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Análise Financeira

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  • Contabilidade Tpicos Avanados Aula 09 Anlise das Demonstraes Contbeis Professores: Francisco Velter & Luiz Roberto Missagia

    INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 1

    Anlise das Demonstraes Contbeis 1. CONCEITO Jos Carlos Marion, em seu livro Anlise das Demonstraes Contbeis, 2 Edio, Editora Atlas, diz que: Poderamos dizer que s teremos condies de conhecer a situao econmico-financeira de uma empresa por meio dos trs pontos fundamentais de anlise: Liquidez (Situao Financeira), Rentabilidade (Situao Econmica) e Endividamento (Estrutura de Capital). Nesse sentido apresentaremos esta aula, desenvolvendo os trs nveis que constam no edital do AFRFB.

    Anlise das Demonstraes Contbeis ou Financeiras a parte da Cincia Contbil que analisa e interpreta as Demonstraes Financeiras de uma entidade, visando fornecer informaes mais especficas sobre sua situao patrimonial. Para isto, o analista transforma os dados das demonstraes em informaes teis aos usurios.

    Para iniciar os trabalhos de anlise, deve-se passar por algumas etapas, a saber:

    1) Identificao dos elementos: nesta fase que o analista deve identificar os componentes das demonstraes necessrios anlise e proceder ao ajuste das mesmas;

    2) Padronizao dos elementos: Como o analista muitas vezes recorre a uma srie histrica para efetuar comparaes, somente ser bem-sucedido caso utilize elementos padronizados;

    3) Modificaes na sistemtica contbil: o analista deve levar em considerao provveis alteraes nos procedimentos (ex: critrio de avaliao de estoques) no momento em que estabelecer as comparaes de valores;

    4) Alteraes na moeda corrente: Os planos econmicos contemplando corte de zeros, alterao de moeda, e a prpria inflao, devem ser levados em conta pelo analista para que este no efetue comparaes absurdas.

    2. AJUSTES DAS DEMONSTRAES Exclusivamente para fins de anlise algumas contas merecem ser ajustadas para a correta anlise. a) Conta Caixa o saldo da conta Caixa deve indicar o montante de moeda em espcie em poder da empresa. Portanto os valores referentes a vales, cheques pr-datados e outros valores devem ser reclassificados para contas de crditos em funo do prazo.

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    b) Clientes Duplicatas Descontadas deve figurar como passivo circulante e Proviso para Devedores Duvidosos deve ser deduzida de sua correspondente. c) Estoques Adiantamento a Fornecedores de mercadorias ou matrias-primas no devem figurar no subgrupo Estoques, mas sim como Outros Crditos. J o item Almoxarifado deve ser destacado, pois seu saldo no representa mercadorias para revenda. d) Despesas do exerccio seguinte Representa valores que sero consumidos no exerccio seguinte, no se convertendo em dinheiro, logo no pode ser usado para pagamento de dvidas. Deve ser reclassificado para despesa, diminuindo o PL. e) Passivo Circulante a conta Duplicatas Descontadas de curto prazo deve figurar neste grupo. Deve-se agrupar as contas de natureza equivalente nos seguintes subgrupos: Obrigaes com Fornecedores, Obrigaes Sociais e Tributrias e Obrigaes Financeiras.

    f) Resultado de Exerccios Futuros - recomendvel que, onde este grupo no tenha relevncia, seu saldo seja reclassificado para o Patrimnio Lquido no item Lucros ou Prejuzos Acumulados, uma vez que uma das caractersticas destas contas a impossibilidade de reverso do resultado.

    3. TIPOS DE ANLISE Existem 3 tipos de anlise das demonstraes financeiras: a) Anlise de Estrutura ou Vertical; b) Anlise de Evoluo ou Horizontal; c) Anlise de ndices. 3.1 ANLISE VERTICAL Consiste no estudo e comparaes de contas e subgrupos dentro da prpria demonstrao analisada. Identifica-se o percentual de participao de cada item da Demonstrao em relao a um grupo ou ao todo dentro de um perodo especfico. Utiliza-se a converso dos itens para percentuais atravs de regra de trs, estabelecendo uma base que equivale a 100%.

    Nos pontos seguintes utilizaremos os elementos dos seguinte balano para exercitar.

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    BALANOS PATRIMONIAIS

    2002 2003 2004 ATIVO Circulante 291.000 424.860 524.000 Disponibilidades 10.000 15.000 44.000 Contas a Receber de vendas 178.000 267.000 290.000 Estoque de mercadorias 98.000 135.580 170.000 Despesas do perodo seguinte 5.000 7.280 20.000 Realizvel a longo prazo 12.000 9.600 10.000 Emprstimos a scios 12.000 9.600 10.000 Permanente 71.000 214.000 260.000 Investimentos 15.000 68.000 90.000 Imobilizado 50.000 138.000 160.000 Diferido 6.000 8.000 10.000 Total 374.000 675.460 794.000 PASSIVO Circulante 160.000 263.460 285.000 Fornecedores 56.000 83.260 100.000 Salrios a pagar 5.000 7.000 4.000 Ttulos a pagar 36.000 129.200 125.000 Aluguis a pagar 3.000 - 5.000 Dividendos 11.000 8.000 11.000 Emprstimos 49.000 45.000 40.000 Patrimnio Lquido 214.000 412.000 509.000 Capital Social 100.000 268.000 359.000 Reservas de Capital 50.000 72.000 72.000 Reservas de Lucros 10.000 24.000 51.000 Lucros Acumulados 54.000 48.000 27.000 Total 374.000 675.460 794.000

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    Alm do Balano Patrimonial, necessitamos, em nossas anlises, do Resultado do Exerccio.

    Demonstrao do Resultado do Exerccio

    2002 2003 2004

    vendas brutas 250.000 340.000 420.000 tributos sobre as vendas (46.250) (62.900) (77.700) vendas lquidas 203.750 277.100 342.300 custo das mercadorias vendidas (91.688) (119.600) (148.520) lucro bruto 112.063 157.500 193.780 despesas com pessoal (12.000) (14.300) (16.300) despesas com materiais e servios (8.000) (9.000) (9.800) despesas com aluguis e seguros (12.000) (13.450) (17.800) depreciao (3.500) (5.800) (6.400) amortizao do diferido (300) (450) (500) receitas financeiras 1.000 3.400 5.700 de aplicao das disponibilidades 300 2.000 2.800 de emprstimos de longo prazo 700 1.400 2.900 despesas financeiras (2.400) (4.600) (6.400) lucro antes de IR e CSLL 74.863 113.300 142.280 IR e CSLL (25.453) (36.960) (46.952) lucro lquido 49.409 76.340 95.328

    Ex: Participao do Ativo Circulante em relao ao patrimnio da empresa no

    balano de 31/12/2002: Patrimnio = R$ 374.000,00 (100%) Ativo Circulante = R$ 291.000,00 (X) X = (R$ 291.000,00/R$ 374.000,00) X 100% = 77,80% O analista pode ento verificar os seguintes aspectos: a) Ativo Circulante concentra mais de 3/4 dos recursos aplicados, estando mais concentrados em Clientes (61% em 2002) e em Estoques (34% em 2002). b) Ativo Realizvel a Longo Prazo este grupo no apresenta participao significativa para a empresa, pois representa apenas 3% do ativo.

    Com relao Demonstrao do Resultado do Exerccio a base de 100%, via de regra, a Receita lquida. Ex: Participao do CMV na Demonstrao: Receita Lquida 2002 = R$ 203.750,00 (100%) CMV = R$ 91.688,00 (X) X = (R$ 91.688,00 /R$ 203.750,00) X 100% = 45,00%

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    3.2 ANLISE HORIZONTAL Identifica a evoluo, ao longo do tempo, dos itens que compem a demonstrao. 3.2.1 ANLISE DE EVOLUO NOMINAL Este tipo de anlise no considera a inflao ocorrida no perodo. O analista determina um perodo como sendo o base a atribui a este o valor de 100%. Ex: Anlise nominal da evoluo do Ativo Circulante (AC), considerando as Demonstraes de 31/12/2002 como base 100%. AC-2002 = R$ 291.000,00 = 100% AC-2003 = R$ 424.860,00 = X AC-2004 = R$ 524.000,00 = Y X = 424.860 / 291.000 = 146% Y = 524.000 / 291.000 = 180%

    Percebe-se que o AC cresceu 46% em 2003 e 34% em 2004 com base em 2002.

    A evoluo do Ativo total se comportou da seguinte forma: AT-2002 = R$ 374.000,00 = 100% AT-2003 = R$ 675.460,00 = X AT-2004 = R$ 794.000,00 = Y X = 675.460 / 374.000 = 180% Y = 794.000 / 374.000 = 212% Percebe-se que o ativo total cresceu mais do que o AC nesses perodos com base em 2002. No entanto, em 2004 se comparado a 2003, o AC cresceu mais do que o AT. 3.2.2 ANLISE DE EVOLUO REAL Neste tipo de anlise deve ser adotado um ndice que corresponda inflao do perodo analisado, para anular os efeitos desta quando da comparao de valores de perodos distintos. Ex: IPC, INPC, IGV. Desta forma, adotando-se, por exemplo, uma inflao hipottica de 5% em 2003 e 6% em 2004, teramos a seguinte situao para os ndices acima:

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    Para que o analista coloque os valores num mesmo patamar de comparao, deve inflacionar os nmeros absolutos das demonstraes mais antigas ou deflacionar as demonstraes mais recentes. Assim, considerando que a inflao de 2004 incidiu sobre a inflao de 2003, os ndices inflacionrios a serem aplicados so:

    Perodo ndice 01/01/2002 a 31/12/2002 1,0000 01/01/2003 a 31/12/2003 1,0500 01/01/1998 a 31/12/1998 1,1130

    Assim, os valores do Ativo Circulante deflacionados para o ano de 2002 seriam os seguintes;

    Ano Nominal ndice Clculo Real 2003 424.860 1,0500 424.860/1,050 404.628,57 2004 524.000 1,1130 524.000/1.113 470.799,64

    Agora sim, tomando como base 100% o ano de 2002, teramos as seguintes comparaes:

    100% X R$ 404.628,57 AC-2003 =

    R$ 291.000,00 = 139.04%

    100% X R$ 470.799,64

    AC-2004 = R$ 291.000,00

    = 161,78%

    O quadro comparativo abaixo nos permite uma melhor visualizao da situao:

    Anlise 2002 2003 2004 Nominal 100,00 146,00 180,00 Real 100,00 139,04 161,78

    3.3 ANLISE POR MEIO DE NDICES Tem por base as relaes existentes entre contas, grupos e subgrupos de contas das Demonstraes Financeiras. A anlise de ndices fundamental para o perfeito conhecimento da situao econmica, financeira e estrutura de capitais da empresa. Os ndices so divididos nos seguintes grupos: a) ndices de Liquidez ou Solvncia (financeiro); b) ndices de Estrutura de Capitais (endividamento); c) ndices de Rentabilidade (econmico); d) ndices de Rotao ou Giro.

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    Vamos tomar por base as demonstraes apresentadas anteriormente para os anos de 2002, 2003 e 2004.

    3.3.1 NDICES DE SOLVNCIA OU LIQUIDEZ A relao estabelecida visa apresentar a capacidade de pagamentos em funo de seus vencimentos e da realizao de seus direitos. A sua interpretao deve ser feita em conjunto com outros elementos. a) ndice de Liquidez Imediata

    Ativo Disponvel LI =

    Passivo Circulante o ndice de Liquidez absoluta ou instantnea ou imediata. Representa a capacidade de a empresa cumprir seus compromissos de curto prazo com o que ela dispe no momento, para pagamento imediato. O Ativo Disponvel composto pelo saldo das contas Caixa, Bancos, Aplicaes Financeiras de Liquidez Imediata e numerrio em trnsito (cueca). Ex: Em 31/12/2003:

    R$ 15.00,00 LI = R$ 263.460,00

    = 0,0569

    Isto quer dizer que a empresa possui condies de saldar de imediato 5,56% de suas obrigaes. b) ndice de Liquidez Seca

    Ativo Circulante Lquido LS =

    Passivo Circulante Por Ativo Circulante Lquido entende-se os recursos conversveis em moeda no curto prazo, ou seja, deduz-se do total do Ativo Circulante o valor dos Estoques e das Despesas Antecipadas do Exerccio Seguinte, sendo que alguns autores consideram somente Ativo Circulante menos Estoques. Ex: Em 31/12/2002: ACL = 291.000 98.000,00 5.000,00 = 188.000,00

    R$ 188.000,00 LS =

    R$ 160.000,00 = 1,175

    Isto demonstra que a empresa conseguir saldar suas dvidas de curto prazo se conseguir receber os seus crditos sem que para isto seja necessrio fazer qualquer venda adicional.

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    c) ndice de Liquidez Corrente

    Ativo Circulante LC =

    Passivo Circulante Representa a capacidade de a empresa cumprir seus compromissos de curto prazo com os recursos de qualquer natureza de curto prazo. d) ndice de Liquidez Geral

    AC + ARLP LG =

    PC + PELP Representa a capacidade de a empresa honrar os capitais de terceiros, sem necessitar mexer em seu ativo permanente. 3.3.2 NDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAIS (endividamento) Oferecem subsdios para a avaliao da participao dos capitais prprios e de terceiros no patrimnio da empresa. Indica o grau de endividamento da empresa. a) ndice de Imobilizao do PL

    Ativo Permanente IPL =

    Patrimnio Lquido b) ndice de Imobilizao dos Recursos Permanentes

    Ativo Permanente IRP =

    PELP + PL c) ndice de Participao de Capitais de Terceiros

    a garantia que os capitais de terceiros tm em relao ao capital prprio da empresa. Quanto menor for o ndice, melhor ser a situao econmica e financeira e menor ser o endividamento.

    Exigvel Total ICT =

    Patrimnio Lquido d) ndice de Endividamento Total

    Representa quanto a empresa deve em relao ao seu investimento total.

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    Exigvel Total IET =

    Ativo Total e) ndice de Composio do Endividamento

    Indica o perfil das dvidas da empresa, sendo possvel identificar a necessidade ou no de alongamento das mesmas.

    Passivo Circulante ICE =

    Exigvel Total f) ndice de Endividamento de Curto Prazo

    Passivo Circulante IECP =

    Ativo Total g) Garantia do Capital prprio ao capital de terceiros (CP/CT)

    PL CP/CT =

    Capital de Terceiros (PC + PELP) Identifica a garantia ao capital de terceiros oferecida pelo capital prprio, ou seja, quanto para cada $ 1,00 de capital de terceiros h de prprio, como garantia. 3.3.3 NDICES DE RENTABILIDADE Verificam o desempenho econmico da entidade. Com eles, os investidores podem comparar o rendimento obtido com os demais oferecidos pelo mercado financeiro.

    a) ndice de Rentabilidade do PL a relao na qual se verifica a lucratividade dos capitais prprios.

    Lucro Lquido

    IRPL = PL mdio

    PL inicial + PL final

    PL mdio= 2

    Ex: 31/12/2004

    R$ 412.000,00 + R$ 509.000,00 PLm =

    2

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    PL m = R$ 460.500,00

    95.328,00 IRPL =

    460.500,00 = 0,207

    Em 2004, houve rentabilidade de 20,70% do PL Tempo para retorno do investimento:

    100% Prazo =

    Rentabilidade (%) Em 2004:

    100% Prazo =

    20,7 = 4,83

    Mantendo o atual nvel de rentabilidade, o investimento retornar em aproximadamente 5 anos. b) ndice de Rentabilidade do Ativo indica em quanto a lucratividade superou as aplicaes no ativo.

    Lucro Lquido IRA = Ativo Total

    c) ndice de Giro do Ativo o valor das vendas para cada $1,00 de investimento. Deve ser estudado em conjunto com os demais ndices de rentabilidade.

    Vendas Lquidas IGA =

    Ativo Total Mdio Ex: 2003 Ativo Total mdio = (R$ 374.000,00 + R$ 675.460,00) / 2 = R$ 524.730,00

    277.100,00 IGA =

    524.730,00 = 0,528

    d) ndice de Margem Lquida o lucro obtido para cada $1,00 de vendas lquidas.

    Lucro Lquido IML =

    Vendas Lquidas e) Margem Bruta revela o percentual remanescente de receita lquida, aps a deduo do CMV.

    IMB = Lucro Bruto

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    Vendas Lquidas e) Margem Operacional indica o desempenho operacional da entidade exclusivamente em funo das suas operaes normais.

    Lucro Operacional IMO =

    Vendas Lquidas 3.3.4 NDICES DE ROTAO OU GIRO Fornecem informaes sobre o tempo necessrio (giro) para a renovao de determinados elementos patrimoniais, como estoques, fornecedores, contas a receber. a) ndice de Rotao de Estoques indica quantas vezes o estoque vendido e reposto novamente

    CMV

    IRE = Estoque mdio

    EI+EF

    Estoque Mdio = 2

    Ex: No ano de 2003

    98.000 + 135.580 Em =

    2 = 116.790,00

    Rotao:

    119.600,00 IRE-2003 =

    116.790,00 = 1,024

    Os estoques foram renovados, em mdia, 4 vezes no ano de 97.

    n dias no perodo Prazo de Rotao=

    Rotao dos estoques Em 2003:

    365 Prazo=

    1,024 = 356 dias

    A empresa possui uma baixssima rotao de estoques.

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    Obs: Empresas com baixo ndice de liquidez SECA necessitam girar mais rapidamente seus estoques. Pode-se fazer isso reduzindo a margem de lucro. b) ndice de Prazo Mdio de Contas a Receber indica quantas vezes o saldo mdio da conta duplicatas a receber foi renovado. Quanto maior o ndice, mais rpido ser o giro de Clientes e, portanto, o prazo concedido pela empresa para pagamento nas vendas a prazo ser menor.

    Vendas Brutas aPrazo IPCR=

    Mdia de Contas a receber Obs: A informao de vendas brutas a prazo no est, via de regra, nas Demonstraes. Assim:

    Vendas Brutas a Prazo 2002 R$ 230.000,00 2003 R$ 290.000,00

    Clientes inicial + Clientes final Valor Mdio Clientes=

    2 Em 2003:

    178.000 + 267.000 Clientes Mdio=

    2 = 222.500

    290.000,00

    Rotao= 222.500,00

    = 1,30

    365

    Prazo = 1,30

    = 280 dias

    Ou seja, os clientes levam, em mdia, 9 meses 10 dias para liquidar suas dvidas. c) ndice de Prazo Mdio de Contas a Pagar indica quantas vezes o saldo mdio de contas a pagar foi renovado. Neste caso, quanto menor o ndice, maior o prazo para pagar aos fornecedores.

    Compras aPrazo IPCP=

    Mdia de Contas a Pagar

    Compras Brutas a Prazo 2002 R$ 135.000 2003 R$ 125.000

    Ex:

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    No ano de 2003:

    56.000 + 83.260 Fornecedores Mdio=

    2 = 69.630,00

    125.000

    Giro de Fornecedores= 69.630,00

    = 1,79

    365

    Prazo = 1,79

    = 203 dias

    Ou seja, a empresa levou em mdia 6.5 meses para pagar aos fornecedores em 2003. d) ndice de Prazos Relativos quanto menor a relao, maior ser o ciclo financeiro, indicando maior folga financeira para pagar fornecedores utilizando os crditos de clientes.

    Prazo mdio de recebimento IPR=

    Prazo mdio de pagamento Ex: Em 2003:

    280 IPR =

    203 = 1,37

    CICLO FINANCEIRO (2003) = 203- 280 = (77) dias O ndice financeiro negativo significa que a empresa est utilizando recursos prprios para financiar as vendas. 3.3.5.1 NDICES PADRO a comparao dos ndices obtidos pela entidade com a mdia dos ndices alcanados pelas demais empresas do mesmo setor de atividade com caractersticas semelhantes. A) Grupo Quanto menor, melhor - ndices de Estrutura de Capitais (quanto menor o ndice, menor a imobilizao ou o endividamento) - ndice do Prazo Mdio de Contas a Pagar (quanto menor, maior o nmero de dias para pagar) - ndice de Prazos Relativos

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    B) Grupo Quanto maior, melhor - ndices de Liquidez - ndices de Rentabilidade - ndice de Rotao dos Estoques

    - ndice do Prazo Mdio de Contas a Receber (quanto maior o ndice, menor o prazo para recebimento)

    3.3.5.2 Grau de alavancagem financeira

    O clculo do grau de alavancagem financeira (GAF) indica a influncia que os acionistas esto recebendo pela participao dos recursos nos negcios da empresa.

    Rentabilidade dos capitais prprios GAF =

    Rentabilidade da empresa RCP = LL / PL e RE = LL + desp. Financeira / Ativo total

    Sempre que o GAF maior que 1, os capitais de terceiros esto influenciando positivamente o retorno do capital prprio da empresa, isto , vale a pena para a empresa captar recursos de terceiros. Ex. 2003. RCP = 76.340,00 / 412.000,00 = 0,18529 RE = (76.340,00 + 4.600) / 675.460,00 = 0,11982 GAF = 0,18529 / 0,11982 GAF = 1,54 EXERCCIOS Analista previdencirio com formao em contabilidade 44 durante o processo denominado Padronizao das Demonstraes Financeiras, cujo objetivo preparar as demonstraes para anlise, a conta Duplicatas Descontadas, se existir, dever ser: (A) reduzida do montante de Duplicatas a Receber, figurando apenas o valor lquido. (B) Somada Proviso para Crditos de Liquidao Duvidosa, e o total, reduzido de

    Duplicatas a Receber. (C) Alocada no grupo do Patrimnio Lquido, porm com sinal trocado, representando

    uma conta redutora.

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    INICIATIVA: PONTO DOS CONCURSOS 15

    (D) Transferida para o Realizvel a Longo Prazo, para no prejudicar a pureza dos ndices de liquidez.

    (E) Transferida para o Passivo Circulante. 45 Se a conta Bancos c/Movimento de uma empresa apresentou um saldo de R$

    250.000,00 em 2002 e de R$ 185.000,00 em 2003, pode-se afirmar que na(s) anlise(s):

    (A) Horizontal verificou-se uma reduo de 26,0% de 2002 para 2003. (B) Horizontal de 2003 foi apurada uma participao de 35,1%. (C) Vertical de 2003 foi apurada uma participao de 35,1%. (D) Vertical verificou-se uma reduo de 26,0% de 2002 para 2003. (E) Vertical e horizontal verificou-se um aumento de 35,1% de 2002 para 2003. 46 Considerando-se que o grau de liquidez corrente da Cia. Beta, obtido em 2003, foi

    igual a 1,3, pode-se afirmar que para cada: (A) R$ 130,00 de Ativo Circulante, a empresa deve R$ 100,00. (B) R$ 130,00 de Ativo Circulante, o Passivo Circulante de R$ 100,00. (C) R$ 130,00 de disponibilidades, a empresa deve R$ 100,00. (D) R$ 100,00 de Ativo Circulante, o Passivo Circulante de R$ 130,00. (E) R$ 100,00 de Ativo Total, a empresa deve R$ 130,00. Gabarito: 44 E, 45 A; 46 B 31 O exame detalhado das demonstraes financeiras e a crtica s suas respectivas contas, realizados pelo analista das demonstraes antes de iniciar seu trabalho, so conhecidos por: (A) avaliao das demonstraes. (B) anlise prvia das demonstraes. (C) padronizao das demonstraes. (D) estudo prvio da empresa. (E) verificao da classificao das contas. 32 Na anlise horizontal encadeada do estoque de comprimidos antitrmicos Febril do Hospital So Gregrio, foi apurada a seguinte situao:

    1998 1999 2000 2001 2002 Comprimido Febril 100% 105% 85% 80% 90% Na avaliao analtica dos indicadores acima, pode-se afirmar que o estoque do comprimido Febril, em 2002: (A) apresenta um aumento de 10% em relao a 2001. (B) apresenta um aumento de 12,5% em relao a 2000. (C) corresponde a 90% do estoque de 1998. (D) corresponde a 72% do estoque de 2001. (E) corresponde a 15% do estoque de 1999. 33

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    Nos ltimos cinco Balanos da Casa de Sade Santa Madalena Ltda. foi apurada a seguinte composio do endividamento:

    1999 2000 2001 2002 2003 Composio das dvidas 70% 90% 100% 75% 80% A srie acima indica que o melhor perfil da dvida ocorreu no ano de: (A) 1999 (B) 2000 (C) 2001 (D) 2002 (E) 2003 C, C, A AFRF 1998 18- A empresa Simplificada, para conhecimento do mercado, publicou as seguintes

    informaes sobre seu patrimnio: - no h recursos realizveis a longo prazo; - o quociente de solvncia 2,5 mas apenas R$ 10.000,00 so exigibilidades de longo prazo; - estas, as exigibilidades no circulantes, contidas no Grupo Patrimonial chamado Passivo Exigvel a Longo Prazo", tm um coeficiente de estrutura patrimonial (Anlise Vertical) igual a 0,05; - 60% dos recursos aplicados esto financiados com capital prprio; - o quociente de liquidez corrente de 1,4, enquanto que a liquidez imediata alcana apenas o ndice 0,4. Considerando que os clculos da anlise supra indicada esto absolutamente corretos, no havendo nenhuma outra informao a ser utilizada, podemos afirmar que, no Balano Patrimonial, o valor

    a) das disponibilidades : R$ 28.000,00 b) do Ativo Circulante : R$ 120.000,00 c) do Ativo Permanente : R$ 88.000,00 d) do Passivo Circulante : R$ 80.000,00 e) do Patrimnio Lquido : R$ 200.000,00

    18- A

    Pessoal, as questes seguintes no so todas de anlise, mas so bons testes de contabilidade geral e avanada. Aproveitem! UnB / CESPE Cmara dos Deputados Prova 1 Objetiva 2.a Parte Concurso Pblico Aplicao: 29/9/2002 Cargo: Analista Legislativo / Assistente Tcnico FC de Consultor Legislativo rea III 1 / 13

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    QUESTO 75

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    Com relao a aspectos diversos de contabilidade e s demonstraes contbeis apresentadas acima, julgue os itens a seguir.

    (1) Caso o resultado de equivalncia patrimonial fosse elevado para R$ 900.000,00 a parte A do livro de apurao do lucro real (LALUR) receberia reflexo disso.

    (2) Caso a empresa tivesse liquidado a dvida de financiamento de R$ 70.000.000,00 15 dias antes do encerramento do exerccio social, o seu resultado no teria sofrido alterao, mesmo considerando diferentes taxas para remunerar ativos financeiros e reconhecimento de encargos do passivo.

    (3) O estoque, caso fosse reduzido de R$ 95.800.000,00 para R$ 50.000.000,00, por problema de avaliao e inventrio, implicaria reduo do lucro do perodo e do patrimnio lquido.

    (4) Pelos princpios de contabilidade, as despesas comerciais s devem ser apropriadas quando pagas.

    (5) Considerando uma empresa com o ciclo operacional normal, as despesas do perodo seguinte constantes do ativo circulante devem ser apropriadas para despesa no prazo mximo de um ano.

    QUESTO 76 Acerca de contabilidade de companhia aberta, julgue os itens abaixo.

    (1) Os recursos aplicados no ativo diferido sero amortizados periodicamente, em prazo no-superior a dez anos, a partir do incio da operao normal ou do exerccio em que passem a ser usufrudos os benefcios deles decorrentes, devendo ser registrada a perda do capital aplicado, quando abandonados os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou comprovado que essas atividades no podero produzir resultados suficientes para amortiz-los.

    (2) O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas avaliaes, registrado no patrimnio lquido, como reserva de reavaliao, somente depois de realizado poder ser computado como lucro para efeito de distribuio de dividendos ou participaes.

    (3) Os prejuzos acumulados, mesmo consumindo todas as reservas de lucros, no podem ser absorvidos por reservas de capital.

    (4) A depreciao dos diversos itens do ativo imobilizado deve ser apropriada ao resultado no prazo mximo de vinte anos.

    (5) No custo das mercadorias vendidas, devem estar compreendidos os custos de fretes, seguros e todos os demais custos necessrios aquisio e ao recebimento das mercadorias, inclusive o ICMS registrado no livro de entradas, para compensar com o de sada das mercadorias.

    QUESTO 77 No que se refere a critrios de avaliao de estoques e contabilidade industrial, julgue os itens seguintes.

    (1) A depreciao das mquinas industriais, calculada pelo mtodo linear, e os custos de superviso devem ser reconhecidos como custos diretos dos produtos.

    (2) Uma indstria de refino de petrleo que produza gasolina, leo dsel e leo combustvel deve ter, preferencialmente, um controle de custos com base em um sistema de custeio por ordens.

    (3) A elevao do volume produzido, por meio do aproveitamento otimizado da capacidade instalada, reduz o custo fixo unitrio do produto.

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    (4) O sistema de custeio por absoro o nico aceito pelos princpios fundamentais de contabilidade para a avaliao dos produtos em processo e acabados em estoque, porque atribui aos produtos os custos diretos e indiretos, mas no considera as despesas gerais, administrativas e comerciais.

    (5) Quando o preo de mercado de determinada matria-prima estocada estiver abaixo do custo de aquisio registrado na contabilidade, e a diferena for relevante, a empresa dever efetuar uma proviso para perda provvel em estoques, reconhecendo seus efeitos no resultado, a qual produzir, como reflexo, reduo do patrimnio lquido.

    QUESTO 78 Com referncia s demonstraes contbeis e aos critrios de avaliao de ativos e passivos, julgue os itens que se seguem.

    (1) Na demonstrao de lucros ou prejuzos acumulados, sero evidenciadas todas as movimentaes havidas nas reservas de capital durante o perodo a que ela se refere.

    (2) Para medir a relevncia do investimento, o seu valor contbil em coligada e controlada deve abranger o custo de aquisio mais a equivalncia patrimonial e o gio no-amortizado, deduzido do desgio no-amortizado e da proviso para perdas.

    (3) No balano, os direitos e ttulos de crdito e quaisquer valores mobilirios no-classificados como investimentos sero avaliados pelo custo de aquisio ou pelo valor do mercado, se este for maior.

    (4) Dever deixar de ser avaliado pelo mtodo da equivalncia patrimonial o investimento em sociedades coligadas e controladas com efetivas e claras evidncias de perda de continuidade de suas operaes ou no caso em que estas estejam operando sob severas restries a longo prazo que prejudiquem significativamente a sua capacidade de transferir recursos para a investidora.

    (5) A demonstrao das origens e aplicaes de recursos indicar as modificaes na posio financeira da companhia, discriminando, entre as origens dos recursos, o lucro do exerccio, deduzido da despesa de depreciao, amortizao ou exausto e da variao nos resultados de exerccios futuros.

    QUESTO 79 Acerca de contabilidade de companhia aberta e reservas, julgue os itens a seguir.

    (1) O saldo das reservas de lucros, exceto aquelas para contingncias e de lucros a realizar, no poder ultrapassar o capital social; atingido esse limite, a assemblia deliberar acerca da aplicao do excesso na distribuio a credores.

    (2) A assemblia geral de uma tal companhia poder, por proposta dos rgos da administrao, destinar parte do lucro lquido formao de proviso para contingncia, com a finalidade de compensar, em exerccio futuro, a diminuio do lucro decorrente de perda julgada provvel, cujo valor possa ser estimado.

    (3) A companhia aberta poder deixar de constituir a reserva legal no exerccio em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital, exceder em 20% o capital social.

    (4) O registro de uma despesa de contingncias trabalhistas, em funo de ser provvel a perda da disputa na justia, gera uma despesa no-dedutvel, para fins de imposto de renda da pessoa jurdica, at o pagamento, e leva a um controle na parte B do LALUR.

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    (5) Para a determinao do valor da equivalncia patrimonial, a investidora dever excluir o montante correspondente s participaes recprocas.

    QUESTO 80 A respeito de dividendos, registros contbeis e livros contbeis, julgue os itens subseqentes.

    (1) Os livros dirio e razo so obrigatrios para empresas que paguem imposto de renda com base no lucro real e se utilizem do LALUR.

    (2) Uma companhia aberta com um lucro lquido de R$ 500.000,00, que tenha registrado um resultado lquido positivo de equivalncia patrimonial de R$ 400.000,00 no mesmo perodo, poder diferir uma parcela do dividendo com a constituio da reserva de lucros a realizar, considerando uma reserva legal de 5% do lucro lquido, a no-existncia de reserva de contingncias e um dividendo mnimo obrigatrio de 25% do lucro lquido ajustado, em conformidade com o art. 202 da Lei das S.A.

    (3) O lucro, ganho ou rendimento em operaes cujo prazo de realizao financeira ocorra aps o trmino do exerccio social seguinte poder ser fundamento para constituio da reserva de lucros a realizar.

    (4) A compra de mercadorias com parte de pagamento vista e parte a prazo levar a um crdito na conta de estoques, a outro crdito no disponvel e a um dbito na conta de fornecedores, no passivo.

    (5) A operao de desconto de um recebvel de R$ 1.000,00, mediante o recebimento de R$ 900,00 da instituio financeira no ato da operao, para liquidao no prazo de trs meses, leva a um registro de dbito no disponvel de R$ 900,00, crdito no passivo de emprstimo ou conta retificadora do ativo recebvel de R$ 1.000,00 e dbito em despesa financeira do ms da operao de R$ 100,00, em respeito aos princpios de contabilidade e aplicao do sistema de competncia mensal.

    75 76 77 78 79 80 C C E E E C E C E C E C C E C E E C E E C C C E C E C E C E

    14- As demonstraes financeiras da Cia. Abaptiste Comercial foram elaboradas com base nas contas e saldos abaixo:

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    Resp.: B

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    31 = B 32 = E

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    Noes de Contabilidade de Custos

    1 - HISTRICO

    A Contabilidade surgiu basicamente para controlar o patrimnio das sociedades mercantis. Com o passar dos anos, percebeu-se a riqueza desta cincia e a sua utilidade como instrumento de gerncia empresarial, suprindo os executivos com informaes poderosas para a tomada de decises. A Contabilidade Financeira objetiva controlar o patrimnio e apurar o resultado das empresas, prestando informaes a usurios externos e internos.

    Para atingir tal fim utiliza o Mtodo das Partidas Dobradas na escriturao contbil, assim como vrias Demonstraes. Nas sociedades comerciais, o custo obtido pela frmula:

    CMV = EI + C EF

    Onde:

    CMV = Custo das Mercadorias Vendidas C = Compras do Perodo EI = Estoque Inicial EF = Estoque Final

    O resultado bruto com mercadorias ento obtido pela frmula:

    RCM = V - CMV

    Onde:

    CMV = Custo das Mercadorias Vendidas RCM = Resultado com Mercadorias (Lucro Bruto) V = Receita de Vendas

    Com o advento da Revoluo Industrial e a proliferao de empresas industriais houve a necessidade de adaptao dos procedimentos de apurao do resultado das empresas comerciais (revendedoras) para as industriais, que adquiriam matrias-primas para transform-las em produtos destinados venda. Passou-se ento a utilizar o mesmo procedimento das empresas comerciais revendedoras, substituindo-se o item Compras por todos os gastos com os elementos componentes da produo (salrios, matria-prima, energia eltrica, combustveis etc.). Surge ento a Contabilidade de Custos, como uma das reas de especializao da Cincia Contbil.

    As empresas industriais, assim como as demais, tm por objetivo o lucro. Elas o

    obtm transformando matrias-primas em produtos e os vendendo. Este processo, denominado, processo industrial, exige aplicao de capital por parte da empresa em instalaes, equipamentos, mquinas, que so os meios de produo. Alm disso, h necessidade de gastos com matria-prima, pagamento de salrios e gastos gerais de

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    fabricao, tais como gua, luz, telefone, segurana etc. Podemos afirmar ento que o objetivo principal da Contabilidade de Custos para uma empresa industrial a avaliao dos seus estoques, para que se possa proceder apurao do Custo dos Produtos Vendidos (CPV) e apurao do seu resultado.

    Conforme j comentado, a soluo encontrada foi ento adaptar o esquema da Contabilidade Comercial, da seguinte forma:

    CPV = EI + Gastos na Produo EF

    Onde:

    CPV = Custo dos Produtos Vendidos

    O resultado bruto ento obtido pela frmula:

    RB = V - CPV

    Onde:

    RB = Resultado Industrial Bruto (Lucro ou Prejuzo) 2 - INTEGRAO COM A CONTABILIDADE COMERCIAL Um sistema de custos integrado escriturao comercial traz inmeras vantagens para a empresa, tais como:

    a) o fornecimento do valor dos estoques de materiais e de produtos em elaborao e acabados, facilitando a elaborao das demonstraes;

    b) permite o controle permanente de estoque; c) permite a utilizao do preo mdio, recomendvel para economias estveis.

    A nica desvantagem da utilizao de um sistema de custos integrado Contabilidade seria o valor despendido para sua manuteno, em geral elevado.

    Uma empresa industrial que no possua um sistema de custos integrado a sua escriturao comercial poder vir a enfrentar uma srie de problemas, como a impossibilidade de utilizao de mtodos eficiente de controle de estoque, tais como PEPS e UEPS, o que pode gerar distores na determinao no seu valor, gerando imposto maior a pagar. 3 - TERMINOLOGIA CONTBIL Vamos definir aqui alguns termos que normalmente geram confuso na cabea dos alunos.

    Gasto o conceito mais genrico. o sacrifcio com que arca a entidade, com a finalidade de obteno de um bem ou servio, representado pela entrega ou promessa de entrega de bens ou direitos, ou seja, parte do seu ativo (normalmente dinheiro). Somente existe gasto no ato da passagem para a propriedade da empresa do bem ou

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    servio, devendo ser reconhecido contabilmente neste momento. Ex: gastos com mo-de-obra, com mercadorias para revenda, com energia eltrica, com reorganizao da empresa, com bens de uso, com a aquisio de mquinas e equipamentos.

    Os gastos podem ser classificados em: - investimentos; - custos; - despesas; - perdas.

    Investimento - um gasto com bem ou servio que transformado em ativo devido

    vida til do bem ou dos benefcios atribuveis a perodos futuros (ativo diferido). Ex: Aquisio mquinas para o setor de produo, que se transformar em custo por meio da depreciao. H ainda a compra de mveis e utenslios, de imveis, de equipamentos, de marcas e patentes, de matria-prima, despesas pr-operacionais. Outro exemplo de investimento seria o gasto com a contratao de seguro com vigncia para mais de um perodo de apurao de custo (despesa antecipada). Resumindo, os investimentos so os gastos que vo para o ativo da empresa num primeiro instante, para somente depois serem apropriados no resultado.

    Custo - o gasto relativo a bens ou servios utilizados na produo de outros bens ou servios, ou seja, so todos os gastos relativos atividade produtiva da empresa. o gasto efetuado no setor de produo (espao fsico) ou com terceiros que manuseiem o produto. O custo equivale ao consumo de bens ou de servios vinculados produo. O custo primeiramente ativado (conta estoques), sendo transferido para o resultado do perodo somente quando da venda do produto acabado. Numa empresa comercial, o nico custo existente o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV). So exemplos de custos: Salrios do pessoal da produo; salrios dos supervisores de fbrica; matria-prima consumida; combustveis utilizados nas mquinas; aluguis, seguros e tributos relativos ao prdio da fbrica; depreciao dos equipamentos utilizados na produo.

    OBS: A matria-prima adquirida pela indstria, enquanto no utilizada pela produo, considerada estoque (ativo circulante). A partir do momento em que for requisitada pela produo, passa a ser custo.

    Despesa - o gasto com bens e servios no utilizados nas atividades produtivas, consumidos com a finalidade de obteno de receitas, sendo que estes gastos no esto vinculados produo. Nem sempre fcil a distino entre custos e despesas. Uma regra simples que todos os gastos realizados com o produto dentro da fbrica, ou seja, at que este fique pronto, so custos; a partir da, tornam-se despesas. As despesas, ao contrrio dos custos, so lanadas diretamente nas contas de resultado.

    Desta forma os gastos com embalagens realizados durante o processo produtivo so considerados custos. J o acondicionamento do produto posteriormente produo, considerado despesa. So tambm exemplos de despesas: salrios do pessoal de vendas, escritrio e administrao; energia eltrica consumida, aluguis e seguros no prdio da administrao; gasto com combustveis e refeies do pessoal de vendas etc.

    OBSERVAES:

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    1) Algumas despesas, que so administrativas por natureza, tais como despesas com honorrios, gastos com viagens de diretores, podem ter afetado a produo, no caso de algum elemento da administrao ter se dedicado em parte ou totalmente ao setor industrial. Neste caso, o mais indicado seria proceder ao respectivo rateio para se identificar qual o montante do gasto que deve ser contabilizado como custo e quanto deve ser apropriado como despesa. 2) Todos os custos que estiverem incorporados nos produtos acabados sero reconhecidos como despesas e apropriados em contas de resultado no momento em que tais produtos forem vendidos. Passaro a compor a conta Custo dos Produtos Vendidos. 3) A matria-prima industrial, que no momento da sua aquisio representava um investimento (estoques), passa a ser considerada custo no momento de sua utilizao na produo, e torna-se despesa quando o produto fabricado vendido. Caso o produto acabado permanea em estoque ento a matria-prima incorporada voltar a ser considerada investimento. 4) Os encargos financeiros (juros, variao monetria) incorridos pela empresa, mesmo aqueles decorrentes da aquisio de insumos para a produo, so sempre considerados despesas financeiras, nunca como custos.

    Perda o consumo anormal de bens ou servios. um gasto no intencional decorrente de fatores externos ou inerentes prpria atividade operacional da empresa. As perdas decorrentes de fatores externos so consideradas despesas; as ocorridas durante o processo produtivo so consideradas custos. Ex: Perda de matria-prima, incndio, greves etc.

    Os gastos normalmente implicam desembolso. Este, por sua vez, pode ocorrer juntamente com o gasto, antecipadamente, ou ainda ser postergado para pagamento futuro.

    Desembolso - o ato financeiro do pagamento do bem ou servio adquirido, para liquidao de uma obrigao ou aquisio vista. Reparem que ele pode ocorrer antes, no mesmo instante, ou aps a aquisio. Sendo assim, nas compras vista o desembolso se d no mesmo instante da aquisio. No caso de compras a prazo, o desembolso ocorre aps a aquisio. Nos casos de adiantamentos, o desembolso ocorre antes da aquisio. Exerccios de Fixao

    1) Nas assertivas abaixo, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F) 1. ( ) Todos os custos apropriados aos produtos passam a ser despesas no

    momento em que so vendidos. 2. ( ) A perda o gasto intencional decorrente de fatores internos ou externos

    produo. 3. ( ) O gasto sempre implica desembolso, seja um custo ou uma despesa. 4. ( ) A matria-prima adquirida pela empresa industrial transforma-se em custo

    somente no momento da sua requisio pela produo.

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    5. ( ) O sistema de custos no integrado escriturao comercial a forma mais eficiente de as empresas controlarem seus estoques.

    Resoluo:

    1. (V) A apropriao ao resultado dos custos somente efetuada no momento da venda dos mesmos, e isso que diferencia o custo da despesa.

    2. (F) Perda gasto no intencional, mas a segunda parte est correta, pois a mesma pode se dar por fatores internos ou externos ao sistema produtivo.

    3. (F) O gasto pode implicar desembolso ou no, j que o desembolso pode ser antecipado, vista ou postecipado com relao efetivao do gasto.

    4. (V) A matria-prima, assim como os demais insumos adquiridos pela indstria, enquanto no utilizados so considerados como investimento (ativo), passando a ter tratamento de custo no momento em que requisitada pela produo.

    5. (F) Somente um sistema de custos integrado Contabilidade Comercial que permite o fornecimento rpido do valor dos estoques, o controle permanente do mesmo e a utilizao do mtodo do preo mdio.

    4 - Custo de Produo do Perodo Devemos sempre atentar para o fato de que sob o aspecto contbil a despesa reduz de imediato o patrimnio lquido, enquanto o custo primeiramente ativado em uma conta de ativo circulante, para somente reduzir o patrimnio lquido no momento da venda do produto. CUSTO DE PRODUO DO PERODO (CPP): a totalidade de custos incorridos na produo durante determinado perodo de tempo. composto por trs elementos: materiais diretos, mo-de-obra direta e custos indiretos de fabricao. i) Materiais Diretos Consumidos (MD) referem-se a todo material que se

    integra ao produto acabado e que possa ser includo diretamente no clculo do custo do produto. o caso da madeira nos mveis ou do tecido nas camisas. Portanto, so considerados materiais diretos:

    - Matria-Prima; - Insumos Secundrios; - Material de Embalagem ii) Mo-de-Obra Direta (MOD) o custo de qualquer trabalho executado no

    produto alterando a forma e natureza do material de que se compe. Inclui o gasto total (salrios + encargos) com a mo-de-obra aproprivel diretamente ao produto.

    iii) Custo Indireto de Fabricao (CIF) ou Gastos Gerais de Fabricao ou

    Despesas Indiretas de Fabricao so os outros demais custos necessrios operao da fbrica, porm genricos demais para serem lanados diretamente aos produtos. o caso de:

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    - Materiais Indiretos; - Mo-de-Obra indireta; - Energia Eltrica; - Seguro e Aluguel da Fbrica; - Depreciao de Mquinas; Assim, o custo de produo do perodo pode ser obtido pela frmula:

    CPP = MD + MOD + CIF CUSTO PRIMRIO (CP) o custo da matria-prima mais o custo da mo-de-obra direta CP = MD + MOD OBS: Alguns autores tambm chamam o custo primrio de custo direto, por somente possuir custos diretos. Porm, sabemos que, caso a empresa produza somente um tipo de produto, todos os seus custos sero diretos, e portanto no valeria a igualdade entre custo direto e custo primrio. CUSTO DE TRANSFORMAO (CT) representa o gasto para transformar a matria-prima utilizada no produto final CT = MOD + CIF

    Exerccios de Fixao 2) Dados os valores abaixo apurados pela Indstria de mveis Velssagia S.A., que

    produz vrios tipos de mveis, no ms de novembro de 20X5, calcule respectivamente o custo primrio, o custo de produo, e o custo de transformao.

    a - Energia Eltrica 15.000,00 b - Salrios dos supervisores 45.000,00 c - Madeira 300.000,00 d - Salrios dos operrios 150.000,00 e Lixas 2.000,00 f Depreciao de mquinas 20.000,00

    Resoluo:

    Em primeiro lugar, relembremos as frmulas dos custos: MOD = Mo-de-Obra Direta MD = Materiais Diretos CIF = Custos Indiretos de Fabricao

    Custo Primrio (CP) = MD + MOD Custo de Transformao (CT) = MOD + CIF Custo de Produo do Perodo (CPP) = MD + MOD + CIF

    Assim, MD = (c) + (e) = 300.000,00 + 2.000,00 = 302.000,00

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    MOD = (d) = 150.000,00 CIF = (a) + (b) + (f) = 15.000,00 + 45.000,00 + 20.000,00 = 80.000,00 CP = MD + MOD = 302.000,00 + 150.000,00 = 452.000,00 CT = MOD + CIF = 150.000,00 + 80.000,00 = 230.000,00 CPP = MD + MOD + CIF = 302.000,00 + 150.000,00 + 80.000,00 = 532.000,00 5 - PRODUO CONJUNTA Este tipo de produo caracteriza-se por um fluxo comum de produo at certo ponto, denominado ponto de ciso - e do qual resultam vrios produtos da por diante. CO-PRODUTOS OU PRODUTOS CONJUNTOS So obtidos atravs do mesmo processo produtivo (produo conjunta). O faturamento de todos eles considerado significativo para a empresa. Tambm so considerados produtos principais. Ex: Os diferentes cortes de carne, tais como fil-mignon, alcatra, contra-fil, maminha, costela etc. SUBPRODUTOS So resultantes do mesmo processo produtivo, porm com faturamento no significativo para a empresa, comparando com a receita dos produtos principais, embora sua venda seja considerada praticamente certa. Ex: cascos, chifres e ossos do boi. SUCATAS OU RESDUOS So as sobras do processo produtivo, devido natureza da matria-prima (metal, madeira, plsticos, fibras), resultante de quebras, estoque obsoleto, peas defeituosas etc. Em seu estado normal, no possuem mercado garantido. Sua venda considerada bastante incerta. 6- SISTEMAS DE CUSTEIO

    Na Contabilidade de Custos temos basicamente dois tipos de sistemas de custeio: o custeio varivel e o custeio por absoro.

    6.1- CUSTEIO POR ABSORO o processo de apurao de custos, cujo objetivo ratear todos os custos incorridos em cada fase da produo, independentemente de serem eles fixos ou variveis. Um custo absorvido quando for atribudo a um produto ou unidade da produo, de maneira que o Custo dos Produtos Vendidos ou os Estoques Finais absorvero a totalidade dos custos do perodo. o mtodo de custeio aceito pela legislao do Imposto de Renda e est de acordo com os princpios de contabilidade. Na Demonstrao do Resultado do Exerccio teremos o seguinte esquema:

    VENDAS BRUTAS (-) DEDUES DE VENDAS

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    Vendas Canceladas Abatimentos e Desc. Incond. Concedidos Tributos sobre Vendas (=) VENDAS LQUIDAS (-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (*) (=) RESULTADO INDUSTRIAL (-) DESPESAS FIXAS E VARIVEIS (=) LUCRO OPERACIONAL LQUIDO

    (*) No Custeio por Absoro, o CPV contm a totalidade dos custos fixos e variveis.

    6.2- CUSTEIO VARIVEL

    Tambm conhecido como Custeio Direto, consiste em considerar como Custo de Produo do Perodo somente os custos variveis incorridos. Os custos fixos, por sua vez, sero tratados como Despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do perodo. Este mtodo no aceito pelo Imposto de Renda e contraria os princpios de contabilidade. Sendo assim, haver uma diferena em relao ao Custeio por Absoro na apresentao da Demonstrao do Resultado do Exerccio. No custeio direto surge o conceito de Margem de Contribuio, que a diferena entre as Vendas Lquidas e a soma do Custo dos Produtos Vendidos (que s contm custos variveis), com as Despesas Variveis (administrativas e de vendas). Deduzindo-se desta os Custos Fixos e as Despesas Fixas, obtm-se o Lucro Operacional Lquido. Vejam o esquema abaixo:

    VENDAS BRUTAS (-) DEDUES DE VENDAS Vendas Canceladas Abatimentos e Desc. Incond. Concedidos Tributos sobre Vendas (=) VENDAS LQUIDAS (-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (*) (-) DESPESAS VARIVEIS (=) MARGEM DE CONTRIBUIO (-) DESPESAS E CUSTOS FIXOS (=) LUCRO OPERACIONAL LQUIDO

    (*) No Custeio Direto, o CPV somente contm custos variveis.

    6.3 - EXEMPLO COMPARATIVO ENTRE CUSTEIO VARIVEL E CUSTEIO POR ABSORO

    A empresa industrial FABRIKA TUTO LTDA produziu 10.000 unidades no perodo,

    totalmente acabadas. Sabendo que no havia estoques iniciais de produtos acabados e de produtos em elaborao, que a empresa vendeu 7.000 unidades a R$ 5,00 cada uma e tambm o seguinte:

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    Custos Variveis (CV) R$ 22.000,00 Custos Fixos (CF) R$ 8.000,00 Despesas Variveis (DV) R$ 4.000,00 Despesas Fixas (DF) R$ 5.000,00

    Elabore a DRE pelo custeio direto e pelo custeio por absoro: i) CUSTEIO POR ABSORO: Custo de Produo do Perodo (CPP): CPP = CF + CV = 22.000 + 8.000 = 30.000 Custo da Produo Acabada (CPA): Como no havia estoques iniciais e finais de produtos em elaborao, CPA = CPP = 30.000 Custo dos Produtos Vendidos (CPP): CPP = CF + CV = 22.000 + 8.000 = 30.000 Custo Unitrio = $30.000 / 10.000,00 = $3,00 CPV = 7.000 x $3,00 = $ 21.000,00 DRE

    VENDAS 35.000,00 (-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (*) (21.000,00) (=) RESULTADO INDUSTRIAL 14.000,00 (-) DESPESAS FIXAS E VARIVEIS (9.000,00) (=) LUCRO OPERACIONAL LQUIDO 5.000,00

    ii) CUSTEIO VARIVEL:

    CPP = $22.000,00 = CV Custo Unitrio = $22.000,00 / 10.000 = $2,20 CPV = 7.000 x $2,20 = $15.400,00

    DRE VENDAS BRUTAS 35.000,00 (-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (*) (15.400,00) (-) DESPESAS VARIVEIS (4.000,00) (=) MARGEM DE CONTRIBUIO 15.600,00 (-) DESPESAS E CUSTOS FIXOS (13.000,00) (=) LUCRO OPERACIONAL LQUIDO 2.600,00

    Vantagens e Desvantagens do Custeio Varivel

    1) Impede que aumentos de produo que no correspondam a aumentos de vendas

    distoram o resultado (vantagem). Basta imaginar uma elevao na produo (de 10.000 para 16.000 unidades), mantendo-se a quantidade vendida, e ver que o

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    lucro no custeio varivel permanece o mesmo. J no custeio por absoro o lucro iria aumentar, pois o custo unitrio seria reduzido.

    2) Torna o critrio mais objetivo, escapando da subjetividade do rateio dos CIF (vantagem). Para saber qual o produto mais lucrativo ou se vale a pena incrementar a produo para vender a outro cliente, bastaria se verificar a margem de contribuio. Por isto mais til para a tomada de decises na empresa.

    3) Nem sempre possvel separar objetivamente a parcela fixa da varivel (desvantagem).

    4) O custeio varivel no aceito pela auditoria externa das empresas de capital aberto e nem pela legislao do IR (desvantagem), visto que no obedece ao Princpio da Competncia. Este princpio estabelece que os custos associados aos produtos s podem ser reconhecidos no resultado medida que estes so vendidos. Isto porque somente quando reconhecida a receita (na venda) que devem ser deduzidos todos os sacrifcios necessrios sua obteno (Custos e Despesas). Como o Custeio Varivel admite que todos os custos fixos sejam deduzidos do resultado, mesmo que nem todos os produtos tenham sido vendidos, ele violaria tais princpios.

    Bom pessoal, tendo em vista que o assunto custos no est explicito no programa,

    entendemos que isto ser suficiente caso alguma coisa seja cobrado na prova.