Analise de Caracteristicas e Seguranca Em Biometria

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  • CENTRO UNIVERSITRIO SENAC

    Adonai Martinho Moreira

    ANLISE DE CARACTERSTICAS E SEGURANA EM BIOMETRIA

    So Paulo

    2006

  • ADONAI MARTINHO MOREIRA

    ANLISE DE CARACTERSTICAS E SEGURANA EM BIOMETRIA

    Trabalho de concluso de curso apresentado ao Centro Universitrio Senac Lapa, como exigncia para obteno da Ps Graduao em Segurana de Redes e Sistemas.

    Orientador Prof. Marcelo Lau

    So Paulo

    2006

  • Moreira, Adonai Martinho

    Anlise de caractersticas e segurana em biometria /

    Adonai Martinho Moreira So Paulo, 2006.

    87 f.

    Trabalho de Concluso de Curso Centro Universitrio

    Senac Lapa. Ps Graduao em Segurana de Redes e

    Sistemas.

    Orientador: Prof. Marcelo Lau

    1. Segurana 2. Biometria I. Ttulo

  • Aluno: ADONAI MARTINHO MOREIRA

    Ttulo: ANLISE DE CARACTERSTICAS E SEGURANA EM

    BIOMETRIA

    Trabalho de concluso de curso apresentado ao Centro Universitrio Senac Lapa, como exigncia para obteno da Ps Graduao em Segurana de Redes e Sistemas.

    Orientador Prof. Marcelo Lau

    A banca examinadora dos Trabalhos de Concluso em

    sesso pblica realizada em __/__/_____, considerou o(a)

    candidato(a):

    1) Examinador(a)

    2) Examinador(a)

    3) Presidente

    So Paulo

    2006

  • Dedico este trabalho aos meus pais, por sua

    dedicao e apoio durante todos os

    momentos da minha vida.

  • AGRADECIMENTOS

    Ao Centro Universitrio Senac, agradeo a oportunidade que me foi dada de ser

    aluno do curso de Ps Graduao desta instituio.

    Ao Prof. Marcelo Lau, por suas orientaes que foram fundamentais para a

    consecuo deste trabalho.

  • Um homem no entra duas vezes no

    mesmo rio; da segunda vez no o

    mesmo homem nem o mesmo rio.

    (Herclito de feso)

  • RESUMO

    Este trabalho aborda os diversos tipos de sistemas biomtricos existentes,

    com um histrico dos primeiros relatos do uso da biometria, at os dias atuais,

    abordando o avano tecnolgico, principalmente atravs da informtica, e

    tambm inclui algumas aplicaes prticas da biometria e os aspectos de

    segurana relacionados a esses sistemas.

    So descritas caractersticas e comparaes dos tipos de sistemas

    biomtricos atuais, bem como uma avaliao com base na participao de

    mercado dos sistemas biomtricos. Alguns estudos de caso so apresentados,

    baseados em novas tecnologias emergentes de sistemas biomtricos de

    identificao.

    Palavras-chave: biometria, sistemas biomtricos, identificao, segurana.

  • ABSTRACT

    This work treats about the several types of identification biometrics systems

    available, focusing in their origin, with a time line report, concerning the known first

    description of the use of biometrics, and the present use of automation in

    biometrics systems, resultant from the technology advance, mainly through the

    data processing area, and also it includes some applications in the biometrics field

    and security aspects related to biometrics systems.

    A description of biometrics characteristics and a comparison between the

    different types of biometrics systems are presented, and also an evaluation related

    to market share of biometric systems is cited in this work. Some case studies are

    presented, based on emerging technologies of identification biometrics systems.

    Keywords: biometrics, biometrics systems, identification, security.

  • LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1: Diagrama de Frenologia.........................................................................18

    Figura 2: Tcnica de identificao antropomtrica de Bertillon (1893)..................19

    Figura 3: Impresso digital ...................................................................................20

    Figura 4: Impresso da geometria da mo e digitais em contrato de trabalho......20

    Figura 5: Olho humano ........................................................................................22

    Figura 6: Impresses digitais ................................................................................23

    Figura 7: Diagrama ilustrativo dos processos de registro e verificao ................38

    Figura 8: Caractersticas da impresso digital (minutiae) .....................................40

    Figura 9: Estrutura do olho....................................................................................42

    Figura 10: Estrutura da ris....................................................................................42

    Figura 11: Linhas demarcando a regio da ris .....................................................42

    Figura 12: Representao ilustrativa do IrisCode...............................................43

    Figura 13: Imagem capturada da retina ................................................................44

    Figura 14: Anlise grfica de amostra do reconhecimento da fala........................45

    Figura 15: Posicionamento da mo para reconhecimento ....................................46

    Figura 16: Imagem da silhueta da mo captura pela cmera ...............................46

    Figura 17: Posicionamento com espelho ..............................................................47

    Figura 18: Medidas das distncias........................................................................47

    Figura 19: Reconhecimento da face .....................................................................48

    Figura 20: Termograma facial ...............................................................................48

    Figura 21: Detalhamento das caractersticas de uma assinatura..........................49

    Figura 22: Representao grfica da taxa de Crossover ......................................56

    Figura 23: Fases de um sistema biomtrico genrico...........................................64

    Figura 24: Participao de mercado dos sistemas biomtricos por tecnologia (2006) ... 70

    Figura 25: Participao de mercado dos sistemas biomtricos por tecnologia (2003) ... 71

    Figura 26: PalmSecure.......................................................................................76

    Figura 27: Mapeamento dos vasos sanguneos na palma da mo.......................77

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Comparao entre os sistemas biomtricos .........................................52

    Tabela 2: Comparao de valores no teste de aquisio de padro ....................57

    Tabela 3: Resultados - Taxas de falsa aceitao Vs. falsa negao (FAR X FRR)........ 57

    Tabela 4: Comparao dos sistemas biomtricos.................................................62

    Tabela 5: Tabela comparativa dos sistemas biomtricos......................................62

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ...............................................................................................................12 1.1 Objetivo.......................................................................................................................13 1.2 Justificativa................................................................................................................13 1.3 Metodologia de pesquisa .......................................................................................13 1.4 Estrutura do trabalho ..............................................................................................14 2 DESENVOLVIMENTO ..................................................................................................16 2.1 Conceitos sobre biometria ....................................................................................16 2.2 Origens e Histria da Biometria ...........................................................................17 2.2.1 Primeiros registros da utilizao da biometria....................................................17

    2.2.2 Histrico da evoluo da biometria ......................................................................20

    2.2.3 A evoluo da biometria no Brasil ........................................................................29

    3 SEGURANA DA INFORMAO E OS SISTEMAS BIOMTRICOS ..............32 3.1 Tipos de autenticao.............................................................................................33 3.2 A biometria como forma de autenticao .........................................................34 3.2.1 Processo de identificao biomtrica ..................................................................34

    3.2.1.1 Aquisio e Registro ...........................................................................................35

    3.2.1.2 Armazenamento do registro padro .................................................................35

    3.2.1.3 Comparao e Correspondncia ......................................................................36

    3.2.1.4 Trilha de auditoria ................................................................................................37

    3.2.2 Diferena entre identificao e verificao .........................................................37

    3.3 Classificao dos sistemas biomtricos ...........................................................39 3.4 Metodologias dos sistemas biomtricos...........................................................39 3.4.1 Impresso digital .....................................................................................................39

    3.4.2 Reconhecimento de ris .........................................................................................41

    3.4.3 Reconhecimento da retina.....................................................................................43

    3.4.4 Reconhecimento da voz.........................................................................................44

    3.4.5 Reconhecimento da geometria da mo...............................................................46

    3.4.6 Reconhecimento da face .......................................................................................47

    3.4.7 Reconhecimento de assinatura ............................................................................48

    4 AVALIAO DOS SISTEMAS BIOMTRICOS......................................................50 4.1 Caractersticas comparativas dos sistemas biomtricos .............................50

  • 4.2 Modalidades de testes de sistemas biomtricos ............................................53 4.3 Mtricas de avaliao de desempenho ..............................................................54 4.4 Comparao de desempenho dos sistemas biomtricos.............................56 4.5 Anlise de vulnerabilidades dos sistemas biomtricos................................63 4.6 Fatores que podem interferir no desempenho dos sistemas biomtricos .......... 67 5 TECNOLOGIAS EMERGENTES DOS SISTEMAS BIOMTRICOS ...................70 5.1 Panorama mundial do mercado dos sistemas biomtricos .........................70 5.2 O futuro da tecnologia biomtrica.......................................................................72 5.3 Estudos de caso de aplicaes de sistemas biomtricos ............................76 5.3.1 Aplicao de sistema biomtrico de reconhecimento vascular .......................76

    5.3.2 Aplicaes futuras de sistemas biomtricos no Brasil: Salas de aula e eleies .... 78

    6 CONCLUSO ................................................................................................................80 6.1 Trabalhos futuros.....................................................................................................82 REFERNCIAS.................................................................................................................84

  • 12

    1 INTRODUO

    Atualmente, a constante preocupao em proteger os ativos das empresas, principalmente a informao, considerada por muitos especialistas da rea de TI

    como o ativo mais importante de uma corporao, tem fomentado uma crescente

    demanda por sistemas que possam controlar, de forma eficaz, o acesso s

    informaes importantes para a sobrevivncia das empresas, em um mundo cada

    vez mais globalizado e competitivo. As pesquisas avanam dia a dia, na busca de

    novas tecnologias, visando oferecer ao mercado no s equipamentos, mas

    tambm solues customizveis e adequadas s necessidades de uma

    corporao, visando garantir a segurana da informao.

    Entre as opes atualmente disponveis no mercado, os sistemas

    biomtricos de segurana tm sido adotados por um nmero crescente de

    corporaes, no somente na rea de TI, mas em vrios outros segmentos,

    independentemente do tamanho da empresa. Esses sistemas visam garantir

    principalmente a identificao de uma pessoa, mas muitas outras aplicaes

    surgem a cada dia, e muitas solues so projetadas utilizando biometria

    principalmente para autenticao de usurios, visando garantir integridade, a

    confidencialidade e a disponibilidade das informaes.

    Mas, apesar da caracterstica biomtrica de cada pessoa ser nica, uma

    soluo empregando determinado tipo de sistema biomtrico pode no ter o

    resultado esperado, seja por uma escolha errada da modalidade para o nvel de

    segurana pretendido, ou at mesmo pelo fato do sistema no apresentar um

    desempenho adequado, devido a limitaes do prprio equipamento, at mesmo

    decorrentes de limitaes da infra-estrutura envolvida, como redes ou banco de

    dados mal dimensionados para a aplicao e ambiente fsico inadequado. Por

    isso importante obter informaes sobre determinado sistema biomtrico,

    baseado em anlises comparativas de determinadas caractersticas, visando

    determinar qual a tecnologia adequada para determinado tipo de aplicao, seja

    esta aplicao para identificao visando o controle de acesso fsico a locais

    restritos, ou mesmo aplicaes de controle acesso lgico, com controle de

    autenticao de usurio.

  • 13

    1.1 Objetivo

    Os objetivos deste trabalho so:

    Apresentar as origens e analisar evoluo da biometria na histria, com apresentao de uma linha tempo, ao redor do mundo e no Brasil;

    Enquadrar os sistemas biomtricos de identificao no contexto da segurana da informao, atravs da classificao, descrio do processo

    de autenticao e metodologias de identificao atravs das caractersticas

    biomtricas empregadas nos diversos sistemas;

    Avaliar e comparar os sistemas biomtricos, com a apresentao de mtricas de desempenho e aspectos relacionados segurana da

    informao com o levantamento de vulnerabilidades e;

    Analisar o panorama atual dos sistemas biomtricos no mercado mundial e tambm no Brasil, citando as tecnologias emergentes dos sistemas

    biomtricos.

    1.2 Justificativa

    Este trabalho tem o propsito de identificar e analisar as metodologias de avaliao dos sistemas biomtricos, buscando identificar suas caractersticas e

    comportamento, tanto do ponto de vista operacional, quanto de segurana.

    Atravs do mapeamento de falhas e de vulnerabilidades, possvel identificar

    neste trabalho se determinado tipo de sistema biomtrico vivel para

    determinada aplicao, dependendo dos resultados de uma anlise comparativa.

    1.3 Metodologia de pesquisa

    Para alcanar os objetivos deste trabalho, foi utilizada como base de

    estudos e pesquisa uma extensa bibliografia, onde o assunto principal a

    biometria, para composio dos tpicos contidos neste trabalho. Como existe um

    vasto material sobre biometria disponvel na Internet, a qual foi a principal fonte

  • 14

    para obter informaes sobre este assunto, houve a preocupao em selecionar

    artigos e publicaes de fontes confiveis, tais como instituies ligadas

    pesquisa e desenvolvimento de sistemas biomtricos, bem como organismos que,

    apesar de no estar relacionados especificamente ao assunto biometria, mas

    fazem referncia biometria como forma de garantir ou preservar a segurana,

    seja a segurana das informaes ou controle de acesso fsico.

    1.4 Estrutura do trabalho

    Com a finalidade de consecuo dos objetivos deste trabalho, a estrutura foi organizada nos pargrafos a seguir.

    O captulo dois introduz os conceitos bsicos sobre biometria, bem como

    trata das suas origens, relacionando os primeiros registros que se tem

    conhecimento sobre uso da biometria desde a antiguidade, traando uma linha no

    tempo at os dias atuais, no mundo e tambm da evoluo da biometria no Brasil.

    No captulo trs so abordados conceitos relacionados segurana da

    informao, tais como confidencialidade, integridade e disponibilidade, bem como

    autenticao. Dentro deste contexto, feita uma descrio do processo de

    identificao e autenticao dos sistemas biomtricos, e tambm uma

    classificao desses sistemas, e so apresentados os tipos de sistemas

    biomtricos e as metodologias que estes sistemas empregam, para executar o

    processo de identificao e autenticao citado anteriormente.

    O captulo quatro apresenta uma avaliao dos sistemas biomtricos,

    atravs de um mtodo comparativo, onde determinadas caractersticas so

    avaliadas para cada tipo de sistema, permitindo desta forma que se possa

    qualificar cada sistema dentro de parmetros que podem auxiliar na escolha de

    determinado sistema, considerando o objetivo da aplicao. Um sistema

    biomtrico genrico apresentado, visando identificao de pontos de

    vulnerabilidades dentro do processo de identificao e autenticao.

  • 15

    No captulo cinco apresentado um panorama do mercado mundial de

    aplicaes de sistemas biomtricos, considerando os diversos tipos disponveis e

    sua participao no mercado. Tambm so abordadas as tecnologias emergentes

    dos sistemas biomtricos, com a apresentao de estudos de caso incluindo uma

    aplicao com uma das novas tecnologias, bem como futuras aplicaes que

    esto em fase de projeto para futura implantao.

    Na parte final do trabalho apresentada a concluso, bem como algumas

    indicaes de futuros trabalhos acadmicos que podero ser elaborados, de

    modo a complementar um tema to abrangente, como a biometria.

  • 16

    2 DESENVOLVIMENTO

    2.1 Conceitos sobre biometria

    O termo Biometria originrio do grego (bios= vida, metron= medida) e refere-se ao estudo dos sistemas e mtodos para identificao ou

    reconhecimento de indivduos ou seres humanos, atravs da verificao e registro

    de suas caractersticas fsicas ou comportamentos, que so nicos, ou seja, uma

    determinada caracterstica, como por exemplo, a impresso digital, que no se

    repete em dois ou mais indivduos.

    Alguns exemplos de caractersticas fsicas, que so utilizadas para

    identificao biomtrica so (The Biometric Consortium):

    Impresso digital;

    ris;

    Retina;

    Voz;

    Geometria da mo;

    Face e;

    Assinatura.

    medida que a tecnologia evolui, novas tcnicas para verificao, tais

    como reconhecimento de vasos sanguneos e DNA, so utilizados como

    elementos para identificao biomtrica.

    A Histria mantm registros da utilizao da biometria h milhares de anos,

    conforme ser descrito nos captulos seguintes deste trabalho.

  • 17

    2.2 Origens e Histria da Biometria

    2.2.1 Primeiros registros da utilizao da biometria

    Desde a antiguidade, o homem j utiliza a biometria como um meio para

    identificao. As primeiras formas que se tem notcia, sobre evidncia de uso da

    biometria, nos remete a aproximadamente 31.000 anos no passado (NSTC,

    2006), quando uma caverna foi encontrada com gravuras nas paredes, as quais

    se acredita tenham sido feitas por homens da pr-histria. E ao redor destas

    pinturas tambm foram encontradas impresses de mos, como se o autor ou

    autores daquelas pinturas quisesse assinar o que haviam feito. A histria tambm

    registra relatos do explorador e escritor espanhol Joo de Barros, sobre o uso de

    impresses digitais pelos mercadores chineses para o estabelecimento de

    negcios; os pais chineses tambm utilizavam impresses digitais e impresses

    dos ps para diferenciar os filhos um do outro (NSTC, 2006).

    Provavelmente a mais antiga e comum forma de identificao o

    reconhecimento da face (NSTC, 2006). H relatos que os antigos egpcios, na

    poca dos faras, j utilizavam as caractersticas fsicas (Ashbourn, 2000), tais

    como sinais particulares na face ou cicatrizes, para confirmar, por exemplo, se a

    pessoa que fosse retirar ou comercializar provises ou mantimentos em algum

    armazm ou depsito de mercadorias ao longo do rio Nilo, era na realidade o

    verdadeiro reclamante ou proprietrio da mercadoria armazenada, ou at mesmo

    para apontar algum registro negativo sobre esta pessoa, em relao sua

    honestidade (Ashbourn, 2000). Isto era realizado atravs de registros obtidos

    atravs da descrio fsica, que eram utilizados como uma referncia, para uma

    posterior comparao com as caractersticas fisionmicas da pessoa que se

    apresentasse como mercador ou retirar alguma mercadoria. Antigos reis da

    Babilnia tambm utilizavam impresses digitais como provas de autenticidade de

    determinadas gravuras e trabalhos em cermica (Ashbourn, 2000).

    A partir do sculo do XVIII, com o crescimento acelerado das cidades, e

    com o advento da revoluo industrial, surgiu a necessidade do emprego de um

    mtodo formal para a identificao. Os mercadores no mais permaneciam em

  • 18

    suas cidades para efetuar os seus negcios, e as populaes tambm se

    deslocam com freqncia de uma cidade para outra, em busca de novas

    oportunidades e melhores condies de sobrevivncia. Desta maneira, as

    autoridades no podiam mais contar somente com a sua experincia e

    conhecimento locais para identificar as pessoas, j que a populao de cada

    regio tinha sua prpria caracterstica (NSTC, 2006).

    No incio do sculo XIX, um mdico fisiologista alemo denominado Franz

    Joseph Gall (1758-1828) instituiu uma disciplina denominada frenologia (do grego:

    phrenos= mente e logos= estudo), atravs do estudo das formas variadas e

    caractersticas do crnio, onde havia a teoria de haver uma correlao entre cada

    tipo de formato de crnio e o tipo de disfuno mental ou tendncias de

    comportamento (Ashbourn, 2000).

    Figura 1: Diagrama de Frenologia1

    Essa teoria acabou desacreditada com o tempo, por falta de um

    embasamento cientfico que a comprovasse na prtica. Ainda assim, continuou o

    interesse em utilizar as caractersticas fsicas do indivduo como forma de

    identificao ou classificao.

    No sculo XIX surgiu uma nova cincia denominada antropometria (do

    grego antropos = homem; metron = medida). Essa cincia trata das medidas

    1 Fonte: Phrenology: the History of Brain Localization. Disponvel em http://www.cerebromente.org.br/n01/frenolog/frenologia.htm

  • 19

    fsicas do ser humano, tais como altura, peso, dentre outras, com o objetivo de

    classificao dos indivduos conforme essas medidas.

    Foi o francs Alphonse Bertillon (1853-1914), no perodo em que trabalhou

    no servio de identificao no quartel-general da polcia de Paris na Frana, por

    volta de 1880, aprimorou a tcnica, que ficou conhecida com antropometria

    judiciria. Bertillon desenvolveu um sistema para identificar criminosos, atravs

    medidas de anatomia, e que se difundiu por toda a Frana. Essas caractersticas

    fisiolgicas humanas eram tambm associadas s tendncias criminosas do

    indivduo, e sempre que possvel essa associao era levada em considerao

    (Ashbourn, 2000).

    Figura 2: Tcnica de identificao antropomtrica de Bertillon (1893).2

    Em 1823, um cientista tcheco denominado Jan Evangelista Purkinje (1787-

    1869), durante suas pesquisas e observao das glndulas sudorparas nas

    depresses entre as ranhuras da superfcie da pele dos dedos, chegou

    concluso que, as formas daquelas ranhuras e sulcos possuam padres

    aparentemente nicos, entre os diferentes indivduos. A partir da, o conceito de

    2 Fonte: Biography Alphonse Bertillon. Disponvel em: http://www.medienkunstnetz.de/artist/alphonse-bertillon/biography/

  • 20

    que a impresso digital ser uma caracterstica nica nos indivduos tornou

    amplamente aceita pela comunidade cientfica (Ashbourn, 2000).

    Figura 3: Impresso digital 3

    2.2.2 Histrico da evoluo da biometria

    Conforme estudo realizado pelo NSTC National Science and Technology

    Council Subcommittee on Biometrics rgo do governo dos Estados Unidos,

    alguns dos fatos relevantes sobre a evoluo da biometria e dos sistemas

    biomtricos a partir do sculo XIX pode ser analisada, conforme linha do tempo a

    seguir:

    1858 Registro da primeira captura de imagem da geometria da mo. A primeira captura ou gravao (impresso) da geometria da mo e

    digitais que se tem registro foi efetuada por Sir William Herschel,

    trabalhando pelo Servio Civil na ndia, no verso do contrato de

    trabalho de cada operrio nativo, para distingu-los uns dos outros,

    de forma a garantir a identidade verdadeira de cada um, no

    momento de pagamento de salrios.

    Figura 4: Impresso da geometria da mo e digitais em contrato de trabalho.4

    3 Fonte: Handbook of Fingerprint Recognition. Disponvel em http://bias.csr.unibo.it/maltoni/handbook/ 4 Fonte: The History of Fingerprints. Disponvel em http://www.onin.com/fp/fphistory.html

  • 21

    1870 - Bertillon desenvolve a antropometria para uso na identificao O francs Alphonse Bertillon aprimora a tcnica da antropometria,

    atravs das medidas de partes do corpo humano, descrio fsica e

    fotografia. Bertillon percebeu que, criminosos reincidentes, quando

    eram detidos repetidas vezes, forneciam nomes diferentes; mas

    atravs da comparao das medidas anteriormente registradas, ele

    comprovaria a verdadeira identidade do indivduo.

    1892 Galton desenvolve um sistema de classificao de impresses digitais

    O ingls Francis Galton (18221911) apresenta um estudo

    minucioso sobre as impresses digitais, no qual ele apresenta um

    sistema que utilizava as impresses digitais dos dez dedos das

    mos. O minutiae, caractersticas peculiares de cada impresso

    digital, utilizada at os dias atuais.

    1896 Henry implementa o sistema de identificao pelas impresses digitais

    O ingls Edward Henry, que trabalhava como inspetor geral do

    Departamento de Polcia de Bengal, na ndia, tinha necessidade de

    implantar um mtodo de identificao dos indivduos e criminosos, e

    que viesse a substituir a antropometria. Ele, em consulta a Francis

    Galton sobre o sistema de classificao pelas impresses digitais,

    resolveu implement-lo para identificar os criminosos. Um dos

    subordinados de Henry, Azizul Haque, desenvolveu e aprimorou um

    mtodo de classificao e registro da informao (impresses

    digitais), trazendo rapidez e eficincia na procura desses registros,

    para a comparao, trazendo agilidade na identificao. Mais tarde,

    Henry estabeleceu o primeiro arquivo britnico de impresses

    digitais, em Londres. O Sistema de Classificao Henry, como ficou

    conhecido, foi o precursor dos sistemas de identificao e

    classificao utilizados por muitos anos pelo FBI (agncia federal de

    investigao dos Estados Unidos) e outros organismos de

  • 22

    investigaes criminais ao redor do mundo que utilizam o sistema de

    identificao pelas dez impresses digitais.

    1903 Penitencirias dos Estados Unidos comeam a utilizar impresses digitais para identificao

    As impresses digitais comeam a ser implantadas nas

    penitencirias americanas, para identificao dos criminosos.

    1936 Surge a proposta de um novo conceito para identificao: reconhecimento pela anlise da ris.

    Um oftalmologista denominado Frank Burch prope um novo

    conceito de uso de padres da ris como mtodo para identificar

    indivduos.

    Figura 5: Olho humano 5

    1960 O processo de reconhecimento da face torna-se semi-automtico Em atendimento a uma encomenda do governo dos Estados Unidos,

    Woodrow Wilson Bledsoe (1921-1995) desenvolveu um sistema

    semi-automtico para reconhecimento da face. O administrador

    deste sistema deveria localizar caractersticas tais como olhos,

    orelhas, nariz e boca, atravs de anlise de fotografias. Com esses

    dados eram determinados pontos e a distncia entre eles, e os

    registros eram armazenadas. Essas informaes eram conferidas

    posteriormente para comprovao de identidade.

    5 Fonte: Iris Recognition for Personal Identification. Disponvel em http://www.ces.clemson.edu/~stb/ece847/fall2004/projects/proj27.doc

  • 23

    1960 Criao do primeiro modelo de produo acstica da fala O professor sueco Gunnar Fant publica um estudo com um modelo

    que descreve os componentes fisiolgicos responsveis pela

    produo acstica da fala, baseado na anlise de raios X de

    indivduos no momento de produo de sons fonticos pr-definidos.

    Este trabalho foi muito til para entender os principais componentes

    biolgicos responsveis pela produo da fala, que se tornou

    indispensvel para o surgimento de sistemas biomtricos de

    reconhecimento da fala.

    1963 Laboratrios Hughes publica trabalho de pesquisa sobre automatizao no reconhecimento de impresso digitais

    Este trabalho abordou estudos sobre a quantidade de informao

    necessria, de minutiae da impresso digital, de modo a obter a

    correspondncia de duas impresses digitais, oriundas do mesmo

    dedo de um indivduo, atravs de um sistema automtico de

    reconhecimento - AFIS6 (Pankanti; Prabhakar; Jain, 2002).

    Figura 6: Impresses digitais7

    (a) - Impresses digitais oriundas do mesmo dedo.

    (b) - Impresses digitais oriundas de dedos diferentes.

    6 AFIS Automatic Fingerprint Identification System 7 Fonte: On the Individuality of Fingerprints. Disponvel em: http://biometrics.cse.msu.edu/Publications/Fingerprint/PankantiPrabhakarJain_FpIndividuality_CVPR01.pdf

  • 24

    Na Figura 6(a), o sistema automtico de reconhecimento de digitais

    identifica e faz a correspondncia entre duas impresses tiradas do

    mesmo dedo. Na primeira impresso (esquerda) foram identificados

    39 minutiae, e na segunda (direita), so identificados 42 minutiae.

    Foram encontradas 36 correspondncias. Na Figura 6(b), so

    reconhecidas duas impresses digitais de dedos diferentes; na

    primeira (esquerda), foram identificados 64 minutiae, e na segunda

    (direita) foram identificados 65 durante o processo de

    reconhecimento. Detectadas 25 falsas correspondncias.

    1965 Inicia-se a pesquisa sobre o reconhecimento automtico de assinaturas

    A Aeronutica dos Estados Unidos desenvolve o primeiro sistema

    de reconhecimento automtico de assinatura.

    1969 FBI inicia processo de automatizao do reconhecimento de impresses digitais

    O FBI, Agncia Federal de Investigao dos Estados Unidos inicia o

    processo de automatizao do seu sistema de reconhecimento, j

    que o sistema utilizado pelo organismo estava demandando muitas

    horas de trabalho e nmero cada vez maior de pessoas para que o

    trabalho de identificao pudesse ser realizado. Para isto, o FBI

    contrata o NIST National Institute and Standards Technology

    (rgo do governo dos Estados Unidos) para estudar o ento

    processo de identificao atravs das impresses digitais utilizado,

    visando a automatizao. Nesta fase, o NIST se deparou com dois

    desafios: o primeiro era efetuar a varredura de cartes com

    impresses digitais e identificar o minutiae (caractersticas da

    impresso) e o segundo, comparar e fazer a correspondncia com

    os registros pr-gravados anteriormente.

    1970 Avanam as pesquisas para o processo de automatizao do sistema reconhecimento da face

    O Dr. Joseph Perkell aperfeioa o modelo de produo acstica da

    fala, que foi desenvolvido em 1960. Nesta nova abordagem, obtida

  • 25

    uma melhor compreenso das caractersticas de comportamento e

    componentes biolgicos da fala.

    1970 Surge o primeiro modelo comportamental dos componentes da fala O modelo original de produo acstica da fala desenvolvido em

    1960 foi aperfeioado sob a liderana do Dr. Joseph Perkell, que

    utilizou raios X mveis, e incluiu a lngua e a mandbula na anlise.

    Este novo modelo proporcionou um melhor entendimento sobre o

    comportamento complexo e a biologia dos componentes da fala.

    1974 O primeiro sistema comercial de reconhecimento da geometria das mos disponibilizado

    Dentre as aplicaes para este novo sistema, pode-se citar controle

    de acesso fsico e identificao pessoal.

    1975 FBI institui fundo para o desenvolvimento de sensores e tecnologia para extrao de impresses digitais

    Atravs do investimento em tecnologia, o primeiro prottipo de um

    scanner de impresses digitais (minutiae) produzido, utilizando

    tcnica capacitiva para efetuar a captura. Neste estgio, somente as

    caractersticas das digitais eram armazenadas, devido ao alto custo

    dos equipamentos de armazenamento (memria). Nas dcadas

    seguintes, o NIST focou o desenvolvimento de equipamentos para

    digitalizao de impresses digitais, compresso de imagem e

    comparao. Este esforo conduziu ao desenvolvimento do primeiro

    algoritmo de comparao (matching) utilizado pelo FBI, o M40.

    Outros avanos no desenvolvimento desta tecnologia se sucederam.

    1976 Desenvolvimento do primeiro prottipo para o reconhecimento da voz

    A empresa americana Texas Instruments desenvolve o primeiro

    prottipo de um sistema para o reconhecimento de voz, que foi

  • 26

    testado pela Fora Area dos Estados Unidos e pela MITRE

    Corporation8.

    1977 Patente de sistema de captura de assinatura dinmica obtida A empresa Veripen Incorporate9 adquire a patente do sistema de

    captura dinmica de assinaturas. Tal sistema capaz de obter

    digitalmente as caractersticas dinmicas da assinatura de um

    indivduo.

    1980 NIST estabelece grupo de pesquisas da fala O NIST estabelece um grupo de pesquisas da fala, com o objetivo

    de promover o estudo e o uso das tcnicas de processamento da

    voz.

    1985 Patente para identificao atravs do reconhecimento da geometria da mo obtida

    David Sidlauskas desenvolve e adquire a patente do conceito de

    reconhecimento da geometria da mo.

    1986 Publicado o primeiro padro de intercmbio de dados de minutiae de impresses digitais

    O NBS (National Bureau of Standards), rgo do governo dos

    Estados Unidos, mais tarde denominado NIST, em colaborao com

    o ANSI (American National Standards Institute), publicam um padro

    para troca de informaes de impresses digitais (ANSI/NBS-ICST

    1-1986), e o primeiro utilizado pelas agncias de investigaes

    criminais por todo o mundo.

    8 MITRE Corporation Empresa sediada nos Estados Unidos, sem fins lucrativos, gestora de rgos de pesquisa do governo Americano, e cuja principal finalidade explorar novas tecnologias, para o interesse pblico. 9 Veripen Incorporate empresa sediada em Nova Iorque, Estados Unidos desenvolveu uma caneta para ler e verificar assinaturas.

  • 27

    1986 Patente reconhecendo o uso da ris para identificao obtida Dois oftalmologistas, o Dr. Leonard Flom e o Dr. Aran Safir,

    adquirem a patente do conceito desenvolvido por eles sobre a

    utilizao da ris para reconhecimento e identificao.

    1988 Primeiro sistema semi-automtico para reconhecimento da face lanado

    Um departamento da polcia de Los Angeles (Estados Unidos da

    Amrica) inicia o uso de imagens de vdeo de pessoas suspeitas

    para formar uma base de dados, para reconhecimento e busca de

    criminosos.

    1988 Desenvolvida uma tcnica denominada Eigenface para reconhecimento da face

    Os pesquisadores Kirby e Sirovich utilizam uma tcnica de lgebra

    linear padro, o princpio de anlise de componentes, para

    resoluo de um problema de reconhecimento de face.

    1991 Tcnica para reconhecimento da face em tempo real torna-se uma realidade

    Dois pesquisadores, Turk e Pentland descobriram que utilizando a

    tcnica Eigenface, o erro residual poderia ser utilizado para detectar

    e reconhecer faces em imagens, tornando possvel o

    reconhecimento de faces em tempo real.

    1992 The Biometric Consortium10 estabelecido no governo dos Estados Unidos

    1993 Iniciado o desenvolvimento de um prottipo de sistema de reconhecimento de ris

    10 The Biometric Consortium. Disponvel em http:// www.biometrics.org

  • 28

    1994 Patente do primeiro algoritmo para reconhecimento da ris obtida O Dr. John Daugman adquire a patente pelo seu algoritmo para

    reconhecimento de ris.

    1997 Publicado primeiro padro comercial para interoperabilidade biomtrica

    O HA-API, considerado o primeiro padro comercial genrico de

    interoperabilidade, e teve como escopo a facilidade de integrao,

    independente do fabricante.

    1999 Lanado estudo para compatibilidade de mquinas de leitura de documentos e biometria

    2000 Divulgada primeira pesquisa sobre padro de reconhecimento vascular

    Esta pesquisa11 aborda a tecnologia empregada no primeiro sistema

    comercial para reconhecimento vascular que foi disponibilizado em

    2000.

    2002 Estabelecido o Comit para padres biomtricos ISO/IEC

    2003 Estabelecido o Frum Europeu de Biometria

    2004 Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoD) implementa o ABIS (Automated Biometric Identification System), sistema responsvel

    para auxiliar o governo americano na identificao de provveis ameaas.

    Trata-se de um sistema para captura de vrias caractersticas biomtricas,

    tais como impresses digitais, voz, ris.

    11 Fonte: Biometric Identification System by Extracting Hand Vein Patterns. Disponvel em http://icpr.snu.ac.kr/resource/wop.pdf/J01/2001/038/R03/J012001038R030268.pdf

  • 29

    2.2.3 A evoluo da biometria no Brasil

    A implantao da Biometria no Brasil ocorreu no incio do sculo XX,

    quando o governo brasileiro adota o sistema de impresses digitais para

    identificao, nas carteiras de identidade.

    Essa deciso foi tomada graas ao trabalho liderado pelo Dr. Flix

    Pacheco, no Rio de Janeiro, que era a capital da Repblica na poca (Wikipedia).

    O Dr. Felix foi amigo do Dr. Juan Vucetich, um policial argentino que inventou um

    dos mais completos sistemas de classificao das dez impresses digitais

    existente, a datiloscopia (do grego: daktylos = dedos; skopein = examinar),

    sistema este que foi adotado no s no Brasil, mas em vrios pases da Amrica

    do Sul. O Dr. Juan Vucetich foi o primeiro a obter os datilogramas, como so as

    impresses digitais adquiridas com uso de tinta, e publicou em 1888 um

    comparativo datiloscpico, um tratado sobre o assunto (Ashbourn, 2000).

    De acordo com um texto elaborado pelo Prof. Jos Bombonatti (Histria da

    Datiloscopia12), segue uma linha do tempo que relata a evoluo da biometria no

    Brasil:

    1902 O Dr. Flix Pacheco inicia no Rio de Janeiro o trabalho de coleta de

    impresses digitais. A lei 947 cria a identificao datiloscpica.

    Em So Paulo, criado o Gabinete de Identificao Antropomtrica,

    tambm utilizando fotografias.

    1903 Regulamenta, no Rio de Janeiro, a lei 947, que instituiu o sistema

    datiloscpico Vucetich.

    1904 Expedida a primeira carteira de identidade, na poca denominada

    Ficha Passaporte ou Carto de Identidade, ainda utilizando

    descries antropomtricas e tambm datiloscopia.

    12 Histria da Datiloscopia. Disponvel em http://www.coletoresimpress.com.br/por_que_print.html

  • 30

    1907 Atravs de um Decreto, institudo o sistema datiloscpico Vucetich

    em So Paulo.

    1935 No Servio de Identificao de So Paulo, so criados o Arquivo

    Datiloscpico Datilar e o Laboratrio de Locais do Crime, sob a

    direo do Dr. Ricardo Gumbleton Daunt.

    1941 Atravs de um Decreto, o Instituto de Identificao da Polcia do

    Distrito Federal, Rio de Janeiro, passa a se denominar Instituto Flix

    Pacheco. Promulgado o Cdigo de Processo Penal, que institui a

    identificao dactiloscpica para indiciados em inquritos policiais.

    1963 Inaugurado em Braslia-DF, o Instituto Nacional de Identificao.

    1988 O Instituto de Identificao do Estado de So Paulo j conta com um

    acervo de 40 milhes de pronturios, com as impresses digitais

    arquivadas, e expede em mdia mais de 12 mil carteiras de

    identidade por dia.

    Em 2006, o governo brasileiro deu incio ao projeto de confeco de um

    novo modelo de passaporte. Este novo passaporte, em atendimento a normas

    internacionais, tem dezesseis novos itens de segurana. Em relao

    identificao do portador do novo documento, sero recolhidas caractersticas

    biomtricas, tais como impresso digital, fotografia digital e assinatura

    digitalizada. Esses dados ficaro armazenados no banco de dados da Polcia

    Federal do Brasil, e foto ser digitalizada e os dados inseridos em um cdigo de

    barras bidimensional na pgina de dados variveis do novo passaporte,

    possibilitando a leitura deste cdigo por equipamentos ou leitores especiais, em

  • 31

    locais de fiscalizao imigratria tanto no Brasil quanto no exterior (Departamento

    de Polcia Federal, 2006).

    Neste captulo foram apresentadas as origens e a evoluo da biometria e

    dos sistemas biomtricos, desde a antiguidade at os dias atuais, no mundo e no

    Brasil. Apesar de a biometria ser conhecida e empregada desde a antiguidade, foi

    a partir do sculo XX, graas evoluo da tecnologia e dos sistemas

    computadorizados, que os modernos sistemas biomtricos comeam a ser

    desenvolvidos e aplicados comercialmente. No captulo a seguir sero

    apresentados os tipos de sistemas biomtricos mais utilizados na atualidade, bem

    como aspectos sobre segurana da informao, e o processo de autenticao

    com a utilizao da biometria.

  • 32

    3 SEGURANA DA INFORMAO E OS SISTEMAS BIOMTRICOS

    Com a crescente utilizao de computadores em redes, e a popularizao do uso da Internet, alguns sistemas informatizados, baseados em

    arquiteturas ou topologias denominadas cliente-servidor, tais como e-commerce e

    Internet banking, tambm tiveram um grande crescimento nos ltimos anos. Da

    mesma forma, houve tambm o crescimento e proliferao de pragas virtuais, ou

    vrus de computadores, que exploram as vulnerabilidades de segurana dos

    sistemas computacionais, alm da atuao de hackers, que so usurios de

    computadores, especialistas em invadir e roubar informaes, ou danificar os

    sistemas, principalmente atravs da Internet, comprometendo a credibilidade no

    uso de tais aplicaes.

    Diante deste cenrio, surgiu a necessidade do desenvolvimento de

    mecanismos para garantir, no s a segurana das aplicaes e dos sistemas,

    mas tambm que o usurio possa efetuar suas tarefas ou transaes, sem que

    suas informaes pessoais sejam comprometidas, colocando em risco a

    credibilidade de uso.

    Os princpios de segurana se apiam nos itens citados a seguir:

    Confidencialidade Assegura que informao ser acessvel apenas por algum que

    tenha a prvia autorizao para faz-lo.

    Integridade Garante que a informao no ser alterada ou danificada, seja no

    momento de acesso, ou no processo de transmisso ou

    armazenamento desta informao.

    Disponibilidade Assegura que, aqueles que tenham autorizao para acessar as

    informaes e outros recursos, possam faz-lo no instante

    requerido. Garante que a informao estar acessvel a qualquer

  • 33

    momento que o usurio solicitar, desde que este tenha a devida

    autorizao para isto.

    Para assegurar que os principais aspectos da segurana citados acima

    sejam aplicados ou garantidos - de forma a proteger um dos principais ativos de

    uma organizao, que a informao, determinados controles devem ser

    implementados, como por exemplo, a autenticao, para diminuir os riscos de

    segurana e evitar que esses servios de segurana possam vir a ser violados e

    comprometer os negcios ou a privacidade dos dados. Dentre as possibilidades

    tecnolgicas atuais no mercado, os sistemas biomtricos so opes de

    autenticao viveis como pode ser visto no item seguinte deste trabalho.

    3.1 Tipos de autenticao

    Conforme definio de Ponnapalli (2004), autenticao o processo de

    verificao e confirmao da identidade de um usurio, para certificar que este

    realmente quem est afirmando ser, durante o procedimento de acesso a um

    sistema ou rea fsica. Dentre as formas de autenticao, podem ser citadas a

    combinao usurio e senha, o carto Smartcard e os sistemas biomtricos.

    No mbito da segurana dos sistemas de informao, existem trs tipos

    bsicos de autenticao de usurios (Cherry, 2003):

    O que o usurio possui nesta categoria incluem-se certificados digitais, SmartCards.

    O que o usurio conhece alguns exemplos desse tipo so: senhas, PIN (personal identification number).

    O que o usurio ou seja, uma caracterstica fsica ou biolgica, tambm denominada caracterstica biomtrica.

    Em uma anlise preliminar, dentre os trs tipos de autenticao, o que se

    apresenta ser o mais seguro a biometria. quase impossvel roubar ou forjar

  • 34

    uma caracterstica biomtrica, muito mais difcil do que roubar uma senha ou

    outra informao pessoal como o PIN. No h possibilidade de emprestar a

    caracterstica biomtrica de uma pessoa para a outra, e esta caracterstica no

    pode ser esquecida, j que o usurio a possui e faz parte do seu organismo

    (Cherry, 2003).

    3.2 A biometria como forma de autenticao

    Biomtrico um termo genrico que pode ser usado alternativamente para

    descrever, ou uma caracterstica, ou um processo (NSTC, 2006):

    Como uma caracterstica: uma caracterstica biolgica (anatomia ou fisiologia) e uma caracterstica comportamental que pode ser utilizada para

    reconhecimento. Como um processo: Mtodo automatizado de reconhecer um indivduo

    baseado em suas caractersticas biolgicas ou comportamentais.

    3.2.1 Processo de identificao biomtrica

    Independente do tipo de sistema biomtrico utilizado ou aplicado, o

    processo de identificao biomtrica o mesmo, com algumas diferenas na

    maneira de como as caractersticas biomtricas em cada tipo so coletadas;

    porm, o modelo terico se aplica a qualquer um deles (Cherry, 2003).

    O processo de identificao biomtrica basicamente composto de quatro

    passos bsicos (Cherry, 2003):

    Aquisio e Registro; Armazenamento do registro padro; Comparao e Correspondncia e; Trilha de auditoria.

  • 35

    3.2.1.1 Aquisio e Registro

    O primeiro passo ou primeira etapa aquisio do padro da caracterstica

    biomtrica escolhida para logo em seguinte efetuar o registro. O tipo de

    equipamento ou sistema biomtrico utilizado para a captura pode variar,

    dependendo da caracterstica utilizada para o sistema. Este equipamento poder

    ser um leitor ou sensor, utilizado para fazer a varredura de uma impresso digital,

    ou uma cmera utilizada para capturar uma imagem facial, ou caractersticas da

    ris ou retina do olho. Em qualquer evento, antes de utilizar o equipamento ou

    sistema pela primeira vez para a autenticao, deve-se efetuar o registro do

    padro da caracterstica biomtrica do usurio ou indivduo. Neste caso, o

    indivduo deve disponibilizar ou apresentar a sua caracterstica biomtrica para o

    registro (geralmente o processo de registro efetuado aps, no mnimo, trs

    capturas) para a obteno ou construo de um padro ou modelo. Esse

    processo geralmente denominado de extrao de biometria. Neste

    procedimento, certos pontos das caractersticas so extrados e convertidos

    digitalmente atravs de um algoritmo matemtico. Esses pontos ou atributos

    dependem do tipo de biometria escolhido. importante que a captura seja de boa

    qualidade, de modo que o padro tambm seja bem construdo, para que no

    haja dificuldades em autenticaes posteriores (Cherry, 2003).

    3.2.1.2 Armazenamento do registro padro

    Logo aps a extrao ou captura das caractersticas biomtricas do

    indivduo para efetuar o registro, o padro obtido deve ser armazenado, para

    posterior comparao no procedimento de autenticao deste usurio ou

    indivduo. Quanto ao armazenamento do padro obtido, h trs formas principais

    (Cherry, 2003):

    Armazenamento do padro no dispositivo de leitura biomtrica; Armazenamento do padro em uma base de dados remota e; Armazenamento em um dispositivo porttil (SmartCard).

  • 36

    A principal vantagem em armazenar o padro capturado no prprio

    dispositivo de leitura ou captura o tempo de resposta bem menor, no instante da autenticao, j que no necessrio esperar a resposta de outro sistema ou dos

    recursos de rede. Isto uma vantagem, pois grande parte dos dispositivos podem

    manipular o armazenamento e a recuperao de pequenas quantidades de

    padres armazenados. A dificuldade quando h um nmero muito elevado de

    usurios do sistema; neste caso recomendado o armazenamento das

    informaes de padres em uma base de dados centralizada. Na opo de

    armazenamento centralizado a desvantagem quando h alguma

    indisponibilidade na rede, impossibilitando o acesso base dados; por

    conseqncia, uma parada total do sistema biomtrico pode ocorrer (Cherry,

    2003).

    A opo de armazenamento dos padres num dispositivo SmartCard oferece a vantagem para o portador de manter consigo a informao do padro

    armazenado, com suas caractersticas biomtricas. Apesar desta tcnica

    apresentar vantagens para o usurio, o custo pode ser elevado, o que inviabiliza a

    implantao de um sistema com essas caractersticas. O ideal para as

    organizaes armazenar os padres em mltiplas bases de dados, mas

    tambm os custos podem ser elevados demais, exceto se a relao custo-

    benefcio justifique a adoo desta alternativa (Cherry, 2003).

    3.2.1.3 Comparao e Correspondncia

    Uma vez que o usurio registrado no sistema, com o seu padro

    armazenado, toda vez que o usurio efetuar a autenticao no sistema uma nova

    amostra de sua caracterstica biomtrica capturada atravs de um sensor ou

    leitor. Da mesma forma que realizada no momento de registro, a nova amostra

    capturada ser processada com uso de um algoritmo matemtico e um novo

    padro ou modelo obtido, da mesma origem que o padro que j est

    armazenado. Desta forma, o novo padro comparado com o padro

    armazenado. Caso haja a correspondncia dos requisitos exigidos, ou seja,

    havendo similaridade entre os pontos analisados em ambos padres, ento o

    usurio autenticado no sistema. Mas, se o novo padro no contiver pontos que

  • 37

    atendam aos requisitos exigidos para haver correspondncia, ento negado ao

    usurio o acesso ao sistema. O nmero de tentativas permitidas antes de haver

    uma correspondncia positiva pode variar, de acordo com o nvel de segurana

    que a corporao exigir para tal sistema (Cherry, 2003).

    3.2.1.4 Trilha de auditoria

    O ultimo passo do processo de identificao biomtrica o

    armazenamento das informaes referentes s transaes efetuadas nas

    autenticaes, tambm denominado trilha de auditoria. Estas informaes so

    muito valiosas, visto que o administrador poder visualizar as tentativas de

    acesso bem-sucedidas e as falhas na autenticao. Caso o nmero de falhas de

    autenticao esteja elevado, o administrador poder ajustar ou refinar o sistema,

    de modo a melhorar o seu desempenho, bem como identificar possveis tentativas

    de invaso ao sistema por usurios no autorizados. Da mesma forma que o

    armazenamento dos padres ou modelos durante o processo de registro, o

    armazenamento das informaes de auditoria pode ser efetuado em bases

    centralizadas ou mltiplas, dependendo da preferncia dos administradores ou

    capacidade do sistema (Cherry, 2003).

    3.2.2 Diferena entre identificao e verificao

    Quando se estuda os sistemas biomtricos, deve-se ter o entendimento

    entre duas funes: a identificao e a verificao. Na maioria dos sistemas

    biomtricos, a autenticao dos usurios efetuada pelo mtodo de verificao.

    No mtodo de verificao, durante o processo de registro e armazenamento do

    padro ou modelo da caracterstica biomtrica, geralmente solicitado ao usurio

    um nmero de identificao pessoal ou PIN (personal identification number), que

    servir para posterior referncia ou indexador utilizado pelo sistema, para

    recuperar da base de dados o padro correspondente a esse nmero (que

    novamente fornecido pelo usurio), no processo de autenticao, para a

    comparao com a amostra captura em tempo real. Atravs desta comparao

    com o padro recuperado da base de dados, o usurio ser autenticado ou no,

    dependendo do resultado, ou seja, a amostra poder corresponder ou no com o

  • 38

    padro ou modelo armazenado. Este processo geralmente denominado

    correspondncia de um-para-um (Cherry, 2003).

    Figura 7: Diagrama ilustrativo dos processos de registro e verificao13

    Em um sistema biomtrico que utiliza o processo de identificao, a

    amostra da caracterstica biomtrica, capturada no incio do processo de

    autenticao, comparada com os vrios padres ou modelos armazenados ou

    registrados na base de dados, at que a correspondncia com um dos padres

    seja encontrada, de modo a efetivar a autenticao do usurio no sistema. Este

    processo denominado correspondncia um-para-muitos (WOODWARD; WEBB;

    NEWTON; BRADLEY; RUBENSON; LARSON; LILLY; SMYTHE; HOUGHTON;

    PINCUS; SCHACHTER; STEIBERG, 2005).

    Nos prximos tpicos deste captulo sero apresentados alguns tipos de

    sistemas biomtricos e suas caractersticas relativas s suas metodologias.

    13 Fonte: Biometria. Disponvel em: http://www.vision.ime.usp.br/~mehran/ensino/biometria.pps

    Caractersticafsica de entrada

    captura processa dados

    comparacompara

    Caractersticafsica de entrada

    captura processa

    SIM

    NO

    amostra (live scan)

    modelo (template)REGISTRO

    VERIFICAO

    Caractersticafsica de entrada

    captura processa dados

    comparacompara

    Caractersticafsica de entrada

    captura processa

    SIMSIM

    NONO

    amostra (live scan)

    modelo (template)REGISTRO

    VERIFICAO

  • 39

    3.3 Classificao dos sistemas biomtricos

    Segundo um trabalho publicado por Cherry (2003), a biometria pode ser

    segregada em dois tipos principais:

    Fentipo ou comportamental Fentipo refere-se s caractersticas que desenvolvemos ou adquirimos com o passar do tempo, ou atravs de

    nossas experincias individuais ou pessoais, tais como voz, assinatura e

    modo de andar e;

    Gentipo (gentico) ou fsico Identificao atravs do gentipo aquela feita pelo exame das caractersticas genticas ou fsicas do indivduo.

    Nesta categoria incluem-se as impresses digitais, reconhecimento de

    face, reconhecimento de ris, dentre outros.

    A escolha de um sistema biomtrico que se enquadre em uma das

    categorias acima citadas depender da aplicao e do nvel de segurana

    necessrio para o que se deseja proteger ou restringir o acesso.

    3.4 Metodologias dos sistemas biomtricos

    A seguir so descritos os tipos de biometria empregados nos sistemas de

    identificao atuais.

    3.4.1 Impresso digital

    A impresso digital uma das caractersticas que a maioria das pessoas

    imediatamente associa com identificao, devido ao fato de ser um mtodo

    largamente empregado h muitos anos, principalmente pelos organismos policiais

    e de investigao por todo o mundo (Ashbourn, 2000).

  • 40

    Figura 8: Caractersticas da impresso digital (minutiae)14

    Existem alguns mtodos para identificar um indivduo ou usurio atravs de

    sua impresso digital. O mtodo mais comum atravs do registro e comparao

    das caractersticas da impresso digital (minutiae). Minutiae so pontos ou

    caractersticas que as ranhuras da impresso digital formam. Essas

    caractersticas podem ser consideradas nicas no indivduo; so consideradas

    tambm como pontos, devido leitura que um sensor efetua, atravs de um

    mapeamento com a aplicao de coordenadas, com orientao da direo (Libov,

    2001).

    Entre outros mtodos para identificao biomtrica atravs da verificao

    das impresses digitais, podem ser citados a contagem de ranhuras ou sulcos

    entre pontos, o processamento de imagem da impresso, e captura das

    caractersticas atravs de ondas sonoras sob a impresso (Libov, 2001).

    Para que a captura e verificao das impresses digitais seja efetuada de

    forma automatizada, so necessrios sensores especiais para esta finalidade.

    Dentre os tipos de hardware (equipamento) disponveis no mercado, esto

    disponveis sensores do tipo (NSTC, 2006):

    14 Fonte : Biometrics: Technology that gives Technology that gives you a password you cant share Disponvel em: http://www.sans.org/reading_room/whitepapers/authentication/99.php?portal=61abb43b09efb1d48203265f2c5f4fd9

  • 41

    tico; Capacitivo; Ultra-som e; Trmico.

    Os sensores mais comuns so os sensores ticos, que capturam a imagem

    da impresso digital. Os sensores capacitivos determinam o valor de cada pixel15

    com base na capacitncia medida, que s possvel de ser medida graas

    presena de reas com ar (entranhas ou vales), que possuem um valor menor de

    capacitncia em relao ao ponto mais alto (crista) das ranhuras, que

    efetivamente se mantm em contato com o sensor. J os sensores ultra-snicos

    utilizam sinais de alta freqncia e dispositivos que capturam as ondas sonoras

    refletidas na impresso digital. Os sensores trmicos medem a diferena de

    temperatura entre no instante que o dedo toca o sensor para efetuar a leitura, e

    atravs dessa diferena formada uma imagem digitalizada (NSTC, 2006).

    Mas para um sistema automatizado operar, apenas sensores no so

    suficientes; necessrio um software para efetuar a identificao. As duas

    principais categorias de software, para identificao biomtrica de impresses

    digitais, so: o que faz correspondncia atravs do minutiae, atravs da anlise

    dos pontos caractersticos, como j foi tratado anteriormente (o mais comum

    utilizado), e o que faz a funo de correspondncia atravs da comparao com

    duas imagens, para verificar a similaridade entre as duas (NSTC, 2006).

    3.4.2 Reconhecimento de ris

    O reconhecimento de ris um processo de identificao atravs da

    anlise de um padro da ris do olho humano (Figura 9). A ris um msculo do

    olho que tem a funo principal de regular o tamanho da pupila, controlando a

    quantidade de luz que penetra no interior do olho. A ris caracterizada pela

    colorao, cuja formao est relacionada gentica, e tambm pela estrutura de

    detalhes, que nica, ou seja, cada indivduo possui um padro de estrutura de 15 Pixel o menor elemento que compe uma imagem, quando esta exibida em um dispositivo, tal como um monitor de vdeo.

  • 42

    ris, formado durante o perodo de sua gestao (Figura 10). Desta forma, a ris

    uma caracterstica biomtrica que pode ser utilizada para identificar indivduos

    (NSTC, 2006).

    Figura 9: Estrutura do olho16

    Figura 10: Estrutura da ris17

    O processo de identificao atravs da anlise da ris realizado utilizando

    uma cmera digital, que captura a imagem da ris, cuja regio est limitada

    atravs de linhas demarcadoras (Figura 11), com uso de equipamentos

    especialmente projetados para esta finalidade. Essas demarcaes so

    importantes para o processo de localizao e isolamento da regio da ris, pois

    interferncias tais como movimento da plpebra ou da pupila podem causar

    distores, resultando na obteno de imagem de baixa qualidade (NSTC, 2006).

    Figura 11: Linhas demarcando a regio da ris18

    16 Fonte: NTSC Biometrics Documents. Disponvel em http://www.biometricscatalog.org/NSTCSubcommittee/BiometricsIntro.aspx 17 Idem nota 15 18 Idem nota 15

  • 43

    Uma vez obtida a imagem da regio da ris com uma cmera digital de alta

    resoluo, filtros so aplicados para mapeamento desta imagem em vetores, que

    contm informaes sobre posicionamento e orientao espacial das reas

    mapeadas da ris. Este mapeamento utilizado para formar a codificao da ris

    ou IrisCodes19 (Figura 12)

    Figura 12: Representao ilustrativa do IrisCode20

    Os padres da ris, que so obtidos por uma codificao denominada

    IrisCode, com tamanho de 256 a 512 bytes, so utilizados para comparao no

    momento da autenticao. Para efetuar o reconhecimento, dois cdigos so

    comparados. Neste instante, as diferenas entre os padres so verificadas,

    atravs de um teste estatstico. Se o resultado deste teste mostrar que menos de

    1/3 dos bytes for diferente, o teste de significncia estatstica falhar, o que

    indicar que os dois padres sero considerados da mesma ris. Nesta anlise, o

    conceito chave do reconhecimento de ris a falha no teste de independncia

    estatstica.

    3.4.3 Reconhecimento da retina

    O padro obtido atravs da formao dos vasos sanguneos que ficam

    abaixo da superfcie da retina no interior do olho estvel e nico, e, portanto,

    considerada uma caracterstica biomtrica possvel e precisa para ser explorada.

    O processo de identificao pela anlise da retina efetuado atravs da obteno

    da imagem digital do padro da retina, que adquirido com a projeo de feixe de

    luz visvel de baixa intensidade ou feixes infravermelhos dentro do olho, e

    19 Patente de propriedade da empresa Iridian Technologies, Inc. 20 Fonte: NTSC Biometrics Documents Disponvel em http://www.biometricscatalog.org/NSTCSubcommittee/BiometricsIntro.aspx

  • 44

    capturando a imagem oriunda desta projeo com equipamento tico apropriado.

    Para que isto seja efetuado, a pessoa precisa posicionar o olho em um

    equipamento leitor e fixar o olhar em um determinado ponto de referncia dentro

    do leitor (Jain; Hong; Pankanti, 2000).

    Figura 13: Imagem capturada da retina21

    O processo de reconhecimento de retina bastante similar ao processo de

    reconhecimento de ris. Ambos os processos envolvem a captura de uma imagem

    digital de alta resoluo atravs da utilizao de uma cmera digital. Para que

    este procedimento seja realizado com sucesso, h a necessidade do emprego de

    iluminao especial. Usualmente se utiliza diodos emissores de luz (LED22), que

    produzem feixes infravermelhos. Esta modalidade escolhida nestes processos,

    devido potncia maior da luz visvel causar danos ao olho humano, com o efeito

    trmico resultante da incidncia desse tipo de luz e causar danos nos elemento

    sensveis do olho, como a crnea e a retina (NSTC, 2006).

    3.4.4 Reconhecimento da voz

    Reconhecimento da voz ou fala o processo de reconhecimento

    biomtrico que verifica a voz do emissor para identific-lo. Este processo baseia-

    se tanto em caractersticas fsicas da estrutura das cordas vocais do indivduo,

    como nas caractersticas comportamentais do mesmo. A estrutura fsica consiste

    da passagem do ar atravs de membranas conhecidas como cordas vocais,

    atravs dos quais os sons so originados. Para produzir a fala, esses

    componentes trabalham em conjunto com os movimentos da mandbula e da

    lngua, bem como laringe e ressonncias das cavidades nasais. Os padres 21 Fonte: Biometric Identification. Disponvel em: 22 LED Light Emitting Diode

  • 45

    acsticos da fala so originados das articulaes deste sistema fsico. J os

    movimentos da boca e pronncias so caractersticas comportamentais deste tipo

    biomtrico (NSTC, 2006).

    Amostras da fala ou da voz so formas de onda, representados

    graficamente, com tempo no eixo horizontal do grfico, e a sonoridade ou

    intensidade representado pelo eixo vertical no mesmo grfico (Figura 14). O

    sistema de reconhecimento da voz ou fala analisa as freqncias da fala e

    compara certas caractersticas tais como qualidade, durao, sonoridade e nvel

    do sinal (NSTC, 2006).

    Figura 14: Anlise grfica de amostra do reconhecimento da fala.23

    Durante a fase de reconhecimento da fala, essas caractersticas

    (qualidade, durao, sonoridade e nvel do sinal) so extradas da amostra

    apresentada e comparada com o modelo ou padro previamente armazenado, do

    indivduo que neste momento est tentando se autenticar ou ser reconhecido

    como o reclamante ou possuidor deste padro armazenado, e tambm

    comparado com outros padres armazenados, de outros usurios. A

    correspondncia ser efetivada atravs de um coeficiente de probabilidade, que

    indica que a amostra apresentada tem as mesmas caractersticas da amostra

    armazenada (NSTC, 2006).

    23 Fonte: NTSC Biometrics Documents Disponvel em http://www.biometricscatalog.org/NSTCSubcommittee/BiometricsIntro.aspx

  • 46

    3.4.5 Reconhecimento da geometria da mo

    A geometria pode ser entendida como ma variedade de medidas da mo

    humana, tais como comprimento e largura dos dedos e formato da mo (Jain;

    Hong; Pankanti, 2000). O conceito utilizado no processo de reconhecimento da

    geometria da mo a medio e registro das medidas, tais como comprimento,

    largura, espessura e rea da superfcie da mo, atravs do posicionamento da

    palma da mo em um gabarito ou placa com pinos (Figura 15). Os pinos servem

    para guiar e garantir o posicionamento da mo no local correto para efetuar o

    reconhecimento (NSTC, 2006).

    Figura 15: Posicionamento da mo para reconhecimento24

    Os sistemas de reconhecimento da geometria da mo utilizam uma cmera

    para efetuar o reconhecimento, atravs da captura da imagem da silhueta da mo

    (Figura 16) (NSTC, 2006).

    Figura 16: Imagem da silhueta da mo captura pela cmera25

    Tipicamente um sistema deste tipo de reconhecimento biomtrico captura

    tanto a imagem por cima da palma da mo, como da imagem lateral, atravs de

    um espelho posicionado a um ngulo de 90 (Figura 17). Sobre a imagem da 24 Fonte: NTSC Biometrics Documents Disponvel em http://www.biometricscatalog.org/NSTCSubcommittee/BiometricsIntro.aspx 25 Idem nota 23

  • 47

    silhueta capturada, so analisados cerca de 31 mil pontos e aproximadamente 90

    medidas so obtidas. As faixas de medidas so tomadas do comprimento dos

    dedos, distncia entre as articulaes dos dedos (ns dos dedos), altura e

    espessura das mos e dos dedos (Figura 18). Estas informaes so

    armazenadas em 9 bytes de dados, que um nmero extremamente baixo,

    comparado com outros sistemas de reconhecimento biomtricos (NSTC, 2006).

    Figura 17: Posicionamento com espelho26 Figura 18: Medidas das distncias27

    3.4.6 Reconhecimento da face

    A maioria dos sistemas de reconhecimento da face se baseiam em

    caractersticas especficas da face e constroem um mapa bidimensional baseado

    nestas caractersticas. Novos sistemas j constroem mapas em trs dimenses. A

    captura das imagens da face efetuada por cmeras digitais, e atravs do

    processamento destas imagens padres ou modelos so gerados e armazenados

    para posterior comparao. Uma das tcnicas de reconhecimento facial,

    conhecida como anlise caracterstica local, analisa pontos ou partes especficas

    na face, que no mudam significativamente com o passar do tempo, tais como

    sees superiores dos olhos, reas ao redor dos ossos da bochechas, laterais da

    boca, e distncia entre os olhos. Um segundo mtodo, conhecido como

    Eigenface, analisa a face como um todo. Uma coleo de imagens da face

    utilizada para gerar uma imagem em escala de cinza bidimensional para gerar a

    imagem padro ou modelo (Global Security, 2006).

    26 Fonte: NTSC Biometrics Documents Disponvel em http://www.biometricscatalog.org/NSTCSubcommittee/BiometricsIntro.aspx 27 Idem nota 25

  • 48

    Figura 19: Reconhecimento da face28

    Uma outra tcnica de reconhecimento facial denominada termograma

    (Figura 20). O sistema vascular sob a superfcie da face humana forma uma

    caracterstica nica, quando atravs da circulao e da temperatura do corpo,

    emite calor atravs da superfcie do tecido da pele da face. Essas assinaturas

    faciais podem ser detectadas atravs de cmeras especiais que utilizam

    infravermelho, resultando uma imagem da face denominada termograma facial.

    Essa imagem considerada nica nos indivduos e no vulnervel a fraudes ou

    simulao (Jain; Hong; Pankanti, 2000).

    Figura 20: Termograma facial29

    3.4.7 Reconhecimento de assinatura

    Reconhecimento de assinatura ou assinatura dinmica a modalidade

    biomtrica que utiliza as caractersticas anatmicas e comportamentais que um

    indivduo apresenta, quando assina o seu nome ou uma outra frase qualquer, com

    o propsito de reconhecimento e identificao. Neste processo so capturados

    dados tais como direo da dinmica do traado, batidas, presso exercida, e

    forma da assinatura, para formar um padro de identificao. A maioria das

    28 Fonte: Biometric Identification. Disponvel em: 29 Idem nota 27

  • 49

    caractersticas observadas ou captadas neste processo so dinmicas, ao

    contrrio de estticas e geomtricas, embora em alguns casos estas tambm

    podem ser includas. Entre as caractersticas dinmicas, podem ser citadas

    velocidade, acelerao da assinatura, tempo gasto, presso exercida dentre

    outras (NSTC, 2006).

    Figura 21: Detalhamento das caractersticas de uma assinatura30

    Conforme foi apresentado, h diversas modalidades de sistemas

    biomtricos, que podem ser utilizados para autenticao de usurio ou do

    indivduo. Independente do sistema biomtrico, a tcnica ou processo de registro

    e identificao ou verificao a mesma, diferenciando-se apenas quanto

    caracterstica biomtrica avaliada, para a qual necessrio empregar tecnologias

    diferentes, para a captura desta caracterstica biomtrica para anlise ou registro.

    Pelo fato de cada sistema biomtrico utilizar tecnologias distintas para

    obteno das caractersticas biomtricas, eles possuem diferenas entre si,

    quando comparados, baseando-se em determinados parmetros ou

    requerimentos, levando em considerao alguns fatores como aceitao,

    segurana dentre outros. A comparao entre os diferentes sistemas biomtricos

    apresentada no captulo seguinte deste trabalho. 30 Fonte: NTSC Biometrics Documents. Disponvel em http://www.biometricscatalog.org/NSTCSubcommittee/BiometricsIntro.aspx

  • 50

    4 AVALIAO DOS SISTEMAS BIOMTRICOS

    Considerando os vrios tipos anteriormente apresentados de sistemas

    biomtricos, pode-se compar-los atravs de alguns requerimentos importantes,

    que devem ser levados em considerao quando se aplica um determinado

    sistema biomtrico.

    4.1 Caractersticas comparativas dos sistemas biomtricos

    Os sistemas biomtricos possuem semelhanas ou diferenas entre si,

    dependendo do grau considerado em cada caracterstica ou requerimento

    avaliado. Cada sistema pode apresentar o grau alto, mdio ou baixo, que

    descreve a robustez naquele requerimento avaliado, ou seja, o quanto a

    caracterstica de um sistema biomtrico mais ou menos aderente a determinado

    requerimento de avaliao.

    Universalidade

    Este parmetro refere-se posse de uma caracterstica por um

    indivduo. Todos os indivduos possuem caractersticas biomtricas;

    pode ocorrer de um indivduo ou indivduos no possuir determinada

    caracterstica, como por exemplo, a assinatura.

    Unicidade

    Requerimento tambm conhecido como singularidade, est relacionado

    com o fato de determinada caracterstica biomtrica ser nica no

    indivduo.

    Permanncia

    Requerimento relacionado invariabilidade, ou seja, a caracterstica

    biomtrica do indivduo no deve mudar ou alterar com o tempo. Este

  • 51

    requerimento depende da caracterstica biomtrica analisada. No caso

    da voz, por exemplo, natural que haja uma variao com o passar dos

    anos, devido alteraes dos aspectos fisiolgicos do indivduo.

    Coletividade

    As caractersticas biomtricas podem ser medidas quantitativamente.

    Cada caracterstica biomtrica possui parmetros passveis de ser

    medidos ou mensurados.

    Desempenho

    Neste requerimento se enquadram os fatores envolvidos para o que

    processo de verificao possa operar, tais como preciso de leitura,

    velocidade, estabilidade do sistema, assim fatores ambientais

    (iluminao, umidade) que possam influenciar no processo de leitura ou

    varredura para verificao da caracterstica biomtrica.

    Aceitabilidade

    Este requerimento est relacionado aceitao pelos indivduos do

    sistema biomtrico adotado. Por exemplo, o sistema que utiliza

    impresses digitais tem uma aceitao maior do que um sistema de

    reconhecimento de retina, j que o procedimento de aquisio desta

    ltima caracterstica biomtrica mais incmodo, causando desconforto

    para o usurio ou indivduo.

    Falsificao

    Este requerimento descreve o quanto um sistema biomtrico

    suscetvel ou vulnervel tentativas de fraude ou falsificao.

  • 52

    Ao se aplicar um sistema biomtrico, estes requerimentos devem ser

    observados, visando garantir uma preciso aceitvel no processo de

    reconhecimento biomtrico, bem como no causar danos integridade fsica dos

    usurios, e tambm, que o sistema seja robusto e seguro o suficiente, de forma a

    garantir que seja imune fraudes (Maltoni; Maio; Jain; Prabhakar, 2003).

    A Tabela 1 apresenta uma comparao entre os sistemas biomtricos mais

    utilizados no mercado, quanto sua avaliao a cada uma das caractersticas

    citadas.

    Sistema Biomtrico Universalidade Unicidade Permanncia Coletividade Desempenho Aceitabilidade Falsificao

    M A AFace-Termograma A A B A

    A B A BFace A B M

    M B A BVoz M B B

    A B A BAssinatura B B B

    A

    Retina A A M B A B A

    M M M

    ris A A A M A B

    M M M A

    Impresso Digital

    Geometria da mo

    CARACTERSTICAS X FORMAS DE AUTENTICAO

    M A A M A M A

    Legenda: A - Alta Robustez

    M - Mdia Robustez

    B - Baixa Robustez

    Tabela 1: Comparao entre os sistemas biomtricos31

    Analisando a Tabela 1, as formas de autenticao e reconhecimento

    atravs da impresso digital, da retina e da ris, so as que possuem melhor

    31 Fonte: Biometric Identification Disponvel em http://portal.acm.org/citation.cfm?id=328110&coll=portal&dl=ACM

  • 53

    desempenho em relao s demais. J os sistemas biomtricos de

    reconhecimento de assinatura, de voz e da face so as formas de autenticao de

    possuem melhor aceitao pelos usurios, porm estas trs ltimas formas so

    as que possuem mais vulnerabilidades que podem ser exploradas por

    falsificadores ou fraudadores.

    4.2 Modalidades de testes de sistemas biomtricos Uma das maneiras de se avaliar os sistemas biomtricos agrupar os

    testes por categorias. E uma das classificaes agrupa os testes em trs

    categorias distintas (Maltoni; Maio; Jain; Prabhakar, 2003):

    Avaliao tecnolgica

    Nesta categoria de avaliao so efetuados testes com os vrios

    algoritmos utilizados por uma nica forma de sistema biomtrico, por

    exemplo, impresso digital. O propsito avaliar se algoritmo tem

    compatibilidade com um determinado protocolo de entrada e sada,

    e no so levados em considerao o hardware envolvido no

    processo de captura dos padres (sensores), ou mesmo a aplicao

    (software) que fornecido com o equipamento.

    Avaliao do cenrio

    O principal objetivo dos testes de avaliao de cenrio avaliar um

    determinado sistema biomtrico na sua totalidade, atravs de

    simulaes com determinada aplicao, que engloba caractersticas

    de situaes reais. Nesta avaliao procura-se utilizar as mesmas

    caractersticas biomtricas de uma determinada populao, para

    cada sistema testado, de modo a atingir o objetivo do cenrio

    configurado.

  • 54

    Avaliao operacional

    Na avaliao operacional um sistema biomtrico testado

    completamente, com uma aplicao especfica, utilizando-se

    caractersticas biomtricas de um grupo tambm especfico de pessoas.

    O objetivo avaliar o desempenho do sistema em questo.

    Os resultados dos testes, na modalidade de avaliao tecnolgica,

    fornecem subsdios para setores de pesquisa e desenvolvimento trabalharem em

    busca do aperfeioamento dos sistemas biomtricos. J os resultados dos testes

    de avaliao de cenrio ajudam os usurios a selecionar entre os sistemas

    biomtricos avaliados qual a melhor alternativa para determinada aplicao. A

    avaliao operacional geralmente til apenas quando a aplicao real muito

    similar com a aplicao de teste (NSTC, 2006).

    4.3 Mtricas de avaliao de desempenho Para se avaliar o desempenho de um determinado sistema biomtrico,

    algumas mtricas so utilizadas. Basicamente so quatro as mtricas

    empregadas (Cherry, 2003):

    Taxa de falsa rejeio ou falsa negao (False Rejection Rate FRR)

    A taxa de falsa negao um percentual que indica o quanto um

    sistema nega o acesso a usurios ou indivduos que esto

    registrados no sistema (padres vlidos registrados). Esta taxa

    tambm como erro do Tipo I. A importncia desta mtrica para a

    corporao que utiliza um sistema biomtrico para identificao

    depender da finalidade da aplicao deste sistema. Por exemplo,

    um sistema para identificar pessoas no autorizadas, esta taxa no

    tem muita influncia; mas para um sistema de autenticao de

    usurios, o erro importante, pois pode causar insatisfao e

    transtornos (Cherry, 2003).

  • 55

    importante ressaltar a diferena entre falsa negao e a falha de

    aquisio do padro (Failure-to-Enroll Rate FER), onde nesta

    ltima mtrica, fatores como iluminao e condies degradadas

    dos sensores biomtricos de captura podem prejudicar a aquisio

    das caractersticas biomtricas para a formao de um modelo ou

    padro aceitvel para ser armazenado (Cherry, 2003).

    Taxa de falsa aceitao ou aprovao (False Acceptance Rate FAR)

    A taxa de falsa aceitao um percentual que indica o quanto um

    sistema biomtrico aprova ou autentica usurios que no esto

    registrados na base de dados de padres. Esta taxa tambm

    conhecida como erro Tipo II. Est mtrica a mais importante a ser

    considerada quando se planeja implementar um sistema de

    identificao biomtrico. Quanto mais alta a taxa de falsa aceitao,

    maior a possibilidade de um impostor ou invasor se autenticar em

    um sistema (Cherry, 2003).

    Taxa de Crossover (Crossover Error Rate CER)

    A taxa de Crossover, tambm conhecida com erro de ponto

    coincidente, se refere ao ponto onde as taxas de falsa negao e de

    falsa aceitao so iguais. Esta mtrica a mais comumente

    utilizada para avaliar e comparar o desempenho dos sistemas de

    identificao biomtricos. Apesar das taxas de negao de

    aceitao ser diferentes, ambas tm influncia uma sobre a outra.

    Ou seja, quando se ajusta ou altera a sensibilidade de um sistema

    biomtrico, para que o seu desempenho seja melhorado, qualquer

    variao de uma das taxas far com que a outra tambm se altere

    (Cherry, 2003).

  • 56

    Figura 22: Representao grfica da taxa de Crossover32

    Taxa de velocidade e produtividade

    Esta mtrica utilizada para calcular a velocidade de todo o

    processo que envolve a identificao por um sistema biomtrico.

    No se refere somente ao fluxo de dados do sistema, mais de todo o

    processo, desde a captura at o evento resultante da identificao

    ou verificao, seja a resposta positiva ou negativa (Cherry, 2003).

    4.4 Comparao de desempenho dos sistemas biomtricos Conforme a tecnologia empregada, os sistemas biomtricos apresentam sensibilidade s variaes ambientais. Alm disso, os sistemas tm uma

    tendncia a apresentar variaes quando um usurio submete sua caracterstica

    biomtrica para a captura pelos equipamentos leitores. Desta forma, para efetuar

    testes comparativos entre diversos tipos de sistemas biomtricos, h a

    necessidade de se seguir determinados protocolos, para que a avaliao seja

    realizada em condies iguais. E, de modo a efetuar essa avaliao de forma que

    seja o mais prximo possvel de situaes reais de operao, os usurios que so

    submetidos aos testes devem ser selecionados possuindo diferentes

    caractersticas, at mesmo incluindo representantes de todas as etnias (Bubeck;

    Sanchez, 2003).

    32 Fonte: A Practical Guide to Biometric Security Technology. Disponvel em: http://www.findbiometrics.com/Pages/lead3.html

  • 57

    Em 2000, o BWG (Biometrics Working Group) 33 realizou testes

    comparativos entre vrias modalidades de sistemas biomtricos, onde durante

    trs meses foram tomadas caractersticas biomtricas de mais de 200

    participantes, utilizadas com a finalidade de autenticao, em um ambiente

    normal de escritrio. Estes testes servem como referncia at os dias de hoje,

    para a comunidade dos fabricantes e usurios de sistemas biomtricos em vrios

    pases (Bubeck; Sanchez, 2003).

    A Tabela 2 apresenta uma comparao entre os sistemas biomtricos

    avaliados, apresentando os valores da taxa de falha na captura do padro (FER

    Failure-to-Enroll Rate).

    Sistema Biomtrico % Falha de Aquisio (FER)Face 0.0%Impresso Digital - Capacitivo 1.0%Impresso Digital - tico 2.0%Geometria da mo 0.0%Reconhecimento de ris 0.5%Reconhecimento da voz 0.0%

    Tabela 2: Comparao de valores no teste de aquisio de padro34

    J na Tabela 3, os testes comparativo avaliou a taxa de falsa aceitao

    (FAR) em relao taxa de falsa negao (FRR).

    Sistema Biomtrico FAR 0.001% FAR 0.01% FAR 0.1% FAR 1.0%Reconhecimento de Face FRR 40% FRR 30% FRR 15%Reconhecimento de risReconhecimento de Voz FRR 12% FRR 4.5% FRR 0.5% Impresso Digital - Capacitivo FRR 2.7% FRR 2.3% FRR 2.1% FRR 1.7%Impresso Digital - tico FRR 16% FRR 12% FRR 10%Geometria da Mo FRR 13% FRR 9.0% FRR 1.2% FRR 0.25%

    FRR 0.25%

    Tabela 3: Resultados - Taxas de falsa aceitao Vs. falsa negao (FAR X FRR)35

    33 rgo do CESG (Communications-Electronics Security Group), do governo do Reino Unido, responsvel pela avaliao de segurana e compartilhamento de conhecimento, com objetivo de auxiliar os fornecedores de sistemas alcanar os seus objetivos de mercado. Mais informaes em : www.cesg.gov.uk 34 Fonte: Biometric Authentication Technology and Evaluation. Disponvel em: 35 Idem nota 33

  • 58

    Analisando os resultados, observa-se que os sistemas biomtricos de

    reconhecimento digital com sensor capacitivo, e de reconhecimento de ris,

    obtiveram um desempenho geral satisfatrio. Entretanto, nos testes relativos

    aquisio de padres, estes mesmos sistemas apresentaram taxas de erro (FER)

    elevadas. No caso do reconhecimento por impresso digital do tipo sensor

    capacitivo, apesar de 1% de taxa de erro de aquisio parecer um valor baixo, em

    uma corporao com 1000 colaboradores, significa que 10 pessoas no poderiam

    registrar um padro no sistema, para futuras correspondncias no momento da

    autenticao. Neste caso, melhorias em equipamento e utilizao de algoritmos

    so recomendados no futuro para tentar solucionar este problema (Bubeck;

    Sanchez, 2003).

    Outra forma de comparao entre os sistemas biomtricos foi apresentada

    pela NCSC (National Center for State Courts)36, onde so comparadas diversas

    caractersticas, como descritas a seguir (NCSC, 2006):

    Verificao

    Capacidade do sistema biomtrico em efetuar verificao. Conforme

    descrito anteriormente, o processo de verificao se refere

    comparao da caracterstica biomtrica apresentada pelo usurio,

    com o padro do indivduo ou usurio previamente armazenado no

    processo de registro. Geralmente neste processo o usurio tambm

    apresenta o seu PIN (Personal I