Federal n. 3.048/1999), a fim de estabelecer o lapso

115

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução n. 2.121/2015. Disponível em: <http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2015/2121_2015.pdf >. Acesso em: 22 maio 2016. 116

BRASIL. Lei n. 10.406, 10 jan. 2002. Institui o código civil. Código Civil. Brasília. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm >. Acesso em: 7 out. 2015.

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temporal de 10 (dez) anos entre o falecimento do genitor (segurado) e o nascimento do filho

(oriundo da reprodução laboratorial), o qual fará jus ao recebimento do benefício pensão por

morte (art. 74 da Lei Ordinária Federal n. 8.213/1991), respeitado o disposto no art. 198, inc. I, do

Código Civil (onde não corre a prescrição contra o incapaz), bem assim o art. 16, inc. I, da Lei

Ordinária Federal n. 8.213/1991 (como dependente do segurado falecido: o filho não emancipado

até 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave).

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ESTUPRO DE VULNERÁVEL: DA POSSIBILIDADE DE RELATIVIZAÇÃO DA

VULNERABILIDADE SEXUAL DO ART 217- A CAPUT, DO CÓDIGO PENAL

Amanda Aparecida Machado Trindade117

Daniel Limongi Alvarenga Alves 118

Palavras-chave: adequação social; dignidade sexual; estupro de vulnerável.

Através de uma revisão de literatura, o presente trabalho aborda um tema tão polêmico e tão

precioso para o meio jurídico, a relativização da pena em casos em que o adolescente mostra-se

capaz de assumir claramente seus atos sexuais. Assim busca-se avaliar a relativização da

vulnerabilidade sexual nos termos do art. 217 A, caput, do Código Penal. A justificativa deste

trabalho parte da noção de que a essência do Direito está na sua capacidade de evolução, de

transformação diante da sociedade. Diante disto é que o Direito poderá atender às finalidades da

lei. Ora, o tema em análise não discute a vulnerabilidade absoluta do menor de 12 anos de idade

tratado pela ECA como criança, o objetivo deste trabalho é em relação ao menor de 14 anos e

maior de 12, que de acordo com o código penal sua vulnerabilidade seria absoluta. A ideia de

“vulnerável” trazida pelo legislador seja aquela que considera qualquer pessoa em circunstância de

fragilidade ou perigo, não fazendo menção à capacidade para permitir ou à maturidade sexual da

vítima, mas ao simples fato de esta ter idade inferior a 14 anos, fato que evidenciaria, em um

primeiro instante, estar em situação de maior fraqueza, é difícil dizer que um jovem, que possui

acessibilidade aos modernos meios de comunicação, não tenha capacidade entender as relações

sexuais, que muitas vezes chegam a um amadurecimento precoce à custa de uma sociedade

prematura e avançada. Nessas circunstâncias, é exagerado afirmar que um jovem entre 12 e 14

anos incompletos seja incapaz de entender o que faz, sendo admissível o afastamento da

vulnerabilidade absoluta trazida no citado tipo penal. O tema em análise discute justamente isso,

se não seria o caso de relativizar esta pena em casos em que, por exemplo, uma jovem de 13 anos

de idade já possui vasta experiência sexual, visto que desde o início apresentou consciência plena

do que estava fazendo. Não é incomum ver na juventude, cada vez mais jovens, com uma vida

sexual ativa, inclusive com vários parceiros, precocemente mães, vivendo inclusive em união

estável com seus parceiros. Portanto, conclui-se que, em não tendo qualquer lesão ao bem jurídico

tutelado – dignidade sexual do vulnerável, o emprego dos princípios constitucionais é muito

conveniente, principalmente a adequação social, pois vive-se em uma sociedade em continua

transformação, devendo o ordenamento jurídico visar um equilíbrio com o quadro histórico-

117

Acadêmica do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. 118

Advogado Criminalista e Professor Universitário, Mestre em Direito pela Faculdade de Direito do Sul de Minas

(FDSM), pesquisador. E-mail: [email protected].

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cultural da sociedade, e que é constitucional a relativização do conceito de vulnerável dos menores

de 14 anos nos crimes sexuais, possibilitando a absolvição do agente.

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IMPLICAÇÕES DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL E DEMAIS CAUSAS

SUPERVENIENTES QUE INVIABILIZAM A NOMEAÇÃO EM CARGOS PÚBLICOS

Franciele Carla dos Santos119

Deivison Resende Monteiro120

Palavras-chave: Causas supervenientes; Concurso público; .Direito subjetivo à nomeação.Lei de

Responsabilidade Fiscal; Mera expectativa de direito.

1 INTRODUÇÃO

Com a conjuntura socioeconômica vivenciada pelo país nos últimos anos e com o

crescente aumento do desemprego no setor privado, não resta ao indivíduo, senão, recorrer aos

concursos públicos. Com a promessa de salários melhores e garantia de estabilidade, os cargos

públicos são atrativos para aqueles que buscam melhores condições de vida. Análogo a uma

competição, os candidatos demandam tempo e investimentos, muitos deles se dedicando

exclusivamente aos estudos, abstendo-se do convívio com familiares, amigos e até do próprio

lazer. Na expectativa de uma prestação estatal pronta e eficiente, os pretendentes aos cargos

ofertados, depois de aprovados, aguardam o momento da nomeação, para que de fato exerçam

suas atribuições públicas. Entretanto, por circunstâncias supervenientes, o Estado vê-se na

impossibilidade de efetivar tais contratações e torna-se polo passivo de demasiadas ações judiciais

que pleiteiam o direito a efetivação nos quadros da administração.

O objeto de estudo da presente pesquisaconsubstancia-se no conflito de interesses, entre o

candidato e o Estado.Buscacompreender os direitos assegurados aos candidatos legitimados ante

toda sua evolução histórica, doutrinária e jurisprudencial e as hipóteses que acometem o Estado e

obstaculizam a procedência às nomeações, bem como qualquer omissão legal e/ou jurisprudencial.

Justifica-se o tema, em virtude de sua complexidade e de situações fáticas ainda não

solucionadaspela doutrina e jurisprudência, que ressurgem vez ou outra em debates judiciais e

contribuem significativamente para a ciência do direito público.

2 FORÇA NORMATIVA DOS CONCURSOS PÚBLICOS, DIREITO SUBJETIVO À

NOMEAÇÃO E CAUSAS EXCEPCIONAIS QUE INVIABILIZAM AS NOMEAÇÕES

Para o ingresso em cargos ou empregos públicos, a Constituição Federal de 1988, em seu

artigo 37, inciso II, dispôs sobre uma espécie de processo seletivo de caráter obrigatório,

denominado concurso público121

. Em síntese, este procedimento busca selecionar os candidatos

119

Graduanda do 10º período do curso de Direito da UNIFENAS Campus Campo Belo-MG. E-mail:

[email protected]. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9273296138202363. 120

Mestre em Direito pela FDSM. Professor de Direito na Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS-

Campo Belo-MG. Pesquisador membro do Grupo de Iniciação Científica da UNIFENAS Campo Belo-MG.

Advogado. E-mail: [email protected]. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6440283546142281 121

MEIRELES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2015, p.530.

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mais preparados para o exercício das atribuições da carreira pretendidacom a observância à lei e

demais normas pertinentes. Isto se dá, pelo fato de que seu emprego pelo poder Público possui o

condão de assegurar um processo legal, isonômico, transparente e ao mesmo tempo eficiente.

Sua força normativa consiste essencialmente em seu poder vinculatório administrativo, isto

é, no dever de “ [...] observância, pelo Poder Público, de normas de organização e procedimento e,

principalmente, de garantias fundamentais que possibilitem o seu pleno exercício pelos

cidadãos”.122

Precisamente, a administração tem o dever de cumprir todas as prescrições do

certame, bem como,viabilizara fruição dos direitos dos cidadãos, não somente durante o

procedimento seletivo, como também na fase preliminar e após sua finalização.Deste modo, a

administração estabelece a democracia e ratifica o Estado Democrático de Direito, com a efetiva

participação dos administrados.

Transpassada a fase de apuração dos aprovados e procedendoa fase de provimento, são

vários os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais acerca do tema. Durante muito tempo, o

entendimento que prevalecia no direito, era que ao candidato devidamente aprovado no concurso,

haveria apenas a mera expectativa de direito. Neste caso, as nomeações dependiam

exclusivamente da discricionariedade da Administração Pública, que poderia optar pela

convocação ou não dos aprovados. Somente haveria direito líquido e certo se houvesse preterição

da ordem classificatória ou contratação de pessoas diversas às listadas na ordem de aprovação,

culminando inclusive na súmula vinculante nº 15 do Supremo Tribunal Federal.123

Esta situação

germinava nos candidatos a sensação de injustiça e falha na segurança jurídica e os obrigavam a

ingressar judicialmente para pleitear o direito à nomeação aos cargos.

Foram necessárias longas discussões no poder judiciário, para que finalmente a questão

fosse decidida por completo na Suprema Corte. Apenas em 2011, no julgamento de um recurso

extraordinário em mandado de segurança(nº RE 598099),com repercussão geral, interposto pelo

estado do Mato Grosso do Sul,o Supremo Tribunal Federal pacificou o entendimento de que

haveria direito subjetivo à nomeação àqueles aprovados dentro do número de vagas constantes do

edital. Deste modo, aquele que atendesse àtodas as condições legais do concurso, deveria ter sua

nomeação garantida pelo Estado, afastando de uma vez por todas a discricionariedade nas

contratações.

Todavia, este mesmo julgado resguardou a administração pública. Foram elencadas, na

oportunidade, pelo Ministro Gilmar Mendes, quatro hipóteses que isentam o Estado da

obrigatoriedade de nomeação, sendo elas: superveniência, imprevisibilidade, gravidade e

122

BRASIL, Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário nº 598099. Recorrente: Estado do Mato Grosso do

Sul. Recorrido: Rômulo Augusto Duarte. Brasília, DF, 10 de ago. de 2011. Disponível em:

<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2667158&numeroPro

cesso=598099&classeProcesso=RE&numeroTema=161>. 123

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n. 15. Disponível em:

<http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=jurisprudenciaSumula&pagina=sumula_001_100 >.

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necessidade. A primeira, diz respeito a “eventuais fatos ensejadores de uma situação excepcional”,

fatos estes que devem ser posteriores a publicação do edital; já a imprevisibilidade refere-se a

“situações extraordinárias imprevisíveis à época da publicação do edital”; a terceira hipótese, a

gravidade, resume-se nos “acontecimentos extraordinários e imprevisíveis” que devem ser

gravosos a ponto de obstar o cumprimento da obrigação ou onerar excessivamente seu

cumprimento, como por exemplo, na iminência de estado de guerra, fenômenos naturais que

causem calamidade pública, crise econômicas de grande extensão, entre outros. Ao fim, tem-se a

hipótese de necessidade, que somente deve ser alegada caso não haja outra forma de solução do

problema, com o dever de ser “sempre a ultima ratio da Administração Pública”. Estas hipóteses

quando alegadas pelo Estado, impõe aos administradores a devida motivação e submissão ao

controle jurisdicional.124

Dentre as causas supervenientes, concentra-se a atenção as disposições da Lei de

Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101 de 04 de maio de 2000), que regulamentam as

finanças públicas e a responsabilidade na gestão fiscal. A limitação orçamentária prevista pelo

artigo 22 da referida lei, estabelece a “proibição de provimento, admissão ou contratação de

pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição recorrente de aposentadoria ou falecimento de

servidores das áreas de educação, saúde e segurança”, quando o limite de despesa com o pessoal

ultrapassar a marca de 95% da receita destinada.Caso haja o extrapolamento destas despesas,

efetiva-se a proibição de criação ou provimento de qualquer cargo, salvo exceções legais.

3 CONSIDERAÇÕES FINAlS

Subsequentemente a elucidação do tema, resta na doutrina e jurisprudência a lacuna sobre

a aplicação das disposições da lei de responsabilidade fiscal sobre os candidatos aprovados, dentro

ou fora do número de vagas previstas no edital, que jurisprudencialmente possuem o direito à

nomeação e mera expectativa de direito, respectivamente, uma vez que a referida lei não faz

distinção entre tais candidatos. Evidencia-se um conflito entre os princípios da segurança jurídica,

proteção à confiança e boa-fé com os princípios da supremacia do interesse público sobre o

privado e do equilíbrio orçamentário.

Mister que haja uma positivação das regras relativas ao concurso público e ao direito à

nomeação com fundamental esclarecimento doutrinário e jurisprudencial, sobre determinadas

omissões da lei de Responsabilidade Fiscal, caso a mesma precise ser invocada como matéria de

defesa. A julgar pela extensão que pode atingir o descumprimento de tais normas públicas, é

necessário a sobreposição dos princípios fiscais sobre os princípios do candidato, partindo do

entendimento que o Estado deve a todo tempo garantir o bem-estar social, ou seja, o

124

BRASIL, Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário nº 598099. Recorrente: Estado do Mato Grosso do

Sul. Recorrido: Rômulo Augusto Duarte. Brasília, DF, 10 de ago. de 2011. Disponível em:

<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2667158&numeroPro

cesso=598099&classeProcesso=RE&numeroTema=161>.

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desenvolvimento regular do país, sem a intenção de menosprezar o empenho, as abstenções e

investimentos dos candidatos.

4 BIBLIOGRAFIA

BANDEIRA DE MELO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo. 32. ed. rev. e atual.

São Paulo: Malheiros Editores LTDA., 2015.

BRASIL, Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário nº 598099. Recorrente: Estado do

Mato Grosso do Sul. Recorrido: Rômulo Augusto Duarte. Brasília, DF, 10 de ago. de 2011.

Disponível em:

<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=26

67158&numeroProcesso=598099&classeProcesso=RE&numeroTema=161>.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n. 15. Disponível em:

<http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=jurisprudenciaSumula&pagina=sumula_0

01_100 >.

LEITE, Harrison. Manual de direito financeiro. 5. ed. rev., atual. eampl. Salvador: Juspodivm,

2016.

MEIRELES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 40. ed. São Paulo: Malheiros

Editores, 2015.

Page 77: ANAIS DO IX - UNIFENAS · 2018. 10. 31. · DEPÓSITO RECURSAL FRENTE AO PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE ... TERCEIRIZAÇÃO TRABALHISTA: A SÚMULA 331 DOTRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

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O ARTIGO 49 DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR COMO INSTRUMENTO

DE SEGURANÇA JURÍDICA FRENTE A CRESCENTE MODALIDADE DO E-

COMERCE NAS TRANSAÇÕES COMERCIAIS

Camila Aparecida de Souza125

Gianni Carla Ferreira Maia126

Palavras-chave: art. 49 do CDC; comércio eletrônico; segurança jurídica;

É irrefutável que o comércio eletrônico já sedimentou seu espaço nas relações comerciais. Em

tempos modernos, em que o computador se tornou essencial em praticamente todas as atividades

humanas este não seria um setor diferente e mais ainda, é, um setor promissor. Não obstante, neste

sentido nos lançamos no desafio de esclarecer e estabelecer os direitos e garantias afiançados pelo

artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor. Neste intento, iniciamos esta narrativa, com

surgimento do computador e da internet. Na sequência abordamos o surgimento do Código de

Defesa do Consumidor no Brasil, retratando o princípio da vulnerabilidade, sendo este medular

em todo cerne deste ordenamento. Obtempere-se que no designo de construir um aditamento ao

princípio supracitado nos desempenhamos em uma diferenciação entre vulnerabilidade e

hipossuficiência. A fim de intensificar esta aprendizagem suscitamos conceitos dos elementos que

consideramos indispensáveis para melhor compreensão do tema proposto. Destaque para e-

comerce, e-consumidor, e ainda acrescentamos pesquisas traçando o perfil destes usuários com

fito de quantificar a extensão desta nova prática. Finalmente, no último item faremos um

desdobramento do conteúdo do artigo 49. Zelaremos pelo direito de arrependimento, por seu

prazo, bem como se dará sua contagem. Conterá sobre a manifestação da desistência e a aplicação

deste dispositivo por analogia. Ainda da devolução do que foi pago, a responsabilidade das

instituições financeiras sendo estas solidárias e por fim os efeitos da desistência. Para elaborar este

estudo contamos com o assentado em livros e sites que retratam deste assunto. Ao final espera-se

que estes usuários sintam-se seguros para realização destas transações, uma vez que estes

encontram protegidos pelo ordenamento pátrio. A fim de se mobilizar o setor empresarial

completando ciclo de sua função social e por via de com sequência fortalecer o princípio da

dignidade humana.

125

Acadêmica do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. (e- mail:

[email protected]). 126

Orientadora: Advogada OAB 98. 958. Professora Universitária. Coordenadora do Procon de Campo Belo-MG.

Secretária de Criação e Fomento de Procons do Forúm do Procons Mineiros (E- mail:[email protected]).

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O EXERCÍCIO DE CARGOS PÚBLICOS (NEPOTISMO)

Hérica Garcia de Melo127

Deivison Resende Monteiro128

Palavras-chave: administração pública; moralidade; nepotismo; súmula vinculante.

É certo que em todos os segmentos sociais é preciso que exista um código ético e moral

para regular as relações interpessoais. Isso também inclui a política, a administração pública, o

sistema judiciário, garantindo a efetivação da organização e do equilíbrio social. O Nepotismo,

palavra que designa o ato de favorecer parentes em cargos públicos, prejudicando outras pessoas

que sejam qualificadas para tal, é considerado uma conduta que vai contra o código ético e moral,

ferindo o princípio da moralidade na Administração Pública.

A escolha deste tema justifica-se por se tratar de assunto ainda polêmico que merece ser

analisado em suas consequências nocivas para a Administração Pública, de forma livre de

preconceito, que é característica do senso comum, e sem o sensacionalismo como muitas vezes é

tratado pela mídia. Nota-se por parte da população o quanto tal assunto é mal visto aos olhos da

sociedade, o que, se não tratado com a seriedade merecida, termina por desacreditar também o

sistema judiciário, já que todos esperam que os responsáveis sejam punidos.

Faz-se necessário refletir sobre este tema pela sua significação, especialmente popular,

para a sociedade, pois tal prática é extremamente rejeitada pela população, visto que prejudica

todos aqueles que se interessam a ingressar em cargos públicos, pelas vias de concurso.

Este estudo objetiva de forma geral analisar o real conceito de nepotismo pontuando o

parecer jurídico sobre nomeações de parentes para o provimento de cargos em comissão e funções

gratificadas no âmbito da Administração Pública.

Especificamente objetiva estudar a evolução do conceito de ética relacionada à questão do

Nepotismo no Brasil; apreciar a súmula vinculante número 13 a partir de seus precedentes,

examinando a razoabilidade dos critérios apresentados pelos Ministros do Supremo Tribunal

Federal para justificar a necessidade de se vedar completamente a nomeação de parentes paras os

cargos e funções em apreço; averiguar as consequências dessa prática para os quadros de

ineficiência, desvio de finalidade e corrupção existentes na Administração Pública brasileira;

127

Bacharelanda em Direito pela Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS. Email:

[email protected]. Telefone: (35) 99923-2261.

128 Mestre em Direito pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Advogado. Professor de Direito Internacional

Público e Privado; Direito do Trabalho III e Direito Processual Civil V, da Universidade José do Rosário Vellano – Campo Belo (MG). (e-mail: [email protected]). Lattes: <http:/ buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4263960A0>.

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analisar a trajetória histórica do conceito de ética e sua evolução até os dias modernos; examinar

as consequências prejudiciais da prática do Nepotismo para a Administração Pública e para a

sociedade; analisar os limites à criação de cargos em comissão.

Faz-se necessário delimitar os matizes do instituto, para que se distingam quais são

indesejados e passíveis de coerção pelo Direito e quais são úteis para a melhor gestão da coisa

pública. A aplicação cega e genérica do verbete vinculante não é possível, requer análise de cada

caso concreto, para que se conclua quais configuram improbidade administrativa e quais revelam

inofensivo nepotismo.

Nepotismo é o favorecimento de parentes com cargos que deveriam ser ocupados por

pessoas concursadas. A lei permite que haja nomeação de servidores para cargos em comissão, já

que sua nomeação e exoneração são livres, representando, assim, uma forma de nepotismo legal.

A edição da Súmula vinculante nº 13 foi resultado de fortes apelos populares, que associavam a

prática do nepotismo à corrupção.

Não se aplica o que determina a Súmula Vinculante 13 à contratação temporária na

Administração Pública deve ser em caráter excepcional, se restringindo apenas às hipóteses

expressamente previstas em lei. Dentre as hipóteses que a Lei 8.745/1993 contempla, destacam-se

a assistência a situações de calamidade pública, a assistência a emergências em saúde pública,

realização de recenseamento e outras pesquisas realizadas pelo IBGE, admissão de professor

substituto e professor visitante, contratação de pesquisador para projeto de pesquisa determinado,

e combate a emergências ambientais.

Reconhecem-se três formas de manifestação do nepotismo: direto (ou próprio), indireto,

cruzado e trocado.

Nepotismo direto ou próprio é a forma mais comum de nepotismo, que pode também ser

conhecida como nepotismo próprio ou explícito. Sua ocorrência se dá no momento em que a

autoridade competente nomeia parentes seus (cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,

colateral ou por afinidade, até o terceiro grau — filho, neto, bisneto, irmão, tio, sobrinho, sogro,

genro, nora, cunhado).

Nepotismo indireto se dá quando o gestor público, utilizando de seus poderes para tanto,

faz a nomeação de parentes de seus subordinados. Assim, citando exemplos, não ocorreria

nepotismo indireto caso o prefeito fizesse a nomeação de parentes do vice-prefeito para exercer

cargos em comissão, já que falta a hierarquia ou a subordinação do agente político (vice-prefeito)

à autoridade nomeante (prefeito).

Nepotismo trocado, também conhecido como nepotismo dissimulado ou por reciprocidade,

pode ser considerado como espécie de troca de favores, um ajustamento em que as nomeações são

garantidas por reciprocidade entre os poderes do Estado, por exemplo, Prefeitura e Câmara

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Municipal, Executivo estadual (governador) e Assembleia Legislativa, Executivo estadual e

Judiciário, e assim por diante.

Os servidores nomeados a título precário, de maneira temporária, após processo seletivo

simplificado, não goza de estabilidade que somente se aplica aos funcionários que prestaram

concurso público formal. Dessa forma, permite-se que a Administração Pública promova a

dispensa do servidor, de modo livre e conveniente, a qualquer tempo, sem que seja necessário

prévio processo administrativo ou justificativa do ato.

Ao término desta monografia foi possível concluir que a Súmula Vinculante 13 é genérica

e abstrata, e, consequentemente, não consegue prever todas as ocorrências advindas da prática do

nepotismo. Alcançou-se o objetivo inicial pretendido, que era a explanação do conceito de

nepotismo, de forma imparcial, com destaque às facetas variáveis, que terminam por deturpar seu

real sentido.

Foi possível analisar o real conceito de nepotismo pontuando o parecer jurídico sobre

nomeações de parentes para o provimento de cargos em comissão e funções gratificadas no âmbito

da Administração Pública. Especificamente quanto à evolução do conceito de ética relacionada à

questão do Nepotismo no Brasil; foi bastante oportuna e proveitosa a apreciação da súmula

vinculante número 13 a partir de seus precedentes, examinando a razoabilidade dos critérios

apresentados pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal para justificar a necessidade de se

vedar completamente a nomeação de parentes paras os cargos e funções em apreço.

Ao se estudar a temática verificou-se que são escassas as normativas a respeito, tendência

que se alterou apenas recentemente, com a Súmula Vinculante 13, que ainda assim, não apresenta

força de precisão e de forma.

Conclui-se que a Suprema Corte, neste sentido, compreende que vedar o nepotismo em

todas as suas variantes e categorias conceituais, é consequência direta da Constituição Federal e se

desvincula de lei formal (e nem de qualquer outro ato normativo geral e vinculante). E tal já era a

compreensão em tempo anterior à edição da Súmula Vinculante 13.

Portanto, são várias situações que podem ocorrer e que, ao menos na aparência, não

estejam se inserem na abrangência da Súmula, mas que podem ser vedadas tão somente com base

nos princípios constitucionais da moralidade, isonomia, impessoalidade e eficiência. É por isso

cada caso precisa ser avaliado isolada e individualmente, para que a lei sempre prevaleça e os

abusos sejam contidos.

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O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA E SUA EFETIVAÇÃO NO SISTEMA

PENITENCIÁRIO FEMININO

Mirelly Alvarenga Mendes129

Daniel Limongi Alvarenga Alves2

Palavras-chave: direito; princípio da dignidade da pessoa humana; sistema penitenciário

feminino.

O presente trabalho de pesquisa consta de estudo com temática atual, que é a efetivação do

princípio da dignidade da pessoa humana entre as detentas. Teve como objetivo geral analisar a

aplicação do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana no sistema penitenciário feminino

brasileiro. Especificamente objetivou-se estudar e pontuar a origem e evolução histórica do

Princípio da Dignidade da Pessoa Humana; conceituar pena privativa de liberdade, sob um

enfoque histórico e social, refletindo sobre suas finalidades; caracterizar o sistema penal e

penitenciário brasileiro, assim como os direitos e benefícios das presas ao longo do cumprimento

da pena; refletir sobre o Princípio da Dignidade Humana diante da realidade do sistema

penitenciário brasileiro, os principais problemas que culminam com o desrespeito à dignidade

humana da presa. A metodologia da presente pesquisa consistiu em pesquisa qualitativa, com uma

abordagem exploratória, fazendo-se um levantamento bibliográfico, buscando-se entender o

princípio da dignidade da pessoa humana, o surgimento da pena privativa da liberdade segundo a

perspectiva da literatura, interpretando os fenômenos estudados. Ficou evidente que as presas são

mulheres que erraram, é certo, mas nem por isso precisam passar por condições de desrespeito.

Isso demonstra a importância e a urgência das discussões e reflexões sobre o Princípio da

Dignidade da Pessoa Humana nos presídios Femininos do Brasil.

O sistema penitenciário brasileiro objetiva a ressocialização, educação e a referente

punição do delito cometido. Por meio da prisão, o infrator, e a infratora, tem sua liberdade

privada, o que garante, ao menos em tese, a segurança da sociedade. O grande diferencial entre

129

Graduanda do 10º período do Curso de Direito da UNIFENAS Câmpus Campo Belo-MG. E-mail:

[email protected]. Telefone: (35) 99221-1669.

2Mestre em Direito pela Faculdade de Direito do Sul de Minas (FDSM). Pós-Graduado em Ciências Penais pela

Universidade Anhanguera UNIDERP LFG. Pós-Graduado em Direito Empresarial pela Universidade Cândido Mendes

(UCAM/RJ). Pós-Graduado em Direito Constitucional e das Relações Sociais pela UNIFENAS. Graduado em Direito

pela UNIFENAS (1999). Professor da Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS), Curso Direito Campus de

Campo Belo (MG) e Alfenas (MG). Professor pesquisador do Grupo de Pesquisa denominado Ordem Social,

certificado pela UNIFENAS. Oratória, Estágio Penal, Direito Penal Mínimo e Direito Processual Penal Garantista são

suas principais áreas de interesse. E-mail: [email protected]. Currículo Lattes: <

http://lattes.cnpq.br/4746728579458802>.

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presos e presas, é que imperam, até o momento, conceitos predominantemente masculinos no

sistema prisional, relegando à mulher uma invisibilidade perante a sociedade ao próprio sistema

penal.

Esta incoerência faz com que a pessoa que é compulsoriamente afastada da sociedade, e

que deveria ser preparada para conviver novamente, trilhando caminhos legais, siga outros rumos,

não conseguindo se reabilitar. As prisões femininas não fogem a esta triste regra.

Conforme será demonstrado, esta realidade ainda assombra os presídios do país. As

primeiras prisões de mulheres remontam a datas distantes, quando as mulheres deveriam seguir

regras ditadas pela sociedade machista.

Já no Brasil, as primeiras prisões para mulheres coincidem com a Reforma Penal, no início

da década de 1940. No ano de 1941 foi inaugurado em São Paulo o Presídio de Mulheres, junto ao

Complexo do Carandiru, que mais tarde ficou conhecido como Penitenciária Feminina da Capital.

No ano seguinte, em 1942, no Rio de Janeiro, criou-se a Penitenciária das Mulheres, vindo a ser

denominada Presídio Feminino Talavera Bruce.

Ao final deste trabalho de pesquisa pode se concluir que, analisando a aplicação do

Princípio da Dignidade da Pessoa Humana no sistema penitenciário brasileiro, especificamente no

sistema penitenciário feminino, constata-se que o Princípio da Dignidade Humana não é

respeitado. Mesmo sendo previsto constitucionalmente, ou seja, sendo um princípio expresso,

ainda assim é violado.

As pesquisas realizadas demonstraram que, ainda mais nos presídios femininos,

encontram-se condições precárias de acomodação, e, muitas vezes, até necessidades básicas, de

higiene, não são atendidas. As mulheres, por sua condição biológica, possuem necessidades e

características específicas, o que se agrava, geralmente, pelo histórico de violência familiar, baixa

autoestima, maternidade, perdas financeiras, uso de drogas, entre outros.

A própria estrutura física das penitenciárias, representa problemas graves, como falta de

conclui-se que, ventilação, iluminação, superlotação, e os espaços para que a maternidade se torne

minimamente viável, com apoio médico para a presa e para o recém nascido, acompanhamento

psicológico, dentre outros.

Conclui-se que, o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana deve ser respeitado, pois o

objetivo primordial da justiça deve ser o de educar, resgatar o indivíduo, para que ele possa ser

reinserido na sociedade, não mais oferecendo riscos. Portanto, isso se consegue por meio de

políticas sociais com fins à ressocialização, investimentos na melhoria da qualidade de vida nos

presídios, em saúde, além, é claro de programas de prevenção e conscientização sobre os riscos do

consumo de drogas, educação, segurança.

Não somente se constata o descaso e a invisibilidade da mulher no legislativo, como

também no tratamento dispensado à mulher encarcerada, o que é reflexo da falta de discussão

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sobre questões de gênero no sistema penitenciário brasileiro, que mantém a cultura androcêntrica

do Direito, reforçando os papéis sociais considerados tradicionais pela sociedade machista e

patriarcal.

Dessa forma, buscando maior proteção da mulher no universo do cárcere, não somente

como uma ideologia utópica, é preciso dar visibilidade a estas mulheres, respeitando suas

especificidades. Cabe ressaltar que esta busca de visibilidade das diferenças não implica em

ignorar as igualdades, mas garantir que o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana seja

considerado.

Conforme pontuado neste trabalho, a Constituição Federal Brasileira dispõe, em seu em

seu art. 1°, III, a dignidade da pessoa humana como um de seus fundamentos. O legislador

constituinte teve a preocupação de firmar que o Estado proporcionasse a dignidade para todos os

indivíduos. Assim, percebe-se a preocupação em conceder uma condição normativa ao princípio

da dignidade humana, entendendo-o como um dos alicerces do Estado Democrático de Direito. As

presas são seres humanos, que erraram, é certo, mas nem por isso precisam passar por condições

de desrespeito. Isso demonstra a importância e a urgência das discussões e reflexões sobre o

Princípio da Dignidade da Pessoa Humana nos presídios Femininos do BrasiL.

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OS ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA GUARDA COMPARTILHADA

Nayhara Albernaz Claudino Souza130

Dimas Messias de Carvalho131

Palavras-chave: desvantagens; filhos; guarda de filhos; vantagens.

As constantes mudanças ocorridas na sociedade exigem a adequação do Direito às

necessidades sociais. Apesar do Direito de Família preservar seu conservadorismo, o instituto da

guarda precisou ser remodelado devido as novas realidades. A guarda passou por grandes

alterações no direito pátrio, pois conferia autoridade parental somente a um dos genitores sob a

pessoa do filho. Buscando minimizar os efeitos da perda dessa autoridade, quando da ruptura

conjugal, foi sancionada na legislação brasileira a Lei 11.698/2008 que surgiu para suprir uma

necessidade de pais e filhos que precisavam ter ou manter um vínculo afetivo maior entre si.

Nesse contexto, a guarda compartilhada tem objetivo de preservar a continuidade do convívio dos

filhos com os pais, minimizando assim os efeitos desastrosos da maioria das separações. Sendo

assim, encontra amplo respaldo no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), haja vista que o

mesmo, adota o princípio da “proteção integral”, previsto no art. 227 da Constituição Federal, que,

dentre outras coisas, privilegia os interesses da criança. Ante tal elucidação, questiona-se a

necessidade de sopesar os aspectos positivos e negativos do instituto da guarda compartilhada à

luz da lei 11.698 de 2008, analisando as divergências doutrinárias e a jurisprudência, a respeito do

tema. Portanto, a problemática está em esclarecer se ao aplicar a guarda compartilhada, as

vantagens superam as desvantagens, já que o assunto gera polêmica entre renomados

doutrinadores. Contudo, a guarda compartilhada seria o modelo mais adequado e benéfico nas

relações entre pais e filhos, porém, a verdade real é diferente da ideal, pois, quando o casal se

separa, raramente mantém entre si a capacidade de cooperação e respeito mútuo. O tema possui

grande relevância social, pois, ressalta o direito dos filhos de conviver com ambos os genitores.

Isso justifica a realização de uma pesquisa que analise as vantagens e desvantagens do instituto da

guarda compartilhada à luz da Lei 11.698/2008, contrapondo-os à da doutrina e jurisprudência,

porque a problemática acerca do assunto não se encontra solidificada no âmbito doutrinário e nos

Tribunais pátrios. Para a obtenção de sucesso em uma ação de guarda de forma saudável e

compatível com as necessidades de cada criança, é necessário melhores e mais aprofundados

130 Acadêmica do Curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. E-mail:

[email protected]. Telefone: (35) 99172-1807 131

Mestre em Direito Constitucional pela FDSM; Promotor de Justiça aposentado no Estado de Minas Gerais;

Advogado e consultor jurídico especializado em Direito de Família e Sucessões; Professor de Direito de Família,

Direito das Sucessões e Direito das Coisas na UNIFENAS; Professor de Direito de Família e Sucessões no

UNILAVRAS; Professor convidado em cursos de pós graduação e concursos jurídicos; Membro do IBDFAM;

Palestrante de Direito de Família e Direito das Sucessões; Palestrante; Autor e coautor de várias obras jurídicas. E-

mail: [email protected]. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7854166094705916.

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estudos sobre o tema. A guarda compartilhada traz justamente à tona a discussão acerca de como

fica a responsabilidade dos pais em relação aos filhos, diante de uma separação do casal ou na

hipótese de sequer terem se unido para formar uma família. Todo genitor tem em relação ao seu

filho o chamado poder familiar, que consiste num poder oriundo da condição da paternidade ou

maternidade, que o torna uma autoridade à prole, junto com isso o dever de criação, guarda,

educação e sustento. O poder familiar é exercido na condição de igualdade pelos pais, sempre

tendo em vista o interesse dos filhos e seu bem estar. A guarda compartilhada pode ser

estabelecida, da seguinte forma: I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer

deles, em ação autônoma de separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida

cautelar; II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da

distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe. A criação e educação

de uma criança e adolescente requer uma grande dedicação dos pais, disponibilidade de tempo e

atenção que são fundamentais para a formação da pessoa em desenvolvimento. O contrário disso

pode ensejar em responsabilidade civil e penal. Enfim, a guarda compartilhada se mostra mais

uma alternativa em busca da proteção aos direitos das crianças e adolescentes, no qual o Estado

também desempenha seu papel, quando realiza a prestação jurisdicional.

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REPARAÇÃO DE DANOS EM DECORRÊNCIA DA NÃO NOMEAÇÃO DE

CANDIDATOS APROVADOS EM CONCURSOS PÚBLICOS

Marcelo Pacini Cabral132

Denilson Victor Machado Teixeira 133

Palavras-chave: concursos públicos; aprovação; não nomeação; servidor público, danos materiais

e danos morais.

O presente trabalho objetivou demonstrar, com uma análise crítica, a possibilidade de indenização

por danos aos candidatos aprovados em concurso público que não tiveram sua nomeação efetivada

pelo Poder Público, desta forma passou-se a analisar os conceitos de servidores públicos, seus

regimes jurídicos funcionais e as exigências para a ocupação dessas funções. Ao fim destas

análises restou verificado a exigência de aprovação em concurso público para o provimento de

cargos e empregos públicos, consoante o artigo 37, II da Constituição Federal. Diante destes fatos

constatados, pretendeu-se verificar a possibilidade de indenização por danos materiais e morais a

todos os candidatos que foram aprovados em concurso público e não foram investidos em seus

cargos. Concluiu-se que nas devidas proporções, a não nomeação dos candidatos aprovados em

concurso público, demonstra por parte da Administração Pública uma omissão. Portanto

constatando-se o erro, ele é passível de reparação por se tratar de ato ilícito, eis que a Justiça deve

imperar no caso concreto, impondo o caráter compensatório, de modo, a determinar a

responsabilidade objetiva do Estado em face dos danos causados ao indivíduo. Porém, é preciso

ter cautela para não enxergar nas tendências jurisprudenciais uma mudança integral na orientação

majoritária dos tribunais pátrios sobre o tema. Ainda predomina a visão tradicional, segundo a

qual a aprovação em concurso gera mera expectativa de direito à nomeação, exceto quando, por

132

Acadêmico do curso de Direito promovido pela Universidade José do Rosário Vellano. Membro do grupo de

pesquisas sobre políticas públicas. Pesquisador. Eixo temático: Direito Administrativo e Civil. (e-

mail:[email protected]). Lattes:< http://lattes.cnpq.br/9314002617083707>. 133

Pós-Doutor em Democracia e Direitos Humanos pelo IGC/CDH da Faculdade de Direito da Universidade de

Coimbra (Portugal), Doutorado em Direito pela PUC-SP, Mestrado em Direito do Estado pela UNIFRAN,

Especialização em Direito Processual pela PUC Minas e Bacharelado em Direito pela UNIFENAS. Atua como

Professor Universitário (área de Direito Público) nos Cursos de Bacharelado (UNIFENAS) e de Pós-Graduação em

Direito (UNIFENAS, FESJF, UEL e UNAMA), inclusive com destacada experiência em atividades de Ensino,

Pesquisa e Extensão. Coorientador do Mestrado em Direito na UAL (Portugal). Avaliador de Banca Examinadora em

Concurso Público para Professor do Magistério Superior da UNIFAL. Avaliador de Banca Examinadora do Mestrado

da FDSM. Doutrinador Jurídico, Líder e Pesquisador do Grupo de Pesquisa Políticas Públicas

(CNPq/Lattes/UNIFENAS), com ênfase nas áreas de Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito da

Seguridade Social e Filosofia do Direito. Associado ao Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito

(CONPEDI). Revisor de periódicos da UFV, do UNIFOR, da UNIMEP e da PGE/SP. Membro Titular da Academia

Dorense de Letras, Artes e Ciências (ADLAC), de Boa Esperança - MG. Ex Coordenador, Conciliador e Juiz Não

Togado do Juizado Especial Cível e Criminal, com atuações nas Comarcas Mineiras de Alfenas, Boa Esperança e

Campo Belo. Advogado (OAB/MG 76.787). Eixo Temático: Direito Administrativo e Civil. E-mail: [email protected]. Lattes: < http://lattes.cnpq.br/1531426167408480>

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ato inequívoco, tornar-se incontestável a necessidade do preenchimento de novas vagas. Essa é a

posição mais segura, por enquanto, para ser sustentada em relação ao assunto.