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Conhecer as propriedades do sistema elétricode potência se faz importante por diversasrazões, dentre elas: confiabilidade, segurança eeconomia. Aliar os conceitos que envolvem apropagação de ondas nas linhas de transmissãoem corrente contínua com a cada vez maisdifundida prática da geração distribuída surgecomo uma boa alternativa de estudos. Sabendodisso, este trabalho objetiva mostrar toda ametodologia, execução e os conceitos quesubsidiam a criação de um simulador didáticono software MATLAB®, trazendo para ousuário a experiência de acompanhar osfenômenos existentes nas ondas propagantespor um número limitado de barras, permitindoa visualização gráfica em tempo real de seucomportamento através de seus recursos nestetrabalho detalhados.
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1
ANLISE DA PROPAGAO DE ONDAS
VIAJANTES EM UMA LINHA DE
TRANSMISSO HVDC COM GERAO
DISTRIBUDA ATRAVS DA
ELABORAO DE UM SIMULADOR
DIDTICO.
Autor: Daniel Carlos de Carvalho Crisstomo
RESUMO
Conhecer as propriedades do sistema eltrico
de potncia se faz importante por diversas
razes, dentre elas: confiabilidade, segurana e
economia. Aliar os conceitos que envolvem a
propagao de ondas nas linhas de transmisso
em corrente contnua com a cada vez mais
difundida prtica da gerao distribuda surge
como uma boa alternativa de estudos. Sabendo
disso, este trabalho objetiva mostrar toda a
metodologia, execuo e os conceitos que
subsidiam a criao de um simulador didtico
no software MATLAB, trazendo para o
usurio a experincia de acompanhar os
fenmenos existentes nas ondas propagantes
por um nmero limitado de barras, permitindo
a visualizao grfica em tempo real de seu
comportamento atravs de seus recursos neste
trabalho detalhados.
Palavras Chave: Propagao de ondas,
simulador didtico, gerao distribuda
1. INTRODUO
O estudo de fenmenos transitrios utilizando
conceitos de propagao de ondas
eletromagnticas em linhas de transmisso
aliados anlises envolvendo gerao
distribuda se tornam bastante pertinente nos
dias atuais, visto que o interesse nesta ultima
tem aumentado consideravelmente em razo da
reestruturao do setor de energia eltrica,
necessidade de aproveitamento de diferentes
fontes primrias de energia, avanos
tecnolgicos e maior conscientizao sobre
conservao ambiental (COSTA et al., 2005).
Simuladores de transitrios eletromagnticos
fornecem solues numricas para as tenses
nas barras no sistema de potncia. Os detalhes
dos transientes de tenso so revelados atravs
da representao grfica destas solues ao
longo de um intervalo de tempo. No entanto, a
variao da tenso ao longo da linha de
transmisso, referido como o perfil de tenso,
normalmente no calculado. Uma vez que as
tenses nos terminais so conhecidos como
uma funo de tempo, o perfil de tenso ao
longo da linha de transmisso pode ser obtido
usando equaes de ondas viajantes 2007).
Conceitos ondas viajantes podem ser melhor
compreendidos atravs da utilizao tcnicas de
visualizao avanadas. A animao um dos
mtodos de visualizao, que podem ajudar a
explicar a complexa comportamento tempo-
espao das ondas que viajam durante faltas ou
outros distrbios. Programas de simulao no
domnio do tempo calcular o sinais de tenso se
apenas com terminais de linha. No entanto,
animao de transientes fornece a variao do
perfil de tenso de linha de transmisso.
Entender o comportamento de ondas que
viajam tambm importante para as tcnicas de
localizao de defeitos, que utilizam conceitos
de onda viajante (EVRENOS AKLEMAN, 2007).
Atravs do manuseio da ferramenta Matlab,
objetiva-se criar um programa que oferea uma
interface para o usurio atribuir as tenses de
entrada condizentes s fontes de tenso
oriundas da filosofia de gerao distribuda,
para o programa calcular os valores necessrios
e, atravs de sua funcionalidade de animao,
poder mostrar ao usurio da forma mais
didtica possvel, o comportamento do sistema.
2. HVDC (HIGH VOLTAGE DIRECT
CURRENT)
Conhecida pela sua alta confiabilidade e
funcionalidade em casos especiais, a tecnologia
de transmisso em HVDC (Alta Voltagem em
Corrente Contnua) vem crescendo
ultimamente, e surge como a nica opo
varivel tecnologia CA (SIEMENS, 2015).
Jardini (2010) ainda pontua 3 circunstncias
onda este tipo de transmisso fundamental
para a melhor eficincia do sistema. So elas:
Suprimento de energia para ilhas; Sistemas
com frequncias diferentes; Sistemas com
potencial problemas de estabilidade
eletromecnica
2
As razes para a escolha de HVDC em vez de
AC para transmitir o poder em um caso
especfico geralmente so numerosos e
complexos. Ou HVDC necessria ou
desejvel do ponto de vista tcnico, ou seja,
controlabilidade. Ou HVDC resulta em um
investimento total inferior, incluindo as perdas
inferiores, e / ou ambientalmente superior.
Em muitos casos, links de HVDC so
justificados com base em uma combinao de
vantagens tcnicas, econmicas e ambientais
(ABB, 2015).
3. PROPAGAO DE ONDAS
ELETROMAGNTICAS EM LINHAS
DE TRANSMISSO
Nesta sesso, sero abordados os principais
conceitos que subsidiam a anlise dos
fenmenos que envolvem os transitrios
eletromagnticos que ocorrem quando frentes
de onda percorrem uma linha de transmisso.
3.1.MODELO DE LINHA DE
TRANSMISSO SEM PERDAS
Para as anlises feitas nesse trabalho, no sero
consideradas as perdas ocasionadas pela queda
de tenso na resistncia inerente s redes, aqui
adotadas como R. A Figura 1 mostra o esquemtico da linha:
Figura 1: Modelo de linha de transmisso em parmetros distribudos
Fonte: (ZANETTA JNIOR,2003)
A anlise apurada do sistema, considerando
artifcios como o uso da transformada de La
Place, leva s seguintes concluses
equacionadas (Zanetta Jnior, 2003):
( )
( )
(1)
e
( )
( )
(2)
Onde a soluo geral de (1) pode ser
interpretada da seguinte forma:
( ) ( ) ( )
( ) ( )
(3)
para:
( ) (4)
E chamando a velocidade de propagao v de:
(5)
tem-se
( )
(6)
Aplicando a anti-transformada, a Eq.(3) no
domnio do tempo agora :
( ) (
) (
) (7)
Onde a onda que se propaga no sentido do eixo x (positivo, onda progressiva), e , se propagando no sentido contrrio da frente
anterior (negativa, onda regressiva), onde a
tenso total obtida pela superposio das duas
componentes. Alm disso, conclui se que a
onda tem uma velocidade de propagao v, ao longo da linha de transmisso que, registrar
tenses sempre do mesmo valor.
3.2.IMPEDNCIA CARACTERSTICA
EM LINHAS SEM PERDAS
A impedncia caracterstica de uma linha de
transmisso sem perdas dada pela equao
(8). Para este caso especfico, ela tem o
comportamento de uma resistncia, e
chamada de impedncia de surto (Zanetta
Jnior, 2003).
(8)
Este fato bastante importante para fins de
modelagem, pois no sentido de propagao de
uma onda, esta, mantm as propriedades de
tenso e corrente, ou seja, esto em fase e na
mesma forma, diferindo por um fator de
3
proporcionalidade. Assim, pode-se modelar a
linha como uma resistncia.
3.3. PROPAGAO DE ONDAS EM
DESCONTINUIDADES REFLEXO E REFRAO
Em sistemas de potncia, quando ondas de
tenso (principalmente) se deparam com
descontinuidades em meio a sua propagao,
ocorrem fenmenos que merecem uma anlise
mais apurada, para antever problemas como a
sobretenso. As principais causas dessas
descontinuidades em circuitos de parmetros
concentrados so encontradas devido
presena de resistores, indutores, capacitores, e
em parmetros distribudos, devido linhas de
transmisso com caractersticas diferentes
(ZANETTA JNIOR, 2003). Este sub-tpico
abordar os principais tipos de
descontinuidades presentes no sistema, bem
como as equaes necessrias para sua
modelagem e interpretao.
3.3.1. Linhas com impedncias caractersticas diferentes
Imagina-se a situao onde existam duas linhas
de transmisso, conectadas em srie. Porm,
cada uma possui uma impedncia
caracterstica, Z1 e Z2, caracterizando uma
descontinuidade nesse ponto de conexo, como
mostrado na Figura 2. Neste ponto, assume-se
que h a mesma tenso em ambos os lados,
alm das mesmas correntes (ZANETTA
JNIOR,2003).
Figura 2: Descontinuidade na linha de transmisso
Fonte: (ZANETTA JNIOR,2003)
Como visto em (7), a soluo prope que
qualquer que seja o ponto na linha de
transmisso, haver como resultado a formao
de ondas progressivas e regressivas.
Inicialmente, h a presena da onda incidente vi
se propagando na linha 1, e, ao chegar no ponto
de descontinuidade, a formao de ondas
refletidas (se movimentando no sentido
contrrio incidncia da primeira onda), e a
onda transmitida (dando continuidade no
sentido da onda incidente). A Figura 3 mostra a
distribuio das ondas ao atingir a
descontinuidade:
Figura 3: Tenses na descontinuidade
Fonte: (ZANETTA JNIOR,2003)
Onde:
v1+ a onda incidente; v1
- a parcela da onda
refletida; v2+
a parcela da onda transmitida ou
refratada;
A mesma anlise feita para a corrente, onde:
i1+ a onda incidente; i1
- a parcela da onda
refletida; i2+
a parcela da onda transmitida ou
refratada
A partir da:
(9)
e
(10)
Obtm se
(11)
Assim, tomando a relao entre as ondas
incidente e refletida ( e
), convenciona se como o coeficiente de reflexo , dado por:
(12)
Sabendo da relao:
(13)
Rearranjando a equao, obtm se uma relao importante: o coeficiente de
transmisso :
(14)
4
Para fins de anlises mais especficas, citam-se
na Tabela 1, casos importantes em se tratando
das linhas de transmisso:
Tabela 1. Situao da Linha de transmisso e
seus respectivos coeficientes
Condio Coeficientes de transmisso e
reflexo Linha com terminal
em vazio
( )
( )
Terminal de linha em
curto circuito
( )
( )
Terminal de linha
com resistncia
( )
( )
Terminal de linha
com indutncia
( ) ( ) ( )
( )
( ) ( )
( ) ( )
Terminal de linha
com capacitncia
( ) [
] ( )
( ) [
] ( )
Terminal com
ramificaes
( )
( )
( )
( )
Fonte: Adaptada de (ZANETTA JNIOR, 2003)
3.3.DIAGRAMA DE TRELIAS
(LATTICE)
Conhecidos os coeficientes de transmisso e
reflexo para variadas situaes onde as linhas
de transmisso possam estar, cabe agora, nesta
sesso, representar a propagao de ondas
nestas atravs de um modelo que envolva
tambm os tempos de trnsito das linhas
envolvidas (Zanetta Jnior, 2003). Esse modelo
de linha baseado na sua impedncia
caracterstica de cada linha, e no seu tempo de
trnsito. Este ltimo, para uma linha finita de
comprimento l, calculado como:
(26)
Para o caso de um trecho genrico de uma
Linha de transmisso, a representao dos
coeficientes de transmisso e reflexo
(previamente calculados) no tempo esto na
Figura 4:
Figura 4: Ondas com reflexes no tempo
Fonte: (ZANETTA JNIOR,2003)
A partir do diagrama mostrado na Figura 5,
pode se traar a tenso nos terminais 1 e 2 a
partir das equaes abaixo:
( ) ( ) ( )
( )
(27)
( ) ( )
( )
(28)
A Figura 5 mostra uma aplicao do diagrama
de trelias em um circuito simples, no qual
percebe-se a variao de tenso nos seus
terminais gerados a partir dos coeficientes de
transmisso e reflexo:
5
Figura 5: Exemplo de propagao e suas implicaes nas tenses
Fonte: (ZANETTA JNIOR,2003)
4. IMPLEMENTAO DO SIMULADOR
Conhecida a teoria que envolve os fenmenos
decorrentes da propagao de ondas e suas
implicaes para o sistema, usa-se o
conhecimento para a construo de um
simulador para fins didticos, de menor
proporo, se comparada a complexidade do
sistema eltrico de potncia atual e a
distribuio de suas linhas de transmisso. A
principal finalidade do simulador, ser mostrar
em tempo real o comportamento dos nveis de
tenso, quando estas ondas encontram
descontinuidades, atravs de um visualizador
grfico. Alm do mais, uma interface grfica
ser disponibilizada para o usurio, permitindo
que este tenha a liberdade de variar os valores
envolvidos nas equaes, e possa ter a
percepo da influncia de cada parmetro
dentro da problemtica. Objetivando realizar
tais atribuies, ser utilizado o software
Matlab para a execuo das tarefas, visto que,
atravs de seu vasto repertrio de ferramentas,
ser possvel realizar a construo do
simulador, atendendo as necessidades
previamente descritas.
4.1 INTERFACE COM O USURIO
Matsumoto (2008) relata que o MATLAB7
dispe de funes prticas e de fcil
implementao, que exibem caixas de dilogo,
o que possibilita a construo de programas
com interface com o usurio mais amigveis.
Para a confeco do simulador, utiliza-se uma
ferramenta fundamental do MATLAB: o
utilitrio GUIDE Graphic User Interface Design Environment. O sistema a ser utilizado
trata-se de um circuito de linhas de transmisso
em corrente contnua com gerao distribuda,
ou seja, com influncia de mais de uma fonte.
Sabendo disso, e conhecidas as equaes que
regem o sistema para os fins previamente
dispostos, utiliza-se o utilitrio GUIDE, de
modo a disponibilizar ao usurio a opo de
modificar: impedncia caracterstica das linhas;
Nveis de tenso das fontes; Valores
calculados; Grfico com diagrama de trelias
(Lattice); Grfico com nveis de tenso nas
barras.
Uma simples demonstrao de como ficar a
interface, a princpio, mostrada na Figura 06:
Figura 6: Interface com o Usurio
Fonte: Autoria Prpria
4.2 REPRESENTAO GRFICA EM
TEMPO REAL
O recurso de utilizar grficos para a melhor
percepo do que acontece quando uma frente
de onda atinge uma descontinuidade pode e
deve ser melhorado, principalmente no que se
refere compreenso do diagrama de trelias.
Assim, utilizando o comando comet do
software MATLAB, objetiva-se proporcionar
na interface com o usurio, no campo
condizente ao grfico, uma experincia de
acompanhamento em tempo real, do
comportamento dos nveis de tenso durante o
exato momento da transio de uma linha de
transmisso com outra de diferentes
propriedades. Em outras palavras, o comet
permite uma plotagem interativa de um grfico,
recurso fundamental no auxlio do
entendimento do diagrama de Lattice. As
6
Figuras 6a, 6b e 6c mostram de forma
dinmica, como confeccionado o grfico:
a b c
Figura 6: Plotagem interativa (comet)
Fonte: Autoria Prpria
5. CONCLUSO
Ao se tratar dos fenmenos envolvidos no
transitrio eletromagntico em linhas de
transmisso, existem as ferramentas
convencionais, como livros, que auxiliam na
compreenso da problemtica. Porm, ao
existir uma ferramenta que maximize o
aprendizado, como o simulador a ser feito
nesse trabalho, a evoluo didtica grande,
haja vista a necessidade da animao em tempo
real, caracterstica inerente esse trabalho.
Sendo assim, com a finalidade de ser um
simulador didtico com objetivo de trabalhar
com um nmero limitado de barras no sistema,
mostrou-se que perfeitamente possvel
executar uma tarefa de simulao com dados
critrio do usurio do sistema, e que o mesmo
possa visualizar as implicaes decorrentes da
transio de ondas de uma linha de transmisso
CC outra com caractersticas distintas, de
modo a identificar, principalmente,
sobretenses no sistema.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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ZANETTA JNIOR, Luiz Cera. Transitrios
Eletromagnticos em Sistemas de
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