93
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PAULA IGNÁCIO PINTO ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE UMA FRANQUIA NA CIDADE DE PONTA GROSSA: UM ESTUDO DE CASO DO FRAN´S CAFÉ TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PONTA GROSSA 2016

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PAULA IGNÁCIO PINTO

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE UMA FRANQUIA NA CIDADE DE PONTA GROSSA: UM ESTUDO DE

CASO DO FRAN´S CAFÉ

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PONTA GROSSA

2016

Page 2: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

PAULA IGNÁCIO PINTO

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE UMA FRANQUIA NA CIDADE DE PONTA GROSSA: UM ESTUDO DE

CASO DO FRAN´S CAFÉ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do título de Bacharel, do Curso Superior de Engenharia de Produção do Departamento Acadêmico de Engenharia de Produção – DAENP – da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR.

Orientador: Prof. Dr. Javier Gutiérrez Castro.

PONTA GROSSA

2016

Page 3: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

TERMO DE APROVAÇÃO

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE UMA FRANQUIA NA CIDADE DE PONTA GROSSA: UM ESTUDO DE CASO DO

FRAN’S CAFÉ

por

PAULA IGNÁCIO PINTO

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi apresentado no dia 20 de junho de

2016 como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia de

Produção. A candidata foi arguida pela Banca Examinadora composta pelos

professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou

o trabalho aprovado.

_______________________________________ Prof. Dr. Javier Gutiérrez Castro Prof. Orientador _______________________________________ Prof. Dr. Cassiano Moro Piekarski Membro titular _______________________________________ Prof. Dr. Daniel Poletto Tesser Membro titular

- O Termo de Aprovação assinado encontra-se arquivado na Secretaria Acadêmica -

Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO

PARANÁ CÂMPUS PONTA GROSSA

Departamento Acadêmico de Engenharia de Produção

Page 4: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

Dedico este trabalho à minha família e amigos, pelos momentos de ausência.

Page 5: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Eurides e Odair, pelo incentivo e compreensão; À minha irmã a quem eu me inspiro e me baseio que me apoiou com muita paciência e acreditou no meu potencial; Aos amigos pelo companheirismo e apoio nos momentos de dificuldade; Aos amigos distantes que sempre me apoiaram para concluir essa etapa mesmo que distante; Aos colegas que fiz ao longo desses cinco anos na Universidade; Aos professores da UTFPR. Agradecimento especial ao meu orientador Professor Mestre João Felema e Professor Doutor Javier Gutiérrez Castro, pela atenção e apoio durante todo o processo, me guiando de forma sábia. Enfim, a todos os que por algum motivo contribuíram para a realização deste trabalho.

Page 6: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer

coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram.Homens

que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da

educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não

aceitar tudo que a elas se propõe. (PIAGET, Jean)

Page 7: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

RESUMO PINTO, Paula Ignácio. Análise da viabilidade econômica da instalação de uma franquia na cidade de Ponta Grossa: um estudo de caso do Fran´s Café. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia de Produção - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2016. O presente trabalho tem como objetivo a viabilidade de implementação da franquia Fran´s Café, original de Bauru, São Paulo, na região de Ponta Grossa, Paraná e auxilia aqueles que têm interesse em investir, mas possuem poucas informações sobre o sistema e a rede de cafés. Com o setor alimentício em alta, a franquia se tornou um empreendimento almejado por aqueles que desejam investir em um negócio de potencial menor risco e serem franqueados. O que na maioria das vezes chama a atenção dos investidores é a alta rentabilidade e o rápido retorno. Além dos conceitos, a lei e a relação franqueador/franqueado estão dispostos de forma explicativa para compreensão de todos. Os resultados obtidos foram desenvolvidos à partir do fluxo de caixa para análise do negócio, através do valor do investimento, rentabilidade e retorno. Palavras-chave: Franquia. Viabilidade Econômica. Alimentos.

Page 8: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

ABSTRACT

PINTO, Paula Ignácio. Economic feasibility analysis of the installation of a franchise in Ponta Grossa: a case study of Fran´s Café. 2016. Completion of course work in Production Engineering - Federal Technology University - Parana. Ponta Grossa, 2016. This work has as subject the viability of implementing the franchise Fran´s Café, from Bauru, São Paulo, in the region of Ponta Grossa, Paraná and assists those who are interested in invest but has few information about the process and the network of cafes. Because the increase of the food industry, the franchise became a project sought by those who wish to invest in a potential low-risk business and wish to be a franchisees. What mostly draws the attention of investors is the high profitability and return fast. In addition to the concepts, the law and the relationship franchisor/franchisee are shown in an explanatory way to understanding. The expected results was developed starting from the cash flow for business analysis, through the investment, profitability and return. Keywords: Franchising. Economic Viability. Food.

Page 9: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

LISTA DE SIGLAS E ACRÔNIMOS

ABF Associação Brasileira de Franquias

C/B Método do Custo-Benefício

CCAA Centro Cultural Anglo-Americano

COF Circular de Oferta de Franquia

EBIT Earning Before Interest and Taxes

FCL Fluxo de Caixa Livre

FCS Fatores Críticos de Sucesso

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IFA International Franchise Association

INPI Instituto Nacional de Propriedade Industrial

LAJIR Lucro antes de Juros e Impostos de Renda

MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

NOPAT Lucro Operacional depois de Impostos

PB Payback Descontado

PIB Produto Interno Bruto

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas

SWOT Strenghts, Weaknesses, Opportunities, Threats

TIR Taxa de Investimento

VPL Valor Presente Líquido

Page 10: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................11

1.1 APRESENTAÇÃO CAPÍTULOS .......................................................................13

1.2 OBJETIVO GERAL ...........................................................................................14

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................14

1.4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................14

2 ORIGEM, CARACTERÍSTICAS, BRASIL E SUAS FRANQUIAS .......................16

2.1 ORIGEM E DEFINIÇÃO ....................................................................................17

2.2 CARACTERÍSTICAS ........................................................................................18

2.3 BRASIL E SUAS FRANQUIAS .........................................................................20

3 CONTRATO, DIREITOS E DEVERES FRANQUEADOR/FRANQUEADO .........23

3.1 O FRANQUEADOR E O FRANQUEADO .........................................................24

3.2 MARCA .............................................................................................................25

3.2.1 Imagem e Valor da Marca ...............................................................................26

3.3 NORMAS CONTRATUAIS ................................................................................27

3.4 DOCUMENTAÇÃO DE CONTRATO ................................................................28

3.4.1 Registo e Uso da Marca .................................................................................28

3.5 DEVERES E FRANQUEADOR/FRANQUEADO ..............................................29

3.5.1 Cobrança de royalties .....................................................................................30

3.6 ATUALIZAÇÃO DA LEI 8955/94 .......................................................................31

4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DE UMA FRANQUIA ..................................33

4.1 VANTAGENS ....................................................................................................33

4.1.1 Vantagens para o Franqueado .......................................................................34

4.1.2 Como ter um Negócio de Sucesso .................................................................35

4.2 DESVANTAGENS.............................................................................................37

4.2.1 Desvantagens para o Franqueado ..................................................................38

5 A FRANQUIA FRAN´S CAFÉ ..............................................................................41

5.1 MERCADO DE PONTA GROSSA ....................................................................41

5.2 FRANS CAFE ...................................................................................................42

6 METODOLOGIA ...................................................................................................47

6.1 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) ................................................................48

6.2 MÉTODO DA TAXA DE RETORNO (TIR) ........................................................48

6.3 PAYBACK DESCONTADO (PB) .......................................................................48

6.4 MÉTODO DO CUSTO-BENEFÍCIO (C/B) .........................................................49

6.5 FLUXO DE CAIXA ............................................................................................50

6.6 FLUXO DE CAIXA LIVRE (FCL) .......................................................................51

6.7 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE .........................................................................51

6.8 ANÁLISE DE CENÁRIOS .................................................................................52

6.9 PREMISSAS .....................................................................................................53

6.10 PRODUTOS – QUANTIDADES, CUSTOS E VENDAS ...................................57

Page 11: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

7 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA AO FRAN´S CAFÉ .......................................65

7.1 CONSTRUÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ECONÔMICO ....................................65

7.2 VPL NA ANÁLISE DE SENSIBILIDADE ...........................................................67

8 CONCLUSÃO .......................................................................................................72

REFERÊNCIAS .......................................................................................................74

APÊNDICE A ..........................................................................................................81

APÊNDICE B ..........................................................................................................85

ANEXO A ................................................................................................................89

Page 12: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

11

1 INTRODUÇÃO

As franquias surgiram em 1862, através da conhecida empresa fabricante de

máquinas de costura, Singer Sewing Machine Company, sediada na Nova Inglaterra,

em que concedia o direito do uso de sua marca e comercializava seus produtos para

comerciantes independentes. Após a Segunda Guerra Mundial, quando a situação

dos Estados Unidos da América era de poucas oportunidades de trabalho, o sistema

de franquias teve um “boom” nos Estados Unidos (RABELO, 2012).

Com a volta dos soldados americanos da segunda guerra, houve uma

tentativa de desenvolvimento do comércio, setor mais propício ao crescimento. O

problema que preocupava os ex-combatentes era a falta de capital e experiência

para prestação de serviços, por isso começaram a usar o sistema de franquias, um

meio mais econômico e prático para desenvolver o setor de serviços, já que partia

de uma ideia de empreendimento consolidado (OLIVEIRA, 2015).

No Brasil essa prática demorou a aparecer. Com a vinda das multinacionais

e a globalização, o mercado se tornou mais promissor e assim as empresas se

sentiram mais seguras para trazerem franquias norte americanas para o país. Mas

não foi simplesmente essa possibilidade da franquia que fez com que o Brasil

iniciasse essas atividades e sim a necessidade do curso de língua inglesa (BORINI;

ROCHA; SPERS, 2012).

Assim, as franquias que impulsionaram essa modalidade de negócio no país

na década de 1960, foram a CCAA e a Yazigy, de origem norte americana, se

expandindo para todo o território nacional. Facilitando como consequência, a criação

de outras franquias como Arezzo, Kumon, PBF, Fisk, Água de cheiro, o Boticário,

Localiza, Lacqua di Fiori, sendo consideradas as mais antigas do Brasil segundo a

ABF (RABELO, 2012).

Atualmente as franquias, que tem destaque na economia do Brasil com

crescimento sempre acima do Produto Interno Bruto, são um potencial investimento

seguro para os brasileiros. Considerando a variação de investimento, retorno e

dedicação dependendo do negócio que se deseja investir (BORINI; TURETA; OTA;

TANAKA; SIA, 2012).

Segundo à Associação Brasileira de Franquias (2015) as taxas médias de

franquia podem variar de três mil reais a dois milhões e meio de reais no Brasil. No

Page 13: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

12

setor alimentício, essa variação pode chegar de trinta mil reais a dois milhões e

trezentos mil reais.

Ainda de acordo com Borini et al (2012), além das atividades tradicionais,

como varejo e serviços, uma nova tendência se torna foco para essas redes. Neste

momento, as áreas de saúde, finanças, engenharia, imobiliárias, terceiro setor,

iniciativa privada de utilidade pública, e até mesmo empresas governamentais,

competem espaço com as consolidadas redes franqueadoras.

Este sistema na cidade de Ponta Grossa vem ganhando público nos últimos

anos. Na cidade atualmente são mais de 50 lojas franqueadas em funcionamento

nos mais diversos setores. As projeções para o ano de 2016 são favoráveis, ainda

que o país, e mesmo a capital do Paraná, Curitiba, esteja desacelerando no setor de

comércio. Isso porque a região dos campos gerais espera para os próximos anos

uma migração de parte da população para as classes A e B, uma tendência ao

crescimento da cidade com a chegada de indústrias, prestação de serviços e

consequente movimentação na economia local (ABF, 2015).

Além do setor alimentício da região estar em crescimento, à ascensão de

classes e o fato de possuir um polo industrial muito forte, pode-se concluir que há a

necessidade da implementação de uma maior variedade de restaurantes, cafés e

similares, realidade esta, que exige uma pesquisa mais específica para determinar o

que essa desenvolvida população pontagrossense necessita e almeja em um setor

alimentício diferenciado.

Para atender as necessidades da população, foi escolhido um café da região

de Bauru, São Paulo, que trabalha como método de franquia há 43 anos. Com

características que se enquadram a população local, qualidade, querido pelos

clientes, atendimento e serviço altamente padronizados. Tem como diferencial a

grande variedade de produtos e ainda assim, o custo inicial de investimento é ideal

para quem procurar iniciar no ramo de franquias.

Foram coletadas informações, através de revisões bibliográficas, sobre os

principais pontos do sistema de franquia e principalmente, no setor de cafés,

buscando as características gerais, os tipos de franquia, as franquias no Brasil em

números e assim, responder a pergunta “Qual a viabilidade econômica para

implementação da franquia Fran´s Café na região de Ponta Grossa?”.

Baseando-se em dados fornecidos pelo empreendimento em questão,

através da ABF - Associação Brasileira de Franquias, SEBRAE – Serviço Brasileiro

Page 14: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

13

de Apoio às Micro e Pequenas empresas, e buscando em leis referentes ao

franqueado/franqueador foi realizada uma análise de viabilidade para que se

estabelecesse critérios determinantes para a implementação do serviço, além dos

deveres e obrigações, as possíveis ações, e das vantagens e desvantagem da

abertura deste tipo de estabelecimento.

Para desenvolvimento do estudo econômico, teve-se como base a

elaboração da análise de viabilidade detalhada segundo planilhas econômicas, que

se baseiam em dados de uma loja em funcionamento para que assim, seja possível

a implantação de uma futura loja na cidade de Ponta Grossa.

Esse estudo utilizou de critérios econômicos (rentabilidade e retorno),

critérios financeiros (disponibilidade de recursos), critérios imponderáveis (status da

marca, localização, manutenção, qualidade), tomada de decisões (problemas e

investimentos), além do custo de oportunidade (RASOTO, et al., 2012).

Com o entendimento do que é uma franquia, quais procedimentos e padrões

seguir de uma maneira mais teórica, além da análise de viabilidade através de

planilhas elaboradas para facilitar o entendimento do negócio e assim, seu retorno

de investimento, através de dados econômicos específicos, foi possível chegar a

uma conclusão sobre a viabilidade do negócio.

1.1 APRESENTAÇÃO CAPÍTULOS

O presente trabalho foi dividido da seguinte maneira:

1º capítulo trata da apresentação dos objetivos e apresentação geral de

uma franquia em Ponta Grossa;

2º capítulo mostra a origem e características da franquia no mundo e

as primeiras franquias no Brasil. Bem como a definição do empreendimento;

3º capítulo trata do franqueador e franqueado, seus direitos e deveres,

bem como o contrato elaborado, a marca e a lei de franquia;

4º capítulo trata das vantagens e desvantagens, tanto para o

franqueador como para o franqueado e mostra as Forças, Fraquezas,

Oportunidades e Ameaças de maneira dinâmica através da Análise de SWOT;

Page 15: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

14

5º capítulo foca no mercado de Ponta Grossa e na Franquia Fran´s

Café, dados e história tanto da cidade quanto da marca;

6º capítulo apresenta os métodos utilizados e o significado de cada um

deles, além de apresentar os dados e como foram obtidos, para aplicação em

tabelas elaboradas em planilha eletrônica;

7º capítulo explica, através de tabelas, quais os produtos vendidos,

custo, quantidade, venda, mostrando a construção do fluxo de caixa econômico;

8º capítulo estão presentes os resultados e conclusão do negócio;

Apêndice e Anexo estão presentes as tabelas de autoria própria e a Lei

referente às franquias no Brasil.

1.2 OBJETIVO GERAL

Analisar a viabilidade econômica da cafeteria Fran’s Café na região de Ponta

Grossa através de uma análise de investimento.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Levantar custos financeiros, capital de giro, ponto de equilíbrio para

aquisição do franchising.

Analisar a viabilidade econômica da abertura de um café.

Avaliar a sensibilidade de variáveis determinantes no estudo de

viabilidade.

Avaliar vantagens e desvantagens de se obter uma franquia de

cafeteria de nome comercial, Fran´s Café.

1.4 JUSTIFICATIVA

O estudo da viabilidade permitiu a obtenção de informações cruciais para

implementação da franquia em Ponta Grossa. A partir deste estudo, foi possível

Page 16: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

15

identificar a defasagem no setor alimentício e, portanto, a viabilidade da franquia em

questão.

Acredita-se que este estudo pode servir futuramente como consulta de

pessoas interessadas em investir na cidade, bem como desenvolvê-la, visto que,

atualmente, a região dos campos gerais, passa por um aumento de franquias, além

do crescimento econômico e populacional.

Por isso, as informações necessárias para aqueles que desejam se

familiarizar com franquias foram definidas. Bem como sua possível instalação em

determinada região da cidade de Ponta Grossa, através de um estudo da região e

da análise da viabilidade do café Fran’s Café, visto que estes empreendimentos,

com estas características específicas, não se apresentam em grande número nos

Campos Gerais.

Através de um estudo de viabilidade econômica, seguindo as tendências da

região e suas necessidades foi possível calcular e identificar os custos, capital de

giro, lucro, fluxo de caixa, rentabilidade e tempo de retorno, para analise da

viabilidade, fazendo com que a pesquisa com dados atuais torne a possibilidade de

implementação mais real. Visando o sucesso do negócio e a prosperidade

econômica da cidade de Ponta Grossa.

Este estudo, está relacionado a Engenharia de Produção através das

análises econômicas, realizadas com o auxilio de planilhas eletrônicas que buscam

os resultados das análises de custos e gestão financeira, além de se tratar da

abertura de um empreendimento, baseados nas disciplinas de gestão de pessoas e

empreendedorismo especificamente.

Page 17: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

16

2 ORIGEM, CARACTERÍSTICAS, BRASIL E SUAS FRANQUIAS

O sistema de franquias de padrões atuais, iniciou-se pela necessidade de

desenvolvimento do setor de serviços no ano de 1945, onde o conceito e a visão de

franquia eram diferentes se comparado ao atual, por aquilo que era ofertado e o

nível de exigência dos clientes. Hoje o que se tem, são empreendedores visionários

que buscam expandir seus negócios, os chamados franqueadores, e aqueles que

compram uma ideia já existente, buscando segurança em seu negócio, chamados

de franqueados (GIGLIOTTI, 2012).

O conceito de franquia nos dias atuais, no Brasil e no mundo, é conhecido

como a permissão concedida para utilizar o direito de uso de uma marca (ABF,

2015) e seus números vem sendo bastante satisfatórios ao longo das décadas. Seu

surgimento se baseou na necessidade naquele período em desenvolver o país em

meio a uma forte crise.

Por ser um empreendimento já consolidado, a possibilidade e facilidade para

uma franquia ganhar espaço no mercado é maior. Além disso, existe uma

diminuição dos riscos relacionados ao empreendimento, pelo apoio

franqueador/franqueado (RIZZO, 2012).

Franquia, franchising ou mesmo franchise são os nomes existentes para o

negócio que visa uma expansão da rede1, podendo ser dos mais variados

segmentos, como vestuário, acessórios, perfumaria, alimentício, estética e saúde,

comunicação e informática, construção e imobiliária, limpeza, prestação de serviços

em geral, entre outros (ABF, 2015).

Sua característica principal é o estabelecimento ou serviço oferecido através

da relação franqueador/franqueado, visando altos retornos além de tornar a marca

conhecida nacionalmente, mantendo um padrão mínimo esperado pelos clientes e

então apresentando um bom desempenho da marca (RIZZO, 2012).

1 Rede: conjunto de lojas que oferecem serviços padrão.

Page 18: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

17

2.1 ORIGEM E DEFINIÇÃO

O termo Franchise de origem francesa foi o primeiro utilizado na Idade

Média, representando o direito de liberdades a determinadas pessoas. A cidade

“franqueada” era de livre circulação de pessoas e materiais. Porém com o tempo

esse termo desapareceu. Somente em 1863, o termo volta a ser empregado com a

licença aos comerciantes para a revenda dos produtos da empresa norte americana,

Singer Sewing Machines (OLIVEIRA, 2015).

Porém o termo era empregado somente para representar um canal de

distribuição. Em 1930, o mercado tendia a buscar opções mais amplas e criativas e,

assim, empresas na França e Estados Unidos da América ampliaram as redes de

distribuição, implantando o sistema de franquias com a restrição de vender somente

a marca (MORAES; GUIMARÃES; RIZZON, 2011).

Por fim, o termo se consolidou no pós Segunda Guerra Mundial, através dos

combatentes que necessitavam de um empreendimento sem tanto conhecimento

prévio, porém com garantias de ser um bom investimento com fácil acesso a

financiamentos através do apoio do governo norte americano e, assim, as redes se

mantém crescente desde então (BRITO; MARTINS, 2013).

O termo franquia pode ser definido de diversas maneiras. Segundo

Stanworth et al (2004) Franchising é um negócio que essencialmente consiste de

uma organização (o franqueador) com um pacote de negócio testado em mercado,

centrado num produto ou serviço.

Deste relacionamento se origina um contrato com franqueados de pequenas

firmas autofinanciadas e autogeridas, operando sob a marca registrada do

franqueador para produzir e/ou comercializar bens e serviços de acordo com um

formato especificado por ele (STANWORTH et al, 2004).

Já Pfister et al. (2006) definem o sistema de franquia com um contrato entre

dois agentes, o qual um vende o direito de uso de uma marca, um produto acabado

e algum conhecimento e/ou método de gestão a outro agente, em troca de uma

combinação de taxas e remuneração.

“Franqueador”, portanto, é a pessoa, física ou jurídica, proprietária da marca

e detentor de conhecimento, que concede a franquia. Por sua vez, “franqueado” é

aquele que compra a concessão e será o operador de determinadas unidades da

rede (PFISTER et al, 2006).

Page 19: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

18

Por fim, a definição estabelecida na lei brasileira, Art. 2o da Lei no 8.995 de

15 de dezembro de 1994 conceitua Franquia empresarial como o sistema pelo qual

um franqueador cede ao franqueado direito de uso de marca ou patente, associado

ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e,

eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e

administração de negócios ou sistema operacional, desenvolvidos ou detidos pelo

franqueador, mediante remuneração direta; sem que, no entanto, fique caracterizado

vínculo empregatício.

Segundo o MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Exterior de 2005, o franqueador é a pessoa jurídica que autoriza terceiros (os

franqueados) a fazerem uso restrito de uma marca cujos direitos são próprios. Nos

sistemas mais avançados, também são transmitidos padrões e conhecimentos

necessários para a operação bem sucedida do negócio. O conhecimento transmitido

permite a um franqueado implantar, operar e administrar seu próprio negócio. Já o

franqueado é a pessoa física ou jurídica que adquire uma franquia.

2.2 CARACTERÍSTICAS

Alguns autores como Coughlan et al (2002) afirmam que a franquia é uma

estrutura de canal de marketing que tem como objetivo convencer usuários finais de

que estão comprando de um produtor verticalmente integrado, quando na realidade

eles podem estar comprando de uma empresa de propriedade privada.

Levy e Weitz (2000) apresentam o sistema de franquias como uma

combinação das vantagens do negócio gerenciado pelo proprietário com a eficiência

da centralização da tomada de decisões, característica da operação de cadeias de

lojas.

Visando a globalização, Mauro (1999) ressalta que o sistema de franquias

faz parte da tendência mundial de uma maior integração dos membros do canal de

distribuição, do fabricante ou do patrocinador de serviços ao consumidor, com o

intuito de maximizar os resultados globais do sistema, buscando maior

competitividade.

Pontos igualmente importantes devem ser considerados para abertura de

uma franquia, destacando-se os custos, participação de mercado, logística de

Page 20: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

19

abastecimento e distribuição, centro de distribuição, capacidade operacional,

recursos tanto de matéria-prima quando financeiros. Cada um desses critérios deve

ser analisado separadamente para determinar a abertura ou não do

empreendimento (GIGLIOTTI, 2012).

A franquia está presente no mercado proporcionando ganhos tanto para o

franqueador quanto para o franqueado. Enquanto o franqueador busca ampliar sua

região de influência, divulgando sua marca e assim, ganhando novos clientes, o

franqueado tem a perspectiva de maiores lucros e fácil administração do

empreendimento.

Tão relevante quanto os requisitos para abertura de uma franquia são os

pilares da mesma, entre eles estão o modelo de negócio, a padronização de

processos e operação, o potencial de expansão do negócio, o perfil do franqueado e

a definição do papel das partes. Conforme Ribeiro (2013), estas definições podem

ser elencadas da seguinte forma:

O Modelo de Negócio é aquilo que está sendo vendido, quanto se

espera arrecadar, o modelo da receita e dos gastos. Em longo prazo é a adequação

aos princípios legais do sistema de franquias.

Já a Padronização de Processos e Operação serve para franquias que

trabalham com a replicabilidade em sua base. Os processos devem estar

devidamente estruturados pela franqueadora para garantir maior acesso pelos

franqueados. As mudanças também são possíveis, e na maioria das vezes viáveis

para todas as unidades de negócio em sua fase de crescimento, portanto, deve-se

transmitir o know-how com qualidade e eficiência.

O Potencial de Expansão do Negócio refere-se às estimativas através

de pesquisas de mercado e cálculos para a possível implantação de uma franquia

em determinada região com potencial de mercado e atratividade por parte dos

investidores.

O perfil do franqueado como será evidenciado a diante, são as chances

de sucesso do negócio. E por fim, a Definição do Papel das Partes diz respeito ao

papel tanto do franqueador quanto do franqueado a médio e longo prazo.

O SEBRAE (2015) citou alguns motivos para o qual um empreendedor

investiria neste ramo, os tópicos a seguir exemplificarão esta escolha:

• Crença de ter o perfil adequado para o negócio.

• Investimento em um empreendimento para alguém da família.

Page 21: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

20

• Identificação com o produto ou serviço.

• Crença de que o investimento oferece o melhor custo benefício.

• Início de um negócio diferente que ofereça menos riscos.

• Almejo de um negócio próprio.

Thives (2000) ressalta que a estruturação da empresa em torno de seus

processos de negócio significa uma mudança na postura administrativa tradicional,

cujo enfoque estava no gerenciamento de como as atividades são executadas

individualmente, para uma visão global e dinâmica de toda a empresa.

2.3 BRASIL E SUAS FRANQUIAS

Desde o surgimento das franquias no Brasil, o sistema se modificou e se

atualizou de maneira notória. De 678 empresas disponíveis no país em 2003 para se

investir, podem ser encontradas 3.073 em 2015, segundo a ABF – Associação

Brasileira de Franquias, divulgadas em 2016. Já das unidades franqueadas do setor,

o número saltou de 56.564 em 2003 para 138.343 em 2015, o que até 2010

representava 4% de todas as pequenas empresas como franquias (BOHI, 2010).

Sendo o terceiro país com mais franquias no mundo, atrás apenas da China e da

Coreia do Sul (OLIVEIRA, 2015).

A região sudeste, com 70,9%, apresenta a maior quantidade das unidades

franqueadas do Brasil. Em seguida a região Sul com participação de 16,8% de

franquias e 17% para sedes na região. Seguidos da região Nordeste, 7,6%, Centro-

Oeste, 3,9%, e Norte, 0,8%. No Paraná pode-se encontrar 6,1% de participação nas

unidades e 7,8% das sedes na região, liderando o Sul do Brasil (ABF, 2014).

Internacionalmente, segundo os dados de 2015 publicados pela IFA,

International Franchise Association, os Estados Unidos lideram com mais de 780 mil

unidades franqueadas. Mundialmente, o sistema de franquia é responsável por 890

bilhões em produção econômica dos EUA e 3 por cento do produto interno bruto

referente a aproximadamente 320 mil empresas, empregando 8,9 milhões de

pessoas (IFA, 2016).

Com o passar dos anos, os empreendimentos se modificaram, e os

interesses dos franqueados também. Por isso, foram criados tipos específicos de

Page 22: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

21

franquias para diferenciar a necessidade de cada setor e, assim, atender aos

requisitos do cliente com maior clareza.

Os tipos com maior destaque no mercado são (PLÁ, 2001):

• Franquia de Serviço: o franqueado tem liberdade para executar o

serviço de forma original, pessoal e diferente, oferecendo ao cliente um serviço de

caráter padronizado;

• Franquia de Produção: produtos, de uma ou várias marcas

previamente testados, que são distribuídos pelos franqueadores e comercializados

pelos franqueados;

• Franquia de Distribuição: tem um conceito diferenciado se comparado

os anteriores citados. Nesse caso, o franqueador somente determina as empresas

que deverão fabricar os produtos para serem comercializados pela marca da

franquia, transferindo o know-how sobre as técnicas de compra, de elaboração de

mix-produto e de comercialização, para então os franqueadores distribuírem os

produtos em seus estabelecimentos, como acordado em contrato na aquisição da

franquia;

• Franquia de indústria: o franqueado recebe todo apoio do franqueador,

o qual fornece toda estrutura para industrialização do produto, desde a tecnologia

até os métodos utilizados.

No Brasil, segundo a revista Exame (2015), as maiores redes de franquias

são O Boticário, Colchões Ortobom, Kumon, AM PM Mini Market, McDonald´s,

Cacau Show, L'Acqua di Fiori, Wizard Idiomas, Subway e Escolas Fisk. Já as

empresas que mais crescem são iGui, Poderoso Timão, D'Pil, Casa do Sorvete

Jundiá, Pinkbiju, Zets, Castilho Segurança Eletrônica, Pet Cursos, Havaianas,

Doutor Faz Tudo.

Por fim, as empresas mais procuradas pelos franqueadores nos últimos

tempos são Habibs, Casa do Pão de Queijo, Outback, Yogoberry, Icegurt, Correios,

Microlins, Kumon, Havaianas, Melissa, Hering, Home Angels (EXAME, 2015).

Pode-se concluir que as mais populares encontram-se no setor alimentício,

seguido da área de serviços e industrial e por último no setor de produção. Isso

porque as franquias no setor de alimentos são as que apresentam menor risco.

Segue na Tabela 1 alguns exemplos de franquias, receita bruta e o valor de

investimento, retirados dos sites das empresa.

Page 23: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

22

Tabela 1 – Informações Franquias de diferentes segmentos

Fonte: Autoria Própria (2016)

Considerando a abertura de franquias no ramo alimentício no Brasil, alguns

itens são considerados básicos para manter o bom andamento desta, como: atenção

as boas práticas de fabricação na cozinha, produção e distribuição, aluguel do local,

localização levando em conta o estilo do empreendimento visando sempre a

melhoria continua das operações empresariais.

Page 24: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

23

3 CONTRATO, DIREITOS E DEVERES FRANQUEADOR/FRANQUEADO

Neste capítulo será discutido o papel do franqueado e do franqueador, bem

como seus deveres antes e após a assinatura do contrato, os documentos e

royalties. Além disso, a marca será apresentada através de seus principais pontos

em questões, imagem, registro e por fim, a atualização da lei de franquia, presente

no Anexo A.

Para que franqueadores iniciem a negociação de aquisição de determinada

franquia, é necessário que seja proposto um contrato, a fim de analisar as vantagens

e desvantagens, as responsabilidades e os demais assuntos envolvidos nesta

parceria. Caso haja interesse de ambas as partes, o contrato deve ser revisado,

incluindo todas as informações que foram discutidas para que não haja um futuro

conflito de interesses das partes. Estes termos serão embasados em legislação

vigente pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

sob a lei 8987/95, referente ao regime de concessão e permissão da prestação de

serviços públicos. Segundo a cartilha redigida pelo MDIC (2005) sobre franquias,

três conceitos básicos são usados para diferir diferentes tipos de contrato, dentre

eles:

• Permissão: é a delegação a título precário, mediante licitação, de

prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou

jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

• Concessão: é a delegação de serviço público, feita pelo poder

concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou

consórcio de empresa que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua

conta e risco e por prazo determinado.

• Licenciamento: é o contrato que se destina a autorizar o uso por

terceiros de marca ou outros direitos de propriedade intelectual nos termos da lei.

O sistema de franquias se diferencia dos demais tipos de negócio pela

autorização através de contrato do uso da marca, pelo know-how transmitido,

métodos de administração, dentre outros, seja para realização de um serviço, para

venda de produtos ou fabricação deles.

Page 25: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

24

3.1 O FRANQUEADOR E O FRANQUEADO

Para que um empreendimento seja de sucesso, o franqueador deve ter a

ideia para criação da marca para colocá-la em prática, fortalecer a marca e fazer-se

reconhecida no mercado, além de decidir pelo sistema de franquias, selecionar

franqueadores compatíveis com o negócio e por fim dar o suporte necessário, como

um pós venda. Neste suporte está incluso know-how de operações, recrutamento e

treinamento, consultoria de campo e manual de operações (SILVA; TELLES; MELO,

2014).

Portanto, o franqueador é o elemento principal para alimentar o sistema. O

qual fornece a capacitação do franqueado por meio de transferência da tecnologia

de operação do negócio (COMBS; KETCHEN, 2003).

Como também o suporte no estabelecimento e condução da unidade

franqueada capaz de reduzir as incertezas e riscos ao franqueado, e possíveis

ocorrências de tomada de decisões administrativas ou operacionais equivocadas

(COMBS; MICHAEL; CASTROGIOVANNI, 2004).

Além de reduzir esforços pelo aprimoramento das competências na oferta do

produto, pela troca do pagamento de taxas pelo franqueado (DANT; GRUNHAGE;

WINDSPERGER, 2011).

Ao mostrar as diversas obrigações do franqueador, o franqueado parece ter

mais benefícios se comparado ao franqueador, mas não é essa a realidade. Entre as

cláusulas estão a de retomada do estabelecimento por dificuldade financeira e

necessidade de entrega do negócio, de algumas vezes por 20% do total do valor

investido, sendo em alguns casos uma vantagem para o franqueador (OLIVEIRA,

2015).

Além disso, falta de informação nos contratos para aquisição e abertura da

franquia, notada após a assinatura do contrato e início das atividades, também se

tornam vantagens ao franqueador. Estes equívocos induzidos dificultam a

prosperidade no negócio, uma vez que os valores fornecidos inicialmente não estão

de acordo com os obtidos ao longo dos meses, no se tratar do investimento inicial,

faturamento médio, capital de giro, custo de mercadoria vendida (SILVA; TELLES;

MELO, 2014).

Após a aquisição do negócio, em alguns casos, o franqueador e até mesmo

o franqueado, adotam uma postura descompromissada e não seguem as obrigações

Page 26: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

25

assumidas em contrato. O franqueador pode falhar pela ausência do suporte e

assistência, além da não utilização dos fundos de propaganda para este fim. O

franqueado pode falhar pela má administração do empreendimento. Por isso a

necessidade de uma conduta adequada por ambos os empreendedores, além de

uma regulamentação mais específica adequada às dificuldades apresentadas pelos

investidores (SILVA; TELLES; MELO, 2014).

Há dois tipos de negociadores conhecidos atualmente neste meio segundo o

SEBRAE (2015), os franqueados e os másters Franqueadores. Os franqueados que

são aqueles que adquirem a franquia e detém o uso da marca para comercialização

em seu estabelecimento.

Já o sistema formatado, conhecido como Másters Franqueadores, além de

possuir o direito de uso da marca e participar do sistema, podem explorar a região

em que a franquia está inserida e assim, expandir a marca dando o suporte que

essas sub franquias necessitarão.

Não só o franqueador deve ter interesse na franquia, como também o

franqueado deve acreditar na compatibilidade entre ambos. Isso quer dizer que a

análise do perfil de um franqueador é ponto determinante para a escolha do futuro

vendedor dos produtos ou serviços (SEBRAE, 2015).

3.2 MARCA

Antes de iniciar a negociação da franquia, tanto o franqueador quanto o

franqueado devem estar informados sobre seus direitos e deveres ao exercer seu

papel. O primeiro item a ser discutido são os custos, para aquisição do

empreendimento, manutenção da estrutura administrativa, taxa de royalties, dentre

outros (TELLES; ROMBOLI; SIQUEIRA, 2009).

Ou seja, o valor que o empreendedor investirá no processo de compra e

venda nos mais diversos negócios. Esse valor pode ser entendido como a diferença

entre os benefícios recebidos e os esforços realizados, ou, em outros termos, a

diferença entre benefício e custo percebido pelo cliente em uma troca (TELLES;

ROMBOLI; SIQUEIRA, 2009).

Não menos importante, são os riscos que se corre antes de se tomar a

decisão. Para chegar à conclusão da viabilidade de abertura desta franquia, deve-se

Page 27: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

26

pensar no suporte que o franqueador dará ao franqueado, entre eles manual de

operações, khow-how de operação, treinamento, recrutamento e consultoria de

campo (SILVA; TELLES; MELO, 2014).

Além do Valor da Marca, que diz respeito à identidade, posicionamento e

imagem desta. A marca é o objeto de imagem que atrai ou repele clientes, possui

sua própria identidade e passa por transformações ao longo dos anos para se

adequar ao mercado ou aos consumidores fiéis, que almejam por um produto

atualizado, mantendo as características que o tornam único e por isso, insubstituível

(SILVA; TELLES; MELO, 2014).

Telles (2004) mostra três atribuições para a marca. São elas: a conjugação

de atributos desenvolvida na perspectiva de unicidade da marca, conferindo-lhe

significação, orientação e propósito; imagem de marca, síntese da composição de

impressões (verdadeiras ou não), atitudes e crenças que um grupo de indivíduos

possui em relação a esta; posicionamento da marca, parcela de sua identidade que

deve ser ativamente comunicada ao público-alvo e demonstrar uma vantagem em

relação às marcas concorrentes.

3.2.1 Imagem e Valor da Marca

A imagem da marca é um fator determinante para abertura da franquia, uma

vez que o nome em si atrai clientes e abre novos caminhos para o empreendedor.

Por isso a importância de manter o padrão e qualidade dos produtos a serem

vendidos ou mesmo os serviços ofertados.

Seguindo essa linha de raciocínio, Nyadzayo, Matanda, Ewing (2011)

demonstram que, embora a relação entre franqueador e franqueado seja por meio

de contrato entre as partes, com direitos e obrigações para ambos, para o

franqueado, cliente nesta relação comercial, a marca terá um grau maior de

importância.

Este valor de marca foi definido por Aaker (1991, p. 15) como “conjunto de

ativos e de passivos ligados a uma marca, ao seu nome e símbolo, que se

adicionam ou se subtraem ao valor proporcionado por um produto ou serviço”.

Simplificadamente o autor refere-se aos valores atribuídos ao produto

comercializado, que leva o nome e o logo da marca, que por consequência gera sua

fama.

Page 28: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

27

Ainda considerando o valor da marca do produto a ser comercializado pela

franquia, Broyles, Schumann e Leingpibul (2009) apresentam cinco consequências

diretamente ligados à marca:

• Redução antecipada do risco em uma decisão de compra;

• Ampliação e antecipação da confiança na decisão de compra;

• Antecipação da satisfação de clientes com o produto;

• Interveniência no nível de dificuldade do processo decisório de compra;

• Influência positiva em geral no comportamento de compra.

Portanto, assim como Telles (2004) e Broyles, Schumann e Leingpibul

(2009) afirmam, é que o valor da marca se dá por vários aspectos e não significa

nada se não analisada pelos olhos do consumidor. A impressão que a marca passa,

seu posicionamento e as informações pela condição da marca permitem uma visão

de seu valor ao mercado para assim ser comercializada e ter seu preço estipulado

quando o objetivo são franquias.

3.3 NORMAS CONTRATUAIS

Com o crescimento do Sistema de franquia no Brasil, principalmente a partir

da década de 90, sentiu-se a necessidade da elaboração de uma Legislação

específica a fim de regulamentar este mercado, assim foi criada a Lei nº 8955/94.

Em vigor desde 16 de fevereiro de 1995 e seguindo o modelo da Lei americana

disclosure statute, é a única legislação específica para franquia no Brasil. Esta tem

como principal objetivo, servir de guia base para obtenção de informações somente

sobre as obrigações do franqueado durante a negociação do empreendimento.

Explicando assim, porque a lei não regula o contato franqueador/franqueado após a

assinatura do contrato (FRANCHISE STORE, 2015).

A Lei Magalhães Teixeira, nº 8955/94, como ficou conhecida, estabelece

informações como histórico resumido, balanços e demonstrações financeiras,

indicação precisa de todas as pendências judiciais, descrição detalhada da franquia

e do negócio, perfil ideal do franqueado, requisitos quanto ao envolvimento direto do

franqueado na operação e administração, investimento inicial, valores de taxas,

instalações, equipamentos, estoque e publicidade, layout, seguro mínimo. Bem

Page 29: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

28

como informações sobre território, obrigação do franqueado, indicação do que é

efetivamente oferecido ao franqueado pelo franqueador, situação perante o Instituto

Nacional de Propriedade Industrial (INPI), situação do franqueado após a expiração

do contrato e modelo do contrato-padrão (BRASIL, 1994).

A aprovação desta legislação diminui significativamente problemas a

respeito da abertura de uma franquia, tanto para franqueado como para

franqueador. Existiam dificuldades pela falta de informação desde o início da

transação, desde a aquisição do negócio até fechamento do mesmo, acarretando

maior desistência no processo. Mesmo se o negócio fosse desfeito, o processo

ainda se estendia com dificuldades, pelas incertezas do que foi acordado, dentre

valores e prazos concedidos, resultando em jurídica para rever os contratos

(SEBRAE, 2015).

3.4 DOCUMENTAÇÃO DE CONTRATO

Todas as informações que se julguem necessárias para avaliação do

empreendimento por parte do franqueado, devem ser escritas através da COF -

Circular de Oferta de Franquia, para que o mesmo avalie o negócio antes de se

tornar parte dele. Para proteger os novos franqueados, a legislação tornou

obrigatória a entrega deste documento com antecedência de dez dias da assinatura

do Contrato ou Pré Contrato de Franquia, sendo um fator determinante para a

concretização do negócio. Esta medida possibilita a anulação do contrato caso este

não seja apresentado no prazo estipulado, exigindo a restituição da quantia paga até

o momento (LEI DAS FRANQUIAS, 2014).

Na franquia o nome da marca é cedido através de um acordo remunerado

direta ou indiretamente, para uso em determinada localidade, como definido por lei.

Nela, está disposta a inexistência do vínculo empregatício, uma vez que as

empresas envolvidas são autônomas e totalmente independentes entre si.

3.4.1 Registo e Uso da Marca

Para que haja a inserção no sistema de franquias, a marca ou patente deve

estar registrada, segundo a Lei 8955/94 para que então o detentor da franquia possa

Page 30: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

29

vender o uso da mesma em um formato de acordo com os moldes implantados pelo

franqueador no estabelecimento inicial (INPI, 2015).

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial ainda afirma que após o

registro da marca e a escolha da franquia, deve-se pensar em como a marca será

utilizada.

Se apenas será feito o uso e comercialização dela sem a restrição ao

sistema padrão de determinada franquia ou se será utilizado o método do

Franchising que determina o uso dos padrões de operação específicos para que o

franqueador seja permitido de comercializar a marca e até vende-la (INPI, 2015).

3.5 DEVERES E FRANQUEADOR/FRANQUEADO

Quem busca a franquia como alternativa de renda, pensa primeiramente nos

custos, sendo eles fixos ou variáveis. Nos custos fixos necessariamente está incluso

o valor da manutenção da estrutura administrativa, válidos tanto para o franqueador

quanto para o franqueado. Além desse custo fixo, existe o custo variável da franquia

que está presente somente para o franqueado, e estes são os deveres básicos e

iniciais para uma parceria entre ambos (AREND, 2010).

Neste momento as metas dos franqueadores e dos franqueados se tornam

conflitantes, pelos diferentes interesses. Principalmente quando a rentabilidade não

está dentro das expectativas do franqueado, que tem de arcar com os custos fixos

como o uso da marca, locação do espaço físico, funcionários, materiais e

mercadorias, caso a franquia forneça produtos e não serviços (VANCE; FÁVERO;

LUPPE, 2008).

Para que essas despesas sejam pagas, as receitas devem ser compatíveis.

Desta maneira, a franqueadora recebe a taxa de franquia, que varia de acordo com

cada estabelecimento, como negociado em contrato, sendo cobrada na assinatura

deste, cobrindo investimentos como: divulgação de oferta, busca de interessados no

negócio, suporte a novos franqueados, capacitação da nova equipe, orientação para

divulgação inicial, despesas de viagens de integrantes da empresa até a localização

das franquias e possível evento de abertura (BRITO, et al., 2013).

Obrigação do franqueador também é a manutenção das franquias, através

da prestação de suporte e serviços à rede, sendo uma parceria a longo prazo entre

Page 31: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

30

franqueado que faz uso da marca e das informações previamente fornecidas e do

franqueador que fornece todo o suporte através da quantia paga previamente

acordada entre os empresários do negócio (RIBEIRO et al., 2013).

3.5.1 Cobrança de royalties

De acordo com a Lei de Franquia Brasileira, nº 8.955/94, os royalties são

definidos como sendo a “remuneração periódica pelo uso do sistema, da marca ou

em troca dos serviços efetivamente prestados pelo franqueador ao franqueado”.

Segundo Brito (2013), a taxa de royalties é o valor corrente relativo ao uso

da marca e outros benefícios concedidos à inserção no sistema.

A mesma Lei não estabelece quais tipos de royalties podem ser cobrados,

não impondo qualquer restrição quanto ao seu critério de apuração e base de

cálculo. Assim a franqueadora determina seu valor de acordo com sua necessidade,

investimentos, valor da franquia e ramo de atuação (BRITO, et al., 2013).

A única determinação conferida pela Lei nº 8.955/94 sobre o tema é que na

circular de oferta de franquia deverão ser passadas informações sobre taxas

periódicas a serem pagas pelo franqueado ao franqueador, com as bases de cálculo

e o que as mesmas remuneram ou o fim a que se destinam (ABF, 2014).

Segundo Cerveira (2014), as taxas de royalties podem ser fixas ou variáveis.

Existem cálculos e análises a serem feitas para determinar qual o valor a ser

cobrado. Na revenda de produtos ou insumos para preparo de outros produtos,

sendo eles os produtores ou não, pode se cobrar taxas sobre as compras dos

franqueados.

Nas empresas que produzem e vendem seus produtos, tem-se maior

facilidade para coleta de valores monetários, pela presença de dados precisos, entre

eles entrada e saída de matéria-prima e produtos finais. Outra maneira existente de

cobrança das taxas é sobre as vendas. Neste caso as empresas que não produzem

nem fornecem o produto distribuído, tem como única fonte as vendas dos produtos

ou serviços, obtendo lucro através somente desta negociação (BITTENCOURT,

2011).

Esta última forma de cobrança de royalties apresenta desvantagem no que

se diz respeito à precisão de informações concedidas e inclusive a confiabilidade,

Page 32: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

31

assim o franqueador não se sabe se os dados são os reais e dificilmente saberá se

as informações repassadas são as corretas (RIBEIRO et al., 2013).

Em último caso, a taxa sobre royalties pode aparecer sobre o lucro do

franqueado. Nestas circunstâncias, o franqueador pode ser afetado caso haja uma

má administração pelo franqueado, gerando certa dificuldade para obter valores

precisos sobre a empresa. Ou pode seguir o modelo híbrido, em que a franqueadora

estipula uma taxa mínima e um percentual fixo aplicado sobre um indicador variável

(RIBEIRO et al., 2013).

3.6 ATUALIZAÇÃO DA LEI 8955/94

Mesmo sendo bem consolidado o Sistema de Franquia no mercado

brasileiro ainda assim a Lei 8955/94, presente no Anexo A, não é suficiente para

sanar todas as dúvidas e problemas entre as partes interessadas. Por isso, está em

andamento desde 2008, uma atualização desta Lei já existente (ABF, 2015).

Dentre as alterações propostas, está a de que o Novo Franqueador deve ter

um tempo mínimo de maturação do seu negócio de dois anos. Atualmente, qualquer

empresa ao iniciar suas atividades já pode franquear seu negócio, desde que

obedeça a legislação existente (SEBRAE, 2015).

Essa alteração está na Lei modificada, nº 8955/94, para proteger empresas

que estão consolidadas no mercado, de novas possíveis empresas que

concorreriam sem a devida estrutura, personalidade e experiência, conhecido no

meio como know-how.

Mesmo com essa modificação, ainda existem alguns pontos a serem

discutidos, como a falta de uma linguagem mais simples para melhor entendimento

do franqueado, a quebra da cláusula do sigilo, para que possíveis conflitos no

negócio sejam relatados na Circular de Oferta de Franquia, sendo resolvidos mais

rapidamente sem processos judiciais, além da reformulação da cláusula de multas

para rescisão antecipada do contrato caso o franqueado já esteja falido (OLIVEIRA,

2015).

A modificação deste contrato, que nada mais é do que um contrato de

adesão inclui a inserção de um espaço para questionamentos de cláusulas não

compreendidas ou até mesmo para acordos entre os investidores, além das

Page 33: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

32

imposições do franqueador ao franqueado poderia ser uma alternativa para

resolução de alguns casos e conhecimento das partes com relação ao atendimento

de suas expectativas, resultando em um maior conhecimento sobre o negócio

(SEBRAE, 2015).

Page 34: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

33

4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DE UMA FRANQUIA

A franquia no Brasil surgiu em 1950, porém, somente após 1987 o

crescimento acelerado foi notório, devido à criação da Associação Brasileira de

franquia. Além disso, alguns fatores contribuíram para esta crescente, entre eles, a

criação de shopping centers, de centros urbanos e a boa fama dos

empreendimentos com baixo número de falências (RODRIGUES, 2012).

Conforme Rodrigues (2012) pode-se dizer que empreendedores com ideias

passíveis de expansão, porém sem recursos financeiros ou tecnológicos

mantenham-se no mercado, utilizando do sistema de franquia, o qual já possui uma

estrutura concreta, em benefício próprio e de empresários que tenham interesse em

se associar e expandir a rede.

4.1 VANTAGENS

Ao se analisar as vantagens em um negócio, os maiores riscos dizem

respeito ao retorno financeiro. Se aparentemente os lucros são favoráveis ao

investidor, o empreendimento se torna almejado e os pontos positivos ficam em

destaque, por se tratar de um estabelecimento de reputação no mercado, com

informações previamente concedidas pela matriz (RIBAS, 2006).

De acordo com o mesmo autor, caso o valor do investimento seja elevado e

haja necessidade de um empréstimo, é importante avaliar a possibilidade e a

rapidez do empreendimento se pagar, tendo assim o retorno da quantia através dos

lucros.

As economias de escala geradas pelo sistema de franquia são importantes

fatores de vantagem competitiva em relação a negócios independentes. Este ganho

de escala não somente trás benefícios perante os fornecedores, mas também na

aquisição de pontos comerciais, na compra de espaço na mídia, reconhecimento da

marca e assim, o aumento dos intangíveis da empresa.

A rede de café também tem como ponto positivo o reconhecimento em

muitos estados do Brasil, pelo serviço de excelência, que por consequência fideliza

os clientes, produto e ambiente diferenciado, além da confiança que a marca

transparece, facilitando o apoio financeiro externo quando necessário.

Page 35: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

34

Além disso, Gigliotti (2012) ainda afirma que internamente o sistema de

franquia beneficia o franqueador e o franqueado pela divisão de responsabilidades e

tarefas, compartilhando assim os possíveis riscos passíveis a todo e qualquer

negócio.

No ambiente externo, pode-se considerar vantajosa a instalação de um café

pelo novo modelo de negócio, sendo um empreendimento de baixo custo de

investimento inicial, com a marca Fran´s consolidada no mercado e por isso, com

baixa chance de rejeição na região. Impulsionando a cidade para crescer em outros

setores também.

Ainda no ambiente externo, esse modelo de negócio tem adeptos na cidade,

facilitando a aceitação pela população, além do status que a marca trás para a

cidade, sendo um agravante para a população local divulgar e ir a loja mesmo nos

primeiros meses de funcionamento do negócio.

No ambiente interno, esse modelo altamente padronizado facilita as pessoas

da região se fidelizarem à loja, uma vez que a população é conservadora e sente a

necessidade de manter certos padrões que a loja segue, como o tipo de ambiente e

serviços ofertados, além do atendimento de alto padrão e refeições selecionadas,

diferente dos demais cafés da cidade.

4.1.1 Vantagens para o Franqueado

O primeiro e primordial aspecto a ser citado são as vantagens para o

franqueado em relação a marca da franquia, que é conhecida e consolidada no

mercado, com tecnologia e metodologia testadas e aprovadas, reduzindo os riscos

se comparado a um negócio independente. Além disso, cada novo estabelecimento

da rede faz com que a loja se torne mais valorizada beneficiando cada um dos

franqueados. É interessante salientar que para abertura deste empreendimento, não

é necessária experiência anterior (MOIA et al., 2013).

Levy e Weitz (2000) descrevem como vantagem os treinamentos e manuais

disponíveis, além do nome e imagem conhecidos e por fim, a obtenção de economia

de escala em razão das compras terceirizadas.

Para o SEBRAE (2013), os conceitos são muito similares. São apresentadas

as principais vantagens do sistema de franquia de forma explicativa, como descrito

abaixo:

Page 36: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

35

Uso de marca testada e reconhecida no mercado, reduzindo os erros

comuns em negócios iniciantes, uma vez que o modelo franqueado será fruto da

experiência do franqueador, que já terá promovido ajustes, antes e durante a opção

pelo modelo de franquia, para melhoria e credibilidade da marca junto ao público

alvo da empresa;

Participação em uma rede, aumentando o poder de negociação junto

aos principais fornecedores, troca de experiências e maior presença da marca no

mercado;

Menores riscos, devido ao uso de modelo já testado e apoio para

escolha do ponto, implantação e gestão da unidade franqueada;

Utilização de know-how do franqueador, o que reduz o tempo para a

implantação e otimiza os recursos utilizados e riscos de insucesso;

Economia de escala, por participar de um processo de compras que

envolve toda a rede, reduzindo os preços pagos ou rateando as despesas, como os

custos de propaganda;

Orientação e assistência na administração do negócio, com

treinamentos, manuais e consultoria de campo;

Maior concentração nas vendas, resultado da transferência de know-

how, do apoio na gestão e por ser responsabilidade do franqueador o

desenvolvimento de produtos e serviços para a rede.

Ou seja, as vantagens presentes no sistema de franquias, citadas por

diversos autores mostram o quanto a rede tem benefícios se comparadas a uma loja

que inicia seus investimentos, estudos e operação sem nenhum embasamento vindo

de uma loja padrão. A franquia tem um retorno de ações, serviços e competências

que uma outra loja qualquer não tem inicialmente, por isso essas vantagens são

notórias para o negócio.

4.1.2 Como ter um Negócio de Sucesso

Segundo Ribas (2006), a maioria das empresas possuem características

comuns quanto ao sucesso do empreendimento, entre elas:

Page 37: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

36

Empresas detentoras de marcar fortes, com apelo junto ao público

consumidor, marcas que muitas vezes nem sequer existem há muito tempo, mas

que têm o atrativo necessário;

Produtos e/ou serviços respondem aos anseios do mercado

consumidor;

Tecnologia de instalação/operação/comercialização no varejo é eficaz

e pode ser transferida, em relativamente pouco tempo, com treinamento e

supervisão, mesmo a alguém que não seja do ramo;

Pontos para comercialização de seus produtos e/ou serviços podem

ser padronizados e instalados em qualquer local ou território julgado adequado, sem

maiores dificuldades;

Investimentos necessários à instalação e as despesas com a operação

de cada um desses pontos de venda são compatíveis com a rentabilidade que se

pode esperar do mesmo.

Além disso, segundo o SEBRAE (2013), os Fatores Críticos de Sucesso

(FCS) representam os pontos que devem merecer atenção contínua, sendo

geralmente responsáveis pelo sucesso ou insucesso de um negócio. Entre eles

estão:

Elaboração de um Planejamento Estratégico de longo prazo para a

franquia, onde fique evidenciada sua estratégia de expansão, com base em análise

de mercado e satisfação de clientes, que apontem para a aceitação dos produtos e

serviços oferecidos e a viabilidade econômico-financeira do negócio;

Definição clara do perfil do franqueado ideal por parte do franqueador e

escolha de um modelo de negócio com o qual tenha afinidade por parte do

franqueado;

Capacidade de investimento próprio do franqueador para o plano de

expansão e suporte à rede e do franqueado para o pagamento dos custos iniciais de

implantação, pagamento de taxas e capital de giro;

Comunicação clara, objetiva e constante para evitar mal entendidos;

Estratégia de marketing bem definida e implementada;

Estabelecimento de parcerias com fornecedores que representem boas

condições de preço e confiabilidade no suprimento das unidades franqueadas.

Page 38: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

37

Portanto, pode-se analisar que não é somente a marca que faz com que o

negócio tenha sucesso, mas é um passo inicial. Isso porque a região culturalmente

se espelha nas grandes capitais e sabendo que o empreendimento está presente na

maioria delas, é o primeiro passo para o sucesso.

Além disso, ter uma analise econômica inicial baseado nos dados oferecidos

pela empresa, transmite segurança aos franqueados, agregando para o sucesso do

negócio. Apesar de não serem os únicos fatores e ainda sim depender de um

planejamento estratégico na localidade de abertura do empreendimento, definindo o

perfil do cliente, pode-se observar a necessidade de demais ações, para que assim

se estabeleçam padrões, parcerias e possíveis obstáculos solucionados antes da

abertura da loja.

4.2 DESVANTAGENS

Quando se fala em franquia, não são considerados apenas os valores de

investimento e retorno financeiro, a burocracia documental para o processo de

aquisição também é levada em consideração, além de estrutura física, manutenção,

dentre outros.

Para Plá (2001), os problemas vão desde a manutenção dos padrões

operacionais até a disciplina do franqueado em seu negócio, sendo um sistema que

envolve duas partes com interesses complementares. A dificuldade inicial é gerir

uma franquia sem o vínculo concreto com a franqueadora, uma vez que questões

legais são envolvidas e não se tem tanta informação sobre o certo e o errado e

consequentemente, sobre o que deve ser feito.

Rocha (2003) afirma que o franqueador e o franqueado trabalham por um

resultado satisfatório comum, porém cada um preza os próprios ganhos, tornando a

relação pouco harmônica, uma vez que o franqueado espera receber orientações e

apoio frequentemente, um bom negócio, com boa prestação de serviços e quando

isso não acontece se sentem frustrados.

Não menos comum é a falta de flexibilidade e as restrições impostas pelo

franqueador, ao qual esclarece as obrigações do franqueado para administrar a

franquia (LEVY; WEITZ, 2000). Além dos custos pouco vantajosos, para o

franqueador, na formatação do negócio e a perda de sigilo de informações e know-

Page 39: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

38

how relacionados diretamente aos produtos e serviços prestados pela franquia

(DAHAB et al, 1996).

A falta de conhecimento do significado correto de franquia e a falta de

orientação dos possíveis empreendedores quanto à variedade de opções

disponíveis no mercado em cada setor, contribui para um crescimento abaixo do

esperado.

Outros fatores ainda podem ser citados como a falta de oferta de pontos

comerciais vantajosos ao empreendedor, falta de disponibilidade de mão de obra

qualificada, a dificuldade para investir em um negócio, bem como em uma franquia,

lojas altamente padronizadas aumentando os custos dos produtos, materiais, móveis

e demais itens que levam o logo ou as cores e padrões da marca.

Para localização, a franquia pode sentir como ameaça a concorrência

próxima e a necessidade de inovação que apresentarão se sentirem ameaçadas

com o empreendimento, a cultura da cidade interiorana, quanto ao trabalho

específico, de alto padrão e para os clientes, o método sofisticado de fornecimento

do serviço do produto.

Por isso deve-se elaborar um portfólio contendo as principais informações,

custos, localização, mercado, nicho, seguindo as necessidades da franquia, além do

fluxo de caixa para análise e garantias mais tangíveis no sucesso do

estabelecimento (GIGLIOTTI, 2012).

4.2.1 Desvantagens para o Franqueado

Assim como é difícil manter padrões pelos franqueadores, os franqueados

passam por dificuldades para seguir padrões estabelecidos, tendo as iniciativas

individuais limitadas. Além disso, os custos com a marca e metodologia, a venda do

negócio e o risco de o franqueador fracassar como representante majoritário da

franquia coloca o franqueador em uma posição de dúvida sobre o negócio (PLÁ,

2001).

Para Ribas (2006), as principais razões que dificultam a abertura de um

negócio é o investimento necessário, tempo gasto, riscos altos, incertezas de ações

a serem tomadas. Assim, no caso de abertura de uma franquia, o investimento e o

tempo são relativamente o mesmo se comparado a negócios convencionais.

Page 40: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

39

Segundo Ferro (2014), os serviços de qualidade ao cliente final estão

diretamente relacionados ao sucesso da franquia. Cada uma das partes

interessadas visa o sucesso próprio, surgindo divergências desde a elaboração do

contrato, possibilitando a desistência pelo franqueado da aquisição do

empreendimento. Alguns dos conflitos mais comuns são:

Diferentes percepções sobre a responsabilidade de cada stakeholder

no processo de aperfeiçoamento dos serviços prestados;

Pouca consciência do franqueado no que se refere à importância do

pagamento dos Royalties Mensais ao franqueador;

Falta de participação dos franqueados nas decisões que afetam toda a

rede;

Falta de comunicação para a realização de acordos antes de se

tornarem conflitos.

Para o SEBRAE (2013), outros pontos essenciais quanto aos desafios mais

comuns ao se obter uma franquia são:

Manutenção dos padrões para verificar se o modelo está sendo

corretamente seguido pelo franqueado, ajustando se necessário para correção de

erros ou adequação a mudanças;

Poder de decisão limitado, devendo consultar o franqueador sempre

que desejar realizar ações que não digam respeito às decisões gerenciais de

responsabilidade exclusiva do franqueado, inclusive quanto à escolha de

fornecedores;

Pagamentos de royalties e taxas, para direito de uso da marca, usufruir

do modelo franqueado e o suporte oferecido pelo franqueador;

Risco de insucesso do franqueador, pelo negócio sujeito à incertezas

do mercado ou a erros de gestão, que afeta toda a rede, os quais utilizam a marca,

know-how ou produtos;

Dificuldade de venda do negócio, por caber ao franqueador a

aprovação do novo franqueado na rede, além das taxas cobradas a título de

transferência do contrato de franquia e, em muitos casos, do contrato de locação;

Obediência à determinação de localização, que tanto pode ter o

aspecto positivo de assessoria para a escolha do ponto, quanto redução da

Page 41: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

40

liberdade de escolha por ter que acatar as determinações de localização previstas

no plano de expansão da franquia.

Assim pode-se concluir que existem grandes vantagens quanto à aquisição

e transformação de uma marca em franquia. Mas também existem pontos negativos.

Por isso é importante fazer todos os questionamentos e cálculos antes da aquisição

da rede para se ter um empreendimento seguro e rentável para o fraqueado.

Page 42: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

41

5 A FRANQUIA FRAN´S CAFÉ

5.1 MERCADO DE PONTA GROSSA

As empresas consideram o sistema franchising como uma estratégia de

expansão de negócios, levando o nome da marca para diferentes regiões,

transmitindo a excelência no produto ou serviço que a unidade matriz fornece. Além

disso, como o investimento para as unidades são feitos pelo franqueado, o

franqueador tem a possibilidade de expandir seus negócios rapidamente, fazendo a

marca mais conhecida (OLIVEIRA, 2015).

Ainda segundo Oliveira (2015), a grande aceitação do sistema de franquias

é provada pelo crescimento acima do PIB brasileiro e esta tendência deve se manter

nos próximos anos, pois as classes C e D estão sendo inseridas na economia, tanto

como consumidores, mas principalmente como franqueados.

Além da possibilidade de inserção das classes C e D no mercado, a

migração de população para a cidade de Ponta Grossa devido à vinda de empresas

e indústrias, tem aumentado consideravelmente, fazendo com que o mercado da

região também cresça.

Segundo o IBGE (2016), a população saltou de 311.611 habitantes em 2010,

para 337.865 em 2015. O que mostra um crescimento de 8% da população somente

da região de Ponta Grossa em 5 anos, contra o aumento de 7% no Brasil no mesmo

período.

Quanto às empresas, os últimos dados constatados são de 2013, com

13.215 empresas atuantes no mercado, 99.664 trabalhadores, percebendo um

aumento de 3% se comparado ao ano anterior. A tendência da economia da região

para 2015 – 2016, mesmo com a desaceleração do mercado no país, é um aumento

maior do que foi observado entre 2011 – 2012, devido o histórico de crescimento

dos últimos anos (IBGE, 2016).

Assim, aqueles que têm a cidade como nova residência e não estão

habituados aos costumes da região, buscam por alimentação, serviços e produtos

que já possuam familiaridade, padronizado, exatamente como as franquias

fornecem. Tendo assim, os novos residentes da cidade como público-alvo, além da

população em ascensão e as famílias tradicionais. Retomando a ideia de fidelização

Page 43: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

42

de clientes e o consumo padronizado ao público (RODRIGUES; ANDREASSI,

2012).

Segundo o SEBRAE (2014), existe um movimento de interiorização das

franquias, buscando novos mercados nas cidades de médio porte ou cidades em

crescimento. Esta nova tendência está alinhada a possível inserção da rede Fran’s

Café na cidade de Ponta Grossa. Visto que não existe nenhum café com as mesmas

tradições que a rede Fran´s, principalmente na região central da cidade.

Mesmo com a abertura de outros estabelecimentos do mesmo setor,

nenhum fornece o mesmo padrão e tampouco serviços similares, com variados tipos

de refeições, café da manhã, almoço, café da tarde, janta, aberto desde as sete

horas da manhã até as vinte e duas horas sete dias por semana.

5.2 FRANS CAFE

Segundo dados da marca, o Fran’s Café é uma empresa que surgiu em

Bauru, interior de São Paulo, no ano de 1972, procurando atender uma fatia de

mercado ainda inexplorada, com ambiente diferenciado, elegante e descontraído.

Iniciou sua rede de Franquias em 1992 e atualmente, conta com mais de cento e

cinquenta lojas, comercializando produtos padronizados de Fornecedores

homologados de alta qualidade.

Para beneficio do cliente, franqueador e franqueado, a franquia possui

parcerias com empresas conceituadas no mercado, como Coca Cola, Kibon, Oi Vex,

Souza Cruz e Phillip Morris.

Possui dois tipos de lojas, segundo a rede FRANS CAFE, sendo:

Station, estação móvel de café expresso com 9m² e 100% de

autonomia, foi concebido para suprir as necessidades de grandes empreendimentos

comerciais, inspirado no segmento da principal concorrente. Tem o cardápio

reduzido e trabalha principalmente com produtos e materiais do sistema “para

viagem”. Investimento de aproximadamente R$ 180.000,00, que inclui taxa Inicial de

Franquia, instalação e montagem do móvel, equipamentos e despesas pré-

operacionais, estoque Inicial;

Loja 24 horas, para o público que gosta de horários alternativos. Para

quem aprecia uma boa leitura, as lojas contam com revistaria e internet sem fio

Page 44: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

43

(wireless) como pode ser visto na Fotografia 1. Investimento de aproximadamente

R$ 360.000,00 que inclui a taxa inicial da franquia, o projeto arquitetônico,

construção e instalação, equipamentos e despesas pré-operacionais, estoque Inicial.

Fotografia 1: Vista Externa e Interna Loja Fran´s Café Fonte: Fran`s Café (2016)

A rede FRAN’S CAFÉ está presente em todo o Brasil, com filiais de Norte a

Sul. Além das atuais 150 lojas abertas, 36 estão sendo inauguradas no ano de 2016,

completando 18 estados ao final do ano. Representando um faturamento de 140

milhões ao ano. Por mês, são vendidas mais de 1 milhão de xícaras de café

expresso, e, atualmente, mais de 3,5 milhões de pessoas são atendidas,

mensalmente, em todas as lojas da rede. Os alimentos representam

aproximadamente 20% das vendas da rede, que trabalham com uma variedade de

quase 100 produtos que variam conforme a loja (DIAS, 2016).

No cardápio da rede feito por nutricionistas, estão presentes além do café

expresso, opções de bebidas quentes e geladas, café da manhã, lanches, petiscos,

saladas, refeições e sobremesas. Desde smoothies, sodas italianas e mate gelado,

às tortas geladas light, com itens exclusivos para determinadas épocas do ano. Para

facilitar o entendimento os produtos foram divididos em sete famílias, ou grupos,

cafés tradicionais, cafés especiais, bebidas quentes, sanduíches, refeições,

sobremesas, bebidas geladas (FRAN´S CAFÉ, 2016).

Dados da franquia Fran´s Café mostram que em 2007 a marca teve que se

reinventar pela chegada de uma forte concorrente no Brasil, ganhando novo visual,

sistema com conexão Wi-Fi, materiais de maior qualidade, produtos de baixa caloria

e criativos, novos sanduíches, cafés especiais e grãos exclusivos de marca própria.

Page 45: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

44

Ressaltando que todos os alimentos são fornecidos pela rede e vendidos

congelados, a loja franqueada somente vende produtos prontos, por isso não é

necessária uma cozinha industrial. Com isso, nota-se a capacidade da rede se

adaptar ao mercado e as tendências e costumes da população.

Em 2016, com a crise econômica no país, a rede novamente fez alterações

no seu cardápio para continuar atendendo a todos. Nesta nova opção surgiram

combos, salgado, doce, bebida, com um preço mais baixo que os produtos

tradicionais do cardápio.

O FRAN’S CAFÉ atende clientes que preferem pontos de rua. Sabendo

dessa informação, o empreendimento deverá ser instalado na rua, prioritariamente

no centro da cidade. Além disso, a rede mantém em sua sede uma equipe de

nutricionistas e baristas responsável por pesquisar novos produtos e trazer

novidades para o cardápio que muda duas vezes ao ano (DIAS, 2016).

Além do conforto oferecido na loja, a rede Fran´s Café possui um site com

informações gerais de manutenção da própria rede. Já incluso nos royalties pago

para a marca de 6% e de 1% para o marketing, que conta com o cardápio, panfletos,

anúncios, informativos no geral, site, entre outros. Acordados em contrato,

documento que varia conforme a necessidade do franqueado, direitos e deveres

para aquisição da loja.

Os investimentos, deveres e retorno da franquia de cafeteria se encontra na

Tabela 2.

Tabela 2: Informações econômicas Fran´s Café

Fonte: Autoria própria (2016)

De acordo com a franquia, o perfil ideal para ser um franqueado da rede é:

25 anos ou mais;

Page 46: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

45

Bom nível de escolaridade;

Ficha cadastral aceita pela franqueadora;

Recursos próprios para o investimento inicial que a franquia exige,

assim como para a aquisição do ponto e do estoque inicial, despesas iniciais de

propaganda para a inauguração da loja e capital de giro para a manutenção do

negócio;

Residência na cidade em que concentra seus negócios, bem como boa

reputação pessoal e comercial;

Aptidão para comunicar-se com pessoas e para o exercício do

comércio e gerenciamento de um negócio próprio;

Facilidade de planejamento e senso de organização;

Capacidade de liderança para chefiar pessoas;

Bom relacionamento interpessoal, ou seja, facilidade para lidar com o

público;

Espírito empreendedor, criatividade e confiança nos investimentos em

marketing;

Disponibilidade de tempo para a administração do negócio franqueado;

Disposição para implantar novas técnicas para o incremento das

vendas da unidade franqueada.

Os clientes, na loja Fran´s Café visitada, também seguem um padrão. Cerca

de 30% do público são clientes constantes, durante a semana são executivos, que

realizam reuniões no café ou trabalham sozinhos, além de famílias que buscam

almoço de qualidade e rapidez. Nos finais de semana as famílias se reúnem para o

lanche da tarde ou ainda almoços.

Na cidade de Ponta Grossa, o público alvo seriam também as famílias de 4

pessoas em média, os executivos de passagem na cidade, as universidades, a

melhor idade e as classes A e B. Abrangendo a maior parte da população dos

campos gerais.

Assim como se tem um perfil ideal para franqueado, também já se sabe

parte das vendas referente aos clientes fidelizados. A rede Fran´s Café tem um

padrão de refeições, o cardápio é moldado para o inverno. Por isso, os melhores

Page 47: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

46

meses são entre maio e agosto. Assim, conclui-se que a franquia é seria muito bem

aceita na cidade de Ponta Grossa, a qual apresenta invernos rigorosos.

Page 48: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

47

6 METODOLOGIA

Foi desenvolvida uma análise de viabilidade econômica sobre a franquia

Fran´s Café a partir de materiais bibliográficos diversos. Uma vez que foram

coletados dados (custos e receitas), estimativa de fluxo de caixa líquido, aplicação

da metodologia multi índice de análise de investimentos (indicadores), determinação

e interpretação dos indicadores de viabilidade econômica VPL (Valor Presente

Líquido), TIR (Método da Taxa de Retorno), PB (Payback Descontado), C/B (Método

do Custo-Benefício), emissão do parecer econômico e por fim a decisão da abertura

ou não do estabelecimento.

O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um

ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado,

tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos

considerados (GIL, 2008).

De acordo com Yin (2005, p. 32), o estudo de caso é um estudo empírico

que investiga um fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade, quando as

fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no qual são

utilizadas várias fontes de evidência.

O estabelecimento foi escolhido pela assistência e competência dos

franqueadores, os quais são atenciosos mesmo antes da escolha do

empreendimento. A facilidade de locação e os valores mais acessíveis se

comparados a uma rede de restaurantes, também são pontos atrativos da rede.

Além dos argumentos citados, a rede presta excelente serviço aos consumidores e

vende produtos de qualidade nas lojas que levam o nome da marca.

Segundo Rasoto et al., (2012), a análise de investimento busca investigar a

viabilidade econômica de um projeto e antecipar, por meio de estimativas, os

prováveis resultados a serem obtidos com a implementação do projeto, através de

critérios econômicos (rentabilidade, retorno), financeiros (disponibilidade de

recursos) e imponderáveis (elementos não conversíveis em dinheiro, como

segurança, status, localização, etc.).

Entre os métodos clássicos para estimar o fluxo de caixa na análise de

investimentos estão presentes:

Page 49: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

48

6.1 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)

Valor Presente Líquido é o cálculo do impacto dos eventos futuros a um

investimento no valor presente. Ou seja, mede o valor do fluxo de caixa ao longo do

tempo (SAMANEZ, 2009).

Para encontrar o VPL, utiliza-se a equação 1:

(1)

Onde:

I = investimento inicial;

Σ = somatória da data 1 até a data n;

FCt = fluxo de caixa no tempo estipulado;

K = custo do capital;

Onde, VPL > 0 é viável.

6.2 MÉTODO DA TAXA DE RETORNO (TIR)

Método da Taxa interna de Retorno segundo Samanez (2009), é a taxa que

anula o VPL de um fluxo de caixa, com o objetivo de encontrar o retorno do

investimento. Dado por:

(2)

Onde:

I = investimento inicial;

Σ = somatória da data 1 até a data n;

FCt = fluxo de caixa no tempo estipulado;

i = taxa interna de retorno.

6.3 PAYBACK DESCONTADO (PB)

Payback descontado é basicamente a determinação do tempo para que o

fluxo de caixa se iguale ao investimento inicial. Ou seja, o período de recuperação

Page 50: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

49

do montante investido, sendo viável à medida que o tempo de retorno é menor do

que um período-limite determinado (BREALEY; MYERS; ALLEN, 2013).

Dado por:

(3)

Onde:

I = investimento inicial;

Σ = somatória da data 1 até a data T;

FCt = fluxo de caixa no tempo estipulado;

K = custo do capital;

T = período de payback.

6.4 MÉTODO DO CUSTO-BENEFÍCIO (C/B)

Método do Custo-benefício mostra a viabilidade econômica de um projeto.

Sendo viável se o índice é maior que 1. Isso não quer dizer que um projeto é mais

rentável que outro somente por este índice (SAMANEZ, 2009).

Neste estudo foi usada a sigla C/B seguindo o autor Samanez (2009),

brasileiro. Existe outra maneira de uso com B/C, para a língua inglesa, que significa

Benefit-cost.

Para demonstrar tem-se:

(4)

Onde:

Σ = somatória da data 1 até a data n

bt = benefícios do período t

ct = custos do período t

n = horizonte do planejamento

K = custo do capital

Page 51: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

50

6.5 FLUXO DE CAIXA

O fluxo de caixa são as entradas e saídas efetivas de dinheiro ao longo do

tempo, para que se conheça a rentabilidade e a viabilidade econômica do projeto. É

o principal meio para estimar o valor de uma empresa e assim, planejar operações.

Isso não significa que o fluxo de caixa é o próprio lucro contábil, pois este pode

variar sem alteração no fluxo de caixa (SAMANEZ, 2009).

Ainda Segundo Samanez (2009), o fluxo de caixa incremental calcula os

índices que levam a execução da avaliação econômica para decisão de

continuidade ou não do projeto. São os efeitos positivos ou negativos no caixa pela

movimentação de fundos decorrentes do investimento. Ou seja, são as receitas e

custos resultantes da decisão de investir.

Para a montagem do fluxo de caixa, alguns princípios devem ser seguidos

Segundo Samanez (2009), mesmo que não sejam os únicos meios de elaboração:

Os fluxos de caixa devem ser estimados em base incremental. Em

outras palavras, os únicos fluxos relevantes são aqueles decorrentes da aceitação

do projeto.

Os custos de oportunidade associados a recursos previamente

possuídos devem ser alocados com base no melhor uso alternativo do bem.

Devem ser consideradas as mudanças nos requerimentos de capital de

giro, visto que elas são incrementais e afetam a decisão.

Os efeitos fiscais (economias de imposto) e qualquer outro efeito

derivado da aceitação do projeto devem ser considerados.

Os efeitos derivados do projeto devem ser incluídos (impacto do projeto

em outros setores da empresa).

Os custos passados já gastos (custos afundados) não serão

recuperados se o projeto não for empreendido. Logo, por não serem valores

incrementais, não devem ser incluídos no fluxo de caixa.

Os custos não indiretamente atribuídos ao projeto devem ser alocados

somente se forem incrementais.

Os fluxos devidos ao financiamento não devem ser incluídos no fluxo

de caixa livre para avaliação da viabilidade econômica do investimento de capital.

Page 52: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

51

Os efeitos da inflação nos fluxos de caixa e na avaliação devem

receber tratamento adequado.

O valor residual ou de liquidação do projeto deve ser estimado de

modo consistente.

6.6 FLUXO DE CAIXA LIVRE (FCL)

O fluxo de caixa livre são as operações econômicas de um negócio

buscando como resultado a rentabilidade e viabilidade do negócio. É o fluxo

disponível para os proprietários do capital, acionistas, gerado pelas operações

financeiras do projeto sem que o valor da empresa se reduza (SAMANEZ, 2007).

O fluxo de caixa livre consiste em uma série de adaptações e ajustes do

fluxo de caixa operacional, a fim de atender a determinados propósitos, em especial

para fins de elaboração de modelos para avaliação de negócios (SAMANEZ, 2007).

Para o fluxo de caixa livre temos a seguinte equação:

(5)

(6)

(7)

Onde:

Nopat = lucro operacional depois de imposto

Ebit = termo em inglês de lucro antes de juros e imposto de renda

Lajir = lucro antes de juros e imposto de renda

T = alíquota de imposto de renda e contribuição social sobre o lucro

6.7 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

Na análise do fluxo de caixa, se trabalha com muitas variáveis de diferentes

graus de importância. Assim, é necessário identificar quais têm mais peso e as

variáveis críticas no processo de projeção e determinação dos fluxos de caixa. Para

Page 53: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

52

então considerar as hipóteses de comportamento dessas variáveis (SAMANEZ,

2007).

A ideia da análise de sensibilidade é identificar os fatores que induzem a

mudança no VPL consideravelmente e a decisão de investimento e então, isolá-los.

Isso porque estes fatores são os causadores da incerteza de aspectos quanto à

execução de um projeto (SAMANEZ, 2007).

Em muitos casos, os imprevistos desconhecidos são os mais perigosos.

Através de uma análise de sensibilidade sobre dimensão do mercado, fatia de

mercado e outras variáveis, é possível detectar imprevistos e consequências

decorrentes de estimativas das variáveis do projeto e identificar informações mais

úteis através de variáveis relevantes (BREALEY; MYERS; ALLEN, 2013).

A análise de sensibilidade pode ser unidimensional ou multidimensional.

Será unidimensional se os efeitos de cada variável forem medidos separadamente, e

multidimensional se forem analisados os efeitos de diversas variáveis ao mesmo

tempo (SAMANEZ, 2007).

Por fim, existem problemas na análise de sensibilidade entre eles a incerteza

pelos resultados ambíguos. Como por exemplo, a divergência de opiniões quanto a

um cenário otimista ou pessimista. Outro problema é a interdependência das

variáveis relevantes. Ou seja, isoladamente as variáveis não produzem resultados

satisfatórios e conclusivos e por isso, são necessárias maiores informações

(BREALEY; MYERS; ALLEN, 2013).

6.8 ANÁLISE DE CENÁRIOS

A análise de cenários nada mais é que uma variante da análise de

sensibilidade. A qual surgiu para cessar com o problema de correlação entre

variáveis. Essa análise permite que um conjunto de parâmetros forme um cenário.

Ou seja, cada conjunto é uma análise de sensibilidade e por meio dessas várias

análises, podem ser identificadas as variáveis-chave que por fim, determinam o

sucesso ou insucesso do projeto (SAMANEZ, 2007).

Assim, de maneira geral, os gestores acreditam que a análise de cenários é

útil por permitir um exame das combinações de diferentes variáveis, partindo de

certezas sobre o projeto em questão (BREALEY; MYERS; ALLEN, 2013).

Page 54: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

53

6.9 PREMISSAS

Para a análise de viabilidade do Fran`s Café, a loja situada na cidade de São

Paulo, capital, forneceu dados de custo, receita, quantidades, investimentos, além

de premissas sobre reajustes e impostos que variam anualmente. Através destes

dados, foi possível a elaboração de uma planilha para cálculo e análise da

viabilidade do negócio.

A partir dos dados fornecidos, foram feitos algum ajustes para

enquadramento a cidade de Ponta Grossa. Começando pelos custos de pessoal,

serviços em gera, seguro, aluguel do espaço nos custos fixos. E nos custos

variáveis foram adaptados dados como eletricidade e água visto que a

concessionária muda conforme o estado. Já os royalties cobrados tanto para capital

quanto para Ponta Grossas, são os mesmos 6%, somente o valor do marketing foi

alterado de 2% na capital, para 1% no interior do Paraná.

A quantidade vendida se manteve, uma vez que a cidade tem capacidade

para abranger um público em potencial e por ser uma franquia nacional presente na

capital mais próxima da cidade, Curitiba e por isso já possuir uma fama que trará

clientes desde a abertura do empreendimento.

E por fim, os investimentos também se mantiveram, já que são poucas as

diferenças de preços pelo custo da reforma somado aos materiais e produtos. Além

da premissa do reajuste se manter constante, inflação e dissídio. E os impostos

serem enquadrados no nacional simples.

Isso quer dizer que a loja analisada não obteve lucros acima de

R$540.000,00 anual como é a previsão da rede, visto na Tabela 2, capítulo 5.2.

Baseando nesta previsão de lucro, considerei os lucros máximos, para estimar o

retorno, custo, lucro e indicadores econômicos.

Nas premissas do projeto, foi considerado o início do projeto em 2016

somente do Fluxo de Caixa, pois neste ano começam os investimentos acarretando

somente custos iniciais, para abertura da loja em 2017. A Taxa Mínima de

Atratividade do Projeto foi estipulada em 20% ao ano, como taxa de juros

representativos do mínimo para se ganhar como investidor, devido à necessidade de

se obter lucros acima de títulos de renda fixa. Além dos impostos cobrados no total

de 6,84%, já embutido o IRPJ, PIS, COFINS, CSLL, ICMS, CPP, como apresentado

na Tabela 3.

Page 55: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

54

Tabela 3: Premissas do Projeto – ano início, atratividade, impostos aplicados

Fonte: Autoria própria (2016)

Já as premissas de depreciação, foram estipuladas segundo o fabricante e

assistências, além do uso do dia a dia do produto, material ou eletrodoméstico,

considerando o período em média que os produtos não demonstram defeitos de

qualquer gênero. Após esse período recomenda-se a troca do equipamento ou

material, como demonstrado na Tabela 4.

Para o caso da Taxa Inicial, faz-se uma análise de depreciação diferenciada.

Isso quer dizer que o contrato tem duração de 4 anos e por isso a taxa tem que ser

paga durante este primeiro contrato. Após esse período o contrato é renovado sem

que haja uma nova cobrança da taxa inicial.

Tabela 4: Premissas da Depreciação – segundo fabricante e modo de uso do produto

Fonte: Autoria própria (2016)

Page 56: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

55

As premissas Macroeconômicas é a inflação segundo o Boletim FOCUS, divulgado no Agência Estado de 2016. São

economistas os quais fazem projeções aceitas pelo Banco Central e, o reajuste do dissídio considera o cenário atual do país e por

isso não terão aumentos de salário em comparação a 2016, somente será considerada a inflação para o reajuste salarial,

considerando o ano de início do projeto. Esta última análise se baseou no relatório do sindicato SINTHORESP, responsável pelo

café em São Paulo, por não existir nenhum café do mesmo gênero na cidade e ainda não ter sido discutido em qual sindicato se

enquadraria, como apresentado na Tabela 5.

Tabela 5: Premissas Macroeconômicas – Inflação e dissídio

Fonte: Autoria própria (2016)

As premissas do reajuste dos preços de vendas seguem o mesmo padrão da tabela mostrada acima. Porém, para este

caso, além do reajuste salarial e a inflação, deve-se ficar atento a qualquer alteração nos custos da franquia para que se

necessário, altere os preços dos produtos vendidos, como demonstrado na Tabela 6.

Page 57: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

56

Tabela 6: Premissas do reajuste dos preços de venda – Inflação e dissídio

Fonte: Autoria própria (2016)

E por ultimo entre as premissas está a de aumento no volume de vendas que considerou um crescimento de vendas de

acordo com o aumento da população da cidade de Ponta Grossa, de acordo com as projeções do IBGE, além do aumento da

inflação, além de ter como base consideração de início do empreendimento, uma vez que mesmo com a fama de outras lojas pelo

Brasil, inclusive na capital, as vendas não atingiram o ápice no primeiro ano de funcionamento. E ainda considerando no melhor

dos cenários um crescimento de 0,5% ao ano durante os 8 anos de funcionamento, como demonstra a Tabela 7.

Tabela 7: Premissas de aumento no volume de vendas – Inflação e dissídio

Fonte: Autoria própria (2016)

Page 58: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

57

6.10 PRODUTOS – QUANTIDADES, CUSTOS E VENDAS

A rede Fran´s Café trabalha com mais de 100 produtos em cardápio. Por

isso, a partir dos produtos mais vendidos foram determinados grupos, chamados de

família de produtos. Estes produtos estão especificados pela quantidade vendida ao

ano, obtidos através de dados fornecidos pela loja em estudo.

Para o custo de produção e venda, foi utilizado um ticket médio de R$22,00

por cliente, considerando o funcionamento da loja de segunda a domingo das 07:00

as 22:00. Para realização dos calculados, foi utilizada a média ponderada dos

subprodutos apresentados na Tabela 8.

E para a receita total, sem os descontos com os custos do dia a dia do

negócio, foi multiplicada a quantidade vendida e o custo total do produto. Na Tabela

9, estão demostrados os valores resumidos das famílias de produtos que foram

estudadas.

Page 59: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

58

Tabela 8: Produtos, Administrativos – Quantidade, Custo e Receita anual

Fonte: Autoria própria (2016)

Na Tabela 8, podemos concluir que a partir de alguns dos subprodutos mais

vendidos, foram calculados as quantidades, custos e receitas para obtenção de

valores aproximados para utilização de famílias de produtos e então trabalhar com

menos dados que poderiam tirar o foco da análise pela quantidade de números

apresentados.

Page 60: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

59

Tabela 9: Família de Produtos reduzida

Fonte: Autoria própria (2016)

A Tabela 9 por sua vez, apresentou somente as famílias de produtos que

foram analisadas para a elaboração das planilhas eletrônicas de viabilidade do

projeto. Para concluir quais as famílias mais relevantes em quantidade de vendas,

foi elaborado um diagrama de pareto em porcentagem, perfazendo um total de

100% das vendas na somatória de produtos, como mostra a Figura 1.

Figura 1 – Diagrama de Pareto família de Produtos

Fonte: Autoria Própria (2016)

Page 61: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

60

Com as famílias já estipuladas, foi iniciada a construção de planilhas eletrônicas construída passo a passo para se obter

como resultado o Fluxo de Caixa Livre e os Indicadores Econômicos.

Na Tabela 10, estão presentes os preços das famílias de produtos baseado na premissa de preço de vendas e o valor do

produto sempre no período anterior a ele considerando os possíveis aumentos.

Na Tabela 11, novamente aparecem as quantidades de vendas por família de produtos baseada no aumento do volume de

venda segundo o aumento da população, segundo dados do IBGE. O aumento da população ano a ano foi calculado por uma

média do crescimento da cidade, através da economia e natalidade.

Tabela 10: Preços das famílias de produtos baseado na premissa de preço de vendas

Fonte: Autoria própria (2016)

Tabela 11: Quantidade de vendas por família de produtos baseada no aumento do volume de vendas segundo o aumento da população

Fonte: Autoria própria (2016)

Page 62: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

61

Com os dados da Tabela 10 e 11, foi elaborada uma tabela com a receita, calculada pela multiplicação do preço das

famílias de produtos e a quantidade vendida, já com a porcentagem de inflação e aumento populacional embutidos nos valores

fornecidos para calculo.

Tabela 12: Receita segundo preço e quantidade

Fonte: Autoria própria (2016)

Com a Tabela 12 calculada, os valores de Receita total anual se fazem presente, permitindo que comecem a surgir os

custos totais para elaboração do fluxo de caixa com o abatimento do que se deve pagar e do que se obteve lucro.

Foram considerados os custos de operação e manutenção totais para o perfeito funcionamento do negócio. Estes custos

estão separados em fixos e variáveis e cada um deles tem suas porcentagens acrescidas diferentemente.

Por isso foi elaborada uma tabela para facilitar o entendimento da estrutura dos custos. A Tabela 13 demonstra o custos

calculados para o período de 8 anos de empreendimento. Já a Tabela 14, apresenta como foram obtidos os valores para compor

os custos totais, ou seja, uma tabela auto explicativa.

Page 63: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

62

Tabela 13: Custos operação e manutenção

Fonte: Autoria própria (2016)

Tabela 14: Custo operação e manutenção - explicativo e composição

Fonte: Autoria própria (2016)

Page 64: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

63

Os equipamentos utilizados em loja são pré-estipulados pelo franqueador. Esses materiais e eletrodomésticos tem

durabilidade aproximada segundo o fabricante e assistência técnica para uso máximo de um equipamento segundo sua utilização

do dia a dia. Assim foi considerada a substituição dos aparelhos após esse período, sem a troca de peças e uso da assistência.

Neste caso a inflação para compra de um novo equipamento também foi considerada em todos os períodos. Sendo uma

consequência do investimento, a depreciação. A partir da depreciação, é possível calcular o valor residual do produto através do

investimento subtraindo a depreciação do período em questão, como apresentado na Tabela 15 os investimentos e Tabela 16 a

depreciação.

As tabelas para os cenários péssima e otimista se encontram nos apêndices A e B, consecutivamente.

Tabela 15: Investimentos com inflação embutida

Fonte: Autoria própria (2016)

Page 65: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

64

Tabela 16: Depreciação segundo tempo de vida útil do produto e valor residual

Fonte: Autoria própria (2016)

Com essa Tabelas, pode-se observar o comportamento do mercado em um negócio de cafeteria. A partir destes dados

coletados e estipulados através da inflação, dissídio e vendas, chegou-se a valores aproximados do que poderá vir a ser a

abertura da loja na cidade de Ponta Grossa.

Page 66: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

65

7 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA AO FRAN´S CAFÉ

A partir dos dados da franquia e a elaboração do cálculo da Receita Total,

Custo Total, Investimento Total, Depreciação e Valor Residual, surgiu o Fluxo de

Caixa Econômico. Por fim, calculou-se os indicadores econômicos, entre eles, o

Valor Presente Líquido (VPL), Valor Presente das Receitas (VPR), Valor Presente

dos Investimentos (VPI), Valor Presente do Custo de Operação e Manutenção

(VPOM), Taxa Interna de Retorno (TIR), Índice custo benefício (B/C) e Payback

(PB).

7.1 CONSTRUÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ECONÔMICO

O fluxo de caixa econômico ou fluxo de caixa livre, foi elaborado para

interpretação de resultados, que partem dos valores pré estipulados e permitem a

formulação dos Indicadores Econômicos, para final analise da viabilidade do

empreendimento. Como apresentado na Tabela 17, o esquema se baseia em

receitas, custos, impostos, depreciação, investimentos, capital de giro e valor

residual.

Tabela 17: Demonstração da sequencia de um Fluxo de Caixa Econômico

Fonte: Autoria própria (2016)

Page 67: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

66

Esta Tabela 17 mostra qual a sequencia para obtenção do fluxo de caixa. Este dinheiro disponível para os investidores permitiu

calcular o retorno do investimento, as taxas ao ano, a soma a valores atuais dos fluxos de caixa gerados pelo projeto, concluindo a

viabilidade do projeto.

Para isso, foram considerados todos os fatores até esta etapa desenvolvidos e além disso, o capital de giro investido no

negócio foi de R$30.000,00, valor suficiente para cobrir um período sem lucro algum, ou seja o período antes da abertura da loja.

Este valor volta ao final do contrato do empreendimento por não ser um dinheiro necessariamente utilizado, ele somente fica

a disposição para segurança do empreendimento.

Nesta etapa também aparece o valor residual positivo, o que significa que mesmo com a depreciação do material

eletrodoméstico, ainda existe um valor a resgatar com o que foi investido. Este valor se fará real a partir da venda dos produtos.

Essas informações ficam mais visíveis com a Tabela 18, a qual mostra os valores encontrados a partir de uma análise para

um cenário base de 8 anos de empreendimento, considerando o fechamento ou venda da loja após esse período.

Tabela 18: Fluxo de Caixa Econômico segundo cenário base de 8 anos

Fonte: Autoria própria (2016)

Page 68: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

67

Com o fluxo de caixa econômico e resultados, é possível concluir os

indicadores econômicos, calculando um a um segundo as premissas e o fluxo de

caixa econômico em si, como apresentado na Tabela 18. Entre eles:

VPL – fluxo de caixa econômico inicial somados ao VPL referente a taxa de

atratividade e o fluxo de caixa econômico dos demais períodos;

VPR – VPL das receitas totais a partir do primeiro período de funcionamento;

VPI – investimento total inicial somados ao VPL referente a taxa de

atratividade e os investimentos totais dos demais períodos;

VPOM – VPL dos custos de operação e manutenção;

TIR – para calcular a taxa de desconto que teria um determinado fluxo de

caixa para igualar a zero seu valor presente líquido, ou seja, considera um

reinvestimento total dos lucros no empreendimento, mesmo não sendo o que

acontece nas empresas.

B/C – índice custo benefício, o qual representa o retorno obtido por cada

unidade de dinheiro investido.

PB – é o payback descontado que indica o número de períodos em que o

investimento inicial seria recuperado.

Tabela 19: Indicadores Econômicos segundo análise do Fluxo de Caixa Econômico e premissas econômicas

Fonte: Autoria própria (2016)

7.2 VPL NA ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

A análise de sensibilidade foi feita a partir do cenário base para 8 anos de

empreendimento, uma vez que este cenário é o que se aproxima mais da loja

estudada, buscando variações possíveis.

Page 69: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

68

Para realização desta análise, foram necessários diversos diagramas de

pareto para determinar as principais variáveis. Foram feitas análises para cada

procedimento, concluindo os seis fatores que mais influenciam na mudança de VPL.

Entre os diagramas, encontra-se na Figura 2, a tomada de decisão pelos

custos, neste cenários os que mais são relevantes é o pessoal, funcionários da loja e

energia elétrica que varia de acordo com o movimento da loja.

Figura 2 – Diagrama de Pareto de Custo e Operação

Fonte: Autoria Própria (2016)

Na figura 3, é demonstrado os investimentos, em que se destaca o custo da

reforma do espaço e por isso somente este fator foi analisado como influenciador da

mudança do VPL.

Figura 3 – Diagrama de Pareto de Investimento

Page 70: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

69

Fonte: Autoria Própria (2016)

Esta análise é utilizada para identificar fatores que induzem a mudança no VPL consideravelmente causando a incerteza

da viabilidade do empreendimento. A Tabela 20 ilustra em reais, como essas variações, de -30% a 30% variando de 10 em 10,

podem afetar o VPL e assim alterar todas as conclusões obtidas pelo projeto.

Isso porque essa variação interfere diretamente no Payback descontado, fazendo com que aumente ou diminua o tempo

de retorno do investimento, principal fator da análise de viabilidade econômica.

Tabela 20: Análise de Sensibilidade em reais segundo variáveis que mais influenciam no VPL

Fonte: Autoria própria (2016)

Essa análise de sensibilidade também foi aplicada em porcentagem, para facilitar o entendimento da variação dada quando

se aumenta ou diminui os valores influenciando no VPL, assim como a Tabela 21.

Page 71: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

70

Tabela 21: Análise de Sensibilidade em porcentagem segundo variáveis que mais influenciam no VPL

Fonte: Autoria própria (2016)

Com a análise de sensibilidade em planilha eletrônica, pode-se observar os resultados encontrados em um gráfico de linhas, onde

cada variável representa a ação do aumento ou diminuição, influenciando no VPL, como é o caso da Figura 4, representado em

números e na Figura 5, representado em porcentagem.

Page 72: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

71

Figura 4 – Gráfico da Análise de Sensibilidade em reais

Fonte: Autoria Própria (2016)

Figura 5 – Gráfico da Análise de Sensibilidade em porcentagem

Fonte: Autoria Própria (2016)

Portanto, a partir dos números ilustrados nas planilhas eletrônicas e nos

dados dos gráficos, é possível identificar o pessoal e cafés tradicionais como os dois

maiores influenciadores na variação do VLP. Assim as mudanças que ocorrerem por

aumento ou diminuição de vendas atingirá diretamente o VPL, visto que esses

fatores estão diretamente ligados.

Page 73: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

72

8 CONCLUSÃO

Para se iniciar uma franquia, foi determinado investimento de capital próprio

e assim, imobilizá-lo por um período de tempo previamente determinado.

Ao término desse período, espera-se que a franquia traga retorno favorável

equivalente ao imobilizado inicialmente e lucros superiores ao que poderia ser obtido

com o capital investido em outro negócio, uma vez que o objetivo da empresa é

maximizar os lucros e prestar um serviço de excelência aos clientes.

Portanto, se fez uma análise detalhada da viabilidade econômica do

investimento, dos lucros esperados, levando em conta os riscos, com a análise de

sensibilidade e variação de VPL, além dos prós e contra do empreendimento para

melhor entendimento do sistema de franquias em geral e especificamente de um

café.

Assim, os indicadores econômicos utilizados tornam o estudo de caso mais

simples e objetivo, para que se possa tomar a decisão da aplicação ou não dos

recursos neste projeto especificamente, mas também ser base para outros projetos

de implementação de franquias na cidade.

Desta maneira, foi possível identificar o que é uma franquia, como funciona,

seus conceitos e definições, além de conhecer uma análise de viabilidade

econômica, para que apliquem no projeto antes da abertura da loja e analise os

possíveis cenários e para que saibam como a rede funciona e então se sintam mais

seguros para investir na cidade.

Para as premissas, foi determinada a taxa de atratividade do projeto,

impostos, depreciação, inflação, reajuste de preços e aumento de vendas e vendas

iniciais consideráveis, por se tratar de uma franquia conhecida na capital e nos

demais estados do Brasil, para cálculo dos custos. A partir destes dados, foi possível

calcular a receitas, investimento, além do fluxo de caixa econômico e então se obter

os indicadores econômicos.

Os resultados obtidos através da análise mostrou ser viável o investimento,

admitindo os resultados obtidos pelos diferentes cenários. Considerando o cenário

base como principal, uma vez que se aproxima da realidade da franquia em questão.

Mas também levando em consideração os cenários pessimista e otimista, para que

se tenha uma projeção mais abrangente, que sirva como base em um ano de

poucas vendas, mas também se encaixe no perfil de negócio promissor.

Page 74: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

73

Para o cenário Base, o retorno esperado é de 4 anos e 6 meses e Valor

Presente Líquido de R$243.231,85 Ainda para 2 contratos temos o cenário

pessimista com retorno de 4 anos e 11 meses e VPL de R$188.278,93 e por fim,

cenário otimista com retorno em 3 anos e VPL de R$687.068,00.

Para 2 contratos, período de 8 anos, o investimento ainda é viável, uma vez

que o empreendimento se paga nos primeiros anos em funcionamento, mesmo

sendo parte do segundo contrato, uma vez que cada contrato dura 4 anos e pode

ser renovado sem o pagamento da taxa inicial novamente.

Além disso, nota-se que para uma variação de -30% a 30% em itens de

sensibilidade previamente selecionados para análise de 8 anos no cenário base, o

VPL continua positivo, o que mostra um fluxo de caixa possível, fazendo assim o

empreendimento possível e viável em longo prazo. Tendo como menor valor

R$R$321.450,19 e maior valor R$R$772.565,20 para Cafés tradicionais, variação

entre R$484.826,98 e R$609.188,42 para Cafés especiais, entre R$943.076,32 e

R$150.939,08 para pessoal, entre R$580.370,79 e R$513.644,60 no aluguel da loja,

entre R$600.493,87 e R$493.521,53 com eletricidade e finalmente, entre

R$553.541,73 e R$540.473,67 com custo da reforma do espaço.

Isso quer dizer que para os dois produtos, o VPL é crescente devido o lucro

ser menor com a variação negativa. Já no caso dos custos e investimentos, quanto

mais negativa a variação (%), menor o custo e, portanto maior o VPL. Demonstrando

assim a sensibilidade dos valores em questão.

Desta forma, conclui-se a concordância da implantação de uma franquia no

setor de cafés levando em conta além dos valores econômicos, características

técnicas positivas como localização, padronização, qualidade dos produtos,

capacitação dos funcionários, marca, reconhecimento, bem como o crescimento do

mercado de franquias.

Page 75: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

74

REFERÊNCIAS

AAKER, D. A. Managing brand equity: capitalizing on the value of a brand name. Passeidireto, 1991. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1049332/bibliografia-de-marketing. Acesso em: 20 jan. 2015, 09:27. AGÊNCIA ESTADO. Correio Braziliense. Disponível em: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2016/03/21/internas_economia,523259/mercado-mantem-projecao-de-ipca-de-2017-em-6-0-e-de-5-40-para-2018.shtml. Acesso em: 24 mai, 2016. ASSOCIAÇÃO Brasileira de Franquia - ABF, 2015. Disponível em: <https://www.portaldofranchising.com.br/central/Content/UploadedFiles/Arquivos/PDFs/Cartilha_Propriedade_Intelectual.pdf> Acesso em: 24 mar, 2015. ARENT, A. Z. Franquias: uma análise para decisão do melhor investimento. Dissertação (Graduação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul,2010. Disponível em: < http://hdl.handle.net/10183/29683>. Acesso em: 24 mar. 2015. BALDIN, E. Estudo de viabilidade econômico-financeira de um empreendimento comercial e de prestação de serviços técnicos na cidade de Criciúma. Monografia (MBA Gestão Estratégica de Finanças e Controladoria) – Programa de Pós Graduação Lato Sensu, Universidade do Extremo Sul Catarinense, 2014. Disponível em: < http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/2392/1/Evanio%20Baldin.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2015 BITTENCOURT, C. Como funciona a cobrança de royalties. São Paulo, 2011. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/noticias/como-funciona-a-cobranca-de-royalties-2> Acesso em: 24 mar, 2015. BOHI, H. Time To Buy A Franchise? Alaska Business Monthly, Alaska, p. 15-20, mar 2010. Disponível em: < https://issuu.com/alaska_business_monthly/docs/march-2010> Acesso em: 24 mar, 2015. BORINI, F.; ROCHA, T.; SPERS, E. Desafios para a internacionalização das franquias brasileiras: um survey com franquias internacionalizadas. In: MELO, P.R.L., Andreassi, T. (Org.) Franquias brasileiras, p. 71-87 São Paulo: Cengage Learning, 2012.

Page 76: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

75

BORINI, et al. A internacionalização de fraquias no segmento de óculos de sol e acessórios: o caso “Chilli Beans”. In: MELO, P.R.L., Andreassi, T. (Org.) Franquias brasileiras, p. 123-140 São Paulo: Cengage Learning, 2012. BREALEY, R. A.; MYERS, S. C.; ALLEN, F. Princípios de finanças corporativas. 10. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. BRITO, F.; MARTINS, V. Fatores que influenciam a formação do preço de venda: um estudo de caso. Rio de Janeiro, 2013. Revista Linkania, Rio de Janeiro (RJ), v 1, n 7, p 86-164, jun. 2013. BROYLES, S. A.; SCHUMANN, D. W.; LEINGPIBUL, T. Examining brand equity antecedent/consequence relationships. The Journal of Marketing Theory and Practice, v 17 n 2, 2009. CERVEIRA, D. Os royalties no contrato de franquia. São Paulo, 2014. Disponível em: <http://www.portaldofranchising.com.br/artigos-sobre-franchising/os-royalties-no-contrato-de-franquia> Acesso em 27 mar, 2015. COMBS, J. G.; KETCHEN, D. J. Why do firms use franchising as an entrepreneurial strategy?: A meta-analysis. Journal of Management, [S.I.], v 29, n 3, p. 443-465, jun. 2003. COMBS, J. G.; MICHAEL, S. C.; CASTROGIOVANNI, G. J. Franchising: A review and avenues to greater theoretical diversity. Journal of Management, [S.I.], v 30, n 6, p 907-931, nov. 2004. COUGHLAN, A. T.; ANDERSON, E.; STERN, L. W.; EL-ANSARY, A. L. Canais de marketing e distribuição. 6 ed. Porto Alegre:Bookman, 2002. DAHAB, S. Entendendo franchising: uma alternativa eficaz para o pequeno e médio empreendedor. 2. Ed. Salvador: Casa da Qualidade, 1996. DANT, R. P.; GRUNHAGEN, M.; WINDSPERGER, J. Franchising research frontiers for the twenty-first century. Journal of Retailing, [S.I.], v 87, n 3, p 253-268, mar, 2011. DIAS, K. Mundo das Marcas: Frans Café. São Paulo, 2011. Disponível em: <http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2006/06/frans-caf-estilo-e-arte-de-servir-caf.html>. Acesso em: 8 abr, 2015.

Page 77: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

76

FRANCHISE STORE. Leis do franching. Disponível em: <(http://franquia.com.br/noticias/leisdofranchising/> Acesso em: 12 abr, 2015. FRANS CAFÉ. Disponível em: <http://www.franscafe.com.br> Acesso em: 24 mar, 2015. FERRO, G. Modelo da análise para soluções de desafios com base no design thinking e na investigação apreciativa: uma aplicação em uma rede de franquias. Monografia (Mestrado em Design) – Programa de Pós Graduação em Design, Universidade Federal do Paraná, 2014. Disponível em: <http://hdl.handle.net/1884/37322>. Acesso em: 24 mar. 2015 GIGLIOTTI, B. Transferência de conhecimento nas franquias brasileiras. Monografia (Mestrado em Administração de Empresas) – Programa de Pós Graduação em Administração de Empresas, Fundação Getúlio Vargas, 2010. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10438/4712>. Acesso em: 24 mar. 2015 GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. Disponível em: <https://ayanrafael.files.wordpress.com/2011/08/gil-a-c-mc3a9todos-e-tc3a9cnicas-de-pesquisa-social.pdf.> Acesso em: 24 mar. 2015. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 2014. Disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=411990&idtema=115& search=parana|ponta-grossa|estatisticas-do-cadastro-central-de-empresas-2011> Acesso em: 27 mai, 2015. INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Disponível em: <http://www.inpi.gov.br/portal/acessoainformacao/artigo/contrato_de_tecnologia_1351692514525> Acesso em: 24 mar, 2015. BRASIL. Decreto nº 8987, de 13 de fevereiro de 1995. Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências. Diário Oficial da União República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 fev. 1995. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8987cons.htm>. Acesso em: 14 abr, 2015. BRASIL. Decreto nº 8995, Art. 2o, de 15 de dezembro de 1994. Dispõe sobre o contrato de franquia empresarial (franchising) e dá outras providências. Diário Oficial da União República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 fev. 1995. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8955.htm>. Acesso em: 14 abr, 2015.

Page 78: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

77

LEVY, M.; WEITZ, B.A. Administração de varejo. São Paulo: Atlas, 2000. MARQUES, D.S.P.; MELO E.M.; LUCCHESI C.A.M. Os motivos envolvidos na internacionalização de franquias brasileiras. São Paulo, v 8, n 2, 2005. Disponível em: <http://periodicos.unifacef.com.br/index.php/facefpesquisa/article/view/47/113>. Acesso em: 24 mar. 2015. MAURO, P. C. Guia do franqueador: como crescer através do Franchising. São Paulo: Nobel, 1999. ______. Guia do Franqueador. Como desenvolver marcas mundiais. 4. ed. São Paulo: Nobel, 2006. Disponível em:<http://www.editoranobel.com.br/arquivos/2008173.pdf> Acesso em: 24 mar 2015. MELO, P. L.; ANDREASSI, T. Franquias Brasileiras – Estratégia, Empreendedorismo, Inovação e Internacionalização. São Paulo: Cengage Learning, 2012. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC. Cartilha: O que é franquia . Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_11967 94000.pdf> Acesso em: 24 mar, 2015. MOIA, R. Logística de abastecimento: os gargalos na gestão de suprimentos de uma franquia. SIMREDES – 2013. São Paulo, 2013. Disponível em: <http://www.unigran.br/ciencias_exatas/conteudo/ed6/artigos/01.pdf> Acesso em: 24 mar. 2015. MORAES, T.; GUIMARÃES, J. C. F; RIZZON, F. G. Processo de Implantação de Franquia Como estratégia de Expansão para Empresas Prestadoras de Serviços. Simpósio Científico FTSG – 2011. Rio Grande do Sul, 2011. Disponível em: <file:///C:/Users/pauli_000/Downloads/39-148-1-PB.pdf> Acesso em: 24 mar 2015. NYADZAYO, M. W., MATANDA, M. J., & EWING, M. T. Brand relationships and brand equity in franchising. Industrial Marketing Management. v. 40 e. 7, p. 1103-1115, 2011. Dispoível em: < doi:10.1016/j.indmarman.2011.09.004>. Acesso em: 24 mar. 2015.

Page 79: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

78

OLIVEIRA, D. B. A necessária tipificação do contrato de franchising. Teresina: Revista Jus Navigandi 2015. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/32791>. Acesso em: 14 mai 2015. PFISTER, E. et al. Institutions and Contracts: Franchising. European Journal of Law Economics. v. 21, n 2, p 53-78, 2006. Disponível em: <http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs10657-006-5671-4> . Acesso em: 14 mai 2015. PLÁ, D. Tudo sobre franchising. Rio de Janeiro:SENAC, 2001. RABELO, I. Surgimento do Franchising no mundo e no Brasil. Mercado de Franquias. São Paulo, mar. 2012. Disponível em: <http://www.franquiaeducacional.com/surgimento-do-franchising-no-mundo-e-no-brasil/>. Acesso em 19 abr. 2016. RASOTO, A. et al. Gestão financeira: enfoque em inovação. Curitiba: Aymará Educação, 2012. RIBAS, J. Confidencial: Por dentro de uma franquia. Rio Grande do Sul: SEBRAE e Maneco, 2006. RIBEIRO, A. A essência de uma franquia de sucesso. Empreendedorismo. São Paulo, 2013. Disponível em: <https://endeavor.org.br/a-essencia-de-uma-franquia-de-sucesso/>. Acesso em: 8 abr, 2015. RIBEIRO, A. et. al. Gestão estratégica do franchising. Como construir redes de franquias de sucesso. 2. ed. São Paulo: DVS Editora, 2013. RIZZO, M. Quais são as características das franquias de serviços? São Paulo, 2012. Disponível em:<http://exame.abril.com.br/pme/noticias/quais-as-caracteristicas-das-franquias-de-servicos>. Acesso em: 30 jun, 2015. ROCHA, A. As novas fronteiras: A multinacionalização das empresas brasileiras. Rio de Janeiro: Mauad Editora, 2003. RODRIGUES, C.; ANDREASSI, T. Competitividade das franquias no segmento de perfumaria e cosméticos: o caso “Água de Cheiro, Antídoto, Contém 1g, Mahogany e O Boticário”. 2012. In: MELO, P.R.L., Andreassi, T. (Org.) Franquias brasileiras. São Paulo: Cengage, p 143-158.

Page 80: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

79

SAMANEZ, C. P. Engenharia econômica. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. ______. Gestão de Investimentos e geração de valor. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2007. SEBRAE. Apostila Franquias. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/franquias_portal_sebrae.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2015. SILVA, T. J. M.; TELLES, R.; MELO, P.L.R. Valor da relação com redes de franquias: análise comparada entre franquias convencionais e microfranquias. Revista da Micro e Pequena Empresa FACCAMP, Campinas (SP), v. 8, n. 3, p. 2-17, 2014. SOBRE franquias. Lei das franquias – Aspectos legais, 2014. Disponível em: <http://www.sobrefranquias.com.br/lei-das-franquias-aspectos-legais/> Acesso em: 24 mar, 2015. SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Decisões financeiras e análise de investimentos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. STANWORTH, J. et al. Franchising as a small business growth strategy: are source-based view of organizational development. International Small Business Journal. Reino Unido, v 22, n 6, dez. 2004. Disponível em: <http://isb.sagepub.com/content/22/6/539.short>. Acesso em: 24 mar 2015. TELLES, R. Posicionamento e reposicionamento da marca: Uma perspectiva estratégica e operacional dos desafios e riscos. Tese de Doutorado (Doutorado em Administração) – Programa de Pós Graduação da Faculdade de Economia e Administração. Universidade de São Paulo, 2004. Disponível em:<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-11102004-212323/pt-br.php>. Acesso em: 24 mar 2015. TELLES, R.; ROMBOLI, S. M.; SIQUEIRA, J. P. L. Marketing de relacionamento e operação de call-center: análise comparada do posicionamento de operadoras de telefonia celular em São Paulo. Revista Brasileira de Marketing – REMark. São Paulo, v 8 n 1, p 112-137, 2009. Disponível em: <http://www.revistabrasileiramarketing.org/ojs-2.2.4/index.php/remark/article/viewarticle/2129>. Acesso em: 24 mar 2015.

Page 81: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

80

THIVES JR., J. J. Workflow, uma tecnologia para transformação do conhecimento nas organizações: estudo de caso no Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina - CEE/SC. 2. ed. Florianópolis: Insular, 2000. v. 1, p 104. VANCE, P. S.; FÁVERO, L. P. L.; LUPPE, M. R. Franquia Empresarial: Um estudo das características do relacionamento entre franqueadores e franqueados no Brasil. Revista de Administração. São Paulo, v. 43, n. 1, p. 59-71, Jan/mar., 2008. YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015. ZANLUCA, J. C. Cálculos de encargos sociais e trabalhistas. Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/custostrabalhistas.htm>. Acesso em: 02 mar, 2016.

Page 82: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

81

APÊNDICE A

Quadros cenário pessimista para 8 anos do Fran`s Café

Page 83: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

82

Tabelas: Preço, Quantidade, Receita

Fonte: Autoria própria (2016)

Tabelas: Custos

Fonte: Autoria própria (2016)

Page 84: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

83

Tabelas: Investimentos, Depreciação

Fonte: Autoria própria (2016)

Page 85: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

84

Tabelas: Fluxo de Caixa Econômico

Fonte: Autoria própria (2016)

Tabelas: Indicadores Econômicos

Fonte: Autoria própria (2016)

Page 86: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

85

APÊNDICE B

Quadros cenário otimista para 8 anos do Fran`s Café

Page 87: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

86

Tabelas: Preços, Quantidades, Receita

Fonte: Autoria própria (2016)

Tabela : Custos

Fonte: Autoria própria (2016)

Page 88: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

87

Tabelas: Investimentos, Depreciação

Fonte: Autoria própria (2016)

Tabela:Fluxo de Caixa Econômico

Fonte: Autoria própria (2016)

Page 89: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

88

Tabela: Indicadores Econômicos

Fonte: Autoria própria (2016)

Page 90: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

89

ANEXO A

Direitos autorais - Lei nº 8.955, de 15 de dezembro de 1994. Disposições preliminares

Page 91: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

90

Presidência da República

Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 8.955, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1994.

Mensagem de veto

Dispõe sobre o contrato de franquia empresarial (franchising) e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º Os contratos de franquia empresarial são disciplinados por esta lei.

Art. 2º Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício.

Art. 3º Sempre que o franqueador tiver interesse na implantação de sistema de franquia empresarial, deverá fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma circular de oferta de franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível, contendo obrigatoriamente as seguintes informações:

I - histórico resumido, forma societária e nome completo ou razão social do franqueador e de todas as empresas a que esteja diretamente ligado, bem como os respectivos nomes de fantasia e endereços;

II - balanços e demonstrações financeiras da empresa franqueadora relativos aos dois últimos exercícios;

III - indicação precisa de todas as pendências judiciais em que estejam envolvidos o franqueador, as empresas controladoras e titulares de marcas, patentes e direitos autorais relativos à operação, e seus subfranqueadores, questionando especificamente o sistema da franquia ou que possam diretamente vir a impossibilitar o funcionamento da franquia;

IV - descrição detalhada da franquia, descrição geral do negócio e das atividades que serão desempenhadas pelo franqueado;

V - perfil do franqueado ideal no que se refere a experiência anterior, nível de escolaridade e outras características que deve ter, obrigatória ou preferencialmente;

VI - requisitos quanto ao envolvimento direto do franqueado na operação e na administração do negócio;

VII - especificações quanto ao:

a) total estimado do investimento inicial necessário à aquisição, implantação e entrada em operação da franquia;

b) valor da taxa inicial de filiação ou taxa de franquia e de caução; e

c) valor estimado das instalações, equipamentos e do estoque inicial e suas condições de pagamento;

VIII - informações claras quanto a taxas periódicas e outros valores a serem pagos pelo franqueado ao franqueador ou a terceiros por este indicados, detalhando as respectivas bases de cálculo e o que as mesmas remuneram ou o fim a que se destinam, indicando, especificamente, o seguinte:

Page 92: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

91

a) remuneração periódica pelo uso do sistema, da marca ou em troca dos serviços efetivamente prestados pelo franqueador ao franqueado (royalties);

b) aluguel de equipamentos ou ponto comercial;

c) taxa de publicidade ou semelhante;

d) seguro mínimo; e

e) outros valores devidos ao franqueador ou a terceiros que a ele sejam ligados;

IX - relação completa de todos os franqueados, subfranqueados e subfranqueadores da rede, bem como dos que se desligaram nos últimos doze meses, com nome, endereço e telefone;

X - em relação ao território, deve ser especificado o seguinte:

a) se é garantida ao franqueado exclusividade ou preferência sobre determinado território de atuação e, caso positivo, em que condições o faz; e

b) possibilidade de o franqueado realizar vendas ou prestar serviços fora de seu território ou realizar exportações;

XI - informações claras e detalhadas quanto à obrigação do franqueado de adquirir quaisquer bens, serviços ou insumos necessários à implantação, operação ou administração de sua franquia, apenas de fornecedores indicados e aprovados pelo franqueador, oferecendo ao franqueado relação completa desses fornecedores;

XII - indicação do que é efetivamente oferecido ao franqueado pelo franqueador, no que se refere a:

a) supervisão de rede;

b) serviços de orientação e outros prestados ao franqueado;

c) treinamento do franqueado, especificando duração, conteúdo e custos;

d) treinamento dos funcionários do franqueado;

e) manuais de franquia;

f) auxílio na análise e escolha do ponto onde será instalada a franquia; e

g) layout e padrões arquitetônicos nas instalações do franqueado;

XIII - situação perante o Instituto Nacional de Propriedade Industrial - (INPI) das marcas ou patentes cujo uso estará sendo autorizado pelo franqueador;

XIV - situação do franqueado, após a expiração do contrato de franquia, em relação a:

a) know how ou segredo de indústria a que venha a ter acesso em função da franquia; e

b) implantação de atividade concorrente da atividade do franqueador;

XV - modelo do contrato-padrão e, se for o caso, também do pré-contrato-padrão de franquia adotado pelo franqueador, com texto completo, inclusive dos respectivos anexos e prazo de validade.

Art. 4º A circular oferta de franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado no mínimo 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este.

Parágrafo único. Na hipótese do não cumprimento do disposto no caput deste artigo, o franqueado poderá argüir a anulabilidade do contrato e exigir devolução de todas as quantias que já houver pago ao franqueador ou a terceiros por ele indicados, a título de taxa de filiação e royalties, devidamente corrigidas, pela variação da remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e danos.

Art. 5º (VETADO).

Art. 6º O contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença de 2 (duas) testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a registro perante cartório ou órgão público.

Page 93: ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA INSTALAÇÃO DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8632/1/PG_DAENP... · paula ignÁcio pinto anÁlise da viabilidade econÔmica

92

Art. 7º A sanção prevista no parágrafo único do art. 4º desta lei aplica-se, também, ao franqueador que veicular informações falsas na sua circular de oferta de franquia, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.

Art. 8º O disposto nesta lei aplica-se aos sistemas de franquia instalados e operados no território nacional.

Art. 9º Para os fins desta lei, o termo franqueador, quando utilizado em qualquer de seus dispositivos, serve também para designar o subfranqueador, da mesma forma que as disposições que se refiram ao franqueado aplicam-se ao subfranqueado.

Art. 10. Esta lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após sua publicação.

Art. 11. Revogam-se as disposições em contrário.