1
Análise dos Riscos de Deslizamentos da Bacia do Saco Grande, Florianópolis Thiago Vieira, Bolsista PIBITI Orientação: Prof. Dra. Regina Davison Dias Engenharia Civil / Engenharia Ambiental - Ponte do Imaruim Introdução As freqüentes chuvas que estão ocorrendo no sul do Brasil e a ocupação desordenada nos morros aumenta os riscos de deslizamentos. Muitas das encostas, principalmente do leste de Santa Catarina, são propensas a escorregamentos. As fortes chuvas que estão ocorrendo diminuem a resistência do subsolo, possibilitando deslizamentos tipo rastejo, escorregamentos planares e circulares e nas piores situações, corridas de lama, como ocorreu em 2008 no Morro do Baú, com forte poder destrutivo. O processo de urbanização de uma região que envolve encostas e planícies deve ser analisado através de Bacias Hidrográficas. Os deslizamentos que ocorrem na parte elevada das encostas provocam assoreamento dos córregos e dos rios, com conseqüente inundação das partes baixas. A Bacia do Saco Grande já apresentou dois grandes escorregamentos, o primeiro ocorreu em 1996 e o segundo em 2008. Este ultima com perda de vida, além das várias perdas sociais e econômicas. Estes deslizamentos ocorreram na rodovia estadual SC 401, ficando interditada em ambos os casos por longos períodos. O trabalho tenta avançar nos conhecimentos já obtidos, analisar e tentar adequar os modelos desenvolvidos pelo Ministério das Cidades quanto ao Mapeamento de Riscos Em Encostas e Margens de Rios e as soluções de engenharia segundo o Manual do IPT sobre Ocupação de Encostas. . Objetivos Estudo Crítico da urbanização e das construções que ocorrem nos morros na Bacia do Saco Grande visando minorar os riscos aos deslizamentos. Metodologia A pesquisa tem um enfoque social e econômico, minimizando os riscos existentes nos Morros com ocupação desordenada da Bacia do Saco Grande. O enforque social consistiu em visitas a comunidade com o objetivo de transmitir para os moradores da região orientações de como podem minimizar os problemas. Inicialmente foi feito uma análise do Mapeamento Geotécnico de Florianópolis, segundo Santos 1998. Foi enfocado com maior detalhe a Bacia em estudo. A escolha dos locais onde foram detalhados os estudos foi definida pela maior ocorrência de problemas. Foram feitas saídas de campo usando o modelo do Mapeamento de Riscos de encostas e planícies desenvolvidas pelo Ministério das Cidades. Foram desenvolvidas maquetes de estruturas de contenção para um maior entendimento da ocupação das encostas. Resultados e Discussão A Figura 1 mostra as Bacias do saco Grande e a Bacia do Itacorubi, ambas com as mesmas unidades geotécnicas. As unidades SMsq e Gsq representam solos da planície, com lençol freático próximo da superfície, e espessas camadas de solo de baixa capacidade de carga. A unidade Cde é formada por material que deslizou para a base das encostas. Em geral estes escorregamentos são antigos. As unidades PVg e Cg representam os solos dos morros onde uma ocupação desordenada com cortes, aterros, entre outros podem possibilitar escorregamentos. Na Figura 3 pode-se observar o trabalho de campo feito em um dos morros da Bacia do saco Grande inseridos no mapeamento de risco da Prefeitura de Florianópolis. Grande parte dos problemas deve-se a ocupação desordenada. Conclusões O trabalho mostra que muito dos riscos ao deslizamento que ocorrem em Florianópolis deve-se a ocupação sem levar em conta as sugestões do Manual de encostas desenvolvido pelo IPT. Salienta-se que as ocupações nos morros devem ser feitas com muito cuidado. O material pode ter uma boa capacidade de carga quanto a fundações, mas quando cortados apresentam riscos de erosões e deslizamentos. Agradecimentos: Os autores gostariam de agradecer aos bolsistas do artigo 170, ao CNPq pelo suporte financeiro, através de bolsas de estudos, que viabilizou a realização deste trabalho, a UNISUL pela disponibilidade do laboratório de solos e materiais. Referências: - Brasil. Ministério das Cidades / Instituto de Pesquisas Tecnológicas IPT Mapeamento de Riscos em Encostas e Margem de Rios / Celso Santos Carvalho, Eduardo Soares de Macedo e Agostinho Tadashi Ogura, organizadores Brasília: Ministério das Cidades; Instituto de Pesquisas Tecnológicas IPT, 2007 176 p. ISBN 978-85-60133-81-9 - IPT. Manual de Ocupação de Encostas. IPT, São Paulo, 1991 - Manuel dos Santos, A. e Alves de Brito, N - Geologia de Engenharia Associação Brasileira de Geologia de Engenharia. São Paulo. 1998. - David Dalpiva Jr. Trabalho de Conclusão de Curso. Engenharia Ambiental. Palhoça. 2010 Núcleo de Geotecnia e Gestão de Riscos Ambientais Arquitetura Engenharia Civil e Engenharia Ambiental

Análise dos Riscos de Deslizamentos da Bacia do Saco ... · e as soluções de engenharia segundo o Manual do IPT sobre Ocupação de Encostas. Objetivos Estudo Crítico da urbanização

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Análise dos Riscos de Deslizamentos da Bacia do Saco ... · e as soluções de engenharia segundo o Manual do IPT sobre Ocupação de Encostas. Objetivos Estudo Crítico da urbanização

Análise dos Riscos de Deslizamentos da Bacia do Saco

Grande, Florianópolis

Thiago Vieira, Bolsista PIBITI

Orientação: Prof. Dra. Regina Davison Dias

Engenharia Civil / Engenharia Ambiental - Ponte do Imaruim

IntroduçãoAs freqüentes chuvas que estão ocorrendo no sul do Brasil e a ocupação desordenada nos

morros aumenta os riscos de deslizamentos. Muitas das encostas, principalmente do leste

de Santa Catarina, são propensas a escorregamentos. As fortes chuvas que estão

ocorrendo diminuem a resistência do subsolo, possibilitando deslizamentos tipo rastejo,

escorregamentos planares e circulares e nas piores situações, corridas de lama, como

ocorreu em 2008 no Morro do Baú, com forte poder destrutivo. O processo de urbanização

de uma região que envolve encostas e planícies deve ser analisado através de Bacias

Hidrográficas. Os deslizamentos que ocorrem na parte elevada das encostas provocam

assoreamento dos córregos e dos rios, com conseqüente inundação das partes baixas. A

Bacia do Saco Grande já apresentou dois grandes escorregamentos, o primeiro ocorreu em

1996 e o segundo em 2008. Este ultima com perda de vida, além das várias perdas sociais

e econômicas. Estes deslizamentos ocorreram na rodovia estadual SC 401, ficando

interditada em ambos os casos por longos períodos. O trabalho tenta avançar nos

conhecimentos já obtidos, analisar e tentar adequar os modelos desenvolvidos pelo

Ministério das Cidades quanto ao Mapeamento de Riscos Em Encostas e Margens de Rios

e as soluções de engenharia segundo o Manual do IPT sobre Ocupação de Encostas.

.

Objetivos

Estudo Crítico da urbanização e das construções que ocorrem nos morros na Bacia do Saco Grande

visando minorar os riscos aos deslizamentos.

Metodologia

A pesquisa tem um enfoque social e econômico, minimizando os riscos existentes nos

Morros com ocupação desordenada da Bacia do Saco Grande. O enforque social consistiu

em visitas a comunidade com o objetivo de transmitir para os moradores da região

orientações de como podem minimizar os problemas. Inicialmente foi feito uma análise do

Mapeamento Geotécnico de Florianópolis, segundo Santos 1998. Foi enfocado com maior

detalhe a Bacia em estudo. A escolha dos locais onde foram detalhados os estudos foi

definida pela maior ocorrência de problemas. Foram feitas saídas de campo usando o

modelo do Mapeamento de Riscos de encostas e planícies desenvolvidas pelo Ministério

das Cidades. Foram desenvolvidas maquetes de estruturas de contenção para um maior

entendimento da ocupação das encostas.

Resultados e Discussão A Figura 1 mostra as Bacias do saco Grande e a Bacia do Itacorubi, ambas com as mesmas

unidades geotécnicas. As unidades SMsq e Gsq representam solos da planície, com lençol

freático próximo da superfície, e espessas camadas de solo de baixa capacidade de carga.

A unidade Cde é formada por material que deslizou para a base das encostas. Em geral

estes escorregamentos são antigos. As unidades PVg e Cg representam os solos dos

morros onde uma ocupação desordenada com cortes, aterros, entre outros podem

possibilitar escorregamentos.

Na Figura 3 pode-se observar o trabalho de campo feito em um dos morros da Bacia do

saco Grande inseridos no mapeamento de risco da Prefeitura de Florianópolis. Grande parte

dos problemas deve-se a ocupação desordenada.

ConclusõesO trabalho mostra que muito dos riscos ao deslizamento que ocorrem em

Florianópolis deve-se a ocupação sem levar em conta as sugestões do Manual de

encostas desenvolvido pelo IPT. Salienta-se que as ocupações nos morros devem

ser feitas com muito cuidado. O material pode ter uma boa capacidade de carga

quanto a fundações, mas quando cortados apresentam riscos de erosões e

deslizamentos.

Agradecimentos:Os autores gostariam de agradecer aos bolsistas do artigo 170, ao CNPq pelo

suporte financeiro, através de bolsas de estudos, que viabilizou a realização deste

trabalho, a UNISUL pela disponibilidade do laboratório de solos e materiais.

Referências:

- Brasil. Ministério das Cidades / Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT

Mapeamento de Riscos em Encostas e Margem de Rios / Celso Santos Carvalho,

Eduardo Soares de Macedo e Agostinho Tadashi Ogura, organizadores – Brasília:

Ministério das Cidades; Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, 2007

176 p. ISBN 978-85-60133-81-9

- IPT. Manual de Ocupação de Encostas. IPT, São Paulo, 1991

- Manuel dos Santos, A. e Alves de Brito, N - Geologia de Engenharia Associação

Brasileira de Geologia de Engenharia. São Paulo. 1998.

- David Dalpiva Jr. Trabalho de Conclusão de Curso. Engenharia Ambiental. Palhoça.

2010

Núcleo de Geotecnia e Gestão de Riscos Ambientais

Arquitetura – Engenharia Civil e Engenharia Ambiental