Anais Eletrônico IX EPCC Encontro Internacional de ... · PDF file910/2011 a responsabilidade pela construção e manutenção das mesmas é ... utilizando da composição e valores

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  • Anais Eletrnico IX EPCC Encontro Internacional de Produo Cientfica UniCesumar Nov. 2015, n. 9, p. 4-8 ISBN 978-85-8084-996-7

    IX EPCC Encontro Internacional de Produo Cientfica UniCesumar

    03 a 06 de novembro de 2015 Maring Paran Brasil

    ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM MOBILIDADE REDUZIDA: DIAGNSTICO DAS CALADAS DO BAIRRO JARDIM ALVORADA, CIDADE DE MARING - PR

    Tathyane Camara de Souza Amorim1, Aline Lisot

    2

    RESUMO:As caladas so um local de circulao pblica e, portanto, devem ser acessveis a todos. Porm a situao real diferente do desejado, onde as mesmas muitas vezes no possuem acessibilidade s pessoas com mobilidade reduzida e apresentam obstculos para estas. Com o objetivo de obter um diagnstico sobre a situao das caladas no municpio de Maring, quanto acessibilidade para pessoa com mobilidade reduzida, desenvolveu-se o presente trabalho, com a metodologia de visita em campo para o levantamento da situao e para a classificao das caladas quanto acessibilidade. Utilizou-se do SINAPI Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e ndices da Construo Civil para elaborao de um oramento para execuo de calada em um lote padro, segundo modelo proposto pela prefeitura do Municpio de Maring. A situao encontrada merece ateno visto que 70% das caladas possuem algum tipo de irregularidade e 100% dos rebaixos de guia para passagem de pedestres estavam irregulares ou no existiam. O valor para a demolio da calada irregular e construo de uma nova de 1.661,08 reais, sendo este um valor alto, porm compensativo quando considerados os benefcios da regularizao. PALAVRAS-CHAVE: Acessibilidade; Inclinao de caladas; Mobilidade; Rebaixo de guia. 1 INTRODUO

    Pessoas com deficincia fsica, mesmo que temporria, que necessitam de cadeira de rodas para se locomover, passam a t-la como extenso de seu corpo, acarretando problemas para o deslocamento e a mobilidade, visto que obstculos que no impedem a passagem de pedestres sem cadeira podem vir a impedir a passagem do cadeirante.

    Um anseio da pessoa com cadeira de rodas a independncia para locomoo, pois devido s limitaes impostas pela cadeira, as pessoas se tornam dependentes de auxlio de outros para realizar atividades cotidianas. Dentro da prpria residncia so possveis adaptaes que permitam manobras e deslocamentos com a cadeira, porm quando sai s ruas, o problema deixa de ser individual e o cadeirante se v na maioria das vezes dependente de ajuda para se locomover pelas caladas, devido ao mau estado de conservao das mesmas, com buracos, inclinaes excessivas, nascimento de gramneas e obstrues, alm de muitas nem ao menos permitirem o acesso, pela falta de guias rebaixadas. Assim os mesmos tm que andar pelas ruas, concorrendo com o espao usado pelos veculos estacionados e em movimento, colocando sua prpria vida em risco.

    As pessoas com mobilidade reduzida tambm passam por dificuldades ao se locomoverem pelas caladas, onde idosos no conseguem subir um desnvel, pessoas com carrinhos de beb passam por problemas para transitar em caladas com obstculos, pessoas com dispositivos para auxlio na locomoo como muletas e andadores que ficam emperrados no piso, entre outros.

    Acessibilidade a possibilidade e condio de alcance para utilizao, com segurana e autonomia, dos espaos, mobilirios e equipamentos urbanos, das edificaes, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicao, por pessoa portadora de deficincia ou com mobilidade reduzida (Brasil, Lei n 10.098, de 19 de dezembro de 2000).

    A norma brasileira que traz as diretrizes para as questes de acessibilidade em espaos urbanos como caladas rebaixadas a NBR 9050 Acessibilidade a edificaes, mobilirio, espaos e equipamentos urbanos. No mbito municipal as orientaes a este respeito esto na Lei Complementar 910/2011.

    A cidade de Maring, localizada no noroeste do Estado do Paran, tem um plano urbanstico datado de 1947 pr-estabelecendo vias e bairros. Porm, com o crescimento da populao foi necessria a expanso para novos bairros. Neste contexto, em meados de 1960 foi implantado o bairro Jardim Alvorada, proveniente do parcelamento de uma propriedade rural pertencente a Alexandre Rasgulaeff em lotes de menor rea do que a prevista como padro no projeto original da cidade. Assim permitiu-se a aquisio pela populao de menor poder aquisitivo. (CORDOVIL, 2010)

    Maring possui 357.077 habitantes, enquanto o bairro Jardim Alvorada possui 21.731 mil habitantes (LINJARDI, 2010). O mesmo representa aproximadamente 6% da populao maringaense, sendo uma localidade de grande importncia para o municpio. Porm, como no momento de sua implantao as regulamentaes a respeito de rebaixamento de guias no estavam em vigor e como a fiscalizao vem se mostrando insuficiente

    1 Engenheira civil.

    2 Professora adjunta do departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maring.

  • Anais Eletrnico IX EPCC Encontro Internacional de Produo Cientfica UniCesumar Nov. 2015, n. 9, p. 4-8 ISBN 978-85-8084-996-7

    IX EPCC Encontro Internacional de Produo Cientfica UniCesumar

    03 a 06 de novembro de 2015 Maring Paran Brasil

    para a regularizao dos passeios pblicos dos lotes, a situao encontrada leva dificuldade de locomoo, principalmente por cadeirantes.

    Os principais usurios de cadeira de rodas so as pessoas com deficincia motora, que segundo a Cartilha do Censo 2010 do IBGE, constituem 7% da populao brasileira. Estes necessitam de ateno e meios que facilitem o seu deslocamento, principalmente quando se tratam de espaos de uso pblico.

    As pessoas com mobilidade reduzida, mesmo que temporria, tambm tem de enfrentar situaes de dificuldade para a circulao pelas caladas, a cidade de Maring uma representao desta realidade, tanto nos bairros antigos, loteados antes do incio da preocupao com as questes de acessibilidade pela legislao municipal, bem como os novos bairros, que apesar de j serem loteados e regulamentados aps essa preocupao, apresentam divergncias e irregularidades devido responsabilidade individual de cada proprietrio em construir sua calada.

    com o intuito de alertar para a situao das caladas quanto acessibilidade que a presente pesquisa se desenvolveu, procurando por meio da sensibilizao da comunidade cientfica, da sociedade, bem como dos responsveis pela fiscalizao, diminuir a lacuna encontrada entre as condies de locomoo para pessoas com mobilidade reduzida e pessoas sem restries, e melhorar a condio de circulao nas caladas para todos os usurios

    O objetivo do presente trabalho foi obter um diagnstico a respeito da situao das caladas da regio de estudo, no bairro Jardim Alvorada, Maring-PR, quanto acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida.

    2 MATERIAL E MTODOS 2.1 LEVANTAMENTO DE CAMPO

    A pesquisa foi de natureza descritiva e complementada por uma pesquisa de campo de carter

    quantitativo-descritivo. Foi analisada uma regio de aproximadamente 140.000 m, totalizando 281 lotes, na cidade de Maring

    PR, situada no bairro Jardim Alvorada. A rea foi escolhida visando o estudo de uma localidade de alta densidade populacional, abrangendo lotes residenciais, comerciais e pblicos que, por se tratar de uma regio de loteamento antigo, no obedeceu s atuais regulamentaes a respeito da acessibilidade, sendo que a fiscalizao se mostra insuficiente para regularizao do cenrio encontrado.

    As caladas foram classificadas de acordo com o tipo de lote, j que segundo a legislao municipal 910/2011 a responsabilidade pela construo e manuteno das mesmas do proprietrio do lote, e estes foram identificados como:

    Lotes de esquina;

    Lotes intermedirios. Os lotes de esquina foram subclassificados quanto ao rebaixamento da calada em:

    Lotes com rebaixo regular segundo critrios da NBR 9050:2004;

    Lotes com rebaixo irregular segundo critrios da NBR 9050:2004;

    Lotes sem rebaixo de guia. As irregularidades dos rebaixos foram subdivididas em:

    Rebaixos com largura inferior 1,20 m - segundo critrios da NBR 9050:2004;

    Rebaixos com inclinao superior 8,33% - segundo critrios da NBR 9050:2004. Todos os lotes foram subclassificados, quanto ao revestimento da calada, em:

    Lotes com piso regular pisos de superfcie regular, firme, estvel e antiderrapante, que no provoque trepidaes em dispositivos de rodas, com inclinao transversal mxima de 3% e longitudinal mxima de 5% - segundo critrios da NBR 9050:2004;

    Lotes com piso irregular pisos que no atendam classificao de piso regular;

    Lotes sem piso - lotes sem caladas pavimentadas. As irregularidades dos pisos foram subdivididas em:

    Lotes com piso derrapante e/ou com trepidaes segundo critrios da NBR 9050:2004;

    Lotes com piso com inclinao transversal superior a 3% - segundo critrios da NBR 9050:2004;

    Lotes com piso com inclinao longitudinal superior 5% - segundo critrios da NBR 9050:2004;

    Lotes com piso obstrudo - lotes com a rota de circulao de pedestres impedida devido a obstculos depositados nas caladas.

    A classificao foi realizada por observao, registros fotogrficos e medies em campo. As diretrizes para a classificao foram da NBR 9050:2004 Acessibilidade a edificaes, mobilirio, espaos e equipamentos urbanos, visto que de abrangncia nacional e, portanto, foi utilizada como diretriz para a realizao do presente trabalho.

    Para a quantificao dos dados foi atribudo para cada classificao um nmero, conforme segue: Quanto ao rebaixamento da guia:

  • Anais Eletrnico IX EPCC Encontro Internacional de Produo Cientfica UniCesumar Nov. 2015, n. 9, p. 4-8 ISBN 978-85-8084-996-7

    IX EPCC Encontro Internacional de Produo Cientfica UniCesumar

    03 a 06 de novembro de 2015 Maring Paran Brasil

    Lotes com rebaixo regular 1;

    Lotes com r