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1 Anais dos Trabalhos do GT Fenomenologia & Psicologia Coordenação: Adriano Furtado Holanda (UFPR) Elza Maria do Socorro Dutra (UFRN) XVI Simpósio de Pesquisa e Intercâmbio Científico da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia Pesquisa em Psicologia: Dimensões Éticas e Produção Científica Maceió, AL, 7 e 10 de junho de 2016

Anais dos Trabalhos do GT Fenomenologia & …£o: Laboratório de Fenomenologia e Estudos em Psicologia da Existência e um projeto de Iniciação Científica sobre a pesquisa e implantação

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Anais dos Trabalhos do GT

Fenomenologia & Psicologia

Coordenação:

Adriano Furtado Holanda (UFPR)

Elza Maria do Socorro Dutra (UFRN)

XVI Simpósio de Pesquisa e Intercâmbio Científico da Associação

Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia

Pesquisa em Psicologia: Dimensões Éticas e Produção Científica

Maceió, AL, 7 e 10 de junho de 2016

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SUMÁRIO

Apresentação dos Membros do GT Psicologia & Fenomenologia

Proposta de Pauta

Resumos de Pesquisas

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MEMBROS DO GRUPO DE TRABALHO FENOMENOLOGIA &

PSICOLOGIA

Inscritos na XVI Reunião da Anpepp (2016)

Adriano Furtado Holanda (UFPR) – Coordenador

Graduado em Psicologia (1987), com Mestrado em Psicologia Clínica pela

Universidade de Brasília (1993) e Doutorado em Psicologia pela PUC-

Campinas (2002). Professor Adjunto do Departamento de Psicologia e

Orientador de Mestrado em Psicologia na Universidade Federal do Paraná.

Editor Chefe da revista Phenomenological Studies – Revista da Abordagem

Gestaltica; e Editor Associado da revista Interação em Psicologia (UFPR);

Membro Colaborador do Círculo Latino Americano de Fenomenologia. Atua

com Fenomenologia, Fenomenologia Husserliana, Psicoterapia, Abordagens

Fenomenológicas e Existenciais, Psicologia da Religião, História da

Psicologia e Pesquisa Fenomenológica, Psicologia Clínica e Psicoterapia,

Processos de Saúde/Doença e Saúde Mental.

Elza Maria do Socorro Dutra (UFRN) – Vice-Coordenadora

Possui Graduação em Psicologia pela Universidade Católica de Pernambuco

(1976), Mestrado em Psicologia Escolar pela Universidade Gama Filho

(1982) e Doutorado em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo

(2001). Atualmente é Professora Titular em Psicologia Clínica

Fenomenológica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte com Pós-

Doutorado pela Universidade Federal Fluminense. Orientadora de Mestrado

e Doutorado do PPgPsi/UFRN. Coordenadora do Grupo de Estudos

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Subjetividade e Desenvolvimento Humano-GESDH/UFRN/CNPq.

Coordenadora do GT- Psicologia & Fenomenologia- ANPEPP (2014-2016) e

Vice-Coordenadora (2016-2018). Tem experiência na área de Psicologia,

com ênfase em Psicologia Clínica na perspectiva fenomenológico-existencial,

e estudos dos seguintes temas: Práticas Clínicas, Métodos em Pesquisa

Fenomenológica, Daseinsanálise, Suicídio e Tentativas de suicídio

Adelma do Socorro Gonçalves Pimentel (UFPA)

Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Psicologia da

Universidade Federal do Pará: Mestrado e Doutorado. Especialista em

Desenvolvimento Infantil pela Universidade Estadual do Pará; Especialista

em Psicologia Clínica: Gestalt-terapia e Terapia Centrada na Pessoa pela

Universidade Federal do Pará; Mestrado em Educação: Políticas Públicas

pela Universidade Federal do Pará (1999), Doutorado em Psicologia Clínica

pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2002), Pós-Doutorado

em Psicologia e Psicopatologia do Desenvolvimento na Universidade de

Évora, Portugal (2007), Pós-doutorado em Ciências Interdisciplinares da

Saúde UNIFESP (2013). Professora Associada III na Universidade Federal do

Pará. Orientadora de Mestrado e Doutorado em Psicologia da UFPA. Linha

de Pesquisa: Fenomenologia: Teoria e Clínica. Temas de estudo:

Intersubjetividade, Gêneros, Sexualidades, Linguagens e Ideologia,

Famílias, Ética do Cuidado, TIC, Sofrimento provocado pelo envelhecimento,

Racismo e Depressão.

Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo (UERJ)

Possui Graduação em Psicologia pela Faculdade de Humanidades Pedro

II/RJ (1976), Mestrado em Psicologia pela Fundação Getúlio Vargas/RJ

(1983) e Doutorado em Psicologia Clínica pela Universidade Federal do Rio

de Janeiro (2000) com Pós-Doutorado em Psicologia pela Universidade

Federal do Rio de Janeiro (2001) e em Filosofia pela Universidade Federal

do Rio de Janeiro (2011). É Professora Adjunta da Universidade do Estado

do Rio de Janeiro, atuando no Programa de Pós-Graduação em Psicologia

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Social e no Curso de graduação em Psicologia. Coordenadora do Laboratório

de Fenomenologia e Estudos em psicologia Existencial (LAFEPE). Vice-

diretora do Instituto de Psicologia. É pesquisadora do CNPQ e Procientista

da UERJ. Sócia fundadora do Instituto de Psicologia Fenomenológico-

Existencial do Rio de Janeiro (IFEN), Presidente da Asociación Latino-

americana de Psicoterapia Existencial (ALPE), no Brasil, Membro Honorário

da Sociedad Peruana de Psicología Fenomenológico Existencial (SPPFE).

Member of the Honorary Scientific Committee the International Journal of

Psychoterapy, Segundo Vice-presidente da Associação de Psicologia

Fenomenológica. Trabalha com ênfase em Psicologia Clínica, Psicopatologia,

Kierkegaard e Heidegger e acumula uma vasta experiência na área de

Psicologia clínica, com ênfase em Intervenção Terapêutica. É líder do grupo

de Pesquisa Psicologia Existencial e suas Práticas desde 2010, que comporta

quatro linhas de pesquisa: Psicologia Clínica; Ética, Alteridade e relação

numa perspectiva existencial e fenomenológica; Análise da Escolha

Profissional e Gestalt-terapia. Além disso, coordena um projeto de

extensão: Laboratório de Fenomenologia e Estudos em Psicologia da

Existência e um projeto de Iniciação Científica sobre a pesquisa e

implantação de uma Clínica de Urgência Psicológica na Universidade do

Estado do Rio de Janeiro.

Ana Maria Monte Coelho Frota (UFC)

Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (1982). Mestre

em Educação pela Universidade Federal do Ceará (1990). Doutorado em

Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São

Paulo (2001). Atualmente é Professora Associada da Universidade Federal

do Ceará, lotada no Departamento de Economia Doméstica. Vinculada ao

Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Gênero, Idade e Família (NEGIF), ao

Núcleo de Desenvolvimento da Criança (NDC); e ao Núcleo de Linguagem,

Desenvolvimento e Educação da Criança (LIDELEC) do Programa de Pós-

Graduação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará. Atua

como Supervisora Clínica no curso de Psicologia da UFC, na área da

Psicologia Fenomenológico-Existencial. Desenvolve estudos e pesquisas nas

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áreas de Desenvolvimento Humano, Terapia Fenomenológico-Existencial,

Infância e Fenomenologia. Atualmente faz estágio pós-doutoral na

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, dedicando-se ao estudo da

fenomenologia.

Andrés Eduardo Aguirre Antúnez (USP)

Possui Graduação em Psicologia pela Universidade Paulista, Especialização

em Psicologia da Saúde pela Escola Paulista de Medicina (CAPES), Mestrado

em Saúde Mental (FAPESP), Doutorado (FAPESP) e Pós-Doutorado (FAPESP)

em Ciências da Saúde pelo Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica

da Universidade Federal de São Paulo. Atualmente é Professor Associado

(Livre Docente) do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de

Psicologia da Universidade de São Paulo; Coordenador do Programa de Pós-

Graduação em Psicologia Clínica e ex-Vice-presidente em Exercício da

Comissão de Pós-Graduação do IPUSP; É membro da Société Internationale

de Psychopathologie Phénoméno-structurale e Société Internationale Michel

Henry. Primeiro Vice-Presidente da Associação Brasileira de Psicologia

Fenomenológica (ABRAPFE). Trabalha com os seguintes temas: Psicologia

Clínica, Psicoterapia, Psicopatologia Fenomenológica, Acompanhamento

Terapêutico e Ateliê de Desenho de Livre Expressão. Vice-Coordenador do

Núcleo de Pesquisa e Laboratório Prosopon (USP). Coordenador do

Convênio Acadêmico Internacional entre IPUSP e Instituto Universitário

ISPA, Lisboa, Portugal.

Daniela Ribeiro Schneider (UFSC)

Possui Graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Santa

Catarina (1987), Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Santa

Catarina (1993), Doutorado em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo (2002) e Pós-Doutorado pela

Universidade de Valencia - Espanha (2012). Atualmente é Professor

Associado III da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência

na área de Psicologia, com ênfase em Tratamento e Prevenção Psicológica,

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atuando principalmente nos seguintes temas: Problemas relacionados ao

uso de álcool e drogas, Programas de Prevenção e Serviços de Saúde que

atendem usuários de drogas, Atenção Psicossocial, História da Psicologia,

Jean-Paul Sartre, Psicologia Existencialista. Coordenadora do Grupo de

Pesquisa do CNPQ Clínica da Atenção Psicossocial e Uso de Álcool e Outras

Drogas; Coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Clínica da Atenção

Psicossocial - PSICLIN/UFSC. Bolsista Produtividade em Pesquisa 2 (CNPQ).

Fernando Gastal de Castro (UFRJ)

Professor Adjunto III do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do

Rio de Janeiro, Doutor em Psicologia do Trabalho e das Organizações

(UFSC/Paris 7), Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa

Catarina e Mestre em Sociologia pela Université Paris 7. Especialista em

Fenomenologia e Existencialismo e Psicólogo graduado pela UFSC.

Atualmente desenvolve pesquisas sobre os temas do Sofrimento Psíquico no

Trabalho e Psicanálise Existencial, coordena dois projetos de extensão, um

deles em Clínica Existencialista junto ao Departamento de Psicologia

Aplicada do Instituto de Psicologia (UFRJ) e outro em Clínica do Trabalho

em parceria com o CESTH-FIOCRUZ. É professor permanente do Programa

de Pós-Graduação em Psicologia, na linha Processos Psicossociais, Históricos

e Coletivos do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de

Janeiro.

Ileno Izidio da Costa (UnB)

Psicólogo Clínico pela Universidade de Brasília e em Comunicação Social

(Jornalismo) pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília; Especializado em

Psicologia e Psicoterapia Conjugal e Familiar (CEFAM) e em Psicologia

Clínica (CRP-01); Mestre em Psicologia Social e da Personalidade pela

Universidade de Brasília; Master of Arts in Philosophy and Ethics of Mental

Health (University of Warwick/Reino Unido) e Doutor em Psicologia Clínica

pela UnB/University of Warwick. Professor Adjunto do Departamento de

Psicologia Clínica da UnB. Ex-Coordenador do Centro de Atendimento e

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Estudos Psicológicos-CAEP/IP/UnB (Clínica-escola), com Pós-Doutorado pela

Universidade de São Paulo (USP). Coordenador dos Grupos de Intervenção

Precoce nas Psicoses (GIPSI), PERSONNA (Violência, Criminalidade,

Perversão e "Psicopatia") e do Centro Regional de Referência

para o Enfrentamento às Drogas da UnB/Campus Darcy Ribeiro/Senad/MJ.

Ex Vice-Diretor, Coordenador de Extensão, de Pós-Graduação Lato Sensu e

de Projetos Especiais do Instituto de Psicologia da UnB. Membro Titular do

Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT) da Secretaria

de Direitos Humanos da Presidência da República, representando o

Conselho Federal de Psicologia (2014-2016). Tem experiência clínica,

estuda e ensina sobre: Psicoses, Esquizofrenia, Psicopatologia, Saúde

Mental, Psicoterapias, Psicanálise, Família, Casal, Teoria Sistêmica, Filosofia

da Mente e da Linguagem, Intervenção Precoce nas Psicoses, Primeiras

Crises Psíquicas Graves, Fenomenologia do Sofrimento Psíquico, Políticas

Públicas em Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, Luta Antimanicomial,

Direitos Humanos, Psicologia Forense, Combate à Tortura e Reforma

Psiquiátrica e Avaliação de Serviços em Saúde Mental. Participa dos GTs de

Saúde Mental da Câmara dos Deputados (Federal) e sobre Medida de

Segurança do Ministério Público do DF. Vice-Lider da Linha de Pesquisa

Psicopatologia, Psicoterapia e Linguagem; do Laboratório de Psicopatologia

e Psicanálise (PCL/PSiCC/IP/UnB) e Colaborador do Grupo de Pesquisa

Clínica da Atenção Psicossocial e Uso de Álcool e outras Drogas, coordenado

pelo PSICLIN/UFSC.

Josemar de Campos Maciel (UCDB)

Graduado em Filosofia pelas Faculdades Unidas Católicas do Mato Grosso

(1987); em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma

(1991); Mestre em Psicologia pela Universidade Católica Dom Bosco

(1999); Mestre em Teologia Sistemática pela Pontifícia Universidade

Gregoriana de Roma (1993) e Doutor em Psicologia pela Pontifícia

Universidade Católica de Campinas (2004). Atualmente, é Professor na

Universidade Católica Dom Bosco: Mestrado em Desenvolvimento Local,

Programa Master em Desenvolvimento Territorial Sustentável (Master

9

STEDE) Erasmus Mundus/Erasmus Plus e Licenciatura em Filosofia, com

Estágio Pós-Doutoral em andamento (Estudos Culturais, EACH-USP) com o

projeto Hospitalidade e Desenvolvimento: Por uma pequena conversação.

Monica Botelho Alvim (UFRJ)

Professora Adjunta do Instituto de Psicologia e do Programa de Pós-

Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),

tem Graduação em Psicologia (1990), Mestrado em Psicologia (2000) e

Doutorado em Psicologia (2007), todos pela Universidade de Brasília (UnB).

É especialista em psicologia clínica pelo Conselho Federal de Psicologia e em

Psicoterapia de grupos em Gestalt-Terapia (1996). Membro fundador do

Instituto de Gestalt Terapia de Brasília e membro do corpo editorial da

Revista da Abordagem Gestáltica. Pesquisa as dimensões teórico-

metodológicas da clínica da Gestalt-Terapia em contextos psicoterápico e

comunitário a partir de um diálogo interdisciplinar com a Fenomenologia e a

Arte Contemporânea, tendo Merleau-Ponty como autor principal no campo

da filosofia. Pesquisadora vinculada ao Núcleo de Estudos Interdisciplinares

em Fenomenologia e Clínica de Situações Contemporâneas (NEIFECS), atua

na Pós-Graduação na linha de pesquisa Processos Psicossociais, Históricos e

Coletivos e na extensão universitária com jovens em comunidades cariocas,

pesquisando os temas da Juventude e da Clínica na Comunidade.

Roberto Novaes de Sá (UFF)

Possui Graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio

de Janeiro (1982), Mestrado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio

de Janeiro (1987) e Doutorado em Engenharia de Produção pela

Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994). Atualmente é Professor

Titular da Universidade Federal Fluminense, vinculado ao Programa de Pós-

Graduação em Psicologia na área de concentração Estudos da

Subjetividade. Tem experiência na área de Psicologia Clínica, com ênfase

em Intervenção Terapêutica, atuando principalmente nos seguintes temas:

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Fenomenologia Existencial, Hermenêutica, Daseinsanalyse, Martin

Heidegger, Práticas Clínicas e Modos de Existência na Contemporaneidade.

Tommy Akira Goto (UFU)

Professor Adjunto III da Pós-Graduação em Psicologia e da Graduação em

Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Doutor em

Psicologia como Profissão e Ciência pela PUC-Campinas (2007), Mestre em

Filosofia e Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo

(2002) e Graduado em Psicologia pela Universidade São Marcos (1998).

Membro do GT de Fenomenologia da Associação Nacional de Pós-Graduação

em Filosofia (ANPOF). É presidente fundador da Associação Brasileira de

Psicologia Fenomenológica, Membro-colaborador do Círculo Latinoamericano

de Fenomenologia (CLAFEN), Membro Ordinário da Asociación Internacional

de Fenomenología y Ciencia Cognitiva; e Membro-Assistente da Sociedad

Iberoamericana de Estudios Heideggerianos SIEH e Membro da Associacion

Latinoamericana de Psicologia Existencial (ALPE). Tem experiência

profissional e docente na Psicologia e Filosofia, Epistemologia,

Fenomenologia e Ciências Cognitivas, Psicologia e Educação, Psicologia

Fenomenológica de Edmund Husserl e Edith Stein. Além disso tem atuado e

pesquisado as seguintes áreas: Filosofia, Fenomenologia e Saúde, Psicologia

Fenomenológica e Educação, Políticas Públicas (Sociais), Atuação do

Psicólogo no SUAS (CRAS e CREAS) e Psicologia e Fenomenologia da

Religião.

Vera Engler Cury (PUC-Campinas)

Graduou-se em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas

(1978); Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (1987)

e Doutora em Saúde Mental pela Universidade Estadual de Campinas

(1993). Exerceu o cargo de Pró-Reitora de Pesquisa e Pós Graduação da

PUC-Campinas no período de 2006 a 2013 e atualmente exerce o cargo de

Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários. É docente permanente

do Programa de Pós-Graduação em Psicologia e Titular da Faculdade de

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Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Desenvolve

projetos na linha de pesquisa prevenção e intervenção psicológica, com

ênfase na área de Atenção Psicológica Clínica em Instituições, priorizando o

método fenomenológico e os temas: Práticas Psicológicas Clínicas em

Instituições, Saúde Mental, Psicologia Clínica, Plantão Psicológico. É líder do

Grupo de Pesquisa: Atenção Psicológica Clínica em Instituições: prevenção e

intervenção e do Laboratório de Pesquisa: Psicologia Clínica Social, ambos

em co-liderança com a Profa. Dra. Tânia Maria José Aiello Vaisberg.

Virginia Moreira (Unifor)

Bolsista de Produtividade em Pesquisa CNPq - PQ2. Pós-Doutora em

Antropologia Médica pela Harvard Medical School, Doutora em Psicologia

Clínica pela PUC-SP. Foi pesquisadora Fulbright do Department of Global

Health and Social Medicine durante o ano acadêmico 2002-2003,

permanecendo como Affiliated Faculty até 2011. Foi Professeur Invité da

Université Paris-Diderot (Paris VII) em 2014. Professora Titular do

Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade de Fortaleza,

coordena o APHETO - Laboratório de Psicopatologia e Clínica Humanista

Fenomenológica, orientando pesquisas em Fenomenologia Clínica,

Psicopatologia e Intervenção Terapêutica, tendo como inspiração a

fenomenologia de Merleau-Ponty. Coordena os projetos de pesquisa

Fenomenologia Clínica como Intervenção Terapêutica em Psicopatologia e

Fenomenologia Crítica do Adoecer: estudos em psicopatologia e

psicoterapia. É, atualmente, Orientadora de Doutorado em Co-Tutela da

Université Paris-Diderot (Paris VII), em parceria com a Profa. Mareike Wolff-

Fédida, através de convênio acadêmico internacional entre a UNIFOR e a

Paris VII. É psicoterapeuta com formação no Enfoque Centrado na Pessoa

(Center of Studies of the Person, La Jolla, U.S.A, 1985), Especialista em

Psicoterapia (CRP-11/0141) e Supervisora Clínica credenciada pela Sociedad

Chilena de Psicologia Clínica.

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Observadores:

Anna Karynne da Silva Melo (Unifor)

Doutora em Saúde Coletiva pela Associação de IES Ampla

(UFC/UECE/UNIFOR). Estágio de Doutorado Sanduíche na Universidade de

Coimbra (Portugal), no Centro de Estudos Sociais (CES) com bolsa da

CAPES. Professora Titular do curso de Graduação de Psicologia da

Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Professora colaboradora do Programa

de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza.

Coordenadora e Professora pesquisadora do APHETO - Laboratório de

Psicopatologia e Clínica Humanista Fenomenológica. Pesquisadora

convidada do Laboratório de Avaliação e Pesquisa Qualitativa em Saúde

(LAPQS) do Departamento de Saúde Comunitária da Universidade Federal

do Ceará (UFC). Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do

Ceará (1991), Especialista em Filosofia e Epistemologia da Psicologia pela

Universidade de Fortaleza (1994) e Mestre em Psicologia pela Universidade

de Fortaleza (2000). Foi supervisora técnica da clinica escola do Curso de

Psicologia (UNIFOR), exercendo, posteriormente, a coordenação dos

projetos de Plantão e Triagem do Serviço de Psicologia Aplicada

(SPA/NAMI/UNIFOR). Atua como pesquisadora nos seguintes temas:

Subjetividade, Adolescência, Corpo, Psicopatologia Fenomenológica, Saúde

Mental, Saúde Coletiva, Pesquisa Qualitativa, Psicoterapia Humanista-

Fenomenológica e Gestalt-Terapia. Atualmente, desenvolve projetos na área

de saúde coletiva, psicoterapia humanista-fenomenológica, clínica e

fenomenologia.

Alessandro Magalhães Gemino (UERJ)

Possui Graduação (Bacharelado e Formação de Psicólogo) em Psicologia

pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1999/2000), Mestrado em

Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade

Federal do Rio de Janeiro (2001) e Doutorado em Psicologia pelo Programa

de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal Fluminense

(2014). Atualmente é Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio

de Janeiro (UERJ). Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em

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Intervenção Terapêutica, atuando principalmente nos seguintes temas:

Formação Profissional, Gestão do Conhecimento, Gestão de Pessoas,

Metodologia do Ensino Superior, Metodologia de Pesquisa, Ética, Filosofia,

Hermenêutica, Fenomenologia, Existencialismo, Epistemologia e Clínica

Psicoterápica.

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PROPOSTA DE PAUTA

1. Informes

2. Projetos de Parceria do GT

3. Membros do Grupo (Atualização de Critérios de Inclusão)

4. Política de Acolhimento de Pós-Graduandos (Doutorandos)

5. Políticas de Publicação (Scielo e Auto-Plágio) e Estímulo a Publicações

6. Produções em Conjunto

7. Orientações para Propostas Futuras

8. Encaminhamentos de Expansão e Organização

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RESUMOS DE PESQUISAS

Fenomenologia, Psicologia e Saúde Mental: Pesquisa, Intervenção e

Processos Compreensivos

Coordenação: Adriano Furtado Holanda (UFPR)

Este projeto consiste em uma parceria entre o Laboratório de

Fenomenologia e Subjetividade (LabFeno/UFPR) do Departamento de

Psicologia da Universidade Federal do Paraná e a Secretaria Municipal de

Saúde de Curitiba. A proposta do projeto é desenvolver pesquisa e ações de

intervenção da Rede de Saúde Mental de Curitiba em busca de uma

ampliação da relação Universidade-Comunidade. O trabalho desenvolve-se

com o foco em uma leitura fenomenológica do campo da Saúde Mental

como campo interdisciplinar. O objetivo do projeto é debater questões

relacionadas à Saúde Mental, com ênfase em seus aspectos de

fundamentação teórico-filosófica e práticas atuais de ação dentre deste

campo. A Fenomenologia será utilizada como fundamento e método de

pesquisa associada às Ciências Humanas e da Saúde, estabelecendo

interlocução com os demais campos do saber. Ela será utilizada como

ferramenta para o desenvolvimento de pesquisas (de cunho exploratório,

interventivo e epidemiológico), bem como fundamento epistemológico para

as práticas psicológicas em seus diversos contextos de aplicação, com

ênfase para as práticas clínicas e de saúde. Serão utilizadas para isso uma

metodologia fenomenológica que incluirá a coleta de dados, entrevistas e

análise de documentos; além da pesquisa quali-quanti destacada por

Minayo (2008), e procedimentos de pesquisa exploratório-descritiva junto à

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população atuante em Saúde Mental (gestores, usuários, familiares,

profissionais, etc.). Esse projeto de extensão estará atrelado às seguintes

pesquisas: 1) Projeto de Pesquisa intitulado “Implementação de um projeto

de atenção às primeiras crises do tipo psicóticas em um CAPS III de

Curitiba baseado no modelo GIPSI”, desenvolvido no Programa de Pós-

Graduação (Doutorado) em Psicologia Clínica e Cultura, da Universidade de

Brasília (UnB), sob forma de Doutoramento de Mariana Cardoso Puchivailo,

sob orientação do Prof. Dr. Ileno Izidio da Costa (UnB), e co-orientação do

Prof. Dr. Adriano Holanda (UFPR); 2) Grupo de Intervenção Precoce nas

Psicoses (GIPSI), coordenado pelo Prof. Dr. Ileno Izidio da Costa (PPG-

Psi/UnB); 3) Programa de Extensão “Centro de Convivência e Saúde Mental:

Inclusão e Cidadania”, coordenado pelo Prof. Dr. Luís Felipe Ferro e Prof.

Dr. Milton Mariotti (Departamento de Terapia Ocupacional, Universidade

Federal do Paraná); 4) Projeto de Pesquisa “Contribuições da

Fenomenologia à Psicologia: Investigação dos Fenômenos Psíquicos”,

coordenado pelo Prof. Dr. Tommy Akira Goto, da Universidade Federal de

Uberlândia (Faculdade de Psicologia). O projeto em tela, propõe reflexões

sobre formação, capacitação e ações na rede de saúde mental de Curitiba,

colaborando para a participação da universidade na construção

interdisciplinar da rede de atenção psicossocial (RAPS) e da atuação e

pesquisa do aluno de psicologia na realidade do contexto de atenção à

saúde de Curitiba.

Palavras-Chave: Fenomenologia. Saúde Mental. Sofrimento. Processos de

Saúde e Doença.

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Procedimentos Clínicos Grupais Online: Reflexões sobre a Depressão

de Primeira Crise

Coordenação – Adelma Pimentel (UFPA)

A formação de psicólogos, mesmo com o advento das diretrizes curriculares

para atualização dos projetos pedagógicos dos cursos no Brasil, ainda não

contempla atividades básicas e de ênfases que capacitem os discentes para

a pratica da psicoterapia breve online, e treino de terapeutas na nova

modalidade psicoterápica. Tal limitação implica na ausência, na graduação

de Psicologia da UFPA, do uso sistemático de aplicações como hipertexto,

multimídia, armazenamento ótico, interfaces gráficas, sistemas de

informação, bibliotecas virtuais, publicações eletrônicas, aprendizagem

assistida por computador, dentre outras. Esta contribuição se dá no campo

das Tecnologias da Informática e Educação, cuja aplicação à promoção da

saúde favorece o engajamento dos beneficiários dos projetos na

transformação pessoal e social, bem como na redução de demanda em

saúde coletiva que se vale das unidades básicas de saúde. A Telehealth ou

telessaúde é definida como o uso de tecnologias de informação e de

telecomunicação que suportam o atendimento clínico de profissionais da

saúde realizados a distância e suas inter-relações com educação, saúde

pública e promoção de saúde. A Telepsychology ou telepsicologia é um

segmento da Telehealth que utiliza novas tecnologias de informação e

comunicação: telefone, dispositivos móveis, e-mail, chat, mensagens de

texto, internet, blogs, sites, videoconferências interativas para a prestação

de serviços psicológicos. As Tecnologias de Informática e Comunicação e a

psicoterapia breve online podem ser aplicadas em questões focais como a

sensação de envelhecimento, e o primeiro episódio de depressão? É a

questão geral do estudo. O fio condutor da pesquisa será a aplicação focal

da técnica da psicoterapia online aos campos mencionados.

Metodologicamente faremos atendimentos clínicos individuais na clinica

escola da UFPA por vinte, vinte e quatro e trinta sessões realizadas por uma

equipe de gestalt-terapeutas experientes. Os critérios de inclusão dos

participantes é inscrição na clínica escola; adesão a participação da

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pesquisa através da assinatura do termo de consentimento livre e

informado, ter em casa, ou ambiente adequado, recursos tecnológicos e

internet; ter ensino fundamental completo. Os critérios de exclusão são:

não aderir a participar da pesquisa, casos psicopatológicos; não saber ler,

não ter conhecimentos básicos de internet, não ter em casa, ou ambiente

adequado, recursos tecnológicos e internet. Os dados serão analisados

pela proposta de análise do discurso de Paul Ricoeur. Espera-se com os

resultados contribuir para atualização da resolução CFP que regula a

orientação online e avaliar o impacto do atendimento clinico online.

Palavras-Chave: Grupoterapia; Tecnologias da informática e comunicação;

Depressão; Linguagens Expressivas.

19

Por Um Núcleo de Atendimento Clínico a Pessoas em Risco de

Suicídio: Uma Análise Fenomenológica do ato de Decidir Pôr Fim à

Vida (Bolsa Produtividade/CNPq-2015)

Coordenação – Ana Maria Lopes Calvo de Feijoo (UFRJ)

Uma reportagem no Psi-Jornal do Conselho Regional de São Paulo, bimestre

setembro e outubro de 2011, na sessão Conversando com o(a)

Psicólogo(a), com o tema Suicídio: de quem é o problema?, podemos ver o

alerta de que no Brasil o número de suicídios vem crescendo de maneira

assustadora. E a seguir, a reportagem pergunta sobre como poderia se dar

uma política pública voltada para a questão do suicídio e, por fim, continua

informando que o Ministério da Justiça divulgou um estudo do Instituto

Sangari sobre o Mapa da Violência de 2011 que mostra o alto índice de

suicídio em jovens entre 15 e 24 anos. Ainda, no Psi-Jornal do Conselho

Regional de São Paulo, nesta mesma publicação, constam algumas

informações que merecem ser pensadas. Uma delas é que o Ministério da

Saúde criou, em 2005, a Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio,

estimulando algumas ações locais destinadas a prevenção, assinala, no

entanto, que não há iniciativas de maior alcance nesse campo. Na tentativa

de mobilizar a prevenção do ato de por fim a vida, o Ministério estimulou a

iniciativa de realização de Projetos com o propósito de acolher as pessoas

que pensam em finalizar as suas vidas. Daí surgiram alguns projetos como

ComViver, no Rio de Janeiro e Programa de Prevenção de suicídio

implantado no Hospital Ouro Verde, em Campinas, sob coordenação de

Davisson Vianna Dantas dos Santos. Esse estudioso do tema, nessa mesma

reportagem, embora confirme a importância da criação de projetos e

núcleos de atendimento, acredita que há uma insuficiência da qualificação

do pessoal envolvido na lida com a situação de suicídio. Ele ainda se refere

à importância do implemento de “políticas de recheio”, ou seja, uma maior

preocupação com a qualificação técnica, sem abandonar a humanização

dos profissionais envolvidos com a temática. E, por fim, nessa publicação,

também, aparece à preocupação dessa instituição com a falta de maiores

discussões dos psicólogos sobre a lida desses profissionais com aqueles que

querem pôr fim à vida. Com base nas notícias, observações e reivindicações

20

presentes nessa reportagem é que nos certificamos da urgência e

emergência da criação de um Núcleo de Atendimento Clínico a Pessoas em

Risco de Suicídio. Para implantar esse núcleo tentaremos atender as

reinvindicações acima relacionadas. Primeiramente, com fins ao domínio do

tema suicídio, discutiremos as diferentes interpretações acerca do

fenômeno suicídio, no que diz respeito à ênfase na culpabilização da

sociedade, do indivíduo, ou ainda, na ausência de culpado, em que o

suicídio é tomado como possibilidade existencial. Após tais discussões,

apresentaremos os argumentos controversos sobre a necessidade de

formação de redes de ajuda para assim podermos estabelecer os aspectos

imprescindíveis à formação do Núcleo, no que diz respeito aos aspectos

físicos, materiais e à formação dos profissionais. A posição que

sustentaremos tem como base a fenomenologia e a hermenêutica em que o

fenômeno de pôr fim à vida é tomado em seu caráter mais originário. Para

tanto, esclareceremos como historicamente passamos da ideia de pôr fim à

vida ao suicídio e como esse ato ganha o estatuto de coragem ou covardia,

por meio a uma discussão sobre biopolítica. Após a apresentação das

diferentes lidas do profissional de Psicologia com o suicídio, nós passaremos

a pensar o ato de dar fim à vida em seu caráter de desespero e desmedida

para, então, poder argumentar a favor de uma interpretação existencial,

considerando a indissociabilidade da teoria e da prática.

Palavras-chave: Suicídio; Fenomenologia-hermenêutica; Biopolítica.

21

Da Psicologia Sem Objeto Ao Saber-Fazer Na Clínica Psicológica

Existencial (Projeto Pro-Ciência UERJ: Existência & Psicoterapia)

Coordenação – Ana Maria Lopes Calvo de Feijoo (UFRJ)

A Psicologia, como área de saber científico e como campo de práticas,

desde muito, vem sendo problematizada tanto pelos filósofos como pelos

próprios psicólogos com relação aos seus pressupostos. A psicologia

fenomenológica existencial, no que diz respeito tanto ao seu saber quanto

ao seu fazer tem, ainda mais, sua viabilidade questionada na medida em

que toma como referência, em seus estudos, a Filosofia. Essa situação, no

que se refere à Psicologia em geral se agrava pela própria dispersão dessa

área de saber. Com relação à psicologia fenomenológica existencial, as

críticas ganham mais força pela falta de uma maior unidade em suas

concepções, por parte dos estudiosos dessa perspectiva. Até mesmo o

termo existencial ganha sentidos diferentes e, muitas vezes, contraditórios,

colocando ainda mais essa perspectiva em questão. Em virtude da ampla e

indiscriminada utilização que o termo análise existencial conquistou, na

psicologia clínica, foi que Ludwig Binswanger (1973) acabou optando pelo

termo daseinsanálise. E, ainda, mais tarde, mediante a crítica de Heidegger

(2001) à inadequação da proposta ôntica de Binswanger, este passou a

denominar a sua prática de fenomenologia antropológica. Essas

considerações somam-se aos motivos pelos quais o saber-fazer em uma

psicologia fenomenológica existencial é algo que merece e precisa ser

pensado. Embora predominem aqueles que criticam tanto o saber como o

fazer em Psicologia de um modo geral (Canguilhem, 1958/1999; Japiassú,

1995), há aqueles que defendem a possibilidade desse saber-fazer, como o

fenomenólogo Michel Henry (Henry, 2007) e o psicólogo Luís Cláudio

Figueiredo (Figueiredo, 1995). Henry, com a sua máxima da maestria de

vida, afirma que uma íntima articulação entre saber, fazer e ética, pode ser

alcançada por meio da fenomenologia, que ele mesmo denomina, da vida.

Figueiredo (1996) propõe a dimensão ética em Psicologia como alternativa

às perspectivas epistemológicas. Ressaltamos que a ética, no sentido

tomado por Henry e Figueiredo, pode ser uma forma de pensar a ruptura

com a clássica dicotomia teoria e prática. O próprio Heidegger (1947 /1987)

22

ao pensar o éthos em sua relação com o ser supera a clássica relação entre

causa e efeito, que orienta, tradicionalmente, o binômio: teoria e prática. A

investigação que propomos, neste projeto, diz respeito a elencar os

argumentos que sustentam a possibilidade de uma Psicologia que se

constitua sem a dicotomia entre teoria e prática. Para poder pensar a

Psicologia para além dessa dicotomização, iniciamos colocando em questão

o pressuposto da obrigatoriedade de que haja um objeto de estudo na

Psicologia, posicionado pela subjetividade, para que essa área de saber

alcance legitimidade teórica e prática. Neste caso, a prática seria uma teoria

aplicada. Assim, cabe, então, questionar o próprio horizonte técnico-

científico onde essa legitimidade é exigida. Prescindindo da presença

obrigatória de um objeto de estudo posicionado pela subjetividade,

tentaremos alcançar um espaço anterior à dicotomia sujeito e objeto, ou

seja, a existência. Nessa mesma linha de pensamento, tentaremos defender

a unidade do saber-fazer na Psicologia, sem, com isso, retirarmos dessa

área de estudo o seu rigor e a possibilidade de um campo de prática

devidamente reconhecido. A questão da exigência da determinação do

objeto pelo sujeito para que uma específica área de estudo seja considerada

científica é motivo de debate entre os estudiosos do tema. Após

acompanhar, em parte, esse debate, iremos junto à Filosofia, que pretende

encontrar algo da ordem do mais originário do que a relação sujeito e

objeto, buscar a originalidade a partir da qual aparece o psiquismo. Assim,

acompanhando ao largo esses argumentos, pretendemos encontrar um

caminho de reflexão que nos permita colocar os estudos e campo de

práticas em psicologia fenomenológico-existencial em um espaço, também,

mais originário, ou seja, a existência. É, justamente, o mais originário que a

fenomenologia de Husserl (1910/2007a) vai privilegiar como um tema que

merece ser pensado. E, ainda, afirma o fenomenólogo que a Psicologia

deveria se ater ao estudo da intencionalidade para, assim, retirar toda e

qualquer necessidade de se constituir como área de saber que estabeleça

posicionalmente, o seu objeto. Heidegger (1927/2013), com a radicalização

da intencionalidade até o espaço historicamente constituído, é que vai

apontar um caminho para poder pensar um saber em Psicologia em que se

torna totalmente desnecessário encontrar um objeto posicionado,

23

delimitado e substancializado. Acompanhando a fenomenologia e a

ontologia fundamental, em, respectivamente, Husserl (1900/2007b) e

Heidegger (1927/2013), iniciaremos a trilhar um caminho possível para

propor um saber em Psicologia que prescinda totalmente de um objeto

posicionado. Cabe ressaltar que não pretendemos dispor dessas filosofias

como uma aplicação direta para a Psicologia. Se assim fosse, estaríamos

apenas substituindo as bases teóricas. Pretendemos apenas seguir à

margem (Campos, 2014) do caminho tomado por essas filosofias, para nos

apropriarmos de modo autônomo de uma Psicologia que busca suas bases

no ato mesmo de existir. Trata-se, portanto, de seguir os passos

argumentativos dessas filosofias para conquistarmos nossos objetivos.

Assim, não só suspenderemos as verdades estabelecidas pelas vigentes

teorias em Psicologia, que partem de visadas que pressupõem uma

natureza humana, tomadas como objeto posicionado pela subjetividade e

assentado em uma substancialidade, mas, também, consideraremos que a

não substancialidade torna possível uma reconfiguração historicamente

constituída. Com as pistas indicadas pela fenomenologia e pela ontologia

fundamental, retiramo-nos da necessidade de manter um objeto

posicionado subjetivamente para os estudos em Psicologia, e passamos a

referir-nos aos campos intencionais, que aparecem não só temporalmente,

mas também como espaços hermeneuticamente condicionados. Por fim,

para tomarmos um caminho de acesso ao fenômeno, procederemos

hermeneuticamente na apropriação do elemento originário da Psicologia, ou

seja, a existência. Seguiremos a trilha para a qual Heidegger (1929/2006)

nos acena em sua fenomenologia hermenêutica. Para tanto, trataremos de

relembrar e refletir sobre a atmosfera de críticas e de ceticismo que envolve

o saber-fazer em Psicologia. Além dos questionamentos dirigidos à

Psicologia em seus pressupostos teóricos, seu campo de práticas também é

colocado em questão. Às vezes, o seu fazer torna-se alvo de crítica uma vez

que por não garantir a definição e o posicionamento de um objeto, não

pode elencar os elementos que viabilizem uma prática (Canguilhem, 1999).

Outras vezes, a crítica aponta para o fato de que seu objeto é algo da

ordem do arbitrário. Logo, é a prática da psicologia, que ao tomar seu

objeto de modo arbitrário, seja ele o psiquismo, o self ou o comportamento,

24

torna-se alvo de questionamentos. Nessas críticas, fica claro que é exigido

da Psicologia algo como a dicotomia entre a teoria e a prática, tal como

determina o modelo das ciências pragmáticas. Novamente, é em Heidegger

(1927/2013) que vamos buscar o caminho que nos traz elementos que irão

permitir o rompimento com a necessidade de que se estabeleça uma

dicotomia entre teoria e prática. Ainda, é esse filósofo, ao apontar para algo

mais originário, que nos esclarece sobre as bases que dão sustentação para

o aparecimento dessa dicotomia. Com base na discussão de Heidegger

(1927/2013) sobre o primado da prática e da prescindibilidade de

posicionamento de seu objeto, é que vamos defender que, para pensarmos

em um saber em Psicologia na unidade com seu campo de práticas,

prescindimos de qualquer modelo teórico anterior à prática. É por esse

caminho que pensaremos o saber-fazer da psicologia existencial e mais

especificamente, da psicologia clínica. Cabe esclarecer, portanto, que a

questão que tentaremos responder, neste estudo, é em que medida se

torna possível articular um saber e um fazer em Psicologia, prescindindo da

necessidade de se estabelecer para essa área de saber um objeto

posicionado, definido e delimitado espacial e temporalmente pela

subjetividade? E, ainda, dando continuidade a essa questão, esclarecer,

também, como é possível sustentar um campo de práticas na clínica

psicológica, uma vez que se prescinde de um objeto posicionado pelo

sujeito do conhecimento? Na tentativa de preparar um espaço de

investigação para o desdobramento das questões propostas, procederemos

por meio de uma revisão da literatura em que estudiosos do tema se

posicionam criticamente, como Canguilhem (1999), Garcia Roza (1977) e

Figueiredo (1995; 1996). Mostraremos, primeiramente, as diferentes

posições críticas com relação à Psicologia tanto nas suas formulações

teóricas quanto ao seu campo de práticas, no que se refere à

prescindibilidade ou imprescindibilidade de um objeto de estudo posicionado

pelo sujeito. Por meio de uma revisão da literatura das obras dos filósofos

Edmund Husserl (1900/2007a; 1910/2007b; 1913/2006, 1936/1989) e

Martin Heidegger (1920/2010; 1927/2013; 1929/2006; 2001; 1947/1987;

1957/ 1991; 1959; 1958) acompanharemos seus argumentos ao

prescindirem da noção de sujeito substancializado, portanto, de um objeto

25

definido em sua materialidade para seus estudos filosóficos sobre,

respectivamente, a consciência e a existência. Esses mesmos argumentos

serão tomados como o caminho que deveremos trilhar para poder, em

Psicologia, também pensar a possibilidade de desenvolver, com rigor, um

saber e um fazer que prescindam de um objeto posicionado. Assim, com

esta investigação, pretendemos dar continuidade a pesquisas realizadas

anteriormente (Feijoo, 2000; 2009; 2011; 2012) e continuar a esclarecer o

porquê e o como a psicologia existencial pode se estabelecer como um

campo de saber e de fazer sem ter que, necessariamente, corresponder aos

critérios de objetividade substancializada e posicionada que lhe são, a todo

o momento, reivindicados. E, ainda, que na fenomenologia de Husserl e na

ontologia fundamental de Heidegger podemos encontrar um caminho de

pensamento mais originário, caminho esse que em diálogo como as

determinações do mundo moderno (Era da técnica), poderá contribuir para

outro posicionamento em psicologia clínica, diferente dos que se articulam

dedutivamente ou empiricamente. A esse caminho denominaremos aqui

existencial, tal como fizemos nas pesquisas anteriores mencionadas acima.

Palavras-chave: Psicologia clínica, fenomenologia-hermenêutica; Martin

Heidegger.

26

Contribuições para a Construção de uma Clínica Psicológica Infantil

de Inspiração Heideggeriana

Coordenação: Ana Maria Monte Coelho Frota (UFC)

Parceria – Elza Maria do Socorro Dutra (UFRN)

O objetivo da pesquisa é a realização de um estudo da obra do filósofo

Martin Heidegger, no sentido de contribuir para a construção de uma clínica

psicológica com crianças, inspirada na fenomenologia hermenêutica

hedeggeriana. Tem como objetivo estudar os textos de Heidegger,

buscando, na sua obra, uma compreensão que possa nos aproximar das

reflexões filosóficas que se acercam da infância e da criança. Embora

Heidegger não tenha tratado especificamente deste tema, julgamos

importante investigar possíveis aproximações. A partir disso, acreditamos,

torna-se possível pensar elementos que contribuam para a construção de

uma clínica existencial-hermenêutica exercida com e para crianças.

Utilizaremos uma metodologia de pesquisa documental hermenêutica, na

qual buscaremos compreender sentidos, na obra de Heidegger, que nos

possibilite uma aproximação com a clínica infantil. A infância constitui-se,

hoje, numa categoria social, foco de estudo de diferentes disciplinas e

olhares científicos. Mas nem sempre foi assim. Por muito tempo infância e

criança foram tratadas como invisíveis, no sentido de se fazerem ver

somente através do discurso adulto. Na verdade, era justamente este olhar

adultocêntrico que nos dizia da criança. A perspectiva era de uma criança

que representava o futuro ou um vir a ser. Então, a criança era educada

para atender um modelo específico, determinado aprioristicamente e

tratada clinicamente a partir deste paradigma. Hoje, existe uma clareza

muito grande, um movimento assumido amplamente, no sentido de

considerar a criança um devir (Qvortrup, 2011; Moriyón, 2010), um ser

aberto às possibilidades. Percebemos que a criança sai de um lugar definido

anteriormente, iluminado pelo ideário modernista, para uma compreensão

mais aberta e prenhe de possibilidades. “Trata-se aqui de devolver à

infância, a sua presença enigmática e de encontrar a medida da nossa

responsabilidade pela resposta, ante a exigência que esse enigma leva

consigo” (Larrosa, 2013, p. 186). O projeto defendido e sustentado pela

27

Modernidade compreende o ser humano pela razão e institui um caminho

na procura da própria essência do humano. Assim, progresso e tecnologia

caminham de mãos dadas em direção à „felicidade‟. Porém, com a crise da

razão moderna, construiu-se um ceticismo crescente sobre a modernidade e

sobre suas pretensões: desenvolveu-se uma crescente desilusão com sua

incapacidade para compreender e acomodar a diversidade, a complexidade

e a contingência humanas. A partir de então, muitas ciências têm se voltado

à criança e à infância, na tentativa de um diálogo possível (Frota, 2007). A

Filosofia da infância traz uma contribuição muito importante aos estudos

que têm sido feitos nesta seara: a criança precisa dizer-se! Deste modo,

acreditamos que a infância pronuncia uma palavra que não se entende e

pensa um pensamento que não se pensa, pelo menos até ser

completamente „domesticada‟. Deste modo, “dar espaço a essa língua,

aprender essa palavra, atender esse pensamento pode ser uma

oportunidade não apenas de dar um espaço digno, primordial e apaixonado

a essa palavra infantil, mas também de educar a nós mesmos” (Koan,

2004, p. 131). A infância vem sendo compreendida pela filosofia da infância

como um tempo de possibilidade da experiência, da alteridade radical, de

ruptura, inaugurando uma possibilidade de viver a experiência real. Daí a

grande necessidade de proteger e cuidar da criança e da infância. Falamos

aqui de uma possibilidade existencial para além da cronologia. Uma

possibilidade com capacidade transgressora e disruptiva. É sabido que o

pensamento heideggeriano foi uma crítica radical contra a metafísica

ocidental. Deste modo, o historicismo vulgar é superado no sentido de

afirmar que o ser-aí é histórico. Este é um princípio fundamental de caráter

ontológico-existencial que nada tem a ver com a simples constatação ôntica

do fato de que o ser-aí faz parte da história universal. O foco da experiência

não é o tempo linear, mas o tempo existencial. Assim, Heidegger rompe

com a idéia de infância cronológica, já que ele fala de um tempo aion e não

khrono. Neste sentido, fala da busca de dar sentido ao tempo, como um

desejo imortal dos mortais. Deste modo, seria possível pensar que a

infância, como dimensão originária, rompe com a determinação espaço-

temporal que lhe é atribuída? Qual seria a implicação deste possível

rompimento com uma clínica existencial-hermenêutica voltada para

28

crianças? Estaria certo Hoyuelos (2003) ao pensar que “viver o tempo da

infância é deixar-se surpreender pelo acontecimento que nos comovem (...)

(p. 9)? Pensar, na perspectiva heideggeriana, “(...) se dá a partir da

atenção que se dá ao que dá o que pensar” (Koan, 2011, p. 214). Para

tanto, a atenção é essencial, revelando-se como um “certo pathos, um

estado de espírito que é colocado na base do pensamento” (p. 215). Pensar

nos retira de um lugar comum. Seria mesmo uma quebra da dominação

imposta pelos tempos da técnica. Interessante perceber que a infância tem

sido tratada como um tempo silenciado, recheado de sonhos de

emancipação, liberdade e racionalidade, ainda não desenvolvidos. Na

verdade, queremos acreditar, que “(...) a infância é a condição de ser

afetado que nos acompanha a vida toda. O dito e o não dito, a falta de

palavras, a ausência de voz (in-fans), nos afetos. É aquela singularidade

silenciada que não pode ser assimilada pelos sistemas. Uma condição de

estar afetado que não pode nomear ou reconhecer essa afetação” (p. 239).

Além do pensamento, também a criança se constitui humana na linguagem

e pela linguagem. A ausência da linguagem oral não se constitui numa falta

ou carência. Na verdade, ela é condição. Não há como abandonar a

infância, uma vez que ela, somos nós. A infância é descontinuidade,

irrupção do pensamento, do possível, do porvir, de transformações, de

pensar - no sentido original - sem importar a idade. Poucos são os estudos

que se debruçam na fenomenologia hermenêutica de Heidegger para pensar

uma clínica psicológica (Leal, Sant´Annna, Bueno, Souza, Sá, 2010; Sá &

Barreto, 2011; Feijoo, 2011, 2012; Dutra, 2013; Sá, 2013; Roehe & Dutra,

2014). Na verdade, apesar de a fenomenologia ter avançado na direção de

contribuir para a construção de uma relação de iguais-diferentes entre

adultos e crianças, pouco se tem escrito e pensado. De princípio, nós

fenomenólogos, concordamos que, numa relação com a criança, estaríamos

nos relacionando com um outro e não com alguém que ainda não é. A partir

destas reflexões, pretendemos investigar as seguintes questões: (1) Quais

as leituras possíveis entre a filosofia heideggeriana e infância? (2) Qual

concepção de criança e infância atravessaria a obra heideggeriana? (3) De

que modo pensar a infância como um tempo não cronológico e sim

experiencial influenciaria uma clínica da infância? (4) Finalmente, de que

29

forma a fenomenologia hermenêutica de Heidegger pode inspirar a

construção de uma clínica para e com crianças? Apesar de Heidegger não

falar diretamente sobre a criança, a leitura de sua obra nos ajuda a fazer

algumas reflexões que, cremos, possa fazer deslocamentos importantes

acerca da compreensão da criança e da infância. Uma delas diz respeito à

categorização das idades do homem. Queremos pensar a ideia do ciclo vital,

refletindo acerca da divisão da existência em fases. Para Heidegger

(1927/2015), “(...) torna-se premente o problema de como se deve

alcançar e garantir a via de acesso à presença. Negativamente: a esse ente

não se deve aplicar, de maneira construtiva e dogmática, nenhuma idéia de

ser e realidade por mais evidente que seja” (p. 54). Concordando com o

filósofo, compreendemos que a divisão da vida humana em fases que se

esgotam em si mesmo, tão difundida na contemporaneidade, tem em si

uma via de acesso e de impedimento de acesso ao Dasein. Assim, ao

mesmo tempo em que desvelam um modo de ser, velam quaisquer outras

possibilidades que não sejam as re-presentadas pela tradição metafísica.

Neste sentido, afirma Heidegger, “a presença nunca poderá ser apreendida

ontologicamente como caso ou exemplo de um gênero de entes

simplesmente dados” (p. 86). Além disso, nos alerta o filósofo, “ embora

experienciado e reconhecido pré-fenomenologicamente, o ser-no-mundo se

tona invisível por via de uma interpretação ontologicamente inadequada”

(p. 105). Esse chamado assegura que nossa busca de refletir acerca do ciclo

vital e das categorias colocadas como verdades inquestionáveis seja

importante e necessária. Ainda com relação à categorização da existência

humana em estágios, fases da vida, parece ser necessário pensar acerca da

temporalidade cronológica, que reina livremente na tradição metafísica.

Assim compreendido, a existência pode ser enquadrada no tempo Kronos,

esquecendo a possibilidade da parceria com o tempo aion, justamente

aquele que abre possibilidade de ter uma existência atravessada pelo

acontecimento, experiência que nos atravessa de modo único e pessoal,

chamando-nos para uma maior pessoalidade. O saber da experiência é um

saber encarnado, não se separando da existência concreta. Como nos,

alerta Larrosa (2015), “se chamarmos existência a esta vida própria,

contingente e finita, a essa vida que não está determinada por nenhuma

30

essência nem por nenhum destino, a essa vida que não tem nenhuma razão

nem nenhum fundamento fora dela, a essa vida cujo sentido se vai

construindo e destruindo no viver mesmo, podemos pensar que tudo o que

faz impossível a experiência também faz impossível a existência” (p. 33). E

o tempo kronos, como senhor absoluto da vida humana, nos tira essa

possibilidade, acreditamos. Heidegger (1987/2001) nos fala sobre isso nos

Seminários de Zollikon: “O tempo a ser determinado em relação à questão

do ser não pode ser compreendido pelo conceito de tempo tradicional, como

Aristóteles o desenvolveu apropriadamente no quarto livro de sua física” (p.

147). Indagamo-nos: Como seria pensar a existência humana atravessada

por uma temporalidade que ultrapassasse a cronológica? Que podemos

aprender com ela? Assim, a partir de reflexões ainda muito iniciais,

pretendemos desembocar em elementos que nos ajudem a pensar acerca

da escuta clínica, de inspiração hermenêutica-fenomenológica, feita para e

com crianças.

Palavras-Chave: Clínica existencial-hermenêutica; Criança e infância;

Heidegger

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Fundamentação Fenomenológica da Clínica: De Edmund Husserl a

Michel Henry

Coordenação – Andrés Eduardo Aguirre Antúnez (USP)

Parceria – Tommy Akira Goto (UFU)

A partir do desenvolvimento da fenomenologia de Edmund Husserl e sua

concepção sobre intencionalidade e consciência, buscaremos encontrar as

bases husserlianas na obra de Michel Henry, que traz uma contribuição

ímpar na fenomenologia contemporânea: a não-intencionalidade. Buscar-

se-á assim as proximidades da obra de Michel Henry em Edmund Husserl e

Edith Stein, já que Henry não nega a intencionalidade, mas a coloca em

suspensão para trazer outro aspecto fundamental, a fenomenalidade da

Vida, como doação não intencional. A descrição antropológica desses

aspectos é fundamental para o desenvolvimento de uma autêntica clínica

psicológica fundamentada na interpessoalidade humana.

Compreensão Fenomenológica da Violência Conjugal

Coordenação – Andrés Eduardo Aguirre Antúnez (USP)

Parcerias – Adelma do Socorro Gonçalves Pimentel (UFPA) & Tommy Akira

Goto (UFU)

Disciplina de curso de pós-graduação que visa o intercâmbio de

pesquisadores e discentes da USP, UFPA e UFU. Disciplina de curta duração,

intitulada Compreensão fenomenológica da violência conjugal a ser

ministrada por três membros do GT Psicologia & Fenomenologia da ANPEPP.

Esta disciplina tem o objetivo de dar continuidade às relações

interinstitucionais, entre a USP e Universidades Federais de Uberlândia e do

Pará. Apresentar-se-á as pesquisas realizadas no norte, centro-oeste e

sudeste do país articulando os conhecimentos para a formação dos alunos

da pós-graduação e aprimoramento do corpo docente da UFPA, UFU e USP.

O objetivo principal é apresentar dados de pesquisa sobre a violência

conjugal na cidade de Belém do Pará a partir de compreensão crítica,

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fenomenológica e clínica mostrar as possibilidades e contribuições para a

pesquisa, reflexões e intervenção terapêutica nesse contexto cultural do

norte do país e em outros estados. Justificativa: A situação de violência

conjugal é uma situação complexa e muito difícil de ser alterada, assim

pretende-se discutir criticamente as possibilidades clínicas a partir da

perspectiva fenomenológica, visando debater as implicações para a prática

clínica institucional nesse contexto. Conteúdo (ementa): Se apresentará

pesquisas realizadas com 97 homens que vivem em Belém, capital do Pará,

sobre a experiência com situações de violência conjugal. Serão

apresentados dados sobre a condição masculina em homens e mulheres, a

violência contra o/a parceiro/a, e a saúde psíquica neste contexto. A partir

dessa apresentação da investigação realizaremos reflexões críticas e

debates a partir da fenomenologia de Edmund Husserl, de Paul Ricoeur e de

Michel Henry.

Palavras-Chave: Fenomenologia. Psicologia Clínica. Violência Conjugal.

Colóquio Internacional Michel Henry em Interdisciplinaridade

Coordenação – Andrés Eduardo Aguirre Antúnez (USP)

Parceria – Ileno Izídio da Costa (UnB)

Realizar-se-á no dia 28 de setembro de 2016 o Colóquio Internacional com

participação de professores da área da filosofia, psicologia, enfermagem,

teologia e psicanálise a respeito das pesquisas em andamento sobre a

Fenomenologia da Vida de Michel Henry. A redefinição da pessoa pela

redefinição do eu e da consciência é um tema que interessa hoje às

neurociências, à filosofia e às diversas práticas clínicas. Depois de termos

redefinido o inconsciente pela fenomenalidade da consciência na modalidade

de sentimento de angústia, temor, vontade de auto-destruição (mal-estar);

mostramos que a fenomenalidade do sentir tinha uma dinâmica afetiva

própria, incompatível com a fenomenalidade da representação, e que mais

se parece com a fenomenalidade da alucinação. Queremos agora mostrar

que os fenômenos da alucinação são originariamente relacionais: a

33

fenomenalidade do pathos é, em sua matriz, relacional. Será a partir da sua

fenomenalidade específica do pathos como relação que encontraremos a

dinâmica do viver enquanto viver com o outro em um mundo que é o

nosso, em diversas perspectivas interdisciplinares.

Palavras-Chave: Fenomenologia da Vida, Interdisciplinaridade.

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Psicanálise Existencial: Aproveitamentos do Existencialismo

Sartreano para o Desenvolvimento de uma Perspectiva Clínica

Coordenação – Fernando Gastal de Castro (UFRJ)

Parcerias – Daniela Ribeiro Schneider (UFSC) & Georges Boris (UNIFOR)

Este projeto visa aprofundar e desenvolver uma perspectiva clinica a partir

dos pressupostos do existencialismo sartriano. Nos baseamos nas

produções teóricas do filósofo J-P. Sartre. principalmente em sua ontologia,

antropologia e estudos biográficos para, em diálogo crítico com a

fenomenologia, a psicanálise e as ciências sociais, buscar uma renovação do

campo psicológico. Procuramos partir da clínica, enquanto ponto de partida

empírico, para assim, (re)trabalhar os conceitos e as noções teóricas

tratando, desta maneira, de verificar os alcances e limites do

existencialismo e particularmente da proposta sartreana de uma psicanálise

existencial.

Palavras-Chave: Psicanálise Existencial, Sartre, Existencialismo.

Publicações Derivadas: Livro intitulado J-P. Sartre e os desafios à psicologia

contemporânea. Rio de Janeiro, Via Verita (no prelo). Organizadores:

Fernando Gastal de Castro, Daniela Schneider e Georges Boris.

As Transformações no Mundo do Trabalho e Formas de Sofrimento

na Atividade de Tele-Atendentes no Estado do Rio de Janeiro

Coordenação – Fernando Gastal de Castro (UFRJ)

Parcerias: Sindicato dos trabalhadores em telecomunicações do Rio de

Janeiro (SINTTEL- RIO)

O objeto desta investigação é conhecer as transformações do mundo do

trabalho pela qual vem passando nossa sociedade nas ultimas décadas e

suas relações com as formas de sofrimento geradas a partir desse processo.

Nos concentraremos especialmente no ramo de atividade que mais vem

crescendo nas ultima década, qual seja, o setor de telemarketing e call

centers, ou seja, aqueles que se denominam tele-atendentes. Esta pesquisa

35

pode ser delineada em seus objetivos como, por um lado, de natureza

descritiva e exploratória, visto que buscaremos descrever as formas de

sofrimentos característicos desda atividade laboral, sob a égide da

transformação tecnológica e das novas fomas de organização do trabalho

baseadas na subcontratação. Por outro, objetivaremos também

compreender a complexidade do processo histórico em curso buscando,

para isso, trabalhar certa hipótese que permita explicar o fenômeno social a

que nos dedicamos. Nossas fontes serão documentais, visto que verificamos

uma ampla gama de documentos (CATs, relatórios, prontuários, banco de

dados de sindicatos e governos) ainda não explorados e analisados

cientificamente. Cruzaremos essas informações e análises documentais com

uma análise de cunho sociológico e organizacional conforme realizada por

Castro (2002) em sua pesquisa sobre a síndrome de burnout. Pretendemos

ao final dessa investigação pode compreender melhor a organização do

trabalho dos tele-atendentes das empresas situadas no Estado do Rio de

Janeiro e as formas de sofrimento que vem sendo produzidas

Palavras-Chave: Clínica do trabalho, Fenomenologia, Psicologia do trabalho.

Publicações Derivadas: Livro intitulado Clínica de Situações

Contemporâneas: fenomenologia e interdisciplinaridade. Curitiba, Juruá.

Autores: Monica Alvim & Fernando Gastal de Castro.

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Gestalt-Terapia como Clínica de Situações Contemporâneas

Coordenação – Mônica Botelho Alvim (UFRJ)

Parcerias: Fernando Gastal de Castro (UFRJ) & João Batista Ferreira (UFRJ)

Este projeto tem como objetivo investigar a complexidade das situações

contemporâneas e de nosso atual contexto sócio-histórico, considerando as

atuais formas de subjetivação e sofrimento como implicadas e tecidas a

partir dessa situação. Partindo das queixas, sintomas e questões surgidas

no contexto clínico, na equipe de Gestalt-Terapia da Divisão de Psicologia

Aplicada do Instituto de Psicologia, buscamos identificar forças envolvidas

com dimensões político-ideológicas, econômicas, tecnológicas e culturais

que atuam nas formas de vida e sofrimento. O estudo dessas forças se dá a

partir de uma investigação teórica interdisciplinar. A partir desta analise,

buscamos explorar as tensões entre essas forças e a singularidade dos

sujeitos, na perspectiva das concepções da Gestalt-Terapia, visando ampliar

nossa compreensão dos modos de subjetivação contemporaneos. A

pesquisa está vinculada ao NEIFeCS no Grupo de estudos e pesquisas

interdisciplinares em fenomenologia e clinica de situações contemporâneas,

que tem como objetivos principais: a) Estudar, aprofundar e desenvolver o

pensamento fenomenológico em seus diversos matizes e possibilidades,

tanto do ponto de vista teórico quanto metodológico; b) Buscar

compreender a complexidade das situações contemporâneas e de nosso

atual contexto histórico, considerando as novas formas de subjetivação

como implicadas e tecidas a partir de novas formas de sociabilidade; c)

Desenvolver, na vertente do trabalho de pesquisa, referenciais e

dispositivos teórico-metodológicos para a proposta de uma “Clínica de

situações contemporâneas”; d) Desenvolver um campo de pesquisa-ação e

práticas interdisciplinares buscando, a partir da articulação com outros

campos do saber e de práticas sociais, estender o trabalho clínico para

outras realidades e dimensões da vida social.

Palavras-Chave – Contemporaneidade. Subjetivação. Intersubjetividade.

Dispositivos clínicos.

37

Gestalt-terapia, Fenomenologia e Arte: Diálogos Interdisciplinares

em torno do Corpo e do Sentido

Coordenação – Monica Botelho Alvim (UFRJ)

Considerando a necessidade de aprofundar a pesquisa e a produção teórica

no campo da psicologia de cunho fenomenológico-existencial, este projeto

tem como objetivo revisitar e propor reformulações teóricas no âmbito da

Gestalt-Terapia, buscando contribuir para o desenvolvimento dessa

perspectiva clínica e suas interfaces com a historia e a cultura, a partir do

diálogo com Merleau-Ponty e a corporeidade na arte contemporânea. Os

objetivos específicos envolvem o aprofundamento conceitual e a

investigação de temas fundamentais na psicologia clínica, como as noções

de self, sujeito, subjetividade, intersubjetividade e visa colocar em cena os

temas da experiência, do corpo e da alteridade para pensar a produção de

sentido de um ponto de vista interdisciplinar. Metodologia: Trata-se de uma

proposta de pesquisa teórica em Psicologia Clínica com enfoque da Gestalt-

Terapia. Busca aprimorar seus fundamentos teóricos, revisando e

ampliando conceitos e tem uma dimensão de pesquisa metodológica,

buscando subsidiar a discussão sobre procedimentos e métodos para

intervenção. Os procedimentos envolvem o estudo teórico e o estudo de

obras de arte a partir de: (a) pesquisa bibliográfica; (b) pesquisa

documental; (c) a pesquisa de imagens em livros, catálogos, vídeos e

outros meios digitais; e (d) observação direta e registro audio-visual de

trabalhos artisticos.

Palavras-Chave – Corpo. Método clínico. Produção de sentidos.

38

Gestalt-Terapia, Fenomenologia e Arte: Experiment-ação como

Proposta Teórico-Metodológica na Clínica e na Comunidade

Coordenação – Monica Botelho Alvim (UFRJ)

Parcerias – Universidad de La Republica do Uruguay (UDELAR), Convênio

Capes-Udelar (Casa da Arte de Educar; Escola de Educ.Fisica/UFRJ)

Projeto de pesquisa teórico-metodológica que busca dar prosseguimento ao

diálogo entre a Gestalt-Terapia, a obra de Maurice Merleau-Ponty e a arte

contemporânea, iniciado em pesquisa anterior (Alvim, 2007). A articulação

dos três campos de conhecimento se dá em torno das variáveis experiência,

ato e corpo, imbricadas no processo de significação da existência. Tal

processo é objeto da psicologia clínica, tal como concebida pela gestalt-

terapia, assim como da fenomenologia. Apresenta-se também como ponto

central na arte contemporânea. Trabalhamos a experiment-ação como

proposta teórico-metodológica na clínica e na comunidade. O objetivo deste

projeto é aprofundar a investigação crítica da clínica da gestalt-terapia em

torno da dimensão teórico-metodológica da experiment-ação. Dando

prosseguimento à pesquisa anterior, buscamos o diálogo interdisciplinar,

colocando algumas variáveis centrais em nosso método clínico - como por

ex. o corpo e a expressão - em diálogo com os campos da arte e da

filosofia. O diálogo está delineado a partir de dois principais eixos de

interlocução: 1- Com a fenomenologia-ontologia de Merleau-Ponty e a

estética de Mikel Dufrenne; 2- Com a arte contemporânea, buscando:

referências culturais e artísticas imbricadas com fazeres artísticos fundados

na experiência, no corpo, no ato e na participação do espectador, em

especial no trabalho de Helio Oiticica; poéticas da arte contemporânea como

elementos de referência para o trabalho com a experiência expressiva e

transformadora. Do ponto de vista do método, esta é uma pesquisa teórica,

buscando aprimorar os fundamentos teóricos da gestalt-terapia, revisando e

ampliando conceitos. Tem também uma dimensão de pesquisa

metodológica empírica, buscando rever os procedimentos e métodos para

intervenção do trabalho clínico e comunitário da abordagem gestáltica,

visando o esboço de uma proposta de intervenção clínica em comunidades.

Palavras-Chave – Clínica na Comunidade. Situação adolescente. Expressão.

39

Contribuições da Fenomenologia à Psicologia: investigação

fenomenológica dos fenômenos psíquicos

Coordenação – Tommy Akira Goto (UFU)

Parcerias – Andrés Eduardo Aguirre Antúnez (USP) & Adriano Furtado

Holanda (UFPR)

O projeto tem como objetivo investigar os fenômenos psíquicos (individuais

e sociais) a partir das contribuições metodológicas da Fenomenologia

Transcendental, fundada pelo filósofo Edmund Husserl (1859-1938) e de

seus colaboradores, tais como: E. Stein, M. Merleau-Ponty, M. Henry

evidenciando suas contribuições filosóficas para a ciência Psicologia. A

Fenomenologia desde sua fundação teve uma estreita relação com a

Psicologia, desde as várias críticas que Husserl fez à psicologia científica até

a sua proposta de outra e “nova” Psicologia: a Psicologia Fenomenológica.

Para Husserl essa Psicologia se constitui como uma autêntica ciência da vida

psíquica (anímica), porque somente essa ciência está genuinamente dirigida

à vida psíquica em si mesma e às suas estruturas, mantendo seu “olhar”

verdadeiramente para a interioridade psíquica. Ainda pouco desenvolvida

como Psicologia fenomenológica em sentido stricto, o projeto visa retomar

as análises iniciadas por Husserl e seus colaboradores no intuito de

esclarecer os principais conceitos usados na psicologia (consciência, corpo,

mente, afetividade, saúde, psíquico, empatia, entre outros.) e descrever as

vivências intencionais e as suas estruturas sintéticas e universais para, por

fim, termos elaborada uma ciência universal da subjetividade psíquica.

Palavras-Chave - Psicologia fenomenológica; Subjetividade; processos

básicos.

40

Contribuições da Fenomenologia à Psicologia: investigação

fenomenológica dos fenômenos psíquicos

Coordenação – Tommy Akira Goto (UFU)

O projeto tem como objetivo investigar os fenômenos psíquicos (individuais

e sociais) a partir das contribuições metodológicas da Fenomenologia

Transcendental, fundada pelo filósofo Edmund Husserl (1859-1938) e de

alguns de seus colaboradores e seguidores, tais como: E. Stein, M. Merleau-

Ponty e M. Henry evidenciando suas contribuições filosóficas para a ciência

psicológica. A Fenomenologia desde sua fundação teve uma estreita relação

com a Psicologia, desde as várias críticas que Husserl fez à psicologia

científica até a sua proposta de outra e “nova” Psicologia: a Psicologia

Fenomenológica. Para Husserl essa Psicologia se constitui como uma

autêntica ciência da vida psíquica (anímica), porque somente essa ciência

está genuinamente dirigida à vida psíquica em si mesma e às suas

estruturas, mantendo seu “olhar” verdadeiramente para a interioridade

psíquica. Ainda pouco desenvolvida como Psicologia fenomenológica em

sentido stricto, o projeto visa retomar as análises iniciadas por Husserl e

seus colaboradores no intuito de esclarecer os principais conceitos usados

na psicologia (consciência, corpo, mente, afetividade, saúde, psíquico,

empatia, entre outros.) e descrever as vivências intencionais e as suas

estruturas sintéticas e universais. Para Michel Henry a fenomenologia - em

certo sentido - é uma verdadeira psicologia e ele se debruçou no estudo da

Vida, segundo este autor nós vemos seres vivos, mas nunca vemos sua

vida. Os pacientes que procuram ajuda - em essência - mostram que sua

vida não está sendo vivida a contento, precisam entrar na Vida como um

segundo nascimento; assim, estes estudos podem fundamentar

uma elaboração de uma ciência universal da subjetividade psíquica que

possa ser aplicada às intervenções psicológicas em clínicas-escola ou

instituições de saúde.

Palavras-Chave – Psicologia fenomenológica; Subjetividade; processos

básicos; Fenomenologia da Vida.

41

Psicologia, Fenomenologia e Experiência Religiosa

Coordenação – Tommy Akira Goto (UFU)

Este projeto de pesquisa tem o objetivo de analisar e pesquisar a

experiência religiosa e os processos de subjetivação e promoção da saúde

humana no contexto existencial e psicológico, ampliando este conhecimento

no campo universitário em diálogo com as religiões e com a teologia cristã e

não-cristã. Em nossa sociedade moderna, temos vivenciado uma

diversidade de interpretações sobre a religiosidade e a fé vindas das demais

religiões, teologias e ciências humanas e sociais, o que não poderia deixar

de acontecer também com a Psicologia. Além disso, presenciamos em nosso

cotidiano alguns conflitos psicológicos, culturais e até políticos provenientes

de ideias e culturas religiosas. As ideias fluirão a partir do terreno aberto

das novas concepções científicas, justificando-se pela aceitação crescente

das práticas religiosas integrativas, alternativas ou holísticas na saúde

brasileira. Também pela necessidade de estudos da experiência religiosa,

como um todo, a partir da fenomenologia da religião, que tem como objeto

primeiro o estudo do fenômeno religioso (fenômeno sendo aquilo que se

mostra em si, é o que é patente e ato de significar), a busca da

compreensão do significado profundo da vivência religiosa e, e no seu

potencial de promover saúde e cura.

Palavras-Chave: Religiosidade; Fenomenologia da Religião; Saúde.

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Psicologia da Saúde/Clínica: A Pesquisa e a Intervenção em

Instituições sob a Perspectiva da Atenção Psicológica

Coordenação – Vera Engler Cury (PUC-Campinas)

Este projeto de pesquisa intenta analisar a atenção psicológica desenvolvida

atualmente em instituições brasileiras sob a perspectiva de uma intervenção

clínica socialmente contextualizada, caracterizada por atitudes de empatia,

aceitação incondicional e congruência por parte do psicólogo, como

preconizadas pelo psicólogo norte americano Carl Rogers. O foco da

investigação recairá sobre a questão: os elementos presentes nos diversos

tipos de atenção psicológica disponibilizados atualmente em contextos

diversos constituem efetivamente espaços de escuta singularizada a partir

da demanda expressa pelos clientes/usuários? Justifica-se em função da

atuação do psicólogo em instituições ser alvo de constantes reflexões e

críticas nas quais alguns pontos têm sido mais ressaltados pelos autores,

como a transposição acrítica da clínica tradicional ao contexto institucional.

Ao final, espera-se poder redefinir a intervenção psicológica clínica a partir

de um posicionamento teórico e ético que enfatize a importância de uma

atenção psicológica norteada por relações dialógicas entre profissional (ais)

e clientes (ou usuários) que só se tornam concretas quando se confirma o

potencial destes para exercer em algum grau sua autonomia pessoal. A

pesquisa será conduzida como uma análise teórica com ênfase em

elementos conceituais a partir da análise da implementação de práticas

psicológicas em instituições, como revelada por estudos de natureza

fenomenológica, desenvolvidos por pesquisadores do Grupo de Pesquisa

“Atenção Psicológica Clínica em Instituições: prevenção e intervenção”.

Espera-se que a desconstrução de uma concepção limitada sobre a

intervenção psicológica em instituições possa contribuir para confirmar o

potencial transformador da postura dialógica, resultando na construção de

caminhos para a superação de desafios contemporâneos na esfera da saúde

mental.

Palavras Chave: atenção psicológica em instituições; prevenção e

intervenção psicológica; encontros dialógicos; fenomenologia.

43

Fenomenologia Clinica como Intervenção Terapêutica em

Psicopatologia

Coordenação – Virginia Moreira (Unifor)

Este projeto tem como objetivo desenvolver a fenomenologia clínica da

ambiguidade, inspirada na fenomenologia filosófica de Maurice Merleau-

Ponty. Busca a compreender a experiência de Lebenswelt (mundo vivido)

nos distintos processos de adoecer, desenvolvendo estudos sobre o método

clínico fenomenológico como intervenção terapêutica em psicopatologia.

Utilizando-se da lente fenomenológica ambígua, este projeto entende que a

experiência psicopatológica vivida encontra-se no quiasma, ou na interseção

doente e mundo, de tal forma que a patologia mental e o mundo em que

vivemos se constituem mutuamente. Nesse sentido, a fenomenologia clínica

como intervenção terapêutica visa a se construir como reversibilidade, onde

subjetividade e objetividade, sintomatologia e experiência vivida são

compreendidos em mútua constituição sob esta lente que pretende não se

prender à dicotomia sujeito x objeto, sintoma x fenomenômeno na

construção do método fenomenológico clínico de inspiração merleau-

pontyana (PQ-2 – 2015-2017).

44

Fenomenologia Crítica do Adoecer

Coordenação – Virginia Moreira (Unifor)

Este projeto de pesquisa tem como objetivo desenvolver estudos críticos

que busquem o significado da experiência vivida da psicopatologia e do

adoecer, utilizando-se da fenomenologia merleau-pontyana como

ferramenta crítica para compreender a experiência de Lebenswelt (mundo

vivido) nos processos de adoecimento. Busca compreender a produção

cultural e ideológica das psicopatologias na sociedade contemporânea, bem

como desenvolver estudos em Psicoterapia Humanista-Fenomenológica, que

venham a contribuir para uma compreensão crítico-cultural dos fenômenos

patológicos e psicopatológicos, bem como para a sua prevenção e

tratamento.