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ANÁLISE COMPARATIVA DE
DESEMPENHO ENTRE EMPRESAS
GANHADORAS DO PRÊMIO NACIONAL
DA QUALIDADE (PNQ) E EMPRESAS
ATUANTES NO MESMO SETOR
Vagner Cavenaghi (UNESP )
Gustavo Sant'Anna Madeira (UNESP )
Com a globalização, queda de barreiras econômicas e evolução
tecnológica, o mercado consumidor impondo novas exigências,
causaram a mudança drástica no modo de gerir uma empresa ou
qualquer outro empreendimento. Assim, desenhou-se um novo ccenário
comercial, o qual obrigou que as organizações passassem por uma
revolução organizacional, passando a operar em redes dinâmicas
abertas. Atualmente o Prêmio Nacional da Qualidade adota o Modelo
de Excelência de Gestão (MEG), o qual é constituído por onze
fundamentos que servem de base para oito critérios pelos quais as
empresas candidatas são julgadas. o objetivo deste estudo é
demonstrar se a empresa vencedora do Prêmio Nacional da Qualidade
(PNQ) possui desempenho superior à outra empresa do mesmo
segmento econômico, não ganhadora do prêmio. Após a identificação
do referencial conceitual é realizado um estudo de caso com análise
comparativa entre duas empresas atuantes no mesmo segmento
econômico, o de papel e celulose, sendo uma delas vencedora do
Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ). As empresas escolhidas são as
duas maiores empresas do setor de papel e celulose e atuam no mesmo
segmento do setor: papel de imprimir e escrever. A partir da coleta dos
dados financeiros das empresas selecionadas nas edições da revista
EXAME foram efetuadas as análises apresentadas no texto. Observa-se
que o desempenho da empresa vendedora do PNQ é superior ao da
empresa do mesmo setor e não usuária do MEG.
Palavras-chaves: prêmio nacional da qualidade, modelo de excelência
de gestão, desempenho financeiro
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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1. INTRODUÇÃO
Com a globalização, queda de barreiras econômicas e evolução tecnológica, o mercado
consumidor impondo novas exigências, causaram a mudança drástica no modo de gerir uma
empresa ou qualquer outro empreendimento. Assim, desenhou-se um novo cenário comercial,
o qual obrigou que as organizações passassem por uma revolução organizacional, passando a
operar em redes dinâmicas abertas.
Por esse motivo, as organizações vêm buscando melhoria de seus processos e melhores
resultados em competitividade para se manter no mercado.
Em 1951 foi criado no Japão o Prêmio The Deming Prize, concedido a empresas japonesas
engajadas no controle de qualidade e gestão, sendo assim nomeado por causa do americano
Edward Deming, criador do conceito de Total Quality Management (TQM), uma das
primeiras iniciativas no sentido de ampliar o foco da qualidade como aspecto estratégico do
gerenciamento do negócio.
Com o aumento da concorrência japonesa fatores como qualidade e satisfação dos clientes
começaram a ser críticos para empresas americanas, e foi nesse cenário que em 1987 surgiu o
Malcolm Baldrige National Quality Award (MBNQA), que procurava incentivar as empresas
norte-americanas a se adaptarem a essa nova realidade e divulgar modelos de gestão mais
competitivos.
Posteriormente com base no MBNQA outros prêmios foram criados como o Prêmio The
European Foundation for Quality Management Excellence Award (EEA), na Europa em 1988,
e o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), no Brasil em 1992, o qual pode usufruir das
metodologias de seus antecessores as mesmo tempo que buscava incorporar características
nacionais.
De acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia, Brasil (2007) , em 1990 foi lançado
pelo Governo Federal Brasileiro o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP),
o qual teve como missão apoiar o esforço da indústria brasileira em modernizar-se, por meio
da promoção da produtividade e qualidade, com a finalidade de aumentar a competitividade
de bens e serviços produzidos no país.
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A estratégia inicial foi mobilizar diferentes segmentos da sociedade para as questões da
produtividade e qualidade, constituindo um processo liderado pelo Governo Federal, que uniu
tanto entidades governamentais como da sociedade civil.
Com a criação do PBQP, surgiu também o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), com a
finalidade de avaliar e premiar as empresas que melhor se qualificarem em seu conjunto de
critérios avaliativos, que se seguidos pelas organizações, pode, levá-las a um nível superior de
qualidade de seus produtos e serviços e elevar o desempenho do negócio.
A primeira edição do PNQ foi em 1992, sendo utilizado coma base para definição dos
critérios o premio internacional Malcolm Baldrige National Quality Award (MBNQA), dos
Estados Unidos, porém, a cada ano os critérios de excelência do PNQ são atualizados a fim de
acompanhar a evolução das práticas de gestão organizacional.
Atualmente o Prêmio Nacional da Qualidade adota o Modelo de Excelência de Gestão
(MEG), o qual é constituído por onze fundamentos que servem de base para oito critérios
pelos quais as empresas candidatas são julgadas.
Poucas empresas conseguem passar por todos os critérios e ganhar o prêmio, assim que as que
conseguem ganham notoriedade e tem seus sistemas de gestão tomados como referência em
seu setor de atuação.
Contudo não são todas as empresas que concorrem a esse prêmio e tão pouco se pode afirmar
que o MEG é um modelo perfeito, sendo assim esta pesquisa tem por objetivo averiguar se
uma empresa ganhadora do PNQ realmente apresenta desempenho superior a empresas
concorrentes no mesmo segmento econômico.
O MEG é baseado em um conjunto de Fundamentos que, quando aplicados, trazem melhorias
na qualidade, redução nos custos e aumento da produtividade para a organização, melhorando
sua competitividade, potencializando assim a credibilidade da instituição e o reconhecimento
público, aumentando o valor do empreendimento.
A hipótese a ser testada é que “as empresas vencedoras do PNQ possuem desempenho
superior às demais empresas do segmento econômico a que pertencem.”
Portanto, o objetivo deste estudo é demonstrar se a empresa vencedora do Prêmio Nacional da
Qualidade (PNQ) possui desempenho superior à outra empresa do mesmo segmento
econômico, não ganhadora do prêmio.
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Para responder esta questão é realizado um levantamento bibliográfico acerca da Gestão de
Operações, gestão do desempenho e dos prêmios de qualidade baseados em modelos
específicos de gestão.
Após a identificação do referencial conceitual é realizado um estudo de caso com análise
comparativa entre duas empresas atuantes no mesmo segmento econômico, o de papel e
celulose, sendo uma delas vencedora do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ). As empresas
avaliadas são a Suzano Papel e Celulose – vencedora do Prêmio em 2008 – e a Fibria
Celulose S.A. (anteriormente denominada Votorantim Celulose e Papel S.A.). São empresas
de capital aberto que possuem demonstrativos de resultados de fácil acesso, permitindo a
coleta de dados e análise de seus desempenhos por meio da home page na internet.
2. REVISÃO DA LITERATURA
Para testar a eficiência do Modelo de Excelência de Gestão nos resultados das organizações, a
revisão da literatura subsidia com os principais conceitos e aspectos da gestão de operações,
tratando com maior enfoque a manufatura. Explicita-se como essa função administrativa tem
papel central nas atividades de uma organização, uma vez que se trata do processo de
transformação dos recursos primários em produtos finais. Em suma, são as operações que
fazem acontecer os propósitos da organização.
A seguir é realizado a fundamentação teórica acerca do desempenho e medição do
desempenho no contexto operacional, mostrando os principais fatores a serem considerados
para medi-lo.
Por fim são apresentados os prêmios nacionais e internacionais que reconhecem empresas
com excelência em gestão e os modelos de gestão nos quais estão fundamentados os prêmios.
2.1 GESTÃO DE OPERAÇÕES
A gestão de operações configura um item fundamental e de papel central nas atividades das
organizações. A área funcional de operações ou de produção engloba os processos de
transformação dos recursos que entram na organização (informação, matérias prima, pessoas,
capital) e que são processados para atenderem os consumidores finais. A gestão de operações
trata justamente da forma como administrar estes processos.
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De acordo com Slack et al. (1999), qualquer operação produz bens e serviços, ou um misto
dos dois, e faz isso por um processo de transformação. Por transformação os autores referem-
se ao uso dos recursos para mudar o estado ou condição de algo para produzir bens e serviços.
O processo de transformação é o núcleo central de qualquer organização e envolve todas as
atividades que contribuem para transformar os insumos em produtos e serviços. Trata-se de
um processo transversal que flui por toda a organização. Cabe à administração de operações
fazer com que o processo de transformação de uma organização se realize com o máximo de
eficiência, produtividade e eficácia. (SOBRAL e PECI, 2008)
Gaither e Frazier (1999) consideram que um sistema de produção transforma insumos –
matérias-primas, pessoal, máquinas prédios, tecnologia, dinheiro, informação e outros
recursos – em saídas – produtos e serviços. Este processo de transformação é o coração
daquilo que chamamos produção. Os gestores nessa área, chamados gerentes de operações,
administram o sistema de produção e sua principal preocupação reside nas atividades do
processo de transformação ou produção.
Em uma organização, no âmbito das decisões em gestão de operações, algumas são de
natureza estratégica; outras são táticas. Os planos estratégicos são desenvolvidos com uma
visão de longo prazo, diferentemente dos planos táticos. Portanto, as decisões estratégicas são
menos detalhadas e possuem consequências de longo prazo, ao passo que as decisões táticas
são mais detalhadas, obedecem à rotina, têm caráter receptivo e trazem consequências em
curto prazo (RITZMAN;KRAJEWSKI, 2004).
Para Sobral e Peci (2008), a administração de operações deve estar alinhada com a missão, a
visão e os objetivos estratégicos da organização, traduzindo as estratégias em prioridades
competitivas concretas que vão determinar a natureza das operações. Em termos práticos, as
prioridades estratégicas da administração de operações podem ser mensuradas pelo alcance de
cinco objetivos de desempenho: custo, qualidade, rapidez, confiabilidade e flexibilidade.
Slack et al. (1999) estabelecem as responsabilidades diretas de um gestor de operações, que
têm natureza na forma escolhida pela organização para definir a função produção. São elas:
entender os objetivos estratégicos da produção;
desenvolver uma estratégia de produção para a organização;
desenhar produtos, serviços e processos de produção;
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planejar e controlar a produção;
melhorar o desempenho da produção.
Segundo estes autores, algumas atividades das organizações ocorrem fora das fronteiras
tradicionais da função produção, o que designa algumas responsabilidades indiretas dos
gerentes de operações:
informar as outras funções sobre as oportunidades e as restrições fornecidas pela
capacidade instalada de produção;
discutir com outras funções sobre como os planos de produção e os demais planos
da empresa podem ser modificados para beneficio mutuo;
encorajar outras funções a dar sugestões para que a função produção possa prestar
melhores serviços aos demais departamentos da empresa.
RITZMAN e KRAJEWSKI (2004) levantam dois princípios que colocam a gestão de
operações no centro das atividades de uma organização.
1. Cada parte de uma organização, não apenas a função de operações precisa projetar
e operar processos e tratar de qualidade, tecnologia e pessoal.
2. Cada parte de uma organização possui sua própria identidade e, no entanto, está
vinculada às operações.
Segundo estes autores, as decisões dos gestores de operações podem ser divididas em cinco
categorias: escolhas estratégicas; processo; qualidade; capacidade, localização e arranjo
físico; decisões sobre operações.
Como possui papel central nas atividades de uma organização, a área de gestão de operações
deve receber muita atenção do ponto de vista administrativo. As decisões dos gestores devem
levar em conta o impacto que causam em todas as demais áreas funcionais da organização.
Tratando-se do coração dos processos de transformação, a gestão de operações necessita de
uma estratégia bem elaborada de planejamento e controle, de forma que os produtos e
serviços da organização satisfaçam os clientes da melhor forma possível.
2.2 MEDIÇÃO E SISTEMA DE MEDIÇÃO DE DESEMPENHO
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O principal papel das medidas de desempenho deve ser aquele que auxilia os gestores a fazer
melhor o produto final de sua atividade ou função, em sintonia com os objetivos estratégicos
da sua organização. A contribuição relevante está no processo de medir as realizações de
trabalho e produção, bem como os fatores que afetem essas realizações em andamento.
Segundo MOREIRA (1991), as medidas de desempenho devem ser visualizadas como
instrumentos auxiliares na identificação de possíveis problemas e também proceder ao
acompanhamento do desempenho dos sistemas de operações aos quais se refiram. O que
medir e como fazer isso, é o grande desafio, para aqueles que dessa ferramenta pretendam
fazer uso.
Por que mensurar? Pode-se responder a essa questão com a afirmação de que o sucesso e a
continuidade de uma empresa dependem de seu desempenho, o qual deve considerar também
medidas, que permitam avaliar com que intensidade uma empresa alcança os seus objetivos
pretendidos.
A discussão sobre sistemas de mensuração não é tão recente. Podem-se identificar
importantes reflexões, sobre as necessidades das empresas repensarem seus sistemas
tradicionais de medidas de desempenho, a partir do início dos anos 80, quando as empresas de
manufatura se depararam com muitas mudanças tecnológicas e o início do processo de
competição globalizada.
Os sistemas de mensuração do desempenho buscam promover o encadeamento entre os níveis
organizacionais e as áreas funcionais, sendo necessários para desenvolver as relações
produtivas, que facilitam o enfoque organizacional.
O termo enfoque organizacional é usado, para descrever um estado no qual, pelas ações e
comportamentos da empresa, os gestores se concentram em alcançar os objetivos declarados,
assegurando que as decisões as quais se tomam na empresa, tenham um padrão coerente em
toda organização. Equilíbrio pode ser a essência e a palavra-chave para uma empresa
saudável.
O sistema de medição de desempenho, possui as seguintes características:
A existência de medidas individuais que quantifiquem a eficiência e eficácia de
ações de um grupo ou indivíduo, estabelecidas para atender a necessidade de uso
de informações gerenciais deste grupo ou indivíduo.
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O conjunto de medidas inter-relacionadas que permitam a medição da organização
como um todo e que definem um sistema de medição de desempenho,
estabelecidas por meio do uso de um modelo que determine os relacionamentos e
objetivos do sistema como um todo.
A relação entre o sistema de medição de desempenho e as pressões por
desempenho exercidas pelo ambiente interno e externo em que a organização que o
utiliza está inserida.
2.3 PRÊMIOS DA QUALIDADE
2.3.1 O Prêmio Nacional da Qualidade
A Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) trabalha com a ideia de que empresas de Classe
Mundial, por definição, são organizações capazes se serem competitivas em qualquer lugar do
mundo, e por isso devem estar sempre atenta as mudanças que estão ocorrendo nos principais
pólos de referência, as inovações e surgimento de tendências, mas contudo sem deixar de
refletir a realidade nacional.
Pode-se verificar na história da FNQ, ainda quando ela era denominada Programa Brasileiro
de Qualidade e Produtividade (PBQP) e escolheu o Prêmio Malcolm Baldrige como base do
seu prêmio em detrimento do Deming Prize, isso devido ao caráter menos normativo e forte
nome do prêmio americano, enquanto que o japonês possuiu forte presença de métodos
quantitativos.
Posteriormente também se utilizou de outros modelos e movimentos para excelência na
gestão, tais como o European Foundation for Quality Management (EFQM), o qual assim
como o brasileiro possuiu um critério específico relativo a Sociedade, o Swedish Institute for
Quality (SIQ) e também a International Organization for Standardization (ISO) que se adapta
perfeitamente a ele.
A história do desenvolvimento da FNQ pode ser dividida em três ciclos:
O primeiro ciclo de 1992 a 1997 com a conquista da credibilidade na qual a FNQ primou
tanto em sua gestão quanto na do PNQ pelos princípios de reputabilidade, ética e seriedade.
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O segundo ciclo de 1997 a 2004 com a expansão da FNQ e sua consolidação mundial como
referência em premiação da qualidade.
O terceiro ciclo, de 2005 até os dias atuais a FNQ vem buscando atuar como articuladora de
uma rede de organizações que buscam a excelência da gestão.
Atualmente após 20 ciclos de premiação, a FNQ conta com 234 empresas membro, 450
candidatos ao PNQ e 450 Relatórios de Avaliação entregues a elas, mais de 1 milhão de horas
de trabalho voluntário, mais de 22 mil pessoas capacitadas no Modelo de Excelência da
Gestão e seguindo o posicionamento conceitual de que: “as organizações como sistemas
vivos, integrantes de ecossistemas complexos” e que “a excelência em uma organização
depende fundamentalmente de sua capacidade de perseguir seus propósitos em completa
harmonia com seu ecossistema”.
Para ajudar as empresas a se preparem para concorrerem ao PNQ e divulgar o MEG, a FNQ
edita cadernos que apresentam seu modelo de gestão, assim como seus critérios, fundamentos,
organização, cronograma, entre outros. Inclusive com versões para empresas menores ou que
ainda estão longe de se inscrever ao premio. Esse material permite a empresa ir se modelando
e se auto-avaliando.
O Modelo de Excelência da Gestão - MEG é o resultado é baseado em 11 fundamentos e oito
critérios. Como fundamentos pode-se definir como os pilares, a base teórica de uma boa
gestão. Esses fundamentos são colocados em prática por meio dos oito critérios. São eles:
Fundamentos: pensamento sistêmico; aprendizado organizacional; cultura de
inovação; liderança e constância de propósitos; orientação por processos e
informações; visão de futuro; geração de valor; valorização de pessoas;
conhecimento sobre o cliente e o mercado; desenvolvimento de parcerias e
responsabilidade social.
Critérios: liderança estratégia e planos; clientes; sociedade; informações e
conhecimento; pessoas; processos e resultados.
Verifica-se na Figura 1 a representação, de maneira dinâmica, sistêmica e orgânica, dos
fundamentos de excelência e dos critérios de excelência, alinhando a empresa aos seus
objetivos.
Figura 1 – Fundamentos e critérios de excelência.
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Fonte: FNQ (2009a)
2.3.2 Modelos internacionais de excelência
A primeira edição do PNQ foi em 1992, a criação e evolução dos critérios foram
desenvolvidas com base nos Modelos Internacionais de Excelência, tais como: a premiação
The Deming Prize do Japão,e a premiação Malcolm Baldrige National Quality Award dos
Estados Unidos da América
2.3.2.1 The Deming Prize
O prêmio Deming é um dos mais altos reconhecimentos de
TQM (total quality Management) no mundo, instituído pelo Union of
Japanese Scientists and Engineers (JUSE). Segundo JUSE (2011),
Deming foi convidado em julho de 1950, para realizar palestras e
cursos relacionados ao desenvolvimento do controle estatístico da
qualidade, aos engenheiros, executivos e pesquisadores da indústria nipônica. Seus
ensinamentos causaram uma ótima impressão, despertando profundo interesse dos nipônicos,
e assim deu-se início o interesse pelo controle da qualidade no Japão.
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Deming permitiu que os direitos autorais sobre a reprodução de suas palestras fossem doadas,
para que assim houvesse o desenvolvimento da qualidade no Japão. Dessa forma, em 1951,
em comum acordo, da JUSE e seus diretores, foi estabelecido o “Prêmio Deming”, voltado
para o desenvolvimento da qualidade no Japão, que por consequência, o nível de qualidade do
produto japonês tem sido reconhecido como o mais elevado de todo o mundo.
De acordo com JUSE (2011), o Prêmio Deming foi instituído com o objetivo de reconhecer as
organizações que melhor aplicam e contribuem para a disseminação dos conceitos e práticas
do Total Quality Management (TQM) e técnicas estatísticas da qualidade no TQM. É
concedido em três níveis de premiação:
The Deming Prize for Individuals: Para indivíduos ou grupos – premiação
concedida à aqueles que fizeram contribuições importantes para o estudo de TQM
ou métodos estatísticos utilizados para TQM, ou aqueles que tenham contribuído
de forma notável na divulgação de TQM
The Deming Distinguished Service Award for Dissemination and Promotion
(Overseas): premiação concedida para os indivíduos cuja atividade preponderante
estão fora do Japão - Dada a indivíduos que tenham contribuído de forma notável
na disseminação e promoção do TQM. O Exame será realizado a cada 3-5 anos
The Deming Prize ( O Deming Application Prize se tornará o “Deming Prize” em
2012): premiação concedida para as organizações tais como: empresas, institutos,
divisões de uma organização, unidades de negócios operacionais e, por último,
sedes de escritório - Dada a organizações que implementaram o TQM adequado
para sua filosofia de gestão, escopo/tipo/escala de negócios, gestão do meio
ambiente (prêmio
2.3.2.2 Prêmio Malcolm Baldrige National Quality Award (MBNQA)
O Prêmio Malcolm Baldrige National Quality Award (MBNQA) é administrado pelo
National Institute of Standards and Technology – NIST (Instituto Nacional de Padrões e
Tecnologia), que faz parte do Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Além disso, é
entregue pelo presidente dos Estados Unidos em cerimônia especial em Washington, D.C.
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Segundo NIST (2011), em meados da década de 1980, os líderes norte-americanos
perceberam que as empresas americanas precisava se concentrar em qualidade, a fim de
competirem em um exigente mercado global em constante expansão.
O então secretário de Comércio Malcolm Baldrige foi um defensor da gestão da qualidade
como chave para a prosperidade e sustentabilidade da gestão americana. Depois que ele
morreu em um acidente de rodeio em julho de 1987, o Congresso nomeou o Prêmio em
reconhecimento de suas contribuições.
Segundo NIST (2011), o Prêmio Malcolm Baldrige é um programa federal, que aumenta a
competitividade, qualidade e produtividade das organizações dos EUA para o benefício de
todos os cidadãos. O prêmio também fornece liderança global na promoção da excelência do
desempenho, do aprendizado e compartilhamento de práticas bem-sucedidas de desempenho,
princípios e estratégias.
A iniciativa foi tão positiva que hoje mais de 40 países, inclusive o Japão, tem programas
baseados no modelo Baldrige.
Entre suas características, destaca-se o fato do Prêmio Baldrige conceber a excelência de
forma absoluta, sem classificação. Constitui-se em competição para reconhecer a excelência.
Esse é um contraponto ao Prêmio Deming.
Por meio da Figura 2, apresenta-se uma representação gráfica do modelo de excelência
do prêmio Malcolm Baldrige, com 7 critérios de excelência: Liderança, Estratégias e Planos,
Clientes e Foco no Mercado, Foco em Recursos Humanos, Gestão de Processos, Informação e
Análise, e Resultados de Negócio.
Figura 2: Modelo de Excelência do Prêmio Malcolm Baldrige
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Fonte: NIST, 2011
3. ESTUDO DE CASO
Segundo Minayo (1993, p. 34), pesquisa é “uma atividade básica das ciências na sua
indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante busca
que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de
aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular
entre teoria e dados”.
De uma forma bem simples, pesquisar significa: procurar respostas para indagações
propostas.
Para Gil (1999, p. 42), a pesquisa tem um caráter pragmático, é um “processo formal e
sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é
descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”.
Gil (2002) também sugere que a coleta de dados junto às empresas estudadas ocorra segundo
o concurso de diversas técnicas, a saber: entrevista, questionário, coleta documental,
observação, formulário, testes, escalas, análise de conteúdo, história de vida, etc.
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Conclui-se que a pesquisa é um conjunto de ações, propostas para encontrar a solução para
um problema, tendo por base procedimentos sistêmicos e racionais.
Visto que as atividades deste trabalho se constituem no levantamento e análise de dados e
informações, tendo por objetivo a análise de um tema delimitado, os procedimentos
metodológicos adotados na pesquisa são: descritiva; exploratória; aplicada; documental;
bibliográfica e qualitativa.
A viabilidade da pesquisa é garantida pela grande disponibilidade de informaçoes sobre as
empresas, as quais provêm de inúmeras fontes como pesquisas científicas, artigos, sites
corporativos, relatórios de gestão e demonstrativos financeiros, entre outros.
Fica claro que as empresas de capital aberto e as que se utilizam de políticas de governaça
corporativa são mais acessíveis a essa pesquisa, assim requerendo-se apenas uma triagem para
a escolha da mais indicada.
O levantamento dos dados financeiros das empresas pesquisas foi realizado por meio de
consulta ao portal da revista Exame (http://exame.abril.com.br/negocios/melhores-e-
maiores/).
Neste link é possível acessar os dados financeiros de todas as empresas, públicas e privadas,
que fizeram parte da edição anual do ranking denominado Melhores e Maiores elaborado pela
editoria da revista e em conjunto com a FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas
Contábeis, Atuariais e Financeiras, vinculada à Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade da Universidade de São Paulo.
Estão disponíveis informações financeiras, do período de 1995 a 2011, de 1245 grandes
empresas brasileiras. São 20 indicadores que dão acesso aos detalhes financeiros das maiores
empresas instaladas no país.
Foram coletados os dados dos últimos 5 anos de 2007 a 2011. Considerando as grandes
transformações na dimensão financeira em decorrência da crise financeira internacional de
2008 e o fato da SUZANO ter recebido a premiação em 2008, optou-se por analisar os dados
referentes a série histórica de 5 anos um ano antes da crise (2007), o ano da crise e da
premiação (2008) e os três anos seguintes 2009, 2010 e 2011.
As empresas escolhidas são as duas maiores empresas do setor de papel e celulose e atuam no
mesmo segmento do setor: papel de imprimir e escrever.
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A partir da coleta dos dados financeiros das empresas selecionadas nas edições da revista
EXAME foram efetuadas as análises apresentadas no texto.
Os dados dos indicadores financeiros coletados, apresentados na Tabela 1, foram
confrontados a fim de se analisar os resultados encontrados e construir informações relevantes
para o estudo. Portanto, foi realizada uma pesquisa aplicada, qualitativa, exploratória e
bibliográfica, pois gera conhecimento para aplicação prática, não requer estatística complexa,
aprimora o conhecimento da realidade e é executada a partir de um material já elaborado.
A viabilidade da pesquisa é garantida porque as empresas escolhidas são de capital aberto,
fato que garante com que as informações necessárias estejam disponíveis na mídia, além do
tema ser relevante e existir um grande volume de artigos, revistas e teses sobre o assunto.
Os indicadores selecionados para a coleta de dados foram: vendas líquidas, lucro líquido,
patrimônio líquido, EBTIDA – Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization
(Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – LAJIDA), Rentabilidade do
patrimônio e margem das vendas.
Tabela 1 – Dados financeiros das empresas pesquisas
SUZANO FIBRIA
Vendas
Líquidas
(US$
milhões)
Lucro
Líquido
(US$
milhões)
Patrimônio
Líquido
(US$
milhões)
EBTIDA
(US$
milhões)
Rentabilidade
do
Patrimônio
(%)
Margem
das
Vendas
(%)
Vendas
Líquidas
(US$
milhões)
Lucro
Líquido
(US$
milhões)
Patrimônio
Líquido
(US$
milhões)
EBTIDA
(US$
milhões)
Rentabilidade
do
Patrimônio
(%)
Margem
das
Vendas
(%)
2007 2.744,5 444,6 3.255,1 627,3 13,2 16,2 1.903,1 370,5 4.045,9 171,0 8,7 19,5
2008 3.176,2 - 252,9 2.650,7 875,4 - 9,5 - 8,0 1.759,6 -1.269,9 2.755,2 296,1 -46,1 -72,2
2009 2.540,6 544,8 2.785,2 576,9 18,6 21,4 1.533,6 243,3 6.088,0 417,9 4,0 15,9
2010 2.828,7 449,2 5.193,3 687,2 8,5 15,9 2.433,8 199,5 9.054,9 568,2 2,2 8,2
2011 2.603,0 51,8 5.472,8 599,4 0,95 2,0 2.001,2 - 832,7 8.082,4 567,6 -10,3 - 41,6
Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados coletados da revista Exame
(http://exame.abril.com.br/negocios/melhores-e-maiores/).
4. CONCLUSÃO
A hipótese a ser testada é que “as empresas vencedoras do PNQ possuem desempenho
superior às demais empresas do segmento econômico a que pertencem.”
Portanto, o objetivo deste estudo é demonstrar se a empresa vencedora do Prêmio Nacional da
Qualidade (PNQ) possui desempenho superior à outra empresa do mesmo segmento
econômico, não ganhadora do prêmio.
O levantamento dos dados financeiros das empresas pesquisas foi realizado por meio de
consulta ao portal da revista Exame (http://exame.abril.com.br/negocios/melhores-e-
maiores/).
Neste link é possível acessar os dados financeiros de todas as empresas, que fizeram parte da
edição anual do ranking denominado Melhores e Maiores elaborado pela editoria da revista e
em conjunto com a FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e
Financeiras, vinculada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da
Universidade de São Paulo. Estão disponíveis informações financeiras, do período de 1995 a
2011, de 1245 grandes empresas brasileiras. São 20 indicadores que dão acesso aos detalhes
financeiros das maiores empresas instaladas no país.
Foram coletados os dados dos últimos 5 anos de 2007 a 2011. Considerando as grandes
transformações na dimensão financeira em decorrência da crise financeira internacional de
2008 e o fato da SUZANO ter recebido a premiação em 2008, optou-se por analisar os dados
referentes a série histórica de 5 anos um ano antes da crise (2007), o ano da crise e da
premiação (2008) e os três anos seguintes 2009, 2010 e 2011.
As empresas escolhidas são as duas maiores empresas do setor de papel e celulose e atuam no
mesmo segmento do setor: papel de imprimir e escrever.
A partir da coleta dos dados financeiros das empresas selecionadas nas edições da revista
EXAME foram efetuadas as análises apresentadas no texto.
Os dados dos indicadores financeiros coletados, apresentados na Tabela 1, foram
confrontados a fim de se analisar os resultados encontrados e construir informações relevantes
para o estudo. Os indicadores selecionados para a coleta de dados foram: vendas líquidas,
lucro líquido, patrimônio líquido, EBTIDA – Earnings before interest, taxes, depreciation and
amortization (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – LAJIDA),
Rentabilidade do patrimônio e margem das vendas.
18
Observa-se que o desempenho da empresa vendedora do PNQ é superior ao da empresa do
mesmo setor e não usuária do MEG.
19
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