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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE AGROTECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DANILO DUARTE MARINHO SISTEMA DE CUSTEAMENTO VARIÁVEL E ABSORÇÃO: UM ESTUDO COM BASE NOS CUSTOS DE CRIAÇÃO E ENGORDA DE TILÁPIAS NO MUNICÍPIO DE APODI (RN) MOSSORÓ-RN 2014

Análise do custeio variável versus custeio por absorção: Um estudo

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO DE AGROTECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

DANILO DUARTE MARINHO

SISTEMA DE CUSTEAMENTO VARIÁVEL E ABSORÇÃO: UM ESTUDO COM

BASE NOS CUSTOS DE CRIAÇÃO E ENGORDA DE TILÁPIAS NO MUNICÍPIO

DE APODI (RN)

MOSSORÓ-RN

2014

DANILO DUARTE MARINHO

SISTEMA DE CUSTEAMENTO VARIÁVEL E ABSORÇÃO: UM ESTUDO COM

BASE NOS CUSTOS DE CRIAÇÃO E ENGORDA DE TILÁPIAS NO MUNICÍPIO

DE APODI (RN)

Monografia apresentada a Universidade Federal

Rural do Semiárido (UFERSA), Campus Central,

para a obtenção do título de Bacharel em Ciências

Contábeis. Orientador:

Prof. Me. Augusto Cezar da Cunha e Silva Filho

(UFERSA).

MOSSORÓ-RN

2014

M338s Marinho, Danilo Duarte.

Sistema de custeamento variável e absorção: um estudo com

base nos custos de criação e engorda de tilápias no município

de Apodi (RN)./ Danilo Marinho Duarte -- Mossoró, 2014.

48f.: il.

Orientador: Prof. Me. Augusto Cezar da Cunha e Silva Filho

Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) –

Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Pró-Reitoria de

Graduação.

1. Aquicultores. 2. Custeio Absorção. 3. Custeio Variável. 4.

Informação. I. Título.

RN/UFERSA/BCOT /118-14 CDD: 636.39 Bibliotecária: Vanessa Christiane Alves de Souza Borba

CRB-15/452

DANILO DUARTE MARINHO

CUSTEIO VARIÁVEL X CUSTEIO ABSORÇÃO: UMA ANÁLISE NA

ASSOCIAÇÃO DOS AQUICULTORES DE APODI (RN)

Monografia apresentada a Universidade Federal

Rural do Semi-Árido (UFERSA), Campus Central,

para a obtenção do título de Bacharel em Ciências

Contábeis.

APROVADA EM: 25/02/2014

BANCA EXAMINADORA:

Dedico este trabalho à minha mãe, Gercina Duarte

de Morais Marinho e ao meu pai, Genildo Marinho.

AGRADECIMENTOS

A Deus por me conceder mais esta vitória, por ter me proporcionado fé, saúde, coragem,

humilde e força de vontade para seguir diante das dificuldades que surgiram no decorrer desta

longa caminhada.

Aos meus pais, Gercina Duarte de Morais Marinho e Genildo Marinho, por confiarem e

acreditarem nos meus esforços.

Aos meus tios, Smith Cirne e Antônia Duarte, por todo incentivo e apoio durante todo esse

período.

Ao Mestre Milton Jarbas, pelo incentivo e dedicação na orientação do pré-projeto da

monografia, por ter sempre depositado confiança em minha pessoa, acreditando no meu

potencial.

Ao meu orientador, Mestre Augusto Cezar, pelo incentivo, dedicação, paciência e tolerância

na orientação deste trabalho, e por sempre acreditar que eu era capaz, muitas vezes mais do

que eu mesmo.

À minha namorada, Hadassa Christie, pelo amor, carinho, paciência e pela torcida, tornando-

se fundamental para conclusão desse trabalho.

Aos amigos que a vida me proporcionou, que sempre compreenderam e me deram total ajuda

pra chegar ate aqui.

Aos amigos do ônibus, Allison Luige, Victor Breno, Adeilmo Nascimento, Eliesmar Morais,

Lauro Morais, Marcondes Junior, Itarlyson Morais, Bruna Costa e Thiciane Macêdo que

estiveram comigo ao longo dessa jornada.

Aos amigos da faculdade, em especial, Marilia Gurgel e Jane-Elly que sempre estiveram do

meu lado me dando todo apoio possível, por nunca terem me abandonado nos momentos

difíceis que a vida nos proporciona, dia após dia.

RESUMO

Diante do mundo globalizado e competitivo as organizações veem a necessidade de adotarem

métodos de custeio eficientes, de modo que venham a oferecer informações úteis para o

processo decisório. Este trabalho tem por objetivo identificar qual é a sistemática de

custeamento que melhor se adapta às atividades de cria e engorda de tilápias para

comercialização, enquanto prestadoras de informações voltadas para a tomada de decisões

gerenciais relacionadas a custos. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica sobre as

metodologias de custeio absorção e variável e, posteriormente, uma pesquisa de natureza

aplicada. A abordagem metodológica trabalhada foi qualitativa. Quanto ao seu objetivo trata-

se de um estudo caso. Realizou-se a aplicação das metodologias de custeio absorção e

variável, através da pesquisa documental, com base em relatórios gerenciais, entrevistas não

estruturadas e observação direta dos seus processos e atividades operacionais. Os resultados

apontam que o método de custeio variável é o mais adequado como ferramenta prestadora de

informações relacionada a custos para o processo de tomada de decisão.

Palavras-chave: Custeio Absorção. Custeio Variável. Aquicultores. Informações.

ABSTRACT

Given the globalized and competitive world, the organizations see the need to adopt efficient

methods of costing, so that will provide useful information for the decision-making process.

This work aims to identify what is the system of income that best suits creative activities and

the breeding of tilapia for marketing, being a service provider which aims to manage

decisions related to costs. To do so, we performed a literature review on methodologies for

absorption costing system and variable costing system. In this work, the nature of the research

was classified as applied. The methodological approach was qualitative. As for his goal, it

was classified as an case research. We have done an application of absorption costing system

and variable costing system through documentary research, based on management reports.

Data were collected through unstructured interview and direct observation of its operational

processes and activities. The results indicate that the variable costing system is the most

appropriate tool as a provider of information related to costs for the process of decision-

making.

Keywords: Absorption Costing System. Variable Costing System. Aquaculture. Information.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Ponto de equilíbrio....................................................................................................22

Figura 2: Alevinos sendo colocados nas gaiolas.......................................................................28

Figura 3: Despesca dos alevinos.............................................................................................28

Figura 4: Despesca dos peixes após a fase da engorda............................................................29

Figura 5: Pesagem da tilápia..................................................................................................30

Figura 6: Resumo do processo produtivo................................................................................30

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Informações sobre o berçário....................................................................................33

Tabela 2: Informações sobre a engorda....................................................................................35

Tabela 3: Custo de produção do berçário método de custeio absorção....................................35

Tabela 4: Custo de produção para engorda da tilápia método custeio absorção......................36

Tabela 5: Custo de produção do berçário método de custeio variável.....................................38

Tabela 6: Custo de produção para engorda da tilápia método custeio variável........................38

Tabela 7: Despesas do período.................................................................................................40

Tabela 8: Depreciação dos equipamentos.................................................................................40

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABC – Método de Custeio Baseado em Atividade

APROAQUA – Associação de Produtores de Organismo Aquáticos de Ilha de Solteira

AQUAPO – Associação dos Aquicultores de Apodi-RN

BNB – Banco do Nordeste do Brasil

CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento

DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra as Secas

EMPARN – Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte

IAGRAM – Incubadora do agronegócio de Mossoró

IFRN – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte

MG– Minas Gerais

PEC – Ponto de Equilibro Contábil

PEF – Ponto de Equilíbrio Financeiro

RKW– Método Seções Homogêneas

RN– Rio Grande do Norte

SC– Santa Catarina

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio ás Micros e Pequenas Empresas

SP– São Paulo

UEP – Método Esforço de Produção

UFERSA – Universidade Federal Rural do Semiárido

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA E PROBLEMÁTICA .......................................................... 11

1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 12

1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................................. 12

1.2.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 12

1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 12

2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 14

2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS ..................................................................................... 14

2.2 TERMINOLOGIAS DE CUSTOS ..................................................................................... 14

2.2.1 Gastos, desembolso, investimento, custos, despesa, perda, depreciação, base de

rateio........................................................................................................................................14

2.2.2 Classificação dos custos ................................................................................................. 16

2.3 MÉTODOS DE CUSTEIO ................................................................................................. 18

2.3.1 Custeio por absorção.....................................................................................................18

2.3.2 Custeio variável .............................................................................................................20

2.4 EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS ANTERIORES .................................................................... 23

3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 25

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .................................................................................. 25

3.2 INSTRUMENTO E PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS ............................... 26

3.3 UNIVERSO E AMOSTRA ................................................................................................ 26

3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS....................................................................26

4 ANÁLISE DOS DADOS.....................................................................................................27

4.1 APRESENTAÇÃO DA ENTIDADE ANALISADA E DETALHAMENTO DO

PROCESSO PRODUTIVO......................................................................................................27

4.2 ANÁLISE DOS CUSTOS DA ENTIDADE ANALISADA..............................................31

4.2.1 Análise dos Custos da Primeira Fase..........................................................................31

4.2.2 Análise dos Custos da Segunda Fase............................................................................33

4.3 MÉTODO DE CUSTEIO ABSORÇÃO APLICADO NA AQUICULTURA...................35

4.4 MÉTODO DE CUSTEIO VARIÁVEL APLICADO NA AQUICULTURA....................37

5 CONSIDERAÇOES FINAIS..............................................................................................42

REFERÊNCIAS......................................................................................................................44

10

1 INTRODUÇÃO

No cenário atual as empresas enfrentam desafios para manter sua posição no mercado

e dar continuidade às suas atividades, visto que, a concorrência está cada vez mais acirrada.

Por isso, os gestores precisam conhecer e utilizar ferramentas de gestão para garantir sua

sobrevivência e adquirir vantagens competitivas. Em um estudo realizado com empresas

paulistas, pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (SEBRAE)

evidenciou-se que a falta de gestão influencia na descontinuidade e condução das

organizações, destacando a relevância de gestão eficiente dos recursos e processos nas

empresas (SEBRAE, 2006).

Ainda de acordo com a pesquisa realizada, constatou que um dos principais fatores

para descontinuidade das empresas é a falta de controle das receitas e despesas e a dificuldade

no processo de gestão empresarial (SEBRAE, 2006). Devido a esses fatos, as decisões a

serem tomadas pelos gestores podem trazer consequências gerenciais negativas, justamente

pela utilização de informações equivocadas. Dessa forma, torna-se essencial que os gestores

tenham conhecimento sobre contabilidade gerencial e de custos, ferramentas essenciais para a

tomada de decisões e gerenciamento de recursos (SEBRAE, 2006).

A contabilidade gerencial é o processo de identificar, mensurar, acumular, analisar,

preparar, interpretar e comunicar informações que auxiliem os gestores na tomada de

decisões, de modo que venha atingir os objetivos organizacionais (HORNGREN et al, 2004).

Nesse sentido, percebe-se que o modelo de gestão definido deve estar atrelado aos objetivos

organizacionais da instituição.

Quanto à contabilidade de custos, esta fornece informações tanto gerenciais quanto

financeiras, sobre a utilização de recursos para fabricação e comercialização de produtos e

serviços. Para Clebsch (2001), a contabilidade de custos tem por finalidade produzir

informações para os diversos níveis gerenciais, auxiliando nas funções de determinação de

desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomada de decisões (CLEBSCH,

2001).

De fato, a contabilidade de custos fornece informações que são úteis e essenciais para

a contabilidade gerencial, cujo objetivo é favorecer aos gestores no processo de tomada de

decisões. Segundo Santos (1999, p.66) “método de custeio é o critério utilizado, por uma

unidade para apropriar os custos dos fatores de produção às entidade de uma objeto de

acumulação de custos”.

11

Existem diferentes métodos de custeio como, por exemplo: custeio por absorção,

custeio variável, método baseado em atividade (ABC), método seções homogêneas (RKW),

método de esforço de produção (UEP) entre outros. Todos os métodos de custeio têm a

função de atribuir os custos aos produtos fabricados, onde cada um com critérios próprios

para apropriação. Contudo, vale salientar que o método a ser adotado depende da necessidade

de cada gestor.

O presente estudo enfatiza os métodos de custeio por absorção e variável, focando nas

informações geradas para identificar qual metodologia de custeio melhor se adapta ás

atividades de cria e engorda de tilápias.

Custeio por absorção e variável, estudadas no processo de gestão têm finalidades

específicas, então, se busca compreender, identificando seus benefícios, contribuições,

delimitações, dentre outros fatores. Vale salientar que, independente da sua natureza, as

organizações devem gerir os recursos de forma eficiente, de modo que venham atingir seus

objetivos, visando alcançar os resultados estabelecidos.

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA E PROBLEMÁTICA

A partir da 1ª guerra mundial, com incremento do processo produtivo, e

consequentemente do aumento da concorrência entre as empresas, verificou-se a necessidade

de aperfeiçoar os mecanismos de planejamento e controle. No início do século XVIII, os

sistemas de gestão adotados pelas empresas ocorriam através basicamente da confrontação da

receita com as despesas do período, dessa maneira, verificava se entidade estava tendo lucro

ou prejuízo (MARTINS, 2006).

Com as constantes mudanças e aumento da competividade, as organizações veem a

necessidade da utilização de um sistema de gestão eficiente, que proporcione informações

tempestivas, fidedignas e úteis para tomada de decisões pelos seus gestores.

A gestão de custos fornece informações sobre todo o processo produtivo da entidade,

demostrando o custo final do produto, qual a linha de produção que traz um maior retorno e

detectando onde está ocorrendo maiores gastos, ponto de equilíbrio, margem de segurança,

margem de contribuição e demais elementos financeiros (MARTINS, 2006).

De fato, a contabilidade de custos produz informações relevantes para contabilidade

gerencial, que serão utilizadas pelos seus gestores para tomada de decisões. Portanto, cada

12

organização deverá adotar o método de custeio de acordo com suas necessidades, reduzindo

assim a possibilidade produzir informações distorcidas para fins gerenciais.

Nesse contexto, o presente trabalho tem como intuito realizar a aplicação das

metodologias de custeamento absorção e variável, na Associação dos Aquicultores de Apodi-

RN (AQUAPO), que explora atividade de cria e engorda de tilápias para comercialização. A

partir das informações geradas, poderá identificar qual metodologia de custeio é capaz de

proporcionar maiores benefícios para os empreendedores do ramo da aquicultura como

ferramenta de suporte para tomada de decisão.

Assim, a presente pesquisa possui a seguinte problemática: Qual a sistemática de

custeamento, absorção ou variável, que melhor se adapta às atividades de cria e engorda

de tilápias?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Analisar qual a sistemática de custeamento, absorção ou variável, que melhor se

adapta às atividades de cria e engorda de tilápias.

1.2.2 Objetivos específicos

Evidenciar e classificar os custos de produção;

Comparar as informações obtidas quando utilizados os métodos de custeio variável

e por absorção;

Analisar os sistemas de custeio absorção e variável; e detectar aquele mais

adequado para tomada de decisões.

1.3 JUSTIFICATIVA

O Brasil destaca-se por possuir imenso potencial para o desenvolvimento da

piscicultura, isto porque em seu território existe 8,4 mil quilômetros de litoral e 5,5 milhões

de hectares de reservatórios de água doces, o que equivale a 8% de toda água doce disponível

no planeta (SABBAG, O.J et al, 2007). Aliado a isso, nos últimos anos, houve um aumento

13

significativo no cultivo da tilápia na região sudeste e nordeste, de 35 mil toneladas em 2001

para 68 mil toneladas em 2005. O Brasil é hoje o 6° maior produtor de tilápia cultivada no

mundo (KUBITZA, 2007). Na verdade, a piscicultura vem proporcionando um avanço no

desenvolvimento social e econômico nas regiões brasileiras, possibilitando o aproveitamento

dos recursos hídricos, na geração de emprego e renda (KUBITZA, 2007).

Entretanto, para o sucesso dos cultivadores de tilápia, assim como qualquer tipo de

organização, é essencial que adotem métodos de custeio eficientes, que produzam

informações fidedignas e úteis para o processo de gestão. Vale lembrar que todas as

informações geradas são essenciais para os gestores evoluírem no processo de tomada de

decisões, nas atividades desenvolvidas pelas organizações, algo primordial para sua

permanência diante da concorrência (MARTINS, 2006).

Diante do exposto, evidencia-se a relevância de verificar se as técnicas adotadas para

gestão dos custos na Associação de Aquicultores de Apodi estão eficientes no tocante ao

controle dos recursos, alocação dos custos, apropriação das despesas e receitas, verificando a

margem de contribuição unitária, ponto de equilíbrio contábil e financeiro.

A pesquisa proporcionará conhecimento sobre a gestão de custos em uma atividade de

grande importância econômica para região de Apodi, devido ao alto potencial para

desenvolvimento da aquicultura, uma vez que o município é privilegiado com a existência da

Barragem de Santa Cruz, um reservatório artificial com a capacidade de 599 milhões de

metros cúbicos de água doce, propício para o cultivo da tilápia. Portanto, este estudo contribui

ao meio acadêmico, aos associados da AQUAPO, como também para outras associações.

No geral, a pesquisa tem por finalidade evidenciar a necessidades das organizações

adotarem métodos de custeio, que melhor se adapte a suas atividades, de modo que venha

atender seus objetivos. Busca-se assim, identificar qual metodologia de custeamento, absorção

ou variável, que melhor se adaptar às atividades de cria e engorda de tilápias.

14

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS

A contabilidade de custo teve seu surgimento com advento do sistema produtivo,

durante o período da revolução industrial, na Inglaterra no final do século XVIII (STARK,

2007). Inicialmente a contabilidade de custos surgiu como uma ferramenta de resolver os

problemas dos contadores, auditores e fiscais em relação á mensuração monetária dos

estoques e dos resultados (MARTINS, 2006).

Com o crescimento das empresas, a contabilidade de custo foi ganhando cada vez mais

importância, assumindo o papel de gerar informações de planejamento e controle. Assim

sendo, passou a ser utilizada como um centro de processamento de informações, que recebe

os dados, acumula-os de forma organizada, analisa-os e interpreta-os, produzindo informações

de custo para os diversos níveis gerencias.

Segundo Bruni e Famá (2009), contabilidade de custos pode ser definida como a

utilização dos princípios da contabilidade geral, para registrar os custos das transações de um

negócio. De acordo com Leone (1997), a contabilidade de custos é ramo que se destina a

produzir informações para diversos níveis gerencias, auxiliando nas funções de determinação

de desempenho, planejamento, controle das operações e tomada decisões.

Diante do exposto, pode-se definir contabilidade de custos como sendo o processo de

coleta, registro e classificação dos dados, proporcionando informações referentes á utilização

de recursos no processo produtivo, auxiliando os gestores na analise e a avaliação do

desempenho e produtividade.

2.2 TERMINOLOGIAS DE CUSTOS

2.2.1 Gastos, desembolso, investimento, custos, despesa, perda, depreciação, base de

rateio

Para um bom entendimento da contabilidade de custos, é imprescindível que haja uma

comunicação adequada entre os usuários do sistema contábil. Portanto, havendo necessidade

de conhecer algumas terminologias como, por exemplo: gastos, desembolso, investimento,

custos, despesa, perda, depreciação e base de rateio.

15

Segundo Megliorini (2007), gastos são os compromissos financeiros assumidos pela

entidade para aquisição de um produto ou serviço. Para Leone (1997), gastos são transações

financeiras que diminuem o disponível, devido ao compromisso assumido, em troca de algum

bem de investimento ou bem de consumo. Assim, entende-se que gastos são todos os

sacrifícios financeiros, para aquisição de um produto ou serviço, na qual resulta em

pagamento ou compromisso.

Martins (2006) define desembolso como sendo o pagamento pela aquisição de bem ou

serviço. Vê-se também que é o pagamento total ou parte do bem ou serviço adquirido, ou seja,

a parcela ou todo do gasto que foi pago (DUTRA, 2009). Dessa maneira, pode-se definir

desembolso, como sendo os pagamentos, que são realizados no momento da aquisição de um

produto ou serviços, que representa saída de dinheiro de caixa.

Segundo Martins (2006, p. 17) investimento é “todo gasto ativado em função da sua

vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s)”. São classificados como

investimentos todos os sacrifícios realizados para aquisição de bens e serviços, que serão

alocados no ativo da empresa, e serão amortizados a medida que forem consumidos ou

vendidos.

Bruni e Fama (2009), define custos como gastos relativos com bens ou serviços, que

são utilizados na produção de novos bens ou serviços. Para Dutra (2009, p. 17) “é a parcela

dos gastos que aplicada na produção ou em qualquer função de custos, gastos esse

desembolsado ou não.” Custos podem ser definidos como sendo todos gastos que estão

relacionados diretamente ao processo produtivo. É o sacrifico de bens ou serviços para

obtenção de novos bens ou serviços.

No que diz respeito à despesa, Megliorini (2007) a define como todos os gastos

necessários para administrar as empresas, realizar vendas, com intuito de gerar receitas.

Segundo Bruni e Famá (2009), despesa são todos os bens ou serviço consumidos direta ou

indiretamente, para obtenção de receitas. Pode-se definir despesas como sendo todos os gastos

realizados de forma direta ou indiretamente, para obtenção de receitas.

Já com referência à perda, são todos os bens ou serviço consumidos de forma anormal

ou involuntária (MARTINS, 2006). A definição de perda é, portanto, todo sacrifício realizado

de forma anormal e involuntária, que não tem por intenção geração de receita.

A Depreciação é o custo necessário para substituir os bens de capital quando tornados

inúteis, isto representa a “reserva” em dinheiro que a empresa faria durante a utilização o

16

período da vida útil provável do recurso para sua posterior substituição. A depreciação

corresponde á parte do custo operacional fixo (RESENDE, SANTOS, COSTA, 2006).

E por fim, fala-se da base de rateio, que são parâmetros utilizados para fazer a

distribuição de custos, comuns a mais de um objeto de custeio. As bases ou formas de rateios

mais utilizados são: horas/maquinas, horas/homens, metragem da área de atuação, custos

diretos (PACHECO, CAMARGO, 2009).

Em algumas situações, ocorrem distorções no entendimento das terminologias como,

por exemplo, gastos, desembolso, custo e despesa. Gastos é compromisso assumido pela

entidade pela aquisição de um produto ou serviço, já desembolso ocorre no momento do

pagamento, representa saída de caixa, o que difere de gastos que é apenas um compromisso de

pagamento. Custos são os gastos que estão relacionados diretamente ao processo produtivo,

diferente das despesas que são os gastos necessários para administrar a empresa, são os gastos

que não estão relacionados diretamente com o processo produtivo.

2.2.2 Classificação dos custos

Existem diversas formas de classificação dos custos para atender uma variação de

finalidades para quais são apurados. Os custos são classificados em relação a dois parâmetros:

quanto a sua relação com o objeto de custeio e quanto a sua relação entre o valor total de um

custo e o volume de atividade numa unidade de tempo (MARTINS, 2006).

Assim, os custos podem ser classificados em diretos e indiretos; de acordo com a

possibilidade apropriação diretamente aos produtos. Também podem ser classificados como

custos fixos e variáveis, que faz uma relação entre o valor total do custo numa unidade de

tempo em relação ao volume de produção.

Os custos são classificados em diretos, quando podem ser apropriados diretamente

aos produtos, bastando haver uma medida de consumo, por exemplo, embalagens utilizadas,

horas de mão-de-obra utilizada, são os que estão diretamente relacionados aos produtos

(MARTINS, 2006).

De fato, os custos diretos de fabricação são os custos, que estão vinculados ao

processo produtivo, são apropriados e ligados aos custos dos produtos fabricados; os custos

diretos são de fácil identificação, na relação entres os valores e quantidades produzidas, como

por exemplo, matéria prima, matérias de embalagem, mão de obra direta entre outros.

17

Enquanto isso, os custos indiretos têm outra denotação. Martins (2006, p. 49),

referindo-se aos custos indiretos diz:

Os custos indiretos não oferecem condição de nenhuma medida objetiva e qualquer

tentativa de alocação tem de ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária

(como o aluguel, a supervisão, as chefias, etc.). São os custos indiretos com relação

aos produtos.

Segundo Horngren et al (2004), os custos indiretos de um objeto de custo são

relativos ao objeto de custo em particular, mas não podem ser rastreados para aquele objeto de

forma economicamente viável (de custo eficaz ). Assim, são classificados como custos

indiretos os custos que não podem ser apropriados diretamente aos produtos, havendo a

necessidade da utilização de uma base de rateio, para que possa ser determinados. Como por

exemplo: aluguel, supervisão, chefias.

De acordo com Martins (2006), a classificação dos custos em fixos e variáveis é mais

importante que todas as demais, porque leva em consideração a relação entre o valor total de

um custo e o volume de atividades em uma unidade de tempo. Vale salientar que essa

classificação em fixo e variável se aplica, também, às despesas.

Custos variáveis são aqueles que sofrem alterações diretas, em relação aos níveis de

atividades, que podem ser expressas, como, por exemplo, unidades produzidas, unidades

vendidas, quilometragem percorridas, horas trabalhadas (GARRISON e NOREEN, 2001).

Os custos variáveis são os que variam proporcionalmente com o aumento ou

diminuição da produção. Se em um determinado período uma empresa tiver um aumento na

sua produção, consequentemente haverá um aumento proporcional nos seus custos variáveis;

da mesma forma, caso ocorra uma redução na produção em determinado período também

haverá uma redução dos seus custos variáveis de forma proporcional.

Enquanto os níveis da atividade sobem ou desce, o total do custo fixo permanece

constante, a menos que seja influenciado por algum fator externo, como variações de preço

(GARRISON e NOREEN, 2001).

Os custos fixos não sofrem alteração em relação à produção, independentemente do

aumento ou diminuição, os custos continuam constantes, inalterados. Um exemplo claro de

custos fixos é o aluguel de uma fabrica que tem um valor fixo para determinado período,

independente do volume de produção. O custo total de um determinado produto é obtido

através das soma dos custos fixos mais os custos variáveis.

18

2.3 MÉTODOS DE CUSTEIO

Método de custeio é a forma pela qual os custos são apropriados aos produtos. Os

sistemas de custos têm por finalidade mensurar monetariamente as ocorrências que afetam o

patrimônio da empresa, servirá como base para levantar suas informações (STARK, 2007).

Cada método de custeio adota seus critérios próprios para apuração do custo de produção,

onde as despesas e custos são classificados como inventariáveis ou não, cada empresa deverá

escolher o método de custeio mais apropriado para suas necessidades.

O custeio por absorção se caracteriza por apropriar todos os custos incorridos no

período, sejam eles fixos ou variáveis, aos produtos fabricados (MEGLIORINI, 2009). Já no

custeio variável, somente os custos e despesas variáveis são alocados aos custos dos produtos

fabricados, os custos fixos serão considerados como despesas do período (STARK, 2007). O

método das seções homogêneas (RKW) tem como principal caraterística a divisão da empresa

em centros de custos, que irão consumir não só os custos, mas também as despesas da

empresa, por intermédio de bases de distribuição, em seguida, apropriados aos bens e serviços

produzidos (MARTINS, 2006).

Custeio ABC é um sistema baseado nas atividades dos processos de produção, que

permite medir os custos e o desempenho das atividades e dos objetos de custo de forma

separada através da divisão da empresa em departamentos (MARTINS, 2006). No método da

unidade de esforço de produção (UEP) os custos são direcionados aos postos de trabalho,

definidos como um conjunto de operações homogêneas, onde os produtos irão absorver os

custos á medida que utilizam esses postos de trabalho (ABBAS, GONÇALVES E

LEONCINE, 2012).

2.3.1 Custeio por absorção

O método de custeio por absorção foi um dos primeiros a ser utilizado, derivou-se de

um sistema desenvolvido na Alemanha no inicio do século XX, conhecido por Reichs

kuratorium Fur Wirtschaftlichkeit (RKW). Neste método de custeio todos os gastos relativos

ao esforço de fabricação são distribuídos e rateados para todos os produtos feitos (MIGUEL,

2010).

O custeio por absorção é derivado da aplicação dos princípios contábeis geralmente

aceitos, e no Brasil é adotado pela legislação fiscal e comercial (PEREZ, OLIVEIRA E

19

COSTA, 2003). Ainda conforme os autores, o custeio por absorção não é um princípio

contábil em si, mas uma metodologia decorrente da aplicação desses princípios. Dessa

maneira, o método é validado para apresentação de demonstrações contábeis e para

pagamento de tributos.

O custeio por absorção consiste na apropriação de todos os custos de produção aos

bens elaborados, os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os

produtos ou serviços feitos (MARTINS, 2006).

Analisando o referido método, vê-se que este consiste na apuração de todos os custos

dos bens e serviços prestados, sejam eles fixos ou variáveis, diretos ou indiretos. Neste

método de custeio, os custos fixos são rateados, para determinação do custo total do produto

fabricado, já os gastos e despesas não fabris como, por exemplo, despesas de vendas,

administrativas entre outras serão contabilizadas diretamente no resultado do período.

O custeio por absorção é o método de custeio do estoque, na qual todos os custos de

fabricação, variáveis e fixos, são considerados custos inventariáveis e são configurados assim

nos estoques das empresas (HORNGREN et al., 1997).

Pode-se verificar algumas vantagens na utilização do método de custeio absorção,

Barbosa et al (2011) citam algumas:

Atende aos princípios fundamentais de contabilidade, e está de acordo com a

legislação tributaria exigida no Brasil;

Apropria todos os custos existentes no processo produtivo, ao custo total do produto;

Tem um menor custo de implantação, devido não requerer a separação dos custos de

manufatura nos componentes fixos e variáveis;

Existem algumas desvantagens na utilização do método custeio por absorção:

Os custos fixos por unidade variam de acordo com o volume de produção (MIGUEL,

2010).

A desvantagem desse método esta no aspecto gerencial, já que todos os custos

deverão se incorporar aos produtos, inclusive os fixos. Deve-se utilizar algum critério

de rateio para alocação dos custos. Porem, mesmo que haja um critério de rateio ideal,

ainda haverá arbitrariedade na alocação dos custos (MARTINS, 2006).

20

2.3.2 Custeio variável

O custeio variável também é conhecido, em algumas literaturas, como custeio direto.

Surgiu como uma alternativa para apuração dos custos, devido a dificuldades na apropriação

dos custos fixos aos produtos. Esse método de custeio é utilizado para fins gerenciais de

tomada de decisões. Não é aceito pela legislação Brasileira para fins fiscais. Tem por

finalidade a determinação da contribuição marginal ou total ou unitária de cada objeto de

custeio, fornecendo informações que auxiliam no processo de gerenciamento.

No método de custeio variável, somente os custos variáveis são considerados custos

dos produtos fabricados como, por exemplo: materiais diretos e mão de obra direta. Já os

custos fixos são lançados diretamente ao resultado como se fossem despesas do período.

Segundo Stark (2007), somente os custos e despesas variáveis devem ser apropriados

ao produto; as despesas e os custos considerados fixos deverão ser debitados contra o lucro do

período.

Podem-se verificar algumas vantagens na utilização do método de custeio variável.

Pacheco e Camargo (2009) citam algumas:

Eliminação das flutuações nos resultados decorrentes dos volumes de produção e

vendas versus absorção de custos fixos do período;

Simplificação dos trabalhos de custos em face da eliminação das operações contábeis

de rateio de custos fixos de produção;

Conhecimento da margem de contribuição efetiva de cada produto ou linha de

produto;

Existem algumas desvantagens na utilização do método custeio por variável:

A exclusão dos custos fixos indiretos para valoração dos estoques causa sua

subavaliação, fere os princípios contábeis e altera o resultado do período (MIGUEL,

2010).

Este sistema sofre restrições de ordem tributária, pois os resultados apurados não são

reconhecidos pela receita federal para fins de cálculo do lucro real (lucro tributável)

como base para cálculo do imposto de renda (PACHECO, CAMARGO, 2009).

Método de custeio variável fornece informações para decisões de curto prazo

(MIGUEL, 2009).

21

Margem de contribuição, é a diferença entre o preço de venda menos os custos e

despesas variáveis de cada produto, é o valor que cada unidade efetivamente contribui para

cobri os custos fixos e despesa do período (MARTINS, 2006).

Margem de contribuição unitária é obtida através da subtração entre a receita auferida

com venda de um produto, menos os custos e despesas que podem ser diretamente

apropriados ao produto, sem a necessidade de procedimentos de rateio (LEONE, 1997).

Margem de contribuição é uma ferramenta gerencial que fornece informações para os

gestores sobre qual é a parcela de contribuição de cada unidade vendida, é a diferença entre a

receita auferida com a venda do produto menos os custos. Dessa maneira, verificando qual

produto é mais rentável para entidade. A empresa só começa auferir lucro quando a margem

de contribuição dos produtos vendidos supera os custos e despesas fixos do período.

Segundo Stark (2007), por meio da margem de contribuição, é possível analisar a

viabilidade de produção. Se tiver um índice positivo, a produção desse item é viável, caso seja

nulo ou negativo, não traz benefícios para empresa, dessa maneira auxiliando o gestor no

processo de tomada de decisão.

Ainda conforme o autor, algumas decisões gerenciais que podem ser facilitadas com

uso da margem de contribuição:

Decidir quais produtos devem merecer mais esforços de vendas ou ser colocados em

planos secundários;

Auxiliar os gestores a decidir se um segmento produtivo deve ser abandonado ou não;

Avaliar as alternativas para reduções de preço, descontos especiais, campanhas

publicitarias e utilização de prêmios para aumentar o volume de vendas;

Quando se chega à conclusão do lucro desejado, pode-se avaliar prontamente seu

realismo pelo cálculo de números de unidades a serem vendidas para atingir os lucros

desejados;

Ajudar aos administradores a entender a relação entre custos, volume, preços e lucros

e, portanto, leva a decisões mais sabias sobre preços.

O ponto de equilíbrio objetiva indica aos administradores informações sobre qual o

mínimo de produção pode ser operado pela empresa, sem que a mesma tenha lucro ou

prejuízo (STARK, 2007).

É o ponto onde a empresa equilibra os custos com suas receitas, verificando se não

está havendo lucro e nem prejuízo, a empresa está produzido somente o montante suficiente

para gerar receita que se iguale aos seus custos, tendo o lucro nulo. Através dessas

22

informações o gestor pode saber qual o mínimo de produção pode ser realizada pela empresa

sem ter prejuízo. Conforme demonstra a Figura 1- Ponto de equilíbrio.

Figura 1 – Ponto de equilíbrio

FONTE: Martins (2006, p. 186)

Ponto de equilíbrio contábil é aquele que a margem de contribuição é capaz de cobrir

todos os custos e despesas de um período, sem levar em consideração o custo de oportunidade

do capital investido, nem os juros pagos por empréstimos efetuados. Nos custos e despesas

fixas e variáveis está incluída a depreciação, que não representa desembolso (MEGLIORINI,

2007). Para isto, a fórmula:

Ponto de equilíbrio econômico diferencia-se do ponto de equilíbrio contábil por

considerar que, além de suportar os custos e despesas fixas, a margem de contribuição deve

cobrir o custo de oportunidade do capital investido na empresa (MEGLIORINI, 2007). Para

isto, a fórmula:

Vê se que, no ponto de equilibro financeiro são atribuídos como custo e despesa

somente os gastos que geram desembolso no período, desse modo será desconsiderada a

depreciação contida nos custos e despesas fixas (MEGLIORINI, 2007). Para isto, a fórmula:

23

Margem de segurança “é a diferença entre o que a empresa pode produzir e

comercializar, em termos de quantidade de produtos e a quantidade apresentada no ponto de

equilíbrio”. (LEONE, 2000, p.354).

A margem de segurança representa quanto às vendas podem diminuir sem que haja

prejuízo na empresa. Pode ser expressa em quantidade, valor ou percentual e calculada em

quantidades.

2.4 EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS ANTERIORES

Para dar um maior embasamento e sustentação a esta pesquisa, é necessária a

abordagem de trabalhos realizados anteriormente, os quais utilizaram a mesma temática. Um

sistema de custos voltados para o agronegócio pode ser definido como conjunto de

procedimentos administrativos que registra de forma sistêmica e contínua a efetiva

remuneração dos fatos (MARION, 2003). Ainda segundo o autor, destaca-se que na

agropecuária, onde os intervalos de tempo entre produção e venda são mais amplos, fogem da

rotina de outros tipos de empreendimentos, exigem-se técnicas especiais para apuração dos

custos e apresentação dos resultados econômicos do negócio.

Em um estudo realizado, no ano 2007, na Associação de Produtores de Organismos

Aquáticos de Ilha Solteira (APROAQUA), localizada no município de Ilha de Solteira, São

Paulo- SP, sobre análise econômica da produção de tilápias, que teve por objetivo avaliar o

custo de produção e rentabilidade do cultivo, em tanques-rede de 18 m³, verificou-se que a

associação tinha um índice de lucratividade em torno de 22,57%. Por fim, o trabalho sugere a

formação de associações ou cooperativas, com objetivos estratégicos, diminuição dos custos

finais, e dessa maneira havendo um aumento no lucro, favorecendo a competitividade no setor

em escala comercial (SABBAG, O.J et al., 2007).

Faria, Eyerkaufer e Costa (2006) realizaram um trabalho científico procurando

identificar e mensurar os custos de produção da ovinocultura de corte em uma cabana

(estabelecimento dedicado em particular á pecuária, com métodos aperfeiçoados de criação)

de ovinos de corte no município de Itapiranga, Santa Catarina -SC. O objetivo foi mensurar os

24

custos pelos métodos de custeio por absorção e variável e as respectivas diferenças.

Constatou-se que a separação dos custos em variáveis e fixos, proveniente da aplicação da

metodologia do custeamento variável, fornece informações úteis para os gestores da

ovinocultura de corte tomar suas decisões de curto prazo.

Silva, Metzner e Braun (2005) realizaram uma pesquisa, focando os conceitos de

custeio variável e custeio absorção. Este trabalho teve por objetivo demostrar e avaliar se a

apuração dos custos na produção de ovos férteis como instrumento para tomada de decisões

estava sendo aplicada de maneira adequada. Nesta pesquisa, constatou-se que o sistema de

custeio adotado pela empresa era o custeamento por absorção e propôs-se a mudança deste

sistema para o custeio variável, através de algumas simulações. A empresa passou a adotar o

modelo proposto como sistema e ferramenta adicional ao processo de gestão e mensuração

dos seus dados de custos, isto, sem abandonar a sistemática de custeamento por absorção.

Vaqueiro e Cançado Junior (2005), ao analisarem princípios e métodos de custeio

aplicados na produção de touros da raça Canchim, constatou-se que o custeio baseado em

atividades é o método de custeamento que mais se adequou ao processo produtivo de touros.

Pois, segundo os autores, alocação mais racional de custos indiretos preconizados por esta

modalidade de custeamento permitiu um melhor acompanhamento de custo durante cada

etapa do processo produtivo.

Carmo, Santos e Santos (2010), realizaram uma pesquisa no ano de 2010 em um

empreendimento estrutiocultor na cidade de Uberaba, Minas Gerais-MG, cuja atividade

operacional consistia na incubação, cria, recria e engorda de avestruz para o abate. Tinha por

objetivo, apresentar os resultados obtidos através da aplicação das metodologias de

custeamento por absorção, variável e custeamento baseado em atividades (ABC), e identificar

qual metodologia de custeamento melhor se adapta a atividade estrutiocultor, como geradora

de informação. Constatou-se que utilizando a metodologia de custeio baseado em atividade

(ABC) produziu a maior quantidade de informações relevantes para tomada de decisão.

25

3 METODOLOGIA

A metodologia tem por finalidade explicar de forma detalhada, os métodos e técnicas

que são utilizados na execução da pesquisa, desde o levantamento, processamento e análise

dos dados coletados. De acordo com Gil (1999), a pesquisa é um procedimento ordenado e

formal, tendo por objetivo utilização de métodos científicos com intuito de gerar soluções

para os problemas.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Quanto à sua natureza, a pesquisa aqui desenvolvida e apresentada classifica-se como

aplicada. Isto porque tem como objetivo principal aplicação prática sobre um problema

especifico, na associação de aquicultores de Apodi, com intuito de analisar qual a sistemática

de custeamento, absorção ou variável, que melhor se adapta ás atividades de cria e engorda de

tilápias. Segundo Marconi e Lakatos (2008) “pesquisa aplicada se caracteriza por seu

interesse prático, isto é, que os resultados sejam aplicados ou utilizados, imediatamente, na

solução de problemas que ocorrem na realidade”.

Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, trata-se de uma pesquisa

qualitativa, pois não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas, onde busca entender o

porquê do problema que ocasiona tal efeito (BEUREN, 2003). Na pesquisa qualitativa

concebem-se análises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado, visa

destacar características não observadas por meio de um estudo quantitativo (BEUREN, 2003).

Quanto aos objetivos se caracteriza como um estudo de caso, pois segundo Beuren

(2003) estudo de caso se caracteriza principalmente pelo estudo concentrado de único caso, é

mais utilizado por pesquisadores que desejem aprofundar seus conhecimentos a respeito de

um determinado assunto especifico.

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, define-se como pesquisa bibliográfica

devido à utilização de materiais já publicados, como livros, artigos e periódicos. Segundo

Vergara (2000, p. 48) “pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base

em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível

ao público em geral”.

Além de se fundamentar em uma revisão bibliográfica, também realizou-se uma

pesquisa documental, que tem os documentos físicos como objeto de investigação, com foco

26

nos relatórios e controles gerenciais fornecidos pelo presidente da associação. Assim, a

pesquisa em questão também se enquadra como pesquisa documental (VERGARA, 2000).

3.2 INSTRUMENTO E PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS

A obtenção de dados que serviram de base para esta pesquisa se deu por meio de

coleta, inicialmente realizada através de entrevista não estruturada com o presidente da

associação AQUAPO, buscando dados gerenciais, sobre todo processo produtivo da entidade,

além de informações acerca dos custos envolvidos no processo produtivo. A entrevista não

estruturada se caracteriza por não ter um roteiro pré-estabelecido, mas sempre com o foco no

objetivo pretendido.

Segundo Richardson (1999), a entrevista não estruturada caracteriza-se por ser

totalmente aberta, permitindo ao entrevistado decidir pela forma de construir a reposta. De

acordo com May (2004, p. 149) “permite ao entrevistado responder perguntas dentro de sua

própria estrutura de referências”.

3.3 UNIVERSO E AMOSTRA

Esta pesquisa teve como universo de estudo a associação dos aquicultores de

Apodi(RN), para análise dos custos de produção com base no custeio por absorção e variável.

Considerando como amostra o ciclo de produção da tilápia, desde a fase inicial, quando os

peixes ainda são alevinos até a fase final da engorda, totalizando-se um período de seis meses.

3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

O Tratamento e análises dos dados realizam-se através de tabelas e planilhas

elaboradas por meio do software Microsoft Excel. Essa parte fornece informações sobre o

custo de produção do produto final com base no método do custeio variável e absorção, em

seguida foi realizado uma análise sobre qual método de custeio que melhor se adapta às

atividades de cria e engorda de tilápias.

27

4 ANÁLISE DOS DADOS

4.1 APRESENTAÇÃO DA ENTIDADE ANALISADA E DETALHAMENTO DO

PROCESSO PRODUTIVO

A Associação dos Aquicultores de Apodi (AQUAPO) está no mercado há 9 anos,

atuando na criação e venda de tilápias na cidade de Apodi (RN). A AQUAPO surgiu no ano

de 2005, através de um curso de capacitação de criação de tilápias em gaiolas, ministrado pela

Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN). A sede da

associação está localizada na Barragem de Santa Cruz, zona rural de Apodi, a 18 quilômetros

do centro da cidade.

Atualmente a associação é composta por um grupo de dez pessoas, que trabalham

através de escalas no processo produtivo do cultivo da tilápia. Os associados não recebem

remuneração fixa, a renda dos associados é definida através da receita auferida menos as

despesas do período. Assim, o lucro obtido é rateado de forma igual entre os associados.

A AQUAPO conta com as seguintes parcerias: EMPARN, SEBRAE, Companhia

Nacional de Abastecimento (CONAB), Ministério da Pesca, Departamento Nacional de Obras

Contra as Secas (DNOCS), Incubadora do Agronegócio de Mossoró (IAGRAM), Banco do

Nordeste do Brasil (BNB), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio

Grande do Norte (IFRN), Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) e a

Secretaria Municipal de Agricultura de Apodi.

O processo produtivo do cultivo da tilápia está dividido em duas fases: a primeira fase

é chamada berçário e a segunda engorda. Para a realização desse estudo foi considerada uma

amostra de 4.000 unidades de peixe na primeira fase e 800 unidades na segunda, devido esta

ser a quantidade de peixe que são colocados por gaiola em cada fase do processo produtivo.

Vale salientar que, a associação não trabalha com estoques, ou seja, as vendas são de acordo

com a produção.

Na primeira fase de produção ocorre à compra dos alevinos (filhote de peixe), e neste

momento foram colocadas 4.000 unidades em uma gaiola por um período de 50 dias, como

pode ser visto na Figura 2.

28

Figura 2: Alevinos sendo colocados nas gaiolas.

Fonte – Fotos do arquivo do AQUAPO.

Durante 50 dias, os alevinos foram alimentados com uma ração composta com 45% de

proteína; ao término desta primeira fase, ocorreu a despesca dos alevinos, como mostra a

Figura 3, que é o processo de recolher os peixes existentes na gaiola e, logo após, transferí-los

para à próxima fase, a engorda.

Figura 3: Despesca dos alevinos.

Fonte – Foto do arquivo da AQUAPO.

29

Na segunda fase (engorda), foram colocadas 800 unidades de alevinos em cada gaiola,

por um período em média de 130 dias. Estes foram alimentados com uma ração composta

com 32% de proteína e, ao final desta fase, ocorre a despesca, como mostra Figura 4.

Figura 4: Despesca dos peixes após a fase da engorda.

Fonte – Foto do arquivo da AQUAPO.

Após a despesca, os peixes passam por um processo de pesagem e, logo após, estão

prontos para ser vendidos, como se pode verificar na Figura 5. A clientela da associação é

formada por atravessadores, que compram os peixes diretamente na sede da associação na

Barragem de Santa Cruz. Estes trazem seus recipientes apropriados para o transporte da

tilápia, devido ser um alimento perecível, devem ser mantidos refrigerados. O preço de venda

praticado pela associação é de R$ 5,50 por Kg. A Figura 5 demonstra como é feita a pesagem

do produto.

30

Figura 5: Pesagem da tilápia.

Fonte – Foto do arquivo da AQUAPO.

Como pode ser observado na Figura 6, o processo produtivo do cultivo está resumido

na compra dos alevinos; que, logo após, vão para os berçários (gaiolas), onde passam por um

período de 50 dias; ao término da primeira fase, os peixes são transferidos para fase da

engorda, onde passam por um período de 150 dias, para poderem atingir o peso ideal para

venda. O organograma representado na Figura 6 ilustra todo o processo de maturação dos

peixes.

Figura 6: Resumo do processo produtivo.

Fonte – Próprio autor.

COMPRA DOS ALEVINOS BERÇARIOS ENGORDA

PEIXE PARA VENDA

31

4.2 ANÁLISE DOS CUSTOS DA ENTIDADE ANALISADA

4.2.1 Análise dos Custos da Primeira Fase

O empreendimento alvo da análise foi concebido com objetivo de comprar alevinos, e

a partir destes produzir peixes para revenda, por meio de criação em gaiolas. Assim, o produto

final da atividade econômica explorada pela associação é o peixe pronto para venda, todos os

subprodutos gerados foram descartados não havendo venda dos mesmos.

Para fins desta pesquisa o ciclo produtivo deste empreendimento teve seu início no

mês de maio de 2013, quando os peixes ainda eram pequenos, onde foram colocados 4.000

unidades de alevinos em uma gaiola. Vale destacar que os alevinos foram adquiridos no

Estado do Ceará, por isso existe um custo adicional de frete na compra. Cada milheiro (mil

unidades) de alevinos possui um custo de R$ 80,00 mais R$ 10,00 de frete, desse modo tendo

um custo total por milheiro de R$ 90,00.

Dessa maneira, o custo inicial com os alevinos foi obtido através da multiplicação de 4

milheiros (4.000 unidades) vezes o custo unitário por milheiro, o que totaliza o valor R$

360,00. O custo da compra dos alevinos foi considerado um custo variável e direto, pois

sofreu influência conforme a quantidade adquirida, bem como por ser apropriado diretamente

ao custo do produto.

Quando os alevinos foram adquiridos, estes tinham, em média, 3g por unidade. Ao

passar os 50 dias da primeira fase, terminaram, em média, com 26,4g por unidade. Durante

esse período foram consumidos cerca de 184 Kg de ração, composta por 45% de proteína. A

saca desta ração é comprada por R$ 60,00 a unidade, onde cada saca contém 25Kg.

O custo total da ração foi obtido através da multiplicação do consumo total da ração

no período vezes preço unitário por Kg. Portanto, 184 Kg vezes R$ 2,40, o que totaliza um

montante R$ 441,60. O custo da ração foi considerado um custo variável, uma vez que sofreu

variação proporcional a quantidade produzida e direto por estar diretamente relacionado ao

processo produtivo. Vale destacar que o custo total da ração foi apropriado com base nas

unidades produzidas.

32

O custo total da depreciação na primeira fase foi obtido da multiplicação da

depreciação unitária de uma gaiola por dia vezes o total de tempo da primeira fase.

Considerou-se que o custo de aquisição de uma gaiola corresponde a R$1.000,00, tendo uma

vida útil dez anos, não havendo valor residual.

A depreciação mensal de cada gaiola ficou, assim, representada:

A depreciação por dia de cada gaiola ficou, assim, representada:

Dessa maneira, obteve-se um custo total da depreciação na primeira fase. Ou seja, 50

dias vezes R$ 0,28 ao dia de depreciação por gaiola, totalizando o valor de R$ 13,89.

Considerou-se o custo da depreciação como sendo um custo fixo, pois não sofreu alteração

em relação à quantidade produzida por cada gaiola. Além disso, a depreciação foi considerada

um custo direto por estar relacionado diretamente ao processo produtivo, haja vista que

produção homogênea, ou seja, não é necessário a utilização de uma base de rateio para

apropriação da depreciação da gaiola ao custo do produto.

Como se pode ver na Tabela 1, que mostra as informações sobre o berçário, o índice

de grande mortalidade na primeira fase, em torno de 35%. Segundo o engenheiro de pesca

responsável, isso pode ter ocorrido devido a grande densidade de alevinos por gaiola,

ocorrendo uma disputa por alimento, espaço, oxigênio, prática de canibalismo entre os

alevinos ou também por infecção e outras doenças. Os custos relativos à primeira fase

(berçário) foram apropriados com base no número de peixes sobreviventes, esta fase de

produção teve seu término no mês junho de 2013.

33 Tabela 1: Informações sobre o berçário

BERÇÁRIO

Berçário Dias de

Consumo

Média

Inicial de

cada

alevino (g)

Média Final

de cada

alevino (g)

Quantidade de

Peixe inicial

Quantidade de

peixe Final

Biom. Final

(Kg) Sobrevivência

1 50 3 26,4 4000 2609 68,8776 65%

Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

4.2.2 Análise dos Custos da Segunda Fase

A segunda fase de produção (engorda) teve seu início no final do mês de junho 2013.

Para fins desta pesquisa foi considerada uma amostra de 800 alevinos, devido ser esta a

quantidade de peixes colocada em cada gaiola. O custo total dos alevinos, nesta segunda fase,

foi obtido através da multiplicação do custo unitário de cada alevino, obtido na primeira fase

de produção, vezes a quantidade. Esse custo foi considerado direto, por estar relacionado

diretamente ao processo produtivo, bem como variável, pois sofre variações proporcionais a

quantidade colocada na segunda fase.

Conforme já destacado anteriormente, quando os alevinos foram adquiridos na

segunda fase, tinham em média 26,4 g por unidade. Contudo, ao passar os 130 dias da

segunda fase, terminaram em média com 450 g por unidade. Durante esse período, da fase da

engorda, foram consumidos 508 Kg de ração composta por 32% de proteína. A saca desta

ração é comprada por R$ 35,00, contendo 25Kg.

O custo total da ração foi obtido através da multiplicação do consumo total da ração

no período vezes o preço unitário por quilo, ou seja, 508 Kg vezes R$ 1,40, o que totaliza um

montante R$ 711,20. O custo da ração foi considerado um custo variável e direto, uma vez

que sofre influencia de acordo com a quantidade produzida, ou seja, caso haja um aumento na

produção ocorre um aumento proporcional no consumo da ração, e direto devido estar

relacionado diretamente ao processo produtivo. Vale salientar que o custo total da ração foi

apropriado com base na quantidade Kg de peixes produzida.

34

O custo total da depreciação na segunda fase foi obtido através da multiplicação da

depreciação diária de uma gaiola vezes o total do tempo da segunda fase. Considerou-se o

mesmo custo de aquisição de uma gaiola da primeira fase de produção, que corresponde a

R$1.000,00, tendo uma vida útil dez anos e não havendo valor residual.

A depreciação mensal de cada gaiola ficou, assim, representada:

A depreciação por dia de cada gaiola ficou, assim, representada:

Dessa maneira, obteve-se um custo total da depreciação na segunda fase de R$ 36,11,

ou seja, 130 dias vezes R$ 0,28 ao dia de depreciação por gaiola. Da mesma forma que

anteriormente, considerou-se o custo da depreciação com sendo um custo fixo, pois não

sofreu alteração em relação à quantidade produzida por cada gaiola. Além disso, a

depreciação foi também considerada um custo direto devido estar relacionado diretamente ao

processo produtivo.

A Tabela 2 demonstra algumas informações sobre a fase da engorda. De acordo com

os dados coletados na pesquisa de campo, pode-se constatar que houve uma diminuição na

mortalidade em relação à primeira fase. Na primeira fase, constatou-se uma sobrevivência de

65% dos alevinos, enquanto que na segunda fase passou para 89%. Portanto, uma diminuição

de 24% na taxa de mortalidade entre as duas fases. De acordo com as informações repassadas

pelo engenheiro de pesca responsável, essa diminuição da taxa de mortalidade ocorreu devida

uma menor densidade por gaiola, provocando menor disputa por espaço, oxigênio, alimento.

Porém, ainda continuou a mortalidade em uma menor proporção, mas outros fatores

ambientais podem ser elencados: variações de temperatura, mudanças bruscas de clima que

possam interferir no ambiente e manejo diário.

35

Os custos relativos à segunda fase (engorda) foram apropriados com base na biomassa

final do ciclo de produção, uma vez que nesta fase os peixes foram vendidos com base no seu

peso, não levando em consideração as unidades produzidas. Vale destacar que esta fase de

produção teve seu término no mês outubro de 2013, compreendendo um período seis meses

de todo o processo de maturação da tilápia.

Tabela 2: Informações sobre a engorda

ENGORDA DA TILÁPIA

Engorda Dias de

Consumo

Media

inicial (g)

Media

Final (g)

N° de

Peixes

Inicial

N° de

peixes Final

Biom.Final

(Kg) Sobrevivência

1 130 26,4 450 800 710 319,5 89% Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

4.3 MÉTODO DE CUSTEIO ABSORÇÃO APLICADO NA AQUICULTURA

De acordo com a literatura consultada, o método de custeio por absorção caracteriza-se

por considerar todos os custos fixos e variáveis no cálculo do preço final. Inicialmente foram

identificados os custos presente no processo produtivo da associação.

Tabela 3: Custos de produção do berçário pelo método de custeio absorção.

CUSTOS DE PRODUÇÃO DO BERÇÁRIO - CUSTEIO ABSORÇÃO

Berçário Cons.

Ração Kg

Custo da

Ração

Depreciação

Custo

Alevinos +

Frete

Custo Total Peixes

Sobreviventes

Custo

Unitário R$

1 184

R$

441,60

R$

13,89

R$

360,00

R$

815,49 2609 0,312568034 Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Como demonstra a Tabela 3, pode-se verificar que no método de custeio absorção

considerou-se todos os custos, sejam eles fixos ou variáveis. Para o cálculo do custo unitário

por alevinos, da primeira fase do processo produtivo, somou-se o custo da ração (custo

variável), o custo dos alevinos (custo variável) e o custo da depreciação da gaiola (custo fixo).

Dessa forma, encontrou-se o custo total que foi rateado pelo total de peixes sobreviventes.

Desse modo, obteve-se o custo unitário por alevinos de R$ 0,31.

36 Tabela 4: Custos de produção para engorda da tilápia método custeio absorção.

CUSTOS PARA A ENGORDA DA TILÁPIA - CUSTEIO ABSORÇÃO

Engorda Consumo de

Ração Kg

Custo da

ração Depreciação

Custo dos

Alevinos Custo Total

Custo Unit.

Kg

1 508 R$ 711,20 R$ 36,11 R$ 250,05 R$ 997,37 R$ 3,12

Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Na segunda fase de produção, de engorda, utilizou-se a mesma metodologia de custos

para encontrar o custo total de produção. Devido a associação vender o seu produto final com

base no peso e não pela quantidade o custo total foi rateado pela quantidade de Kg de peixe

produzido. Para o cálculo do custo unitário por Kg de peixe, somou-se o custo da ração (custo

variável), mais o custo dos alevinos (custo variável), mais o custo da depreciação da gaiola

(custo fixo) encontrou-se o custo total que foi rateado pela quantidade de Kg produzido na

segunda fase. Assim sendo, obteve-se um custo unitário por Kg de tilápia de R$ 3,12.

Após acumulação dos custos durante todo o ciclo produtivo, além dos custos totais

obtidos durante as duas fases, pôde-se encontrar o custo médio unitário por alevinos

produzido de R$ 0,31 (R$ 815,49 / 2609 alevinos). Já o custo médio unitário por Kg de peixe

foi R$ 3,12 (R$ 997,37 / 319,5 Kg).

A partir da análise dos dados contidos na Tabela 3, apresentada anteriormente, é

possível verificar que o custo unitário por alevinos sofre variação de acordo com a quantidade

produzida. Tal variação deve-se basicamente a absorção dos custos de cada fase por parte

daqueles peixes que sobreviveram a todo ciclo produtivo. Ou seja, os peixes que morreram ao

longo do ciclo produtivo tiveram os respectivos custos absorvidos pelos peixes

remanescentes, podendo provocar uma variação no custo final do produto produzido.

O custo médio unitário por Kg de peixe produzido, por cada gaiola, baseando- se no

custeio absorção, além de fornecer informações sobre quanto cada peixe sobrevivente teve

que absorver de custo ao longo de processo produtivo, pode subsidiar na tomada de algumas

decisões comerciais. O custo final do Kg de peixe produzido pode sofrer variações de acordo

com a gaiola na qual foi produzido. Dessa maneira, podendo ocorrer variações no preço de

venda a ser negociado.

Como demonstra a Tabela 4, seguiu-se a mesma metodologia para a apropriação dos

custos que foi utilizado na Tabela 3, diferenciando apenas base de rateio utilizado na segunda

fase (engorda).

37

O custo da depreciação da gaiola, por ser um custo fixo, existe independente da

produção de uma ou mais unidades. De acordo com as informações geradas pelo custeio por

absorção aplicado na associação, evidenciou-se que, quanto maior a produção, menor foi o

custo unitário por produto, em virtude de haver um aumento na quantidade a serem

distribuídos os custos fixos.

Para a associação é interessante sempre trabalhar com a máxima produção por gaiola,

pois, a depreciação é um custo fixo. Dessa maneira quanto maior a quantidade produzida por

gaiola, maior será a base para distribuição dos custos fixos. Ou seja, haverá uma diminuição

no custo unitário por Kg produzido.

Conforme a literatura abordada, uma das desvantagens do método de custeio absorção

é a flutuação do custo do produto em relação às quantidades produzidas. Dessa maneira, em

alguns casos, não produzindo informações fidedignas para fins gerenciais. Portanto, apesar do

método de custeio por absorção ser aceito pela legislação fiscal, e seguir os princípios

fundamentais de contabilidade e ter um menor custo na sua implantação, devido não haver a

necessidade de separação dos custos em fixo e variáveis, existem falhas como prestadora de

informações para o processo de gestão.

4.4 MÉTODO DE CUSTEIO VARIÁVEL APLICADO NA AQUICULTURA

De acordo com a teoria abordada, o custeio variável é o método na qual apenas os

custos variáveis são apropriados aos produtos e os custos fixos lançados diretamente ao

resultado, como se fossem despesas do período, são os custos que variam proporcionalmente à

produção (CREPALDI, 2004; HORNGREN; SUNDEM; STRATTON, 2004; MARTINS,

2006).

Para aplicação da metodologia de custeio variável, inicialmente foi necessário a

classificação dos custos em variáveis e fixos. Assim, todos os custos realizados em cada fase

do processo produtivo foram comparados com a produção, para verificar se variam

proporcionalmente a produção ou se mantinham constantes.

Após a análise do comportamento de todos os gastos realizados ao longo de todo o

ciclo produtivo, verificou-se o grau de relacionamento entre os gastos e a respectiva produção.

Os gastos com ração e compra dos peixes na 1ª e 2ª fases, foram considerados custos variáveis

e direcionados aos peixes sobreviventes em cada fase de produção. Já a depreciação da gaiola,

38

por não sofrer variação de acordo com a quantidade produzida dentro do limite de produção

da mesma, foi considerada um custo fixo.

Tabela 5: Custos de produção do berçário pelo método de custeio variável.

CUSTO DE PRODUÇÃO DO BERÇÁRIO - CUSTEIO VARIÁVEL

Berçário Cons. Ração

Kg

Custo da

Ração

Custo

Alevinos +

Frete

Custo Total Peixes

Sobreviventes

Custo

Unitário R$

1 184 R$ 441,60 R$ 360,00 R$ 801,60 2609 0,307244155 Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Conforme mostra a Tabela 5, evidenciou-se que no método de custeio variável

considerou-se apenas os custos variáveis para formação do custo do produto. Para o cálculo

do custo unitário por alevinos, somou-se o custo da ração (custo variável) e o custo dos

alevinos (custo variável) e encontrou-se o custo total, que foi apropriado pelo total de peixes

sobreviventes. Dessa maneira, obteve-se o custo unitário por alevinos de R$ 0,30.

Se comparar o custo unitário por Kg de peixes, obtido através da aplicação do método

custeio variável em relação ao custeio por absorção, percebe-se um menor custo na aplicação

da metodologia do custeamento variável. Tal diferença ocorre devido ao custeio por absorção

considerar, tanto os custos fixos quanto os variáveis para apropriação aos produtos.

Tabela 6: Custos de produção para engorda da tilápia método custeio variável.

CUSTOS PARA ENGORDA DA TILÁPIA - CUSTEIO VARIÁVEL

Engorda Cons. Ração

Kg Custo da Ração

Custo dos

Alevinos Custo Total

Custo Unitário

Kg

1 508 R$ 711,20 R$ 245,80 R$ 957,00 R$ 3,00

Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Na segunda fase de produção, utilizou-se a mesma metodologia de custos para

encontrar o custo total. Para o cálculo do custo unitário por Kg de peixe, somou-se o custo da

ração (custo variável), mais o custo dos alevinos (custo variável) encontrou-se o custo total

que foi rateado pela quantidade de Kg produzido na segunda fase. Assim sendo, obteve-se um

custo unitário da tilápia de R$ 3,00.

Após análise dos custos durante todo ciclo produtivo como demonstra as Tabelas 5 e

6, obteve-se o custo total de produção, bem como o custo médio unitário por alevinos

produzido de R$ 0,30 (R$ 801,60 / 2609 alevinos). Já o custo médio unitário por Kg de peixe

foi R$ 3,00 (R$ 957 / 319,5 Kg). O custo da depreciação na primeira fase de R$ 13,89 e na

39

segunda de R$ 36,11, totalizando um custo de R$ 50,00, por ser um custo fixo, foi lançado

como despesa do período.

Para Martins (2006) a consideração dos custos fixos na composição do valor de um

bem ou serviço não é de grande utilidade para fins de análise gerencial, uma vez que os custos

existem independentemente do volume de produção. Assim, apesar do método de custeio

variável apresentar um maior custo de implantação, não ser aceito pela legislação fiscal e não

está de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade, tem grande utilidade para

fins gerenciais (MARTINS, 2006).

O método de custeio variável fornece também informações sobre a margem de

contribuição unitária por Kg, uma ferramenta gerencial de grande importância para os

gestores para fins de tomada de decisão (MARTINS, 2006). A margem de contribuição

unitária é obtida através da subtração da receita auferida com venda R$ 5,50 menos os custos

e despesas variáveis R$ 3,00.

A partir da margem de contribuição, o gestor da associação pode identificar qual a

parcela de contribuição de cada Kg de peixe vendido, para cobrir os custo fixos e despesa do

período, fornecendo informações sobre a rentabilidade do produto. Relembra-se que as

despesas são todos os gastos necessários para administrar a empresa, com intuito de gerar

receita.

A Tabela 7 demonstra os gastos mensais que foram considerados como despesas do

período, como, por exemplo, gastos com material de expediente, contabilidade, energia,

internet, aluguel e depreciação de equipamentos. Vale salientar que todos esses gastos não

foram apropriados ao preço do produto, em virtude dos mesmos não estarem relacionados

diretamente ao processo produtivo da associação. Na verdade, eles estão relacionados com a

administração da entidade, em exceção da depreciação da balança. Para a alocação da

depreciação da balança, devido à dificuldade de rateio, foi considerada como despesas do

período, haja vista, que para apropriação aos custos de produção deveria ser considerada a

produção mensal, ou seja, de todas as gaiolas do projeto.

40 Tabela 7: Despesas do Período.

DESPESAS DO PERÍODO

Material de Expediente R$ 50,00

Contabilidade R$ 200,00

Energia R$ 100,00

Internet R$ 50,00

Aluguel R$ 350,00

Depreciação dos Equipamentos R$ 90,84

Total: R$ 840,84 Fonte: Pesquisa de campo, 2013.

Com relação ao cálculo da depreciação, buscou-se identificar todos os bens da

associação. Assim, concluiu-se que estes são: dois computadores, duas impressoras, duas

mesas para computadores, um ar-condicionado Split, uma balança e um bebedouro.

Dessa forma, para o cálculo da depreciação dos equipamentos foram considerados os

valores de aquisição fornecidos pelo presidente da associação, dividido pelas suas respectivas

vida útil. Assim, conforme Tabela 8, o valor total da depreciação de todos os bens é de R$

90,84, que são as despesas fixas mensais. Os percentuais para cálculo da depreciação estão de

acordo com a tabela fornecida pela Receita Federal.

Tabela 8: Depreciação dos equipamentos

Fonte: Pesquisa de campo, 2013

A margem de contribuição é uma ferramenta gerencial de grande importância para o

gestor, pois a partir dela se pode calcular o ponto de equilíbrio. É o momento em que a

empresa equilibra os custos com sua receita, dessa maneira não havendo lucro e nem prejuízo.

DEPRECIAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS

UNIDADE EQUIPAMENTO VALOR UNIT. VALOR TOTAL VIDA ÚTIL DEPRECIAÇÃO MENSAL

2 Computador R$ 1.500,00 R$ 3.000,00 5 R$ 50,00

2 Impressora R$ 500,00 R$ 1.000,00 5 R$ 16,67

2 Mesa R$ 200,00 R$ 400,00 5 R$ 6,67

1 Split R$ 1.200,00 R$ 1.200,00 10 R$ 10,00

1 Bebedouro R$ 400,00 R$ 400,00 10 R$ 3,33

1 Balança R$ 500,00 R$ 500,00 10 R$ 4,17

TOTAL: R$ 90,84

41

De acordo com as informações geradas pelo Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC),

pode-se verificar até quando as vendas podem cair sem a entidade esteja apresentando

prejuízo. Portanto, caso as vendas estejam abaixo do ponto de equilíbrio, a entidade estará

apresentando prejuízo, e, consequentemente, se as vendas estiverem acima estará havendo um

lucro. Por outro lado, se o total de vendas estiver igual ao ponto de equilíbrio, logo significa

dizer que a margem de contribuição obtida com a venda dos produtos foi capaz de cobrir os

custos fixos e despesa do período.

Se comparar o Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) com o Ponto de Equilíbrio

Contábil (PEC) observa-se que existe uma diferença em relação a quantidades que devem ser

vendidas para a associação obter seu próprio ponto de equilíbrio. Essa diferença foi

ocasionada devido ao cálculo do ponto de equilíbrio financeiro considerar apenas os gastos

que geram desembolso. Assim, os gastos com depreciação, por não representarem

desembolsos, foram desconsiderados no cálculo. A partir dessa informação, a associação

pode saber quantos Kg de peixe devem ser vendidos para cobrir seus custos fixos e despesas

que geram desembolsos.

Após a aplicação da metodologia do custeio variável, pode-se verificar que para fins

gerenciais, esse método forneceu informações mais úteis para o processo decisório em relação

ao custeio por absorção. Pôde-se constatar que uma das vantagens foi a informação sobre a

margem de contribuição unitária, elemento importante para gestão.

Portanto, os resultados obtidos estão em conformidade com a literatura consultada,

que cita que método de custeio variável como uma ferramenta importante na produção de

informações para fins gerenciais, diferente do método de custeio absorção que visa atender

quase que exclusivamente aos usuários externos.

42

5 CONSIDERAÇOES FINAIS

Diante de um ambiente competitivo em que as organizações buscam diferentes formas

de redução de custos e diferenciação do produto, torna-se indispensável a adoção de um

sistema de custeio que forneça informações gerenciais para análise econômica e financeira da

atividade.

Assim, sem a pretensão de esgotar no assunto, o presente estudo teve com objetivo

principal aplicar as metodologias de custeio por absorção e variável na associação de

aquicultores da Cidade de Apodi (RN), com o qual buscou identificar a metodologia de

custeio que melhor se adaptasse à atividade de cria e engorda de tilápias.

Após aplicação das metodologias de custeio abordadas neste trabalho, pôde-se apurar

o custo total do ciclo produtivo, permitindo identificar os custos relacionados a cada fase do

processo produtivo (cria e engorda), do custo unitário por alevino e Kg de tilápia em cada

uma das fases do processo produtivo, a margem de contribuição unitária, bem como do ponto

de equilíbrio contábil e financeiro.

Mediante a avaliação dos dois métodos de custeio, percebe-se que o método de custeio

por absorção considera para cálculo do preço final dos produtos produzido tanto os custos

fixos e variáveis; os custos fixos são apropriados aos produtos. Portanto, as informações

geradas pela aplicação método de custeio absorção na aquicultura não têm muita utilidade

para fins gerenciais de tomada de decisões, essas informações são utilizadas pela legislação

fiscal e elaboração de demonstrativos externos, uma vez que esse método atende aos

princípios contábeis.

Por outro lado, considerando a metodologia do custeio variável aplicado na

aquicultura, percebe-se que o detalhamento da informação produzida é bem mais rico, em

comparação às informações prestadas pelo meio do custeio absorção. Por meio das

informações geradas pelo método do custeio variável é possível identificar qual o custo

unitário, margem de contribuição unitária, representando qual a contribuição de cada unidade

vendida para cobrir os custos fixos e despesas do período.

A partir do cálculo da margem de contribuição pôde-se encontrar o ponto de equilibro

da associação, que é uma ferramenta de grande utilização pelo gestor, onde identifica-se qual

montante de vendas necessário para igualar a receita auferida com as despesas e custo fixo do

período.

43

Diante da problemática abordada, qual sistemática de custeio melhor se adapta às

atividade de cria e engorda de tilápias, conclui-se que o custeio variável é o melhor método de

prestação de informações para fins gerenciais.

Por fim, vale salientar que, por existir alguns fatores regionais, como, por exemplo, o

clima, trato alimentar, manejo, entre outros fatores que possam influenciar no

desenvolvimento e produtividade da criação de tilápias, assim, podendo ter influenciado os

resultados da pesquisa.

Para pesquisas futuras, sugere-se a aplicabilidade deste trabalho em empreendimentos

em outras regiões do país, para fins de comparação de resultados. Considerando que o assunto

está longe de ser esgotado, a atividade aquícola ainda pode se desenvolver cada vez mais no

Brasil, devido ao grande potencial para criação de peixes em gaiolas. Dessa maneira, havendo

cada vez mais a necessidade de metodologias de controle e gestão voltadas para este setor.

44

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