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ANALISE DE PEÇAS LINEARES DE CONCRETO ARMADO BASEADA NA MECÃNICA DAS ESTRUTURAS Mauro Schulz TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇAO DOS PROGRAMAS DE PÕS-GRADUAÇAO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JA NEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSARIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS (M.Sc. ). Aprovada por: Prof. Benjamin Erna,iiaz (Presidente) e Prof. Fernando Luiz Lobo B. Carneiro dos Santos (2,.vG:,~ d~ct"° [u,.a.,U,) /t,,0cc ·e Prof. Antonio Cliudio F. Maia RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL NOVEMBRO DE 1981

ANALISE DE PEÇAS LINEARES DE CONCRETO ARMADO … · citações combinadas de momento fletor, esforços cortante e nor mal, ê apresentada neste trabalho. O modelo mecãnico adotado

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ANALISE DE PEÇAS LINEARES DE CONCRETO ARMADO

BASEADA NA MECÃNICA DAS ESTRUTURAS

Mauro Schulz

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇAO DOS PROGRAMAS DE PÕS-GRADUAÇAO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JA NEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSARIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS (M.Sc. ).

Aprovada por:

Prof. Benjamin Erna,iiaz (Presidente)

e Prof. Fernando Luiz Lobo B. Carneiro

dos Santos

(2,.vG:,~ d~ct"° [u,.a.,U,) /t,,0cc ·e Prof. Antonio Cliudio F. Maia

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL NOVEMBRO DE 1981

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i i

SCHULZ, MAURO

Anilise de Peças Lineares de Concreto Armado Base~da na Meci

nica das Estruturas JRio de Janeiro J 1981.

XV , 260 p. 29.7 cm (COPPE-UFRJ, M.Sc., Engenharia Civil,

1981 )

Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro. COPPE

1. Dimensionamento de concreto armado. I. COPPE/UFRJ. II. Titu­

lo {Serie).

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i i i

A Sonia

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iv

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Benjamin Ernani Diaz pelo apoio e

incentivo na orientação deste trabalho.

Aos Professores Michel Pre e Eduardo Christo da

Silveira Thomaz pela bibliografia indicada.

A Sonia Hilf Schulz pela elaboração grãfica deste

trabalho.

A CNEN pelo apoio financeiro.

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V

SUM~RIO

Uma teoria geral e consistente para a anãlise de

tensões em peças lineares de concreto armado, submetidas a soli­

citações combinadas de momento fletor, esforços cortante e nor­

mal, ê apresentada neste trabalho. O modelo mecãnico adotado su­

poe que o concreto seja formado por um conjunto de pequenas bie­

las curvas, delimitadas pelas fissuras, cujas direções sao variã

veis ao longo da altura e da extensão da peça.

A partir das equaçoes que representam o comporta­

mento do modelo, três processos de resolução são im~lementados.

No primeiro, denominado mêtodo da seção empenada, o problema e

analisado de forma completa. O mêtodo da seção equivalente ê a

principal simplificação apresentada pelo segundo. No terceiro

processo, critêrios baseados em normas são introduzidos.

Os processos podem ser aplicados em qualquer seçao

transversal, com um eixo de simetria, desde que seja admitida a

hipótese de que as tensões tangenciais se desenvolvam segundo

uma unica direção.

Analisam-se comparativamente os mêtodos apresenta­

dos e diversas conclusões são obtidas.

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Vi

ABSTRACT

A general and consistent theory for stress analy­

sis of linear reinforced concrete members, subjected to bending

moment, axial and shear forces, is presented. The mechanical m~

del adopted assumes that the concrete is formed by small curved

struts, whose directions vary along the height and the longitu­

dinal axis of the member.

Based on the equations which represent the model,

three analysis procedures are developed. ln the first,

warping section method, the entire set of equations is

named

consi-

dered. ln the second procedure the equivalent section method is

the main simplification done in the analysis. ln the third pr~

cedure design criteria based on the design cedes are intro­

duced.

These procedures can be performed for any cross

section, with a single symmetry axis, if it is assumed that the

tangential stresses are oriented along the sarne direction.

The presented methods are compared and different

conclusions are drawn.

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Vi i

TNDICE

INTRODUÇIIO............................................... 1

CAPITULO I - MECANISMOS DE RESISTtNCIA DE PEÇAS LINEARES

DE CONCRETO ARMADO.......................... 5

l .l - Dimensionamento a flexio composta.................. 5

1.2 - Distribuiçio de tensões em vigas submetidas i fle~

xio composta com esforço cortante.................. l O

1.3 - Distribuiçio efetiva das tensões de cisalhamento... 17

1.4 - Analogia da treliça de Ritter-Morsch.... .... .. .. .. . 20

1.5 - Extensio da analogia da treliça baseada no princi-

pio da energia complementar minima.... ... . . ... .. . . . 26

1.6 - Efeito de arco..................................... 31

l. 7 - Influência da forma da seçio transversal........... 35

1.8 - Analogia da treliça generalizada................... 38

1.9 - Anãlise plãstica do modelo da treliça.............. 39

1.10 - Efeitos secundãrios.... .... .. .. .. .... .. .... .... .. . 44

1.11 - Comportamento do concreto na biela de compressio.. 48

CAPITULO II - FORMULAÇIIO DA TEORIA DO CAMPO DE COMPRESSIIO

DIAGONAL .............................. ·..... 52

2.1 - Hipõteses simplificadoras.......................... 53

2.2 - O modelo mecânico para a anãlise................... 55

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Vi i i

2.3 - Definição das tensões e deformações................ 55

2.4 - Equações diferenciais de equilTbrio. ....... ........ 59

2. 5 - Equações de compatibilidade........................ 61

2.5.1 - 1~ equaçao de compatibilidade.................... 61

2.5.2 - 2~ equaçao de compatibilidade.................... 61

2.5.3 - O princTpio das forças virtuais e o da energia

l t ~ . comp emen ar m1n1ma ............................. .

a a -2.5.4 - 3. e 4. equaçoes de compatibilidade ............. .

2.5.5 - Interpretação da equação (2.33) atravês da geom~

63

65

tria das deformações............................. 69

2.5.6 - Comportamento linear dos materiais............... 70

2.5.7 - Equivalência com a formulação de placas com arma-

dura em malha ortogonal.......................... 73

2.6.- Equações constitutivas............................. 75

2.7 - Incõgnitas, equações e condições de bordo.......... 78

2.8 - Equações globais de equilTbrio..................... 84

2.9 - A teoria do campo de compressão diagonal e o dimen

sionamento usual de concreto armado................ 86

CAPlTULO III - SOLUÇAO NUMERICA GERAL CONSIDERANDO O EM-

PENAMENTO DA SEÇAO 90

3.1 - Interpolação na direção x.... .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90

3.2 - Determinação do ângulo q,......................... .. 93

3.3 - Os mêtodos de resTduos ponderados.................. 98

3.4 - Processo iterativo principal....................... 99

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ix

3.5 - Comentários sobre o processo iterativo principal... 112

CAPITULO IV - METODO SIMPLIFICADO........................ 116

4.1 - Hipõteses simplificadoras - 19 estágio............. 116

4.2 - Hipõteses simplificadoras - 29 estágio............. 120

4.3 - Incõgnitas e equações.............................. 122

4.4 - O método da seção equivalente...................... 128

4.5 - Processo iterativo................................. 133

CAPITULO V - METODO PR~TICO BASEADO EM RECOMENDAÇÕES DE

NORMAS...................................... 139

5.1 - Dimensionamento da armadura transversal segundo cri

terios de norma.................................... 140

5.2 - Determinação do ángulo de inclinação das bielas.... 144

5. 3 - I ncõ gn i tas e e qua ç oe s .......................... ; . . . l 4 6

5.4 - Processo iterativo................................. 150

CAPITULO VI - RESULTADOS .................. ,, .... ,,....... 156

6. l - Programa de computador............................. 156

6.2 - Definição do erro medio............................ 158

6.3 - Análise comparativa dos processos propostos........ 160

6.4 - O ángulo de inclinação das bielas.................. 187

6.5 - Comparação com resultados experimentais............ 189

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X

CAPiTULO VII - CONCLUSÕES................................ 199

BIBLIOGRAFIA............................................. 204

APtNDICE A - PROGRAMA DE COMPUTADOR...................... 212

A.1 - Descrição geral do programa........................ 212

A.1.1 - Subrotina LERCTE................................. 213

A.1.2 - Subrotina LERSRT..... .... . ... ...... .. .. .... .. .. .. 213

A.1.3 - Subrotina LERSCC................................. 214

A. 1.4 - Subrotina DIFER.................................. 214

A.1.5 - Subrotina ECOM................................... 214

A.1. 6 - Subrotina EACO................................... 214

A.1.7 - Subrotina SIMSON................................. 215

A.1.8 - Subrotina FLUXTH............................ ... .. 215

A.l.9 - Subrotina XXSDT.................................. 216

A . l . l O - S ú b ro ti na X X F. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 7

A.l.11 - Subrotina XTANOl................................ 217

A.1.12 - Subrotina XTAN02.... ... .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. . 218

A.1.13 - Subrotina XTAN04................................ 218

A.1.14 - Subrotina RESOLV................................ 219

A.l.15 - Subrotina DEFORl................................ 219

A.l.16 - Subrotinas DEFOR2 e DEFOR3...................... 219

A.1.17 - Subrotina DEFOR4............... .... .. . .. .. .. .. .. 220

A.1.18 - Subrotinas xxi11rn e DEFOR5....................... 220

A. l. 1 9 - Sub r o t i na IJ1 PR 1 .. . .. .. .. .. .. . .. .. .. . . .. . .. .. .. .. 2 21

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xi

A. l. 20 - Subrotina IMPR2................................. 221

A.l.21 - Subrotinas XXGXZ e IMPR3. .......... .. ........... 221

A.2 - Dados de entrada................................... 222

A.3 - Listagem do programa............................... 227

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b

fc k

fcd

fyk

fyd

k

p

V

X , y, Z

z. l

Xi i

SIMBOLOGIA

- largura variãvel da seçao

- constante de diferenciação

- resistência caracter1stica do concreto

- resistência de cãlculo do concreto

- resistência caracter1stica da armadura longitudinal

- resistência de cãlculo da armadura longitudinal

- lndice associado a seçao transversal {k = l ,2,3,4)

- coeficientes que definem a derivada das deformações

longitudinais na direção x

indice associado a seçao transversal (l = l ,2,3,4)

- numero de termos da expansao polinomial que define a

deformada

- componente vertical do fluxo de cisalhamento

- coordenadas retangulares

- valor dez no bordo inferior da seçao

- braço de alavanca

valor dez no bordo superior da seçao

- area de armadura longitudinal em cada nivel

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E .c

I

M

M

N

s

V

Xi i i

- inclinação da tangente a curva tensão-deformação do

concreto

- inclinação da tangente a curva tensão-deformação do

aço

- força na armadura longitúdinal a cada nível

momento de inércia da seçao equivalente em relação

ao centro de gravidade

- momento fletor de cãlculo

- momento fletor incremental

- momento fletor igual ã (M + H)

- esforço normal de calculo

- esforço normal incremental

- esforço normal igual a (N + N)

··momento estãtico da seçao equivalente em relação ao

centro de gravidade

superfície na qual as condições de contorno

definidas em termos de deslocamentos

superfitie na qual as condições de contorno

definidas em termos de forças

- esforço cortante

estão

estão

- coeficientes que definem um diagrama de deformações

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y

E~

e

~a

0 sw

ªsub

xiv

longitudinais, aqui denominado deformada, 1 inear.

- coeficientes que definem uma deformada

numa seçao k.

- distorção angular

- deformação longitudinal

- deformação vertical

- deformação da armadura transversal

- deformação na direção da biela

ângulo dos estribos em relação ao eixo z

empenada,

ângulo de inclinação das bielas em relação ao eixo x

direção das tensões principais de compressao no es­

tãdio II

- tensão longitudinal no concreto

- tensão longitudinal fictlcia no concreto

- tensão na armadura longitudinal

- tensão na armadura transversal

- tensão tangencial subtrativa

- tensão tangencial no concreto

- tensão transversal no concreto (na direção z}

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'Rd

f'

XV

- tensão nas bielas de concreto

- tensoes num elemento infinitesimal nao fissurado ou

tensoes impostas num elemento infinitesimal fissura

do

- tensão definida no Cõdigo Modelo CEB/FIP 47

- taxa de armadura transversal.

- taxa de armadura longitudinal

- derivada parcial da função f em relação a x

- derivada parcial da função f em relação a z

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l

INTRODUÇAO

O comportamento de peças lineares de concreto ar­

mado, submetidas somente a flexão e esforço normal, estã conve-

nientemente explicado por uma teoria consistente,

ãs normas de diversos pa,ses.

incorporada

A vasta maioria dos elementos estruturais nao es­

tã, porem, submetida a este caso particular de solicitação, de­

vendo resistir também a esforços cortantes. Estes, raramente

ocorrem isoladamente, mas sim associados ã flexão e ao esforço

normal. Deve-se, portanto, examinar o efeito destes esforços so

licitantes atuando concomitantemente.

A hipõtese de Bernoulli (a seçao transversal per­

manece plana apos a deformação) permite um desacoplamento do

problema do cãlculo de tensões em peças lineares de material ho

mogêneo e elãstico. As tensões normais independem do esforço

cortante e as tensões tangenciais, por sua vez, do momento fle­

tor.

As teorias adotadas para vigas e pilares, de con­

crito armado ou protendido, pressupõem este desacoplamento do

problema. Demonstra-se que esta simplificação necessita de cor­

reções. A regra da decalagem ê uma correção emp,rica que intro-

duz indiretamente o efeito do esforço cortante na determinação

das tensões horizontais. Ensaios antigos, realizados por

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2

Morsch 15, jã mostravam a influência do momento fletor na distri

buição das tensões tangenciais. E, experimentalmente, constata­

se um empenamento da seção transversal apõs a deformação.

A extensão do método dos elementos finitos ãs pe­

ças de concreto armado, permite considerar diversas caracter,s­

ticas reais de seu comportamento resistente, e assim determi­

nar, com boa precisão, as tensões e as deformações ao longo de

todo o elemento estrutural. Um resumo dos métodos atuais de

aplicação de elementos finitos em concreto armado pode ser en­

contrado no trabalho de Gergely e White 39• Todavia, estes cãlcu

los necessitam de grande esforço computacional e portanto nao

sao adequados para a prãtica de projeto.

Devido a este incoveniente de ordem econômica,uma

formulação mais simples ê aqui desenvolvida. Analisa-se o pro­

blema numa Ünica seção, obedecendo porem a princ,pios lÕgicos

da mecânica estrutural. Os critérios podem ser aplicados a qual

quer tipo de seção transversal, com um eixo de simetria, subme­

tidas a um carregamento combinado de esforço normal, momento

fletor e esforço cortante. Admite-se que os esforços normal e

cortante permanecem constantes no intervalo estudado, e que a

armadura de cisalhamento ê constitu1da por estribos contidos em

planos perpendiculares ao eixo da peça. Considera-se que o con­

creto não resiste ã tração e que os esforços de compressão es­

tão orientados segundo as direções das fissuras. Estas direções

sao variãveis ao longo da altura e do comprimento da peça. A ar

madura longitudinal não varia no intervalo estudado. Esta res-

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3

trição, feita ao longo de todo o trabalho, pode porem ser facil

mente introduzida nos mêtodos propostos.

Esta formulação pode ser considerada uma exten-

sao, ao nivel de um element9 infinitesimal, da teoria da trel i-

ça de Ritter-MÜrsc~.Collins•,•, 1•,

11 denominou-a de teoria do

"Campo de Compressão Diagonal'', em analogia ao trabalho de

Wagner 14, onde este analisa o comportamento resistente ao esfor

ço cortante de vigas metilicas de alma esbelta. Ele assume que,

apõs a flambagem, as almas esbeltas não são capazes de resistir

a esforços de compressão, e que o esforço cortante ê absorvido

por um "Campo de Tração Diagonal".

Os primeiros trabalhos sobre o assunto, realiza­

dos por Collins 8,

9,

10,

11 e tambêm por Guedes, Prê e Maia 7, ado­

tam a hipótese das seções planas. Serão aqui desenvolvidas as

equaçoes que completam a teoria e um mêtodo numerico de solução

que permitem considerar o empenamento -da seção transversal apõs

a deformação.

A partir desta teoria consistente, desenvolveu-se

um processo simplificado para a pritica e implementação de pro­

gramas de determinação de tensões e deformações. As hipõteses

adotadas permitem a aplicação do mêtodo da seção equivalente,

preconizado por Diaz 1,

2,_3 ,

4•

Finalmente, analisa-se comparativamente os proce~

sos rigoroso e simplificado e uma outra formulação, desenvolvi

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4

da por Diaz 1•

2•

3•

4,. baseada no mesmo modelo mecãnico e em cri­

térios de dimensionamento defintdos em normas.

Cumpre notar que as equaçoes aqui desenvolvidas

e os metadas propostos se aplicam a uma peça de espessura redu

zida, ainda que variãvel. Não obstante, seções circulares fo­

ram analisadas. Nestas, a hipÕtese, adotada neste trabalho,

de que as tensões tangenciais se desenvolvem numa unica dire-

çao, representa uma simplificação do problema espacial real.

Nada impede, porem, que uma anãlise em tres dimensões seja

também formulada.

O presente trabalho pretende ·dar uma contribui­

çao teõrica ã verificação de tensões em peças lineares de con­

creto armado e pretendido, submetidas a solicitações combina­

das de,esforço normal, momento fletor e esforço cortante e for

necer bases necessãrias para a implementação de processos num~

ricos de dimensionamento. Integra uma linha de pesquisa que p~

derã determinar, no futuro, os critérios de verificação a rup­

tura de peças lineares de concreto armado.

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5

CAP1TIJLO I

MECANISMOS DE RESISTtNCIA DE PEÇAS

LINEARES DE CONCRETO ARMADO

Os mecanismos de resistência de peças lineares de

concreto armado, submetidas a solicitações combinadas, são bas­

tante complexos, o que dificulta atê hoje o estabelecimento de

um mêtodo geral e consistente para o dimensionamento. O numero

de variãveis envolvidas dificulta a interpretação dos resulta­

dos dos ensaios e o estabelecimento de um modelo fisico simpli­

ficado que permita uma anãlise global do problema.

Serão apresentados algumas teorias e conceitos que

ilustram a concepção atual do comportamento de vigas e pilares

de concreto armado sob momento fletor, esforço cortante e nor­

mal, e que facilitarão a compreensão dos mêtodos propostos.

1.1 - DIMENSIONAMENTO A FLEX~O COMPOSTA

O estudo intensivo do comportamento de peças li­

neares de concreto armado submetidas apenas a flexão e esforço

normal, alcançou conclusões importantes, universalmente acei­

tas, incorporadas ãs normas de diversos paises.

As hipõteses bãsicas do dimensionamento a flexão

composta de el•ementos estruturais lineares são:

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6

a) Supõe-se perfeita a aderência entre o aço e o concreto. Ou

seja, a armadura sofre a mesma deformação longitudinal mêdia

que o concreto que a involve.

b) As seçoes transversais permanecem planas apos a deformação

(hi põtese de Bernoulli). Assim, as deformações Eh das fibras

de uma seção na direção horizontal são proporcionais ãs suas

distâncias z a linha neutra, ou seja, o diagrama de deforma­

ções ê linear:

( 1 . 1 )

c) Admite-se que as tensões horizontais no concreto (ahn) e na

armadura (os) são funções destas deformações longitudinais.

Ou seja:

d} A resistência a tração do concreto ê desprezada. Assim, de

acordo com a hipõtese anterior, as componentes horizontais

das tensões são consideradas nulas na região de deformações

longitudinais positivas. Todas as forças de tração necessa-

rias para manter o equilibrio interno serão

pela armadura.

providenciadas

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7

A verificação ã ruptura ê definida pelas deforma-

çoes especificas limites fixadas pela norma em uso. Diversos

ãbacos e tabelas de dimensionamento têm sido apresentados para

os casos das seções mais comuns e disposições usuais de armadu-

ra.

Santathadaporn e Chen 1 8, Gal goul ! '!, e outros im­

plementaram programas de computador que permitem a determinação

das tensões e deformações longitudinais numa seçao transversal

submetida a um conjunto de esforço normal N e momento fletor M.

Este processo iterativo, baseado no método de Newton - Raphson,

sera aqui apresentado resumidamente.

b

SEC ÃO TRANSVERSAL

.... ~-

e

DEFORMAÇÕES LONGITUDINAIS

-,

I /

~

-"7 Ohn

Os .

. TENSOES. HORIZONTAIS

Fig. 1.1 - Tensões e deformações numa seçao submetida a flexão

composta

O equilibrio exige que:

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8

Jzi z. ,

Fl = b.ahn.dz + I ªs·As - N = o ( l . 4 ) zs zs

Jz i z. ,

F2 = b.ahn.z.dz + l ªs·As.z - M = o ( l. 5) zs ZS

onde b e a largura da peça, variãvel a cada nivel z da seçao e

As e a ãrea de armadura longitudinal, .considerada discreta ao

longo da altura.

Deseja-se encontrar os parâmetros a1 e a 2 que de-

terminam a deformada Eh que satisfaz as equações (1.4) e

( l . 5 ) . A parti r d e um a estima tiva d estas v ar i ã v e i s , num a i ter a -

ção !, determina-se os valores de F1 e F2 segundo as expressões

(1.4) e (1.5). Caso o equilibrio esteja satisfeito, interrompe-

se o processo. Em caso contrârio, inicia-se uma nova iteração

(I + l) com uma nova aproximação de a 1 e a 2 . Esta nova estimati

va e calculada resolvendo o sistema de equaçoes:

( l. 6)

onde 6Fn e a diferença entre o valor exato da expressao Fn e o

valor obtido na aproximação !. Os valores exatos das expressões

Fn são nulos, tais como definidos nas expressoes (1.4) e (1.5).

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9

Assim, os acréscimos nF sao iguais a: n

( 1. 7)

( l . 8 )

ou seja, os valores encontrados na iteração I, com sinais troca

dos.

Os valores das derivadas parciais no sistema de

equaçoes (1.6) são calculados através das expressões (ver

Santathadaporn e Chen'ª):

Jzi z.

aN l

= E . b. dz + l Es.As a a 1

c zs zs

( 1. 9)

z. aN aM Jz i l

= = E .b.z.dz + l Es.As.z ªª2 ªª1

c zs zs

(1.10)

aM Jz i z i

= E . b. z 2. dz + l Es.As.22 ªª2

c z zs s

(1.11)

onde Ec e Es sao as derivadas aa/clE nos pontos das curvas ten­

sao deformação do concreto e do aço. Segundo a hipõtese (c), es

tes valores dependem da deformação longitudinal Eh na altura da

seçao definida por z, podendo inclusive se anular, caso os mate

riais se encontrem no patamar de escoamento.

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1 O

Apôs resolvido o sistema de equaçoes (1.6), as no

vas estimativas dos coeficientes a 1 e a 2 , correspondentes a ite

ração ( I + 1), serão:

a 1 ( I + 1) = a 1 ( I) + lial (1.12)

(1.13)

Este processo iterativo converge rapidamente, fo~

necendo a deformada de uma seção solicitada por esforço normal

e momento fletor.

1.2 - DISTRIBUIÇAO DE TENSOES EM SEÇOES SUBMETIDAS A

COMPOSTA COM ESFORÇO CORTANTE

FL'EXAO

Deve-se observar que as hipóteses adotadas no di­

mensionamento a flexão composta não se adaptam quando a seção ê

submetida tambêm a esforço cortante. A experiência mostra que,

neste caso, bielas diagonais de compressão atravessam a região

de deformações longitudinais positivas. Consequentemente, deve­

se levar em consideração as componentes horizontais das tensões

nestas bielas.

Collins 8 , 9 , 10 , 11 , Diaz 1 , 2 , 3 , 4 eGuedes, Prê e

Maia 7 mostraram, admitindo que o concreto funciona como um con­

junto de pequenas bielas, intercaladas entre fissuras, que o

diagrama de tensões horizontais tem a forma apresentada na Fig~

ra 1 . 3.

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11

\ Fig. l .2 - Tensões nas bielas diagonais de compressao

8

Fig. 1.3 - Tensões horizon·tals numa seção submetida a flexão com

posta e esforço cortante.

Na Figura 1.3, <j, ê o ãngulo de inclinação das bie

las, variâvel ao longo da altura, º<Pê a tensão na biela de con

ereto e ºs e a tensão na armadura longitudinal. A tensão hori­

zonta.l no cóncreto ,_denominada ºh, ê a tensão normal a uma face

ta vertical.

No estâdio !, a tensão de cisalhamento T, junta­

mente com as componentes horizontal ºx e a vertical o2

, defi­

nem o estado de tensões existente num ponto do elemento estrutu

ral. Com estes valores, ê poss1vel determinar as tensões princ~

pai s o I e o II.

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1 2

X

r

' Fig. 1.4 - Trajetõria das tensões principais em uma viga homogi

nea e elãstica.

Em um material homogêneo e elãstico, desde que ,as

hipõteses usuais da Resistência dos Materiais sejam considera­

das (ver Timoshenko e Goodier 16), a tensão de cisalhamento ou

a tensão tangencial T pode ser obtida através da expressão:

v.s T = (1.14)

b . I

onde Vê o esforço cortante, Sê o momento estãtico da ãrea da

seçao acima do nivel em anâl ise, b ê a largura (variãvel ao lon

goda altura) e I ê o momento de inercia. Tais parâmetros sao

calculados em relação ao baricentro da seção.

A resultante destas tensões, ao longo da altura e

largura da seção ê igual, naturalmente, ao esforço cortante.

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l 3

O conceito de tensão de cisalhamento pode seres­

tendido ao concreto armado fissurado. Neste caso, define-se a

tensão de cisalhamento ªt como a componente cisalhante, numa fa

ceta vertical, 'de um elemento fissur.a.do de concrefo armado_(ver

Figura 1.3).

Através de considerações de equilibrio em duas s~

çoes adjacentes, pode-se determinar as tensões tangenciais ªt'

a partir das tensões horizontais no concreto e na armadura.

1 '

r .. ' ' ' '

I I

/ /

/ oh

\ \

' z

-\ b.oh+d(b oh)

Zj

As. Os

1 dx

Fig. 1.5 - Tensões horizontais em du~s seçoes adjacentes

Por conveniência de notação serao feitas aqui,com

referência ãs derivadas parciais de uma função f, as seguintes

convençoes:

af/ax = f' ôf/3z = f'

O equilibrio de um elemento infinitesimal exige

que as tensões de cisalhamento nas direções horizontal e_1vertical

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l 4

sejam iguais. o equilibrio na direção X fornece a seguinte ex-

pressao, para uma determinada altura z:

z

f z

z b.crt.dx + d{b.crh).dz + I d(As·ªs) = o (1.15)

z s s

onde b e a largura da seçao, variãvel ao longo da altura, zs e

o nivel da face superior e z., 1

da inferior.

Da expressao (1.15}, tem-se:

(1.16)

Uma expressao equivalente pode ser obtida, par-

tindo-se a integração da face inferior da viga:

= fz z.

l

(1.17)

As expressoes (1.16) e (1.17) sao vãlidas conside

rando a peça fissurada ou não.

Alguns conceitos tradicionais serao apresentados

investigando-se uma viga de concreto armado e seção retangular.

Esta viga e apresentada na Figura 1.6. No trecho

analisado, a viga estã sujeita a momento fletor variãvel e es­

forço cortante constante. Neste caso não foram considerados,por

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l 5

simplicidade, esforços normais.

F RECHO

ANALISADO

F * M V

X e l r M+dM

))t V h d

, ... dx

Fig. l. 6 - Viga de concreto armado 'em anãl i se

X

L

Fig. 1.7

e

e;h

©

DEFORMAÇOES

LONGITUDINAIS

..

Fc

ah

Fs

TENSÕES

HORIZONTAIS

z,

~ ' ' '

a, o

APROXIMAÇÃO

DAS TENSÕES

TANGENCIAIS

Tensões horizontais e tangenciais no concreto

Na Figura l. 7, F c e a resultante das forças de

compressao no concreto, Fs = As·ºs e a força de tração na arma­

dura e zl e o braço de alavanca, tem-se:

(1.18)

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l 6

Da Resistência dos Materiais, obtêm-se a relação

entre o momento fletor Me o esforço cortante V:

M' = V (1.19)

Pode-se admitir que, abaixo da linha neutra, as

tensões horizontais no concreto dependem basicamente do esforço

cortante. Como este permanece constante no intervalo analisado,

pode-se concluir que, na zona tracionada da seção, a variação

na direção longitudinal das componentes horizontais das tensões

no concreto ê pequena (b0

• ºh - O). Assim, de acordo com a ex­

pressão (1.15), admite-se que o diagrama de tensões tangenciais

seja aproximadamente vertical, como apresentado na Figura 1.7.

A validade desta simplificação sera estudada no decorrer deste

trabalho. •

A tensão ºto ê denominada tensão convencional de

cisalhamento. A expressão (1.17), juntamente com a aproximação

(b0

.oh) ; O abaixo da linha neutra, fornece:

b .o = F' o to s (1.20)

Admitindo que o braço de alavanca zl permaneça

aproximadamente constante ao longo do eixo x, tem-se, a partir

de (1.18), (1.19) e (1.20):

(1.21)

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1 7

Este valor convencional e normalmente utilizado

pelas normas de concreto armado. Observa-se que ºto depende do

valor do esforço cortante, da largura da viga e do braço de ala

vanca. Tem sido admitido, na teoria usual do concreto armado,

que z.e. seja o ,braço de alavanca das forças internas, quando a

peça estã submetida a flexão simples, sem esforço cortante. Se­

rã visto mais tarde, neste trabalho, que esta suposição não e

mecanicamente correta.

A definição do braço de alavanca z.e. torna-se ain­

da mais dificil quando a armadura longitudinal e distribuida ao

longo da altura da peça ou quando,devido ã introdução de esfor­

ços normais, a linha neutra situa-se fora da seção. Assim, em

muitos casos da prãtica, a avaliação das tensões de cisalhamen­

to não e tão simples quanto sugere a expressão (1 .21).

1.3 - DISTRIBUIÇAO EFET1VA DAS TENSOES DE C!SALHAMENTO

A distribuição efetiva das tensões de cisalhamen­

to pode ser determinada caso se obtenham experimentalmente medi­

das de deformações que permitam definir a distribuição de ten­

sões horizontais no concreto e na armadura em duas seções adja­

centes. Morsch 15 ensaiou neste sentido vigas de seção retangu­

lar e T de concreto armado.

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X r 7

5i 1

j llX

18

y r

Fig. l .8 - Esquema para anãlise das ténsões efetivas ºt

Pode-se obter, através da equaçao (1.15), uma ex­

pressao que fornece o valor aproximado da tensão tangencial ºt

no intervalo llx, a partir da diferença entre os valores experi­

mentais das tensões horizontais, no concreto e na armadura, nas

duas seçoes adjacentes I e li. A cada n1vel z da altura da se­

çao, tem-se:

0 t-efetiva b.(lloh-efetiva/llx).dz -

(1.22)

A expressao (1.22) é vãlida para peças fissuradas

ou nao. No seu exame do problema, M~rsch 15 constatou experi-

mentalmente que, em peças de concreto armado nao fissuradas, a

distribuição efetiva do diagrama das tensões de cisalhamento

não depende somente da forma da seção transversal, mas também

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l 9

da natureza da armadura e do momento fletor.

X r 1.00 ± 1.00 ± 1.00

1 1 1 1 1 1 1

17.80kN 17.80kN

~ ! '1780 kN ~l ____ ~/17.80 kN

~

' ' ',, ' ' '~

º10=249kPal, +-~----+'

,

\ 1 1 1 1 1 1 1 1

', , .

' 1 ESTADIO I

--\ESTÁDIO

'M= 8.8 a 11.8 kN. m

1

~\ ESTÁDIO lI

---- \ M= 14.8 o 17.8 kN.m

M='ll.8 o 14.8kN.m

Fig. 1.9 - Diagramas efetivo e teórico das tensões de cisalha­

mento em uma viga retangular

A Figura 1.9 apresenta os resultados de ensaios

realizados por Morsch numa viga retangular simplesmente apoiada

e carregada por 2 forças concentradas.

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20

Os diagramas da tensão T apresentados acima em li

nha cheia foram obtidos por um esforço cortante constante V=

17.80 kN e por momentos fletores variãveis de M = 8.80 kNm a

M = 17.80 kNm. As linhas descontinuas apresentam os diagramas

das tensões de cisalhamento teõricas admitindo-se a relação en­

tre os mõdulos de elasticidade do aço e do concreto (n = Es/Ec)

iguais a 6.45 e 15, respectivamente no estãdio I e no

II.

Observa-se que para valores pequenos do

estãdio

momento

fletor, os valores experimentais concordam bastante com o dia­

grama teõrico da tensão de cisalhamento com n = 6.45, no estã­

d i o I.

Apesar de nao haver nenhum impedimento teõrico,

nestes ensaios não foram calculadas as tensões tangenciais efe

tivas no estado fissurado.

.. 1.4 - ANALOGIA DA TRELIÇA DE RITTER-MORSCH

O mecanismo clãssico para a consideração dos pro­

blemas de cisalhamento em vigas de concreto armado é baseado na

analogia da treliça de Ritter-Morsch.

Os banzos comprimido e tracionado sao paralelos e

constituidos respectivamente pela zona comprimida do concreto e

pela armadura longitudinal. As diagonais de tração podem ser

formadas por barras longitudinais dobradas oú por estribos, in-

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21

clinados ou nao. Por razoes prãticas, entretanto, sao adotados

principalmente estribos verticais. As diagonais comprimidas sao

compostas pelas bielas de compressão no concreto, situadas en­

tre as fissuras.

A treliça ê considerada internamente estaticamen-

te determinada (isostãtica). A formulação tradicional admite

que o ângulo• entre a biela de compressão e o eixo da viga se­

ja igual a 45°. As forças internas das diagonais podem assim ser

calculadas apenas através de condições de equil1brio, nao se

levando em conta as condiç~es de compatibilidade.

7<\/2 Fc

J X --+

L /F~

-Fs 1

z,

Fig. l. 10 - Analogia clãssica da treliça (estribos verticais)

O esforço no banzo comprimido ê denominado Fc' no

ba1zo tracionado Fs, na diagonal comprimida F• e na

tracionada Fw.

diagonal

Se forem dispostos estribos muito afastados entre

si, a grande distância entre os montantes tracionados pode pro-

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22

vocar uma ruptura prematura por esforço cortante. As diagonais

tracionadas, constitu1das pelos estribos inclinados ou barras

dobradas, devem estar, portanto, convenientemente prõximas, ob­

tendo-se assim treliças de elementos multiplos ou treliças em

malha.

X r Fig. 1.11 - Treliça em malha (estribos verticais)

-A treliça em malha e internamente de alta hi-

perestaticidade. De acordo com a analogia da treliça de Ritter­

-Morsch, ela ê considerada como uma superposição de vãrias tre­

liças isostãticas com elementos simples, cada uma recebendo o

seu quinhão de carga.

Através de considerações de equil1brio obtêm-se as

expressoes que fornecem os esforços nos elementos da treliça em

~alha com diagonais tracionadas (estribos) verticais, conside­

rando o ângulo de inclinação <jJ da biela igual a 45°:

F = c

l!_ + V

2 (1.23)

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23

Fs M V (1.24) = + -

Z,e_ 2

F <P = - 12. V (1.25)

F = V w

(1.26)

O esforço de tração na alma refere-se a um compri

mento z,e_. Assim, a tensão na armadura transversal (osw) serã:

(1.27)

onde pw e taxa de armadura transversal referida a largura b0

Da mesma forma, o esforço F<P estã relacionado ao

comprimento z,e_/12. A tensão media no concreto numa diagonal

comprimida serã:

(1.28)

Se a peça estivesse submetida apenas a flexão, .s~

riam encontrados os seguintes esforços nos banzos comprimido e

tracionado:

F M (1.29) = c zl

Fs M (1.30) =

Z,e_

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24

Observa-se então, nas peças submetidas a flexão e

esforço cortante, que a força de tração Fs na armadura longitu­

dinal e maior que naquelas submetidas apenas a flexão. Em con­

trapartida, o esforço de compressão Fc no concreto do banzo su­

perior e menor, em mõdulo. ·

DIAGRAMA -M/z1

llFc = IIF5 : V/2

e

--

DIAGRAMA M/z1

---ESFORÇOS INO BANZO COMPRIMIDO - Fc

ESFORÇOS NO BANZO TRACIONA DO ..:.. F6

Fig. 1 .12 - VariaCão dos esforços nos banzos da treliça (• =

45º) com diagonais de tração verticais

O aumento do esforço no banzo tracionado pode ser

apresentado como um deslocamento horizontal do diagrama M/zl em

direção ao apoio. t fâcil mostrar, no caso de diagonais de tra­

ção verticais, que este deslocamento ªl assume o valor:

(1.31)

Este procedimento, denominado regra da decalagem,

pode ser apresentado como uma correção do dimensionamento usual

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25

ã flexão de modo a considerar o esforço cortante na determina­

ção das tensões horizontais.

Desde que as zonas de tração e de compressao se­

jam bem delineadas, a hipõtese da treliça com inclinação das

bielas igual ã 45° e estribos verticais conduz, no caso de fle­

xão composta, ãs seguintes expressões para os esforços nos ban­

zas:

F M N V (1.32) = - + + c

Z,e_ 2 2

Fs M + N V (1.33) = + -

Z,e_ 2 2

onde N e o esforço normal.

Observa-se, então, que a regra da decalagem deve

ser aplicada com ·bastante cuidado no caso de flexão composta.Os

esforços obtidos considerando o comportamento da peça submetida

apenas a flexão e esforço normal sao representados pelos dois

primeiros termos do lado direito das equaçoes (1.32) e (1.33).

No caso da seçao estar totalmente tracionada, os esforços forn!

cidos pela teoria de flexão composta (vide seção 1.1) serao,

em ambos os banzas, majorados em mõdulo No caso da seçao to-

talmente comprimida, os esforços em ambos os banzas serao, em

mõdulo, reduzidos. Finalmente, e poss1vel a inversão dos senti-

dos das deformações. Uma seçao que, segundo os metadas de anã l i

se de flexão composta, estã totalmente comprimida, pode na rea-

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26

lidade estar, devido ao esforço cortante, parcialmente traciona

da.

l .5 - EXTENSAO DA ANALOGIA DA TRELIÇA BASEADA NO PRINC1PIO

ENERGIA COMPLEMENTAR M1NIMA

DA

A experiência, contudo, mostrou claramente que a

alma das vigas pode apresentar bielas de compressão menos in­

clinadas que a hipõtese usual de 45°. Isto ê um dos motivos Pº!

que, mesmo utilizando menos cerca de 50% da porcentagem de es­

tribos necessãrios pelo cãlculo clãssico segundo a analogia da

treliça de Ritter,MÜrsch, a ruptura por flexão ocorre antes da

ruptura por esforço cortante.

A menor inclinação das bielas diagonais comprimi­

das pode ser aplicada por 3 fatos:

a) A inclinação mêdia das fissuras e inferior a 45°, como mos­

tram os ensaios.

b) Entre duas fissuras inclinadas vizinhas, o concreto pode su-

portar um esforço obl1quo. Logo, a inclinação da bie-

la comprimida ê inferior, em alguns graus, ãquela das fissu­

ras.

c) Na fase final de ruptura, a rugosidade entre dois bordos

divididos por uma fissura (efeito de engrenamento) pode su­

portar tensões de cisalhamento na direção destas fissuras.

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Os ensaios mostraram que este terceiro fenômeno

(c) pode conduzir a formação de fissuras obl1quas pouco inclina

das, entre as fissuras iniciais.

As expressoes (1.23) a (1.28) podem ser ampliadas

para o caso de estribos verticais e um ângulo de inclinação $

das bielas, em relação ao eixo .da peça, qualquer:

F M V cot $ (1.34) = - + . c zl 2

Fs M V cot $ (1.35) = - + -zl 2

F$ = V/sin $ (1.36)

F = V (1.37) ~J

l V <\o (1.38) (J $ = =

sin $.CDS $ b o·z.e. sin $.cos $

(1.39)

A redução do ângulo$ conduzirã, portanto, a um

aumento da tensão na armadura de tração e uma redução da tensão

na armadura de cisalhamento.

Torna-se importante no câlculo ã ruptura, quando

se pretende que as tensões nas armaduras longitudinal e trans-

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versai atendam a um limite mãximo concomitantemente, uma avali!

ção correta do ângulo~- Uma estimativa menor ou maior deste P!

râmetro conduzirã a valores acima destes limites da tensão da

armadura de cisalhamento ou da de flexão.

Kupfer 31 desenvolveu uma extensio da analogia da

treliça em malha na qual a determinação do ângulo ~ e feita a

partir do princ1pio da energia complementar m1nima. Em sua anãl i

se, considera uma viga T onde a espessura da alma b0

e pequena

em relação a mesa de compressão bm, e a espessura da mesa h0

e

pequena em relação ao_b!aç9 de alavança zl.

!

J :,,- - -.... -- -...- --,.--- 7- -, --,,----7n- +--,,, ,. / ,; ,

,,,"' ,"'/ I , , , , , , , , , , , .. ,,.. / f , , , , , .,. .. "' // I '-7 , , , , , ,

, ' , , ' / ' 1/ ' '

, ' ' ' 1

.' , , , , ,' / ' --+

T ,_ ,-

ZONA SEM PERTURBAÇÃO

Fig. 1.13 - Esquema da treliça segundo Kupfer

Nas vizinhanças dos apoios e das regiões de intro

dução de cargas concentradas, as diagonais comprimidas têm uma

disposição radial. Admite-se que na zona sem perturbação, a in­

clinação destas diagonais permanece aproximadamente constante.

Tal como na formulação de Morsch, e analisada uma

treliça simples equivalente a uma treliça múltipla. Supõe-se ta.':!_

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to para o.aço como para o concreto um comportamento elãstico e

que o concreto não resiste ã tração.

Aplicando-se o principio da energia complementar

minima, por unidade de comprimento da viga, obtém-se uma equa­

ção não linear cuja solução fornece o ângulo <j,:

ºs + n.oc tan 3 <j, -

n.oto tan <J, - • (l-tan 4 <J,) = O

0 sw

(1.40)

onde ºs e a tensão na armadura longitudinal, ºc é a tensão do

concreto na mesa de compressão e n é a relação entre o m6dulo

de elasticidade do aço e do concreto. Deve-se adotar na .,equa­

çao os sinais algebricamente corretos (as tensões de compressao

sao negativas).

Utilizando a equaçao (1.40) Kupfer obteve os dia

gramas representados na Figura l. 14. A disposição destas curvas

indicam que tan <j, tende assintoticamente ao valor da teoria de

Méirsch (tan <j, = 1) ã medida que crescem os valores dos parame­

tros n.ot0

/osw e (os+ n.oc)/osw· Observando-se que (os+ n.oc)

é maior para seções mais tracionadas conclui-se que o valor de

tan <j, serã tanto menor quanto maior for a tensão na armadura

transversal ºsw' quanto menor for a tensão convencional de cisa

lhamente ºto e quanto mais comprimida estiver a seção.

A tensão na armadura transversal tende a crescer

no caso de redução de sua porcentagem. Assim a diminuição do

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30

grau de armaçao ao cisalhamento implica que as diagonais compr!

midas sejam menos inclinadas, o que foi efetivamente estabeleci

do através de ensaios.

tan <I>

1.0 2.00 -\.75

0.9 '"'º i..--~ -

----- --- -~o -- - ....--l>' __,...,-- i---- 1---....-- i---~

V ~ 1.---L-- L---o ./ -- i----

V ~ ~ v ...-'1,~

// ('.fr' /

í /

0 6 +n.oc

Osw

0.8

0.7

0.6

0.5

o 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

Fig. 1.14 - Ângulo de inclinação das bielas segundo Kupfer

Segundo Kupfer, na maioria dos casos da pratica,

a equaçao (1 .40) fornece valores de <P em torno de 35º e 40º. Es

ta inclinação representa uma redução nos estribos de 75% a 85%

em relação ao que exige o cãlculo segundo Morsch.

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31

1.6 - EFEITO DE ARCO

Aplicando a relação entre o esforço cortante e o

momento fletor (1.19) numa seçao de uma viga sujeita ã flexão

simples, onde o esforço cortante não varia no intervalo estuda­

do, .tem-se:

Na expressao acima o braço de alavanca zl repre­

senta a distãncia entre a armadura e a resultante das tensões no

concreto F c.

Admitindo-se que o braço de alavanca zl mantêm-se

constante no trecho analisado, obtêm-se, observando-se a Figura

1. l 5:

Este resultado ê coerente com o da equaçao (1.20),

pois confirma o equil1brio de um elemento infinitesimal situa­

do imediatamente acima da armadura, onde o fluxo de cisalhamen­

to horizontal, igual a força de aderência por unidade de comprl

mento q, ê igual ao fluxo de cisalhamento vertical v0

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X

l ,,

ELEMENTO DA VIGA

32

~ ' '

Vo• bo. Oto '.

/

FLUXO DE CISALHAMENTO

Fig. 1. 15 - Fluxo de cisalhamento e aderência

EQUILÍBRIO !BARRA - ELEMENTO

f evidente então que esta distribuição de tensões

so se verificarã caso os esforços possam ser

transferidos entre o concreto e a armadura.

convenientemente

Caso a aderência entre o aço e o concreto nao se

realize (um caso extremo seria uma viga protendida com cabos

não injetados), a força de tração Fs não pode se modificar ao

longo do comprimento da peça. O esforço cortante serã absorvido

pelo que se denomina efeito de arco.

A resistência a esforço cortante poderã então ser

expressa pelo segundo termo do lado direito da equaçao (1.41 ):

(1.43)

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33

-· ·-. ·-.-....

1 1 1 1 1

1 1

~ 1 Z 1 w 1

p

! ~

~v-:J\ 1 ' 1

Fig. l. 16 - Deslizamento associado ao efeito de arco numa viga

ideal, sem aderência

Apõs substituir-se a tração interna Fs pela com­

pressao interna Fc na equação acima, compreende-se que o esfor­

ço cortante serã absorvido pela componente vertical das tensões

de compressao no concreto.

Observa-se, como esquematizado na Figura 1.16,uma

forte inclinação do banzo comprimido. Este comportamento, deno-

. minado efeito de arco, exige uma reação horizontal da armadura

no apoio e consequentemente uma boa ancoragem. Quando isto ocor

re, uma força de tração constante pode desenvolver-se na armadu

ra inferior.

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34

O alongamento total da armadura entre as ancora­

gens deve ser igual ao alongamento da fibra de concreto situada

no mesmo n1vel. Porem, devido ã distribuição heterogênea das

fissuras, poss1vel graças ã ausência de aderência, hipÕtese que

estã sendo analisada, a deformação da armadura nao sera igual a

deformação media do concreto que a envolve, ao longo de toda a

extensão da peça. Ocorre portanto um deslizamento relativo en­

tre a armadura e o concreto, esquematizado na Figura l. 16.

Nas vigas reais, apesar de praticamente nenhum e~

corregamento entre aço e concreto ser possivel, observa-se tam­

bém uma forte inclinação do banzo comprimido em direção ao

apoio. Ocorrem mecanismos, que analogamente ã ausência da ade­

rência, diminuem a transferência de tensões entre a armadura e

o concreto, diminuindo a taxa de variação do esforço de tração

Fh e, por conseguinte, aumentando a participação da parcela

Fh.zl na expressão (1.41). Tais fenômenos são basicamente, se­

gundo Park e Paulay 26, a rotação ou a ruptura dos balanços de

concreto formados entre as fissuras diagonais e a flexão na zo­

na comprimida acima destas fissuras.

O efeito de arco nas vigas aparece gradualmente

ao se analisar seções cada vez mais prõximas do apoio. Isto e

constatado quando se determina experimentalmente valores da ten

são na armadura longitudinal, em uma serie de seções ao longo

do eixo da peça. Sendo conhecidos os valores dos momentos fleto

res atuantes, pode-se calcular o desenvolvimento do braço de

alavanca através da expressão (1.18).

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35

1.7 - INFLUtNCIA DA FORMA DA SEÇAO TRANSVERSAL

Ao contrãrio do previsto pela teoria clãssica de

MÕrsch, a forma da seção transversal tem forte influência sobre

o comportamento resistente de vigas de concreto armado.

A seçao transversal retangular pode se adaptar

mais facilmente do que uma seção em T ã forte inclinação doba~

zo comprimido exigida pelo efeito de arco. No caso de uma v~ga

T, a força no banzo comprimido sõ pode ter uma inclinação quase

horizontal, pois permanece na largura comprimida da laje quase

atê o apoio. Assim, o banzo comprimido poderã absorver apenas

uma pequena parte do esforço cortante, cabendo o restante a um

comportamento passivei de ser associado ao mecanismo de treli­

ça. ----~~~-~~ -----

p

'

• Fig. 1.17 - Efeito de arco em vigas retangulares e T

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36

Leonhardt 20 define um conceito de rigidez K. a de­

formação axial das barras da treliça anãloga:

K=F=E.A E

(1.44)

Na expressao ( 1. 44), referida a uma barra genêrj_

ca, F e a força, E e a deformação, E ê o módulo de elasticidade

do material e A ê ãrea da seção transversal.

As barras de aço (armadura longitudinal e trans­

versal) sao assim muito menos rigidas que as barras de concreto

(banzo comprimido e diagonais comprimidas). Por exemplo, para

uma relação entre as ãreas de uma barra de aço e outra de con­

creto As/Ac = 0.01 e uma relação entre os módulos de elasticida

de n = Es/Ec = 7, obtêm-se:

K =E.A = 0.07.Ec.Ac s s s (1.45)

onde Ks e Kc sao as rigidezas das barras de aço e de concreto.

A influência da relação entre as rigidezas dos

elementos nao foi considerada na analogia clãssica segundo

Morsch.

Nos ensaios de cisalhamento de Stuttgart,Leonhardt

e Walther 22•

23•

24•

25 analisaram diversas vigas de seção trans­

versal retangular e T, onde variaram a relação entre a largura

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37

da mesa de compressao e a alma (b /b ). Permaneceram constantes m o o comprimento das peças, a largura da mesa, a forma de carrega-

mento e as armaduras longitudinal e transversal.

Osw(MPal 350

fyk 300

250

200 T bm -=6 0----0 bo

150

T bm -=3 D---0 bo

'ºº 50

.,, bm -=2 +-+ bo

o ~ bm -=I --bo

-50 o 30 60 90 12.ô 150 ,eo P(kN)

( 1) VALOR DE Osw SEGUNDO' O CÁLCULO CLÁSSICO DE MORSCH

Fig. l .18 - Tensões mêdi·as ·nos estfibos para diversas relações

b /b m o

Quanto menor e a relação bm/b0

, mais rigidas

sao as diagonais comprimidas em relação aos demais elementos da

treliça.

Os ensaios mostraram que as inclinações das diag~

nais comprimidas variam com a relação b /b . Esta inclinação si m o -tua-se em torno de 30° para bm/b = l e cresce para 45° para

' o

b /b = 8 a 12, confirmando a influência da relação entre as ri m • o

gidezas dos .membros da treliça anãloga.

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38

Este comportamento pode ser verificado atravês da

equaçao (1.40) ou dos diagramas da Figura 1.14, onde se observa

que uma menor tensão de cisalhamento ºto fornece valores infe­

riores de tan q,.

A diminuição do ãngulo de inclinação das bielas q,

provoca uma redução nas tensões na armadura transversal. Este

fenômeno, associado a maior inclinação da força no banzo compri

mido devido ao efeito de arco, esclarecem porque, conforme os

resulta dos dos ensaios apresentados na Figura 1 .18, a tensão

nos estribos ê cada vez menor ao reduzir-se a relação bm/b0

1.8 - ANALOGIA DA TRELIÇA GENERALIZADA

Atravês das pesquisas sobre cisalhamento realiza-

das em Stuttgart, anteriormente citadas, Leonhardt e Walther

constataram que ê dificil estabelecer uma analogia perfeita en­

tre uma viga fissurada de concreto armado e uma treliça isostã­

tica. Na opinião destes autores, a analogia clássica da treliça

deve ser ampliada de tal forma a se considerar uma treliça hip~

restãt i ca, onde os banzos comprimi dos não são paralelos e as d i~

gonais comprimidas estão menos inclinadas que 45°. Esta concep­

çao pretende observar o efeito de arco e a influência da rela­

çao entre as rigidezas dos diversos elementos que compõem a;tre

l i ç a .

A analogia da treliça generalizada nao se presta

para o dimensionamento, pois as treliças hiperestãticas so pod~

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39

riam ser calculadas através de análises com custos relativamen­

te altos. Estas são uteis, porem, para a compreensão do compor­

tamento estrutural.

p p

J ~ bm I

.....___ __ ______,I T 6 6 ~

<I> ( FUNÇÃO DA RELAÇÃO bm/ bo)

Fig. 1.19 - Analogia da treliça generalizada

A adoção de ângulos de inclinação da biela infe­

riores a 45° implica em menores tensões na armadura de cisalha­

mento. Todavia, o esforço no banzo tracionado crescerã, exigin­

do um deslocamento maior do diagrama M/zl.

1.9 - ANALISE PLASTICA DO MODELO DE TRELIÇA

ThÜrlimann 32•

33 desenvolveu um mêtodo de dimensio

namento de seções de concreto armado submetidas a solicitações

combinadas de momento fletor e esforço cortante, baseado na teo

ria da plasticidade e num modelo de treliça com o ângulo de in­

clinação das bielas <P variãvel.

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40

O processo;foi verificado e calibrado através de

resultados de ensaios e serviu de base para o ''método refinado''

de dimensionamento preconizado pelo Cõdigo Modelo CEB-FIP 1978.

No método adotam-se valores arbitrãrios, porem

dentro de certos limites, do ângulo~- Isto permite a redução

da armadura transversal, exigindo, porém, um aumento da armadu­

ra longitudinal.

Somente seçoes subarmadas sao consideradas, a fim

de garantir que a ruptura ocorrerã devido ao escoamento da arma

dura, antes do esmagamento do concreto.

O processo estã associado a um comportamento da

viga em treliça. No intervalo estudado, admite-se que não se ve

rifique o efeito de arco.

E analisado, por simplicidade, apenas o caso de

estribos verticais. A Figura 1.20 ilustra as deformações plãstl

cas de um elemento de concreto da alma de uma viga, apõs a fis­

suraçao.

A variãvel Er define a deformação na direção per­

pendicular a das fissuras. Eh e Ev são respectivamente as defor

mações horizontal e vertical. Através de considerações geométrl

cas, supondo que as deformações predominantes são aquelas prov~

nientes das aberturas de fissuras, obtém-se:

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/ ;

/ ;

41

cos <!>

FISSURA

e ot ct>

Fig. 1.20 - Deformações plãsticas em um elemento de alma

(1.46)

(1.47)

As deformações totais no estado limite ~~1timo de­

pendem da redistribuição de tensões e fissuras que ocorrem du­

rante o processo de carregamento. As relações acima podem ser,

todavia, utilizadas para uma estimativa das deformações.

Para que a tensão na armadura transversal seja me

nor ou igual a tensão de escoamento, a deformação vertical Ev

deve no mãximo atingir uma deformação E . Neste caso, a defor­wy mação Er serã obtida atraves de (1.46):

Er = E .(l + tan 2 cj)) WY (1.48)

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42

A condição necessãria para que a tensão na armadu

ra longitudinal atinja a tensão de escoamento e que a deform~­

ção Eh seja igual a Ehy· Isto resulta que:

E r = E hy. ( l + c o t 2 cp ) ( l . 4 9 )

As relações (1.48) e (1.49) sao discutidas atra-

ves da Figura l. 21, supondo que Ehy = Ewy = E y

e:,

E:y

5

10

• 6

4

2

o O"

( 1 ) (2)

15º ..,. 45º 60

0,5 ,,; ton<)),:;; 2,0

( 1 ) ESCOAMENTO DA ARMADURA LONGITUDINAL

(2) ESCOAMENTO DA ARMADURA TRANSVERSAL

75° 90°

Fig. 1.21 - Abertura das fissuras (Er) e as deformações de es­

coamento nas armaduras

Para cj, igual a 45°, Er e por consequência a aber­

tura das fissuras sera m1nima, ja que ambas as armaduras longi­

tudinal e transversal atingem simultaneamente a tensão de escoa

menta.

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43

Se <j, for menor do que 45° ,não se pode atender a

tensão de escoamento da armadura longitudinal a não ser atravês

de um aumento assintõtico da abertura das fissuras e das defor­

mações nos estribos. A fim de atender ã tensão de escoamento da

armadura transversal para ângulos <j, maiores que 45° são necessã

rias cada vez maiores deformações na direção normal ãs fissuras

e na armadura longitudinal.

r Õbvio, portanto, que o ângulo <j, deve variar den

tro de certos limites. Baseando-se em ensaios, ThÜrlimann prQ_

pos:

1/2 < tan <j, < 2 ( l . 50)

No CÕdigo Modelo CEB-FIP 47 , de 1978, valores

mais prudentes foram utilizados a fim de limitar a abertura de

fissuras não somente no estado limite último, mas tambêm para

as condições de serviço:

3/5 < tan <j, < 5/3 (1.51)

Na maioria dos casos, o limite m1nimo de tan <j, co~

.duzirã a soluções mais econômicas. A redução da armadura trans­

versal, poss1vel atravês do mêtodo, estã obviamente associada a

um acrêscimo da armadura longitudinal.

Nielsen et alii: 4 investigaram tambêm a possibili

dade de utilização da teoria da plasticidade associada ã analo-

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44

gia da treliça. Admitiram, porem, que as membruras comprimida e

tracionada são suficientemente seguras e que a melhor solução

limite minima estã associada ao maior carregamento que conduz a

tensão do concreto na biela de compressão e a tensão na armadu­

ra transversal, respectivamente, aos seus valores de escoamen­

to.

1.10 - EFEITOS SECUND~RIOS

O funcionamento real do concreto armado ê natural

mente bastante mais complexo que o admitido pela teoria de tre­

liça, mesmo considerando as contribuições a teoria, feitas apos

Morsch, anteriormente apresentadas.

Dois fenõmenos sao considerados particularmente i~

portantes: o encavilhamento das armaduras horizontal e vertical

e o engrenamento entre as fissuras.

Fig. 1.22 - Efeito de engrenamentci

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45

Kavyrchine 35, analisando teoricamente e experime~

talmente um painel fissurado, submetido a esforço cortante, le­

vando em consideração os efeitos secundãrios, admitiu a seguin­

te relação para o esforço H por unidade de comprimento do bordo

da fissura, criado pelo engrenamento:

(1.52)

c1 e um coeficiente constante, da ordem de 2 a 4

MPa, a partir de resultados de ensaios, º..L e a abertura das fis

suras, º;; ê o deslocamento relativo entre os bordos da fissu­

ra e b0

e a largura da peça. O esforço de entrenamento H dimi­

nui com a abertura de fissuras e aumenta com deslocamento rela­

tivo dos bordos, ao longo do plano das fissuras.

O efeito de encavilhamento da armadura, entre

duas fissuras pr6ximas, ê desenvolvido por 3 mecanismos] ilus­

trados na Figura l. 23 ,

'FLEXÃO CISALHAMENTO DOBRAMENTO

Fig. 1.23 - Mecanismo do efeito de encavilhamento numa interface

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46

Testes rea'l izados por Paulay et al ii~ 8 indicaram

que o dobramento e o mecanismo de maior peso nos esforços de e~

cavilhamento, notadamente quando barras de pequeno diãmetro são

utilizadas.

X

l

Fig. 1. 24 - Determinação do efeito de encavil hamento

A reaçao transversal de uma barra ã sua introdução

no concreto (Vcx ou Vez) pode ser calculada fazendo-se a hip6t!

se de uma reaçao proporcional ao afundamento transversal da ar­

madura no concreto (esquema da viga sobre base elãstica). Pode­

se adotar, a partir de Baumann 29, um m6dulo de reaçao elãstica

igual a Ks = 4.10" N/m 3•

Atraves de cãlculos realizados por Foucault 37, en

contram-se:

( 1 . 53)

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47

( l . 54 )

onde ºsx e ºsz sao os deslocamentos transversais das armaduras

nas fissuras, como mostra a Figura 1.24. Dx e Dz sao os diâme­

tros das barras horizontais e verticais.As expressões (l .53) e

(1.54) são adimensionais e portanto podem ser adotadas em qual­

quer sistema de unidades.

Relativamente ao engrenamento, o encavilhamento

das armaduras e considerado um mecanismo resistente menos impo~

tante. O desenvolvimento destes efeitos estã basicamente asso­

ciado ao deslocamento relativo entre as fissuras. Para que es­

forços importantes se verifiquem, sao necessãrios deslocamentos

muitas vezes incompat1veis com um bom comportamento estrutural.

Por este motivo, são normalmente considerados mecanismos secun­

dãrios e seus efeitos, desprezados nos métodos de dimensionamen

to.

Outro aspecto importante e que a direção das ten

soes nas bielas não e paralela ã direção das fissuras. Kupfer e

Moosecker 38 mostraram que o engastamento das bielas no banzo

comprimi~o. o deslizamento dos estribos nas suas ancoragens,

nos bordos superior e inferior, e a deformabilidade dos mesmos

sao fatores que produzem este efeito.

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/

48

/ /

/ /

/

7 ,,

Fig. 1.25 - Influência do engastamento da biela e da deformabi­

lidade do estribo na direção da resultante das ten­

sões no concreto

, Na Figura 1.25, observa-se que o ângulo de incl i-

naçao da resultante das tensões no concreto ~Rê inferior ao an

gul o de inclinação das fissuras ~F.

Os efeitos tratados nesta seçao nao serao considera

dos nos mêtodos propostos neste trabalho.

1.11 - COMPORTAMENTO DO CONCRETO NA BIELA DE COMPRESSAO

Robinson e Demorieux' 1,'

2, estudando uma serie de

15 vigas em duplo Te alma delgada, solicitadas por esforço co~

tante, constataram que as deformações medidas sobre o concreto

fissurado e traduzidas em termos de tensões com referência aos

ensaios de compressão simples sobre um cilindro acusavam ten-

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soes de compressao muito altas nas bielas de concreto.

Realizaram, então, ensaios sobre modelos de alma

de vigas, submetidos a esforços de compressão e esforços de tr~

ção aplicados, simultaneamente, segundo duas direções obl1quas,

fazendo um ãngulo de 45° entre si. Pretenderam, assim, simular

o caso de vigas com armadura de alma vertical e diagonais com-

primícias a 4 sº, de acordo com a analogia clãssica da treliça.

. -- -·-·--- ·--

CYA CYB CYC

( ARMADURA

i P, ARMADURA

i~

Fig. 1.26 - Modelo de alma analisado por Robinson e Demorieux

Analisaram as deformações do concreto submetido a

tensões de compressão iguais, em otto siries de tris corpos de

prova.

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50

O primeiro corpo de prova, referência CYA, ê um

prisma reto de seção retangular, em concreto armado, e estã sub

metido a tensões de compressao e de tração de tal forma que a

primeira seja igual ao dobro da segunda. Esta condição se tra­

duz pela relação:

= (1.55)

O segundo corpo de prova, classificado como CYB,

tem a mesma geometria e armadura do primeiro, mas estã submeti­

do unicamente ã compressão centrada.

O terceiro, referência CYC, ê um prisma em concre

to, sem armadura, com a mesma geometria do primeiro, e estã su­

jeito tambêm somente ã compressão centrada.

Foram ensaiadas oito sêries acima descritas.

Atravês de um estudo comparativo, os autores con­

cluíram que o concreto,quando tracionado transversalmente, tor­

na-se bastante mais deformãvel e atinge a ruptura sob tensões

mais baixas. Os corpos de prova CYB e CYC romperam com uma ten­

são de compressão mêdia em torno de 85% da resistência cilindri

ca a compressão do concreto. Este fator de redução, justificado

pela maior esbeltez do modelo em relação aos corpos de prova ci lindricos, apresentou-se maior para os corpos de prova CYA, tra

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51

cionados transversalmente, onde assumiu o valor médio de 74%.

Nos ensaios de cisalhamento de Stuttgart~eonhardt

e Walther 23 mostraram que a capacidade resistente ã força cor­

tante, para porcentagens de armadura de cisalhamento muito al­

tas, ê limitada pela resistência ã compressão do concreto.

Segundo a analogia clãssica da treliça, a tensão

de cisalhamento ºto e igual ã metade da tensão do concreto na

diagonal comprimida (ver expressão (l.28)). t então utilizado

pelas normas o valor da tensão convencional de cisalhamento ºto

como referência da tensão de compressão na biela de concreto,

cujo valor limite mãximo ê fixado de acordo com as conclusões

de Robinson e Demorieux.·

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52

CAP1TULO II

FORMULAÇAO DA TEORIA DO CAMPO DE COMPRESSAO DIAGONAL

No cap1tulo anterior foram apresentados alguns

dos modelos f1sicos usualmente adotados para a anãlise do com­

portamento resistente de peças lineares de concreto armado.

O modelo de anãlise de peças submetidas a esforço

normal e momento fletor não se adapta ã introdução de esforço

cortante. A distribuição das tensões horizontais no concreto e

na armadura ê afetada pelo valor do esforço cortante, pois de­

ve-se considerar as componentes horizontais das tensões nas bie

las comprimidas.

A analogia da treliça (clãssica, com ãngulo de in

clinação das bielas variãvel, ou generalizada) e um modelo bas-

tante restrito. Adapta-se convenientemente ao caso mais comum

da prãtica: uma viga T ou retangular, submetida ã flexão sim-

ples, com no mãximo dois n1veis principais de armadura longitu­

dinal. Todavia, outras situações podem acontecer. No caso de

flexão composta, principalmente quando a linha neutra encontra­

se fora da seção, torna-se dif1cil definir corretamente o parf

metro braço de alavanca. No caso da armadura longitudinal estar

uniformemente distribu1da ao longo da altura da seção, não e

fisicamente correta a d~finição de um Ünico banzo tracionado. E

problemâtica tambêm a aplicação do modelo quando a seção trans-

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53

versal e, por exemplo, tircu_lar.

A teoria do campo de compressao diagonal fundame~

ta-se num modelo simplificado capaz de solucionar estes probl e­

mas e fornecer uma anãlise simples, coerente e geral de uma se

çao qualquer solicitada a um carregamento combinado de momento

fletor, esforços cortante e normal. Representa uma extensão, ao

n1vel de um elemento infinitesimal, da analogia da treliça de

Ritter-Morsi:h. Pode ser ampliada para tratamento de seçoes sub­

metidas tambêm a momento tors0r (ver Collins 8,

11, Rabbat et

alii. 12•

13 e Prê 36 ).

2.1 - HIPÕTESES SIMPLIFICADORAS

O modelo f1sico proposto baseia-se nas seguintes

hipõteses simplificadoras:

a) A seçao analisada encontra-se suficientemente distante dos

locais de introdução de cargas ou restrição de deslocamen-

tos. A força normal e o esforço cortante não variam no inter

valo estudado. O efeito de arco na zona dos apoios não ê tra

tado aqui. Entretanto as equações desenvolvidas podem resol­

ver este problema se convenientemente solucionadas.

b) A seçao transversal apresenta simetria em relação ao eixo

vertical, os estribos estão sempre contidos em planos_ perpe~

diculares ao eixo da peça e a armadura longitudinal nao se mo­

difica ao longo da direção horizontal.

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54

e) O concreto nao resiste a tração. As tensões no contreto sao

orientadas segundo as direções das fissuras, que são variã­

veis ao longo da altura da seção e do eixo da peça.

d) São desprezados os efeitos secundãrios: o engrenamento entre

fissuras e o encavilhamento das armaduras longitudinal e

transversal.

e) A deformação das armaduras e igual a deformação media do co~

ereto na respectiva direção. Ou seja, não se verificam desli

zamentos relativos entre o concreto e a armadura.

f) A anãlise, inclusive de seçoes nao retangulares, e tratada

como um problema a duas dimensões, ou seja, como se a peça

folse uma chapa. Assim, para as seções circulares, a teoria

representa uma simplificação do problema espacial real.

g) Não sao descontadas as areas de concreto ocupadas pelas arma

duras, a fim de que as expressões matemãticas fiquem

simples.

mais

h) Não e adotada nenhuma modificação na equaçao constutiva do

concreto, devido ao efeito biaxial introduzido pela armadura

transversal, verificado por Robinson e Demorieux" 1,

42 e ante

riormente apresentado. Isto pode ser feito, sem nenhuma difi

culdade teórica, a partir de bons resultados experimentais.

Estes ensaios devem procurar determinaf a influencia da de-

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55

formação da armadura transversal e da inclinação da mesma,

em relação âs bielas comprimidas, na relação tensão-deforma

ção do concreto nestas bielas.

2.2 - O MODELO MECANICO PARA A ANALISE

O modelo mecânico para a anãlise ê baseado na su­

posição de que o concreto funciona como se fosse formado por um

conjunto de pequenas bielas, intercaladas entre fissuras, cujas

direções são variãveis ao longo do comprimento e da altura da

peça. Admite-se que o concreto nao ê capaz de absorver tensões

de tração e que as tensões nas bielas de concreto são paralelas

as fissuras.

As barras que constituem os estribos sao conside­

radas contínuas ao longo do eixo da peça. As barras longitudi­

nais sao admitidas discretas ao longo da altura, podendo inclu­

sive nao existir.

2.3 - DEFINIÇ~O DAS TENSÕES E DEFORMAÇÕES

Assim, o elemento infinitesimal da alma da peça e considerado microfissurado segundo uma direção~- A armadura

transversal, uniformemente distribuída, situa-se num plano nor­

mal ao eixo x, fazendo um ângulo e com o eixo z. Numa seção re­

tangular, com estribos de forma usual, e ê constante e igual a

zero. Numa seção circular, com estribos anelares, e varia de

rr/2 a - rr/2.

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56

Ov i

0$ z = z, Ot - y( X

/ l ! oh y ---+

z •7 '7 Ot

/ lo.

0$

Z=Z1

iiiiíii Osw 1 Osw Osw

\ y I

X I r r I 1 I \

I 1 I 1 I \

~ I

lllllllosw L Osw \ Osw ~

. " Fig. 2. 1 - Tensões no concreto e na armadura transversal

A tensão ºh e a componente na direção horizontal

da tensão o~ no concreto. As componentes nas direções. vertical

e tangencial são respectivamente ºv e ºt· A tensão na

transversal é denominada ºsw

armadura

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57

L, / o~. cos <I>

---o,.I

Fig. 2.2 - Condições de equilibrio no concreto.

Por considerações de equilibrio (Figura 2.2), de

monstram-se as relações:

( 2 . 1 )

( 2 . 2 )

( 2 . 3 )

Estas, por sua vez, .fornecem as seguintes expres­

soes (para e/># O e cp # TI/2):

ªcp = - ºt·(tan e/>+ 1/tan q,) ( 2. 4)

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58

( 2. 5)

( 2. 6)

Observa-se então que as tensões o~, ºh e ºv podem

ser estabelecidas em função da tensão ºte do valor de tan ~-

As deformações sao definidas como funções dos des

locamentos medias. Obtêm-se então:

X

\---1 1 1 1 1 1

' '--'------'-----_,___._~ u' ~ - - - - - - - ~

--w· wu·

Fig. 2.3 - Deformações medias no elemento de alma

6 = W' V

!w• ' 1

1 1 \ 1 1 -- ...

( 2 . 7 )

( 2. 8)

y=u·+w' (2.9)

Para as derivadas parciais em relação as coorde­

nadas x e z, ê adotada a notação apostrofe-ponto, ja explicada

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59

na pãgina 13 . Os deslocamentos mêdios nas direções x e z s~o

respectivamente u e w. ~h' sv e y são as deformações mêdias res

pectivamente nas direções x, z e a distorção angular mêdia ..

Deve-se salientar que estas deformações devem ser

cuidadosamente interpretadas. O valor da deformação numa armad~

ra que atravessa um elemento de concreto variarã sensivelmente

passando-se da fissura ã biela comprimida. O modelo de anãlise,

porêm, admite que a dimensão destas bielas e reduzida, o que

permite a adoção de valores mêdios das deformações da armadura

e do concreto que a envolve. Estes valores, por sua vez, sao

considerados iguais, ou seja, não se verificam deslizamentos re

lativos entre o concreto e a armadura.

2.4 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE EQUIL1BRIO

Estabelecendo-se as condições de equil1brio nas

.direções x e z para os elementos de alma, obtêm-se:

Fazendo-se o mesmo para as armaduras longitudi-

nais, consideradas em seções discretas, entre elementos de al­

ma, ao longo da altura da viga, encontram-se:

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60

1 1 Pw. b. cos e)). ºsw

b. º'

1. . b.oh+lb.oh)'.dx

b. o, + ( b.o 1 )'. dx

---- b.o 1 +lb.o1 )°.dx

l b.Ov

111 1 11 Pw·b.cosc)).0 5 w ' .

I 1

I 1 1 1

b.o1 +li ( b.oi)

Pw . b. e os <!>. o sw + l j + li ( Pw· b. cos c)).05 wl

11 ! l 1 b. Ov + li ( b. Ov)

Fig. 2.4 - Condições de equilibrio: elementos de alma e armadu­

ras longitudinais

(2.12)

~(b.crv + p .b.cos e.as ) = O 1v w (2.13)

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61

Nas expressoes acima pw e a taxa de armadura trans

versal, referida ã largura b, por sua vez variãvel ao longo da

altura. ºsê a tensão na armadura longitudinal e o s1mbolo n in

dica um acrêscimo discreto da expressão assinalada, no

considerado.

2.5 - EQUAÇÕES DE COMPATIBILIDADE

2.5.1 - 1~ Equação de Compatibilidade

ponto

Derivando-se convenientemente as expressões(2.7),

(2.8) e (2.9) obtêm-se a condição de compatibilidade usual do

estado plano de tensões:

+E:"-y'·=O V

a 2.5.2 - 2. Equação de Compatibilidade

(2.14)

Observando a Figura 2.5, obtêm-se as seguintes re

lações entre o comprimento nl do estribo, definido entre os ni w

veis z e z + nz, e as respectivas projeções nas direções verti-

cal e horizontal lv e lh:

(2.15)

(2.16)

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62

z

z+tJ.z

I

I I

;.9 I

I I

I

1

/ 1 / 1

/ 1 L _____ .J

Fig. 2. 5 - Deformação da armadura transversal

> <]

>

-o +

>

<]

Calculando a diferencial da expressao (2.16), ob-

têm-se:

(2.17)

Desprezando a deformação na direção y, aproxima­

çao adotada no modelo, de (2.15) e [2.17) conclui-se que:

G. dl V

(2.18)

As deformações da armadura transversal sw, e na di

reçao vertical E podem ser expressas por: V

(2.19)

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63

(2.20)

De (2.15), (2. 18), (2.19) e (2.20), encontra-se:

(2.21)

2.5.3 ·- O Princ,pio das Forças Virtuais e o da Energia Comple­

mentar M,nima

Seja um corpo deformãvel, em equil,brio, submeti­

do a condições de contorno que produzem um campo de deslocamen­

tos u e um estado de deformações compat,vel E.

A superf,cie de contorno ê dividida em duas re-

giões: S0

e Su, onde estão prescritas, respectivamente, as ten­

soes ou os deslocamentos. O tensor~ representa o estado de ten

soes e e e o vetor das forças de superf,cie.

Introduz-se uma variação no campo de tensões tal

que o estado de tensões total ~ + 6~ e as forças de superf,cie

e+ op satisfaçam as equações de equil,brio e as condições de

bordo em termos de tensões sobre a supe~f,cie S0

• Neste caso,

sao iguais as variações dos trabalhos complementares desenvolvi

dos pelas forças internas (ow:) e pelas forças externas {6wc): . 1 e

(2.22)

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64

A mesma expressao pode ser apresentada em notação

matricial:

f T s .oo.dV V

-T ~ .oe.dA = o (2.23)

onde o indice T designa a transposta de uma matriz ou vetor e

u ê o vetor dos deslocamentos prescritos sobre a superficie Su

A expressao (2.23) ê conhecida como principio das forças

tua is.

vir-

Supondo o material com comportamento elãstico, 11

near ou nao linear, define-se a primeira integral da expressao

(2.23) como a variação da energia complementar de deformação

Uc, e a segunda, com sinal trocado, ê igual ao potencial cómpl~

c c c mentar das forças externas P . Logo, tem-se oU + oP = O, ou

(2.24)

onde wc = Uc + Pc e a energia complementar do sistema.

A expressao (2.24) define o principio da energia

complementar minima. Este principio indica que, de todos os po~

siveis estados de tensão, que satisfazem o equilibrio e as con­

dições estãticas do contorno, aquele que leva a um estado de de

formação compativel produz um minimo da energia complementar.

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65

Estes e outros conceitos variacionais estão rigo­

rosamente desenvolvidos na obra de Washizu 43•

a a -2.5.4 - 3. e 4. Equaçoes de Compatibilidade

Considera-se um elemento infinitesimal de alma

submetido a tensão prescrita ºz e ãs deformações prescritas Eh

{deformação horizontal) e y {distorção angular).

Oz

t·Ov + ,Pw. COS 9. Osw

TI/2 -y t Pt- 01-

Ot ºh t ! oh -· ·-d1

---+ '.Ot

Sa 'Oz iOz ·lav+Pw· COS 9. Osw

Su 'Eh' y 1

Fig. 2.6 - Condições de contorno e estado de tensões em um ele­

mento de alma em anãlise

O equilibrio exige que (ver Figura 2.6):

( 2 • 2 5 )

Utilizando a equaçao (2.2); tem-se:

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66

(2.26)"

- c A energia complementar de deformaçao U sera ex-

pressa através de 2 componentes:

(2.27)

U~ e U~, respectivamente a participação do concre

to e da armadura transversal, podem ser calculadas através das

expressoes:

er q, uc = J Eq,.derq, c o

( 2. 28)

er uc Pw J

0

sw E . der = w w sw COS' q,

(2.29)

O potencial complementar das forças externas sera:

(2.30)

Introduzindo as expressoes (2.1) e (2.3), a ener­

gia complementar do sistema serã igual a:

ersw

J E .der q, O W Sw cos

(2.31)

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67

Jã que ºsw ê função das variãveis o/• e•· (ver ex

pressao (2.26)), estas serão as iinicas grandezas livres parava

riar no funcional rrc. A fim de se obter a condição de m1n1mo,

sera feita a diferenciação em relação a estas duas variãveis.

Derivando em relação a •· obtêm-se a 3~ equação de compatibil i­

dade:

= Ew

.o~.2.sin •. cos • + sh.o~.2.sin •. cos • + cos 2 0 "' "

(2.32)

Derivando a expressao da energia complementar do

sistema em relação aº•• obtêm-se a 4~ equaçao de compatibilid~

• de:

E

= E -• W • 2~ 2. · ~ • = Q ~~- .s,n"' - sh.cos"' + y.s,n "'.cos"' cos 2 0

(2.33)

Substituindo na expressao acima o valor de y fior­

necido pela equação (2.32), obtêm-se:

( 2. 34)

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68

A mesma expressao pode ser apresentada de

mais simples, apôs algum desenvolvimento algêbrico:

tan 2~

forma

( 2 • 3 5 )

t indiferente a utilização das expressoes (2.32),

(2.33) ou (2.32), (2.35) como a terceira e a quarta equações de

compatibilidade, jã que a equação (2.35) e obtida atravês das

duas primeiras e portanto não apresenta nenhum conhecimento adi

cional. A expressão (2.35) ê encontrada tambêm nos trabalhos de

Collins 8•

9•

1 º• 11 e Prê 36•

As mesmas expressoes podem ser obtidas para um

elemento infinitesimal com armadura nas direções horizontal e

vertical, ou para um elemento simplesmente sem armadura. Obser­

va-se que todas expressões independem da porcentagem de armadu­

ra transversal. Para cada caso particular, as equações de comp~

tibilidade podem ser deduzidas, assumindo convenientemente as

condições estãticas ou cinemãticas de bordo. Por exemplo, no ca

so de um elemento sem armadura, as condições de bordo devem ser

prescritas em toda a superf1cie em termos de deformações (Eh'

Ev e y). As mesmas expressões (2.32), (2.33) e (2.35) 1e~ão, no

entanto, encontradas.

Comparando as equaçoes (2.32) e (2.33) com as ex­

pressoes para obtenção das deformações principais em função das

componentes E , Eh e y/2 do tensor de deformações, pode-se afir V .

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69

mar que, dentro das hipõteses adotadas, uma das direções princi

pais de deformação coincide com a direção das bielas, como evi­

denciado por Coll ins 8 • 9 • 10 ,11.

2.5.5 - Interpretação da Equação (2.33) Através da

das Deformações

Analisa-se, através de considerações

Geometria

puramente

geométricas, um elemento infinitesimal, antes e depois da defor

maçao.

~ Y2 .e w + -e-

e ·;;;

-e-e ·;;;

. cos d>

Y, A ---\ 7------

1 ,- . \

A' -,. , 1

1 1 1 1 1

' 1 ' 1

81\c-:.__ 1

--- 1 -.-----.J, y

2.sincp

y1

• cos ct:,

y=y,+y.

Fig. 2.7 - Deformações de um elemento de alma, a partir de um

comprimento únitãrio sobre a diagonal comprimida

As coordenadas dos pontos A, B, A' e B' sao res­

pectivamente: A(cos cj,, O), 8(0, sin cj,), A'(cos cj,.(l+Eh)

y1 .cos cj,) e B'(sin cj,.y2 , sin cj,.(l+Ev)). A deformação Ecj, e igual

a diferença entre os comprimentos A'll' e Alí, e assim pode ser

expressa por:

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70

<j,.(l+Ei )) 2 -1 V

(2.36)

Desprezando os termos de ordem superior, obtêm-

se:

; /1 2 . 2"' 2 2

"' 2 . "' "' l E<P + .Ev.s1n "'+ .Eh.cos "'- .y.s1n "'.cos "' - (2.37)

Baseando-se na aproximação em sêrie de Taylor da

função / l + x :

~;1+ 1 x-2

l

2.4 X 2 + l. 3

2. 4. 6 x 3

- ••• (7l<x<l)

pode-se afirmar que, para valores pequenos de x:

(2.38)

(2.39)

Utilizando a expressao (2.39), obtêm-se, atravês

da equaçao (2.37), a expressão ja conhecida (2.33):

( 2. 33)

2.5.6 - Comportamento Linear dos Materiais

Considera-se um elemento com armaduras distribul­

das horizontal e vertical, esta paralela ao eixo z(e; oº). Es­

te elemento esta submetido a um estado de tensões definido por

ªx' ªz e,.

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T

º• ...... t

71

8 = 0°

'

Fig. 2.8 - Estado de tensões em um elemento de alma, com armadu

ra distribuida horizontal e vertical

Por considerações de equilibrio conclui-se que:

(2.40)

ªz = Pw·ºsw + ºv (2.41)

onde ºsh' ºsw'Ph e,pw sao as tensões e as porcentagens de armad~

ra, referidas ã largura b, respectivamente nas direções longit~

dinal e transversal.

Admitindo um comportamento linear dos materiais e

denominando na relação entre os mõdulos de elasticidade do aço

e do concreto, tem-se:

n = Es/Ec (2.42)

0 sw (o2+,.tan cp)/pw

(2.43) EV = EW = = Es Es

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72

CT S h ( CT + T/tan cj>) / ph X (2.44) Eh = =

Es E s

Ecj> = CT cj>

= n . CT cj>

= -n.T.(tan cj>+l/tan cj> ) (2.45) Ec Es E s

Introduzindo as expressoes (2.43), (2.44) e

(2.45) na equação (2.35), obtêm-se:

l 0 x 0 z l cot"cj>.T.(n + -) + cot 3 ct,. - cot cj>. - T.(n + -) = 0(2.46)

A equaçao (2.46) pode também ser expressa da se­

guinte maneira:

Pw .tan'q,+tan 3 cj>-

CT X . tan cj> - L

ªz . ( n. Pw +

Pw -)=O ph

(2.47)

Assim foi obtida uma nova relação, sob a hipótese

de comportamento linear dos materiais, que fornece diretamente

o valor do ângulo cj> a partir de um estado de tensões conhecido.

Comparando a equaçao (2.47) com uma nova apresen-

tação· da expressão (l .40), encontrada por Kupfer 31, para uma

extensão da analogia da treliça, com ângulo de inclinação das

bielas variãvel, baseada no principio da energia

minima:

complementar

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73

n.ato ªs+n.ac n.ato . tan 4

~ + tan 3~ - • tan ~ - = O (2.48)

0 sw

verifica-se uma grande semelhança entre as duas equaçoes e" o

significado fisico de seus coeficientes.

2.5.7 - Equivalência com a Formulação de Placas com Armadura em

Malha Ortogonal

Baumann'º desenvolveu um critêrio de dimensiona­

mento de chapas com armadura em malha ortogonal. Em sua anãl i­

se, e conhecido o estado de tensões de um elemento de alma, de­

finido pelas tensões principais o1 e o2 e pelo ãngulo que es-

tas fazem com as direções das armaduras. Admitiu o aço e o con-

ereto com um campo rtamento elãstico linear. Serã mostrado que a

ele obtida, baseada ~ da energia expressao por no principio com-

plementar minima, e equivalente a equaçao (2.46).

As seguintes notações sao adotadas:

(2.49)

v = n.pw (2.50},

(2.51)

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74

· Oz

t o, "C ........

\ ,e 02

/ ~ i;

Ox- f i ..,..._ºx X

i;

/ 02

\ -· i o, o,

z

Fig. 2.9 - Estado de tensões num elemento de alma com armadura

em malha ortogonal

Introduzindo as expressoes (2.49) e (2.50) na

equaçao (2.46), obtém-se:

cot•cp.T.(v+À) + cot 3 cp.<Jx.À - cot cj).CJ2

- T.(v+l) = O ( 2. 52)

Dividindo todos os termos da expressao acima por

T. À , tem - se :

cot'cp.(À+v) + cot 3 cp. <Jx - cot q,. <Jz À T T

O equil1brio exige que:

<Jx tan S + K.cot S =

T - K

1

À

v+ 1

À

= o ( 2. 53 )

( 2 . 54)

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75

0 z cot S + K.tan 8 =

T l - K

Através das expressoes (2.53), (2.54) e

encontra-se:

cot•t + cot3t. tan S+K.cot 8 _ cot· •· cot S+K.tan 8 l - K

= v . (1 - cot"t) À

À.(l - K)

l

À

=

( 2 . 5 5 )

( 2. 55)

(2. 56)

Assim, partindo da equaçao (2.46), que representa

um caso particular da expressão (2.35), alcançou-se a mesma ex­

pressao que Baumann para a determinação .do ângulo t num elemen­

to de chapa com armadura em. malha ortogonal, conhecido o estado

de tensões a que estã submetido.

2.6 - EQUAÇÕES CONSTITUTIVAS

De acordo com a hipEtese (h), nao é adotada ne-

nhuma modificação na equação constitutiva do concreto devido ao

efeito biaxial introduzido pela armadura transversal. Assim as

equaçoes constitutivas dos materiais podem ser

por:

representadas

(2.57)

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o sw = o sw

76

( 2. 58)

( 2. 59)

ou seja, as tensões nas armaduras longitudinal e transversal e

a tensão no concreto nas bielas de compressão sao funções de

apenas uma variãvel: a deformação media na respectiva direção.

Na implementação do metodo serao utilizados os

diagramas de cãlculo tensão-deformação indicados pelo Cõdigo

Modelo CEB-F!P 47 , de 1978, e ilustrados nas Figuras 2.10, ?..11

e 2.12. Quaisquer outras relações constitutivas podem,

ser adotadas.

-0.85. fcd. 1000. ( 250. e:~+ 1 )

-0.0035 -0.002

/

I /

/

. o~

i------+-_,..,,_,:: ____ 7------ 0.85. fcd

' / L..._ ___ L---,-_.'.'.'.".: _____________ fck

' ----DIAGRAMA CARACTERISTICO

' ------DIAGRAMA DE CALCULO

Fig. 2.10 - Diagrama p-arãbola-retângu·lo

porem,.

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0.010

/

fyk

fyd

'------~---1 -----

77

------,-- - -- ----, / .

ore ton Es

0.010

----- DIAGRAMA CARACTER(STICO

' -----DIAGRAMA DE CALCULO

- fyd

~ fyk

Fig. 2.11 - Diagrama de cãlculo do.aço tipo A

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-0.010

1 1

1 1

fyk

f yd

0.7. fyd

-0002

1 I

1 1

1 1 1

1

/ ' / / 1 ---!--- --

! / : y _________ _ ' -L---

78

----, ---------- / 1

// _____ ,( __ ,'

/ L

1

,'·~--->.------'---~

/ E: 5 =-º-• + 0.823. [ Os - 0.7]5

,' E5 fyd 1

1 1

1 1 1

ar<;' ton Es 1

1

0.002

-0.7. fyd

OOIO

' - fyd ---DIAGRAMA CARACTERISTICO

- fyk ' ----DIAGRAMA DE CALCULO

Fig.·2.12 - Diagrama de cãlculo do aço tipo B

2.7 - INCOGNITAS, EQUAÇÕES E CONDI.ÇOES DE BORDO

A Figura 2. 13 apresenta uma peça de concreto arma

do onde a armadura transversal ê uniformemente distribuida ao

longo da seção e a armadura longitudinal ê considerada discreta

em cada nivel.

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79

[º'""' . Ec:t>(r-lJ, .. ,

• • y X r • • r EQ -- - ---·--. --~A 5 ,0 5 ,0~, -----------

• • €5' e:~ 0

• • • Oci,r, ... ,E41r, ...

Fig. 2.13 - Descontinuidade~ introduzidas pelas armaduras long!

tudinais nas tensões e deformações

Os 1ndices r e r-1 indicam dois intervalos de con

ereto adjacentes ao longo da altura da seçao, limitados por

dois n1veis de barras longitudinais ou por um n1vel de barras

longitudinais e um bordo da peça.

Em cada intervalo de concreto, com armadura trans

versal distribu1di, estâ caracterizado um problema de valor de

contorno. Este problema apresenta 11 variâveis: o~, ºt' ºh' ºv'

ªs•! ~. E~, Eh' Ev' Ew e y.

Para a sua resolução dispõem-se de 11 equaçoes: 5

equaçoes de equil1brio (2.4), (2.5), (2.6), (2.10) e (2.11), 4

equaçoes de compatibilidade (2.lll), (2.21), (2.32) e (2.35) e

duas equações constitutivas (2.57) e (2.58).

A Figura 2. 14 apresenta uma comparaçao :destas

.. _

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80

equaçoes com as obtidas para o problema de estado plano de ten­

sões em materiais de comportamento elãstico e isotrõpico.

ESTADO PLANO DE CAMPO DE COMPRESSIIO DIAGONAL TENSÕES

cr.=~crt.(tan.+l/tan•) Equações oh=-ot/tan • de ov=-ot.tan • equil ibrio

(b.,} +(b.ox)'=O (b.ot)'+(b.crh)' = o ( b.,) '+ ( b. cr

2) • =0 (b.ot)'+(b.crv+pw.b.cose.oswl'=O

Equações EV = E.w/ cos 2 e ..

de compat_j_ y = tan2 •. (Ev-Eh)

bilidade tan 2 •=(Eh-E.)/(Ev-E•)

EX + E 11 -y 1 •

z =Ü Eh + E" V - y'. = o

Equações Ex=crx(Ex' Ez) ª• = 0.(E.) constituti ªz=ªz (Ex' Ez) a !é· 0sw(Ew) - SW vas '[ ( y) '[ =

Incõgnitas ªx'ºz'T'Ex,sz,Y ª••ºt'ªh'ªv'ªsw••·E.,Eh,Ev,Ew,Y

Fig. 2.14 - Comparação de incõgnitas e equaçoes do estado plano

de tensões e do campo de compressao diagonal

De acordo com a hipÕtese (e), admite-se que nao

ocorram deslizamentos relativos entre o concreto e a armadura.

Assim, (ver Figura 2.13) pode-se afirmar que:

( 2. 60)

(2.61)

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81

onde ss e a deformação da armadura longitudinal, sh(r-l) e shr

são as deformações medias do concreto, no nivel desta armadura,

respectivamente nos intervalos (r-1) e r de concreto.

Serã a seguir demonstrado que as variãveis do pr~

blema, no nivel da armadura, num intervalo r ficam determinadas

ao se conhecer as tensões e as deformações, ha mesma elevação z,

no intervalo r-1 (ver Figura ?..13).

Supõem-se conhecidas, num intervalar r-1 e no ni­

vel da armadura, as 11 variãveis do problema: º<P(r-l)' ºt(r-l)'

ºh(r-1)' ºv(r-1)' é'sw(r-1)' <P(r-1)' E<P(r-1)' Eh(r-1)' Ev(r-1)'

Ew(r-1) e Y(r-1)"

A expressão (2.60) permite determinar a deforma­

çao horizontal no nivel da armadura e no intervalo r, que e de­

nominada shr"

Da equaçao (2.12) diferencial de equilibrio, ob­

tem-se, admitindo constante a armadura longitudinal ao longo do

eixo x:

s' s ( 2. 62)

Uma vez que dos/dss e função de ss, atraves das

expressoes (2.60), (2.61) e (2.62) determina-se ti(b.ot) e conse

quentemente ºtr·

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82

Pela equaçao de equilibrio (2.13) calcula-se o

valor da expressao (b.cr + p .b.cos 0.cr ). Com o valor desta vr w swr

expressão e atravês de (2.G) e (2.58), observa-se que a deform~

çao na armadura transversal Ewr pode ser determinada caso o an­

gulo $ e a tensão de cisalhamento ºtr sejam conhecidos. As ex­

pressoes (2.4) e (2.57) permitem afirmar o mesmo para a deforma

ção do concreto na biela E•r· A equação de compatibilidade(2.35)

fica em:

tan 2 $ =

r Ewr(ºtr'tan •r)/cos 2 0-E~r(crtr'tan •r) (2.63)

Jã que os valores de Ehr e ºtr jã foram determina

dos, a resolução da equação (2.63) fornece o valor de sua ünica

incõgnita: •r· Uma discussão semelhante ê feita na seçao 3.2,

onde um método iterativo de solução desta equaçao e apresenta­

do. Uma vez determinado o ãngulo de inclinação das bielas •r as .

demais variãveis são obtidas atravês da aplicação direta de ex-

pressões anteriormente apresentadas.

Assim, as expressoes (2.12), (2.13), (2.60) e

(2.61) tornam possivel calcular as descontinuidades introduzi­

das pelas armaduras nas tensões e deformações ao longo da altu­

ra, permitindo a unificação num unico problema de valor de con­

torno.

Serão agora analisadas as condições de contorno

nas faces superior e inferior da peça. Considerando que não hã

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83

introdução de cargas no trecho analisado, as condições de equi­

librio em um elemento infinitesimal do bordo fornecem:

ªtbordo = o ( 2. 64)

(2.65) ---

CASO A' Eh < 0

º' f

' e ' '

X r ' ' ©

ELEMENTOS INFINITESIMAIS DEFORMAÇOES TENSOES TENSOES

NO CONTORNO LONGITUDINAIS TANGENCIAIS HORIZONTAIS

Fig. 2. 15 - Elementos infinitesimais dos bordos

A Figura 2.15 apresenta dois cisos t1picos nos

quais pode-se encontrar um elemento infinitesimal do bordo; ora

a deformação longitudinal ê negativa (caso A), ora positiva (c~

so B). A discussão serã fe~,ta ã luz da equação constitutiva do

concreto, ou seja, o concreto não resiste a tração.

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84

Suponha-se que a tensão horizontal num elemento

do contorno seja diferente de zero. As expressões (2.1), (2.3)

e (2.64) exigem, a partir da afirmativa anterior, que o ângulo

$ seja nulo. Neste caso, a deformação E$ serâ igual a

tensão a$ a ªh' e, através das equações (2.2), (2.32)

demonstra-se que a, a , a e y sao iguais a zero. V Sw V

e (2.58},

Estas conclusões, vâlidas para o elemento A, con

duzem ao absurdo no caso B. Jâ que a deformação E$ e igual a

Eh' e esta e positiva, as. tensões a$ e ªh serao nulas, o que

contradiz a hipõtese inicial. Assim, quando a deformação hori­

zontal de um elemento do contorno e positiva, a tensão horizon­

tal ªh e necessariamente nula. Neste caso, porem, nada se pode

afirmar a respeito do valor do ângulo$ e da distorção angular

y.

A equaçao (2.10) e a repetição da anâlise ante-

rior permitem estender as conclusões anteriores a todo trecho

que vai do bordo â armadura longitudinal mais próxima. Caso es­

te intervalo esteja todo tracionado, as tensões horizontais e

tangenciais no concreto serão nulas. Não apresentando capacida­

de resistente, este trecho não serã considerado na anâlise.

2.8 - EQUAÇOES GLOBAIS DE EQU!llBRIO

O equil1brio de uma seçao transversal exige que:

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z. z . J l

l

M = h.oh.z.dz + I os. As. z (2.66) zs zs

z. z.

Jz

l l N = b.oh.dz + I os. As (2.67)

s zs

z.

V = J l b.ot.dz (2.68) zs

onde Me o momento fletor, calculado em torno do eixo y, pred~

finido e arbitrãrio, N e o esforço normal e V é o esforço cor­

tante.

Através das expressoes (2.10), (2.12), (2.66) e

(2.68), verifica-se a equaçao:

M' - V = O ( 2. 69)

Derivando em relação x ambos os lados da expres­

sao (2.67) obtém-se, através das expressoes (2.10) e (2.12):

z. l

dz + I zs

Integrando a expressao (2.70), encontra-se:

N'

(2.70)

(2.71)

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86

Considerando que nao hã introdução de cargas hori

zontais externas no trecho analisado (ver equação (2.64)), ob­

têm-se:

N' = O (2.72)

Não foi considerada, nesta anãlise, a possibili-

dade de introdução de cargas horizontais externas ao longo do

elemento.

2.9 - A TEORIA DO CAM~O DE COMPRESSAO DIAGONAL E O DIMENSIONA­

MENTO USUAL DE CONCRETO ARMADO

Na Figura 2. 16, analisa-se comparativamente adi~

tribuição de tensões horizontais no concreto segundo a teoria

de flexão e esforço normal (ohn) e a obtida através da teoria

do campo de compressão diagonal (oh)' para uma mesma deformada

Eh' por simplicidade considerada linear.

Como pode se notar, a distribuição de tensões ºh

e bastante diferente daquela utilizada nos cãlculos a flexão em

concreto armado. A verdade e que o dimensionamento de concreto

armado e feito sobre bases teõricas bastante simplificadas, co­

mo serã visto a seguir.

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b

Ohn oht / oh

M+M -M M Eh

-t.N -+. * © As. Os As. Os

Fig. 2.16 - Definição dos incrementos de esforços Me N

As tensões horizontais ºhn sao calculadas admitin

do a aplicação direta da mesma relação constitutiva (2.57) as

deformações longitudinais, ou seja:

(2.73)

As resultantes das tensões, segundo a teoria de

flexão, serao chamadas de M + N e N + N, onde:

z. z . J 1

1

M + N = b.ohn'z.dz + I ºs .A s. z zs zs

(2.74)

z. z. J 1

1 N + N = b.ohn.dz + I 0 s·As

zs zs (2.75)

Observa-se então, que para se obter as deforma-

çoes longitudinais Eh e consequentemente as mesmas tensões na

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88

mal, deve-se incrementar os esforços solicitantes de N e N.

Os esforços incrementais R e N sao considerados,

na prãtica, indiretamente através do aumento de armadura provo­

cado pela regra do deslocamento do diagrama de armadura de fle­

xão necessãria. Estes conceitos, introduzidos por Diaz 1 ,2

, 3 , 4 ,

permitem notar, de imediato, que na realidade nao e a armadura

de flexão que deve ser incrementada, mas sim os esforços solici

tantes Me N.

Conforme apresenta a Figura 2.16, as tensões ºh e

ºhn sao relacionadas através de:

( 2. 76)

ou seja, as tensões ºht com sinais trocados, têm como resultan­

te os esforços incrementais N e N.

-M N -+-21 2 -M M

lh h V

Fig. 2.17 - l,l e N segundo a analogia da treliça

V. cot cj) 2 -M=O

-V. cotcj) 2

) N=~cotcj)

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89

Na Figura 2.17 inal isa-se o valor dos esforços i~

crementais, segundo a analogia da treliça. Neste caso particu­

lar, Me N valem respectivamente, no referencial adotado, O e

V.cot ~-

No dimensionamento usual de concreto armado, Pº!

tanto, a avaliação correta de Me N torna-se uma necessidade

imperiosa, pois uma ma estimativa destes incrementas pode oca­

sionar estruturas com baixo grau de segurança em certos casos.

A regra da decalagem não ê adequada, pois não consegue prever

os incrementas de armadura corretos em todos os casos da prati~

ca.

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CAPiTULO III

SOLUÇAO NUMtRICA GERAL CONSIDERANDO O

EMPENAMENTO DA SEÇAO

3. l - INTERPOLAÇAO NA DIREÇAO x

A resolução exata do problema de valor de contor­

no, no qual a peça i estudada em toda a sua extensão i evitada,

devido ã sua complexidade. Serão analisadas 4 seções simultanea

mente, de maneira que as tensões e as deformações possam ser

interpoladas na direção x segu_ndo polinômios de 39 grau.

M M+VL'lx M+2.VL'lx M+3VÓ X

X ·- lh lh 1-h l 1;-V V V V r

L'lx

Fig. 3. l - Anãlise simultânea de 4 seçoes

A altura da seçao i dividida num numero suficien­

te de elementos de tal forma quess possam considerar as tensões

e as deformações constantes nestes elementos.

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91

Admitindo-se esta variação polinomial em x para

uma função F(x, z), pode-se calcular, numericamente, a primeira

e segunda derivadas de F em relação a x, numa seçao k, a partir

dos valores discretos desta função nas 4 seções l ; l, 2, 3, 4,

para determinado valor dez.

4

F' 1 k ; I c kl. F l

l;l ( 3 . l )

4

F" 1 k ; l skl.Fl

l;l ( 3. 2 )

Os indices k ou l denotam que devem ser conside­

rados os valores discretos das tensões e das deformações para

cada seção k ou l ; l , 2, 3 , 4 .

As constantes de diferenciação ckl e skl sao ob­

tidas derivando em relação a x a fÕrmul a de interpolação pol inQ

mial de Gregory-Newton (ver Sadosky 4 5), truncada para o caso de

um polinõmi-0 de 39 grau:

- l l 18 -9 2

-2 -3 6 -1

l ( 3. 3 ) 6. i\x l -6 3 2

-2 9 -1 8 11

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92

2 -5 4 -1

-2 1 o skl = ( 3. 4)

t,x2 o l -2

-1 4 -5 2

O expediente adotado de eliminação das derivadas

em relação a x, utilizando os valores discretos da função, po­

de ser compreendido como um método de diferenças finitas.

Através das expressoes (2.6), (2.10), (2.11)

(2.12), (2.13), (2.64) e (2.65), obtém-se:

Pw·b.cos 8.aswk = b.atk'tan •k - J: b.aik.dz

( 3 . 5)

s (3.6)

Introduzindo-se a interpolação polinomial na d ire

ÇaO X, tem-se:

4 ckl' [f z

z As·ªst] b.otk = l b. a hl. d z + l

l=l zs zs ( 3. 7)

4

c kl · [J: b.atl'dz] pw.b.cos 8.oswk = b.otk'tan •k - l l=l s

( 3. 8)

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3.2 - DETERMINAÇAO DO ANGULO $

As equaçoes (2.4) e (2.57) permitem afirmar que:

E$ = E$(0t' tan . ) ( 3. 9)

Das equaçoes (2.58) e ( 3. 6) obtêm-se:

'\t = EW ( (J t ' J: b.0t.dz,tan . ) (3.10) s

Assim a equaçao (2.35) pode ser apresentada da

seguinte forma:

tan 2 $ -

~w(0t,J: b.0t.dz,tan$)/cos 2 8-E$(0t,tan $) s

= o

Caso sejam conhecidas a deformação Eh' a

ªt e a derivada desta em relação a x, Gt ( ou seu

(3.11)

tensão

valor

aproximado segundo a interpolação polinomial anteriormente apr~

sentada), a expressão (3.11) reduz-se a uma equaçao não-1 inear

com uma única incõgnita: tan $,

Para resolvê-la e necessãria a implementação de

um mêtodo numêrico. Adotou-se para tanto o mêtodo iterativo de

Newton-Raphson (ver Stark 46).

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94

Deseja-se encontrar o valor de tan $ que verifi-

que a equaçao:

F(tan $) = tan 2 $ -Ew/cos 2 0 - E</>

= o (3.12)

A cada iteração i se obtem uma nova aproximação

tan </>i. As expressões (3. 9) e (3.1 O) mostram que e poss1vel

calcular as deformações E•,· e E ., relativas a esta estimativa. " w,

Determina-se assim o valor de Fútan </>i). Caso a equação (3.12)

não seja aproximadamente satisfeita calcula-se uma nova aproxi­

mação tan <l>i+l através da expressão:

tan <l>i+l = tan </>i - F(tan q,i)/{dF(tan q,i)/d tan $) (3.13)

onde e fâcil demonstrar, derivando a expressao (3.12), que:

dF(tan $) =

d tan $ 2. ta n </>

1 +----Pw. cos 3 e

(3.14)

Na expressao acima, dE</>/do</> e dEw/dosw; dependem

das relações constitutivas dos materiais.

O processo converge rapidamente a partir de uma

boa aproximação inicial. Esta pode ser, por exemplo, o valor co

nhecido de tan $ num n1vel da altura da seção próximo ao anali-

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sado.

95

DADOS Eh, ºt,

APROXIMAÇAO IN1CIAL !=1

tan cp(l)

E q . ( 2 . 4 ) +o cp ( I ) + E q . ( 2 . 5 7 ) +E cp ( I )

. E q . ( 3 . 6 ) +o 5

w ( I ) + E q . ( 2 . 5 8 ) + E w ( I )

F(tan <P(I));O? s irn

Eq. 3.12

nao

Eq.(3.l3)+tan <P(I+l)

Fig. 3.2 - Fluxograma: determinaçio de tan cp

FIM

A Figura 3.2 apresenta, resumidamente, sob a for­

ma de um fluxograma, o processo de determinaçio de tan cp ante­

riormente descrito.

Observa-se entio que, num determinado nivel z da

altura da seçio, a partir da deformaçio horizontal Eh' da· ten-

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sao tangencial ºt' e do valor da integral fz b.ot.dz,calculam-zs

se as variãveis tan $, E•,º•• Ew e ºsw· Estas uma vez encontra

das, podercse-ã obter as demais variãveis do problema através

da aplicação direta de equações anteriormente apresentadas. As

tensões ºh e ºv e as deformações Ev e y serão obtidas respecti­

vamente pelas equações (2.5), (2.6), (2.21) e (2.32).

Uma vez que a integral J: b.ot.dz é calculada s

numericamente a partir dos valores da tensão tangencial ªt' o

problema fica reduzido ao cãlculo desta variãvel e da deforma­

çao longitudinal Eh ao longo das 4 seções adjacentes. Deve-se,

psr conseguinte, procurar resolver o problema através da deter­

minação destas duas variãveis.

Pode-se notar, através das expressoes ( 2 . 6 ) ,

f zz (2.25) e (3.6) que a integral b.ot.dz é igual, com o sinal

s trocado, a tensão ºz no n1vel analisado.

A Figura 3.3 representa a equaçao (3.11) para uma

determinada porcentagem de armadura e propriedades dos mate-

Jzz riais, considerando nula a integral b.ot.dz. Observa-se

s que, quanto mais tracionado estiver o elemento e quanto maior

for a tensão tangencial, maior serã o valor do ãngulo $.

A estas conclusões, anãlogas ãs de Kupfer 31, in­

clui-se a diminuição do ãngulo $ ao reduzir-se a porcentagem de

armadura transversal, propriedade esta verificada também pela

e.xperiéncia.

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97

p = O. 004 w

fcd = 9107 kN/m2

fyd = 434 780 kN /m2

tan 4> = 0.40

3000 tan 4> = 0.60

2500

tanq,=0.80

2000

tan 4> =0.20 tanq, = 1.00

1500 tan 4> = 1.20

tanq, = 2.80 ,e;

-0.003 -0.002 -0.001 0.001 0.002 0.003

Fig. 3.3 - Angulo ~ de inclinaçio das bielas: funçio da tensio

tangencial ºte da deformaçio longitudinal sh

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3.3 - OS MtTODOS DE RES1DUOS PONDERADOS

Uma equaçao diferencial pode ser escrita generic!

mente como:

L(f) = p, ou (3.15a)

L(f) - p = O (3.15b)

onde L( ) e um operador diferencial.

Se no lugar da solução exata f, utiliza-se uma

aproximação f, que satisfaça as condições de bordo do problema,

a equação (3.15b) não se cumprirã. Serã obtido, neste caso:

L(T) - p = 6(x) # O (3.16)

onde 6(x) e o erro ou residuo em cada ponto.

Nos mêtodos de resi duas ponderados utilizam-se fun

çoes aproximadas do tipo:

n t = I

i = l Ct .. <!>.

l 1 (3. 17)

onde<)>. designa um subconjunto de funções admissiveis, linear-1

mente independentes, que satisfazem individualmente as condi-

ções de bordo. Os parãmetros ajustãveis a. sao l

determinados

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anulando, em um sentido mêdio, no intervalo AB, o res1duo o,

fazendo:

J: o.\JJi.dx =O, parai= l, n (3.18)

onde li sao funções de peso ou ponderação. A expressao (3.18)

representa um sistema de equações que fornece os valores dos

parâmetros ªi.

Os distintos mêtodos de res1duos ponderados va-

riam nas funções de peso adotadas. No mêtodo dos momentos, uti-

lizadd neste trabalho, as funções de ponderação são

de X:

J B i -1 Ao.x .dx= O , para = l , n

potências

(3.19)

O mêtodo dos momentos e outros métodos de res1-

duos ponderados estão desenvolvidos e apresentados na obra de

Finl ayson 4 4•

3.4 - PROCESSO ITERATIVO PRINCIPAL

O problema pode ser definido como a determinação

das variãveis ºte sh em cada uma das quatro seções transver-

sais e no n1vel de cada um dos elementos em que estã dividida a

altura da peça.

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100

Tratando-se de uma anãlise nao linear, serã util~

zado um processo iterativo. Partindo-se de uma aproximação das

tensões ªt determina-se uma deformada Eh associada .. Esta, por

sua vez, fornecerã uma melhor estimativa das tensões ªt' e as­

sim por diante, ate um resultado suficientemente prõximo do

exato. Este processo pode ser dividido em 3 fases.

- FASE I: Aproximação inicial

A partir dos valores do momento fletor e esforço

normal determina-se a deformação linear Eh e as tensões horizon

tais no concreto ªh e na armadura longitudinal ªs• nas 4 se­

çoes, seguindo os principios da norma adotada de concreto arma­

do. t utilizado o método da matriz tangente preconizado por

Santathadaporn e Chen 18

, e apresentado na seção l. l.

Através da expressao (3.7) obtém-se a aproximação

inicial ªtk(l) para k = l, 2, 3, 4. Calcula-se em cada elemento

e seçao o valor da integral Jz b.atk(l).dz, para posterior zs

utilização na expressao (3.8).

- FASE II: Determinaçio de Ehk(2) e ªhk(2) a partir de ªtk(l)

Nesta etapa, considerando invariãveis as tensões

ªt nas 4 seções, serã encontrada uma nova estimativa das defor­

maçoes Eh de forma ã respeitar todas as equaçoes que constituem

o problema, com exceçio da expressio (3.7).

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l o l

Associando a deformada a uma sêrie

tem-se, no limite:

m I

j=l

j -1 ªkj. z

polinomial,

( 3. 20)

A nova aproximação ºhk(2) deverã satisfazer as

equaçoes (2.66) e (2.67).globais de equilibrio nas 4 seçoes. A

equação {2,68) jã ê automaticamente satisfeita ao se deduzir a

aproximação ºtk{l) a partir de uma distribuição de tensões hori

zontais que equilibra o momento fletor e o esforço cortante so­

licitantes em cada u~a das auatro seções.

Utilizando o mêtodo dos momentos, transforma-se

a equaçao de compatibilidade (2.14), que deve ser verificada em

cada ponto da seção, em um ''sistema de equações globais'':

, dz u k.

(3.21)

o; ... (3.22)

O parâmetro ºk representa o residuo ou erro da

expressao (2.14) em cada ponto da seção k. Pode-se afirmar que,

no limite, a solução do sistema de equações (3.22) minimizarão

erro da equação (2.14).

Truncando-se a sêrie polinomial (3.20), com p ter

mos, tem-se, para cada seção:

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r j =,

l O 2

j -1 ªkj.z (3.23)

Correspondente as (4.p) incõgnitas ªkl' obtêm-se

um sistema de (4.p) equações nio-lineares Fkl' onde o primeiro

indice {k) refere-se a seçao {de l a 4) e o 29 indice (l) defi­

ne a potência de zl-l:

- bot k ---.dz + tanq,k

b z .

- a t k l .z.dz + zl

tanq,k s = o

( 3. 24 )

As duas ultimas expressoes acima equivalem is ex-

pressoes (2.66) e (2.67). As demais representam as

(3.22).

condições

Divide-se cada equaçao Fkl' l variando de l a

(p-2), em 3 parcelas:

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103

(3.25)

onde:

A J:i

f-1 dz (3.26) Fkf = E:h k z

s

B Jzi s~k.zf-l_dz (3.27) Fkf =

zs

e J:i yi,_. f-1 dz ( 3. 28) Fkf = z

s

Introduzindo a expressid (3.23) em (3.26) e inte­

grando, obtêm-se:

p-2 I

j = 1

4 I

i = 1

Cl kj . ( j - l ) . ( j - 2 ) . ( z ( j +f- 3 ) - z ( j +f- 3 ) ) . l s (j+f-3)

( 3 . 2 9 )

Atravês das expressoes (3.2) e (3.27), tem-se:

s .. z dz f-1 ] Vl

(3.30)

As equaçoes (3.1) e (3.28) fornecem:

J. f-1 4

e k .. y. . z dz = - I 1 1 . l l=

· f-1 J-yi .z .dz

(3.31)

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l 04

Convem lembrar que as expressoes (2.12) e (2.13)

mostram que as barras longitudinais introduzem uma descontinui­

dade nas tensões ºt' ºh' ºv e ºsw e consequentemente nas defor­

maçoes Ev' Ew e Y.

' yl~ Ev,~ r 1 sk 1 tt H 1 IS As

11 Ys Y1 Evs Ev1 1 1 1

Fig. 3.4 - Descontinuidades nas f~nções y e Ev introduzida~ pe­

las armaduras longitudinais

Observando-se que a distorção angular nas extremf

dades comprimidas e nula e que as extremidades tracionadas nao

são consideradas na anãlise, obtém-se, integrando por partes a

expressão (3. 31):

e 4

cki[Yi1:J para .e. = l : F k.f. = I (3.32) i = l

4 s

cki[Yi .f.-2 ] e z.e.-11-(.f.-l)fzi para .f.=2, ( p-2): Fk.f. = I yi.z ,,.dz

s onde yi

I

i=l I z s

( 3 . 3 3 )

S I = y. - y. e o valor da descontinuidade da função y na

l l

armadura. No caso de mais de uma barra, representarão somatõ-

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l O 5

rio de todas as descontinuidades ..

As descontinuidades da deformação vertical Ev,nas

barras longitudinais ao longo da altura, estão

consideradas na expressão (3.30).

implicitamente

Agora, o sistema de equaçoes (3.24) estã todo de­

finido em função dos valores discretos das variãveis do proble­

ma. U~a vez que na seção 3.2 demonstrou-se que conhecidos ºt e

Eh' os demais parâmetros ficam definidos, e como nesta etapa

(fase II), a tensão tangencial ºt mantém-se invariivel, verifi

ca-se que o sistema de equações (3.24) tem por incógnitas os

coeficientes ªklº

Foi utilizado o método de Newton-Raphson para a

resolução do sistema de equações não lineares (3.24).

A partir de uma apnoximação das deformadas nas 4

seçoes, determina-se os valores das demais variãveis do proble­

ma, jã que a tensão ºt mantêm-se constante nesta fase. Para is­

to são utilizados o mêtodo e as equações comentados na seçao

3 . 2 .

Caso as equaçoes se verifiquem, interrompe-se o

processo. Caso contrãrio, o mêtodo fornece uma nova aproximação

das variãveis ªkl nas 4 seções.

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l O 6

Novamente calcula-se tan ~ e as demais variãveis,

repetindo-se o processo atê que o sistema de equações

possa ser considerado aproximadamente resolvido.

( 3. 24)

Isto ocorre apos poucas iterações, jã que o méto­

do de Newton-Raphson converge rapidamente. A determinação de ca

da nova aproximação dos coeficientes ªkl exige porêm a resolu­

ção de um sistema de (4.p) equações lineares, o que demanda tem

po de processamento.

Denomina-se, por simplicidade, a diferença entre

o~ valores de duas aproximações dos coeficientes ªkl de Aakl:

Aa kl = a kl ( I + l ) - a kl ( I ) ( 3. 34 )

onde, para cada coeficiente, o 19 1ndice ( k) refere-se á seçao

(d l 4) 20 • d' (") d f' - . d l-1 e a e o . ,n , c e "- e ,n e a pote n c, a e z .

O método de Newton-Raphson, deduzido da sêrie de

Taylor, conduz a um sistema de equações simultâneas, cuja reso­

lução fornece os valores dos acréscimo Aakl' numa iteração !:

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107

(4.p) equaçoes (3.35)

onde 6Fkl é a diferença entre o valor exato da expressao Fkl e

o valor obtido na aproximação !. Os valores exatos das expres­

sões Fkl são nulos, tais como definidos nas expressoes (3.24).

Assim, os acréscimos 6Fkl são iguais a:

(3.36)

ou seja, os valores encontrados na iteração !, com sinais troca­

dos.

Convém lembrar que na dedução das equações(3.35),

as variãveis do problema podem ser subdivididas no seguinte es­

quema:

- constantes no processo: ªt

- variãveis: Eh (e portanto ªkl)

- variãveis, mas dependentes de ªt e Eh: tan ~. a~, ºsw' ªh

ºv·E~ 'Ev' ESW'e y.

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l 08

Baseado nesta observação, pode-se afirmar que,

nesta etapa (fase II) do processo:

dEV d E V dEh (3.37) =

ªª dEh ªª

ay s!.:r:__ ash (3.38) =

ªª dEh ªª

ata n<J, dtan<j, ash (3.39) =

ªª d Eh ªª

As expressoes das derivadas parciais aFkl/aamn'º~

de k e m variam de l atê 4 e l e n variam de l atê p, são desen

volvidas observando as expressões (3.37) a (3.39) e a seguinte

expressão, obtida de (3.23):

= z l-1 (3.40)

Para l variando de l a (p-2), tem-se, a partir da

expressao (3.25):

= (3.41)

A primeira parcela e obtida derivando-se a expre!

sao (3.29):

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l 09

A para f k

a F kl o m = ºªmn

a FA ..L!1_-l). (n-2) . (z(n+l-3)_z(n+l-3)) para m=k e n=l,(p-2) k =

ºªmn (n+l-3) , s

A para m=k n=(p-1),p

a F kl o (3.42) e = ªª mn

A partir das expressoes (3.30), (3.37) e (3.40),

deduz-se a segunda parcela:

n+l-2 d . z . z (3.43)

As expressoes (3.32), (3.33), (3.38) e (3.40) for

necem a ultima parcela:

aFC [1 <1_y_ 1 ,., _, s

J para .e k = = c k • • z

ºªm.n m d m Eh I

e para l=2,(p-2)

a F kl = - [c9.l __ ) n+l-2 s c k • • z ºªmn

m d m Eh I

- (l-1). J2

i (i.Y_) .zn+.t- 3 .dz] zs dch m

( 3. 44)

Obtém-se, a partir das duas ultimas expressoes do

sistema de equações (3.24) e das expressões (3.39) e (3.40):

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11 O

aFk(p-1) - aFkp = o para k ~ m: - - -

para k = m: aFk{p-1) =

3ªmn

+

aFkp J: i b. ºt k .(dtancj,).zn.dz = + tan 2 cj,k ªª d Eh mn s

z. l n

+ I Esk.As.z (3.45) zs

Resta somente explicitar os termos dEv/dEh

dtancj,/dEh e dy/dEh. Convém lembrar que, como nesta etapa a ten-

são tangencial e invariâvel,

variãvel Eh.

E , tancj, e y são funções apenas da V

Derivando-se conveniemente a expressao (2.35}, en

contra-se:

-l ( tan2

cj, - ºt· pw. co s 3 0

OE w

3 · 0 sw

ÓEcj, + --

ª º cj,

. (-1-tancj,

- tancj,) 2 + l)J-l

ºt

(3.46)

As expressoes (2.21) e (3.6) permitem afirmar que:

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111

= (3.47)

Derivando, em relatão a Eh' ambos os lados da ex­

pressao (2.32), obtém-se:

dtanq, 2. ºt.

d Eh [t:nq, + tanqi. ( 1 , .~+ oE</> )]

Pw·cos 8 ººsw ºº<t> (3.48)

Desta for~a e poss,vel montar o sistema de equa­

çoes (3.35). As expressões (3.41) a (3.48), a primeira vista

muito complexas, são na realidade de fãcil implementação compu­

tacional. Apôs resolvido o sistema, as novas estimativas dos

coeficientes ª'kl' correspondentes ã iteração (I+l ), serão:

a kl ( I + 1 ) = a kl ( I ) + 6a kl (3.49)

Assim, foi concebido um método numérico para a

resolução do sistema de equações (3.24), finalidade desta fase.

Desta maneira, serão satisfeitas as condições de equil1brio e

de compatibilidade, estas ultimas de forma aproximada. Esta so­

lução não representa o resultado final do problema, jâ que foi

baseada numa aproximação das tensões tangenciais ºtk' onde

k = 1, 2, 3, 4. Admitindo porem, ter sido obtida uma estimativa

mais perfeita das tensões e deformações horizontais, prossegue­

se para a uma terceira fase.

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11 2

- FASE III: determinação de ºtk(2) a partir de Ehk(2) e ºhk(2)

Durante a etapa anterior, foi obtida, associada

as deformações Ehk(2), uma distribuição de tensões horizontais

0 hk( 2 ).

A partir destes valores, aplicando a

(3.7), obtém-se a nova aproximação ºtk(2).

equaçao

Compara-se esta aproximação com a anterior. Caso

a diferença seja relativamente pequena, encerra-se o processo.

Caso contrãrio, retorna-se ã 2~ etapa com uma nova aproximação

das tensões tangenciais.

3.5 - COMENTARIOS SOBRE O PROCESSO ITERATIVO PRINCIPAL

A Figura 3.5 ilustra o método iterativo de resolu

çao adotado.

A curva l é definida pelo sistema de ~-- -equaçoes

(3.24). Para uma distribuição de tensões ºtela fornece uma de­

formada e uma distribuição de tensões horizontais de maneira a

respeitar parte das condições do problema. A curva 2 representa

a equaçao (3. 7) e, utilizando as condições restantes do proble-

ma, fornece as tensões tangenciais ºta partir das

horizontais ºh·

tensões

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11 3

-- .

º'

APROXIMAÇÃO INICIAL º' ( 1) 0 1(1), e:h(I)

. -SOLUÇAO

EXATA

Ot (2) ~ Ot (3)

RETAS HORIZONTAIS FASE II

RETAS VERTICAIS FASE IIt

Fig: 3.5 - Mêtodo iterativo de resolução

A interseção das duas curvas, onde todas as condi

çoes serao respeitadas, ê a solução do problema. As retas hori­

zontais representam a fase II, onde considerando ot(I) constan­

te, determina-se Eh(I+l) e oh(I+l). As retas verticais, por sua

vez, definem a fase III, quando se calcula ot(I+l) a partir dos

valores oh(I+l).

A Figura 3.6 apresenta um fluxograma resumido do

processo proposto.

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11 4

DADOS M, N , .V .., I = 1

M, N +Eh(l), crh(l)

EQ. ( 3 . 7 ) + ªt(l)

. DETERMINAÇIIO DE tan. E sw

(VIDE FLUXOGRAMA DA FIGURA 3.2)

E q s . ( 2 . 5 ) , ( 2 . 3 2 ) +cr h , y

E COMPATIBILIDADE EQS.(3.24)?

nao

NOVA APROXIMAÇ/10 Eh

~o sim

s;

FASE I APROXIMA­

_ Ç/10 INI­CIAL

FASE II

ºt CONSTANT

Eh VARIIIVEL

FASE II ªt VARIIIVEL

\·.

Eh CONSTANT

Fig. 3.6 - Fluxograma: .anãl ise simultãnea de 4 seçoes consideran

do o empenamento

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11 5

Assim, pode-se analisar o problema segundo uma

deformada linear ate um polinômio de ordem qualquer. A solução

linear para Eh corresponde iquela dada por Guedes et alii. 7 e

Co 11 i n s,' 9' , o',,.

Quanto mais termos forem utilizados, a solução

sera, teoricamente, mais prõxima da exata. Em compensação, exi­

girã, tambem, um maior esforço de computação.

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l l 6

CAP1TIJLO IV

METODO SIMPLIFICADO

4.1 - HIPÕTESES SIMPLIFICADORAS - 19 ESTAGIO

O metodo anterior de verificação de tensões e com

putacionalmente lento, inclusive supondo a deformada linear, p~

ra a implementação de um programa prãtico de .dimensionamento.

A principal vantagem do metodo agora apresentado

e que, evitando a diferenciação numerica, permite a anãlise nu­

ma unica seçao. Para tanto, são introduzidas algumas simpl ific~

ções. As tensões e deformações assim obtidas serao uma aproxim~

çao da solução completa, analisada anteriormente. No entanto,

por simplicidade, serão utilizadas as mesmas notações ate aqui

adotadas.

Supõe-se que a seçao permanece plana apos a defor

maçao. A deformada Eh pode então ser expressa .por:

( 4 . l )

onde a 1 e a deformação horizontal na origem da ordenada z e a 2 ê a curvatura da seção.

A hipõtese (4. l) conduz a linearidade da derivada

da deformação longitudinal na direção x, ao longo da altura da

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l l 7

seçao. Ou seja:

Jã que o esforço cortante é constante no interva

lo estudado, ºt (variação na direção longitudinal da tensão tan

gencial ao longo do eixo x, num determinado nivel z da altura

da seção) é relativamente pequena em relação aos demais termos

da equação (2.11) diferencial de equilibrio. Isto foi efetiva­

mente verificado nos exemplos analisados do método anteriormen­

te proposto e permite a seguinte simplificação:

(b.ot)' = O (4.3)

Substituindo a expressao (4 .3) na equaçao (2.11)

diferencial de equilibrio, obtém-se:

• CDS 0.o sw o ( 4 . 4 )

A simplificação (4.3) implica portanto na consid~

raçao que em elementos l'ineares de concreto armado, onde não hã

introdução de cargas no intervalo estudado, a resultante das

tensões verticais no concreto e das tensões na armadura trans­

versal o é aproximadamente nula. z .

A partir da expressao (4 .4) verifica-se que a

equaçao diferencial de equilibrio (2.13) e a condição de conter

no (2.65) serão sempre, automaticamente, satisfeitas.

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11 8

Introduzindo a expressao (2.6) na (4.4), obtem-

se:

( 4. 5)

Assim, a partir da aproximação (4.3), foi encon-

trada uma nova equaçao de equilibrio, não diferencial. Esta e

tambem a expressão empregada usualmente no dimensionamento de

armaduras de cisalhamento em peças de concreto armado.

A formulação desenvolvida por Collins 8•

9•

1 º• 11, e

utilizada tambem por Guedes et all i. 7, assume as aproximações

(4.1) e (4.5). Estes autores adotaram o ângulo 0, de inclinação

dos estribos em relação ao eixo z, constante e igual a oº. Con­

siderando a utilização de armadura transversal com ângulo 0 va­

riâvel ao longo da altura, o conjunto de equações por eles uti

lizadas se resumem em:

- Equações de equilibrio num ponto: (2.4), (2.5), (2.6) e (4.5).

- Equações diferenciais de equilibrio: (2.10) e (2.12).

- Equações de compatibilidade: (2.21) e (2.35).

- Equações constitutivas: (2.57), (2.58) e (2.59).

- Condição de compatibilidade das armaduras longitudinais:(2.60).

- Condição de contorno: (2.64).

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119

- Equações globais de equil1brio: (2.66) e (2.67).

- Aproximação linear da deformada: (4.1).

Collins e Guedes et alii. resolveram o conjunto

anterior de equações analisando duas ~eçõ~s adjacentes simulta­

neamente. Desta maneira, as tensões foram interpoladas na dire­

ção x linearmente.

Portanto, a formulação adotada por estes autores

difere do método proposto no cap1tulo III, no caso de uma série

polinomial com apenas dois termos ser adotada como aproximação

da deformada, em dois aspectos: o numero de seçoes analisadas,

e portanto a interpolação na direção x, e a aproximação (4.3).

Guedes, Pré e Maia 7 adotaram também uma varianbe

dá expressao (2.35), para a determinação do ângulo de inclina­

ção das bielas:

( s + -1-). ºt. tan" ,P

8 Es c

= o ( 4 • 6)

onde E~ e E~ sao os mõdulos de elasticidade secante do concreto

e do aço, definidos como as relações entre as tensões e as de­

formações dos materiais, considerando a não linearidade dos dia

gramas tensão-deformação dos. mesmos:

( 4 • 7 )

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l 2 O

( 4. 8)

A expressao (4.6) e obtida substituindo-se (2.4),

(4.5), (4.7) e (4.8) em (2.35). Nela sao variãveis nao somente

o ãngulo de inclinação das bielas cj,, mas tambem os mõdulos de

elasticidade secante jos materiais. ,,..

4.2 - HIPÕTESES SIMPLIFICADORAS - 29 EST~GIO

A fim de evitar a diferenciação numérica e anali­

sar o problema numa unica seção, serã introduzida uma nova hipf

tese simplificadora. Esta nova aproximação, desenvolvida por

Diaz 1 ' 2 ' 3 '4

, permitirã a avaliação da distribuição das tensões

tangenciais a partir da deformada Eh da seção e do valor does­

forço cortante V.

Z;; z5

8 X r

SEÇAO DEFORMAÇOES

iRANSVERSAL LONGITUDINAIS

M

l~ oh V

As.Os

TENSOES

HORIZONTAIS

M+M

1 /'1h

1 Ohn V=O '[ 1 As.Os

TENSOES HORIZONTAIS

FICTÍCIAS

Fig. 4.1 - Comparação entre as tensões ºh e ºhn' para uma mesma

deformada

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l 21

A Figura 4.1 apresenta uma seçao transversal sub­

metida a um momento fletor M, um esforço normal N e um esforço

cortante V. Para este conjunto de solicitações, determina-se a

deformada Eh e as tensões horizontais no contreto ºh'

Denomina-se·ohn as tensões no concreto obtidas p~

ra a mesma deformada, considerando nulo o esforço cortante.

As tensões horizontais ficticias ºhn sao calcula­

das atravês da teoria de flexão e esforço normal, apresentada no

primeiro capitulo. Assim, como o esforço cortante ê nulo, as

tensões ºhn estão relacionadas ãs deformações horizontais Eh

atravês da equação constitutiva (2.57) do concreto, ou seja:

( 4. 9)

As tensões horizontais ficticias ºhn' juntamente

com as tensões na armadura, não equilibram as solicitações M e

N. O momento fletor e o esforço normal resultantes serão:

z. f z i

l

M + N = b.ohn'z.dz + I ºs·As.z zs zs

(4.10)

z.

1:i l

N + N = b.ohn"dz + I ºs . A s s zs

(4.11)

As solicitações incrementais N e N jã foram discu

tidas na seção 2.9.

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122

Como proposto por Diaz 1,

2, a seguinte aproximação

pode ser adotada:

ou seja, a variação na direção longitudinal da tensão horizon­

tal ºh e aproximadamente igual a da tensão ficticia ºhn·

Introduzindo a expressao (4.12) na equaçao (2.10)

diferencial de equilibrio, obtem-se:

(4.13)

4.3 - INCÕGNITAS E EQUAÇÕES

Assim foram introduzidas tres hipõteses simpl ifi-

cadoras: a linearidade da deformada (4.1) e as aproximações

(4.3) e (4.12).

A solução fornecida pelo novo conjunto de equa-

çoes e diferente da anteriormente obtida, no capitulo III. En­

tretanto, as mesmas notações serão utilizadas para as variãveis

do problema.

Tendo em vista a aproximação linear da deformada,

nao se procurara mais satisfazer a equação (2. 14) diferencial de

compatibilidade. Assim, a determinação da distorção antular me­

dia f torna-se desnecessiria, e portanto não serã feita. Em vis

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l 23

ta deste fato, reduz-se o problema em mais uma equaçao, a

(2.32).

Como discutido anteriormente, assume-se que a re­

sultante o2

, na direção vertical, das tensões no concreto e na

armadura, seja sempre nula. Assim, as equações (2.13), nas arm~

duras longitudinais, e (2.65), nas faces superior e

serao sempre satisfeitas.

inferior,

As equaçoes que constituem o problema podem ser

divididas em:

- Equações de equilibrio num ponto:

a~= - ºt·(tan ~ + 1/tan ~)

- Equações diferenciais de equilibrio:

6(b.ot) + (o .A )' = O s s .

( 2. 4 )

( 2 . 5 )

( 2 . 6 )

( 4. 5)

(4.13)

(2.12)

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l 2 4

- Equações de compatibilidade:

(2.21)

(2.35) E: - E:

V e/>

- Equações constitutivas:

(2.57)

O =a (E) sw sw w ( 2. 58)

( 2. 59)

( 4. 9)

- Condições de compatibilidade das armaduras longitudinais:

E: s = E:h(r-1) = Eh r (2.60)

E: ' s = ' E:h(r-1) = E: ' hr (2.61)

- Condições de contorno:

0 tbordo = o ( 2. 64 )

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l 2 5

- Equações globais de equil1brio:

z. f z i

1 M = b.oh.z.dz + I ºs·As.z (2.66)

zs zs

. z. f z i

1

N = b.oh.dz + I 0 s·As (2.67) zs zs

V = J:i b.ot.dz (2. 68) s

- Aproximação linear da deformada:

{ 4 • l )

s 1 = h ( 4 . 2 )

Tal como explicado na seçao (2.8), as equaçoes:

M' = V { 2. 69)

N' = O ( 2. 72)

sao consequincia de (2.64), (2.66), (2.67) e (2.68).

O processo de resolução e implementado dividindo­

se a seçao em n elementos.

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l 2 6

e

©

SEÇAO DEFORMAÇOES

TRANSVERSAL LONGITUDINAIS e:h

TENSOES

HORIZONTAIS Ohe 0 6

\ \.

\ \

TENSOES

TANGENCIAIS 01

Fig. 4.2 - Divisão da seçao transversal em n elementos

O numero de barras longitudinais ê denominado n , . s.i

Os n elementos são escolhidos de maneira que as barras longitu-

dinais estejam localizadas entre os mesmos.

As tensões horizontais ºh e ºhn e variãveis

º•• ºv' ºsw' •· E•, Ev e Ew são consideradas constantes no ele­

mento, perfazendo um total de 9.n variãveis.

De acordo com a aproximação anterior no elemen-.. ,

to da tensão horizontal e atravês da expressão (2.10), a ten­

sao tangencial assume uma variação linear no elemento, e e defi

nida pelos valores nas interfaces do mesmo . Nos pontos onde

existem barras longitudinais, a tensão tangencial assume dois

valores, caracterizando as descontinuidades introduzidas por

estas armaduras. A fim de definir a distribuição das tensões

tangenciais ao longo da seção transversal, são necessãrias, po~

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127

tanto, a determinação de n + ns + l variãveis.

riãveis: ºs•

Para cada barra longitudinal têm-se mais três va­

Es e E~,total izandó 3.ns variãveis.

A aproximação linear da deformada Eh reduz

terminação da mesma e de sua derivada E' h na direção X

lo dos pa rãmet ros ª1 • ª2· kl e k2.

Assim, o numero de variãveis do problema

10.n + 4.ns + 5.

no

a de-

cãlcu-

e

As seguintes equaçoes sao aplicadas nos elementos

de concreto, a partir dos valores medios da tensão

ºte da deformação longitudinal Eh em cada um: (2.4),

(2.6), (2.21), (2.35), (2.57), (2.58), (4.5) e (4.9).

tangencial

(2.5),

Nestes

mesmos elementos, a tensão tangencial da face inferior estã re­

lacionada com a da face superior atravês da equação (4.13). Nos

elementos em que estã dividida a altura da seção estão portanto

definidas 10.n equações.

Em cada barra longitudinal, verificam-se as equa-

çoes (2.12), (2.59),(2.60) e (2.61), num total de 4.n s

çoes.

equa-

Finalmente, têm-se as três equaçoes globais de

equil1brio (2.66), (2.67) e (2.68) e duas condições de contor­

no (2.64), nas faces superior e inferior da peça.

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128

No computo geral, verifica-se o total de

4.ns + 5 equações, igual ao mesmo numero de incõgnitas.

10.n +

Cumpre observar que uma anãl ise anãloga, para o

m~todo proposto no cap1tulo III, poderia ter sido feita, uma

vez que na sua implementação foi adotada a mesma aproximação das

variãveis num elemento. A anãlise naquele caso não foi apresen­

tada, a fim de não tornar ainda mais complexa a exposição.

4.4 - O MtTODO DA SEÇ~O EQUIVALENTE

O m~todo da seçao equivalente, proposto por

Diaz 1•

2•

3'

4, permite a determinação das tensões tangenciais nu­

ma seção transversal, a partir da deformada Eh e do valor do es

forço cortante V, desde que se queira utilizar a condição apro­

ximada (4. 12). Aplica-se indistintamente em materiais de campo~

tamente linear ou não linear.

Definem-se as coordenadas z a partir do ponto on­

de a derivada Eh se anula:

E' = h (4.14)

Denomina-se Ec e Es os mõdulos de elasticidade

tangente do concreto e do aço, ou seja, as derivadas d-0/dE as

curvas tensão-deformação de cada material, para E= Eh:

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1 2 9

Consfaerando as expressoes (2.59), (2.60) e

(4.9), observa-se que estes valores dependem somente da deforma

ção longitudinal Eh. Ec e Es podem ser nulos caso os materiais

se encontrem nos respectivos patamares de escoamento.

A partir das expressoes (4.13) e (2.12), têm-se:

J~ z b.ot = b.ohn'dz - _l (As.os)' (4.17)

zs zs

Admitindo que a armadura longitudinal permaneça

constante no interv'a"'lo analisado, obtém-se, aplicando a

da cadeia na expressao (4.17):

b.ot =

regra

(4.18)

Introduzindo a expressao (4.14), conclui-se que:

b. E . z. dz + c ÍA.E.z] - s s

zs (4 . 1 9)

Denomina-se seçao equivalente a uma seçao trans­

versal, constituida a cada n1vel pela ãrea de cada material mul

tiplicada pelo seu modulo de elasticidade tangente. Esta sõ po-

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130

de ser determinada caso seja conhecida a deformada Eh da se-

çao, e assim os mõdulos de elasticidade tangente ao longo da

altura da seção.

Z = z5

b. dz 0.002

As

SEÇAO DEFORMA ÇOES

TRANSVERSAL LONGITUDINAIS

Fig. 4.3 - Definição de ãrea equivalente

1 E 5 .A 5

~ 1 1 L ____ J

SEÇAO

EQUIVALENTE

Observando-se que a tensão tangencial no bordo

inferior deve ser nula, conclui-se, aplicando a expressão(4.19)

para z = zi, que a origem das coordenadas z, e o baricentro da

seção equivalente.

Integrando ambos os lados da expressao (4.19),~san

do o artificio da integração por partes, obtém-se:

z. 1

+ _I zs

(4. 2 O)

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l 31

Observando a definição de seçao equivalente, têm-

se:

J~ z s = b.E c· z. dz _I A . E . z s s

zs z s (4.21)

z .

J;i

, I -2 _l -2

= b.Ec.z .dz + As.Es.z s zs

(4.22)

onde Sé o momento estãtico da seçao equivalente, acima do ni­

vel onde a tensão tangencial estã sendo determinada e I e o mo­

mento de inércia da seção equivalente, ambos calculados em rela

ção ao baricentro da mesma.

Das expressoes (4.19), (4.20), (4.21) e (4.22),

obtém-se:

b.ot = V.S/I (4.23)

O método da seçao equivalente oferece, portanto,

uma maneira simples e rãpida para o cãlculo da distribuição das

tensões tangenciais, a partir da deformada Eh da seção e do va-

lor do esforço cortante V. Evitando a diferenciação

permite que a anãlise seja feita numa unica seção.

numérica,

A solução assim obtida é uma aproximação das ten­

soes tangenciais, jã que não satisfaz a equação diferencial de

equilibrio (2.10). Por simplicidade, as mesmas notações

utilizadas em relação~ solução dada no capitulo III.

foram

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l 3 2

O método da seçao equivalente supoe uma afinidade

entre as distribuições de tensões tangenciais para uma

deformada e diversos valores de esforços cortantes.

mesma

8 \

' \ (S/1).V,

1

' © v,

FLUXO DE SEÇAO DEFORM AÇOES CISALHAMENTO

TRANSVERSAL LONGITUDINAIS v, = b. ª"

..

(S/1l.V2 !------'"" ---=-

FLUXO DE CISALHAMENTO

V2=b.012

v.

Fig. 4.4 - Afinidade das tensões tangenciais para uma mesma de­

formada

A Figura 4.4 apresenta dois conjuntos de solicit~

çoes M1 , N1 , v1 e M2 , N2 , v2 . Ambos carregamentos conduzem a

mesma deformada. As aproximações das tensões tangenciais obti­

das atraves da aplicação do método da seção equivalente em cada

caso sao curvas afins, jã que os momentos estãticos S ao longo

da seçao e o momento de inercia I são funções apenas da deforma

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133

Esta afinidade e valida para materiais homogêneos

e isotrÕpicos, de comportamento f1sico linear ou nao linear. To

davia, supondo que a hipõtese de afinidade possa ser adotada co

mo uma boa aproximação do comportamento de peças de concreto ar

macio, segundo a teoria do campo de compressão diagonal, obtém­

se a distribuição de tensões tangenciais determinada pelo mêto­

do da seção equivalente.

4.5 - PROCESSO ITERATIVO

Assim, conhecida a deformada, o mêtodo da seçao

equivalente fornece uma aproximação das tensões ºt ao longo da

altura da seção.

Uma vez que a integral J: b.ot.dz ê admitida nu-s

la, o mêtodo proposto na seçao 3.2 fornece o valor das demais

variaveis do problema a partir apenas da tensão tangencial ºte

da deformada Eh.

Assim, pretende-se determinar o valor das varia-

V ei S CI l e ª2 que definem uma deformada Eh tal que sejam satis-

feitas as equaçoes:

z. Jzi

1

Fl = -b. (ot/tan <P) • dz + l ºs .A - N = o ( 4 . 24 ) s zs z s

z.

I:i 1

F2 = -b. (ot/tan <JJ).z.dz + l ºs·As.z - M = o (4.25) z s s

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134

obtidas através das expressoes (2.5), (2.56} e (2.57) e que es­

tabelecem as condições de equil1brio.

Estã caracterizado, porem, um sistema nao linear

de duas equaçoes e duas incôgnitas. Para resolvê-lo, ê necessã­

ria a implementação de um processo iterativo. Foi adotado o mé­

todo de Newton-Raphson.

Partindo de valores iniciais de a 1 e a2 (por exe~

plo, a solução elãstica), obtêm-se uma distribuição de tensões

ªt atravês do mêtodo da seção equivalente.

A partir desta aproximação das deformações Eh e

das tensões tangenciais ªte poss1vel, como explicado na seçao

3.2, calcular as demais variãveis do problema.

São assim determinados, ao longo da altura da se­

çao, o ãngulo ~ de inclinação das bielas e a tensão horizontal

ºh· Verificam-se os valores das expressões F1 e F2 , definidas

em (4.24) e (4.25). Caso o equil1brio esteja aproximadamente

satisfeito, interrompe-se o processo.

Em caso contrãrio, o mêtodo fornece uma nova esti

matfva das variãveis a 1 e a 2 . Uma nova distribuição das tensões

tangenciais ê determinada, através do método da_ seção equivale~

te, repetindo-se o processo ate que o equil1brio seja cumprido.

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135

As diferenças entre duas aproximações consecuti­

vas dos coeficientes a1 e a2 são denominados de 6a 1 e 6a 2 :

(4.26)

(4.27)

onde os indices I e l+l referenciam as iterações.

O método de Newton-Raphson conduz a um sistema de

duas equaçoes 1 ineares, cuja resolução fornece os valores dos

acréscimos 6a 1 e 6a 2 , numa iteração I:

d F l 6a 1 +

aF 2 6a 2 6F l = da 1 da 2

dF 2 lia, +

dF 2 6a 2 6F 2 (4.28) = da 1 da 2

onde 6Fn e a diferença entre o valor exato da expressao Fn e o

valor obtido na aproximação !. Os valores exatos das expres­

sões Fn são nulos, tais como foram definidos nas 1expressoes

(4.24) e (4.25): Assim, os acréscimos 6Fn são iguais a:

(4.29)

(4.30)

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136

ou seja, os valores encontrados na iteração !, com sinais troca

dos.

As derivadas parciais que aparecem no sistema de

equaçoes (4.28) são calculadas, por simplicidade, de forma

aproximada. Tal procedimento acarreta apenas num numero um pou­

co maior de iterações no processo, sem preju1zo â precisão.

Admite-se que a derivada parcial da tensão tange~

cial em relação â deformação longitudinal assuma valores redu-

zidos em relação aos demais termos das derivadas parciais em

anâlise. Justifica-se esta hipótese observando-se que para um

esforço cortante V dado, a distribuição de tensões tangenciais

pouco poderâ na real idade variar, tendo em vista que a sua inte

gral deverã equilibrar a solicitação. Por sua vez, o ângulo de

inclinação das bielas~ depende diretamente do valor da deforma

çâo longitudinal (ver Figura 3.3).

A partir desta suposição, obtêm-se, derivando con

venientemente as expressões (4.24) e (4.25):

aF l b. ºt z. f z i atan~ 1 - dz l A s. Es = +

a a 1 tan 2~ dEh z zs s

(4.31)

aF 1 aF 2 J:i

b. ºt z.

atan~ 1 - .. z. dz l A . E = = + • z

ªª2 aª 1 tan 2~ dEh z s s

s s (4.32)

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l 3 7

atanq, 2 . z . dz + (4.33)

onde atanq,/oEh e calculada segundo a expressao (3.46).

Apõs resolvido o sistema, as novas estimativas

dos coeficientes a 1 e a2 , correspondentes ã iteração (I+l), se-

rao:

( 4 . 34)

(4.35)

O método apresentado ê de fãcil implementação no

computador e de rãpida convergência. A Figura 4.3 apresenta um

fluxograma resumido do processo proposto.

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I = I + l

138

DADOS M, N, V

APROXIMAÇ/10 INICIAL: I = l

a 1 ( l ) e a 2 ( l )

DETERMINAÇ/10 DE ªt

MÉTODO DA SEÇ/10 EQUIVALENTE

DETERMINAÇ/10 DE tan ~

(VER FLUXOGRAMA DA SEÇ/10 3.2)

nao

NOVA APROXIMAÇ/10:

a,1

(I+l) e a2

(I+l)

Fig. 4.5 - Fluxograma: mêtodo simplificado

f----.i FIM

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l 39

CAP1TULO V

METODO PRÃTICO BASEADO EM RECOMENDAÇDES DE NORMAS

Diaz 1•

2•

3•

4, baseado no mesmo modelo mecânico an­

teriormente descrito, propôs um método prãtico de dimensioname~

to da armadura de cisalhamento. Este processo é baseado no cri­

tério standard de dimensionamento a esforço cortante do Côdigo

Modelo CEB-FIP 47 /de 1978, com uma complementação fundamentada

,1, DIN-1045 48 de 1978, e na DIN-4227 49 de 1979.

A formulação admite a aproximação (4. 12), ou se­

ja, que o método da seção equivalente fornece uma boa estimati­

va das tensões tangenciais ao longo da altura da seção.

As equaçoes de equilibrio e constitutivas sao as

mesmas adotadas no. método simplificado, proposto no capitulo

IV. Considera-se também a hipôtese :de linearidade da deformada

Eh.

Nenhuma equaçao de compatibilidade e no entanto

utilizada. A determinação do ângulo~ de inclinação das bielas

é feita através de equações fundamentadas nos critérios empiri­

cos fornecidos pelas normas e que são baseados em resultados

experimentais.

As tensões e deformações assim obtidas conduzem a

uma aproximação do problema, segundo sua formulação original

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140

apresentada no cap1tul o I !. As mesmas notações para as variã-

veis, de acordo com o seu significado f1sico, em relação ãs das

soluções do cap1tulo III e do cap1tulo IV, serao adotadas. Evi-

tando a utilização de uma nova simbologia, pretende-se

mais simples a exposição.

tornar

5.1 - DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA TRANSVERSAL SEGUNDO CRITERIOS

DE NORMA

A partir da equaçao (4.5), obtem uma expressao Pi

ra o dimensionamento da armadura transversal de um elemento de

alma:

Pwnec . cos 8 . fywd = c1i.tan cj, ( 5 . 1 )

onde P .. , e a porcentagem necessãria de armadura transversal, .. n e c

constitu1da por estribos contidos em planos verticas'j_s ag eixo da

pe~a e fywd e a resistincia de cãlculo do aço desta armadura.

Cunha 6, analisando o mesmo problema, admitiu, co~

servadoramente, que o ângulo de inclinação das bielas cj, coinci­

de com a direção das tensões principais de compressao, aqui

denominada de cj,a' e calculada tradicionalmente atravis da ten­

são tangencial ºte da tensão horizontal fict1cia ºhnº

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l 41

a, I tan <l>a

o,.tan<1>0

2<1>a

Tº' a,

a,=O

Fig. 5.1 - Determinação do ângulo cj,a

As tensões ºz sao consideradas nulas, jã que estã

sendo analisada uma peça linear, num trecho onde não hã introdu

ção de cargas ou restrição de deslocamentos.

5. 1, obtêm-se:

0 hn l ºr = -- +

2 2

Através do clrculo de Mohr apresentado na Figura

/02 +4.ot2= hn ( 5. 2)

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l 4 2

( 5. 3 )

( 5. 4)

Observa-se então que, por coincidência, a tensão

principal de tração o1 e igual ao parãmetro ºt·tan <Pa·

Na zona de deformações longitudinais Eh positi-

vas, o ângulo <Pa e sempre igual a 45°, uma vez que a tensão ho­

rizontal fict1cia ºhn ê sempre nula. O parâmetro ºt·tan </la e

igual a ºt e, substitu1do na expressão (5.1 ), fornece uma equa­

ção de dimensionamento anâloga .a do modelo clâssico da treliça.

Na zona de deformações longitudinais Eh negati-

vas, o parâmetro ºt·tan <Pa e igual a tensão principal da tração

ºr· Substituindo na expressão (5.1 ), encontra-se uma equação de

dimensionamento anâloga a recomendações das normas DIN-1045 48 de

1978 e DIN-4227 49 de 1979, porem sem os coeficientes de redu­

ção que serão discutidos a seguir. A norma DIN-1045, por exem-

plo, indica que nas peças solicitadas a flexão com compressao

axial, quando a linha neutra situa-se fora da seção transver-

sal, adota-se,como valor de referência da tensão de cisalhamen­

to, o valor mâximo da tensão principal de tração o 1, calculada

no estâdio I.

A hipÕtese que a direção das fissuras ê aquela

da tensão principal de compressão conduz, através de (2.4) e

(5.3), ã seguinte expressão:

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143

( 5. 5)

ou seja, que o valor absoluto da tensão principal de compressao

no estado fissurado ê igual a soma dos valores absolutos das

tensões principais no estãdio I. Recomendações neste sentido

são encontradas nà norma DIN 4227 51• Esta expressão ê vãl ida tambêm

quando ºz ê diferente de zero.

Atravês de um exame mais apurado, pode-se verifi-

car que a hipôtese de Cunha 6 ê conservadora. Tanto a teoria

quanto a prãtica concluem que no lado direito da expressao

(5.1 ), valores inferiores a ºt·tan </>a podem ser adotados.

Assim, tal como nas normas modernas de concreto

armado, Diaz 1•

2•

3•" propôs que fossem utilizadas funções reduto

ras do parâmetro ºt·tan <j,a:

Pv!nec . cos G. fywd = função (at . tan <j,a) ( 5. 6)

A função adotada na expressao (5.6) deve ser obt~

da da norma pertinente em uso. O critério de dimensionamento se

gundo o Côdigo Modelo CEB-FIP 47 de 1978, conduz ã expressão:

pwnec . cos G. fywd = ªt·tan <t>a - ºsub ( 5. 7)

onde ªsub e uma tensão subtrativa constante dada por:

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144

OS U b = 2 . 7 7 8 . T rd ( 5. 8)

Os valores de Trd sao fornecidos pela propria nor

ma do CEB. Quando a peça estiver sujeita ã força normal de tra­

çao e a linha neutra estiver fora da seção, a tensão subtrati­

va sera considerada nula.

Nos casos gerais, quando os diversos parâmetros

variam ao longo da altura, o dimensionamento deve ser efetuado

em vârios niveis a fim de se determinar aquele em que e

desfavorãvel.

5.2 - DETERMINAÇAO DO ANGULO DE INCLINAÇAO DAS BIELAS

mais

A determinação do ângulo de inclinação das bielas

pode ser feita de forma a manter uma consistência com as re-

gras de dimensionamento utilizadas e obtidas das normas.

A porcentagem de armadura transversal ê superabu~

dante em todos os niveis da altura da peça, exceto naquele que

condicionou o dimensionamento. Para estas alturas, pode-se su­

por que a tensão diminua proporcionalmente com o excesso de ar­

madura transversal em relação ã minima necessâria. Isto ê, ad­

mite-se que em cada elemento de alma:

( 5. 9)

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145

Das expressoes (4.5), (5.7) e (5.9), obtém-se:

(5.10)

A expressao (5. lO)permite a determinação do angu­

lo ~ de inclinação das bielas a cada n1vel da seção. Serã supo~

to, portanto, que o ãngulo ~ permanece constante para diversas

taxas de armadura instaladas numa determinada altura da peça.

As tensões o~ nas bielas de compressao podem ser

calculadas através da expressão (2.4).

Esta estimativa do ângulo~ pode conduzir a ten-

soes muito altas nas bielas de compressão. Isto ocorre quando

a tensão de cisalhamento assume valores muito baixos.

Denominando o~ o valor limite da tensão

tem-se, a partir da equação (2.4):

-o*-/ o* 2-4.o 2 c c t

> o* c

Resolvendo a inequação (5.11), obtem-se:

< tan ~ < -o*+/ o*2 - 4 ··ºt2 c c

o~·

(5.11)

(5.12)

Denomina-se ~limo ãngulo que satisfaz ã expres-

sao:

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146

(5.13)

A partir das expressoes (5.12) e (5.13), obtém-

se:

tan ~lim < tan ~ < cot ~lim (5.14)

) Sempre que a equaçao (5.lü)conduz a valores do

ângulo~ inferiores ao limite imposto pela equação (5.14), ado

ta-se este valor limite. Na implementação do método, utilizou­

se:

a*= 0.85.fcd c

onde a* e fcd assumem sempre valores negativos. c

5.3 - INCÕGNITAS E EQUAÇÕES

Assim foi introduzida uma equaçao que, a

(5.15)

partir

dos valores das tensões ºte ªhn' fornece uma estimativa do ân­

gulo de inclinação das bielas.

A determinação das deformações E~, Ev e Ew. torna­

se desnecessãria , e portanto não serã realizada.

As equaçoes que constituem o problema podem ser

divididas em:

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14 7

- Equações de equilibrio num ponto:

a~= - ºt·(tan ~ + 1/tan ~) ( 2. 4)

( 2 . 5 )

( 2 . 6)

= pw.cos e.a s ,1 ( 4 . 5)

- Equações diferenciais de equilibrio:

(4.13)

(2.12)

- Equações constitutivas:

( 2. 59)

( 4. 9)

- Determinação do ãngulo ~ segundo critérios de norma:

( 5. 4)

arc.sin(-2.ot/o*) > tan( e) (5.10)

2

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148

- Condições de compatibilidade das armaduras longitudinais:

(2.60)

' sh(r-1)= s' hr (2.61)

- Condição de contorno

0 tbordo = o ( 2. 64 )

- Equações globais de equil1brio:

z. Jzi

l

M = b.oh.z.dz + I ºs .A . z ( 2. 66) s zs zs

z. Jzi

l

N = b.oh.dz + l 0 s·As (2.67) zs zs

V = J z i b.ot.dz ( 2. 68) zs

- Aproximação linear da deformada:

(4.lj)

( 4. 2)

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149

O processo de resolução ê implementado dividindo­

se a seçao em n elementos (ver Figura 4.2). O numero de barras

longitudinais e denominado ns. Os n elementos sao escolhidos de

forma que as barras longitudinais situem-se entre os mesmos.

As variãveis ºh' º~· o o ~ v' s~' ºhn' q, e q,a sao con

sideradas constantes no elemento, perfazendo um total de 7.n v~

riãveis. A tensão tangencial assume uma variação linear no ele­

mento e ê definida pelos valores nas interfaces do mesmo . Nos

pontos onde existem barras longitudinais, a tensão tangencial

assume dois valores, caracterizando as descontinuidades introdu

zidas por estas armaduras. A distribuição das tensões tangen-

ciais ê definida por n + ns + 1 variãveis. Para cada barra lon­

gitudinal tem-se mais três variaveis: ºs' ss e s;, totalizando

3.ns variáveis. A deformada Eh e sua derivada Eh na direção x

são definidas por mais quatro: a 1 , a 2, k1 e k2 . O problema,

portanto, involve a determinação de 8n + 4ns + 5 variáveis.

As seguintes equaçoes sao aplicadas nos elementos

de concreto, a partir dos valores médios da tensão tangencial

ºte da deformação Eh em cada um: (2.4), (2.5), (2.6), ( 4 . 5 ) ,

(4.9), (5.4) e (5.10). Nestes mesmos elementos, a tensão tange~

cial da fase inferior estã relacionada com a face superior atra

vês da equação (4.13). Estão então definidas 8.n equações.

Em cada barra longitudinal, verificam-se as equa-

çoes (2.12), (2.59), (2.60) e(2.61 ), num total de 4.ns

çoes.

equa-

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l 50

Finalmente, tem-se tres equaçoes globais de equi-

11brio (2.66), (2.67) e (2.68) e duas condições de

(2.64), nas faces superior e inferior da peça.

contorno

No computo geral, verifica-se um total de 8.n +

4.ns + 5 equações, igual ao mesmo numero de incógnitas.

Nesta formulação, a determinação do ângulo de in­

clinação das bielas independe da deformação da armadura trans­

versal. Para qualquer porcentagem desta armadura, a distribui­

çao de tensões tangenciais ºt' o ângulo de inclinação das bie­

las~ e as tensões longitudinais ºh e ºhn serao as mesmas. Por

este motivo a introdução de um método de dimensionamento da

armadura transversal é relativamente fâcil. Apõs determinadas

as variãveis ºte tan ~. a aplicação da expressão (5.1) ao lon­

go da altura, fornece a porcentagem m1nima de armadUra necessã­

ria em cada elemento da seção transversal. O valor mâximo sera

adotado.

5. 4 - PROCESSO ITERATIVO

Considerando a validade da aproximação (4.12), aqui

também sera adotado o método da seção equivalente para a deter

minação das tensões tangenciais.

Suponham-se conhecidos os esforços incrementais N

e N, segundo os conceitos apresentados na seção 2.9. A deforma­

da da seção seria calculada através do método da matriz tangen-

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1 51

te de Santathaporn e Chen 18, apresentado na seçao 1.1, para uma

solicitação fict1cia Ma e Na, tal que:

M = M + M a

N = N + N a

(5.16)

(5.17)

Uma vez determinadas as deformações longitudinais

Eh' o método da seção equivalente forneceria a distribuição de

tensões tangenciais ºt· A

expressão (5. 10),o ângulo

partir destes valores, aplicando a

~ a cada n1vel da seção transversal,

seria facilmente obtido. A tensão na armadura transversal seria

então calculada através da expressao (4.5).

Uma vez que nao se conhece a priori os incremen­

tas A e N, serâ desenvolvido um processo iterativo que encontr!

ra uma solicitação fict1cia Ma e Na de forma a respeitar as con

dições de equil1brio (2.66) e (2.67). O método utilizado e uma

variante do de Newton-Raphson, onde as derivadas parciais sao

calculadas numericamente a cada iteração.

Assim, pretende-se determinar as solicitações fi~

tícias Ma e Na que, juntamente com um esforço cortante nulo,

conduz a uma deformada Eh. Para estas deformações longitudinais

e um esforço cortante V, a distribuição de tensões horizontais

obtida anula as expressoes F1 e F2 , que caracterizam o equil1-

brio e são definidas por:

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l 52

z .

J:i 1

Fl = b.0 11 .dz + l: ºs .A - N = o (5.18) zs

s s

z . Jzi

1

F2 = b.oh.dz + l ºs·As.z - M = o (5.19) zs z s

A partir de uma estimati~a dos esforços incremen­

tais (os valores segundo a analogia da treliça, por exemplo ,

apresentados na seção 2.9, obtém-se uma aproximação inici.al das

solicitações fict1cias Ma e Na.

Determina-se a deformada sh, segundo o método da

matriz tangente de Santathadaporn e Chen 18•

Em seguida, calcula-se a distribuição de tensões

tangenciais ºt através do método da seção equivalente.

O ângulo~ é determinado segundo as expressoes

(5.4), (5.8), (5.10), (5.13) e (5.14), que definem o critério

baseado em norma.

A partir destes valores e através da expressao

(2.5)calculam-se as tensões ºh ao longo da altura da seçao.

Verifica-se então se estes valores satisfazem

aproximadamente as expressões (5.18) e (5.19). Caso a resposta

seja afirmativa, interrompe-se o processo. Em caso cont~ârio ,

o método fornece uma nova estimativa das solicitações fict1cias

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1 53

Ma e Na. Repete-se o processo até que se verifiquem as expres-

soes (5.18) e (5.19), e consequentemente se cumpra o

brio.

equilí-

As diferenças entre duas aproximações consecuti-

vas das solicitações fictícias Ma e Na e denominada de L'IMa e

L'INa:

(5.20)

(5.21)

O metodo de Newton-Raphson conduz a um sistema de

2 equaçoes 1 ineares, cuja resolução fornece o valor dos acresci

mos L'IMa e L'INa, .numa iteração I :

aF 1 L'IMa +

a F l L'IN L'IFl =

aMa oNa a

a F 2 L'IMa +

a F 2 L'IN L'IF2 (5.22) = oM oN a

a a

onde L'IFn e a diferença entre o valor exato da expressao Fn e o

valor obtido na aproximação !. Os valores exatos das expressões

Fn são nulos, tais como definidos nas expressoes (5.18) e

(5. 19). Assim, os acréscimos L'IFn são iguais a:

(5.23)

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1 54

(5.24)

ou seja, os valores encontrados na iteração I, com sinais troca

dos.

As derivadas parciais que aparecem no sistema de

equaçoes (5.22) são calculadas de forma numérica a cada itera­

çao. Ou seja, apôs a determinação de F1 e F2 para as solicita­

çoes (Ma+ 8Ma' Na) e (Ma' Na+ 8Na), onde 8Ma e 6Na sao valo­

res fixos quaisquer, calcula-se:

(5.25)

(5.26)

(5.27)

(5.28)

Apôs resolvido o sistema, as novas estimativas

das solicitações fict1cias Ma e Na, correspondentes a iteração

(J+l), serão:

Na(I+l) =Na(!)+ /J.Na (5.30)

A Figura 5.2 apresenta um fluxograma do método proposto:

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I = I + l

l 5 5

DADOS M, N, V

APROXIMAÇAO INICIAL I=l

Ma(l ), Na(l)

DETERMJNAÇAO DE Eh(I)

PARA Ma(I),Na(I) E V=O

MtTODO DA MATRIZ TANGENTE

DETERMINAÇAO DE ot(I)

PARA Eh(I) e V

MtTODO DA SEÇAO EQUIVALENTE

DETERMINAÇAO DE tan ~{I)

EQS.(5.3),(5.5),(5.7),(5.10) E (5.11)

CRITtRIO BASEADO EM NORMA

(5.15)

NOVA APROXIMAÇAO

Ma(I+l ), Na(I+l)

sim ..J :>---'---.i:"I ,~ I M

Fig. 5.2 - Fluxograma: método baseado em norma

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l 5 6

C/I.P1TULO VI

RESULTADOS

Neste cap1tulo, os resultados numêricos obtidos

atravês da utilização das três formulações, desenvolvidas ante

riormente, são comparados.

r analisado o comportamento de peças de concreto

armado, submetidas a momento fletor e esforços cortante e nor

mal, segundo a variação de alguns parãmetros, tal como da por­

centagem de armadura transversal e do valor do esforço normal

atuante na seção.

São feitas algumas comparaçoes com resultados ex

perimentais, a t1tulo de ilustração. Algumas seçoes de uma vi­

ga retangular ensaiada por Leonhardt et alii! 5 ·são analisadas

ã luz da teoria exposta.

6.1 - PROGRAMA DE COMPUTADOR

A implementação da teoria anteriormente apresen­

tada foi feita atravês de um programa de computador. Este foi

desenvolvido em linguagem FORTRAN-IV no computador , Burroughs

86700, do Nucleo de Computação Eletrônica da UFRJ.

Este programa e seu manual de utilização sao

apresentados no Apêndice A. Ele cumpre, segundo a determinação

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157

do usuãrio, quatro tarefas básicas, descritas a seguir:

l) Determina a deformada e as tensões; no concreto e na armadu

ra longitudinal, numa seçao submetida a flexão composta,sem

esforço cortante. r adotado o método da matriz tangente de

Santathadaporn e Chen 18•

2) Determina a deformada e as tensões, no concreto e nas arma-

duras longitudinal e transversal, numa seção submetida a

flexão composta, com esforço cortante. A deformada é calcu~.

lada segundo uma expansão polinomial, cujo numero de termos

é definido pelo usuãrio. r adotada a teoria apresentada no

Cap1tulo II e o método de resolução proposto no Cap1tulo

I I I .

3) Determina a deformada e as tensões, no concreto e nas arma­

duras longitudinal e transversal, numa seção submetida a

flexão composta, com esforço cortante. A deformada é consi­

derada linear, adota-se o método da seção equivalente e o

processo de resolução proposto no Cap1tulo IV.

4) Determina a deformada e as tensões, no concreto e nas arma­

duras longitudinal e transversal, numa seção submetida a

flexão composta, com esforço cortante. A deformada é consi­

derada linear e o ãngulo de inclinação das bielas é estima­

do segundo expressão baseada em normas. Adota~se o método

da seçao equivalente e o processo de resolução proposto no

Cap1tulo V.

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1 5 8

O programa dispõe de subrotinas de geraçao cte se

çoes retangulares e circulares. Quaisquer seçoes transversais,

porem, podem ser implementadas, desde que seja possivel admi

tira hipõtese de que as tensões tangenciais se desenvolvam se

gundo uma unica direção, normal ã linha neutra.

6.2 - DEFINIÇAO DO ERRO MÉDIO

No mêtodo onde o empenamento da seçao e conside­

rado, a equação diferencial de compatibilidade (2.14), introd.!:!_

zida no processo atravês do método dos residuos ponderados,foi

a partir da solução, verificada a cada nivel da altura da se­

çao.

Durante o processo, tal como apresentado no Capl

tulo Ili, o residuo da expressão (2.14) não ê calculado pon­

tualmente. A fim de analisar se a equação diferencial de comp~

tibilidade e aproximadamente verificada, determinou-se, numeri

camente, a partir das deformações nas quatro seções, obtidas

na solução final do problema, as grandezas E:~, E:~ e y'· em ca­

da elemento, ao longo de uma seção. O erro mêdio nê definido

como a mêdia, ao longo da altura, dos valores dos mõdulos dos

residuos ó da expressao (2.14), divididos pelos mõdulos dos

maiores termos da mesma expressao, a cada ponto. Ou seja: n t (lol/maidl<c:~I, li:~1, IY'·J}

n = n

onde ó e definido na expressao 3.21.

( 6 . 1 )

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o U')

o

fcd = 91.07 MPa

fyd = 434.78 MPo

Y1 = 1.4

As = O. 0006 m2

55 kNm -p._ 70 kN

As= 0.0006 m2

10101

1 59

0.40

0.30

0.20

0.10

5 8 9 ·10 IP

Fig. 6.1 - Erro médio vs. numero de termos da expansao pol ino­

mial (p)

Na Figura 6. 1 e apresentada uma seçao retangu-

lar, com dois n1veis de armadura, solicitada a flexão compos­

ta. Esta seção foi analisada segundo o método proposto no Capi

tulo III, variando o numero de termos p da expansão polinomial

que define a deformada.

Observa-se que, aumentando o numero de termos da

aproximação, o erro médio reduz-se. A partir de um certo nume­

ro de termos, porem, o erro volta a crescer ou o processo dei­

xa de apresentar convergência.

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160

Este fenômeno deve-se a motivos de ordem numéri­

ca e encontra paralelo no método dos elementos finitos. Neste,

diminuindo excessivamente o tamanho dos elementos,

também soluções qualitativamente inferiores.

obtêm-se

Como a deformada ê definida através de uma ex-

pressao polinomial, assim como diversas expressões uti1 izadas

dentro do processo de resolução, a existência de termos com e~

poentes elevados conduz ã menor precisão da solução. Uma vez

que o numero de algarismos significativos e limitado pelo com­

putador, a adição de valores com ordens de grandeza bastante

diferentes leva, acumulativamente, a erros numéricos.

6.3 - ANALISE COMPARATIVA DOS PROCESSOS PROPOSTOS

A fim de conhecer a validade das simplificações

adotadas nos processos apresentados nos Cap1tulos IV e V,anall

saram-se comparativamente estes métodos com a formulação dos

Cap1tulo II e III, onde o mõdelo ê examinado de forma completa.

Nas Figuras 6.2 a 6.10 sao apresentadas diversas

seçoes transversais submetidas a fleião composta com esforço

cortante. São analisadas seções retangulares e circulares, pa­

ra diversas posições de linha neutra. As notações adotadas pa­

ra cada processo sao:

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l 61

a Mêtodo da seçao empenada (~~~~~-): apresentado nos Cap}

tulos II e III, onde o modelo·e analisado de forma completa.

- Mêtodo simplificado (~---------): apresentado no Capitulo

IV. Adota-se o mêtodo da seção equivalente. O ângulo~ de

inclinação das bielas ê calculado atravês do principio da

energia complementar minima.

- Mêtodo baseado em norma (~~.~~.~~): apresentado no Ca­

pitulo V. Adota-se o mêtódo da seção equivalente. O ângulo 0

de inclinação das bielas ê calculado baseado em fõrmulas em­

piricas do CÕdigo Modelo CEB-FIP 47 de 1978.

Nestes exemplos sao adotados os seguintes para-

metros:

Resistência caracteristica do concreto a compressao:

l 5 MPa

- Resistência caracteristica do aço: fyk = 500 MPa

fc k =

- Coeficiente de minoração da resistência do concreto: y = 1.4 c

- Coeficiente de minoração da resistência do aço: y = 1.15 s

- Coeficiente de segurança: yf = 1.4

Em alguns exemplos foi adotado aço do tipo A e,

nos demais, do tipo B.

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EXEMPLO 1

E o U1 ci

SEÇAO

TRANSVERSAL

O.IOm

A6= 0.0006 m2

Asw = 0.0004 m2/m

aço tipo A

M = 55 kNm l ~200'N

V=70 kN

DEFORMAÇOES

LONGITUDINAIS e:h ,·--0.00142 i,-----o. 0014s

,__ _____ ilr---- O. 00153

e

p=9

11=0.102

Fig. 6.2a

TENSOES HORIZONTAIS

ah e a5

( MPa)

8

149. r--- 143.

/.-·-138. ,'/ ,.

,'/ '. '

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EXEMPLO 1 (continuação)

TENSOES

TANGENCIAIS o1 (MPa)

1 1 1 1 1 1 1 •\

!\ =~3-

'~· : \\ 2.3 1 \

'2.3 2.2

I,

rr I• 1 1 1

ton <!>

.\

~\ . 1

\\ . 1

\ \ 1 1 1

'. \

\\ (±) \\

Fig. 6.2b

1 .

\\ \ '1 \, i

l!L_ 0.74 ·"---- 0.73 L.-0.11

TENSOES NA ARMADURA

TRANSVERSAL Osw (MPo)

\\ 1 .

\ \ 1 1 1 1 1

\JL ____ ~=~: L·-354.

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EXEMPLO 2

E o "' o

SEÇÃO

TRANSVERSAL

O.IOm

As=0.0006 m2

Asw = 0.00024 m2/m

aço tipo A

M = 10 kNm j ~_.,,,,, V= 70 kN

DEFORMAÇOES

LONGITUDINAIS e:h ,·-·--0.00109 1 ,----0.00125 1 Ir--- 0.00129 -1 1 , I

1 1 I 1

1 1 1.

1 1 I

1

1 e 1

1 1 1 1

I 1 p=8 1 1

1 1 1] = o. 1 1 1

76

I ' 1 1

1 1

' i

~-----0.00084 L._-0.00084

L·-·--0.00054

Fig. 6.3a

TENSÕES HORIZONTAIS

(MPo)

[-------7.8

- 7.8 íl r·--8.8 ---------,-;;

--~-=-=-.--~ .\

' ., }~,'----= !:! 1 \._·--226.

1

1

e 1

1

1

1 1 ; 1 1

: __ J \' ·\ -181. '· '----- 179 \_ ___ 115.

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EXEMPLO 2 (continuação)

TENSÕES

TANGENCIAIS a1 ( MPa)

/,' •/

j,' • I ,

; \\ '/~' 1 • ' '· \ ', 2.3

l '· 22 . \ 2.3

tan <I>

\ 1

\

©

1 \, . 1

1 \ . 1

1

1

1 • 1

li\\ • 1 \'

0.311 . /'~~'

/

0.285 0.299

1 • 1

/ /

Fig.6.3b

TENSÕES NA ARMADURA

TRANSVERSAL ª•w ( MPa)

' ' . ' \ \\ 1

\ \

\ \ l ! ,' . . ---/ : ~'

''\' ' 1 \\ 29. 3.

/

1 \ ,' 273.

/ / 298.

' I

/ / ' I

I I

I

(j)

u,

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EXEMPLO 3

E o l{')

o

SEÇÃO

TRANSVERSAL

DEFORMAÇOES

LONGITUDINAIS e:h 0.00053 -·-·-,

L.....-----'

O.IOin

0.00044 -----, j 0.00032 ~,.;-1..,..i---',

As; 0.0006 m2

il Asw; 0.0005 m2/m

aço tipo B

V; 70 kN

1 1 J,

1

; i 1 .•

: 1 1.

/ 1 1.

1/

1 • 1 1 1 1 1 1 1 .

A6;Q.OOb6 m2

0.00090 __J j 1 0.00085 ____ _J I

0.00074-·-·_J '

(±)

Fig. 6.4a

TENSOES HORIZONTAIS

ah e ª• (MPa)

'

í 1

1 ·,

1

1

1 8· 1

1

1

1

'

- 3.1

180 r--- 176 /,·- 152

I · ti ,; ,,

1 1 · '-----2.9 L·-·--2.1

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EXEMPLO 3 (continuação)

TENSÕES

TANGENCIAIS Ot (MPo)

fíl 1

© 1 ...LL

! !

J t--21

·-2.1

tan <I>

(±)

=

Fig. 6.4b

1 1 1 1 1 1 1 1 1

' 1 1 1 1 1 1 1 1

·--i 1

1

1

1

1

1

1

1

1

1

'.1 .J !I L·-·-1.00 .

1 0.82 L ________ o.e 1

TENSÕES NA ARMADURA

TRANSVERSAL o,w (MPa)

r-1 1 . 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

©

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

l_J ~412 .

332. 323.

~

°' .._,

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EXEMPLO 4

SEÇÃO

TRANSVERSAL

A5=9 x 0.00016 m2/m

Asw = 0.0004 m2/m

aça tipo B

M = 40kNm

E o I{)

d

i-r-250kNm

0.10m

V=70 kN

' ' !.

0.00130---' i' 0.00102 ______ ) 0.00100 ____ _J

,f !.

DEFORMAÇÕES

LONGITUDINAIS eh

I

,/; ,. ' I

i=:-.::-:::-0.00148

I I- _ -O 00166

------~:r--º-ºº167

e I

' jj /•

,11

,I' :! r·

li: , · p=9

11=0.196

Fig. 6.5a

TENSÕES HORIZONTAIS

ah e a 1 ( MPa)

--B.7 E-B.5

~---------;,, -B.B -,=,-=s=,=--, 1 -~,---~

1 . ·\, -299.

-.=-~-=--~-=- '_ ·='= <:-337. 1 -334.

l!,:,-""·""'--""·"'--"="-S:::-'='--s:::-::'.'-~ 1

247. ,-- - 200

/~--·-195: //

--.-· -·--·- :-7

o

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EXEMPLO 4 (continuação)

TENSÕES

TANGENCIAIS o1 (MPo)

' ' t.,.___"'

tan 4>

,"-. \ \

' ' 1 \ ' ' 1

\

\ \

1

' ' j 'v-·

e--___ _,_ _______ , .. ,

J L ____ i.oe 1.02

Fig. 6.5b

TENSOES NA ARMADURA

TRANSVERSAL o,w (MPa)

,'--, ·, '\ ,377. ' . / \ ... '< ' / .

r'~ \~1 ' \ .

: i 1504

r·-·1 1

. ..J"" 370. ,-...

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EXEMPLO 5

E o U")

ci

SEÇAO

TRANSVERSAL

• As=9x0.00016 m2

Asw=0.0004 m2/m

• aço tipo B

• • M = O. kNm

• 1 ~-'50>N

• V=70 kN

• •

• •

• •

O.IOm 1

DEFORMAÇOES

LONGITUDINAIS e:h

8

l 1

1

1

1

1

1

1

1

1

p=9

l) = O 190

1 -0.00126 j ----0.00126 L--·--0.00115

Fig. 6.6a

TENSÕES HORIZONTAIS

oh e º• ( MPa)

. - :---:

,__. .- -:

0::-- .--=-.

·--,

- ~:T- -

8 l1i

n· 1

·--":. -~"':'"----

1 i

f::'=--- -.- - -.- - - - . -·.:: .-,~~

i li L-.-.9.1 1 .7. 9 '-------c?.8

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EXEMPLO 5 (continuação)

TENSÕES

TANGENCIAIS o 1 ( MPa)

' ' ·~·· '---(\

©

l.r, '

1~27

i \28. 2.8

tan <I>

© 1 , ~0.34

\º 36 0,37

!f . ' ,. '

Fig. 6.6b

TENSÕES NA ARMADURA

TRANSVERSAL º•w ( MPa)

1 1 • ., li!

(±)

rr .1 1

1 1

l l · ~259. 1. .,

' \ 249. ' 260.

..._,

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EXEMPLO 6

SEÇÃO DEFORMAÇÕES

TRANSVERSAL LONGITUDINAIS eh 0.00021-·-·, 0.00032-~--- - -, .

E o I!)

d

• •

0.10m 1

o.00011~ il A5= 9 X 0.00016 m2

Asw= 0.0006 m2/m

aço tipo 8

M= 5 kNm

1 ~30kN

V=70 kN

0.00112___J : 1

0.00077- -----~ 1

0.00072-·-·__J

, · l 1

ii , . : 1

Fig.6.7a

TENSÕES HORIZONTAIS

oh e o, ('MPo)

------\ \

'-3.7

\ \4.1

T2.7

'-:--:;.-­

' ., '-.', ~' 224.

. ' 165. '- 148.

___, N

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EXEMPLO 6 ( conlinuoçao)

TENSOES

TANGENCIAIS o1 { MPa)

·11 ,-1

(±)

1

' ' ,. _Jt

' ,. J

tan <I>

~ (±) \1 2.9

· 1 2. 7 \ 2.7

S"?

Fig. 6.7b

<>

' 1

' ' r 1

' ' 1

1

' 1

' ' 1

' 1 1

' 1 1 1

' 1 1 1 1 1

l 1

1

1

1

1

1

1

1

1

! L_l.12 L·-·-100 1 • ... ______ 0.99

TENSÕES NA ARMADURA

TRANSVERSAL º•• {MPa)

il llL_l

~'L, ' 1

Ll il. 1 1 1 1 1

(±) 1

1~325

1 1 1

' 1 J '~450. 1

-J í' 1 342. 1

' 1 1 .

:r-J ' .J 1

' il ,. 1

'-J w

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EXEMPLO 7

SEÇÃO

TRANSVERSAL

o.som

A,=0.0004 m2

A0w = 0.0005 m2 /m

tipo B

42 kNm

DEFORMAÇÕES

LONGITUDINAIS e:h

i-·- --0.00141 . r- --0.00163 1 -0.00163 ,------;--; !

I I

I

l rkN I 1

e t : I I I

p = 8

240 kN 11 = 0.42

I i J 1 IL----0.00110 L L_-0.00104

·-·--0.00064

Fig. 6.8a

TENSÕES HORIZONTAIS

oh e º• ( MPa)

E_S.78 _e. 1a

r -:.9. IO ~-------~ i --.--.---.- . - -- --- - ,.-- -s,,.~~335.

1 \337 . _ --. _ :-7 ___ :. · 297.

; . . - ~=r -----e

1 . - .---. ---. ---.

-~--1

1

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EXEMPLO 7 ( continuoçllo)

TENSÕES

TANGENCIAIS a1

(MPa)

0 :j 1 ~ r

~0.81

, O. 79 \

'0.79

tan <I>

G)

, ' 1

' 1

\

Fig. 6. 8b

TENSÕES NA ARMADURA

TRANSVERSAL ª•w (MPa)

1 1 •I

~ e r:

1: \ ·1

f.J

~116. ·, /, . , n1' \ 165.

i \ 1 124.

• 1

~-'-•\

~

"' <J"l

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EXEMPLO 8

SECÃO

TRANSVERSAL

DEFORMAÇÕES

LONGITUDINAIS &h

0.00002-·-·-·J 0.00007-------,. o.oooa6 ---, •I

A,= l6x 0.0004 m2

A5w= 0.0032m2/m

I

' ,1

I • I

I I I,

j 100 kNm /! ~k~//

420kN / /

I I

I I

I

0.00111-L~·"----f-: --f1 ____ _, .• 0.00123- ____ ...,

+--------~º·ª o..,m~----º-·º-º-1-0_3__.._· -·-· _J

Fig. 6.9a

TENSÕES HORIZONTAIS

oh e c,1

( M Pa)

~2.60 . \ '·'-3.90

1_1.59

·-· __,,.---

·--· -·7 ---

-. -·-.,,, ---' ., '\:,

'\, 317. .\' 247.

206.

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EXEMPLO 8 ( continuoçilo)

TENSÕES

TANGENCIAIS a1 ( MPa)

/"? '. ~77 //

I •

I I ,.

!1

11 . 1 \

.1

11 .1 1

'/ \.76

\1.40

------;

' \ \

' 1.36

tan <I>

0

\

~ \

\ \ \

\

-'

, , ,

1 1 1 1 1

' 1 1 , ,

I

,·-LOO ---,

i 1

~0.80 \

f----~o,E-:::-~-. - . ..J 1 0.83

Fig. 6.9b

TENSÕES NA ARMADURA

. TRANSVERSAL a,w (MPa)

r---,, - . - . - . - ·-;::,

, 1 1 1

~·---:;,,­,,. /

/ L.'7

i

\ i 1 .

\ 1 1 .

\

r'i;·J 1 .

\ '· 1_.'i \240 . --,,

' \ '267.

r-----''--- -- ----·--

\505_

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EXEMPLO 9

E o LO ci

SEÇÃO

TRANSVERSAL

Asw=0.0010 m2/m

aço tipo A

M=55kNm

j ~-"º"

V= 70 kN /l /,J

/,;' ' ,

/,/ G)

DEFORMAÇÕES TENSÕES HORIZONTAIS

LONGITUDINAIS e:h oh e 0 1 (MPa)

_0.0024 _9.i E 0.0023 E_9.J· O 0024 -_9J 7 - i=--'-.~---. ==--.-_-_-_-.-------.-..;

G

p= 2

I~

331. // 343.

,,,,/' / 361. / ,/ .,

â.c..' _____ __, /:,...,....· ,--=:,.

0.10m 1

0.00!8 11 0.0017----.I 0.0016

Fig. 6.!0a

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EXEMPLO 9 ( continuocao)

TENSOES

TANGENCIAIS o1 ( MPo)

' ' ·~~ ·'\l,.....__~

© =:\ \~' 3.2

. \ 3.2 3.1

tan <I>

~ ;" .-·- 0.81 \ '--,.i

\ ·1

rJ 1

I_J

Fig. 6.IOb

TENSOES NA ARMADURA

TRANSVERSAL a,w (MPa)

í

\ \295

~293. 1 1 284.

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180

No exemplo l, na Figura 6.2 apresent~-se uma ana

lise de uma seção retangular com dois níveis de armadura. A li

nha neutra se encontra dentro da seção. A anãl ise com empena­

mento foi feita com uma expansão polinomial de nove termos e

o erro médio encontrado.foi 0.102. Observa-se que as três for­

mulações conduzem a curvas bastante prõximas e semelhantes,pri~

cipalmente os niêtodos da seção empenada e o método simplifica­

do.

Abaixo da linha neutra, as formulações baseadas

no método da seçao equivalente apresentam tensões tangenciais

ºt cçinstantes, tal como explicado na teoria. Todavia, a proxi­

midade com o diagrama de tensões tangenciais calculado através

da diferenciação numérica das tensões horizontais ºh' neste e

nos demais exemplos, ê impressionante. Nas armaduras, observa­

se as descontinuidades dos diagramas ºt' ºh' tan• e ºsw O

ângulo de inclinação das bielas •· calculado através do método

baseado em norma, assume valor constante abaixo da linha neu­

tra, pois ai ê função apenas da tensão de cisalhamento ºt· As

três formulações conduzem a valores de• inferiores ao da teo-

ria clãssica da treliça. Convêm observar, também, as

horizontais no concreto abaixo da linha neutra.

No exemplo 2 (ver Figura 6.3) a mesma

tensões

seçao

transversal e submetida a um novo carregamento, de maneira que

se encontra totalmente comprimida. O esforço cortante permane­

ce o mesmo, porem reduz-se a porcentagem de armadura transver­

sal. Os métodos da seção empenada e simplificado conduzem a

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l 81

resultados bastante prõximos. O mêtodo baseado em norma apre­

senta valores superiores das tensões horizontais. Em contrapa~

tida, fornece tensões na armadura transversal ligeiramente in­

feriores aos demais.

Uma seçao transversal, semelhante as anteriores,

encontra-se tracionada no exemplo 3 (ver Figura 6.4). A anãli-

se completa do modelo ~onduz a uma seção bastante empenada.

Os valores da tensão tangencial ºt' ao longo da altura, obti­

dos atravês desta formulação são praticamente constantes, jus-

. ti ficando a adoção do mêtodo da seção equivalente tambêm em

peças tracionadas. A formulação baseada em norma fornece uma

estimativa do ângulo~ constante e igual a 45°. Campa ran do

com os resultados obtidos atravês dos demais processos, con­

clui-se que este ~alar ê conservador, pois conduz a valores

maiores da tensão na armadura transversal. Nota-se a presença

das tensões horizontais no concreto, apesar da seção estar to­

talmente tracinnada.

Uma seçao retangular, com armadura distribu1da,

e tratada no exemplo 4, na Figura 6.5. Neste caso a linha neu­

tra se encontra dentro da seção. Observa-se as descontinuida­

des dos diagramas de tensões tangenciais nas armaduras longit~

dinais e a aproximação destes diagramas e das deformadas, para

as três formulações. No mêtodo baseado em norma, o ângulo~ de

inclinação das bielas mostra uma redução na zona tracionada da

peça, devido ã prõpria diminuição da tensão tangencial. Esta

redução não se verifica quando o ângulo~ ê determinado segu~

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182

do o princ1pio do trabalho complementar m1nimo, pois passa a

ser função também da deformação longitudinal sh. No entanto, o

método baseado em norma conduz a valores conservadores da ten­

sao na armadura transversal, jã que os valores mãximos da ten­

sao tangencial ºt ocorrem no meio da seção.

No exemplo 5 (ver Figura 6.6) apresentam-se resul

tados obtidos para uma seção transversal semelhante ã

rior, submetida apenas a esforços normal e cortante. O

da seção empenada conduz a uma deformada praticamente

ante­

método

linear,

apesar de ser ddotada uma expansão polinomial com 9 termos. ve:

rifica-se uma grande aproximação dos três processos.

No exemplo 6, na Figura 6.7, uma seçao retangular

com armadura distribu1da estã totalmente tracionada. Tal como

no exemplo 3, obtêm-se uma seção bastante empenada apos a defor

mação e o método baseado em norma conduz a valores conservado­

res da tensão na armadura transversal.

Uma seçao circular é analisada no exemplo 7, na

Figura 6.8. As barras longitudinais não se encontram perfeita­

mente distribu1das ao longo do per1metro da seção, jã que si­

tuam-se entre elementos de concreto, tal como explicado na se­

ção 4.e.

A seçao estã totalmente comprimida. As tensões na

armadura transversal, obtidas através do método simplificado~ão

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1 83

inferiores as obtidas através do método da seçao empenada, ªP!

sar dos diagramas de tensões tangenciais ºte dos ângulo~ dei~

cl inação das bielas </J serem praticamente coincidentes. Tal fato

ocorre devido a presença das tensões ºz = - Jz zs

que

sao desprezadas no método simplificado, mas que acarretam num

aumento da tensão ºsw na analise mais rigorosa (ver equaçao

(3.6)). Dentre todos os exemplos estudados, apenas neste tal

comportamento foi tão pronunciado. Devido ã compressao,os angu-

l.os de inclinação das bielas </J assumem valores reduzidos. . Is to

acarreta numa diminuição da primeira parcela do lado direito da

expressao (3.6) aumentando, em contrapartida, o efeito da ten­

sao ºz na determinação das tensões tangenciais. t portanto de

se esperar que nas seçoes mais comprimidas o efeito da tensão

ºz seja mais pronunciado. A simplificação, no entanto, pode

ser adotada. A redução da tensão ºsw calculada situa-se aquem

da diferença entre as obtidas através do modelo e as realmente

existentes nas peças de concreto armado, como sera visto a se­

guir. Os efeitos secundários, não considerados na anãl ise, e a

prõpria não fissuração da peça quando comprimida permitem tal

consideração. O método baseado em norma, pelo mesmo motivo, for

nece valores da tensão na armadura transversal prõximos aos do

método simplificado.

No exemplo 8, na Figura 6.9, uma seçao circular

semelhante e analisada. Estã toda tracionada e a anãl ise rigor~

sa fornece uma deformada bastante não linear. A formulação ba­

seada em norma conduz a valores conservadores da tensão na arma

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184

dura transversal. Observa-se que apesar de estar sujeita a um

pequeno esforço de compressão, a seção se encontra totalmente

tracionada. Isto mostra que uma seção sujeita tambêm a esforço

cortante estã mais tracionada que quando submetida apenas ã fle

xão composta.

No exemplo 9, na Figura 6.10, mostra-se uma seçao

retangular, com armadura distribu1da, que atinge o escoamento.

Observa-se a inexistência de tensões tangenciais na região es­

coada. Uma vez que as tensões no concreto e na armadura atingem

seus valores limites, suas derivadas na direção x são nulas.

Consequentemente, de acordo com a equação (2.10) diferencial de

equil1brio, a derivada da tensão tangencial em relação a z tam

bem ê igual a zero. Desta forma, atravês da expressão (2.64),p~

de-se afirmar que as tensões de cisalhamento ºt são nulas nesta

região da peça. Este comportamento, verificado por Diaz 1,

2, 3 ,

4,

hã muito jã ê conhecido e utilizado no dimensionamento plãstico

de peças de aço (ver ASCE 52). Assim, numa seção onde o concreto

e o aço estão escoando simultaneamente numa extremidade, a zona

onde as tensões tangenciais podem desenvolver-se fica reduzida.

Consequentemente verificam-se valores maiores de ºte das ten-

sões na armadura transversal. Se por um lado, a consideração,

na prãtica de dimensionamento, das deformadas de ruptura permi­

te que a seção seja capaz de resistir a esforços normais e mo­

mentos fletores mais elevados, pór outro diminui a sua capacid~

de de absorver esforços cortantes. Fica agora ainda mais claro,

no cãlculo ã ruptura, a necessidade do estabelecimento de um

mêtodo de dimensionamento capaz de analisar simultaneamente os

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185

efeitos do momento fletor, esforços normal e cortante.

A deformada obtida atravês do mêtodo da seçao em­

penada mostrou-se tanto mais nao linear quanto mais tracionada

estivesse a seçao. Este fato sugere uma investigação experimen­

tal sobre assunto. Convém observar que, inclusive nestes casos,

o mêtodo simplificado conduz a uma deformada bastante prõxima

a obtida atravês do mêtodo da seção empenada quando se utiliza

uma expansão polinomial com apenas dois termos. Na Figura 6.11

apresentam-se estes resultados para as seções transversais e

carregamentos analisados nos exemplo.s_3_, 6 e 8.

000044:=J 0.00046---11

000085 _Jj 1

0.00084----J

EXEMPLO 3

E o IO o

000032~ O. 00034 -- -li

__J 0.00077 , 1

0.00077 ---->

EXEMPLO 6

E o IO o

0.00123 0.00114

0.00007~ 0.00010 ---11

_J: 1 1

____ _J

EXEMPLO 8

MÉTODO DA SEÇÃO EMPENADA ADOTANDO UMA EXPANSÃO

POLINOMIAL COM APENA$ DOIS TERMOS

-------- METODO SIMPLIFICADO

E o <X)

o

Fig. 6.11 - Comparação entre o metddo da seção empenada (defor­mada linear) e o mêtodo simplificado em seções t,o­talmente tracionadas

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186

Os exemplos anteriormente apresentados permitem

constatar a força do mêtodo da seção equivalente na determina­

ção das tensões tangenciais segundo. o modelo da teoria do campo

de compressão diagonal. Devido ã bóa aproximação que fornece,

o mêtodo simplificado conduz a resultados muito prõximos da ani

lise completa do modelo. Tanto as tensões horizontais, no con­

creto e na armadura, como as tensões na armadura transversal

apresentam valores bastante prÕximos da anãlise mais rigorosa,

alem de um tempo de processamento mais de dez vezes menor. O me

todo da seção empenada mostra-se muito complexo e oneroso para

prãtica, não desvalorizando porem o seu valor para a pesquisa.

O método simplificado pode ser então utilizado, pois conduz a

bons resultados de maneira bastante econômica.

O método baseado em norma fornece valores das ten

soes na armadura transversal prÕximos ou conservadores, quando

a linha neutra se situa dentro da seção ou quando esta se enco~

tra totalmente tracionada. No exemplo 2, onde a seção estã to-

talmente comprimida, valores 8% inferiores são obtidos. Como·

esta diferença ê pequena comparada ã influência conservadora de

efeitos não considerados no modelo, admite-se que a tensão na

armadura transversal obtida através do método bas~ado em norma

possa ser utilizada. No e~tanto a aproximação das tensões hori­

zontais no concreto e na armadura nao e tão satisfatõria. O mé­

todo baseado em norma pode portanto ser utilizado no dimensiona

menta e na anãlise de tensões da armadura transversal, porem

não e.capaz de prever de maneira suficientemente precisa as ten

sões horizontais no concreto e nas barras longitudinais.

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187

Os mêtodos simplificado e baseado em norma apre­

sentaram sempre convergência. O mesmo aconteceu para o mêtodo da

seção empenada quando uma expansão polinomial com apenas

termos foi adotada. Para seções circulares, o método da

dois

s eçao

empenada algumas vezes não convergiu. Não foi possivel obter ne­

nhuma deformada não linear para seçoes onde os materiais consti­

tutivos atingiram o escoamento. O erro media assumiu valores re-

duzidos em todos os exemplos, exceto no exemplo 7. Acredita-se

que estes poucos problemas encontrados devem-se a complexidade

numérica do método e não invalidam o objetivo final do trabalho.

6.4 - O ANGULO DE INCLINAÇAO DAS BIELAS

A0 =0.0006m2

A0 =0.0006m2

o IO ci

10.10 1

SEÇÃO

TRANSVERSAL

+0.001

+0.001

0.000 -0.001

( 1 )

0.000 -0.001

DEFORMADA e;h

( LINEAR)

(2)

-0.002

-0.002

V = 70 kN; Asw = •. 2-,

0.008 m /m, constantes ( 1 ) M = 50 kNm; N = 250 kN; 0 sw max = 200 MP a (LN na seção) ( 2 ) M = 1 O kNm; N = 450 kN; 0 sw max = 89 MPa (seção comprimida) ( 3) M = 8 kNm; N = 25 kN; 0 sw mãx = 227 MPa (seção tracionada)

Fig. 6. 1 2 - Deformada vs. tensão na armadura transversal

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l 88

O ângulo de inclinação das bielas cp, calculado

atravês do princ1pio da energia complementar m1nima, assumiu, na

o maior parte dos exemplos, valores inferiores a 45.

Na Figura 6.12 mostra-se que a tensão na armadura

transversal ê maior nas seções mais tracionadas. Isto ocorre de­

vido a um maior ângulo de inclinação das bielas, que depende da

deformação longitudinal Eh.

A0 =0.0006m2 +0.001

o LO d

(3)

(2)

( 1 )

A0=0.0006 m2

1010 1

+0.001

( T )

( 2)

( 3)

SEÇAO TRANSVERSAL

Asw = 0.0005

Asw = 0.0008

A SW

0.0012

DEFORMADA é:h (p= 8)

m2 /m cp max

m2 /m cp max

m2 /m cp max

=

=

=

0.000

0.000

39. oº

4 2. 3°

45.oº

0.000

0.000

( 1 )

(2)

(3)

tan <I>

Fig. 6.13 - Armadura transversal vs. inclinação das bielas

HOOO

tl.000

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189

Através do exemplo da Figura 6. 13 constata-se,tàl

como na experiência, a diminuição do ãngulo de inclinação das

bielas ao reduzir-se a porcentagem de armadura transversal. Nes

te caso hã tambêm um aumento de tensão na armadura tracionada.

Estas duas conclusões jã haviam sido obtidas na

seçao l. 5, quando a ext·ensão da analogia da treliça através do

principio da energia complementar minima, segundo Kupfer 31, foi

apresentada.

6.5 - COMPARAÇÕES COM RESULTADOS EXPERIMENTAIS

A titulo de ilustração, algumas seçoes de uma vi­

ga ensaiada por Leonhardt et ali i. 2 5 foram anal i sacias através do

mêtodo simplificado, exposto anteriormente.

Esta viga, denominada HL4, é apresentada na Figu-

ra 6.14. Trata-se de uma viga continua, com um eixo de sime-

tria, submetida a duas cargas concentradas P no meio de cada um

dos dois vãos.

A seçao transversal é retangular. Convêm observar

que a anãlise correta de vigas T so poderia ser feita

de um pequeno desenvolvimento do programa, jã que nao e

vel admitir que as tensões tangenciais tenham a mesma

em toda a superficie da seção.

através

possi­

direção

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.. - - . --~-----

211)J8Stlllb

l 816 815 814 813 812 811 .

5 11) 18 St Ili b

I< i1JIOS!lc.17

2.50 m

DIAGRAMA

DE MOMENTOS

DIAGRAMA

DE CORTANTES ac~

"' r--co <D ci " >,,

(L

"' ~-L.. .,,, o " >

190

5 ÇI _r_sJ 3 11) __!8J

11) 10 St I c.7.71

(L

ai

i 1

Fig. 6.14 - Viga continua, ensaiada por Leonhardt et alii. 25

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l 91

ARMADURA TRANSVERSAL

500

400

352

300

~

200

100

o o

J

I I

í d IOmm-=tl I

3 6

ARMADURA LONGITUDINAL

(MPa)

600

500

430 400

t-----

300

200

100

o o

I I

I

! 1

I I

l 18mmSt Ili b

W-1 I I

I

3 6

9 12 15%0

9 12 15%0

Fig. 6.15 - Diagramas tensio-deformaçip das armaduras longitudi­

nal e transversal da viga HL4

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192

A armadura de cisalhamento ê constituida de estri

bos verticàis. Dois espaçamentos são adotados em cada trecho,

de maneira que as tensões nos estribos, segundo a teoria clãssi ..

ca de Morsch, sejam constantes em toda a peça.

As tensões sao calculadas a partir das deforma-

çoes, medidas sobre os estribos. São portanto tensões e deforma

ções medias, determinadas sobre uma extensão i·gual a 10 cm.

Na Figura 6.14 apresenta-se tambêm os d1agramas

de momento fletor e de esforço cortante, variãveis para cada ni

vel de carregamento.

Os diagramas tensão-deformação da armadura longi-

tudinal e transversal estão na Figura 6.15. Para a utilização

do programa, sao adotadas as curvas preconizadas no CÕdigo Mode

lo CEB-F!P 47 , de 1978. As curvas dos aços tipo A e tipo B sao

empregadas, respectivamente, para as armaduras transversal e

longitudinal.

O valor da resistência cúbica do concreto, ensaia

do a 28 dias, e 22 MPa. Tambêm ê adotada, para o concreto, a

curva tensão-deformação do CÕdigo Mod~lo CEB-FIP. O fator multi

plicativo 0.85 não ê utilizado, pois trata-se de um ensaio de

curta duração.

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150

100

50

o (MPa)

300

250

200

150

100

50

o (MPa)

400

350

300

250

200

150

100

50

o (MPa)

e,. VIGA HL4

1 1 1

i::: <D ,e .,. !2 "'

II) II) II) II) II) II)

1 1 1 1 1 1

2P = 150 kN

r 1

o II) ãi 1 1

1 O 1 1 ,.1;;;,

"' a, II) II)

1 1

l'­II)

1

<D II)

1

1

"' .,. "' "' 1 1

.

zs 1 1 1

"' "' -"' "' "' 1 1 1

--- ----~ -1-.-·:-~-r-r-

-·-'--- ... - .. __ --· :-, ... - ... · 7-.,. __ ~..:-

·-·-· -~·

2P = 450 kN

~- ·-~ ·-- --1

-~

" v-i---i-- L--

J ·, ,' ': r:- ....

1 ; ' '\ I ·' ·,

I , ' J // ~

/ ·~/ ' L---- '1/ \• ,_ --· ',. . , /- '·, ..... -""·- 1 1

?-"' '" \ .\

-"!'.:; \. ' ' •

2P = 600 kN

..__ •--1-- -- ->- --- - --- ,---- t--·t-a-

V - .... V

" V ~ -~ r---...... V ,,.. ..... ·"· 1 ' , \ ' 'l

V ' -' /\ -\ ' ,, •-- ' ;

' r, ', !)·' i' ' ' ' \ --' ' ' H

I : '. ' '. \

' ' \

' ' ' ' \

! .. ' ' . . \ , / ' " /! \ "·, \ i.,· ,-._

,1 ' f \\ 1 ,. °,\ ' " I

/./ ., \\' 1 ·,' ., ...

1

o q o o q o q ... o ....1 (/)

o.. (/)

::;; •q ....1

•(/) o q o <> q o

q ,w <> o a:: o.. w 1- o

o.. •W w q ::;; 1-o q

o o q o o o o ,O:: o w 1- (/) (/)

::, w -w -w a a:: > > (/) q q_ w o a:: a::

1- 1-

o o q q

::;; ::;; q q (/) (/)

a:: a:: q q

" 1- 1- ,O o ,1- 1- • o o "' "' • z z o o q

3 3 3 3 ...... .. .. .. "'> o o o o (/) (/) (/) (/) q w w w w o. ,o ,o ,o •O (/) (/) (/) (/) ....1 z z z z w w w w w a:: 1- 1- 1- 1- 1-

Fig. 6.16 Comparação dos 'valores· o·btidos a traves da

eia e do metodo simplificado para a tensão ºsw na ar madura transversal

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-1 94-

Fig. 6.17 - Fissuras na viga HL4

~1 ~1 ~1

Fig. 6.18 - Bielas curvas de compressao a partir dos resul~a~os

da anilise nas seç6es 812, 813 e 814.

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l 9 5

A armadura longitudinal nao e constante ao longo

da extensão da peça. Diaz 2 apresenta, atravês do mêtodo da se­

ção equivalente, uma maneira precisa de considerar esta varia­

ção. Como neste trabalho esta formulação não foi desenvolvida,

adota-se, simplesmente, uma variação linear da ãrea de armadu­

ra, de zero atê o valor existente, no trecho igual a um compri­

mento de ancoragem, junto ã extremidade da barra. Os comprimen­

tos de ancoragem adotados, de acordo com Leonhardt et alii: 5

sao 30 ou 60 diâmetros, respectivamente para as barras situadas

nas zonas de boa ou mã aderência.

Na Figura 6. 16 apresentam-se os resultados da ana

l ise para três niveis de carregamento: 2P = 150 kN, 2P = 450 kN

e 2P = 600 kN. Comparam-se as tensões na armadura transversal

que ocorrem nos tramos direito e esquerdo da peça com as que

sao determinadas pelo método simplificado, anteriormente apre­

sentado, e pela analogia clãssica da treliça. No mêtodo simpli­

ficado determina-se a tensão media a partir da deformação me­

dia nos 10 cm centrais da altura da seção. A analogia da treli-

ça conduz, no terceiro nivel de carregamento, a tensões supe-

riores ãs de escoamento do aço. Apesar de inconsistentes, estes

valores são apresentados a fim de se poder estabelecer uma com­

paraçao.

Observa-se que para o primeiro nivel de carrega­

mento a experiência conduz a tensões na armadura transversal

muito baixas ou atê mesmo de compressao, ao passo que a formu­

lação adotada e a teoria clãssica da treliça fornecem valores

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l 9 6

significativos. Isto se dã devido ã nao ocorrência da hipótese

de fissuração da peça, adotada pelas duas teorias.

Nos demais n1veis de carregamento, observa-se

que a teoria do campo de compressão diagonal conduz a resulta­

dos intermediãrios, entre a experiência e a teoria clãssica

de Morsch. Próximo aos apoios e ã zona de introdução de car­

gas, a experiência apresenta valores decrescentes da tensão na

armadura transversal. Tal como explicado anteriormente, os pr~

cessos desenvolvidos supõem que as seções analisadas encontram­

se suficientemente distantes dos locais de introdução de car­

gas ou restrição de deslocamentos. Por este motivo, nestes tre

chos da peça, o mêtodo simplificado fornece valores bastante

conservadores. Convêm lembrar que as equações desenvolvidas p~

dem resolver este problema, se convenientemente solucionadas.

Nas Figuras 6.17 e 6.18 comparam-se os ângulos

de inclinação das bielas efetivos e os calculados atravês da

teoria exposta. A Figura 6.18 foi desenhada de forma aproxima­

da, a partir dos resultados da anãlise nas seções B12, B13 e

B14 para um carregamento 2P = 600 kN. A Figura 6.17 apresenta

as fissuras encontradas no tramo esquerdo da viga, para o mes­

mo carregamento.

Verifica-se que para este exemplo analisado, a

teoria do campo de compressão diagonal conduz a valores da ten

sao na armadura transversal conservadores em relação ã expe-

riência. Esta observação permite imaginar que, em contraparti-

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197

da, o inverso aconteça para as tensões nas armaduras longitudi­

nais, devido ã uma mã avaliação do ângulo~ de inclinação das

bielas ao longo da altura. Infelizmente, não se dispõem de da-

dos das tensões nestas armaduras que permitam uma compa raça o.

Porém, esta hipõtese é desfeita através das Figuras 6.17 e

6.18, que mostram que a estimativa do ângulo~ é razoãvel. A

diferença entre os valores da tensão na armadura transversal de

vem-se aos efeitos secundãrios e ao fato que, no modelo, a peça

é toda microfissurada e, na realidade, as fissuras são discre­

tas ao longo da altura. Como as deformações nos estribos variam

sensivelmente ao passar da fissura ã biela de compressão, as

tensões calculadas a partir das deformações medias na peça en­

saiada deverão, sempre, ser inferiores ãs fornecidas pela teo­

ria apresentada.

Na Figura 6. 19 apresentam-se alguns valores obti­

dos na seçao B12 para o carregamento 2P = 600 kN. t interessan­

te observar que a armadura transversal atinge o escoamento, mas

que nao hã ruptura da seção. Neste trecho, o ângulo de inclina­

çao das bielas~ assume um valor constante, ao passo que a de­

formação da armadura transversal Ew' neste caso igual a deform~

çao

que

E , cresce no intervalo. Através deste exemplo observa-se V

a formulação admite uma definição do estado limite ultimo

para a armadura de cisalhamento em termos de deformação. A rup­

tura da armadura transversal poderã estar associada a uma defor

mação plâstica excessiva, tal como as normas modernas limitam

as deformações do concreto e do aço no dimensionamento a flexão

composta.

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198

VIGA HL4 - SEÇÃO B-12

2018 ,, 0 IOcada 17

E

/

93.75kN

5018 1 + 0.0019

SEÇÃO TRANSVERSAL DEFORMAÇÕES LONGITUDINAIS

0.83

1

346.

TENSÕES HORIZONTAIS (MPa) tan CI>

Osw

~ ESC0Aó1.ENTO

ARMADURA

0.0021 350.2 --

i DEFORMAÇÕES NA ARM.TRANSVERSAL TEN5PES NA ARM.TRANSVERSAL(MPa)

Fig. 6.19 - Seção B12 para 2P igual a 600 ktl

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199

CAP1TULO VII

CONCLUSÕES

Foi apresentada uma teoria geral e consistente p~

ra a anãlise de peças lineares de concreto armado, submetidas a

solicitações combinadas de esforço cortante, momento fletor e

esforço normal. A seção transversal pode ter forma qualquer com

um eixo de simetria e a armadura longitudinal pode apresentar

distribuição simétrica qualquer.

A partir das equaçoes que traduzem o modelo meca­

nico, foram desenvolvidos trés processos numéricos para a anãli

se. A resolução exata do problema de valor de contorno, no qual

a peça é estudada em toda a sua extensão, foi evitada. As anãli

ses são feitas em seções transversais.

Na primeira formulação, denominada método da se­

çao empenada, o problema é analisado de forma completa. O méto­

do da seção equivalente, de Diaz, e a hipotese de Bernoulli fo­

ram simplificações adotadas na segunda formulação, aqui chamada

de método simplificado. Um terceiro processo, de autoria de

Diaz e baseado em recomendações de norma, foi também apresenta­

do.

Apos uma anãlise comparati~a das tres formula-

çoes, diversas conclusões foram obtidas. O método da seçao equ2

valente conduziu a uma aproximação de expecional qualidade das

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200

tensões tangenciais ao longo da seçao. Por este motivo, o meto-

do simplificado mostrou-se capaz de substituir a anãl ise

rigorosa.

mais

O método da seçao empenada ê por demais complexo

e oneroso para a prãtica. No entanto, permitiu observar que,

nas seções tracionadas de concreto armado, submetidas a esforço

cortante, a deformada ê bastante não linear. As tensões nas

armaduras longitudinais diferem nestes casos, por este motivo,

das obtidas através do método simplificado. As demais variãveis

do problema, no entanto, assumem valores bastante próximos. As­

sim, admite-se a utilização, para seções tracionadas, do método

simplificado e a hipótese associada de linearidade das deforma­

çoes. No entanto, recomenda-se de adoção nestes casos, na verifi

caçao ã ruptura, de valores inferiores da deformação limite

plãstica da armadura, a fim de garantir a segurança da estrutu­

ra.

O processo baseado em norma forneceu, em alguns

casos, valores inferiores das tensões horizontais no concreto e

na armadura longitudinal. Apesar de não servir, portanto, para

uma anãlise global do problema, presta-se para a determinação

das tensões na armadura transversal. Oferece também uma vanta­

gem muito importante: uma vez que as demais variãveis do probl~

ma independem da porcentagem de armadura de cisalhamento,o meto

doê automaticamente um processo de dimensionamento.

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201

O método da seçao empenada apresentou, eventual­

mente, casos de não convergência, devido a sua complexidade nu

mêrica. Isto não constitui um problema, jã que não se pretende a

sua utilização sistemãtica, mas sim resultados para uma anãlise

comparativa. Os demais processos apresentaram sempre convergên­

c 1 a.

Uma viga analisada experimentalmente por

Leonhardt et alii! 5 foi estudada ã luz da teoria apresentada.V!

rificaram-se valores das tensões na armadura transversal infe­

riores aos obtidos através da analogia clãssica da treliça, po­

rem sempre conservadores em relação as tensões medias obtidas

através da experiência. Este fato não significa que, em contra-

partida, valores contra a segurança das tensões nas armaduras

longitudinais devam ser encontrados, conforme anteriormente ex­

plicado. A consistência do modelo permite esperar resultados da mesma

natureza para os diversos tipos de casos de carregamento e pr~

priedades geométricas das seções, cujos tratamentos através da

utilização da teoria de flexão composta e da analogia da treli­

ça são, como demonstrado anteriormente, incoerentes.

Uma anãlise experimental completa se faz, no en­

tanto, necessãria. O seu objetivo final não seria somente ave­

rificação do modelo, jã que se esperam valores conservadores das

tensões no concreto e nas armaduras. A partir destes resultados

se procuraria calibrar o processo proposto, considerando, de

forma semi-empirica, diversos efeitos desprezados no modelo.

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202

O método simplificado, aqui proposto, associa ca­

racterísticas de simplicidade, rapidez e precisão que o habil i­

tam como método pratico de verificação de tensões em seçoes de

concreto armado, sujeitas a solicitações combinadas.

Sua formulação ê caracterizada pela adoção do me­

todo da seçao equivalente no cãlculo das tensões tangenciais ºt

e pela determinação do ângulo$ através do princípio da ener­

gia complementar mínima. A fÕrmula ºt = V.S/(b.I) ê assim adota

da a partir das propriedades geométricas da seçao equivalente.

Alem desta e da condição de compatibilidade tan 2 $ = (Eh - s$)/

(sv - E$}, que define o ângulo de inclinação das bielas, o

método utiliza ainda as condições de equilíbrio num elemento in

finitesimal e na seção transversal.

A partir deste processo, métodos de dimensionamen

to podem ser implementados. Fixando-se a armadura transversal,

pode-se utilizar o mesmo método que Galgoul 19 para o dimensiona

mento da armadura longitudinal. Mantendo-se a armadura longitu­

dinal, ê poss"ivel implementar um processo que determine a por­

centagem m"inima de armadura transversal necessãria tal que, ao

longo da altura da seçao, a deformação dos estribos sw seja sem

pre inferior a uma deformação plãstica limite. Finalmente, am­

bas as armaduras podem ser dimensionadas simultaneamente, atra­

ves da introdução de uma condição subsidiãria, baseada em critê

rios de economia.

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203

O objetivo deste trabalho foi contribuir ã anãl i­

se de tensões em peças 1 ineares de concreto armado, através do

estudo de um modelo mecânico simplificado consistente.

Sobre o assunto, diversos temas de pesquisa podem

e devem ser desenvolvidos: a extensão do método para anãlise de

vigas T, anãlise de seçoes circulares admitindo que a - tensão

tangencial possa se desenvolver segundo duas direções, anãlise

experimental ã luz da teoria apresentada, etc ... Acredita-se que,

em um futuro próximo, esta 1 inha de pesquisa determinarã os crl

térios de dimensionamento de peças lineares das normas de con­

creto armado e pretendido.

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204

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212

APtNDICE A

PROGRAMA DE COMPUTADOR

A. l - DESCRIÇ/10 GERAL DO PROGRAMA

O programa de computador foi implementado na l in-

guagem FORTRAN IV no computador B6700 do Nücleo de Computação

Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O programa destina-se ã anãl ise de tensões, no

concreto e na armadura, de seções de concreto armado submetidas

a momento fletor, esforços cortante e normal. Adota-se a teoria

anteriormente apresentada e os metadas propostos nos Capitulas

III, IV e V. O programa determina, tambem, a deformada linear

de uma seção submetida a flexão composta. Para isto utiliza-se

o metada da matriz tangente, brevemente apresentado no Capitulo

I. O programa estã adaptado para normas que seguem os mesmos

criterios de dimensionamento estabelecidos pelo CEB 47, tal como

ocorre com a norma NB-1 50•

No estãgio atual, o programa admite dois tipos de

seçao transversal:

l. Seção retangular cheia, com armaduras discretas ao longo da

altura, mantida a simetria em relação ao eixo vertical.

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213

2. Seção circular cheia, com armadura uniformemente distribui­

da em uma camada, discretizada ao longo da altura.

Quaisquer tipos de seçoes transversais podem ser

implementados, desde que a hipõtese de que as tensões tangen-

ciais se desenvolvam segundo uma unica direção seja admitida.

Alem da geometria da seçao, sao dados de entrada

do programa as caracteristicas fisicas do aço e do concreto,

bem como os coeficientes de segurança da norma adotada.

Procurou-se realizar uma segmentação eficaz do

programa. Assim, as subrotinas implementadas cumprem funções es

pecificas. Novos progressos da teoria apresentada poderão ser

facilmente introduzidos, através da incorporação de novas subro

tinas.

A. l. l - Subrotina LERCTE

LERCTE e uma subrotina de leitura de dados refe­

rentes as propriedades dos materiais e aos coeficientes de seg~

rança. Calcula tambem as resistencias de calculo.

A. l.2 - Subrotina LERSRT

A subrotina LERSRT le dados de uma seçao retang~

lar e gera a discretização do concreto associada.

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214

A. l. 3 - Subrotina LERSCC

Esta subrotina tem corno finalidade a leitura de

dados referentes a urna seçao circular e a determinação de urna

discretização do concreto e da armadura associada.

A. l .4 - Subrotina DJFER

A subrotina DIFER determina as constantes de dife

renciação nurnêrica ckl e skl' para k e l variando de l atê 4.

Estes parâmetros são calculados segundo as expressões (3.3) e

(3.4) e são necessãrios para o rnêtodo da seção empenada.

A. l. 5 - Subrotina ECON

A subrotina ECON calcula a tensão e o rnõdulo de

elasticidade tangente do concreto, para urna dada deformação es­

pecifica. Adota o diagrama parãbola-retângulo apresentado na Fi

gura 2.10.

A. l . 6 - sub ro t i na E A e o

A partir de urna deformação especifica, esta subr~

tina determina a tensão e o rnõdulo de elasticidade tangente da

armadura. Utiliza os diagramas das Figuras 2.11 e 2.12 conforme

o aço seja do tipo A ou B.

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21 5

Em um trecho da curva do aço B, as deformações

sao expressas atravês de uma expressão de quinto grau das ten­

soes. Neste caso, a determinação da tensão atravês da deforma-

çao e feita de forma iterativa, atravês do mêtodo de

Raphson.

A. l. 7 - Subprograma SIMSON

Este subprograma executa a integração, ao

Newton-

longo

da altura, das variãveis do problema, quando necessãria. Calcu­

la, pelo mêtodo de Simpson, a integral em cada intervalo de con

ereto, definido entre duas barras longitudinais ou entre uma

barra longitudinal e um bordo da peça. Em seguida, faz o somatõ

rio. Este procedimento ê necessãrio devido ãs descontinuidades

das variãveis ao longo da altura.

A. l. 8 - Subrotina FLUXTH

A subrotina FLUXTH calcula as tensões tangenciais

ºta partir das tensões horizontais oh e ºs• em quatro

adjacentes, utilizando a expressão (3.7).

seçoes

Determina tambêm os erros relativos definidos por:

V -

ERRO l =

V ( A • l )

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21 6

ERR02 = (A. 2) V

onde os 1ndices I e I-1 referenciam a iteração. O parâmetro

ERROl define a qualidade da aproximação das tensões tangenciais

calculada através da diferenciação numérica. ERR02 calcula a di ferença entre as aproximações, em duas iterações consecutivas,

das tensões ªt. t um valor fundamental no método da seção empe-

nada, pois decide a interrupção do processo iterativo. Estes

erros relativos são calculados em apenas uma seção transversal.

Esta subrotina e utilizada na fase I e III do me­

todo da seçao empenada.

A. 1. 9 - Subrotina XXSDT

Esta subrotina calcula, de forma numérica, a ex-

rz J z

s

pressao b.ot.dz, ao longo da altura das quatro seçoes

k = l, 2, 3, 4. Convém 1 embrar que esta expressao e igual, com

sinal trocado, a resultante das tensões verticais no concreto e

na armadura ºz e que foi desprezada, no processo simplificado,

na determinação das tensões na armadura transversal ºsw

expressões (3.6), (3.8) e (4.5)).

(ver

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21 7

A.l.10 - Subrotina XXF

O objetivo desta subrotina é a determinação das

variãveis e~, o~, cw e ºsw a partir da tensão tangencial ºt'

do ângulo de inclinação das bielas~ e da expressão Jz b.ot.dz. zs

São utilizadas as expressoes (2.4), (2.57),(2.58)

e (3.6). A subrotina é chamada para cada elemento de concreto,

em cada seção transversal.

A subrotina verifica a equaçao (2.35) através da

determinação do valor de F(tan~). conforme definido na expres­

são (3.12). ! utilizada, portanto, dentro do processo iterativo

de determinação do ângulo ~. apresentado na seção 3.2.

São também calculadas dc~/do~ e dcw/dosw' segundo

as relações constitutivas dos materiais.

A.1.11 - Subrotina XTANOl

Tal como apresentado na teoria, o ângulo~ pode

ser determinado a partir da tensão tangencial ºte da deforma-

çao horizontal eh. A subrotina XTANOl cumpre esta

através do processo apresentado na seção 3.2 e no

final idade,

fluxograma

da Figura 3.2. t chamada para cada elemento de concreto, em ca­

da seção transversal. A aproximação inicial do processo iterat.:!_

vo ê o valor do ângulo~ no elemento anteriormente calculado.

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A.l.12 - Subrotina XTAN02

Em alguns casos, o processo desenvolvido pela ro­

tina XTANOl não conduz ã convergência. Quando isto ocorre, a

subrotina XTAN02 ê automaticamente chamada. Esta desenvolve um

mêtodo computacionalmente mais lento, porem mais seguro. As ex­

pressões (5. 13) e (5.14) definem os limites inferior e superior

do ãngulo ~- A partir destes limites, o mêtodo de bisseção ê de

senvolvido. O intervalo ê dividido ao meio e, atravês dos si­

nais das expressões F(tan~), tais como definidas em (3.12), nas

extremidades e no ponto central, verifica-se em qual dos subin-

tervalos se localiza a raiz. Neste, inicia-se uma nova itera-

çao.

Apõs n iterações o tamanho do intervalo e reduzi­

do de um fator 2n. O processo e interrompido quando a solução

for considerada suficientemente prõxima da exata. O mêtodo da

bisseção ê apresentado em detalhe na obra de Stark 46 •

A. l . l 3 - Sub ro t i na X T AN 04

A subrotina XTAN04 tem como finalidade a determi­

naçao do ângulo~ segundo critêrios baseados no CÕdigo Modelo

CEB-FIB 47, de 1978 .. Adota as equações (5.4), (5.10), (5.13) e

(5.14).

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A. l. l 4 - Sub ro t i na R E SOL V

O objetivo da subrotina RESOLV é a resolução,atr~

ves do método de Gauss-Jordan, de sistemas de equações. Trata­

se de uma subrotina bastante simples, para sistemas bem condi­

cionados e não necessariamente simétricos, que cumpre satisfato

riamente as necessidades do programa.

A. l .15 - Subrotina DEFORl

A subrotina DEFORl determina a deformada linear

de uma seçao, previamente discretizada, submetida a flexão com­

posta. Calcula as tensões no concreto e na armadura e adota o

método da matriz tangente, apresentado na seção l. l.

A, 1, l 6 -Subrotinas DEFOR2 e DEFOR3

A finalidade da subrotina DEFOR3 é a determinação

das deformadas não lineares em quatro seções adjacentes, subme­

tidas a flexão composta e esforço cortante, conhecidas as dis­

tribuições das tensões tangenciais ºt ao longo das mesmas. Exe­

cuta o processo iterativo contido na fase II do método da se­

çao empenada, apresentado no Capitulo III. O numero de termos

das deformadas é variãvel e fornecido pelo usuãrio do programa.

A subrotina DEFOR2 executa a mesma tarefa que an­

terior, fornecendo, no entanto, uma deformada linear. Os termos

correspondentes ãs funções Fkl' l variando de l a (p-2), nao

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220

sao montados. Assim, a deformada satisfaz apenas as condições

de equil1brio. As condições de compatibilidade, introduzidas

através do método de res1duos ponderados, não são consideradas.

A subrotina DEFOR2 poderia ser facilmente embut~

da dentro da DEFOR3. Decidiu-se manter esta apresentação, pois

corresponde ã evolução do trabalho desenvolvido.

A.1.17 - Subrotina DEFOR4

A subrotina DEFOR4 calcula a deformada linear de

uma seçao, previamente discretizada, submetida a flexão compo~

ta e esforço cortante. Adota o método simplificado, proposto

no Cap1tulo IV e apresentado no fluxograma da Figura 4.5. As

tensões e as deformações, no concreto e nas armaduras, são tam

bem determinadas.

A.1.18 - Subrotinas XXMNR e DEFOR5

Através das subrotinas XXMNR e DEFOR5 a deforma­

da linear, segundo o método baseado em norma, e calculada. Pa­

ra uma seção transversal previamente discretizada, estas subr~

tinas desenvolvem o processo proposto no Cap1tulo V e apresen­

tado no fluxograma da Figura 5.2.

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221

A. l .19 - Subrotina IMPRl

A finalidade desta subrotina e a impressão das

tensões obtidas através de qualquer um dos métodos utilizados.

A.l.20 - Subrotina IMPR2

O objetivo desta subrotina e a impressão das de­

formações calculadas através dos métodos implementados.

A. l .21 - Subrotinas XXGXZ e IMPR3

As finalidades das subrotinas XXGXZ e IMPR3 sao

a impressão e anãl ise da compatibilidade, no método da seçao

empenada.

A subrotina XXGXZ calcula, numericamente, na se­

çao transversal de referencia, o valor de y' ao longo da mes­

ma. E~ e Eh são determinados na prÕpria subrotina IMPR3.

Através destes valores, o res1duo 6 da equaçao

(2.14) diferencial de compatibilidade e calculado pontualmente

e o erro medio n, tal como definido na expressão (6.1 ), e ava­

liado.

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A.2 - DADOS DE ENTRADA

São dados de entrada do programa as propriedades

dos materiais, os coeficientes de segurança, as propriedades

geométricas, o carregamento e o tipo de anãlise desejada.

CART/l:O 1

(13A6) "11 T1tulo: T1tulo da anãlise

CART/l:O 2

1 1 1 2 1 3 1 4 1 8 O

FCK FATOR KCURV EEC (FlO.O) (FlO.O) ( Il o) {FlO.O)

FCK

FATOR

KCURV

resistência caracter1stica do concreto

coeficiente que multiplica a resistência caracter1stica

do concreto

curva tensão-deformação do concreto

KCURV = l: curva pãrabola-retângulo (iínica dispon1vel)

EEC mõdulo de deformação longitudinal ã compressão do con­

creto, no in1cio da curva tensão-deformação efetiva.

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223

CARTÕES 3 E 4

Os cartões 3 e 4 referem-se, respectivamente, as

armaduras longitudinal e transversal.

1 1 1 2 1 3 1 B O

FY K KTIP EES {FlO.O) ( I l O) (FlO.O)

FYK resistência caracter1stica do aço a tração

KTIP tipo do aço, de acordo com o processo de fabricação

KTIP = l: aço tipo A, com escoamento definido, caracteri

zado por patamar no diagrama tensão-deformação

KTIP = 2: aço tipo B, sem patamar no diagrama tensão-de

formação

EES mÕdulo de deformação longitudinal do aço.

CARTIIO 5

1 1 1 2 1 3 1 4 1 B O

GC GS GM Gti (FlO.O) (FlO.O) (FlO.O) (FlO.O)

GC coeficiente de minoração da resistência caracter1stica do

concreto para o cãlculo no estado limite ultimo

GS coeficiente de minoração da resistência caracter1stica do

aço para o cãlculo no estado limite ultimo

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GM

224

coeficiente de segurança para esforço cortante e

fl etor

GN coeficiente de segurança para esforço normal.

CARTIIO 6

1 1 1 2 1

NSEC IHCAR

( I 1 O) ( I 1 O)

NSEC tipo de seçao transversal

momento

8 O

NSEC = 1: seçao retangular cheia, com armaduras discre­

tas ao longo da altura

NSEC = 2: seçao circular cheia, com armadura uniforme­

mente distribuída em uma camada

NTCAR numero total de casos de carregamento

CARTÕES 7 (no caso de seçao retangular)

CARTIIO 7A

1 1 1 2 1 3 1 4 1

B H li NS (FlO.O) (FlO.O) ( I l O) ( I 1 O)

B largura da seçao

H altura da seçao

N numero de segmentos de concreto

8 O

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225

NS numero de n1veis de armadura longitudinal

Observação: N + NS < 90

CARTAO 7B (haverão NS cartões 7B)

l l 1 2 l 8 O

zs AS (FlO.O) (FlO.O)

ZS distância do centro de gravidade da armadura a face supe­

rior da peça

AS area de armadura longitudinal neste n1vel da seçao trans­

versal

CARTAO 8 (no caso de seçao circular)

1 1 1 2 1 3 1 4 1 5 1 8 O

RC RS AST N NS (FlO.O) (FlO.O) (FlO.O) ( I1 o) ( I 1 O )

RC raio da seçao transversal

RS raio do centro de gravidade das armaduras longitudinais

AST area total de armadura longitudinal

N numero de segmentos de concreto

NS numero de n1veis de armadura longitudinal

Observação: N + NS < 90

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226

CARTAO 9 (haverão NTCAR cartões 9)

MYCG NX vz AW NP p DELTA

(Fl0.0) (FlO.D) (FlO.O) (FlO.O) ( Il o) ( 11 D) (FlO.O)

MYCG momento fletor, no centro de gravidade da seçao

NX esforço normal

VZ esforço cortante

AW armadura transversal

NP tipo de anãlise

NP = l: a subrotina DEFDRl sera chamada; anãl ise da se­

çao transversal a flexão composta

NP = 2: a subrotina DEFOR2 sera chamada; anãl ise da se-

çao transversal a flexão composta com

cortante atravês do mêtodo rigoroso,

esforço

proposto

no Capitulo III, admitindo a deformada linear.

NP = 3: a subrotina DEFDR3 sera chamada; anãlise da se­

çao transversal a flexão composta com esforço CD.!:_

tante através do método rigoroso, proposto no Ca

pitulo III, admitindo o empenamento da

apos a deformação.

seçao

NP = 4: a subrotina DEFOR4 sera chamada; anãl ise da se-

ção transversal a flexão composta com esforço

cortante através do método simplificado, propos-

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227

to no Capitulo IV.

NP = 5: a subrotina DEFOR5 serã chamada; anãl i se da se­

ção transversal a flexão composta com esforço CO.!:'_

tante através do método baseado em norma, apre­

sentado no Capitulo V.

P numero de termos da deformada.

para NP = l, 2, 4, 5 : P = 2.

para NP = 3 : 3 < P < 15.

DELTA: intervalo entre as seçoes transversais (NP = 2, 3) ..

CART~O 10 (somente se NP = 5)

TRD : tensão subtrativa segundo o CÕdigo Modelo CEB-FIP 47,

l 9 7 8.

A.3 - LISTAGEM DO PROGRAMA

de

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e e e e e e e e e e e f ILE FILE e e e e e

228

e G p p E / U F R J - l 9 8 l

T E S E o E H E s T R A O O

H A u R o s C H u l z

p R o G R A H A o E e ~ M P u T A O O R

5=CARTAü,UNIT=READER b=PRESS,UNIT=PRINTER

SUBROTINA LERC TE

OBJETIVO : LEITURA OE TlíULG E CONSTANTES

SUBROUTINE LERCTE COMHON A, AS ( 111,AC, AZC ,A.i.2C 1il' 'U. I ,C ('o ,41 ,CP ,CS l 921 ,

1 OEO,DEV,DELTA,Ol,02,EEC,EES,itTC,EETS,tCi,ECU,EYO,tH, 2 EO,EVl41921,ERR01,ERRG2,fCDL,~YO,FS(4,lll,Ql92l,GC, 3 GS,GM,GN,G(4,921,GXZIS21,Hl,H(<t,151,1,1Nllll,illlll,K 4 KllP,KCLRV,MVCG,MVD(41,NX,NXü,NL,Ni,NP,NC,NS,N1NT, 5 NCGN,P,Rl4,921,Sl4,41,SuJl4,Sil,1C,TS,TO,JSW,TSWl, b THl4,921,TT14,92l,TANOl~,921,lll,TT2,TT3,TRD,VZ,VZu, 7 1,a,1s21,z,921,ZSI 111,At.

COHMON/"'/ FYWO,EY•D,Kt.Tl~,EEnS e C LEITURA E IMPRESSAO 00 JlJULO e

e

t.R HE INI, 10001 READ INL,2000) Al,A2,A3,A4tA5,Ab,A7,A8,A9,AlO,All,A12,Al3 ~RITf,Nl,30001 Al,A2,A3,A4,A5,Ab,A7,A8,A9,A10,All,Al2,Al3

C LEITURA E IMPRESSAC DAS PRGPRltUAOES DOS MATERIAIS e

e

RE~D 'NL,40001 FC~,FATCR,KCy~ij,tfL,ECl,ECU,FYK,KTIP,EE5 READ (NL,100001 fYM~1KloTlP,EtM~ w R ll E I N I , 5 00 O 1 t.RITE(Nl,60001 FCK,fAT~R,KC~K~,tEL,ECl,ECU,FYK,KTIP,EES t.RllE(Nl,llOCOI F~ftKtKftltP,tt•~

C LEITUkA E IHPRESSAO UCS ~otf. ut SEGURANCA e

e

READ (NL,70001 ~C,GS,GM,uN t.RHEINI,80001 ~HllEl~I,90001 GC,GS,GM,~N

C DEtERHINACAO OAS kESiSIE,-.CIAS "~ C.ALCULQ e

FCCL=-1.•fATOR•FCK/GC f'fO=fYK/GS EYD=FYU/EES

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e

FYIIID=fYi,K/GS EYIIID=fYWD/EEWS REIURN

229

C FORMATOS e

1000 FORMAJ('l',//,TlO,'COPPt /UFRJ/ PROGRAMA OE ENGENHARIA CI VJL',

•J,110,'TESt DE MESTRADO HA~RO ~CHULl / ORIENTADOR B. ERNANI OIAl' 1 2000 FORHAT(l3A61 3000 FORHATC/,Tl0,13A61 4000 fORHAJ(2El0.3,110,3El0.3,/,ElC.3,9X1Al,El0.31 5000 FORHAJ(//,110,'PROPRIEDAJES uC~ HATERlAIS 1 ,//,Tl7,'fCK',T2~

• *'FATOR', 135, 'CURVA' ,T4t,, 1 E cc11.•, 157, 1 EC1 1 ,Tó7, 'ECU' ,177, 'f YK 1 ,

•TB6 11 TIP0',T95, 1 E ACO'J 6000 fORMAT(TlO,FlO.O,fl0.3,110,Flu.0,2fl0.5,Fl0.0,9X,Al,FlO.O) 7000 FORMAl(4El0.31 6000 FORMAT(/,Tl01 1 COEflCIEf\JcS· IJE SEGURANCA' ,//,Tl8,'GC 1 ,Tl8, 'G

s•, • T 3 8, 1 GH' , T 48 1

1 GN 1 )

9000 FORHAT(TlC,4Fl0.31 10000 FORMAI lfl0.0,9X,11,FlO.JI llOCO FORHAT (/,Tló, 1 FYWK',T25, 1 Kkl1P',T36 11EEWS',/,Tl0,

•FlC.O,llC,fl0.01 END

e C SUBROTINA LERSRT e C CBJETIVO: LElTURA 1uERACAO E lMPkESSAO DE DAUUS OA SECAL Rt TANC. e

e

SUEROUTINE LERSRT COHHON A,ASllU,AC.1AlC1AL2C,B(92l ,Cl4,41,CP,CSl921,

l OEO,OEV,OELTA,ül,02,tEC,EES,EtTC,EETS,ECL,ECU,EYD,EH, 2 E0,EVl4,921,ERROl,ERRC2,fCOL,rYú,FS(4,lll,Ql9ll1GC, 3 GS,GH,G"1Gl4,921,GXll9il,HI,Hl4,15l,1,IN(lll,1T(lll,K 4 KTIP 1KC~RV,MYCG,MYül41,~X,NXJ,NL,Nl,NP,NC,NS 1 NlNT,. 5 NCCJN,P,Rl4,92l,S14,41,S...1i(4,S.d ,TC,TS,TO,TSn,TS,H, ó Thl4,92l,TTt4,92J,TANOl~,S21,IT1,TT2,TT3,TRO,VZ,Ylü, 7 nn(S2l,l(92l,lS(lll,A~

e LEITURA E GERACAO Ot CCN~TANIE~ utOMETRlLAS e

REAC (NL,lOOOl bl 1HI 1N1 N~ A=hl/N NC=N+NS+l hlNT=NS+l IN T=l INIJNTl=l DO 10 IS=l,NS

REAÓ(NL,jooo, lS(l~l,AS(lSl

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230

NS~B=IFIX(ZS(ISl/1,.•AJt.51•2 ZSl1SlzFLOAT(NSUBl*A ITIINTl.,NSUB+IS IN 1= IN J + l

10 JNIINJJ:NSU8t1Stl IJIINJl:NC IS=O CO 30 lNl=l,NINT

ao 20 l=IN(iNll,ll(INTl BIIl=lll csc Jl=l.

20 ZIIJ=FLUAIII-1-ISl*A 30 lS.,IS+l

e C lMPRESSAC OAS CONSTANIES GELMilRlCAS e

~RIIEINl,30001 Bl,Hl,N,~s.~c 00 ltO IScl,NS

40 kRJJEINl,40001 IS,LSIISl,AS(ISI WRlTEINI,50001 CO 50 INl=l,NINT

50 hRIIEINJ,60001 INl,H,llhTJ ,ITCINTI BINCtll=Bl

e C AREA E MOMENTOS e

e

AC=Bl*HT AZC=B1*HI•*2/2. AZ2C=B1*I-T••3l3. REIURN

C FORMATOS e

1000 FORMATl2El0.3,21101 20GO FüRMATl2El0.31 3000 FORMAT(//1110,'SECAO RET4~GUL4K',//,Tl9t 1B1,T281'Hl',T3~,'N

• • T ltB' *'NS',T58,'NC',/,Tl0,2FlC.3,3Iiv,//,TlO,'ARMAUURA 1 1//,Tld, 1 1

s •• * 1 2 B , 1 Z S 1 , l 38, ~AS 1 , /l

4000 FORMATCT10,110,2FlC.6l 5000 fORMATl//,TlO,'INTEKVALC~',t/ 1 Tl7,'INT 1 ,T2~,•tNICIC 1 ,T37,'F

IM' , / 1 éOCO FORMATCT10,3Il0l

ENL e C SUEfiGTINA LEkSCC e e OBJETIVO: LEITURA GERAc~u E IHPhESSAO OE OAUOS SECAO CIRCU LAR e

SUB~GUTl~E LERSCC COMMON A,AS11Jl,AC,AlC,Al2C,Bl~,,.cc4,41,CP,CSC921,

1 OEO,CEV,CELTA~Oli02,EEC,EES,icTC,EETS,ECl,ECU,EYO,EH,

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e

2 31·

2 EO,EVl4,921,ERROl,ERRC2,fCOL,fYü 1FSl41lll,Ql921,GC, 3 GS,GM,GN,Gl4,921,GXZl921,H1,H(4 1151,1,1Nlll11ITllll,K 4 KTJP,KCURV,MYCG,MYD(41,~X,I\XO,Nl,Nl,NP,NC,NS,NINT, 5 NCON 1 P,Rl4,921,Sl4,4l,SJTl4,9il,TC,TS,TO,TSW,TSW1, 6 Tfl4,92J,TT14,921,TANCl~,921,IT1,TT2,TT3,TRO,VZ,VZO, 7 WWl92J,Zl921,ZS1111,Ah

C LEITURA E GERACAO DAS CGNSIANlcS GECMETRICAS e

REAO INL,10001 RC,RS,ASl,N,NS fT=2.•RC A=t<T /N NC=N+NS+l NHH=NS+l ALFA=3.141592t54/NS INT= 1 IN{JNTl=l CO 10 JS:l,NS

ASIISl=AST/NS ZSIISl=RC-RS•CUS({fLOAIIISl-.51*AlFAI NS~B=IFIXIZSIISJ/(2.•AJ+.>1*2 ZSIISl=NSUB•A ITIINTl=NSUB+IS llHzelNT+l

10 lNIJNJJaNSUB+JS+l 111 INT )=1-,C 1 S-= C CO 30 lN l=l,NINT

OU 20 l=U,IJNTl,IHll\ll Z(ll=fLOAl(l-1-JSl*A B(ll=Z.•SQRllABSIZ(ll*IHT-llllJII ZAUX=A6S(RC-illll CS( IJ=.1E20 lf(ZAWX.LT.Rjl ~S(li~SQRTIRS••Z-ZAUX••ZJ/RS

20 CONTINUE 30 1S=IS+l

e 11 J=. oo e 1 B11-,Cl=.OC01 B(1'.C•l l= .COOl C S ( NC t 11 =. IE 2 O

e C AREA E MCMENJCS e

(.

AC=3.l41592654*RC••2 .IIZC=AC•RC/3. AZ2C=AC•~•RC•*2/4.

e lMPRESSAG DAS CONSTANTtS GECMcfKlCAS e

hi< ITE UH ,2000 J RC 1 R S, A ST ,N ,NS ,1,C. hRITEINJ,300~1 . CC 40 !S=l,NS

40 WRJTEINl,40ú01 IS1lSIISl1lSIJSI

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e

àR ITE CN 1, 50001 CO 50 lNl=l,NINT

232

50 .. R11EIN1,6000J llll,111Cl~TI 11 TCINTI hRITEINI,7COOJ 00 60 l= 1,NC

60 i,iRIJECNl.8000J l1Zlll18Hl ,CSl1I RETURN

C FORHAIOS e

lOCO FORMATl3El0.3,21101 2000 fúRHA11//,T10, 1 SECAO CIR,ULAR 1 ,//,T18, 1RC',T28,'RS',T381'AS

•,J4c;, *'N 1 ,T58, 1 NS 1 ,T68, 1 NC 11/1JlC,Zf10.3,fl0.5,3110I

3000 fORHATl//,Tl0, 1ARHAOURA 1,//,lli,,'lS',T28,'ZS',T38,'AS 1 1 40CO FORHATITlO,llC,fl0.4,fl0.5J 5000 fúRHATl//,Tl0,'1NTERVAlú~',/l,T17,'INT',T24,'lNICIO',T37,'f

IM' 1 60CO FORMATITl0,31101 1000 FORHAlC/1,110,'PROPRIEOAúES ~iúMlTR1CAS 1 1// 1 Tl9,'l',T29, 1 Z'

, T39, ••e• ,14a, •cs• J

SOCO FORMAT(TlO,ll0,2Fl0.4,fl0.71 ENC

e C SUBROTINA OlfER e C úBJEllVO: GERACAü üAS CuNSIA~ltS UE OlFERENClACAú (.

sueRCUTIIIE OlfEK COMHDN A,AS111J,AC,AZC,Ai2C,c(~ll,Cl4,41,CP,C~l92I,

1 CEC,CEV,CELlA,Ol,02,EtC,EES,EtTC,EETS,ECl,ECU,EVD,EH, 2 EO,EVC4,921,ERR01,ERRC2,fCD~,fVO,FS14,ll1,Ql921,GC, 3 GS,GH,Gt..,Gl4,921,GXZIS21,H1,Hl'<,151,l,IN(lll,1Tllll,11. 4 l(fi"P;Kcúiv~M)CG,MYJl4l ,i•X,~Xü,i,L,t..I,.111',NC,I'.. ,Nll-lT, 5 NCC.h,P 1Rl4,921,Sl',,41 ,~ufl'l,Sd ,lC,lS,10,TS .. ,TSWl, 6 T~t4,921 1TTl4 1 92J,lANGl'1,S21,1Tl,Tl2,TT3,TRO,Vl,VZO, 1 Wk(S2J,ZC92J,ZS11ll,Ah

AUJl=t.•OELTA C 11.1 )=-11./AUX Cll,21=18. /ALX C( 1,3J=-9. /ALX CU,41=2. IAl..'1. Cl.2,lJ=-2. /AlJ'I. Cl.2,2J=-3. /AlJX Ct2,3l=ó. /ALX C12,41=-1. IALX Cl3,ll=l. /AUX Cl3,21=-6. /AUX Ct3,31=3. /AI.X Cl:3,41=2. /ALX Cl'o,ll=-2. /AUX· CC4,21=9. /AlJX C t 4, 3 1=-18. / A lJ X C14,41=11. /ALX­AUX:[JfLTA••2 Stl,11=2. /AUX Sll,2J=-~. /AI.X S11,.JJz4. /ALX

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e e (

(

e

e e e (

(

e e

233

S(l,'il•-1. /AlJJI Sl2,ll=l. /AUll s,2,21-c-2. /ALX SC2,31=l. /ALX S12,41-=0. S13,ll"'O• S(3,2 l=l. /ALX SC;,31.,-2. /AUX Sl3,4J:l. /AUX S l 'i I l l =- 1 • /AUX Sl4,21=4. /ALX SC.t,,JJ=-5. /ALX SC4,41=2. /AUX RElURN ENC

SUBIWJINA ECON

OBJETIVO : TENSAO E MODULO Jt LLASJICIOAOE 00 CONCREJO

SU61Wt;1JNE ECON COMHON A,AS1lll,AC,AZC,AL2C,B(5211Cl4141,CP,CSl921,

l CEC,tEV,OELTA,Ol,02,EEC,EES,EE:TC,EETS,ECi,ECU,EYO,EH, 2 EC,EV(4,921,ERR01,ERRC2,fCDL,fYD,FSl4,lll,Ul921,GC, 3 GS,Gf'.,G/'l,Gl4,921,GXZ(92J ,Hl,HC4,151,1,1Nllll ,1Tllll ,K 4 K1JP,KCLRV,HYCG,NYDl41,~X,~XJ,NL,Nl,NP,NC1NS1NINT, 5 NCCN,P,R(4,921,S14,41,Sull4,Sd ,TC,TS,TO,TSw,TSi.l, 6 T~t4,921,TTl4,921,lANOl4,Si1,TTl,TI2,TT3,TRO,VZ,VZO, 7 lo,lo('i21,Z('i21,ZS1 lU,Aii JFIE~.GT.O.I GOTO LO JfCE~.GI.-.0021 Gú TO 10 lC=fCOL•IEH•.co21•1. E E: JC= l. REIURN

10 IC=-lOOO.•FCDL•EH•l250.•tH•l.l EETC=-10CO.*FCOL•l500.•Eri~l.J REIURN

20 IC=EH*l• EE I C= l. REIURN ENC

'SUEROT INA EACO

CBJETJVO: TENSAO E MODULO DE LLASTICJOAUE: 00 ACO A OU ti

SUBROUTlt.E E:ACO (OMMON A,AS(lll,AC 1 AZC,ALlC,o(~ll,C14,4l,CP,CS1921,

1 OEO,Cf:V,OELTA,Ol,02,EEC,EES,tE:IC,Ef:TS,E:Cl,ECU,EYU,EH, 2 EC,EV14,921,ERROl,ERRC2,FCOL,fYO,FS14,ll1,Ql921,GC, 3 <iS.GM,G",Gl4,921,uXZ('i21,Hl.H(4,151,I,lN(lll,lTllll,K 4 KTJP,KCLRV,MYCG,MY0(41,WX•"Xü,kL,N1,NP,NC,NS,NINT, 5 NCCN,P,Rl4,921,Sl414l,S1ifl't,Sd .rc',TS,TO,TSW,TSwl, é ThC4,'i21,IT14,921,JAN0(~,92J,TTl,TT2,TJ3,TRO,VZ,VZD, 7 ki,d921,ll 921,ZS! 111,Alo

EHl=A8SIE~I lflKTIP.EQ.21 .GOTO 20

ACC TIPO A

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e

e

e

lFCéhl.GT.EYDI GOTO 10 1S=EES*Eh ~E1S=EES RETURN

234

10 TS=lfYO+IEhl-EYDJ•l.l*IErl/Ehll E E 1 5., 1. RElURN

C ACC JIPO B e

e

e

20 ES1z.7*E'WO lf1El11.GT.ES11 GO 10 3~ TS=EES*Et EEI S=EES RETURN

30 TS1=.7*F'WD 40 EEES=l./EES+ITSl/FY0-.71**4/.243/FYO

TS=1Sl+IE~l-ES11/EEES ' ES=TS/EES+(llS/FY0-.71**51/1.215 lflABSIEtl-ESI.LE •• lE-tl GO TC 50 TSl=TS ESl•ES Gü TO 40

50 TSaaTS•EH/Ehl EET S= 1./EEES RETURN ENC

C SUEPküGRAHA SIHSON e C OBJETIVO: JNJEGRACAO PGK SJNP~üN OE CAOA INTERVALO e

REAL FUNCTION S1MS0N*8 lu,K,l,L,NlNT,INilT,AI CIMENSJON Ul4,921,Zl921,1Nllll,l TlllJ SJMSON=O. LL=L-1 CO 20 JNl=l,NJNT

SJMSON=SJHSON+U(K,lNIINlll*ZIJN(INTll**LL+UlK,ITIJNTI l*ZUTI

* IN111**LL+4.*UIK,111IN11-ll*Zl1T(INTl-ll**LL If(( ITI JNTJ-INI INJJI .Ll:.d GO TO 20

10 J+ll**

NALX=J 11 INT 1-3 DO 10 l=IN(JNTJ+l,~AUX,2

SIMSON=SJMSC~•4.•LIK,ll*Zlll**LL•2.*UIK,I+ll*ZJ

* LL 20 CONTINUE

SIMSON=SIHSON*A/3. kE TLRN

- ENC-

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235

C SUBROTINA FLUXTH c C CBJEllVO: CALCULO LIAS TcNSG(S li A PARTIR DAS TENSOES TH e

e

SUBRUUTl~E FLUXTH COMMON A,AS(lll,AC,AlC,Ai2C,à(~21 ,C(4,41,CP,CSt921,

l CEC,CEV,OELTA,Ol,02,EEC,EES,ccTC,éElS,ECl,ECU,EYU,EH, 2 EC,EVl4,921,ERR01,ERRC2,fLOL,fYO,FS(4,lll,Q(921 1 GC, 3 GS,GM,G~1Gl4,921,GXl1SiJ,Hl,Hl•,151,1,IN(lll,IT(lll,K 4 KTIP,KCLRV,MYLG,MYU(4J,~X,NXJ,NL,NI,NP,NC,NS,NINT, 5 NCCN,P,Rl4,921,Sl4,41,SJTl4,~,1,JC,TS,TO,TSn,TSWl, 6 Th(4,921,TT(4,92J,TANO(•,SZl,II1,TT2,TT3,TRO,VZ,VZD, 7 kh(S21,Zl921,ZSl111,Ah

C ARMAZENA~ENJO DOS ~ALORE~ 11(1,ll ANTERIORES e

00 lC 1=1,NC 10 R(l,Il=TTll,11

e C CALCULO OE TJ NOS INTERWALOS e

e

CO tO K=l,4 ISzO fllXO=O, 00 50 JNT=l,NINT

00 30 l=lN(l,~IJ•l,ll(INTI TAUX=C. 00 20 J=l,4

20 JALX•TAUX•C(K,Jl*TH(J,I-11 fLUXO=fLUXO-JAUX•A*B(l-11 JT(K,lJ•flUXL/8(11 lf(ABSITl(K,lJI.LJ.30.I TTIK,11=0,

30 CONTINUE 1S=lS•l TAUX•O. DO 40 J=l,4

40 TAUX•IAUX•CIK,Jl•FS(J,1SI FLUXO=fLUXG-IAUX TT(K,Il=fLUXU/BllJ lFIABS(TTlK,Ill,Ll.30,1 JJ(K,IJ=O,

~O CONTINUE 60 CONTINUE

C CALCULO DOS ERROS RELAIIVJS c

CO 10 1=1,NC R(l,IJ=ABS(Tlll,11-Rll,1Jl•Btll

10 Rt2,ll=ll11,ll•B11l ~C•SIMSONtR,2,Z,1,NlNT,I,i,lJ,4J VRE51MSO~IR,1,Z,1,N1NT,1~.11,A1 EkRGl=(VZO-VCI/VZD ERRG2EVR/VZO MRITEINI,10001 ERkCl,ER~úl

1000 fCRMATITlC,'SLSROTINA fL~XJH - tRRCl • ',E15,b,' ERR02 • 1

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e

RETURN ENG

236

C SUBROTINA XXSOT e C OBJETIVO: CALCULO DA DEKIVAOA EH X DA INTEGRAL EH ZOA TEN SAO IT e

SUBROUTINE XXSOT ClMENSlON AUXl'il COMMON A,AS1111,AC,AZC,Al2C,ôl~21,C(4,41,CP,CSl9211

1 CEC,CEV,OELTA,Dl,02,EEC,EES,EEJC,EETS,ECl,ECU,EYD,EH, 2 EO,EVl4 1 921,ERROl,ERR02,fCDL,FVO,fS14,111,Q(921,GC, 3 GS,GM,GN,Gl4,921,GXZIS21,Hl,Ht4,151,1,1Nllll,1Tllll,K 4 KTlP,KCI.RV,MYCG,MYDl41,NX,NXü,NL,Nl,NP,NC,NS,NlNT, 5 NCCN,P,Rl4,921 ISl'i,41,SJíl'i,S,1,TC,TS,TO,TSW,TSWl, b J~C'i,921,TTl4,921,TANOl4,921,TTl,TT2,TT3,TRD,VZ,VlD, 7 ~ k 19 2 1, l 1921, Z S 1 111, Ai.,

00 30 K= 1,4 AU)l=O. DO 30 lNT=l,NINT

SDTIK,lNIINTIJ=AUXi DC 10 l=INllNTJ•i,llllNTI

10 SDTIK,il=SDll~,1-ll•ITTIK,Il*Blll•TTIK,1-U*

• lC lNT li

20 l+lJ

30

"º 50

coto 1= 1,NC

BII-lll*A/2 • ALX2=TTIK,1Nl1NTll*tlllN(lNTll•TTIK,1TllNTll*li(l

•4.•TTIK,Il(lNTJ-ll*BllTCINTl-11 lflllTIINlJ-iNIINIII.LE.21 GOTO 30 NAUX=IHINTl-3 00 20 l=LNIINJJ•l,hAUX,2

AUX2=AuX2•4.•TJIK,ll*B(ll•2.•TTIK,l•ll*B(

AlJXl=AUXl•ALXZ•A/3.

00 40 K=l,• At.XIK l=O.

DO 50 K=l,4 00 50 L=l,'<

AUXIKJ=AlJX(~l•CIK,ll*SDTIL,11 DO 60 K=l,4

60 SDT(K,ll=~LX{KI REllJRN ENC

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237

e C SUBPOTINA XXf e C OBJETIVO : CAlCULO OAS TiNSOES E OEfORH. A PAkTIR OE TT E T ANO e

e

SUBROUTl~E XXf(X,U) COUBLE PRECISION. U,X,AU)1,ALXJ CUHHON A,AS(111,AC,AZC,AL2C,S(~ll,C(4,4),CP,CS(921,

1 CEC,CEV,DELTA,Dl,D2,ElC,EES,EtlC,EETS,ECl,ECU,EYO,tH, 2 EC,EV(4,921,ERR01,ERRC~,FCOL1FVO,FS(41ll),Q(921,GC, 3 GS,GH,G~,G(4,921,GXZ(9Ll,Hl,tt(4,151,l,1N(lll1lT(lll1K 4 KTIP,KCLRV,HYCG,HYD(4J,NX,NXU,NL,NJ,NP,NC,NS,NINT, 5 NCCN,P,R(4,921,Sl4,41,S~T(4,S,1,lC,TS,TO,TSW,TSWl, 6 Th14,921,TTl4,92J,lANCl4,52l,lTl,TT2,TT3,TRU,VZ,VZD, 7 kk(921,Z(921,ZS(l11,Ak

COHHON/W/ FYkO,EYkD,KWTIP,EEftS 10=-1.•Tl(K,ll*(X+l./XI Jf (TC.Gl.FCDLI GO TO 10 EC=-.002t(TO-fCDLl*l• CEG=l. GC 10 30

10 JF lJC.Gl.Ool Gü TO 20 EC=(-1.+SQRT(l.-JO/FCULJ,/500. CEC=l./t 1000.•SQRT(FCDL•(FCuL-TOJ li GO 10 30

20 EO=TC*l• CEO=l.

30 TSW=(lTCK,JJ•X-SDTlK,lJ/o(lll/lWh(ll*CS(IJl 1Skl=ABS(TSWI Ek=TSk/EEhS CE'W=l./EEWS lf(KkllP.EQ.21 GOTO 40 Jfl1Skl.LT.FY~DJ GC TC 5J Ek=(E~kD+(TSftl-FYkDl•.Oúll*ll5nl/TSkl CEIJ=.001 GO 10 50

40 lF11SW1.lT •• 7•fYWDI GO lu 50 EW=Ekt(l1Skl/FYkU-.7t••5ll.215J•lTSkl/TSWI CE'W=CEIJ+IITS~l/FYWD-.71••41/(.,~3•FYD1

50 EVIK,JJ=Ek/CS11J••2 CE~=DEV/(CS11J••3•"W(111 AU) l=Eh-EO AUJl.:=EIJI K, 11-EC U=ll••2-AlXl/ALX2 flETURt. ENC

C SUEROTJNA XTANCl e C CBJfllVO: CALCLLO UE TA~O A i•kTJR DE TT E lH - NEWTON-RAP hSLN e

SUfROL1INE XTANOl

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238

(OUeLE PRECISICN X,FX COMMON A,AS1lll,AC,AZC,Ai2C,t!l'i21,Cl4,4l,CP,CSl921,

l CEC,CEV,CELTA,Dl,02,EEC,EES,EeTC,EETS,ECl,ECU,EYD,EH, 2 EC,EVl4,921,ERROl,ERR02,fCOL,fYD,FSl4,111,Q(921,GC, 3 GS,GM,GN,Gl4,921,GXZl92j,Hl,Hl,,151,l,1Nllll,1T(lll,K 4 K1JP,KCLRV,MYCG,MYD(41,NX,~XO,NL,Nl,NP,NC,NS,NlNT, 5 NCCh,P,RC4,921,S14,41,SJT(4,S~J,JC,JS,T0,TSW,TSWl, 6 T~l4,921,TTl4,921,TANOl4,921,TTl,TT2,TT3,TRO,VZ,VZO, 7 Wh(92J,Zl921,ZS( lll,Ah

CCJ~MCN/t, / IN T Nl JER=O X=TAlliClK,1-ll•.t Xl=TANIARSlN(-2.•ITIK,11/FCOLl/2.J XR=l./Xl lf().LT.)LI )=l.OOOOOl*XL lf(X.GT.XRI X=.9999999S*XR lfCJ.EQ.JNlJNTJJ'Xzl.OOOvOl•XL

10 NJTER=NlTER+l CALL XXF CX,f)IJ lf(CABSCFX/X**21.LT •• 1E-dl GO Tú 20 lflNITER.GT.151 GOTO 3C )=)1- fX/(2.•X+CCl.-l./X••2J•lih-EVIK,lll•OEO+(EH-EOl*OEVl*T

TCK,lJ/ • lEVCK,lJ-EOJ••21

lf(X.LT.C.J GOTO 30 GCJ lCJ 10

20 TANCIK,ll=X RETURN

30 lflCABS(fXJ.GT •• lE-81 GC TC 4C IANCIK, 1 l=X REJURN kRITECNJ,10001 NlTER WRJTECNJ,20001 K,l,EH,E~lK,11,tO,lTIK,11,SOTIK,11,X,fX

40 CCNllNUE CALL XTAN02 RETURN

1000 fOR~AT(TlO,'SUBROTJNA XTANCl ~Aú CCNVERGIU APOS 1 ,13,' lTER• CCES' 1

2000 f0RMATlll0, 1 K,J,EH,EV,EC,T1,SuT,X,fX',/,214,7El't.6l fNC

e C SUBROTINI XTAN02 e C GBJETlVO: CALCULO OE TANO A PARTIR OE TT E EH - BlPARTICAC e

SUBPOUTINE XTAN02 CCUBLE PREC1SION XL,XR,)M,f)l,~XR,FX~ COMMON A,AS(lll,AC.,AZC,AL2C,8l'ú.1,Cl4,41,CP,CS19211

l CEC,CéV,DELTA,Dl,02,EEC,EES,écTC,EETS,ECl,ECU,EYO,EH, 2 EC,EVl4 1 921,ERR01,ékRC2,FCiJL,tVl.l,FS1't,lll ,Ql921,GC, 3 GS,GM,G~,G14,921,GXZ(Ç21,Hl,hl1t,l51,I,INl111,1Tllll,K 4 KlJP 1 KCLR~,MYCG,MYl.ll41,11X,hX~1NL,Nl,NP,NC,NS,NlNT, 5 NCCN,P.,RC4,92l,Slli,41,SJTl't 1S21,TC,TS,T0,1Sw,TSW1, ó T~C4 0 Ç2l,lTl41Ç2J 1T•NG('t,92J,1Jl,TT2,TT3,T~O,VZ,VZO,

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239

7 WMl921,Zl92J,ZS1)11,A~ lCL=TAN(APSlNl-2.•TTIK,11/fCOll/2.I CALL lCXf(XL,flCLI Xk= l ._/ XL C.All lCXF(lCR,fXRI NITER=O NPARE=50C

10 NITER=NITER•l )M= OL+lCR 1/2. CALL X)f llCM,FlCMI Jf(GABSlfXMI.LT •• lE-51 GJ 10 ltU lf IN lTER.GT.NPAREI GO TJ .30 lf lflCR*flCM.Ll.O.J GO JC 20 lC R= lCM flCR=FXM GO 10 10

20 XL=lCM fXL=flCM Gú TC 10

.30 MRITEINJ,10001 NPARE ~RllEINl,20001 K,1,EH,E~,K,Il,lO,lTIK,11,XM,FXM CAll ElCJ 1

ltO lAl';CIK,Jl=XM RETURN

e C FORMATOS e

1000 fOf.cMAT 1110,'SUBküllNA XTAN02 NAO CCNVERGIU APOS',13,' ITER ACOES 1 1

20CO FORMAI(' K,1,En,Ev,EO,Tl,TANC,rXM',/,216,6El6.81 ENC

e C SU6ROJJNA XTANOlt e C C6JEI1VO: CALCULO UE TANO SEGUNOO COOIGO MOUELO CEB-flP/19 . 76 e

SUERCUTlNE XJANOlt(lROll CúMMüN A,ASl111,AC,AZC,Al2C,61~21,Cl4,411CP,CSl9211

1 OEC,CEV,OECTA,Ol,02,EEC,EES,EtlC,EElS,ECl,ECU,EYO,EH, 2 EC,EVl1t,92J,ERROl,ERRC2,fCOL,FYO,FS(4,11110l9211GC, 3 GS,GM,GN,G14,921 1GXZl92J,Hl,Hlit,l511l,JNllll,ITllll,K lo KllP,KCLRV,MYCG,MYO(ltl,NX,NXO,NL,Nl,NP,NC,NS,NINJ, 5 NCCN,P,Rllt,921,Sllt,41,SOTllt,S.d ,IC,TS,TO,TS~,TSWl, 6 Trllt,S2J,1l(lt,S2J,TANCC~,s21,1r1,TT2,TT3,TRO,VZ,VZO, 7 ~~CS2J,Zl921,ZS1lll,A~

JJ.A2A6Slll(K,IIJ lf(Er.LJ.o., lTA=tlhlK,ll•S,~ltTHIK,11••2•4.•TTIK,11**211/1

TANCIK,IJ=(lJA-lROll/llA TL= JAl'j t ARS INt-2 •* l_JI K, 11 /f-COl 1 /t . • 1 lftl.tlNOIK,11.Ll.lll TAI\OtK,lJ•IL RETLRN ENC

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240

(

C SUBROTINA XXGXl ( ( GBJETIVO: CALCULO UA UERIVAüA OE G EM RELACAO A •x• E •z• (

Si.;EROUTINE XXGXZ COMMGN A1AS1111,AC,AZC 1 AL2C,Bl921 1 Cl4,41,CP,CSC92J,

l CEC,CEV,OELTA,01,02,EEC,éES,EtTC,EETS,ECl,ECU,EYU,EH, 2 EO,EVl4 1 S21,ERROl,ERRC2,FCDl 1 FYU,FSC4,lll,Ql9ll,GC, 3 GS,~M 1 Gl\,Gl4,92J,GXllS2J,H1,HC,.,151,1,IN(lll,llllll,K 4 KlJP,KCLRV,MYCG,MYOl4J,NX,I\XD,NL,l\1,NP,NC,NS,NINT, 5 NCCl\,P,Rl4,921,Sl4,41,SJTl4,Slt,JC,TS,TO,lSft1TSWl1 6 T~(4,921,TT(4,921,J4NOl~.s21,1r1,TT2,TT3,TRO,VZ,VZD, 1 WM(921,ZC92J,ZS1lll,AM

COl'.MON/8/GX 1"'121 00 10 1= l,NC

GXI 1 J-=O. 00 10 lsl,4

10 GXIIJ=GXCll•~ll,ll•GCL,11 CO ;C JNl=l,NINT

Jf(( IH INTJ-lN( 11\T, I.L1:.,.I GO TO 25 NALJi=ITIINTl-2 00 20 J:INIINJl+2,NAUX

20 GXZCll=C2.•lúXCl+lJ-GXCI-lll/3.+lGXCl-21-GXCl+2 11112.,

e

• IA 25 J=INIINII

GXl(ll=(GXCl•II-GXl.lU/A l= 1 + 1 GXZ(IJ=CGX(l+lJ-GXCl-111/(2.•41 J= Ili 1-NT 1-1 GXZ(IJ=(GXlitlJ-GXCl-111/12.•AI I= J tl

30 GXZllJ=(GX(II-GXCl-111/A RElLRN ENC

C SUBROTINA XXMNR e C CBJETJVO: CALCULO OE A~K E A~k A PARTIR OE 4M E AN c

e

SUEROUTII\E XX~NRCA~,AN,AMR,AI\RI CCMMON A1 ASllll,AC,AZC 1 Al2C,BC921,Cl4,41,CP,CS(921,

l CEC, CEV, DELTA ,01,02 ,EEC ,EE S ,E é TC ,EE JS,ECl ,ECU, EYO ,EH, 2 EO,EVC4,921,ERROl,ERRC2,fCOl,fYU,FSl4,111,Q(921,GC, 3 GS,(M,Gl\,Gl4,921,GXll~2,,Hl,Hl4,l51,1,INlll),1TClll,K 4 KlJP 1 KCLR~,M~CG,MYOl41,~X,~)~1NL,~l,~P,NC,NS,NINf, 5 N((~.P,Rl4,92),Sl4,4),S~T(~.s,, ,TC,TS,TO,TSw,TSWl, 6 T~C~ 1 921,TTl4,921,T4NCl~,921iTTl,TT2,TT3,TRD,VZ,VZD, 1 M~IS21.ZC921,ZS1111,Ak

CLl'l'CN/8JAEl921 (All CEfCRl(AM,ANI ZLl\~~l,•~11,11/Hll,21

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241

C LN FCRA CA SECAO I COMPRtS5AC e

KOH,=2 TRC1z2.5•TRC/.':l

e C \IERJFICACAO OA PCS1CAC DA lltiHA NELTRA e

lflZLN.LJ.ZllJI GOTO 5 IFIZLN.Gl.ZINCJJ GOTO 5

e C LN CENTRC DA SECAC e

K C lti= l GC TC 10

5 lfl~ll,lJ.LT.O.J GOTO Jü e C LN FORA CA SECAO / TRACAO e

KC Ih= 3 lf!C l=O.

e

e

10 A ll:C. Al.2=C. A22=C. A 1 C= C. A2C=\IZD l 11=0. 112= e. 1.2.2=C. AMR=C. ANR=O. C:C 2C lNl=l .. NINT

DO 2C J=lNIJNTl+l,iT(itilJ Z l=zt 11 •A/2. E~=Hl1,1J+hll,2J•Zl CALL ECCN TH 1, l J=TC AEIIJ=EETC•A•dllJ , All=All+AEIU A 12=A 12+AE I lJ •z I

20 A22=A22+AEl1J•Zl••, Cú 30 JS=l,NS

EH=hl 1, 1 l+HI 1,21 •Z.:.I 1 SI CALL EACCi AU>=EEJS•ASI ISI All=All+ALX Al~=A12+AUX•ZSl1SJ

30 A22=A22+ALX•ZS(IS1•*2 AU)=All*A22-Al2••2 Zl=IAJO•A22-A12*A2CI/AL) Z2=1All•A2C-AlO•A121/AL)

C CALCULO. CAS TENSQ.ES TAtiGcNCJ_,q_:, E HCRIZONTAIS

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e

\lzC. IS•C.

242

CG 1C lNl=l,NINT 00 tO J=lNIINTJ+l,!TCHdl

Z l=Z ( l 1 +A/ 2. El-=Hll,ll+HIL,21til \l•\I-AElll*IZ&+Z2*l!f Ili 1, l l•V/BlU

C CASC TANC APROXIMAOAMEt.Tc IIULA e

e

IFICSIII.GJ.1.11 Gú ro 35 lFIABSITTll,iJJ.Gl.10.1 GOTO 40

35 TANOll,Il•O. GO 10 50

C CASO TANC NAO NULA e

e

40 If(NP.EQ.51 ~All )lAN031KOINI lf(NP.EQ.61 ~All )1411C4(TR01J THll,Il=-1.•ITll,II/TANOll,II

50 ANR.cANR+THll,IJ*A4ulll A~R•AMR+THll,IJ•A•olll*ZI

tO CCNTINUE IS~ IS+ l EH: t- 1 1, li tH 11, 21 *l SI J S 1 CALL EACG V=~-EETS•ASIIS1•lZl+Z2*lSIISII FS11,ISl=TS*ASIISI ANl<=ANRtFS11,lSJ AMR=A~RtFSll,ISl•lsllSI TTI 1, IJ.c~/61 I 1 TAIIO( 1, l J=O. IFICSIIJ.GT.1.11 Gu lC 1v lf(ABS(llll,JJJ.LT.10.1 Lu JC 70 IFINP.EQ.51 CAll )iAIICJ(KÚJIII IFIIIP.EQ.61 CALL )IAIIC411R011

70 COIITINUE RETURN ENC

C SUBROTINA RESOl\l e C CeJEllVO: RESOLULAO SIMPLES ~~USS-JOROAN SiS1EMAS DE EQUAC OES e

(.

SUEROUTIIIE RESOLV IT,U,111 CGLELE PRECISJCN T,U,AU) CIMENSJLII Tt6C,60J,U(6CJ li J• t

C lRt,NGULARlZACAO (.

IIAt..)=N-1

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(.

24 3

CC 2C L=l,NAU.ll 00 2Cl l:.L+l,N

lf(OABSITIL,t.ll.LJ •• lE-351 GOTO 50 AUX=TII,LI/TIL,LI 00 10 J=L,N

10 111,J)-=T( 1,~1-T(L ,Jl*AUX 20 Ulll=Ulll-L(Ll•AUJ

C. RETROSUBSTJTUJCAO c

e

Ulll l=UINJ/HN,Nl CG 4C IAUX=l,NAUX

l=N- JAUX 00 3 O J= J t l, N

30 LIJl•UIII-T(l,Jl•~tJI 40 U(Jl=U(ll/TII,11

R E JLRN ~o CC te l= l ,N to wRIIE(NJ,•I 1 (I(l,Jl,J=l,NJ

CALL EXIT ENC

C SUBRCJJNA OEFORl e C CBJEJIVO : OEFGRMADA LllltAR CE~ SECAO SOLICITADA HGHENTO E: NORMAL ç

e

SUfROLIIIIE UEFORl(AH,AIII REAL MVO,N)O,HYDl,NXDl CONMON A,AS(ll1,AC,AZC,AL2C,815,1,Cl4,41,CP,C.S192J,

1 CEC,CEV,OELTA,Ol,02,EEC,EES,ctTC,EETS,ECl,ECU,EVO,EH, 2 EC,EV(4,921,ERR01,E:RRC2,FCOL ,F'tO,fS(4,lll ,Ql921,GC, 3 GS,GM,Gll,G(4,92J,GXl(9il,H1,H(4,151,1,1N(lll,1TlllJ,K 4 KllP,KClRV,H'tCG,HY0(41,NX,IIXD,NL,Nl,NP,NC,NS,NINT, 5 NCCN 1 P,R(4,9~1,S(4,41,S~Tl41SZl,TC,TS,TO,TSW,TSWl, t T~l4,921,Jí(4,92l,JANO(~.s2,,ríl,TT2,JJ3,TRO,Vl,VZO, 7 wo1S21,l(921,ZS111J,A~

C APRC.lllHACAO INICIAL OA OiFCRNAuA e

e

AU)=(AZ2C•AC-AZC••21•EEC ~(K,21=1AM*AC-AN*AZCI/AUX ~IK,ll=IAN*AZ2C-AH•AZCI/AU.ll fd 1 ER=O

C INICIO DC PROCESSO IJERAll~~ e

10 fdHR=NllER • l e C CALCl.LO CA MATRIZ TANGEl'llé E E.'.>FORCOS e

1 1 J= e. Tl.ii=C. 12.t=C.

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c

/\XCJ=C. H'tCJ=O. JS= e.

244

CC 3C INl=l,NINT NALJl=l H lNT 1-1 DO 20 l=IN(INTl,NAuX

l 1=11 I J+A/2. Ef-=HIK,ll+HIK,2J•llll CALL ECGN Tf-ll<, 1 J=TC ALX=EE. TC•A•Bl 11 Tll=Tll+AUJ1•ll••2 J 12-=T 12 +AUJl•l 1 I22=T22+AU)( AI;)(= TC •A•B 111 Nl!O l=NXOl •Al.Ã

20 H'l'Dl=H'tDI+Alll*ll 1S=IS+l EH=f-CK,11+HIK,2l•ZS(1SJ CAll EACO FSIK,1Sl=TS•ASIISJ Tll=lll+E.ETS•ASIISJ•1Sll~l**2 T12=ll2+EETS•ASl1Sl*lS(iSI 12~=T22+EETS•ASC1SJ NXtl=NXDltFSCK,1Sl

30 H'tt1=H'tD1+FS(l<,1Sl•ZSl1SJ CH=AH-H'l'C 1 C/\: AI\-/\XC 1

C 1ES1ES DE CGNVERGE/\CIA e

e

t=S~Rl((CH**2tDN••21/(AN**2•Al\**211 lf(C.LE •• IE-51 RETLRN lfll\llER.GT.61 GO 10 40

C CALCt;LO CO VALOR CCRRIGiuO CA uEfORHADA e

e

e

AU)=Tl1•122-Tl2••2 f-(l<,21=H(K,21t(OH•122-0N•Tl2JIAUX f-lK,lJ=H(K,lJ+lON*Tll-OH•Il21/AUX GG TO 10

40 MRITE(NI,10001 NITER CALL EXll

C FORMATOS e

1000 f0F~Al(T10, 1 SLBROT1NA CEfDRl ~Au C(I\VERGIU APGS 1 ,13,' I~ERA COES'J

ENC e C SUfí<C T lNA -DEFGR2 e e CBJETIVO: CALCULO DA OEfO~~AO~_lll\EAR A PAKT(k OE UHA u(ST

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e

e

SUfROUJl~E OEfOR2 REAL MYO,NXO

24 5

COMMON A1ASllll1AC,AZC,AL2C,8l~il,Cl4,4l,CP,CS192J, 1 CEC,CEV,OELJA,Ol,02,EEC,tES,ELIC,EETS,ECl,ECU,EY0 1EH, 2 EC,EVl4,921,ERR01,tRRC2,fCDL,fYO,fS141lll,Ql92J,GC, 3 GS,GM,G~1Gl4,S21,GXZl~2J,Hl,Hl4,15J,1,INllll ,ITllll,K 4 KJIP,KCLRV,MYCG 1 MYU(4J,NX,~X~,Nl,Nl,NP 1 NC,NS,NINT 1 5 NCCN,P,Rl4,921,Sl4,4J,Sull4,S,J,JC,TS,TO,TSW,TSW1, t Jhl4,921,JJ(4,921,TAN0l4,92J,111,TJ2,TJ3,JRO,VZ,VZO, 1 llldS21,ll92J ,ZSI 111,Aii

COMMON/BJXC(92J COflMCN/H J IN 1 JflNCON.LE.ll ~R1JElNI,2uOOI CO 10 K=l,4.

C APRCXIMACAO INICIAL OA OcFCRMALJA = APRQXIHACAO ANTERIOR e

N IJER=O e C INlCIO OC PROCESSO ITERAil~C e

,:;

10 NllER=NllER•l OG 3C 1Nl=l,NINJ CO 30 1=1NC1Nll,11(1N11

Eh=hlK,1J•Hl~,2J•lllJ

C CASO TANC APRCXIMAOAMENJc NLLA e

15

e

lf(EH.LJ.-.C02J GC TO 15 lf(CSIII.GT.1.JI G~ TC 15 IflABSCTJlK,iJl.bl.jO~I GC TO 20 CALL ECGN lh(K 1 ll=TC TANO( K, !J=O. E~IK,IJ=O. XC 11 J=EETC•A.,cl Ili GC TO 30

C CASO TANC NAO NULA e

2C CALL XlANOl ThlK1IJ~l.•TT(~1lJ/TANOlK,IJ )l( l l )=A •s l 11/ 1 ( 2. •(!:li ( K, l ,·-Eo J /T T (K, li •OEV•T A NO

(K, li J• • 1ANOIK,IJ••3•(1.-IANO(K1I>••2J••2•0E0J

30 CCN11NUE ON,.NXO l)M:i"YO ( K J TlJ=O. l12=C. I22=0. 00 50 INT=l,l'ólNT

. NAU~•J1(1N11-1

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e

246

OG 50 1=1Nl1N(J,NAuX Zl=Zl 11 tA/2. ALX=lh(K,llfA*B(lJ Ol'i=ON-.. U)( OH=OM-'4UX•Zl 111=11l•)C(ll*Zl**2 112=11L+J<C(H*Zl 122"' 122tl1Cl l I

50 CONllNuE 00 60 IS=l,NS

EF=HtK,ll+H(K,2Jtl~l1SI CAll EACO f51K,1SJ~TS•ASl1SJ ON=ON-F SI K, 1 S 1 O~=OM-FSlK,1Sl•ZSl1SJ AUX=EETS•ASl!SI . lll=TlltAU)tLSl1SJ**2 ll2=l12+AUXtlSlIS1 122=122+AUX

60 CCNTINUE

C TESTES OE CONVERGENCIA e

e

(): SQR Tl C OH••2 +UN• •LI I IM hil KJ ••2+ Nxo••21 J w·RITE(NI,3000J Nllt:R,1<,.;M,i.JN,D lf(C.LE •• 1E-5J GG ro 10 lflNlTER.GT.tl GC Jü EC

e CALCLLO CG VALOR CCRRIGIJO CA uéfCRHAOA e

AU>=l~l•T22-ll2••2 HIK,21=tlK,2J+IOM•T22-DN*Tl21/AUX t(K,lJ=hlK,ll+(ON*Il1-u~•Tl21/AUX GO 10 10

70 CüNJINLE RElliRN

80 ~RJlEINl,lCOOJ NITER CALL EXJT

e C FOl<l!A TOS e

1000 FORMA11T10,'SU8ROTINA DEfOR2 NAO CONVERGIU APOS 1 ,13,'llERAC OES'I

2000 FOR~All' •• ,,.110.•suBRCllNA ~tf0R2 - ANALISE DA CCNVERGENC JA' ,li,

• 11.,' llERACAC 1 , l 2 S, 1 K I t 1 .. 2, '1U 1 , 156 r I DN' 1171, 1 o• 1 3000 fORMAJITI0,2ll0,3E14.6J

ENC e C SUERGliNA OEfCR3 e C CEJEllVO: CALCLLG ~A OEFOR~A~~ P TERMOS A PARllR OE UMA 01 ST. TI e

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24 7

SL6PCUJI~E OEfORl CLUSLE PRECISICN T,f,SEV,SG,StVH,SGtHl,SGEH2,AUX,AUXl,AUX2,

AUXJ, E2 REAL M)'0 1 NXO H,JEGER P CIMEhS10~ EVHl4,921 1 GE~C~,921,J1El4,921,SEV14,131,SGl4,131,

ll6G,60 •1,SEVtl4 1 271,SGEHll4,271,SGEH,l4,271,fl60l

COM~CN A1 AS1lll,AC,AlC,Al2C,81~2l 1CC4,4l,CP,CS192l 1

l CEC,OEV,DELJA,01 1 02,EEC,EES,étlC,EETS,ECl,ECU,EYD,EH, 2 EO,EV14,92l,ERR01,ERRC2,fCOL,rYD,fS14,lll,Ql92l,GC, 3 GS,GM,GN,GC4,921,GXL(921,Hl,H(4,151,I,1Nllll,1Tllll,K 4 K11P,KCLRV,M)CG,M~Ol4l,NX,hXG,Nl,NI,NP,NC,NS,NINT, 5 NCCN,P,Rl4,92l,S14,4l,SJ114,~,1,IC,TS,JO,TSW,TSW1, 6 Ttl4,92l 1 TTl4,921,TANCl4,~2~,JJ1 1 TT2,TJ3,TRD,VZ,VZD, 7 t.t.1921,21921,ZS( 111,At. co~~CN/HJJNT lfl~CCN.LE.11 WRIJEINI,20001

e C APROXlMACAO INICIAL OA OiFCRMAüA • APROXIMACAO ANTERIOR e

CP=l. NJlER=O.

e C INICIO OC PROCESSO ITERATIVC e

e

10 hJJER:NJJER+l CA~C. ce=c. CC=C. CC=C.

C CALCULO OE EH:IANC:EV:G;JJézll*uTANO/OEH:EVH=OEV/OEH:GEH:OG /OEt e

15

e

CO 30 K= 1, 4 Dü 30 INT=l,NINT 00 30 l=INIINTJ,IllINTl

E2=0. DO 15 J=.1,P

E2=E2+nl~1JJ•Zlll••lJ-lJ Et<.=E2

C CASG TANC APRGXIMADAME~T, NLlA e

IFl~H.LT.-.Cu2l úC TG 17 lf(CSIIJ.GT.I.JI úu TC l7 1FITTIK 1 IJ.GI.3C.J ~u JG 20

17 CALL ECGN ltlK,ll=TC TANOIK, IJ=O. E~IK,IJ=O. GIK,I l"O• J IEIK.11•0.

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e.

E\IHIK tl l•O. GEt,(K,ll=O. GO TO 30

248

C. CA50 TANC NAC NULA e

20 CALl XTANCl AlX=TANOIK,U TlilK,Il=-l.•iJ(K,1J/AUX GCt<,11=2.•CE~(t<,IJ-EO)*AUX llECK,ll=l./(GIK,IJ/TTIK1ll•DEV•Aux••2+DEO•Cl./

AUX-

e

• 30

Al;Xl**21 EV~IK,IJ=OEV•11Elt<,IJ GE~IK,11=2.•IAIJX•lúEV+OEOl•IGIK,ll/(2.•TTIK,111

OECI/AIJXl•llt(K,11 CCNJINUE

C CALCULG CCS VALORES DAS fUIICCES '-FKL 1 = FIP•IK-ll+ll e C CALCULO CAS IN1EGRA1S AUAILIARtS e

CO 50 K=l,lt SEVIK,l)=SIMSONIEV,K1Z1l1Nlt-.T,IN,ll,AI SGCK,lJ=O. NAlX=P-2 00 45 J=2,NAI..X

SEVtK,Jl=Sl~SON(E~,K1Z,J,NINT,IN,IT,AI 45 SGtK,JJ=Sl~SüNCG,1<,Z,J-l,NlNT,IN,IT,AJ *11-JJ

CJO 50 ·1111=2,NlNT AlX•G(K,ITCl~T-lJJ-~(t<,INIINTJI 00 50 J=l,NAIJX

50 SGCK,Jl=SGIK,JJ•AUX•ZllN(lNTll••CJ-11 ca eo K=l,1t

e C fUNCCES fKl E FK2 e

Kl=P•CK-11+1 K2=P•IK-Jlt2 flK ll=NlCO fCl<2J=M'rOCKJ 00 60 lhl=l,NINT

NA 1.. X= 111 I N 1 J-1 00 60 l=lNIINTJ,NAuA

AiJX=1HCK,114A*61IJ FC K l J =f I I< U - ,-U X

éO flK2J=fCK2J-AUX*CZCll+A/2.I 00 lC IS=l,NS

E2=0. OC 65 J=l,P

é5 E.2=E2•rH K ,J l •Z SC1 SI ••C J-11 Eti=E2 C.All ÉACO

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70

e

249

FSIK,1Sl=1S•AS(ISJ f(Kll=flKll-fSIK,1:,1 f I K 21=fIK21-f SI K, 1 :.1 • z S II SI

l= l wRJTEINl,30001 NlléR1l<1l,FIKll L=~ ;.RITEINl,30001 NllcR,t<,t,F IK21 CA=CAtf1KlJ**i•Fl1<~1••2 C8=0S+Nll0**2tMVO(Kl••2

C FUNCOES FKL ; L=3,P e

DO eo L=3,P Kl=P•IK-lltL All<l=O. AUll2-=0 • AUX3=0. 00 75 J"'l,4

AUXl=AUXl-StK,Jl•SEVIJ,L-21 AUX2•AUX2•CIK,Jl•SGIJ,L-21

75 CONJJl\uE 00 77 Jl=3,P

J=Pt3-Jl ALXJ=AUX3-IJ-11*1J-21*HCK,J)•HT**IL+J-51/

CLtJ-51 17 CON 1 J I\UE

FCKll=AUXltAuX2•ALX~

eo e

hRlTEINl,4COOI l\lltR1K1L1AUXl,AUX2,AUX31flKll OO•AUX1••2+Auxz••2•AUX3••Z•OO OC=UC+F(Kl 1••2 Q I K li =F I K l 1 f(KlJ=FCKll*CP

C TES1ES OE CON~ERGEI\CIA e

JF INJTER.EQ.11 OO=OC Cl=S1.;RHCA/08f C2=SCR H CC/001 hRJlEINl,50001 01,02 lFICl.GT •• 00011 GC TO 110 lfit2.LT •• COC21 REIURN

110 lflNITER.GT.71 GO to 2t0 e C CALCULC CA MATRIZ TANGEI\TE J e e C CALCULO (AS 11\TEGRAIS ALXJLIA~L~ e

CO J4C K= 1,4 l,AL l<=Z•P-4 DC 120 L=l,NAUX

SGEHllK,Ll=5iMSCl\(utH,t<,Z,L,NlNT,1N,1T,AI SE~hlK,LJ=SIMSCl\lfVH,~,Z,L,NJNT,IN,IT,AJ

120 SGEh21K,Ll•O.

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litO li e e e

150

e e ALO e

153

155

ltO 170

180

250

L=I\AUXt l SE\I-IK,Ll=SlHSONIEVH1K1l1l1~ll\T,IN,IT,AI SGEl-21K,Ll=O. DO litO IN1=2,NlN1

ALX=GEHIK,llllNJ-111-G(H(K,lNIINTII NALX=2•P-.3 DCi 14 O L= l o l\AUX

SGEH21K,Ll-=!blH21K,LltAUX*l(lN(ll\Tll**IL-

ZERAGEM INICIAL DOS TERfluS

NAIJJI= it*P CO 150 J=l,NALX

DO 150 J= 1,NAUX lll,Jl=O.

CO 230 K=l,4

CER. PARCIAIS FKl E fK2 - CALC. CCM VALOR INICIAL DO INTERV

Kl-=P*IK-lltl K2=P*IK-1lt2 DO 180 INl=l,NlNl

NALX=J 1( lNl 1-1 00 180 l=Il\(1Nll,I\AUX

1FICS111.GJ.1.ll GOTO 153 lflllCK,IJ.GJ.10.1 GC TO 160 E2=0. 00 155 J=l,P

c2=E2tH(K,Jl*l(ll**lJ-ll EH=E2 CALL ((.01\ AUX=EEiC.tA•B'1 I GO JC l7C AUX=llclK,ll*A*B(ll/lANOIK,11**2 L l=P • (K-llt l l(Kl1Lll 2 llKl,LlltAUX l l=l Ili •A/2. DO lB<i Lal;P

00 1'>0 1S=l,NS E2:0. 00 185 J=l,P

a..l.aP•lll-ll•L TIK2,LlJ=TIK2,Lll•AUX*ll**L

185 t2=E2tHIK,Jl*lS(1Sl•*IJ-ll

l'iO

(1,cf2

CALL EAC.0 A L )=E E 1 S*A S (1 S 1 Ll-=P*CK-11+1 TIKl,Lll=llK~1LlltàJX DO 190 L=l ,1'

L l•P 4 IK-ll+L .J(K2,Lil•1l~~tL11•AUX*ZS(tS1**L

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e e e

2CO

210 t<21M,

*

220 MI*

* 11 J*CP

225 -51/

2 30 e e e

2 "º

*

2 51

NAL )=P-1 00 200 L=l,NAUX

ll=P•(K-ll•L T(Kl,Ll•ll=ll1<2,lll

CERIVAOA5 PARCIAIS FKL;L=3 1P

L=3 Kl=P•(l<.-1 Hl DO 210 M= 1, 4

OC 21 O N= 1, P ll=P•IH-ll•fl TIKl1L!l=(S(K,Ml•SEVH(M,N•L-31-ClK1Hl*SGE

N•L-311 •CP DO 220 L=4,P

Kl=P•CK-lJ•L DO 220 M=l 1 4

00 220 N"l,P

DO 225 L=.3,P Kl=P*(K-11 •L 00 22 5 N= 3, P

i..l:P4 (H-lJHl 1(~1,LlJ=IS(K,Hl*SEVH(M,N•L-31-C(K,

4SGEH2CK,L•fl-31-SGEH1(M,L•N-4l*IL-3

Ll=Pf(K-lhfl TIK1 1 liJ=IIKi,lll•CP*(N-ll*IN-21*Hl**IN•L

(/OL-!I COf\TlNliE

CALCULO CAS NGVAS APRO>lMACCtS HIK,LJ

11Ali)=4*P (All RESCLVIT,f,NALXI CO 240 K=l,4

00 240 L•l,P HIK,Ll=HIK,Ll•f(f4(K-ll•LI

GO lO 10 e C ~EhSAGEH OE NAO CCNVERGENCIA e

e

2t0 MRJTE(Nl,10001 NITER CALL IMPR 11 CALL XXG)Z CALL IMPR 12 (ALL IMPRl3 CALL EXl1

C FGR~A TOS e

lOCO FURMAT(TJ0, 1 SU8ROTIN4 OEFOR3 flA~ CONVERGIU ~POS',13,'ITERAC

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2 52

i-000 FORMAT( 1 •• ,,.110,•suaRCílNA OttORl - ANALISE OA CCNVER(;ENC IA',//,

•14t, 1 1N1EGRAL 1 ,T6C,'1N1EYRAL 1 ,l74, 1 INTEGRAL 11 / 1 Tl2 1 '1TERACA

0 1 ,T.29, . • • K • , T 3 9, 1 l • , T 5 C , 'E\ )OI ' 1 To 5 , 1 G > L' , 11 B, •EH Z l' , T9 5 , 1 f 1 , T 106, • O

l' ' •1122,•02•1

3000 FORHAl(Tl0,3110,T82,El4.oJ 4000 FORHAT(ll0,311C,4EJ4.6J 5000 FORHAI11St,2El4.61

ENC: e C SUBROTINA OEFCR4 e C CBJEtlVO: DEFLRHAOA Ll~cAR;OJT/DZ•OTHN/OX:TH=TT/TANO e

SUEROUIINE DEfOR4 REAL HYO,NXO,HYOI,NXDI CCHHCN A,AS(lJJ,AC,AZC,Ai2C,ôl921,Cl4,4J,CP,CS(921,

1 OEO,CEV,DELJA,01,02,EEC,EES,ttJC,EETS,ECl,ECU,EYO,EH, 2 EC,EV14,921,ERR01,ERRC2,FCOL,fVO,fS14,ll1,Q(921,GC 1 3 GS,GH,GN,Gl4,921,GXZ(S2J,Hl,N(4,l51,1,1N(ll11ll(lll1K 4 KTIP,KCLRV,H\CG,HY0l4J,NX,NXO,NL,Nl,NP,NC,NS 1N1NT 1 5 NCCN,P,RC41921,S(4,41,SD114tiLI ,1C,TS,TO,TSW,TSW1, 6 Tt,l'i,921,TT(4,921,TAIHlt't,'ii21 ,JTJ.,TT2,TT3,TRO,VZ,VZO, 7 llildS2J,ZC'ii21,ZS( llJ,AII

COflHCN/BIAE l<J2 J ioRITEINJ,20001

e C APRCXIHACAG INICIAL DA OcfCRflAuA e

e

AU)=(AZ2C•AC-AZC••2J•EEC t(K 1 21=(flVOIKJ•AC-NXO•AZCI/ALX t(K,JJ=(NXO•AZ2C-MYO(Kl•~ZCl/AUX fl l 1ER~O

C INICJO OC PROCESSO lTERAíl~C e

10 NJIER=NJJER+l e C CALCULO CE Zl E Z2 e

AJl=O. Al.t=C. A22=C. A 1 C= C • A2C=\/ZO 1 ll=C. 112=C. l.:~=C. f'YC l=C. fl)(CJ=C. 1 S= C CC ,, JNJ.,·l;NJ/11

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e

2 53

00 20 J«JN(INJl+l,1T(lhll Z l:Z( I hA/2. Et:H(K,J)+HIK,21•1l CALL ECCN AE' IJ:EE rc •A•d ( lJ All=All+AEIII A 12=A 12+AE ( Jl *ZI

20 A22=A22+AElll•ZI~•l CO 3C IS=l,NS

EH=HIK,ll+H(K,21•Z~IIS1 CALL EACO AU>=EE1S•AS(ISI All:All+ALJX Alá=Al2+ALJX•ZS(ISI

30 A22=A22+AUX•ZSl1Sl•*2 ALJ)=All*•22-Al2••2 2l=IA1C*A22-Al2*A201/ALJX Z2=(All*A2C-AlO•Al21/ALX

C CALCULO CAS lENSOES TAhGcNClAl~ E HORIZONTAIS e

e

V=C. IS=C. CU 7C lNl=l,NINT

00 to l=INllNU+l,lHlhll Zl=Zll l+A/2. V=V-AE(ll*(Zl+Z2•l•I TTIK,l i"'V/Blll Et=hlK,lJ+HIK,2J•lt

C CASO TANC APHClll~AOA~Ehlc hLLA e

35

e

lf(EH.LT.-.Gu2J ü( ro 35 lflCSIJI.Gl.i.lJGC 10 35 lf(ABSITTIK,lll.GJ.jQ.J GC TC 40 CALL ECON . 11-1 K, IJ"'TC EH K, 11=0 • TANOIK,lJ:C GlK,11"'0• ALJX=EETC•A•B, J 1 GO TO 50

C CASC TANC NAO ~LJLA e

X-

40 CALL XlANOl

* 50

TX=lANO(K,11 G(K,11=2.•IEW(K,ll-EHJ*TX/ll.-TX**21 lt(K,ll=-l.•Jll~,11/lX ALX=A•BIIJ/(,GIK,ll/TTIK,ll+OEV•rx••2+oeo•11./T

llll**21*TX••LI lll=Tll+AUll•~l••2 1 J~aT l2+Al;J14ll

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e

2 54

122.a122tAUll N)OI=NX01t1H1KiI14A*Blll

tO MYOl=MYUI+THIK1Il4A*dll1*ZI IS=IS+l EH=tlK,lltHIK12l•ZSl1SI CALL EACl.i V=~-EETS•ASIISJ•cz~•l2•l~(lS11 lll=Tll+EETS•ASII~l•lSl{~1••2 Tl~=ll2+EETS•ASll~l•ZS1i~I l22=T22tEETS•ASIIS1 fSIK,ISl=TS•ASIISI NXCI=NXOl+FSIK,ISI MYCI=MYOl+FSIK,JSl•lSIISI TTCI<, I l=\/81 J 1 IFIE~.Ll.-.0021 GC JC 1C IFICSIIJ.GT.1.11 G~ 10 10 IFIA8S(TTIK,JJI.LJ.3C.I bU TO 70 CALL XTANOI THCKoll=-l•TTIK,JI/TANCIK,11

70 COI\TINUE CM=MYCIK 1-MVOI Cf't=I\XC-N)O 1

C lESTES OE CONVERGENCIA e

e

CO 75 I=l,NC 75 Rl,,I l=ll(K,ll•Bltl

~ALX=SIMSCNCR,2,Z,1,Nll\l,11\111,AI C=SCRTl(CM••2•DN••21/IMYulKl*4itNXD**211 ~kl1EINl,3COOI N!lER,O~,uN10,~AUX,lllK,NCJ IFCC.LE •• lE-41 REJLkN lf(NITER.GT.61 GO 10 eo

e CALCULO CC VALOR CGRRIGIJO CA utFCRMAOA e

e

AU)=111*122-112••2 tlK,21=HIK,21tlOM*T22-0N•Tl21/AUÃ tlK,ll=HIKoll+ION*lll-OM*ll21/AUA GO TG 10

80 ~RIJEINl,10001 NITER REH;RN

e C fCRMATOS e

IOCO FORMATITJC, 1 SLBkOTINA 0Ef0R4 ~Au CCNVERGIU APOS 1 113,' ITEk ACOES 1 1

2000 FORMAll' ',//,110,'SUBRCTII\A ytfOR4 - ANALISE OE CCNVERGENL IA' ,li,

• T 12 , 1 II E R ACAO 1 , T 3 3 , 'O M' • 14 a , 1 Y f'o' , 16 4, 1 O ' 1 T 79 • 1 V 1 , T 89 1 ' T J ( NL , • 1

e

3COO FúRMATITIC,JlC,5El5.7J ENC

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255

C SUBRGTINA OEfCR5 e C OEJEIIVO : CALCULO OE OEFORMA~A LINEAR - TANO SEGUNDO NORMA e

e

sueRCUll"E OtfCR5 COUELE PRECISIGN X,FX flEIIL MYO,N)CO COMMGN A,ASl111,AC,AZC,AL2C,~(~~1,Cl4,41,CP,CSl9211

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256

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260

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