Upload
haphuc
View
217
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
ANÁLISE DO PROCESSO
ESTRATÉGICO DESENVOLVIDO EM
EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
ATUANTES EM JOÃO MONLEVADE -
MG
Fernanda Maria Felício Macedo (UFOP)
Diego Luiz Teixeira Boava (UFOP)
Natália Luisa Felício Macedo (UFOP)
Lucas Machado Fernandes Pinto (UFOP)
A estratégia funciona como um eixo, uma idéia unificadora das
múltiplas áreas administrativas existentes em uma organização.
Devido a essa característica, tal tema se torna de grande interesse de
pesquisa por parte de acadêmicos. O presentee artigo visa investigar o
processo de formação e implantação de estratégias em empresas do
ramo de construção civil atuantes na cidade de João Monlevade, MG.
Contudo, a abordagem conferida a esse estudo será baseada na
experiência vivida por gestores, ou seja, possui caráter interpretativo.
Tal abordagem se justifica por apresentar uma nova perspectiva de
estudo da estratégia. Assim, essa pesquisa busca contribuir para
construção de conhecimento acerca desse fenômeno de uma
perspectiva distinta das mais comumente empregadas. Ressalta-se, no
entanto, que essa perspectiva não pode ser compreendida com mais
adequada, sendo somente distinta e, talvez, complementar. Para o
desenvolvimento dessa proposta de investigação, utiliza-se o método
fenomenológico de pesquisa, sendo quatro sujeitos de pesquisa,
gestores de empresa na área de construção civil atuantes na cidade de
João Monlevade, MG. Portanto, não é pretensão desse estudo
generalizar seus resultados, mas, todavia, abordar a temática em
questão a partir de um referencial centrado na subjetividade humana,
que poderá contribuir para a construção do conhecimento acerca da
estratégia.
Palavras-chaves: Esttratégia; Processo Estratégico; Subjetitividade.
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão.
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
2
1. Introdução
A estratégia funciona como um eixo, uma idéia unificadora das múltiplas áreas
administrativas existentes em uma organização. Devido a essa característica, tal tema se torna
de grande interesse de pesquisa por parte de acadêmicos. A ciência problematiza fenômenos
que emergem do mundo da vida ou do conhecimento senso comum, para torná-lo algo mais
decifrável e racionalizado para que homem possa extrair desse objeto de estudo resultados
maximizados.
Diante disso, a ainda que a estratégia seja uma temática bastante abordada no campo do saber
administrativo, essa ainda apresenta várias questões intrínsecas a sua práxis ainda não
totalmente descobertas e validadas no meio científico. Além disso, o processo de formação e
desenvolvimento de estratégias está diretamente ligado a mente e comportamento humano,
que possuem demasiados aspectos complexos.
Expostas essas considerações, o presente artigo visa investigar o processo de formação e
implantação de estratégias em empresas do ramo de Construção Civil atuantes na cidade de
João Monlevade, MG. Contudo, a abordagem conferida a esse estudo será baseada na
experiência vivida por gestores, ou seja, possui caráter interpretativo. Tal abordagem se
justifica por apresentar uma nova perspectiva de estudo da estratégia. No limite dessa
investigação, a maior parte de estudos acerca dessa temática se fundamentam na investigação
objetiva, marcada pela busca de relações de causa e efeito entre as variáveis relacionadas a
estratégia e generalizações de resultados. Assim, essa pesquisa busca contribuir para
construção de conhecimento acerca desse fenômeno de uma perspectiva distinta das mais
comumente empregadas. Ressalta-se, no entanto, que essa perspectiva não pode ser
compreendida com mais adequada, sendo somente distinta e, talvez, complementar.
Para o desenvolvimento dessa proposta de investigação, utiliza-se o método fenomenológico
de pesquisa. Assim, tem-se uma análise fenomenológica de caráter exploratório do processo
estratégico, para conhecimento das significações “ocultas” dos discursos dos depoentes-
gestores. Segundo Martinez (2004) as realidades que só possam ser captadas a partir do
marco de referência interno do sujeito que as vive exigem ser investigadas pelo método
fenomenológico.
O artigo estrutura-se em três partes centrais. Inicialmente, são apresentados os conceitos
ligados a estratégia e processo de formação e implantação de estratégias. Depois, uma breve
descrição sobre a fenomenologia é realizada. Os procedimentos metodológicos da pesquisa
são apresentados, para, em seguida, discutir as unidades de sentido que emergiram da análise
fenomenológica. Essas unidades de sentido é que fornecem bases para a compreensão do
processo estratégico a partir das percepções de gestores. Finalmente, são tecidas as conclusões
da investigação.
Portanto, não é pretensão desse estudo generalizar seus resultados, mas, todavia, abordar a
temática em questão a partir de um referencial centrado na subjetividade humana, que poderá
contribuir para a construção do conhecimento acerca da estratégia.
2. Processo Estratégico
Estratégia é um vocábulo de origem grega, derivada do termo strategos. Essa raiz aproxima
esse vocábulo com a questão militar, pois a semântica da palavra strategos remete a um
general em comando planejado de um exército. A acepção desse termo no ambiente
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
3
organizacional ocorre na década de 1940, quando o conceito de estratégia passa a ser objeto
de pesquisa acadêmica. A partir dessa data, foram efetuadas diversas discussão sobre
estratégia, o que ocasiona várias contribuições de numerosos autores, com diferentes visões.
Contudo, apesar desses avanços, a definição de estratégia não é ainda consenso entre os
estudiosos acerca desse assunto. A seguir, um quadro apresenta as principais definições de
estratégia no contexto organizacional:
Autores Definições
Quinn (1980) Estratégia é um modelo ou plano que integra os objetivos, as políticas e a seqüência de
ações num todo coerente.
Mintzberg;
Ahlstrand;
Lampel (2000)
Estratégia é um padrão, isto é, consistência em comportamento ao longo do tempo.
Andrews (1971)
Estratégia é o padrão de decisão em uma empresa que determina e revela seus objetivos,
propósitos ou metas, produz as principais políticas e planos para a obtenção dessas metas
e define a escala de negócios em que a empresa deve se envolver, o tipo de organização
econômica e humana que pretende ser e a natureza da contribuição econômica e não
econômica que pretende proporcionar a seus acionistas, funcionários e comunidades.
Chandler (1962) Estratégia é a determinação das metas e objetivos básicos e de longo prazo de uma
empresa; e a adoção de ações e alocações de recursos necessários para atingir esses
objetivos.
Porter (1986) Estratégia significa desempenhar atividades diferentes das exercidas pelos rivais ou
desempenhar as mesmas atividades de maneira diferente.
Selznick (1957) Conceito de estratégia inclui tanto escolha como adaptação ambiental.
Penrose (1962) O ponto de partida privilegiado de uma estratégia competitiva conscientemente articulada
deve ser a identificação de uma “diferença” particular: a identificação dos recursos
subutilizados (em termos econômicos, e não técnicos) de cada firma.
Prahalad e
Hamel (1990)
A essência da estratégia está em desenvolver vantagens competitivas mais rápido que a
capacidade de imitação dos seus concorrentes atuais.
Barney (2002) Estratégia é uma teoria da firma sobre como competir de forma bem sucedida.
Rumelt;
SchendeL; Teece
(1994)
Estratégia trata da direção das organizações, mais freqüentemente, empresas de negócios.
Isso inclui aqueles assuntos de preocupação primária para o administrador sênior, ou
qualquer ou qualquer pessoa que busque razões para o sucesso e fracasso entre as
organizações.
Henderson
(1998)
Estratégia é a busca deliberada por um plano de ação para desenvolver e ajustar a
vantagem competitiva de uma empresa (...) As diferenças entre você e seus competidores
são à base de sua vantagem.
Ansoff (1965) Estratégia é um conjunto de regras de tomada de decisão em condições de
desconhecimento parcial. As decisões estratégicas dizem respeito à relação entre a
empresa e o seu ecossistema.
Katz (1970)
Estratégia refere-se à relação entre a empresa e o seu meio envolvente: relação atual
(situação estratégica) e relação futura (plano estratégico, que é um conjunto de objetivos e
ações a tomar para atingir esses objetivos).
Miles e Snow
(1978)
As empresas desenvolvem padrões de comportamento estratégico relativamente estável na
busca de bom alinhamento com as condições ambientais percebidas pela administração.
Os autores propõem a existência de quatro tipos de estratégias genéricas: defensiva,
prospectora, analítica e reativa.
Drucker (1954) A estratégia empresarial mais não era do que a resposta à dupla questão: “Qual o nosso
negócio?” “Qual poderia ser o nosso negócio?”.
Quadro 1 – Definições de Estratégia
Fonte: elaborado pelos autores
Esse quadro evidencia os numerosos esforços efetuados por pesquisadores para definir
estratégia. Ainda que não seja possível até o momento, apresentar uma única definição
legitimada de estratégia, pode-se notar que algumas questões relacionadas a mesma são
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
4
recorrentes entre grande parte das definições, como: alcance de metas, padrão de
comportamento, plano de regras para tomada de decisão, relação com o meio, vantagem
competitiva, entre outros aspectos. Porém, apesar da recorrência alguns autores definem
estratégia como algo mais ligado ao posicionamento proposto por Porter (1980), e outros
constroem a definição de estratégia, a partir de características internas da organização.
Essa perspectiva interna, recebe a denominação de visão da firma baseada em recursos (no
original, resource base view of the firm, RBV), originada de um conceito da economia
industrial, tem estado em crescente popularidade na literatura estratégica desde meados dos
anos 80.
No quadro abaixo, apresenta-se uma exemplificação dos autores mais citados em
administração estratégica, dando destaque a visão de posicionamento de Porter (1986).
Autor Número de Citações
Porter, M. 179
Mintzberg, H. 165
Ansoff, I. 63
Hammel, P. 44
Chandler, A. 42
Prahlad, C. K. 32
Kaplan, R. 25
Miles, R. 25
Child, J. 22
Kotler, J. 22
Quinn, J. 22
Drucker, P. 21
Yin, R. 20
Quadro 2 – Número de Citações em Administração Estratégica
Fonte: Rodrigues Filho, 2004.
A partir dessas definições, produzidas por visões distintas de diferentes autores, pode-se
visualizar a complexidade do estudo da estratégia. Nesse cenário, Mintzberg (2006) expande
sua área de investigação para o processo de formação e implantação da estratégia,
identificando quatro tipos de estratégias, assim descritas:
Estratégia pretendida está relacionada ao plano, aquilo que é feito antes do fato.
Estratégia deliberada é o que se consegue fazer no transcorrer do caminho a partir do
plano. Estratégia emergente é o que se faz estrategicamente durante o processo e que não
fazia parte do plano inicial.
Estratégia realizada é o resultado final composta de todas as anteriores.
Veja esquema representativo:
Estratégia Pretendida Estratégia Deliberada Estratégia Realizada
Estratégia Não realizada
Estratégia Emergente
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
5
Figura 1 – Processo Estratégico
Fonte: Mintizberg (2006)
Dessa maneira, pode-se constatar a natureza interativa do processo de formação e implantação
de estratégia no âmbito organizacional, já que há uma negociação com o ambiente acerca das
condições de execução, ou não, do planejado. Assim, deve-se haver disponibilidade para
mudar de rumo, caso note-se que a alteração é mais vantajosa em termos de competitividade.
Logo, o conceito de estratégia emergente surge do estudo da formação e implantação da
estratégia, sendo essa apresentada como algo que surge a margem do planejamento.
Mintizberg (2000) ainda abordando a formação e implantação de estratégias, propõe a
existência de dez escolas do pensamento estratégico. Essas serão brevemente apresentadas na
seqüência.
Escolas Formação da Estratégia Visão da Estratégia
Design Processo de Concepção Estratégia Deliberada – processo de implantação
controlado
Planejamento Processo Formal Estratégia Deliberada – processo de implantação
controlado
Posicionamento Processo Analítico Estratégia Deliberada (Genéricas) – processo de
implantação controlado
Empreendedora Processo Visionário Estratégia deliberada (orientação) e estratégia emergente
(implantação)
Cognitiva Processo Mental Estratégia emergente na forma de mapas, conceitos e
esquemas.
Aprendizagem Processo Emergente Estratégia Emergente - processo de implantação construído
Poder Processo de Negociação Estratégia deliberada como resultado das negociações de
poder.
Cultural Processo Coletivo Estratégia deliberada como resultado da cultura e
cooperação coletiva
Ambiental Processo Reativo Estratégia emerge como resposta a demandas ambientais.
Configuração Processo de Transformação Estratégia deliberada (estabilidade da organização)
estratégia emergente (surto de transformação)
Quadro 3 – Escolas do Pensamento Estratégico
Fonte: Mintzberg, Astraland, Lampel, (2000)
Analisando esse quadro, pode-se observar que o conceito de estratégia emergente é tratado
mais claramente na escola de aprendizagem e configuração. Em uma perspectiva geral,
Mintzberg (2006) acredita que os padrões de comportamento que emergem devem ser
analisados detalhadamente, posto que se as estratégias emergentes forem úteis ou adequadas
podem tornar-se deliberadas e, dessa forma, ser incorporadas à estratégia formal, ainda que
isso implique em uma alteração no planejamento formal.
Contudo, para se compreender melhor o processo de formação e implantação de estratégias
deve-se ter em perspectiva a questão da complexidade da realidade. Logo, estratégias
puramente deliberadas e puramente emergentes são situações extremas, entre as quais se
situam as estratégias correntemente realizadas. Assim, necessário se faz observar atentamente
a realidade do processo estratégico para se diagnosticar, ou seja, detectar quais são as
estratégias com status deliberado ou emergente e/ou realizado. Destaca-se ainda a questão do
tempo, pois uma estratégia deliberada e, até mesmo, emergente pode se tornar realizada em
intervalos de tempo curtos, assim como em um processo sem controle, a estratégia emergente
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
6
pode assumir o papel de deliberada de forma rápida, havendo assim o desvio do planejado
sem análise da existência de necessidade ou viabilidade desse desvio.
Dessa maneira, a definição de estratégia deliberada centra-se na direção e controle da
empresa, enquanto a definição de estratégia emergente relaciona-se à noção de aprendizagem.
As estratégias emergentes tanto podem ser geradas por um ator ou núcleo central como a
partir das estruturas da organização a qualquer nível.
Contudo, faz-se necessário uma breve menção a uma indagação que pode ser facilmente
levantada pelos leitores, sendo essa: estratégia sem plano é, em termos, uma contradição? Tal
questionamento se deve a origem da palavra. Tal etimologia já foi descrita anteriormente
ligando estratégia a planejamento e comando. Para resolver esse possível impasse, Mintzberg
(2006), ao cunhar o termo estratégia emergente, teve antes que estender a semântica do termo
estratégia. Ele redefiniu estratégia como sendo uma linha de ação coerente que conduz a
resultados importantes e desejáveis pela organização, tenha ela sido planejada com
antecedência ou não (MARIOTTO, 2003). Com esse significado mais amplo de estratégia,
"estratégia emergente" foi então definida como um padrão de ação seguido na ausência de um
plano ou em desacordo com um plano existente.
Assim, o processo estratégico envolve implicitamente a questão de estratégia deliberada e
emergente. Portanto, não há como abordá-lo sem discutir esses dois tipos de estratégia. Na
seqüência, apresenta-se a metodologia empregada para analisar o processo estratégico no
ramo da Construção Civil da cidade de João Molenvade - MG a partir da visão de gestores
desses empreendimentos.
3. Metodologia
3.1 Sobre o método
Em “A idéia da fenomenologia”, Husserl define-a como uma ciência, uma conexão de
disciplinas científicas; mas, ao mesmo tempo e acima de tudo, a “fenomenologia” designa um
método e uma atitude intelectual: a atitude especificamente filosófica, um método
especificamente filosófico (HUSSERL, 1990). A fenomenologia foi desenvolvida com o
objetivo de permitir que a filosofia fosse transformada em uma “ciência do rigor”, que analisa
o conteúdo da consciência, que se manifesta intencionalmente à mesma, seria a uma nova
forma de filosofar.
Para Rezende (1990), a fenomenologia não é um discurso da evidência, mas das verdades em
todas as suas manifestações. Sanders (1982) complementa argüindo que a fenomenologia
procura tornar explícita a estrutura e o significado implícito da experiência humana.
Masini (1989), por sua vez, apresenta a fenomenologia como tendo, enquanto objeto de
estudo, o próprio fenômeno, ou seja, as coisas mesmas e não o que se diz delas. O enfoque
fenomenológico furta-se à validação do já conceituado sem prévia reflexão e volta-se para o
não pensado, através de uma reflexão exaustiva sobre o objeto de seu estudo, denunciando os
pressupostos subjacentes.
O ponto de partida de toda investigação fenomenológica são as experiências do ser humano
consciente, que vive e age em um mundo que ele percebe e interpreta e que faz sentido para
ele. Para lidar com esse mundo, ele utiliza um modo de intencionalidade espontâneo, em
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
7
termos intelectuais, mas ainda assim ativo: não há fase ou aspecto da consciência humana que
surja de si e por si próprio (SCHÜTZ, 1979). A consciência é sempre consciência de algo.
Assim, na fenomenologia a intencionalidade da consciência do pesquisador é tida como fato
primário e irredutível e apresentada como uma direção do fluxo da consciência, refletida em
uma vivência intencional que se concretiza pelos atos voltados ao seu objeto de investigação.
Segundo Capalbo (1996, p.19):
A consciência se define essencialmente em termos de intenção voltada para
um objeto. Perceber não é receber sensações na psique. Não nos é possível
separar o fenômeno e a coisa em si. O fenômeno é conhecido diretamente,
sem intermediários, ele é objeto de uma intuição originalmente doadora.
Logo, a fenomenologia descreve e analisa o significado e a relevância da experiência humana,
sendo uma tentativa elucubrativa para resgatar o contato original com o objeto, que se perdeu
em especulações metafísicas abstratas ou reduções matemáticas. Sempre há uma volta às
origens (BOAVA, 2006).
Por fim, visando uma maior compreensão dessa vertente filosófica, apresenta-se uma síntese
dos principais fundamentos da fenomenologia proposta por Edmund Husserl, de acordo com
Banda (2004).
Trata-se de um método derivado de uma postura, que se presume livre de
pressupostos, que tem como objetivo proporcionar o conhecimento filosófico e as bases
sólidas de uma ciência do rigor.
Analisa os fenômenos inerentes à consciência e não especula sobre visões pré-
concebidas, isto é, fundamenta-se na essência dos fenômenos e na subjetividade
transcendental, considerando que as essências somente existem na consciência
É um método descritivo, conduzindo a resultados específicos que não permitem
generalizações.
A fenomenologia, conhecimento fundamentado nas essências, é um saber absolutamente
necessário que se contrapõe ao conhecimento baseado na observação dirigida dos dados. Para
lograr êxito em sua pretensão de transformar a filosofia em uma “ciência do rigor”, Husserl
criou o método fenomenológico, que serviria para o desenvolvimento da ciência das
essências.
O método fenomenológico não pretende ser empírico ou dedutivo, mas descritivo. Sua
finalidade é a descrição do fenômeno, tal como ele se apresenta, sem reduzi-lo a algo que não
aparece.
Epistemologicamente, opõe-se à visão de sujeito e objeto isolados, passando a considerá-los
como correlacionados, já que a consciência é sempre intencional. Há, portanto, uma relação
sujeito-sujeito.
O método centra-se no homem, especificamente na análise do significado e relevância da
experiência humana. O ponto inicial da investigação fenomenológica é a compreensão do
viver. Giorgi (1985), no prefácio de sua obra “Phenomenology and Psychological Research”
de 1985, demonstra que o método é utilizado para pesquisas de fenômenos humanos, tais
como vividos e experienciados. Afinal, o homem é um “doador de sentidos” ao mundo, que é
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
8
capaz de intuir, que tem intencionalidades, que orienta significações. Dando significações aos
objetos, o homem une-se a eles.
3.2 – Procedimentos Metodológicos
3.2.1 – Delineamento
Esse trabalho é estruturado a partir de uma abordagem qualitativa de delineamento na linha da
fenomenologia, uma vez que o interesse de pesquisa encontra-se no processo e na forma como
o fenômeno se manifesta.
Ludke e André (1986) enumeram as características básicas da pesquisa qualitativa, a saber:
1 - A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o
pesquisador como seu principal instrumento;
2 - Os dados coletados são predominantemente descritivos;
3 - A preocupação com o processo é muito maior que com o produto;
4 - O significado que as pessoas conferem às coisas e a sua vida são focos de atenção especial
do pesquisador;
5 - A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo. Os pesquisadores não se
preocupam em buscar evidências que comprovem hipóteses definidas antes do início dos
estudos.
Por fim, tem-se que o tratamento qualitativo dos dados consiste em um conjunto de diferentes
técnicas interpretativas que visam descrever e decodificar os componentes de um sistema
complexo de significados.
3.2. 2 – Sujeitos da Pesquisa
De acordo com Minayo (1998, p.43) a pesquisa qualitativa não pode se basear no critério
numérico, para poder garantir representatividade. A amostragem ideal é aquela que possibilita
abranger as múltiplas dimensões do problema.
Na pesquisa fenomenológica, a escolha dos sujeitos deve tender ao equilíbrio entre singular e
universal, pois o objetivo é a descoberta de conhecimentos e não a verificação de hipóteses.
Assim, a “amostragem” é não probabilística. Determinou-se 04 gestores relacionados ao ramo
da Construção Civil na cidade de João Monlevade - MG. A escolha desse ramo se deve ao
tempo necessário para elaboração de suas atividades e produtos, o que confere ao gestor uma
oportunidade de visualizar claramente a implantação das estratégias empresariais formuladas.
3.2. 3– Coleta de Dados
A coleta de dados consistiu na elaboração de uma proposição aos relatores da pesquisa, nos
seguintes termos:
Pesquisa
Para você, o que é estratégia e qual sua relevância para a dinâmica funcional da empresa?
Como gestor, você se considera um estrategista? Justifique
Descreva como ocorre em sua empresa o processo de formulação de estratégias.
Descreva como ocorre a implantação em sua empresa das estratégias formuladas.
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
9
Nome Idade
Essa proposição foi ampla e pretende apreender os aspectos que o relator considerou “mais
significativos” em sua experiência, compreendido que se trata de uma análise própria de cada
sujeito.Os dados relativos ao nome e idade objetivam aclarar a percepção do pesquisador no
momento da realização das sínteses. Foi esclarecido aos depoentes que os relatos seriam
utilizados em uma pesquisa. Assegurou-se ao sujeito colaborador o anonimato e confidencialidade
em relação à divulgação de sua colaboração. Essas medidas validam as informações coletadas.
4.2.4 – Análise dos Dados
Para interpretação dos dados coletados empregou-se o método fenomenológico de Giorgi
(1985), descrito por França (1989, p. 38-42):
1. Sentido do todo - leitura do texto e a habilidade de entender a linguagem do sujeito.
2. Discriminação das unidades de sentido - Considerando que é impossível analisar um texto
inteiro ao mesmo tempo, é necessário separá-lo em unidades manejáveis.
3. Transformação das expressões de linguagem do sujeito para linguagem com ênfase no
fenômeno que está sendo investigado - A intenção do método aqui é de chegar a uma
categoria geral partindo das expressões concretas.
4. Resultado das unidades de sentido transformadas em colocações - O último passo de uma
análise é sintetizar, integrar as descobertas das unidades significativas em uma descrição
consistente da estrutura psicológica do acontecimento.
A figura a seguir traz a representação do percurso metodológico empregado.
Figura 2 – Percurso Metodológico
Fonte: adaptado de Giorgi (1985)
Ao abordar um objeto, o observador procura apreendê-lo, fazendo com que esse chegue a sua
consciência. Denomina-se fenômeno aquilo que de fato é apresentado à consciência humana.
Afinal, “toda consciência é consciência de algo”. Sendo assim, o subjetivismo poderia se
tornar um empecilho no que diz respeito a confiabilidade dos estudos baseados no método
fenomenológico.
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
10
No entanto, para resolver essa questão, o método recomenda o emprego da redução
fenomenológica, que é a busca do fenômeno livre de traços pessoais e culturais, que levará a
obtenção da essência.
Bochenski (1957) apud Vera (1978, p. 65-66) afirma que a redução deve ser efetuada da
seguinte forma pelo pesquisador:
1. Eliminação no grau possível do subjetivo: assumir atitude objetiva frente ao dado.
2. Exclusão do teórico: eliminação momentânea de toda a hipótese, teoria, ou outro
conhecimento prévio.
3. Suspensão da tradição: exclusão das tradições das ciências e das autoridades humanas.
4. Ver todo o dado, e não somente alguns aspectos do objeto.
5. Descrever o objeto, analisando suas partes.
Portanto, a interpretação dos resultados acontece na prática da redução durante a
leitura dos relatos e na elaboração das análises e síntese.
4. Apresentação e Análise dos Resultados
4.1 Unidades de Sentido
A partir da leitura dos depoimentos transcritos, foram identificadas quatro unidades de
significado, apresentadas a seguir:
1. Instrumentalização
2. Planejamento
3. Processo de Aprendizagem
4. Feedback
As Unidades de Sentido somente existem em função de quem as analisa, em dependência da
perspectiva que o pesquisador adote. Segundo Ricoeur (1979, p.15), a interpretação é
entendida como sendo um trabalho do pensamento que consiste em decifrar o sentido oculto
no sentido aparente, em desdobrar os níveis de significação implicados na significação literal.
Já o símbolo é toda estrutura de significação em que um sentido direto, primário e literal,
designa, por acréscimo, outro sentido indireto, secundário e figurado, que só pode ser
apreendido pelo primeiro. Dando continuidade, foram destacados fragmentos dos
depoimentos relacionados com as unidades de sentido com significado para os investigadores.
Instrumentalização
Relato 1 – “As estratégias são as ferramentas (idéias, planos de ação, processos e pessoas) estudadas e
definidas como forma para se alcançar os resultados.”
Relato 2 – “A estratégia é um instrumento para alcance de objetivos, visando aumento de desempenho.”
Relato 3 – “A estratégia consiste em saber entender a empresa, sua necessidade interna e cenário externo
para, então, produzir as metas empresariais”
Relato 4 – Plano de metas completo, com mecanismos de implementação coesos...
Planejamento
Relato 1 – ”A estratégia é executada de acordo como foi definida nos planos de ação elaborados pelos
funcionários.”
Relato 2 – “Nossas ações são planejadas e muito estudadas para nossa empresa poupar tempo e recursos...”
Relato 3 – “ Todo nosso trabalho é cuidadosamente estruturado para não perdermos competitividade”. “Sou
estrategista, planejo tudo”.
Relato 4 – “O foco dessa empresa é atender bem o cliente, assim todas nossas tarefas e posturas internas e
no mercado são ligadas a essa finalidade.”
“Aqui os funcionários opinam nas reuniões, a estratégia é participativa...”
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
11
Processo de Aprendizagem
Relato 1 – “Normalmente o processo de elaboração das estratégias na empresa se inicia durante reuniões de
indicadores, reuniões gerenciais e de produção”
“Me considero parte do processo de desenvolvimento e resultados da estratégia, pois participo da
elaboração, aplicação, controle e resultados do processo.”
“Durante o andamento do plano pode ocorrer alguma alteração desde que seja evidenciada novamente para
controle...”
Relato 2 – “Nessa empresa, planeja-se implantar as estratégias igualmente como foram planejadas, mas isso
é difícil, né?”
“Sempre tem um imprevisto, ou o mercado muda e se não mexermos na estratégia ficamos de fora...”
Relato 3 – “Alguns funcionários acabam por tentar fazer o planejado de outra maneira, às vezes
consideramos, outras vezes não... o importante é não perder o foco, ainda que esse seja desenvolvido de uma
forma não tão certinha, igual no papel...”
Feedback
Relato 1 – “Os gerentes e direção se juntam aos demais funcionários para acompanhamento dos processos.
Depois é conferido e controlado o prazo de conclusão e feita uma análise da eficácia do plano.”
Relato 2 – “Temos que verificar se o nosso planejamento está sendo mesmo executado, senão ficamos
perdidos.”
“Fazemos isso de tempos em tempos...”
Relato 3 – “Aqui nessa empresa tudo é controlado....”
Relato 4 – “Você precisa ir a fundo para ver os resultados da sua empresa. Vê o que está acontecendo se os
dados não batem... o que está diferente, errado...”
4.2 Síntese das Unidades Modificadas
A análise efetuada revelou que os gestores relacionam o processo estratégico a questão da
instrumentalização, planejamento, processo de aprendizagem e feedback. Tais temas
evidenciam que os gestores vislumbram o processo estratégico como algo necessário ao
desenvolvimento de suas atividades. A partir da realidade social desses gestores, pode-se
interpretar essas unidades de sentido da seguinte forma:
Instrumentalização: os gestores vislumbram a estratégia como uma ferramenta ou
instrumento de maximização de resultados. De uma forma geral, não apresentam a noção de
estratégia como algo que determina um norte, atribui uma orientação a empresa. Nesse
quesito, observa-se que a compreensão de estratégia perpassa pela noção de execução de
metas. Tal fato se deve a essa definição ser extraída diretamente da prática do gestor, na qual
o mesmo tenta aproximar ao máximo suas ações das demandas internas e externas da
empresa. Nesse sentido, a estratégia é planejada para necessidades imediatas, não havendo,
aparentemente a perspectiva do emprego da estratégia para direcionar a empresa em longo
prazo.
Visão – Estratégia Deliberada: os gestores relatores da pesquisa mostram-se preocupados em
planejar, em trabalhar organizadamente. Ainda que não empreguem esse termo, muitos
narram como ocorre a formulação da estratégia deliberada, em momentos de reuniões,
encontros, frisando que, na maior parte das vezes, há presença de funcionários que auxiliam e
opinam nesse processo de formação da estratégia deliberada. Contudo, ressalta-se que a
presença dos funcionários não lhes atribui poder no processo de tomada de decisão. Nenhum
gestor fala em estratégia vinda da vontade da maioria, ou seja, no limite dessas empresas
investigadas ocorre a consulta da percepção dos funcionários, mas o poder de decisão é
concentrado em níveis hierárquicos mais elevados. No mais, destaca-se que a preocupação
com esse planejamento é bastante imediata e instrumental, estando interligada com a
significação de estratégia como um instrumento e não uma orientação.
Processo de Aprendizagem – Estratégia Emergente: Essa unidade de sentido é bastante
complexa, uma vez que embora haja algum planejamento, os gestores admitem que na
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
12
implantação ocorrem fatos que não foram previstos e não podem ser facilmente controlados.
Falam abertamente da tentativa de funcionários executarem suas tarefas de outras formas, do
surgimento de mudanças no mercado e da própria dificuldade inerente a se aplicar algo
teórico em uma dada prática. Esse processo é denominado de aprendizagem, pois todas as
dimensões da empresa mostram qual caminho se deve seguir, validando ou invalidando o
planejamento. Dessa forma, ainda que de forma implícita os gestores evidenciam a existência
de fatores que emergem durante a implantação da estratégia deliberada e que podem ser ou
não considerados estratégias emergentes na medida que impactam o planejamento, ajustando-
o ou alterando-o. Faz-se pertinente destacar que os mesmos recorrem a retroalimentação para
se manterem ativos e cientes de quando ocorre o surgimento da estratégia emergente e se essa
deverá se tornar deliberada. Devido a isso, o feedback constitui a próxima unidade de sentido
analisada.
Feedback: Em todos os discursos mostrou-se recorrente a questão do feedback. Os gestores
acreditam que via esse recurso podem ser manter no controle do planejamento e verificar se
os fatores imprevistos são estratégias emergentes e se deve alterar o seu planejamento para
que essa emergência se configure em deliberação. De fato, observa-se, então, que o grande
mecanismo de gestão do planejamento defendido por esses sujeitos de pesquisa é o controle.
Veja esquema representativo das unidades de sentido:
Figura 3 – Esquema do Processo Estratégico significado por Gestores de Empresas da Construção Civil atuantes
em João Monlevade – MG
5. Conclusão
Retomando o referencial teórico fenomenológico, tem-se que o homem confere sentido ao
mundo, pois apresenta uma consciência intencional. Nesse contexto, para o homem atribuir
significado a algo, se faz necessário que o mesmo se volte para o objeto ou situação a ser
significada, ou seja, utilizar-se-á sua intuição.
Diante disso, pode-se responder a problemática de pesquisa apresentada na parte introdutória
desse artigo, afirmando que os gestores de empresas do ramo da construção civil atuantes em
João Monlevade – MG significam a estratégia como um instrumento, visualizando o processo
estratégico como dotado de planejamento e aprendizagem e que o mecanismo utilizado para
filtrar os fatores emergentes da aprendizagem é o feedback. Esse resultado implica em um
Formulação
Processo de Planejamento
Estratégia Deliberada
Controle do Processo Estratégico se dá
via feedback. Através desse, decide-se se
a estratégia emergente se configurará em
deliberada
Implantação
Processo de Aprendizagem
Estratégia Emergente
Estratégia é um instrumento
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
13
aspecto a se considerar, uma vez que a estratégia é mais que um instrumento, sendo uma
orientação, uma perspectiva. Essa significação de instrumento a reduz ao imediatismo.
No tocante ao processo estratégico, que não poderia ter sido analisado sem a compreensão do
significado apresentado pelos gestores de estratégia, nota-se que os sujeitos percebem a
dificuldade existente em se aplicar integralmente na prática algo planejado em cenários
previstos. Evidenciam que em suas empresas são os responsáveis pelo processo de decisão,
ainda que permitam aos funcionários opinarem. No mais, é pertinente observar que o gestor
crê recuperar o seu poder de determinação sobre a empresa via o feedback.
Finalmente, cumpre esclarecer que esse estudo não visa generalizar seus resultados, mas sim
evidenciar aspectos que emergiram de um estudo aprofundado de uma dada realidade a partir
de uma atitude interpretativa. Assim, esse assunto não se esgota em si mesmo, podendo servir
de debate para estudos vindouros.
6. Referências
ANDREWS, K.R. The Concept of Corporate Strategy. Homewood, IL: Dow Jones-Irwin, 1971.
ANSOFF, I., Estratégia Empresarial, McGraw-hill, S. Paulo, 1965.
BANDA, M. Z. Compreensão típico-ideal da prática profissional do enfermeiro em hospitais públicos.
Ribeirão Preto, 2004. Tese (Doutorado) USP.
BARNEY, J. B. Gaining and sustaining competitive advantage.New Jersey: Prentice Hall, 2002.
BOAVA, D.LT. Estudo sobre a dimensão ontológica do empreendedorismo. Londrina, 2006. Dissertação
(Mestrado), UEL.
BOCHENSKY, I. M. Los métodos actuales del pensamiento. Madrid: Rialp, 1957. Apud VERA, A.A.
Metodologia da pesquisa científica. Porto Alegre: Globo, 1978.
CAPALBO, C. Fenomenologia e ciências humanas. Londrina: Eduel, 1996.
CHANDLER, A. A. Strategy and Structure: Chapters in the History of American Industrial Enterprise.
Cambridge,MA: The MIT Press, 1962
DRUCKER, P. The Process of Management. Irwin,1954.
FRANÇA, C. Psicologia fenomenológica-Uma das maneiras de se fazer. Campinas: Unicamp, 1989.
GIORGI, A. Phenomenology and psychological research. Pittsburgh: Duquesne University Press,1985.
HENDERSON, B. D. As origens da estratégia. In: MONTGOMERY, C. A.; PORTER, M. E. Estratégia: a
busca da vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
HUSSERL, E. A idéia da fenomenologia. Portugal: Edições 70, 1990.
KATZ, R. L.,Cases and Concepts in Corporate Strategy, Prentice-Hall Inc., New Jersey, 1970.,
LUDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: E.P.U., 1986.
MARIOTTO, F. L., Mobilizando Estratégias Emergentes, Revista de Administração de
Empresas, Abril/Maio/Junho, 78-93, 2003.
MARTÍNEZ, M.M. Ciencia y arte en la metodología cualitativa. México: Trillas, 2004.
MASINI, E. F. S. O enfoque fenomenológico de pesquisa em educação. In: FAZENDA, I. Metodologia da
pesquisa educacional. São Paulo: Cortez, 1989.
MILES, R. E.; SNOW, C. C. Organizational strategy, structure and process. New York : McGraw-Hill, 1978.
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: HUCITEC-
ABRASCO, 1998.
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
14
MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safári de estratégia: um roteiro pela selva do
planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000.
PENROSE, E. T. Teoria del Crecimiento de la Empresa. Madri: Aguilar, 1962.
PORTER, M. E. Estratégia Competitiva: técnicas para análise da indústria e da concorrência. Rio de Janeiro:
Campus, 1986.
PRAHALAD, C. K.; HAMEL, G. The Core Competence of the Corporation. Harvard Business Review, May/
Jun., p. 79-91, 1990.
QUINN, J. B., Strategies for Change: Logical Incrementalism, R.D. Irwin Inc, 1980.
REZENDE, A. M. Concepção fenomenológica em educação. São Paulo: Cortez,1990.
RICOEUR, P. O conflito das interpretações. Rio de Janeiro: Imago, 1979.
RODRIGUES FILHO, J. Um estudo da produção acadêmica em administração estratégica no Brasil na
terminologia de Habermas. Revista de Administração Eletrônica. vol.3 no.2 São Paulo July/Dec. 2004.
RUMELT, R.; SCHENDEL, D.; TEECE, D. Fundamental issues in strategy. In: ______. (Ed.) Fundamental
Issues in strategy: a research agenda. Boston: Harvard Business School Press, 1994, p. 9-47.
SANDERS, P. Phenomenology: a new way of viewing organizational research. Academy of management
review, vol. 7, n 3, p. 353-360, 1982.
SCHÜTZ, A. Fenomenologia e relações sociais. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979.
SELZNICK, P. Leadership in administration. Evanston, IL: Row, Peterson and Company, 1957.