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ANÁLISE DE CARGA E EFICIÊNCIA DE TURBINAS A GÁS COM INJEÇÃO DE VAPOR CONSIDERANDO MAPAS DE COMPRESSOR EM SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL João Paulo Innocente de Souza Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro Mecânico. Orientador: Marcelo José Colaço Rio de Janeiro Agosto de 2018

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ANÁLISE DE CARGA E EFICIÊNCIA DE TURBINAS A GÁS COM INJEÇÃO DE

VAPOR CONSIDERANDO MAPAS DE COMPRESSOR EM SIMULAÇÃO

COMPUTACIONAL

João Paulo Innocente de Souza

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Mecânica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro Mecânico.

Orientador:

Marcelo José Colaço

Rio de Janeiro Agosto de 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica

DEM/POLI/UFRJ

ANÁLISE DE CARGA E EFICIÊNCIA DE TURBINAS A GÁS COM INJEÇÃO DE

VAPOR CONSIDERANDO MAPAS DE COMPRESSOR EM SIMULAÇÃO

COMPUTACIONAL

João Paulo Innocente de Souza

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE

ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS

PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO MECÂNICO.

Aprovado por:

________________________________________________

Prof. Marcelo José Colaço, D.Sc.

________________________________________________ Prof. Manuel Ernani de Carvalho Cruz, PhD

________________________________________________ Prof. Hélcio Rangel Barreto Orlande, PhD

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

AGOSTO DE 2018

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Souza, João Paulo Innocente de

Análise de carga e eficiência de turbinas a gás com

injeção de vapor considerando mapas de compressor em

simulação computacional – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola

Politécnica, 2018.

IX, 51 p.:il.; 29,7 cm

Orientador: Marcelo José Colaço

Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica /

Curso de Engenharia Mecânica, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 36-37.

1. Turbinas a gás 2. Ciclo Brayton 3. Injeção de vapor

4. Mapas de compressor I. Colaço, Marcelo José. II.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica,

Engenharia Mecânica. III. Análise de carga e eficiência de

turbinas a gás com injeção de vapor considerando mapas

de compressor em simulação computacional.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, aos meus pais, Paulo e Dhebora, que proporcionaram toda a

base que tive ao longo da vida, além do apoio sempre prestado.

Ao meu melhor amigo, Diego, que me acompanhou em todos os bons e maus momentos

ao longo da graduação e se mostrou presente quando mais precisava.

Às minhas amigas Suellen e Monique, pelo apoio e incentivo nesta etapa e ao longo da

faculdade.

Aos meus colegas e superiores da GT2 Tecnologia, por todo o ensinamento em

Engenharia Mecânica, além dos bons momentos compartilhados na empresa.

E ao meu orientador, Marcelo Colaço, pelo suporte e disponibilidade no decorrer da

confecção deste projeto.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

ANÁLISE DE CARGA E EFICIÊNCIA DE TURBINAS A GÁS COM INJEÇÃO DE

VAPOR CONSIDERANDO MAPAS DE COMPRESSOR EM SIMULAÇÃO

COMPUTACIONAL

João Paulo Innocente de Souza

Agosto/2018

Orientador: Marcelo José Colaço, D.Sc.

Curso: Engenharia Mecânica

Este projeto foi elaborado com o objetivo de analisar e obter dados relevantes quanto à

operação de turbinas a gás com injeção de vapor no combustor, em regime permanente,

considerando mapas de compressor na simulação computacional, sendo observados

efeitos provocados pelo aumento da vazão de ar e diminuição da razão de compressão

nas variáveis de saída do modelo.

Para tal análise, consideram-se os produtos reais da combustão como fluido de trabalho

na turbina, cuja composição varia de acordo com o combustível considerado. Os

parâmetros de entrada da simulação computacional são, portanto, o combustível da

turbo-máquina, a temperatura de admissão no expansor(turbina), vazão de ar, fração

de injeção de vapor e eficiências isentrópicas.

Como dados de saída para análise, consideram-se as variações de entalpia de cada

produto da combustão, na etapa de expansão, bem como potência do ciclo e eficiência

térmica.

Palavras-chave: turbina a gás, injeção de vapor, mapas de compressor.

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Mechanical Engineer.

LOAD AND EFFICIENCY ANALYSIS OF STEAM INJECTED GAS TURBINES

CONSIDERING COMPRESSOR MAPS IN COMPUTATIONAL SIMULATION

João Paulo Innocente de Souza

August/2018

Advisor: Marcelo José Colaço, D.Sc.

Course: Mechanical Engineering

This project was developed with the objective of analyzing and obtaining relevant data

on the operation of gas turbines with steam injection in the combustor, in a steady state

condition, considering compressor maps in the computational simulation and observing

effects caused by the increase of the air flow and decrease of the pressure ratio in the

output variables of the model.

For this analysis, the actual products of combustion are considered as working fluid in

the turbine, whose composition varies according to the fuel considered. The input

parameters of the computational simulation are therefore the turbo-engine fuel, the

expander inlet temperature (turbine), air flow, vapor injection fraction and isentropic

efficiencies.

As output data for analysis, the enthalpy changes of each product of the combustion, in

the expansion stage, as well as cycle power and thermal efficiency are considered.

Keywords: gas turbine, steam injection, compressor maps.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ vii

LISTA DE TABELAS ............................................................................................... viii

SÍMBOLOS .............................................................................................................. ix

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1

1.1. Objetivos ..................................................................................................... 2

1.2. Metodologia ................................................................................................ 4

2. PRINCÍPIOS FÍSICOS E CICLO IDEAL ............................................................. 5

2.1. O Ciclo Brayton ........................................................................................... 5

3. COMPONENTES E MODELAGEM MATEMÁTICA ............................................ 8

3.1. Compressor ................................................................................................ 9

3.2. Combustor ................................................................................................ 12

3.3. Turbina ...................................................................................................... 13

3.4. Turbina de potência .................................................................................. 16

3.5. Regenerador ............................................................................................. 17

3.6. Integração dos componentes .................................................................... 19

4. ESTRUTURAÇÃO DO PROGRAMA ................................................................ 19

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................... 21

5.1. Verificação do modelo computacional ....................................................... 21

5.2. Variação da vazão de ar na turbina ........................................................... 23

5.3. Variação da fração de vapor no combustor ............................................... 26

5.4. Adição do regenerador .............................................................................. 29

6. CONCLUSÕES ................................................................................................ 33

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vi

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 36

APÊNDICE ............................................................................................................. 38

1. Módulos de fluido e equipamentos ............................................................ 39

2. Módulo de estequiometria ......................................................................... 45

3. Módulo de mapas do compressor ............................................................. 46

4. Método principal ........................................................................................ 48

5. Geração de gráficos no MATLAB .............................................................. 51

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Diagramas T-S (à esquerda) e P-V (à direita) de um ciclo Brayton ideal. ...... 6

Figura 2- Representação do ciclo Brayton fechado. ...................................................... 6

Figura 3- Representação esquemática de uma turbina a gás com regenerador. .......... 8

Figura 4- Exemplo de mapa de compressor de turbina a gás. .................................... 10

Figura 5- Exemplo de mapa de turbina. ...................................................................... 14

Figura 6- Relação entre temperatura de admissão no combustor e razão combustível-

ar, para diferentes temperaturas de exaustão. ............................................................ 18

Figura 7- Representação esquemática da estruturação do programa. ........................ 20

Figura 8- Esquema para verificação do modelo de turbina a gás ................................ 21

Figura 9- Mapa de compressor utilizado na simulação. .............................................. 23

Figura 10- Fração combustível-ar em função da vazão de ar. .................................... 24

Figura 11- Potência líquida e eficiência em função da vazão de ar. ............................ 25

Figura 12- Valores da potência e calor da combustão por unidade de vazão de ar, em

função da fração de vapor. ......................................................................................... 26

Figura 13- Trabalhos parciais na turbina de potência.................................................. 27

Figura 14- Valores de eficiência térmica, em variação da fração de vapor. ................. 28

Figura 15- Influências da vazão de ar e da fração de vapor na eficiência térmica. ...... 29

Figura 16- Fração de combustível em função das temperaturas nos terminais do

combustor. .................................................................................................................. 31

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Comparação entre resultados do programa e cálculos manuais. ................ 22

Tabela 2- Percentual de potência líquida para cada componente. .............................. 27

Tabela 3- Comparação entre operações sem regenerador e com regenerador. ......... 30

Tabela 4- Dados para diferentes temperaturas na saída do combustor ...................... 31

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SÍMBOLOS

ℎ − entalpia específica [kJ/kg]

𝐻 − entalpia [kW]

�̇� − vazão mássica [kg/s];

𝑀𝑀 − massa molar [kg/kmol];

𝑝 − pressão [Pa];

𝑝𝑟 − pressão relativa [-];

�̇� − taxa de calor [kW];

𝑅 − constante do ar [kJ/kg.K];

�̅� − constante dos gases em base molar [kJ/kmol.K];

�̅� − entropia em base molar [kJ/kmol.K];

𝑇 − temperatura [K];

�̇� − potência [kW];

𝜂 − eficiência;

Subescritos:

𝑎𝑚𝑏 − ambiente;

𝑎𝑡𝑚 − atmosférica;

𝑖 − isentrópico;

𝑡ℎ − térmica;

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1. INTRODUÇÃO

No território brasileiro, as centrais hidrelétricas se destacam como a principal fonte

de energia do país, como explicitado em [1], correspondendo a cerca de 70% da

capacidade instalada. Em segundo lugar, a fonte térmica ganha espaço com cerca de

29,5% da capacidade, dos quais 11,5% utilizam-se da queima de gás combustível [1],

em dados de 2014, conferindo grande importância a centrais termelétricas no cenário

energético brasileiro.

Turbinas a gás são equipamentos presentes nestas centrais com recorrente

frequência, cujos diferenciais, citados em [2], são o grau de compactação do

equipamento, quando comparado, por exemplo, com plantas de vapor, e o rápido

procedimento de partida, o qual pode levar algumas poucas horas.

Em plantas de ciclo combinado, turbinas a gás, além de gerar potência mecânica,

funcionam como provedoras de calor para o ciclo de vapor [3]. Os gases de exaustão,

que deixam o expansor a temperaturas superiores a 500 °C [4], adentram a caldeira de

recuperação elevando a temperatura da água proveniente de bombas de alimentação a

valores acima daquela de saturação [5].

O vapor gerado na caleira de recuperação pode ter, então, um percentual de

extração para injeção na câmara de combustão do ciclo a gás. Tal feito tem como

objetivo:

• Aumentar a eficiência térmica da turbina a gás;

• Elevar a potência líquida no ciclo a gás;

• Reduzir a emissão de óxidos de Nitrogênio (NOx).

O custo associado a tal implementação é relativamente baixo, tornando esta uma

prática bastante comum na geração de energia através de turbinas a gás, como

mostrado em [2].

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Outra forma de reaproveitamento do calor na exaustão de turbinas a gás é a

utilização de um regenerador, o qual, diferentemente de uma caldeira, recupera calor

dentro do próprio ciclo a gás, elevando a temperatura do ar imediatamente antes de sua

entrada no combustor, tornando necessário uma menor quantidade de calor,

consequentemente menos combustível, para elevar o fluido de trabalho à temperatura

especificada de entrada no expansor.

O ciclo termodinâmico seguido por turbinas a gás é o ciclo Brayton, visto em [5],

no qual o compressor eleva a pressão para que, posteriormente, possa ser expandido

no expansor. O combustor funciona como a fonte quente, no qual o calor fornecido é o

gerado na combustão [5].

Turbo-compressores obedecem a certas relações presentes em seus mapas, que

são curvas fornecidas pelo fabricante, estabelecendo uma relação entre vazão e razão

de compressão, bem como vazão e eficiência isentrópica [6]. Comumente, observa-se

um comportamento inverso entre vazão e razão de compressão. Em outras palavras,

vazões menores, para uma mesma rotação do eixo, proporcionam uma maior

compressão do fluido. No entanto, o mesmo não pode ser inferido sobre a eficiência

isentrópica [3], a qual possui comportamento crescente até que se atinja um ponto

máximo, a partir do qual começa a decair. Tais mapas são de fundamental importância

para a simulação de um comportamento real de turbinas a gás, que será discutido e

analisado ao decorrer deste trabalho.

1.1. Objetivos

O presente trabalho tem por objetivo avaliar as influências da adição de vapor na

câmara de combustão de uma turbina a gás, quanto à eficiência e potência gerada pelo

equipamento. A taxa de injeção de vapor é variada no intervalo de 0 a 5% da vazão de

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ar no compressor, como recomendado em [2], tendo os resultados analisados e

comparados.

Outro parâmetro analisado será a temperatura de entrada do combustor,

confrontando resultados de potência e eficiência para diferentes valores de temperatura.

Em paralelo, mapas de razão de compressão e eficiência do compressor serão

utilizados, juntamente com um regenerador, de modo a simular o comportamento real

de uma máquina do tipo analisado. Diferentes valores de vazão serão considerados, de

modo a se obter respostas quanto ao comportamento real de um turbo-compressor.

Toda a simulação foi feita no software Visual Studio 2017, utilizando a linguagem de

programação Fortran 90, e empregando o software MATLAB 2014 para análise de

alguns dados.

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1.2. Metodologia

Para realização e posterior apresentação deste trabalho de conclusão de curso,

foram abordados os seguintes procedimentos:

I. Pesquisa bibliográfica e estudo sobre o tema proposto;

II. Revisão de assuntos teóricos tratados ao longo do curso de graduação em

Engenharia Mecânica;

III. Implementação dos modelos matemáticos no código computacional em

Fortran 90;

IV. Simulação e testes, verificando os resultados preliminares obtidos;

V. Obtenção dos resultados para análise e conclusões.

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2. PRINCÍPIOS FÍSICOS E CICLO IDEAL

Turbinas a gás são máquinas térmicas que operam em um ciclo aberto, visto que os

produtos da combustão que saem pela exaustão da turbina possuem composição

diferente do ar que adentra o compressor [7], o qual, idealmente, recebe o ar livre de

impurezas após processos de filtragem.

A turbo-máquina pode ser entendida como um conjunto de componentes associados

a conversão de energia. Enquanto o compressor realiza trabalho sobre o fluido, a turbina

é aceptora do trabalho realizado pelo fluido, proporcionando a rotação do eixo ao qual

ambos os equipamentos estão acoplados, [8].

O torque fornecido ao eixo é consequência da potência líquida da turbo-máquina,

que pode ser entendida como a potência realizada pela turbina descontando-se a

parcela consumida pelo compressor para elevar a pressão e a temperatura do fluido na

etapa que precede a combustão. O combustor tem a função de fornecer energia ao

fluido através do processo de combustão [9], uma reação química entre os componentes

do gás combustível e o ar, que resulta em produtos de combustão a uma temperatura

consideravelmente mais alta que a do ar em sua admissão.

Após apresentação do ciclo Brayton associado serão apresentados os modelos

matemáticos de cada componente relacionados aos equipamentos reais, bem como

uma descrição da implementação destes modelos.

2.1. O Ciclo Brayton

Ciclos termodinâmicos consistem em processos ou transformações

termodinâmicas no qual o estado final da substância é idêntico ao seu inicial, como pode

ser observado em ciclos de vapor, em que o condensador tem a função de levar a água

ao estado líquido, antes da sucção nas bombas de realimentação, onde se reinicia o

ciclo [5]. Em turbinas a gás, apesar do estado termodinâmico final do fluido, assim como

sua composição, serem diferentes do inicial, pode-se dizer, como visto em [5], que a

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turbina a gás opera em um ciclo aberto, tendo o ciclo termodinâmico Brayton associado

a seus processos.

De modo a se compreender o funcionamento da turbo-máquina aqui tratada,

explicitam-se aqui os processos do Ciclo Brayton ideal, mostrados na Figura 1, cujos

equipamentos associados são mostrados na Figura 2.

Figura 1- Diagramas T-S (à esquerda) e P-V (à direita) de um ciclo Brayton ideal.

Figura 2- Representação do ciclo Brayton fechado.

.

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7

De acordo com as figuras mostradas, explicitam-se aqui as transformações

termodinâmicas no ciclo:

• Processo do estado 1 ao estado 2:

O fluido sofre processo de compressão, que se caracteriza pelo aumento de sua

pressão, de sua temperatura e, consequentemente, de suas entalpia e energia interna.

No ciclo ideal, como visto na Figura 1, o processo é isentrópico [5], sendo o trabalho

realizado sobre o gás pelo compressor.

• Processo do estado 2 ao estado 3:

O combustor é responsável pelo aumento da temperatura do gás, elevando sua

entalpia. No ciclo Brayton ideal, o calor é fornecido ao fluido de trabalho por fonte

externa, não contemplando processos de combustão e mudanças na composição

química [5].

• Processo do estado 3 ao estado 4:

O processo de expansão ocorre no expansor, também chamado de turbina, que

proporciona uma queda de pressão e, consequentemente de temperatura,

considerando-se adiabático. O gás realiza trabalho sobre o equipamento e, dado que a

pressão final é a mesma que a da admissão no compressor, conclui-se que o trabalho

no expansor é maior que o consumido pelo compressor, como mostrado em [5].

• Processo do estado 4 ao estado 1:

O trocador de calor tem a função de fechar o ciclo, levando o gás até seu estado

termodinâmico inicial de admissão no compressor, através da retirada de calor do fluido

de trabalho [5]. O processo é isobárico.

Feita a introdução do ciclo ideal de uma turbina a gás, é possível compreender os

fenômenos reais que ocorrem, bem como simular o funcionamento do equipamento,

acrescentando-se injeção de vapor como forma de aumentar a eficiência e elevar a

potência líquida gerada no eixo.

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3. COMPONENTES E MODELAGEM MATEMÁTICA

Para se compreender o funcionamento do conjunto, após entendimento dos

princípios termodinâmicos associados, é necessário um detalhamento de cada

componente, considerando eficiências relacionadas aos respectivos processos ideais.

De forma conjunta a tal detalhamento serão mostradas as modelagens matemáticas de

cada um e, ao final da seção, do processo como um todo, bem como a estruturação

computacional para simulação. A Figura 3 mostra a organização espacial dos

equipamentos modelados de uma turbina a gás com regenerador.

Figura 3- Representação esquemática de uma turbina a gás com regenerador.

Nota-se uma certa semelhança entre o ciclo aberto (mostrado na Figura 3) e o ciclo

Brayton da Figura 2. No ciclo considerado, a turbina é separada em duas seções, sendo

a turbina de potência a responsável pela geração de potência líquida da máquina. Um

regenerador também é incluído, com o objetivo de se aumentar a eficiência térmica do

equipamento e, em termos de simulação, avaliar seu efeito nos resultados.

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9

3.1. Compressor

Uma compressão eficiente de grandes volumes de ar é fundamental para um bom

funcionamento de uma turbina a gás, como mostrado em [10]. Deste modo, é necessário

que o design de um compressor contemple uma certa abrangência no que diz respeito

a alta eficiência isentrópica, definida na equação (1), para diferentes valores de vazão

e razão de compressão, cuja relação é mostrada na equação (2), [3].

𝜂𝑖 =(ℎ2𝑖 − ℎ1)

(ℎ2 − ℎ1)

(1)

𝑟 =𝑝2

𝑝1 (2)

A razão de compressão é um parâmetro do equipamento, o qual sofre influência

direta das condições de operação, como a rotação do eixo da máquina, vazão de ar

admitida na turbina e seu estado termodinâmico (temperatura e pressão), e pode ser

determinada, assim como a eficiência isentrópica, através dos chamados mapas de

compressor, do qual tem-se um exemplo na Figura 4, adaptada de [3].

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Figura 4- Exemplo de mapa de compressor de turbina a gás.

Conforme mostrado, a vazão de ar, representada em sua forma corrigida no eixo

horizontal, varia de forma inversa quando comparada à razão de compressão, mostrada

no eixo vertical, ou seja, um aumento da vazão provoca uma diminuição da razão de

pressões, a uma rotação constante. Atenta-se para a linha de surge (na figura, surge

line) [10], caracterizada como uma fronteira acima da qual a vazão se torna instável,

podendo chegar à inversão do sentido do fluxo. Alta razão de compressão, associada a

uma vazão baixa, ocasiona perturbações no equilíbrio de forças no interior da máquina

de tal forma que danos permanentes podem ocorrer a todo o conjunto, como mostrado

em [6].

A variável de entrada para o mapa, como visto na Figura 4, é a vazão corrigida, que

pode ser obtida através da relação (3). Onde 𝜃𝑒 e 𝛿𝑒 são definidos nas equações (4) e

(5), respectivamente, conforme mostrado em [3].

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�̇�𝑐𝑜𝑟𝑟 = �̇�√𝜃1

𝛿1 (3)

𝜃1 =𝑇1

𝑇𝑎𝑚𝑏 (4)

𝛿1 =𝑝1

𝑝𝑎𝑡𝑚 (5)

Através da razão de compressão, é possível determinar a vazão de descarga do

compressor na câmara de combustão, visto que o estado termodinâmico de admissão

é conhecido. Para compressão isentrópica, vê-se em [5] que a relação (6) pode ser

estabelecida, na qual utiliza-se o conceito de pressão relativa do ar, definida na equação

(7), em que a parcela da entropia como função da temperatura é mostrada na equação

(8), conforme [5].

𝑝𝑟2𝑖

𝑝𝑟1=

𝑝2

𝑝1 (6)

𝑝𝑟 = 𝑒𝑥𝑝 (𝑠𝑇

𝑅) (7)

�̅�𝑇 = ∫𝑐�̅�

𝑇𝑑𝑇

𝑇

𝑇0 (8)

Obtendo-se a eficiência isentrópica a partir do mapa e o estado termodinâmico pós

compressão isentrópica, é possível, através da relação (1), ser obtida a entalpia de

saída da compressão real e, por conseguinte, definir o estado final.

Os valores de 𝑝𝑟 e relacionados às outras propriedades foram obtidos do

APÊNDICE B.1 de [3], do qual foi disponibilizada uma versão em arquivo de texto para

implementação da leitura e interpolação durante a simulação, fazendo uso das sub-

rotinas implementadas e concedidas por Sami M. Ayad.

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3.2. Combustor

No conjunto da turbina a gás, o combustor é a parte na qual ocorre a mistura do ar

a alta temperatura com o combustível, ocorrendo a reação de combustão [9]. Durante o

processo, a pressão no interior da câmara pode ser considerada constante (processo

isobárico), com pouca troca de calor com o meio. Para efeitos de cálculo, neste projeto

será considerado, portanto, um processo adiabático.

O equacionamento da reação química no combustor parte do princípio de que

ocorre queima completa do combustível, aqui sendo um hidrocarboneto, seguindo o que

mostra a equação (9), vista em [9].

𝐶𝑥𝐻𝑦 + 𝑏𝑂2 → 𝑑𝐶𝑂2 + 𝑒𝐻2𝑂 (9)

Devem-se, no entanto, acrescentar os componentes que não participam da reação

química, mas que devem ser contabilizados nos balanços de massa e energia. São eles:

• O gás Nitrogênio da parcela de ar que participa da reação;

• O excesso de ar;

• Vapor d’água injetado no combustor.

Feitos os acréscimos, a equação torna-se:

𝐶𝑥𝐻𝑦 + 𝑎(𝐴𝑅) + 𝑏(𝑂2 + 3,72𝑁2) + 𝑐𝐻2𝑂 → 𝑑𝐶𝑂2 + 𝑒𝐻2𝑂 + 𝑎(𝐴𝑅) + 3.72𝑏𝑁2 (10)

Somada à equação anterior, tem-se a relação entre a vazão de ar e de vapor no

combustor (𝑓𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟), resultando na equação (11), [3].

𝑐 =𝑓𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟[𝑎𝑀𝑀𝐴𝑅+𝑏(𝑀𝑀𝑂2+3,72𝑀𝑀𝑁2)]

𝑀𝑀𝐻2𝑂 (11)

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13

Além da reação química e da fração de vapor em relação à vazão de ar, uma

terceira equação pode ser obtida ao garantir-se que a energia total do processo se

conserva. Pela Primeira Lei da termodinâmica [5], com trabalho nulo e processo

adiabático, chega se a:

𝐻𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 = 𝐻𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 (12)

Desmembrando a equação (10) para cada componente dos produtos da reação e

utilizando (11) e (12), chega-se a um sistema com 5 equações.

Na abordagem deste projeto, considera-se a temperatura de entrada no expansor

como uma entrada do modelo, variando entre 1400 K e 1700 K, e observa-se, para a

temperatura dada, o consumo de combustível no combustor, refletido na razão entre as

massas de combustível e de ar. Espera-se que, para temperaturas mais altas, essa

razão seja maior, visto que é necessário maior massa de hidrocarboneto sendo

queimada para elevar a temperatura dos produtos. Em consequência a este fato, o

excesso de ar deve diminuir, devido à maior quantidade de ar participante da reação

para realizar combustão completa [9].

3.3. Turbina

Assim como compressores, turbinas também são caracterizadas por uma razão de

pressões entre suas interfaces de entrada e saída. No entanto, assumindo que o

processo de combustão é, idealmente, adiabático e que o gás sai à mesma pressão

com que entra no compressor, pode-se concluir que a equação (2) também é válida

para os terminais da turbina (incluindo a turbina de potência), invertendo a razão entre

as pressões de modo que se tenha 𝑟 > 1. O mapa de turbinas, mostrado na Figura 5,

ilustra a variação de parâmetros como vazão mássica e eficiência isentrópica em função

da razão de pressões, adaptada de [3].

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14

Figura 5- Exemplo de mapa de turbina.

Observa-se que, para razões de pressões mais elevadas, as propriedades do

equipamento, como eficiência e vazão, permanecem constantes, após a linha de choke

[3]. Para este projeto, assumem-se razões de pressões acima deste limite, tornando a

eficiência como um dado de entrada da modelagem matemática e a vazão convergida

para a que é imposta ao compressor somado os acréscimos de combustível e vapor

d’água. A equação (13) mostra a eficiência isentrópica para turbinas.

𝜂𝑖 =(ℎ3 − ℎ4)

(ℎ3 − ℎ4𝑖) (13)

Compreende-se esta primeira seção de expansão como sendo a responsável por

transmitir a energia necessária ao eixo para acionar o compressor, de modo que as

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15

potências consumida ou gerada nos dois componentes sejam iguais em módulo, como

visto na equação (14) [3].

|�̇�𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟| = |�̇�𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎| (14)

Com o objetivo de se obter os trabalhos específicos por massa de ar no compressor,

faz-se o cálculo da entalpia da seguinte forma:

ℎ =∑ 𝑦𝑖ℎ̅𝑖(𝑇)

𝑦𝐴𝑅𝑀𝑀𝐴𝑅+𝑦𝑂2(𝑀𝑀𝑂2+3,72𝑀𝑀𝑁2) (15)

onde os termos 𝑦𝑖 são os coeficientes dos produtos no balanceamento químico

mostrado na equação (10) e h é expressa em kJ/kg de ar seco. A temperatura é

determinada de forma que a relação (14) seja satisfeita [5], com:

�̇�𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎 = �̇�𝐴𝑅(ℎ3 − ℎ4) (16)

Para a entropia, escolheu-se trabalhar em base molar, obtendo-se na relação a

entropia na unidade kJ/K.kmol de produtos, como mostrado na equação (17).

�̅�𝑇 =∑ 𝑦𝑖𝑠𝑇𝑖 (𝑇)

∑ 𝑦𝑖 (17)

A pressão de saída em uma expansão isentrópica é a mesma que a de uma expansão

real, com uma eficiência associada [7]. Logo, a pressão de descarga 𝑝𝑠 pode ser obtida

da relação (18), para pressões em processos isentrópicos. Antes, contudo, deve ser

obtida a temperatura de saída para processo isentrópico e, então, sua entropia.

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16

�̅�𝑇3= �̅�𝑇4𝑖

+ �̅� ln (𝑝3

𝑝4) (18)

Após determinação da pressão de descarga, o estado termodinâmico do fluido está

definido. Ressalta-se, ainda, que, diferentemente do ciclo Brayton ideal, o fluido de

trabalho na seção da turbina não é ar puro, como pode ser considerado no compressor,

mas os produtos originados na combustão. Desta forma, a vazão mássica tem seu valor

acrescido da massa de combustível e de vapor d’água injetado.

3.4. Turbina de potência

A turbina de potência é assim chamada devido à sua função no conjunto: gerar a

potência mecânica que será, posteriormente, utilizada na conversão em energia elétrica,

quando acoplada a um gerador na planta de geração termelétrica.

O fluido de trabalho é o mesmo da seção precedente, estando, no entanto, a uma

temperatura e pressão mais baixas que o estágio anterior. As equações (13) a (18) se

mantêm válidas a este equipamento, com procedimentos diferentes na modelagem

matemática, como será visto a seguir.

A temperatura de entrada no equipamento é conhecida, visto que, no modelo

matemático da seção anterior, foi usada para definir o estado termodinâmico de

descarga da seção. A entropia é dada, então, pela equação (17).

Procura-se, primeiramente, determinar a entropia �̅�𝑇 na descarga, para uma

expansão isentrópica, fazendo uso da equação (18). Por meio de métodos iterativos,

converge-se a temperatura para o valor correspondente a �̅�𝑇 encontrado anteriormente,

definindo o estado de saída, na hipótese isentrópica.

A potência ideal pode ser calculada pela equação (19), na qual são desprezadas

as perdas, ou seja, a eficiência do equipamento é 100% [5], onde ℎ é calculado com

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17

base nos componentes da mistura que formam o gás de exaustão da máquina,

conforme a relação (15).

�̇�𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎𝑖= �̇�𝐴𝑅(ℎ4 − ℎ5𝑖

) (19)

A eficiência isentrópica é conhecida, sendo possível calcular a potência real do

componente através de:

�̇�𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎 = 𝜂𝑖𝑠𝑒𝑛 �̇�𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎𝑖 (20)

Após determinado a potência líquida da máquina, que corresponde àquela gerada

pela turbina de potência, tem-se o modelo matemático de um ciclo completo

representando uma turbina a gás com injeção de vapor.

3.5. Regenerador

Visando aumentar a eficiência do ciclo descrito anteriormente, é possível a

utilização de um regenerador, cuja função é utilizar os gases de exaustão da turbina

como fonte de calor para aumentar a temperatura do ar antes de entrar na câmara de

combustão, descrita em detalhes no item 3.2. O equipamento trata-se de um trocador

de calor, no qual o fluido quente é o gás de exaustão da turbo-máquina e o fluido frio o

ar de descarga do compressor [3]. A equação (21) mostra o cálculo da efetividade do

regenerador.

𝜂𝑟𝑒𝑔 =(ℎ2𝑎−ℎ2)

(ℎ5−ℎ2) (21)

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18

Para uma eficiência do regenerador de 100%, tem-se, portanto, que ℎ2𝑎 é igual a ℎ5, ou

seja, o ar sai do regenerador a uma mesma entalpia com que os gases de exaustão

entraram.

Para uma mesma temperatura de entrada no expansor, a utilização de um

regenerador acarreta em uma diminuição do combustível consumido e, por conseguinte,

no calor produzido na queima. A Figura 6 mostra os efeitos da diminuição da

temperatura de admissão no combustor na razão combustível-ar da mistura, adaptada

de [3].

Figura 6- Relação entre temperatura de admissão no combustor e razão combustível-ar, para diferentes temperaturas de exaustão.

Como pode ser observado, para uma mesma temperatura de exaustão do

combustor, a razão combustível-ar (eixo vertical) decresce com o aumento da

temperatura de admissão (eixo horizontal) e, ainda, quanto maior a temperatura de

exaustão do combustor, maior a razão entre combustível e ar, para uma mesma

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19

temperatura de admissão. Tal comportamento será avaliado posteriormente na etapa

de resultados, como comprovação do que é explicitado na .

3.6. Integração dos componentes

Feita a descrição de cada componente da turbo-máquina, introduz-se a integração

entre os mesmos, vista na Figura 3. A eficiência térmica 𝜂𝑡ℎ associada à turbo-máquina

é expressa na equação (22), em que o termo 𝐹/𝐴 representa a razão entre as vazões

de combustível e ar e PCI é seu poder calorífico inferior [5]. Ressalta-se que, apesar de

a geração do vapor injetado no combustor requerer fornecimento de calor ao sistema,

este é considerado, neste trabalho, proveniente de fonte externa ao sistema analisado,

não sendo contabilizado no cálculo da eficiência.

𝜂𝑡ℎ =�̇�𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜

�̇�𝐴𝑅( 𝐹

𝐴 )𝑃𝐶𝐼

(22)

Após revisão dos conceitos físicos de uma turbina a gás, simulações foram feitas

de modo a se analisar efeitos provocados em todo o conjunto descrito na seção anterior

ao se variar entradas do modelo computacional da turbina a gás, o qual deve

representar o equipamento real da forma mais fiel possível.

4. ESTRUTURAÇÃO DO PROGRAMA

A etapa que precede a simulação e obtenção de resultados é a estruturação do

código, bem como a escolha da linguagem de programação a ser utilizada. Por

praticidade, visto que a implementação da interpolação das tabelas termodinâmicas

disponibilizadas foi feita em Fortran 90 e visando um melhor desempenho para a

execução do programa, esta foi a linguagem julgada como mais apropriada.

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20

Com o objetivo de suprir a carência de uma estruturação voltada a objeto desta

linguagem, foi utilizado um recurso de “tipo estruturado”, no qual a variável do tipo

“fluido” criada possui características que a definem. São elas: pressão, temperatura,

entalpia específica e entropia em base molar. As sub-rotinas de cálculo recebem,

portanto, a instância do tipo “fluido” e a modifica, simulando uma transformação

termodinâmica. A Figura 7 mostra um esquema da estruturação do programa.

Figura 7- Representação esquemática da estruturação do programa.

Como pode ser observado, o módulo “componentes” contém os principais métodos

do programa, recebendo como entrada variáveis dos módulos de “Mapas”,

“Características do fluido” e “Coeficientes da reação”. O método principal executa estes

quatro métodos e, por último, o de “Eficiência térmica”, que calcula o rendimento do ciclo

a partir da potência líquida e calor gerado na combustão.

Desta forma, o programa se encontrava apto a realizar testes do modelo

matemático, sendo executado no software Visual Studio 2017.

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21

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com base nos componentes apresentados anteriormente e seus respectivos

modelos matemáticos, testes e variações foram feitas em suas entradas, com o objetivo

de se analisar o comportamento geral da turbina a gás implementada.

Em uma primeira etapa, o modelo foi verificado através de uma comparação com

os cálculos feitos manualmente para um determinado problema.

5.1. Verificação do modelo computacional

A verificação tem como objetivo atestar a adequação da turbina a gás implementada

para análise dos resultados posteriores. Para isto, pode ser encontrado em [3] um típico

problema de turbina a gás com injeção de vapor, cujas entradas e parâmetros são

especificados a seguir, com sua respectiva representação esquemática apresentada na

Figura 8. Para este caso, não há utilização de regenerador.

Figura 8- Esquema para verificação do modelo de turbina a gás

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22

Consideram-se, para esta configuração, utilizando 𝐶8𝐻18 como combustível e razão de

compressão 12,0:

�̇�𝐴𝑅 =0,45 kg/s;

𝑓𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 =2,5%;

𝑝1 = 𝑝5 =101,3 kPa;

𝑇1 =288 K;

𝑇𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 =653 K;

𝑇𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙 =298 K;

𝑇3 =1400 K;

𝜂𝑐 =0.87;

𝜂𝑡 =0.89;

Após execução do programa, os resultados gerados para as potências, razão

combustível-ar e eficiência térmica foram comparados com aqueles obtidos através de

um cálculo manual, por meio da utilização do conceito de ar equivalente [3], em que se

considera como fluido de trabalho na turbina uma mistura de ar e vapor, e não os

produtos reais de combustão, como forma de simplificar os cálculos, obtendo-se valores

próximos daqueles obtidos pela utilização da composição real do gás, como descrito em

[3]. A Tabela 1 mostra a comparação dos resultados.

Tabela 1- Comparação entre resultados do programa e cálculos manuais.

Variável �̇�𝒄[𝒌𝑾] �̇�𝒕𝒑[𝒌𝑾] F/A 𝜼𝒕𝒉

Manual 154,35 170,3 0,02252 37,5

Programa 154,35 173,5 0,02254 38,5

Desvio [%] 0 1,86 0,09 2,67

Conforme visto, a potência calculada pelo modelo do compressor tem valor idêntico

ao calculado pelo programa. Quanto à turbina de potência, o desvio relativo de 1,86%

se deve a simplificações feitas no cálculo manual, como a utilização do ar equivalente e

critérios de convergência mais brandos, com esta última acarretando pequenas

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23

discrepâncias também na fração combustível-ar. Como consequência, o mesmo efeito

pode ser observado na eficiência do ciclo.

5.2. Variação da vazão de ar na turbina

Conforme visto anteriormente, a vazão de ar tem grande influência nos outros

parâmetros de uma turbina a gás, como a razão de pressões total e sua eficiência. Tal

influência é traduzida em mapas, como visto na Figura 4 para um compressor. Através

deles, é possível prever a potência de uma turbina quando operando a uma determinada

rotação e vazão de admissão de ar. Nesta seção são mostrados comportamentos de

variáveis de interesse, como razão combustível-ar, potência e eficiência para variações

de vazão, mantendo-se os parâmetros apresentados na seção 5.1. A Figura 9 mostra o

mapa de compressor utilizado na simulação para 20 pontos interpolados linearmente.

Figura 9- Mapa de compressor utilizado na simulação.

O mapa acima foi criado de modo a representar, de forma qualitativa, aquele

mostrado na seção 3.1, para rotação constante. A curva de nível representando a

eficiência foi transformada em uma função da vazão, para este caso considerado.

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

0

5

10

15

20

25

0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2.0 2.1

Efic

iên

cia

[-]

razã

o d

e p

ress

ões

[-]

vazão corrigida [kg/s]

Mapa de compressor

razão de pressões Eficiência

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24

Para uma primeira análise, dados de vazão de combustível necessária para uma

temperatura de 1400 K na entrada da turbina foram obtidos na simulação e mostrados

na Figura 10.

Figura 10- Fração combustível-ar em função da vazão de ar.

Nota-se, portanto, uma relação direta entre a razão de vazões de ar e combustível

e a vazão de ar: com o aumento da quantidade de ar que é admitida no combustor, mais

combustível é necessário para que a temperatura dos produtos se mantenha em 1400

K. Uma massa maior implica em uma maior inércia térmica, necessitando de mais

energia na combustão. Além disso, quanto maior a vazão, menor será a razão de

pressões, conforme Figura 10, e, consequentemente, menor a temperatura de entrada

no combustor, requerendo mais energia para se obter produtos de combustão à

temperatura estabelecida.

A potência da máquina, bem como sua eficiência térmica, tem seus valores

afetados, visto que, por um lado a potência tende a aumentar, mas a mesma tendência

ocorre com o calor da reação de combustão. A Figura 11 ilustra tal efeito.

0.0190

0.0195

0.0200

0.0205

0.0210

0.0215

0.0220

0.0225

0.0230

0.0235

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4

Fraç

ão c

om

bu

stív

el-a

r [-

]

vazão de ar [kg/s]

Fração combustível-ar

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25

Figura 11- Potência líquida e eficiência em função da vazão de ar.

Para a potência líquida, um aumento da vazão de ar, e consequentemente de

combustível, acarreta seu aumento, devido ao fato de haver maior quantidade de fluido

realizando trabalho. Quanto à eficiência térmica, o comportamento observado é

diferente: a vazões mais baixas, um aumento em seu valor proporciona um aumento

maior na potência que no calor da combustão. Para vazões acima de 0,8 kg/s, este fato

se inverte. Quando a vazão aumenta, o acréscimo à taxa de calor prevalece sobre o da

potência, visto que há mais ar entrando no combustor a uma pressão e temperatura

mais baixas.

Pode-se perceber que, para se obter uma eficiência maior da turbina a gás, deve-

se utilizar uma vazão de ar em torno de 0,8 kg/s, para este caso avaliado. Outros

parâmetros terão sua influência avaliadas a seguir, nas próximas seções.

0.420

0.425

0.430

0.435

0.440

0.445

0.450

0.00

100.00

200.00

300.00

400.00

500.00

600.00

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4

Efic

iên

cia

[-]

Po

tên

cia

[kW

]

vazão de ar [kg/s]

Potência e eficiência

Potência líquida Eficiência

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26

5.3. Variação da fração de vapor no combustor

A fração de vapor injetada no combustor é o objeto de estudo neste teste, visando

obter sua importância no funcionamento da turbina e avaliar o efeito de diferentes

vazões de vapor para uma quantidade de ar constante.

O mapa de compressor ainda é utilizado neste caso, determinando a razão de

pressões e a eficiência do compressor para uma vazão de ar de 0,45 kg/s. A fração de

vapor parte de um valor nulo, ou seja, representando uma turbina a gás sem injeção de

vapor, e chega a 5% da vazão de ar, estando entre os valores típicos referidos em [2].

A Figura 12 mostra a variação da potência líquida específica, bem como do calor

gerado na combustão, por unidade de vazão de ar, como funções da fração de vapor.

Figura 12- Valores da potência e calor da combustão por unidade de vazão de ar, em função da fração de

vapor.

Conforme esperado, um aumento na vazão de vapor no combustor proporciona

resultados ascendentes de potência e calor na combustão. A massa de fluido de

trabalho aumenta, além das entalpias de seus componentes após a combustão. O

trabalho parcial na turbina de potência, realizado por cada um dos componentes dos

produtos de combustão, por unidade de vazão de ar, é mostrado na Figura 13.

850

860

870

880

890

900

910

920

930

940

950

360

370

380

390

400

410

420

430

0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 3,0% 3,5% 4,0% 4,5% 5,0%

Cal

or

da

com

bu

stão

[kJ

/kg]

Po

tên

cia

esp

ecíf

ica

[kJ/

kg]

fração de vapor

Poência e calor

Potência Calor

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27

Figura 13- Trabalhos parciais na turbina de potência.

Os trabalhos parciais ajudam a compreender a distribuição da energia desprendida

por cada componente do fluido para gerar a potência total. A Tabela 2 mostra uma

comparação entre o percentual de potência gerado por cada componente, para

diferentes valores de fração de vapor.

Tabela 2- Percentual de potência líquida para cada componente.

Percentual de potência líquida

fração de vapor CO2 H2O ar N2

- 6,02% 5,12% 67,62% 21,24%

1,0% 6,04% 6,98% 65,71% 21,28%

2,0% 6,05% 8,76% 63,87% 21,31%

3,0% 6,06% 10,48% 62,11% 21,35%

4,0% 6,07% 12,14% 60,40% 21,38%

Os resultados exibidos na tabela acima e na Figura 13 mostram que a principal

parcela da potência gerada vem da vazão de ar (não reagente), seguida do Nitrogênio

oriundo da fração de ar que participa da reação de combustão e da água, formada por

uma parte originada da queima do combustível e outra do vapor adicionado. Nota-se

que, para uma fração de vapor de 4%, o vapor é responsável por cerca de 12% da

242

243

244

245

246

247

248

249

250

251

252

253

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0.0% 0.5% 1.0% 1.5% 2.0% 2.5% 3.0% 3.5% 4.0% 4.5% 5.0%

Trab

alh

o (

ar)

[kJ/

kg]

Trab

alh

o (

CO

2,

H2

O,

N2

) [k

J/kg

(ar)

]

fração de vapor

Trabalhos parciais

CO2 H2O N2 ar

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28

potência gerada, proporcionando um aumento de cerca de 15,5% da potência de uma

turbina operando sem injeção de vapor, de acordo com os dados da Figura 12.

Na Figura 14 são mostrados os valores de eficiência térmica da máquina para as

frações de vapor utilizadas.

Figura 14- Valores de eficiência térmica, em variação da fração de vapor.

Embora tanto a potência quanto o calor da combustão aumentem com o

crescimento da fração de vapor, a taxa de crescimento da potência é maior, como visto

na Figura 12, levando a uma ascensão da eficiência térmica do ciclo.

Após realizadas as análises da influência da vazão de ar admitida no compressor e

a fração de vapor injetada no combustor, uma análise conjunta é necessária, de modo

a se obter uma maior visão dos diferentes modos de operação, bem como a eficiência

térmica associada.

Na Figura 15, à esquerda, é possível ver o gráfico tridimensional, que ilustra a

relação de ambos os parâmetros avaliados com a eficiência térmica. À direita, os

mesmos resultados são apresentados como curvas de nível.

0.420

0.425

0.430

0.435

0.440

0.445

0.450

0.455

0.0% 0.5% 1.0% 1.5% 2.0% 2.5% 3.0% 3.5% 4.0% 4.5% 5.0%

Efic

iên

cia

[-]

fração de vapor

Eficiência térmica

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29

Figura 15- Influências da vazão de ar e da fração de vapor na eficiência térmica.

Os gráficos reafirmam o que foi discutido anteriormente, mostrando uma eficiência

máxima para cada fração de vapor fixada, com uma vazão de ar em torno de 0,8 kg/s.

Pode-se observar, ainda, que, quanto maior a fração de vapor injetado no

combustor, o valor da eficiência ótima, correspondente à vazão referida acima, é

acrescido, comprovando a eficácia da utilização de turbinas a gás com injeção de vapor

na combustão.

5.4. Adição do regenerador

O regenerador, como visto na seção 3.5, é um trocador de calor, cuja função na

turbina a gás é proporcionar um preaquecimento do ar, antes deste adentrar o

combustor. Quanto maior a temperatura do ar na entrada do combustor, menor é a

energia necessária para se levar o fluido de trabalho à temperatura de saída imposta,

havendo uma diminuição da vazão de combustível e aumento da eficiência térmica. A

Tabela 3 mostra uma comparação entre operações com e sem o regenerador, ainda

fazendo uso dos mapas do compressor, para uma vazão de ar de 0,45 kg/s. A

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temperatura de exaustão do combustor e admissão na turbina foram mantidas em 1400

K.

Tabela 3- Comparação entre operações sem regenerador e com regenerador.

Variável 𝐹/𝐴 𝜂𝑡ℎ 𝑞 [kJ/kg] 𝑤𝑡𝑝[kJ/kg]

Sem regenerador 0,0202 0,43862 899,0097 394,3187

Com regenerador 0,0194 0,45667 860,9674 393,1779

Nota-se, através da tabela apresentada, que a utilização de regenerador com

efetividade de 80% proporciona uma diminuição em torno de 4,2% de vazão de

combustível utilizada, bem como do calor requerido para a combustão. A potência sofre

uma diminuição relativamente baixa (0,29%), visto que, com menos combustível, a

vazão nas seções de expansão também diminui, produzindo menos potência. Com um

decréscimo percentual do calor maior que o aumento da potência, a eficiência aumenta,

chegando a um valor 4,12% maior com a utilização de regenerador.

Ao se utilizar o regenerador no modelo computacional, em regime permanente,

deve-se aguardar algumas iterações até que o modelo convirja. Isto acontece devido ao

fato de ser utilizada a temperatura de exaustão da máquina, que deve ser a do passo

anterior, pois esta só é calculada no modelo da turbina de potência. Deve-se, portanto,

iniciar o teste com uma condição inicial para esta temperatura. A Tabela 4 mostra dados

para simulações com diferentes temperaturas de entrada (T2a) e de saída (T3) no

combustor. A variação de T2 na simulação é imposta pela variação da eficiência do

regenerador.

Pelos dados da tabela, pode-se notar uma relação linear entre a fração de

combustível e a temperatura de entrada do combustor. Foi utilizado, então, um método

de regressão linear para cada temperatura de exaustão, obtendo-se o gráfico mostrado

na Figura 16.

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Tabela 4- Dados para diferentes temperaturas na saída do combustor

Figura 16- Fração de combustível em função das temperaturas nos terminais do combustor.

η (regenerador) F/A η q [kJ/kg] w [kJ/kg] T2a [K]

0,5 0,01975 0,44872 877,23 393,63 730,25

0,6 0,01965 0,45078 872,95 393,51 733,86

0,7 0,01956 0,45286 868,68 393,39 737,5

0,8 0,01946 0,45496 864,42 393,27 741,14

0,5 0,02222 0,46537 986,88 459,26 761,49

0,6 0,02195 0,47052 975,17 458,83 771,31

0,7 0,02169 0,47582 963,56 458,49 781,04

0,8 0,02143 0,48121 952,03 458,13 790,66

0,5 0,02475 0,47804 1099,3 525,53 793,32

0,6 0,02431 0,486 1080 524,89 809,23

0,7 0,02388 0,49418 1060,7 524,19 825,11

0,8 0,02345 0,50264 1041,6 523,55 840,77

0,5 0,02734 0,48784 1214,5 592,48 825,64

0,6 0,02673 0,49818 1187,2 591,44 847,74

0,7 0,02611 0,50897 1160 590,4 869,64

0,8 0,02551 0,52025 1133 589,45 891,34

T3 = 1400 K

T3 = 1500 K

T3 = 1600 K

T3 = 1700 K

0.000

0.003

0.006

0.009

0.012

0.015

0.018

0.021

0.024

0.027

0.030

0.033

0.036

600 610 620 630 640 650 660 670 680 690 700 710 720 730 740 750 760 770 780 790 800

Fraç

ão c

om

bu

stív

el-a

r [-

]

Temperatura de entrada no combustor [K]

Efeitos do regenerador

T3 = 1400 K T3 = 1500 K T3 = 1600 K T3 = 1700 K

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É possível notar grande semelhança entre a Figura 16 e a Figura 6, da seção 3.5,

[3], mostrando a vantagem da utilização do regenerador na diminuição do consumo de

combustível. Os valores de eficiência térmica (𝜂) da Tabela 4 denotam, ainda, um

aumento à medida que T2a e T3 têm seus valores acrescidos.

Observa-se, portanto, que o regenerador oferece grande vantagem na geração de

potência de uma turbina a gás, proporcionando aumentos significativos na eficiência

térmica do ciclo.

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6. CONCLUSÕES

Ao longo deste trabalho, foram abordados diferentes aspectos relacionados a

turbinas a gás, tanto no que diz respeito do funcionamento do conjunto que constitui a

turbo-máquina, quanto no que se refere a cada equipamento de forma individual e seus

princípios.

Em um primeiro momento, de caráter introdutório e de contextualização, foi feita

uma apresentação da importância deste equipamento para o setor energético brasileiro,

explicitando-se dados estatísticos do cenário do país. Concluiu-se que centrais

termelétricas estão entre as principais fontes de energia do Brasil.

Em seguida, focando na turbina a gás de geração de potência, presente em usinas

termelétricas, foram apresentados os princípios físicos do ciclo Brayton, que

corresponde ao ciclo ideal associado a este sistema. Uma breve explicação dos

diagramas P-V e T-S do ciclo foi feita, percorrendo cada etapa do ciclo.

Para que pudesse ser avaliada a interação dos componentes na simulação

computacional, uma descrição detalhada de cada um deles foi feita, apresentando os

princípios físicos associados ao compressor, ao combustor, às turbinas e ao

regenerador. Equações dos modelos matemáticos dos componentes foram explicitadas,

com as devidas considerações feitas, incluindo a explicação dos mapas do compressor

e sua avaliação. No combustor, a equação química de combustão, incluindo a injeção

de vapor, foi desenvolvida, de modo a se obter um sistema cujas variáveis são os

coeficientes de cada componente da equação. Finalmente, para as seções da turbina,

a composição real dos produtos de combustão foi considerada para os cálculos de

entalpia e entropia.

Após feita a explicação da integração dos componentes, um esquema da estrutura

computacional foi apresentado, sendo a simulação feita em Fortran 90, no qual foram

disponibilizadas sub-rotinas de interpolação das tabelas termodinâmicas para os

diferentes gases.

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Na seção dos resultados, um primeiro teste foi realizado de modo a se comparar os

resultados obtidos pelo modelo e aqueles apresentados na literatura [3], para um

mesmo problema proposto. Os resultados encontrados tiveram desvio relativo baixo,

quando comparados à literatura, com pequena discrepância justificada pela utilização

dos produtos reais da combustão como fluido de trabalho das turbinas.

Para análise da influência da utilização dos mapas de compressor na potência

líquida e na eficiência da máquina, um teste para diferentes vazões de ar na admissão

do compressor foi feito, mostrando um ponto de eficiência máxima, a partir do qual o

aumento da vazão diminui o rendimento da máquina.

Seguindo a análise por variação dos parâmetros, resultados para diferentes frações

de vapor injetado no combustor foram obtidos, mantendo-se a vazão de ar constante.

Os gráficos mostrados explicitaram o fato de que tanto a potência quanto a eficiência

aumentam à medida que mais vapor é injetado, respeitando o intervalo recomendado,

com máximo de 5%, em [2]. Para uma análise mais aprofundada, os trabalhos parciais

dos componentes do fluido de trabalho na turbina foram obtidos, possibilitando uma

compreensão da contribuição individual dos gases de exaustão. Ainda neste

experimento, dados para uma variação de vazão de ar e de fração de vapor simultânea

foram analisados e mostrados em um gráfico tridimensional, comprovando as

tendências seguidas com cada variação dos parâmetros.

O regenerador foi, em seguida, adicionado à simulação, sendo observado que sua

utilização só surte efeito para temperaturas de exaustão do combustor mais altas, para

as quais a exaustão da turbina se encontra a uma temperatura maior que a da exaustão

do compressor, realizando o preaquecimento do ar a ser admitido na câmara de

combustão. Foi mostrado que o regenerador não proporciona aumento significativo da

potência líquida, mas tem grande resultado sobre a eficiência, para mesma temperatura

de exaustão do combustor.

Como conclusão geral deste trabalho, a injeção de vapor na combustão de turbinas

a gás se mostrou bastante eficaz, conforme mostrado nas simulações, aumentando a

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potência e a eficiência térmica da máquina. Outra forma de se obter vantagem na

eficiência é por meio de um regenerador, reaproveitando o calor dos gases de exaustão.

Para trabalhos futuros, enxergam-se possibilidades na vertente de simulações

computacionais, podendo ser incluído um ciclo a vapor, operando em modo combinado,

além de lógicas de controle, presentes em turbinas reais e simulações em regime

transiente.

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REFERÊNCIAS

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<http://www.brasil.gov.br/editoria/infraestrutura/2011/12/fontes-hidraulicas-geram-

a-maior-parte-da-energia-eletrica.> Acesso em 30 de maio 2018.

[2] WANG, F. J., CHIOU, J. S., “Integration of steam injection and inlet air cooling,”

Energy Conversion & Management, vol. 45, pp. 15-26, 2004.

[3] BATHIE, W. W., Fundamentals of Gas Turbines, 2 ed., Wiley, 1996.

[4] KILANI, N., KHIR, T., BRAHIM, A. B., “Performance analysis of two combined

cycle power plants with different steam injection system,” International Journal

of Hydrogen Energy, vol. 42, pp. 12856-12864, 2017.

[5] SONNTAG, E. R., BORGNAKKE, C., VAN WYLEN, G. J., Fundamentos da

Termodinâmica, 6 ed., São Paulo, Edgard Blucher, 2003.

[6] CUMPSTY, N. A., Compressor Aerodynamics, 5 ed., Malabar, Krieger, 2004.

[7] BEZERRA, R. C., Análise e otimização de um ciclo Brayton com injeção de

vapor. Projeto final de Graduação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio

de Janeiro, 2013.

[8] WARTSILA, Gas Turbine for Power Generation: Introduction. Disponível em:

<https://www.wartsila.com/energy/learning-center/technical-comparisons/gas-

turbine-for-power-generation-introduction.> Acesso em 31 de maio 2018.

[9] TURNS, S. R., An Introduction to Combustion - Concepts and Applications,

2 ed., McGraw-Hill, 2000.

[10] TULIO, D., Sistema de Proteção Anti-Surge para Compressores. Tese de

Graduação, Centro Universitário Positivo, Curitiba, Paraná, 2006.

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[11] XUE, R., HU, C., SETHI, V., NIKOLAIDIS, T., PILIDIS, P., “Effect of steam

addition on gas turbine combustor design and,” Applied Thermal Engineering,

vol. 104, pp. 249-257, 2016.

[12] PIRES, T. S., Aplicação de Controle Preditivo não Linear Multivariável com

Otimizador à Operação Transiente de Turbina a Gás. Tese de Doutorado,

COPPE UFRJ, Rio de Janeiro, 2017.

[13] LIU, Y., SUN, X., SETHI, V., NALIANDA, D., LI, Y., LU, W., “Review of modern

low emissions combustion technologies for aero gas turbine engines,” Progress

in Aerospace Sciences, vol. 94, pp. 12-45, 2017.

[14] NISHIDA, K., TAKAGI, T., KINOSHITA, S., “Progress in Aerospace Sciences,”

Applied Energy, vol. 81, pp. 231-246, 2005.

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APÊNDICE

Programas Desenvolvidos

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1. Módulos de fluido e equipamentos module fluido_caracteristicas type fluid real(8) :: entalpia ![kJ/kg] real(8) :: entropia ![kJ/kmol.K] real(8) :: Pr real(8) :: Temperatura ![K] real(8) :: Pressao ![kPa] real(8) :: densidade ![kg/m3] real(8) :: cp ![kJ/kg.K] end type end module module componentes use fluido_caracteristicas use ThermCoeffProp use Thermo_Prop_Calc implicit none contains subroutine compressor (fluido, razao, Air, eta, w, h2) real(8), intent(in) :: Air(5,489) real(8), intent(in) :: razao, eta real(8), intent(out) :: W, h2 type (fluid), intent(inout) :: fluido real(8) :: h1, pr1, T1, P1, Tref Tref = 298.15 !estado de entrada T1 = fluido.temperatura P1 = fluido.pressao h1 = hAir(fluido.temperatura, Air, 1) pr1 = prAir(fluido.temperatura, Air, 1) !compressao isentropica fluido.pressao = P1*razao fluido.pr = pr1*razao fluido.entalpia = hAir(fluido.pr, Air, 5) fluido.temperatura = TAir(fluido.pr, Air, 5) !considerando eficiencia isentropica fluido.entalpia = (fluido.entalpia-h1)/eta + h1 fluido.temperatura = TAir(fluido.entalpia, Air, 3) fluido.pr = prAir(fluido.temperatura, Air, 1) fluido.entropia = sAir(fluido.temperatura, Air, 1) w = fluido.entalpia - h1

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h2 = fluido.entalpia end subroutine subroutine combustor(fluido, Air, IGH2Oprop, CO2prop, N2prop, T3, h3, frac,Fvapor,a,c,e) real(8), intent(in) :: Air(5,489), IGH2OProp(6,46),N2Prop(6,46),CO2Prop(6,46) real(8), intent(in) :: T3,frac,Fvapor,a,c,e type (fluid), intent(inout) :: fluido real(8), intent(out) :: h3 real(8) :: mAir real(8) :: Tref Tref = 298.15d0 fluido.temperatura = T3 fluido.entalpia = (8*(hCO2(T3,CO2Prop) - hCO2(Tref, CO2Prop))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) + e*(hH2O(T3,IGH2OProp) - hH2O(Tref,IGH2OProp))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) + (a*MMAir/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)))*(hAir(T3, Air, 1) - hAir(Tref, Air, 1)) + 46.5*(hN2(T3,N2Prop) - hN2(Tref,N2Prop))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2))) fluido.entropia = (8*(sCO2(T3,CO2Prop) - sCO2(Tref, CO2Prop))/(8+e+a+46.5) + e*(sH2O(T3,IGH2OProp) - sH2O(Tref,IGH2OProp))/(8+e+a+46.5) + (a*MMAir/(8+e+a+46.5))*(sAir(T3, Air, 1) - sAir(Tref, Air, 1)) + 46.5*(sN2(T3,N2Prop) - sN2(Tref,N2Prop))/(8+e+a+46.5)) fluido.pr = 0.d0 h3 = fluido.entalpia end subroutine subroutine turbina(fluido, Air, IGH2Oprop, CO2prop, N2prop, w, wi, wc, eta,frac,Fvapor,a,c,e) real(8), intent(in) :: Air(5,489), IGH2OProp(6,46),N2Prop(6,46),CO2Prop(6,46), wc, eta,frac,Fvapor,a,c,e type (fluid), intent(inout) :: fluido real(8), intent(out) :: w, wi real(8) :: mAir,h4CO2, h4H2O, h4Air, h4N2 real(8) :: h3, s3, T4, Tref, T4i, h4i, s4i mAir = 127.026*MMAir + 12.5*(MMO2 + MMN2) T4 = fluido.temperatura Tref = 298.15d0 w = 0.d0

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h3 = fluido.entalpia s3 = fluido.entropia do while (abs(w - wc)>0.1d0) fluido.entalpia = (8*(hCO2(T4,CO2Prop) - hCO2(Tref, CO2Prop))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) + e*(hH2O(T4,IGH2OProp) - hH2O(Tref,IGH2OProp))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) + (a*MMAir/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)))*(hAir(T4, Air, 1) - hAir(Tref, Air, 1)) + 46.5*(hN2(T4,N2Prop) - hN2(Tref,N2Prop))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2))) fluido.entropia = (8*(sCO2(T4,CO2Prop) - sCO2(Tref, CO2Prop))/(8+e+a+46.5) + e*(sH2O(T4,IGH2OProp) - sH2O(Tref,IGH2OProp))/(8+e+a+46.5) + (a*MMAir/(8+e+a+46.5))*(sAir(T4, Air, 1) - sAir(Tref, Air, 1)) + 46.5*(sN2(T4,N2Prop) - sN2(Tref,N2Prop))/(8+e+a+46.5)) w = h3 - fluido.entalpia T4 = T4 - 0.001d0 end do h4CO2 = 8*(hCO2(T4,CO2Prop) - hCO2(Tref, CO2Prop))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) h4H2O= e*(hH2O(T4,IGH2OProp) - hH2O(Tref,IGH2OProp))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) h4Air = (a*MMAir/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)))*(hAir(T4, Air, 1) - hAir(Tref, Air, 1)) h4N2 = 46.5*(hN2(T4,N2Prop) - hN2(Tref,N2Prop))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) write(40,"(9999(G12.5,:,' '))") h4CO2,h4H2O, h4Air, h4N2 wi = 0.d0 T4i = T4 do while (abs(wi-w/eta) > 1.d0) h4i = (8*(hCO2(T4i,CO2Prop) - hCO2(Tref, CO2Prop))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) + e*(hH2O(T4i,IGH2OProp) - hH2O(Tref,IGH2OProp))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) + (a*MMAir/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)))*(hAir(T4i, Air, 1) - hAir(Tref, Air, 1)) + 46.5*(hN2(T4i,N2Prop) - hN2(Tref,N2Prop))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2))) wi = h3 - h4i T4i = T4i - 0.1d0 end do s4i = (8*(sCO2(T4i,CO2Prop) - sCO2(Tref, CO2Prop))/(8+e+a+46.5) + e*(sH2O(T4i,IGH2OProp) - sH2O(Tref,IGH2OProp))/(8+e+a+46.5) + (a*MMAir/(8+e+a+46.5))*(sAir(T4i,

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Air, 1) - sAir(Tref, Air, 1)) + 46.5*(sN2(T4i,N2Prop) - sN2(Tref,N2Prop))/(8+e+a+46.5)) fluido.pressao = (fluido.pressao/exp((s3-s4i)/R)) fluido.temperatura = T4 end subroutine subroutine turbina_potencia(fluido, Air, IGH2Oprop, CO2prop, N2prop, eta, w, p5,frac,Fvapor,a,c,e) real(8), intent(in) :: Air(5,489), IGH2OProp(6,46),N2Prop(6,46),CO2Prop(6,46), eta, p5,frac,Fvapor,a,c,e type (fluid), intent(inout) :: fluido real(8), intent(out) :: w real(8) :: T4, h4, s4, p4, Tref real(8) :: s5i, h5i, T5i, s, h5, T5,h5CO2, h5H2O, h5Air, h5N2 Tref = 298.15d0 p4 = fluido.pressao T4 = fluido.temperatura h4 = fluido.entalpia s4 = fluido.entropia T5i = T4 s5i = 0.d0 s = s4 - R*log(p4/p5) do while (abs(s5i - s) > 0.1d0) s5i = (8*(sCO2(T5i,CO2Prop) - sCO2(Tref, CO2Prop))/(8+e+a+46.5) + e*(sH2O(T5i,IGH2OProp) - sH2O(Tref,IGH2OProp))/(8+e+a+46.5) + (a*MMAir/(8+e+a+46.5))*(sAir(T5i, Air, 1) - sAir(Tref, Air, 1)) + 46.5*(sN2(T5i,N2Prop) - sN2(Tref,N2Prop))/(8+e+a+46.5)) T5i = T5i - 0.01d0 end do h5i = (8*(hCO2(T5i,CO2Prop) - hCO2(Tref, CO2Prop))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) + e*(hCO2(T5i,IGH2OProp) - hCO2(Tref,IGH2OProp))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) + (a*MMAir/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)))*(hAir(T5i, Air, 1) - hAir(Tref, Air, 1)) + 46.5*(hN2(T5i,N2Prop) - hN2(Tref,N2Prop))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2))) h5 = h4 - eta*(h4 - h5i) fluido.entalpia = 0.d0

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T5 = T5i do while (abs(h5-fluido.entalpia)>0.1) fluido.entalpia = (8*(hCO2(T5,CO2Prop) - hCO2(Tref, CO2Prop))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) + e*(hH2O(T5,IGH2OProp) - hH2O(Tref,IGH2OProp))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) + (a*MMAir/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)))*(hAir(T5, Air, 1) - hAir(Tref, Air, 1)) + 46.5*(hN2(T5,N2Prop) - hN2(Tref,N2Prop))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2))) T5 = T5 + 0.01d0 end do h5CO2 = 8*(hCO2(T5,CO2Prop) - hCO2(Tref, CO2Prop))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) h5H2O= e*(hH2O(T5,IGH2OProp) - hH2O(Tref,IGH2OProp))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) h5Air = (a*MMAir/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)))*(hAir(T5, Air, 1) - hAir(Tref, Air, 1)) h5N2 = 46.5*(hN2(T5,N2Prop) - hN2(Tref,N2Prop))/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) write(50,"(9999(G12.5,:,' '))") h5CO2,h5H2O, h5Air, h5N2 fluido.entropia = (8*(sCO2(T5,CO2Prop) - sCO2(Tref, CO2Prop))/(8+e+a+46.5) + e*(sH2O(T5,IGH2OProp) - sH2O(Tref,IGH2OProp))/(8+e+a+46.5) + (a*MMAir/(8+e+a+46.5))*(sAir(T5, Air, 1) - sAir(Tref, Air, 1)) + 46.5*(sN2(T5,N2Prop) - sN2(Tref,N2Prop))/(8+e+a+46.5)) fluido.temperatura = T5 fluido.pressao = p5 w = h4-h5 end subroutine subroutine regenerador(T_prod, Tar_out, har_out, har_in, eta, Air) real(8), intent(in) :: T_prod, eta, har_in, Air(5,489) real(8), intent(out) :: Tar_out, har_out real(8) :: har_teor, Tref integer::col col = 3 Tref=298.15d0 har_teor = hAir(T_prod,Air,1) har_out = (har_teor - har_in)*eta + har_in

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Tar_out = TAir(har_out,Air,col) end subroutine end module module eficiencia implicit none contains subroutine eficienca_termica (wtp, eta_th,frac,q) real(8), intent(in) :: wtp,frac,q real(8), intent(out) :: eta_th eta_th = wtp/q end subroutine end module

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2. Módulo de estequiometria

module composition use ThermCoeffProp use fluido_caracteristicas use Thermo_Prop_Calc implicit none contains subroutine air_comp (Fvapor,a,c,e, Air, H2O, N2, CO2, O2, T1, T2, Tw) real(8),intent(in):: Air(5,489), H2O(6,46),N2(6,46),CO2(6,46),O2(6,46) real(8),intent(in)::Fvapor, T1, T2, Tw real(8),intent(out)::a,c,e real(8)::f1,f2 a=30.d0 c=Fvapor*(MMAir*a + 12.5*(MMO2 + 3.72*MMN2))/MMH2O e=(18+2*c)/2 f1=-249957+a*MMAir*(hAir(T1, Air, 1)-hAir(T2, Air, 1))+12.5*(hO2(T1, O2)+3.72*hN2(T1, N2))+c*(hH2O(Tw,H2O))-e*(hH2O(T2,H2O)) f2=8*(hCO2(T2,CO2))+12.5*3.72*hN2(T2,N2) do while (abs(f1-f2)>50) a=a+0.001 c=Fvapor*(MMAir*a + 12.5*(MMO2 + 3.72*MMN2))/MMH2O e=(18+2*c)/2 f1=-249957+a*MMAir*(hAir(T1, Air, 1)-hAir(T2, Air, 1))+12.5*(hO2(T1, O2)+3.72*hN2(T1, N2))+c*(hH2O(Tw,H2O))-e*(hH2O(T2,H2O)) f2=8*(hCO2(T2,CO2))+12.5*3.72*hN2(T2,N2) end do end subroutine end module

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3. Módulo de mapas do compressor module maps implicit none contains subroutine read_PR(PRmap) real(8),intent(inout)::PRmap(2,20) integer:: i,j open(10, file = '.\maps\PRmap.dat') do i=1,20 read(10,*) (PRmap(j,i),j=1,2) end do close(10) end subroutine subroutine pressure_ratio(m, PRmap, PR) real(8), intent(in) :: m real(8), intent(out) :: PR real(8), intent(in) :: PRmap(2,20) integer :: i i=1 do while(PRmap(1,i)<=m) i = i + 1 end do PR = PRmap(2,i-1) + (m - PRmap(1,i-1))*(PRmap(2,i) - PRmap(2,i-1))/(PRmap(1,i) - PRmap(1,i-1)) end subroutine subroutine read_Eff(Effmap) real(8),intent(inout)::Effmap(2,20) integer:: i,j open(10, file = '.\maps\Effmap.dat') do i=1,20 read(10,*) (Effmap(j,i),j=1,2) end do close(10) end subroutine subroutine efficiency(m, Effmap, eta)

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real(8), intent(in) :: m real(8), intent(out) :: eta real(8), intent(in) :: Effmap(2,20) integer :: i i=1 do while(Effmap(1,i)<=m) i = i + 1 end do eta = Effmap(2,i-1) + (m - Effmap(1,i-1))*(Effmap(2,i) - Effmap(2,i-1))/(Effmap(1,i) - Effmap(1,i-1)) end subroutine end module

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4. Método principal Program simulation use ThermCoeffProp use Thermo_Prop_Calc use componentes use fluido_caracteristicas use maps use composition use eficiencia IMPLICIT NONE real(8):: Air(5,489), IGH2OProp(6,46),N2Prop(6,46),CO2Prop(6,46), O2Prop(6,46), PRmap(2,20), Effmap(2,20), eff(50,50) real(8) :: razao, wc, wt, wti, wtp, eta_c, eta_t, T3, Tw, Pamb, Tamb, T1, T2, m, lambda, eta_th, W_liq,Fvapor,a,c,e,air_eq, q, h2, h3, T_prod, eta_reg, m_corr, FAC type (fluid) :: fluido integer :: i, j, k open(unit=1, file='eficiencias.txt', ACTION="write", STATUS="replace") open(2, file='.\inputs.txt') open(20, file='.\results.dat') open(21, file='.\results_reg.dat') open(30, file='.\results_power.dat') open(40, file='.\entalpias_3.dat') open(50, file='.\entalpias_4.dat') m = 0.45d0 Fvapor=0.025d0 T3 = 1400.d0 Tw = 653.d0 Pamb = 101.3d0 Tamb=298.d0 T1=288.d0 fluido.temperatura = T1 fluido.pressao = Pamb razao = 12.d0 eta_c = 0.87d0 eta_t = 0.89d0 T_prod = 800.d0 eta_reg = 0.8d0 m_corr = m*(T1/Tamb)**(1/2) do j=1,80 read(2,*) m, Fvapor m_corr = m*(T1/Tamb)**(1/2) call read_PR(PRmap) call read_Eff(Effmap)

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call pressure_ratio(m_corr, PRmap, razao) call efficiency(m_corr, Effmap, eta_c) call Air_Prop(Air) call IdealH2O_Prop(IGH2OProp) call N2_Prop(N2Prop) call CO2_Prop(CO2Prop) call O2_Prop(O2Prop) fluido.temperatura = T1 fluido.pressao = Pamb call compressor(fluido, razao, Air, eta_c, wc, h2) call regenerador(T_prod, fluido.temperatura, fluido.entalpia, fluido.entalpia, eta_reg, Air) T2 = fluido.temperatura call air_comp(Fvapor,a,c,e,Air, IGH2OProp, N2Prop, CO2Prop, O2Prop, fluido.temperatura, T3, Tw) air_eq = 1.d0+(8*12+18)/((a*MMAir)+12.5*(MMO2+3.72*MMN2)) call combustor(fluido, Air, IGH2Oprop, CO2prop, N2prop, T3, h3, air_eq,Fvapor,a,c,e) call turbina(fluido, Air, IGH2Oprop, CO2prop, N2prop, wt, wti, wc, eta_t,air_eq,Fvapor,a,c,e) call turbina_potencia(fluido, Air, IGH2Oprop, CO2prop, N2prop, eta_t, wtp, Pamb,air_eq,Fvapor,a,c,e) T_prod = fluido.temperatura FAC=((8*12+18)/(a*MMAir+12.5*(MMO2+3.72*MMN2))) q = FAC*44422 call eficienca_termica(wtp, eta_th,air_eq,q) W_liq = m*wtp write(20,*) m, FAC, eta_th write(30,*) q, wtp, T2 write(21, "(9999(G12.5,:,' '))") FAC, eta_th, q, wtp, T2 write(*,*) "modelo executado:", j end do close(1) close(2) close(20)

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close(21) close(30) close(40) close(50) end program

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5. Geração de gráficos no MATLAB clear all;close all;clc;

m=0.2;

M=zeros(1,50);

Fvapor=0.0;

F=zeros(1,50);

for i=1:50

F(i)=Fvapor;

Fvapor=Fvapor+0.001;

end

for i=1:50

M(i)=m;

m=m+0.02;

end

[f1,m1]=meshgrid(M,F);

eta=dlmread('eficiencias.txt')';

ax1=subplot(1,2,2);

[C]=contour(ax1,m1,f1,eta);

clabel(C);

ylabel(ax1,'vazão de ar [kg/s]');

xlabel(ax1,'fração de vapor [-]');

ax2=subplot(1,2,1);

surf(ax2,m1,f1,eta)

ylabel(ax2,'vazão de ar [kg/s]');

xlabel(ax2,'fração de vapor [-]');

zlabel(ax2,'eficiência [-]');

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica

DEM/POLI/UFRJ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Preenchido o último requisito para obtenção do grau de Engenheiro Mecânico,

JOÃO PAULO INNOCENTE DE SOUZA

(DRE: 111472499)

defenderá seu projeto final, com o título

" ANÁLISE DE CARGA E EFICIÊNCIA DE TURBINAS A GÁS COM INJEÇÃO DE

VAPOR CONSIDERANDO MAPAS DE COMPRESSOR EM SIMULAÇÃO

COMPUTACIONAL"

perante Banca, assim constituída:

Prof. Marcelo José Colaço, D.Sc,

Prof. Manuel Ernani de Carvalho Cruz, PhD

Prof. Hélcio Rangel Barreto Orlande, PhD

Dia: 02/08/2018

Hora: 13:00

Local: _______ Bloco __ sala ____ Centro de Tecnologia – Cid. Universitária

Aprovado para defesa em __/__/2018

________________________________ Comissão de Projeto Final