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Anais do Arbovirose: emergentes e re-emergentes 2ª edição Sobral, Ceará 2017

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Anais do

Arbovirose: emergentes e re-emergentes

2ª edição

Sobral, Ceará

2017

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Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle, Rafael Pereira e

Josilayne de Fátima Souza Mendes

Organizadores

Anais do

II Simpósio Cearense de Microbiologia

2ª edição

Sobral, Ceará

2017

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Reitor: Fabianno Cavalcante de Carvalho

Vice-Reitora: Izabelle Mont`Alverne Napoleão Albuquerque

Centro de Ciências Agrárias e Biológicas Cláudia de Castro Goulart

Coordenação do Curso de Ciências Biologias Marlene Feliciano Figueiredo

Coordenadora Geral do Evento Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle

Comissão Científica Prof.ª Dr.ª Raquel Oliveira dos Santos

Fontenelle

Profª. Dr.ª Lúcia Betânia da Silva

Andrade

Prof.ª Dr.ª Erika Helena Salles de Brito

Prof.ª M.Sc. Carolina Sidrim de Paula

Cavalcante

Prof. Dr. Ricardo de Oliveira Tavares

M.Sc. Francisca Lidiane Linhares de

Aguiar

M.Sc. Izabelly Linhares Ponte Brito

M.Sc. Silvana Silveira de Farias

M.Sc. Antonio Carlos Nogueira

Sobrinho

M.Sc. Patrícia Silva Costa

Mestranda Andréa Maria Neves

Mestranda Maria Gleiciane Soares

Coutinho

Mestranda Ana Jéssyca Alves Morais

Mestrando Francisco Fábio Pereira de

Souza

Mestranda Izabelly Linhares Ponte

Brito

Membros Discentes Anny Sampaio Silva

Ana Marcia Pinto dos Santos

Ana Thaís Lira Soares

Júlio César Sousa Prado

Maria da Conceição Araújo Mesquita

Laressa Cristyne dos Santos Gomes

Layanne Mesquita Lopes

Francisco Fábio Pereira de Souza

Marcilio Matos Ferreira

Marillyze Maria Nogueira Duarte

Rafael Pereira

Samuel Souza Oliveira

Senndya Brendel Sales do Nascimento

Dougliane Gomes de Souza

Edinara Maria de França Aguiar

Luziane Monteiro

Efigênia Cordeiro Barbalho

Josiany Costa de Souza

Francisca Robervânia Soares dos santos

Itatiaia de Souza Sampaio

Marcos Adelino Almeida Filho

Alex Emanuel Soares dos Santos

Leonardo Costa da Silva

Josilayne de Fátima Souza Mendes

Maria Emanuely Rodrigues de Sousa

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ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 05

RESUMOS EXPANDIDOS 06

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ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017

5

APRESENTAÇÃO

Neste livro estão reunidos os resumos expandidos dos trabalhos aprovados no

II Simpósio Cearense de Microbiologia com o tema intitulado “Arboviroses

emergentes e re-emergentes”, realizado no período de 04 a 05 de Outubro de 2017, na

Universidade Estadual Vale do Acaraú, localizada na cidade de Sobral- Ceará.

A programação foi composta de tal forma que abrangesse as mais diversas

áreas da Microbiologia, como a mesas redondas intituladas Arboviroses emergentes e

reemergentes, a conferência sobre Peptídeos com atividade antimicrobiana, sete

minicursos, além dos trinta e três trabalhos que foram aprovados pela comissão

cientificas do evento e apresentados nas seções orais.

O evento teve como objetivo de garantir o espaço para apresentação e

discussão de pesquisas na área de Microbiologia e em outras áreas afins para que

tenham como foco a melhoria da saúde, meio ambiente e educação.

Diante do exposto, o evento tem o prazer de realizar a publicação de

relevantes pesquisas nesse livro de anais. Vale ressaltar que, o conteúdo dos resumos

aqui publicados é de inteira responsabilidade dos seus autores.

Os organizadores.

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ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO ÓLEO DAS FOLHAS DE Moringa oleífera Lam.

CONTRA LEVEDURAS DO GÊNERO Candida spp

Raquel Pessoa de Araújo1; Marillyze Maria Nogueira Duarte

5; Patrícia Silva Costa

5,6;

Andréa Maria Neves1; Laressa Cristyne dos Santos Gomes

2; Selene Maia de Morais

3; Raquel

Oliveira dos Santos Fontenelle4.

1Estudante do Curso do Mestrado Acadêmico em Recursos Naturais –CCT- UECE;

2Estudante do Curso de Ciências Biológicas-UVA;

3Professor (a) Titular da Universidade

Estadual do Ceará (UECE) e Bolsista de Produtividade do CNPQ; 4 Professor (a) do

Curso de Ciências Biológicas- UVA; 5Graduada em Biologia;

6 Mestre em Biologia.

INTRODUÇÃO: A Moringa oleífera Lam. (Moringaceae), conhecida por diversas

designações, sendo uma delas, rábano ou simplesmente por moringa, é nativa da Ásia e da

África. É rica em óleo vegetal e elevado teor nutricional, sendo bastante utilizada nesses

continentes como uma planta medicinal, atribuída à presença de proteínas, vitaminas e vários

compostos fenólicos. Observa-se na prática cultural destas regiões que as folhas da árvore

Moringa oleífera são comestíveis (ADEJUMO et al., 2012; RAGUINDIN, DANS, KING,

2014). NIYOGI (2015) menciona o consumo de Moringa oleífera como alternativa para

dietas veganas, onde se recomenda aproximadamente 25g das partes folhosas da planta.

Estudos biológicos feitos com os extratos de suas várias partes demonstraram que a planta

possui atividade hipotensiva, antimicrobiana, antifertilidade, antiespasmódica, anti-

inflamatória, diurética, anti-diarréica, anti-úlcera e atividade hipolipidêmicas (MENEZES,

2006). Segundo GUABERTO et al. (2014) essa planta apresenta uma elevada capacidade

adaptativa principalmente aos solos típicos do bioma da Caatinga, pois a vegetação é

adaptada para sobreviver com pouca quantidade de água para sua sobrevivência, além disso

apresenta boa tolerância ao estresse salino e auxilia no tratamento da água (sementes), por

esses motivos, projetos fomentados pela PETROBRÁS já inseriram essa espécie como

prioritária para o nordeste do Brasil (MONTEIRO, 2007). OBJETIVO: avaliar a atividade

antifúngica relacionada a cepas do gênero Candida spp. MATERIAIS E MÉTODOS: O

material vegetal (folhas) da M. oleifera foi coletado no município de Fortaleza-Ce, próxima à

UECE Campus do Itaperi e levadas ao Laboratório de Química de Produtos Naturais

(LQPN). A exsicata nº 60.406 foi depositada junto ao Herbário Prisco Bezerra, na

Universidade Federal do Ceará (UFC), autenticada pelo Engenheiro Agrônomo, especialista

em Fitotecnia, Luís Wilson Lima-Verde. O método utilizado para extração foi o de

destilação por arraste com vapor d’água em aparelho tipo Clevenger. As folhas foram

inseridas em água destilada até a temperatura máxima de 100 °C para atingir a fervura. O

óleo essencial foi em seguida seco com sulfato de sódio anidro e mantidos em refrigerador

até a análise. Para o ensaio microbiológico foi utilizada o método da microdiluição em caldo

preconizado pelo CLSI (2008). Foram testadas cinco cepas de Candida spp. (C. albicans

ATCC 90028, C. tropicalis LABIMIC 0109, C. parapsilosis URM 6951) que foram

cultivadas em ágar sabourand a 35ºC por 48. Para preparo do inóculo um fragmento de

Candida foi transferido para tubos de ensaio contendo 9 mL de solução salina.

Posteriormente as suspensões foram diluídas a 1:2000, com meio RPMI 1640, para obtenção

das concentrações finais do inoculo de aproximadamente 5 x 104 UFC/mL. Para

determinação do CIM o ensaio foi realizado em placas de 96 poços, com forma de “U”

(Placa Elisa). Inicialmente foram distribuídas 100 μL de meio RPMI 1640 em todos os poços

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e posteriormente pipetados 100 μL da droga a uma concentração de 64 mg/ml, após isso foi

realizada a técnica de diluição seriada, à partir da retirada de uma alíquota de 100 μL da

cavidade mais concentrada para a cavidade sucessora. Nos orifícios de cada coluna foram

dispensadas alíquotas de 100 μL do inóculo correspondente a cada cepa ensaiada. Como

controle negativo, verificou-se a viabilidade das cepas através da inoculação da suspensão

fúngica em meio RPMI sem a adição de antifúngicos. Foram realizadas leituras para

determinação do CIM com 24h e 48h após o ensaio, onde foi considerada a formação ou não

de aglomerados de células no fundo dos poços da placa. A concentração fungicida mínima

(MFC) foi determinada por subcultura de 100 μL da solução de poços sem turbidez no meio

Ágar Dextrose de Batata, a 28 ° C. Os MFCs foram determinados como a menor

concentração, resultando em nenhum crescimento na subcultura após 48 horas para Candida

spp. (FONTENELLE et al., 2008). RESULTADOS E DISCUSSÃO: A avaliação da

sensibilidade por microdiluição feita com o óleo de M. oleífera mostrou não haver inibição

para as cepas de Candida spp. testadas. CONCLUSÃO: Como demonstrado nos resultados

obtidos, o óleo das folhas de Moringa oleifera não atuou no combate das cepas testadas de

Candida spp. porém não se pode descartar a possibilidade de que com outras cepas fúngicas

o resultado seja mais favorável, já que em publicações anteriores, os ensaios demonstraram

boa ação em relação ao extrato etanólico em cepas de Trichophyton rubrum.

PALAVRAS-CHAVES: Antifúngico, Microdiluição, Moringa

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADEJUMO, O. E., KOLAPO, A. L., FOLARIN, A. O. Moringa oleífera Lam.

(Moringaceae) grown in Nigeria: In vitro antisickling activity on deoxygenated erythrocyte

cells. Journal of Pharmacy & Bioallied Sciences, v. 4, p. 118-122, 2012.

GUABERTO, A. F., FERRARI, G. M., ABREU, K. M. P., PRETO, B. L., FERRARI, J. L.

Características, propriedades e potencialidades da moringa (Moringa oleífera Lam.):

Aspectos agroecológicos. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável.

Pombal-PB. v. 9. n. 5. p. 19-25. 2014

MENEZES, F.R. Abordagem para a síntese da Niazimina, um glicosídeo carbamato isolado

de Moringa oleífera. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Paraná. 93p. 2006.

MONTEIRO, J. M. G. Plantio de oleaginosas por agricultores familiares do semi-árido

nordestino para produção de biodiesel como uma estratégia de mitigação e adaptação às

mudanças climáticas. 2007. 302p. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio de

Janeiro, 2007.

NIYOGI, M. Well planned vegetarian diet with MSM. American Journal of Food and

Nutrition. India, v. 5, n. 2, p. 30-34, 2015.

RAGUINDIN, P. F. N., DANS, L. F. KING, J. F. Moringa oleífera as a Galactagogue.

Breastfeeding Medicine, v. 9, n. 6, 2014.

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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA E MODULADORA DO

EXTRATO E FRAÇÕES DE Piper mollicomum

Ana Raquel Pereira da Silva1, Celestina Elba Sobral de Souza

1, Jacqueline Cosmo Andrade

1,

Maria Audilene de Freitas2, Henrique Douglas Melo Coutinho

1

1Laboratório de Microbiologia e Biologia Molecular, Universidade Regional do Cariri,

Crato(CE) 2Laboratório de Micologia Médica, Universidade Federal de Pernambuco, Recife

(PE)

INTRODUÇÃO. Nas últimas décadas, a bioprospecção de produtos naturais tem papel

fundamental no monitoramento dos recursos ambientais, devido principalmente, as

atribuições e ao uso sustentável e equivalente dos benefícios naturais, despertando assim o

interesse em estudos com extratos vegetais, estes como agentes antimicrobianos ou

combinados com antibióticos, no qual apresenta um baixo risco de aumento da resistência

microbiana, isso porque são misturas complexas podendo representar uma nova forma de

combate aos microrganismos, fazendo com que haja maiores dificuldades para

adaptabilidade microbiana [1;2]. O gênero Piper é o maior da família Piperaceae, com mais

de 1000 espécies, distribuídas especialmente nas regiões tropicais e subtropicais,

especialmente da Ásia e do Novo Mundo. É um gênero com boa representatividade

comercial e muitas aplicações medicinais [3]. A espécie Piper mollicomum é popularmente

conhecida como "pariparoba", "jaguarandi", "jaborandi" e "jaborandi-manso" [4], e constitui

fonte de pesquisas que avaliam o potencial farmacológico, como antibacteriano [5] e

antifúngico [6]; além de atividade larvicida no controle da transmissão da dengue [7];

utilização da tintura na medicina popular no tratamento de doenças hepáticas e contra

indigestão [8]. OBJETIVOS. Avaliar a atividade antimicrobiana do extrato etanólico

(EEPM) e das frações clorofórmica (FCPM) e acetato de etila (FAEPM) de Piper

mollicomum contra linhagens padrões e multirresistentes, bem como verificar a modulação

da atividade antibiótica pelos extratos e frações. MATERIAIS E MÉTODOS. Folhas de

Piper mollicomum, foram coletadas no horto florestal da Universidade Federal de Areia,

Paraíba, uma exsicata (EAN: 16120) encontra-se depositada no herbário da Universidade. As

folhas foram desidratadas em estufa com temperatura média de 40°C durante 72 horas em

seguida pulverizadas, reduzindo-se a pó (1,50 Kg, 0,86 Kg e 0,72 Kg). Estes foram

submetidos a maceração com etanol. A solução obtida foi concentrada em rotaevaporador,

resultando no extrato etanólico bruto de Piper mollicomum (350 g, xx g e 50g). A solução

hidroalcoólica obtida do extrato foi submetida à partição líquido-líquido, utilizando-se os

solventes clorofórmio (CHCl3) e acetato de etila (AcOEt) separadamente. Após esse

procedimento, os solventes foram evaporados em rotaevaporador, obteve-se as fases:

clorofórmica (76,11 g) e acetato de etila (4,22 g). As cepas fúngicas utilizadas foram

Candida albicans ATCC40006, Candida tropicalis ATCC40042 e Candida krusei

ATCC2538. As cepas bacterianas padrões Staphylococcus aureus ATCC25923, Escherichia

coli ATCC10536, Pseudomonas aeruginosa ATCC15442 e Klebsiella pneumonea

ATCC4362 e linhagens muliressistentes de S.aureus 358, E. coli 27, P.aeruginosa 03.

Antimicrobianos utilizados, Gentamicina, Amicacina, Neomicina, Nistatina, Anfotericina b,

Mebendazol, Benzoilmetronidazol (Sigma Chemical Co.St. Louis, EUA). A concentração

inibitória mínima (CIM) foi determinada em um ensaio de microdiluição em caldo, em

placas de 96 cavidades. Em cada poço foi adicionado 100µL da solução de cada extrato, no

qual as concentrações finais variaram de 512 a 8 μg/ml (diluições seriadas 1:2). A CIM foi

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definida como as menores concentrações capazes de inibir o crescimento microbiano.

Avaliação dos extratos como agentes moduladores da resistência aos antimicrobianos, a CIM

foi definido na presença ou ausência de EEPM, FCPM e FAEPM em concentrações sub-

inibitórias (8µg/mL) e as placas foram incubadas por 24 h a 37 ° C [9]. O ensaio foi

realizado em duplicata e os resultados foram expressos como média das repetições.

RESULTADOS E DISCUSSÃO. Vários estudos são direcionados para descobrimento de

novos compostos derivados dos extratos vegetais e outros produtos naturais, tendo em vista

as propriedades biológicas para serem aplicadas na produção farmacêutica, como também

bens etnomedicinais para um melhor tratamento de infecções [10]. O extrato etanólico e as

frações clorofórmica e acetato de etila obtiveram o mesmo resultado de ≥1024µg/mL para as

atividades antibacterianas e antifúngicas. Na atividade moduladora com as bactérias,

observou-se resultados significativos com três antibióticos. Na modulação com a Escherichia

coli obteve-se um bom resultado para a Amicacina com a FAEPM (78,12µg/mL), para a

Canamicina com o extrato etanólico (312,5µg/mL) e a fração clorofórmica (312,5µg/mL) e

para a Neomicina com o EEPM (39,06µg/mL) e FAEPM (156,25µg/mL). Com a

Staphylococcus aureus foi verificado uma modulação sinérgica com a Amicacina para a

Fração clorofórmica (78,12 µg/mL) e acetato de etila (78,12 µg/mL) e para a Neomicina com

a fração clorofórmica (156,25 µg/mL). Já para a Pseudomonas aeruginosa não foi obtido

nenhum resultado relevante. Na atividade moduladora com os antifúngicos, frente a

linhagens de Candidas não foi observado resultados significativos. Este resultado pode ser

devido à presença de metabólitos secundários, que tem se destacado por apresentar

compostos com reconhecida atividade antibacteriana como os flavonoides e as chalconas

encontradas na espécie Piper mollicomum [11; 12]. CONCLUSÃO. Dessa forma, os dados

obtidos nesse trabalho são promissores e poderão incentivar futuras pesquisas sobre os

aspectos toxicológicos e farmacológicos de produtos naturais proveniente de Piper

mollicomum, podendo ainda resultar na sua possível utilização terapêutica no combate à

resistência bacteriana e fúngica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] COUTINHO, H. D. M.; FALCÃO-SILVA, V. S.; GONÇALVES, G. F. Pulmonary

bacterial pathogens in cystic fibrosis patients and antibiotic therapy: a tool for the health

workers. International Archives of Medicine, Londres, v. 1, n. 1, p. 1-7, 2008.

[2] DAFERERA, D. J.; ZIOGAS, B. N.; POLISSIOU, M. G. The effectiveness of plant

essential oils on the growth of Botrytis cinerea, Fusarium sp. and Clavibacte michiganenesis

subsp. michiganenesis. Crop Protection, v. 22, n. 1, p. 39-4, 2003.

[3] NUNES, J. D., et al. Citogenética de Piper hispidinervum e Piper aduncum. Pesquisa

Agropecuária Brasileira, v. 42, n.7, p. 1049-1052, 2007.

[4] MAGEVSKI, G. C. Propagação vegetativa de espécies do gênero Piper e suas

potencialidades. 2012. Dissertação de Mestrado.( Programa de Pós-Graduação em

Agricultura Tropical). Universidade Federal do Espírito Santo, São Mateus, ES.

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[5] DA SILVA ALVES, H., et al. Actividad antimicrobiana de productos obtenidos a

partir de especies de Piper (Piperaceae). Revista Cubana de Plantas Medicinales, v. 21, n.

2, p. 168-180, 2016.

[6] LAGO, J. H., et al. Química Nova, v.30, n.5, p. 1222-1224, 2007.

[7] GONCHE, D. D. F.; SIMÕES, M.; MOREIRA, D. L. Produtos Naturais para o

Controle daTransmissão da Dengue. Atividade Larvicida de Piper mollicomum Kunth. In:

IV RIOPHARMA, Rio de Janeiro, 2005.

[8] DUARTE, M. C. T., et al. Activity of essential oils from Brazilian medicinal plants on

Escherichia coli. Journal of ethnopharmacology, v. 111, n. 2, p. 197-201, 2007.

[9] NCCLS (2003): Methods for Dilution Antimicrobial Susceptibility Tests for

Bacteria That Grow Aerobically;Approved Standard—Sixth Edition. NCCLS document

M7-A6. National Committee for Clinical Laboratory Standards, Wayne, PA,USA, pp.14-18.

[10] MENDES, L. P. M., et al. Atividade antimicrobiana de extratos etanólicos de

Peperomia pellucida e Portulaca pilosa. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e

Aplicada, v. 32, n. 1, p. 121-125, 2011.

[11] WANKE, S., et al.Evolution of Piperales-matk gene and trnk intron sequence data

reveal lineage specific resolution contrast.Molecular Phylogenetics and Evolution,v.42,

p.477-497, 2007.

[12] SANTOS, F. P., et al. FLAVONOIDS FROM Piper glandulosissimum Yuncker

(Piperaceae). Química Nova, v. 38, n. 2, p. 172-177, 2015.

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CHIKUNGUNYA: FATORES SUPOSTAMENTE ENVOLVIDOS NA FASE

CRÔNICA DA DOENÇA Mariella Sousa Coelho Maciel¹, Dackson Douglas Araújo¹, Dacylla Sampaio Costa¹, Jordan

Matheus Cunha Lima Viana², Anannandy Cunha², Felipe Daniel Cardoso³

1Graduandos em Biomedicina pela Universidade de Federal do Piauí – UFPI. ²Graduandos

em Medicina pela Universidade Federal do Piauí – UFPI. ³Biomédico Graduado pela

Universidade Federal do Piauí – UFPI e Mestrando no Programa de Pós Graduação em

Microbiologia e Imunologia da Universidade Federal de São Paulo- UNIFESP

INTRODUÇÃO: Chikungunya é uma doença viral de acometimento mundial causada pelo

Chikungunya vírus (CHIKV), um RNA de fita simples pertencente à família Togaviridae do

gênero Alphavirus. É transmitida por mosquitos, principalmente o Aedes aegypti, e seus

sintomas clínicos são semelhantes aos encontrados na dengue, porém a grande diferença

entre elas está no acometimento das articulações. Assim como outras arboviroses, a

Chikungunya tem sido motivo de grande preocupação em saúde pública, principalmente após

grandes epidemias com elevado número de óbitos e a persistência de sintomas articulares por

meses após a fase aguda da doença. A Chikungunya se caracteriza por quadros de febre

associados à dor articular intensa e debilitante (principalmente nos punhos, tornozelos e

cotovelos), cefaleia e mialgia. Além da fase aguda, que pode durar até dez dias, a doença

pode seguir curso crônico em alguns indivíduos, sendo este, caracterizado por poliartralgia

com duração de meses a anos. A fisiopatologia e a gravidade da infecção por CHIKV ainda

são mal compreendidos, mas sabe-se que os fatores do hospedeiro desempenham papel

importante na susceptibilidade e gravidade de doenças, podendo diversos mecanismos

naturais, como polimorfismos genéticos e resposta de células de defesa imunológica, estarem

envolvidos na fase crônica da doença por CHIKV. OBJETIVOS: Levantar na bibliografia

estudos realizados a cerca da infecção por Chikungunya vírus, além de estudar

polimorfismos genéticos possivelmente envolvidos na fase crônica da doença e a relação de

citocinas e quimiocinas com a persistência de sintomas articulares, assim como demais

fatores do hospedeiro. MATERIAL E MÉTODOS: Os dados foram obtidos a partir de uma

revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos publicados entre 2012 e 2017, retirados a

partir do banco de dados do Scielo – Scientific Eletronic Library Online e Pubmed a partir da

busca por palavras chave: Chikungunya, Chikungunya e polimorfismos genéticos,

arboviroses, citocinas. Os critérios de inclusão aplicados foram: os anos de publicações,

artigo ou dissertação disponível na íntegra, idioma em português e inglês e a relação com a

temática do estudo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: As manifestações reumáticas e

musculoesqueléticas pós-fase aguda da Chikungunya, incluem desde persistência da dor, até

artrite reumatoide, que se desenvolve em aproximadamente 5% dos pacientes. A prevalência

da fase crônica têm se mostrado muito variável entre indivíduos, podendo atingir mais da

metade dos pacientes que tiveram a fase aguda sintomática de Chikungunya. Estudos têm

sido realizados com o propósito de identificar mecanismos possivelmente envolvidos na

persistência da dor musculoesquelética em pacientes infectados pelo vírus, e segundo

pesquisas, a forte resposta imunológica à infecção parece ser um importante indicador da

persistência dos sintomas articulares, fator este correlacionado à forte resposta IgG-

específica ao CHIKV no período de recuperação e na fase crônica. Além disso, variações

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genéticas estão envolvidas assim como em outras patologias, na susceptibilidade do

hospedeiro à doença por CHIKV, genes implicados tanto na resposta imunológica quanto no

desenvolvimento de artrite reumatoide tem sido analisado com o intuito de se identificar

mutações genéticas que culmine na persistência dos sintomas. Artigos publicados

recentemente tem identificado o polimorfismo de DC-SIGN 209 como de maior frequência

significativa numa dada população de pacientes sintomáticos para CHIKV estudados, este

gene está envolvido no início da resposta imune primária e se constitui num receptor

presente nos macrófagos e células dendríticas, pesquisas realizadas já comprovaram sua

atuação como um receptor de ligação para o vírus da dengue. Além destes, outros fatores tem

sido citado como de risco para a cronificação da doença, os principais deles são, idade acima

de 45 anos, desordem articular preexistente e maior intensidade das lesões articulares na fase

aguda, além de um possível envolvimento do antígeno leucocitário humano (HLA) e outros

genes na susceptibilidade e curso crônico da Chikungunya. CONCLUSÃO: Embora a

Chikungunya não seja uma doença de alta letalidade, possui elevada taxa de morbidade

associada à artralgia persistente, esta pode levar à incapacidade e, consequentemente,

redução da produtividade e da qualidade de vida. A procura por serviços de assistência à

saúde está se tornando cada vez maior, devido principalmente a persistência dos sintomas

articulares e a falta de medicamentos efetivos no combate ao vírus. O envolvimento de

polimorfismos genéticos e outros fatores do hospedeiro estão sendo amplamente analisados

por diversos pesquisadores e correlacionados com o processo de infecção do vírus, com o

objetivo melhor compreender a fisiopatologia e a gravidade da infecção do Chikungunya

vírus.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Chaaithanya, I. K., Muruganandam, N., Surya, P., Anwesh, M., Alagarasu, K., &

Vijayachari, P. (2015). Association of Oligoadenylate Synthetase Gene Cluster and DC-

SIGN (CD209) Gene Polymorphisms with Clinical Symptoms in Chikungunya Virus

Infection. DNA and Cell Biology, 35(1), 44–50.

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AVALIAÇÃO DE RISCO POR Salmonella sp. EM LINGUIÇAS TIPO FRESCAL NO

MERCADO PÚBLICO DE SOBRAL - CE

Francisca Mirla Alves de Araújo; Maria Gleiciane Soares Coutinho; Raquel Oliveira dos

Santos Fontenelle.

INTRODUÇÃO: Os alimentos embutidos são produtos elaborados com carnes ou outros

tecidos animais comestíveis, curados ou não, condimentados, cozidos ou não, defumados e

dessecados ou não, tendo como envoltórias naturais tripas, bexigas ou outras membranas de

animais ou envoltório plástico apropriado (BRASIL, 2001). A linguiça é um dos principais

exemplos de embutido, destacando-se a do tipo frescal por ser bem aceito no comércio,

devido ao sabor e/ou preço acessível (NASCIMENTO et al., 2012). O Gênero Salmonella

pertence à família Enterobacteriaceae e compreendem bacilos Gram-negativos não

produtores de esporos. São anaeróbicos facultativos, produzem gás a partir de glicose e são

capazes de utilizar o citrato como única fonte de carbono. Inúmeros surtos de toxinfecção

alimentar por Salmonella são conhecidos principalmente por contaminação de carnes, usada

na fabricação da linguiça frescal (FRANCO; LANDGRAF, 2004). OBJETIVO: Esse estudo

teve como objetivo investigar a presença de Salmonella na linguiça frescal, mista ou caseira

vendida no Mercado Público de Sobral - CE. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi coletada 01

amostra de linguiça frescal tipo mistas, de frango e carne bovina em 03 estabelecimentos

distintos do Mercado Público de Sobral - CE, totalizando 12 amostras. Em seguida foram

transportadas para o Laboratório de Microbiologia da Universidade Vale do Acaraú

(LABMIC), onde se realizaram as análises. Foram pesadas 25g da amostra e homogeneizada

em 225 mL de Caldo Lactosado, seguido de encubação em estufa a 36 °C por 24 horas. Na

sequência foram feitas as análises de identificação de Salmonella sp. pelo método

convencional baseado no enriquecimento, isolamento e identificação (MARCHETTO et al.,

2013). Para o preparo do enriquecimento, foram retirados 1 mL da amostra presente em

Caldo Lactosado e inoculada em tubos de ensaio contendo 9 mL de Caldo Tretrationato e 9

mL de Caldo Rapapport, em seguida incubando em banho-maria a 42 °C por 24 horas.

Depois de passado o período de incubação uma alíquota dos caldos foram semeados em

placas, contendo os meios para crescimento: Salmonella Shigella ágar (SS) e Bismuth sulfite

ágar (BSA), incubando em estufa a 36 °C por 24 horas. Depois foram isoladas colônias e

semeadas em meio TSI (ágar ferro trípice açúcar) e LIA (ágar lisina ferro) utilizados para

identificação da Salmonella sp. e levados para a incubação em estufa a 36 °C por 24 horas.

Após esse período foram feita as análises e identificadas às cepas suspeitas de Salmonella, a

partir das características observadas nos meios de cultura. No meio TSI, quando em

aerobiose ocorre a fermentação da glicose, apresentando produção de CO2, H2O e energia.

Quando a fermentação da glicose acontece em anaerobiose, apresenta produção de ácidos

orgânicos, aldeídos, álcoois, CO2, H2 e energia, pode também ocorrer à produção de H2S,

deixando o meio com precipitação de coloração preta ou fermentação da glicose, produção

de H2S e alcalinidade na superfície do meio. A presença de Salmonella sp. no meio LIA pode

ser observada quando o mesmo apresentar fundo e rampa alcalinos (coloração púrpura) com

produção de H2S (escurecimento no meio), pode também haver ausência de produção de

H2S. RESULTADOS: As 04 coletas aos 03 pontos comerciais do tipo açougue no Mercado

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público de Sobral, totalizaram 12 (100%) amostras de linguiças frescal. Dessas todas foram

analisadas, separadas por mistas (04), bovinas (04) e frango (04) a contaminação por

Salmonella sp. mostrou como resultados positivos (100%). DISCUSSÃO: Como foi

observado nos resultados, as amostras apresentaram presença de Salmonella sp. A legislação

brasileira recomenda promove as normativas que devem ser seguidas pela orientação de uma

higienização sanitária completa, a fim de evitar à contaminação de micro-organismos em

alimentos. De acordo com a Portaria nº 326, de 30 de julho de 1997, deve-se aplicar uma

metodologia apropriada de avaliação dos riscos de contaminação dos alimentos nas diversas

etapas de produção contidas no vigente regulamento com intervenção sempre que necessário,

com vistas a assegurar alimentos aptos ao consumo humano. Uma das normas padrão

estabelecido pela ANVISA é a ausência de patogênicos em 25g de alimento por amostra

aleatoriamente. Um indicativo de alta contaminação pelo patogênico Salmonella sp.

provavelmente pelas circunstância que são vendidas e armazenada a linguiça frescal.

Portanto, se verifica que as linguiças frescal vendidas no açougue não estão de acordo com o

padrão da legislação vigentes da normativa nº62 do MAPA (BRASIL, 2003). Outros

trabalhos apresentaram resultados semelhantes ao encontrados nesta pesquisa. De acordo

com Silva et al., (2002) em Pelotas-RS foram encontradas ocorrência de 17,86% de

Salmonella sp. no total de 32 linguiça frescal. Há também surtos de Salmonella em produtos

fabricados com carnes de suínos e de outros animais, como as linguiças frescal vendidas a

granel e fabricadas no próprio estabelecimento de venda (MERLINI et al., 2012).

CONCLUSÃO: As análises demostraram que todas as amostras estão acima dos valores

padrões microbiológicos exigidos pela legislação. A forma como é preparada e

comercializada, a linguiça frescal, pode ter favorecido a contaminação do alimento. No

Mercado Público de Sobral - CE o produto é vendido ao ar livre fora do prazo de validade,

refrigeração e fabricação inadequada. Contudo, é um risco para a população consumir

alimentos sem devidos cuidados, fora dos padrões da legislação da ANVISA. Embora esses

produtos na maioria das vezes possuam menores valores comerciais, pode acarretar em

problemas de toxinfecção alimentar de menor ou maior gravidade a saúde da população

sobralense. Destarte, é necessária a intensificação da vigilância sanitária ou os tecnólogos de

alimentos para alertar comerciantes e consumidores sobre riscos e cuidados, por exemplo,

sugerir correta fabricação e armazenamento do produto.

PALAVRAS-CHAVES: Embutidos, Patogênicos, Mercado público.

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ENTEROPARASITOSES EM FAIXA PEDIÁTRICA DE HOSPITAIS PRIMÁRIOS

DE FORTALEZA-CE

Marcos Adelino Almeida Filho; Josiany Costa de Souza; Lydia Dayanne Maia Pantoja;

Charles Ielpo Mourão

INTRODUÇÃO: Enteroparasitoses são doenças causadas por organismos que ficam

localizados no trato digestivo dos indivíduos, se beneficiando desse hospedeiro, o que se

torna um problema de saúde pública, podendo causar diversos prejuízos à saúde do mesmo,

como desnutrição, anemia, obstrução intestinal, entre outros, de acordo com o tipo de

patógeno (MATTOS, 2016). Segundo a Organização Mundial da Saúde, registros apontam

mais de 3,5 bilhões de pessoas infectadas/infestadas por parasitos em todo mundo (WHO,

2011). Observa-se que as enteroparasitoses tendem a afetar mais as crianças, exercendo

alarmantes consequências no desenvolvimento físico e podem afetar o desenvolvimento

escolar (PRADO et al., 2001). No Brasil, o número de indivíduos com a presença de alguma

enteroparasitose é alta, principalmente em crianças em idade escolar, devido, possivelmente,

à relação com a heterogeneidade geográfica do país, das diferentes classes socioeconômicas

e culturais da população (FONSENCA et al., 2010). OBJETIVO: O presente trabalho teve

com objetivo analisar a frequência dessas enteroparasitores em faixa etária pediátrica

(crianças de 0 a 11 anos de idade), de um banco de dados epidemiológicos de hospitais

primários do município de Fortaleza-CE. MATERIAIS e METODOS: O trabalho se trata

de um estudo transversal, conduzido no período de abril/2014 a novembro/2016, com

indivíduos provenientes do município de Fortaleza-CE, de ambos os sexos e faixa etária

pediátrica, atendidos pela rede de Sistema Único de Saúde (SUS) e rede particular, que

foram direcionados a um laboratório prestador de serviço. Os pacientes foram orientados a

coletarem as fezes em coletor universal ou coletor comercial com conservante (de acordo

com os protocolos operacionais do laboratório). Conforme solicitação médica os exames

foram realizados em uma, duas ou três amostras para cada paciente. Todas as amostras foram

submetidas à técnica de sedimentação espontânea – Método de Hoffman, Pons e Janer

(1934) e/ou sedimentação por centrifugação – Método de Blagg (1955) para pesquisa de

cistos, ovos, larvas e oocistos. Para pacientes com suspeita de contaminação por Giardia

lamblia ou Entamoeba sp., cujas fezes se apresentavam diarreicas, também era realizado

exame direto e coloração por hematoxilina férrica. Por motivos éticos, o sigilo dos pacientes

analisados foi resguardado, e a identificação destes foram realizadas utilizando um código

numérico de uso exclusivo do laboratório, sendo disponibilizados apenas o código numérico,

sexo e data de nascimento dos pacientes analisados. Para realização do levantamento dos

dados, esta pesquisa contou também com a autorização expressa e por escrito do responsável

técnico do laboratório. RESULLTADOS E DISCUSSÃO: Do total de 1.275 amostras

fecais analisadas de crianças de 0 a 11 anos, 190 (14,90%) apresentaram-se positivas para

diversas formas parasitárias, sendo 107 (56,31%) pertencentes ao sexo masculino e 83

(43,68%) ao feminino. Observou-se uma maior prevalência de protozoários, com destaque

para as espécies Endolimax nana (50%), Giardia lamblia (27,94%), Entamoeba coli

(15,19%), Entamoeba histolytica (3,43%) e Iodamoeba butschlii (0,49%); seguido de

nematelmintos como Ascaris lumbricoides (1,47%), Trichocephalus trichiurus (0,49%) e

Enterobius vermicularis (0,49%); e platelmintos com a espécie Hymenolepis nana (0,49%).

Dado que corrobora a literatura, já que são espécies frequentes encontradas no Brasil

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(FIRMO-OLIVEIRA; AMOR, 2012). Os dados encontrados nesse estudo se assemelham

com outras pesquisas realizadas na Região Nordeste do Brasil, como descrito por Andrade et

al. (2016), que analisou 7.371 pacientes entre 1 e 17 anos, e observou a presença de 172

casos positivos de G. lamblia. Na Bahia, em um estudo realizado em comunidade rural, a

prevalência também foi de E. nana com 35,1% dos 113 pacientes positivos. No estado do

Ceará, no estudo de Sampaio et al. (2014) com pré-escolares, relatou semelhança na

prevalência dos parasitas encontrados, sendo eles G. sp. (26%), seguida por E. nana (24%) e

E. coli (20%). No presente trabalho, também foram observados a ocorrência de 14 casos de

biparasitismo, sendo maior nas crianças do sexo masculino (10 casos) em relação ao

feminino (4 casos), e as associações foram E. nana + E. coli (7 casos), E. nana + G. lamblia

(3 casos), E. nana + E. histolytica (2 casos), E. coli + E. histolytica (1 caso) e E. nana + I.

butschlii (1 caso). O número de casos de parasitoses observado na pesquisa deve-se,

possivelmente, às precárias condições higiênico-sanitárias, a baixa qualidade de vida da

população, bem como, destaca-se na faixa etária pediátrica, o baixo nível de instrução e falta

de conhecimento de bons hábitos sanitários (SILVA et al., 2012), visto que esses aspectos

estão sendo introduzidos na infância. CONCLUSÃO: Frente aos achados parasitários

observados no público infantil houve destaque para as espécies Endolimax nana, Giardia

lamblia, Entamoeba coli, seguido do nematelminto Ascaris lumbricoides. Os mesmos

representam a necessidade de políticas públicas que promovam assistência adequada as

crianças e estimulem bons hábitos higiênicos e sanitários.

PALAVRAS-CHAVES: Endolimax nana; Crianças; Parasitismo.

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ANALISE COMPARATIVA DE FUNGOS ANEMÓFILOS EM UMA UNIDADE

HOSPITALAR TERCIÁRIA INFANTIL EM FORTALEZA-CE: O QUE MUDOU

EM UMA DÉCADA (2006/2016)?

Josiany Costa de Souza; Marcos Adelino Almeida Filho; Francisca Robervânia Soares dos

Santos; Germana Costa Paixão; Lydia Dayanne Maia Pantoja

INTRODUÇÃO: Os fungos anemófilos apresentam estruturas de fácil dispersão aérea

sendo caracterizados como um dos principais contaminantes do ar (MEZZARI et al., 2003;

BACKES et al., 2011). Seus propágulos fúngicos são abundantes na microbiota aérea, tendo

potenciais alergênicos e, quando inalados, podem desencadear problemas respiratórios, como

asma, rinite e sinusite (BELMIRO, 2012). A importância do conhecimento e

acompanhamento da qualidade do ar e seus bioindicadores em ambientes hospitalares vêm

aumentando significativamente devido, dentre outros fatores, à sobrevida expandida de

pacientes com imunossupressão adquirida ou induzida, como câncer, transplante de medula

óssea ou de órgãos sólidos, infecção viral ou administração prolongada de corticosteróides,

os quais tornam os pacientes vulneráveis às infecções fúngicas oportunistas (MORETTI,

2007; MUÑOZ et al., 2015). OBJETIVO: Com isso, o objetivo do trabalho foi de fazer um

estudo comparativo da diversidade fúngica em dois periodos 2006 e 2016 em uma unidade

hospitalar terciária infantil em Fortaleza-CE. MATERIAIS E MÉTODOS: O experimento

foi realizado em uma unidade hospitalar infantil de referência em Fortaleza-CE, o 1º período

de coleta foi realizado em 2006 e no 2º período em 2016, no hospital foram dispostas placas

de Petri em cinco pontos amostrais, a saber: estacionamento, ambulatório, consultório,

recepção e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), selecionados por serem áreas não críticas,

semicríticas e críticas. Para a coleta de amostras, utilizou-se o método da sedimentação

passiva em placas de Petri de 150 mm de diâmetro, contendo o meio de cultura Ágar Batata

Dextrose (Himedia®). As placas ficaram expostas por 12 horas, de 7 as 19 horas, a uma

altura de 1,50 m acima do solo – próximo da área de respiração humana (PEI-CHIN et al.,

2000). As coletas ocorreram mensalmente em cada local. Findo o período de coleta, as

placas de Petri contendo as amostras biológicas foram vedadas com plastfilm e

encaminhadas ao Laboratório de Microbiologia - LAMIC do Curso de Ciências Biológicas

da Universidade Estadual do Ceará. Ao chegarem ao LAMIC/UECE, as placas de Petri

permaneceram incubadas a temperatura de 25 – 27 °C durante sete dias, realizando-se

observações diárias. A partir do aparecimento de colônias fúngicas, procedeu-se a contagem

global das mesmas, categorizando-se por setor analisado. A identificação fúngica ocorreu

através de uma análise conjunta de achados macroscópicos e microscópicos (HOOG et al.,

2000; SIDRIM; ROCHA, 2004). RESULTADOS E DISCUSSÃO: A contagem global de

Unidades Formadoras de Colônias por metro cúbico (UFC/m-3

) em 2006 foi de 2.427

UFC.m-3

, enquanto em 2016 o quantitativo fúngico perfez 5.600 UFC.m-3

, quando analisado

esse crescente aumento entre os períodos coletados, pode ser justificado pelas mudanças

espaciais, estruturais e sociais que incidiram nos setores do hospital, por exemplo, ampliação

dos setores e melhoria do mobiliário, reformas em avenidas próximas ao hospital. Quanto a

alterações sociais, destaca-se o aumento no fluxo de transeuntes realizando atividades

externas e internas ao espaço hospitalar como dos fatores que podem ter corroborada a esse

aumento da frequência fúngica. Em 2006, foram identificados 13 gêneros fúngicos, enquanto

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2016 foram 23 gêneros. Com isso, observa-se o aumento da diversidade que pode estar

relacionada às atividades laborais (médicas, comerciais...) dentro e fora do hospital gerando

propágulos fúngicos, além da quantidade de transeuntes que passam diariamente no local.

Estudos mostram que existe uma relação direta entre a presença de bioaerossóis com a

quantidade e qualidade de atividades, próxima ou no entorno (SOUZA et al., 2015). Quanto

aos principais gêneros identificados no ano de 2006 foram eles: Penicillium (73,33%),

seguido do gênero Aspergillus (63,30%), e o gênero Candida (56,66%), enquanto no período

de 2016 os gêneros mais frequentes foram: Aspergillus (100%), Cladosporium (90%),

Penicillium (90%),Fusarium (80%), Acremonium (80%), Scopulariopsis (70%), Chrysonilia

(60%), Curvularia (60%), Mucor (60%), Exophiala (50%), Paecilomyces (50%),

Scytalidium (50%), Tricoderma (50%), Alternaria (40%), Bipolares (40%), Exophiala

(40%), Rhizopus (40%), Nigrospora (30%), Cladophialophora (20%), Mortierella (20%),

Chrysosporium (10%), Cunninghamella (10%) e Phialophora (10%). Portanto pode se

observar que no período 2006 Penicillium tinha uma grande incidência em relação ao

Aspergillus que não era tão frequente em relação a 2016, a frequência desses dois gêneros

fúngicos aumentou consideravelmente tornando o Aspergillus presente em 100% das coletas

realizadas. O predomínio do gênero Aspergillus já havia sido descrito por Menezes et al.

(2004), em estudo em dez bairros da cidade de Fortaleza, sendo Aspergillus (44,7%) o de

maior frequência e considerado parte da constituição da microbiota do ar de Fortaleza. Em

uma análise realizada em uma Unidade de Terapia Intensiva no hospital localizado em

Pelotas-RS, descreveram em seus resultados que os fungos mais frequentem foram

Aspergillus, seguidos de Cladosporium e Fusarium (GONÇALVEZ et al., 2016), dados que

fortalecem os resultados da atual pesquisa. CONCLUSÃO: Com isso, foi observado que

após uma década houve aumento do quantitativo e qualitativo fúngico, além da frequência

maior de outros gêneros, como o Cladosporium, um fungo demácio, como segundo mais

frequente no período 2016, antes não encontrado. Portanto, dado a essa dinâmica no espectro

de fungos da microbiota, consideramos necessário monitoramento constante de ambientes

hospitalares, como meio de antever ou reduzir os impactos desencadeados pelos fungos

anemófilos na saúde das pessoas.

PALAVRAS-CHAVES: Hospital; Qualidade do ar; Pacientes.

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OCORRÊNCIA DE AMEBAS EM EXAMES DE HOSPITAIS PRIMÁRIOS DE

FORTALEZA-CE

Marcos Adelino Almeida Filho; Josiany Costa de Souza; Francisca Robervânia Soares dos

Santos; Lydia Dayanne Maia Pantoja; Charles Ielpo Mourão

INTRODUÇÃO: As amebas representam um grupo de protozoários bastante diversificado e

de difícil identificação, sendo em alguns casos necesário o uso de ferramentas moleculares

(NEVES et al., 2016). A principal espécie patogênica associada ao intestino humano é a

Entamoeba histolytica (TORTORA, 2012). A amebíase é uma doença de transmissão fecal-

oral, ocasionada pela ingestão de alimentos, água contaminada ou ainda por meio de relação

sexual desprotegida. É relatada também a transmissão de pessoa a pessoa em hospitais, asilo

e presídios (UECKER et al., 2007). A amebíase constitui um importante problema de saúde

pública mundial, especialmente nos países em desenvolvimento. Segundo os cálculos da

Organização Mundial de Saúde, 10% da população mundial albergam amebas patogênicas,

não obstante dados nacionais e regionais são escassos, devido a subnotificação (NEVES et

al., 2016). OBJETIVO: Diante disso, o objetivo do trabalho foi analisar a ocorrência de

amebas em exames fecais de pacientes, de um banco de dados epidemiológicos de hospitais

primários do município de Fortaleza-CE. MATERIAIS E MÉTODOS: O trabalho se trata

de um estudo transversal, conduzido no período de abril/2014 a novembro/2016, com

indivíduos provenientes do município Fortaleza-CE, de ambos os sexos e diferentes faixas

etárias, atendidos pela rede de Sistema Único de Saúde (SUS) e rede particular, que foram

direcionados um laboratório prestador de serviço. Os pacientes foram orientados a coletarem

as fezes em coletor universal ou coletor comercial com conservante (de acordo com os

protocolos operacionais do laboratório). Conforme solicitação médica os exames foram

realizados em uma, duas ou três amostras para cada paciente. Todas as amostras foram

submetidas à técnica de sedimentação espontânea (Método de Hoffman, Pons e Janer) e/ou

sedimentação por centrifugação (Método de Blagg) para pesquisa de cistos e trofozóitos.

Para pacientes cujas fezes se apresentavam diarreicas, também era realizado exame direto e

coloração por hematoxilina férrica. Por motivos éticos, o sigilo dos pacientes analisados foi

resguardado, sendo a identificação dos mesmos realizada mediante código numérico de uso

exclusivo do laboratório, adicionados a este o sexo e data de nascimento dos pacientes

analisados. Para realização do levantamento dos dados, esta pesquisa contou também com a

autorização expressa e por escrito do responsável técnico do laboratório. RESULTADOS E

DISCUSSÃO: Do total de 6.596 amostras fecais analisadas dos pacientes, 647 (9,80%)

apresentaram-se positivas para diversas amebas. Destes positivos, 438 (67,69%) pertencem

ao sexo feminino e 209 (32,30%) ao masculino. Nas amostras positivas, os protozoários mais

prevalentes foram Endolimax nana (68,82%), que obteve a maior ocorrência, seguido por

Entamoeba coli (25,58%) e Entamoeba histolytica (5,58%). Em relação às faixas etárias, a

prevalência dos casos se deu nos adultos (19-59 anos) (50,23%), seguido pelos idosos (+60)

(20,40%), crianças (0-11 anos) (20,09%) e adolescentes (12-18 anos) (10,81%). Estes

resultados corroboram com outras pesquisas realizadas no Brasil, como no estudo de Maia et

al. (2015), que relataram a presença de dois micro-organismos que tem caráter comensal nas

suas amostras, sendo eles E. nana (44,19%) e E. coli (27,39%), em usuários do SUS em

Limoeiro do Norte, Ceará. Lima et al. (2014), ao analisar parasitas intestinais em crianças

matriculadas em centros de educação infantil no Estado do Espírito Santo, relatou também E.

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coli (11,10%), E. histolytica (9,0%) e E. nana (2,4%), em quantidades diferentes as

apresentadas neste trabalho. Em outro estudo realizado no Estado do Ceará, com pré-

escolares no município de Juazeiro do Norte, Sampaio et al. (2014) relataram semelhança na

prevalência dos parasitas encontrados, sendo E. nana (24%) e E. coli (20%) os principais

achados. A incidência desses protozoários tem características similares quanto ao modo de

sua transmissão quando comparado a outros protozoários comensais, estes, mesmo não

levando à morte, tem números bem elevados de pessoas atingidas (BRITO et al., 2013). No

presente estudo, também foi encontrado a presença de 31 casos de biparasitismo, sendo

associações entre E. nana + E. coli (22 casos), E. nana + E. histolytica (7 casos) e E. coli +

E. histolytica (2 casos); e 1 caso de poliparasitismo entre E. nana + E. coli + E. histolytica.

Os maiores casos relatados de prevalência das amebas ocorreram no sexo feminino, com

base no histórico social observado no Brasil, as mulheres são mais preocupadas com sua

saúde, e se submetem mais a exames do que os homens, logo, as mulheres apresentam um

maior posicionamento em relação ao cuidado com a sua saúde básica pessoal (GOMES et al.,

2007). No geral, a elevada incidência de amebas observada é resultante de uma série de

fatores, como más condições sanitárias e higiênicas, contaminação do solo, condições

socioeconômicas, que acabam levando a população à ingestão de alimentos ou águas

contaminadas (BELLIN; GRAZZIOTIN, 2010). CONCLUSÕES: Ao analisar a ocorrência

de amebas em exames fecais de pacientes provenientes de um banco de dados

epidemiológicos de hospitais primários do município de Fortaleza-CE, os resultados

encontrados no presente estudo apontam que Endolimax nana obteve a maior ocorrência,

seguido por Entamoeba coli e Entamoeba histolytica. Estes achados podem estar diretamente

ligados às más condições básicas de saneamento e higiene, sendo necessário aprofundar o

levantamento epidemiológico junto as condições higiênico-sanitárias da população.

PALAVRAS-CHAVES: Endolimax nana; Amebíase; Parasitismo.

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DIVERSIDADE FÚNGICA EM UMA UNIDADE ONCOLÓGICA INFANTIL DE

FORTALEZA-CE

Josiany Costa de Souza, Marcos Adelino Almeida Filho, Phelipe Sales Viana Francisca

Robervânia Soares dos Santos, Lydia Dayane Maia Pantoja, Germana Costa Paixão

INTRODUÇÃO: Os fungos são seres cosmopolitas encontrados nos mais diversos

ambientes como, água, ar e solo, e até em outros organismos como plantas, animais e outros

fungos. O ar é o meio de dispersão mais eficiente e bem-sucedido quando se trata de

propágulos fúngicos (LOBATO et. al., 2009) e conídios e esporos fúngicos constituem

grande parte do material biológico suspenso no ar. Assim, o seu monitoramento pode

fornecer informações epidemiológicas importantes quanto aos gêneros presentes e sua

quantificação (ANDRADE et al., 2015). O conhecimento dos agentes presentes do ar em

ambientes fechados é importante pois reflete diretamente na saúde das pessoas, sendo

fundamental para fazer diagnóstico ambiental e resolver os problemas da qualidade do ar

nesses espaços. Ainda mais quando se trata de um ambiente hospitalar onde os pacientes

podem se encontrar com o sistema imunológico comprometido e os profissionais da saúde

inseridos estão expostos a esses patógenos diariamente (CUNHA et al., 2016). As infecções

hospitalares causadas por estes microrganismos representam uma das complicações mais

frequentes que podem acometer o doente, tendo em vista a realização de grande quantidade

de procedimentos invasivos e a gravidade dos pacientes internados e, por este motivo, é

grande a preocupação com a qualidade do ar interno de ambientes hospitalares (ANDRADE

et al., 2015). Especificamente, o câncer é uma doença que acomete qualquer faixa etária,

inclusive crianças, e, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer infantil

representa a segunda causa de morte no Brasil (INCA, 2008). Durante o tratamento, a

criança é confrontada com a possibilidade de morte, vivenciando limitações físicas, sociais e

emocionais, as quais interferem em sua vida familiar, escolar e comunitária (COSTA et. al.,

2010). Dentro desse contexto, o ambiente hospitalar oncológico infantil é caracterizado

como um ambiente propicio para fungos oportunistas se proliferarem e ocasionar infecções

nesses pacientes. OBJETIVO: O trabalho objetivou monitorar a presença de gêneros

fúngicos em uma unidade hospitalar oncológica infantil em Fortaleza-CE. MATERIAIS E

MÉTODOS: Mensalmente o experimento foi realizado em uma unidade hospitalar

oncológica infantil de referência no município de Fortaleza-CE, durante dez meses

(novembro/2016 a agosto/2017). No hospital foram dispostas placas de Petri em dois pontos

amostrais, a saber: 2º andar e 3º andar, selecionados por serem áreas críticas. Para a coleta de

amostras, utilizou-se o método da sedimentação passiva em placas de Petri de 150 mm de

diâmetro, contendo o meio de cultura Ágar Batata Dextrose (Himedia®). As placas ficaram

expostas por 12 horas, de 7 as 19 horas, a uma altura de 1,50 m acima do solo – próximo da

área de respiração humana (PEI-CHIN et al., 2000). Findo o período de coleta, as placas de

Petri contendo as amostras biológicas foram vedadas com plastfilm e encaminhadas ao

Laboratório de Microbiologia - LAMIC do Curso de Ciências Biológicas da Universidade

Estadual do Ceará. Ao chegarem ao LAMIC/UECE, as placas de Petri permaneceram

incubadas a temperatura de 25 – 27 °C durante sete dias, realizando-se observações diárias.

A partir do aparecimento de colônias fúngicas, procedeu-se a contagem global das mesmas,

categorizando-se por setor analisado. Após a contagem, as colônias foram identificadas com

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base em achados macroscópicos e microscópicos (HOOG et al. 2000; SIDRIM; ROCHA,

2012). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Entre o período de novembro/2016 a agosto/2017

foram quantificados no total 2.672 UFC.m-3

, no 2º andar foram 1.329 UFC.m-3

com uma

média mensal de 132,9 UFC.m-3

, já no 3º andar foram 1.343 UFC.m-3

com uma média

mensal de 134,3 UFC.m-3

. Frente a análise quantitativa, o 3º andar pode ter apresentado um

maior quantitativo possivelmente por presença de obras de construção durante as coletas,

situação respaldada por Statholoupou et al. (2008). No tocante a diversidade, identificou-se

19 gêneros fúngicos, sendo eles: Aspergillus sp. (100%), Penicillium sp. (80%), Acremonium

sp. e Paecilomyces sp. (50%), Chrysonilia sp., Curvularia sp., Cladosporium sp. e Mucor sp.

(40%), Alternaria sp., Cladophialophora sp., Nigrospora sp., Scytalidium sp. e Trichoderma

sp. (20%), Mortierella sp., Scopulariopsis sp., Trichosporon sp. e Scedosporium sp.,

Aureobasidium sp. e Exserohilium sp. (10%). Os gêneros Aureobasidium sp., Exserohilium

sp. e Scedosporium sp. somente apareceram no 2º andar, enquanto os gêneros

Cladophialophora sp., Mortierella sp., Nigrospora sp., Scopulariopsis sp., Trichoderma sp.

e Trichosporon sp. só apareceram no 3º andar, os demais gêneros fúngicos apareceram em

ambos os andares, totalizando 14 gêneros no 2º andar e 16 gêneros no 3º andar. Quadros et

al. (2009) reportam que em ambiente hospitalar apresentaram também como maior

frequência os gêneros Aspergillus e o Penicillium, um resultado que fortalece os achados

frente a atual trabalho. Lobato et al. (2009), em um trabalho de análise do ar em ambientes

hospitalares também descreve em seus achados a frequência desses dois gêneros como parte

da microbiota desses locais. Com a disposição dos resultados, observa-se que a frequência

desses fungos é relevante em setores oncológicos, podendo causar problemas de maior ou

menor intensidade devido a presença de faixa etária pediátrica. CONCLUSÃO: Por fim,

observa-se que é necessário o monitoramento periódico desses setores para que assim possa

ser aplicado medidas profiláticas visando o controle da qualidade do ar em unidades

hospitalares oncológicas infantis.

PALAVRAS-CHAVES: Fungo; Hospital; Qualidade do Ar.

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A RELAÇÃO ENTRE INFECÇÃO POR Cryptococcus neoformans E PACIENTES

IMUNOCOMPROMETIDOS

¹Dakson Douglas Araújo, ¹Mariella Sousa Coelho Maciel ¹Graduandos em Biomedicina pela

Universidade Federal do Piauí – UFPI

INTRODUÇÃO: A criptococose é uma micose sistêmica grave que afeta humanos, causada

pelo fungo Cryotococcus neoformans um patógeno oportunista, pois, acomete

principalmente indivíduos que apresentam alguma imunodeficiência, como pessoas

portadoras do vírus HIV. Este microrganismo é classificado em cinco sorotipos (A, B, C, D e

AD), sendo o sorotipo A responsável pela maioria dos casos em pacientes

imunocomprometidos. Esse tipo de infecção raramente acomete indivíduos com o sistema

imune funcional, pois o fungo é eliminado pelas defesas do hospedeiro. Entretanto,

dependendo de fatores do hospedeiro, da quantidade do inóculo e da virulência do isolado, a

levedura pode se disseminar para sítios extrapulmonares do individuo causando outras

doenças, uma delas clinicamente conhecida como meningite. OBJETIVO: Este trabalho

objetiva através de uma revisão literária apresentar uma relação do fungo com indivíduos

imunocomprometidos. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado um levantamento

bibliográfico, referente aos anos de 2000 á 2017, utilizando o banco de dados da SciELO.

Estes que abordavam sobre Cryptococcus neoformans em pacientes imunocomprometidos.

Resultados: O resultado observado durante a revisão de todas bibliografias utilizadas é que a

criptococose é uma infecção fúngica, predominantemente oportunista, causada por uma

levedura encapsulada Cryptococcus neoformans. Pode afetar indivíduos imunocompetentes,

mas freqüentemente acomete imunossuprimidos, principalmente indivíduos infectados pelo

vírus da imunodeficiência humana. A doença, geralmente, é adquirida através da inalação do

agente, determinando a primoinfecção pulmonar, que pode ser sintomática ou assintomática

e usualmente resolve-se espontaneamente. Posteriormente, por disseminação hematogênica,

pode atingir outros órgãos principalmente o sistema nervoso central (meningoencefalite),

pele, linfonodos, ossos e outros. De acordo com a literatura, cinco sorotipos do C.

neoformans, segundo suas características genéticas e estruturais, sendo o sorotipo A (C.

neoformans) a mais freqüente e com acentuado dermotropismo. Para o tratamento pode-se

utilizar antifúngicos como a anfotericina B associado com 5-fluocitosina, em infecções

disseminadas; ou fluconazol e itraconazol, como opções para infecções cutâneas. Discussão:

Segundo autores, acredita-se que a criptococose possa apresentar de duas formas: 1)

criptococose por C. neoformans acometendo indivíduos imunocomprometidos, com quadro

generalizado, não respondendo satisfatoriamente ao tratamento clássico, com decurso

geralmente fatal; e 2) causada por C. neoformans var gatti – em imunocompetente, com

manifestação pulmonar exuberante, com resposta satisfatória ao tratamento e com bom

prognóstico. CONCLUSÃO: Conclui-se que essa espécie de fungo é bastante infecciosa em

pacientes debilitados, sendo assim, necessário uma atenção dobrada para o diagnóstico e

tratamento para que não ocorra um agravamento da saúde do paciente levando o mesmo a

óbito.

Palavras chave: Cryptococcus neoformans, criptococose, imunocomprometidos.

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30

ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE ALBUMINAS DE SEMENTES DE Ziziphus

joazeiro Mart.

Ricardo Carneiro Vera Cruz¹, Samuel Souza Oliveira², Patrícia Silva Costa³, Raquel Oliveira

Santos Fontenelle4, Lúcia Betânia da Silva Andrade

4,5

¹Graduado/²Graduando em Ciências Biológicas, ³Mestra em Recursos Naturais, 4Docente

do Curso de Ciências Biológicas, 4,5

Orientadora, 1,2,4,5

Universidade Estadual Vale do

Acaraú – UVA

INTRODUÇÃO: As sementes são as estruturas vegetais nas quais podem ser encontrada

uma abundancia de proteínas das mais diversas classes. Essas moléculas são essenciais para

o metabolismo da planta, exercendo funções como proteínas de reserva, sinalizadoras e de

defesa (BARIANI et al., 2012). Albuminas e globulinas são as famílias de proteínas de

reserva mais abundantes em sementes de leguminosas (OSBORNE, 1924). Algumas dessas

proteínas desempenham um papel na defesa da planta contra o ataque de pragas e patógenos

e são estudadas por sua atividade antifúngica e antibacteriana (CÂNDIDO et al, 2011).

Ziziphus joazeiro Mart. (Rhamnaceae) é popularmente conhecida como juazeiro ou juá e

endêmica do Bioma Caatinga. As folhas e caule dessa planta têm uso popular no tratamento

de bronquites, infecções, dermatites e micoses (LORENZI; MATOS, 2002). Estudos da

atividade antifúngica de extratos da entrecasca do juazeiro mostraram atividade contra

Trichophyton rubrum e outros fungos e leveduras de interesse médico (CRUZ et al. 2007). T.

rubrum é um dermatófito filamentoso que causa infecções na pele, couro cabeludo e unhas

(KOC et al., 2005). Como há poucas drogas antifúngicas no mercado, as alternativas para

tratar as infecções causadas por esse patógeno são limitadas. Além disso, os fungos podem

adquirir resistência aos medicamentos disponíveis, muitas vezes sendo necessária a

administração de drogas mais potentes (CONSTANZO et al. 2013). Assim, é uma

necessidade urgente o desenvolvimento de novos antifúngicos mais efetivos, devido ao

aumento da resistência dos fungos às drogas correntemente usadas na prática clínica. Nesse

contexto, os vegetais são fontes promissoras de novas drogas, já que elas apresentam um

arsenal de moléculas que fazem parte de sua defesa contra microrganismos patogênicos.

OBJETIVO: Verificar a atividade fungicida das frações albumina e globulina das sementes

de juá contra Trichophyton rubrum. MATERIAIS E MÉTODOS: Os frutos maduros de juá

foram coletados no Campus Betânia da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA, em

Sobral-CE. Proteínas foram extraídas das sementes com tampão Tris-HCl 50 mM pH 7,5

contendo NaCl 0,15 M na proporção de 1:10 (m/v) por 2 h. Os extratos brutos obtidos foram

centrifugados a 10.000x g a uma temperatura de 4 °C por 30 min. Albuminas e globulinas

foram fracionados segundo Osborne (1924), liofilizadas e avaliadas para sua atividade

antifúngica contra cepas de Trichophyton rubrum (LABMIC 0203; 0204; 0205 e 0206) pelo

método da microdiluição em caldo (CLSI – Clinical and Laboratory Standards Institute,

2008). Os resultados são expressos como CIM (concentração inibitória mínima) e CFM

(concentração fungicida mínima), em micrograma por mililitro (μg/mL), capazes de inibir o

crescimento ou exercer ação fungicida, respectivamente. RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Das cepas analisadas, LABMIC 0203 e 0204 de T. rubrum mostraram-se susceptíveis a

fração albumina, com uma CIM de 625 µg/mL e CFM de 1250 µg/mL. A fração globulina

não apresentou atividade antifúngica. A fração albumina pode conter algumas proteínas com

reconhecida atividade antimicrobiana, tais como lectinas, proteínas ligantes à quitina e

inibidores de proteases (WONG, 2010; CÂNDIDO et al. 2011). A literatura reporta que uma

proteína ligante à quitina purificada da fração albumina de sementes de Moringa oleifera

apresentou efeito contra Candida albicans (NETO et al. 2017) e uma lectina de sementes de

Talisia esculenta possui atividade contra Microsporum canis (PINHEIRO et al. 2009).

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Assim, somente o isolamento das proteínas bioativas presentes na fração albumina de

sementes de juazeiro, poderá indicar qual(is) proteína(s) presente(s) nessa fração exerce(m)

atividade antifúngica.CONCLUSÃO: Concluímos que a fração albumina de sementes de Z.

joazeiro possui proteína(s) responsável(is) por inibir o crescimento do fungo Trichophyton

rubrum, sendo essa semente uma fonte promissora de novos princípios ativos que possam ser

usados no tratamento das micoses causadas por esse fungo.

PALAVRAS-CHAVES: Caatinga. Juazeiro. Proteínas de Reserva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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COMPOSIÇÃO QUÍMICA E AVALIAÇÃO DE ATIVIDADE MODULATÓRIA DO

ÓLEO ESSENCIAL DE Varronia multispicata (Cham.) Borhidi FRENTE A CEPAS

DERMATOFÍTICAS DE Tricophyton rubrum

Layanne Mesquita Albuquerque Lopes1; Samuel Souza Oliveira

2; Marcilio Matos Ferreira

2;

Patricia Silva Costa3; Helcio Silva dos Santos

4; Elnatan Bezerra de Souza

5; Raquel Oliveira

dos Santos Fontenelle6

1Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais – CCT – UECE,

Fortaleza, Ceará. 2Graduando em Ciências Biológicas – CCAB – UVA, Sobral,

Ceará.3Mestre em Recursos Naturais – CCT – UECE, Fortaleza, Ceará.

4Docente no Curso

de Química – CCET – UVA, Sobral, Ceará.5Docente no Curso de Ciências Biológicas –

CCAB – UVA, Sobral, Ceará. 6Orientadora do Programa de Pós-Graduação em Recursos

Naturais – CCT – UECE, Fortaleza, Ceará.

INTRODUÇÃO: Varronia multispicata, conhecida popularmente como carucaá, encontra-

se inserida na Família Boraginaceae, a qual contempla cerca de 100 gêneros e 2.300 espécies

de ampla distribuição em regiões temperadas, subtropicais e tropicais. Este gênero apresenta

utilidades terapêuticas de grande valia, assim como os demais recursos naturais, em que o

uso é registrado como um hábito milenar adquirido por diversas culturas e repassado ao

longo dos anos (AL-SHEBAZ, 1991). Para Firmo et al. (2011), cerca de 80% da população

emprega produtos naturais à funções medicinais no tratamento de doenças microbianas,

como por exemplo, infecções fúngicas. Isto pode estar intimamente ligado ao uso

indiscriminado de determinados medicamentos, como derivados azólicos, que permitem a

proliferação de micro-organismos oportunistas aumentando ou criando barreiras de

resistência fúngica. Segundo Loch et al. (2011), o Cetoconazol é um antifúngico padrão

pertencente à classe dos imidazóis de ação sistêmica e tópica, que pode ser incorporado a

diversas vias farmacêuticas, porém é um medicamento facilmente oxidável e fotossensível.

Para tanto, estudos com base em plantas estão cada vez mais presentes no cenário científico,

visto que a fabricação de fitoterápicos geram menores índices de resíduo tóxico, efeito

colateral e custo (MELO; ANDRADE, 2007). A prospecção do óleo essencial (OE) de

recursos naturais é uma das maneiras de viabilizar a utilização de um vegetal em testes in

vitro, os quais consistem na investigação do comportamento de constituintes químicos

biologicamente ativos (ELISABETSKY, 1991). O OE de V. multispicata possui constituição

química de natureza complexa, volátil e está relacionado com diversos aspectos necessários à

sobrevivência da espécie, exercendo papel de fundamental relevância em sua defesa.

OBJETIVOS: Investigar os constituintes químicos presentes em maior e menor

expressividade e analisar possíveis interferências in vitro do OE de V. multispicata quando

aliado à antifúngico padrão frente a cepas fúngicas de Tricophyton rubrum. MATERIAL E

MÉTODOS: V. multispicata foi coletada na região de Pedra da Andorinha, pertencente ao

distrito de Santa Quitéria, localizada a 87,8 km de Sobral - Ceará e induzida ao Herbário

Professor José de Abreu Matos, situado na Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA.

Foram concretizadas, no Laboratório Químico de Produtos Naturais – UVA, a prospecção do

OE de V. multispicata através de hidrodestilação por arraste de vapor d’água durante 2h em

equipamento do tipo Clevenger com partes aéreas do vegetal e análise química segundo

técnica de CG-MS com identificação de constituintes químicos por análises de RMN e

posterior comparação à banco de dados, ambas de acordo com Cassel (2009). A atividade

modulatória, realizada no Laboratório de Microbiologia (LABMIC - UVA) pelo método

Checkerboard, foi executada seguindo metodologia de CLSI M38-A2 (2008) com cepas de

T. rubrum (LABMIC 6205 e LABMIC 6213) assumindo papel de micro-organismo teste,

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cedidas pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. A verificação de efeito sinérgico

foi mensurada a partir da utilização de Cetoconazol como antifúngico padrão e OE de V.

multispicata como produto natural em análise. As placas mantiveram-se sob temperatura

ambiente de 37ºC por 7 dias. A determinação de sinergismo foi concretizada através do

Índice de Concentração Inibitória Fracionada (ICIF), o qual indica efeito sinérgico quando

ICIF ≤ 0,5 µg/mL, indiferente quando 0,5 µg/mL < ICIF < 3,9 µg/mL e antagônico quando

ICIF 4,0 µg/mL. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os constituintes majoritários presentes

no OE de V. multispicata foram β-cariofileno (30,51 %), germacreno D (23,53 %) e

biciclogermacreno (10,63 %). O OE e o Cetoconazol não apresentaram sinergia em atividade

antifúngica para as cepas LABMIC 6205 e LABMIC 6203 que, por sua vez, revelaram ICIF

de 1,67 µg/mL e 0,89 µg/mL respectivamente. Portanto, pressupõe-se efeito indiferente nas

interações entre o antifúngico convencional e o produto natural para os micro-organismos

testados. Partindo disto, faz-se necessário o conhecimento de que as variações dos níveis de

componentes químicos relacionam-se às condições de sazonalidade, ritmo circadiano e locais

de cultivo, pois tais fatores promovem significativas influências no vegetal (GUEDES et al.,

2003). A literatura científica consultada não apresentou resultados substanciais quando

comparada aos dados obtidos nesta pesquisa, porém foram encontrados estudos sobre o OE e

seus aspectos para uma espécie do gênero Varronia, V. curassavica, desenvolvidos por

Carvalho Jr. et al. (2004) em que os autores documentam a inibição do desenvolvimento

fúngico de Candida albicans e de algumas bactérias gram-positivas viabilizada pela presença

de α-pineno, E-cariofileno e aloaromadendreno, constituintes estes ausentes para a amostra

vegetal aqui estudada, o que justifica, de certa forma, a ineficácia do OE de V. multispicata

enquanto antifúngico. bactérias gram-positivas viabilizada pela presença de α-pineno, E-

cariofileno e aloaromadendreno, constituintes estes ausentes para a amostra vegetal aqui

estudada, o que justifica, de certa forma, a ineficácia do OE de V. multispicata enquanto

antifúngico. CONCLUSÃO: Na abordagem química do OE de V. multispicata pôde-se

encontrar um significativo leque de constituintes majoritários e minoritários, entretanto a

influência entre si dos mesmos foi vista como insatisfatória, não sendo possível observar

potencial sinérgico para esta espécie quando posta em união a um antifúngico padronizado.

Isto deve-se, possivelmente, à baixa efetividade para esta propriedade de constituintes

encontrados, sabendo-se que o nível de expressividade dos mesmos varia de acordo com

fatores ambientais. O conhecimento da variabilidade química aqui apresentada pode vir a

abrir caminhos para posteriores prospecções e estudos científicos acerca deste recurso

natural, de forma a revelar outras potencialidades medicinais e/ou farmacológicas.

PALAVRAS-CHAVES: Atividade antifúngica; Produtos naturais; Varronia multispicata.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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EVOLUÇÃO DO VÍRUS CHIKUNGUNYA NO CEARÁ

Karolayne Freitas Dos Santos¹, Maria Rosalba Moreira Das Neves Memória², Isana Mara

Aragão3

1Graduanda em Biomedicina UNINTA; ²Professora Doutora UNINTA;

3 Professora Mestre e

Orientadora UNINTA.

INTRODUÇÃO: A Febre de Chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus

Chikungunya (CHIKV), da família Togaviridae e do gênero Alphavirus.O CHIKV é de

origem africana, sua propagação se dar por meio de ciclos silvestres através de vetores do

gênero Aedes e primatas não humanos. Ele possui dois ciclos de transmissão distintos: ciclo

urbano e enzoótico. Tendo como vetor principal do ciclo urbano o Aedes aegypti ou Aedes

albopictus. O vírus Chikungunya é um vírus de RNA encapsulado, que confere alta

mutabilidade e consequentemente uma maior facilidadede se adaptar ao ambiente, assim

tendo uma maior capacidadede infectar seres humanos, o que possibilita a infecção de novos

hospedeiros e o aumento na quantidade de vetores de transmissão. O período de incubação

do vírus no ser humano ocorre em média de 3 a 7 dias, podendo variar de 1 a 12. A maioria

dos indivíduos infectados pelo CHIKV apresentam infecção sintomática. Embora seus

sintomas sejam parecidos com os da dengue, a chikungunya se caracteriza por apresentar

quadros de febre, dor articular intensa, fortes dores de cabeça, inchaços, irritações na pele e

poliartrite principalmente nos punhos, tornozelo e cotovelos, em geral, ocorre melhora após

10 dias, mas pode durar meses o quadro febril e as dores nas articulações. Segundo o

Ministério da Saúde o vírus Chikungunya chegou ao Brasil através de pessoas infectadas

vindas do Haiti e República Dominicana, no ano de 2014, conforme o passar do tempo o

vírus se propagou causando um exacerbado aumento de casos até o presente momento, por

sua vez pouco se conhecia sobre o vírus e quais eram seus malefícios. OBJETIVOS:

Analisar dados epidemiológicos parciais da disseminação do vírus Chikungunya no estado

do Ceará até setembro de 2017. MATERIAIS E MÉTODOS: Os dados foram obtidos no

site da Secretaria de Saúde onde foram disponibilizados boletins epidemiológicos, que

forneceram informações de casos confirmados no Ceará. Estes por sua vez são dados de

domínio publico, em virtude disso não houve a necessidade da aprovação do comitê de ética.

Foi utilizado uma analise estatística descritiva das seguintes variáveis: casos notificados,

confirmados, faixa etária, sexo e cidades com maior ocorrência no período de 2016 até

setembro de 2017. RESULTADOS e DISCUSSÃO: No ano de 2016 foram notificados

48.085 casos suspeitos de chikungunya, destes, 62,0% (29.837/48.085) foram confirmados e

21,5% (10.310/48.085) descartados. Em gestantes 2,2% (1.057/48.085) dos casos foram

notificados e destes 48,0% (508/1.057) foram confirmados. A faixa etária de maior

incidência foi de 20 aos 69 anos, dentre estes observou-se que o sexo feminino foi mais

afetado com 66%, tendo o sexo masculino 34% de incidência. Com relação aos municípios

com a maior incidência de casos estão: Nova Russas (1210), Pentecoste (898), Crateús

(1215), Campos Sales (428), Hidrolândia (1022), Quixadá (1210), Ararendá (149),

Capistrano (235), Quixeramobim (1022), Assaré (247) e Martinópole (112). Já em 2017

foram notificados 121.165 casos suspeitos de chikungunya, destes, 67,7% (82.017/121.165)

foram confirmados, sendo 13,0% (15.706/121.165) descartados. Em gestantes 2,0%

(2.405/121.165) de casos foram notificados e destes 70,9% (1.705/2.405) confirmados. A

faixa etária com maior incidência foi de 5 a 79 anos, no qual observou-se 62,6% no sexo

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feminino e 37,4% no masculino. As cidades com maior número de casos foram: Fortaleza

(49.802), Caucaia (3921), Maracanaú (1500), Maranguape (1640), Pacatuba (1200), Aracati

(1170), Quixeramobim (620), Canidé (737), Acopiara (1029), Iguatú (1228), Cascavel

(1041) e Horizonte (643). Observou-se que o sexo feminino, em todas as faixas etárias

analisadas, teve prevalência no número de casos em ambos os anos. De acordo com os

resultados, mesmo em virtude dos dados serem parciais, até setembro em 2017, foi visto que

houve um elevado número de casos em relação ao ano de 2017. Isso pode ter ocorrido pelo

rápido modo de reprodução do Aedes, em consequência do descuido populacional em

fornecer um ambiente propício para sua desova, além deste apresentar alta mutabilidade e

fácil adaptação ao ambiente e hospedeiro. O Aedes aegypti é um mosquito domestico, devido

a isso é comum ser encontrado dentro ou ao redor de casas, que possivelmente pode ter

contribuído para maior exposição de crianças, adultos e idosos. Mesmo com o índice

relativamente baixo de grávidas afetadas, deve-se manter a atenção em gestantes, pois o

vírus pode ser transmitido de mãe para filho durante a gravidez ou durante o parto.

CONCLUSÃO: Pode-se concluir que houve uma evolução do vírus Chikungunya, no qual

acarretou um elevado número de casos da doença no estado do Ceará até setembro de 2017.

Essa disseminação pode ser evitada, utilizando os métodos de prevenção contra o Aedes,

portanto há necessidade de serem tomadas medidas implementando estratégias de controle

que causam a doença e consequentemente diminuição no número de casos no Ceará.

PALAVRAS CHAVES: arbovírose, Chikungunya e Aedes aegypti

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:

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38

Artigo- O aprendizado da agricultura no combate ao Aedes aegypti. Disponível:

<www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/10724909/artigo---o-aprendizado-da-

agricultura-no-combate-ao-aedes-aegypti>. Acesso em: 14 de setembro, 2017.

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INFECÇÃO POR Mycobacterium tuberculosis NA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE

SOBRAL – CEARÁ NO PERÍODO DE 2012-2016 E SUA RESISTÊNCIA À DROGAS

Sabrina Fuziger Inácio Brandão1; Reynaldo Assis de Vasconcelos Lopes

1; Anderson Braga

Rodrigues1; Vanessa de Aguiar Policarpo

1; Isana Mara Aragão Frota

2

¹Graduação em Biomedicina - UNINTA; 2Professora/Orientadora UNINTA.

INTRODUÇÃO: A tuberculose é uma das doenças infecciosas que mais gera preocupação

em todo o mundo. A infecção é causada pelo patógeno Mycobacterium tuberculosis, descrito

por Robert Koch em 1882, podendo ser denominado também de bacilos de Koch. Estes seres

procariontes têm formato de bastonete delgado e, quando inalados, se instalam

principalmente nos alvéolos pulmonares, podendo situar-se, ainda, em outros órgãos como

ossos, rins e meninges. O tratamento da TB (tuberculose) baseia-se na administração

associada de fármacos como isoniazida (INH), rifampicina (RMP) e pirazinamida (PZA),

durante dois meses, seguida por quatro meses com INH e RMP. Quando o M. tuberculosis

torna-se resistente a um medicamento, a doença passa a ser chamada de Tuberculose Drogra

Resistente (TBDR). Já quando a micobactéria desenvolve resistência a mais de um fármaco

utilizado no tratamento de TB, surge a Tuberculose Multi-Droga Resistente (TB-MDR). O

diagnóstico da TB-MDR se dá pelo teste de sensibilidade aos fármacos empregados no

tratamento de TB, que necessitam do isolamento do M. tuberculosis da amostra clínica em

um meio de cultura adequado, como Löwenstein-Jensen e Ogawa. A resistência do patógeno

causador de TB aos fármacos é consequência de situações como monoterapia, prescrição

imprópria da administração dos fármacos ou falta de cooperação do paciente para o uso do

esquema terapêutico (ROSSETTI et al., 2002). OBJETIVO: Realizar um levantamento do

número de casos de infecção pela Mycobacterium tuberculosis, na população do município

de Sobral-CE, no período de 2012 a 2016, bem como relatar o número de pacientes com

TBDR e TB-MDR do município, que estão em tratamento atualmente. MATERIAL E

MÉTODOS: Trata-se de um levantamento com base em dados de casos de tuberculose entre

os anos de 2012 a 2016 e casos de pacientes em tratamento atual de TBDR e TB-MDR

disponibilizados pela Vigilância Epidemiológica de Sobral- CE. Os dados de tuberculose

foram organizados de acordo com o sexo e ano de diagnóstico. Já para os casos de TB-MDR,

o sexo e o tipo de resistência. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com a pesquisa,

entre o período de 2012 a 2016 foram confirmados 879 casos da doença. Destes, 593

mulheres e 286 homens. No que se refere ao sexo masculino, entre 2012 e 2013 houve a

queda do número de 130 casos para 109, ou seja, diminuição de 16,2%; já entre 2014 e 2015,

o número de casos subiu de 113 para 126, aumentando 11,5%; no mesmo ano em relação ao

ano de 2016, ocorreu novamente a diminuição de 126 casos para 115, gerando queda

percentual de 8,73%. No tocante ao sexo feminino, entre 2012 e 2013 houve a queda do

número de 59 casos para 57, ou seja, diminuição de 3,4%; entre 2014 e 2015, o número de

casos subiu de 59 para 63, aumentando 6,78%; no mesmo ano em relação ao ano de 2016,

ocorreu diminuição significativa de 63 casos para 48, gerando o percentual de 23.8%. É

possível considerar a diminuição de casos durante estes anos, um efeito do rápido

diagnóstico e tratamento para a tuberculose, assim como campanhas de prevenção e

promoção à saúde realizadas pelo Ministério da Saúde. O que implica, no entanto, no

aumento do número de casos, é a não conclusão do tratamento de seis meses por parte do

paciente, que acaba transmitindo a doença a outras pessoas. Ainda, a pausa no tratamento

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ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017

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pode originar um caso de TB-MDR. Atualmente, 05 pacientes com TBDR e 01 com TB-

MDR estão sendo acompanhados em Sobral pelo Centro de Infectologia Francisco Luiz da

Costa e 04 estão em Fortaleza, no Hospital de Messejana. Dos 06 pacientes tratados em

Sobral, 02 são mulheres com resistência H, ou seja, resistentes ao antibiótico isoniazida, e 04

são homens, sendo 03 com resistência H e 01 com resistência HR, isto é, resistentes aos

antibióticos isoniazida e rifampicina. Acerca dos pacientes acompanhados no Hospital de

Messejana, 03 homens e 01 mulher possuem resistência HR. Segundo informações obtidas

do setor de Vigilância Epidemiológica de Sobral, estes 04 pacientes que estão em Fortaleza

foram encaminhados para ter um tratamento mais adequado, já que são resistentes a dois

tipos de antibióticos. O único indivíduo com TB-MDR no município de Sobral permaneceu

neste porque antes apresentava apenas resistência R, ou seja, já havia começado o tratamento

em Sobral, somente depois de um tempo apresentou resistência H. homens. No que se refere

ao sexo masculino, entre 2012 e 2013 houve a queda do número de 130 casos para 109, ou

seja, diminuição de 16,2%; já entre 2014 e 2015, o número de casos subiu de 113 para 126,

aumentando 11,5%; no mesmo ano em relação ao ano de 2016, ocorreu novamente a

diminuição de 126 casos para 115, gerando queda percentual de 8,73%. No tocante ao sexo

feminino, entre 2012 e 2013 houve a queda do número de 59 casos para 57, ou seja,

diminuição de 3,4%; entre 2014 e 2015, o número de casos subiu de 59 para 63, aumentando

6,78%; no mesmo ano em relação ao ano de 2016, ocorreu diminuição significativa de 63

casos para 48, gerando o percentual de 23.8%. É possível considerar a diminuição de casos

durante estes anos, um efeito do rápido diagnóstico e tratamento para a tuberculose, assim

como campanhas de prevenção e promoção à saúde realizadas pelo Ministério da Saúde. O

que implica, no entanto, no aumento do número de casos, é a não conclusão do tratamento de

seis meses por parte do paciente, que acaba transmitindo a doença a outras pessoas. Ainda, a

pausa no tratamento pode originar um caso de TB-MDR. Atualmente, 05 pacientes com

TBDR e 01 com TB-MDR estão sendo acompanhados em Sobral pelo Centro de Infectologia

Francisco Luiz da Costa e 04 estão em Fortaleza, no Hospital de Messejana. Dos 06

pacientes tratados em Sobral, 02 são mulheres com resistência H, ou seja, resistentes ao

antibiótico isoniazida, e 04 são homens, sendo 03 com resistência H e 01 com resistência

HR, isto é, resistentes aos antibióticos isoniazida e rifampicina. Acerca dos pacientes

acompanhados no Hospital de Messejana, 03 homens e 01 mulher possuem resistência HR.

Segundo informações obtidas do setor de Vigilância Epidemiológica de Sobral, estes 04

pacientes que estão em Fortaleza foram encaminhados para ter um tratamento mais

adequado, já que são resistentes a dois tipos de antibióticos. O único indivíduo com TB-

MDR no município de Sobral permaneceu neste porque antes apresentava apenas resistência

R, ou seja, já havia começado o tratamento em Sobral, somente depois de um tempo

apresentou resistência H. CONCLUSÃO: Diante do estudo realizado pôde-se concluir que

houve diminuição do número de casos de tuberculose na população do município de Sobral-

CE, no período de 2012 a 2016. No entanto, não se pode definir se houve diminuição ou

aumento no número de casos de TBDR e TB-MDR, pois são pacientes tratados atualmente

que não possuem ano de diagnóstico divulgado pelo setor de Vigilância Epidemiológica de

Sobral-CE. A tuberculose é uma doença grave que necessita da cooperação do paciente em

seguir corretamente o tratamento, visto que a não contribuição deste gera consequências

como a reincidência da doença e até mesmo a resistência da bactéria aos fármacos mais

eficientes. Portanto, é de suma importância que a comunidade em geral participe das

campanhas de prevenção à tuberculose e que o paciente tuberculótico tenha conhecimento da

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gravidade da doença, para que esta não seja transmitida para outras pessoas.

PALAVRAS-CHAVES: Mycobacterium tuberculosis; tuberculose; resistência.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ROSSETTI, Maria Lúcia Rosa; VALIM, Andréia Rosane de Moura; SILVA, Márcia Susana

Nunes and RODRIGUES, Vívian Sumnienski. Tuberculose resistente: revisão molecular.

Rev. Saúde Pública [online]. 2002, vol.36, n.4, pp.525-532.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância

Epidemiológica. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil /

Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância

Epidemiológica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2011. 284 p.: il. – (Série A. Normas e

Manuais Técnicos).

TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, CL. Microbiologia. 10. ed., Porto Alegre: Artmed,

2010. Capítulo 24, Doenças Microbianas do Sistema Respiratório; p. 674-70

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ESTUDO DA INCIDÊNCIA DE PESSOAS AFETADAS PELO VÍRUS

INFLUENZA NO ESTADO DO CEARÁ

Gabriela Alves Mendes Gomes¹; Alexandre Rocha Tavares¹, Gleison Anderson Sena Timbó1;

Maria Rosalba Moreira das Neves Memória², Isana Mara Aragão Frota3

¹Graduando Biomedicina UNINTA; ²Professora da UNINTA; 3Professora e Orientadora

curso de Biomedicina UNINTA.

INTRODUÇÃO: A influenza é uma doença infecciosa aguda, de origem viral que acomete

o trato respiratório, de elevada transmissibilidade, distribuição global e comportamento

sazonal. É capaz de provocar epidemias recorrentes e pode evoluir com pandemias quando

um novo vírus se dissemina em uma população que não apresenta imunidade. É causada pelo

vírus influenza, da família Orthomyxoviridae de genoma RNA segmentado. Existem três

tipos de vírus influenza: A B e C onde o C causa apenas infecções respiratórias brandas, sem

impacto na saúde pública e não relacionado a epidemias. Já o vírus A e B são os que causam

epidemias sazonais. O vírus A com subtipo hemaglutinina (HA ou H) e neuraminidase (NA

ou N) onde a proteína H esta relacionada às infecções do trato respiratório no qual o vírus se

multiplica, enquanto a proteína N está envolvida na liberação das partículas virais das células

infectadas. Outros subtipos do vírus A são: A (H1N1) e A (H3N2) atualmente circuladas em

humanos, e os A (H5N1) e A (H7N9) que causam doenças graves. A vigilância da influenza

no Ceará é composta por: Sentinela de Síndrome Gripal (SG); Sentinela de Síndrome

Respiratória Aguda Grave (SRAG) e casos de SRAG hospitalizados. Estas por sua vez

objetivam a identificação do vírus da influenza e/ou outros vírus respiratórios. Dentre as

vigilâncias abordadas a SG é uma febre acompanhada de tosse e/ou dor de garganta. Em

crianças apresenta sintomas respiratórios (febre, coriza e obstrução nasal). A SRAG ocorre

em pacientes de qualquer idade que já apresente SG com dispneia, desconforto ou aumento

da frequência respiratória, hipotensão em relação a pressão arterial habitual ou insuficiência

respiratória aguda em período sazonal. Esta síndrome pode ser causada pelo vírus da

influenza e por outros vírus respiratórios como vírus sincicial respiratório (VSR),

adenovírus e Para influenza 1 e 2. OBJETIVO: Analisar a incidência de pessoas afetadas

pelo vírus influenza no estado do Ceará. MATERIAIS E MÉTODOS: Os dados foram

obtidos no Boletim Epidemiológico “Influenza e vírus respiratórios” da Secretaria de Saúde

do Estado do Ceará, no qual foram analisadas a incidência do vírus da influenza, SG e

SRAG. Como o vírus da influenza apresentou maior incidência realizou-se a investigação

também das seguintes variáveis: sexo, faixa etária e vacinação no período de Janeiro a Maio

de 2017. Os dados são de domínio publico, sendo assim não houve necessidade da aprovação

do comitê de ética e utilizou-se uma análise estatística descritiva. RESULTADOS E

DISCUSSÃO: No Ceará, em 2017, foram notificados 80 casos no período de 01/01 à

06/05/2017, dentre estes, 50%(40/80) foram causados pelo vírus influenza, 25% (20/80) para

SG e 25%(20/80) para SRAG. Os dois programas de vigilância SG e SRAG, foram criadas a

partir do grande grupo do vírus influenza. A incidência das duas síndromes tiveram

porcentagens iguais de acordo com a quantidade de casos notificados. Dentre estes, quanto

ao vírus da influenza observou-se a prevalência de 60%(24/40) nas mulheres enquanto que

os homens apresentaram 40%(16/40). As faixas etárias de maior ocorrência foram de 1 a 4

anos de idade e acima de 60 anos (20% - 8/40 em cada), comparados aos casos de pessoas

menores de 1 ano, 10 a 19, 30 a 39 (15% - 6/40 em cada), 50 a 59 (10% - 4/40) e 20 a 29

(5% - 2/40) foram mais baixos. Esse total de casos pelas determinadas faixas etárias são

devidos aos contatos entre pessoas com sintomas e/ou pessoas não vacinadas, e com isso

deve-se fazer uso de medidas preventivas como: higienizar as mãos com água e sabão ou

com álcool gel, principalmente depois de tossir ou espirrar; depois de usar o banheiro, antes

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de comer, antes e depois de tocar os olhos, a boca e o nariz; evitar tocar os olhos, nariz ou

boca após contato com superfícies potencialmente contaminadas (corrimãos, bancos,

maçanetas etc.). Manter hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, ingestão de

líquidos e atividade física. Pessoas com síndrome gripal devem evitar contato direto com

outras pessoas, evitando suas atividades de trabalho, estudo, sociais ou aglomerações e

ambientes coletivos. Quanto à situação vacinal, 40% (16/40) dos casos e um terço (4/40) dos

óbitos não haviam sido vacinados contra a influenza, enquanto 60%(24/40) foram vacinadas.

O vírus requer vigilância como imunização no período de maior circulação e aparência

frequente de pessoas com sintomas, nesse caso, a incidência pela faixa etária mostra o

percentual de pessoas que não foram imunizadas e obtiveram contato com o vírus. De acordo

com o Ministério da Saúde, a vacinação é uma das medidas preventivas para influenza e em

2017 fornecendo campanhas de vacinação que além dos indivíduos com 60 anos, serão

vacinadas outras prioridades como, mulheres no período puérperas, gestantes, crianças

menores de 5 anos, profissionais da saúde e professores. A vacina é segura e é considerada

uma das medidas mais eficazes para evitar casos graves e óbitos. A falta de pessoas

interessadas nas vacinas gera um grande quadro epidemiológico pela doença que o vírus

acomete, e a porcentagem de óbitos tende a crescer principalmente em pessoas prioritárias

com chances de complicações. CONCLUSÃO: Pode-se concluir que grande parte de casos

de SG e SRAG notificados, tem maior incidência nas mulheres, na faixa etária de 1 a 4 anos

e acima de 60 anos, por contatos entre pessoas sintomas e/ou não vacinadas. Apesar da

existência de campanhas que visam repassar medidas preventivas contra o vírus, o alcance e

interesse de quem as recebem não é efetivo, não há um nível desejável de preocupação

partido da população. Entretanto, de acordo com os dados expostos anteriormente, o numero

estatístico de pessoas que foram vacinadas se sobrepõe ao numero de pessoas que não

receberam a vacina.

PALAVRAS-CHAVES: Influenza, Sentinela de Síndrome Gripal, Sentinela de Síndrome

Respiratória Aguda Grave.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Descrição da doença influenza. Disponível:

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/descricao-da-doenca-influenza, acesso em: 02 de

Setembro, 2017.

Secretaria de Saúde do Governo do Estado do Ceará. Disponível:

http://www.saude.ce.gov.br/index.php/boletins, acesso em 02 de Setembro, 2017.

Boletim Epidemiológico Influenza e vírus respiratórios. Disponível:

http://www.saude.ce.gov.br/index.php/boletins ; boletim_influenza_26_05_2017.pdf , acesso

em 02 de Setembro, 2017.

Boletim Epidemiológico SRAG-Influenza. Disponível:

http://www.saude.ce.gov.br/index.php/boletins?start=20 , acesso em 15 de Setembro, 2017.

Gestante e puérperas devem toma vacinas contra a gripe. Disponível:

http://www.brasil.gov.br/saude/2014/04/gestantes-e-puerperas-devem-tomar-a-vacina-

contra-gripe , acesso em 18 de Setembro, 2017.

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ANÁLISE COMPARATIVA DE ESTIRPES DE Chromobacterium violaceum

FERNANDES, M. R.; AZEVEDO, M. I. G.; SOUSA, A. J. S.; GRANGEIRO, T.B.

INTRODUÇÃO:: Chromobacterium violaceum é uma β-proteobacteria Gram-negativa de

vida livre, saprófita, aeróbica facultativa, que é comumente encontrada em amostras de solo

e água de regiões tropicais e semi-tropicais, podendo ser patógeno oportunista para humanos

e outros animais (DURÁN & MENCK, 2001; GILLIS & LOGAN, 2015). Exibe crescimento

ótimo entre 30-35°C, podendo sobreviver em temperaturas de 10 a 40°C. A maioria das

estirpes se destaca pela produção de violaceína, um pigmento derivado do triptofano, que

confere às colônias uma coloração roxa, apesar de existirem estirpes que formam colônias

não-pigmentadas (GILLIS & LOGAN, 2015). No Brasil, C. violaceum foi inicialmente

isolada a partir de amostras de água coletadas em Manaus-AM (CALDAS, 1977).

Posteriormente, cepas também foram isoladas do Rio Negro, onde é abundante (DURÁN &

MENCK, 2001). Devido ao potencial biotecnológico tanto da violaceína quanto de outros

metabólitos produzidos por C. violaceum (DURÁN & MENCK, 2001), a estirpe ATCC

12472 foi escolhida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia para ter seu genoma

completamente sequenciado pelo Projeto Genoma Brasileiro (DE VASCONCELOS et al.,

2003). Apesar de sua presença ser reconhecida principalmente na região Amazônica, ocorre

em diversos locais do país, em diferentes ecossistemas (MYERS et al., 2000).

OBJETIVOS: Avaliar os efeitos da temperatura e meio de cultura sobre o crescimento e

rendimento de proteínas secretadas para o meio por seis estirpes de C. violaceum

(1221,1222, 1323, 1425, 2221, 2910), isoladas de diferentes regiões do estado do Ceará,

Brasil. A estirpe-tipo ATCC 12472, isolada na Malásia, foi usada como

referência.MATERIAIS E MÉTODOS: Foram utilizadas sete estirpes de C. violaceum: a

ATCC 12472 (estirpe-tipo) foi isolada de água doce, na Malásia; 1221, 1222, 1323 e 1425

foram isoladas de solo, em Tejuçuoca; 2221 foi isolada de solo, em Banabuiú, e 2910 foi

isolada do mangue do rio Cocó, em Fortaleza. As estirpes foram cultivadas em meio Luria-

Bertani (LB) Ágar, em temperaturas de 30°C e 37°C, por 14-16 h. Uma colônia isolada de

cada placa foi inoculada em 10 mL de caldo LB e mantida na temperatura de crescimento

anterior (30°C ou 37°C), sob agitação orbital vigorosa (180 rpm), até atingir uma densidade

óptica a 600 nm (DO600) de aproximadamente 0,4-0,5. Quando a DO600 adequada foi

atingida, uma alíquota de 1 mL de cada cultura foi inoculada em 100 mL dos meios caldo

2xYT e caldo “Terrific” (SAMBROOK & RUSSELL, 2001), e as culturas foram mantidas

por 24 h a 180 rpm, na mesma temperatura de crescimento anterior. As culturas foram então

centrifugadas (6.000 g, 10 min, 4°C) e os sobrenadantes (meios de cultura desprovidos de

células) foram dialisados exaustivamente contra água destilada. As proteínas secretadas por

cada estirpe, presentes no meio de cultura livre de células, foram precipitadas pela adição de

sulfato de amônio sólido (GREEN & HUGHES, 1955), para uma saturação de 95%, e os

precipitados foram coletados por centrifugação, ressuspendidos em água destilada e

dialisados contra o mesmo solvente. Amostras dessas frações contendo as proteínas

secretadas por cada estirpe foram analisadas quanto à sua atividade quitinolítica, por meio de

um ensaio colorimétrico, usando quitina coloidal como substrato (REISSIG et al., 1955). O

restante das amostras foi liofilizado, pesado e armazenado a -20°C. RESULTADOS E

DISCUSSÃO: As colônias da estirpe ATCC 12472 apresentaram o menor tamanho dentre

todas, com coloração roxa profunda, uniforme, e eram convexas, regulares e não gelatinosas.

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As colônias da estirpe 1221 eram convexas, não gelatinosas, com tamanho diversificado,

geralmente grandes, e com coloração roxa, mais clara que aquela apresentada pelas colônias

de ATCC 12472. A estirpe 1222 apresentou dois tipos de colônias. Colônias maiores

apresentavam cor roxa, sendo geralmente redondas e regulares, convexas, não gelatinosas e

virtualmente separadas entre si. Já as colônias menores eram não-pigmentadas, pequenas,

aglomeradas seguindo o padrão do estriamento, convexas e não gelatinosas. A estirpe 1323

apresentou a maioria das colônias com coloração roxa profunda, entretanto as mais recentes

ainda estavam sem pigmentação. Apresentavam forma redonda, regular, convexas, não

gelatinosas. A estirpe 2221, única isolada em Banabuiú, se destacou dentre as demais por sua

forma e coloração. As colônias eram geralmente irregulares, crescendo como aglomerados.

Sua coloração era mais clara que as demais, se aproximando mais de violeta que do roxo,

com as colônias mais antigas exibindo coloração mais intensa e as mais recentes

descoloridas. As colônias da estirpe 1425 apresentavam cor roxa mais clara, similar às de

1221, com colônias redondas, convexas, regulares e de cor uniforme, com aspecto não

gelatinoso. Um aspecto interessante sobre o crescimento da 1425 em meio líquido é que esta

libera um forte odor, similar ao de mangue, de onde foi isolada. Essa característica, não vista

nas demais estirpes, pode ter sido adquirida por transferência horizontal de genes, a partir de

outras bactérias que vivem no mesmo habitat. Em relação ao tamanho das colônias, a estirpe

ATCC 12472 pode ter apresentado colônias menores por ter sido isolada em ambiente

aquático, onde os indivíduos provavelmente estariam mais dispersos. O ensaio de atividade

quitinásica confirmou a presença de proteínas quitinolíticas, secretadas para o meio

extracelular, com as maiores absorbâncias observadas nas frações obtidas a partir das

culturas da estripe 1222. De maneira geral, a atividade foi maior quando as células eram

cultivadas em caldo “Terrific”. Entretanto, a presença de violaceína no meio pode ter

influenciado nas leituras das absorbâncias, impedindo quantificação dessa atividade. A

análise do genoma de C. violaceum ATCC 12472 já indicava a presença quitinases

provavelmente secretadas (DE VASCONCELOS et al., 2003). Apesar de quitinases não

serem consideradas essenciais para a sobrevivência da bactéria, podem representar uma

adaptação importante, pois tornam possível sua sobrevivência utilizando apenas quitina

como fonte de carbono e nitrogênio (STREICHSBIER, 1983). Quanto ao rendimento de

proteínas secretadas, os maiores valores foram obtidos quando as estirpes foram cultivadas a

37°C, provavelmente graças ao aumento do metabolismo ou por estresse metabólico, já que

esta temperatura ultrapassa o ótimo da espécie. Quando as estirpes foram cultivadas a 30°C,

os rendimentos de proteínas secretadas foram maiores para células cultivas no caldo

“Terrific”, enquanto que a 37°C, os maiores rendimentos foram obtidos quando as células

foram cultivadas em 2xYT. O maior rendimento, por litro de cultura, considerando todas as

estirpes, foi obtido a partir da estirpe 1323, cultivada em 2xYT a 37°C (674 mg), enquanto

que o menor rendimento também foi observado na mesma estirpe e meio de cultura, a 30°C

(15 mg). Alguns extratos apresentavam forte coloração roxa, indicando a presença de

violaceína nos mesmos. CONCLUSÃO: As estirpes de C. violaceum apresentam

características bem distintas entre si, tanto em relação à morfologia das colônias, quanto à

secreção de proteínas. Muitas dessas características estão relacionadas com seu habitat,

entretanto estirpes de uma mesma localidade e com amostras de mesma origem, como 1221,

1222, 1323 e 1425, isoladas do solo de Tejuçuoca, também apresentaram propriedades

bastante distintas. Algumas estirpes selvagens mostraram um ótimo potencial

biotecnológico, pois apresentam secreção de proteínas, como quitinases, e de outros

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metabólitos, como violaceína, em quantidades maiores que as observadas para a estirpe

ATCC 12472. Análises mais profundas são necessárias para apontar a distância evolutiva

entre essas estirpes e de que forma se diferenciaram.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICCAS:

CALDAS, L. R. Photochemistry and photobiology in a virgin land. Photochemistry and

Photobiology, v. 26, n. 1, p. 1–2, 1977.

DE VASCONCELOS, A. T. R. et al. The complete genome sequence of Chromobacterium

violaceum reveals remarkable and exploitable bacterial adaptability. Proceedings of the

national academy of sciences of the United States of America, p. 11660–11665, 2003.

DURÁN, N.; MENCK, C. F. Chromobacterium violaceum: a review of pharmacological and

industiral perspectives. Critical reviews in microbiology, v. 27, n. 3, p. 201–222, 2001.

GILLIS, M.; LOGAN, N. A. Chromobacterium. In: WHITMAN, W. B. et al. (Eds.). .

Bergey’s Manual of Systematics of Archaea and Bacteria. Chichester, UK: John Wiley &

Sons, Ltd, 2015. p. 1–9.

GREEN, A. A.; HUGHES, W. L. [10] Protein fractionation on the basis of solubility in

aqueous solutions of salts and organic solvents. Methods in enzymology, v. 1, p. 67–90,

1955.

MYERS, N. et al. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, n. 6772,

p. 853, 2000.

REISSIG, J. L.; STROMINGER, J. L.; LELOIR, L. F. A modified colorimetric method for

the estimation of N-acetylamino sugars. Journal of Biological Chemistry, v. 217, n. 2, p.

959–966, 1955.

SAMBROOK, J.; RUSSELL, D. W. Molecular cloning: a laboratory manual. third. Cold

pring Harbor Laboratory Press, New York, 2001.

STREICHSBIER, F. Utilization of chitin as sole carbon and nitrogen source by

Chromobacterium violaceum. FEMS Microbiology Letters, v. 19, n. 1, p. 129–132, 1983.

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ANÁLISE MICROBIÓLOGICA DE PÓLEN APÍCOLA FRESCO

Edinara Maria de França Aguiar1, Marcela Sheila Araújo Xavier

2, Anny Sampaio Silva

3,

Leonardo Costa da Silva4, Dougliane Gomes de Souza

5, José Everton Alves

6, Raquel

Oliveira dos Santos Fontenelle7

1,4Discentes no curso de Ciências Biológicas, ([email protected]),

2Graduação em

zootecnia, 3,5

Graduação em Ciências Biológicas, 6 Professor adjunto do Curso de Zootecnia,

7Orientadora/Professora adjunto do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual

Vale do Acaraú (UVA), Sobral-CE, Brasil.

INTRODUÇÃO: Grãos de Pólen são micrósporos, isto é, estruturas reprodutivas das

plantas, que produzem e transportam o gameta masculino, facilitando a reprodução.

Apresentam em sua composição nutrientes como carboidratos, proteínas, aminoácidos,

lipídeos, vitaminas e minerais, além de carotenóides, flavonóides e fitosterois (ALMEIDA -

MURADIAN et al., 2005). As abelhas da espécie Apis mellifera são responsáveis por

produzirem néctar e outras substâncias salivares como vitaminas e enzimas, que irão

misturar-se ao pólen das flores formando um aglomerado de pólen, denominado pólen

apícola (ALVES et al, 2015). O recolhimento do pólen apícola é realizado utilizando

coletores que ficam dispostos na entrada das comeias. Ao final da coleta acham-se reunidas

as bolotas de grãos de coloração variável, devido à diversidade botânica agrupada pelas

abelhas, formando um “mix” polínico, a mistura obtida é recolhida pelo apicultor para o

beneficiamento, comercialização e consumo humano e animal (HERVATIN, 2009). A

qualidade do pólen apícola está associada às suas características físico - químicas,

microbiológicas e biológicas que variam de acordo com as práticas empregadas durante a

coleta além da origem botânica, condições climáticas e de solo da região onde é produzido

(MELO, 2015). Na microbiota normal do pólen apícola estão presentes Leveduras, Fungos

filamentosos e Cocos, entretanto práticas inadequadas de manejo, processamento e

armazenamento do produto podem facilitar a presença de elementos estranhos, além de

comprometer suas características organolépticas (BARRETO et al, 2005). OBJETIVO: O

referido estudo visou avaliar a qualidade microbiológica (análise de Coliformes Totais e

Termotolerantes, Bactérias Aeróbias Mesófilas e Bolores/Leveduras) de amostras de pólen

apícola fresco. MATERIAL E MÉTODOS: Foram utilizadas para pesquisa microbiológica

9 amostras de pólen apícola fresco. Realizou-se a técnica para determinação do Número

Mais Provável (NMP) de Coliformes Totais e Termotolerantes através do método de

fermentação em tubos múltiplos. Inicialmente foi pesado 25 g de cada amostra de pólen e

posteriormente foram homogeneizadas em 225 mL de solução salina (0,85%) estéril, sendo

esta a diluição 10-1

, em seguida 1 mL desta diluição foi dissolvida em 9 mL de solução

salina, estabelecendo a diluição 10-2

, prosseguindo assim até a diluição 10-3

(JAKABI;

FRANCO, 1991). Para quantificação de Coliformes Termotolerantes foram retiradas

alíquotas dos tubos de Lactosados positivos com auxílio de uma alça de níquel cromo e

inoculando-se em tubos com Caldo Escherichia coli (EC) com tubos de durhan invertidos e

posterior incubação em banho-maria a 45 ºC por 48 horas. Já a identificação de Coliformes

Totais foi realizada retirando-se alíquotas dos tubos positivos de lactosado e inoculados em

Caldo Bile Verde Brilhante (BVB) que foram incubados em estufa a 35 ºC por 48 horas. A

quantificação de Bactérias Aeróbias Mesófilas foi realizada através da contagem padrão em

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placas sendo feita através da técnica “Pour Plate”, retirando-se 1 mL de cada diluição e

adicionadas em 9 mL de solução salina. Conseguinte, foi acrescentado a 15 mL de Plate

Count Agar (PCA) para contagem das colônias. O inoculo foi misturado com meio de cultura

com movimentos suavemente em superfície plana em forma de oito. Com a solidificação do

meio, as placas foram incubas em estufa bacteriológica a 35 ºC por 24 h. O procedimento

para quantificação de Bolores e Leveduras foi realizado em duplicata, semeando 0,1 mL de

cada diluição decimal seriada (10-1

, 10-2

, 10-3

) utilizando o Agar Batata Dextrose (BDA). A

incubação deu-se em estufa bacteriológica a 35 ºC, por 6 dias. RESULTADOS E

DISCUSSÃO: Na leitura realizada no Caldo Lactosado, observou-se presença de

microrganismos em todos os pontos devido à produção de gás, formação de bolhas no

Durhan e turvação no meio de cultura. Referente ao Caldo de Bile Verde Brilhante para

Coliformes Totais, o Número Mais Provável (NMP) variou de >1,6x103 NMP/g a 3,2x10

NMP/g, já para Caldo de Escherichia Coli, Coliformes Termotolerantes, o NMP indicou

oscilações entre >1,6x103 NMP/g a 1,1x10 NMP/g, também apresentando contaminação. Os

microrganismos Aeróbios Mesófilos tiveram variação de 2,5x105 UFC/g a 9,2x10

2 UFC/g.

Referente à contagem das colônias de Bolores e Leveduras os resultados variaram de

1,6x102UFC/g a 1,1x10

2 UFC/g e 3,3x10

4 UFC/g a 9,5x10 UFC/g, respectivamente. No

Brasil a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) não especifica os parâmetros

microbiológicos para pólen apícola, porém a mesma estabelece padrões para produtos com

similaridade (BRASIL, 2001). Barreto, et al (2005) assemelharam pólen apícola desidratado

a produtos a base de amidos, farinhas féculas e fubá, semielaborados estáveis à temperatura

ambiente na qual os limites para Coliformes Termotolerantes é de até 5,0x102 UFC/g . Em

Cuba a legislação enquadra o pólen apícola no grupo de alimentos de origem vegetal,

estabelece limite máximo para Bolores e Leveduras de 102 UFC/g, e para Coliformes Totais

<105 UFC/g (CUBA, 2007). Referente a microrganismos Aeróbios Mesófilos a legislação

Argentina estabelece limites máximos de 1,5x105 UFC/g (ARGENTINA, 1971). Em estudo

realizado com pólen apícola desidratado, Melo (2015) obteve resultados inferiores aos

resultados encontrados no presente trabalho, com ausência de Escherichia coli, Coliformes

Totais com variação de <10 a 2,8x103 UFC/g, microrganismos Aeróbios Mesófilos com

valores de <10 a 1,1x104 UFC/g, já para Bolores e Leveduras os resultados variaram de <10

a 7,6x103 UFC/g. CONCLUSÃO: Podemos concluir que, nas amostras analisadas foi

detectada a presença de Fungos e Bactérias Aeróbias Mesófilas, que podem não apresentar

risco a saúde. Entretanto, foi observada a presença de microrganismos patogênicos, como os

Coliformes Termotolerantes, indicando uma má qualidade higiênico-sanitária. Portanto,

fazem-se necessárias boas práticas de higiene do pólen apícola, além do desenvolvimento de

uma legislação brasileira para o controle da qualidade do produto.

PALAVRAS-CHAVES: Leveduras; Contaminação; Coliformes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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INCIDÊNCIA DE MICROORGANISMOS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA

INTENSIVA NEONATAL DE UM HOSPITAL DA REGIÃO NORTE DO CEARÁ.

FONSECA, M.X.Q.C.1; LINHARES, I.P.B.

1,2; MORAIS, A.J.A.

1; RODRIGUES, M.R.P.

1; PINTO, V.P.T.

1,2; BARBOSA, F.C.B.

1

1Universidade Federal do Ceará

INTRODUÇÃO: A incidência de infecções hospitalares varia de acordo com as

características de cada unidade de tratamento (infra-estrutura e recursos humanos), do

próprio recém-nascido (RN) (idade gestacional e peso de nascimento) e dos métodos de

prevenção e diagnósticos disponíveis. Crianças criticamente doentes que recebem cuidados

em uma unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) estão em um crescente risco de

adquirir uma infecção nosocomial por imaturidade imunológica e uma série de

procedimentos invasivos de diagnóstico e terapêutica. Nesse ambiente hospitalar, as

superfícies, mãos e aventais dos trabalhadores da saúde estão muitas vezes contaminados por

micro-organismos resistentes aos antimicrobianos, os quais podem sobreviver nesses locais

por dias, semanas e até meses, constituindo o principal mecanismo para a colonização e

infecção do Recém nascido. Estudos anteriores de vigilância mostraram que as taxas de

infecção nosocomial nas UTINs variam de 8,7% a 74,3%. Isto é estima-se que no Brasil,

60% da mortalidade infantil ocorre no período neonatal, com a sepse sendo uma das

principais causas. Cabe ressaltar ainda que em países desenvolvidos, as taxas gerais de

incidência de infecção hospitalar nas UTI neonatal variam entre 8,4% a 26%, enquanto no

Brasil essas taxam apresentam-se entre 18,9% a 57,7%. Essas infecções geralmente são

causadas por microorganismos do ambiente hospitalar, altamente resistentes à maioria dos

antibióticos. O uso amplo de antibióticos e outros medicamentos podem levar ao surgimento

de cepas bacterianas resistentes. OBJETIVO: Descrever a incidência dos microrganismos

presentes na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de um hospital escola da Região Norte

do Ceará no ano de 2016. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo quantitativo,

descritivo, retrospectivo e documental. A coleta de dados ocorreu por meio de relatórios

obtidos por meio do equipamento VITEK® 2 . Os dados são referentes aos meses de janeiro a

dezembro de 2016. As informações foram avaliadas pelo método de estatística simples,

utilizando cálculo de somas e médias. Resultados e Discussão: Foram incluídos no estudo

todos os neonatos admitidos na UTIN, no período decorrente das coletas. No período, foram

obtidos 117 isolados da UTIN. As bactérias mais incidentes isoladas em todos os materiais

biológicos, coletados para cultura durante o ano de 2016 foram: Staplylococus epidermidis

(37,6%), Klebsiella pneumoniae ssp pneumoniae (11,1%), Pseudomonas aeruginosa (8,5%),

Enterobacter cloacea ssp cloacea e Stenotrophomonas maltophilia com (5,1%)

respectivamente, Serratia marcescens (3,4%), Acinetobacter baumannii, Enterobacter

gergoviae, Staphylococcus haemolyticus (2,6%), Candida Albicans, Candida parapsilosis,

Enterobacter aerogenes, Enterococcus faecalis, Kocuria varians, Proteus mirabilis,

Staphylococcus hominis ssp hominis (1,7%) e Candida famata, Candida lusitaniae,

Pseudomonas fluorescens, Sphingomonas paucimobilis, Staphylococcus capitis,

Staphylococcus warneri, Streptococcus thoraltensis (0,9%) de todas as amostras biológicas.

Algumas cepas despertam preocupação com relação ao seu aparecimento, devido ao fato de

ser conhecido seus padrões de resistência elevados em todo o país. Analisando os resultados,

o estudo chama atenção pela prevalência de Staplylococus epidermidis, que é mais comum

em pele e pode ser introduzido no ambiente por pacientes ou profissionais de saúde, sendo

agravada pelas cepas resistentes. Desta forma, nossos resultados corroboram com a literatura,

onde afirmam que entre as diversas bactérias que podem ocasionar infecção neonatal,

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Staphylococcus spp. é o principal agente gram-positivo causador de infecções nosocomiais

em recém-nascidos, destacam-se os estafilococos plasma coagulase negativos (SPCN) que

tem o Staphylococcus epidermidis como seu principal representante. (OLIVEIRA et al.,

2011). Klebsiella pneumoniae ssp pneumoniae bactéria produtora de beta-lactamase de

espectro estendido, Pseudomonas aeruginosa , sendo esta ultima um dos principais

patógenos de infecções hospitalares. Esta bactéria tem grande relevância clínica,

principalmente quando associada a pacientes sondados (LUCCHETTI et al., 2005). Assim

como nos estudos realizados por Paula (2008) os microrganismos mais prevalentes em UTIN

foram os cocos Gram-positivos (Staphylococcus) e os bacilos Gram-negativos (Enterobacter

spp., Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter

baumanii). Estudos como este devem ser realizados com certa periodicidade, para que se

possa controlar as taxas de resistência e utilizar-se destas bases microbiológicas para nortear

a terapêutica médica. CONCLUSÃO: Os resultados ressaltam a importância da vigilância

epidemiológica como ferramenta para o controle de infecções nosocomiais na UTIN , uma

vez que permite maior conhecimento a cerca do perfil de resistência/sensibilidade dos

microorganismos encontrados. Além do que, estudos adicionais são úteis para o controle

eficiente das infecções nosocomiais neste hospital de ensino.

PALAVRAS-CHAVES: UTI neonatal; Infecção nosocomial; Hospital de ensino.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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ATIVIDADE ANTIFÚNGICA E PERFIL FITOQUÍMICO DOS EXTRATOS

ETANÓLICOS DE Senna trachypus CONTRA LEVEDURAS DO GÊNERO

Candida spp.

Andréa Maria Neves1; Katherine Alves Silva

1; Marcílio Matos Ferreira

2; Francisco

Fernandes de Araújo2; Diana Ferreira Alves

3; Elnatan Bezerra de Souza

4; Raquel Oliveira

dos Santos Fontenelle4.

1Estudante do Curso do Mestrado Acadêmico em Recursos Naturais –CCT- UECE;

2Estudante do Curso de Ciências Biológicas- UVA;

3Estudante do Curso de Química;

4

Professor (a) do Curso de Ciências Biológicas- UVA.

INTRODUÇÃO: Candidíases são infecções fúngicas oportunistas superficiais ou

sistêmicas, ocasionadas por leveduras do gênero Candida (FREIRE et al., 2016;

GIORDANI, SANTIN, CLEFF, 2015). A incidência de infecções fúngicas aumentou

significativamente desde a década de 1980, tornando-se um emergente problema de saúde

pública (SONY et al., 2017). As espécies de C. albicans são notadamente as leveduras mais

prevalentes em todo o mundo, sendo os responsáveis por 60% dos isolados de amostras

clínicas. Entretanto, outros agentes etiológicos responsáveis por estas infecções como C.

glabrata, C. tropicalis, C. parapsilosis e C. krusei também contribuem para o

desenvolvimento desta doença (LU et al., 2017; FREIRE et al., 2016). Na terapêutica dessas

infecções, utiliza-se fármacos com atividade antifúngica como os derivados azólicos e

anfotericina B. Entretanto, o uso excessivo dessas drogas propicia o surgimento de leveduras

resistentes, reduzindo a eficácia dos tratamentos. Portanto, a descoberta de novos agentes

antifúngicos de extratos vegetais, mostram-se como terapias alternativas para o tratamento de

candidíase. Uma vez que, os produtos naturais se diferem por apresentar uma diversidade

molecular superior aos sintéticos (FREIRE et al., 2016; ORO et al., 2015). Senna trachypus é

popularmente conhecida como pau-de-besouro ou canafístula-de-bode. Esta espécie é

endêmica do Brasil, com distribuição na maioria do Nordeste e Sudeste brasileiro. Senna

trachypus habita em vegetações como Caatinga e Cerrado, ocorrendo geralmente em

latossolos, em altitudes de 350 a 600 m (QUEIROZ, 2009; SOUZA; BORTOLUZZI, 2015).

OBJETIVOS: Essa pesquisa visa determinar o perfil fitoquímico e avaliar a atividade

antifúngica in vitro do extrato etanólico das folhas e caule de S. trachypus frente a cepas de

Candida spp. MATERIAIS E MÉTODOS: Os materiais vegetais (folhas e caule) de S.

trachypus foram coletados no município de Graça-Ce. Após a coleta os materiais foram

secos durante cinco dias à temperatura ambiente. Após a secagem, o material botânico foi

introduzido em um recipiente de vidro com etanol durante um período de sete dias e

posteriormente o extrato foi concentrado em um evaporador rotativo sob pressão reduzida,

obtendo-se o extrato etanólico das folhas (EEF) e extrato etanólico do caule (EEC)

(MATOS, 2009). Após a preparação dos EEs de S.trachypus, estes foram submetidos a

triagem fitoquímica, de acordo com a metodologia descrita por Matos (2009). Para o ensaio

microbiológico foi utilizada o método da microdiluição em caldo preconizado pelo CLSI

(2008). Foram testadas cinco cepas de Candida spp. (C. albicans ATCC 90028, C. tropicalis

LABIMIC 0109, C. famata LABIMIC 0120, C. krusei URM 6391, C. parapsilosis URM

6951) que foram cultivadas em ágar sabourand a 35ºC por 48. Para preparo do inóculo um

fragmento de Candida foi transferido para tubos de ensaio contendo 9 mL de solução salina.

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Posteriormente as suspensões foram diluídas a 1:2000, com meio RPMI 1640, para obtenção

das concentrações finais do inoculo de aproximadamente 5 x 104 UFC/mL. Para

determinação do CIM o ensaio foi realizado em placas de 96 poços, com forma de “U”

(Placa Elisa). Inicialmente foram distribuídas 100 μL de meio RPMI 1640 em todos os poços

e posteriormente pipetados 100 μL da droga a uma concentração de 64 mg/ml, após isso foi

realizada a técnica de diluição seriada, à partir da retirada de uma alíquota de 100 μL da

cavidade mais concentrada para a cavidade sucessora. Nos orifícios de cada coluna foram

dispensadas alíquotas de 100 μL do inóculo correspondente a cada cepa ensaiada. Como

controle negativo, verificou-se a viabilidade das cepas através da inoculação da suspensão

fúngica em meio RPMI sem a adição de antifúngicos. Foram realizadas leituras para

determinação do CIM com 24h e 48h após o ensaio, onde foi considerado a formação ou não

de aglomerados de células no fundo dos poços da placa. A concentração fungicida mínima

(MFC) foi determinada por subcultura de 100 μL da solução de poços sem turbidez no meio

Ágar Dextrose de Batata, a 28 ° C. Os MFCs foram determinados como a menor

concentração, resultando em nenhum crescimento na subcultura após 48 horas para Candida

spp. (FONTENELLE et al., 2008). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na avaliação

fitoquímica foi observado a presença de flavonas, flavonóis, xantonas e esteroides nos EEs

de S. trachypus. Para os ensaios antifúngicos, o EEC de S. trachypus apresentou CIM de 2,5

mg/mL e MFC de 5,0 mg/mL para C. albicans, C. tropicalis e C. famata. Entretanto, não

houve efeito inibitório para C. parapsilosis e C. krusei. O EEF dessa espécie apresentou

também atividade antifúngica contra C. albicans, C. famata e C. krusei com um MIC de 0,31

mg/mL e MFC de 0,62 mg/mL. Enquanto que para C. parapsilosis e C. tropicalis o MIC foi

de 0,62 mg/mL e MFC de 1,25 mg/mL. Outros ensaios químicos realizados com S. trachypus

detectaram a presença de flavonoides, taninos, antraquinonas, esteroides, triterpenoides,

glicosídeos, fenóis e xantonas em sua composição (SILVA et al., 2014). Embora não tenha

sido encontrado dados na literatura acerca da atividade antifúngica para essa espécie, este

comportamento apresentado por S. trachypus poderá está associado a presença de

flavonoides em sua composição, de modo que há achados na literatura sobre seus efeitos

antimicrobianos (DOUGASANI et al., 2010). CONCLUSÃO: De acordo com os resultados

obtidos, o estudo fitoquímico preliminar revelou a presença de metabólitos secundários em S.

trachypus. Pode-se concluir também que a pesquisa aqui realizada é de cunho relevante,

levando-se em consideração a resistência das leveduras pertencentes ao gênero Candida

frente ao antifúngicos comumente utilizados. Entretanto, é necessário realizar estudos de

cunho toxicológico e clínico como suporte de segurança para o uso destes produtos como

fármacos.

PALAVRAS-CHAVES: Atividades biológicas. Antifúngicos. Senna.

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OCORRÊNCIA DE Staphylococcus COAGULASE POSITIVA NA CARNE

BOVINA MOÍDA COMERCIALIZADA NO MUNÍCIPIO DE SOBRAL, CEARÁ

Luana Brena dos Santos Gama; Antonio Ronaldo da Silva Rufino; Francisco Dirceu Matos

Bezerra; Phâmela Marjoire Gomes Loiola; Maria Gleiciane Soares Coutinho; Anny

Sampaio Silva; Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle

INTRODUÇÃO: O consumo de carne bovina no Brasil aumenta a cada ano e, em

consequência disso, dobram as atenções voltadas à manipulação desse alimento, a fim de que

haja maior controle higiênico-sanitário e menor incidência de micro-organismos patogênicos

(VERONESI e FOCÁCIA, 2009). A qualidade da carne depende da tecnologia empregada

na produção dos animais, abate, processamento, armazenamento, transporte e as condições

de comercialização (JAY, 2005), entretanto o controle microbiológico faz-se necessário para

impedir que micro-organismos se proliferem no alimento nas diversas etapas e,

consequentemente, evitar prejuízos à saúde dos consumidores.A avaliação e identificação de

agentes contaminantes colaboram para efetivas medidas de controle e prevenção, já que

favorecem a produção de alimentos seguros e com menor risco de toxi-infecções

alimentares. OBJETIVO: Objetivou-se avaliar os padrões microbiológicos para

Staphylococcus coagulase positiva na carne bovina moída comercializada em diferentes

estabelecimentos no município de Sobral, Ceará. MATERIAIS E MÉTODOS: As amostras

de carne moída in natura foram coletadas no período de dezembro de 2016 a fevereiro de

2017 em três pontos comerciais distintos como supermercado (A), feira livre (B) e açougue

(C) no município de Sobral, Ceará, totalizando 9 amostras (3 estabelecimentos x 3 períodos).

Foram pesadas 25 g de carne moída e homogeneizadas com 225 mL de solução salina

(0,85%) estéril, constituindo a diluição 10-1

. Em seguida, 1 mL desta diluição foi dissolvida

em 9 mL de solução salina, estabelecendo a diluição 10-2

, procedendo assim até a diluição

10-3

.Para contagem direta em placas, realizado em duplicata, foi inoculado 0,1 mL de cada

diluição na superfície de placas de Ágar Baird-Parker (BP) constituído de gema de ovo com

telurito de potássio. As placas foram incubadas em estufa a 37 °C por 48 horas e, após esse

período, contaram-se as colônias típicas de Staphylococcus aureus caracterizadas por serem

circulares, pretas, pequenas, lisas, convexas, com bordas perfeitas e rodeadas por uma zona

opaca. As colônias típicas foram selecionadas e transferidas para tubos contendo 0,3 mL de

Caldo Infusão Cérebro Coração (BHI), seguidas de incubação em estufa a 37 °C por 24

horas. Posteriormente, para o teste de coagulase, foram colocados 0,3 mL de plasma de

coelho nos tubos contendo BHI e incubados a 37 °C por 6 horas. A presença de coágulo em

todo o conteúdo do tubo foi considerado positivo para Staphylococcus coagulase positiva

(BENNETT e LANCETT, 2001). O resultado das colônias típicas confirmadas foi expresso

como contagem de Staphylococcus coagulase positiva em Unidade Formadora de Colônia

por grama (UFC/g). RESULTADOS E DISCUSSÃO:Os dados para Staphylococcus

coagulase positiva da carne bovina moída apresentaram valores de 1,1 x103 e 9,8 x10

3

UFC/g para supermercado, 2,9 x104 e 3,9 x10

4 UFC/g para feira livre e 3,3 x10

4 e 1,0 x10

4

UFC/g para açougue, demonstrando que as amostras analisadas nos distintos pontos

comerciais encontravam-se impróprias para a comercialização devido à contaminação pelo

agente estafilocócico. Em estudo realizado por Oliveira et al. (2008) sobre as condições

higiênico-sanitárias da carne bovina comercializada em supermercados de João Pessoa - PB,

evidenciaram contagem inferior para Staphylococcus coagulase positiva (<100 UFC/g) ao

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encontrado no supermercado desse estudo, uma vez que a peça bovina inteira apresenta

menor superfície de contato comparado peça bovina moída. Todavia, ambos os produtos

apresentaram resultados consideráveis indicativos de contaminação por Staphylococcus

sp.Marchi et al. (2012) ao avaliarem padrões microbiológicos da carne bovina moída

comercializada em supermercados e açougues de Jaboticabal – SP, apresentaram média de

9,2 x104 para Staphylococcus sp., mostrando que os parâmetros adotados para o controle

higiênico-sanitário foi deficiente. Nesse estudo, os três pontos comerciais analisados também

demonstraram parâmetros higiênico-sanitários deficientes, comprovando que

estabelecimentos de médio a grande porte também podem acarretar sérios problemas de

saúde pública.CONCLUSÃO: As amostras de carne bovina moída dos distinto

estabelecimentos encontram-se contaminadas por Staphylococcus aureus, demonstrando

necessidade de medidas higiênico-sanitárias e boas práticas de manipulação, além de efetiva

fiscalização dos órgãos públicos.

PALAVRAS-CHAVES: açougue, higiene e toxi-infecção alimentar

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BENNETT, R. W.; LANCETT, G. A. Staphylococcus aureus. In US FOOD AND DRUG

ADMINISTRATION (FDA), Bacteriological Analytical Manual. Jan 2001.

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VERONESI, R.; FOCACCIA, R. Tratado de Infectologia. São Paulo, Ed Atheneu, pp. 966-

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ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DE POÇOS

ARTESIANOS LOCALIZADOS NO MUNICÍPIO DE SENADOR SÁ, CEARÁ, NO

ANO DE 2017

Leonardo Costa daSilva;Ana Thais Lira Soares; Andrezza Maria Borges Batista; Júlio César

Sousa Prado; Anny Sampaio Silva; Edinara Maria de França Aguiar; Raquel Oliveira dos

Santos Fontenelle

INTRODUÇÃO: A água subterrânea tem sido uma alternativa bastante utilizada nos

últimos anos por conta da grande problemática de escassez de água. Atualmente, no Brasil,

regiões como o Sertão Nordestino tem sofrido muito com a seca e é onde se percebe um

crescimento abundante com relação as construções de poços artesianos. As águas

subterrâneas, na maioria das vezes provenientes de poços, geralmente são menos

contaminadas por fatores biológicos e químicos do que os mananciais superficiais, pois não

ficam expostas aos diversos agentes poluentes (ECKHARDT et al., 2008). Porém, a

utilização deste recurso é bastante crescente, e consequentemente, aumenta a importância a

cerca da qualidade desses águas. As águas poluídas podem ser fontes de transmissão de

diversas doenças, causadas por organismos patogênicos provenientes de fezes de humanos e

animais (BRASIL, 2007). No Brasil, a legislação vigente que trata de potabilidade da água

para consumo humano e de águas subterrâneas está disposta na Portaria nº 2914, de 12 de

dezembro de 2011, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2011). Os principais agentes

biológicos encontrados nas águas contaminadas são as bactérias patogênicas, vírus, parasitas

e helmintos. Existem também os agentes físico-químicos, que alteram as características da

água como, temperatura, cor, pH e entre outros, que são os compostos nitrogenados e

cloretos, conhecidos por também serem importantes fatores de contaminação por matéria

orgânica. Dentre as várias formas de contaminação hídricas temos as contaminações por

bactérias do grupo coliformes totais e termotolerantes, que formam um grupo de bactérias

bioindicadoras de contaminação de origem fecal. Os coliformes totais são um grupo de

bactérias que contem bacilos gram-negativos, aeróbios ou anaeróbios facultativos, não

formadores de esporos, possuem oxidase negativa, capazes de crescer na presença de sais

biliares ou outros compostos ativos de superfície, com propriedades similares de inibição de

crescimento e que fermentam a lactose com produção de ácidos, aldeídos e gás a 36° C em

24-48 horas. Os coliformes fecais ou coliformes termo tolerantes são bactérias capazes de

desenvolver e/ou fermentar a lactose com produção de gás a 44° C em 24 horas (BETTEGA,

2006). OBJETIVO: Este trabalho visa analisar os aspectos microbiológicos e

parasitológicos da água presente em poços artesianos utilizados pela população do município

de Senador Sá, Ceará, no ano de 2017, considerando os parâmetros dispostos na Portaria nº

2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde. MATERIAIS E MÈTODOS:

As coletas foram feitas conforme as técnicas de coleta descritas pela FUNASA (FUNASA,

2013), sendo coletada três amostras no total. Após a coleta, as amostras permaneceram em

refrigeração até o momento da análise. As análises microbiológicas e parasitológicas foram

realizadas no Laboratório de Microbiologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú

(LABMIC/UVA). Para a avaliação microbiológica, a metodologia utilizada foi a Técnica dos

Tubos Múltiplos, que determina o número mais provável de coliformes presente na amostra,

sendo representados em NMP/100mL. Esta técnica é formada por duas etapas principais: o

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Teste Presuntivo e Confirmatório, e outros testes complementares, que são utilizados para

caracterização e identificação das espécies de bactérias encontradas na amostra. No Teste

Presuntivo, foi avaliado a presença de microrganismos fermentadores de lactose, sendo

utilizado para esta etapa o caldo Lactose Broth (ou Lactosado), onde as amostras foram

diluídas em três diluições: 10¹, 10-1

e 10-2

. Para o Teste Confirmatório, foram utilizados os

meios de cultura Bile Verde Brilhante (BVB) e EC, que determinam a população real de

coliformes totais e termotolerantes, respectivamente. Para a análise parasitológica, seguiu-se

com a técnica de Sedimentação Espontânea, que é basicamente a observação do

sobrenadante límpido resultante da sedimentação do material da amostra, em um período de

24 horas. Após o período de sedimentação, coletou-se 10 mL do sedimento e adicionou-se 3

mL da solução de sulfato de zinco a 33% para possibilitar a flutuação das estruturas

parasitárias que serão observadas em microscópio para a identificação das espécies.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na avaliação parasitológica de todas as amostras,

utilizando a técnica de Sedimentação Espontânea, não foram encontrados nenhum parasita,

protozoário ou ovos de helmintos, sendo portanto, livre de microrganismos parasitas. Quanto

a análise microbiológica, os coliformes totais apresentaram números entre 6 NMP/100mL e

280 NMP/100mL, e os coliformes termotolerantes, entre < 2 NMP/100 mL e 17

NMP/100mL. Observou-se também, através dos testes complementares, a presença de

espécies como: Proteus vulgaris, Enterobacter agglomerans, Serratia marcescens, Serratia

liquefaciens e outras 3, não identificadas de acordo com a literatura. Segundo Colvara et al.

(2009), o elevado percentual de contaminação na zona urbana e rural é devido a vários

fatores, sobretudo poços que geralmente apresentam localização inadequada, falta de

manutenção e cuidado antes de utilizar a água para consumo humano. CONCLUSÃO:

Diante dos resultados da avaliação microbiológica, duas amostras, encontraram-se positivas

para coliformes totais e termotolerantes, estando fora dos padrões microbiológicos descritos

na Portaria N° 2914/2011 (BRASIL,2011). Apenas uma das amostras encontrou-se dentro

dos padrões microbiológicos comparados com a legislação vigente, não apresentando

bactérias do grupo coliformes. Portanto, 2/3 das amostras apresentam resultados

insatisfatórios segundo os parâmetros dispostos na legislação vigente. Quanto a análise

parasitológica, não foram observados nenhum tipo de microrganismo parasita. A água como

importante meio de veiculação hídrica para microrganismos e compostos químicos, deve

receber a devida atenção quanto a sua qualidade, devido a presença de diversos tipos

contaminantes químicos, físicos e biológicos que possuem características patogênicas,

podendo trazer sérios riscos à saúde da população usuária dessas fontes. Sendo portanto,

muito importante a avaliação da qualidade da água para evitar problemas epidemiológicos

futuros.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ECKHARDT, R. R.; DIEDRICH, V. L., FERREIRA, E. R.; STROHSCHOEN, E.;

DEMAMAN, L. C. Mapeamento e avaliação da potabilidade subterrânea do município

de Lajeado, RS, Brasil. Ambiente e Água – Na Interdisciplinary Journal of Applied Science,

São Paulo, v. 4, n. 1, p. 58-80, 2008.

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BRASIL. Portaria nº 2914 de 12 de dezembro de 2011. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

BETTEGA, J. M. P. R., et al. Métodos analíticos no controle microbiológico de água para

consumo humano. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cagro/v30n5/v30n5a19.pdf>.

Acesso em: 19 de Set. de 2017.

FUNASA. Manual prático de análise de água. Disponível em:

<http://www.funasa.gov.br/site/wpcontent/files_mf/manual_pratico_de_analise_de_agu

a_2.pdf>. Acesso em: 19 de Set. de 2017.

COLVARA, J. G.; LIMA, A. S.; SILVA, W. P. Avaliação da contaminação de água

subterrânea em poços artesianos no sul do Rio Grande do Sul. Brazilian Journal of Food

Technology, Campinas, II SSA, 2009. Disponível em:

<http://bjft.ital.sp.gov.br/artigos/especiais/especial_2009/v11_edesp_03.pdf>. Acesso em: 24

de Setembro de 2017.

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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO ÓLEO ESSENCIAL DAS

FOLHAS DA Wedelia vilosa Gardner

Marcílio Matos Ferreira1 Andréa Maria Neves

2; Laressa Cristyne dos Santos Gomes

3;

Maria da Conceição Araújo Mesquita3; Júlio Cesar Sousa Prado

3; Anny Sampaio Silva

4;

Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle5

1Estudante do Curso de Ciências Biológicas- UVA;

2Estudante do Curso do Mestrado

Acadêmico em Recursos Naturais – CCT- UECE; 3Estudante do Curso de Ciências

Biológicas- UVA; 4Pós- graduanda em Análise Clínicas- UCAM;

5Professora do Curso

de Ciências Biológicas- UVA.

INTRODUÇÃO: Wedelia vilosa Gardner pertencente à família Asteraceae. É uma planta

herbácea e nativa do Brasil sendo amplamente encontrada em áreas úmidas e com

distribuição e ocorrência nas regiões do Nordeste e Sudeste brasileiro. Os óleos essenciais

são compostos voláteis e de característica odorífera. Estes compostos são produzidos pelos

metabólitos secundários dos vegetais apresentando propriedades cosméticas e terapêuticas

bastante utilizadas. A ação antimicrobiana apresentada por estes compostos está relacionada

às propriedades químicas contidas em sua composição como terpenóides, compostos

fenólicos e monoterpenos (GILLES et al., 2010. SIMÕES et al. 2007. Os óleos essenciais

apresentam diversas propriedades biológicas como, atividade fungicida (CARMO et al.,

2008) e antitumoral. (SILVA, 2008). A terapêutica convencional é insuficiente aos

tratamentos em muitas doenças provocadas por fungos, devido à função de baixa amplitude

das drogas antimicrobianas, e pelo o seu alto custo e também pela sua longa duração no

tratamento. Diante disso, busca-se o uso de novas substâncias, que possibilite a inclusão de

produtos naturais, como os óleos essenciais, como agentes com potencial ação antifúngica.

(SILVA et al., 2008). A candidíase é uma micose, causada principalmente pelas leveduras do

gênero Candida. Em muitos casos dependendo da lesão, esta pode ser branda, aguda ou

crônica, superficial ou profunda, e de espectro clínico bem variável. A C. albicans é o

principal agente de candidíases. Estudos demostram que 60 % dos isolados de amostras

clínicas são desta espécie, uma vez que a mesma faz parte da microbiota humana, sendo um

patógeno fúngico oportunista. No entanto, algumas considerações devem ser levadas em

conta, de modo que, na literatura encontram-se muitos outros agentes da candidíase, como

por exemplo: C. tropicalis, C. parapsilosis, C. krusei, C. guilliermondii, C. glabrata, C.

kefyr, C. lusitaniae, C. viswanathii, C. famata, dentre outras, da qual todas estas espécies são

isoladas em casos clínicos (NAGLIK et al., 2003; CHAVES; CAVALVANTI, 2003).

OBJETIVO: O presente trabalho tem como finalidade verificar a atividade antifúngica do

óleo essencial das folhas da wedelia villosa. MATERIAIS E MÉTODOS: As folhas da

wedelia villosa foram coletadas no município de sobral-Ce. O material foi incorporado no

acervo do Herbário Prof. Francisco José de Abreu Matos da Universidade Estadual Vale do

Acaraú-UVA. A extração do óleo essencial foi feita por meio do método de hidrodestilação

com uso do aparelho tipo Clevenger, com duração de 2 horas. Ao final da extração foi

realizada a medição do volume do óleo e a sua armazenagem em recipiente de vidro âmbar

com condicionamento refrigerado para as análises posteriores. As análises microbiológicas

foram realizadas no Laboratório de Microbiologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú

(LABMIC/UVA). Foram utilizadas quatros cepas fúngicas de Candida spp. para as análises.

A concentração inibitória mínima (CIM) foi determinada pelo método descrito pelo

documento Clinical and Laboratory Standards Institute-CLSI (CLSI M27-A2, 2008),

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enquanto que a concentração fungicida mínima (CFM) foi de acordo com (FONTENELLE et

al., 2007). O óleo essencial foi preparado em óleo mineral. Foram inoculados 100 µL de

meio RPMI, em placas de 96 poços, seguidos de 100 µL da amostra, a qual foi adicionada à

primeira coluna dos micropoços e feitas diluições seriadas num intervalo de concentração de

5 a 0,009 mg.mL-1

. Posteriormente, foram adicionados 100 µL do inóculo em todos os poços

perfazendo um volume final de 200 µL por poço. O CIM é definida como a menor fração-

teste capaz de inibir o crescimento fúngico visualmente detectado. A concentração fungicida

mínima (CFM) correspondeu como a menor concentração que resultou em um não

crescimento fúngico após 2 dias para Candida spp. (FONTENELLE et al., 2007,

FONTENELLE et al., 2008). RESULTADOS E DISCUSSÃO: O óleo essencial não

apresentou nenhuma atividade antifúngica frente às cepas de Candida albicans, C. famata,

C. krusei, e C. tropicalis. Para a espécie não há relato na literatura de atividade antifúngica

do óleo essencial, sendo este trabalho pioneiro em descrever pela primeira vez a atividade in

vitro do óleo essencial das folhas da wedelia vilosa frente às cepas de Candidas sp. Segundo

SARTORI, (2002) o extrato hidro alcoólicos das flores da wedelia paluda não demostrou

nenhuma atividade contra as leveduras C. albicans, C. tropicalis, Cryptococcus neoformans;

Saccharomyces cerevisiae, e nem para os filamentosos Aspergillus fumigatus; Aspegillus

flavus; Aspergillus niger e Microsporum gypseum. Porém o extrato wedelia villosa foram

coletadas no município de sobral-Ce. O material foi incorporado no acervo do Herbário Prof.

Francisco José de Abreu Matos da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA. A extração

do óleo essencial foi feita por meio do método de hidrodestilação com uso do aparelho tipo

Clevenger, com duração de 2 horas. Ao final da extração foi realizada a medição do volume

do óleo e a sua armazenagem em recipiente de vidro âmbar com condicionamento

refrigerado para as análises posteriores. As análises microbiológicas foram realizadas no

Laboratório de Microbiologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (LABMIC/UVA).

Foram utilizadas quatros cepas fúngicas de Candida spp. para as análises. A concentração

inibitória mínima (CIM) foi determinada pelo método descrito pelo documento Clinical and

Laboratory Standards Institute-CLSI (CLSI M27-A2, 2008), enquanto que a concentração

fungicida mínima (CFM) foi de acordo com (FONTENELLE et al., 2007). O óleo essencial

foi preparado em óleo mineral. Foram inoculados 100 µL de meio RPMI, em placas de 96

poços, seguidos de 100 µL da amostra, a qual foi adicionada à primeira coluna dos

micropoços e feitas diluições seriadas num intervalo de concentração de 5 a 0,009 mg.mL-1

.

Posteriormente, foram adicionados 100 µL do inóculo em todos os poços perfazendo um

volume final de 200 µL por poço. O CIM é definida como a menor fração-teste capaz de

inibir o crescimento fúngico visualmente detectado. A concentração fungicida mínima

(CFM) correspondeu como a menor concentração que resultou em um não crescimento

fúngico após 2 dias para Candida spp. (FONTENELLE et al., 2007, FONTENELLE et al.,

2008). apresentou atividade exclusivamente para os dermatófitos Trichophyton rubrum e T.

mentagrophytes. CONCLUSÃO: De acordo com as analises microbiológicas a espécie de

Wedelia vilosa não apresentou atividades, entretanto ela é uma planta da caatinga que tem

poucas pesquisas que demonstre seu potencial bioativo desta espécie e que, portanto novas

pesquisas são necessárias acerca de outras atividades biológicas.

PALAVRAS-CHAVES: Wedelia vilosa, Óleo essencial; Atividade antifúngica;

Microdiluição em caldo.

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FONTENELLE, R. O. S.; MORAIS, S. M.; BRITO, É. H. S.; BRILHANTE R.S. N.;

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ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017

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TUBERCULOSE: ASPECTOS DA INFECÇÃO CAUSADA POR Mycobacterium

tuberculosis NA POPULAÇÃO DE SOBRAL, NO ESTADO DO CEARÁ NO

PERÍODO DE 2012-2016

Anderson Braga Rodrigues¹; Sabrina Fuziger Brandão¹; Karla Karoline Frota da Silva¹; Isana

Mara Aragão Frota² ([email protected])

¹Graduação em Biomedicina - UNINTA; 2 Professora e orientadora do curso de Biomedicina

UNINTA

INTRODUÇÃO: A Tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria

Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch, um bastonete delgado (Tortora, 2012). Os

bastonetes crescem lentamente (18 horas de tempo médio entre cada geração) pois o seu

metabolismo é voltado especialmente para a construção da capsula que o protege de agentes

químicos, diferentemente da maioria das bactérias. Na superfície de um meio liquido seu

crescimento parece ter a forma de um bolor, o que sugeriu o nome do gênero Mycobacterium

(myco = fungo), gênero esse que é constituído por bacilos retos ou ligeiramente curvos com

dimensões que variam entre 0,2 e 0,6μ por 1 e 10 μ, imóveis e não formadores de esporos

(Veronesi, 2015). No ano de 2015, em todo o mundo, ocorreram cerca de 10,4 milhões de

novos casos de Tuberculose. Desses, 1,4 milhões de pessoas foram à óbito e atualmente é a

doença infecciosa que mais mata no mundo segundo o relatório global de Tuberculose da

Organização Mundial da Saúde (OMS) do ano de 2016. O M. tuberculosis não se apresenta

livre na natureza, dependendo do parasitismo, sua transmissão ocorre principalmente por via

aérea, facilitada pela aglomeração humana. Por ser aeróbico obrigatório, infecta

principalmente os pulmões (tuberculose pulmonar) pelo fato de a presença do oxigênio

favorecer a sua multiplicação e a ligação do órgão com o meio externo favorecer a

transmissão, porém podendo se alastrar para além dos pulmões em áreas como: ossos,

meninges, rins e linfócitos (tuberculose extrapulmonar). OBJETIVO: Realizar um

levantamento dos casos de Tuberculose na cidade de Sobral-CE nos anos de 2012 a 2016,

fazendo um comparativo com os casos ocorridos no estado do Ceará. MATERIAIS E

MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, documental com abordagem quantitativa

realizado no município de Sobral – CE. A coleta dos dados ocorreu no mês de setembro do

ano de 2017 no Centro Epidemiológico de Sobral, buscando dados que registrasse a situação

epidemiológica da Tuberculose no município de Sobral no período de 2012 a 2016. As

variáveis abordadas na coleta de dados em Sobral foram separadas em duas categorias, tipo

de entrada e situação de encerramento. A primeira categoria teve as seguintes variáveis:

Casos novos, Recidiva, Reingresso após abandono e pós óbito, já a segunda categoria teve as

seguintes variáveis: Cura, Abandono, óbito por tuberculose. A outra parte dos dados foram

coletados do Boletim Epidemiológico de Tuberculose do Estado do Ceará publicado no mês

de abril de 2017. As variáveis estudadas a partir do Boletim Epidemiológico de Tuberculose

do Estado do Ceará foram: Casos novos, cura, abandono. RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Entre os anos de 2012 e 2016 foram notificados 866 casos na categoria de tipos de entradas,

em que foram encontradas da seguinte forma: no ano de 2012 foram notificados ao total 189

casos de tipo de entrada, sendo que 158 (83,60%) casos novos, 19 (10,05%) casos de

reincidência, 12 (6,35%) casos de reingresso após abandono, e 0 (0%) casos de pós-óbito. No

ano de 2013 foram notificados ao total 164 casos de tipo de entrada, sendo que 139 (84,76%)

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casos novos, 14 (8,54%) casos de reincidência, 11 (6,70%) casos de reingresso após

abandono e 0 (0%) casos de pós-óbito. No ano de 2014 foram notificados ao total 168 casos

de tipo de entrada, sendo que 134 (79,76%) foram casos novos, 11 (6,55%) casos de

reincidência, 23 (13,69%) casos de reingresso após abandono e 0 (0%) casos de pós-óbito.

No ano de 2015 foram notificados ao total 183 casos de tipo de entrada, sendo que 162

(88,52%) foram de casos novos, 12 (6,56%) casos de reincidência, 9 (4,92%) reingressos

após abandono e 0 (0%) de pós óbito. No ano de 2016 foram notificados 162 casos de tipo de

entrada, sendo que 140 (86,42%) foram de casos novos, 14 (8,64%) casos de reincidência, 7

(4,32%) casos de reingresso após abandono e 1 (0,62%) pós-óbito. Nos anos de 2013 e 2014

com relação ao ano de 2012 e no ano de 2016 em relação ao ano de 2015 ocorreu um

declínio de casos novos de tuberculose, porém cabe uma reflexão no sentido de buscar

entender se o declínio de novos casos se deu em decorrência da diminuição dos casos em si

ou se deu em decorrência da deficiência do sistema público de saúde no aspecto de busca de

novos casos e consequentemente um diagnóstico precoce. Em relação aos casos de

reincidência percebe-se que comparando ao número total de entradas ele se manteve com

pouca variação, porém junto com as entradas de reingresso após abandono se torna algo

preocupante pois gera um estado de alerta com relação ao tratamento, pois o paciente pode

vir a criar um tipo de infecção resistente e agravar o seu quadro, bem como também

transmitir essa resistência. Um fato interessante que cabe ressaltar nessa pesquisa é que

dentre essa série histórica de 5 anos é que só ocorreu um caso de entrada de pós-óbito, que é

o caso que o paciente falece antes mesmo de receber o resultado da confirmação da doença.

Entre os anos de 2012 e 2016 foram notificados 792 casos na categoria de situação de

encerramento, em que foram encontradas da seguinte forma: no ano de 2012 foram

notificados ao total 180 casos de encerramento, sendo que 155 (86,11%) foram de cura, 16

(8,89%) abandonos, 9 (5%) óbitos por tuberculose. No ano de 2013 foram notificados ao

total 145 casos, sendo que 115 (79,31%) foram de cura, 25 (17,24%) abandonos, 5 (3,45%)

óbitos por tuberculose. No ano de 2014 foram notificados ao total 156 casos, sendo que 128

(82,05%) casos foram por cura, 22 (14,10%) abandonos, 6 (3,85%) óbitos por tuberculose.

No ano de 2015 foram notificados ao total 174 casos, sendo que 152 (87,36%) foram de

cura, 15 (8,62%) abandonos, 7 (4,02%) óbitos por tuberculose. No ano de 2016 foram

notificados ao total 137 casos, sendo que 121 (88,32%) foram de cura, 11 (8,03%)

abandonos, 5(3,65%) óbitos por tuberculose. Em relação aos casos de encerramento da

Tuberculose, observou-se que em todos os anos prevaleceram largamente os números de

casos que atingiram a cura, demonstrando que os pacientes estão tendo um correto

acompanhamento por parte dos profissionais de saúde. Os casos de abandono também

aparecem de forma considerável, registrando 8,89% como média dos abandonos em relação

ao total de casos de encerramento, o que causa uma certa preocupação, pois implica na

persistência da fonte de infecção, além de facilitar o desenvolvimento de cepas resistentes.

Observou-se também que a porcentagem de curas mediante a casos novos, chegou a ser em

2015 de 93,83% (152/162), em contrapartida o Ceará nesse mesmo período registrou 59,93%

(2089/3486), o que significa que Sobral esteve bem afrente nesse período. Em relação a

porcentagem de abandonos mediante a casos novos, Sobral, no período de 2012 a 2016 ficou

bem acima (12,14% média de 2011 a 2016) do que a média estipulada pelo Ministério da

Saúde que seria de 5% ao ano, porém a série história demonstrou que os casos de

abandono/casos novos vem diminuindo ao longo dos anos, 2012 (10,13%, 2013 (17,99%),

2014 (16,42), 2015 (9,26%), 2016 (7,86%), nota-se que o ano de 2013 foi um ano atípico

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pelo fato de a quantidade de abandonos ter se acentuado bastante em relação ao número de

curas e isso pode ter ocorrido por diversos fatores, alguns autores associam o abandono a

melhora clinica nos primeiros meses após o tratamento, o que induz ao paciente a se

autodeterminar curado, levando muitas vezes a abandonar o tratamento (Vieira AA, 2008).

Outros autores citam aspectos sociais, culturais e por muitas vezes são bastantes complexos e

diversos, nesse contexto, o diálogo e o foco na relação profissional-paciente podem se

apresentar como recursos transformativos das práticas de cuidado e autocuidado,

possibilitando a construção de ações numa perspectiva mais integral e corresponsável

(Camargo-Borges, 2008). CONCLUSÃO: O estudo possibilitou conhecer o perfil da

tuberculose no município de Sobral – CE nos anos de 2012 a 2016, onde foi possível analisar

a distribuição dos casos, identificando os tipos de entrada no SINAN e a situação de

encerramento dos casos. Em relação aos tipos de entrada, observou-se a predominância de

casos novos e percebeu-se que os profissionais de saúde estão atuando de forma satisfatória

no que diz respeito a busca ativa dos sintomáticos respiratórios. Notou-se também que o

percentual de abandonos em Sobral está bem acima do que o estipulado pelo Ministério da

Saúde que é de 5%, o que gera uma grande preocupação pois o abandono ao tratamento pode

gerar uma resistência ao medicamento tomado e por consequência a transmissão dessa

resistência por meio do ar e um outro ponto importante que vale ressaltar é que quanto menor

a taxa de abandono maior a taxa de cura. Por fim, acredita-se que a detecção precoce do

problema, bem como a aplicação do tratamento adequado, seria a estratégia mais eficaz para

o controle da doença.

PALAVRAS-CHAVES: Mycobacterium tuberculosis; tuberculose; aspectos

microbiológicos

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitarias: Guia de Bolso. 7ª edição.

Brasília, 2009a. CID 10: A15 a A19. Caderno 7.

MELO, F.A.F. et al. Tuberculose. In: VERONESI, R.F. et al. Tratado de Infectologia. 5 ed.

Volume 1. São Paulo: Editora Atheneu. 2015. Capítulo 66, p.1407-1410.

TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, CL. Microbiologia. 10. ed., Porto Alegre: Artmed,

2012.

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PESQUISA DE Salmonella spp. EM QUEIJOS DE COALHO COMERCIALIZADOS

NO MUNICÍPIO DE SOBRAL - CE Efigênia Cordeiro Barbalho

1, Maria Gleiciane Soares Coutinho

2, Senndya Brendel Sales do

Nascimento3, Dougliane Gomes de Souza

4 , Luziane da Conceição Monteiro Gomes

5 ,

Edinara Maria de França Aguiar6 , Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle

7

1,5,6

Discentes no Curso de Ciências Biológicas,2Mestranda em Rescursos naturais (UECE),

3,4Graduação em Ciências Biológicas,

7Orientadora/Professora adjunto do Curso de Ciências

Biológicas, Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), Sobral-CE, Brasil.

INTRODUÇÃO: A Salmonella spp. pertence a família Enterobacteriaceae, gram-negativa,

se apresenta em forma de bastonete, não esporulada, anaeróbia facultativa, seu habitat natural

é o trato intestinal de humanos e de outros animais (SILVA; JUNQUEIRA, 2007). A maioria

das espécies de Salmonella são patogênicas para humanos, as principais infecções causadas

por esse micro-organismo são associadas ao consumo de alimentos contaminados

(SHINOHARA et al., 2008). Em queijo, essa bactéria mantém-se viável por longo período

de tempo (MODI et al., 2001). Os queijos por apresentarem alto pH e elevado teor de

proteína e de outros nutrientes, constituem uma excelente fonte de energia, criando

condições favoráveis para o desenvolvimento de vários micro-organismos. (BORGES et al.,

2003). OBJETIVOS: Este trabalho objetivou pesquisar Salmonella spp. em queijos de

coalho comercializados em supermercados e mercado público do município de Sobral - CE.

MATERIAIS E MÉTODOS: Para realização da análise microbiológica foram realizadas

três coletas em três supermercados e três feiras do mercado público no município de Sobral -

CE, totalizando dezoito amostras. A determinação de Salmonella spp. foi realizada pelo

método convencional através de três etapas, enriquecimento, isolamento e identificação

(MARCHETTO et al., 2013). Inicialmente pesou-se 25 g de cada amostra de queijo de

coalho e homogeneizou-se em 225 mL de Caldo Lactosado (CL), posteriormente foram

incubadas em estufa bacteriológica a 37 °C por 24 horas. Para a etapa de enriquecimento,

foram utilizados 9 mL Caldo Tetrationato (CTt) e 9 mL de Caldo Rapapport (CR), para onde

foram transferidos 1 mL do inoculo contido no meio CL. Em seguida colocou-se em banho-

maria a 42 °C durante 24 horas. Depois do período estipulado, uma alíquota dos meios CTt e

CR foram semeadas em placas contendo os meios: Salmonella Shigella Ágar (SS) e Bismuth

Sulfite Ágar (BSA), incubados em estufa a 37 °C por 24 horas. Ao passar 24 horas procedeu-

se o isolamento das colônias presentes nas placas contendo meio SS e BSA, essas foram

semeadas em meio Ágar Ferro Tríplice Açúcar (TSI) e Ágar Lisina Ferro (LIA), submetidos

a incubação a 37 °C durante 24 horas. Após esse período efetuou-se a identificação através

das características observadas no meio de cultura. Para identificação no meio TSI, pode

ocorrer à produção de H2S, deixando o meio com precipitação de coloração preta ou

fermentação da glicose, produção de H2S e alcalinidade na superfície do meio. A presença de

Salmonella spp. no meio LIA pode ser observada quando o mesmo apresentar fundo e rampa

alcalinos (coloração púrpura) com produção de H2S (escurecimento no meio), pode também

haver ausência de produção de H2S. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com as

análises das amostras coletadas no mercado público, observou-se que 77,8% das amostras

tiveram a presença de Salmonella spp. Já nas amostras provenientes dos supermercados, a

ocorrência de Salmonella spp. foi observada em 88,9% das amostras. Ou seja, houve uma

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prevalência da presença de Salmonella spp. nas coletas realizados tanto no supermercado

quanto no mercado público. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) por

meio da RDC n°12, de 2 de janeiro de 2001, estabelece ausência de Salmonella/25 g para

queijo coalho (BRASIL, 2001). Dessa forma os queijos comercializados em Sobral - CE

estão impróprios para o consumo. Vista isso, o consumo de queijo coalho deve ser motivo de

preocupação para as autoridades da região onde ele é produzido devido ao alto nível de

contaminação por agentes patogênicos (SOUSA et al., 2014). Na Região Nordeste o queijo

coalho é um dos produtos mais difundidos, principalmente nos estados do Ceará,

Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, participando consideravelmente da economia

local. Portanto, essa contaminação do queijo coalho pode ser determinada devido às

condições precárias de higiene dos manipuladores, dos utensílios e do local de elaboração

(FREITAS et al., 2013). CONCLUSÃO: O queijo coalho comercializado no município de

Sobral - CE são impróprios ao consumo, visto que, a presença de Salmonella spp. foi

recorrente na maioria das amostras análisadas. Diante disso, conclui-se que existe uma

deficiência na higiene desses alimentos.

PALAVRAS-CHAVES: Contaminação; queijo; consumo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS::

BORGES, F. M. ; FEITOSA, T. ; NASSU, R. T. ; MUNIZ, C. R. ; AZEVEDO, E. H. F. ;

FIGUEIREDO, E. A. T. Microrganismos patogênicos e indicadores em queijo coalho

produzido no estado do ceará, Brasil. B. CEPPA, Vol. 21, n. 1, p. 31-40. Curitiba, 2003.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Resolução RDC nº 12, de 02 de janeiro de 2001. Regulamento técnico sobre os padrões

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p. 45-53.

FREITAS, W. C. ; TRAVASSOS, A. E. R.; MACIEL, J. F. Avaliação microbiológica e

físico-química de leite cru e queijo de coalho produzidos no estado da Paraíba. Revista

Brasileira de Produtos Agroindustriais, v. 15, n. 15, p. 35-42, 2013.

MARCHETTO, A.P.; FLORES, M.; REZENDE, C. Avaliação do teste imunenzimático na

detecção de Salmonella sp. em carcaças de frango resfriadas. Revista Higiene Alimentar, v.

27, n. 222/223, p. 110-113, 2013.

SHINOHARA, N. K. S.; BARROS, V. B.; JIMENEZ, S. M. C.; MACHADO, E. C. L.;

DUTRA, R. A. F.; FILHO, J. L. L. Samonella spp., importante agente patógeno veiculado

em alimentos. Revista Ciências & Saúde Coletiva, v. 13, n. 5, p. 1675-1683, 2008.

SILVA, N.; JUNQUEIRA, V. C. A. Manual de métodos de análise microbiológica de

alimentos. São Paulo: Livraria Varela. 3. ed. 2007. 552 p.

SOUSA, A. Z. B. ; ABRANTES, M. R. ; SACAMOTO, S. M. ; SILVA, J. B. A. ; LIMA, P.

O. ; LIMA, R. N. ; ROCHA, M. O. C. ; PASSOS, Y. D. B. Aspectos físico-químicos e

microbiológicos do queijo tipo coalho comercializado em estados do nordeste do Brasil.

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Arquivo do Instituto Biológico, v. 81, n. 1, p. 30-35, 2014.

MODI, R.; HIRVI, Y.; HILL, A.; GRIFFITHS, M.W. Effect of phage on survival of

Salmonella enteritidis during manufacture and storage of cheddar cheese made from raw and

pasteurized milk. Journal Food Protection, v .64, n. 7, p. 927-933, 2001.

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PERFIL DE SUSCEPTIBILIDADE ANTIMICROBIANA DE Staphylococcus spp.

COAGULASE POSITIVA ISOLADOS EM ALIMENTOS

Dougliane Gomes de Souza¹; Anny Sampaio Silva²; Samuel Souza Oliveira³; Senndya

Brendel Sales do Nascimento4; Edinara Maria de França Aguiar

5; Luziane da Conceição

Monteiro Gomes6; Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle

7

1,2,4

Graduadas em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Vale do Acaraú; 3,5,6

Graduandos em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Vale do Acaraú; 7Docente Doutora na Universidade Estadual Vale do Acaraú.

INTRODUÇÃO: A evolução dos antibióticos é um assunto bem abordado em diversos

meios científicos, visto que a historia é longa, apresentando relatos desde o século XVII.

Entretanto, o marco da história dos antimicrobianos ficou por conta de Fleming, após

acidentalmente descobrir a Penicilina nos anos de 1928, que acabou sendo utilizada em larga

escala durante a 2º Guerra Mundial, revolucionando o tratamento médico, ocasionando a

redução da mortalidade por enfermidades causadas por bactérias. Desde então, os

antibióticos ficaram conhecidos como substâncias inibitórias do crescimento bacteriano. O

uso indiscriminado dos antibióticos ocorre desde sua descoberta até os dias atuais, e esse uso

desenfreado vem ocasionando um processo de resistência bacteriana, em que esses micro-

organismos desenvolvem mecanismos de resistência, que vão desde adaptações evolutivas a

mutações genéticas, ocorrendo um aumento significativo de cepas Staphylococcus aureus

meticilina resistente (MRSA) (SILVEIRA et al., 2006). A bactéria Staphylococcus é um

micro-organismo gram-positivo, não esporulado, pertencente à família Micrococcae que se

encontra anatomicamente na forma esférica, podendo se apresentar em cadeias curtas ou

agrupadas com aspecto de cachos de uva. Tal bactéria é aeróbia ou anaeróbia facultativa,

colonizadora da flora natural da pele humana e de outros sítios anatômicos, que em

determinadas ocasiões pode tornar-se patogênica. OBJETIVOS: Diante do exposto, a

presente pesquisa teve como objetivo avaliar o perfil de susceptibilidade de cepas de

Staphylococcus coagulase positiva isoladas em alimentos. MATERIAIS E MÉTODOS:

Foram avaliadas 10 cepas isoladas em alimentos, no período de março a abril de 2017. As

amostras foram retiradas do banco de micro-organismos do Laboratório de Microbiologia –

LABMIC da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA da cidade de Sobral. Foram

utilizados métodos convencionais para o isolamento e identificação das colônias de

Staphylococcus aureus, tais como coloração de Gram, prova de coagulase e teste de catalase

positiva. Os testes de sensibilidade aos antimicrobianos foram realizados pela técnica de

difusão em ágar, seguindo os procedimentos padronizados pelo Manual Clinical and

Laboratory Standards Institute – CLSI. Para a realização do teste em difusão em ágar foram

utilizadas 4 antimicrobianos diferentes, que incluíam drogas do grupo ß – lactâmicos

pertencentes ao subgrupo Penicilinas (Amoxicilina) e o subgrupo das Cefalosporinas

(Cefalotina, Cefazolina e Cefepima). Em placas estéreis contendo 40 mL de Ágar Mueller

Hinton foram confeccionados 04 poços de 6 mm de forma equidistantes, em seguida as

mesmas foram previamente inoculadas com as cepas em suspenção de 5x105 UFC/mL de

acordo com a escala de McFarland, posteriormente os poços foram preenchidos com 50 µL

de cada droga a ser testada. Logo após o período de incubação de 24 horas em estufa

bacteriológica à 36ºC, calculou-se o diâmetro médio dos halos de inibição de crescimento em

milímetros. Através desse método é possível avaliar o grau de sensibilidade dos micro-

organismos testados frente a determinadas drogas sendo disponível classificá-los como

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sensíveis, intermediários ou resistentes (OSTROSKY, 2008).RESULTADOS E

DISCUSSÃO: Na análise da dimensão dos halos de inibição as cepas foram classificadas

como sensíveis, intermediários ou resistentes. Das 10 (100%) cepas isoladas, oito (80%)

apresentaram-se sensíveis as drogas utilizadas na pesquisa, porém duas (20%) apresentaram

resistência diante a Amoxicilina. De acordo com (VERONESI; FOCÁCIA, 2009), Estes

resultados podem ser atribuídos talvez ao uso inadequado de antibióticos que leva a

ocorrência de resistência. CONCLUSÃO: De acordo com os resultados obtidos, o estudo

revelou a necessidade da cautela diante do uso indiscriminados dos antibióticos. Pois, o uso

desenfreado dessa droga diminui a atividade inibitória destes importantes medicamentos,

favorecendo a proliferação de micro-organismos resistentes.

PALAVRAS-CHAVES: Antibióticos. Bactérias. ß-lactâmicos. Cefalosporin

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE. Reference Method for

Broth Dilution Antifungal Susceptibility Testing of Yeasts (Approved Standard Document

M27. CLSI), vol. M27-A3, third ed. Clinical and Laboratory Standards Institute, Wayne,

PA, 2008.

OSTROSKY, E. A.; MIZUMOTO, M. K.; LIMA, M. E.L.; KANEKO, T. M.;

NISHIKAWA, S. O.; FREITAS, B. R. Métodos para avaliação da atividade antimicrobiana e

determinação da concentração mínima inibitória (CMI) de plantas medicinais. Revista

brasileira de Farmacologia. v. 18, n. 2, p. 301-307, 2008.

SILVEIRA, G. P.; NOME, Faruk; GESSER, José Carlos; SÁ, Marcus Mandolesi. (Corrigir

igual a referência à cima) Estratégias utilizadas no combate à resistência bacteriana.

Química Nova, v. 29, n. 4, p, p, 844-855, 2006.

VERONESI, R.; FOCACCIA, R. Tratado de Infectologia. São Paulo, Ed Atheneu, p. 966-

970, 2009.

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ESTUDO SOBRE A LEPTOSPIROSE ENTRE EM HOMENS E MULHERES NA

CIDADE DE FORTALEZA – CE NO PERÍODO DE 2011 A 2015

Gleison Anderson Sena Timbó1; Alexandre Rocha Tavares

1, GabrielaAlves Mendes Gomes

1, ISANA MARA ARAGÃO

2

¹Graduação em Biomedicina UNINTA 2 Professora orientadora Curso biomedicina UNINTA

INTRODUÇÃO: A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda, potencialmente

grave, causada por uma bactéria presente principalmente na urina dos ratos de esgotos e de

outros animais como pombos e baratas, a Leptospira interrogans, que é uma espécie de

bactéria espiroqueta, gram-negativa, aeróbica obrigatória, com flagelos periplásmicos.

Quando vista através de um microscópio óptico se assemelha a um ponto de interrogação, e

isso dá a espécie seu nome. Essa bactéria penetra no corpo através do contato com a pele

ferida ou mucosa, como olhos, nariz, boca e órgãos genitais, ou através da pele íntegra após

horas de imersão em águas contaminadas. Essa doença apesar de poder ser grave, tem boas

chances de cura quando a pessoa recebe o tratamento adequado, indicado pelo médico. No

entanto, quando o tratamento não é realizado a pessoa pode morrer por hemorragia

pulmonar. É importante tratar esta doença com os medicamentos adequados porque a

leptospirose não se cura sozinha. Acomete pessoas de todas as idades e é mais comum nas

populações com piores condições de saneamento básico. O animal contaminado elimina a

bactéria em sua urina, contaminando o solo e água. A L.interrogans é capaz de sobreviver

por muito tempo em ambientes úmidos, porém, morre rapidamente em ambientes secos.

Entre os humanos, a principal fonte de transmissão são os ratos de esgoto. A infecção ocorre

geralmente após o consumo de líquidos e alimentos e também por contato direto da pele –

principalmente se houver feridas – com água contaminada pela urina destes roedores. Quanto

mais prolongado for o contato com a pele, maior o risco de contágio. Quando o diagnóstico é

feito nos 4 primeiros dias, pode-se lançar mão de antibióticos, como penicilinas, tetraciclina

(ou doxiciclina) e eritromicina, que reduzem o tempo de doença e o risco de complicações.

OBJETIVO: Analisar casos de leptospirose entre homens e mulheres na cidade de

Fortaleza-Ceará no período de 2011 a 2015. MATERIAIS E MÉTODOS: Os dados do

trabalho foram obtidos em boletins epidemiológicos trata-se de um estudo realizado a partir

RESULTADOS: Foram analisadas de dados do Governo do Estado, com abordagem

quantitativa. Os dados foram coletados com base em boletins epidemiológicos da secretaria

de saúde do Estado do Ceará. Os parâmetros utilizados no estudo foram entre os anos de

2011 à 2015. as notificações de 117 pessoas na faixa etária 06 e de a 60 anos , sendo que 33

(2%) eram mulheres e 84 (98%) eram homens. Sendo que em gestantes dos anos comparados

que foi de 2011 há 2015, foram diagnosticadas 28 mulheres com leptospirose e não teve

óbitos. Já por outros agravos teve 10 óbitos notificados todos eram Homens. Já por

escolaridade a categoria mais atingida foi da (1ª a 4ª) e já do ensino superior se obteve um

caso só notificado. A maioria das infecções ocorre através do contanto com aguas de

enchentes contaminadas por urina de ratos. A ineficiência ou inexistência de rede de esgoto e

drenagem de aguas pluviais , a coleta de lixo inadequada e as consequências inundações são

condições favoráveis a alta endemicidade e as epidemias. A confirmação do diagnostico não

tem importância para o tratamento da pessoa doente, mas e fundamental para a adoção de

medidas que reduzem o risco de ocorrência de uma epidemia em área urbana. As pessoas

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com leptospirose sem ictérica podem ser tratadas no domicilio. As que têm meningite devem

ser internadas. As formas mais graves da doença necessitam de tratamento intensivo e

medidas terapêuticas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo obteve resultados satisfatórios

e compressivos, explicando mais sobre a patologia em questão. Objetivando a análise dos

casos de leptospirose entre 84 homens e 33 mulheres em fortaleza totalizando 117 pessoas no

estudo.Homens tem mais chance de contaminação pela forma de trabalho e mais exposição a

ambientes contaminados, já as mulheres têm um índice menor pelo cuidado diários. Tendo

em vista que cada vez mais é frequente casos de leptospirose pela ineficiência ou

inexistência da rede de esgoto, drenagem da água, coleta de lixo inadequada entre outros

fatores mais agravantes na cidade de fortaleza. Aplicação da metodologia foi suficiente pela

obtenção de dados epidemiológicos com a abordagem quantitativa bastante explicativa.

Através dessa análises dos dados um ponto de relevância para o estudo que cada vez mais a

falta de esgoto e tratamento certo e prejudicial as pessoas que não tem uma condição de vida

saudável e que precisavam de cada vez mais ajuda é solução para os problemas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Leptospirose tem cura .Disponível em

< https://www.tuasaude.com/leptospirose/> acesso em 15 setembro de 2017 .

Pelissari, D.M , et al.- Revisão sistemática dos fatores associados à leptospirose no Brasil

2000-2009. Revista , BUS IEC epidemiologia e serviços de saúde . Brasília-DF , 2011 ,

acesso em 15 setembro de 2017.

Leptospirose - casos confirmados notificados no sistema informação e agravos De

notificação do Ceará . Disponível em

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setembro de 2017 .

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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE TRÊS ESPÉCIES DE

RUBIACEAE CONTRA Trichophyton rubrum E Candida spp.

Jacinto de Lima Farias1, Patrícia Silva Costa

2, Marcilio Matos Ferreira

3, Hélcio Silva dos

Santos4, Elnatan Bezerra de Souza

5 e Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle

6

1-Pós-Graduando no curso de Especialização em Biodiversidade Vegetal, UVA 2-Mestre em

Recursos Naturais, UECE; 3-Graduando em Ciências Biológicas, UVA, 4-Docente no Curso

de Química, UVA 5,6-Docentes do curso de Ciências Biológicas, UVA

INTRODUÇÃO: O Brasil possui uma flora, com um número superior a 55 mil espécies

descritas, o que corresponde a 22% do total mundial. Muitas dessas plantas são utilizadas na

medicina popular, muitas vezes como único recurso terapêutico das comunidades. Esta rica

biodiversidade é acompanhada por uma longa aceitação de uso de plantas medicinais pela

população (RODRIGUES, 2006). Entretanto, os efeitos medicinais que tais plantas

produzem muitas vezes não possuem embasamento científico conhecido, pois ainda se

observa uma subutilização deste potencial como fonte de novas moléculas, estando seu

consumo normalmente associado com pouca ou nenhuma comprovação de suas propriedades

farmacológicas, tendo seu uso e indicação respaldados apenas pela própria comunidade

(VEIGA JÚNIOR, 2005). A Família Rubiaceae, representada por ervas, arbustos, árvores e

lianas, (DELPRETE, 2004), possui espécies com uma diversidade de metabólitos

secundários de potencial biológico, como quinina, isolada de Cinchona pubescens Vahl,

usada como antimalárico, além das atividades anti-inflamatórias, vasodilatadoras e

antifúngica (BOLZANI et al., 1996; KOO et al., 2004; COELHO et al., 2006). No entanto,

vale ressaltar que existem pouquíssimos relatos na literatura que confirmem tal saber

popular. A identificação de novas fontes naturais visando o desenvolvimento de fitofármacos

beneficiará a economia de países em desenvolvimento, possibilitando uma maior autonomia

no gerenciamento de políticas de saúde pública, contribuindo sobremaneira para o acesso da

população a medicamentos seguros e de baixo custo, refletindo em uma melhor qualidade de

vida da população (CALIXTO et al., 2000).OBJETIVO: Dessa forma, pretende-se avaliar a

atividade antifúngica de três espécies de Rubiaceae, pertencentes ao gênero Machaonia (M.

acuminata), Randia (R. nitida) e Tocoyena (T. formosa), frente a cepas fúngicas de

importância clínica para o homem. MATERIAIS E MÉTODOS: As espécies vegetais

foram coletadas na Fazenda Experimental da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA,

no município de Sobral, Ceará. Foram registradas e classificadas no Herbário Prof. José

Abreu de Matos, localizado na referida universidade, pela equipe do professor Dr. Elnatan

Bezerra de Souza. Após a secagem das partes aéreas dos vegetais, realizou-se a separação

manual de folhas e caules, as quais ficaram imersas em etanol por 36 horas e, em seguida,

rotaevaporada, resultando no extrato etanólico das folhas e caule de Machaonia acuminata,

Randia nítida e Tocoyena formosa. Para o ensaio biológico, realizado no laboratório de

Microbiologia da UVA (LABMIC), adotou-se o método de microdiluição em caldo, contra

as cepas de Tricophyton rubrum (LABMIC 0204, 0208, 0209 e 0210) e Candida spp.

(LABMIC 0123, 0109, 0124 e ATCC 90028). Inicialmente, adicionou-se 100 µL de meio

RPMI (Roswell Park Memorial Institute) em todos os 96 poços da microplaca,

posteriormente, 100 µL dos extratos foram adicionados, apenas na primeira coluna, onde

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foram seriados horizontalmente e, finalmente, 100 µL dos inóculos, preparados de acordo

com o Clinical and Laboratory Standards Institute, 2,5-5x103 UFC mL

−1 para Candida spp.

e 5,0x104 UFC mL

−1 para T. rubrum (CLSI M27-A3, 2008; CLSI M38-A2, 2008) foram

adicionados a todos os poços. As concentrações dos extratos variaram de 2,5 a 0,07 mg.mL-1

.

As drogas antifúngicas comerciais usadas nesse experimento foram Anfotericina B (Candida

spp.) e Cetoconazol (T. rubrum), ambas com concentrações que variaram de 16 a 0,125

µg/mL. Esse método foi realizado em duplicata. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os

extratos de folhas e caules de Randia nitida e Machaonia acuminata e folhas de Tocoyena

formosa não apresentaram efeito inibitório contra as espécies de fungos leveduriformes (C.

albicans, C. krusei, C. parapsilosis e C. tropicalis). Porém, o extrato do caule de T. formosa

mostrou uma concentração inibitória mínima (CIM) de 0,31 mg.mL-1

para C. tropicalis e

1,25 mg.mL-1

para C. albicans e C. parapsilosis. As folhas de M. acuminata apresentaram

atividade apenas contra a cepa C. tropicalis, com CIM de 1,25 mg.mL-1

. Já contra as quatro

espécies dermatofíticas (T. rubrum) usadas, o extrato das folhas de R. nitida mostrou inibição

apenas contra três, enquanto o extrato do caule inibiu apenas duas, exibindo CIMs que

variaram de 2,5 a 1,25 mg.mL-1

. Os extratos de M. acuminata revelaram-se ativos contra

apenas uma cepa, com CIM de 1,25 mg.mL-1

. Em contrapartida, o extrato etanólico das

folhas e caule de T. formosa exibiu atividade contra todas as cepas, com CIMs iguais a 1,25

mg.mL-1

. A literatura científica não explorou a fundo as potencialidades relacionadas às

espécies desta pesquisa, mas, contudo, os resultados encontrados nesse estudo, acerca da

atividade antifúngica do caule de T. formosa, corroboram aos encontrados no trabalho de

Bolzani et al. (1996), associando essa atividade aos Iridoides isolados do caule dessa espécie.

CONCLUSÃO: O perfil fitoquímico não foi investigado nesse estudo, no entanto, sabe-se

que essa família é rica em alcalóides, logo, a bioatividade exibida por essas espécies podem

ser associadas à presença desses constituintes fitoquímicos. Diante dos resultados expressos

no ensaio microbiológico, pode-se concluir que há uma fonte potencial de prospecção e

desenvolvimento de novos fármacos nesses espécimes, contribuindo e respaldando o

conhecimento popular, além de fornecer mais dados à literatura escassa em relação a esses

vegetais.

PALAVRAS-CHAVES: Ação antifúngica. Gentianales. Produtos naturais.

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AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE ÁGUA DE CISTERNAS NA

LOCALIDADE DE SERROTA, MUNÍCIPIO DE SANTANA DO ACARAÚ- CE.

¹Luziane da Conceição Monteiro Gomes, ¹Júlio César Sousa Prado, ²Maria Gleiciane

Soares Coutinho, ¹Leonardo Costa da Silva, ²Andréa Maria Neves, ¹ Marcilio Matos

Ferreira, ³Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle.

¹Graduando em Ciências Biológicas - UVA. ²Graduada em Ciências Biológicas –

UVA. ³Professora Dra. Adjunta de Ciências Biológicas – UVA.

INTRODUÇÃO: A água é um recurso natural de extrema importância para a sobrevivência

dos seres vivos, e sabe-se que sua potabilidade vem se tornando cada vez mais escassa.

Potabilidade essa que nas zonas rurais é deficiente, por conta da falta de fiscalização dos

recursos hídricos. Com o programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) a população da zona

rural do Semiárido garante uma cisterna familiar. Segundo o portal (ASABRASIL) o

programa tem como objetivo melhorar a vida das famílias que vivem na Região Semiárida

do Brasil, garantindo o acesso à água de qualidade é o principal objetivo do Programa.

Através do armazenamento da água da chuva em cisternas com o auxilio de uma calha, se

faz a captação dessa água nos períodos de chuva, as famílias que vivem na zona rural dos

municípios do Semiárido passam a ter água potável a alguns passos. A água constitui fator

essencial para todo o ser vivo, mas é também um veículo de doenças parasitárias e

infecciosas, aumentando a frequência de moléstias crônicas, segundo Franco e Cantusio Neto

(2002). Atualmente, 80% das enfermidades contraídas são devido à águas poluídas, sendo

que a cada minuto perece uma criança por doenças relacionadas à água, como desinteria e

cólera (Folha de São Paulo, 02/07/99). A contaminação da água por microrganismos

patogênicos possui como principal veículo de propagação, excretas de origem humana e

animal e suas enfermidades transmissíveis mais comuns são a febre tifóide, a febre para

tifóide, cólera, disenteria bacilar, diarréias, hepatites e etc. A pesquisa de microrganismos

patogênicos na água requer procedimentos complexos e longos, sendo necessário a utilização

de organismos indicadores de contaminação fecal para avaliar a qualidade bacteriológica da

água. Dentre os principais estão os coliformes totais, coliformes fecais e Escherichia coli. No

entanto os padrões bacteriológicos de qualidade da água em nível nacional e internacional

estão baseados na detecção e enumeração de coliformes totais, coliformes fecais e E. coli

(Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, 1986; World Health Organization –

WHO, 1987). OBJETIVO: Diante do exposto, este trabalho tem como finalidade principal

realizar análise microbiológica da água armazenada nas cisternas usadas pela população rural

do município de Santana do Acaraú, mais especificamente na localidade de Serrota.

MATERIAIS E MÉTODOS: Foram coletadas 3 amostras de água em cisternas distintas, as

análises foram realizadas no Laboratório de Microbiologia da Universidade Estadual Vale do

Acaraú, a análise microbiológica foi realizada pela determinação do Número Mais Provável

(NMP) de Coliformes Totais e Termotolerantes, através do método de fermentação em tubos

múltiplos, sendo utilizado o teste do ImVic para identificação das espécies da família

Enterobactericeae. Para a prova presuntiva, foram utilizados 03 séries de 05 tubos contendo

10 mL de Caldo lactosado com tubos de Durham invertidos. O resultado positivo foi

verificado através da presença de gás formado nos tubos de Durhan e turvação do meio. Os

tubos positivos da prova presuntiva foram inoculados em novos tubos de Caldo Bile Verdes

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Brilhantes (CBVB), e incubados na estufa a 35°C por 48 horas para enumeração de

Coliformes Totais (CT). Ao final da incubação aqueles com produção de gás no tubo de

Durham foram considerados positivos para coliformes totais. Para a enumeração de

Coliformes Termotolerantes (CTT), foram retiradas alíquotas de cada tubo positivo de caldo

lactosado com auxílio de uma alça de inoculação e inseridas em tubos contendo 5 mL de

caldo EC (Caldo Escherichia coli) contendo tubos de Durham invertidos. Dos tubos positivos

para coliformes termotolerantes (CTT) foram retiradas alíquotas, e com ajuda de uma alça de

platina, foram estriadas em placas de Ágar Eosina Azul de Metileno (EMB) e incubadas por

24 horas, a 37ºC. Após esse período as colônias foram isoladas em tubos de ensaio contendo

Mueller Hinton inclinado. Os tubos de Mueller Hinton foram incubados em estufa a 37ºC por

24 horas e após esse tempo, as cepas isoladas foram identificadas através de testes

bioquímicos do IMViC (Indol, Vermelho de Metila, Voges-Proskauer e Citrato).

RESULTADO E DISCUSSÃO: A contagem de Coliformes Totais (CT) e Coliformes

Termotolerantes (CTT) foi realizada utilizando-se a técnica do Número Mais Provável. Essa

técnica mostrou uma variável de 2,0x10 a 1,4x10 2 CTT/100mL e 1,3x10

2 à 1,6x10³

CT/100mL. A Portaria (nº2914/2011) do Ministério da Saúde (MS) estabelece que a água

própria para consumo humano deva estar isenta de CTT ou E. coli em cada 100mL. De

acordo com os resultados obtidos todas as amostras apresentaram-se em desacordo com a

legislação brasileira. Já os resultados obtidos dos Coliformes Totais a Portaria do 2914/2011

do MS não estabelece um limite de tolerância para CT em amostras de água, entretanto

sugere medidas de caráter corretivo quando apresentadas. Nas 3 amostras foram isoladas 14

cepas da família Enterobacteriaceae. Dentre as 14 cepas isoladas (100%), (21,43%)

correspondiam Enterobacter sakazakii, (21,43%) Hafnia alvei, (14,28%) Enterobacter

agglomerans, (7,14%) Enterobacter aerogenes, (7,14%) Citrobacter diversus, (7,14%)

Citrobacter freundii, (7,14%) Proteus mirabilis, (7,14%) Morganella morganiie e (7,14%)

Proteus vulgaris. Trabalhos realizados, também mostraram resultados parecidos. Segundo,

Silva et al. (2012) avaliaram a qualidade da água de cisterna de uma região do semi-árido do

estado de Minas Gerais e verificaram que das trinta e cinco amostras analisadas para

pesquisa de Escherichia coli, importante indicador de contaminação fecal, apenas oito

mostras (23%) estavam em conformidade com o critério de potabilidade. Silva (2013)

avaliou a água de cisterna no interior do estado da Bahia e observou que a contaminação por

coliformes termotolerante pode ter sido causada por fatores como falta de limpeza da

cisterna, da superfície de coleta e pela presença de árvores próximas às cisternas. Mesquita et

al. (2014) analisaram água destinada ao consumo humano em um município do Pará e

verificaram que 54,17% das amostras de água coletada estavam fora dos padrões de

potabilidade para CT e 4,17% para Escherichia coli .CONCLUSÃO: As águas coletadas de

cisternas na zona rural do Município de Santana do Acaraú estão em desacordo com a

legislação vigente por apresentar Coliformes, onde a Portaria (nº2914/2011) do Ministério da

Saúde (MS) indica que a água deva estar totalmente isenta de Coliformes. A contaminação

da água pode ter ocorrido, possivelmente, ocasionada por abastecimento de águas de carro

pipa, que em épocas de seca, essas cisternas são abastecidas de água sem proveniência

segura.

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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO EXTRATO ETANÓLICO

DA CASCA DO CAULE DE Handroanthus sp. FRENTE Trichophyton rubrum.

Laressa Cristyne dos Santos Gomes1, Anny Sampaio Silva

2, Andrea Maria Neves

3, Patrícia

Silva Costa4, Marcilio Matos Ferreira

5, Elnatan Bezerra de Souza

6, Raquel Oliveira dos

Santos Fontenelle7

1Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual Vale do Acaraú-(UVA),

2Curso de

Ciências Biológicas, Universidade Estadual Vale do Acaraú-(UVA), 3Departamento de

Recursos Naturais, Universidade Estadual do Ceará-(UECE), 4Departamento de Recursos

Naturais, Universidade Estadual do Ceará-(UECE), 5Curso de Ciências Biológicas,

Universidade Estadual Vale do Acaraú-(UVA), 6Curso de Ciências Biológicas, Universidade

Estadual Vale do Acaraú-(UVA), 7Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual

Vale do Acaraú-(UVA).

INTRODUÇÃO: Trichophyton rubrum é um fungo filamentoso, de aspecto macio e de

coloração vermelha no reverso da colônia, tal microrganismo é responsável por ocasionar

algumas dermatofitoses, que acometem especificamente as unhas, pelos e pele, utilizando os

substratos queratinizados como fonte de carbono e nitrogênio, por essa particularidade o

Trichophyton rubrum é um dermatófito queratinofílico (GUPTA & SUMMERBELL, 2000).

A terapia medicamentosa adequada para esses tipos de infecções fúngicas, pode levar a sua

total cura, ao passo que a medicação inadequada torna o indivíduo mais susceptível ainda a

microrganismos oportunistas. Nesse contexto, percebe-se a grande necessidade da busca

científica por novas terapias para o auxílio no tratamento dessas doenças. Handroanthus é

um gênero de hábito arbóreo, pertencente à família Bignoniaceae, característico por

apresentar flores de coloração que variam do branco ao roxo. Tal gênero apresenta atividades

farmacológicas que são caracterizadas como antifúngicas e antibacterianas (LIMA et al.,

2014; MARQUES et al., 2008).: OBJETIVO: Diante do exposto, pretende-se avaliar a

atividade antifúngica do extrato etanólico da casca do caule de Handroanthus sp. frente às

cepas de Trichophyton rubrum. MATERIAIS E METÓDOS: O material botânico do

Handroanthus sp. foi coletado no município de Graça, Ceará. Após a coleta do material, uma

exsicata foi levada para o Herbário Prof. José de Abreu Matos da Universidade Estadual

Vale do Acaraú - UVA e identificada pelo professor Dr. Elnatan Bezerra de Souza, em

seguida, o material vegetal foi encaminhado ao laboratório de Química da mesma

Universidade, onde as amostras foram expostas à temperatura ambiente para secagem, e, as

cascas foram imersas em etanol por 07 dias. Transcorridos esses dias, a mistura composta de

casca e etanol fora acomodados em um evaporador rotativo sob pressão reduzida, obtendo-se

posteriormente o extrato etanólico da casca do caule de Handroanthus (EECCH) (MATOS,

2009). Foi utilizado o método de microdiluição preconizado pelo Clinical e Laboratory

Standards Institute (CLSI M38-A2, 2008) para os testes microbiológicos. Durante a

pesquisa, foram utilizadas duas cepas de fungos antropofílicos (Trichophyton rubrum

LABMIC 0208 e LABMIC 0209), obtidas por do Laboratório de Microbiologia da

Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, cultivadas em meio ágar Sabouraud estéril a

35 ºC por 07 dias. Posteriormente, para a preparação do inóculo, foi transferido uma alíquota

de cada microrganismo para tubos de ensaio distintos contendo solução salina (0,85%)

estéril, preparando uma suspenção de 5,0x104 UFC mL

−1 e em seguida as suspenções foram

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diluídas em meio RPMI 1610. Para a determinação da concentração inibitória mínima

(CIM), foi empregado o método de microdiluição em caldo, realizado em placas de Elisa

estéreis com 96 poços. Onde foram adicionados 100 µL de meio RPMI em todos os poços, e

em seguida, pipetados 100 µL do EECCH apenas no primeiro poço no sentido vertical, para

que a partir dali se fizessem as diluições seriadas, na qual, foi retirada 100 µL dos poços

mais concentrados com o extrato para as cavidades seguintes. Por final, foi distribuído 100

µL do inóculo, solução da suspensão microbiana junto com o meio RPMI, em todos os 96

poços da placa. Assim, ao finalizar os ensaios, as concentrações do extrato etanólico variam

de 2,5 a 0,03 mg/mL. O crescimento dos microrganismos se observa de 05 a 07 dias, numa

temperatura de 35 ºC em estufa microbiológica. A droga padrão usada nesse bioensaio foi o

antifúngico Cetoconazol, com concentrações que vão de 16 a 0,25 µg/mL. Para a

determinação da CIM foi considerado a presença ou a ausência de aglomerados de células

fúngicas no fundo dos poços da placa. Tal procedimento foi desenvolvido em duplicata.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na pesquisa da atividade antifúngica do EECCH,

observou-se atividade contra as duas cepas de Trichophyton rubrum. O EECCH frente

ao T. rubrum LABMIC 0208 apresentou CIM de 1,25 mg/mL, enquanto que para T. rubrum

LABMIC 0209 a CIM foi de 2,5 mg/mL. Segundo MENDES et al. (2011), ainda não se

chegou a um consenso geral sobre um nível adequado de extratos vegetais quando

comparados com antibióticos padrões. Deste modo, cabe a cada autor o critério que deseja

adotar. Porém, para esta pesquisa, a partir dos resultados obtidos, houve significante

atividade antifúngica do extrato etanólico da casca do caule de Handroanthus sp.,

revelando assim, sua potencialidade. CONCLUSÃO: Diante dos resultados obtidos nessa

pesquisa é necessário que ocorra um estudo fitoquímico do EECCH, visando a identificação

e o isolamento das substâncias responsáveis pela atividade antifúngica dessa planta.

PALAVRAS-CHAVES: Fungos. Espécie. Isolamento. Microdiluição.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE. Reference Method for

Broth Dilution Antifungal Susceptibility Testing of Yeasts (Approved Standard Document

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82

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ISSN 2447-8091 Vol. 02, N.01, 2017

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ESTUDO DO NÚMERO DE CASOS E RECIDIVAS DE HANSENÍASE CAUSADO PELA BACTÉRIA Mycobacteriumleprae NA CIDADE DE SOBRAL - CEARÁ NO

PERÍODO DE 2014 A 2017.

Camila Boto Farias¹; Francisca Thalia dos Santos Araújo¹; Camilla Valêska Vasconcelos

Costa¹; Maria Rosalba Moreira das Neves Memória²; ISANA MARA ARAGÃO FROTA³

([email protected])

¹Graduação em Biomedicina; Centro Universitário Inta – UNINTA / ²Professora Doutora

UNINTA / ³Orientadora/Professora Mestre UNINTA.

INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa cujo seu

principalagente etiológico é o Mycobacterium leprae (M. leprae).Taxonomicamente, o

Mycobacterium leprae (M.leprae) ou bacilo de Hansen, tem crescimento lento quando

comparado a outras bactérias e é um parasita intracelular obrigatório, predominante em

macrófagos onde podem ser observado formando aglomerados e em arranjos paralelos.

Apesar das micobacterias não possuírem membrana externa, e por isso, se assemelham às

gram-positivas, seu alto teor lipídico confere diferenças estruturais importantes na parede. A

presença de ácidos graxos no envelope confere um álcool – acida resistência (AAR) –

retendo fucsina básica pela parede mesmo na presença de álcool e ácido durante a coloração

de Gram. A hanseníase é uma doença de notificação compulsória em todo o território

nacional e de investigação obrigatória. Atinge pele e nervos periféricos podendo levar a

sérias incapacidades físicas e seu alto potencial incapacitante está diretamente relacionado ao

poder imunogênico do M. leprae. A melhoria das condições de vida e o avanço do

conhecimento científico modificaram o quadro da hanseníase, que há mais de 20 anos tem

tratamento e cura. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017.) A doença é transmitida

principalmente por meio do convívio com os doentes que ainda não foram diagnosticados e

não iniciaram tratamento. Esses indivíduos possuem carga bacilar suficiente para favorecer a

transmissão, suas principais fonte de bactérias podem ser as mucosas das vias aéreas

superiores. A infecção é considerada de fácil diagnóstico e é realizado através de exame

clínico, quando é possível observar apenas sinais dermatoneurológicos. Outro diagnóstico é

o clínico, que é feito exame físico onde se busca sinais que são observáveis, tais como lesões

da pele com alteração da sensibilidade, classificação do grau de incapacidade física e

principalmente uma anamnese que seria a obtenção de história e epidemiológica de suas

atividades diárias. Seu tratamento é feito por medicamentos que curam a doença, interrompe

a transmissão e previnem às incapacidades físicase sua distribuição é gratuita nas unidades

de saúde. Segundo a Secretária de Saúde, acredita-se que o período de incubação seja de 3 a

5 anos, embora tenha sido relatado um período mínimo de apenas semanas em relação a

pacientes de hanseníase. O período máximo de incubação já relatado chega a pouco mais de

30 anos, conforme observado entre veteranos expostos em áreas endêmicas, mas que moram

em áreas não endêmicas. Salientando que é de extrema importância diagnosticar e fazer o

tratamento correto, pois a hanseníase ainda possui taxas de casos altas, a hanseníase tem cura

podendo assim não ser mais uma fonte de transmissão. OBJETIVO: Investigar o número

de casos e recidiva da infecção causada pela Mycobacterium leprae (M. leprae), na

população da cidade de Sobral-CE nos anos de 2014 a 2017. MATERIAIS E MÉTODOS:

Os dados de casos e recidivas confirmados da doença, foram retirados de pesquisas de

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relatórios epidemiológicos que foram fornecidos pela Vigilância Epidemiológica de Sobral.

Obtiveram-se dados quantitativos entre os anos de 2014 a 2017. RESULTADOS E

DISCUSSÃO: No decorrer da pesquisa, notou-se uma diminuição gradativa do número de

casos confirmados da doença na cidade de Sobral. De acordo com a Vigilância

Epidemiológica do município, entre os anos de 2014 a 2017 foram detectados 277 casos

novos. No ano de 2014, foram detectados 85 casos novos. Desses, 42 são do sexo masculino,

sendo 9,5% (4/42)na faixa etária de 1-19 anos e90,5% (38/42) de 20-80+ anos. Já no sexo

feminino foram detectados 43 casos,onde 18,6% (8/43) são da faixa etária de 1-19 anos e

81,4% (35/43)de 20-80+ anos. No ano de 2015 foram relatados 82 casos novos, sendo 48 do

sexo masculino, e desses 14,6% (7/48) são da faixa etária de 1-19 anose 85,4% (41/48) de

20-80+ anos. Já no sexo feminino foram observados 34 casos, sendo17,6% (6/34)de 1-19

anos e 82,4% (28/34)de 20-80+ anos. No ano de 2016 foram constatados 69 casos novos,

sendo no sexo masculino 33 casos, e desses 9,9% (3/33) estão na faixa etáriade 1-19 anos e

90,1% (30/33)na faixa etária de 20-80+ anos. Já no sexo feminino foram constatados 36

casos, onde 8,3% (3/36) dos casos encontram-sena faixa etária de 1-19 anos, e91,7% (33/36)

de 20-80+ anos. Atualmente, no ano de 2017 já foram constatados 41 casos novos até a

presente data da pesquisa, sendo 21 casos do sexo masculino, e desses 9,5% (2/21) estão

entre 1-19 anos e90,5% (19/21) de 20-80+ anos. Já no sexo feminino foiconstatado cerca de

20 casos, dentre esses 10% (2/20) estão na faixa etária 1-19 anos e 90% (18/20)de20-80+

anos. Entre os anos de 2014 a 2017 só houve recidiva em indivíduos acima de 20 anos,

obtendo um total de 21 casos, dentre os quatro anos, em ambos os sexos. No ano de 2014

foram constatados 04 casos, sendo eles,01 no sexo masculino, que corresponde a 2,3%

(1/42)e,desta forma 97,7% não reincidiram, e no sexo feminino foram constatados 03 casos,

o que corresponde a 6,9% (3/43) que reincidiram, portanto 93,1% não reincidiram com

relação ao número de casos totais. No ano de 2015 foram constatados 08 casos, sendo 06 do

sexo masculino, o que correspondem a 12,5% (6/48)e 87,5% não reincidiram, e no sexo

feminino foram constatados 02 casos que correspondem a 5,8% (2/34) que reincidiram, e os

94,2% não reincidiram. No ano de 2016 foram constatados 04 casos, sendo 02 do sexo

masculino, o que correspondem a 6% (2/33), assim os 94% não reincidiram, e no sexo

feminino foram constatados 02 casos que correspondem a 6% (2/36) e os outros 94% não

reincidiram. Atualmente no ano de 2017 já foram constatados casos na recidiva com um total

de 05 casos, sendo 04 no sexo masculino, o que corresponde a 19% (4/21), com isso 81%

não reincidiram e no sexo feminino foi constatado 01 caso o que corresponde a 5% (1/20),

portanto 95% não reincidiram. A diminuição dos casos novos é notória, em alguns anos a

diminuição é mais lenta já em outro mais rápido, pois o tratamento é bem eficaz para aqueles

pacientes que persistem na finalização do tratamento. O tratamento é gratuito,

disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e varia de seis meses dependendo da

forma do bacilo que pode ser prorrogada até um ano ou ser substituída por medicação em

casos especiais. A partir da primeira dose do medicamento, a transmissão pode ser cessada,

não tendo mais risco de transmitir a doença, podendo assim conviver em sociedade sem risco

algum se persistir no tratamento até o fim. Apesar da diminuição durante os anos ainda

percebe-se uma alta quantidade de casos e recidivas, pois ainda existem pessoas que não

completam o tratamento, portanto não chegam à cura e acabam como fonte de transmissão.

CONCLUSÃO: Foi observada uma diminuição dos casos entre os anos de 2014 a 2017.

Houve aumento de recidiva do ano de 2015 em relação a 2014, do mesmo modo, em relação

ao ano de 2017 a 2016os números de casos na recidiva aumentaram em relação ao número de

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casos totais. Por ser uma doença que existe tratamento e cura, a rapidez do seu diagnóstico

para que possa dar inicio ao tratamento, é de extrema importância para que as pessoas

infectadas deixem de se tornar fontes de transmissão, já que a partir da primeira dose do

medicamento deixa de ser um transmissor da doença, mas é importante salientar que se

precisa dar continuação ao tratamento até o fim para que não ocorram casos na recidiva.

PALAVRAS-CHAVES: hanseníase, tratamento e Mycobacterium leprae.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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<http://hansen.bvs.ilsl.br/textoc/livros/OPROMOLLA_DILTOR_nocoes/PDF/aspecto_lepra

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<http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-

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<http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=3237>. Acesso

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Sobral. Disponibilizado em 11 de setembro de 2017.

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UMIDADE VERSUS DIVERSIDADE FÚNGICA NO AR DE UMA ESTAÇÃO

DE PRÉ-CONDICIONAMENTO DE ESGOTO

Itatiaia de Souza Sampaio; Marcos Adelino Almeida Filho; Josiany Costa de Souza;

Francisca Robervânia Soares dos Santos; Germana Costa Paixão, Lydia Dayanne Maia

Pantoja

INTRODUÇÃO: No ar atmosférico os propágulos fúngicos podem ser levados a grandes

distâncias, em especial pelos ventos (GAMBALE, 2010). Estes aeroalérgenos, se inalados,

podem gerar manifestações respiratórias, como asma, rinite e sinusite (BELMIRO, 2012). As

doenças desencadeadas pela inalação de propágulos aéreos dependem de vários fatores como

a sua composição química, o número de partículas inaladas, o sítio em que se depositam no

sistema respiratório, sendo a dispersão dos propágulos fúngicos influenciada pelas condições

climáticas (PANTOJA et al., 2007). Logo, há locais que são considerados fontes de

dispersão de micro-organismos no ar, como por exemplo as Estações de Tratamento de

Esgoto – ETE (DIONÍSIO, 2006). Estudos feitos em ETEs na Alemanha, identificaram

centenas de espécies de fungos e bactérias saprofíticas, incluindo actinomicetos termofílicos,

e contatou-se baixas concentraçãoes de bactérias patogênicas e vírus nestes locais (BUNGER

et al. 2000 apud DIONÍSIO, 2006). Existe uma associação entre os fungos anemófilos e

condições climáticas, como a umidade do ar, por exemplo, em virtude das altas taxas de

umidade no ambiente é relatado que os fungos saem de seu estado de dormência, sendo

ativados, podendo gerar danos estruturais (ARABIDIAN; SAAD, 2014). OBJETIVO:

Dentro desse contexto, o presente trabalho objetivou relacionar a umidade relativa e a

diversidade fúngica presente no ar de uma Estação de Pré-Condicionamento de Esgoto –

EPC, município de Fortaleza-CE. MATERIAIS E MÉTODOS: As coletas foram realizadas

no período de setembro/2016 a janeiro/2017, em uma Estação de Pré-Condicionamento de

Esgoto (EPC), município de Fortaleza-CE, em seis setores, a saber: Gradeamento Manual,

Gradeamento Mecânico, Peneira, Grade da Peneira, Desarenador e a Estação de Tratamento

de Odores (ETO). As coletas foram realizadas através da técnica de sedimentação passiva em

placas de Petri contendo o meio de cultura Ágar Batata Dextrose (Himedia®). As placas

foram expostas mensalmente, por 3 horas (7 às 10 horas da manhã), cada placa era colocada

a uma altura de aproximadamente 1,5 m e na região central dos diversos setores.

Posteriormente, as placas foram vedadas com plástico transparente e encaminhadas ao

Laboratório de Microbiologia – LAMIC da Universidade Estadual do Ceará para o

processamento da coleta. Chegando ao LAMIC, as amostras foram incubadas em

temperatura ambiente, de 25 – 27 °C por até sete dias. A partir do aparecimento das unidades

formadoras de colônias era feito a média de UFC.m-3

. Após a contagem, foi feito a

identificação com base em aspectos macro e micromorfológicos (SIDRIM; ROCHA, 2004;

HOOG et al., 2000). A umidade relativa do ar foi coletada através de estação meteorológica

por intermédio de parceria com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos –

FUNCEME. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Constatou-se que o ambiente com a maior

média de fungos foi o setor Grade da Peneira, entretanto, destaca-se que as médias de todos

os setores foram relativamente próximas: Gradeamento manual (562,9 UFC.m-3

);

Gradeamento mecânico (553,2 UFC.m-3

); Peneira (497,2 UFC.m-3

); Grade da peneira (616,7

UFC.m-3

); Desarenador (512,9 UFC.m-3

). Dentre estes setores era esperado encontrar uma

maior quantidade de propágulos fúngicos no Gradeamento Manual (local de chegada do

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esgoto) e o Desarenador (responsável por reter a areia do esgoto). Diante da proximidade do

quantitativo fúngico com os setores analisados, foi calculado as médias por período de coleta

visando comparar com a umidade relativa do ar do período em que foram feitas as coletas.

Ao final da análise dos dados foram obtidos os seguintes valores em seus respectivos meses:

Set/2016 (UR:57,95% / 1.209,5 UFC.m-3

); Out/2016 (UR: 62,88% / 216,8 UFC.m-3

);

Nov/2016 (UR: 63,82% / 332,2UFC.m-3

); Dez/2016 (UR: 68,56% / 169,4UFC.m-3

) e em

Jan/2017 (UR: 72,59% / 863,4UFC.m-3

). Analisando os dados obtidos observou-se que o

mês de setembro (mês seco) apresentou a maior média frente o quantitativo fúngico e a

menor umidade em todo o período analisado, enquanto janeiro (mês chuvoso) foi o segundo

maior quantitativo e a maior taxa de umidade. Com base no teste t Student, não foi

observado uma relação entre o quantitativo fúngico e a umidade relativa do ar (p ≥ 0,05) nos

meses analisados, logo, esse dado climático da região não interfere na presença fúngica

dentro do período de coleta. Em estudos realizados por Zoppas et al. (2011), a umidade do ar

favorece a esporulação de fungos, contudo, quando for muito elevada, os esporos tendem a

ficar mais hidratados, mais densos, sendo dificultada sua dispersão e transporte, dados que

não corrobora a presente pesquisa. Outros autores alegam que o crescimento fúngico é

beneficiado quando a umidade relativa do ar está a partir dos 70%, o que não elimina que

fungos mais resistentes possam se desenvolver (GUERRA et al., 2012), dado que se

assemelha ao observado no mês de janeiro, mas diverge do mês de setembro. Diferentemente

dos resultados encontrados, Rego e Santos (2015) relatam que fatores abióticos como a

umidade relativa e sua redução proporcionou decréscimo no número de UFC.m-3

. Logo, a

variação mensal da umidade relativa do ar é muito pequena, não causando uma alteração

ambiental que leve o quantitativo fúngico a aumentar ou diminuir na EPC analisada. Durante

os cincos meses de coleta foram identificados 24 gêneros fúngicos, dentre os mais presentes:

Cladosporium e Mucor que teve uma frequência de (80%) nas coletas realizadas, estudos

relatam que estes fungos são responsáveis por causarem infecções cutânea, subcutânea e

sistêmica em indivíduos imunocomprometidos como em pessoas imunocompetentes

(HOFFMANN et al., 2011). Com isso, observa-se que trabalhadores de uma EPC estão

rotineiramente em contato com vários micro-organismos presente no esgoto, o que pode

ocasionar a essas pessoas enfermidades agudas como por exemplo: doenças infecciosas

diarréicas, respiratórias e hepáticas. Há também a probabilidade de contraírem doenças

crônicas sendo as mais comuns, asma brônquica e alveolite alérgica (TME,2002).

CONCLUSÃO: Portanto, constatou-se que as médias do quantitativo fúngico de discussão

Constatou-se que o ambiente com a maior média de fungos foi o setor Grade da Peneira,

entretanto, destaca-se que as médias de todos os setores foram relativamente próximas:

Gradeamento manual (562,9 UFC.m-3

); Gradeamento mecânico (553,2 UFC.m-3

); Peneira

(497,2 UFC.m-3

); Grade da peneira (616,7 UFC.m-3

); Desarenador (512,9 UFC.m-3

). Dentre

estes setores era esperado encontrar uma maior quantidade de propágulos fúngicos no

Gradeamento Manual (local de chegada do esgoto) e o Desarenador (responsável por reter a

areia do esgoto). Diante da proximidade do quantitativo fúngico com os setores analisados,

foi calculado as médias por período de coleta visando comparar com a umidade relativa do ar

do período em que foram feitas as coletas. Ao final da análise dos dados foram obtidos os

seguintes valores em seus respectivos meses: Set/2016 (UR:57,95% / 1.209,5 UFC.m-3

);

Out/2016 (UR: 62,88% / 216,8 UFC.m-3

); Nov/2016 (UR: 63,82% / 332,2UFC.m-3

);

Dez/2016 (UR: 68,56% / 169,4UFC.m-3

) e em Jan/2017 (UR: 72,59% / 863,4UFC.m-3

).

Analisando os dados obtidos observou-se que o mês de setembro (mês seco) apresentou a

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maior média frente o quantitativo fúngico e a menor umidade em todo o período analisado,

enquanto janeiro (mês chuvoso) foi o segundo maior quantitativo e a maior taxa de umidade.

Com base no teste t Student, não foi observado uma relação entre o quantitativo fúngico e a

umidade relativa do ar (p ≥ 0,05) nos meses analisados, logo, esse dado climático da região

não interfere na presença fúngica dentro do período de coleta. Em estudos realizados por

Zoppas et al. (2011), a umidade do ar favorece a esporulação de fungos, contudo, quando for

muito elevada, os esporos tendem a ficar mais hidratados, mais densos, sendo dificultada sua

dispersão e transporte, dados que não corrobora a presente pesquisa. Outros autores alegam

que o crescimento fúngico é beneficiado quando a umidade relativa do ar está a partir dos

70%, o que não elimina que fungos mais resistentes possam se desenvolver (GUERRA et al.,

2012), dado que se assemelha ao observado no mês de janeiro, mas diverge do mês de

setembro. Diferentemente dos resultados encontrados, Rego e Santos (2015) relatam que

fatores abióticos como a umidade relativa e sua redução proporcionou decréscimo no número

de UFC.m-3

. Logo, a variação mensal da umidade relativa do ar é muito pequena, não

causando uma alteração ambiental que leve o quantitativo fúngico a aumentar ou diminuir na

EPC analisada. Durante os cincos meses de coleta foram identificados 24 gêneros fúngicos,

dentre os mais presentes: Cladosporium e Mucor que teve uma frequência de (80%) nas

coletas realizadas, estudos relatam que estes fungos são responsáveis por causarem infecções

cutânea, subcutânea e sistêmica em indivíduos imunocomprometidos como em pessoas

imunocompetentes (HOFFMANN et al., 2011). Com isso, observa-se que trabalhadores de

uma EPC estão rotineiramente em contato com vários micro-organismos presente no esgoto,

o que pode ocasionar a essas pessoas enfermidades agudas como por exemplo: doenças

infecciosas diarréicas, respiratórias e hepáticas. Há também a probabilidade de contraírem

doenças crônicas sendo as mais comuns, asma brônquica e alveolite alérgica (TME,2002).

Conclusões: Portanto, constatou-se que as médias do quantitativo fúngico de todos os

setores foram relativamente próximas dentro da Estação de Pré-Condicionamento de Esgoto,

bem como ao se comparar os achados com a umidade relativa do ar não se estabeleceu uma

diferença estatística, logo, não foi possível estabelecer uma relação entre esses dois

aspectos, sendo necessário um monitoramento periódico para aprofundar a relação entre os

mesmos.

PALAVRAS-CHAVES: Umidade relativa do ar; Fungo anemófilo; Tratamento de esgoto.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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estudo. Rev. Bras. Alerg. Imunopatal, v. 34, n. 2, p. 55-58, 2011.

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ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DA QUALIDADE DE PRESUNTOS FATIADOS

COMERCIALIZADOS NO MUNICÍPIO DE SOBRAL, CEARÁ

Senndya Brendel Sales do Nascimento1; Ana Thaís Lira Soares

2; Anny Sampaio Silva

3;

Dougliane Gomes de Souza4; Luziane da Conceição Monteiro Gomes

5; Maria Gleiciane

Soares Coutinho6; Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle

7

1,3,4

Graduadas em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Vale do Acaraú; 2,5

Graduandas em Ciências Biológicas na Universidade Estadual Vale do Acaraú; 4Mestranda na Universidade Estadual do Ceará;

5Docente na Universidade Estadual

Vale do Acaraú.

INTRODUÇÃO: A demanda de alimentos de qualidade, frescos e fáceis de preparar vem

aumentando progressivamente (BRESSAN et al., 2007), onde o presunto é um dos mais

procurados e bastante consumido pela população, em virtude de suas características como

sabor e aroma, sendo considerado um dos produtos nobres da indústria de carnes (COSTA et

al., 2007). Segundo a Instrução Normativa nº 20, de 31 de julho de 2000 do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o presunto é definido como “produto

cárneo industrializado obtido dos cortes do membro posterior do suíno, desossado ou não, e

submetido ao processo térmico adequado”, podendo ser curado, cozido ou semi-cozido,

defumado ou não (BRASIL, 2000). Entretanto, a manipulação no processo de fatiamento e o

armazenamento inadequado podem torná-lo um importante veículo de intoxicação alimentar,

já que são elementos determinantes para a qualidade do presunto. Diversos fatores de risco

como contaminação cruzada, falta de higiene na preparação do alimento, processamento e

estocagem inadequados podem permitir que microrganismos se multipliquem até atingir

doses infectantes (MOTTIN, 2008), deste modo, trazendo riscos à saúde do consumidor e

prejudicando a qualidade do produto. De acordo com Marchi (2006), bolores e leveduras

possui natureza heterotrófica e capacidade de adaptação a diferentes condições ambientais,

podendo ser encontrados como contaminantes e com ativa capacidade de desenvolvimento

em diferentes tipos de alimentos, principalmente naqueles processados sob condições

higiênicas inadequadas. Além desses, ainda existem os Staphylococcus spp. que de acordo

com Willians e Wilkins (1994) relatam que são bactérias Gram-positivas, esféricas e imóveis

medindo de 0,5 a 1,0µm agrupadas em forma de “cacho”, são aeróbias e anaeróbias

facultativas possuindo um crescimento ótimo de 30 a 37°C. Nos quais os Staphylococcus

aureus é pertencente a esse grupo, sendo uma espécie de bactéria muito reportada como

causa comum de inúmeros surtos de toxinfecções alimentares. OBJETIVO: Avaliar a

qualidade microbiológica de presuntos fatiados, refrigerados e comercializados em três

estabelecimentos no município de Sobral, Ceará. MATERIAIS E MÉTODOS: Para as

análises microbiológicas de Staphylococcus aureus, bolores e leveduras, foram coletadas três

amostras de presunto suíno fatiado e sem capa sob temperatura de refrigeração em três

estabelecimentos pertencentes ao município de Sobral, Ceará em setembro de 2017 (ponto A,

ponto B e ponto C), perfazendo um total de nove amostras. As amostras encontravam-se

dentro do prazo de validade estipulado pelos fabricantes, onde estas foram acondicionadas e

transportadas para o Laboratório de Microbiologia da Universidade Estadual Vale do Acaraú

(LABMIC/UVA). As análises microbiológicas foram realizadas de acordo com o

Compendium of methods for the microbiological examination of foods, da American Public

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Health Association (APHA 2001). Para análise foi utilizado 25g do alimento em 225mL de

solução de NaCl como diluente, o material foi homogeneizado em um liquidificador

previamente higienizado. Partindo-se da diluição inicial a 10-1

, preparou-se diluições 10-2

e

10-3

. Para a diluição 10-2

retirou-se 1mL da primeira diluição e fez-se o inoculo num segundo

tubo com 9mL de solução salina 0,85% e para a diluição 10-3

retirou-se 1mL da segunda

diluição e fez-se o inoculo num terceiro tubo com 9mL de solução salina 0,85%. Para o teste

de Staphylococcus spp. transferiu-se 0,1 mL de cada diluição para a superfície de Ágar

Baird-Parker (15mL por placa) enriquecido com 5mL de emulsão de gema de ovo com

telurito. Foram inoculadas com 0,1mL de cada diluição, com o auxílio de um “swab” estéril

foi distribuído uniformemente sob toda a superfície do meio, posteriormente as placas foram

incubadas a 36°C por 48 horas. Após o período de incubação, fez-se a quantificação das

Unidades Formadoras de Colônias (UFC) com características negras brilhantes e zona de

precipitação branca ao seu redor. O número de colônias contabilizadas na diluição 10-1

, 10-2

e 10-3

foram multiplicadas por 10, 100 e 1000 respectivamente, em seguida divididas pelo

número de diluições, obtendo-se assim o número presuntivo de Staphylococcus spp. por

grama de alimento examinado. Posteriormente, para o teste de Staphylococcus spp.

coagulase positiva foi retirado uma alíquota de cada cepa que obteve resultado positivo em

placas e foi colocada em 0,5 mL de meio Brain Heart Infusion (BHI) caldo e incubado por

24 horas a 36°C, após o período de incubação foi adicionado 0,5mL de plasma oxalato de

coelho diluído fez-se leitura dos tubos após 24 horas. A formação de coágulo (coagulase

positiva) indica a presença de Staphylococcus spp. coagulase positiva (S. aureus) enquanto

que a não formação de coágulo (coagulase negativa) indica a ausência do mesmo. Para a

análise de bolores e leveduras foi retirado 0,01 mL de cada amostra em salina e semeado

com o auxílio de um “swab” em quatro direções em placas contendo 15 mL de meio Ágar

Batata, em seguida as placas foram incubadas em estufa por 48 horas, após o período de

incubação, realizou-se a contagem de leveduras após e após 168 horas a contagem de

bolores. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Das três amostras de presunto analisadas,

observou-se contaminação por Staphylococcus spp. em uma variação de 7x101 UFC/g para o

ponto A, 9,3x103 UFC/g para o ponto B e 1,3x10

3 UFC/g para o ponto C, porém nenhuma

das amostras apresentou positividade no teste de coagulase. Tais resultados corroboram com

os encontrados por Menezes (2010), Fachinello e Casaril (2013) onde 92,8% e 93,3%

respectivamente estavam contaminadas por Staphylococcus spp. onde todas apresentaram

coagulase negativa. A legislação brasileira (BRASIL, 2001) não estabelece padrões para

Staphylococcus spp. em presunto, porém, o máximo tolerado de Staphylococcus spp.

coagulase positiva/g é 3x103 UFC/g. A legislação também não estabelece padrões para

bolores e leveduras. De acordo com os resultados obtidos das análises de bolores e leveduras

realizadas de presuntos, no ponto A foram identificadas 5,0x104 UFC/g de leveduras, no

ponto B 2,2x103 UFC/g e no ponto C 8,5x10

3 UFC/g. Em nenhuma das amostras foram

identificadas a presença de bolores. No entanto, Menoncin et al. (2005) avaliaram amostras

de presuntos cozidos com fibra de trigo e consideraram adequadas para o consumo apenas as

que apresentassem contagens máximas de 1,02x102 UFC/g. Sendo assim, todas as amostras

encontravam-se com níveis maiores do que o estipulado por Menoncin et al. (2005).

CONCLUSÃO: Os valores encontrados para Staphylococcus spp. coagulase negativa e

leveduras, nos alertam para prováveis condições higiênico-sanitárias inadequadas,

considerando que as amostras desse estudo foram fatiadas e embaladas no local

comercializado, refletindo assim na presença de microrganismos pelo não cumprimento das

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boas práticas higiênicas no momento da manipulação dos presuntos. Mesmo não

apresentando coagulase positiva para S. Aureus todas as amostras apresentaram a presença

de Staphylococcus spp., mas apenas o ponto B possuiu valores elevados para este

microrganismo. Quanto para a presença de leveduras, todas as amostras apresentaram

valores elevados e nenhuma apresentou a presença de bolores. Por tanto, vale ressaltar sobre

a importância da fiscalização higiênica-sanitária nesses locais, para que haja o emprego de

melhores práticas no momento da manipulação desses alimentos e também para os

fabricantes dos mesmos.

PALAVRAS-CHAVES: Leveduras. Higiênico-sanitárias. Staphylococcus spp.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

WILLIANS, M. D; WILKINS, E. S. T. BERGEY’S Manual of Determinative

Bacteriology Baltimore 787p. 9 ed.1994.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa n.

20, de 31 de julho de 2000. Regulamento técnico de identidade e qualidade de presunto.

Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 03 ago. 2000. p.7.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n.

12, de 2 janeiro de 2001. Regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para

alimentos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 10 jan. 2001, n. 7-E,

Seção 1.

BRESSAN, M. C. et al. Influênciada embalagem na vida útil de presuntos fatiados.

Ciênc. Agrotec., v. 31, p. 433-438, 2007.

COSTA, M. R. et al. Perfil sensorial e aceitação de presuntos crus produzidos por

métodos tradicionais e acelerados. Ciênc. Tecnol. Aliment., v. 27, p.170-176, 2007.

DOWNES, F. P.; ITO, K. Compendium of methods for the microbiological examination

of foods American Public Health Association (APHA). 2001.

FACHINELLO, J.P.; CASARIL, K.B.P.B. Qualidade de presuntos fatiados. Alim. Nutr.

Braz. J. Food Nutr., Araraquara, v.24, n.3, p. 333-337 jul./set. 2013.

MARCHI, P. G. F. Estudo comparativo do estado se conservação de carne moída

através de métodos microbiológicos e físico-químicos. 2006. 72f. Dissertação (mestrado) -

Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal.

MENEZES, P. M. S.; COELHO, L. M.; COSTA, F. N. Avaliação da qualidade higiênico-

sanitária dos presuntos fatiados comercializados na cidade de São Luís, MA. Biológico,

v.72, p.11-17, 2010.

MENONCIN, S. et al. Avaliação da flora microbiana presente no presunto cozido com

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fibra de trigo. Hig. Alim., v. 19, p. 77-80, 2005.

MOTTIN, V. D. Avaliação microbiológica de apresuntados, fatiados e comercializados

em supermercados de Porto Alegre, RS. 2008. 70f. Dissertação (mestrado) – Universidade

Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Ciências Básicas da Saúde. Programa de Pós-

Graduação em Microbiologia Agrícola e do Ambiente, Porto Alegre.

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AVALIAÇÃOMICROBIOLÓGICAEFISICO-QUÍMICADAVIABILIDADEDA

REUTILIZAÇÃODEÁGUASCINZASTRATADACOMFILTROBIOLÓGICOEM

VASOS SANITÁRIOSDERESIDENCIADOMÉSTICA

AnaThaís Lira Soares¹Leonardo Costa da Silva²Efigênia Cordeiro Barbalho³Júlio

César Sousa Prado 4 Andrezza Maria Borges Batista

5 Senndya Brendel Sales do Nascimento

6Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle

7

1,2,3,4,5,6

DiscentesnoCursodeCiênciasBiológicas7 Orientadora/ProfessoraadjuntodoCursode

CiênciasBiológicas,UniversidadeEstadualValedo

Acaraú(UVA),Sobral-CE,Brasil.

INTRODUÇÃO: A escassez de água tem se tornando um dos grandes problemas a serem

enfrentados atualmente. Em termos globais, a quantidade de água disponível é superior ao

total consumido pela população (CARVALHO, et al, 2015). Embora a água existente seja um

recurso renovável, ela tende a se deteriorar em função do seu uso indiscriminado o que

compromete conseqüentemente a quantidade de água com qualidade disponível para consumo

nas diversas localidades (RAPOPORT, 2014). A reutilização de águas cinzas tem se tornado

uma alternativa muito importante, pois além de diminuir os custos consiste em uma solução

sustentável. Água Cinzas para reuso é o efluente doméstico que não possui contribuição com

bacia sanitárias, ou seja, os efluentes gerados pelo uso de banheiras, chuveiros, lavatórios,

máquinas de lavar roupas, e pia de cozinha de residências, escritórios comerciais, escolas,

entre outros.(RAMPELOTTO,2014). Para ser possível a reutilização de águas cinzas

destinadas a vasos sanitários se faz necessária uma avaliação dos parâmetros de acordo com a

legislação vigente (NBR 13.969/97). Os principais agentes biológicos encontrados nas águas

contaminadas são os grupos de bactérias, coliformes totais e coliformes termotolerantes,

bactérias indicadoras de contaminação e também com o agente físico-químico, a turbidez,

onde indica o grau de atenuaçãoqueumfeixedeluzsofreaoatravessaraáguasendoassimum

importanteparâmetro. OBJETIVO: Este trabalho tem como objetivo, avaliar a viabilidade da

reutilização das águas cinzas, após o processo de filtração biológica em Trapiá município de

Massapê, de acordo com a legislação vigente(NBR13.969/97). MATERIAL E MÉTODOS:

A coleta foi realizada em Trapiá município de Massapê, no qual foi dividida em 3 amostras.

Amostra A: Distribuição Pública; Amostra B: Água Cinza; Amostra C: Água tratada com

filtro biológico.Após a coleta as amostras permaneceram em refrigeração, até o momento da

análise.Todas a análises foram realizadas no Laboratório de Microbiologia da Universidade

Estadual Vale do Acaraú (LABMIC/UVA). Para a avaliação microbiológica, a metodologia

utilizada foi a Técnica dos Tubos Múltiplos, que determina o número mais provável de

coliformes presente na amostra, sendo representados em NMP/100mL. Esta técnica é formada

por duas etapas principais: Teste Presuntivo e Confirmatório, e também os testes

complementares, que são utilizados para caracterização e identificação das espécies de

bactérias encontradas na amostra. No Teste Presuntivo, foi avaliado a presença de

microrganismos fermentadores de lactose, sendo utilizado para esta etapa o caldo Lactose

Broth (ou Lactosado). Para o Teste Confirmatório, foram utilizados os meios de cultura Bile

Verde Brilhante (BVB) e EC, que determinam a população real de coliformes totais e

termotolerantes, respectivamente. Para a avaliação físico-quimico, foi realizado o teste de

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Turbidez, onde foi determinada por turbidímetro usando método nefelométrico que envolve a

comparação com soluções padrão de turbidez conhecida. O cloreto foi determinado pelo

Método de Mohr e a acidez/alcalinidade foi determinada por um método volumétrico de

neutralização, através da titulação de uma amostra da água com soluções padrão de NaOH

(acidez) e H2SO4 (alcalinidade); sendo que, o resultadodasanálisesforamexpressosemtermos

deppmdeCaCO3. RESULTADOS E DISCUSSÂO: Diante dos resultados, os valores obtidos

na água de distribuição pública e águas cinzas foram 1600 MNP/100mL e >1600

MNP/100mL coliformes totais, e 6,8 MNP/100mL e >1600 MNP/100mL coliformes

termotolerantes. Para a água tratada, houve uma redução significativa com valores de 48

MNP/100mL coliformes totais e 350 MNP/100mL, estando deacordocomosparâmetros

utilizadoscomoreferência(NBR13.969/97).Quandoaanálisefísico-químicaforamobtidosponto

A:<10;pontoB:72.2epontoC:7.10 CONCLUSÃO: Ambos os valores das análises

microbiológicas e físico-químicas, estão de acordo com os parâmetros da legislação vigente

(NBR 13.969/97), sendo portanto, esta uma nova possibilidade de reutilizar a água de forma

sustentável, diminuindo desta forma o consumo de água da residência doméstica. O sistema

de reuso das águas cinzas em vasos sanitários é apenas uma das alternativasparaeconomiade

águaquefuturamentepoderáserbemexplorada.

PALAVRAS-CHAVES: Coliformes, Contaminação, E. coli.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

RENOVATO, D. C. C. ; SENA, C. P. S. ; SILVA, M. M. F. Análise de parâ,etros físico-

químicos das águas da barragem pública da cidade de pau dos ferros (RN) – pH, cor, turbidez,

acidez, alcalinidade, condutividade, cloreto e salinidade. IX CONGRESSO DE INICIAÇÃO

CIENTÍFICA DO IFRN, Tecnologiaerenovaçãoparaosemiárido.RioGrandedoNorte.

BAZZARELLA, B. B. Caracterização e aproveitamento de água cinza para uso não-potável

em edificações.Dissertaçãodemestrado.UniversidadeFederaldoEspíritoSanto.Vitória,2005.

RAMPELOTTO, G. Caracterização de águas cinzas visando reúso doméstico. Dissertação de

mestrado.UniversidadeFederaldeSantaMaria.SantaMaria–RS,2014.

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. Tanques sépticos - Unidades de

tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e

operação. NBR – 13969 - Septic tank - Units for treatment and disposal of liquid effluents -

Project, construction and operation.RiodeJaneiro,1997.

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INFECÇÃO POR BACTÉRIA CAUSADORA DA DOENÇA MENINGOCÓCICA

(Neisseria meningitidis) NA POPULAÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ NOS

PERÍODOS DE 2010 à 2016.

Reynaldo Assis de Vasconcelos Lopes¹; Vanessa de Aguiar Policarpo¹; Sabrina Fuziger

Inácio Brandão¹; Amanda Ferreira Paiva¹; Isana Mara Aragão Frota2

¹Graduação em Biomedicina; 2 Gestora pedagógica e professora do curso de Biomedicina

UNINTA ¹Centro Universitário INTA – UNINTA.

INTRODUÇÃO: As espécies do gênero Neisseria são cocos Gram-negativos, patogênicos e

se dispõem em pares, sendo chamados de diplococos. A Neisseria meningitidis também

conhecida por meningococo, pertence à Família Neisseriaceae, da Ordem Neisseriales, da

Classe Betaproteobacteria, do Filo Proteobacteria, do Reino Monera, é uma bactéria aeróbia,

imóvel, não esporulada e que causa a inflamação das membranas que revestem o Sistema

Nervoso Central causando a meningite, podendo gerar também uma infecção generalizada

(meningococcemia), uma forma mais grave da doença meningocócica. Em relação aos fatores

de virulência da Neisseria meningitidis, estão relacionados aos aspectos de sua estrutura

celular e fisiologia, por exemplo, a cápsula, a endotoxina LPS e Iag1. Com relação a cápsula,

é composta por polissacarídeos que a envolve e a torna antifagocítica, pois não existem

anticorpos específicos para aglutinar. Esses polissacarídeos são antígenos, pois estimulam

uma resposta por parte do sistema imunitário humano, mediada por anticorpos

(FIGUEIREDO, J. 2017). Existem nove grupos da bactéria, são eles: A, B, C, D, X, Y, Z,

W135 e 29E. A forma de transmissão se dá através da secreção respiratória, convivência em

cômodos fechados e utensílios de comer e beber, por exemplo, coexistindo de forma

assintomática na região nasofaríngea. O período médio de incubação é de 4 dias, podendo

variar entre 2 e 10 dias. OBJETIVO: Realizar um levantamento relacionado ao número de

casos por infecção pela bactéria causadora da doença meningocócica, Neisseria meningitidis,

na população do Estado do Ceará nos períodos de 2010 à 2016. MATERIAL E MÉTODOS:

Trata-se de um estudo realizado a partir de dados do Governo do Estado, com abordagem

quantitativa. Os dados foram coletados com base em boletins epidemiológicos da secretaria de

saúde do Estado do Ceará. Os parâmetros utilizados no estudo foram: casos confirmados e

óbitos entre os anos de 2010 à 2016. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Diante da pesquisa,

foram verificados 344 casos de infecção pela bactéria Neisseria meningitidis no período de

2010 à 2016. Desse modo, observou-se um aumento no número de casos confirmados de 2010

para 2012, ou seja, em 2010 foram registrados 34 casos em relação a 2012 que foi de 88

casos, verificando que em dois anos houve um aumento de 158%. A partir daí, ocorreu uma

redução significativa de 56,5%, no qual os casos passaram de 46 no ano de 2013 para 20 em

2016. A diminuição observada ocorreu devido as medidas como uso de antibióticos e a

vacinação. Em relação ao segundo parâmetro (número de óbitos), houve um aumento no

período de 2010 à 2011, ou seja, no ano de 2010 ,5 pessoas faleceram, já em 2011 o número

subiu para 22 pessoas, ou seja, um aumento de 340% em um ano. A partir de 2011 ocorreu

uma diminuição no qual passou de 22 pessoas para 7 óbitos em 2016, o que se verifica uma

porcentagem reducional de 68,2% em 5 anos. A redução observada aconteceu pelo modo de

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diagnóstico e tratamento rápidos. CONCLUSÃO: Diante do estudo realizado através do

boletim epidemiológico da secretaria de saúde do Estado do Ceará, durante o período de 2010

à 2016, pôde-se concluir que apesar do aumento no número de casos confirmados e de óbitos

no início do período pesquisado, houve uma redução significativa nos anos posteriores,

destarte, foi possível observar que tanto medidas de prevenção quanto de diagnóstico e

tratamento rápidos foram indispensáveis para o resultado de redução dos casos.

PALAVRAS-CHAVES: Infecção, bactéria e Neisseria meningitidis.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FIGUEIREDO, J. Neisseria meningitidis. Disponível em: <HTTP://www.knoow.net>.

Acesso em: 25 de Agosto de 2017.

Governo do Estado do Ceará. Boletim epidemiológico. Disponível em:

<HTTP://www.saude.ce.gov.br/boletim>. Acesso em: 26 de Agosto de 2017.

MARTA, T; PEDRO, G. F. L; MARTINS, S. V. F. Doença meningocócica. Disponível em:

<HTTP://www.cives.ufjr.br>. Acesso em: 27 de Agosto de 2017.

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QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA SUBTERRÂNEA EM LOCALIDADE

NO MUNICÍPIO DE SOBRAL (CE).

Francisco Bruno Monte Gomes (1); Suely Torquato Ribeiro (2); John Lennon Silva do

Nascimento (2).

1.Mestrado em Geografia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú, Tecnólogo em

Saneamento Ambiental; 2. Especialista em Gestão Ambiental pelo Instituto Federal do

Ceará, Gerente da Célula de Vigilância em Saúde Ambiental do município de Sobral-Ceará;

3. Técnico da Vigilância em Saúde Ambiental do município de Sobral-CE; Email:

[email protected].

INTRODUÇÃO: A água é um elemento essencial à vida, como constituinte biológico dos

seres vivos, meio de vida de várias espécies vegetais e animais, elemento representativo de

valores sociais e culturais e base essencial de produção de vários bens de consumo. Já se foi o

tempo em que se acreditava na abundância ilimitada da água, em sua inesgotável capacidade

de renovação (COIMBRA et al., 1999).Com relação ao consumo humano, no Brasil a portaria

nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde regulamenta os principais níveis de potabilidade das

águas distribuídas nos sistemas de abastecimento até chegar aos domicílios. Devido os

processos de poluição e contaminação, bem como, os longos períodos de estiagem, a busca

por água subterrânea tem sido cada vez mais comum, seja através da perfuração de poços e

chafarizes. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo analisar a qualidade da água

subterrânea de dois poços raros localizados no interior norte do Estado do Ceará.

MATERIAIS E MÉTODOS: O município de Sobral é uma cidade localizada na região

Noroeste do Estado do Ceará, a 240 quilômetros de distância da capital Fortaleza, encontra-se

entre as coordenadas geográficas 3°41′10′′ de latitude sul e 40°20′59′′ de longitude norte e

está a uma altitude de 70 m. (IPECE, 2014). A localidade avaliada é denominada de Recreio,

situada entre as coordenadas 311749,12 (Longitude) e 9578427 (Latitude) em zona de caráter

rural, distância aproximada de cinquenta cinco quilômetros (55 km) da sede urbana.

MATERIAIS E MÉTODOS: No presente estudo, a metodologia utilizada constitui-se, num

primeiro momento, de resgate bibliográfico, com leitura de livros, artigos de jornais, revistas e

artigos científicos. Além do embasamento teórico, a pesquisa foi fundamentada com dados

disponibilizados pela Célula de Vigilância em Saúde Ambiental do município de Sobral-

Ceará, através do programa Vigiágua, no qual, realiza mensalmente o monitoramento da água

distribuída em todo âmbito territorial. Para concepção da análise foram investigadas a

Presença/Ausência de Coliformes Termotolerantes e Escherichia Coli, no período de 2015 e

2016. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A água foi coletada em dois poços rasos existentes

na localidade, denominados PT1 e PT2, os dois estão instalados na entrada do perímetro rural

e, em seguida seguem para um reservatório de distribuição na área central, onde não recebe

nenhum tratamento fortificador. O líquido é utilizado para consumo humano e demais

atividades domésticas, acessível a todos que desejarem, entretanto, no local há apenas uma

pessoa responsável pelo gerenciamento, mas não há horários definidos para a presença do

mesmo. Nos dois anos de acompanhamento/monitoramento foram analisadas no geral 18

amostras de Coliformes Totais; 18 amostras de Escherichia Coli. Conforme a Portaria

2.914/11/MS apresenta-se imprópria para consumo humano do ponto de vista bacteriológico.

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Uma vez que foi evidenciado elevado nível de contaminação bacteriana em 100% das

amostras apresentaram Presença de Coliformes Termotolerantes e 77,7% para Escherichia

Coli no ano de 2015. Já em 2016 também 100% das amostras revelaram o mesmo cenário

para Coliformes Termotolerantes e 22,2% para Escherichia Coli, indicando contaminação por

matéria orgânica, denotando riscos potenciais à saúde pública. Foi realizado um trabalho

comunitário estimulando tratamento domiciliar da água, principalmente, com uso do

hipoclorito de sódio que é distribuído na unidade básica de saúde, além disso, a fervura.

CONCLUSÃO: Conclui-se que a qualidade microbiológica da água subterrânea na

comunidade está comprometida em grande parte das amostras, indicando riscos de

contaminação ambiental e social. O baixo índice de esgotamento sanitário também pode ser

citado como indicadores de tal situação. É indicado que uma estrutura de tratamento e

biomonitoramento sejam instaladas pela companhia de gestão e distribuição de água da

cidade, no caso, o Sistema Autônomo de Água e Esgoto- SAAE. Além disso, um trabalho em

parceria com a equipe de Saúde da Família local deve ser intensificado.

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ANÁLISE SENSORIAL E MICROBIOLÓGICA DE QUEIJO MINAS

FRESCAL PRODUZIDOS COM ADIÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS DE CRAVO-

DA- ÍNDIA (Syzygium aromaticum) E ALECRIM-PIMENTA (Lippia sidoides (Cham)) Maria Gleiciane Soares Coutinho, Ingryd Thayane Magalhães Lima, Michely Chaves

Martins, Senndya Brendel Sales do Nascimento, Dougliane Gomes de Souza, Ana

Sancha Malveira Batista, Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle

INTRODUÇÃO: O queijo minas frescal é um queijo tipicamente brasileiro, sendo

classificado como o quarto tipo de queijo mais consumido no país, devido à tendência

do consumo de alimentos mais saudáveis pela população, pois esse possui baixo teor de

gordura comparado a queijos populares (CUNHA et al., 2002). Na fabricação de queijos

podem ocorrer falhas no processo de obtenção da matéria-prima, fabricação,

armazenamento ou distribuição, podendo acarretar contaminação por micro-organismos

patogênicos, possibilitando toxinfecções de origem alimentar, um grave problema de saúde

pública (SILVA et al., 2011). A grande ocorrência de micro-organismos em queijos e em

outros alimentos é preocupante, dessa forma requer pesquisa para a descoberta de substâncias

antibacterianas, que possam ser utilizadas na conservação desses alimentos (CUNICO et

al., 2004). Os óleos essenciais extraídos de plantas surgem como alternativa para a

conservação de alimentos, por serem fonte segura de antimicrobianos naturais e não

apresentarem riscos à saúde dos consumidores (SANTOS et al., 2011). OBJETIVOS:

Diante do exposto, o presente estudo objetivou realizar a análise sensorial e

microbiológica de queijo Minas frescal produzidos com adição de óleos essenciais de cravo-

da-índia (Syzygium aromaticum) e alecrim-pimenta (Lippia sidoides (cham)). MATERIAL

E MÉTODOS: Os queijos foram produzidos no Laboratório de Tecnologia e Produção

Agropecuária da Universidade Estadual Vale do Acaraú, utilizando a metodologia

descrita por EMBRAPA (2006) adaptada. Foram feitos queijos sem adição de óleo essencial

- T1, com adição de Óleo Essencial de Cravo-da-Índia (OECI) – T2 e com adição de Óleo

Essencial de Alecrim-Pimenta (OEAP) - T3. Para fabricação dos queijos foi utilizado leite

pasteurizado, comprados na LASSA-Laticínios Sobralense. O leite foi aquecido a

uma temperatura 35 °C, em seguida foi adicionado o coalho industrial líquido, seguindo as

instruções do fabricante, posteriormente o leite ficou em repouso por 40 minutos para

a formação da coalhada. Em seguida realizou-se o corte da coalhada e mexeu-se

durante 20 a 40 minutos. Posteriormente foi retirado o excesso de soro e a massa foi

transferida para a fôrma, depois foi submetida ao processo de salga e adição dos Óleos

Essenciais (OE), sendo OE 10 mg/2 mL de soro, posteriormente foram colocados na

geladeira por 16 horas, após esse período foram embalados e colocados sob refrigeração.

A Análise sensorial foi realizada por meio do teste deaceitação, aplicado a provadores não

treinados, utilizando escala hedônica estruturada entre (1) desgostei extremamente e (9)

gostei extremamente. De acordo com as características analisadas: sabor, aroma e cor.

Também foi avaliada a intenção de compra por meio de escala estruturada entre (1) não

compraria jamais e (5) compraria sempre (MINIM, 2006). Os resultados obtidos do teste de

aceitação foram interpretados pelo teste de Tukey de comparação múltipla de médias,

a 5% de probabilidade, utilizando o pacote de dados estatístico SAS. Na análise

microbiológica os queijos produzidos com óleo essencial foram submetidos ás análises

de Coliformes Totais e Coliformes Termotolerantes. Foram pesadas 25 g de queijo

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e homogeneizadas em 225 mL de solução salina (0,85%), sendo está à diluição 10-1, a partir

desta foram obtidas as diluições 10-2 e 10-3. A determinação do Número Mais

Provável (NMP) de Coliformes Totais e Coliformes Termotolerantes foi obtido pela

técnica dos tubos múltiplos (BLODGETT, 2003). As diluições foram colocadas em Caldo

Lactosado com tubos de Durham invertidos e posteriormente incubados em estufa

bacteriológica a 37 °C por 24 h. Após o período de incubação os tubos de Caldo

Lactosado que apresentaram produção de gás com formação de bolhas nos tubos de

Durham e meio turvo foram considerados positivos. Dos tubos positivos foram retiradas

alíquotas e inoculadas em Caldo Bile Verde Brilhante (BVB) e Caldo Escherichia coli (EC)

contendo tubos de Durham invertidos e incubados em estufa a 37 °C por 48 h e banho-maria

a 45 °C por 48 h, respectivamente. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos

para o teste de aceitação, em relação aos parâmetros cor e aroma variaram de 6,91 a 7,00 e de

7,63 a 7,97, respectivamente, na escala hedônica, mostrando que não houve diferença

significativa entre as amostras e que, portanto, os óleos essenciais na concentração

utilizada não influenciaram na cor e no aroma dos queijos. Para o atributo sabor, observa-se

que houve diferença significativa entre as amostras controle (6,47) e queijos produzidos com

adição de OECI (7,61) em relação à amostra de queijo produzida com OEAP (5,30),

mostrando que houve melhor aceitação das duas primeiras amostras citadas. Para o

parâmetro intenção de compra do produto também houve diferença significativa entre

as amostras controle (3,33) e amostra produzida com adição de OECI (3,80) em relação à

amostra de queijo produzida com OEAP (2,91). Desse modo observa-se boa intenção de

compra para o queijo controle e o queijo adicionado de OECI, estando na escala hedônica

como Compraria eventualmente, sendo que a amostra com OECI apresenta (3,80) na escala

hedônica, valor próximo de (4,00) denominada compraria frequentemente. O NMP de

Coliformes Totais para queijo controle foi de 1,6x10-3 NMP/g, para queijo adicionado de

OECI 58 NMP/g e amostra adicionada com OEAP 7,8 NMP/g. Para o NMP de

Coliformes Termotolerantes, observa-se valores de 94 NMP/g para amostra sem adição

de OE, 17 NMP/g para queijo com adição de OECI e 2,0 NMP/g para queijo

adicionada com OEAP. Portanto os valores mostram que o NMP de Coliformes Totais e

Termotolerantes diminuíram em queijos com adição de óleos essenciais, isso pode ter

ocorrido devido à presença de constituintes químicos como o eugenol (cravo-da-índia) e

timol (alecrim-pimenta), que podem induzir a deformação da membrana celular da

bactéria alterando a sua permeabilidade provocando a lise da membrana celular bacteriana,

causando sua morte (XU et al., 2016; ULTEE et al., 2002). CONCLUSÃO: Conclui-se

que todos os queijos produzidos com óleo essencial tiveram boa aceitam em relação à

cor e aroma, também que o queijo produzido com OECI apresentou boa aceitabilidade

em relação a todos os parâmetros. Os queijos produzidos com óleo essencial

apresentaram diminuição de Coliformes Totais e Temotolerantes, mostrando-se eficazes

para serem utilizados na conservação de alimentos.

Palavras chaves: Antimicrobianos, Plantas, Conservantes.

REFERÊNCIAS:

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