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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU JOÃO HENRIQUE GOMES ANÁLISE DA APTIDÃO FÍSICA E DESEMPENHO TÉCNICO DE ATLETAS DE BASQUETEBOL DA ELITE NACIONAL SÃO PAULO, 2015 UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

ANÁLISE DA APTIDÃO FÍSICA E DESEMPENHO TÉCNICO DE … · capacidade aerobia-anaeróbia (Yo-yo Intermittent Recovery I - Yo-yo) e a estatística dos jogos da fase de classificação

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

JOÃO HENRIQUE GOMES

ANÁLISE DA APTIDÃO FÍSICA E DESEMPENHO TÉCNICO DE ATLETAS DE

BASQUETEBOL DA ELITE NACIONAL

SÃO PAULO, 2015

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

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PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

JOÃO HENRIQUE GOMES

ANÁLISE DA APTIDÃO FÍSICA E DESEMPENHO TÉCNICO DE ATLETAS DE

BASQUETEBOL DA ELITE NACIONAL

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós Graduação Stricto Sensu em

Educação Física da Universidade

São Judas Tadeu como requisito

parcial à obtenção do Título de

Mestre em Educação Física

Área de Concentração: Fenômeno Esportivo

Orientador: Prof. Dr. Aylton Figueira Júnior

SÃO PAULO, 2015

I

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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca

da Universidade São Judas Tadeu Bibliotecária: Daiane Silva de Oliveira - CRB 8/8702

Gomes, João Henrique G633p Análise da aptidão física e desempenho técnico de atletas de basquetebol

da elite nacional / João Henrique Gomes. - São Paulo, 2015.

106 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Aylton José Figueira Junior.

Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu,

São Paulo, 2015.

1. Aptidão física. 2. Basquetebol. 3. Desempenho. 4. São Paulo. I. Figueira

Junior, Aylton José. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-

Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III. Título

CDD 22 – 613.7

II

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3

DEDICATÓRIA

Dedico esta obra a toda minha família: minha esposa Renata, ao meu futuro filho

Matheus, à minha mãe Conceição e ao meu irmão Carlos Eduardo; e em especial ao meu pai João

Trindade - o "Coca" (in memorian), exemplo de profissional da Educação Física brasileira.

Vocês são meus bens preciosos!!!

III

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4

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por ser tão generoso e bondoso comigo, em todas as

esferas da minha vida.

À minha esposa Renata Rebello Mendes Gomes, por todo apoio, paciência, incentivo,

conselhos, dedicação, companheirismo, segurança e muito amor durante toda essa etapa de

amadurecimento profissional. Eu te amo meu amor!

Aos meus pais, Conceição e João, que me educaram e ensinaram os verdadeiros valores

da vida, sempre estando ao meu lado, me apoiando, me incentivando, me mostrando o caminho e

servindo como exemplo: obrigado por tudo!

Ao meu irmão, Carlos Eduardo, pelo companheirismo, amizade, torcida e toda força.

Ao meu orientador e amigo, Prof. Dr. Aylton José Figueira Júnior, por seu caráter,

profissionalismo, dedicação, amizade e conselhos, em todos os momentos dessa fase tão

importante.

Ao Prof. Dr. Alexandre Moreira, pelo exemplo de profissional, referência na área do

treinamento esportivo, por ter me incentivado a seguir a carreira acadêmica e ter depositado em

mim toda confiança no início da minha carreira profissional.

Ao meu companheiro de trabalho e amigo pessoal, Rodrigo Chaves, pela amizade, pelo

incentivo, companheirismo, confiança e torcida pelo meu crescimento.

Ao Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira, pelo exemplo de profissional, por ter me

oferecido a primeira oportunidade de participar de uma disciplina do programa de pós-graduação

stricto sensu.

IV

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Aos meus colegas e professores do programa de pós-graduação da Universidade São

Judas Tadeu, pelos momentos compartilhados e contribuição para o meu trabalho durante todo o

processo.

Aos atletas envolvidos no estudo, pela dedicação, seriedade, disposição e consentimento;

sem eles, nada disto teria acontecido. Ao preparador físico Diego Miceli Jeleilate, por sempre

aceitar e consentir minhas propostas de estudos científicos junto ao Club Athlético Paulistano.

V

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Teste salto vertical sem contramovimento.......................................... 53

FIGURA 2 Teste salto vertical com contramovimento.......................................... 54

FIGURA 3 Teste de corrida cíclica de 20m........................................................... 55

FIGURA 4 Ilustração dos deslocamentos do teste de corrida 40m........................ 56

FIGURA 5 Teste Yo-yo Intermittent Recovery Nível I.......................................... 57

VI

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Macrociclo das avaliações e jogos da equipe no Campeonato

Estadual Paulista.................................................................................. 43

QUADRO 2 Macrociclo detalhado com as sessões de treinamento e jogos............ 44

QUADRO 3 Programação semanal das sessões de treinamento durante pré-

temporada e temporada competitiva da equipe de basquetebol........... 47

QUADRO 4 Conteúdo e número de sessões de treinamento da equipe de

basquetebol............................................................................................ 48

VII

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Características antropométricas dos atletas adultos de basquetebol

durante a etapa competitiva................................................................. 60

TABELA 2 Magnitude do efeito do tamanho e delta percentual das

características antropométricas dos atletas adultos de basquetebol

entre as avaliações PRE – POS............................................................ 61

TABELA 3 Desempenho físico dos atletas adultos de basquetebol durante a

etapa competitiva................................................................................. 62

TABELA 4 Magnitude do efeito do tamanho e delta percentual do desempenho

físico dos atletas adultos de basquetebol entre as avaliações PRE –

POS...................................................................................................... 65

TABELA 5 Desempenho técnico de jogo dos atletas adultos de basquetebol na

fase de classificação e nos play-offs do campeonato paulista - série

especial................................................................................................ 67

TABELA 6 Delta percentual do desempenho técnico de jogo dos atletas adultos

de basquetebol entre os jogos da fase de classificação e dos play-offs do campeonato paulista - série especial........................................ 68

TABELA 7 Correlações entre variáveis antropométricas e desempenho físico

nas avaliações PRE – POS durante a etapa competitiva...................... 71

TABELA 8 Correlações entre aptidão física e desempenho técnico de jogo nas

avaliações PRE – POS durante a etapa competitiva............................ 73

TABELA 9 Características antropométricas e delta percentual dos atletas

adultos titulares e reservas de basquetebol durante a etapa

competitiva.......................................................................................... 79

TABELA 10 Desempenho físico e delta percentual dos atletas adultos titulares e

reservas de basquetebol durante a etapa

competitiva.......................................................................................... 80

VIII

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TABELA 11 Desempenho técnico de jogo e delta percentual dos atletas adultos

titulares e reservas de basquetebol na fase de classificação e nos

play-offs do campeonato paulista - série especial................................ 83

IX

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LISTA DE ABREVIATURAS

Bpm - Batimento por Minuto

CBB - Confederação Brasileira de Basketball

Cm - Centímetros

ES - Effect Size

F - Feminino

FC - Frequência Cardíaca

FIBA - Federação Internacional de Basketball

g - Gramas

Kg - Quilogramas

Lan - Limiar anaeróbio

M - Masculino

m - Metros

min - Minutos

mL - Mililitros

mm - Milímetros

MMII - Membros inferiores

mmol/L - Milimol por Litro

MMSS - Membros superiores

Rep - Repetições

RM - Repetições Máximas

s - Segundos

VO2max - Consumo máximo de oxigênio

X

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO 1. Planilha da Estatística de Jogo............................................................. 96

ANEXO 2. Escalas da Magnitude do Tamanho do Efeito do Treinamento........... 97

ANEXO 3. Escalas da Magnitude do Tamanho do Efeito em Pesquisas com

Treinamento de Força.......................................................................... 98

XI

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LISTA DE APÊNDICE

APÊNDICE 1. Correlações entre as variáveis na avaliação PRE............................ 99

APÊNDICE 2. Correlações entre as variáveis na avaliação POS............................ 100

APÊNDICE 3. Carta de Autorização do Club Athlético Paulistano........................ 101

APÊNDICE 4. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE................... 102

APÊNDICE 5. Documento de Aprovação do Comitê de Ética - USJT................... 104

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RESUMO

INTRODUÇÃO: O nível de aptidão física do atleta pode afetar a estratégia de jogo e,

consequentemente, o sucesso dentro do basquetebol. As avaliações antropométricas, físicas e

técnicas durante o macrociclo auxiliam no monitoramento do condicionamento físico e

desempenho técnico. OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi analisar e associar o perfil

de aptidão física e desempenho técnico de jogo de atletas adultos de basquetebol da elite

nacional. METODOLOGIA: Participaram do estudo 11 atletas de basquetebol do sexo

masculino com média de idade 25,1 ± 4,3 anos, estatura (EST) 195,4 ± 11,3 cm, massa corporal

(MC) 101,5 ± 22,0 kg, percentual de gordura corporal (%GC) 13,8 ± 3,6 kg, massa magra (MM)

86,9 ± 16,4 kg e massa gorda (MG) 14,1 ± 6,6 kg. Os atletas foram submetidos às avaliações

PRE e POS (seis semanas) na antropometria, força explosiva de membros inferiores (salto

vertical - SJ e CMJ), força máxima de membros superiores (supino reto absoluto - SR e supino

reto relativo - SRr),; velocidade de deslocamento (corrida de 20m - C20 e 40m - T40),

capacidade aerobia-anaeróbia (Yo-yo Intermittent Recovery I - Yo-yo) e a estatística dos jogos da

fase de classificação (avaliação PRE) e playoffs (avaliação POS) por meio do scout técnico. Os

resultados foram analisados pela estatística descritiva em valores médios, desvio padrão, Δ% e effect size (ES). A comparação PRE-POS foi realizada pelo Teste T de student e correlação linear

de Pearson para associação entre as variáveis antropométricas, desempenho físico e técnico. A

significância adotada foi p≤0,05. RESULTADOS: Os resultados apresentaram na comparação

entre as avaliações PRE – POS, redução significante da MG (0,7 kg), com a mesma tendência n

%GC (0,1%). Nos testes de força, evidenciamos aumento significante para SJ, CMJ, SR e SRr, de

2,1cm, 1,5cm, 2,6 kg e 0,30 kg, respectivamente. A velocidade de deslocamento (C20 = - 0,08 s /

T40 = - 0,31 s) e o VO2max melhoraram (1,8 ml/kg/min). O maior Δ% foi 7,5% na MG,

enquanto que o ES foi moderado no T40 (0,68) e VO2max (0,62). Não encontramos diferenças

nas variáveis de desempenho técnico de jogo entre PRE - POS. Encontramos correlações

(p≤0,05) moderadas - fortes entre o SRr versus assistências (r = 0,73) - na PRE; e entre o SRr

versus arremessos de 3 pontos convertidos (r = 0,62), assistências (r = 0,76), bolas recuperadas (r

= 0,74) e tempo em quadra (r = 0,62) - na POS. Correlações moderadas (p≤0,05) foram

encontradas entre o tempo da corrida T40 versus arremessos de dois pontos convertidos (r = -

0,65), lances-livres convertidos (r = -0,61) e bolas recuperadas (r = -0,62), apenas na PRE. Não

observamos diferenças na aptidão fisica entre os atletas titulares e reservas nas avaliações PRE -

POS, embora os titulares tenham melhorado (C20 e VO2max). CONCLUSÃO: Assim, podemos

concluir que o treinamento aplicado a esses atletas promoveu efeito positivo na aptidão física

(antropometria, neuromuscular e metabólica), mantendo a estabilidade no desempenho técnico de

jogo. Os resultados não sustentaram as hipóteses iniciais da associação entre o perfil de aptidão

física e desempenho técnico.

Palavras-chaves: basquetebol; testes físicos; desempenho técnico de jogo.

XIII

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ABSTRACT

INTRODUCTION: The level of physical fitness basketball athlete can affect the playing

strategy and hence the success in the game. Anthropometric, physical and technical evaluations

during the macrocycle assist in monitoring the physical and technical performance. PURPOSE:

The aim of this study was to analyze and associate the profile of physical fitness and playing

basketball technical performance adult athletes of the national elite. METHODS: The study

included 11 male basketball players with mean age 25.1 ± 4.3 years, height (HT) 195.4 ± 11.3

cm, body mass (BM) 101.5 ± 22.0 kg, body fat percentage (BF%) 13.8 ± 3.6 %, lean mass (LM)

86.9 ± 16.4 kg and fat mass (FM) 14.1 ± 6.6 kg. The athletes were submitted to evaluations PRE

and POS (six weeks) in anthropometry, explosive strenght of lower limbs (vertical jump - SJ and

CMJ), maximal strength of upper limbs (absolute bench press - BP and relative bench press -

BPr); speed (20m - C20 and 40m - T40), aerobic-anaerobic capacity (Yo-Yo Intermittent

Recovery I - Yo-yo) and game statistics of the season (PRE evaluation) and playoffs (evaluation

POS) by means of the game related statistics. The results were analyzed using descriptive

statistics in mean values, standard deviation, and Δ% effect size (ES). The PRE-POS comparison

was performed by Student's t test and Pearson correlation coefficients for association between

the anthropometric variables, physical and technical performance. The significance adopted was

p ≤ 0.05. RESULTS: The results showed when comparing the PRE - POS, significant reduction

in FM (0.7 kg), with the same trend n% BF (0.1%). In strength tests, we noted a significant

increase to SJ, CMJ, BP and BPr of 2,1 cm, 1.5 cm, 2.6 kg and 0.30 kg, respectively. The speed

(C20 = - 0.08 s / T40 = - 0.31 s) and VO2max improved (1.8 ml/kg/min). The higher Δ% was

7.5% in the FM, whereas the ES was moderate in T40 (0.68) and VO2max (0.62). We found no

differences in game related statistics between PRE - POS. We found moderate - strong

correlations (p≤0,05) between the BPr versus assists (r = 0.73) - PRE; and between the BPr

versus three points successful (r = 0.62), assists (r = 0.76), steals (r = 0.74) and playing time (r =

0.62) - POS . Moderate correlations (p = 0.05) were found between the T40 time versus two

points successful (r = -0.65), free-throws successful (r = -0.61) and steals (r = -0.62), only PRE.

We did not observe differences in physical fitness in startes and non-startes in PRE - POS,

although startes have improved (C20 and VO2max). CONCLUSION: We conclude that training

applied to these athletes promoted positive effect on physical fitness (anthropometric, metabolic

and neuromuscular), maintaining stability of technical performance. The results failed to support

the initial hypothesis of association between the profile of physical fitness and technical

performance.

Key-words: basketball; physical tests; game-related stats.

XIV

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1. - Trajetória................................................................................................... 17

1.2. - O problema................................................................................................ 18

1.3. - Justificativa................................................................................................ 22

1.4. - Objetivos do Estudo e Hipóteses.............................................................. 24

CAPÍTULO 2 - REVISÃO DA LITERATURA

2.1. - Basquetebol: Caracterização Fisiológica................................................ 26

2.2. - Aspectos Técnicos no Basquetebol.......................................................... 33

2.3. - Periodização do Treinamento no Basquetebol....................................... 35

CAPÍTULO 3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1. - Delineamento do Estudo........................................................................... 41

3.2. - Perfil Amostral......................................................................................... 41

3.3. - Critérios de Seleção da Amostra............................................................. 42

3.4. - Descrição Geral das Sessões de Treino e Competição........................... 43

3.5. - Organização das Avaliações..................................................................... 50

3.5.1. – Avaliação da Aptidão Física................................................................... 51

3.5.1.1. - Estatura................................................................................................. 51

3.5.1.2. - Massa Corporal.................................................................................... 52

3.5.1.3. - Composição Corporal........................................................................... 52

3.5.1.4. - Teste de Força de Membros Superiores............................................... 52

3.5.1.5. - Teste de Força de Membros Inferiores................................................. 53

3.5.1.6. - Teste de Velocidade de Deslocamento Cíclica e Acíclica ................... 54

3.5.1.7. - Teste de Capacidade Aeróbia-Anaeróbia............................................. 56

3.5.2. – Avaliação do Desempenho Técnico de Jogo........................................... 57

3.6. - Análise Estatística..................................................................................... 58

CAPÍTULO 4 - DESCRIÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1. - Alteração dos indicadores de aptidão física e desempenho técnico de

atletas adultos de basquetebol durante etapa competitiva.................................... 59

XV

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16

4.2. - Associação entre as variáveis antropométricas, desempenho físico e

técnico de atletas de basquetebol de elite durante etapa competitiva..................

70

4.3. - Alteração das variáveis de aptidão física e desempenho técnico de atletas

de basquetebol de elite durante etapa competitiva: comparação entre titulares e

reservas................................................................................................................. 78

CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................. 85

LIMITAÇÕES E PRÓXIMOS PASSOS......................................................... 87

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 88

ANEXOS............................................................................................................. 96

APÊNDICES....................................................................................................... 99

XVI

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17

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1 Trajetória

Comecei a praticar esportes nas escolinhas da prefeitura de Itapetininga–SP e nas aulas de

Educação Física Escolar. Por influência da família, em especial do meu pai, acabei praticando

diferentes modalidades esportivas, mas aos 11 anos, percebi que o basquetebol era meu esporte

predileto. Com 14 anos, mudei para São Paulo com o sonho de me tornar um jogador profissional

de basquetebol.

Paralelamente à vida de atleta amador, em 2000, ingressei no curso de graduação em

Educação física da Universidade Paulista. Nesse momento, decidi mudar o rumo de minha vida,

deixando de lado o sonho de me tornar jogador profissional de basquetebol. Meu sonho agora era

me tornar preparador físico. Fui me aprofundando nas teorias das ciências do esporte e,

especificamente, na preparação física do basquetebol. O meu TCC foi: "A Preparação Física no

Basquetebol".

Em 2006 iniciei o curso de pós-graduação lato sensu em Treinamento Esportivo na FMU

e enquanto cursava a pós-graduação, fui convidado para atuar no departamento de preparação

física dos esportes amadores do São Paulo Futebol Clube (SPFC). Meu sonho estava se

concretizando, pois iniciava meu caminho como preparador físico, não só no basquetebol, mas

em outras modalidades esportivas. Em 2008, me desliguei do SPFC e fui atuar como preparador

físico das equipes de base e adulta de basquetebol do Club Athlético Paulistano (CAP). Nesse

mesmo ano, surgiu a oportunidade do que mais me orgulho, sentido-me um privilegiado, pois fui

convocado para fazer parte das comissões técnicas da confederação Brasileira de Basketball. Em

meados de 2011, surgiu outro convite inesperado: atuar como preparador físico auxiliar de uma

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18

equipe de futebol profissional; e poucos meses depois, mais um novo segmento em minha vida

profissional: à docência nos cursos de pós-graduação lato sensu. Não é nenhum relato de

glorificação, mas um simples conjunto de fatos que julgo terem me ajudado a pensar na proposta

da atual dissertação. Em 2013 meu contrato no futebol profissional encerrou e decidi que meu

momento havia chegado: estudar um pouco mais o basquetebol. Uma dúvida vinha me

perseguindo há tempos: será que o nível de condicionamento físico dos atletas de basquetebol

possui relação direta com o desempenho técnico no jogo? Ingressei no mestrado e voltei ao

paulistano, falei com a comissão técnica sobre a ideia de entender melhor as mudanças

antropométricas, fisiológicas e desempenho técnico de jogo e suas relações em um macrociclo de

competição. Não encontramos dados similares a essa abordagem na literatura nacional, embora

estudos de McGill, Andersen e Horne (2012), mostraram que atletas universitários de

basquetebol com melhor nível de força e velocidade foram os que apresentaram melhor eficiência

nas estatísticas de jogo ao longo de duas temporadas consecutivas; e o de Nunes (2007), com

atletas adultas, identificando que a maior capacidade aeróbia se associou com o maior tempo em

quadra. Será que os mesmos efeitos são encontrados em atletas adultos masculino? Como isso

poderia ocorrer em uma temporada? Não restando muitas alternativas, fomos adiante com a ideia,

portanto...mãos à obra.

1.2 O problema

O basquetebol é um esporte com diferentes exigências motoras no qual os aspectos

fisiológicos dos jogadores são fatores relacionados aos componentes técnicos e táticos durante o

treinamento e os jogos (STOJANOVIC et. al., 2012).

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As últimas alterações nas regras, especialmente em relação a diminuição do tempo para

finalizar o ataque, fizeram com que o basquetebol se tornasse uma modalidade esportiva coletiva

mais intensa e dinâmica, exigindo dos atletas maior participação e velocidade nas tomadas de

decisão. De acordo com Garganta (1998), o basquetebol tende a integrar uma sequência de

situações descontínuas no jogo, implicitamente relacionados, não apenas com as situações

antecedentes, mas também com a imprevisibilidade das situações subsequentes, caracterizando a

sua aleatoriedade.

O basquetebol pode ser considerado uma modalidade esportiva com situações de alta

intensidade, intercaladas por momentos de baixa a moderada intensidade, as quais exigem do

atleta alta capacidade de realizar esforços sucessivos e explosivos, bem como o alto potencial de

recuperação fisiológica para manter o rendimento ao longo do jogo (BORIN et al., 2000; SAIZ e

CALVO, 2004; BEN ABDELKRIM et. al., 2010; CONTE et al., 2015).

Dessa maneira, o basquetebol é caracterizado pela alta demanda do condicionamento

físico, representado pelas capacidades técnicas e táticas dos atletas (HOFFMAN et. al., 1996;

APOSTOLIDIS et. al., 2003; OSTOJIC; MAZIC; DIKIC, 2006). Moreira (2008) considerou que

o treinamento físico é fundamental no “servir” a técnica, bem como sustentar horas de

treinamento técnico e tático requeridos para alcançar o alto rendimento.

De acordo com Ben Abdelkrim et. al. (2007), os atletas de basquetebol necessitam do alto

grau de condicionamento físico, além do perfil antropométrico específico para desempenhar com

sucesso a modalidade. Hoffman et. al. (2000) apontaram que o sucesso do atleta de basquetebol

se associa a aspectos condicionantes de natureza anaeróbia, como a velocidade, a agilidade e a

força explosiva.

Portanto, a determinação das características morfológicas (OSTOJIC et. al., 2006),

fisiológicas (DELEXTRAT; COHEN, 2008) e desempenho técnico (APOSTOLIDIS et. al.,

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20

2003), do atleta de basquetebol, é essencial no planejamento do treinamento esportivo, na

identificação do nível de condicionamento físico, no monitoramento da carga de treino e na

seleção de talentos esportivos (GOMES, 2002).

Por outro lado, o papel do preparador físico de basquetebol no Brasil, tem se resumido, na

realização de avaliações físicas, sendo coadjuvante em muitas equipes nacionais de alto

rendimento e das categorias de base. Essa atuação minimizada repercute na falta de valorização

do preparador físico, esbarrando na comissão técnica, dirigente de clubes e nos próprios atletas.

Percebemos que a cultura da organização do treinamento brasileiro é ainda amadora, se

associando a falta de conscientização, vivência e construção cultural esportiva, além de

contradições entre métodos, da possibilidade de atualização profissional reduzida e baixo

investimento em recursos humanos. A combinação desses aspectos resulta em planejamentos

poucos específicos, fato relativamente diferente em outros países. Hipotetizamos que a escassez

de estudos com atletas de basquetebol nacional é um reflexo dos aspectos citados, pois o espírito

cientifico em todo o processo de planejamento, aplicação e controle do treinamento por parte dos

profissionais, pode contribuir com o cenário esportivo nacional.

Entretanto, a função de profissionais é, dentre várias atribuições, realizar avaliações

físicas, pois fornece informações que permitem diagnosticar, prescrever e prognosticar os

comportamentos individuais dos atletas, bem como maior conhecimento coletivo na organização

tática da equipe e definição de cargas de treinamento (BORIN et. al., 2000).

A relevância da utilização das avaliações físicas e as análises do desempenho técnico de

jogo na organização de uma equipe é considerada por profissionais do esporte, embora não

saibamos qual o entendimento da relação entre os indicadores do perfil de aptidão física e o perfil

técnico do atleta. Questionamos se a melhora dos componentes da aptidão física poderia

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21

contribuir para que o atleta de basquetebol tivesse melhor desempenho nas ações técnicas durante

um jogo.

De forma especulativa, a partir da minha vivência como preparador físico de basquetebol

nas categorias de base e adulta masculina, percebi que diferentes situações relacionadas ao

treinamento esportivo promoveram algumas respostas distintas, não me auxiliando a entender se

a força da associação entre as variáveis antropométricas, neuromusculares e metabólicas poderia

interferir no desempenho técnico de jogo do atleta.

Stojanovic et. al. (2012), demonstraram que a relação entre os diferentes aspectos que

envolvem o desempenho do atleta em uma competição variou em função de fatores fisiológicos,

psicológicos, ambientais e o nível do adversário.

A quantificação do desempenho técnico de jogo de maneira objetiva, feito pela estatística

do jogo (scout técnico) é uma ferramenta comumente utilizada, a qual caracteriza-se pela coleta e

interpretação de cada uma das ações do jogo, independentemente da maneira e sequência que

ocorrem (DE ROSE JR.; TAVARES; GITTI, 2004).

No levantamento bibliográfico do presente estudo, notamos escassez de estudos que

associaram o perfil de aptidão física com o desempenho técnico de jogo de atletas adultos do

sexo masculino de alto rendimento. Destacamos estudo de McGill, Andersen e Horne (2012),

que avaliaram 14 atletas universitários de basquetebol, analisando a relação entre a aptidão física,

aspectos biomecânico, posturais, histórico de lesões e scout técnico de jogo ao longo de duas

temporadas consecutivas. Os autores utilizaram os dados obtidos na única avaliação física

realizada na pré-temporada, e associaram com indicadores de desempenho técnico de jogo,

demonstrando que os atletas com maior força explosiva de membros inferiores permaneceram

mais tempo em quadra, com mais rebotes e tocos; e os mais velozes, permaneceram mais tempo

em quadra, realizando maior número de pontos, assistências e roubos de bola por jogo.

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22

Nunes (2007) avaliou as atletas da seleção brasileira adulta de basquetebol feminino em

duas olimpíadas (Sidney - 2000 e Atenas - 2004) com o objetivo de associar as variáveis de

aptidão física e desempenho técnico de jogo. Identificou que as atletas com maior tempo em

quadra apresentaram maior VO2max, menor índice de massa corporal e porcentagem de gordura.

Gomes et. al. (2015) correlacionaram, as mesmas variáveis do estudo de Nunes (2007), e não

encontraram correlações entre nenhuma das variáveis analisadas em atletas da seleção brasileira

de basquetebol masculino que disputaram o campeonato mundial sub 19.

Percebemos que não houve um consenso nas associações entre aptidão física e

desempenho técnico de jogo apresentadas pelos estudos. Nesse contexto, delineamos o estudo

para explicar a correlação entre as variáveis antropométricas, neuromusculares e metabólicas com

os indicadores de desempenho técnico de jogo, em atletas adultos de basquetebol da elite

nacional em um macrociclo.

1.3 Justificativa

O fator que se relaciona diretamente com a organização, programação e monitoramento

do treinamento esportivo é a realização de testes que avaliam a capacidade especial de trabalho

do atleta, possibilitando melhor controle da carga de treino, bem como a ajustes dos meios e

métodos de treinamento (VERKHOSHANSKI, 2001).

O perfil de aptidão física de um jogador contribui com o sucesso esportivo (IOAKIMIDIS

et. al., 2004), sendo que o conhecimento das características dos atletas deveria ser do interesse de

técnicos e preparadores físicos, no que tange ao acompanhamento da eficácia do treinamento,

prevalência de lesões e na reabilitação, bem como no desenvolvimento do talento esportivo

(LAMONTE et. al., 1999). Adicionalmente, é possível monitorar os indicadores de fadiga,

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23

importantes no controle da síndrome do overtraining (HOFFMAN et. al., 2000; ROGERO;

MENDES; TIRAPEGUI, 2005; MOREIRA et. al., 2008).

Embora os testes de aptidão física sejam importantes, a utilização como instrumento único

no monitoramento da magnitude da carga de treinamento e da condição global de desempenho

pode apresentar limitações relevantes, sobretudo em esportes acíclicos e coletivos como o

basquetebol (MOREIRA et. al., 2010). Desta forma, destacamos que, no âmbito da estruturação e

organização da preparação esportiva do atleta, um dos problemas que mais tem chamado a

atenção dos profissionais que atuam diretamente na prática esportiva é a ausência do controle das

diversas variáveis do treinamento (técnica, tática, física, psicológica) ao longo de uma temporada

(BORIN et. al., 2007). Apesar da evidente importância do controle de cargas, poucas são as

publicações científicas que destacaram as características antropométricas, desempenho físico

(MOREIRA et. al., 2004) e técnico em esportes coletivos.

A avaliação do nível de condicionamento físico para identificar e caracterizar o perfil do

atleta de basquetebol tem sido tema de estudos, principalmente transversais (PETKO; HUNTER,

1997; HOFFMAN et. al., 2000; APOSTODOLIS et. al., 2003; BALCIUNAS et. al., 2006;

OSTOJIC et. al., 2006; GOMES et. al., 2015). Embora a modalidade tenha um histórico de

sucesso na realidade nacional, poucos estudos acompanharam atletas adultos ao longo de um

macrociclo, analisando as adaptações morfofuncionais em associação com indicadores de

desempenho técnico de jogo, bem como a comparação entre atletas titulares e reservas.

Encontramos na literatura estudos relacionados a antropometria (LAMONTE et. al., 1999; BEN

ABDELKRIM et. al., 2007; MOREIRA et. al., 2009), desempenho físico (HOFFMAN et. al.,

1996; PETKO; HUNTER, 1997; APOSTOLIDIS et. al., 2003; BALCIUNAS et. al., 2006;

IOAKIMIDIS et. al., 2004; DELEXTRAT; COHEN, 2008; LEITE et. al., 2012; GOMES et. al.,

2015) e desempenho técnico de jogo (NUNES, 2007; McGILL; ANDERSEN; HORNE, 2012;

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CONTE et. al., 2015). Portanto, entendemos que o diagnóstico e análise das variáveis utilizadas

no presente estudo poderão auxiliar no entendimento das associações entre o perfil de aptidão

física e desempenho técnico de jogo de atletas adultos de basquetebol da elite nacional.

1.4 Objetivos do Estudo e Hipóteses

O objetivo do presente estudo foi analisar e associar o perfil de aptidão física e

desempenho técnico de jogo de atletas adultos de basquetebol da elite nacional.

Os objetivos específicos, com procedimentos, análises e hipóteses específicos, seguem:

Objetivo específico 1 - Analisar o comportamento das variáveis antropométricas,

neuromusculares, metabólicas e desempenho técnico de jogo de atletas adultos de basquetebol da

elite nacional durante uma competição.

Hipóteses:

Não haverá alterações significantes nas variáveis antropométricas e desempenho técnico

de jogo entre as avaliações PRE - POS.

Haverá alterações positivas e significantes nos resultados das variáveis neuromusculares e

metabólicas entre as avaliações PRE - POS.

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Objetivo específico 2 – Correlacionar as variáveis antropométricas, desempenho físico e técnico

de jogo de atletas adultos de basquetebol da elite nacional em um macrociclo.

Hipóteses:

Haverá correlações significantes entre as variáveis antropométricas, neuromusculares e

metabólicas em ambos os momentos de avaliação.

Haverá correlações significantes entre as variáveis neuromusculares e metabólicas com

desempenho técnico de jogo em ambos os momentos de avaliação.

Objetivo específico 3 – Comparar o comportamento das variáveis antropométricas,

neuromusculares, metabólicas e desempenho técnico de jogo de atletas adultos titulares e reservas

em um macrociclo.

Hipóteses:

Não haverá diferenças estatísticas nas variáveis antropométricas entre os atletas titulares e

reservas em ambos os momentos de avaliação.

Os resultados das variáveis neuromusculares e metabólicas serão diferentes entre os

atletas titulares e reservas somente na avaliação POS.

O desempenho técnico de jogo será diferente entre os atletas titulares e reservas em

ambos os momentos de avaliação.

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CAPÍTULO 2 - REVISÃO DA LITERATURA

2.1. - Basquetebol: Caracterização Fisiológica

O basquetebol é uma modalidade esportiva coletiva caracterizada por manifestar esforços

máximos explosivos, com movimentos que exigem aceleração, alternados com situações de baixa

intensidade. Os esforços são acíclicos, caracterizados pela alternância e intermitência de

mudanças bruscas de direção com e sem bola, saltos, arremessos, posições defensivas e situações

sem movimento (COMETTI, 2002).

O jogo de basquetebol tem duração de 40 minutos. Durante o jogo ocorrem interrupções

na contagem do tempo (tempo técnico, substituições, lance livre, bola fora de jogo, após faltas,

entre outras), fazendo com que a duração total do jogo possa variar entre 75 a 90 minutos

(McINNES et. al., 1995).

O jogo possui demanda tanto aeróbia quanto anaeróbia, apesar das ações de alta

intensidade ocorrerem em baixa duração. Em função dos esforços serem intermitentes, h

constantes variações do tipo, duração e intensidade das ações. O estresse imposto pelas cargas do

jogo analisado pelos sucessivos esforços e intervalos de recuperação, elucida a dificuldade em se

definir qual a participação especifica das vias metab licas, o que torna o entendimento dessa

demanda limitada (BEN ABDELKRIM et. al., 2010).

e acordo com o ubun e aniel ( ), acredita-se ue ha a maior contribuição da

pot ncia al tica como via metab lica principal na produção de ener ia dos estos técnicos

determinantes. McInnes et. al. (1995) verificaram que uma ação intensa ocorre a cada 21

segundos, sendo que em 50% delas a duração média é inferior a dois segundos. intermit ncia,

dado o car ter aleat rio dos intervalos de esforço e recuperação, adapta as vias ener éticas, a um

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nível de ativação elevado ao lon o de todo o o o, sendo sustentado pela din mica intermitente

na maioria de seus conte dos no treinamento (LAMAS, 2006).

De acordo com Borin et. al. (2000), as informações isoladas, como total de gestos

efetuados, distância percorrida, gasto energético, frequência cardíaca, duração e intensidade da

atividade, entre outras, são importantes para que técnicos e preparadores físicos elaborem os

programas de treinamentos com maior eficácia.

Conte et. al. (2015) identificaram os deslocamentos e diversos movimentos de atletas da

elite feminina em cinco jogos (três da 1a divisão italiana e dois da liga europeia). Eles observaram

que cada atleta executou 576 ± 110 mudanças de atividade, com os sprints ocorrendo a cada 33,3

s quando a bola estava "em jogo". A maioria desses sprints ocorreu em distâncias inferiores a

10m (86,7%). Os autores ressaltaram que, as atividades de sprint repetido são componentes

significantes em atletas de elite. Os resultados desse estudo apontaram a característica acíclica do

basquetebol, identificando que a via anaeróbia alática apresenta grande contribuição no

desempenho do atleta.

Borin et. al. (2000) e Saiz e Calvo (2004) entendem que o basquetebol é um esporte de

alta intensidade em função das variações sucessivas da frequência cardíaca (FC) nos diversos

momentos e ações do jogo.

No estudo, realizado por Ben Abdelkrim et. al. (2010), foi monitorado a FC de atletas

juniores em 6 jogos, identificando que em 19,3 ± 3,5% do tempo de bola "em jogo" a FC esteve

acima dos 95%, e em 56,0 ± 6,3% esteve entre 85 e 95% da FCmax, evidenciando as situações de

alta intensidade intercaladas por momentos de baixa a moderada intensidade, as quais exigem do

atleta de basquetebol alta capacidade de realizar sucessivos esforços explosivos, bem como o alto

potencial de recuperação desses esforços para que exista menor queda de rendimento ao longo do

jogo.

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Diante das exigências apresentadas no jogo de basquetebol, torna-se evidente que os

atletas de basquetebol de elite possuam características específicas de aptidão física. O nível dessa

aptidão pode afetar a estratégia de jogo e, consequentemente, o sucesso dentro da partida.

(HOFFMAN et. al., 2000).

Entre as características antropométricas que os estudos dão mais destaques estão a

estatura e a massa corporal (JANEIRA, 1994). Segundo Hoare (2000), as características

antropométricas e desempenho físico podem ser úteis na identificação de perfis de jogadores de

basquetebol adulto de elite.

Ostojic, Mazic e Dikic (2006) avaliaram 60 atletas adultos sérvios (23,4 ± 3,5 anos), de

cinco equipes que disputavam a 1a

divisão da liga nacional, destacando a estatura de 199,5 ± 8,2

cm, a massa corporal 96,5 ± 11,2 kg e o percentual de gordura corporal 11,5 ± 4,6 %. Para o teste

de salto vertical, com contramovimento (CMJ) e mãos fixas na cintura, encontraram a altura de

57,4 ± 7,7cm; e para o teste de 20-m shuttle run (LEGER; LAMBERT, 1982), o VO2max

estimado foi 49,8 ± 4,9 ml/kg/min. Os autores observaram correlação forte entre a composição

corporal, VO2max e salto vertical em atletas de basquetebol de elite.

No estudo, realizado com atletas adultos da NBA, Gonzalez et. al. (2013) identificaram as

principais características antropométricas e desempenho físico, mostrando os valores para idade,

estatura, massa corporal e percentual de gordura, respectivamente, de 28,2 ± 3,4 anos, 200,9 ± 9,4

cm; 104,7 ± 13,9 kg e 7,2 ± 1,9%.

Com intuito de apontar as características antropométricas e avaliar o condicionamento

anaeróbio de atletas de basquetebol, Delextrat e Cohen (2008) avaliaram 16 atletas universitários

ingleses (23,6 ± 2,8 anos), nos testes: salto vertical CMJ, corrida em 20 metros (C20), corrida

T40m (T40), suicídio (Line Drill) e força máxima no supino reto (SR). Os resultados na estatura

foi de 189,8 ± 8,0 cm, massa corporal 88,3 ± 10,1 kg e percentual de gordura 12,2 ± 4,7%. Nos

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testes do salto vertical CMJ, corrida C20, corrida T40, suicídio e SR, eles encontraram,

respectivamente, os valores de 54,3 ± 4,6 cm, 3,33 ± 0,26 s, 9,49 ± 0,56 s, 29,0 ± 1,0 s e 91,9 ±

4,6 kg. De acordo com os autores, os fatores de sucesso no basquetebol moderno são

relacionados com agilidade e potência anaeróbia (corrida T40 e salto vertical), enquanto a

capacidade anaeróbia (teste do suicídio) parece não desempenhar papel importante.

Castagna et. al. (2009) descreveram o condicionamento aeróbio e a força explosiva de

membros inferiores de atletas amadores de basquetebol italiano - nível regional. Eles avaliaram

11 atletas, sendo a idade de 24,5 ± 3,5 anos, estatura 192,3 ± 8,9 cm, massa corporal 84,4 ± 11,4

kg e percentual de gordura 10,0 ± 1,2%. No teste de salto CMJ, encontraram a altura de 47,0 ±

5,8 cm; e no teste de 20-m shuttle run (LEGER; LAMBERT, 1982), o VO2max foi 60,9 ± 6,3

49,8 ml/kg/min, mensurado por meio do analisador de gases portátil (K4b2, Cosmed).

Os estudos citados evidenciaram as características antropométricas específicas dos atletas

de basquetebol, especialmente estatura e massa corporal. São nítidas as vantagens no jogo de

basquetebol daqueles que possuem valores mais elevados de estatura e massa corporal

(especialmente massa magra), contemplando com o desempenho físico, técnico e tático.

Uma vez entendendo a importância da identificação do nível de aptidão física do atleta, os

testes de desempenho físico, como destacado anteriormente, poderão auxiliar na identificação do

talento esportivo. Hoare (2000) destacou a importância da avaliação do desempenho físico no

início do treinamento, pois permite identificar algum tipo de deficiência neuromuscular ou

metabólica, bem como o nível inicial de condicionamento físico dos atletas.

É de grande importância a escolha dos critérios quantitativos do nível de condicionamento

físico dos atletas, permitindo que a comissão técnica, possa planejar todo o processo de

treinamento (GOMES, 2002).

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Nesse contexto, segundo Moreira (2002), alguns cuidados com a realização dos testes e

avaliações no basquetebol devem ser tomados para garantir a eficiência do processo de

treinamento, pois ao realizar uma bateria de testes, é necessário verificar alguns pontos

importantes como: as variáveis testadas são relevantes? Os testes selecionados são fidedignos e

válidos? Os testes são os mais específicos possíveis para a modalidade?

Identificamos na literatura estudos que utilizaram na avaliação da força: os testes de salto

vertical squat jump (MARKOVIC et. al., 2004), salto vertical com contramovimento (BEN

ABDELKRIM et. al., 2010; CASTAGNA et. al., 2008; CASTAGNA et. al., 2009; MOREIRA,

2006; OSTOJIC; MAZIC; DIKIC, 2006), salto horizontal (McGILL; ANDERSEN; HORNE,

2012; MOREIRA, 2002), força máxima no agachamento e no supino reto (BEN ABDELKRIM

et. al., 2010; DELEXTRAT; COHEN, 2008).

De acordo com Markovic et. al. (2004), os testes com mais alta reprodutibilidade, tem

sido testes de salto vertical squat jump (SJ) e o salto vertical com contramovimento (CMJ). A

diferença principal entre eles é que o SJ avalia principalmente a capacidade de produzir força

(concêntrica), e o CMJ, a capacidade dos atletas utilizarem o ciclo alongamento-encurtamento

(potencial elástico) do músculo. De acordo com Ben Abdelkrim et. al. (2010), o mais comum é o

CMJ com mãos na cintura.

O tapete de contato ou a plataforma de força são os recursos mais utilizados na avaliação

da altura do salto vertical. De acordo com Moreira et. al. (2006), a utilização do tapete de contato

possibilita a aferição e controle do desempenho do salto vertical com um custo relativamente

baixo e acessível a treinadores e pesquisadores, quando comparada à plataforma de força, que é

um dos equipamentos mais utilizados nas pesquisas laboratoriais, e considerado como “padrão

ouro” nas medidas de força.

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Moreira et. al. (2006) verificaram a reprodutibilidade do CMJ em dois momentos

distintos em atletas de alto rendimento de basquetebol do sexo masculino. Os autores

encontraram alto coeficiente de correlação, valores elevados de coeficiente intraclasse (PRÉ =

0,98 e PÓS = 0,99) e baixos valores para coeficiente de variação (1,88), indicando alta

reprodutibilidade com o salto vertical.

Na avaliação da velocidade de corrida, identificamos: os testes de corrida cíclica em 20

metros (DELEXTRAT; COHEN, 2008; GOMES et. al., 2015), corrida cíclica em 30 metros

(BEN ABDELKRIM et. al., 2010) e corrida cíclica-acíclica em 40 metros (BEN ABDELKRIM

et. al., 2010; DELEXTRAT; COHEN, 2008; PAOULE et. al., 2000). Para avaliação da

capacidade anaeróbia: o teste do suicídio ou line drill (DELEXTRAT; COHEN, 2008;

MOREIRA; DE SOUZA; OLIVEIRA, 2002) e repeated sprint ability (CASTAGNA et. al.,

2008). Para avaliação da capacidade aeróbia-anaeróbia: o teste de 20-m shuttle run (BEN

ABDELKRIM et. al., 2010; CASTAGNA et. al., 2009; OSTOJIC; MAZIC; DIKIC, 2006) e o

yo-yo test (CASTAGNA et. al., 2008).

Ben Abdelkrim et. al. (2010) avaliaram a força explosiva, força máxima, velocidade,

agilidade e capacidade aeróbia em 18 atletas de basquetebol sub 19. Eles utilizaram os seguintes

testes: salto horizontal quíntuplo alternado (11,7 ± 0,4m); teste de força máxima no supino reto

(92,1 ± 8,3kg) e agachamento (128,1 ± 11,9kg); corrida em 10 (1,98 ± 0,17s), 20 (3,23 ± 0,18s) e

30m (4,31 ± 0,18s); agilidade T40 (11,56 ± 0,46s) e o teste de 20-m shuttle run (53,2 ±

2,7ml/kg/min-1

). Ostojic, Mazic e Dikic (2006) utilizaram os testes de salto vertical CMJ (57.4 ±

7.7cm) e teste de 20-m shuttle run (49,8 ± 4,9 ml/kg/min).

Pauole et. al. (2000) examinaram a validade e reprodutibilidade do teste T40 como

medida da agilidade, potência e velocidade em homens e mulheres fisicamente ativos. O teste

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consiste em percorrer 40 metros o mais rápido possível, com 4 desacelerações, seguidas por

mudanças de direção rápidas e explosivas. O valor de coeficiente intraclasse apontado foi de

0,98. Para os homens, foram encontradas correlações do T40 entre os testes de corrida de 40

jardas (36,5m), CMJ e teste de agilidade hexagonal de r = 0,53, r = 0,49 e r = 0,42,

respectivamente. Para as mulheres, as correlações correspondentes foram r = 0,73, r = 0,55 e r =

0,48, respectivamente. Segundo os autores, o teste T40 parece ser altamente confiável e mede

uma combinação de componentes, incluindo a velocidade da corrida, potência de MMII e

agilidade, podendo ser utilizado para diferenciar aqueles de alto e baixo nível de

condicionamento físico esportivo. Atualmente, o teste T40 tem sido vastamente utilizado pelas

equipes de basquetebol nacional.

Moreira, De Souza e Oliveira (2002) verificaram a relação entre as medidas do limiar

anaeróbio (Lan), velocidade de deslocamento em corrida de 25m e a resistência de velocidade

(Line Drill) em uma equipe de atletas adultas de basquetebol. Os resultados demonstraram que

houve uma baixa correlação entre o limiar anaeróbio e a corrida de 25m (r= -0,36), mas uma

correlação alta entre a corrida de 25m e Line Drill (r= 0.83). Os autores concluíram que o Lan

possui pouca importância como controle da capacidade especial, embora deva ser considerado

durante o processo de preparação de atletas de basquetebol.

Com intuito de avaliar a resistência anaeróbia, Castagna et. al. (2008) realizaram o

repeated sprint ability (RSA) por meio do protocolo de 10 tiros de 30m (15m de ida e volta) com

pausa de 30s, em atletas jovens de basquetebol. Os autores identificaram que o descanso passivo

durante os 30s de pausa entre os tiros apresentou menor índice de fadiga (3,39 ± 2,3) do que o

descanso ativo (5,05 ± 2,4).

Castagna et. al. (2008) analisaram as correlações entre o Yo-yo Intermittent Recovery

Nivel I (Yo-yo) com VO2max (realizado em esteira motorizada), limiar ventilatório, economia de

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corrida, CMJ, RSA e line drill. O Yo-yo apresentou correlações significantes com o VO2max (r =

0.77), limiar ventilat rio (r =−0.60) e line drill (r =−0.5 ). e acordo com os autores, esses

resultados mostraram que o Yo-yo pode ser considerado um teste específico válido para avaliação

da capacidade aeróbia em atletas de basquetebol. Moreira et. al. (2008) acrescentaram que o Yo-

yo pode ser um bom indicador da resistência à fadiga, independentemente dos fatores que

contribuem para seu construto, bem como um importante teste de avaliação do acompanhamento

do nível de condicionamento físico do esportista ao longo de um macrociclo.

Notamos uma gama ampla e variada de testes físicos que permitem investigação precisa

do nível de aptidão física de atletas de basquetebol. Deste modo, entendemos que o

acompanhamento do nível de aptidão física dos atletas, por meio dos testes e avaliações, pode e

deve ser realizado, desde que seja inserido nos momentos adequados da periodização da equipe.

2.2. - Aspectos Técnicos no Basquetebol

O basquetebol pode ser caracterizado como um esporte de cooperação e oposição,

envolvendo ações simultâneas entre duas equipes que ocupam um espaço comum,

proporcionando contato direto entre os participantes promovendo uma grande variedade de

situações (DE ROSE JR.; TAVARES; GITTI, 2004). A cooperação se justifica pela participação

coletiva dos membros da equipe, permitindo pontuar ou impedir o sucesso da equipe adversária

(DE ROSE JR, 2006). A oposição pode ser entendida pelas ações que tem como finalidade a

recuperação, conservação e progressão da bola (GARGANTA, 1998).

De acordo com Ferreira e De Rose Jr. (2003), o basquetebol é composto por um conjunto

de habilidades específicas (fundamentos técnicos), organizadas aciclicamente, dentro do contexto

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de jogo, devendo ser executada de forma mais objetiva e econômica possível (MORALES;

GREGO, 2007).

A execução correta dos fundamentos e das ações individuais e coletivas no basquetebol é

dependente da condição física, técnica e tática, além da capacidade cognitiva na realização de

todas as ações no contexto do jogo (DE ROSE JR, 2006), com a menor queda de desempenho

(LAMAS, 2006).

Os fundamentos do basquetebol podem ser classificados em dois grandes grupos: defesa

(posição defensiva, deslocamentos na posição defensiva e rebote de defesa) e ataque (drible,

passes, arremessos e rebote de ataque). Segundo Ferreira e De Rose Jr. (2003), quando

combinados, os fundamentos formam pequenas estruturas grupais (situações de jogo: 1 contra 1;

2 contra 2 e 3 contra 3) que por sua vez levam a uma organização tática (sistemas de defesa e

ataque) necessária para que se obtenha um mínimo de eficiência coletiva (DE ROSE JR;

GASPAR; SINISCALCHI, 2002).

O jogo de basquetebol pode ser analisado pelo desempenho técnico dos atletas,

procurando-se determinar o nível de suas ações, a execução dos fundamentos e a eficiência dessa

execução. A estatística de jogo, por meio do scout técnico, é utilizada mundialmente e existem

critérios que definem previamente cada um desses indicadores para garantir a objetividade das

observações e da quantificação. Entretanto, as pesquisas que utilizaram a análise das estatísticas

de jogo ao longo de uma temporada é bastante escassa. Sampaio, Lago e Drinkwater (2010)

buscaram, por meio das estatísticas de jogo, explicar as oito vitórias consecutivas dos Estados

Unidos da América (EUA) nas olimpíadas de Pequim-2008. Além do maior aproveitamento nos

arremessos, as bolas recuperadas (soma de bolas roubadas, tocos seguidos de posse e os erros do

adversário) foram as variáveis que justificaram o sucesso da equipe norte-americana.

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35

Os resultados do estudo de Ibanez et. al. (2008) mostraram que a maior porcentagem de

acerto nos arremessos de dois pontos e domínio do rebote defensivo das equipes vencedoras

foram associados a baixa percentagem de arremessos de dois pontos, três pontos e lances-livres

das equipes derrotadas.

Segundo Garganta (1998), a técnica e a tática no basquetebol podem ser representada pela

conexão dos fatores relacionados à problematização na organização do jogo. Saber relacionar-se

com as variáveis do jogo e organizar as informações necessárias para executar a ação, é

imprescindível para o atleta. Ele deve saber inter-relacionar e organizar informações inerentes às

situações de jogo, tais como: o que, quando, onde e como fazer. A execução da ação é

influenciada pelo contexto, velocidade e imprevisíveis variáveis relacionadas ao jogo, que

interferem diretamente no desempenho.

2.3. - Periodização do Treinamento no Basquetebol

O processo de preparação global do atleta visa melhora e aperfeiçoar a capacidade de

trabalho. A programação do treinamento envolve o treinamento físico, técnico, tático e intelectual

(BARBANTI, 1997). O processo de treinamento deverá induzir adaptações fisiológicas que

contribuam com o desempenho no esporte durante a competição (NUNES et. al., 2014).

De acordo com Verkhoshanski (2001), na organização e elaboração da estrutura do

treinamento físico, há a necessidade de se analisar todas as necessidades e particularidades

especiais da modalidade, pois cada uma possui sua própria estrutura e orientação de gestos,

coordenação muscular e abastecimento energético. Moreira (2002), nesse mesmo sentido,

acrescenta outros aspectos que devem ser analisados, como: as concepções metodológicas; a

organização do conteúdo de treinamento ao longo da temporada; os meios e métodos de

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36

treinamento com finalidades gerais, específicas e especiais; o calendário competitivo; e as

competições prioritárias.

É indispensável que, técnicos, assistentes técnicos e treinadores físicos conduzam de

forma conjunta a programação do treinamento a fim de se atingir os melhores resultados de sua

equipe.

Apesar da importância da periodização no basquetebol, identificamos na literatura

nacional, poucos estudos com essa abordagem (MOREIRA et. al., 2004; MOREIRA et. al., 2005;

MOREIRA et. al., 2008; NUNES et. al., 2014). A carência desse material teórico prejudica o

entendimento sobre os efeitos das distintas cargas de treinamento na preparação dos atletas de

basquetebol e, ainda, de dados consistentes que ofereçam subsídios importantes relacionados aos

principais fatores que determinam a capacidade especial de trabalho e, por consequência, que

suportem uma organização racional e efetiva do processo de treinamento (MOREIRA et. al.,

2005).

Com o propósito de organizar e distribuir as cargas, os conteúdos, os meios e métodos de

treinamento, ao longo da temporada, os preparadores físicos e treinadores que conseguem

planejar adequadamente o treinamento, seguem concepções metodológicas distintas. A mais

comumente utilizada é a metodologia tradicional, que se estrutura em períodos de treinamento

bem definidos, conhecidos como: o período preparatório, competitivo e transitório. Esse modelo

visa a aplicação de diferentes meios e métodos de treinamento, com objetivos distintos,

distribuídos de forma simultânea (na mesma sessão de treinamento ou microciclo) e paralela

(fases de maior duração), consistindo na organização do treinamento de forma concorrente e de

utilização da carga de maneira diluída, compreendendo treinamento paralelo de várias

capacidades motoras (força, velocidade e resistência) e suas manifestações, com o objetivo de

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37

desenvolvimento e aperfeiçoamento de todas elas. Essa concepção de periodização do

treinamento foi difundida pelo pesquisador russo Matveev (MATVEEV, 1997).

A metodologia contemporânea (nome atribuído pelo pesquisador Yuri Verkhoshanski),

também conhecida como o método das cargas concentradas, consiste na introdução sucessiva dos

meios e métodos específicos, separados e concentrados no tempo em função do potencial, direção

e efeitos cumulativos e posteriores. Esse modelo prevê a concentração de cargas de diferentes

orientações fisiológicas em determinadas etapas da preparação, promovendo a predominância de

estímulos unilaterais em fases distintas do processo de treinamento e uma constante introdução de

meios e métodos cada vez mais potentes e com direções bem definidas (GOMES, 2002).

Um dos problemas relacionados com o processo de preparação desportiva adotando os

modelos tradicional e contemporâneo, sem dúvida, tem sido o período reduzido destinado a

preparação em função do calendário esportivo (MOREIRA et. al., 2005). O professor Antônio

Carlos Gomes, buscando atender as exigências do calendário do futebol nacional, propôs o

modelo das cargas seletivas. O autor justifica a utilização deste modelo em virtude do futebol não

apresentar tempo suficiente para uma preparação adequada dos atletas antes do início da

competição. Esse modelo tem como alvo principal o aperfeiçoamento das capacidades de

velocidade, com pouca oscilação do volume de treinamento, buscando melhora da forma

desportiva durante toda a temporada (GOMES, 2002).

Segundo Moreira (2006), o sistema de cargas seletivas carece de investigações que

suportem a sua possibilidade de utilização no basquetebol de alto rendimento. A estratégia

descrita para a organização do mesmo ainda é limitada para implementação segura e eficaz. Por

outro lado, o referencial teórico, parece ser interessante para a modalidade, especialmente,

quando não se tem tempo suficiente para se organizar uma pré-temporada seguindo o modelo de

Matveev ou Verkhoshanski.

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38

Moreira et. al. (2004) investigaram a dinâmica das alterações da força explosiva de salto

vertical e horizontal em oito momentos (M) distintos da temporada em oito atletas adultos de

basquetebol masculino - divisão especial do campeonato estadual paulista - submetidos ao

sistema de treinamento das cargas concentradas. Na estruturação da periodização, os dois

macrociclos de treinamento foram divididos em etapa básica (cargas concentradas de força),

etapa especial (maior volume de utilização dos exercícios de velocidade e maior intensidade

metabólica) e etapa de competição. No salto vertical, por exemplo, os resultados da mediana no

primeiro macrociclo foram: M0 = 44,1 ± 1,5 cm, M1 = 47,3 ± 4,0 cm e M2 = 40,7 ± 5,0 cm; e no

segundo macrociclo foram: M0 = 40,7 ± 5,0 cm, M1 = 43,10 ± 3,9 cm, M2 = 42,2 ± 5,7, M3 =

47,70 ± 6,4 e M4 = 47,70 ± 4,7. Eles observaram comportamento semelhante para o salto

horizontal. Os resultados apontaram para a eficácia do sistema das cargas concentradas no

basquetebol, pois os atletas alcançaram o efeito posterior duradouro de treinamento

(supercompensação retardada) no momento ideal da competição.

Para analisar o efeito de diferentes modelos de estruturação da carga de treinamento e

competição no desempenho do teste Yo-yo, Moreira et. al.(2008) utilizaram 32 atletas de

basquetebol masculino - divisão especial do campeonato estadual paulista, dividindo-os em três

grupos: cargas seletivas (CS), cargas concentradas (CC) e cargas complexas (CX). O modelo de

estruturação das CX seguiu durante a etapa preparatória a estrutura das CC e durante a etapa

competitiva a das CS. Os atletas foram avaliados em três momentos (M) distintos da temporada -

início (M0) e final da etapa preparatória (M1), e no final da etapa competitiva (M2). Os

resultados evidenciaram que entre M0 e M1, os grupos CX e CC reduziram o desempenho em

12,0% e 11,6%, respectivamente, e o grupo CS não apresentou diferenças. Por outro lado, entre

M0 e M2, o grupo CX e CC demonstraram aumento de 17,8% e 17,3% , respectivamente,

enquanto o grupo CS demonstrou aumento de 12,3%.

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39

Nesse estudo, Moreira et. al. (2008) mostraram que no condicionamento aeróbio, as

cargas concentradas de força (grupo CX e CC) induziram alterações negativas importantes,

diferente das cargas diluídas (CS), que induziram estagnação (M0-M1). Os atletas do grupo CX e

CC apresentaram maiores ganhos entre M0-M2, porém, os atletas pertencentes ao grupo CS

também revelaram importantes ganhos. Segundo os autores, todos os três modelos investigados

mostraram-se eficazes e a seleção do modelo apropriado deve ser determinada a partir do

conhecimento da heterocronia das respostas de adaptação à distribuição das cargas de

treinamento e competição e, ainda, ajustadas em conformidade com o calendário competitivo.

Em publicação com atletas de basquetebol do sexo feminino, Moreira et. al. (2005)

realizaram avaliações durante um mediociclo composto por 51 sessões de treinamento seguindo o

modelo das cargas seletivas. O primeiro momento de coleta de dados (M1) foi realizado durante a

primeira semana do mediociclo e o segundo momento (M2) foi realizado no início da sexta

semana de treinamento. Os resultados demonstraram melhora significante no teste T40 de 9,60 ±

0,30 s para 9,28 ± 0,13 s; no salto vertical com contramovimento (CMJ) de 22,8 ± 2,3 cm para

27,5 ± 2,3 cm; no salto vertical sem contramovimento (SJ) de 22,4 ± 2,1 cm para 26,7 ± 1,9 cm; e

no salto horizontal parado de 1,87 ± 0,08 m para 1,94 ± 0,08 m.

Nunes et. al. (2014) investigaram o efeito de um programa de treinamento periodizado na

percepção da carga de treinamento interna, aspectos psicológicos, respostas imuno-endócrinas e

desempenho físico em 19 atletas de basquetebol da elite feminina. As atletas foram monitoradas

por 12 semanas antes de um campeonato internacional, que incluiu: duas fases de intensificação

da carga de treino, que compreenderam a 4a, 5

a e 6

a semanas e a 8

a, 9

a e 10

a semanas; e duas

fases de tapering (redução da carga de treino), que compreenderam a 7a, 11

a e 12

a semanas. Os

resultados evidenciaram melhoras no teste de 1 RM no supino de 59,6 ± 5,2 kg para 66,0 ± 5,4

kg, no teste de 8RM agachamento 75,3 ± 8,0 kg para 81,0 ± 7.6 kg, no salto SJ de 35,9 ± 4,4 cm

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40

para 39,4 ± 3,9 cm, no teste T40 de 9,20 ± 0,34 para 9,05 ± 0,40, e no teste Yo-Yo de 527 ± 146

para 576 ± 134 m. O planejamento do treinamento foi considerado eficaz em preparar as atletas

para a competição, pois indicou nas melhoras no desempenho físico após o tapering.

A periodização do treinamento, independente de sua concepção metodológica, pode

envolver fases de maior intensificação das cargas de treino, as quais geralmente ocorrem na pré-

temporada, e fases de menor intensificação das cargas de treino, as quais permitem recuperação

parcial ou total (GOMES, 2002). De acordo com Matveev (1997), a preocupação com o nível de

desempenho do atleta de basquetebol deve estar associada a um controle rigoroso de

determinados elementos da preparação, bem como com os fatores que a influenciam.

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41

CAPÍTULO 3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 - Delineamento do Estudo

O presente estudo acompanhou atletas adultos de basquetebol do sexo masculino durante

um macrociclo entre julho e outubro de 2015 (90 dias), estruturado em quatro semanas no

período preparatório e nove semanas no período competitivo. Os termos adotados nesse estudo

relacionados a periodização do treinamento foram baseados na terminologia do emérito professor

russo Leev Pavilovitch Matveev (MATVEEV, 1997).

3.2. - Perfil Amostral

A amostra do presente estudo foi composta por 11 atletas de basquetebol do sexo

masculino com média de idade de 25,1 ± 4,3 anos, estatura: 195,4 ± 11,3 cm, massa corporal:

101,5 ± 22,0 kg e prática da modalidade: 10,1 ± 4,2 anos, sendo divididos em: três armadores,

quatro laterais e quatro pivôs, com experiência em competições da elite do basquetebol brasileiro.

A equipe avaliada participou da liga nacional de basquetebol (NBB), com o segundo melhor

resultado na edição 2013-2014 (dois meses antes do início do presente estudo) e foi como vice-

campeã do Campeonato Estadual Paulista - série especial (em 2013). Todos os atletas que

competiram na edição 2013-2014 permaneceram na equipe na temporada 2014-2015. Dos 11

atletas avaliados, 3 participaram das seleções brasileiras de basquetebol sub 23 e Adulta.

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42

3.3. - Critérios de Seleção da Amostra

Foi realizado contato com a equipe de basquetebol e, após autorização, foi realizada

reunião com treinadores (treinador principal, assistente técnico, preparador físico e fisioterapeuta)

da equipe, sendo expostos os objetivos da pesquisa. O contato subsequente foi com os atletas,

sendo assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) na participação da

pesquisa, momento que foram instruídos dos procedimentos adotados. Todos os procedimentos

experimentais adotados foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São

Judas Tadeu (639111/2014).

Os critérios de inclusão amostral foram: 1) ser atleta de basquetebol competitivo há pelo

menos quatro anos; 2) estar apto a participar de treinamentos físicos intensos e competições.

Foram excluídos do estudo atletas que: a) se ausentaram nas sessões de treinamento em mais de

10% das sessões (alternadamente); b) estiveram ausentes em mais de quatro dias consecutivos de

treinamento; c) apresentaram qualquer lesão ou impedimento motor para o treinamento; d) não

realizaram um dos testes em qualquer momento das avaliações.

Apresentaram-se 12 atletas, porém 11 concluíram o estudo, motivado por lesão na

articulação do joelho esquerdo após o 8o jogo, impossibilitando de participar das avaliações e

treinamento.

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43

3.4 - Descrição Geral das Sessões de Treinamento e Competição

O quadro 1 apresenta o macrociclo das avaliações e jogos que a equipe esteve engajada na

temporada de 2014.

QUADRO 1 - Macrociclo das avaliações e jogos da equipe no Campeonato Estadual Paulista

Os atletas se apresentaram para o início da temporada 2014-2015 em julho de 2014, após

um período de cinco semanas de férias (último jogo dessa equipe foi a final do NBB que ocorreu

no dia 31 de maio de 2014). Nesse período de férias, os atletas relataram ter realizado repouso

absoluto nas primeiras três semanas e alguns treinos de corrida e musculação (não

supervisionados) nas últimas duas semanas com a intenção de manter o estado de

condicionamento físico.

O quadro 2 apresenta os microciclos (ciclos compreendendo uma semana de treinamento)

de treinamento da equipe de basquetebol, contemplando os jogos (vitórias e derrotas), as sessões

de treino, as avaliações e os dias de descanso.

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44

PRÉ-TEMPORADA

SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM

Microciclo 1

07 a 13/07

Apresentação

da equipe

Treino 1

Treino 2

Treino 3

Treino 4

Treino 5

Treino 6

Treino 7

Folga Folga

Microciclo 2

14 a 20/07

Treino 8

Treino 9

Treino 10

Treino 11

Treino 12

Treino 13

Treino 14

Treino 15

Folga Folga

Microciclo 3

21 a 27/07

Treino 16

Treino 17

Treino 18

Treino 19

Treino 20

Treino 21

Treino 22

Treino 23

Folga Folga

Microciclo 4

28/07 a 03/08

Avaliação

PRE - dia 1

Avaliação

PRE - dia 2

Treino 24

Treino 25

Treino 26

Treino 27

Treino 28

Treino 29

Folga

TEMPORADA COMPETITIVA

SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM

Microciclo 5

04 a 10/08

Treino 29 Treino 30 Treino 31 Jogo 1

Treino 32 Jogo 2 Folga

Microciclo 6

11 a 17/08

Treino 33 Treino 34 Treino 35 Jogo 3

Treino 36 Jogo 4

Folga

Microciclo 7

18 a 24/08

Treino 37 Treino 38 Treino 39 Jogo 5

Treino 40 Jogo 6

Folga

Microciclo 8

25 a 31/08

Treino 41 Treino 42 Treino 43 Jogo 7

Treino 44 Jogo 8

Treino 45

Microciclo 9

01 a 07/09

Treino 46 Jogo 9

Treino 47 Jogo 10

Folga Folga Avaliação

POS - dia 1

Microciclo 10

08 a 14/09

Avaliação

POS - dia 2

Treino 48 Treino 49 Jogo 11

Treino 50 Jogo 12

Treino 51

Microciclo 11

15 a 21/09

Treino 52 Treino 53 Jogo 13

Jogo 14

Folga Treino 54 Treino 55

Microciclo 12

22 a 28/09

Treino 56 Treino 57 Treino 58 Jogo 15

Treino 59 Jogo 16

Treino 60

Microciclo 13

29/09 a 03/10

Treino 61 Jogo 17

Jogo 18

Treino 62 Treino 63 Treino 64 Jogo 19

TOTAL

DE

TREINOS 64 treinos

TREINOS

FÍSICOS 36 treinos

TREINOS

TÉCNICOS 28 treinos

TREINOS

TÁTICOS 50 treinos

TOTAL

DE

JOGOS

19 jogos

TOTAL

DE

VITÓRIAS

10 jogos

TOTAL

DE

DERROTAS 9 jogos

QUADRO 2 - Macrociclo detalhado com as sessões de treinamento e jogos

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45

O período preparatório (pré-temporada) foi composto por quatro microciclos com início

em julho de 2014 até o primeiro jogo do campeonato paulista de basquetebol adulto

(agosto/2014). Os meios de treinamento físico utilizados foram com os equipamentos de

musculação, barras, medicine ball, BOSU@

, Fisioball@

, Stride@

, Versa Loop@

, barreiras para

treinamento de saltos/pliometria e cinto de tração.

Durante período preparatório, no treinamento de força na musculação, os principais

exercícios utilizados foram: para membros superiores (MMSS) - supino reto, supino tríceps

fechado, puxada pela frente, desenvolvimento de ombros com barra pela frente e remada sentada;

e para membros inferiores (MMII) - 1/2 agachamento livre, terra com agachamento, leg press,

afundo, recuo, avanço, mesa flexora e cadeira extensora. As zonas de intensidade treinadas

foram: no primeiro e segundo microciclo, 3 séries x 10-12 RM nos exercícios de MMSS e MMII;

no terceiro microciclo 4 séries x 08 RM nos exercícios de MMSS e MMII; e no quarto microciclo

4 séries x 05 RM no supino reto, 1/2 agachamento livre e levantamento terra com agachamento.

Nos demais exercícios 3 séries x 08 RM. Os ajustes da intensidade da carga (peso levantado -

KG) foram auto-selecionados pelos atletas. O preparador físico da equipe orientava os atletas

para que selecionassem a sobrecarga suficiente para atingir falha mecânica concêntrica

respeitando o número de repetições prescritas. O único exercício em que se direcionou a

intensidade da carga trabalhada foi o supino reto, por meio da porcentagem da carga máxima

avaliada no início do período de treinamento na musculação.

O treinamento de força realizado em quadra (no período preparatório), consistiu de

exercícios combinado de pliometria (saltos sobre cones com deslocamento - sem bola, com bola

de basquete e com medicine ball) com arremessos de curta e média distância, bem como, com

sprints variados (tiros de velocidade com e sem tração) finalizando em bandeja. Os exercícios

para o core training (exercícios específicos de fortalecimento do músculos do tronco, cintura

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pélvica e escapular) foram realizados durante o aquecimento dos treinos técnicos e táticos, com

média de quatro variações de exercícios, em 3 séries. Os treinamentos

preventivos/proprioceptivos de MMII, que tiveram como objetivo a melhora da estabilidade

articular, principalmente, utilizaram as bandas elásticas (Stride@

e Versa Loop@

), com exercícios

de instabilidade para as articulações do tornozelo, joelho e quadril, em decúbito dorsal, lateral,

ventral e em pé. A duração da sequência de exercícios preventivos foi de 15 minutos.

O período competitivo (temporada) foi composto por nove microciclos com início em

agosto de 2014 e término em outubro de 2014. Os meios de treinamento físico utilizados foram

os equipamentos de musculação, barras, BOSU@

, Fisioball@

, Stride@

e Versa Loop@

.

Durante período competitivo, no treinamento de força na musculação, os principais

exercícios utilizados foram: MMSS - supino reto, desenvolvimento de ombros com barra pela

frente, remada sentada; e MMII - 1/2 agachamento livre, recuo, mesa flexora e cadeira extensora.

Foram introduzidos exercícios funcionais (exercícios globais com peso do próprio corpo), como

flexões de braços tradicional e com variações na execução; e simulação de exercícios de

levantamento de peso olímpico com cargas submáximas, com o objetivo de desenvolver a maior

força explosiva nesses movimentos. As zonas de intensidade treinadas foram as mesmas durante

todos os microciclos do período competitivo, variando entre 3 e 4 séries x 06-12 RM nos

exercícios de MMSS e inferiores MMII. Nos demais exercícios 3 séries x 08 RM. Os ajustes da

intensidade da carga foram auto-selecionados pelos atletas. Da mesma maneira que foi realizado

no período preparatório, os atletas selecionaram a sobrecarga suficiente para atingir falha

mecânica concêntrica respeitando o número de repetições prescritas. O único exercício que se

direcionou a intensidade da carga trabalhada foi o supino reto, por meio da porcentagem da carga

máxima avaliada.

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47

No treinamento de força realizado em quadra, durante período competitivo, os principais

exercícios para o core training foram realizados durante o aquecimento dos treinos técnicos e

táticos, com média de três variações de exercícios, em 3 séries. Os treinamentos

preventivos/proprioceptivos para MMII, utilizaram as bandas elásticas (Stride@

e Versa Loop@

),

com exercícios de instabilidade para as articulações do tornozelo, joelho e quadril, em decúbito

dorsal, lateral, ventral e em pé. A duração da sequência de exercícios preventivos foi de 10

minutos.

O quadro 3 apresenta a programação semanal de treinamento padrão (microciclos) durante

a pré-temporada e temporada competitiva da equipe de basquetebol.

QUADRO 3 - Programação semanal das sessões de treinamento durante pré-temporada e

temporada competitiva da equipe de basquetebol. TF = treinamento físico; TT = treinamento

técnico; TA = treinamento tático; OFF = sem treino

Apesar do presente estudo não ter o intuito de discutir modelos ou propostas de

periodização do treinamento nas modalidades esportivas coletivas, acreditamos que ao apontar

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alguns aspectos observados, poderemos auxiliar na reflexão sobre o planejamento da

periodização do treinamento.

O quadro 4 apresenta o conteúdo e número de sessões realizadas durante a pré-temporada

e temporada competitiva da equipe de basquetebol.

TREINAMENTO

FÍSICO TÉCNICO TÁTICO

Pré-temporada

(4 microciclos)

- 16 sessões de treino de

força na musculação.

- 6 sessões de pliometria

e velocidade especial

- 12 sessões de core

training

- 10 sessões de treino

técnico de ataque

(exercícios de drible e

finalização) e defesa

(1x1)

- 24 sessões de treino

tático (situações de jogo

2x0 a 5x0 - sem oponente

- e 2x2 a 5x5 - com

oponente)

Temporada

(9 microciclos)

- 18 sessões de treino de

força na musculação.

- 20 sessões de treino

"físico-técnico"

- 20 sessões de core

training

- 18 sessões de treino

técnico de finalização -

sem oponente

- 36 sessões de treino

tático (situações de jogo

5x5 quadra inteira e

meia-quadra)

QUADRO 4 - Conteúdo e número de sessões de treinamento da equipe de basquetebol

Mesmo analisando criteriosamente todo o planejamento proposto pela comissão técnica

(CT) da equipe, não conseguimos identificar semelhança com os modelos de periodização

propostos na literatura.

Segundo a CT, o planejamento de treino da equipe seguiu a filosofia do treinamento

integrado (CALVO, 1998), o qual preconiza que o treinamento técnico e tático bem estruturado e

organizado, conseguem desenvolver o condicionamento físico dos atletas, especialmente a

velocidade e capacidade aeróbia-anaeróbia. Nota-se, portanto, prioridade na utilização dos meios

e métodos especiais/específicos de treinamento. Os exercícios de efeito geral foram realizados

somente nos treinos de musculação, core training e preventivos.

O planejamento da equipe foi elaborado de acordo com:

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49

Pré-temporada: o principal objetivo do treinamento físico foi o desenvolvimento da

força e melhora da velocidade de deslocamento, bem como aumento da capacidade

aeróbia-anaeróbia por meio dos treinos técnicos-táticos. Durante a pré-temporada, as

sessões de treino do período da manhã foram realizadas na academia de musculação e na

quadra de jogo (ginásio principal da sede social do clube), e as sessões de treino do

período da noite foram realizadas na quadra reserva (centro de treinamento afastado da

sede social do clube e das residências dos jogadores e comissão técnica). Devido as

burocracias internas do clube, raramente havia disponibilidade da quadra de jogo para os

treinamentos no período da noite. A logística para deslocar toda a infra-estrutura e o

tráfego intenso da cidade de São Paulo no final do período da tarde não era favorável para

a realização dos treinos da noite na quadra reserva.

Temporada: o objetivo do treinamento físico foi manter a força adquirida, com ênfase

nos treinos preventivos/proprioceptivos e regenerativos, uma vez que a equipe jogava

duas vezes por semana.

Devido aos problemas de logística para utilização da quadra de jogo nos treinamentos do

período da noite, a comissão técnica optou por realizar a maioria dos treinos da semana no

período da manhã. Portanto, durante a temporada competitiva (quadro 5), mesmo entendendo que

um dos aspectos fundamentais no desenvolvimento psicofisiológico de uma equipe de

basquetebol é treinar (o treino tático principal) no mesmo horário dos jogos da competição, a

equipe treinou somente uma sessão por dia (entre 10:00h da manhã e 13:00h da tarde),

contemplando todos os objetivos do treinamento físico, técnico e tático numa única sessão de

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50

treino diária, fato que pode ser questionado na visão das prioridades da periodização e melhor

distribuição de cargas.

A equipe avaliada no presente estudo venceu seis e perdeu quatro jogos da fase de

classificação (média de 90,6 pontos/jogo), enquanto que nos play-offs venceu três jogos e perdeu

um nas quartas de final, passando para a semifinal, vencendo dois jogos e perdendo três (média

de 78,0 pontos/jogo), fechando assim sua participação com a terceira colocação no campeonato

estadual paulista - série especial.

3.5 - Organização das Avaliações

Os testes e avaliações objetivam avaliar o condicionamento geral e o condicionamento

específico dos atletas de basquetebol (MOREIRA et. al., 2009). Os atletas eram amplamente

familiarizados com os procedimentos e testes realizados, pois são parte integrante dos programas

de treinamento. Todas as avaliações foram realizadas em duas sessões consecutivas de

treinamento pelo autor do presente estudo.

A equipe foi avaliada no quarto microciclo do período de preparação (PRE) e após 40 dias

(POS), entre o nono e décimo microciclo, compreendendo o fim da fase de classificação (após 10

jogos) e o início dos play-offs. A escolha dessas datas para realização dos testes ocorreu em

função do planejamento da comissão técnica da equipe. Nossa proposta inicial era avaliar antes

do início da pré-temporada e ao término da competição, contemplando nesse caso, quatro

momentos de avaliação. Porém, alguns atletas não completaram o programa de treinamento por

fatores administrativos e por mudanças no calendário do NBB. As avaliações foram realizadas 48

horas após período de descanso, a fim de permitir que todos os atletas tivessem recuperação total

das sessões de treino e jogos.

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51

No primeiro dia de avaliação, foram realizadas as avaliações antropométricas, testes de

força máxima e força explosiva de MMII. No segundo dia foram realizados os testes de corrida e

capacidade aeróbia-anaeróbia em quadra. Os testes foram realizados no período da manhã.

3.5.1 Avaliação da Aptidão Física

Todos os testes de aptidão física (exceto antropometria e teste de força máxima - Supino

reto) foram realizados na quadra com piso de madeira, tendo aquecimento de 15 minutos por

meio de exercícios de deslocamento e sprints, e alongamento leve nos membros inferiores e

tronco.

3.5.1.1 Estatura (EST)

A estatura foi mensurada no estadiômetro profissional da marca Sanny® com escala de

precisão de 1,0 cm, seguindo os procedimentos de mensuração de Gordon, Chumlea e Roche

(1988).

3.5.1.2 Massa corporal (MC)

A massa corporal foi mensurada na balança digital da marca Toledo® com escala de

precisão de 100g, seguindo os procedimentos de mensuração de Gordon, Chumlea e Roche

(1988).

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52

3.5.1.3 Composição Corporal

- Porcentagem de gordura corporal (%GC): A composição corporal foi determinada pelas

medidas de quatro dobras cutâneas (subescapular, tricipital, supra ilíaca e abdominal), seguindo

os procedimentos de mensuração de Harrison et. al. (1988), com o compasso da marca Lange. O

%GC foi estimado segundo protocolo de Faulkner (∑4dobras x 0, 53 + 5,873). A partir da %GC,

foi calculado a massa magra (kg) e massa gorda (kg).

3.5.1.4 Teste de Força de Membros Superiores

- Força Máxima no Supino Reto livre (SR): foi realizado o teste de força máxima no exercício

supino reto livre, utilizando-se de banco horizontal com suporte para barra, uma barra olímpica

(20kg) e anilhas de 1,5kg a 20kg. O teste envolveu aquecimento com 1 x 10rep com 40 a 60% de

1RM estimada e; após 1min, mais 1 x 5rep com 60 a 80% de 1RM estimada, seguidos por 5

tentativas de uma ação voluntária máxima até que uma repetição máxima (1RM) de cada sujeito

tenha sido identificado (DIAS et. al., 2013). Foram realizados descansos (aproximadamente 4-5

minutos) entre as tentativas com intuito de manter o desempenho máximo. Com o resultado da

carga máxima total levantada (força absoluta), identificamos a força máxima relativa ao peso

corporal no supino reto (SRr).

3.5.1.5 Teste de Força de Membros Inferiores

- Salto Vertical sem contramovimento (SJ): foi realizado o salto vertical sem contramovimento

e mãos à cintura, partindo com a articulação dos joelhos flexionada em 90o. A altura do salto foi

calculada pelo tempo de voo (BOSCO et. al., 1983), utilizando-se o software Jump Test Pro®

(Versão 1.02). Não foi permitido movimento dos braços. Os atletas foram orientados a fixar as

mãos sobre o quadril, bem como iniciar e finalizar a execução do movimento com os pés

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53

apoiados no interior da área do tapete de contato (FIGURA I). O atleta manteve os joelhos

estendidos durante a fase aérea do salto, a fim de evitar erros na medição. Foram realizadas três

tentativas com intervalos de 15s, aproximadamente, sendo considerada a melhor tentativa.

Figura 1A - Posição inicial para o salto

(joelhos flexionados em 90o)

Figura 1B - Fase aérea do salto

FIGURA 1 - Teste salto vertical sem contramovimento

- Salto Vertical com contramovimento (CMJ): foi realizado o salto vertical com

contramovimento e mãos à cintura, partindo da posição ereta. A altura do salto foi calculada pelo

tempo de voo (BOSCO et. al., 1983), utilizando-se o software Jump Test Pro® (Versão 1.02).

Não foi permitido movimento dos braços. Os atletas foram orientados a fixar as mãos sobre o

quadril, bem como iniciar e finalizar a execução do movimento com os pés apoiados no interior

da área do tapete de contato (FIGURA 2). O atleta manteve os joelhos estendidos durante a fase

aérea do salto, a fim de evitar erros na medição. Foram realizadas três tentativas com intervalos

de 15s, aproximadamente, sendo considerada a melhor tentativa.

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54

Figura 2A - Posição inicial para o salto Figura 2B - Fase aérea do salto

FIGURA 2 - Teste salto vertical com contramovimento

3.5.1.6 Teste de Velocidade Cíclica e Acíclica

- Corrida cíclica de 20 metros (C20): o atleta iniciou o teste posicionado em pé atrás da linha de

saída. Ao sinal, o atleta percorreu em linha reta à distância de 20 metros no menor tempo possível

(FIGURA 3). Foram realizadas três tentativas com intervalos de três minutos, utilizando-se da

célula fotoelétrica, sendo considerada a melhor tentativa (SCANLAN; TUCKER; DALBO,

2014). Os resultados foram anotados em segundos (s).

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55

FIGURA 3 - Teste de corrida cíclica de 20m

- Corrida cíclica-acíclica de 40 metros (T40): o atleta iniciou o teste posicionado em pé atrás da

linha de saída (FIGURA 4). Ao sinal, o atleta percorreu (1) em linha reta à distância de 10 metros

até uma linha demarcada com um cone (2); pisou nesta linha e mudou a direção para a esquerda

sem cruzar as pernas (parada brusca, seguida de mudança de direção); percorrendo, então, uma

distância de cinco metros até a outra linha também demarcada com um cone (3); ao pisar nessa

linha, o atleta retornou na direção anterior, porém se dirigiu até o outro extremo do T,

percorrendo, então, desta maneira, mais 10 metros (4); ao pisar na linha (da esquerda), o atleta

retornou até o cone do centro, percorrendo uma distância de cinco metros (5) e, então, se dirigiu

até a linha de saída-chegada no menor tempo possível (6), totalizando 40 metros com quatro

paradas bruscas, seguidas de rápidas e explosivas mudanças de direção (PAUOLE et. al., 2000).

Foram realizadas três tentativas com intervalos de três minutos, utilizando-se da célula

fotoelétrica, sendo considerada a melhor tentativa. Os resultados foram anotados em segundos

(s).

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56

FIGURA 4 - Ilustração dos deslocamentos do teste de corrida cíclica-acíclica de 40m (T40). Os

números 1, 2, 3, 4, 5 e 6 representam a sequência dos deslocamentos atletas.

3.5.1.7 Teste de Capacidade Aeróbia-anaeróbia

- Yo-yo Intermittent Recovery Nível I (Yo-yo): a corrida em espaço demarcado consistiu em

percorrer a distância de 20m por duas vezes (“ida e volta” = 40m), separados por períodos

regulares de recuperação de 10 segundos (FIGURA 5). O tempo para percorrer os 40m foi

progressivamente diminuindo, o que representou velocidades maiores a cada estágio. Em função

da distância e velocidade atingidas durante o teste, foi determinada a capacidade aeróbia expressa

pelo consumo máximo de oxigênio (VO2máx) em ml/kg/min, (fórmula para predição do VO2máx

= distância x 0,0084 + 36,4). Os avaliados foram orientados a percorrerem o maior número de

estágios, estando nas extremidades a cada sinal sonoro. O teste foi interrompido quando o

jogador não conseguiu cumprir o estágio (ficar a mais de 3m antes da linha dos 20m em dois

sinais sonoros consecutivos) ou relatasse incapacidade de completar a corrida. O teste foi

realizado em uma tentativa. A escolha pelo Yo-yo Intermittent Recovery Nível I se baseou no

(1) (6)

(4) (2) (5) (3)

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57

estudo realizado por Castagna et. al. (2008), os quais encontraram excelentes correlações com

outros indicadores da capacidade aeróbia.

Figura 5A - Posição inicial na linha de saída Figura 5B - Retorno a linha de saída

FIGURA 5 - Teste Yo-yo Intermittent Recovery Nivel I

3.5.2 Avaliação do Desempenho Técnico de Jogo

- Estatística ON LINE – A análise dos indicadores de desempenho técnico de jogo foi realizada

seguindo os critérios padronizados pela Federação Internacional de Basketball (FIBA) e

Confederação Brasileira de Basquetebol (CBB). A análise dos jogos do campeonato paulista

adulto - série especial foi obtida no site oficial e de domínio público da FPB (Federação Paulista

de Basquetebol: http://www.fpb.com.br). Os indicadores utilizados na avaliação do desempenho

técnico de jogos foram: pontos, quantidade de arremessos certos (três pontos, dois pontos e

lances-livres), rebotes de defesa, rebotes de ataque, total de rebotes, assistências, bolas

recuperadas, bolas perdidas, faltas cometidas, tocos e tempo de jogo. A avaliação do desempenho

técnico de jogo foi realizada em duas sequências de jogos do campeonato estadual paulista. A

primeira sequência compreendeu dez jogos (cinco jogos do 1o turno e cinco jogos do 2

o turno da

fase de classificação) e a segunda sequência compreendeu outros nove jogos (quatro jogos das

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quartas de final e cinco jogos da semi-final da fase dos playoffs) do campeonato estadual paulista

de basquetebol adulto - série especial (ANEXO I).

3.6 - Análise Estatística

A estatística descritiva em valores médios e desvio padrão foi utilizada. O teste de

Shapiro-Wilk foi aplicado para testar a normalidade dos dados. Teste T de student foi utilizado

para verificar diferença entre as médias PRE-POS e entre os atletas titulares e reservas. Quando a

normalidade não foi aceita, foi utilizado Wilcoxon e Mann Whitney. Foi utilizada a correlação

linear de Pearson na associação entre as variáveis antropométricas, desempenho físico e técnico,

e Spearman quando a normalidade não foi aceita. A magnitude da correlação seguiu a

classificação: r = 0,10 até 0,30 (fraco), r = 0,40 até 0,60 (moderado) e r = 0,70 até 1,00 (forte),

segundo Dancey e Reidy (2005). Utilizamos o effect size (ES) para analisar as variáveis

antropométricas e metabólicas, seguindo os critérios de Cohen (1992), e os critérios de Rhea

(2004) nas variáveis neuromusculares. O ES foi calculado com a formula matemática que

considera o valor médio final subtraído do valor médio inicial em relação a variação da média

inicial (ES PRE-POS = Média POS – MÉDIA PRE / DESVIO PADRÃO PRE). Todos os

procedimentos estatísticos foram realizados por meio do software SPSS - versão 21.0. A

si nific ncia adotada foi de p≤0,05.

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59

CAPÍTULO 4 - DESCRIÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito de um macrociclo de treinamento no

perfil de aptidão física e desempenho técnico de jogo de atletas adultos de basquetebol da elite

nacional.

Construímos três analises específicas relacionadas ao efeito de um macrociclo de

treinamento como seguem abaixo:

4.1 OBJETIVO ESPECÍFICO 1: Alteração dos indicadores de aptidão física e desempenho

técnico de atletas adultos de basquetebol durante etapa competitiva

A determinação das características morfológicas (OSTOJIC; MAZIC; DIKIC, 2006),

físicas (DELEXTRAT; COHEN, 2008) e desempenho técnico (APOSTOLIDIS et. al., 2003) de

atleta de basquetebol, é essencial no planejamento do treinamento esportivo, identificação do

nível de condicionamento físico, monitoramento da carga de treino e seleção de talentos

esportivos.

Com esse pressuposto, o objetivo da presente análise foi avaliar o efeito de um macrociclo

de treinamento no comportamento das variáveis antropométricas, neuromusculares, metabólicas e

desempenho técnico de atletas adultos de basquetebol da elite nacional. As análises compararam

o perfil de aptidão física e desempenho técnico de jogo de atletas adultos de basquetebol no início

dos jogos da fase de classificação e no início dos playoffs do campeonato estadual paulista adulto

– série especial.

Os resultados das variáveis antropométricas nas avaliações PRE - POS são apresentados

na tabela 1.

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60

Tabela 1 – Características antropométricas dos atletas adultos de basquetebol durante a etapa

competitiva (média e desvio padrão)

Variáveis PRE M ± DP

POS M ± DP

Estatura (cm) 195,4 ± 11,3 195,4 ± 11,3

Massa Corporal (kg) 101,5 ± 22,0

100,4 ± 20,4

Massa Magra (kg) 86,9 ± 16,4 86,9 ± 16,0

Massa Gorda (kg) 14,1 ± 6,6

13,4 ± 5,2*

Gordura Corporal (%) 13,8 ± 3,6 13,7 ± 2,8*

*Diferença si nificante (p ≤ 0,05) entre avaliações PRE - POS.

Encontramos valores similares na estatura e massa corporal aos de atletas adultos

profissionais (OSTOJIC; MAZIC; DIKIC, 2006; STOJANOVIC et. al., 2012), universitários

(HOFFMAN et. al., 1996) e adultos que disputaram o campeonato estadual paulista - série

especial (MOREIRA et. al., 2004; LEITE et. al., 2012), mas em relação aos atletas da NBA

(GONZALEZ et. al., 2013), a estatura (200,9 ± 9,4 cm) e massa corporal (104,7 ± 13,9 kg) foram

inferiores. De acordo com Ostojic, Mazic e Dikic (2006), as características antropométricas dos

atletas de basquetebol podem ser caracterizadas pela heterogeneidade expressa dentro das

equipes, pelos níveis competitivos dos atletas, e pelas nacionalidades.

Na comparação entre as avaliações PRE - POS, os resultados da massa gorda

apresentaram redução significante na massa gorda (MG) em 0,7 kg, com a mesma tendência na

porcentagem de gordura corporal (%GC). Os demais resultados mantiveram similaridade PRE -

POS. Mesmo com o curto período entre as avaliações, observamos efeitos positivos no perfil

antropométrico dos atletas, uma vez que a massa corporal total não variou, sendo preservada a

massa magra.

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61

O effect size (ES) em todas as variáveis antropométricas foi trivial (≤ 0,20), exceto na

%GC que foi moderado, tendo como maior valor do Δ% a massa gorda (tabela 2).

Tabela 2 - Magnitude do efeito do tamanho e delta percentual das características antropométricas

dos atletas adultos de basquetebol entre as avaliações PRE – POS

Variáveis ES Δ%

Massa Corporal (kg) 0,05 1,1

Massa Magra (kg) 0,00 0,0

Massa Gorda (kg) 0,16 7,5

Gordura Corporal (%) 0,21 5,4

ES - Effect size; Δ% = Delta percentual

No inicio da competição, o valor do %GC (13,8 ± 3,6 %), estava acima do esperado (entre

8 e 11%) em atletas adultos de basquetebol (MANZI et. al., 2010; GONZALEZ et. al., 2013). O

aumento do %GC de atletas de basquetebol após o período de férias (período de transição entre

as temporadas) é possível (TAVINO; BOWERS; ARCHER, 1995; CARBUHN et. al., 2010).

Assim, poderíamos supor que a redução dessa variável ocorreu pelo gasto calórico maior no

retorno aos treinamentos e competição.

Os resultados da força, velocidade e capacidade aeróbia, na comparação PRE – POS,

demonstraram efeito positivo no período de treinamento (tabela 3).

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Tabela 3 – Desempenho físico dos atletas adultos de basquetebol durante a etapa competitiva

(média e desvio padrão)

Variáveis PRE M ± DP

POS M ± DP

SJ(cm) 33,4 ± 5,2 35,6 ± 4,0*

CMJ(cm) 39,3 ± 5,6

40,8 ± 4,7*

SR (kg) 105,9 ± 18,3

108,5 ± 17,9*

SRr (kg) 1,07 ± 0,20

1,10 ± 0,20*

C20 (s) 3,24 ± 0,22 3,16 ± 0,17*

T40 (s) 9,28 ± 0,46

8,97 ± 0,52*

VO2max (ml/kg/min) 46,7 ± 2,8 48,5 ± 3,2*

*Diferença si nificante (p ≤ 0,05) entre avaliações PRE - POS.

SJ - Salto vertical no tapete de contato sem contramovimento; CMJ - Salto vertical no tapete

de contato com contramovimento; SR - Supino reto força máxima absoluta; SRr - Supino reto

força máxima relativa ao peso corporal; C20 - corrida cíclica de 20 metros; T40 - corrida de 40

acíclica metros; VO2 - consumo máximo de oxigênio.

Os resultados dos testes de força explosiva de MMII (SJ e CMJ) foram semelhantes aos

observados por Ugarkovic et. al. (2002), Apostolidis et. al. (2003), Moreira et. al. (2004),

Moreira et. al. (2006), Moreira (2008) e Khlifa et. al. (2010). Entretanto, mesmo com as

melhoras observadas ao final do estudo, os resultados foram inferiores aos de atletas adultos

europeus (OSTOJIC; MAZIC; DIKIC, 2006; DELEXTRAT; COHEN, 2008; CASTAGNA et.

al., 2009; BEN ABDELKRIM et. al., 2010).

Em nosso estudo, na comparação PRE – POS, os resultados evidenciaram aumento

significante de 2,1cm no salto vertical SJ e 1,5cm no salto vertical CMJ, corroborando com os

achados de Khlifa et. al. (2010), que após dez semanas de treinamento pliométrico,

demonstraram aumento de 2,2 cm no SJ e 3,1 cm no CMJ; e os achados de Moreira et. al. (2004),

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após oito semanas de aplicação do método das cargas concentradas, demonstraram aumento de

3,2 cm no CMJ.

Por outro lado, Moreira (2008), ao investigar o efeito de modelos distintos de

periodização, durante a pré-temporada de treinamento, não identificou diferenças nos testes de

salto CMJ em seis semanas, bem como nas duas semanas de tapering. Balciunas et. al. (2006),

com atletas jovens (15-16 anos), também não encontraram diferenças após 16 semanas de

treinamento físico, técnico e tático de basquetebol.

Nas atletas do sexo feminino de nível regional, Moreira et. al. (2005) encontraram

aumento significante de 4,3 cm no SJ e 4,6 cm no CMJ após seis semanas de treinamento,

utilizando o método das cargas seletivas, proposto por Gomes (2002). Provavelmente, o aumento

mais expressivo das atletas do sexo feminino, se justifique pelo menor valor inicial (22,4 cm no

SJ e 22,8 cm no CMJ) apresentado por elas, mesmo considerando referenciais femininos (ZIV;

LIDOR, 2010; NUNES et. al., 2014), o que nos faz corroborar, que indivíduos com baixo nível

de força, independente do sexo, tendem a possuir uma maior janela de adaptação frente aos

estímulos do treinamento de força (SALE, 1988).

Apesar do treinamento pliométrico não ter sido realizado nas seis semanas da fase de

classificação, poderíamos afirmar que o treinamento físico geral (exercícios tradicionais de

musculação e preventivos de MMII) e o treinamento técnico-tático foram capazes de provocar

mudanças positivas na força explosiva de MMII dos atletas.

Nos resultados da força máxima de MMSS, encontramos resultados semelhantes aos

atletas universitários americanos da 1a divisão (HOFFMAN et. al., 1996); e superiores aos atletas

universitários de elite do campeonato inglês (DELEXTRAT; COHEN, 2008), aos atletas adultos

profissionais (BEN ABDELKRIM et. al., 2010) e jovens (BEN ABDELKRIM et. al., 2010) da

seleção nacional da Tunísia. Os valores de força máxima absoluta aumentaram 2,6 kg e na força

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relativa 0,30 kg. Embora o exercício supino reto tenha sido realizado uma vez por semana, com

75 a 85% de 1RM (06 a 12RM), possivelmente, a realização dos exercícios funcionais,

realizados com o peso do próprio corpo e simulação de exercícios de levantamento de peso

olímpico, tenha contribuído com o ganho da força máxima.

Na análise do ES das variáveis da força (força explosiva e força máxima), encontramos no

SR e SRr um ES trivial (≤0,25), e no salto SJ e CMJ um ES pequeno (0,25 - 0,50), tendo como

maior valor do Δ% o salto SJ (tabela 4). Como nossos atletas apresentavam tempo de experiência

superior a 5 anos, utilizamos os critérios de Rhea (2004).

Os resultados dos testes da corrida C20 foram similares aos achados de Delextrat e Cohen

(2008), com atletas universitários (3,29 s), e Ben Abdelkrim et. al. (2010), com atletas juniores

(3,23 s); e da corrida T40, às publicações de Hoffman et. al. (1996) e de Delextrat e Cohen

(2008) (9,15 e 9,21 s, respectivamente). Entretanto, os estudos de Moreira (2008), com atletas

adultos brasileiros, e de Gomes et. al. (2015), com atletas da seleção brasileira sub 19,

apresentaram desempenho melhor na corrida T40 (8,56 e 8,67 s, respectivamente).

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Tabela 4 - Magnitude do efeito do tamanho e delta percentual do desempenho físico dos atletas

adultos de basquetebol entre as avaliações PRE – POS

Variáveis ES Δ%

SJ(cm) 0,42 6,5

CMJ(cm) 0,26 3,7

SR (kg) 0,14 2,5

SRr (kg) 0,18 3,4

C20 (s) 0,38 2,6

T40 (s) 0,68 3,3

VO2max (ml/kg/min) 0,62 3,3

ES - Effect size; Δ% = Delta percentual

SJ - Salto vertical no tapete de contato sem contramovimento; CMJ - Salto vertical no tapete

de contato com contramovimento; SR - Supino reto força máxima absoluta; SRr - Supino

reto força máxima relativa ao peso corporal; C20 - corrida cíclica de 20 metros; T40 -

corrida de 40 acíclica metros; VO2 - consumo máximo de oxigênio.

Encontramos diminuição no tempo das corridas C20 (0,08s) e T40 (0,31s), entre as

avaliações PRE - POS, tendo na corrida T40 o maior Δ% (3,3%). Da mesma maneira, Moreira

(2008) encontrou diferença significante de 0,36s em seis semanas na corrida T40 no grupo com

treinamento intensificado durante a pré-temporada. A relevância da corrida T40, associada à

avaliação do rendimento em esportes que envolvem rápidas e constantes mudanças de direção foi

observada por Pauole et. al. (2000).

Identificamos ES moderado na corrida T40 (0,68) e pequeno na corrida C20 (0,38). Nesse

mesmo sentido, Moreira (2002) encontrou maior efeito na corrida T40 do que na corrida em linha

reta de 30 metros em momentos distintos de avaliação, especulando que os testes de corrida com

mudanças rápidas de direção no basquetebol, podem ser mais sensíveis na avaliação do efeito do

treinamento no que diz respeito a especificidade dos deslocamento dos atletas de basquetebol.

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66

Os valores do VO2max preditos pelo teste Yo-yo se assemelharam aos estudos de Ostojic,

Mazic e Dikic (2006) e de Stajonovic et. al. (2012), realizados com atletas adultos de basquetebol

de elite da 1a divisão da Sérvia; e de Ben Abdelkrim et. al.(2010), com atletas juniores de elite.

Em atletas gregos da 2a divisão (FATOUROS et. al., 2011) e juniores italianos (CASTAGNA et.

al., 2008) encontramos VO2max superior (60.4 ml.kg.min-1

), embora o método de avaliação

tenha sido distinto (ergoespirometria em esteira). A diferença entre os valores encontrados

poderia ser atribuída à utilização de métodos distintos na avaliação do VO2max.

Identificamos aumento no VO2max de 1,8 ml/kg/min e ES moderado (0,62) entre as

avaliações PRE - POS. Utilizando o teste Yo-yo como controle da resposta de adaptação em três

momentos distintos, Moreira et. al. (2008), demonstraram que após a intensificação das cargas de

treinamento em seis semanas, os atletas apresentaram redução no desempenho, revelando

sensibilidade do Yo-yo em detectar o estado de overreaching. Ao término do período competitivo

(após 10 semanas), os atletas apresentaram aumento significante do VO2max.

Em nosso estudo, não houve intensificação da carga de treinamento, sendo assim,

acredita-se que o aumento do VO2max tenha ocorrido devido aos estímulos intermitentes do

treinamento tático e dos jogos da competição, uma vez que o treinamento físico estava

direcionado para manutenção do nível de força e velocidade.

A comparação do efeito do treinamento de cada estudo aqui mencionado utilizou

diferentes métodos e modelos de periodização de treinamento, sendo assim, buscamos estudos

que avaliaram atletas de basquetebol em pelo menos dois momentos distintos do macrociclo.

O desempenho técnico da sequência de jogos da fase de classificação (avaliação PRE) e

dos play-offs (avaliação POS) é apresentado na tabela 5. A análise dos dados quantitativos de um

jogo de basquetebol é considerada um processo importante na explicação de fatores que

influenciam no desempenho individual e coletivo (DE ROSE JR; TAVARES; GITTI, 2004).

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67

Tabela 5 - Desempenho técnico de jogo dos atletas adultos de basquetebol na fase de

classificação e nos play-offs do campeonato paulista - série especial (média e desvio padrão)

Variáveis PRE M ± DP

POS M ± DP

Pontos 7,8 ± 6,5 6,5 ± 5,6

3 pontos convertidos 0,8 ± 1,0

0,7 ± 0,8

2 pontos convertidos 1,7 ± 1,4

1,4 ± 1,2

Lance-livre convertido 2,0 ± 2,5 1,6 ± 1,7

Assistências 1,3 ± 1,4

0,9 ± 0,9

Rebote ofensivo 0,7 ± 0,5

0,6 ± 0,4

Rebote defensivo 1,9 ± 1,0

1,8 ± 1,0

Total de rebotes 2,6 ± 1,4 2,5 ± 1,2

Bolas recuperadas 0,7 ± 0,7

0,4 ± 0,3

Faltas cometidas 2,0 ± 1,0 1,9 ± 0,8

Bolas perdidas 1,3 ± 0,9

1,1 ± 0,7

Tocos 0,2 ± 0,2

0,1 ± 0,2

Tempo em quadra (min) 15,6 ± 8,5

16,5 ± 9,0

Os atletas não apresentaram diferença significante nas variáveis de desempenho técnico

de jogo entre as avaliações PRE - POS, corroborando com os resultados do estudo de Sampaio,

Drinkwater e Leite (2010), sendo um fenômeno esperado em atletas de basquetebol de alto

rendimento, os quais apresentam menor instabilidade durante os jogos.

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68

Tabela 6 - Delta percentual do desempenho técnico de jogo dos atletas adultos de basquetebol

entre os jogos da fase de classificação e dos play-offs do campeonato paulista - série especial

Variáveis Δ%

Pontos -17,1

3 pontos convertidos -16,4

2 pontos convertidos -16,1

Lance-livre convertido -19,8

Assistências -33,8

Rebote ofensivo -8,8

Rebote defensivo -4,2

Total de rebotes -5,5

Bolas recuperadas -44,4

Faltas cometidas -8,2

Bolas perdidas -11,6

Tocos -31,1

Tempo em quadra (min) 6,2

Δ% = Delta percentual

O maior valor do Δ% apresentado (tabela 6) foi das bolas recuperadas (44,4%),

apresentando redução expressiva nos nove jogos do play-off. Comportamento semelhante

observamos nos pontos, arremessos de dois e três pontos convertidos e assistências. Especulamos

que a dificuldade na realização dessas variáveis foi aumentada, provavelmente devido aos jogos

dos play-offs terem sido disputados contra equipes que obtiveram as melhores colocações na

primeira fase do campeonato. Sustentamos essa suposição ao analisar a diferença média de

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69

pontos da equipe entre os jogos de classificação e os play-offs (90,6 versus 78,0 pontos,

respectivamente). Sendo assim, acreditamos que maior ênfase ao treinamento técnico poderia ter

sido realizado a fim de minimizar a redução das variáveis de desempenho técnico de jogo.

Observamos que o treinamento físico, técnico e tático, mesmo com todas as limitações

estruturais envolvidas, foi eficaz em promover as modificações morfofuncional dos atletas

avaliados durante a etapa competitiva. Especulamos, também, que o efeito positivo encontrado

em todas as variáveis da aptidão física analisadas seja resultante da supercompensação

cumulativa, como efeito posterior das cargas de treino aplicadas durante a pré-temporada.

Assumimos como limitação do estudo não termos tido a oportunidade de coletar os dados

no momento em que os atletas se apresentaram para início da temporada de treinamento. Nossa

avaliação PRE foi realizada na quarta e última semana da pré-temporada, subsequentemente ao

aumento do volume e intensidade das cargas de treinamento dos microciclos, o que poderia ter

gerado uma redução na capacidade funcional dos atletas, por conta do efeito residual da fadiga.

Apesar de não seguir nenhum dos modelos de periodização definidos pela literatura, a

comissão técnica conseguiu conduzir o treinamento para que, no momento mais importante do

campeonato estadual paulista - série especial, que são os play-offs, os atletas apresentassem um

nível de condicionamento físico melhor do que quando iniciaram a fase de classificação da

competição.

Assim, concluímos que o treinamento aplicado a esses atletas provocou efeito positivo no

comportamento das variáveis antropométricas, neuromusculares e metabólicas, mesmo com

baixo volume dos meios e métodos de treinamento físico e maior ênfase no treinamento técnico-

tático. Evidenciamos que atletas de alto rendimento apresentaram estabilidade no desempenho

técnico de jogo, mesmo em fases distintas do campeonato. O teste de corrida T40 se mostrou útil

e sensível na detecção das adaptações ao treinamento.

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70

4.2 OBJETIVO ESPECÍFICO 2: Associação entre as variáveis antropométricas,

desempenho físico e técnico de atletas de basquetebol de elite durante etapa competitiva

O basquetebol é um esporte com diferentes exigências motoras, sendo as características

antropométricas e desempenho físico fatores que poderiam explicar o desempenho técnico e

tático durante o treinamento e os jogos (STOJANOVIC et. al., 2012). Sendo assim, identificar a

força de interação entre os fatores relacionados ao desempenho técnico de jogo, permite melhor

análise e planejamento do treinamento físico e técnico-tático.

O objetivo da presente análise foi verificar a força de associação entre as variáveis de

aptidão física e desempenho técnico de jogo de atletas adultos de basquetebol da elite nacional

em um macrociclo. As análises foram: a) verificar a associação entre as características

antropométricas e desempenho físico de atletas de basquetebol em dois momentos distintos de

avaliações do campeonato paulista adulto – série especial; b) Associar o perfil de aptidão física e

desempenho técnico de jogo de atletas de basquetebol em dois momentos distintos do

campeonato paulista adulto – série especial.

A correlação entre as variáveis de aptidão física nas avaliações PRE e POS são

apresentados na tabela 7. Os resultados na avaliação PRE demonstraram: correlação forte e

significante entre a altura do salto SJ com a MG (r = -0,71) e a %GC (r = -0,78); correlação forte

e significante entre a altura do salto CMJ e o %GC (r = -0,66). Na avaliação POS, encontramos

correlação forte e significante entre a altura do salto SJ com a MG (r = -0,71) e o %GC (r = -

0,83); e correlação forte e significante entre a altura do salto CMJ e o %GC (r = -0,68). Os

resultados das correlações entre a força explosiva e a composição corporal mostraram

estabilidade, uma vez que, independente do momento da temporada em que os atletas foram

Page 72: ANÁLISE DA APTIDÃO FÍSICA E DESEMPENHO TÉCNICO DE … · capacidade aerobia-anaeróbia (Yo-yo Intermittent Recovery I - Yo-yo) e a estatística dos jogos da fase de classificação

71

avaliados, os com menor força explosiva de membros inferiores foram os com maior adiposidade.

Ugarkovic et. al. (2002) não encontraram correlações significantes entre as variáveis

antropométricas de atletas juniores de elite (15 a 16 anos) com o desempenho do salto vertical.

Possivelmente, a divergência entre os achados seja pela diferença de idade entre a amostra dos

estudos.

Tabela 7 - Correlações entre variáveis antropométricas e desempenho físico nas avaliações PRE

– POS durante a etapa competitiva

AV

AL

IAÇ

ÃO

PR

É

Variáveis EST MC MM MG %GC

SJ -0,71 -0,78

CMJ -0,66

SR 0,69 0,62 0,68

C20 0,81 0,80 0,68

T40 0,70 0,74 0,60

VO2

AV

AL

IAÇ

ÃO

S

Variáveis EST MC MM MG %GC

SJ -0,71 -0,83

CMJ -0,68

SR 0,65 0,64

C20 0,70

T40 0,70

VO2 -0,62 -0,66

EST - estatura; MC - massa corporal; MM - massa corporal; MG - massa gorda; %GC -

percentual de gordura corporal; SJ - Salto vertical no tapete de contato sem

contramovimento; CMJ - Salto vertical no tapete de contato com contramovimento; SR -

Supino reto força máxima absoluta; SRr - Supino reto força máxima relativa ao peso

corporal; C20 - corrida cíclica de 20 metros; T40 - corrida de 40 acíclica metros; VO2 -

consumo máximo de oxigênio.

Na avaliação PRE, correlações moderadas (p≤0,05) entre a força máxima no SR e a

estatura (EST), massa corporal (MC) e massa magra (MM) foram encontradas (r = 0,69; r = 0,62

e r = 0,68, respectivamente). Na avaliação POS, encontramos correlações semelhantes entre o SR

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72

e as variáveis antropométricas, exceto para MC. Essas correlações, tanto na avaliação PRE

quanto na POS, conforme esperado, mostraram que os atletas com mais força máxima absoluta

foram os mais altos e mais pesados, especialmente no peso magro (MARKOVIC; JARIC, 2004).

Na avaliação PRE (tabela 7), foram encontradas correlações fortes e positivas (p≤0,05) do tempo

da corrida C20 com a EST (r = 0,81) e a MC (r = 0,80); e correlação moderada (p≤0,05) entre o

tempo da corrida C20 e MG (r = 0,68). Encontramos correlações fortes e positivas (p≤0,05) do

tempo da corrida T40 com a EST (r = 0,70) e a MC (r = 0,74); e correlação moderada (p≤0,05)

entre o tempo da corrida T40 e MG (r = 0,60). Essas correlações apontaram que os atletas mais

lentos nos testes de velocidade foram os atletas mais altos e com maior peso total e gordo. Na

avaliação POS, não encontramos correlações entre as variáveis antropométricas com o tempo da

C20 e T40, exceto para EST, indicando não haver estabilidade entre essas associações. Da mesma

maneira, Erculj, Blas e Bracic (2010), destacaram que os atletas mais altos apresentaram pior

desempenho nos testes físicos de corrida.

O VO2max apresentou correlação moderada e negativa (p≤0,05) com a MG (r = -0,62) e

%GC (r = -0,66), somente na avaliação POS.

As características antropométricas do atleta são pré-requisitos importantes no desempenho

bem-sucedido no basquetebol (HOARE, 2000). Os nossos resultados evidenciaram que o perfil

antropométrico de atletas de basquetebol se associou com os testes de desempenho físico,

especialmente nos testes de força explosiva de MMII.

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73

Tabela 8 - Correlações entre aptidão física e desempenho técnico de jogo nas avaliações PRE –

POS durante a etapa competitiva

AV

AL

IAÇ

ÃO

PR

É

Variáveis EST MM MG SJ SR SRr T40

2PTC -0,65

LLC -0,61

ASS -0,62 0,73

BREC -0,64 0,63 -0,62

FCO

BP -0,63

TO 0,68 0,64 0,67

AV

AL

IAÇ

ÃO

S

Variáveis EST MM MG SJ SR SRr T40

3PTC 0,62

ASS 0,76

BREC 0,74

TO 0,76 0,70

TPO 0,62

EST - estatura; MM - massa corporal; MG - massa gorda; SJ - Salto vertical no

tapete de contato sem contramovimento; SR - Supino reto força máxima absoluta;

SRr - Supino reto força máxima relativa ao peso corporal; T40 - corrida de 40

acíclica metros; 3PTC - 3 pontos convertidos; 2PTC - 2 pontos convertidos; LLC -

lance-livre convertido; ASS - assistência; BREC - bola recuperada; FCO - faltas

cometidas; BP - bola perdida; TO - toco; TPO - tempo em quadra.

Observamos correlações moderadas e negativas (p≤0,05), na avaliação PRE, entre MG

com as assistências (r = -0,62) e bolas recuperadas (r = -0,64); entre MM e bolas perdidas (r = -

0,63); entre EST e tocos (r = 0,68); e entre MM e tocos (r = 0,64). Na avaliação POS, houve

estabilidade apenas nas associações entre EST e tocos (r = 0,76); e entre MM e tocos (r = 0,70).

Esses resultados mostraram que os atletas com maior adiposidade foram os que realizaram menos

assistências e recuperação de bolas; e que os atletas mais altos e com maior peso magro foram os

com maior número de tocos.

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74

Paiva Neto e César (2005) destacaram que atletas com maior MG e %GC podem

apresentar queda na resistência muscular e velocidade de deslocamento na realização das ações

durante os jogos. Em estudo realizado com as atletas da seleção brasileira adulta de basquetebol

feminino, Nunes (2007) encontrou correlações negativas do índice de massa corporal (IMC) e

%GC com o tempo em quadra, bem como com o total de pontos. Em nossos resultados, não

encontramos correlações significantes do tempo em quadra e total de pontos com as variáveis

antropométricas.

De Rose Jr, Tavares e Gitti (2004) destacaram a estatura e a massa magra do atleta de

basquetebol como sendo necessária para êxito no fundamento toco. De acordo com os autores, os

jogadores da posição pivô, os quais possuem maior estatura diante das outras posições específicas

de jogo, são os que mais realizam o fundamento toco.

Nos testes de salto foi possível observar correlação moderada e positiva (p≤0,05) somente

na avaliação PRE, entre o salto SJ e as bolas recuperadas (r = 0,63). McGill, Andersen e Horne

(2012), por outro lado, encontraram em 14 atletas universitários de basquetebol, correlações entre

o teste do salto horizontal e o tempo em quadra, rebotes e tocos nos jogos realizados ao longo de

duas temporadas seguidas. Os testes de salto vertical e horizontal servem como indicadores de

força explosiva de MMII, porém apresentam exigências biomecânicas peculiares, o que poderia

explicar os resultados desiguais das correlações entre os achados.

O teste de força máxima SR apresentou correlação (p≤0,05) com os tocos (r = 0,67),

somente na avaliação PRE. Já o teste SRr apresentou correlações (p≤0,05) moderadas – fortes

com as assistências (r = 0,73), na avaliação PRE; e com os arremessos de 3 pontos convertidos (r

= 0,62), assistências (r = 0,76), bolas recuperadas (r = 0,74) e tempo em quadra (r = 0,62), na

avaliação POS. Esses resultados mostraram que os atletas com maior força máxima relativa de

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75

membros superiores foram os com mais arremessos de três pontos convertidos, mais assistências

(tanto na avaliação PRE quanto na POS), mais bolas recuperadas e mais tempo em quadra.

Apesar de não ter havido estabilidade na avaliação PRE e POS em algumas correlações

do SRr, os dados sugerem que a maior força relativa (ao peso corporal) de membros superiores

esteja associado com maior precisão nos arremessos de longa distância, passes que resultam em

ponto (assistência) e roubos de bola. Os arremessos de três pontos convertidos, assistências, bolas

recuperadas e tempo em quadra, segundo De Rose Jr, Tavares e Gitti (2004), estão relacionados

aos jogadores da posição armador, os quais comumente apresentam menor MC, %GC e MG,

permitindo apresentar maior força relativa.

Encontramos correlações moderadas e negativas (p≤0,05) entre o tempo da corrida T40 e

arremessos de dois pontos convertidos (r = -0,65), lances-livres convertidos (r = -0,61) e bolas

recuperadas (r = -0,62), apenas na avaliação PRE. Essas associações não apresentaram

estabilidade, evidenciando que a corrida T40 não se associou com nenhum dos indicadores de

desempenho técnico de jogo na avaliação POS. Os atletas mais velozes na corrida com mudanças

de direção, frenagem e aceleração variada, apresentaram correlações somente com as estatísticas

dos jogos da fase de classificação. Já nos jogos do play-off, os quais supomos serem mais

disputados, com nível competitivo maior dos adversários, as variáveis que melhor poderiam se

associar aos indicadores de desempenho técnico de jogo não foram os testes de corrida.

McGill, Andersen e Horne (2012) encontraram que os atletas mais velozes no teste de

corrida com deslocamentos para frente, de lado e de costas, permaneceram mais tempo em

quadra, realizando maior número de pontos, assistências e roubos de bola por jogo.

Nossos achados corroboraram com Gomes et. al. (2015). Não encontramos correlações

entre VO2max e os indicadores de desempenho técnico de jogo. Em atletas de basquetebol do

sexo feminino, Nunes (2007) identificou que as atletas com maior VO2max foram as com maior

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76

tempo em quadra. Hoffman et. al. (1996) encontraram correlações baixas - moderadas entre os

testes de aptidão física e o tempo em quadra dos atletas universitários. Ao contrário do que

hipotetizamos, nossos resultados nos levaram a crer que o maior determinante da permanência

dos atletas adultos em quadra seja a percepção do treinador sobre sua a habilidade e eficiência de

jogo, e não sua aptidão física.

Não identificamos na literatura estudos que tenham avaliado as correlações entre os testes

físicos e as estatísticas de jogo em dois momentos distintos de uma etapa competitiva.

Evidenciamos poucas associações entre aptidão física e desempenho técnico de jogo,

especialmente no segundo momento de avaliação. Especulamos que a diminuição das correlações

significantes entre a avaliação PRE - POS seja pela diferença entre as exigências dos jogos da

fase de classificação e dos jogos do play-off, o que provavelmente influenciou nas decisões do

treinador e sistema tático da equipe.

Durante os jogos da fase de classificação, como a maioria dos atletas da equipe ainda se

encontravam em desenvolvimento do nível de condicionamento físico para a competição,

acreditamos que o treinador tenha realizado as substituições durante os jogos baseado na

condição física de cada atleta naquele momento, permitindo maior rodízio entre eles. Esse fato

pode ter contribuído para fortalecer algumas correlações, como por exemplo, a da corrida T40

com os arremessos de dois pontos convertidos e bolas recuperadas, fenômeno esse observado

somente na avaliação PRE.

O treinador decide alterar o estilo de jogo da equipe de acordo com a condição física do

atletas, do adversário, ou das circunstâncias de um jogo. Estas diferenças estratégicas no estilo de

jogo pode ter um grande impacto sobre os requisitos fisiológicos e regime de treinamento do

atleta de basquetebol, fazendo com que as relações entre o perfil de aptidão física e desempenho

técnico de jogo ainda não estejam claras (OSTOJIC; MAZIC; DIKIC, 2006).

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77

Ostojic, Mazic e Dikic (2006) identificaram que o perfil de aptidão física dos atletas das

equipes sérvias vencedoras dos campeonatos internacionais de basquetebol foram semelhantes as

observadas nos atletas de outros países. Portanto, o sucesso das equipes, observadas pelo

condicionamento físico isoladamente não é suficiente para entender o nível de desempenho

técnico e tático, bem como garantir excelência nessa modalidade.

O presente estudo, realizado durante etapa competitiva de nove semanas, identificou

algumas possíveis relações que podem ser incorporadas em estudos futuros com maior duração,

bem como com análises quantitativas e qualitativas não somente do desempenho técnico de jogo,

mas também dos aspectos táticos e psicológicos.

Nossos resultados evidenciaram correlações significantes entre as características

antropométricas e desempenho físico de atletas adultos de basquetebol da elite nacional em dois

momentos distintos de avaliação. Identificamos somente algumas correlações entre a aptidão

física e desempenho técnico de jogo. Desta maneira, as hipóteses de que existiriam inúmeras

correlações entre os testes de desempenho físico e o desempenho técnico de jogo não foram

sustentadas nesse estudo.

Assim, concluímos que maior %GC pode interferir negativamente no desempenho da

força explosiva no início e no final do macrociclo, e que o desempenho técnico de jogo

possivelmente esteja associado à própria qualidade técnica do jogador, tomada de decisão e

sistema tático da equipe, variáveis essas não avaliadas, mas que podem interferir no entendimento

do sucesso ou fracasso de um atleta de basquetebol.

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78

4.3 OBJETIVO ESPECÍFICO 3: Alteração das variáveis de aptidão física e desempenho

técnico de atletas de basquetebol de elite durante etapa competitiva: comparação entre

titulares e reservas

O entendimento sobre o efeito do treinamento e dos jogos no desempenho de atletas

titulares (TIT) e reservas (RES) é de fundamental importância para que a comissão técnica

consiga ajustar de maneira adequada a carga de treinamento imposta a cada um deles, buscando

homogeneizar a evolução do condicionamento físico da equipe (GONZALEZ et. al., 2013).

O objetivo dessa análise foi comparar o comportamento das variáveis antropométricas,

neuromusculares, metabólicas e desempenho técnico de jogo de atletas titulares e reservas em um

macrociclo. As análises compararam o perfil de aptidão física e desempenho técnico de jogo de

atletas TIT e RES de basquetebol em dois momentos distintos de avaliações do campeonato

paulista adulto – série especial

Os atletas TIT e RES não apresentaram diferenças significantes em nenhuma das

variáveis antropométricas entre as avaliações PRE - POS; também não houve diferenças entre os

grupos, em ambas as avaliações. O maior valor do Δ% da vari veis antropométricas nos atletas

TIT (2,8%) e RES (10,3%) foi da MG (tabela 9).

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79

Tabela 9 - Características antropométricas e delta percentual dos atletas adultos titulares e

reservas de basquetebol durante a etapa competitiva (média e desvio padrão)

Variáveis TIT (n=5) RES (n=6)

PRE

M ± DP

POS

M ± DP Δ%

PRE

M ± DP

POS

M ± DP Δ%

Idade (anos) 26,6 ± 3,3 23,8 ± 5,0

Estatura (cm) 191,8 ± 11,7 191,8 ± 11,7 198,3 ± 11,0 198,3 ± 11,0

Massa Corporal (kg) 91,7 ± 17,5

91,3 ± 16,0 0,4 109,7 ± 23,3

108,0 ± 21,8

1,6

Massa Magra (kg) 79,7 ± 14,1 79,6 ± 13,1 0,4 93,0 ± 16,8 93,0 ± 16,7 0,0

Massa Gorda (kg) 12,0 ± 4,3

11,6 ± 3,9 2,8 16,7 ± 7,9

15,0 ± 6,0 10,3

Gordura Corporal (%) 12,8 ± 3,0 12,5 ± 2,8 2,0 14,6 ± 4,1 13,5 ± 3,0 7,8

TIT - titulares; RES - reservas; Δ% - delta percentual

Estudos com atletas universitários de basquetebol norte-americano (CATERISANO et.

al., 1997) e atletas universitárias de futebol de campo (JAJTNER et. al., 2013) não encontraram

diferenças nas variáveis antropométricas entre TIT e RES ao longo da temporada. Contudo, no

estudo de Gonzalez et. al. (2013), realizado com atletas de basquetebol da equipe do Orlando

Magic, foi identificado que os TIT mantiveram a massa corporal ao longo dos sete meses de

temporada da NBA enquanto que os RES reduziram (0,9 ± 3,1 kg). Supomos que, o longo

período entre as avaliações PRE e POS do estudo de Gonzalez et. al. (2013) tenha permitido a

eles encontrarem diferenças entre TIT e RES.

Nossos resultados mostraram que houve melhora no C20, T40 e VO2máx, nos TIT, e na

força máxima relativa SRr e T40, para os RES. O maior valor apresentado do Δ% nas vari veis

de desempenho físico dos atletas TIT (5,8%) e RES (7,1%) foi no salto SJ (tabela 10). Os atletas

TIT e RES não somente foram capazes de manter o seu nível de condicionamento físico em todas

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80

as variáveis analisadas durante as seis semanas da fase de classificação, como apresentaram

melhoras, sobretudo no teste de corrida T40.

Tabela 10 - Desempenho físico e delta percentual dos atletas adultos titulares e reservas de

basquetebol durante a etapa competitiva (média e desvio padrão)

Variáveis TIT (n=5) RES (n=6)

PRE

M ± DP

POS

M ± DP Δ%

PRE

M ± DP

POS

M ± DP Δ%

SJ(cm) 33,3 ± 5,6 35,2 ± 4,7 5,8 33,5 ± 5,4 35,9 ± 3,7 7,1

CMJ(cm) 38,7 ± 5,9 40,1 ± 4,8 3,7 39,9 ± 5,9 41,3 ± 5,0 3,6

SR (kg) 102,4 ± 15,8

106,7 ± 18,0

4,2 108,8 ± 21,3

110,0 ± 19,4

1,1

SRr (kg) 1,14 ± 0,21 1,18 ± 0,21 4,2 1,01 ± 0,18 1,04 ± 0,18* 2,6

C20 (s) 3,20 ± 0,16 3,09 ± 0,11*

3,4 3,28 ± 0,27 3,21 ± 0,20 2,0

T40 (s) 9,09 ± 0,43

8,76 ± 0,52* 3,6 9,44 ± 0,45

9,14 ± 0,51

* 3,1

VO2 (ml/kg/min) 46,4 ± 3,2 48,8 ± 3,3* 5,2 47,0 ± 2,7 48,2 ± 3,4 2,5

*Diferença significante (p ≤ 0,05) entre avaliações PRE-POS.

TIT - titulares; RES - reservas; Δ% - delta percentual; SJ - Salto vertical no tapete de contato sem

contramovimento; CMJ - Salto vertical no tapete de contato com contramovimento; SR - Supino reto força

máxima absoluta; SRr - Supino reto força máxima relativa ao peso corporal; C20 - corrida cíclica de 20

metros; T40 - corrida de 40 acíclica metros; VO2 - consumo máximo de oxigênio.

Em momentos oportunos da etapa competitiva, como os microciclos sem jogos, por

exemplo, ajustes na carga de treinamento (alteração do volume de treino na quadra e de

treinamentos físicos, sessões extras de treinamento técnico-tático) para os atletas, especialmente

os reservas, podem impedir estagnações de desempenho.

O tempo em quadra dos atletas TIT (22,8 ± 3,8 min na avaliação PRE e 24,4 ± 5,4 min na

POS), conforme apresentado na tabela 11, foi significantemente superior ao dos RES (9,5 ± 5,9

min na avaliação PRE e 10,0 ± 5,3 min na POS) durante todo o macrociclo. Acreditamos que o

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81

próprio jogo tenha servido de estímulo para melhora da velocidade em linha reta (C20) e

capacidade aeróbia (VO2max), como ocorreu com os atletas TIT. Conte et. al. (2015)

identificaram que durante o jogo de basquetebol é exigida a realização de sprints com aceleração

máxima a cada 33 s, o que contribui diretamente para o aumento da velocidade da corrida

(YOUNG; McDOWELL; SCARLETT, 2001; YOUNG; JAMES; MONTGOMERY, 2002) e,

segundo os resultados do estudo de Ben Abdelkrim et. al. (2010), a FC permaneceu acima dos

95% em 19,3 ± 3,5%, e entre 85 a 95% da FCmax em 56,0 ± 6,3% do tempo da "bola em jogo".

De acordo com Helgerud et. al. (2001), a melhora do VO2max pode ocorrer em estímulos

aproximadamente de 90% da FCmax.

Os atletas RES permaneceram menos tempo em quadra nos jogos (CATERISANO et. al.,

1997), sendo assim, alertamos para que os preparadores físicos e comissão técnica dispensem

maior importância na homogeneização da carga de treinamento e competição imposta aos atletas

de uma equipe.

Nos achados de Gonzalez et. al. (2013), os atletas TIT da NBA melhoraram a potência em

cinco saltos verticais consecutivos (77,3 ± 78,1 Watts) enquanto os RES pioraram (-160,0 ±

151,0 Watts). Caterisano et. al. (1997) verificaram que os atletas TIT do campeonato

universitário aumentaram 1,1 % no VO2max enquanto os RES diminuíram 9,9 %.

Na força máxima avaliada no teste de 1RM do supino reto, Caterisano et. al. (1997)

observaram redução tanto nos atletas TIT (-7,5 %) como nos RES (-12,0 %). Os autores alegaram

que devido as viagens e jogos, os atletas tiveram pouco tempo para a realização do treinamento

de força na musculação. Em nosso estudo não observamos redução na força máxima.

Acreditamos que devido aos jogos se concentrarem em cidades próximas ao local de treinamento,

sempre às quintas-feiras e aos sábados, permitiu com que a equipe pudesse retornar brevemente a

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rotina, e realizar o treinamento de força às segundas e terças-feiras, no intuito de manter ou

melhorar o nível de força muscular.

Os atletas TIT apresentaram diminuição (p≤0,05) no total de pontos e nos arremessos de 2

pontos convertidos entre os jogos da fase de classificação e os play-offs. Os atletas RES

reduziram (p≤0,05) o número de bolas perdidas. O maior valor observado do Δ% no desempenho

técnico de jogo dos atletas TIT (52,9%) foi nas bolas recuperadas e dos atletas RES (41,2%) foi

nos arremessos de três pontos (tabela 11).

Especulamos que a redução no total de pontos e arremessos de 2 pontos convertidos por

parte dos atletas TIT seja devida ao fato dos jogos dos play-offs terem sido disputados contra

equipes mais qualificadas e a dificuldade com que essas variáveis fossem executadas foi

aumentada. Nesse mesmo sentido, especulamos que a redução do número de bolas perdidas pelos

atletas RES se refira ao fato de que, em jogos mais disputados, os atletas reservas são menos

requisitados para ações decisivas, tendo, portanto, menos oportunidade de cometer erros.

Na avaliação PRE, observamos diferenças (p≤0,05) entre TIT e RES, no total de pontos,

arremessos de três pontos convertidos, arremessos de dois pontos convertidos e tempo em quadra.

Na avaliação POS, observamos diferenças no total de pontos, arremessos de três pontos

convertidos, arremessos de dois pontos convertidos, rebote defensivo, total de rebotes, faltas

cometidas, bolas perdidas e tempo em quadra, sendo os valores sempre superiores nos atletas

TIT, em ambas as avaliações.

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Tabela 11 - Desempenho técnico de jogo e delta percentual dos atletas adultos titulares e reservas

de basquetebol na fase de classificação e nos play-offs do campeonato paulista - série especial

(média e desvio padrão)

Variáveis TIT (n=5) RES (n=6)

PRE

M ± DP

POS

M ± DP Δ%

PRE

M ± DP

POS

M ± DP Δ%

Pontos 13,6 ± 4,9 11,2 ± 4,3* 17,7 3,0 ± 2,0

a 2,6 ± 2,7

b 14,7

3 pontos convertidos 1,5 ± 1,1 1,4 ± 0,8 10,8 0,3 ± 0,4a 0,2 ± 0,2

b 41,2

2 pontos convertidos 2,8 ± 1,4 2,2 ± 1,2* 20,6 0,7 ± 0,4

a 0,7 ± 0,8

b 1,5

Lance-livre convertido 3,5 ± 3,1 2,7 ± 1,8 22,1 0,7 ± 0,5 0,6 ± 0,9 10,1

Assistências 1,9 ± 1,6 1,3 ± 1,2 30,6 0,8 ± 1,1 0,5 ± 0,5 40,0

Rebote ofensivo 1,0 ± 0,3 0,7 ± 0,3 27,4 0,5 ± 0,5 0,6 ± 0,6 22,6

Rebote defensivo 2,3 ± 0,6 2,6 ± 0,8 15,0 1,6 ± 1,2 1,2 ± 0,7b 26,7

Total de rebotes 3,2 ± 0,8 3,3 ± 0,8 2,2 2,1 ± 1,6 1,8 ± 1,2b 15,3

Bolas recuperadas 1,2 ± 1,0 0,6 ± 0,4 52,9 0,4 ± 0,2 0,3 ± 0,2 22,7

Faltas cometidas 2,4 ± 0,2

2,4 ± 0,5

1,6 1,7 ± 1,3

1,4 ± 0,8b

16,1

Bolas perdidas 1,8 ± 1,1 1,7 ± 0,4 4,8 0,9 ± 0,4 0,6 ± 0,3*b

23,7

Tocos 0,2 ± 0,2 0,1 ± 0,2 30,6 0,2 ± 0,2 0,1 ± 0,2 33,3

Tempo de quadra (min) 22,8 ± 3,8 24,4 ± 5,4 6,8 9,5 ± 5,9a 10,0 ± 5,3

b 5,1

*Diferença si nificante (p ≤ 0,05) entre avaliações PRE-POS.

aDiferença si nificante (p ≤ 0,05) entre TIT e RES na avaliação PRE.

bDiferença si nificante (p ≤ 0,05) entre TIT e RES na avaliação POS.

TIT - titulares; RES - reservas.

Goméz et. al. (2009) verificaram, por meio do scout técnico, quais indicadores de

desempenho técnico de jogo poderiam discriminar as atletas TIT e RES nos jogos da Women's

National Basketball Association (WNBA). Eles identificaram que os arremessos de 2 pontos

convertidos, os lances-livres e assistências foram os que apresentaram diferenças. Os autores

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destacaram que a importância da contribuição dos TIT e RES se altera conforme o contexto do

jogo.

Vale ressaltar que, apesar da pequena amostra (TIT = 5 e RES = 6) para comparação entre

os grupos, verifica-se uma representatividade imensurável da população investigada em questão

e, portanto, dados com uma qualidade bastante relevante.

Assim, concluímos que, em um macrociclo de curta duração (13 semanas), a força,

velocidade e capacidade aeróbia podem ser mantidas ou melhoradas. Apesar de não ter havido

diferenças nessas variáveis entre os atletas TIT e RES, houve aumento da velocidade da corrida

C20 e VO2max nos atletas TIT, indicando que o maior tempo em quadra nos jogos pode servir

como estímulo para o aumento dessas valências físicas.

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CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Encontramos que em seis semanas de treinamento físico, técnico e tático é

possível melhorar o desempenho físico;

Os testes de corrida T40 e Yo-yo se mostraram mais sensíveis na detecção das

adaptações ao treinamento em relação aos outros testes de desempenho físico;

Os atletas adultos de alto rendimento mantém o desempenho técnico independente

do momento do campeonato;

A melhora da aptidão física não interfere diretamente no desempenho técnico de

jogo;

Maior adiposidade corporal interfere negativamente o desempenho da força

explosiva de MMII independente do momento da competição;

As associações entre aptidão física e desempenho técnico de jogo apresentaram

instabilidade devido ao momento da competição;

Atletas TIT e RES não apresentaram diferenças entre eles na aptidão física, porém

os TIT melhoraram em mais variáveis do desempenho físico do que os RES.

A realização das avaliações antropométricas, físicas e técnicas durante a etapa

competitiva auxiliam no monitoramento do condicionamento físico e desempenho técnico, tanto

da equipe, como de cada atleta. De acordo com as nossas análises, como a carga de treino foi

reduzida durante o período competitivo, supomos que a distribuição adequada das sessões de

treinamento físico, técnico e tático dentro dos microciclos, além dos estímulos dos jogos,

contribuiu para melhora do desempenho físico dos atletas.

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Enfatizamos a necessidade do controle rigoroso da composição corporal, especialmente

do percentual de gordura corporal, pois constatamos uma relação inversa entre adiposidade

elevada e os indicadores de desempenho físico. Apesar de não identificada estabilidade nas

associações entre o desempenho físico e o técnico de jogo nos dois momentos de avaliação,

acreditamos que a melhora do nível de aptidão física seja fundamental para o desempenho

satisfatório do atleta, permitindo criar condições mais favoráveis para desempenhar suas funções

dentro do jogo, independente dos acertos e erros técnicos.

Enfatizamos que atenção especial aos atletas reservas deve ser considerada, pois o tempo

em quadra desses atletas é inferior aos titulares, o que pode inibir a melhora de alguns

componentes do condicionamento físico, como o VO2max, e o possivelmente próprio

desempenho técnico de jogo.

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LIMITAÇÕES E PRÓXIMOS PASSOS

Entendemos como limitações do estudo : a) impossibilidade de outros momentos de

avaliação; b) o tamanho reduzido da amostra; c) os horários e locais de treinamento da equipe; d)

monitoramento da alimentação, uso de suplementos alimentares e sono dos atletas. Em todas as

oportunidades de contato com os atletas do estudo, buscamos orientá-los e conscientizá-los da

importância da prática nutricional saudável e descanso.

Consideramos os atletas do presente estudo uma amostra representativa de atletas adultos

de basquetebol da elite nacional, oferecendo a possibilidade de se observar o comportamento das

variáveis de aptidão física e desempenho técnico de jogo ao longo de um macrociclo de uma

equipe de alto nível do cenário nacional, o que é pouco explorado na ciência do esporte. Os

estudos de campo com atletas de alto nível terão sempre a dificuldade com o tamanho da amostra,

especialmente nas pesquisas longitudinais. Além das dificuldades apontadas, soma-se o fato de

que no esporte de alto rendimento, lesões podem ocorrer com maior frequência, bem como falta

em treinos, mudanças de calendário das competições, burocracias internas do clube, dispensa de

atletas, contratação de novos, entre outros.

Nossos próximos passos serão: a) investigar as associações entre as variáveis de aptidão

física, desempenho técnico, tático e psicológico durante um ciclo anual; b) analisar essas relações

em diferentes categorias e sexo; c) acompanhar e avaliar a eficácia do treinamento físico, técnico

e tático na comparação de equipes vencedoras e perdedoras ao longo de uma temporada.

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ANEXOS

ANEXO 1. Planilha da estatística de jogo

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ANEXO 2. Escalas da Magnitude do Tamanho do Efeito do treinamento

Magnitude do efeito Escala

Trivial < 0,20

Pequeno 0,20 - 0,50

Moderado 0,50 - 0,80

Grande > 0,80

Adaptado de Cohen (1992)

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ANEXO 3. Escalas da Magnitude do Tamanho do Efeito em pesquisas com treinamento de

força

Magnitude do efeito Não-treinado Recreacionalmente

treinado

Altamente treinado

Trivial <0,50 <0,35 <0,25

Pequeno 0,50-1,25 0,35-0,8 0,25-0,50

Moderado 1,25-1,9 0,8-1,5 0,50-1,0

Grande >2,0 1,5 >1,0

Não-treinado - indivíduos que treinam regularmente por 1 ano; recreacionalmente treinado -

indivíduos que treinam regularmente de 1 a 5 anos; altamente treinado - indivíduos que treinam

regularmente por no mínimo de 5 anos - adaptado de Rhea (2004)

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APÊNDICES

APÊNDICE 1. Correlações entre as variáveis na avaliação PRE

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APÊNDICE 2. Correlações entre as variáveis na avaliação POS

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APÊNDICE 3. Carta de autorização do Club Athlético Paulistano

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APÊNDICE 4. Termo de consentimento livre e esclarecido - TCLE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu______________________________________________________,RG__________________________,

apresento que fui contatado pelos pesquisadores Prof. Dr. Aylton Figueira Junior e Prof.

Msdo. João Henrique Gomes quem me elucidaram os objetivos da pesquisa intitulada

“Alteração dos indicadores de condição física e psicológica e suas relações com os

indicadores de desempenho de jogo em jovens jogadores de basquetebol”. Fui

esclarecido que o desenvolvimento da pesquisa foi autorizado pela gerência do Club

Athlético Paulistano. Fui selecionado por estar dentro das características e faixa etária

correspondente a pesquisa. A pesquisa analisará o comportamento das minhas variáveis

antropométricas (peso e altura) e composição corporal (dobras cutâneas e circunferências),

neuromusculares (salto vertical, velocidade de deslocamento cíclica 20m e velocidade de

deslocamento acíclica T40m), metabólicas (capacidade aeróbia e anaeróbia Yo-yo

Intermittent Recovery Nível I) e desempenho técnico de jogo (estatística dos jogos oficiais

através do scout técnico). Por essas explicações acima poderei participar da avaliação

antropométrica, da composição corporal e dos testes de aptidão física. Assim, apresento que

fui esclarecido pelo pesquisador que poderei interromper minha participação em qualquer

etapa da pesquisa, não havendo ônus ou penalidade se o fizer. Apesar de todos os

instrumentos e testes fazerem parte da minha rotina de avaliação como atleta, fui

informado que poderei sentir algum desconforto devido a intensidade dos esforços, como:

câimbra, aumento da tonificação transitória dos músculos, sede e sudorese intensa. Ao

concluir o projeto de pesquisa, terei maior conhecimento sobre minhas características de

aptidão física, além de poder comparar a evolução dos meus indicadores de rendimentos

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específico pelo scout, permitindo melhor entendimento dos aspectos de preparação

esportiva. Ainda fui esclarecido que em nenhum momento haverá divulgação nominal dos

resultados, sendo esses utilizados para fins científicos, como apresentação em congressos e

publicação em revistas. Todos os dados ficarão armazenados no Laboratório do Movimento

Humano na Universidade São Judas Tadeu, cito a Rua Taquari, 546, Móoca, CEP 03166-000

e caso tenha algum questionamento poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade São Judas Tadeu/SP (2799-1944). Portanto, por estar de acordo em participar

assino duas vias com o pesquisador responsável, com igual teor, ficando uma via em meu

poder.

São Paulo, ____/_____/2014

_____________________________________ _______________________________________

Assinatura do Participante Prof.Dr. Aylton Figueira Junior

Telefone ________________________ Universidade São Judas Tadeu

_____________________________________

Prof. Msdo. João Henrique Gomes

Universidade São Judas Tadeu

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APÊNCIDE 5. Documento de Aprovação do Comitê de Ética - USJT

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