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1 Trabalho Final do Curso Sustentabilidade e Estratégia Empresarial Master em Gestão em Sustentabilidade T8 Grupo: Larissa Kaneko Nina Perocco Patrícia Avila Sheila Aldecôa Piai São Paulo - Outubro / 2016 Professor: Paulo Branco

Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

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Trabalho Final do Curso

Sustentabilidade e Estratégia Empresarial

Master em Gestão em Sustentabilidade – T8

Grupo:

Larissa Kaneko

Nina Perocco

Patrícia Avila

Sheila Aldecôa Piai

São Paulo - Outubro / 2016

Professor:

Paulo Branco

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Sumário

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3

2. A INDÚSTRIA DA MODA E A SUSTENTABILIDADE ............................................... 4

3. A C&A ................................................................................................................................ 5

3.1 Apresentação da empresa ................................................................................................. 5

3.2 Trajetória de Sustentabilidade da C&A ............................................................................ 6

3.3 Diagnóstico das Práticas atuais de Sustentabilidade .................................................. 12

4. ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA .................................................................................. 18

4.1 Introdução .................................................................................................................. 18

4.1.1 H&M ...................................................................................................................... 19

4.1.2 Levi´s ..................................................................................................................... 23

4.1.3 Patagônia ................................................................................................................ 29

4.1.4 Renner .................................................................................................................... 35

4.1.5 Riachuelo ................................................................................................................ 40

4.1.6 Zara......................................................................................................................... 44

4.2 Posicionamento da C&A em relação ao mercado...................................................... 49

4.3 Quadro Comparativo das ações de sustentabilidade .................................................. 58

5. ESTÁGIOS PREDOMINANTES .................................................................................... 59

6. RECOMENDAÇÕES ....................................................................................................... 59

7. CONCLUSÕES ................................................................................................................ 61

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 63

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil passou por uma intensa transformação social nos últimos 15 anos, alavancado

principalmente pelas políticas públicas que permitiram a ascensão social da nova classe média

brasileira (vide quadro abaixo). A inserção dessas famílias em novos extratos sociais trouxe

consequências importantes para a economia brasileira em diversos setores. Segundo dados

oficiais do governo, mencionados no artigo “A nova classe média existe?”, do site da Revista

Carta Capital, foram mais de 20 milhões de novos postos de trabalhos com carteira assinada

criados desde 2003.

Figura 1: Projeção da distribuição por classe social em 2023.

Fonte: Projeção Data Popular a partir da PNDA – IBGE e Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade para o Período 2000/2060 – IBGE

Este novo cenário configurado trouxe impactos importantes em diversos setores do

varejo brasileiro. A nova classe média passou a frequentar círculos sociais antes restritos a um

grupo menor de pessoas como: novos postos de trabalho, que antes se limitavam a cargos mais

operacionais e nos últimos anos tiveram a oportunidade de ocupar cargos administrativos;

investimento em educação própria e dos filhos, como forma de garantia de um futuro melhor;

investimento em cuidados pessoais como códigos de inserção e pertencimento a esses novos

círculos sociais; acesso a produtos e serviços como itens de linha branca, automotivos e setor

de entretenimento e lazer e; acesso a aparelhos de tecnologia e à internet, permitindo expansão

de limites e redução de barreiras físicas de conexão e informação.

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Dentro deste cenário, setores como o da beleza e o da moda se beneficiaram por serem

elementos de tradução desses novos códigos, representando muitas vezes uma licença ao

pertencimento aos novos grupos e, também, formas de destaque frente a círculos antigos,

representando a ascensão a um novo patamar social.

2. A INDÚSTRIA DA MODA E A SUSTENTABILIDADE

As discussões sobre uma moda mais sustentável têm ganhado cada vez mais espaço

nos debates do mundo fashion. Seja por meio de coleções de estilistas e marcas específicas que

levantam a bandeira da causa, ou seja pelo apelo dos próprios consumidores que, pouco a pouco,

têm se tornado mais conscientes sobre os produtos que consomem.

Segundo Cunha (2016), são consumidas cerca de 80 bilhões de novas peças de roupa

a cada ano no mundo, movimentando um mercado avaliado em US$3 trilhões de dólares. Além

disso, a indústria emprega milhares de pessoas ao redor do mundo por toda a sua cadeia, que

abrange desde a produção de matéria prima até a venda do produto final, seja por meio de lojas

físicas, do comércio eletrônico e outros.

Podemos listar também os inúmeros impactos que a produção de uma peça de roupa

pode ter não apenas ao meio ambiente, mas também na vida das pessoas envolvidas em sua

cadeia de produção. Muito se ouve falar em produções ao redor do mundo que utilizam trabalho

escravo ou operam em condições de trabalho extremamente precárias ou, ainda, fatos que

abrangem a exploração de comunidades que têm, na produção de matéria prima, a sua fonte de

subsistência.

Além disso, podemos citar também a agressão que a produção dos próprios tecidos

imprime ao meio ambiente. A poluição gerada pelo tingimento de tecidos com estamparias ou

do jeans, por exemplo, tem um alto impacto negativo ao meio ambiente e são poucas as

empresas que fazem o tratamento de água necessário para descarte.

Outro ponto importante é que não existem hoje formatos eficazes de descarte e

reciclagem das peças de roupas que contém, na maioria das vezes, materiais sintéticos em sua

composição, aumentando ainda mais o tempo de decomposição na natureza. Outro ponto

importante sobre essa cadeia é o desperdício de materiais que ocorre por conta da ineficácia da

produção. Estima-se que 10% de toda a produção têxtil vire descarte, sem antes mesmo terem

alcançado o seu “objetivo final”, que seria virar uma peça de roupa.

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No final de abril deste ano, a C&A Foundation lançou, em parceria com a National

Geographic, um documentário que mostra o quão imperativo é a necessidade de uma cadeia de

produção mais sustentável. Segundo dados apresentados no documentário, a produção de

algodão ocupa 2,5% de toda a área produtiva mundial e apresenta um grande impacto ao meio

ambiente pelo uso excessivo de água e pesticidas, que afetam todo o ecossistema.

Em Doken et al (2013) também são mencionados os impactos que a produção deste

material tem no meio ambiente, como a contribuição para o aquecimento global e a

ecotoxicidade aquática, terrestre e humana. Estima-se que cerca de 250 mil agricultores por ano

ficam doentes devido à intoxicação decorrentes da aplicação de agrotóxicos do plantio de

algodão. O plantio de algodão é, após a produção de alimentos, o que mais consome pesticidas

e químicos na sua cadeia.

É diante deste cenário de mudança de comportamento e conscientização da população

e dos números que este setor econômico movimenta, que o presente trabalho se propõe a

analisar as principais iniciativas e estratégias em sustentabilidade realizadas pelos maiores

varejistas do segmento da moda e outras empresas do setor, com um diagnóstico aprofundado

da C&A Modas.

3. A C&A

3.1 Apresentação da empresa

Fundada em 1841 por dois irmãos holandeses, Clemens e August, a empresa possui

atualmente mais de 60.000 (sessenta) mil funcionários no mundo inteiro, com lojas espalhadas

por toda a Europa, 20 países, Brasil, México e China. É uma empresa familiar, pertencente ao

grupo Cofra Holding, que possui, além de negócios no varejo de moda (C&A), negócios de real

state (Redevco) e de private equity (Bregal).

Com mais de 1.800 lojas no mundo inteiro, a primeira loja inaugurada no país foi a do

Shopping Ibirapuera, em 1976. Atualmente a companhia conta com 289 lojas em 125 cidades

do Brasil e presença em todas as regiões do país. A empresa emprega cerca de 22.000 mil

funcionários, representando também uma grande importância social na geração de emprego,

não apenas de forma direta, mas por toda a sua cadeia.

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Em cada país que atua, possui um posicionamento de marca independente da adotada

pelas demais regiões, o que a permite fazer adaptações no seu posicionamento de marca e

realidades exclusivas para cada operação. No Brasil, é reconhecida pela sua ousadia, sendo

sempre pioneira nos seus movimentos. Criou ícones que marcaram história como a campanha

AbuseUse C&A, tendo como garoto propaganda por vários anos o bailarino afrodescendente

Sebastian, coleções e campanhas de marketing em parceira com celebridades como Gisele

Bündchen e Rick Martin, coleções assinadas por estilistas nacionais e internacionais de renome

como Roberto Cavalli, Stella McCartney, Reinaldo Lourenço, Patricia Bonaldi, Lenny, entre

outros.

Essa trajetória permitiu que a empresa criasse ao longo desses anos uma grande conexão

emocional com o povo brasileiro, representando uma marca que acompanha a evolução de vida

das pessoas. No país, tem como missão ser “uma empresa inovadora, divertida e, acima de tudo,

apaixonada pelas pessoas... A responsabilidade social e a transparência estão sempre presentes

na nossa forma de atuar e são compartilhadas a todo o momento com quem nos relacionamos –

funcionário, fornecedores, clientes e a comunidade”.

Este posicionamento influencia a forma como ela se relaciona com todos os envolvidos

direta e indiretamente na sua cadeia, bem como, na forma com que atua nos diversos assuntos

que tangem o negócio, como o impacto no meio ambiente, vidas e sociedade. Desta maneira, a

sua atuação na área da sustentabilidade não poderia ser diferente e apresentou ao longo dos anos

um pioneirismo, elevando o patamar de atuação das empresas do varejo de moda no país.

3.2 Trajetória de Sustentabilidade da C&A

No que se refere à sustentabilidade, a C&A acredita que uma empresa sustentável precisa

orientar os negócios com o objetivo de contribuir para o futuro do planeta, da sociedade e das

próximas gerações. Assim, destaca-se como marca pioneira no investimento em ações

socioambientais no setor têxtil brasileiro, atuando nesse viés desde os anos 1990. A marca,

inclusive, iniciou sua atuação no Brasil através de desenvolvimento de projetos sociais, para

depois trazer o negócio do varejo de moda.

A Figura 2 abaixo mostra, numa linha do tempo, as principais iniciativas e como o

assunto sustentabilidade evoluiu dentro da empresa ao longo destes anos de atuação no país.

Inicialmente foi criado o Instituto C&A, em 1991, uma organização sem fins lucrativos e de

interesse público. Sua missão, até 2015, foi de “Promover a educação de crianças e adolescentes

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das comunidades onde a C&A atua, por meio de alianças e do fortalecimento de organizações

sociais”. A atuação do Instituto se dava por meio de programas estruturados em três diferentes

áreas:

1. Educação, Arte e Cultura (Programa Educação Infantil, Programa Educação Integral

e Programa Prazer em Ler);

2. Desenvolvimento Institucional e Comunitário (Programa Desenvolvimento

Institucional, Programa Redes e Aliança) e;

3. Mobilização Social (Programa Voluntariado).

Figura 2: Trajetória de Sustentabilidade da C&A Modas no Brasil.

Fonte: Relatório de Sustentabilidade C&A 2012-2013 < http://sustentabilidade.cea.com.br/pdf/CA_Relatorio_de_Sustentabilidade__2012-

2013_pt.pdf>

Os projetos eleitos são suportados com apoio técnico e financeiro e as organizações

precisavam desenvolver suas ações em cidades ou regiões metropolitanas onde a C&A possui

lojas. A existência deste critério ocorre, pois boa parte do apoio dado às instituições é feita

através do programa de voluntariado da C&A (em 2013, contava com mais de 6mil associados),

sendo a maior participação através dos funcionários das lojas.

O Instituto C&A promove e estimula a prática do voluntariado durante o horário de

trabalho e desenvolveu ao longo do tempo ferramentas de facilitação, como o Portal dos

Voluntários, uma plataforma digital que permite a articulação e interação dos envolvidos. O

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acompanhamento das atividades é realizado por meio de relatórios, visitas presenciais às

instituições e reuniões para definição de planos de ação.

Uma importante colaboração do Instituto foi a concepção, com metodologia certificada

pelo MEC (Ministério da Educação), do projeto Paralapracá. O intuito é oferecer formação

continuada a profissionais da educação infantil, acesso de crianças e educadores a materiais de

qualidade e apoio ao aprimoramento das políticas municipais.

Além disso, o Instituto promovia também, em parceria com o IGESC da FIA/USP

(Fundação Instituto de Administração), a atuação dos associados, mais especificamente do

centro de distribuição e do escritório central, como consultores no desenvolvimento de projetos

para determinadas instituições, escolhidas inicialmente pela equipe.

Ao longo dos 25 anos de atuação, foram investidos U$125 milhões (cerca de R$403

milhões) em 2.000 projetos sociais voltados à educação infantil. A partir de 2015, o Instituto

iniciou um movimento de transição e passou a apoiar iniciativas e projetos com foco na cadeia

de produção e consumo do mercado da moda, se tornando o principal braço de atuação da

Fundação C&A no Brasil. Todos os projetos suportados até 2015 continuarão com o apoio até

2018, quando termina o prazo dessa transição.

Ao longo dessa trajetória da Sustentabilidade na C&A, já em 1996, a C&A criava o seu

código de conduta para o fornecimento de mercadorias, estabelecendo padrões, ainda que

iniciais, a serem seguidos por seus fornecedores. E em 2006, foi criada a SOCAM (Sigla em

inglês para Organização de Serviço para Gestão de Auditoria de Conformidade), cujos objetivos

principais são:

a. Coibir qualquer uso de mão de obra irregular;

b. Buscar a melhoria contínua das condições de trabalho e das questões ambientais na

cadeia de fornecimento;

c. Verificar questões relativas à saúde e segurança dos trabalhadores;

d. Infraestrutura do imóvel;

e. Organização das áreas de produção;

f. Conscientização dos fornecedores sobre a importância dos itens acima;

g. Ampliar as diretrizes estabelecidas no código de conduta criado em 1996.

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Para a sua atuação foram necessários:

a. Definir processos e modelo de operação;

b. Reformular e aperfeiçoar os materiais de comunicação com a cadeia;

c. E aperfeiçoar também os instrumentos que permitissem exigir maior

comprometimento e responsabilidade dos fornecedores com as práticas exigidas.

As auditorias realizadas pela Socam podem ter diferentes objetivos:

1. Periódicas;

2. Preparatórias para a certificação na ABVTEX1;

3. Sob demanda: realizadas para capacitar um funcionário do fornecedor para que ele

possa identificar e apoiar a implementação de melhorias nas unidades

subcontratadas;

4. Rastreabilidade;

5. Visitas em subcontratados que não fabricam para a C&A para validação;

6. Novos fornecedores.

Cada fornecedor e sua cadeia passam por uma análise de risco ao menos uma vez ao

ano. Em 2013, a Socam realizou 1.146 visitas e 23 fornecedores foram bloqueados (versus 10

em 2012) por não se adequarem às exigências ou por não terem trabalhado nos planos de

atuação de questões levantadas em visitas anteriores. Além disso, em 2010 a C&A apoiou o

desenvolvimento do Programa de Qualificação de Fornecedores para o Varejo, em parceria com

a ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil).

Outro marco foi a conclusão de um trabalho iniciado em 2011, resultando na criação da

plataforma de sustentabilidade em 2012. As principais etapas de sua construção estão ilustradas

na Figura 3 abaixo.

1 A certificação da ABVTEX tem por objetivo permitir ao varejo certificar e monitorar seus fornecedores quanto

às boas práticas de responsabilidade social e relações do trabalho.

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Figura 3: Principais etapas para a construção da Plataforma de Sustentabilidade da C&A.

Fonte: Relatório de Sustentabilidade C&A 2012-2013 < http://sustentabilidade.cea.com.br/pdf/CA_Relatorio_de_Sustentabilidade__2012-

2013_pt.pdf>

Importante notar que a construção da plataforma partiu da visão de sustentabilidade da empresa

e das expectativas e demandas dos seus principais stakeholders. Desta forma, definiu-se, como

foco, cinco pilares de atuação com metas que nortearam o planejamento e investimentos

realizados ao longo dos últimos anos, listadas a seguir:

a. Responsabilidade na Cadeia de Fornecimento;

b. Impacto de Produtos;

c. Engajamento;

d. Impacto ambiental de lojas;

e. Valorização do associado.

Logo no ano seguinte, em 2013, deu-se início à construção da Plataforma Global de

Sustentabilidade, consolidando a visão de todas as operações, nos diferentes países em que a

C&A atua. Levando em consideração as características e realidade de cada região, está

organizada em torno de três pilares: Produtos Sustentáveis; Rede de Fornecimento Sustentável

e Vidas Sustentáveis, com metas que vão até 2020. E com isso, para que houvesse um maior

alinhamento do assunto com a estratégia da empresa, formou-se um comitê executivo para

governança da Sustentabilidade, composto pelo CEO e todos os vice-presidentes da empresa.

Espera-se, com isso, o cumprimento das metas estabelecidas, o que colocaria a empresa em

outro patamar em relação as suas concorrentes no país.

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Todo este movimento de foco na Plataforma de Sustentabilidade foi reforçado pelo

fortalecimento da atuação da C&A Foundation nas operações ao redor do mundo. A Fundação

passou a ter um papel importante na definição das iniciativas, nas ações a serem focadas e no

estabelecimento das metas a serem alcançadas. Criada em 2012, tem como principal objetivo

tornar a moda uma força para o bem, visando melhorar a qualidade de vida nas regiões em que

a C&A atua. Tem como missão transformar a indústria da moda, garantindo que todos os

trabalhadores envolvidos em sua cadeia, possam ter uma vida digna. Ela trabalha na

compreensão profunda das questões negativas na cadeia da moda, criando soluções de longo

prazo. Possui quatro focos principais de atuação:

a. Algodão orgânico: trabalha para superar barreiras que estão atrasadas para o

aumento da produção de algodão orgânico;

b. Trabalho Forçado;

c. Condições de trabalho nas indústrias;

d. Trabalho em conjunto com a C&A business.

Figura 4: Teoria da Mudança

Fonte: Adaptado de http://www.institutocea.org.br/who-we-are/about-us/

Dessa maneira, a partir de 2016, o caminho à sustentabilidade passou a ser global.

Há também outras iniciativas da empresa ao longo destes anos importantes a serem

descritas. Em suas lojas ao redor do Brasil são disponibilizados coletores para descarte de

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pilhas, baterias e celulares de forma ambientalmente adequada, evitando que sejam jogados em

aterros ou lixões comuns. Esse programa de coleta e reciclagem de lixo eletrônico começou na

Loja Eco da C&A, no centro de Porto Alegre e, desde 2010, se estende para todo o Brasil.

Todos os cabides usados nas lojas são também reutilizados ou reciclados para produção de

novos cabides e a empresa exigiu que a frota de terceiros utilizasse o biodiesel B5 como

combustível dos caminhões, que mantém o desempenho do veículo e reduz a emissão de

poluentes.

A C&A adotou no Brasil padrões internacionais de segurança mecânica para suas roupas

infantis e também foi a primeira empresa do setor de varejo de moda a aderir ao Programa “Na

Mão Certa”, em 2007. Tal iniciativa, que lançou o Pacto Empresarial Contra a Exploração

Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras, foi criada pela Childhood Brasil

(braço brasileiro da World Childhood Foundation) e no Brasil conta com a parceria estratégica

com o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Todos os anos acontece a

Semana C&A Na Mão Certa, que promove palestras para orientar os motoristas sobre a causa,

formando os Agentes Caminhoneiros. Os motoristas, por meio do Disque 100, podem denunciar

se testemunharam situações de exploração na estrada, desempenhando o papel de agentes de

proteção.

No país, a C&A foi a primeira empresa do setor de varejo de moda a produzir um

relatório de sustentabilidade com base nas diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), em

2009 – com vistas a trazer maior transparência como evidência do seu compromisso em fazer

moda com impacto positivo.

3.3 Diagnóstico das Práticas atuais de Sustentabilidade

Esse trabalho que vem sendo desenvolvido pela C&A para criação de valor sustentável

no sistema de gestão de negócios da empresa e em toda a cadeia de fornecedores, vem crescendo

a cada ano através dos programas criados, como a C&A Foundation, em uma abrangência

global, e o instituto C&A e a SOCAM, no Brasil, parcerias com empresas do setor e instituições

e incentivos a programas sociais e ambientais, que se dedicam a buscar soluções para os

problemas sociais e ambientais desencadeados por todo a cadeia do setor da moda.

Essas estratégias que estão sendo adotadas para alcançar um desenvolvimento mais

sustentável, dentro das diversas áreas de exploração, se encaixam dentro de um modelo

multidimensional de criação de valor denominado: Modelo Stuart Hart (Figura 5). Os

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componentes básicos deste modelo afim de aplica-lo nas estratégias adotadas pela C&A são

divididos em 4 quadrantes: O primeiro, referente à criação de valor interno e para o presente,

visa a redução de custos. O segundo, ainda no presente, em uma visão externa da empresa diz

respeito à sua reputação e legitimidade. O terceiro, sobre as estratégias futuras dentro da

empresa, como processos de inovação e reposicionamento, e o quarto e último quadrante, diz

respeito ao caminho de crescimento e visão de sustentabilidade da empresa.

Dentro desse modelo, é possível fazer um mapeamento do posicionamento da C&A

perante a sustentabilidade, sendo que as duas dimensões avaliadas abrangem todo o contexto

em que uma empresa está inserida: O tempo e as influencias internas e externas.

Exemplificando melhor esse quadro, apresenta Hart: “O eixo vertical no modelo reflete a

necessidade simultânea que a empresa tem de manter os negócios atuais e de criar a tecnologia

e os mercados de amanhã. E o eixo horizontal reflete a necessidade de crescimento da empresa

e de proteger as habilidades e potenciais organizacionais internos, e, ao mesmo tempo, de

infundir na empresa novas perspectivas e conhecimentos vindos de fora. ”

Figura 5 – Dimensões-chaves do valor ao acionista

Fonte: ESPECIAL A.M.E: CRIANDO VALOR SUSTENTÁVEL

Aplicando este modelo às estratégias apresentadas pela empresa nos seus relatórios de

sustentabilidade e demais informações publicadas, é apresentado a seguir, o conjunto de

medidas que se encaixam em cada quadrante:

1. 1º quadrante: Redução de custo

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São classificadas as ações adotadas que visam principalmente otimizar os consumos de

energia e de água nos processos e operações, redução de emissão de gases de efeito estufa e a

gestão otimizadas de resíduos sólidos visando a redução do consumo de matérias e de geração

de resíduos. Tais ações, quando implantadas de forma eficiente, tem impacto direto na redução

de custos para a empresa, sendo que esse cenário resulta em operações e processos mais

eficientes.

As estratégias trabalhadas pela C&A neste quadrante, são:

Gestão hídrica: Em 2016, junto com a Water Footprint Network (WFN)

desenvolveram o estudo da pegada hídrica global – do berço ao túmulo – para todas as

operações da C&A e peças vendidas, e desenvolveram um modelo de análise do ciclo

de vida (ACV), que combina métodos de ACV de entrada-saída e de processos que

ajuda a visualizar os impactos hídricos diretos e indiretos. Esses estudos mostraram

que o maior impacto em consumo de água está no cultivo de algodão, por isso

direcionam seus esforços e participam ativamente do programa Better Cotton que

busca implantar a produção de algodão mais sustentável e/ou orgânico. Também

concentram esforços em otimizar o processo de tingimento, lavagem e acabamento

visando reduzir o consumo e o impacto dos produtos químicos na água. Fazem

auditorias nas unidades de produção para monitorar e propor formas de otimizar o

consumo de água. Como meta para os próximos anos buscam alinhar seus esforços

com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para Água Potável e

Saneamento.

Eficiência energética: tiveram como resultado em 2015 o consumo de 30% da energia

nas lojas de fontes renováveis, e possuem como meta para esse ano utilizar de fontes

de energia renovável em todo o ciclo de vida das roupas. Todos as ações implantadas

para otimizar o processo de tingimento, lavagem e acabamento, visam além da

eficiência hídrica, eficiência energética e redução de gases GEE. Também em 2015

alcançaram um aumento na eficiência energética de 6,5%.

Redução da emissão de GEE: 95% dos produtos transportados globalmente, são

através de navios porta-contêineres low steaming, ou de baixa velocidade, e possuem

rigoroso controle de consolidação e cronometro das entregas e também fazem o

monitoramento do desempenho no transporte dos fornecedores. Possuem um estudo

das emissões de GEE na cadeia que mostrou em quais áreas é necessário concentrar

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esforços, na agricultura buscam soluções focando na produção de algodão mais

sustentável e na produção buscam diminuir o impacto por meio da redução de

produtos químicos nos tecidos. Aumentaram 9% na eficiência de carbono em 2015, e

para 2020 possuem a meta de reduzir em 20% a pegada de carbono nas lojas,

escritórios e centros de distribuições.

Gestão dos resíduos sólidos: Na questão dos resíduos gerados na cadeia, a C&A

concentra suas ações para viabilizar a mudança para a economia circular como meta

até 2020. Possuem iniciativas de gestão de resíduos nas lojas, como reciclagem de

cabides e caixas e utilização de materiais reciclados nas roupas. Em 2015 fizeram o

mapeamento de todos os tipos de resíduos sólidos gerados, e priorizaram alguns para

desenvolver processos padrões de destinação adequada. Fazem auditorias de gestão

sustentável de substâncias químicas nas principais fábricas de tecido e para 2020

possuem a meta de zero descarte de produtos químicos perigosos.

2. 2º quadrante: Reputação e legitimidade

Este quadrante também foca nas dimensões de desempenho da empresa, mas é ampliado

para incluir os Steakholders externos, como fornecedores, clientes, órgãos de regulação,

ONGs e outros. O engajamento ineficiente desses Steakholders pode afetar diretamente o

poder de operação da empresa, e quando eficiente leva ao aumento da reputação e

legitimidade. Neste cenário a C&A é pioneira no setor em parcerias com ONGs e programas

sociais e ambientais, exercendo um papel pró-ativo no engajamento dos envolvidos na

cadeia. São algumas dessas ações:

Fornecimento responsável: possuem um rigoroso sistema de classificação dos

fornecedores com base em critérios de sustentabilidade que os avaliam com notas

de A a E. Estabeleceram em 2015 90% das escolhas dos seus fornecedores com

notas A ou B e 100% das fábricas de seus fornecedores foram auditadas e

monitoradas.

Engajamento dos Steakholders: No relatório de 2015 fizeram a disseminação de

suas estratégias globais, reunindo práticas regionais com o intuito de criar um

relacionamento mais forte com seus steakholders identificados como essenciais.

Focam em parcerias com ONGs e sindicatos para aumentar o engajamento.

Transparência: Possui Código de Conduta para fornecedores, Código de Ética

Global para os funcionários e Estrutura de Governança pautadas nos critérios de

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sustentabilidade e direitos humanos. Fizeram em 2015 uma pesquisa com clientes

para ter um feedback com relação as motivações, percepções e preferências de

sustentabilidade para traçar estratégias com base no que os clientes dizem, e

perceberam que vários clientes questionaram quanto à transparência nas

informações passadas pela empresa, então estão concentrando esforços para

divulgar melhor as ações de sustentabilidade que estão sendo desenvolvidas e além

de divulgar buscam métodos para envolver os clientes no processo.

Canais de comunicação: Criaram esse ano uma plataforma de comunicação na qual

poderão ter discussões bilaterais com a base mais ampla de seus steakholders.

Projetos sociais: A C&A possui uma atuação muito forte no âmbito de projetos

sociais, principalmente através do Instituto C&A, no âmbito nacional, e a C&A

Foundation, globalmente. Entre eles, os funcionários da empresa no Brasil, há

tempos realizam ações de voluntariado na comunidade voltado para educação dos

adolescentes. São pioneiros em duas campanhas: “Mulheres que inspiram” que já

fornecem ajuda para mais de 7.000 mulheres no mundo, e o programa “Na mão

certa” que possui o objetivo de acabar com a exploração sexual nas rodovias

brasileiras.

3. 3º Quadrante: Inovação

Além das estratégias apresentadas que estão diretamente ligadas a ações que a empresa

deve ter para o desempenho eficiente dos negócios atuais, deve também buscar desenvolver

habilidades e tecnologias que posicionam a empresa para o “amanhã”. Essas estratégias

dizem respeito a inovação nos produtos e serviços para sua prosperidade no futuro. Neste

cenário, a C&A é uma empresa pioneira na busca de tecnologias inovadoras para o setor,

tais como:

Matéria-prima consciente: Como metas para 2020 a empresa busca utilizar de

100% dos algodões mais sustentáveis e 67% dos materiais em geral também mais

sustentáveis. Para isso a C&A apoio ativamente várias abordagens para o cultivo

de algodão mais sustentável, como o Better Cotton Initiative (BCI) e Responsible

Environment Enhanced Livelihoods (REEL) e o algodão orgânico. E como

desempenho foi premiada em 2015 como maior compradora de algodão orgânico

no mundo, atualmente em torno de 40% do algodão utilizado vem de fontes mais

sustentáveis e 80% das roupas infantis produzidas por algodão orgânico.

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Através da C&A Foundation e parcerias já ajudou 19.943 agricultores a adotarem

práticas de cultivo de algodão orgânico. Fundaram também a CottonConnect

para ajudar pequenos agricultores a substituir o cultivo convencional de alto

impacto por métodos mais sustentáveis.

Além das mencionadas, outras práticas já adotadas pela empresa são: utiliza de

poliéster reciclado, todas as plumas são certificadas RDS, possui rigoroso

controle da origem dos materiais utilizados como: lãs, pelos, peles e couro.

Lojas Ecoeficientes: Atualmente a empresa conta com apenas uma loja com

certificação LEED no Brasil, localizada em Porto Alegre, e algumas lojas com

sistemas mais eficientes de iluminação, consumo de água e energia e reciclagem.

Na europa, a partir deste ano 148 das 150 lojas terão certificação BREEAM.

Reciclagem/reuso de materiais e vestuários: Possuem programa de reciclagem de

cabides, caixas de papelão e uniformes usados nas lojas, No Brasil já foram

reciclados mais de 282 toneladas nos últimos 2 anos. Nas lojas do Brasil possuem

pontos de coleta nas lojas para reciclagem de eletrônicos.

Atenção ao manejo químico: Também como meta para 2020 pretendem zerar o

descarte de produtos químicos perigosos (ZDHC). Treinam fornecedores para

elevar o nível de desempenho da gestão de produtos químicos em toda a rede de

fornecimento, através de auditorias a conformidade com as normas,

monitoramento dos dados de efluentes e pesquisas em formulações químicas mais

seguras.

Produção mais limpa: Possuem parceria com os programas Better Mills Initiative

(BMI) na China e Partnership for cleaner Textiles (PaCT), em Bangladesh,

principais regiões produtoras, para a produção mais limpa nos processos de

tingimento, lavagem e acabamento de tecidos, visando reduzir o consumo de água

e o impacto dos produtos químicos em águas de superfície.

Em 2015 foram feitas 52 auditorias de gestão sustentável de substâncias químicas

nas principais fabricas de tecido.

4. 4º Quadrante: Trajetória de crescimento

O 4º e último quadrante, foca nas dimensões externas associadas ao desempenho futuro.

Esse desempenho depende da capacidade da empresa de articular uma clara visão sobre

qual será a sua trajetória de crescimento. Essa trajetória atua como um norte para a

Page 18: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

18

implantação das novos tecnologias e produtos apresentados no quadrante anterior. Neste

contexto, a trajetória da C&A se baseia nos seguintes princípios:

Gestão de RH consciente

Possui código de ética global implementado. Criou o programa C&A por você que

tem o objetivo de valorizar os associados de lojas. Possui programa de controle

médico e saúde ocupacional (PCMSO) e fizeram em 2015 uma pesquisa de

engajamento para avaliação de satisfação dos seus funcionários, consumidores e

acionistas.

Projeto para Economia Circular

Em um modelo de Economia Circular as fibras das roupas são recuperadas no final

do seu ciclo de vida e recicladas em roupas novas, tapetes ou outros produtos,

reduzindo a necessidade de matéria prima e desperdício. Com esse objetivo, a

C&A trabalha fortemente em parceria com a C&A Foundation e outras empresas

do setor para criar os facilitadores deste novo modelo de negócio, através de

incentivos e estudos para desenvolver as tecnologias necessárias. Definiram como

meta para 2020 desenvolver uma abordagem para implantação da economia

circular.

Desenvolvimento de comunidades (Algodão orgânico)

Como meta para 2020 a empresa também se propõe a utilizar 100% dos seus

produtos de algodão mais sustentável. Para acelerar o desenvolvimento dos

produtores de algodões orgânicos criaram junto com a C&A Foundation e outras

organizações o programa Organic Cotton Accelerator, e també apoia várias outras

abordagens para o cultivo do algodão mais sustentável.

Visão de crescimento

A C&A estabelece como meta para 2020 ser reconhecida como a marca do varejo

de moda mais sustentável.

4. ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA

4.1 Introdução

Foram analisadas empresas varejistas de moda, nacionais e internacionais, concorrentes

diretas da C&A (H&M, Renner, Riachuelo e Zara), além de duas empresas com outro foco de

Page 19: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

19

mercado, porém com ações diferenciadas na área de sustentabilidade (Levi’s e Patagonia). A

análise foi feita com base nos relatórios de sustentabilidade das empresas, relatórios gerenciais

e informações disponibilizadas na internet.

4.1.1 H&M

a.) Apresentação da empresa

A primeira loja Hennes foi aberta em Västerås, na Suécia, no ano de 1947. Atualmente,

o Grupo H&M (Hennes & Mauritz), que abrange 6 marcas (H&M, COS, Monki, Weekday,

Cheap Monday e & Other Stories), é um gigante sueco do fast fashion2, com mais de 4.100

lojas em 64 países, empregando 148 mil pessoas, das quais 200 trabalham com sustentabilidade

como função principal.

b.) Visão e valores

Moda sustentável e de boa qualidade, acessível ao maior número de pessoas possível.

Desafio de fazer moda sustentável e promover a sustentabilidade na moda.

Valores: crença na pessoa, trabalho em equipe, melhorias constantes, linha reta e mente

aberta, atitude empreendedora, simplicidade e consciência dos custos.

c.) Principais ações de sustentabilidade

A sustentabilidade faz parte do conceito do negócio. Sendo assim, a H&M rastreia e

propõe ações em toda sua linha de produção desde o design e escolha de matéria prima, tecidos

e linhas, como também na produção, transporte, vendas e uso. O plano “Conscious H&M”

engloba tudo aquilo que é feito pela empresa para uma moda mais sustentável no futuro,

assumindo 7 compromissos:

Oferecer moda para clientes conscientes;

Escolher e premiar parceiros responsáveis;

Ser ético;

Ser ecointeligente;

Reduzir, reutilizar, reciclar;

Usar recursos naturais com responsabilidade;

2 O termo fast fashion, ou moda rápida, é utilizado por marcas que possuem uma política de produção rápida e

contínua de suas peças, trocando as coleções semanalmente, ou até diariamente.

Page 20: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

20

Fortalecer comunidades.

A empresa reporta suas ações por meio de relatórios de sustentabilidade, elaborados de

acordo com as orientações da GRI – Global Reporting Iniciative.

Matérias Primas Conscientes:

Atualmente, 20% dos materiais usados nos produtos da H&M são mais sustentáveis e o

algodão orgânico, reciclado e melhorado representa 31% de todo algodão utilizado, com meta

de alcançar os 100% em 2020. A H&M é um membro fundador da Better Cotton Initiative3,

que promove o cultivo mais sustentável do algodão. Possui uma política de bem estar animal,

visando o rastreamento dos materiais de origem animal até os criadores, para garantir

tratamento digno aos animais. A meta é que produtos colocados em produção a partir de 2017

sejam feitos exclusivamente com lã certificada. Possui a coleção Conscious Exclusive, que é

produzida com materiais sustentáveis, incluindo tecidos inovadores (o Tencel®4, por exemplo)

e adornos de material reciclado.

Certificação de Fornecedor:

O grupo H&M visa acessar cada fornecedor em relação a sua performance de

sustentabilidade, procurando garantir que novos fornecedores sejam auditados antes de

qualquer pedido e reconhecer boas condutas com melhores negócios. A empresa compartilha

uma lista com 98,5% dos fornecedores que fabricam suas roupas e acessórios. Foi a primeira

empresa a assinar o Acordo de Bangladesh5, se propondo a acompanhar de perto as inspeções

relacionadas ao acordo, além de melhorar o desempenho de sustentabilidade nas fábricas de

fornecimento. A empresa busca incentivar salários justos ao longo da indústria têxtil, inclusive

por meio de parceria estratégica com a OIT (Organização Internacional do Trabalho). Busca

engajar fornecedores estratégicos na China, Índia e Bangladesh em diálogos sociais por direitos.

Atenção ao Manejo Químico:

Promove o desenvolvimento de novas tecnologias, práticas e metodologias, como o E

Cube, um método de modelagem matemática para determinar a situação de descarga química

3 Iniciativa que visa tornar o cultivo do algodão mais sustentável, por meio do ensino de melhores práticas,

reduzindo o consumo de água e o uso de produtos químicos, além de promover a proteção dos direitos dos

trabalhadores. 4 Tecido feito de fibra de madeira de cultivo sustentável. 5 Acordo para aumentar a supervisão e a segurança nas fábricas do setor têxtil, depois do desastre na fábrica Rana

Plaza em Bangladesh.

Page 21: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

21

das fábricas e evitar o uso intencional de produtos químicos perigosos no processo de

fabricação, buscando contribuir para uma indústria da moda com descarga zero de produtos

químicos perigosos.

Gestão Hídrica:

A H&M possui uma estratégia para acompanhamento do consumo de água e seu manejo

responsável, desenvolvida em alinhamento com a WWF (World Wild Fund for Nature). Dentre

suas ações, a H&M visa assegurar o adequado tratamento de águas residuais em todas as

fábricas de seus fornecedores com processos molhados, bem como reduzir o impacto sobre a

água na produção das matérias primas em geral. O objetivo é ter equipamentos com eficiência

hídrica em todas as lojas, armazéns e escritórios até 2020.

Gestão de Resíduos Sólidos:

A maior parte dos resíduos gerados na H&M é composta por papelão, papel e plástico.

A H&M recicla 94% desses resíduos, com meta de chegar a 95%.

Gestão Energética / Gases de Efeito Estufa:

A H&M rastreia as emissões em suas próprias operações e em sua cadeia de valor. Faz

parte do RE100, uma rede global colaborativa de empresas comprometidas que trabalham para

aumentar maciçamente a entrega e demanda por energia renovável. Em 2015, 78% da energia

total usada pela H&M veio de fontes renováveis (2014: 27%, 2013: 18%). Com o uso de energia

renovável, as emissões totais da H&M em 2015 reduziram em 56% se comparadas às de 2014.

Na cadeia, a H&M busca certificar que 100% dos prestadores de serviços de transporte sejam

parceiros SmartWay6 (América do Norte), WayAhead7 (Europa e Ásia) ou participem do Clean

Shipping Project8.

Gestão de RH Consciente:

A empresa investe fortemente em seus recursos humanos, buscando elevar a satisfação

dos funcionários num ambiente ético. Foi desenvolvido um mecanismo de queixa global, que

6 Programa gerido pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA, que oferece avaliação e certificação do

desempenho ambiental dos transportadores rodoviários. Todos os parceiros SmartWay são reconhecidos por seu

compromisso com a redução das emissões em suas frotas. 7 Ferramenta para avaliar o desempenho ambiental de transportadoras de mercadorias que utilizam o modal

rodoviário. 8 Monitora o desempenho ambiental de prestadores de serviço de transporte marítimo em todo o mundo.

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22

estará acessível a todos os empregados da H&M no final de 2016. A H&M possui um sistema

de gestão de aprendizagem, que permite aos colaboradores gerir sua formação, ter acesso a e-

learning e cursos presenciais. Possui como meta aumentar globalmente o nível de compliance

com todos os padrões de segurança para 90%, em todas as suas lojas.

Lojas Ecoeficientes:

Possui como meta reduzir o uso de eletricidade por m² nas lojas H&M em 20% até 2020,

em comparação com 2007. Possui planos de implantar equipamentos com eficiência hídrica em

todas as lojas até 2020.

Reciclagem / Reuso de Materiais ou Vestuário:

A H&M promove a coleta de roupas velhas em suas lojas, com o intuito de reciclar

quimicamente essas peças para separar as fibras naturais das sintéticas e assim poder

reaproveitar as fibras em um novo tecido. A empresa busca assegurar que todas as lojas tenham

sistema de coleta de vestimentas. Desde que lançou a iniciativa, em 2013, a empresa coletou

mais de 34 mil toneladas de peças de vestuário. Em 2015, 1,3 milhões de peças foram feitas

com materiais em ciclo fechado, o que representa um aumento de mais de 300% em comparação

com 2014.

Engajamento com os Stakeholders:

Em 2015, 35% dos colaboradores receberam treinamentos relacionados à

sustentabilidade. São realizadas campanhas de engajamento com os consumidores, como a

World Recycle Week, com vistas a coletar mil toneladas de roupas usadas ao longo de uma

semana. Os consumidores são convidados a doar suas roupas e recebem em troca vouchers para

uso na loja.

Projetos Sociais:

A H&M Foundation, fundação global sem fins lucrativos, fundada pela família Stefan

Persson (fundadora e sócia majoritária da H&M), possui como missão promover mudanças

positivas duradouras e melhorar a qualidade de vida ao investir em pessoas, comunidades e

ideias inovadoras. Em parceria com outras organizações, desenvolve projetos nas áreas de

educação, água limpa, empoderamento feminino e proteção do planeta.

Inovações / Destaques:

Page 23: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

23

Close the loop: parceria com a Fundação Ellen MacArthur, para acelerar a transição para

a economia circular. A H&M é um dos sete parceiros unidos para desenvolver a agenda circular

e promover e compartilhar inovação. A H&M investe em novas tecnologias de reciclagem, para

a confecção de novos tecidos a partir de fibras recicladas, além de promover a coleta de roupas

usadas, de diversas marcas, como insumo para o processo.

Pontos Conflitantes / Negativos:

Apesar de todas as iniciativas e esforços, foram relatados problemas com o programa de

sustentabilidade da H&M. Supostamente, sua semana de reciclagem, por exemplo, seria mais

uma artimanha de marketing do que realmente uma forma de reinserção de matéria prima no

mercado. Problemas técnicos com a reciclagem dos tecidos fariam com que apenas uma

pequena percentagem de fios reciclados fosse utilizada em novas peças de vestuário, assim

seriam necessários cerca de 12 anos para que a H&M efetivamente pudesse usar as mil

toneladas de resíduos têxteis que recolheu durante a semana. A marca coloca no mercado, em

média, essa mesma quantidade – mil toneladas – em novas roupas a cada 48 horas.

As condições de trabalho nas fábricas representam outro ponto conflitante com o

programa de sustentabilidade da empresa. A H&M admitiu ter identificado crianças refugiadas

sírias trabalhando em uma fábrica de fornecedor na Turquia em 2015, assim como em fevereiro

de 2016 ocorreu um incêndio em uma fábrica de Bangladesh, que produzia bens para a H&M.

4.1.2 Levi´s

a.) Apresentação da empresa

Levi Strauss & Co. foi fundada em 1853, nos Estados Unidos (São Francisco –

California). Detentora das marcas Levi's®, Dockers®, Signature by Levi Strauss & Co.™ and

Denizen®, está presente em 110 países e 3 continentes (América, Europa e Ásia). Seus produtos

são vendidos em aproximadamente 50.000 locais, entre cadeias varejistas, lojas de

departamento e lojas dedicadas a marca, além de contar com comércio eletrônico. Conta com

aproximadamente 12.500 empregados e possui cerca de 2.800 lojas, entre próprias e

franqueadas.

b.) Visão e valores

Page 24: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

24

Possui por objetivo tornar-se a companhia de vestuário mais sustentável do mundo,

transformando o jeito como faz negócios.

A Levi Strauss & Co. (LS&Co) tem por cultura utilizar práticas inovativas, sustentáveis

e progressivas, valorizando esses princípios em todo o trabalho feito na empresa.

Entende que a colaboração, cooperação e o compartilhamento de abordagens entre

empresas é o que permite uma evolução na redução de impactos ao planeta. Como resultado,

todos são beneficiados e esse é o significado do verdadeiro progresso.

Valores: empatia, originalidade, integridade e coragem.

c.) Principais ações de sustentabilidade

A LS&Co adota como uma de suas abordagens sustentáveis fazer produtos duráveis.

Além disso, investe em inovações científicas para produzir produtos mais sustentáveis, como o

Water<LessTM - que utiliza menos água no processo de fabricação - e o Waste<LessTM - que

incorpora garrafas PET reaproveitadas na produção.

Os esforços em direção à sustentabilidade são focados em 5 áreas chave para dar suporte

ao crescimento, produtividade, estabilização de custos, mitigação de riscos e resiliência dos

negócios a longo prazo, em um contexto de recursos limitados:

Cultivo de fibras sustentáveis;

Ampliação de produtos sustentáveis;

Investimento no programa Worker well-being (Bem estar do Trabalhador);

Redução da emissão de carbono;

Desenvolvimento de uma próxima geração de cadeia de fornecimento e modelo

de negócios para uma economia circular.

A empresa reporta suas ações por meio de informações disponibilizadas na internet e

relatórios anuais.

Matérias Primas Conscientes:

Do total de algodão utilizado, 12% correspondem ao algodão sustentável da Better

Cotton Initiative (BCI), da qual é co-fundadora, com meta de usar 100% de algodão sustentável

até 2020. Trabalha com seus fornecedores globais para atingir a meta de fornecimento de 75%

de algodão da BCI até 2020, sendo que hoje apenas 6% correspondem ao algodão sustentável.

Também explora abordagens inovativas para o uso de algodão reciclado no vestuário. Não

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25

compra e nem permite que seus fornecedores comprem algodão do Uzbequistão, por causa das

práticas de trabalho forçado naquele país.

Possui uma política de bem estar animal, para assegurar que qualquer animal usado na

elaboração dos produtos tenham a saúde e bem estar protegidos.

Trabalha em conjunto com outras organizações para garantir que nenhum material de

base florestal que se origine de florestas antigas e ameaçadas do mundo seja usado em seus

produtos.

Certificação de Fornecedor:

A LS&Co foi a primeira companhia multinacional de vestuário a estabelecer um código

de conduta de trabalho para fornecedores. Publicado em 1991, os chamados termos de

compromisso estabelecem normas de emprego e abordam questões de trabalho infantil, trabalho

forçado, práticas disciplinares, horas de trabalho, salários e benefícios, liberdade de associação,

discriminação e saúde e segurança. As fábricas que produzem roupas para a LS&Co devem

aderir aos termos de compromisso e esta possui um programa para avaliar se os fornecedores

estão cumprindo seu código de conduta, identificando problemas e estabelecendo formas de

remediá-los. São realizadas avaliações regulares em ciclos de 12 a 15 meses de cada fábrica

contratada.

Possui o programa Worker Well being (Bem estar dos Trabalhadores), que visa colaborar

com os fornecedores para melhorar as condições de vida dos trabalhadores fora da fábrica. O

programa iniciou em 2011 e foram feitos pilotos dessa iniciativa em Bangladesh, Camboja,

Egito, Haiti e Paquistão. A ideia é que os fornecedores integrem o programa a suas operações

de negócio.

Atenção ao Manejo Químico:

Foi uma das primeiras companhias do setor a estabelecer uma lista de substâncias

restritas, identificando as substâncias não permitidas em seus produtos ou no processo de

produção, face ao seu impacto nos consumidores, trabalhadores e meio ambiente. Lançou em

2014 o programa de manejo de substâncias restritas, criando as bases para eliminar essas

substâncias dos processos de produção dos fornecedores, inclusive da produção de outras

marcas. A LS&Co participa da Joint Roadmap Towards Zero Discharge of Hazardous

Page 26: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

26

Chemicals9, com o objetivo de atingir o descarte zero de susbstâncias químicas perigosas até

2020.

Trabalha com a National Resources Defense Council em uma iniciativa para reduzir o

impacto ambiental de fábricas têxteis da China, reduzindo o uso de químicos, dentre outros.

Gestão Hídrica:

Incentiva o uso de algodão sustentável da Better Cotton Initiative, onde os produtores

usam até 18% a menos de água do que o cultivo tradicional.

Primeira companhia do setor a estabelecer diretrizes globais para os padrões de

qualidade da água para os fornecedores, em seus requisitos ambientais.

Trabalha com a National Resources Defense Council em uma iniciativa para reduzir o

impacto ambiental de fábricas têxteis da China, reduzindo o uso de água, dentre outros.

Implementou uma técnica de acabamento inovativa, chamada de Water<LessTM, que

poupa até 96% de água no processo de acabamento do jeans. A meta é aumentar a porcentagem

de produtos utilizando esta técnica para 80% até 2020.

Gestão de Resíduos Sólidos:

O código de conduta da LS&Co abrange práticas de disposição de resíduos sólidos.

Gestão Energética / Gases de Efeito Estufa:

Em 2011, atingiu uma redução de 13% em sua pegada climática em relação a 2007.

Possui metas de redução da emissão de CO2 e outros gases de efeito estufa, maximizando

a eficiência energética e usando energia renovável:

- 25% de redução na emissão de gases de efeito estufa até 2020 em escritórios, lojas e

distribuição;

9 Colaboração da indústria do vestuário para impulsionar uma mudança sistêmica, com o objetivo de atingir o

descarte zero de químicos perigosos até 2020.

Page 27: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

27

- 5% de redução anual na emissão de gases de efeito estufa por produto enviado das

plantas próprias até 2020;

- 20% de energia adquirida de fontes renováveis até 2020.

Trabalha com a National Resources Defense Council em uma iniciativa para reduzir o

impacto ambiental de fábricas têxteis da China, reduzindo o consumo energético, dentre outros.

Gestão de RH Consciente:

Primeira companhia entre as 500 da revista Fortune a conceder benefícios relacionados

à saúde aos empregados.

Possui um código de conduta de negócios, aplicado aos empregados, que inclui os

seguintes tópicos: conflitos de interesse, confidencialidade, oportunidades corporativas,

compliance, entre outros.

A LS&Co possui uma fundação sem fins lucrativos concebida para ajudar os

empregados e aposentados em dificuldades financeiras, a Red Tab Foundation.

Lojas Ecoeficientes:

Não há ações específicas divulgadas com relação ao tema, apenas a meta de reduzir 25%

da emissão de gases de efeito estufa até 2020 nas lojas.

Reciclagem / Reuso de Materiais ou Vestuário:

Possui iniciativas de reuso e reciclagem de vestuário em parceria com outras

organizações, com a coleta de roupas e sapatos em lojas e doação via correio pelos

consumidores. As lojas possuem caixas de coleta e o consumidor recebe vouchers de desconto

nas lojas participantes. Nos sites de ecommerce das marcas, o consumidor tem a possibilidade

de imprimir uma etiqueta de frete grátis para doação de roupas e sapatos usados.

Engajamento com os Stakeholders:

Possui ações de educação corporativa para os empregados com relação à conservação

de água (Projeto WET – Water Education Training), com meta de atingir 100% de empregados

treinados até 2020.

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28

Campanhas de sensibilização dos consumidores, como o quiz “Are you Ready to Come

Clean” (Você está pronto para se tornar limpo?) e o programa de educação com relação à água

“Don’t be a Drip” (Não seja uma goteira), disponíveis nos sites das marcas.

Roupas com etiquetas contendo cuidados com o planeta, com mensagens como: “Lave

menos, lave em água fria e doe quando não for mais necessário”.

Manifesto do jeans sujo, no qual Chip Bergh – CEO da empresa - compartilha histórias

sobre usar um par de calças jeans que nunca foi lavado durante um ano.

Projetos Sociais:

A LS&Co possui parcerias para apoiar organizações em mais de 40 países, com o foco

de educar trabalhadores de vestuário sobre HIV/AIDS, além de erradicar discriminação contra

pessoas que possuem HIV e providenciar assistência àqueles mais vulneráveis à infecção.

Encoraja empregados a apoiar organizações de caridade com seu tempo, talentos e

dinheiro, oferecendo aos trabalhadores de tempo integral até 5 horas por mês de voluntariado

em organizações de caridade de sua escolha.

Anualmente, ocorre o Community day em maio, quando os empregados pelo mundo

tiram um dia de folga do trabalho para se voluntariar em organizações sem fins lucrativos locais.

A Levi Strauss Foundation, fundação corporativa da Levi Strauss & Co., foca em

programas que reforçam os direitos dos trabalhadores e melhoram as condições de vida e

trabalho das pessoas que elaboram os produtos Levi’s, apoiando organizações sem fins

lucrativos locais, regionais e globais.

Inovações / Destaques:

A LS&Co promoveu um estudo sobre o ciclo de vida de uma calça jeans em 2007, que

revelou que o grande impacto em água e energia está concentrado em duas áreas: cultivo de

algodão e uso do consumidor. Um novo estudo em 2015 mostrou que o cultivo do algodão

(68%) e uso do consumidor (23%) continuam a ter o maior impacto no consumo de água

(consumo total de 3.800 litros de água por calça). O uso do consumidor também é o responsável

pelo maior impacto no uso de energia, representando 37% dos 33,4 kg de CO2 emitidos durante

o ciclo de vida da calça jeans.

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29

Processo Water<LessTM, que reduz a quantidade de água utilizada no processo de

acabamento em até 96%.

Waste<LessTM, que utiliza em sua composição 20% de garrafas plásticas recicladas (em

média 3 a 8 garrafas por calça).

Coleção Levi’s® Wellthread™, que utiliza o processo Water<LessTM em sua confecção.

Feitos 100% de algodão, os tecidos, linhas, bolsos e etiquetas são projetados para a

reciclabilidade, pensando em um ciclo fechado. A coleção é manufaturada em fábricas onde

estão sendo implementadas novas abordagens para melhorar as vidas dos trabalhadores, como

programas que ajudam a promover a instrução financeira, saúde da mulher e bem estar familiar.

4.1.3 Patagônia

a.) Apresentação da empresa

Fundada em 1973 na Califórnia (Estados Unidos), vende roupas, calçados e acessórios

para esportes ao ar livre e está presente em mais de 50 países ao redor do mundo. A empresa

possui uma pequena rede de 95 lojas próprias localizadas em 15 países. Conta com cerca de

2.000 funcionários.

b.) Missão e valores

Missão: Fazer os melhores produtos, causando o mínimo impacto, usando os negócios

para inspirar e implementar soluções para a crise ambiental.

Plano estratégico financeiro aliado à sustentabilidade e inovação como fator primordial

de tomada de decisões da empresa. Apontada como uma das empresas mais inovadoras do

mundo, a marca faz enorme sucesso sugerindo para seus consumidores que comprem pouco,

incluindo seus próprios produtos. Tem por filosofia que “o consumo excessivo faz mal ao

planeta. E se faz mal ao planeta, é ruim para a empresa também”.

A Patagonia se tornou o símbolo máximo do chamado “capitalismo consciente”:

conceito baseado na ideia de que a contribuição das empresas para a sociedade deve ir além do

lucro. Utiliza intensamente sua voz como empresa de referência em práticas sustentáveis para

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incentivar mudanças sistêmicas no meio empresarial. Possui um fundo próprio para investir em

startups10 que compartilhem a mesma visão.

c.) Principais ações de sustentabilidade

Possui certificado B Corp, fornecido pela organização sem fins lucrativos Lab B, por

atender a padrões rigorosos de desempenho social, ambiental, responsabilidade e transparência.

Destina 1% de sua receita ou 10% do lucro, o que for maior, para grupos de proteção do

meio ambiente. A empresa já doou mais de US$ 55 milhões a 1.200 organizações.

A empresa reporta suas ações por meio de informações disponibilizadas na internet,

relatório de iniciativas socioambientais e relatórios anuais.

Matérias Primas Conscientes:

Sempre que possível, a Patagonia utiliza materiais que causam menores danos

ambientais como: fibras naturais, cânhamo, algodão orgânico, Tencel®, Yulex®11, fibras

recicladas, nylon reciclado, poliéster reciclado, algodão recuperado e lã reciclada.

Desenvolveu um novo traje de surfe quente, flexível e ambientalmente correto, feito de

fibras naturais, que se tornou uma opção sustentável em relação ao popular neoprene.

Em 1996, trocou toda sua linha de vestuário de algodão normal para algodão orgânico.

A Patagonia é um membro fundador da Organic Exchange, uma organização sem fins

lucrativos, formada em 2002 para aumentar as vendas globais de vestuários de algodão e têxteis

orgânicos.

Certificação de Fornecedor:

A Patagonia possui processos e parcerias com entidades certificadoras, para fiscalização

de todo o processo da cadeia produtiva de seus fornecedores e própria. A bluesign®

Technologies audita o uso da água, energia e química dos parceiros da cadeia de fornecimento

da Patagônia, ajudando-os a alcançar uma melhoria ambiental contínua a longo prazo.

10 Empresa nova, até mesmo embrionária ou ainda em fase de constituição, que conta com projetos promissores,

ligados à pesquisa, investigação e desenvolvimento de ideias inovadoras. 11 Material feito a partir de borracha natural, extraída de seringueiras manejadas conforme padrões FSC (Forest

Stewardship Council).

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31

Em 2010, a Patagonia fundou, em conjunto com o Walmart, a Aliança para Roupas

Sustentáveis. Com o apoio desse grupo, foram criados indicadores para as empresas

identificarem onde estão os maiores impactos ao longo de sua cadeia de produção. A Patagonia

rastreia as práticas socioambientais de mais de 300.000 varejistas e fabricantes do setor — ou

40% do mercado têxtil mundial.

A Patagonia possui um fundo de investimento, o 20 Million and Change, que tem

investido em empresas que estão desenvolvendo inovações para diminuir o impacto ambiental,

especialmente da cadeia de suprimentos.

A empresa desenvolveu o programa the Chemical and Environmental Impacts Program,

com a finalidade de gerir produtos químicos e impactos ambientais na cadeia de fornecimento

global. O programa abrange todas as áreas de sistemas de gestão ambiental, gestão de produtos

químicos, gestão de resíduos, uso da água e as emissões, uso de energia, gases de efeito estufa

e outras emissões atmosféricas.

Atenção ao Manejo Químico:

Trabalha em conjunto com a bluesign® Technologies, para auxiliar na gestão dos

produtos químicos, corantes e acabamentos que são usados nos produtos.

Possui o programa The Chemical and Environmental Impacts Program, com a

finalidade de gerir produtos químicos, dentre outros.

Gestão Hídrica:

Possui o programa The Chemical and Environmental Impacts Program, com a

finalidade de gerir impactos ambientais na cadeia de fornecimento global, como o uso da água,

dentre outros.

Gestão de Resíduos Sólidos:

Possui o programa The Chemical and Environmental Impacts Program, com a

finalidade de gerir impactos ambientais na cadeia de fornecimento global, como a gestão de

resíduos, dentre outros.

Gestão Energética / Gases de Efeito Estufa:

Page 32: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

32

A empresa possui processos de fiscalização junto a entidades certificadoras, com o

intuito de minimizar as gerações de gases de efeito estufa em toda a cadeia produtiva.

Utiliza energia renovável (energia solar) na sede da empresa, em Ventura, na costa da

Califórnia.

A Patagonia possui o programa Drive-less, que fornece um incentivo monetário para os

funcionários à carona, andar de bicicleta, skate e transporte público.

Possui o programa The Chemical and Environmental Impacts Program, com a

finalidade de gerir impactos ambientais na cadeia de fornecimento global, como o uso de

energia, gases de efeito estufa e outras emissões atmosféricas.

A empresa investe na durabilidade de seus produtos, o que representa uma economia

substancial em matérias-primas e de energia, que seriam necessários para fazer um maior

número de produtos de vida mais curta. Fazem medição constante de emissões de CO2 (pegada

de carbono) e utilizam energias renováveis em suas lojas, escritórios e centros de distribuição.

Gestão de RH Consciente:

Foi uma das primeiras empresas americanas a oferecer aos funcionários licença-

maternidade e paternidade.

Foi uma das primeiras empresas americanas a ter creche no local de trabalho.

Seus funcionários podem ir trabalhar de bermuda e chinelo e têm horários flexíveis.

Lojas Ecoeficientes:

A empresa utiliza energia renovável em suas lojas.

Incentiva a utilização e melhoria de edifícios existentes, em vez de construir novos.

Quando não é possível, projeta os edifícios com uso de materiais de construção e luminárias

ambientalmente conscientes, sendo construídos para durar.

Reciclagem / Reuso de Materiais ou Vestuário:

A empresa preza pelo uso racional dos recursos naturais, utilizando os preceitos de

reaproveitamento e reciclagem em toda sua cadeia de produção.

Page 33: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

33

A Patagonia desenvolveu uma nova tecnologia, que permitiu a fabricação do

revestimento das jaquetas a partir de garrafas descartáveis.

A marca aceita a responsabilidade por produto, tendo como política a troca ou o concerto

de qualquer produto em caso de defeito e desgaste, sem custo. Inclui também qualquer produto

de outra marca. A empresa montou uma estrutura para receber de volta roupas velhas e gastas

da marca, que são então enviadas para recicladores, em muitos casos, em outros países.

Aproximadamente 47 toneladas de roupas foram devolvidas à empresa desde então e a sua

reciclagem deu origem a mais de 35 toneladas de vestimentas novas.

Possui várias práticas implantadas no conceito de economia circular como, por exemplo,

o desenvolvimento da reciclagem química para reutilização de fibras dos tecidos.

Engajamento com os Stakeholders:

A empresa promove campanhas para o consumo consciente e recuperação de produtos

já adquiridos. A Patagonia possui um sistema para devolução de produtos pelos clientes, para

reparação, substituição ou reembolso.

Possui o programa ambiental Worm Wear, concebido para reduzir a pegada de produtos

Patagonia e incentivar os consumidores a mudar seu relacionamento com os produtos. O

programa visa o concerto de equipamentos e reciclagem de roupas.

A empresa promove uma série de festas pelos Estados Unidos para que as pessoas

celebrem aquilo que já possuem. Junto das festas, promove workshops organizados pela

IFIXIT, para ensinar os clientes a concertarem os seus próprios equipamentos esportivos.

Projetos Sociais:

A empresa Patagonia tem suas ações focadas no meio ambiente, participa de vários

programas na Califórnia e ao redor do mundo, em prol de ações que visam a preservação e

restauração da natureza. Mesmo em suas participações no âmbito social o objetivo final sempre

é envolver comunidades, produtores e consumidores para diminuir o impacto ambiental dos

produtos e processos. Ações sociais que a empresa atua fortemente são direcionadas aos

consumidores com o objetivo de incentiva-los e ensina-los a reparar materiais e criar uma

corrente de doações de roupas usadas; fazem isso através de campanhas e workshops oferecidos

para a comunidade.

Page 34: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

34

Fazem doações em dinheiro e bens para organizações sem fins lucrativos que trabalham

para proteger o meio ambiente e educar as pessoas para reduzir seus impactos sobre a natureza.

Apoiam eventos populares e doam vestuários para ajudar pessoas que estão empenhadas

em se dedicar a pratica de surf, snowboard, esqui, escalada, alpinismo e corridas de trilha.

A empresa oferece aos funcionários de todas as operações em todo o mundo uma série

de oportunidades interessantes para apoiar o trabalho ambiental.

Inovações / Destaques:

O maior trunfo da Patagonia foi ter antecipado um estilo de vida mais natural, em defesa

do planeta, quando ninguém pensava em aquecimento global ou reciclagem de materiais.

Campanha na Black Friday: “Não compre esta jaqueta”. O anúncio foi complementado

com o seguinte texto: REDUZA. Nós fazemos produtos que duram muito tempo, assim, não

compre aquilo que não precisa. RECUPERE. Nós o ajudamos a recuperar seu produto

PATAGONIA, se prometer que irá consertá-lo quando estiver danificado. REUSE. Nós o

ajudamos a encontrar um novo lar para o seu produto que não mais precise caso tenha interesse

em vendê-lo ou passá-lo adiante. RECICLE. Nós buscaremos seu produto que está inutilizado

se prometer que irá deixá-lo longe de um aterro sanitário ou incinerador. No mesmo anúncio,

era explicado quanto de impacto ambiental a produção daquela jaqueta causava: quantos litros

de água eram necessários, a quantidade de emissões de carbono, quanto de lixo ela produzia —

mesmo sendo fabricada da maneira mais sustentável possível.

Campanha: “Celebre as coisas que você já tem”. A campanha consiste em histórias de

pessoas contadas a partir de peças de roupa da marca que as acompanham há muito tempo,

ilustradas com fotos que traduzem o mesmo conceito como, por exemplo, uma jaqueta infantil

que tem em sua etiqueta os sete nomes das crianças a quem ela já pertenceu.

A empresa adota como plano estratégico principal a venda de produtos de alta

durabilidade e confiabilidade, para que seus clientes não precisem comprar roupas novas por

um bom tempo. Essa estratégia, que para o sistema capitalista de hoje pode parecer inviável,

tem dado bons resultados financeiros para a empresa, superando a casa do meio bilhão de

dólares.

Pontos Conflitantes / Negativos:

Page 35: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

35

A empresa Patagonia é pioneira dentro do setor de vestuários na maioria das ações em

prol da sustentabilidade. Por ser uma empresa que possui um público alvo bem restrito, que são

os atletas de esportes radicais ao ar livre, e por não ser regida pelos valores do capitalismo de

gerar o máximo de lucro ao menor custo, faz dela uma empresa exemplo, e com ações

ambientais bem focadas e eficazes. Uma empresa perfeita em ações ambientalmente corretas

não existe, mas existem empresas que tem o valor de sustentabilidade implantada no seu DNA

e se mobiliza na melhor forma possível para sempre otimizar seus meios de produção e produtos

oferecidos, neste cenário que se enquadra a Patagonia. Uma questão que poderia ser melhorada,

é com relação a participação em projetos sociais em que a empresa não foca suas ações ou não

as divulga tão claramente como faz com as suas ações ambientais.

4.1.4 Renner

a.) Apresentação da empresa

Com sede em Porto Alegre (RS), a Companhia Lojas Renner S.A. foi constituída em

1965 e é a maior varejista de moda em faturamento no Brasil. Conta com uma estrutura formada

por 275 lojas, distribuídas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, 17.869

colaboradores e, aproximadamente, 1.429 fornecedores diretos para o atendimento de milhares

de clientes. Em 2005, sua principal acionista na ocasião, a J.C. Penney Brazil, decidiu vender

o controle da companhia por meio da oferta pública de ações na Bolsa de Valores de São Paulo,

colocando aproximadamente 100% de suas ações em circulação.

b.) Missão e valores

Possui como missão ser a melhor e maior varejista de moda das Américas para o

segmento médio/alto dos consumidores com diferentes estilos, sempre com moda, qualidade,

preços competitivos e excelência nos serviços prestados. Encantamento e inovação são seu

foco, sempre de forma sustentável.

Filosofia de Encantamento - não basta satisfazer, mas superar as expectativas dos

clientes.

Slogan - “Você tem seu estilo. A Renner tem todos”.

Page 36: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

36

Possui como valores empresariais: encantamento do cliente; negócios movidos por

persistência, criatividade, otimismo e proximidade com o mercado; colaboradores com paixão

pelo que fazem; perpetuação da marca por meio de atitudes e exemplos; obstinação por

resultados excepcionais; altos níveis de qualidade; negócios e atitudes pautados por princípios

de sustentabilidade.

c.) Principais ações de sustentabilidade

Apenas em 2013 a Companhia passou a considerar o conceito de sustentabilidade como

valor empresarial, afirmando buscar “além dos resultados financeiros, o desenvolvimento social

e a redução dos impactos ambientais, sempre atuando dentro das melhores práticas de

governança corporativa”.

Desde então, a empresa conta com um Comitê de Sustentabilidade, bem como uma

Politica de Sustentabilidade, buscando aprimorar suas práticas de gestão socioambiental, com

o intuito de atender às exigências das consumidoras.

A empresa reporta suas ações por meio de informações disponibilizadas na internet e

relatórios anuais.

Matérias Primas Conscientes:

Possui uma linha de produtos de beleza (Alchemia Bio) com embalagens produzidas com

papel certificado (FSC) e itens formulados a partir de ativos naturais, compostos por materiais

biodegradáveis e sem derivados de petróleo.

Não há ações divulgadas com relação às matérias primas utilizadas na confecção das

roupas comercializadas pela empresa.

Certificação de Fornecedor:

A Renner conta com duas áreas para lidar com a cadeia de fornecedores: a área de gestão

de fornecedores de revenda (fornecedores de produtos comercializados em lojas) e a área de

gestão de fornecedores administrativos (demais fornecedores).

Possui como instrumentos a política de relacionamento com fornecedores, que formaliza

os princípios e as diretrizes estabelecidos em seu código de ética, bem como programas de

engajamento e sensibilização, como o Programa Crescendo juntos, que promove a melhoria

contínua dos fornecedores por meio da troca de experiências e disseminação de boas práticas.

Page 37: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

37

Além disso, executa o monitoramento e avaliação de fornecedores, através de visitas técnicas e

auditorias. O desempenho de seus fornecedores estratégicos é avaliado por meio do Indicador

de Desempenho Global de Fornecedores (IDGF), o qual considera questões comerciais,

técnicas, de relacionamento e de responsabilidade social. Possui 100% dos fornecedores de

revenda têxteis e subcontratados certificados pela ABVTEX, entidade que verifica a aderência

dos fornecedores e seus subcontratados aos critérios e requisitos de Responsabilidade Social.

Em 2013, a Renner aderiu ao Pacto de Erradicação do Trabalho Escravo e Pacto Global.

Desde 2013, a Companhia conta com o Projeto Sustentabilidade na Cadeia do Jeans, que

visa o desenvolvimento dos fornecedores do setor têxtil dentro dos pilares da Sustentabilidade.

Em 2014, o projeto atendeu a três fornecedores, que se propuseram a implementar o plano de

ação de melhorias proposto. Dentre os benefícios alcançados pelos fornecedores, destacam-se:

a redução de custos com iluminação, a identificação e redução de desperdícios por meio da

gestão de indicadores (principalmente de matéria- prima), o desenvolvimento de projeto para

reuso de água, a geração de receita com a comercialização de resíduos recicláveis, entre outros.

Há intenção de estender o projeto a outros fornecedores da cadeia do jeans.

Atenção ao Manejo Químico:

Não há ações específicas divulgadas com relação ao tema.

Gestão Hídrica:

Não há ações específicas divulgadas com relação ao tema.

Gestão de Resíduos Sólidos:

Desde 2010, a Renner possui o Programa de Gestão de Resíduos Sólidos,

operacionalizado através de logística reversa – os mesmos caminhões que vão dos Centros de

Distribuição (CDs) às lojas, carregados de produtos, voltam aos CDs com os resíduos gerados

pelas unidades – onde é feita triagem e dada a devida destinação final. O principal projeto do

programa é o Projeto EcoEstilo, que visa o descarte dos resíduos de perfumaria e beleza,

comprados ou não na Renner, em coletores apropriados, disponíveis em todas as lojas na área

de perfumaria.

Gestão Energética / Gases de Efeito Estufa:

Desde 2010, a Renner realiza o inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE),

para quantificar e gerenciar suas emissões, publicando-o na plataforma do Programa Brasileiro

Page 38: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

38

GHG Protocol. Reporta, ainda, à organização internacional CDP - Carbon Disclosure Project,

suas ações relacionadas ao tema mudanças climáticas.

Gestão de RH Consciente:

A gestão de pessoas na Renner visa atrair e manter os melhores talentos, buscando

estimular o potencial dos colaboradores para o desenvolvimento de sua carreira. Para alcançar

esse objetivo, a Renner busca promover um ambiente em que o colaborador se sinta valorizado

e reconhecido, sendo disponibilizados diversos canais de comunicação interna que propiciam

alto nível de informação e integração, assim como capacitações para o desenvolvimento de

competências individuais.

Há mais de 20 anos, a Renner realiza a pesquisa anual de engajamento junto a todos os

colaboradores que quiserem participar, de maneira voluntária e anônima, por meio de

plataforma online. O índice de engajamento dos colaboradores da Renner ultrapassa a marca de

70%.

Lojas Ecoeficientes:

Em 2014, a Renner inaugurou a primeira loja sustentável da empresa, no Riomar

Shopping Fortaleza (CE). Nessa loja, há coleta seletiva, 70% das luminárias são em LED, foi

reduzido o consumo de energia e água (em 20% e 60%, respectivamente), assim como foram

usadas madeiras recicladas e equipamentos com alta eficiência energética. Em 2015, esta loja

ganhou a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) na categoria

Gold. O aprendizado obtido com a certificação LEED levou a Renner a incorporar as boas

práticas na construção ou reforma de suas lojas, procurando minimizar os impactos ambientais

advindos das obras.

Reciclagem / Reuso de Materiais ou Vestuário:

A Renner promove a triagem do mobiliário e manequins de lojas em reforma e outras

lojas da região, permitindo o reaproveitamento dos equipamentos em melhor estado.

Engajamento com os Stakeholders:

A cada dois anos, a Lojas Renner realiza um Painel de Consulta sobre os temas críticos

do negócio relacionados a questões de sustentabilidade com seus principais públicos de

relacionamento. São consultados clientes, colaboradores, fornecedores, organizações não-

Page 39: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

39

governamentais, acionistas e analistas de mercado, formadores de opinião, associações e

governos.

A Lojas Renner utiliza-se de propaganda, marketing direto, das relações públicas, do

relacionamento com a imprensa, da presença na internet, em Redes Sociais, de patrocínios e de

eventos culturais e de moda, para ir até clientes e marcar presença alinhada ao posicionamento

da marca.

Visando a transparência e o respeito a todos os públicos, a companhia criou canais

específicos para denúncias relacionadas a não conformidades éticas, legais, contábeis e não

contábeis. Qualquer pessoa pode fazer uma denúncia anônima por telefone, correspondência ou

e-mail com garantia de confidencialidade. Anualmente, a Companhia divulga seus resultados

ao mercado por meio do seu Relatório Anual e outros documentos que se encontram no site de

Relações com Investidores.

Projetos Sociais:

A instituição Renner, organização da sociedade civil de interesse público, figura jurídica

distinta da Lojas Renner, é responsável por gerir o Investimento Social Privado da Companhia.

Investe em projetos executados por organizações sociais voltados à Educação e Formação

Profissional, Empreendedorismo e Geração de Emprego e Renda para mulheres em situação de

vulnerabilidade. Fundado em 2008, já apoiou 496 projetos e conta com mais de 100 mil pessoas

beneficiadas. Além de promover a igualdade entre os gêneros e o empoderamento das mulheres,

o Instituto também trabalha em dois outros focos, paralelos e complementares ao

empoderamento da mulher: a formação de jovens e o desenvolvimento de comunidades.

A Lojas Renner incentiva o voluntariado entre seus funcionários no Instituto, permitindo

a realização de atividades como parte do horário de trabalho, até quatro horas por mês (“Estilo

solidário”). Vale ressaltar também o Projeto mais eu que, desde 2008, arrecada anualmente

recursos ao Instituto. A arrecadação se dá durante os 4 dias após o Dia dos Pais, quando 5% das

vendas líquidas da Renner, isentas de impostos, são repassadas ao Instituto para o investimento

em projetos sociais selecionados bem como em outros dois programas do instituto: Escola de

costura (capacitação de mulheres em costura industrial) e Escola de Varejo (profissionalização

de jovens em situação de vulnerabilidade para o mercado de trabalho).

Em sete edições, já foram arrecadados pela Campanha Mais Eu mais de R$ 8,1 milhões,

que foram aplicados em 155 projetos em todas as regiões do país, beneficiando mais de 10 mil

Page 40: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

40

mulheres. Os recursos para financiamento dos projetos do Instituto são provenientes da

Campanha Mais Eu, da Renner, de incentivos fiscais e de recursos próprios do orçamento da

Renner.

Inovações / Destaques:

A empresa foi a primeira a medir a satisfação dos clientes na porta das suas lojas, ao

criar, em 1996, o Encantômetro.

O site da Renner é adaptado para garantir a acessibilidade de pessoas com deficiências

visuais e de movimentos. Ao clicar em um ícone específico na página inicial, o internauta pode

fazer o download do navegador Essential Accessibility TM, que substitui o mouse e o teclado

por meio de recursos como o sistema hands-free de rastreamento de movimento, o auto clique

e o escaneamento automático de links. Esse aplicativo facilita a navegação e o acesso para

milhares de brasileiros com dificuldade de leitura, digitação ou de movimentação do mouse.

A Lojas Renner S.A. foi selecionada para compor a carteira do Índice de

Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBOVESPA de 2015.

Pontos Conflitantes / Negativos:

Apesar de todas as iniciativas, todavia, em fins de 2014 a Renner esteve envolvida em

autuação referente à identificação de trabalho análogo ao escravo na fabricação de suas roupas,

no bairro paulistano do Tremembé. Na ocasião, 37 funcionários bolivianos que viviam em

condições degradantes, trabalhavam jornadas exaustivas, eram remunerados por produção e

sofriam violência psicológica, verbal e física foram resgatados.

4.1.5 Riachuelo

a.) Apresentação da empresa

Em 1947, a Riachuelo iniciou suas atividades em Natal (RN), com pequenas lojas de

rua, vendendo tecidos a preços baixos. Em 1979, a rede de lojas de tecidos foi comprada pelo

grupo Guararapes, passando a vender roupas prontas para serem usadas. Atualmente, conta com

289 lojas distribuídas por todo o Brasil, dois parques industriais e 40.000 funcionários.

b.) Missão, visão e valores

Page 41: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

41

A empresa possui foco na "moda ao alcance de todos". Proposta de democratização da

moda, oferecendo aos clientes de todo Brasil peças com design a preços acessíveis.

Trabalha com o conceito fast fashion, que consiste na rápida produção e

distribuição de coleções.

Missão: proporcionar, a cada vez mais pessoas, as condições de se expressar

através da Moda.

Visão: liderar o mercado nacional de moda, em um cenário predominantemente

formal.

Valores: Ética e Respeito; Solidez Financeira; Austeridade Administrativa;

Meritocracia; Aperfeiçoamento Constante; Responsabilidade Social; Servir ao

Cliente; Governança Corporativa; Atitude Vendedora.

c.) Principais ações de sustentabilidade

A Companhia busca atender aos requisitos legais aplicáveis às suas atividades,

garantindo assim a obtenção regular de todas as licenças necessárias e exigidas pelos órgãos

responsáveis.

A empresa reporta suas ações por meio de informações disponibilizadas na internet e

relatórios anuais.

Matérias Primas Conscientes:

A empresa afirma buscar ganho de eficiência e competitividade priorizando o

desenvolvimento e a confecção de seus produtos através de processos e matérias-primas

favoráveis ao meio-ambiente, porém não há ações específicas divulgadas com relação ao tema.

Certificação de Fornecedor:

A empresa conta com uma área de Relacionamento com Fornecedores, que é

responsável por auditar todos os fornecedores e exigir que tenham a Certificação e Qualificação

da ABVTEX. Procura, dessa forma, garantir que não serão estabelecidas relações comerciais

com fornecedores que se utilizem de trabalho infantil ou análogo ao escravo.

Atenção ao Manejo Químico:

Não há ações específicas divulgadas com relação ao tema.

Page 42: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

42

Gestão Hídrica:

Nas fábricas localizadas em Natal (RN), a água utilizada nos processos de tingimento

das peças é tratada antes do seu retorno ao meio ambiente, eliminando todos os componentes

químicos prejudiciais.

A fábrica em Fortaleza (CE) possui uma pequena estação de tratamento de água, que

prepara a água para sua reutilização em novos processos de tingimento das peças.

Recebeu um prêmio da R20 - Regions of Climate Action, pelo trabalho de tratamento da

água nos parques fabris.

Gestão de Resíduos Sólidos:

A empresa possui um plano de gestão de geração de resíduos, para o descarte adequado

dos mesmos.

As sacolas distribuídas nas lojas são oxibiodegradáveis, que se decompõem em três

meses, se expostas ao sol e calor, ou em até 18 meses, caso acondicionadas fora dessas

condições.

A empresa afirma ter ações nas fábricas de Natal (RN) e Fortaleza (CE) para reutilização

de resíduos sólidos, porém estas não foram divulgadas.

Gestão Energética / Gases de Efeito Estufa:

A empresa afirma possuir ações que visem à redução das emissões de gases de efeito

estufa no funcionamento das fábricas, porém estas não foram divulgadas. Também não há ações

específicas divulgadas com relação a ações para redução de gases de efeito estufa, no transporte

de mercadorias da empresa.

Gestão de RH Consciente:

A Riachuelo possui o Programa PcD, em que são oferecidas vagas de trabalho para

portadores de deficiência, e o Programa Jovem Aprendiz, que dá oportunidade de crescimento

pessoal e profissional para os jovens.

Lojas Ecoeficientes:

A loja de Ipanema é a primeira em processo de certificação LEED (Leadership in Energy

and Environmental Design). Entre as principais iniciativas sustentáveis, estão a instalação de

Page 43: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

43

sistema de reuso de águas pluviais, implantação de telhado verde e a utilização de iluminação

em LED.

Possui em seu plano de negócios a implantação de lojas compactas.

Reciclagem / Reuso de Materiais ou Vestuário:

Não há ações específicas divulgadas com relação ao tema.

Engajamento com os Stakeholders:

Possui canal de comunicação do cliente (SAC), via site ou telefone.

Possui em seu código de ética a premissa de atender os clientes com cordialidade,

agilidade, eficiência, respeito e ética, fornecendo informações claras e precisas às suas

solicitações e reclamações.

A empresa recebeu o selo referente ao Troféu Transparência ANEFAC 2014.

A empresa não possui relatório de sustentabilidade nem definição de indicadores e

ferramentas claras de sustentabilidade dos seus processos, integrado ao plano de negócios da

empresa.

Projetos Sociais:

No âmbito da responsabilidade social, auxilia a comunidade com trabalhos sociais,

inclusive incentivando e criando condições para que seus colaboradores desenvolvam e

participem de ações voluntárias.

A empresa participa do programa Teleton, tendo doado cerca de R$7 milhões de reais

em oito anos. Para a Casa Hope, foram destinados R$200 mil reais em 2014, além de colaborar

com o programa "Adote um Leito" e com as campanhas de bazares para arrecadar fundos.

Em 2014, a Riachuelo inaugurou seu primeiro Centro Cultural em Natal (RN). Fundado

em parceria com o Serviço Social da Indústria (SESI-RN), o Centro tem como objetivo

promover ações de educação continuada nas áreas de saúde, cultura, lazer e educação para os

trabalhadores, com acesso a filmes, livros, periódicos e cursos a distância.

Inovações / Destaques:

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44

Para o desenvolvimento do conceito “fast fashion”, a Riachuelo possui um

Departamento de Estilo, que busca a conciliação das necessidades momentâneas do varejo e as

possiblidades da fábrica. Foram criadas também as Pequenas Unidades de Produção (PUPs),

que são núcleos de costureiras formados para desenvolver a chamada "modinha" - um trabalho

muito mais especializado e em menor escala - mas que consegue entregar moda de forma mais

rápida às lojas.

Pontos Conflitantes / Negativos:

O grupo Riachuelo foi condenado a pagar pensão vitalícia a uma de suas ex-funcionárias

em uma ação que revela as precárias condições de trabalho impostas às costureiras, que

produzem para as grandes marcas da moda. A condenação descreve um ambiente de trabalho

em que a exigência de metas de produção ocorria mediante abusos físicos e psicológicos. Este

caso revela problemas do sistema “Fast Fashion”, que piora as condições de trabalho no setor.

4.1.6 Zara

a.) Apresentação da empresa

A Zara é uma varejista de roupas fundada em 1975, na Espanha. Pertence a Inditex, um

dos maiores grupos de distribuição do mundo, com mais de 150.000 empregados e detentora

das marcas Pull&Bear, Massimo Dutti, Bershka, Stradivarius, Oysho, Zara Home and Uterqüe.

A Zara possui cerca de 2.100 lojas em 88 países.

b.) Visão e valores

O cliente é o centro de seu modelo de negócios, que integra os processos de desenho,

fabrico, distribuição e venda, através de uma ampla rede de lojas própria. A Zara está

comprometida em satisfazer os desejos de seus consumidores, fornecendo novos designs feitos

com materiais de qualidade a preços acessíveis.

Missão: Por meio do modelo de negócios, pretende contribuir para o desenvolvimento

sustentável da sociedade e do meio ambiente com o qual interage.

Abordagens: fast fashion, criatividade, flexibilidade, design de qualidade e alta

reatividade orientada para o mercado. Publicidade mínima, localizações privilegiadas e vitrines

atrativas.

c.) Principais ações de sustentabilidade

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45

O grupo Inditex adotou o caminho para a sustentabilidade proposto pelas Nações

Unidas, incluindo as 17 metas para o desenvolvimento sustentável e seus objetivos para toda a

companhia, dando destaque a certos princípios especialmente relevantes para a empresa, dado

o tipo de indústria, contexto e modelo de negócio.

O grupo reporta suas ações por meio de relatórios de sustentabilidade, elaborados de

acordo com as orientações da GRI – Global Reporting Iniciative.

Matérias Primas Conscientes:

A Zara utiliza em suas coleções algodão orgânico, algodão sustentável da Better Cotton

Initiative, algodão reciclado, Tencel® e tecidos reciclados. Seus produtos mais sustentáveis são

rotulados sob o nome Join Life, feitos com materiais como algodão orgânico, lã reciclada e

Tencel®.

Em parceria com a companhia Lenzing, a Zara colabora para o desenvolvimento de

projetos para fibras recicladas.

Possui políticas para que os produtos de origem animal se originem de locais onde os

animais são tratados de forma ética e responsável. Trabalha com a coalisão de proteção dos

animais Fur Free Alliance e seu programa Fur Free Retailer para prevenir exploração animal.

A empresa trabalha com fabricantes de rayon e viscose, com a ONG Canopy e com

outras companhias do setor têxtil para garantir que florestas antigas e protegidas sejam

respeitadas durante a produção de fibras provenientes da madeira.

Certificação de Fornecedor:

Para garantir que a cadeia de produção inteira respeita as condições de trabalho dos

trabalhadores, níveis de segurança dos produtos e o meio ambiente, a Zara possui um sistema

que permite saber onde e como todos os produtos foram cortados, tingidos, lavados e

produzidos.

Para garantir a conformidade com o Código de conduta, é feito o monitoramento

contínuo de fornecedores e fabricantes, com a realização de avaliações e estabelecimento de

planos de melhorias. Em 2015, foram feitas mais de 10.900 auditorias em fornecedores, por

meio de auditores internos e externos. Quando um fornecedor não cumpre o plano de ação para

corrigir um problema identificado, a Zara para de trabalhar com o mesmo definitivamente.

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46

Mais de 60% das fábricas estão localizadas na Europa e países vizinhos, como Espanha,

Portugal, Turquia e Marrocos.

A empresa trabalha com várias organizações para proteger os direitos trabalhistas e

cuidar do meio ambiente: IndustriALL Global Union (para liberdade de associação e negociação

coletiva), International Labour Organisation (Programa Better Work, criado para melhorar os

processos de produção) e Ethical Trading Initiative (para melhoria das condições de trabalho).

Faz parte ainda do programa Global Compact das Nações Unidas, onde organizações

empreendem para desenvolver e adotar 10 princípios relacionados às áreas de humanas, boas

práticas corporativas, direitos trabalhistas e ambientais, e da aliança Sustainable Apparel

Coalition, com o objetivo de criar uma ferramenta que permitirá avaliar e reduzir o impacto

ambiental e social da indústria do vestuário e calçado.

Atenção ao Manejo Químico:

A empresa possui programas para detectar e substituir certos processos e substâncias

para atingir a máxima qualidade ambiental. O resultado dessa política é o The List (a Lista) da

Inditex, programa global em parceria com a indústria química, com o objetivo de melhorar a

qualidade do produto químico utilizado na fabricação de têxteis e artigos de couro e fazer

melhorias contínuas na sua fabricação, para garantir peças de vestuário saudáveis e sustentáveis.

Atualmente, a lista possui mais de 14.000 substâncias químicas analisadas e classificadas.

Meta de atingir o descarte zero de produtos químicos perigosos até 2020.

Possui também uma política para o descarte zero de perfluorcarbono (PFC), exigindo

que seus fornecedores retirem todos os compostos de PFC dos processos de acabamento de seus

produtos.

Gestão Hídrica:

Trabalha junto a fornecedores, com a aplicação de medidas práticas para melhorar a

gestão sustentável e eficiência das plantas de processo molhado com relação ao consumo de

água e águas residuais, dentre outros.

Gestão de Resíduos Sólidos:

A empresa procura prolongar a vida de caixas, sacos, cabides e alarmes, os reusando até

que sejam reciclados, reduzindo assim o volume de resíduos.

Page 47: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

47

Trabalha junto a fornecedores, com a aplicação de medidas práticas para melhorar a

gestão sustentável e eficiência das plantas de processo molhado com relação aos resíduos,

dentre outros.

Gestão Energética / Gases de Efeito Estufa:

Trabalha junto a fornecedores, com a aplicação de medidas práticas para melhorar a

gestão sustentável e eficiência das plantas de processo molhado com relação à energia, dentre

outros.

84% da energia consumida no website da Zara (zara.com) vêm de fontes renováveis.

Meta de atingir 100% de energia renovável nos servidores e escritórios em 2018 e reduzir o

consumo de energia em 20% até 2020. Possui como meta que o website esteja livre de emissões

de CO2 em 2018.

Possui um centro de tecnologia na Espanha que consome 100% de energia limpa e foi

premiado com uma certificação LEED pela organização US Green Building Council.

Possui planos de investir em novas plantas de energia renovável para os escritórios

centrais.

Em 2015, iniciou a substituição de lâmpadas fluorescentes por LED em seus centros de

distribuição e escritórios.

Gestão de RH Consciente:

A empresa possui como política oferecer oportunidades iguais para todos os grupos, não

tolerando qualquer forma de discriminação.

Em 2015, foi concluído o processo de certificação OHSAS 18001 para todas as lojas e

fábricas da Espanha.

Possui iniciativas para promover a saúde de seus empregados, especialmente nas

divisões de fábrica e logística.

Lojas Ecoeficientes:

Atualmente, 50% das lojas da Zara são ecoeficientes, economizando aproximadamente

20% de energia e 50% de água. A iluminação, aquecimento e ar condicionado são ajustados

para atender as necessidades da loja e controlar o consumo de energia.

Page 48: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

48

Possui como meta que todas as lojas sejam ecoeficientes até 2020.

Reciclagem / Reuso de Materiais ou Vestuário:

Existem pontos de coleta de roupas usadas em lojas da Espanha, Portugal, Inglaterra,

Irlanda, Holanda, Suécia e Dinamarca. A meta é expandir os pontos de coleta para todas as lojas

do mundo em 3 anos. Também possui um serviço de coleta de roupas gratuito a domicílio na

Espanha (via correio), para consumidores que fazem pedidos online.

Todas as roupas coletadas são dadas a parceiros, que separam e classificam cada item

de roupa de acordo com seu uso mais apropriado. Com a ajuda dessas organizações sem fins

lucrativos, as roupas são recicladas, transformadas em novos tecidos, doadas ou vendidas para

financiar seus projetos sociais.

A Zara também doa o tecido extra ou sobras têxteis para produzir novas fibras recicladas.

As caixas de papelão que chegam as lojas são utilizadas até 5 vezes antes de serem

recicladas. Com o papelão reciclado, são produzidas novas caixas, que são usadas para enviar

os pedidos online. Cerca de 56% dos pedidos online são entregues nas caixas feitas de papelão

reciclado.

Engajamento com os Stakeholders:

Promove o treinamento contínuo dos empregados em práticas mais sustentáveis como

reuso, reciclagem e redução de consumo de energia e uso da água.

Possui um manual de boas práticas ambientais, para os escritórios corporativos e

subsidiárias, incluindo ações diárias e atividades que reduzem o impacto gerado nas instalações.

Possui programas e treinamentos dedicados à formação ambiental, destinados aos

empregados dos centros de distribuição e escritórios internacionais.

Projetos Sociais:

O grupo Inditex possui um programa de investimento na comunidade (Community

Investment Programme), que visa criar valor para a sociedade enquanto cria valor para o

negócio. Em 2015, foram renovadas as parcerias com organizações como Médicins Sans

Frontières (MSF), Entreculturas e Cáritas. Foram introduzidos novos projetos estratégicos com

Page 49: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

49

organizações sem fins lucrativos como a Water.org, China Youth Development Foundation e

Every Mother Counts, entre outros. Também houve suporte para situações emergenciais, como

a crise dos refugiados na Europa e o terremoto do Nepal. Os investimentos da Inditex em

programas sociais em 2015 ultrapassaram os 35 milhões de euros, 36% a mais do que no ano

anterior, impactando mais de 1 milhão de pessoas em 44 países, entre refugiados, estudantes,

pessoas com necessidades médicas ou de treinamento profissional. Em 2015, o índice Dow

Jones de sustentabilidade classificou a Inditex como líder do setor de varejo em cidadania

corporativa e filantropia.

Inovações / Destaques:

Em 2015, a empresa fez progressos em direção à economia circular com o projeto

Closing the Loop, que possui como objetivo garantir que nenhum artigo têxtil usado acabe em

aterros sanitários. O projeto começou com um piloto em 37 lojas da Zara em 5 países, onde

foram colocados pontos específicos de coleta para roupas usadas. Universidades, fabricantes

têxteis, empresas de reciclagem e do terceiro setor colaboraram com a iniciativa.

Pontos Conflitantes / Negativos:

Em 2011, a Zara foi autuada por manter 15 trabalhadores bolivianos e peruanos em

condição análoga à escravidão na atividade de costura. As oficinas subcontratadas pela marca,

localizadas em São Paulo, receberam 52 autos de infração. Entre as irregularidades, foram

constatadas jornada de trabalho excessiva, servidão por dívida e situação precária de higiene.

Em 2015, a empresa foi novamente autuada pelo Ministério do Trabalho e Emprego por

descumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2011, para corrigir as

condições degradantes que caracterizaram trabalho escravo na cadeia produtiva da empresa. De

acordo com a superintendência do órgão federal em São Paulo, uma auditoria com 67

fornecedores da marca mostrou 433 irregularidades em todo o país, como excesso da jornada

de trabalho, atraso nos pagamentos, aumento dos acidentes, trabalho infantil, além de

discriminação pela exclusão de imigrantes na produção, o que pode resultar em multa de mais

de R$ 25 milhões.

4.2 Posicionamento da C&A em relação ao mercado

Até 2015, a C&A possuía estratégias distintas relacionadas ao tema sustentabilidade

para as regiões onde atua – Europa, Brasil, México e China.

Page 50: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

50

Em 2015, as quatro regiões se uniram em torno de uma estratégia global de

sustentabilidade, organizada em torno de três pilares: Produtos Sustentáveis, Rede de

Fornecimento Sustentável e Vidas Sustentáveis, com metas que vão até 2020.

A empresa reporta suas ações por meio de relatórios de sustentabilidade globais,

elaborados de acordo com as orientações da GRI – Global Reporting Iniciative. As informações

a seguir foram obtidas tanto no relatório global de sustentabilidade de 2015 quanto no relatório

de sustentabilidade da C&A Brasil de 2012-2013.

Matérias Primas Conscientes:

Quadro Atual Global: Preocupação intensa da empresa em empregar matérias primas

mais sustentáveis em suas coleções. Utilização de algodão orgânico, algodão REEL12

(Responsible Environment Enhanced Livelihoods) e da Better Cotton Iniciative (BCI). É um

dos membros fundadores da Organic Cotton Acelerator, programa que visa criar um mercado

próspero e estável para o algodão orgânico.

Em 2015, a C&A publicou uma política de proteção florestal através de diferentes

opções de tecido.

Números Globais (2015): 40% do algodão utilizado e 25% das matérias primas diversas

de fontes mais sustentáveis.

Metas Globais: Usar 100% de plumas certificadas pelo Responsible Down Standard

(RDS) a partir do outono de 2016. Para 2020, utilizar 100% de algodão mais sustentável e 67%

de materiais mais sustentáveis.

Certificação de Fornecedor:

Quadro Atual Global: Sistema de classificação com notas entre A e E, com critérios de

sustentabilidade que constituem 20% da classificação geral da avaliação de desempenho. Um

novo código de conduta global para Fornecimento de Mercadorias da C&A foi lançado em

2015, com treinamento de equipes da área de compras e fornecedores de todo o mundo.

12 programa que visa otimizar o algodão convencional (não-orgânico) através de abordagens sustentáveis de

cultivo lideradas pela Cotton Connect.

Page 51: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

51

Destaque no Brasil: A C&A foi a primeira empresa do varejo têxtil a assinar o Pacto

Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil. O documento é uma iniciativa da

sociedade civil, que tem como objetivo implementar ferramentas para que o setor empresarial

e a sociedade brasileira não comercializem produtos de fornecedores que usaram ou usam

trabalho escravo.

Números Globais (2015): 90,8% do volume de fornecedores com classificações A e B.

Metas Globais: Para 2020, atingir 100% de produtos provenientes de fornecedores com

classificação A e B, além de capacitar a rede de fornecimento.

Atenção ao Manejo Químico:

Quadro Atual Global: Estratégia global de gestão de substâncias químicas, para

restringir e eliminar substâncias químicas perigosas (política de químicos). Colaboração no

desenvolvimento de formulações químicas mais seguras.

Números Globais (2015): Auditorias independentes de descarte de substâncias químicas

perigosas concluídas em 52 das principais fábricas de tecidos.

Metas Globais: Para 2020, descarte zero de produtos químicos perigosos (ZDHC).

Gestão Hídrica:

Quadro Atual Global: Utilização de algodão de cultivos mais sustentáveis, com menor

consumo de água. Parcerias com a Bangladesh para Tecidos mais Limpos (PACT) e com a

iniciativa de fábricas melhores na China (BMI – Better Mills Initiative) que, em conjunto com

a gestão de produtos químicos, visa reduzir o consumo de água nas fases de tingimento,

lavagem e acabamento de tecidos, além do descarte de produtos químicos nas águas de

superfície.

Em 2016, será desenvolvida a primeira pegada hídrica global da C&A.

Metas Globais: criar estratégia complementar à da C&A Foundation para promover a

eficiência e conservação de água em bacias hídricas importantes que sustentam a produção de

algodão para as coleções da C&A. Em 2016, iniciar estudos para promover menor uso de água

entre os consumidores.

Page 52: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

52

Figura 5: Consumo de água na cadeia de valor C&A - 2015

Fonte: Relatório de Sustentabilidade C&A 2015 < http://sustentabilidade.cea.com.br/pdf/CA_Relatorio_Global_Sustentabilidade_2015.pdf >

Gestão de Resíduos Sólidos:

Quadro Atual C&A Brasil: Elaborado plano corporativo de gerenciamento de resíduos

sólidos em 2013, com as destinações mais adequadas para lidar com cada tipo de resíduo das

operações. Desenvolvimento de sistema de coleta de dados para a gestão de resíduos, com

informações sobre resíduos descartados e parceiros para destinação. Destinação correta dos

resíduos de obras de lojas (novas e reformas). Promoção de coleta seletiva nos escritórios e nos

centros de distribuições.

Números C&A Brasil (2013): Resíduos não perigosos - 47% reciclados e 53%

destinados a aterros. Todos os resíduos perigosos foram reciclados.

Tabela 1: Quantidade de resíduos não perigosos gerados (kg)

C&A Brasil – 2012-2013

Page 53: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

53

Fonte: Relatório de Sustentabilidade C&A 2012-2013 < http://sustentabilidade.cea.com.br/pdf/CA_Relatorio_de_Sustentabilidade__2012-

2013_pt.pdf>

Gestão Energética / Gases de Efeito Estufa:

Quadro Atual Global: Utilização de algodão de cultivos mais sustentáveis, com menor

consumo de energia. Diminuição das emissões de gases de efeito estufa por meio da redução

de produtos químicos usados na manufatura, lavagem e acabamento de tecidos.

Desenvolvimento de planos de ação para aumento da eficiência energética em lojas, escritórios,

centros de distribuição e fábricas, com a utilização de tecnologia eficiente e renovação /

recondicionamento de instalações.

Em 2016, foi finalizada a primeira avaliação da pegada de carbono da cadeia de valor

da C&A.

Destaque no Brasil: A C&A exigiu que a frota de terceiros utilizasse o biodiesel B5

como combustível dos caminhões, uma mistura do óleo mineral tradicional com 5% de óleo

vegetal, que não exige a troca de motores, mantém o desempenho do veículo e reduz a emissão

de poluentes.

Números Globais (2016): Aumento de 9% na eficiência em emissão por m² de área de

vendas e redução de 1,4% na emissão total de carbono em relação a 2012.

Metas Globais: Para 2020, atingir 20% de redução da pegada de carbono nas lojas, nos

escritórios e nos centros de distribuição da C&A.

Figura 6: Emissão de GEE na cadeia de valor C&A - 2015

Page 54: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

54

Fonte: Relatório de Sustentabilidade C&A 2015 < http://sustentabilidade.cea.com.br/pdf/CA_Relatorio_Global_Sustentabilidade_2015.pdf >

Gestão de RH Consciente:

Quadro Atual Global: Código de ética global implementado (funcionários do Brasil,

México e China), com expansão para a Europa ao longo do ano de 2016.

Participação ativa na implementação da Action, Colaboration, Transformation (ACT),

iniciativa global para conexão dos stakeholders interessados em melhorar as bases salariais

(negociação coletiva, normas de fabricação e compra responsável).

Destaques no Brasil (2013): Programa C&A por você (para valorização dos associados

de loja), pesquisa de engajamento (avaliação de satisfação dos associados), Programa de

Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) realizado de forma padronizada em todas as

unidades, Reestruturação de cargos realizada em 2012 e programas de treinamento. Desde

1997, a C&A contrata profissionais com deficiências físicas e sensoriais, através do Programa

Portas Abertas.

Números C&A Brasil (2012): Índice geral de favorabilidade de 71%, com melhora de

10% com relação a 2010.

Lojas Ecoeficientes:

Quadro Atual C&A Brasil: Loja ecoeficiente em Porto Alegre, com certificação LEED,

inaugurada em 2009. Dispõe de iluminação, ar condicionado e escadas rolantes

energeticamente eficientes, com redução do consumo de água em 40%. Loja no bairro de

Ipanema, no Rio de Janeiro, com telhado verde. Algumas lojas possuem aproveitamento da

água das chuvas. Promove a substituição de equipamentos de ar condicionado a base de água

por a base de ar (economia de 25% de energia), instalação de lâmpadas LED e a utilização de

sistema automatizado de ar condicionado e iluminação (controlador de demanda).

Page 55: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

55

Números C&A Brasil (2012-2013): Instalação de Lâmpadas LED em 55 das 261 lojas.

Controlador de demanda instalado em 100% das lojas.

Números C&A Europa: A partir de 2015, 148 das 150 lojas ocupadas pela C&A na

Europa terão certificação BREEAM13.

Reciclagem / Reuso de Materiais ou Vestuário:

Quadro Atual Global: Medidas de reutilização e reciclagem de mercadorias não

vendáveis.

Destaques no Brasil: Reciclagem de cabides. Doação de uniformes antigos de

funcionários das lojas para ONGs, para criação de brindes. Campanha anual para descarte

correto de celulares, pilhas e baterias. Venda em todas as lojas, a preço de custo, das sacolas

chamadas ecobags, que são reutilizáveis, mais resistentes e de longa vida útil. Caixas de

presente feitas 100% de papel reciclado.

Números Globais (2015): 564 toneladas de roupas recicladas.

Números C&A Brasil (2012-2013): Coleta de 64.451 itens no Programa de Reciclagem

de Lixo Eletrônico. Reciclagem de 5,6 milhões de cabides.

Metas Globais: Utilização de materiais reciclados nas roupas. Para 2020, desenvolver

uma abordagem para economia circular, incluindo metas.

Engajamento com os Stakeholders:

Quadro atual global: Foi feita a primeira pesquisa anual de sustentabilidade com os

clientes dos principais mercados. O estudo avaliou mais de 7.600 clientes e mostrou que vários

atributos de sustentabilidade da empresa, incluindo os que possuem fortes programas

implantados, não foram muito citados.

Metas Globais: Realizar em 2016 a primeira pesquisa global com empregados, para

entender seu nível de conhecimento do tema sustentabilidade. Promover o engajamento de

13 Método de Avaliação Ambiental da instituição inglesa Building Research Establishment (BRE), com critérios

relacionados à energia, água, ambiente interno (saúde e bem-estar), poluição, transporte, materiais, resíduos,

ecologia e processos de gestão.

Page 56: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

56

funcionários de todas as regiões para apoiar a estratégia global de sustentabilidade. Inspirar os

clientes, por meio de campanhas e parcerias, a agirem de forma mais sustentável.

Projetos Sociais:

Quadro Atual Global: Atuação forte em projetos sociais, principalmente por meio da

C&A Foundation, como a campanha Mães fazem a diferença (Mothers make the difference) -

que arrecada recursos para mães e crianças em situação de vulnerabilidade - e a campanha

Mulheres que inspiram (Inspiring Women). Realiza trabalhos com as comunidades no entorno

das áreas produtivas de algodão.

Destaques no Brasil: A C&A foi a primeira empresa do setor de varejo de moda a aderir

ao Programa na mão certa, criado pela Childhood Brasil para combate à exploração sexual de

crianças e adolescentes nas estradas brasileiras.

Instituto C&A – atuação na área de educação de qualidade para crianças e adolescentes

(até 2018) e incentivo ao voluntariado. Após o alinhamento com os objetivos da C&A

Foundation, o instituto passou a focar o trabalho em quatro áreas: algodão sustentável, trabalho

forçado, condições de trabalho e fortalecimento de comunidades.

Números Globais (2015): A campanha Mulheres que inspiram arrecadou mais de 1

milhão de euros para 53 instituições e organizações sociais, para ajuda de mais de 7.000

mulheres em todo o mundo. Mais de 23.000 funcionários participaram da campanha.

Números Instituto C&A (2013-2013): Em 2012 e 2013, o Instituto C&A investiu,

respectivamente, R$ 17,3 milhões e R$ 16,2 milhões em diferentes projetos voltados à formação

de leitores, à educação infantil, ao fortalecimento de organizações sociais e ao fomento do

voluntariado, entre outras ações.

Inovações / Destaques:

Programa de Segurança Mecânica, voltado para os produtos infantis, com o objetivo de

prevenir acidentes causados por objetos como correntes, fitas ou cordões de puxar, enfeites e

acessórios, botões, etiquetas, pedrarias, velcro, zíper e demais fechos presentes nas peças

infantis.

Membro fundador da Organic Cotton Accelerator, programa que visa fortalecer o setor

de algodão orgânico, por meio do treinamento dos produtores, disponibilização de melhores

Page 57: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

57

sementes, aperfeiçoamento do business case, disseminação de boas práticas e melhoria na

integridade e transparência do mercado.

Pontos Conflitantes / Negativos:

Apesar de se apresentar como uma marca democrática, recebe muitas reclamações em

suas redes sociais sobre o tamanho de suas roupas que, na percepção das clientes, são feitas

apenas para pessoas magras. Além disso, são constantes também as reclamações sobre

cobranças indevidas dos produtos financeiros e ofertas insistentes nas lojas do cartão C&A.

Outro ponto importante é o alto valor de turn over, principalmente em lojas, indicando

uma falha no processo de gestão nas lojas.

Page 58: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

58

4.3 Quadro Comparativo das ações de sustentabilidade

Tabela 2: Quadro Comparativo das ações de sustentabilidade

Fonte: Elaboração dos autores

Nenhum trabalho realizado Em andamento, mas mais trabalho necessário Bom andamento / Avançado

Matérias

primas

conscientes

Certificação de

Fornecedor

Atenção ao

Manejo

Químico

Gestão

Hídrica

Gestão de

Resíduos

Sólidos

Gestão

Energética/

Gases de

Efeito Estufa

Gestão de

RH

consciente

Lojas

Ecoeficientes

Reciclagem/

Reuso de

materiais ou

vestuário

Engajamento

com os

stakeholders

Projetos

SociaisInovações / Destaques

Segurança Mecânica

Organic Cotton

Accelerator

Acessibilidade no portal

Conceito "fast fashion "

Projeto Closing the loop

"Close the Loop "

Water<Less TM

Waste<Less TM

Wellthread TM

Confiabilidade e

Durablidade

In

tern

aci

on

ais

EMPRESA

Na

cio

na

is

Nacionais

Page 59: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

59

5. ESTÁGIOS PREDOMINANTES

Com base nas ações promovidas com relação à sustentabilidade e descritas

anteriormente, a atuação da C&A foi classificada da seguinte maneira:

Figura 7: Estágios Predominantes

Fonte: Elaboração dos autores

6. RECOMENDAÇÕES

A partir do levantamento das iniciativas publicadas pelas empresas, mapeadas no

capítulo anterior, de toda trajetória C&A no quesito da sustentabilidade e do seu

posicionamento de marca, o grupo levantou as seguintes possibilidades de ações a serem

trabalhadas pela empresa, tanto com o público interno, quanto com o externo:

a. Trabalhar mais o engajamento do público interno, principalmente do escritório

central: nota-se um trabalho muito consistente do Instituto C&A ao longo de seus

anos de existência com os associados de loja, sendo inclusive, este um de seus fatores

de sucesso. Porém, quando analisamos a questão através de conhecimentos de

funcionários e ex-funcionários da C&A, nota-se que este engajamento é muito baixo

no escritório matriz. Sugere-se então, um calendário de ações de divulgação interna,

não apenas utilizando os canais internos de comunicação, mas realizando eventos e

propostas de melhorias nos processos para mudança de hábito dos colaboradores,

gerando maior conscientização para o tema;

Page 60: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

60

b. Maior divulgação das iniciativas da marca no assunto junto ao consumidor final: a

partir de pesquisas realizadas com o cliente C&A, levantou-se a necessidade de uma

divulgação baseada no storytelling, com explicações sobre a origem e toda a cadeia

daquele produto. O assunto sustentabilidade ainda não é algo tangível e tão presente

na vida desta consumidora e a marca precisa trabalhar na “educação” de seu cliente,

explicando de forma didática o processo e os impactos da cadeia, para gerar uma

maior empatia com seu consumidor. Sugere-se também que esta linguagem venha

adaptada à forma da marca de se comunicar com seu cliente, para que ela reconheça

de fato a C&A nessas ações;

c. Implantar estratégias para eficiência energética e hídrica em toda a cadeia de

produção: esta iniciativa começou a ser implementada em algumas lojas do país,

principalmente através da troca das lâmpadas. A sugestão é que seu escopo seja

ampliado para os demais processos da cadeia, considerando o viés econômico,

priorizando as ações que ajudarão a reduzir primeiramente o custo operacional das

lojas. Uma vez adotada a cultura de eficiência, a área pode negociar internamente

que parte do “saving” gerado seja reinvestido em outras ações que necessitem

eventualmente de investimento inicial da empresa;

d. Liderar dentro do setor políticas públicas de coleta seletiva e reciclagem: a C&A tem

liderado e provocado algumas discussões dentro da ABVTEX (Associação

Brasileira de Varejo Têxtil) sobre o assunto, mas ainda enfrenta resistências para que

sejam de fato implementadas ações em conjunto pelo setor. A marca já realiza a

destinação correta de todo material utilizado nas campanhas em lojas, caixas, cabides

e uniformes usados de associados;

e. Ampliar a quantidade de lojas no conceito ecoeficiente: apenas uma loja foi

implantada neste modelo, em Porto Alegre, e a sugestão é que seja feito um estudo

de viabilidade para que seu modelo seja replicado em escala;

f. Aprofundar estudos para criação da economia circular: seguindo as iniciativas de

algumas marcas internacionais, a C&A Foundation também vem fazendo

investimentos em estudos sobre a estrutura dos tecidos, para que eles sejam de fato

recicláveis ao final de sua vida útil. A sugestão seria buscar iniciativas na área

acadêmica ou até mesmo startups que possuam projetos nesta linha e que a empresa

possa ser um anjo investidor, por exemplo;

g. Buscar soluções para a coleta/reciclagem de roupas usadas nas lojas: A coleta de

roupas em lojas, seguindo o modelo implementado na Europa pela marca H&M,

também está sendo estudada, porém existe uma grande dificuldade em acertar a

logística e encontrar empresas por todo o país que possam dar o destino correto ao

produto recolhido. Aqui a C&A poderia interagir com a sociedade fomentando um

concurso para que sejam apresentados projetos para esta problemática, sejam nas

Page 61: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

61

escolas públicas, ONGs ou demais tipos de associações, com alguma contrapartida

ao vencedor no final.

Além das ações listadas acima, baseadas no que já é realizado pela marca ou pelos

benchmarks, o grupo também sugere que sejam analisadas as novas tendências de

comportamento do consumidor, já que algumas iniciativas, ainda que de nicho, podem se

transformar em boas oportunidades para o posicionamento no assunto. Algumas sugestões são:

a. Brechós: como a marca possui um posicionamento de marca ousado e inovador,

poderia criar uma loja conceito brechó ou um espaço dentro de uma loja já existente,

em bairros com alta frequência de pessoas formadoras de opinião. A ideia é que seja

um espaço de troca e colaboração, não só de roupas, mas de ideias, informações e

opiniões. Já existem vários grupos se organizando neste tema e a marca poderia

servir como uma embaixadora;

b. Elementos naturais e brasileiros: a ideia seria trabalhar coleções baseadas em

características e elementos regionais do país, valorizando a diversidade não apenas

natural, mas também cultural do Brasil. Além disso, poderiam estimular que novos

talentos (estilistas) nacionais tivessem a oportunidade de mostrar seu trabalho e que

as comunidades locais fossem desenvolvidas adequadamente, para poderem ser

inseridas na cadeia da moda de forma lucrativa. O resgate, a documentação e

valorização da riqueza cultural do país seria um grande serviço à sociedade, alinhado

à oportunidade comercial que isso representa;

c. Moda sem gênero: o target estratégico da marca está totalmente voltado para as

mulheres e a sugestão é que se consiga abranger a diversidade de gêneros e que seja

uma moda de fato inclusiva e democrática. Para isso, teria que ter um grande

investimento na solução de problemas antigos estruturais básicos das peças que são

entregues hoje ao consumidor como, por exemplo, roupas com tamanhos que não

representam o corpo da mulher brasileira. A moda sem gênero não se trata apenas

de um filme comercial, mas da entrega disso nas lojas através dos produtos e serviços

de qualidade ao consumidor, seja ele qual for.

7. CONCLUSÕES

A análise detalhada realizada neste trabalho, listando as principais iniciativas e estágios

das maiores empresas, nacionais e internacionais, do varejo de vestuário e de outras empresas

do setor, nos leva a concluir que há muito trabalho a ser feito. Porém, outra leitura possível é

que as empresas estão situadas nas duas extremidades: as que estão fazendo muito, investindo

Page 62: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

62

em tecnologia, processos, criando diferenciais, e as demais que não estão fazendo nem o

considerado básico. Este contexto nos oferece uma ampla gama de oportunidades de produtos

e serviços para o setor.

Outro ponto importante a ser acompanhando são as referências e padrões que as

empresas em estágio avançado estão criando para o setor. É imperativo que as grandes empresas

da moda comecem a olhar isso com atenção, traçando estratégias que façam sentido para suas

marcas, de curto, médio e longo prazo. É primordial que haja cooperação entre as empresas,

com a troca de tecnologias, experiências e informação, a fim de que haja um progresso uniforme

nas questões de sustentabilidade do setor.

Além disso, o ideal seria que mais lideranças sobre o assunto surgissem, sendo inclusive,

um potencial de diferenciação competitivo de marca. Atualmente não existe um player que atue

no mercado brasileiro neste setor e que seja referência no assunto. A marca que souber se

posicionar da melhor forma, conectando aos seus atributos de marca, metas e cumprimento das

mesmas, terá grandes chances de agregar valor ao seu negócio.

E, por último, mas não menos importante, é necessária uma maior conscientização da

população, para que cada vez mais as pessoas entendam e se preocupem com a cadeia envolvida

a cada peça de roupa adquirida. Desta forma, a pressão de uma população mais consciente sob

governos e empresas privadas poderá catalisar os investimentos na sustentabilidade do setor.

Page 63: Analise das iniciativas em sustentabilidade das empresas do varejo de moda

63

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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16.

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<http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1095/noticias/a-roupa-rasgou-a-patagonia-

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Disponível em: <http://bancodetecido.com.br/sobre>. Acesso em: 14 ago. 16.

BARROCAL, A. A nova classe média existe?. Carta Capital, 05/09/2014. Disponível

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Breeam. Disponível em: <http://www.inovatechengenharia.com.br/breeam/>. Acesso:

em 16 out. 16.

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http://www.cottonsjourney.com/storyofcotton/page3.asp>. Acesso em: 14 ago. 16.

CUNHA, R. – A indústria da moda está fora de controle - Disponível em:

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CUNHA, R. H&M e Zara – As gigantes do fast fashion que mais investem em

sustentabilidade. Disponível em: <http://www.stylourbano.com.br/hm-e-zara-as-gigantes-do-

fast-fashion-que-mais-investem-em-sustentabilidade/>. Acesso em: 20 set. 16.

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EMMANUEL, A. The Ethics of fast fashion: H&M and Zara. Disponível em:

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