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UNIVERSIDADE DO ALGARVE
Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente
Análise da Distribuição Espacial do Esforço
e Rendimentos de Pesca das Frotas Portuguesas
de Arrasto Costeiro
Manuel Afonso-Dias (Coordenador)
& Carlos Pinto
RELATÓRIO FINAL
PROJECTO MARE 22-05-01-00025 (1 de Abril de 2004 – 31 de Julho de 2007)
FARO
2008
2
Este relatório é da exclusiva responsabilidade dos seus autores
O relatório, em formato digital, pode ser obtido a partir de: http://w3.ualg.pt/~madias/geopesca/GeoPescasRelatorioFinal08.pdf
3
ÍNDICE
RESUMO .............................................................................................................................. 4 ABSTRACT .......................................................................................................................... 5 AGRADECIMENTOS .......................................................................................................... 7 1. INTRODUÇÃO................................................................................................................. 9 2. TRABALHO DESENVOLVIDO ................................................................................... 12 3. RESULTADOS ............................................................................................................... 25
3.1. GeoCrust 2.0 - Software para a monitorização da pesca de arrasto através da análise integrada de dados VMS, desembarques e diários de pesca............................................ 25 3.2. Análise da evolução espacio-temporal das pescarias portuguesas de arrasto de crustáceos (1998-2004) e de peixe (2003) utilizando dados VMS combinados com desembarques / diários de pesca...................................................................................... 36 3.3. Análise comparativa da informação contida nos Diários de Pesca da frota portuguesa de arrasto com os resultados obtidos através da análise de dados VMS com o software GeoCrust 2.0..................................................................................................... 66 3.4. Portal GeoPescas: proposta de website para a disseminação de informação pesqueira geo-referenciada .............................................................................................. 73
4. DIVULGAÇÃO .............................................................................................................. 77 5. PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO.............................................................. 81 TABELAS ........................................................................................................................... 87 FIGURAS ............................................................................................................................ 96 ANEXOS........................................................................................................................... 158
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RESUMO GeoCrust é um Sistema de Informação Geográfica (SIG), totalmente desenvolvido por programação (Visual Basic 6.0 e MapObjects 2.0) num projecto de investigação anterior da Universidade do Algarve. O programa utiliza dados de latitude, longitude e velocidade dos navios de pesca, obtidos através do sistema VMS português (MONICAP), combinados com dados de capturas (vendas em lota e diários de pesca), para estimar e cartografar o esforço e rendimentos de pesca da pescaria de arrasto de crustáceos, a qual opera nas costas Sul e Sudoeste de Portugal continental. O software permite a identificação e mapeamento de viagens de pesca e de lances de arrasto dentro dessas viagens. Os dados de desembarques das viagens de pesca, utilizados como proxy das capturas, quando cruzados com o esforço de pesca permitem calcular rendimentos de pesca (capturas por unidade de esforço, CPUE) por região e pesqueiro para as espécies-alvo e grupos de espécies da pescaria. No cálculo das CPUE são utilizados apenas dados de viagens de pesca exclusivamente realizadas dentro de uma mesma região ou de um mesmo pesqueiro (CPUE por região ou por pesqueiro, respectivamente), uma vez que os desembarques podem corresponder a viagens com arrastos realizados em diferentes regiões e pesqueiros. Neste projecto deu-se continuidade ao desenvolvimento do software GeoCrust tendo-se obtido a sua versão actual, GeoCrust 2.0. As cartas digitais geo-referenciadas foram alargadas para incluir as costas do Centro e Norte de Portugal. A base de dados foi mudada de MsAccess para MySql, com vista a acomodar uma maior quantidade de dados, e foi implementada num servidor em Linux com vista a conferir-lhe, sobretudo, maior segurança. Foram criadas novas versões das rotinas de marcação de viagens e de arrastos para permitir o tratamento de dados MONICAP da frota de peixe (a velocidade de arrasto para peixe é normalmente mais elevada e variável que para os crustáceos) e o processo de identificação foi automatizado com a inclusão de algoritmos de inteligência artificial (métodos de classificação automática). Uma vez que tanto a identificação de viagens como a de arrastos requerem processamento demorado por parte de um operador treinado, introduziram-se no software métodos expeditos para a obtenção imediata de mapas preliminares de esforço de pesca usando apenas dados MONICAP. O programa GeoCrust 2.0 foi usado na análise da distribuição espacial e temporal do esforço e rendimentos de pesca da frota portuguesa de arrasto de crustáceos. Mapas da actividade de pesca da frota dentro do ano (por trimestre) e ao longo dos anos revelaram a distribuição espacial do esforço de pesca desta frota entre 1998 e 2004 e a sua importância relativa nas diferentes regiões e pesqueiros. Foram calculados rendimentos de pesca trimestrais e anuais das espécies-alvo (lagostim, gamba e camarão-vermelho) e grupos de espécies (Crustáceos, Moluscos e Peixes), por região e por pesqueiro, e analisada a sua evolução no período de estudo. Foram igualmente analisados aspectos do regime de operação da frota (e.g., duração, distância e velocidade dos lances de arrasto por pesqueiro e estrato batimétrico), dentro e ao longo dos anos. Na pescaria de arrasto de peixe foram analisou-se a distribuição espacial do esforço de pesca, o regime de operação da frota e os rendimentos de pesca, por região, em 2003. Com os dados de 2003 produziu-se ainda um estudo comparativo sobre o número de arrastos, tempo de pesca e quantidades pescadas entre os resultados do processamento de viagens de pesca através do software GeoCrust 2.0 e a informação contida nos diários de pesca dessas viagens, para cada uma das pescarias de arrasto.
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Finalmente, foi desenvolvida uma proposta de Portal com o objectivo de providenciar informação geo-referenciada de esforço de pesca, desembarques, capturas e rendimentos de pesca, junto da investigação e administração pesqueiras bem como da própria indústria (armadores e mestres pescadores). O Portal GeoPescas – www.geopescas.fcma.ualg.pt (versão de demonstração on-line) disponibiliza mapas de esforço e de rendimentos de pesca como imagens, preparadas através do software GeoCrust 2.0 ou produzidas pelo utilizador através de uma aplicação SIG on-line (JAVA applets). Toda a informação apresentada, em tabelas, gráficos e mapas, pode ser extraída como ficheiros XML para utilização posterior. Todos os mapas estão geo-referenciados para permitir a sua utilização em qualquer aplicação SIG. Se o Portal vier a ser implementado, esta informação será disponibilizada aos diferentes utilizadores segundo rigorosos critérios a estabelecer pela Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura.
ABSTRACT GeoCrust is a Geographic Information System (GIS), entirely developed by programming (Visual Basic 6.0 and MapObjects 2.0) in a previous research project conducted by the University of Algarve. It uses vessel latitude, longitude and speed data, obtained through MONICAP, the Portuguese Vessel Monitoring System (VMS), combined with catch data (first auction sales and logbook records), to estimate and map fishing effort and catch rates for the Portuguese crustacean trawl fishery that operates in the South-Southeast coasts of Portugal. GeoCrust allows the identification and mapping of fishing trips and trawl hauls. Fishing trip landings and logbook catch records, for the target species and groups of species, used as a proxy of catch, when crossed with fishing effort allows the calculation of catch rates (catch per unit effort, CPUE), by region or fishing ground. Since trawl hauls may be performed in different regions and fishing grounds during the same fishing trip, only data from fishing trips exclusively performed within a region or fishing ground, respectively, were used in CPUE calculation. Within this project the GeoCrust software was further developed, to its present version, GeoCrust 2.0. The digital geo-referenced charts were expanded to include the Centre and North of Portugal. The database was changed from MsAccess to MySql to accommodate a larger amount of data and was stored in a Linux server, particularly to improve data security. New versions of the Fishing Trips and Trawl Hauls identification routines were further developed to allow the analysis of finfish VMS data (trawl speed for fish is normally higher and more variable than for crustacean) and the identification procedure was automated through the inclusion of artificial intelligent algorithms (automatic classification methods). Since fishing trips and trawl hauls identification are still a time consuming procedure, methods for quick mapping of fishing effort, using VMS data only, were introduced in the “Preliminary Analysis” module of the software. GeoCrust 2.0 was used to analyse the spatial and temporal distribution of fishing effort and catch rates of the crustacean trawl fleet. Maps of fishing activity within (by quarter) and along the years revealed the spatial distribution of fishing effort between 1998 and 2004 of the crustacean trawl fishing and its relative importance in the different regions and fishing grounds. Quarterly and annual catch rates for the three target species (Norway lobster, Deep-water rose shrimp and Blue and red shrimp) and groups of species (Crustacean, Molluscs and Fishes) were produced by region and fishing ground, and their evolution in the seven-years period was analysed. Aspects of the crustacean fleet activity (e.g., trawl haul duration, distance and speed by fishing ground and depth stratum), within and
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throughout the years, were also studied. For the finfish trawl fishery the fishing effort spatial distribution, fleet activity and catch rates by region for the main species in 2003 were also analysed. The 2003 data was used to compare some GeoCrust fishing trip outputs and logbooks data both in the crustacean and finfish fisheries. Finally, a website proposal was developed aiming to disseminate geo-referenced information on fishing effort, landings, catches and catch rates through fisheries researchers, the fishery administration and also the fishing industry. The website GeoPescas – www.geopescas.fcma.ualg.pt (demonstration version on-line) will provide maps of fishing effort and catch rates as images prepared by the GeoCrust 2.0 software or generated, by the user, on an on-line GIS application (JAVA applets). All the information presented, in tables, graphics and maps, can be extracted as XML files, for further use. All maps were geo-referenced to allow their use in any GIS application. Once implemented, this information will be available to the different users following rigorous criteria to be established by the Portuguese Directorate General of Fisheries.
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AGRADECIMENTOS
O projecto GeoPesca, realizado com o apoio de fundos FEDER disponibilizados através
do programa MARE, contou com a colaboração da Direcção-Geral das Pescas e
Aquicultura (DGPA) e, em particular, da sua Inspecção Geral das Pescas (IGP), que
disponibilizaram, respectivamente, os dados de pesca (características da frota, vendas em
lota, declarações de descarga e diários de pesca) e de VMS (dados MONICAP) utilizados
no projecto. A todos os técnicos da DGPA e IGP envolvidos na extracção e envio de dados
bem como no esclarecimento de algumas dúvidas, o nosso agradecimento.
O projecto GeoPesca, desenvolvido por Manuel Afonso Dias (biólogo marinho) e Carlos
Pinto (informático), contou, no entanto, com a colaboração dos seguintes elementos a
quem muito se agradece:
Joana Margarida Simões (geógrafa e programadora de Sistemas de Informação Geográfica,
SIG), co-autora do software GeoCrust, pelo trabalho desenvolvido na programação das
componentes SIG da versão 2.0 do software bem como pela leccionação do curso sobre
“Conceitos e Tecnologias de SIG” incluído nas actividades de divulgação deste projecto;
João Eduardo Pinto (biólogo marinho), pela concepção do logótipo do projecto GeoPesca
e pelo apoio na montagem e grafismo das comunicações em formato de poster;
Carla Vaz Paula (Engª. geógrafa), pelo trabalho de produção cartográfica digital i.e., pela
extensão da cartografia digital do software GeoCrust à zona Norte do país;
André Frazão Pires (biólogo marinho), pelo processamento de dados das frotas de
crustáceos (2000-2004) e de peixe, através do software GeoCrust, bem como pela
colaboração prestada durante o desenvolvimento da versão 2.0 do software;
Daniel Gomes (designer), pela concepção e desenvolvimento do grafismo do Portal
GeoPescas bem como da aplicação flash de abertura do portal;
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Paula Fernandes (informática), pela colaboração na programação da versão inglesa da
página web do projecto, pelo processamento de dados da frota de peixe (2003) através do
software GeoCrust e pelo apoio técnico prestado na administração e gestão das bases de
dados do projecto;
Isabel Afonso Dias (bióloga marinha), pela tradução para inglês dos conteúdos da página
web do projecto e do Portal GeoPescas, bem como pela colaboração na revisão de diversas
comunicações científicas produzidas durante o projecto.
Por fim, queremos agradecer aos funcionários do Serviço de Planeamento e Estudos da
Universidade do Algarve e, em particular, à Srª. Ana Santos, pela gestão administrativa e
financeira do projecto.
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1. INTRODUÇÃO
Os sistemas de monitorização para a inspecção das actividades da pesca, conhecidos como
VMS (Vessel Monitoring System), estão a ser introduzidos um pouco por todo o mundo no
âmbito dos programas de monitorização, controlo e vigilância (MCS) dos navios de pesca.
Os sistemas VMS consistem em equipamentos selados, instalados a bordo dos navios de
pesca, que providenciam informação GPS (Global Positionning System) sobre a
localização (latitude e longitude), data e hora e actividade do navio (e.g., a sua velocidade
e rumo). Cada navio possui um identificador único. Esta informação é transmitida para um
Centro de Controlo em terra, que dispõe de aplicações informáticas que lhes permitem
visualizar geograficamente os navios e controlar todas as suas movimentações.
Em Portugal, o sistema VMS adoptado (MONICAP1), foi desenvolvido pelo actual
Instituto de Inovação (INOV) do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores
(INESC). Este sistema foi introduzido em Portugal em 1988 no decurso de um projecto
piloto promovido pela Comissão Europeia. O equipamento é instalado a bordo numa
unidade denominada de caixa azul e a transmissão da informação é efectuada, via satélite
(Inmarsat C), em pacotes de 8 horas. No entanto, o registo da informação VMS tem sido
efectuado com uma periodicidade de 10 minutos2.
Actualmente, a utilização de equipamento VMS é obrigatória na União Europeia para
navios com comprimento superior a 15 metros. Em Portugal, como na maior parte do
Mundo, a utilização desta informação tem sido usada quase exclusivamente para fins de
controlo e inspecção pesqueira. A natureza confidencial desta informação tem constituído
um obstáculo à sua utilização para fins de investigação dos recursos pesqueiros.
No entanto, a informação de posicionamento dos navios de pesca é fundamental para o
conhecimento da distribuição espacial do esforço de pesca e para o seu controlo e, quando
cruzada com informação sobre as capturas, proveniente de diários de pesca e/ou das
descargas e vendas em lota, permite igualmente obter informação, no espaço e no tempo,
sobre as capturas por espécie e rendimentos de pesca (capturas por unidade de esforço).
1 http://www.inov.pt/pages/casestudies/case_1.php 2 Desde 2005 que a recolha da informação MONICAP passou a ser realizada de 2 em 2 horas o que limitará, em muito, a sua interpretação nos moldes em que é feito através do software GeoCrust 2.0.
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Assim, numa altura em que se assiste à exaustão de uma grande parte dos recursos
explorados, sobretudo pelo arrasto, devido à falência das medidas de gestão praticadas,
torna-se imperioso que as administrações pesqueiras criem condições para a utilização
efectiva da informação VMS, associada a informação sobre as capturas, na monitorização,
avaliação e gestão dos recursos explorados pela pesca.
Foi com esta preocupação que a Universidade do Algarve, com apoio de fundos
comunitários, tem vindo a desenvolver, desde 2000, o software GeoCrust, primeiro através
do projecto GeoCrust, “Use of satellite GPS to map effort and landings of the portuguese
crustacean fleet”, financiado pela Comissão Europeia (Projecto DG.XIV 99/059) e
realizado pela UALG entre Abril de 2000 e Maio de 2002 (Afonso-Dias et al., 2002) e,
agora, através do presente projecto GeoPesca. Trata-se de um Sistema de Informação
Geográfica (SIG), totalmente desenvolvido por programação, que utiliza dados de
posicionamento (latitude e longitude) e velocidade dos navios de arrasto fornecidos pelo
Sistema MONICAP, e as respectivas capturas (vendas em lota ou registos de capturas nos
diários de pesca) para quantificar e cartografar (mapear) a actividade de pesca e inferir
sobre o esforço e rendimentos de pesca das espécies-alvo das duas pescarias de arrasto
portuguesas.
O software GeoCrust foi inicialmente concebido (versão 1.0) para a análise da pescaria
portuguesa de arrasto de crustáceos (Afonso-Dias et al., 2002; 2004; Simões et al., 2003),
a qual opera ao largo das costas sudoeste e sul de Portugal, até aos 800 metros de
profundidade, e visa essencialmente três espécies: o lagostim Nephrops norvegicus; a
gamba, Parapenaeus longirostris e o camarão-vermelho, Aristeus antennatus. No projecto
GeoCrust (Afonso-Dias et al., 2002), por intermédio do software GeoCrust 1.0, foi
possível quantificar e cartografar a distribuição espacial da intensidade de esforço e
rendimentos de pesca por pesqueiro, da frota portuguesa de arrasto de crustáceos, em 1998
e 1999.
A versão actual do software (GeoCrust 2.0), desenvolvida no âmbito do presente projecto,
torna possível, igualmente, a análise de dados da frota portuguesa de arrasto de peixe, de
maior dimensão que a de crustáceos, e a operar ao longo de toda a costa portuguesa, a
menores profundidades. Esta frota é composta por embarcações com características e
estratégias de pesca diversas, visando diferentes espécies-alvo como o carapau (Trachurus
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trachurus), a pescada (Merluccius merluccius) e o tamboril (Lophius piscatorius e L.
budegassa) mas também cefalópodes (polvo-comum Octopus vulgaris e lulas) ou
crustáceos (lagostim e gamba) podendo a frota ser estratificada em vários metiers (Campos
et al., 2007; Fonseca et al., 2008).
O projecto GeoPesca teve o seu início em 1 de Março de 2004 e terminou em 31 de Julho
de 2007, após ter beneficiado de uma extensão de 11 meses. Teve como principais
objectivos (1) melhorar algumas componentes do programa GeoCrust 1.0 e utilizá-lo para
quantificar, cartografar e analisar a distribuição espacial do esforço e rendimentos de pesca
da frota portuguesa de arrasto de crustáceos, no período de 2000 a 2004; (2) modificar o
programa GeoCrust 1.0 de modo a permitir, igualmente, a análise de dados da frota de
arrasto de peixe, utilizando para isso informação desta frota em 2003; (3) desenvolver uma
aplicação informática que permita a disponibilização de informação geo-referenciada à
investigação e administração pesqueiras bem como aos próprios armadores e mestres
pescadores e (4) realizar um estudo comparativo da informação registada nos diários de
pesca oficiais das embarcações de arrasto e a informação obtida através da análise dos
dados MONICAP com o programa GeoCrust, tanto para a frota de arrasto de crustáceos
como para a de peixe, utilizando para isso dados de 2003.
O presente relatório, produzido na sequência do disposto no artigo 12º, alínea g) da
Portaria nº 212/2001, de 15 de Março, tem por objectivo dar a conhecer o trabalho
desenvolvido durante o projecto GeoPesca (execução material), tarefa a tarefa (Secção 2),
e apresentar os seus principais resultados (Secção 3). É dado conta, igualmente, das várias
actividades de divulgação realizadas (Secção 4) e, no final, são analisadas as perspectivas
de desenvolvimento futuro (Secção 5).
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2. TRABALHO DESENVOLVIDO
Para a execução do projecto GeoPesca foram definidas, e calendarizadas, doze tarefas
cujos objectivos específicos foram, na sua essência, cumpridos. Apresenta-se, de seguida, o
trabalho desenvolvido em cada uma dessas tarefas.
Tarefa 1 - Elaboração da Página Internet do projecto
Logo no início do projecto GeoPesca foi concebida, e colocada online, uma página na
Internet para divulgação do projecto: http://w3.ualg.pt/~madias/GeoPesca/index.html. Foi,
igualmente, adoptado um logótipo específico para este projecto. Posteriormente, tendo em
vista a divulgação do projecto a nível internacional, foi criada uma versão da página em
língua inglesa (http://w3.ualg.pt/~madias/GeoPesca/index_ing.html). Os principais
documentos de divulgação produzidos durante este projecto são disponibilizados nesta
página, em secção própria.
Tarefa 2 - Extensão do software GeoCrust 1.0 à pescaria de arrasto de peixe
O software GeoCrust, concebido originalmente (versão 1.0) para a análise de dados da
frota de arrasto de crustáceos, foi modificado de modo a permitir, também, a análise de
dados da frota de arrasto de peixe.
O facto da pesca de arrasto de peixe se realizar ao longo de toda a costa continental
obrigou à extensão da base cartográfica a toda a costa continental portuguesa. Assim,
foram produzidas mais três cartas digitais, geo-referenciadas, a partir das cartas analógicas
de navegação da Zona Norte (24P03, 24P02 e 24P01) do Instituto Hidrográfico português.
Foram produzidos quatro ficheiros vectoriais em formato .shp (shapefile), geo-
referenciados, com a informação digital referente à (1) batimetria, em polígonos com a
respectiva profundidade (atributo alfanumérico); (2) linha de costa; (3) limite das 6 milhas
e (4) toponímia - nome de algumas cidades litorais/portos de pesca mais importantes.
Foram igualmente produzidos três ficheiros em formato “tiff” (a cores), geo-referenciados,
resultante da digitalização das cartas em formato analógico.
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Por outro lado, a pesca de arrasto de peixe é praticada, em geral, a velocidades superiores
às do arrasto de crustáceos o que exigiu a alteração dos procedimentos semi-automáticos e
automáticos de detecção de arrastos. Na definição das viagens, o facto da venda do
pescado capturado pela frota de peixe se realizar em diversas lotas ao longo da costa, com
funcionamento em diferentes horários, torna mais difícil a detecção automática do final das
viagens (uma viagem é sempre associada a uma venda). No caso da pescaria de crustáceos,
a venda é sempre realizada de madrugada e, quase exclusivamente na lota de Vila Real de
Santo António, o que facilita bastante os procedimentos.
Para tratar, separadamente, os dados das frotas de arrasto de crustáceos e de peixe foram
elaboradas duas versões diferentes dos módulos de “Marcação de Viagens” e de
“Marcação de Arrastos”. No caso do módulo de “Marcação de Viagens” foi aumentado
para 12.5 mn/h o valor máximo no gráfico de velocidades e as vendas passaram a ser
apresentadas no próprio dia em que se processa o desembarque. No módulo de “Marcação
de Arrastos” foram utilizados dois novos algoritmos de inteligência artificial para a
automatização da marcação dos arrastos, para além dos utilizados na análise da frota de
crustáceos. A automatização da marcação de arrastos foi introduzida na versão 2.0 do
software, desenvolvida no presente projecto (Tarefa 4).
Durante o trabalho de extensão do software à frota de arrasto de peixe foram processados
dados disponíveis para esta frota, relativos a 2003, com os quais se foi testando o
programa.
Tarefa 3 - Melhoramento de algumas componentes do software GeoCrust 1.0
Para além das alterações resultantes da extensão do software GeoCrust 1.0 para a análise
de dados da pescaria de arrasto de peixe, foram efectuadas profundas modificações no
programa ao longo do projecto tendo, por isso, sido criada uma nova versão do software
(GeoCrust 2.0). Esta versão foi produzida em língua inglesa, antecipando a possibilidade
da sua internacionalização (ver Secção 5).
As novas cartas (Zona Norte) foram integradas no programa e disponibilizadas nos vários
módulos. O mapa da costa continental portuguesa (linha de costa pormenorizada) foi
incluído no mapa-mundo distribuído pela ESRI (linha de costa pouco pormenorizada) e
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colocado em todos os módulos com mapas. Deste modo, é possível analisar dados de pesca
em qualquer parte do mundo, embora com algumas limitações, em alguns dos módulos.
A base de dados (BD) foi completamente alterada (ver Tarefa 5) tornando a entrada e o
processamento dos dados de base mais eficiente. Com a nova BD em MySql, mais simples
que a BD em Access utilizada na versão 1.0 do programa, foi necessário, em alguns casos,
compatibilizar a ligação e as consultas com uma nova sintaxe, própria da BD em MySql.
Procedeu-se, assim, à reformulação do código de consultas à base de dados em cada um
dos módulos do programa. A selecção da base de dados e dos dados a analisar (frota-ano)
passou a ser realizada através de um ecrãn de entrada. Assim, em cada módulo passou-se a
restringir a análise dos dados disponíveis (para qualquer ano) apenas para os navios
pertencentes à frota em análise, num determinado ano (com licença de pesca nesse ano).
Os módulos “Análise Preliminar”, ”Análise de Velocidades”, “Marcação de Viagens”,
“Marcação de Arrastos”, “Cartografia” e “Simulação”, bem como do “Programa Final”
(que, para além de agrupar os vários módulos do programa, contém as rotinas de
manutenção e de administração da BD) foram aperfeiçoados tendo recebido novas
funcionalidades. O número de módulos da aplicação foi reduzido para seis com a exclusão
do módulo “Estatísticas”, cuja função passa a ser realizada pelo Portal GeoPescas. Para
além deste facto, a informação contida na BD, que inclui a gerada através da utilização do
software, pode ser extraída - consoante as necessidades - através de um conjunto de
consultas preparadas para o efeito e analisada com qualquer software estatístico.
As principais alterações produzidas nos diversos módulos do programa foram as seguintes:
Módulo “Análise Preliminar” – este foi um dos módulos que sofreu mais alterações
visando a produção expedita de mapas de distribuição espacial da actividade da pesca com
base nos pontos MONICAP disponíveis para uma embarcação ou mais embarcações (e.g.,
toda a frota que operou no ano em análise), por qualquer período de tempo definido pelo
operador. Os dados podem ser visualizados em bruto ou filtrados para uma gama de
velocidades de arrasto fixada pelo operador. Podem, igualmente, ser contabilizados em
grelhas definidas pelo operador. Estas grelhas são definidas programaticamente em latitude
e longitude sendo o número de pontos por quadrícula da grelha contabilizado durante a
consulta à BD. Devido à curvatura da terra as quadrículas não são quadrados perfeitos mas
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aproximados (entre 0.0500x0.0599 mn e 60.000x59.937 mn). Os dados podem ser filtrados
para uma certa gama de velocidades para todos os navios seleccionados ou específica para
cada um dos navios, definida após consulta dos seus perfis de velocidade no módulo
“Análise de Velocidades”. Podem ainda ser efectuadas consultas para pontos de viagens
previamente marcadas, as quais podem ainda ser filtradas por espécie ou grupo de espécies
(selecção por código FAO, nome científico ou nome vulgar) desembarcado nas viagens
seleccionadas, podendo o filtro ser especificado para valores maiores que uma determinada
quantidade (em kg) ou percentagem do total. A representação desta informação pode ser
realizada por pontos ou em grelha (densidade de pontos).
Na representação por quadrículas são utilizados dois tipos de representação: por cores
(escala de vermelhos com o branco como mínimo e o preto como máximo) e por círculos
na mesma escala de cores e raio proporcional. O número de classes a considerar na
contabilização do número de pontos é definido pelo operador assim como o número
máximo de pontos a considerar na última classe. Para além da gravação de imagens em
formato bmp (com inclusão das legendas seleccionadas) é possível gravar imagens geo-
referenciadas (sem inclusão das legendas seleccionadas) para utilização em Sistemas de
Informação Geográfica (imagens em formato bmp acompanhadas por um ficheiro ArcView
World File, de extensão “.bpw”, que inclui a geo-referenciação da imagem). Há ainda a
possibilidade de se acumular diferentes mapas num formulário, até um máximo de 16, para
análise comparativa no ecrãn ou em papel (uma vez impressa a imagem composta). No
ecrãn, cada um destes mapas pode, independentemente, ser alvo de operações de zoom.
A produção de mapas de densidades de pontos MONICAP em grelhas dinâmicas definidas
pelo operador, que é realizada com grande rapidez, permitiu obter representações
aproximadas da distribuição do esforço de pesca sem que seja necessário processar toda a
informação através da definição de viagens de pesca e, dentro destas, dos lanços de arrasto
efectuados.
Módulo “Análise de Velocidades” – sem alterações.
Módulo “Marcação de Viagens” – passaram a ser considerados, separadamente, as
vendas em lota, as declarações de descarga e os diários de pesca, representados
graficamente através de simbologia diferente (triângulos vermelhos, azuis e brancos,
16
respectivamente, dispostos no topo do gráfico do perfil de velocidades). A falta de
informação de venda em lota (por exemplo, dos navios congeladores ou resultante de
desembarques em Espanha) obrigou à utilização, nestas situações, dos diários de pesca, e
das declarações de descarga, o que exigiu algumas alterações neste módulo ao nível dos
procedimentos de marcação do fim da viagem. O programa disponibiliza, portanto, toda a
informação disponível de captura (diários de pesca) e desembarque (declarações de
descarga e vendas em lota) à qual se pode aceder através de um click nos respectivos
símbolos gráficos. Foi ainda considerado um símbolo diferente para as “vendas” fictícias
resultantes da adição de diários de pesca (se disponíveis) quando não se dispõe de vendas
em lota.
Módulo “Marcação de Arrastos” – sofreu um desenvolvimento notável com a inclusão
de uma nova rotina, baseada em algoritmos de Inteligência Artificial, para a detecção
automática dos lanços de arrasto dentro de viagens previamente definidas (Tarefa 4). A
velocidade de processamento de dados de viagens para detecção de arrastos aumentou
consideravelmente com a utilização desta rotina. Para além deste aspecto foram ainda
efectuadas pequenas alterações no módulo nomeadamente a possibilidade de visualização
do conteúdo dos diários de pesca, quando disponíveis, em particular do número de arrastos
marcados em cada dia de pesca (sempre visível junto ao símbolo gráfico de diário de
pesca).
Módulo “Cartografia” – foram introduzidos alguns melhoramentos, com destaque para a
substituição do processo anterior de produção de mapas de grelha com quadrículas de
1x1mn recorrendo a técnicas SIG (grelha em shapefile cruzada com a shapefile de arrastos
marcados) pelo procedimento utilizado no módulo de “Análise Preliminar”, já descrito (ver
atrás), de produção de grelhas dinâmicas recorrendo a operações sobre a BD. Este
procedimento veio conferir rapidez à produção destes mapas que eram muito morosos e
exigiam a criação prévia de shapefiles com os dados de arrasto. A possibilidade de
produção de mapas com uma grelha de 1x1mn foi, por enquanto, mantida como
alternativa.
Para além da possibilidade de se seleccionar a informação por região ou por pesqueiro
(análise de dados da frota de crustáceos) dispõe-se agora da possibilidade do operador
17
definir graficamente qualquer área geográfica e extrair informação relativa a essa área, de
viagens com lances de arrasto nessa área ou exclusivos dessa área.
Nos mapas produzidos com a grelha dinâmica é possível inquirir quais as embarcações e
número de pontos MONICAP por embarcação que cada quadrícula contém, fazendo um
click com o botão do meio do rato sobre a quadrícula. Seleccionando o nome de cada uma
das embarcações listadas tem-se acesso ao número de pontos por mês dessas embarcações,
nessa quadrícula.
Foi ainda prevista a possibilidade de se seleccionarem viagens que contenham apenas
vendas de determinadas espécies (acima de certa quantidade, em kg ou % do total) para
além das espécies-alvo da pescaria de crustáceos (lagostim, gamba e camarão-vermelho) já
previstas na versão 1.0 do software.
Tal como no módulo de “Análise Preliminar” (ver atrás) este módulo possibilita a criação
de mapas em imagens em formato bmp (com a inclusão de legendas) e de imagens geo-
referenciadas (sem legendas), também em formato bmp, para utilização como layer em
qualquer SIG. Dispõe também da possibilidade existente no módulo de “Análise
Preliminar” de se acumular num formulário até 16 mapas produzidos através do módulo.
Módulo “Simulação” – foi efectuada apenas um melhoramento que consiste na
possibilidade de visualização do nome das embarcações seleccionadas, fazendo um click
com o botão do meio do rato sobre a embarcação em movimento.
No “Programa final” foram acrescentadas três novas rotinas:
A primeira, visa a criação de ficheiros de dados de exemplo para a criação de modelos para
detecção automática de arrastos. Os modelos para detecção automática de arrastos são
ficheiros de dados criados através do software WEKA (Witten & Frank, 2000) a partir dos
ficheiros de exemplo (ver Tarefa 4). Os modelos possuem cabeçalhos pelo que se estes
forem alterados terá que ser alterada a programação do módulo.
A segunda permite associar diários de pesca e declarações de descarga ao identificador das
viagens marcadas, permitindo uma comparação directa entre a informação sobre os lanços
18
de arrasto contida nos diários de pesca e os lanços identificados, através da utilização do
software, na viagem marcada. Por outro lado, as quantidades de pescado capturado,
reportadas no conjunto dos diários de pesca de uma mesma viagem marcada podem assim
ser comparadas com as vendas em lota e com as quantidades constantes das declarações de
descarga.
A terceira permite a criação, edição e remoção de frotas-ano i.e., dos conjuntos de
embarcações licenciadas para arrasto de crustáceos (ou de peixes) em cada ano.
Na Secção 3.1 é feita uma descrição completa do software GeoCrust 2.0.
Tarefa 4 - Optimização das rotinas de Marcação de Viagens e de Arrastos
No software GeoCrust 1.0 a identificação de arrastos dentro de uma viagem previamente
marcada era realizada manualmente ou através de um processo semi-automático, ou
mesmo automático, onde a identificação dos limites dos arrastos era realizada com base
numa filtragem de velocidades com base em limites (superior e inferior) determinados
previamente através da análise da distribuição de frequências relativas de velocidade do
navio, no mês à qual a viagem pertence. Estes limites são valores de velocidade resultantes
de um corte, ao nível de uma determinada frequência (4.0 %), na base da primeira moda
(correspondente à actividade de arrasto; há uma segunda moda, a velocidades elevadas,
que corresponde a velocidades de cruzeiro).
Neste projecto optimizou-se o processo de marcação automática de arrastos com a
introdução de algoritmos de reconhecimento de padrões, i.e., com recurso a métodos de
inteligência artificial de classificação supervisionada. A possibilidade de marcação
automática de arrastos, dentro de viagens de pesca previamente definidas, foi
implementada nos módulos “Marcação de Arrastos” do software GeoCrust 2.0 (Crustáceos
e Peixes) e utilizada pelos operadores em todo o processamento de dados (Tarefas 7 e 8 do
projecto).
Durante o processo de marcação de arrastos o operador, depois de aceitar os resultados
gerados através da rotina de marcação automática (palpite), pode posteriormente, proceder
a ajustes nos limites de qualquer um dos arrastos assim marcados (edição) ou mesmo,
19
apagá-los. No módulo dedicado à análise de dados da frota de crustáceos a marcação
automática dos arrastos é realizada com base em 5 algoritmos de classificação diferentes
(Naive Bayes, Bagging, ADTree, J48 e BayesNet) disponibilizados através da livraria do
software de distribuição livre WEKA (Witten & Frank, 2000) enquanto que no módulo
dedicado à análise da frota de peixe são utilizadas duas possibilidades, uma com 7
algoritmos (os 5 algoritmos anteriores e ainda dois outros, Bagging.ADTree e
MultiBoostAB) e uma com apenas 3 destes algoritmos (Naive Bayes, Bagging e ADTree).
Cada algoritmo classifica cada um dos pontos MONICAP da viagem, como sendo ou não
de arrasto, com base na informação do próprio ponto, e dos 5 pontos anteriores e
posteriores. Embora todos estes algoritmos tenham registado bons resultados (i.e., tenham
apresentado elevadas taxas de acerto), alguns revelavam dificuldades em detectar a
passagem de um arrasto para outro, outros não determinavam correctamente os limites dos
arrastos e outros ainda faziam o chamado overfitting. Por essa razão optou-se por
considerar não um mas vários algoritmos e utilizar um sistema de votação simples (por
maioria) para determinar o resultado final (classificação do ponto como de arrasto ou não).
Os algoritmos utilizados foram escolhidos de entre muitos (redes de probabilidades, redes
neuronais, discriminantes lineares, árvores de classificação, etc) disponíveis na biblioteca
WEKA (Witten & Frank, 2000) com base, fundamentalmente, no seu desempenho,
particularmente na sua taxa de acerto (acima de 92%), estimada a partir do método de
validação cruzada (Witten & Frank, 2000).
Os algoritmos de classificação utilizam modelos que atribuem uma classe a um exemplo
descrito por um vector de atributos. Estes modelos são obtidos através do software WEKA
(www.cs.waikato.ac.nz/ml/weka) com base num ficheiro de treino constituído por dados
classificados, i.e., para os quais se conhece a classe a que pertencem. No caso, utilizaram-
se ficheiros de treino com arrastos identificados em viagens válidas decorridas em 1998 e
1999 (frota de crustáceos) e em 2003 (frota de peixe).
Estes ficheiros são concebidos por uma rotina, criada no software Geocrust 2.0, que
selecciona todas as viagens válidas disponíveis na base de dados e grava o ficheiro de
treino com a data da sua criação. Os ficheiros possuem cabeçalhos para viabilizar a sua
utilização pelo programa WEKA.
20
Os atributos considerados foram a velocidade e orientação da embarcação. Estes atributos,
de natureza contínua, foram discretizados do modo apresentado no Anexo I. Assim, todos
os ficheiros de treino (Anexo II) apresentam a seguinte constituição:
1. Valor da velocidade do ponto de decisão (A a I);
2. Valor das velocidades dos cinco pontos anteriores;
3. Valor das velocidades dos cinco pontos posteriores;
4. Valor do atributo binário (C ou R) especificando se existiu uma mudança de direcção do
ponto anterior para o ponto de decisão;
5. Valor dos atributos binários para os cinco pontos anteriores seguindo a mesma
metodologia utilizada em 4.
6. Valores dos atributos binários para os cinco pontos posteriores seguindo a mesma
metodologia utilizada em 4.
Foram realizadas algumas experiências com a inclusão de um terceiro atributo, a
profundidade de pesca (classes batimétricas compatíveis com as da cartografia digital).
Apesar de se considerar que a profundidade apresenta potencial para melhorar a
classificação decidiu-se não a considerar. No entanto, em termos de desenvolvimento
futuro, julga-se pertinente que se explore aprofundadamente esta possibilidade.
Tarefa 5 – Migração da base de dados do programa GeoCrust 1.0 para um ambiente
cliente-servidor e actualização da base de dados actual
A base de dados (BD) original do software GeoCrust 1.0. (BD Microsoft Access 2000),
com ligações aos vários módulos do programa asseguradas por “Jet Engine”, foi
substituída, logo no início do projecto GeoPesca, por uma BD em MySql (versão 4.0.20)
em ambiente cliente-servidor, montado num servidor Linux com distribuição Mandrake
(Kernel 2.4.22) e protegido num ambiente seguro (firewall), passando a ligação de cada um
dos módulos do programa a ser efectuada por “ODBC driver”. A administração da BD
continuou, no entanto, a poder ser efectuada em ambiente Windows (nos computadores de
trabalho) através do software Navicat 2004 (versão 6.1.4), adquirido para o efeito. A
estrutura da BD do programa GeoCrust 2.0 foi simplificada com o objectivo de a tornar
totalmente independente da estrutura da BD da Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura
(DGPA). Foram criadas BD auxiliares, intermédias (Mirror DGPA), para acomodar os
21
dados provenientes da DGPA (características da frota, vendas em lota, declarações de
descarga e diários de pesca) e da Inspecção-Geral das Pescas (IGP) (dados MONICAP) e
verificar a sua compatibilidade e integridade relacional.
As BD auxiliares (de crustáceos e de peixes) têm a mesma estrutura da actual BD
relacional da DGPA pelo que a sua actualização é, enquanto esta se mantiver, linear. O
software Geocrust 2.0 alberga apenas tabelas relativas a vendas em lota, declarações de
descarga e diários de pesca, alguns campos da “tabela frota“ da BD da DGPA e os pontos
MONICAP. Os dados das restantes tabelas são produzidos durante o processamento de
dados com o programa. Nos Anexos III e IV são apresentados, respectivamente, o conjunto
de tabelas que constituem a BD e o seu esquema relacional. A restante informação sobre a
pesca encontra-se disponível para consulta nas BD auxiliares.
Para assegurar a importação e actualização da BD do programa GeoCrust a partir das duas
BD auxiliares foram desenvolvidas várias rotinas, usando funções SQL. Este processo
tornou mais eficiente a entrada (input) e o processamento dos dados-base. A lista das
rotinas utilizadas, e a sua descrição, são apresentadas no Anexo V.
A BD GeoCrust foi carregada no início do projecto com os dados da frota de crustáceos
relativos a 1998 e 1999, provenientes do projecto anterior - GeoCrust, e com dados de
2000 a 2003 (para a frota de arrasto de crustáceos) e de 2003 (para a frota de arrasto de
peixe), solicitados à DGPA e à IGP no início do projecto. A BD foi posteriormente
actualizada com dados de 2004 (apenas para a frota de crustáceos) e com dados de diários
de pesca em falta, que foram entretanto disponibilizados pela DGPA.
Tarefa 6. Criação de mecanismos para disponibilização selectiva de informação de
esforço e de rendimentos de pesca, através da Internet, a investigadores, gestores,
armadores e aos próprios mestres-pescadores
Foi desenvolvida uma página na internet (Portal GeoPescas –
http://www.geopescas.fcma.ualg.pt) para disponibilização de informação geo-
-referenciada à investigação e administração pesqueiras, e aos próprios armadores e
mestres pescadores. Dada a natureza confidencial da informação e os diferentes tipos de
22
utilizadores, o tipo de informação e a forma como deve ser disponibilizada, deverão ser
analisados e definidos, posteriormente, com a participação das várias partes intervenientes.
Esta página constitui, assim, uma proposta de portal para a disponibilização de informação
geo-referenciada sobre a actividade da pesca de arrasto, generalizável no futuro, a qualquer
tipo de pescaria. O portal, disponível online apenas para fins de demonstração, utiliza uma
base de dados que contém apenas três navios não identificados da frota de crustáceos em
1998 e 1999. Nesta versão de demonstração todo o conteúdo do Portal encontra-se
disponível ao visitante mas, no futuro, se o Portal vier a ser implementado, um utilizador
registado, uma vez validado (através de login e password), terá acesso apenas a informação
para a qual tiver permissão.
Com vista à divulgação internacional do Portal foi concebida, para além da versão em
português, uma versão em língua inglesa.
A concepção gráfica, logótipo e animação (tecnologia flash) de abertura do Portal foram
concebidos com a preocupação de dotar o Portal de um design simples e atraente, mas sem
que este se sobreponha aos seus conteúdos.
Na Secção 3.4 é feita uma descrição do Portal GeoPescas.
Tarefa 7 - Obtenção e mapeamento de informação geo-referenciada de esforço e
rendimentos de pesca, em 2003, para a frota de arrasto de peixe
Os dados da frota de arrasto de peixe referentes a 2003 foram processados tendo-se
identificado todas as viagens passíveis de serem marcadas através do módulo de
“Marcação de Viagens” do software GeoCrust 2.0 (registo de data e hora e porto de início
e de fim da viagem) e calculadas as estatísticas distância percorrida e duração da viagem.
Para a identificação dos arrastos, através do módulo “Marcação de Arrastos” (registo de
data e hora de início e fim dos arrastos, duração, distância percorrida e estrato batimétrico),
reconhecendo-se a impossibilidade de se proceder ao tratamento exaustivo de toda a
informação disponível, procedeu-se à selecção de um conjunto de embarcações-tipo,
dentro dos vários grupos identificados a partir dos dados de distribuição de velocidade dos
23
navios, e procedeu-se ao tratamento desta informação. Estes dados servem de base à
análise prevista na Tarefa 10.
Tarefa 8 - Obtenção e mapeamento de informação geo-referenciada de esforço e
rendimentos de pesca, relativa ao período 2000-2004, para a frota de arrasto de
crustáceos
Foi efectuada a identificação de viagens de pesca (data e hora e porto de início e de fim) e
calculadas as estatísticas distância e duração da viagem, para os navios com dados
MONICAP entre 2000 e 2004, utilizando o módulo de “Marcação de Viagens” do software
GeoCrust 2.0.
Procedeu-se, depois, à identificação dos lances de arrastos dos navios da frota de
crustáceos (registo de data e hora de início e fim dos arrastos, duração, distância
percorrida, estrato batimétrico, região e pesqueiro) com informação MONICAP disponível
e com vendas em lota, no período 2000 a 2004, através do módulo de “Marcação de
Arrastos” do software GeoCrust 2.0. No caso dos navios sem vendas em lota (navios
congeladores e de navios com desembarques em Espanha) foram, em alguns anos,
analisadas viagens recorrendo a diários de pesca (o total das capturas reportadas nos
diários de uma viagem constitui uma “venda fictícia” para essa viagem), quando
disponíveis.
A marcação de arrastos foi feita, apenas, para as viagens válidas i.e., sem falhas de dados
MONICAP dentro da viagem. A marcação dos arrastos foi executada com auxílio das
ferramentas de inteligência artificial (IA) criadas no módulo “Marcação de Arrastos” (ver
Tarefa 4), sob supervisão do operador. Os resultados dos palpites gerados pela rotina de
marcação automática de arrastos, uma vez aceites, eram analisados e corrigidos pelo
operador, através de um processo de edição no próprio gráfico (no ecrãn), sempre que
necessário.
A informação produzida nesta tarefa, i.e., a informação geo-referenciada de esforço e
rendimentos de pesca das espécies-alvo (lagostim, gamba e camarão-vermelho) e grupos
de espécies (Crustáceos, Moluscos e Peixes) da frota de crustáceos no período 2000-2004
serviu de base à análise prevista na Tarefa 11.
24
Tarefa 9 Estudo de validação da informação dos actuais diários de pesca de arrasto
(crustáceos e peixe) com base em dados de 2003
Foi elaborada uma análise comparativa entre a informação resultante da análise com o
software GeoCrust 2.0 e a registada nos Diários de Pesca no que respeita, nomeadamente,
às operações de pesca (número de lanços e tempo de pesca) e quantidades pescadas. Foram
analisados separadamente os dados disponíveis para comparação das frotas de arrasto de
crustáceos e de peixes, em 2003. Os dados resultantes do processamento através do
software GeoCrust 2.0 foram obtidos nas Tarefas 7 e 8. Os seus resultados são
apresentados na Secção 3.3.
Tarefa 10 - Análise da informação de esforço e de rendimentos de pesca geo-
-referenciados obtidos para a frota de peixe em 2003
Esta tarefa foi executada com os dados obtidos na Tarefa 7. É de salientar que o tratamento
dos dados desta frota, referentes apenas ao ano de 2003, não foi exaustivo e teve como
objectivo fundamental testar o software GeoCrust à medida que se procedia ao seu
desenvolvimento para passar a contemplar o tratamento de dados da frota de arrasto de
peixe. A análise da informação processada possibilitou a análise da distribuição espacio-
temporal da actividade de pesca (esforço de pesca) em 2003 e de rendimentos de pesca por
região (definida a posteriori) para algumas das principais espécies desta pescaria. Os
resultados desta análise são apresentados na Secção 3.2.
Tarefa 11 - Análise da informação de esforço e de rendimentos de pesca geo-
referenciados obtidos para a frota de crustáceos (1998-2004)
Esta tarefa foi executada, com os dados obtidos na Tarefa 8 (dados de 2000 a 2004) e com
os resultados obtidos no projecto anterior relativos a 1998 e 1999. Os resultados finais
deste estudo, apresentados no Secção 3.2, permitem, pela primeira vez, conhecer a forma
como a actividade da frota de pesca de arrasto de crustáceos se processou ao longo de um
período recente de 7 anos (1998 a 2004), tanto em termos de distribuição espacial como de
regime de operação, e analisar a evolução temporal dos rendimentos de pesca das três
25
espécies-alvo desta pescaria, bem como por grupos de espécies, nos vários pesqueiros
considerados.
Tarefa 12 - Elaboração do Relatório final do projecto
A execução desta tarefa, calendarizada para os últimos três meses do projecto, sofreu um
atraso considerável devido a sucessivos atrasos verificados no processamento de dados
(Tarefas 7 e 8) e, consequentemente, na sua análise (Tarefas 10 e 11).
3. RESULTADOS
Nesta Secção pretende-se dar a conhecer os principais resultados obtidos com o projecto
GeoPesca. Assim, (1) é efectuada uma descrição pormenorizada do software Geocrust 2.0,
(2) são apresentados os resultados da análise espacio-temporal de dados relativos à frota de
arrasto de crustáceos (no período 1998-2004) e de peixe (apenas em 2003), (3) bem como
os resultados da análise comparativa da informação registada nos diários de pesca oficiais
das embarcações de arrasto e a informação obtida através da análise dos dados MONICAP
com o programa GeoCrust 2.0, tanto para a frota de arrasto de crustáceos como para a de
peixe, utilizando para isso dados de 2003 e (4) é descrito o Portal GeoPescas, aplicação
informática, desenvolvida inteiramente no âmbito deste projecto, com vista à
disponibilização de informação geo-referenciada para servir a investigação e administração
pesqueiras bem como aos próprios armadores e mestres pescadores.
3.1. GeoCrust 2.0 - Software para a monitorização da pesca de arrasto através da
análise integrada de dados VMS, desembarques e diários de pesca
O programa GeoCrust 2.0 permite a utilização de dados de posicionamento (e velocidade)
dos navios das frotas portuguesas de arrasto de crustáceos e de peixe (fornecidos pelo
Sistema MONICAP) e das suas capturas (vendas em lota) para estimar e cartografar o
esforço e os rendimentos de pesca das suas espécies-alvo, por área e período de tempo.
Presentemente, é a aplicação informática disponível no meio científico mais evoluída para
a análise integrada de dados VMS, desembarques e diários de pesca para fins de
monitorização pesqueira (ICES, 2006).
26
A versão 2.0 do software GeoCrust, concebida durante o presente projecto, evoluiu a partir
do protótipo desenvolvido no projecto GeoCrust (2000-2002). A versão inicial da
aplicação - GeoCrust 1.0 (Afonso-Dias et al., 2002; Afonso-Dias et al., 2004; Simões et
al., 2003) era exclusivamente dedicada ao tratamento e análise de dados da pescaria
portuguesa de arrasto de crustáceos, que opera na zona sul de Portugal, em especial ao
largo das costas do Algarve e do Alentejo, razão pela qual a base cartográfica da aplicação
GeoCrust 1.0 restringia-se apenas à zona sul. A versão actual do software apresenta várias
inovações e desenvolvimentos (ver Secção 2) sendo de destacar (1) a extensão da sua base
cartográfica a toda a costa continental portuguesa e a alteração de alguns procedimentos na
marcação de viagens para permitir a análise de dados da frota de arrasto de peixe, (2) a
substituição da BD em Access por uma em MySql para permitir alojar maior quantidade de
dados, (3) o grande aumento da capacidade de análise preliminar de dados espaciais
tornando possível a produção expedita de mapas de distribuição do esforço de pesca e (4) a
melhoria dos procedimentos de automatização na identificação de arrastos com recurso a
algoritmos de inteligência artificial.
Assim, pretende-se dar a conhecer, de uma forma integrada, as características e
funcionalidades do software GeoCrust 2.0. De salientar que a versão actual do software foi
apresentada internacionalmente no Third International Symposium on GIS / Spatial
Analyses in Fishery and Aquatic Sciences, tendo os autores sido premiados, e na
Conferência Científica Anual do Conselho Internacional para a Exploração do Mar
(Afonso-Dias et al., 2006a), numa sessão especial dedicada ao tema dos VMS na
investigação pesqueira, tendo merecido uma apreciação muito favorável (ICES, 2006).
Para divulgação no espaço lusófono foi produzido um panfleto A4 (Afonso-Dias et al.,
2007a) e um poster RollUp (Afonso-Dias et al., 2007b) (ver Secção 4).
3.1.1. Conceitos prévios
Uma viagem de pesca inicia-se com a saída do navio de um porto e termina com o seu
regresso ao mesmo porto (ou a um outro) para descarregar e vender o pescado capturado
dentro dessa viagem. Na pescaria de arrasto de crustáceos, embora os desembarques sejam
realizados em Lisboa e nos principais portos do Sul de Portugal, as vendas são efectuadas
quase exclusivamente na lota de Vila Real de Santo António (VRSA), junto à fronteira
com Espanha, durante as primeiras horas do dia. O pescado é transportado em carrinhas
27
frigoríficas dos locais de desembarque para VRSA. No caso da pescaria de peixe as vendas
são realizadas nos principais portos do país e a diferentes horas do dia.
Durante uma viagem de pesca, que pode ter a duração de vários dias, o navio efectua
vários lances de pesca. No caso da pescaria de crustáceos, foram definidos pesqueiros
(áreas de pesca previamente delimitadas) com base nos arrastos definidos com o próprio
software, e três regiões (Lisboa, Alentejo e Algarve). Para a pescaria de peixe não foram
ainda definidos pesqueiros nem regiões. Quando a viagem de um arrastão de crustáceos é
realizada inteiramente dentro de um mesmo pesqueiro, ou de uma mesma região, diz-se
que é “exclusiva” desse pesqueiro ou dessa região (viagem “exclusiva”). Este conceito é
importante para o cálculo de rendimentos de pesca (ver adiante).
O registo das capturas é realizado diariamente pelos mestres das embarcações em “diários
de pesca” que são, posteriormente, enviados à DGPA. Ficam registados os totais diários
capturados por espécie e não lance a lance. As capturas totais de cada viagem são
declaradas à DGPA pelos mestres das embarcações nas Declarações de Descarga. As
vendas em lota do pescado desembarcado são registadas electronicamente pela
DOCAPESCA, empresa que gere as lotas em Portugal, e enviadas de seguida à DGPA.
Alguns navios desembarcam em Espanha não havendo, por isso, informação sobre as suas
vendas. Com base nos diários de pesca (soma dos registos de uma viagem), se disponíveis,
pode-se recriar a venda, dita “fictícia” e, assim, definir uma viagem de pesca.
Analisando a velocidade de um navio durante uma viagem de pesca observam-se períodos
de velocidade elevada (de navegação) e períodos em que a velocidade é reduzida e
aproximadamente constante (lances de arrasto). A largada e a alagem, bem como as
inversões de sentido (é normal um navio efectuar duas passagens pelo mesmo percurso de
arrasto), produzem oscilações de velocidade produzindo um sinal típico.
Para se quantificar com rigor o esforço de pesca é necessário identificar os lances de
arrasto, dentro de viagens de pesca previamente definidas, analisando, essencialmente, as
variações na velocidade do navio (ver módulo “Marcação de Arrastos”). No entanto,
através de um processo mais grosseiro, mas expedito, pode-se proceder à contabilização de
esforço através da filtragem de velocidades, a partir dos dados-brutos (ver “Análises
Preliminares”). A quantificação de esforço de pesca específico, i.e., dirigido a determinada
28
espécie-alvo, requer uma análise mais aturada, e nem sempre fácil, como ficou evidenciado
na análise de dados da frota de crustáceo relativa a 1998-1999 devido à elevada
sobreposição existente na distribuição das três espécies-alvo da pescaria de crustáceos
(Afonso-Dias et al., 2002).
Os rendimentos de pesca (capturas por unidade de esforço) das espécies-alvo, bem como
de qualquer outra espécie ou grupo de espécies seleccionado, são obtidos dividindo as
respectivas capturas pelo esforço. No software GeoCrust 2.0, as vendas em lota
(desembarques) funcionam como proxy das capturas uma vez que não se dispõe de registos
de diários de pesca informatizados para toda a frota. O cálculo dos rendimentos de pesca
com base nos desembarques obriga a que se utilize apenas informação proveniente de
viagens “exclusivas” podendo-se, assim, obter rendimentos por região ou por pesqueiro. Só
as capturas (resultantes de viagens) realizadas dentro de uma mesma área podem ser
utilizadas no cálculo de rendimentos de pesca para essa área. Viagens com lances dentro de
um mesmo pesqueiro permitem o cálculo de rendimentos de pesca para esse pesqueiro;
viagens com lances em vários pesqueiros dentro de uma mesma região, permitem apenas o
cálculo de rendimentos nessa região. Uma vez que na pescaria de peixe não se procedeu a
qualquer repartição da área de pesca em pesqueiros, efectuou-se o cálculo de rendimentos
apenas por regiões, definidas a posteriori, durante o tratamento de dados.
3.1.2. Descrição do software GeoCrust 2.0
O software GeoCrust 2.0 é constituído por vários módulos. Dois dos módulos visam a
“Análise preliminar” dos dados VMS, o que inclui o mapeamento da actividade dos navios
e a produção de mapas preliminares da actividade (esforço) de pesca, a análise da
distribuição de frequências de velocidade dos navios e a detecção e correcção de erros (1).
Os restantes módulos visam a análise combinada de dados MONICAP com vendas em
lota, declarações de descarga e diários de pesca para a “Marcação de Viagens de Pesca” (2)
e a “Marcação de Arrastos” dentro de cada viagem de pesca previamente definida (3) e,
por último, a “Cartografia”, para o mapeamento do esforço e dos rendimentos de pesca -
capturas por unidade de esforço das espécies-alvo da pescaria bem como dos principais
grupos de espécies (4). O software dispõe ainda de alguns outros módulos destinados à
visualização retrospectiva, e dinâmica, da actividade da frota e à extracção de informação
29
da BD para posterior tratamento e análise estatística com recurso a qualquer software
estatístico.
Base de dados, cartografia e programação
Devido ao elevado volume de dados utilizado foi implementado um Sistema de Gestão de
BD Cliente/Servidor através de uma base de dados MySql. Trata-se de uma solução
gratuita, que apresenta níveis de rapidez e fiabilidade elevados e que corre tanto em
ambiente Linux como Windows. Para garantir uma maior segurança e privacidade da
informação optou-se por um servidor Linux. A base de dados permite alojar a informação
MONICAP, os diários de pesca, declarações de descarga e vendas em lota, fornecidos pela
DGPA, assim como a produzida através da utilização do próprio sistema.
A base cartográfica é constituída por cartas digitais, geo-referenciadas (em formato
vectorial), obtidas a partir de cartas analógicas (em papel) editadas pelo Instituto
Hidrográfico (IH) Português. Para a pescaria de arrasto de crustáceos, que opera a Sul de
Lisboa, utilizaram-se cartas de pesca (com batimétricas de 50 em 50 m até aos 200m e, a
partir daí, de 100 em 100m até aos 1000m de profundidade) (Figura 1) enquanto que, para
as regiões Centro e Norte do país, se utilizaram cartas de navegação, com batimétricas
mais espaçadas entre si (50, 100, 200, 500, 1000 e 2000 m) (Figura 2), pois não se dispõe
ainda de cartas de pesca para a costa a Norte de Lisboa. Para além da cobertura batimétrica
dispõe-se ainda da linha de costa, toponímia (nome dos principais portos), tipo de
sedimentos do fundo do mar (apenas para as costas sudoeste e sul, obtidos das cartas de
pesca do IH) e linha das seis milhas (a tracejado), dentro da qual não é autorizada a pesca
de arrasto em Portugal (Figura 1).
As cartas de pesca e de navegação originais estão projectadas segundo a projecção Hayford
Gauss associada ao sistema de coordenadas geográficas Datum 73. Para sobrepor a
informação MONICAP (dados não projectados, mas de acordo com o sistema World
Geodetic System 84 (WGS84) usado pela constelação NAVSTAR/GPS para assegurar
posições globais e geocêntricas) as cartas foram convertidas para WGS84 (com as
unidades do mapa e as distâncias em décimas de grau). Contudo, para permitir o cálculo de
áreas e de distâncias em unidades planas (e apenas para este fim), os dados são de novo
convertidos à projecção Hayford Gauss Datum73 através do método
30
“EsriSRProjCS_Datum73HayfordGaussIPCC”. As unidades métricas utilizadas nestes
cálculos são a milha náutica.
O Sistema foi desenvolvido em linguagem de programação Visual Basic 6.0 (©Microsoft).
As funcionalidades SIG (e.g., de input e output de informação geográfica e funções de
análise espacial) foram asseguradas através da utilização de componentes de programação
MapOjects 2.0 (©ESRI). O software assegura a bi-direccionalidade entre a BD e a
interface espacial (mapas), permitindo que as alterações efectuadas num e noutro meio
estejam imediatamente disponíveis nos dois ambientes.
Módulos e seu funcionamento
1. Análise preliminar
O software GeoCrut 2.0 tem um primeiro módulo dedicado à análise da distribuição de
frequências de velocidade dos navios de pesca e à análise espacial dos dados MONICAP
brutos ou sujeito a diferentes filtragens através da velocidade (i.e., a produção de mapas
preliminares de esforço de pesca).
No primeiro caso, a distribuição de frequências de velocidade de um ou mais navios (perfil
de velocidade) é analisada num mesmo ou em diferentes períodos de tempo (Figura 3). A
distribuição de frequências de velocidade apresenta tipicamente duas modas, uma principal
– de velocidades relativamente baixas e uma secundária, de velocidades elevadas. A
primeira moda corresponde, essencialmente, a velocidades de arrasto e a segunda, a
navegação de cruzeiro. Tanto na pescaria de arrasto de crustáceos como, e sobretudo, na de
peixe existem diferenças na velocidade de arrasto entre navios e, em alguns casos, para o
mesmo navio, em períodos de tempo diferentes. Estas diferenças reflectem estratégias (e
espécies-alvo) diferentes. Esta constatação impede que se possa seleccionar com rigor, de
entre os dados MONICAP, por simples filtragem de velocidade, a informação relativa aos
períodos de arrasto.
No entanto, são utilizados procedimentos de filtragem para se produzir, de uma forma
expedita e imediata, mapas da distribuição espacial do esforço de pesca a partir dos dados
MONICAP brutos ou de viagens previamente marcadas através do módulo para “Marcação
31
de Viagens de Pesca” (ver adiante). Os limites de velocidade utilizados podem ser comuns
a todos os navios ou específicos de cada um dos navios, de acordo com os respectivos
perfis de velocidade identificados automaticamente para um determinado nível de corte (e
alterados caso o operador considere necessário) – procedimento mais rigoroso quando a
variabilidade na velocidade de arrasto dos navios é marcada.
Por filtragem podem ser produzidos mapas simples (mapas de pontos) ou em grelha
(mapas de densidades), contabilizando-se o número de pontos por quadrícula (Figura 4). A
diferença de densidade observada nas quadrículas é representada através de um gradiente
de cores (escala de vermelhos com o branco para o valor mínimo e o preto para o valor
máximo). As dimensões das quadrículas das grelhas disponíveis são variáveis (mínimo =
0.06 x 0.06 mn, i.e., 111 x 111 m), definidas pelo operador (grelhas dinâmicas).
Alternativamente, pode-se utilizar a mesma gama de cores com círculos de raio
proporcional posicionados no centro de cada quadrícula. Este tipo de representação é
necessário para a produção de mapas para grandes áreas (e.g., toda a costa portuguesa)
devido a limitações do MapObject para realizar o outro tipo de representação nestes casos.
2. Identificação das viagens de pesca
Os limites (início e fim) de cada viagem de pesca, para cada navio seleccionado, são
identificados e definidos através do módulo “Marcação de Viagens de Pesca”. O ecrã
principal deste módulo é constituído por um mapa mostrando a localização espacial dos
pontos e um gráfico com o perfil de velocidades correspondente à mesma série temporal
(Figura 5). Desta forma, os arrastos (efectuados a uma velocidade reduzida e constante)
tornam-se facilmente reconhecíveis. Nalguns casos, em que os registos de velocidade
apresentam anomalias sistemáticas mas as posições geográficas encontram-se correctas, é
possível utilizar a velocidade média entre duas posições geográficas consecutivas,
calculada pelo software.
Os limites das viagens são definidos utilizando procedimentos automáticos ou semi-
automáticos, conforme a qualidade dos dados. Ambos os procedimentos utilizam
algoritmos em que se considera a primeira visita ao porto, imediatamente anterior a uma
venda, como o fim de uma viagem e a partida, imediatamente posterior, como o início da
viagem seguinte. Os diários de pesca, as declarações de descarga (efectuadas pelo mestre
32
da embarcação à chegada ao porto) e as vendas em lota são representadas graficamente na
parte superior do gráfico de velocidades através de triângulos brancos, azuis e vermelhos,
respectivamente que, quando seleccionados, permitem a visualização do seu conteúdo em
forma de tabela.
Estes algoritmos consideram ainda a distância do navio relativamente ao porto. Para isso,
foram criadas áreas de influência (buffers) em torno de cada porto, considerando-se um
círculo de raio fixo (0.1 grau WGS84). De cada vez que um navio entra na área de
influência de um determinado porto e é registada, nesse dia (ou no dia seguinte), a venda
de pescado desse navio, considera-se que o mesmo terminou uma viagem de pesca. A
próxima saída da área de influência determina o início de uma nova viagem desse navio.
De notar que, apesar de todos os pontos serem exibidos nos mapas, estes têm uma ordem
cronológica (data e hora).
As viagens marcadas são classificadas como “válidas”, quando não há falhas de dados, ou
“parcialmente válidas” quando é possível definir os seus limites, mas não é viável
determinar os limites de um ou mais arrastos devido à ausência de parte dos dados,
situação bastante comum. A informação relativa ao início e fim da viagem e a classificação
qualitativa da mesma é inserida na BD em tabela apropriada.
Utilizando as funcionalidades SIG do MapObjects foi criado, neste módulo, um conjunto
de ferramentas de visualização para analisar, em pormenor, a distribuição espacial dos
dados (e.g., zoom e pan), para auxiliar o operador na marcação semi-automática dos limites
das viagens.
3. Identificação dos lances de arrasto
A marcação dos limites (início e fim) dos lances de arrasto efectuados durante cada viagem
de pesca, definida no módulo anterior, é realizada através do módulo “Marcação de
Arrastos”. O ecrã principal da aplicação é composto de dois mapas, um para
enquadramento e outro para zoom, e um gráfico do registo de velocidade do navio ao longo
do período de tempo de duração da viagem de pesca (Figura 6). Tal como sucede no
módulo de marcação de viagens, existe sincronia entre o gráfico de velocidades e, neste
caso, os dois mapas.
33
A definição dos limites dos arrastos realizados dentro de cada viagem é efectuada
recorrendo a algoritmos semi-automáticos ou completamente automáticos baseados na
variação da velocidade (e do rumo do navio, no caso dos automáticos) resultante dos
processos de largada, arrasto e alagem da rede de arrasto. A identificação semi-automática
é realizada com base na análise do perfil de velocidade mensal de cada navio, i.e., com
base nos limites inferior e superior da velocidade de arrasto (valores correspondentes a um
corte ao nível dos 4% na parte da distribuição de frequências relativa à actividade de
arrasto). Esta informação é utilizada no algoritmo de identificação dos limites dos arrastos,
juntamente com um padrão de comportamento identificado nos navios durante as
operações de pesca de arrasto (manutenção de uma velocidade aproximadamente constante
e variações acentuadas de velocidade no início e no fim dos arrastos). O processo
automático consiste na implementação de técnicas de inteligência artificial (Redes
Bayesianas e Árvores de Classificação) para reconhecimento de padrões. As rotinas dos
algoritmos utilizados (NaiveBayes, Bagging, ADTree, J48 e BayesNet e ainda
Bagging.ADTree e MultiBoostAB, no caso da análise de dados da frota de peixe) foram
obtidas a partir da suite de programas WEKA (Witten e Frank, 2005) e treinadas com
dados processados com o software GeoCrust 2.0 e extraídos através de uma rotina
especialmente concebida para o efeito.
Através de rotinas próprias, este módulo calcula e insere na BD informação relativa à
duração, distância, área arrastada (considerando, por enquanto, uma abertura horizontal da
rede de arrasto constante3), localização em termos de zona geográfica (regiões geográficas
pré-definidas), nome do pesqueiro (definidos para a pescaria de crustáceos) e estrato
batimétrico onde se efectuou o arrasto. Para cada viagem analisada é possível visualizar,
no ecrã (em tabela e gráfico), a composição específica das capturas (quantidades vendidas
em lota, em quilograma, por espécie), o esforço de pesca e os rendimentos de pesca,
resultantes da divisão dos desembarques (vendas em lota) ou das capturas (diários de
pesca) pelo esforço de pesca.
3 Uma vez que não se conhece a abertura horizontal das redes de arrasto utilizadas pelos vários navios.
34
4. Cartografia de esforço e rendimentos de pesca
A representação e análise da informação resultante do trabalho de marcação de viagens e
de arrastos são realizadas através do módulo “Cartografia”. Através de menus é possível
aceder à BD e elaborar, de forma simples, uma série de consultas, seleccionando uma
embarcação ou um conjunto de embarcações (e.g., a frota toda), escolhendo um período de
tempo qualquer, pré-definido (e.g., um mês, trimestre, semestre ou ano) ou a definir, e uma
área geográfica (toda ou apenas uma área particular ou um pesqueiro).
Na cartografia do esforço de pesca foram utilizados dois tipos de representação distintos. O
primeiro apresenta os lances de arrasto de forma linear (Figura 7), permitindo ao operador
sobrepor o resultado de várias inquirições, usando diferentes cores. Contudo, neste tipo de
representação não são visíveis as diferenças espaciais em termos de intensidade de arrasto,
uma vez que existe muita sobreposição de informação devido ao facto de os navios
arrastarem muito frequentemente nas mesmas áreas. Por esta razão, foi considerado um
segundo tipo de representação, da densidade por quadrícula, utilizando-se uma
classificação baseada no número máximo de pontos por quadrícula (Figura 8). Para isso,
dispõe-se de grelhas dinâmicas, seleccionadas pelo operador, com quadrículas de
dimensões variáveis (mínimo = 0.06 x 0.06 mn, i.e., 111 x 111 m e máximo de 60 x 60
mn).
Este módulo possibilita também o cálculo e representação cartográfica, através de gráficos
circulares (ou sectogramas) e histogramas, dos rendimentos de uma embarcação ou de um
conjunto de embarcações (e.g., a frota toda), num período de tempo definido pelo operador
(Figura 9). Estes rendimentos são calculados com dados de “viagens exclusivas” de regiões
(rendimentos por região) ou de pesqueiros (rendimentos por pesqueiro) pré-definidos para
a pescaria de crustáceos. No caso dos peixes, não foram definidas – no programa -
quaisquer regiões ou pesqueiros. No entanto, quer para os crustáceos, quer para os peixes
dispõe-se ainda da possibilidade de definir os limites de uma área qualquer e inquirir sobre
o resultado de viagens com lances de arrastos nessa área ou exclusivos dessa área.
Com base nos dados resultantes das análises de identificação de viagens de pesca e, dentro
destas, dos lances de arrasto, guardados na base de dados, pode-se proceder depois à
análise pormenorizada do regime de operação da frota (e.g., número de lances de arrasto
35
por viagem de pesca, duração dos lances por pesqueiro, etc) extraindo a informação da BD
e utilizando uma folha de cálculo automático e software estatístico apropriado.
A extracção de informação (original e processada) da BD é feita através de queries
previamente definidas.
5. Outras funcionalidades
O software dispõe de um módulo para a recriação da actividade da frota num determinado
período de tempo. A visualização retrospectiva da actividade da frota, i.e., a visualização
da actividade de navios seleccionados (e.g., toda a frota) durante um determinado período
de tempo, fixado pelo operador, é útil para se observar o comportamento da frota. A
velocidade de visualização é fixada podendo ser lenta ou acelerada. As vendas diárias e
acumuladas (ao mês e período seleccionado), resultantes da actividade do conjunto dos
navios seleccionados, bem como de qualquer um dos navios, se desejável, é visualizada
graficamente.
3.1.3. Considerações finais
O software GeoCrust 2.0 está pronto a ser utilizado, por rotina, no processamento de
mapas de esforço e rendimentos de pesca da frota de crustáceos portuguesa desde que se
continue a dispor de dados MONICAP com periodicidade de 10 minutos. A recolha destes
dados com periodicidade superior (e.g., 2 horas, como parece ter sido adoptado pela
Inspecção-Geral das Pescas nos últimos 3 anos) inviabiliza a detecção de arrastos dentro de
viagens de pesca previamente definidas. Todas as restantes funcionalidades do software
continuam, no entanto, a poder ser utilizadas. No caso da frota de peixes, o software pode
ser utilizado na cartografia da distribuição do esforço de pesca.
A implementação do sistema em Portugal requer a criação de um gabinete sob a
dependência da DGPA, para o qual será necessário disponibilizar meios físicos e humanos
que permitam o seu pleno funcionamento. Entretanto, será usada, no âmbito de projectos
de doutoramento, no sentido de explorar a fundo a informação disponível com vista a
aprofundar o conhecimento sobre as duas pescarias, de peixe e de crustáceos visando
melhorar a sua gestão.
36
O software GeoCrust 2.0 poderá, no entanto, vir a ser utilizado na análise de qualquer
pescaria de arrasto, ou mesmo de outra arte (e.g., o palangre) para a qual se disponha de
informação VMS. Para isso, precisa de algumas adaptações e pequenos desenvolvimentos
que, no caso do arrasto, são pontuais. De notar que o software GeoCrust 2.0 é,
actualmente, a aplicação informática disponível mais avançada no que respeita à integração
de dados VMS com informação de captura proveniente de diários de pesca e desembarques
(ICES, 2006).
3.2. Análise da evolução espacio-temporal das pescarias portuguesas de arrasto de
crustáceos (1998-2004) e de peixe (2003) utilizando dados VMS combinados com
desembarques / diários de pesca
A frota de arrasto portuguesa divide-se em duas componentes, uma dedicada a crustáceos
de profundidade e outra dedicada ao peixe. Embora utilizem ambas artes de arrasto de
fundo de portas, o armamento da arte e a malhagem do saco das redes é diferente. Por essa
razão, o licenciamento das duas frotas faz-se de modo distinto de acordo com o tipo de
malhagem. A frota de arrasto de crustáceos é uma frota pequena, quando comparada com a
frota de arrasto de peixe, e opera essencialmente a sul de Lisboa enquanto a frota de peixe
opera ao longo de toda a costa portuguesa.
A frota de crustáceos é dirigida, tradicionalmente, ao lagostim (Nephrops norvegicus),
mais profundo e à gamba (Parapenaeus longirostris), mais costeira. Nos últimos anos tem
sido reportado algum esforço dirigido também ao camarão-vermelho (Aristeus antennatus),
a terceira espécie de crustáceos com maior importância nesta pescaria, que ocorre a
maiores profundidades. A pesca de arrasto de crustáceos é realizada de Lisboa para sul,
essencialmente nas costas do Alentejo e do Algarve mas, tanto nos diários de pesca como
nas vendas em lota, não há qualquer registo sobre a sua proveniência. Por esta razão, o
lagostim, que é a única das três espécies-alvo sujeita a medidas de gestão da Comissão
Europeia, tem sido considerado como um único stock composto pelas duas Unidades
Funcionais (FU 28 – Alentejo e FU 29 - Algarve).
Dos três recursos de crustáceos apenas o lagostim tem sido alvo de avaliações periódicas,
ao nível do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (CIEM), e de medidas de
37
gestão anuais decididas pelo Conselho de Ministros da União Europeia. Durante anos o
manancial sul de lagostim (Unidades Funcionais 28 e 29 do CIEM), que abrange a área a
sul de Lisboa (Alentejo e Algarve) foi gerido a nível Comunitário apenas através da
fixação de Totais Admissíveis de Captura (TAC) anuais, para além de outras medidas com
carácter nacional como a imposição de um tamanho mínimo de desembarque, medida que
abrange igualmente a gamba e o camarão-vermelho. Recentemente, em 2006, o
reconhecimento do estado de forte sobre-exploração do stock de lagostim, que se encontra
claramente fora dos limites biológicos de segurança, conduziu a medidas de gestão de
excepção tendo sido estabelecido um plano de recuperação para este stock.
No caso da frota de arrasto de peixe, que explora uma mistura de espécies demersais e
pelágicas, crustáceos e cefalópodes, apenas algumas das espécies estão sujeitas a gestão
como são os casos, por exemplo, do carapau (Trachurus trachurus), da pescada branca
(Merluccius merluccius) e dos tamboris (Lophius piscatorius e L. budegassa).
Assim, a monitorização dos recursos de crustáceos, explorados por arrasto em Portugal,
tem sido realizada essencialmente com base na informação de desembarques global (para
toda a área de pesca). A única informação espacial disponível é a que provém dos cruzeiros
de investigação, realizados pelo IPIMAR em determinadas alturas do ano. A possibilidade
de se utilizar dados provenientes do Sistema MONICAP na monitorização de recursos de
crustáceos e de peixe veio permitir adicionar a componente espacial à análise de dados de
pesca e monitorização destas pescarias.
3.2.1. Objectivos
Com este trabalho pretende-se analisar a evolução espacio-temporal da pesca de arrasto de
crustáceos (no período 1998-2004) e de peixe (em 2003), utilizando dados VMS (Sistema
de Monitorização de Navios), recolhidos através do sistema MONICAP e informação de
desembarques disponíveis para a costa portuguesa.
3.2.2. Material e Métodos
Foram utilizados dados sobre as características técnicas, licenças anuais e abates dos
navios de arrasto, bem como vendas em lota – em peso e valor, declarações de descarga e
38
diários de pesca disponíveis para o período 1998-2004 (frota de arrasto de crustáceos) e
para 2003 (frota de arrasto de peixe) cedidas pela DGPA. No que respeita a dados
MONICAP (data e hora, posições de latitude/longitude e velocidade instantânea dada pelo
GPS do navio, em intervalos de 10 minutos), foram utilizados os dados disponibilizados
pela IGP (Inspecção Geral das Pescas) para cada frota, naqueles períodos. Os dados da
frota de arrasto de crustáceos relativos a 1998 e 1999 já se encontravam em BD pois
transitaram do projecto GeoCrust, que precedeu o presente projecto.
Com base nas licenças anuais, informação de abate de algumas embarcações e registo de
desembarque diário, foram constituídas as listas de navios pertencentes a cada uma das
frotas, em cada ano, as quais foram adicionadas ao programa GeoCrust 2.0. A frota de
arrasto de crustáceos foi constituída por todos os navios com licenças para Arrasto de
Fundo de Portas e malhagem para “Crustáceos” em 1998 e 1999, malhagem de “55 mm”
em 2000, malhagem de “55 a 59 mm” em 2001 e 2002 e malhagens de “55 a 59 mm” (para
a gamba) ou malhagens de “55 a 59 mm” (para a gamba) e “>= 70mm” (para o lagostim),
em 2003 e 2004. Os navios licenciados apenas para a malhagem “>= 70mm” são todos
navios de arrasto de peixe. Os navios da frota de arrasto de crustáceos tinham, na sua
maioria, apenas licenças para pescar em águas da “ZEE portuguesa – Sub área
Continente”. No entanto, quatro navios dispunham também de licença para Águas
internacionais do CIEM. O número total de licenças anuais variou entre 30 e 36 mas, tendo
em consideração as entradas (por substituição de navios abatidos) e saídas (sobretudo por
abate) de navios, o número efectivo de unidades de pesca aumentou de cerca de 30 em
1998 e 1999 para cerca de 33 entre 2001 e 2004.
A frota de arrasto de peixe, em 2003, foi constituída pelos navios licenciados para Arrasto
de Fundo de Portas, com malhagem de “65 a 69 mm” ou “>=70 mm” (excluindo os de
crustáceos), com área de pesca na “ZEE portuguesa – Sub área Continente”. Sete destes
navios tinham, igualmente, licenças para outras artes, designadamente para Armadilhas de
gaiola (30-50 mm) e Pesca à linha – Palangre de fundo para espécies demersais. No que
respeita à área de pesca, apenas um dos navios dispunha, também, de licenças de pesca no
“Atlântico Centro-Este”, “CECAF- àguas internacionais” e “CIEM – Águas internacionais
\ NEAFC” enquanto 25 navios dispunham de licença para a “Galiza (Espanha)” e 24 para
o “Golfo da Biscaia – Meridional (Espanha)”. O número total de navios incluídos na frota
39
de arrasto de peixe em 2003 foi de 75 (navios com desembarques). Oito navios licenciados
não apresentaram desembarques pelo que não foram incluídos na frota.
Cada uma das frotas foi caracterizada em termos de comprimento fora-a-fora, tonelagem
de arqueação bruta e potência da máquina principal e, no caso da frota de crustáceos, foi
analisada a evolução destas características técnicas entre 1998 e 2004.
Com base apenas nos dados de vendas em lota disponíveis procedeu-se à avaliação da
importância relativa das várias espécies, e grupos de espécies (crustáceos, peixes e
moluscos) nos desembarques das duas frotas, em peso e em valor, e analisou-se a sua
evolução dentro do ano e ao longo dos anos, neste caso apenas para a frota de crustáceos
(1998-2004). A evolução dos desembarques anuais (1982-2007), em peso, das três
espécies-alvo, foi feita com base nas séries históricas do IPIMAR (C. Silva, com. pess.)
Os dados diários de vendas em lota – em peso, declarações de descarga e diários de pesca
dos navios das duas frotas, nos respectivos períodos de estudo, foram inseridos na base
MySql do software GeoCrust 2.0. Devido aos problemas que os diários de pesca
apresentam (pouca confiança na informação que contém e, sobretudo, à irregularidade da
sua disponibilidade, o software GeoCrust 2.0 considera como desembarques as vendas em
lota diárias por embarcação, que se supõe que funcionem como um proxy das capturas,
pelo menos para as espécies-alvo das pescarias.
A identificação de viagens de pesca foi realizada através do módulo “Marcação de Viagens
de Pesca” do software GeoCrust 2.0 (ver Secção 3.1), de acordo com o princípio definido
que uma viagem termina sempre com uma venda em lota. Nos casos em não se dispõe de
vendas em lota mas em que existem diários de pesca (pelo menos para os 4 navios
congeladores e, nalgumas situações, para navios com desembarques em Espanha) foram
obtidas “vendas fictícias” fazendo o somatório dos valores registados nos diários de pesca
desses navios. Em alguns casos, especialmente na pescaria de arrasto de peixe, foi preciso
juntar vendas, realizadas em dias distintos, mas relativas à mesma viagem de pesca. Para
isso, o software dispõe de mecanismos para tratamento de vendas fraccionadas. As
declarações de descarga, bem como a maior parte dos diários de pesca, funcionam apenas
como informação auxiliar na marcação de viagens por parte do operador. Durante a análise
o operador acede à informação das vendas em lota, declarações de descargas e diários de
40
pesca disponíveis para cada viagem, podendo compará-la. Para cada viagem de pesca
marcada dispõe-se, em base de dados, de informação sobre o navio que a realizou, datas e
horas de início e fim, portos de início e fim, duração (em dias) e distância percorrida (em
milhas náuticas) e a identificação da venda em lota realizada ou, em sua substituição, da
“venda fictícia” criada com os diários de pesca (IdVenda) que identifica a própria viagem.
Dispõe-se ainda, para cada uma das viagens identificadas, da classificação atribuída à
viagem pelo operador: válida (quando tem todos os pontos GPS) ou parcialmente válida
(quando há falhas de Pontos GPS).
Cada uma das viagens válidas foi analisada para definição de lances de arrasto através do
módulo “Marcação de Arrastos” do software GeoCrust 2.0 (ver Secção 3.1). Esta análise
incidiu, fundamentalmente, sobre viagens válidas. A identificação dos arrastos nos dados
de 2000 a 2004 foi realizada com auxílio dos mecanismos de detecção automática
(algoritmos de inteligência artificial) implementados neste projecto. Para cada arrasto
dispõe-se de informação sobre o navio, Idvenda, data e hora de início e fim de cada arrasto
e estrato batimétrico em que cada arrasto se realizou (obtido a partir da cartografia digital
integrada no software GeoCrust 2.0). No caso da pescaria de crustáceos dispõe-se ainda da
Região (Lisboa, Alentejo e Algarve) e dos Pesqueiros (Lisboa, Sines, Arrifana, Sagres,
Portimão-Sagres; Olhão-Portimão, Olhão-Tavira, Beirinha e ZEE). No caso da pescaria de
peixe não se estabeleceram ainda – no programa – regiões e pesqueiros. A identificação do
pesqueiro onde se realizou cada um dos arrastos de crustáceos foi efectuada após terem
sido marcados todos os arrastos, utilizando-se para o efeito uma rotina existente no
software GeoCrust 2.0. A razão para a realização desta operação a posteriori deveu-se à
necessidade de se actualizar a shapefile inicial, criada com dados de 1998 e 1999, devido
às alterações nas áreas de pesca observadas entre 2000 e 2004. A produção da nova
shapefile, com os pontos GPS de todos os arrastos marcados entre 1998 e 2004, foi feita
com recurso ao software ArcGis 9.2, da ESRI.
A marcação de viagens de pesca e de arrastos da frota de arrasto de crustáceos foi realizada
por dois operadores diferentes. O primeiro tratou os dados relativos a 1998 e 1999 durante
o presente projecto GeoCrust e o segundo processou a restante informação (2000 a 2004)
no presente projecto. Os dados da frota de peixe, relativo a 2003, foram igualmente
analisados por dois operadores. De notar que o tratamento de dados da frota de peixe não
foi exaustivo. O tratamento de parte dos dados de 2003 desta frota foi realizado à medida
41
que se procedeu ao desenvolvimento dos módulos de marcação de viagens e de marcação
de arrastos do software GeoCrust, com vista a possibilitar a análise de dados da pescaria de
arrasto de peixe.
A análise do esforço de pesca, exercido na costa continental portuguesa, foi realizada por
ano e por trimestre. Espacialmente, foram consideradas Regiões e, no caso dos crustáceos,
também Pesqueiros. Na pescaria de crustáceos foram consideradas as Regiões de Lisboa
(Centro), Alentejo e Algarve – definidas no programa GeoCrust 2.0- enquanto que, na
pescaria de peixe foram consideradas como regiões Norte (de Caminha ao Canhão da
Nazaré), Centro (do Canhão da Nazaré até ao Canhão de Setúbal), Alentejo (do Canhão de
Setúbal até a sul da Arrifana) e Algarve (até à fronteira com Espanha em Vila Real de
Santo António) – definidas a posteriori durante o tratamento dos dados uma vez que não
foram ainda estabelecidas no programa. Para o cálculo de rendimentos as regiões do
Alentejo e do Algarve foram consideradas juntas numa única região Sul. Em Espanha
consideraram-se duas Regiões, uma a Norte (até ao Cantábrico) e outra a Sul (até ao
Estreito de Gibraltar).
Os rendimentos de pesca (desembarques por unidade de esforço em kg/h) foram calculados
por viagem de pesca para o total das espécies, por grupo de espécies (crustáceos, peixes e
moluscos) e para algumas espécies (espécies-alvo em particular). O cálculo de rendimentos
de pesca médios por Região ou por Pesqueiro foi efectuado apenas com “viagens de pesca
exclusivas” i.e., viagens de pesca realizadas exclusivamente dentro de uma mesma região
ou um mesmo pesqueiro, durante o período de tempo considerado. No caso da pescaria de
peixe calcularam-se apenas rendimentos por Região.
O esforço de pesca total por trimestre (em horas de arrasto e em milhas náuticas
arrastadas), foi estimado, em cada ano, a partir do quociente entre os desembarques totais
apurados para a totalidade da frota e os desembarques dos navios com dados MONICAP.
Devido à estreita relação entre horas de arrasto e milhas náuticas arrastadas optou-se por se
utilizar apenas a duração dos arrastos como unidade de esforço. O apuramento dos
desembarques totais foi realizado com base na análise combinada da informação
disponível de vendas em lota e de diários de pesca, para cada navio da frota, em cada um
dos anos.
42
A análise espacial da distribuição do esforço de pesca (dos navios com dados MONICAP)
foi realizada, primeiro, através de mapas produzidos de forma expedita (mapas
preliminares) com os dados brutos, com recurso ao módulo para produção de mapas
preliminares implementado na nova versão do software GeoCrust e, depois, através de
mapas produzidos apenas com dados de viagens de pesca, através do módulo
“Cartografia”. Assim, foram produzidos mapas preliminares da actividade de cada navio
bem como do total da frota, com representação em pontos (toda a informação incluindo a
correspondente a navegação) e em grelha (densidade de pontos por quadrículas
correspondentes apenas a velocidades de arrasto) para diversos períodos de tempo (ano,
semestre e trimestre). Com os dados das viagens de pesca produziram-se mapas anuais e
trimestrais da frota, em grelha (de 0,06 x 0,06 mn), com os valores de posições (latitude e
longitude) correspondentes a velocidades de arrasto. A definição das velocidades de arrasto
a considerar foi realizada para cada navio após inspecção do seu perfil de velocidade
através do módulo de “Análise da distribuição de frequências de velocidade” do software
GeoCrust 2.0 (valor de corte considerado = 1.5%). Só os mapas em que se impôs um
número máximo de pontos idêntico para a última classe são directamente comparáveis
entre si.
Para a representação gráfica da distribuição dos rendimentos de pesca, por pesqueiro, da
frota de arrasto de crustáceos optou-se por mapas de sectogramas produzidos pelo módulo
de “Cartografia” do software GeoCrust 2.0.
Para o estudo da evolução da área arrastada pela frota de arrasto de crustáceos entre 1998 e
2004, foram produzidas, em ArcGis 9, shapefiles anuais com as áreas dos vários
pesqueiros definidas a partir dos pontos GPS do total dos arrastos de cada ano. Uma vez
que os pontos são adimencionais foi utilizada uma metodologia que generaliza os pontos
em áreas. Os dados originais, no sistema de coordenadas geográficas WGS84, foram
projectados utilizando a projecção Gauss do Datum Geodésico Hayford de Lisboa. Os
dados resultantes foram convertidos em formato matricial, usando uma grelha de 1 km de
lado. As áreas foram calculadas com base nesta representação matricial da distribuição dos
pontos GPS.
As profundidades de arrasto de crustáceos em cada Região e Pesqueiro foram estimadas
com base no conjunto de arrastos em viagens válidas, realizados no período de estudo.
43
3.2.3. Resultados
3.2.3.1. Pescaria de arrasto de crustáceos Características da frota
Na Tabela 1 são apresentados os valores mínimo, médio e máximo das três principais
características técnicas dos navios da frota de arrasto de crustáceos activos em cada ano,
entre 1998 e 2004. Neste período a frota sofreu uma grande remodelação tendo-se
observado a substituição de 18 navios abatidos. Esta alteração profunda na frota reflectiu-
se no aumento das características técnicas dos navios, particularmente da potência da
máquina principal (POT) e, sobretudo, da tonelagem de arqueação bruta (TAB). Embora o
comprimento de fora a fora tenha aumentado, em média, apenas 1 metro (+4.3% de
variação), a POT aumentou 26.5%, passando de 330.2 para 417.7 cv e a TAB média
passou de 107.4 para 177.3 toneladas Moorsom, correspondendo a um aumento de 65.0%.
O grande aumento verificado nestas características ocorreu essencialmente entre 1998 e
2001. Em 2004 a frota apresentava navios entre 23 e 30 m CFF (média = 25.3 m), com
TAB entre 96 e 241 t (média = 117.3 t) e POT entre 368 e 577 cv (média = 417.7 cv).
Evolução dos desembarques históricos (1982-2007)
No início da pescaria, entre 1982 e 1984, os desembarques de lagostim e de gamba
aumentaram atingindo valores acima das 500 toneladas (Figura 10). Os desembarques de
gamba decresceram de imediato e, embora se tenha observado um aumento pontual em
1989, mantiveram-se baixos, a níveis claramente abaixo dos observados para o lagostim os
quais se mantiveram relativamente estáveis, perto das 500 toneladas, até 1992, altura em
que começaram paulatinamente a decrescer até atingirem cerca de 130 toneladas em 1996-
1997, valores ligeiramente superiores aos registados nos dois primeiros anos da década de
80. Entre 1997 e 2004 os desembarques de lagostim foram progressivamente aumentando
mas, nos últimos 3 anos voltaram a decrescer (Figura 10).
Ao decréscimo dos desembarques de lagostim observado entre 1992 e 1996 correspondeu
um aumento acelerado dos desembarques de gamba que, em 1999, atingiram um valor
máximo elevadíssimo (2081 toneladas) decrescendo de seguida, de modo acentuado (com
44
um aumento pontual em 2003), para 100 toneladas em 2005. Nos dois últimos anos (2006
e 2007) os desembarques de gamba apresentaram uma tendência crescente (Figura 10). Os
desembarques de camarão-vermelho, embora se tenham mantido a um nível relativamente
baixo, revelam uma tendência de evolução semelhante aos da gamba, com oscilações nos
desembarques similares, em particular desde 1989 (Figura 10).
Desembarques no período 1998-2004 - Importância relativa das espécies
De um total de 141 espécies presentes nos desembarques (vendas em lota) anuais da frota
de arrasto de crustáceos, das quais 44 ocorreram todos os anos, apenas cerca de 9 a 12
espécies, nos desembarques em peso (Figura 11) e 5 a 6 espécies nos desembarques em
valor (Figura 12), foram responsáveis por 95% dos desembarques totais anuais entre 1998
e 2004. Neste período, as três espécies-alvo da pescaria (lagostim, gamba e camarão-
vermelho) representaram cerca de 60 a 80% do total dos desembarques anuais em peso da
frota de arrasto de crustáceos. No entanto, em 2004, devido ao registo de desembarques
anormalmente elevados de verdinho nesse ano (cerca de 49% do total, quando nos anos
anteriores os desembarques desta espécie se cifraram entre 0.3 e 4.3%!), as três espécies-
alvo representaram apenas 25.8% do total (Tabela 2; Figura 11). Em valor, a importância
das espécies-alvo nos desembarques foi consideravelmente superior e dominante durante
todo o período, oscilando entre 81 e 91% do total. Em 2004, a dominância do verdinho nos
desembarques em peso não se reflectiu economicamente devido ao baixo valor do verdinho
(1.9%) (Tabela 2; Figura 12).
Os três primeiros lugares nos desembarques anuais em valor têm sido, assim, ocupados
pelas três espécies-alvo da pescaria, com excepção do ano de 2003 onde o 3º lugar foi
ocupado pelo Carabineiro cardeal (Plesiopenaeus edwardsianus), espécie que, desde 2002,
tem vindo a aumentar consideravelmente a sua importância nos desembarques (Tabela 2;
Figura 12) e que, em 2004, foi a espécie com o valor mais elevado de primeira venda
(~35€/kg) contabilizado, seguida da gamba e das lagostas (família Palinuridae). A gamba
foi sempre a espécie mais importante nos desembarques em valor seguida do camarão-
vermelho e do lagostim. Entre 1998 e 2001, o 2º lugar foi ocupado pelo camarão-vermelho
e o 3º pelo lagostim, enquanto que no período 2002-2004 o lagostim foi a 2ª espécie
desembarcada em valor e o camarão-vermelho a 3ª, excepto em 2003 onde foi relegado
para 4º lugar pelo carabineiro cardeal (Tabela 2; Figura 12).
45
Em peso, a gamba foi a espécie mais importante entre 1998 e 2003. Em 2004 a gamba foi
relegada para 3º lugar pelo verdinho e pelo lagostim que, desde 2001, tem sido a 2ª espécie
melhor representada nos desembarques em peso (Tabela 2; Figura 11). No período anterior
(1998-2000) o 2º lugar foi ocupado pelo camarão-vermelho cuja importância nos
desembarques em peso da frota de crustáceos tem vindo a reduzir nos últimos anos (Tabela
2; Figura 11). Entre as espécies de peixe desembarcadas pela frota de crustáceos destaca-se
a pescada branca (Merluccius merluccius), que foi a 3ª espécie mais importante em peso,
excepto em 1999 e 2004 onde foi 4ª, os tamboris (Lophius spp) e as pata-roxas
(Scyliorhinus spp). Entre os moluscos destacam-se o polvo comum (Octopus vulgaris) e as
potas (família Ommastrephidae).
Evolução anual dos desembarques
A evolução dos desembarques anuais (vendas em lota apenas) entre 1998 e 2004 reflectiu a
evolução dos desembarques de gamba nesse período (Figura 13) que, em 1999 atingiram
um valor máximo elevadíssimo, decrescendo desde então. Os desembarques em valor
foram, contudo, mais elevados em 2000 e 2001 decrescendo nos anos seguintes para
valores muito reduzidos em 2004. No entanto, em 2003 registou-se um aumento pontual
dos desembarques, devido a um pico de gamba verificado nesse ano.
Os desembarques de lagostim, e também os de camarão-vermelho, apresentaram
evoluções, em peso e em valor, com tendências semelhantes. Enquanto os desembarques
de camarão-vermelho aumentaram até 2000, decrescendo nos anos seguintes para valores
bastante modestos, os desembarques de lagostim aumentaram até 2002 tendo decrescido
nos dois últimos anos.
Evolução mensal dos desembarques (ano médio 1998-2004)
Analisando os desembarques totais da frota de crustáceos ao longo dos meses (ano médio
1998-2004) verificou-se que, em peso (vendas em lota, apenas), verificou-se que estes
continuam a reflectir, aproximadamente, a evolução dos desembarques de gamba,
aumentando a partir de Novembro, atingindo o máximo em Maio e decrescendo nos meses
seguintes (Figura 13). Em Novembro observou-se um ligeiro incremento devido ao valor
46
extraordinário de verdinho registado em Novembro de 2004 (Figura 14). Em valor, os
desembarques totais mantiveram-se elevados entre Maio e Agosto devido ao valor do
lagostim cujos desembarques foram mais elevados neste período (Figura 13). De Setembro
a Janeiro os desembarques de lagostim foram bastante reduzidos aumentando de Fevereiro
a Maio. Por sua vez, os desembarques de camarão-vermelho só apresentaram valores
elevados em Maio-Julho (máximo em Junho), mantendo-se nos restantes meses do ano
com valores reduzidos.
O carabineiro cardeal que, desde 2002 aumentou a sua importância nos desembarques
registou valores máximos em Agosto, decrescendo suavemente até Janeiro (Figura 14). De
Fevereiro a Junho os desembarques mantiveram-se a um nível muito baixo, aumentando
rapidamente em Julho.
Análise de dados MONICAP
Foi analisada toda a informação disponível para o período 1998-2004 com excepção dos
dados dos navios congeladores em 2000-2002, indisponíveis na altura em que se realizou o
processamento de dados, e de parte da informação do 2º semestre de 2004, que não foi
processada. O nível de cobertura (dados analisados), avaliado navio a navio (Tabela 3)
como a percentagem dos desembarques totais correspondente a viagens válidas com
arrastos marcados variou consideravelmente de navio para navio, e de ano para ano, em
função da disponibilidade de dados MONICAP e da sua qualidade. Alguns navios
apresentaram consistentemente taxas de cobertura bastante interessantes. Por exemplo, o
navio 40 (Tabela 3), que foi uma das embarcações da frota com maior volume de
desembarques, registou taxas de cobertura elevadas (entre 61 e 90%) entre 2001 e 2003
(Tabela 3). Anualmente, a percentagem de cobertura total apresentou uma tendência
decrescente variando entre o máximo de 48.2% em 1999 e o mínimo de 25.9% em 2004.
Na globalidade, a taxa de cobertura obtida foi de 38.7% (média anual de 37%).
No total foram marcadas 12855 viagens de pesca sendo válidas 75.4%, i.e., 9690 (Tabela
4). A percentagem anual de viagens válidas, crescente entre 1998 e 2000 e decrescente de
2001 a 2004, variou entre o máximo observado em 2000 (86.3%) e o mínimo em 2004
(62.0%). As percentagens de viagens válidas exclusivas de Regiões foram elevadas,
variando entre 94.5 e 97.0% (96.2% no total). No que diz respeito a Pesqueiros, as
47
percentagens de viagens exclusivas foram naturalmente menores situando-se entre 68.9%
em 1999 e 46.2% em 2004 (55.9% no total).
A distribuição do número de viagens válidas por trimestre entre 1998 e 2004 (Tabela 5)
evidencia uma fraca cobertura realizada no primeiro trimestre de 1998 (por
indisponibilidade de dados MONICAP) e nos dois últimos trimestres de 2004 (por falta de
processamento). O número de viagens anuais obtidas para os quatro navios congeladores
revela a falta de processamento de dados destas embarcações entre 2000 e 2002 (Tabela 5).
Do total de viagens válidas resultaram 61270 arrastos (média anual de 8753 arrastos) onde
94.2% (valores entre 91.4 e 95.2%) correspondeu a arrastos exclusivos de Região e 44.0%
(valores entre 36.9 e 57.0%) a arrastos exclusivos de pesqueiros (Tabela 4).
Portos de início e fim de viagem
Com base no universo das viagens marcadas (n=12855) constata-se que, entre 1998 e
2004, a frota de arrasto de crustáceos utilizou essencialmente (~98% do total de viagens)
os portos de Portimão (~49%), Olhão (~37%), Sines (~6.0%) e Sagres (~5.7%) (Tabela 6).
Vários outros portos foram utilizados neste período, alguns dos quais em Espanha, embora
com pouca expressão. Cerca de 84% das viagens tiveram início e fim no mesmo porto
essencialmente em Portimão (43.4%) e em Olhão (32.9%). Portimão foi, com excepção de
1998, o Porto mais utilizado pela frota de crustáceos. As viagens que tiveram início e fim
em portos distintos registaram-se fundamentalmente em Portimão/Olhão (5.0%) e
Portimão/Sagres (4.6%). Os navios congeladores têm como porto de base Portimão e os
demais, utilizam os diversos portos essencialmente para descarregarem uma vez que as
vendas são realizadas, fundamentalmente, em Vila Real de Santo António (VRSA).
Regime de operação
A duração média das viagens de pesca dos navios da frota (excluindo os 4 navios
congeladores) aumentou de cerca de 1.4 dias em 1998-1999 para 2.0 dias em 2004 com
decréscimos pontuais em 1999 e 2003 (Tabela 7; Figura 15-A). A duração máxima das
viagens variou entre 3.9 e 8.6 dias. A duração média das viagens dos navios congeladores
48
foi consideravelmente superior, variando entre aproximadamente 3 e 5 dias. A duração
máxima das viagens destes navios situou-se entre 9.4 e 12.7 dias (Tabela 7; Figura 15-A).
O número médio de arrastos por viagem (navios congeladores excluídos) aumentou com o
aumento da duração das viagens de cerca de 5 em 1998-1999 para aproximadamente 8 em
2004 (Tabela 7; Figura 15-B). O número máximo de arrastos por viagem variou entre 16 e
24. Contrariamente, a duração média dos arrastos por viagem decresceu passando de 4.6-
4.7 horas em 1998-1999 para 4.0 h em 2004. Similarmente, a distância média dos arrastos
por viagem decresceu passando de 13.7-14.0 mn em 1998-1999 para 11.6 mn em 2004. Em
2003 registaram-se arrastos com duração e distância médias anormalmente baixos, de 3.5 h
e 10.4 mn. A duração máxima dos arrastos variou entre 12 e 14 horas e a distância
máximas entre 34 e 40 mn (Tabela 7; Figura 15-B).
Velocidades de arrasto
A distribuição das velocidades de arrasto dos navios da frota variou consideravelmente
dentro de cada ano. Algumas das distribuições apresentaram uma grande dispersão de
valores de velocidade sendo mesmo, em alguns casos, bimodais. Entre 1998-2004 a
velocidade média de arrasto dos navios variou entre 2.3 e 3.4 mn/h (Tabela 8). Em termos
globais observou-se um decréscimo na velocidade média de arrasto de 3.0 mn/h em 1998-
2001 para 2.9 mn/h em 2002-2004 denotando uma alteração no comportamento da frota a
partir de 2002 (Tabela 8). Na Figura 16 é visível a diferença no conjunto das distribuições
nos dois anos seleccionados (1999 e 2003). A velocidade média global calculada com base
na totalidade dos 61270 arrastos de viagens de pesca válidas foi de 3.0 mn/h. Os valores
mínimos registados de 2.3 mn/h em 1998 e 1999 foram praticados por dois navios de
Cascais que operaram essencialmente na Região de Lisboa.
Analisando a velocidade média de arrasto, por pesqueiro, no período 1998-2004 verifica-se
que os arrastos com velocidades mais elevadas foram praticados no Algarve, no pesqueiro
Olhão-Portimão (3.1mn/h) (Figura 17-A). Velocidades médias de 3.0mn/h foram
registadas na Arrifana (Alentejo) e nos pesqueiros algarvios de Portimão-Sagres, Olhão-
Tavira e ZEE. No pesqueiro de Sagres e da Beirinha, no Algarve, a velocidade média de
arrasto foi 2.9 mn/h. No pesqueiro de Lisboa a velocidade média de arrasto observada,
bastante inferior, foi de 2.7mn/h. Nos arrastos realizados fora de pesqueiros, em Lisboa (n
49
= 57, profundidade média = 329m) e no Alentejo (n = 97, prof. média = 722m) a
velocidade média foi de 2.7 mn/h; no Algarve (n = 57, prof. média = 542m) foi de
2.9mn/h. Não parece existir uma relação directa entre a velocidade de arrasto e a
profundidade (Figura 17-B).
Esforço de pesca
Os factores de ampliação obtidos por trimestre, em cada ano, e utilizados na estimação do
esforço total da frota de arrasto de crustáceos a partir da informação de esforço obtida com
os dados MONICAP, são apresentados na Tabela 9. Os factores de ampliação foram, na
sua maioria, entre 2 e 3 (valor médio de 2.7). Valores entre 5 e 7 foram obtidos no 1º
trimestre de 1998 e no 3º trimestre de 2002 e 2004. No 4º trimestre de 2004 foi obtido um
valor díspar, evidenciando a deficiente cobertura atrás referida.
Entre 1998 e 2004, o esforço anual estimado na costa portuguesa para a frota de arrasto de
crustáceos (em horas de arrasto e em milhas náuticas arrastadas) aumentou até 2001-2002
(123 e 124 mil horas de arrasto; 371 e 363 mil mn arrastadas, respectivamente) tendo
decrescido nos dois últimos anos (Tabela 10; Figura 18). A maioria dos esforço de pesca
foi exercido na Região do Algarve, tendo aumentado de 1998 (~84%) para 2003 (~93%) e
decrescido, em 2004, para 89% (Figura 18-A). Complementarmente, o esforço na Região
do Alentejo decresceu entre 1998 (~14%) e 2003 (~6%) tendo aumentado em 2004
(~11%). A pesca na Região de Lisboa teve apenas alguma expressão em 1998-1999 (~2%)
sendo vestigial nos três anos seguintes. Em 2003 e 2004 não foi observada qualquer
actividade de pesca nesta Região.
Os mapas com a distribuição espacial anual dos dados MONICAP disponíveis no período
1998-2004, filtrados para velocidades de arrasto de cada navio (mapas preliminares de
esforço de pesca), são apresentados na Figura 19. Na Figura 20 são apresentados os mapas
com a distribuição espacial anual dos arrastos devidamente identificados em viagens
válidas dos navios da frota entre 1998 e 2004 (61270 arrastos) (mapas de esforço de
pesca). Os valores de esforço de pesca anual (horas de arrasto) estimado por pesqueiro
(Figura 21) estão representados graficamente na Figura 22. Com base nesta informação
verifica-se que o principal pesqueiro entre 1998 e 2003 foi o de Olhão-Portimão, seguido
dos pesqueiros de Portimão-Sagres e da Beirinha que, em 2004, foi o mais importante.
50
Seguiram-se, em importância, os pesqueiros de Sines, Sagres e Olhão-Tavira e, finalmente,
a Arrifana e Lisboa, este com dados para estimação de esforço apenas para o período 1998-
2001. No pequeno pesqueiro ZEE, embora tenha havido quase sempre actividade de pesca
(Figura 22) só foi possível estimar esforço de pesca para 2004 onde a actividade neste
pesqueiro foi mais expressiva.
A evolução anual do esforço de pesca apresentou uma tendência crescente até 2000, nos
dois pesqueiros do Alentejo (Sines e Arrifana), 2001, em Sagres, Portimão-Sagres e Olhão-
Portimão, e 2002, em Olhão-Tavira e na Beirinha, decrescendo, embora com aumentos
pontuais do esforço em 2002, em Sines, 2003, em Portimão-Sagres e 2004, em Sines,
Sagres, Olhão-Tavira e, sobretudo, na Beirinha onde se registou um aumento apreciável do
esforço de pesca (Figura 22).
Evolução da área de pesca
A área de pesca arrastada aumentou, no seu conjunto, de 1035 mn2, em 1998, para 1174
mn2 em 2002, diminuindo nos dois últimos anos para 936 mn2 em 2004 (Figura 23). Na
região de Lisboa, a área de pesca diminuiu até 2002, altura a partir da qual deixou de se
registar qualquer actividade de pesca nesta região. Apesar de se ter verificado, nos dois
últimos anos, uma redução na área de pesca, tanto no Alentejo como no Algarve, a
proporção de área arrastada no Algarve aumentou relativamente à do Alentejo passando de
cerca de 70%, no período 1999-2001 para valores próximos de 90% em 2003-2004. Em
1998, a proporção observada foi de 61% no Algarve, 31% no Alentejo e 8% em Lisboa;
em 2004, a proporção foi de 88% no Algarve e 12% no Alentejo. Alterações na actividade
de pesca traduziram-se na redução da pesca em zonas menos profundas e no alargamento
da área de pesca para zonas de pesca profundas (700-800m), não exploradas anteriormente,
em Sines, Sagres e Beirinha (Figuras 24 e 25). Em geral, observou-se uma tendência
decrescente no tamanho das áreas arrastadas da maior parte dos pesqueiros excepto em
Sagres e, particularmente, na Beirinha onde se observou uma tendência contrária (Figura
26). Na Beirinha, a área de pesca estendeu-se consideravelmente, por fora da fossa Diogo
Cão, até ao Canhão de Portimão (Figura 24).
A profundidade média das zonas arrastadas apresentou uma tendência crescente passando
de cerca de 450 m, em 1998-1999, para 566 m, em 2004 (Figura 27-A) embora em 2003
51
tenha havido uma redução da profundidade média, devido exclusivamente a pesca menos
profunda nos pesqueiros do Algarve (Portimão-Sagres, Olhão-Portimão e Olhão-Tavira),
para 469 m (Figura 27-C). Em 2004 observou-se precisamente o contrário, com o aumento
da profundidade média dos arrastos nestes três pesqueiros do Algarve e diminuição no
Alentejo, em Sines (Figura 27-B e C).
Variação trimestral do esforço de pesca
Os mapas com a distribuição espacial dos arrastos identificados em viagens válidas dos
navios da frota, por trimestre, em cada ano do período 1998-2004 são apresentados nas
Figura 28 (A a D). Os valores de esforço de pesca trimestral (horas de arrasto) estimados
por Região e por Pesqueiro, em cada um dos anos, estão representados graficamente nas
Figuras 29 e 30, respectivamente. Com base nesta informação constata-se que houve
actividade de pesca em toda a área ao longo de todo o ano. Não se observaram padrões
regulares ao longo dos anos, quer ao nível das Regiões (Figura 29) quer dos Pesqueiros
(Figura 30). No entanto, parece ter sido no 2º e 3º trimestres que a actividade de pesca teve
maior expressão apesar de, em 1998 e sobretudo em 2004, a actividade de pesca ter sido
mais expressiva no 4º trimestre, no Algarve, tendo o mesmo acontecido no Alentejo
(Sines), em 2003. Notam-se variações nas zonas preferencialmente arrastadas, dentro dos
pesqueiros, de trimestre para trimestre.
Rendimentos de pesca
O número de arrastos realizado em viagens de pesca exclusivas, bem como o
correspondente número de viagens, utilizados no cálculo dos rendimentos médios por
viagem de pesca, nas três regiões e nos vários pesqueiros são apresentados, para consulta,
no Anexo VI.
Entre 1998 e 2003 a gamba dominou em quase todos os pesqueiros excepto em Sagres e na
Beirinha onde predominaram o camarão-vermelho e o lagostim (Figura 31). A partir de
2001, no Alentejo e em 2004, no Algarve, o Peixe ocupou o lugar da gamba e o lagostim
aumentou a sua importância relativa sobretudo na Beirinha. O pesqueiro mais produtivo foi
sempre a Arrifana devido ao Peixe mas também à gamba, entre 1998 e 2000, e Moluscos –
Potas, em 1998. A proporção de Outros Crustáceos (para além das três espécies-alvo) teve
52
alguma expressão em Lisboa, Sines, Sagres e Beirinha devido, essencialmente, ao
Carabineiro-Cardeal, Plesiopenaeus edwardsianus (Figura 31).
Os rendimentos médios totais por viagem de pesca aumentaram nas três Regiões de 1998
para 1999 atingindo, no Alentejo e no Algarve, valores médios máximos de 38 kg/h,
decrescendo nos anos seguintes até 2002 para valores de 13-14 kg/h (Figura 32–A). Nos
dois últimos anos os rendimentos voltaram a aumentar no Alentejo atingido um valor
máximo de 44 kg/h em 2004. No Algarve aumentaram em 2003 (~24kg/h) decrescendo de
seguida em 2004 para o nível de 2002. Na Região de Lisboa só se dispõe de rendimentos
até 2001. Em 2002 a actividade de pesca foi reduzidíssima não se tendo obtido quaisquer
viagens válidas exclusivas (Tabela 1 do Anexo VI) e, em 2003 e 2004, não se dispõe de
dados MONICAP para esta região (Figura 20).
Os rendimentos médios totais (Figura 32-A) reflectiram, em geral, os rendimentos de
crustáceos (Figura 32-B) e estes, os de gamba (Figura 34-B). Em 2001, em Lisboa, e em
2004, no Alentejo, os rendimentos totais reflectiram os elevados rendimentos de peixe
observados naquelas regiões, naqueles anos (Figura 32-C). O nível dos rendimentos
médios de peixe em Lisboa e no Alentejo foi superior ao registado no Algarve. Os
rendimentos médios de moluscos foram sempre baixos (inferiores a 2kg/h), excepto em
1998, no Alentejo, onde se registaram rendimentos médios de 7.4 kg/h (Figura 32-D). Na
Os elevados rendimentos médios totais registados em 1999 (Figura 33-A), devido à grande
abundância de crustáceos (Figura 33-B), em particular de gamba, foram observados em
praticamente todos os pesqueiros. Os elevados rendimentos de peixe registados no
Alentejo em 2004 foram observados tanto em Sines como na Arrifana com valores acima
de 45 kg/h (Figura 33-C) enquanto que rendimentos mais elevados de moluscos foram
observados apenas na Arrifana (~17kg/h) (Figura 33-D).
No que respeita às três espécies-alvo da pescaria, os rendimentos médios de lagostim,
foram mais elevados no Alentejo e no Algarve (Figura 34-A). No Alentejo oscilaram
consideravelmente apresentando valores elevados em 1999 (4.0 kg/h) e 2004 (2.8 kg/h).
No Algarve, os rendimentos aumentaram nos três últimos anos tendo passado de cerca de
1.5 kg/h para o dobro em 2004. A Beirinha, na Região do Algarve, foi o pesqueiro que,
consistentemente, apresentou os maiores rendimentos médios de lagostim no período de
53
estudo (~7 kg/h entre 2002 e 2004), seguido de Sines, no Alentejo, e de Sagres (Figura 35-
A), com valores substancialmente inferiores (valores médios globais ~2.4 e 2.6 kg/h no
período 1998-2004). No entanto, Olhão-Tavira e a ZEE apresentaram rendimentos médios
em 2004 bastante elevados (~6 kg/h). Neste ano, os rendimentos médios em Sagres e na
Beirinha (e também em Sines, no Alentejo) diminuíram enquanto que aumentaram nos
pesqueiros Portimão-Sagres, Olhão-Portimão e Olhão-Tavira (Figura 35-A). De notar, no
entanto, o aumento verificado nos rendimentos de lagostim nos últimos anos, nos
pesqueiros do Algarve. Dentro do ano, a distribuição trimestral dos rendimentos médios de
lagostim, apresentou um padrão bem definido em todas as Regiões com valores mais
elevados no 2º e 3º trimestres do ano (Figura 36-A).
Os rendimentos de gamba (Figura 34-B) foram mais elevados em 1999, em todas as
regiões, atingindo valores médios de 28 kg/h tanto no Alentejo como no Algarve e de 16
kg/h em Lisboa. De 2000 em diante os rendimentos médios decresceram registando-se, em
2004, valores médios de 1.2 kg/h no Alentejo e de 2.3 kg/h no Algarve. No entanto, em
2003, houve um aumento pontual dos rendimentos médios de gamba o qual foi bastante
expressivo no Algarve (17.2 kg/h). Os principais pesqueiros desta espécie foram a
Arrifana, no Alentejo, e Portimão-Sagres, Olhão-Portimão e Olhão-Tavira, no Algarve,
com valores médios globais no período 1998-2004 da ordem de 20 kg/h (Figura 35-B). Os
maiores rendimentos médios de gamba foram registados em 1999 em todos os pesqueiros
(máximos de 75 kg/h na Arrifana, no Alentejo e 67 kg/h em Olhão-Tavira, no Algarve),
com excepção da Beirinha, pesqueiro onde os rendimentos desta espécie foram muito
baixos (máximo em 2000, de 6.3 kg/h). A tendência decrescente, de 1999 em diante, com
aumento pontual em 2003, observada ao nível das regiões, verificou-se em todos os
pesqueiros com excepção de Sines onde os rendimentos apenas decresceram. Dentro do
ano médio (1998-2004), os maiores rendimentos médios de gamba foram registados no 1º
e 2º trimestres do ano (Figura 36-B).
Os maiores rendimentos de Camarão-vermelho (Figura 34-C) foram registados no Algarve
entre 1998 (máximo de 3.1 kg/h) e 2000 (2.6 kg/h) tendo, a partir de então, diminuído
substancialmente para valores inferiores a 0.5 kg/h entre 2002 e 2004. No Alentejo, os
rendimentos médios desta espécie, da ordem de 0.4-0.5 kg/h no período 1998-2000
oscilaram consideravelmente nos anos seguintes entre o máximo de 1.5 kg/h em 2003 e o
mínimo de 0.07 kg/h em 2004. Em Lisboa os maiores rendimentos médios de Camarão-
54
vermelho foram registados em 1999 (0.6 kg/h). Os principais pesqueiros de Camarão-
vermelho foram Sagres e a Beirinha, com valores médios globais no período de estudo de 6
e 3 kg/h, respectivamente (Figura 35-C). Os rendimentos nestes dois pesqueiros foram
máximos em 1999 (11.0 e 7.3 kg/h, respectivamente), tendo decrescido nos anos seguintes.
Observou-se uma tendência semelhante, mas a partir de 1998, nos pesqueiros de Portimão-
Sagres, Olhão-Portimão e Olhão-Tavira. Apesar da tendência geral decrescente observada
nos rendimentos médios desta espécie, registou-se um aumento pontual em 2000 nestes
três últimos pesqueiros do Algarve e em 2003, na Beirinha (0.9 kg/h) e, sobretudo, em
Sines (2.5 kg/h) onde os rendimentos de camarão-vermelho foram sempre bastante baixos,
na maior parte dos anos inferiores a 0.7 kg/h. Em termos de variação dentro do ano, o
camarão-vermelho apresentou um padrão de distribuição trimestral dos rendimentos
médios semelhante ao do lagostim (valores mais levados no 2º e 3º trimestres) em Lisboa e
no Algarve (Figura 36-C). No Alentejo, o padrão foi distinto, com os rendimentos médios
a aumentar do 2º para o 4º trimestre e decrescendo no 3º trimestre.
Filtragens com base na velocidade (velocidades de arrasto) de pontos GPS de viagens de
pesca (válidas e parcialmente válidas) realizadas em 2003 com mais de 30, 50 e 75% de
lagostim (Figura 37) evidenciam a importância da Beirinha na captura desta espécie apesar
do elevado grau de mistura observado nos desembarques da maior parte das viagens de
pesca. Análises semelhantes para a gamba (mais de 50, 75 e 90%) (Figura 38-A) e para o
c-vermelho (mais de 30, 50 e 75%) (Figura 38-B) evidenciam a importância dos pesqueiros
Portimão-Sagres e, sobretudo, de Olhão-Portimão na captura de gamba e das novas zona
de pesca profundas (700-800m) em Sagres e, sobretudo, em Sines na captura de camarão-
vermelho.
Nos três últimos anos (2002 a 2004) a frota de arrasto de crustáceos tem desembarcado
Carabineiro-Cardeal (Figuras 11, 12 e 14-A) tendo-se registado os maiores rendimentos em
Sagres (1.3 kg/h em 2003 e 1.2kg/h em 2004) e Sines (1.4 kg/h em 2003) (Figura 39-A),
no 3º e 4º trimestres. De notar que, entre 1998 e 2000 se registaram rendimentos desta
espécie de camarão em Lisboa, embora baixos. Os maiores rendimentos de verdinho,
Micromesistius poutassou, espécie que foi desembarcada em grandes quantidades em 2004
(Figura 11), foram registados no Alentejo, na Arrifana (17 kg/h em 2001) e em Sines (38
kg/h em 2004) (Figura 39-B), no 3º trimestre. Filtragens com base na velocidade
(velocidades de arrasto) de pontos GPS de viagens de pesca (válidas e parcialmente
55
válidas) realizadas em 2003 com mais de 15, 30 e 50% de Carabineiro (Figura 40-A) e
mais de 50, 75 e 90% de Verdinho (Figura 40-B) mostram bem a importância das novas
zonas de pesca profundas (700-800m) em Sines, Sagres e no prolongamento da Beirinha,
junto a Portimão na captura do Carabineiro e de Sines na captura de Verdinho.
Como complemento da informação apresentada, incluem-se os mapas de distribuição
relativa dos rendimentos médios trimestrais, por pesqueiro, das três espécies-alvo, dos
restantes crustáceos, peixes e moluscos, acompanhados pelos mapas correspondentes de
esforço de pesca total em 1999 (ano onde se verificaram os maiores rendimentos devido à
ocorrência de grandes quantidades de gamba) (Figura 41) e 2004 (ano onde a gamba
apresentou rendimentos muito baixos) (Figura 42).
3.2.3.2. Pescaria de arrasto de Peixe Características da frota
Em 2003, não se registaram diferenças entre o subgrupo de navios com MONICAP (70
navios) e o total da frota (76 navios) no que respeita às suas principais características
técnicas - comprimento fora-a-fora (CFF), tonelagem de arqueação bruta (TAB) e potência
da máquina principal (POT) (Tabela 11). Dois grupos distintos de navios constituíam a
frota em 2003 (Figura 43): um primeiro, composto por 16 navios (21%) com CFF ≤ 21 m
(média = 18 m), TAB ≤ 114 t (média = 44 t) e POT ≤ 440 cv (média = 219 cv) e um
segundo, composto pelos restantes 59 navios (79%), com CFF entre 24 e 35 m (média = 30
m), TAB entre 103 e 243 t (média = 157 t) e POT entre 316 e 1085 cv (média = 585 cv).
Em termos globais, a frota tinha, em 2003, as seguintes características médias: CFF = 27
m, TAB = 133 t e POT = 507 cv (Tabela 11).
Desembarques - Importância relativa das espécies e grupos de espécies
As espécies de peixe representaram 93.0% em peso e 80.2% em valor dos desembarques
(vendas em lota) totais da frota de arrasto de peixe em 2003. Os moluscos representaram
cerca de 6.7% em peso e 15.9% em valor enquanto que os crustáceos apenas 0.2% em peso
e 4.0% em valor. Ao todo foram registadas 190 espécies ou grupos de espécies nas vendas
em lota da frota em 2003. No entanto, as 10 principais espécies representaram,
respectivamente, cerca de 85 e 76% dos totais dos desembarques em peso e em valor
56
(Tabela 12). O carapau foi a espécie melhor representada nos desembarques, com cerca de
37% em peso e 29% em valor, seguida, em peso, pelo verdinho (12.6%) e pela cavala
(8.0%), e em valor, pela pescada branca (9.9%) e pelos polvos (9.6%). Os polvos surgiram,
nos desembarques em peso, em 9º lugar enquanto que as lulas e o lagostim apareceram
apenas nos desembarques em valor, em 6º e 10º lugares, respectivamente.
Entre os moluscos, os polvos comuns (54.7% em peso e 60.5% em valor) e as lulas (17.9%
em peso e 26.9% em valor) foram as principais espécies, totalizando aproximadamente
73% do peso e 87% do valor desembarcado, enquanto que o lagostim (68.8% em peso e
67.4% em valor), o carabineiro cardeal (14.5% em peso e 13.6% em valor) e a gamba
(11.3% em peso e 15.4% em valor) foram as espécies melhor representadas entre os
crustáceos totalizando mais de 95% dos desembarques deste grupo tanto em peso como em
valor.
Uma análise da composição específica dos desembarques, navio a navio, permite verificar
diferenças apreciáveis no comportamento das embarcações no que respeita às espécies-
alvo a que dirigem a pesca (Figura 44). Assim, houve cinco navios com capturas dedicadas
apreciáveis de crustáceos, um deles com cerca de 90% em valor, e um conjunto alargado
de embarcações onde os moluscos representaram uma parte importante dos seus
desembarques em 2003, quatro deles acima dos 60% (Figura 44-B).
De notar que os desembarques dos sete navios licenciados para multi-artes, mas que
registaram essencialmente pesca de arrasto, representaram apenas 3.3% do total
desembarcado em peso em 2003 mas 12.2% do total em valor devido à captura de
crustáceos e de moluscos por quatro destes navios (dois dedicados a crustáceos e outros
dois a moluscos totalizando cerca de 45% do total desembarcado em valor).
Evolução dos desembarques dentro do ano
Uma análise sumária da importância dos desembarques dentro do ano revela uma maior
importância dos desembarques em peso entre Março e Junho e, em valor, entre Janeiro e
Abril (Figura 45-A). As maiores percentagens de peixes nos desembarques foram
registadas no 1º e 3º trimestres com cerca de 94% em peso (86% em valor), devido a um
conjunto de espécies onde prepondera o carapau que, por si só, foi mais importante nos
57
desembarques do 2º trimestre com aproximadamente 45% do total em peso (Figura 45-B).
Entre as outras espécies destacam-se nos desembarques em peso, nos dois trimestres, a
cavala e o verdinho e, nos desembarques em peso, a pescada (Figura 45-C), faneca e o
polvo no 1º trimestre e a pescada, o polvo e o besugo no 3º trimestre.
Os moluscos estiveram melhor representados nos desembarques no 2º e 4º trimestres, com
cerca de 8-7 % em peso (18-19% em valor), respectivamente, devido aos polvos, no 2º
trimestre (Figura 45-D) e às lulas, no 4º trimestre (Figura 45-E). A maior proporção de
crustáceos nos desembarques ocorreu no 3º trimestre com 0.5% em peso (7.6% em valor),
devido ao lagostim (Figura 45-F).
Análise de dados MONICAP
Foram analisados 55 dos 70 navios com dados MONICAP em 2003 e marcadas 4093
viagens de pesca, 65% válidas (n = 2669) em 47 navios. Ao todo foram marcados arrastos
em 2058 das viagens válidas num total de 12957 (Tabela 13). Apenas 38 dos 47 navios
com viagens válidas foram totalmente analisados para marcação de arrastos. Entre as
viagens marcadas, apenas quatro foram obtidas com recurso a diários de pesca, as restantes
resultaram do cruzamento de dados MONICAP com vendas em lota. Nos navios
analisados a percentagem dos desembarques totais correspondente a viagens válidas com
arrastos marcados (Figura 46) variou consideravelmente de navio para navio. No total da
frota a percentagem de cobertura obtida foi bastante reduzida (18%).
Portos de início e fim de viagem
No total das 4093 viagens marcadas foram utilizadas pelos navios da frota como portos de
início e/ou de fim de viagem 21 portos, dois deles (Vigo e Marín) em Espanha (Tabela 14).
Cerca de 78% das viagens tiveram início e fim no mesmo porto. O porto mais utilizado foi
o de Aveiro (~37%) seguido dos portos da Figueira da Foz, Leixões, Nazaré e Peniche.
Estes 5 portos foram utilizados em aproximadamente 80% das viagens marcadas em 2003.
Os portos de Lisboa para sul foram apenas utilizados em cerca de 18% das viagens sendo o
porto de Portimão o 6º mais utilizado em cerca de 6% das viagens.
58
Regime de operação
A duração média das viagens de pesca dos navios da frota de arrasto de peixe em 2003
variou entre 0.6 e 2.8 dias (Figura 47-A). Registaram-se viagens com duração entre
algumas horas e cerca de 7 dias tendo sido a maior parte das viagens realizadas até um dia
(Figura 47-B). Embora a distribuição da duração das viagens apresente três modas de
intensidade decrescente (viagens até um, dois e três dias), a média global foi cerca de um
dia (23.5 h) devido à maior importância das viagens de menor duração (Figura 47-B).
O número médio de arrastos por viagem de pesca variou, de navio para navio, entre 1 e 18
(Figura 47-C). O número máximo de arrastos efectuado por uma mesma embarcação foi de
46. Devido ao facto da distribuição do número de arrastos ser bi-modal, com um máximo
absoluto de 4 arrastos e um relativo de 10, correspondentes a viagens de 1 e 2 dias de
duração, o número médio de arrastos para a globalidade da frota foi de 6 (Figura 47-D). De
notar a existência de uma correlação positiva entre o número médio de arrastos e a duração
média das viagens (r=0.905; p<0.001).
A duração e distância médias dos arrastos, calculados por viagem de pesca válida, foram
de 2.0 horas e 7.8 mn, respectivamente, tendo variado, de navio para navio, entre 1.2 e 5.1
h e 4.9 e 13.3 mn (Figura 48). No total dos 12957 arrastos marcados registaram-se valores
mínimos e máximos de duração dos lances de pesca entre 0.5 e 9.6h e de distância
arrastada entre 1.4 e 24.1 mn.
Velocidades de arrasto
A velocidade média de arrasto dos navios da frota de peixe foi, em 2003, de 3.9 mn/h de
tendo variado entre 2.1 e 4.9 mn/h (Figura 49). Apenas 17% dos navios analisados (n=47)
apresentaram velocidades médias de arrasto inferiores a 3.5 mn/h, 28% praticaram
velocidades entre 3.5 e 4 mn/h e os restantes 55% apresentaram velocidades superiores a 4
mn/h. A dispersão de valores de velocidade em boa parte dos navios foi considerável
(Figuras 49 e 50). Parte da variabilidade na velocidade de arrasto dos navios pode ser
explicada pela composição específica dos seus desembarques a qual denota
comportamentos distintos dos diversos navios no que respeita às suas espécies-alvo (Figura
49). Assim, verifica-se que os navios que desembarcaram essencialmente peixe, em
59
especial o carapau, utilizaram velocidades bastante elevadas, acima de 4 mn/h enquanto
que os navios que incluem nos seus desembarques grandes quantidades de moluscos
(polvos, lulas e potas) praticaram velocidades de arrasto menores, em alguns casos (e.g.,
navios 2 e 4), substancialmente menores (2.2 e 2.1 mn/h). Os dois navios (54 e 55) que
dirigem claramente a sua pesca a crustáceos praticaram velocidades médias de arrasto de
2.6 e 2.7 mn/h, velocidades utilizadas pelos arrastões de crustáceos na captura do lagostim.
De notar que os navios 26 e 27 são navios polivalentes que praticam pesca de arrasto junto
à costa, a profundidades reduzidas, dirigidas a espécies de elevado valor comercial.
Profundidade média de arrasto
A profundidade média dos arrastos variou, de Norte para Sul, tendo sido bastante elevada
no Alentejo (333m), menor na zona Centro (154m) e no Algarve (141m) e bastante baixa
na zona Norte (91m) e em Espanha, tanto a Norte (125m) como a Sul (72m), no Estreito de
Gibraltar (Figura 51). A amplitude batimétrica foi, no entanto, elevada em todas as
Regiões, em particular na Zona Centro, Alentejo e Algarve.
Distribuição espacial da actividade de pesca
Em 2003 a pesca de arrasto de peixe foi exercida fundamentalmente na costa portuguesa
mas também em Espanha (costa ocidental Norte até ao Cantábrico e no Sul, próximo do
Estreito de Gibraltar, ao largo de Cádiz) (Figura 52). Um total de 12 dos 70 navios
analisados com MONICAP realizaram pesca no Norte de Espanha (essencialmente no
Cantábrico) enquanto que outros 7 pescaram no Sul de Espanha, ao largo de Cádiz. Todos
estes navios pescaram igualmente na costa portuguesa. É de notar que 8 outros navios
efectuaram regularmente desembarques em Vigo e Marín apesar de pescarem
exclusivamente na costa portuguesa. Um dos navios, com licença para pescar na costa
ocidental africana, efectuou, no início do ano, uma viagem de pesca à Mauritânia.
Na costa portuguesa identificaram-se duas áreas de maior intensidade, a baixas
profundidades junto à linha das 6 milhas, a mais importante em frente a Aveiro, na costa
Norte, e a outra em frente à Quarteira, no Algarve (Figura 53). Este padrão de distribuição
manteve-se ao longo do ano (Figuras 54 e 55). No entanto, no 3º trimestre parece ter
havido uma maior dispersão da actividade de pesca em toda a área. Foi, também, neste
60
trimestre que se registou pesca no pesqueiro da Beirinha (ver localização na Figura 21), a
Sudeste de Faro, resultante da actividade de um dos navios da frota com desembarques
elevados de crustáceos, em especial, de lagostim. Uma análise mais detalhada da
actividade de cada navio permitiu registar uma tendência para a maioria dos navios manter
as mesmas áreas de pesca durante todo o ano.
Esforço de pesca
Os factores de ampliação trimestrais obtidos para a estimação do esforço total da frota de
arrasto de peixe em 2003 a partir da informação de esforço obtida com os dados
MONICAP foram bastante semelhantes, variando entre 5 e 5.88 evidenciando um nível de
cobertura semelhante ao longo do ano, entre 17 e 20%. O número de arrastos, por trimestre
e região, utilizado no cálculo do Esforço de Pesca exercido pela frota na costa continental
portuguesa em 2003 foi de 12906 (Tabela 15). Excluíram-se da análise arrastos 41
efectuados em Espanha, 8 a Norte e 33 a Sul.
Em 2003 estimou-se um total de cerca de 8.8 milhões de horas de arrasto, 75% das quais
efectuadas na Região Norte (Tabela 15). O esforço restante foi distribuído pela Região
Centro (13.5%), Alentejo (3.5%) e Algarve (7.7%). Os dados sugerem um aumento do
esforço de pesca do 1º para o 4º trimestre reproduzindo a tendência observada na Região
Norte. No entanto, nas Regiões Centro e Sul (Alentejo+Algarve) foi no 1º trimestre que se
registou o maior esforço de pesca.
Rendimentos de Pesca
Os rendimentos médios de pesca (Captura por Unidade de Esforço) em 2003 calculados
por região para a costa portuguesa foram, em termos globais, de 181 kg/h na Região Norte,
132 kg/h na Região Centro e 376 kg/h na região Sul (Tabela 16). Os elevados rendimentos
observados na Região Sul deveram-se, essencialmente, aos desembarques de peixe (370
kg/h) (Figura 56-A) onde o verdinho (129 kg/h) foi uma espécie importante (Figura 56-B).
Os rendimentos de carapau foram mais elevados na Região Norte (80kg/h) (Figura 56-C) e
os de pescada nas Regiões Centro e Sul (~9kg/h) (Figura 56-D). Os moluscos apresentaram
rendimentos mais elevados na Região Norte (Figura 56-E) devido essencialmente aos
61
polvos (Figura 56-F) enquanto que os rendimentos de crustáceos aumentaram de Norte
para Sul (Figura 56-G) devido fundamentalmente ao lagostim (Figura 56-H).
3.2.4. Discussão
Neste estudo, a utilização de dados VMS, produzidos pelo Sistema MONICAP, cruzados
com informação de desembarques (vendas em lota e diários de pesca) permitiu analisar
sete anos (1998-2004) de dados de esforço e rendimentos de pesca geo-referenciados para
a pescaria portuguesa de arrasto de crustáceos e a obter, pela primeira vez, dados geo-
referenciados de esforço total e rendimentos de pesca para a pescaria de arrasto de peixe,
em 2003. A obtenção desta informação foi possível devido à utilização do software
GeoCrust 2.0, desenvolvido especificamente para este efeito, e que constitui a única
aplicação informática dedicada disponível para este fim (ICES, 2006).
Na pescaria de arrasto de crustáceos, a taxa média anual de cobertura MONICAP i.e., a
percentagem dos desembarques de viagens válidas (obtidas com dados MONICAP) no
total desembarcado anualmente entre 1998 e 2004, foi, em média, de 37% (9690 viagens
válidas e 61270 arrastos marcados nessas viagens) o que possibilitou a realização de uma
análise consistente do esforço de pesca total bem como, numa base trimestral, dos
rendimentos de pesca por região e por pesqueiro desta pescaria. No caso da pescaria de
peixe, a taxa de cobertura dos desembarques em 2003 foi bastante inferior (18%), uma vez
que o tratamento de dados desta pescaria não foi exaustivo. Os dados foram tratados à
medida que se desenvolvia o software com vista a passar a possibilitar o tratamento de
dados dos navios de arrasto de peixe. Por esta razão, os resultados da análise desta pescaria
em 2003 devem ser considerados como preliminares. Apesar disso, foram identificadas
2669 viagens válidas e 12957 arrastos nessas viagens.
O trabalho inicial de preparação das bases de dados requereu bastante atenção devido a
diversos erros existentes na informação MONICAP. Apesar de se ter apetrechado o
software com mecanismos de detecção e limpeza de pontos múltiplos (pontos idênticos,
repetidos duas ou mais vezes), é fundamental que se proceda previamente à limpeza dos
pontos replicados assim como à correcção ou eliminação (se não for possível corrigir) de
posições erradas (e.g., pontos em terra ou pontos díspares - no equador) para facilitar as
análises subsequentes. A marcação de viagens de pesca de lanços de arrasto dentro das
62
viagens é dificultada devido à falta de qualidade dos dados MONICAP. A marcação de
viagens de pesca torna-se difícil nos casos em que não se dispõe de dados de vendas em
lota (caso dos navios congeladores e dos navios com desembarques em Espanha) ou
mesmo impossível, quando não se dispõe de registos de diários de pesca para essas
viagens. O processo é igualmente difícil quando as vendas são fraccionadas (vendas de
uma mesma viagem em dias consecutivos), situações que devem ser identificadas pelo
operador a partir da análise das vendas em lota, declarações de descarga e diários de pesca,
disponíveis durante o processo de marcação de viagens. De notar que a existência de
pontos múltiplos para uma mesma posição acarretará erros na distribuição espacial do
esforço de pesca, pois esta é efectuada com base na contabilização dos pontos MONICAP.
O processo de tratamento de dados através do software GeoCrust 2.0 - marcação de
viagens, primeiro, e de arrastos dentro das viagens, depois, é um processo pormenorizado
e, por isso, bastante moroso, mesmo com um operador treinado. Para além dos problemas
com a qualidade dos dados, já referidos, há ainda a própria natureza dos dados. No caso
dos navios da frota de peixe, que operam, na sua maioria, a velocidades muito superiores
às dos navios de arrasto de crustáceos, os perfis de velocidade dos navios ao longo do
tempo são mais irregulares e, portanto, mais difíceis de interpretar na marcação de arrastos
(identificação do início e fim dos lances). Por outro lado, a duração dos arrastos dos navios
da frota de peixe é, normalmente, inferior à dos navios da frota de crustáceos, o que
confere maior dificuldade na sua interpretação. Por fim, quanto menos profundo for o
arrasto mais difícil é a sua marcação pois torna-se mais difícil a identificação dos eventos
de início (largada da rede), fim (alagem da rede) e mudança de direcção (e.g., os navios
efectuam normalmente duas e, por vezes, mais passagens sobre a mesma área durante um
mesmo arrasto). Nestas, e noutras, mudanças de direcção são efectuadas variações de
velocidade que se traduzem num padrão típico (desaceleração, aceleração e desaceleração
de novo) que se confunde com o de alagem e largada imediata (praticamente sem
navegação) da rede para um novo lanço, processo que é muito frequente.
A utilização de algoritmos de inteligência artificial para a detecção automática de arrastos
dentro de uma viagem revelou-se muito útil pois acelerou o processo de marcação de
arrastos. No entanto, a aceitação dos palpites gerados requer a concordância do operador.
Eventuais erros nos limites dos arrastos devem ser detectados visualmente pelo operador e
corrigidos através de um processo de edição. Se o operador não estiver devidamente atento
63
durante o processo de marcação poderá deixar passar pequenos erros nos limites dos
arrastos.
A morosidade no tratamento dos dados com o software GeoCrust 2.0 justifica-se para a
obtenção de dados rigorosos necessários para a definição do regime de operação dos
navios das frotas e, fundamentalmente, para o cálculo de rendimentos de pesca. Para se
associar capturas (no caso, vendas em lota) a esforço de pesca numa determinada área
(região ou pesqueiro) e se calcularem rendimentos de pesca é necessário dispor de viagens
de pesca válidas (sem falhas de dados MONICAP) com arrastos marcados, exclusivas
dessa região ou pesqueiro. Dispondo apenas de viagens marcadas (sem arrastos
identificados) é possível obter, no entanto, por filtragem de velocidades, uma boa
aproximação do tempo de arrasto. Este processo de filtragem, introduzido na versão 2.0 do
software GeoCrust, permite obter, de forma expedita, mapas de distribuição do esforço de
pesca dos navios representados com base na totalidade dos pontos MONICAP disponíveis,
ou apenas com os pontos das viagens marcadas. Os primeiros mapas, produzidos com os
dados brutos (sem qualquer tratamento) são obtidos em poucos minutos através de um
processo de consulta à base de dados seguido de representação gráfica. Os mapas
produzidos (Figura 19), apesar de considerarem como pesca alguns pontos de navegação
com velocidades de arrasto (e.g., à entrada dos portos ou entre lanços), revelaram-se muito
semelhantes aos obtidos com arrastos devidamente marcados em viagens válidas (Figura
20). Para além da sua utilidade como mapas preliminares de esforço de pesca, como
utilizam todos os dados MONICAP disponíveis, devem ser utilizados como
complementares dos mapas produzidos com arrastos devidamente marcados.
Da análise espacio-temporal dos dados da frota de crustáceos constatou-se que o esforço de
pesca total aumentou até 2001-2002 tendo decrescido nos dois últimos anos. A partir de
2002 deixou de se pescar em Lisboa e a pesca passou a ser mais concentrada no Algarve
(93% em 2003 e 89% em 2004). Embora os desembarques (e os rendimentos de pesca) de
lagostim tenham aumentado entre 1998 e 2004 e os de gamba decrescido a partir de 1999,
ano onde se registou um máximo histórico de desembarques de crustáceos, a gamba foi
sempre a espécie dominante com excepção de 2004 onde o verdinho, seguido do lagostim,
foram as espécies mais importantes. Desde 2003 que se verificou uma tendência para
alguns navios, tanto da frota de crustáceos como de peixe, deixarem de rejeitar o verdinho
(prática corrente neste pescaria) passando a desembarcá-lo em quantidades apreciáveis,
64
provavelmente devido ao aparecimento de mercado para esta espécie em Espanha. Os
desembarques de camarão-vermelho, sempre reduzidos, têm variado com os de gamba de
uma forma muito semelhante. A gamba, embora tenha reduzido drasticamente a sua
importância no período de estudo apresentou em 2003 um pico de abundância, muito
provavelmente devido a um forte recrutamento, contrariando a tendência observada. Em
2004, o lagostim foi a espécie de crustáceos mais importante na pescaria.
Estas profundas alterações na composição relativa dos desembarques da frota de crustáceos
foram consequência das apreciáveis variações na abundância das espécies-alvo,
particularmente da gamba, entre 1998 e 2004. Tendo a gamba uma distribuição menos
profunda que o lagostim e que o camarão-vermelho, a importância destas espécies variou
naturalmente nos diversos pesqueiros definidos para a pescaria de crustáceos neste estudo.
Assim, nos últimos anos verificou-se um aumento do esforço de pesca nos pesqueiros mais
profundos, particularmente na Beirinha, onde os rendimentos de lagostim são mais
elevados. Complementarmente, desde 2002 que se registam extensões das áreas de pesca
para zonas mais profundas (700-800m), tanto no Alentejo como, sobretudo, no Algarve
(Figura 24), na procura de lagostim. O aumento da importância nos desembarques de
carabineiro cardeal (Plesiopenaeus edwardsianus) que, desde 2002, é uma das principais
espécies de crustáceos em valor deve-se, essencialmente, à actividade de pesca nestas
zonas (Figura 40-A). Uma vez que a pesca dirigida à gamba é realizada a menor
profundidade, registou-se uma tendência crescente da profundidade média dos arrastos
desde 1999, com uma quebra em 2003, devido a um pontual aumento da procura de gamba
nesse ano.
Em 2003, a pesca de arrasto de peixe foi realizada essencialmente na Região Norte (75%
do esforço total) e essencialmente dirigida ao carapau (Trachurus trachurus), espécie mais
importante nos desembarques totais desta pescaria. No entanto, o comportamento dos
navios da frota diverge havendo, por exemplo, alguns navios com pesca claramente
dirigida a crustáceos e outros a moluscos cefalópodes (Figura 49). Assim, para além da
composição específica dos desembarques há que considerar a velocidade de arrasto dos
navios na identificação da espécie-alvo em cada viagem de pesca, no processo de
identificação de tipos de viagens para estimação de esforço específico. Ao dirigirem a
pesca a cefalópodes e, sobretudo, a crustáceos, a velocidade de arrasto é mais reduzida que
65
para o peixe, em particular para o carapau (Figura 49) onde tem que ser bastante elevada
para assegurar a captura desta espécie que tem grande capacidade de deslocação.
De facto, também na pescaria de crustáceos a velocidade de arrasto dos navios da frota
variou consoante estes dirigiam a sua pesca ao lagostim ou à gamba (Figura 57). A pesca
dirigida especificamente à gamba é realizada com uma velocidade superior. No entanto,
registou-se uma grande variabilidade nas velocidades de arrasto, de navio para navio, em
parte devido às próprias características das embarcações e preferências dos seus mestres.
Na pescaria de crustáceos as alterações observadas na abundância dos principais recursos
(gamba e lagostim) entre 1998 e 2004 reflectiram-se, também, no regime de operação da
frota. A duração das viagens aumentou, assim como o número de lanços, enquanto a
duração média dos arrastos diminuiu (Figura 15). Em 2003, a duração das viagens sofreu
uma redução devido do aumento da abundância de gamba observado nesse ano.
No que respeita à mobilidade dos navios, verificou-se que 95 a 97% das viagens válidas da
frota de crustáceos foram realizadas dentro da mesma região e 46 a 69% dentro de um
mesmo pesqueiro. Verificou-se, também, que os navios utilizam preferencialmente os
mesmos portos tendo a grande maioria das viagens início e fim no mesmo porto situação
que se observou, também, na frota de peixe.
No presente estudo foi quantificado o esforço total, nominal, exercido pelas duas frotas.
Em trabalhos subsequentes será necessário proceder à padronização do esforço de pesca e
à estimação da proporção do esforço dirigido especificamente à gamba e ao lagostim. Este
assunto foi abordado no projecto GeoCrust, com os dados de 1998 e 1999, mas com pouco
sucesso (Afonso-Dias et al., 2002), devido à elevada sobreposição das três espécies-alvo
resultante da extraordinária abundância de gamba nesses dois anos. Como já foi referido,
na estimação do esforço específico há que tomar em consideração não apenas a
composição específica dos desembarques como a velocidade dos arrastos. Para além da
velocidade média, deve-se considerar também a sua variância pois, numa mesma viagem,
podem ser realizados lanços com objectivos diferentes (e.g., alguns lanços dirigidos ao
carapau e outros a cefalópodes). Deverão, também, ser considerados neste processo os
próprios pesqueiros e a profundidade média dos arrastos.
66
Neste trabalho, os rendimentos de pesca foram obtidos por trimestre para se assegurar a
utilização de um número adequado de viagens exclusivas por pesqueiro no seu cálculo. O
cálculo de rendimentos mensais só é possível nos pesqueiros mais frequentados. No
entanto, é sempre possível calcular rendimentos mensais por região pois dispõe-se de com
um número satisfatório de viagens de pesca dada a elevada proporção de viagens
exclusivas de região realizadas por ambas as frotas.
Os rendimentos médios de pesca trimestrais das espécies-alvo, calculados como a média
dos rendimentos das viagens de pesca válidas exclusivas (de regiões ou pesqueiros),
mostraram, em geral, uma elevada precisão (limites de 95% de confiança bastante
apertados) e os padrões de evolução anual obtidos nas três regiões e nos diversos
pesqueiros, revelaram uma notável coerência. Assim, considerando que os padrões de
rejeição das espécies-alvo (e.g., rejeição de exemplares inferiores ao tamanho mínimo de
desembarque e de exemplares danificados) e de fuga-à-lota (que se supõe bastante
reduzida) se mantiveram idênticos entre 1998 e 2004, a evolução dos rendimentos obtidos
traduz a evolução da abundância destes recursos neste período de tempo.
3.3. Análise comparativa da informação contida nos Diários de Pesca da frota
portuguesa de arrasto com os resultados obtidos através da análise de dados VMS
com o software GeoCrust 2.0
O diário de pesca (DP) é um instrumento de preenchimento obrigatório pelos
capitães/mestres dos navios de pesca da União Europeia com comprimento fora-a-fora
(cff) igual ou superior a 10 metros onde se incluem todos os navios de arrasto. Em
Portugal, o preenchimento do DP é igualmente obrigatório para todas as embarcações a
operar com arte de xávega nas regiões centro e sul do país, independentemente do seu cff.
Um DP deve incluir, obrigatoriamente, informação diária (períodos de 24 horas) sobre o
número de operações de pesca (e.g., número de lanços de arrasto), tempo de pesca em
horas (e.g., duração total dos arrastos), área de pesca (Divisão estatística do CIEM ou Zona
de pesca de país terceiro), capturas das espécies (por código FAO) retidas a bordo em kg
de peso vivo ou, por vezes, em número de recipientes e, no final da viagem, informação
relativa à descarga (ou transbordo), a designada declaração de descarga que contém as
quantidades das espécies descarregadas. Assim, no DP dispõe-se de uma linha de registo
67
por cada dia de pesca. Os DP das viagens de duração superior a uma semana são
normalmente constituídos por várias folhas uma vez que cada folha permite apenas 7
registos.
Os DP preenchidos com a informação da captura diária e da descarga são entregues à
DGPA, directamente ou através da delegação da DOCAPESCA onde efectuam a descarga,
no prazo máximo de 48 horas após a realização do desembarque. A DGPA deve proceder,
então, à informatização dos DP o que requer considerável esforço humano. Por esta razão,
e apesar de ser uma exigência comunitária, a informatização dos DP foi sempre
problemática tendo o esforço de informatização variado bastante de ano para ano. Apenas
os navios congeladores, porque não efectuam vendas em lota, tiveram sempre os seus DP
devidamente informatizados para que se pudesse dispor de estatísticas de captura para estes
navios. Por outro lado, há grandes dúvidas sobre a sua autenticidade da informação contida
nos DP pelo que têm sido considerados de reduzida utilidade. No entanto, não se dispõe de
qualquer estudo sobre esta matéria.
Ao se utilizar o software GeoCrust 2.0 na identificação de viagens de pesca e, dentro
destas, dos lanços de pesca, fica-se a dispor, para cada viagem de pesca válida (sem falhas
de dados MONICAP), do número de lanços de pesca realizados e da sua duração bem
como da quantidade de pescado desembarcada i.e., as vendas em lota resultantes dessa
viagem. Os problemas de indisponibilidade dos DP, associados às dúvidas sobre a sua
qualidade, fizeram com que a informação dos DP fosse utilizada no software GeoCrust
apenas de modo complementar. Nas situações em que não se dispõe de vendas em lota
(e.g., no caso dos navios congeladores e dos desembarques em Espanha) pode-se recorrer à
soma da informação dos DP, caso exista, e utilizá-la como se de uma venda se tratasse
(venda fictícia).
Neste estudo pretende-se efectuar um exercício de comparação, utilizando dados de 2003
de cada uma das frotas de arrasto (crustáceos e peixe), entre a informação contida nos DP
(número de operações de pesca, tempo de pesca e quantidade total capturada) e a
informação relativa a viagens de pesca válidas (número de lanços de arrasto, duração dos
arrastos e quantidade total desembarcada) de cada uma das frotas de arrasto (crustáceos e
peixe) identificadas, através do cruzamento de informação MONICAP e de vendas em lota,
com o software GeoCrust 2.0.
68
Material e Métodos
Foi utilizado o número de lanços de arrasto, duração total dos arrastos e vendas em lota
(desembarques) de viagens de pesca válidas realizadas em 2003 pelos navios das frotas de
arrasto de crustáceos e de peixe, identificadas através do software GeoCrust 2.0 (no âmbito
do projecto GeoPesca), bem como a informação correspondente contida nos DP dessas
viagens (número de operações de pesca, tempo de pesca e capturas totais). Para a frota de
crustáceos dispôs-se de um total de 491 viagens válidas com diários de pesca, 466 das
quais com arrastos marcados. Os diários de pesca destas 466 viagens estavam completos
no que respeita a informação sobre o número de operações de pesca e tempo de pesca. As
restantes viagens foram utilizadas apenas na comparação das quantidades de pescado. Para
a frota de Peixe dispôs-se de 821 viagens de pesca válidas, 650 das quais com arrastos
marcados. No entanto, nem todas as viagens com arrastos marcados tinham informação
completa de diários de pesca i.e., apenas 647 dispunham do tempo de pesca e 614 do
número de operações de pesca.
As análises incidiram nas diferenças, calculadas viagem a viagem, na informação sobre o
número de lanços de arrasto, duração dos arrastos e quantidades de pescado de viagens
válidas em 2003, obtidas através da análise com o software GeoCrust 2.0, e a informação
correspondente contida nos DP dessas viagens. As diferenças foram analisadas, para a
totalidade dos navios e para cada navio de cada uma das frotas, com base em
procedimentos gráficos e testes estatísticos. Foi utilizado o teste t-Student para amostras
independentes e emparelhadas (Zar, 1984; Statsoft, 2007) para testar as hipóteses nulas de
inexistência de diferenças no número de lanços, duração dos arrastos e quantidades de
pescado por viagem. Para verificar a homogeneidade de variâncias (pressuposto do teste t-
Student) utilizou-se o teste F e o de Levene. O nível de significância adoptado para os
testes estatísticos foi de 5%. As análises foram efectuadas com recurso ao software
Statistica (Statsoft, 2007).
Resultados As distribuições de frequências do número de lanços, duração dos arrastos e quantidades
de pescado das viagens de pesca válidas em 2003, provenientes da análise com o software
GeoCrust 2.0 (dados GeoPescas), e dos DP correspondentes, são apresentadas para as
frotas de crustáceos e de peixe, nas Figuras 58 e 59, respectivamente. Embora se observem
69
diferenças apreciáveis em algumas classes, particularmente na duração dos arrastos, as
formas das distribuições de frequências afiguram-se bastante semelhantes.
As diferenças no número de lanços de arrasto em 2003 variaram entre valores extremos de
-7 e +7 lanços, na frota de crustáceos, e de -25 e +20, na frota de peixe. As distribuições
apresentaram uma moda pronunciada na classe 0 (sem diferenças) com 27.7% das viagens,
na frota de crustáceos e 19.9% na de peixe. (Figura 60-A). A percentagem de viagens com
diferenças de -1 e +1 lanços foi de 28.3% na frota de crustáceos e de 26.0% na de peixe
(Figura 60-A), ou seja, cerca de 44 e 54% das viagens das frotas de crustáceos e de peixe,
respectivamente, registaram diferenças no número de lanços superiores a 1, nos dois
sentidos.
As médias das diferenças no número de lanços (dados GeoPescas – DP) foram positivas na
maior parte dos navios, tanto na frota de crustáceos (Figuras 60-B) como na de peixe
(Figura 60-C). A variabilidade nos valores médios foi, no entanto, bastante superior na
frota de peixe que na frota de crustáceos. A amplitude das diferenças positivas foi, em
geral, superior à das negativas, sobretudo nos navios de arrasto de crustáceos. No entanto,
não se observaram diferenças significativas (p=0.063) no número de lances para o conjunto
dos dados da frota de crustáceos (n=466) e de peixe (n=614) (Tabelas 1 e 4 do Anexo VII).
Individualmente, registaram-se diferenças significativas (p<0.05) no número de lanços em
apenas um navio da frota de crustáceos (n=43) e em cinco navios da frota de peixe (52 ≤ n
≤ 118).
As diferenças no tempo de pesca (duração dos arrastos) variaram, fundamentalmente, entre
-30 e + 25 horas, na frota de crustáceos (Figura 61-A) e entre -35 e +35 horas, na frota de
peixe (Figura 61-C), com moda na classe [-5,0[ nos crustáceos (34.8%) e nos peixes
(32.6%). Cerca de 55% das viagens, na frota de crustáceos e de 60%, na frota de peixe,
encontram-se entre 0 e -10 horas. Contrariamente ao número de lanços, as maiores
frequências correspondem a diferenças negativas (favoráveis aos DP) o que é bem visível
na análise navio a navio (Figuras 61-B e D). Tal como no número de lanços a variabilidade
nos valores médios dos navios foi, igualmente, bastante superior na frota de peixe que na
frota de crustáceos. No entanto, de modo contrário, observaram-se diferenças significativas
(p=0.000) no tempo de pesca para o conjunto dos dados da frota de crustáceos (n=466) e
de peixe (n=647) (Tabelas 2 e 5 do Anexo VII). Individualmente, registaram-se diferenças
70
significativas (p<0.05) no tempo de pesca nos dois navios da frota de crustáceos com
maior número de viagens (n=72 e n=80) e em 8 navios da frota de peixe (10 ≤ n ≤ 118).
Finalmente, no que respeita às quantidades de pescado, as diferenças observadas entre
vendas em lota e capturas declaradas nos DP das viagens analisadas da frota de arrasto de
peixe, onde a dimensão das capturas foi muito superior à da frota de crustáceos, apresentou
uma distribuição com grande amplitude, mas centrada em torno de zero (Figuras 62-A). Na
frota de crustáceos a distribuição das diferenças, de amplitude igualmente elevada, teve a
sua moda na classe 0-50 kg. Aproximadamente 59% das viagens dos navios da frota de
crustáceos registaram diferenças entre -50 e 50kg (Figura 62-A) enquanto que, na frota de
peixe, cerca de 54% das viagens registaram diferenças entre -200 e +200kg (Figura 62-C).
Em termos individuais, os valores médios das diferenças variaram, de navio para navio,
com valores em redor de zero (Figuras 62-B e D). Estatisticamente, não se observaram
diferenças significativas (p=0.906) nas quantidades de pescado para o conjunto dos dados
da frota de crustáceos (n=491) embora se tenham observados diferenças significativas
(p<0.05) em dois navios (Tabela 3 do Anexo VII). Na frota de peixe (n=821) registaram-
se, no entanto, diferenças significativas (p=0.037) apesar de, individualmente, não se terem
registado diferenças (p>0.05) nos 33 navios analisados (Tabela 6 do Anexo VII).
De notar que foi observada a homogeneidade de variâncias na esmagadora maioria dos
casos testados (Tabela 6 do Anexo VII).
Discussão
A comparação entre a informação contida nos DP (número de operações de pesca, tempo
de pesca e quantidade total capturada) e os resultados da análise com o software Geocrust
2.0 (número de lanços de arrasto, duração dos arrastos e quantidade total desembarcada)
das viagens válidas realizadas em 2003 pelos navios de cada uma das frotas de arrasto
(crustáceos e peixe).
Os registos de DP analisados, efectuados em papel pelos mestres das embarcações foram,
posteriormente, informatizados por pessoal técnico da DGPA. Assim, para além dos erros
e omissões de registo há que ter em consideração eventuais erros na transposição da
informação dos DP para a base de dados (BD). Por outro lado, o tratamento de dados com
71
o software GeoCrust 2.0, i.e., a identificação de viagens de pesca e de arrastos dentro
dessas viagens, é passível de erros por parte do operador. Se na marcação de viagens de
pesca a possibilidade de erro é muito reduzida o mesmo já não se pode dizer da marcação
de arrastos, que exige interpretação. Durante um lance de arrasto é normal um navio
efectuar duas e, por vezes, mais passagens sobre a mesma área. Ao inverter a direcção do
arrasto os navios fazem variações de velocidade que se traduzem num padrão típico
(desaceleração, aceleração e desaceleração de novo) que se confunde com o padrão de
alagem e largada imediata da rede (praticamente sem navegação) para um novo lanço,
processo que é muito comum na pesca de arrasto. A interpretação destas situações é
passível de erro (por parte dos algoritmos de detecção automática de arrastos e, no final, do
próprio operador a quem compete a decisão), o qual se agrava à medida em que os lanços
se realizam a menor profundidade. Um arrasto longo poderá ser, assim, interpretado como
um conjunto de dois ou mais arrastos de menor duração. Por outro lado, o critério utilizado
na definição do início e do fim dos arrastos (escolha de pontos de velocidade) poderá ser,
em alguns casos, questionado uma vez que não foi ainda realizada qualquer validação das
opções tomadas pelo operador do software GeoCrust 2.0, designadamente na identificação
dos limites dos arrastos dentro de uma viagem de pesca. Esta validação tem que ser
realizada com dados obtidos a bordo por parte de observadores independentes.
Embora se considere que o grau de confiança nos resultados do tratamento de dados com o
software GeoCrust 2.0 é elevado, particularmente na pescaria de crustáceos, a falta de
validação das opções tomadas e a possibilidade de se cometerem erros de interpretação
impedem que se faça uma verdadeira validação da informação dos DP com base nos dados
GeoPescas. Assim, as comparações realizadas neste estudo não podem ser conclusivas
sobre a qualidade dos dados contidos nos DP.
A amplitude e variabilidade observada nos arrastos da frota de peixe, em número, duração
e quantidade, foram bastante superiores às registadas na frota de crustáceos. Isto explica-se
pelo facto dos navios de arrasto de peixe realizarem viagens com um maior número de
arrastos, de menor duração, e a menor profundidade, e pelo facto da magnitude das suas
capturas ser muito superior à das capturas dos navios da frota de crustáceos. No entanto, as
distribuições das diferenças no número e na duração dos lanços foram muito semelhantes
nas duas frotas (Figuras 60 e 61). A concordância no número de lanços (operações de
pesca) identificado através da análise com o software GeoCrust 2.0 e o registado nos DP
72
foi relativamente reduzida (~38% no arrasto de crustáceos e 20% no arrasto de peixe).
Cerca de 56% e 46% das viagens da frota de arrasto de crustáceos e de peixe,
respectivamente, não apresentaram diferenças ou apresentaram diferenças de 1 lanço. No
entanto, as diferenças no número de lanços embora se distribuam de modo
aproximadamente simétrico, centradas em zero, registaram frequências mais elevadas nas
classes positivas de 1 a 3 lanços. As distribuições das frequências das diferenças no tempo
de pesca, também aproximadamente simétricas, encontram-se, no entanto, centradas na
classe 0 a -5 horas (Figura 61). Este padrão manteve-se mesmo quando se consideraram
apenas os navios com diferenças nulas no número de operações de pesca.
Constata-se, assim, uma tendência para a obtenção de um maior número de arrastos que o
registado nos DP, mas com duração (tempo de pesca) inferior. A razão para este facto pode
residir nas falhas e erros dos DP mas, também, na possibilidade, atrás referida, de se estar a
fraccionar lanços de pesca através da análise com o software GeoCrust 2.0. Actualmente, o
operador decide com base num palpite dado pelos algoritmos de detecção automática de
arrastos o que, por um lado aumenta substancialmente a velocidade de processamento mas,
por outro, poderá trazer erros resultantes de uma má classificação. Compete ao operador
verificar em cada viagem a correcção do palpite efectuado automaticamente e proceder aos
acertos necessários através de um processo de edição dos limites dos arrastos antes de dar
por concluída a marcação dos arrastos de cada viagem.
As distribuições das diferenças nas quantidades capturadas, apesar de aproximadamente
simétricas em torno de zero, revelam uma tendência para as quantidades vendidas em lota
pela frota de crustáceos serem superiores às registadas nos diários de pesca (moda na
classe 0-50kg). A amplitude das diferenças foi bastante elevada, sobretudo na frota de
arrasto de peixe.
Presentemente, através de ferramentas como as concebidas para o Portal GeoPescas (ver
Secção 3.4) pode-se monitorizar a informação de capturas (diários de pesca) e
desembarques (vendas em lota) disponíveis na BD da DGPA e compará-las, navio a navio,
identificando falhas e discrepâncias. Com base nestes diagnósticos a DGPA poderá actuar
corrigindo algumas situações. No entanto, espera-se que, com a introdução do diário de
pesca electrónico prevista para 2009, se venham a criar condições para se dispor de
73
informação de qualidade nos DP das frotas portuguesas de arrasto, na qual se possa
confiar.
3.4. Portal GeoPescas: proposta de website para a disseminação de informação
pesqueira geo-referenciada
O Portal GeoPescas (www.geopescas.fcma.ualg.pt/) é uma página web destinada à
disseminação de informação geo-referenciada sobre as pescarias de arrasto portuguesas
(Pinto et al., 2006). Esta primeira versão, integralmente desenvolvida durante este projecto,
é dedicada apenas à pescaria de crustáceos. Através do Portal são disponibilizados mapas
de esforço de pesca, capturas e rendimentos de pesca, como imagens geo-referenciadas
produzidas através do software GeoCrust 2.0 ou online através da aplicação SIG (JAVA
applets) utilizada no Portal. A informação contida nos mapas bem como toda a informação
de base disponível é disponibilizada através de tabelas e gráficos ou descarregados como
ficheiros XML.
A natureza confidencial da informação pesqueira, em particular dos dados MONICAP,
requer uma política de permissões a definir pela DGPA. Assim, a versão do Portal criado
deve ser encarada como um protótipo, com objectivos apenas de demonstração das suas
potencialidades. Para esse efeito contém apenas informação de três navios de arrasto de
crustáceos não identificados (frota demo), relativa aos anos de 1998 e 1999.
Com vista à sua divulgação internacional a versão de demonstração do Portal Geopescas
está disponível em português e em inglês.
3.4.1. Objectivos
A criação do Portal GeoPescas teve como objectivo principal disponibilizar informação
geo-referenciada sobre a actividade das frotas de arrasto portuguesas, produzida através do
software GeoCrust 2.0 ou produzida online através do próprio Portal, a utilizadores entre o
seguinte públicos-alvo:
1. Investigação pesqueira (IPIMAR em particular), para que a mesma seja utilizada nos
estudos de monitorização e avaliação dos recursos pesqueiros;
74
2. Administração pesqueira (DGPA), para que esta possa ter no Portal uma ferramenta de
suporte na tomada das suas decisões ou até na preparação das mesmas;
3. Indústria pesqueira (armadores e mestres pescadores), para que possam dispor desta
informação, quer ao nível da frota quer da sua embarcação (e só da sua embarcação),
esperando deste modo obter alguma sensibilização e cooperação para a tomada de algumas
medidas de gestão;
4. Cidadão comum, para que possa dispor de informação sobre a actividade espacio-
-temporal das frotas de pesca bem como de outra informação pesqueira acessória relevante;
3.4.2. Metodologia
O Portal GeoPescas foi desenvolvido em linguagens de programação, de utilização livre,
JAVA (www.java.sun.com/) e PHP (www.php.net/). Para a representação gráfica utilizou-
se a livraria de componentes gráficos para aplicações web ChartDirector
(www.advsofteng.com/), adquirida especialmente para o efeito. Para a produção de mapas
online, através do Portal (SIG online), foi utilizada a livraria de código JAVA open source
GeoTools (http://geotools.codehaus.org/). Na extracção de dados é utilizada tecnologia
XML (www.w3.reg/xml).
3.4.3. Descrição do Portal GeoPescas
No desenvolvimento do Portal GeoPescas teve-se especial atenção a três requisitos:
(1) a construção e manutenção da privacidade dos dados, possibilitando a disponibilização
selectiva da informação consoante as permissões que, futuramente, vierem a ser definidas;
(2) a possibilidade de acesso fácil e expedito a informação-base (dados) e a informação
processada em forma de gráficos, mapas, imagens, tabelas ou dados em formato XML e
75
(3) a utilização de software gratuito e, por vezes, de opens source, para que a sua
implementação não traga custos adicionais à entidade que vier a responsabilizar-se pelo
futuro desenvolvimento e manutenção do Portal.
Ao se aceder à página principal do portal (homepage) (Figura 63) é iniciada uma aplicação
flash onde se mostra a recriação da actividade pesqueira de várias embarcações da frota de
crustáceos na costa sul de Portugal, durante um determinado período de tempo. Terminada
a aplicação flash, por si só ou interrompida pelo utilizador, surge ao centro do ecrãn um
texto com informação sobre o enquadramento e objectivos do Portal e acesso a alguns
documentos de referência. O Portal dispõe de uma barra superior onde se encontra o
logótipo e a área de validação do utilizador (login e password). O menu com as diferentes
áreas do portal é apresentado na vertical, numa barra à esquerda do ecrãn.
O Portal GeoPescas divide-se em três secções fundamentais: Capturas, Esforço de Pesca e
Rendimentos de pesca (Capturas por Unidade de Esforço) e uma complementar (Outros):
1. Capturas (informação relativa aos dados das descargas, vendas e diários de pesca)
É apresentada, separadamente, informação gráfica (e respectivos dados) relativa às
Descargas, Vendas em Lota e Diários de Pesca, i.e., o seu número, quantidades por espécie
e quantidades versus número, para uma embarcação ou conjunto de embarcações (e.g.,
para a frota), por ano, semestre, trimestre ou mês (Figuras 64 e 65). No caso das vendas, é
também disponibilizada informação sobre o seu valor. Nesta Secção é igualmente possível
comparar descargas, vendas em lota e diários de pesca.
2. Esforço de Pesca (informação MONICAP disponível)
Com base na informação MONICAP existente, disponibilizam-se mapas de esforço para
uma embarcação ou conjunto de embarcações (e.g., para a frota), quer a partir de dados
MONICAP em bruto quer com os dados das viagens de pesca ou arrastos identificados
através do tratamento desta informação com o software GeoCrust (identificação de viagens
de pesca e de lances de arrastos) (Figura 66).
76
A Secção de Esforço contém ainda páginas com um applet (aplicações JAVA) onde o
utilizador produz mapas da distribuição espacial das viagens de pesca (de diversas formas)
por embarcação ou conjunto de embarcações por ano, semestre, trimestre ou mês (Figura
67). O utilizador pode ainda aceder aos dados que geraram os mapas sob a forma de tabela
ou no formato XML (Figura 68). São também disponibilizadas imagens geradas pelo
software GeoCrust (“Módulo de Análise Preliminar”) com base nos dados brutos de
MONICAP. É ainda fornecida informação, sobre a forma gráfica, do número de dados em
bruto, do número, duração e distância das viagens de pesca e dos arrastos, e da relação
entre a duração ou distância, dos arrastos e das viagens.
Nesta Secção pode-se ainda recriar a actividade da pesca de uma frota ou de uma
embarcação, num determinado período de tempo, de modo similar ao que se faz com o
módulo “Simulação” do software GeoCrust (Afonso-Dias et al., 2002; 2004).
3. Rendimentos de Pesca (Capturas por Unidade de Esforço)
Esta Secção do portal destina-se à análise e estudo dos rendimentos de pesca i.e., das
capturas por unidade de esforço, calculadas com arrastos de viagens válidas realizadas
exclusivamente dentro de um mesmo pesqueiro ou região (viagens exclusivas),
identificadas através do software GeoCrust 2.0 (Figura 69).
A informação é assim disponibilizada por pesqueiro ou por região, por embarcação ou
conjunto de embarcações (e.g., para toda a frota), por semestre, trimestre ou ano, sob a
forma de gráficos, imagens (geradas pelo módulo “Cartografia” do software GeoCrust) ou
mapas (criados através da aplicação JAVA disponível neste Portal) (Figuras 70 e 71).
4. Outros
Nesta Secção complementar é disponibilizada uma funcionalidade destinada à recriação
online da actividade dos navios de pesca (SIG online).
O mapa do Portal é apresentado no Anexo VIII.
77
4. DIVULGAÇÃO
Durante a execução do projecto Geopesca foram realizadas as seguintes acções de
divulgação:
23 de Maio de 2005 – Reunião da Comissão das Pescas do Parlamento Europeu,
Bruxelas - Bélgica. Participação de Manuel Afonso-Dias na discussão do draft report
sobre “Recording and reporting of fishing activities and remote sensing”, a convite do seu
relator, o deputado português Paulo Casaca. Durante a sessão Manuel Afonso-Dias
interveio apresentando uma comunicação oral intitulada: “Use VMS data from the
Portuguese crustacean trawl fleet to obtain, map and analyse geo-referenced Fishing
Effort and Catch per Unit Effort data (crossing landings and log-book data with fishing
effort)”.
4 de Junho de 2005 – 4º Encontro de Pescas da Universidade do Algarve, Faro. Tratou-
se de um encontro da UALG com o Sector das Pescas do Algarve onde o principal
objectivo foi divulgar a actividade de investigação no sector das pescas em curso na
UALG. Manuel Afonso-Dias fez uma apresentação oral do trabalho desenvolvido no
âmbito do projecto GeoPesca (Afonso-Dias et al., 2005a). Não se confirmou a presença de
armadores e mestres de arrasto. No entanto, estiveram presentes mestres e armadores de
outras frotas, sindicalistas e responsáveis da administração pesqueira do Algarve.
22 a 26 de Agosto de 2005 - 3º Simpósio Internacional em Sistemas de Informação
Geográfica/Análises Espaciais em Pescas e Ciências Aquáticas, Shanghai Fisheries
University, Xanghai - China. A participação neste evento, prevista desde o início do
projecto, revestiu-se de grande importância científica dada a sua especificidade, única a
nível mundial. O software GeoCrust (versão 1.0) foi apresentado no 2º Simpósio, realizado
em 2002 no Reino Unido, tendo sido alvo de um artigo publicado nos proceedings dessa
reunião (Afonso-Dias et al., 2004), recentemente editados em livro. No 3º Simpósio
apresentaram-se resultados da utilização do programa GeoCrust (versão 2.0) na
monitorização da pescaria de arrasto de crustáceos (Afonso-Dias et al., 2005b) e
participou-se em sessões de divulgação e demonstração de software (Pinto et al., 2005).
Neste simpósio foi atribuído a Carlos Pinto, Joana Simões e Manuel Afonso Dias, autores
do software GeoCrust 2.0, o prémio “Award for the best Poster / PC Demo presentation”
78
tendo sido invocadas pelo júri as seguintes razões: "The system that combines VMS and
logbooks is one of the newest system of fishery management; Data collection every 10
minutes enables to monitor fishery resources in real time. We are sure that this system
becomes a typical fishery management model in the future".
Manuel Afonso-Dias foi ainda o Moderador de uma sessão de apresentações orais no 3º
Simpósio Internacional em Sistemas de Informação Geográfica/Análises Espaciais em
Pescas e Ciências Aquáticas (a convite da organização).
19 a 23 de Setembro de 2006 – Conferência Anual do Conselho Internacional para a
Exploração do Mar, Maastricht – Holanda. Participação de Manuel Afonso-Dias e Carlos
Pinto onde apresentaram dois posters (Afonso-Dias et al., 2006a e Pinto et al., 2006). O
tema da informação VMS foi tratado, pela primeira vez, nas Conferências do CIEM tendo
sido dedicada uma sessão própria. O software GeoCrust 2.0 foi considerado como sendo a
aplicação computadorizada mais avançada, existente neste momento, para integrar dados
de VMS, diários de pesca e/ou vendas (ICES, 2006).
15 a 17 de Novembro de 2006 – XIII Jornadas Técnico-Científicas do Instituto
Nacional de Investigação das Pescas (INIP), Luanda – Angola. Participação de Manuel
Afonso-Dias, a convite da Direcção do INIP, onde apresentou uma comunicação oral
intitulada “GeoCrust 2.0 – Sistema Integrado de Monitorização de Pescarias de Arrasto” e
uma contribuição escrita para os proceedings das Jornadas (Afonso-Dias et al., 2006b).
24 de Novembro de 2006 – Seminário realizado por Manuel Afonso-Dias e Carlos Pinto
no Departamento de Recursos Marinhos da FAO (Food and Agriculture Organization) das
Nações Unidas, em Roma, sobre o tema “GeoCrust 2.0 – a Geographical Information
System for Monitoring the Portuguese Crustacean Trawl Fishery using VMS, Landings
and Logbooks Data”. Esta acção foi realizada a convite do Dr. Fábio Carocci, investigador
da FAO (http://w3.ualg.pt/~madias/geopesca/GeoPescasFIRM-FAO06.pdf).
12 de Abril de 2007 – Palestra proferida por Manuel Afonso-Dias no Instituto de
Investigação Pesqueira de Moçambique (IIP), em Maputo, intitulada “GeoCrust 2.0 -
Sistema Integrado de Monitorização de Pescarias de Arrasto”, dirigida aos investigadores
pesqueiros do IIP. Esta palestra foi proferida durante uma visita de trabalho a Maputo.
79
30 de Maio de 2007 – Palestra proferida por Manuel Afonso-Dias na Faculdade de
Economia (FE) da UALG, subordinada ao tema “GeoCrust 2.0: SIG para Monitorização e
Análise da Pesca Comercial em Portugal”. Esta acção foi realizada a convite de Sílvia
Fernandes, Professora Auxiliar da FE, no âmbito do Workshop “Novos Desafios da Gestão
Moderna SIG e WEB” dirigido aos alunos de gestão de empresas.
21 de Junho de 2007 – Palestra proferida por Carlos Pinto no Danish Institute for
Fisheries Research (DIFRES), em Copenhaga - Dinamarca, sob o tema “GeoCrust 2.0: a
Geographical Information System for Monitoring the Portuguese Crustacean Trawl
Fishery using VMS, Landings and Logbooks Data”. Palestra realizada a convite do
DIFRES.
27 de Julho de 2007 – Seminário leccionado por Manuel Afonso-Dias no Departamento
de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores (DOP-UAc), no Faial – Horta,
subordinado ao tema: “Utilização de informação VMS na monitorização e análise da pesca
comercial em Portugal: o Sistema GeoCrust 2.0”. Este seminário foi realizado a convite do
coordenador do Mestrado em Estudos Integrados dos Oceanos e dirigido aos seus alunos.
Estiveram presentes investigadores do DOP-UAc e pessoal da Direcção Regional das
Pescas. Em particular, assistiram ao seminário o Director e o Inspector Regional das
Pescas de então.
17 a 21 de Setembro de 2007 – Curso sobre “Conceitos e Tecnologias de Sistemas de
Informação Geográfica”, com a duração de 40,5 horas (1,5 ECTS) leccionado por Joana
Simões na FCMA-UALG, a investigadores científicos do IPIMAR e da UALG e a
estudantes de mestrado da UALG. Este curso teve como objectivo proporcionar a um
conjunto de investigadores e estudantes de pós-graduação uma introdução aos Sistemas de
Informação Geográfica com uma parte teórica e outra prática assente no software Open
source QGis (www.qgis.org/).
Outubro de 2007 – Produção de um panfleto A4 (Afonso-Dias et al., 2007a) e de um
poster RollUp (Afonso-Dias et al., 2007b), em língua portuguesa, para divulgação do
software GeoCrust 2.0 em Portugal e no espaço lusófono (Figura 72).
80
Foi ainda elaborado um texto sobre o projecto GeoPesca para figurar na brochura da
DGPA sobre o Programa MARE (Afonso-Dias & Pinto, in press) e um outro publicado no
suplemento da revista UALGzine dedicado à divulgação das actividades de Investigação e
Desenvolvimento na área das Ciências do Mar desenvolvida na Universidade do Algarve
(Afonso-Dias, 2007). Foram, também, publicados dois artigos com contributos resultantes
do trabalho desenvolvido no projecto GeoPesca: Gama & Pinto (2005) e Fonseca et al.
(2008).
Para além do prémio atribuído aos autores do software GeoCrust no 3º Simpósio
Internacional em Sistemas de Informação Geográfica/Análises Espaciais em Pescas e
Ciências Aquáticas, realizado em Xangai em 2005 e da menção contida nos Proceedings
da Conferência Anual do CIEM de 2006 (mencionados anteriormente), o software
GeoCrust 2.0 é ainda referido como um case-study de aplicação de Sistema de Informação
Geográfica às pescas na Secção 4.2. do Capítulo “Geographical Information Systems (GIS)
In Fisheries Management and Research” da 2ª. edição do livro “Computers in Fisheries
Research” (Meaden, in press).
Estão em preparação dois artigos científicos, para publicação em revistas da especialidade,
um sobre o software GeoCrust 2.0 e outro sobre os resultados da análise espacio-temporal
da actividade da frota portuguesa de crustáceos no período 1998-2004.
81
5. PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO
O trabalho desenvolvido no projecto GeoPesca deu continuidade à linha de investigação
iniciada em 2000 com o projecto GeoCrust. Novos projectos poderão dar continuidade ao
trabalho já desenvolvido, centrados na análise de dados para estudos concretos e no
desenvolvimento do software, através da sua adaptação quer a pescarias de arrasto de
outros países, quer a pescarias com outras artes (e.g., palangre, salto e vara e cerco). No
que diz respeito à análise de dados, para benefício do conhecimento das pescarias de
arrasto portuguesas e contribuição para a melhoria da sua gestão estão a ser preparados,
para terem início em 2009, dois doutoramentos, um dedicado à pescaria de arrasto de peixe
e outro à de crustáceos. Ambos os doutoramentos serão realizados no Centro de
Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve e no Instituto de
Investigação das Pescas e do Mar (L-IPIMAR), sob orientação de M. Afonso-Dias e de
dois investigadores do L-IPIMAR. Relativamente ao desenvolvimento futuro do software,
espera-se poder ter condições para preparar novos projectos em Portugal, envolvendo
parcerias com outras instituições nacionais e/ou internacionais, ou mesmo noutros países.
Actualmente, o software GeoCrust 2.0 pode ser facilmente adaptável a qualquer pescaria
de arrasto do mundo e, com a inclusão de novas ferramentas de análise de viagens de
lanços de pesca, pode ser alargado à análise de dados de outras artes de pesca,
particularmente de artes estáticas como o palangre, redes de emalhar e teias de
covos/alcatruzes. Com este objectivo foi já concebido um protótipo de uma aplicação
informática, em linguagem Java, para funcionar, num futuro próximo, tanto na internet
como stand-alone. Foram, também, realizadas experiências com o software GeoCrust 2.0
para tratamento de dados de palangre de fundo e de superfície de pescarias do continente e
dos Açores, e de salto e vara dos Açores, no âmbito da orientação de estudantes de
mestrado e de doutoramento das Universidades do Algarve, dos Açores e do Porto que
utilizaram, pela primeira vez, dados MONICAP destas pescarias.
A implementação em Portugal do sistema GeoCrust 2.0 e do Portal GeoPescas para,
respectivamente, gerar e disseminar informação geo-referenciada de esforço e rendimentos
de pesca das frotas de arrasto portuguesas, constitui, sem prejuízo da sua eventual
implementação num outro país, o principal desígnio desta linha de trabalho. A
monitorização das pescarias de arrasto através do software GeoCrust e a divulgação de
informação geo-referenciada através do portal GeoPescas para a investigação,
82
administração e indústria pesqueiras, poderá ser uma realidade caso a Direcção Geral das
Pescas e Aquicultura assim o entenda. A natureza confidencial da informação pesqueira,
em particular da MONICAP, requer a sua centralização e uma disseminação baseada em
critérios rigorosos, competências que são exclusivas da DGPA.
A monitorização espacio-temporal das pescarias com vista à sua adequada gestão, através
do cruzamento de toda a informação disponível, em particular, daquela que provém dos
sistemas VMS (como é o caso do MONICAP em Portugal), mas também da investigação
pesqueira (dados de cruzeiros de investigação), deve constituir uma preocupação prioritária
de qualquer país. Portugal tem condições para, dispondo de alguns meios físicos e
humanos dedicados, ser pioneiro a nível mundial na implementação deste tipo de sistema,
visando a monitorização e gestão dos recursos explorados pela pesca.
Uma nota final para a necessidade de se melhorar a qualidade dos dados MONICAP, por
um lado, e de se validar as opções de marcação de viagens de pesca e, sobretudo, de
marcação de arrastos (limites dos arrastos), por outro, no processamento de dados com o
software GeoCrust 2.0. A melhoria da qualidade dos dados MONICAP pode ser facilmente
obtida através de um controlo efectivo da informação produzida, pelos diversos navios, por
parte da IGP. Para a validação dos dados produzidos pelo software GeoCrust 2.0 é
necessário efectuar recolhas de dados a bordo dos navios de pesca de arrasto por parte de
observadores independentes envolvidos noutros programas (e.g., amostragem de rejeições
ao mar) ou mesmo, em programas especificamente concebidos para este efeito. Nestas
saídas poder-se-ia, igualmente, comparar a informação dos diários de pesca com a das
vendas. Esta informação será fundamental para se gerar conjuntos de dados de grande rigor
para o treino dos algoritmos de inteligência artificial utilizados nas rotinas de marcação de
arrastos do software GeoCrust 2.0.
A validação da informação dos diários de pesca é, actualmente, difícil de realizar. Através
de ferramentas como as concebidas para o Portal GeoPescas pode fazer-se o inventário de
toda a informação de capturas (diários de pesca) e desembarques (vendas em lota)
disponível na base de dados da DGPA e compará-la, navio a navio identificando falhas e
discrepâncias. A DGPA poderá actuar com base nestes diagnósticos e proceder a algumas
correcções. No entanto, espera-se que a introdução do diário de pesca electrónico, prevista
para 2009, venha criar condições para a produção de DP contendo dados de maior
83
qualidade, em cuja análise se possa confiar. Nessa altura, o software GeoCrust poderá vir a
utilizar os DP em vez das vendas em lota no cálculo dos rendimentos de pesca.
Finalmente, é absolutamente necessário assegurar a continuidade do registo de dados
MONICAP em intervalos de 10 minutos. A informação de que, a partir de 2005, por
motivos económicos, os dados MONICAP passaram a ser registados de 2 em 2 horas,
inviabilizará por completo a identificação de arrastos dentro das viagens, deixando de ser
possível obter informação credível de esforço e, consequentemente, de rendimentos de
pesca. Se assim for, a série de 7 anos de dados geo-referenciados de esforço e de
rendimentos de pesca para as três espécies-alvo da pescaria de arrasto de crustáceos não
poderá ser actualizada. Na impossibilidade de se manter a recolha de dados de 10 em 10
minutos para a totalidade da frota sugere-se que se seleccione, criteriosamente, um
conjunto de navios representativo de cada frota, para os quais se continue a recolher
informação MONICAP detalhada, i.e., em intervalos de 10 minutos. De notar que a
constituição de “frotas de referência” para a obtenção de informação de qualidade sobre a
actividade pesqueira (VMS, capturas, rejeições ao mar, esforço e rendimentos de pesca,
regime de operação e amostras biológicas das espécies capturadas), foi uma opção tomada
pela Noruega4, aparentemente com grande sucesso.
4 http://www.nefsc.noaa.gov/read/popdy/studyfleet/documents/IMRStudyFleet.pdf
84
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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85
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ZAR, J. H. 1999. Biostatistical Analysis. 4ª. Edição. Prentice-Hall, Inc., Upper Saddle
River, NJ. 931 p.
87
TABELAS Tabela 1. Pescaria de arrasto de crustáceos – Características técnicas dos navios licenciados para a pesca de arrasto de crustáceos entre 1998 e 2004: valores médios, mínimos e máximos. CFF = comprimento fora-a-fora (metros), TAB = Tonelagem de Arqueação Bruta (toneladas Moorson) e POT = Potência da Máquina Principal (cavalos vapor). Os valores médios foram calculados tomando como factor de ponderação a fracção do ano em que o navio se encontrou activo.
Ano n Min Média Max Min Média Max Min Média Max1998 29.4 17.2 24.3 30.0 44.1 107.4 209.1 177.0 330.2 441.01999 29.6 17.2 24.7 32.3 44.1 119.8 216.0 177.0 346.4 588.02000 31.6 17.2 25.1 32.3 44.1 138.6 216.1 177.0 369.0 588.02001 32.5 21.8 25.3 32.3 56.4 159.6 235.0 221.0 391.0 588.02002 32.7 23.0 25.2 32.3 61.1 168.2 235.0 221.0 394.0 588.02003 32.5 23.0 25.2 32.3 61.1 172.6 241.0 223.7 401.1 448.02004 33.0 23.0 25.3 32.3 96.3 177.3 241.0 367.8 417.7 577.4
POTTABCFF
Tabela 2. Pescaria de arrasto de crustáceos. Importância (percentagem) em peso e em valor (%) no total dos desembarques anuais (vendas em lota) entre 1998 e 2004 das três espécies-alvo (lagostim, gamba e camarão-vermelho) e três outras espécies seleccionadas (pescada branca, carabineiro e verdinho) no total dos desembarques (vendas em lota). IMPORTÂNCIA EM PESOCodFao NomeVulgar 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004NEP LAGOSTIM 7.0 5.4 7.2 11.0 18.4 14.7 15.7DPS GAMBA BRANCA 41.2 68.7 54.6 51.1 39.5 57.2 8.5ARA CAMARAO VERMELHO 14.1 8.0 12.9 9.6 6.0 2.3 1.5HKE PESCADA BRANCA 7.1 4.2 7.3 10.2 11.6 7.6 6.8SSH CARABINEIRO 0.1 0.04 0.04 0.004 1.4 1.5 1.9WHB VERDINHO 4.3 1.6 1.4 2.8 0.3 3.8 48.8Total 3 espécies-alvo (%) 62.4 82.1 74.6 71.7 63.9 74.2 25.8Total 6 espécies (%) 73.8 87.9 83.3 84.7 77.3 87.1 83.3Total global (kg) 1263087 2113476 1663649 1570955 1192098 1411153 1186329
IMPORTÂNCIA EM VALORCodFao NomeVulgar 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004NEP LAGOSTIM 14.2 12.7 12.5 16.9 23.0 23.0 37.5DPS GAMBA BRANCA 50.4 60.8 59.2 56.5 49.1 61.8 39.1ARA CAMARAO VERMELHO 23.6 17.6 18.6 17.9 11.3 5.1 4.0HKE PESCADA BRANCA 2.8 1.6 2.0 2.6 3.0 2.1 3.0SSH CARABINEIRO 0.1 0.1 0.1 0.01 0.8 3.8 9.1WHB VERDINHO 0.3 0.1 0.1 0.1 0.0 0.2 1.9Total 3 espécies-alvo (%) 88.2 91.1 90.4 91.2 83.5 89.9 80.6Total 6 espécies (%) 91.4 92.9 92.5 94.0 87.3 95.9 94.6Total global (kg) 10535373 15701011 18743354 18972173 15504860 14573698 8859346
88
Tabela 3. Pescaria de arrasto de crustáceos – (A) Percentagens dos desembarques anuais (em peso) resultantes de viagens de pesca válidas, com arrastos marcados, relativamente aos totais anuais desembarcados por cada navio da frota no período 1998-2004 e (2) Ranking dos desembarques totais anuais. Desembarques apurados com base na informação disponível de “Vendas em lota” e “Diários de Pesca”. Para os navios 8 e 18, abatidos em 1999, não se dispôs de dados de desembarques.
A B
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 1998 1999 2000 2001 2002 2003 20041 1.2 14.2 0.0 0.0 0.0 29.5 1 3 2 4 7 9 162 49.6 88.2 2 8 273 0.0 2.0 4.7 42.5 3 17 20 23 334 5.7 29.6 77.5 75.6 4 15 10 22 295 44.8 40.2 32.8 5 22 22 326 51.3 67.9 77.4 70.9 64.1 24.4 6 12 17 17 22 23 327 34.8 26.3 33.1 28.2 7 14 8 20 368 89 58.6 68.5 85.0 59.4 48.0 33.9 9 18 24 26 30 29 3110 57.7 69.7 58.9 81.9 51.0 44.5 24.1 10 11 16 31 24 25 11 1411 44.5 26.1 11 26 2312 36.4 54.0 73.3 12 16 18 3413 62.1 81.1 69.8 51.7 76.4 52.0 12.9 13 10 4 5 20 15 14 2114 18.6 14 2415 79.7 82.5 89.6 45.3 5.7 39.1 22.6 15 9 9 10 19 20 28 1616 17.7 6.0 0.0 0.0 0.0 3.3 12.0 16 23 14 16 23 27 15 1817 38.0 13.3 22.9 41.6 53.9 40.4 17 25 12 14 21 8 2418 1819 33.9 1.5 0.0 19 25 30 3320 22.7 76.3 90.6 91.0 60.9 42.0 38.5 20 13 15 13 17 14 17 2221 0.0 0.0 0.0 43.4 21 21 26 25 3122 4.5 0.0 0.0 22 28 32 3523 2.1 0.0 0.0 69.7 57.3 0.0 3.9 23 19 21 27 26 28 33 2324 0.0 0.0 24 20 1925 76.1 77.8 83.7 92.7 25 13 8 21 3226 22.3 19.7 6.2 10.2 22.3 26 27 31 29 25 1927 36.2 93.6 38.9 59.5 32.0 27 19 6 3 2 728 59.6 75.3 22.8 0.0 0.0 34.6 17.6 28 7 3 3 10 18 10 1929 24.3 29 530 67.7 72.7 10.6 25.4 73.2 21.2 53.5 30 5 7 21 32 31 24 2831 77.2 89.2 80.8 58.3 42.2 27.4 31 6 11 11 18 17 2132 25.1 17.2 1.5 2.4 32 15 2 7 133 70.3 76.1 0.0 0.0 0.0 49.8 84.8 33 2 1 2 4 5 6 2034 23.7 78.6 81.5 24.7 20.4 19.2 34 1 12 6 5 24 2335 90.9 93.9 68.2 31.6 68.8 35 18 12 11 4 836 25.9 27.5 19.9 16.4 36.5 34.6 36.5 36 4 6 9 16 22 26 1737 9.0 42.2 75.7 73.5 48.2 37 24 9 7 9 238 0.0 0.7 57.1 47.7 35.5 18.2 38 28 15 13 8 19 1339 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 39 29 14 11 6 18 1140 29.7 90.4 77.0 61.5 38.4 40 1 1 4 3 341 0.0 0.0 0.0 41 34 27 2642 75.2 35.0 17.6 28.2 42.8 42 30 35 30 29 2543 30.1 66.1 19.8 24.7 20.8 43 7 2 10 5 444 34.8 30.2 37.7 44 26 13 1245 68.9 68.4 75.2 16.1 55.8 45 28 27 33 25 2746 28.5 0.9 35.3 17.4 46 3 1 1 547 0.0 0.0 0.0 0.0 47 8 16 20 648 0.0 0.0 0.0 0.0 48 34 13 22 1049 31.8 19.3 19.4 21.2 49 28 12 12 950 64.3 28.0 50 30 15
Total 40.0 48.2 39.0 43.0 31.8 33.0 25.9
Navio AnoNavio Ano
89
Tabela 4. Pescaria de arrasto de crustáceos – Números e percentagens de Viagens de Pesca e de Arrastos identificados por ano, através da análise dos dados disponíveis entre 1998 e 2004.
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 TotalNº. Total de Viagens 1637 2178 1849 2321 1900 1933 1037 12855Nº. Viagens Válidas 1234 1808 1596 1850 1286 1273 643 9690% Viagens Válidas 75.4 83.0 86.3 79.7 67.7 65.9 62.0 75.4
% Viagens Válidas marcadas com Diários de Pesca 0.0 0.0 0.5 0.0 0.0 13.9 9.3 2.5
% Viagens Válidas Exclusivas de Regiões 94.5 97.0 95.4 96.7 96.6 96.9 95.8 96.2% Viagens Válidas Exclusivas de Pesqueiros 59.6 68.9 54.9 52.5 49.5 51.7 46.2 55.9
Nº. Total de Arrastos Marcados em Viagens válidas 6753 8793 9980 12198 8777 9297 5472 61270% Arrastos em Viagens Exclusivas de Regiões 91.4 95.1 92.5 95.1 95.0 95.2 94.8 94.2% Arrastos em Viagens Exclusivas de Pesqueiros 50.8 57.0 43.3 41.0 36.9 40.8 39.2 44.0
Ano
Tabela 5. Pescaria de arrasto de crustáceos – Número de viagens válidas por trimestre e ano, entre 1998 e 2004, para a totalidade da frota; número total anual de viagens válidas para os 4 navios congeladores e para os restantes navios da frota.
AnoTrimestre 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Total
1 72 361 312 409 396 261 243 20542 293 516 326 518 403 322 266 26443 393 586 519 448 200 311 81 25384 476 345 439 475 287 379 53 2454
Total 1234 1808 1596 1850 1286 1273 643 9690Navios Congeladores 103 149 8 0 0 177 60 497
Restantes Navios 1131 1659 1588 1850 1286 1096 583 9193
90
Tabela 6. Pescaria de arrasto de crustáceos – Distribuição das viagens de pesca marcadas entre 1998 e 2004 por porto de início e de fim de viagem.
Porto de FimPorto de Início Ayamonte Cascais Faro Huelva ha Cristina Lisboa Olhão Portimão Sagres Sesimbra Sines VRSA TotalAveiro 6 1 7Figueira 4 4Peniche 1 2 3Lisboa 11 27 2 1 2 15 58Cascais 68 3 1 3 75Sesimbra 2 1 3 5 11Sines 6 6 27 70 54 4 614 781Sagres 3 1 59 294 315 2 59 733Portimão 1 16 18 1 1 324 5577 298 66 8 6310Olhão 98 3 2 4223 321 74 19 43 4783Faro 5 5VRSA 1 2 49 4 3 59Ayamonte 2 1 1 4Ilha Cristina 1 3 1 5Huelva 1 1 15 17Total 4 86 119 22 6 40 4690 6296 743 11 783 55 12855
91
Tabela 7. Pescaria de arrasto de crustáceos – Estatísticas relativas a Viagens de Pesca e Arrastos identificados por ano, através da análise dos dados disponíveis entre 1998 e 2004.
Ano1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Duração (dias) Viagens de Pesca Válidas (Navios congeladores)n 103 149 8 0 0 177 60 497Mínimo 0.45 0.37 2.32 0.30 0.56 0.30Máximo 12.74 10.01 9.40 11.85 10.78 12.74Média 3.13 2.67 5.11 2.90 4.29 3.08IC95% 0.5 0.4 1.8 0.3 0.7 0.2
Duração (dias) Viagens de Pesca Válidas (Navios congeladores excluídos)n 1131 1659 1588 1850 1286 1096 583 9193Mínimo 0.23 0.27 0.21 0.24 0.22 0.27 0.50 0.21Máximo 3.9 6.9 6.7 6.8 8.6 3.9 6.6 8.6Média 1.4 1.4 1.8 1.8 1.9 1.5 2.0 1.7IC95% 0.05 0.04 0.05 0.05 0.06 0.05 0.07 0.02
Número de arrastos por Viagem de Pesca Válida (Navios congeladores excluídos)n 1131 1659 1588 1850 1286 1096 583 9193Mínimo 1 1 1 1 1 1 1 1Máximo 17 16 21 23 24 19 22 24Média 4.9 4.4 6.2 6.6 6.8 6.8 7.9 6.1IC95% 0.06 0.04 0.06 0.06 0.08 0.08 0.10 0.03
Duração média dos arrastos (h) por Viagem de Pesca Válida (Navios congeladores excluídos)n 1131 1659 1588 1850 1286 1096 583 9193Mínimo 1.2 1.7 1.2 0.8 1.2 1.3 1.5 0.8Máximo 13 13 13 12 13 14 12 14Média 4.6 4.7 4.5 4.4 4.5 3.5 4.0 4.4IC95% 0.07 0.07 0.07 0.06 0.09 0.07 0.10 0.03
Distância média dos arrastos (mn) por Viagem Válidas (Navios congeladores excluídos)n 1131 1659 1588 1850 1286 1096 583 9193Mínimo 3.1 4.7 3.8 2.6 3.6 4.0 4.5 2.6Máximo 35 37 34 36 39 40 38 40Média 13.7 14.0 13.5 13.2 13.1 10.4 11.6 13.0IC95% 0.23 0.21 0.21 0.19 0.26 0.20 0.30 0.09
Estatísticas Total
92
Tabela 8. Frota de arrasto de crustáceos – velocidade média de arrasto (milhas náuticas por hora) dos navios da frota em cada ano, entre 1998 e 2004, e na totalidade do período: valores mínimos, máximos e médios com os respectivos limites de 95% de confiança.
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004Min 2.3 2.3 2.5 2.5 2.5 2.5 2.6 2.3Max 3.4 3.2 3.1 3.2 3.1 3.1 3.2 3.4Média 3.04 3.02 3.02 3.02 2.96 2.95 2.92 3.00±IC95% 0.002 0.002 0.001 0.001 0.002 0.001 0.001 0.002
Ano Total (1998-2004)
Tabela 9. Frota de arrasto de crustáceos - Factores de ampliação do esforço de pesca, calculados por trimestre, entre 1998 e 2004, com base na razão entre os desembarques totais da frota e os desembarques correspondentes a viagens de pesca válidas com arrastos marcados. Os desembarques totais foram definidos com base na informação disponível de “Vendas em lotas” e “Diários de Pesca”.
Ano 1 2 3 41998 6.8 2.7 2.1 1.91999 2.0 1.9 2.0 2.62000 2.8 3.0 2.2 2.12001 2.4 2.3 2.3 2.32002 2.6 2.7 5.3 3.82003 2.7 3.4 3.6 2.32004 2.2 2.4 4.8 25.8
Trimestre
Tabela 10. Frota de arrasto de crustáceos – Número total de horas de arrasto e de milhas náuticas arrastadas (mn) anualmente (Esforço Total Anual) na costa portuguesa entre 1998 e 2004 (em milhares).
(milhares) 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Horas de arrasto 76 85 107 123 124 100 93
Distância arrastada (mn) 232 256 322 371 363 295 270
Ano
93
Tabela 11. Frota de arrasto de peixe – Estatísticas (mínimo, máximo, média e coeficiente de variação) do comprimento fora-a-fora, tonelagem de arqueação bruta e potência da máquina principal (cavalos-vapor) dos navios licenciados em 2003 (n = 75) bem como do conjunto de navios para os quais se dispôs de dados MONICAP (n = 70).
Comprimento fora-a-fora min max média cv(%)Comprimento fora-a-fora (m)
Frota total 15.0 34.5 27.0 22.1Navios com MONICAP 15.0 34.5 27.0 22.9
Tonelagem de arqueação bruta (t)Frota total 25.6 185.2 118.1 44.1
Navios com MONICAP 25.6 243.0 132.6 42.5Potência da máquina principal (cv)
Frota total 111.9 1085.0 507.0 43.8Navios com MONICAP 111.9 1085.0 502.4 45.7
Tabela 12. Pescaria de arrasto de peixe - Importância relativa nos desembarques (vendas em lota) em 2003, em peso e em valor, das 10 principais espécies desembarcadas. São indicadas para cada espécie o nome vulgar e o respectivo código FAO.
Cod.FAO ESPÉCIE % Rank Cod.FAO ESPÉCIE % RankHOM CARAPAU 36.7 1 HOM CARAPAU 28.6 1WHB VERDINHO 12.6 2 HKE PESCADA BRANCA 9.9 2MAS CAVALA 8.0 3 OCT POLVOS 9.6 3BIB FANECA 5.6 4 SBA BESUGO 5.9 4MAC SARDA 5.4 5 BIB FANECA 4.6 5HKE PESCADA BRANCA 4.5 6 SQC LULAS nep 4.3 6JAA CARAPAU NEGRAO 3.2 7 JOD GALO NEGRO 3.9 7SBA BESUGO 2.9 8 WHB VERDINHO 3.6 8OCT POLVOS 3.7 9 SKA RAIAS nep 3.2 9SCL PATA ROXAS 2.6 10 NEP LAGOSTIM 2.7 10Total 10 primeiras espécies 85.1 Total 10 primeiras espécies 76.2Total desembarques 100.0 Total desembarques 100.0
Tabela 13. Pescaria de arrasto de peixe – Números de Viagens de Pesca e de Arrastos identificados em 2003 através da análise dos dados disponíveis para esse ano.
Trimestre1 2 3 4 Total
Número de ViagensVálidas 639 620 638 772 2669
Parcialmente Válidas 404 430 329 261 1424Total 1043 1050 967 1033 4093
Número de arrastosViagens Válidas 2847 2658 3250 4202 12957
94
Tabela 14. Pescaria de arrasto de peixe – Distribuição das viagens de pesca marcadas em 2003 por porto de início e de fim de viagem.
Porto de FimPorto de Início Aveiro Cascais Douro Faro Figueira da Foz Leixões Lisboa Matosinhos Nazaré Olhão Peniche Portimão Póv.Varzim Sesimbra Setúbal Sines Vigo VRSA TotalAveiro 1358 12 41 42 1 8 33 1 1 1497Cascais 86 1 8 1 1 2 99Douro 19 25 1 67 3 1 1 117Faro 2 1 3Figueira da Foz 34 392 2 61 57 1 547Leixões 38 25 1 378 1 1 1 1 446Lisboa 1 8 1 112 6 9 1 1 4 143Marín 1 2 3Matosinhos 7 3 6 16Nazaré 20 61 1 4 246 52 2 1 387Olhao 10 63 7 2 1 83Peniche 3 3 56 12 49 173 3 1 1 4 305Portimão 1 2 1 4 2 247 3 260Sagres 1 1Sesimbra 1 1 1 13 10 26Setúbal 1 2 1 1 5Sines 4 4 1 3 2 9 1 77 101Viana do Castelo 1 1 2Vigo 9 10 30 2 51VRSA 1 1Total 1492 102 75 12 555 521 147 19 399 69 302 263 1 25 4 104 2 1 4093
95
Tabela 15. Pescaria de arrasto de peixe – (A) Número de arrastos por trimestre e região obtidos em viagens de pesca válidas, utilizados no cálculo do Esforço de Pesca em 2003 e (B) Esforço de Pesca estimado por trimestre e região em 2003 (em milhares de horas de arrasto).
Região 1 2 3 4 TotalNorte 1901 1978 2390 3325 9594
Centro 393 334 488 479 1694Alentejo 76 92 90 103 361Algarve 461 244 258 294 1257
Total 2831 2648 3226 4201 12906
Trimestre
Região 1 2 3 4 TotalNorte 1205 1391 1813 2208 6618
Centro 282 259 350 300 1191Alentejo 36 89 56 126 308Algarve 230 124 179 148 682
Total 1755 1864 2399 2782 8799
Trimestre
Tabela 16. Pescaria de arrasto de peixe – (A) Número de arrastos por trimestre e região, obtidos em viagens de pesca válidas exclusivas dessas regiões e utilizados no cálculo do Rendimentos de Pesca (desembarques por unidade de esforço) em 2003; (B) Rendimentos (desembarques por unidade de esforço) em kg/h por trimestre e região em 2003. Dado o reduzido número de arrastos exclusivos no Alentejo considerou-se o Alentejo e o Algarve como uma única região Sul.
Região 1 2 3 4 TotalNorte 327 355 364 463 1509
Centro 64 39 58 54 215Alentejo 9 10 3 13 35Algarve 55 33 33 36 157
Total 455 437 458 566 1916
Trimestre
Região 1 2 3 4 TotalNorte 213 239 158 131 181
Centro 142 165 129 99 132Sul (Alentejo+Algarve) 456 394 303 310 376
Total 237 247 165 144 195
Trimestre
A
B
B
A
96
FIGURAS
Figura 1. Diferentes coberturas da carta digital geo-referenciada das costas Sudoeste e Sul de Portugal existente no software GeoCrust 2.0: linha de costa, batimetria (diferentes tons de azul), toponímia (nome dos principais portos), tipo de sedimentos do fundo do mar (em diferentes cores) e linha das seis milhas (a tracejado), dentro da qual não é autorizada a pesca de arrasto em Portugal.
Figura 2. Carta batimétrica digital geo-referenciada para a totalidade da costa continental portuguesa do software GeoCrust 2.0 resultante da combinação das duas cartas existentes, uma de menor resolução batimétrica - a Norte de Lisboa e outra de maior resolução a Sul.
97
Figura 3. Módulo de Análise de Perfis de Velocidade do software GeoCrust 2.0. Distribuição de frequências relativas de velocidade de dois navios durante o ano de 2003. As classes de velocidade com maior frequência (entre 2.3 e 2.8 mn/h para o navio representado a roxo e entre 2.5 e 3.2 mn/h para o navio a azul) correspondem a velocidades de arrasto. As frequências observadas a velocidades elevadas (entre cerca de 9 e 10 mn/h) correspondem a navegação de cruzeiro dos navios seleccionados.
Figura 4. Módulo de Análise Preliminar do software GeoCrust 2.0. Distribuição espacial dos dados MONICAP brutos – todos os pontos (à esquerda), seleccionados através de filtragem de velocidades (ao centro) e por quadrículas (à direita) de 0.06 x 0.06 mn (mapas de densidade), para a frota de arrasto de crustáceos portuguesa, durante o ano de 2003.
98
Figura 5. Módulo de identificação de viagens de pesca do software GeoCrust 2.0. O Mapa mostra o percurso realizado por um navio, num determinado período de tempo, definido pelo operador (no caso, 4 dias). O gráfico apresenta a distribuição da velocidade do navio (em milhas náuticas por hora) ao longo do tempo (linha azul). Os três primeiros dias correspondem a uma viagem de pesca, que termina com uma venda em lota (triângulo vermelho na parte superior do gráfico) na manhã do 4º dia. Os limites da viagem de pesca identificada estão assinalados graficamente através de dois triângulos, um verde (início) e o outro amarelo (fim). Os triângulos brancos e azuis, na parte superior do gráfico, correspondem aos diários de pesca e à declaração de descarga, respectivamente.
Figura 6. Módulo de identificação de lances de arrasto do software GeoCrust 2.0. Os limites de cada lance de arrasto, identificados dentro de uma viagem de pesca previamente definida, são definidos com base na variação da velocidade (e do rumo) do navio (causada pela largada, arrasto e alagem da rede de arrasto), detectada pelo software através de processo semi-automático ou completamente automático, usando técnicas de inteligência artificial de reconhecimento de padrões (Redes Bayesianas e Árvores de Classificação). Foram identificados 13 arrastos nesta viagem de 3 dias.
99
Figura 7. Módulo de cartografia do software GeoCrust 2.0 – Esforço de pesca: distribuição espacial dos 9297 arrastos de 1273 viagens válidas em 2003 identificadas para a frota portuguesa de arrasto de crustáceos. Mapa de pontos MONICAP em linhas representando cada um dos arrastos realizados.
Figura 8. Módulo de cartografia do software GeoCrust 2.0 – Esforço de pesca: distribuição espacial dos 9297 arrastos de 1273 viagens válidas em 2003 identificadas para a frota portuguesa de arrasto de crustáceos. Mapa de densidades de pontos MONICAP, em quadrículas de 0.6 x 0.6 mn.
100
Figura 9. Módulo de cartografia do software GeoCrust 2.0: rendimentos de pesca (desembarques por unidade de esforço, em kg/h) em 2003, por pesqueiro, para as três espécies-alvo: lagostim (vermelho), gamba (amarelo) e camarão-vermelho (laranja), bem como para os outros crustáceos (rosa), moluscos (verde) e peixes (azul) da pescaria portuguesa de arrasto de crustáceos. A dimensão dos raios dos sectogramas reflecte a dimensão relativa dos rendimentos nos vários pesqueiros.
0
500
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1980198119821983198419851986198719881989199019911992199319941995199619971998199920002001200220032004200520062007
Ano
Des
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tais
(Ton
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Lagostim
Gamba
Camarão-vermelho
Figura 10. Pescaria de arrasto de crustáceos - Série histórica (1980-2007) de desembarques anuais das três principais espécies de crustáceos capturadas pela frota portuguesa de arrasto de crustáceos. O período de anos a que corresponde a presente análise (1998-2004) está assinalado a sombreado. Fonte: IPIMAR
101
1998
GAMBA BRANCACAMARAO VERMELHOPESCADA BRANCALAGOSTIMTAMBORIS nepVERDINHOPOLVOS nepPOTAS nepPATA ROXASCARAPAUAREEIROOUTRAS ESPÉCIES
1999
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2000
GAMBA BRANCACAMARAO VERMELHOPESCADA BRANCALAGOSTIMTAMBORIS nepPATA ROXAS nepPOLVOS nepCARAPAUVERDINHOCAMAROES NATANTIA nepCAMARAO BRANCO LEGITIMOOUTRAS ESPÉCIES
2001
GAMBA BRANCALAGOSTIMPESCADA BRANCACAMARAO VERMELHOTAMBORIS nepVERDINHOPOTAS nepPATA ROXAS nepPOLVOS nepCAMAROES NATANTIA nepCARTAS nepOUTRAS ESPÉCIES
2002
GAMBA BRANCALAGOSTIMPESCADA BRANCACAMARAO VERMELHOTAMBORIS nepCAMAROES NATANTIA nepPATA ROXAS nepPOLVOS nepPOTAS nepCARABINEIRO CARDEALCARTAS nepOUTRAS ESPÉCIES
2003
GAMBA BRANCALAGOSTIMPESCADA BRANCAVERDINHOTAMBORIS nepCAMARAO VERMELHOPATA ROXAS nepCARTAS nepPOLVOS nepCARABINEIRO CARDEALCARAPAUOUTRAS ESPÉCIES
2004
VERDINHOLAGOSTIMGAMBA BRANCAPESCADA BRANCATAMBORIS nepPATA ROXAS nepPOLVOS nepCARABINEIRO CARDEALCAMARAO VERMELHOPolvo-CabeçudoLEITAOOUTRAS ESPÉCIES
Figura 11. Pescaria de arrasto de crustáceos - Importância relativa das 11 espécies melhor representadas nos desembarques anuais em peso (vendas em lota) entre 1998 e 2004. Estas espécies representam cerca de 90 a 96% do total desembarcado. As restantes espécies foram agrupadas no grupo “Outras espécies”.
102
1998
GAMBA BRANCA
CAMARAO VERMELHO
LAGOSTIM
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1999
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2000
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2001
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2002
GAMBA BRANCA
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2003
GAMBA BRANCA
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OUTRAS ESPÉCIES
2004
GAMBA BRANCA
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CAMARAO VERMELHOPESCADA BRANCA
TAMBORIS nepOUTRAS ESPÉCIES
Figura 12. Pescaria de arrasto de crustáceos - Importância relativa das seis espécies melhor representadas nos desembarques anuais em valor (vendas em lota) entre 1998 e 2004. Estas espécies representam cerca de 92 a 99% do total desembarcado. As restantes espécies foram agrupadas no grupo “Outras espécies”.
103
0
500
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0250050007500100001250015000175002000022500
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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
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Tone
lada
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50100
150200
250
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400
Mil
Eur
os
Qtd Valor
Figura 13. Pescaria de arrasto de crustáceos – Capturas anuais (1) e captura médias mensais (2), em peso (toneladas) e em valor (milhar de euros), estimadas para o período 1998-2004 para o total das espécies capturadas (A) e cada uma das três espécies-alvo, NEP - lagostim (B), DPS - gamba (C) e ARA - camarão-vermelho (C).
A
B
C
D
NEP
DPS
ARA
1 2
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0
5
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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Ano
Tone
lada
s
020406080100120140160180
Mil
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05
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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mês
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lada
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2
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Mil
Euro
s
Qtd Valor
Figura 14. Pescaria de arrasto de crustáceos – Capturas anuais (1) e captura médias mensais (2), em peso (toneladas) e em valor (milhar de euros), estimadas para o período 1998-2004 para as espécies SSH - Carabineiro (A) e WHB - Verdinho (B).
A
B
1 2 SSH
WHB
105
0.0
0.5
1.0
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2.0
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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Ano
Dur
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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Ano
Núm
ero
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Dur
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gem
(hor
as)
Duração média dos arrastos / viagem (horas)
Número médio de arrastos / viagem
Figura 15. Pescaria de arrasto de crustáceos (navios congeladores excluídos) – (A) Duração média das viagens (dias) no total das Viagens Válidas; (B) Número de Arrastos por Viagem Válida (total) e Duração média dos arrastos por Viagem Válida.
A
B
106
0
5
10
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2 2.5 3 3.5 4
Velocidade média (mn/h)
Freq
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0
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Velocidade média (mn/h)
Freq
uênc
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)
Figura 16. Frota de arrasto de crustáceos – Distribuições das velocidades de arrasto dos navios da frota em 1999 (A) e 2003 (B).
A
B
n = 26 navios
n = 29 navios
107
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Lisboa Alentejo Algarve
Região | Pesqueiro
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2.8
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0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
Profundidade média (m)
Vel
ocid
ade
méd
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n/h)
Figura 17. Frota de arrasto de crustáceos – Velocidade média de arrasto (e limites de 95% de confiança) em milhas náuticas por hora (A), por Pesqueiro e (B), em função da profundidade média do estrato arrastado.
A
B
108
0
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40
60
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140
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Ano
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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Ano
Dis
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(milh
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AlgarveAlentejoLisboa
Figura 18. Frota de arrasto de crustáceos – Número de horas de arrasto (A) e Distância arrastada (milhas náuticas) (B) estimados por ano (1998 a 2004) e por Região.
A
B
109
Figura 19. Pescaria de arrasto de crustáceos - Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,06 x 0,06 mn entre 1998 e 2004 (mapas preliminares de esforço de pesca). Estes mapas foram obtidos com o software GeoCrust 2.0 de modo expedito através de filtragem navio a navio de velocidades de arrasto.
É de notar que, com este procedimento, consideram-se todos os pontos com velocidades de arrasto, mesmo aqueles que não correspondem a lanços de pesca (e.g., junto à entrada dos portos). De notar ainda que ano de 2004 está sub-representado (ver texto). Nos mapas é utilizada a mesma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo = 1993 pontos) pelo que os mapas são comparáveis entre si. As classes têm intervalos de igual amplitude.
2002 2003 2004
1998 1999 2000 2001
110
Figura 20. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,06 x 0,06 mn correspondentes a arrastos marcados, realizados em viagens de pesca válidas, nos anos de 1998 a 2004..
É de notar que o ano de 2004 está sub-representado (ver texto). Nos mapas é utilizada a mesma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo = 1086 pontos) pelo que os mapas são comparáveis entre si. As classes têm intervalos de igual amplitude.
1998 1999 2000 2001
2002 2003 2004
111
Figura 21. Pescaria de arrasto de crustáceos – Discretização da área de pesca em pesqueiros (áreas a azul) definidos com base nos arrastos marcados em viagens de pesca válidas realizadas entre 1998 e 2004 (n = 61270), nas três Regiões (Lisboa, Alentejo e Algarve). A verde, estão representados os estratos batimétricos.
Lisboa
Sines
Arrifana
Sagres
Portimão-Sagres
Olhão-Portimão
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Olhão-Tavira
ZEE
Região LISBOA
Região ALENTEJO
Região ALGARVE
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Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região
Hora
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(milh
ares
) 1998199920002001200220032004
Figura 22. Frota de arrasto de crustáceos – (A) Número de horas de arrasto estimado por ano (1998 a 2004), em cada Pesqueiro.
0
200
400
600
800
1000
1200
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Ano
Área
(mn2
)
AlgarveAlentejoLisboa
Figura 23. Pescaria de arrasto de crustáceos – Evolução da área de pesca (milhas náuticas quadradas) por Região entre 1998 e 2004.
113
Figura 24. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,06 x 0,06 mn correspondentes a arrastos realizados em viagens de pesca válidas, em 2004. Estão assinaladas (setas amarelas) as três novas zonas de pesca exploradas pela frota de crustáceos a partir de 2002. É utilizada uma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo = 348 pontos). As classes têm intervalos de igual amplitude. Está igualmente representada a distribuição de sedimentos superficiais (Mud=vasa; Sand=Areia; Gravel =Areia cascalhenta e Rocky = Rocha) e a linha das 6 milhas (contígua à linha de costa), a partir da qual é autorizado o arrasto de fundo. Está também representada, ao largo de Sines (Sin) na costa Ocidental Sul (Alentejo), a denominada “Box de Sines”, implementada em 2006 no âmbito do Plano de Recuperação do Lagostim.
2004 Fossa Diogo Cão
Canhão de
Portimão
114
Figura 25. Pescaria de arrasto de crustáceos – evolução da área arrastada entre 1998 e 2004 com base nos arrastos identificados em viagens válidas. A área arrastada em cada ano (a rosa) é apresentada sobreposta à área arrastada total no período 1998-2004 (a cinza).
1998 1999 2000 2001
2002 2003 2004
115
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100150200250300350400450500
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Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região
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1998199920002001200220032004
Figura 26. Pescaria de arrasto de crustáceos – Evolução da área de pesca (milhas náuticas quadradas) por Pesqueiro entre 1998 e 2004.
116
400
425
450
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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
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Ano
Prof
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800
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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Ano
Prof
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méd
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) LisboaSinesArrifanaSagresPortimao-SagresOlhao-PortimaoOlhao-TaviraBeirinhaZEE
Figura 27. Frota de arrasto de crustáceos – Profundidade média dos arrastos e correspondentes limites de 95% de confiança (metros) estimados por ano para toda a área de pesca (A), por Região (B) e por Pesqueiro (C). Número total de arrastos = 61270.
A
B
C
117
Figura 28-A. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,06 x 0,06 mn correspondentes a arrastos realizados em viagens de pesca válidas, por trimestre, em 1998 e 1999. É utilizada a mesma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo nº de pontos = 681em 1998 e 407 em 1999) pelo que os mapas são comparáveis entre si. As classes têm intervalos de igual amplitude.
1998 1º T 2º T
4º T 3º T
1999 1º T 2º T
4º T 3º T
118
Figura 28-B.. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,06 x 0,06 mn correspondentes a arrastos realizados em viagens de pesca válidas, por trimestre, em 2000 e 2001. É utilizada a mesma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo nº de pontos = 295 em 2000 e 423 em 1999) pelo que os mapas são comparáveis entre si. As classes têm intervalos de igual amplitude.
2000 1º T 2º T
4º T 3º T
2001 1º T 2º T
4º T 3º T
119
Figura 28-C.. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,06 x 0,06 mn correspondentes a arrastos realizados em viagens de pesca válidas, por trimestre, em 2002 e 2003. É utilizada a mesma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo nº de pontos = 217 em 2002 e 370 em 2003) pelo que os mapas são comparáveis entre si. As classes têm intervalos de igual amplitude.
2002 1º T 2º T
4º T 3º T
2003 1º T 2º T
4º T 3º T
120
Figura 28-D.. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,06 x 0,06 mn correspondentes a arrastos realizados em viagens de pesca válidas, por trimestre, em 2004. É utilizada a mesma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo nº de pontos = 175) pelo que os mapas são comparáveis entre si. As classes têm intervalos de igual amplitude.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Lisb
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lent
ejo
Alg
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Lisb
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Lisb
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Lisb
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ejo
Alg
arve
Lisb
oaA
lent
ejo
Alg
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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Ano | Região
Hor
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o (m
ilhar
es) 1º Trim
2º Trim3º Trim4º Trim
Figura 29. Frota de arrasto de crustáceos – Número de horas de arrasto estimado por trimestre, dentro de cada Região, em cada ano (1998-2004).
2004 1º T 2º T
4º T 3º T
121
02468
1012141618
Lisb
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Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região | Ano
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(milh
ares
) 1º Trim2º Trim3º Trim4º Trim
02468
1012141618
Lisb
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res
Por
timao
-S
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-P
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lhao
-Ta
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Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região | Ano
Hor
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e A
rras
to(m
ilhar
es) 1º Trim
2º Trim3º Trim4º Trim
02468
1012141618
Lisb
oa
Sin
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Arri
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Por
timao
-S
agre
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lhao
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lhao
-Ta
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Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região | Ano
Hor
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to(m
ilhar
es) 1º Trim
2º trim3º Trim4º Trim
02468
1012141618
Lisb
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Por
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lhao
-Ta
vira
Bei
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Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região | AnoHo
ras
de A
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to(m
ilhar
es) 1º Trim
2º Trim3º Trim4º Trim
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1012141618
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Por
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lhao
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Bei
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ZEE
Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região | Ano
Hor
as d
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rast
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ilhar
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2º Trim3º Trim4º Trim
02468
1012141618
Lisb
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Sag
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Por
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lhao
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ortim
aoO
lhao
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Bei
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ZEE
Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região | Ano
Hora
s de
Arr
asto
(milh
ares
) 1º Trim2º Trim3º Trim4º Trim
02468
1012141618
Lisb
oa
Sin
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Arri
fana
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Por
timao
-S
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lhao
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ortim
aoO
lhao
-Ta
vira
Bei
rinha
ZEE
Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região | Ano
Hor
as d
e A
rras
to(m
ilhar
es) 1º Trim
2º Trim3º Trim4º Trim
Figura 30. Frota de arrasto de crustáceos – Número de horas de arrasto estimado por trimestre, dentro de cada Pesqueiro, em cada ano (1998-2004).
1998 1999
2000 2001
2002 2003
2004
122
Figura 31. Pescaria de arrasto de crustáceos – Distribuição dos rendimentos médios anuais (kg/h) por pesqueiro, entre 1998 e 2004, das espécies-alvo (lagostim – vermelho; gamba – amarelo e camarão-vermelho – laranja), outros crustáceos – rosa; peixes – azul e moluscos – verde. Os rendimentos médios anuais calculados para a totalidade da área de pesca são apresentados na legenda dos mapas. NB: A dimensão dos sectogramas não pode ser comparada entre mapas uma vez que o seu raio máximo corresponde ao valor máximo de rendimentos de cada mapa, os quais diferem entre si (ver legenda embutida nos mapas).
1998 1999
2000 2001
2002 2003
2004
123
0
10
20
30
40
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60
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Região
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30
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Lisboa Alentejo Algarve
Região
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Região
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-2
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2
4
6
8
10
Lisboa Alentejo Algarve
Região
Ren
dim
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(kg/
h) 1998199920002001200220032004
Figura 32. Pescaria de arrasto de crustáceos - Rendimentos médios anuais por viagem de pesca (kg/h) e correspondentes limites de 95% de Confiança, por Região, entre 1998 e 2004, para o Total (A) e por grupo de espécies: Crustáceos (B), Peixes (C) e Moluscos (D). Rendimentos calculados com dados de viagens de pesca válidas realizadas exclusivamente dentro de cada Região (n = 9323).
A B
C D
124
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Lisboa Sines Arrifana Sagres Portimao-Sagres
Olhao-Portimao
Olhao-Tavira
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Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região
Ren
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0
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Lisboa Sines Arrifana Sagres Portimao-Sagres
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Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região
Ren
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Lisboa Sines Arrifana Sagres Portimao-Sagres
Olhao-Portimao
Olhao-Tavira
Beirinha ZEE
Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região
Ren
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16
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20
Lisboa Sines Arrifana Sagres Portimao-Sagres
Olhao-Portimao
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Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região
Ren
dim
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1998199920002001200220032004
Figura 33. Pescaria de arrasto de crustáceos - Rendimentos médios anuais por viagem de pesca (kg/h) e correspondentes limites de 95% de Confiança, por Pesqueiro, entre 1998 e 2004, para o Total (A) e por grupo de espécies: Crustáceos (B), Peixes (C) e Moluscos (D). Rendimentos calculados com dados de viagens de pesca válidas realizadas exclusivamente dentro de cada Pesqueiro (n = 5420).
A B
C D
125
-2.0
-1.0
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
Lisboa Alentejo Algarve
Região
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(kg/
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30
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Lisboa Alentejo Algarve
Região
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(kg/
h) 1998199920002001200220032004
-1.0
-0.5
0.0
0.5
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1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
Lisboa Alentejo Algarve
Região
Ren
dim
ento
(kg/
h) 1998199920002001200220032004
Figura 34. Pescaria de arrasto de crustáceos - Rendimentos médios anuais por viagem de pesca (kg/h) e correspondentes limites de 95% de Confiança, por Região, entre 1998 e 2004, para as três espécies-alvo: lagostim (A), gamba (B) e camarão-vermelho (C). Rendimentos calculados com dados de viagens de pesca válidas realizadas exclusivamente dentro de cada Região (n = 9323).
A
B
C
126
0
1
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Lisboa Sines Arrifana Sagres Portimao-Sagres
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Lisboa Sines Arrifana Sagres Portimao-Sagres
Olhao-Portimao
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Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região
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(kg/
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1998199920002001200220032004
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14
Lisboa Sines Arrifana Sagres Portimao-Sagres
Olhao-Portimao
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Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região
Ren
dim
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(kg/
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1998199920002001200220032004
Figura 35. Pescaria de arrasto de crustáceos - Rendimentos médios anuais por viagem de pesca (kg/h) e correspondentes limites de 95% de Confiança, por Pesqueiro, entre 1998 e 2004, para as três espécies-alvo: lagostim (A), gamba (B) e camarão-vermelho (C). Rendimentos calculados com dados de viagens de pesca válidas realizadas exclusivamente dentro de cada Pesqueiro (n = 5420).
A
B
C
127
0
1
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3
4
5
6
7
Lisboa Sines Arrifana Sagres Portimao-Sagres
Olhao-Portimao
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Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região
Ren
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(kg/
h)
1º Trim2º Trim3º Trim4º Trim
0
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35
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Lisboa Sines Arrifana Sagres Portimao-Sagres
Olhao-Portimao
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Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região
Ren
dim
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(kg/
h)
1º Trim2º Trim3º Trim4º Trim
0
1
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10
Lisboa Sines Arrifana Sagres Portimao-Sagres
Olhao-Portimao
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Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região
Ren
dim
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(kg/
h)
1º Trim2º Trim3º Trim4º Trim
Figura 36. Pescaria de arrasto de crustáceos – Rendimentos médios trimestrais por viagem de pesca (kg/h), por Pesqueiro, no período 1998-2004 (valor médio), para as três espécies-alvo: lagostim (A), gamba (B) e camarão-vermelho (C). Rendimentos calculados com dados de viagens de pesca válidas realizadas exclusivamente dentro de cada Pesqueiro (n = 5420).
A
B
C
128
2003 – Lagostim
Figura 37. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP, em grelhas de 0.6 x 0.6 milhas náuticas, correspondentes a velocidades de arrasto filtradas (nível de corte 1.5% idêntico para todas as embarcações) de viagens válidas, realizadas em 2003, em que os desembarques de lagostim foram superiores a 30, 50 e 75% do total. É utilizada uma escala cromática em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo), com intervalos de classe de igual amplitude.
30%
50%
75%
129
2003 – Gamba A
2003 – Camarão-Vermelho B
Figura 38. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP, em grelhas de 0.6 x 0.6 milhas náuticas, correspondentes a velocidades de arrasto filtradas (nível de corte 1.5% idêntico para todas as embarcações) de viagens válidas, realizadas em 2003, em que os desembarques de gamba (A) foram superiores a 50, 75 e 90% do total e de camarão-vermelho (B) foram superiores a 30, 50 e 75% do total. É utilizada uma escala cromática em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo), com intervalos de classe de igual amplitude.
30% 50% 75%
50% 75% 90%
130
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
2.0
Lisboa Sines Arrifana Sagres Portimao-Sagres
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Pesqueiro | Região
Ren
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h)1998199920002001200220032004
0
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Lisboa Sines Arrifana Sagres Portimao-Sagres
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Lisboa Alentejo Algarve
Pesqueiro | Região
Ren
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h) 1998199920002001200220032004
Figura 39. Pescaria de arrasto de crustáceos – Rendimentos médios anuais por viagem de pesca (kg/h), por Pesqueiro, entre 1998 e 2004, para as espécies: Carabineiro (A) e Verdinho (B). Rendimentos calculados com dados de viagens de pesca válidas realizadas exclusivamente dentro de cada Pesqueiro (n = 5420). De notar que o verdinho é uma espécie normalmente rejeitada ao mar pelo que a evolução dos rendimentos de pesca não traduz a realidade.
B
A
131
2003 – Carabineiro Cardeal A
2004 – Verdinho B
Figura 40. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP, em grelhas de 0.6 x 0.6 milhas náuticas, correspondentes a velocidades de arrasto filtradas (nível de corte 1.5% idêntico para todas as embarcações) de viagens válidas em que os desembarques de Carabineiro, em 2003 (A) foram superiores a 15, 30 e 50% do total e os de Verdinho, em 2004 (B) foram superiores a 50, 75 e 90% do total. É utilizada uma escala cromática em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo), com intervalos de classe de igual amplitude.
15% 30% 50%
50% 75% 90%
132
Figura 41. Pescaria de arrasto de crustáceos – Distribuição dos rendimentos médios (kg/h) por pesqueiro, por trimestre em 1999, das espécies-alvo (lagostim – vermelho; gamba – amarelo e camarão-vermelho – laranja), outros crustáceos – rosa; peixes – azul e moluscos – verde. Os rendimentos médios anuais calculados para a totalidade da área de pesca são apresentados na legenda dos mapas. À direita, para referência, são apresentadas as distribuições do esforço de pesca da frota por trimestre. NB: A dimensão dos sectogramas não pode ser comparada entre mapas uma vez que o raio máximo corresponde ao valor máximo de rendimentos de cada mapa, os quais diferem entre si (ver legenda embutida nos mapas).
1º Trim
Rendimentos Esforço 1999
2º Trim
3º Trim
4º Trim
133
Figura 42. Pescaria de arrasto de crustáceos – Distribuição dos rendimentos médios (kg/h) por pesqueiro, por trimestre em 2004, das espécies-alvo (lagostim – vermelho; gamba – amarelo e camarão-vermelho – laranja), outros crustáceos – rosa; peixes – azul e moluscos – verde. Os rendimentos médios anuais calculados para a totalidade da área de pesca são apresentados na legenda dos mapas. À direita, para referência, são apresentadas as distribuições do esforço de pesca da frota por trimestre. NB: A dimensão dos sectogramas não pode ser comparada entre mapas uma vez que o raio máximo corresponde ao valor máximo de rendimentos de cada mapa, os quais diferem entre si (ver legenda embutida nos mapas).
1º Trim
Rendimentos Esforço 2004
2º Trim
3º Trim
4º Trim
134
02468
1012141618
15-1
7
18-2
0
21-2
3
24-2
6
27-2
9
30-3
2
33-3
5
Comprimento Fora-a-Fora (m)
Freq
uênc
ia
0
5
10
15
20
25
25-4
9
50-7
4
75-9
9
100-
124
125-
149
150-
174
175-
199
200-
249
Tonelagem de Arqueação Bruta
Freq
uênc
ia
02468
101214161820
100-
200-
300-
400-
500-
600-
700-
800-
900-
1000
-
Potência da Máquina Principal (c.v.)
Freq
uênc
ia
Figura 43. Pescaria de arrasto de peixe - Distribuições de frequências de (A) Comprimento Fora-a-fora (metros), (B) Tonelagem de Arqueação Bruta e (C) Potência da Máquina Principal (Cavalos-vapor) dos navios licenciados em 2003.
A
B
C
135
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73
Navio
Prop
orçã
o
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73
Navio
Prop
orçã
o
Crustáceos Moluscos Peixes
Figura 44. Pescaria de arrasto de peixe – Composição por grupo de espécies (peixes, moluscos e crustáceos) dos desembarques em peso (A) e em valor (B) do navios da frota em 2003.
A
B
136
0
2
4
6
8
10
12
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mês
%
Qtd Valor
0
2
4
6
8
10
12
14
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mês
%
Qtd Valor
0
2
4
6
8
10
12
14
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mês
%
Qtd Valor
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mês
%
Qtd Valor
0
5
10
15
20
25
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mês
%
Qtd Valor
0
5
10
15
20
25
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mês
%
Qtd Valor
Figura 45. Pescaria de arrasto de peixe – Evolução mensal dos desembarques (vendas em lota) mensais em 2003, em peso (qtd) e em valor, do total das espécies (A) e das seguintes espécies: carapau (B), pescada (C), polvo (D), lulas (E) e lagostim (F).
A B C
D E F
137
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73
Navio
Qua
ntid
ade
('100
0 t)
Viagens Válidas Viagens Parcialmente Válidas Por analisar Navios sem MONICAP
0
25
50
75
100
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73
Navio
% V
iage
ns v
álid
as
com
arr
asto
s m
arca
dos
Figura 46. Pescaria de arrasto de peixe – (A) Desembarques totais de cada navio da frota em 2003 e proporção dos desembarques correspondentes a viagens marcadas válidas e parcialmente válidas; (B) Proporção das viagens válidas de cada navio com arrastos marcados.
A
B
138
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46
Navio
Dura
ção
da v
iage
m
de p
esca
(dia
s)
0
200
400
600
800
1000
1200
0-
0.25
-
0.50
-
0.75
-
1.00
-
1.25
-
1.50
-
1.75
-
2.00
-
2.25
-
2.75
-
2.75
-
3.00
-
3.25
-
3.50
-
>3.7
5-
Duração das viagens (dias)
Freq
ueên
cia
-25-20
-15-10
-505
1015
2025
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46
Navio
Nº.
Arr
asto
s
0
100
200
300
400
500
600
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23>
23
Número de arrastos
Freq
uênc
ia
Figura 47. Pescaria de arrasto de peixe – Regime de operação em 2003: (A) duração média (em dias) das viagens de pesca válidas e correspondentes limites de 95% de confiança de cada navio; (B) distribuição de frequências do número de dias de pesca; (C) duração média (em horas) dos arrastos em viagens de pesca válidas e (D) distribuição de frequências de horas de arrasto.
A B
C D
139
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
1 3 5 7 9 11131517192123252729313335373941434547
Navio
Dura
ção
méd
ia d
os a
rras
tos
(h)
-30
-20
-10
0
10
20
30
40
50
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47
Navio
Dist
ânci
a m
édia
arr
asta
da (m
n)
Figura 48. Pescaria de arrasto de peixe – Regime de Operação em 2003: (A) duração média (horas) e (B) distância média (milhas náuticas) dos arrastos efectuados em viagens de pesca válidas.
0
25
50
75
100
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58
Navio
%
Carapau Outros Peixes Crustáceos Moluscos
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
8.0m
n/h
Velocidade média
Figura 49. Pescaria de arrasto de peixe – Distribuição relativa dos desembarques (Carapau, Outros Peixes, Crustáceos e Moluscos) e velocidade média de arrasto (com valores máximo e mínimo) da totalidade das viagens e arrastos de pesca identificadas para cada navio com MONICAP, em 2003.
B
A
140
Figura 50. Pescaria de arrasto de Peixe. Distribuições de frequências de velocidade (mn/h) das embarcações da frota com dados MONICAP em 2003. Estão representados nas três figuras grupos de navios com distribuições de velocidade de arrasto (correspondentes às maiores frequências) semelhantes.
141
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Norte Espanha Norte Centro Alentejo Algarve Sul Espanha
Região
Pro
fund
idad
e m
édia
(m)
Figura 51. Pescaria de arrasto de peixe – Profundidades médias, máxima e mínima, por Região geográfica, dos lances de arrasto obtidos de 2058 viagens válidas realizadas pela frota em 2003.
142
Figura 52. Pescaria de arrasto de peixe – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,3 x 0,3 mn em 2003 após processo expedito de filtragem selectiva de velocidades de arrasto, navio a navio (nível de corte = 1.5%) de toda a informação MONICAP disponível. É utilizada uma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo número de pontos) e o preto (máximo).
143
Figura 53. Pescaria de arrasto de peixes – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,3 x 0,3 mn correspondentes a arrastos realizados em viagens de pesca válidas, na costa portuguesa, em 2003. É utilizada uma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo número de pontos) e o preto (máximo). As classes têm intervalos de igual amplitude.
144
Figura 54. Pescaria de arrasto de peixe – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,6 x 0,6 mn, por trimestre de 2003, após processo expedito de filtragem selectiva de velocidades de arrasto, navio a navio (nível de corte = 1.5%). É utilizada uma mesma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo número de pontos) e o preto (máximo = 490 pontos) pelo que os mapas são comparáveis entre si. As classes têm intervalos de igual amplitude.
4º T 3º T
1º T 2º T
145
Figura 55. Pescaria de arrasto de peixe – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,6 x 0,6 mn correspondentes a arrastos realizados em viagens de pesca válidas, na costa portuguesa, nos 4 trimestres de 2003. É utilizada uma mesma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo número de pontos) e o preto (máximo = 295 pontos) pelo que os mapas são comparáveis entre si. As classes têm intervalos de igual amplitude.
4º T 3º T
1º T 2º T
146
050
100150
200250
300350
400450
Norte Centro Sul
Região
Kg/h
0
2040
60
80100
120
140160
180
Norte Centro Sul
Região
Kg/
h
0102030405060708090
100
Norte Centro Sul
Região
Kg/h
0
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Norte Centro Sul
RegiãoK
g/h
0
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4
6
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10
12
Norte Centro Sul
Região
Kg/h
0
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4
5
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Norte Centro Sul
Região
Kg/
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0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
Norte Centro Sul
Região
Kg/
h
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
Norte Centro Sul
Região
Kg/
h
Figura 56. Pescaria de arrasto de peixe. Rendimentos médios (Desembarques por Unidade de Esforço em kg/h) e respectivos limites de 95% de confiança, por Região em 2003: (A) peixe, (B) verdinho, (C) carapau, (D) pescada, (E) moluscos, (F) polvos, (G) crustáceos e (H) lagostim.
A B
C
F E
G H
D
147
Figura 57. Frota de arrasto de crustáceos – Distribuição do esforço de arrasto (esquerda) e rendimentos de pesca (kg/h) por pesqueiro (direita) resultantes de viagens válidas realizadas por um mesmo navio em 1999 (A e B), dirigidas à gamba e 2003 (C e D), dirigidas ao lagostim. As distribuições relativas (%) das frequências de velocidade instantânea dos pontos GPS deste navio, recolhidos de 10 em 10 minutos pelo Sistema MONICAP, em 1999 (linha a azul) e em 2003 (linha a roxo), representadas no gráfico E, ilustram a diferença na velocidade de arrasto praticadas nos dois anos (velocidades médias de arrasto de 3.1 mn/h em 1999 e 2.6 mn/h em 2003, ≈ moda das distribuições).
A B
C D
E
148
0
2
4
6
8
10
12
14
16
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Número Arrastos / Viagem
%NumGeoNumDP
0
5
10
15
20
25
30
35
0- 5- 10-
15-
20-
25-
30-
35-
40-
45-
50-
55-
60-
65-
70-
75-
>80-
Duração Arrastos / viagem (horas)
%DurGeoDurDP
02468
1012141618
0-
100-
200-
300-
400-
500-
600-
700-
800-
900-
1000
-
>=11
00
Quantidade /Viagem (kg)
%QtdGeoQtdDP
Figura 58. Pescaria de arrasto de crustáceos em 2003. Distribuições de frequências do número de arrastos (A), duração dos arrastos (B) e quantidades reportadas (C) por viagem de pesca válida. Dados obtidos através da análise com o software GeoCrust 2.0 (Geo) e registados nos diários de pesca (DP).
C
B
A
149
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20>=
21
Número Arrastos / Viagem
%NumGeoNumDP
0
5
10
15
20
25
0- 5- 10-
15-
20-
25-
30-
35-
40-
45-
50-
55-
60-
65-
70-
75-
>=80
Duração Arrastos / Viagem (horas)
%DurGeoDurDP
0
2
4
6
8
10
12
14
0-20
0-40
0-60
0-80
0-10
00-
1200
-14
00-
1600
-18
00-
2000
-22
00-
2400
-26
00-
2800
-30
00-
3200
-34
00-
3600
-38
00-
4000
-42
00-
4400
-46
00-
4800
-50
00-
>=52
00
Quantidade / Viagem (Kg)
%QtdGeoQtdDP
Figura 59. Pescaria de arrasto de peixe em 2003. Distribuições de frequências do número de arrastos (A), duração dos arrastos (B) e quantidades (C) por viagem de pesca válida. Dados obtidos através da análise com o software GeoCrust 2.0 (Geo) e registados nos diários de pesca (DP).
C
B
A
150
0
5
10
15
20
25
30
-25-15-11-10-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 13 14 15 17 18 20
Diferença [ GeoPescas - Diários de Pesca ]
%
Crustáceos Peixes
Média IC 95%1 3 5 7 9 11 13 15 17
Navio
-20
-15
-10
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0
5
10
15
20
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a N
úmer
o de
Lan
ços
[Geo
Pes
cas
- Diá
rios
de P
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]
Média IC 95%1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27
Navio
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Dife
renç
a N
úmer
o de
Lan
ços
[Geo
Pes
cas
- Diá
rio d
e P
esca
s]
Figura 60. Diferença entre o número de lanços de arrasto por viagem obtidos através da análise com o software GeoCrust 2.0 (GeoPescas) e o registado nos Diários de Pesca, para o total (A) e por navio, para as frotas de Crustáceos (B) e de Peixe (C), em 2003. A tracejado estão assinalados os limites das diferenças de + e -1 lanço. IC95% = limites de 95% de confiança.
A
B
C
151
05
10152025303540
>45
[-45,
-40[
[-40,
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[-35,
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[-15,
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[-10,
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[35,
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%
Média IC 95%1 5 7 9 11 13 15 17 19
Navio
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0
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40
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renç
a D
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ão L
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Pes
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Viag
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iário
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DurDif
%
Média IC 95%1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33
Navio
-20
-10
0
10
20
30
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Dife
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uraç
ão L
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Pes
ca /
Viag
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s - D
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s de
Pes
ca]
Figura 61. Diferença entre a duração dos lanços de arrasto por viagem (DurDif) obtidos através da análise com o software GeoCrust 2.0 (GeoPescas) e o registado nos Diários de Pesca, para o total (A e C) e por navio (B e D), para as frotas de Crustáceos (A e B) e de Peixe (C e D), em 2003. IC95% = limites de 95% de confiança.
A B
C D
152
05
10152025303540
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0
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;-
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%
Média IC 95%1 5 7 9 11 13 15 17 19
Navio
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QtdDif
%
Média IC 95%1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31
Navio
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-1000
0
1000
2000
3000
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uant
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eoP
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s - D
iário
s de
Pes
ca]
Figura 62. Diferença entre a Quantidade Total de Pescado por Viagem (QtdDif) obtida através da análise com o software GeoCrust 2.0 (GeoPescas) e o registado nos Diários de Pesca, para o total (A e C) e por navio (B e D), para as frotas de Crustáceos (A e B) e de Peixe (C e D), em 2003. IC95% = limites de 95% de confiança. O navio 29 navio da frota de peixe, com apenas duas observações, não se encontra representado por apresentar limites de confiança aberrantes.
A B
C D
153
Figura 63. Página principal (homepage) do Portal GeoPescas. Endereço de acesso: http://geopescas.fcma.ualg.pt.
Figura 64. Gráfico mostrando o número de desembarques (vendas em lota) e o peso desembarcado das espécies-alvo e grupos de espécies ou total, para por pesqueiro, para um ou mais navios, num determinado período de tempo (mês, trimestre, semestre ou ano). Neste exemplo foram utilizados dados mensais de desembarques das 3 espécies-alvo da pescaria de crustáceos realizados pelos 3 navios da frota de demonstração.
154
Figura 65. Sectogramas (pie charts) com capturas (=desembarques; vendas em lota) em peso das espécies-alvo e grupos de espécies, por pesqueiro, para um ou mais navios, num determinado período de tempo (trimestre, semestre ou ano). Neste exemplo foram utilizados dados de 1998, por semestre, dos 3 navios da frota de crustáceos de demonstração.
Figura 66. Mapas de distribuição de Esforço de Pesca produzidos pelo software GeoCrust 2.0 para um ou mais navios, num determinado período de tempo (trimestre, semestre ou ano). São utilizados apenas dados VMS de arrastos de viagens de pesca válidas. O tamanho das quadrículas da grelha de densidades é definido pelo utilizador (mínimo de 0.06 x 0.06 mn). Neste exemplo foram utilizados dados de 1998, por semestre, dos 3 navios da frota de crustáceos de demonstração, com tamanho das quadrículas da grelha de 0.6x0.6 mn.
155
Figura 67. Mapas de distribuição de Esforço de Pesca produzidos on-line pela aplicação SIG do portal (mapas dinâmicos), para um ou mais navios, por pesqueiro, num determinado período de tempo (mês, trimestre, semestre ou ano). São utilizados apenas dados VMS de arrastos de viagens de pesca válidas. O tamanho das quadrículas da grelha de densidades é definido pelo utilizador (mínimo de 0.06 x 0.06 mn). Neste exemplo foram utilizados dados de 1998, por semestre, dos 3 navios da frota de crustáceos de demonstração, com tamanho das quadrículas da grelha de 0.6x0.6 mn.
Figura 68. Tabela com dados XML formatados com XSL usados para apresentar e extrair dados no Portal GeoPescas. Neste exemplo, a tabela contém dados das capturas mensais (= desembarques; vendas em lota) em 1998, de um navio da frota de crustáceos de demonstração.
156
Figura 69. Mapas com as Capturas (=desembarques; vendas em lota) por Unidade de Esforço (kg/h or kg/mn) das espécies-alvo e grupos de espécies, por pesqueiro, para um ou mais navios, num determinado período de tempo (trimestre, semestre ou ano) produzidos pelo software GeoCrust 2.0. Neste exemplo foram utilizados dados de 1998 (em kg/h), por semestre, dos 3 navios da frota de crustáceos de demonstração.
Figura 70. Mapas de Capturas por Unidade de Esforço (CPUE, em kg/h ou kg/mn) para as espécies-alvo e grupos de espécies, produzidos on-line pela aplicação SIG do portal (mapas dinâmicos), para um ou mais navios, por pesqueiro, num determinado período de tempo (mês, trimestre, semestre ou ano). Neste exemplo foram utilizados dados da frota de crustáceos de demonstração em 1998, por semestre, para o pesqueiro ‘Olhão-Portimão’. Rendimentos em kg/h.
157
Figura 71. Mapas de Capturas por Unidade de Esforço (CPUE, em kg/h ou kg/mn) para uma determinada espécie-alvo ou grupos de espécies, produzidos on-line pela aplicação SIG do portal (mapas dinâmicos), para um ou mais navios, por pesqueiro, num determinado período de tempo (mês, trimestre, semestre ou ano). Neste exemplo são utilizados dados anuais de camarão-vermelho, em kg/h, referentes a 1998 para a frota de crustáceos de demonstração.
Figura 72. RollUp de divulgação do software GeoCrust 2.0 (ao centro) exposto no átrio da biblioteca da Universidade do Algarve durante a visita do Presidente da República à UALG, no âmbito do Roteiro para a Ciência (3ª jornada – Ciências e Tecnologias do Mar), em 16 de Novembro de 2007.
158
ANEXOS Anexo I – Classes utilizadas na discretização dos atributos velocidade e orientação da embarcação dos navios das frotas de arrasto de crustáceos e de peixe Frota de arrasto de crustáceos
Velocidade (mn/h) Valor < 1.75 A >= 1.75 < 2.25 B >= 2.25 < 2.50 C >= 2.50 < 2.75 D >= 2.75 < 3.25 E >= 3.25 < 3.50 F >= 3.50 < 3.75 G >= 3.75 < 4.25 H >= 4.25 I
Frota de arrasto de peixe
Velocidade (mn/h) Valor < 1.00 A >= 1.00 < 1.25 B >= 1.25 < 1.50 C >= 1.50 < 1.75 D >= 1.75 < 2.00 E >= 2.00 < 2.25 F >= 2.25 < 2.50 G >= 2.50 < 2.75 H >= 2.75 < 3.00 I >= 3.00 < 3.25 J >= 3.25 < 3.50 K >= 3.50 < 3.75 L >= 3.75 < 4.00 M >= 4.00 < 4.25 N >= 4.25 < 4.50 O >= 4.50 < 4.75 P >= 4.75 < 5.00 Q >= 5.00 < 5.25 R >= 5.25 < 5.50 S >= 5.50 < 5.75 T >= 5.75 U
Frotas de arrasto de crustáceos e de peixe
Orientação (mudança de direcção) Valor
Sim C Não R
159
Anexo II – Exemplo de duas linhas do ficheiro de treino, uma em que o ponto faz parte de um arrasto e outra em que não faz parte do arrasto.
Velocidade Orientação 5 pontos
anteriores Ponto 5 pontos
posteriores 5 pontos
anteriores Ponto 5 pontos
posteriores
Resultado
E,E,E,E,B, H, H,H,E,E,E, R,R,R,R,C, C, R,C,C,C,C, TRUE A,A,I,I,I, I, I,I,I,I,I, R,C,C,R,R, R, R,R,R,R,R, FALSE Anexo III– Descrição das tabelas da BD do software GeoCrust 2.0
Nome da tabela Nº de campos Descrição arrastosexclusivos 2 Código dos arrastos exclusivos dos pesqueiros arrastosinifim 14 Descrição dos arrastos marcados cqviagens 2 Descodificação do tipo de viagens descargaspesca 8 Descargas de pesca descargaspesca_lote 6 Descargas de pesca por espécie diariospesca 9 Resumo dos diários de pesca diariospesca_lote 4 Resumo dos diários de pesca por lote diariospescadia 6 Resumo dos diários de pesca por dia diariospescadia_lote 5 Resumo dos diários de pesca por dia e lote especies 9 Descrição das espécies frota 5 Descrição da frota pesqueiros 2 Descrição dos pesqueiros pontos_retirados 6 Pontos retirados do MONICAP portos 6 Descrição dos portos vendas 8 Resumo das vendas vendas_descargas 2 Correspondência entre as vendas e as descargas vendas_diarios 3 Correspondência entre as vendas e as descargas vendas_lota 7 Descrição das vendas por espécie viagempontosgps 16 Pontos GPS viagensinifim 19 Descrição das viagens marcadas
160
Anexo IV – Esquema relacional da Base de Dados do software GeoCrust 2.0
Tabelas produzidas pelas aplicações Tabelas dos diários de pesca Tabelas da DGPA (frota, espécies e portos) Tabela com os dados Monicap Tabelas das vendas em lota Tabelas das descargas de pesca
161
Anexo V – Rotinas de importação de dados para a BD do software GeoCrust 2.0 A importação de dados de vendas em lota, declarações de descarga e diários de pesca para a base de dados do software GeoCrust 2.0 pode ser efectuada, com regularidade, através da utilização das seguintes rotinas, criadas para o efeito nas duas bases de dados auxiliares “Mirror_DGPA” (de crustáceos e de peixes):
#DescargasPesca - Resumo das descargas por código (Idiario) e identificação da embarcação; #DescargasPesca_lote - Resumo das descargas por código (Idiario), identificação da embarcação e espécies capturadas; #DiariosPesca - Resumo dos diários de pesca por código (Idiario) e identificação da embarcação; #DiariosPesca_lote - Resumo dos diários de pesca por código (Idiario), identificação da embarcação e espécies capturadas; #DiariosDiaPesca - Resumo dos diários de pesca por código (Idiario), dia de pesca e identificação da embarcação; #DiariosDiaPesca_lote - Resumo dos diários de pesca por código (Idiario), dia de pesca, identificação da embarcação e espécies capturadas; #Vendas - Resumo das vendas por código (criado automaticamente ao inserir na BD do software GeoCrust 2.0); #Vendas_lote - Resumo das vendas por código (criado automaticamente ao inserir na BD do software GeoCrust 2.0) e espécies capturadas.
As rotinas de actualização destas tabelas podem ser filtradas por datas específicas. Assim, o operador pode apenas filtrar os dados a importar apenas para as datas que deseja inserir na base de dados. A actualização da tabela “viagenspontosGPS”, pode-se revelar mais trabalhosa uma vez que, após se importar os novos pontos MONICAP é necessário actualizar os campos “viagemID”, “viagemidmes” e “ndupsdatahora” com as querys de actualização presentes na BD do software GeoCrust 2.0.
162
Anexo VI – Viagens e arrastos exclusivos (Pescaria de crustáceos) Tabela 1. Pescaria de arrasto de crustáceos – Número de viagens de pesca válidas, por trimestre, realizadas exclusivamente dentro de cada Região, entre 1998 e 2004. Dados obtidos através de análise da informação disponível com o software GeoCrust 2.0.
Ano Região 1 2 3 4 Total
1998 Lisboa 5 10 4 11 30
Alentejo 18 43 34 15 110
Algarve 39 224 332 431 1026
1999 Lisboa 29 7 2 3 41
Alentejo 27 46 45 14 132
Algarve 285 448 529 319 1581
2000 Lisboa 2 2 1 5
Alentejo 14 3 68 27 112
Algarve 273 318 423 392 1406
2001 Lisboa 2 1 1 4
Alentejo 5 28 18 20 71
Algarve 388 467 416 443 1714
2002 Lisboa
Alentejo 18 20 18 5 61
Algarve 361 364 177 279 1181
2003 Lisboa
Alentejo 4 6 1 24 35
Algarve 249 311 306 332 1198
2004 Lisboa
Alentejo 28 54 19 101
Algarve 204 199 60 52 515
Total 1949 2550 2455 2369 9323
Trimestre
Tabela 2. Pescaria de arrasto de crustáceos – Número de arrastos, por trimestre, correspondente a viagens de pesca válidas, realizadas exclusivamente dentro de cada Região, entre 1998 e 2004. Dados obtidos através de análise da informação disponível com o software GeoCrust 2.0.
Ano Região 1 2 3 4 Total
1998 Lisboa 26 52 19 64 161
Alentejo 74 242 211 102 629
Algarve 253 1238 1806 2087 5384
1999 Lisboa 145 30 10 21 206
Alentejo 158 254 160 88 660
Algarve 1135 1918 2570 1869 7492
2000 Lisboa 16 14 2 32
Alentejo 86 19 501 174 780
Algarve 1559 1659 2642 2558 8418
2001 Lisboa 15 9 9 33
Alentejo 29 186 153 131 499
Algarve 2325 3197 3071 2480 11073
2002 Lisboa
Alentejo 109 109 141 48 407
Algarve 2498 2555 1234 1641 7928
2003 Lisboa
Alentejo 25 41 6 193 265
Algarve 1356 2161 2537 2531 8585
2004 Lisboa
Alentejo 244 451 136 831
Algarve 1857 1717 430 354 4358
Total 11895 15844 15650 14352 57741
Trimestre
163
Tabela 3. Pescaria de arrasto de crustáceos – Número de viagens de pesca válidas, por trimestre, realizadas exclusivamente dentro de cada Pesqueiro, entre 1998 e 2004. Dados obtidos através de análise da informação disponível com o software GeoCrust 2.0.
Ano Região Pesqueiro 1 2 3 4 Total1998 Lisboa Lisboa 3 9 3 9 24
Alentejo Sines 9 33 26 15 83Arrifana 9 5 1 15
Algarve Sagres 8 4 8 20Portimao-Sagres 3 30 45 102 180Olhao-Portimao 17 55 138 162 372Olhao-Tavira 2 3 13 18Beirinha 11 9 4 24ZEE
1999 Lisboa Lisboa 27 6 2 3 38Alentejo Sines 24 43 43 13 123
Arrifana 1 1Algarve Sagres 1 21 11 2 35
Portimao-Sagres 77 100 81 16 274Olhao-Portimao 102 109 150 199 560Olhao-Tavira 2 4 2 8Beirinha 23 88 90 5 206ZEE
2000 Lisboa Lisboa 2 1 3Alentejo Sines 3 3 50 13 69
Arrifana 4 7 6 17Algarve Sagres 6 2 6 6 20
Portimao-Sagres 42 32 68 25 167Olhao-Portimao 121 76 74 91 362Olhao-Tavira 6 6 8 57 77Beirinha 11 71 46 34 162ZEE
2001 Lisboa LisboaAlentejo Sines 4 18 11 10 43
Arrifana 6 1 1 8Algarve Sagres 6 6 17 29
Portimao-Sagres 40 68 33 34 175Olhao-Portimao 123 93 99 181 496Olhao-Tavira 15 14 4 19 52Beirinha 18 58 48 44 168ZEE
2002 Lisboa LisboaAlentejo Sines 7 8 15 1 31
Arrifana 2 2Algarve Sagres 3 12 1 16
Portimao-Sagres 26 35 23 14 98Olhao-Portimao 83 75 37 113 308Olhao-Tavira 17 17 3 19 56Beirinha 45 50 18 12 125ZEE
2003 Lisboa LisboaAlentejo Sines 1 2 1 14 18
Arrifana 2 2Algarve Sagres 1 10 11
Portimao-Sagres 45 76 34 36 191Olhao-Portimao 102 86 77 59 324Olhao-Tavira 8 11 9 12 40Beirinha 11 14 17 30 72ZEE
2004 Lisboa LisboaAlentejo Sines 15 44 18 77
Arrifana 1 1Algarve Sagres 5 4 4 1 14
Portimao-Sagres 40 33 11 84Olhao-Portimao 17 31 1 11 60Olhao-Tavira 1 7 2 1 11Beirinha 15 21 4 7 47ZEE 3 3
Total 1138 1500 1374 1408 5420
Trimestre
164
Tabela 4. Pescaria de arrasto de crustáceos – Número de arrastos, por trimestre, correspondente a viagens de pesca válidas, realizadas entre exclusivamente dentro de cada Pesqueiro, entre 1998 e 2004. Dados obtidos através de análise da informação disponível com o software GeoCrust 2.0.
Ano Região Pesqueiro 1 2 3 4 Total1998 Lisboa Lisboa 13 44 13 50 120
Alentejo Sines 38 187 154 102 481Arrifana 36 20 6 62
Algarve Sagres 32 23 44 99Portimao-Sagres 12 113 172 323 620Olhao-Portimao 99 322 699 818 1938Olhao-Tavira 7 11 34 52Beirinha 31 18 7 56ZEE
1999 Lisboa Lisboa 126 24 10 21 181Alentejo Sines 138 229 153 80 600
Arrifana 3 3Algarve Sagres 5 83 55 14 157
Portimao-Sagres 228 347 341 59 975Olhao-Portimao 443 478 612 951 2484Olhao-Tavira 3 11 6 20Beirinha 72 255 260 7 594ZEE
2000 Lisboa Lisboa 16 2 18Alentejo Sines 15 19 363 86 483
Arrifana 14 36 17 67Algarve Sagres 38 4 35 47 124
Portimao-Sagres 177 94 351 165 787Olhao-Portimao 588 376 410 549 1923Olhao-Tavira 15 16 32 283 346Beirinha 27 271 165 111 574ZEE
2001 Lisboa LisboaAlentejo Sines 24 128 93 67 312
Arrifana 18 3 3 24Algarve Sagres 35 33 118 186
Portimao-Sagres 177 418 243 136 974Olhao-Portimao 573 489 608 840 2510Olhao-Tavira 44 58 21 77 200Beirinha 65 275 261 195 796ZEE
2002 Lisboa LisboaAlentejo Sines 33 40 119 11 203
Arrifana 6 6Algarve Sagres 12 75 2 89
Portimao-Sagres 134 287 159 68 648Olhao-Portimao 441 397 205 512 1555Olhao-Tavira 54 80 16 77 227Beirinha 198 203 65 43 509ZEE
2003 Lisboa LisboaAlentejo Sines 3 8 6 106 123
Arrifana 5 5Algarve Sagres 7 57 64
Portimao-Sagres 229 426 239 219 1113Olhao-Portimao 461 500 583 310 1854Olhao-Tavira 20 69 39 87 215Beirinha 47 80 69 219 415ZEE
2004 Lisboa LisboaAlentejo Sines 128 361 130 619
Arrifana 4 4Algarve Sagres 33 21 18 3 75
Portimao-Sagres 345 332 97 774Olhao-Portimao 74 194 5 59 332Olhao-Tavira 2 24 5 2 33Beirinha 121 118 29 26 294ZEE 14 14
Total 5351 7561 7182 6843 26937
Trimestre
165
Anexo VII– Análise comparativa “GeoPescas – Diários de pescas” (resultados dos testes estatísticos) Tabela 1. Pescaria de arrasto de crustáceos 2003. Resultados dos testes t-Student para amostras independentes e emparelhadas. Comparação entre o número de lanços por viagem estimado através do software GeoCrust 2.0 e os registados nos Diários de Pesca.
Mean Mean t-value df p t separ. df p Valid N Valid N Std.Dev. Std.Dev. F-ratio p Levene df pCodNavio Group 1 Group 2 var.est. 2-sided Group 1 Group 2 Group 1 Group 2 Variances Variances F(1,df) Levene Levene
Frota 8.7 8.3 1.743 930 0.082 1.743 929.2 0.082 466 466 3.4 3.5 1.062 0.519 0.068 930 0.7941 5.0 6.0 0 1 1 0.0 0.02 6.7 6.9 -0.258 80 0.797 -0.258 80.0 0.797 41 41 3.4 3.4 1.019 0.953 0.045 80 0.8333 8.7 8.0 1.331 134 0.186 1.331 133.4 0.186 68 68 3.2 3.4 1.146 0.577 0.010 134 0.9214 7.4 7.2 0.492 52 0.625 0.492 47.8 0.625 27 27 1.6 2.2 1.836 0.128 1.136 52 0.2915 9.8 9.6 0.387 158 0.699 0.387 158.0 0.699 80 80 3.7 3.7 1.017 0.941 0.003 158 0.9546 7.0 7.5 -0.092 2 0.935 -0.092 1.7 0.936 2 2 4.2 6.4 2.250 0.7497 7.4 7.6 -0.174 8 0.866 -0.174 7.3 0.867 5 5 1.5 2.1 1.870 0.559 0.065 8 0.8058 9.7 9.0 0.343 4 0.749 0.343 3.3 0.752 3 3 2.9 1.7 2.778 0.529 1.882 4 0.2429 8.6 6.8 1.342 18 0.196 1.342 18.0 0.196 10 10 3.1 2.9 1.088 0.902 0.005 18 0.944
10 9.0 8.9 0.049 40 0.961 0.049 39.7 0.961 21 21 3.0 3.3 1.180 0.715 0.071 40 0.79111 8.0 5.5 1.321 10 0.216 1.321 9.8 0.217 6 6 3.5 3.0 1.363 0.742 0.030 10 0.86512 10.5 11.3 -1.361 142 0.176 -1.361 141.9 0.176 72 72 3.3 3.4 1.055 0.821 0.109 142 0.74213 8.6 7.3 1.002 12 0.336 1.002 12.0 0.336 7 7 2.4 2.4 1.051 0.954 0.044 12 0.83714 7.5 6.5 1.696 72 0.094 1.696 68.9 0.094 37 37 2.6 2.1 1.540 0.200 5.675 72 0.02015 10.6 9.4 0.541 8 0.603 0.541 6.7 0.606 5 5 4.2 2.6 2.618 0.374 5.055 8 0.05516 9.1 7.2 2.850 84 0.006 2.850 79.5 0.006 43 43 3.5 2.7 1.627 0.119 1.368 84 0.24517 5.9 6.6 -0.765 34 0.449 -0.765 32.8 0.450 18 18 2.3 2.9 1.476 0.430 0.887 34 0.35318 8.6 7.6 0.837 38 0.408 0.837 37.1 0.408 20 20 3.9 3.3 1.368 0.501 1.643 38 0.208
Tabela 2. Pescaria de arrasto de crustáceos 2003. Resultados dos testes t-Student para amostras independentes e emparelhadas. Comparação entre a duração dos arrastos (horas) por viagem estimada através do software GeoCrust 2.0 e a registada nos Diários de Pesca.
Mean Mean t-value df p t separ. df p Valid N Valid N Std.Dev. Std.Dev. F-ratio p Levene df pCodNavio Group 1 Group 2 var.est. 2-sided Group 1 Group 2 Group 1 Group 2 Variances Variances F(1,df) Levene Levene
Frota 29.6 33.6 -4.347 930 0.000 -4.347 867.8 0.000 466 466 12.1 16.0 1.731 0.000 11.012 930 0.0011 26.5 31.0 0 1 1 0 02 34.5 40.4 -1.586 80 0.117 -1.586 79.1 0.117 41 41 16.0 17.8 1.234 0.509 0.384 80 0.5373 26.3 29.1 -1.528 134 0.129 -1.528 126.9 0.129 68 68 9.2 11.8 1.618 0.051 3.780 134 0.0544 22.3 31.1 -1.506 54 0.138 -1.506 29.2 0.143 28 28 6.0 30.1 24.960 0.000 2.901 54 0.0945 31.7 37.5 -2.609 158 0.010 -2.609 157.0 0.010 80 80 13.4 14.6 1.175 0.475 1.221 158 0.2716 42.5 49.0 -0.166 2 0.884 -0.166 1.9 0.884 2 2 35.6 42.4 1.416 0.890 6.06361E+29 2 0.0007 24.0 34.3 -1.588 6 0.163 -1.588 5.8 0.165 4 4 8.2 10.0 1.493 0.750 0.046 6 0.8378 29.3 34.7 -0.858 4 0.439 -0.858 4.0 0.439 3 3 8.0 7.2 1.213 0.904 0.076 4 0.7969 29.9 23.5 1.309 18 0.207 1.309 18.0 0.207 10 10 10.8 11.1 1.057 0.935 0.048 18 0.829
10 32.8 31.7 0.311 40 0.758 0.311 39.5 0.758 21 21 11.6 13.0 1.255 0.616 0.312 40 0.58011 27.4 33.7 -0.575 10 0.578 -0.575 7.0 0.583 6 6 11.0 24.3 4.895 0.106 1.455 10 0.25612 29.7 37.4 -4.142 142 0.000 -4.142 138.4 0.000 72 72 10.2 12.0 1.387 0.171 3.739 142 0.05513 43.5 43.9 -0.047 12 0.963 -0.047 12.0 0.963 7 7 13.0 13.3 1.038 0.965 0.028 12 0.87114 29.6 25.9 1.969 72 0.053 1.969 66.9 0.053 37 37 9.3 7.0 1.767 0.092 2.713 72 0.10415 47.9 59.4 -1.060 8 0.320 -1.060 7.9 0.321 5 5 15.9 18.2 1.307 0.802 0.001 8 0.97116 26.0 25.3 0.290 84 0.773 0.290 83.9 0.773 43 43 10.2 10.6 1.076 0.814 0.189 84 0.66517 23.6 30.3 -1.569 34 0.126 -1.569 32.1 0.127 18 18 11.2 14.3 1.641 0.317 0.547 34 0.46518 32.0 39.8 -1.540 38 0.132 -1.540 36.3 0.132 20 20 14.1 17.6 1.559 0.342 0.448 38 0.507
166
Tabela 3. Pescaria de arrasto de crustáceos 2003. Resultados dos testes t-Student para amostras independentes e emparelhadas. Comparação entre a quantidade de pescado vendido em lota nas viagens estimadas através do software GeoCrust 2.0 e as capturas registadas nos Diários de Pesca dessas viagens.
Mean Mean t-value df p t separ. df p Valid N Valid N Std.Dev. Std.Dev. F-ratio p Levene df pCodNavio Group 1 Group 2 var.est. 2-sided Group 1 Group 2 Group 1 Group 2 Variances Variances F(1,df) Levene Levene
Frota 550.6 553.3 -0.118 980 0.906 -0.118 967.5 0.906 491 491 343.1 384.7 1.257 0.011 4.426 980 0.0361 377.6 379.0 0 1 1 0.0 0.02 287.2 305.2 -0.549 82 0.584 -0.549 80.0 0.584 42 42 137.4 161.2 1.376 0.311 0.407 82 0.5253 485.2 495.4 -0.191 134 0.849 -0.191 129.2 0.849 68 68 280.1 340.7 1.480 0.111 1.828 134 0.1794 418.7 377.8 0.656 68 0.514 0.656 67.7 0.514 35 35 252.2 269.3 1.141 0.704 0.280 68 0.5985 689.4 722.7 -0.469 158 0.639 -0.469 157.9 0.639 80 80 443.3 453.9 1.049 0.834 0.118 158 0.7326 295.8 381.0 -0.261 2 0.818 -0.261 1.9 0.819 2 2 287.5 360.6 1.573 0.8577 747.5 700.0 0.166 8 0.872 0.166 8.0 0.872 5 5 448.4 455.9 1.033 0.975 0.001 8 0.9808 381.2 369.3 0.081 4 0.939 0.081 4.0 0.939 3 3 174.9 184.1 1.107 0.949 0.015 4 0.9109 512.5 497.9 0.100 20 0.921 0.100 15.9 0.921 11 11 239.5 420.7 3.084 0.090 0.632 20 0.436
10 543.8 501.2 0.516 40 0.609 0.516 38.4 0.609 21 21 239.3 293.8 1.508 0.366 0.585 40 0.44911 252.0 218.3 0.409 10 0.691 0.409 8.7 0.693 6 6 111.4 168.4 2.283 0.386 0.391 10 0.54612 718.1 777.7 -0.897 142 0.371 -0.897 140.6 0.371 72 72 378.4 418.4 1.223 0.399 0.408 142 0.52413 271.5 220.0 1.164 12 0.267 1.164 11.7 0.267 7 7 88.9 75.9 1.371 0.712 0.269 12 0.61414 443.0 554.1 -1.503 72 0.137 -1.503 67.8 0.137 37 37 275.5 355.0 1.660 0.133 0.786 72 0.37815 360.6 395.0 -0.245 10 0.812 -0.245 9.5 0.812 6 6 215.2 269.4 1.567 0.634 0.197 10 0.66616 671.1 713.1 -0.605 84 0.547 -0.605 81.2 0.547 43 43 290.5 350.9 1.459 0.225 0.312 84 0.57817 510.7 516.5 -0.057 34 0.955 -0.057 32.9 0.955 18 18 275.7 331.0 1.442 0.458 1.023 34 0.31918 480.1 251.9 4.167 38 0.000 4.167 37.1 0.000 20 20 186.0 159.3 1.363 0.506 1.319 38 0.25819 703.7 417.1 2.050 12 0.063 2.050 8.0 0.074 7 7 341.3 142.3 5.749 0.051 11.752 12 0.00520 900.2 390.7 3.825 12 0.002 3.825 9.9 0.003 7 7 301.1 183.3 2.699 0.252 0.340 12 0.570
167
Tabela 4. Pescaria de arrasto de peixe 2003. Resultados dos testes t-Student para amostras independentes e emparelhadas. Comparação entre o número de lanços por viagem estimado através do software GeoCrust 2.0 e os registados nos Diários de Pesca.
CodNavio Mean Mean t-value df p t separ. df p Valid N Valid N Std.Dev. Std.Dev. F-ratio p Levene df pGroup 1 Group 2 var.est. 2-sided Group 1 Group 2 Group 1 Group 2 Variances Variances F(1,df) Levene Levene
Frota 9.9 9.4 1.862 1226 0.063 1.862 1217.1 0.063 614 614 4.935 4.530 1.187 0.034 1.605 1226 0.2051 10.9 10.5 0.397 60 0.693 0.397 56.9 0.693 31 31 4.973 3.923 1.607 0.200 1.039 60 0.3122 10.1 7.6 3.671 118 0.000 3.671 111.1 0.000 60 60 4.169 3.232 1.664 0.053 3.268 118 0.0733 7.0 6.8 0.193 16 0.849 0.193 15.9 0.849 9 9 2.345 2.539 1.172 0.828 0.311 16 0.5854 9.5 12.2 -1.100 10 0.297 -1.100 9.8 0.298 6 6 4.506 3.869 1.356 0.746 0.178 10 0.6825 10.6 12.3 -0.841 44 0.405 -0.841 28.4 0.407 23 23 3.474 9.022 6.746 0.000 6.509 44 0.0146 8.2 9.2 -0.854 24 0.401 -0.854 23.9 0.402 13 13 3.338 3.086 1.170 0.791 0.368 24 0.5507 10.0 8.5 1.342 2 0.312 1.342 1.5 0.350 2 2 1.414 0.707 4.000 0.5908 9.8 10.2 -0.205 10 0.842 -0.205 9.9 0.842 6 6 2.714 2.927 1.163 0.873 0.004 10 0.9499 17.3 11.5 1.806 10 0.101 1.806 9.5 0.103 6 6 4.885 6.221 1.622 0.609 0.115 10 0.742
10 6.9 9.9 -3.525 98 0.001 -3.525 89.0 0.001 50 50 3.491 4.853 1.932 0.023 5.974 98 0.01611 15.0 12.3 1.582 46 0.120 1.582 45.4 0.121 24 24 6.154 5.505 1.250 0.597 0.368 46 0.54712 11.3 11.3 0.000 10 1.000 0.000 8.4 1.000 6 6 8.571 5.317 2.599 0.318 0.181 10 0.68013 13.9 8.2 3.311 76 0.001 3.311 61.7 0.002 39 39 9.321 5.518 2.853 0.002 3.959 76 0.05014 6.5 4.6 2.670 52 0.010 2.670 47.5 0.010 27 27 3.030 2.206 1.887 0.112 2.715 52 0.10515 9.7 11.0 -0.974 40 0.336 -0.974 38.8 0.336 21 21 3.877 4.642 1.433 0.428 0.032 40 0.86016 8.7 9.5 -1.087 80 0.280 -1.087 77.2 0.280 41 41 3.655 3.018 1.467 0.230 3.414 80 0.06817 10.9 8.8 2.246 62 0.028 2.246 60.9 0.028 32 32 3.850 3.371 1.305 0.463 0.220 62 0.64118 9.0 9.0 0 1 1 0.000 0.00019 9.0 9.0 0 1 1 0.000 0.00020 9.2 9.5 -0.441 76 0.661 -0.441 74.9 0.661 39 39 3.265 2.891 1.275 0.457 1.503 76 0.22421 9.0 6.9 1.123 12 0.283 1.123 11.1 0.285 7 7 4.041 3.024 1.786 0.498 0.485 12 0.50022 13.0 8.0 0 1 1 0.000 0.00023 7.6 8.1 -0.359 48 0.722 -0.359 47.5 0.722 25 25 4.554 4.112 1.226 0.621 0.915 48 0.34424 11.0 12.1 -1.430 104 0.156 -1.430 104.0 0.156 53 53 3.767 3.839 1.039 0.891 0.173 104 0.67825 9.2 8.0 1.094 32 0.282 1.094 30.3 0.283 17 17 3.486 2.739 1.621 0.344 1.009 32 0.32326 10.3 10.5 -0.200 14 0.844 -0.200 13.7 0.844 8 8 2.315 2.673 1.333 0.714 0.032 14 0.86127 10.9 10.6 0.336 94 0.738 0.336 94.0 0.738 48 48 3.636 3.659 1.013 0.965 0.028 94 0.86728 6.5 6.0 0.592 34 0.558 0.592 33.5 0.558 18 18 2.383 2.679 1.264 0.634 0.011 34 0.917
168
Tabela 5. Pescaria de arrasto de crustáceos 2003. Resultados dos testes t-Student para amostras independentes e emparelhadas. Comparação entre a duração dos arrastos (horas) por viagem estimada através do software GeoCrust 2.0 e a registada nos Diários de Pesca.
CodNavio Mean Mean t-value df p t separ. df p Valid N Valid N Std.Dev. Std.Dev. F-ratio p Levene df pGroup 1 Group 2 var.est. 2-sided Group 1 Group 2 Group 1 Group 2 Variances Variances F(1,df) Levene Levene
Frota 22.5 26.5 -5.567 1292 0 -5.567 1291.4 0 647 647 13.272 12.980 1.045 0.572 0.037 1292 0.8471 19.6 21.9 -0.969 60 0.337 -0.969 60.0 0.337 31 31 9.631 9.463 1.036 0.924 0.341 60 0.5622 19.0 26.2 -4.079 118 0.000 -4.079 108.4 0.000 60 60 8.137 11.065 1.849 0.020 3.822 118 0.0533 17.7 20.2 -0.773 16 0.451 -0.773 14.5 0.452 9 9 5.795 8.090 1.949 0.365 2.963 16 0.1044 17.6 26.0 -1.525 10 0.158 -1.525 10.0 0.158 6 6 9.290 9.798 1.112 0.910 0.029 10 0.8685 26.2 29.8 -1.207 70 0.231 -1.207 65.7 0.232 36 36 10.838 14.088 1.690 0.125 1.647 70 0.2046 18.4 26.8 -2.213 24 0.037 -2.213 24.0 0.037 13 13 9.787 9.677 1.023 0.969 0.075 24 0.7867 17.8 17.0 0.399 2 0.728 0.399 1.5 0.738 2 2 2.593 1.414 3.361 0.6368 19.2 30.2 -3.123 10 0.011 -3.123 7.6 0.015 6 6 4.037 7.600 3.545 0.191 1.682 10 0.2249 35.2 25.7 1.030 10 0.327 1.030 9.9 0.328 6 6 16.660 15.488 1.157 0.877 0.070 10 0.796
10 8.0 16.7 -6.454 98 0.000 -6.454 79.7 0.000 50 50 4.838 8.152 2.840 0.000 14.374 98 0.00011 39.2 43.8 -0.902 46 0.372 -0.902 44.2 0.372 24 24 15.579 19.063 1.497 0.340 1.359 46 0.25012 29.8 34.1 -0.463 14 0.651 -0.463 13.9 0.651 8 8 19.585 18.138 1.166 0.845 0.112 14 0.74313 34.1 25.6 1.952 84 0.054 1.952 77.5 0.055 43 43 23.141 17.173 1.816 0.056 0.883 84 0.35014 8.6 13.6 -3.000 64 0.004 -3.000 51.6 0.004 33 33 4.849 8.295 2.926 0.003 3.473 64 0.06715 23.6 30.1 -1.937 40 0.060 -1.937 39.9 0.060 21 21 10.581 11.180 1.116 0.808 0.001 40 0.97216 22.2 28.4 -3.176 80 0.002 -3.176 79.2 0.002 41 41 8.458 9.338 1.219 0.534 0.100 80 0.75317 25.6 30.0 -1.984 78 0.051 -1.984 72.9 0.051 40 40 8.486 11.117 1.716 0.096 1.805 78 0.18318 20.4 18.0 0 1 1 0.000 0.00019 25.8 27.0 0 1 1 0.000 0.00020 21.6 27.7 -3.347 76 0.001 -3.347 69.6 0.001 39 39 6.683 9.134 1.868 0.058 0.177 76 0.67521 27.1 19.1 1.430 12 0.178 1.430 11.5 0.179 7 7 11.539 9.245 1.558 0.604 0.325 12 0.57922 26.4 24.0 0 1 1 0.000 0.00023 14.8 17.6 -1.062 48 0.294 -1.062 46.4 0.294 25 25 10.199 8.426 1.465 0.356 1.648 48 0.20524 29.2 35.8 -2.989 104 0.003 -2.989 103.9 0.003 53 53 11.147 11.468 1.058 0.838 0.032 104 0.85925 16.7 20.8 -1.480 32 0.149 -1.480 32.0 0.149 17 17 7.964 8.059 1.024 0.963 0.001 32 0.97726 15.0 21.8 -2.116 14 0.053 -2.116 11.5 0.057 8 8 4.660 7.686 2.721 0.210 0.399 14 0.53827 25.4 28.9 -1.903 94 0.060 -1.903 92.5 0.060 48 48 8.462 9.602 1.288 0.389 0.239 94 0.62628 32.5 31.1 0.367 34 0.716 0.367 33.8 0.716 18 18 11.998 11.045 1.180 0.737 0.294 34 0.591
169
Tabela 6. Pescaria de arrasto de crustáceos 2003. Resultados dos testes t-Student para amostras independentes e emparelhadas. Comparação entre a quantidade de pescado vendido em lota nas viagens estimadas através do software GeoCrust 2.0 e as capturas registadas nos Diários de Pesca dessas viagens.
CodNavio Mean Mean t-value df p t separ. df p Valid N Valid N Std.Dev. Std.Dev. F-ratio p Levene df pGroup 1 Group 2 var.est. 2-sided Group 1 Group 2 Group 1 Group 2 Variances Variances F(1,df) Levene Levene
Frota 1800.7 1974.5 -2.084 1640 0.037 -2.084 1587.8 0.037 821 821 1529.148 1836.731 1.443 0.000 10.046 1640 0.0021 1926.1 1868.3 0.198 60 0.844 0.198 59.3 0.844 31 31 1212.941 1086.655 1.246 0.551 0.276 60 0.6012 2376.1 2442.8 -0.270 118 0.788 -0.270 116.0 0.788 60 60 1262.112 1438.661 1.299 0.317 1.666 118 0.1993 738.0 668.9 0.314 16 0.758 0.314 16.0 0.758 9 9 480.500 454.442 1.118 0.879 0.002 16 0.9674 627.5 1096.7 -1.980 10 0.076 -1.980 9.1 0.079 6 6 470.545 339.980 1.916 0.493 0.191 10 0.6715 1089.3 909.2 1.732 70 0.088 1.732 70.0 0.088 36 36 440.181 442.452 1.010 0.976 0.004 70 0.9536 1289.4 1885.1 -1.491 24 0.149 -1.491 22.4 0.150 13 13 871.770 1147.295 1.732 0.354 0.334 24 0.5697 2458.7 2686.4 -0.475 14 0.642 -0.475 14.0 0.642 8 8 947.172 971.746 1.053 0.948 0.000 14 0.9968 2482.4 2400.0 0.123 10 0.905 0.123 9.9 0.905 6 6 1095.643 1228.955 1.258 0.807 0.087 10 0.7749 525.8 630.4 -1.509 110 0.134 -1.509 97.7 0.135 56 56 294.821 426.830 2.096 0.007 3.318 110 0.071
10 4044.8 5052.3 -1.941 98 0.055 -1.941 90.1 0.055 50 50 2177.293 2955.282 1.842 0.035 1.816 98 0.18111 658.2 525.4 1.597 46 0.117 1.597 45.3 0.117 24 24 305.902 269.024 1.293 0.543 0.445 46 0.50812 1492.5 1882.9 -1.546 26 0.134 -1.546 23.0 0.136 14 14 533.334 779.955 2.139 0.184 1.635 26 0.21213 1671.4 1954.2 -1.684 84 0.096 -1.684 79.9 0.096 43 43 684.658 862.672 1.588 0.138 1.104 84 0.29714 4647.1 5045.5 -0.792 64 0.431 -0.792 60.4 0.431 33 33 1774.227 2279.487 1.651 0.162 1.925 64 0.17015 1045.4 1223.3 -0.993 40 0.327 -0.993 38.9 0.327 21 21 530.581 626.439 1.394 0.464 1.089 40 0.30316 1386.4 1620.2 -1.449 80 0.151 -1.449 78.7 0.151 41 41 681.021 776.507 1.300 0.410 0.289 80 0.59317 666.5 582.9 1.250 78 0.215 1.250 77.2 0.215 40 40 314.184 283.559 1.228 0.525 1.566 78 0.21518 2147.9 2783.4 -1.615 78 0.110 -1.615 70.8 0.111 40 40 1451.251 2021.285 1.940 0.042 1.251 78 0.26719 1003.2 1027.1 -0.139 62 0.890 -0.139 61.9 0.890 32 32 676.795 701.615 1.075 0.842 0.004 62 0.94820 1211.8 1458.8 -1.416 76 0.161 -1.416 75.3 0.161 39 39 733.455 805.997 1.208 0.564 0.807 76 0.37221 2706.7 2556.4 0.188 12 0.854 0.188 10.3 0.855 7 7 1159.066 1770.096 2.332 0.326 1.507 12 0.24322 1880.2 1483.2 1.215 26 0.235 1.215 26.0 0.235 14 14 869.697 859.865 1.023 0.968 0.000 26 0.98423 3511.0 4073.2 -1.086 48 0.283 -1.086 47.2 0.283 25 25 1706.717 1945.274 1.299 0.526 0.198 48 0.65824 1139.5 1258.6 -1.106 104 0.271 -1.106 104.0 0.271 53 53 550.667 558.582 1.029 0.918 0.138 104 0.71125 2974.2 3002.5 -0.058 32 0.954 -0.058 31.8 0.954 17 17 1358.633 1481.992 1.190 0.732 0.073 32 0.78826 2097.6 2233.8 -0.306 14 0.764 -0.306 13.9 0.764 8 8 927.936 853.027 1.183 0.830 0.065 14 0.80227 1385.8 1378.7 0.036 94 0.971 0.036 93.7 0.971 48 48 935.229 989.607 1.120 0.700 0.170 94 0.68128 538.8 488.3 0.672 40 0.505 0.672 38.8 0.505 21 21 264.085 220.687 1.432 0.429 0.866 40 0.35829 769.3 620.0 0 1 1 0 030 2298.0 1237.3 1.325 4 0.256 1.325 2.045 0.314 3 3 1379.279 146.650 88.458 0.022 5.989 4 0.07131 3515.2 3292.3 0.422 22 0.677 0.422 21.539 0.677 12 12 1194.844 1384.627 1.343 0.633 0.511 22 0.48232 2229.4 1915.0 0.467 14 0.647 0.467 13.974 0.647 8 8 1315.471 1373.715 1.091 0.912 0.056 14 0.81733 2253.8 2610.0 -0.181 2 0.873 -0.181 1.124 0.883 2 2 674.933 2701.148 16.017 0.312
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Anexo VIII – Mapa do Portal GeoPescas Capturas Diários de pesca - Número de viagens de pesca - Número de viagens de pesca e duração dos lances - Capturas em peso por embarcação - Capturas em peso por espécie - Capturas em peso e número de viagens de pesca Declarações de descarga - Número de descargas - Descargas em peso por embarcação - Descargas em peso por espécie Vendas em lota - Número de vendas - Vendas em peso por embarcação - Vendas em peso por espécie - Vendas em peso e número de vendas - Valor das vendas em euros Outros - Número de diários de pesca, notas de descarga e vendas em lota Esforço de pesca Dados-base - Número de pontos MONICAP (total) - Número de pontos MONICAP por embarcação - Mapas preliminares de esforço de pesca - Produção de mapas preliminares de esforço de pesca (todos os pontos ou filtrados pela velocidade) - Produção de mapas de densidade dos pontos MONICAP dos navios (todos os pontos ou filtrados pela velocidade) Viagens de pesca - Número de viagens de pesca - Distância percorrida nas viagens de pesca - Duração das viagens de pesca - Produção de mapas de viagens de pesca (todos os pontos ou filtrados pela velocidade dos navios)
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- Produção de mapas de densidade dos pontos MONICAP das viagens de pesca (todos os pontos ou filtrados pelas velocidades) Lances de arrasto - Número de lances de arrasto - Distância arrastada - Duração dos lances de arrasto - Mapas dos lances de arrasto - Produção de mapas (arrastos em pontos ou linhas) - Produção de mapas de densidade dos pontos dos lances de arrasto Outros - Aplicação SIG para a recriação 'on-line' da actividade dos navios de pesca - Comparação da distância percorrida nas viagens e nos lances de arrasto - Comparação da duração das viagens e dos lances de arrasto Rendimentos de pesca Estatísticas - Rendimentos de pesca por embarcação e período de tempo (totais) - Rendimentos de pesca por período de tempo e região - Rendimentos de pesca por período de tempo e pesqueiro - Rendimentos de pesca por região e período de tempo - Rendimento de pesca por pesqueiro e período de tempo Mapas - Mapas de rendimentos por região - Mapas de rendimentos por pesqueiro Aplicação sig - Rendimentos de pesca (%) por período e região - Rendimentos de pesca (%) por período e pesqueiro - Rendimentos de pesca por região e período de tempo - Rendimentos de pesca por pesqueiro e período de tempo Outros Actividade da frota - Aplicação SIG para a recriação 'on-line' da actividade dos navios de pesca