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CERME Centro de Estudos em Regulação de Mercados Centro Investigação em Economia e Finanças Universidade de Brasília FACE Campus Universitário Darcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP 70910-900 - Brasília DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected] Fone: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] Universidade de Brasília - CERME Mestrado Profissional em Regulação e Gestão de Negócios Disciplina: Regulação Transporte I Professor: Francisco Gildemir Ferreira da Silva e-mail: [email protected] Parte III - Teoria da Regulação INTRODUÇÃO Os mercados oligopolistas apresentam várias situações de concorrência, em especial, aquelas que abrangem as interações estratégicas entre concorrentes. Segundo Dorfman (1977) e Garófalo e Carvalho (1992), a interação caracteriza a expectativa das empresas em relação ao comportamento das firmas rivais, quando aquelas alteram suas políticas de ação quanto aos preços, à produção, à propaganda, à promoção de vendas, entre outras. Para Rivera e Browm (2003), sugere que as firmas atuam de forma estratégica em relação à atuação de seus concorrentes, com intuito de maximizarem conjuntamente os lucros da indústria ou individualmente sua participação no mercado. Os lucros de uma empresa oligopolista, dessa forma, não dependem somente de seu comportamento, mas também da conduta de seus concorrentes. Nesse ambiente, o mecanismo de formação de preços é influenciado pelo reconhecimento da interação competitiva ou coordenação entre as empresas, o que conduz à substituição da maximização de lucro individual das empresas pela maximização do lucro conjunto da indústria (Garófalo e Carvalho, 1992). Existem, nesse sentido, vários modelos tradicionais para análise de estruturas de mercado em oligopólio que consideram a interação competitiva entre as firmas, com o intuito de resolver o problema de precificação, destacando-se os modelos de Cournot, de Bertrand, da curva de demanda quebrada ou modelo de Sweezy, de Stackelberg, Hotelling, de Chamberlin, do preço limite, do oligopólio aberto, e da teoria dos jogos (Ver Koch, 1974; Scherer, 1979; Vives, 2001; Varian, 2003). Para apresentar uma forma de analisar a conduta dos agentes econômicos este tópico apresentará alguns modelos utilizados e os insights que podem ser levantados da conduta das diferentes estruturas de mercado. Assim, será abordada inicialmente a estrutura de monopólio e depois tratado os mercados oligopolistas. INTRODUÇÃO A TEORIA DOS JOGOS Nesta seção será apresentado o básico da teoria dos jogos por questões metodológicas. Para descrever a teoria dos jogos serão apresentadas as definições envolvidas e as possibilidades de modelagem seguindo o livro texto de Gibbons (1992) e Osborne e Rubenstein (2004). Qualquer sofisticação da teoria não será apresentada nesta seção, mas apenas exposto como resultados na descrição das aplicações, principalmente para o caso de jogos dinâmicos e com informação incompleta.

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CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] Universidade de Braslia - CERME Mestrado Profissional em Regulao e Gesto de Negcios Disciplina: Regulao Transporte I Professor: Francisco Gildemir Ferreira da Silva e-mail: [email protected] Parte III - Teoria da Regulao INTRODUOOs mercados oligopolistas apresentam vrias situaes de concorrncia, em especial, aquelas que abrangemasinteraesestratgicasentreconcorrentes.SegundoDorfman(1977)eGarfaloe Carvalho(1992),ainteraocaracterizaaexpectativadasempresasemrelaoao comportamentodasfirmasrivais,quandoaquelasalteramsuaspolticasdeaoquantoaos preos,produo,propaganda,promoodevendas,entreoutras.ParaRiveraeBrowm (2003),sugerequeasfirmasatuamdeformaestratgicaemrelaoatuaodeseus concorrentes,comintuitodemaximizaremconjuntamenteoslucrosdaindstriaou individualmentesuaparticipaonomercado.Oslucrosdeumaempresaoligopolista,dessa forma,nodependemsomentedeseucomportamento,mastambmdacondutadeseus concorrentes.Nesseambiente,omecanismodeformaodepreosinfluenciadopelo reconhecimentodainteraocompetitivaoucoordenaoentreasempresas,oqueconduz substituio da maximizao de lucro individual das empresas pela maximizao do lucro conjunto da indstria (Garfalo e Carvalho, 1992). Existem, nesse sentido, vrios modelos tradicionais para anlise de estruturas de mercado em oligoplio que consideram a interao competitiva entre as firmas,comointuitoderesolveroproblemadeprecificao,destacando-seosmodelosde Cournot,deBertrand,dacurvadedemandaquebradaoumodelodeSweezy,deStackelberg, Hotelling,deChamberlin,dopreolimite,dooligoplioaberto,edateoriadosjogos(VerKoch, 1974; Scherer, 1979; Vives, 2001; Varian, 2003). Para apresentar uma forma de analisar a conduta dos agentes econmicos este tpico apresentar algunsmodelosutilizadoseosinsightsquepodemserlevantadosdacondutadasdiferentes estruturasdemercado.Assim,serabordadainicialmenteaestruturademonoplioedepois tratado os mercados oligopolistas. INTRODUO A TEORIA DOS JOGOS Nestaseoserapresentadoobsicodateoriadosjogosporquestesmetodolgicas.Para descreverateoriadosjogosseroapresentadasasdefiniesenvolvidaseaspossibilidadesde modelagemseguindoolivrotextodeGibbons(1992)eOsborneeRubenstein(2004).Qualquer sofisticao da teoria no ser apresentada nesta seo, mas apenas exposto como resultados na descriodasaplicaes,principalmenteparaocasodejogosdinmicosecominformao incompleta. CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] Definio 1: Um jogador um individuo que interage com outro individuo dentro de um ambiente onde os jogadores possuem conhecimento comum e a interao pode ser cooperativa ou no. Pela Definio 1 a escolha de um jogador pode influenciar a deciso de outro jogador. Definio 2: Uma situao de conhecimento comum quando todo mundo conhece esta situao, todo mundo sabe que todo mundo conhece esta situao e assim sucessivamente. Definio 3: A Informao Perfeita indica que os jogadores conseguem lembrar de todo o histrico do jogo. ADefinio2e3nosindicaqueasinformaessobreojogosobemdefinidas,asregrasso estabelecidas no comeo do jogo, tal como na vida real e na prestao de um servio pblico. Definio 4:Uma estratgia consistena ao quepodesertomada por um jogador em qualquer momento no jogo. Sendo representado da forma sn. Oconjuntodeestratgiasquedeixaojogocomplexo,umavezqueexistindomuitas possibilidadesdeaodeumjogador,ficamaiscomplicadodeanalisarojogo.Entretanto,o conhecimento comum faz com quetodos os jogadorestenham perfeitaprevisibilidadeda jogada do seu adversrio. Definio5:Retornodeumjogooresultadoquantificadodacombinaodeaestomadas entre os jogadores. Sendo representado da forma un. Oresultadoparaumjogadordependerdaaotomadapelosoutrosjogadorestomandoum conjuntodeestratgiasresultandonosretornosdasestratgias.Observadooqueoseus oponentesescolheramcomoestratgias.Issogarantequeojogadorterapossibilidadede escolheroretornoquesejamelhorparatodos.Entretanto,issodependerdashipteses levantadasnojogo,destacandoahomogeneidadedosjogadores.Pelahomogeneidadedos jogadoresosindivduosnotmvantagensfrenteaosoutros,principalmentecomrelaos informaes. Osjogospodemserdinmicosouestticos,comcooperaoousemcooperao.Noprimeiro casoexisteumasequnciadeaestalcomoumacompetiopordemandanotransportede passageirosoucargasentreduasempresas,enquantoquenooutrohapenasummomentono jogo tal como leilo derodovias ou ferrovias. Neste contexto podem existir quatro possibilidades dejogo:jogosestticoscominformaocompleta,jogosdinmicoscominformaocompleta, jogosestticoscominformaoincompletaejogosdinmicoscominformaoincompleta.A completudedainformaorefere-seaofatodosjogadoresteremounoconhecimentodo retorno que o outro jogador ter, ou seja, remete-se a definio de conhecimento comum. CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] A resoluo do jogo pode sedar de duas formas: forma normal e forma estendida,sendo que os procedimentos declculo para chegar ao equilbriodependem das hipteses levantadas, do jogo serestticoousequencial,cominformaocompletaounoeseasvariveissodiscretasou contnuas. A soluo se da pela hiptese clssica da economia que os jogadores so racionais, ou seja, eles s jogaram estratgias que no sejam estritamente dominadas. Definio6:UmconjuntodeestratgiasS=(s*1,s*2,...,s*i-1,s*i+1,...,s*n),tomadoportodosos jogadoresum equilbriodeNash para um jogo se para todo individuo pertencente ao conjunto dejogadores,oretornoobtidopelojogadormelhorouigualaoretornoqueeleobteriase escolhesse outra estratgia e os outros jogadores mantivessem a mesma estratgia. Em suma:max sieSi {ui(s*1, s*2,..., s*i-1,si, s*i+1,..., s*n)} Asituaoemquetodosestomelhorqueseumdesviardeconduta.Obviamente,setodosse encontramnamelhorsituao,entoestaseroresultadofinalesperadodojogo. ComplementarmenteaoconceitodeequilbriodeNashparaumjogoestticodeinformao completa, tem-se o equilbrio de Nash em sub-jogos perfeito para jogos dinmicos de informao completa, Equilbrio Bayesiano de Nash para jogos estticos de informao incompleta e Equilbrio Bayesiano perfeito para o caso de jogos dinmicos de informao incompleta. Definio7:Arepresentaonaformanormaldeumjogodenjogadoresmapeiaoespaode estratgiasS1,S2,...,Snesuasfunesderetornou1, u2,...,un.Sendorepresentadoestejogopela forma G= { S1, S2,..., Sn; u1, u2,..., un }. Paraasoluodeumjogonaformanormalutiliza-sedatcnicadeeliminaodasestratgias estritamentedominadas.Nestaforma,umaestratgiasiestritamentedominadaporuma estratgia si se para cada combinao factvel de estratgias de outros jogadores, o retorno is da jogadasi estritamentemenorqueoretornois dajogadasilogo,ui(s1,s2,...,si-1,si,si+1,...,sn)< ui(s1, s2,..., si-1, si, si+1,..., sn)para todo (s1, s2,..., si-1, si+1,..., sn) que pode ser construdo do espao de estratgias S1, S2,..., Si-1, Si-2,..., Sn. Veja que se a pessoa racional ento no tem porque jogar uma estratgia estritamente dominada. A forma normal de fcil aplicao aos problemas econmicos quando se tem uma especificao funcionaldosretornosaosjogadores.Comooobjetivodecadajogadorotimizarseuretorno,ento a soluo do jogo se d tomando a funo deretorno em relao a varivel dedeciso do seu oponente e maximizar tal funo, faz-se a mesma coisa com a funo do adversrio e calcula-seoretornodecadajogadornoequilbrio.Afunodemaximizaodepoisdeincorporadoa resposta do seu oponente chamada de funo de reao. Definio 8: Na representao em forma extensiva de um joga tem-se: (i) os jogadores no jogo; (ii) omomentoemqueojogadorjoga;(iii)Oquecadajogadorpodefazeremcadaumadassuas oportunidadesdejogar,e(iv)oretornorecebidoporcadajogadorparacadacombinaode CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] movimentos que pode ser escolhido pelos jogadores. Como podeser observada a forma extensiva aplica-seao caso dejogos dinmicos etambm aos estticos, bastando especificar apenas o tempo em que os jogadores iro jogar. Note ainda que o conceito de estratgia um pouco mais complexo aqui, uma vez que existem momentos em que podem ser tomadas decises, ento, a deciso de um jogador pode ser conhecida antes do outro jogar o que pode afetar sua deciso. Em geral a representao do jogo se faz em forma de arvore, ondecadaramosereferedecisotomadaporumjogadoremumtempot.Asoluopode envolveraindaoprocessodescritoparachegarafunodereao.Nasequnciaso apresentados alguns exemplos clssicos. Exemplo 1 Dilema dos prisioneiros: 2 prisioneiros so capturados e submetidos as interrogatrio, em salas isoladas, sem comunicao. Existem duas possibilidades para cada prisioneiro, confessar ounoconfessarocrime.Dependendodassuasaesaspenasseroconformeatabelaabaixo nenhum ms, um ms, nove meses ou seis meses. Note que as penas dependem da interao de ambos. 2 1 NConfConf NConf(-1,-1)(-9,0) Conf(0,-9)(-6,-6) Tabela 1: Representao na Forma normal do Dilema do Prisioneiro. Hatrspossibilidadesfactveis(NConf,NConf),(Conf,Conf)e(Conf,NConf).Asituao (NConf,NConf)melhorque(Conf,Conf)paraambos.Ocomportamentoestratgico,aliadoaos interessesindividuais,inviabiliza(NConf,NConf)comosoluo.RemetendoaoequilbriodeNash teramoscomoequilbrio,(Conf,Conf),ouseja,osdoisconfessariam,emboraissonofossea melhorsoluo.Issosedaporqueojogonotemcooperaoeainformaodosjogadores limitada,casohouvesseinteraesteramosoutroequilbrio.Outrapossibilidadeseriaa aleatorizao entre as jogadas, onde chegaramos a um equilbrio bayesiano e as propores entre NConf e Conf para cada jogador. Exemplo2GuerradosSexos:Umcasalpretendesairjunto,ohomempensaemiraofutebola mulher ao cinema, cada um possui um valor para sair a cadaevento juntos, conformetabela 2 e em caso de sarem para diferentes locais o retorno ser nulo. M H Fut.Cin. Fut.(2,1)(0,0) Cin.(0,0)(1,2) Tabela 2: Representao na Forma normal o jogo Guerra dos Sexos. CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] Nestejogooequilbrioseriasairjuntos,sejaparaoFut.ouparaoCin.,poistodosganhariam, entretanto, existe um embate, pois existem dois equilbrios: (Fut, Fut) e (Cin, Cin). A representao destejogo em forma extensiva seria conformea figura 1 e a linha tracejada em H significa que o jogadorhomemjoganomesmomomentoqueamulherjoga.Osresultadossoosmesmos encontrados no jogo na forma normal, mas a forma estendida apresenta a possibilidade de multar ojogoparaumaformasequencialetemavantagemdevisualizarojogodeformamaisicnica, entretanto, sendo limitado ao numero de jogadas possveis. Figura 1: Representao na Forma Estendida do jogo Guerra dos Sexos. Exemplo 3 Par ou Impar em estratgias mistas: o objetivo aqui identificar a proporo de par e impar que cada jogador deve utilizar no jogo. dois 1

q1-q Parmpar pPar(-1,1)(1,-1) 1-pmpar(1,-1)(-1,1) Tabela 3: Representao na Forma normal para ou Impar. A resoluo se da seguinte forma: Fixada a estratgia de 2 em q, temos as seguintes opes para o jogador 1: Par:q(-1)+ (1- q)=1- 2q e mpar:q +(1 - q)(-1)= 2q 1. Da mesma forma, fixada a estratgiade1emp,temosasseguintes opesparaojogador 2: Par:p+(1-p)(-1)=2p1 e mpar:p(-1)+(1-p)=1-2p.Igualandoosdoisretornosparacadajogadortm-seaproporo q=1/2ep=1/2,indicandoqueemumjogoparaouimparaestratgiamista(q=1/2ep=1/2)o melhor que os dois jogadores podem fazer, constituindo assim um equilbrio bayesiano de Nash. CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] MONOPLIO OMonopliocaracteriza-seporpossuirumvendedoremuitoscompradores,umnicoproduto comercializado,ouseja,ausnciadebonssubstitutosebarreirasentrada.Assumaparaeste textoqueadecisodeproduodomonopolistaesttica,podendoserrelaxadatalhiptese com uma deciso dinmica intertemporal, pensando na manuteno do monoplio. Se a empresa produzirabaixodonvelparaoqualRMg=CMg,areduonareceitasermaiordoquea reduo no custo (RMg > CMg). Se a empresaproduzir acima do nvel para o qual RMg =CMg, o aumento no custo ser maior do que o aumento na receita (RMg < CMg). Logo, a maximizao do lucro ocorre quando a receita marginal igual ao custo marginal, ou seja, RMg=CMg. Lucroperdido P1 Q1 Lucroperdido CmgMggg CMe Quantidade $ por unidade produzida D =RMe RMg P* Q* P2 Q2 Figura 2: Grfico de ganhos e lucros no monoplio Aregra de bolso para traduzir a igualdade entre receita marginal e custo marginal a seguinte: |.|

\|AA|.|

\|=||.|

\|AA|.|

\|+ =AA+ =AA=AA=PQQPEQPPQP PQPQ P RMgQPQQRRMgd. 3. 2) (. 1||.|

\|+ ==|.|

\|AA|.|

\|ddEP P RMgEQPPQ1. 51. 4 CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] (ndice de Lerner)

Conformearegradebolsoacimasetemacapacidadequeafirmapossuideestabelecerpreo acimadocustomarginal,estapodesermedidaatravsdadiferenaentrepreoecustos marginais.O ndice de Lerner uma mediada bastante conhecida e possui a vantagem de assumir valoresentre0e1.Quanto maisprximode1 maioropoderdemercado. Quanto mais elstica forademanda,maisprximoopreodeverestardocustomarginal.SeEdforumnmero elevadoemmdulo,opreodeverestarmuitoprximoaocustomarginal.Nacompetio perfeitaademandacomaqualcadafirmasedeparaperfeitamenteelstica(Edigualaum nmeromuitoaltoemmdulo).Deformaque,parafirmasemcompetioperfeitaP=CMgeo poder de mercado nulo (L=0). A existncia de poder de monoplio implica preos mais elevados equantidadesmenoresproduzidas,issoimplicaemumefeitonobem-estaragregadode consumidores,possivelmenteredutordobem-estar,equedescritonogrficoabaixopela variao do excedente Total= B e C. ( )DDE 1 1CMgPCMgE1P PCMg RMg quando mximo . 6+==((

+= tPCmg PEd= 1. 7 CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] B A Perda de excedente do consumidor Peso morto Devido ao preo mais alto,os consumidores perdem A+B e o produtor ganha A-C. C Peso Morto do Poder de Monoplio Quantidade RMe RMg CMg QC PC Pm Qm $/Q Figura 3: Excedente do consumidor e do produtor MONOPLIO MULTI-PRODUTO Primeiro faamos uma verso simplificada. Neste caso a firma produz dois produtos diferentes, a firmapossuiduasdivises(cadadivisoproduzumprodutodiferente),asdemandaspelos2 produtossodependenteseos custossoindependentes.Afirmair maximizarlucrostalcomo na equao abaixo. ) ( ) ( ) ( ) (2 2 1 1 2 2 1 1p q c p q c p q p p q p Max + O Resultado da maximizao ir resultar no ndice abaixo, que uma vertente do ndice de Lerner. 1 1112 2 2 211 1) ( 1R EE q c PE P c Pii = Exerccio: obtenha o ndice de Lerner para o produto 2 Faamos o clculo agora para uma firma que produz n produtos diferentes. A firma ir maximizar lucros tal como na equao abaixo. CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] OLIGOPLIO No oligoplio um pequeno nmero de empresas vende para um grande nmero de consumidores produtosdiferenciadosouhomogneos,sendoqueomercadopossuielevadasbarreiras entrada. Osexemplosdetipodemercadosoligopolistaso:aindstriaautomotiva,aindstriadeAo,a indstria de Alumnio, a de Petroqumicos, a de Equipamentos eltricos, a de Computadores, entre outras. Asbarreirasentradapodemderivardebarreirasnaturaisderivadasde:economiasdeescala; patentes;acessotecnologia;ereputaodamarca.Asbarreirasentradatambmpodem derivardeaoestratgicatipo:ameaadeinundaodomercadocomprodutosparaqueo preo caia; e controle de insumos essenciais. Nacompetioperfeita,nomonoplioenacompetiomonopolstica,osprodutoresno levavam em considerao as aes das empresas rivais ao tomarem suas decises de produoe preos.Nooligoplio,devidoaonmerolimitadodeprodutores,asfirmasdevemlevarem consideraoasaesdosconcorrentesnadeterminaodesuaproduoepreos.Daa necessidade da teoria dos jogos. A anliseformal deuma situao decomportamento estratgico comea pela formulao deum jogo. Um jogo constitudo por um conjunto dejogadores,um conjunto deestratgias possveis paracadajogador,umconjuntodefunesutilidadetambmparacadajogador,eumconjunto de regras (quem pode fazer o qu e quando). Dado um conjunto de agentes racionais que interagem entre si, que tipo de comportamento deve-seesperardecadaum?Arespostaaestaquestodadapeloconceitodesoluo,um mtodo que, partindo da formulao de um jogo, chega a um perfil de estratgias, uma para cada jogador, correspondente previso do que cada agente racional escolheria. OconceitodesoluodemaisvastaaplicabilidadeindubitavelmenteoequilbriodeNash,ou seja,umconjuntodeestratgiasouaesemquecadaempresafazomelhorquepodeem funodoquesuasconcorrentesestofazendo.Paraexemplificarondeissoocorrepassaremos por modelos os mais variados inicialmente passando pelos modelos de oligoplio. CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] OsModelosdeOligopliosoaplicadosparaProdutoshomogneos(SubstitutosPerfeitos): Cournot,BertrandeStackelbergouparaProdutosDiferenciados(SubstituosImperfeitos): Bertrand. Iniciaremos com o modelo de Cournot para produtos homogneos Modelo de Cournot com produtos homogneos Assuma que existe um nmero pequeno de jogadores,quea varivel estratgica a quantidade, quearecompensadecadajogador(firma)dadapelafunolucro.Almdisso,suponhaqueo JogoSimultneoemum sestgio(firmasno observamasaesdasfirmasrivaisnahorada tomadadedeciso.Almdisso,ojogojogadoapenasumavez),suponhaaindaqueproduto homogneo (Substitutos perfeitos). Isso significa que o preo (nico) de mercado resulta da oferta agregada das empresas. Faamos uma primeira anlise assumindo 2 firmas que possuam custos marginais iguais. Passamos agora derivao algbrica do equilbrio de Cournot. Seja P = a b Q a inversa da funo procura, de maneira que Q = q1 + q2. Suponhamos ainda que o custo marginal de cada empresa constante e igual a c. O lucro da Empresa 1 dado por: 1t1(q , 2q ) = 1) ( q c P = 1 2 1) ( q c bq bq a A condio necessria para max 1t ento dada por , 01 2 1= bq c bq bq aou , 22 1c bq a bq =ou ainda ) (2122*1 2 1q q qbc aq = O equilbrio de Nash-Cournot dado, em geral, pelo sistema). (*j i iq q q =Neste caso, temos. 1 22 1212212qbc aqqbc aq== Orasistemaslinearessimtricos(custosidnticos)admitemapenassoluessimtricas.Temos, portanto CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] 1 1212qbc aq = Decorre que bc aq qN N32 1= =

e ainda .322 1b c aq q QN N N= + .3231c a bQ a PN N+ = O preo de equilbrio em situao de monoplio e concorrncia perfeita dado, respectivamente, por c a PM2121+ = e. C PC= Dado que PN, PM e PC so combinaes convexas de a e c dado que a > c, confirma-se que ,C N MP P P > >O mesmo se verificando com a derivada do preo em relao ao custo marginal. Suponhaagoraqueomercadoconsistedevariasempresas(N)idnticastodaspossuindoo mesmocustomarginal.Setodasasempresastmomesmocusto,oprimeiropassoserutilizar umaempresaecalcularseunveldeproduocomoumafunodosnveisdeproduodas demaisempresas.Ouseja,calcularafunotimadessaempresas.Semnenhumprejuzoda generalizao,iremosderivarafunotimadaempresa1.Dessemodo,aempresa1, selecionamos q1 para max1q. 1 111 1 1)] ( )[ ) ( cq q q b a cq q Q pNii ==tA condio necessria dada por . 2 02111c q b bq aqNii =cc==t Portanto,afunotimadaempresa1comoumafunodosnveisdeproduodasdemais empresas q2, q3,..., qn dada por .212) ,..., , (23 2 1 ==Nii nqbc aq q q REm geral, no ponto em que as empresas tm diferentes custos teremos que derivar a funo tima paracadaumadasNempresas.Porm,desdequetodasasempresassoidnticas,podemos CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] supor no equilbrio de Cournot, as empresas produziram as mesmas quantidades. Podemos supor (edepoisverificar)queqc1=qc2=...qcN.Portanto significaquequantidadeproduzidaq,sendo queq=qi,paratodoi.Agora,nssubstitumosavarivelqsomentedentrodaequaoj derivada.Ousodasimetria,isto,ci=cj=cfacilitaaresoluodeNequaescomN desconhecidos. Temos. ) 1 (212q Nbc aq =Portanto, )1)( () 1 ( += =+=NNb c aNq Qb Nc aqc c c.

O preo de equilbrio e o nvel de lucro de cada empresa so dados por 1 ++= =N Nc abQ a pc c e. ) () 1 () (2221c cq bb Nc a=+= tNotequesecolocarN=1(nmerodeempresas)serummonoplio,portanto,teremosque utilizar a formula do monoplio1 e se colocarmos 2 empresas (N = 2), ter um duoplio. Agora usaremos o nmero N = , onde teremos , 0lim= cNqe) ( )1)( (lim limb c aNNb c aqNcN=+= (3.16) Eis o equilbriodeCournot, quandoos nmeros deempresas crescem indefinidamente,os nveis deproduodecada empresasaproximam-sedezeroenquanto osnveisdeproduoagregado da indstria aproxima-se dos nveis de produo dos competidores. .1 1lim limeNcNp cNNcNap = =+++= (3.17) Com base na equao acima podemos formular a proposio a respeito do equilbrio de Cournot: medidaqueonmerodeempresasaumenta,opreodeequilbrioaproxima-sedopreode equilbrio da concorrncia perfeita. Faamos uma segunda anlise assumindo 2 firmas que possuam custos marginais diferentes. Com custos diferentes, o lucro da Empresa 1 dado por: 1t1(q , 2q ) = 1 1) ( q c P = 1 1 2 1) ( q c bq bq a A condio necessria para max 1t ento dada por 1 Shy, OZ. Industrial organization: theory and applications, 1996. CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] , 01 1 2 1= bq c bq bq aou , 21 2 1c bq a bq =ou ainda ) (2122*1 211q q qbc aq = De forma anloga: ) (2121*2 122q q qbc aq = Aocontrrio do caso simtrico, a firmas possuem custos diferentes. Formas com custos menores possuemvantagememrelaoaosrivais,sejadecorrentedetecnologiamaisavanadaoudo acesso a insumos mais baratos (ex: salrios ou proximidade geogrfica da fonte de matria-prima). Essavantagememcustosserefleteemvantagemcompetitiva,isto,afirmacommenorcusto produzir mais e ter lucro operacional mais elevado que a empresa rival. EXERCCIO NUMRICO: ConsidereumduopliocujademandaobtidapormeiodeP=10-Q,ondeQ=Q1+Q2.As funesdecustodaempresasoC1(Q1)=4+2Q1eC2(Q2)=3+3Q2.Qualaquantidadede produodeequilbrioparacadaumadasempresasseelasatuaremdeformanocooperativa?Utilize o modelo de Cournot. Desenhe as curvas de reao das empresas e mostre o seu equilbrio. RESPOSTA: No modelo de Cournot, a Empresa 1 considera a produo da Empresa 2 como fixa e maximiza seus lucros. A funo de lucro derivada se torna: t1 = (10 - Q1 - Q2 )Q1 - (4 + 2Q1 ), ou t = + 4 81 121 2Q Q Q Q .IgualandoaderivadadafunodelucroemrelaoaQ1azero,obtemosafunode reao da Empresa 1: ctc1Q= 8 21Q -2Q = 0,or 1Q = 4 -Q22| \ | . .Similarmente, a funo de reao da Empresa 2 Q2 = 3.5 Q12| \ | . . CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] ParaencontraroequilbriodeCournot,inserimosafunodereaodaEmpresa2na funo de reao da Empresa 1: Q1 = 4 12| \ | . 3.5 Q12| \ | . ,or Q1 = 3.Inserindo o valor de Q1 na funo de reao da Empresa 2, obtemos Q2 = 2. InserindoosvaloresdeQ1eQ2nafunodedemandaparadeterminaropreode equilbrio: P = 10 - 3 - 2 = $5. Os lucros das Empresas 1 e 2 so iguais a t1 = (5)(3) - (4 + (2)(3)) = 5e t2 = (5)(2) - (3 + (3)(2)) = 1. Q15 1012345678910Q21 2 3 4 6 7 8 9QQ1242= QQ21352= .Funes de Reao Figura 4: Curvas de Reao FaamosumaterceiraanliseassumindoNfirmasquepossuamcustosmarginaisdiferentes. (CournotassimtricocomNempresas).NomodelodeCournotparaempresasheterogneas,ou seja,mercadocomNempresas,cadaumadelascomcustosdiferentes,casodomercadoem CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] estudodonossotrabalho,temosci>0,i=1,...,N,cadaempresaiescolhesuaquantidadede produo qi, de maneira que i i ji jcj ici i iq c q q b bq a q q Max = H=] ) ( [ ) , (Assumindo,0 >ciqpara todos I, a condio necessria , ) ( 2ii jcjcic q b bq a = =

i = 1,..., N. Agora,emvezderesolverNequaes(Ncondionecessria)paraNnveisdeproduo, resolveremosparaonveldeproduoagregadapelareformulaodacondionecessriana forma de ,ic cic bQ bq a = i = 1,..., N. Assumindo para todo qi, i=1,..., Nlucros .1== Niic cc bNQ bQ NaPortanto, o equilbrio do Cournot para quantidade e preo agregados da indstria esto dadas por b Ncb NNaQNiic) 1 ( ) 1 (1++== .1 11+++==NcNapNiic Consideramosagoraumaindstriacom2tiposdeempresas:Umacomcustosmarginaisaltose outracomcustosmarginaisbaixos.SupomosqueH>1soempresascomcustomarginalalto dada por Hc , e L >1 so empresas com custo marginal baixo dada por Lc , onde. 0 > >L Hc cb L HL Hb L Ha L HQcL cH c) 1 ( ) 1 () (+ + ++ ++= .1 1 + ++++ +=L HL HL HapcL cH c

Portanto, quantidade e preo de equilbrio no Cournot somente depende de cL cHL H + .AvantagemdeaprenderestemtodoparacalcularoequilbriodeCournotqueoresultado torna-se claro no caso onde h empresas entrando ou saindo do mercado. Por exemplo, supomos queenovasempresasentramnomercadocomcustomarginalbaixo.Ento,onovoequilbrio parapreoequantidadepoderserimediatamentecalculadopor cL cHL H + onde CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] cL cHL H ) 3 ( + + . NDICE DE LERNER E COURNOT ASSIMTRICO Paramediropoderdemercadodasempresasquefazempartedomercadoemestudopode-se adotararegraparamediropoderdemonoplio,introduzidaporAbbaLernerem1934 denominada ndice de Lerner2.O ndice de Lerner dado por: PC PL'=Em que a elasticidade da procura. O ndice de Lerner tem sempre valor entre zero e um. Para uma empresa perfeitamente competitiva, temos P = C, portanto L = 0. Quanto maior for L, maior ser o grau de poder de monoplio. A frmula pode ser generalizada para o caso de um oligoplio.3 A funo lucro da empresa i dada por: , ) ,..., (1 i i n iC Pq q q = = HSendoquePainversadafunoprocura,eCiafunocustodaempresai.Acondiode primeira ordem para max [i por sua vez dada por , 0 ' ' = + iC P q POu simplesmente i iq P C P ' ' = De modo que P dP/dQ. Definindo o ndice de Lerner da empresa i como ,'PC PLii=Temos: Pq PLii' = ) )('(QqPQ Pi= ,ciS= Sendo que ,QPdPdQ c 2 Medida do poder de monoplio calculada como o excedente do preo sobre o custo marginal como uma funo do preo. 3AanlisequesesegueadaptadadeKeithCowlingeMichaelWaterson,Price-costMarginsandMarketStructure, Economia 43 (1976), 267-274 por Cabral, Luiz, Economia Industrial. CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] .QqSii Modelo de Bertrand com produtos homogneos Simplificando para este modelo assuma duas firmas quecompetem em Preo, ou seja,a varivel estratgicaopreo.Arecompensadecadajogador(firma)dadapelafunolucro.Asfirmas decidemsimultaneamenteemumsestgio(firmasnoobservamasaesdasfirmasrivaisna hora da tomada de deciso.Alm disso, o jogo jogado apenas uma vez). Alm disso, o produto queelasvendemhomogneo(Substitutosperfeitos),portanto,opreo(nico)demercado resultada oferta agregada das empresas. Tambm adote ocusto marginal constante c idntico para ambas s firmas e o custo fixo nulo para ambas as firmas. A curva de demanda com a qual se deparaumafirmadadoumdeterminadopreodorival(DemandaResidual).Devido homogeneidade do produto a curva de demanda residual apresenta descontinuidade (Veja Figura abaixo). Em termos econmicos, isto significa que a firma tem (1) toda a demanda de mercado se cobrarpreoabaixodafirmarival(2)demandazerosecobrarpreoacimadafirmarivalou(3) divide a demanda total pela metade em caso de igualdade de preos. Figura 5: Modelo de Bertrand Para esta demanda, dado um preo p cobrado pela firma rival, a firma ter sempre o incentivo de cobrar um preo um pouco inferior (p ). Logo, nenhum preo acima do custo marginal consiste em um equilbrio de Nash. O nico equilbrio do jogo ocorre quando ambas a firmas cobram preo idnticoaocustomarginalc.Logoomodeloprevque,mesmocompoucacompetio(apenas CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] duasfirmas),opreodeveserigualaocustomarginal,resultadoidnticoqueleobtidona competio perfeita onde o nvel de competio o maior possvel. Solues para este resultado pouco plausvel so que existe restrio de capacidade e/ou diferenciao de produtos e/ou Cartel (ou Conluio). Cartel (Bertrand Repetido) A recompensa de cada firma calculada pela soma do lucro presente e dos lucros futuros. O valor presente dos lucros futuros calculado a partir do fator de desconto . Definio: O jogador i joga a estratgia denominada Gatilho (ou Trigger) se em cada perodo , =1,2,3..... A firma i coopera serival cooperou nos perodos anteriores a edeixadecooperar para sempre caso contrrio. Emoutras palavras,afirmaicoopera(se comporta conformeo acordodecartel) enquantoafirmarivalcooperar.Emcasodedesvio,afirmaiiniciafase(eterna)depunioao estabelecer preo igual ao custo marginal em todos os perodos seguintes. Para checar se, e sob quais condies, a estratgia gatilho constitui um equilbrio nash no jogo de Bertrand repetido necessrio comparar a recompensa obtida pela firma ao desviar quela obtida na cooperao (cartel). Recompensa do desvio (RD) ou ganho em no cooperar MRD t = Recompensa da cooperao (RC) 2 11MRCt = A cooperao ser sustentvel em eq. de Nash no jogo repetido se a firma no tiver incentivo em desviar, ou seja, se MMRC tt>=2 11 Ao resolver a desigualdade acima em relao ao fator de desconto, podemos afirmar que o Cartel emerge como eq. de Nash se CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] 21> Resultado:Seasfirmasforemsuficientementepacientes(suficientementealto)oacordode cartel sustentvel no jogo de Bertrand repetido. CARTEL (MODELO DE COURNOT COM PRODUTOS HOMOGNEOS) Cournot em s estgio Hipteses Duas FirmasVarivel Estratgica a quantidade. Recompensa de cada jogador (firma) dada pela funo lucro Jogo Simultneo em um s estgio (firmas no observam as aes das firmas rivais na gora da tomada de deciso. Alm disso, o jogo jogado apenas uma vez) Produto homogneo (Substitutos perfeitos). Isso significa que o preo (nico) de mercado resulta da oferta agregada das empresas. Exemplo numrico Ademandadadaporp= A-bQ.SejaQ= q1 +q2 aquantidade totalda indstria e assumaque a produo ocorre ao custo marginal c e custo fixo nulo para ambas as firmas. Lembre que no equilbrio de cournot esttico o lucro de cada firma dado por bc acour9) (2= t E quantidade produzida dada por bc aqcour3= No entanto note que as firmas em conluio obtm lucros superiores e produzem menos. bc acar8) (2= t CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] bc aqcar4) ( = Mas,acombinaodeestratgiasondeambasasfirmassecomportamconformeoacordode cartel no constitui equilbrio no jogo esttico pois ambas as firmas tem a tendncia de desviar e produzir mais que a firma rival. bc adesv64) ( 92= t b c aqdesv8) ( 5 = Resultado 1: No jogo de cournot em s estgio oacordo de Cartel onde ambas as firmas produzem carqno constitui equilbriopois ambas as firmas possuem incentivo de desviar (burlar o acordo). COURNOT REPETIDO Hipteses Duas Firmas existem para sempre Varivel Estratgica a quantidade. Recompensa de cada jogador (firma) dada pela funo lucro Jogo esttico de Cournot repetido infinitas vezes. No perodo t , ambas as observam as aes passadas dos rivais (firmas no observam as aes das firmas rivais no perodo t.Produto homogneo (Substitutos perfeitos). Isso significa que o preo (nico) de mercado resulta da oferta agregada das empresas. Observao importante: A recompensa de cada firma calculada pela soma do lucro presente e dos lucros futuros. O valor presente dos lucros futuros calculado a partir do fator de desconto . Definio: Ojogador i joga a estratgia denominada Gatilho (ou Trigger)seem cada perodo , =1,2,3..... A firma i joga carqse ambas jogaram carqnos perodos anteriores a e joga courqcaso contrrio Em outras palavras, a firma i coopera (se comporta conforme o acordo de cartel e produz pouco, carq ) enquanto a firma rival cooperar. Em caso de desvio, a firma i inicia fase (eterna) de punio ao produzir courq . CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] Para checar se, e sob quais condies, a estratgia gatilho constitui um equilbrio nash no jogo de cournot repetido necessrio comparar a recompensa obtida pela firma ao desviar quela obtida na cooperao (cartel). Recompensa do desvio (RD) cour desvRD tt+ =1 bc abc a9) (1 64) ( 92 2+= Recompensa da cooperao (RC) bc aRC8) (112= A cooperao consistir em eq. de Nash no jogo repetido se a firma no tiver incentivo em desviar, ou seja, se >=bc aRC8) (112 bc abc a9) (1 64) ( 92 2+ Ao resolver a desigualdade acima em relao ao fator de desconto, podemos afirmar que o Cartel emerge como eq. de Nash se 179> Resultado 2:Se as firmas forem suficientemente pacientes ( suficientemente alto)o acordo de cartel (produzir carqem cada perodo) constituir equilbrio de Nash no jogo de Cournot repetido. CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] EXEMPLO TRIP Estetrabalhoentranovisempricoe,dadaasituaoatualdomercadodeTRIPnoBrasileas conclusesapresentadasporMartins,SilvaeRocha(2006),propeummodelodeconcorrncia tipoCournot(Schaumans eVerboven,2006;Bresnahan,Reiss,ePosner,1975),afimdeanalisar mudanasnobem-estarsocialcomamonopolizaoouformaodeconluiosemlinhasde operaoselecionadas.Estaseotratadedigressesacercadademandaesuaformafuncional indiretaedefineoconceitodecustoadotadonomodeloeaformafuncionalparaolucro.Na ltimasubseo,seroefetuadososclculosreferentesaoequilbriodeNashparamercados oligopolizados com 2, 3, 4 e 5 operadores em regime de concorrncia. Demanda Neste estudo, entende-se que a demanda para um modo de transporte tem estreita relao com a geografia.Assim,assume-sequeosmercadosrelevantessoaquelesformadosporcidadesde origemededestinosituadasemUnidadesdeFederaobrasileirasdistintas,isto,emEstados diferentes. O detalhe que conforme a geografia, para o caso de transportes, quo mais longe um local de origem para outro de destino, menor a demanda para tal viagem, ou seja, as viagens diminuemcomadistncia(Martins,2007;Martins,RochaeSilva,2008).Ora,entonoso interessantesmercadoslongnquos,poisessesnotmdemandasignificante.Dessaforma, restringiremosoestudoaosmercadosrelevantesondesotransportadospassageirosentre cidadessituadasemEstadosvizinhos.Almdisso,emboraosmercadosdeTRIPapresentarem concorrnciacomprodutosdiferenciados(Martins,SilvaeRocha,2006),adotar-se-ahiptese simplificadora que a concorrncia se dar entre produtos semelhantes e empresas distintas. Isso uma estrutura clssica de anlise que facilitar os clculos de equilbrio, uma vez que no existiro elementos idiossincrticos na anlise. Assume-se que a demanda inversa ser linear, conforme equao abaixo. Q Q pj 1 0) ( | |+ =

Onde, ) (Q pjademandainversanomercadojeQosomatriodademandadosoperadores naquele mercado. Custo Ocustoefetivodasempresasreguladasnodisponibilizado,masapenasalgunscustos fornecidospelasfirmasANTT,havendo,portanto,assimetriadeinformaes.Sodadosque subsidiamoclculodosreajustestarifriosanualmentecombaseemplanilhadecustosmdios (verMartins,2007).Algunstericossedebruamemmodelosquesejamcapazesderevelaro verdadeirotipodaempresareguladae,principalmente,orealcustoqueelatemparaoperar.O trabalhoseminalnessalinhaodeBaroneMyerson(1983)quepropemummecanismopara revelar o verdadeiro custo de empresas reguladas, ao relacionar o preo do servio com os dados reportados pelo regulado. CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] Contudo, o que de fato se sabe que o custo das empresas reguladas de difcil mensurao e de crenaduvidosarelativaaodadoreportadoaoreguladordevidoassimetriadeinformaes existente. Peloexposto,podem-seadotaraquiduasposturas.Aprimeiraassumirumaformafuncional para o custo, tal como expresso abaixo. Outra abordagem utilizar a mdia dos custos reportados. veic veic veic veic iKM N KM N c3 2 1) , ( o o o + + = Com ) , (veic veic iKM N c sendo o custo marginal da empresa i funo do nmero de veculos (nibus) da empresa e da quilometragem percorrida pelos nibus. Nestetrabalhoseradotadaamdiadoscustosporindisponibilidadededadosconfiveisdas variveisexplicativas.Assim,acreditar-se-queosdadosreportadossoverossmeis.Contudo, cabeindicarqueoscustosforamobtidosdeaproximaesdefaturamentocomaretiradado Mark-up.

Lucro O lucro tem a forma funcional abaixo e, para facilitar os clculos, utilizaremos iccomo mdia dos custos da empresa i. ij i j ijq c Q p ) ) ( ( = t Onde, ijt o lucro da empresa i no mercado j;) (Q pj a demanda inversa no mercado j e Q o somatriodademandadosoperadoresnaquelemercado;e ijqaquantidadedepassageiros transportados pela empresa i no mercado j. Equilbrio e simulaes Os passos para calcular e estimar os retornos das empresas ser conforme o seguinte roteiro: 1.Calculam-seasquantidadestransportadaspelasempresasinomercadoj,emum equilbrio de Nash, conforme um jogo simultneo de informao completa; 2.Estima-senovamenteocustomarginalcomasduasempresastrabalhandojuntascomo funo do nmero de nibus eidade dos veculos, agora no mais deuma empresa, mas das duas juntas, o que equivale a um Code-share; 3.Simula-se um monoplio com cada empresa que participa do mercado; 4.Analisa-se a situao dos mercados na configurao atual e nas simulaes, medindo-se: CERMECentrodeEstudosemRegulao de MercadosCentroInvestigaoemEconomiae Finanas Universidade de Braslia FACE Campus UniversitrioDarcy Ribeiro - ICC - Ala Norte CEP70910-900 - Braslia DF http://www.unb.br/face/cerme/ Email: [email protected]: 61-3307-3947 FAX:61-3 307-3438 http://www.unb.br/face/cief/ Email: [email protected] a.GanhoemPreo:diferenaentrevalorpagopelosconsumidoresemumcenrio com relao ao equilbrio de Nash; b.Ganho de Lucro: diferena entre lucro no mercado em um cenrio com relao ao equilbrio de Nash; c.Ganhodedemanda;diferenaentreademandanocenrioemrelaoao equilbrio de Nash; Calculou-se o equilbrio de Nash para um jogo simultneo de informao completa, tipo Cournot, seguindoosprocedimentosdeGibbons(1992).Asequaesdequantidadesdemandadasno equilbrio para mercados com 2, 3, 4 e 5 operadores esto representadas na Tabela 1. Apartirdasquantidadesdecadaempresano mercadoj,calcula-seolucrodecadaempresae o preodemercadoparaasituaodeequilbrioe,procede-seemseguidassimulaesdos cenriospropostos.Oartigoseguecomaaplicaodomodelotericoutilizandoumafuno estimadaparaademanda inversaea mdiadoscustosdasempresas, calculando-seo equilbrio de Nash apresentados na Tabela 1. FirmasEquao (n.)Variveis 2 j iccqjii== ),2(96)2(341010|||| ic : custo do operador i; e jc : custo do operador j. 3 j iccqjjii==, )2(21)2(2331010||||

ic : custo do operador i; e jc : custo do operador j; 4 j iccqjjii==, )2(52)2(5841010||||

ic : custo do operador i; e jc : custo do operador j. 5 j iccqjjii= =, )2(31)2(91551010||||

ic : custo do operador i; e jc : custo do operador j. Tabela 4: Equaes para diferentes mercados em regime de competio com mais de duas firmas