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Universidade Federal de Itajubá

Análise da geração distribuída para suprimento

energético de uma casa de recuperação rural em Itajubá

(MG): Uma comparação entre uma microcentral e um

ANDRÉ LUIZ DE SOUZA

Universidade Federal de ItajubáInstituto de Recursos Naturais

ENGENHARIA HÍDRICA

Análise da geração distribuída para suprimento

energético de uma casa de recuperação rural em Itajubá

(MG): Uma comparação entre uma microcentral e um

sistema fotovoltaico

ANDRÉ LUIZ DE SOUZA

Itajubá – MG Novembro/2015

i

Universidade Federal de Itajubá

ENGENHARIA HÍDRICA

Análise da geração distribuída para suprimento

energético de uma casa de recuperação rural em Itajubá

(MG): Uma comparação entre uma microcentral e um

ii

Análise da geração distribuída para suprimento energético de

uma casa de recuperação rural em Itajubá (MG): Uma

comparação entre uma microcentral e um sistema fotovoltaico

ANDRÉ LUIZ DE SOUZA

Trabalho Final de Graduação apresentado à

Universidade Federal de Itajubá, como parte dos

requisitos para a obtenção do título de Engenheiro

Hídrico.

Orientador : Prof. Msc Ivan Felipe Santos

Co-orientador: Prof. Dr. Geraldo Lúcio Tiago Filho

Itajubá-MG

Novembro / 2015.

iii

Folha de Aprovação

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus,a minha família que sempre me acompanharam e me deram

forças para sempre continuar, vocês são tudo para mim!

Agradeço aos meus amigos, em especial ao meu orientador Prof. Msc Ivan Felipe Santos pela

paciência e apoio durante todo o período acadêmico.

Agradeço ao técnico Alexandre Germano com o suporte em campo e ao meu Co-orientador

oProf. Dr. Geraldo Lúcio Tiago Filho pelas diretrizes passadas no decorrer do presente

trabalho e ao Sr Alcir pela atenção e por ceder o local para a realização do estudo.

v

“Simplesmente não posso ir sem saber para onde.”

Bilbo Bolseiro

vi

RESUMO

Para se implantar um empreendimento de geração elétrica é preciso testar sua viabilidade

técnica e econômica antes de sua construção, buscando assim a melhor e mais viável solução.

Para isso, precisam ser analisados os custos de diversos componentes e a produção energética

do sistema. O presente trabalho apresenta o dimensionamento, analise e compararação por

meio de ferramentas matemática-financeiras a viabilidade técnica e econômica de dois

possíveis empreendimentos de geração distribuída de energia sustentável para a casa de

recuperação Nova Jerusalém, a saber, uma microcentral hidrelétrica e um sistema

fotovoltaico. Os resultados obtidos de energia produzida por ambos os cenários foramde

9460,8 kwh/ano para a microcentrale 5419 kwh/ano para o sistema fotovoltaico , sendo que

este ultimo apresentou um investimento mais elevado.A viabilidade econômica do

empreendimento só foi assegurada somente para o caso da microcentral hidrelétrica, sendo o

valor presente líquido ampliado em 150% em um cenárioalternativo no qual foi proposta uma

alteração a norma 482 da ANEEL, em quese considerou que todo saldo energético seria

vendido a distribuidora e não armazenado.

Palavras Chave: Geração distribuída, Microcentral hidrelétrica, Sistema fotovoltaico,

Viabilidade econômica.

vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Variação do PIB e do consumo de energia no mundo entre 1998 e 2007.Fonte: Ipea

(2008, apud ANEEL 2008). ........................................................................................................ 4

Figura 2. Participação de diversas fontes de energia no consumo no mundo entre ................... 4

1973 e 2006. Fonte (IEA, 2007) ................................................................................................. 4

Figura 3: Capacidade de geração elétrica instalada. Fonte: BEN 2014. .................................... 9

Figura 4: Matriz elétrica por tipo de fonte primária no Brasil. (Fonte: BEN, 2014). ................. 9

Figura 5: Perspectiva da energia solar até 2050. Fonte: Revista Época, 2012. ........................ 10

Figura 6: – Localização Regional dos Domicílios Rurais sem Atendimento de Energia Elétrica

(%). Fonte: MME, 2004. .......................................................................................................... 11

Figura 7: – Taxa de eletrificação residencial e proporção de domicílios eletrificados por

estados. Fonte: ANEEL, Atlas de Energia Elétrica no Brasil, 2002. ....................................... 12

Figura 8: – Sistema Interligado Nacional – horizonte. Fonte: ELETROBRAS (2009). .......... 13

Figura 9: – Mapa do Sistema Isolado. Fonte: ELETROBRAS,2009. ...................................... 14

Figura 10: – Domicílios não atendidos por energia elétrica nos estados da região Norte. Fonte:

ABRADEE (apud NUNES, 2009 ). ......................................................................................... 15

Figura 11: Tomada d’água vista de montante.Fonte: Nogueira e Filho (2007). ...................... 21

Figura 12: Trecho de um canal de adução escavado em rocha, parte de um conduto forçado de

baixa pressão. Fonte: Nogueira e Filho (2007)......................................................................... 22

Figura 13: Turbina Pelton: (a) vista de uma turbina Pelton; (b) detalhe da incidência de água

sobre uma turbina Pelton. Fonte:TIAGO FILHO et al. (2008). ............................................... 23

Figura 14: Rotor Francis: a)Lento b)Normal;c) Rápido. Fonte: TIAGO FILHO et al. (2008).

.................................................................................................................................................. 24

Figura 15: Diagrama para seleção de turbinas em função do nqA e da queda da usina. Fonte:

Souza et al. (2009). ................................................................................................................... 24

Figura 16: Vista do rotor e estator de um gerador. Fonte: TIAGO FILHO et al. (2008). ........ 25

Figura 17: Localização do estado do Pará e da região. (TIAGO FILHO et al.,2008) .............. 26

Figura 18: Arranjo da microcentral de Jatoarana. (TIAGO FILHO et al., 2008). .................... 27

Figura 19: Localização do estado do Pará e da região dentro do estado. (TIAGO FILHO et

al.,2008) .................................................................................................................................... 27

Figura 20: Arranjo da µCHAruã.(TIAGO FILHO et al., 2008) ............................................... 28

viii

Figura 21: Vantagens trazidas pela implementação do projeto no cotidiano.(TIAGO FILHO et

al.,2008). ................................................................................................................................... 29

Figura 22: Interações da radiação solar com a superfície terrestre. Fonte: Martins (2004). .... 30

Figura 23: Radiação solar global diária - média anual típica (MJ/m2.dia).Fonte: ANEEL

(2005). ...................................................................................................................................... 31

Figura 24: Média anual de insolação diária no Brasil (horas). Fonte: ANEEL (2005). ........... 32

Figura 25– Poste com iluminação fotovoltaica em detalhe mostrando o painel, bateria de

armazenagem de energia e lâmpadas. Fonte: Rosa (2007). ...................................................... 33

Figura 26– Esquema de um controlador de carga. Fonte: Rosa (2007). .................................. 35

Figura 27– Exemplo de um inversor. Fonte: Rosa (2007) ....................................................... 35

Figura 28– Sistema de Compensação de Energia Elétrica. Fonte: ANEEL (2014) ................. 36

Figura 29– Local de implantação do trabalho. Fonte: Google Earth (2015) ............................ 38

Figura 30– Geometria para barragens de concreto até 2m. Fonte: Eletrobrás (1999). ............. 43

Figura 31– Diagrama geral de forças atuantes e resistentes. (Lemos, s/d) ............................... 44

Figura 32: Local escolhido para alocação do eixo da barragem............................................... 49

Figura 33: Valores de cota de terreno. ...................................................................................... 50

Figura 34: Relação entre perda de carga x custo de tubulação. ................................................ 51

Figura 35: Haste de metal fixando o conduto ao terreno. ......................................................... 53

Figura 36: Localização e dimensões do canal de fuga. ............................................................ 54

Figura 37: Turbina Pelton da casa de recuperação estudada. ................................................... 55

Figura 38: Esquema da barragem de concreto.......................................................................... 56

Figura 39: Média mínima mensal de irradiação. Fonte: CRESESB (2012). ............................ 57

Figura 40: Valores de energia consumida na casa de Recuperação Nova Jerusalém em 2015.

Fonte: Cedido pelo Proprietário ............................................................................................... 57

Figura 41: Fluxo de caixa considerando a Resolução Normativa ANEEL nº 482/2012. ......... 58

Figura 42: Fluxo de caixa para o segundo cenário onde o saldo energético é vendido. ........... 59

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Energia primária no Brasil e no mundo em 2003, total e parcelas conforme dados da

Agência Internacional de Energia (IEA, 2003). ......................................................................... 7

Tabela 2- Distribuição da Geração de energia elétrica por fontes em 2008. Fonte: BEN (2014)

.................................................................................................................................................... 8

Tabela 3:Fontes alternativas de energia. Fonte: ABRADEE (apud NUNES, 2009). ............... 15

ix

Tabela 4: Classificação da geração hídrica. Fonte: CERPCH (2011). ..................................... 18

Tabela 5: Tipos de barragem de terra. Fonte: Adaptado de Júnior, Filho, et al., (2008). ......... 20

Tabela 6: Exemplo de consumo e geração elétrica no primeiro trimestre. Fonte: ANEEL

(2014) ....................................................................................................................................... 37

Tabela 7: Valores das cotas do terreno seguindo o croqui ....................................................... 50

Tabela 8: Resultados de vazão medidas. .................................................................................. 51

Tabela 9: Valores das variáveis necessárias para o calculo da altura liquida (Hl). .................. 52

Tabela 10: Custos dos equipamentos para a microcentral. ....................................................... 58

Tabela 11: Valores finais obtidos. ............................................................................................ 60

x

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

2. OBJETIVO ......................................................................................................................... 2

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 3

3.1. Importância da Energia Elétrica .................................................................................. 3

3.2. Matriz energética do Brasil .......................................................................................... 6

3.2.1. A energia no Brasil ................................................................................................... 6

3.2.2 Geração isolada no Brasil ........................................................................................ 11

3.3. As Microcentrais hidrelétricas ................................................................................... 17

3.3.1. Justificativa ............................................................................................................. 17

3.3.2 Vantagens ................................................................................................................ 17

3.3.3 Classificação ............................................................................................................ 18

3.3.4 Componentes de uma Microcentral Hidrelétrica ..................................................... 18

3.3.4.1 Barragem .......................................................................................................... 18

3.3.4.2. Tomada d’água: ............................................................................................... 21

3.3.4.3. Sistema de adução: .......................................................................................... 21

3.3.4.4: Componentes hidromecânicos ......................................................................... 22

3.3.4.4.1 Turbinas Hidráulicas: ................................................................................ 22

3.3.4.4.2 Geradores: .................................................................................................. 24

3.3.5 Estudos de caso. ....................................................................................................... 25

3.4. A energia fotovoltaica: ............................................................................................. 29

3.4.1 Radiação solar.......................................................................................................... 29

3.4.2 Irradiância e insolação ............................................................................................. 31

3.4.3 O sistema fotovoltaico ............................................................................................. 32

3.4.3.1 Introdução ......................................................................................................... 32

3.4.3.2 Componentes .................................................................................................... 33

3.4.3.2.1 Painel solar ................................................................................................ 33

xi

3.4.3.2.2. Bateria ....................................................................................................... 34

3.4.3.2.3 Condutores e fusíveis ................................................................................ 34

3.4.3.2.4. Controladores de carga ............................................................................. 34

3.4.3.2.5. Inversores ................................................................................................. 35

3.5. A Resolução Normativa da ANEEL ......................................................................... 36

4. Metodologia ...................................................................................................................... 37

4.1. Caracterização da área e medições em campo .......................................................... 37

4.2. Avaliação energética da microcentral....................................................................... 39

4.3. Cálculo dos componentes necessários a implantação microcentral hidrelétrica ...... 41

4.3.1. Adução .................................................................................................................... 41

4.3.2. Canal de fuga .......................................................................................................... 42

4.3.3. Gerador ................................................................................................................... 42

4.3.4. Barragem ................................................................................................................ 42

4.3.5. Tomada d’água ....................................................................................................... 45

4.4. Estimativa energética do sistema fotovoltaico ......................................................... 45

4.5. Análise econômica .................................................................................................... 46

5. Resultados ......................................................................................................................... 49

5.1. Caracterizações em campo e medição de vazão ....................................................... 49

5.2. Resultados dos componentes da microcentral hidrelétrica ....................................... 52

5.2.1 Adução ..................................................................................................................... 52

5.2.2 Canal de Fuga .......................................................................................................... 53

5.2.3 Turbina e Gerador .................................................................................................... 54

5.3. Resultados para o sistema fotovoltaico .................................................................... 56

5.4. Viabilidades econômicas .......................................................................................... 58

6. Conclusões ........................................................................................................................ 61

7. Referências ....................................................................................................................... 62

1

1. INTRODUÇÃO

A relação entre consumo de energia e desenvolvimento é bem característica, e diretamente

proporcional. Isto é, de modo geral, quanto mais desenvolvido o país, maior é seu consumo de

energia per capita, os indivíduos melhoram sua condição social, ou seja, aumentam sua renda

eseu consumo de energia, devido a maior facilidadede acesso a bens e serviços que utilizam

tal serviço, evidenciando o quão importante é a influenciado consumo de energia no

desenvolvimento de um país.

Dado que ainda é uma realidade a existência de propriedades rurais e comunidades isoladas

não servidas pela rede de distribuição de energia elétrica, e como a auto-produção de energia

de modo distribuído, feita próxima a centros consumidores, é uma das chaves para melhoria

da eficiência da rede de energia elétrica e para promoção de uma maior sustentabilidade na

geração energética, se verifica a necessidade de estudos que se proponham a investigar a

viabilidade técnica e econômica desta forma de geração. Nos dias de hoje diversos fatores

dificultam o micro e pequenos produtores de energia a se estabelecerem no mercado de

energia tais como: alta carga tributaria alto preço dos equipamentos, falta de mão de obra

especializada, entre outros. (ANEEL, 2005).

A resolução 482 (ANEEL, 2012)é definida como um tipo de sistema de compensação pelo

qual a energia gerada com microgeração ou minigeração distribuída é cedida a companhia de

energia local e posteriormente há um compensamento de energia elétrica ativa dessa mesma

unidade consumidora. A investigação da viabilidade técnica e econômica de projetos de

geração distribuída que se enquadrem na resolução 482 é o tema que presente trabalho se

propõe a estudar.

2

2. OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo dimensionar e analisar a viabilidade técnica e

econômica de dois projetos de energia renovável: ucH e um sistema fotovoltaico para

suprimento da Casa de Recuperação Nova Jerusalém no município de Itajubá MG.

Como objetivos específicos propõem-se:

1) Levantamento topográfico e definição de um arranjo para a uCH na casa de

recuperação;

2) Estimativa energética da uCH e do sistema fotovoltaico;

3) Levantamento de custos dos equipamentos necessários;

4) Análise de viabilidade econômica dos sistemas dentro dos parâmetros da resolução

ANEEL 482 para geração distribuída

3

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Importância da Energia Elétrica

Nos dias atuais é de grande importância para o desenvolvimento rural, o acesso à eletricidade,

por proporcionar iluminação de residenciais, escolas e postos de saúde, aquecimento de água

e secagem de grãos e frutas, além de geração motriz para práticas agrícolas criando geração

de renda. No Brasil grande parte das pessoas ainda não possui essa energia disponível e esse

número cresce a cada ano. Programas de eletrificação são criados, masainda assim não

acompanham a taxa crescente de crescimento populacional. (TIAGO, NUNES e MOURA,

2006).

Um dos principais indicadores do desenvolvimento econômico e do nível de qualidade de

vida de qualquer sociedade é o consumo de energia, que reflete tanto em quantidade de

atividade no setor industrial, comercial e de serviços, quanto à capacidade da população de

adquirir bens e serviços tecnologicamente mais avançados, como por exemplo, os automóveis

que demandam combustíveis fósseis; eletrodomésticos e eletroeletrônicos, que exigem acesso

à rede elétrica e necessitam de uma alta demanda da rede elétrica. (GOLDEMBERG, 1998).

Essa relação mencionada foi o principal motivo do intenso crescimento no consumo mundial

de energia verificado nesses últimos anos. Como mostra a figura 1, entre 2003 e 2007 no

Brasil a uma crescente expansão econômica mundial, sendo refletido na variação crescente do

PIB : 3,6% em 2003; 4,9% em 2004; 4,4% em 2005; 5% em 2006, seguindo uma série

histórica mostrada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2008).

A variação acumulada do consumo de energia neste mesmo período foi de 13%, com um

resultado de crescimento de 1.271 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep)de 2003

para 2007, observado no BP StatisticalReviewof World Energy, lançado em junho de 2008,

comparando os anos de 1973 e 2006. Nesses 33 anos houve um aumento de 73% do consumo

mundial ao passar de 4.672 milhões de tep para 8.084 milhões de tep. (IEA, 2011)

4

Figura 1. Variação do PIB e do consumo de energia no mundo entre 1998 e 2007.Fonte: Ipea (2008, apud ANEEL 2008).

Outra relação bastante significativa seria do tipo de energia utilizado com o aumento do PIB e

consumo de energia nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico) entre os períodos de 1973 a 2006, seguindo a figura 2.

Figura 2. Participação de diversas fontes de energia no consumo no mundo entre 1973 e 2006. Fonte (IEA, 2007)

As reservas mundiais de petróleo e de gás natural tem um alcance de 42 e 65 anos

respectivamente, indicando que é possível usufruir apenas mais uma geração, demonstrando

que com mesmo todos os avanços tecnológicos na exploração do petróleo, esses recursos são

finitos (BEN, 1999). Assim torna-se necessário a conservação de recursos e o

desenvolvimento de fontes renováveis de energia.

5

Segundo Goldemberg (2004), os benefícios da conservação são de extrema importância, pois

minimizam os impactos ambientais, conseqüência da geração de energia, além de prolongar a

vida útil das fontes finitas. Correndo paralelamente com o desenvolvimento das novas formas

de aproveitamento energético, a conservação é um dos principais meios para evitar futuras

crises.

Pensando em desenvolvimento sustentável, discute-se que o caminho mais rápido, eficiente e

barato, para assegurar uma quantidade necessária de energia para o futuro é uma combinação

de uma série de medidas: aumentar a eficiência no uso da energia; diminuir o emprego de

óleo, carvão e gás natural, diminuir o uso das não-renováveis; e investir no emprego de

recursos energéticos renováveis tal como as solares, eólicos e hidro energéticos. (ROCHA,

2000).

Neste cenário, as principais fontes de energias derivadas do petróleo vêm cada vez mais sendo

substituídas por fontes alternativas que estão se destacando no mercado. Aproximadamente

5% da energia consumida no planeta vêm de alguma fonte renovável e estima-se que o

crescimento dessas para até 2060 seja de aproximadamente 70% sendo que a população

devera ser em torno de 12 bilhões de pessoas. Essas energias são consideradas “limpas”, o que

significa baixo nível de poluição e não apresentam risco de extinção,com algumas exceções.

(FERNANDES et al., 2004)

A taxa média anual de geração de eletricidade no Brasil cresceu de 4,2% entre 1980 e 2002,

tendo como principal geração a energia hidráulica, sendo que neste é considerado uma das

nações mais ricas em disponibilidade de recursos hídricos. Outras fontes geradoras de

eletricidade utilizadas no país são a termonuclear, as termelétricas a gás natural e a óleo

diesel, sendo que nenhuma delas passa de 7% do total produzido. Uma fonte que merece

destaque é a geração por biomassa que em 2002 provinha de 159 usinas, com capacidade de

992 MW, ou seja,8% da energia elétrica de origem térmica do pais. (GOLDEMBERG e

LUCON; 2007).

Segundo estimativas oficiais de fornecimento de energia elétrica, no Brasil até 2006, 93,48%

das pessoas contem energia elétrica em seus domicílios (média nacional). Porem dados

fornecidos pele Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)afirma que

84% das famílias que não tem esse acesso à eletricidade no País vivem com índice de

6

desenvolvimento humano municipal (IDH-M) abaixo da média nacional (0,776). (FILHO;

GABETTA; CAMPOS; 2006).

Segundo o IBGE apartir dos dados doCenso, o serviço energético em 2010 atinge cerca de

99,1% da área urbana e aproximadamente 88,7% da área rural. Contando com isso a

população privilegiada por sua riqueza e localização geográfica teve os grandes blocos de

energia direcionados para si, aumentando a desigualdade social e econômica do País,

contando que a distribuição de energia acompanhou o mesmo modelo de distribuição de

renda, nos mostrando que o acesso precário à energia elétrica anda em conjunto com a

localização da região, uma vez que 90% dessa população têm baixo rendimento econômico e

que 10 milhões estão em áreas rurais e povoadas de forma rarefeita (TIAGO FILHO;

GABETTA; CAMPOS, 2006).

Neste contexto, Gimenes (2000) afirma que a energia elétrica tem papel essencial no contexto

global da infraestrutura, propiciando o acesso à tecnologia e informação, dentre outros

componentes (GIMENES VEIGA, ANDRÉ, 2000).

3.2. Matriz energética do Brasil

3.2.1. A energia no Brasil

No começo do século XIX, com imensas florestas e uma enorme dimensão geográfica não

comparava com sua população extremamente pequena, a exploração de áreas para a ocupação

agrícola assegurou, por muito mais de um século, o suprimento excessivo de lenha como

recurso energético dominante, tanto quanto nas atividades industriais quanto para atender

àrequisitos residenciais, que eram basicamente o cozimento de alimentos e ao aquecimento do

ambiente e da água, isso nas regiões de extrema necessidade (CAMARGO, et al. 2004).

Segundo GOLDEMBERG (2007), consumo e produção de energia hoje são baseados nas

fontes fósseis, gerando poluente locais, gases de efeito estufa (GEE) colocando a saúde e o

bem estar do planeta em risco em longo prazo. Este padrão de consumo precisa ser mudados

e, o desenvolvimento de energias renováveis, estimulado. Nesse quesito, o Brasil apresenta

condições extremamente favoráveis em relação ao resto do mundo, devido a grande

disponibilidade de recursos naturais. Contudo, ainda segundo Goldenberg (2007), o incentivo

7

a outras fontes “modernas” de energias renováveis é bastante recente no Brasil quando

comparado a outros países.

A tabela 1 fornece o percentual das diferentes fontes de energia com relação aototal

consumida no Brasil e no mundo em 2003.

Tabela 1: Energia primária no Brasil e no mundo em 2003, total e parcelas conforme

dados da Agência Internacional de Energia (IEA, 2003).

Energia primária Brasil Mundo Total, bilhões de tep 0,193 10,7

Par

ticip

ação

das

font

es (

%)

Não-renováveis Fósseis

Petróleo 43,6 35,3 Gás natural 6,6 20,9 Carvão 6,8 24,1

Nuclear 1,8 6,4 Subtotal 58,7 86,6

Renováveis

Tradicionais Biomassa tradicional 19 9,4 Convencionais Hidráulico 15,3 2,1

Modernas, “novas" Biomassa moderna 6,9 1,2 Outras: solar, eólica etc. <0,1 1,7

Subtotal 41,3 14,4

Um dos pilares da matriz elétrica no Brasil é a fonte hidráulica (GOLDENBERG, 2007),

sendo que as usinas hidrelétricas UHE e termoelétricas UTE, são responsáveis por

respectivamente 69.2% e 29,5% (BEN, 2014) da produção nacional, e são elas que, garantem

à base da geração de eletricidade no Brasil. A geração de energia elétrica por fontes está

apresentada na tabela 2, e nesta pode-se observar também a baixa presença de fontes

renováveis, como solar e eólica na matriz Brasileira.

8

De /1997 a 2013, a capacidade instalada de geração hidrelétrica cresceu até 85.000 MW

atingindo valores quase três vezes superiores a capacidade de geração das usinas

termelétricas, próxima a 30.000 MW no ano de 2014, como mostra a figura 3. A

proeminência hídrica na produção de eletricidade também pode ser observada, discriminada

em percentuais por setor, na figura 4.

Tabela 2- Distribuição da Geração de energia elétrica por fontes em 2008. Fonte: BEN (2014)

Geração de Energia

Elétrica

Empreendimentos P (10³ KW) Percentual

Central Geradora

Hidreletrica

227 120.009 0,11

Central Geradora

Eolielétrica

17 272.650 0,26

Pequena Central

Hidrelétrica

320 2.399.598 2,29

Central Geradora Sola

Fotovoltaica

1 20 0

UsinaHidrelétrica de

Energia

159 74.632.627 71,20

Usina Termonuclear 2 2.007.000 1,92

Usina Terméletrica de

Energia

1.042 25.383.920 24,22

Total 1768 104.815.824 100

9

Figura 3: Capacidade de geração elétrica instalada. Fonte: BEN 2014.

Figura 4: Matriz elétrica por tipo de fonte primária no Brasil. (Fonte: BEN, 2014).

10

Segundo o BEN (2014), a produção de eletricidade por fonte eólica alcançou 6,579 GWh em

2013, o que indica um crescimento de 30,3% em relação ao ano de 2012 que atingiu 5.050

GWh. Dentre todas as fontes, destaca-se o crescimento da potência instalada para geração

eólica no país, que aumentou ainda 16,5% em 2013, segundo o Banco de Informações da

Geração (BIG), da Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL,2005) alcançando 2.207

MW ao final de 2013.

Quanto à energia solar, o emprego da energia fotovoltaica ainda não apresenta viabilidade

econômica, contudo a tendência é que este tipo de geração comece a se tornar viável nos

próximos anos, inclusive em empregos de pequeno porte (Caracterizando a geração

descentralizada – que será discutida adiante) como, por exemplo, em sistemas rurais isolados,

apresentam alto custo de implantação que deverão porém reduzir-se rapidamente. Este fato

pode ser observado na figura 5. Ainda de acordo com a figura 5, a capacidade de geração deve

aumentar acentualmente conforme o custo de implantação diminui.

Figura 5: Perspectiva da energia solar até 2050. Fonte: Revista Época, 2012.

Em 2014, estão previstas que sejam instalados no mundo 40GWp, entre instalações em

telhados e usinas solares. (Revista BSP,2014). Um exemplo de destaque no desenvolvimento

de energia solar é. a Alemanha, líder nesse tipo de tecnologia e que aumentou sua capacidade

instalada de 10 gigawatts para 17 gigawatts de 2009 para 2010 e tem uma perspectiva que a

geração no mundo deve aumentar até 640% até 2020, conforme dados Agencia Internacional

de Energia. (Revista Época,2012) .

11

3.2.2 Geração isolada no Brasil

Segundo Rosa (2007), sem nenhuma concepção filosófica sofisticada, o significado de

“Comunidade isolada”, quando utilizado para o setor elétrico brasileiro, é dado apenas

aquelas comunidades que não recebem o serviço de energia elétrica.

Segundo o Ministério de Minas e energia (MME, 2004) cerca de 2 milhões de domicílios

rurais são desprovidos de energia elétrica no Brasil, sendo que as regiões que mais sofrem são

o Norte e o Nordeste contando com aproximadamente 80% do total sem acesso a eletricidade

do no país como mostra a figura 6, o que até 2004 equivalia a cerca de 10 milhões de pessoas

que moravam no meio rural que não eram atendidas por esse serviço publico. Esse déficit não

é exclusivo das áreas rurais, mas é desproporcional em todas as regiões do país. (Goldemberg

et al., 2004 apud Barreto,2008) .

Figura 6: – Localização Regional dos Domicílios Rurais sem Atendimento de Energia Elétrica (%). Fonte: MME, 2004.

Segundo o Censo Demográfico de 1991, há uma forte correlação entre o índice de

desenvolvimento humano com a taxa de eletrificação residencial, a figura 7 ilustra a taxa de

eletrificação dos domicílios brasileiros, quer dizer a taxa de domicílios com energia elétrica

no Brasil (IBGE, 1994)

12

Figura 7: – Taxa de eletrificação residencial e proporção de domicílios eletrificados por estados. Fonte: ANEEL, Atlas de Energia Elétrica no Brasil, 2002.

A pequena demanda em locais isolados por esse serviço energético inviabiliza o

desenvolvimento de linhas de transmissão, onerando os custos de implantação além das

enormes distâncias de uma comunidade a outra, essas grandes dificuldades impedem que esse

meio seja provido de eletricidade (CORREIA, 2005).

Pensando em reverter esse quadro através da Lei nº. 10.438,de 26 de abril de 2002 e do

decreto nº. 4.873 de 11 de novembro de 2003 (Brasil, 2003) o Governo Federal instituiu o

Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica – “Luz Para

Todos” (Brasil, 2002). Com um cronograma de universalização do atendimento com previsão

de ser concluído até em 2014, busca levar energia elétrica aos brasileiros que se encontram

ausentes desse tipo de serviço. Buscando estender as redes de distribuição de energia e

apressando a implantação das centrais elétricas descentralizadas e isoladas abreviando o

tempo das concessionárias, que tinha uma previsão de termino para 2018 (BRASIL, 2003).

Outra medida tomada pelo governo foi à criação do PROINFA, Programa de Energia Elétrica,

constada na Lei nº 10.438, em 26/04/2002, e visa a aumentar a participação da energia elétrica

produzida por empreendimentos de Produtores Independentes Autônomos, recebidos por

fontes eólicas, pequenas centrais e biomassa, com um total de 1.100 MW por fonte, no

Sistema Elétrico Interligado Nacional “SIN” (BRASIL, 2002).

13

Na ultima década, houve um crescimento econômico no país, o que implicou um aumento na

demanda de energia, acelerando o crescimento do SIN: segundo o ONS, a previsão para 2015

era a de entrada em operação de diversas nova linhas de transmissão, sua maioria na região

Norte. A figura 8 mostra o mapa do SIN, incluindo futuras linhas previstas no horizonte 2015.

Figura 8: – Sistema Interligado Nacional – horizonte. Fonte: ELETROBRAS (2009).

A figura 9 mostra de forma ilustrativa apenas, a localização dos diversos Sistemas Isolados.

Esses sistemas estão localizados muitas vezes em comunidades próximas a rios, fato que

demonstra a possibilidade de se utilizar micros centrais hidrelétricas para abastecimento

destas comunidades.

14

Figura 9: – Mapa do Sistema Isolado. Fonte: ELETROBRAS,2009.

Um dos meios para se atender parte da população que ainda não usufruem do serviço de

energia elétrica ou comunidades isoladas surgem como alternativas energéticas para o meio

rural como aproveitamento do potencial das pequenas fontes descentralizadas de energia e seu

potencial como principal desenvolvedor local. (MME, 2001 apud ALBANO NETO,2012).

Neste contexto, o uso de energia renovável tem ganhado repercussão nesse tipo de geração

descentralizada. Essas comunidades muitas vezes, têm esses tipos de fontes abundantes em

seu território o que lhes podem garantir o seu abastecimento elétrico. A biomassa e a energia

hidráulica, hidro cinética, solar e eólica são opções de extrema importância para atender essas

comunidades (ALBANO NETO, 2012).

Na Amazônia Legal, esse problema de comunidades isoladas torna-se ainda mais evidente,

pois estas estão dividas e distribuídas de forma bem dispersa em regiões de difícil acesso. Os

índices de eletrificação rural nessas comunidades são quase nulos, apesar de obterem recursos

hídricos em abundância, a principal forma de suprimento elétrico são as unidades a diesel

(NUNES,2009). A figura 10 mostra a distribuição por estado de domicílios não beneficiados

por energia elétrica em toda região Norte:

15

Figura 10: – Domicílios não atendidos por energia elétrica nos estados da região Norte. Fonte: ABRADEE (apud NUNES, 2009 ).

As energias alternativas podem se tornar importantes indutoras no desenvolvimento da

geração distribuída. Entre elas, destacam-se no Brasil: a eólica, a solar, a biomassa e turbinas

hidráulicas de pequeno porte. Cada uma destas fontes é caracterizada na tabela 3, a seguir.

Tabela 3:Fontes alternativas de energia. Fonte: ABRADEE (apud NUNES, 2009).

Tipo de energia

alternativa

Características Impactos e limitações de uso

Energia solar O aquecimento de água e a geração fotovoltaica são os processos mais comuns de energia solar. Inúmeros projetos desenvolvidos em comunidades rurais e/ou isoladas do Brasil pode-se dividi-los basicamente em três categorias: bombeamento de água, para abastecimento doméstico, irrigação e piscicultura; iluminação pública; e sistemas energéticos coletivos eletrificação de escolas, postos de saúde e centros comunitários.

Como limitação destaca-se necessidade de grandes áreas para instalação de painéis e o preço das placas de sílica que encarecem o painel de energia solar. Também as nuvens e a escuridão reduzem armazenamento de energia comprometem sua eficiência.

16

Energia

eólica

A energia eólica é utilizada há milhares de anos no bombeamento de água, moagem de grãos e outras aplicações que envolvem energia mecânica. Impulsionada pela força dos ventos que fazem girar as turbinas. No Brasil o maior potencial está nas regiões litorâneas.

Impactos sonoros e visuais: o ruído dos rotores varia de acordo com as especificações dos equipamentos e os impactos visuais decorrem do agrupamento de torres eaero geradores. Destacam-se ainda as interferências eletromagnéticas que podem causar perturbações nos sistemas de comunicação e transmissão de dados. É relativamente caro para ser adquirido diretamente por comunidades isoladas.

Biomassa Produzido a partir de matéria orgânica(vegetal ou animal). É convertido em energia por meio da combustão em fornos e caldeiras. Um exemplo é aproveitamento do resíduo da cana-de açúcar pelo setor sucro-alcooleiro. O biodiesel, obtido a partir de óleos vegetais, também tem sido usado em projetos experimentais na Amazônia. Entre as espécies utilizadas Silva e Berman(2004) destacam: o dendezeiro (Elaeisguineensis), o buritizeiro (Mauritiaflexuosa), a copaibeira (Copaipheramultijuga), o babaçu (Orbignyamartiana), a andiroba (Carapaguianensis) e a ucuúba (Virolasurinamensis). E ainda, o aproveitamento dos resíduos de madeireiras.

Um impacto ambiental do biodiesel é o desmatamento em virtude da crescente necessidade de grandes áreas de cultivo para a produção de biomassa.

Turbinas Hidráulicas e

Turbina hidrocinética

É considerada um aprimoramento da roda

d’água. Normalmente nos lugares onde há

uma roda d’água, também há potencial para

se usar uma turbina hidráulica. A Turbina

hidrocinética é uma turbina com os mesmos

princípios das turbinas hidráulicas,

entretanto, é de tamanho inferior, de fácil

manuseio e baixo custo.

O impacto ambiental é quase nulo. Não

necessita de barragens e não

interrompe a navegação ou a passagem

da fauna aquática. Uma limitação das

turbinas hidráulicas convencionais é a

ausência de produtos que atendam a

capacidade energética mínima de

pequenas comunidades isoladas(até

5kw, por exemplo.)A turbina

hidrocinética visa atender essa lacuna.

17

3.3. As Microcentrais hidrelétricas

3.3.1. Justificativa

Segundo Tiago Filho (2007), para possibilitar o fornecimento de eletricidade em propriedades

rurais às micro centrais são uma ótima opção. Estas são construídas aproveitando-se os cursos

d’água com vazões e quedas relativamente pequenas e com baixo custo de obra. Se as

condições topográficas e hidrológicas forem favoráveis, o emprego da mesma justifica-se em

muitas situações, destacando-se:

• locais onde não há distribuição de eletricidade via a redes da concessionária. Em

fazendas, em que o uso de eletricidade é elevado, como é o caso da casa de

recuperação a ser analisada neste trabalho.

• locais onde os habitantes possuem uma baixa qualidade de vida.

• atendimento à programas de universalização do uso da energia elétrica, etc.

3.3.2 Vantagens

As microcentrais hidrelétricas são uma forma interessante de produção de energia, pois

representam uma forma de geração de energia limpa e renovável, com um baixo custo de

operação e manutenção, em comparação com outras formas de energia, e com condições de

atendimento as locais de difícil acesso. Além disso, tais empreendimentos hidroenergéticos

não geram nenhum risco de emissão de gases atmosféricos, durante a geração de eletricidade,

sendo o principal benefício ambiental das pequenas centrais o descolamento das emissões da

geração de eletricidade, repercutindo assim, um impacto positivo de proporção global

(ELS,2004).

Segundo Tiago Filho (2007), podem se relacionar algumas vantagens a utilização de energia

hidráulica, tais como:

• Produção de energia a uma taxa constante; sendo desnecessário o emprego de baterias

para armazenamento.

18

• Concepção simplificada que apresentam baixo custo de manutenção e implantação e

facilidade na operação.

• Utilização de uma tecnologia antiga, totalmente conhecida e aplicada.

• Apresenta o menor custo em relação a outras fontes de energia.

3.3.3 Classificação

A Classificação de uma central hidrelétrica é apresentada na tabela 4.

Tabela 4: Classificação da geração hídrica. Fonte: CERPCH (2011).

Hidrelétricas Potência

1. Grandes Centrais (CGH) Acima de 50 MW

2. Médias Centrais (UHE) De 30 a 50 MW

3. Pequenas Centrais (PCH) De 1 a 30 MW

4. Micro Central (MCH) De 20 até 100 KW

5. Pico Central (PCH) Até 20 KW

Tiago Filho (2006) refere-se à fonte de energia hidráulica no Brasil como três classes distintas

de empreendimentos: as Mini Centrais Hidrelétricas – mCHs (P ≤ 1000kW), as Pequenas

Centrais Hidrelétricas – PCH’s (1000kW < P ≤ 30000kW) e as Usinas Hidrelétricas – UHEs

(P > 3000kW).

3.3.4 Componentes de uma Microcentral Hidrelétrica

Segundo Tiago Filho (2007), pode-se dividir os componentes das microcentrais hidrelétricas

em dois grupos diferentes: as estruturas civis (barragem, captação e adução de água) e os

componentes hidromecânicos e eletromecânicos sendo que ambas são discutidas

posteriormente.

3.3.4.1 Barragem

A construção de uma barragem ligada a uma usina hidrelétrica pode ter três

finalidades: a concentração de um desnível de um rio para produzir uma queda, a criação de

um grande reservatório capaz de regularizar o deflúvio ou simplesmente o levantamento do

19

para possibilitar a entrada de água num canal, num túnel ou numa tubulação que a aduza para

casa de força (usinas de derivação). Uma barragem pode ser construída para mais de uma

finalidade, simultaneamente. Além disso, as barragens podem servir para outros fins, como

por exemplo, para navegação, para controle de cheias ou para irrigação (Schreiber, 1978).

Segundo Azevedo (2005), barragens homogêneas são aquelas executadas em solos

compactados. Embora a denominação homogênea, a seção destas barragens pode ser

construída com diversos tipos de solo e com diferentes características, desde que haja uma

característica predominante: o solo compactado. Estas barragens possuem no seu interior um

filtro drenante e na sua fundação a jusante um tapete drenante para controle do fluxo,

subpressões e intercepto de fluxo pelo corpo da barragem.

Conforme Tiago Filho et al.,(2008), as barragens podem ser de diversos materiais tais como

madeira, terra, pedra ou concreto e classificadas como de do tipo gravidade e infláveis de

borracha. As barragens do tipo gravidade são as mais utilizadas em micro e minicentrais

hidrelétricas, podendo ser classificadas em:

• Barragem à gravidade de concreto: são as mais comuns utilizadas atualmente.

• Barragem de enrocamento: são moldadas em pedras, e são empregadas onde as de

terra e as de alvenaria não são recomendadas.

• Barragens mistas: são aquelas que sua estrutura tem uma parte de terra e a outra de

enrocamento.

• Barragem de terra: é o método mais antigo usado para se reter água, e estão associadas

a um vertente em concreto ou pedra argamassada. A tabela 5 ilustra os diferentes tipos

de barragem de terra.

20

Tabela 5: Tipos de barragem de terra. Fonte: Adaptado de TIAGO FILHO et al.,(2008).

Barragem de

terra

Uso Ilustração

Material

Homogêneo

Quando o local

apresentar

jazidas de solo

em boas

condições.

Material Misto Quando o

volume de solo

bom não ser

suficiente para

construção de

toda barragem.

Núcleo

Permeável

Quando não

houver matéria

em boa

qualidade,

apresentando

apenas material

arenoso.

Cobertura

impermeabilizan

te

Constrói-se a

camada

impermeabilizan

te em face

montante da

barragem.

21

3.3.4.2. Tomada d’água

Segundo Nogueira e Tiago Filho (2007), a tomada d’água regulariza vazão de entrada e retira

as “sujeiras” por meio de grades,tais como folhas e galhos carregados pela fluxo d’água, além

de captar a água e leva-la até o sistema de adução.

Ligada diretamente à tubulação forçada que encaminha a água a casa de máquina ou,

dependendo da topografia local, capta a água e descarrega em um canal aberto de adução ou

em uma tubulação de baixa pressão que encaminhara a água até um local mais adequado onde

se implantara a tubulação forçada. (ELETROBRAS,1985). A figura 11 ilustra uma tomada

d’água vista de montante:

Figura 11: Tomada d’água vista de montante.Fonte: Nogueira e Filho (2007).

3.3.4.3. Sistema de adução:

Segundo Tiago Filho et al.,(2008), é um trecho com baixa declividade (baixa pressão)

apresentando um canal aberto, e outro com declividade mais acentuada (alta pressão)

apresentando assim, um conduto forçado ou utilizando uma chaminé de equilíbrio , nessa

transição de baixa para alta pressão encontra-se a câmara de carga.

22

Figura 12: Trecho de um canal de adução escavado em rocha, parte de um conduto forçado de baixa pressão. Fonte: Nogueira e Filho (2007).

3.3.4.4: Componentes hidromecânicos

É uma série de acessórios que permitem o controle e a proteção do sistema (válvulas,

comportas, grades, juntas de expansão), além de ser responsáveis também pela transformação

da energia hidráulica em energia elétrica (turbinas e geradores) os mesmos representam a

maior parcela de custo do empreendimento (TIAGO FILHO et al.,2008).

3.3.4.4.1 Turbinas Hidráulicas:

É o principal equipamento responsável pela primeira transformação de energia que ocorre em

uma central hidrelétrica (TIAGO FILHO et al.,2008).

As turbinas hidráulicas podem ser de ação ou reação. As primeiras englobam aquelas que

transformam somente a energia cinética da água, enquanto turbinas de reação convertem a

energia mecânico-hidráulica em energia mecânico-motriz (Siqueira, 2006). Estas são

explicadas abaixo:

• Turbinas de ação:

Segundo Nogueira e Tiago Filho (2007) ,quando ocorre a transformação da energia hidráulica

disponível em energia cinética para depois de incidir nas pás do rotor e se transformar em

energia mecânica: sempre ocorrendo em pressão atmosférica. Um exemplo desse tipo de

turbina é a Pelton que será detalhada a seguir:

23

-Turbina Pelton: constituída basicamente por um rotor, onde se fixa pás ou conchas, por uma

tubulação de adução que contém um ou mais injetores e por blindagens metálicas no caminho

da água. (ELETROBRAS,1985). A figura 13 apresenta um grupo gerador equipado com

turbina Pelton:

Figura 13: Turbina Pelton: (a) vista de uma turbina Pelton; (b) detalhe da incidência de água sobre uma turbina Pelton. Fonte:TIAGO FILHO et al. (2008).

• Turbinas de reação:

Caracteriza-se pelo rotor ser completamente afogado. Possui um tubo de sucção que

possibilita recuperar parte da energia cinética da água que deixa o rotor, um exemplo desse

tipo de turbina seria a Francis explicada a seguir.

• Turbina Francis:

Geralmente utilizadas em quedas inferiores a 10 metros, tem seu eixo geralmente na posição

horizontal, o que ajuda a instalação e a manutenção do gerador correspondente, porém as

deeixo na posição vertical possuem a vantagem de se colocar o gerador acima do nível

máximo da água. (ELETROBRAS, 1985). A figura 14 apresenta os três tipos de rotor de uma

turbina Francis:

24

Figura 14: Rotor Francis: a)Lento b)Normal;c) Rápido. Fonte: TIAGO FILHO et al. (2008).

O tipo de turbina hidráulica a ser instalada em um empreendimento pode ser selecionadas por

meio da combinação entresua rotação específica (nqA = 10³.Q0,5.n/(9,81.H)0,75 ) e a queda da

usina, como demonstra a figura 15.

Figura 15: Diagrama para seleção de turbinas em função do nqA e da queda da usina. Fonte: Souza et al. (2009).

3.3.4.4.2 Geradores:

Segundo Tiago Filho et al. (2008), é o elemento responsável pela conversão da energia

mecânica em energia elétrica, sendo a segunda conversão de energia em uma central

hidrelétrica.

25

Possuem rendimento elevado de 85 a 90%, sendo esta faixa de potência para uma

microcentral, sendo os mais utilizados os geradores do tipo síncronos, porém podem ser

também utilizados os de motores por indução, sendo que os mesmos possuem custo inicial e

manutenção menor, porém sua eficiência seja de 2 a 4% dos síncronos (NOGUEIRA e

TIAGO FILHO, 2007).

No mercado brasileiro, os geradores disponíveis podem ser geralmente classificados em dois

tipos: síncronos ou assíncronos (TIAGO FILHO et al.,2008).

Os geradores síncronos podem ser divididos em:

• Aquelesacionados por um motor ou por uma turbina hidráulica que possuem pólos

salientes, um enorme diâmetro e um pequeno comprimento axial além de ser

caracterizados por possuírem uma velocidade baixa.

Figura 16: Vista do rotor e estator de um gerador. Fonte: TIAGO FILHO et al. (2008).

• Quando são normalmente utilizados em centrais termoelétricas, são chamados de

turbugerador, pois possuem velocidades mais altas.

No caso de µCH e mCH não há impedimento de adequar a rotação síncrona do gerador ,

observando assim geradores de no mínimo 600 rpm. Quando geradores com velocidades mais

baixa exigem grandes números de pares de polos, exigindo máquinas com dimensões maiores,

o que torna muitas vezes o projeto inviável. (TIAGO FILHO et al.,2008).

3.3.5 Estudos de caso.

26

A seguir apresentam-se dois exemplos reais já implementados (conforme descritos por Tiago

Filhoetal., 2008).

a) A µCH Jatoarana

Localizada no IguarapéJatoarana, fica a aproximadamente 90 km de Belterra e a 140km de

Santarém, no Pará (Figura 17), visando a atender o consumo energético das comunidades de

Nova Olinda e Santa Luzia, ambas em regiões de planalto.

Figura 17: Localização do estado do Pará e da região. (TIAGO FILHO et al.,2008)

Com uma potencia instalada de 50 kW, a microcentral disponibiliza cerca 1kW para cada

residência no município, sendo o suficiente para alimentação de eletrodomésticos (geladeira e

televisão) bem como, a própria alimentação da iluminação de residências. Contou-se com a

simplicidade das instalações dos equipamentos, muito deles de fácil operação, tendo a sua

manutenção localmente o que garante a perenidade da central, e garantindo assim sua vida

útil. Optou-se assim pelo treinamento daqueles moradores da própria comunidade ou que já

tinha trabalhos desenvolvidos em atividades similares para a manutenção e operação da

central.

O arranjo apresentando (Figura 18) é de uma microcentral de desvio, com regime operando a

fio d’água, caracterizando um pequeno reservatório. O projeto dos componentes civis,

hidromecânicos e eletromecânicos foi realizando conforme as condições hidrológicas e

topográficas do local.

27

Figura 18: Arranjo da microcentral de Jatoarana. (TIAGO FILHO et al., 2008).

A µCH Jatoaranadeve abastecer, a carga da comunidade de forma interrupta, e foi um projeto

economicamente viável. Um dos principais benefícios é o grande desenvolvimento econômico

sustentável da comunidade, ou seja, uma melhor qualidade de vida para os membros da

comunidade visando a melhoria dos processos produtivos.

b) A µCH Aruã

Visando a suprir a energia elétrica da comunidade da Vila de Cachoeira do Aruã, que possuí

45 famílias residentes no local e mais 27 vivendo um pouco mais afastadas dali.

Localizada no Médio Amazonas, na confluência dos Rios Amazonas e Tapajós (Figura 19), a

cidade de Santarém, com sede a 36m acima do nível do mar, tem uma economia baseada na

agropecuária, no extrativismo e no comércio; porém, as atividades turísticas começam a

ganhar espaço, graças a beleza de suas praias.

Figura 19: Localização do estado do Pará e da região dentro do estado. (TIAGO FILHO et al.,2008)

28

Obteve-se uma vazão para o projeto de Aruã de 1,12 [m3/s]e uma altura total de queda líquida

de 7,28 m. A instalação de um pequeno grupo gerador de potência total igual a 50 kW,

resultou em uma potência instalada de 65 kVA, com um fator de potência de 0,8. Não se

dispunha de uma variação de vazão disponível, então o fator de capacidade adotado foi de

0,95 para eventuais manutenções.(TIAGO FILHO et al., 2008)

Para uma eventual expansão da potência de 50 kW para 100 kW, haverá a necessidade de

ampliação da casa de máquinas para receber as futuras estruturas hidráulicas.(TIAGO FILHO

et al., 2008)

O arranjo proposto para o aproveitamento energético (Figura 20), foi para uma microcentral

hidrelétrica de desvio, a fio d’água, sendo que não há formação de reservatório nem

acumulação de água pela barragem.

Figura 20: Arranjo da µCHAruã.(TIAGO FILHO et al., 2008)

O projeto de Aruã foi bem sucedido e se verifica em toda a comunidade, a transformação com

a chegada da energia elétrica. Os principais benefícios trazidos a comunidade podem ser

observados na figura 21.

29

Figura 21: Vantagens trazidas pela implementação do projeto no cotidiano.(TIAGO FILHO et al.,2008).

3.4. A energia fotovoltaica:

3.4.1 Radiação solar

Segundo Martins (2004), no nosso planeta a principal força motriz para processos térmicos,

dinâmicos e químicos é a radiação solar. O Sol emite energia que chega até a superfície e

propaga-se como energia radiante, ou radiação. A principal característica para um campo de

radiação é a radiância (intensidade de radiação) cuja grandeza se refere à quantidade de

energia radiante em um intervalo unitário de comprimento de onda que atravessa uma unidade

de área tomada perpendicularmente à direção considerada em um espaço de tempo. Após

obter-se a radiância, pode se conseguir outra grandeza de grande importância nos estudos de

radiação atmosférica: a densidade do fluxo de radiação.

Assim sendo, o Sol é responsável pelos principais processos de ordem física, química e

biológica, tanto animal quanto vegetal, também é responsável direto na disposição da energia

primária para todos os processos terrestres, desde a fotossíntese, até a evolução de

tempestades, que provocam situações meteorológicas adversas; por isso, a radiação solar é de

extrema importância para a vida na Terra (Souza et al., 2005).

A figura 22 mostra um esquema simplificado dos processos envolvidos no balanço radiativo

do planeta.

30

Figura 22: Interações da radiação solar com a superfície terrestre. Fonte: Martins (2004).

Segundo o CRESESB (2014), há uma dependência clara da radiação em relação às condições

climáticas e atmosféricas, já que não é toda radiação solar que chega a atingir toda a

superfície terrestre, devido a reflexão e absorção de raios pela atmosfera. Mesmo assim, a

energia solar incidente sobre a superfície terrestre é da ordem de 10 mil vezes maior que o

consumo energético mundial.

A Figura 23 apresenta o índice médio anual de radiação solar no País, segundo a ANEEL

(2005), e como pode se observar, os índices mais elevados de radiação são observados na

região Nordeste, com destaque para o Vale do São Francisco. É importante ressaltar ainda que

as outras regiões com menores índices também apresentam um grande potencial para o

desenvolvimento energético.

31

Figura 23: Radiação solar global diária - média anual típica (MJ/m2.dia).Fonte: ANEEL (2005).

3.4.2 Irradiância e insolação

Chama-se irradiância, a densidade de fluxo de radiação incidente sobre uma superfície, essa

atinge o topo da atmosfera e é expressa nas unidades Wm–2 (razão da potência pela área), a

mesma varia ao longo do ano, em pró dos efeitos astronômicos, principalmente aqueles que

envolvem à orbita da Terra em redor do Sol, sendo dependente de muitos fatores além

daqueles que interagem com a radiação eletromagnética com os constituintes da atmosfera da

Terra, sendo um processo complexo e de difícil descrição devida a influencia de numerosas

propriedades físicas que se encontra na atmosfera. (Martins, 2004).

Segundo Varejão (2001), a parte de energia solar que se propaga sem a necessidade de

presença de um meio material e é indicada pela quantidade de horas do dia que o disco solarse

mantém visível à superfície terrestre, em locais onde não há obstrução do horizonte é

chamado de insolação. O mapa da Figura 24 apresenta a média anual de insolação diária,

segundo a ANEEL (2005).

32

Figura 24: Média anual de insolação diária no Brasil (horas). Fonte: ANEEL (2005).

3.4.3 O sistema fotovoltaico

3.4.3.1 Introdução

Segundo Marini (2002), a energia fotovoltaica é uma solução bem interessante para locais de

difícil acesso que possuam muita radiação solar. Estes sistemas são geralmente usados para

geração de eletricidade para instalações de: bombeamento de água, refrigeração, iluminação,

telecomunicação, etc. Esse tipo de instalação está sendo cada vez mais utilizada, sendo uma

opção interessante à medida que sua confiabilidade aumenta e custo por watt diminui (vide

figura 5), tornando-os, uma alternativa interessante à rede elétrica para o suprimento da

energia elétrica em áreas rurais e regiões remotas.

A conversão solar fotovoltaica nos dias de hoje vem sendo cada vez mais cotada como um

meio de substituir os métodos mais conhecidos de geração de eletricidade, pois na época

atual, em que os problemas ambientais se agravam e as matérias primas se esgotam, torna-se

insustentável a exploração desenfreada dos combustíveis fósseis (Leva et al., 2004).

Segundo Leva et al. (2004), a energia fotovoltaica possui diversas vantagens tais como :

• Energia garantida mesmo em dias nublados;

33

• 12 volts de corrente continua;

• Sistema Modular leve; fácil instalação, manuseio e transporte, poder de ampliação de

acordo com sua necessidade;

• Vida útil de mais de 25 anos;

• Compatível com qualquer bateria; funcionamento silencioso;

• Manutenção quase inexistente;

• Não possui partes móveis que possam se desgastar;

• Não prejudicam o meio ambiente – emissões baixas durante o processo de produção e

nulas durante a operação

3.4.3.2 Componentes

3.4.3.2.1 Painel solar

Segundo Rosa (2007), geralmente composto por uma ou mais placas solares, são formadas

por células fotovoltaicas que tem a função de transformar a energia solar em energia elétrica.

O número de painéis a ser instalado é em função da potencia que deseja se alcançar. O que é

feito geralmente é juntar vários painéis para formar um conjunto com área suficiente para

atingir a tensão e potência desejadas. A figura 25 demonstra um poste com alimentação

fotovoltaica.

Figura 25– Poste com iluminação fotovoltaica em detalhe mostrando o painel, bateria de armazenagem de energia e lâmpadas. Fonte: Rosa (2007).

Sua principal função é de acionar as cargas ou carregar as baterias, quanto maior a área do

painel, maior a energia que podemos utilizar ou armazenar, sendo dependente da intensidade

do brilho do sol. (ROSA, 2007).

34

3.4.3.2.2. Bateria

Uma bateria é um conjunto de células ou vasos eletroquímicos, geralmente ligados em séries

ou em paralelos, que tem a capacidade de “guardar” a energia elétrica na forma de energia

química por meio de um processo eletroquímico de oxidação e redução, que ocorre no

interior. A um processo reverso quando se conecta uma carga elétrica a uma bateria, ou mais

simples dizendo a uma produção de corrente quando a conversão de energia química em

elétrica. (CRESESB, 2014).

De acordo com Rosa (2007), a principal função da bateria é acumulação de energia para que

se possa utiliza-la em situações que não haja a presença do sol ou quando a demanda de

energia for maior que a fornecida pelo sistema fotovoltaico. Ainda segundo o mesmo autor, é

recomendável se aplicar as baterias estacionárias de ciclo profundo, por possuírem vida útil de

4 a 5 anos.

3.4.3.2.3 Condutores e fusíveis

Os condutores são utilizados nos mesmos padrões dos sistemas de energia elétrica de baixa

tensão, que devem ser de cobre e com o termoplástico isolado. (ROSA, 2007). Já os fusíveis

tem a função básica de proteger os circuitos elétricos da ocorrência de curtos-circuitos Estes

são dimensionados para correntes menores que a corrente reversa que o módulo suporta.

(CRESESB, 2014).

3.4.3.2.4. Controladores de carga

É um componente eletrônico que controla o fluxo de energia dos sistemas que usam a bateria.

A figura 26 demonstra o esquema de um controlador de carga (ROSA, 2007). Eles

desconectam o gerador fotovoltaico quando a bateria estiver com uma carga plena e

interrompem a transmissão de energia quando o estado de carga da bateria estiver em um

nível mínimo de segurança. (CRESESB, 2014).

35

Figura 26– Esquema de um controlador de carga. Fonte: Rosa (2007).

3.4.3.2.5. Inversores

Segundo CRESESB (2014), inversores são dispositivos eletrônico que oferece energia elétrica

em corrente alternada (c.a), a partir de uma fonte de energia elétrica em corrente continua

(c.c) como demonstra a figura 27, tal energia é proveniente da baterias, células a combustível

ou módulos fotovoltaicos.

Figura 27– Exemplo de um inversor. Fonte: Rosa (2007)

São necessariamente instalados após o controlador de carga da bateria. Quando é alimentado

com tensão continua nos fornece em sua saída uma tensão alternada nas tensões de 110 ou

220 Volts, porem a uma perda de aproximadamente 10% de energia em sua conversão.

(ROSA, 2007).

36

3.5. A Resolução Normativa da ANEEL

A Resolução Normativa ANEEL nº 482/2012 define o Sistema de Compensação como um

meio de que toda energia ativa colocada por unidade consumidora com por qualquer meio de

geração distribuída é cedida à distribuidora local e depois compensada com o consumo de

energia elétrica ativa dessa mesma unidade consumidora ou de outra unidade consumidora de

mesma titularidade. O consumidor de energia elétrica implanta pequenos geradores em sua

unidade consumidora (painéis solares fotovoltaicos ou uma micro central hidrelétrica entre

outros), e a energia gerada é usada para compensar o consumo de energia elétrica da unidade.

Quando a geração for maior que o consumo, o saldo positivo de energia poderá ser aplicado

para abater o consumo do mês em que a energia gasta não for compensada pelos geradores.

Segundo a ANEEL (2014), para alguns usuários ligados em baixa tensão (grupo B), mesmo

que a energia injetada na rede seja superior ao consumo, será cobrado o pagamento pelo custo

de disponibilidade (Reais) isso equivale a 30 kWh (monofásico), 50 kWh (bifásico) ou 100

kWh (trifásico). Da mesma forma, o consumidor que está ligado em alta tensão (grupo A) será

cobrado apenas uma parcela da fatura que equivale à demanda contratada. A figura 28 ilustra

como funciona o Sistema de Compensação de Energia Elétrica.

Figura 28– Sistema de Compensação de Energia Elétrica. Fonte: ANEEL (2014)

37

Então, basicamente, o consumo de energia elétrica a ser faturado equivale à diferença, entre a

energia consumida e a energia injetada, se houver excedente de energia injetada que ainda não

tenha sido abatido no ciclo de faturamento corrente, a distribuidora usara essa diferença

positiva para abater o consumo medido em outro pontos tarifários, outras unidades

consumidoras de mesmo titulo ou em meses posteriores, como mostra a tabela 6 a seguir

mostrando como funciona para um consumidor do grupo B (Baixa tensão). (ANEEL, 2014).

Tabela 6: Exemplo de consumo e geração elétrica no primeiro trimestre. Fonte: ANEEL

(2014)

Mês

Consumo

(kWh)

Injetado

(kWh)

Crédito acumulado

(kWh)

Fatura sem

Geração

distribuida

Fatura com

Geração

distribuída Diferença

Janeiro 330 353 23 R$ 114,51 R$ 34,70 R$ 79,81 Fevereiro 360 360 23 R$ 124,92 R$ 34,70 R$ 90,22

Março 460 335 0 R$ 159,62 R$ 35,39 R$

124,23

Pode se observar na tabela 6 que no mês de janeiro o consumo da unidade consumidora (330

kWh) foi abaixo que a energia ativa injetada na rede (354 kWh), o que implica um crédito de

(23 kWh), que poderá ser utilizado para abater um consumo posterior, porém a uma taxa

mínima de disponibilidade (R$ 34,70) que devera ser pago ao mês de janeiro o mesmo se

aplicando ao mês de fevereiro onde o que se injetou foi exatamente o que se consumiu sendo

necessário o pagamento novamente da taxa de disponibilidade, já no mês de março o consumo

(460 kWh) foi maior que aquele injetado na rede (335 kWh) sendo possível a utilização do

crédito de 23 kWh gerado no mês de janeiro, fazendo uma analise mais profundo do mês de

março utilizou-se a seguinte equação para aFatura do mês de março = (Consumo – Injetado –

Crédito utilizado) x Tarifa energia , onde ainda sim pode se observar que houve um valor de

R$ 35,39 a se pagar.

4. Metodologia

4.1. Caracterização da área e medições em campo

Para obter os dados necessários para a implantação da micro-central hidrelétrica, foram

realizadas visitas na casa de Recuperação Nova Jerusalém. Esta conta com aproximadamente

38

25internos e está localizada no bairro Canta Galo, próximo ao Bairro Santa Rosa, no

município de Itajubá (MG). O local da casa de recuperação é de difícil acesso, contendo

estradas de condições precárias e cercado por uma mata fechada, fato que dificultou bastante a

utilização do DGPS que é utilizado para se obter uma maior precisão do GPS ele utiliza

técnica de correção diferencial, necessários para coletar de valores de cota.. A figura 29

mostra uma imagem vista de cima do local.

Figura 29– Local de implantação do trabalho. Fonte: Google Earth (2015)

Foram realizadas diversasvisitas a casa de recuperação, sendo a primeira em 15/10/2014 a fim

de fazer um reconhecimento da área e escolhado melhor local para a aplicação

damicrocentral.Durante a segunda visita em 10/02/2015 já foram feitas algumas medições de

cota com auxilio do DGPS (instrumento do Laboratório do IRN), e para a execução dessa

tarefa contou-se com o auxílio de três estagiários do laboratório de informações hídricas da

Universidade Federal de Itajubá (MG). Neste primeiro dia de medição, os resultados obtidos

foram insatisfatórios e apresentaram erro elevado, sendo então desprezados.

Sendo assim fez-se necessário uma terceira visita ao local para medição das cotas com o

DGPS, realizada no dia 02/03/2015 acompanhados desta vez, pelo Senhor Alexandre

Germano Marciano, técnico do laboratório de informações hídricas da Universidade Federal

39

de Itajubá (MG) que auxiliou no manuseio do instrumento. Os dados de cotas obtidos neste

terceiro dia de medição foram utilizados para definição do arranjo da Central.

Uma quarta e ultima visita foi realizada ainda no mês 03/08/2015, com objetivo de registros

fotográficos.

.

Foi realizada ainda, a mediçãode vazão nas três ultimas das 4 visitas. Para a medição da vazão

utilizou-seum recipiente de plástico de 30L posicionado no ponto de afluência da vazão para o

córrego Ao se verificar o tempo de enchimento deste recipiente com a ajuda de um

cronômetro, pode-se calcular a vazão local por meio da equação 1.

� = �/� (1)

Onde: Q = Vazão (l/s), V = Volume (l) e T = Tempo (s)

Como já discorrido anteriormente, foramfeitas três medições de vazões em períodos

diferentes.A primeira em uma seca aguda de meses e outras duas em semanas de chuva

intensa. A partir destes dados de vazãotentou-se obter uma série de vazões para o ponto da

barragem da microcentralutilizando relação de área entre postos fluviométricos

próximos.Entretanto, os valores obtidos pela transposição dos dados fluviométricos foram

muito menores que os medidos em campo, o que mostra que grandes erros são acarretados

quando se aplica a transposição de vazões entre dois pontos de áreas de drenagem muito

diferentes.

4.2. Avaliação energética da microcentral

Uma vez definida as cotas através do DGPS para obter-se a queda liquida (equação 2), foi

necessário o calculo da perda de carga equação 3.

�� = �� − ℎ (2)

ℎ = �. �. �²/�. 2� (3)

40

Onde: Hl = Queda liquida (m), Hb = Queda bruta (m) e � = Perda de carga (m), ℎ =

Perda de carga (m), f = fator de atrito segundo Swamee-Jain (m/m), L = comprimento

(m), V = velocidade (m/s), D = diâmetro (m) e g = gravidade (m/s²).

O fator de atritofoi calculado segundo a equação deSwamee-Jain, obtida emPorto(2006)

por meio da equação 4.

� = 0,25/[log ( ɛ�,�� + !,�"

#$%&,')]²

(4)

Onde: f = fator de atrito segundo Swamee-Jain (m), ɛ = rugosidade (m), Rey=

numero de Reynolds eD = diâmetro (m).

O número de Reynolds necessário para equação (4) se encontra na equação 5.

Obtendo-se a queda liquida pode-se calcular a potencia esperada do conjunto,

além da energia total fornecida pelo mesmo por meio das equações 6 e 7,

respectivamente

)*+ = �. �. 1000/10-� (5)

Onde: Rey= número de Reynolds, D = diâmetro (m) e V= velocidade (m/s).

. = �. ��. �. ɳ (6)

Onde: P = Potencia (kW), Q = vazão (m³/s), Hl = Altura liquida (m), g =

gravidade (m/s²) e ɳ = rendimento (%).

01 = .. � (7)

Onde: E = Energia da microcentral (kWh/ano), P = Potencia (kW), ∆t = tempo de operação

anual (h).

41

4.3. Cálculo dos componentes necessários a implantação microcentral hidrelétrica

Para um estudo mais completo da viabilidade técnica e econômica da microcentral,foi

necessário o dimensionamento de alguns componentes da microcentral hidrelétrica, tais como

a barragem, canal de fuga, tomada de água, além de definição do numero de polos do gerador.

4.3.1.Adução

Para se obter o diâmetro do conduto foi realizado um balanço da perda de carga e queda

liquida e custos da tubulação a fim de que se obtivesse o menor preço e a maior eficiência do

projeto.

Posteriormente prosseguiu-se com o teste da ocorrência de golpe de aríete. O Golpe de aríete

do projeto em questão foi calculado pela equação 8 pelo parâmetro de Micheaud, sendo L o

comprimento do conduto forçado; V= velocidade no conduto forçado;2 = 8s (adotado pelo

manual da Eletrobrás (2000) para obras em PCH). A verificação do golpe de aríete foi feita

por meio do parâmetro 3456 (equação 9) e do parâmetro3(equação 8),(Souza et al. 2009).

Calculou-se ainda, a celeridade da onda gerada na tubulação pela a equação 10. Se 3>3456 há

a ocorrência de transitórios hidráulicos e golpe de aríete.

7 = 2. �. ��. 8

(8)

79:; = 0,35. ��

(9)

= = 9900?48,3 + (B�. �

$)

(10)

Onde: = = Celeridade (m/s), D = diâmetro (m),e = espessura (m) e kt= coeficiente que leva

em consideração o módulo de elasticidade do material.

42

4.3.2.Canal de fuga

Para se efetuar o dimensionamento do canal de fuga foi utilizada a formula de Manning

(equação 11), obtida em Porto (2006). Obtendo-se a declividade do terreno (Io), variaram-se

as dimensões do canal a fim deseatender a vazão mínima desejada.

� = C. ()ℎ)DE. √GH

I (11)

Onde: Q = Vazão (m³/s),A = área (m²), D = Raio hidráulico (m),Io = declividade (m/m) e n =

coeficiente de Manning tem as dimensões (J�-KE).

4.3.3.Gerador

Para o dimensionamento do conjunto gerador foi necessário relacionar algumas formulas.

Primeiramente calculou-se a rotação da turbina de acordo com a equação 12, e posteriormente

a rotação e o seu numero de polos através das equações 13 (considerando-se um multiplicador

de velocidades deaumento de 3 vezes, a fim de que se obtivesse valores de rotação próprios de

geradores comerciais, disponíveis para compra) e 14 respectivamente todas retirados de Souza

(2009).

ɳ� = 39,4. √���

(12)

Onde: ɳt = rotação da turbina (rpm) , Hl = altura liquida (m) e diâmetro da turbina .

ɳ� = 3. ɳt (13)

Onde: ɳt = rotação da turbina (rpm) e o ɳ� = rotação do gerador (rpm).

ɳ� = 120. �IM

(14)

Onde: ɳg = rotação do gerador (rpm), f = frequência (Hz) e np = número de pólos.

4.3.4.Barragem

43

De acordo com o Manual Eletrobrás – Diretrizes para estudos e projetosde PCH (1999), a

seção típica recomendada para barragens de concreto com alturas até 10 m pode ser calculada

com base na geometria apresentada na figura 30.

Figura 30– Geometria para barragens de concreto até 2m. Fonte: Eletrobrás (1999).

A cota mínima da crista deverá estar 1,0 m acima da elevação do NA Normal do reservatório.

A mureta de proteção contra ondas deverá ter uma altura mínima de 30 cm e largura de 20

cm.

Verificação da estabilidade de barragem

Segundo Lemos (s/d),fim de se evitar o rompimento da barragem, a necessidade de estudar

algumas forças em seu corpo:

• Empuxos horizontais - exercidos pelo nível de água;

• Empuxos verticais - exercidos pela subpressão de água, o peso da água atuando sobre

os planos inclinados da barragem e o peso próprio da estrutura, além de empuxos

quaisquer exercidos por esforços externos.

Para o estudo da estabilidade da barragem deve-se levar em consideração além do peso

especifico do material , as condições estáticas da barragem em função da sua altura máxima,

nível d’água e do coeficiente de subpressão.

44

Pelo método de Contessine, dimensiona-se o triângulo básico figura 31de qualquer

tipo de barragem a gravidade.

Figura 31– Diagrama geral de forças atuantes e resistentes. (Lemos, s/d)

Para se determinar a força de subpressão utiliza-se da seguinte expressão:

NO = γágua. m. H. b (15)

Onde: γágua =peso especifica da água (kg/m³), FS = força de subpressão(kgf),H = altura da

lamina d’água (m), b = base da barragem (m)e m = coeficiente de subpressão.

Foram realizadas três condições de estabilidade para a barragem segundo Souza, Zulcy

(1992):

• Tombamento:

Considera o somatório de todos os momentos atuantes em relação ao pé da barragem,

adotando um coeficiente de segurança de 1,1, sendo necessária cumprir a seguinte

condição:

W XY > FST. W X= (16)

Onde: ∑ XY =Somatorio do momento resultante (kg/m³), ∑ X= = Somatório do momento

atuante (kgf/m³),FST = Fator de segurança ao tombamento.

45

• Cisalhamento:

Necessário seguir a seguinte condição:

_ > ∑ )ℎ�. �

(17)

Onde: τ = tensão admissível de cisalhamento do material (concreto = 20 kgf/m2), ∑ )ℎ =

somatório de força horizontal (kgf)e L = largura da barragem (10m).

• Escorregamento:

Necessário seguir a seguinte condição segundo Souza Zulcy (1992):

` > ∑ )ℎ∑ )a

(18)

Onde: φ=coef. de escorregamento (0,75 para o concreto)e ∑ )a = somatório de forças na

vertical (kgf).

4.3.5. Tomada d’água

Para dimensionamento da tomada d’água considerou-se um bocal acoplado na barragem de

sacos. Segundo Porto (2006), o dimensionamento do diâmetro de um bocal depende da vazão

e da carga acima deste, conforme demonstra a equação 15.

� = 0,82 b. (�)c4 d2��

(19)

Onde: Q = Vazão (m³/s), D o diâmetro do bocal (m) e H a carga d’água (m).

4.4. Estimativa energética do sistema fotovoltaico

Para a efetuação do calculo dos painéis fotovoltaicos, foi necessário consultar o site do

CRESESB, a fim de obter a média mínima mensal da irradiação de três cidades próximas ao

local do experimento, (Campo de Jordão SP, Passa Quatro MG e Lorena SP). Procurando-se

46

uma medida de conservação, utilizou-se o ângulo com maior valor mínimo mensal de

irradiação solar, a fim de se obter um fornecimento continuo de energia elétrica,

minimizando assim, o risco de falta de energia.

Segundo BHANDARI et al.(2014), para se calcular a energia utilizou-se a equação 20:

0 = C. G1. .). ɳ (20)

Onde: E = Energia do sistema fotovoltaico (kw/dia), A = Área (m²), PR = razão de

performance (%), ɳ = eficiência (%) e Im = média mínima de insolação das três cidades

(kWh/m².dia). Vale ressaltar que o PR (PerformanceRatio) designa a relação entre o

rendimento real e o rendimento esperado do sistema fotovoltaico, ou seja, são perdas de

energia propositadas por exemplo por fatores ambientais ou devidoaelevaçõesexageradas da

temperatura quando a eficiência de conversão de energia é reduzida (Bhandariet al., 2014).

Após ser obtida quantidade de energia produzida por m² de painel pode-serealizar uma

equivalência com a energia mínima consumida na casa de Recuperação Nova Jerusalém,

obtendo-se assim a área total de painéisnecessária. Vale ainda ressaltar que a área de

disponível para implantação dos painéis no terreno em questão é ampla e possui poucos

obstáculos, o que implica em sol o dia todo.

Houve também a necessidade de se adquirir um inversor (o que é desnecessário no caso de

micro central hidrelétrica), devido ao fato dos sistemas fotovoltaicos produzirem energia em

corrente continua, sendo necessária a transformação para corrente alternada.

4.5. Análise econômica

Para se realizar uma analise econômica do empreendimento é necessário construir um fluxo

de caixa que é um método de gestão que controla as movimentações financeiras de uma

empresa, em certo período de tempo.Em outras palavras, um fluxo de caixaé o controle de

todo capital que entra ou sai de uma empresa em um determinado período.

Após se obter os fluxos de caixa de ambos os projetos (fotovoltaico e a

microcentralHidrelétrica), foram analisadas três parâmetros para analise de viabilidade:

47

1. Valor presente líquido (VPL): uma fórmula matemática-financeira utilizada para

calcular o valor presente de uma série de pagamentos futuros descontando um taxa de

custo de capital estipulada. Ele existe, pois, naturalmente, o dinheiro que vamos

receber no futuro não tem o mesmo valor que o dinheiro no tempo presente. A

equação 21 refere-se ao calculo do VPL:

�.� = W Ne�(1 + f)g

h

gij− G

(21)

Onde: VPL = Valor presente líquido,FCt = Fluxo de caixa no período t, I = Investimento

Inicial , t = enésimo período no tempo em que o dinheiro será investido no projeto (começa no

período 1, quando há efetivamente o primeiro fluxo de dinheiro); e i = taxa de desconto.

2. Taxa interna de retorno (TIR): diz respeito à taxa de desconto na qual o VPL se iguala

a zero. Podendo ser comparada com a taxa mínima de atratividade (TMA) a é a taxa

de retorno de um projeto. O empreendimento é considerado atrativo quando a mesma

é maior ou iguala TMA. A TIR é dadapela a equação 22:

JG) = f ∗→ �.� = W Ne�(1 + f ∗)g

h

gij− G = 0

(22)

Onde: TIR = Taxa interna de retorno = i*.

3. Tempo de recuperação de investimento (Payback): Este parâmetro corresponde ao

tempo no qual o somatório anual do fluxo de caixa FC se iguala ao investimento

inicial I. Este Pode ser utilizado como indicador de viabilidade de um empreendimento

caso o tempo de recuperação do investimento seja inferior a vida útil do projeto. É

representada pela equação 23:

.=+�=mB = � → W Ne�g∗

gij= G

(23)

48

Para se analisar o fluxo de caixa são necessárias o calculo do Investimento Inicial (I) equação

24:

G = W eno�Ho (24)

Dois cenários foram utilizados para a análise de viabilidade econômica de ambos os

empreendimentos, a saber:

Cenário 1: Análise realizada conforme está definida a resolução 482 da ANEEL, onde há

necessidade de pagamento de um valor mínimo equivalente ao valor de 30 kWh (Sistema

monofásico) e caso toda energia produzida seja consumida o excedente é armazenado por até

36 meses (Figura 41).

Cenário 2: Análise realizada com a alteração proposta a resolução 482 da ANEEL, com

necessidade de pagamento de um valor mínimo equivalente ao valor de 30 kWh e com venda

da energia excedente (Figura 42).

49

5. Resultados

5.1. Caracterizações em campo e mediçãode vazão

A partir da primeira visita técnica já se podeestimar o ponto no qual seria alocado o eixo da

barragem, conforme a figura 32. Resolveu-se aproveitar o bolsão de água barrado por sacos já

implantado com a função de recreação para os internos. Para que se aumentasse a queda e

consequente energia passível de ser produzida optou-se pela implantação da casa de força na

cota mais baixa presente do terreno com local disponível para construção segundo a figura 33,

que já demonstra os valores de cota do terreno.

Figura 32: Local escolhido para alocação do eixo da barragem.

50

Figura 33: Valores de cota de terreno.

A partir do croqui produzido (por meio dos pontos coletados via DGPS) foi possível obter os

seguintes valores bases de cotas. Estes foram necessários para os cálculos posteriores (Tabela

7):

Tabela 7: Valores das cotas do terreno seguindo o croqui

Cota do nível d’água da barragem 1022,59m

Cota da casa de máquinas 983,5m

Distancia da casa de maquinas a barragem (L) 393m

Os resultados de vazão foram obtidos por meio da equação 1 são apresentados na tabela 8.Os

maiores dados de vazão foram obtidos em dias situados em semanas chuvosas, e os dados de

menor vazão foram obtidos em um período de uma seca intensa, caracterizado por meses sem

chuva, registrado no início do ano.

51

Tabela 8: Resultados de vazão medidas.

Repetição Q (l/s)

10/02/2015

Q(l/s)

02/03/2015

Q (l/s)

03/08/2015

1 3,4 9,4 9,4

2 3,8 11 9,0

3 3,6 9,8 7,9

4 3,8 10,1 9,1

5 3,8 8,6 8,2

Média 3,7 9,8 8,8

Pela observação da tabela 8, verifica-se que o valor mínimo de vazão foi obtido no mês

02/2015sendo igual a 3,4 [l/s] sendo que devida a falta de dados não se pode construir uma

curva de permanênciaoptando-se por adotar então uma vazão (Q) de 5 [l/s] e assumiu-se que a

usina poderá operar com esta vazão por 80% do ano (Sendo os 20% restantes para eventuais

manutenções). Contudo para trabalhos posteriores nesta região recomenda-se a utilização de

um modleo chuva vazão para melhor estimativa das vazões locais.

Todas as variáveis necessárias para o calculo da perda de carga (equação 3), foram retiradas

de Porto (2006) apresentadas na tabela 9. O diâmetro D foi obtidopor meio de um balanço

entre a perda de carga e o custo da mangueira PVC, escolhida para adução da barragem até a

casa de maquinas, segundo o fabricante RUBBERFAST (8,63 R$/m.polegada). O balanço

está apresentado na figura 34, em que se pode observar que até 4’’, a perda de carga é muito

elevada, e a partir de 4’’, o custo é que se torna muito elevado.Assim foi escolhido um

diâmetro de 4’’.

Figura 34: Relação entre perda de carga x custo de tubulação.

0

5

10

15

20

25

0

5000

10000

15000

20000

25000

0 2 4 6 8

D ''

Pe

rda

de

ca

rga

Cu

sto

tu

bu

laçã

o [

R$

]

Perda de carga Custo tubulação

52

Tabela 9: Valores das variáveis necessárias para o calculo da altura liquida (Hl).

Fator de atrito f 0,02

Comprimento L 393m

Velocidade V 0,62 m/s

Diâmetro D 0,1016 m (4’’)

Aceleração da gravidade g 9,81 m/s²

Número de Reynolds Rey 62659,43

Rugosidade absoluta ɛ 0,005 [mm]

Obtendo-se o valor de perda de carga (∆h) de 1,49 m, pode-se calcular a queda liquida Hl =

37,51m e, por meio da equação 6, um valor de potencia de 1,38kW. O rendimento adotado

foi de 75% devido a turbina escolhida já ter sido utilizada pelo proprietário da casa de

recuperação (vide seção 5.2.3 a descriçãoda escolha da turbina), produzindo uma energia

igual a 9460,8 kwh/ano (calculada a partir da equação 7).

5.2. Resultados dos componentes da microcentral hidrelétrica

5.2.1 Adução

Como citado anteriormente obteve-se o diâmetro da tubulação através da relação custo por

perda de carga, obtendo-se um diâmetro ótimo de 4’’. A verificação do golpe de aríete indicou

que não houve a presença de transitórios hidráulicos, pois o ξ calculado foi igual a 6,17,

inferior ao valor máximo de 13,65 desconsiderando o emprego de chaminé de equilíbrio. Já a

tomada d’água foi dimensionada utilizando a equação 15 usando um valor de carga de 0,5 m

(Tomada d’água ficaria 50 cm abaixo do NA da barragem) capturando uma vazão de 0,005

m³/s, o que resulta em um diâmetro de bocal D 0,05m, que pode ser considerado como sendo

2’’. Optou-se por construir a tomada como um bocal acoplado a barragem de sacos sem

grades, dado que o diâmetro da tubulação é pequeno. A partir deste bocal a água será

conduzida para a mangueira de PVC, responsável pela adução até a casa de força. Uma haste

de metal será adicionada junto ao conduto a fim de fixa-lo ao chão conforme a figura 35:

53

Figura 35: Haste de metal fixando o conduto ao terreno.

5.2.2 Canal de Fuga

Para o calculo do canal de fuga variou-se as dimensões do canal, definido como trapezoidal,

afim de atender a vazão mínima através da equação de Manning (equação 11), utilizando –se

um valor de n ( coeficiente de Manning) de 0,025 obtido em Porto (2006), característico de

canais escavados em terra, e uma declividade de 0,2 [m/m]obtido segundo analise do terreno

em CAD por meio dos dados do DGPS.Obteve-se por fim as seguintes dimensões para o

canal de fuga: (i) Altura de 5cm; (ii) Base menor de 7cm; (iii) Base maior de 16,8 cm e (iv)

Área da seção de 6cm2. A figura 36 apresenta as dimensões da seção necessária ao canal de

fuga.

54

Figura 36: Localização e dimensões do canal de fuga.

5.2.3 Turbina e Gerador

Optou-se pela restauração da turbina Pelton já presente no local (Figura 37). Esta possui

diâmetro de 0,4 [m] o que resulta, pela equação 12, em uma rotação de 600 rpm. Para o

calculo da rotação do gerador multiplicou-se por três a rotação da turbinadevido os geradores

comerciais funcionarem apenas em rotações mais elevadas, utilizando assim um multiplicador

de velocidades, obtendo-se um valor de 1800 rpm. O numero de polos do gerador foi então

calculado por meio da equação 14,sendo queno Brasil é utilizado uma freqüência de 60 Hz

para a rede elétrica, o que resultou então em um gerador com 4 polos.

Como pode se observar na figura 15, a turbina utilizada é compatível com o aproveitamento

local, dado que este possui Q = 5 [l/s] e H = 37 [m], (uma alta relação H/Q aproximadamente

igual a 7400) o que caracteriza um predomínio da queda com relação à vazão. Além disto,

segundo CECU (s/d), as turbinas Pelton estão aptas a operar em empreendimentos

microhidrelétricos, com vazões de 1 a 1000 [l/s] com quedas de 30 a 200 [m], faixa que

comporta os valores do presente trabalho.

55

Figura 37: Turbina Pelton da casa de recuperação estudada.

5.2.4 Barragem

Para o calculo eventual da barragem de concreto utilizou-se uma altura (H) de 2 metros,

eventualmente podendo dimensionar todas as suas dimensões seguindo a figura 30,

desconsiderou-se os cálculos de estabilidade devida à mesma ser inferior a 10m. Chegando ao

resultado segundo a figura 38:

56

Figura 38: Esquema da barragem de concreto.

Os resultados obtidos para a estabilidade da barragem estão apresentados abaixo:

• O primeiro passo foi calcular as forças resultantes dependentes do empuxo horizontal

(FH) obtendo um valor de 4500 kgf/m² a força de subpressão (FS) 1800 kgf/m² e as

forças devido ao peso do concreto iguais a G1 3750 kgf/m² e 1750 kfg/m² de G2.

• Após obtidas foi possível fazer os testes para tombamento, cisalhamento e

escorregamento , no qual foi reprovada apenas no teste de escorregamento sendo que o

coeficiente de escorregamento (0,75) deu menor que o somatório das forças (1,2),

sendo necessários ajustes para a correção do mesmo, já os outros dois testes foram

realizados com sucesso.

5.3. Resultados para o sistema fotovoltaico

Para o calculo do sistema fotovoltaico utilizou-se os dados da figura 39, que relaciona os

valores de maior mínimo mensal de irradiação de três cidades próximas (Campos de Jordão,

Lorena e Piquete) ao local de implantação. O valor de irradiação utilizado (I) foi obtido a

partir deuma média do três valores mínimos de cada cidade, a saber, 4,2 kWh/m².dia

57

Figura 39: Média mínima mensal de irradiação. Fonte: CRESESB (2012).

Com isso,pode calcular o valor de energia que 1 m² de painel possuía utilizando-se um PR de

80% segundo Bhandari et al.,(2014) e uma eficiência de 14% obtendo, assimpela equação

20um montante de energia 0,47 kwh/ dia.m².Pesquisou-se fornecedores de painel fotovoltaico

e obteve-se que para produção deste montante de energia é necessário uma potência de 140

Wp e uma área de 1m².Utilizou-se então, a média de energia consumida em cinco meses (449

kWh/ mês) (cedida pelo proprietário da Casa de Recuperação), segundo afigura 40, obtendo-

se um valor de 14,97 kwh/dia,a fim de se calcular a área de painéis necessária para o

suprimento da casa de recuperação, obtendo-se assim, um valor de 32 m² de área de painéis

fotovoltaicos.

Figura 40: Valores de energia consumida na casa de Recuperação Nova Jerusalém em 2015. Fonte: Cedido pelo Proprietário

4,25

3,8

4,55

0

1

2

3

4

5

6

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Irra

dia

ção

[k

Wh

/m²]

CJ

Lorena

PQ

0

100

200

300

400

500

600

Energia Consumida

(kWh)

58

5.4. Viabilidades econômicas

Para se analisar a viabilidade econômica de ambos os projetos foi necessário o cálculo do

custo de cada componente de ambos os sistemas. Os custos dos componentes da microcentral

foram obtidos separadamente em diversas fontes (Tabela 10). Já para o sistema fotovoltaico

completo considerou-se um custo de 8,73 [R$/Wp],custo completo de um sistema

fotovoltaico residencial, obtido em 2012 conforme sugerido por Abinee (2012) e corrigido

para 2015 por meio da calculadora do cidadão do Banco Central do Brasil. Ressalta-seque o

custo de manutenção e operação para o sistema fotovoltaico foi adotado como igual a 1% do

investimento inicial (Abinee, 2012), já a microcentral apresenta custos de operação e

manutenção em torno de2% do investimento inicial (U.S. Departmentof Energy, 2011).

Tabela 10: Custos dos equipamentos para a microcentral.

Equipamento Custo (R$) Fonte

Gerador 967,26 Queiroz1 (2010)

Gastos Civis 12000 Estimativa própria

Tubulação 13558 Rubberfast (2015)

Multiplicador de velocidade 339,57 Queiroz1 (2010)

Quadro de comando 209,853 Queiroz1 (2010) 1Custos obtidos em Queiroz 2010 e corrigidos para 2015 por meio da Calculadora do Cidadão do

Banco Central do Brasil

Por meio dos cenários descritos na metodologia, pode-se definir os fluxos de caixa nas figuras

41e 42:

Figura 41: Fluxo de caixa considerando a Resolução Normativa ANEEL nº 482/2012.

59

Figura 42: Fluxo de caixa para o segundo cenário onde o saldo energético é vendido.

Utilizando a equação 23 pode-se adquirir o valor de Payback de todos os cenários (Figura

43).Observa-se que o método do Payback indicou tempos de retornos positivos em todos os

casos, diferente dos parâmetros VPL e TIR que consideram a inflação. O cenário de melhor

resultado, onde o pagamento do empreendimento se dá é em 6anos, foi o cenário 2 da

microcentraHidrelétrica onde se propôs a melhoria da venda do saldo energético a Resolução

Normativa nº 482/2012 da ANEEL.

Figura 43: Resultado de Payback para: (a) MCH no cenário1. (b) MCH no cenário2. (c)

Sistema fotovoltaico no cenário1.(d) Sistema fotovoltaico no cenário 2.

60

Os resultados obtidos para o cálculo do VPL e TIR, seguindo a equação 21 e 22 e

considerando-se uma tarifa de 0,52 reais/kWh (Tarifa real local) e uma tarifa mínima de

venda de 0,26 reais/kWh, sãoapresentados na tabela11seguir. Os resultados obtidos por meio

do VPL e da TIR são mais confiáveis que os do método do Payback, dado que consideram a

variação de dinheiro no tempo gerido pela taxa de desconto anual. Esta foi adotada como

sendo igual aos juros da poupança (6% a.a), dado que se trata de um investimento pequeno

em uma propriedade rural.

.

Tabela 11: Valores finais obtidos Cenário Cenario1 Cenario2 Fonte/Parâmetro I (R$) TIR VPL (R$) I ( R$) TIR VPL (R$) Microcentral 27.074,68 2,87% -7.496,04 27.074,68 9% 8.234,23 Solar 39.110,40 2,91% -10.687,17 39.110,40 4% -8.390,49

Pela análise da tabela 11 observa-se que a consideração da possibilidade de venda do saldo

energético aumentou o VPl dos empreendimentos em 24%, 2000 reais no caso do painel

fotovoltaico onde o saldo energético era menor, e em mais de 100% no caso da microcentral,

fato que demonstra o quanto a restrição a comercialização do saldo energético imposta pela

resolução 482 limita a viabilidade do empreendimento, sobretudo, com o aumento da

produção energética.A implantação de painéis fotovoltaicos por sua vez não permitiu a

obtenção da viabilidade em nenhum dos cenários estudados, fato que demonstra que os altos

custos de implantação desta tecnologia ainda limitam o desenvolvimento desta forma de

geração no país.

61

6. Conclusões

O trabalho estudou a implantação e analise econômica de dois empreendimentos com a

intenção de suprir a energia consumida em uma casa de recuperação na zona rural da

cidade de Itajubá- MG. Os cálculos realizados permitiram a observação de que o painel

fotovoltaico além de produzir menos energia do que a microcentral hidrelétrica também

acarreta um investimento inicial muito maior.

Realizando-se os cálculos de viabilidade econômica perante os parâmetros VPL e TIR,

observou-se que de todos os cenários não apresentaram viabilidade apenas as

microcentrais hidrelétricas no segundo caso, o que implica que a resolução Normativa

Aneel 482 e um limitante para investimentos de projetos energéticos independentes.

Uma alteração resolução Normativa Aneel 482 foi proposta, na qual o microprodutor

pudesse comercializar seu saldo energético ao invés de mantê-lo estocado para uso

próprio. Neste cenário pode-se observar que houve um aumento significativos no valor do

VPL da uCH, o que demonstra a importância de alterações nesta norma que permitam a

ampliação da rentabilidade de projetos de microgeração no país, ainda incipientes.

62

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