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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU ANÁLISE BIOMECÂNICA DA RESPOSTA MUSCULAR INDUZIDA POR AÇÕES EXCÊNTRICAS Autor: PAULO RICARDO GERARDO GUERREIRO Orientador: DR. RUBENS CORREA ARAUJO SÃO PAULO 2009

análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

ANÁLISE BIOMECÂNICA DA RESPOSTA MUSCULAR INDUZIDA POR AÇÕES EXCÊNTRICAS

Autor: PAULO RICARDO GERARDO GUERREIRO

Orientador: DR. RUBENS CORREA ARAUJO

SÃO PAULO 2009

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PAULO RICARDO GERARDO GUERREIRO

ANÁLISE BIOMECÂNICA DA RESPOSTA MUSCULAR INDUZIDA POR AÇÕES EXCÊNTRICAS

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação Stricto Sensu da Universidade São

Judas Tadeu, como requisito parcial para obtenção do

título de Mestre em Educação Física.

Área de Concentração Biodinâmica do

Movimento Humano.

Orientador: Dr. Rubens Correa Araujo

SÃO PAULO

2009

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, com enorme admiração, agradeço ao professor Rubens Correa

Araujo pela dedicação, comprometimento e paciência na orientação deste trabalho.

Ao professor Ulysses Fernandes Ervilha, pelos valiosos ensinamentos sobre

Programação em ambiente MatLab e estatística.

Ao professor Valmor Trícoli, pela cooperação, pela colaboração e parceria na

realização desta pesquisa, além das imprescindíveis considerações na banca de qualificação.

Ao professor Luis Mochizuki, pelo auxílio, pela amizade e contribuição pedagógica e

na minha formação como pesquisador, além das importantes considerações na banca de

qualificação.

A todo os professores e companheiros de laboratório (Aline, Daniel Rogério, Flávia,

Jerônimo, Henry, Márcia, Márcio Tubaldino, Moisés, Patrícia, Renata,Thais e Valmar) pela

amizade, carinho e respeito, sempre prontos a ajudar no que fosse preciso.

Ao professor e parceiro de pesquisa Renato Barroso pela colaboração e parceria na

realização deste estudo.

Aos funcionários do Laboratório do Movimento Humano e da Clínica de Fisioterapia

da Universidade São Judas Tadeu pela inesgotável paciência e prontidão, todos os dias

inclusive nas férias.

Aos professores e colegas da USJT, pelos ensinamentos e pela amizade durante estes

dois anos.

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A minha Mãe, Maria Augusta Gerardo Guerreiro, pela inesgotável força, brio e

personalidade sempre presente e participativa.

A minha irmã Sílvia Lúcia, pelo apoio, carinho, compreensão e inúmeras referências

enviadas.

Em especial ao meu pai, Henrique Guerreiro, que tanto lutou e se dedicou a vida

inteira pela minha educação. Que Deus o tenha ao seu lado!

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... III

LISTA DE ABREVIATURAS .................................................................................................... VII

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. VIII

RESUMO .................................................................................................................................. XI

ABSTRACT .............................................................................................................................. XII

1-INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1

2 - REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................ 5

2.1- DANO MUSCULAR .................................................................................................................. 5

2.2 - AS UNIDADES MOTORAS ..................................................................................................... 7

2.3 – A EMG E OS DIVERSOS TIPOS DE CONTRAÇÃO MUSCULAR ................................... 11

3 – OBJETIVOS ........................................................................................................................ 15

3.1 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ................................................................................................. 15

4 - MATERIAS E MÉTODOS ................................................................................................... 17

4.1- DESENHO ................................................................................................................................ 17

4.2- AMOSTRA ................................................................................................................................ 17

4.3 – CONSELHO DE ÉTICA ......................................................................................................... 18

4.4 – MATERIAL ............................................................................................................................. 18

4.5 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ................................................................................... 19

4.5.1- SINCRONIZAÇÃO ENTRE DINAMÔMETRO E ELETROMIÓGRAFO ......................... 20

4.5.2- AVALIAÇÕES ....................................................................................................................... 20

4.6 - TRATAMENTO DOS DADOS ............................................................................................... 21

4.6.1- PROCEDIMENTO ESTATÍSTICO ....................................................................................... 22

5 – RESULTADOS .................................................................................................................... 23

5.1– ANÁLISE DA AÇÃO ISOMÉTRICA ..................................................................................... 24

5.2 – ANÁLISE DA AÇÃO EXCÊNTRICA ................................................................................... 27

5.3– ANÁLISE DA AÇÃO CONCÊNTRICA ................................................................................. 30

6 – DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 34

6.1- SOBRE AS ALTERAÇÕES DO TORQUE ............................................................................. 34

6.2- SOBRE A ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA .................................................................. 36

6.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................... 38

6.4-LIMITAÇÕES DO ESTUDO .................................................................................................... 39

7 - CONCLUSÕES ................................................................................................................... 40

8 – BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 41

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ANEXO I – COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ................................................................... 51

ANEXO II – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .............................. 52

ANEXO III – ROTINA MATLAB .............................................................................................. 54

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LISTA DE ABREVIATURAS

AC: Ação Concêntrica.

ADM: Amplitude De Movimento.

AE: Ação Excêntrica.

AE1: Ação Excêntrica realizada na semana 1.

AE2: Ação Excêntrica realizada 14 dias após AE1.

AE3: Ação Excêntrica realizada 14 dias após AE2.

AEV1: Ação Excêntrica realizada na velocidade 60°/s.

AEV2: Ação Excêntrica na velocidade 180°/s.

CK: Enzima Creatina Quinase.

CVM: Contração Isométrica Voluntária Máxima.

ECR: Efeito da Carga Repetida.

EMG: Eletromiografia.

FFT: Fast Fourier Transform, Transformada Rápida de Fourier.

H: Próton de Hidrogênio.

AI: Ação Isométrica

MDF: Frequência Mediana.

TR: Treinamento Resistido.

UM: Unidade Motora.

48h: Quarenta e oito horas.

96h: Noventa e seis horas.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Os diferentes tipos de fibra muscular, magnitude do estímulo e sua participação no tempo de produção de força. FF: rápida fatigável, FG: rápida glicolítica, FGO: rápida glicolítica-oxidativa, SO: lenta oxidativa e FR: rápida resistente, S: lenta (Adaptado de ENOKA, 2000). .................................................................................................................................................... 17

Figura 2- Exemplo de formas de análise do sinal EMG (Adaptado de KONRAD, 2005).......................................................................................................................................................34

Figura 3 –Torque isométrico mensurado antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3. * - valor significativamente diferente (VSD) das demais condições na mesma AE. § - VSD da condição pós e 48 AE1, † - VSD das condições pré AE1 e AE2- (p<0,05)..................................................................................................................................................37

Figura 4 –Torque isométrico mensurado antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3. ‡ - valor significativamente diferente das semanas AE1 e AE3. (p<0,05)..................................................................................................................................................37

Figura 5 – Intensidade do sinal EMG (RMS) durante contração isométrica mensurado antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas..............................................................................................................38

Figura 6 – Intensidade do sinal EMG (RMS) durante contração isométrica mensurado antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas. ............................................................................................................38

Figura 3 – Frequência mediana do sinal EMG (MDF) durante contração isométrica mensurado antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas..............................................................................................................39

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Figura 8 – Frequência mediana do sinal EMG (MDF) durante contração isométrica mensurado antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas............................................................................................................. 39

Figura 9 – Torque excêntrico mensurado ao início e fim das induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3. * - valor significativamente diferente (VSD) da(s) condição(ões) início da(s) AE anterior(es), § VSD da condição início da mesma AE, † SD (fator semana) da AE2 e AE3, ‡ VSD (fator semana) da AE3-(p<0,05).....................................................40

FIGURA 10 – Torque excêntrico mensurado ao início e fim das induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3. * valor significativamente diferente (VSD) da(s) condição(ões) início da(s) AE anterior(es), §- VSD da condição início- (p<0,05)..................................................................................................................................................40

FIGURA 11 – Intensidade do sinal EMG (RMS) mensurada ao início e fim das induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3. *- valor significativamente diferente (fator semana) da AE1 e AE2 (p<0,05).............................................................................. 41

FIGURA 12 – Intensidade do sinal EMG (RMS) mensurada ao início e fim das induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3. *- valor significativamente diferente (VSD) da condição início da mesma AE, §- VSD (fator semana) da AE1 e AE3 (p<0,05)................................................................................................................................................. 41

FIGURA 13 – Torque concêntrico mensurado a 60º/s antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3. * - valor significativamente menor que a condição pré AE1, §- valor significativamente diferente (fator semana) da AE1 e AE2 - (p<0,05)............................................42

FIGURA 14 – Torque concêntrico mensurado a 60º/s antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3.* - valor significativamente diferente (VSD) da condição pós na mesma AE. § - VSD da 48h AE2. † VSD das condições pós AE3 e 96h AE1 - (p<0,05)...........................................42

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FIGURA 15 – Torque concêntrico mensurado a 180º/s antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3. * - valor significativamente menor que a condição pré AE1- (p<0,05).............. 43

FIGURA 16 – Torque concêntrico mensurado a 180º/s antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3.................................................................................................................................... 43

FIGURA 17– Intensidade do sinal EMG (RMS) durante contrações concêntricas mensuradas a 60º/s antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3..................................................................44

FIGURA 18 – Intensidade do sinal EMG (RMS) durante contrações concêntricas mensuradas a 60º/s antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3. * valor significativamente diferente (VSD) das condições pós, 48h e 96h AE1. § - VSD da condição 96h AE1. † - VSD da condição pré e pós AE3. ‡ - VSD das condições pré e 96h AE1 - (p<0,05)......................................................44

FIGURA 19 – Intensidade do sinal EMG (RMS) durante contrações concêntricas mensuradas a 180º/s antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3.......................................................45

FIGURA 20 – Avaliação da intensidade do sinal EMG (RMS) durante contrações concêntricas mensuradas a 180º/s antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3. * - valor significativamente diferente (VSD) da condição 96h AE1. § - VSD das condições pré AE3, pré AE1 e 96 AE1- (p<0,05)....................................................................................................................... 45

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RESUMO

Este estudo investigou, através da Eletromiografia (EMG) e do torque, a resposta muscular antes,

durante e após a execução de ações excêntricas (AE), já que essa resposta induz a adaptações

neuromusculares ainda pouco conhecidas. Além das alterações que podem ocorrer ao longo de três

sessões de 30 AE, pôde-se avaliar também o reflexo dessas em outras formas de ação muscular

(isométrica, concêntrica 60º/s e concêntrica 180º/s). A amostra consta de 15 indivíduos, não

treinados, com idade entre 20 e 35 anos, todos do gênero masculino, divididos em 2 grupos, AEV1

(n=7, massa= 86,71kg +/- 12,64, estatura= 179,14cm +/- 6,61), cuja AE foi realizada a 60º/s, e

AEV2 (n=8, massa =75,55kg +/- 8,88, estatura= 176,55cm +/- 6,93), cuja AE foi realizada a 180º/s.

As avaliações dinamométricas e eletromiográficas foram realizadas antes, imediatamente após, 48h

após e 96h após as sessões. Os resultados mostraram que ao final das AEs, ocorre uma queda no

torque quando comparado ao início das mesmas. Além disso, há aumento do torque excêntrico ao

longo das semanas; imediatamente as AEs ocorre queda no torque isométrico, que é seguida por um

aumento, mais evidente na terceira semana; e, ocorre aumento do torque concêntrico entre as

semanas, particularmente na mensuração realizada 96h após a terceira AE. Por outro lado, a

intensidade do sinal eletromiográfico durante as AEs sofre uma queda na terceira semana para o

grupo treinado a 60º/s; não ocorrem alterações no sinal eletromiográfico nas mensurações

isométricas; as alterações no sinal eletromiográfico registrado durante as ações concêntricas ocorrem

mais no grupo treinado a 180º/s do que naquele a 60º/s. Tais resultados evidenciam que as AEs

induzem a alterações tanto elétricas quanto mecânicas nas ACs, mas, em altas velocidades, ocorrem

mais alterações elétricas, o que é compatível com uma adaptação neural.

Palavras Chave: Ações Excêntricas. Torque. Eletromiografia.

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ABSTRACT

This study investigated, using electromyography (EMG) and torque, the muscle response before,

during and after the implementation of eccentric actions (EA), since this response induces

neuromuscular adaptations still little known. Besides the changes over three sessions of 30 AE, we

tried to see the reflection of these on other forms of muscle action (isometric, concentric 60°/s

concentric 180°/s). The sample consists of 15 individuals, untrained, aged between 20 and 35 years, all

males, divided into 2 groups, AEV1 (n = 7, weight = 86.71 kg + / - 12.64, height = 179, 14cm + / -

6.61), the AE was performed at 60°/s, and AEV2 (n = 8, mass = 75.55 kg + / - 8.88, height = 176.55

cm + / - 6.93), AE which was held at 180 º/s. Torque and EMG evaluations were performed before,

immediately, 48h after and after 96h of the AEs sessions. The results showed that the end of the AEs,

there is a drop in torque when compared to the begining of them. Moreover, there is an increase in

eccentric torque over the weeks, occurs a decrease in isometric torque immediately to AEs, which is

followed by an increase, more evident in the third week, and there is an increase in concentric torque

between weeks, specially in measurement performed 96h after the third AE. Moreover, the intensity of

the EMG during the AEs suffer a drop in the third week for the group trained at 60°/s, no changes

occur in the EMG signal in isometric measurements, the changes in the EMG signal recorded during

concentric actions occur more with the group trained at 180 º/s than that at 60°/s. The results showed

an increase in concentric torque between weeks. Changes in the EMG signal recorded during AC

occur more in AEV2 thanAEV1, with increasing intensity 96h after the third AE.

Key Words: Eccentric Muscle Actions, Isokinetic Dynamometer, Electromyography.

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1-INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, algumas das principais organizações normativas das relações entre atividade

física e saúde vêm propondo pareceres sobre treinamento resistido (TR) ou contra-resistência,

destinado a vários grupos, como idosos, portadores de doença cardiovascular e adultos saudáveis

(FLETCHER et al.,2001 e POLLOCK et al.,2000 ). De forma geral, esse tipo de atividade é

considerado adequado e aconselhável a indivíduos aparentemente saudáveis ou portadores de doenças

crônicas, em virtude de sua contribuição à aptidão física e funcional. Além disso, sua realização parece

revestir-se de níveis razoáveis de segurança, mesmo na presença de doença cardiovascular

(POLLOCK et al., 2000, OLIVER et al., 2001 e HASLAM et al., 2001).

O TR pode ser realizado utilizando diversos modos de sobrecarga, como pesos, máquinas

específicas, elásticos, massa corporal ou outras formas de equipamentos, que contribuam para o

desenvolvimento da força, potência ou resistência muscular (CONLEY & ROZENEK, 2001).

Como em qualquer atividade física, ocorrem efeitos ou respostas fisiológicas durante e após a

realização de um TR. As respostas agudas são provenientes de uma sessão isolada de exercício e as

respostas crônicas são ocasionadas pelas repetições frequentes das sessões isoladas, produzindo

adaptações fisiológicas de acordo com o tipo de treinamento (THOMPSON et al., 2001).

Essas modificações iniciais das condições funcionais do sistema músculo-esquelético

promovem alterações bioquímicas, morfológicas e fisiológicas, envolvendo não apenas o tecido

propriamente dito, como também alterando propriedades estruturais e biofísicas dos demais tecidos,

principalmente conjuntivo e nervoso (LOUGHNA et al., 1986, VILARTA & VIDAL, 1989 e

WEEKS, 1989).

Um ponto extremamente interessante das bases biológicas da atividade física encontra-se

envolvido com os eventos adaptativos teciduais e suas manifestações, ou seja, sobre qual limiar e

natureza de estresse (mecânico e/ou metabólico) ocorre o mecanismo responsável pelo

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desencadeamento de uma condição de degeneração da célula muscular ou de adaptação positiva frente

às exigências requisitadas pelo exercício físico.

O efeito protetor, no músculo, causado pela carga de AE, contra uma carga subsequente é

reportado na literatura como efeito do esforço repetido1 (NOSAKA & CLARKSON, 1995), ou Efeito

da Carga Repetida (ECR) (BARROSO et al., 2005), o qual revela que, quando a sessão de treino é

repetida, o grau de dano induzido pelo exercício diminui. A existência desse efeito indica a presença

de alguma adaptação na estrutura do citoesqueleto que “protege” a fibra muscular, o que diminui a

ocorrência de danos provocados pela repetição da sessão de exercícios excêntricos.

Apesar de alguns estudos demonstrarem esse efeito (NOSAKA & NEWTON, 2002a; CHEN,

2003;), ainda há pouco consenso sobre os mecanismos que o provocam, podendo ser entendido, com

maior profundidade, lendo-se o trabalho de Mchugh, (2003). Ofato é que apesar de haver uma

diminuição no grau do dano muscular, ele ainda continua ocorrendo após a segunda sessão de AE,

como indica a análise da concentração de CK, da amplitude de movimento, da percepção da dor

muscular tardia e da força (NOSAKA & NEWTON, 2002a).

Um melhor entendimento dos mecanismos protetores envolvidos nas adaptações musculares

agudas e crônicas à AE torna-se necessário para o aprimoramento de estudos de prevenção e

tratamento de lesões, bem como controle de volume e intensidade nos treinamentos, levando-se em

conta que o ECR é uma das primeiras adaptações ao exercício excêntrico.

Buscando verificar se o ECR continua além da primeira, e também da segunda sessão de AE,

SILVA (2007), se preocupou com a observação do comportamento e da ocorrência de marcadores de

dano muscular, com a realização de três sessões, avaliando a percepção subjetiva de dor,

circunferência do braço e ADM da articulação envolvida no movimento, a concentração plasmática de

CK e comportamento do torque, e concluiu que as adaptações responsáveis pelo efeito protetor são

provocadas, principalmente, pela realização da primeira sessão de AE.

1 termo original inglês “repeated bout effect”

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Além de todas essas mudanças, as quais foram claramente evidenciadas e associadas às AE,

danos estruturais às fibras musculares parecem provocar mudanças no comportamento elétrico

muscular (FELICI et al., 1997); o que, supõe-se, pode ser mensurado pela Eletromiografia de

superfície (EMG), que é uma técnica de registro e avaliação de propriedades fisiológicas do músculo

durante atividade e repouso (AHMADI et al., 2007).

O sinal EMG pode ser analisado, quanto à sua intensidade e\ou quanto ao seu espectro de

frequências (KONRAD, 2005). Uma forma que tem sido adotada como ótimo indicador do sinal EMG

é o valor RMS (do termo original inglês “Root Mean Square”), conforme Snyder-Mackler & Robinson

(1989).Por outro lado, em estudos relacionados ao ECR, as análises do sinal EMG também são feitas

no domínio da frequência, sendo utilizada a MDF (do termo original inglês “Median Frequency”) do

seu espectro (FELICI et al., 1997). Neste procedimento, é analisada a mudança na freqüência do sinal

e consecutivamente a mudança no tipo de fibra ativa.

Existem algumas controvérsias entre resultados de diferentes pesquisadores que se dedicam ao

estudo do efeito da EMG na AE. Há algum tempo, Komi & Viitasalo (1977) e Berry et al. (1990)

observaram algum aumento na atividade EMG após AE, enquanto Day et al. (1998) não detectaram

mudanças significativas neste parâmetro. Day et al. (1998) e Felice et al. (1997) observaram aumentos

significativos no RMS e na MDF, enquanto Berry et al. (1990) não observaram aumentos significantes

e consistentes na freqüência do sinal EMG após AE.

Enquanto alguns autores verificaram as alterações do sinal EMG ao longo da ação muscular,

na contração excêntrica (BECK et al. 2006, LINNAMO et. al., 2000 e WARREN et al., 2000), outros

fizeram análises comparando-se o sinal antes e após a AE (AHMADI et al., 2007, FELICI et al., 1997

e MCHUGH et al., 2001).

Podemos supor que, se há um aumento no número de UM recrutadas para uma contração,

mais potenciais de ação de unidades motoras (MUAPs) surgem no traçado EMG, e por conseqüência,

maior o valor RMS da EMG.

Page 17: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

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Eventuais mudanças na MDF e no RMS, neste tipo de ação muscular, podem ser oriundas,

primariamente, de possíveis danos na funcionalidade das fibras de contração rápida, resultante das

ações musculares (excêntricas) não habituais (AHMADI, 2007). Sendo assim, através das análises da

EMG, podem ser gerados estudos que tentem detectar quais mudanças no comportamento elétrico

podem estar associadas aos efeitos das AE.

Levando-se tudo isso em consideração, percebe-se que as AE geram questões de alta

relevância para estudos que visem aperfeiçoar a prescrição do treinamento físico.

O intuito deste trabalho foi identificar e avaliar possíveis alterações no comportamento do

sinal elétrico muscular em variadas formas de ação muscular (AI, AC60 e AC180) antes, durante e

após 3 sessões de 30 repetições de AEs.

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2 - REVISÃO DE LITERATURA

2.1- Dano Muscular

Atualmente, é bem reportado na literatura o fato de exercícios físicos extenuantes produzirem

sinais de lesões musculares (MCHUGH et al., 1999 e FELICI et al., 1997). A extensão e severidade

dessa lesão é dependente do tipo de ação muscular, bem como do nível prévio de treinamento do

indivíduo (NOSAKA et al., 1991).

Esse tipo de lesão do músculo esquelético é comum, pode assumir várias formas e implicar

vários mecanismos (WHITINING & ZERNICKE, 2001). A gravidade da lesão tecidual depende da

magnitude da força, da velocidade de aplicação da força e da resistência das estruturas

musculotendinosas (WHITINING & ZERNICKE, 2001).

Uma condição comum aos atletas é conhecida como lesão muscular induzida pelo exercício, a

qual resulta da ruptura do tecido conjuntivo e contrátil após o exercício, e caracteriza-se por

hipersensibilidade local, rigidez e restrição da amplitude de movimento (ADM), edema; elevação da

concentração de creatina quinase (CK) no sangue e diminuição da força muscular (NOSAKA &

NEWTON, 2002a; WHITINING & ZERNICKE, 2001). Isso acontece tipicamente de 24 a 72 horas

após a participação de um exercício vigoroso, especialmente após ações excêntricas (AE)

(WHITINING & ZERNICKE, 2001). Essas lesões podem ocorrer de maneira ainda mais severa em

indivíduos sedentários (FELICI et al., 1997; WHITINING & ZERNICKE, 2001).

As distensões leves apresentam ruptura estrutural mínima e retorno rápido à função normal.

As distensões moderadas são acompanhadas por uma laceração parcial do tecido muscular, dor e perda

parcial de função (WHITINING & ZERNICKE, 2001).

Apesar do mecanismo da dor muscular tardia continuar obscuro, seus sintomas e eventos

metabólicos são semelhantes aos da inflamação aguda e sugerem uma relação entre os dois. São eles:

Page 19: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

6

dor, presença de infiltrado celular, maior atividade lisossômica e maiores níveis de algumas proteínas

circulantes na fase aguda (WHITINING & ZERNICKE, 2001).

O dano muscular se define com o rompimento das linhas Z e continua com o estiramento dos

filamentos da linha Z por todo do sarcômero (FELICI et al., 1997). Quando o sarcômero é alongado

ativamente (durante a AE), a sobreposição dos miofilamentos diminui. Após o término da AE e a

ocorrência deste evento, em alguns dos sarcômeros, os miofilamentos podem voltar a se sobrepor,

enquanto em outros não (BARROSO et al., 2005).

Na realização de um treinamento excêntrico, as AEs são repetidas diversas vezes. Assim, nos

sarcômeros, onde a actina e miosina não voltam a se sobrepor, a tensão que deveria ser suportada por

estes miofilamentos é imposta somente sobre os elementos elásticos destes sarcômeros, o que pode

provocar o seu rompimento (“popping”) (BARROSO et al., 2005). Esses eventos podem provocar

alterações nestas estruturas, visto que, biópsias musculares evidenciaram mudanças morfológicas e

histoquímicas na composição muscular induzidas pelas AEs (FELICI et al., 1997).

Sabendo-se que a tensão no músculo, por si só, já é um importante fator para o aumento de

força muscular (ARVIDSSON et al., 1998) durante sessões de treinamento, altas tensões são obtidas

mais facilmente em AE, comparadas a outros tipos de ações musculares (concêntrica (AC) ou

isométrica (AI)) (MACDOUGALL, 1986; ARVIDSSON et al., 1998).

Durante AE, a maior tensão é decorrente do menor número de fibras ativas junto a uma

sobrecarga elevada (força por unidade de área), isso pode resultar no comprometimento de estruturas

do sarcolema, do retículo sarcoplasmático e das miofibrilas (ENOKA, 2000). Além disso, todo o

tecido conectivo é alongado, gerando uma maior tensão passiva sobre o citoesqueleto muscular. Esse

aumento da tensão passiva induz a uma maior ocorrência de lesão na estrutura muscular, dessa

maneira, a distensão e não a sobrecarga é que parece ser o principal fator mecânico de lesão muscular

(FRIDEN & LIEBER, 1998).

Page 20: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

7

Um fato interessante é que o dano causado pelas AE diminui com a continuidade do

treinamento. Um exemplo disso é que a repetição de uma sessão de exercícios excêntricos realizada

até nove meses após a sessão inicial provoca quantidades menores de dano (NOSAKA et al., 2001).

2.2 - AS UNIDADES MOTORAS

Uma unidade motora (UM) consiste no conjunto formado pelo motoneurônio e pelas fibras

musculares que este inerva (ENOKA, 2000). Segundo o mesmo autor, a UM representa a unidade

neuromuscular funcional e, por meio dela, o sistema nervoso controla a força muscular, de forma que,

alterando-se a quantidade de unidades motoras ativadas altera-se a força muscular. As diferentes

capacidades de produção de força de cada UM constituem uma das características diferenciadoras dos

tipos de UM. A transformação do potencial de ação muscular em força muscular é chamada de

acoplamento (excitação – contração), momento no qual os eventos elétricos que acompanham o

potencial de ação promovem a capacitação para a contração muscular; em outra ótica, podemos dizer

que o potencial de ação muscular é um produto dos impulsos do sistema nervoso (ENOKA, 2000).

Um dos mecanismos de regulação da força produzida pelo músculo é o recrutamento de UM.

Estas UMs são recrutadas por ordem crescente da sua capacidade de produção de força. Este padrão de

recrutamento é conhecido como o princípio do tamanho. As UMs de dimensões menores, como pode

ser visto na figura1, possuem limiares de excitabilidade mais baixos e são recrutadas em primeiro

lugar.

Page 21: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

8

Figura 1- Os diferentes tipos de fibra muscular, magnitude do estímulo e sua participação no tempo de produção de força. FF: rápida fatigável, FG: rápida glicolítica, FGO: rápida glicolítica-oxidativa, SO: lenta oxidativa e FR: rápida resistente, S: lenta (adaptado de ENOKA, 2000).

Enquanto este limiar não for alcançado, o grupo de fibras musculares constituinte desta

unidade motora permanece sem se contrair. A partir do momento em que este limiar é alcançado, todas

as fibras constituintes se contraem, é a chamada lei do "Tudo ou Nada". Neste contexto, quando o

neurônio envia um estímulo nervoso às fibras musculares pertencentes a uma determinada unidade

motora, só pode ocorrer uma das seguintes duas respostas: as fibras permanecem relaxadas, se a

intensidade do estímulo for inferior ao seu limiar de excitabilidade, ou contraírem-se com toda a

intensidade, se o estimulo for igual ou superior ao limiar de excitabilidade. Concluindo, perante um

estímulo acima do limiar de estimulação a contração obtida é sempre máxima (ENOKA, 2000).

Page 22: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

9

No entanto, esta lei não se aplica ao músculo como um todo, já que este é constituído por

várias unidades motoras, o que leva a que cada músculo possa desenvolver forças de intensidades

gradativas, podendo ir de uma contração fraca a uma contração forte.

À medida que as necessidades de produção de força vão aumentando, as UM maiores vão

sendo recrutadas progressivamente. Desta forma, há uma correlação positiva entre as capacidades de

produção de força das UMs e o seu limiar de recrutamento, ou seja, de excitabilidade.

Isto se consegue mudando ou o número de UM, que são ativadas ou a freqüência de disparo

das UMs individuais, desde que elas tenham sido ativadas. Essas duas opções são chamadas de

recrutamento de unidades motoras - o processo de ativação de unidades motoras - e modulação da

frequência de disparos das mesmas (ENOKA, 2000).

À medida que a força exercida por um músculo aumenta UMs adicionais são ativadas ou

recrutadas, e uma vez que a unidade motora é recrutada ela permanece ativa até a força declinar. O

aumento da força é conseguido, ao menos em parte, continuando a recrutar UMs (ENOKA, 2000).

A força alcança um platô quando UMs adicionais param de ser recrutadas e aquelas que estão

ativas não mudam a frequência de disparo dos potenciais de ação. À medida que a força é reduzida,

UM são sequencialmente desativadas ou dispensadas na ordem inversa ao recrutamento; a última a ser

recrutada é a primeira a ser dispensada (ENOKA, 2000). Como o recrutamento geralmente obedece

este padrão, o aumento gradual nas demandas de força de uma tarefa envolve o recrutamento

progressivo de UM com maior capacidade de gerar força, contudo, o tamanho da UM não aumenta

exatamente na mesma ordem em todos os tipos de UM, então ocorre certa sobreposição entre os tipos

de fibras I e II e entre os tipos IIa e IIb, tanto com respeito ao tamanho quanto na ordem de

recrutamento (ENOKA, 2000).

A força exercida pelo músculo é devida, em parte, a combinações variáveis do número de

UMs ativas e da frequência em que essas unidades disparam potenciais de ação. Quando uma unidade

Page 23: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

10

motora é recrutada e a força exercida pelo músculo continua a aumentar, a frequência em que a

unidade motora dispara potenciais de ação usualmente aumenta (ENOKA, 2000).

No aparelho locomotor humano, é mais abundante UM com menores dimensões (menos força)

do que as de grande calibre, sendo admitido que a sua distribuição em termos de capacidade de

produção de força é quase exponencial.

Como visto, o recrutamento das unidades motoras é determinado pela característica da tarefa.

A intensidade e a velocidade na execução são fatores determinantes na quantidade e no tipo de

unidades motoras a seres recrutadas. O sistema nervoso central dispõe de três mecanismos

fundamentais para regular a intensidade da contração muscular: (1) o número de unidades motoras

recrutadas, (2) a frequência de ativação das unidades motoras, e (3) a sincronização da ativação das

unidades motoras (ENOKA, 2000).

Em relação à sincronização das UM, é comum ser mencionada como uma das primeiras

adaptações ao treinamento. A sincronização consiste na inter-relação entre os tempos de ativação de

diferentes UM. Quando o tempo de disparo do potencial de ação de duas ou mais UM não é aleatório,

ou seja, apresentam um padrão, dizemos que estas UM estão sincronizadas (ENOKA, 2002). Contudo,

o aumento da sincronização como resposta ao treinamento pode não contribuir para o aumento de

força gerada, sendo apenas uma estratégia do córtex motor para controlar o movimento (ENOKA,

2002).

A magnitude do sinal EMG é determinada pela quantidade de UMs ativas e pela frequência de

disparo das mesmas (KOMI, 1986). Como estes são os mesmos fatores que determinam a força,

explica-se assim a proporcionalidade entre EMG e a produção de força (MORITANI, 1993).

Em 1975, Milner-Brown & Stein estudaram a influência da frequência de disparo e

recrutamento das UM isoladamente, em relação à atividade muscular total registrando tais potenciais,

por eletrodos de agulha ou de superfície. Através da integralização desses potenciais, que são

determinados pela amplitude e duração média dos sinais, sugeriram que, em baixas variações de força,

Page 24: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

11

o fator predominante na execução da contração era o recrutamento das UM, enquanto que em altas

variações de força, o fator predominante era o aumento na frequência de disparos das UM. Fato

também reportado no trabalho de Moritani em 1993.

Esse comportamento neuromuscular apresenta um “padrão” ou sinal elétrico, o qual é

mensurado através da EMG (AHMADI et al., 2007, ARAUJO, 1998 e WINTER, 1990). A EMG pode

ser analisada quanto à intensidade do sinal e quanto à frequência do mesmo, como veremos a seguir.

2.3 – A EMG E OS DIVERSOS TIPOS DE CONTRAÇÃO MUSCULAR

Na literatura, encontramos diversas formas de análise dos efeitos e/ou danos causados pelas

AEs, sendo utilizados métodos diretos (CLARKSON e HUBAL, 2002 e NOSAKA et al., 2000 e

NEWHAM, 1988) e indiretos (CHEN, 2003, FELICI et al., 1997 e SEMMLER et al., 2007). Os

métodos diretos se valem de amostras de tecido muscular,coletadas através de biópsias ou de imagens

obtidas por ressonância magnética. Os métodos indiretos são obtidos por meio de registro de valores

de torque da Contração Isométrica Voluntária Máxima (CVM), da análise das concentrações

plasmáticas de enzimas e proteínas musculares, respostas subjetivas da dor feitas com escalas de

percepção, redução da ADM e registro eletromiográfico. Uma perda prolongada de força após

exercícios excêntricos é considerada a mais válida e confiável medida indireta de danos musculares

em humanos (WARREN et al., 1999 apud CLARKSON e HUBAL, 2002). Especificamente neste

estudo, as análises foram feitas nas variáveis Torque e sinal EMG.

Em estudos relacionados ao ECR, as análises do sinal EMG são geralmente feitas no domínio

da frequência, sendo utilizada a MDF do seu espectro (FELICI et al., 1997 e SEMMLER et al., 2007),

neste procedimento é analisada a mudança na frequência do sinal e consecutivamente a mudança no

tipo de fibra ativa, mas também são realizados estudos em que se observa a intensidade do sinal, sendo

a análise feita no domínio do tempo (AHMADI et al., 2007 e BECK et al., 2006).

Page 25: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

12

Existem algumas controvérsias entre resultados de diferentes pesquisadores que se dedicam ao

estudo do efeito da AE na EMG. Há algum tempo, Komi & Viitasalo (1977) e Berry et al. (1990)

observaram algum aumento na intensidade do sinal EMG após AE, enquanto Day et al. (1998) não

detectaram mudanças significativas neste parâmetro.

Day et al. (1998) e Felice et al., (1997), observaram aumentos significativos na frequência

média e na MDF, enquanto Berry et al. (1990) não observaram aumentos significantes e consistentes

na frequência do sinal EMG após AE.

Para Linnamo et al. (2000), a MDF reduz durante ambas as contrações (AE e CON), mas a

diminuição é maior durante a CON. A redução da MDF durante a fadiga é atribuída à diminuição da

velocidade de condução das fibras musculares ativas (ARENDT-NIELSEN & MILLS, 1985 e

LINDSTÖM et al., 1970). Essa diminuição da velocidade de condução da fibra muscular pode estar

relacionada com o acúmulo de prótons de H+, além disso, a MDF pode diminuir mais se a

concentração de lactato sanguíneo for elevada, entretanto, mudanças também têm sido observadas na

ausência de lactato (LINNAMO et al., 2000), isso gera possibilidades de se supor que a mudança na

MDF ocorre devido a uma mudança nos padrões neurais de ativação, fato sugerido pelo mesmo autor

no seu trabalho de 2006.

Em seu trabalho de 2006, Linnamo et al. concluiram que a diminuição do sinal EMG reflete

uma queda na ativação muscular comprovada pela diminuição da força voluntária máxima no final do

movimento, sugerindo uma inibição neural durante AE voluntária máxima, sendo isto comprovado, a

modulação da força reflete diretamente a modulação do sinal EMG.

Por outro lado, o estudo de Bilodeau et al. (1994) encontrou diminuição no torque e MDF

somente durante CON e quando mensurado na condição isométrica.Em contrapartida, Day et al.

(1998) observaram uma diminuição no torque, mas, nenhuma mudança na MDF após AE ou após

ambas CON e AE.

Page 26: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

13

O trabalho de Weerakkody et al. (2003) encontrou um aumento proporcional da EMG do

Bíceps Braquial em nível baixo de torque após as AE, mas, não CON. Entretanto, o autor deixou claro

que não se sabe se todos os músculos flexores do cotovelo respondem de forma similar após AE.

A concentração elevada de lactato sanguíneo e o aumento de prótons H+ acumulados podem

ser parcialmente responsáveis pela diminuição na MDF. Na ausência de lactato, um enfraquecimento

do acoplamento (excitação/contração) tem sido sugerido como responsável por mudanças na MDF.

Outra questão que pode afetar a MDF é o sincronismo das UM, que se tem detectado na ocorrência de

fadiga, causando uma mudança da MDF para frequências menores (LINNAMO et. al., 2000).

Nosaka e Clarkson (1996) demonstraram que alguns sujeitos apresentaram aumento na

intensidade do sinal EMG do membro oposto ao que realizou o movimento, durante o tempo de

repouso do Bíceps Braquial, após AE. Entretanto, outros sujeitos apresentaram aumento do sinal EMG

em músculos sinergistas, sugerindo diferenças entre sujeitos na extensão do dano para diferentes

músculos flexores do cotovelo.

Para Semmler et al. 2007, esse dano diferenciado dos flexores do cotovelo pode provocar

alguma alteração no padrão de atividade dos músculos sinergistas, durante a realização de outras

tarefas, dependendo da localização e extensão do dano muscular resultante das AE.Vale lembrar que a

mudança no padrão de atividade dos músculos sinergistas já foi relatada durante AI máximas para

extensão do joelho, mas não para AI submáximas dos músculos extensores do punho (PROSKE,

2007).

Outra questão levantada no estudo de Semmler et al.(2007) é que ambas as formas ação (AE e

COM), resultaram em declínio da EMG e retornaram ao normal após 24hs, indicando que este efeito

foi causado pela fadiga oriunda dos dois tipos de exercício, e não parece ser associada com o dano

muscular, diferente do ocorrido com AE que além da fadiga pode apresentar dano muscular.

A forma de análise dos dados e o protocolo de treino e/ou teste usados diferem de autor para

autor e este é o ponto crucial para a discrepância de resultados. Atentando para este detalhe, observa-

Page 27: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

14

se que alguns autores verificaram as alterações do sinal EMG ao longo da ação muscular na contração

excêntrica (BECK et al. 2006, LINNAMO et. al., 2000 e WARREN et al., 2000), enquanto outros

fizeram análises comparando-se o sinal antes e após uma determinada ação muscular (AHMADI et al.,

2007, FELICI et al., 1997 e MCHUGH et al., 2001), o que pode gerar resultados diferentes e

interpretações equivocadas.

Um fator importante no procedimento de análise do sinal é a forma de tratamento. O recorte

ou janelamento utilizando a ferramenta Fast Fourier Transform (FFT) - Transformada Rápida de

Fourier (algoritmo usado no janelamento do sinal) – tem um efeito e pode alterar a análise da MDF

(LINNAMO et. al., 2000).

É importante ressaltar que a EMG, mesmo podendo registrar a atividade elétrica muscular, não

pode ser utilizada para quantificar a força produzida por ele. A EMG sofre grande interferência de

ruídos externos (corrente elétrica do meio ambiente e posicionamento do eletrodo) e internos

(atividade elétrica de músculos vizinhos, tecido gorduroso entre a pele e o músculo) que impedem o

registro fidedigno do que está acontecendo no músculo analisado (AMADIO et. al., 1999).

A distância do músculo até a pele pode interferir significativamente, se o músculo estiver

muito distante terá uma resistência elétrica maior e o sinal será captado com intensidade menor

(ARAUJO, 1998 e BAARS et. al., 2006).

A área do eletrodo também pode influenciar a captação do sinal: se esta for pequena, capta

um número menor de potenciais de ação das UMs, que também são dependentes da velocidade, isso

porque quando o potencial de ação viaja mais rapidamente, detectam-se as ondas de despolarização e,

quando viaja mais lentamente, consegue-se também detectar ondas de repolarização (ARAUJO, 1998).

Mediante tanta controvérsia, percebe-se uma grande relevância no entendimento e na

aplicação das AEs. Observando-se os resultados e levando-se todos esses aspectos em consideração,

podemos notar que a EMG é complexa e sua análise requer métodos e critérios rigorosos. Sendo

Page 28: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

15

assim, importantes aspectos metodológicos devem ser considerados para a confiabilidade dos dados

visando uma possível reprodutibilidade do estudo.

3 – OBJETIVOS

O objetivo geral do presente trabalho é de avaliar de forma variada (isométrica, concêntrica a

60°/s e concêntrica 180°/s) a resposta muscular (elétrica e mecânica) do bíceps braquial frente a uma

carga de 30 repetições de AEs através da mensuração do torque e da EMG .

3.1 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Avaliar o comportamento do sinal Eletromiográfico (intensidade e espectro de frequências) e

torque flexor do cotovelo, em diferentes velocidades, em indivíduos saudáveis e não treinados em

força, durante quatro momentos: (pré, imediatamente, 48 e 96 horas após um protocolo de ações

excêntricas) durante 3 sessões, intercaladas por 14 dias;

Verificar se ocorre redução de alguns dos parâmetros eletromiográficos e se ocorrerem

aompanham as variações do torque, durante as 3 semanas de sessões de ações excêntricas;

Detectar através da eletromiografia e do torque, possíveis efeitos da velocidade da ação

excêntrica muscular (60°/s e 180°/s) nos testes com ações concêntricas em diferentes velocidades

(60°/s e 180°/s).

Page 29: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

16

Page 30: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

17

4 - MATERIAS e MÉTODOS

4.1- DESENHO

Esta pesquisa foi um estudo do tipo transversal, experimental e teve uma amostra não

probabilística e intencional, de acordo com os critérios descritos por Laville & Dione (1999), e

conveniências gerais para a realização do mesmo.

4.2- AMOSTRA

A amostra é composta por 15 sujeitos do sexo masculino, (idade, peso corporal e estatura

demonstrados na tabela1) sem histórico de lesões articulares do punho, cotovelo ou ombro e que não

tenham realizado treinamento de força por um período prévio de seis meses anterior ao estudo. Os

sujeitos foram selecionados de forma intencional e foram divididos em 2 grupos distintos: um grupo

com 7 sujeitos, o qual sofreu o dano muscular provocado pela AE a 60º/s (AEV1) e um grupo com 8

sujeitos, o qual sofreu o dano muscular provocado pela AE a 180º/s (AEV2).

TABELA 1- Características da Amostra (média e desvio padrão)

AEV1 (n=7) AEV2 (n=8)

Idade (anos) 25 (+/- 3,65) 25 (+/- 3,34)

Peso Corporal (kg) 86,7 (+/- 12,65) 75 (+/- 9,33)

Estatura (cm) 179,1 (+/- 6,62) 176,9 (+/- 7,33)

Page 31: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

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4.3 – CONSELHO DE ÉTICA

Este estudo foi aprovado pelo conselho de ética em pesquisa da Universidade de São Paulo-

USP (ANEXO I). Todos os sujeitos foram informados sobre os objetivos da pesquisa e assinaram um

termo de consentimento livre e esclarecido sobre os riscos e benefícios associados à sua participação

no estudo (ANEXO II).

4.4 – MATERIAL

Para a realização do experimento foram utilizados os seguintes instrumentos:

Sistema de aquisição de Dados de Eletromiografia Myosystem1400® (Noraxon®USA).

Software para armazenamento de dados Myoresearch (Noraxon®USA)

Eletrodos de superfície descartáveis (marca 3M®), sendo dois (2) eletrodos de captação e um (1)

eletrodo de referência.

Fita adesiva para fixação dos eletrodos

Álcool para a assepsia do local de colocação dos eletrodos

Caneta para marcação do local do eletrodo

Dinamômetro Isocinético Biodex System 3 (Biodex Medical Systems®)

Page 32: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

19

4.5 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

O estudo foi realizado no Laboratório de Biomecânica do Movimento Humano da

Universidade São Judas Tadeu. Foram realizadas três sessões de 30 AE, sendo que as sessões foram

separadas por 14 dias para permitir a recuperação completa dos indivíduos. Imediatamente e nos

períodos de 48 e 96 horas após o protocolo de AE foram reavaliados o torque máximo em AI e AC em

duas velocidades 60°/s (lenta) e 180°/s (rápida). A diferença entre as velocidades visava observar se

haveria diferenças no recrutamento muscular. Os sujeitos foram divididos aleatoriamente por sorteio,

para as duas velocidades do movimento excêntrico, sendo que o membro utilizado para a realização do

protocolo era o não dominante, para não interferir na realização das atividades cotidianas dos

indivíduos.

Os eletrodos EMG foram colocados entre o ponto motor e a inserção distal do respectivo

músculo, sendo que a distância entre os eletrodos foi padronizada em 2 cm (ARAÚJO, 1998) e de

acordo com Hermens et. al. (1999). Foi utilizado um eletrodo monopolar de referência (terra) na

coleta do sinal EMG, posicionado na segunda vértebra cervical.

Para captação dos sinais EMG foi utilizado o equipamento Noraxon®, operando no sistema

Myosystem 1400®. O equipamento foi operado com um filtro passa-banda de 10 a 500 Hz, com um

de ganho 1.000, além das seguintes especificações:

Impedância de entrada: >10mΩ

Taxa de Modo Comum de Rejeição (CMRR): > 85dB

Taxa de ruído de: < 1µV RMS

Saída USB para PC a cada milisegundo

Amplificação total: 1000 vezes

Page 33: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

20

O torque foi mensurado no dinamômetro isocinético com transmissão de dados via cabo para

o equipamento Noraxon®.

4.5.1- Sincronização entre Dinamômetro e Eletromiógrafo

A sincronização dos sinais foi fornecida através da utilização conexão (via cabo) da porta

serial do Biodex System3® com a entrada do tipo BCN do módulo de aquisição de sinais Myosystem

1400®. Desta maneira, o software adquire tanto os sinais oriundos do dinamômetro quanto do

eletromiógrafo. Então, os sinais relacionados às variáveis: torque, posição angular e velocidade, foram

transmitidos em tempo real do dinamômetro isocinético para os canais auxiliares do sistema de

aquisição de dados.

4.5.2- Avaliações

Avaliações do Torque: O aquecimento específico prévio consistiu de duas séries de seis ações

concêntricas a 120º/s, com intervalo de 90s entre elas. Para esse aquecimento, os sujeitos assumiram a

mesma posição do teste de força máxima, descrita a seguir. Três minutos após o término do

aquecimento foi realizado o teste de torque máximo. O teste foi realizado no dinamômetro isocinético.

Os sujeitos permaneceram sentados com o braço apoiado e tiveram a cintura e o tórax estabilizados

por cintas, evitando qualquer movimento que pudesse interferir e/ou contribuir na realização da flexão

do cotovelo. A posição do sujeito no dinamômetro era anotada após a primeira sessão de testes a fim

de mantê-la em todas as sessões de avaliação e da realização do protocolo.

Foram realizadas três AI máximas de flexão do cotovelo, o qual foi posicionado em 90º,

ajustado individualmente através de um goniômetro. Esta AI teve a duração de cinco segundos e

Page 34: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

21

serviu de normalização para a análise dos outros testes, em seguida, após um intervalo de três minutos

foram realizadas três AIs máximas de extensão do cotovelo também posicionado em um ângulo de 90º

de flexão, com a mesma duração de cinco segundos e mesmo intervalo de três minutos.

Cinco minutos após o teste com AI, foram realizadas cinco ACs máximas na velocidade de

60º/s e cinco na velocidade de 180º/s. O intervalo entre as velocidades foi de três minutos. Essas

avaliações foram realizadas antes, imediatamente, 48 e 96 horas após o término do protocolo de AE.

Protocolos de AE: Protocolo de AEV1 - (60º/s) - o protocolo de AE1 foi realizado três

minutos após os testes iniciais de força máxima. Foram executadas 30 AE máximas a velocidade de

60º/s. O intervalo entre cada repetição foi o tempo do dinamômetro retornar à posição inicial. O

retorno do braço à posição inicial foi realizado passivamente. Protocolo de AEV2 - (180º/s) - Idêntico

ao protocolo AEV1, porém a velocidade utilizada era de 180º/s. O intervalo entre as repetições foi o

mesmo da velocidade de 60º/s.

4.6 - TRATAMENTO DOS DADOS

Os dados foram trabalhados em ambiente MatLab® com rotina descrita no anexoIII.

Isométrico: foi selecionada a tentativa isométrica com o maior valor de média de torque

durante 1 segundo. Este trecho foi selecionado e foram analisados os respectivos valores da MDF e

RMS do sinal EMG do músculo Bíceps Braquial, sendo que os valores coletados no teste com AI pré-

AE foram usados para a normalização dos dados das coletas na respectiva semana.

Excêntrico: foi selecionado o pico de torque em cada contração, descartando-se a primeira e a

última, do pico foram selecionados 50 milisegundos, antes e 50 após. Os dados desta janela foram

normalizados pelo pico da tentativa isométrica mensurada pré-AE da mesma semana, e assim,

calculados os valores RMS através da área sob a curva do sinal EMG do músculo Bíceps Braquial.

Page 35: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

22

Figura 2- Exemplo de formas de análise do sinal EMG (adaptado de KONRAD, 2005).

Concêntrico: foram selecionadas e recortadas as três melhores tentativas de ACs em duas

velocidades (60°/s e 180°/s) em cada teste. Os dados das tentativas foram normalizados pelo pico da

tentativa isométrica mensurada pré-AE da mesma semana, e assim, calculados os valores RMS do

sinal EMG do músculo Bíceps Braquial para cada teste. Para efeitos estatísticos, utilizou-se a média

das três tentativas como valor final.

4.6.1- Procedimento Estatístico

Nas análises foram utilizados os softwares Statistica e Origin 6.0, sendo que os dados foram

analisados de acordo com estatística descritiva, optando-se pelo procedimento de Análise Multivariada

de Variância (MANOVA). Para a análise da AI utilizou-se uma MANOVA (4x3), sendo quatro

condições (pré, pós, 48h após e 96h após) e 3 semanas (AE1, AE2 e AE3). Na análise da AE utilizou-

se uma MANOVA (2x3), sendo duas condições (início e fim) e 3 semanas (AE1, AE2 e AE3). Para a

análise da AC utilizou-se uma MANOVA (4x2x3), sendo quatro condições (pré, pós, 48h após e 96h

após), duas velocidades (60º/s e 180º/s) e 3 semanas (AE1, AE2 e AE3). Os gráficos foram plotados

Page 36: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

23

com média e erro padrão dos resultados obtidos para cada grupo. Quando um valor significativo de f

foi encontrado, post hoc Tukey foi utilizado para analisar as diferenças. O nível de significância

adotado foi < 0,05.

5 – RESULTADOS

Page 37: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

24

Os resultados estão apresentados quanto às alterações do torque provocadas pelas sessões de

dano induzido pela AE, bem como quanto às alterações do sinal EMG em suas respectivas condições,

e foram divididos pelo tipo de ação a ser analisada, a saber AI, AE e AC.

Para a análise da AC utilizou-se uma MANOVA (4x3), sendo quatro condições (pré, pós, 48h

após e 96h após) e 3 semanas (AE1, AE2 e AE3).

Na análise da AE utilizou-se uma MANOVA (2x3), sendo duas condições (início e fim) e 3

semanas (AE1, AE2 e AE3).

Contudo, para análise da AC utilizou-se uma MANOVA (4x2x3), sendo quatro condições

(pré, pós, 48h após e 96h após), duas velocidades (60º/s e 180º/s) e 3 semanas (AE1, AE2 e AE3). Os

gráficos foram plotados com média e erro padrão dos resultados analisados para cada grupo. Quando

um valor significativo de f foi encontrado, post hoc Tukey foi utilizado para analisar as diferenças. O

nível de significância adotado foi < 0,05.

5.1– Análise da Ação Isométrica

A análise estatística do torque isométrico do grupo AEV1, apresentados na figura 3,

utilizando-se a MANOVA, apresentou interações entre condições: (pré≠pós, pré≠48h, pós≠48h,

pós≠96h e 48h≠96h, p<0,05), sendo (f=21,92 e p<0,05), semana: (AE1≠AE3, p<0,05), sendo

(f=7,02 e p<0,05) e também entre os fatores condição e semana (f=6,54 e p<0,05). Já a análise

estatística do torque isométrico do grupo AEV2, apresentados na figura 4, apresentou interações entre

as semanas: (AE1≠AE3, p<0,05), (f=5,28 e p<0,05).

Page 38: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

25

A1 A2 A30

10

20

30

40

50

60

70

§

*

Tor

que

(Nm

)

Ações Excêntricas

PRE POS 48h 96h

*

Figura 3 – Torque isométrico mensurado antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de ações excêntricas (ae) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3. * - valor significativamente diferente das demais condições na mesma ae. § - valor significativamente diferente da condição pós e 48 ae1, † - valor significativamente diferente das condições pré ae1 e ae2- (p<0,05).

A E 1 A E 2 AE 30

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

6 0

Tor

que

(Nm

)

A cõe s E xcê n trica s

P R E P O S 48 h 96 h

Figura 4 – Torque isométrico mensurado antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de ações excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3. ‡ - valor significativamente diferente das semanas ae1 e ae3. (p<0,05).

As análises estatísticas da intensidade do sinal EMG (RMS) de ambos os grupos não

apresentaram diferenças estatisticamente significativas, como demonstrado nas figuras 5 e 6.

Page 39: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

26

AE1 AE2 AE30

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

RM

S -

EM

G (

u.a.

)

Ações Excêntricas

PRE POS 48h 96h

Figura 5 – Intensidade do sinal EMG (RMS) durante contração isométrica mensurado antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas.

A E 1 A E 2 A E 30

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

6 0

7 0

8 0

9 0

RM

S-E

MG

(u.

a.)

A ç õ e s E x c ê n tr ic a s

P R E P O S 4 8 h 9 6 h

Figura 6 – Intensidade do sinal EMG (RMS) durante contração isométrica mensurado antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas.

As análises estatísticas da Frequência Mediana do sinal EMG (MDF) de ambos os grupos não

apresentaram diferenças estatisticamente significativas, como demonstrado nas figuras 7 e 8.

Page 40: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

27

AE1 AE2 AE30

20

40

60

80

100

MD

F -

EM

G (

Hz)

Ações Excêntricas

PRE POS 48h 96h

Figura 7 – Frequência mediana do sinal EMG (MDF) durante contração isométrica mensurado antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas.

AE1 AE2 AE30

20

40

60

80

100

MD

F-E

MG

(H

z)

Ações Excêntricas

PRE POS 48h 96h

Figura 8 – Frequência mediana do sinal EMG (MDF) durante contração isométrica mensurado antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas.

5.2 – Análise da Ação Excêntrica

A análise estatística do torque excêntrico do grupo AEV1, utilizando-se a MANOVA,

apresentou interações entre: condições (início≠fim, p<0,05), sendo (f=193,66 e p<0,05), semanas

(AE1≠AE2, AE2≠AE3 e AE1≠AE3, p<0,05), sendo (f=30,55 e p<0,05) e nos fatores: condições e

semanas (f=3,27 e p<0,05). No grupo AEV2, ocorreram interações entre: condições (início≠fim,

Page 41: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

28

p<0,05), sendo (f=76,04 e p<0,05), semanas (AE1≠AE2, AE2≠AE3, AE1≠AE3, p<0,05), sendo

(f=28,84 e p<0,05) e entre os fatores: condições e semanas (f=6,27 e p<0,05). Estes resultados podem

ser observados nas figuras 9 e 10.

AE1 AE2 AE30

10

20

30

40

50

60

70T

orqu

e (N

m)

Ações Excêntricas

início fim

*

*

§§

§†‡

Figura 9 – Torque excêntrico mensurado ao início e fim das induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3. * - valor significativamente diferente (VSD) da(s) condição(ões) início da(s) AE anterior(es), § - VSD da condição início da mesma AE, † - VSD (fator semana) da AE2 e AE3, ‡ - VSD (fator semana) da AE3- (p<0,05).

AE1 AE2 AE30

10

20

30

40

50

60

70

Tor

que

(Nm

)

Ações Excêntricas

início fim

Figura 10 – Avaliação do torque excêntrico mensurado ao início e fim das induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3. * valor significativamente

diferente (VSD) da(s) condição(ões) início da(s) AE anterior(es), § - VSD da condição início - (p<0,05).

§

*

*

§

Page 42: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

29

A análise estatística da EMG (RMS) excêntrico do grupo AEV1, apresentou diferenças entre

as semanas: (AE1≠AE3, AE2≠AE3, p<0,05), sendo (f=14,01 e p<0,01) e entre os fatores: condições

e semanas (f=6,27 e p<0,05). Já a análise estatística do RMS do sinal EMG do grupo AEV2

excêntrico, apresentou diferença entre condições: (início≠fim, p<0,05) sendo (f=4,26 e p<0,05),

semanas (AE1≠AE2 e AE2≠AE3, p<0,05), sendo (f=5,44 e p<0,05) e entre os fatores: condições e

semanas (f=4,8 e p<0,05). Estes resultados podem ser observados nas figuras 11 e 12.

AE1 AE2 AE30

10

20

30

40

50

60

70

RM

S-E

MG

(u.

a.)

Ações Excêntricas

início fim

*

Figura 11 – Avaliação da intensidade do sinal EMG (RMS) mensurada ao início e fim das induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3. *- valor significativamente diferente (fator semana) da AE1 e AE2 (p<0,05).

AE1 AE2 AE30

10

20

30

40

50

60

70

RM

S-E

MG

(u.a

)

Ações Excêntricas

início fim§

*

Figura 12 – Avaliação da intensidade do sinal EMG (RMS) mensurada ao início e fim das induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3. *- valor significativamente diferente da condição início da mesma AE, §- valor significativamente

Page 43: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

30

diferente (fator semana) da AE1 e AE3 (p<0,05).

5.3– Análise da Ação Concêntrica

A análise estatística do torque concêntrico do grupo AEV1, revelou diferenças entre as

condições: (96h ≠ pós e 96h ≠ 48h, p<0,05) sendo (f=7,22 e p<0,05), velocidades (60º/s ≠ 180º/s,

p<0,05) (f=101,23 e p<0,01) e semanas (AE1≠AE3 e AE2≠AE3, p<0,05), sendo (f=6,26 e

p<0,05). A análise estatística do torque concêntrico do grupo AEV2 não revelou interações entre os

fatores analisados. Estes resultados podem ser observados nas figuras 13, 14, 15 e 16.

AE1 AE2 AE30

5

10

15

20

25

30

35

Tor

que

(Nm

)

Ações Excêntricas

PRE POS 48h 96h §

Figura 13 – Avaliação do torque concêntrico mensurado a 60º/s antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3. * - valor significativamente maior que a condição pré AE1, §- valor significativamente diferente (fator semana) da AE1 e AE2 - (p<0,05).

AE1 AE2 AE30

5

10

15

20

25 *

Tor

que

(Nm

)

Ações Excêntricas

PRE POS 48h 96h

*

§

Figura 14 – Avaliação do torque concêntrico mensurado a 60º/s antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE)

*

Page 44: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

31

realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3. * valor significativamente diferente (VSD) da condição pós na mesma AE. § - VSD da 48h AE2. VSD das condições pós AE3 e 96h AE1 - (p<0,05).

AE1 AE2 AE30

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

Tor

que

(Nm

)

Ações Excêntricas

PRE POS 48h 96h

Figura 15 – Avaliação do torque concêntrico mensurado a 180º/s antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3. * - valor significativamente maior que a condição pré AE1- (p<0,05).

AE1 AE2 AE30

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Tor

que

(N

m)

Ações Excêntricas

PRE POS 48h 96h

Figura 16 – Avaliação do torque concêntrico mensurado a 180º/s antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3.

A análise estatística da EMG (RMS) no movimento concêntrico, do grupo AEV1, não

apresentou interação entre os fatores analisados (condição, velocidade e semana). Já a análise

estatística da EMG (RMS) do grupo AEV2, utilizando-se a MANOVA, revelou interações entre as

velocidades: velocidades (60º/s ≠ 180º/s, p<0,05), sendo (f=26,49 e p<0,05), entre as condições e as

*

Page 45: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

32

semanas (f=4,04 e p<0,05) e entre os três fatores: condições, velocidades e semanas (f=3,63 e p<0,05).

Estes resultados podem ser observados nas figuras 17, 18, 19 e 20.

AE1 AE2 AE30

1

2

3

4

5

6

RM

S -

EM

G (

u.a.

)

Ações Excêntricas

PRE POS 48h 96h

Figura 17 – Avaliação da intensidade do sinal EMG (RMS) durante contrações concêntricas mensuradas a 60º/s antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3.

AE1 AE2 AE30,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0 †

RM

S -

EM

G (

u.a.

)

Ações Excêntricas

PRE POS 48h 96h

*

§

Figura 18 – Avaliação da intensidade do sinal EMG (RMS) durante contrações concêntricas mensuradas a 60º/s antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3. * - valor significativamente diferente (VSD) das condições pós, 48h e 96h AE1. § - VSD da condição 96h AE1. † - VSD da condição pré e pós AE3. ‡ - VSD das condições pré e 96h AE1 - (p<0,05).

Page 46: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

33

AE1 AE2 AE30,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

RM

S-E

MG

(u.

a.)

Ações Excêntricas

PRE POS 48h 96h

Figura 19 – Avaliação da intensidade do sinal EMG (RMS) durante contrações concêntricas mensuradas a 180º/s antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 60º/s nas semanas 1, 2 e 3.

AE1 AE2 AE30,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

RM

S-E

MG

(u.

a.)

Ações Excêntricas

PRE POS 48h 96h

*

§

Figura 20 – Avaliação da intensidade do sinal EMG (RMS) durante contrações concêntricas mensuradas a 180º/s antes (pré), imediatamente após (pós), 48h após (48h) e 96h após (96h) as induções de Ações Excêntricas (AE) realizadas a 180º/s nas semanas 1, 2 e 3. * - valor significativamente diferente (VSD) da condição 96h AE1. § - VSD das condições pré AE3, pré AE1 e 96 AE1- (p<0,05).

Page 47: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

34

6 – DISCUSSÃO

6.1- Sobre as alterações do torque

De forma geral, podemos observar mudanças nas variáveis analisadas durante o estudo.

Analisando a primeira amostragem de dados e a última (pré da primeira semana e 96h da última

semana) consegue-se perceber nitidamente essas alterações. Porém, há que se observar que os valores

mais elevados das variáveis analisadas foram obtidos após a 3ª sessão de AE.

A fadiga muscular foi evidente em todas as semanas de AE, pois os sujeitos apresentaram uma

sensível queda nos valores de torque nas aquisições que ocorreram após as AEs e a 48h após, ou seja,

eles apresentaram menor capacidade de gerar torque, o que revela a indução do dano muscular,

contudo só possível de ser comprovada com medidas diretas, resultados que corroboram os resultados

reportados por Chen et al. (2007), Day et al., (1998) Lavender & Nosaka (2007), Zainuddin et al.

(2006) e Chapmam et al. (2008).

Analisando os resultados do torque da AI do grupo AEV2, podemos observar que na segunda

semana não houve queda na geração do torque após a AE. Observando-se a figura 15 nota-se que a

diferença entre o torque excêntrico inicial e final não foi estatisticamente significativa, fato este (pouca

intensidade de torque durante a AE) que pode ter influenciado a geração do torque da AI, pois, na

avaliação desta variável, o resultado na condição pós foi maior que na condição pré. Este fato pode ter

ocorrido em virtude da amostra não ter executado a tarefa corretamente, ou seja, com sua capacidade

máxima de gerar torque até a última repetição como eram orientados. Este fato também pode ser

decorrente do medo inconsciente, do sujeito, em sentir a mesma dor e desconforto da semana anterior,

ou ainda, pela inexperiência na execução e manutenção de força em limiares máximos.

Por outro lado, observando-se os resultados apresentados nas figuras 8, 9, 18, 19, 20 e 21 que

na análise realizada 96h após o dano, houve uma nítida recuperação dos valores do torque, sendo que

estes valores, em todas as 3 velocidades (AC á 60°/s, AC á 180°/s e AI), não apresentaram valores

Page 48: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

35

estatisticamente diferentes da condição pré nas 3 semanas. Esse resultado está de acordo com os

achados de Chen et al. (2007), Howatson et al. (2007), Semmler et al.(2007) e Sbriccoli et al. (2001).

Esta queda nos valores do torque, foi reportada no trabalho de Warren et al. (2001) que

averiguou o fato da perda de força ser maior por até 3 dias após AE (75%) e relacionou à falha no

acoplamento de excitação- contração. Já Lavander & Nosaka (2006) contestam isso afirmando que

muitas flutuações na força ocorrem após AE, sendo estas flutuações decorrentes de hipersensibilidade

local, rigidez e restrição da amplitude de movimento (ADM), edema; elevação da concentração de

creatina quinase (CK) no sangue e ressaltam ainda que apenas as mensurações imediatas e até 1 hora

após a AE são confiáveis.

Um resultado muito interessante, quanto à análise do torque, como se pode constatar nas

figuras 3, 4, 13, 14, 15 e 16, é o fato de ocorrer uma adaptação positiva do torque em todas as

comparações entre a condição pré da primeira semana e a condição pós da terceira semana, ou seja,

mesmo após realizar as AEs da terceira semana os valores na geração de torque foram superiores aos

valores iniciais do estudo (pré da semana 1). Devemos considerar uma possível adaptação neuro-

funcional no aprendizado da tarefa. Em relação a treinamento e adaptação (compensação e super-

compensação), a semana de intervalo entre as AE dilui este componente (THOMPSON et al., 2001).

Esta adaptação pode ser observada em ambos os grupos e em todas as velocidades (AC á 60°/s, AC á

180°/s e AI). Além disso, pode-se perceber claramente o efeito do ECR no torque, já que a queda do

mesmo, observada nas análises pós (imediato) e após 48h do dano, foram progressivamente menores.

As diferenças entre as velocidades não foram acentuadas, contudo o que se pôde observar foi

o fato de que quanto maior foi a geração de torque na AE, maior foi a queda dos parâmetros

mensurados após a mesma e consecutivamente menor foi a diferença na AE subseqüente. Estes

resultados vão de encontro com os achados de Chen et al. (2007).

Na velocidade excêntrica menor (60º/s) ocorreram mais alterações mecânicas que elétricas,

entretanto na velocidade maior (180º/s) ocorreram mais alterações elétricas que mecânicas. Estes

resultados se alinham ao estudo de Frienden & Lieber, (1998), visto que a velocidade menor o sujeito

Page 49: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

36

é submetido à um tempo maior de geração de força, portanto maior tempo de contração e, sendo assim

sua musculatura está submetida a tensão por mais tempo.

Esse maior tempo de tensão passiva pode ter induzido a uma maior agressão na estrutura

muscular, dessa maneira, a tensão e não a sobrecarga é que parece ser o principal fator mecânico de

lesão muscular (FRIDEN & LIEBER, 1998).

Além desse resultado, que demonstrou indiretamente o ECR, pode-se constatar também que

ele foi mais incisivo no grupo cujas AE foram realizadas na velocidade isocinética de 60º/s, isso

permite sugerir que o treinamento excêntrico em velocidades mais baixas pode ser capaz de promover

maior estresse e consecutivamente maior adaptação muscular.

6.2- Sobre a atividade Eletromiográfica

A análise EMG foi realizada de duas formas, a análise da intensidade em valor RMS do sinal,

realizada no domínio do tempo, e a análise da frequência mediana do espectro de freqüência do

mesmo.

Em relação à análise do sinal EMG, observa-se um ligeiro aumento no RMS em ambos os

grupos durante a primeira carga de AE (figuras 11 e 12), com alguns reflexos positivos e negativos

(valores maiores e menores) nas análises pós AI e AC.

Por outro lado, nas semanas subsequentes, observa-se uma diminuição do RMS durante a

carga de AE e uma leve tendência de aumento de semana a semana (figuras 11 e 12). Fato que também

pode ser observado nas análises do RMS da AI das figuras 10 e 11 e da AC das figuras 18 e 20, mas

não na AC das figuras 17 e 19, quando comparados os valores de semana a semana. Isto nos leva a

supor que a intensidade do sinal RMS, mesmo tendo um comportamento similar durante a AE nas

duas velocidades, variou de forma diferente para os dois grupos nas analises da AI e da AC e a

estatística comprovou que foi diferente entre as duas velocidades na analise da AC.

Page 50: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

37

Possivelmente, a musculatura envolvida no movimento do protocolo do grupo AEV1 sofreu

mais alterações metabólicas e estruturais que a do grupo AE2, o que provocou diferenças entre os

valores RMS dos dois grupos.

Isto demonstra que a ferramenta RMS é muito sensível a variações metabólicas diárias

apresentadas durante a recuperação bem como às respostas musculares frente ao processo inflamatório

e reações fisiológicas e bioquímicas gerados pelas AE, o que pode tornar o RMS muito variável, como

reportado por Ahmadi et al. (2007), Felici et al. (1997), Linnamo et al. (2000), Sayers et al. (2000) e

Sbriccoli et al. (2001).

Esperava-se que, concomitante às variações do torque e RMS, fosse encontrada uma redução

significativa dos valores da MDF como apresentado nos trabalhos de Day et al. (1998), Howatson et

al.(2007), Linnamo et al. (2000), Sbriccoli et al. (2001) e Warren et al. (2000). Redução esta que seria

evidenciada nas avaliações realizadas após a AE, devido à indução de fadiga. No entanto, nenhuma

diferença significativa da MDF do sinal EMG foi encontrada. Por outro lado, estes resultados são

semelhantes aos achados de Beck et al. (2006), McHugh et al. (2001) e Sayers et al. (2000), onde não

foram encontradas mudanças significativas no conteúdo do espectro de frequência. Vale lembrar que

nos trabalhos de Chen et al. (2007), Day et al. (1998) e Howatson et al. (2007), a MDF do sinal foi

analisada através de janelas móveis (512 pontos, 1024 pontos, 2048 e 4094 pontos) durante o

movimento, descaracterizando o sinal como estacionário.

Entretanto, os trabalhos de Howatson et al. (2007), Linnamo et al. (2000), e Sbriccoli et al.

(2001), apresentaram diminuição da MDF sem alterações significativas nos valores RMS, sugerindo

que a fadiga muscular, neste caso, possa ser de origem periférica (LINNAMO et. al., 2000), resultado

não encontrado no presente trabalho.

Page 51: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

38

6.3 Considerações finais

Assim, por estes resultados, pode-se inferir que todas as alterações provocadas pelo dano

excêntrico ocorreram no músculo, sem adaptações nervosas, o que refuta a teoria de adaptação neural.

Conclui-se então, que AE podem induzir dano muscular, visto que o mesmo foi evidente em

todas as semanas de AE em virtude da sensível queda nos valores de torque, sendo que o ECR foi

observado na recuperação principalmente nos resultados da condição 96h após.

As velocidades de dano apresentaram resultados semelhantes nas análises durante a AE,

contudo as respostas biomecânicas da analise ISO e CON foram diferentes. Na velocidade excêntrica

menor (60º/s), ocorreram mais alterações mecânicas que elétricas, entretanto na velocidade maior

(180º/s) ocorreram mais alterações elétricas que mecânicas. Levando isso em consideração, devemos

repensar a prescrição de exercícios envolvendo AE, pois, respostas diferentes serão geradas, uma vez

que dificilmente se consegue controlar a velocidade excêntrica fora do laboratório.

A ferramenta RMS do sinal EMG, apesar de muito útil na identificação de ativação muscular,

deve ser repensado nos estudos envolvendo AE, pois esta ferramenta revelou-se muito sensível a

variações metabólicas diárias apresentadas durante a recuperação, bem como às respostas musculares

frente ao processo inflamatório e reações fisiológicas e bioquímicas gerados pelas AE.

A ferramenta MDF do sinal EMG, analisada na ISO, onde se respeita o princípio da analise de

um sinal estacionário, não surtiu os resultados esperados. Contudo, outras formas de análise podem vir

a trazer novos resultados, como por exemplo, durante a AE.

A EMG se mostrou insuficiente para se fazer uma análise isolada do comportamento muscular

devido à variabilidade apresentada pelos resultados da amostra, que também podem ter sido reflexo da

inexperiência da mesma em gerar torque em limiares máximos.

Page 52: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

39

Estudos envolvendo sujeitos treinados e grupos-controle podem vir a elucidar e facilitar a

compreensão do ECR.

6.4-Limitações do estudo

Este estudo analisou o sinal EMG apenas do músculo bíceps braquial como flexor do

cotovelo, todavia, sabe-se que o músculo braquiorradial é seu sinergista e o auxilia nos movimentos da

mesma articulação. Este protocolo de estudo pode vir a gerar outros resultados quando analisados os

dois músculos simultaneamente. Além disso, obter respostas diretas do sinergismo destes dois

músculos poderia auxiliar numa melhor interpretação do ECR.

Além das considerações acima, podemos sugerir que em trabalhos futuros sejam analisados

sujeitos treinados, melhorando e diminuindo a variabilidade dos resultados, além do acréscimo de um

grupo controle ou o uso do membro oposto para controle.

Page 53: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

40

7 - CONCLUSÕES

De uma forma geral, ocorrem alterações no torque provocadas pelas ações excêntricas, sendo

que essas podem ser identificadas tanto nas próprias mensurações excêntricas quanto nas isométricas e

concêntricas.

Essas alterações no torque podem ser sintetizadas da seguinte forma:

o Ao final das AEs, ocorre uma queda no torque quando comparado ao início das mesmas;

o Ocorre aumento do torque excêntrico ao longo das semanas;

o Imediatamente a AE ocorre uma queda no torque isométrico, que é seguida por um aumento,

mais evidente na terceira semana; e,

o Ocorre aumento do torque concêntrico entre as semanas, particularmente na mensuração

realizada 96h após a terceira AE.

Sobre as alterações eletromiográficas provocadas pelas AE, pode-se sintetizar:

o A intensidade do sinal eletromiográfico durante as ações excêntricas sofre uma queda na

terceira semana para o grupo treinado a 60º/s

o Não ocorrem alterações no sinal eletromiográfico nas mensurações isométricas;

o As alterações no sinal eletromiográfico registrado durante as ACs ocorrem mais no grupo

treinado a 180º/s do que no grupo treinado a 60º/s, com aumento da intensidade na

avaliação de 96h após a terceira AE;

Page 54: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

41

8 – BIBLIOGRAFIA

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Page 63: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

50

Page 64: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

ANEXO I – Comitê de Ética em Pesquisa

omitê de Ética em Pesquisa

51

Page 65: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

52

ANEXO II – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Área de Concentração: Biodinâmica do Movimento Humano

Título da Pesquisa: ANÁLISE BIOMECÂNICA DA RESPOSTA MUSCULAR

INDUZIDA POR AÇÕES EXCÊNTRICAS

Eu,___________________________________________ , ____anos, RG

_________________,residente à

____________________________________________________________________,

Fone _______________ , Email _______________________________________________ ,

abaixo assinado (ou meu Responsável Legal)

________________________________________, dou meu consentimento livre e esclarecido

para participar como voluntário do Projeto de Pesquisa supra citado, sob a responsabilidade

do Programa de Mestrado em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu.

Assinando este Termo de Consentimento, estou ciente de que:

1) O Objetivo da Pesquisa: Analisar o efeito da adaptação ao equipamento (Dinamômetro

Isocinético), na resposta ao treinamento excêntrico.

2) Durante o estudo serão realizados testes que serão posteriormente transcritos com total

fidelidade. Esse estudo será composto de 09 sessões de testes.

3) A realização dos testes apresenta risco mínimo para os sujeitos;

4) Caso seja de meu interesse, terei a minha disposição os dados por mim alcançados;

5) Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha

participação na referida pesquisa;

6) Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa;

7) Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos através da

pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima,

incluída sua ampla publicação na literatura cientifica especializada;

Page 66: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

53

8) Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu para

apresentar recursos e reclamações em relação à pesquisa através do telefone (11) 6099-1665;

9) Poderei entrar em contato com os responsáveis pelo estudo; Prof° Paulo Ricardo G.

Guerreiro e Prof. Dr. Rubens Correa Araújo, pelo telefone (11) 9847-7340 e .

10) Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu

poder e a outra com o Pesquisador responsável.

São Paulo , _____ de ___________________ de ________

_______________________________________

_______________________________________ Nome e Assinatura do Voluntário ou Responsável Legal

_______________________________________

_______________________________________ Nome e Assinatura do Pesquisador Responsável

_______________________________________

_______________________________________ Nome e Assinatura do orientador Responsável

Sujeito - Nº Pesquisa realizada em / /

Page 67: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

54

ANEXO III – Rotina MatLab

ROTINA 1: ANÁLISE DA AÇÃO ISOMÉTRICA.

function analiseEMGtorqueISO

tic

close all

path=('D:\Mestrado_Dados\dados para análise\isometrico\');

for c=9:12 %(coleta isoc 60 + isoc 180)|condição antes do dano isom(c9);(coleta isocinetica=dano)|pos dano(c10);48(c11) e 96h(c12) pos dano

for b=1:3 %semana 1 2 e 3;

for s=1:16 %16 sujeitos

% condição de 9:12 = biceps; de 15:17 = triceps

for t=1:3; %tentativa isométrica 1, 2 e 3

nome=['s' num2str(s) 'c' num2str(c) 'b' num2str(b) 't' num2str(t) '.txt'];

name=[path nome];

[a1 a2 a3 a4 a5 a6 a7 a8]= textread(name,'%f %f %f %f %f %f %f %f','headerlines',6);

data=[a1 a2 a3 a4 a5 a6 a7];

%torque=data(:,4);%torque

%angulo=data(:,5);%angulo

%posicao=data(:,6);%posicao

%vel=data(:,7);%velocidade

%filtrar o torque

[bb,aa]=butter(2,3/(1000/2));

datamt=[data(:,1)*1000 data(:,2:3) filtfilt(bb,aa,data(:,4:7))];

% tira off set do torque

os = mean(data(1:500,4));

datamt=[datamt(:,1) datamt(:,2:3) abs(datamt(:,4)-os) datamt(:,5:7)];

% determina o intervalo a ser considerado. Os 1000ms com maior torque

Page 68: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

55

int=[0];

for i=1:length(datamt(:,4))-1001

int(i) = mean(datamt(i:i+999,4));

end

[x,y] = max(int); %x quem, y onde

iint(t) = y; %inicio do intervalo selecionado (maior media em 1 segundo)

mint(t) = x; %maior média

end

[x1,y1] = max(mint); %x1 torque máximo, y1 em qual tentativa ocorreu o torque maximo

torquemax(s) = x1;

dataEMG = [datamy1(iint(y1)-500:iint(y1)+500,2:3)]; % intervalo selecionado pelo torque

datatorque = [datamy1(iint(y1)-500:iint(y1)+500,4)];

% seleciona o pico EMG para normalizar as tentativas

% excentricas e concentricas na C9, b1,2 e 3

if c==9

dataEMGmax = [datamy1(iint(y1)-999:iint(y1)+999,2:3)]; % intervalo selecionado pelo torque

% neste intervalo de 2 segundos selecionaremos o pico EMG

% retifica e filtra EMG para obtenção do max da tentativa escolhida

[bb,aa]=butter(2,20/(1000/2));

dataEMGmaxBb(s) = max(filtfilt(bb,aa,(abs(dataEMGmax(:,1)))));

dataEMGmaxTb(s) = max(filtfilt(bb,aa,(abs(dataEMGmax(:,2)))));

end

%filtro passa banda

[bb,aa]=butter(2,[20 400]/(1000/2));

dataEMG = filtfilt(bb,aa,dataEMG(:,:));

%tirar off set, retificar e filtrar

Page 69: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

56

dataEMG = [abs(dataEMG(:,1)-mean(dataEMG(:,1))) abs(dataEMG(:,2)-mean(dataEMG(:,2)))];

[bb,aa]=butter(2,20/(1000/2));;

dataEMGf=[filtfilt(bb,aa,dataEMG(:,:))];

% Normalizaçao do sinal EMG pelo pico pre de cada semana

dataEMGf= [dataEMGf(:,1)/dataEMGmaxBb(s)*100 dataEMGf(:,2)/dataEMGmaxTb(s)*100];

% Calcula frequencia mediana e rms

[MPF,PEAK,F50,F95,F,P]=psd2((dataEMG(:,1)),1000);

MPFbb(s) = F50;

[MPF,PEAK,F50,F95,F,P]=psd2((dataEMG(:,2)),1000);

MPFtt(s) = F50;

%RMS ao inves do valor RMS decidimos calcular a area no melhor

% um segundo de torque

rmsb(s) = trapz(dataEMGf(:,1)); %area biceps

rmst(s) = trapz(dataEMGf(:,2)); %area triceps

armsb(s) = trapz(datatorque(:,:)); %area do torque

end % s 1:16

MPF60b=[MPFbb(3) MPFbb(5) MPFbb(6) MPFbb(7) MPFbb(10) MPFbb(13) MPFbb(16)]';

MPF180b=[MPFbb(1) MPFbb(2) MPFbb(4) MPFbb(9) MPFbb(11) MPFbb(12) MPFbb(14) MPFbb(15)]';

MPFTT60b=[MPFtt(3) MPFtt(5) MPFtt(6) MPFtt(7) MPFtt(10) MPFtt(13) MPFtt(16)]';

MPFTT180b=[MPFtt(1) MPFtt(2) MPFtt(4) MPFtt(9) MPFtt(11) MPFtt(12) MPFtt(14) MPFtt(15)]';

RMSBB60b=[rmsb(3) rmsb(5) rmsb(6) rmsb(7) rmsb(10) rmsb(13) rmsb(16)]';

Page 70: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

57

RMSBB180b=[rmsb(1) rmsb(2) rmsb(4) rmsb(9) rmsb(11) rmsb(12) rmsb(14) rmsb(15)]';

RMSTT60b=[rmst(3) rmst(5) rmst(6) rmst(7) rmst(10) rmst(13) rmst(16)]';

RMSTT180b=[rmst(1) rmst(2) rmst(4) rmst(9) rmst(11) rmst(12) rmst(14) rmst(15)]';

TORQUE60b=[torquemax(3) torquemax(5) torquemax(6) torquemax(7) torquemax(10) torquemax(13) torquemax(16)]';

TORQUE180b=[torquemax(1) torquemax(2) torquemax(4) torquemax(9) torquemax(11) torquemax(12) torquemax(14) torquemax(15)]';

areatorque60b=[armsb(3) armsb(5) armsb(6) armsb(7) armsb(10) armsb(13) armsb(16)]';

areatorque180b=[armsb(1) armsb(2) armsb(4) armsb(9) armsb(11) armsb(12) armsb(14) rmsb(15)]';

end % b 1:3

MaxNorm=[(dataEMGmaxB1(:,:))' (dataEMGmaxB2(:,:))' (dataEMGmaxB3(:,:))' (dataEMGmaxT1(:,:))' (dataEMGmaxT2(:,:))' (dataEMGmaxT3(:,:))'];

save('D:\Mestrado_Dados\dados para análise\isometrico3\Normalizacao.dat','MaxNorm','-ascii','-tabs');

if c==9%ARMAZENA OS RESULTADOS DA MPF DOS GRUPOS 60 E 180, DOS MUSCULOS BICEPS() E TRICEPS(TT) PARA A CONDICAO 9 DAS SEMANAS 1,2 e3

matriresultadoMPFBB609=[MPF601 MPF602 MPF603];

matriresultadoMPFBB1809=[MPF1801 MPF1802 MPF1803];

matriresultadoMPFTT609=[MPFTT601 MPFTT602 MPFTT603];

matriresultadoMPFTT1809=[MPFTT1801 MPFTT1802 MPFTT1803];

matriresultadoRMSBB609=[RMSBB601 RMSBB602 RMSBB603];

matriresultadoRMSBB1809=[RMSBB1801 RMSBB1802 RMSBB1803];

matriresultadoRMSTT609=[RMSTT601 RMSTT602 RMSTT603];

matriresultadoRMSTT1809=[RMSTT1801 RMSTT1802 RMSTT1803];

matriresultadoTORQUE609=[TORQUE601 TORQUE602 TORQUE603];

Page 71: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

58

matriresultadoTORQUE1809=[TORQUE1801 TORQUE1802 TORQUE1803];

AmatriresultadoTORQUE609=[areatorque601 areatorque602 areatorque603];

AmatriresultadoTORQUE1809=[areatorque1801 areatorque1802 areatorque1803];

end

if c==10%ARMAZENA OS RESULTADOS DA MPF DOS GRUPOS 60 E 180, DOS MUSCULOS BICEPS() E TRICEPS(TT) PARA A CONDICAO 10 DAS SEMANAS 1,2 e3

matriresultadoMPFBB6010=[MPF601 MPF602 MPF603];

matriresultadoMPFBB18010=[MPF1801 MPF1802 MPF1803];

matriresultadoMPFTT6010=[MPFTT601 MPFTT602 MPFTT603];

matriresultadoMPFTT18010=[MPFTT1801 MPFTT1802 MPFTT1803];

matriresultadoRMSBB6010=[RMSBB601 RMSBB602 RMSBB603];

matriresultadoRMSBB18010=[RMSBB1801 RMSBB1802 RMSBB1803];

matriresultadoRMSTT6010=[RMSTT601 RMSTT602 RMSTT603];

matriresultadoRMSTT18010=[RMSTT1801 RMSTT1802 RMSTT1803];

matriresultadoTORQUE6010=[TORQUE601 TORQUE602 TORQUE603];

matriresultadoTORQUE18010=[TORQUE1801 TORQUE1802 TORQUE1803];

AmatriresultadoTORQUE6010=[areatorque601 areatorque602 areatorque603];

AmatriresultadoTORQUE18010=[areatorque1801 areatorque1802 areatorque1803];

end

if c==11%ARMAZENA OS RESULTADOS DA MPF DOS GRUPOS 60 E 180, DOS MUSCULOS BICEPS() E TRICEPS(TT) PARA A CONDICAO 11 DAS SEMANAS 1,2 e3

matriresultadoMPFBB6011=[MPF601 MPF602 MPF603];

matriresultadoMPFBB18011=[MPF1801 MPF1802 MPF1803];

matriresultadoMPFTT6011=[MPFTT601 MPFTT602 MPFTT603];

matriresultadoMPFTT18011=[MPFTT1801 MPFTT1802 MPFTT1803];

matriresultadoRMSBB6011=[RMSBB601 RMSBB602 RMSBB603];

matriresultadoRMSBB18011=[RMSBB1801 RMSBB1802 RMSBB1803];

matriresultadoRMSTT6011=[RMSTT601 RMSTT602 RMSTT603];

Page 72: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

59

matriresultadoRMSTT18011=[RMSTT1801 RMSTT1802 RMSTT1803];

matriresultadoTORQUE6011=[TORQUE601 TORQUE602 TORQUE603];

matriresultadoTORQUE18011=[TORQUE1801 TORQUE1802 TORQUE1803];

AmatriresultadoTORQUE6011=[areatorque601 areatorque602 areatorque603];

AmatriresultadoTORQUE18011=[areatorque1801 areatorque1802 areatorque1803];

end

if c==12%ARMAZENA OS RESULTADOS DA MPF DOS GRUPOS 60 E 180, DOS MUSCULOS BICEPS() E TRICEPS(TT) PARA A CONDICAO 12 DAS SEMANAS 1,2 e3

matriresultadoMPFBB6012=[MPF601 MPF602 MPF603];

matriresultadoMPFBB18012=[MPF1801 MPF1802 MPF1803];

matriresultadoMPFTT6012=[MPFTT601 MPFTT602 MPFTT603];

matriresultadoMPFTT18012=[MPFTT1801 MPFTT1802 MPFTT1803];

matriresultadoRMSBB6012=[RMSBB601 RMSBB602 RMSBB603];

matriresultadoRMSBB18012=[RMSBB1801 RMSBB1802 RMSBB1803];

matriresultadoRMSTT6012=[RMSTT601 RMSTT602 RMSTT603];

matriresultadoRMSTT18012=[RMSTT1801 RMSTT1802 RMSTT1803];

matriresultadoTORQUE6012=[TORQUE601 TORQUE602 TORQUE603];

matriresultadoTORQUE18012=[TORQUE1801 TORQUE1802 TORQUE1803];

AmatriresultadoTORQUE6012=[areatorque601 areatorque602 areatorque603];

AmatriresultadoTORQUE18012=[areatorque1801 areatorque1802 areatorque1803];

end

end % c 9:12

psd260=[matriresultadoMPFBB609 matriresultadoMPFBB6010 matriresultadoMPFBB6011 matriresultadoMPFBB6012]; %MATRIZ COM O RESULTADO DA MPF B1:3,c9:12 DO GRUPO 60(BICEPS)

Page 73: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

60

psd2180=[matriresultadoMPFBB1809 matriresultadoMPFBB18010 matriresultadoMPFBB18011 matriresultadoMPFBB18012]; %MATRIZ COM O RESULTADO DA MPF B1:3,c9:12 DO GRUPO 180(BICEPS)

psd2tt60=[matriresultadoMPFTT609 matriresultadoMPFTT6010 matriresultadoMPFTT6011 matriresultadoMPFTT6012]; %MATRIZ COM O RESULTADO DA MPF B1:3,c9:12 DO GRUPO 60(TRICEPS)

psd2tt180=[matriresultadoMPFTT1809 matriresultadoMPFTT18010 matriresultadoMPFTT18011 matriresultadoMPFTT18012]; %MATRIZ COM O RESULTADO DA MPF B1:3,c9:12 DO GRUPO 180(TRICEPS)

save('D:\Mestrado_Dados\dados para análise\isometrico3\F50biceps60A.dat','psd260','-ascii','-tabs');%antes o nome do arquivo era MPFbiceps60A.dat

save('D:\Mestrado_Dados\dados para análise\isometrico3\F50biceps180A.dat','psd2180','-ascii','-tabs');

save('D:\Mestrado_Dados\dados para análise\isometrico3\F50triceps60A.dat','psd2tt60','-ascii','-tabs');

save('D:\Mestrado_Dados\dados para análise\isometrico3\F50triceps180A.dat','psd2tt180','-ascii','-tabs');

RMSBB60=[matriresultadoRMSBB609 matriresultadoRMSBB6010 matriresultadoRMSBB6011 matriresultadoRMSBB6012]; %MATRIZ COM O RESULTADO DO RMS B1:3,c9:12 DO GRUPO 60(BICEPS)

RMSBB180=[matriresultadoRMSBB1809 matriresultadoRMSBB18010 matriresultadoRMSBB18011 matriresultadoRMSBB18012]; %MATRIZ COM O RESULTADO DO RMS B1:3,c9:12 DO GRUPO 180(BICEPS)

RMSTT60=[matriresultadoRMSTT609 matriresultadoRMSTT6010 matriresultadoRMSTT6011 matriresultadoRMSTT6012]; %MATRIZ COM O RESULTADO DO RMS B1:3,c9:12 DO GRUPO 60(TRICEPS)

RMSTT180=[matriresultadoRMSTT1809 matriresultadoRMSTT18010 matriresultadoRMSTT18011 matriresultadoRMSTT18012]; %MATRIZ COM O RESULTADO DO RMS B1:3,c9:12 DO GRUPO 180(TRICEPS)

save('D:\Mestrado_Dados\dados para análise\isometrico3\RMSbiceps60A.dat','RMSBB60','-ascii','-tabs');

save('D:\Mestrado_Dados\dados para análise\isometrico3\RMSbiceps180A.dat','RMSBB180','-ascii','-tabs');

save('D:\Mestrado_Dados\dados para análise\isometrico3\RMStriceps60A.dat','RMSTT60','-ascii','-tabs');

save('D:\Mestrado_Dados\dados para análise\isometrico3\RMStriceps180A.dat','RMSTT180','-ascii','-tabs');

Page 74: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

61

TORQUE60=[matriresultadoTORQUE609 matriresultadoTORQUE6010 matriresultadoTORQUE6011 matriresultadoTORQUE6012]; %MATRIZ COM O RESULTADO DO TORQUE B1:3,c9:12 DO GRUPO 60(BICEPS)

TORQUE180=[matriresultadoTORQUE1809 matriresultadoTORQUE18010 matriresultadoTORQUE18011 matriresultadoTORQUE18012]; %MATRIZ COM O RESULTADO DO TORQUE B1:3,c9:12 DO GRUPO 180(BICEPS)

save('D:\Mestrado_Dados\dados para análise\isometrico3\TORQUE60A.dat','TORQUE60','-ascii','-tabs');

save('D:\Mestrado_Dados\dados para análise\isometrico3\TORQUE180A.dat','TORQUE180','-ascii','-tabs');

AreaTORQUE60=[AmatriresultadoTORQUE609 AmatriresultadoTORQUE6010 AmatriresultadoTORQUE6011 AmatriresultadoTORQUE6012]; %MATRIZ COM O RESULTADO DA AREA DO TORQUE B1:3,c9:12 DO GRUPO 60(BICEPS)

AreaTORQUE180=[AmatriresultadoTORQUE1809 AmatriresultadoTORQUE18010 AmatriresultadoTORQUE18011 AmatriresultadoTORQUE18012]; %MATRIZ COM O RESULTADO DA AREA DO TORQUE B1:3,c9:12 DO GRUPO 180(BICEPS)

save('D:\Mestrado_Dados\dados para análise\isometrico3\AreaTORQUE60A.dat','AreaTORQUE60','-ascii','-tabs');

save('D:\Mestrado_Dados\dados para análise\isometrico3\AreaTORQUE180A.dat','AreaTORQUE180','-ascii','-tabs');

toc

ROTINA 2: ANÁLISE DA AÇÃO EXCÊNTRICA.

function excentrico

tic

path=('C:\Documents and Settings\Daniel\Meus documentos\Mestrados dados\Excentrico\');

for c=13:14; %c=13 dano a 60 por seg, 14 dano a 180

for b=1:3; %semana 1 2 e 3;

%figure

for s=1:8;

if c==13

Page 75: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

62

suj = [3 5 6 7 10 13 16 16]; %sujeitos da condicao 13

nome=['s' num2str(suj(s)) 'c' num2str(c) 'b' num2str(b) '.txt'];%montagem do arquivo da condicao 13

end

if c==14%(coleta isoc 60 + isoc 180)|condição antes do dano isom(c9);(coleta isocinetica=dano)|pos dano(c10);48(c11) e 96h(c12) pos dano

sub=[1 2 4 9 11 12 14 15];

nome=['s' num2str(sub(s)) 'c' num2str(c) 'b' num2str(b) '.txt']; %montagem do arquivo da condicao 14

end

name=[path nome];

[a1 a2 a3 a4 a5 a6 a7 a8]= textread(name,'%f %f %f %f %f %f %f %f','headerlines',6);

data=[a1 a2 a3 a4 a5 a6 a7];

data = [data(:,2:3) abs(data(:,4))]; %coluna 1: biceps, 2:triceps, 3:torque

%filtrar o torque

[bb,aa]=butter(2,5/(1000/2));

data = [data(:,1:2) filtfilt(bb,aa,data(:,3))];

%filtrar o EMG passa banda e tirar off set

[bb,aa]=butter(2,[20 400]/(1000/2));

data = [filtfilt(bb,aa,data(:,1:2)) data(:,3)];

%tirar off set e retificar filtra EMG

data = [abs(data(:,1)-mean(data(:,1))) abs(data(:,2)-mean(data(:,2))) data(:,3)];

[bb,aa]=butter(2,3/(1000/2));

data = [filtfilt(bb,aa,data(:,1:2)) data(:,3)];

% normalização do sinal EMG pelo pico da C9 (pre dano) na respectiva semana

path2=('C:\Documents and Settings\Daniel\Meus documentos\Mestrados dados\isometrico3\');

file= ['Normalizacao.dat'];

datan =[path2 file];

[a1 a2 a3 a4 a5 a6]= textread(datan,'%f %f %f %f %f %f','headerlines',0);

Page 76: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

63

%NORMALIZAÇÃO

datanorm=[a1 a2 a3 a4 a5 a6];

data = [data(:,1)/datanorm(suj(s),b) data(:,2)/datanorm(suj(s),b+3) data(:,3)];

[p1 y1] = max(data(1:8000,3));

% ajusta os primeiros segundos do arquivo (iguala a zero)

for i=1:y1+2000

data(i,3)=0;

end

m = 0.375*max(data(:,3));

if c==14 & b==3 & s==6

m=0.6*max(data(:,3));

end

for t=1:28 %número de tentativas

i=1;

while data(i,3)< m

i=i+1;

end

[p1 y1] = max(data(i:i+2000,3));

if c==13

pt(s,t,b)=data(y1+i,3); %pico de torque 13

EMGb60(s,t,b) = trapz(data(y1+i-50:y1+i+50,1));

end

if c==14

pt1(s,t,b)=data(y1+i,3); %pico de torque 14

EMGb180(s,t,b) = trapz(data(y1+i-50:y1+i+50,1));

end

for j=1:y1+i+2000

data(j,3)=0;

Page 77: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

64

end

end %t=1:28

end %s=1:8

end %b = 1:3

end % c=13:14

s10aEMGb60x = [EMGb60(1:7,1:10,1) EMGb60(1:7,1:10,2) EMGb60(1:7,1:10,3)];%

save('C:\Documents and Settings\Daniel\Meus documentos\Mestrados dados\Excentrico\NNareaEMGb60x.dat','s10aEMGb60x','-ascii','-tabs');

s10aEMGb180x = [EMGb180(1:7,1:10,1) EMGb180(1:7,1:10,2) EMGb180(1:7,1:10,3)];

save('C:\Documents and Settings\Daniel\Meus documentos\Mestrados dados\Excentrico\NNareaEMGb180x.dat','s10aEMGb180x','-ascii','-tabs');

s10ptt13 = [pt(1:7,1:10,1) pt(1:7,1:10,2) pt(1:7,1:10,3)];

save('C:\Documents and Settings\Daniel\Meus documentos\Mestrados dados\Excentrico\N10PikTorqueEX60.dat','s10ptt13','-ascii','-tabs');

s10ptt14 = [pt1(:,1:10,1) pt1(:,1:10,2) pt1(:,1:10,3)];

save('C:\Documents and Settings\Daniel\Meus documentos\Mestrados dados\Excentrico\N10PikTorqueEX180.dat','s10ptt14','-ascii','-tabs');

aEMGb60x = [EMGb60(1:7,:,1) EMGb60(1:7,:,2) EMGb60(1:7,:,3)];%area EMG biceps excentrico 60 graus por seg

save('C:\Documents and Settings\Daniel\Meus documentos\Mestrados dados\Excentrico\areaEMGb60x.dat','aEMGb60x','-ascii','-tabs');

aEMGb180x = [EMGb180(:,:,1) EMGb180(:,:,2) EMGb180(:,:,3)];%area EMG biceps excentrico 180 graus por seg

save('C:\Documents and Settings\Daniel\Meus documentos\Mestrados dados\Excentrico\areaEMGb180x.dat','aEMGb180x','-ascii','-tabs');

ptt13 = [pt(1:7,:,1) pt(1:7,:,2) pt(1:7,:,3)];

save('C:\Documents and Settings\Daniel\Meus documentos\Mestrados dados\Excentrico\PikTorqueEX60.dat','ptt13','-ascii','-tabs');

ptt14 = [pt1(:,:,1) pt1(:,:,2) pt1(:,:,3)];

save('C:\Documents and Settings\Daniel\Meus documentos\Mestrados dados\Excentrico\PikTorqueEX180.dat','ptt14','-ascii','-tabs');

toc

Page 78: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

65

ROTINA 3: ANÁLISE DA AÇÃO CONCÊNTRICA.

function concentrico

close all

path=('C:\Documents and Settings\PAULO\Meus documentos\Mestrados dados\concentrico\');

for c=1:8; %(coleta isoc 60 + isoc 180)|condição antes do dano conc(c1--60; c2--180); pos dano(c3--60, c4--180); 48h c5--60, 48 pos c6--180; 96h c7--60, 96 pos c8--180

%figure

for b=1:3; %semana 1 2 e 3;

for s=15:15;

figure

nome=['s' num2str(s) 'c' num2str(c) 'b' num2str(b) '.txt']

name=[path nome];

[a1 a2 a3 a4 a5 a6 a7 a8]= textread(name,'%f %f %f %f %f %f %f %f','headerlines',6);

data=[a1 a2 a3 a4 a5 a6 a7];

data = [data(:,2) abs(data(:,4)) data(:,6)]; %coluna 1: biceps, 2:torque 3:posiçao

% filtrar o torque

[bb,aa]=butter(2,5/(1000/2));

data = [data(:,1) filtfilt(bb,aa,data(:,2)) data(:,3)];

%filtrar o EMG passa banda e tirar off set

[bb,aa]=butter(2,[20 400]/(1000/2));

data = [filtfilt(bb,aa,data(:,1)) data(:,2) data(:,3)];

%tirar off set e retificar

data = [abs(data(:,1)-mean(data(:,1))) data(:,2) data(:,3)];

%filtro EMG

[bb,aa]=butter(2,3/(1000/2));

data = [filtfilt(bb,aa,data(:,1)) data(:,2) data(:,3)];

% normalização do sinal EMG pelo pico da C9 (pre dano) na respectiva semana

path2=('C:\Documents and Settings\Daniel\Meus documentos\Mestrados dados\concentrico\');

Page 79: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

66

file= ['Normalizacao.dat'];

datan =[path2 file];

[a1 a2 a3 a4 a5 a6]= textread(datan,'%f %f %f %f %f %f','headerlines',0);

datanorm=[a1 a2 a3 a4 a5 a6];

data = [data(:,1)/datanorm(s,b) data(:,2) data(:,3)];

plot(data(:,2),'k');hold on

%plot(data(:,3));hold on

plot(data(:,1)*10,'r');hold on

title(['CLICK IN THE PICK TORQUE'])

for k = 1:6 %k=numero de vezes que iremos clicar o mouse

h = [];

button=1;

while button

[xi,yi,button] = ginput(1);

if button<=3 %for the case of mouses with 3 buttons

x(k)=round(xi);

y(k)=round(yi);

set(h,'visible','off')

h=plot(x(k),y(k),'r+');

else

break

end

end

end

hold off

if isempty(x)

x=[data(1,1) data(end,1)];

Page 80: análise biomecânica da resposta muscular induzida por ações

67

end

EmgCom(b) = (trapz(data(x(1):x(2),1))/(x(2)-x(1)) + trapz(data(x(3):x(4),1))/(x(4)-x(3)) + trapz(data(x(5):x(6),1))/(x(6)-x(5)))/3;

TCom(b) = (trapz(data(x(1):x(2),2))/(x(2)-x(1)) + trapz(data(x(3):x(4),2))/(x(4)-x(3)) + trapz(data(x(5):x(6),2))/(x(6)-x(5)))/3;

end %sujeito s de 1:16

end %semana 1:3

EmgCmc = [EmgCom(1) EmgCom(2) EmgCom(3)];

TCmc = [TCom(1) TCom(2) TCom(3)];

end %condição 1:8

Iemg =[EmgCm1 EmgCm2 EmgCm3 EmgCm4 EmgCm5 EmgCm6 EmgCm7 EmgCm8]/1000;

nome = ['C:\Documents and Settings\Daniel\Meus documentos\Mestrados dados\concentrico\IIEMGconSuj' num2str(s) '.dat'];

save(nome,'Iemg','-ascii','-tabs');

IT =[TCm1 TCm2 TCm3 TCm4 TCm5 TCm6 TCm 7 TCm8]/1000;

nome = ['C:\Documents and Settings\Daniel\Meus documentos\Mestrados dados\concentrico\IITconSuj' num2str(s) '.dat'];

save(nome,'IT','-ascii','-tabs');