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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CAMPUS ANGICOS CURSO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA JOÃO PAULO DE BARROS CAVALCANTE ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA ANGICOS-RN 2011

ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

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Page 1: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CAMPUS ANGICOS CURSO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

JOÃO PAULO DE BARROS CAVALCANTE

ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

ANGICOS-RN

2011

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JOÃO PAULO DE BARROS CAVALCANTE

ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, Campus Angicos para a obtenção do título de Bacharel em Ciência e Tecnologia. Orientadora: Profª. Dra. Marcilene Vieira da Nóbrega

ANGICOS-RN

2011

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Dedico este trabalho à minha família e aos meus amigos pela compreensão e incentivo durante o período de seu desenvolvimento.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, João Agripino Cavalcante e a Maria Daguia Barros por todo apoio,

motivação e por tudo o que fizeram e ainda fazem por mim.

Em especial a minha orientadora e amiga Profª. Dra. Marcilene Vieira da Nóbrega,

não apenas por sua dedicação durante a realização deste trabalho, mas pelo incentivo,

paciência e por sempre transmitir confiança, desta forma deixando-me mais seguro para poder

enfrentar os momentos mais difíceis, sempre me atendendo quando solicitei. Sem este enorme

apoio com certeza a realização deste trabalho seria impossível. Guardo com grande satisfação

sua amizade e uma baita admiração.

A Joselito Medeiros de Freitas Cavalcante pela amizade e paciência que teve comigo,

pelas suas sugestões, dicas e conhecimento transferidos durante o curso.

A ÉRIKA DANTAS DE MACEDO, HELLYSON DAVID GURGEL COSTA,

MARÍLIA DE SÁ LEITÃO BENEVIDES, RENATO ALISON DA COSTA e STÊNIO

MIRANDA T. FILHO, pela grande amizade e apoio dado durante o desenvolvimento deste

trabalho, e pelos bons momentos compartilhados durante esses três anos de curso.

A Edizian Batista, Paula Cavalcante, Silvanete Severino, João Maria Macedo, Jurandi

Alves, Thais Cristina, Pedro de Lelis, Tialison Romão, Isabelly Tatiane, João Batista

Cavalcante e a “todo povo de agrícola e de mecânica”, onde todos contribuíram de forma

direta e indireta para a realização deste trabalho.

A banca examinadora deste trabalho Prof. Me. Márcio Furukava e Prof. Me. Marcus

Vinícius Sousa Rodrigues, por aceitar o convite disponibilizando do seu tempo para contribuir

com o meu trabalho.

A todos os professores da UFERSA, pela amizade e atenção em todos os momentos de

necessidade.

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“Uma grande descoberta envolve a solução de

um grande problema, mas há uma semente de

descoberta na solução de qualquer problema.

Seu problema pode ser modesto; porém, se ele

desafiar sua curiosidade e fizer funcionar sua

capacidade inventiva, e caso você o resolva

sozinho, então poderá experimentar a tensão e

o prazer do triunfo da descoberta.”

George Polya

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RESUMO

Treliças são estruturas compostas por membros retilíneos conectados entre si em suas extremidades. Os esforços atuantes nessas estruturas podem ser obtidos analiticamente e numericamente. A abordagem analítica está submetida a alguns fatores que irão influenciar diretamente nos resultados, onde se ressalta a geometria e as características da estrutura, podendo assim acarretar em erros e consequências para o projeto. Na análise numérica podemos destacar o Método dos Elementos Finitos (MEF) que é uma técnica que apresenta vasta área de atuação e demonstra grande versatilidade e ótimo desempenho, gerando praticidade de forma geral. Portanto, este trabalho tem como objetivo principal a análise estática através do MEF de uma treliça cuja geometria é uma adaptação da geometria da treliça que compõe a cobertura do Centro de Vivência do Campus da UFERSA - Angicos. Será aplicado para a realização da análise numérica o software ANSYS. Através das análises numéricas percebeu-se que o modelo numérico construído conseguiu reproduzir as condições reais quando se comparou os resultados obtidos analiticamente com os numéricos.

Palavras-chave: treliça, análise numérica, elementos finitos.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estruturas Reticuladas. Pórtico (a); Treliça(b); Viga(c) ........................................ 18

Figura 2 - Estrutura Laminar (Laje pré-moldada) ................................................................. 19

Figura 3 - Exemplo de estrutura sólida (esfera de concreto). ................................................. 19

Figura 4 - Ponte modelada pelo ANSYS, em 3D .................................................................. 22

Figura 5 - Treliça modelada pelo ANSYS, em 2D ................................................................ 22

Figura 6 - Exemplo de treliça plana ...................................................................................... 23

Figura 7 - Exemplo de treliça espacial .................................................................................. 24

Figura 8 - Treliças Usuais; Pratt (a); Howe (b); Warren composta (c); Warren(d); Em k(e);

Warren com montantes (f); Em cruz (g); Warren dupla (h); Tesoura pratt (i); Tesoura Warren

(j); Shed (k); Shed polonceau (l). ......................................................................................... 24

Figura 9 - Treliça do Centro de Vivência .............................................................................. 28

Figura 10 - Detalhe da seção transversal da barra com suas dimensões. ................................ 28

Figura 11 - Elemento LINK ................................................................................................. 30

Figura 12 - Discretização do Modelo Físico ......................................................................... 30

Figura 13 - Treliça adaptada ................................................................................................. 32

Figura 14 - Reações obtidas através do modelo numérico ..................................................... 36

Figura 15 - Tensões obtidas nas barras através do modelo numérico..................................... 38

Figura 16 - Comparação entre os resultados analíticos e numéricos ...................................... 39

Figura 17 - Deformada da Treliça......................................................................................... 39

Figura 18 - Comparação entre o estado inicial e a deformada da treliça ................................ 40

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Reações nos apoios da estrutura ........................................................................... 33

Tabela 2 - Esforços aos qual a treliça está submetida ............................................................ 34

Page 11: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANSYS – ANSYS lnc. Corporate Information

E – Módulo de elasticidade

GPa – 910 Pascal.

Kg – Quilograma

Kg/m³ – Quilograma sobre metro cúbico

kN – 10³ Newton

m – Metro

MEF – Método dos Elementos Finitos

mm – 310 Metro

N – Newton

Pa – Pascal

RN – Rio Grande do Norte

UFERSA – Universidade Federal Rural do Semi-Árido

ν – Coeficiente de Poisson

– Densidade

Page 12: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 14

2.1 O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS .................................................................. 14

2.1.1 Conceitos Gerais ........................................................................................................ 14

2.1.2 Utilização dos Elementos Finitos na Engenharia ..................................................... 15

2.1.3 Modelagem computacional utilizando o Método dos elementos Finitos ................. 17

2.1.4 Método dos elementos finitos e o ANSYS ................................................................. 21

2.2 TRELIÇAS .................................................................................................................... 22

2.2.1 Análise de Treliças .................................................................................................... 26

2.2.1.1 Análise de treliças pelo Método dos Nós .................................................................. 26

2.2.1.2 Análise de treliças pelo Método das Seções .............................................................. 26

3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 27

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA TRELIÇA ANALISADA .................................................... 27

3.2 CONSTRUÇÃO DO MODELO NUMÉRICO ............................................................... 29

3.2.1 Pré-processamento .................................................................................................... 29

3.2.2 Solução ....................................................................................................................... 30

3.2.3 Pós-processamento .................................................................................................... 31

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................... 32

4.1 RESULTADOS ANALÍTICOS...................................................................................... 32

4.2 RESULTADOS NÚMERICOS ...................................................................................... 36

4.2.1 Reações nos apoios obtidas através do modelo numérico ........................................ 36

4.2.2 Obtenção dos esforços nas barras através do modelo numérico ............................. 37

4.2.3 Comportamento da deformada da treliça ................................................................ 39

5 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 41

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 42

APÊNDICE A - Memorial de cálculo. ............................................................................... 46

APÊNDICE B - Rotina construída para execução do modelo numérico no software

ANSYS. ............................................................................................................................... 47

Page 13: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

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1 INTRODUÇÃO

O Método dos Elementos Finitos (MEF) é uma ferramenta numérica bastante utilizada

dentro da engenharia, pois abrange diversas áreas e estabelece benefícios aos profissionais

envolvidos dando-lhe confiabilidade nos resultados obtidos. Possui larga utilização devido à

diversidade de características e propriedades que podem ser implementadas, desde as

situações mais simples até as mais complexas, possibilitando soluções coesas.

O MEF nada mais é que uma análise matemática, onde um meio contínuo é

fragmentado em vários elementos, cujos mesmos mantém as propriedades idênticas às

originais. Esses elementos serão descritos por equações diferencias que apresentam certa

complexidade em sua resolução, se forem resolvidas analiticamente. Entretanto, a partir da

década de 60, permitiu-se solucionar estas equações através de análises computacionais, com

o uso de programas de simulações numéricas como, ABACUS, ANSYS e outros.

O emprego do MEF como ferramenta de auxílio no dimensionamento de elementos

estruturais é bastante difundido. O MEF demonstra-se altamente eficiente em relação a

problemas de engenharia, ele disponibiliza importantes conclusões a respeito de aplicações

em estruturas, como por exemplo: a influência das cargas estáticas e dinâmicas em estruturas

de concreto, que podem acarretar em fissurações e rupturas; o estudo dos limites de

resistência dos materiais e das cargas aplicada em vigas e colunas, para que não haja

deformações nem deslocamentos; em pontes e lajes, que estão submetidas a carregamentos

que podem ocasionar flexão, cisalhamento e deformações, onde aparece a necessidade de

utilizar estratégias para detectar futuros danos, também sendo estabelecidas as zonas criticas

das estruturas.

Dentre esse universo estão as treliças. Conforme BEER (1994), treliça é uma estrutura

formada unicamente por elementos retilíneos que estão conectados entre si em suas

extremidades, onde são constituídas por elementos rígidos (barras), que são projetadas com o

objetivo de suportar cargas. Estas são largamente utilizadas em projetos estruturais, pois

possibilita leveza e praticidade na execução de cobertas, por exemplo.

Dimensionar treliças significa obter os esforços atuantes em suas barras. Há diversos

métodos na literatura que podem ser utilizados para obter esses resultados. Em geral, para

arquitetar uma treliça é indispensável determinar as forças que estão agindo sobre ela, e uma

Page 14: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

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maneira de efetuar esta determinação é através de métodos analíticos, onde se destacam o

método dos nós e o método das seções.

No entanto, a solução analítica para obtenção dos esforços atuantes nas barras desses

elementos estruturais, dependendo das dimensões das mesmas, pode demandar bastante

tempo, podendo até provocar erros de projeto, devido ao grande número de termos

envolvidos. Daí, a possibilidade de solucionar estas estruturas através de métodos alternativos

torna-se bastante promissor. Uma dessas possibilidades é o MEF.

As treliças dispõem de algumas vantagens em comparação a outros sistemas

estruturais como; baixo peso, grande rigidez, entre outros. Entretanto, os sistemas de ligação

(nós) entre barras até então demonstra-se um fator dificultoso para o desenvolvimento e a

aplicação das treliças. O MEF assume um papel de solucionador destas dificuldades, pois ele

é proveniente de modelagens numéricas que simulam inúmeras situações da nossa realidade,

em seguida estimando o comportamento destas ligações (SAMPAIO e GONÇALVES, 2007).

De acordo com Brito (2008) a agregação entre os métodos experimentais e numéricos

constituem em uma nova área de pesquisa, onde as vantagens de cada método são usadas para

reter a descrição mais detalhada do objeto em estudo, assim, combinando estas soluções com

as soluções advindas da modelagem via MEF é possível obter a identificação de defeitos ou

danos em estruturas treliçadas.

Portanto, neste trabalho será realizada uma análise estática de uma treliça plana

utilizando o software ANSYS para obtenção de reações nos apoios e esforços nas barras. Para

investigar a confiabilidade do modelo construído será feito um comparativo entre, os

resultados obtidos pelos métodos analíticos dos esforços de cada barras da estrutura treliçada

que faz parte da cobertura do Centro de Vivência da Universidade Federal Rural do Semi-

Árido, Angicos – RN, com os resultados obtidos através da construção do modelo numérico

construído utilizando o software ANSYS.

Page 15: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Durante está seção será apresentado de forma geral concepções sobre o Método dos

Elementos Finitos (MEF) aplicado a estruturas e as suas componentes, onde através desta

revisão bibliográfica seja possível identificar os grandes pontos de pesquisa que estão ligados

diretamente aos objetivos deste trabalho como, utilização do MEF na engenharia, os

diferentes tipos de análises de estruturas, análise numérica e estudo do comportamento de

treliças, conceitos e esclarecimentos sobre a modelagem utilizando o MEF e a implementação

do software ANSYS abordando suas inúmeras habilidades no meio estrutural.

2.1 O MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

2.1.1 Conceitos Gerais

Técnicas como o Método dos Elementos Finitos (MEF), o Método das Diferenças

Finitas, o Método dos Elementos de Contorno, o Método dos Volumes Finitos e o Método dos

Mínimos Quadrados entre outros, passaram a fazer parte do cotidiano do engenheiro

estrutural. Segundo Lage (2009), com o aparecimento dos computadores e o seu fácil acesso,

o método de elementos finitos (MEF) sobrepôs-se aos métodos existentes permitindo

substituir o problema por um semelhante e obter soluções de geometrias complexas e para

qualquer tipo de material.

O desenvolvimento tecnológico provocou na engenharia uma grande revolução na área

estrutural de forma geral, gerando consequentemente uma série de implementações e criações

em relação à diversificação de propriedades, características e até mesmo o desenho das

estruturas que apresentam-se constantemente em nosso dia-a-dia.

Xavier (2008) esclarece que o método dos elementos finitos consiste em um método

numérico aproximado para análise de diversos fenômenos que ocorrem em meios contínuos, e

que são descritos através de equações diferenciais parciais, com determinadas condições de

contorno e possivelmente condições iniciais. A idéia principal do método dos elementos

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finitos consiste em se dividir o domínio do problema em sub-regiões de geometria simples,

devido ao fato das sub-regiões apresentarem dimensões finitas, estas sub-regiões são

chamadas de elementos finitos.

Segundo Liu e Quek (2003), o Método dos Elementos Finitos é um método numérico

que procura uma solução aproximada da distribuição de campo variáveis no domínio do

problema, determinando vários fatores e ações aos quais o nosso objeto de estudo está

submetido, tendo como propósito garantir a viabilidade econômica e a eficácia do produto a

ser feito. Logo a obtenção de resultados de forma rápida e precisa vem sendo bastante

requerida nos tempos atuais, e o método dos elementos finitos está cada vez destacando-se,

pois sintetiza de forma abrangente uma série de funções para resolução de problemas que

constam em nosso cotidiano.

Conforme Pereira (2005) a generalização de meios de cálculo automático potentes

tem possibilitado o recurso cada vez mais freqüente ao Método dos Elementos Finitos, então,

este método numérico tornou-se o mais utilizado para adquirir soluções aproximadas em

problemas que são descritos por termos de equações com derivadas parciais.

2.1.2 Utilização dos Elementos Finitos na Engenharia

Durante um projeto é imprescindível para o engenheiro conhecer de maneira geral o

que ele está analisando, e com isso ser capaz de prever e prevenir futuros problemas que

coloque seu projeto em risco. Para tal, os mesmos usam ferramentas que permitem obter tais

resultados. Dentro da modelagem numérica é possível realizar diversos tipos de análises tais

como: análise estática; análise modal; análise harmônica, análise dinâmica e análise espectral.

A análise estática é utilizada para determinar deslocamentos, tensões dentre outros,

sob condições de cargas estáticas. Nesta abordagem, Lage (2009), durante seu estudo

estrutural de uma asa de aeronave, ressalta que em análises estáticas são desprezadas as forças

de inércia devido as massas possuírem acelerações muito pequenas.

Na análise modal, utiliza-se para calcular as freqüências naturais e modos de vibração

de uma estrutura e o seu comportamento dinâmico. De acordo com Nóbrega (2004) a análise

modal é um processo formado por técnicas experimentais e teóricas que tornam possível a

elaboração de um modelo matemático representativo do comportamento dinâmico do sistema

Page 17: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

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em estudo, com a intenção de determinar os seus parâmetros modais (freqüências naturais,

modos de vibração e fatores de amortecimento modal).

Nóbrega (2004) mostra que as estruturas civis vêm sendo caracterizadas pelo aumento

da sensibilidade às vibrações, e como facilitadores destes paradigmas pode-se ressaltar: o

desenvolvimento tecnológico dos materiais de construção; a adoção de técnicas e de sistemas

inovadores em tempo e forma de execução; a mudança na intensidade e na forma de atuação

de alguns carregamentos; a prática de novos partidos arquitetônicos; uso de recursos

computacionais que possibilitam análises mais complexas e refinadas e etc.

A análise harmônica é usada para determinar a resposta de uma estrutura a cargas

harmônicas variáveis no tempo, ou seja, a análise harmônica é uma vantajosa técnica para a

análise de fenômenos periódicos ou quase periódicos, fenômeno este que se repete-se

igualmente em intervalos regulares seja no tempo ou no espaço.

A análise dinâmica, usada para determinar a reposta de uma estrutura a cargas

arbitrariamente variáveis no tempo que provocam acelerações, velocidades e deslocamentos

na estrutura, criando como efeito forças de inércia. Segundo Souza (2003) as ações dinâmicas

produzem respostas dependentes do tempo de atuação do carregamento.

Análise espectral que é uma extensão da analise modal e pode ser usada para calcular

tensões e deformações devidas a um espectro de resposta ou uma contribuição de vibrações

aleatórias.

Análise de flambagem, que é usada para calcular as cargas de flambagem e determinar

a forma do modo de flambagem.

Segundo Carvalho (2010), para caracterizar o comportamento de uma estrutura

submetida a um conjunto de ações, analisa-se a relação existente entre os valores dessas ações

e os efeitos por elas provocados na estrutura, como por exemplo, tensões, deformações ou

deslocamentos.

Sampaio (2004), apresentou uma análise teórica de modelos de treliças espaciais, via

método dos elementos finitos, verificando o comportamento dos sistemas de ligação, tentando

avaliar a validade dos modelos mecânicos geralmente utilizados, considerando: variação de

inércia nas barras devido à estampagem, excentricidade das ligações, não linearidade física,

não linearidade geométrica e efeitos de contato entre as superfícies envolvidas.

Rios (2002) expôs através da utilização do método Sem Malha e do Método dos

Elementos Finitos a viabilidade de se utilizar métodos numéricos para a solução de problemas

Page 18: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

17

como a propagação de descontinuidade em estruturas, principalmente em questões onde os

comportamentos não-lineares são regidos pela evolução do dano continuo, salientando as

vantagens e imperfeições destes métodos.

Já Leite (2000) apresentou o processo e a formulação de elementos finitos para

análises de treliças, considerando as não linearidades geométricas e físicas, onde utilizou-se

um software que é capaz de resolver estas não linearidades, baseado num processo

incremental-iterativo, no qual é verificado para cada iteração segundo um critério de

convergência adotado previamente.

Souza (2003) desenvolveu um estudo sobre o comportamento das treliças espaciais

formadas por elementos tubulares de seção circular, relevando o desempenho dos tipos de

ligação mais utilizados no Brasil, realizando uma análise teórica via elementos finitos com a

função de verificar a legalidade dos modelos numéricos comumente utilizados. O estudo

abordou de forma geral a utilização das treliças espaciais, devido a sua evolução no Brasil,

exibindo análises teóricas e experimentais de treliças formadas por três tipos de nós que

apresentam papel fundamental na engenharia estrutural nacional, que são: nó típico, nó de aço

e o nó de aço com chapa de ponteira. Utilizaram-se os resultados obtidos através destas

análises para avaliação da qualidade dos modelos teóricos que são normalmente escolhidos

pelos projetistas.

No estudo de Pinto et al. (2008) foram desenvolvidos modelos de elementos finitos de

vigas de madeira reforçadas com lâminas de carbono, expostas a flexão em três pontos. Os

modelos foram aperfeiçoados ao confrontar os resultados experimentais com os resultados

numéricos, onde foram construídos modelos de elementos finitos usando o software comercial

ANSYS das diversas vigas testadas, foram tidos em consideração vários modelos

bidimensionais e tridimensionais, onde os modelos de MEF estabeleceram-se ajustados com

êxito, sendo obtidos resultados plausíveis.

2.1.3 Modelagem computacional utilizando o Método dos elementos Finitos

Quando ocorre a necessidade de explicar um problema de análise de estrutura, a

principal questão que se coloca é a sua classificação quanto á geometria, material constituinte

e ações aplicadas. Há dois aspectos essências que devem ser levados em consideração para a

Page 19: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

18

fase precedente a análise de estruturas: são os tipos de análises que serão consideradas e os

tipos de elementos estruturais.

Conforme Azevedo (2003), com relação aos tipos de análises tem-se:

- Análise dinâmica ou estática: ações sobre estruturas são em geral dinâmicos. É plausível

considerar que as ações são aplicadas de uma maneira muito lenta, onde se tornam

desprezíveis as forças de inércia, onde este caso a análise indica-se estática.

- Análise não linear e linear: a análise linear ocorre quando as ações externas são muito

pequenas quando comparadas com as dimensões dos componentes das estruturas, caso

contrário é uma análise não linear. Admite-se que não existe influência da alteração da

geometria da estrutura na distribuição das tensões e dos esforços, o estudo é feito com base

que não haja deformações.

Com relação aos tipos de estruturas tem-se que estas são classificadas de acordo com a

sua geometria, ou seja, reticuladas, laminares e sólidas.

As estruturas reticuladas são constituídas por barras prismáticas, cujas dimensões

transversais são muito pequenas quando comparadas com o comprimento do respectivo eixo.

Na Figura 1 pode-se observar alguns modelos de estruturas reticulares.

Figura 1 - Estruturas Reticuladas. Pórtico (a); Treliça(b); Viga(c)

Fonte: Autoria própria (2011).

Page 20: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

19

As estruturas laminares são aquelas que têm a espessura muito inferior ás outras

dimensões. Na Figura 2 pode-se observar um exemplo de estrutura laminar.

Figura 2 - Estrutura Laminar (Laje pré-moldada)

Fonte: reformadecasas.com (2011) 1.

As estruturas sólidas são aquelas que não apresentam características para se encaixar

no grupo das laminares e reticuladas. A Figura 3 retrata um exemplo claro de estrutura sólida.

Figura 3 - Exemplo de estrutura sólida (esfera de concreto).

Fonte: marianogabrielperez.blogstop.com (2011)2.

1 REFORMADECASAS. Lajes Pré-moldadas. Disponível em: <http://www.reformadecasas.com/telhas-e-lajes/lajes-pre-moldadas/>. Acesso em: 27 nov. 2011.

2 PÉREZ, Mariano Gabriel. Objetos comunes: La esfera de concreto. Disponível em: <http://marianogabrielperez.blogspot.com/2010/11/objetos-comunes-la-esfera-de-concreto.html>. Acesso em: 13 dez. 2011.

Page 21: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

20

Segundo Liu e Quek (2003), o processo da modelagem computacional utilizando o

MEF em geral é composto por quatro etapas.

- Modelagem da geometria: Quando ocorre a necessidade de solucionar problemas

estruturais é indispensável conhecer a geometria da estrutura, é muito complexo representar as

componentes e o formato real da nossa estrutura, logo existe a necessidade de simplificar o

nosso problema, então se utiliza uma geometria que possa ser gerenciada, no caso de

estruturas de superfícies curvas ocorre a necessidade deste gerenciamento, onde para facilitar

o desenvolvimento da modelagem existe a necessidade de aproximá-la em diversas seções

retas, e é importante observar que quanto maior o número de seções melhor será a

representação da geometria da estrutura, ocasionado melhor precisão nas soluções.

- Discretização: é realizada para discretizar a geometria da estrutura que é criada em

pequenos pedaços chamados de elementos, onde a solução para um elemento pode ser

aproximada facilmente através de simples funções, como por exemplo, polinômios. As

soluções para todos os elementos formam a solução para o domínio do problema todo.

- Propriedades do material: para diversas situações a serem simuladas existem vários grupos

de propriedades do material que são fundamentais, pois a partir destas propriedades seremos

capazes de obter diferentes informações como características, propriedades, comportamento e

etc. As propriedades do material são indispensáveis, pois é necessário especificá-las, pois irão

interferir diretamente na simulação, e quanto melhor especificadas mais preciso e confiável

será o resultado.

- Especificação de limites e condições de carga: desempenham um papel decisivo na

elaboração da simulação, introduzir as condições é geralmente feito facilmente utilizando um

sistema computacional.

Page 22: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

21

2.1.4 Método dos elementos finitos e o ANSYS

Dentre a grande variedade de ferramentas disponíveis na análise numérica de

estruturas destacam-se os softwares, que são elaborados tendo como base o método dos

elementos finitos. Além disso, eles reduzem o tempo e o custo do processo em geral.

O ANSYS é uma ferramenta numérica capaz de solucionar com grande rapidez

problemas que em geral se tornam de extrema dificuldade de ser realizado por pessoas,

disponibilizando soluções gráficas que facilitam a visualização e entendimento do nosso

problema. Esse é corroborado por Silva e Matos (2000, apud STRAMANDINOLI, 2007),

quando os mesmos afirmam que o desenvolvimento de modelos que combinem eficiência

computacional e precisão razoável deve ser cada vez mais incentivado.

O ANSYS teve grande desenvolvimento nos últimos anos devido ao avanço

tecnológico e por sua vasta área de implementação e também por apresentar benefícios aos

seus usuários como simplicidade, agilidade, e diminuição nos custos de modo geral. E em

função deste avanço tecnológico aparece a utilização de estruturas mais complexas e dos mais

diversos tipos de materiais, surgindo assim a necessidade de encontrar modelos que melhor se

adaptem para representar o comportamento de tais estruturas.

Então, além deste modelo ser simples e fácil de ser implementado numericamente,

apresenta resultados concisos em comparação com dados experimentais. A partir do ANSYS

podem ser modeladas estruturas por elementos unidimensionais, bidimensionais e

tridimensionais de maneira que representem da melhor forma possível a nossa estrutura

garantindo bom desempenho na formulação de todo processo.

Page 23: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

22

Figura 4 - Ponte modelada pelo ANSYS, em 3D

Fonte: Softec.com (2011) 3. Figura 5 - Treliça modelada pelo ANSYS, em 2D

Fonte: Autoria própria (2011).

2.2 TRELIÇAS

Treliça é toda estrutura formada unicamente por elementos retilíneos conectados em

juntas localizadas nas extremidades de cada elemento. Nos membros de uma treliça atuam

duas forças de mesmo módulo e direção, mas de sentido opostos. A treliça é um dos

principais tipos de estruturas utilizado na engenharia, pois oferece na maioria das vezes uma 3 SOFTEC. Soluções Integradas de Engenharia. Disponível em: <http://www.softec.com.br/civelfem.htm>. Acesso em: 13 dez. 2011.

Page 24: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

23

solução prática e econômica principalmente no projeto de coberturas, pontes, viadutos, torres

e etc.

Conforme Soriano (2010) as treliças podem ser classificadas de acordo com a

disposição no espaço, de acordo com a formação e de acordo com o equilíbrio estático.

De acordo com a disposição no espaço têm-se as treliças planas e espaciais. Treliças

planas são aquelas onde os elementos pertencem a um único plano como mostrado na Figura

6, enquanto as treliças espaciais são aquelas que apresentam seus elementos em planos

diferentes, ou seja, suas barras estão unidas de maneira a formar uma configuração

tridimensional (FIGURA 7).

Figura 6 - Exemplo de treliça plana

Fonte: Autoria própria (2011).

Page 25: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

24

Figura 7 - Exemplo de treliça espacial

Fonte: Autoria própria (2011).

Em função da classificação das treliças pela sua disposição no espaço podemos expor

algumas treliças planas utilizadas com mais freqüência em nosso cotidiano (FIGURA 8).

Figura 8 - Treliças Usuais; Pratt (a); Howe (b); Warren composta (c); Warren(d); Em k(e); Warren com montantes (f); Em cruz (g); Warren dupla (h); Tesoura pratt (i); Tesoura Warren (j); Shed (k); Shed polonceau (l).

Fonte: Autoria própria (2011).

Page 26: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

25

Quanto à formação, as treliças podem ser classificadas como: treliças simples,

compostas e complexas (SORIANO, 2010; BEER, 1994 e HIBBELER, 2011).

- Treliças simples: uma treliça simples pode ser formada a partir de três barras birrotuladas

ligadas em forma de triângulo, à qual são acrescentadas duas barras ligadas pro meio de uma

rótula, e assim sucessivamente, com mais duas novas barras e uma rótula.

- Treliças compostas: toda treliça composta é formada a partir de treliças simples de maneira

que não haja deslocamento relativo entre essas treliças e o conjunto não seja outra treliça

simples.

- Treliças complexas: É toda treliça que não é simples e nem composta.

De acordo com o equilíbrio estático as treliças podem ser hipostática, isostática e

hiperestática (SUSSEKIND, 1983). Logo, com o número de barras representado por “b”, onde

“r” é o número de componentes de reações de apoio a determinar, e as equações de equilíbrio

em número igual a “2n”, sendo “n” o número total de pontos nodais, têm-se as seguintes

condições e concepções:

- Treliça Hipostática: A desigualdade (b + r < 2n) é condição suficiente para que uma treliça

seja hipostática. A sua classificação como hipostática é devido ao fato de que o número de

equações de equilíbrio é superior ao numero de incógnitas.

- Treliça Isostática: A igualdade (b + r = 2n) é uma condição necessária, mas não suficiente,

para que uma treliça seja isostática. Uma treliça é isostática quando o número de equações de

equilíbrio é igual ao número de variáveis a serem determinadas.

- Treliça Hiperestática: A desigualdade (b + r > 2n) é uma condição necessária, mas não

suficiente, para que uma treliça seja hiperestática. Uma treliça é hiperestática quando a

aplicação das equações de equilíbrio é insuficiente para a determinação das reações de apoio e

dos esforços nas barras.

Page 27: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

26

2.2.1 Análise de Treliças

A análise de treliças é feita basicamente através de dois métodos, que são: Método dos

Nós e Método das Seções (SORIANO, 2010; BEER, 1994; HIBBELER, 2011).

2.2.1.1 Análise de treliças pelo Método dos Nós

O Método dos Nós consiste na resolução das equações de equilíbrio dos pontos nodais

de uma treliça, de modo que os esforços nodais internos fiquem equilibrados pelas forças

nodais externas. A treliça pode ser desmembrada e para cada pino e barra pode ser desenhado

um diagrama de corpo livre. Cada barra está sujeita a duas forças, uma em cada extremidade,

estas forças possuem o mesmo módulo, a mesma linha de ação e sentidos opostos.

Para que este método torne-se simples, é imprescindível escolher uma seqüência de

nós para escrever as equações de equilíbrio, de tal forma que se obtenha no máximo dois

esforços desconhecidos em cada nó, o que permitirá a resolução destas equações.

Este método torna-se bastante eficaz quando ocorre a necessidade de determinar as

forças em todas as barras da treliça. A análise é feita a partir do diagrama de cada nó que

compõe a treliça.

2.2.1.2 Análise de treliças pelo Método das Seções

Este método apóia-se no fato de que, devido à treliça está em equilíbrio, logo, cada

uma de suas partes também estão em equilíbrio. O método consiste basicamente em seccionar

a parte da treliça que se deseja conhecer, em seguida aplicam-se as equações de equilíbrio no

trecho escolhido. Deve-se repetir o procedimento até que todas as barras da treliça tenham

seus esforços determinados.

O Método das Seções é mais eficiente quando se deseja determinar forças em somente

uma barra ou em poucas barras.

Page 28: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

27

3 MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho consiste de uma análise estática numérica via MEF da treliça que

compõe a cobertura do Centro de Vivência da UFERSA – Campus Angicos.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA TRELIÇA ANALISADA

A treliça em estudo é de aço estrutural, isotrópica, densidade ( 7850 kg/m³,

coeficiente de Poisson (ν) igual a 0.32 e o módulo de elasticidade (E) correspondente a

200 GPa (HIBBELER, 2004). A mesma compõe a cobertura do Centro de Vivência da

UFERSA – Campus Angicos. Possui 20000 mm de vão e altura máxima de 1500 mm.

O Centro de Vivência é composto por seis treliças que suportam o peso de 232 telhas

onduladas de cimento reforçado com fio sintético. Estas pesam 55 kg por unidade, exercendo

desta forma um peso total de 125.175 kN que é distribuído igualmente em dez terças e

consequentemente para as seis treliças, onde esta carga concentra-se nos pontos nodais mais

próximos das terças e vale aproximadamente 2.086 kN. No Apêndice A apresenta-se em

maiores detalhes a realização do cálculo para a obtenção das forças que estão atuando na

estrutura.

Ressalta-se que as terças que se encontram na parte central da estrutura estão bem

próximas, logo é conveniente considerar que exista apenas uma terça, mas com sua carga

dobrada. É importante salientar também que foi desprezado o peso das peças de complemento

devido apresentar uma massa relativamente pequena ao comparar com as telhas. Na Figura 9

observa-se detalhes das características geométricas da treliça analisada.

Page 29: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

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Figura 9 - Treliça do Centro de Vivência

Fonte: Autoria própria (2011).

A seção transversal das barras da treliça apresenta perfil em U. Na Figura 10 observa-

se detalhes da espessura (e), altura (h) e largura (d) da seção transversal.

Figura 10 - Detalhe da seção transversal da barra com suas dimensões.

Fonte: Autoria própria (2011).

Page 30: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

29

3.2 CONSTRUÇÃO DO MODELO NUMÉRICO

A modelagem da estrutura foi constituída basicamente por três etapas: pré-

processamento, solução e pós-processamento.

3.2.1 Pré-processamento

Nesta etapa são realizados os seguintes procedimentos:

- Tipo de análise;

- Determinação do tipo do elemento;

- Determinação da seção transversal da barra;

- Determinação das propriedades do material;

- Elaboração da geometria da estrutura;

- Criação da malha de elementos finitos.

Para a análise da treliça utilizou-se o software de modelagem numérica ANSYS. Para

representar as barras que compõem a mesma foi utilizado o elemento LINK (FIGURA 11)

que é um elemento que pode ser aplicado na solução de uma grande variedade de problemas

de engenharia. Dependendo da aplicação, este poderá atuar como uma barra de treliça, um

elemento de ligação, uma mola e etc. O LINK é bidimensional, pode ser submetido à

compressão e tração na direção de seu eixo, possuindo dois graus de liberdade por nó e

translações na direção dos eixos coordenados x e y. A escolha do nosso elemento é

imprescindível para uma formulação precisa, além do LINK, dentre os principais podemos

citar o BEAM, PIPE, SOLID e SHELL.

Page 31: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

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Figura 11 - Elemento LINK

Fonte: Manual ANSYS (2007)

Após escolha dos elementos partiu-se para a discretização da treliça, ou seja, foi

desenvolvida a malha que melhor representa o modelo real. O modelo numérico desenvolvido

possui 81 elementos e 42 nós. Na Figura 12 pode-se observar o modelo discretizado da treliça.

Figura 12 - Discretização do Modelo Físico

Fonte: Autoria própria (2011).

3.2.2 Solução

Na etapa de Solução os sistemas de equações algébricas são montados e resolvidos de

forma que representem eficientemente o sistema físico do objeto em estudo. Esta etapa é

dividida em:

- Aplicação das condições de contorno e carregamento;

- Solução do problema.

Page 32: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

31

3.2.3 Pós-processamento

Na etapa final, o pós-processamento, consiste na manipulação dos resultados

numéricos obtidos, quer seja em forma de listas, tabelas ou gráficos. Estes resultados podem

ser: deslocamentos nodais, deformação da geometria, freqüências naturais e modos de

vibração e outros. Está etapa é formada por:

- Deformada da treliça;

- Listagem das reações de apoio;

- Listagem e visualização das forças e tensões normais em cada barra.

Page 33: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

32

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nesta seção serão discutidos os resultados obtidos com a análise estática da treliça.

Primeiro foram determinados os esforços nas barras através do método analítico dos nós.

Após está etapa foi realizada a etapa em que a treliça foi modelada e os resultados numéricos

obtidos comparados com os analíticos.

4.1 RESULTADOS ANALÍTICOS

Ao se tentar calcular os esforços nas barras da treliça do Centro de Vivência através do

Método dos Nós, percebeu-se que a mesma era hiperestática, de acordo com a definição de

(SUSSEKIND, 1983). Então, para prosseguir com o estudo foi necessário fazer uma

adaptação para tornar possível a obtenção dos esforços de forma simples, desta forma foi

preciso remodelar a geometria da estrutura, onde algumas barras foram retiradas.

Como abordado anteriormente, as terças que se encontram na parte central da treliça

estão bem próximas, logo é pertinente considerar que ambas estejam presentes no mesmo

lugar, desta forma a força que está atuando naquele local é o dobro. Na Figura 13 observa-se a

estrutura com sua geometria adaptada e os esforços que estão atuando sob a mesma devido ao

peso das telhas.

Figura 13 - Treliça adaptada

Fonte: Autoria própria (2011).

Page 34: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

33

Através do método dos nós foi possível determinar os esforços atuantes em cada barra

que compõe a treliça. Foram analisados todos os nós que formam a mesma, para em seguida

determinar através das equações de equilíbrio os esforços que estão agindo nas barras. Foi

possível conhecer o comportamento de cada barra, identificando se está ocorrendo

compressão ou tração.

O primeiro parâmetro necessário para dar continuidade aos procedimentos é o calculo

das reações nos apoios da estrutura. Esta é composta por um apoio do primeiro gênero que

apresenta reações atuando no eixo vertical e um apoio do segundo gênero que é formado por

reações nos eixos vertical e horizontal.

Na Tabela 1 são especificadas as reações nos apoios obtidas através da aplicação das

equações de equilíbrio (∑Fx = 0; ∑Fy = 0 e ∑M = 0).

Tabela 1 - Reações nos apoios da treliça REAÇÕES APOIO DO PRIMEIRO

GÊNERO APOIO DO SEGUNDO

GÊNERO Horizontal - 0 kN

Vertical 10.43 kN 10.43 kN Fonte: Autoria própria (2011).

Em seguida, analisaram-se os nós da treliça sendo examinado um nó de cada vez,

seguindo uma sequência para que os mesmos não apresentassem mais variáveis do que

equações. Desta maneira obteve os esforços presentes nas barras e conclui-se se a barra está

sendo comprimida ou tracionada, como indicado na Tabela 2.

Page 35: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

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Tabela 2 - Esforços nas barras da treliça obtidos através do método dos nós BARRA ESFORÇO (kN) COMPORTAMENTO

DA BARRA AB 2.09 COMPRESSÃO AC 9.54 TRAÇÃO AD 12.67 COMPRESSÃO BD 0.00 — CD 0.00 — CE 9.54 TRAÇÃO DF 17.70 COMPRESSÃO DE 10.80 TRAÇÃO EF 2.09 COMPRESSÃO EG 22.61 TRAÇÃO EH 7.05 COMPRESSÃO FH 17.70 COMPRESSÃO GI 22.60 TRAÇÃO GH 0.00 — HJ 26.98 COMPRESSÃO HI 6.14 TRAÇÃO IJ 2.09 COMPRESSÃO IK 28.90 TRAÇÃO IL 3.03 COMPRESSÃO JL 26.98 COMPRESSÃO

KM 28.90 TRAÇÃO KL 0.00 — LM 2.70 TRAÇÃO LN 30.73 COMPRESSÃO MO 32.22 TRAÇÃO MP 2.56 COMPRESSÃO MN 0.00 — NP 30.73 COMPRESSÃO OP 0.00 — OQ 32.22 TRAÇÃO PQ 0.20 COMPRESSÃO PR 32.20 COMPRESSÃO QR 0.00 — QS 32.00 TRAÇÃO QT 0.20 TRAÇÃO RT 32.20 COMPRESSÃO ST 0.00 — SU 32.00 TRAÇÃO TU 0.18 COMPRESSÃO TV 31.96 COMPRESSÃO UW 32.00 TRAÇÃO UX 0.18 COMPRESSÃO UV 0.29 TRAÇÃO VX 31.96 COMPRESSÃO WX 0.00 —

Page 36: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

35

WY 32.00 TRAÇÃO XZ 32.20 COMPRESSÃO XY 0.20 TRAÇÃO YZ 0.00 — Yb 0.20 COMPRESSÃO Ya 32.22 TRAÇÃO Zb 32.20 COMPRESSÃO ba 0.00 — bc 2.56 COMPRESSÃO bd 30,73 COMPRESSÃO ac 32.22 TRAÇÃO cd 0.00 — cf 2.70 TRAÇÃO ce 28.90 TRAÇÃO df 30.73 COMPRESSÃO fe 0.00 — fh 26.98 COMPRESSÃO fg 3.03 COMPRESSÃO eg 28.90 TRAÇÃO hg 2,09 COMPRESSÃO hj 26.98 COMPRESSÃO gj 6.14 TRAÇÃO gi 22.61 TRAÇÃO ij 0.00 — ik 22.61 TRAÇÃO jl 17.70 COMPRESSÃO jk 7.05 COMPRESSÃO

km 9.54 TRAÇÃO kl 2,09 COMPRESSÃO kn 10.80 TRAÇÃO ln 17.70 COMPRESSÃO np 0.00 — no 12.67 COMPRESSÃO nm 0.00 — mo 9.54 TRAÇÃO op 2.09 COMPRESSÃO

Fonte: Autoria própria (2011).

Page 37: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

36

4.2 RESULTADOS NÚMERICOS

4.2.1 Reações nos apoios obtidas através do modelo numérico

Através do modelo numérico que apresenta-se no Apêndice B foi possível obter as

reações nos apoios aplicando análise estática via ANSYS. Na Figura 14 observam-se os

valores obtidos numericamente. Pode-se observar que os mesmo estão de acordo com os

obtidos analiticamente (TABELA 1) evidenciando que o modelo numérico conseguiu

reproduzir o modelo físico.

Figura 14 - Reações obtidas através do modelo numérico

Fonte: Autoria própria (2011).

Outro fato observado na Figura 14 é com relação ao valor da reação no apoio do

segundo gênero, na direção x. Percebe-se que a mesma não é exatamente igual a zero. Na

análise de esforços transversais, geralmente se desconsidera as tensões provocadas por

Page 38: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

37

esforços axiais, não pelo fato de estas serem zero e sim por apresentarem valores bem

menores em relação às tensões transversais.

4.2.2 Obtenção dos esforços nas barras através do modelo numérico

Com o modelo numérico da treliça foi possível obter também os esforços nas barras. O

ANSYS forneceu as tensões que estão atuando nas barras (FIGURA 15), logo, para

determinar os esforços, basta realizar o produto da tensão com a área da seção transversal,

seguindo a mesma evidência dos resultados obtidos com as reações nos apoios, percebe-se

com os resultados obtidos pelo modelo que foi possível reproduzir bem a situação real, sendo,

portanto está ferramenta muito eficaz na resolução de treliças com grandes quantidades de

barras.

Page 39: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

38

Figura 15 - Tensões obtidas nas barras através do modelo numérico

Fonte: Autoria própria (2011).

Com o objetivo de estabelecer uma comparação simples e clara entre os resultados

obtidos analiticamente (Tabela 2) e numericamente (Figura 15), é esboçado graficamente na

figura 16 um fragmento dos valores obtidos. Na mesma percebe-se a semelhança entre os

valores obtidos nas duas situações, onde os resultados são tão próximos que não é possível

visualizar a diferença de valores, ou seja, as retas estão se sobrepondo devido à alta eficiência

do modelo em reproduzir a situação.

Page 40: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

39

Figura 16 - Comparação entre os resultados analíticos e numéricos

Fonte: Autoria própria (2011).

4.2.3 Comportamento da deformada da treliça

Foi possível também através do modelo obter o comportamento da deformada da

treliça. Este comportamento ocorreu em função das cargas aplicadas e consequentemente dos

esforços nas barras. Na Figura 17 é verificada essa deformada, com detalhe para o esforço

máximo de compressão (região azul) e esforço máximo de tração (região vermelha).

Figura 17- Deformada da Treliça

Fonte: Autoria própria (2011).

-20

-10

0

10

20

30

AB AC AD BD CD CE DF DE EF EG EH FH GI GH

ESFORÇOS - MÉTODO DOS NÓS ESFORÇOS - ANSYS

Page 41: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

40

Através da Figura 18 é possível visualizar e comparar o estado inicial da treliça com o seu comportamento depois de submetida ao peso da cobertura do centro de vivência.

Figura 18 - Comparação entre o estado inicial e a deformada da treliça

Fonte: Autoria própria (2011).

Page 42: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

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5 CONCLUSÕES

A treliça é um elemento estrutural que dispõem de grande versatilidade em relação a

sua forma geométrica, logo, tornado-se desta forma imprescindível para a construção civil.

Este trabalho demonstrou de forma clara e evidente as principais vantagens das treliças que

nos cercam no dia-a-dia, então foi esboçado de maneira simples como obter os esforços que

estão atuando na estrutura através de métodos analíticos e numéricos que já estão

consolidados no meio científico, onde de maneira análoga chegamos à conclusão que treliças

são sistemas estruturais que apresentam elevada praticidade e desempenho.

Neste trabalho foi realizada uma análise estática de uma treliça plana isostática através

do software ANSYS. Após obtenção dos resultados numéricos, para verificar a confiabilidade

do modelo numérico via método dos elementos finitos desenvolvido, foi feito um

comparativo entre os resultados obtidos através do método analítico dos nós na obtenção das

reações nos apoios, esforços nas barras da estrutura treliçada. Partindo dessa assertiva e dos

resultados obtidos com a modelagem da treliça, conclui-se que:

O modelo desenvolvido apresentou confiabilidade quando se compara seus resultados

com os analíticos;

As reações nos apoios obtidas analiticamente foram compatíveis às obtidas

numericamente;

Os esforços nas barras obtidos numericamente, também foram semelhantes aos

obtidos analiticamente;

Em suma, pode-se afirmar que a modelagem numérica é uma ferramenta bastante

aplicável quando se trata de obtenção de esforços em estruturas mais complexas.

Page 43: ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA

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ZIENKIEWICZ, O.C.; TAYLOR, R.L.. The finite element method. 5. ed. Londres: Butterworth Heinemann, 2000. 689 p.

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APÊNDICE A - Memorial de cálculo.

A seguir é exposto o memorial de cálculo realizado para obtenção das cargas que estão

atuando nas treliças situadas no centro de vivência da UFERSA.

O centro de vivência é composto por 6 treliças, 10 terças e 232 telhas.

Número de treliças (T) = 6

Número de telhas (n) = 232

Peso de uma telha (P) = 55 kg

O peso total (PT) que as treliças estão suportando é igual ao produto entre o número de telhas

pelo peso de uma telha.

PT = n*P → PT= 232*55 → PT= 12760 Kg

Logo, a força total (FT) que as treliças estão submetidas é equivalente ao produto entre a

gravidade e o peso total.

Gravidade (g) =9,81m/s²

FT = g*PT → FT= 9,81*12760 → FT= 125,175 kN

Para obter as forças (F) que estão agindo em cada treliça basta realizar a divisão entre a força

total pelo número de treliças.

F= FT/T → F= 125,175/6 → F= 20,86 kN

A força de 20,86 kN é distribuída igualmente para as 10 terças, assim, a treliça estará

submetida a cargas concentradas que estarão atuando nos pontos nodais mais próximos das

terças. Logo, para obter a carga concentrada (Fc) basta realizar a divisão entre a força que está

agindo em cada treliças pelo número de terças.

Fc= F/10 → Fc= 20,86/10 → Fc=2,086 kN

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APÊNDICE B - Rotina construída para execução do modelo numérico no software ANSYS.

!======================================================== !UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO !BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA !ALUNO: JOÃO PAULO DE BARROS CAVALCANTE !ORIENTADORA: PROFª. DRA. MARCILENE VIEIRA DA NÓBREGA !======================================================== !ANÁLISE ESTÁTICA DE TRELIÇA VIA MODELAGEM NUMÉRICA !======================================================== ! /BATCH ! /COM,ANSYS RELEASE 12.0.1 UP20090224 02:32:55 10/20/2011 !* /PREP7 !======================================================== ! DEFINIÇÃO DA GEOMETRIA !======================================================== ! /PREP7 ! preprocessor phase ! ! define parameters (mm) ! !====================== define keypoints ======================= ! K,1,0,0,0, K,2,0,0.8,0, K,3,1,0,0, k,4,1,0.87, k,5,2,0,0, k,6,2,0.94,0, k,7,3,0,0, k,8,3,1.01,0, k,9,4,0,0, k,10,4,1.08,0 k,11,5,0,0, k,12,5,1.15,0 k,13,6,0,0, k,14,6,1.22,0, k,15,7,0,0, k,16,7,1.29,0, k,17,8,0,0, k,18,8,1.36,0, k,19,9,0,0, k,20,9,1.43,0, k,21,10,0,0, k,22,10,1.5,0,

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k,23,11,0,0, k,24,11,1.43,0, k,25,12,0,0, k,26,12,1.36,0 k,27,13,0,0, k,28,13,1.29,0, k,29,14,0,0, k,30,14,1.22,0, k,31,15,0,0, k,32,15,1.15,0, k,33,16,0,0, k,34,16,1.08,0, k,35,17,0,0, k,36,17,1.01,0, k,37,18,0,0, k,38,18,0.94,0, k,39,19,0,0, k,40,19,0.87,0, k,41,20,0,0, k,42,20,0.8,0, ! !======================= define lines ========================= L, 1, 2 L, 1, 3 L, 3, 4 L, 4, 2 L, 3, 5 L, 5, 6 L, 6, 4 L, 5, 7 L, 7, 8 L, 8, 6 L, 7, 9 L, 9, 10 L, 10, 8 L, 9, 11 L, 11, 12 L, 12, 10 L, 11, 13 L, 13, 14 L, 14, 12 L, 13, 15 L, 15, 16 L, 16, 14 L, 15, 17 L, 17, 18 L, 18, 16 L, 17, 19 L, 19, 20

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L, 20, 18 L, 19, 21 L, 21, 22 L, 22, 20 L, 21, 23 L, 23, 24 L, 24, 22 L, 23, 25 L, 25, 26 L, 26, 24 L, 25, 27 L, 27, 28 L, 28, 26 L, 27, 29 L, 29, 30 L, 30, 28 L, 29, 31 L, 31, 32 L, 32, 30 L, 31, 33 L, 33, 34 L, 34, 32 L, 33, 35 L, 35, 36 L, 36, 34 L, 35, 37 L, 37, 38 L, 38, 36 L, 37, 39 L, 39, 40 L, 40, 38 L, 41, 42 L, 42, 40 L, 39, 41 L, 1, 4 L, 4, 5 L, 5, 8 L, 8, 9 L, 9, 12 L, 12, 13 L, 13, 15 L, 13, 16 L, 16, 17 L, 17, 20 L, 20, 21 L, 21, 24 L, 24, 25 L, 25, 28 L, 28, 29

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L, 29, 32 L, 32, 33 L, 33, 36 L, 36, 37 L, 37, 40 L, 40, 41 ! !======================= element definition ==================== ! ET,1,LINK1 ! element type #1; spring element R,1,700 ! real constant #1; Xsect area: 700 mm^2 MP,EX,1,200e9 ! material property #1; Young's modulus: 200 GPa LESIZE,ALL, , ,1,1,1 ! specify divisions on unmeshed lines LMESH,all ! mesh all lines ! FINISH ! finish pre-processor ! /SOLU ! enter solution phase ! ! apply some constraints DK,1,ALL,0 ! define a DOF constraint at a keypoint DK,41,UY,0 ! !======================== apply loads ======================== ! FK,2,FY,-2086 ! define a force load to a keypoint FK,6,FY,-2086 FK,10,FY,-2086 FK,16,FY,-2086 FK,22,FY,-4172 FK,28,FY,-2086 FK,34,FY,-2086 FK,38,FY,-2086 FK,42,FY,-2086 ! SOLVE ! solve the resulting system of equations FINISH ! finish solution /POST1 PRRSOL,F ! List Reaction Forces PLDISP,2 ! Plot Deformed shape PLNSOL,U,SUM,0,1 ! Contour Plot of deflection ETABLE,SAXL,LS, 1 ! Axial Stress PRETAB,SAXL ! List Element Table PLETAB,SAXL,NOAV ! Plot Axial Stress !======================================================== ! FIM !========================================================