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ANÁLISE DOS DIAGNÓSTICOS E TRATAMENTOS
EM HOSPITAIS DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO
NO RIO DE JANEIRO E DISTRITO FEDERAL
À LUZ DA SAÚDE MENTAL BASEADA EM EVIDÊNCIAS
Orientadora: Profa. Dra. Tamara Melnik
Tânia Maria Nava Marchewka
• Procuradora de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
• Direito
Graduação (UFRJ, 1981);
Mestrado em Direito Penal (UGF/RJ, 1991);
Doutorado (Direito e Sociedade: “Garantia à cidadania do doente mental”,
UGF/RJ, 2002)
•Saúde
Gestão de Serviços em Saúde Mental (UnB, 2002);
Direito Sanitário (UnB, 2003);
Saúde Mental e Qualidade de Vida no Hospital Geral (Unifesp, 2005);
Doutorado (Saúde Baseada em Evidências, Unifesp, 2016).
• Ensino
Escola Superior do Ministério Público, Fiocruz/Brasília, Escola Cenecista, Associação
Brasileira dos Professores de Ciências Penais, UPIS, UniCEUB, AEUDF.
A Organização Mundial de Saúde define a Saúde Mental:
“Um estado de bem-estar físico, mental e social
completo, e não meramente a ausência de doença”
Transtorno mental seria uma situação em que:
pensamentos, emoções, comportamentos e
percepções anormais causam sofrimento à pessoa
ou a outras ou prejuízo de funções do dia a dia
1990-2010:
transtornos mentais podem ser responsávies por cerca de
¼ de todos os anos perdidos por incapacidade no mundo
2010: dentre todos os probelmas de saúde mental, representam
7,4% da carga global total de problemas de saúde
Vos T, Flaxman AD, Naghavi M, et al. Years lived with disability (YLDs) for 1160 sequelae of 289 diseases and injuries 1990-2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study
2010. Lancet. 2012;380(9859):2163-96.
Huang Y, Wei X, Wu T, Chen R, Guo A. Collaborative care for patients with depression and diabetes mellitus: a systematic review and meta-analysis. BMC Psychiatry. 2013;13:260.
World Health Organization. Mental health. Disponível em: http://www.who.int/topics/mental_health/en/. Acessado em 2015 (11 nov).
Esquizofrenia
Transtornos depressivos
Transtorno bipolar
Demência
Prevalências
crescentes
no mundo e
no Brasil
350 Milhões
60 milhões
21 milhões
47,5 milhões
Organização Mundial da Saúde. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10). Disponível em: http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/cid10.htm. Acessado em 2016 (14 mar).
5.037 adultos entrevistados
(psiquiatrica estruturada)
29,6% com transtornos mentais
em São Paulo
(Em outros países, a prevalência
é de pouco menos de 25%)
Transtornos ansiosos
Transtornos depressivos
Abuso de
substâncias
Transtorno bipolar
Transtorno de
controle de impulso
3,6%
19,9%
11%
29,6% com transtornos mentais
4,3%
IBGE
• publicado em 2014
• 6.000.000 pessoas com transtorno mental
e sem atendimento no Brasil
• Por que estas pessoas estão sem
atendimento?
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde: 2013 percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Rio de Janeiro: IBGE; 2014.
Barbosa AF. Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e comunicação nos domicílios brasileiros: TIC domicílios 2014. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil; 2015. Disponível
em: http://cgi.br/media/docs/publicacoes/2/TIC_Domicilios_2014_livro_eletronico.pdf
Saúde mental no Brasil
Atenção primária:
Não está previsto na rede de atenção primária.
Nos escassos equipamentos públicos de atendimento faltam:
Profissional especialista em saúde mental
Falta de integração dos atendimentos em saúde mental
Falta de compartilhamento de responsabilidades
Falta de capacitação do profissional/treinamento
Rebello TJ, Marques A, Gureje O, Pike KM. Innovative strategies for closing the mental health treatment gap globally. Curr Opin Psychiatry. 2014;27(4):308-14.
Saúde mental no Brasil
O que diz a lei:
Artigo 196 Constituição
Lei 12.401 (2011) (altera 8.080, 1990- SUS)
As tecnologias de diagnóstico e tratamento de doenças no
Brasil devem ser baseadas nas melhores evidências
científicas disponíveis.
• incorporação de tecnologias em saúde na assistência
pública (SUS), incluindo:
medicamentos,
psicoterapia,
órteses, próteses,
procedimentos diagnósticos e terapêuticos, quando a
Saúde mental no Brasil
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias em Saúde encontra
evidências científicas sobre eficácia, acurácia, efetividade e segurança
do medicamento, produto ou procedimento objeto do processo, acatadas
pelo órgão competente para registro ou a autorização de uso.
Lei 10.216/2001 (Reforma Psiquiátrica)
Lei brasileira que garante especificadamente o direito ao acesso
a tratamento por parte das pessoas portadoras de transtorno
mental, em qualquer situação de vida.
Só que no Brasil, existe a falta de incorporação de novas
tecnologias de informação e comunicação, em várias áreas da
saúde, o que não dizer nos modelos de assistência em saúde
mental
Rebello TJ, Marques A, Gureje O, Pike KM. Innovative strategies for closing the mental health treatment gap globally. Curr Opin Psychiatry. 2014;27(4):308-14.
Saúde Mental no Brasil: Lei 10.216/2001 e Lei 12.401/2011
Jair J. Mari. Cochrane Lbrary
Trabalho realizado com pacientes e familiares do Programa de
Esquizofrenia do Ambulatório do Departamento de Psiquiatria da
Unifesp - EPM. Os dados apresentados nesse artigo são a análise
inicial de um estudo mais amplo sobre aspectos qualitativos da
convivência familiar em famílias com um membro com diagnóstico
de esquizofrenia.
Family intervention for schizophrenia
APA Presidential Task Force on Evidence-Based Practice. Evidence-based practice in psychology. Am Psychol. 2006;61(4):271-85.
Melhor evidência
possível
Características individuais do paciente e suas preferências
Habilidade técnica e experiência do
profissional
Decisão clínica
Como decidir qual é a melhor intervenção para a população sem atendimento?
Saúde baseada em evidências
Cook DJ, Guyatt GH, Laupacis A, Sackett DL, Goldberg RJ. Clinical recommendations using levels of evidence for antithrombotic agents. Chest 1995;108(4):227S-230S.
Qual a melhor
evidência?
Esta é a clássica
pirâmide das
evidências científicas.
Ela mostra que a maior
parte, a grande
quantidade de
pesquisas que são
realizadas no mundo,
têm qualidade inferior.
São as opiniões de
especialistas, as
pesquisas laboratoriais.
Como decidir qual é a melhor intervenção para a população sem atendimento?
Saúde baseada em evidências
• O que é uma revisão sistemática?
Saúde baseada em evidências
Atualmente, na Cochrane Library, existem mais de
200 revisões sistemáticas sobre a efetividade da
psicoterapia abordando a psicoterapia isolada ou
associada a fármacos.
As evidências favorecem a psicoterapia cognitivo
comportamental (TCC) em alguns transtornos, como os
ansiosos
As evidências apontam a efetividade da intervenção
familiar na esquizofrenia
Não há diferença entre antipsicóticos típicos e atípicos
• O que é uma revisão sistemática?
Saúde baseada em evidências
As evidências apontam a
efetividade da intervenção
familiar na esquizofrenia
Não há diferença entre
antipsicóticos típicos e atípicos
na esquizofrenia refratária a
tratamento
INTRODUÇÃO
Imputável: indivíduo com plena capacidade
de entender e querer; tem condições de
discernimento e sanidade mental. Responde
legalmente por seus atos (pena)
Prado LR. Medidas de segurança. In: Prado LR. Curso de Direito Penal. Parte Geral. 7ª edição. Revista dos Tribunais: São Paulo, 2006. p. 419-57.
Inimputável: perda da capacidade de
entendimento. Isento de pena, inteiramente
incapaz de compreender o ato. Irresponsável
penalmente. Sofre medida de segurança
Censo Débora Diniz
• realizado em 2011 e publicado em 2013
• 26 Estabelecimentos de Custódia e Tratamento
Psiquiátrico (ECTPs): HCTPs
•3.989 pessoas
• 41% dos exames de cessação de periculosidade
estavam em atraso
• tempo médio de espera para exames de
Cessação de periculosidade de 32 meses
Tempo médio de permanência à espera de
Laudo psiquiátrico 10 meses
Analisar os diagnósticos da psiquiatria forense e as medidas
terapêuticas propostas aos indivíduos internos frente às melhores
evidências científicas em saúde mental;
Verificar a existência ou não de correspondência científica entre os
diagnósticos da psiquiatria forense presentes nos laudos e os
correspondentes tratamentos ministrados a esses internos, ou seja,
verificar se os tratamentos foram adequados aos diagnósticos;
Investigar quais os parâmetros e instrumentos validados utilizados
pelos peritos forenses para a elaboração dos diagnósticos e dos laudos
psiquiátricos.
Este estudo é norteado pela seguinte pergunta:
“Os diagnósticos e os tratamentos nos HCTPs são adequados aos
princípios da Saúde Mental Baseada em Evidências”?
Hipótese: Nos laudos da psiquiatria forense para internação e
desinternação em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em
Ala de Tratamento Psiquiátrico na justiça criminal, não ocorre
correspondência com os estudos científicos da Saúde Mental
Baseada em Evidências.
• Estudo transversal
• Dois Hospitais de Custódia e
Tratamento Psiquiátrico - RJ
- Hospital Henrique Roxo
- Hospital Heitor Carrilho
Uma ala de tratamento psiquiátrico - DF
- Penitenciária Feminina
Aspectos éticos
Aprovada pelo Comitê de Ética da UNIFESP
Participantes
Portadores de transtorno mental em conflito com a lei
Coleta de dados
Foram analisados prontuários de acordo com uma ficha de
extração de dados padronizada
Visita pessoal: todos os dados foram coletados
pessoalmente, com exame dos laudos e de toda a
documentação arquivada disponível de cada interno e,
quando possível, cópia do material.
Coleta de dados
- dados demográficos;
- exames de insanidade mental e diagnósticos;
- utilização ou não nos exames de insanidade mental, de
entrevista estruturada por instrumento como o SCID
- relatórios da equipe do setor psicossocial e da equipe
de assistência;
- utilização, nos exames de cessação de
periculosidade, da Escala HCR-20;
- medidas terapêuticas adotadas.
Busca na literatura
- Cochrane Library: 284
Revisões sistemáticas sobre
esquizofrenia
-NICE: Instituto Nacional
Saúde e Excelência cuida-
dos em saúde mental
Foram analisados prontuários de 109
pacientes
Rio de Janeiro
Hospital Henrique Roxo
Hospital Heitor Carrilho 70
Distrito Federal 39
DF (n = 39) RJ (n = 70)
• Homens 36 (92,3%) 62 (88,6%)
• Solteiros 27 (69,2%) 47 (67,1%)
• Analfabetos 1 (2,6%) 8 (11,4%)
• Fundamental 24 (61,6%) 40 (57,1%)
Foto
: Fáb
io S
eixo
– O
Glo
bo
DF (n = 39) RJ (n = 70)
• Exame de insanidade mental presente 29 22
• Exame de cessação de periculosidade 19 56
• presente
DF (n = 39) RJ (n = 70)
• 1 Exame insanidade mental 29 22
• 2 Exame cessação de periculosidade 19 56
• Em 3 casos, não havia nenhum dos dois exames presentes
• Em somente 20 casos, havia os dois exames presentes
DF (n = 39) RJ (n = 70)
• Presença de diagnóstico no
exame de insanidade mental 25 (64,1%) 28 (40,0%)
DF (n= 39) RJ (n=70) Presença de diagnóstico no
exame de cessação da
periculosidade 8 (20,5%) 35 (50,0%)
Grupo de diagnóstico UF
DF RJ
Quant. % Quant. %
Transtorno mental 16 41,0% 29 41,4%
Transtorno mental e dependência química 9 23,1% 5 7,1%
Retardo mental 1 2,6% 4 5,7%
Dependência do álcool - - 3 4,3%
Dependência química 1 2,6% 2 2,9%
Transtorno mental e retardo mental - - 1 1,4%
Transtorno mental e transtorno neurológico 1 2,6% 1 1,4%
Outros 2 5,1% 6 8,6%
Sem informação 9 23,1% 19 27,1%
Total 39 100,0% 70 100,0%
Tabela 1: Distribuição de internos conforme grupo de diagnóstico e Unidade da Federação (UF)
Apenas em 15 casos ( dentre os 109), o diagnóstico era completo
(CID + transtorno).
Apenas 19 internos no DF e outros 19 no RJ tinham registro do
CID-10 no exame de insanidade mental
Somente 27 internos no DF e 39 no RJ tinham registro do
diagnóstico no exame de insanidade mental sem a inclusão
do CID-10
Resultados das avaliações diagnósticas
Em 27 casos no DF e em 39 do RJ, não havia informação sobre o
diagnóstico no exame de cessação de periculosidade
Instrumentos utilizados para diagnóstico
Os laudos dos internos continham informações incompletas sobre o
instrumento que foi utilizado para a realização de diagnóstico;
Diagnóstico basearam-se em anamnese;
Em nenhum laudo foi mencionado o uso de instrumentos de
avaliação diagnóstica específicos por avaliador treinado, como o SCID
(ou qualquer outro).
(O instrumento semiestruturado SCID serve para a entrevista que resulta no diagnóstico de
acordo com o DSM-V).
Instrumentos utilizados para diagnóstico no Exame de Insanidade
Grupos de Diagnóstico: Transtorno Mental e Transtorno mental e
Dependência química
Em 48% dos internos no DF (12 casos dentre 25) e em 100% dos
internos no Rio de Janeiro (34 casos), nenhum familiar foi entrevistado
para o fechamento do diagnóstico;
“Exame clínico” foi mencionado nos documentos de 10 internos do DF
e em nenhum do RJ;
Exame psicométrico foi realizado somente em 3 pacientes do DF;
Nenhum interno envolvido com uso de substâncias foi submetido a
exame toxicológico. O diagnóstico foi baseado no seu histórico de vida,
no número de internações e no acompanhamento com equipe em saúde
mental do sistema penitenciário. Contudo, não houve indicação de
tratamento especializado para dependente químico.
• Internação/medicamentos
• Internação em local onde não possa evadir-se/medicamentos/
acompanhamento do serviço social
• Internação – outras recomendações
Medida de Segurança
Grupos de Diagnóstico: Transtorno Mental e Transtorno mental e
Dependência química no DF
• Tratamento ambulatorial com supervisão;
• Tratamento psiquiátrico em regime de internação hospitalar;
• Internação;
• Não apresenta mais periculosidade;
• Desinternação desde que haja tratamento ambulatorial;
• Desinternação desde que haja participação em programa de residência terapêutica;
• Interno com condições de tratamento ambulatorial;
• Interno com condições para desinstitucionalização se existir suporte familiar;
• Desinternação desde que haja participação em programa de residência terapêutica
para suporte psicossocial e psiquiátrico;
Medida de Segurança
Grupos de Diagnóstico: Transtorno Mental e Transtorno mental e Dependência
química no RJ
•Não tem condições de autonomia e independência; sugestão de transferência para
hospital de crônicos, pois não oferece periculosidade;
•Programa de saídas terapêuticas até ter condições clínicas e psicossociais para
desinternação;
•Saídas terapêuticas;
•Transferência para instituição não-prisional e tratamento ambulatorial;
•Tratamento ambulatorial;
•Desinstitucionalização com apoio familiar e tratamento psiquiátrico em clínica;
•Tratamento ambulatorial e psiquiátrico com supervisão de familiar;
•Tratamento ambulatorial psiquiátrico com supervisão;
•Tratamento hospitalar, psicoterapia, psicofármacos, terapia ocupacional.
Medida de Segurança – continuação
Grupos de Diagnóstico: Transtorno Mental e Transtorno mental e Dependência
química no RJ
Tratamentos - Somente internos no grupo de diagnóstico
Transtorno Mental
• Grande variação nos medicamentos prescritos;
• Combinações de medicamento e dosagem;
• Dos 16 internos no DF, 4 não faziam uso de nenhum medicamento, 8
possuíam prescrição diferenciada e 4 não apresentaram tratamento
medicamentoso;
• Dos 29 em regime de internação no RJ, não havia informação sobre
medicamentos para 11 (quase 38%), 17 internos usavam cada um uma
prescrição diferente e 1 não usava medicamento.
Nenhum interno descrito como tendo sido envolvido com
substâncias foi submetido a exame toxicológico ou recebeu tratamento
específico para dependência química
Medida de Segurança foi inserida no Código Penal desde 1940;
Projeto de Reforma do Código Penal em tramitação no Senado;
texto insere periculosidade no Código Penal;
a medida de segurança terá o prazo máximo da pena abstrata
Instrumentos diagnósticos
Exame toxicologico
Terapia medicamentosa
Terapia cognitivo comportamental
Terapia de família
Responsabilidade do estado e da sociedade
Não foi possível estabelecer relação causal;
Não foi possivel realizar uma análise individualizada da correspondência
entre o tratamento prescrito e o transtorno mental diagnosticado pela
falta de dados sobre os diagnósticos em muitos laudos médico-legais;
Na análise em conjunto, percebeu-se que o tratamento oferecido a esses
pacientes não está de acordo com as evidências em saúde mental
simplesmente por não ter sido fechado diagnóstico corretamente.
Pontos fracos
• Estudo baseado em
prontuários sem realização de
exames individuais.
Pontos fortes
• Primeiro trabalho a questionar
se tratamentos e diagnósticos
estão baseados nas melhores
evidências em saúde mental;
• Evidencia e confirma flagrantes
de má qualidade de registros
nos prontuários (falta de
informações ou dados
incompletos ou conflitantes);
• Evidencia e confirma flagrantes
de falta de assistência social,
com pacientes em condição de
desinternação, mas internados
devido à falta de ligações
familiares de suporte.
O legislador penal e o profissional do Direito devem estar aptos a buscar
evidências para poder exigir informações adequadas nos laudos e nas medidas
terapêuticas.
Laudos (de cessação de periculosidade e de exame psiquiátrico) precisam ser
feitos com base em diagnósticos psiquiátricos e de quociente de inteligência
padronizados;
Exames laboratoriais precisam ser inseridos na avaliação de dependentes
químicos.
O Conselho Nacional de Justiça e o Ministério da Saúde assinaram um termo de cooperação técnica para criação de um banco de dados com informações técnicas para subsidiar os magistrados.
• Análise da adequação de tratamento individual requer abordagem dos
pacientes com aplicação de instrumentos adequados para o diagnóstico (não
foi possível nesta pesquisa);
• Profissionais devem estar treinados na aplicação desses instrumentos;
• Realização de exames laboratoriais, de imagens, clínicos e psicométricos
deve estar prevista.
Aprendendo a pensar
“Estamos em transição. Vivemos um século vespertino, às vésperas de
outro dia histórico. Uma das características de passagem é a falta de
questionar os pressupostos da civilização que se esboroa. Vivemos ainda
dos rendimentos da criatividade já instalada.(...)
"Pensar é ter coragem de pôr em jogo, em todo relacionamento, o espaço
de liberdade das próprias pressuposições e o advento da verdade nos
propósitos de ação e compreensão. Esta coragem já nos é sempre dada.
Por isso temos de aprender a pensar.”
Leão EC. Aprendendo a pensar. São Paulo: Editora Vozes; 1977.