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Analice Dutra Pillar (org.) Luciano 2014 disciplina de metodologia do ensino A Educação do Olhar no ensino das artes

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Analice Dutra Pillar (org.)

Luciano 2014 disciplina de metodologia do ensino

A Educação do Olhar no ensino das artes

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Leitura e releitura Analice Dutra Pillar

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Gadotti no texto o que é ler? Diz que: “ por meio do código linguístico, o autor comunica-se, em qualquer tempo e

espaço, com o leitor. Esse código é normalmente representado pelo “ texto”. Por isso, para saber o que é ler, tenho que saber, antes de mais nada o que é compreender um texto. Texto vem do latim, “textus”, que significa “ tecido”, trama, encadeamento de uma narração, etc. De “texere”, tecer. Um texto é portanto algo acabado, uma obra tecida, um complexo harmonioso. Pg 11 e 12

Poderíamos dizer que uma leitura de imagem seria como uma leitura de texto, de uma trama, de algo tecido com formas, texturas, cores, volumes...

Ao ler estamos entrelaçando informações do objeto com as do leitor(acerca do conhecimento do objeto, suas interferências e sua imaginação. Desse modo o observável tem sempre a marca do conhecimento, da imaginação de quem observa, depende das coordenações do sujeito, das estruturas mentais que ele possui no momento... Duas pessoas podem ler o mesmo objeto e ter conclusões diferentes... .

A autora cita Piaget... . Pluralidade de leituras onde nesse caso o que é representado não é o objeto, mas

sua interpretação, atribuída pelo artista num determinado momento. (o olhar de quem faz e de quem observa esta carregado, impregnado com experiências anteriores como lembranças, fantasias.. O que se vê não é o dado real, mas aquilo que se consegue captar acerca do visto, o que nos é significativo, desse modo podemos fazer uma pluralidade de leituras do mundo.

Cita Paulo Freire dizendo que a leitura da imagem precede a da palavra. Primeiro lugar que procuramos compreender é nossa família, a casa onde vivemos, o quintal, a pracinha, o bairro, a cidade, estado e país. Tudo isso marcado por nosso lugar social, nossa origem social.

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Pg 14 segudo Freire: Ler é adentrar nos textos, compreendendo-os na sua relação dialética com os

seus contextos e o nosso contexto. O contexto do escritor e o do leitor. Ao ler devo estar me informando do contexto social, político, ideológico do autor... . Quando eu leio o autor tenho que estabelecer relações com meu contexto(histórico, social...).

Quando começamos a organizar os conhecimentos adquiridos, a partir das situações que a realidade impõe e da nossa atuação nela, quando começamos a estabelecer relações entre as experiências e a tentar resolver problemas que se nos apresentam – aí então estamos procedendo leituras. Desse modo a leitura se torna significativa quando estabelecemos relações entre o objeto de leitura e nossas experiências de leitor.

Nos anos 70 surgem uma série de pesquisas acerca da leitura de imagens, Feldman( 1970), Housen(1983) Parsons 1992 e Gardner (1987). No Brasil a partir dos anos 80.

Releitura não é cópia. Substituir os desenhos mimeografados por fazer cópias de modelos não é releitura. Muitos entenderam errado a Metodologia Triangular que entenderam releitura como cópia. Vários artistas no decorrer da história fizeram releituras ou citações como Picasso fez varias interpretações das meninas de Velásquez.

Aborda o cuidado que devemos ter ao fazer leituras e releituras de imagens, estas são fundamentais para o ensino da arte, mas tem que ter conhecimento e saber o que se planeja...

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Inspirada na proposta por Abigail Housen e Michael Parsons, que classifica o leitor em 5 categorias.

1º. Estágio: Accountive (descritivo, narrativo) – neste encontra-se pessoas com pouco convívio com artes. São impressionáveis com o tema que torna-se um guia para ler o quadro. Prestam atenção aos aspectos mais chamativos da obra e elegem aleatoriamente alguns detalhes a analise. Este lida com a obra como se fosse algo vivo. Busca em seu passado algum elemento encontrado na imagem e se relaciona com esta memória. É uma leitura egocêntrica pois relaciona consigo sempre. Ex é um bom quadro... O balão vermelho me lembra minha avó que costumava me levar ao circo, ou se tiver um vinhedo, diz a essa semana vou a um vinhedo... . Assim a obra é boa se o assunto na tela for do seu agrado e se corresponder aos seus padrões e crenças pessoais. Devido a sua falta de conhecimento em arte, não há tempo de envolver-se com a obra, sua atenção não é apreendida.

2º. Estágio: Constructive (cosntrutivo) – aqui o leitor relaciona partes da imagem com a sua totalidade, demosntrando a percepção de uma hierarquia nos elementos. Seu objetivo é edificar algum tipo de estrutura para ler (relacionadas a sua vida) ele tenta descobrir como o trabalho de arte se encaixa naquilo que ele já conhece sobre o mundo.

II A compreensão do desenvolvimento Estético Maria Helena Wagner Rossi

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A grande questão é como isto é feito? Por isso a partir desse estágio, inicia-se um interesse pelas propriedades formais da obra. Diz Housen que consideram a pergunta como? A marca do inicio da consciência estética. Ex. eu estou pensando sobre a textura... Tem um bom colorido... Ele menciona a técnica em que o quadro foi realizado e se foi bem feito ou não. Avalia a capacidade do artista em copiar o ambiente visual com precisão quase fotográfica... .Para ele a arte é considerada utilitária e funcional. (objetivo moral, didático ou pratico). Aqui também usa memória pessoal mas com informações acerca do que sabe sobre o trabalho artístico. Ele ainda julga a obra em relação ao seu mundo físico e moral. Ele não tem conhecimento de que os sentimentos que surgem de considerações estéticas podem ser distinguidos daqueles que surgem de preocupações e interesses estéticos. Ex sobre a guernica ... Que coisa mais feia, nem de presente eu não queria isso, não gosto, acho muito violento esse quadro. As cores são horríveis... Não colocaria na minha sala nem morta... .

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3º. Estágio – Classifyng (classificativo) – O olhar do leitor neste estágio é comparado com um diagnóstico. Ele acrescenta as suas leituras as questões quem e por que. Para entender a obra, ele busca tanto informações presentes na própria imagem, suas formas, cores, linhas... Bem como informações da história da arte. Este leitor quer compreender a obra, relacionando-se com um contexto de informações. Ele procura decodificar as influências históricas, e faz hipóteses sobre o artista... Ele gosta de dissecar a obra, suas estruturas escondidas.. O processo é classificar, rotular, catalogar, e arquivar detalhes e fatos históricos. Ex. Ela parece Vênus, agora eu estou tentando ler que papel o vermelho desempenha aqui...

Também faz associações com suas experiências porém sua capacidade analítica faz com que seja mais objetivo. Emoções e preferências são dissimuladas por explanações, justificações intelectualizadas.

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4º. Estágio - Interpretative ( interpretativo) - Neste a resposta torna-se mais individualizada. O leitor interpretativo é menos objetivo do que no estágio anterior, apesar de ser capaz de decodificar e classificar um trabalho de arte. A interpretação é baseada tanto nas informações presentes na própria imagem, como também na intuição e numa memória carregada de afetos. As emoções no estágio anterior eram evitadas aqui elas aparecem proporcionando uma interação mais sutil e global. É a qualidade expressiva da obra que engaja emoções. A análise rigorosa não é totalmente rejeitada mas é posta a serviço de um encontro emocional entre obra e leitor. Ele se refere então ao que o pintor colocou na tela, bem como o que é comum na experiência humana ex. a textura me lembra o vento... O leitor interpretativo é cinte do papel que suas recordações afetivas desempenham na interpretação dos símbolos, e libera seus pensamentos e sentimentos. ... .

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5º. Estágio Re-criative ( re-criativo) - O leitor do quinto estágio se aproxima da obra com conhecimento sobre arte em geral e frequentemente, sobre a obra que esta observando. Mas este é somente o ponto de partida para o encontro com o objeto estético. Sua aproximação é a de um amigo, leva a obra a sério e acredita nela. Este apresenta muita experiência em analisar obras de arte, uma mente crítica. Ele lê a imagem em muitos níveis, pois sabe que ela se comunica atravéns de jogos visuais, de ambiguidades e de paradoxos. Preocupa-se em descobrir os problemas, as escolhas e as soluções que o artista confrontou, considerou e resolveu. Alternando sua leitura entre o como e o que, lidando com sugestões, possibilidades e transformações que estão codificadas na obra. O leitor é capaz de refletir sobre o objeto de arte, sobre si próprio e sobre a experiência estética. Sua experiência estética está fundada no equilíbrio entre a cognição e a emoção.

Essas habilidades crescem a medida que o leitor vai evoluindo através dos estágios... Na pesquisa de Housen, o 3º. Estágio apareceu apenas aos 21 anos, o 4º. Estágio aos 24 anos e o 5º. Não antes dos 52 anos.

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Como educadores de arte, é importante que conheçamos profundamente a estrutura do desenvolvimento estético, para permitir ao aluno a maior riqueza possível durante a apreciação estética, que é um momento privilegiado de interpretação do simbolismo ... . O que o aluno pode compreender, em determinado momento de sua vida escolar? O que o arte-educador pode fazer para promover o crescimento da leitura do aluno?... Pgs 25 a 35 abordam esse texto.

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O que esta sendo produzido nesta arte digital, pelos artistas da cibercultura? Utilizando recursos computacionais em criações gráficas, instalações interativas, infografias, robótica, multimídia, ambientes virtuais, redes de comunicação... .Estão interessados em utilizar o ciberespaço, o espaço de computadores e redes para experimentar qualidades sensíveis da arte em tempo real, em cálculos matemáticos, em interfaces eletrônicas, robôs, sensores, telefones, satélites, numa arte que pensa as tecnologias digitais e de comunicação como meio de expressar suas poéticas. Como traço mais instigante dessas produções é a interatividade ou o diálogo mediado por máquinas. Nas tecnologias interativas o público é um participante da experiência, para dialogar em bites, ondas, fluxos, imersão, conexão, transformação... . Desse modo o artista troca seu atelier por um laboratório ligado a informática, em criações com recursos computacionais e multimídia, conecta-se com núcleos de processamentos de dados onde servidores da rede Internet distribuem ideias...

Sua inspiração e suas intenções poéticas, sua originalidade se conectam

Tecnologias, produção artística e sensibilização dos sentidos Diana Domingues

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com informações de toda parte, e se revitalizam permanentemente por interconexões com saberes científicos. A diluição do conceito de autor se reforça no momento da fruição e também sua autoria com engenheiros, informáticos, técnicos, biólogos, arquitétos, fisicos, matemáticos... . Na cibercultura, o meio artístico e o científico está realizando investigações que exploram o computador como um sistema em suas possibilidades de ampliar o campo perceptivo. Nas interações com as tecnologias, o sistema biológico se conecta aos sistemas artificiais e as relações que se fazem durante as conexões são mais do que a soma das partes. O artista não constrói seu pensamento somente com elementos da linguagem visual como cor, textura, matéria, espaço, pontos, linhas, mas usa o calor, luz, onda, velocidade, raios infravermelhos, circuitos e outras situações da ciência. Estes elementos são elementos plasmáveis se pensarmos a possibilidade de transmitirem o pensamento, mas são diferentes da cola, da tela... . A autora situa um pouco o que é arte tecnologia, seus meios e faz um esboço da história.

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Cita no inicio do séc. a cronofotografia, o cinema, o futurismo inspirado pelo movimento dos trens... Vai aos anos 50 e como ex. a op-art os artistas da land art, os artistas que trabalham com luz como Bruce Nauman, Dan Flavin, Robert Whitman ou artistas como Walter de Maria por usar força magnética ou eletromagnética... As questões de reprodutibilidade técnica como xerox, eletrocópias.... As propostas já estabeleciam relação entre estética e técnica, entre imaginação do artista e os avanços científicos e experimentações tecnológicas. Nas criações tecnológicas o artista prolonga a experiência com computadores, terminais, fax, internet, robots e outras máquinas do nosso cotidiano.... Imagens científicas cita trabalhos com ressonâncias magnéticas, videoscopias, laparoscopias... Cita um trabalho do fluxus com sensores que captam sinais cardíacos projetando e alterando sons... .

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Cita a produção de Michel Bret, Yoichiro Kawaguchi, Monique Nahas e Hervé Huitric. Também Desenho Toy Story, clip Like a Rolling Stones...

Cd- Roms e também aborda sobre ambientes virtuais. Toda instalação coloca o espectador como um elemento integrante da obra e, conforme Bonito Oliva, este se torna Alice no País das Maravilhas, porque ele entra no espaço proposto pelo artista. As participações no s ambientes sempre são por ações neuromotoras comandadas por ações mentais e devem ser pensadas na sua natureza artquitetônica e, da mesma forma que a descoberta de um quarto... .O todo se faz numa verdadeira arquitetura da mente pelas diferentes partes somadas, lembradas, esquecidas. Na descoberta das instalações o essencial não é mais o objeto, mas a relação corpo/espaço/arquitetura, em experiências que envolvem os vários sentidos.

Abre um subtítulo para as videoinstalações o corpo do espectador existe no mesmo espaço das imagens, circula entre fontes de luz. ... . Diferenciando se da vídeo arte onde só a projeção.

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As videoinstalações entretanto, mesmo permitindo a inclusão não permite a interatividade no sentido pleno, pois os dispositivos de vídeo não oferecem diálogos com os bancos de dados.

Outro subtítulo é as instalações interativas com tecnologias computacionais, nestas as instalações interativas ou ambientes com interfaces computacionais que possibilitam a interatividade no sentido pleno. Sensores de movimento, telas sensíveis ao toque, capacetes e luvas de realidade virtuais captam, digitalizam e devolvem ações do corpo. Nestes tipos de instalações interativas o corpo do participante fica imerso no ambiente... . Cita trabalhos de Jeffrey Shaw e Nancy Patterson, Christa Sommer e Laurent Mignonneau, Diana Domingues, Paul Sermon, Catherine Ikam e Louis Fléri, Jill Scott... . E outro subtítulo é arte na rede, entre outros que não citei.

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Simplificando bem, a autora questiona que não deve se usar só pintores em sala de aula, mas também outras imagens que fazem parte do cotidiano dos alunos como vídeo clips, animações, imagem publicitária entre outros por isso a mesma vai fundamentando sobre o emprego da tecnologia em sala... . Cap. 4 pg 73 a 84.

As relações arte/tecnologia no ensino da arte Cláudia Zamboni de Almeida