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Análise do Potencial de Integração Produtiva e Desenvolvimento de Serviços Logísticos de Valor Agregado de Projetos da IIRSA (IPrLg) Aplicação ao Grupo 5 de Projetos do Eixo de Integração e Desenvolvimento Interoceânico Central Novembro 2009 www.iirsa.org

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Análise do Potencial de Integração Produtiva eDesenvolvimento de Serviços Logísticos de Valor Agregado de Projetos da IIRSA (IPrLg)

Aplicação ao Grupo 5 de Projetos do Eixo de Integração e Desenvolvimento InteroceânicoCentral

Novembro 2009

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Análise do Potencial de Integração Produtiva

e Desenvolvimento de Serviços Logísticos de Valor Agregado

Grupo de Projetos 5

Eixo Interoceânico Central

Novembro 2009

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GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO

DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO

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Índice

Índice .............................................................................................................................. 2 Lista de participantes da aplicação ................................................................................. 4 1. Área de influência do GP5 do Eixo Interoceânico Central ....................................... 8

1.1 Estado atual dos projetos do grupo ........................................................... 8 1.2 Critérios utilizados para a delimitação da área de influência ................... 10 1.3 A área de influência ................................................................................. 10

1.3.1 Bolívia ...................................................................................................... 11 1.3.2 Chile ......................................................................................................... 12 1.3.3 Peru ......................................................................................................... 13

2. Caracterização geral da área de influência ........................................................... 14 2.1 Características sociodemográficas .......................................................... 14

2.1.1 Dados sociodeomográficos da região boliviana da área de influência .... 16 2.1.2 Dados sociodeomográficos da região chilena da área de influência ....... 16 2.1.3 Dados sociodeomográficos da região peruana da área de influência ..... 17

2.2 Indicadores da atividade econômica........................................................ 18 2.2.1 Região boliviana da área de influência .................................................... 18 2.2.2 Região chilena da área de influência ....................................................... 39 2.2.3 Região peruana da área de influência ..................................................... 58

2.3 Infraestrutura existente na área de influência .......................................... 70 2.3.1 Infraestrutura viária boliviana ................................................................... 72 2.3.2 Infraestrutura viária chilena...................................................................... 72 2.3.3 Infraestrutura viária peruana .................................................................... 73 2.3.4 Infraestrutura ferroviária boliviana ........................................................... 74 2.3.5 Infraestrutura ferroviária chilena .............................................................. 75 2.3.6 Infraestrutura ferroviária peruana ............................................................ 75 2.3.7 Rede fluvial boliviana ............................................................................... 77 2.3.8 Portos marítimos da área de influência ................................................... 79 2.3.9 Aeroportos da área de influência ............................................................. 82 2.3.10 Zonas francas e centros de exportação, transformação, indústria,

comercialização e serviços (CETICOS) ................................................... 83 2.3.11 Projetos de plataformas logísticas ........................................................... 86

3. Setores econômicos considerados na análise ...................................................... 89 3.1 Fornecedores de serviços e insumos para a mineração ......................... 90 3.2 Plataforma logística e de serviços para o comércio internacional ........... 91 3.3 Açúcar (Bolívia) – biscoitos (Peru) ........................................................... 91 3.4 Algodão (Bolívia) – fiações (Peru) ........................................................... 91 3.5 Sucata (Bolívia) – arames (Peru)............................................................. 95 3.6 Torta de soja (Bolívia) – alimentos balanceados (Peru) .......................... 99 3.7 Couro (Bolívia) – artesanatos e manufaturas (Peru) ............................. 105 3.8 Leite (Bolívia) – laticínios (Peru) ............................................................ 106 3.9 Madeira (Bolívia) – móveis (Chile) ......................................................... 108 3.10 Especiarias e azeitonas (Chile-Peru)..................................................... 111 3.11 Outros setores analisados ..................................................................... 115

4. Impacto do grupo de projetos, recomendações e plano de ação indicativo ........ 117 4.1 Integração produtiva .............................................................................. 117 4.2 Desenvolvimento de serviços logísticos de valor agregado .................. 120

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Introdução

No contexto do treinamento e aplicação da metodologia para a análise do potencial de integração produtiva (IPr) e de desenvolvimento de serviços logísticos de valor agregado (SLVA) da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-americana (IIRSA), técnicos dos Governos da Bolívia, Chile e Peru foram convocados para realizarem uma aplicação piloto sobre o grupo de projetos 5 (GP5) do Eixo Interoceânico Central (Figura 1).

A partir de um primeiro workshop realizado em Lima em dezembro de 2008, as equipes técnicas elaboraram relatórios caracterizando a área de influência (AI) beneficiada pelos projetos IIRSA correspondentes a cada um dos três países.

Acompanhando as diretrizes da metodologia, estes relatórios informam os critérios utilizados para a delimitação da área de influência, descrevem a área do ponto de vista socioeconômico, produtivo e de infraestrutura e reúnem informações relevantes sobre os setores com potencial de integração produtiva que foram selecionados para a análise durante o workshop de Lima. Os resultados preliminares da caracterização foram apresentados e analisados em um segundo workshop realizado em Arica no mês de abril de 2009, e o trabalho de campo foi preparado sobre essa base.

Após um trabalho de campo que consistiu na realização de entrevistas junto a atores chave dos setores selecionados, em junho de 2009, em Santa Cruz de la Sierra, as equipes nacionais dos três países elaboraram conclusões sobre o potencial de IPr e desenvolvimento de SLVA derivado do grupo de projetos.

O presente documento é uma consolidação do trabalho realizado por cada uma das equipes nacionais e o resultado do workshop de Santa Cruz de la Sierra. Este documento visa a oferecer uma visão unificada da área de influência em sua totalidade, as conclusões sobre o potencial de IPr e desenvolvimento dos SLVA e enunciar recomendações sobre um plano de ação para a promoção da IPr e do desenvolvimento dos SLVA.

Cabe mencionar que os relatórios e apresentações realizados pelas equipes nacionais contêm maior grau de detalhe sobre os temas tratados e aspectos particulares de cada país. Estes documentos podem ser consultados em www.iirsa.org/iprlg.asp.

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Lista de participantes da aplicação

Equipe Nacional da Bolívia

Alfredo Calasich Canaviri Coordenador da equipe - Responsável pelas Políticas de Transporte, Ministério das Obras Públicas, Serviços e Habitação

William Torres Montano Especialista em Processos Produtivos

Emilio Rodas Diretor Geral de Transporte Terrestre, Fluvial e Lacustre, Ministério das Obras Públicas, Serviços e Habitação

Ciro Rodriguez Lozano Especialista em Desenvolvimento Rural, Representante de Unidade de Planejamento do Instituto Nacional de Inovações Agropecuárias e Florestais (INIAF)

Daniela Pilar Zambrana Chavarria

Setorialista de Transporte, Ministério de Planejamento do Desenvolvimento

Guillermo Rubin de Celis Telleria Especialista em Infraestrutura, Ministério das Obras Públicas, Serviços e Habitação

Alberto Luis Aguilar Calle Prefeito e Comandante Geral do Departamento de Oruro Walter Apaza Técnico Responsável pelo Projeto "Oruro Puerto Seco" José María Arancibia Maldonado Técnico Supervisor do Estudo Projeto "Oruro Puerto Seco" María Esther Hinojosa Garcia Assistente de pesquisa

Equipe Nacional do Chile

Christian López Gárnica Coordenador da equipe, Chefe do Departamento de Estudos - Direção Nacional de Planejamento, Ministério das obras Públicas (DIRPLAN-MOP)

Jaime Román Castillo Especialista em Logística, Ministério de Transportes e Telecomunicações

María Francisca Zapata Olivares Especialista em Cadeias Produtivas, Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, Ministério das Relações Exteriores

Ximena Krause Monsalve Especialista em Infraestrutura, Chefe do departamento de Planos de Infraestrutura Viária, Direção Viária, MOP

Gabriel Araneda González Divisão de Estudos e Desenvolvimento, Ministério de Transportes e Telecomunicações

Carlos Roberto Behnke Gutiérrez

Engenheiro Civil, DIRPLAN-MOP

Gloria Muñoz Responsável pelo SIG, Direção Viária, MOP Francisco Concha Diretor Regional de Planejamento, Região de Arica e

Parinacota, DIRPLAN-MOPRóbinson Gallardo Chefe de Projeto Corredores Internacionais, Direção Viária,

MOPGuillermo Reyes Coordenador da Agência Regional de Desenvolvimento

Produtivo, Região de Arica e ParinacotaRoberto Herrera Executivo de Projetos CORFO (Corporação de Fomento da

Produção), Região de Arica e ParinacotaRoxana Belaúnde ProChile Região de Arica e Parinacota

Jaime Valdés Castro Assistente de Pesquisa

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Equipe Nacional do Peru

Jorge Bayona Coordenador Nacional IIRSA Peru, Ministério das Relações Exteriores

Henry Zaira Rojas Coordenador da equipe, Ministério de Transportes e Comunicações (MTC)

Omar Linares Quiroz Especialista em Logística, Assessor do Escritório Geral de Planejamento e Orçamento, MTC

Adrián Lazo Díaz Especialista em Processos Produtivos, Diretor do Escritório de Planejamento, MTC

Juan Cárdenas Fernández Especialista em Infraestrutura, Assessor do Escritório Geral de Planejamento e Orçamento, MTC

Gabriela Mendoza Azpur Equipe de Logística e Transporte, MTC

Carolina Loo Arancibia Equipe de Logística e Transporte, MTC

Vicente Gutiérrez Mendoza Equipe de Logística e Transporte, MTC

Gladys Villanueva Reyes Equipe de Logística e Transporte, MTC

Consultores

Marcel Barceló Especialista em LogísticaRinaldo Barcia Fonseca Especialista em Processos Produtivos

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Definições

Os conceitos de integração produtiva e serviços logísticos de valor agregado podem ter diversas acepções. Para efeitos da aplicação da metodologia de avaliação do potencial de IPr e desenvolvimento de SLVA derivado dos grupos de projetos IIRSA, são estabelecidos os significados a seguir:

A integração produtiva regional 1 (IPr) é definida como o processo de maior especialização produtiva dos países integrados. Esta se produz mediante a criação e o fortalecimento de vínculos produtivos para trás e/ou diante em cadeias produtivas cujos elos estão situados em dois ou mais países da região.

A implantação de infraestruturas que aumentam ou facilitam o contato entre os países pode estimular a integração produtiva, porquanto aproxima espaços econômicos, reduz barreiras físicas ao comércio e alarga a dimensão dos mercados.

Encadeamentos produtivos são as relações comerciais permanentes que se estabelecem entre duas ou mais unidades produtivas localizadas em diferentes países, especializadas em diferentes fases de uma cadeia produtiva que gera uma família de bens.

Serviços Logísticos de Valor Agregado (SLVA) são o conjunto de operações que adicionam valor comercial, sem alterar a natureza do produto, e que vão além do transporte e da armazenagem. Por exemplo, consolidação e desconsolidação de cargas, rotulagem, classificação, controle de qualidade, montagem e desmontagem, fracionamento, embalagem e acondicionamento, preparação de encomendas do varejo, preparação de documentação, etc.

Entende-se por SLVA quando as operações mencionadas não são consubstanciais com a cadeia produtiva (logística individualizada) e são aplicadas a diferentes famílias de produtos que dividem infraestruturas e serviços (logística diversificada).

"Logística individualizada" refere-se a matérias-primas, produtos semielaborados e inclusive produtos acabados, de origem mineral (ferro, carvão, alumínio, cimento, etc.) ou vegetal (soja, cereais, madeira, etc.) que são mobilizados como granéis ou semigranéis, para os quais existe um tratamento logístico dedicado e uma estrutura da cadeia relativamente simples, com poucos atores ao longo de seu desenvolvimento, e escassas integrações com outras cadeias; neste caso, a cadeia coincide completamente com a família logística, independente de que em um mesmo corredor intervenham múltiplos agentes produtores ou transformadores do produto.

Para a logística diversificada, é relevante que a função logística seja independente da produção e que constitua um negócio de interesse para operadores especializados. Os exemplos neste último caso podem ser muito variados, com destaque, em virtude de sua complexidade, para as cadeias associadas aos setores têxtil e de calçado, 1 Em geral, a bibliografia refere-se à integração produtiva como uma ferramenta de competitividade baseada na complementação de especialidades de diferentes empresas ou operadores econômicos através da integração dos processos produtivos. Para efeitos desta metodologia, interessa especialmente que diferentes etapas dos processos produtivos sejam desenvolvidas em diferentes países vinculados através de projetos de infraestrutura do portfólio IIRSA.

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automotivo, de alimentos e não duráveis em geral, químicos, produtos de consumo massivo e domésticos, e papel, entre outros.

Figura 1 - Grupos de projetos do Eixo Interoceânico Central

Grupo 4: Conexão Santa Cruz-Cuiabá

Grupo 5: Conexões do Eixo ao Pacífico: Ilo-Matarani-Desaguadero-La Paz + Arica - La Paz + Iquique - Oruro-Cochabamba-Santa Cruz

Grupo 3: Conexão Santa Cruz-Puerto Suárez-Corumbá

Grupo 1: Conexão Chile-Bolívia-Paraguai-Brasil

Grupo 2: Otimização do corredor Corumbá-São Paulo-Santos-Rio de Janeiro

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1. Área de influência do GP5 do Eixo Interoceânico Central

1.1 Estado atual dos projetos do grupo

Os projetos que integram o Grupo 5 do Eixo Interoceânico Central são apresentados na Figura 2. Quanto à última atualização dos mapas de projetos disponíveis em www.iirsa.org/proyectos, três novos projetos foram adicionados, para os quais ainda não foram realizadas as correspondentes fichas:

Concessão do aeroporto de Iquique; Plataforma logística em Arequipa (área de distribuição); Construção de dupla faixa concessionada: aeroporto Diego Aracena-Iquique.

Em junho de 2009, o estado de execução dos projetos do GP5 é o seguinte: Tabela 1 - Estado de execução dos projetos do GP5

Etapa  Projetos Montante (em US$)

Concluído  4  50.000.000 

Em execução 6  222.000.000 

Pré‐execução 4  943.100.000 

Perfil  4  234.300.000 

Sem dados  3  02 

Total geral  21  1.449.400.000 

Figura 2 - Projetos do GP5 do Eixo Interoceânico Central

2 Não são incluídos os montantes dos projetos IOC 69 e IOC 71 que não se encontram atualizados no site da IIRSA. Os montantes mencionados na Tabela 2 foram contribuição da equipe nacional chilena.

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Tabela 2 - Estado atual dos projetos do Grupo

Código  Nome do Projeto  Montante (US$)  Etapa  Financiamento  Última atualização

IOC31  Reabilitação do trecho El Sillar  120.000.000 Pré‐execução Não iniciado  Out‐08

IOC32  Rodovia Toledo – Pisiga  92.000.000 Em Execução Em execução  Set‐08

IOC33  Passo de fronteira Pisiga – Colchane 2.000.000 Concluído Finalizado  Abr‐08

IOC34  Concessão do aeroporto de Arica  10.000.000 Concluído Finalizado  Maio‐08

IOC35  Melhoria do porto de Arica  50.000.000 Em execução  Em execução  Jun‐093

 

IOC36  Reabilitação da rodovia Iquique ‐ Colchane  29.000.000 Em execução  Em execução  Maio‐08 

IOC37  Estrada de Ferro Aiquile ‐Santa Cruz 700.000.000 Pré‐execução Não iniciado  Set‐08

IOC38  Reabilitação da antiga rodovia Santa Cruz – Cochabamba 

Não existem dados.

Em execução  Em execução  Set‐08 

IOC39  Reabilitação Ponte da Amizade (ponte Eisenhower)  3.000.000 Concluído  Finalizado  Set‐08 

IOC40  Ampliação e melhoria da rodovia Arica ‐Tambo Quemado  50.000.000 Em execução  Em execução  Maio‐08 

IOC41 Pavimentação: Tacna ‐ Tarara ‐ Candarabe ‐ desvio: Humajalso/Tarata ‐ Capazo ‐ Mazocruz 

80.000.000 Perfil  Não iniciado  Out‐08 

IOC42  Reabilitação e melhoria da rodovia Camaná ‐ Matarani – Ilo  97.000.000 Pré‐execução  Não iniciado  Set‐08 

IOC44  Melhoria do Aeroporto de Ilo  4.300.000 Perfil Não iniciado  Out‐08

IOC61  Modernização do porto de Ilo  100.000.000 Perfil Não iniciado  Out‐08

IOC62  Melhoria do porto de Matarani  35.000.000 Concluído Finalizado  Out‐08

IOC65  Melhoria do porto de Iquique  25.000.000 Em execução Em execução  Set‐08

IOC66  Reabilitação e concessão da estrada de ferro Arica ‐ La Paz (trecho chileno)

26.000.000 Em execução  Em execução  Nov‐08 

3 Informações fornecidas pela equipe nacional do Chile. A ficha de projeto na web site da IIRSA não está atualizada na data de elaboração do presente relatório.

Pavimentação Tacna- Candarabe-Humajalzo

Reabilitação Pan-americana Sul (terremoto)

Melhoria do Porto de Matarani

Reabilitação Ilo-Matarani (Costanera Sul)

Modernização do Porto de Ilo

Melhoria do Aeroporto de Ilo

Melhoria do Porto de Arica

Melhoria do Aeroporto de Tacna

Reabilitação da Estrada de Ferro Arica-La Paz (trecho chileno)

Reabilitação Rodovia Arica-Tambo Quemado

Projeto Âncora: reabilitação do trecho El Sillar

Reabilitação Ponte da Amistad (Ponte Eisenhower)

Estrada de Ferro Aiquile-Santa Cruz

Pavimentação antiga rodovia Santa Cruz-Cochabamba

Rodovia Toledo-Pisiga

Concessão do Aeroporto de Arica

Melhoria do Porto de Iquique

Reabilitação da Rodovia Iquique-Colchane

Passo de Fronteira Pisiga-Colchane

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IOC67  Melhoria do aeroporto de Tacna  26.100.000 Pré‐execução Não iniciado  Out‐08

IOC69  Concessão do aeroporto de Iquique  4.600.000 Concluído  Finalizado  Jun‐094 

 

IOC70  Plataforma logística em Arequipa (área de distribuição)  Não existem dados. 

IOC71  Construção de dupla faixa concessionada aeroporto Diego Aracena‐Iquique  160.000.000 Em estudo

Não existem dados. 

Jun‐095 

1.2 Critérios utilizados para a delimitação da área de influência

Os critérios utilizados são os seguintes:

Distância aos projetos do grupo e a rede viária que os conecta. Estabeleceu-se um primeiro limite aproximado de entre 100 e 150 quilômetros a ambos os lados da rede viária principal ou estruturante que atravessa o território e conecta os projetos do grupo.

Rede de cidades e pólos produtivos próximos ao GP. Considera-se a influência que possam ter importantes centros de consumo ou produção na economia da área de influência.

Limites administrativos e fronteiras. Nível de agregação das informações disponíveis. A aproximação dada pela

distância aos projetos, cidades e pólos produtivos foi delimitada por departamentos, regiões, províncias, comunas ou prefeituras, conforme a divisão administrativa de cada país.

1.3 A área de influência

Figura 3 - Área de influência do GP5 do Eixo Interoceânico Central

4 Idem nota 3. 5 Idem nota 3.

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Figura 1 - Rede de cidades da área de influência

1.3.1 Bolívia

A Bolívia conta, como eixo central de integração, com a rodovia Puerto Suárez-Santa Cruz-Cochabamba-La Paz (Figura 3) para saída e entrada do comércio internacional, ficando definida a área de influência pelos departamentos de La Paz, Oruro, Cochabamba, Beni, Chuquisaca, Santa Cruz e o norte do Departamento de Potosí. Ficam excluídos da área de influência os departamentos de Tarija e Pando. Quanto à tipologia das regiões compreendidas dentro da área de influência, cabe dizer que no território boliviano existem três zonas geográficas predominantes:

Zona andina; Zona subandina; Zona das planícies.

A zona andina abrange 25% do território nacional. Sua extensão estimada é de 274.645 quilômetros quadrados (106.048 milhas quadradas). Na zona andina se distinguem a Cordilheira Ocidental ou Vulcânica e a Cordilheira Oriental, e entre as duas cordilheiras encontra-se o planalto altiplânico. Nesta zona se localizam os departamentos de La Paz, Oruro e Potosí. As temperaturas registradas são as mais baixas do país e podem chegar aos 20 graus centígrados abaixo de zero. A temperatura média é de 10 graus centígrados. O planalto altiplânico encontra-se a uma altura média de 3.555 metros sobre o nível do mar. A zona subandina, de clima temperado cálido, abrange 16% do território, aproximadamente 175.772 quilômetros quadrados (67.871 milhas quadradas), com férteis vales. Registra uma temperatura média de 16 a 20 graus centígrados. Nesta zona encontramos os departamentos de Cochabamba, Chuquisaca, Tarija e parte do Departamento de Santa Cruz. Estas zonas, localizadas no centro do país, possuem alturas de entre 1.000 e 3.000 metros sobre o nível do mar.

Iquique

Arica

Tambo Quemado

Colchane /Pisiga

Huara

Oruro

Cochabamba

Santa Cruz

MonteroSanMatías

PuertoSuárez

La PazDesaguadero

Tacna Ilo

Arequipa

MoqueguaMatarani

PasoVisviri

Puno

Juliaca

El Callao Lima Ica

RiberaltaGuayaramerin

Puerto Villarroel

Aiquile

Patacamaya

Chacalluta / Santa Rosa

Cidades principais

Passos de fronteira

Portos

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Aos pés da Cordilheira Central ou Real, no seu lado nororiental, abrem-se as planícies orientais de clima cálido tropical do nordeste, este e sudeste, que cobrem entre 60% e 64% do território nacional, isto é, 659.149 quilômetros quadrados (254.516 milhas quadradas), e registram uma temperatura média anual de 22 graus centígrados a 25 graus centígrados. Esta zona abrange o norte do Departamento de La Paz, a parte oriental do Departamento de Cochabamba, Santa Cruz e os departamentos do Beni e Pando.

1.3.2 Chile

No caso do Chile, a rede que vincula os projetos do grupo corresponde às rodovias 11 CH, Arica-Tambo Quemado, que liga a cidade de Arica com a fronteira com a Bolívia, e a rodovia 15 CH, Huara-Colchane, que conecta a cidade de Iquique, passando por Huara, também com a fronteira boliviana (Figura 3). Traçando uma reta perpendicular a essas rodovias, de uma longitude de 100 quilômetros, pode ser alcançado o limite com o Peru a partir da 11 CH no extremo norte e o limite da Região de Tarapacá com a de Antofagasta a partir da 15 CH no extremo sul. A área de influência inclui as duas principais cidades presentes nesta porção do território nacional: Arica, no extremo norte, e Iquique, no extremo sul. Cada uma destas cidades concentra, respectivamente, 98% e 97% da população de suas regiões e se corresponde com os principais pólos de atividade econômica das mesmas. Do ponto de vista político-administrativo, o Estado chileno é organizado em 15 regiões, subdivididas em províncias, e estas, por sua vez, em um amplo espectro de prefeituras. Sob esta organização, a porção do território chileno onde se localiza a infraestrutura do Grupo de Projetos 5 definido para o Eixo Interoceânico Central corresponde à XV Região de Arica e Parinacota, no extremo norte, e a I Região de Tarapacá, no extremo sul. Por sua vez, os limites fronteiriços desta área de influência são o Oceano Pacífico ao oeste, Bolívia ao leste, Peru ao norte e a II Região de Antofagasta ao sul. Em coincidência com a divisão e organização político-administrativa do Estado chileno antes apresentada, as informações disponíveis em grande parte dos bancos de dados são organizadas sob estes mesmos referentes, sendo, em alguns casos, mais gerais e abrangendo uma região, ou alcançando níveis mais específicos a nível de prefeituras. Cabe mencionar que, até o ano de 2007, existia apenas a I Região de Tarapacá, que incluía a atual XV Região de Arica e Parinacota. A partir desse ano, é criada esta última e instalada toda a estrutura de governo e gestão, fato que favoreceu a produção de estatísticas próprias desta nova região, bem como de muitos outros instrumentos próprios de planejamento e gestão pública. Por conseguinte, grande parte das análises e algarismos utilizados corresponderá à antiga I Região de Tarapacá, fato que, de certa forma, favorece uma análise mais agregada, dado que essa antiga região se corresponde exatamente com a área de influência. Aplicados todos os critérios antes mencionados, a equipe chilena estabeleceu como área de influência a porção do território nacional composta pelas regiões XV de Arica e Parinacota, no extremo norte, e I de Tarapacá, no extremo sul. Essa área envolve uma superfície de 59.101 quilômetros quadrados e representa os principais e únicos pontos de conectividade terrestre com o Peru e com a Bolívia.

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1.3.3 Peru

Em território peruano foi delimitada uma área de influência de 150 quilômetros a ambos os lados das rodovias Ilo-Desaguadero, Costanera (Ilo-Matarani) e Tacna-Candarave-Humajalso, permitindo a identificação dos departamentos de Tacna, Moquegua, Puno e Arequipa como parte da área de influência dessas rodovias (Figura 3). Dentro desses departamentos estão também localizados os principais pólos de produção e de consumo do sul deste país, entre os que podemos mencionar Arequipa, Ilo, Juliaca e Tacna. Também foram identificados os portos de Matarani e Ilo, os quais têm grande importância no desenvolvimento da importação e exportação de produtos. Após analisar a dinâmica econômica e comercial da área, considera-se importante a inclusão de Lima dentro da área de influência dos projetos, em virtude da transcendência que tem para o intercâmbio comercial no sul do país e, principalmente, da sua importância para o desenvolvimento de cadeias logísticas de valor agregado dentro do eixo IIRSA em estudo. Por outro lado, foi também considerado o departamento de Ica, devido a que, dentro desta dinâmica comercial, funciona como nexo entre Lima e o sul do país. No entanto, Lima tem sua própria dinâmica comercial, fato que levou à decisão de considerar Lima e Ica como uma área de influência externa.

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2. Caracterização geral da área de influência

2.1 Características sociodemográficas Tabela 1 – População, superfície, PIB e desenvolvimento da área de influência

Região População 

(hab) Superfície (km2) 

Densidade (hab/km2) 

PIB(milhões de 

US$) IDH 

População urbana 

Pobreza 

AI boliviana  8.901.349  997.131 8,9 8.194 0,739 62,8%  58,5%

Santa Cruz  2.388.799  370.621 6,5 1.484 0,759 32,7%  38,1%

Beni  406.982  213.564 1,9 877 0,717 4,9%  76,0%

Cochabamba  1.671.680  55.631 30,1 1.218 0,765 18,1%  55,0%

Chuquisaca  601.823  51.524 11,7 957 0,704 4,8%  70,1%

La Paz  2.630.381  133.985 19,6 1.212 0,730 30,5%  66,2%

Oruro  433.481  53.588 8,1 1.512 0,720 4,5%  67,8%

Potosí  768.203  118.218 6,5 934 0,701 4,5%  79,7%

AI chilena  428.594  59.101 7,3  3.960 0,731  94,1%  14,8% 

XV  de  Arica  e Parinacota 

189.644  16.875 11,23.960 0,731

93,2%  18,6%

I de Tarapacá  238.950  42.226 5,7 94,8%  11,7%

AI peruana  2.871.058  167.454 17,1 3.690 0,604 72,3%  42,7%

Arequipa  1.152.303  63.645 18,2 1.823 0,646 90,6%  23,8%

Moquegua  161.533  15.734 10,3 309 0,644 84,6%  25,8%

Puno  1.268.441  71.999 17,6 981 0,547 49,7%  67,2%

Tacna  288.781  16.076 18,0 577 0,669 91,3%  20,4%

Total  12.223.329  1.223.686 10,0 15.812 0,71 66,2%  42,7%

População: Bolívia ano 2005, Chile ano 2003, Peru ano 2008 PIB: em milhões de US$, Bolívia ano 2007, Chile ano 2006, Peru ano 2008 IDH: Bolívia ano 2004, Chile ano 2003, Peru ano 2008 População urbana: Bolívia ano 2001, Chile ano 2002, Peru ano 2008 Pobreza: Bolívia ano 2008, Chile ano 2006, Peru ano 2008

Tabela 2 - PIB por setores econômicos na área de influência (milhões de US$)

Região  Agricultura  Mineração  Manufatura  Serviços 

AI boliviana  1.214  978  1.421  2.368 

Santa Cruz  557  199  518  609 

Beni  110  13  60  67 

Cochabamba  163  145  364  439 

Chuquisaca  88  84  71  141 

La Paz  209  131  335  854 

Oruro  22  129  48  128 

Potosí  64  276  24  131 

AI chilena  22  1.418  306  1.842 

XV de Arica e Parinacota 22  1.418  306  1.842 

I de Tarapacá 

AI peruana  2.103  2.117  3.054  3.691 

Arequipa  1.263  906  1.882  1.824 

Moquegua  113  528  551  309 

Puno  585  281  431  981 

Tacna  142  402  190  577 

Total  3.339  4.500  4.780  7.888 

Bolívia ano 2007, Chile ano 2006, Peru ano 2008.

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Figura 2 - Índice de desenvolvimento humano da área de influência

Figura 3 - Índice de pobreza da área de influência

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Figura 4 – Densidade de população na área de influência

2.1.1 Dados sociodeomográficos da região boliviana da área de influência

Na Bolívia, o índice de pobreza se manteve invariável desde 2000 a 2004, e foram registradas diminuições importantes nos anos 2004 e 2008. O índice de pobreza é maior na área rural, onde 80% da população são pobres, enquanto que, na área urbana, 50% da população são pobres. Esse índice diminuiu nos departamentos de Cochabamba e Santa Cruz, mas se manteve em níveis altos em La Paz, Beni, Oruro e Potosí. O país ainda experimenta um crescimento rápido de sua população, que é de 2,74% anual. A população menor de 15 anos representa 41% do total e a idade média é de 20,3 anos (31,2% se encontram na faixa etária de 10 a 24 anos). A população de adultos maiores é de 4%.

2.1.2 Dados sociodeomográficos da região chilena da área de influência

A região chilena da área de influência tem uma densidade populacional de 7,3 habitantes por quilômetro quadrado, número baixo se comparado com a média nacional, que é de 20 habitantes por quilômetro quadrado. Ao desagregar a área de influência nas duas regiões que a integram, observam-se comportamentos dessemelhantes: a Região de Arica e de Parinacota tem uma densidade populacional de 11,2 habitantes por quilômetro quadrado. Ao ano 2020, a população desta região, segundo projeções efetuadas pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), atingiria 164.933 habitantes, devido a uma taxa de crescimento negativa de sua população situada em torno de -2,05%. Por sua parte, a região vizinha

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de Tarapacá possui uma densidade de 5,7 habitantes por quilômetro quadrado, inferior em 46% à densidade de Arica e Parinacota. Ao ano 2020, sua população se situaria em 385.457 habitantes, como reflexo de uma taxa de crescimento positiva média de 3,1%. A respeito do emprego e segundo dados de 2008, a força de trabalho da Região de Tarapacá supera em 50% a de sua vizinha Arica e Parinacota, o qual constitui um fator que tem incidência no maior dinamismo econômico que a primeira destas regiões apresenta. O desemprego, por sua vez, mostra-se consideravelmente maior em Arica e Parinacota, com um valor anual médio de 11%, notavelmente superior aos 6% apresentados por Tarapacá. Quanto ao índice de desenvolvimento humano (IDH) e segundo dados disponíveis para o período 1994-2003, a Região de Tarapacá, que envolvia a atual de Arica e Parinacota nessa data, ocupava posições de avançada: o segundo lugar para o ano 1994, apenas ultrapassada pela Região Metropolitana, cuja capital é Santiago; para o ano 2003 desceu levemente para a terceira posição do ranking. Da análise no âmbito das prefeituras, destaca-se a diminuição do IDH das prefeituras de Arica e Putre, que se encontravam em posições muito mais altas na década passada, o qual, acrescido da diminuição da população experimentada por estas prefeituras e pela região nos últimos anos, poderia ser interpretado como sinal de estagnação e retrocesso desta subárea da área de influência.

2.1.3 Dados sociodeomográficos da região peruana da área de influência

A população do Peru é de 27,4 milhões de pessoas; deste total, 10% fazem parte dos quatro departamentos incluídos no âmbito de estudo, somando um total de 2,9 milhões de pessoas. A taxa de analfabetismo no Peru é de 7,1%. O Departamento de Puno apresenta uma taxa superior à da média peruana: 12,2%. Já os outros departamentos apresentam taxas inferiores à media: Arequipa, 4,1%; Moquegua, 4,7%, e Tacna, 3,7%. O índice de pobreza médio da zona de estudo é de 34%, inferior à média nacional, cujo valor é de 39,1%. Só o Departamento de Puno superou esta média, com uma taxa de 69%; os outros três departamentos estão por baixo dessa taxa. Em geral, no Peru a população desempregada representa uma baixa percentagem do total da população economicamente ativa. Na região de estudo existem 1,8 milhões de pessoas economicamente ativas, das quais 76 mil (4,22%) estão desempregadas. Esta região se encontra 2,3 pontos acima da média do país, que é de 4,5%. O departamento com maior taxa de desemprego é Moquegua, seguido por Puno, Tacna e Arequipa.

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2.2 Indicadores da atividade econômica Figura 8-Distribuição do PIB na área de influência

2.2.1 Região boliviana da área de influência Produto interno bruto Os principais indicadores da economia boliviana continuam mostrando melhorias ao longo dos últimos anos. O crescimento do PIB em 2007 foi de 4,56%, e em 2008 atingiu 6,7%, a taxa mais alta dos últimos 30 anos. Pela primeira vez, a Bolívia supera os cinco pontos percentuais de crescimento. Figura 5 – Evolução do PIB a preços de mercado (dólares)

Fonte: Elaboração com base na taxa de câmbio média do BCB

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Figura 6 – PIB per capita a preços de mercado (dólares)

Fonte: Elaboração própria com base em dados do INE Tabela 5 – Participação no PIB departamental dos principais setores econômicos

ATIVIDADE ECONÔMICA Beni Chuquisaca Cochabamba La Paz Oruro Potosí Santa Cruz

PRODUTO INTERNO BRUTO 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

1. Agricultura, Silvicultura, Caça e Pesca

38% 21% 12% 8% 5% 10% 22%

2. Extração de minas e canteiras 2% 10% 7% 6% 30% 40% 6%

3. Indústrias manufatureiras 17% 17% 24% 19% 13% 5% 25%

4. Eletricidade, gás e água 1% 2% 2% 3% 2% 1% 3%

5. Construção 4% 3% 3% 3% 5% 5% 3%

6. Comércio 11% 8% 9% 12% 8% 9% 9%

7. Transporte, armazenagem e comunicações

4% 12% 17% 12% 13% 8% 12%

8. Estabelecimentos financeiros, seguros, bens imóveis e outros serviços

8% 9% 13% 20% 8% 8% 12%

9. Serviços da prefeitura, sociais, pessoais e domésticos

3% 4% 6% 7% 3% 2% 5%

10. Restaurantes e hotéis 3% 2% 3% 4% 3% 2% 3%

11. Serviços da Administração Pública

10% 14% 9% 14% 11% 11% 7%

Serviços bancários imputados -2% -2% -4% -6% -1% -1% -5%

Fonte: Elaboração própria com base em dados do INE

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Tabela 6 – Participação no PIB departamental dos principais setores econômicos

Região Agricultura Mineração Manufatura Serviços financeiros

Serviços da Administração Pública

Bolívia 1.307,02 1.604,15 1.490,29 1.126,76 1.439,15

Santa Cruz 557,42 199,22 518,31 329,29 280,17

Beni 109,60 12,67 60,39 26,61 40,10

Cochabamba 163,33 145,18 364,38 186,56 252,17

Chuquisaca 88,27 84,07 70,61 40,20 100,66

La Paz 209,33 131,01 334,86 404,73 448,98

Oruro 21,50 129,00 48,24 37,86 89,67

Potosí 64,30 276,40 24,17 45,12 85,62

TOTAL AI 1.213,75 977,57 1.420,96 1.070,37 1.297,36

Fonte: Elaborado com base na taxa de câmbio média do Banco Central da Bolívia (BCB) Nota: Nem todos os setores são incluídos; só os principais foram considerados. Desde o ano 2000, o desemprego se situou entre 8% e 12%, e ficou nivelado entre 2006 e 2008 em 8%.  Tabela 7 – População empregada segundo principais atividades econômicas (censo 2001)

Região Agricultura,

pecuária, caça e silvicultura

Exploração de minas e canteiras

Indústria manufatureira

Eletricidade, gás e água

Comércio Transporte e

comunicações Serviços

financeiros

Serviços da adm. pública

Santa Cruz 150.000 5.839 84.656 2.976 146.924 48.773 4.983 13.536

Beni 38.936 400 15.850 527 15.265 7.319 322 4.029

Cochabamba 171.584 1.394 57.211 1.962 80.341 28.198 2.167 10.713

Chuquisaca 57.479 292 19.326 450 17.709 6.335 614 3.616

La Paz 249.186 11.509 104.829 2.072 149.733 53.084 5.586 29.286

Oruro 52.289 5.135 12.346 375 22.114 7.182 426 3.323

Potosí 113.245 11.455 21.856 559 21.889 6.662 396 3.613

Total AI 832.719 36.024 316.074 8.921 453.975 157.553 14.494 68.116

Fonte: Elaboração própria com base em dados do INE Nota: O quadro acima mostra os dados da população empregada de acordo com as principais atividades econômicas escolhidas para a área de influência; outras atividades não foram consideradas.

O salário mínimo nacional (SMN) na Bolívia durante os anos 2003, 2004 e 2005 se manteve constante em Bs 440. Na gestão 2006, o SMN ascendeu a Bs 500, e em 2007, a Bs 525, com um aumento associado de 14% e 5%, respectivamente. Na presente gestão 2009, o SMN é de Bs 647. O índice de preços ao consumidor (IPC) na Bolívia durante a gestão 2008 registrou as variações observadas a seguir:

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Figura 11 – Variações do IPC e do salário mínimo nacional – Bolívia

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2003 2004 2005 2006 2007 2008

Indice

Bs

Salario  Minimo Nacional IPC

Tabela 8 – Principais produtos de exportação da República da Bolívia

Fonte: INE

O valor das exportações de minérios no ano 2007 aumentou com relação ao registrado em 2006, resultado do bom ambiente de preços reinante no mercado internacional de metais, mas também do aumento na exportação de minérios e dos

2000 2001 2002 2003 2004 2005(p) 2006 2007

Principais produtos de exportação (em milhões de US$)

1.475,0 1.352,8 1.375,2 1.676,7 2.265,2 2.948,1 4.231,6 4.859,3

Estanho 76,5 56,1 58,2 74,6 147,1 125,8 145,3 216,3

Prata 74,0 53,9 68,5 75,9 91,2 92,4 171,1 225,3

Zinco 170,6 118,9 112,1 124,2 151,7 200,8 548,4 692,7

Antimônio 1,7 1,8 3,3 6,5 8,6 18,8 26,8 21,2

Chumbo 4,8 4,1 4,6 4,4 9,5 10,9 14,9 61,3

Ouro 88,0 92,2 89,7 72,1 34,3 78,7 127,2 123,1

Gás natural 121,4 239,3 266,2 389,6 619,7 1.086,6 1.667,8 1.971,2

Gado 0,2 0,7 0,1 0,0 1,0 0,0

Soja 299,2 275,0 318,6 369,8 425,6 346,6 356,0 388,0

Café sem torrar 10,4 5,8 6,2 6,4 9,4 11,3 13,9 13,7

Açúcar 7,2 10,0 15,8 23,7 31,0 18,7 18,5 32,3

Madeiras 57,7 41,0 41,1 42,8 56,1 67,6 87,3 98,9

Couros 22,8 23,0 24,5 21,8 23,6 21,7 32,3 36,9

Nozes do Brasil 34,1 27,7 27,4 37,9 53,4 75,0 70,2 76,8

Algodão 10,6 4,6 3,6 3,7 5,3 5,1 4,9 4,9

Joalheria 31,8 28,0 41,5 41,5 44,5 49,3 51,2 53,4

Roupas, adubo e tingido de peles 16,5 15,0 13,6 22,5 39,8 35,1 33,4 26,6

Produtos alimentícios 52,1 57,2 45,2 36,1 49,7 46,5 77,6 112,2

Produtos têxteis 29,5 25,5 17,3 28,9 28,0 32,6 34,3 41,9

Subtotal 1.109,1 1.079,1 1.158,1 1.382,5 1.828,5 2.323,5 3.482,1 4.196,7

Outros 365,9 273,7 217,1 294,2 436,7 624,6 749,5 662,6

Salário Mínimo Nacional

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maiores volumes de produção devidos ao início do projeto San Cristóbal em meados do terceiro trimestre de 2007. Além disso, o aumento das exportações de gás natural para o Brasil e a Argentina esteve associado aos preços mais altos. As principais exportações da Bolívia para as repúblicas do Peru e do Chile, segundo via de saída, são apresentadas na tabela a seguir. Tabela 9 - Exportações bolivianas ao Chile e Peru, segundo aduana de saída, ano 2007

Produto Origem Peso bruto (kg) Valor FOB (US$)

Principais exportações ao Peru via Desaguadero

Cacau Cochabamba 10.160 21.080

Açúcar Tarija 5.953.954 2.073.050

Santa Cruz 42.672.364 13.673.740

Couros Chuquisaca 17 870

La Paz 62.815 53.279

Santa Cruz 102.710 402.349

Madeiras La Paz 1.040 1.541

Cochabamba 40.520 14.182

Santa Cruz 7.311.553 2.575.539

Algodão La Paz 53.627 28.187

Santa Cruz 1.455.103 2.204.224

Soja Cochabamba 1.089.087 1.028.004Totais ao Peru via Desaguadero 210.252.473 53.865.623

Principais exportações ao Chile via Iquique-Pisiga-Bella Vista

Couros Cochabamba 11 1.887

Madeiras La Paz 38.226 34.077

Cochabamba 17.053 8.193

Santa Cruz 129.516 66.083

Outros Minérios La Paz 15.123 2.209

Cochabamba 6.000 501

Outros

La Paz 10.188 1.502

Cochabamba 105.769 19.183

Oruro 249.624 231.627

Santa Cruz 14.430 2.304

Totais ao Chile via Iquique-Pisiga-Bella Vista 585.940 367.566

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Tabela 9 - Exportações bolivianas ao Chile e Peru, segundo aduana de saída, ano 2007 - Exportações bolivianas ao Chile e Peru, segundo aduana de saída, ano 2007 (continuação)

Principais exportações ao Chile via Arica-Charaña-Tambo Quemado

Café La Paz 160 900

Cacau La Paz 1.959 770

Açúcar Santa Cruz 278.598 90.460

Bebidas La Paz 1.835.204 625.418

Cochabamba 2.121.244 692.624

Borrachas La Paz 30 51

Couros La Paz 48.217 112.433

Cochabamba 162.317 372.009

Santa Cruz 190.106 1.613.627

Madeira

La Paz 1.450.496 1.404.073

Cochabamba 87.391 209.065

Santa Cruz 586.014 455.471

Beni 90.969 48.658Algodão Santa Cruz 23.985 43.400

Soja Cochabamba 1.877.004 1.717.889

Santa Cruz 48.643.810 11.199.988

Estanho La Paz 7.259 56.430

Oruro 56.483 875.137

Outros/Minérios

La Paz 1.605.719 730.319

Cochabamba 76.600 9.504

Oruro 732.966 272.568

Potosí 78.713 33.334

Santa Cruz 928 100

Outros

Chuquisaca 634 2.421

La Paz 1.658.003 3.550.703

Cochabamba 18.556.871 7.698.307

Oruro 24.544 25.910

Potosí 42.958 40.225

Santa Cruz 52.837.193 11.925.979

Antimônio Santa Cruz 6.174 27.687

Chumbo Potosí 19.663 58.655

Totais ao Chile via Arica-Charaña-Tambo Quemado 133.102.212 43.894.115Total Exportações ao Peru - Chile 343.940.625 98.127.304

Fonte: Aduana Nacional da Bolívia

É importante salientar o incremento das exportações dos produtos não tradicionais, especialmente a madeira, a castanha, o açúcar, a joalheria, os palmitos em conserva e o calçado. Atividades econômicas relevantes a) Açúcar A indústria açucareira boliviana se concentra no Departamento de Santa Cruz, onde ficam localizados quatro engenhos privados (Guabirá, La Bélgica, San Aurelio e Unagro) com uma área plantada de 75.000 hectares. A segunda zona em importância é a região de Bermejo, no Departamento de Tarija, local onde se encontra o engenho de propriedade do Estado e são plantados aproximadamente 10.000 hectares.

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GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO

DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO

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A época da colheita é entre os meses de maio e novembro. A colheita de cana é realizada tanto de forma manual (50%) como semimecanizada (40%) e colheita integral (10%). A maior parte da área de canaviais se encontra a 20 quilômetros de distância média entre o plantio e o engenho açucareiro, e são utilizadas carretas de alta tonelagem para o transporte. A capacidade instalada para a moagem é de quatro milhões de toneladas métricas ao ano. Figura 12 - Zonas de produção de açúcar e portos de comercialização

N

Fuente:Estructura politico Administrativa

(Limites Departamentales y Municipales)Unidad de Limites MDS. 2004

Poblados: Instituto Nacional de Estaduistica, 2001Proyeccion UTM - WGS 84

200 0 200 Kim.Limite Municipal

Producción de Caña de Azucar(Superficie Cultiva Ha.)

Limite Departamental

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San Javier

El Puente

San Joaquín

Cabezas

Padcaya

Huacaraje

San Miguel de Velasco

Trinidad

San Pedro

Comarapa

Vallegrande

Pasorapa

Entre Rios (La Moreta)

Samaipata

Irupana

Puerto Siles

Warnes

San Buenaventura

Coroico

Villa San Lorenzo

Lagunillas

IndependenciaPortachuelo

Cotoca

Chuma

Bermejo

Fernandez Alonso

UNIDAD DE PRODUCTIVIDAD YCOMPETITIVIDAD

MUNICIPIOS QUE PRODUCEN CAÑA DE AZUCAR

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5 - 240240 - 800800 - 50005000 - 1500015000 - 25000

UNIDADE DE PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE

PREFEITURAS PRODUTORAS DE CANA DE AÇÚCAR

Mapa de Localização Fonte:

Estrutura político-administrativa (Limites Departamentais e Municipais)

Unidade de Limites MDS. 2004 Povoações: Instituto Nacional de Estatística, 2001

Projeção UTM - WGS 84

Produção de Cana de Açúcar (Superfície Plantada Ha.)

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GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO

DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO

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b) Algodão Na Bolívia, o algodão é produzido a nível comercial desde 1950, principalmente por sua fibra, que é utilizada como matéria-prima pela indústria têxtil. No entanto, também outros elementos do algodão são utilizados pela indústria. O algodão semente é a segunda fonte de óleo vegetal no mundo e a torta de algodão semente é muito prezada pelo seu alto conteúdo protéico. A semente de algodão, na Bolívia chamada de "pepa", contém 24% de proteína, principal componente da torta de algodão, a qual é utilizada como alimento para animais e como fertilizante. O óleo constitui 15% da "pepa" de algodão, e por ser não saturado, é utilizado para a cozinha, a fabricação de sabão e outros produtos. A semente de algodão contém, em condições normais, um pigmento conhecido como "gossipol", que é tóxico para os animais não ruminantes; porém, com o processo adequado, pode se elaborar farinha de algodão, rica em proteína de alta qualidade e também apta para o consumo humano. O setor produtivo algodoeiro da Bolívia está situado no Departamento de Santa Cruz. A área plantada diminui drasticamente nos últimos anos, devido à queda dos preços internacionais e aos maus lucros agrícolas obtidos. A tecnologia aplicada na produção do algodão ficou diminuída competitivamente face a países como o Brasil, Argentina e Estados Unidos. Na Bolívia não se desenvolveu uma cultura de pesquisa genética de variedades que permita semear melhor material, mais resistente aos efeitos climáticos e com características de fibra para um mercado nas indústrias nacionais e, por sua vez, com maior valor agregado nos mercados internacionais. Os produtores de algodão recebem financiamento das empresas descaroçadoras de algodão, que entregam sementes, agroquímicos, diesel e dinheiro para atividades produtivas. Este financiamento é geralmente realizado com recursos próprios das empresas ou de outros, como os revendedores de agroquímicos. Os descaroçadores extraem alguns subprodutos do algodão, como pepita e pluma, comercializadas no mercado local, embora a comercialização de fibra seja a atividade de maior lucratividade. As empresas descaroçadoras possuem máquinas que, na sua maioria, tem um nível tecnológico antigo se comparadas com as de indústrias instaladas em países altamente competitivos, como o Brasil. A produção é estocada nas descaroçadoras, que exportam aproximadamente 95% da produção para os mercados do Peru e da Colômbia, enquanto que ao mercado local são destinados 5%, principalmente para atender à demanda de fiação de títulos6 para tecido plano. As fiações nacionais, em sua maior parte, têm máquinas antigas, que não acompanham o desenvolvimento tecnológico moderno; muitas delas são fornecidas com algodão estrangeiro, sendo o Brasil, o Peru e os Estados Unidos seus principais fornecedores. A produção de todas elas atende ao mercado local de tecido plano, embora algumas, como Santa Mónica Cotton, exportem sua produção a mercados do grupo andino. Outras, como a AMETEX, integrou fiações modernas ao processo, porém, visando o fornecimento de fios para seus tecidos e confecções finais. 6 O "título" do fio refere-se à grossura.

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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO

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As tecelagens da Bolívia não estão preparadas para a elaboração de tecidos de qualidade para as confecções nacionais; estes tecidos são importados para suprir a matéria-prima das empresas de confecção. A cadeia de produção do algodão e têxteis na Bolívia Na Bolívia, o algodão apresenta duas cadeias de produção que é necessário detalhar pela importância econômica que podem vir a ter. A primeira está ligada à produção da semente de algodão como matéria-prima para óleos, e a segunda, à produção de fibra de algodão para os processos de fiação e confecção. A segunda cadeia, de maior agregação econômica, é integrada da seguinte maneira: Na Bolívia, o plantio se desenvolve apenas no Departamento de Santa Cruz (embora o Departamento de Tarija possa ter condições), atualmente, nas prefeituras de Pailón, San Julián, La Guardia, Cotoca e, em áreas muito pequenas, na prefeitura de Charagua, Província Cordillera. A diminuição da área plantada, embora tivesse como causa a depressão dos preços internacionais, foi também efeito das crises econômicas na Bolívia e do estrangulamento bancário ao qual foi submetido o setor algodoeiro, de forma que, até hoje, as instituições bancárias não registram em seu portfólio nenhuma operação no ramo de produção de fibra de algodão. Segundo a FAO, a Bolívia diminuiu seus lucros em comparação com a média mundial, de forma que seu número de lucro está por baixo de outros países, como os do MERCOSUL, com 1,9 toneladas métricas por hectare, e os do NAFTA, com 1,8 toneladas métricas por hectare.

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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO

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Figura 13 - Áreas de produção de algodão

N

Fuente:Estructura politico Administrativa

(Limites Departamentales y Municipales)Unidad de Limites MDS. 2004

Poblados: Instituto Nacional de Estaduistica, 2001Proyeccion UTM - WGS 84

200 0 200 Kim.Limite Municipal

Producción de Algodón(Superficie Cultiva Ha.)

Limite Departamental

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UNIDAD DE PRODUCTIVIDAD YCOMPETITIVIDAD

MUNICIPIOS QUE PRODUCEN ALGODON

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c) Cacau No contexto nacional, a produção de cacau é principalmente localizada no norte do Departamento de La Paz, seguido por Beni, Santa Cruz, Cochabamba e Pando. A área total plantada de cacau a nível nacional é de 4.865 hectares, com um volume de produção de 2.237 toneladas.

UNIDADE DE PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE

PREFEITURAS PRODUTORAS DE ALGODÃO

Mapa de Localização Fonte:

Estrutura político-administrativa (Limites Departamentais e Municipais)

Unidade de Limites MDS. 2004 Povoações: Instituto Nacional de Estatística, 2001

Projeção UTM - WGS 84

Produção de Algodão (Superfície Plantada Ha.)

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As exportações de cacau e seus derivados no período 2001-2003 superaram o milhão de dólares, com um volume de 363 mil quilos de produção de cacau e derivados de cacau. O comportamento das vendas da indústria manufatureira do cacau sofreu uma queda de US$3 milhões para US$2 milhões em um período de 10 anos, e o principal mercado desta indústria continua sendo o local, que absorve mais de 80% do produto acabado. As exportações de cacau para a República do Peru durante a gestão 2007 foram de 10.160 quilogramas, por um valor de US$21.080, correspondendo a 2% do total da exportação da Bolívia para o mundo. d) Soja Os principais números que caracterizam o setor são:

representa 90% do complexo oleaginoso; contribui com 2,5% do PIB nacional; constitui 27,18% das exportações nacionais, sendo o segundo setor em

importância após a mineração; representa 30% do PIB do Departamento de Santa Cruz; a farinha de soja foi o primeiro produto de exportação da Bolívia no ano 2000,

com US$167 milhões; 75% das exportações têm como destino os mercados andinos; 74% da exportação de oleaginosa utilizam a Hidrovia Paraná-Paraguai.

A exploração agrícola de maior importância é a soja. O principal derivado desta produção é o óleo de soja. As áreas de plantio mais extensas estão localizadas no Departamento de Santa Cruz de la Sierra, onde são plantados entre 93% e 97% de toda a produção nacional. O crescimento da produção de soja foi causado pela crescente demanda deste produto por parte das olearias e, especialmente, pela demanda internacional. O aproveitamento da soja na Bolívia se limita praticamente à obtenção de farinhas, óleo comestível e lecitina de soja. O principal subproduto da indústria do óleo é a chamada "torta de soja" ou farinha de soja. Nos últimos anos tem se registrado um importante crescimento, especialmente motivado pelas possibilidades de exportação de óleo cru. Na tabela a seguir, mostra-se o destino das exportações nos últimos anos.

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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO

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Tabela 10 - Exportações de óleo de soja em bruto (em milhares de US$)

País de destino 2007 2008/ 3M

Argentina - 16.914

Barbados 491 -

Brasil 1.979 -

Colômbia 42.756 5.100

Chile - 30

Equador 1.883 -

Malásia 3.810 -

Peru 2.683 3.067

Venezuela 53.457 2.213

Total 107.059 27.324

Nota: os dados da tabela correspondem ao item tarifário 1507.10.00 A torta de soja é o mais importante dos derivados da soja no comércio exterior e recebe as maiores receitas por vendas. Os destinos e volumes de exportação são mostrados na tabela a seguir. Tabela 11 - Exportações de óleo de soja (em milhares de US$)

Co-partícipe 2007 2008/ 3M

Argentina 5.113 27.156

Colômbia 45.136 3.149

Chile 14.465 3.215

Equador 5.465 -

Estados Unidos 0 -

Peru 19.509 8.094

Venezuela 137.963 16.858

Total 227.651 58.472

Nota: os dados da tabela correspondem ao item tarifário 2304.00.00 Por Desaguadero saiu a totalidade do exportado para o Peru e pouco mais de 10% do exportado para o Chile. Durante o ano 2007, também foram exportados para o Peru via Desaguadero US$21,3 milhões de farinha de soja, o que equivale a aproximadamente 75,3 toneladas.

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Figura 14 - Áreas de produção de soja

e) Leite A produção nacional de leite tem aumentado desde há mais de dez anos, com pequenos altos e baixos produzidos por situações meteorológicas de exceção. A grande importância que o estado das pradarias de sequeiro das regiões do sul tem na alimentação das vacas leiteiras faz com que a produção de laticínios apresente oscilações conjunturais que não guardam relação com a situação econômica da atividade leiteira. No que diz respeito aos laticínios, sofre-se o monopólio da Industrias Gloria, que absorve aproximadamente 60% da produção. As outras indústrias atingem 20%, e o

Fuente:Estructura politico Administrativa

(Limites Departamentales y Municipales)Unidad de Limites MDS. 2004

Poblados: Instituto Nacional de Estadística, 2001Proyeccion UTM - WGS 84

N

200 0 200 Kim.

Limite Municipal

Producción de Soya(Superficie Cultiva Ha.)

Limite Departamental

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Concepción

Pailón

Villamontes

Yapacaní

Puerto Suarez

San Jose de Chiquitos

Machareti

El Puente

Cabezas

Yacuiba

Tarija

San Pedro

Cuatro Canadas

Monteagudo

Entre Rios (La Moreta)

Santa Rosa del Sara

Buena Vista

Villa Vaca Guzmán (Muyupampa)

San Carlos

San Antonio de Lomerio

La Guardia

UNIDAD DE PRODUCTIVIDAD YCOMPETITIVIDAD

MUNICIPIOS QUE PRODUCEN SOYA

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27 - 20002000 - 50005000 - 1200012000 - 2000020000 - 350000

UNIDADE DE PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE

PREFEITURAS PRODUTORAS DE SOJA

Mapa de Localização Fonte:

Estrutura político-administrativa (Limites Departamentais e Municipais)

Unidade de Limites MDS. 2004 Povoações: Instituto Nacional de Estatística, 2001

Projeção UTM - WGS 84

Produção de Soja (Superfície Plantada Ha.)

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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO

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resto é diretamente comercializado ao consumidor como leite fresco ou outros subprodutos de fabricação caseira. Em 2007 foram exportados ao Peru US$8,3 milhões de laticínios (partida 0402 da NANDINA), o que equivale a aproximadamente 3.000 toneladas. Figura 15 - Áreas de produção de leite

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200 0 200 Kim.Limite Municipal

Producción de Leche(Produccion Kg/Año.)

Limite Departamental

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Chuqui saca

Mapa deUbicación

Fuente:Estructura politico Administrativa

(Limites Departamentales y Municipales)Unidad de Limites MDS. 2004

Poblados: Instituto Nacional de Estadística, 2001Proyeccion UTM - WGS 84

UNIDAD DE PRODUCTIVIDAD Y COMPETITIVIDADMUNICIPIOS QUE PRODUCEN LECHE

1189.07 - 1393.641393.64 - 2366.032366.03 - 3149.783149.78 - 4138.414138.41 - 5226.45

f) Couros A cadeia produtiva do couro abrange um amplo conjunto de atividades produtivas integradas entre si e, desse modo, aumentam o nível de transformação. O subproduto do abate, isto é, a pele (de bovinos, ovinos, caprinos e camelídeos), é a principal

UNIDADE DE PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE PREFEITURAS PRODUTORAS DE LEITE

Mapa de Localização Fonte:

Estrutura político-administrativa (Limites Departamentais e Municipais)

Unidade de Limites MDS. 2004 Povoações: Instituto Nacional de Estatística, 2001

Projeção UTM - WGS 84

Produção de Leite (Produção kg/ano)

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matéria-prima do setor dos curtumes. Estes, por sua vez, fornecem a indústria da confecção e a manufatura do insumo principal.

Produção agrícola e industrial

A nível criação e abate A zona de maior produção de gado bovino é o oriente do país, com mais de 50% do total nacional. A taxa de extração (número de sacrifícios/número de cabeças) a nível nacional está em torno dos 13,5%. A região ocidental do país (La Paz, Oruro e Potosí) concentra a maior população de camelídeos e ovinos, com 71% do total nacional. A nível curtume Distinguem-se dois tipos de curtimento: o mineral, que utiliza sais de cromo, e cujos principais produtos são a napa, a oscaria, a camurça, e o nobuck, e o curtimento vegetal, que utiliza tanantes naturais, e cujos principais produtos são a sola e a vaqueta. Não há registro sobre o número de peles processadas em curtume para nenhuma das espécies tratadas. A nível manufatura Existem três subsetores importantes: o de confecções de roupas, o de sapataria e outros artigos de couro. Sua produção apresenta uma tendência crescente. Comércio exterior As exportações manufatureiras de couro são de origem artesanal e com baixo valor agregado pelo sistema de comercialização, que é mais bem aproveitado pelos intermediários que pelos produtores. Em 2007, a exportação de todas as partidas analisadas foi de quase US$8,2 milhões, sendo os principais destinos a Itália, Brasil e Hong Kong, como se detalha na seguinte tabela.

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Tabela 12 - Exportações de couro, ano 2007 (em milhares de US$)

Destino Peso bruto

(kg) Valor FOB (US$) Participação (%)

Itália 2.597.963 13.022.688 40,65%

Brasil 810.545 3.349.989 10,46%

Hong Kong 602.976 3.163.281 9,87%

Zona franca 2.135.810 2.839.957 8,87%

Índia 329.240 2.030.616 6,34%

Espanha 419.878 1.672.660 5,22%

Chile 197.505 1.145.763 3,58%

China 393.750 1.001.936 3,13%

Alemanha 45.527 996.441 3,11%

Peru 791.072 661.071 2,06%

Coréia do Sul 98.268 572.304 1,79%

Argentina 76.116 406.082 1,27%

México 367.217 379.609 1,18%

Paraguai 123.204 308.950 0,96%

França 1.134 93.129 0,29%

Uruguai 15.579 66.002 0,21%

Tailândia 22.679 59.512 0,19%

Japão 979 56.877 0,18%

Portugal 64.855 57.590 0,18%

Estados Unidos 1.359 52.236 0,16%

Outros 806 48.142 0,15%

Paquistão 16.000 44.000 0,14%

África do Sul 10.260 5.757 0,02%

Total 9.122.722 32.034.599 100,00%

Fonte: Aduana Nacional da Bolívia g) Madeira As florestas naturais da Bolívia abrangem uma área de aproximadamente 53 milhões de hectares, que representam 48% da superfície do país, concentradas na porção oriental (Santa Cruz, Beni, La Paz e Pando). Isto constitui quase 10% das florestas tropicais existentes na América do Sul. Além das florestas naturais, a Bolívia conta com 30.000 hectares de plantios florestais. Existem seis grandes regiões produtoras florestais no país (Baixo Paraguá, Chiquitania, El Choré, Guarayos, Preandino-Amazônico e a Amazônia), que totalizam uma área de aproximadamente 29 milhões de hectares. Os principais estoques de madeira se encontram na Amazônia, El Choré e o Preandino-Amazômico, tal como pode se observar no seguinte quadro.

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Tabela 13 - Regiões florestais produtoras e estoque de madeira existente

Região produtora Área Volume (m3/ha)(1)

Milhão ha % 1 2 3 4 5 6 Total

Baixo Paraguá 3,8 13 1,2 16,84 9,67 6,3 11,17 5,71 50,89

Chiquitanía 6,3 22 3,55 23,63 7,92 0,64 7,2 0,45 43,39

El Choré 1,6 6 0,68 43,55 18,81 12,79 8,35 4,34 88,52

Guarayos 4,2 15 0,45 24,99 10,42 3,03 6,04 2,23 47,16

Preandino-Amazônico 4,1 14 2,18 30,62 14,76 7,77 15,77 5,99 77,09

Amazônia 8,8 30 2,13 21,92 16,7 14,45 33,72 26,62 115,54

Total 28,8 100 - - - - - -

Notas: 1- Espécies muito valiosas, 2- Espécies valiosas, 3- Espécies pouco valiosas, 4- Espécies potenciais, 5- Espécies sem valor conhecido, 6- Espécies não maderáveis Fonte: Superintendência Florestal

A Bolívia possui 700 mil hectares de florestas tropicais certificadas, que respondem por mais de 10% das florestas em produção existentes no país. Este fato levou a Bolívia à primeira posição do mundo quanto a área de florestas tropicais certificadas, garantindo internacionalmente a sustentabilidade dos recursos florestais do país, além de abrir excelentes perspectivas de negócios. Segundo informações oficiais, a produção atual de toros na Bolívia está na ordem dos 500 mil metros cúbicos ao ano, com o Departamento de Santa Cruz como principal produtor, seguido por Beni, Cochabamba e Pando. Em torno de 200 espécies são efetivamente aproveitadas na Bolívia. Nos últimos anos tem se observado uma redução na concentração de espécies aproveitadas. Em 1995, as cinco principais espécies representavam 56%, caindo a 43% em 1999, reflexo da diminuição do aproveitamento seletivo e da ampliação do aproveitamento de espécies alternativas. A indústria florestal boliviana é quase exclusivamente baseada em produtos de madeira sólida. Predominam empresas de pequeno e médio porte. O parque industrial florestal boliviano é basicamente composto por serrarias, indústria de lâminas e contraplacados, indústria de tabuleiros reconstituídos e indústria de produtos de maior valor agregado. Assim, os produtos elaborados pela indústria florestal da Bolívia são, em termos relativos, muito diversificados. A indústria florestal boliviana se concentra principalmente nos departamentos de Santa Cruz, Cochabamba e La Paz. A capacidade instalada das indústrias florestais bolivianas é muito reduzida com relação ao potencial representado pelos recursos florestais existentes no país.

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Tabela 14 - Capacidade instalada da indústria florestal (m3/ano)

Produto Indústrias Capacidade instalada(1) Total Média

Madeira Serrada 308 1.500.000 4.900

Lâmina

Faqueada 3 8.400.000 2.800.000

Torneada 2 61.000 30.500

Compensado 2 41.000 20.500

Aglomerado 1 30.000 30.000

Chapa de fibra dura 1 45.000 45.000

Produtos de maior valor agregado (PMVA)(2) 700 220.000 315

(1) Operação em dois turnos (2) Capacidade de processamento de serrados Fonte: Superintendência Florestal e OIMT Atualizado e adaptado pela STCP

Em 2007, o total de exportações florestais ao Peru foi de US$2,6 milhões, correspondendo a 7.311 toneladas.

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Figura 16 - Áreas de produção florestal

Fuente:Estructura politico Administrativa

(Limites Departamentales y Municipales)Unidad de Limites MDS. 2004

Poblados: Instituto Nacional de Estadística, 2001Proyeccion UTM - WGS 84

N

200 0 200 Kim.Limite Municipal

Información Forestal(Superficie Productiva Ha. PGMF)

Limite Departamental

P

e r

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P a r a g u a y

A r g e n t i n a

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Mapa deUbicación

P e

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A r g e n t i n a

C h

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B r a z

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B r a z i l

Charagua

Pailón

Reyes

San Borja

Villa Tunari

Riberalta

Robore

El Sena

Loreto

Machareti

San Andrés

San Javier

San Joaquín

Cabezas

San Julián

Pojo

Culpina

Padcaya

Carmen Rivero Torrez

Guanay

Guayaramerín

Yacuiba

Puerto Rico

Tarija

Tiraque

Caranavi

Chimore

Trinidad

La Asunta

Monteagudo

Vallegrande

Palos Blancos

Entre Rios (La Moreta)

Samaipata

Buena Vista

Rurrenabaque

San Juan

San Buenaventura

Villa Serrano

Villa Azurduy

Porvenir

San Carlos

Nuevo Manoa (Nueva Esperanza)

Uriondo

Tarvita (Villa Arias)

Bermejo

UNIDAD DE PRODUCTIVIDAD YCOMPETITIVIDAD

MUNICIPIOS CON INFORMACION FORESTAL(Superficie Productiva Plan General

de Manejo Forestal)

400000

400000

800000

800000

1200000

1200000

1600000

1600000

76000

00

760

0000

80000

00

800

0000

84000

00

840

0000

88000

00

880

0000

5 - 19901990 - 8273.578273.57 - 2785027850 - 4654446544 - 88010.45

h) Carne O Departamento do Beni foi, ao longo de sua história, o principal produtor de gado bovino a nível nacional. Para o ano 2004 concentrava em torno de 50% da atividade pecuária do país, e sua produção de gado bovino representava mais de 25% do produto bruto interno agropecuário a nível departamental. O ramo da pecuária aglutina

UNIDADE DE PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE

PREFEITURAS COM INFORMAÇÕES FLORESTAIS (Superfície Produtiva Plano Geral

de Manejo Florestal)

Fonte: Estrutura político-administrativa

(Limites Departamentais e Municipais) Unidade de Limites MDS. 2004

Povoações: Instituto Nacional de Estatística, 2001 Projeção UTM - WGS 84

Informações Florestais (Superfície Produtiva Ha. PGM F) Mapa de

Localização

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mais de 5.800 pecuaristas benianos entre grandes, médios e pequenos, e é um dos principais geradores de emprego da região. A taxa de extração anual, de acordo com informações da Federação de Pecuaristas do Beni (FEGABENI, segundo sua sigla em espanhol), estima-se em 13%, significando que Beni fornece anualmente ao mercado nacional mais de 350 mil cabeças. Das existências totais de gado bovino do Departamento do Beni, 19% estão localizados na Província Ballivián. Em ordem de importância, vêm na sequência as províncias de Yacuma e Cercado, com 18% e 17%, respectivamente; seguem Moxos, Mamoré, Marbán e Iténez, com participações similares, de entre 10% e 11%. A Província Vaca Díez, com pouco mais de 2%, conta com menor existência de gado no departamento. Apesar de a pecuária ser a principal atividade econômica do Beni, seu desenvolvimento foi precário e, até hoje, sua exploração obedece antes a um critério de crescimento vegetativo em condições quase naturais que a um critério de exploração planejada, criando sistemas de produção marcadamente extensivos que, ao longo dos anos, tem tido muito poucos avanços em termos de tecnologização. A atual relação de desenvolvimento de rebanhos é fruto da baixa evolução tecnológica, com uma relação de carga animal de quatro a cinco hectares por cabeça de gado se comparado com sistemas de produtividade inferiores a dois hectares por cabeça de gado registrados em outros países, como Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, e até em propriedades do Departamento de Santa Cruz. No entanto, o negócio da produção pecuária beniana tem enfrentado, ao longo dos últimos anos, uma depressão em seu poder de compra que, mesmo dada a precariedade tecnológica em relação com a produção como tal, colocou o produtor pecuarista em uma posição econômico-financeira muito fraca, sendo vítima de comercializadores e intermediários presentes nos processos de comercialização oligopólicos, o que produziu, em grande medida, a merma do potencial de crescimento do setor e colocou esses produtores em um alto nível de risco face a outros produtores similares, tanto nacionais como internacionais. A precária infraestrutura e o escasso desenvolvimento do setor pecuário, junto com o crescimento das exigências do mercado internacional, limitaram as possibilidades comerciais do produtor beniano ao mercado doméstico, principalmente à relação comercial com os departamentos do eixo troncal (La Paz, Cochabamba, Santa Cruz). Os mecanismos de comercialização variam conforme a região: vende-se gado pronto para o abate aos departamentos de La Paz e Santa Cruz, e gado em processo de crescimento ao Departamento de Santa Cruz. Um aspecto importante na análise do mercado bovino beniano se apresenta na relação existente entre o Departamento de Santa Cruz e os comercializadores cruzenhos, que fecham o ciclo produtivo de grande parte do gado que sai em pé do Beni. Para o produtor cruzenho, o valor genético do gado é de grande importância, e supõe-se que ele está disposto a pagar um preço mais alto com a expectativa de um maior lucro em quilogramas por cabeça de gado. No entanto, os métodos de comercialização utilizados não possuem parâmetros de medição exatos que permitam determinar valores genéticos e potencial produtivo das cabeças de gado comercializadas.

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Características do sistema de produção pecuária beniano O Departamento do Beni está dividido em duas regiões produtivas claramente identificáveis: a primeira região, no sudoeste do departamento, caracteriza-se pela existência de terras altas aptas para a geração de sistemas produtivos com base em pastagens plantadas ou semi-intensivas, nas quais é possível completar o ciclo de produção de gado; e a savana úmida do leste do rio Mamoré, caracteriza-se por ser uma área de baixadas e ter uma tendência à especialização nos processos de criação de gado, fato pelo qual diminuem os estabelecimentos dedicados à realização do ciclo completo de produção, gerando comércio de gado de um ou dois anos para ser acabado nas zonas de engorda do Departamento de Santa Cruz. Tabela 15 - Sistemas de produção

Descrição Sistema tradicional Sistema melhorado

Carga animal 5 ha/cabeça 3,55 ha/cabeça

Peso no gancho 170 kg 210 kg

Natalidade 0,55 0,7

Idade de abate 32-36 meses 28-32 meses

Taxa de extração 0,13 0,18

Fonte: FEGABENI 2004 Tabela 16 - Custos de produção

Desenvolvimento machos Sanidade Manutenção Genética Reprodução Total

Bezerro 3,60% 4,9% 9,25% 26,52% 44,32%

Novilhos de 1 ano 3,60% 9,9% 5,00% 0,00% 18,51%

Novilhos de 2 anos 3,60% 11,5% 5,00% 0,00% 20,14%

Novilhos de 3 anos 3,60% 9,9% 5,00% 0,00% 18,48%

Novilhos para engorda 3,60% 9,9% 5,00% 0,00% 18,48%

Total 17,98% 46,18% 29,25% 26,52% 119,94%

Percentagem do custo total 15,0% 38,5% 24,4% 22,1% 100,0%

Fonte: FEGABENI 2004 Comércio interno do gado de carne na Bolívia O mercado doméstico boliviano pode ser dividido em dois braços fundamentais que se concentram, principalmente, nos departamentos do eixo troncal (La Paz, Cochabamba, Santa Cruz). A produção de carne se concentra nas regiões leste e oeste do país, e é afetada conforme o destino do produto. O Departamento de La Paz é considerado o centro principal da região oeste, e demanda produto acabado e envia gado de forma direta para o abate. A demanda do Departamento de La Paz concentra 22% da produção nacional e é fundamentalmente abastecida pela região noroeste do Beni. A região leste inclui principalmente a cidade de Santa Cruz, que alimenta de forma parcial a cidade de Cochabamba e o resto do país, e concentra 78% do consumo nacional. Esta região se caracteriza pela geração de dois tipos de comércio: um comércio final de gado acabado e pronto para o abate e um comércio intermediário de gado em processo de engorda, o qual é acabado em pastagens cruzenhas e concentra grande parte da comercialização pecuária beniana.

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A concentração da produção de gado bovino coloca o Departamento do Beni como principal produtor da Bolívia, com uma produção próxima aos 50% do total do país. Em segundo lugar, posiciona-se Santa Cruz, cuja produção (27% do total do país) não abastece sua demanda doméstica de carne. A terceira posição é ocupada pelo Departamento de Chuquisaca, com 8,4% da produção nacional. Os restantes 18,6% concentram-se nos outros departamentos do país, os quais, com exceção do Departamento de Tarija, são majoritariamente deficitários em relação a sua produção e consumo domésticos. No ano 2007, as exportações de carne ao peru foram de US$2 milhões, isto é, umas 762 toneladas saídas via Desaguadero. i) Turismo na Bolívia A Bolívia é um país com muito potencial turístico. Alguns locais foram tombados pela UNESCO e são hoje Patrimônio da Humanidade. Sítios naturais na Cordilheira dos Andes, parques nacionais, cidades históricas, ruínas incaicas, riquezas arqueológicas, missões jesuíticas, e tantos outros lugares de interesse, produziram um crescimento turístico no país.

2.2.2 Região chilena da área de influência

Produto interno bruto O PIB da área de influência chilena registrou uma tendência permanente de crescimento com uma taxa média em torno dos 13% no período 2003-2006, conforme é mostrado na Tabela 17. Para esse período, os números indicam uma percentagem aproximada aos 3,5% do PIB nacional e um valor nominal de US$3,960 bilhões para o ano 2006. Tabela 17 - Produto interno bruto a preços constantes, 2003-2006 (em milhões de dólares)

Região 2003 2004 2005 2006

I de Tarapacá (área de influência) 2.763 3.261 3.506 3.960

% sobre o total nacional 3,7 3,7 3,4 3,5

Produto interno bruto nacional 73.990 88.998 102.297 112.674

Fonte: Banco Central do Chile Na Tabela 18 mostra-se a composição desse PIB, e nela se destaca a alta participação da mineração, que representa 35,8% do mesmo. Outros setores relevantes estão constituídos pelo comércio, restaurantes e hotéis, que contribuem com 16,6%,7 os serviços pessoais, com 8,1%, e transportes e telecomunicações, com 8,0%. A atividade agrícola e a silvicultura ocupam o último lugar da contribuição, com um exíguo 0,57%; da mesma forma, a pesca constitui apenas 2,9% do total.

7 O turismo está integrado a esta categoria segundo a classificação do Serviço de Impostos Internos.

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Tabela 18 - Produto interno bruto por classe de atividade econômica, Região de Tarapacá (1) (em milhões de US$ de 2006)

Atividade 2006 %

Mineração 1.418 35,8

Comércio, restaurantes e hotéis 656 16,6

Serviços pessoais (2) 315 8,1

Transporte e comunicações 329 8,0

Indústria manufatureira 306 7,8

Administração pública 250 6,4

Serviços financeiros e empresariais (3) 214 5,5

Construção 153 3,9

Propriedade de habitação 149 3,8

Pesca 114 2,9

Eletricidade, gás e água 78 2,0

Agropecuário-silvícola 22 0,57

Menos: imputações bancárias (45) (1,2)

PIB da área de influência 3.960 100

Fonte: Banco Central do Chile As informações correspondem à antiga I Região de Tarapacá que

incluía a atual XV de Arica e Parinacota. (2) Inclui educação e saúde, pública e privada, e outros serviços. (3) Inclui serviços financeiros, seguros, aluguel de imóveis e serviços

prestados a empresas.

Estes números caracterizam bem o conjunto da área de influência, especialmente a Região de Tarapacá, porém, cabe mencionar que as regiões que a conformam têm particularidades, em especial a recentemente criada Região de Arica e Parinacota, que tem nos setores comércio, serviços e turismo, indústria e setor público uma concentração de 76,8% do PIB regional, como pode se observar na Tabela 19. Contrariamente, a mineração —que neste caso se trata de mineração não metálica— participa apenas com 4,2% do PIB. Os setores de agricultura e pesca aparecem, da mesma forma que na Região de Tarapacá, nas últimas posições. A mesma tabela indica a relação entre o PIB e a capacidade de geração de emprego, e salienta que os três primeiros setores concentram também a geração de 73,9% do emprego. A mineração, por sua vez, com um papel secundário nesta região, tem a menor contribuição à geração de emprego, com apenas 1,8%. A agricultura, embora seja um setor retrasado quanto a sua contribuição ao PIB, tem uma participação de 6,1% do emprego, o que pode ser explicado pela alta demanda de mão-de-obra dos plantios tradicionais presentes na região.

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Tabela 19 - Distribuição por setores econômicos do PIB e o emprego associado na Região de Arica e Parinacota

Setor % do PIB regional % de emprego Comércio, serviços e turismo 34,3 38,9

Indústria 22,6 8,2

Setor público 19,9 26,8

Transporte 8,9 10,9

Construção 5,4 5,5

Mineração 4,2 1,8

Agricultura 3,1 6,1

Pesca 1,7 1,8

Fonte: “Relatório Nº 1, Caracterização”, Agência Regional de Desenvolvimento Produtivo (ARDP), 2008 Atividades econômicas relevantes Nesta seção, apresentam-se aquelas atividades econômicas que foram relevadas como prioritárias para o desenvolvimento da área de influência, bem como das regiões envolvidas. Estas definições foram fundamentalmente estabelecidas no contexto da discussão e de acordos público-privados das Agências Regionais de Desenvolvimento Produtivo,8 iniciativa promovida sob o Governo da presidente Michelle Bachelet e que se instala transversalmente em todas as regiões do Chile. Fundamentalmente, esta ideia visa a atingir uma visão consensual entre o setor público e o setor privado sobre o desenvolvimento produtivo de cada uma das regiões do Chile, com o fim de construir uma Agenda Regional de Desenvolvimento Produtivo e, ao mesmo tempo, selecionar pelo menos três setores para a execução de programas de melhoria da competitividade (PMC). Embora a análise de uma intervenção sob o Grupo de Projetos 5 do Eixo Interoceânico Central da iniciativa IIRSA não finalize neste ponto, este processo, com uma ampla base de consenso político e empresarial, outorga legitimidade às decisões adotadas e resulta relevante em virtude de que uma parte importante do investimento público e privado será orientada a partir destas definições.

a) Mineração

A atividade mineira tem características e importâncias diversas conforme a região em que se localize. Na Região de Arica e Parinacota, corresponde essencialmente à mineração não metálica, representada pela exploração de jazidas de borato, diatomita e bentonita. Além disso, o setor tem baixo peso dentro das atividades econômicas regionais e representa apenas 4,2% do PIB, além de gerar 1,8% do emprego, segundo se observa na Tabela 19. Embora seja assinalado9 que existem importantes jazidas de minérios metálicos, três fatores inerentes ao setor e à realidade própria da região poderiam explicar o escasso desenvolvimento da mineração:10 a baixa pureza de suas jazidas, que, associada aos baixos preços atuais, desencorajaria o investimento; as leis e medidas protecionistas que impedem o acesso a recursos em áreas sobrepostas com zonas protegidas por suas características e valor ambiental, e, finalmente, a pouca clareza das concessões segundo o regime legal que as rege no Chile. 8 Outros exercícios de planejamento regional, como a Estratégia Regional de Desenvolvimento da antiga Região de Tarapacá do período 2001-2006, a Estratégia para o Desenvolvimento da Infraestrutura das Regiões de Tarapacá e Arica e Parinacota, promovidas pelo Ministério das Obras Públicas, ou a Visão 2020, também promovida por esse Ministério, coincidem em identificar setores estratégicos iguais ou quase idênticos para o desenvolvimento das regiões envolvidas. 9 Fundação para o Desenvolvimento, Universidade de Tarapacá, “Informe Nº 1 de caracterización regional”, 2008, encomendado pela Agência Regional de Desenvolvimento Produtivo da Região de Arica e Parinacota. 10 “Síntesis económica, Región de Arica y Parinacota: Propuesta de ejes estratégicos de desarrollo para la nueva región de Arica y Parinacota”, SEREMI de Economia, sem data.

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Em contraste com isto, a antiga Região de Tarapacá tem na mineração o setor mais importante de sua economia, que representa 35,8% do PIB, como é apresentado na Tabela 18, e um número quase idêntico de investimento estrangeiro (35,6%). Por outra parte, este setor ocupa a primeira posição das exportações regionais, com 78,6%, sendo o cobre o principal produto.11 Segundo estudos realizados que se orientam à identificação de clusters regionais encomendados pelo ProChile, a mineração é identificada como um dos setores de maior potencial, já que está conformada por uma complexa e desenvolvida rede de grandes, médias e pequenas empresas situadas nos segmentos da exploração ou do provimento de serviços e equipamento para o desenvolvimento da atividade.

b) Atividade portuária

Na área de influência chilena encontram-se os portos de Arica e Iquique, ambos localizados em meio às cidades do mesmo nome. Estes ícones da atividade econômica de ambas as regiões e cidades constituem a articulação do comércio para o Chile e os países vizinhos da América do Sul, bem como a porta de saída para a região da Ásia-Pacífico. A posição estratégica de ambas as instalações no extremo norte do país e sua condição de porta de entrada e saída das mercadorias bolivianas —em especial, o porto de Arica— determinam que a projeção dos portos sempre seja feita considerando este parceiro comercial, além de outros parceiros potenciais, como o Brasil, no Eixo Interoceânico Central. O porto de Arica é administrado pela Empresa Portuária Arica (EPA), fica a 2.051 quilômetros ao norte de Santiago e dispõe de conexões viárias e ferroviárias para a Bolívia e o Peru. Este porto dá apoio ao atendimento dos acordos internacionais com Peru e Bolívia. No caso do Peru, o Chile se comprometeu a manter à sua disposição um cais, o Nº 7, e no caso da Bolívia, a proporcionar armazenagem gratuita por um período de 60 dias para as mercadorias a serem exportadas e um ano para as que entram na Bolívia. A transferência histórica do porto de Arica é apresentada na Figura 17, e nela mostra-se o progressivo aumento das transferências, que já estão em torno dos 2 milhões de toneladas.

11 "Identificación de clusters exportadores en la Región de Tarapacá", Paris Salgado, 2006. Estudo encomendado pelo ProChile.

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Figura 17 - Volume geral de transferências mobilizadas através do porto de Arica (em milhares de toneladas)

861986

839

1.025 1.0091.087

1.245 1.306 1.352 1.313

1.017 9791.092 1.093 1.153

1.250

1.529

1.800

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

1.800

2.000

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: EPA, 2008 Na Figura 18 apresenta-se a evolução da carga boliviana mobilizada, a qual, sem dúvida, é consequência da importância atribuída a este porto no contexto dos acordos internacionais já citados. Desta forma, segundo os números proporcionados pela EPA ao ano 2008, 67% da carga mobilizada por Arica corresponde à Bolívia. Figura 18 - Volume de transferências de carga boliviana mobilizadas através do porto de Arica (em milhares de toneladas)

500549

487588

495568

620

748859

799

627 607 593 621

803 806

1.001

1.206

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: EPA, 2008 Segundo os antecedentes oferecidos pela mesma fonte, ao se comparar a carga boliviana mobilizada pelos portos de Arica, Iquique, Antofagasta e Matarani, pode se observar a transcendência do primeiro para o comércio internacional da Bolívia, já que 70% da carga total mobilizada por este conjunto de portos em serviço a essa nação é operada através de Arica. Esta tendência vai aumentando, já que no ano 2007 este número alcançava 58%. Os portos de Matarani no Peru e de Antofagasta do lado chileno, porém, tiveram suas operações para este cliente diminuídas. No contexto acima apresentado, as principais cargas mobilizadas pelo porto de Arica correspondem a cargas bolivianas: farinha de soja, madeira, óleo, açúcar, torta de girassol, produtos mineiros, produtos comestíveis, além de trigo, milho, produtos industriais, farinha de peixe, minerais (ulexita) e veículos. A transferência histórica segundo grandes famílias de movimento de mercadorias é a que pode se observar na tabela abaixo.

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Tabela 20 - Transferências históricas de carga no porto de Arica segundo tipo

Ano Tipo (toneladas métricas)

Total Geral Contêineres Granel

1997 251.412 746.656 246.450 1.244.527

1998 282.782 706.089 267.089 1.305.090

1999 314.629 766.560 331.119 1.352.308

2000 354.107 672.829 286.266 1.313.202

2001 140.565 595.706 280.591 1.016.862

2002 150.886 620.820 207.774 979.480

2003 114.303 675.823 301.872 1.091.998

2004 76.514 737.490 278.591 1.092.595

2005 68.027 729.130 356.332 1.153.489

Fonte: EPA Finalmente, a lista de grandes famílias de produtos embarcados e descarregados no porto de Arica com relação a diversos destinos é apresentada na Tabela 21. Tabela 21 - Famílias de produtos embarcados e desembarcados no porto de Arica, ano 2005

Embarque Ton. mét. Desembarque Ton. mét. Peixes e frutos do mar 2.116 Frutas, hortaliças e legumes 2.020

Frutas, hortaliças e legumes 21.832 Cereais e farinhas 62.780

Farinha de peixe e outras 179.817 Combustíveis sólidos e líquidos 14.291

Sal 63 Produtos químicos em geral 17.539

Minerais, metalurgias e escórias 127.549 Adubos 6.535

Salitre e adubos 42 Materiais plásticos e borracha 33.066

Madeiras, toros e chips 31.524 Materiais têxteis 15.363

Papel e celulose 42 Metais e manufaturas 30.487

Cobre metálico 440 Veículos 15.536

Outras mercadorias 780.818 Outras mercadorias 140.402

Total 1.144.243 Total 338.019

Fonte: “Infraestrutura para a competitividade, regiões de Arica-Parinacota e Tarapacá”, Direção de Planejamento, Ministério das Obras Públicas, Governo do Chile, 2007

Por outra parte, as principais cargas mobilizadas no Porto de Iquique correspondem a produtos industriais, principalmente importados para a zona franca, bem como às exportações de cátodos de cobre das companhias de mineração Cerro Colorado, Quebrada Blanca e Doña Inés de Collahuasi, e a farinha e o óleo de peixe. As transferências históricas de cargas em toneladas métricas deste porto são apresentadas na seguinte tabela.

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Tabela 22 - Transferências históricas de carga no porto de Iquique segundo tipo

Ano Tipo (toneladas métricas)

Total Geral Contêineres Granel

1997 381.004 726.647 119.433 1.227.084

1998 475.142 708.555 67.789 1.251.486

1999 691.882 341.711 138.648 1.172.241

2000 351.616 814.567 167.094 1.333.277

2001 396.009 833.237 143.645 1.372.891

2002 394.539 916.966 241.073 1.552.578

2003 401.535 1.163.400 214.809 1.779.744

2004 354.080 1.295.290 234.694 1.884.064

2005 368.136 1.627.178 231.137 2.226.451

Fonte: “Infraestrutura para a competitividade, regiões de Arica-Parinacota e Tarapacá”, Direção de Planejamento, Ministério das Obras Públicas, Governo do Chile, 2007

A lista de produtos embarcados e descarregados no porto de Iquique durante o ano 2005 é apresentada na tabela a seguir. Tabela 23 - Produtos embarcados e desembarcados no porto de Iquique, ano 2005

Embarque Ton. mét. Desembarque Ton. mét. Peixes e frutos do mar 1.284 Frutas, hortaliças e legumes 8.414

Frutas, hortaliças e legumes 890 Cereais e farinhas 6.076

Farinha de peixe e outras 228.228 Combustíveis sólidos e líquidos 121.232

Sal 1.600 Produtos químicos em geral 61.679

Minerais, metalurgias e escórias 7.404 Adubos 56.698

Salitre e adubos 25.698 Materiais plásticos e borracha 67.597

Madeiras, toros e chips 3.438 Materiais têxteis 145.568

Papel e celulose 291 Metais e manufaturas 70.733

Cobre metálico 243.356 Veículos 188.393

Outras mercadorias 118.912 Outras mercadorias 375.522

Total 631.101 Total 1.101.912

Fonte: “Infraestrutura para a competitividade, regiões de Arica-Parinacota e Tarapacá”, Direção de Planejamento, Ministério das Obras Públicas, Governo do Chile, 2007

c) Atividade em zonas francas

Há 32 anos surgiu na I Região de Tarapacá a Zona Franca de Iquique, mediante promulgação do Decreto Lei Nº 1.055, que determinou isenções tributárias e alfandegárias às empresas e mercadorias que permanecessem sob esse regime. Originalmente, essa zona franca era administrada por uma Junta de Administração e Vigilância, a qual cessou em suas funções com a promulgação de uma nova lei no ano 1989, que ordenou á fazenda e, em especial, à Corporação de Fomento da Produção (CORFO) constituir uma sociedade anônima denominada "Zona Franca de Iquique S.A." (ZOFRI S.A.), regida desde então pela lei de sociedades anônimas abertas. A esta nova empresa foi outorgada uma concessão por 40 anos da zona franca contra o pagamento de um valor anual equivalente a 15% das receitas brutas, as quais iriam

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em benefício de todas as prefeituras da região, 12 que devem destiná-las exclusivamente a projetos de investimento. Considerando o caráter de sociedade anônima da ZOFRI, sua propriedade acionária corresponde em 71,27% a CORFO, entidade do estado chileno, 16,12% a um grupo de 11 acionistas privados, e um saldo acionário de 12,6% em poder de 725 acionistas privados minoritários. A atividade da ZOFRI se situa fundamentalmente em torno dos terrenos concessionados de Iquique, Alto Hospicio e Arica. Em Iquique é administrado e explorado comercialmente um terreno de 175 hectares no qual existem 1.000 locais alugados a clientes que funcionam com seus almoxarifados, um centro logístico de 16.000 metros quadrados para aqueles clientes que não dispõem de almoxarifados e delegam na ZOFRI a gestão de suas mercadorias, e um mall de vendas ao varejo com 400 lojas e 33.000 metros quadrados de superfície. Na mesma cidade, mas em outra prefeitura, Alto Hospicio, atualmente está sendo construído um local destinado a desembaraçar as atuais instalações. Na cidade de Arica, a ZOFRI S.A. é também depositária da concessão do Parque Industrial de Chacalluta, local destinado à atividade comercial e industrial com mais de 123 hectares. Os negócios e, portanto, a atividade comercial da ZOFRI S.A. são os seguintes: Uma área imobiliária destinada ao aluguel de terrenos para a construção de

galpões e showrooms para venda de mercadorias por atacado. Este segmento de negócio está localizado no denominado "recinto amuralhado" de Iquique, como também no bairro industrial da mesma cidade, ou na ampliação projetada nos novos 128,7 hectares localizados na prefeitura de Alto Hospicio, orientados fundamentalmente ao negócio automotivo. A este negócio imobiliário vem se juntar a gestão do parque industrial de Chacalluta na cidade de Arica.

O mall ZOFRI, que também opera sob o conceito de imobiliária, proporciona lojas em aluguel a seus mais de 400 estabelecimentos comerciais.

Serviços logísticos, que se ocupam da operação física e da gestão da documentação das mercadorias daqueles clientes que não contam com almoxarifados próprios. O centro é um dos mais modernos da macrorregião, contando com serviços de gestão remota e controle de inventários em tempo real, além de ser totalmente automatizado. Este centro de 16.000 metros quadrados tem uma capacidade de armazenagem de 35.000 metros cúbicos, os quais, no ano 2007, foram ocupados em 98,2%.

Visto remoto, serviço provido pela ZOFRI, mediante o qual as empresas usuárias se conectam com um sistema computacional central e obtêm a aprovação da documentação necessária das autoridades de controle para o ingresso de suas mercadorias.

Portal ZOFRI, www.zofri.cl, site destinado ao encontro dos clientes e usuários com as diversas áreas da empresa. No ano 2007, o site recebeu 776.000 visitas, sendo quase 50% orientadas à área do mall.

12 Hoje, esses benefícios são destinados tanto às prefeituras da I Região de Tarapacá como às da nova Região XV de Arica e Parinacota.

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Segundos os resultados da gestão do ano 2007,13 os principais mercados da ZOFRI correspondem ao Chile, com 50% das vendas, Bolívia com 28%, Peru com 9% e Paraguai com 8%. As vendas nacionais, que ascenderam a US$1.309.600.000, foram distribuídas em 73,5% entre as regiões I e XV e em 26,5% para o resto do Chile. As vendas internacionais, que ascenderam a US$1.334.000.000, foram principalmente distribuídas à Bolívia, que concentra 56% das mesmas, Peru, com 18%, e Paraguai, com 16%. As compras dos usuários da zona franca correspondem fundamentalmente à China (42%) e outros países asiáticos, como Hong Kong, Taiwan e Japão. De modo global, o mercado asiático abastece em 63% as compras dos usuários da ZOFRI; seguido pelo bloco de países da América Latina, que abastece em 18%, América do Norte com 13%, e finalmente o bloco europeu com 4% das compras.

d) Turismo

O turismo, do mesmo modo que em muitas outras regiões do Chile, é salientado como um dos setores estratégicos para o desenvolvimento. Tanto em Arica e Parinacota como na Região de Tarapacá, os respectivos Conselhos Estratégicos das Agências Regionais de Desenvolvimento Produtivo selecionaram o turismo como um de seus eixos de desenvolvimento. Segundo a SEREMI de Economia da Região de Arica e Parinacota,14 este destino tem condições para o desenvolvimento do turismo de interesses especiais como atividade produtiva emergente e inovadora, com ênfase no meio natural, através de suas paisagens e atividades associadas aos atrativos de seus ecossistemas, bem como na cultura indígena, através de suas expressões arqueológicas e a cultura viva em seus costumes locais. Por outra parte, o destino Região de Tarapacá concentra sua oferta em um turismo de caráter patrimonial ligado a um passado mineiro representado pelas numerosas instalações salitreiras abandonadas e hoje monumentos nacionais; há, também, uma crescente oferta de turismo de litoral, onde se concentram investimentos no setor hoteleiro, imobiliário e de restaurantes, bem como outros de caráter público no setor viário e embelezamento desse litoral. De um modo comum a ambas as regiões, toda a faixa altiplânica apresenta uma série de Parques Nacionais e Áreas Silvestres Protegidas estatais que preservam valiosos recursos naturais, representados por sistemas de lagos, lagoas, salinas e lamaçais, como também uma importante fauna e avifauna, composta por vicunhas, veados e flamingos, entre outros.

e) Agricultura

Segundo os antecedentes oferecidos pelo VII Censo Nacional Agropecuário e Florestal realizado no ano 2007,15 a área de influência apresenta uma superfície total de cultivos de 10.129 hectares, distribuídos em 34% na Região de Tarapacá e 66% em Arica e Parinacota (Tabela 24). Esta primeira constatação revela a existência de duas regiões com um potencial diferente em matéria de atividade agrícola e, portanto,

13 Memória anual da Zona franca de Iquique, ZOFRI S.A., 2007. 14 “Síntesis Económica, Región de Arica y Parinacota, Propuesta de ejes estratégicos de desarrollo para la nueva región de Arica y Parinacota”, SEREMI de Economia, sem data. 15 Instituto Nacional de Estatística, INE, http://www.ine.cl.

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dentro dos limites oferecidos por este setor econômico, com maiores ou menores possibilidades de desenvolvimento. De modo específico, a agricultura na área de influência está representada por quatro grandes tipos de cultivos, que correspondem, em ordem de importância, a hortaliças, com 36,28%, pomares, com 21,93%, plantas forrageiras, com 17,01%, e, finalmente, cereais, com 13,73%. Tabela 24 - Superfície semeada ou plantada por principais grupos de cultivos (1), área de influência do Chile (em hectares)

Cultivos I Região de Tarapacá XV Região de Arica

e ParinacotaTotal área

de influência

% sobre o total

Total % Total %

Hortaliças 582,8 16,92 3.092 46,25 3.674 36,28

Pomares 393,2 11,41 1.828 27,35 2.221 21,93

Plantas forrageiras 154,2 4,48 1.569 23,48 1.723 17,01

Cereais 1.378,7 40,02 12 0,18 1.391 13,73

Plantações florestais 825,2 23,95 11 0,16 836 8,25

Outros 110,8 3,22 173 2,58 284 2,80

Total 3.445,0 100,00 6.684 100,00 10.129 100,00

Fonte: VII Censo Nacional Agropecuário e Florestal, INE 2007 (1) Elaboração própria a partir da fonte citada

Ao se particularizar a análise da agricultura em cada uma das regiões que fazem parte da área de influência, é possível salientar que Tarapacá concentra seus cultivos na categoria de cereais, com 40,02% da superfície e, de acordo com a fonte, esta corresponde em mais de 90% ao cultivo de quinoa; na sequência, o cultivo de hortaliças, com 16,92%, e, finalmente, os pomares, essencialmente cítricos, mangueiras e oliveiras, com 11,41%. A esta região vem se acrescentar uma importante plantação florestal de tamarugos (espécie de alfarrobeira) que ocupa 23,95% do total cultivado.16 A região vizinha a Arica e Parinacota concentra grande parte de seus cultivos em hortaliças (46,25%), com predomínio do milho e do tomate para consumo fresco; os pomares, com predomínio absoluto de oliveiras, seguidas por uma área relevante de pradarias e espécies forrageiras (23,48%). Os diversos diagnósticos efetuados para este setor mostram alguns grandes desafios para seu desenvolvimento: a água, com relação à quantidade e tecnologização da rega, bem com a concorrência pelo recurso para outros usos (mineração, água potável, entre outros); a tecnologização dos cultivos no avanço para a denominada "agricultura tecnológica"; a transformação das atuais culturas tradicionais em outras de maior valor, e, finalmente, uma ação concertada e associativa dos agricultores. Na perspectiva de uma integração produtiva com o Peru e com a Bolívia, esta poderia se orientar à geração de uma oferta de maior volume e, idealmente, com maior valor agregado de cultivos, como oliveiras na relação com Peru, ou quinoa, com a Bolívia. Porém, estas possibilidades, dado o baixo peso que a agricultura tem no PIB da área de influência (último lugar), requerem de um estudo pormenorizado e, principalmente, de um acordo de integração com um ou outro país.

16 VII Censo Nacional Agropecuário e Florestal, 2007, Instituto Nacional de Estatísticas, http://www.ine.cl.

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Mercado exterior As exportações da área de influência concentram-se, atualmente, em produtos derivados da atividade mineira. Da Tabela 3 - Principais exportações da área de influência(1) se deduz que 11 dos 16 itens, que representam 94,04% das exportações verificadas durante o primeiro quadrimestre do ano 2008, concentraram-se em produtos minérios metálicos e não metálicos. Aprofundando a análise, 88,06% desta cesta exportadora correspondem a produtos metálicos e, entre eles, dois concentram a maior percentagem: minérios de cobre e seus concentrados, como também cátodos e seções de cátodos de cobre. Também sobressai a inexistência de produtos agrícolas nesta cesta exportadora. Segundo os antecedentes do PIB de ambas as regiões, pode se inferir que desta cesta exportadora parte dos itens que correspondem a caminhonetes, minérios não metálicos, farinha de peixe, óleos combustíveis e destilados, corresponderia à Região de Arica e Parinacota.

Tabela 3 - Principais exportações da área de influência(1)

Itens Resumidos Exportações, abril 2008 (US$ FOB) %

Minérios de cobre e seus concentrados 684.672.835 44,31

Cátodos e seções de cátodos 669.907.105 43,35

Iodo 56.991.312 3,69

Farinha de peixe 49.603.748 3,21

Ácidos bóricos 16.221.811 1,05

Sal gema, sal de salinas, sal marinha 13.364.530 0,86

Caminhonetes 4.287.689 0,28

Resíduos e detritos de alumínio, o resto 4.196.991 0,27

Cátodos e seções de cátodos, o resto 3.441.609 0,22

Óleos combustíveis destilados (gasóleo, óleo diesel) 3.257.280 0,21

Concentrados sem torrar 2.734.443 0,18

Carbonatos de lítio 2.496.259 0,16

Produtos para a correção de escritos de densidade inferior a 0,94 2.364.638 0,15

Nitratos com conteúdo de nitrato de potássio inferior ou igual a 98% 1.938.445 0,13

Matérias minerais naturais ativadas 1.041.193 0,07

Ulexita natural 275.042 0,02

Outros 28.433.167 1,84

Total 1.545.280.825 100,00

Fonte: Serviço Nacional de Aduanas, 2008 (1) O quadro é de elaboração própria e apresenta aquelas partidas que registram, no mínimo, números superiores a

US$1.000.000. Considerando a importância do conhecimento das exportações para todos os destinos, especialmente para os países limítrofes que fazem parte do Grupo de Projetos 5 do Eixo Interoceânico Central da IIRSA, estimou-se conveniente detalhar as mesmas segundo sua origem em cada uma das regiões que integram a área de influência em território chileno.

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Assim, nos quadros apresentados a seguir, informam-se os dez itens principais exportados por região, os dez destinos principais e os dez itens principais exportados tanto para a Bolívia quanto para o Peru. Da Tabela 26, depreende-se que os três itens principais da cesta exportadora de Arica e Parinacota são os ácidos bóricos, os óleos combustíveis destilados e os minérios de cobre e seus concentrados, que entre todos somam 67,17% do total. Tabela 26 - Dez principais produtos exportados pela XV Região de Arica e Parinacota a todos os destinos

Itens Resumidos Exportações,

ano 2008 (US$ FOB)

% sobre o total

exportado

Ácidos bóricos (1) 57.287.794 39,20

Óleos combustíveis destilados (gasóleo, óleo diesel) (2) 27.538.810 18,84

Minérios de cobre e seus concentrados (2) 13.341.040 9,13

Outros depósitos, barris, tanques, bidões, vasilhas, caixas e recipientes similares, de alumínio, para qualquer matéria (com exceção do gás comprimido ou liquidificado), de capacidade inferior ou igual a 300 l, sem dispositivos mecânicos nem térmicos (1)

10.867.993 7,44

Farinha de peixe com conteúdo de proteínas superior ou igual a 66% mas inferior ou igual a 68% em peso (prime) (1)

5.507.025 3,77

Matérias minerais naturais ativadas (1) 4.533.648 3,10

Farinha de peixe com conteúdo de proteínas superior a 68% em peso (super prime) (1) 3.220.387 2,20

Outros resíduos e detritos, com exceção de aparas de torno, lascas, esquírolas, limalhas (1) 3.145.204 2,15

Cerejas frescas (2) 2.808.553 1,92

Farinhas siliciosas fósseis (por exemplo: «kieselguhr», trípoli, diatomita) e outras terras siliciosas análogas, de densidade aparente inferior ou igual a 1, mesmo calcinadas (1)

1.698.705 1,16

Total 10 principais 129.949.163 88,92

Total regional 146.146.622 100,00

Fonte: Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, DIRECON, 2009 Nota: (1) Produtos elaborados na XV Região de Arica e Parinacota; (2) Produtos não elaborados na Região de Arica e Parinacota. Comunicação verbal da Direção Regional do ProChile.

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Na Tabela 27 são apresentados os principais destinos, entre os quais sobressai a participação da Bolívia e do Peru, nas duas primeiras posições, seguidos pelas exportações para China, Estados Unidos e Alemanha, todos os países e blocos com os quais Chile possui tratados de livre comércio, o que mostra o potencial para a integração de esforços, especialmente com a Bolívia, para conquistar estes mercados. Tabela 27 - Dez principais destinos das exportações da XV Região de Arica e Parinacota

País Exportações, ano 2008 (US$ FOB)

% sobre o total regional

Bolívia 29.714.698 20,33

Peru 22.890.021 15,66

China 22.223.216 15,21

Estados Unidos 14.778.204 10,11

Alemanha 13.098.052 8,96

Brasil 11.838.498 8,10

Japão 6.486.686 4,44

Colômbia 3.485.384 2,38

Itália 2.569.778 1,76

Malásia 2.228.739 1,53

Total 10 principais 129.313.279 88,48

Total regional 146.146.622 100,00

Fonte: Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, DIRECON, 2009

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Na Tabela 28 são apresentados os principais itens exportados para a Bolívia da Região de Arica e Parinacota, entre os quais é salientada a importância dos óleos combustíveis destilados (gasóleo, óleo diesel), que atingem 92,68% do total exportado para essa nação. De todos estes produtos, só as matérias minerais naturais ativadas são produzidas na região; o resto corresponde a mercadorias elaboradas em outras regiões ou nacionalizadas, as quais são objeto de algumas transformações menores e depois exportadas para a Bolívia. Sobre elas, segundo comunicação verbal da Direção Regional do ProChile, não existem estatísticas que permitam conhecer a traçabilidade do processo. Tabela 28 - Dez principais produtos exportados para a Bolívia pela XV Região de Arica e Parinacota

Itens Resumidos Exportações, ano 2008 (US$ FOB)

% do total exportado

Óleos combustíveis destilados (gasóleo, óleo diesel) 27.538.810 92,68

Matérias minerais naturais ativadas (1) 808.525 2,72

Tratores de rodovia para carretas semi-reboques, com motor diesel de potência superior a 200 hp

232.108 0,78

Motoniveladoras 208.000 0,70

Caminhões para transporte de mercadorias, com motor de êmbolo (pistão), de ignição por compressão (diesel ou semidiesel), com capacidade de carga útil superior a 2000 quilos

98.803 0,33

Carregadores frontais 65.500 0,22

Semi-reboques planos 63.589 0,21

Outros, chicletes e gomas de mascar 54.270 0,18

Outras fibras sintéticas descontinuas, cardadas, penteadas ou transformadas de outro modo para fiação

41.947 0,14

Bulldozers frontais, de esteira 38.000 0,13

Total 10 principais 29.149.554 98,10

Total regional exportado a Bolívia 29.714.698 100,00

Fonte: Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, DIRECON, 2009 Nota: (1) Produtos elaborados na XV Região de Arica e Parinacota.

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Por último, nesta análise das exportações da Região de Arica e Parinacota, apresentam-se na Tabela 29 os principais itens exportados ao Peru, entre os quais ocupam o primeiro lugar os minérios de cobre e seus concentrados, com 58,28% do total exportado, seguidos de produtos essencialmente de tipo metal-mecânico. Tabela 29 - Dez principais produtos exportados ao Peru pela XV Região de Arica e Parinacota

Itens Resumidos Exportações, ano 2008 (US$ FOB)

% sobre o total exportado ao Peru

Minérios de cobre e seus concentrados (1) 13.341.040 58,28

Outros resíduos e detritos, com exceção de aparas de torno, lascas, esquírolas, limalhas (2)

3.028.020 13,23

Acumuladores, elétricos de chumbo que funcionem com eletrólito líquido, drenados, em desuso, inservíveis (1)

1.444.785 6,31

Outros resíduos e detritos, de aços ligados (2) 675.000 2,95

Farinhas siliceosas fósseis (por exemplo: «kieselguhr», trípoli, diatomita) e outras terras siliciosas análogas, de densidade aparente inferior ou igual a 1, mesmo calcinadas (2)

591.525 2,58

Embutidos e produtos similares de carne, despojos ou sangue; preparações alimentícias com base nestes produtos (2)

464.988 2,03

Outros depósitos, barris, tanques, bidões, vasilhas, caixas e recipientes similares, de alumínio, para qualquer matéria (com exceção do gás comprimido ou liquidificado), de capacidade inferior ou igual a 300 l, sem dispositivos mecânicos nem térmicos (2)

382.382 1,67

Motores de êmbolo (pistão) de ignição por compressão (motores diesel ou semidiesel) para veículos da partida 87.04 (1)

350.360 1,53

Garrafas para bebidas de capacidade superior a 0,33 l mas inferior ou igual a 1 l (1) 335.550 1,47

Matérias minerais naturais ativadas (2) 292.047 1,28

Total 10 principais 20.905.697 91,33

Total regional 22.890.021 100,00

Fonte: Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, DIRECON, 2009 Nota: (1) Produtos não elaborados na XV Região de Arica e Parinacota; (2) Produtos elaborados na Região de Arica e Parinacota. Comunicação verbal da Direção Regional do ProChile.

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Tabela 30 - Dez principais produtos exportados pela Região de Tarapacá a todos os destinos

Itens Resumidos Exportações, ano 2008 (US$ FOB)

% sobre o total exportado

Minérios de cobre e seus concentrados 2.012.471.400 44,40

Cátodos e seções de cátodos de cobre refinado 1.828.424.485 40,34

Iodo 159.399.466 3,52

Farinha de peixe com conteúdo de proteínas superior ou igual a 66% mas inferior ou igual a 68% em peso (prime)

101.400.176 2,24

Sal gema, sal de salinas, sal marinha 68.766.109 1,52

Óleos combustíveis destilados (gasóleo, óleo diesel) (1) 47.192.628 1,04

Farinha de peixe com conteúdo de proteínas superior a 68% em peso (super prime) 40.474.636 0,89

Farinha de peixe com conteúdo de proteínas superior a 66% em peso (padrão) 32.185.910 0,71

Caminhonetes com motor de êmbolo (pistão), de ignição por faísca, com capacidade de carga útil superior a 500 quilos mas inferior ou igual a 2000 quilos, de peso total com carga máxima inferior ou igual a 5 t (1)

26.640.533 0,59

Óleo de peixe, cru 20.381.101 0,45

Total 10 principais 4.337.336.444 95,70

Total regional 4.532.370.997 100,00

Fonte: Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, DIRECON, 2009 Nota: (1) Produtos não elaborados na I Região de Tarapacá. A Tabela 30 apresenta os principais itens exportados pela Região de Tarapacá, com especial destaque para a mineração cuprífera, que concentra 84,74% do total exportado. Embora não com a potência exportadora do passado, salienta também a presença dos produtos derivados de peixes, quatro do total, que concentram 4,29% do valor exportado neste ranking.

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Quanto aos principais destinos das exportações, estes são apresentados em ordem descendente na Tabela 31. Segundo os antecedentes, os países do bloco asiático concentram 52,38% das exportações, com a China como principal destino, com 22,20%. Neste ranking não aparecem nem Bolívia nem Peru, que ocupam as posições 12 e 18 respectivamente. Tabela 31 - Dez principais destinos das exportações da I Região de Tarapacá

País Exportações, ano 2008 (US$ FOB)

% sobre o total regional

China 1.006.327.992 22,20

Japão 586.306.367 12,94

Itália 584.146.650 12,89

Alemanha 341.388.800 7,53

Índia 312.083.989 6,89

Holanda 310.486.045 6,85

Taiwan 281.730.422 6,22

Espanha 225.610.087 4,98

Coréia do Sul 187.157.337 4,13

Estados Unidos 107.114.501 2,36

Total 10 principais 3.942.352.190 86,98

Total regional 4.532.370.997 100,00

Fonte: Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, DIRECON, 2009

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As exportações da I Região de Tarapacá à Bolívia, da mesma forma que as da Região de Arica e Parinacota, têm em primeiro lugar o item de óleos combustíveis destilados (gasóleo, óleo diesel), revelando a importância destes produtos na relação comercial com ambas as nações da área de influência. Os itens restantes correspondem a máquinas e equipamentos, o que revela a necessidade deste tipo de produtos para a nação boliviana. Tabela 32 - Dez principais produtos exportados para a Bolívia pela I Região de Tarapacá

Itens Resumidos Exportações, ano 2008 (US$ FOB)

% sobre o total exportado à Bolívia

Óleos combustíveis destilados (gasóleo, óleo diesel) 47.192.628 63,27

Escavadeiras, cuja superestrutura pode girar 360 graus 10.642.845 14,27

Bulldozers frontais, de esteira 7.213.292 9,67

Outras máquinas, aparelhos e material de preparação ou fabricação de clichês, pranchas, cilindros ou outros elementos para impressão

2.076.000 2,78

Outros motores de êmbolo (pistão) de ignição por compressão (motores diesel ou semidiesel), estacionários

1.000.000 1,34

Caminhonetes com motor de êmbolo (pistão), de ignição por faísca, com capacidade de carga útil superior a 500 quilos mas inferior ou igual a 2000 quilos, de peso total com carga máxima inferior ou igual a 5 t

839.214 1,13

Outras placas, lâminas, folhas e fitas, de plástico não celular e sem reforço, estratificação nem suporte, de polímeros de etileno, de densidade inferior a 0,94

455.735 0,61

Outras placas, lâminas, folhas e fitas, de plástico não celular e sem reforço, estratificação nem suporte, de polímeros de etileno, de densidade inferior a 0,94

419.811 0,56

Carregadores frontais 389.042 0,52

Motoniveladoras 286.893 0,38

Total 10 principais 70.515.460 94,53

Total regional 74.593.370 100,00

Fonte: Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, DIRECON, 2009

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A Tabela 33 informa sobre os principais itens exportados ao Peru, entre os que sobressaem os óleos de peixe, em primeiro lugar, com 24,07%, seguidos do nitrato de potássio, com 9,56% do total exportado para essa nação. Tabela 33 - Dez principais produtos exportados para o Peru pela I Região de Tarapacá

Itens Resumidos Exportações, ano 2008 (US$ FOB)

% sobre o total exportado ao Peru

Óleo de peixe, cru 6.557.000 24,07 Nitrato de potássio, com conteúdo (nitrato de potássio) inferior ou igual a 98% em peso 2.603.153 9,56 Outras placas, lâminas, folhas e fitas, de plástico não celular e sem reforço, estratificação nem suporte, de polímeros de etileno, de densidade inferior a 0,94 2.007.973 7,37 Outros resíduos e detritos, com exceção de aparas de torno, lascas, esquírolas, limalhas 1.911.895 7,02 As outras placas, lâminas, folhas e fitas, de plástico não celular e sem reforço, estratificação nem suporte, de polímeros de etileno, de densidade inferior a 0,94 1.635.010 6,00 Aviões de passageiros, com capacidade superior a 8 assentos, de peso em vazio superior a 2000 kg mas inferior ou igual a 15000 kg 1.600.000 5,87 Jurel (Trachurus murphyi) inteiro, fresco ou resfriado, com exceção dos fígados, ovas e sêmen 946.962 3,48 Outros aparelhos receptores de televisão a cores, de LCD (Display de Cristal Líquido) 938.113 3,44 Caminhonetes com capacidade de carga útil superior a 500 quilos, mas inferior ou igual a 2000 quilos 769.900 2,83 Redes para pesca, de matéria têxtil sintética 707.754 2,60 Total 10 primeiros 19.677.760 72,24 Total regional 27.239.820 100,00

Fonte: Direção Geral das Relações Econômicas Internacionais, DIRECON, 2009 Mercado interno Se analisado o PIB da antiga Região de Tarapacá, que incorpora as duas regiões atuais e, portanto, toda a área de influência, pode se concluir que três categorias dão origem a produtos comercializáveis com o resto do país: o comércio, a indústria manufatureira e a agricultura. O comércio, excetuando aquele que se verifica no interior da área de influência, derivaria principalmente das vendas produzidas pela Zona Franca de Iquique, que, conforme os antecedentes proporcionados por seus administradores, atingiriam o montante de US$347.100.00 C.I.F. ao resto das regiões do Chile. Em relação ao mercado nacional, a agricultura se orienta a atender à demanda de produtos contra-sazonais originada na zona central do Chile e também nas cidades próximas, como Antofagasta e Calama. Os produtos destinados ao mercado nacional são basicamente hortaliças, entre as quais salientam o tomate para consumo fresco, que ocupa 17% da superfície plantada de hortaliças da área de influência, as cebolas e os alhos. Deve se lembrar que a produção agrícola desta natureza é fundamentalmente originada na XV Região de Arica e Parinacota.

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Quanto à indústria manufatureira, os antecedentes informados pela Região de Arica e Parinacota17 assinalam que se encontra em um processo complexo, devido, entre outras coisas, ao recente fechamento da planta da General Motors, o que provocou uma brusca queda do índice de atividade econômica regional (INACER) que teve um retrocesso de 15,1%. Contudo, poderia se inferir, embora seja necessário verificar esta hipótese com um estudo mais pormenorizado das estatísticas, que a indústria fabril se orienta a mercados de exportação, dado que as empresas localizadas na região lá se instalam para aproveitar as vantagens da zona franca.

2.2.3 Região peruana da área de influência

Produto interno bruto e outros indicadores As variáveis tomadas em consideração para a mensuração do estado da economia do país são a inflação, o PIB e as importações e exportações. O PIB nacional reflete que os setores mais representativos são serviços, manufaturas, agrícola e mineração; na região em estudo, o setor de serviços contribui com 8%, o setor de manufaturas com 11%, o setor agrícola com 15% e o setor mineiro com 21%; pode se observar que o setor agrícola e o mineiro são eixos importantes de produção na região. Tabela 34 - PIB departamental por principais atividades econômicas (em US$)

Principais atividades econômicas Arequipa Moquegua Puno Tacna

Agricultura, caça e silvicultura 402.135.350 35.859.554 186.261.783 45.293.631

Pesca 16.948.408 14.355.414 4.631.847 9.004.777

Mineração 288.472.930 168.020.701 89.444.268 127.904.140

Manufatura 599.270.701 175.369.427 137.373.567 60.507.643

Eletricidade e água 49.271.019 52.799.363 21.685.669 5.131.529

Construção 295.071.953 85.418.961 60.771.330 58.831.136

Comércio 418.274.522 36.089.490 140.688.217 101.162.102

Transportes e comunicações 246.838.535 22.238.535 122.837.580 95.871.975

Restaurantes e hotéis 78.211.783 7.571.338 29.851.911 25.186.943

Serviços governamentais 115.610.828 28.937.898 121.248.408 46.685.032

Outros serviços 465.168.153 69.364.650 191.070.701 136.985.032

PIB total 2.975.274.183 696.025.330 1.105.865.279 712.563.939

Fonte: Instituto Nacional de Estatística e Informática (INEI) - ano 2008

No ano 2006, o Peru ocupou a 59a posição no ranking mundial de países exportadores. Os principais produtos de exportação são o ouro em bruto, os catodos, os minérios de cobre e a farinha de peixe; esta última é majoritariamente comercializada pela região sul. Nesta região, as exportações chegam a ter um valor de US$7,542 bilhões; é a segunda região exportadora, já que o centro duplica este número. As importações do país cresceram 52,1% no último ano, lideradas pelos bens de capital e os materiais para a construção, as matérias-primas e os produtos intermediários. Em nível regional, o centro do país continua liderando com suas importações, que, em 2007, superaram os US$17 bilhões, enquanto que no sul chegaram a US$1,396 bilhões, e um valor similar tiveram as do norte, com US$1,156

17 Plano de Infraestrutura para a Competitividade, 2007-2012. Região de Arica e Parinacota. DIRPLAN, MOP, 2009.

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bilhões. O índice de exportação do sul do país é quase cinco vezes maior que o de importação, enquanto que, no centro, as importações ultrapassam as exportações. Em geral, vale salientar que o Peru se posiciona como o primeiro produtor mundial de farinha de peixe, aspargos e páprica, o segundo produtor mundial de alcachofras e o sexto produtor mundial de café. Em mineração, ocupa a segunda posição como produtor mundial de prata, a quarta como produtor mundial de cobre, zinco e chumbo, e a quinta como produtor mundial de ouro, além de contar com grandes jazidas de ferro, estanho, manganês e petróleo e gás. É, por outro lado, o primeiro produtor mundial de lã de alpaca e o mais importante exportador de artigos têxteis de algodão da América Latina. O índice de preços ao consumidor (IPC) é um indicador do crescimento contínuo e generalizado dos preços dos bens e serviços consumidos pelas famílias, que, para o caso do Peru, teve uma média de 7,1% no último ano (fevereiro de 2008 - janeiro de 2009). Na área de influência, o valor é maior à média: 8,54% em Arequipa, 8,47% em Moquegua, 6,16% em Puno e 9,32% em Tacna. Atividades econômicas relevantes Devido às características diversas de cada departamento que integra a área de influência, analisaremos as condições econômicas de cada um deles. a) Arequipa As principais atividades econômicas do departamento são a agricultura e a mineração. Sobressaem o plantio de alhos, alfafa, cebolas, ginja, limão doce, sorgo grão, cenoura, tangelo e sabugueiro, bem como a extração (expressa como percentagem do total nacional) de chumbo (0,3%), prata (7,1%), zinco (0,1%), ouro (9,3%) e cobre (9,7%). O PIB de Arequipa representa 5,9% do PIB nacional; trata-se do segundo departamento com o PIB mais alto. Sua composição é principalmente baseada no setor serviços, com 61%, seguido pela manufatura, com 20% e, em terceiro lugar, a agricultura, com 11%. Este departamento é o primeiro em termos de PIB gerado pelo setor agropecuário. Mesmo assim, sua extensão de superfície agrícola é de 5,7%, o que demonstra a notável produtividade das áreas plantadas. Mantém a liderança regional a partir de extrações de minérios e da produção industrial. O valor agregado do departamento é composto por diversos ramos; o principal é a manufatura, com 20%, e o de menor representatividade é o da eletricidade e água, com 1,9%, embora o departamento conte com a central hidrelétrica de Charcani, que aproveita as águas do rio Chili.

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Figura 19 - Valor agregado bruto a preços constantes (milhares de novos sóis)

53,218

245,585

363,018

775,073

905,805

926,526

1,262,705

1,313,382

1,460,628

41,056

156,845

225,024

358,651

654,316

418,570

755,094

1,169,438

1,226,260

1,365,059

1,718,423

154,711

1,881,710

0 400000 800000 1200000 1600000 2000000 2400000

Pesca

Electricidad y Agua

Restaurantes y Hoteles

Servicios Gubernamentales

Transportes y Comunicaciones

Minería

Construcción

Agricultura, Caza y Silvic.

Comercio

Otros Servicios

Manufactura

2006

2007

Fonte: Compêndio Estatístico 2008 – INEI. Elaboração própria. Figura 7 - Estrutura percentual do valor agregado bruto

Año: 2007

Agricult ura, Caza

y Silvic.

7.0Pesca

0.7

Minerí a

13.4

Manuf act ura

20.0Const rucción

11.7Servicios

Gubernament ales

4.4

Ot ros

42.8

Fonte: Compêndio Estatístico 2008 – INEI. Elaboração própria. Exportações18 As exportações deste departamento representam 7,4% das exportações nacionais do Peru. As exportações regionais são fundamentalmente baseadas na extração de minérios e suas manufaturas (59% do total exportado).

18 Tomado do estudo ZAL SUR Módulo 1, elaborado por ALG.

Manufatura

Outros Serviços

Comércio

Agricultura, Caça e Silvic.

Construção

Mineração

Transportes e Comunicações

Serviços Governamentais

Restaurantes e Hotéis

Eletricidade e Água

Pesca

Agricultura, Caça e Silvic.

Outros

Manufatura 20.0

Mineração

Construção 11.7

Serviços Governamentais

4.4

Ano: 2007 :

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Quanto à composição das exportações, sobressaem as extrações de minérios e suas manufaturas, bem como as atividades relacionadas com a metalurgia. No setor industrial, os têxteis e os couros lideram as exportações, seguidos pelo setor de alimentos e bebidas. Tabela 35 - Principais produtos de exportação de Arequipa

Setor Valor FOB (US$) Peso líquido (ton.) US$/ton.

Minérios metalíferos 1.201.379.750 701.602 1.712

Cobre e suas manufaturas 528.455.289 74.080 7.134

Farinha de peixe 81.947.693 88.104 930

Lã e pelo fino ou ordinário 65.018.613 5.921 10.981

Fundição, ferro e aço 33.684.486 48.200 699

Roupas e acessórios de malha 25.509.200 499 51.121

Café 19.595.508 8.650 2.265

Preparação de hortaliças, frutas 10.717.946 6.301 1.701

Químicos (derivados da indústria do cobre) 10.490.783 22.640 463

Hortaliças, plantas frescas 10.213.077 8.149 1.253

Peles e couros 9.107.966 1.971 4.621

Outros 73.902.491 104.406

Total Arequipa 2.070.022.802 1.070.523 82.881

Fonte: ALG Ao se analisar o posicionamento relativo dos principais produtos de exportação, pode se observar que as roupas e acessórios de malha possuem menor volume (toneladas líquidas) e, porém, são os produtos de maior valor (US$ por tonelada), contrariamente aos produtos químicos, a farinha de peixe e os minérios metalíferos. Figura 21 - Matriz de posicionamento relativo dos principais produtos de exportação

100

1,000

10,000

100,000

100 1,000 10,000 100,000 1,000,000

Volume (toneladas líquidas, escala logarítmica)

Lã e pêlo fino ou ordinário

Peles e couro

Preparação de Hortaliças, frutas

Hortaliças, plantas frescas

Cobre e suas manufaturas

Farinha de PeixeFundição, ferro e aço

Químicos (derivados da indústria do cobre)

Minérios Metalíferos (cobre)

Den

sid

ade

de

valo

r (U

S$/

tN,

esca

la l

og

arít

mic

a) Roupas e acessórios

de malha

Café

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GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO

DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO

62 / 121

b) Moquegua Moquegua tem uma participação de 1,4% do PIB nacional. A principal atividade do departamento é a mineração (extração de prata, ouro e cobre), que representa 24% do PIB do departamento. É importante a exploração de cobre em Cuajones (mina explorada pela Southern Copper Peru, igualmente que a de Toquepala, no departamento de Tacna), localizada a 30 quilômetros da cidade de Moquegua. A manufatura é outro setor que gera uma boa parte do PIB do departamento (20%), enquanto que a agricultura gera apenas 9%. Dentro do setor agropecuário, merecem destaque os plantios de oliveiras de Ilo, de abacate de Samegua e a produção de pomares (limão, lima e damascos) de Omate. O gado bovino é criado na região serrana, junto com o pastoreio de gado ovino e lanar, que também constitui uma importante atividade. Também merecem destaque importante as salinas da área litoral do departamento. Na composição do valor agregado bruto, a mineração lidera, com 43,1% do total, seguida pelas manufaturas, com 24,2%. Embora a agricultura seja a principal atividade em termos de emprego de população no Departamento de Moquegua, seu valor agregado é um dos menores: 1%. Figura 22 - Valor agregado bruto a preços constantes (milhares de novos sóis)

23,774

69,829

90,865

112,599

113,321

165,790

217,805

268,216

527,585

21,770

41,524

63,421

86,643

108,389

106,446

174,774

199,116

232,841

529,353

683,683

45,076

550,660

0 200000 400000 600000

Restaurantes y Hoteles

Pesca

Transportes y Comunicaciones

Servicios Gubernamentales

Agricultura, Caza y Silvic.

Comercio

Electricidad y Agua

Otros Servicios

Construcción

Minería

Manufactura

2006

2007

Fonte: Compêndio Estatístico 2008, INEI. Elaboração própria.

Manufatura

Mineração

Construção

Outros Serviços

Eletricidade e Água

Comércio

Agricultura, Caça e Silvic.

Serviços Governamentais

Transportes e Comunicações

Pesca

Restaurantes e Hotéis

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GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO

DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO

63 / 121

Figura 8 - Estrutura percentual do valor agregado bruto

Año: 2007

Agricult ura, Caza y

Silvic.

1.0Pesca

1.5

Minerí a

43.1

Manuf act ura

24.2

Const rucción

9.6

Servicios

Gubernament ales

3.1

Ot ros

17.6

Fonte: Compêndio Estatístico 2008, INEI. Elaboração própria.

Exportações19 A alta proporção de produtos exportados de alto valor agregado fazem de Moquegua o segundo departamento em função das exportações da região. Moquegua tem uma participação de 8,6% nas exportações nacionais, concentradas na metalurgia (62%) e nos produtos minerais e seus derivados (32%). Outros produtos de grande importância em termos de exportação são os derivados da atividade pesqueira, como as farinhas e os óleos, embora seus valores médios por tonelada estejam entre os menores: US$961 por tonelada e US$772 por tonelada, respectivamente. O porto de Ilo, por sua vez, é um importante centro de comércio, e lá está situada a maior fábrica de farinha e óleo de peixe do país. Tabela 36 - Principais produtos de exportação de Moquegua

Setor Valor FOB (US$) Peso líquido (ton.) US$/ton.

Cobre e suas manufaturas 1.478.825.066 202.278 7.311 Minérios metalíferos (cobre, molibdênio) 758.454.712 325.461 2.330 Farinha de peixe 86.394.731 89.929 961 Químicos (derivados da indústria do cobre) 38.671.489 424.517 91 Graxas e óleos de peixe 14.987.217 19.420 772 Peixes, crustáceos e moluscos 2.330.365 1.145 2.035 Outros 1.772.833 2.991

Total Moquegua 2.381.436.413 1.065.741 2.235

Fonte: ALG

19 Tomado do estudo ZAL SUR Módulo 1, elaborado por ALG.

Ano: 2007

Agricultura, Caça e Silvic.

Mineração

Manufatura 24.2

Construção 9.6

Serviços Governamentais

3.1

Outros 17.6

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GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO

DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO

64 / 121

Figura 24 - Matriz de posicionamento dos principais produtos de exportação

10

100

1,000

10,000

1,000 10,000 100,000 1,000,000

Volumen (Toneladas netas, escala logaritmica)

Den

sid

ad d

e va

lor

( U

S$/

tn,

esca

la

log

arit

mic

a)

Pescados, crustáceosy moluscos

Cobre y sus manufacturas

Grasa y aceites depescado

Harina de Pescado

Químicos (derivados de la industria de cobre)

Minerales metalíferos(cobre, molibdeno)

Fonte: ALG

c) Puno A participação no PIB nacional do departamento de Puno é de 1,6%. O setor serviços gera 67% do PIB departamental; a agricultura é o segundo setor, com 18%, e seus principais plantios são a batata, favas, cevada e quinua. Os setores de menor PIB são a pesca e a mineração. O setor agropecuário é a principal atividade do departamento e o que maior quantidade de população emprega. Conta com um valor agregado bruto de 11%. A atividade agrícola apresenta excessiva fragmentação da terra, utilização de tecnologia obsoleta e predomínio de plantios em terras áridas por causa da existência de poucos projetos de irrigação, apesar de haver abundantes recursos hídricos (lato Titicaca). A produção mineira inclui produtos como estanho, prata e ouro, e seu valor agregado bruto é de 14%. Este departamento é o primeiro produtor de ovinos e auquenidos (camelídeos americanos) em nível nacional e, portanto, de lã. O turismo é uma atividade economicamente importante, especialmente na zona de Puno e do lago Titicaca. A energia do departamento é gerada pela central hidrelétrica de San Gabán.

Den

sid

ade

de

valo

r (U

S$/

tn,

esca

la l

og

arít

mic

a)

Volume (Toneladas líquidas, escala logarítmica)

Cobre e suas manufaturas

Peixes, crustáceos e moluscos

Minérios metalíferos(cobre, molibdênio)

Graxa e óleos de peixe

Farinha de Peixe

Químicos (derivados daindústria de cobre)

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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO

65 / 121

Figura 25 - Valor agregado bruto a preços constantes (milhares de novos sóis)

14,544

93,735

190,822

280,855

380,720

385,710

431,353

441,761

584,862

10,862

67,193

85,644

170,281

239,369

363,510

324,327

390,557

412,821

589,327

559,430

68,093

599,962

0 200000 400000 600000

Pesca

Electricidad y Agua

Restaurantes y Hoteles

Construcción

Minería

Servicios Gubernamentales

Transportes y Comunicaciones

Manufactura

Comercio

Agricultura, Caza y Silvic.

Otros Servicios

2006

2007

Fonte: Compêndio Estatístico 2008, INEI. Elaboração própria.

Figura 9 - Estrutura percentual do valor agregado bruto

Año: 2007

Agricult ura, Caza y

Silvic.

11.3 Pesca

0.5

Minerí a

14.1

Manuf act ura

9.7

Const rucción

5.9Servicios

Gubernament ales

12.7

Ot ros

45.8

Fonte: Compêndio Estatístico 2008, INEI. Elaboração própria. Exportações20 As exportações do departamento de Puno estão ligadas quase em sua totalidade à extração de minérios (95%). Fora os minérios metalíferos, encontra-se uma importante exportação de café e de lãs.

20 Tomado do estudo ZAL SUR Módulo 1, elaborado por ALG.

Outros Serviços

Agricultura, Caça e Silvic.

Comércio

Manufatura

Transportes e Comunicações

Serviços Governamentais

Mineração

Construção

Restaurantes e Hotéis

Eletricidade e Água

Pesca

Mineração

Agricultura, Caça e Silvic.

Outros

Serviços Governamentais

12.7

Construção 5.9

Manufatura 9.7

Ano: 2007

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GRUPO 5 EIXO INTEROCEÂNICO CENTRAL ANALISE DO POTENCIAL DE INTEGRAÇÃO PRODUTIVA E DESENVOLVIMENTO

DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO

66 / 121

O Departamento de Puno mantém vínculos comerciais com a Bolívia através do passo de fronteira de Desaguadero. Na região da floresta, a falta de uma adequada rede viária impossibilita uma comunicação ágil e econômica dos centros de produção aos de consumo. O café é o produto de exportação com maior peso líquido (2 mil toneladas), embora seu valor por tonelada seja de US$3 mil, enquanto que as roupas e acessórios de malha contam com 27 toneladas exportadas, mas com um valor de US$18 mil por tonelada. Tabela 37 - Principais produtos de exportação de Puno

Setor Valor FOB (US$) Peso líquido (ton.) US$/ton.

Metais preciosos (ouro) 112.265.115 6 18.710.853

Minérios metalíferos (chumbo, zinco, cobre, ouro) 26.410.961 14.150 1.866

Café 6.089.818 2.013 3.025

Lã e pelo 797.934 465 1.716

Roupas e acessórios de malha 484.655 27 17.950

Outros 241.623 80

Total Puno 146.290.106 16.741 8.738 Fonte: ALG Figura 27 - Matriz de posicionamento dos principais produtos de exportação

1,000

10,000

100,000

1,000,000

10,000,000

100,000,000

1 10 100 1,000 10,000 100,000

Volumen (toneladas netas, escala logaritmica)

De

ns

ida

d d

e v

alo

r (U

S$

/tn

, e

sc

ala

lo

ga

ritm

ica

)

Metales Preciosos (Oro)

Prendas de vestir y accesorios de punto

Lana y peloCafe

Minerales Metaliferos (plomo, zinc, cobre)

Fonte: ALG

d) Tacna A participação percentual do Departamento de Tacna no PIB nacional é de 1,4%. O PIB do departamento é composto principalmente pelo setor serviços, com 59% do total,

Den

sid

ade

de

valo

r (U

S$/

tn,

esca

la

log

arít

mic

a)

Volume (Toneladas líquidas, escala logarítmica)

Metais preciosos (ouro)

Roupas e acessórios de malha

Lã e pêlo Café

Minérios Metalíferos (chumbo, zinco, cobre)

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67 / 121

seguido pela mineração, com 22%. O setor manufatureiro e o agrícola têm baixa representatividade (8% e 4%, respectivamente). O Departamento de Tacna possui uma estrutura econômica centrada no setor primário, embora as atividades comerciais estejam aumentando sua participação na economia. O desenvolvimento do departamento está fortemente condicionado pela escassez de recursos hídricos e, por conseguinte, a capacidade de produção de energia elétrica é limitada: 95% é gerada pelas centrais hidrelétricas de Aricota I e II, e o resto, através da central térmica de Calana. A mineração é o setor que tem o mais elevado valor agregado bruto (38,5%), e é significativa a extração de cobre a céu aberto na mina de Toquepala, posteriormente refinado em Ilo para sua exportação. Esta mina é uma das duas exploradas pela empresa Southern Copper Peru. A agricultura -com um valor agregado bruto de 4,4%- nos vales de Tacna e Tarata é orientada aos plantios de videira, cana de açúcar, batata, algodão, trigo, alfafa, alhos e pomares. Nos últimos anos, o plantio de oliveira tem sobressaído: o departamento produz 53% das azeitonas do país. Também é plantado milho amiláceo e orégão. Figura 28 - Valor agregado bruto a preços constantes (milhares de novos sóis)

28,275

79,087

146,591

184,730

142,222

189,994

301,038

317,649

430,133

28,938

17,793

72,080

143,288

158,422

152,610

161,168

254,102

294,468

397,374

431,319

16,113

401,619

0 100000 200000 300000 400000 500000

Pesca

Electricidad y Agua

Restaurantes y Hoteles

Servicios Gubernamentales

Construcción

Agricultura, Caza y Silvic.

Manufactura

Transportes y Comunicaciones

Comercio

Otros Servicios

Minería

2006

2007

Fonte: ALG

Mineração

Outros Serviços

Comércio

Transportes e Comunicações

Manufatura

Agricultura, Caça e Silvic.

Construção

Serviços Governamentais

Restaurantes e Hotéis

Eletricidade e Água

Pesca

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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO

68 / 121

Figura 10 - Estrutura percentual do valor agregado bruto

Año: 2007

Agricult ura, Caza y

Silvic.

4.4

Pesca

1.3

Minerí a

38.5

Manuf act ura

6.1

Const rucción

7.2

Servicios

Gubernament ales

5.4

Ot ros

37.1

Fonte: ALG Exportações21 Da mesma forma que na maioria dos departamentos do sul do Peru, em Tacna, as principais exportações estão relacionadas com a extração e manufatura do cobre e de outros minérios (69%); a metalurgia ocupa o segundo lugar, com 24%, e o setor agropecuário tem apenas 4% do total. Os minérios metalíferos, como o cobre e o molibdênio, são os produtos exportados pelo departamento de maior valor FOB (US$527 milhões) e maior peso líquido (113.428 toneladas). Acontece o contrário com o selênio, que tem um valor FOB de US$1,6 milhões e exporta 28 toneladas, embora, como pode se observar no gráfico a seguir, é o setor de melhor posição relativa, já que o valor por tonelada exportada é o mais alto de todos os produtos, com US$56 mil por tonelada.

21 Tomado do estudo ZAL SUR Módulo 1, elaborado por ALG.

Ano: 2007

Agricultura, Caça e Silvic.

Outros

Serviços Governamentais

5.4 Construção

7.2 Manufatura

6.1

Mineração

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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO

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Figura 30 - Matriz de posicionamento dos principais produtos de exportação

100

1,000

10,000

100,000

10 100 1,000 10,000 100,000 1,000,000

Volumen (tn, escala logaritmica)

Den

sid

ad d

e va

lor

(US

$/tn

, esc

ala

log

arit

mic

a)

Productos químicos inorgánicos (selenio)

Preparaciones depescado o de

crustáceosPrendas y accesorios de

puntoEspecias (Páprika)

Pescados y crutáceos

Cobre y sus manufacturasMinerales metaliferos (Molibdeno, cobre)

Semillas y frutos oleaginos (Oregano

Preparaciones de hortalizas y frutas (aceitunas)

Hortalizas frescas (aceitunas y cebollas)

Tabela 38 - Principais produtos de exportação de Tacna

Setor Valor FOB (US$) Peso líquido (ton.) US$/ton.

Minérios metalíferos (molibdênio, cobre) 527.245.016 113.428 4.648

Cobre e suas manufaturas 184.489.512 26.361 6.999

Peixes e crustáceos 17.020.755 3.306 5.148

Preparação de hortaliças e frutas (azeitonas) 7.719.539 5.270 1.465

Sementes e frutos oleaginosos (orégão) 4.983.534 2.236 2.229

Roupas e acessórios de malha 4.324.414 1.165 3.712

Hortaliças frescas (azeitonas e cebolas) 3.627.515 12.558 289

Preparações de peixe ou de crustáceos 2.728.373 415 6.574

Produtos químicos inorgânicos (selênio) 1.600.578 28 57.164

Especiarias (páprica) 1.396.152 686 2.035

Outros 6.235.994 4.810

Total Tacna 761.371.382 170.263 4.472

Den

sid

ade

de

valo

r (U

S$/

tn,

esca

la

log

arít

mic

a)

Volume (Tn, escala logarítmica)

Produtos químicos inorgânicos (selênio)

Preparações de peixes ou de crustáceos

Roupas e acessórios demalha

Espécies (Páprica)

Peixes e crustáceos

Cobre e suas manufaturas Minérios metalíferos (Molibdênio, cobre)

Sementes e frutos oleaginosos (Orégão)

Preparações de hortaliças e frutas (azeitonas)

Hortaliças frescas (azeitonas e cebolas)

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70 / 121

2.3 Infraestrutura existente na área de influência

Figura 11 - Infraestrutura viária, ferrovias, portos e aeroportos da área de influência

Figura 12 – Padrão da rede viária na área de influência

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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO

71 / 121

Figura 13 – Estado da rede viária na área de influência

Figura 14 - Fluxo de carga por rodovias

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2.3.1 Infraestrutura viária boliviana

Dentro do desenvolvimento da infraestrutura, encontra-se como prioridade a infraestrutura viária e logística, com ênfase nos encadeamentos produtivos e na consolidação dos corredores de exportação. A Bolívia apresenta importantes brechas em sua interconexão de transporte interno. Várias regiões não contam com interconexões rápidas e seguras e estão praticamente isoladas do resto do país, o que gera uma maior relação econômica com países vizinhos antes que com o resto da Bolívia. Este relativo isolamento de certas regiões atenta contra o desenvolvimento de clusters (encadeamentos produtivos) competitivos dentro da Bolívia. Isto obedece aos maiores custos com transporte implícitos e aos mais demorados tempos de resposta entre elos nacionais da própria cadeia. Tabela 4 – Rede viária boliviana por tipo de rodovia

Descrição Pavimento Rípio Terra Total Rede Viária Fundamental 4.513 6.455 5.060 16.028

Rede Departamental 207 11.102 8.739 20.048

Rede Municipal 61 10.325 26.680 37.066

Total 4.781 27.882 40.479 73.142

Estrutura percentual por tipo de rede

Rede Fundamental 28% 40% 32% 100%

Rede Departamental 1% 55% 44% 100%

Rede Municipal 0% 28% 72% 100%

A Rede Viária Fundamental, gerenciada pelo Governo nacional através da Administradora Boliviana de Rodovias, conta com os corredores de integração nacional, que permitem o fluxo de pessoas e a troca de bens e serviços, nomeadamente:

Corredor Leste-Oeste: liga Bolívia com Peru, Chile e Brasil; Corredor Oeste-Norte: liga Bolívia com Brasil e Peru; Corredor Norte-Sul: liga Bolívia com Paraguai; Corredor Oeste-Sul: liga Bolívia com Peru, Chile e Argentina.

As redes departamentais são gerenciadas pelas prefeituras departamentais através dos Serviços Departamentais de Caminhos. As redes municipais, por sua vez, são responsabilidade dos municípios, conforme sua jurisdição territorial.

2.3.2 Infraestrutura viária chilena

A rede viária chilena da área de influência equivale a um total de 5.346 quilômetros, dos quais 2.140 quilômetros estão pavimentados (incluídos 722 quilômetros de caminhos com solução à base de tratamento de sal ou bischofita), 477 quilômetros de caminhos de rípio e 2.729 quilômetros de caminhos de terra.

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DE SERVIÇOS LOGÍSTICOS DE VALOR AGREGADO

73 / 121

A rede viária estruturante é conformada por quatro grandes rodovias: a Rodovia 5 ou Longitudinal Norte, que atravessa a região de sul a norte; a Rodovia 1, que liga a cidade de Iquique com a II Região de Antofagasta pelo litoral, e as rodovias que ligam com a Bolívia, rodovia 11 CH, Arica-Tambo Quemado, e rodovia 15 CH, Huara-Colchane. A Rodovia 11 CH, Arica-Tambo Quemado, começa na interseção com a Rodovia 5 ou Longitudinal Norte, Trevo de Lluta (quilômetro zero), e se estende paralela à Quebrada do Rio Lluta e pelo Planalto até chegar ao lago Chungará, Passo de Fronteira Chungará (quilômetro 192). Atualmente, está pavimentada com camada asfáltica de diferentes espessuras e larguras de calçada e plataforma. Define-se com uma largura mínima de calçada de sete metros e bermas de largura variável. Para finais do ano 2009, projeta-se um estado de conservação da rodovia de nível bom; porém, existem vários trechos qualificados como maus, embora em estado de restauração. Existem também vários projetos em desenvolvimento, relacionados principalmente com iniciativas de conservação com estabelecimento de camadas de base granular asfáltica niveladora, construção de bermas e segurança viária, entre outros. Os projetos futuros correspondem a estudos de engenharia, reposições e conservações. Entre eles merece destaque a construção do trecho quilômetro 170 – quilômetro 192 até a fronteira com a Bolívia. O investimento total planejado é de US$80.325.926 distribuídos em US$9.435.185 para projetos em desenvolvimento e US$70.890.741 para futuros investimentos. A Rodovia 15 CH, Huara-Colchane, começa na interseção com a Rodovia 5 ou Longitudinal Norte, localidade de Huara (quilômetro zero), e se estende até o Planalto, até chegar à localidade de Colchane, passo de fronteira para a Bolívia (quilômetro 163). Em sua condição atual, apresenta um caminho com diferentes características geográficas e de pavimentação ao longo de seus 163 quilômetros. As soluções de pavimentação são variadas, de camada asfáltica e selos superficiais (TSS ou tratamento superficial simples e DTS ou duplo tratamento superficial) até trechos sem pavimentação (terra), situação que será resolvida a partir do ano 2010, em virtude dos projetos atualmente em desenvolvimento. Os projetos em desenvolvimento para a rodovia 15 CH correspondem fundamentalmente a iniciativas de reposição por uma extensão de 48 quilômetros, enquanto que os projetos futuros correspondem a iniciativas de conservação. O investimento total planejado é de US$64.083.333, distribuídos em US$39.990.741 para projetos em desenvolvimento e US$24.092.593 para futuros investimentos.

2.3.3 Infraestrutura viária peruana

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A Rede Viária Nacional do Peru, conforme o novo classificador, tem 23.965 quilômetros de rodovia, dos quais 11.423 quilômetros estão asfaltados. Na área de influência em estudo, 2.849 quilômetros são asfaltados, representando 58% do total. Tabela 5 – Tipo de acabamento da rede viária na região peruana da área de influência

Departamento Asfaltado Pavimentado Sem pavimentar

Bitola Total

Arequipa 1.020,48 644,19 28,59 101,94 1.795,21

Moquegua 394,84 73,31 179,91 648,06

Puno 1.015,38 611,53 86,47 110,16 1.823,53

Tacna 418,46 90,80 114,58 14,60 638,44

Total AI 2.849,16 1.419,83 409,54 226,70 4.905,24

Total Peru 11.423,05 7.569,48 2.946,14 2.026,68 23.965,35

Elaboração própria.

A infraestrutura rodoviária da Região Sul mostra que os departamentos têm boa proporção de caminhos pavimentados e partes das rodovias com condições de circulação complicadas. Esta variação nas condições dos caminhos faz com que algumas localidades tenham dificuldades no transporte de suas mercadorias para os portos ou centros de consumo. Ao se classificar a rede viária atual segundo o tipo de superfície de rodagem, observa-se que o Departamento de Arequipa apresenta melhores condições em termos de infraestrutura rodoviária, com 1.021 quilômetros de rodovias asfaltadas. O Departamento de Puno também conta com mais de mil quilômetros de rodovias asfaltadas, devido à recente melhoria da rodovia interoceânica. Os fluxos de carga dentro da Região Sul estão concentrados na Rodovia Pan-americana Sul até a cidade de Arequipa e no trecho Arequipa-Juliaca; trata-se da principal via de fornecimento de todos os mercados do sul do país, tanto para as importações como para a forte produção de Lima. É também a via de saída das cargas de exportação da região que utilizam o porto do Callao. Outro eixo principal de fluxos de carga é o trecho Arequipa-Juliaca, que concentra as cargas entre estas cidades e a carga entre Juliaca-Puno e Lima. Merece destaque a diferença de fluxos entre este corredor principal e as outras rodovias, em particular nas rodovias da serra.

2.3.4 Infraestrutura ferroviária boliviana

O sistema ferroviário boliviano é composto por duas redes que não estão interconectadas: a rede andina e a rede oriental. A rede andina tem uma extensão de 2.274 quilômetros e conecta os departamentos de La Paz, Oruro, Potosí, Chuquisaca e Cochabamba. Tem conexões com as linhas ferroviárias de países vizinhos que chegam aos portos de Matarani no Peru, Arica e Antofagasta no Chile, e Rosario e Buenos Aires na Argentina. Esta rede tem quatro

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nós, dos quais os mais importantes são Oruro e Viacha; também conta com serviços para La Paz, Cochabamba, Sucre e Potosí e para as fronteiras com a Argentina e Chile em Villazón, Abaroa e Charaña. A rede oriental conta com 1.424 quilômetros de extensão e conecta os departamentos de Chuquisaca, Tarija e Santa Cruz. Apresenta um nó ferroviário em Santa Cruz e outras duas estações de importância, por serem passos de fronteira com a Argentina e o Brasil, em Yacuiba e Columba. Em finais do ano 1995, foi capitalizada a Empresa Nacional de Ferrovias (ENFE); em inícios de 1996 todos os ativos da ENFE foram transferidos para operadores privados, especialmente o material rolante, o equipamento de comunicação e o estoque de peças de reposição da ex-empresa estatal. Tabela 41 - Características do sistema ferroviário boliviano

Detalhe Rede andina Rede oriental Longitude de trilhos em operação (km) 1.868 1.253

Nº de locomotivas em operação 8 28

Nº de vagões, carros, etc. 500 750

Nº de toneladas transportadas 450.000 1.000.000

2.3.5 Infraestrutura ferroviária chilena

A estrada de ferro que liga Arica com La Paz (FCALP) é uma das mais altas do mundo, surgida com o Tratado de Paz, Amizade e Comércio assinado entre os governos do Chile e da Bolívia a 20 de outubro de 1904. Tem uma longitude total de 457quilômetros, dos quais 206 quilômetros correspondem ao trecho chileno. Em novembro de 2005, foi declarada a falência do FCALP e as máquinas ficaram sob custódia da Empresa Portuária Arica, à espera para sua transferência para um operador privado através de concorrência pública. Atualmente, a Empresa Portuária Arica, conjuntamente com o Governo Regional e o Ministério das Obras Públicas, estão desenvolvendo a reabilitação desta estrada de ferro, que deveria estar em condições operacionais em dezembro de 2011.

2.3.6 Infraestrutura ferroviária peruana

A rede ferroviária do Peru conta com 2.020 quilômetros e sua infraestrutura está integrada por dois sistemas principais: a Estrada de Ferro Central e a Estrada de Ferro do Sul, que abrange os departamentos de Arequipa, Puno e Cusco. No âmbito de estudo existem três sistemas ferroviários: Estrada de Ferro do Sul, Southern Peru e a linha Tacna-Arica. Southern Peru é completamente privada. A Estrada de Ferro do Sul é a principal dentro da região, por sua maior extensão e importância para o transporte de carga e de passageiros. A estrada de ferro da Southern Peru é propriedade desta empresa mineira e é unicamente destinada ao

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transporte do minério próprio da empresa entre suas minas e a fundição, localizada em Ilo. Existe uma linha que liga o porto de Arica com a cidade de Tacna, hoje em funcionamento para o transporte de passageiros e de cimento. A linha liga o atracadouro peruano dentro do porto de Arica com o centro da cidade de Tacna, com perspectivas de também se conectar com a ZOFRATACNA através da construção de um novo desvio e de um parque de descarga. Estrada de Ferro do Sul (Transandino)22 A estrada de ferro Ferrocarril Transandino S.A. é propriedade da Orient-Express Hotels Ltd. (50%) e da Peruval Corp. S.A. (50%), empresa peruana de capitais privados. É operada pela PeruRail S.A., que também pertence à Orient-Express Hotels Ltd. e à Peruval Corp. S.A. O contrato de concessão, assinado em 1999 entre o Ministério dos Transportes e Comunicações e a empresa Ferrocarril Transandino S.A. abrange um período de 30 anos prorrogável por períodos de 5 anos, até um máximo de 60 anos. Esta malha ferroviária conta com dois trechos:

Trecho Sul: para transporte de passageiros, abrange as rotas entre Arequipa e Cusco. Os principais mercados relevantes nesta malha são os da rota Cusco-Juliaca/Puno (338 quilômetros) e Juliaca/Puno-Cusco.

Trecho Sul-Oriente: opera entre Cusco e Machu Picchu com, aproximadamente, 160 quilômetros. Esta é a via de acesso principal a Machu Picchu para os turistas.

A Estrada de Ferro do Sul é a principal em termos de transporte de carga e passageiros dentro da Região Sul. O traçado começa no porto de Mollendo, avança para Arequipa, para depois atingir a cidade de Juliaca, onde se bifurca em um ramal para Puno, sobre o lago Titicaca, e em outro ramal para a cidade de Cusco. As maiores receitas percebidas pelo seu operador provêm do transporte de passageiros (79,7%), especialmente em sua rota turística Cusco-Machu Picchu, e os restantes 20,3% procedem do transporte de carga. A empresa PETROPERÚ, principal cliente desta estrada de ferro, concentra a maior parte do transporte de carga, especialmente no fornecimento de produtos petrolíferos ao Cusco (75%) e Juliaca (25%) do porto de Matarani. A IASA, o segundo cliente, exporta a soja plantada na Bolívia pelo porto de Matarani para o exterior. Estrada de Ferro da Southern Peru23

Esta linha ferroviária foi construída para atender às necessidades da mineira Southern Peru Copper Corporation, oitava produtora mundial de cobre. É privada e exclusiva, e têm funções específicas na logística desta empresa de mineração.

22 Tomado do estudo ZAL SUR Módulo 1, elaborado por ALG. 23 Tomado do estudo ZAL SUR Módulo 1, elaborado por ALG.

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A linha une o porto de Ilo (fundição e refinação de cobre) com as minas de Toquepala e Cuajone. Utiliza uma bitola padrão de 1.435 milímetros com uma longitude de 215 quilômetros de linha, e consta de, aproximadamente, 240 quilômetros de trilhos e cinco túneis. O seu ramal Ilo-Toquepala foi construído entre 1956 e 1959, e o ramal El Sargento-Cuajone, entre 1970 e 1975. O material rolante inclui 30 locomotivas fabricadas em 1975 e 709 vagões. Para o transporte de elementos especiais, arma-se um trem adicional, com características e operação conforme as necessidades. Devido a que esta estrada de ferro é especializada no transporte de minério de cobre entre as minas e a fundição da zona, o volume de carga depende diretamente das exportações deste minério. Este volume oscilou nos últimos sete anos, e, em 2006, foi de 5,2 milhões de toneladas. O ponto mais alto de carga transportada por quilômetro foi de 700 mil toneladas no ano de 2004. Tabela 42 - Passageiros e carga mobilizados, por empresa ferroviária

Rede ferroviária Passageiros Carga (Toneladas)

2007 2008 2007 2008

Tacna-Arica 42.037 57.899 - 884

Matarani-Cusco 23.878 25.684 108.624 98.874

Southern Peru Copper Corp. 5.393.779 5.935.560

Total Peru 1.654.975 1.638.688 8.306.895 9.114.913

Fonte: Ministério dos Transportes e Telecomunicações

2.3.7 Rede fluvial boliviana

A bacia amazônica boliviana é rica em sua rede fluvial, com rios e afluentes muito importantes para a navegação comercial que desembocam no rio Amazonas. Está composta por aproximadamente 5.000 quilômetros de rios comerciais, navegáveis e uma vasta rede de afluentes menores ou secundários que permitem unir extensas zonas aptas para a produção de cereais, cana de açúcar, bananeiras e tubérculos e, principalmente, as grandes savanas ricas em pastarias para a criação extensiva de bovinos. Os principais rios comercialmente navegáveis são, por um lado, o rio Beni e o rio Madre de Dios, que se unem na cidade de Riberalta e chegam com o nome de rio Beni até Villa Bella, e por outro, o Ichilo-Mamoré e o Iténez, que se unem em Villa Bella com o rio Beni para formar o rio Madera, nome com o qual entram no Amazonas. Estes rios, principalmente o Ichilo-Mamoré, eram o único meio de comunicação e transporte para chegar ao norte e ao noroeste da Bolívia, partindo dos principais centros de produção (La Paz, Cochabamba, Santa Cruz, Sucre, etc.). Atualmente, em virtude da expansão dos mercados asiáticos, os produtores, industriais e exportadores do Brasil se orientam para esses centros de consumo,

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havendo, portanto, uma enorme necessidade de contar com saídas para o oceano Pacífico com baixos custos de transporte, através de corredores de exportação que permitam a obtenção de resultados econômicos positivos e um mercado seguro para sua produção. Existe a possibilidade de utilizar o território boliviano como corredor de exportação com muito poucas exigências econômicas. Essa possibilidade consiste em utilizar a hidrovia Ichilo-Mamoré de Guajará-Mirim (estado de Rondônia) até Puerto Villarroel, no coração da Bolívia, e de Puerto Villarroel até o litoral do Pacífico por via terrestre. As cidades de Guajará-Mirim (Rondônia, Brasil) e Guayaramerin (Bolívia) estão localizadas em plena área de influência dos estados brasileiros produtores de soja, bovinos, madeira e outros produtos. A hidrovia Ichilo-Mamoré é operável 80% do ano com embarcações de calado médio de 1,80 metros, o que significa uma carga de, aproximadamente, 500 a 600 toneladas por embarcação, e tem uma longitude de 1.380 quilômetros de Guajará-Mirim até Puerto Villarroel. De Puerto Villarroel até o litoral do Pacífico contamos com uma rodovia asfaltada de aproximadamente 953 quilômetros, tomando como ponto de referência o porto de Arica. Atualmente, a produção brasileira -principalmente de soja- destinada aos mercados asiáticos tem um percurso aproximado de 3.140 quilômetros de transporte terrestre de Porto Velho (capital do estado de Rondônia) até o porto marítimo de Santos, no oceano Atlântico sul, de onde, por via marítima, é transportada para os mercados asiáticos, com um percurso aproximado de 12.500 milhas náuticas, quer pelo Estreito de Magalhães, quer pelo Canal do Panamá. Porém, de Arica ou outro porto marítimo do Peru ou Chile até os mercados asiáticos, o percurso por via marítima é de apenas 8.500 milhas náuticas, o que também evita as conhecidas despesas econômicas pela utilização do Canal do Panamá ou a passagem pelo Estreito de Magalhães. Por conseguinte, a proposta apresentada pelo Serviço de Melhoramento da Navegação Amazônica (SEMENA) oferece alternativas que significarão uma economia substancial no transporte terrestre e outra muito significativa no transporte marítimo, ao mesmo tempo em que o tempo geral de transporte teria uma redução significativa. Atualmente, a hidrovia Ichilo-Mamoré conta com dois terminais portuários, um em Puerto Villarroel e outro na cidade de Guayaramerin, com equipamento básico para o manuseio de mercadorias divisíveis e cereais, áreas de armazenagem descoberta, almoxarifado coberto para mercadorias que requerem de cuidado especial, balança de alta capacidade para a pesagem de caminhões e outros equipamentos, como guindastes, esteiras transportadoras, monta-cargas, etc.

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Há um estaleiro com equipamentos e máquinas para a construção de embarcações em aço de construção naval, administrado por profissionais e técnicos treinados na Bélgica e no interior do país, com a cooperação do governo amigo do Reino da Bélgica e o Tesouro Geral da Nação. Para a reparação de embarcações, existe uma doca seca flutuante, que consiste em um pontão construído em aço, dotado de equipamentos necessários para afundá-la e içá-la conforme as necessidades dos transportadores fluviais.

2.3.8 Portos marítimos da área de influência

Tabela 43 - Portos marítimos da área de influência

Matarani Ilo Arica Iquique Carga geral (ton/ano) 721.763 98.343 1.771.635 3.018.361

Granel sólido (ton/ano) 1.996.829 51.702 416.686 230.472

Granel líquido (ton/ano) 447.540 691 - -

Contêineres (TEU/ano) 10.736 34.860 58.221 263.451

Longitude amarrações (m) 583 580 1.224 1.144

Calado máximo (m) 9,8 11 10,3 9,3

Áreas cobertas (m2) 24.246 10.174 28.456 10.590

Áreas descobertas (m2) 84.830 38.360 185.445 50.800

Guindastes móveis

1 guindaste Gottwald HMK-280 com capacidade de descarga de 63 toneladas

Não dispõe

2 guindastes Gottwald HMK-300E mais spreaders automáticos para cada um deles, com capacidade de 100 toneladas c/u

1 guindaste móvel Demag com capacidade de 50 toneladas a 13m e 12 toneladas a 38m, mais 2 guindastes Gottwald de última geração

Equipamentos para movimento de materiais

2 torres pneumáticas de absorção de grãos com capacidade de 400 t/h e uma esteira transportadora tubular de 1.200 t/h com zero emissões

7 tratores, 11 elevadores de forquilha, 2 porta-contêiner, 4 tratores trailers e 33 troles

Esteiras transportadoras de minérios, 1000 t/h

Três esteiras transportadoras de granéis

Toneladas, ano 2008 Contêineres Arica e Iquique, ano 2007, fonte: CEPAL Matarani, Ilo ano 2008, fonte: equipe nacional peruana Tabela 6 – Importações, exportações e trânsitos em portos da área de influência (toneladas)

Importações Exportações Trânsitos e

transbordos Toneladas totais

Matarani (1) 1.291.250 1.942.386 115.728 3.349.364

Ilo (1) 100.312 334.069 256 434.637

Arica (2) 152.969 134.935 1.299.082 1.586.986

Iquique (2) 1.549.312 974.481 153.646 2.677.439

Total 3.093.843 3.385.871 1.568.712 8.048.426

(1) Fonte: equipe nacional peruana (2) Fontes: Empresa Portuária Arica (EPA), 2009, em www.puertoarica.cl, e Empresa Portuária Iquique (EPI), 2009, em

www.epi.cl

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O porto de Arica é administrado pela Empresa Portuária Arica (EPA), e foi por esta concessionado a um grupo empresarial chileno-peruano integrado pelas empresas Ultramar, SAAM e Agunsa, da parte chilena, e RANSA, da parte peruana, as quais, segundo esta concorrência, operam o porto por um prazo de 30 anos a partir de outubro de 2004. O porto conta com conexões viárias e ferroviárias para Bolívia e Peru. Por estrada de ferro estava conectado com a Bolívia pela rota Arica-La Paz (em 2010 será iniciado o processo de reabilitação), e para o Peru utiliza a rede de ferrovias que unem as cidades de Arica e Tacna. No caso da rede viária, o porto se conecta com a rodovia 5 Norte. Além disso, conta com conexões para diferentes passos de fronteira: pela rodovia 11 CH se conecta com o passo de Chungará-Tambo Quemado, que o liga com Bolívia; por essa mesma rodovia se conecta também com o Mato Grosso, no Brasil (Corredor Bioceânico Norte), e pela rodovia 5 Norte se conecta com o Peru, através do passo de fronteira de Chacalluta. O porto é operável 97% do tempo; por outras palavras, há condições adequadas para atracação e desatracação, no mínimo, 354 dias ao ano. Conta com 30.456 metros quadrados de áreas de armazenagem cobertas e semicobertas e 139.695 metros quadrados de áreas descobertas. O porto de Iquique, administrado pela Empresa Portuária Iquique, situa-se frente à cidade de Iquique, 1.857 quilômetros ao norte de Santiago. Sua localização favorece a proximidade dos países que fazem parte do cone central da América do Sul e facilita, através de suas instalações, um importante intercâmbio de produtos entre essa região do sul do continente americano e os países que integram a chamada "bacia do Pacífico". Iquique tem acessos através de trânsito aéreo e terrestre. O aeroporto serve como meio de conexão com o porto, além ter acesso direto à rodovia 5 Norte. Com a Região II se conecta através da estrada litorânea, que o une ao porto de Tocopilla; também tem acessos aos países limítrofes, particularmente à Bolívia, pela rodovia 15 CH, através do passo de fronteira de Colchane. Quanto aos locais de atracação, existem dois terminais no porto de Iquique: o terminal N° 1, chamado "Molo", administrado pela Empresa Portuária Iquique (EPI) e cujos serviços são fornecidos sob a modalidade multi-operador; e o terminal N° 2, chamado "Espigón", operado sob a modalidade mono-operador pela empresa Iquique Terminal Internacional (ITI). O porto conta com 12.088 metros quadrados de áreas de armazenagem cobertas e semicobertas e 226.960 metros quadrados de áreas descobertas. Vale salientar que nesta região, onde a mineração é a principal atividade econômica, foram também construídos quatro portos privados estabelecidos, respectivamente, pelas mineradoras Escondida, Candelaria, Collahuasi e Los Pelambres, as quais somam uma capacidade de embarque nominal de 6.000 toneladas por hora.

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O porto de Ilo está localizado no distrito e Província de Ilo, Departamento de Moquegua, ao longo do litoral sul do Pacífico. A área de influência do porto inclui os departamentos de Puno, Tacna, Moquegua, Arequipa e Cusco, bem como a República da Bolívia. O porto se encontra a 47 quilômetros da Rodovia Pan-americana. Este porto conta com um cais público da ENAPU e o cais privado da Southern Peru Copper Corporation, entre outros atracadouros. As instalações do terminal consistem em um cais principal de 302 metros de longitude com quatro atracadouros com calados máximos entre 36 e 16 pés. Também há um atracadouro Ro-Ro. Conta com um almoxarifado de 1.560 metros quadrados com uma área coberta para armazenagem de carga e capacidade de 9.000 toneladas. Há seis áreas de armazenagem descoberta para a carga geral e contêineres cheios e vazios, com uma superfície total de aproximadamente 28.000 metros quadrados e capacidade total de aproximadamente 100.000 toneladas. A área 5 é utilizada para manuseio e armazenagem de carga perigosa, e a área 6 conta com uma superfície de 10.000 metros quadrados para expansão. As principais mercadorias manejadas no porto de Ilo são exportações de minérios (cátodos de cobre), farinha de peixe, carga geral e equipamentos. Também é manejado aço, veículos, peças sobressalentes e acessórios destinados à Bolívia, importações de carga geral, equipamentos para mineração, veículos, açúcar e minérios. O porto de Matarani fica no distrito e Província de Islay, no Departamento de Arequipa. Sua área de influência se estende aos departamentos de Moquegua, Puno e Cusco, além de se relacionar com a vizinha República da Bolívia. O porto se conecta com a Rodovia Pan-americana por um desvio de 54 quilômetros. Além disso, existe uma conexão ferroviária direta para Arequipa, que depois conecta o porto com Juliaca, Puno e Cusco. É o único porto concessionado a um grupo privado e o segundo em movimento de carga em nível nacional. Conta com um terminal de 163 hectares localizado na baía de Matarani, protegido por dois quebra-mares. As instalações portuárias incluem um cais marginal de 583 metros com três cais para atracação e um cais Ro-Ro. O terminal do Porto de Matarani foi privatizado em 1999, quando a concessão foi adjudicada ao TISUR (Terminal Internacional del Sur S.A.). Para a carga geral fracionada são utilizados elevadores e guindastes móveis, os granéis líquidos são transportados através de tubulações e a carga seca a granel é manuseada com uma esteira transportadora. O porto tem, no total, seis armazéns para carga fracionada, dos quais o número 6 é destinado a carga perigosa. Os armazéns 1, 2 e 3 estão diretamente localizados atrás dos três cais. Há cinco áreas de armazenagem descoberta para a carga fracionada e os contêineres. Os silos de concreto e metal foram construídos para armazenagem de carga seca a

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granel (principalmente de grãos). Os silos têm capacidade de armazenagem combinada de aproximadamente 75.000 toneladas. Os principais produtos que utilizam o porto de Matarani como nó de transbordo são: Importação: grãos, fertilizantes, carvão a granel, ácido sulfúrico, veículos; Exportação: concentrados de minérios a granel, cátodos de cobre, farinha de peixe

e farinha de soja. O cais de atracação peruano do porto de Arica fica no Terminal 7, bem ao sul da fronteira peruana e no limite norte do deserte de Atacama. O porto atende a vários países e sua área de influência no Peru é a área sul, que inclui as cidades de Tacna, Moquegua, Arequipa, Cusco e Puno. O cais para atracação peruano do porto de Arica reativou suas operações com a alteração na lei da ZOFRATACNA e o início das operações de feeder da empresa naval Transmares. O cais, construído sobre pilotis de concreto, tem uma longitude de 215 metros e uma largura de 58 metros. A profundidade do cais é de 28 pés e sua longitude útil, de 185 metros. A capacidade operacional do terminal é de 20.000 DWT. Para a realização das operações, o operador portuário dos terminais chilenos do porto (TPA) aluga equipamento. O serviço até o cais é prestado pelo navio Colca, da empresa Transmares, parte do grupo chileno Ultramar. Este navio presta serviço de feeder entre Iquique e Callao para o cais. O movimento de carga teve uma queda de 5 mil toneladas em 2005, enquanto que em 2006 cresceu novamente, até chegar, em 2007, a mais de 25 mil toneladas. As importações no cais permaneceram estáveis desde 2004 até 2006, com aproximadamente 15 mil toneladas, atingindo, em 2007, mais de 25 mil toneladas.

2.3.9 Aeroportos da área de influência

A Região de Arica e Parinacota conta também com o Aeroporto Internacional de Chacalluta, localizado na cidade de Arica e equipado para o transporte de passageiros. Recentemente, obras de habilitação foram finalizadas, com um investimento de US$2,5 milhões, considerando escadas rolantes e pontes de embarque (mangas), entre outros serviços de alta tecnologia. O aeroporto se encontra a 51 metros acima do mar e tem uma pista de asfalto de 2.170 metros de longitude e uma largura de 45 metros. A Região de Tarapacá conta com o Aeroporto Diego Aracena, localizado nas proximidades da cidade de Iquique. Está equipado para movimento de carga e de passageiros. Está localizado a 49 metros acima do mar e tem uma pista de asfalto de 3.350 metros de longitude e uma largura de 45 metros.

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No Peru, Arequipa apresenta a maior população dentro da Região Sul e constitui um mercado amplo para os voos domésticos nacionais não turísticos, embora o crescimento do turismo nos últimos anos também tenha contribuído para o aumento do número de passageiros. A maior demanda de serviços de transporte de passageiros, promovida pelo mercado interno e pela afluência de turistas, faz com que as principais cidades do sul do país sejam servidas por aviões Boeing ou Airbus com alta capacidade de carga. Embora exista capacidade disponível no compartimento de carga em voos de passageiros, esta não é utilizada por causa da pouca competitividade dos preços. Estes compartimentos de carga poderiam ser aproveitados para o transporte de carga a preços atraentes, embora, geralmente, esta estratégia não seja considerada por causa de o transporte terrestre, com maiores frequências e empresas muitas vezes informais, oferecer preços muito baixos para o transporte a Lima, tornando os serviços de frete aéreo pouco competitivos. Por outro lado, as restrições apresentadas pelo transporte aéreo, como a entrega da mercadoria uma hora e meia antes da saída do voo, restam flexibilidade às operações, outro aspecto considerado pelos carregadores, embora o fator determinante seja o preço.

2.3.10 Zonas francas e centros de exportação, transformação, indústria, comercialização e serviços (CETICOS)

CETICOS Ilo

CETICOS Ilo tem natureza de zona primária aduaneira de tratamento especial, destinada a promover investimentos nacionais e estrangeiros e a apoiar as exportações de produtos com valor agregado e a geração de empregos, que pretende incluir atividades logísticas. Está localizado na região de Moquegua, na Rodovia Costanera Sul, a 7,6 quilômetros da cidade de Ilo. Conta com uma extensão de 163,5 hectares, dos quais 16 hectares estão habilitados completamente. Visa contribuir com o desenvolvimento econômico e social da região por meio da promoção e captação de investimento privado nacional e estrangeiro e a implantação de uma plataforma logística de serviços, como também procurar o acesso da produção regional ao mercado externo. As atividades que podem ser realizadas em CETICOS Ilo incluem a manufatura ou produção, maquila, montagem, armazenagem, reparação e/ou recondicionamento de veículos usados, maquinaria e equipamentos, agroindústria, agroexportação e atividades de serviços (montagem, embalagem, rotulagem, classificação de mercadorias para as atividades de manufatura ou produção) sob o abrigo de um regime de isenções tributárias e tarifárias e benefícios aduaneiros, entre outros.

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CETICOS Matarani

CETICOS Matarani é uma zona primária aduaneira de tratamento especial com autonomia de gestão. Tem a faculdade de garantir a estabilidade dos investimentos atuais e futuros na zona especial de desenvolvimento alocada, que atinge um total de 354 hectares (15 deles habilitados). Está localizado no distrito y Província de Islay, Departamento de Arequipa, sobre a rodovia Matarani-Mollendo. Limita com o segundo principal porto do Peru e será um dos escoadouros ao oceano Pacífico da rodovia interoceânica. O Estado peruano, a partir do ano 1989, sentou as bases para a promoção do desenvolvimento socioeconômico de áreas fora de sua abrangência mediante o apoio ao desenvolvimento industrial, em virtude do qual foi criada a Zona Franca Industrial de Matarani (ZOFRAMA), sendo a área adjudicada de 354,48 hectares transferida, primeiramente, ao Governo Regional e, em um segundo momento, à Junta de Administração da ZOFRAMA. Atualmente, CETICOS Matarani, tendo consolidado os benefícios e atribuições do que representou a ZOFRAMA, e tendo se constituído como um CETICOS (com autonomia administrativa, técnica, econômica, financeira e operacional), permite a exportadores, importadores, fornecedores de serviços logísticos, companhias de mineração, empreiteiros e outros atores do setor privado terem a oportunidade de investir com vantajosas condições tributárias, aduaneiras, de proximidade e capacidade do porto, bem como de entrada e saída de Arequipa, da região sul do Peru, do centro e do sudoeste do Brasil e de toda a Bolívia. ZOFRATACNA

A ZOFRATACNA está localizada na Rodovia Pan-americana Sul, a 9,5 quilômetros da cidade de Tacna e a 3 quilômetros do Aeroporto Internacional Coronel FAP Carlos Ciriani Santa Rosa. A Zona Franca de Tacna é um recinto fechado, e conta com uma superfície total de 390 hectares, dos quais 120 estão totalmente habilitados com todos os serviços, tais como fibra óptica, eletricidade, água, drenagem, pistas, calçadas, estacionamentos, áreas verdes, etc. É uma área de tratamento especial com destacada experiência e desenvolvimento no país e fortemente vinculada ao comércio. Na ZOFRATACNA podem ser realizadas atividades industriais, agroindustriais e de maquila, bem como reparação e manutenção de máquinas e equipamentos para a atividade mineira. As atividades de serviços incluem a armazenagem e a distribuição de mercadorias, montagem, desembalagem, embalagem, empacotado, rotulagem, etiquetado, divisão, exibição e classificação de mercadorias. Com 18 anos de antiguidade, conta com vantagens comparativas e competitivas para o desenvolvimento de atividades industriais, comerciais e de serviços, com certos benefícios tributários e aduaneiros. Sua missão é o desenvolvimento de uma plataforma de serviços competitivos que gerem valor para os negócios de seus

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usuários, e sua visão é se tornar um centro de oportunidades de negócios líder na América Latina, através da geração de vantagens competitivas para seus usuários. Parque Industrial Chacalluta, Província de Arica

Criado em 1994 pela ZOFRI S.A., o Parque Industrial Chacalluta, localizado na Província de Arica, é uma área que oferece a investidores nacionais e estrangeiros 123 hectares com benefícios e franquias especiais para o desenvolvimento de atividades industriais, tais como armação, ensambladura, montagem, acabamento, integração manufatureira e transformação industrial. Localizada nas proximidades do Aeroporto Internacional de Chacalluta e da Rodovia Pan-americana ou Rodovia 5 Norte, permite uma conexão rápida com Peru, Bolívia e o resto do Chile. O Parque oferece locais com superfícies de 1.500 a 10.000 metros quadrados completamente urbanizadas, com o valor agregado de uma moderna infraestrutura de serviços para o desenvolvimento de atividades industriais, além de diversos benefícios que geram renda para o investimento e favorecem sua atividade, entre os quais merecem destaque as isenções da Lei de Zonas Francas (Decreto com Força de Lei 341-1977), a Lei Arica, os subsídios CORFO e os incentivos para a Província de Arica, como os estabelecidos pelo Decreto Lei 889 (subsídio à mão-de-obra) e pelo Decreto com Força de Lei 15 (subsídio ao investimento). Porém, a Lei de Zonas Francas, em conjunto com a lei Arica I e II, autoriza a que toda a província de Arica seja usuária da condição de zona franca, causa pela qual a ZOFRI S.A. não apenas administra o Parque Industrial, mas também as franquias de toda a província. ZOFRI Iquique

Na Região de Tarapacá, Província de Iquique e em plena cidade capital de Iquique, está localizada a Zona Franca ZOFRI, empresa constituída sob a forma de uma sociedade anônima na qual o Estado chileno controla 71,2% das ações. A atividade da ZOFRI é circunscrita aos terrenos que possui em Iquique, Alto Hospicio e na Província de Arica, onde, como foi acima mencionado, é operadora do complexo industrial Chacalluta e das franquias de toda a província. Em Iquique, possui terrenos por uma superfície de 175 hectares, onde existem mais de 1.000 locais alugados a clientes que armazenam produtos que, posteriormente, vendem a diferentes clientes da América do Sul. Em paralelo, dentro desses 175 hectares, funciona o mall ZOFRI, que tem uma superfície de 33.000 metros quadrados e mais de 400 lojas, e um Centro Logístico que conta com cinco almoxarifados e mais de 16.000 metros quadrados, os quais atendem à demanda de clientes que não tem armazéns próprios; além disso, há um pátio de veículos e o edifício corporativo.

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Os terrenos de Alto Hospicio têm uma superfície de 128,7 hectares e, neles, um anteporto está em pleno processo de habilitação.

2.3.11 Projetos de plataformas logísticas

Na área de influência, existem também três projetos relevantes para a implantação de plataformas logísticas, um em Oruro (Bolívia), outro em Arica (Chile) e o terceiro em Arequipa (Peru). Os projetos estão apenas na fase inicial de estudo, com diferente nível de avanço. Puerto Seco Oruro, Bolívia

O projeto Puerto Seco Oruro (terminal marítimo) é uma infraestrutura interior especializada na prestação de serviços de comércio nacional e internacional de ruptura da cadeia no uso de contêineres para o transporte de mercadorias por mar e terra, onde se torna necessário concentrar atividades convencionais de consolidação, manuseio, armazenagem, etc., ao mesmo tempo em que se outorga valor agregado através do gerenciamento de estoque, a embalagem e o controle de qualidade, entre outros. De lá podem ser posteriormente distribuídas as mercadorias por transporte terrestre, ferroviário, aéreo e marítimo em contêineres e outros elementos de transporte e embalagem conforme as normas nacionais e internacionais vigentes. Contempla ainda a realização de outras atividades próprias de sua natureza e essência. As principais vantagens do Puerto Seco de Oruro são as seguintes:

1. Uma infraestrutura logística de última geração no Departamento de Oruro; 2. Grande facilidade de modulação e expansão de plataformas logísticas, núcleo

nevrálgico de comunicações e ponto de troca intermodal; 3. Amplas vias de acesso e os últimos avanços tecnológicos e de

telecomunicações, como também de serviços; 4. Otimização da organização, gestão e coordenação com as empresas de

transporte e distribuição; 5. Grandes possibilidades para a oferta de serviços de armazenagem,

consolidação, desconsolidação e manuseio de mercadorias e sua posterior distribuição, bem como outras atividades possíveis.

Plataforma logística da Região de Arica e Parinacota, Chile

A estratégia de desenvolvimento produtivo regional para a Região de Arica e Parinacota definiu como um de seus eixos estratégicos de desenvolvimento a instalação de uma plataforma de serviços logísticos. Desta forma, procura-se a inserção da economia regional em mercados internacionais e a facilitação do comércio como eixos fundamentais de uma política de desenvolvimento empresarial, razão pela qual o desenvolvimento de serviços logísticos deve ser promovido como estratégia competitiva geradora de maior valor agregado para os produtos nacionais e internacionais que transitam pelo território de e

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para o porto de Arica, visando aproveitar as vantagens tributárias e tarifárias derivadas das características próprias de uma zona franca industrial e o acesso a mercados mediante os acordos comerciais disponíveis. Objetivo geral Posicionar a região como plataforma de serviços logísticos e indústrias de agregação de valor para a carga, com uma oferta preferencial para seu contexto territorial, e potencializar a troca de bens e de matérias-primas e a criação de processos industriais e de comércio internacional. Objetivo territorial específico Desenvolver diferentes infraestruturas de movimento de cargas existentes (porto, aeroporto, ferrovias e rodovias) em Arica e apoiar sua função como centro logístico atendendo aos tratados internacionais, mediante o fortalecimento de todas as atividades relacionadas com o intercâmbio, armazenagem, deslocamento e reconversão de carga, tanto em seu processo de entrada como de saída. Neste sentido, é importante salientar que foi alocado um Projeto de Assistência Técnica Internacional para o desenho, instalação e operação da plataforma logística para a Região de Arica e Parinacota, através de sua Agência Regional de Desenvolvimento Produtivo e em coordenação com o Ministério das Obras Públicas e a CORFO. Mediante uma linha de cooperação com verbas concursáveis outorgadas através da Agência de Cooperação Internacional do Chile (AgCI), este programa co-financiado por verbas oriundas da própria região tem um horizonte de trinta meses para sua execução. Plataforma de distribuição urbana de Arequipa (Peru)

Visando a promoção do desenvolvimento de infraestruturas logísticas no Peru, o Ministério dos Transportes e Telecomunicações do Peru e o Banco Interamericano de Desenvolvimento estão liderando o "Estudo de localização, factibilidade e desenhos de esquemas de gestão de plataformas logísticas no sul do Peru". O projeto tem como objetivo a elaboração de todos os estudos de factibilidade necessários ao desenvolvimento da primeira plataforma logística da região sul do Peru, na qual serão prestados serviços de valor agregado e promovida a diversificação da oferta de serviços. Neste sentido, são incluídos estudos de localização para determinar qual o nó com melhores condições para o desenvolvimento de infraestrutura logística no curto prazo, estudos de pré-investimento para a alternativa selecionada e uma proposta de projeção da plataforma, bem como estudos legais e institucionais requeridos para definir o esquema de promoção do investimento mais adequado para o provimento de infraestrutura e serviços associados. A conclusão mais importante do estudo de localização é que o Departamento de Arequipa apresenta maiores potencialidades para o desenvolvimento, no curto prazo, de uma plataforma logística orientada à distribuição urbana de mercadorias, em virtude de reunir altos níveis de produção e de consumo, além de contar com uma

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base logística em consolidação, redes de infraestrutura e disponibilidade de terrenos. Ainda, o desenvolvimento de uma plataforma logística de suporte à consolidação de cargas de exportação —a maior parte delas produzidas nos pampas arequipenhos— é identificado como uma oportunidade de investimento no médio prazo. Em terceiro lugar, o nó de Tacna tem volumes interessantes para pensar o desenvolvimento de um centro de apoio em fronteira.

Com base no resultado do estudo de mercado, a distribuição urbana de mercadorias se apresenta como a principal orientação funcional objetivo da plataforma. Os usuários potenciais relacionados com o desenvolvimento deste tipo de atividade são os distribuidores de produtos de consumo massivo, as cadeias de supermercados, os operadores logísticos e as empresas de transporte. A segunda orientação funcional objetivo da plataforma é a distribuição regional. Os usuários potenciais são, também neste caso, os distribuidores, os supermercados, os operadores logísticos e as empresas de transporte, e a eles vêm se acrescentar grandes produtores locais, principalmente de produtos de consumo massivo. A terceira orientação funcional identificada para a plataforma, embora não considerada como prioritária, é a consolidação de exportações de produtos da cidade de Arequipa, em particular, têxteis, artesanatos, materiais para construção, laticínios, etc. A demanda identificada para a plataforma foi estimada a partir de entrevistas e atinge, em uma primeira fase, uns 10,7 hectares de parcelas que são complementares à oferta de um truck center e de um centro de serviços com o objetivo de facilitar a instalação de empresas que prestem suporte ao setor logístico (agentes de carga, transportadores, agências de trabalho temporário, bancos, seguros, etc.).

Plataforma orientada à distribuição urbana de mercadorias em Arequipa

Plataforma para a consolidação de cargas de exportação,especialmente agrícolas, no departamento de Arequipa

Plataforma de apoio em fronteira em Santa Rosa (Tacna)

1

2

3

CURTO PRAZO

MÉDIO PRAZO

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3. Setores econômicos considerados na análise

A seleção de setores econômicos a serem considerados na análise foi realizada com base em três critérios fundamentais, independentemente de se tratar de uma análise orientada à integração produtiva ou aos serviços logísticos de valor agregado. Esses critérios são:

i) O setor selecionado é beneficiário do Grupo de Projetos 5 do Eixo Interoceânico Central da IIRSA;

ii) O setor é importante para o desenvolvimento da área de influência; iii) O setor é efetiva ou potencialmente importante para a integração econômica

dos países que fazem parte do grupo de projetos. De acordo com todos os antecedentes acima apresentados, os seguintes setores foram identificados, de forma prévia, para a realização do trabalho de campo: Fornecedores de serviços e suprimentos para a mineração; Plataforma logística e de serviços para o comércio internacional; Açúcar-biscoitos; Algodão-fiação; Sucata-arame; Soja-alimentos balanceados; Couro e suas manufaturas; Leite e derivados; Madeiras-móveis; Especiarias e azeitonas; Joalheria.

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Figura 15 - Mapa produtivo da área de influência

A seguir, apresenta-se um resumo do resultado da análise e do trabalho realizado pelas equipes nacionais no workshop efetuado em Santa Cruz de la Sierra em junho

3.1 Fornecedores de serviços e insumos para a mineração

Este setor é liderado por um grupo de PMEs localizadas principalmente na cidade de Iquique, e foi identificado com potencial de integração produtiva com base em estudos anteriores encomendados pelo ProChile, nos quais se descreviam o que deu em

chamar-se de "clusters exportadores regionais". 24 Desde o ano 2005 tem sido promovido um processo associativo apoiado pela Associação de Industriais de Iquique. As empresas desse grupo são fornecedoras de suprimentos e serviços para a grande mineração, e o objetivo da associatividade é a exportação desses produtos. Vale salientar que na cidade de Iquique foram identificadas outras 63 empresas fornecedoras de suprimentos e serviços e mais cinco em Arica. O grande desenvolvimento da mineração no Chile, posicionado como um dos países líderes do mundo nesta atividade, permite supor a existência de fornecedores que abastecem as grandes companhias de equipamentos, suprimentos e serviços de todo tipo relacionados com esse setor. Sem dúvida, isto é efetivo, mas conforme as evidências coletadas nas entrevistas, não é possível inferir que existam clusters consolidados de empresas fornecedoras de serviços e suprimentos para a mineração, mas antes de um conjunto de agentes

24 "Identificación de clusters exportadores en la Región de Tarapacá", Paris Salgado, 2006.

Gado, Trutas, Batatas, Cimento, Leite

Hortaliças, Alfafa, Tecidos, Manufaturas, Cimento, Aços, Boro, Farmacêuticos, Laticínios

Uva, Abacate, Mineração, Cobre, Farinha e Óleo de Peixe, Pesca

Pesca, Farinha de Peixe

Azeitona, Azeite, Mineração, Farinha, Macarrões, Tijolos

Pimentões Azeitonas

Mineração Mineração

Mineração

Cana de Açúcar, Florestal, Pecuária

Cana de Açúcar, Florestal, Cacau

Florestal, LeiteCana de Açúcar, Algodão, Florestal, Soja, Leite, Pecuária

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econômicos que, de forma individual, ocupam o mercado com sua oferta. Não há presença permanente nem consolidada no Peru, e ainda menos na Bolívia, e as tentativas de consolidar este fluxo de suprimentos e serviços foram isoladas e não bem-sucedidas. Cabe salientar, então, o potencial de integração produtiva neste campo e, portanto, deve ser considerado como um setor emergente.

3.2 Plataforma logística e de serviços para o comércio internacional

O setor se refere aos serviços oferecidos a partir dos projetos de infraestruturas logísticas apresentados no ponto 2.3.11.

3.3 Açúcar (Bolívia) – biscoitos (Peru)

Peru importa da Bolívia entre 40 e 50 toneladas de açúcar, representando aproximadamente 20% das importações peruanas deste produto (o primeiro fornecedor do Peru é a Colômbia, com 50%) e 30% das exportações bolivianas. Chile tem uma participação marginal nas exportações da Bolívia. Quase a totalidade da exportação boliviana ao Peru foi através de Desaguadero. Apesar deste importante fluxo comercial entre ambos os países, a maior parte do açúcar boliviano que chega ao Peru não se integra a um processo produtivo, mas é destinada ao consumo. Os principais importadores são as empresas Distribuidora Alimentaria S.A. e Corporación de Alimentos do Peru, distribuidoras voltadas para a venda por atacado de alimentos, bebida e fumo, ambas com sede principal na cidade de Arequipa. A exceção é a Corporación José R. Lindley, que tem plantas de elaboração de bebidas refrigerantes em Arequipa e Cusco. Por tudo isto, não se identifica potencial de integração produtiva neste setor.

3.4 Algodão (Bolívia) – fiações (Peru)

O algodão boliviano é produzido e estocado na zona de Pailón, no Departamento de Santa Cruz. De lá é transportado através da rodovia 4 até a cidade de La Paz, passando por Cochabamba. Ingressa no Peru pelo passo de fronteira de Desaguadero e tem como ponto final as plantas de produção de fiações localizadas na cidade de Lima; parte desta produção é posteriormente exportada à Bolívia. Peru representa 43% das exportações bolivianas de algodão. No ano 2008, o Peru importou cerca de 52.029 toneladas de algodão por um valor CIF de US$94.030.974; os Estados Unidos foram o maior exportador, com 48.919 toneladas e uma participação de 94,0%. A seguir, embora com grande diferença,

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Burkina Fasso, com 1.614 toneladas (3,1%) e Bolívia, com 1.234 toneladas (2,4%). A densidade de valor médio das importações de algodão foi de US$1.766 por tonelada. Tabela 45 - Origem das importações peruanas de algodão em 2008

Por outra parte, das 1.234 toneladas de algodão exportadas pela Bolívia para o Peru, 100% ingressaram através de Desaguadero em direção aos centros de produção de Lima. Do total de 1.234 toneladas importadas através do passo de fronteira de Desaguadero, 58,4% (720 toneladas) foram importados pela empresa Fábrica Tejidos Pisco S.A.C. A seguir, e em ordem de importância, a empresa La Colonial Fábrica de Hilos S.A., que importou cerca de 289 toneladas no ano 2008 e, assim, ficou com 23,4% do total de importações de algodão boliviano. Finalmente, a empresa Tejidos Jorgito S.R.L. foi responsável pela importação de 225 toneladas, ficando com 18,2% de participação no mercado de importação de algodão da Bolívia. As três empresas têm suas plantas de produção em Lima. Tabela 46 – Importadores peruanos de algodão da Bolívia em 2008

O algodão importado é utilizado como matéria-prima para a elaboração de fiações de algodão. O Peru exportou, em 2008, 6.474 toneladas de fiações de algodão por um valor FOB de US$38.889.532. O destino da exportação de fiações de algodão é muito diversificado, com o Brasil liderando como comprador de fiações de algodão peruano, com 749 toneladas (11,6% do total), seguido pela Venezuela (10,9%), Chile (10,8%) e Bélgica (10,1%). O resto dos países tem uma participação menor a 10%. No caso da Bolívia, foram exportadas 163 toneladas por um valor FOB de US$878.369. A densidade de valor médio das fiações de algodão exportadas foi de US$6.238 por tonelada.

Valor CIFDensidade de valor

US$ kg ton. US$/tonEstados Unidos 89.040.057 48.919.229 48.919 94,0% 1.820 Burkina Fasso 2.589.596 1.613.740 1.614 3,1% 1.605 Bolívia 1.901.257 1,234,148 1.234 2,4% 1.541 Colômbia 342.629 193.911 194 0,4% 1.767 Espanha 157.071 67.970 68 0,1% 2.311 Chile 363 234 0 0,0% 1.553 Total 94.030.974 52.029.232 52.029 100,0% 1.766 Fonte : Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

País de origem Volume%

Valor CIFUS$ kg ton.

Fábrica de Tejidos Pisco S.A.C. 1.122.569 720.237 720 58,4%La Colonial Fábrica de Hilos S.A. 488.728 288.818 289 23,4%Tejidos Jorgito S.R.L. 289.960 225.093 225 18,2%Total 1.901.257 1.234.148 1,234 100,0%Fonte : Elaborado pela equipe Peru com base em dados de aduanas

Importador Peso líquido%

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Tabela 47 – Destino das exportações peruanas de fiações de algodão em 2008

Das 163 toneladas de fiações de algodão exportadas para a Bolívia, 35,4% foram exportados pela Empresa Algodonera S.A., cuja planta principal está localizada em Lima. Em segundo lugar, está a empresa Textiles del Sur S.A.C., também com uma planta industrial na cidade de Lima, que fica com 25,3% da exportação de fiações de algodão para a Bolívia. Ainda sobressaem as exportações realizadas pelas empresas La Colonial Fábrica de Hilos S.A. (12,9%) e Unifi S.A.C. (12,3%). O resto das empresas têm uma participação menor a 5%. Tabela 48 – Exportadores peruanos de algodão para a Bolívia em 2008

A seguir, vale salientar que das 163 toneladas de fiações de algodão exportadas à Bolívia, 85 toneladas (52,5%) foram exportadas através do porto do Callao, 41 toneladas (25,3%), através do porto de Pisco, e 31 toneladas (19,3%) saíram pelo passo de fronteira de Desaguadero.

Valor FOBUS$ kg ton.

Empresa Algodonera S.A. 238.538 57.606 58 35,4%Textiles del Sur S.A.C. 208.010 41.267 41 25,3%La Colonial Fábrica de Hilos S.A. 133.894 2.,008 21 12,9%Unifi S.A.C. 58.000 20.000 20 12,3%Cia. Ind. Textil - Trutex S.A.A. 49.638 8.097 8 5,0%Hilandería de Algodón Peruano S.A. 24.845 4.375 4 2,7%Textil El Amazonas S.A. 52.237 3.891 4 2,4%Cortextil E.I.R.L. 76.548 3.191 3 2,0%Inca Tops S.A.A. 25.661 1.960 2 1,2%Industria Textil Piura S.A. 8.973 1.150 1 0,7%Perú Naturtex Partners E.I.R. Ltda 2.026 255 0 0,2%Total 878.369 162,800 163 100,0%Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

Exportador Peso líquido%

Valor FOBDensidade de valor

US$ kg ton. US$/ton.Brasil 5.777.955 749.104 749 11,6% 7.713Venezuela 1.752.416 707.967 708 10,9% 2.475Chile 1.966.365 699.484 699 10,8% 2.811Bélgica 5.113.466 654.779 655 10,1% 7.809Hong Kong 2.985.895 412.665 413 6,4% 7.236Holanda 2.945.485 402.308 402 6,2% 7.321Equador 1.546.925 352.724 353 5,4% 4.386Taiwán 2.222.174 335.671 336 5,2% 6.620Argentina 2.242.797 335.170 335 5,2% 6.692Colômbia 2.070.130 333.308 333 5,1% 6.211Espanha 1.595.993 315.165 315 4,9% 5.064Itália 3.078.966 314.269 314 4,9% 9.797Alemanha 1.923.112 274.284 274 4,2% 7.011Bolívia 878.369 162.800 163 2,5% 5.395Japão 537.458 78.836 79 1,2% 6.817Reino Unido 442.773 62.678 63 1,0% 7.064Suécia 316.100 62.245 62 1,0% 5.078Outros países 1.493.154 220.247 220 3,4% 6.779TOTAL 38.889.532 6,473,704 6,474 100,0% 6.238Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

País de destino Volume%

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Tabela 49 – Alfândega de saída das exportações de fiações de algodão peruano para a Bolívia em 2008

Finalmente, podemos mencionar que 91,4% do total de fiações de algodão exportadas pelo Peru para a Bolívia teve como destino a região de La Paz, seguida, embora com grande diferença, por Arica, com 7,0% do total. Tabela 50 – Alfândega de saída e destino das exportações de fiações de algodão peruano para a Bolívia em 2008

A partir das informações anteriores, podemos construir a estrutura logística atual do setor econômico do algodão (Bolívia) e das fiações de algodão (Peru). Figura 16 – Cadeia produtiva algodão-fiação de algodão

AricaCocha-bamba

La Paz Outros

ton. ton. ton. ton. kgAeroporto do Callao 0 2 3 0 4 2,7%Arequipa 0 0 0 0 0 0,2%Desaguadero 0 0 30 1 31 19,3%Porto do Callao 11 0 74 0 85 52,5%Porto de Pisco 0 0 41 0 41 25,3%Total 11 2 149 1 163 100,0%

7,0% 1,0% 91,4% 0,5% 100,0%Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

Origem

DestinoTotal

%

Valor FOBUS$ kg Tn

Porto do Callao 435.784 85.472 85 52,5%Porto de Pisco 207.507 41.167 41 25,3%Desaguadero 154.985 31.368 31 19,3%Aeroporto do Callao 74.934 4.456 4 2,7%Arequipa 5.158 336 0 0,2%Total 878.369 162.800 163 100,0%Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

Ponto de saída Peso líquido%

Fornecimento Produção Distribuição Vendas

Outros

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Figura 17 – Mapa da cadeia produtiva algodão-fiação de algodão

Bolívia é, para o Peru, um fornecedor e um destino marginal das importações de algodão e das exportações de fiações, respectivamente. Além disso, o algodão boliviano não está sendo atualmente usado dentro da área de influência. No entanto, há um potencial de integração produtiva devido à capacidade instalada das indústrias de produção de fiações localizadas na área de influência (especialmente em Arequipa). Essa potencialidade cresce com base em uma eventual melhoria da qualidade do produto, passando pela melhoria genética das sementes e a melhoria dos sistemas de produção agrícola. Além disso, percebe-se uma oportunidade na melhoria das rodovias municipais para facilitar o acesso aos mercados da produção do algodão. O transporte de algodão para o Peru e de fiações para a Bolívia utiliza infraestruturas que fazem parte do portfólio de projetos IIRSA, ainda que o uso desta infraestrutura por esta cadeia não seja relevante (5.200 toneladas anuais, ou aproximadamente 170 carretas de 30 toneladas ao ano). Vale mencionar que o trânsito para Lima deveria ser realizado pela rodovia Ilo-Desaguadero; porém, o transporte por esta rodovia apresenta o problema da falta de serviços aos transportadores, e, por causa disso, é utilizada uma estrada alternativa.

3.5 Sucata (Bolívia) – arames (Peru)

A sucata de aço ou ferro oriunda da Bolívia é empregada como matéria-prima para a elaboração de arames de aço ou de ferro no Peru, e parte desta produção é depois

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exportada para a Bolívia. Quase 90% das exportações bolivianas de sucata tem como destino o Peru, e menos de 5% ingressam no Chile. No ano 2008, o Peru importou cerca de 166.735 toneladas de sucata por um valor CIF de US$82.405.329; os Estados Unidos foram o maior exportador, com 110.214 toneladas e uma participação de 66,1%. A seguir, o Chile, com 28.950 toneladas (17,4%) e a Bolívia, com 25.479 toneladas (15,3%). A densidade de valor médio das importações de sucata foi de US$435 por tonelada. Tabela 51 - Origem das importações peruanas de sucata em 2008

Das 25.479 toneladas de sucata exportadas por Bolívia ao Peru, cerca de 20.474 toneladas (80,4%) provêm da região de La Paz, seguida pela região de Santa Cruz, com 4.955 toneladas (19,4%). A exportação de Cochabamba para o Peru não e quantitativa. A densidade de valor médio da carga exportada pela Bolívia ao Peru foi de US$230 por tonelada no ano 2008. Tabela 52 - Origem na Bolívia das importações peruanas de sucata em 2008

Do total de 25.479 toneladas de sucata exportadas pela Bolívia para o Peru, 100% ingressaram através de Desaguadero em direção aos centros de produção de Arequipa. Quase a totalidade das mesmas (99,8%) foi importada pela empresa Corporación Aceros Arequipa S.A., que tem duas plantas de produção, uma em Pisco e outra em Arequipa. A empresa Maxant Import S.A.C. importou 50 toneladas em 2008, representando 0,2% do total de importações de sucata oriunda da Bolívia. Tabela 53 – Importadores peruanos de sucata boliviana em 2008

Valor CIFUS$ kg ton.

Corporación Aceros Arequipa S.A. 7.457.162 25.429.610 25.430 99,8%Maxant Import S.A.C. 3.713 49.760 50 0,2%Total 7.460.875 25.479.370 25.479 100,0%Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

Importador Peso líquido%

Valor CIFDensidade de valor

US$ kg ton. US$/ton.Estados Unidos 60.251.361 110.214.052 110.214 66,1% 547Chile 13.426.978 28.949.855 28.950 17,4% 464Bolívia 7.460.875 25.479.370 25.479 15,3% 293Brasil 1.231.082 1.945.490 1.945 1,2% 633Equador 35.034 146.610 147 0,1% 239Total 82.405.329 166.735.377 166.735 100,0% 435

País de origem Volume%

Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

Valor CIFDensidade de valor

US$ kg ton. US$/ton.La Paz 5.809.836 20.474.330 20.474 80,4% 284Santa Cruz 1.647.326 4.955.280 4.955 19,4% 332Cochabamba 3.713 49.760 50 0,2% 75Total 7.460.875 25.479.370 25.479 100,0% 230Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

Lugar de produção Volume%

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A sucata é reciclada e processada para a elaboração de arames de aço ou de ferro. A produção de arames de ferro ou aço ocorre principalmente na planta industrial de Aceros Arequipa S.A., localizada na cidade de Arequipa. Peru exportou, em 2008, 4.338 toneladas de arames de ferro ou aço por um valor FOB de US$5.998.414. O principal destino da exportação de arames foi Bolívia, com 3.821 toneladas (88,1% do total), seguida pelos Estados Unidos (3,5%) e a Nova Zelândia (3,3%). O resto dos países tem uma participação menor a 2%. A densidade de valor médio dos arames foi de US$1.455 por tonelada. Tabela 54 - Destino das exportações peruanas de arame em 2008

Das 3.821 toneladas de arames de aço ou ferro exportadas para a Bolívia, 97,1% foram exportados pela empresa Prodac S.A., cuja planta principal está localizada na Rodovia Néstor Gambetta, no Callao. Em segundo lugar, está a empresa Corporación Aceros Arequipa S.A., com uma planta industrial na cidade de Arequipa, que fica com 2,9% da exportação de arames de ferro ou aço para a Bolívia. Tabela 55 – Exportadores de arame peruano para a Bolívia em 2008

Valor FOBUS$ kg Tn

Prodac S.A. 5.131.098 3.710.734 3.711 97,1%Corporación Aceros Arequipa S.A. 140.612 109.600 110 2,9%Trading Colchonera S.A.C. 2.991 916 1 0,0%Total 5.274.701 3.821.250 3.821 100,0%Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

ExportadorPeso líquido

%

Valor FOBDensidade de valor

US$ kg ton. US$/tonBolívia 5.274.701 3.821.250 3.821 88,1% 1.380

Estados Unidos 244.127 149.709 150 3,5% 1.631Nova Zelândia 164.593 145.236 145 3,3% 1.133

Equador 79.489 66.824 67 1,5% 1.190

Jamaica 87.556 51.915 52 1,2% 1.687

República Dominicana 49.527 39.785 40 0,9% 1.245Guatemala 29.785 16.775 17 0,4% 1.776Venezuela 12.683 10.100 10 0,2% 1.256

Honduras 12.991 8.621 9 0,2% 1.507

Espanha 9.474 7.797 8 0,2% 1.215

Panamá 13.317 7.332 7 0,2% 1.816Porto Rico 9.781 6.640 7 0,2% 1.473

México 10.390 6.490 6 0,1% 1.601Austrália 9.710 5.654 6 0,1% 1.717

Portugal 10.875 5.550 6 0,1% 1.960

Reino Unido 7.867 5.394 5 0,1% 1.458

Costa Rica 4.591 2.586 3 0,1% 1.775

Nicarágua 2.973 1.825 2 0,0% 1.629Itália 3.237 1.675 2 0,0% 1.933

Colômbia 1.847 1.375 1 0,0% 1.343

Antilhas Holandesas 1.705 925 1 0,0% 1.843

Chile 1.375 670 1 0,0% 2.053

Alemanha 38 3 0 0,0% 13.446Total 5.998.414 4.338.474 4.338 100,0% 1.455

Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

País de destino Volume%

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Além disso, cabe salientar que das 3.821 toneladas de arame de ferro ou aço exportadas à Bolívia, 3.556 toneladas (93,1%) foram exportadas através da cidade de Arequipa e 274 toneladas (6,9%) através do passo de fronteira de Desaguadero. Tabela 56 – Alfândega de saída das exportações peruanas de arame para a Bolívia em 2008

Finalmente, podemos mencionar que 46,3% do total de arames de ferro ou aço exportados para a Bolívia teve como destino a região de Santa Cruz, seguida pela região de La Paz, com 38,5% do total. Tabela 57 – Origem e destino das exportações peruanas de arame para a Bolívia em 2008

A partir das informações anteriores, podemos construir a estrutura atual do setor econômico da sucata de ferro ou aço (Bolívia) e dos arames de ferro ou aço (Peru). Figura 18 – Cadeia produtiva sucata-arames

Valor FOBUS$ kg ton.

Arequipa 4.965.100 3.555.917 3.556 93,1%Desaguadero 306.610 264.417 264 6,9%Porto do Callao 2.991 916 1 0,0%Total 5.274.701 3.821.250 3.821 100,0%Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

Ponto de saída Peso líquido%

Arica CobijaCocha-bamba

La Paz Oruro PotosíSanta Cruz

Tarija ton. ton. ton. ton. ton. ton. ton. ton. kg

Arequipa 0 20 325 1.394 28 9 1.627 153 3.556 93,1%Desaguadero 0 6 20 75 0 2 142 20 264 6,9%Porto do Callao 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0,0%Total 1 26 345 1.470 28 11 1.768 173 3.821 100,0%

0,0% 0,7% 9,0% 38,5% 0,7% 0,3% 46,3% 4,5% 100,0%

DestinoTotal

Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

Origem %

Fornecimento Produção Distribuição Vendas

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A produção de barras de ferro e arame em Arequipa utiliza como suprimento sucata oriunda da Bolívia e do Chile. A sucata boliviana é principalmente estocada em La Paz e passa ao Peru por Desaguadero. A sucata chilena se concentra em Arica, sendo oriunda da região, para depois ser transportada a Tacna e de lá a Arequipa. Grande parte da produção de barras de ferro e arame é exportada para a Bolívia (85%). Há exportações para o Chile, mas haveria algum tipo de entrave relacionado com a vistoria das importações pelo Chile, dificultando a operação. O transporte pela rodovia Ilo-Desaguadero apresenta o problema de falta de serviços aos transportadores. O transporte de sucata para o Peru e de ferro e arame para a Bolívia utiliza infraestruturas que fazem parte do portfólio de projetos IIRSA. Embora esta cadeia produtiva possa resultar marginal em relação ao total do comércio da região, o fluxo de produtos associado à cadeia sucata-ferro-arame divide infraestruturas de transporte e passos de fronteira com uma quantidade maior de produtos, motivo pelo qual a execução dos projetos do grupo em estudo terá um efeito sobre a dinâmica do comércio em geral e sobre este setor em particular. Caso os controles pré-importação de ferro por parte do Chile possam ser adequados mediante a aplicação de normas reconhecidas internacionalmente em lugar dos atuais controles lote a lote, o comércio de ferro do Peru ao Chile poderia se intensificar, aumentando a demanda de suprimentos e matérias-primas para a produção e, portanto, também o fluxo de sucata de Bolívia ao Chile para Arequipa. A dinâmica deste setor depende da demanda gerada pelo setor da construção da Bolívia e, eventualmente, do norte do Chile.

3.6 Torta de soja (Bolívia) – alimentos balanceados (Peru)

A torta de soja é um subproduto resultante do processo de extração do óleo dos grãos de soja, utilizando solvente. Tem valor protéico (a maior fonte de proteína vegetal) e extraordinário equilíbrio aminoacídico, especialmente em lisina. Possui elevado valor nutricional e energético. É a fonte de proteína mais econômica e de maior qualidade, utilizada na formulação de alimentos balanceados para todo tipo de animais monogástricos e ruminantes. Em 2008, Bolívia exportou ao Peru cerca de 124.097 toneladas de torta de soja, e a região de Santa Cruz gerou o maior excedente, com cerca de 63.797 toneladas (51,4%) É importante mencionar que a produção de Arica é oriunda da Bolívia, mas foi embarcada através do porto de Arica. A densidade de valor médio da carga importada da Bolívia foi de US$385 por tonelada.

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Tabela 58 – Origem das exportações bolivianas de torta de soja para o Peru em 2008

Do total de 124.097 toneladas de torta de soja exportadas pela Bolívia para o Peru, 76% (94.266 toneladas) ingressaram através da alfândega de Desaguadero em direção aos centros de produção de Lima e Arequipa. Da mesma forma, sobressai a passagem de 17.492 toneladas (14,1%) através do porto de Salaverry, no Departamento de La Libertad, e de 6.509 toneladas (5,2%) através do porto do Callao. Tabela 59 – Passos de fronteira das exportações bolivianas de torta de soja para o Peru em 2008

A matriz origem-destino das importações de torta de soja mostra que o fluxo principal se produz entre a região de Santa Cruz e outras regiões da Bolívia e a cidade de Desaguadero, seguido pelo fluxo entre o porto de Arica e a região de San Lorenzo e o porto de Salaverry. Tabela 60 – Origem e destino das exportações bolivianas de torta de soja para o Peru em 2008

Igualmente, do total de 94.266 toneladas importadas através de Desaguadero, 32,6% (30.728 toneladas) foram importados pela empresa Romero Trading (propriedade do Grupo Romero), com sede na cidade de Lima, que distribui e vende a torta de soja a produtores de alimentos balanceados. A multinacional Adm-Sao Perú S.A. fica com

Valor FOB Densidade de valor

US$ kg ton. US$/ton.Santa Cruz 24.142.579 63.797.120 63.797 51,4% 378Otros 11.538.706 30.722.891 30.723 24,8% 376Arica 9.640.938 18.457.880 18.458 14,9% 522San Lorenzo 5.474.797 11.017.240 11.017 8,9% 497Oruro 39.379 92.200 92 0,1% 427La Paz 1.095 9.860 10 0,0% 111Total 50.837.495 124.097.191 124.097 100,0% 385

Lugar de produção

Volume%

Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

Valor CIFUS$ kg ton.

Arequipa 10.444 55.852 56 0,0%Desaguadero 32.336.653 94.266.219 94.266 76,0%Porto do Callao 2.740.142 6.508.650 6.509 5,2%Porto de Matarani 116.400 300.000 300 0,2%Porto de Pisco 2.580.428 5.474.300 5.474 4,4%Porto de Salaverry 8.167.715 17.492.170 17.492 14,1%Total 45.951.782 124.097.191 124.097 100,0%Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

Lugar de destino Peso líquido%

ArequipaDesagua-

deroPorto do

CallaoPorto de Matarani

Porto de Pisco

Porto de Salaverry

ton. ton. ton. ton. ton. ton. ton.Santa Cruz 56 63.741 0 0 0 0 63.797 51,4%Outros 0 30.423 0 300 0 0 30.723 24,8%Arica 0 0 0 0 5.474 12.984 18.458 14,9%San Lorenzo 0 0 6.509 0 0 4.509 11.017 8,9%Oruro 0 92 0 0 0 0 92 0,1%La Paz 0 10 0 0 0 0 10 0,0%Total 56 94.266 6.509 300 5.474 17.492 124.097 100,0%

0,0% 76,0% 5,2% 0,2% 4,4% 14,1% 100,0%

Origem %

Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

DestinoTotal

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11,4% (10.723 toneladas) do total de torta de soja, que é transportada para sua unidade de distribuição na cidade de Lima. Por sua parte, a empresa Emcoper E.I.R.L. atua como vendedor atacadista, tem sua sede na cidade de Arequipa e possui uma participação de 15,3% na importação de torta de soja boliviana. Finalmente, sobressaem também as empresas La Semilla de Oro S.A.C. e Agersa S.R.L., as quais também atuam como distribuidoras voltadas para a venda atacadista de torta de soja. Ambas as empresas estão localizadas na cidade de Lima. A empresa Montana S.A. merece especial atenção por ter o controle da totalidade da cadeia logística da produção de alimentos balanceados, da importação de torta de soja até a produção, distribuição, exportação e venda de alimentos balanceados. Tabela 61 – Importadores de torta de soja peruanos pelo passo de fronteira de Desaguadero em 2008

A torta de soja, como já foi mencionado, é utilizada como insumo para a elaboração de alimentos balanceados para animais. Peru exportou, em 2008, 89.016 toneladas de alimentos balanceados por um valor de US$61,5 milhões. O principal destino foi Colômbia, com 42,1% do total, seguida por Equador (27,1%) e Honduras (10,6%). Foram exportadas 520 toneladas de alimentos balanceados para Bolívia, representando 0,6% do total das exportações. A densidade de valor médio dos alimentos balanceados é de US$6.540 por tonelada. Tabela 62 – Destino das exportações torta de soja peruana em 2008

Das 520 toneladas de alimentos balanceados exportados para a Bolívia, 65,5% foram exportados pela empresa Rinti S.A., cuja planta principal está localizada no quilômetro 17,5 da Rodovia Central, na cidade de Lima. A empresa IIender Perú S.A., localizada

Valor CIFUS$ kg ton.

Romero Trading S.A. 11.343.945 30.728.382 30.728 32,6%Adm-Sao Perú S.A 3.437.757 10.722.955 10.723 11,4%Emcoper E.I.R.L. 4.534.878 14.403.930 14.404 15,3%La Semilla de Oro S.A.C. 4.371.208 13.084.441 13.084 13,9%Agersa S.R.L. 3.348.232 10.228.098 10.228 10,9%Montana S A 1.697.148 5.052.420 5.052 5,4%Outros 3.603.483 10.045.993 10.046 10,7%Total 32.336.651 94.266.219 94.266 100,0%

ImportadorPeso líquido

%

Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

Valor FOB Densidade de valor

US$ kg ton. US$/ton.Colômbia 25.920.272 37.453.478 37.453 42,1% 692 Equador 16.368.848 24.119.027 24.119 27,1% 679 Honduras 5.716.094 9.419.900 9.420 10,6% 607 Guatemala 5.218.491 8.251.175 8.251 9,3% 632 Nicarágua 2.291.338 3.480.000 3.480 3,9% 658 Venezuela 2.616.051 2.859.900 2.860 3,2% 915 Costa Rica 2.120.725 2.780.000 2.780 3,1% 763 Bolívia 1.006.256 520.064 520 0,6% 1.935Panamá 144.005 106.162 106 0,1% 1.356Estados Unidos 20.608 23.346 23 0,0% 883 Chile 87.061 1.575 2 0,0% 55.277Paraguai 1.760 1.000 1 0,0% 1.760Zonas Francas de Peru 9.430 500 1 0,0% 18.861Total 61.520.942 89.016.127 89.016 100,0% 6.540Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

País de destinoVolume

%

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na cidade de Lima, fica com 33,5% da exportação de alimentos balanceados para a Bolívia. Tabela 63 – Exportadores peruanos de torta de soja para a Bolívia em 2008

Por outra parte, cabe mencionar que das 520 toneladas de alimentos balanceados exportadas para Bolívia, 280 toneladas (53,9%) foram exportadas através de Desaguadero e 239 toneladas (46,0%), através do porto do Callao. Finalmente, podemos mencionar que 66,5% do total de alimentos balanceados exportados para a Bolívia teve como destino a região de Cochabamba, seguida pela região de La Paz, com 27,7% do total. No Chile, a torta de soja é utilizada para consumo direto pelo setor avícola na área de influência (Arica) e como insumo para a preparação de alimentos balanceados na zona centro-sul. Os alimentos balanceados são consumidos localmente, de preferência pela indústria do salmão no sul do Chile, e, em certa proporção, exportados para a Bolívia. A partir das informações anteriores, podemos construir a estrutura atual do setor econômico da torta de soja (Bolívia) e dos alimentos balanceados (Peru). Figura 19 – Cadeia produtiva torta de soja-alimentos balanceados

Valor FOBUS$ kg ton.

Rinti S A 227.763 340.664 341 65,5%Ilender Perú S.A 771.244 174.400 174 33,5%Montana S A 7.250 5.000 5 1,0%Total 1.006.256 520.064 520 100,0%Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

ExportadorPeso líquido

%

Fornecimento Produção Distribuição Vendas

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Figura 20 – Mapa da cadeia produtiva torta de soja-alimentos balanceados

O plantio de soja em Santa Cruz concentra-se em duas zonas principais. A primeira compreende aproximadamente 380.000 hectares plantados por médios e grandes produtores, embora também os pequenos produtores estejam concentrados nos municípios de San Julián e Cuatro Cañadas. Nesta área se concentra a grande maioria dos centros de estocagem (silos) e das plantas de processamento. A segunda abrange 300.000 hectares e reúne pequenos produtores camponeses que somam aproximadamente 8.000. A maior percentagem da exportação de torta de soja da Bolívia vai ao Atlântico pelas hidrovias, e a percentagem restante chega ao Chile pelo corredor interoceânico e ao Peru por Desaguadero. Quanto ao transporte terrestre, na Bolívia é utilizada a rodovia Santa Cruz-Cochabamba-La Paz, onde se divide para Desaguadero para as cargas destinadas ao Peru, e para Tambo Quemado, para as destinadas ao Chile, utilizando os trechos do Eixo Interoceânico Central. Em Desaguadero há problemas com o desembaraço aduaneiro no passo de fronteira e na rodovia Ilo-Desaguadero, problemas por falta de serviços aos transportadores. A ausência de máquinas agrícolas e as contínuas chuvas registradas em Santa Cruz dificultaram a colheita de soja, arroz e outros plantios da campanha de verão. O setor da soja atravessa momentos difíceis devido a que as chuvas afetaram 180.000 dos 700.000 hectares semeados de soja em 2009.

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A péssima condição dos caminhos nas áreas produtivas é uma outra preocupação para os sojicultores. Os trechos San Pedro-Peta Grande (na zona norte) e Pailón-El Tinto (lado leste) se encontram intransitáveis. O Decreto 29.460 refere-se de forma direta à proibição de exportar óleos e manteigas vegetais. O Congresso deveria analisar também os prejuízos que sofre todo o setor agroindustrial a partir da paralisação de exportações de outros produtos. Contudo, o maior impacto negativo recai sobre a produção de soja, a qual, conforme dados da Associação de Produtores de Oleaginosas e Trigo (ANAPO), corresponde a 65% de uma campanha agrícola normal em Santa Cruz. As pragas que afetam os plantios elevam os custos de produção. Outra barreira é a capacidade de estocagem em épocas de produção, já que os silos ficam lotados e, por causa das condições de umidade e temperatura do trópico boliviano, não é possível armazenar a soja fora dos silos. Há ausência de normativa e de estudos de equilíbrio energético para a industrialização dos agrocombustíveis, visando evitar as importações de carburantes. Além disso, há falta de capacitação no uso e manejo de agentes de controle biológico e de agroquímicos de alta toxicidade, bem como de regulamentações ambientais e planos de uso de solos (rotação de culturas). O fluxo de produtos associados à cadeia torta de soja-alimentos balanceados divide infraestrutura de transporte e passos de fronteira, como Tambo Quemado e Desaguadero, e as rodovias correspondentes. É possível que, na área de influência estudada, o total comercial entre os países não se apresente como uma percentagem de comércio importante; apesar disso, é incluído na análise de potencial de integração produtiva por duas razões importantes: sua relevância local e o uso de infraestrutura.

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3.7 Couro (Bolívia) – artesanatos e manufaturas (Peru)

Figura 21 – Mapa da cadeia produtiva couro-manufaturas de couro

A maior parte do couro provém da zona pecuária do Beni e é processada em Santa Cruz e Cochabamba. Os couros curtidos são exportados principalmente para a Europa, Canadá, Japão e Estados Unidos através dos portos de Iquique e Arica. Chile e Peru são destinos marginais da exportação de couros boliviana, com uma participação de 3,6% e de 2,1%, respectivamente. As exportações de couro ao Chile não são processadas na área de influência. No caso do Peru, embora a Bolívia seja, junto com o Equador, um de seus principais fornecedores, com 37% de participação, a maior parte da industrialização é realizada em Lima, fora da área de influência. A exportação é majoritariamente realizada por Desaguadero, e uma parte menor é processada em artesanatos na zona de Puno e Arequipa. Na Bolívia há capacidade instalada para processar maior número de peles; no entanto, a quantidade ofertável no mercado não atende à demanda. As maiores empresas podem adquirir a matéria-prima dos abatedouros municipais e privados, de acordo com contratos e cotas estabelecidas. A disponibilidade de couros crus como matéria-prima para a produção de couros semiprocessados e acabados é limitada e determinada pelo número de animais abatidos para a produção de carne. Também, evidencia-se a ausência de estratégia empresarial para a produção e comercialização de couro e peles de maior qualidade.

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As deficientes técnicas de abate e o mau tratamento dos couros crus afetam a qualidade do produto acabado. Outro dos problemas de competitividade do setor está associado aos altos custos dos reativos químicos importados para o processamento do couro, devido aos elevados fretes de importação por via marítima. Por outra parte, as instituições responsáveis pela atenção aos exportadores estão dispersas, provocando demoras no desembaraço da exportação. Há também contrabando de couros crus e salgados ao Peru, curtumes informais clandestinas com deficiências tecnológicas e meio ambientais e uma má articulação entre os curtumes e os elos da cadeia produtiva. Levando em consideração que a indústria nacional deste setor é principalmente fornecida de pele bovina e que a área rural da Bolívia é suficientemente extensa, recomenda-se apoiar os produtores voltados para a criação de animais com programas adequados à realidade de cada região, pesquisar sobre o modo de melhorar raças e a produção conforme cada tipo de gado e região do país, adequar a infraestrutura para o abate de animais, melhorar os processos de estocagem e transporte das peles, promover o investimento em tecnologia que melhore a produtividade e diminua o impacto ambiental da indústria do curtume, bem como promover programas de despoluição e certificações meio ambientais nos curtumes. Por outra parte, e de acordo com o manifestado pelos entrevistados, é necessário implantar uma normativa concertada entre o Governo nacional e o setor privado, que permita combater o contrabando aberto, o contrabando técnico, o subfaturamento de produtos e a informalidade no setor do couro e suas manufaturas, roupas e calçado.

3.8 Leite (Bolívia) – laticínios (Peru)

A produção boliviana de leite fresco se concentra principalmente nos departamentos de Santa Cruz, Cochabamba e La Paz. Uma vez estocada pela empresa líder do setor, a PIL Andina, essa produção é industrializada para produzir diferentes tipos de leite: leite em pó na planta da empresa em Santa Cruz, leite "longa vida" na planta de Cochabamba e leite com saborizante na planta de La Paz. As produções destas duas últimas plantas são destinadas quase totalmente ao consumo interno.

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Figura 22 – Mapa da cadeia produtiva leite-laticínios

O leite em pó boliviano é requerido como insumo na produção de leite evaporado do Peru, representando US$4,6 milhões (aproximadamente 1.357 toneladas). É exportado em sua totalidade através do passo de fronteira de Desaguadero pela empresa PIL Andina S.A., para seu posterior uso nas plantas de processamento de leite evaporado localizadas em Arequipa e Lima. Peru exportou 60.126 toneladas de leite evaporado, sendo a Bolívia o sexto destino, com 4,5% do total exportado. Tabela 64 - Destino das exportações peruanas de leite evaporado em 2008

Valor FOB Densidade de valor

US$ kg ton. US$/ton. Haití 32.915.322 23.114.191 23.14 38,4% 1.424Trinidad e Tobago 8.745.605 7.525.060 7.525 12,5% 1.162Nigéria 7.358.020 3.533.676 3.534 5,9% 2.082Bahamas 4.411.490 2.926.288 2.926 4,9% 1.508Gâmbia 4.370.693 2.913.661 2.914 4,8% 1.500Bolívia 3.657.466 2.716.128 2.716 4,5% 1.347Guinea 2.536.837 1.639.918 1.640 2,7% 1.547Gana 2.701.611 1.530.872 1.531 2,5% 1.765Mauritânia 2.468.254 1.506.532 1.507 2,5% 1.638Venezuela 1.755.486 1.394.500 1.395 2,3% 1.259Costa do Marfim 1.760.725 1.288.674 1.289 2,1% 1.366Chile 1.476.533 1.213.493 1.213 2,0% 1.217Santa Lucía 1.643.753 1.069.244 1.069 1,8% 1.537Togo 1.705.627 1.041.762 1.042 1,7% 1.637Resto de países 9.912.448 6.712.163 6.712 11,2% 1.477Total 87.419.869 60.126.162 60.126 100,0% 1.498

País de destinoVolume

%

Fonte: Elaborado pela equipe do Peru com base em dados de aduanas

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Um dos problemas detectados foi a falta de capacitação dos produtores para melhorar a produtividade, bem como a escassa manutenção dos caminhos municipais que conectam aos centros de estocagem e de produção. Por último, o tema da cadeia de frio resulta relevante para promover a atividade. O transporte de leite em pó para o Peru e de leite evaporado para a Bolívia utiliza infraestruturas que fazem parte do portfólio de projetos IIRSA, embora seu uso por esta cadeia seja marginal.

3.9 Madeira (Bolívia) – móveis (Chile)

Figura 23 – Mapa da cadeia produtiva madeira-móveis

As florestas naturais da Bolívia abrangem uma área de aproximadamente 53 milhões de hectares, que representam 48% da superfície do país, concentradas na região oriental da Bolívia (Santa Cruz, Beni, La Paz, Cochabamba e Pando). As principais espécies em ordem de importância são o acaju, o carvalho, o açacu, o cedro e o cumaru. Além das florestas naturais, a Bolívia conta com plantios florestais. Já extraída, a madeira das florestas passa por um processo de corte, do qual se obtém as tábuas. As empresas agroindustriais têm concessões florestais nos departamentos do Beni e Pando, de onde movimentam a madeira para o Departamento de Santa Cruz para seu processamento. Neste departamento estão as serrarias e os fornos para secagem. A madeira é exportada dos departamentos de Santa Cruz, Cochabamba e La Paz.

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A maior percentagem de exportações de madeira da Bolívia tem como destino o Chile, o resto do mundo, e o Peru, embora em menor percentagem. Porém, na área de influência detectou-se uma única empresa (INCOMAT), localizada em Arica, cujas perspectivas de médio prazo são de decrescimento. Esta empresa iniciou sua atividade em Arica há mais de seis anos. Originalmente, projetava desenvolver um negócio de fabricação de móveis finos orientados ao mercado chileno, que utilizasse madeiras nobres oriundas da Bolívia, como aracaju e cedro. Com efeito, essa empresa se instalou, não com poucas dificuldades25 neste processo, usufruindo das vantagens da zona franca industrial e das facilidades concedidas para o investimento na então I Região de Tarapacá. Atualmente, esta indústria está em um processo de reconversão para a fabricação de móveis de tipo funcional que utilizam aglomerados e contraplacados de origem chilena, destinados fundamentalmente ao equipamento e hospedagem dos novos edifícios construídos, principalmente, na vizinha cidade de Iquique. Porém, ainda mantém a fabricação de móveis finos feitos a partir de madeiras nobres bolivianas. A seguir, são apresentados os encadeamentos produzidos a partir de uma atividade que, embora esteja em retrocesso, ainda persiste: Extração e serração de florestas nos departamentos do Beni e Santa cruz, Bolívia; Exportação e transporte de madeira serrada úmida para o Chile; Secagem ao ar livre ou natural das madeiras na cidade de Arica. O fabricante

considera que uma secagem natural conserva de melhor forma as características da matéria-prima, e só em casos de pressa é submetida a secagem artificial na Bolívia.

Fabricação de móveis finos segundo desenhos pré-estabelecidos ou por encomenda do cliente. Também são fabricados batentes, janelas e portas;

Comercialização dos produtos elaborados no mercado nacional chileno. O fabricante não exporta já que, segundo ele, não há garantia de fornecimento de matérias-primas bolivianas que permita atender e assegurar demandas grandes de seus produtos. Também não comercializa através de grandes retailers nacionais, devido à escassa margem de renda que isto lhe proporcionaria.

25 A pessoa entrevistada é libanesa, radicada na Bolívia por várias décadas. Na entrevista, ele mencionou de forma insistente que teve dificuldades para se instalar, as quais vão da nula acolhida do sistema bancário a um estrangeiro até barreiras de ordem cultural que lhe impediam compreender o sistema econômico e normativo chileno.

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Na seguinte figura é apresentado um esquema que permite visualizar as diversas fases desta integração produtiva. Figura 44 – Esquema de integração produtiva na indústria de madeiras e manufaturas de madeira, baseado no caso da empresa INCOMAT, do Chile

Segundo os antecedentes informados pelo entrevistado, sua indústria decresceu de um nível de vendas de aproximadamente US$700.000 ao ano em seus primeiros anos de produção para US$250.000 no ano 2008, como reflexo do impacto da crise econômica global que também afeta o Chile, bem como a vontade de reorientar sua indústria para o móvel funcional, de maior demanda, com menores complicações tecnológicas e maior disponibilidade de mão-de-obra, dado que em Arica não há trabalhadores especializados na manufatura de móveis finos. Como conclusão sobre este setor, confirma-se a existência de integração produtiva com escassas possibilidades de expansão de escala. Embora esta atividade persista, deve empreender um intenso trabalho em matéria de reabertura de novos mercados e aperfeiçoamento de sua rede de fornecedores. O fluxo de produtos associados à cadeia divide infraestrutura de transporte e passos de fronteira, como Tambo Quemado, Pisiga e Desaguadero. A rodovia principal é Santa Cruz-Cochabamba-La Paz, aonde os caminhões que vão para Desaguadero e Tambo Quemado e Pisiga se dividem.

Concessões

Florestas comunitárias

Serraría Centro de Estocagem

Secador

INCOMAT Chile

Secagem Natural

Secagem artificial

Processo Industrial

Móveis Finos

Portas Batentes Janelas

Madeira Mercado Arica

Mercado Chile

Exportação

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As dificuldades atravessadas por estes empresários são principalmente os controles fitossanitários por parte do Chile, como também outras barreiras tarifárias que sempre vão aumentando nos países latino-americanos.

3.10 Especiarias e azeitonas (Chile-Peru)

Há na área de influência uma produção agrícola tradicional que aproveita as vantagens climáticas e que consiste nos plantios de, entre outros, orégão e pimentão. No caso das azeitonas, trata-se de uma indústria consolidada na Região de Arica e Parinacota, com décadas de funcionamento, especialmente no Vale de Azapa, localidade que deu seu nome a umas das variedades de azeitona. As evidências achadas na entrevista realizada junto à empresa TRUFFA S.A. situam esta indústria em uma fase de aumento de escala com claro encadeamento a montante. Porém, trata-se de um setor complexo,26 com a participação de grande número de agricultores de pequeno porte e uns poucos de maiores dimensões, entre os quais está a empresa TRUFFA S.A. A integração produtiva estabelece-se na medida em que os empresários chilenos compram azeitonas na zona sul do Peru, as importam pré-processadas em salmoura, incorporam a seu processo produtivo e as comercializam no mercado nacional, e, especialmente, internacional, sob a denominação de "azeitonas do Vale de Azapa". Os passos específicos desta integração produtiva são os seguintes: Agricultores chilenos e peruanos cultivam diversas variedades de azeitonas; As empresas líderes, entre elas a TRUFFA S.A., estabelecem preços de compra

em virtude de seu poder comprador de matéria-prima (azeitonas) tanto no Chile quanto no Peru;

A compra de matéria-prima da empresa chilena é verificada no Peru através de agentes intermediários, os quais recebem uma referência por quilograma. Eles têm seu lucro a partir da obtenção de preços menores no mercado peruano;

A compra de matéria-prima é verificada no Chile mediante acordos com cada agricultor-fornecedor. A compra da colheita é geralmente realizada em verde, mas isto varia conforme a abundância de azeitonas, já que, em anos de escassez, os agricultores têm maior poder de renegociação dos preços;

As azeitonas adquiridas no Peru são enviadas para a planta da TRUFFA, situada na cidade de Tacna, Peru, para serem submetidas ao processamento preliminar;

Por motivos estratégicos inerentes à gestão da empresa, esta toma a decisão de completar o processamento em Tacna e exportar dali, ou de exportar o produto com um processo preliminar para a planta de Arica;

Em Arica completa-se o processamento e o produto é empacotado em recipientes para consumo de atacadistas;

Os produtos acabados são exportados em formatos de 15, 25 e 55 quilogramas.

26 Estudos prévios ("Identificación de clusters exportadores en la Región de Tarapacá", Paris Salgado, 2006, estudo encomendado pelo ProChile) evidenciam a complexidade deste setor caracterizado por problemas de ordem associativa, de mercados agronômicos, entre outros.

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Na seguinte figura é apresentado um esquema que permite visualizar as diversas fases desta integração produtiva. Figura 24 – Cadeia agroindustrial da azeitona, baseada no caso da empresa TRUFFA do Chile

A partir dos antecedentes apresentados, confirma-se a existência de integração produtiva no caso da indústria da azeitona, que se encontra em fase de expansão de escala com integração a montante, em virtude da relação consolidada existente com os fornecedores da cadeia de produção. O pimentão, no que diz respeito à cultura de páprica, está localizado em Arequipa e é estocado em Tacna para sua exportação ao Chile. O pimentão destinado à produção de conservas e massas para o processamento no Chile é localizado, estocado e pré-processado em Tacna, Peru. Neste setor há integração produtiva com claros encadeamentos a montante e com altas probabilidades de expansão de escala. Verifica-se o relacionamento de fornecedores, agregadores de valor e distribuidores a partir da participação de agentes econômicos no Peru e no Chile. Isto foi constatado mediante entrevista realizada junto à empresa processadora de alimentos RILA, localizada na cidade de Arica. Esta empresa se instalou na região no ano 1997, usufruindo as franquias da zona franca industrial da então I Região de Tarapacá. Em um primeiro momento, sua ideia foi trabalhar fundamentalmente com o processamento e posterior exportação de azeitonas, mas a complexidade do meio e em especial dos agricultores fez com que seus donos explorassem outras conservas elaboradas, e atualmente produz um conjunto de produtos alimentícios, entre os quais

PERU

CHILE

Planta processo TRUFFA TACNA

Exp

orta

ção p

ara

o C

hile

Planta processo TRUFFA CHILE

Pequenos Agricultores Culturas

PrópriasExportação

Mercado nacional

Pequenos agricultores

Compradoresa granel

Aduana Chacalluta

Mercado Nacional

Exportações

+

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salienta o pimentão, cuja matéria-prima, com um nível de processamento primário, é cultivada e elaborada no Peru. O encadeamento produzido em torno da fabricação de elaborados derivados do pimentão tem uma densidade de atores que o tornam um caso interessante a ser analisado: As sementes com que se cultiva o pimentão são produzidas em sementeiras dos

Estados Unidos; Estas sementes são exportadas para a Alemanha, país com facilidades para

reexportá-las ao Chile com baixos controles fitossanitários;27 As sementes importadas da Alemanha pela RILA são exportadas para o Peru e

cultivadas por agricultores peruanos, os quais foram procurados devido à impossibilidade de se realizarem estas culturas com agricultores chilenos;28

Os pimentões são colhidos e submetidos a um processamento primário no Peru, para depois serem exportados ao Chile;

Os pimentões são submetidos ao processo final na planta RILA de Arica, embalados e empacotados. Nessa planta trabalham atualmente 40 pessoas, principalmente mulheres e jovens;

Os produtos acabados são exportados diretamente pela RILA, especialmente para a Alemanha, onde a empresa tem uma relação comercial consolidada com uma cadeia de supermercados;

Participam também dos componentes logísticos desta integração produtiva empresas de transporte locais que mobilizam a matéria prima do Peru ou os produtos acabados devidamente embalados em contêineres para o porto de Arica;

As operações de exportação acontecem nas proximidades do porto de Arica, e nelas intervêm a Aduana, que efetua a fiscalização, os agentes da Aduana, que realizam o desembaraço de exportação, os operadores portuários —neste caso, representados pelo operador privado do Porto de Arica, TPA— e as companhias de navegação que mobilizam esta carga para outras latitudes.

A figura a seguir ilustra as diversas fases deste encadeamento.

27 Para a importação de sementes dos Estados Unidos para o Chile, o Serviço Agrícola Pecuário (SAG, segundo sua sigla em espanhol) chileno exige a fumigação com brometo de metila, afetando sua qualidade. As sementes importadas da Alemanha não têm essa exigência. 28 A RILA é uma empresa de matriz alemã, que pretendeu desenvolver, inicialmente, fortes vínculos com agricultores chilenos, aproveitando também as vantagens da zona franca e de investimento oferecidas pela então I Região de Tarapacá. Os primeiros esforços por estabelecer esses vínculos com olivicultores e, posteriormente, com produtores de orégão e, finalmente, pimentão, fracassaram, levando-os a procurarem em outras latitudes relações de confiança e fidelidade.

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Figura 46 – Cadeia produtiva do pimentão e seus derivados, baseada no caso da empresa RILA

No caso da indústria RILA foram identificados, no mínimo, dois componentes da integração produtiva na área de influência, segundo a metodologia IIRSA: Incremento do valor agregado: o produto acabado envolve uma semente

produzida nos Estados Unidos, cultivada e pré-processada no Peru e acabada no Chile, de onde é exportado, principalmente para a Alemanha.

Fortalecimento dos encadeamentos produtivos a montante:29 este aspecto resulta talvez o mais valioso do caso, devido a que, progressivamente, foi se configurando no sul do Peru um grupo de pequenos agricultores especializados capazes de produzir pimentão sob os padrões requeridos pela indústria líder e, junto com eles, uma indústria de processamento primário que pré-processa o pimentão para ser reexportado ao Chile. O encadeamento a montante se manteve no tempo, em virtude de que a empresa RILA acompanha este processo com a assistência técnica necessária para seus requerimentos segundo padrões específicos.

Considerando os antecedentes antes apresentados, confirma-se a hipótese de integração produtiva, que é situada em uma fase de aumento de escala da rede de fornecedores de matérias-primas. Confirma-se também a hipótese de integração a montante devido à relação consolidada existente com fornecedores da cadeia de produção. Entre os entraves mais significativos, identifica-se a atomização dos pequenos produtores de azeitonas e especiarias, que representam um escasso nível de organização e são afetados pela intermediação, para o qual se sugere o

29 A denominação "a montante" significa uma localização para o final da cadeia, isto é, nas empresas focadas na agregação de valor e distribuição.

Alemanha

Aduana Porto Aduana

Chacalluta

RILA CHILE Planta processo final

ARICA

Planta Pré-processo

Peru

Agricultores peruanos

Exportação Sementes

PERU

CHILE

Exportação Produto Final

Solicitação de Compra

Compra Sementes EUA

Exportação para a Alemanha

Distribuição produto final

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desenvolvimento da cadeia de fornecedores mediante projetos que promovam e fortaleçam as associações de produtores, a incorporação tecnológica aos processos produtivos e a capacitação em matéria de normativas fitossanitárias que favoreçam os processos de exportação e sua divulgação. A materialização das obras de infraestrutura do GP5 do Eixo Interoceânico Central da IIRSA, como a melhoria do porto de Arica e a reabilitação e melhoria da rodovia Camaná-Matarani-Ilo (Costanera), terá um efeito positivo sobre o processo produtivo e de comercialização destes setores.

3.11 Outros setores analisados

A partir das definições de setores econômicos nos quais potencialmente existiria integração produtiva, os atores públicos nacionais da área de influência competentes

em matérias de desenvolvimento produtivo e promoção empresarial 30 foram

consultados sobre a existência de integração produtiva em outros setores identificados. A seguir, apresentam-se os resultados destas investigações: Tortas de soja. A soja sob a forma de grão ou em tortas, que corresponderia a derivados da indústria de extração do óleo, só é movimentada em trânsito através do território chileno correspondente à área de influência. Não há indústria de agregação de valor em Arica ou Iquique, e o produto ou abastece a indústria de salmão localizada no extremo sul do Chile ou é exportado a outros países consumidores. A dinâmica deste setor foi mais profundamente conhecida a partir da entrevista com a empresa SOPRODI, operador logístico, não produtor, que realiza o serviço de estocagem e despacho de soja em grãos para a indústria do salmão chilena. A hipótese de integração produtiva é recusada. Apesar disso, existe clara evidência de que as importações chilenas de tortas de soja oriundas da Bolívia que entram pela aduana de Chungará, localizada na XV Região de Arica e Parinacota, estão voltadas em grande medida à produção de frangos da planta de Ariztía, localizada na cidade de Arica. Não foi possível corroborar essa hipótese de integração produtiva, como também não conhecer o nível de integração que possa existir. Couro e derivados. Segundo os antecedentes trazidos pelo ProChile e os executivos da CORFO de ambas as regiões, não existem indústrias desse tipo na área de influência. Caso existam importações de couro da Bolívia ou do Peru, estas seriam destinadas a outras regiões do Chile e, portanto, só haveria um trânsito através da área de influência. A hipótese de integração produtiva é recusada. Jóias. Segundo antecedentes proporcionados pelas mesmas agências públicas de fomento, como ProChile e CORFO, não há indústrias que vinculem, na lógica de

30 As consultas foram realizadas ao ProChile, CORFO e DIRPLAN. Ao mesmo tempo, cabe salientar que a equipe chilena realizou uma rodada de entrevistas preliminares em ambas as regiões com o fim de identificar os potenciais setores de integração produtiva.

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integração produtiva, empresários chilenos com peruanos e/ou bolivianos. A hipótese de integração produtiva é recusada. Estima-se, no entanto, que é um setor com bom potencial, sobre o qual foram formuladas várias questões e explorações primárias por empresários dos três países separadamente. Têxtil. Os antecedentes outorgados pelas agências públicas não contemplam a integração produtiva neste setor. Existe uma indústria, CONTEX, que fabrica têxteis, mas no regime de zona franca e com matérias-primas importadas de países asiáticos. A hipótese de integração produtiva é recusada.

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4. Impacto do grupo de projetos, recomendações e plano de ação indicativo

4.1 Integração produtiva

Da caracterização dos setores econômicos selecionados e, principalmente, da contribuição realizada pelos atores entrevistados, conclui-se que não existe uma relação nítida que vincule o grupo de projetos com o potencial de integração produtiva e desenvolvimento de serviços logísticos de valor agregado. Pelo contrário, está relação é complexa por vários motivos. A análise da informação coletada permite compreender a lógica por trás da interdependência entre atividades econômicas e infraestrutura, bem como identificar o modo em que a presença ou ausência de projetos complementares, a concretização ou não de oportunidades de negócio e a solução ou permanência de entraves ao comércio ou ao fluxo de bens podem promover ou inibir esta interdependência, quer alimentando um círculo virtuoso em que a infraestrutura facilita o desenvolvimento da integração produtiva e esta incrementa a demanda sobre as infraestruturas, viabilizando a ampliação e melhoria das mesmas ou, pelo contrário, afetando a produtividade e competitividade das atividades econômicas, o que restringe o fluxo de produtos e serviços e "esvazia", assim, as infraestruturas. Para avaliar, então, o impacto do grupo de projetos sobre o potencial de integração produtiva e desenvolvimento de serviços logísticos de valor agregado, propõe-se definir um conjunto articulado de projetos, atividades econômicas, oportunidades de negócios e entraves, a partir do qual seja possível identificar uma sucessão de eventos interligados que gerem demandas, as quais constituam oportunidades de negócios que possam originar investimentos. Estas oportunidades, atendidas por investimentos adequados em montante e tempo, aumentam a eficiência do conjunto. Assim, por exemplo, se a rede terciária de caminhos da Bolívia for melhorada, os setores da madeira, couro, algodão, laticínios e soja e outros grãos serão beneficiados, tornando-os mais competitivos, e isto, com certeza, acarretará uma maior participação nos mercados, requerendo investimentos para ampliar a produção e, por sua vez, a necessidade de mais e de melhores infraestruturas. Na atualidade, o maior grau de integração produtiva na área de influência se apresenta entre a Bolívia e o Peru; a Bolívia tem, fundamentalmente, o papel de fornecedor de produtos primários de baixo valor agregado, e o Peru desempenha o papel de "processador" ou agregador de valor. As cadeias que participam deste processo são as seguintes: Soja (Bolívia) – rações animais (Peru), com ramificações para Lima fora da área de

influência; Sucata (Bolívia) – arames (Peru), com ramificações para Lima fora da área de

influência;

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Algodão (Bolívia) – fiações e tecidos (Peru), com ramificações para Lima fora da área de influência;

Leite (Bolívia) – laticínios (Peru), vinculados quase exclusivamente à atividade de uma empresa;

Couro (Bolívia) – artesanatos (Peru), com menor intensidade. Entre o Peru e o Chile, a integração produtiva se reduz a setores muito específicos (especiarias e azeitonas) relacionados com a atividade de poucas empresas concentradas em torno da fronteira, próximas a Tacna e a Arica. Sobre este eixo (Tacna-Arica) há um importante fluxo comercial e de pessoas, o que facilitaria processos de integração. De fato, no caso das azeitonas, as mesmas empresas têm atividades de um e outro lado da fronteira. Entre a Bolívia e o Chile existe uma integração fraca na área de influência, com escasso potencial, no setor de madeira e móveis. Porém, a participação do Chile neste processo de integração está mais relacionada ao desenvolvimento de serviços logísticos de valor agregado, como será explicado a seguir. As medidas indicadas para agilizar o fluxo de bens e potencializar o desenvolvimento da plataforma logística de Arica também beneficiariam qualquer processo de integração produtiva entre os três países. Mas em relação específica com a integração produtiva, um apoio ao processo de clusterização identificado no setor de fornecedores de serviços e equipamentos para a mineração poderia consolidar esta atividade ainda incipiente. Neste sentido, sugere-se que as instâncias de fomento e as exportações chilenas promovam uma campanha no Peru das empresas prestadoras de serviços, insumos e equipamento para a mineração, atendendo ao forte aumento dessa atividade no país vizinho. Embora se tenham notícias de que existem ações desta natureza em desenvolvimento, a magnitude do crescimento mineiro peruano e as evidências de escassa ou nula integração produtiva neste setor merecem aumentar os esforços. Por outra parte, recomenda-se aproveitar a experiência das instituições de fomento chilenas em matéria de desenvolvimento de fornecedores para melhorar a qualidade das matérias primas para a agroindústria em setores como o processamento de azeitonas, pimentões e madeiras finas bolivianas, visando intensificar os processos de integração observados. Para tal, é imperativo recomendar a todas as partes envolvidas que realizem um esforço por materializar aquelas obras que foram elevadas à categoria de projetos do portfólio IIRSA, o que mostrará a seus vizinhos uma clara vontade de integração. Todos os setores mencionados são usuários, em menor ou maior grau, das infraestruturas do grupo de projetos. Os projetos mais requeridos são a reabilitação do trecho El Sillar e da rodovia 7 Santa Cruz-Cochabamba, bem como o centro binacional de atendimento em fronteira (CEBAF) Desaguadero, incluído no grupo 8 do Eixo Andino. Em segundo lugar, estão a estrada de ferro Aiquile-Santa Cruz, a reabilitação

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da rodovia Puno-Juliaca (também pertencente ao GP8 do Eixo Andino) e a reabilitação do trecho Juliaca-Santa Lucía (GP1 do Eixo Peru-Brasil-Bolívia). Em menor medida, demandam-se a ampliação e a melhoria da rodovia Arica-Tambo Quemado, a melhoria do porto de Arica, a reabilitação e concessão da estrada de ferro Arica-La Paz (trecho chileno), a melhoria do porto de Iquique e a reabilitação da rodovia Iquique-Colchane, embora estes projetos estejam mais relacionados com a facilitação do comércio exterior boliviano (e potencialmente com a saída de exportações brasileiras) e, portanto, com o desenvolvimento de serviços logísticos de valor agregado, que com a integração produtiva. É possível supor, então, que o desenvolvimento destas infraestruturas terá um impacto favorável nos processos de integração. Porém, como já foi mencionado, existem outros fatores de maior peso que inibem os processos de integração, como será explicado a seguir. Com exceção do caso da soja, a Bolívia não é o principal fornecedor do Peru nas cadeias apontadas, podendo-se, então, supor que existiria um potencial de maior participação das matérias-primas bolivianas nos processos industriais peruanos. Ao se analisarem as causas da limitada participação das matérias-primas provenientes da Bolívia na indústria do Peru, identificam-se a qualidade e o atendimento a especificações como os principais problemas. A qualidade do algodão foi degradada pela ressemeadura sem incorporação de espécies controladas e especialmente desenvolvidas para a zona atendendo aos requerimentos do mercado. No caso do gado leiteiro, também não existe uma melhoria genética, e os lucros estão muito por baixo das médias mundiais. No caso do couro, a diminuição da qualidade se produz por inadequado manejo do gado e do processo de abate, devido à falta de capacitação e de integração do processo do couro com toda a cadeia pecuária. Peru também é um mercado importante para o açúcar boliviano, mas este setor não foi contemplado na análise, devido a que o açúcar boliviano não é utilizado na indústria, mas para consumo final. É possível que o açúcar boliviano seja excluído desse mercado em virtude das especificações técnicas requeridas nos processos produtivos.31 A rotação de culturas e um uso adequado de agroquímicos não são uma prática habitual, por isso também está se vê comprometida a produtividade futura da soja, do algodão e de outros produtos agrícolas. Da mesma forma, estes setores apresentam muito baixa mecanização ou tecnologização dos processos, fator que diminui as produtividades.

31 Este comentário é uma hipótese formulada pelos autores, mas não foi levantado nem verificado durante as entrevistas.

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No caso da madeira, um dos problemas levantados é a falta de capacitação no que diz respeito a normas fito-zoossanitárias e a sua difusão, o que dificulta os processos de exportação. Quanto às infraestruturas, a principal fraqueza se mostra na qualidade da rede viária terciária boliviana e na escassa eletrificação rural. A melhoria da rede terciária de caminhos impacta em uma melhor colheita de grãos, algodão e madeira, no transporte da produção de leite e no deslocamento de gado. A eletrificação rural permitirá, entre outras coisas, ampliar a cadeia de frio para a produção de leite. Para o caso da soja, também se requere uma ampliação da capacidade de armazenagem em silos. Desta forma, é possível compor um conjunto integrado pelos projetos IIRSA mencionados, os entraves relacionados com a baixa qualidade e produtividade e a ampliação e melhoria da rede viária terciária e a eletrificação rural na Bolívia, que atuaria da seguinte maneira: As melhorias na rede terciária de caminhos, uma ampliação da eletrificação rural, a

implementação de regulamentações e treinamento a produtores para melhor uso dos solos e dos agroquímicos, o aperfeiçoamento genético e tecnológico do plantio de algodão e a produção leiteira, e a capacitação sobre exigências regulamentares para o comércio exterior nos setores identificados, permitiriam um aumento da produtividade e da qualidade da produção boliviana, promovendo, assim, a integração produtiva entre estes países.

O maior fluxo de matérias-primas bolivianas para o Peru, resultante destas

melhorias, significaria uma maior demanda para o uso do trecho El Sillar, da rodovia 7, entre Santa Cruz e Cochabamba, do passo de fronteira de Desaguadero e da ferrovia entre Aiquile e Santa Cruz, entre outros projetos. A concretização oportuna destes investimentos favorecerá os setores econômicos mencionados e alimentará o círculo virtuose integração produtiva-infraestrutura.

É importante frisar que a sequência de ações e eventos que desencadearia uma maior participação de matérias-primas bolivianas na indústria peruana pode se produzir de forma incremental, à medida que os investimentos forem sendo realizados, já que as infraestruturas envolvidas (rede viária terciária, eletrificação viária, silos para grãos) são de caráter divisível.

4.2 Desenvolvimento de serviços logísticos de valor agregado

O desenvolvimento de serviços logísticos de valor agregado depende fundamentalmente da concretização dos projetos em Arica e em Oruro, o primeiro para dar suporte à atividade portuária, oferecendo espaços de armazenagem, serviços de consolidação e desconsolidação de importações e exportações e manuseio de mercadorias em trânsito, e o outro como ponto de ruptura de carga de importações e exportações bolivianas, facilitando o trânsito de mercadorias para o Pacífico e otimizando o fornecimento e a distribuição de produtos na Bolívia.

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Estes projetos podem ter um impacto favorável na eficiência do transporte de importações e exportações bolivianas, e, em potencial, brasileiras, pelo porto de Arica, facilitando o planejamento do fluxo de mercadorias, consolidando oportunamente os embarques em um e em outro sentido e diminuindo as demoras nos terminais. Um transporte mais eficiente certamente aumentará a demanda e, portanto, o uso das infraestruturas principais para o acesso ao Pacífico, tais como: Trecho El Sillar; Rodovia 7 Santa Cruz-Cochabamba; Passo de fronteira em Desaguadero; Estrada de ferro Aiquile-Santa Cruz; Rodovia Puno-Juliaca; Trecho Juliaca-Santa Lucía; Rodovia Arica-Tambo Quemado; Ferrovia Arica-La Paz; Rodovia Iquique-Colchane. Fora um eventual desenvolvimento da plataforma logística de Arica, hoje se apresenta a necessidade de desenvolver projetos complementares em infraestrutura e melhoria da gestão para facilitar o trânsito de mercadorias de e para a Bolívia, os quais, provavelmente, irão favorecer o desenvolvimento da plataforma e, eventualmente, potencializar a integração produtiva. Em primeiro lugar, aponta-se a necessidade de integração eletrônica dos agentes que intervêm nas importações e exportações, com inclusão dos serviços de Aduana da Bolívia, Chile e Peru; aqui é especialmente relevante o vínculo com a Bolívia, atendendo ao volume de carga desse país mobilizado por portos chilenos. Sugere-se ainda estudar e fornecer as medidas que permitam superar as limitações enquanto a infraestrutura, equipamento e pessoal do Serviço de Aduanas e do Serviço Agrícola Pecuário (SAG, segundo sua sigla em espanhol) do Chile, especialmente naqueles passos de fronteira de zonas extremas (Chungará e Colchane), na base de estudos dos fluxos (e tipos) de carga e nos horários em que estes se produzem, com projeção de uma situação de incremento das transações. Quanto à infraestrutura, recomenda-se o estabelecimento e rápida operação de anteportos que dêem suporte à gestão dos portos de Arica e Iquique. De forma complementar à criação de anteportos, recomenda-se o estudo, desenho e construção de novas vias de acesso aos portos de Arica e Iquique. Nesse mesmo sentido, requere-se a reabilitação e melhoria dos padrões de rodovias, para o qual se recomenda, em uma primeira fase, reabilitar aqueles trechos que hoje estão em condições ruins e, em uma segunda fase de médio prazo, estudar as transformações necessárias para elevar seus padrões e poder mobilizar cargas como as esperadas da Bolívia e, especialmente, do Brasil.