Upload
lequynh
View
218
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC - como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DO CIMENTO PORTLAND POR RESÍDUO DE ROCHA ORNAMENTAL
EM ARGAMASSA Gabriel Furlanetto De Nes (1), Elaine Guglielmi Pavei Antunes (2)
UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense (1) [email protected], (2) [email protected]
RESUMO
A construção civil é um grande consumidor de recursos naturais e, portanto, a utilização de materiais alternativos pode contribuir para minimizar os impactos ambientais do setor. Neste trabalho, avalia-se o comportamento do resíduo de rocha ornamental (RRO), quando substituído parcialmente ao cimento Portland nos teores de 7%, 12%, 17% e 22%. Utiliza-se o traço de referência de 1:0,5:4 (cimento:cal:areia) e fixa-se a relação água/aglomerante em 0,52, sendo acrescentado um aditivo plastificante quando necessário. As argamassas são analisadas no estado fresco, através do índice de consistência. No estado endurecido, realizam-se os ensaios para a determinação das propriedades mecânicas de resistência à tração na flexão, resistência à compressão e o módulo de elasticidade. Avalia-se também o uso do RRO como um material pozolânico, para tal, verifica-se o atendimento dos requisitos mínimos repassados pela ABNT NBR 12653:2014. Os resultados indicam que o teor de substituição de 7% apresenta resistências mecânicas superiores, enquanto os traços de 17% e 22% se equiparam ao de referência. Em relação à adequação do RRO, perante a ABNT NBR 12653:2014, constata-se que alguns dos requisitos não são atendidos.
Palavras-Chave: Resíduo de rocha ornamental (RRO), Atividade pozolânica, Argamassa.
1 INTRODUÇÃO
Segundo a ABNT NBR 13281:2005 as argamassas são materiais com propriedades
de aderência e endurecimento, obtidas através da mistura de um ou mais
aglomerantes, agregados e água, contendo ou não aditivos. De acordo com Santos
(2008), as argamassas devem possuir algumas propriedades preponderantes, tais
como: plasticidade e aderência, no estado fresco, e, no estado endurecido, resistência
à abrasão, compressão, módulo de elasticidade, entre outras.
As argamassas têm grande uso nas edificações e, conforme o tipo de utilização, são
divididas em dois grandes grupos: as argamassas de assentamento e as argamassas
de revestimento. Conforme Tozzi (2009), a argamassa de assentamento deve ser
preparada para unir blocos, tijolos, pedras, azulejos e pisos cerâmicos. Já, a
2 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
argamassa de revestimento tem como principal objetivo proteger a edificação contra
as ações externas, além de melhorar o conforto termoacústico.
Segundo John (2000), a indústria da construção civil é uma grande consumidora de
recursos naturais, colocando este setor como o maior consumidor.
De acordo com Hoppe Filho (2016), a incorporação de adições minerais à composição
do cimento Portland é, atualmente, vital para a indústria cimenteira, haja vista as
vantagens econômicas e ambientais permitidas. A redução no consumo de clínquer e
a adequada destinação de resíduos justificam a crescente utilização das adições
minerais, pois insere o cimento Portland nos preceitos da sustentabilidade. Nesta
contextualização, encontram-se os resíduos oriundos do beneficiamento das rochas
ornamentais, que são comumente chamados de RRO (resíduos de rochas
ornamentais). Consoante a Apolinário (2014) a extração de rochas ornamentais
cresce aceleradamente e, consequentemente, há um aumento na quantidade de
resíduos gerados. Estes resíduos podem ficar acumulados em pátios, descartados em
lagos ou córregos, e, por conseguinte, provocar sérios danos ao meio ambiente.
No processo de beneficiamento das rochas ornamentais, segundo Gonçalves et al
(2001), são gerados resíduos na extração do bloco, na serragem, no polimento e no
acabamento. O resíduo RRO gerado nas etapas de serragem, polimento e
acabamento, normalmente são dispostos na forma de lama, pois estas etapas
costumam ser realizadas com água. A lama, conforme Apolinário (2014), quando
fluída pode afogar as plantas e depreciar o solo, e, quando seca, a inalação da poeira
é danosa à saúde. A reutilização do RRO na cadeia produtiva constitui-se em uma
alternativa de fonte de matéria-prima que pode amenizar um problema ambiental.
O RRO, de acordo com sua origem pode ter propriedades aglomerantes quando em
uso conjunto com o cimento Portland, pois pode enquadrar-se como material
pozolânico. A pozolana tem como principal propriedade a capacidade de reagir e se
combinar com o hidróxido de cálcio e, assim, formar compostos estáveis de poder
aglomerante, tais como: silicatos e aluminatos de cálcio hidratados. Em cimento
Portland com a adição de material pozolânico, o hidróxido de cálcio liberado pela
hidratação dos silicatos, reagem a pozolana, resultando em uma produção extra de
silicatos de cálcio hidratados, que são produtos mais estáveis do cimento hidratado.
(OLIVEIRA e BARBOSA, 2006).
Essa pesquisa tem como objetivo analisar a influência da substituição parcial do
cimento Portland por resíduo de rocha ornamental (RRO) em argamassas. Para tal,
3 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
avalia-se a atividade pozolânica, através da verificação do atendimento dos requisitos
mínimos repassados pela ABNT NBR 12653:2014. Posteriormente, analisa-se a
influência do RRO nas resistências à tração na flexão, à compressão e o módulo de
elasticidade dinâmico das argamassas.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa foi desenvolvida em cinco etapas que estão apresentadas,
esquematicamente no fluxograma apresentado na Figura 01.
Figura 01 – Fluxograma de metodologia.
Fonte: Do autor, 2017.
A primeira delas consiste na caracterização dos componentes utilizados na confecção
da argamassa, que são: cimento Portland, cal, areia, água, aditivo plastificante e,
principalmente, o RRO. Após, foi definido o traço da argamassa de referência e os
percentuais de substituição do cimento Portland pelo RRO. O terceiro passo, refere-
se aos ensaios, estado fresco e estado endurecido, realizados nas argamassas em
4 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
estudo. A quarta etapa refere-se a análise da potencial atividade pozolânica do RRO
e, posteriormente, fez-se à avaliação e análise dos resultados.
2.1 MATERIAIS
2.1.1 CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS
O cimento Portland utilizado foi CP II–Z–32, conforme a classificação da ABNT NBR
11578:1991. Com área específica de 1,239m²/g, verificado por meio do equipamento
Quantachrome, modelo Nova 1200e.
A cal hidratada pertence à classe CH III, atendendo aos requisitos da ABNT NBR
7175:2003.
Para a produção de alguns traços de argamassa utilizou-se aditivo plastificante com
intuito de manter-se a relação água/aglomerante. O aditivo é composto por resinato
de sódio, trata-se de um líquido escuro, isento de cloretos e com densidade de 1,03
g/cm³.
O agregado miúdo utilizado trata-se de uma areia média lavada quartzosa com
módulo de finura de 2,37 e diâmetro máximo característico de 2,4 mm, verificados de
acordo com a ABNT NBR NM 248:2003. A massa específica de 2,36 g/cm³, valor
determinado conforme a ABNT NBR NM 52:2009.
Utilizou-se água potável em todas as fases do trabalho, diretamente da rede de água
da concessionária local. A água empregada segue as prescrições da ABNT NBR
15900-1:2009.
2.1.2 RESÍDUO DE ROCHA ORNAMENTAL (RRO)
O resíduo de rocha ornamental (RRO) utilizado foi proveniente de indústrias de
beneficiamento de rochas ornamentais, situadas no vale Araranguá, no extremo sul
do estado de Santa Catarina. Fez-se a coleta do resíduo em algumas empresas do
ramo e, após, efetuou-se a mistura do RRO dos diferentes fornecedores. A Figura 02
(A) apresenta o RRO antes da coleta, no seu local de deposição, e a Figura 02 (B) o
resíduo após secagem.
5 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
Figura 02 – RRO na coleta e RRO seco.
Fonte: Do autor, 2017.
2.1.3 CARACTERIZAÇÃO DO RESÍDUO DE ROCHA ORNAMENTAL
A análise química do RRO foi realizada através do espectrômetro de fluorescência de
raios X, marca Panalytical, modelo Axios Max. Após a coleta do resíduo, colocou-se
em estufa com temperatura de 105 °C, durante 24 horas, posteriormente, secou-se as
amostras em estufa até massa constante. A amostra (RRO), foi triturada com um rolo
de ágata, homogeneizada e quarteada. Após o quarteamento é moída em moinho
anelar de carbeto de tungstênio para melhor homogeneização.
O ensaio de granulometria foi feito pelo método de difração a laser, por meio de um
granulômetro, modelo CILAS 1064L.
O equipamento utilizado para o ensaio de determinação do índice de desempenho
com cimento Portland aos 28 dias, foi a prensa EMIC, modelo PC200CS. O ensaio
seguiu o procedimento da ABNT NBR 5752:2014, onde visa analisar se o RRO possui
características pozolânicas. A ABNT NBR 12653:2014 especifica que a resistência
mínima da argamassa composta pelo resíduo seja de 90% em relação a argamassa
de referência. A argamassa é composta por cimento CP II-F, quatro frações de areia
(grossa, média grossa, média fina e fina), conforme especificado na ABNT NBR
7214:2015 e água. Foram moldados 12 corpos de prova cilíndricos, com dimensões
5,0 cm x 10,0 cm, sendo que, passaram por processo de cura inicial, nos moldes, a
temperatura de 23 ± 2°C durante as primeiras 24 h, posteriormente curados por
imersão em água até completar os 28 dias.
A determinação da atividade pozolânica com cal aos sete dias foi realizado com a
prensa EMIC, modelo PC200CS, o ensaio seguiu o procedimento preconizado da
A B
6 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
ABNT NBR 5751:2015, que visa analisar se o RRO possui características pozolânicas.
A ABNT NBR 12653:2014 especifica que a argamassa, composta por hidróxido de
cálcio P.A., quatro frações de areia (grossa, média grossa, média fina e fina), água e
o resíduo tenha uma resistência mínima de 6 MPa, conforme especificado na ABNT
NBR 7214:2015. Foram moldados 3 corpos de prova cilíndricos, com dimensões 5,0
cm x 10,0 cm, sendo que, passaram por processo de cura inicial, nos moldes, a
temperatura de 23 ± 2°C durante as primeiras 24 h, posteriormente foram mantidos
em estufa com temperatura de 55 ± 2°C, até 4 ± 0,5 h. Sequencialmente, foram
desmoldados e capeados com enxofre para o ensaio de ruptura à compressão.
Para a identificação das fases cristalinas do RRO, utilizou-se a técnica de difração de
raios X (DRX), por meio de um difratômetro Shimadzu, modelo XRD-6000 radiação k-
α com tubo de cobre de comprimento de onda (λ) de 1,5406 Å operando com 25 kV
de voltagem e 25 mA de corrente elétrica.
Realizou-se o ensaio de termogravimetria (TG) e análise térmica diferencial (DTA)
para a identificação de perdas de massa em altas temperaturas, indicativo da
reatividade do resíduo (RRO). Os teores foram submetidos às análises térmicas no
equipamento Netzsch, modelo STA 449 F3 Jupiter. Para o ensaio foram adotadas as
seguintes condições: taxa de aquecimento de 10 °C/min, ar sintético, intervalo de
temperatura de 35 a 1000 °C. A partir dos ensaios foram obtidas curvas de
termogravimetria (TG) e análise térmica diferencial (DTA).
2.2 ARGAMASSA
Foi adotado um traço de 1:0,5:4 (cimento:cal:areia) como referência, com base no
estudo de Santos (2011). A quantidade de água foi definida após o ensaio do índice
de consistência, segundo as diretrizes da ABNT NBR 13276:2016.
Para o estudo adotou-se cinco tipos de traços, sendo um deles o de referência e os
demais com substituições parciais do cimento Portland por RRO. Os teores de
substituição foram de 7%, 12%, 17% e 22% e foram definidos com base em pesquisas
já realizadas com o RRO, dentre os quais destacam-se os trabalhos desenvolvidos
por Apolinário (2014), Gonçalves et al (2001), e Santos et al (2012). De acordo com
os trabalhos estudados os teores de substituição ao cimento Portland oscilam em 5%
a 20%, portanto, adotou-se substituições nestes intervalos, mas em valores pouco
estudados, a fim de aumentar-se o conhecimento nestes pontos. Para facilitar o
7 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
entendimento e visualização, codificou-se as argamassas de acordo com o percentual
de substituição, por exemplo, o traço com 22% de substituição é chamado de TS22
(traço com substituição parcial do cimento Portland por 22% de RRO), e assim
respectivamente para os demais, conforme apresenta a Tabela 01.
Tabela 01 – Características das argamassas.
Amostras Traços (Cimento: RRO: Cal: Areia) % de substituição
TS0 1:0:0,5:4 0
TS7 0,93:0,07:0,5:4 7
TS12 0,88:0,12: 0,5:4 12
TS17 0,83:0,17:0,5:4 17
TS22 0,78:0,22:0,5:4 22
Fonte: Do autor, 2017.
2.2.1 ARGAMASSAS NO ESTADO FRESCO
2.2.1.1 ÍNDICE DE CONSISTÊNCIA
Foi verificado o índice de consistência conforme a ABNT NBR 13276:2016, que
recomenda consistência de 260 ± 5 mm. Através deste ensaio foi possível obter a
relação água/aglomerante para cada traço.
2.2.2 ARGAMASSAS NO ESTADO ENDURECIDO
2.2.2.1 DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECANICAS
O equipamento utilizado para o ensaio à compressão foi a prensa EMIC, modelo
PC200CS e para o ensaio de tração na flexão foi a prensa EMIC, modelo DL10000.
O ensaio para determinação da resistência à tração na flexão e à compressão foi
realizado aos 28 dias e executado de acordo com a ABNT NBR 13279:2005.
Conforme a norma, foram utilizados três corpos de prova de 4 cm x 4 cm x 16 cm para
cada traço utilizado. Aos 28 dias foram realizados os ensaios.
O equipamento empregado para o ensaio do módulo de elasticidade dinâmico, através
da propagação de onda ultrassônica, foi o transdutor de ondas de cisalhamento 250
8 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
Khz, da marca Proceq. O ensaio foi realizado aos 28 dias de acordo com ABNT NBR
15630:2008 e utilizou-se três corpos de prova de 4 cm x 4 cm x 16 cm para cada traço.
Fez-se também o ensaio de difração de raios X (DRX), o ensaio de termogravimetria
(TG) e análise térmica diferencial (DTA), com os mesmos equipamentos já
mencionados no item 2.1.3.
2.2.2.2 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV)
O ensaio de microscopia eletrônica de varredura (MEV), foi realizado com um aumento
que possibilitou a visualização da porosidade das argamassas.
As amostras para a realização deste ensaio foram produzidas a partir de corpos de
prova moldados especificamente para este ensaio, posteriormente cortou-se com
disco diamantado e com isomet e deixou-se em formatos de cubos. Aos 28 dias foi
realizado a análise das amostras com auxílio do microscópio eletrônico de varredura,
modelo EVO MA10, da marca Carl Zeiss.
2.2.2.3 LIXIVIAÇÃO
Efetuou-se o ensaio de lixiviação pelo método de testes de resíduos perigosos SW
846, método 3050B. Analisou-se o TS7, pois foi o traço que obteve os melhores
resultados mecânicos, conforme será abordado no item 3.4. O ensaio visou avaliar a
estabilidade química dos resíduos, quando em contato com soluções aquosas,
permitindo assim verificar o grau de imobilização de contaminantes. (CAUDURO;
ROBERTO, 2002). Este ensaio atendeu as prescrições da ABNT NBR 10004:2004 e
ABNT NBR 10005:2004.
2.2.2.6 ÁREA SUPERFICIAL ESPECÍFICA - BET
O ensaio de área superficial específica foi obtido por meio do Quantachrome, modelo
Nova 1200e. A amostra passou por um processo de desgaseificação primeiramente
com o objetivo de eliminar possíveis obstruções ou umidade adsorvida na superfície
da partícula. Após, foram conduzidas à condição de temperatura constante em banho
com nitrogênio líquido e submetidas à pressão com nitrogênio gasoso, no qual as
moléculas de nitrogênio são adsorvidas pela superfície da partícula.
9 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados obtidos foram apresentados e discutidos, com o intuito de analisar a
influência do RRO quando em substituição parcial por cimento Portland nas
argamassas. Os ensaios de tração na flexão e à compressão, módulo de elasticidade
dinâmico, foram analisados por meio do método de análise de variância (ANOVA). Já,
os outros resultados foram interpretados de forma comparativa e qualitativa.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO RESÍDUO RRO
3.1.1 ANÁLISE QUÍMICA
Conforme a ABNT NBR 12653:2014 o RRO deve apresentar alguns requisitos
mínimos quanto a sua composição química, tais como: SiO2 + Al2O3 + Fe2O3 ≥ 50%,
para a classe E, ≥ 70%, para a classe N e C. O resíduo atingiu um resultado de 84,1%,
atendendo a todas as classes. A perda ao fogo, citada na norma, deve ser menor ou
igual a 10% para uma pozolana classe N e ≤ 6% para uma pozolana classe C e E. O
resíduo atingiu um resultado de 1,4%, atendendo a todas as classes. Com base nos
resultados de análise química do RRO, o composto químico SO3 não foi verificado em
sua composição. A análise química é apresentada na Tabela 02.
Tabela 02: Composição química do RRO obtida por FRX.
Análise química realizada em março
Elementos Teor (%) Elementos Teor (%)
Al2O3 14,6 Li2O -
CaO 4,2 BaO 0,2
K2O 3,6 CO2O3 < 0,1
MgO 2,0 Cr2O3 < 0,1
MnO 0,1 PbO < 0,1
Na2O 3,1 SrO 0,1
P2O5 0,4 ZnO < 0,1
SiO2 64,9 ZrO2+HfO2 < 0,1
TiO2 0,8 Perda fogo 1,4
B2O3 - Fe2O3 4,6
Fonte: Autor, 2017.
10 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
Álcalis disponíveis (Na2O e K2O) não devem exceder à 1,5%, o resíduo atingiu um
resultado de 5,5%, tal característica o descaracteriza como material pozolânico, no
entanto, a comprovação deve ser realizada através da determinação do teor de álcalis
disponíveis conforme o ensaio da ABNT NBR NM 25:2003. Este ensaio tem a função
de verificar se, de fato, estes álcalis estão ativos. De acordo com Figueiredo (2017) o
alto teor de álcalis (Na2O e K2O) são causadores de eflorescências nas argamassas.
3.1.2 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
Perante a análise granulométrica o RRO atendeu aos parâmetros estabelecidos pela
ABNT NBR 12653:2014 que define um limite mínimo de finura para as pozolanas, em
que o percentual máximo retido na peneira 45μm tem que ser inferior a 20%. A
amostra do resíduo possui 91,09% passante na peneira 45μm.
Através da análise granulométrica, pode-se obter os valores de diâmetros efetivos
passantes nas peneiras, sendo que, 10% das partículas possuem granulometria
inferior de 2,86 µm, 50% inferior a 18,63 µm, 90% inferior a 43,63 µm e o diâmetro
médio de 21,30 µm.
A Figura 03 refere-se a curva de distribuição dos tamanhos das partículas do RRO.
Figura 03 – Curva de distribuição dos tamanhos das partículas do RRO.
Fonte: Do Autor, 2017.
11 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
3.1.3 DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE DESEMPENHO COM CIMENTO
PORTLAND AOS 28 DIAS
Através dos resultados obtidos, apresentados na Tabela 03, verificou-se que a
argamassa com o RRO não atendeu a especificação normativa quanto o índice de
desempenho com cimento Portland aos 28 dias, da ABNT NBR 12653:2014, que
prescreve uma resistência média, em relação a argamassa de referência, de no
mínimo 90%. A argamassa RRO atingiu uma resistência de 59,30% em relação a
referência.
Tabela 03 – Ensaio de resistência à compressão.
Amostras Média (MPa) Desvio padrão
Argamassa de Referência 28,69 2,73
Argamassa com RRO 18,01 1,91
Fonte: Do autor, 2017.
3.1.4 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE POZOLÂNICA COM CAL
Através dos resultados obtidos verificou-se que a argamassa com o RRO não atendeu
a especificação normativa quanto a atividade pozolânica com cal aos sete dias, da
ABNT NBR 12653: 2014, que prescreve uma resistência média mínima de 6MPa. A
argamassa com RRO obteve uma resistência média de 1,25 MPa e um desvio padrão
de 0,41.
3.1.5 DIFRAÇÃO DE RAIOS X (DRX) DO RRO
A difração de raios X (DRX) do RRO é constituída por fases cristalinas de óxido de
silício (Quartzo) e potássio sódio alumínio silicato (Sanid). Através da Figura 04,
percebe-se que o RRO possui um pequeno halo amorfo na posição característica de
26,7º e, assim, pode-se inferir que o material apresenta poucas características
amórficas. A ausência de uma banda difusa presente no difratograma, halo amorfo,
caracteriza a inexistência de estrutura amorfa, portanto, não passível de atividade
pozolânica, conforme Hoppe Filho (2016).
12 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
Figura 04 – Difratograma de raios X (DRX) do RRO.
Fonte: Do autor, 2017
3.1.6 ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL E TERMOGRAVIMETRIA (TG/DTA) DO
RRO
Figura 05 – Análise Termogravimétrica (TG/DTA) do RRO.
Fonte: Do autor, 2017.
(µ.a
)
13 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
A Figura 05 apresenta a termogravimetria e a análise térmica diferencial, curvas
(TG/DTA), do RRO. Observou-se que o resíduo teve uma perda de massa de
aproximadamente 0,75%, característica típica de um material composto por feldspato,
o que também foi comprovado no ensaio de difração de raios X do RRO, e análise
química com a presença de óxidos alcalinos. Na faixa de temperatura de 620°C a
710°C, ocorre um desprendimento do material, provavelmente a decomposição de
algum carbonato de cálcio com liberação de CO2.
3.2 DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE CONSISTÊNCIA
Através do resultado da relação água/aglomerante de TS22, foi fixada a relação
água/aglomerante de 0,52. Este foi o traço que necessitou menor quantidade de água
para atender a consistência, 260 ± 5 mm, especificada pela ABNT NBR 13276:2016,
sem aditivo.
Comprovou-se por meio do ensaio de área superficial específica – BET, realizado para
o cimento Portland e RRO, que a área superficial específica do cimento é maior que
a do RRO. Os valores encontrados, para a área especifica, foram de 1,24 m²/g e de
1,07 m²/g, cimento e RRO, respectivamente. Quanto maior a área específica, menor
o diâmetro dos grãos, portanto maior a necessidade do uso de água para envolver
todos os grãos. Nos demais traços houve a necessidade do uso de aditivo plastificante
para atender a consistência requerida pela ABNT NBR 13276:2016. Os resultados
estão dispostos na Tabela 04.
Tabela 04 – Determinação da relação água/aglomerante e da consistência.
Amostras Relação Água/Aglomerante
Aditivo (%) Consistência (mm)
TS0 0,52 0,70 258,00
TS7 0,52 0,20 262,25
TS12 0,52 0,25 259,00
TS17 0,52 0,16 257,75
TS22 0,52 0 255,25
Fonte: Do autor, 2017.
14 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
3.3 DIFRAÇÃO DE RAIOS X (DRX) DOS TRAÇOS
Realizou-se o ensaio de difração de raios X (DRX) para a argamassa de referência e
para as argamassas com os distintos percentuais de substituição. Os traços são
constituídos por fases cristalinas de Hidróxido de cálcio Ca(OH)2, comumente
chamada por Portlandita, Carbonato de cálcio (CaCO3), também chamada por Calcita,
e Quartzo ( SiO2).
Figura 06 – Difratograma de raios X (DRX) dos traços.
Fonte: Do autor, 2017.
Com base na Figura 06, percebe-se que os traços TS0, TS7 e TS12 apresentaram
como pico principal o elemento químico Calcita, seguido pela Portlandita e Quartzo. O
TS17 e o TS22 apresentaram como pico principal o Quartzo, seguido pela Calcita e
Portlandita.
Portanto, todos os traços apresentaram os mesmos cristais, no entanto, percebe-se
que as argamassas, TS17 e TS22, com maiores percentuais de RRO apresentaram
(µ.a
)
15 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
picos mais acentuados de Quartzo. Sendo que, o Quartzo é o pico mais acentuado do
RRO o que demonstra sua predominância e provável baixa reatividade do RRO.
3.4 DETERMINAÇÃO DA TRAÇÃO NA FLEXÃO E À COMPRESSÃO
Após a análise estatística dos resultados verificou-se que não há variância entre TS0,
T17 e TS22. Através do ensaio de resistência à tração na flexão, obteve-se um maior
resultado no TS7 e TS12, com 24,45% e 3,39% em relação ao TS0.
Em comparação ao estudo de Apolinário (2014), as argamassas obtiveram resultados
similares. Apesar da utilização de teores de substituição serem diferentes, com
percentuais de 5%, 10%, 15% e 20%, os melhores resultados, para a pesquisa de
Apolinário (2014), foram obtidos nos percentuais de 5 e 10%. Neste trabalho obteve-
se resultados de resistências à tração maiores com os teores de 7% e 12%.
Os resultados do ensaio de resistência da tração na flexão e à compressão estão
dispostos na Tabela 05.
Tabela 05 – Resultados dos ensaios de resistência da tração na flexão e à compressão.
Tração Compressão
Amostras Média (Mpa) 28 dias
Desvio padrão Média (MPa) 28 dias
Desvio padrão
TS0 2,77 0,04 8,89 0,12
TS7 3,45 0,13 11,91 0,46
TS12 2,87 0,26 7,56 0,24
TS17 2,64 0,35 8,40 0,04
TS22 2,56 0,28 8,39 0,4
Fonte: Do autor, 2017.
Perante a resistência à compressão, após a análise estatística, verificou-se que não
há variância entre TS0, T17 e TS22, o que demonstra um resultado positivo, pois
retirou-se 22% da massa do cimento, por exemplo, e substitui-se por RRO sem perda
significativa de resistência. Somente no TS12 houve uma redução de resistência
14,86% em relação ao TS0, o que demonstra um indicativo da importância de se
refazer tal traço, para que se possa ter maior confiabilidade nos resultados.
16 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
Em comparação ao estudo de Apolinário (2014), os resultados não seguiram a mesma
linha, pois no referido trabalho, o aumento de resistência ocorreu em 5% e 10% de
substituição em relação ao traço de referência. Enquanto, nesta pesquisa, o aumento
foi verificado somente para o traço TS7, com 34,12% em relação ao TS0.
3.5 DETERMINAÇÃO DO MÓDULO DE ELASTICIDADE DINÂMICO ATRAVÉS DA
PROPAGAÇÃO DE ONDA ULTRASSÔNICA
Segundo a análise estatística, o RRO não influenciou no coeficiente de Poisson. O
coeficiente de Poisson é a razão entre a deformação transversal e longitudinal
quando, um corpo de prova é submetido a uma carga de compressão axial (SILVA E
FORTES, 2011). O comportamento da argamassa mostrou-se regular, ou seja, os
valores são estatisticamente iguais e consequentemente as amostras estão, com seus
aglomerantes e agregados, bem distribuídos. Os resultados do ensaio de módulo
estão dispostos na Tabela 06.
Tabela 06 – Resultados dos ensaios de módulo dinâmico através da propagação de onda ultrassônica.
Amostras Coeficiente de Poisson
Módulo (GPa) Desvio Padrão
TS0 0,20 11,70 0,24
TS7 0,20 15,07 0,13
TS12 0,21 14,65 0,39
TS17 0,21 15,36 0,46
TS22 0,20 16,46 0,12
Fonte: Do autor, 2017.
Nos resultados de módulo, o TS22 foi o maior valor obtido, com 16,46 GPa, com um
aumento de 40,68% em relação ao TS0. Os traços TS7, TS12 e TS17 não
apresentaram diferenças significativas entre si. É importante mencionar que todos os
traços com substituição por RRO obtiveram valores superiores ao TSO. Isso
demonstra a possível atuação do RRO como filler, de preenchimento dos espaços
vazios, melhorando o empacotamento das partículas.
O efeito filler é definido pelo preenchimento dos vazios entre as partículas do cimento
por grãos, aumentando assim a compacidade do material (HANNA WADA, 2010).
17 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
Figura 07 – Pulso de ondas gerados pelo transdutor transversal.
Fonte: Do autor, 2017.
Na Figura 07 estão os pulsos ondas gerados pelo transdutor transversal dos teores.
Através da amplitude (V) e do tempo de propagação (µs), tem-se a mensuração do
coeficiente de Poisson e o módulo de elasticidade dinâmico. Diferenciou-se os valores
dos teores através do primeiro pico do gráfico e do tempo associado a primeira grande
amplitude do gráfico após a chegada das ondas longitudinais.
Observa-se que houve um acréscimo na velocidade de propagação de ondas
ultrassônicas e no módulo de elasticidade, conforme o aumento de substituição do
RRO.
Primeiro pico Primeira grande amplitude
Primeiro pico
Primeira grande amplitude
18 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
3.6 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV)
Figura 08 – MEV das amostras.
Fonte: Do autor, 2017.
A Figura 08 apresenta as imagens obtidas do ensaio de microscopia eletrônica de
varredura (MEV), o TS0 apresentou uma maior quantidade de poros em relação aos
traços com teores de RRO. A medida que se aumentou o percentual de substituição
do cimento Portland por RRO, houve um preenchimento dos vazios, isso ocorre pela
possível predominância de filler no resíduo.
TS0
Mag = 100 X
200 µm
Mag = 100 X
200 µm
Mag = 100 X
200 µm
Mag = 100 X
200 µm
Mag = 100 X
200 µm
TS12
TS22 TS17
TS7
19 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
3.7 LIXIVIAÇÃO
O ensaio de lixiviação analisou os parâmetros no extrato do resíduo obtido segundo a
ABNT NBR 10005:2004, não apresentaram concentrações acima dos limites máximos
da ABNT NBR 10004:2004, caracterizando o resíduo como não tóxico, sendo
classificado como não perigoso – classe II.
O ensaio de corrosividade resultou da análise da massa bruta e caracterizou o resíduo
como não corrosivo com pH = 11,3, não ultrapassando o limite estabelecido pela
norma ABNT NBR 10004:2004 que é de 12,4.
Através dos ensaios de corrosividade, lixiviação e das características físico-químicas
do resíduo, o TS7 é classificado como não perigoso - Classe II segundo a norma ABNT
NBR 10004:2004.
3.8 TERMOGRAVIMETRIA E ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL DOS TRAÇOS
Figura 09 – Análise termogravimétrica (TG/DTA) dos traços.
Fonte: Do autor, 2017.
Segundo Hoppe Filho (2016), a atividade pozolânica se caracteriza pelo consumo de
Portlandita para a formação de novos C-S-H (silicatos de cálcio hidratados), portanto
quanto menor a presença de Portlandita no compósito cimentício, levanta-se a
20 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
hipótese de o RRO possuir características pozolânicas. Sabe-se que a Portlandita tem
sua estrutura decomposta, normalmente, entre 380ºC a 480ºC, por conseguinte,
quanto maior a perda de massa nesta faixa de temperatura, acredita-se, que o
percentual de reações pozolânicas terem acontecido foram menores.
Com base nos resultados do ensaio de termogravimetria e análise térmica diferencial
verificou-se que na faixa de temperatura, 380°C a 480°C, houveram perdas de massa
de, aproximadamente, 4,8%, 5,3%, 4,6%, 4,8% e 5,4%, respectivamente, de TS0,
TS7, TS12, TS17 e TS22. Todas as argamassas obtiveram perda de massa similares
entre si, fato que demonstra a baixa reatividade pozolânica do RRO. E, por
conseguinte, comprova os resultados de índice de atividade pozolânica aos sete dias
e índice de desempenho com cimento Portland aos 28 dias, além da difração de raios
X.
4 CONCLUSÃO
Os resultados obtidos a partir da caracterização do RRO, análise química, IAP com
cal e índice de desempenho com cimento Portland aos 28 dias, demonstram que não
atendem os requisitos da ABNT NBR 12653:14, portanto não podem ser considerados
materiais pozolânicos. O ensaio de DRX demonstra o cristal, constituinte do resíduo,
como o cristal predominante o óxido de silício (Quartzo) e o potássio sódio alumínio
silicato (Sanid). Através do ensaio de termogravimetria e análise térmica diferencial,
verifica-se que o RRO possui pouca reatividade pozolânica. No ensaio de resistência
à tração na flexão e compressão a amostra TS7 apresenta as maiores resistências
mecânicas. O coeficiente de Poisson não apresenta diferenças nos resultados. No
ensaio de módulo de elasticidade dinâmico, o maior resultado apresentado foi a
amostra TS22, e, menor para a amostra TS0. O ensaio do MEV comprova o efeito
filler. No ensaio de lixiviação a amostra TS7 foi classificada como não perigoso.
5 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
A fim de contribuir com esta pesquisa e dar seguimento aos estudos relacionados ao
RRO, alguns outros estudos podem ser realizados para promover um melhor
resultado e maior confiabilidade à pesquisa, podendo ser:
21 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
Refazer o ensaio do TS12, onde não se pode explicar com os resultados obtidos.
Fixar a relação/aglomerante, sem utilizar aditivos, não necessariamente atender a norma de consistência.
Estudar novos traços e utilizar percentuais abaixo de 7%.
Fazer ensaio de Chapelle modificado.
Avaliar a atividade pozolânica do resíduo em argamassas com cimento CP I ou CP V.
Fazer várias amostras do resíduo, em diferentes empresas de beneficiamento de mármores e granitos, posteriormente fazer um comparativo.
Fazer o ensaio de álcalis disponíveis (ABNT NBR 25:2003).
6 REFERÊNCIAS
APOLINÁRIO, Elenice Carmo de Abreu. INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DO RESÍDUO PROVENIENTE DO CORTE DE MÁRMORE E GRANITO (RCMG) NAS PROPRIEDADES DE ARGAMASSAS DE CIMENTO PORTLAND. 2014. 193 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Ambiental Urbana, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7175: Cal hidratada para argamassas – Requisitos. Rio de Janeiro, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11578: Cimento Portland composto – Especificação. Rio de Janeiro, 1991. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13276: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação do índice de consistência. Rio de Janeiro, 2016. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13279: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da resistência à tração na flexão e à compressão. Rio de Janeiro, 2005. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15900-1: Água para amassamento do concreto – Parte 1: Requisitos. Rio de Janeiro, 2009.
22 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15630: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação do módulo de elasticidade dinâmico através da propagação de onda ultra-sônica. Rio de Janeiro, 2008. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12653: Materiais pozolânicos — Requisitos. Rio de Janeiro, 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5752: Materiais pozolânicos — Determinação do índice de desempenho com cimento Portland aos 28 dias. Rio de Janeiro, 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12653: Materiais pozolânicos - Requisitos. Rio de Janeiro, 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5751: Materiais pozolânicos - Determinação da atividade pozolânica com cal aos sete dias. Rio de Janeiro, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos sólidos - Classificação. Rio de Janeiro, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10005: Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólido. Rio de Janeiro, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NM 25: Materiais pozolânicos - Determinação do teor de álcalis disponíveis. Rio de Janeiro, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 52: Agregado miúdo – Determinação da massa específica e massa específica aparente. Rio de Janeiro, 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 248: Agregados – Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro, 2003. CAUDURO, Fernando; ROBERTO Sebastião, AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE TESTES DE LIXIVIAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS. Florianópolis, 2002.
23 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
FIGUEIREDO JÚNIOR, Geraldo Josafá de. PATOLOGIAS EM REVESTIMENTOS DE FACHADAS – DIAGNÓSTICO, PREVENÇÃO E CAUSAS. 2017. 92 f. Monografia (Especialização) - Curso de Construção Civil, Engenharia de Materiais e Construção, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017. GONÇALVES, Jardel Pereira; MOURA, Washington Almeida; MOLIN, Denise Carpena Coitinho dal. AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DO
RESÍDUO DE CORTE DE GRANITO (RCG), COMO ADIÇÃO, EM PROPRIEDADES
MECÂNICAS DO CONCRETO. 2002. 02 v. Monografia (Especialização) - Curso de Engenharia civil, Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, Porto Alegre, 2001. HOPPE FILHO, Juarez; GOBBI, Andressa; PEREIRA, Eduardo. Atividade pozolânica de adições minerais para cimento Portland (Parte I): Índice de atividade pozolânica (IAP) com cal, difração de raios-X (DRX), termogravimetria (TG/DTG) e Chapelle modificado. 2017. 18 f. Curso de Ciências Exatas e das Tecnologias, Universidade Federal do Oeste da Bahia, Barreiras, 2017. JOHN, V. M. Reciclagem de resíduos na construção civil: Contribuição para metodologia de pesquisa e desenvolvimento. São Paulo, 2000. 113p. Tese (Livre Docência) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Construção Civil.John (2000). LISBÔA, Edvaldo Monteiro. OBTENÇÃO DO CONCRETO AUTOADENSÁVEL UTILIZANDO RESÍDUO DO BENEFICIAMENTO DO MÁRMORE E GRANITO E ESTUDO DE PROPRIEDADES MECÂNICAS. 2004. 144 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2004. LUZ, Adão Benvindo da; COELHO, José Mario. Rochas e Minerais Industriais. 2005. 17 f. Cetem, Rio de Janeiro, 2005. MENEZES, R. R.; FARIAS FILHO, J.; FERREIRA, H. S. Reciclagem de resíduos da construção civil para a produção de argamassas. 2009. 8 f. - Curso de Engenharia Civil, Engenharia de Materiais, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, 2009. OLIVEIRA, M. P. de, BARBOSA, N. P. Potencialidades de um caulim calcinado como material de substituição parcial do cimento portland em argamassas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. v.10, n.2, p.490–496, 2006. SANTOS, Heraldo Barbosa dos. ENSAIO DE ADERÊNCIA DAS ARGAMASSAS DE
REVESTIMENTO: Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Construção Civil Escola de Engenharia da UFMG. 2008. 50 f. Monografia (Especialização) - Curso de Engenharia Civil, Ufmg, Belo Horizonte, 2008.
24 Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil
UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense – 2017/02
SANTOS, R. A.; LIRA, B. B.; RIBEIRO, A. C. M. ARGAMASSA COM SUBSTITUIÇÃO DE AGREGADO NATURAL POR RESÍDUO DE BRITAGEM DE GRANITO. 2012. 5 v. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal da Paraíba – Laboratório de Ensaio de Materiais e Estrutura, Paraíba, 2012. SANTOS, White José. Argamassa de alto desempenho. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, MG, Julho de 2011. SILVA, Juliana Santos Guedes; FORTES, Adriano Silva. Fissuração nas argamassas de revestimento em fachadas. Universidade Católica do Salvador, Salvador, 2011. TOZZI, Adriana Regina; CURI, Carlos Eduardo; GALLEGO, Rafael Fernando Tozzi. SISTEMAS CONSTRUTIVOS NOS EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS. Curitiba: IESDE BRASIL AS, 2009. WADA, Patrycia Hanna. Estudo da Incorporação de Resíduos de Cerâmica Vermelha na Composição de Concreto para Uso em Estacas Moldadas In Loco. 2010. 109 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil, Unesp, Ilha Solteira, 2010.