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Autor: Prof. Ms. Thiago Nunes Bazoli Investimentos Podemos chamar de investimento em um determinado período os gastos destinados a ampliar a futura capacidade de consumo. Ele é usado para manter ou ampliar o estoque de capital da economia. Se houver um aumento no estoque de capital de uma economia ela terá uma maior capacidade de produção de bens, aumentando também a possibilidade de consumo no futuro. O investimento pode ser dividido entre: o Investimentos Imobilizado estrutura física, máquinas e equipamentos o Investimentos em Estoques – matérias-primas, bens semi- acabados e bens acabados em poder da empresa. o Investimentos em Estruturas Residenciais – destinados a manter ou ampliar o número de habitações. O que buscamos em finanças? Buscamos, quando estudamos finanças, a tomada da decisão administrativa ótima. Decisão Ótima é aquela que maximiza a riqueza do investidor. Não o lucro! Sim a riqueza, que visa o valor! Para tomarmos a decisão ótima, precisamos saber responder 04 perguntas: 1. Onde investir? 2. Quanto Investir? 3. Como financiar? 4. Como distribuir resultados? Onde investir? Quanto investir? Como financiar? Como distribuir os resultados? Dentre as alternativas qual a melhor? Comprar o concorrente? Aplicar em Renda Fixa? Montar uma nova fábrica? Qual o valor das Empresas e Projetos? Quanto poderemos pagar ou deveremos pagar? Vale mais do que custa? Custa mais do que vale? existem duas fontes de capital Capital Próprio = Sócios Capital de Terceiros = Credores Quanto de Capital Próprio e de Terceiros? Faturamento (-) Custos Variáveis (-) Custos Fixos = LAJIR (-) Juros = LAIR (-) IR = Lucro Líquido (-) Reinvestimentos = Dividendos Análise de Projetos e Investimentos

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Autor: Prof. Ms. Thiago Nunes Bazoli Investimentos

Podemos chamar de investimento em um determinado período os gastos destinados a ampliar a futura capacidade de consumo. Ele é usado para manter ou ampliar o estoque de capital da economia. Se houver um aumento no estoque de capital de uma economia ela terá uma maior capacidade de produção de bens, aumentando também a possibilidade de consumo no futuro.

O investimento pode ser dividido entre:

o Investimentos Imobilizado – estrutura física, máquinas e equipamentos

o Investimentos em Estoques – matérias-primas, bens semi-acabados e bens acabados em poder da empresa.

o Investimentos em Estruturas Residenciais – destinados a manter ou ampliar o número de habitações.

O que buscamos em finanças? Buscamos, quando estudamos finanças, a tomada da decisão

administrativa ótima. Decisão Ótima é aquela que maximiza a riqueza do investidor. Não o lucro!

Sim a riqueza, que visa o valor! Para tomarmos a decisão ótima, precisamos saber responder 04 perguntas:

1. Onde investir? 2. Quanto Investir? 3. Como financiar? 4. Como distribuir resultados?

Onde investir? Quanto investir? Como financiar? Como distribuir os

resultados? Dentre as

alternativas qual a melhor?

Comprar o concorrente?

Aplicar em Renda Fixa?

Montar uma nova fábrica?

Qual o valor das Empresas e Projetos?

Quanto poderemos pagar ou deveremos pagar?

Vale mais do que custa?

Custa mais do que vale?

Só existem duas fontes de capital

Capital Próprio =

Sócios Capital de Terceiros

= Credores Quanto de Capital

Próprio e de Terceiros?

Faturamento (-) Custos Variáveis (-) Custos Fixos = LAJIR (-) Juros = LAIR (-) IR = Lucro Líquido (-) Reinvestimentos = Dividendos

Análise de Projetos e Investimentos

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Para responder estas 04 questões precisamos: Identificar o Ativo

Identificar o Ambiente

Identificar os Investidores

Os ativos podem ser: Tangíveis

Intangíveis

Ativos Tangíveis

o Máquinas o Prédios o Equipamentos o Navios o Aviões...

Identificação do Investidor

Avaliação do Ativo

Identificação do Ativo

Identificação do Ambiente

Análise de Investimentos

Decisão Financeira Ó

Taxa de Retorno

Fluxos de Caixa

1. Identificação dos Ativos

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Ativos Intangíveis Você não pode tocar, nem pesar.

o Percepção de qualidade o Direitos Autorais o Contratos de Seguros o Fundo de Comércio

Representação de Ativos

Em Finanças representamos ativos como uma seqüência de Fluxo de Caixa.

t=0 t=1 t=2 t=3... t=T

FC0 FC1 FC2 FC3... FCT

Se você solicitar a um desenhista que represente um prédio,

provavelmente, você obterá um desenho... Se você solicitar a um corretor de imóveis que represente o prédio,

provavelmente, você obterá... Se você solicitar a um consultor financeiro que represente o mesmo

prédio, você obterá... Primeiro, perguntas:

Quanto custou este ativo? (prédio) Quando você comprou? Quanto você recebe de aluguéis?

E então receberá: Um fluxograma que mostra os Fluxos de Caixa financeiros ao longo do

tempo deste prédio (Ativo) t=0 t=1 t=2 t=3... t=T FC0 FC1 FC2 FC3... FCT

Excelente localização, centro da cidade, prédio em centro de terreno com 12 andares,

5.000 m2 de área útil...

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O que é Fluxo de Caixa de um Ativo? O Fluxo de Caixa que interessa é o resultado líquido para os

investidores após os pagamentos dos custos operacionais fixos e variáveis, taxas e impostos.

Obtemos o Fluxo de Caixa através do Demonstrativo de Resultados

Projetados. Começar com Vendas Projetadas Calcular o Faturamento Projetado (-) Custos Variáveis (-) Custos Fixos = LAJIR (-) Juros = LAIR (-) Imposto de Renda = Lucro Líquido (-) Reinvestimentos = Dividendos (Fluxo de Caixa p/ Sócios) Exemplo - Representação Financeira de um Imóvel para Aluguel.

Seja o ativo de um imóvel que é comprado por R$ 200.000. O valor dos aluguéis recebidos é de R$ 18.000 ao ano nos próximos 4 anos. E no final do quarto ano o imóvel é vendido a R$ 240.000. Represente este ativo.

t=0 t=1 t=2 t=3 t=4

-200.000 18.000 18.000 18.000 258.000

Taxa de juros básicos da economia local Monopólio? Livre competição?

Eficiência de Mercado

Sistema Judiciário Eficiente

Cultura Local

2. Identificação do Ambiente

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Comportamento dos Investidores Os investidores têm aversão ao risco.

Dependendo do grau de risco analisado, o investidor exige um retorno maior ou menor.

Como obter a taxa de retorno? A Taxa de Retorno de um Ativo deve ser proporcional ao risco. Ativos com risco semelhante devem ter taxas de retorno semelhantes.

3. Identificação dos Investidores

Quanto maior o risco, maior o retorno exigido pelo investidor.

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Podemos determinar a taxa de retorno pelo modelo CAPM (Capital Asset Pricing Model), ou podemos, criteriosamente, obtê-la por comparações com ativos semelhantes.

Onde: RF = Taxa de retorno para investimentos sem risco β = Medida de risco relativo do investimento ERm = Esperado Retorno do Mercado Exemplo 1:

Você quer investir em ações da Petrobrás. Qual deve ser a taxa de retorno esperada? Beta das ações da Petrobrás = 0,94. Taxa RF = 24% ao ano. Taxa de Retorno no Mercado = 30 % ao ano K = RF + β (ERm – RF) K = 0,24 + 0,94 (0,30 – 0,24) K = 0,24 + 0,0564 K = 0,2964 Resposta: 29,64% ao ano. Exemplo 2:

Você quer investir em um título de renda fixa. Qual deve ser a taxa de retorno?

Taxa de retorno imóveis de aluguél = 1% ao mês. Taxa de retorno ações empresa W = 30% ao ano. Taxa de retorno título RF = 1,7% ao mês.

Resposta: 1,7% ao mês.

Para se chegar ao Custo Médio Ponderado de Capital é necessário o

levantamento da origem do capital e seu respectivo custo. O Custo do Capital é definido por Gitman, (2001, p. 342) como “a taxa de retorno que uma empresa deve obter sobre seus projetos de investimentos para manter seu valor de mercado e atrair fundos.”

O Custo Médio Ponderado de Capital segundo Gitman (2001) reflete o custo médio esperado de fundos a longo prazo; encontrado pela ponderação

K = RF + β (ERm – RF)

O Custo Médio Ponderado de Capital - CMePC

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do custo de cada tipo específico de capital por sua proporção na estrutura de capital da empresa.

Só existem duas fontes de capital para se financiar uma empresa:

As fontes as serem utilizadas para análise são as de Longo Prazo, pois essas fontes suprem o financiamento permanente. Apesar de nem todas as empresas usarem cada um dos métodos abaixo de financiamento, é esperado de cada empresa que tenha fundos de alguma dessas fontes em sua estrutura de capital.

As Fontes de Capital para investimentos a serem consideradas para ponderação do custo são as seguintes:

• Dívida a Longo Prazo – Antes do IR – Kd – Depois do IR - Ki

• Ação Preferencial - Kp

• Ações Ordinárias - Ks

• Lucros Retidos - Kr Custo da Dívida a Longo Prazo

O Custo da Dívida a Longo Prazo Ki é o custo hoje, pós-imposto de renda, de levantar fundos à longo prazo através de empréstimos tomados. Por conveniência, nós geralmente levamos em consideração que os fundos são levantados através da venda de títulos da divida.

Custo da Dívida Antes do Imposto de Renda

O custo da dívida antes do imposto de renda Kd, para um título, pode ser obtido em qualquer uma das duas formas – cotação ou aproximação.

A cotação ocorre quando os recebimentos líquidos da venda de um título igualam-se ao seu valor nominal, o custo antes do imposto de renda seria apenas igual a taxa de juros do cupom. Por exemplo, um título com uma taxa de juros de cupom de 10%, que tem recebimentos líquidos iguais ao valor de face do título de R$ 1.000, teria um custo antes do imposto Kd de 10%.

Capital de Terceiros

Capital de

Sócios

Ativo D

S

A

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O custo da dívida antes do imposto de renda por aproximação pode ser obtida através da seguinte equação:

Onde: J = juros anuais em unidades monetárias Nd = rendimentos líquidos da venda do título de dívida n = números de anos até o vencimento do título VT = Valor do Título

Exemplo:

A empresa Nunes possui títulos de dívidas no mercado no valor de R$ 1.000 com taxa de juros de cupom de 9% e recebe líquido por título R$ 960 descontados todos os custos com data de 20 anos para recebimento. Qual a taxa do custo da dívida.

Custo da Dívida Após o Imposto de Renda Como indicado anteriormente, o custo especifico do financiamento deve

ser determinado em uma base pós-imposto de renda. Tendo em vista que os juros em uma dívida são dedutíveis do imposto, isso reduz o lucro tributável da empresa. A dedução dos juros, portanto, reduz as taxa por um montante igual ao produto do juro dedutível e à taxa de imposto de renda da empresa. Nesse sentido, o custo pós-imposto de renda da dívida ki, pode ser encontrado multiplicando-se o custo antes do imposto de renda kd, por 1 menos a alíquota de imposto de renda T, como demonstrado na equação abaixo:

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Exemplo: Utilizando os dados do exemplo anterior da empresa Nunes e considerando uma taxa do imposto de renda de 40%, o custo da divida após imposto de renda será de:

Geralmente, o custo explícito de uma dívida a longo prazo é menor do

que o custo explicito de qualquer uma das formas alternativas de financiamento a longo prazo, principalmente devido à dedutibilidade dos juros.

Custo da Ação Preferencial

Ações preferenciais representam um tipo especial de participação dos proprietários na empresa. Elas dão aos acionistas preferenciais o direito de receberem seus dividendos declarados antes que quaisquer lucros possam ser distribuídos para os acionistas comuns.

O Custo da Ação Preferencial kp é o quociente do dividendo da ação preferencial em relação aos rendimentos líquidos da empresa da venda das ações preferenciais – isto é, a relação entre o “custo” da ação preferencial, na forma de seus dividendo anuais e o montante de recursos conseguidos através da emissão da ação preferencial. Os rendimentos líquidos representam o montante de dinheiro a ser recebido, menos quaisquer custos de lançamento. O custo da ação preferencial pode ser encontrado na fórmula abaixo:

Onde: Dp = Dividendos Anuais Np = Rendimentos Líquidos da Venda das Ações

Exemplo:

A empresa Nunes está contemplando a emissão de uma ação preferencial a 10%, que é provável que seja vendida a R$ 87,00 por ação. O custo de emissão e venda da ação espera-se que seja de R$ 5,00 por ação. Qual o custo da emissão da ação preferencial?

Primeiro passo Calcular o montante em unidades monetárias do dividendo preferencial

anual Valor da Ação R$ 87,00 Dividendo 10% = Dividendos Preferenciais R$ 8,70. Segundo passo Calcular o rendimento líquido da venda da ação.

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Valor da Ação R$ 87,00 Custo de Emissão R$ 5,00 = Recebimento Líquido R$ 82,00. Finalmente O custo da ação preferencial da Nunes (10,6%) é mais caro do que o

custo de sua dívida a longo prazo (5,6%). Essa diferença resulta primariamente porque o custo da dívida a longo prazo – juros – é dedutível do imposto de renda.

Custo da Ação Ordinária

O Custo da Ação Ordinária é o retorno exigido da ação pelos investidores no mercado de ações. Existem duas formas de financiamento através de ações ordinárias:

1. Lucros Retidos 2. Novas Emissões de Ações Ordinárias.

É definido como a taxa pela qual os investidores descontam os

dividendos esperados da empresa para determinar o valor de suas ações. São duas as técnicas que medem o custo das ações ordinárias: Modelo de Valorização de Crescimento Constante e o Modelo de Precificação de Ativos de Capital - CAPM.

O Modelo de Valorização de Crescimento Constante baseia-se na

premissa amplamente aceita de que o valor de uma ação é igual ao valor presente do fluxo de todos os dividendos futuros (que se presume cresça a uma taxa constante), é representada pela equação abaixo:

Onde: Ks = taxa de retorno exigido sobre ações ordinárias. D1 = dividendo esperado por ação ao final do ano 1 Po = preço da ação ordinária g = taxa de crescimento constante dos dividendos.

Exemplo:

A empresa Nunes deseja determinar seu custo de ações ordinária Ks. O valor de mercado Po, de suas ações ordinárias é R$ 50,00 por ação. A empresa espera pagar um dividendo, D1, de R$ 4,00 ao final do ano vindouro, 2011. Os dividendos pagos sobre as ações em circulação nos últimos 6 anos (2005 – 2010) foram os seguintes:

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Pode-se observar que a taxa de crescimento anual dos dividendos, g é

de 5% na média, aplicando na fórmula: Os 13% de custo das ações ordinárias representam o retorno exigido

pelos acionistas atuais no seu investimento, para deixar o preço de mercado das ações em circulação inalterados. Custo dos Lucros Retidos

Em um sentido estritamente contábil, a retenção de lucros aumenta as ações ordinárias da mesma forma que a venda de ações ordinárias adicionais o faz. Portanto, o Custo de Lucros Retidos Kr, para a empresa é o mesmo que o equivalente a uma emissão nova totalmente subscrita. Custo de Novas Emissões de Ações Ordinárias

O custo de uma nova emissão de ações ordinárias é determinado calculando-se o custo da ação ordinária, líquido de deságio e o custo de lançamentos associados. Normalmente, para se vender uma nova emissão, ela deverá ser oferecida subprecificada – vendida a um preço abaixo do preço presente de mercado, Po. Mais ainda, os custos de lançamento pagos para emitir e vender a nova emissão irá reduzir os recebimentos ainda mais. Exemplo:

Para determinar seu custo de novas ações ordinárias, Kn, a empresa Nunes estimou que, na média, novas ações podem ser vendidas por R$ 47,00. O deságio de R$ 3,00 por ação é devido à natureza competitiva do mercado. Um segundo custo associado a uma nova emissão é o custo de lançamento de R$ 2,50 por ação que deveria ser pago para emitir e vender novas ações. O total de deságio e o custo de lançamento por ação esperados somam, portanto, R$ 5,50. Assim, subtraindo-se estes custos do preço da ação Pó e aplicarmos na equação temos:

Ano Dividendo (R$) 2010 3,791 2009 3,610 2008 3,438 2007 3.274 2006 3,120 2005 2,970

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O Custo de Novas Ações Ordinárias é normalmente maior do que

qualquer outro custo de financiamento a longo prazo. Tendo em vista que dividendos de ações ordinárias são pagos a partir de fluxos de caixa pós-imposto de renda, nenhum ajuste de impostos é necessário.

Custo Médio Ponderado de Capital

O CMePC reflete o custo futuro médio esperado de fundos a longo prazo; encontrado pela ponderação do custo de cada tipo especifico de capital por sua proporção na estrutura de capital da empresa.

O Custo Médio Ponderado de Capital é representado pela fórmula

abaixo:

Onde: Wi = proporção da dívida a longo prazo na estrutura de capital. Wp = proporção das ações preferenciais na estrutura de capital. Ws = proporção das ações ordinárias na estrutura de capital Exemplo

Em exemplos anteriores, encontramos os custos de vários tipos de

capital para a empresa Nunes como segue:

– Custo da dívida: Ki = 5,6% – Custo de ações preferenciais: Kp = 10,6% – Custo de novas ações ordinárias: Kn = 13%

A empresa usa os seguintes pesos ao calcular sua média ponderada de

capital:

Fonte do Capital Peso (%) Dívida a longo prazo 40 Ação Preferencial 10 Ações Ordinárias 50 Total 100

CMePC = (wi x ki) + (wp x kp) + (ws x kr ou Ks)

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Aplicando na fórmula obtemos:

o Valor das empresas, assim como o valor de qualquer ativo, não é função

de seu custo. o Valor das empresas não é função do seu resultado passado.

Valor das empresas é função apenas de seus resultados futuros

projetados. Exemplo A:

Você comprou um bilhete de loteria. Ao conferir verificou que é premiado. Quanto vale este bilhete premiado? Exemplo B:

Você foi a CEF e recebeu o prêmio. Quanto vale agora este bilhete que já pagou o prêmio? Exemplo C: Antigamente ter uma linha telefônica em casa era um privilégio e valia muito dinheiro.

Avaliação de Empresas e Projetos

Valor é função do que o ativo pode te pagar!!!

Valor não é função dos resultados passados!!!

CMePC = (wi x ki) + (wp x kp) + (ws x kr ou Kn)

CMePC = (0,4 x 5,6) + (0,1 x 10,6) + (0,5 x 13) CMePC = 2,2 + 1,1 + 6,5 CMePC = 9,8%

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Você comprou uma linha por $2.400,00 Quanto vale esta linha telefônica hoje? CONCLUSÃO Valor de qualquer ativo esta relacionado com o que este ativo pode gerar (pagar) em termos de Fluxos de Caixa futuros aos seus investidores. PORTANTO Conhecendo a taxa:

O Mix do Custo do Capital que financia o ativo. Tendo determinado:

Os fluxos de caixa futuros projetados que representam o ativo. Podemos:

Calcular o Valor Presente do ativo pela fórmula: VP = VF / (1 + K)t

Exemplo:

Avaliando um Ativo que tenha uma vida economicamente útil de 3 períodos, devemos projetar os resultados futuros deste Ativo pelos próximos 3 anos.

t=0 t=1 t=2 t=3

VP FC1 FC2 FC3

Após a projeção, devemos descontar os fluxos de caixa a Valor

Presente:

t=0 t=1 t=2 t=3

VP FC1 FC2 FC3

FC1 / (1 + K)1 FC2 / (1 + K)2 FC3 / (1 + K)3

Valor não é função de quanto custou!!!

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Ou seja:

Fórmula do Valor Presente

No caso particular de Perpetuidade

Empresas Perpétuas

São empresas sem prazo de vida para encerrar operações; podem durar

indefinidamente. Seus Fluxos de Caixa são periódicos Seus Fluxos de Caixa têm uma relação entre cada um e o seu próximo

constante (“g” é constante)

Exemplo com Perpetuidade: Considere que um imóvel alugado por $ 1.200,00 mensais. Considere

que a taxa de retorno esperada para imóveis de aluguel é 0,5% ao mês. Qual é o Valor Presente deste imóvel?

VP = FC1 / (K – g) VP = 1.200 / (0,005) VP = 240.000

Exemplo sem Perpetuidade. Queremos avaliar um projeto de informática

FC1 FC2 FC3 VP = --------- + --------- + ----------- (1+K)1 (1+K)2 (1+K)3

FC1 VP = ∑ ---------------

(1+k)n

VP = FC1 / (K – g)

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Prazo de 5 anos. FC anual de $ 500.000,00 Custos Fixos e Variáveis $ 280.000,00 Alíquota do IR é 20% Taxa de retorno esperada é 30% ao ano.

Quanto vale este projeto para sua empresa?

Solução:

Sabendo que o valor presente de um ativo é sempre o valor presente dos seus fluxos de caixa projetados por toda vida útil do projeto, vamos calcular os fluxos de caixa que este projeto vai proporcionar a sua empresa:

Considere agora que não houve alteração de valores para os anos

seguintes. VP = 176.000 / (1,3)1 + 176.000 / (1,3)2 + 176.000 / (1,3)3 + 176.000 / (1,3)4 + 176.000 / (1,3)5 VP = 428.660,28

Conclusão A:

Em outras palavras, o valor, hoje, de tudo que o projeto vai proporcionar aos seus detentores ao longo dos próximos cinco anos, descontado pela taxa de retorno adequada, é $428.660,28 Conclusão B: Considerando que o custo do projeto seja $220.000,00 podemos determinar o lucro ou prejuízo deste investimento.

428.660,28 – 220.000,00 = 208.660,28

Cálculo dos Fluxos de Caixa Líquidos do Ano 1

176.000,00 Fluxo de Caixa Líquido Anual

44.000,00 Imposto de Renda (20%)

220.000,00 Lucro Bruto Anual

280.000,00 Custos Fixos + Custos Variáveis

500.000,00 Faturamento Anual

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Conclusão C:

Considerando que o custo do projeto seja $600.000,00 podemos determinar o lucro ou prejuízo deste investimento.

428.660,28 – 600.000,00 = -171.339,72

Sabendo calcular valor dos ativos: Podemos avaliar qualquer ativo disponível

Conhecendo o valor dos ativos disponíveis:

Podemos selecioná-los e investir apenas nos projetos que tenham um Valor maior que seu Custo (Investimento Necessário)

O critério VPL é muito utilizado

Com o VPL podemos decidir se devemos investir ou se não devemos

investir:

Exemplo 1: Suponha Ativo A que vale $ 1.000

Considere que o investimento necessário para montar, criar ou construir o Ativo A seja de $850,00. É um bom investimento? VPL = VP – Io VPL = 1.000 – 850 = 150 VPL positivo significa LUCRO

VPL = Valor – Investimentos (Custos)

ATENÇÃO

Técnicas de avaliação de projetos de investimentos

Valor Presente Líquido

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Exemplo 2: Suponha que o projeto Xavante custe $2.500 para ser implementado. Esse projeto tem uma vida útil de apenas 2 anos. Os resultados projetados são:

Obter um FC de $2.200 ao final do primeiro ano e outro FC de $2.420 ao final do segundo ano.

Calcule o VPL do projeto Xavante, assumindo que a taxa apropriada para desconto dos fluxos de caixa seja de 10% ao ano.

VPL = VP – Io VPL = 2.200 + 2420 - 2.500

(1 + 0,1)1 (1 + 0,1)2 VPL = 4.000 – 2.500 = 1.500

Podemos alternativamente realizar o mesmo cálculo com o auxílio da calculadora HP12C.

2.500 CHS CFo 2.200 CFj 2.420 CFj 10 i Pedimos então para a calculadora calcular o NPV, que significa VPL f NPV = 1.500

Mede tempo Queremos saber se o projeto se paga dentro de sua vida útil. Se PayBack é menor do que vida útil do projeto é bom.

É o número de períodos que o Investimento leva para se “pagar” a valores

de face Exemplo 1: PayBack Simples

Seja um projeto na área de informática. O Projeto custa $2.000.000 para

ser implantado hoje, e promete pagar a seqüência de fluxos de caixa (ver próximo slide) durante 5 anos quando então estará obsoleto.

Qual é o período Pay Back Simples deste projeto?

Período Payback

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Fluxos de caixa do projeto de informática T=0 -2.000.000 T=1 500.000 T=2 600.000 T=3 900.000 T=4 1.800.000 T=5 1.900.000 Solução: Contando, observamos que o prazo (período pay back) para o projeto pagar o investimento de $2.000.000,00 ocorre em 3 anos. Exemplo 2: Pay Back Descontado

É o número de períodos que o Investimento leva para se “pagar” a valor presente

Considere um projeto na área de TI, com uma taxa de retorno esperada K = 10% ao ano, que apresente um custo inicial para sua implantação de $3.500,00 e que apresente a perspectiva de retorno abaixo.

Determinar o período pay back descontado deste projeto. Fluxos de caixa do projeto de TI Valor (t) Valor Presente(t=0) t=0 -3.500,00 -3.500,00 t=1 1.100,00 1.000,00 t=2 1.210,00 1.000,00 t=3 1.331,00 1.000,00 t=4 1.464,10 1.000,00 t=5 1.610,51 1.000,00

O período Pay back descontado é 3,5 anos ou O período Pay back descontado é 4 anos Depende! Vai depender se o projeto é um continuo gerador de fluxos de

caixa ou se paga em intervalos de tempo

Mede Taxa % Queremos saber se o projeto apresenta taxas de retorno maiores ou

menores que a taxa de seu custo de capital. Se a TIR é maior que o CMPC, o projeto consegue pagar seu custo

de capital.

Se você calcular o VPL de um projeto, usando como taxa de desconto a TIR, vai observar que o VPL será zero !

Taxa Interna de Retorno - TIR

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Exemplo 1 – TIR – na fórmula

Ano 0 1 2 3 4 Cumulativo

Fluxo de Caixa (R$milhão)

- 50 30 30 30 30 70

• Divide-se a soma do Fluxo 70 = 140%

Pelo investimento inicial 50 • Divide-se a porcentagem 140 que vai ser a taxa inicial - i0 = 35%

Pela quantidade de períodos 4 • Calcula-se o VPL(i0 = 35%) = R$ 9,91 milhões. • Calcula-se o VPL(i1 = 50%) = R$ - 1,85 milhão.

11,76 ------ 15% 1,85 ------ ∆x% 11,76 ∆x% = 27,75 ∆x% = 27,75 ∆x% = 2,36% 11,76 Portanto: TIR = 50% - 2,36% = 47,64% Exemplo 2: TIR Qual é a TIR do projeto Brasil?

Este projeto de investimentos em construção civil custa hoje $1.000.000,00. Promete pagar aos seus investidores um único fluxo de caixa no valor de $1.300.000,00 em t=1. Considerando que o CMPC deste projeto seja 20% ao ano, você investiria? Solução: t = 0 t = 1 - 1.000.000 1.300.000 Sabendo que a TIR é taxa que faz o VPL ser zero, podemos determinar a TIR da seguinte forma: Solução pela calculadora: 1.000.000 CHS CFo 1.300.000 CFj E então encontraremos a mesma resposta IRR = 30% Exemplo 3: TIR Qual é a TIR do Projeto Tabajara? 3.000.000 CHS CFo 1.100.000 CFj 1.210.000 CFj 1.331.000 CFj F IRR = Resposta a TIR é 10% ao ano

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Ponto de Equilíbrio (break even) Mede a quantidade que devemos produzir. Queremos saber se o projeto apresenta capacidade de produção e, se o

mercado apresenta demanda acima do ponto de equilíbrio. Se o Ponto de Equilíbrio é maior que a demanda, ou que a capacidade

instalada, o projeto não é viável.

Existem diversos pontos de equilíbrio, exemplos: Ponto de Equilíbrio Operacional Ponto de Equilíbrio Contábil Ponto de Equilíbrio Econômico

Ponto de Equilíbrio Operacional

É a quantidade que devemos vender para ter Lucro Operacional igual a Zero:

P = Preço de Venda Q = Quantidade CF = Custo Fixo CV = Custo Variável

Exemplo: O projeto da empresa MRPWX apresenta os seguintes dados: Custos Fixos $400.000,00 / mês Custos Variáveis $6.000,00 por unid. Preço Venda $10.000,00 por unid.

Qual é a quantidade mínima de programas a serem vendidos, todo mês, para pagarmos, pelo menos, as contas fixas variáveis? P.Q = CF + CV . Q 10.000 Q = 40.000 + 6.000 Q 10.000 Q – 6.000 Q = 400.000 4.000 Q = 40.000 Q = 400.000 / 4.000 Q = 100 unidades mensais Conclusão:

Precisamos produzir e vender 100 unidades mensais. Então, a nossa capacidade de produção e a demanda esperada do

mercado devem ser, obrigatoriamente, maiores do que 100 unidades mensais!

P.Q = CF + CV.Q

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Ponto de Equilíbrio Contábil

É a quantidade que devemos vender para ter Lucro Contábil igual a Zero:

Observe: inclui a Depreciação e o Imposto de Renda Ponto de Equilíbrio Econômico É a quantidade que devemos vender para ter Lucro Econômico igual a Zero:

Observe: inclui o Custo do capital. A Depreciação só entra no cálculo do IR Exemplo:

Projeto Nova fábrica de computadores Prazo de 10 anos IR (Imposto de Renda) 40% Investimentos diretos $150.000.000,00 Preço de venda de cada computador $3.800,00 Mercado global é 10 milhões por ano Market share de 1% do mercado Custos Variáveis $3.000,00 Custos fixos $32 milhões/ano A depreciação é linear Taxa de retorno 12% ao ano

Cálculo do Ponto de Equilíbrio Operacional P.Q= CV.Q + CF Q = CF / (P – CV) Q = 32.000.000,00 / (3.800,00–3.000,00) Q = 40.000 máquinas Cálculo do Ponto de Equilíbrio Contábil Q = [CF + D – IR.CF – IR D] / [P – CV – IR P + IR CV] Q = [32 + 15 – (0,4)32 – (0,4)15] (106) / [3.800 – 3.000 – (0,4)3.800 + (0,4)3.000] Q = 28.200.000 / 480 Q = 58.750 unidades

Q = [CF + D – IR.D] / [P – CV – IR.P + IR.CV]

Q = [CF +CCAP – IR.CF – IR.D] / [P – CV – IR.P + IR.CV]

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Cálculo do Ponto de Equilíbrio Econômico

Para calcularmos o Break Even Econômico precisamos calcular primeiro o custo do capital do projeto. Cálculo do Custo do capital: 150.000.000,00 PV 12 i 10 n 0 FV PMT = ? Obtemos PMT = 26.547.624,62 Q = [32 + 26,547 – (0,4)32 – (0,4)15] (106) / [3.800 – 3.000 – (0,4)3.800 + (0,4)3.000] Q = 39.747.624,62 / 480 = 82.807,55 Q = 82.808 unidades Resumindo o Ponto de equilíbrio Ponto de Equilíbrio Operacional 40.000 Ponto de Equilíbrio Contábil 58.750 Ponto de Equilíbrio Econômico 82.808 O Ponto de equilíbrio relevante para nossas análises de projeto é o Econômico!