66
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO SÓCIO-ECONÔMICO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DISCIPLINA: CONTABILIDADE SUPERIOR PROFESSOR: DARCI SCHNORRENBERGER ACADÊMICOS: CAROLINA AGUIAR DA ROSA GABRIELLA KEUNECKE ROSSI GUILHERME JOSÉ FRAGA NATHÁLIA HELENA FERNANDES LAFFIN ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL FLORIANÓPOLIS, 08 DE JUNHO DE 2009. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL 3. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

  • Upload
    caio

  • View
    14

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS:UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

Citation preview

Page 1: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACENTRO SÓCIO-ECONÔMICO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEISDISCIPLINA: CONTABILIDADE SUPERIORPROFESSOR: DARCI SCHNORRENBERGER

ACADÊMICOS: CAROLINA AGUIAR DA ROSAGABRIELLA KEUNECKE ROSSI

GUILHERME JOSÉ FRAGANATHÁLIA HELENA FERNANDES LAFFIN

      

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS:UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

               

FLORIANÓPOLIS, 08 DE JUNHO DE 2009.

SUMÁRIO 

1. INTRODUÇÃO2. COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL3. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS4. RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO4.1 CONCEITO4.2 OBRIGATORIEDADE4.3 OBJETIVO4.4 COMPONENTES4.5 RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO DA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

Page 2: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

5. BALANÇO PATRIMONIAL5.1 CONCEITO5.2 OBJETIVO5.3 ESTRUTURA5.4 ATIVO5.4.1 Ativo Circulante5.4.2 Ativo não Circulante – Realizável a Longo Prazo5.4.3 Ativo não Circulante – Permanente5.5 PASSIVO5.5.1 Passivo Circulante5.5.2 Passivo não-Circulante: Exigível a Longo Prazo5.5.3 Resultados de Exercícios futuros5.5.4 Patrimônio Líquido6. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO6.1 CONCEITO6.2 OBJETIVO6.3 ESTRUTURA6.4 LUCRO OPERACIONAL BRUTO

6.5 LUCRO OPERACIONAL LIQUIDO

6.6 LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR)

6.7 LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA

6.8 LUCRO LÍQUIDO7. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMONIO LÍQUIDO7.1 CONCEITO7.2 OBRIGATORIEDADE7.3 IMPORTÂNCIA E UTILIDADE7.4 MUDANÇAS COM A LEI 11.638/077.4.1 Ações em Tesouraria7.4.2 Reserva de Reavaliação7.4.3 Lucros ou Prejuízos Acumulados7.4.4 Ajustes de Avaliação Patrimonial7.4.5 Reservas de Capital7.5 MUTAÇÕES NAS CONTAS PATRIMONIAIS7.5.1 Itens que afetam o Patrimônio7.6 ESTRUTURA7.7 ANÁLISE DA COMPANHIA8. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA8.1 CONCEITO8.2 OBRIGATORIEDADE8.3 OBJETIVOS8.4 COMPONENTES8.5 ELABORAÇÃO8.5.1 Fluxo Operacional

Page 3: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

8.5.1.1 Método Direto8.5.1.2 Método Indireto8.5.2 Fluxo de investimentos8.5.3 Fluxo de financiamentos9. DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO9.1 CONCEITO9.2 CARACTERÍSTICAS9.3 OBRIGATORIEDADE9.4 DISPOSICOES GERAIS9.5 O BALANÇO SOCIAL E A DEMONTRACAO DO VALOR ADICIONADO9.6 ESTRUTURA9.7 DAS RECEITAS9.8 DOS INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS9.9DAS RETENÇÕES9.10 DO VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANFERENCIA9.11 DA DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO9.11.1 Dos Colaboradores9.11.2 Do Governo9.11.3        Do capital de terceiros9.11.4        Do capital próprio9.11.5 Da retenção do lucro/prejuízo do exercício10. NOTAS EXPLICATIVAS10.1 CONCEITO10.2 OBRIGATORIEDADE10.3 OBJETIVOS10.4 COMPONENTES10.5 ELABORAÇÃO11. CONCLUSÕES12. BIBLIOGRAFIA13. ANEXOS 

 

1. INTRODUÇÃO O presente trabalho objetiva realizar um estudo comparativo entre os textos legais e doutrinários com o que, de fato, é exercido pelas empresas na elaboração de suas demonstrações financeiras. Para tanto, analisar-se-á uma empresa brasileira que realize operações na BOVESPA (Bolsa de Valores do Estado de São Paulo).Inicialmente, é preciso entender os conceitos de bolsa de valores e empresas que aplicam seu capital em tais para que se possa entender o vínculo entre o conteúdo ministrado em sala de aula e o objetivo do trabalho.O desenvolvimento de uma economia provoca alterações no mercado financeiro, que, segundo Sell (2007: 175) “é o sistema composto por instrumentos financeiros responsáveis pela troca de recursos entre pessoas, empresas e governos, equilibrando as necessidades de cada um”. Essa

Page 4: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

movimentação no mercado amplia a área de investimento e de aplicação de recursos para as pessoas físicas e jurídicas.A Bovespa é um local onde se compram e vendem títulos e valores mobiliários com transparência, rapidez e detalhes, além das negociações éticas e seguras. E nela estão presentes empresas de capital aberto.Uma empresa de capital aberto é aquela que oferta valores mobiliários ao público por meio da bolsa de valores, ou seja, emite ações, bônus, debêntures, partes beneficiárias e notas promissórias, e as negocia. Ao adquirir ações, o adquirente passa a ser, também, sócio da empresa, torna-se um acionista.O interessado em adquirir ações necessita de informações importantes e transparentes acerca das condições financeiras de mercado da empresa a qual deseja fazer negociações. Para tal é que se dá a importância da publicação dos demonstrativos financeiros da empresa, que devem atender requisitos definidos na Lei das S.A e nas regulamentações da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), com a finalidade de assegurar a confiabilidade das informações. Porém, é necessário ressaltar que a importância da publicação das demonstrações não se limita ao ambiente da BOVESPA. Isso é tão verdade que não são somente as empresas de capital aberto que são obrigadas a divulgar suas demonstrações. Todas as empresas de grande porte devem, em detrimento da Lei, apresentar suas demonstrações a fim de prover, aos usuários, conclusões acerca da situação financeira e econômica de seu patrimônio, bem como analisar o comportamento da empresa perante mercado, sociedade e meio-ambiente.Buscando uma empresa que apresentasse sua posição financeira em consonância com o que rege a legalidade, a entidade selecionada para estudo é a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).Com a maior estrutura siderúrgica no Brasil, a CSN realiza um Relatório Anual onde apresenta suas características ao público, seja por meio de exposição de políticas, seja por meio de sua postura como empresa consolidada no mercado ou por meio de suas informações financeiras dispostas nas demonstrações contábeis presentes no Relatório.Neste sentido, além da problemática inicial já estabelecida com o objetivo, outra questão a ser abordada ao decorrer do trabalho é a correlação das análises realizadas para que se possa distinguir e ressaltar a importância de cada uma das demonstrações na transmissão de informação ao usuário. 

2. COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL               A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) é uma empresa voltada às atividades em mineração, siderurgia e infra-estrutura que surgiu com o advento do Estado Novo, quando Getúlio Vargas optou por um maior intervencionismo estatal na economia, criando diversas instituições, dentre elas a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em 09 de abril de 1941. A empresa iniciou suas operações em 01 de outubro de 1946, sendo a primeira produtora integrada de aço plano no Brasil, ocupando um papel fundamental na industrialização do país, já que o seu aço viabilizou a implantação das primeiras indústrias nacionais.Atualmente, o aço da Companhia está presente em diversos setores da economia, nos quais se podem destacar o Automotivo, Construção Civil, Embalagem, Linha Branca e OEM, fornecidos para clientes no Brasil e no Exterior.A empresa foi privatizada em 1993, porém com mais de seis décadas de existência, a indústria adquiriu muita experiência no mercado, tendo condições de ampliar suas atuações e inserindo

Page 5: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

tecnologias nos processos de produção. Desta forma, hoje possui, em seus ativos, diversas empresas dentro do Brasil e outras duas no exterior (Portugal e EUA). É a maior indústria siderúrgica no Brasil e na América Latina e se encontra dentre as maiores indústrias deste segmento do mundo, expandindo seu legado e atravessando fronteiras.A CSN é controlada pela Vicunha Siderurgia S.A., que detém, aproximadamente 44% do capital total da empresa. A administração copete ao Conselho de Administração e à Diretoria Executiva. A CSN concentra suas atividades em mineração, siderurgia e infra-estrutura, atuando diretamente ou por meio de coligadas, com o objetivo de melhor estruturar o seu negócio, atender seus clientes e garantir uma logística eficiente.No âmbito social, a empresa vem atuando de forma consistente, através da Fundação CSN, a qual institui políticas de atuação social nas comunidades onde está inserida, investindo em projetos que contribuam para a transformação social da comunidade nas áreas de educação, desenvolvimento, saúde, cultura, esporte e lazer.Não tão somente preocupada com a comunidade local, a empresa preocupa-se, também, com seus colaboradores, propiciando a eles a tecnologia “estado-da-arte”, na qual os funcionários realizam suas atividades em um ambiente seguro e saudável. Ainda no sentido de produção, a empresa dispõe de sistemas de gerenciamento da qualidade, certificado pelas normas ISSO 9001 (colocar nota no rodapé explicando).No que diz respeito ao ambiental, a empresa reconhece a recorrente necessidade de um desempenho ambientalmente responsável, produzindo a mínima alteração ambiental nas regiões de sua atuação. Além do cuidado na prevenção (a Companhia gerencia suas atividades relacionadas ao meio ambiente de acordo com a legislação), a empresa investe continuamente nas práticas mais modernas de gestão ambiental, distribuindo, no ano de 2008, um total de R$ 331 milhões para este plano de postura ambiental.

3. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Segundo o IBRACON (NPC 27)

"as demonstrações contábeis são uma representação monetária estruturada da posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo nessa data. O objetivo das demonstrações contábeis de uso geral é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões. As demonstrações contábeis também mostram os resultados do gerenciamento, pela Administração, dos recursos que lhe são confiados."

Ou seja, as demonstrações contábeis são utensílios que viabilizam aos usuários da informação contábil, ter conhecimento acerca da condição da empresa, não tão somente nos aspectos financeiros e econômicos, mas também numa postura em relação à sociedade a qual a empresa está inserida bem como as políticas a todo o mundo que a cerca.Em seguida, a Companhia Siderúrgica Nacional terá suas demonstrações contábeis apresentadas e analisadas conforme as premissas objetivadas neste trabalho.As informações e demonstrações utilizadas foram extraídas do Relatório Anual expedido pela Companhia, referente ao seu exercício de 2008.             59

Page 6: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

 

4. RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 4.1. CONCEITO              É um dispositivo que evidencia os negócios sociais e principais fatos administrativos ocorridos no exercício, os investimentos em outras empresas, a política de distribuição de dividendos e de reinvestimentos de lucros etc.             4.2. OBRIGATORIEDADEO Relatório da Administração não se relaciona diretamente às demonstrações contábeis, entretanto, a apresentação desse relatório é exigida na legislação. A Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404 de 1976) versa em seu artigo 133, item I, sobre a obrigatoriedade da divulgação deste relatório: 

Os administradores devem comunicar, até 1 (um) mês antes da data marcada para a realização da assembléia-geral ordinária, por anúncios publicados na forma prevista no artigo 124, que se acham à disposição dos acionistas:I - o relatório da administração sobre os negócios sociais e os principais fatos administrativos do exercício findo;

 Ainda na Lei das Sociedades por Ações exige-se que seja divulgado no relatório:

a)        art. 55, § 2º É facultado à companhia adquirir debêntures de sua emissão, desde que por valor igual ou inferior ao nominal, devendo o fato constar do relatório da administração e das demonstrações financeiras.b)       Art. 118, § 5º No relatório anual, os órgãos da administração da companhia aberta informarão à assembléia-geral as      disposições sobre política de reinvestimento de lucros e distribuição de dividendos, constantes de acordos de acionistas arquivados na companhia.c)        Art. 243 Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da companhia em sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações ocorridas durante o exercício.

 Apesar de tal lei abranger às companhias abertas, as orientações acima descritas também devem ser consideradas pelas companhias fechadas.Segundo Iudícibus (2007), apesar de tais tópicos serem obrigatórios, muitas empresas não elaboram seus relatórios em consonância com o exigido. E, ainda pior, existem empresas que usam seu Relatório da Administração como forma de fazer análises e interpretações favoráveis ou de melhoria dos resultados ou da posição financeira, mesmo que as demonstrações publicadas exponham o contrário. 4.3. OBJETIVO              Segundo o Iudícibus (2007: 505), o Relatório da Administração 

“representa um necessário e importante complemento às demonstrações contábeis publicadas por uma empresa, em termos de permitir o fornecimento de dados e

Page 7: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

informações adicionais que sejam úteis aos usuários em seu julgamento e processo de tomada de decisões”.

               Entende-se este Relatório como um meio de fornecer informações úteis à tomada de decisão, pois transparentes e compreensíveis permitem que o usuário avalie a posição financeira e econômica da empresa e obtenha conclusões acerca de tomadas de decisões de melhor qualidade.A Comissão de Corporações Transnacionais da ONU (Organização das Nações Unidas), por meio do Grupo Intergovernamental de Especialistas em Padrões Internacionais de Contabilidade e de Relatório (que aplica orientações à empresas transnacionais mas que também são importantes orientadores para o Relatório de Administração de qualquer empresa), diz que “o relatório deve ser um forte instrumento de comunicação entre a entidade, seus acionistas e a comunidade na qual se insere”[1].  4.4. COMPONENTES              Em questões internacionais, há um consenso no que diz respeito à apresentação do Relatório da Administração, porém, por se tratar de um relatório mais flexível e expositivo, este consenso visa, apenas, instituir os requisitos básicos a serem observados na elaboração do relatório e não padronizar a formatação do mesmo.Num estágio nacional, as companhias abertas, como a Companhia Siderúrgica Nacional, a CVM (Comissão dos Valores Mobiliários) é o dispositivo regulamentador do Relatório da Administração.Além dos itens exigidos legalmente pela Lei das Sociedades por Ações deve constar no Relatório da Administração, segundo a Deliberação nº 488[2]:

a. descrição dos negócios, produtos e serviços; comentários sobre a conjuntura econômica geral relacionada à entidade, incluindo concorrência nos mercados, atos governamentais e outros fatores exógenos materiais sobre o desempenho da companhia; informações sobre recursos humanos; investimentos realizados; pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e serviços; reorganizações societárias e programas de racionalização; direitos dos acionistas e políticas de dividendos, societárias e perspectivas e planos para o período em curso e os futuros;b. fatores principais e influências que determinam o desempenho, incluindo mudanças no ambiente no qual a entidade opera, a resposta da entidade às mudanças e seu efeito, a sua política de investimento para manter e melhorar o desempenho;c. fontes de obtenção de recursos da entidade; ed. os recursos da entidade não reconhecidos no balanço por não atenderem à definição de ativos.

 4.5. RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO DA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) apresenta, em seu Relatório da Administração, todos os requisitos exigidos/sugeridos pela legislação que a compete. Desta forma, a uma primeira abordagem, este relatório emite uma relação de transparência aos seus usuários.Separado em tópicos, este relatório aborda, primeiramente, a Mensagem do Presidente. Este não é um item obrigatório, é apenas um elemento adicional que a empresa escolheu apresentar. Benjamin Steinbruch, Presidente do Conselho Administrativo da Companhia Siderúrgica Nacional compreende a empresa num “momento de colher frutos” provenientes do trabalho e

Page 8: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

dedicação e de uma gestão focada nos resultados e baseada em parcerias e diversificados investimentos.Depois da Mensagem do Presidente, são apresentados um breve histórico e a estrutura da empresa, bem como a empresa cumpre a legalidade e publica o foco de suas atividades, principais áreas de atuação. Dentre suas atividades estão:

∙       Mineração: Minério de Ferro, Calcário e Estanho.∙       Siderurgia: Automotivo, construção civil, grande rede (distribuição), linha branca (eletrodomésticos), embalagens metálicas etc.∙       Logística: Administra dois terminais de portos (Porto de Itagual no Rio de Janeiro e o Terminal de Contêineres – Sepetiba Tecon); e tem participação em duas companhias ferroviárias (MRS Logística e a Companhia Ferroviária do Nordeste);∙       Energia: Por ser uma das maiores consumidores industriais de energia elétrica, a Companhia investe em projetos de geração de energia elétrica, visando a auto-suficiência. Tem participação societária na Usina Hidrelétrica de Ita (SC), na Usina Hidrelétrica de Igarapava (MG) e na Central de co-Geração Termoelétrica (instalada na Usina Presidente Vargas em Volta Redonda).∙       Cimento: Abastece todo o segmente industrial que atua na construção civil.

Adiante, é apresentado o item Perspectivas, Estratégia e Investimentos, onde a empresa salienta que, apesar da contração da economia prevista para o ano de 2009, acredita que os investimentos iniciados em anos interiores permitirão o aumento do faturamento, bem como a geração de caixa e lucratividade da empresa. A estratégia da empresa para atingir essas projeções é usar de suas vantagens competitivas para aumentar a sua participação nos diversos segmentos da indústria e expandir seus investimentos visando ampliar significativamente a capacidade de produção de alguns itens, como:

∙       Crescimento em Minério de Ferro;∙       Crescimento em Siderurgia;∙       Crescimento em Cimento (novo mercado).

Relatório da Administração se adéqua, neste quesito, ao que rege o texto legal, fundamentando quais os cenários que baseiam a perspectiva da empresa.O capítulo Governança Corporativa discorre sobre a relação da Companhia Siderúrgica Nacional com os investidores, suas conquistas, as ações da empresa na BOVESPA e na NYSE[3] e a composição acionária da empresa.Há, também, a divulgação de atos e fatos relevantes, onde são expostos dados sobre Administração, Assembléia Geral de Acionistas, Conselho de Administração, Diretoria Executiva, Comitê de Auditoria, Auditoria Interna e sobre Auditores independentes.Ainda neste capítulo, há um breve comentário sobre o código de ética da Companhia.Em seu quinto item de elaboração, é apresentado um relato sobre a Gestão de Riscos, ressaltando que, por atuar em um mercado globalizado e cada vez mais complexo, a empresa está exposta a diversos riscos que podem afetar seu desempenho e suas estratégias. Para tentar controlar e acompanhar estas situações, foi criada, em 2007, a área de Riscos Corporativos, a qual tem como objetivo principal a identificação, mensuração e monitoramento dos riscos e níveis de Governança Corporativa, além de manter a Administração e os acionistas da empresa informados sobre os riscos inerentes aos processos de negócio. São os riscos já conhecidos pela empresa considerados ameaças negativas aos negócios da Companhia: riscos de mercado, de fornecimento de matérias-primas, de concorrência, riscos cambiais, ambientais, legais, riscos de

Page 9: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

seguros e riscos de crédito.Para atender a parte da legislação que exige informações sobre pesquisa e desenvolvimento, o Relatório de Administração da Companhia Siderúrgica Nacional possui um quesito denominado Inovação, onde é exposta a linha de ação da CSN para crescimento de sua participação nos mercados em que atua. Desta forma, investiu no ano de 2008 aproximadamente R$ 32 milhões nas atividades de Pesquisa e Desenvolvimento, buscando inovação tecnológica, novos produtos atrativos ao mercado e uma melhoria contínua e sistêmica nos processos produtivos.Na esfera social, a Companhia Siderúrgica Nacional apresenta os itens Pessoas e Responsabilidade Social, onde abordam detalhadamente, por meio de tópicos de projetos etc, as questões de recursos humanos conforme orienta a legislação.No que tange à proteção ao meio ambiente, o Relatório possui um item denominado Responsabilidade Ambiental onde a empresa fala sobre os investimentos na empresa. O texto divulgado pela empresa está de acordo com o que sugere a Deliberação nº 488 da CVM, porém entende-se que não foram salientados projetos ambientais nem destinações específicas das verbas desembolsadas a este tópico. Sugere-se que, em uma próxima publicação, se disserte de forma pormenorizada acerca das questões ambientais.O último item apresentado no relatório analisado está em consonância com o que sugere o texto legal. Declarações sobre Projeções e Perspectivas Futuras versa acerca das informações contidas no Relatório da Administração, que expressam ou sugerem expectativas de resultado, desempenho ou eventos, ressaltando que estes resultados, desempenhos ou eventos podem diferir do que, de fato, virá a acontecer. Isso porque fatores como condições gerais e econômicas do Brasil e de outros países, podem alterar significativamente o que foi projetado. Porém, é salientado que as informações financeiras da Companhia apresentadas no Relatório Anual de 2008 estão de acordo com a legislação societária brasileira e passaram por processo de auditoria, diferente das informações não financeiras, como informações operacionais, que não foram objeto de auditoria por parte de auditores independentes.Há informações intituladas como Sumário Executivo, onde estão dispostos dados sobre Receita Líquida do período, Lucro Bruto, EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization), Lucro Líquido, entre outros. De acordo com Iudícibus (2007: 506), é necessário levar em consideração que conforme instrução do Ofício-Circular/CVM/SNC/SEP nº 01/2006, a utilização de métricas não contábeis como estes dados, dispostos no Relatório da Administração e/ou em outras demonstrações divulgadas pelas companhias abertas, devem ser divulgadas de maneira que fique claro para o investidor o conceito que está sendo abordado e suas diferenças com relação às métricas contábeis.              Neste caso, entende-se que a empresa apresenta tais dados como forma ilustrativa dos destaques por ela atingidos no período de verificação. Porém, é importante frisar que tais dados tiveram grande destaque no Relatório, com inferências gráficas e dispositivos visuais bastante significativos. Com isto, pode-se refletir criteriosamente acerca das intenções da administração ao publicar tão enfaticamente tais dados.Ainda em informações adicionais, constam informações sobre o contexto econômico e o cenário setorial, posicionando a empresa na conjuntura econômica mundial, conforme rege a legislação.Realizando uma breve e não muito profunda análise, é perceptível que este Relatório apresentado e analisado se adéqua à legislação, porém, por sua formatação ser tão flexível, leva a empresa a ressaltar, enfatizar e dar saliência à suas qualidades, sem expor suas problemáticas. 

Page 10: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

5. BALANÇO PATRIMONIAL 5.1 CONCEITO A palavra balanço deriva do Latim, que quer dizer “balança”.Constituído de duas colunas onde na esquerdo se encontra o ativo, e no lado direito o passivo mais o patrimônio Liquido.De acordo com Marion in Manual (2007: 61), o Balanço Patrimonial é constituído de Ativo, Passivo e Patrimônio Liquido. O Ativo, por sua vez, compõe-se de Bens e Direitos aplicados na Entidade Contábil. O Passivo e o Patrimônio Liquido registram todas as entradas (origens) de recursos na empresa.A lei 6.404/76 que trata das sociedades por ações, traz em seu Art. 176, que toda a empresa ao fim do exercício social deverá elaborar esta demonstração.

 5.2 OBJETIVO É a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade. 5.3 ESTRUTURA De acordo com o Art. 178 da lei das sociedades por ações, “No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”.No lado esquerdo temos os seguintes grupos:

∙       Ativo Circulante∙       Ativo Não Circulante - realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.

Já no lado direito temos os seguintes grupos:∙       Passivo Circulante;∙       Passivo Não Circulante;∙       Patrimônio Líquido.

 5.4 ATIVO Neste grupo, as contas são agrupadas de forma decrescente conforme seu grau de liquidez, Marion in Manual (2007: 61), usa a frase conversão em dinheiro para explicar grau de liquidez.As normas internacionais diferem das normas brasileiras para alocação do ativo conforme grau de liquidez, eles usam essa alocação de forma crescente e não decrescente. 5.4.1 Ativo Circulante Este subgrupo do ativo possui um alto grau de liquidez. Segundo José Luiz dos Santos et al[4], pode-se dizer que serão classificados no ativo circulante o dinheiro em caixa e os bens e direitos que serão transformados em dinheiro durante o ciclo operacional da empresa ou no exercício

Page 11: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

social seguinte, quando este for menor, além é claro, das despesas do exercício seguinte. 

             

Companhia Siderúrgica NacionalBalanço Patrimonial (Reais Mil)

Fonte: Relatório Anual da Empresa 2008 disponível em http://www.csn.com.br . Na análise do ativo circulante, se observa que a estrutura está de acordo com a legislação vigente. 

Page 12: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

5.4.2 Ativo não Circulante – Realizável a Longo Prazo São os direitos que serão convertidos em dinheiro somente após o termino do exercício social seguinte. Neste item constarão ativos de menor grau de liquidez (valores a receber, mas que levam muito tempo para serem recebidos).Ainda segundo Santos et al[5], a classificação no longo prazo, conforme texto legal, obedece a dois fatores: fator tempo e condição do devedor. Com relação ao fator tempo, devem ser classificados no realizável a longo prazo os direitos realizáveis após o termino do exercício seguinte. Com relação á condição do devedor, é irrelevante o prazo de realização. Assim, se a companhia com objetivos comerciais conceder um empréstimo ou adiantamento em dinheiro a diretor, acionista, coligada ou controlada, deverá considerar este adiantamento no realizável a longo prazo, ainda que o termo contratual do empréstimo esteja fixado no curto prazo; por outro lado, se a empresa lhe vender uma mercadoria a prazo, esse direito deverá ser considerado como cliente e classificado no ativo circulante. 

Companhia Siderúrgica NacionalBalanço Patrimonial (Reais Mil)

Fonte: Relatório Anual da Empresa 2008 disponível em http://www.csn.com.br . Analisando o ativo não circulante realizável a longo prazo, se percebe que a mesma segue as normas da legislação vigente.   5.4.3 Ativo não Circulante – Permanente Serão agrupados os itens que dificilmente serão transformados em dinheiro, que normalmente não são vendidos, mas são utilizados como meio de consecução dos objetivos operacionais da empresa. Poderíamos dizer que, praticamente, são os itens com pouquíssima liquidez. Outra característica desse grupo é que são itens utilizados pela empresa por vários anos – vida útil

Page 13: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

longa (prédios, máquinas, etc).O Ativo Permanente se subdivide em:

∙       Investimentos∙       Imobilizado∙       Intangível∙       Diferido

 Companhia Siderúrgica NacionalBalanço Patrimonial (Reais Mil)

Fonte: Relatório Anual da Empresa 2008 disponível em http://www.csn.com.br . Analisando o Ativo Permanente, se percebe que o mesmo está estruturado de acordo com a legislação vigente. Se nota ainda que a empresa tinha investimentos no diferido, que a partir da amortização total desse item, ele não aparecerá mais em sua demonstração por força da MP 449/08. 5.5 PASSIVO No mesmo molde do ativo, neste grupo as contas também são agrupadas de forma decrescente, porém será de acordo com seu vencimento, aquelas liquidadas mais rapidamente e aquelas liquidados no longo prazo.Segundo Santos et al[6] é colocado que conforme se depreende da interpretação do Art. 180 da Lei das Sociedades por Ações, as contas serão dispostas em ordem decrescente de exigibilidade dos elementos nelas registrados, ou seja, quanto menos o prazo de vencimento da obrigação, mais no início do passivo ela deverá classificada. 5.5.1 Passivo CirculanteNeste subgrupo aparecem as contas que serão liquidadas mais rapidamente, ou seja, que serão pagas até o exercício social subseqüente, como por exemplo, fornecedores, salários, aluguel, impostos, etc. 

Companhia Siderúrgica NacionalBalanço Patrimonial (Reais Mil)

Page 14: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

Fonte: Relatório Anual da Empresa 2008 disponível em http://www.csn.com.br . Observando o passivo circulante, se percebe que a empresa cumpre com as normas da legislação vigente. 5.5.2 Passivo não-Circulante: Exigível a Longo PrazoSão as obrigações vencíveis após o exercício social seguinte, como por exemplo um financiamento. 

Companhia Siderúrgica NacionalBalanço Patrimonial (Reais Mil)

Page 15: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

Fonte: Relatório Anual da Empresa 2008 disponível em http://www.csn.com.br . Observando o passível não-circulante exigível a longo prazo, não se percebe nenhuma irregularidade. 5.5.3 Resultados de Exercícios futuros Neste subgrupo são classificados as receitas e ganhos futuros recebidos antecipadamente, diminuídas das despesas e dos curtos.     

Companhia Siderúrgica NacionalBalanço Patrimonial (Reais Mil)

 

Fonte: Relatório Anual da Empresa 2008 disponível em http://www.csn.com.br . Observando o REF da empresa, se percebe que o mesmo ETA de acordo com a legislação vigente. 

Page 16: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

5.5.4 Patrimônio Líquido Alguns autores tratam o patrimônio liquido como sendo o valor contábil pertencente aos acionistas.Segundo (livro contabilidade comercial, pg 192), o PL representa os investimentos dos proprietários (capital) mais o lucro acumulado, no decorrer dos anos, retido na empresa, ou seja, não distribuído.A partir da nova lei 11.638/2007 o PL é dividido da seguinte maneira:

∙       Capital Social∙       Reservas de Capital∙       Ajustes de Avaliação Patrimonial∙       Reservas de Lucros∙       Ações em Tesouraria∙       Prejuízos Acumulados.

         

Companhia Siderúrgica NacionalBalanço Patrimonial (Reais Mil)

Page 17: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

Fonte: Relatório Anual da Empresa 2008 disponível em http://www.csn.com.br . 

Observando o PL, se observa que esta de acordo com a legislação, com todas as destinações especificadas. 

6. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 6.1 CONCEITO De acordo com o livro Iudicibus e Marion[7] a demonstração do resultado do exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período (12 meses). É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo).A CVM obriga a elaboração e divulgação desta demonstração, porém excluiu a palavra “do exercício”, ficando apenas o nome: “demonstração do Resultado”. 6.2 OBJETIVO É o confronto das receitas, custos e despesas, que se destina a evidenciar o resultado liquido do exercício.Segundo Iudícibus (2007: 359), o objetivo da Demonstração do Resultado do Exercício é fornecer aos usuários das demonstrações financeiras da empresa, (...), os dados básicos e essenciais da formação do resultado (lucro ou Prejuízo) do exercício.

Page 18: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

Marion (2009), define prejuízo como uma situação efêmera, passageira (ninguém sobrevive muito tempo com constantes prejuízos), enquanto o lucro assume característica permanente. 6.3 ESTRUTURAA lei 11.638/07 traz em seu Art. 187, os itens que deverá contar a Demonstração:

∙           Receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;

∙           Receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;

∙           Despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

∙           Lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;

∙           Resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;

∙           Participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa;

∙           Lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

A DRE apresenta diversos lucros, entre eles:

∙           Lucro Operacional Bruto;

∙           Lucro Operacional Líquido;

∙           Lucro antes do Imposto de Renda;

∙           Lucro depois do Imposto de Renda;

∙           Lucro Líquido.

 6.4 LUCRO OPERACIONAL BRUTONuma empresa comercial é a diferença entre as vendas liquidas e custos das mercadorias vendidas, porém em uma empresa prestadora de Serviço é a diferença entre receitas liquidas e custos dos serviços prestados.Segundo Marion (2009: 120), após cobrir o custo da fabricação do produto (ou o custo da mercadoria adquirida para revenda, ou o custo do serviço prestado), será destinado á remuneração das despesas de vendas, administrativas e financeiras, bem como remunerará o governo (imposto de renda) e os proprietários da empresa (lucro Liquido). E conclui: quanto

Page 19: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

maior for a fatia denominada Lucro Bruto, maior poderá ser a remuneração dos administradores, dos diretores, dos homens de vendas, do governo, dos proprietários da empresa, tec.6.5 LUCRO OPERACIONAL LIQUIDOÉ a diferença entre Lucro Bruto e despesas operacionais, que são:

∙             Despesas com vendas: comercialização e distribuição;

∙             Despesas Administrativas: administração da empresa;

∙             Despesas Financeiras: engloba capitais de terceiros, variações cambiais, etc;

∙             Outras Despesas/Receitas Operacionais: demais despesas/receitas que não se adequarem aos itens anteriores. 6.6 LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR)É a diferença entre o Resultado Operacional e as receitas e despesas não operacionais, que são aquelas não ligadas a atividade principal da empresa, como por exemplo, Ganhos ou Perdas de Capital. 6.7 LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDAApós obter a LAIR, se deduz o imposto de renda e a contribuição social. De acordo com Iudícibus e Marion [8], apesar de o lucro líquido ser o ponto de partida para o cálculo do imposto de renda e da contribuição social, as alíquotas não incidem diretamente sobre tal lucro contábil, mas sobre o lucro contábil ajustado de acordo com as determinações legais vigentes.6.8 LUCRO LÍQUIDOObtido o Lucro depois do Imposto de Renda se deduz as seguintes participações:

∙             Previstas nos estatutos;

∙             Das Debêntures;

∙             De empregados e Administradores;

∙             Contribuições para instituições ou fundos de Assistência ou Previdência de Empregados;Após essas deduções tem-se o Lucro liquido que segundo Marion (2009: 121), é a disposição dos sócios ou acionistas. 

Companhia Siderúrgica NacionalDemonstração do Resultado (Reais Mil)

Page 20: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

Fonte: Relatório Anual da Empresa 2008 disponível em http://www.csn.com.br .Após analisar a demonstração do resultado, se percebe que o mesmo esta de acordo com a estrutura proposta pela legislação vigente.  

7. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMONIO LÍQUIDO               A riqueza real de uma empresa é interpretada pelo Patrimônio Líquido: correspondem

Page 21: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

ao chamado capital próprio. São os bens e direitos menos as obrigações da entidade. Podendo ser interpretado como sendo os ativos líquidos pertencentes aos proprietários. É composto pelas seguintes contas: Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Aços em Tesouraria e Prejuízos Acumulados.A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido fornece as movimentações das diversas contas que compõem o patrimônio liquido da entidade durante o exercício. Apresentando o fluxo de uma conta para a outra bem como o valor de cada acréscimo e diminuição do Patrimônio Líquido. É mais completa do que a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos do Exercício, por esta última apresentar apenas, a movimentação da conta Lucros Acumulados. 7.1. CONCEITO Para Marion (2007: 422), a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é a demonstração contábil destinada a evidenciar, num determinado período, a movimentação das contas que integram o Patrimônio da Entidade.A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) visa evidenciar as variações ocorridas em todas as contas que compõem o Patrimônio Líquido em determinado período (NBC T3).Contudo, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido além de apresentar o lucro, demonstra todo o Patrimônio Líquido, que é a riqueza da entidade. 7.2. OBRIGATORIEDADE A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é facultativa, exceto para as companhias abertas.De acordo com a Lei nº 6.404/76, Art. 186, § 2º, a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e divulgada pela companhia, pois não inclui somente o movimento da conta de lucros ou prejuízos acumulados, mas também o de todas as demais contas do patrimônio líquido.Portanto, a apresentação da demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido desobriga a publicação dos Lucros ou Prejuízos Acumulados. 7.3. IMPORTÂNCIA E UTILIDADE Além de fornecer todas as mutações que transitam no Patrimônio Liquido, sua importância se acentua em face da Lei, visto que a demonstração indicará a composição e a utilização de todas as reservas. Auxiliando também no cálculo dos dividendos.Fundamental para a elaboração das Origens e Aplicações de Recursos, em virtude de parte das mutações do Patrimônio Líquido representando parcelas que refletem Origens ou Aplicações de Recursos. 7.4. MUDANÇAS COM A LEI 11.638/07 O Patrimônio Líquido antes da Lei 11.638/2007, era dividido pelas contas Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Reavaliação, Reservas de Lucros e Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Page 22: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

Com a Lei 11.638/2007 o Patrimônio Líquido passou a ser composto pelas contas Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Aços em Tesouraria e Prejuízos Acumulados 7.4.1. Ações em Tesouraria As ações ou quotas adquiridas pela companhia ou sociedade limitada serão registradas em conta específica redutora do Patrimônio Líquido, intitulada "ações ou quotas em tesouraria".À medida que as ações ou quotas forem alienadas, tal operação gerará resultados positivos ou negativos e não devem integrar o resultado da empresa.Se da operação resultar lucro, deverá ser registrado a crédito de uma reserva de capital.  7.4.2. Reserva de Reavaliação Extinção da Reserva de Reavaliação. Algumas justificativas para a sua extinção foi pelo fato de que em muitos países, a reavaliação de bens não é um procedimento contábil aceitável, pois contraria o principio contábil do “custo como base de valor” ou do “registro pelo valor original”. Além disso, nota-se que a Reavaliação vinha sendo usada para finalidades não adequadas, como compensação de prejuízo, elevação artificial do capital próprio, o que causa diversas distorções na apuração de índices econômico-financeiros e dificuldades na comparação com empresas que não se valiam desses artifícios.Os saldos existentes na Reserva de Reavaliação deverão ser mantidos ate sua efetiva realização ou estornados ate o final de 2008. 7.4.3. Lucros ou Prejuízos Acumulados Eliminação da conta “Lucros ou Prejuízos Acumulados”.  O saldo deverá ser totalmente destinado. Essa conta continuará nos planos de contas, e seu uso continua a ser feito para receber o resultado do exercício, as reversões de determinadas reservas, os ajustes de exercícios anteriores, para distribuir os resultados nas suas várias formas de destinar valores para reservas de lucros.Para a Sociedade por Ações, o saldo deverá ser composto apenas pelos eventuais prejuízos acumulados não absorvidos pelas demais reservas. 7.4.4. Ajustes de Avaliação Patrimonial Criação do subgrupo Ajustes de Avaliação Patrimonial. Serão classificados como Ajustes de Avaliação Patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas dos aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo em decorrência da sua avaliação a preço de mercado.O valor de mercado é atribuído a cada um dos elementos do Ativo e do Passivo, sendo a diferença entre o valor de aquisição e valor líquido apurado é registrado como Ajuste Patrimonial.Os ajustes podem ser tanto positivos quanto negativos, ou seja, podem aumentar o patrimônio liquido ou diminuir.

Page 23: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

Os ganhos ou perdas na conta de Ajustes de Avaliação serão transferidos para o resultado do exercício na época em que ocorrer a realização dos valores correspondentes. 7.4.5. Reservas de Capital As Reservas de Capital passam a ser considerados apenas os ganhos relacionados com o Capital Social da empresa.Passam a ser excluídas desse subgrupo então as Doações e Subvenções para Investimentos e os Prêmios na Emissão de Debêntures. A Reserva de Incentivo Fiscal passa a fazer parte do grupo de Reserva de Lucros. 7.5. MUTAÇÕES NAS CONTAS PATRIMONIAIS 7.5.1. Itens que afetam o Patrimônio Acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo; Redução por dividendos; Acréscimo por reavaliação de ativos; Acréscimos por subscrição e integralização de capital; Acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal de ações integralizadas ou o preço de emissão das ações sem valor nominal; Acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; Acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures; Redução por ações próprias adquiridas; Acréscimo ou redução de ajustes anteriores; Reversão da Reserva de Lucros a Realizar para a conta de dividendos a pagar; 7.6. ESTRUTURA A demonstração deve apresentar os seguintes itens:∙                 o saldo do início do período;∙                 os ajustes de exercícios anteriores;∙                 as reversões de reservas e transferências de lucros;∙                 os aumentos de capital, discriminando a sua natureza;∙                 a redução do capital;∙                 a destinação do lucro líquido do período;∙                 as reavaliações de ativos e sua realização, líquida do efeito dos impostos correspondentes;∙                 o resultado líquido do período;∙                 as compensações de prejuízos;∙                 os lucros distribuídos;∙                 os saldos no final do período; 

Companhia Siderúrgica NacionalDemonstração das Mutações do Patrimônio Consolidado Líquido – 2008 (Reais Mil)

Capital Social

Res. De Capital

Res. De Reavaliação

Res. De Lucro

Lucros/Prejuízos Acumulados

Ajustes de Avaliação Patrimonia

Total Patrimônio Líquido

Page 24: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

lSaldo Inicial 1.680.94

730 4.585.553 1.361.08

00 0 7.627.610

Ajustes de Exercícios Anteriores

0 0 0 0 0 0 0

Saldo Ajustado 1.680.947

30 4.585.553 1.361.080

0 0 7.627.610

Lucro/Prejuízo do Período

0 0 0 4.675.526 0 4.675.526

Destinações 0 0 0 2.725.172

(4.653.577) 0 (1.928.405)

Dividendos 0 0 0 0 (1.500.00) 0 (1.500.00)Juros S/Capital Próprio

0 0 0 0 (268.405) 0 (268.405)

Outras Destinações 0 0 0 2.725.172

(2.885.172) 0 (160.000)

Dividendos Antecipados

0 0 0 0 (160.000) 0 (160.000)

Reserva de Investimentos

0 0 0 2.725.172

(2.725.172) 0 0

Realização de Reserva de Lucros

0 0 0 0 0 0 0

Ajustes de Avaliação Patrimonial

0 0 0 0 0 1.298.729 1.298.729

Ajustes de Títulos e Valores Imobiliários

0 0 0 0 0 0 0

Ajustes Acumulados de Conversão

0 0 0 0 0 1.298.729 1.298.729

Ajustes de Combinação de Negócio

0 0 0 0 0 0 0

Aumento/Redução do Capital Social

0 0 0 0 0 0 0

Constituição/Realização de Reservas de Capital

0 0 0 0 0 0 0

Ações em Tesouraria

0 0 0 (317.496)0 0 (317.496)

Outras Transações de Capital

0 0 0 0 0 0 0

Outros 0 0 (4.585.553)

0 (21.949) 0 (4.607.502)

Reversão Reserva Reavaliação

0 0 (4.585.553)

0 0 0 (4.585.553)

Page 25: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

Ajuste Ativo Diferido

0 0 0 0 (22.302) 0 (22.302)

Reversão Por Prescrição Dividendos

0 0 0 0 297 0 297

Reversão Por Prescrição JCP

0 0 0 0 56 0 56

Saldo Final 1.680.947

30 0 3.768.756

0 1.298.729 6.748.462

Fonte: Relatório Anual da Empresa 2008 disponível em http://www.csn.com.br . 7.7. ANÁLISE DA COMPANHIA A teoria define a estrutura da demonstração sendo primeiro, mostrado o saldo inicial, logo após o ajuste de exercícios anteriores, aumento de capital, a reversão de reservas, o lucro líquido, e por fim as destinações e o saldo final. Porém o que pode se avaliar pela demonstração apresentada acima, é uma diferenciação na forma de organizar a ordem dos itens na estrutura. Diferentemente da teoria, a Companhia apresenta primeiro a destinação do lucro, depois então apresenta a reversão. É uma estrutura bem divergente quanto a organização dos itens, encontradas em livros. Porém, quanto ao resultado final, não irá interferir em divergências de saldos.Como podemos observar em 2008 a Reserva de Reavaliação aparece com o saldo final de 2007. Mais a diante ocorre uma reversão da Reserva de Reavaliação, zerando o saldo final da conta. Onde se percebe o cumprimento da nova Lei 11.638/07 que trás a extinção da Reserva de Reavaliação e afirma que os saldos existentes na reserva de reavaliação devem ser mantidos até sua efetiva realização ou estornados até o fim do exercício social em que a Lei entrar em vigor.A Companhia segue também a nova Lei 11.638/07, quanto à eliminação da conta “Lucros ou Prejuízos Acumulados” e determina que o saldo deverá ser totalmente destinado. Levando em conta que esta conta tem o papel de receber o resultado do exercício, as reversões de determinadas reservas e os ajustem de exercícios anteriores.Podemos concluir que a Companhia seguiu corretamente as mudanças da Lei. Quanto à teoria o único aspecto notado quanto a divergências, foi apenas a diferenciação da organização dos itens.

8. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Para que uma gestão financeira seja adequada, é indispensável o emprego de instrumentos gerenciais, tal como o Demonstrativo dos Fluxos de Caixa, entre outros, que dispõem nortear e projetar os recursos disponíveis a partir da concepção de cenários. Então, é possível identificar as necessidades e oportunidades, para o aproveitamento dos excedentes de caixa em investimentos ou áreas vantajosas da entidade.De acordo com Santi Filho e Olinquevitch (2004), uma das principais razões pelas quais a Demonstração dos Fluxos de Caixa levou tantos anos para ser adotada é a de que a profissão contábil é muito apegada ao regime de competência e tem uma aversão grande ao regime de caixa, especialmente no que diz respeito à mensuração do desempenho operacional da entidade. Assim, a utilização do conceito fundos (funds), mais conhecido como capital circulante líquido, que inclui recebíveis e contas a pagar, preservava as características essenciais do regime de competência na mensuração do fluxo.

Page 26: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

              Contudo, a importância de fundos não teve a capacidade de prover aos usuários das demonstrações financeiras uma abrangência dos usos e fontes de caixa da entidade, sendo mais adequada para a avaliação da liquidez e a solvência da companhia. Por uma maior utilidade e simplicidade da Demonstração dos Fluxos de Caixa, ela foi gradativamente substituindo a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos a nível internacional, dando início com os Estados Unidos em 1988, o Reino Unido em 1991, e no Brasil com a Lei das Sociedades por Ações nº 11.638/07.“A rigor, a intitulação DFC não é a mais correta, uma vez que englobamos as contas de Caixas e Bancos. Dessa forma, seria mais adequado denominar Demonstração do Fluxo do Disponível.” (MARION, 2009, p. 446). 8.1. CONCEITO Thiesen (2000, p.10) afirma que a DFC “permite mostrar, de forma direta ou mesmo indireta, as mudanças que tiveram reflexo no caixa, suas origens e aplicações”.Para Marion (2009) a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) indica a origem de todo o dinheiro que entrou no Caixa, bem como a aplicação de todo o dinheiro que saiu do Caixa em determinado período, e, ainda, o Resultado do Fluxo Financeiro.“O Demonstrativo de Fluxo de Caixa deve focalizar os recebimentos e pagamentos em termos de caixa e deve analisar as variações nos saldos e aplicação de caixa.” (SANTI FILHO e OLINQUEVITCH, 2004, p. 2).Enfim, a Demonstração dos Fluxos de Caixa é o instrumento que possibilita evidenciar as operações financeiras que são desempenhadas na entidade, o que permite melhores apreciações  e deliberações em relação ao bom emprego dos recursos financeiros que a companhia possui. 8.2. OBRIGATORIEDADE De acordo com o Art. 176 da Lei das Sociedades por Ações (Lei 11.638/07), a  Demonstração dos Fluxos de Caixa passa a ser obrigatória, substituindo a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.O § 6º do mesmo artigo, estabelece que a “companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa.” 8.3. OBJETIVOS Em conformidade com os relatos de Marion (2009), a Demonstração dos Fluxos de Caixa propicia a elaboração de melhor planejamento financeiro ao gerente financeiro, pois numa economia tipicamente inflacionária não é aconselhável excesso de Caixa, mas o estritamente imprescindível para fazer face a seus compromissos.A principal finalidade, para Santos, Schmidt e Fernandes (2006), é fornecer um conhecimento sobre os recebimentos e os pagamentos de caixa da entidade durante determinado período. Ela é utilizada para prover a compreensão das atividades de investimento e financiamento de uma entidade. Ela auxilia a analisar: a capacidade de geração de fluxos futuros de caixa positivos; a capacidade de cumprir suas obrigações e pagar dividendos; as razões para a diferença entre o resultado do exercício e os recebimentos e pagamentos de caixa; os aspectos caixa e não caixa

Page 27: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

das transações de investimento e financiamento da entidade.De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade “as informações dos fluxos de caixa de uma entidade são úteis para proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como suas necessidades de liquidez”.A Demonstração dos Fluxos de Caixa produz condições à tomada de decisões para a caracterização dos recursos a serem empregados, propiciando à entidade mais competitividade e adequando um ambiente apropriado para a atração de investimentos além da aquisição de financiamentos, para o presente bem como para o futuro. Esta demonstração ainda enriquece a comparabilidade dos relatórios de desempenho operacional a distintas empresas por reduzir as conseqüências derivadas da utilização de diferentes tratamentos de contabilidade às mesmas transações e acontecimentos. 8.4. COMPONENTES               Para fins de Demonstração dos Fluxos de Caixa, Iudícibus:

O conceito de Caixa é ampliado para contemplar também os investimentos qualificados como equivalentes-caixa. Isso ocorre porque faz parte da gestão básica de qualquer empresa a aplicação tempestiva das sobras de caixa em investimentos de curto prazo, para livra-las das perdas a que estariam sujeitas se expostas em contas não remuneradas. (2007:.441) 

Para Santos, Schmidt e Fernandes (2006) é importante destacar que os elementos a serem abrangidos da Demonstração dos Fluxos de Caixa variam de nação para nação. Por exemplo, nas normas norte-americanas, os equivalentes de caixa podem ser compreendidos na Demonstração, nas normas do Reino Unido unicamente se utiliza a movimentação da conta caixa, ou seja, não são incluídos os equivalentes de caixa, e nas normas internacionais necessitam ser obrigatoriamente empregados o caixa e equivalentes de caixa.De acordo com a CVM nº 547, de 13 de agosto de 2008 os “Equivalentes de Caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.”Santi Filho e Olinquevitch relatam que:

A Demonstração dos Fluxos de Caixa é constituída por: Caixa (dinheiro e cheques em mãos recebidos e ainda não depositados, cujo pagamento seja previsto imediatamente); Depósitos Bancários à Vista  (contas correntes de livre movimentação mantidas pela empresa em bancos); Numerário em Trânsito (recursos em trânsito decorrentes de remessas entre filiais, depósitos em cheques e ordens de pagamento); e Aplicações de Liquidez Imediata (aplicações altamente líquidas). (2004:03)

Então, tal Demonstrativo é composto apenas por entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa, estes tendo por denominação investimentos de curtíssimo prazo (até 90 dias) altamente líquidos que não depara com significância de risco de alteração pecuniária. 8.5. ELABORAÇÃO A concepção de Marion (2009) abrange a elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa sob duas formas:∙                 Pelo acompanhamento da “conta Caixa” (ou Livro Caixa), distribuindo as operações de acordo com sua natureza e condensando-as, pode-se extrair todos os dados necessários.

Page 28: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

∙                 Contendo as Demonstrações Financeiras, (nem sempre será possível o acesso a “conta Caixa”), lança-se mão de um método bastante prático, proporcionando, assim, a elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa para empresas diversas.Ressalta, ainda Marion (2009), que ainda tendo posse à conta Caixa, alguns contadores optam por elaborar a Demonstração dos Fluxos de Caixa pela técnica referida no segundo item, por seu aspecto prático.Como disposto no art. 188 da Lei 11.638/07, a Demonstração dos Fluxos de Caixa deve demonstrar as ações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, três fluxos:a) Das Operações;b) Dos Financiamentos; ec) Dos Investimentos; Como demonstra a CVM nº 547, de 13 de agosto de 2008, a entidade deve apresentar seus fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais, de investimento e de financiamento da forma que seja mais apropriada a seus negócios. A disposição por atividade propicia dados que permitem aos usuários analisar o impacto de tais atividades sobre a posição financeira da entidade e o montante de seu caixa e equivalentes de caixa. Essas informações podem ainda ser usadas para a avaliação da relação entre essas atividades.  8.5.1. Fluxo Operacional Na concepção de Iudícibus (2007, p.442), “tal grupo envolve todas as atividades relacionadas com a produção e entrega de bens e serviços e os eventos que não sejam definidos como atividades de investimento e financiamento.”              “As atividades operacionais podem ter estrutura semelhante à apuração do Lucro Operacional na DRE, ressaltando-se, evidentemente, que trata do fluxo financeiro e não econômico (DRE).” (MARION, 2009: 451).              Abrangendo, assim, o recebimento de receitas e duplicatas, o pagamento de fornecedores e  de despesas operacionais, pagamento de impostos, pagamento de juros e dividendos (também podendo ser classificados em Atividades de Financiamento), entre outros.As Normas Brasileiras de Contabilidade menciona que o montante deste fluxo é um indicador-chave da extensão na qual as operações da entidade têm gerado suficientes fluxos de caixa para amortizar empréstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar dividendos e juros sobre o capital próprio e fazer novos investimentos sem recorrer a fontes externas de financiamento.Para Perez Junior e Begalli (1999: 82) “existem dois métodos de elaboração do fluxo de caixa: método direto; método indireto.”Santi Filho Olinquevitch (2004) também mencionam a permissão da apresentação de uma forma indireta, pela mediação de passos que reconciliem o resultado (lucro ou prejuízo) líquido alcançado até o fluxo de fundos de caixa causado pelas atividades operacionais. Serão facultados, também, de apresentar esse fluxo de uma forma direta, pela demonstração dos maiores grupos de recebimentos e pagamentos de caixa.             8.5.1.1 Método Direto

Page 29: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

 “O método direto explicita as entradas e saídas brutas de dinheiro dos principais componentes das atividades operacionais. O saldo final das operações expressa o volume líquido de caixa provido ou consumido pelas operações durante um período.” (IUDÍCIBUS, 2007: 445).Conforme compreende Perez Junior e Begalli (1999), o método direto evidencia todos os pagamentos e recebimentos em função da atividade operacional das empresas: as compras à vista, o pagamento das duplicatas decorrentes das compras a prazo, o pagamento das despesas operacionais com salários, encargos, demais despesas administrativas, gerais e comerciais; as vendas à vista, o recebimento das duplicatas por vendas a prazo e outros recebimentos decorrentes das atividades sociais da empresa. 

A Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto é também denominada Fluxos de Caixa no Sentido Restrito. Muitos se referem a ele como o “verdadeiro Fluxo de Caixa”, porque nele são demonstrados todos os recebimentos e pagamentos que efetivamente concorreram para a variação das disponibilidades no período.As entradas e saídas do Caixa são evidenciadas a começar das vendas – por seus valores efetivamente realizados (recebidos), em vez do lucro líquido, como no Método Indireto. A partir daí, são considerados todos os recebimentos e pagamentos oriundos das operações ocorridas no período. (MARION, 2009.450)

               Verifica-se, então, que esse método abrange uma capacidade de informação bastante esclarecedora em relação ao do método indireto, apesar de ser mais trabalhoso em virtude da abundância de informações (análise de cada componente que afeta o Caixa).              Todavia, como a Companhia Siderúrgica Nacional optou pelo Método Indireto de classificação das Atividades Operacionais, não enfatizaremos o Método Direto. 8.5.1.2. Método Indireto Em consonância com os relatos de Santos, Schmidt e Fernandes (2006, p.88), “a Demonstração dos Fluxos de Caixa preparada utilizando-se o método indireto enfatiza as mudanças nas principais contas de ativos e passivos correntes. Além disso, faz a conciliação entre o resultado contábil e o Fluxo de Caixa.”Quanto à elaboração do Método Indireto, Marion (2009) traz que embora se evidencie a variação incidente nas disponibilidades, o fluxo estruturado, dessa maneira, não explana as diversas entradas e saídas de dinheiro do caixa por seus valores efetivos, mas fornece uma facilitação com base em uma diferença de saldos ou inclusão de alguns itens que não afetam as disponibilidades como despesas antecipadas, provisão para Imposto de Renda etc.Conforme a percepção de Perez Junior e Begalli (1999: 83), “o  método indireto parte do resultado das operações sociais (lucro líquido do período), ajustado pelas despesas e receitas que não interferem diretamente no caixa ou disponibilidades da entidade.”“O método indireto faz a conciliação entre o lucro líquido e o caixa gerado pelas operações, por isso é também chamado de método da reconciliação.” (IUDÍCIBUS, 2007: 445).              A regra a ser seguida, segundo Marion (2009), para o alcance do Caixa Líquido Operacional Indireto é constituída por:

∙            Ajuste do Lucro Líquido referente à Despesa não Desembolsável, pois há determinados itens que reduzem o Lucro Líquido na Demonstração do Resultado do Exercício que não representam saída de dinheiro no momento.∙            Ajuste do Lucro Líquido no Circulante: os aumentos no Ativo Circulante

Page 30: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

provocam uso de dinheiro (caixa); as reduções do Ativo Circulante produzem caixa (origem de caixa); os aumentos no Passivo Circulante evitam saída de mais dinheiro, aumentando o caixa; as reduções do Passivo Circulante significam que o pagamento foi feito, reduzindo o caixa (uso de caixa); para calcular as variações líquidas, basta subtrair o saldo anterior do saldo atual das contas do Circulante (Ativo e Passivo).

 Deste modo, são realizadas adequações ao lucro líquido pelas receitas ou despesas, que não influenciaram as disponibilidades. Considera-se, ainda, como saídas do caixa os acréscimos nas contas do Ativo Circulante e as reduções no Passivo Circulante. Já as diminuições de Ativo Circulante e aumentos nas contas de Passivo Circulante caracterizam às entradas de caixa. 

Companhia Siderúrgica NacionalDemonstração do Fluxo de Caixa Consolidado - Método Indireto (Reais Mil)

1 - CÓDIGO 2- DESCRIÇÃO 2008 2007 20064.01 Caixa Líquido Atividades Operacionais 1.343.888 5.132.383 2.409.6394.01.01 Caixa Gerado nas Operações 2.109.508 4.385.282 2.667.2764.01.01.01 Lucro líquido do exercício 5.774.149 2.922.350 1.167.5254.01.01.02 Provisão encargos empréstimos financ. 734.975 732.558 864.4194.01.01.03 Depreciação, exaustão e amortização 840.303 1.132.276 961.3934.01.01.04 Resultado na baixa e alienação de bens 59.183 696.509 16.3794.01.01.05 Resultado de participações societárias 87.842 109.684 87.5094.01.01.06 Ganho e perda na variação percentual (4.036.544) 0 04.01.01.07 IR e CS diferidos (400.971) (294.685) (85.439)4.01.01.08 Provisão Swap/Forward (1.213.053) (738.959) (8.206)4.01.01.09 Provisão passivo atuarial (114.815) (55.060) 63.5404.01.01.10 Provisão rec. sinistro AFIII 0 0 (254.094)4.01.01.11 Provisão para contingências 80.738 92.493 (161.843)4.01.01.12 Outras provisões 297.701 (211.884) 16.0934.01.02 Variações nos Ativos e Passivos (765.620) 747.101 (257.637)4.01.02.01 Contas a receber (434.943) 584.096 125.8234.01.02.02 Estoques (1.138.139) (3.446) (535.991)4.01.02.03 Créditos com controladas 0 0 04.01.02.04 Impostos a compensar (392.546) 17.351 (51.143)4.01.02.05 Fornecedores 322.676 (221.541) 336.2484.01.02.06 Salários e encargos sociais 7.681 (31.902) 5.7094.01.02.07 Tributos 460.596 1.178.191 187.4474.01.02.08 Contas a pagar - empresas controladas 0 0 04.01.02.09 Passivos contingentes 135.536 (87.908) 815.1724.01.02.10 Instituições financeiras juros (805.046) 0 04.01.02.11 Instituições financeiras swap (317.991) (782.992) (850.770)4.01.02.12 Outros 1.396.556 95.252 (290.132)4.01.03 Outros 0 0 0Fonte: Relatório Anual da Empresa 2008 disponível em http://www.csn.com.br .               A parte Operacional dos Fluxos de Caixa Indireto segue as normas e recomendações que caracterizam esse grupo. Esse método é mais utilizado pela sua simplificação.             

Page 31: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

8.5.2. Fluxo de investimentos “Os investimentos são constituídos pelas transações de compra ou venda de ativos permanentes como aquisições ou vendas de participações em outras entidades e de ativos imobilizados utilizados na produção, na prestação de serviços ou manutenção do negócio etc.” (MARION, 2009: 452).As Normas Brasileiras de Contabilidade descrevem que a publicação em separado dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimento é importante porque tais fluxos de caixa representam a influência em que os dispêndios de recursos são feitos pela entidade com a intenção de gerar resultados e fluxos de caixa no futuro.Já para Iudícibus (2007: 442), “incluem a concessão e recebimentos de empréstimos, a aquisição e venda de instrumentos financeiros e patrimoniais de outras entidades e a aquisição e alienação de imobilizado.”              Segundo Santi Filho e Olinquevitch (2004), as atividades de investimento mencionam a variação dos ativos relacionados com: concessão e recebimento de empréstimos; aquisição e alienação de instrumentos financeiros e patrimoniais a outras entidades; e aquisição e alienação de bens do imobilizado.              Para as Normas e Procedimentos Contábeis, “compreendem as transações com os ativos financeiros, as aquisições ou venda de participações em outras sociedades e de ativos utilizados na produção de bens ou prestação de serviços ligados ao objetivo social da Entidade.”              O Fluxo de Investimentos, portanto, apresenta a compra e venda de ativo imobilizado, dívidas e ações de outras entidades (não consideradas equivalentes de caixa, ou mantidas para comercialização); além de adiantamentos em dinheiro e cobrança de empréstimos realizados com terceiros (menos instituições financeiras). 

Companhia Siderúrgica NacionalDemonstração do Fluxo de Caixa Consolidado - Método Indireto (Reais Mil)

1 - CÓDIGO 2 - DESCRIÇÃO 2008 2007 20064.02 Caixa Líquido Atividades de Investimento -3.449.854 -3.504.580 -2.282.0724.02.01 Depósitos judiciais -328.389 -1.091.587 -14.2794.02.02 Efeitos líquidos equity swap -656.476 0 04.02.03 Investimentos -40.937 -793.167 -772.5204.02.04 Imobilizado -2.305.347 -1.571.012 -1.450.1564.02.05 Diferido -118.705 -48.814 -45.117Fonte: Relatório Anual da Empresa 2008 disponível em http://www.csn.com.br .               As Atividades de Investimentos da Companhia enquadram-se nos requisitos dispostos anteriormente. Seguem as regras e as recomendações, inclusive das Normas Brasileiras de Contabilidade. 

8.5.3. Fluxo de financiamentos Marion (2009) esclarece que este grupo é constituído pela coleta de recursos originários dos proprietários da empresa (sócios ou acionistas) por meio de capital social, bem como por toda captação de empréstimos e outros recursos. A remuneração ao capital próprio em forma de

Page 32: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

distribuição do lucro (dividendos – juros de capital próprio) e a amortização dos empréstimos serão parcelas subtrativas nesse fluxo.Quanto à observação, de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), a “divulgação separada dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de financiamento é importante por ser útil para prever as exigências sobre futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de capital à entidade.”              As Normas e Procedimentos de Contabilidade – NPC relata que os Fluxos de Financiamentos abrangem a captação de recursos dos acionistas ou cotistas e seu retorno sob a forma de lucros ou dividendos, a captação de empréstimos, sua amortização e sua remuneração.Santos, Schmidt e Fernandes (2006: 83) comentam como descrevem as Normas Internacionais IAS 7 que fazem parte deste grupo a “obtenção de recursos dos proprietários e o seu retorno, a obtenção de empréstimos de curto prazo e longo prazo e o reembolso das quantias emprestadas.”              Na concepção de Iudícibus (2007), envolvem  os Fluxos de Financiamentos a aquisição de recursos dos donos e a liquidação a estes de retornos sobre seus investimentos ou do próprio reembolso do investimento; incluem também a obtenção de empréstimos junto a credores e a amortização ou liquidação destes; e do mesmo modo a obtenção e pagamento de recursos de/a credores dia créditos de longo prazo.              Então, abrangem-se neste fluxo: vendas de ações emitidas, rendimentos provenientes da emissão de dívidas, empréstimos obtidos no mercado, pagamento de dividendos, recebimento de doações em dinheiro por instituições sem fins lucrativos (mantidas a longo prazo), entre outros.

 Companhia Siderúrgica Nacional

Demonstração do Fluxo de Caixa Consolidado - Método Indireto (Reais Mil)1 - CÓDIGO 2 - DESCRIÇÃO 2008 2007 20064.03 Caixa Líquido Atividades Financiamento 5.461.331 -283.581 -852.9324.03.01 Empréstimos e financiamentos 5.831.674 3.237.706 3.851.9764.03.02 Recebimento pela emissão de ações 4.036.544 0 04.03.03 Debêntures 0 0 600.0004.03.04 Instituições financeiras - principal -1.814.824 -2.768.575 -3.196.0624.03.05 Dividendos e juros s/ capital próprio -2.274.565 -686.003 -2.069.7364.03.06 Ações em tesouraria -317.498 -66.709 -39.110Fonte: Relatório Anual da Empresa 2008 disponível em http://www.csn.com.br . A Companhia Siderúrgica Nacional traz seu Fluxo de Financiamentos de forma correta em relação às Normas Brasileiras de Contabilidade, e em relação aos relatos dos autores mencionados acima. No entanto, Iudícibus (2007) segue uma premissa básica adotada pelo Fasb de conservar no grupo das operações os dados que transitam pela demonstração de resultados, ou seja, os juros pagos compõem as atividades operacionais. Contudo, os mesmos, assim como os dividendos pagos, representam um custo pela obtenção de financiamento, então, também podem ser considerados nas atividades de financiamento. Por isso, o IASB faculta que os juros pagos sejam classificados como atividades operacionais ou de financiamentos.   

9. DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

Page 33: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

 A contabilidade em surgimento de novas necessidades de seus usuários internos e externos criou a Demonstração do Valor Adicionado, a qual busca evidenciar, de forma concisa, os dados e as informações do valor da riqueza gerada e principalmente, sua efetiva distribuição. Essa demonstração vem evoluindo e ganhando cada vez mais adeptos pelo fato de gerar informações fundamentais não obtidas em outras Demonstrações Financeiras, auxiliando assim na tomada de decisão.A demonstração relata a capacidade de uma sociedade produzir riqueza e a sua destinação para a parte que se destina ao capital próprio, aos trabalhadores, ao capital de terceiros e ao governo. No Brasil, o principal destino das distribuições das riquezas geradas e para o governo (a titulo de impostos, taxas e contribuições). 9.1 CONCEITO Neves e Viceconti (2003) conceituam Valor Adicionado ou Valor Agregado, como sendo a “representação da riqueza gerada por uma entidade num período determinado. É a soma de todos os valores agregados gerados por todos os agentes econômicos, representa a riqueza total do país”.A riqueza gerada em um país pode ser obtida pela soma dos valores agregados pelas pessoas físicas, pessoas jurídicas com fins lucrativos, governo, associações, agentes econômicos, fundações e etc. O Produto Interno Bruto (PIB) é o somatório de todos os valores agregados por esses agentes. Indicando o desempenho da economia e o que se foi produzido. Algumas nações exigem de empresas que desejam de instalar, demonstrar qual o valor pretendido em gerar.

“O valor adicionado de uma empresa representa o quanto de valor ela agrega aos insumos que adquire num determinado período e é obtido, de forma geral, pela diferença entre as vendas e o total de insumos adquiridos de terceiros”. (DE LUCA, 1992: 56 apud SANTOS, 2007: 28).

 Enfim, a soma das importâncias agregadas representa a soma das riquezas criadas.   9.2 CARACTERÍSTICAS             As informações para a elaboração da Demonstração do Valor Adicional devem ser extraídas da Demonstração do Resultado do Exercício. Por terem enfoques opostos e fornecem informações sob diferentes pontos de vista, as tornam complementares.A demonstração deve ser elaborada, preferencialmente, com base nas demonstrações consolidadas.O principio contábil que rege a demonstração é o da competência. Por este princípio, as receitas e as despesas devem ser incluídas sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. 9.3 OBRIGATORIEDADEDe acordo com o Art. 176 da Lei das Sociedades por Ações (Lei 11.638/07), a Demonstração do Valor adicionado passa a ser obrigatória, para as companhias abertas.

Page 34: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

 9.4 DISPOSICOES GERAIS Antes de concessões de incentivos fiscais, diversos estados e municípios analisam projetos de instalação de empresas. Incluindo o possível montante de valor a ser adicionado e sua distribuição. Esta análise minuciosa pode contribuir na decisão sobre a concessão ou não dos incentivos ficais pelos estados ou municípios. A efetiva riqueza produzida e distribuída provoca crescimento na economia do estado ou município.Por existirem vários itens nas demonstrações financeiras tradicionais que não separam o que representa compra de insumos de terceiros, do que representa valor adicionado surgem dificuldades na elaboração dessa demonstração.Exemplo de tal dificuldade é o Custo dos Produtos Vendidos (CPV). Onde não se evidencia o que representa mão-de-obra e o que são insumos adquiridos de terceiros.A existência de dificuldade em separar o que representa gastos com pessoal, com materiais entre outros nas Despesas Operacionais, traz complicações na elaboração da Demonstração do Valor Adicionado.  9.5 O BALANÇO SOCIAL E A DEMONTRACAO DO VALOR ADICIONADO Com o crescente desgaste do meio ambiente, as empresas sofreram pressão da sociedade, fornecedores, clientes, governo, entre outros, para a incorporação de objetivos sociais, que envolvem entre outras coisas, o bem estar em sua integridade, inseridos em seu planejamento estratégico. Neste contexto tornou-se fundamental a demonstração da responsabilidade social das empresas para com a sociedade.Algumas áreas de atuação das empresas em prol da sociedade é a responsabilidade na geração e manutenção das empresas, pagamento de salários condignos aos trabalhadores, assegurar condições de higiene e segurança no ambiente de trabalho, responsabilidade de recolhimentos dos tributos, assegurar aos trabalhadores participações em seus lucros, preocupação com a preservação do meio ambiente entre outras.A fim de suprir a necessidade de evidenciar tais responsabilidades da empresa para com a sociedade, além das demonstrações contábeis tradicionais, evocou-se o Balanço Social, permitindo ao usuário externo informações a referentes às atividades desenvolvidas pela empresa em benefício da sociedade em que esta inserida.Por ser um instrumento poderoso a Demonstração do Valor Adicionado, auxilia e integra o Balanço Social. Devendo ambos, serem apresentado conjuntamente, a fim de evidenciar para a sociedade o quanto a entidade contribui para a geração de riquezas no país e como são distribuídas entre os trabalhadores, governo e capitais de terceiros.Segundo DE LUCA,

“A Demonstração do Valor Adicionado é um conjunto de informações de caráter econômico, normalmente apresentado com as informações de caráter econômico, do Balanço Social. É um relatório contábil que visa demonstrar o valor da riqueza gerada pela empresa e a sua distribuição”. (1991:25)

 9.6 ESTRUTURA No Brasil existem dois modelos de Demonstração do Valor Adicionado, um deles e proposto

Page 35: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

pela FIPECAFI, o qual é recomendado pela CVM em seu Oficio Circular (CVM SNC/SEP N 001/2007) e o modelo da NBC T 3.7, do Conselho Federal de Contabilidade. O modelo seguinte, elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras da USP. 

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

DESCRIÇÃO  R$ Mil1 – RECEITAS1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços1.2) Provisão p/ devedores duvidosos – Reversão / (Constituição)1.3) Não operacionais2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)2.1) Matérias-primas consumidas2.2) Custo das mercadorias e serviços vendidos2.3) Materiais, energia, serviço de terceiros e outros2.4) Perda / Recuperação de valores ativos3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)4 – RETENÇÕES4.1) Depreciação, amortização e exaustão5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA6.1) Resultado de equivalência patrimonial6.2) Receitas financeiras7 – VALOR ADICIOADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO*8.1) Pessoal e encargos8.2) Impostos, taxas e contribuições8.3) Juros e aluguéis8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos8.5) Lucros retidos / prejuízo do exercício* O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.  

Companhia Siderúrgica NacionalDemonstração do Valor Adicionado Consolidado (Reais Mil)

 1- CÓDIGO2- DESCRIÇÃO 2008 2007 20066.01 Receitas 22.925.236 14.200.945 11.137.9906.01.01 Vendas Mercadorias, Produtos e serviços 18.857.359 14.058.020 11.117.8426.01.02 Outras Receitas 4.154.931 144.696 19.0686.01.03 Receitas Refs. á Contr. Ativos próprios 0 0 06.01.04 Provisão/Rev. Créds. Líquidação Duvidosa (87.054) (1.771) 1.0806.02 Insumos Adquiridos de Terceiros (9.895.956) (5.937.656) (4.666.912)6.02.01 Custo Prods. Merc. e Serv. Vendidos (8.791.322) (5.034.689) (4.508.291)6.02.02 Materiais-Energia-Serv. Terceiros-Outros (1.264.486) (902.967) (888.537)6.02.03 Perda/Recuperação de Valores Ativos 159.852 0 729.916

Page 36: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

6.02.04 Outros 0 0 06.03 Valor Adicionado Bruto 13.029.280 8.263.289 6.471.0786.04 Retenções (768.679) (1.132.275) (961.393)6.04.01 Depreciação, Amortização e Exaustão (768.679) (1.132.275) (961.393)6.04.02 Outras 0 0 06.05 Valor Adicionado Líquido Produzido 12.260.601 7.131.014 5.509.6856.06 Vlr Adicionado Recebido em Transf. 2.061.839 493.354 (395.425)6.06.01 Resultado de Eq. Patrimonial (97.212) (109.683) (87.509)6.06.02 Receitas Financeiras 2.138.251 603.037 (307.916)6.06.03 Outros 20.800 0 06.07 Vlr. Adic. Total a Distr. 14.322.440 7.624.368 5.114.2606.08 Distr. Do Valor Adic. 14.322.440 7.624.368 5.114.2606.08.01 Pessoal 815.199 696.573 674.3536.08.01.01 Remuneração Direta 648.619 0 06.08.01.02 Benefícios 123.600 0 06.08.01.03 FGTS 42.980 0 06.08.01.04 Outros 0 0 06.08.02 Impostos, Taxas e Contribuições 2.762.501 3.483.876 2.807.1836.08.02.01 Federais 2.024.922 0 06.08.02.02 Estaduais 722.298 0 06.08.02.03 Municipais 15.281 0 06.08.03 Remuneração de Capitais de Terceiros 4.970.592 521.569 465.1996.08.03.01 Juros 4.970.533 0 06.08.03.02 Aluguéis 59 0 06.08.03.03 Outras 0 0 06.08.04 Remuneração de Capitais Próprios 5.774.148 2.922.350 1.167.5256.08.04.01 Juros Sobre o Capital Próprio 268.405 0 06.08.04.02 Dividendos 1.500.000 870.672 1.129.3666.08.04.03 Lucros Retidos / Prej. Do Exercício 2.907.121 2.034.573 40.0006.08.04.04 Part. Não Controladores Lucros Retidos 1.098.622 17.015 (1.841)6.08.05 Outros 0 0 0 9.7 DAS RECEITAS 

Companhia Siderúrgica NacionalDemonstração do Valor Adicionado Consolidado (Reais Mil)

6.01 Receitas 22.925.236 14.200.945 11.137.990

6.01.01Vendas Mercadorias, Produtos e serviços

18.857.359 14.058.020 11.117.842

6.01.02 Outras Receitas 4.154.931 144.696 19.068

6.01.03Receitas Refs. á Contr. Ativos próprios

0 0 0

6.01.04 Provisão/Rev. Créds. Líquidação

(87.054) (1.771) 1.080

Page 37: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

Duvidosa       As receitas brutas e as outras receitas devem conter a venda de mercadoria, produtos e serviços com os respectivos tributos incidentes (ICMS, IPI); Devoluções, abatimentos e cancelamento devem ser deduzidos; Resultados não decorrentes da atividade fim; Provisão e reversão para créditos duvidosos.ANÁLISE DA COMPANHIA: O grupo das Receitas apresentado pela Companhia Siderúrgica Nacional segue todos os itens citados acima. Estando de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade.  9.8 DOS INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS 

Companhia Siderúrgica NacionalDemonstração do Valor Adicionado Consolidado (Reais Mil)

6.02Insumos Adquiridos de Terceiros

(9.895.956) (5.937.656) (4.666.912)

6.02.01 Custo Prods. Merc. e Serv. Vendidos (8.791.322) (5.034.689) (4.508.291)

6.02.02Materiais-Energia-Serv. Terceiros-Outros

(1.264.486) (902.967) (888.537)

6.02.03 Perda/Recuperação de Valores Ativos 159.852 0 729.916

6.02.04 Outros 0 0 0 Os insumos adquiridos de terceiros devem apresentar materiais consumidos incluídos no custo dos produtos, mercadorias e produtos vendidos; despesas operacionais incorrida com terceiro (luz, telefone, energia, entre outros); Valores relativos a perda do ativo.ANÁLISE DA COMPANHIA: A Companhia está de acordo com o que a teoria diz.  9.9DAS RETENÇÕES 

Companhia Siderúrgica NacionalDemonstração do Valor Adicionado Consolidado (Reais Mil)

6.04 Retenções (768.679) (1.132.275) (961.393)

6.04.01Depreciação, Amortização e Exaustão

(768.679) (1.132.275) (961.393)

6.04.02 Outras 0 0 0 Os valores retidos pela entidade são representados pela Depreciação, Exaustão e Amortização.ANÁLISE DA COMPANHIA: A Companhia seguiu as normas impostas no item anterior. 

Page 38: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

   9.10 DO VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANFERENCIA 

Companhia Siderúrgica NacionalDemonstração do Valor Adicionado Consolidado (Reais Mil)

6.06Vlr Adicionado Recebido em Transf.

2.061.839 493.354 (395.425)

6.06.01 Resultado de Eq. Patrimonial (97.212) (109.683) (87.509)

6.06.02 Receitas Financeiras 2.138.251 603.037 (307.916)

6.06.03 Outros 20.800 0 0 Os valores adicionados recebidos em transferência a outras entidades devem conter o Resultado da Equivalência Patrimonial e as Receitas financeiras do período.ANÁLISE DA COMPANHIA: Companhia segue de acordo quanto as Normas Brasileiras de Contabilidade na apresentação do valor adicionado recebido em transferências. 9.11 DA DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 

Companhia Siderúrgica NacionalDemonstração do Valor Adicionado Consolidado (Reais Mil)

 9.11.1 Dos Colaboradores

6.08.01 Pessoal 815.199 696.573 674.353

6.08.01.01 Remuneração Direta 648.619 0 0

6.08.01.02 Benefícios 123.600 0 06.08.01.03 FGTS 42.980 0 06.08.01.04 Outros 0 0 0 Trabalhadores: Salários, férias, FGTS, seguro de acidente de trabalho, assistência medica, alimentação, transporte, comissões, gratificações, planos privados de aposentadoria e pensão, participações, seguro de vida e acidentes pessoais.ANÁLISE DA COMPANHIA: Companhia segue as recomendações quanto a distribuição do valor agregado com os colaboradores.

Companhia Siderúrgica NacionalDemonstração do Valor Adicionado Consolidado (Reais Mil)

 

6.08.02 Impostos, Taxas e Contribuições 2.762.501 3.483.876 2.807.183

6.08.02.01 Federais 2.024.922 0 06.08.02.02 Estaduais 722.298 0 0

Page 39: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

6.08.02.03 Municipais 15.281 0 09.11.2 Do Governo

 Governo: Constituída por impostos, taxas, contribuições; INSS SESI, SESC, SENAI, SENAT, SENAC, ISS, CPFM, imposto de renda, contribuição social, ICMS, PIS, COFINS entre outros.ANÁLISE DA COMPANHIA: A Companhia seguiu corretamente o que a teoria diz.

 Companhia Siderúrgica Nacional

Demonstração do Valor Adicionado Consolidado (Reais Mil)  9.11.5        Do capital de terceiros

6.08.03Remuneração de Capitais de Terceiros

4.970.592 521.569 465.199

6.08.03.01 Juros 4.970.533 0 06.08.03.02 Aluguéis 59 0 06.08.03.03 Outras 0 0 0 Capital de Terceiros (Agentes Financiadores): Incluem as despesas financeiras relativas a qualquer tipo de financiamento e aluguéis, inclusive royalties a terceiros.ANÁLISE DA COMPANHIA: A Companhia segue corretamente a distribuição da riqueza gerada para seus agentes financeiros. 

Companhia Siderúrgica NacionalDemonstração do Valor Adicionado Consolidado (Reais Mil)

   

9.11.6        Do capital próprio

6.08.04 Remuneração de Capitais Próprios 5.774.148 2.922.350 1.167.525

6.08.04.01 Juros Sobre o Capital Próprio 268.405 0 0

6.08.04.02 Dividendos 1.500.000 870.672 1.129.366 Capital Próprio (Acionistas): Consiste nos valores pagos ou creditados a título de dividendos e juros sobre capital próprio aos acionistas.ANÁLISE DA COMPANHIA: A Companhia distribui corretamente sua riqueza gerada entre os dividendos e os juros de capital próprio. Seguindo corretamente o que a teoria diz. 9.11.5 Da retenção do lucro/prejuízo do exercício 

Companhia Siderúrgica NacionalDemonstração do Valor Adicionado Consolidado (Reais Mil)

         

Page 40: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

6.08.04.03 Lucros Retidos / Prej. Do Exercício 2.907.121 2.034.573 40.000

6.08.04.04Part. Não Controladores Lucros Retidos

1.098.622 17.015 (1.841)

6.08.05 Outros 0 0 0 Lucros/Prejuízos retidos: Representa a destinação do lucro do período para reservas e eventuais parcelas ainda sem destinação definida.ANÁLISE DA COMPANHIA: Apresenta corretamente a retenção do lucro do exercício. 

10. NOTAS EXPLICATIVAS 10.1 CONCEITO               “Também conhecidas como “Notas de Rodapé”, as Notas Explicativas são normalmente destacadas após as Demonstrações Financeiras (quando publicadas).” (IUDÍCIBUS e MARION, 2004, p.233)Na definição de Perez Júnior e Begalli (1999), as Notas Explicativas são dados e informações que complementam as demonstrações contábeis, bem como fornecem critérios contábeis, e ainda adicionam informações indispensáveis ao entendimento do usuário a propósito da empresa.              As Normas Brasileiras de Contabilidade tem por concepção: “as Notas Explicativas incluem informações de natureza patrimonial, econômica, financeira, legal, física e social, bem como os critérios utilizados na elaboração das demonstrações contábeis e eventos subseqüentes ao balanço”.              Deste modo, as Notas Explicativas demonstram as avaliações de estoques, depreciações, taxas de juros, espécies de ações do capital social, entre outros. Sendo componentes adicionais e integrantes das Demonstrações Contábeis.             10.2 OBRIGATORIEDADE             De acordo com o § 4º do art. 176 da Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) “as demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício”. 10.3 OBJETIVOS As características das Notas Explicativas estão previstas no § 5o do art. 176 da Lei das Sociedades por Ações (já com a redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008), estabelecendo que as mesmas devem:

“I - apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos;II - divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras;

Page 41: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

III - fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada”.

 Não obstante, Iudícibus (2007: 453) relata que “as notas podem ser usadas para descrever práticas contábeis utilizadas pela companhia, para explicações adicionais sobre determinadas contas ou operações específicas e ainda para composição e detalhes de certas contas.” 

10.4 COMPONENTES Em relação aos aspectos legais, os principais tópicos que as Notas Explicativas devem possuir: a)   Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais:∙ Estoques:CSN - São avaliados ao custo médio de aquisição ou produção e as importações em andamento registradas ao custo de compra identificado, não excedendo ao valor de mercado ou de realização. São registradas provisões para perdas ou obsolescência quando a Administração julga procedente. ∙ Depreciação: os critérios para definir a vida útil, as taxas utilizadas, o método de depreciação empregado.CSN - A depreciação é calculada pelo método linear com base na vida útil econômica remanescente dos bens. ∙ Amortização e exaustão: os critérios utilizados para determinação da vida útil, o método de amortização e exaustão etc., os critérios adotados para fazer amortização de gastos de implantação, reorganização e outros diferidos.CSN - a exaustão da mina de Casa de Pedra é calculada com base na quantidade de minério de ferro extraída. ∙ Provisão para encargos: a base de contabilização da Provisão para Imposto de Renda, a base de constituição para Provisão para Férias, a base de constituição da Provisão para Gratificação a Empregados etc. ∙ Provisão para riscos:CSN - foi constituída em montante considerado suficiente para suportar eventuais perdas e a avaliação da Administração considera o histórico do cliente, a situação financeira e a avaliação de nossos assessores jurídicos quanto ao recebimento desses créditos para constituição dessa provisão. ∙ Ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo: quando o valor de mercado for menor que o custo. ∙ Avaliação dos elementos patrimoniais: critério de avaliação dos Investimentos; entre outros.CSN - Os investimentos em sociedades controladas e controladas em conjunto são avaliados pelo

Page 42: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

método da equivalência patrimonial e reconhecidos no resultado do exercício como receita (ou despesa) operacional. Outros investimentos, representados por participação minoritária, são registrados pelo custo. b)   Os investimentos em outras sociedades, quando relevantes: informações precisas e relações com a companhia. Designação da sociedade, seu capital social e do patrimônio líquido, o lucro líquido do exercício, os créditos e obrigações e a quantia de receitas e despesas entre a companhia e a sociedade investida. c)    Os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes: Empréstimos e financiamentos por instituições financeiras ou pelo próprio fornecedor: hipoteca, alienação fiduciária, penhora, itens oferecidos em garantia de empréstimos (estoques, duplicatas a receber, máquinas etc.). d)   A taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo: relaciona-se a composição dos empréstimos e financiamentos, os respectivos saldos dos contratos, as datas de vencimento, pagável em moeda estrangeira ou nacional, condições restritivas dos financiamentos. e)   O número, espécies e classes das ações do capital social:CSN - 793.403.838 ações ordinárias e escriturais, sem valor nominal. Cada ação ordinária dá direito a um voto nas deliberações da Assembléia Geral. f)     As opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício: a companhia pode emitir, dentro do limite de aumentos do Capital Autorizado no estatuto, títulos negociáveis, denominados “bônus de subscrição”.             g)   Os ajustes de exercícios anteriores: os principais ajustes de exercícios anteriores referem-se à mudança de critérios contábeis (quebra da consistência) e à retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes. h)   Os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. i)      Seguros: informação dos ativos, responsabilidades ou interesses cobertos por seguros e os montantes respectivos, especificados por modalidade.CSN - renovou para o período compreendido entre 2008 e 2009 junto aos resseguradores internacionais, a cobertura para riscos operacionais no valor em risco total de US$9,57 bilhões (danos materiais e lucros cessantes) e valor máximo de indenização, em caso de sinistro, de US$750 milhões (danos materiais e lucros cessantes), equivalentes a R$1,3 bilhão. Para o período compreendido entre 22 de Fevereiro de 2009 e 19 de Fevereiro de 2010 a Companhia está em negociação com seguradoras e resseguradoras no Brasil e no exterior para a obtenção de cobertura para riscos operacionais. j)      Imposto de Renda e Contribuição Social:CSN - São calculados com alíquotas de 15% acrescida do adicional de 10% sobre a base

Page 43: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

tributável para imposto de renda e com alíquota de 9% sobre a base tributável para contribuição social sobre o lucro líquido. No cálculo dos impostos é considerada, ainda, a compensação de prejuízos fiscais e base negativa de contribuição social, limitada a 30% do lucro real. k)   Debêntures: quantidade emitida; quantidade colocada no mercado; valor unitário; composição do valor constante do balanço; entre outros.CSN - Conforme aprovado na reunião do Conselho de Administração realizada em 20 de dezembro de 2005 e ratificado em 24 de abril de 2006, a Companhia emitiu, em 01 de fevereiro de 2006, 60.000 debêntures não conversíveis e quirografárias, em série única, ao valor nominal unitário de R$10. As referidas debêntures foram emitidas ao valor total de R$600.000, sendo que os créditos gerados nas negociações com as instituições financeiras foram recebidos em 03 de maio de 2006. Existem mais aspectos a ser evidenciados em Notas Explicativas, para que exista um conhecimento claro sobre as Demonstrações Contábeis e às operações e modificações na Empresa.A Companhia Siderúrgica Nacional traz em suas Notas Explicativas detalhadamente as particularidades relevantes e indispensáveis para o conhecimento da Empresa. Acima são demonstrados certos exemplos de alguns objetos mencionados pelas Notas Explicativas. 10.5 ELABORAÇÃO Em relação aos aspectos das Notas Explicativas, as Normas Brasileiras de Contabilidade relata o que deve ser observado em sua elaboração:

“a) as informações devem contemplar os fatores de integridade, autenticidade, precisão, sinceridade e relevância;b) os textos devem ser simples, objetivos, claros e concisos;c) os assuntos devem ser ordenados obedecendo a ordem observada nas demonstrações contábeis, tanto para os agrupamentos como para as contas que os compõem;d) os assuntos relacionados devem ser agrupados segundo seus atributos comuns;e) os dados devem permitir comparações com os de datas de períodos anteriores;f) as referências a leis, decretos, regulamentos, normas brasileiras de contabilidade e outros atos normativos devem ser fundamentadas e restritas aos casos em que tais citações contribuam para o entendimento do assunto tratado na nota explicativa”. 

11. CONCLUSÕES               Analisar uma empresa de grande porte requer muito estudo acerca do que se falará. Porém, a informação adquirida após pesquisar uma empresa de grande porte é algo inegável e imensurável.              Muitos dos acadêmicos de Ciências Contábeis sabem citar empresas de grande porte do Brasil, porém desconhecem informações importantes relacionadas à sua área profissional, como dados econômicos e financeiros das mesmas empresas. Portanto, não tão somente analisar comparativamente as demonstrações da Companhia Siderúrgica Nacional, esta pesquisa permitiu abranger conhecimentos acerca de uma economia global, de um Brasil mais expansivo e da importância da profissão contábil na realização de transações e negociações financeiras e

Page 44: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

econômicas.Não se pretende discutir a relevância em graus de importância dos dispositivos aqui apresentados, porém, respondendo à problemática inicial desta pesquisa, é necessário apresentar um posicionamento quanto a estes.Correlacionando as demonstrações contábeis e o Relatório da Administração, que não é uma demonstração, mas é exigida sua publicação junto das demonstrações, compreende-se que este segundo é um dispositivo mais dinâmico e menos técnico que as demais demonstrações exigidas em Lei. Em decorrência de tal característica, o relatório é capaz de abranger um número maior de usuários, que não necessitará de conhecimentos específicos para fazer uma análise do dispositivo, como é necessário com as demonstrações contábeis.Porém, as demonstrações financeiras e econômicas expressam, ao pé da letra, aquilo que é exigido em Lei, não possibilitando passar informações que não tenham sido investigadas por auditorias.              Todos os relatórios, sejam da Administração, sejam das demonstrações contábeis, permitem ao usuário conhecer a empresa e tomar decisões embasadas nas informações que lhe foi transmitida. 

12. BIBLIOGRAFIA IUDICIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos . Contabilidade Comercial. São Paulo: Atlas, 2004.

FIPECAFI USP. Manual de contabilidade das sociedades por ações: aplicável também às demais sociedades. São Paulo: Atlas, 2007.

MARION, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. São Paulo: Atlas, 2005.

 MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial: a contabilidade como instrumento de análise, gerência e decisão.São Paulo: Atlas, 2003. MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. São Paulo: Atlas, 2009. NEVES, Silvério das. VICECONTI, Paulo E. V. Contabilidade Avançada, 13ª ed. São Paulo, Frase, 2004. 

PINHO, Ruy Rebello; NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Instituições de direito público e privado: introdução ao estudo do direito, noções de ética profissional. São Paulo: Atlas, 2004.

 PEREZ JUNIOR, José Hernandez; BEGALLI, Glaucos Antonio. Elaboração das Demonstrações Contábeis. São Paulo: Atlas, 1999. SANTI FILHO, Armando de; OLINQUEVITCH, Jose Leonidas. Análise do demonstrativo de fluxo de caixa: enfoque sobre o EBITDA, sobre o fluxo de caixa operacional e sobre as políticas financeiras. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004. SANTOS, José Luiz dos; SCHMIDT, Paulo; FERNANDES, Luciane Alves . Demonstrações contábeis das companhias abertas: de acordo com a nova deliberação CVM nº 488/05. São

Page 45: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

Paulo: Atlas, 2006. SCHRICKEL, Wolfgang Kurt. Demonstrações financeiras : abrindo a caixa-preta: como interpretar balanços para a concessão de empréstimos. São Paulo: Atlas, 1997. TINOCO, João Eduardo Prudêncio. Balanço Social: uma abordagem da transparência e da responsabilidade pública das organizações. São Paulo: Atlas, 2008 THIESEN, João Arno de Oliveira. A demonstração do Fluxo de Caixa nas Organizações e sua Importância como Instrumento da Tomada de Decisão. Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul, Porto Alegre: nº 100, maio, 2000. DELIBERAÇÃO CVM Nº 488, DE 03 DE OUTUBRO DE 2005. Disponível em <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/contabil/deliberacaocvm488.htm> Acesso em maio de 2009.

 LEI DAS SOCIEDADES POR AÇÕES Nº 6.404 DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/L6404consol.htm> Acesso em: 19 de maio de 2009. LEI N o 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm> Acesso em maio de 2009. NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE. Da Divulgação das Demonstrações Contábeis. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/t62.htm> Acesso em: 16 de maio de 2009. NPC – IBRACON nº 20 de 30/04/1999. Disponível em <http://www.portaldecontabilidade.com.br/ibracon/npc20.htm> Acesso em maio de 2009.

 RESOLUÇÃO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC Nº 1.125 DE 15.08.2008. Disponível em <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/resolucaocfc1125_2008.htm> Acesso em maio de 2009. http://www.csn.com.br Acesso em maio de 2009. 

[1] Iudícibus, 2007, p. 506.[2] A Deliberação nº 488 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprova o pronunciamento do Ibracon (Instituto de Auditores Independentes do Brasil), NPC nº 27, o qual versa sobre o conteúdo mínimo do Relatório da Administração, o qual é publicado pelas companhias abertas.[3] NYSE – New York Stock Exchange um grupo de bolsas de valores da Europa e dos Estados Unidos da América.[4] SANTOS, José Luiz dos; SCHMIDT, Paulo; FERNANDES, Luciane Alves. Demonstrações contábeis das companhias abertas. São Paulo: Atlas, 2006, pág 15.

Page 46: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: UMA ABORDAGEM NA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL

[5] SANTOS, José Luiz dos; SCHMIDT, Paulo; FERNANDES, Luciane Alves. Demonstrações contábeis das companhias abertas. São Paulo: Atlas, 2006.[6] SANTOS, José Luiz dos; SCHMIDT, Paulo; FERNANDES, Luciane Alves. Demonstrações contábeis das companhias abertas. São Paulo: Atlas, 2006, pág. 21.[7] IUDICIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos . Contabilidade Comercial. 6. ed São Paulo: Atlas, 2004.[8] IUDICIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos . Contabilidade Comercial. 6. ed São Paulo: Atlas, 2004.