Upload
vitor-arieiro
View
122
Download
8
Embed Size (px)
Citation preview
Pedro Santos
Assistente Hospitalar Anestesiologia 21 de novembro de 2012
ANALGESIA
Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica
Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Viana do Castelo
Analgesia
DOR
Definição
Fisiologia
Farmacologia no tratamento da dor
Analgesia
DOR
Experiência sensorial e emocional desagradável,
relacionada com uma lesão tecidular actual ou
potencial ou descrita em termos de tal lesão
IASP - International Association for the Study of Pain, 1994
Nocicepção
Deteção da lesão tecidular
Transmissão dos sinais nóxicos da periferia para o
sistema nervoso central
Analgesia
Percepção
Deteção e localização da sensação
Reconhecimento como desagradável pelos centros cerebrais
mais superiores
Analgesia
Sofrimento
A resposta afetiva negativa à estimulação
A reação à característica desagradável da dor
Analgesia
Comportamento
O que a pessoa diz ou não diz sobre o seu sofrimento
O que uma pessoa faz ou não faz como resultado do
sofrimento
Influência do sofrimento nas relações familiares, sociais,
profissionais do doente
Analgesia
“A dor está no cérebro”:
http://www.youtube.com/watch?v=n8y04SrkEZU&feature=player_detailpage
http://www.youtube.com/watch?v=PMZdkac4YLk&feature=related
“Arco reflexo”:
http://www.youtube.com/watch?v=Y5nj3ZfeYDQ&feature=player_detailpage
“Fisiologia da dor – dor crónica e dor aguda”:
http://www.youtube.com/watch?v=n2Jzt3zd8vQ&feature=player_detailpage
Vídeos
Analgesia
Situação local
Destruição celular com libertação de material intracelular
Aumento da permeabilidade por lesão vascular
(vasodilatação neurogénia e química)
Ativação de precursores plasmáticos
Aumento de mediadores adrenérgicos
Deteção periférica
Acumulação de:
Mediadores: bradicinina (por libertação e ativação
plasmática), substância P
Moduladores (limiar ): eicosanóides (prostaglandinas,
leucotrienos, tromboxanos), 5-HT (serotonina), histamina,
diminuição do pH local, K+, adenosina e seus derivados
(AMP, ADP, ATP), mediadores adrenérgicos
Fatores neurotróficos (citocinas - TNF, interleucinas)
Analgesia
Sistema antinociceptivo local
Alguns moduladores aumentam o limiar (opióides,
canabinóides, adenosina A2)
Recetores opiáceos periféricos (escassos)
Macrófagos, monócitos, linfócitos
Analgesia
Analgesia
Dor
Fibras Aδ:
mielinizadas, maior diâmetro, condução rápida, dor
fina, aguda, bem localizada
Fibras C:
não mielinizadas, menor diâmetro, condução lenta, dor
indolente e de localização vaga
Analgesia
Repercussões fisiopatológicas
Cardiovasculares
Respiratórias
Endocrino-metabólicas
Analgesia
Repercussões Cardiovasculares
Analgesia
Repercussões cardiovasculares
Resultado do aumento da atividade simpática provocada pela
dor
Taquicardia, hipertensão arterial, aumento das RVP,
aumento do trabalho miocárdico e do consumo de O2 pelo
coração
Aumento do risco de isquémia miocárdica em doentes
coronários, hipertensos, IC
Diminuição dos débitos regionais
Analgesia
Repercussões Respiratórias
Analgesia
Repercussões respiratórias
Diminuição da CV, da CRF e da ventilação
Mais importantes na dor abdominal alta e torácica
Doente que não tosse e não suspira = atelectasias
Hipoxemia (obesos, DPOC, idosos, fumadores)
Aumento do risco de infeção pulmonar
Analgesia
Repercussões Endocrino-metabólicas
Analgesia
Repercussões endocrino-metabólicas
Retenção hidrossalina (aumento de secreção de ADH e de
aldosterona)
Hiperglicemia (aumento de secreção do cortisol e das
catecolaminas)
Hipercatabolismo proteico, balanço nitrogenado negativo
Analgesia
Dor Aguda
Biologicamente útil
Mecanismos melhor definidos
Expectativa alta de resolução
Influências social, cultural e de personalidade
Analgesia
Dor aguda: complicações
Analgesia
Dor aguda: complicações
Pulmonares e trombo-embólicas
Aumento do tempo de internamento
Readmissão hospitalar
Sofrimento desnecessário
Compromisso da qualidade de vida
Desenvolvimento de dor crónica
Analgesia
Dor Crónica
Biologicamente NÃO útil
Mecanismos pior definidos
Não resolve por definição
Influências social, cultural e de personalidade (+++)
Analgesia
Dor aguda: fármacos
Dor aguda
Paracetamol
Antiinflamatórios
Tramadol
Anestésicos locais
Opióides
Ketamina
Analgesia
Analgesia
Dor crónica: fármacos
Dor crónica
Estabilizadores da atividade neuronal:
anticonvulsivantes
antidepressivos
anestésicos locais
agonistas α2
corticosteróides
sedativos, etc
Analgesia
Tratamento dor
Métodos não farmacológicos
Métodos farmacológicos
Analgesia
Métodos não farmacológicos
Analgesia
Métodos não farmacológicos
Acunpunctura
Aromaterapia
Biofeedback
Exercício físico
Hipnose
Musicoterapia
Relaxamento
Riso
TENS (trans electrical nerve stimulation)
Yoga
…
Analgesia
Métodos Farmacológicos
Vias de administração
Sistémica
PO, Retal, SC, Transdérmica, Transmucosa, IM, IV…
Loco-regional
Infiltração local, bloqueio nervos periféricos, epidural, subaracnoideia
Analgesia
Vantagens loco-regional
Analgesia
Vantagens loco-regional
Diminuição hemorragia per-operatório
Diminuição fenómenos trombo-embólicos
Evicção da manipulação da via aérea
Diminuição náuseas e vómitos pós operatório
Analgesia
Bloqueio nervos periféricos
Localização do nervo
Referências anatómicas
Neuroestimulação
Ecografia
Bloqueio sensitivo
“Single-shot” vs colocação de catéter
Anestésicos locais
Analgesia
Bloqueio nervos periféricos
Bloqueios membro superior
Plexo braquial (interescalénico, supra-clavicular, infra-clavicular, axilar)
Bloqueios membro inferior
Femural (3 em 1…), ciático (proximal e distal), safeno…
Analgesia
Bloqueio nervos periféricos
Bloqueio plexo braquial axilar ecoguiado
http://www.nysora.com/peripheral_nerve_blocks/ultrasound-guided_techniques/3101-us_guided_axillary_block.html
Bloqueio femural ecoguiado
http://www.nysora.com/peripheral_nerve_blocks/ultrasound-guided_techniques/3112-us_guided_femoral_nerve_block.html
Analgesia
Bloqueio epidural / subaracnoideu
http://www.youtube.com/watch?v=69s7NScxd1k&feature=fvwrel
http://www.youtube.com/watch?v=buSIqeg0mkQ&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=fDhgPV-_xI8&feature=related
Analgesia
Bloqueio epidural
Por cateter no espaço epidural
Com anestésicos locais e opióides
Analgesia limitada aos dermátomos atingidos pelo bloqueio
Ponta do cateter:
D4-D5 para dor torácica e abdominal alta;
D10-D11 para dor abdominal baixa;
L2-L5 para dor membros inferiores,
S1-S3 para dor na região peri-anal
Analgesia
Bloqueio epidural
Anestésicos locais:
Doses muito inferiores às cirúrgicas
Bupivacaina, ropivacaina, levobupivacaina
Dissociação com o bloqueio motor, bloqueio simpático
associado
Sem efeitos centrais, intenso bloqueio da resposta neuro-
endócrina
Longa duração (4-6 horas)
Taquifilaxia (ao fim de 2-3 dias) – mais com a ropivacaína
Analgesia
Bloqueio epidural
Opióides:
Difusão para o LCR, efeito medular local
Absorção sistémica dependente da solubilidade
Morfina: pouco lipossolúvel, duração 8-24h
1-3 mg
Baixo risco de depressão respiratória
Sem bloqueio motor ou simpático
Retenção urinária, prurido, náuseas
Analgesia
Bloqueio epidural
Principais contra-indicações:
Recusa do doente
Alterações da coagulação
Trombocitopenia
Antiagregação plaquetária (ticlopidina, clopidogrel)
Estenose aórtica severa
Infeção local picada
Analgesia
Farmacologia
Opióides
Tramadol
Antiinflamatórios não esteróides (AINEs)
Paracetamol
Anestésicos locais
Analgesia
Opióides
sistémicos
Inibidores COX 2
Paracetamol
Ketamina
Opióides EP e SA
Ketamina
Anestésicos locais
Anestésicos locais
EP e SA
Anestésicos
locais
AINE´s
Inibidores
COX2
PERCEPÇÃO DA DOR
MODULAÇÃO
TRANSMISSÃO
Estímulo
nóxico
Neurónio
aferente
primário
Raíz dorsal
Tálamo
Córtex
Analgesia
Locais de actuação
Opióides
Analgesia
Opióides
“Dor e opióides”:
http://www.youtube.com/watch?v=paAzzwZi3vk&feature=player_detailpage
Analgesia
Opióides
“De entre os remédios que o Todo-Poderoso achou conveniente dar
ao homem para aliviar os seus sofrimentos, nenhum é tão difundido
e eficaz quanto o ópio”
Thomas Sydenham (1624 – 1689)
Analgesia
Opióides
“Heroin: imagine the best orgasm you have ever had and
multiply it by thousand and you`re still nowhere near it”
Mark Renton – “Trainspotting”
Analgesia
Córtex
somatosensitivo CÉREBRO
MESENCÉFALO
TRONCO
CEREBRAL
ESPINAL
MEDULA
Tálamo
Substância cinzenta
periaqueductal
Tracto espino talâmico
(ascendente)
Núcleo magno
da rafe
Tracto inibitório da
dor (descendente)
Substância gelatinosa
Nociceptores Receptores
opióides
Receptores opióides endógenos
Analgesia
Receptores opióides
µ (agonista morfina) / OP3 ou MOR (morphine opioid
receptor)
δ (agonista delta-alanina-delta-leucina-encefalina) / OP1
ou DOR (delta opioid receptor)
κ (agonista ketociclazocina) / OP2 ou KOR (kappa opioid
receptor)
Analgesia
Opióides
Opióides endógenos:
Endorfinas
Dinorfinas
Encefalinas
Em comum, sequência aminoterminal – Unidade Opióide
Tyr – Gly – Gly – Phe – (Met ou Leu)
Analgesia
Analgesia
Opióides: aplicações clínicas
Opióides – Aplicações clínica
DOR aguda / crónica (oncológica / não oncológica)
Sindromas coronárias agudas (enfarte agudo do miocárdio)
Edema agudo do pulmão
“Sedação”
Tratamento de toxicodependência major por opiáceos
Outras utilizações: anti-diarreicos (loperamida), anti-tussicos
(dextrometorfano e codeína)
Analgesia
Analgesia
Opióides: efeitos laterais
Efeitos laterais
Depressão respiratória
Obstipação
Náuseas e vómitos
Euforia
Tolerância e dependência
Supressão da tosse
Miose
Retenção urinária
Sedação
Rigidez torácica
Prurido
Analgesia
Opióides - classificação
Quatro grupos (Drug Enforcement Agency):
Fenanterenos (ex.: morfina, codeína, hidromorfona, buprenorfina,
naloxona e naltrexona)
Benzomorfanos (ex.: pentazocina)
Fenilpiperidinas (ex.: fentanil, alfentanil, sufentanil, remifentanil, petidina)
Difenilheptanos (ex.: metadona, propoxifeno)
Analgesia
Morfina
Agonista dos receptores μ (μ1-cerebro; μ2-medula; μ3-periférico)
Fenantereno (C17H19NO3)
Todas as vias de administração
Baixa biodisponibilidade via oral (30 a 50%)
Semi-vida 120 minutos
Metabolização hepática (90%) / excreção renal (90%) e biliar
Excipiente: “conservante” ou “redutor” (…)
Analgesia
Petidina (meperidina)
Agonista dos receptores μ
Fenilpiperidina (C115H21NO2)
Biodisponibilidade 50 a 60% após administração oral
Mais lipossolúvel que a morfina, início ação + rápido (15 min. após toma
oral)
Semi-vida 3 a 5 horas
Metabolização hepática (normeperidina - metabolito tóxico/semi - vida 15
a 20h)
Analgesia
Fentanil
Agonista dos receptores μ
Fenilpiperidina (C22H28N2O), 100x mais potente que a morfina
Vias administração: IV, TD, TM, SA, EP, PO
Mais lipossolúvel que a morfina, início de ação + rápido (IV 1 a 3 min.),
curta duração
Semi-vida 3 a 12 horas (média 7 h), variabilidade interindividual
Metabolização hepática / excreção renal
Analgesia
Sufentanil
Opióide sintético de alta potência (2000 a 4000x superior à morfina)
Fenilpiperidina (C22H30N2O2S)
Agonista dos receptores μ
Altamente lipofílico
Semi-vida 265 minutos
Metabolização hepática, excreção renal
Analgesia
Alfentanil
Agonista dos receptores μ
Fenilpiperidina (C21H32N6O3)
Dez vezes mais potente, 1/3 da duração de ação, início de ação 4x mais
rápido
pKa 6,8 → 90% do alfentanil plasmático livre está não ionizado
Semi-vida 100 minutos
Metabolização hepática
Analgesia
Remifentanil
Agonista dos receptores μ
Fenilpiperidina (C20H28N2O5)
Ação ultra curta, 200x mais potente que a morfina
Administração intravenosa contínua
Semi-vida 1 a 20 minutos
Metabolização pelas esterases plasmáticas e tecidulares
Analgesia
Naloxona
Antagonista competitivo dos receptores μ, k e δ
Fenantereno (C19H21NO4)
Usada em caso de intoxicação aguda por opióides
Início de ação muito rápido, curta duração de ação
Semi-vida 60 minutos
Metabolização hepática
Analgesia
Analgesia
DOSE (mg) PICO (min) DURAÇÃO (h)
Morfina 10 20-30 3-4
Petidina 80 5-7 2-3
Fentanil 0,1 3-5 0,5-1
Sufentanil 0,01 3-5 0,5-1
Alfentanil 0,75 1,5-2 0,2-0,3
Remifentanil 0,1 1,5-2 0,1-0,2
Opióides
Tramadol
Analgesia
Tramadol
Agonista μ fraco, também inibidor dos receptores centrais 5-HT e NA
Efeitos secundários: náuseas/vómitos, vasodilatação, hipotensão
Diminui o limiar convulsivante
Sem depressão respiratória, baixa sedação
IV: 100mg; dose máxima diária: 400mg; duração: 6-8 horas
Analgesia
AINEs
Analgesia
AINEs
Salicilados
Ácido acetilsalicílico
Derivados do ácido fenilacético
Diclofenac, aceclofenac
Derivados do ácido propiónico
Ibuprofeno, naproxeno, flurbiprofeno, cetoprofeno
Derivados do ácido indolacético
Indometacina, sulindac
Oxicans
Piroxicam, tenoxicam, meloxicam
Derivados sulfanilamídicos
Nimesulida
COX-2 selectivos
Parecoxibe, etoricoxibe, celecoxibe…
Analgesia
Cox 2 / Cox 1
INIBIDORES COX
2 ESPECÍFICOS
Mecanismo de ação dos anti inflamatórios não esteróides
FOSFOLÍPIDOS
Mecanismo de ação
Inibição da síntese de prostaglandinas
Interferência com a adesão dos neutrófilos às células
endoteliais
Interferência com a ativação dos neutrófilos
Diminuição da expressão de moléculas quimiotáticas
Dificultam a apoptose
Analgesia
Cefaleias, vertigens
Hipersensibilidade (pólipos nasais)
Hipersensibilidade (asmáticos)
Inibição da agregação plaquetária
Toxicidade hepática
Toxicidade renal
Alterações gastro-intestinais
Analgesia
Efeitos laterais
Inibidores cox-2 seletivos
Vantagem em doentes:
Com risco de hemorragia gastro-intestinal
Inibidores cox-2 seletivos
No entanto:
Aumento da atividade pró-trombótica
Retenção de fluídos
Alteração dos valores de pressão arterial
Paracetamol
Analgesia
Paracetamol
Dor ligeira a moderada
Poupança de opióide até 20-30%
Mecanismo de ação:
Inibição COX-3
Ação central
Analgesia
Toxicidade
União a proteínas hepáticas
Necrose
Anestésicos locais
Analgesia
Ligação a proteína na parte interna do canal sódio (voltage-gated) Canal de sódio bloqueado por AL
Despolarização insuficiente para excitar a
membrana
taxa e grau de despolarização à medida que [AL] aumenta
permeabilidade Na+ membrana
Anestésicos locais
Analgesia
Anestésicos locais
Lidocaína 0,5 – 2%; SC, IF, IV
Bupivacaína 0,125 – 0,5%; SC, IF, SA, EP
Levobupivacaína 0,125 – 0,5%; SC, SA, EP
Ropivacaína 0,2 – 0,75%; SC, IF, EP, SA - 1% Oftal
Analgesia
Anestésicos locais
Sensibilidade das fibras ao AL depende de:
Frequência de estimulação
Mielinização
Calibre
Analgesia
SNA (B e C)
Sensibilidade álgica e térmica (A)
Sensibilidade proprioceptiva (A)
Sensibilidade tátil (A)
Motricidade (A )
Anestésicos locais: toxicidade
Analgesia
Farmacologia da Dor Aguda
CARDIO CIRCULATÓRIA S. N. C.
GRAU DE
INTOXICAÇÃO ASSISTOLIA
BRADICARDIA
EXTRASSÍSTOLES
HIPOTENSÃO
HIPERTENSÃO
TAQUICARDIA
CONVULSÕES
CONFUSÃO
VERTIGENS
SABOR METÁLICO
ALTERAÇÃO MENTAL
Analgesia
Toxicidade anestésicos locais
Analgesia multimodal
Analgesia
Analgesia multimodal
Muito divulgada
Uso simultâneo de opióides, AINEs, paracetamol e
anestésicos locais
Menores doses, menos efeitos laterais, maior eficácia
De acordo com as características da dor e do doente
Analgesia
PCA / NCA
Analgesia
PCA – Patient controlled analgesia
NCA – Nurse controlled analgesia
IV ou epidural
Bolus administrados pelo doente (PCA) / enfermeiro (NCA)
Doses inferiores às SOS
Assegura melhor a janela terapêutica
Exige compreensão/colaboração do doente
Grande satisfação dos doentes
Programação:
Perfusão de base, dose de bólus, lock-out, dose máxima/hora
Analgesia
Pedro Santos
Assistente Hospitalar Anestesiologia 21 de novembro de 2012
Bloqueadores Neuromusculares
Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica
Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Viana do Castelo
Bloqueadores Neuromusculares
Relaxantes musculares
vs
Agentes Bloqueadores Neuromusculares
Bloqueadores Neuromusculares
Chondrodendron tomentosum
Griffith & Johnson, 1942
Halton & Gray, 1946
- Os índios da amazónia (…)
Succinilcolina
Hunt, 1949
Bloqueadores Neuromusculares
Bloqueadores Neuromusculares
Vantagens
Níveis menos profundos de sedação
Imobilização mais fácil
Proteção das cordas vocais
Novos desafios
Necessidade de controlo da ventilação
Recobro
Risco de awareness
Bloqueadores Neuromusculares
Bloqueadores Neuromusculares
Junção neuromuscular - fisiologia
Neuromuscular junction:
http://www.youtube.com/watch?v=ZscXOvDgCmQ
Bloqueadores Neuromusculares
Despolarizantes:
Succinilcolina
Não despolarizantes (competitivos,curarizantes):
Aminosteróides
vecurónio, rocurónio, pancurónio
Benzilisoquinolinas
atracúrio, cisatracúrio, mivacúrio
Bloqueadores Neuromusculares
Despolarizantes
Ligam-se aos receptores da Ach gerando um potencial de ação
A despolarização contínua causa relaxamento muscular
Ao contrário da Ach não são metabolizados pela acetilcolinesterase
Depois da excitação inicial, os canais de Na+ fecham e não podem reabrir até haver repolarização. Esta é impedida enquanto houver ligação do despolarizante ao receptor Ach:
- bloqueio fase I
A despolarização prolongada pode causar alterações iónicas e conformacionais no receptor da Ach, criando um bloqueio clinicamente semelhante ao não despolarizante:
- bloqueio fase II
Bloqueadores Neuromusculares
Succinilcolina
Estrutura química semelhante a duas moléculas de
acetilcolina justapostas
Afinidade para os receptores da placa motora
Despolarização sustentada
Tempo de latência – 30 a 60 segundos
Bloqueadores Neuromusculares
Succinilcolina
Duração do efeito - < 10 min (…)
Colinesterases plasmáticas
Aumento da duração
Hipotermia
Diminuição das colinesterases
Doença
Causas genéticas
Bloqueadores Neuromusculares
Succinilcolina
Diminuição das colinesterases (I)
Gravidez
Doença hepática
Inibidores das colinesterases (ecotiofato)
Fenelzina (IMAO)
Bloqueadores Neuromusculares
Succinilcolina
Diminuição das colinesterases (II)
Par de genes
1/500 heterozigóticos (ligeiro prolongamento)
1/3000 homozigóticos (prolongamento até 6-8 h)
Tratamento – manutenção da ventilação/sedação
Bloqueadores Neuromusculares
Succinilcolina – reversão bloqueio
Não é metabolizada pela acetilcolinesterase; é hidrolisada
no plasma e fígado pela pseudocolinesterase
Não existe nenhum agente específico capaz de reverter um
bloqueio despolarizante
Bloqueadores Neuromusculares
Succinilcolina: complicações (I)
Cardiovasculares
> ou < da PA e FC (estimulação de todos os receptores
colinérgicos, muscarínicos e nicotínicos)
Bradicardia mais frequente em crianças
Idem em 2ª dose nos adultos
Extrassístoles ventriculares
Bradicardia nodal
Bloqueadores Neuromusculares
Succinilcolina: complicações (II)
Fasciculações musculares no início
Dores musculares pós-operatórias (?)
Sensíveis ao tratamento com não despolarizante em pequena dose
Aumento da pressão intra-ocular
Aumento da pressão intra-gástrica
Aumento da pressão intracraniana
Bloqueadores Neuromusculares
Succinilcolina: complicações (III)
Hipercaliémia
Normalmente 0,5 mEq/L
muito superior
Queimaduras extensas
Peritonite
Lesões neurológicas
Hipertermia maligna
Bloqueadores Neuromusculares
Não despolarizantes
Ligação aos receptores Ach mas sem alteração
conformacional necessária à abertura dos canais iónicos
Ach é impedida de se ligar ao seu receptor - não se
desenvolve potencial
Bloqueadores Neuromusculares
Não despolarizantes
Características gerais das moléculas
Compostos quaternários de amónio
Elevada polarização
Elevada hidrossolubilidade
Bloqueadores Neuromusculares
Não despolarizantes
Consequências da baixa lipossolubilidade
Vdss volume extracelular
Curta semi-vida de distribuição
Não travessia de membranas:
absorção, BHE, placenta
Baixo índice de extração hepática
Bloqueadores Neuromusculares
Não despolarizantes
Tempo de latência
Relação com a potência
Relação com a dose
Priming
Relação com o hipnoindutor
Relação com o fluxo sanguíneo
Bloqueadores Neuromusculares
Não despolarizantes
Duração do bloqueio
Relação com a potência
Relação com a dose
Relação com a depuração
Bloqueadores Neuromusculares
Não despolarizantes - Rocurónio
ED95 (mg/Kg) – 0,3 (…)
Tempo de latência (para 2XED95 em s) – 54 (…)
Metabolismo hepático – 0
Eliminação - renal >10%
hepática > 70%
Metabolitos - 0
Bloqueadores Neuromusculares
Não despolarizantes - Vecurónio
ED95 (mg/Kg) – 0,05
Tempo de latência (para 2XED95 em s) – 88
Metabolismo hepático - 30-40%
Eliminação - renal 40-50%
hepática 50-60%
Metabolitos - 3-OH (acumula na insuf renal, 80% potência,
recobros lentos em CI)
Bloqueadores Neuromusculares
Não despolarizantes - Atracúrio
ED95 (mg/Kg) – 0,2
Tempo de latência (para 2XED95 em s) – 100
Metabolismo hepático – 0
Eliminação
renal >10-20%
hepática 0
Hofmann + colinesterases - 60-90%
Metabolitos - Laudanosina + acrilatos
MAU RELAXANTE…
Bloqueadores Neuromusculares
Não despolarizantes - Cisatracúrio
ED95 (mg/Kg) – 0,05
Tempo de latência (para 2XED95 em s) – 130
Metabolismo hepático – 0
Eliminação: renal >16%
hepática 0
Hofmann - 77%
Mais potente que o atracúrio / menos laudanosina
Bloqueadores Neuromusculares
Não despolarizantes – reversão bloqueio
Bloqueadores neuromusculares
Não despolarizantes – reversão bloqueio
Com excepção do mivacúrio, nenhum é metabolizado pela
acetilcolinesterase ou pela pseudocolinesterase
Reversão espontânea depende de redistribuição,
metabolismo gradual e excreção
Administração de um inibidor das colinesterases
(neostigmina)
Administração de sugammadex nos aminosteróides
Bloqueadores Neuromusculares
Bloqueadores Neuromusculares
Reversão bloqueio neuromuscular
Sugammadex:
http://www.youtube.com/watch?v=BJhuA8Dlp50&feature=related
Monitorização BNM
Bloqueadores neuromusculares
Bloqueadores Neuromusculares
Monitorização relaxamento muscular
TOF watch:
http://www.youtube.com/watch?v=TemN-_Low5I
Bloqueadores Neuromusculares
Monitorização relaxamento muscular
Train of four:
Série de 4 estímulos (0,2ms de duração cada) em 2s (2Hz)
Tetania:
Estímulo sustentado de 50-100Hz, normalmente durante 5s
Double-burst stimulation (DBS):
Três estímulos curtos (0,2ms) de alta frequência (50Hz), separados por
um intervalo de 20ms e seguidos de dois (DBS3,2) ou três (DBS3,3)
estímulos adicionais
Twitch:
Um único estímulo de 0,2ms
Monitorização relaxamento muscular
BNM em UCI
Bloqueadores neuromusculares
Bloqueadores Neuromusculares
BNM em Cuidados Intensivos (UCI)
Prática generalizada há alguns anos atrás
Nem todos os doentes de UCI necessitam de BNM (…)
Primeiro: assegurar sedação adequada
Descrições de curarizações prolongadas
Murray MJ et al. Clinical practice guidelines for sustained neuromuscular blockade in the adult
critically ill patient. CritCare Med.2002;30:142-156
Bloqueadores Neuromusculares
BNM em UCI - indicações
Facilitar a intubação
Facilitar a ventilação mecânica
Controlo de PIC
Ablação de espasmos musculares: tétano, mal epiléptico
Diminuem o consumo de oxigénio
BNM em UCI - complicações
Bloqueadores neuromusculares
Bloqueadores Neuromusculares
BNM prolongado em UCI
Tetraparésia flácida dos Cuidados Intensivos
Polineuropatia dos Cuidados Intensivos
Miopatia aguda dos Cuidados Intensivos
Miopatia aguda dos esteróides
Fraqueza neurogénica prolongada
Inibição reflexo tosse (acumulação secreções, atelectasias,
infeções respiratórias)
Bloqueadores Neuromusculares
Recobro de BNM prolongado em UCI
Acumulação do fármaco
Acumulação de metabolitos
Insuficiência renal/hepática
Ausência de hábitos de monitorização
Bloqueadores Neuromusculares
Recomendações para o uso de BNM em UCI
Não curarizar, usar métodos alternativos se possível
Usar cisatracúrio se doença renal/hepática significativa
Monitorização TOF
Assegurar sedação e analgesia
Suspensão periódica
Minimizar o uso em doentes a fazer corticóides
A NÃO ESQUECER!
O BNM não assegura amnésia
O BNM não assegura inconsciência
O BNM não assegura analgesia
Bloqueadores Neuromusculares