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ANÁLISE OBRAS VESTIBULAR UFT

Análise obras vestibular uft

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ANÁLISE OBRAS VESTIBULAR UFT

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A CASA (IN)CÔMODOS (DI)VERSOS

Sobre o autor:

Osmar Casagrande

O escritor Osmar Casagrande Campos nasceu em Presidente Epitácio em 8 de dezembro de 1956.Aos 15 anos mudou-se para Bragança Paulista, depois para São Paulo onde passou boa parte de sua juventude. Foi na capital paulista que aprimorou sua arte de escrever; ali também formou em Comunicação Social, dando preferência à Publicidade e Propaganda.

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Atualmente Osmar Casagrande vive em Palmas também é ator, dramaturgo, contista, apresentador de TV tendo trabalhado na Fundação Cultural do Estado do Tocantins, exercendo a função de gerente de literatura.Osmar Casagrande é membro fundador da Academia Palmense de Letras, da qual foi vice-presidente. Casagrande é um expoente do movimento literário contemporâneo no Estado do Tocantins. Poeta plural e que tem por diretriz não se prender a temas ou estilos pré-estabelecidos.

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CARACTERÍSTICAS DA OBRA

GÊNERO: LÍRICOCATEGORIA: POESIAESTILO: LITERATURA TOCANTINENSE – AUTOR REGIONALEm seu exercício de constante ressignificação, A Casa é, em verdade, uma planta arquitetônica da vila / cidade / país / mundo em sua amplitude de intencionalidades. É uma casa mundana, onde não faltam as aventuras de altos voos do espírito, à qual o autor nos convida constantemente a penetrar, ocupar, gozar, num à vontade desses do interior.

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O que está mais presente é o lirismo Há a fusão poema e prosa em alguns momentos Há também fusão de linguagens antagônicas Fala sobre elementos da vida cotidiana Tem características modernas e contemporâneas Há relação de proximidade narrador/autor/eu-lírico O poeta age como um arquiteto, pois cada poema

é estruturalmente organizado como se fosse um cômodo da casa (daí a significação do nome).

O livro, ou A CASA, é dividido em seis partes, ou melhor em seis cômodos : A Sala, A Biblioteca, O Quarto, A Alcova, o Banheiro e a Cozinha. Para cada cômodo dA CASA, o poeta recheou-a de (di) versos poemas sobre os mais variados temas.

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No primeiro momento do livro o autor adverte, já nas Boas-vindas, que a CASA “não é grande”, porém, “é rica em ternura”. E convida o leitor para conhecer todos os cantos da casa, suas peculiaridades e, retoma a Casa encabulada de Vinicius de Morais, como referência poética do que se espera encontrar em todos os seus (in)cômodos (di)versos. (presença intertextualidade).

A riqueza de figuras de linguagem presente na obra se verifica com a comparação e/ou similaridade que o poeta utiliza com a imagem da casa. A Casa, imediatamente nos traz imagens de uma linda construção, simples, e mágica. Imagem tão inovadora que parece poesia feita de concreto, vidro, aço e todos estes materiais novos e fantásticos que permeiam o nosso cotidiano e parece nos dizer que isto é modernidade.

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Daí, que Osmar Casagrande poderia perfeitamente se enquadrar tanto como um poeta que traz as características dos poetas da segunda e terceira geração do modernismo brasileiro, quanto da poesia contemporânea brasileira.

Podemos destacar como características dos poemas de A CASA: a ironia, a reflexão sobre o destino do ser humano, a poesia lírica, o regionalismo, verso livre em paralelo a formas fixas, o verso livre, o verso branco e traços de concretismo com poemas visuais.

Os temas das poesias são universais, pois seu os olhar está voltado à vivências da sociedade a respeito das crises sociais e humanas em que vivem o ser humano e o mundo contemporâneo.

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Em sua poesia, observa-se uma constante nota de ternura e paixão pela vida. Nela, também, estão presentes a infância, a terra natal (São Paulo,Tocantins) , a cultura popular, a família, a imagem do poeta louco, a defesa da linguagem modernista, a sensualidade, o lirismo inovador, o antilirismo, a reflexão existencial, a saudade dos amigos e o humor.

Linguagem simples, herdada da profissão de jornalista, comunicação direta, pensamentos, anotações, liberdade de tamanhos e formas.

Vejamos alguns poemas do livro:

Na primeira divisão do livro, intitulada A Sala, composto de 23 poemas, dos mais variados temas, o poeta nos apresenta e, desde já, inicia a apresentação de sua Casa, para falar principalmente dos problemas do mundo, da politicagem e do cotidiano:

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Em Feito Anjo, vemos a temática do humano se sobrepondo ao preconceito ao homossexualismo. Um olhar do poeta, sobre a homofobia, questões do nosso dia-a-dia e do nosso tempo - cotidiano.

FEITO ANJO (aos anjos sem asas)

Você que me olha como se eu fosse bicho,fosse bicha,saiba: sou humano.E saiba você que olha meu sexocomo se fora do demônio:sou mais o sexo dos anjos.Você, que me corta da lista,você que me exclui da vida,você que me retira da vista:se dispa.

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Dos preconceitos,dos conceitos,de todosos seus medos,dos inocentesreceios.Me vejacomo bichoou como deus grego:julgamentos não receio.Antes de julgar,se for capaz,toque-me o corpo,toque-me o desejo,toque-me os sexos,toque-me os seios,toque-me a alma.

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Em Vida Moderna, o poeta, abusa da repetição de palavras e sons, (aliteração e paralelismos, paranomásias) mostra todas as doenças do mundo moderno e do homem moderno, e ao final, fecha com bastante ironia com a imagem da loucura. Aliás, a loucura é tema recorrente na poética de Osmar Casagrande, senão, vejamos também, o poema Poeta Louco:

VIDA MODERNA

Cuidado com o fumo que ele te acaba.Cuidado com a cirrose, com os amigos falsos.Cuidado com a artrite, a bronquite, a labirintite.Cuidado com o discurso, o escuso, o escuro.Cuidado com o cão, o povão, os bichos todos.Cuidado com os tolos.Cuidado, sobretudo, com o silêncio.Ele nos faz sensatos- e loucos.

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m a Mulher de verdade, o poeta faz uma análise do chamado "mundo feminino". Aquelas criaturas submissas de algumas décadas atrás, iniciaram uma reação espantosa, em defesa de seus direitos. O poeta clama para que esta figura da mulher moderna, independente, lutadora, nunca perca a ternura. É solidário com a evolução da mulher, porém adverte para que esta nunca perca a sua essência da alma feminina o amor, a ternura, enfim, a sua sensibilidade,

Mulher de verdadeEspio a vida e vejoa mulherrevolucionando conceitos.Passo-a-passo,palmo-a-palmoconquista seus direitos.

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Na segunda parte ou no segundo cômodo, A Biblioteca, o poeta trata dos que tem afinidades com as letras, os filósofos, intelectuais, escritores, Deus, índios, a metalinguística do papel jornal e do jornalista, e daqueles que conseguem ler a vida. Dentre os inúmeros poemas desta parte, (34 poemas), o poeta lança um Manifesto. Se Cazuza, o poeta da contemporaneidade quer uma ideologia para viver, Casagrande necessita e exige uma utopia.ManifestoQuero uma utopia, um sonho qualquer, um delírio.Pra todo lado que olho, só vejo a realidade.E a realidade me estupra.

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Em o Quarto, terceira parte livro, o poeta aborda uma temática mais intimista, aparece o seu lado mais simbolista, místico, religioso, transcendental. Aparecem poemas como Mãe, Natal, Jesus e Liame.

É na Alcova que, em vez de dormir vivo sexo. Assim, com estas palavras, Casagrande inicia o convite para se conhecer o 4º(quarto) (in)cômodo da Casa. Poemas como A dança, Prazer, Tatear, Boca Pintada, Anatomia de um abraço, e outros, mostra-nos uma faceta do poeta intimista e carregado de sensualidade. A poesia amorosa é bem mais sensual, a mulher aparece com sua beleza física envolvida por um clima de erotismo e paixão.

Boca PintadaTua boca pinta ainda povoa meus sonhos.Tua boca pintada inda beija, mordisca minha orelha.

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E, finalmente, em Banheiro e a Cozinha, ultimas partes da CASA, é que Casagrande, lança um olhar sobre si mesmo, em Espelhos, e nos brinda com poemas de caráter reflexivos e existenciais.

Mais adiante, desfila, suas saudades de minas, serve-nos o Alimento do verbo, e canta os Amores de Minas.

Como se conclui da leitura de Osmar Casagrande, em sua obra A CASA (in)cômodos (di)versos, trata-se, como ele próprio sub-denominou de uma arquitetura poética. Em que, este, utilizando-se da liberdade poética, não ficou preso em critérios predefinidos, mas em decisões que o poeta tomou intuitivamente ou em normas por ele criadas, às vezes abusando da prosa na poesia, outras tingindo imagens com cores muito fortes, e com isto erigiu uma Casa, alicerçada no ritmo natural da fala, na linguagem simples, na musicalidade, no cromatismo, na estética e na maestria de construir uma excelente obra poética.

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MORTE E VIDA SEVERINA

Morte Vida Severina tem como subtítulo Auto de Natal pernambucano e tem inspiração nos autos pastoris medievais ibéricos, além de espelhar-se na cultura popular nordestina. Morte e Vida Severina estruralmente está dividida em 18

partes Sua linha narrativa segue dois movimentos que aparecem

no título: "morte" e "vida". No primeiro, temos o trajeto de Severino, personagem-protagonista, para Recife, em face da opressão econômico-social, Severino tem a força coletiva de uma personagem típica: representa o retirante nordestino. No segundo movimento, o da "vida", o autor não coloca a euforia da ressurreição da vida dos autos tradicionais, ao contrário, o otimismo que aí ocorre é de confiança no homem, em sua capacidade de resolver os problemas sociais.

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Nome do autor:João Cabral de Melo NetoEscola literária:ModernismoGênero literário:Poema dramático. O leitor pode observar que a "história" que se conta não é narrada, mas mostrada através de quadros e cenas que se sucedem. Este é um procedimento típico da linguagem teatral. Daí a sua classificação: é um poema porque é escrito em forma de versos; e é dramático porque sua apresentação dá-se através de quadros, as personagens falando diretamente ao leitor (ou espectador).Características da escola literária:O Modernismo no Brasil começou com a Semana de Arte Moderna de 1922. Apesar de não ter sido dominante no começo, como atestam as vaias da platéia da época, com o tempo suplantou os estilos anteriores. Era marcado por uma liberdade de estilo e aproximação da linguagem com a linguagem falada.Quanto à forma:

Versos livres; Liberdade na escolha de palavras; Síntese na linguagem, parágrafos curtos; Busca de uma linguagem brasileira; Pontuação relativa.

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Quanto às idéias: Nacionalismo; Ironia, humor, piada,Valorização de temas ligados ao cotidiano; Urbanismo.Linguagem:É impossível ler Morte e Vida Severina sem recorrer com frequência ao dicionário. João Cabral usa uma linguagem culta e corrente, porém sem distanciar-se de seu universo: o nordeste brasileiro.Estilo de linguagem: Versos polimétricos; Destaque para o verso redondilho maior; Mescla de rimas toantes e consoantes; Linguagem seca, elíptica e concisa; Humor negro. Por que João Cabral escreveu a obra:Morte e Vida Severina foi escrita entre 1954-55. Naquela ocasião, Maria Clara Machado, que dirigia o teatro Tablado, no Rio, pedira que João Cabral escrevesse algo sobre retirantes. O poeta escreveu, então, um grupo de poemas dramáticos, para "serem lidos em voz alta" e os dedicou a Rubem Braga e Fernando Sabino, "que tiveram a idéia deste repertório". A obra tem como subtítulo "Auto de Natal pernambucano" e tem inspiração nos autos pastoris medievais ibéricos, além de espelhar-se na cultura popular nordestina.

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ANÁLISE CONTOS FLUMINENSES

A obra Contos Fluminenses faz parte da primeira fase de Machado de Assis, que estava preso aos moldes estéticos do Romantismo. Os contos machadianos considerados românticos, apresentam uma característica comum: os acontecimentos são narrados sem precipitação, entremeados de explicações aos leitores por parte do narrador, cheios de considerações sobre os comportamentos. Suas personagens não são tão lineares como as dos maiores românticos: elas têm comportamentos imprevistos, fazem maquinações, não transparentes, são interesseiras.

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O conto mais famoso é "Miss Dollar". A maioria das narrativas, pela sua extensão, trama e estrutura, podem ser consideradas como novelas.

O livro "Contos Fluminenses" do grande escritor brasileiro do século XIX Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908) recolhe sete magníficos contos desde autor maior da língua portuguesa. Com sabor a short story .

1. Miss Dolar 2. Luis Soares 3. A Mulher de Preto 4. O Segredo de Augusta 5.Confissões de uma Viúva Moça 6. Linha Reta e Linha Curva 7. Frei Simão

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O tempo narrativo é baseado na cronologia. O espaço era o Rio de Janeiro da época colonial. Foco narrativo predominante é o de 3ª pessoa, com narrador onisciente intruso. a voz narrativa se encarregará de caracterizar o perfil das personagens com sua

ironia, sua imprevisibilidade e sua arrogância ao se dirigir ao leitor. Estas são as marcas do escritor que nos indicam o caminho escolhido para tecer a crítica social. Por ora, vemos apenas o prenúncio deste aprofundamento psicológico, como nestes trechos em que o narrador apresenta Augusta e Vasconcelos:

"Tinha Augusta trinta anos e Adelaide quinze; mas comparativamente a mãe parecia mais moça ainda que a filha. Conservava a mesma frescura dos quinze anos, e tinha de mais o que faltava a Adelaide, que era a consciência da beleza e da mocidade; consciência que seria louvável se não tivesse como consequência uma imensa e profunda vaidade. (...) As mãos compridas e bem feitas pareciam criadas para os afagos de amor. Augusta dava melhor emprego às suas mãos; calçava-as de macia pelica." (Pág. 82)

"Vasconcelos era um homem de quarenta anos, bem apessoado, dotado de um maravilhoso par de suíças grisalhas, que lhe davam um ar de diplomata, coisa de que estava afastado umas boas cem léguas."

"Possuía uma boa fortuna e não trabalhava, isto é, trabalhava muito na destruição da referida fortuna, obra em que sua mulher colaborava conscienciosamente." (Pág. 85)

"Ele (Gomes), Vasconcelos e Batista eram a trindade do prazer e da dissipação, ligada por uma indissolúvel amizade." (Pág. 87)

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ANÁLISE DO LIVRO INFÂNCIA

Publicado em 1945, Infância é uma autobiografia de Graciliano Ramos que prova ser possível uma obra somar os elementos pessoais com os sociais.

Em toda a narrativa de Infância, a criança, Graciliano, passa por um processo de aprendizagem e amadurecimento interior, principalmente ao aprender lidar com as perdas e as dores. O momento de descoberta da leitura surge de forma mágica e prazerosa. O livro torna-se um “objeto de desejo” ao ser proibido, pois desperta curiosidade.

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Em relação à linguagem, o livro é bem escrito, de fácil entendimento, com lirismo e regionalismos.

Em Infância as fronteiras entre o tecido ficcional e referencial se misturam na tessitura narrativa, pois o sujeito empírico recria o passado e procura dar-lhe sentido.

O primeiro aspecto que chama a atenção é a descrição de Graciliano como uma criança oprimida e humilhada, pois é um ser fraco diante de adultos, mais fortes. Este é um dos cernes de sua visão de mundo: a opressão. Quem tem poder, naturalmente massacra, sufoca.

Outro ponto perturbado na relação familiar é seu pai, que se mostra extremamente autoritário, déspota e tirano em muitos momentos.

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No entanto, sua salvação, ou pelo menos válvula de escape, vai-se manifestar na literatura.

Foco narrativo predominante de 1ª pessoa Narrador personagem Os capítulos são: nuvens, manhã, verão, um

cinturão, uma bebedeira, chegada à vila, a vila, vida nova, padre João Inácio, o fim do mundo, o inferno, o moleque José, um incêndio, José da Luz, leitura, escola, D. Maria, o barão de macaúbas, meu avô, cegueira, Chico Brabo, José Leonardo, minha irmã natural, Antônio Vale, mudança, Adelaide, um enterro, um novo professor, um intervalo, os astrônomos, Samuel Smiles, o menino da mata e seu cão Piloto, Fernando, Jerônimo Barreto, Venta Romba, Mário Venâncio, Seu Ramiro, cidade infeliz e Laura.