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UNIVERSIDADE DO ALGARVE Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de Pesca das Frotas Portuguesas de Arrasto Costeiro Manuel Afonso-Dias (Coordenador) & Carlos Pinto RELATÓRIO FINAL PROJECTO MARE 22-05-01-00025 (1 de Abril de 2004 – 31 de Julho de 2007) FARO 2008

Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

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Page 1: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

UNIVERSIDADE DO ALGARVE

Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente

Análise da Distribuição Espacial do Esforço

e Rendimentos de Pesca das Frotas Portuguesas

de Arrasto Costeiro

Manuel Afonso-Dias (Coordenador)

& Carlos Pinto

RELATÓRIO FINAL

PROJECTO MARE 22-05-01-00025 (1 de Abril de 2004 – 31 de Julho de 2007)

FARO

2008

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Este relatório é da exclusiva responsabilidade dos seus autores

O relatório, em formato digital, pode ser obtido a partir de: http://w3.ualg.pt/~madias/geopesca/GeoPescasRelatorioFinal08.pdf

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ÍNDICE

RESUMO .............................................................................................................................. 4 ABSTRACT .......................................................................................................................... 5 AGRADECIMENTOS .......................................................................................................... 7 1. INTRODUÇÃO................................................................................................................. 9 2. TRABALHO DESENVOLVIDO ................................................................................... 12 3. RESULTADOS ............................................................................................................... 25

3.1. GeoCrust 2.0 - Software para a monitorização da pesca de arrasto através da análise integrada de dados VMS, desembarques e diários de pesca............................................ 25 3.2. Análise da evolução espacio-temporal das pescarias portuguesas de arrasto de crustáceos (1998-2004) e de peixe (2003) utilizando dados VMS combinados com desembarques / diários de pesca...................................................................................... 36 3.3. Análise comparativa da informação contida nos Diários de Pesca da frota portuguesa de arrasto com os resultados obtidos através da análise de dados VMS com o software GeoCrust 2.0..................................................................................................... 66 3.4. Portal GeoPescas: proposta de website para a disseminação de informação pesqueira geo-referenciada .............................................................................................. 73

4. DIVULGAÇÃO .............................................................................................................. 77 5. PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO.............................................................. 81 TABELAS ........................................................................................................................... 87 FIGURAS ............................................................................................................................ 96 ANEXOS........................................................................................................................... 158

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RESUMO GeoCrust é um Sistema de Informação Geográfica (SIG), totalmente desenvolvido por programação (Visual Basic 6.0 e MapObjects 2.0) num projecto de investigação anterior da Universidade do Algarve. O programa utiliza dados de latitude, longitude e velocidade dos navios de pesca, obtidos através do sistema VMS português (MONICAP), combinados com dados de capturas (vendas em lota e diários de pesca), para estimar e cartografar o esforço e rendimentos de pesca da pescaria de arrasto de crustáceos, a qual opera nas costas Sul e Sudoeste de Portugal continental. O software permite a identificação e mapeamento de viagens de pesca e de lances de arrasto dentro dessas viagens. Os dados de desembarques das viagens de pesca, utilizados como proxy das capturas, quando cruzados com o esforço de pesca permitem calcular rendimentos de pesca (capturas por unidade de esforço, CPUE) por região e pesqueiro para as espécies-alvo e grupos de espécies da pescaria. No cálculo das CPUE são utilizados apenas dados de viagens de pesca exclusivamente realizadas dentro de uma mesma região ou de um mesmo pesqueiro (CPUE por região ou por pesqueiro, respectivamente), uma vez que os desembarques podem corresponder a viagens com arrastos realizados em diferentes regiões e pesqueiros. Neste projecto deu-se continuidade ao desenvolvimento do software GeoCrust tendo-se obtido a sua versão actual, GeoCrust 2.0. As cartas digitais geo-referenciadas foram alargadas para incluir as costas do Centro e Norte de Portugal. A base de dados foi mudada de MsAccess para MySql, com vista a acomodar uma maior quantidade de dados, e foi implementada num servidor em Linux com vista a conferir-lhe, sobretudo, maior segurança. Foram criadas novas versões das rotinas de marcação de viagens e de arrastos para permitir o tratamento de dados MONICAP da frota de peixe (a velocidade de arrasto para peixe é normalmente mais elevada e variável que para os crustáceos) e o processo de identificação foi automatizado com a inclusão de algoritmos de inteligência artificial (métodos de classificação automática). Uma vez que tanto a identificação de viagens como a de arrastos requerem processamento demorado por parte de um operador treinado, introduziram-se no software métodos expeditos para a obtenção imediata de mapas preliminares de esforço de pesca usando apenas dados MONICAP. O programa GeoCrust 2.0 foi usado na análise da distribuição espacial e temporal do esforço e rendimentos de pesca da frota portuguesa de arrasto de crustáceos. Mapas da actividade de pesca da frota dentro do ano (por trimestre) e ao longo dos anos revelaram a distribuição espacial do esforço de pesca desta frota entre 1998 e 2004 e a sua importância relativa nas diferentes regiões e pesqueiros. Foram calculados rendimentos de pesca trimestrais e anuais das espécies-alvo (lagostim, gamba e camarão-vermelho) e grupos de espécies (Crustáceos, Moluscos e Peixes), por região e por pesqueiro, e analisada a sua evolução no período de estudo. Foram igualmente analisados aspectos do regime de operação da frota (e.g., duração, distância e velocidade dos lances de arrasto por pesqueiro e estrato batimétrico), dentro e ao longo dos anos. Na pescaria de arrasto de peixe foram analisou-se a distribuição espacial do esforço de pesca, o regime de operação da frota e os rendimentos de pesca, por região, em 2003. Com os dados de 2003 produziu-se ainda um estudo comparativo sobre o número de arrastos, tempo de pesca e quantidades pescadas entre os resultados do processamento de viagens de pesca através do software GeoCrust 2.0 e a informação contida nos diários de pesca dessas viagens, para cada uma das pescarias de arrasto.

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Finalmente, foi desenvolvida uma proposta de Portal com o objectivo de providenciar informação geo-referenciada de esforço de pesca, desembarques, capturas e rendimentos de pesca, junto da investigação e administração pesqueiras bem como da própria indústria (armadores e mestres pescadores). O Portal GeoPescas – www.geopescas.fcma.ualg.pt (versão de demonstração on-line) disponibiliza mapas de esforço e de rendimentos de pesca como imagens, preparadas através do software GeoCrust 2.0 ou produzidas pelo utilizador através de uma aplicação SIG on-line (JAVA applets). Toda a informação apresentada, em tabelas, gráficos e mapas, pode ser extraída como ficheiros XML para utilização posterior. Todos os mapas estão geo-referenciados para permitir a sua utilização em qualquer aplicação SIG. Se o Portal vier a ser implementado, esta informação será disponibilizada aos diferentes utilizadores segundo rigorosos critérios a estabelecer pela Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura.

ABSTRACT GeoCrust is a Geographic Information System (GIS), entirely developed by programming (Visual Basic 6.0 and MapObjects 2.0) in a previous research project conducted by the University of Algarve. It uses vessel latitude, longitude and speed data, obtained through MONICAP, the Portuguese Vessel Monitoring System (VMS), combined with catch data (first auction sales and logbook records), to estimate and map fishing effort and catch rates for the Portuguese crustacean trawl fishery that operates in the South-Southeast coasts of Portugal. GeoCrust allows the identification and mapping of fishing trips and trawl hauls. Fishing trip landings and logbook catch records, for the target species and groups of species, used as a proxy of catch, when crossed with fishing effort allows the calculation of catch rates (catch per unit effort, CPUE), by region or fishing ground. Since trawl hauls may be performed in different regions and fishing grounds during the same fishing trip, only data from fishing trips exclusively performed within a region or fishing ground, respectively, were used in CPUE calculation. Within this project the GeoCrust software was further developed, to its present version, GeoCrust 2.0. The digital geo-referenced charts were expanded to include the Centre and North of Portugal. The database was changed from MsAccess to MySql to accommodate a larger amount of data and was stored in a Linux server, particularly to improve data security. New versions of the Fishing Trips and Trawl Hauls identification routines were further developed to allow the analysis of finfish VMS data (trawl speed for fish is normally higher and more variable than for crustacean) and the identification procedure was automated through the inclusion of artificial intelligent algorithms (automatic classification methods). Since fishing trips and trawl hauls identification are still a time consuming procedure, methods for quick mapping of fishing effort, using VMS data only, were introduced in the “Preliminary Analysis” module of the software. GeoCrust 2.0 was used to analyse the spatial and temporal distribution of fishing effort and catch rates of the crustacean trawl fleet. Maps of fishing activity within (by quarter) and along the years revealed the spatial distribution of fishing effort between 1998 and 2004 of the crustacean trawl fishing and its relative importance in the different regions and fishing grounds. Quarterly and annual catch rates for the three target species (Norway lobster, Deep-water rose shrimp and Blue and red shrimp) and groups of species (Crustacean, Molluscs and Fishes) were produced by region and fishing ground, and their evolution in the seven-years period was analysed. Aspects of the crustacean fleet activity (e.g., trawl haul duration, distance and speed by fishing ground and depth stratum), within and

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throughout the years, were also studied. For the finfish trawl fishery the fishing effort spatial distribution, fleet activity and catch rates by region for the main species in 2003 were also analysed. The 2003 data was used to compare some GeoCrust fishing trip outputs and logbooks data both in the crustacean and finfish fisheries. Finally, a website proposal was developed aiming to disseminate geo-referenced information on fishing effort, landings, catches and catch rates through fisheries researchers, the fishery administration and also the fishing industry. The website GeoPescas – www.geopescas.fcma.ualg.pt (demonstration version on-line) will provide maps of fishing effort and catch rates as images prepared by the GeoCrust 2.0 software or generated, by the user, on an on-line GIS application (JAVA applets). All the information presented, in tables, graphics and maps, can be extracted as XML files, for further use. All maps were geo-referenced to allow their use in any GIS application. Once implemented, this information will be available to the different users following rigorous criteria to be established by the Portuguese Directorate General of Fisheries.

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AGRADECIMENTOS

O projecto GeoPesca, realizado com o apoio de fundos FEDER disponibilizados através

do programa MARE, contou com a colaboração da Direcção-Geral das Pescas e

Aquicultura (DGPA) e, em particular, da sua Inspecção Geral das Pescas (IGP), que

disponibilizaram, respectivamente, os dados de pesca (características da frota, vendas em

lota, declarações de descarga e diários de pesca) e de VMS (dados MONICAP) utilizados

no projecto. A todos os técnicos da DGPA e IGP envolvidos na extracção e envio de dados

bem como no esclarecimento de algumas dúvidas, o nosso agradecimento.

O projecto GeoPesca, desenvolvido por Manuel Afonso Dias (biólogo marinho) e Carlos

Pinto (informático), contou, no entanto, com a colaboração dos seguintes elementos a

quem muito se agradece:

Joana Margarida Simões (geógrafa e programadora de Sistemas de Informação Geográfica,

SIG), co-autora do software GeoCrust, pelo trabalho desenvolvido na programação das

componentes SIG da versão 2.0 do software bem como pela leccionação do curso sobre

“Conceitos e Tecnologias de SIG” incluído nas actividades de divulgação deste projecto;

João Eduardo Pinto (biólogo marinho), pela concepção do logótipo do projecto GeoPesca

e pelo apoio na montagem e grafismo das comunicações em formato de poster;

Carla Vaz Paula (Engª. geógrafa), pelo trabalho de produção cartográfica digital i.e., pela

extensão da cartografia digital do software GeoCrust à zona Norte do país;

André Frazão Pires (biólogo marinho), pelo processamento de dados das frotas de

crustáceos (2000-2004) e de peixe, através do software GeoCrust, bem como pela

colaboração prestada durante o desenvolvimento da versão 2.0 do software;

Daniel Gomes (designer), pela concepção e desenvolvimento do grafismo do Portal

GeoPescas bem como da aplicação flash de abertura do portal;

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Paula Fernandes (informática), pela colaboração na programação da versão inglesa da

página web do projecto, pelo processamento de dados da frota de peixe (2003) através do

software GeoCrust e pelo apoio técnico prestado na administração e gestão das bases de

dados do projecto;

Isabel Afonso Dias (bióloga marinha), pela tradução para inglês dos conteúdos da página

web do projecto e do Portal GeoPescas, bem como pela colaboração na revisão de diversas

comunicações científicas produzidas durante o projecto.

Por fim, queremos agradecer aos funcionários do Serviço de Planeamento e Estudos da

Universidade do Algarve e, em particular, à Srª. Ana Santos, pela gestão administrativa e

financeira do projecto.

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1. INTRODUÇÃO

Os sistemas de monitorização para a inspecção das actividades da pesca, conhecidos como

VMS (Vessel Monitoring System), estão a ser introduzidos um pouco por todo o mundo no

âmbito dos programas de monitorização, controlo e vigilância (MCS) dos navios de pesca.

Os sistemas VMS consistem em equipamentos selados, instalados a bordo dos navios de

pesca, que providenciam informação GPS (Global Positionning System) sobre a

localização (latitude e longitude), data e hora e actividade do navio (e.g., a sua velocidade

e rumo). Cada navio possui um identificador único. Esta informação é transmitida para um

Centro de Controlo em terra, que dispõe de aplicações informáticas que lhes permitem

visualizar geograficamente os navios e controlar todas as suas movimentações.

Em Portugal, o sistema VMS adoptado (MONICAP1), foi desenvolvido pelo actual

Instituto de Inovação (INOV) do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores

(INESC). Este sistema foi introduzido em Portugal em 1988 no decurso de um projecto

piloto promovido pela Comissão Europeia. O equipamento é instalado a bordo numa

unidade denominada de caixa azul e a transmissão da informação é efectuada, via satélite

(Inmarsat C), em pacotes de 8 horas. No entanto, o registo da informação VMS tem sido

efectuado com uma periodicidade de 10 minutos2.

Actualmente, a utilização de equipamento VMS é obrigatória na União Europeia para

navios com comprimento superior a 15 metros. Em Portugal, como na maior parte do

Mundo, a utilização desta informação tem sido usada quase exclusivamente para fins de

controlo e inspecção pesqueira. A natureza confidencial desta informação tem constituído

um obstáculo à sua utilização para fins de investigação dos recursos pesqueiros.

No entanto, a informação de posicionamento dos navios de pesca é fundamental para o

conhecimento da distribuição espacial do esforço de pesca e para o seu controlo e, quando

cruzada com informação sobre as capturas, proveniente de diários de pesca e/ou das

descargas e vendas em lota, permite igualmente obter informação, no espaço e no tempo,

sobre as capturas por espécie e rendimentos de pesca (capturas por unidade de esforço).

1 http://www.inov.pt/pages/casestudies/case_1.php 2 Desde 2005 que a recolha da informação MONICAP passou a ser realizada de 2 em 2 horas o que limitará, em muito, a sua interpretação nos moldes em que é feito através do software GeoCrust 2.0.

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Assim, numa altura em que se assiste à exaustão de uma grande parte dos recursos

explorados, sobretudo pelo arrasto, devido à falência das medidas de gestão praticadas,

torna-se imperioso que as administrações pesqueiras criem condições para a utilização

efectiva da informação VMS, associada a informação sobre as capturas, na monitorização,

avaliação e gestão dos recursos explorados pela pesca.

Foi com esta preocupação que a Universidade do Algarve, com apoio de fundos

comunitários, tem vindo a desenvolver, desde 2000, o software GeoCrust, primeiro através

do projecto GeoCrust, “Use of satellite GPS to map effort and landings of the portuguese

crustacean fleet”, financiado pela Comissão Europeia (Projecto DG.XIV 99/059) e

realizado pela UALG entre Abril de 2000 e Maio de 2002 (Afonso-Dias et al., 2002) e,

agora, através do presente projecto GeoPesca. Trata-se de um Sistema de Informação

Geográfica (SIG), totalmente desenvolvido por programação, que utiliza dados de

posicionamento (latitude e longitude) e velocidade dos navios de arrasto fornecidos pelo

Sistema MONICAP, e as respectivas capturas (vendas em lota ou registos de capturas nos

diários de pesca) para quantificar e cartografar (mapear) a actividade de pesca e inferir

sobre o esforço e rendimentos de pesca das espécies-alvo das duas pescarias de arrasto

portuguesas.

O software GeoCrust foi inicialmente concebido (versão 1.0) para a análise da pescaria

portuguesa de arrasto de crustáceos (Afonso-Dias et al., 2002; 2004; Simões et al., 2003),

a qual opera ao largo das costas sudoeste e sul de Portugal, até aos 800 metros de

profundidade, e visa essencialmente três espécies: o lagostim Nephrops norvegicus; a

gamba, Parapenaeus longirostris e o camarão-vermelho, Aristeus antennatus. No projecto

GeoCrust (Afonso-Dias et al., 2002), por intermédio do software GeoCrust 1.0, foi

possível quantificar e cartografar a distribuição espacial da intensidade de esforço e

rendimentos de pesca por pesqueiro, da frota portuguesa de arrasto de crustáceos, em 1998

e 1999.

A versão actual do software (GeoCrust 2.0), desenvolvida no âmbito do presente projecto,

torna possível, igualmente, a análise de dados da frota portuguesa de arrasto de peixe, de

maior dimensão que a de crustáceos, e a operar ao longo de toda a costa portuguesa, a

menores profundidades. Esta frota é composta por embarcações com características e

estratégias de pesca diversas, visando diferentes espécies-alvo como o carapau (Trachurus

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trachurus), a pescada (Merluccius merluccius) e o tamboril (Lophius piscatorius e L.

budegassa) mas também cefalópodes (polvo-comum Octopus vulgaris e lulas) ou

crustáceos (lagostim e gamba) podendo a frota ser estratificada em vários metiers (Campos

et al., 2007; Fonseca et al., 2008).

O projecto GeoPesca teve o seu início em 1 de Março de 2004 e terminou em 31 de Julho

de 2007, após ter beneficiado de uma extensão de 11 meses. Teve como principais

objectivos (1) melhorar algumas componentes do programa GeoCrust 1.0 e utilizá-lo para

quantificar, cartografar e analisar a distribuição espacial do esforço e rendimentos de pesca

da frota portuguesa de arrasto de crustáceos, no período de 2000 a 2004; (2) modificar o

programa GeoCrust 1.0 de modo a permitir, igualmente, a análise de dados da frota de

arrasto de peixe, utilizando para isso informação desta frota em 2003; (3) desenvolver uma

aplicação informática que permita a disponibilização de informação geo-referenciada à

investigação e administração pesqueiras bem como aos próprios armadores e mestres

pescadores e (4) realizar um estudo comparativo da informação registada nos diários de

pesca oficiais das embarcações de arrasto e a informação obtida através da análise dos

dados MONICAP com o programa GeoCrust, tanto para a frota de arrasto de crustáceos

como para a de peixe, utilizando para isso dados de 2003.

O presente relatório, produzido na sequência do disposto no artigo 12º, alínea g) da

Portaria nº 212/2001, de 15 de Março, tem por objectivo dar a conhecer o trabalho

desenvolvido durante o projecto GeoPesca (execução material), tarefa a tarefa (Secção 2),

e apresentar os seus principais resultados (Secção 3). É dado conta, igualmente, das várias

actividades de divulgação realizadas (Secção 4) e, no final, são analisadas as perspectivas

de desenvolvimento futuro (Secção 5).

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2. TRABALHO DESENVOLVIDO

Para a execução do projecto GeoPesca foram definidas, e calendarizadas, doze tarefas

cujos objectivos específicos foram, na sua essência, cumpridos. Apresenta-se, de seguida, o

trabalho desenvolvido em cada uma dessas tarefas.

Tarefa 1 - Elaboração da Página Internet do projecto

Logo no início do projecto GeoPesca foi concebida, e colocada online, uma página na

Internet para divulgação do projecto: http://w3.ualg.pt/~madias/GeoPesca/index.html. Foi,

igualmente, adoptado um logótipo específico para este projecto. Posteriormente, tendo em

vista a divulgação do projecto a nível internacional, foi criada uma versão da página em

língua inglesa (http://w3.ualg.pt/~madias/GeoPesca/index_ing.html). Os principais

documentos de divulgação produzidos durante este projecto são disponibilizados nesta

página, em secção própria.

Tarefa 2 - Extensão do software GeoCrust 1.0 à pescaria de arrasto de peixe

O software GeoCrust, concebido originalmente (versão 1.0) para a análise de dados da

frota de arrasto de crustáceos, foi modificado de modo a permitir, também, a análise de

dados da frota de arrasto de peixe.

O facto da pesca de arrasto de peixe se realizar ao longo de toda a costa continental

obrigou à extensão da base cartográfica a toda a costa continental portuguesa. Assim,

foram produzidas mais três cartas digitais, geo-referenciadas, a partir das cartas analógicas

de navegação da Zona Norte (24P03, 24P02 e 24P01) do Instituto Hidrográfico português.

Foram produzidos quatro ficheiros vectoriais em formato .shp (shapefile), geo-

referenciados, com a informação digital referente à (1) batimetria, em polígonos com a

respectiva profundidade (atributo alfanumérico); (2) linha de costa; (3) limite das 6 milhas

e (4) toponímia - nome de algumas cidades litorais/portos de pesca mais importantes.

Foram igualmente produzidos três ficheiros em formato “tiff” (a cores), geo-referenciados,

resultante da digitalização das cartas em formato analógico.

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Por outro lado, a pesca de arrasto de peixe é praticada, em geral, a velocidades superiores

às do arrasto de crustáceos o que exigiu a alteração dos procedimentos semi-automáticos e

automáticos de detecção de arrastos. Na definição das viagens, o facto da venda do

pescado capturado pela frota de peixe se realizar em diversas lotas ao longo da costa, com

funcionamento em diferentes horários, torna mais difícil a detecção automática do final das

viagens (uma viagem é sempre associada a uma venda). No caso da pescaria de crustáceos,

a venda é sempre realizada de madrugada e, quase exclusivamente na lota de Vila Real de

Santo António, o que facilita bastante os procedimentos.

Para tratar, separadamente, os dados das frotas de arrasto de crustáceos e de peixe foram

elaboradas duas versões diferentes dos módulos de “Marcação de Viagens” e de

“Marcação de Arrastos”. No caso do módulo de “Marcação de Viagens” foi aumentado

para 12.5 mn/h o valor máximo no gráfico de velocidades e as vendas passaram a ser

apresentadas no próprio dia em que se processa o desembarque. No módulo de “Marcação

de Arrastos” foram utilizados dois novos algoritmos de inteligência artificial para a

automatização da marcação dos arrastos, para além dos utilizados na análise da frota de

crustáceos. A automatização da marcação de arrastos foi introduzida na versão 2.0 do

software, desenvolvida no presente projecto (Tarefa 4).

Durante o trabalho de extensão do software à frota de arrasto de peixe foram processados

dados disponíveis para esta frota, relativos a 2003, com os quais se foi testando o

programa.

Tarefa 3 - Melhoramento de algumas componentes do software GeoCrust 1.0

Para além das alterações resultantes da extensão do software GeoCrust 1.0 para a análise

de dados da pescaria de arrasto de peixe, foram efectuadas profundas modificações no

programa ao longo do projecto tendo, por isso, sido criada uma nova versão do software

(GeoCrust 2.0). Esta versão foi produzida em língua inglesa, antecipando a possibilidade

da sua internacionalização (ver Secção 5).

As novas cartas (Zona Norte) foram integradas no programa e disponibilizadas nos vários

módulos. O mapa da costa continental portuguesa (linha de costa pormenorizada) foi

incluído no mapa-mundo distribuído pela ESRI (linha de costa pouco pormenorizada) e

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colocado em todos os módulos com mapas. Deste modo, é possível analisar dados de pesca

em qualquer parte do mundo, embora com algumas limitações, em alguns dos módulos.

A base de dados (BD) foi completamente alterada (ver Tarefa 5) tornando a entrada e o

processamento dos dados de base mais eficiente. Com a nova BD em MySql, mais simples

que a BD em Access utilizada na versão 1.0 do programa, foi necessário, em alguns casos,

compatibilizar a ligação e as consultas com uma nova sintaxe, própria da BD em MySql.

Procedeu-se, assim, à reformulação do código de consultas à base de dados em cada um

dos módulos do programa. A selecção da base de dados e dos dados a analisar (frota-ano)

passou a ser realizada através de um ecrãn de entrada. Assim, em cada módulo passou-se a

restringir a análise dos dados disponíveis (para qualquer ano) apenas para os navios

pertencentes à frota em análise, num determinado ano (com licença de pesca nesse ano).

Os módulos “Análise Preliminar”, ”Análise de Velocidades”, “Marcação de Viagens”,

“Marcação de Arrastos”, “Cartografia” e “Simulação”, bem como do “Programa Final”

(que, para além de agrupar os vários módulos do programa, contém as rotinas de

manutenção e de administração da BD) foram aperfeiçoados tendo recebido novas

funcionalidades. O número de módulos da aplicação foi reduzido para seis com a exclusão

do módulo “Estatísticas”, cuja função passa a ser realizada pelo Portal GeoPescas. Para

além deste facto, a informação contida na BD, que inclui a gerada através da utilização do

software, pode ser extraída - consoante as necessidades - através de um conjunto de

consultas preparadas para o efeito e analisada com qualquer software estatístico.

As principais alterações produzidas nos diversos módulos do programa foram as seguintes:

Módulo “Análise Preliminar” – este foi um dos módulos que sofreu mais alterações

visando a produção expedita de mapas de distribuição espacial da actividade da pesca com

base nos pontos MONICAP disponíveis para uma embarcação ou mais embarcações (e.g.,

toda a frota que operou no ano em análise), por qualquer período de tempo definido pelo

operador. Os dados podem ser visualizados em bruto ou filtrados para uma gama de

velocidades de arrasto fixada pelo operador. Podem, igualmente, ser contabilizados em

grelhas definidas pelo operador. Estas grelhas são definidas programaticamente em latitude

e longitude sendo o número de pontos por quadrícula da grelha contabilizado durante a

consulta à BD. Devido à curvatura da terra as quadrículas não são quadrados perfeitos mas

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aproximados (entre 0.0500x0.0599 mn e 60.000x59.937 mn). Os dados podem ser filtrados

para uma certa gama de velocidades para todos os navios seleccionados ou específica para

cada um dos navios, definida após consulta dos seus perfis de velocidade no módulo

“Análise de Velocidades”. Podem ainda ser efectuadas consultas para pontos de viagens

previamente marcadas, as quais podem ainda ser filtradas por espécie ou grupo de espécies

(selecção por código FAO, nome científico ou nome vulgar) desembarcado nas viagens

seleccionadas, podendo o filtro ser especificado para valores maiores que uma determinada

quantidade (em kg) ou percentagem do total. A representação desta informação pode ser

realizada por pontos ou em grelha (densidade de pontos).

Na representação por quadrículas são utilizados dois tipos de representação: por cores

(escala de vermelhos com o branco como mínimo e o preto como máximo) e por círculos

na mesma escala de cores e raio proporcional. O número de classes a considerar na

contabilização do número de pontos é definido pelo operador assim como o número

máximo de pontos a considerar na última classe. Para além da gravação de imagens em

formato bmp (com inclusão das legendas seleccionadas) é possível gravar imagens geo-

referenciadas (sem inclusão das legendas seleccionadas) para utilização em Sistemas de

Informação Geográfica (imagens em formato bmp acompanhadas por um ficheiro ArcView

World File, de extensão “.bpw”, que inclui a geo-referenciação da imagem). Há ainda a

possibilidade de se acumular diferentes mapas num formulário, até um máximo de 16, para

análise comparativa no ecrãn ou em papel (uma vez impressa a imagem composta). No

ecrãn, cada um destes mapas pode, independentemente, ser alvo de operações de zoom.

A produção de mapas de densidades de pontos MONICAP em grelhas dinâmicas definidas

pelo operador, que é realizada com grande rapidez, permitiu obter representações

aproximadas da distribuição do esforço de pesca sem que seja necessário processar toda a

informação através da definição de viagens de pesca e, dentro destas, dos lanços de arrasto

efectuados.

Módulo “Análise de Velocidades” – sem alterações.

Módulo “Marcação de Viagens” – passaram a ser considerados, separadamente, as

vendas em lota, as declarações de descarga e os diários de pesca, representados

graficamente através de simbologia diferente (triângulos vermelhos, azuis e brancos,

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respectivamente, dispostos no topo do gráfico do perfil de velocidades). A falta de

informação de venda em lota (por exemplo, dos navios congeladores ou resultante de

desembarques em Espanha) obrigou à utilização, nestas situações, dos diários de pesca, e

das declarações de descarga, o que exigiu algumas alterações neste módulo ao nível dos

procedimentos de marcação do fim da viagem. O programa disponibiliza, portanto, toda a

informação disponível de captura (diários de pesca) e desembarque (declarações de

descarga e vendas em lota) à qual se pode aceder através de um click nos respectivos

símbolos gráficos. Foi ainda considerado um símbolo diferente para as “vendas” fictícias

resultantes da adição de diários de pesca (se disponíveis) quando não se dispõe de vendas

em lota.

Módulo “Marcação de Arrastos” – sofreu um desenvolvimento notável com a inclusão

de uma nova rotina, baseada em algoritmos de Inteligência Artificial, para a detecção

automática dos lanços de arrasto dentro de viagens previamente definidas (Tarefa 4). A

velocidade de processamento de dados de viagens para detecção de arrastos aumentou

consideravelmente com a utilização desta rotina. Para além deste aspecto foram ainda

efectuadas pequenas alterações no módulo nomeadamente a possibilidade de visualização

do conteúdo dos diários de pesca, quando disponíveis, em particular do número de arrastos

marcados em cada dia de pesca (sempre visível junto ao símbolo gráfico de diário de

pesca).

Módulo “Cartografia” – foram introduzidos alguns melhoramentos, com destaque para a

substituição do processo anterior de produção de mapas de grelha com quadrículas de

1x1mn recorrendo a técnicas SIG (grelha em shapefile cruzada com a shapefile de arrastos

marcados) pelo procedimento utilizado no módulo de “Análise Preliminar”, já descrito (ver

atrás), de produção de grelhas dinâmicas recorrendo a operações sobre a BD. Este

procedimento veio conferir rapidez à produção destes mapas que eram muito morosos e

exigiam a criação prévia de shapefiles com os dados de arrasto. A possibilidade de

produção de mapas com uma grelha de 1x1mn foi, por enquanto, mantida como

alternativa.

Para além da possibilidade de se seleccionar a informação por região ou por pesqueiro

(análise de dados da frota de crustáceos) dispõe-se agora da possibilidade do operador

Page 17: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

17

definir graficamente qualquer área geográfica e extrair informação relativa a essa área, de

viagens com lances de arrasto nessa área ou exclusivos dessa área.

Nos mapas produzidos com a grelha dinâmica é possível inquirir quais as embarcações e

número de pontos MONICAP por embarcação que cada quadrícula contém, fazendo um

click com o botão do meio do rato sobre a quadrícula. Seleccionando o nome de cada uma

das embarcações listadas tem-se acesso ao número de pontos por mês dessas embarcações,

nessa quadrícula.

Foi ainda prevista a possibilidade de se seleccionarem viagens que contenham apenas

vendas de determinadas espécies (acima de certa quantidade, em kg ou % do total) para

além das espécies-alvo da pescaria de crustáceos (lagostim, gamba e camarão-vermelho) já

previstas na versão 1.0 do software.

Tal como no módulo de “Análise Preliminar” (ver atrás) este módulo possibilita a criação

de mapas em imagens em formato bmp (com a inclusão de legendas) e de imagens geo-

referenciadas (sem legendas), também em formato bmp, para utilização como layer em

qualquer SIG. Dispõe também da possibilidade existente no módulo de “Análise

Preliminar” de se acumular num formulário até 16 mapas produzidos através do módulo.

Módulo “Simulação” – foi efectuada apenas um melhoramento que consiste na

possibilidade de visualização do nome das embarcações seleccionadas, fazendo um click

com o botão do meio do rato sobre a embarcação em movimento.

No “Programa final” foram acrescentadas três novas rotinas:

A primeira, visa a criação de ficheiros de dados de exemplo para a criação de modelos para

detecção automática de arrastos. Os modelos para detecção automática de arrastos são

ficheiros de dados criados através do software WEKA (Witten & Frank, 2000) a partir dos

ficheiros de exemplo (ver Tarefa 4). Os modelos possuem cabeçalhos pelo que se estes

forem alterados terá que ser alterada a programação do módulo.

A segunda permite associar diários de pesca e declarações de descarga ao identificador das

viagens marcadas, permitindo uma comparação directa entre a informação sobre os lanços

Page 18: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

18

de arrasto contida nos diários de pesca e os lanços identificados, através da utilização do

software, na viagem marcada. Por outro lado, as quantidades de pescado capturado,

reportadas no conjunto dos diários de pesca de uma mesma viagem marcada podem assim

ser comparadas com as vendas em lota e com as quantidades constantes das declarações de

descarga.

A terceira permite a criação, edição e remoção de frotas-ano i.e., dos conjuntos de

embarcações licenciadas para arrasto de crustáceos (ou de peixes) em cada ano.

Na Secção 3.1 é feita uma descrição completa do software GeoCrust 2.0.

Tarefa 4 - Optimização das rotinas de Marcação de Viagens e de Arrastos

No software GeoCrust 1.0 a identificação de arrastos dentro de uma viagem previamente

marcada era realizada manualmente ou através de um processo semi-automático, ou

mesmo automático, onde a identificação dos limites dos arrastos era realizada com base

numa filtragem de velocidades com base em limites (superior e inferior) determinados

previamente através da análise da distribuição de frequências relativas de velocidade do

navio, no mês à qual a viagem pertence. Estes limites são valores de velocidade resultantes

de um corte, ao nível de uma determinada frequência (4.0 %), na base da primeira moda

(correspondente à actividade de arrasto; há uma segunda moda, a velocidades elevadas,

que corresponde a velocidades de cruzeiro).

Neste projecto optimizou-se o processo de marcação automática de arrastos com a

introdução de algoritmos de reconhecimento de padrões, i.e., com recurso a métodos de

inteligência artificial de classificação supervisionada. A possibilidade de marcação

automática de arrastos, dentro de viagens de pesca previamente definidas, foi

implementada nos módulos “Marcação de Arrastos” do software GeoCrust 2.0 (Crustáceos

e Peixes) e utilizada pelos operadores em todo o processamento de dados (Tarefas 7 e 8 do

projecto).

Durante o processo de marcação de arrastos o operador, depois de aceitar os resultados

gerados através da rotina de marcação automática (palpite), pode posteriormente, proceder

a ajustes nos limites de qualquer um dos arrastos assim marcados (edição) ou mesmo,

Page 19: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

19

apagá-los. No módulo dedicado à análise de dados da frota de crustáceos a marcação

automática dos arrastos é realizada com base em 5 algoritmos de classificação diferentes

(Naive Bayes, Bagging, ADTree, J48 e BayesNet) disponibilizados através da livraria do

software de distribuição livre WEKA (Witten & Frank, 2000) enquanto que no módulo

dedicado à análise da frota de peixe são utilizadas duas possibilidades, uma com 7

algoritmos (os 5 algoritmos anteriores e ainda dois outros, Bagging.ADTree e

MultiBoostAB) e uma com apenas 3 destes algoritmos (Naive Bayes, Bagging e ADTree).

Cada algoritmo classifica cada um dos pontos MONICAP da viagem, como sendo ou não

de arrasto, com base na informação do próprio ponto, e dos 5 pontos anteriores e

posteriores. Embora todos estes algoritmos tenham registado bons resultados (i.e., tenham

apresentado elevadas taxas de acerto), alguns revelavam dificuldades em detectar a

passagem de um arrasto para outro, outros não determinavam correctamente os limites dos

arrastos e outros ainda faziam o chamado overfitting. Por essa razão optou-se por

considerar não um mas vários algoritmos e utilizar um sistema de votação simples (por

maioria) para determinar o resultado final (classificação do ponto como de arrasto ou não).

Os algoritmos utilizados foram escolhidos de entre muitos (redes de probabilidades, redes

neuronais, discriminantes lineares, árvores de classificação, etc) disponíveis na biblioteca

WEKA (Witten & Frank, 2000) com base, fundamentalmente, no seu desempenho,

particularmente na sua taxa de acerto (acima de 92%), estimada a partir do método de

validação cruzada (Witten & Frank, 2000).

Os algoritmos de classificação utilizam modelos que atribuem uma classe a um exemplo

descrito por um vector de atributos. Estes modelos são obtidos através do software WEKA

(www.cs.waikato.ac.nz/ml/weka) com base num ficheiro de treino constituído por dados

classificados, i.e., para os quais se conhece a classe a que pertencem. No caso, utilizaram-

se ficheiros de treino com arrastos identificados em viagens válidas decorridas em 1998 e

1999 (frota de crustáceos) e em 2003 (frota de peixe).

Estes ficheiros são concebidos por uma rotina, criada no software Geocrust 2.0, que

selecciona todas as viagens válidas disponíveis na base de dados e grava o ficheiro de

treino com a data da sua criação. Os ficheiros possuem cabeçalhos para viabilizar a sua

utilização pelo programa WEKA.

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20

Os atributos considerados foram a velocidade e orientação da embarcação. Estes atributos,

de natureza contínua, foram discretizados do modo apresentado no Anexo I. Assim, todos

os ficheiros de treino (Anexo II) apresentam a seguinte constituição:

1. Valor da velocidade do ponto de decisão (A a I);

2. Valor das velocidades dos cinco pontos anteriores;

3. Valor das velocidades dos cinco pontos posteriores;

4. Valor do atributo binário (C ou R) especificando se existiu uma mudança de direcção do

ponto anterior para o ponto de decisão;

5. Valor dos atributos binários para os cinco pontos anteriores seguindo a mesma

metodologia utilizada em 4.

6. Valores dos atributos binários para os cinco pontos posteriores seguindo a mesma

metodologia utilizada em 4.

Foram realizadas algumas experiências com a inclusão de um terceiro atributo, a

profundidade de pesca (classes batimétricas compatíveis com as da cartografia digital).

Apesar de se considerar que a profundidade apresenta potencial para melhorar a

classificação decidiu-se não a considerar. No entanto, em termos de desenvolvimento

futuro, julga-se pertinente que se explore aprofundadamente esta possibilidade.

Tarefa 5 – Migração da base de dados do programa GeoCrust 1.0 para um ambiente

cliente-servidor e actualização da base de dados actual

A base de dados (BD) original do software GeoCrust 1.0. (BD Microsoft Access 2000),

com ligações aos vários módulos do programa asseguradas por “Jet Engine”, foi

substituída, logo no início do projecto GeoPesca, por uma BD em MySql (versão 4.0.20)

em ambiente cliente-servidor, montado num servidor Linux com distribuição Mandrake

(Kernel 2.4.22) e protegido num ambiente seguro (firewall), passando a ligação de cada um

dos módulos do programa a ser efectuada por “ODBC driver”. A administração da BD

continuou, no entanto, a poder ser efectuada em ambiente Windows (nos computadores de

trabalho) através do software Navicat 2004 (versão 6.1.4), adquirido para o efeito. A

estrutura da BD do programa GeoCrust 2.0 foi simplificada com o objectivo de a tornar

totalmente independente da estrutura da BD da Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura

(DGPA). Foram criadas BD auxiliares, intermédias (Mirror DGPA), para acomodar os

Page 21: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

21

dados provenientes da DGPA (características da frota, vendas em lota, declarações de

descarga e diários de pesca) e da Inspecção-Geral das Pescas (IGP) (dados MONICAP) e

verificar a sua compatibilidade e integridade relacional.

As BD auxiliares (de crustáceos e de peixes) têm a mesma estrutura da actual BD

relacional da DGPA pelo que a sua actualização é, enquanto esta se mantiver, linear. O

software Geocrust 2.0 alberga apenas tabelas relativas a vendas em lota, declarações de

descarga e diários de pesca, alguns campos da “tabela frota“ da BD da DGPA e os pontos

MONICAP. Os dados das restantes tabelas são produzidos durante o processamento de

dados com o programa. Nos Anexos III e IV são apresentados, respectivamente, o conjunto

de tabelas que constituem a BD e o seu esquema relacional. A restante informação sobre a

pesca encontra-se disponível para consulta nas BD auxiliares.

Para assegurar a importação e actualização da BD do programa GeoCrust a partir das duas

BD auxiliares foram desenvolvidas várias rotinas, usando funções SQL. Este processo

tornou mais eficiente a entrada (input) e o processamento dos dados-base. A lista das

rotinas utilizadas, e a sua descrição, são apresentadas no Anexo V.

A BD GeoCrust foi carregada no início do projecto com os dados da frota de crustáceos

relativos a 1998 e 1999, provenientes do projecto anterior - GeoCrust, e com dados de

2000 a 2003 (para a frota de arrasto de crustáceos) e de 2003 (para a frota de arrasto de

peixe), solicitados à DGPA e à IGP no início do projecto. A BD foi posteriormente

actualizada com dados de 2004 (apenas para a frota de crustáceos) e com dados de diários

de pesca em falta, que foram entretanto disponibilizados pela DGPA.

Tarefa 6. Criação de mecanismos para disponibilização selectiva de informação de

esforço e de rendimentos de pesca, através da Internet, a investigadores, gestores,

armadores e aos próprios mestres-pescadores

Foi desenvolvida uma página na internet (Portal GeoPescas –

http://www.geopescas.fcma.ualg.pt) para disponibilização de informação geo-

-referenciada à investigação e administração pesqueiras, e aos próprios armadores e

mestres pescadores. Dada a natureza confidencial da informação e os diferentes tipos de

Page 22: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

22

utilizadores, o tipo de informação e a forma como deve ser disponibilizada, deverão ser

analisados e definidos, posteriormente, com a participação das várias partes intervenientes.

Esta página constitui, assim, uma proposta de portal para a disponibilização de informação

geo-referenciada sobre a actividade da pesca de arrasto, generalizável no futuro, a qualquer

tipo de pescaria. O portal, disponível online apenas para fins de demonstração, utiliza uma

base de dados que contém apenas três navios não identificados da frota de crustáceos em

1998 e 1999. Nesta versão de demonstração todo o conteúdo do Portal encontra-se

disponível ao visitante mas, no futuro, se o Portal vier a ser implementado, um utilizador

registado, uma vez validado (através de login e password), terá acesso apenas a informação

para a qual tiver permissão.

Com vista à divulgação internacional do Portal foi concebida, para além da versão em

português, uma versão em língua inglesa.

A concepção gráfica, logótipo e animação (tecnologia flash) de abertura do Portal foram

concebidos com a preocupação de dotar o Portal de um design simples e atraente, mas sem

que este se sobreponha aos seus conteúdos.

Na Secção 3.4 é feita uma descrição do Portal GeoPescas.

Tarefa 7 - Obtenção e mapeamento de informação geo-referenciada de esforço e

rendimentos de pesca, em 2003, para a frota de arrasto de peixe

Os dados da frota de arrasto de peixe referentes a 2003 foram processados tendo-se

identificado todas as viagens passíveis de serem marcadas através do módulo de

“Marcação de Viagens” do software GeoCrust 2.0 (registo de data e hora e porto de início

e de fim da viagem) e calculadas as estatísticas distância percorrida e duração da viagem.

Para a identificação dos arrastos, através do módulo “Marcação de Arrastos” (registo de

data e hora de início e fim dos arrastos, duração, distância percorrida e estrato batimétrico),

reconhecendo-se a impossibilidade de se proceder ao tratamento exaustivo de toda a

informação disponível, procedeu-se à selecção de um conjunto de embarcações-tipo,

dentro dos vários grupos identificados a partir dos dados de distribuição de velocidade dos

Page 23: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

23

navios, e procedeu-se ao tratamento desta informação. Estes dados servem de base à

análise prevista na Tarefa 10.

Tarefa 8 - Obtenção e mapeamento de informação geo-referenciada de esforço e

rendimentos de pesca, relativa ao período 2000-2004, para a frota de arrasto de

crustáceos

Foi efectuada a identificação de viagens de pesca (data e hora e porto de início e de fim) e

calculadas as estatísticas distância e duração da viagem, para os navios com dados

MONICAP entre 2000 e 2004, utilizando o módulo de “Marcação de Viagens” do software

GeoCrust 2.0.

Procedeu-se, depois, à identificação dos lances de arrastos dos navios da frota de

crustáceos (registo de data e hora de início e fim dos arrastos, duração, distância

percorrida, estrato batimétrico, região e pesqueiro) com informação MONICAP disponível

e com vendas em lota, no período 2000 a 2004, através do módulo de “Marcação de

Arrastos” do software GeoCrust 2.0. No caso dos navios sem vendas em lota (navios

congeladores e de navios com desembarques em Espanha) foram, em alguns anos,

analisadas viagens recorrendo a diários de pesca (o total das capturas reportadas nos

diários de uma viagem constitui uma “venda fictícia” para essa viagem), quando

disponíveis.

A marcação de arrastos foi feita, apenas, para as viagens válidas i.e., sem falhas de dados

MONICAP dentro da viagem. A marcação dos arrastos foi executada com auxílio das

ferramentas de inteligência artificial (IA) criadas no módulo “Marcação de Arrastos” (ver

Tarefa 4), sob supervisão do operador. Os resultados dos palpites gerados pela rotina de

marcação automática de arrastos, uma vez aceites, eram analisados e corrigidos pelo

operador, através de um processo de edição no próprio gráfico (no ecrãn), sempre que

necessário.

A informação produzida nesta tarefa, i.e., a informação geo-referenciada de esforço e

rendimentos de pesca das espécies-alvo (lagostim, gamba e camarão-vermelho) e grupos

de espécies (Crustáceos, Moluscos e Peixes) da frota de crustáceos no período 2000-2004

serviu de base à análise prevista na Tarefa 11.

Page 24: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

24

Tarefa 9 Estudo de validação da informação dos actuais diários de pesca de arrasto

(crustáceos e peixe) com base em dados de 2003

Foi elaborada uma análise comparativa entre a informação resultante da análise com o

software GeoCrust 2.0 e a registada nos Diários de Pesca no que respeita, nomeadamente,

às operações de pesca (número de lanços e tempo de pesca) e quantidades pescadas. Foram

analisados separadamente os dados disponíveis para comparação das frotas de arrasto de

crustáceos e de peixes, em 2003. Os dados resultantes do processamento através do

software GeoCrust 2.0 foram obtidos nas Tarefas 7 e 8. Os seus resultados são

apresentados na Secção 3.3.

Tarefa 10 - Análise da informação de esforço e de rendimentos de pesca geo-

-referenciados obtidos para a frota de peixe em 2003

Esta tarefa foi executada com os dados obtidos na Tarefa 7. É de salientar que o tratamento

dos dados desta frota, referentes apenas ao ano de 2003, não foi exaustivo e teve como

objectivo fundamental testar o software GeoCrust à medida que se procedia ao seu

desenvolvimento para passar a contemplar o tratamento de dados da frota de arrasto de

peixe. A análise da informação processada possibilitou a análise da distribuição espacio-

temporal da actividade de pesca (esforço de pesca) em 2003 e de rendimentos de pesca por

região (definida a posteriori) para algumas das principais espécies desta pescaria. Os

resultados desta análise são apresentados na Secção 3.2.

Tarefa 11 - Análise da informação de esforço e de rendimentos de pesca geo-

referenciados obtidos para a frota de crustáceos (1998-2004)

Esta tarefa foi executada, com os dados obtidos na Tarefa 8 (dados de 2000 a 2004) e com

os resultados obtidos no projecto anterior relativos a 1998 e 1999. Os resultados finais

deste estudo, apresentados no Secção 3.2, permitem, pela primeira vez, conhecer a forma

como a actividade da frota de pesca de arrasto de crustáceos se processou ao longo de um

período recente de 7 anos (1998 a 2004), tanto em termos de distribuição espacial como de

regime de operação, e analisar a evolução temporal dos rendimentos de pesca das três

Page 25: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

25

espécies-alvo desta pescaria, bem como por grupos de espécies, nos vários pesqueiros

considerados.

Tarefa 12 - Elaboração do Relatório final do projecto

A execução desta tarefa, calendarizada para os últimos três meses do projecto, sofreu um

atraso considerável devido a sucessivos atrasos verificados no processamento de dados

(Tarefas 7 e 8) e, consequentemente, na sua análise (Tarefas 10 e 11).

3. RESULTADOS

Nesta Secção pretende-se dar a conhecer os principais resultados obtidos com o projecto

GeoPesca. Assim, (1) é efectuada uma descrição pormenorizada do software Geocrust 2.0,

(2) são apresentados os resultados da análise espacio-temporal de dados relativos à frota de

arrasto de crustáceos (no período 1998-2004) e de peixe (apenas em 2003), (3) bem como

os resultados da análise comparativa da informação registada nos diários de pesca oficiais

das embarcações de arrasto e a informação obtida através da análise dos dados MONICAP

com o programa GeoCrust 2.0, tanto para a frota de arrasto de crustáceos como para a de

peixe, utilizando para isso dados de 2003 e (4) é descrito o Portal GeoPescas, aplicação

informática, desenvolvida inteiramente no âmbito deste projecto, com vista à

disponibilização de informação geo-referenciada para servir a investigação e administração

pesqueiras bem como aos próprios armadores e mestres pescadores.

3.1. GeoCrust 2.0 - Software para a monitorização da pesca de arrasto através da

análise integrada de dados VMS, desembarques e diários de pesca

O programa GeoCrust 2.0 permite a utilização de dados de posicionamento (e velocidade)

dos navios das frotas portuguesas de arrasto de crustáceos e de peixe (fornecidos pelo

Sistema MONICAP) e das suas capturas (vendas em lota) para estimar e cartografar o

esforço e os rendimentos de pesca das suas espécies-alvo, por área e período de tempo.

Presentemente, é a aplicação informática disponível no meio científico mais evoluída para

a análise integrada de dados VMS, desembarques e diários de pesca para fins de

monitorização pesqueira (ICES, 2006).

Page 26: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

26

A versão 2.0 do software GeoCrust, concebida durante o presente projecto, evoluiu a partir

do protótipo desenvolvido no projecto GeoCrust (2000-2002). A versão inicial da

aplicação - GeoCrust 1.0 (Afonso-Dias et al., 2002; Afonso-Dias et al., 2004; Simões et

al., 2003) era exclusivamente dedicada ao tratamento e análise de dados da pescaria

portuguesa de arrasto de crustáceos, que opera na zona sul de Portugal, em especial ao

largo das costas do Algarve e do Alentejo, razão pela qual a base cartográfica da aplicação

GeoCrust 1.0 restringia-se apenas à zona sul. A versão actual do software apresenta várias

inovações e desenvolvimentos (ver Secção 2) sendo de destacar (1) a extensão da sua base

cartográfica a toda a costa continental portuguesa e a alteração de alguns procedimentos na

marcação de viagens para permitir a análise de dados da frota de arrasto de peixe, (2) a

substituição da BD em Access por uma em MySql para permitir alojar maior quantidade de

dados, (3) o grande aumento da capacidade de análise preliminar de dados espaciais

tornando possível a produção expedita de mapas de distribuição do esforço de pesca e (4) a

melhoria dos procedimentos de automatização na identificação de arrastos com recurso a

algoritmos de inteligência artificial.

Assim, pretende-se dar a conhecer, de uma forma integrada, as características e

funcionalidades do software GeoCrust 2.0. De salientar que a versão actual do software foi

apresentada internacionalmente no Third International Symposium on GIS / Spatial

Analyses in Fishery and Aquatic Sciences, tendo os autores sido premiados, e na

Conferência Científica Anual do Conselho Internacional para a Exploração do Mar

(Afonso-Dias et al., 2006a), numa sessão especial dedicada ao tema dos VMS na

investigação pesqueira, tendo merecido uma apreciação muito favorável (ICES, 2006).

Para divulgação no espaço lusófono foi produzido um panfleto A4 (Afonso-Dias et al.,

2007a) e um poster RollUp (Afonso-Dias et al., 2007b) (ver Secção 4).

3.1.1. Conceitos prévios

Uma viagem de pesca inicia-se com a saída do navio de um porto e termina com o seu

regresso ao mesmo porto (ou a um outro) para descarregar e vender o pescado capturado

dentro dessa viagem. Na pescaria de arrasto de crustáceos, embora os desembarques sejam

realizados em Lisboa e nos principais portos do Sul de Portugal, as vendas são efectuadas

quase exclusivamente na lota de Vila Real de Santo António (VRSA), junto à fronteira

com Espanha, durante as primeiras horas do dia. O pescado é transportado em carrinhas

Page 27: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

27

frigoríficas dos locais de desembarque para VRSA. No caso da pescaria de peixe as vendas

são realizadas nos principais portos do país e a diferentes horas do dia.

Durante uma viagem de pesca, que pode ter a duração de vários dias, o navio efectua

vários lances de pesca. No caso da pescaria de crustáceos, foram definidos pesqueiros

(áreas de pesca previamente delimitadas) com base nos arrastos definidos com o próprio

software, e três regiões (Lisboa, Alentejo e Algarve). Para a pescaria de peixe não foram

ainda definidos pesqueiros nem regiões. Quando a viagem de um arrastão de crustáceos é

realizada inteiramente dentro de um mesmo pesqueiro, ou de uma mesma região, diz-se

que é “exclusiva” desse pesqueiro ou dessa região (viagem “exclusiva”). Este conceito é

importante para o cálculo de rendimentos de pesca (ver adiante).

O registo das capturas é realizado diariamente pelos mestres das embarcações em “diários

de pesca” que são, posteriormente, enviados à DGPA. Ficam registados os totais diários

capturados por espécie e não lance a lance. As capturas totais de cada viagem são

declaradas à DGPA pelos mestres das embarcações nas Declarações de Descarga. As

vendas em lota do pescado desembarcado são registadas electronicamente pela

DOCAPESCA, empresa que gere as lotas em Portugal, e enviadas de seguida à DGPA.

Alguns navios desembarcam em Espanha não havendo, por isso, informação sobre as suas

vendas. Com base nos diários de pesca (soma dos registos de uma viagem), se disponíveis,

pode-se recriar a venda, dita “fictícia” e, assim, definir uma viagem de pesca.

Analisando a velocidade de um navio durante uma viagem de pesca observam-se períodos

de velocidade elevada (de navegação) e períodos em que a velocidade é reduzida e

aproximadamente constante (lances de arrasto). A largada e a alagem, bem como as

inversões de sentido (é normal um navio efectuar duas passagens pelo mesmo percurso de

arrasto), produzem oscilações de velocidade produzindo um sinal típico.

Para se quantificar com rigor o esforço de pesca é necessário identificar os lances de

arrasto, dentro de viagens de pesca previamente definidas, analisando, essencialmente, as

variações na velocidade do navio (ver módulo “Marcação de Arrastos”). No entanto,

através de um processo mais grosseiro, mas expedito, pode-se proceder à contabilização de

esforço através da filtragem de velocidades, a partir dos dados-brutos (ver “Análises

Preliminares”). A quantificação de esforço de pesca específico, i.e., dirigido a determinada

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28

espécie-alvo, requer uma análise mais aturada, e nem sempre fácil, como ficou evidenciado

na análise de dados da frota de crustáceo relativa a 1998-1999 devido à elevada

sobreposição existente na distribuição das três espécies-alvo da pescaria de crustáceos

(Afonso-Dias et al., 2002).

Os rendimentos de pesca (capturas por unidade de esforço) das espécies-alvo, bem como

de qualquer outra espécie ou grupo de espécies seleccionado, são obtidos dividindo as

respectivas capturas pelo esforço. No software GeoCrust 2.0, as vendas em lota

(desembarques) funcionam como proxy das capturas uma vez que não se dispõe de registos

de diários de pesca informatizados para toda a frota. O cálculo dos rendimentos de pesca

com base nos desembarques obriga a que se utilize apenas informação proveniente de

viagens “exclusivas” podendo-se, assim, obter rendimentos por região ou por pesqueiro. Só

as capturas (resultantes de viagens) realizadas dentro de uma mesma área podem ser

utilizadas no cálculo de rendimentos de pesca para essa área. Viagens com lances dentro de

um mesmo pesqueiro permitem o cálculo de rendimentos de pesca para esse pesqueiro;

viagens com lances em vários pesqueiros dentro de uma mesma região, permitem apenas o

cálculo de rendimentos nessa região. Uma vez que na pescaria de peixe não se procedeu a

qualquer repartição da área de pesca em pesqueiros, efectuou-se o cálculo de rendimentos

apenas por regiões, definidas a posteriori, durante o tratamento de dados.

3.1.2. Descrição do software GeoCrust 2.0

O software GeoCrust 2.0 é constituído por vários módulos. Dois dos módulos visam a

“Análise preliminar” dos dados VMS, o que inclui o mapeamento da actividade dos navios

e a produção de mapas preliminares da actividade (esforço) de pesca, a análise da

distribuição de frequências de velocidade dos navios e a detecção e correcção de erros (1).

Os restantes módulos visam a análise combinada de dados MONICAP com vendas em

lota, declarações de descarga e diários de pesca para a “Marcação de Viagens de Pesca” (2)

e a “Marcação de Arrastos” dentro de cada viagem de pesca previamente definida (3) e,

por último, a “Cartografia”, para o mapeamento do esforço e dos rendimentos de pesca -

capturas por unidade de esforço das espécies-alvo da pescaria bem como dos principais

grupos de espécies (4). O software dispõe ainda de alguns outros módulos destinados à

visualização retrospectiva, e dinâmica, da actividade da frota e à extracção de informação

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29

da BD para posterior tratamento e análise estatística com recurso a qualquer software

estatístico.

Base de dados, cartografia e programação

Devido ao elevado volume de dados utilizado foi implementado um Sistema de Gestão de

BD Cliente/Servidor através de uma base de dados MySql. Trata-se de uma solução

gratuita, que apresenta níveis de rapidez e fiabilidade elevados e que corre tanto em

ambiente Linux como Windows. Para garantir uma maior segurança e privacidade da

informação optou-se por um servidor Linux. A base de dados permite alojar a informação

MONICAP, os diários de pesca, declarações de descarga e vendas em lota, fornecidos pela

DGPA, assim como a produzida através da utilização do próprio sistema.

A base cartográfica é constituída por cartas digitais, geo-referenciadas (em formato

vectorial), obtidas a partir de cartas analógicas (em papel) editadas pelo Instituto

Hidrográfico (IH) Português. Para a pescaria de arrasto de crustáceos, que opera a Sul de

Lisboa, utilizaram-se cartas de pesca (com batimétricas de 50 em 50 m até aos 200m e, a

partir daí, de 100 em 100m até aos 1000m de profundidade) (Figura 1) enquanto que, para

as regiões Centro e Norte do país, se utilizaram cartas de navegação, com batimétricas

mais espaçadas entre si (50, 100, 200, 500, 1000 e 2000 m) (Figura 2), pois não se dispõe

ainda de cartas de pesca para a costa a Norte de Lisboa. Para além da cobertura batimétrica

dispõe-se ainda da linha de costa, toponímia (nome dos principais portos), tipo de

sedimentos do fundo do mar (apenas para as costas sudoeste e sul, obtidos das cartas de

pesca do IH) e linha das seis milhas (a tracejado), dentro da qual não é autorizada a pesca

de arrasto em Portugal (Figura 1).

As cartas de pesca e de navegação originais estão projectadas segundo a projecção Hayford

Gauss associada ao sistema de coordenadas geográficas Datum 73. Para sobrepor a

informação MONICAP (dados não projectados, mas de acordo com o sistema World

Geodetic System 84 (WGS84) usado pela constelação NAVSTAR/GPS para assegurar

posições globais e geocêntricas) as cartas foram convertidas para WGS84 (com as

unidades do mapa e as distâncias em décimas de grau). Contudo, para permitir o cálculo de

áreas e de distâncias em unidades planas (e apenas para este fim), os dados são de novo

convertidos à projecção Hayford Gauss Datum73 através do método

Page 30: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

30

“EsriSRProjCS_Datum73HayfordGaussIPCC”. As unidades métricas utilizadas nestes

cálculos são a milha náutica.

O Sistema foi desenvolvido em linguagem de programação Visual Basic 6.0 (©Microsoft).

As funcionalidades SIG (e.g., de input e output de informação geográfica e funções de

análise espacial) foram asseguradas através da utilização de componentes de programação

MapOjects 2.0 (©ESRI). O software assegura a bi-direccionalidade entre a BD e a

interface espacial (mapas), permitindo que as alterações efectuadas num e noutro meio

estejam imediatamente disponíveis nos dois ambientes.

Módulos e seu funcionamento

1. Análise preliminar

O software GeoCrut 2.0 tem um primeiro módulo dedicado à análise da distribuição de

frequências de velocidade dos navios de pesca e à análise espacial dos dados MONICAP

brutos ou sujeito a diferentes filtragens através da velocidade (i.e., a produção de mapas

preliminares de esforço de pesca).

No primeiro caso, a distribuição de frequências de velocidade de um ou mais navios (perfil

de velocidade) é analisada num mesmo ou em diferentes períodos de tempo (Figura 3). A

distribuição de frequências de velocidade apresenta tipicamente duas modas, uma principal

– de velocidades relativamente baixas e uma secundária, de velocidades elevadas. A

primeira moda corresponde, essencialmente, a velocidades de arrasto e a segunda, a

navegação de cruzeiro. Tanto na pescaria de arrasto de crustáceos como, e sobretudo, na de

peixe existem diferenças na velocidade de arrasto entre navios e, em alguns casos, para o

mesmo navio, em períodos de tempo diferentes. Estas diferenças reflectem estratégias (e

espécies-alvo) diferentes. Esta constatação impede que se possa seleccionar com rigor, de

entre os dados MONICAP, por simples filtragem de velocidade, a informação relativa aos

períodos de arrasto.

No entanto, são utilizados procedimentos de filtragem para se produzir, de uma forma

expedita e imediata, mapas da distribuição espacial do esforço de pesca a partir dos dados

MONICAP brutos ou de viagens previamente marcadas através do módulo para “Marcação

Page 31: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

31

de Viagens de Pesca” (ver adiante). Os limites de velocidade utilizados podem ser comuns

a todos os navios ou específicos de cada um dos navios, de acordo com os respectivos

perfis de velocidade identificados automaticamente para um determinado nível de corte (e

alterados caso o operador considere necessário) – procedimento mais rigoroso quando a

variabilidade na velocidade de arrasto dos navios é marcada.

Por filtragem podem ser produzidos mapas simples (mapas de pontos) ou em grelha

(mapas de densidades), contabilizando-se o número de pontos por quadrícula (Figura 4). A

diferença de densidade observada nas quadrículas é representada através de um gradiente

de cores (escala de vermelhos com o branco para o valor mínimo e o preto para o valor

máximo). As dimensões das quadrículas das grelhas disponíveis são variáveis (mínimo =

0.06 x 0.06 mn, i.e., 111 x 111 m), definidas pelo operador (grelhas dinâmicas).

Alternativamente, pode-se utilizar a mesma gama de cores com círculos de raio

proporcional posicionados no centro de cada quadrícula. Este tipo de representação é

necessário para a produção de mapas para grandes áreas (e.g., toda a costa portuguesa)

devido a limitações do MapObject para realizar o outro tipo de representação nestes casos.

2. Identificação das viagens de pesca

Os limites (início e fim) de cada viagem de pesca, para cada navio seleccionado, são

identificados e definidos através do módulo “Marcação de Viagens de Pesca”. O ecrã

principal deste módulo é constituído por um mapa mostrando a localização espacial dos

pontos e um gráfico com o perfil de velocidades correspondente à mesma série temporal

(Figura 5). Desta forma, os arrastos (efectuados a uma velocidade reduzida e constante)

tornam-se facilmente reconhecíveis. Nalguns casos, em que os registos de velocidade

apresentam anomalias sistemáticas mas as posições geográficas encontram-se correctas, é

possível utilizar a velocidade média entre duas posições geográficas consecutivas,

calculada pelo software.

Os limites das viagens são definidos utilizando procedimentos automáticos ou semi-

automáticos, conforme a qualidade dos dados. Ambos os procedimentos utilizam

algoritmos em que se considera a primeira visita ao porto, imediatamente anterior a uma

venda, como o fim de uma viagem e a partida, imediatamente posterior, como o início da

viagem seguinte. Os diários de pesca, as declarações de descarga (efectuadas pelo mestre

Page 32: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

32

da embarcação à chegada ao porto) e as vendas em lota são representadas graficamente na

parte superior do gráfico de velocidades através de triângulos brancos, azuis e vermelhos,

respectivamente que, quando seleccionados, permitem a visualização do seu conteúdo em

forma de tabela.

Estes algoritmos consideram ainda a distância do navio relativamente ao porto. Para isso,

foram criadas áreas de influência (buffers) em torno de cada porto, considerando-se um

círculo de raio fixo (0.1 grau WGS84). De cada vez que um navio entra na área de

influência de um determinado porto e é registada, nesse dia (ou no dia seguinte), a venda

de pescado desse navio, considera-se que o mesmo terminou uma viagem de pesca. A

próxima saída da área de influência determina o início de uma nova viagem desse navio.

De notar que, apesar de todos os pontos serem exibidos nos mapas, estes têm uma ordem

cronológica (data e hora).

As viagens marcadas são classificadas como “válidas”, quando não há falhas de dados, ou

“parcialmente válidas” quando é possível definir os seus limites, mas não é viável

determinar os limites de um ou mais arrastos devido à ausência de parte dos dados,

situação bastante comum. A informação relativa ao início e fim da viagem e a classificação

qualitativa da mesma é inserida na BD em tabela apropriada.

Utilizando as funcionalidades SIG do MapObjects foi criado, neste módulo, um conjunto

de ferramentas de visualização para analisar, em pormenor, a distribuição espacial dos

dados (e.g., zoom e pan), para auxiliar o operador na marcação semi-automática dos limites

das viagens.

3. Identificação dos lances de arrasto

A marcação dos limites (início e fim) dos lances de arrasto efectuados durante cada viagem

de pesca, definida no módulo anterior, é realizada através do módulo “Marcação de

Arrastos”. O ecrã principal da aplicação é composto de dois mapas, um para

enquadramento e outro para zoom, e um gráfico do registo de velocidade do navio ao longo

do período de tempo de duração da viagem de pesca (Figura 6). Tal como sucede no

módulo de marcação de viagens, existe sincronia entre o gráfico de velocidades e, neste

caso, os dois mapas.

Page 33: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

33

A definição dos limites dos arrastos realizados dentro de cada viagem é efectuada

recorrendo a algoritmos semi-automáticos ou completamente automáticos baseados na

variação da velocidade (e do rumo do navio, no caso dos automáticos) resultante dos

processos de largada, arrasto e alagem da rede de arrasto. A identificação semi-automática

é realizada com base na análise do perfil de velocidade mensal de cada navio, i.e., com

base nos limites inferior e superior da velocidade de arrasto (valores correspondentes a um

corte ao nível dos 4% na parte da distribuição de frequências relativa à actividade de

arrasto). Esta informação é utilizada no algoritmo de identificação dos limites dos arrastos,

juntamente com um padrão de comportamento identificado nos navios durante as

operações de pesca de arrasto (manutenção de uma velocidade aproximadamente constante

e variações acentuadas de velocidade no início e no fim dos arrastos). O processo

automático consiste na implementação de técnicas de inteligência artificial (Redes

Bayesianas e Árvores de Classificação) para reconhecimento de padrões. As rotinas dos

algoritmos utilizados (NaiveBayes, Bagging, ADTree, J48 e BayesNet e ainda

Bagging.ADTree e MultiBoostAB, no caso da análise de dados da frota de peixe) foram

obtidas a partir da suite de programas WEKA (Witten e Frank, 2005) e treinadas com

dados processados com o software GeoCrust 2.0 e extraídos através de uma rotina

especialmente concebida para o efeito.

Através de rotinas próprias, este módulo calcula e insere na BD informação relativa à

duração, distância, área arrastada (considerando, por enquanto, uma abertura horizontal da

rede de arrasto constante3), localização em termos de zona geográfica (regiões geográficas

pré-definidas), nome do pesqueiro (definidos para a pescaria de crustáceos) e estrato

batimétrico onde se efectuou o arrasto. Para cada viagem analisada é possível visualizar,

no ecrã (em tabela e gráfico), a composição específica das capturas (quantidades vendidas

em lota, em quilograma, por espécie), o esforço de pesca e os rendimentos de pesca,

resultantes da divisão dos desembarques (vendas em lota) ou das capturas (diários de

pesca) pelo esforço de pesca.

3 Uma vez que não se conhece a abertura horizontal das redes de arrasto utilizadas pelos vários navios.

Page 34: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

34

4. Cartografia de esforço e rendimentos de pesca

A representação e análise da informação resultante do trabalho de marcação de viagens e

de arrastos são realizadas através do módulo “Cartografia”. Através de menus é possível

aceder à BD e elaborar, de forma simples, uma série de consultas, seleccionando uma

embarcação ou um conjunto de embarcações (e.g., a frota toda), escolhendo um período de

tempo qualquer, pré-definido (e.g., um mês, trimestre, semestre ou ano) ou a definir, e uma

área geográfica (toda ou apenas uma área particular ou um pesqueiro).

Na cartografia do esforço de pesca foram utilizados dois tipos de representação distintos. O

primeiro apresenta os lances de arrasto de forma linear (Figura 7), permitindo ao operador

sobrepor o resultado de várias inquirições, usando diferentes cores. Contudo, neste tipo de

representação não são visíveis as diferenças espaciais em termos de intensidade de arrasto,

uma vez que existe muita sobreposição de informação devido ao facto de os navios

arrastarem muito frequentemente nas mesmas áreas. Por esta razão, foi considerado um

segundo tipo de representação, da densidade por quadrícula, utilizando-se uma

classificação baseada no número máximo de pontos por quadrícula (Figura 8). Para isso,

dispõe-se de grelhas dinâmicas, seleccionadas pelo operador, com quadrículas de

dimensões variáveis (mínimo = 0.06 x 0.06 mn, i.e., 111 x 111 m e máximo de 60 x 60

mn).

Este módulo possibilita também o cálculo e representação cartográfica, através de gráficos

circulares (ou sectogramas) e histogramas, dos rendimentos de uma embarcação ou de um

conjunto de embarcações (e.g., a frota toda), num período de tempo definido pelo operador

(Figura 9). Estes rendimentos são calculados com dados de “viagens exclusivas” de regiões

(rendimentos por região) ou de pesqueiros (rendimentos por pesqueiro) pré-definidos para

a pescaria de crustáceos. No caso dos peixes, não foram definidas – no programa -

quaisquer regiões ou pesqueiros. No entanto, quer para os crustáceos, quer para os peixes

dispõe-se ainda da possibilidade de definir os limites de uma área qualquer e inquirir sobre

o resultado de viagens com lances de arrastos nessa área ou exclusivos dessa área.

Com base nos dados resultantes das análises de identificação de viagens de pesca e, dentro

destas, dos lances de arrasto, guardados na base de dados, pode-se proceder depois à

análise pormenorizada do regime de operação da frota (e.g., número de lances de arrasto

Page 35: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

35

por viagem de pesca, duração dos lances por pesqueiro, etc) extraindo a informação da BD

e utilizando uma folha de cálculo automático e software estatístico apropriado.

A extracção de informação (original e processada) da BD é feita através de queries

previamente definidas.

5. Outras funcionalidades

O software dispõe de um módulo para a recriação da actividade da frota num determinado

período de tempo. A visualização retrospectiva da actividade da frota, i.e., a visualização

da actividade de navios seleccionados (e.g., toda a frota) durante um determinado período

de tempo, fixado pelo operador, é útil para se observar o comportamento da frota. A

velocidade de visualização é fixada podendo ser lenta ou acelerada. As vendas diárias e

acumuladas (ao mês e período seleccionado), resultantes da actividade do conjunto dos

navios seleccionados, bem como de qualquer um dos navios, se desejável, é visualizada

graficamente.

3.1.3. Considerações finais

O software GeoCrust 2.0 está pronto a ser utilizado, por rotina, no processamento de

mapas de esforço e rendimentos de pesca da frota de crustáceos portuguesa desde que se

continue a dispor de dados MONICAP com periodicidade de 10 minutos. A recolha destes

dados com periodicidade superior (e.g., 2 horas, como parece ter sido adoptado pela

Inspecção-Geral das Pescas nos últimos 3 anos) inviabiliza a detecção de arrastos dentro de

viagens de pesca previamente definidas. Todas as restantes funcionalidades do software

continuam, no entanto, a poder ser utilizadas. No caso da frota de peixes, o software pode

ser utilizado na cartografia da distribuição do esforço de pesca.

A implementação do sistema em Portugal requer a criação de um gabinete sob a

dependência da DGPA, para o qual será necessário disponibilizar meios físicos e humanos

que permitam o seu pleno funcionamento. Entretanto, será usada, no âmbito de projectos

de doutoramento, no sentido de explorar a fundo a informação disponível com vista a

aprofundar o conhecimento sobre as duas pescarias, de peixe e de crustáceos visando

melhorar a sua gestão.

Page 36: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

36

O software GeoCrust 2.0 poderá, no entanto, vir a ser utilizado na análise de qualquer

pescaria de arrasto, ou mesmo de outra arte (e.g., o palangre) para a qual se disponha de

informação VMS. Para isso, precisa de algumas adaptações e pequenos desenvolvimentos

que, no caso do arrasto, são pontuais. De notar que o software GeoCrust 2.0 é,

actualmente, a aplicação informática disponível mais avançada no que respeita à integração

de dados VMS com informação de captura proveniente de diários de pesca e desembarques

(ICES, 2006).

3.2. Análise da evolução espacio-temporal das pescarias portuguesas de arrasto de

crustáceos (1998-2004) e de peixe (2003) utilizando dados VMS combinados com

desembarques / diários de pesca

A frota de arrasto portuguesa divide-se em duas componentes, uma dedicada a crustáceos

de profundidade e outra dedicada ao peixe. Embora utilizem ambas artes de arrasto de

fundo de portas, o armamento da arte e a malhagem do saco das redes é diferente. Por essa

razão, o licenciamento das duas frotas faz-se de modo distinto de acordo com o tipo de

malhagem. A frota de arrasto de crustáceos é uma frota pequena, quando comparada com a

frota de arrasto de peixe, e opera essencialmente a sul de Lisboa enquanto a frota de peixe

opera ao longo de toda a costa portuguesa.

A frota de crustáceos é dirigida, tradicionalmente, ao lagostim (Nephrops norvegicus),

mais profundo e à gamba (Parapenaeus longirostris), mais costeira. Nos últimos anos tem

sido reportado algum esforço dirigido também ao camarão-vermelho (Aristeus antennatus),

a terceira espécie de crustáceos com maior importância nesta pescaria, que ocorre a

maiores profundidades. A pesca de arrasto de crustáceos é realizada de Lisboa para sul,

essencialmente nas costas do Alentejo e do Algarve mas, tanto nos diários de pesca como

nas vendas em lota, não há qualquer registo sobre a sua proveniência. Por esta razão, o

lagostim, que é a única das três espécies-alvo sujeita a medidas de gestão da Comissão

Europeia, tem sido considerado como um único stock composto pelas duas Unidades

Funcionais (FU 28 – Alentejo e FU 29 - Algarve).

Dos três recursos de crustáceos apenas o lagostim tem sido alvo de avaliações periódicas,

ao nível do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (CIEM), e de medidas de

Page 37: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

37

gestão anuais decididas pelo Conselho de Ministros da União Europeia. Durante anos o

manancial sul de lagostim (Unidades Funcionais 28 e 29 do CIEM), que abrange a área a

sul de Lisboa (Alentejo e Algarve) foi gerido a nível Comunitário apenas através da

fixação de Totais Admissíveis de Captura (TAC) anuais, para além de outras medidas com

carácter nacional como a imposição de um tamanho mínimo de desembarque, medida que

abrange igualmente a gamba e o camarão-vermelho. Recentemente, em 2006, o

reconhecimento do estado de forte sobre-exploração do stock de lagostim, que se encontra

claramente fora dos limites biológicos de segurança, conduziu a medidas de gestão de

excepção tendo sido estabelecido um plano de recuperação para este stock.

No caso da frota de arrasto de peixe, que explora uma mistura de espécies demersais e

pelágicas, crustáceos e cefalópodes, apenas algumas das espécies estão sujeitas a gestão

como são os casos, por exemplo, do carapau (Trachurus trachurus), da pescada branca

(Merluccius merluccius) e dos tamboris (Lophius piscatorius e L. budegassa).

Assim, a monitorização dos recursos de crustáceos, explorados por arrasto em Portugal,

tem sido realizada essencialmente com base na informação de desembarques global (para

toda a área de pesca). A única informação espacial disponível é a que provém dos cruzeiros

de investigação, realizados pelo IPIMAR em determinadas alturas do ano. A possibilidade

de se utilizar dados provenientes do Sistema MONICAP na monitorização de recursos de

crustáceos e de peixe veio permitir adicionar a componente espacial à análise de dados de

pesca e monitorização destas pescarias.

3.2.1. Objectivos

Com este trabalho pretende-se analisar a evolução espacio-temporal da pesca de arrasto de

crustáceos (no período 1998-2004) e de peixe (em 2003), utilizando dados VMS (Sistema

de Monitorização de Navios), recolhidos através do sistema MONICAP e informação de

desembarques disponíveis para a costa portuguesa.

3.2.2. Material e Métodos

Foram utilizados dados sobre as características técnicas, licenças anuais e abates dos

navios de arrasto, bem como vendas em lota – em peso e valor, declarações de descarga e

Page 38: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

38

diários de pesca disponíveis para o período 1998-2004 (frota de arrasto de crustáceos) e

para 2003 (frota de arrasto de peixe) cedidas pela DGPA. No que respeita a dados

MONICAP (data e hora, posições de latitude/longitude e velocidade instantânea dada pelo

GPS do navio, em intervalos de 10 minutos), foram utilizados os dados disponibilizados

pela IGP (Inspecção Geral das Pescas) para cada frota, naqueles períodos. Os dados da

frota de arrasto de crustáceos relativos a 1998 e 1999 já se encontravam em BD pois

transitaram do projecto GeoCrust, que precedeu o presente projecto.

Com base nas licenças anuais, informação de abate de algumas embarcações e registo de

desembarque diário, foram constituídas as listas de navios pertencentes a cada uma das

frotas, em cada ano, as quais foram adicionadas ao programa GeoCrust 2.0. A frota de

arrasto de crustáceos foi constituída por todos os navios com licenças para Arrasto de

Fundo de Portas e malhagem para “Crustáceos” em 1998 e 1999, malhagem de “55 mm”

em 2000, malhagem de “55 a 59 mm” em 2001 e 2002 e malhagens de “55 a 59 mm” (para

a gamba) ou malhagens de “55 a 59 mm” (para a gamba) e “>= 70mm” (para o lagostim),

em 2003 e 2004. Os navios licenciados apenas para a malhagem “>= 70mm” são todos

navios de arrasto de peixe. Os navios da frota de arrasto de crustáceos tinham, na sua

maioria, apenas licenças para pescar em águas da “ZEE portuguesa – Sub área

Continente”. No entanto, quatro navios dispunham também de licença para Águas

internacionais do CIEM. O número total de licenças anuais variou entre 30 e 36 mas, tendo

em consideração as entradas (por substituição de navios abatidos) e saídas (sobretudo por

abate) de navios, o número efectivo de unidades de pesca aumentou de cerca de 30 em

1998 e 1999 para cerca de 33 entre 2001 e 2004.

A frota de arrasto de peixe, em 2003, foi constituída pelos navios licenciados para Arrasto

de Fundo de Portas, com malhagem de “65 a 69 mm” ou “>=70 mm” (excluindo os de

crustáceos), com área de pesca na “ZEE portuguesa – Sub área Continente”. Sete destes

navios tinham, igualmente, licenças para outras artes, designadamente para Armadilhas de

gaiola (30-50 mm) e Pesca à linha – Palangre de fundo para espécies demersais. No que

respeita à área de pesca, apenas um dos navios dispunha, também, de licenças de pesca no

“Atlântico Centro-Este”, “CECAF- àguas internacionais” e “CIEM – Águas internacionais

\ NEAFC” enquanto 25 navios dispunham de licença para a “Galiza (Espanha)” e 24 para

o “Golfo da Biscaia – Meridional (Espanha)”. O número total de navios incluídos na frota

Page 39: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

39

de arrasto de peixe em 2003 foi de 75 (navios com desembarques). Oito navios licenciados

não apresentaram desembarques pelo que não foram incluídos na frota.

Cada uma das frotas foi caracterizada em termos de comprimento fora-a-fora, tonelagem

de arqueação bruta e potência da máquina principal e, no caso da frota de crustáceos, foi

analisada a evolução destas características técnicas entre 1998 e 2004.

Com base apenas nos dados de vendas em lota disponíveis procedeu-se à avaliação da

importância relativa das várias espécies, e grupos de espécies (crustáceos, peixes e

moluscos) nos desembarques das duas frotas, em peso e em valor, e analisou-se a sua

evolução dentro do ano e ao longo dos anos, neste caso apenas para a frota de crustáceos

(1998-2004). A evolução dos desembarques anuais (1982-2007), em peso, das três

espécies-alvo, foi feita com base nas séries históricas do IPIMAR (C. Silva, com. pess.)

Os dados diários de vendas em lota – em peso, declarações de descarga e diários de pesca

dos navios das duas frotas, nos respectivos períodos de estudo, foram inseridos na base

MySql do software GeoCrust 2.0. Devido aos problemas que os diários de pesca

apresentam (pouca confiança na informação que contém e, sobretudo, à irregularidade da

sua disponibilidade, o software GeoCrust 2.0 considera como desembarques as vendas em

lota diárias por embarcação, que se supõe que funcionem como um proxy das capturas,

pelo menos para as espécies-alvo das pescarias.

A identificação de viagens de pesca foi realizada através do módulo “Marcação de Viagens

de Pesca” do software GeoCrust 2.0 (ver Secção 3.1), de acordo com o princípio definido

que uma viagem termina sempre com uma venda em lota. Nos casos em não se dispõe de

vendas em lota mas em que existem diários de pesca (pelo menos para os 4 navios

congeladores e, nalgumas situações, para navios com desembarques em Espanha) foram

obtidas “vendas fictícias” fazendo o somatório dos valores registados nos diários de pesca

desses navios. Em alguns casos, especialmente na pescaria de arrasto de peixe, foi preciso

juntar vendas, realizadas em dias distintos, mas relativas à mesma viagem de pesca. Para

isso, o software dispõe de mecanismos para tratamento de vendas fraccionadas. As

declarações de descarga, bem como a maior parte dos diários de pesca, funcionam apenas

como informação auxiliar na marcação de viagens por parte do operador. Durante a análise

o operador acede à informação das vendas em lota, declarações de descargas e diários de

Page 40: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

40

pesca disponíveis para cada viagem, podendo compará-la. Para cada viagem de pesca

marcada dispõe-se, em base de dados, de informação sobre o navio que a realizou, datas e

horas de início e fim, portos de início e fim, duração (em dias) e distância percorrida (em

milhas náuticas) e a identificação da venda em lota realizada ou, em sua substituição, da

“venda fictícia” criada com os diários de pesca (IdVenda) que identifica a própria viagem.

Dispõe-se ainda, para cada uma das viagens identificadas, da classificação atribuída à

viagem pelo operador: válida (quando tem todos os pontos GPS) ou parcialmente válida

(quando há falhas de Pontos GPS).

Cada uma das viagens válidas foi analisada para definição de lances de arrasto através do

módulo “Marcação de Arrastos” do software GeoCrust 2.0 (ver Secção 3.1). Esta análise

incidiu, fundamentalmente, sobre viagens válidas. A identificação dos arrastos nos dados

de 2000 a 2004 foi realizada com auxílio dos mecanismos de detecção automática

(algoritmos de inteligência artificial) implementados neste projecto. Para cada arrasto

dispõe-se de informação sobre o navio, Idvenda, data e hora de início e fim de cada arrasto

e estrato batimétrico em que cada arrasto se realizou (obtido a partir da cartografia digital

integrada no software GeoCrust 2.0). No caso da pescaria de crustáceos dispõe-se ainda da

Região (Lisboa, Alentejo e Algarve) e dos Pesqueiros (Lisboa, Sines, Arrifana, Sagres,

Portimão-Sagres; Olhão-Portimão, Olhão-Tavira, Beirinha e ZEE). No caso da pescaria de

peixe não se estabeleceram ainda – no programa – regiões e pesqueiros. A identificação do

pesqueiro onde se realizou cada um dos arrastos de crustáceos foi efectuada após terem

sido marcados todos os arrastos, utilizando-se para o efeito uma rotina existente no

software GeoCrust 2.0. A razão para a realização desta operação a posteriori deveu-se à

necessidade de se actualizar a shapefile inicial, criada com dados de 1998 e 1999, devido

às alterações nas áreas de pesca observadas entre 2000 e 2004. A produção da nova

shapefile, com os pontos GPS de todos os arrastos marcados entre 1998 e 2004, foi feita

com recurso ao software ArcGis 9.2, da ESRI.

A marcação de viagens de pesca e de arrastos da frota de arrasto de crustáceos foi realizada

por dois operadores diferentes. O primeiro tratou os dados relativos a 1998 e 1999 durante

o presente projecto GeoCrust e o segundo processou a restante informação (2000 a 2004)

no presente projecto. Os dados da frota de peixe, relativo a 2003, foram igualmente

analisados por dois operadores. De notar que o tratamento de dados da frota de peixe não

foi exaustivo. O tratamento de parte dos dados de 2003 desta frota foi realizado à medida

Page 41: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

41

que se procedeu ao desenvolvimento dos módulos de marcação de viagens e de marcação

de arrastos do software GeoCrust, com vista a possibilitar a análise de dados da pescaria de

arrasto de peixe.

A análise do esforço de pesca, exercido na costa continental portuguesa, foi realizada por

ano e por trimestre. Espacialmente, foram consideradas Regiões e, no caso dos crustáceos,

também Pesqueiros. Na pescaria de crustáceos foram consideradas as Regiões de Lisboa

(Centro), Alentejo e Algarve – definidas no programa GeoCrust 2.0- enquanto que, na

pescaria de peixe foram consideradas como regiões Norte (de Caminha ao Canhão da

Nazaré), Centro (do Canhão da Nazaré até ao Canhão de Setúbal), Alentejo (do Canhão de

Setúbal até a sul da Arrifana) e Algarve (até à fronteira com Espanha em Vila Real de

Santo António) – definidas a posteriori durante o tratamento dos dados uma vez que não

foram ainda estabelecidas no programa. Para o cálculo de rendimentos as regiões do

Alentejo e do Algarve foram consideradas juntas numa única região Sul. Em Espanha

consideraram-se duas Regiões, uma a Norte (até ao Cantábrico) e outra a Sul (até ao

Estreito de Gibraltar).

Os rendimentos de pesca (desembarques por unidade de esforço em kg/h) foram calculados

por viagem de pesca para o total das espécies, por grupo de espécies (crustáceos, peixes e

moluscos) e para algumas espécies (espécies-alvo em particular). O cálculo de rendimentos

de pesca médios por Região ou por Pesqueiro foi efectuado apenas com “viagens de pesca

exclusivas” i.e., viagens de pesca realizadas exclusivamente dentro de uma mesma região

ou um mesmo pesqueiro, durante o período de tempo considerado. No caso da pescaria de

peixe calcularam-se apenas rendimentos por Região.

O esforço de pesca total por trimestre (em horas de arrasto e em milhas náuticas

arrastadas), foi estimado, em cada ano, a partir do quociente entre os desembarques totais

apurados para a totalidade da frota e os desembarques dos navios com dados MONICAP.

Devido à estreita relação entre horas de arrasto e milhas náuticas arrastadas optou-se por se

utilizar apenas a duração dos arrastos como unidade de esforço. O apuramento dos

desembarques totais foi realizado com base na análise combinada da informação

disponível de vendas em lota e de diários de pesca, para cada navio da frota, em cada um

dos anos.

Page 42: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

42

A análise espacial da distribuição do esforço de pesca (dos navios com dados MONICAP)

foi realizada, primeiro, através de mapas produzidos de forma expedita (mapas

preliminares) com os dados brutos, com recurso ao módulo para produção de mapas

preliminares implementado na nova versão do software GeoCrust e, depois, através de

mapas produzidos apenas com dados de viagens de pesca, através do módulo

“Cartografia”. Assim, foram produzidos mapas preliminares da actividade de cada navio

bem como do total da frota, com representação em pontos (toda a informação incluindo a

correspondente a navegação) e em grelha (densidade de pontos por quadrículas

correspondentes apenas a velocidades de arrasto) para diversos períodos de tempo (ano,

semestre e trimestre). Com os dados das viagens de pesca produziram-se mapas anuais e

trimestrais da frota, em grelha (de 0,06 x 0,06 mn), com os valores de posições (latitude e

longitude) correspondentes a velocidades de arrasto. A definição das velocidades de arrasto

a considerar foi realizada para cada navio após inspecção do seu perfil de velocidade

através do módulo de “Análise da distribuição de frequências de velocidade” do software

GeoCrust 2.0 (valor de corte considerado = 1.5%). Só os mapas em que se impôs um

número máximo de pontos idêntico para a última classe são directamente comparáveis

entre si.

Para a representação gráfica da distribuição dos rendimentos de pesca, por pesqueiro, da

frota de arrasto de crustáceos optou-se por mapas de sectogramas produzidos pelo módulo

de “Cartografia” do software GeoCrust 2.0.

Para o estudo da evolução da área arrastada pela frota de arrasto de crustáceos entre 1998 e

2004, foram produzidas, em ArcGis 9, shapefiles anuais com as áreas dos vários

pesqueiros definidas a partir dos pontos GPS do total dos arrastos de cada ano. Uma vez

que os pontos são adimencionais foi utilizada uma metodologia que generaliza os pontos

em áreas. Os dados originais, no sistema de coordenadas geográficas WGS84, foram

projectados utilizando a projecção Gauss do Datum Geodésico Hayford de Lisboa. Os

dados resultantes foram convertidos em formato matricial, usando uma grelha de 1 km de

lado. As áreas foram calculadas com base nesta representação matricial da distribuição dos

pontos GPS.

As profundidades de arrasto de crustáceos em cada Região e Pesqueiro foram estimadas

com base no conjunto de arrastos em viagens válidas, realizados no período de estudo.

Page 43: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

43

3.2.3. Resultados

3.2.3.1. Pescaria de arrasto de crustáceos Características da frota

Na Tabela 1 são apresentados os valores mínimo, médio e máximo das três principais

características técnicas dos navios da frota de arrasto de crustáceos activos em cada ano,

entre 1998 e 2004. Neste período a frota sofreu uma grande remodelação tendo-se

observado a substituição de 18 navios abatidos. Esta alteração profunda na frota reflectiu-

se no aumento das características técnicas dos navios, particularmente da potência da

máquina principal (POT) e, sobretudo, da tonelagem de arqueação bruta (TAB). Embora o

comprimento de fora a fora tenha aumentado, em média, apenas 1 metro (+4.3% de

variação), a POT aumentou 26.5%, passando de 330.2 para 417.7 cv e a TAB média

passou de 107.4 para 177.3 toneladas Moorsom, correspondendo a um aumento de 65.0%.

O grande aumento verificado nestas características ocorreu essencialmente entre 1998 e

2001. Em 2004 a frota apresentava navios entre 23 e 30 m CFF (média = 25.3 m), com

TAB entre 96 e 241 t (média = 117.3 t) e POT entre 368 e 577 cv (média = 417.7 cv).

Evolução dos desembarques históricos (1982-2007)

No início da pescaria, entre 1982 e 1984, os desembarques de lagostim e de gamba

aumentaram atingindo valores acima das 500 toneladas (Figura 10). Os desembarques de

gamba decresceram de imediato e, embora se tenha observado um aumento pontual em

1989, mantiveram-se baixos, a níveis claramente abaixo dos observados para o lagostim os

quais se mantiveram relativamente estáveis, perto das 500 toneladas, até 1992, altura em

que começaram paulatinamente a decrescer até atingirem cerca de 130 toneladas em 1996-

1997, valores ligeiramente superiores aos registados nos dois primeiros anos da década de

80. Entre 1997 e 2004 os desembarques de lagostim foram progressivamente aumentando

mas, nos últimos 3 anos voltaram a decrescer (Figura 10).

Ao decréscimo dos desembarques de lagostim observado entre 1992 e 1996 correspondeu

um aumento acelerado dos desembarques de gamba que, em 1999, atingiram um valor

máximo elevadíssimo (2081 toneladas) decrescendo de seguida, de modo acentuado (com

Page 44: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

44

um aumento pontual em 2003), para 100 toneladas em 2005. Nos dois últimos anos (2006

e 2007) os desembarques de gamba apresentaram uma tendência crescente (Figura 10). Os

desembarques de camarão-vermelho, embora se tenham mantido a um nível relativamente

baixo, revelam uma tendência de evolução semelhante aos da gamba, com oscilações nos

desembarques similares, em particular desde 1989 (Figura 10).

Desembarques no período 1998-2004 - Importância relativa das espécies

De um total de 141 espécies presentes nos desembarques (vendas em lota) anuais da frota

de arrasto de crustáceos, das quais 44 ocorreram todos os anos, apenas cerca de 9 a 12

espécies, nos desembarques em peso (Figura 11) e 5 a 6 espécies nos desembarques em

valor (Figura 12), foram responsáveis por 95% dos desembarques totais anuais entre 1998

e 2004. Neste período, as três espécies-alvo da pescaria (lagostim, gamba e camarão-

vermelho) representaram cerca de 60 a 80% do total dos desembarques anuais em peso da

frota de arrasto de crustáceos. No entanto, em 2004, devido ao registo de desembarques

anormalmente elevados de verdinho nesse ano (cerca de 49% do total, quando nos anos

anteriores os desembarques desta espécie se cifraram entre 0.3 e 4.3%!), as três espécies-

alvo representaram apenas 25.8% do total (Tabela 2; Figura 11). Em valor, a importância

das espécies-alvo nos desembarques foi consideravelmente superior e dominante durante

todo o período, oscilando entre 81 e 91% do total. Em 2004, a dominância do verdinho nos

desembarques em peso não se reflectiu economicamente devido ao baixo valor do verdinho

(1.9%) (Tabela 2; Figura 12).

Os três primeiros lugares nos desembarques anuais em valor têm sido, assim, ocupados

pelas três espécies-alvo da pescaria, com excepção do ano de 2003 onde o 3º lugar foi

ocupado pelo Carabineiro cardeal (Plesiopenaeus edwardsianus), espécie que, desde 2002,

tem vindo a aumentar consideravelmente a sua importância nos desembarques (Tabela 2;

Figura 12) e que, em 2004, foi a espécie com o valor mais elevado de primeira venda

(~35€/kg) contabilizado, seguida da gamba e das lagostas (família Palinuridae). A gamba

foi sempre a espécie mais importante nos desembarques em valor seguida do camarão-

vermelho e do lagostim. Entre 1998 e 2001, o 2º lugar foi ocupado pelo camarão-vermelho

e o 3º pelo lagostim, enquanto que no período 2002-2004 o lagostim foi a 2ª espécie

desembarcada em valor e o camarão-vermelho a 3ª, excepto em 2003 onde foi relegado

para 4º lugar pelo carabineiro cardeal (Tabela 2; Figura 12).

Page 45: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

45

Em peso, a gamba foi a espécie mais importante entre 1998 e 2003. Em 2004 a gamba foi

relegada para 3º lugar pelo verdinho e pelo lagostim que, desde 2001, tem sido a 2ª espécie

melhor representada nos desembarques em peso (Tabela 2; Figura 11). No período anterior

(1998-2000) o 2º lugar foi ocupado pelo camarão-vermelho cuja importância nos

desembarques em peso da frota de crustáceos tem vindo a reduzir nos últimos anos (Tabela

2; Figura 11). Entre as espécies de peixe desembarcadas pela frota de crustáceos destaca-se

a pescada branca (Merluccius merluccius), que foi a 3ª espécie mais importante em peso,

excepto em 1999 e 2004 onde foi 4ª, os tamboris (Lophius spp) e as pata-roxas

(Scyliorhinus spp). Entre os moluscos destacam-se o polvo comum (Octopus vulgaris) e as

potas (família Ommastrephidae).

Evolução anual dos desembarques

A evolução dos desembarques anuais (vendas em lota apenas) entre 1998 e 2004 reflectiu a

evolução dos desembarques de gamba nesse período (Figura 13) que, em 1999 atingiram

um valor máximo elevadíssimo, decrescendo desde então. Os desembarques em valor

foram, contudo, mais elevados em 2000 e 2001 decrescendo nos anos seguintes para

valores muito reduzidos em 2004. No entanto, em 2003 registou-se um aumento pontual

dos desembarques, devido a um pico de gamba verificado nesse ano.

Os desembarques de lagostim, e também os de camarão-vermelho, apresentaram

evoluções, em peso e em valor, com tendências semelhantes. Enquanto os desembarques

de camarão-vermelho aumentaram até 2000, decrescendo nos anos seguintes para valores

bastante modestos, os desembarques de lagostim aumentaram até 2002 tendo decrescido

nos dois últimos anos.

Evolução mensal dos desembarques (ano médio 1998-2004)

Analisando os desembarques totais da frota de crustáceos ao longo dos meses (ano médio

1998-2004) verificou-se que, em peso (vendas em lota, apenas), verificou-se que estes

continuam a reflectir, aproximadamente, a evolução dos desembarques de gamba,

aumentando a partir de Novembro, atingindo o máximo em Maio e decrescendo nos meses

seguintes (Figura 13). Em Novembro observou-se um ligeiro incremento devido ao valor

Page 46: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

46

extraordinário de verdinho registado em Novembro de 2004 (Figura 14). Em valor, os

desembarques totais mantiveram-se elevados entre Maio e Agosto devido ao valor do

lagostim cujos desembarques foram mais elevados neste período (Figura 13). De Setembro

a Janeiro os desembarques de lagostim foram bastante reduzidos aumentando de Fevereiro

a Maio. Por sua vez, os desembarques de camarão-vermelho só apresentaram valores

elevados em Maio-Julho (máximo em Junho), mantendo-se nos restantes meses do ano

com valores reduzidos.

O carabineiro cardeal que, desde 2002 aumentou a sua importância nos desembarques

registou valores máximos em Agosto, decrescendo suavemente até Janeiro (Figura 14). De

Fevereiro a Junho os desembarques mantiveram-se a um nível muito baixo, aumentando

rapidamente em Julho.

Análise de dados MONICAP

Foi analisada toda a informação disponível para o período 1998-2004 com excepção dos

dados dos navios congeladores em 2000-2002, indisponíveis na altura em que se realizou o

processamento de dados, e de parte da informação do 2º semestre de 2004, que não foi

processada. O nível de cobertura (dados analisados), avaliado navio a navio (Tabela 3)

como a percentagem dos desembarques totais correspondente a viagens válidas com

arrastos marcados variou consideravelmente de navio para navio, e de ano para ano, em

função da disponibilidade de dados MONICAP e da sua qualidade. Alguns navios

apresentaram consistentemente taxas de cobertura bastante interessantes. Por exemplo, o

navio 40 (Tabela 3), que foi uma das embarcações da frota com maior volume de

desembarques, registou taxas de cobertura elevadas (entre 61 e 90%) entre 2001 e 2003

(Tabela 3). Anualmente, a percentagem de cobertura total apresentou uma tendência

decrescente variando entre o máximo de 48.2% em 1999 e o mínimo de 25.9% em 2004.

Na globalidade, a taxa de cobertura obtida foi de 38.7% (média anual de 37%).

No total foram marcadas 12855 viagens de pesca sendo válidas 75.4%, i.e., 9690 (Tabela

4). A percentagem anual de viagens válidas, crescente entre 1998 e 2000 e decrescente de

2001 a 2004, variou entre o máximo observado em 2000 (86.3%) e o mínimo em 2004

(62.0%). As percentagens de viagens válidas exclusivas de Regiões foram elevadas,

variando entre 94.5 e 97.0% (96.2% no total). No que diz respeito a Pesqueiros, as

Page 47: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

47

percentagens de viagens exclusivas foram naturalmente menores situando-se entre 68.9%

em 1999 e 46.2% em 2004 (55.9% no total).

A distribuição do número de viagens válidas por trimestre entre 1998 e 2004 (Tabela 5)

evidencia uma fraca cobertura realizada no primeiro trimestre de 1998 (por

indisponibilidade de dados MONICAP) e nos dois últimos trimestres de 2004 (por falta de

processamento). O número de viagens anuais obtidas para os quatro navios congeladores

revela a falta de processamento de dados destas embarcações entre 2000 e 2002 (Tabela 5).

Do total de viagens válidas resultaram 61270 arrastos (média anual de 8753 arrastos) onde

94.2% (valores entre 91.4 e 95.2%) correspondeu a arrastos exclusivos de Região e 44.0%

(valores entre 36.9 e 57.0%) a arrastos exclusivos de pesqueiros (Tabela 4).

Portos de início e fim de viagem

Com base no universo das viagens marcadas (n=12855) constata-se que, entre 1998 e

2004, a frota de arrasto de crustáceos utilizou essencialmente (~98% do total de viagens)

os portos de Portimão (~49%), Olhão (~37%), Sines (~6.0%) e Sagres (~5.7%) (Tabela 6).

Vários outros portos foram utilizados neste período, alguns dos quais em Espanha, embora

com pouca expressão. Cerca de 84% das viagens tiveram início e fim no mesmo porto

essencialmente em Portimão (43.4%) e em Olhão (32.9%). Portimão foi, com excepção de

1998, o Porto mais utilizado pela frota de crustáceos. As viagens que tiveram início e fim

em portos distintos registaram-se fundamentalmente em Portimão/Olhão (5.0%) e

Portimão/Sagres (4.6%). Os navios congeladores têm como porto de base Portimão e os

demais, utilizam os diversos portos essencialmente para descarregarem uma vez que as

vendas são realizadas, fundamentalmente, em Vila Real de Santo António (VRSA).

Regime de operação

A duração média das viagens de pesca dos navios da frota (excluindo os 4 navios

congeladores) aumentou de cerca de 1.4 dias em 1998-1999 para 2.0 dias em 2004 com

decréscimos pontuais em 1999 e 2003 (Tabela 7; Figura 15-A). A duração máxima das

viagens variou entre 3.9 e 8.6 dias. A duração média das viagens dos navios congeladores

Page 48: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

48

foi consideravelmente superior, variando entre aproximadamente 3 e 5 dias. A duração

máxima das viagens destes navios situou-se entre 9.4 e 12.7 dias (Tabela 7; Figura 15-A).

O número médio de arrastos por viagem (navios congeladores excluídos) aumentou com o

aumento da duração das viagens de cerca de 5 em 1998-1999 para aproximadamente 8 em

2004 (Tabela 7; Figura 15-B). O número máximo de arrastos por viagem variou entre 16 e

24. Contrariamente, a duração média dos arrastos por viagem decresceu passando de 4.6-

4.7 horas em 1998-1999 para 4.0 h em 2004. Similarmente, a distância média dos arrastos

por viagem decresceu passando de 13.7-14.0 mn em 1998-1999 para 11.6 mn em 2004. Em

2003 registaram-se arrastos com duração e distância médias anormalmente baixos, de 3.5 h

e 10.4 mn. A duração máxima dos arrastos variou entre 12 e 14 horas e a distância

máximas entre 34 e 40 mn (Tabela 7; Figura 15-B).

Velocidades de arrasto

A distribuição das velocidades de arrasto dos navios da frota variou consideravelmente

dentro de cada ano. Algumas das distribuições apresentaram uma grande dispersão de

valores de velocidade sendo mesmo, em alguns casos, bimodais. Entre 1998-2004 a

velocidade média de arrasto dos navios variou entre 2.3 e 3.4 mn/h (Tabela 8). Em termos

globais observou-se um decréscimo na velocidade média de arrasto de 3.0 mn/h em 1998-

2001 para 2.9 mn/h em 2002-2004 denotando uma alteração no comportamento da frota a

partir de 2002 (Tabela 8). Na Figura 16 é visível a diferença no conjunto das distribuições

nos dois anos seleccionados (1999 e 2003). A velocidade média global calculada com base

na totalidade dos 61270 arrastos de viagens de pesca válidas foi de 3.0 mn/h. Os valores

mínimos registados de 2.3 mn/h em 1998 e 1999 foram praticados por dois navios de

Cascais que operaram essencialmente na Região de Lisboa.

Analisando a velocidade média de arrasto, por pesqueiro, no período 1998-2004 verifica-se

que os arrastos com velocidades mais elevadas foram praticados no Algarve, no pesqueiro

Olhão-Portimão (3.1mn/h) (Figura 17-A). Velocidades médias de 3.0mn/h foram

registadas na Arrifana (Alentejo) e nos pesqueiros algarvios de Portimão-Sagres, Olhão-

Tavira e ZEE. No pesqueiro de Sagres e da Beirinha, no Algarve, a velocidade média de

arrasto foi 2.9 mn/h. No pesqueiro de Lisboa a velocidade média de arrasto observada,

bastante inferior, foi de 2.7mn/h. Nos arrastos realizados fora de pesqueiros, em Lisboa (n

Page 49: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

49

= 57, profundidade média = 329m) e no Alentejo (n = 97, prof. média = 722m) a

velocidade média foi de 2.7 mn/h; no Algarve (n = 57, prof. média = 542m) foi de

2.9mn/h. Não parece existir uma relação directa entre a velocidade de arrasto e a

profundidade (Figura 17-B).

Esforço de pesca

Os factores de ampliação obtidos por trimestre, em cada ano, e utilizados na estimação do

esforço total da frota de arrasto de crustáceos a partir da informação de esforço obtida com

os dados MONICAP, são apresentados na Tabela 9. Os factores de ampliação foram, na

sua maioria, entre 2 e 3 (valor médio de 2.7). Valores entre 5 e 7 foram obtidos no 1º

trimestre de 1998 e no 3º trimestre de 2002 e 2004. No 4º trimestre de 2004 foi obtido um

valor díspar, evidenciando a deficiente cobertura atrás referida.

Entre 1998 e 2004, o esforço anual estimado na costa portuguesa para a frota de arrasto de

crustáceos (em horas de arrasto e em milhas náuticas arrastadas) aumentou até 2001-2002

(123 e 124 mil horas de arrasto; 371 e 363 mil mn arrastadas, respectivamente) tendo

decrescido nos dois últimos anos (Tabela 10; Figura 18). A maioria dos esforço de pesca

foi exercido na Região do Algarve, tendo aumentado de 1998 (~84%) para 2003 (~93%) e

decrescido, em 2004, para 89% (Figura 18-A). Complementarmente, o esforço na Região

do Alentejo decresceu entre 1998 (~14%) e 2003 (~6%) tendo aumentado em 2004

(~11%). A pesca na Região de Lisboa teve apenas alguma expressão em 1998-1999 (~2%)

sendo vestigial nos três anos seguintes. Em 2003 e 2004 não foi observada qualquer

actividade de pesca nesta Região.

Os mapas com a distribuição espacial anual dos dados MONICAP disponíveis no período

1998-2004, filtrados para velocidades de arrasto de cada navio (mapas preliminares de

esforço de pesca), são apresentados na Figura 19. Na Figura 20 são apresentados os mapas

com a distribuição espacial anual dos arrastos devidamente identificados em viagens

válidas dos navios da frota entre 1998 e 2004 (61270 arrastos) (mapas de esforço de

pesca). Os valores de esforço de pesca anual (horas de arrasto) estimado por pesqueiro

(Figura 21) estão representados graficamente na Figura 22. Com base nesta informação

verifica-se que o principal pesqueiro entre 1998 e 2003 foi o de Olhão-Portimão, seguido

dos pesqueiros de Portimão-Sagres e da Beirinha que, em 2004, foi o mais importante.

Page 50: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

50

Seguiram-se, em importância, os pesqueiros de Sines, Sagres e Olhão-Tavira e, finalmente,

a Arrifana e Lisboa, este com dados para estimação de esforço apenas para o período 1998-

2001. No pequeno pesqueiro ZEE, embora tenha havido quase sempre actividade de pesca

(Figura 22) só foi possível estimar esforço de pesca para 2004 onde a actividade neste

pesqueiro foi mais expressiva.

A evolução anual do esforço de pesca apresentou uma tendência crescente até 2000, nos

dois pesqueiros do Alentejo (Sines e Arrifana), 2001, em Sagres, Portimão-Sagres e Olhão-

Portimão, e 2002, em Olhão-Tavira e na Beirinha, decrescendo, embora com aumentos

pontuais do esforço em 2002, em Sines, 2003, em Portimão-Sagres e 2004, em Sines,

Sagres, Olhão-Tavira e, sobretudo, na Beirinha onde se registou um aumento apreciável do

esforço de pesca (Figura 22).

Evolução da área de pesca

A área de pesca arrastada aumentou, no seu conjunto, de 1035 mn2, em 1998, para 1174

mn2 em 2002, diminuindo nos dois últimos anos para 936 mn2 em 2004 (Figura 23). Na

região de Lisboa, a área de pesca diminuiu até 2002, altura a partir da qual deixou de se

registar qualquer actividade de pesca nesta região. Apesar de se ter verificado, nos dois

últimos anos, uma redução na área de pesca, tanto no Alentejo como no Algarve, a

proporção de área arrastada no Algarve aumentou relativamente à do Alentejo passando de

cerca de 70%, no período 1999-2001 para valores próximos de 90% em 2003-2004. Em

1998, a proporção observada foi de 61% no Algarve, 31% no Alentejo e 8% em Lisboa;

em 2004, a proporção foi de 88% no Algarve e 12% no Alentejo. Alterações na actividade

de pesca traduziram-se na redução da pesca em zonas menos profundas e no alargamento

da área de pesca para zonas de pesca profundas (700-800m), não exploradas anteriormente,

em Sines, Sagres e Beirinha (Figuras 24 e 25). Em geral, observou-se uma tendência

decrescente no tamanho das áreas arrastadas da maior parte dos pesqueiros excepto em

Sagres e, particularmente, na Beirinha onde se observou uma tendência contrária (Figura

26). Na Beirinha, a área de pesca estendeu-se consideravelmente, por fora da fossa Diogo

Cão, até ao Canhão de Portimão (Figura 24).

A profundidade média das zonas arrastadas apresentou uma tendência crescente passando

de cerca de 450 m, em 1998-1999, para 566 m, em 2004 (Figura 27-A) embora em 2003

Page 51: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

51

tenha havido uma redução da profundidade média, devido exclusivamente a pesca menos

profunda nos pesqueiros do Algarve (Portimão-Sagres, Olhão-Portimão e Olhão-Tavira),

para 469 m (Figura 27-C). Em 2004 observou-se precisamente o contrário, com o aumento

da profundidade média dos arrastos nestes três pesqueiros do Algarve e diminuição no

Alentejo, em Sines (Figura 27-B e C).

Variação trimestral do esforço de pesca

Os mapas com a distribuição espacial dos arrastos identificados em viagens válidas dos

navios da frota, por trimestre, em cada ano do período 1998-2004 são apresentados nas

Figura 28 (A a D). Os valores de esforço de pesca trimestral (horas de arrasto) estimados

por Região e por Pesqueiro, em cada um dos anos, estão representados graficamente nas

Figuras 29 e 30, respectivamente. Com base nesta informação constata-se que houve

actividade de pesca em toda a área ao longo de todo o ano. Não se observaram padrões

regulares ao longo dos anos, quer ao nível das Regiões (Figura 29) quer dos Pesqueiros

(Figura 30). No entanto, parece ter sido no 2º e 3º trimestres que a actividade de pesca teve

maior expressão apesar de, em 1998 e sobretudo em 2004, a actividade de pesca ter sido

mais expressiva no 4º trimestre, no Algarve, tendo o mesmo acontecido no Alentejo

(Sines), em 2003. Notam-se variações nas zonas preferencialmente arrastadas, dentro dos

pesqueiros, de trimestre para trimestre.

Rendimentos de pesca

O número de arrastos realizado em viagens de pesca exclusivas, bem como o

correspondente número de viagens, utilizados no cálculo dos rendimentos médios por

viagem de pesca, nas três regiões e nos vários pesqueiros são apresentados, para consulta,

no Anexo VI.

Entre 1998 e 2003 a gamba dominou em quase todos os pesqueiros excepto em Sagres e na

Beirinha onde predominaram o camarão-vermelho e o lagostim (Figura 31). A partir de

2001, no Alentejo e em 2004, no Algarve, o Peixe ocupou o lugar da gamba e o lagostim

aumentou a sua importância relativa sobretudo na Beirinha. O pesqueiro mais produtivo foi

sempre a Arrifana devido ao Peixe mas também à gamba, entre 1998 e 2000, e Moluscos –

Potas, em 1998. A proporção de Outros Crustáceos (para além das três espécies-alvo) teve

Page 52: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

52

alguma expressão em Lisboa, Sines, Sagres e Beirinha devido, essencialmente, ao

Carabineiro-Cardeal, Plesiopenaeus edwardsianus (Figura 31).

Os rendimentos médios totais por viagem de pesca aumentaram nas três Regiões de 1998

para 1999 atingindo, no Alentejo e no Algarve, valores médios máximos de 38 kg/h,

decrescendo nos anos seguintes até 2002 para valores de 13-14 kg/h (Figura 32–A). Nos

dois últimos anos os rendimentos voltaram a aumentar no Alentejo atingido um valor

máximo de 44 kg/h em 2004. No Algarve aumentaram em 2003 (~24kg/h) decrescendo de

seguida em 2004 para o nível de 2002. Na Região de Lisboa só se dispõe de rendimentos

até 2001. Em 2002 a actividade de pesca foi reduzidíssima não se tendo obtido quaisquer

viagens válidas exclusivas (Tabela 1 do Anexo VI) e, em 2003 e 2004, não se dispõe de

dados MONICAP para esta região (Figura 20).

Os rendimentos médios totais (Figura 32-A) reflectiram, em geral, os rendimentos de

crustáceos (Figura 32-B) e estes, os de gamba (Figura 34-B). Em 2001, em Lisboa, e em

2004, no Alentejo, os rendimentos totais reflectiram os elevados rendimentos de peixe

observados naquelas regiões, naqueles anos (Figura 32-C). O nível dos rendimentos

médios de peixe em Lisboa e no Alentejo foi superior ao registado no Algarve. Os

rendimentos médios de moluscos foram sempre baixos (inferiores a 2kg/h), excepto em

1998, no Alentejo, onde se registaram rendimentos médios de 7.4 kg/h (Figura 32-D). Na

Os elevados rendimentos médios totais registados em 1999 (Figura 33-A), devido à grande

abundância de crustáceos (Figura 33-B), em particular de gamba, foram observados em

praticamente todos os pesqueiros. Os elevados rendimentos de peixe registados no

Alentejo em 2004 foram observados tanto em Sines como na Arrifana com valores acima

de 45 kg/h (Figura 33-C) enquanto que rendimentos mais elevados de moluscos foram

observados apenas na Arrifana (~17kg/h) (Figura 33-D).

No que respeita às três espécies-alvo da pescaria, os rendimentos médios de lagostim,

foram mais elevados no Alentejo e no Algarve (Figura 34-A). No Alentejo oscilaram

consideravelmente apresentando valores elevados em 1999 (4.0 kg/h) e 2004 (2.8 kg/h).

No Algarve, os rendimentos aumentaram nos três últimos anos tendo passado de cerca de

1.5 kg/h para o dobro em 2004. A Beirinha, na Região do Algarve, foi o pesqueiro que,

consistentemente, apresentou os maiores rendimentos médios de lagostim no período de

Page 53: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

53

estudo (~7 kg/h entre 2002 e 2004), seguido de Sines, no Alentejo, e de Sagres (Figura 35-

A), com valores substancialmente inferiores (valores médios globais ~2.4 e 2.6 kg/h no

período 1998-2004). No entanto, Olhão-Tavira e a ZEE apresentaram rendimentos médios

em 2004 bastante elevados (~6 kg/h). Neste ano, os rendimentos médios em Sagres e na

Beirinha (e também em Sines, no Alentejo) diminuíram enquanto que aumentaram nos

pesqueiros Portimão-Sagres, Olhão-Portimão e Olhão-Tavira (Figura 35-A). De notar, no

entanto, o aumento verificado nos rendimentos de lagostim nos últimos anos, nos

pesqueiros do Algarve. Dentro do ano, a distribuição trimestral dos rendimentos médios de

lagostim, apresentou um padrão bem definido em todas as Regiões com valores mais

elevados no 2º e 3º trimestres do ano (Figura 36-A).

Os rendimentos de gamba (Figura 34-B) foram mais elevados em 1999, em todas as

regiões, atingindo valores médios de 28 kg/h tanto no Alentejo como no Algarve e de 16

kg/h em Lisboa. De 2000 em diante os rendimentos médios decresceram registando-se, em

2004, valores médios de 1.2 kg/h no Alentejo e de 2.3 kg/h no Algarve. No entanto, em

2003, houve um aumento pontual dos rendimentos médios de gamba o qual foi bastante

expressivo no Algarve (17.2 kg/h). Os principais pesqueiros desta espécie foram a

Arrifana, no Alentejo, e Portimão-Sagres, Olhão-Portimão e Olhão-Tavira, no Algarve,

com valores médios globais no período 1998-2004 da ordem de 20 kg/h (Figura 35-B). Os

maiores rendimentos médios de gamba foram registados em 1999 em todos os pesqueiros

(máximos de 75 kg/h na Arrifana, no Alentejo e 67 kg/h em Olhão-Tavira, no Algarve),

com excepção da Beirinha, pesqueiro onde os rendimentos desta espécie foram muito

baixos (máximo em 2000, de 6.3 kg/h). A tendência decrescente, de 1999 em diante, com

aumento pontual em 2003, observada ao nível das regiões, verificou-se em todos os

pesqueiros com excepção de Sines onde os rendimentos apenas decresceram. Dentro do

ano médio (1998-2004), os maiores rendimentos médios de gamba foram registados no 1º

e 2º trimestres do ano (Figura 36-B).

Os maiores rendimentos de Camarão-vermelho (Figura 34-C) foram registados no Algarve

entre 1998 (máximo de 3.1 kg/h) e 2000 (2.6 kg/h) tendo, a partir de então, diminuído

substancialmente para valores inferiores a 0.5 kg/h entre 2002 e 2004. No Alentejo, os

rendimentos médios desta espécie, da ordem de 0.4-0.5 kg/h no período 1998-2000

oscilaram consideravelmente nos anos seguintes entre o máximo de 1.5 kg/h em 2003 e o

mínimo de 0.07 kg/h em 2004. Em Lisboa os maiores rendimentos médios de Camarão-

Page 54: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

54

vermelho foram registados em 1999 (0.6 kg/h). Os principais pesqueiros de Camarão-

vermelho foram Sagres e a Beirinha, com valores médios globais no período de estudo de 6

e 3 kg/h, respectivamente (Figura 35-C). Os rendimentos nestes dois pesqueiros foram

máximos em 1999 (11.0 e 7.3 kg/h, respectivamente), tendo decrescido nos anos seguintes.

Observou-se uma tendência semelhante, mas a partir de 1998, nos pesqueiros de Portimão-

Sagres, Olhão-Portimão e Olhão-Tavira. Apesar da tendência geral decrescente observada

nos rendimentos médios desta espécie, registou-se um aumento pontual em 2000 nestes

três últimos pesqueiros do Algarve e em 2003, na Beirinha (0.9 kg/h) e, sobretudo, em

Sines (2.5 kg/h) onde os rendimentos de camarão-vermelho foram sempre bastante baixos,

na maior parte dos anos inferiores a 0.7 kg/h. Em termos de variação dentro do ano, o

camarão-vermelho apresentou um padrão de distribuição trimestral dos rendimentos

médios semelhante ao do lagostim (valores mais levados no 2º e 3º trimestres) em Lisboa e

no Algarve (Figura 36-C). No Alentejo, o padrão foi distinto, com os rendimentos médios

a aumentar do 2º para o 4º trimestre e decrescendo no 3º trimestre.

Filtragens com base na velocidade (velocidades de arrasto) de pontos GPS de viagens de

pesca (válidas e parcialmente válidas) realizadas em 2003 com mais de 30, 50 e 75% de

lagostim (Figura 37) evidenciam a importância da Beirinha na captura desta espécie apesar

do elevado grau de mistura observado nos desembarques da maior parte das viagens de

pesca. Análises semelhantes para a gamba (mais de 50, 75 e 90%) (Figura 38-A) e para o

c-vermelho (mais de 30, 50 e 75%) (Figura 38-B) evidenciam a importância dos pesqueiros

Portimão-Sagres e, sobretudo, de Olhão-Portimão na captura de gamba e das novas zona

de pesca profundas (700-800m) em Sagres e, sobretudo, em Sines na captura de camarão-

vermelho.

Nos três últimos anos (2002 a 2004) a frota de arrasto de crustáceos tem desembarcado

Carabineiro-Cardeal (Figuras 11, 12 e 14-A) tendo-se registado os maiores rendimentos em

Sagres (1.3 kg/h em 2003 e 1.2kg/h em 2004) e Sines (1.4 kg/h em 2003) (Figura 39-A),

no 3º e 4º trimestres. De notar que, entre 1998 e 2000 se registaram rendimentos desta

espécie de camarão em Lisboa, embora baixos. Os maiores rendimentos de verdinho,

Micromesistius poutassou, espécie que foi desembarcada em grandes quantidades em 2004

(Figura 11), foram registados no Alentejo, na Arrifana (17 kg/h em 2001) e em Sines (38

kg/h em 2004) (Figura 39-B), no 3º trimestre. Filtragens com base na velocidade

(velocidades de arrasto) de pontos GPS de viagens de pesca (válidas e parcialmente

Page 55: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

55

válidas) realizadas em 2003 com mais de 15, 30 e 50% de Carabineiro (Figura 40-A) e

mais de 50, 75 e 90% de Verdinho (Figura 40-B) mostram bem a importância das novas

zonas de pesca profundas (700-800m) em Sines, Sagres e no prolongamento da Beirinha,

junto a Portimão na captura do Carabineiro e de Sines na captura de Verdinho.

Como complemento da informação apresentada, incluem-se os mapas de distribuição

relativa dos rendimentos médios trimestrais, por pesqueiro, das três espécies-alvo, dos

restantes crustáceos, peixes e moluscos, acompanhados pelos mapas correspondentes de

esforço de pesca total em 1999 (ano onde se verificaram os maiores rendimentos devido à

ocorrência de grandes quantidades de gamba) (Figura 41) e 2004 (ano onde a gamba

apresentou rendimentos muito baixos) (Figura 42).

3.2.3.2. Pescaria de arrasto de Peixe Características da frota

Em 2003, não se registaram diferenças entre o subgrupo de navios com MONICAP (70

navios) e o total da frota (76 navios) no que respeita às suas principais características

técnicas - comprimento fora-a-fora (CFF), tonelagem de arqueação bruta (TAB) e potência

da máquina principal (POT) (Tabela 11). Dois grupos distintos de navios constituíam a

frota em 2003 (Figura 43): um primeiro, composto por 16 navios (21%) com CFF ≤ 21 m

(média = 18 m), TAB ≤ 114 t (média = 44 t) e POT ≤ 440 cv (média = 219 cv) e um

segundo, composto pelos restantes 59 navios (79%), com CFF entre 24 e 35 m (média = 30

m), TAB entre 103 e 243 t (média = 157 t) e POT entre 316 e 1085 cv (média = 585 cv).

Em termos globais, a frota tinha, em 2003, as seguintes características médias: CFF = 27

m, TAB = 133 t e POT = 507 cv (Tabela 11).

Desembarques - Importância relativa das espécies e grupos de espécies

As espécies de peixe representaram 93.0% em peso e 80.2% em valor dos desembarques

(vendas em lota) totais da frota de arrasto de peixe em 2003. Os moluscos representaram

cerca de 6.7% em peso e 15.9% em valor enquanto que os crustáceos apenas 0.2% em peso

e 4.0% em valor. Ao todo foram registadas 190 espécies ou grupos de espécies nas vendas

em lota da frota em 2003. No entanto, as 10 principais espécies representaram,

respectivamente, cerca de 85 e 76% dos totais dos desembarques em peso e em valor

Page 56: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

56

(Tabela 12). O carapau foi a espécie melhor representada nos desembarques, com cerca de

37% em peso e 29% em valor, seguida, em peso, pelo verdinho (12.6%) e pela cavala

(8.0%), e em valor, pela pescada branca (9.9%) e pelos polvos (9.6%). Os polvos surgiram,

nos desembarques em peso, em 9º lugar enquanto que as lulas e o lagostim apareceram

apenas nos desembarques em valor, em 6º e 10º lugares, respectivamente.

Entre os moluscos, os polvos comuns (54.7% em peso e 60.5% em valor) e as lulas (17.9%

em peso e 26.9% em valor) foram as principais espécies, totalizando aproximadamente

73% do peso e 87% do valor desembarcado, enquanto que o lagostim (68.8% em peso e

67.4% em valor), o carabineiro cardeal (14.5% em peso e 13.6% em valor) e a gamba

(11.3% em peso e 15.4% em valor) foram as espécies melhor representadas entre os

crustáceos totalizando mais de 95% dos desembarques deste grupo tanto em peso como em

valor.

Uma análise da composição específica dos desembarques, navio a navio, permite verificar

diferenças apreciáveis no comportamento das embarcações no que respeita às espécies-

alvo a que dirigem a pesca (Figura 44). Assim, houve cinco navios com capturas dedicadas

apreciáveis de crustáceos, um deles com cerca de 90% em valor, e um conjunto alargado

de embarcações onde os moluscos representaram uma parte importante dos seus

desembarques em 2003, quatro deles acima dos 60% (Figura 44-B).

De notar que os desembarques dos sete navios licenciados para multi-artes, mas que

registaram essencialmente pesca de arrasto, representaram apenas 3.3% do total

desembarcado em peso em 2003 mas 12.2% do total em valor devido à captura de

crustáceos e de moluscos por quatro destes navios (dois dedicados a crustáceos e outros

dois a moluscos totalizando cerca de 45% do total desembarcado em valor).

Evolução dos desembarques dentro do ano

Uma análise sumária da importância dos desembarques dentro do ano revela uma maior

importância dos desembarques em peso entre Março e Junho e, em valor, entre Janeiro e

Abril (Figura 45-A). As maiores percentagens de peixes nos desembarques foram

registadas no 1º e 3º trimestres com cerca de 94% em peso (86% em valor), devido a um

conjunto de espécies onde prepondera o carapau que, por si só, foi mais importante nos

Page 57: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

57

desembarques do 2º trimestre com aproximadamente 45% do total em peso (Figura 45-B).

Entre as outras espécies destacam-se nos desembarques em peso, nos dois trimestres, a

cavala e o verdinho e, nos desembarques em peso, a pescada (Figura 45-C), faneca e o

polvo no 1º trimestre e a pescada, o polvo e o besugo no 3º trimestre.

Os moluscos estiveram melhor representados nos desembarques no 2º e 4º trimestres, com

cerca de 8-7 % em peso (18-19% em valor), respectivamente, devido aos polvos, no 2º

trimestre (Figura 45-D) e às lulas, no 4º trimestre (Figura 45-E). A maior proporção de

crustáceos nos desembarques ocorreu no 3º trimestre com 0.5% em peso (7.6% em valor),

devido ao lagostim (Figura 45-F).

Análise de dados MONICAP

Foram analisados 55 dos 70 navios com dados MONICAP em 2003 e marcadas 4093

viagens de pesca, 65% válidas (n = 2669) em 47 navios. Ao todo foram marcados arrastos

em 2058 das viagens válidas num total de 12957 (Tabela 13). Apenas 38 dos 47 navios

com viagens válidas foram totalmente analisados para marcação de arrastos. Entre as

viagens marcadas, apenas quatro foram obtidas com recurso a diários de pesca, as restantes

resultaram do cruzamento de dados MONICAP com vendas em lota. Nos navios

analisados a percentagem dos desembarques totais correspondente a viagens válidas com

arrastos marcados (Figura 46) variou consideravelmente de navio para navio. No total da

frota a percentagem de cobertura obtida foi bastante reduzida (18%).

Portos de início e fim de viagem

No total das 4093 viagens marcadas foram utilizadas pelos navios da frota como portos de

início e/ou de fim de viagem 21 portos, dois deles (Vigo e Marín) em Espanha (Tabela 14).

Cerca de 78% das viagens tiveram início e fim no mesmo porto. O porto mais utilizado foi

o de Aveiro (~37%) seguido dos portos da Figueira da Foz, Leixões, Nazaré e Peniche.

Estes 5 portos foram utilizados em aproximadamente 80% das viagens marcadas em 2003.

Os portos de Lisboa para sul foram apenas utilizados em cerca de 18% das viagens sendo o

porto de Portimão o 6º mais utilizado em cerca de 6% das viagens.

Page 58: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

58

Regime de operação

A duração média das viagens de pesca dos navios da frota de arrasto de peixe em 2003

variou entre 0.6 e 2.8 dias (Figura 47-A). Registaram-se viagens com duração entre

algumas horas e cerca de 7 dias tendo sido a maior parte das viagens realizadas até um dia

(Figura 47-B). Embora a distribuição da duração das viagens apresente três modas de

intensidade decrescente (viagens até um, dois e três dias), a média global foi cerca de um

dia (23.5 h) devido à maior importância das viagens de menor duração (Figura 47-B).

O número médio de arrastos por viagem de pesca variou, de navio para navio, entre 1 e 18

(Figura 47-C). O número máximo de arrastos efectuado por uma mesma embarcação foi de

46. Devido ao facto da distribuição do número de arrastos ser bi-modal, com um máximo

absoluto de 4 arrastos e um relativo de 10, correspondentes a viagens de 1 e 2 dias de

duração, o número médio de arrastos para a globalidade da frota foi de 6 (Figura 47-D). De

notar a existência de uma correlação positiva entre o número médio de arrastos e a duração

média das viagens (r=0.905; p<0.001).

A duração e distância médias dos arrastos, calculados por viagem de pesca válida, foram

de 2.0 horas e 7.8 mn, respectivamente, tendo variado, de navio para navio, entre 1.2 e 5.1

h e 4.9 e 13.3 mn (Figura 48). No total dos 12957 arrastos marcados registaram-se valores

mínimos e máximos de duração dos lances de pesca entre 0.5 e 9.6h e de distância

arrastada entre 1.4 e 24.1 mn.

Velocidades de arrasto

A velocidade média de arrasto dos navios da frota de peixe foi, em 2003, de 3.9 mn/h de

tendo variado entre 2.1 e 4.9 mn/h (Figura 49). Apenas 17% dos navios analisados (n=47)

apresentaram velocidades médias de arrasto inferiores a 3.5 mn/h, 28% praticaram

velocidades entre 3.5 e 4 mn/h e os restantes 55% apresentaram velocidades superiores a 4

mn/h. A dispersão de valores de velocidade em boa parte dos navios foi considerável

(Figuras 49 e 50). Parte da variabilidade na velocidade de arrasto dos navios pode ser

explicada pela composição específica dos seus desembarques a qual denota

comportamentos distintos dos diversos navios no que respeita às suas espécies-alvo (Figura

49). Assim, verifica-se que os navios que desembarcaram essencialmente peixe, em

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59

especial o carapau, utilizaram velocidades bastante elevadas, acima de 4 mn/h enquanto

que os navios que incluem nos seus desembarques grandes quantidades de moluscos

(polvos, lulas e potas) praticaram velocidades de arrasto menores, em alguns casos (e.g.,

navios 2 e 4), substancialmente menores (2.2 e 2.1 mn/h). Os dois navios (54 e 55) que

dirigem claramente a sua pesca a crustáceos praticaram velocidades médias de arrasto de

2.6 e 2.7 mn/h, velocidades utilizadas pelos arrastões de crustáceos na captura do lagostim.

De notar que os navios 26 e 27 são navios polivalentes que praticam pesca de arrasto junto

à costa, a profundidades reduzidas, dirigidas a espécies de elevado valor comercial.

Profundidade média de arrasto

A profundidade média dos arrastos variou, de Norte para Sul, tendo sido bastante elevada

no Alentejo (333m), menor na zona Centro (154m) e no Algarve (141m) e bastante baixa

na zona Norte (91m) e em Espanha, tanto a Norte (125m) como a Sul (72m), no Estreito de

Gibraltar (Figura 51). A amplitude batimétrica foi, no entanto, elevada em todas as

Regiões, em particular na Zona Centro, Alentejo e Algarve.

Distribuição espacial da actividade de pesca

Em 2003 a pesca de arrasto de peixe foi exercida fundamentalmente na costa portuguesa

mas também em Espanha (costa ocidental Norte até ao Cantábrico e no Sul, próximo do

Estreito de Gibraltar, ao largo de Cádiz) (Figura 52). Um total de 12 dos 70 navios

analisados com MONICAP realizaram pesca no Norte de Espanha (essencialmente no

Cantábrico) enquanto que outros 7 pescaram no Sul de Espanha, ao largo de Cádiz. Todos

estes navios pescaram igualmente na costa portuguesa. É de notar que 8 outros navios

efectuaram regularmente desembarques em Vigo e Marín apesar de pescarem

exclusivamente na costa portuguesa. Um dos navios, com licença para pescar na costa

ocidental africana, efectuou, no início do ano, uma viagem de pesca à Mauritânia.

Na costa portuguesa identificaram-se duas áreas de maior intensidade, a baixas

profundidades junto à linha das 6 milhas, a mais importante em frente a Aveiro, na costa

Norte, e a outra em frente à Quarteira, no Algarve (Figura 53). Este padrão de distribuição

manteve-se ao longo do ano (Figuras 54 e 55). No entanto, no 3º trimestre parece ter

havido uma maior dispersão da actividade de pesca em toda a área. Foi, também, neste

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60

trimestre que se registou pesca no pesqueiro da Beirinha (ver localização na Figura 21), a

Sudeste de Faro, resultante da actividade de um dos navios da frota com desembarques

elevados de crustáceos, em especial, de lagostim. Uma análise mais detalhada da

actividade de cada navio permitiu registar uma tendência para a maioria dos navios manter

as mesmas áreas de pesca durante todo o ano.

Esforço de pesca

Os factores de ampliação trimestrais obtidos para a estimação do esforço total da frota de

arrasto de peixe em 2003 a partir da informação de esforço obtida com os dados

MONICAP foram bastante semelhantes, variando entre 5 e 5.88 evidenciando um nível de

cobertura semelhante ao longo do ano, entre 17 e 20%. O número de arrastos, por trimestre

e região, utilizado no cálculo do Esforço de Pesca exercido pela frota na costa continental

portuguesa em 2003 foi de 12906 (Tabela 15). Excluíram-se da análise arrastos 41

efectuados em Espanha, 8 a Norte e 33 a Sul.

Em 2003 estimou-se um total de cerca de 8.8 milhões de horas de arrasto, 75% das quais

efectuadas na Região Norte (Tabela 15). O esforço restante foi distribuído pela Região

Centro (13.5%), Alentejo (3.5%) e Algarve (7.7%). Os dados sugerem um aumento do

esforço de pesca do 1º para o 4º trimestre reproduzindo a tendência observada na Região

Norte. No entanto, nas Regiões Centro e Sul (Alentejo+Algarve) foi no 1º trimestre que se

registou o maior esforço de pesca.

Rendimentos de Pesca

Os rendimentos médios de pesca (Captura por Unidade de Esforço) em 2003 calculados

por região para a costa portuguesa foram, em termos globais, de 181 kg/h na Região Norte,

132 kg/h na Região Centro e 376 kg/h na região Sul (Tabela 16). Os elevados rendimentos

observados na Região Sul deveram-se, essencialmente, aos desembarques de peixe (370

kg/h) (Figura 56-A) onde o verdinho (129 kg/h) foi uma espécie importante (Figura 56-B).

Os rendimentos de carapau foram mais elevados na Região Norte (80kg/h) (Figura 56-C) e

os de pescada nas Regiões Centro e Sul (~9kg/h) (Figura 56-D). Os moluscos apresentaram

rendimentos mais elevados na Região Norte (Figura 56-E) devido essencialmente aos

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61

polvos (Figura 56-F) enquanto que os rendimentos de crustáceos aumentaram de Norte

para Sul (Figura 56-G) devido fundamentalmente ao lagostim (Figura 56-H).

3.2.4. Discussão

Neste estudo, a utilização de dados VMS, produzidos pelo Sistema MONICAP, cruzados

com informação de desembarques (vendas em lota e diários de pesca) permitiu analisar

sete anos (1998-2004) de dados de esforço e rendimentos de pesca geo-referenciados para

a pescaria portuguesa de arrasto de crustáceos e a obter, pela primeira vez, dados geo-

referenciados de esforço total e rendimentos de pesca para a pescaria de arrasto de peixe,

em 2003. A obtenção desta informação foi possível devido à utilização do software

GeoCrust 2.0, desenvolvido especificamente para este efeito, e que constitui a única

aplicação informática dedicada disponível para este fim (ICES, 2006).

Na pescaria de arrasto de crustáceos, a taxa média anual de cobertura MONICAP i.e., a

percentagem dos desembarques de viagens válidas (obtidas com dados MONICAP) no

total desembarcado anualmente entre 1998 e 2004, foi, em média, de 37% (9690 viagens

válidas e 61270 arrastos marcados nessas viagens) o que possibilitou a realização de uma

análise consistente do esforço de pesca total bem como, numa base trimestral, dos

rendimentos de pesca por região e por pesqueiro desta pescaria. No caso da pescaria de

peixe, a taxa de cobertura dos desembarques em 2003 foi bastante inferior (18%), uma vez

que o tratamento de dados desta pescaria não foi exaustivo. Os dados foram tratados à

medida que se desenvolvia o software com vista a passar a possibilitar o tratamento de

dados dos navios de arrasto de peixe. Por esta razão, os resultados da análise desta pescaria

em 2003 devem ser considerados como preliminares. Apesar disso, foram identificadas

2669 viagens válidas e 12957 arrastos nessas viagens.

O trabalho inicial de preparação das bases de dados requereu bastante atenção devido a

diversos erros existentes na informação MONICAP. Apesar de se ter apetrechado o

software com mecanismos de detecção e limpeza de pontos múltiplos (pontos idênticos,

repetidos duas ou mais vezes), é fundamental que se proceda previamente à limpeza dos

pontos replicados assim como à correcção ou eliminação (se não for possível corrigir) de

posições erradas (e.g., pontos em terra ou pontos díspares - no equador) para facilitar as

análises subsequentes. A marcação de viagens de pesca de lanços de arrasto dentro das

Page 62: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

62

viagens é dificultada devido à falta de qualidade dos dados MONICAP. A marcação de

viagens de pesca torna-se difícil nos casos em que não se dispõe de dados de vendas em

lota (caso dos navios congeladores e dos navios com desembarques em Espanha) ou

mesmo impossível, quando não se dispõe de registos de diários de pesca para essas

viagens. O processo é igualmente difícil quando as vendas são fraccionadas (vendas de

uma mesma viagem em dias consecutivos), situações que devem ser identificadas pelo

operador a partir da análise das vendas em lota, declarações de descarga e diários de pesca,

disponíveis durante o processo de marcação de viagens. De notar que a existência de

pontos múltiplos para uma mesma posição acarretará erros na distribuição espacial do

esforço de pesca, pois esta é efectuada com base na contabilização dos pontos MONICAP.

O processo de tratamento de dados através do software GeoCrust 2.0 - marcação de

viagens, primeiro, e de arrastos dentro das viagens, depois, é um processo pormenorizado

e, por isso, bastante moroso, mesmo com um operador treinado. Para além dos problemas

com a qualidade dos dados, já referidos, há ainda a própria natureza dos dados. No caso

dos navios da frota de peixe, que operam, na sua maioria, a velocidades muito superiores

às dos navios de arrasto de crustáceos, os perfis de velocidade dos navios ao longo do

tempo são mais irregulares e, portanto, mais difíceis de interpretar na marcação de arrastos

(identificação do início e fim dos lances). Por outro lado, a duração dos arrastos dos navios

da frota de peixe é, normalmente, inferior à dos navios da frota de crustáceos, o que

confere maior dificuldade na sua interpretação. Por fim, quanto menos profundo for o

arrasto mais difícil é a sua marcação pois torna-se mais difícil a identificação dos eventos

de início (largada da rede), fim (alagem da rede) e mudança de direcção (e.g., os navios

efectuam normalmente duas e, por vezes, mais passagens sobre a mesma área durante um

mesmo arrasto). Nestas, e noutras, mudanças de direcção são efectuadas variações de

velocidade que se traduzem num padrão típico (desaceleração, aceleração e desaceleração

de novo) que se confunde com o de alagem e largada imediata (praticamente sem

navegação) da rede para um novo lanço, processo que é muito frequente.

A utilização de algoritmos de inteligência artificial para a detecção automática de arrastos

dentro de uma viagem revelou-se muito útil pois acelerou o processo de marcação de

arrastos. No entanto, a aceitação dos palpites gerados requer a concordância do operador.

Eventuais erros nos limites dos arrastos devem ser detectados visualmente pelo operador e

corrigidos através de um processo de edição. Se o operador não estiver devidamente atento

Page 63: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

63

durante o processo de marcação poderá deixar passar pequenos erros nos limites dos

arrastos.

A morosidade no tratamento dos dados com o software GeoCrust 2.0 justifica-se para a

obtenção de dados rigorosos necessários para a definição do regime de operação dos

navios das frotas e, fundamentalmente, para o cálculo de rendimentos de pesca. Para se

associar capturas (no caso, vendas em lota) a esforço de pesca numa determinada área

(região ou pesqueiro) e se calcularem rendimentos de pesca é necessário dispor de viagens

de pesca válidas (sem falhas de dados MONICAP) com arrastos marcados, exclusivas

dessa região ou pesqueiro. Dispondo apenas de viagens marcadas (sem arrastos

identificados) é possível obter, no entanto, por filtragem de velocidades, uma boa

aproximação do tempo de arrasto. Este processo de filtragem, introduzido na versão 2.0 do

software GeoCrust, permite obter, de forma expedita, mapas de distribuição do esforço de

pesca dos navios representados com base na totalidade dos pontos MONICAP disponíveis,

ou apenas com os pontos das viagens marcadas. Os primeiros mapas, produzidos com os

dados brutos (sem qualquer tratamento) são obtidos em poucos minutos através de um

processo de consulta à base de dados seguido de representação gráfica. Os mapas

produzidos (Figura 19), apesar de considerarem como pesca alguns pontos de navegação

com velocidades de arrasto (e.g., à entrada dos portos ou entre lanços), revelaram-se muito

semelhantes aos obtidos com arrastos devidamente marcados em viagens válidas (Figura

20). Para além da sua utilidade como mapas preliminares de esforço de pesca, como

utilizam todos os dados MONICAP disponíveis, devem ser utilizados como

complementares dos mapas produzidos com arrastos devidamente marcados.

Da análise espacio-temporal dos dados da frota de crustáceos constatou-se que o esforço de

pesca total aumentou até 2001-2002 tendo decrescido nos dois últimos anos. A partir de

2002 deixou de se pescar em Lisboa e a pesca passou a ser mais concentrada no Algarve

(93% em 2003 e 89% em 2004). Embora os desembarques (e os rendimentos de pesca) de

lagostim tenham aumentado entre 1998 e 2004 e os de gamba decrescido a partir de 1999,

ano onde se registou um máximo histórico de desembarques de crustáceos, a gamba foi

sempre a espécie dominante com excepção de 2004 onde o verdinho, seguido do lagostim,

foram as espécies mais importantes. Desde 2003 que se verificou uma tendência para

alguns navios, tanto da frota de crustáceos como de peixe, deixarem de rejeitar o verdinho

(prática corrente neste pescaria) passando a desembarcá-lo em quantidades apreciáveis,

Page 64: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

64

provavelmente devido ao aparecimento de mercado para esta espécie em Espanha. Os

desembarques de camarão-vermelho, sempre reduzidos, têm variado com os de gamba de

uma forma muito semelhante. A gamba, embora tenha reduzido drasticamente a sua

importância no período de estudo apresentou em 2003 um pico de abundância, muito

provavelmente devido a um forte recrutamento, contrariando a tendência observada. Em

2004, o lagostim foi a espécie de crustáceos mais importante na pescaria.

Estas profundas alterações na composição relativa dos desembarques da frota de crustáceos

foram consequência das apreciáveis variações na abundância das espécies-alvo,

particularmente da gamba, entre 1998 e 2004. Tendo a gamba uma distribuição menos

profunda que o lagostim e que o camarão-vermelho, a importância destas espécies variou

naturalmente nos diversos pesqueiros definidos para a pescaria de crustáceos neste estudo.

Assim, nos últimos anos verificou-se um aumento do esforço de pesca nos pesqueiros mais

profundos, particularmente na Beirinha, onde os rendimentos de lagostim são mais

elevados. Complementarmente, desde 2002 que se registam extensões das áreas de pesca

para zonas mais profundas (700-800m), tanto no Alentejo como, sobretudo, no Algarve

(Figura 24), na procura de lagostim. O aumento da importância nos desembarques de

carabineiro cardeal (Plesiopenaeus edwardsianus) que, desde 2002, é uma das principais

espécies de crustáceos em valor deve-se, essencialmente, à actividade de pesca nestas

zonas (Figura 40-A). Uma vez que a pesca dirigida à gamba é realizada a menor

profundidade, registou-se uma tendência crescente da profundidade média dos arrastos

desde 1999, com uma quebra em 2003, devido a um pontual aumento da procura de gamba

nesse ano.

Em 2003, a pesca de arrasto de peixe foi realizada essencialmente na Região Norte (75%

do esforço total) e essencialmente dirigida ao carapau (Trachurus trachurus), espécie mais

importante nos desembarques totais desta pescaria. No entanto, o comportamento dos

navios da frota diverge havendo, por exemplo, alguns navios com pesca claramente

dirigida a crustáceos e outros a moluscos cefalópodes (Figura 49). Assim, para além da

composição específica dos desembarques há que considerar a velocidade de arrasto dos

navios na identificação da espécie-alvo em cada viagem de pesca, no processo de

identificação de tipos de viagens para estimação de esforço específico. Ao dirigirem a

pesca a cefalópodes e, sobretudo, a crustáceos, a velocidade de arrasto é mais reduzida que

Page 65: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

65

para o peixe, em particular para o carapau (Figura 49) onde tem que ser bastante elevada

para assegurar a captura desta espécie que tem grande capacidade de deslocação.

De facto, também na pescaria de crustáceos a velocidade de arrasto dos navios da frota

variou consoante estes dirigiam a sua pesca ao lagostim ou à gamba (Figura 57). A pesca

dirigida especificamente à gamba é realizada com uma velocidade superior. No entanto,

registou-se uma grande variabilidade nas velocidades de arrasto, de navio para navio, em

parte devido às próprias características das embarcações e preferências dos seus mestres.

Na pescaria de crustáceos as alterações observadas na abundância dos principais recursos

(gamba e lagostim) entre 1998 e 2004 reflectiram-se, também, no regime de operação da

frota. A duração das viagens aumentou, assim como o número de lanços, enquanto a

duração média dos arrastos diminuiu (Figura 15). Em 2003, a duração das viagens sofreu

uma redução devido do aumento da abundância de gamba observado nesse ano.

No que respeita à mobilidade dos navios, verificou-se que 95 a 97% das viagens válidas da

frota de crustáceos foram realizadas dentro da mesma região e 46 a 69% dentro de um

mesmo pesqueiro. Verificou-se, também, que os navios utilizam preferencialmente os

mesmos portos tendo a grande maioria das viagens início e fim no mesmo porto situação

que se observou, também, na frota de peixe.

No presente estudo foi quantificado o esforço total, nominal, exercido pelas duas frotas.

Em trabalhos subsequentes será necessário proceder à padronização do esforço de pesca e

à estimação da proporção do esforço dirigido especificamente à gamba e ao lagostim. Este

assunto foi abordado no projecto GeoCrust, com os dados de 1998 e 1999, mas com pouco

sucesso (Afonso-Dias et al., 2002), devido à elevada sobreposição das três espécies-alvo

resultante da extraordinária abundância de gamba nesses dois anos. Como já foi referido,

na estimação do esforço específico há que tomar em consideração não apenas a

composição específica dos desembarques como a velocidade dos arrastos. Para além da

velocidade média, deve-se considerar também a sua variância pois, numa mesma viagem,

podem ser realizados lanços com objectivos diferentes (e.g., alguns lanços dirigidos ao

carapau e outros a cefalópodes). Deverão, também, ser considerados neste processo os

próprios pesqueiros e a profundidade média dos arrastos.

Page 66: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

66

Neste trabalho, os rendimentos de pesca foram obtidos por trimestre para se assegurar a

utilização de um número adequado de viagens exclusivas por pesqueiro no seu cálculo. O

cálculo de rendimentos mensais só é possível nos pesqueiros mais frequentados. No

entanto, é sempre possível calcular rendimentos mensais por região pois dispõe-se de com

um número satisfatório de viagens de pesca dada a elevada proporção de viagens

exclusivas de região realizadas por ambas as frotas.

Os rendimentos médios de pesca trimestrais das espécies-alvo, calculados como a média

dos rendimentos das viagens de pesca válidas exclusivas (de regiões ou pesqueiros),

mostraram, em geral, uma elevada precisão (limites de 95% de confiança bastante

apertados) e os padrões de evolução anual obtidos nas três regiões e nos diversos

pesqueiros, revelaram uma notável coerência. Assim, considerando que os padrões de

rejeição das espécies-alvo (e.g., rejeição de exemplares inferiores ao tamanho mínimo de

desembarque e de exemplares danificados) e de fuga-à-lota (que se supõe bastante

reduzida) se mantiveram idênticos entre 1998 e 2004, a evolução dos rendimentos obtidos

traduz a evolução da abundância destes recursos neste período de tempo.

3.3. Análise comparativa da informação contida nos Diários de Pesca da frota

portuguesa de arrasto com os resultados obtidos através da análise de dados VMS

com o software GeoCrust 2.0

O diário de pesca (DP) é um instrumento de preenchimento obrigatório pelos

capitães/mestres dos navios de pesca da União Europeia com comprimento fora-a-fora

(cff) igual ou superior a 10 metros onde se incluem todos os navios de arrasto. Em

Portugal, o preenchimento do DP é igualmente obrigatório para todas as embarcações a

operar com arte de xávega nas regiões centro e sul do país, independentemente do seu cff.

Um DP deve incluir, obrigatoriamente, informação diária (períodos de 24 horas) sobre o

número de operações de pesca (e.g., número de lanços de arrasto), tempo de pesca em

horas (e.g., duração total dos arrastos), área de pesca (Divisão estatística do CIEM ou Zona

de pesca de país terceiro), capturas das espécies (por código FAO) retidas a bordo em kg

de peso vivo ou, por vezes, em número de recipientes e, no final da viagem, informação

relativa à descarga (ou transbordo), a designada declaração de descarga que contém as

quantidades das espécies descarregadas. Assim, no DP dispõe-se de uma linha de registo

Page 67: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

67

por cada dia de pesca. Os DP das viagens de duração superior a uma semana são

normalmente constituídos por várias folhas uma vez que cada folha permite apenas 7

registos.

Os DP preenchidos com a informação da captura diária e da descarga são entregues à

DGPA, directamente ou através da delegação da DOCAPESCA onde efectuam a descarga,

no prazo máximo de 48 horas após a realização do desembarque. A DGPA deve proceder,

então, à informatização dos DP o que requer considerável esforço humano. Por esta razão,

e apesar de ser uma exigência comunitária, a informatização dos DP foi sempre

problemática tendo o esforço de informatização variado bastante de ano para ano. Apenas

os navios congeladores, porque não efectuam vendas em lota, tiveram sempre os seus DP

devidamente informatizados para que se pudesse dispor de estatísticas de captura para estes

navios. Por outro lado, há grandes dúvidas sobre a sua autenticidade da informação contida

nos DP pelo que têm sido considerados de reduzida utilidade. No entanto, não se dispõe de

qualquer estudo sobre esta matéria.

Ao se utilizar o software GeoCrust 2.0 na identificação de viagens de pesca e, dentro

destas, dos lanços de pesca, fica-se a dispor, para cada viagem de pesca válida (sem falhas

de dados MONICAP), do número de lanços de pesca realizados e da sua duração bem

como da quantidade de pescado desembarcada i.e., as vendas em lota resultantes dessa

viagem. Os problemas de indisponibilidade dos DP, associados às dúvidas sobre a sua

qualidade, fizeram com que a informação dos DP fosse utilizada no software GeoCrust

apenas de modo complementar. Nas situações em que não se dispõe de vendas em lota

(e.g., no caso dos navios congeladores e dos desembarques em Espanha) pode-se recorrer à

soma da informação dos DP, caso exista, e utilizá-la como se de uma venda se tratasse

(venda fictícia).

Neste estudo pretende-se efectuar um exercício de comparação, utilizando dados de 2003

de cada uma das frotas de arrasto (crustáceos e peixe), entre a informação contida nos DP

(número de operações de pesca, tempo de pesca e quantidade total capturada) e a

informação relativa a viagens de pesca válidas (número de lanços de arrasto, duração dos

arrastos e quantidade total desembarcada) de cada uma das frotas de arrasto (crustáceos e

peixe) identificadas, através do cruzamento de informação MONICAP e de vendas em lota,

com o software GeoCrust 2.0.

Page 68: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

68

Material e Métodos

Foi utilizado o número de lanços de arrasto, duração total dos arrastos e vendas em lota

(desembarques) de viagens de pesca válidas realizadas em 2003 pelos navios das frotas de

arrasto de crustáceos e de peixe, identificadas através do software GeoCrust 2.0 (no âmbito

do projecto GeoPesca), bem como a informação correspondente contida nos DP dessas

viagens (número de operações de pesca, tempo de pesca e capturas totais). Para a frota de

crustáceos dispôs-se de um total de 491 viagens válidas com diários de pesca, 466 das

quais com arrastos marcados. Os diários de pesca destas 466 viagens estavam completos

no que respeita a informação sobre o número de operações de pesca e tempo de pesca. As

restantes viagens foram utilizadas apenas na comparação das quantidades de pescado. Para

a frota de Peixe dispôs-se de 821 viagens de pesca válidas, 650 das quais com arrastos

marcados. No entanto, nem todas as viagens com arrastos marcados tinham informação

completa de diários de pesca i.e., apenas 647 dispunham do tempo de pesca e 614 do

número de operações de pesca.

As análises incidiram nas diferenças, calculadas viagem a viagem, na informação sobre o

número de lanços de arrasto, duração dos arrastos e quantidades de pescado de viagens

válidas em 2003, obtidas através da análise com o software GeoCrust 2.0, e a informação

correspondente contida nos DP dessas viagens. As diferenças foram analisadas, para a

totalidade dos navios e para cada navio de cada uma das frotas, com base em

procedimentos gráficos e testes estatísticos. Foi utilizado o teste t-Student para amostras

independentes e emparelhadas (Zar, 1984; Statsoft, 2007) para testar as hipóteses nulas de

inexistência de diferenças no número de lanços, duração dos arrastos e quantidades de

pescado por viagem. Para verificar a homogeneidade de variâncias (pressuposto do teste t-

Student) utilizou-se o teste F e o de Levene. O nível de significância adoptado para os

testes estatísticos foi de 5%. As análises foram efectuadas com recurso ao software

Statistica (Statsoft, 2007).

Resultados As distribuições de frequências do número de lanços, duração dos arrastos e quantidades

de pescado das viagens de pesca válidas em 2003, provenientes da análise com o software

GeoCrust 2.0 (dados GeoPescas), e dos DP correspondentes, são apresentadas para as

frotas de crustáceos e de peixe, nas Figuras 58 e 59, respectivamente. Embora se observem

Page 69: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

69

diferenças apreciáveis em algumas classes, particularmente na duração dos arrastos, as

formas das distribuições de frequências afiguram-se bastante semelhantes.

As diferenças no número de lanços de arrasto em 2003 variaram entre valores extremos de

-7 e +7 lanços, na frota de crustáceos, e de -25 e +20, na frota de peixe. As distribuições

apresentaram uma moda pronunciada na classe 0 (sem diferenças) com 27.7% das viagens,

na frota de crustáceos e 19.9% na de peixe. (Figura 60-A). A percentagem de viagens com

diferenças de -1 e +1 lanços foi de 28.3% na frota de crustáceos e de 26.0% na de peixe

(Figura 60-A), ou seja, cerca de 44 e 54% das viagens das frotas de crustáceos e de peixe,

respectivamente, registaram diferenças no número de lanços superiores a 1, nos dois

sentidos.

As médias das diferenças no número de lanços (dados GeoPescas – DP) foram positivas na

maior parte dos navios, tanto na frota de crustáceos (Figuras 60-B) como na de peixe

(Figura 60-C). A variabilidade nos valores médios foi, no entanto, bastante superior na

frota de peixe que na frota de crustáceos. A amplitude das diferenças positivas foi, em

geral, superior à das negativas, sobretudo nos navios de arrasto de crustáceos. No entanto,

não se observaram diferenças significativas (p=0.063) no número de lances para o conjunto

dos dados da frota de crustáceos (n=466) e de peixe (n=614) (Tabelas 1 e 4 do Anexo VII).

Individualmente, registaram-se diferenças significativas (p<0.05) no número de lanços em

apenas um navio da frota de crustáceos (n=43) e em cinco navios da frota de peixe (52 ≤ n

≤ 118).

As diferenças no tempo de pesca (duração dos arrastos) variaram, fundamentalmente, entre

-30 e + 25 horas, na frota de crustáceos (Figura 61-A) e entre -35 e +35 horas, na frota de

peixe (Figura 61-C), com moda na classe [-5,0[ nos crustáceos (34.8%) e nos peixes

(32.6%). Cerca de 55% das viagens, na frota de crustáceos e de 60%, na frota de peixe,

encontram-se entre 0 e -10 horas. Contrariamente ao número de lanços, as maiores

frequências correspondem a diferenças negativas (favoráveis aos DP) o que é bem visível

na análise navio a navio (Figuras 61-B e D). Tal como no número de lanços a variabilidade

nos valores médios dos navios foi, igualmente, bastante superior na frota de peixe que na

frota de crustáceos. No entanto, de modo contrário, observaram-se diferenças significativas

(p=0.000) no tempo de pesca para o conjunto dos dados da frota de crustáceos (n=466) e

de peixe (n=647) (Tabelas 2 e 5 do Anexo VII). Individualmente, registaram-se diferenças

Page 70: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

70

significativas (p<0.05) no tempo de pesca nos dois navios da frota de crustáceos com

maior número de viagens (n=72 e n=80) e em 8 navios da frota de peixe (10 ≤ n ≤ 118).

Finalmente, no que respeita às quantidades de pescado, as diferenças observadas entre

vendas em lota e capturas declaradas nos DP das viagens analisadas da frota de arrasto de

peixe, onde a dimensão das capturas foi muito superior à da frota de crustáceos, apresentou

uma distribuição com grande amplitude, mas centrada em torno de zero (Figuras 62-A). Na

frota de crustáceos a distribuição das diferenças, de amplitude igualmente elevada, teve a

sua moda na classe 0-50 kg. Aproximadamente 59% das viagens dos navios da frota de

crustáceos registaram diferenças entre -50 e 50kg (Figura 62-A) enquanto que, na frota de

peixe, cerca de 54% das viagens registaram diferenças entre -200 e +200kg (Figura 62-C).

Em termos individuais, os valores médios das diferenças variaram, de navio para navio,

com valores em redor de zero (Figuras 62-B e D). Estatisticamente, não se observaram

diferenças significativas (p=0.906) nas quantidades de pescado para o conjunto dos dados

da frota de crustáceos (n=491) embora se tenham observados diferenças significativas

(p<0.05) em dois navios (Tabela 3 do Anexo VII). Na frota de peixe (n=821) registaram-

se, no entanto, diferenças significativas (p=0.037) apesar de, individualmente, não se terem

registado diferenças (p>0.05) nos 33 navios analisados (Tabela 6 do Anexo VII).

De notar que foi observada a homogeneidade de variâncias na esmagadora maioria dos

casos testados (Tabela 6 do Anexo VII).

Discussão

A comparação entre a informação contida nos DP (número de operações de pesca, tempo

de pesca e quantidade total capturada) e os resultados da análise com o software Geocrust

2.0 (número de lanços de arrasto, duração dos arrastos e quantidade total desembarcada)

das viagens válidas realizadas em 2003 pelos navios de cada uma das frotas de arrasto

(crustáceos e peixe).

Os registos de DP analisados, efectuados em papel pelos mestres das embarcações foram,

posteriormente, informatizados por pessoal técnico da DGPA. Assim, para além dos erros

e omissões de registo há que ter em consideração eventuais erros na transposição da

informação dos DP para a base de dados (BD). Por outro lado, o tratamento de dados com

Page 71: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

71

o software GeoCrust 2.0, i.e., a identificação de viagens de pesca e de arrastos dentro

dessas viagens, é passível de erros por parte do operador. Se na marcação de viagens de

pesca a possibilidade de erro é muito reduzida o mesmo já não se pode dizer da marcação

de arrastos, que exige interpretação. Durante um lance de arrasto é normal um navio

efectuar duas e, por vezes, mais passagens sobre a mesma área. Ao inverter a direcção do

arrasto os navios fazem variações de velocidade que se traduzem num padrão típico

(desaceleração, aceleração e desaceleração de novo) que se confunde com o padrão de

alagem e largada imediata da rede (praticamente sem navegação) para um novo lanço,

processo que é muito comum na pesca de arrasto. A interpretação destas situações é

passível de erro (por parte dos algoritmos de detecção automática de arrastos e, no final, do

próprio operador a quem compete a decisão), o qual se agrava à medida em que os lanços

se realizam a menor profundidade. Um arrasto longo poderá ser, assim, interpretado como

um conjunto de dois ou mais arrastos de menor duração. Por outro lado, o critério utilizado

na definição do início e do fim dos arrastos (escolha de pontos de velocidade) poderá ser,

em alguns casos, questionado uma vez que não foi ainda realizada qualquer validação das

opções tomadas pelo operador do software GeoCrust 2.0, designadamente na identificação

dos limites dos arrastos dentro de uma viagem de pesca. Esta validação tem que ser

realizada com dados obtidos a bordo por parte de observadores independentes.

Embora se considere que o grau de confiança nos resultados do tratamento de dados com o

software GeoCrust 2.0 é elevado, particularmente na pescaria de crustáceos, a falta de

validação das opções tomadas e a possibilidade de se cometerem erros de interpretação

impedem que se faça uma verdadeira validação da informação dos DP com base nos dados

GeoPescas. Assim, as comparações realizadas neste estudo não podem ser conclusivas

sobre a qualidade dos dados contidos nos DP.

A amplitude e variabilidade observada nos arrastos da frota de peixe, em número, duração

e quantidade, foram bastante superiores às registadas na frota de crustáceos. Isto explica-se

pelo facto dos navios de arrasto de peixe realizarem viagens com um maior número de

arrastos, de menor duração, e a menor profundidade, e pelo facto da magnitude das suas

capturas ser muito superior à das capturas dos navios da frota de crustáceos. No entanto, as

distribuições das diferenças no número e na duração dos lanços foram muito semelhantes

nas duas frotas (Figuras 60 e 61). A concordância no número de lanços (operações de

pesca) identificado através da análise com o software GeoCrust 2.0 e o registado nos DP

Page 72: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

72

foi relativamente reduzida (~38% no arrasto de crustáceos e 20% no arrasto de peixe).

Cerca de 56% e 46% das viagens da frota de arrasto de crustáceos e de peixe,

respectivamente, não apresentaram diferenças ou apresentaram diferenças de 1 lanço. No

entanto, as diferenças no número de lanços embora se distribuam de modo

aproximadamente simétrico, centradas em zero, registaram frequências mais elevadas nas

classes positivas de 1 a 3 lanços. As distribuições das frequências das diferenças no tempo

de pesca, também aproximadamente simétricas, encontram-se, no entanto, centradas na

classe 0 a -5 horas (Figura 61). Este padrão manteve-se mesmo quando se consideraram

apenas os navios com diferenças nulas no número de operações de pesca.

Constata-se, assim, uma tendência para a obtenção de um maior número de arrastos que o

registado nos DP, mas com duração (tempo de pesca) inferior. A razão para este facto pode

residir nas falhas e erros dos DP mas, também, na possibilidade, atrás referida, de se estar a

fraccionar lanços de pesca através da análise com o software GeoCrust 2.0. Actualmente, o

operador decide com base num palpite dado pelos algoritmos de detecção automática de

arrastos o que, por um lado aumenta substancialmente a velocidade de processamento mas,

por outro, poderá trazer erros resultantes de uma má classificação. Compete ao operador

verificar em cada viagem a correcção do palpite efectuado automaticamente e proceder aos

acertos necessários através de um processo de edição dos limites dos arrastos antes de dar

por concluída a marcação dos arrastos de cada viagem.

As distribuições das diferenças nas quantidades capturadas, apesar de aproximadamente

simétricas em torno de zero, revelam uma tendência para as quantidades vendidas em lota

pela frota de crustáceos serem superiores às registadas nos diários de pesca (moda na

classe 0-50kg). A amplitude das diferenças foi bastante elevada, sobretudo na frota de

arrasto de peixe.

Presentemente, através de ferramentas como as concebidas para o Portal GeoPescas (ver

Secção 3.4) pode-se monitorizar a informação de capturas (diários de pesca) e

desembarques (vendas em lota) disponíveis na BD da DGPA e compará-las, navio a navio,

identificando falhas e discrepâncias. Com base nestes diagnósticos a DGPA poderá actuar

corrigindo algumas situações. No entanto, espera-se que, com a introdução do diário de

pesca electrónico prevista para 2009, se venham a criar condições para se dispor de

Page 73: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

73

informação de qualidade nos DP das frotas portuguesas de arrasto, na qual se possa

confiar.

3.4. Portal GeoPescas: proposta de website para a disseminação de informação

pesqueira geo-referenciada

O Portal GeoPescas (www.geopescas.fcma.ualg.pt/) é uma página web destinada à

disseminação de informação geo-referenciada sobre as pescarias de arrasto portuguesas

(Pinto et al., 2006). Esta primeira versão, integralmente desenvolvida durante este projecto,

é dedicada apenas à pescaria de crustáceos. Através do Portal são disponibilizados mapas

de esforço de pesca, capturas e rendimentos de pesca, como imagens geo-referenciadas

produzidas através do software GeoCrust 2.0 ou online através da aplicação SIG (JAVA

applets) utilizada no Portal. A informação contida nos mapas bem como toda a informação

de base disponível é disponibilizada através de tabelas e gráficos ou descarregados como

ficheiros XML.

A natureza confidencial da informação pesqueira, em particular dos dados MONICAP,

requer uma política de permissões a definir pela DGPA. Assim, a versão do Portal criado

deve ser encarada como um protótipo, com objectivos apenas de demonstração das suas

potencialidades. Para esse efeito contém apenas informação de três navios de arrasto de

crustáceos não identificados (frota demo), relativa aos anos de 1998 e 1999.

Com vista à sua divulgação internacional a versão de demonstração do Portal Geopescas

está disponível em português e em inglês.

3.4.1. Objectivos

A criação do Portal GeoPescas teve como objectivo principal disponibilizar informação

geo-referenciada sobre a actividade das frotas de arrasto portuguesas, produzida através do

software GeoCrust 2.0 ou produzida online através do próprio Portal, a utilizadores entre o

seguinte públicos-alvo:

1. Investigação pesqueira (IPIMAR em particular), para que a mesma seja utilizada nos

estudos de monitorização e avaliação dos recursos pesqueiros;

Page 74: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

74

2. Administração pesqueira (DGPA), para que esta possa ter no Portal uma ferramenta de

suporte na tomada das suas decisões ou até na preparação das mesmas;

3. Indústria pesqueira (armadores e mestres pescadores), para que possam dispor desta

informação, quer ao nível da frota quer da sua embarcação (e só da sua embarcação),

esperando deste modo obter alguma sensibilização e cooperação para a tomada de algumas

medidas de gestão;

4. Cidadão comum, para que possa dispor de informação sobre a actividade espacio-

-temporal das frotas de pesca bem como de outra informação pesqueira acessória relevante;

3.4.2. Metodologia

O Portal GeoPescas foi desenvolvido em linguagens de programação, de utilização livre,

JAVA (www.java.sun.com/) e PHP (www.php.net/). Para a representação gráfica utilizou-

se a livraria de componentes gráficos para aplicações web ChartDirector

(www.advsofteng.com/), adquirida especialmente para o efeito. Para a produção de mapas

online, através do Portal (SIG online), foi utilizada a livraria de código JAVA open source

GeoTools (http://geotools.codehaus.org/). Na extracção de dados é utilizada tecnologia

XML (www.w3.reg/xml).

3.4.3. Descrição do Portal GeoPescas

No desenvolvimento do Portal GeoPescas teve-se especial atenção a três requisitos:

(1) a construção e manutenção da privacidade dos dados, possibilitando a disponibilização

selectiva da informação consoante as permissões que, futuramente, vierem a ser definidas;

(2) a possibilidade de acesso fácil e expedito a informação-base (dados) e a informação

processada em forma de gráficos, mapas, imagens, tabelas ou dados em formato XML e

Page 75: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

75

(3) a utilização de software gratuito e, por vezes, de opens source, para que a sua

implementação não traga custos adicionais à entidade que vier a responsabilizar-se pelo

futuro desenvolvimento e manutenção do Portal.

Ao se aceder à página principal do portal (homepage) (Figura 63) é iniciada uma aplicação

flash onde se mostra a recriação da actividade pesqueira de várias embarcações da frota de

crustáceos na costa sul de Portugal, durante um determinado período de tempo. Terminada

a aplicação flash, por si só ou interrompida pelo utilizador, surge ao centro do ecrãn um

texto com informação sobre o enquadramento e objectivos do Portal e acesso a alguns

documentos de referência. O Portal dispõe de uma barra superior onde se encontra o

logótipo e a área de validação do utilizador (login e password). O menu com as diferentes

áreas do portal é apresentado na vertical, numa barra à esquerda do ecrãn.

O Portal GeoPescas divide-se em três secções fundamentais: Capturas, Esforço de Pesca e

Rendimentos de pesca (Capturas por Unidade de Esforço) e uma complementar (Outros):

1. Capturas (informação relativa aos dados das descargas, vendas e diários de pesca)

É apresentada, separadamente, informação gráfica (e respectivos dados) relativa às

Descargas, Vendas em Lota e Diários de Pesca, i.e., o seu número, quantidades por espécie

e quantidades versus número, para uma embarcação ou conjunto de embarcações (e.g.,

para a frota), por ano, semestre, trimestre ou mês (Figuras 64 e 65). No caso das vendas, é

também disponibilizada informação sobre o seu valor. Nesta Secção é igualmente possível

comparar descargas, vendas em lota e diários de pesca.

2. Esforço de Pesca (informação MONICAP disponível)

Com base na informação MONICAP existente, disponibilizam-se mapas de esforço para

uma embarcação ou conjunto de embarcações (e.g., para a frota), quer a partir de dados

MONICAP em bruto quer com os dados das viagens de pesca ou arrastos identificados

através do tratamento desta informação com o software GeoCrust (identificação de viagens

de pesca e de lances de arrastos) (Figura 66).

Page 76: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

76

A Secção de Esforço contém ainda páginas com um applet (aplicações JAVA) onde o

utilizador produz mapas da distribuição espacial das viagens de pesca (de diversas formas)

por embarcação ou conjunto de embarcações por ano, semestre, trimestre ou mês (Figura

67). O utilizador pode ainda aceder aos dados que geraram os mapas sob a forma de tabela

ou no formato XML (Figura 68). São também disponibilizadas imagens geradas pelo

software GeoCrust (“Módulo de Análise Preliminar”) com base nos dados brutos de

MONICAP. É ainda fornecida informação, sobre a forma gráfica, do número de dados em

bruto, do número, duração e distância das viagens de pesca e dos arrastos, e da relação

entre a duração ou distância, dos arrastos e das viagens.

Nesta Secção pode-se ainda recriar a actividade da pesca de uma frota ou de uma

embarcação, num determinado período de tempo, de modo similar ao que se faz com o

módulo “Simulação” do software GeoCrust (Afonso-Dias et al., 2002; 2004).

3. Rendimentos de Pesca (Capturas por Unidade de Esforço)

Esta Secção do portal destina-se à análise e estudo dos rendimentos de pesca i.e., das

capturas por unidade de esforço, calculadas com arrastos de viagens válidas realizadas

exclusivamente dentro de um mesmo pesqueiro ou região (viagens exclusivas),

identificadas através do software GeoCrust 2.0 (Figura 69).

A informação é assim disponibilizada por pesqueiro ou por região, por embarcação ou

conjunto de embarcações (e.g., para toda a frota), por semestre, trimestre ou ano, sob a

forma de gráficos, imagens (geradas pelo módulo “Cartografia” do software GeoCrust) ou

mapas (criados através da aplicação JAVA disponível neste Portal) (Figuras 70 e 71).

4. Outros

Nesta Secção complementar é disponibilizada uma funcionalidade destinada à recriação

online da actividade dos navios de pesca (SIG online).

O mapa do Portal é apresentado no Anexo VIII.

Page 77: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

77

4. DIVULGAÇÃO

Durante a execução do projecto Geopesca foram realizadas as seguintes acções de

divulgação:

23 de Maio de 2005 – Reunião da Comissão das Pescas do Parlamento Europeu,

Bruxelas - Bélgica. Participação de Manuel Afonso-Dias na discussão do draft report

sobre “Recording and reporting of fishing activities and remote sensing”, a convite do seu

relator, o deputado português Paulo Casaca. Durante a sessão Manuel Afonso-Dias

interveio apresentando uma comunicação oral intitulada: “Use VMS data from the

Portuguese crustacean trawl fleet to obtain, map and analyse geo-referenced Fishing

Effort and Catch per Unit Effort data (crossing landings and log-book data with fishing

effort)”.

4 de Junho de 2005 – 4º Encontro de Pescas da Universidade do Algarve, Faro. Tratou-

se de um encontro da UALG com o Sector das Pescas do Algarve onde o principal

objectivo foi divulgar a actividade de investigação no sector das pescas em curso na

UALG. Manuel Afonso-Dias fez uma apresentação oral do trabalho desenvolvido no

âmbito do projecto GeoPesca (Afonso-Dias et al., 2005a). Não se confirmou a presença de

armadores e mestres de arrasto. No entanto, estiveram presentes mestres e armadores de

outras frotas, sindicalistas e responsáveis da administração pesqueira do Algarve.

22 a 26 de Agosto de 2005 - 3º Simpósio Internacional em Sistemas de Informação

Geográfica/Análises Espaciais em Pescas e Ciências Aquáticas, Shanghai Fisheries

University, Xanghai - China. A participação neste evento, prevista desde o início do

projecto, revestiu-se de grande importância científica dada a sua especificidade, única a

nível mundial. O software GeoCrust (versão 1.0) foi apresentado no 2º Simpósio, realizado

em 2002 no Reino Unido, tendo sido alvo de um artigo publicado nos proceedings dessa

reunião (Afonso-Dias et al., 2004), recentemente editados em livro. No 3º Simpósio

apresentaram-se resultados da utilização do programa GeoCrust (versão 2.0) na

monitorização da pescaria de arrasto de crustáceos (Afonso-Dias et al., 2005b) e

participou-se em sessões de divulgação e demonstração de software (Pinto et al., 2005).

Neste simpósio foi atribuído a Carlos Pinto, Joana Simões e Manuel Afonso Dias, autores

do software GeoCrust 2.0, o prémio “Award for the best Poster / PC Demo presentation”

Page 78: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

78

tendo sido invocadas pelo júri as seguintes razões: "The system that combines VMS and

logbooks is one of the newest system of fishery management; Data collection every 10

minutes enables to monitor fishery resources in real time. We are sure that this system

becomes a typical fishery management model in the future".

Manuel Afonso-Dias foi ainda o Moderador de uma sessão de apresentações orais no 3º

Simpósio Internacional em Sistemas de Informação Geográfica/Análises Espaciais em

Pescas e Ciências Aquáticas (a convite da organização).

19 a 23 de Setembro de 2006 – Conferência Anual do Conselho Internacional para a

Exploração do Mar, Maastricht – Holanda. Participação de Manuel Afonso-Dias e Carlos

Pinto onde apresentaram dois posters (Afonso-Dias et al., 2006a e Pinto et al., 2006). O

tema da informação VMS foi tratado, pela primeira vez, nas Conferências do CIEM tendo

sido dedicada uma sessão própria. O software GeoCrust 2.0 foi considerado como sendo a

aplicação computadorizada mais avançada, existente neste momento, para integrar dados

de VMS, diários de pesca e/ou vendas (ICES, 2006).

15 a 17 de Novembro de 2006 – XIII Jornadas Técnico-Científicas do Instituto

Nacional de Investigação das Pescas (INIP), Luanda – Angola. Participação de Manuel

Afonso-Dias, a convite da Direcção do INIP, onde apresentou uma comunicação oral

intitulada “GeoCrust 2.0 – Sistema Integrado de Monitorização de Pescarias de Arrasto” e

uma contribuição escrita para os proceedings das Jornadas (Afonso-Dias et al., 2006b).

24 de Novembro de 2006 – Seminário realizado por Manuel Afonso-Dias e Carlos Pinto

no Departamento de Recursos Marinhos da FAO (Food and Agriculture Organization) das

Nações Unidas, em Roma, sobre o tema “GeoCrust 2.0 – a Geographical Information

System for Monitoring the Portuguese Crustacean Trawl Fishery using VMS, Landings

and Logbooks Data”. Esta acção foi realizada a convite do Dr. Fábio Carocci, investigador

da FAO (http://w3.ualg.pt/~madias/geopesca/GeoPescasFIRM-FAO06.pdf).

12 de Abril de 2007 – Palestra proferida por Manuel Afonso-Dias no Instituto de

Investigação Pesqueira de Moçambique (IIP), em Maputo, intitulada “GeoCrust 2.0 -

Sistema Integrado de Monitorização de Pescarias de Arrasto”, dirigida aos investigadores

pesqueiros do IIP. Esta palestra foi proferida durante uma visita de trabalho a Maputo.

Page 79: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

79

30 de Maio de 2007 – Palestra proferida por Manuel Afonso-Dias na Faculdade de

Economia (FE) da UALG, subordinada ao tema “GeoCrust 2.0: SIG para Monitorização e

Análise da Pesca Comercial em Portugal”. Esta acção foi realizada a convite de Sílvia

Fernandes, Professora Auxiliar da FE, no âmbito do Workshop “Novos Desafios da Gestão

Moderna SIG e WEB” dirigido aos alunos de gestão de empresas.

21 de Junho de 2007 – Palestra proferida por Carlos Pinto no Danish Institute for

Fisheries Research (DIFRES), em Copenhaga - Dinamarca, sob o tema “GeoCrust 2.0: a

Geographical Information System for Monitoring the Portuguese Crustacean Trawl

Fishery using VMS, Landings and Logbooks Data”. Palestra realizada a convite do

DIFRES.

27 de Julho de 2007 – Seminário leccionado por Manuel Afonso-Dias no Departamento

de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores (DOP-UAc), no Faial – Horta,

subordinado ao tema: “Utilização de informação VMS na monitorização e análise da pesca

comercial em Portugal: o Sistema GeoCrust 2.0”. Este seminário foi realizado a convite do

coordenador do Mestrado em Estudos Integrados dos Oceanos e dirigido aos seus alunos.

Estiveram presentes investigadores do DOP-UAc e pessoal da Direcção Regional das

Pescas. Em particular, assistiram ao seminário o Director e o Inspector Regional das

Pescas de então.

17 a 21 de Setembro de 2007 – Curso sobre “Conceitos e Tecnologias de Sistemas de

Informação Geográfica”, com a duração de 40,5 horas (1,5 ECTS) leccionado por Joana

Simões na FCMA-UALG, a investigadores científicos do IPIMAR e da UALG e a

estudantes de mestrado da UALG. Este curso teve como objectivo proporcionar a um

conjunto de investigadores e estudantes de pós-graduação uma introdução aos Sistemas de

Informação Geográfica com uma parte teórica e outra prática assente no software Open

source QGis (www.qgis.org/).

Outubro de 2007 – Produção de um panfleto A4 (Afonso-Dias et al., 2007a) e de um

poster RollUp (Afonso-Dias et al., 2007b), em língua portuguesa, para divulgação do

software GeoCrust 2.0 em Portugal e no espaço lusófono (Figura 72).

Page 80: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

80

Foi ainda elaborado um texto sobre o projecto GeoPesca para figurar na brochura da

DGPA sobre o Programa MARE (Afonso-Dias & Pinto, in press) e um outro publicado no

suplemento da revista UALGzine dedicado à divulgação das actividades de Investigação e

Desenvolvimento na área das Ciências do Mar desenvolvida na Universidade do Algarve

(Afonso-Dias, 2007). Foram, também, publicados dois artigos com contributos resultantes

do trabalho desenvolvido no projecto GeoPesca: Gama & Pinto (2005) e Fonseca et al.

(2008).

Para além do prémio atribuído aos autores do software GeoCrust no 3º Simpósio

Internacional em Sistemas de Informação Geográfica/Análises Espaciais em Pescas e

Ciências Aquáticas, realizado em Xangai em 2005 e da menção contida nos Proceedings

da Conferência Anual do CIEM de 2006 (mencionados anteriormente), o software

GeoCrust 2.0 é ainda referido como um case-study de aplicação de Sistema de Informação

Geográfica às pescas na Secção 4.2. do Capítulo “Geographical Information Systems (GIS)

In Fisheries Management and Research” da 2ª. edição do livro “Computers in Fisheries

Research” (Meaden, in press).

Estão em preparação dois artigos científicos, para publicação em revistas da especialidade,

um sobre o software GeoCrust 2.0 e outro sobre os resultados da análise espacio-temporal

da actividade da frota portuguesa de crustáceos no período 1998-2004.

Page 81: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

81

5. PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO

O trabalho desenvolvido no projecto GeoPesca deu continuidade à linha de investigação

iniciada em 2000 com o projecto GeoCrust. Novos projectos poderão dar continuidade ao

trabalho já desenvolvido, centrados na análise de dados para estudos concretos e no

desenvolvimento do software, através da sua adaptação quer a pescarias de arrasto de

outros países, quer a pescarias com outras artes (e.g., palangre, salto e vara e cerco). No

que diz respeito à análise de dados, para benefício do conhecimento das pescarias de

arrasto portuguesas e contribuição para a melhoria da sua gestão estão a ser preparados,

para terem início em 2009, dois doutoramentos, um dedicado à pescaria de arrasto de peixe

e outro à de crustáceos. Ambos os doutoramentos serão realizados no Centro de

Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve e no Instituto de

Investigação das Pescas e do Mar (L-IPIMAR), sob orientação de M. Afonso-Dias e de

dois investigadores do L-IPIMAR. Relativamente ao desenvolvimento futuro do software,

espera-se poder ter condições para preparar novos projectos em Portugal, envolvendo

parcerias com outras instituições nacionais e/ou internacionais, ou mesmo noutros países.

Actualmente, o software GeoCrust 2.0 pode ser facilmente adaptável a qualquer pescaria

de arrasto do mundo e, com a inclusão de novas ferramentas de análise de viagens de

lanços de pesca, pode ser alargado à análise de dados de outras artes de pesca,

particularmente de artes estáticas como o palangre, redes de emalhar e teias de

covos/alcatruzes. Com este objectivo foi já concebido um protótipo de uma aplicação

informática, em linguagem Java, para funcionar, num futuro próximo, tanto na internet

como stand-alone. Foram, também, realizadas experiências com o software GeoCrust 2.0

para tratamento de dados de palangre de fundo e de superfície de pescarias do continente e

dos Açores, e de salto e vara dos Açores, no âmbito da orientação de estudantes de

mestrado e de doutoramento das Universidades do Algarve, dos Açores e do Porto que

utilizaram, pela primeira vez, dados MONICAP destas pescarias.

A implementação em Portugal do sistema GeoCrust 2.0 e do Portal GeoPescas para,

respectivamente, gerar e disseminar informação geo-referenciada de esforço e rendimentos

de pesca das frotas de arrasto portuguesas, constitui, sem prejuízo da sua eventual

implementação num outro país, o principal desígnio desta linha de trabalho. A

monitorização das pescarias de arrasto através do software GeoCrust e a divulgação de

informação geo-referenciada através do portal GeoPescas para a investigação,

Page 82: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

82

administração e indústria pesqueiras, poderá ser uma realidade caso a Direcção Geral das

Pescas e Aquicultura assim o entenda. A natureza confidencial da informação pesqueira,

em particular da MONICAP, requer a sua centralização e uma disseminação baseada em

critérios rigorosos, competências que são exclusivas da DGPA.

A monitorização espacio-temporal das pescarias com vista à sua adequada gestão, através

do cruzamento de toda a informação disponível, em particular, daquela que provém dos

sistemas VMS (como é o caso do MONICAP em Portugal), mas também da investigação

pesqueira (dados de cruzeiros de investigação), deve constituir uma preocupação prioritária

de qualquer país. Portugal tem condições para, dispondo de alguns meios físicos e

humanos dedicados, ser pioneiro a nível mundial na implementação deste tipo de sistema,

visando a monitorização e gestão dos recursos explorados pela pesca.

Uma nota final para a necessidade de se melhorar a qualidade dos dados MONICAP, por

um lado, e de se validar as opções de marcação de viagens de pesca e, sobretudo, de

marcação de arrastos (limites dos arrastos), por outro, no processamento de dados com o

software GeoCrust 2.0. A melhoria da qualidade dos dados MONICAP pode ser facilmente

obtida através de um controlo efectivo da informação produzida, pelos diversos navios, por

parte da IGP. Para a validação dos dados produzidos pelo software GeoCrust 2.0 é

necessário efectuar recolhas de dados a bordo dos navios de pesca de arrasto por parte de

observadores independentes envolvidos noutros programas (e.g., amostragem de rejeições

ao mar) ou mesmo, em programas especificamente concebidos para este efeito. Nestas

saídas poder-se-ia, igualmente, comparar a informação dos diários de pesca com a das

vendas. Esta informação será fundamental para se gerar conjuntos de dados de grande rigor

para o treino dos algoritmos de inteligência artificial utilizados nas rotinas de marcação de

arrastos do software GeoCrust 2.0.

A validação da informação dos diários de pesca é, actualmente, difícil de realizar. Através

de ferramentas como as concebidas para o Portal GeoPescas pode fazer-se o inventário de

toda a informação de capturas (diários de pesca) e desembarques (vendas em lota)

disponível na base de dados da DGPA e compará-la, navio a navio identificando falhas e

discrepâncias. A DGPA poderá actuar com base nestes diagnósticos e proceder a algumas

correcções. No entanto, espera-se que a introdução do diário de pesca electrónico, prevista

para 2009, venha criar condições para a produção de DP contendo dados de maior

Page 83: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

83

qualidade, em cuja análise se possa confiar. Nessa altura, o software GeoCrust poderá vir a

utilizar os DP em vez das vendas em lota no cálculo dos rendimentos de pesca.

Finalmente, é absolutamente necessário assegurar a continuidade do registo de dados

MONICAP em intervalos de 10 minutos. A informação de que, a partir de 2005, por

motivos económicos, os dados MONICAP passaram a ser registados de 2 em 2 horas,

inviabilizará por completo a identificação de arrastos dentro das viagens, deixando de ser

possível obter informação credível de esforço e, consequentemente, de rendimentos de

pesca. Se assim for, a série de 7 anos de dados geo-referenciados de esforço e de

rendimentos de pesca para as três espécies-alvo da pescaria de arrasto de crustáceos não

poderá ser actualizada. Na impossibilidade de se manter a recolha de dados de 10 em 10

minutos para a totalidade da frota sugere-se que se seleccione, criteriosamente, um

conjunto de navios representativo de cada frota, para os quais se continue a recolher

informação MONICAP detalhada, i.e., em intervalos de 10 minutos. De notar que a

constituição de “frotas de referência” para a obtenção de informação de qualidade sobre a

actividade pesqueira (VMS, capturas, rejeições ao mar, esforço e rendimentos de pesca,

regime de operação e amostras biológicas das espécies capturadas), foi uma opção tomada

pela Noruega4, aparentemente com grande sucesso.

4 http://www.nefsc.noaa.gov/read/popdy/studyfleet/documents/IMRStudyFleet.pdf

Page 84: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

84

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 87: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

87

TABELAS Tabela 1. Pescaria de arrasto de crustáceos – Características técnicas dos navios licenciados para a pesca de arrasto de crustáceos entre 1998 e 2004: valores médios, mínimos e máximos. CFF = comprimento fora-a-fora (metros), TAB = Tonelagem de Arqueação Bruta (toneladas Moorson) e POT = Potência da Máquina Principal (cavalos vapor). Os valores médios foram calculados tomando como factor de ponderação a fracção do ano em que o navio se encontrou activo.

Ano n Min Média Max Min Média Max Min Média Max1998 29.4 17.2 24.3 30.0 44.1 107.4 209.1 177.0 330.2 441.01999 29.6 17.2 24.7 32.3 44.1 119.8 216.0 177.0 346.4 588.02000 31.6 17.2 25.1 32.3 44.1 138.6 216.1 177.0 369.0 588.02001 32.5 21.8 25.3 32.3 56.4 159.6 235.0 221.0 391.0 588.02002 32.7 23.0 25.2 32.3 61.1 168.2 235.0 221.0 394.0 588.02003 32.5 23.0 25.2 32.3 61.1 172.6 241.0 223.7 401.1 448.02004 33.0 23.0 25.3 32.3 96.3 177.3 241.0 367.8 417.7 577.4

POTTABCFF

Tabela 2. Pescaria de arrasto de crustáceos. Importância (percentagem) em peso e em valor (%) no total dos desembarques anuais (vendas em lota) entre 1998 e 2004 das três espécies-alvo (lagostim, gamba e camarão-vermelho) e três outras espécies seleccionadas (pescada branca, carabineiro e verdinho) no total dos desembarques (vendas em lota). IMPORTÂNCIA EM PESOCodFao NomeVulgar 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004NEP LAGOSTIM 7.0 5.4 7.2 11.0 18.4 14.7 15.7DPS GAMBA BRANCA 41.2 68.7 54.6 51.1 39.5 57.2 8.5ARA CAMARAO VERMELHO 14.1 8.0 12.9 9.6 6.0 2.3 1.5HKE PESCADA BRANCA 7.1 4.2 7.3 10.2 11.6 7.6 6.8SSH CARABINEIRO 0.1 0.04 0.04 0.004 1.4 1.5 1.9WHB VERDINHO 4.3 1.6 1.4 2.8 0.3 3.8 48.8Total 3 espécies-alvo (%) 62.4 82.1 74.6 71.7 63.9 74.2 25.8Total 6 espécies (%) 73.8 87.9 83.3 84.7 77.3 87.1 83.3Total global (kg) 1263087 2113476 1663649 1570955 1192098 1411153 1186329

IMPORTÂNCIA EM VALORCodFao NomeVulgar 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004NEP LAGOSTIM 14.2 12.7 12.5 16.9 23.0 23.0 37.5DPS GAMBA BRANCA 50.4 60.8 59.2 56.5 49.1 61.8 39.1ARA CAMARAO VERMELHO 23.6 17.6 18.6 17.9 11.3 5.1 4.0HKE PESCADA BRANCA 2.8 1.6 2.0 2.6 3.0 2.1 3.0SSH CARABINEIRO 0.1 0.1 0.1 0.01 0.8 3.8 9.1WHB VERDINHO 0.3 0.1 0.1 0.1 0.0 0.2 1.9Total 3 espécies-alvo (%) 88.2 91.1 90.4 91.2 83.5 89.9 80.6Total 6 espécies (%) 91.4 92.9 92.5 94.0 87.3 95.9 94.6Total global (kg) 10535373 15701011 18743354 18972173 15504860 14573698 8859346

Page 88: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

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Tabela 3. Pescaria de arrasto de crustáceos – (A) Percentagens dos desembarques anuais (em peso) resultantes de viagens de pesca válidas, com arrastos marcados, relativamente aos totais anuais desembarcados por cada navio da frota no período 1998-2004 e (2) Ranking dos desembarques totais anuais. Desembarques apurados com base na informação disponível de “Vendas em lota” e “Diários de Pesca”. Para os navios 8 e 18, abatidos em 1999, não se dispôs de dados de desembarques.

A B

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 1998 1999 2000 2001 2002 2003 20041 1.2 14.2 0.0 0.0 0.0 29.5 1 3 2 4 7 9 162 49.6 88.2 2 8 273 0.0 2.0 4.7 42.5 3 17 20 23 334 5.7 29.6 77.5 75.6 4 15 10 22 295 44.8 40.2 32.8 5 22 22 326 51.3 67.9 77.4 70.9 64.1 24.4 6 12 17 17 22 23 327 34.8 26.3 33.1 28.2 7 14 8 20 368 89 58.6 68.5 85.0 59.4 48.0 33.9 9 18 24 26 30 29 3110 57.7 69.7 58.9 81.9 51.0 44.5 24.1 10 11 16 31 24 25 11 1411 44.5 26.1 11 26 2312 36.4 54.0 73.3 12 16 18 3413 62.1 81.1 69.8 51.7 76.4 52.0 12.9 13 10 4 5 20 15 14 2114 18.6 14 2415 79.7 82.5 89.6 45.3 5.7 39.1 22.6 15 9 9 10 19 20 28 1616 17.7 6.0 0.0 0.0 0.0 3.3 12.0 16 23 14 16 23 27 15 1817 38.0 13.3 22.9 41.6 53.9 40.4 17 25 12 14 21 8 2418 1819 33.9 1.5 0.0 19 25 30 3320 22.7 76.3 90.6 91.0 60.9 42.0 38.5 20 13 15 13 17 14 17 2221 0.0 0.0 0.0 43.4 21 21 26 25 3122 4.5 0.0 0.0 22 28 32 3523 2.1 0.0 0.0 69.7 57.3 0.0 3.9 23 19 21 27 26 28 33 2324 0.0 0.0 24 20 1925 76.1 77.8 83.7 92.7 25 13 8 21 3226 22.3 19.7 6.2 10.2 22.3 26 27 31 29 25 1927 36.2 93.6 38.9 59.5 32.0 27 19 6 3 2 728 59.6 75.3 22.8 0.0 0.0 34.6 17.6 28 7 3 3 10 18 10 1929 24.3 29 530 67.7 72.7 10.6 25.4 73.2 21.2 53.5 30 5 7 21 32 31 24 2831 77.2 89.2 80.8 58.3 42.2 27.4 31 6 11 11 18 17 2132 25.1 17.2 1.5 2.4 32 15 2 7 133 70.3 76.1 0.0 0.0 0.0 49.8 84.8 33 2 1 2 4 5 6 2034 23.7 78.6 81.5 24.7 20.4 19.2 34 1 12 6 5 24 2335 90.9 93.9 68.2 31.6 68.8 35 18 12 11 4 836 25.9 27.5 19.9 16.4 36.5 34.6 36.5 36 4 6 9 16 22 26 1737 9.0 42.2 75.7 73.5 48.2 37 24 9 7 9 238 0.0 0.7 57.1 47.7 35.5 18.2 38 28 15 13 8 19 1339 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0 39 29 14 11 6 18 1140 29.7 90.4 77.0 61.5 38.4 40 1 1 4 3 341 0.0 0.0 0.0 41 34 27 2642 75.2 35.0 17.6 28.2 42.8 42 30 35 30 29 2543 30.1 66.1 19.8 24.7 20.8 43 7 2 10 5 444 34.8 30.2 37.7 44 26 13 1245 68.9 68.4 75.2 16.1 55.8 45 28 27 33 25 2746 28.5 0.9 35.3 17.4 46 3 1 1 547 0.0 0.0 0.0 0.0 47 8 16 20 648 0.0 0.0 0.0 0.0 48 34 13 22 1049 31.8 19.3 19.4 21.2 49 28 12 12 950 64.3 28.0 50 30 15

Total 40.0 48.2 39.0 43.0 31.8 33.0 25.9

Navio AnoNavio Ano

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Tabela 4. Pescaria de arrasto de crustáceos – Números e percentagens de Viagens de Pesca e de Arrastos identificados por ano, através da análise dos dados disponíveis entre 1998 e 2004.

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 TotalNº. Total de Viagens 1637 2178 1849 2321 1900 1933 1037 12855Nº. Viagens Válidas 1234 1808 1596 1850 1286 1273 643 9690% Viagens Válidas 75.4 83.0 86.3 79.7 67.7 65.9 62.0 75.4

% Viagens Válidas marcadas com Diários de Pesca 0.0 0.0 0.5 0.0 0.0 13.9 9.3 2.5

% Viagens Válidas Exclusivas de Regiões 94.5 97.0 95.4 96.7 96.6 96.9 95.8 96.2% Viagens Válidas Exclusivas de Pesqueiros 59.6 68.9 54.9 52.5 49.5 51.7 46.2 55.9

Nº. Total de Arrastos Marcados em Viagens válidas 6753 8793 9980 12198 8777 9297 5472 61270% Arrastos em Viagens Exclusivas de Regiões 91.4 95.1 92.5 95.1 95.0 95.2 94.8 94.2% Arrastos em Viagens Exclusivas de Pesqueiros 50.8 57.0 43.3 41.0 36.9 40.8 39.2 44.0

Ano

Tabela 5. Pescaria de arrasto de crustáceos – Número de viagens válidas por trimestre e ano, entre 1998 e 2004, para a totalidade da frota; número total anual de viagens válidas para os 4 navios congeladores e para os restantes navios da frota.

AnoTrimestre 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Total

1 72 361 312 409 396 261 243 20542 293 516 326 518 403 322 266 26443 393 586 519 448 200 311 81 25384 476 345 439 475 287 379 53 2454

Total 1234 1808 1596 1850 1286 1273 643 9690Navios Congeladores 103 149 8 0 0 177 60 497

Restantes Navios 1131 1659 1588 1850 1286 1096 583 9193

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Tabela 6. Pescaria de arrasto de crustáceos – Distribuição das viagens de pesca marcadas entre 1998 e 2004 por porto de início e de fim de viagem.

Porto de FimPorto de Início Ayamonte Cascais Faro Huelva ha Cristina Lisboa Olhão Portimão Sagres Sesimbra Sines VRSA TotalAveiro 6 1 7Figueira 4 4Peniche 1 2 3Lisboa 11 27 2 1 2 15 58Cascais 68 3 1 3 75Sesimbra 2 1 3 5 11Sines 6 6 27 70 54 4 614 781Sagres 3 1 59 294 315 2 59 733Portimão 1 16 18 1 1 324 5577 298 66 8 6310Olhão 98 3 2 4223 321 74 19 43 4783Faro 5 5VRSA 1 2 49 4 3 59Ayamonte 2 1 1 4Ilha Cristina 1 3 1 5Huelva 1 1 15 17Total 4 86 119 22 6 40 4690 6296 743 11 783 55 12855

Page 91: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

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Tabela 7. Pescaria de arrasto de crustáceos – Estatísticas relativas a Viagens de Pesca e Arrastos identificados por ano, através da análise dos dados disponíveis entre 1998 e 2004.

Ano1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Duração (dias) Viagens de Pesca Válidas (Navios congeladores)n 103 149 8 0 0 177 60 497Mínimo 0.45 0.37 2.32 0.30 0.56 0.30Máximo 12.74 10.01 9.40 11.85 10.78 12.74Média 3.13 2.67 5.11 2.90 4.29 3.08IC95% 0.5 0.4 1.8 0.3 0.7 0.2

Duração (dias) Viagens de Pesca Válidas (Navios congeladores excluídos)n 1131 1659 1588 1850 1286 1096 583 9193Mínimo 0.23 0.27 0.21 0.24 0.22 0.27 0.50 0.21Máximo 3.9 6.9 6.7 6.8 8.6 3.9 6.6 8.6Média 1.4 1.4 1.8 1.8 1.9 1.5 2.0 1.7IC95% 0.05 0.04 0.05 0.05 0.06 0.05 0.07 0.02

Número de arrastos por Viagem de Pesca Válida (Navios congeladores excluídos)n 1131 1659 1588 1850 1286 1096 583 9193Mínimo 1 1 1 1 1 1 1 1Máximo 17 16 21 23 24 19 22 24Média 4.9 4.4 6.2 6.6 6.8 6.8 7.9 6.1IC95% 0.06 0.04 0.06 0.06 0.08 0.08 0.10 0.03

Duração média dos arrastos (h) por Viagem de Pesca Válida (Navios congeladores excluídos)n 1131 1659 1588 1850 1286 1096 583 9193Mínimo 1.2 1.7 1.2 0.8 1.2 1.3 1.5 0.8Máximo 13 13 13 12 13 14 12 14Média 4.6 4.7 4.5 4.4 4.5 3.5 4.0 4.4IC95% 0.07 0.07 0.07 0.06 0.09 0.07 0.10 0.03

Distância média dos arrastos (mn) por Viagem Válidas (Navios congeladores excluídos)n 1131 1659 1588 1850 1286 1096 583 9193Mínimo 3.1 4.7 3.8 2.6 3.6 4.0 4.5 2.6Máximo 35 37 34 36 39 40 38 40Média 13.7 14.0 13.5 13.2 13.1 10.4 11.6 13.0IC95% 0.23 0.21 0.21 0.19 0.26 0.20 0.30 0.09

Estatísticas Total

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Tabela 8. Frota de arrasto de crustáceos – velocidade média de arrasto (milhas náuticas por hora) dos navios da frota em cada ano, entre 1998 e 2004, e na totalidade do período: valores mínimos, máximos e médios com os respectivos limites de 95% de confiança.

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004Min 2.3 2.3 2.5 2.5 2.5 2.5 2.6 2.3Max 3.4 3.2 3.1 3.2 3.1 3.1 3.2 3.4Média 3.04 3.02 3.02 3.02 2.96 2.95 2.92 3.00±IC95% 0.002 0.002 0.001 0.001 0.002 0.001 0.001 0.002

Ano Total (1998-2004)

Tabela 9. Frota de arrasto de crustáceos - Factores de ampliação do esforço de pesca, calculados por trimestre, entre 1998 e 2004, com base na razão entre os desembarques totais da frota e os desembarques correspondentes a viagens de pesca válidas com arrastos marcados. Os desembarques totais foram definidos com base na informação disponível de “Vendas em lotas” e “Diários de Pesca”.

Ano 1 2 3 41998 6.8 2.7 2.1 1.91999 2.0 1.9 2.0 2.62000 2.8 3.0 2.2 2.12001 2.4 2.3 2.3 2.32002 2.6 2.7 5.3 3.82003 2.7 3.4 3.6 2.32004 2.2 2.4 4.8 25.8

Trimestre

Tabela 10. Frota de arrasto de crustáceos – Número total de horas de arrasto e de milhas náuticas arrastadas (mn) anualmente (Esforço Total Anual) na costa portuguesa entre 1998 e 2004 (em milhares).

(milhares) 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Horas de arrasto 76 85 107 123 124 100 93

Distância arrastada (mn) 232 256 322 371 363 295 270

Ano

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Tabela 11. Frota de arrasto de peixe – Estatísticas (mínimo, máximo, média e coeficiente de variação) do comprimento fora-a-fora, tonelagem de arqueação bruta e potência da máquina principal (cavalos-vapor) dos navios licenciados em 2003 (n = 75) bem como do conjunto de navios para os quais se dispôs de dados MONICAP (n = 70).

Comprimento fora-a-fora min max média cv(%)Comprimento fora-a-fora (m)

Frota total 15.0 34.5 27.0 22.1Navios com MONICAP 15.0 34.5 27.0 22.9

Tonelagem de arqueação bruta (t)Frota total 25.6 185.2 118.1 44.1

Navios com MONICAP 25.6 243.0 132.6 42.5Potência da máquina principal (cv)

Frota total 111.9 1085.0 507.0 43.8Navios com MONICAP 111.9 1085.0 502.4 45.7

Tabela 12. Pescaria de arrasto de peixe - Importância relativa nos desembarques (vendas em lota) em 2003, em peso e em valor, das 10 principais espécies desembarcadas. São indicadas para cada espécie o nome vulgar e o respectivo código FAO.

Cod.FAO ESPÉCIE % Rank Cod.FAO ESPÉCIE % RankHOM CARAPAU 36.7 1 HOM CARAPAU 28.6 1WHB VERDINHO 12.6 2 HKE PESCADA BRANCA 9.9 2MAS CAVALA 8.0 3 OCT POLVOS 9.6 3BIB FANECA 5.6 4 SBA BESUGO 5.9 4MAC SARDA 5.4 5 BIB FANECA 4.6 5HKE PESCADA BRANCA 4.5 6 SQC LULAS nep 4.3 6JAA CARAPAU NEGRAO 3.2 7 JOD GALO NEGRO 3.9 7SBA BESUGO 2.9 8 WHB VERDINHO 3.6 8OCT POLVOS 3.7 9 SKA RAIAS nep 3.2 9SCL PATA ROXAS 2.6 10 NEP LAGOSTIM 2.7 10Total 10 primeiras espécies 85.1 Total 10 primeiras espécies 76.2Total desembarques 100.0 Total desembarques 100.0

Tabela 13. Pescaria de arrasto de peixe – Números de Viagens de Pesca e de Arrastos identificados em 2003 através da análise dos dados disponíveis para esse ano.

Trimestre1 2 3 4 Total

Número de ViagensVálidas 639 620 638 772 2669

Parcialmente Válidas 404 430 329 261 1424Total 1043 1050 967 1033 4093

Número de arrastosViagens Válidas 2847 2658 3250 4202 12957

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Tabela 14. Pescaria de arrasto de peixe – Distribuição das viagens de pesca marcadas em 2003 por porto de início e de fim de viagem.

Porto de FimPorto de Início Aveiro Cascais Douro Faro Figueira da Foz Leixões Lisboa Matosinhos Nazaré Olhão Peniche Portimão Póv.Varzim Sesimbra Setúbal Sines Vigo VRSA TotalAveiro 1358 12 41 42 1 8 33 1 1 1497Cascais 86 1 8 1 1 2 99Douro 19 25 1 67 3 1 1 117Faro 2 1 3Figueira da Foz 34 392 2 61 57 1 547Leixões 38 25 1 378 1 1 1 1 446Lisboa 1 8 1 112 6 9 1 1 4 143Marín 1 2 3Matosinhos 7 3 6 16Nazaré 20 61 1 4 246 52 2 1 387Olhao 10 63 7 2 1 83Peniche 3 3 56 12 49 173 3 1 1 4 305Portimão 1 2 1 4 2 247 3 260Sagres 1 1Sesimbra 1 1 1 13 10 26Setúbal 1 2 1 1 5Sines 4 4 1 3 2 9 1 77 101Viana do Castelo 1 1 2Vigo 9 10 30 2 51VRSA 1 1Total 1492 102 75 12 555 521 147 19 399 69 302 263 1 25 4 104 2 1 4093

Page 95: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

95

Tabela 15. Pescaria de arrasto de peixe – (A) Número de arrastos por trimestre e região obtidos em viagens de pesca válidas, utilizados no cálculo do Esforço de Pesca em 2003 e (B) Esforço de Pesca estimado por trimestre e região em 2003 (em milhares de horas de arrasto).

Região 1 2 3 4 TotalNorte 1901 1978 2390 3325 9594

Centro 393 334 488 479 1694Alentejo 76 92 90 103 361Algarve 461 244 258 294 1257

Total 2831 2648 3226 4201 12906

Trimestre

Região 1 2 3 4 TotalNorte 1205 1391 1813 2208 6618

Centro 282 259 350 300 1191Alentejo 36 89 56 126 308Algarve 230 124 179 148 682

Total 1755 1864 2399 2782 8799

Trimestre

Tabela 16. Pescaria de arrasto de peixe – (A) Número de arrastos por trimestre e região, obtidos em viagens de pesca válidas exclusivas dessas regiões e utilizados no cálculo do Rendimentos de Pesca (desembarques por unidade de esforço) em 2003; (B) Rendimentos (desembarques por unidade de esforço) em kg/h por trimestre e região em 2003. Dado o reduzido número de arrastos exclusivos no Alentejo considerou-se o Alentejo e o Algarve como uma única região Sul.

Região 1 2 3 4 TotalNorte 327 355 364 463 1509

Centro 64 39 58 54 215Alentejo 9 10 3 13 35Algarve 55 33 33 36 157

Total 455 437 458 566 1916

Trimestre

Região 1 2 3 4 TotalNorte 213 239 158 131 181

Centro 142 165 129 99 132Sul (Alentejo+Algarve) 456 394 303 310 376

Total 237 247 165 144 195

Trimestre

A

B

B

A

Page 96: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

96

FIGURAS

Figura 1. Diferentes coberturas da carta digital geo-referenciada das costas Sudoeste e Sul de Portugal existente no software GeoCrust 2.0: linha de costa, batimetria (diferentes tons de azul), toponímia (nome dos principais portos), tipo de sedimentos do fundo do mar (em diferentes cores) e linha das seis milhas (a tracejado), dentro da qual não é autorizada a pesca de arrasto em Portugal.

Figura 2. Carta batimétrica digital geo-referenciada para a totalidade da costa continental portuguesa do software GeoCrust 2.0 resultante da combinação das duas cartas existentes, uma de menor resolução batimétrica - a Norte de Lisboa e outra de maior resolução a Sul.

Page 97: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

97

Figura 3. Módulo de Análise de Perfis de Velocidade do software GeoCrust 2.0. Distribuição de frequências relativas de velocidade de dois navios durante o ano de 2003. As classes de velocidade com maior frequência (entre 2.3 e 2.8 mn/h para o navio representado a roxo e entre 2.5 e 3.2 mn/h para o navio a azul) correspondem a velocidades de arrasto. As frequências observadas a velocidades elevadas (entre cerca de 9 e 10 mn/h) correspondem a navegação de cruzeiro dos navios seleccionados.

Figura 4. Módulo de Análise Preliminar do software GeoCrust 2.0. Distribuição espacial dos dados MONICAP brutos – todos os pontos (à esquerda), seleccionados através de filtragem de velocidades (ao centro) e por quadrículas (à direita) de 0.06 x 0.06 mn (mapas de densidade), para a frota de arrasto de crustáceos portuguesa, durante o ano de 2003.

Page 98: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

98

Figura 5. Módulo de identificação de viagens de pesca do software GeoCrust 2.0. O Mapa mostra o percurso realizado por um navio, num determinado período de tempo, definido pelo operador (no caso, 4 dias). O gráfico apresenta a distribuição da velocidade do navio (em milhas náuticas por hora) ao longo do tempo (linha azul). Os três primeiros dias correspondem a uma viagem de pesca, que termina com uma venda em lota (triângulo vermelho na parte superior do gráfico) na manhã do 4º dia. Os limites da viagem de pesca identificada estão assinalados graficamente através de dois triângulos, um verde (início) e o outro amarelo (fim). Os triângulos brancos e azuis, na parte superior do gráfico, correspondem aos diários de pesca e à declaração de descarga, respectivamente.

Figura 6. Módulo de identificação de lances de arrasto do software GeoCrust 2.0. Os limites de cada lance de arrasto, identificados dentro de uma viagem de pesca previamente definida, são definidos com base na variação da velocidade (e do rumo) do navio (causada pela largada, arrasto e alagem da rede de arrasto), detectada pelo software através de processo semi-automático ou completamente automático, usando técnicas de inteligência artificial de reconhecimento de padrões (Redes Bayesianas e Árvores de Classificação). Foram identificados 13 arrastos nesta viagem de 3 dias.

Page 99: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

99

Figura 7. Módulo de cartografia do software GeoCrust 2.0 – Esforço de pesca: distribuição espacial dos 9297 arrastos de 1273 viagens válidas em 2003 identificadas para a frota portuguesa de arrasto de crustáceos. Mapa de pontos MONICAP em linhas representando cada um dos arrastos realizados.

Figura 8. Módulo de cartografia do software GeoCrust 2.0 – Esforço de pesca: distribuição espacial dos 9297 arrastos de 1273 viagens válidas em 2003 identificadas para a frota portuguesa de arrasto de crustáceos. Mapa de densidades de pontos MONICAP, em quadrículas de 0.6 x 0.6 mn.

Page 100: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

100

Figura 9. Módulo de cartografia do software GeoCrust 2.0: rendimentos de pesca (desembarques por unidade de esforço, em kg/h) em 2003, por pesqueiro, para as três espécies-alvo: lagostim (vermelho), gamba (amarelo) e camarão-vermelho (laranja), bem como para os outros crustáceos (rosa), moluscos (verde) e peixes (azul) da pescaria portuguesa de arrasto de crustáceos. A dimensão dos raios dos sectogramas reflecte a dimensão relativa dos rendimentos nos vários pesqueiros.

0

500

1000

1500

2000

2500

1980198119821983198419851986198719881989199019911992199319941995199619971998199920002001200220032004200520062007

Ano

Des

emba

rque

s to

tais

(Ton

elad

as)

Lagostim

Gamba

Camarão-vermelho

Figura 10. Pescaria de arrasto de crustáceos - Série histórica (1980-2007) de desembarques anuais das três principais espécies de crustáceos capturadas pela frota portuguesa de arrasto de crustáceos. O período de anos a que corresponde a presente análise (1998-2004) está assinalado a sombreado. Fonte: IPIMAR

Page 101: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

101

1998

GAMBA BRANCACAMARAO VERMELHOPESCADA BRANCALAGOSTIMTAMBORIS nepVERDINHOPOLVOS nepPOTAS nepPATA ROXASCARAPAUAREEIROOUTRAS ESPÉCIES

1999

GAMBA BRANCACAMARAO VERMELHOLAGOSTIMPESCADA BRANCATAMBORIS nepVERDINHOPOTAS nepPOLVOS nepPATA ROXASCAMARAO BRANCO LEGITIMOCARAPAUOUTRAS ESPÉCIES

2000

GAMBA BRANCACAMARAO VERMELHOPESCADA BRANCALAGOSTIMTAMBORIS nepPATA ROXAS nepPOLVOS nepCARAPAUVERDINHOCAMAROES NATANTIA nepCAMARAO BRANCO LEGITIMOOUTRAS ESPÉCIES

2001

GAMBA BRANCALAGOSTIMPESCADA BRANCACAMARAO VERMELHOTAMBORIS nepVERDINHOPOTAS nepPATA ROXAS nepPOLVOS nepCAMAROES NATANTIA nepCARTAS nepOUTRAS ESPÉCIES

2002

GAMBA BRANCALAGOSTIMPESCADA BRANCACAMARAO VERMELHOTAMBORIS nepCAMAROES NATANTIA nepPATA ROXAS nepPOLVOS nepPOTAS nepCARABINEIRO CARDEALCARTAS nepOUTRAS ESPÉCIES

2003

GAMBA BRANCALAGOSTIMPESCADA BRANCAVERDINHOTAMBORIS nepCAMARAO VERMELHOPATA ROXAS nepCARTAS nepPOLVOS nepCARABINEIRO CARDEALCARAPAUOUTRAS ESPÉCIES

2004

VERDINHOLAGOSTIMGAMBA BRANCAPESCADA BRANCATAMBORIS nepPATA ROXAS nepPOLVOS nepCARABINEIRO CARDEALCAMARAO VERMELHOPolvo-CabeçudoLEITAOOUTRAS ESPÉCIES

Figura 11. Pescaria de arrasto de crustáceos - Importância relativa das 11 espécies melhor representadas nos desembarques anuais em peso (vendas em lota) entre 1998 e 2004. Estas espécies representam cerca de 90 a 96% do total desembarcado. As restantes espécies foram agrupadas no grupo “Outras espécies”.

Page 102: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

102

1998

GAMBA BRANCA

CAMARAO VERMELHO

LAGOSTIM

TAMBORIS nep

PESCADA BRANCA

CAMAROES NATANTIA nepOUTRAS ESPÉCIES

1999

GAMBA BRANCA

CAMARAO VERMELHO

LAGOSTIM

CAMARAO BRANCO LEGITIMO

TAMBORIS nep

PESCADA BRANCA

OUTRAS ESPÉCIES

2000

GAMBA BRANCACAMARAO VERMELHO

LAGOSTIM

TAMBORIS nepCAMAROES NATANTIA nep

PESCADA BRANCA

OUTRAS ESPÉCIES

2001

GAMBA BRANCACAMARAO VERMELHO

LAGOSTIMPESCADA BRANCACAMAROES NATANTIA nep

TAMBORIS nepOUTRAS ESPÉCIES

2002

GAMBA BRANCA

LAGOSTIM

CAMARAO VERMELHO

CAMAROES NATANTIA nep

PESCADA BRANCA

TAMBORIS nep

OUTRAS ESPÉCIES

2003

GAMBA BRANCA

LAGOSTIM

CAMARAO VERMELHO

CARABINEIRO CARDEAL

PESCADA BRANCA

TAMBORIS nep

OUTRAS ESPÉCIES

2004

GAMBA BRANCA

LAGOSTIMCARABINEIRO CARDEAL

CAMARAO VERMELHOPESCADA BRANCA

TAMBORIS nepOUTRAS ESPÉCIES

Figura 12. Pescaria de arrasto de crustáceos - Importância relativa das seis espécies melhor representadas nos desembarques anuais em valor (vendas em lota) entre 1998 e 2004. Estas espécies representam cerca de 92 a 99% do total desembarcado. As restantes espécies foram agrupadas no grupo “Outras espécies”.

Page 103: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

103

0

500

1000

1500

2000

2500

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano

Tone

lada

s

0250050007500100001250015000175002000022500

Mil

Euro

s

Qtd Valor

0

50

100

150

200

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Mês

Tone

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800

1300

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Mil

Euro

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0

50

100

150

200

250

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano

Tone

lada

s

0500100015002000

2500300035004000

Mil

Euro

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10

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20

25

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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

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050100150200250300350400

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0200400

600800

10001200

14001600

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano

Tone

lada

s

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

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Euro

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Qtd Valor

0102030405060708090

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Mês

Tone

lada

s

01002003004005006007008009001000

Mil

Euro

s

Qtd Valor

0

50

100

150

200

250

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano

Tone

lada

s

0500

100015002000

25003000

35004000

Mil

Euro

s

Qtd Valor

0

5

10

15

20

25

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Mês

Tone

lada

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50100

150200

250

300350

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Mil

Eur

os

Qtd Valor

Figura 13. Pescaria de arrasto de crustáceos – Capturas anuais (1) e captura médias mensais (2), em peso (toneladas) e em valor (milhar de euros), estimadas para o período 1998-2004 para o total das espécies capturadas (A) e cada uma das três espécies-alvo, NEP - lagostim (B), DPS - gamba (C) e ARA - camarão-vermelho (C).

A

B

C

D

NEP

DPS

ARA

1 2

Page 104: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

104

0

5

10

15

20

25

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano

Tone

lada

s

0100200300400500600700800900

Mil

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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Mês

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200

300

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600

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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano

Tone

lada

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020406080100120140160180

Mil

Eur

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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Mês

Tone

lada

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2

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Mil

Euro

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Qtd Valor

Figura 14. Pescaria de arrasto de crustáceos – Capturas anuais (1) e captura médias mensais (2), em peso (toneladas) e em valor (milhar de euros), estimadas para o período 1998-2004 para as espécies SSH - Carabineiro (A) e WHB - Verdinho (B).

A

B

1 2 SSH

WHB

Page 105: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

105

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano

Dur

ação

méd

ia d

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3

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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano

Núm

ero

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3

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Dur

ação

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rrast

ospo

r Via

gem

(hor

as)

Duração média dos arrastos / viagem (horas)

Número médio de arrastos / viagem

Figura 15. Pescaria de arrasto de crustáceos (navios congeladores excluídos) – (A) Duração média das viagens (dias) no total das Viagens Válidas; (B) Número de Arrastos por Viagem Válida (total) e Duração média dos arrastos por Viagem Válida.

A

B

Page 106: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

106

0

5

10

15

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Velocidade média (mn/h)

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0

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Velocidade média (mn/h)

Freq

uênc

ia (%

)

Figura 16. Frota de arrasto de crustáceos – Distribuições das velocidades de arrasto dos navios da frota em 1999 (A) e 2003 (B).

A

B

n = 26 navios

n = 29 navios

Page 107: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

107

2.5

2.6

2.7

2.8

2.9

3.0

3.1

Ausê

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Lisboa Alentejo Algarve

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Profundidade média (m)

Vel

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n/h)

Figura 17. Frota de arrasto de crustáceos – Velocidade média de arrasto (e limites de 95% de confiança) em milhas náuticas por hora (A), por Pesqueiro e (B), em função da profundidade média do estrato arrastado.

A

B

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0

20

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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano

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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano

Dis

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(milh

ares

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AlgarveAlentejoLisboa

Figura 18. Frota de arrasto de crustáceos – Número de horas de arrasto (A) e Distância arrastada (milhas náuticas) (B) estimados por ano (1998 a 2004) e por Região.

A

B

Page 109: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

109

Figura 19. Pescaria de arrasto de crustáceos - Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,06 x 0,06 mn entre 1998 e 2004 (mapas preliminares de esforço de pesca). Estes mapas foram obtidos com o software GeoCrust 2.0 de modo expedito através de filtragem navio a navio de velocidades de arrasto.

É de notar que, com este procedimento, consideram-se todos os pontos com velocidades de arrasto, mesmo aqueles que não correspondem a lanços de pesca (e.g., junto à entrada dos portos). De notar ainda que ano de 2004 está sub-representado (ver texto). Nos mapas é utilizada a mesma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo = 1993 pontos) pelo que os mapas são comparáveis entre si. As classes têm intervalos de igual amplitude.

2002 2003 2004

1998 1999 2000 2001

Page 110: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

110

Figura 20. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,06 x 0,06 mn correspondentes a arrastos marcados, realizados em viagens de pesca válidas, nos anos de 1998 a 2004..

É de notar que o ano de 2004 está sub-representado (ver texto). Nos mapas é utilizada a mesma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo = 1086 pontos) pelo que os mapas são comparáveis entre si. As classes têm intervalos de igual amplitude.

1998 1999 2000 2001

2002 2003 2004

Page 111: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

111

Figura 21. Pescaria de arrasto de crustáceos – Discretização da área de pesca em pesqueiros (áreas a azul) definidos com base nos arrastos marcados em viagens de pesca válidas realizadas entre 1998 e 2004 (n = 61270), nas três Regiões (Lisboa, Alentejo e Algarve). A verde, estão representados os estratos batimétricos.

Lisboa

Sines

Arrifana

Sagres

Portimão-Sagres

Olhão-Portimão

Beirinha

Olhão-Tavira

ZEE

Região LISBOA

Região ALENTEJO

Região ALGARVE

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112

05

101520253035404550

Lisb

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Lisboa Alentejo Algarve

Pesqueiro | Região

Hora

s de

Arr

asto

(milh

ares

) 1998199920002001200220032004

Figura 22. Frota de arrasto de crustáceos – (A) Número de horas de arrasto estimado por ano (1998 a 2004), em cada Pesqueiro.

0

200

400

600

800

1000

1200

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano

Área

(mn2

)

AlgarveAlentejoLisboa

Figura 23. Pescaria de arrasto de crustáceos – Evolução da área de pesca (milhas náuticas quadradas) por Região entre 1998 e 2004.

Page 113: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

113

Figura 24. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,06 x 0,06 mn correspondentes a arrastos realizados em viagens de pesca válidas, em 2004. Estão assinaladas (setas amarelas) as três novas zonas de pesca exploradas pela frota de crustáceos a partir de 2002. É utilizada uma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo = 348 pontos). As classes têm intervalos de igual amplitude. Está igualmente representada a distribuição de sedimentos superficiais (Mud=vasa; Sand=Areia; Gravel =Areia cascalhenta e Rocky = Rocha) e a linha das 6 milhas (contígua à linha de costa), a partir da qual é autorizado o arrasto de fundo. Está também representada, ao largo de Sines (Sin) na costa Ocidental Sul (Alentejo), a denominada “Box de Sines”, implementada em 2006 no âmbito do Plano de Recuperação do Lagostim.

2004 Fossa Diogo Cão

Canhão de

Portimão

Page 114: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

114

Figura 25. Pescaria de arrasto de crustáceos – evolução da área arrastada entre 1998 e 2004 com base nos arrastos identificados em viagens válidas. A área arrastada em cada ano (a rosa) é apresentada sobreposta à área arrastada total no período 1998-2004 (a cinza).

1998 1999 2000 2001

2002 2003 2004

Page 115: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

115

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ZEE

Lisboa Alentejo Algarve

Pesqueiro | Região

Áre

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1998199920002001200220032004

Figura 26. Pescaria de arrasto de crustáceos – Evolução da área de pesca (milhas náuticas quadradas) por Pesqueiro entre 1998 e 2004.

Page 116: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

116

400

425

450

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550

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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano

Prof

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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano

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undi

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méd

ia (m

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LisboaAlentejoAlgarve

0

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300

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800

900

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano

Prof

undi

dade

méd

ia (m

) LisboaSinesArrifanaSagresPortimao-SagresOlhao-PortimaoOlhao-TaviraBeirinhaZEE

Figura 27. Frota de arrasto de crustáceos – Profundidade média dos arrastos e correspondentes limites de 95% de confiança (metros) estimados por ano para toda a área de pesca (A), por Região (B) e por Pesqueiro (C). Número total de arrastos = 61270.

A

B

C

Page 117: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

117

Figura 28-A. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,06 x 0,06 mn correspondentes a arrastos realizados em viagens de pesca válidas, por trimestre, em 1998 e 1999. É utilizada a mesma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo nº de pontos = 681em 1998 e 407 em 1999) pelo que os mapas são comparáveis entre si. As classes têm intervalos de igual amplitude.

1998 1º T 2º T

4º T 3º T

1999 1º T 2º T

4º T 3º T

Page 118: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

118

Figura 28-B.. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,06 x 0,06 mn correspondentes a arrastos realizados em viagens de pesca válidas, por trimestre, em 2000 e 2001. É utilizada a mesma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo nº de pontos = 295 em 2000 e 423 em 1999) pelo que os mapas são comparáveis entre si. As classes têm intervalos de igual amplitude.

2000 1º T 2º T

4º T 3º T

2001 1º T 2º T

4º T 3º T

Page 119: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

119

Figura 28-C.. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,06 x 0,06 mn correspondentes a arrastos realizados em viagens de pesca válidas, por trimestre, em 2002 e 2003. É utilizada a mesma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo nº de pontos = 217 em 2002 e 370 em 2003) pelo que os mapas são comparáveis entre si. As classes têm intervalos de igual amplitude.

2002 1º T 2º T

4º T 3º T

2003 1º T 2º T

4º T 3º T

Page 120: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

120

Figura 28-D.. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,06 x 0,06 mn correspondentes a arrastos realizados em viagens de pesca válidas, por trimestre, em 2004. É utilizada a mesma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo nº de pontos = 175) pelo que os mapas são comparáveis entre si. As classes têm intervalos de igual amplitude.

0

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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Ano | Região

Hor

as d

e Ar

rast

o (m

ilhar

es) 1º Trim

2º Trim3º Trim4º Trim

Figura 29. Frota de arrasto de crustáceos – Número de horas de arrasto estimado por trimestre, dentro de cada Região, em cada ano (1998-2004).

2004 1º T 2º T

4º T 3º T

Page 121: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

121

02468

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Lisboa Alentejo Algarve

Pesqueiro | Região | Ano

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Lisboa Alentejo Algarve

Pesqueiro | Região | Ano

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Lisboa Alentejo Algarve

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Lisboa Alentejo Algarve

Pesqueiro | Região | Ano

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Lisboa Alentejo Algarve

Pesqueiro | Região | Ano

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Lisboa Alentejo Algarve

Pesqueiro | Região | Ano

Hor

as d

e A

rras

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ilhar

es) 1º Trim

2º Trim3º Trim4º Trim

Figura 30. Frota de arrasto de crustáceos – Número de horas de arrasto estimado por trimestre, dentro de cada Pesqueiro, em cada ano (1998-2004).

1998 1999

2000 2001

2002 2003

2004

Page 122: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

122

Figura 31. Pescaria de arrasto de crustáceos – Distribuição dos rendimentos médios anuais (kg/h) por pesqueiro, entre 1998 e 2004, das espécies-alvo (lagostim – vermelho; gamba – amarelo e camarão-vermelho – laranja), outros crustáceos – rosa; peixes – azul e moluscos – verde. Os rendimentos médios anuais calculados para a totalidade da área de pesca são apresentados na legenda dos mapas. NB: A dimensão dos sectogramas não pode ser comparada entre mapas uma vez que o seu raio máximo corresponde ao valor máximo de rendimentos de cada mapa, os quais diferem entre si (ver legenda embutida nos mapas).

1998 1999

2000 2001

2002 2003

2004

Page 123: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

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Lisboa Alentejo Algarve

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Lisboa Alentejo Algarve

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Lisboa Alentejo Algarve

Região

Ren

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(kg/

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Figura 32. Pescaria de arrasto de crustáceos - Rendimentos médios anuais por viagem de pesca (kg/h) e correspondentes limites de 95% de Confiança, por Região, entre 1998 e 2004, para o Total (A) e por grupo de espécies: Crustáceos (B), Peixes (C) e Moluscos (D). Rendimentos calculados com dados de viagens de pesca válidas realizadas exclusivamente dentro de cada Região (n = 9323).

A B

C D

Page 124: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

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Lisboa Sines Arrifana Sagres Portimao-Sagres

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Lisboa Alentejo Algarve

Pesqueiro | Região

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Lisboa Sines Arrifana Sagres Portimao-Sagres

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Lisboa Alentejo Algarve

Pesqueiro | Região

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Figura 33. Pescaria de arrasto de crustáceos - Rendimentos médios anuais por viagem de pesca (kg/h) e correspondentes limites de 95% de Confiança, por Pesqueiro, entre 1998 e 2004, para o Total (A) e por grupo de espécies: Crustáceos (B), Peixes (C) e Moluscos (D). Rendimentos calculados com dados de viagens de pesca válidas realizadas exclusivamente dentro de cada Pesqueiro (n = 5420).

A B

C D

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Figura 34. Pescaria de arrasto de crustáceos - Rendimentos médios anuais por viagem de pesca (kg/h) e correspondentes limites de 95% de Confiança, por Região, entre 1998 e 2004, para as três espécies-alvo: lagostim (A), gamba (B) e camarão-vermelho (C). Rendimentos calculados com dados de viagens de pesca válidas realizadas exclusivamente dentro de cada Região (n = 9323).

A

B

C

Page 126: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

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Figura 35. Pescaria de arrasto de crustáceos - Rendimentos médios anuais por viagem de pesca (kg/h) e correspondentes limites de 95% de Confiança, por Pesqueiro, entre 1998 e 2004, para as três espécies-alvo: lagostim (A), gamba (B) e camarão-vermelho (C). Rendimentos calculados com dados de viagens de pesca válidas realizadas exclusivamente dentro de cada Pesqueiro (n = 5420).

A

B

C

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Pesqueiro | Região

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1º Trim2º Trim3º Trim4º Trim

Figura 36. Pescaria de arrasto de crustáceos – Rendimentos médios trimestrais por viagem de pesca (kg/h), por Pesqueiro, no período 1998-2004 (valor médio), para as três espécies-alvo: lagostim (A), gamba (B) e camarão-vermelho (C). Rendimentos calculados com dados de viagens de pesca válidas realizadas exclusivamente dentro de cada Pesqueiro (n = 5420).

A

B

C

Page 128: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

128

2003 – Lagostim

Figura 37. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP, em grelhas de 0.6 x 0.6 milhas náuticas, correspondentes a velocidades de arrasto filtradas (nível de corte 1.5% idêntico para todas as embarcações) de viagens válidas, realizadas em 2003, em que os desembarques de lagostim foram superiores a 30, 50 e 75% do total. É utilizada uma escala cromática em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo), com intervalos de classe de igual amplitude.

30%

50%

75%

Page 129: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

129

2003 – Gamba A

2003 – Camarão-Vermelho B

Figura 38. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP, em grelhas de 0.6 x 0.6 milhas náuticas, correspondentes a velocidades de arrasto filtradas (nível de corte 1.5% idêntico para todas as embarcações) de viagens válidas, realizadas em 2003, em que os desembarques de gamba (A) foram superiores a 50, 75 e 90% do total e de camarão-vermelho (B) foram superiores a 30, 50 e 75% do total. É utilizada uma escala cromática em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo), com intervalos de classe de igual amplitude.

30% 50% 75%

50% 75% 90%

Page 130: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

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Lisboa Sines Arrifana Sagres Portimao-Sagres

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h) 1998199920002001200220032004

Figura 39. Pescaria de arrasto de crustáceos – Rendimentos médios anuais por viagem de pesca (kg/h), por Pesqueiro, entre 1998 e 2004, para as espécies: Carabineiro (A) e Verdinho (B). Rendimentos calculados com dados de viagens de pesca válidas realizadas exclusivamente dentro de cada Pesqueiro (n = 5420). De notar que o verdinho é uma espécie normalmente rejeitada ao mar pelo que a evolução dos rendimentos de pesca não traduz a realidade.

B

A

Page 131: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

131

2003 – Carabineiro Cardeal A

2004 – Verdinho B

Figura 40. Pescaria de arrasto de crustáceos – Densidade de pontos MONICAP, em grelhas de 0.6 x 0.6 milhas náuticas, correspondentes a velocidades de arrasto filtradas (nível de corte 1.5% idêntico para todas as embarcações) de viagens válidas em que os desembarques de Carabineiro, em 2003 (A) foram superiores a 15, 30 e 50% do total e os de Verdinho, em 2004 (B) foram superiores a 50, 75 e 90% do total. É utilizada uma escala cromática em tons de vermelho, entre o branco (mínimo) e o preto (máximo), com intervalos de classe de igual amplitude.

15% 30% 50%

50% 75% 90%

Page 132: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

132

Figura 41. Pescaria de arrasto de crustáceos – Distribuição dos rendimentos médios (kg/h) por pesqueiro, por trimestre em 1999, das espécies-alvo (lagostim – vermelho; gamba – amarelo e camarão-vermelho – laranja), outros crustáceos – rosa; peixes – azul e moluscos – verde. Os rendimentos médios anuais calculados para a totalidade da área de pesca são apresentados na legenda dos mapas. À direita, para referência, são apresentadas as distribuições do esforço de pesca da frota por trimestre. NB: A dimensão dos sectogramas não pode ser comparada entre mapas uma vez que o raio máximo corresponde ao valor máximo de rendimentos de cada mapa, os quais diferem entre si (ver legenda embutida nos mapas).

1º Trim

Rendimentos Esforço 1999

2º Trim

3º Trim

4º Trim

Page 133: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

133

Figura 42. Pescaria de arrasto de crustáceos – Distribuição dos rendimentos médios (kg/h) por pesqueiro, por trimestre em 2004, das espécies-alvo (lagostim – vermelho; gamba – amarelo e camarão-vermelho – laranja), outros crustáceos – rosa; peixes – azul e moluscos – verde. Os rendimentos médios anuais calculados para a totalidade da área de pesca são apresentados na legenda dos mapas. À direita, para referência, são apresentadas as distribuições do esforço de pesca da frota por trimestre. NB: A dimensão dos sectogramas não pode ser comparada entre mapas uma vez que o raio máximo corresponde ao valor máximo de rendimentos de cada mapa, os quais diferem entre si (ver legenda embutida nos mapas).

1º Trim

Rendimentos Esforço 2004

2º Trim

3º Trim

4º Trim

Page 134: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

134

02468

1012141618

15-1

7

18-2

0

21-2

3

24-2

6

27-2

9

30-3

2

33-3

5

Comprimento Fora-a-Fora (m)

Freq

uênc

ia

0

5

10

15

20

25

25-4

9

50-7

4

75-9

9

100-

124

125-

149

150-

174

175-

199

200-

249

Tonelagem de Arqueação Bruta

Freq

uênc

ia

02468

101214161820

100-

200-

300-

400-

500-

600-

700-

800-

900-

1000

-

Potência da Máquina Principal (c.v.)

Freq

uênc

ia

Figura 43. Pescaria de arrasto de peixe - Distribuições de frequências de (A) Comprimento Fora-a-fora (metros), (B) Tonelagem de Arqueação Bruta e (C) Potência da Máquina Principal (Cavalos-vapor) dos navios licenciados em 2003.

A

B

C

Page 135: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

135

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73

Navio

Prop

orçã

o

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73

Navio

Prop

orçã

o

Crustáceos Moluscos Peixes

Figura 44. Pescaria de arrasto de peixe – Composição por grupo de espécies (peixes, moluscos e crustáceos) dos desembarques em peso (A) e em valor (B) do navios da frota em 2003.

A

B

Page 136: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

136

0

2

4

6

8

10

12

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Mês

%

Qtd Valor

0

2

4

6

8

10

12

14

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Mês

%

Qtd Valor

0

2

4

6

8

10

12

14

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Mês

%

Qtd Valor

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Mês

%

Qtd Valor

0

5

10

15

20

25

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Mês

%

Qtd Valor

0

5

10

15

20

25

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Mês

%

Qtd Valor

Figura 45. Pescaria de arrasto de peixe – Evolução mensal dos desembarques (vendas em lota) mensais em 2003, em peso (qtd) e em valor, do total das espécies (A) e das seguintes espécies: carapau (B), pescada (C), polvo (D), lulas (E) e lagostim (F).

A B C

D E F

Page 137: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

137

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73

Navio

Qua

ntid

ade

('100

0 t)

Viagens Válidas Viagens Parcialmente Válidas Por analisar Navios sem MONICAP

0

25

50

75

100

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73

Navio

% V

iage

ns v

álid

as

com

arr

asto

s m

arca

dos

Figura 46. Pescaria de arrasto de peixe – (A) Desembarques totais de cada navio da frota em 2003 e proporção dos desembarques correspondentes a viagens marcadas válidas e parcialmente válidas; (B) Proporção das viagens válidas de cada navio com arrastos marcados.

A

B

Page 138: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

138

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46

Navio

Dura

ção

da v

iage

m

de p

esca

(dia

s)

0

200

400

600

800

1000

1200

0-

0.25

-

0.50

-

0.75

-

1.00

-

1.25

-

1.50

-

1.75

-

2.00

-

2.25

-

2.75

-

2.75

-

3.00

-

3.25

-

3.50

-

>3.7

5-

Duração das viagens (dias)

Freq

ueên

cia

-25-20

-15-10

-505

1015

2025

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46

Navio

Nº.

Arr

asto

s

0

100

200

300

400

500

600

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23>

23

Número de arrastos

Freq

uênc

ia

Figura 47. Pescaria de arrasto de peixe – Regime de operação em 2003: (A) duração média (em dias) das viagens de pesca válidas e correspondentes limites de 95% de confiança de cada navio; (B) distribuição de frequências do número de dias de pesca; (C) duração média (em horas) dos arrastos em viagens de pesca válidas e (D) distribuição de frequências de horas de arrasto.

A B

C D

Page 139: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

139

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

10

1 3 5 7 9 11131517192123252729313335373941434547

Navio

Dura

ção

méd

ia d

os a

rras

tos

(h)

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

50

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47

Navio

Dist

ânci

a m

édia

arr

asta

da (m

n)

Figura 48. Pescaria de arrasto de peixe – Regime de Operação em 2003: (A) duração média (horas) e (B) distância média (milhas náuticas) dos arrastos efectuados em viagens de pesca válidas.

0

25

50

75

100

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58

Navio

%

Carapau Outros Peixes Crustáceos Moluscos

0.0

1.0

2.0

3.0

4.0

5.0

6.0

7.0

8.0m

n/h

Velocidade média

Figura 49. Pescaria de arrasto de peixe – Distribuição relativa dos desembarques (Carapau, Outros Peixes, Crustáceos e Moluscos) e velocidade média de arrasto (com valores máximo e mínimo) da totalidade das viagens e arrastos de pesca identificadas para cada navio com MONICAP, em 2003.

B

A

Page 140: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

140

Figura 50. Pescaria de arrasto de Peixe. Distribuições de frequências de velocidade (mn/h) das embarcações da frota com dados MONICAP em 2003. Estão representados nas três figuras grupos de navios com distribuições de velocidade de arrasto (correspondentes às maiores frequências) semelhantes.

Page 141: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

141

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Norte Espanha Norte Centro Alentejo Algarve Sul Espanha

Região

Pro

fund

idad

e m

édia

(m)

Figura 51. Pescaria de arrasto de peixe – Profundidades médias, máxima e mínima, por Região geográfica, dos lances de arrasto obtidos de 2058 viagens válidas realizadas pela frota em 2003.

Page 142: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

142

Figura 52. Pescaria de arrasto de peixe – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,3 x 0,3 mn em 2003 após processo expedito de filtragem selectiva de velocidades de arrasto, navio a navio (nível de corte = 1.5%) de toda a informação MONICAP disponível. É utilizada uma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo número de pontos) e o preto (máximo).

Page 143: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

143

Figura 53. Pescaria de arrasto de peixes – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,3 x 0,3 mn correspondentes a arrastos realizados em viagens de pesca válidas, na costa portuguesa, em 2003. É utilizada uma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo número de pontos) e o preto (máximo). As classes têm intervalos de igual amplitude.

Page 144: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

144

Figura 54. Pescaria de arrasto de peixe – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,6 x 0,6 mn, por trimestre de 2003, após processo expedito de filtragem selectiva de velocidades de arrasto, navio a navio (nível de corte = 1.5%). É utilizada uma mesma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo número de pontos) e o preto (máximo = 490 pontos) pelo que os mapas são comparáveis entre si. As classes têm intervalos de igual amplitude.

4º T 3º T

1º T 2º T

Page 145: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

145

Figura 55. Pescaria de arrasto de peixe – Densidade de pontos MONICAP (10’) por quadrículas de 0,6 x 0,6 mn correspondentes a arrastos realizados em viagens de pesca válidas, na costa portuguesa, nos 4 trimestres de 2003. É utilizada uma mesma escala cromática de 15 classes em tons de vermelho, entre o branco (mínimo número de pontos) e o preto (máximo = 295 pontos) pelo que os mapas são comparáveis entre si. As classes têm intervalos de igual amplitude.

4º T 3º T

1º T 2º T

Page 146: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

146

050

100150

200250

300350

400450

Norte Centro Sul

Região

Kg/h

0

2040

60

80100

120

140160

180

Norte Centro Sul

Região

Kg/

h

0102030405060708090

100

Norte Centro Sul

Região

Kg/h

0

2

4

6

8

10

12

Norte Centro Sul

RegiãoK

g/h

0

2

4

6

8

10

12

Norte Centro Sul

Região

Kg/h

0

1

2

3

4

5

6

7

8

Norte Centro Sul

Região

Kg/

h

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

Norte Centro Sul

Região

Kg/

h

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

Norte Centro Sul

Região

Kg/

h

Figura 56. Pescaria de arrasto de peixe. Rendimentos médios (Desembarques por Unidade de Esforço em kg/h) e respectivos limites de 95% de confiança, por Região em 2003: (A) peixe, (B) verdinho, (C) carapau, (D) pescada, (E) moluscos, (F) polvos, (G) crustáceos e (H) lagostim.

A B

C

F E

G H

D

Page 147: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

147

Figura 57. Frota de arrasto de crustáceos – Distribuição do esforço de arrasto (esquerda) e rendimentos de pesca (kg/h) por pesqueiro (direita) resultantes de viagens válidas realizadas por um mesmo navio em 1999 (A e B), dirigidas à gamba e 2003 (C e D), dirigidas ao lagostim. As distribuições relativas (%) das frequências de velocidade instantânea dos pontos GPS deste navio, recolhidos de 10 em 10 minutos pelo Sistema MONICAP, em 1999 (linha a azul) e em 2003 (linha a roxo), representadas no gráfico E, ilustram a diferença na velocidade de arrasto praticadas nos dois anos (velocidades médias de arrasto de 3.1 mn/h em 1999 e 2.6 mn/h em 2003, ≈ moda das distribuições).

A B

C D

E

Page 148: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

148

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Número Arrastos / Viagem

%NumGeoNumDP

0

5

10

15

20

25

30

35

0- 5- 10-

15-

20-

25-

30-

35-

40-

45-

50-

55-

60-

65-

70-

75-

>80-

Duração Arrastos / viagem (horas)

%DurGeoDurDP

02468

1012141618

0-

100-

200-

300-

400-

500-

600-

700-

800-

900-

1000

-

>=11

00

Quantidade /Viagem (kg)

%QtdGeoQtdDP

Figura 58. Pescaria de arrasto de crustáceos em 2003. Distribuições de frequências do número de arrastos (A), duração dos arrastos (B) e quantidades reportadas (C) por viagem de pesca válida. Dados obtidos através da análise com o software GeoCrust 2.0 (Geo) e registados nos diários de pesca (DP).

C

B

A

Page 149: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

149

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20>=

21

Número Arrastos / Viagem

%NumGeoNumDP

0

5

10

15

20

25

0- 5- 10-

15-

20-

25-

30-

35-

40-

45-

50-

55-

60-

65-

70-

75-

>=80

Duração Arrastos / Viagem (horas)

%DurGeoDurDP

0

2

4

6

8

10

12

14

0-20

0-40

0-60

0-80

0-10

00-

1200

-14

00-

1600

-18

00-

2000

-22

00-

2400

-26

00-

2800

-30

00-

3200

-34

00-

3600

-38

00-

4000

-42

00-

4400

-46

00-

4800

-50

00-

>=52

00

Quantidade / Viagem (Kg)

%QtdGeoQtdDP

Figura 59. Pescaria de arrasto de peixe em 2003. Distribuições de frequências do número de arrastos (A), duração dos arrastos (B) e quantidades (C) por viagem de pesca válida. Dados obtidos através da análise com o software GeoCrust 2.0 (Geo) e registados nos diários de pesca (DP).

C

B

A

Page 150: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

150

0

5

10

15

20

25

30

-25-15-11-10-9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 13 14 15 17 18 20

Diferença [ GeoPescas - Diários de Pesca ]

%

Crustáceos Peixes

Média IC 95%1 3 5 7 9 11 13 15 17

Navio

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

Dife

renç

a N

úmer

o de

Lan

ços

[Geo

Pes

cas

- Diá

rios

de P

esca

]

Média IC 95%1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27

Navio

-8

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Dife

renç

a N

úmer

o de

Lan

ços

[Geo

Pes

cas

- Diá

rio d

e P

esca

s]

Figura 60. Diferença entre o número de lanços de arrasto por viagem obtidos através da análise com o software GeoCrust 2.0 (GeoPescas) e o registado nos Diários de Pesca, para o total (A) e por navio, para as frotas de Crustáceos (B) e de Peixe (C), em 2003. A tracejado estão assinalados os limites das diferenças de + e -1 lanço. IC95% = limites de 95% de confiança.

A

B

C

Page 151: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

151

05

10152025303540

>45

[-45,

-40[

[-40,

-35[

[-35,

-30[

[-30,

-25[

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[-20,

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[-15,

-10[

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[-5,0

[

[0,-5

[

[5,1

0[

[10,

15[

[15,

20[

[20,

25[

[25,

30[

[30,

35[

[35,

40[

DurDif

%

Média IC 95%1 5 7 9 11 13 15 17 19

Navio

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

Dife

renç

a D

uraç

ão L

ance

s de

Pes

ca /

Viag

em[G

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esca

s - D

iário

s de

Pes

ca]

0

510

1520

2530

35

[-35,

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[-30,

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[-20,

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[

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[15,

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[20,

25[

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[30,

35[

[35,

40[

>=40

DurDif

%

Média IC 95%1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33

Navio

-20

-10

0

10

20

30

40

Dife

renç

a D

uraç

ão L

anço

s de

Pes

ca /

Viag

em[G

eoP

esca

s - D

iário

s de

Pes

ca]

Figura 61. Diferença entre a duração dos lanços de arrasto por viagem (DurDif) obtidos através da análise com o software GeoCrust 2.0 (GeoPescas) e o registado nos Diários de Pesca, para o total (A e C) e por navio (B e D), para as frotas de Crustáceos (A e B) e de Peixe (C e D), em 2003. IC95% = limites de 95% de confiança.

A B

C D

Page 152: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

152

05

10152025303540

<-40

0

[-400

;-

[-350

,-

[-300

,-

[-250

,-

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[-150

,-

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,-

[-50,

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0[

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[100

,150

[

[150

,200

[

[200

,250

[

[250

,300

[

[300

,350

[

[350

,400

[

[400

,450

[

>=45

0

QtdDif

%

Média IC 95%1 5 7 9 11 13 15 17 19

Navio

-800

-600

-400

-200

0

200

400

600

Dife

renç

a Q

uant

idad

e To

tal d

e Pe

scad

o[G

eoPe

scas

- D

iário

s de

Pes

ca]

0

5

10

15

20

25

30

<-10

00

[-100

0,-8

00[

[-800

,-600

[

[-600

,-400

[

[-400

,-200

[

[-200

,0[

[0,2

00[

[200

,400

[

[400

,600

[

[600

,800

[

[800

,100

0[

>= 1

000

QtdDif

%

Média IC 95%1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31

Navio

-2000

-1000

0

1000

2000

3000

4000

Dife

renç

a Q

uant

idad

e To

tal d

e Pe

scad

o[G

eoP

esca

s - D

iário

s de

Pes

ca]

Figura 62. Diferença entre a Quantidade Total de Pescado por Viagem (QtdDif) obtida através da análise com o software GeoCrust 2.0 (GeoPescas) e o registado nos Diários de Pesca, para o total (A e C) e por navio (B e D), para as frotas de Crustáceos (A e B) e de Peixe (C e D), em 2003. IC95% = limites de 95% de confiança. O navio 29 navio da frota de peixe, com apenas duas observações, não se encontra representado por apresentar limites de confiança aberrantes.

A B

C D

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153

Figura 63. Página principal (homepage) do Portal GeoPescas. Endereço de acesso: http://geopescas.fcma.ualg.pt.

Figura 64. Gráfico mostrando o número de desembarques (vendas em lota) e o peso desembarcado das espécies-alvo e grupos de espécies ou total, para por pesqueiro, para um ou mais navios, num determinado período de tempo (mês, trimestre, semestre ou ano). Neste exemplo foram utilizados dados mensais de desembarques das 3 espécies-alvo da pescaria de crustáceos realizados pelos 3 navios da frota de demonstração.

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154

Figura 65. Sectogramas (pie charts) com capturas (=desembarques; vendas em lota) em peso das espécies-alvo e grupos de espécies, por pesqueiro, para um ou mais navios, num determinado período de tempo (trimestre, semestre ou ano). Neste exemplo foram utilizados dados de 1998, por semestre, dos 3 navios da frota de crustáceos de demonstração.

Figura 66. Mapas de distribuição de Esforço de Pesca produzidos pelo software GeoCrust 2.0 para um ou mais navios, num determinado período de tempo (trimestre, semestre ou ano). São utilizados apenas dados VMS de arrastos de viagens de pesca válidas. O tamanho das quadrículas da grelha de densidades é definido pelo utilizador (mínimo de 0.06 x 0.06 mn). Neste exemplo foram utilizados dados de 1998, por semestre, dos 3 navios da frota de crustáceos de demonstração, com tamanho das quadrículas da grelha de 0.6x0.6 mn.

Page 155: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

155

Figura 67. Mapas de distribuição de Esforço de Pesca produzidos on-line pela aplicação SIG do portal (mapas dinâmicos), para um ou mais navios, por pesqueiro, num determinado período de tempo (mês, trimestre, semestre ou ano). São utilizados apenas dados VMS de arrastos de viagens de pesca válidas. O tamanho das quadrículas da grelha de densidades é definido pelo utilizador (mínimo de 0.06 x 0.06 mn). Neste exemplo foram utilizados dados de 1998, por semestre, dos 3 navios da frota de crustáceos de demonstração, com tamanho das quadrículas da grelha de 0.6x0.6 mn.

Figura 68. Tabela com dados XML formatados com XSL usados para apresentar e extrair dados no Portal GeoPescas. Neste exemplo, a tabela contém dados das capturas mensais (= desembarques; vendas em lota) em 1998, de um navio da frota de crustáceos de demonstração.

Page 156: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

156

Figura 69. Mapas com as Capturas (=desembarques; vendas em lota) por Unidade de Esforço (kg/h or kg/mn) das espécies-alvo e grupos de espécies, por pesqueiro, para um ou mais navios, num determinado período de tempo (trimestre, semestre ou ano) produzidos pelo software GeoCrust 2.0. Neste exemplo foram utilizados dados de 1998 (em kg/h), por semestre, dos 3 navios da frota de crustáceos de demonstração.

Figura 70. Mapas de Capturas por Unidade de Esforço (CPUE, em kg/h ou kg/mn) para as espécies-alvo e grupos de espécies, produzidos on-line pela aplicação SIG do portal (mapas dinâmicos), para um ou mais navios, por pesqueiro, num determinado período de tempo (mês, trimestre, semestre ou ano). Neste exemplo foram utilizados dados da frota de crustáceos de demonstração em 1998, por semestre, para o pesqueiro ‘Olhão-Portimão’. Rendimentos em kg/h.

Page 157: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

157

Figura 71. Mapas de Capturas por Unidade de Esforço (CPUE, em kg/h ou kg/mn) para uma determinada espécie-alvo ou grupos de espécies, produzidos on-line pela aplicação SIG do portal (mapas dinâmicos), para um ou mais navios, por pesqueiro, num determinado período de tempo (mês, trimestre, semestre ou ano). Neste exemplo são utilizados dados anuais de camarão-vermelho, em kg/h, referentes a 1998 para a frota de crustáceos de demonstração.

Figura 72. RollUp de divulgação do software GeoCrust 2.0 (ao centro) exposto no átrio da biblioteca da Universidade do Algarve durante a visita do Presidente da República à UALG, no âmbito do Roteiro para a Ciência (3ª jornada – Ciências e Tecnologias do Mar), em 16 de Novembro de 2007.

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158

ANEXOS Anexo I – Classes utilizadas na discretização dos atributos velocidade e orientação da embarcação dos navios das frotas de arrasto de crustáceos e de peixe Frota de arrasto de crustáceos

Velocidade (mn/h) Valor < 1.75 A >= 1.75 < 2.25 B >= 2.25 < 2.50 C >= 2.50 < 2.75 D >= 2.75 < 3.25 E >= 3.25 < 3.50 F >= 3.50 < 3.75 G >= 3.75 < 4.25 H >= 4.25 I

Frota de arrasto de peixe

Velocidade (mn/h) Valor < 1.00 A >= 1.00 < 1.25 B >= 1.25 < 1.50 C >= 1.50 < 1.75 D >= 1.75 < 2.00 E >= 2.00 < 2.25 F >= 2.25 < 2.50 G >= 2.50 < 2.75 H >= 2.75 < 3.00 I >= 3.00 < 3.25 J >= 3.25 < 3.50 K >= 3.50 < 3.75 L >= 3.75 < 4.00 M >= 4.00 < 4.25 N >= 4.25 < 4.50 O >= 4.50 < 4.75 P >= 4.75 < 5.00 Q >= 5.00 < 5.25 R >= 5.25 < 5.50 S >= 5.50 < 5.75 T >= 5.75 U

Frotas de arrasto de crustáceos e de peixe

Orientação (mudança de direcção) Valor

Sim C Não R

Page 159: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

159

Anexo II – Exemplo de duas linhas do ficheiro de treino, uma em que o ponto faz parte de um arrasto e outra em que não faz parte do arrasto.

Velocidade Orientação 5 pontos

anteriores Ponto 5 pontos

posteriores 5 pontos

anteriores Ponto 5 pontos

posteriores

Resultado

E,E,E,E,B, H, H,H,E,E,E, R,R,R,R,C, C, R,C,C,C,C, TRUE A,A,I,I,I, I, I,I,I,I,I, R,C,C,R,R, R, R,R,R,R,R, FALSE Anexo III– Descrição das tabelas da BD do software GeoCrust 2.0

Nome da tabela Nº de campos Descrição arrastosexclusivos 2 Código dos arrastos exclusivos dos pesqueiros arrastosinifim 14 Descrição dos arrastos marcados cqviagens 2 Descodificação do tipo de viagens descargaspesca 8 Descargas de pesca descargaspesca_lote 6 Descargas de pesca por espécie diariospesca 9 Resumo dos diários de pesca diariospesca_lote 4 Resumo dos diários de pesca por lote diariospescadia 6 Resumo dos diários de pesca por dia diariospescadia_lote 5 Resumo dos diários de pesca por dia e lote especies 9 Descrição das espécies frota 5 Descrição da frota pesqueiros 2 Descrição dos pesqueiros pontos_retirados 6 Pontos retirados do MONICAP portos 6 Descrição dos portos vendas 8 Resumo das vendas vendas_descargas 2 Correspondência entre as vendas e as descargas vendas_diarios 3 Correspondência entre as vendas e as descargas vendas_lota 7 Descrição das vendas por espécie viagempontosgps 16 Pontos GPS viagensinifim 19 Descrição das viagens marcadas

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160

Anexo IV – Esquema relacional da Base de Dados do software GeoCrust 2.0

Tabelas produzidas pelas aplicações Tabelas dos diários de pesca Tabelas da DGPA (frota, espécies e portos) Tabela com os dados Monicap Tabelas das vendas em lota Tabelas das descargas de pesca

Page 161: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

161

Anexo V – Rotinas de importação de dados para a BD do software GeoCrust 2.0 A importação de dados de vendas em lota, declarações de descarga e diários de pesca para a base de dados do software GeoCrust 2.0 pode ser efectuada, com regularidade, através da utilização das seguintes rotinas, criadas para o efeito nas duas bases de dados auxiliares “Mirror_DGPA” (de crustáceos e de peixes):

#DescargasPesca - Resumo das descargas por código (Idiario) e identificação da embarcação; #DescargasPesca_lote - Resumo das descargas por código (Idiario), identificação da embarcação e espécies capturadas; #DiariosPesca - Resumo dos diários de pesca por código (Idiario) e identificação da embarcação; #DiariosPesca_lote - Resumo dos diários de pesca por código (Idiario), identificação da embarcação e espécies capturadas; #DiariosDiaPesca - Resumo dos diários de pesca por código (Idiario), dia de pesca e identificação da embarcação; #DiariosDiaPesca_lote - Resumo dos diários de pesca por código (Idiario), dia de pesca, identificação da embarcação e espécies capturadas; #Vendas - Resumo das vendas por código (criado automaticamente ao inserir na BD do software GeoCrust 2.0); #Vendas_lote - Resumo das vendas por código (criado automaticamente ao inserir na BD do software GeoCrust 2.0) e espécies capturadas.

As rotinas de actualização destas tabelas podem ser filtradas por datas específicas. Assim, o operador pode apenas filtrar os dados a importar apenas para as datas que deseja inserir na base de dados. A actualização da tabela “viagenspontosGPS”, pode-se revelar mais trabalhosa uma vez que, após se importar os novos pontos MONICAP é necessário actualizar os campos “viagemID”, “viagemidmes” e “ndupsdatahora” com as querys de actualização presentes na BD do software GeoCrust 2.0.

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162

Anexo VI – Viagens e arrastos exclusivos (Pescaria de crustáceos) Tabela 1. Pescaria de arrasto de crustáceos – Número de viagens de pesca válidas, por trimestre, realizadas exclusivamente dentro de cada Região, entre 1998 e 2004. Dados obtidos através de análise da informação disponível com o software GeoCrust 2.0.

Ano Região 1 2 3 4 Total

1998 Lisboa 5 10 4 11 30

Alentejo 18 43 34 15 110

Algarve 39 224 332 431 1026

1999 Lisboa 29 7 2 3 41

Alentejo 27 46 45 14 132

Algarve 285 448 529 319 1581

2000 Lisboa 2 2 1 5

Alentejo 14 3 68 27 112

Algarve 273 318 423 392 1406

2001 Lisboa 2 1 1 4

Alentejo 5 28 18 20 71

Algarve 388 467 416 443 1714

2002 Lisboa

Alentejo 18 20 18 5 61

Algarve 361 364 177 279 1181

2003 Lisboa

Alentejo 4 6 1 24 35

Algarve 249 311 306 332 1198

2004 Lisboa

Alentejo 28 54 19 101

Algarve 204 199 60 52 515

Total 1949 2550 2455 2369 9323

Trimestre

Tabela 2. Pescaria de arrasto de crustáceos – Número de arrastos, por trimestre, correspondente a viagens de pesca válidas, realizadas exclusivamente dentro de cada Região, entre 1998 e 2004. Dados obtidos através de análise da informação disponível com o software GeoCrust 2.0.

Ano Região 1 2 3 4 Total

1998 Lisboa 26 52 19 64 161

Alentejo 74 242 211 102 629

Algarve 253 1238 1806 2087 5384

1999 Lisboa 145 30 10 21 206

Alentejo 158 254 160 88 660

Algarve 1135 1918 2570 1869 7492

2000 Lisboa 16 14 2 32

Alentejo 86 19 501 174 780

Algarve 1559 1659 2642 2558 8418

2001 Lisboa 15 9 9 33

Alentejo 29 186 153 131 499

Algarve 2325 3197 3071 2480 11073

2002 Lisboa

Alentejo 109 109 141 48 407

Algarve 2498 2555 1234 1641 7928

2003 Lisboa

Alentejo 25 41 6 193 265

Algarve 1356 2161 2537 2531 8585

2004 Lisboa

Alentejo 244 451 136 831

Algarve 1857 1717 430 354 4358

Total 11895 15844 15650 14352 57741

Trimestre

Page 163: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

163

Tabela 3. Pescaria de arrasto de crustáceos – Número de viagens de pesca válidas, por trimestre, realizadas exclusivamente dentro de cada Pesqueiro, entre 1998 e 2004. Dados obtidos através de análise da informação disponível com o software GeoCrust 2.0.

Ano Região Pesqueiro 1 2 3 4 Total1998 Lisboa Lisboa 3 9 3 9 24

Alentejo Sines 9 33 26 15 83Arrifana 9 5 1 15

Algarve Sagres 8 4 8 20Portimao-Sagres 3 30 45 102 180Olhao-Portimao 17 55 138 162 372Olhao-Tavira 2 3 13 18Beirinha 11 9 4 24ZEE

1999 Lisboa Lisboa 27 6 2 3 38Alentejo Sines 24 43 43 13 123

Arrifana 1 1Algarve Sagres 1 21 11 2 35

Portimao-Sagres 77 100 81 16 274Olhao-Portimao 102 109 150 199 560Olhao-Tavira 2 4 2 8Beirinha 23 88 90 5 206ZEE

2000 Lisboa Lisboa 2 1 3Alentejo Sines 3 3 50 13 69

Arrifana 4 7 6 17Algarve Sagres 6 2 6 6 20

Portimao-Sagres 42 32 68 25 167Olhao-Portimao 121 76 74 91 362Olhao-Tavira 6 6 8 57 77Beirinha 11 71 46 34 162ZEE

2001 Lisboa LisboaAlentejo Sines 4 18 11 10 43

Arrifana 6 1 1 8Algarve Sagres 6 6 17 29

Portimao-Sagres 40 68 33 34 175Olhao-Portimao 123 93 99 181 496Olhao-Tavira 15 14 4 19 52Beirinha 18 58 48 44 168ZEE

2002 Lisboa LisboaAlentejo Sines 7 8 15 1 31

Arrifana 2 2Algarve Sagres 3 12 1 16

Portimao-Sagres 26 35 23 14 98Olhao-Portimao 83 75 37 113 308Olhao-Tavira 17 17 3 19 56Beirinha 45 50 18 12 125ZEE

2003 Lisboa LisboaAlentejo Sines 1 2 1 14 18

Arrifana 2 2Algarve Sagres 1 10 11

Portimao-Sagres 45 76 34 36 191Olhao-Portimao 102 86 77 59 324Olhao-Tavira 8 11 9 12 40Beirinha 11 14 17 30 72ZEE

2004 Lisboa LisboaAlentejo Sines 15 44 18 77

Arrifana 1 1Algarve Sagres 5 4 4 1 14

Portimao-Sagres 40 33 11 84Olhao-Portimao 17 31 1 11 60Olhao-Tavira 1 7 2 1 11Beirinha 15 21 4 7 47ZEE 3 3

Total 1138 1500 1374 1408 5420

Trimestre

Page 164: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

164

Tabela 4. Pescaria de arrasto de crustáceos – Número de arrastos, por trimestre, correspondente a viagens de pesca válidas, realizadas entre exclusivamente dentro de cada Pesqueiro, entre 1998 e 2004. Dados obtidos através de análise da informação disponível com o software GeoCrust 2.0.

Ano Região Pesqueiro 1 2 3 4 Total1998 Lisboa Lisboa 13 44 13 50 120

Alentejo Sines 38 187 154 102 481Arrifana 36 20 6 62

Algarve Sagres 32 23 44 99Portimao-Sagres 12 113 172 323 620Olhao-Portimao 99 322 699 818 1938Olhao-Tavira 7 11 34 52Beirinha 31 18 7 56ZEE

1999 Lisboa Lisboa 126 24 10 21 181Alentejo Sines 138 229 153 80 600

Arrifana 3 3Algarve Sagres 5 83 55 14 157

Portimao-Sagres 228 347 341 59 975Olhao-Portimao 443 478 612 951 2484Olhao-Tavira 3 11 6 20Beirinha 72 255 260 7 594ZEE

2000 Lisboa Lisboa 16 2 18Alentejo Sines 15 19 363 86 483

Arrifana 14 36 17 67Algarve Sagres 38 4 35 47 124

Portimao-Sagres 177 94 351 165 787Olhao-Portimao 588 376 410 549 1923Olhao-Tavira 15 16 32 283 346Beirinha 27 271 165 111 574ZEE

2001 Lisboa LisboaAlentejo Sines 24 128 93 67 312

Arrifana 18 3 3 24Algarve Sagres 35 33 118 186

Portimao-Sagres 177 418 243 136 974Olhao-Portimao 573 489 608 840 2510Olhao-Tavira 44 58 21 77 200Beirinha 65 275 261 195 796ZEE

2002 Lisboa LisboaAlentejo Sines 33 40 119 11 203

Arrifana 6 6Algarve Sagres 12 75 2 89

Portimao-Sagres 134 287 159 68 648Olhao-Portimao 441 397 205 512 1555Olhao-Tavira 54 80 16 77 227Beirinha 198 203 65 43 509ZEE

2003 Lisboa LisboaAlentejo Sines 3 8 6 106 123

Arrifana 5 5Algarve Sagres 7 57 64

Portimao-Sagres 229 426 239 219 1113Olhao-Portimao 461 500 583 310 1854Olhao-Tavira 20 69 39 87 215Beirinha 47 80 69 219 415ZEE

2004 Lisboa LisboaAlentejo Sines 128 361 130 619

Arrifana 4 4Algarve Sagres 33 21 18 3 75

Portimao-Sagres 345 332 97 774Olhao-Portimao 74 194 5 59 332Olhao-Tavira 2 24 5 2 33Beirinha 121 118 29 26 294ZEE 14 14

Total 5351 7561 7182 6843 26937

Trimestre

Page 165: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

165

Anexo VII– Análise comparativa “GeoPescas – Diários de pescas” (resultados dos testes estatísticos) Tabela 1. Pescaria de arrasto de crustáceos 2003. Resultados dos testes t-Student para amostras independentes e emparelhadas. Comparação entre o número de lanços por viagem estimado através do software GeoCrust 2.0 e os registados nos Diários de Pesca.

Mean Mean t-value df p t separ. df p Valid N Valid N Std.Dev. Std.Dev. F-ratio p Levene df pCodNavio Group 1 Group 2 var.est. 2-sided Group 1 Group 2 Group 1 Group 2 Variances Variances F(1,df) Levene Levene

Frota 8.7 8.3 1.743 930 0.082 1.743 929.2 0.082 466 466 3.4 3.5 1.062 0.519 0.068 930 0.7941 5.0 6.0 0 1 1 0.0 0.02 6.7 6.9 -0.258 80 0.797 -0.258 80.0 0.797 41 41 3.4 3.4 1.019 0.953 0.045 80 0.8333 8.7 8.0 1.331 134 0.186 1.331 133.4 0.186 68 68 3.2 3.4 1.146 0.577 0.010 134 0.9214 7.4 7.2 0.492 52 0.625 0.492 47.8 0.625 27 27 1.6 2.2 1.836 0.128 1.136 52 0.2915 9.8 9.6 0.387 158 0.699 0.387 158.0 0.699 80 80 3.7 3.7 1.017 0.941 0.003 158 0.9546 7.0 7.5 -0.092 2 0.935 -0.092 1.7 0.936 2 2 4.2 6.4 2.250 0.7497 7.4 7.6 -0.174 8 0.866 -0.174 7.3 0.867 5 5 1.5 2.1 1.870 0.559 0.065 8 0.8058 9.7 9.0 0.343 4 0.749 0.343 3.3 0.752 3 3 2.9 1.7 2.778 0.529 1.882 4 0.2429 8.6 6.8 1.342 18 0.196 1.342 18.0 0.196 10 10 3.1 2.9 1.088 0.902 0.005 18 0.944

10 9.0 8.9 0.049 40 0.961 0.049 39.7 0.961 21 21 3.0 3.3 1.180 0.715 0.071 40 0.79111 8.0 5.5 1.321 10 0.216 1.321 9.8 0.217 6 6 3.5 3.0 1.363 0.742 0.030 10 0.86512 10.5 11.3 -1.361 142 0.176 -1.361 141.9 0.176 72 72 3.3 3.4 1.055 0.821 0.109 142 0.74213 8.6 7.3 1.002 12 0.336 1.002 12.0 0.336 7 7 2.4 2.4 1.051 0.954 0.044 12 0.83714 7.5 6.5 1.696 72 0.094 1.696 68.9 0.094 37 37 2.6 2.1 1.540 0.200 5.675 72 0.02015 10.6 9.4 0.541 8 0.603 0.541 6.7 0.606 5 5 4.2 2.6 2.618 0.374 5.055 8 0.05516 9.1 7.2 2.850 84 0.006 2.850 79.5 0.006 43 43 3.5 2.7 1.627 0.119 1.368 84 0.24517 5.9 6.6 -0.765 34 0.449 -0.765 32.8 0.450 18 18 2.3 2.9 1.476 0.430 0.887 34 0.35318 8.6 7.6 0.837 38 0.408 0.837 37.1 0.408 20 20 3.9 3.3 1.368 0.501 1.643 38 0.208

Tabela 2. Pescaria de arrasto de crustáceos 2003. Resultados dos testes t-Student para amostras independentes e emparelhadas. Comparação entre a duração dos arrastos (horas) por viagem estimada através do software GeoCrust 2.0 e a registada nos Diários de Pesca.

Mean Mean t-value df p t separ. df p Valid N Valid N Std.Dev. Std.Dev. F-ratio p Levene df pCodNavio Group 1 Group 2 var.est. 2-sided Group 1 Group 2 Group 1 Group 2 Variances Variances F(1,df) Levene Levene

Frota 29.6 33.6 -4.347 930 0.000 -4.347 867.8 0.000 466 466 12.1 16.0 1.731 0.000 11.012 930 0.0011 26.5 31.0 0 1 1 0 02 34.5 40.4 -1.586 80 0.117 -1.586 79.1 0.117 41 41 16.0 17.8 1.234 0.509 0.384 80 0.5373 26.3 29.1 -1.528 134 0.129 -1.528 126.9 0.129 68 68 9.2 11.8 1.618 0.051 3.780 134 0.0544 22.3 31.1 -1.506 54 0.138 -1.506 29.2 0.143 28 28 6.0 30.1 24.960 0.000 2.901 54 0.0945 31.7 37.5 -2.609 158 0.010 -2.609 157.0 0.010 80 80 13.4 14.6 1.175 0.475 1.221 158 0.2716 42.5 49.0 -0.166 2 0.884 -0.166 1.9 0.884 2 2 35.6 42.4 1.416 0.890 6.06361E+29 2 0.0007 24.0 34.3 -1.588 6 0.163 -1.588 5.8 0.165 4 4 8.2 10.0 1.493 0.750 0.046 6 0.8378 29.3 34.7 -0.858 4 0.439 -0.858 4.0 0.439 3 3 8.0 7.2 1.213 0.904 0.076 4 0.7969 29.9 23.5 1.309 18 0.207 1.309 18.0 0.207 10 10 10.8 11.1 1.057 0.935 0.048 18 0.829

10 32.8 31.7 0.311 40 0.758 0.311 39.5 0.758 21 21 11.6 13.0 1.255 0.616 0.312 40 0.58011 27.4 33.7 -0.575 10 0.578 -0.575 7.0 0.583 6 6 11.0 24.3 4.895 0.106 1.455 10 0.25612 29.7 37.4 -4.142 142 0.000 -4.142 138.4 0.000 72 72 10.2 12.0 1.387 0.171 3.739 142 0.05513 43.5 43.9 -0.047 12 0.963 -0.047 12.0 0.963 7 7 13.0 13.3 1.038 0.965 0.028 12 0.87114 29.6 25.9 1.969 72 0.053 1.969 66.9 0.053 37 37 9.3 7.0 1.767 0.092 2.713 72 0.10415 47.9 59.4 -1.060 8 0.320 -1.060 7.9 0.321 5 5 15.9 18.2 1.307 0.802 0.001 8 0.97116 26.0 25.3 0.290 84 0.773 0.290 83.9 0.773 43 43 10.2 10.6 1.076 0.814 0.189 84 0.66517 23.6 30.3 -1.569 34 0.126 -1.569 32.1 0.127 18 18 11.2 14.3 1.641 0.317 0.547 34 0.46518 32.0 39.8 -1.540 38 0.132 -1.540 36.3 0.132 20 20 14.1 17.6 1.559 0.342 0.448 38 0.507

Page 166: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

166

Tabela 3. Pescaria de arrasto de crustáceos 2003. Resultados dos testes t-Student para amostras independentes e emparelhadas. Comparação entre a quantidade de pescado vendido em lota nas viagens estimadas através do software GeoCrust 2.0 e as capturas registadas nos Diários de Pesca dessas viagens.

Mean Mean t-value df p t separ. df p Valid N Valid N Std.Dev. Std.Dev. F-ratio p Levene df pCodNavio Group 1 Group 2 var.est. 2-sided Group 1 Group 2 Group 1 Group 2 Variances Variances F(1,df) Levene Levene

Frota 550.6 553.3 -0.118 980 0.906 -0.118 967.5 0.906 491 491 343.1 384.7 1.257 0.011 4.426 980 0.0361 377.6 379.0 0 1 1 0.0 0.02 287.2 305.2 -0.549 82 0.584 -0.549 80.0 0.584 42 42 137.4 161.2 1.376 0.311 0.407 82 0.5253 485.2 495.4 -0.191 134 0.849 -0.191 129.2 0.849 68 68 280.1 340.7 1.480 0.111 1.828 134 0.1794 418.7 377.8 0.656 68 0.514 0.656 67.7 0.514 35 35 252.2 269.3 1.141 0.704 0.280 68 0.5985 689.4 722.7 -0.469 158 0.639 -0.469 157.9 0.639 80 80 443.3 453.9 1.049 0.834 0.118 158 0.7326 295.8 381.0 -0.261 2 0.818 -0.261 1.9 0.819 2 2 287.5 360.6 1.573 0.8577 747.5 700.0 0.166 8 0.872 0.166 8.0 0.872 5 5 448.4 455.9 1.033 0.975 0.001 8 0.9808 381.2 369.3 0.081 4 0.939 0.081 4.0 0.939 3 3 174.9 184.1 1.107 0.949 0.015 4 0.9109 512.5 497.9 0.100 20 0.921 0.100 15.9 0.921 11 11 239.5 420.7 3.084 0.090 0.632 20 0.436

10 543.8 501.2 0.516 40 0.609 0.516 38.4 0.609 21 21 239.3 293.8 1.508 0.366 0.585 40 0.44911 252.0 218.3 0.409 10 0.691 0.409 8.7 0.693 6 6 111.4 168.4 2.283 0.386 0.391 10 0.54612 718.1 777.7 -0.897 142 0.371 -0.897 140.6 0.371 72 72 378.4 418.4 1.223 0.399 0.408 142 0.52413 271.5 220.0 1.164 12 0.267 1.164 11.7 0.267 7 7 88.9 75.9 1.371 0.712 0.269 12 0.61414 443.0 554.1 -1.503 72 0.137 -1.503 67.8 0.137 37 37 275.5 355.0 1.660 0.133 0.786 72 0.37815 360.6 395.0 -0.245 10 0.812 -0.245 9.5 0.812 6 6 215.2 269.4 1.567 0.634 0.197 10 0.66616 671.1 713.1 -0.605 84 0.547 -0.605 81.2 0.547 43 43 290.5 350.9 1.459 0.225 0.312 84 0.57817 510.7 516.5 -0.057 34 0.955 -0.057 32.9 0.955 18 18 275.7 331.0 1.442 0.458 1.023 34 0.31918 480.1 251.9 4.167 38 0.000 4.167 37.1 0.000 20 20 186.0 159.3 1.363 0.506 1.319 38 0.25819 703.7 417.1 2.050 12 0.063 2.050 8.0 0.074 7 7 341.3 142.3 5.749 0.051 11.752 12 0.00520 900.2 390.7 3.825 12 0.002 3.825 9.9 0.003 7 7 301.1 183.3 2.699 0.252 0.340 12 0.570

Page 167: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

167

Tabela 4. Pescaria de arrasto de peixe 2003. Resultados dos testes t-Student para amostras independentes e emparelhadas. Comparação entre o número de lanços por viagem estimado através do software GeoCrust 2.0 e os registados nos Diários de Pesca.

CodNavio Mean Mean t-value df p t separ. df p Valid N Valid N Std.Dev. Std.Dev. F-ratio p Levene df pGroup 1 Group 2 var.est. 2-sided Group 1 Group 2 Group 1 Group 2 Variances Variances F(1,df) Levene Levene

Frota 9.9 9.4 1.862 1226 0.063 1.862 1217.1 0.063 614 614 4.935 4.530 1.187 0.034 1.605 1226 0.2051 10.9 10.5 0.397 60 0.693 0.397 56.9 0.693 31 31 4.973 3.923 1.607 0.200 1.039 60 0.3122 10.1 7.6 3.671 118 0.000 3.671 111.1 0.000 60 60 4.169 3.232 1.664 0.053 3.268 118 0.0733 7.0 6.8 0.193 16 0.849 0.193 15.9 0.849 9 9 2.345 2.539 1.172 0.828 0.311 16 0.5854 9.5 12.2 -1.100 10 0.297 -1.100 9.8 0.298 6 6 4.506 3.869 1.356 0.746 0.178 10 0.6825 10.6 12.3 -0.841 44 0.405 -0.841 28.4 0.407 23 23 3.474 9.022 6.746 0.000 6.509 44 0.0146 8.2 9.2 -0.854 24 0.401 -0.854 23.9 0.402 13 13 3.338 3.086 1.170 0.791 0.368 24 0.5507 10.0 8.5 1.342 2 0.312 1.342 1.5 0.350 2 2 1.414 0.707 4.000 0.5908 9.8 10.2 -0.205 10 0.842 -0.205 9.9 0.842 6 6 2.714 2.927 1.163 0.873 0.004 10 0.9499 17.3 11.5 1.806 10 0.101 1.806 9.5 0.103 6 6 4.885 6.221 1.622 0.609 0.115 10 0.742

10 6.9 9.9 -3.525 98 0.001 -3.525 89.0 0.001 50 50 3.491 4.853 1.932 0.023 5.974 98 0.01611 15.0 12.3 1.582 46 0.120 1.582 45.4 0.121 24 24 6.154 5.505 1.250 0.597 0.368 46 0.54712 11.3 11.3 0.000 10 1.000 0.000 8.4 1.000 6 6 8.571 5.317 2.599 0.318 0.181 10 0.68013 13.9 8.2 3.311 76 0.001 3.311 61.7 0.002 39 39 9.321 5.518 2.853 0.002 3.959 76 0.05014 6.5 4.6 2.670 52 0.010 2.670 47.5 0.010 27 27 3.030 2.206 1.887 0.112 2.715 52 0.10515 9.7 11.0 -0.974 40 0.336 -0.974 38.8 0.336 21 21 3.877 4.642 1.433 0.428 0.032 40 0.86016 8.7 9.5 -1.087 80 0.280 -1.087 77.2 0.280 41 41 3.655 3.018 1.467 0.230 3.414 80 0.06817 10.9 8.8 2.246 62 0.028 2.246 60.9 0.028 32 32 3.850 3.371 1.305 0.463 0.220 62 0.64118 9.0 9.0 0 1 1 0.000 0.00019 9.0 9.0 0 1 1 0.000 0.00020 9.2 9.5 -0.441 76 0.661 -0.441 74.9 0.661 39 39 3.265 2.891 1.275 0.457 1.503 76 0.22421 9.0 6.9 1.123 12 0.283 1.123 11.1 0.285 7 7 4.041 3.024 1.786 0.498 0.485 12 0.50022 13.0 8.0 0 1 1 0.000 0.00023 7.6 8.1 -0.359 48 0.722 -0.359 47.5 0.722 25 25 4.554 4.112 1.226 0.621 0.915 48 0.34424 11.0 12.1 -1.430 104 0.156 -1.430 104.0 0.156 53 53 3.767 3.839 1.039 0.891 0.173 104 0.67825 9.2 8.0 1.094 32 0.282 1.094 30.3 0.283 17 17 3.486 2.739 1.621 0.344 1.009 32 0.32326 10.3 10.5 -0.200 14 0.844 -0.200 13.7 0.844 8 8 2.315 2.673 1.333 0.714 0.032 14 0.86127 10.9 10.6 0.336 94 0.738 0.336 94.0 0.738 48 48 3.636 3.659 1.013 0.965 0.028 94 0.86728 6.5 6.0 0.592 34 0.558 0.592 33.5 0.558 18 18 2.383 2.679 1.264 0.634 0.011 34 0.917

Page 168: Análise da Distribuição Espacial do Esforço e Rendimentos de

168

Tabela 5. Pescaria de arrasto de crustáceos 2003. Resultados dos testes t-Student para amostras independentes e emparelhadas. Comparação entre a duração dos arrastos (horas) por viagem estimada através do software GeoCrust 2.0 e a registada nos Diários de Pesca.

CodNavio Mean Mean t-value df p t separ. df p Valid N Valid N Std.Dev. Std.Dev. F-ratio p Levene df pGroup 1 Group 2 var.est. 2-sided Group 1 Group 2 Group 1 Group 2 Variances Variances F(1,df) Levene Levene

Frota 22.5 26.5 -5.567 1292 0 -5.567 1291.4 0 647 647 13.272 12.980 1.045 0.572 0.037 1292 0.8471 19.6 21.9 -0.969 60 0.337 -0.969 60.0 0.337 31 31 9.631 9.463 1.036 0.924 0.341 60 0.5622 19.0 26.2 -4.079 118 0.000 -4.079 108.4 0.000 60 60 8.137 11.065 1.849 0.020 3.822 118 0.0533 17.7 20.2 -0.773 16 0.451 -0.773 14.5 0.452 9 9 5.795 8.090 1.949 0.365 2.963 16 0.1044 17.6 26.0 -1.525 10 0.158 -1.525 10.0 0.158 6 6 9.290 9.798 1.112 0.910 0.029 10 0.8685 26.2 29.8 -1.207 70 0.231 -1.207 65.7 0.232 36 36 10.838 14.088 1.690 0.125 1.647 70 0.2046 18.4 26.8 -2.213 24 0.037 -2.213 24.0 0.037 13 13 9.787 9.677 1.023 0.969 0.075 24 0.7867 17.8 17.0 0.399 2 0.728 0.399 1.5 0.738 2 2 2.593 1.414 3.361 0.6368 19.2 30.2 -3.123 10 0.011 -3.123 7.6 0.015 6 6 4.037 7.600 3.545 0.191 1.682 10 0.2249 35.2 25.7 1.030 10 0.327 1.030 9.9 0.328 6 6 16.660 15.488 1.157 0.877 0.070 10 0.796

10 8.0 16.7 -6.454 98 0.000 -6.454 79.7 0.000 50 50 4.838 8.152 2.840 0.000 14.374 98 0.00011 39.2 43.8 -0.902 46 0.372 -0.902 44.2 0.372 24 24 15.579 19.063 1.497 0.340 1.359 46 0.25012 29.8 34.1 -0.463 14 0.651 -0.463 13.9 0.651 8 8 19.585 18.138 1.166 0.845 0.112 14 0.74313 34.1 25.6 1.952 84 0.054 1.952 77.5 0.055 43 43 23.141 17.173 1.816 0.056 0.883 84 0.35014 8.6 13.6 -3.000 64 0.004 -3.000 51.6 0.004 33 33 4.849 8.295 2.926 0.003 3.473 64 0.06715 23.6 30.1 -1.937 40 0.060 -1.937 39.9 0.060 21 21 10.581 11.180 1.116 0.808 0.001 40 0.97216 22.2 28.4 -3.176 80 0.002 -3.176 79.2 0.002 41 41 8.458 9.338 1.219 0.534 0.100 80 0.75317 25.6 30.0 -1.984 78 0.051 -1.984 72.9 0.051 40 40 8.486 11.117 1.716 0.096 1.805 78 0.18318 20.4 18.0 0 1 1 0.000 0.00019 25.8 27.0 0 1 1 0.000 0.00020 21.6 27.7 -3.347 76 0.001 -3.347 69.6 0.001 39 39 6.683 9.134 1.868 0.058 0.177 76 0.67521 27.1 19.1 1.430 12 0.178 1.430 11.5 0.179 7 7 11.539 9.245 1.558 0.604 0.325 12 0.57922 26.4 24.0 0 1 1 0.000 0.00023 14.8 17.6 -1.062 48 0.294 -1.062 46.4 0.294 25 25 10.199 8.426 1.465 0.356 1.648 48 0.20524 29.2 35.8 -2.989 104 0.003 -2.989 103.9 0.003 53 53 11.147 11.468 1.058 0.838 0.032 104 0.85925 16.7 20.8 -1.480 32 0.149 -1.480 32.0 0.149 17 17 7.964 8.059 1.024 0.963 0.001 32 0.97726 15.0 21.8 -2.116 14 0.053 -2.116 11.5 0.057 8 8 4.660 7.686 2.721 0.210 0.399 14 0.53827 25.4 28.9 -1.903 94 0.060 -1.903 92.5 0.060 48 48 8.462 9.602 1.288 0.389 0.239 94 0.62628 32.5 31.1 0.367 34 0.716 0.367 33.8 0.716 18 18 11.998 11.045 1.180 0.737 0.294 34 0.591

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Tabela 6. Pescaria de arrasto de crustáceos 2003. Resultados dos testes t-Student para amostras independentes e emparelhadas. Comparação entre a quantidade de pescado vendido em lota nas viagens estimadas através do software GeoCrust 2.0 e as capturas registadas nos Diários de Pesca dessas viagens.

CodNavio Mean Mean t-value df p t separ. df p Valid N Valid N Std.Dev. Std.Dev. F-ratio p Levene df pGroup 1 Group 2 var.est. 2-sided Group 1 Group 2 Group 1 Group 2 Variances Variances F(1,df) Levene Levene

Frota 1800.7 1974.5 -2.084 1640 0.037 -2.084 1587.8 0.037 821 821 1529.148 1836.731 1.443 0.000 10.046 1640 0.0021 1926.1 1868.3 0.198 60 0.844 0.198 59.3 0.844 31 31 1212.941 1086.655 1.246 0.551 0.276 60 0.6012 2376.1 2442.8 -0.270 118 0.788 -0.270 116.0 0.788 60 60 1262.112 1438.661 1.299 0.317 1.666 118 0.1993 738.0 668.9 0.314 16 0.758 0.314 16.0 0.758 9 9 480.500 454.442 1.118 0.879 0.002 16 0.9674 627.5 1096.7 -1.980 10 0.076 -1.980 9.1 0.079 6 6 470.545 339.980 1.916 0.493 0.191 10 0.6715 1089.3 909.2 1.732 70 0.088 1.732 70.0 0.088 36 36 440.181 442.452 1.010 0.976 0.004 70 0.9536 1289.4 1885.1 -1.491 24 0.149 -1.491 22.4 0.150 13 13 871.770 1147.295 1.732 0.354 0.334 24 0.5697 2458.7 2686.4 -0.475 14 0.642 -0.475 14.0 0.642 8 8 947.172 971.746 1.053 0.948 0.000 14 0.9968 2482.4 2400.0 0.123 10 0.905 0.123 9.9 0.905 6 6 1095.643 1228.955 1.258 0.807 0.087 10 0.7749 525.8 630.4 -1.509 110 0.134 -1.509 97.7 0.135 56 56 294.821 426.830 2.096 0.007 3.318 110 0.071

10 4044.8 5052.3 -1.941 98 0.055 -1.941 90.1 0.055 50 50 2177.293 2955.282 1.842 0.035 1.816 98 0.18111 658.2 525.4 1.597 46 0.117 1.597 45.3 0.117 24 24 305.902 269.024 1.293 0.543 0.445 46 0.50812 1492.5 1882.9 -1.546 26 0.134 -1.546 23.0 0.136 14 14 533.334 779.955 2.139 0.184 1.635 26 0.21213 1671.4 1954.2 -1.684 84 0.096 -1.684 79.9 0.096 43 43 684.658 862.672 1.588 0.138 1.104 84 0.29714 4647.1 5045.5 -0.792 64 0.431 -0.792 60.4 0.431 33 33 1774.227 2279.487 1.651 0.162 1.925 64 0.17015 1045.4 1223.3 -0.993 40 0.327 -0.993 38.9 0.327 21 21 530.581 626.439 1.394 0.464 1.089 40 0.30316 1386.4 1620.2 -1.449 80 0.151 -1.449 78.7 0.151 41 41 681.021 776.507 1.300 0.410 0.289 80 0.59317 666.5 582.9 1.250 78 0.215 1.250 77.2 0.215 40 40 314.184 283.559 1.228 0.525 1.566 78 0.21518 2147.9 2783.4 -1.615 78 0.110 -1.615 70.8 0.111 40 40 1451.251 2021.285 1.940 0.042 1.251 78 0.26719 1003.2 1027.1 -0.139 62 0.890 -0.139 61.9 0.890 32 32 676.795 701.615 1.075 0.842 0.004 62 0.94820 1211.8 1458.8 -1.416 76 0.161 -1.416 75.3 0.161 39 39 733.455 805.997 1.208 0.564 0.807 76 0.37221 2706.7 2556.4 0.188 12 0.854 0.188 10.3 0.855 7 7 1159.066 1770.096 2.332 0.326 1.507 12 0.24322 1880.2 1483.2 1.215 26 0.235 1.215 26.0 0.235 14 14 869.697 859.865 1.023 0.968 0.000 26 0.98423 3511.0 4073.2 -1.086 48 0.283 -1.086 47.2 0.283 25 25 1706.717 1945.274 1.299 0.526 0.198 48 0.65824 1139.5 1258.6 -1.106 104 0.271 -1.106 104.0 0.271 53 53 550.667 558.582 1.029 0.918 0.138 104 0.71125 2974.2 3002.5 -0.058 32 0.954 -0.058 31.8 0.954 17 17 1358.633 1481.992 1.190 0.732 0.073 32 0.78826 2097.6 2233.8 -0.306 14 0.764 -0.306 13.9 0.764 8 8 927.936 853.027 1.183 0.830 0.065 14 0.80227 1385.8 1378.7 0.036 94 0.971 0.036 93.7 0.971 48 48 935.229 989.607 1.120 0.700 0.170 94 0.68128 538.8 488.3 0.672 40 0.505 0.672 38.8 0.505 21 21 264.085 220.687 1.432 0.429 0.866 40 0.35829 769.3 620.0 0 1 1 0 030 2298.0 1237.3 1.325 4 0.256 1.325 2.045 0.314 3 3 1379.279 146.650 88.458 0.022 5.989 4 0.07131 3515.2 3292.3 0.422 22 0.677 0.422 21.539 0.677 12 12 1194.844 1384.627 1.343 0.633 0.511 22 0.48232 2229.4 1915.0 0.467 14 0.647 0.467 13.974 0.647 8 8 1315.471 1373.715 1.091 0.912 0.056 14 0.81733 2253.8 2610.0 -0.181 2 0.873 -0.181 1.124 0.883 2 2 674.933 2701.148 16.017 0.312

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Anexo VIII – Mapa do Portal GeoPescas Capturas Diários de pesca - Número de viagens de pesca - Número de viagens de pesca e duração dos lances - Capturas em peso por embarcação - Capturas em peso por espécie - Capturas em peso e número de viagens de pesca Declarações de descarga - Número de descargas - Descargas em peso por embarcação - Descargas em peso por espécie Vendas em lota - Número de vendas - Vendas em peso por embarcação - Vendas em peso por espécie - Vendas em peso e número de vendas - Valor das vendas em euros Outros - Número de diários de pesca, notas de descarga e vendas em lota Esforço de pesca Dados-base - Número de pontos MONICAP (total) - Número de pontos MONICAP por embarcação - Mapas preliminares de esforço de pesca - Produção de mapas preliminares de esforço de pesca (todos os pontos ou filtrados pela velocidade) - Produção de mapas de densidade dos pontos MONICAP dos navios (todos os pontos ou filtrados pela velocidade) Viagens de pesca - Número de viagens de pesca - Distância percorrida nas viagens de pesca - Duração das viagens de pesca - Produção de mapas de viagens de pesca (todos os pontos ou filtrados pela velocidade dos navios)

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- Produção de mapas de densidade dos pontos MONICAP das viagens de pesca (todos os pontos ou filtrados pelas velocidades) Lances de arrasto - Número de lances de arrasto - Distância arrastada - Duração dos lances de arrasto - Mapas dos lances de arrasto - Produção de mapas (arrastos em pontos ou linhas) - Produção de mapas de densidade dos pontos dos lances de arrasto Outros - Aplicação SIG para a recriação 'on-line' da actividade dos navios de pesca - Comparação da distância percorrida nas viagens e nos lances de arrasto - Comparação da duração das viagens e dos lances de arrasto Rendimentos de pesca Estatísticas - Rendimentos de pesca por embarcação e período de tempo (totais) - Rendimentos de pesca por período de tempo e região - Rendimentos de pesca por período de tempo e pesqueiro - Rendimentos de pesca por região e período de tempo - Rendimento de pesca por pesqueiro e período de tempo Mapas - Mapas de rendimentos por região - Mapas de rendimentos por pesqueiro Aplicação sig - Rendimentos de pesca (%) por período e região - Rendimentos de pesca (%) por período e pesqueiro - Rendimentos de pesca por região e período de tempo - Rendimentos de pesca por pesqueiro e período de tempo Outros Actividade da frota - Aplicação SIG para a recriação 'on-line' da actividade dos navios de pesca