_análise Sintática – Período Simples

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    Nesta material extra as questes foram retiradas dos principais exames vestibulares (pblicos e privados) Elas foram organizadas em ordem anual decrescente, ou seja, as perguntas mais recentes esto no incio da lista. As provas escritas foram adaptadas, isto , foi mantido somente o item pertinente ANLISE SINTTICA PERODO SIMPLES. Os textos originais foram mantidos integralmente, assim como as orientaes feitas pelas Bancas Examinadoras. Quando o texto foi utilizado para mais de uma questo ou prova, preservaram-se os comentrios originais. A inteno desta lista de exerccios extras colocar o aluno diante dos modelos de questes que sero encontrados nesses vestibulares. de fundamental importncia o treino para as questes escritas, a fim de se aperfeioarem as respostas ao longo do ano. Sobre ANLISE SINTTICA PERODO SIMPLES, destacam-se os seguintes itens:

    Reconhecimento das funes sintticas

    Descrio semntica das funes sintticas

    Reescritura de frases com adequaes sintticas

    Reconhecimento e Transformao das vozes verbais

    Reconhecimento, justificativas e reescritura de frases ambguas

    Questes relacionadas concordncia verbal

    Bom trabalho a todos. Prof RUBO maio de 2010

    Texto para as questes Belo Horizonte, 28 de julho de 1942. Meu caro Mrio, Estou te escrevendo rapidamente, se bem que haja muitssima coisa que eu quero te falar (a respeito da Conferncia, que acabei de ler agora). Vem-me uma vontade imensa de desabafar com voc tudo o que ela me fez sentir. Mas longo, no tenho o direito de tomar seu tempo e te chatear. 01 - Neste trecho de uma carta de Fernando Sabino a Mrio de Andrade, o emprego de linguagem informal bem evidente em a) se bem que haja. b) que acabei de ler agora. c) Vem-me uma vontade. d) tudo o que ela me fez sentir. e) tomar seu tempo e te chatear.

    Texto para as questes Desde pequeno, tive tendncia para personificar as coisas. Tia Tula, que achava que mormao fazia mal, sempre gritava: Vem pra dentro, menino, olha o mormao! Mas eu ouvia o mormao com M maisculo. Mormao, para mim, era um velho que pegava crianas! Ia pra dentro logo. E ainda hoje, quando leio que algum se viu perseguido pelo clamor pblico, vejo com estes olhos o Sr. Clamor Pblico, magro, arquejante, de preto, brandindo um guarda-chuva, com um gog protuberante que se abaixa e levanta no excitamento da perseguio. E j estava devidamente grandezinho, pois devia contar uns trinta anos, quando me fui, com um grupo de colegas, a ver o lanamento da pedra fundamental da ponte Uruguaiana-Libres, ocasio de grandes solenidades, com os presidentes Justo e Getlio, e gente muita, tanto assim que fomos alojados os do meu grupo num casaro que creio fosse a Prefeitura, com os demais jornalistas do Brasil e Argentina. Era como um alojamento de quartel, com breve espao entre as camas e todas as portas e janelas abertas, tudo com os alegres incmodos e duvidosos encantos de uma coletividade democrtica. Pois l pelas tantas da noite, como eu pressentisse, em meu entre dormir, um

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    vulto junto minha cama, sentei-me estremunhado* e olhei atnito para um tipo de chiru*, ali parado, de bigodes cados, pala pendente e chapu descido sobre os olhos. Diante da minha muda interrogao, ele resolveu explicar-se, com a devida calma: Pois ! No v que eu sou o sereno...

    Mrio Quintana, As cem melhores crnicas brasileiras. *Glossrio: estremunhado: mal acordado. chiru: que ou aquele que tem pele morena, traos acaboclados (regionalismo: Sul do Brasil).

    02 - Considerando que silepse a concordncia que se faz no com a forma gramatical das palavras, mas com seu sentido, com a ideia que elas representam, indique o fragmento em que essa figura de linguagem se manifesta. a) olha o mormao b) pois devia contar uns trinta anos. c) fomos alojados os do meu grupo. d) com os demais jornalistas do Brasil e) pala pendente e chapu descido sobre os olhos. Texto para as questes Leia esta notcia cientfica: H 1,5 milho de anos, ancestrais do homem moderno deixaram pegadas quando atravessaram um campo lamacento nas proximidades do Ileret, no norte do Qunia. Uma equipe internacional de pesquisadores descobriu essas marcas recentemente e mostrou que elas so muito parecidas com as do Homo sapiens: o arco do p alongado, os dedos so curtos, arqueados e alinhados. Tambm, o tamanho, a profundidade das pegadas e o espaamento entre elas refletem a altura, o peso e o modo de caminhar atual. Anteriormente, houve outras descobertas arqueolgicas, como, por exemplo, as feitas na Tanznia, em 1978, que revelaram pegadas de 3,7 milhes de anos, mas com uma anatomia semelhante de macacos. Os pesquisadores acreditam que as marcas recm-descobertas pertenceram ao Homo erectus.

    Revista FAPESP, n- 157, maro de 2009. Adaptado.

    03 - No texto, a sequncia temporal estabelecida principalmente pelas expresses: a) H 1,5 milho de anos; recentemente; anteriormente. b) ancestrais; moderno; proximidades. c) quando atravessaram; norte do Qunia; houve outras descobertas. d) marcas recm-descobertas; em 1978; descobertas arqueolgicas. e) descobriu; mostrou; acreditam. 04 - Observe este anncio.

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    Fonte: Folha de S. Paulo, 26/09/2008. Adaptado. a) Na composio do anncio, qual a relao de sentido existente entre a imagem e o trecho quem e o que pensa, que faz parte da mensagem verbal? b) Se os sujeitos dos verbos descubra e pensa estivessem no plural, como deveria ser redigida a frase utilizada no anncio? Considere a tira e analise as afirmaes.

    I. A resposta esperada pela menina era a rua. II. Na frase de Mafalda, no segundo quadrinho, Miguelito o sujeito da orao. III. Em portugus, o sujeito de uma orao pode ser inexistente, como em Choveram reclamaes na empresa por causa do apago na Internet. IV. A resposta de Miguelito seria compatvel com a pergunta: Ao prefeito cabe que responsabilidade? 05 - Pela leitura das afirmaes, conclui-se que A) nenhuma delas est correta. B) apenas I e III esto corretas. C) apenas II e III esto corretas. D) apenas III e IV esto corretas.

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    E) todas elas esto corretas. 06 - Assinale a alternativa correta quanto concordncia verbal, de acordo com a norma culta. A) O desperdcio de matrias-primas, o estmulo ao consumismo, a obsolescncia programada, tudo isso ainda dita as regras. / preciso que se encontrem novos modelos para resolver os problemas de gerao de empregos. / Os mais pobres so os que menos vantagens obtm com o crescimento do PIB. B) O desperdcio de matrias-primas, o estmulo ao consumismo, a obsolescncia programada, tudo isso ainda ditam as regras. / preciso que se encontre novos modelos para resolver os problemas de gerao de empregos. / Os mais pobres so os que menos vantagens obtm com o crescimento do PIB. C) O desperdcio de matrias-primas, o estmulo ao consumismo, a obsolescncia programada, tudo isso ainda dita as regras. / preciso que se encontrem novos modelos para resolver os problemas de gerao de empregos. / Os mais pobres so os que menos vantagens obtm com o crescimento do PIB. D) O desperdcio de matrias-primas, o estmulo ao consumismo, a obsolescncia programada, tudo isso ainda ditam as regras. / preciso que se encontre novos modelos para resolver os problemas de gerao de empregos. / Os mais pobres so os que menos vantagens obtm com o crescimento do PIB. E) O desperdcio de matrias-primas, o estmulo ao consumismo, a obsolescncia programada, tudo isso ainda ditam as regras. / preciso que se encontrem novos modelos para resolver os problemas de gerao de empregos. / Os mais pobres so os que menos vantagens obtm com o crescimento do PIB.

    07 Analise a charge abaixo

    a) No primeiro quadrinho, a palavra Deus ocorre na fala das duas personagens. Explique a funo sinttica que ela assume em cada uma dessas ocorrncias. 08 - Leia o texto. Como diz o socilogo Domenico De Masi, contratao inadequada: voc seleciona gente quadrada e quer que elas passem, de repente, a ser redondas. (...) Mais importante que a alta rotatividade, diro alguns, saber lidar com os desligamentos. Se demisses so inevitveis, o mnimo a fazer tratar os demitidos com respeito, dignidade e transparncia, assegurando os direitos trabalhistas e estendendo benefcios por um perodo maior. No crvel, contudo, que hajam defensores de turnover elevado. Alta rotatividade doena (grave) e no deve ser subestimada. (Jornal Nota 10, PR, agosto de 2009) a) No contexto, explique a concordncia do termo redondas, justificando se est correta ou no. b) No texto, h um erro de concordncia verbal. Transcreva-o, corrija-o e justifique a correo.

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    09 - A nica frase que segue as regras de concordncia da lngua culta : A) Em janeiro, caiu pelo menos em 70%, com relao ao ano passado, os pedidos de autorizao para o desmatamento. B) A seleo de novos projetos de reflorestamento que devero ser financiados ainda no tem data para acontecer. C) Antes financiado quase exclusivamente pelo setor pblico, produtores se acostumaram, no ltimo ano, a ser bem recebido pelo setor privado. D) O desmatamento ruim para todos, por isso no s a sociedade da zona sul, mas tambm a comunidade, apoia a construo do muro. E) A crise que atingiu vrios pases reduziu os investimentos em pesquisa que, desde o ano passado, tinha sido anunciado. Leia o texto para responder s questes de nmeros O Supremo Tribunal Federal varreu da legislao brasileira mais uma herana da ditadura militar: a obrigatoriedade do diploma de jornalista para quem exerce a profisso. Ao defender o fim dessa excrescncia, o relator do caso, ministro Gilmar Mendes, disse que ela atentava contra a liberdade de expresso garantida pela Constituio Federal a todos os cidados. Os jornalistas so aquelas pessoas que se dedicam profissionalmente ao exerccio pleno da liberdade de expresso. O jornalismo e a liberdade de expresso, portanto, so atividades imbricadas por sua prpria natureza e no podem ser pensados e tratados de forma separada, afirmou o ministro. Alm de ferir o direito constitucional, j que impedia pessoas formadas apenas em outra rea de manifestar seu conhecimento e pensamento por meio da atividade jornalstica, a exigncia teve o seu ridculo exposto por uma comparao brilhante de Gilmar Mendes: Um excelente chef de cozinha certamente poder ser formado numa faculdade de culinria, o que no legitima o estado a exigir que toda e qualquer refeio seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa rea. (Veja, 24.06.2009.)

    10 - Com base nas falas de Gilmar Mendes, a) o que justifica na perfrase verbal podem ser pensados a flexo do verbo poder e o plural masculino do particpio do verbo pensar? O esporte bom pra gente, fortalece o corpo e emburrece A MENTE. Antes que o primeiro corredor indignado atire UM TNIS em minha direo (...) Quando estamos correndo, no h PREVISO DE PAGAMENTO. Os termos grafados com letras maisculas nas passagens acima, extradas do texto apresentado, identificam-se pelo fato de exercerem a mesma funo sinttica nas oraes de que fazem parte. 11 - Indique essa funo: A) Sujeito. B) Predicativo do sujeito. C) Predicativo do objeto. D) Objeto direto. E) Complemento nominal.

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    12 - A frase que reproduz uma ideia do texto de maneira gramaticalmente correta : A) Em 1918, com a gripe espanhola, em Curitiba, ficou proibidas as aglomeraes, inclusive o acompanhamento dos enterros e a frequncia a templos religiosos. B) Estimam-se que cerca de 50 milhes de pessoas no mundo tenham sido vtima da gripe espanhola no incio do sculo. C) Evidentemente cabem ao Poder Pblico a orientao e a publicao de normas, determinando que atitudes devem ser tomadas. D) No seria de se espantar se muitos jornais trouxessem a seguinte manchete: Frias lota shoppings de Curitiba. E) Existe divergncias entre os especialistas: uns dizem que a gripe A tm gravidade e letalidade parecidas com a da gripe sazonal, outros afirmam que a situao mais grave.

    13 - No texto, h um erro que se corrige com a substituio de A) voltam por volta. B) voltam s aulas por voltam as aulas. C) Com a deciso por Pela deciso. D) s aulas de creches por as aulas de creches. E) prxima semana por semana seguinte. Para responder s questes de nmeros, leia o poema de Carlos Drummond de Andrade. Lagoa Eu no vi o mar. No sei se o mar bonito, no sei se ele bravo. O mar no me importa. Eu vi a lagoa. A lagoa, sim. A lagoa grande e calma tambm. Na chuva de cores da tarde que explode a lagoa brilha a lagoa se pinta

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    de todas as cores. Eu no vi o mar. Eu vi a lagoa...

    14 - A palavra se presente no verso a lagoa se pinta tambm encontrada com mesmo valor semntico e mesma funo sinttica em: A) o rapaz e a moa se atriburam a mesma culpa no acidente. B) disparava lpida como se a casa estivesse pegando fogo. C) embora a moa compreendesse tratar-se de um rito inofensivo. D) ela se penteava. Nunca fora mulher de ir passear sem antes pentear bem os cabelos. E) Se soubesse que a filha morreria de parto, claro que no precisaria gritar. Leia o conto de Clarice Lispector para responder s questes de nmeros

    No soltar cavalos Como em tudo, no escrever tambm tenho uma espcie de receio de ir longe demais. Que ser isso? ____________? Retenho-me, como se ____________ as rdeas de um cavalo que poderia galopar e me levar Deus sabe onde. Eu me guardo. Por que e para qu? para o que estou eu me poupando? Eu j tive clara conscincia disso quando uma vez escrevi: preciso no ter medo de criar. Por que o medo? Medo de conhecer os limites de minha capacidade? ou medo do aprendiz de feiticeiro que no sabia como parar? Quem sabe, assim como uma mulher que se guarda intocada para dar-se um dia ao amor, talvez eu queira morrer toda inteira para que Deus me tenha toda.

    15 - A frase final do texto est redigida em 3. pessoa do singular (uma mulher) e 1. pessoa do singular (eu). Alternando ambas as ocorrncias para o plural, obtm-se: A) Quem sabe, assim como mulheres que se guarda intocadas para darem-se um dia ao amor, talvez ns queremos morrer todas inteiras para que Deus nos tenha toda. B) Quem sabe, assim como mulheres que se guardam intocada para dar-se um dia ao amor, talvez ns queiramos morrer inteiras para que Deus nos tenham todas. C) Quem sabe, assim como mulheres que se guardam intocadas para darem-se um dia ao amor, talvez ns queiramos morrer todas inteiras para que Deus nos tenha todas. D) Quem sabe, assim como mulheres que se guardam intocada para darem-se um dia ao amor, talvez ns queiramos morrermos inteiras para que Deus nos tenham todas. E) Quem sabe, assim como mulheres que se guardam intocadas para dar-se um dia ao amor, talvez ns queremos morrer toda inteira para que Deus nos tenha toda. 16 - Leia o texto.

    Amorim, pede pra sair. O fracasso das negociaes comerciais de Doha ecoa a falncia verbal que levou o ministro das Relaes Exteriores, Celso Amorim, a entrar nas reunies com o p esquerdo e a sair delas com a autoridade destroada por duas declaraes de natureza intrinsecamente perversa. (Veja, 06.08.2008) a) Explique o ttulo do texto, associando-o s informaes apresentadas. b) Se fosse retirada a vrgula do ttulo do texto, haveria alterao de sentido? Justifique a sua resposta.

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    17 - Neste ano de 2008, o mundo se viu s voltas com uma crise econmica de graves propores.

    Observe o que uma pessoa disse sobre esse assunto: Pelo que se tem visto no cenrio mundial, os

    Estados Unidos vo acabar com essa crise.

    a) Quais so as duas possveis interpretaes para essa frase? b) Reescreva a frase, de modo a garantir, sem ambigidade, cada uma das interpretaes indicadas.

    18 - Leia os versos de Carlos Drummond de Andrade. Os amantes se amam cruelmente e com se amarem tanto no se vem. Um se beija no outro, refletido. Dois amantes que so? Dois inimigos. a) Reescreva os dois versos iniciais, passando-os para a primeira pessoa do plural. b) Reescreva os dois ltimos versos, substituindo Um por Eu. 19 - Considere as frases: I. O rapaz estava chateado, pois chegou moa e disse que no era mais possvel continuar o namoro. II. O rapaz estava chateado, pois chegou a moa e disse que no era mais possvel continuar o namoro. a) Que interpretao se pode dar a cada uma das frases, levando em conta as expresses moa e a moa? b) Do ponto de vista sinttico, qual a funo que exercem as expresses moa e a moa? Voltou dali a duas semanas, aceitou casa e comida sem outro estipndio, salvo o que quisessem dar por festas. Quando meu pai foi eleito deputado e veio para o Rio de Janeiro com a famlia, ele veio tambm, e teve o seu quarto ao fundo da chcara. Um dia, reinando outra vez febres em Itagua, disse-lhe meu pai que fosse ver a nossa escravatura. Jos Dias deixou-se estar calado, suspirou e acabou confessando que no era mdico. Tomara este ttulo para ajudar a propaganda da nova escola, e no o fez sem estudar muito e muito; mas a conscincia no lhe permitia aceitar mais doentes. Mas, voc curou das outras vezes. Creio que sim; o mais acertado, porm, dizer que foram os remdios indicados nos livros. Eles, sim, eles, abaixo de Deus. Eu era um charlato... No negue; os motivos do meu procedimento podiam ser e eram dignos; a homeopatia a verdade, e, para servir verdade, menti; mas tempo de restabelecer tudo. No foi despedido, como pedia ento; meu pai j no podia dispens-lo. Tinha o dom de se fazer aceito e necessrio; dava-se por falta dele, como de pessoa da famlia. Quando meu pai morreu, a dor que o pungiu foi enorme, disseram-me; no me lembra. Minha me ficou-lhe muito grata, e no consentiu que ele deixasse o quarto da chcara; ao stimo dia, depois da missa, ele foi despedir-se dela. Fique, Jos Dias. Obedeo, minha senhora. Teve um pequeno legado no testamento, uma aplice e quatro palavras de louvor. Copiou as palavras, encaixilhou-as e pendurou-as no quarto, por cima da cama.

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    Esta a melhor aplice, dizia ele muita vez. Com o tempo, adquiriu certa autoridade na famlia, certa audincia, ao menos; no abusava, e sabia opinar obedecendo. Ao cabo, era amigo, no direi timo, mas nem tudo timo neste mundo. E no lhe suponhas alma subalterna; as cortesias que fizesse vinham antes do clculo que da ndole. A roupa durava-lhe muito; ao contrrio das pessoas que enxovalham depressa o vestido novo, ele trazia o velho escovado e liso, cerzido, abotoado, de uma elegncia pobre e modesta. Era lido, posto que de atropelo, o bastante para divertir ao sero e sobremesa, ou explicar algum fenmeno, falar dos efeitos do calor e do frio, dos plos e de Robespierre. Contava muita vez uma viagem que fizera Europa, e confessava que a no sermos ns, j teria voltado para l; tinha amigos em Lisboa, mas a nossa famlia, dizia ele, abaixo de Deus, era tudo. Abaixo ou acima? perguntou-lhe tio Cosme um dia. Abaixo, repetiu Jos Dias cheio de venerao. E minha me, que era religiosa, gostou de ver que ele punha Deus no devido lugar, e sorriu aprovando. Jos Dias agradeceu de cabea. Minha me dava-lhe de quando em quando alguns cobres. Tio Cosme, que era advogado, confiava-lhe a cpia de papis de autos. Machado de Assis. Dom Casmurro. Em http://www.bibvirt.futuro.usp.br/content/view/full/1429. 20 - O pronome lhe, na passagem destacada, completa o sentido de: A) minha B) ficou C) me D) muito E) grata

    INSTRUO: Leia o texto a seguir, que servir de base para respostas a questes de Histria, Geografia e Lngua Portuguesa. A retirada da Laguna Formao de um corpo de exrcito incumbido de atuar, pelo norte, no alto Paraguai Distncias e dificuldades de organizao. Para dar uma idia aproximada dos lugares onde ocorreram, em 1867, os acontecimentos relatados a seguir, necessrio lembrar que a Repblica do Paraguai, o Estado mais central da Amrica do Sul, aps invadir e atacar simultaneamente o Imprio do Brasil e a Repblica Argentina em fins de 1864, encontrava-se, decorridos dois anos, reduzida a defender seu territrio, invadido ao sul pelas foras conjuntas das duas potncias aliadas, s quais se unira um pequeno contingente de tropas fornecido pela Repblica do Uruguai. Do lado sul, o caudaloso Paraguai, um dos afluentes do rio da Prata, oferecia um acesso mais fcil at a fortaleza de Humait1, que se transformara, graas sua posio especial, na chave de todo o pas, adquirindo, nesta guerra encarniada, a importncia de Sebastopol na campanha da Crimia. Do lado da provncia brasileira de Mato Grosso, ao norte, as operaes eram infinitamente mais difceis, no apenas porque milhares de quilmetros a separam do litoral do Atlntico, onde se concentram praticamente todos os recursos do Imprio do Brasil, como tambm por causa das cheias do rio Paraguai, cuja poro setentrional, ao atravessar regies planas e baixas, transborda anualmente e inunda grandes extenses de terra.

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    O plano de ataque mais natural, portanto, consistia em subir o rio Paraguai, a partir da Repblica Argentina, at o centro da Repblica do Paraguai, e em desc-lo, pelo lado brasileiro, a partir da capital de Mato Grosso, Cuiab, que os paraguaios no haviam ocupado. Esta combinao de dois esforos simultneos teria sem dvida impedido a guerra de se arrastar por cinco anos consecutivos, mas sua realizao era extraordinariamente difcil, em razo das enormes distncias que teriam de ser percorridas: para se ter uma idia, basta relancear os olhos para o mapa da Amrica do Sul e para o interior em grande parte desabitado do Imprio do Brasil. No momento em que comea esta narrativa, a ateno geral das potncias aliadas estava, pois, voltada quase exclusivamente para o sul, onde se realizavam operaes de guerra em torno de Curupaiti e Humait. O plano primitivo fora praticamente abandonado, ou, pelo menos, outra funo no teria seno submeter s mais terrveis provaes um pequeno corpo de exrcito quase perdido nos vastos espaos desertos do Brasil. Em 1865, no incio da guerra que o presidente do Paraguai, Lpez3, sem outro motivo que a ambio pessoal, suscitara na Amrica do Sul, mal amparado no vo pretexto de manter o equilbrio internacional, o Brasil, obrigado a defender sua honra e seus direitos, disps-se resolutamente luta. A fim de enfrentar o inimigo nos pontos onde fosse possvel faz-lo, ocorreu naturalmente a todos o projeto de invadir o Paraguai pelo norte; projetou- se uma expedio deste lado. Infelizmente, este projeto de ao diversionria no foi realizado nas propores que sua importncia requeria, com o agravante de que os contingentes acessrios com os quais se contara para aumentar o corpo de exrcito expedicionrio, durante a longa marcha atravs das provncias de So Paulo e de Minas Gerais, falharam em grande parte ou desapareceram devido a uma epidemia cruel de varola, bem como s deseres que ela motivou. O avano foi lento: causas variadas, e sobretudo a dificuldade de fornecimento de vveres, provocaram a demora. S em julho pde a fora expedicionria organizar-se em Uberaba4, no alto Paran (a partida do Rio de Janeiro ocorrera em abril); contava ento com um efetivo de cerca de 3 mil homens, graas ao reforo de alguns batalhes que o coronel Jos Antnio da Fonseca Galvo havia trazido de Ouro Preto. No sendo esta fora suficiente para tomar a ofensiva, o comandante-em-chefe, Manoel Pedro Drago, conduziu-a para a capital de Mato Grosso, onde esperava aument-la ainda mais. Com esse intuito, o corpo expedicionrio avanou para o noroeste e atingiu as margens do rio Paranaba, quando lhe chegaram ento despachos ministeriais com a ordem expressa de marchar diretamente para o distrito de Miranda, ocupado pelo inimigo. No ponto onde estvamos, esta ordem tinha como conseqncia necessria obrigar-nos a descer de volta at o rio Coxim6 e em seguida contornar a serra de Maracaju pela base ocidental, invadida anualmente pelas guas do caudaloso Paraguai. A expedio estava condenada a atravessar uma vasta regio infectada pelas febres palustres. A fora chegou ao Coxim7 no dia 20 de dezembro, sob o comando do coronel Galvo, recm-nomeado comandante-em-chefe e promovido, pouco depois, ao posto de brigadeiro. Destitudo de qualquer valor estratgico, o acampamento de Coxim encontrava-se pelo menos a uma altitude que lhe garantia a salubridade. Contudo, quando a enchente tomou os arredores e o isolou, a tropa sofreu ali cruis privaes, inclusive fome. Aps longas hesitaes, foi necessrio, enfim, aventurarmo-nos pelos pntanos pestilentos situados ao p da serra; a coluna ficou exposta inicialmente s febres, e uma das primeiras vtimas foi seu infeliz chefe, que expirou s margens do rio Negro; em seguida, arrastou-se depois penosamente at o povoado de Miranda. Ali, uma epidemia climatrica de um novo tipo, a paralisia reflexo , continuou a dizimar a tropa.

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    Quase dois anos haviam decorrido desde nossa partida do Rio de Janeiro. Descrevramos lentamente um imenso circuito de 2112 quilmetros; um tero de nossos homens perecera.

    (VISCONDE DE TAUNAY (Alfredo dEscragnolle-Taunay). A retirada da Laguna Episdio da guerra do Paraguai. Traduo de Sergio Medeiros. So Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 35 a 41.)

    21 - Quando lemos A retirada da Laguna, sabemos que o narrador fez parte da coluna cujas lutas e vicissitudes relata no livro. No trecho focalizado, podemos comprovar essa participao objetivamente, em alguns momentos, pela flexo verbal e pelo sentido que certas palavras adquirem no contexto. Com base nesta observao, releia o ltimo pargrafo do texto e, a seguir, identifique duas palavras que evidenciam a participao do narrador nos eventos relatados.

    INSTRUO: As questes de nmeros a se baseiam numa fala de personagem de uma pea de Millr Fernandes (1923-) e num soneto de Antero de Quental (1842-1891). Atriz (Rindo forosamente depois que os atores saem.) Tem gente que continua achando que a vida uma piada. Ainda bem que tem gente que pensa que a vida uma piada. Pior a gente que pensa que o homem o rei da criao. Rei da criao, eu, hein? Um assassino nato, usufruidor da misria geral se voc come, algum est deixando de comer, a comida no d para todos, no de que que ele se ri? De que se ri a hiena? Se no for atropelado ficar no desemprego, se no ficar desempregado vai pegar um enfisema, ser abandonado pela mulher que ama mas ama, hein? , arrebentado pelos filhos pelos pais, se for filho , mordido de cobra ou ficar impotente. E se escapar de tudo ficar velho, senil, babando num asilo. Piada, ? Pode ser que haja vida inteligente em outro planeta, neste, positivamente, no. O homem o cncer da Terra. Estou me repetindo? Pois : corrompe a natureza, fura tneis, empesta o ar, emporcalha as guas, apodrece tudo onde pisa. Fique tranqilo, amigo: o desaparecimento do ser humano no far a mnima diferena economia do cosmos.

    (Millr Fernandes. Computa, computador, computa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nrdica, 1972. p. 85.) 21 - Se um estudante emprega, numa dissertao, o verbo ter no sentido de existir, numa frase como Tem muitos alunos na escola, penalizado na correo pelo professor, que recomenda nesse caso o emprego do verbo haver. O mesmo professor considerar perfeitamente normal que a personagem feminina da pea de Millr Fernandes empregue, por duas vezes: Tem gente. Justifique por que essas atitudes do professor no so contraditrias. INSTRUO: Os versos de Gregrio de Matos so base para responder s questes de nmeros a. Neste mundo mais rico, o que mais rapa: Quem mais limpo se faz, tem mais carepa: Com sua lngua ao nobre o vil decepa: O Velhaco maior sempre tem capa.

    22 - Assinale a alternativa correta. A) Na expresso Neste mundo, o pronome refere-se a um mundo utpico, irreal. B) Em Quem mais limpo se faz, o pronome se indica reciprocidade. C) Lngua e capa so termos empregados em sentido denotativo. D) A expresso Com sua lngua, que remete a nobre, indicativa de causa.

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    E) Em ao nobre, emprega-se a preposio para se evitar a ambigidade.

    23 - Se a frase O quarento o amoroso refinado, capaz de sentir poesia onde o adolescente s v o embaraoso cotidiano ... for para o plural e o termo sublinhado substitudo por um sinnimo, obtm-se: Os quarentes so os amorosos refinados, A) capazes de sentirem poesia onde os adolescentes s vem o confuso cotidiano ... B) capaz de sentirem poesia onde os adolescentes s vem o atribulado cotidiano ... C) capazes de sentirem poesia onde os adolescentes s vm o enganoso cotidiano ... D) capaz de sentir poesia onde os adolescentes s vm o encrencado cotidiano ... E) capazes de sentir poesia onde os adolescentes s vem o complicado cotidiano ... 24 - Assinale a alternativa adequada para preencher as lacunas do texto abaixo, de acordo com o padro culto da lngua. O intendente no havia previsto a possibilidade _____________ tropa permanecer tanto tempo no local. Como informa a correspondncia, os soldados no recebiam ________________ quase seis meses. Em virtude da falta de pagamento dos salrios, _______________ mngua as pessoas da cidade. Foi necessrio que o general __________________ para dar soluo ao caso. A) de a havia andavam interviesse. B) da haviam andavam intervisse. C) de a h andava interviesse. D) de a havia andavam intervisse. E) da h andava interviesse. 25 - Assinale a alternativa em que a concordncia verbal NO EST DE ACORDO com o padro culto da lngua portuguesa. A) A maioria dos litigantes no conhecia bem seus direitos. B) Os txis azuis que deveriam ter sido vistoriados com mais cuidado. C) No tinham chegado ainda, mesmo decorridos dois meses, as cartas do viajante. D) O golpe dos soldados mais antigos das duas tropas atingiram os adversrios. E) No se conheciam as razes da contenda entre os dois grupos religiosos.

    Leia o texto para responder s questes de nmeros a. Com a sociedade de consumo nasce a figura do contribuinte. Tanto quanto a palavra consumo ou consumidor, a palavra contribuinte est sendo usada aqui numa acepo particular. No capitalismo clssico, os impostos que recaam sobre os salrios o faziam de uma forma sempre indireta. Geralmente, o Estado taxava os gneros de primeira necessidade, encarecendo-os. Imposto direto sobre o contra-cheque era coisa, salvo engano, inexistente. Com o advento da sociedade de consumo, contudo, criaram-se as condies polticas para que o imposto de renda afetasse uma parcela significativa da classe trabalhadora. Quem pode se dar ao luxo de consumir suprfluos ou mesmo poupar, pode igualmente pagar impostos. (Fernando Haddad, Trabalho e classes sociais. Em: Tempo Social, outubro de 1997)

    27 - Em No capitalismo clssico, os impostos que recaam sobre os salrios o faziam de uma forma sempre indireta. o pronome o

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    A) tem valor corretivo e retoma o termo salrios. B) complemento nominal e retoma o sujeito os impostos. C) complemento verbal e retoma a informao recaam sobre os salrios. D) complemento verbal e retoma a expresso os impostos. E) tem valor explicativo e retoma o termo capitalismo. 28 Leia o texto a seguir e assinale a alternativa correta Com o advento da sociedade de consumo, contudo, criaram-se as condies polticas para que o imposto de renda afetasse uma parcela significativa da classe trabalhadora. A) Com o advento da sociedade de consumo uma expresso adverbial indicativa de causa. B) A forma verbal criaram-se poderia ser flexionada tambm no singular, j que o sujeito da orao indeterminado. C) Considerando a regncia do verbo afetar, caso seu complemento fosse substitudo por pronome, a frase assumiria a redao: para que o imposto de renda lhe afetasse. D) Na expresso imposto de renda, o emprego sinttico da expresso preposicionada o mesmo que o da expresso destacada em Sempre reclamava do imposto alto. E) Na anlise sinttica da expresso uma parcela significativa da classe trabalhadora, v-se que os termos parcela e trabalhadora exercem a mesma funo. 29 - Assinale a alternativa em que as frases repetem a regra de concordncia verbal da frase O governo e o Banco Central nunca podem descuidar da inflao. A) Continuam bem comportadas as expectativas de inflao para 2007 e as taxas de juro./ Saem-se bem no Brasil os bancos e as instituies financeiras. B) O IBGE divulgou ontem as Contas Nacionais do segundo trimestre de 2007./ O Banco Central deveria impor regras rgidas aos bancos. C) Temos, ao mesmo tempo, aumento do grau de utilizao da capacidade preexistente e aumento do estoque de capital./ O controle da inflao no pode correr riscos. D) Mas ainda estamos crescendo menos do que quase todos os outros pases emergentes./ A turma do bufunfa no pode se queixar. E) A acelerao de crescimento no parece trazer grande risco para o controle da inflao./ O crescimento do Brasil inferior media mundial. Leia o texto para responder s questes de nmeros a. Pas vira campo frtil para uso de laranjas A Operao Persona, que desmantelou na semana passada um poderoso esquema de fraudes nas importaes de produtos, exps uma realidade cada vez mais presente na economia brasileira: o uso da figura de laranjas para acobertar transaes financeiras e empresariais ilcitas. O laranjal da fraude se expande em tamanho e sofisticao, alm de exibir uma impressionante capacidade de se adaptar aos mais variados negcios. H laranja dos mais variados tipos. Desde o laranja poltico, identificado nas CPIs do Congresso, at o laranja virtual que surge na Internet para vender produtos de empresas de fachada, que no so entregues ao consumidor. Cidados honestos, na maioria das vezes com pouca instruo e baixo poder aquisitivo, transformam-se em laranjas inconscientes ao assinar, sem saber, procuraes utilizadas pelos fraudadores para abrir empresas de fachada.

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    Documentos perdidos ou roubados so tambm instrumentos fceis nas mos de grupos criminosos para a criao de laranjas.(...) Nos ltimos trs anos, a Receita descobriu 1067 empresas laranjas que operavam com importaes fraudulentas. Muitas delas sem nenhuma capacidade financeira e algumas abertas exclusivamente para uma nica operao de importao.(...) Especialista em casos de falsificao e contrabando, o advogado Newton Vieira Jnior, do Gare & Ortiz do Amaral Advogados, acredita que tem aumentado o espao para atuao dos laranjas no Brasil. Toda a burocracia que existe no Brasil para abrir uma empresa no vem impedindo a abertura de laranjas, diz. A certeza da impunidade o que faz com que os falsificadores atuem deliberadamente.

    (O Estado de S.Paulo, 21.10.2007. Adaptado)

    30 - Considere o ttulo do texto para responder questo de nmero: Pas vira campo frtil para uso de laranjas. b) Analise sintaticamente o verbo virar empregado no ttulo e na frase O fiscal do receita virou-se para o reprter e explicou que h vrios tipos de laranja: o fantasma, o virtual, o inconsciente, o transgnico, entre outros. Leia o texto para responder s questes de nmeros a. A primeira do sculo H duas semanas, a economia mundial atravessava um dos perodos de maior prosperidade nos ltimos trinta anos: as empresas nunca lucraram tanto, a China crescia a 10% ao ano, o Brasil exportava matria-prima em volumes e preos recordes. 31 - Observe a primeira orao do texto: H duas semanas... a) Explique o princpio de concordncia verbal que ocorre na orao. b) Reescreva a orao, iniciando-a com o verbo fazer. Guimares Rosa E, outra coisa: o diabo s brutas; mas Deus traioeiro! Ah, uma beleza de traioeiro d gosto! A fora dele, quando quer moo! me d o medo pavor! Deus vem vindo: ningum no v. 32 - No texto de Guimares Rosa, em A fora dele, quando quer moo! me d o medo pavor! indique a funo sinttica do termo moo e reescreva a frase, deslocando esse termo para o incio ou para o fim do perodo. INSTRUO: As questes de nmeros e baseiam-se na frase Quem advoga a liberdade da educao no quer dizer que as crianas devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta. 33 - Substituindo-se Quem por As pessoas que, obtm-se: A) As pessoas que advoga a liberdade da educao no querem dizer que as crianas devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta. B) As pessoas que advogam a liberdade da educao no quer dizerem que as crianas devam fazer, o dia todo, o que lhes derem na veneta. C) As pessoas que advogam a liberdade da educao no quer dizer que as crianas devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta.

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    D) As pessoas que advogam a liberdade da educao no querem dizer que as crianas devam fazer, o dia todo, o que lhes der na veneta. E) As pessoas que advogam a liberdade da educao no querem dizerem que as crianas devam fazer, o dia todo, o que lhes derem na veneta.

    34 Analise a tirinha abaixo

    a) Na tirinha, h trs ocorrncias da palavra se. Indique o sentido de cada uma delas nas frases em que ocorrem. b) Reescreva a ltima frase da tirinha, alterando o registro para a norma padro da lngua portuguesa, em primeira pessoa do plural. 35 - Quanto concordncia verbal, a frase inteiramente correta : a) Cada um dos participantes, ao inscrever-se, devero receber as orientaes necessrias. b) Os que prometem ser justos, em geral, no conseguem s-lo sem que se prejudiquem. c) J deu dez horas e a entrega das medalhas ainda no foram feitas. d) O que se viam era apenas destroos, cadveres e ruas completamente destrudas. e) Devem ter havido acordos esprios entre prefeitos e vereadores daqueles municpios. 36 - Assinale a alternativa correta quanto concordncia verbal. A) Agora, trata-se de casos mais srios, mais difceis de resolver. B) Vo haver tumultos na praa. C) No se discute mais as causas da eroso dessas terras. D) falta de medicamentos modernos, tratara-se com remdios caseiros os ferimentos provocados pelo mato. E) Devem fazer dois anos que eles se mudaram daqui

    INSTRUO: Texto para as questes de nmeros a. Monsenhor Caldas interrompeu a narrao do desconhecido: D licena? s um instante. Levantou-se, foi ao interior da casa, chamou o preto velho que o servia, e disse-lhe em voz baixa: Joo, vai ali estao de urbanos, fala da minha parte ao comandante, e pede-lhe que venha c com um ou dois homens, para livrar-me de um sujeito doido. Anda, vai depressa. E, voltando sala:

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    Pronto, disse ele; podemos continuar. Como ia dizendo a Vossa Reverendssima, morri no dia vinte de maro de 1860, s cinco horas e quarenta e trs minutos da manh. Tinha ento sessenta e oito anos de idade. Minha alma voou pelo espao, at perder a terra de vista, deixando muito abaixo a lua, as estrelas e o Sol; penetrou finalmente num espao em que no havia mais nada, e era clareado to-somente por uma luz difusa. Continuei a subir, e comecei a ver um pontinho mais luminoso ao longe, muito longe. O ponto cresceu, fez-se sol. Fui por ali dentro, sem arder, porque as almas so incombustveis. A sua pegou fogo alguma vez? No, senhor. So incombustveis. Fui subindo, subindo; na distncia de quarenta mil lguas, ouvi uma deliciosa msica, e logo que cheguei a cinco mil lguas, desceu um enxame de almas, que me levaram num palanquim feito de ter e plumas. (Machado de Assis, A segunda vida. Obras Completas, vol. II, p. 440-441.)

    37 - A frase desceu um enxame de almas, no ltimo pargrafo, tem o sujeito posposto. Assinale a alternativa em que o sujeito tambm aparece posposto. A) De um atentado, um soldado consegue salvar seu companheiro. B) Segunda-feira faltou, de novo, um pouco de tinta de impresso. C) No salo de Paris, h um Audi com motor de 4,2 litros. D) Ler biografia de homens clebres bastante til. E) O mercado financeiro recebeu bem a incluso das aes do Bradesco. Uma campanha alegre O Pas perdeu a inteligncia e a conscincia moral. Os costumes esto dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prtica da vida tem por nica direo a convenincia. No h princpio que no seja desmentido, nem instituio que no seja escarnecida. Ningum se respeita. No existe nenhuma solidariedade entre os cidados. J se no cr na honestidade dos homens pblicos. A classe mdia abate-se progressivamente na imbecilidade e na inrcia. O povo est na misria. Os servios pblicos vo abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas idias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferena de cima a baixo! Todo o viver espiritual, intelectual, parado. O tdio invadiu as almas. A mocidade arrasta-se, envelhecida, das mesas das secretarias para as mesas dos cafs. A runa econmica cresce, cresce, cresce O comrcio definha. A indstria enfraquece. O salrio diminui. A renda diminui. O Estado considerado na sua ao fiscal como um ladro e tratado como um inimigo. Neste salve-se quem puder a burguesia proprietria de casas explora o aluguel. A agiotagem explora o juro. () A intriga poltica alastra-se por sobre a sonolncia enfastiada do Pas. Apenas a devoo perturba o silncio da opinio, com padre-nossos maquinais. No uma existncia, uma expiao.

    (Ea de Queirs. Obras de Ea de Queirs. vol. III. Porto: Lello & Irmo, [s.d.], p. 959-960.)

    38 - Em Uma campanha alegre, Ea se serve, entre outros recursos discursivos, do acmulo de frases curtas, da repetio de palavras e expresses, do paralelismo. Com base nessa informao, demonstre o carter paralelstico da seqncia O salrio diminui. A renda diminui.

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    Leia a propaganda abaixo Matte a vontade. Matte Leo. Este enunciado faz parte de uma propaganda afixada em lugares nos quais se vende o ch Matte Leo. Observe as construes abaixo, feitas a partir do enunciado em questo: Matte vontade. Mate a vontade. Mate vontade.

    39 - Retome a propaganda e explique o seu funcionamento, explicitando as relaes morfolgicas, sintticas e semnticas envolvidas.

    40 - Assinale a alternativa em que a frase do segundo quadrinho est corretamente expressa na primeira pessoa do plural. A) E se ns se concentrarmos em sexo e virmos como o organismo reage?! B) E se ns nos concentrar em sexo e vir como o organismo reage?! C) E se ns nos concentrarmos em sexo e virmos como o organismo reage?! D) E se ns nos concentrarmos em sexo e vermos como o organismo reage?! E) E se ns se concentrarmos em sexo e vermos como o organismo reage?!

    INSTRUO: Para responder s questes de nmeros a , leia o trecho de O cortio, de Alusio Azevedo. Jernimo bebeu um bom trago de parati, mudou de roupa e deitou-se na cama de Rita. Vem pra c... disse, um pouco rouco. Espera! espera! O caf est quase pronto! E ela s foi ter com ele, levando-lhe a chvena fumegante da perfumosa bebida que tinha sido a mensageira dos seus amores (...) Depois, atirou fora a saia e, s de camisa, lanou-se contra o seu amado, num frenesi de desejo dodo. Jernimo, ao senti-la inteira nos seus braos; ao sentir na sua pele a carne quente daquela brasileira; ao sentir inundar-se o rosto e as espduas, num eflvio de baunilha e cumaru, a onda negra e fria da cabeleira da mulata; ao sentir esmagarem-se no seu largo e peludo colo de cavouqueiro os dois globos tmidos e macios, e nas suas coxas as coxas dela; sua alma derreteu-se, fervendo e borbulhando como um metal ao fogo, e saiu-lhe pela boca, pelos olhos, por todos os poros do corpo, escandescente, em brasa, queimando-lhe as prprias carnes e arrancando-lhe gemidos surdos, soluos irreprimveis, que lhe

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    sacudiam os membros, fibra por fibra, numa agonia extrema, sobrenatural, uma agonia de anjos violentados por diabos, entre a vermelhido cruenta das labaredas do inferno. 41 - correto afirmar que em e nas suas coxas as coxas dela o emprego de dela justifica-se pelo fato de A) evitar uma ambigidade e uma redao confusa, caso se usasse suas em seu lugar. B) exprimir valor possessivo, o que no aconteceria com o emprego do pronome suas. C) ser uma forma culta, ao contrrio do pronome suas. D) essa forma ser a nica possvel, uma vez que esse termo complemento do verbo. E) pretender-se evitar o valor possessivo, o que aconteceria com o emprego de suas. Desde as primevas fontes culturais da sociedade ocidental, a exemplo de vrios dos escritos judaico-cristos, h uma condenao cabal do cio e do no-envolvimento com a labuta incessante; no Sircida, um dos livros da Bblia (tambm chamado Eclesistico), h uma advertncia: Lana-o no trabalho para que no fique ocioso, pois a ociosidade ensina muitas coisas perniciosas (33, 28-29). 42 - Assinale a alternativa contendo afirmao correta. A) Nas duas ocorrncias do verbo haver, estaria de acordo com a norma culta empregar tem, pois o sentido daquele verbo possuir. B) O pronome o, em lana-o, refere-se ao livro da bblia denominado Sircida. C) No trecho bblico citado, as relaes de sentido entre suas oraes so, respectivamente de finalidade e de explicao. D) Est de acordo com a norma culta a seguinte redao: O Sircida, um dos livros da Bblia (tambm chamado Eclesistico), contm vrias advertncias. E) Com sujeito na 3- pessoa do plural, a redao do trecho citado deve ser: Lancem-o no trabalho.... Leia a frase a seguir No, ns no somos vagabundos. 43 - Assinale a alternativa em que a funo sinttica de vagabundo coincide com a do(s) termo(s) em destaque. A) A ociosidade ensina muitas coisas perniciosas. B) Cabea vazia oficina do Diabo. C) Tem como personagens Frank e Ernest, os desleixados e oportunistas representantes do homem comum. D) Paul Lafargue, um franco-cubano casado com Laura, foi pouco compreendido. E) Escreveu Direito Preguia, uma desnorteante e s na aparncia paradoxal anlise da alienao. INSTRUO: As questes de nmeros a referem-se ao texto seguinte. Suponha o leitor que possua duzentos escravos no dia 12 de maio e que os perdeu com a lei de 13 de maio. Chegava eu ao seu estabelecimento e perguntava-lhe: Os seus libertos ficaram todos? Metade s; ficaram cem. Os outros cem dispersaram-se; consta-me que andam por Santo Antnio de Pdua. Quer o senhor vender-mos? Espanto do leitor; eu, explicando: Vender-mos todos, tanto os que ficaram, como os que fugiram.

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    O leitor assombrado: Mas, senhor, que interesse pode ter o senhor... No lhe importe isso. Vende-mos? Libertos no se vendem. verdade, mas a escritura de venda ter a data de 29 de abril; nesse caso, no foi o senhor que perdeu os escravos, fui eu. Os preos marcados na escritura sero os da tabela da lei de 1885; mas eu realmente no dou mais de dez mil-ris por cada um. Calcula o leitor: Duzentas cabeas a dez mil-ris so dous contos. Dous contos por sujeitos que no valem nada, porque j esto livres, um bom negcio. Depois refletindo: Mas, perdo, o senhor leva-os consigo? No, senhor: ficam trabalhando para o senhor; eu s levo a escritura. Que salrio pede por eles? Nenhum, pela minha parte, ficam trabalhando de graa. O senhor pagar-lhes- o que j paga. Naturalmente, o leitor, fora de no entender, aceitava o negcio. Eu ia a outro, depois a outro, depois a outro, at arranjar quinhentos libertos, que at onde podiam ir os cinco contos emprestados; recolhia-me a casa e ficava esperando. Esperando o qu? Esperando a indenizao, com todos os diabos! Quinhentos libertos, a trezentos mil-ris, termo mdio, eram cento e cinqenta contos; lucro certo: cento e quarenta e cinco. (Machado de Assis, Crnica escrita em 26.06.1888. Obra Completa.)

    44 - A frase Quer o senhor vender-mos? poderia ser reescrita, segundo uma perspectiva contempornea e coloquial, da seguinte maneira: A) O senhor quer me vender esses libertos? B) O senhor quer-me os vender? C) O senhor quer me vender-lhes? D) O senhor mos quer vender os libertos? E) Quer o senhor me os vender?

    Texto para as questes 45 e 46 Muitos verbos, como o caso de renunciar, apresentam mais de uma regncia, por vezes sem alterao relevante de significado, de modo que a realizao da regncia em cada frase se torna dependente da escolha estilstico- -expressiva do escritor. Com base nesse fato,

    45 - considerando que na frase e renunciar o mau vezo de querer bem Humanidade o verbo renunciar aparece como transitivo direto, escreva uma frase em que o mesmo verbo aparea como transitivo indireto e outra em que aparea como intransitivo; 46 - reescreva a seguinte frase de Micura tornando o verbo precisar transitivo indireto: No, este tambm no o fogo que precisamos.

    INSTRUO: Texto para as questes de nmeros e.

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    47 - Se a personagem fosse enftica e dissesse: ... eu no reconheo o documento, eu no reconheo o documento..., a orao repetida, de acordo com a norma padro, assumiria a seguinte forma: A) eu no o reconheo. B) eu no reconheo-lhe. C) eu no reconheo ele. D) eu no lhe reconheo. E) eu no reconheo-lo. 48 - Assinale a frase correta quanto concordncia. A) Existem possibilidades de o mdico no fazer o tratamento adequado, caso no tenha informaes adequadas. B) possvel que os mdicos no faam o tratamento adequado, caso no tenha a informao adequada. C) Sem que hajam informaes adequadas, o mdico pode no fazer o tratamento correto. D) Como no tm as informaes adequadas, existe a possibilidade de o mdico no fazer o tratamento correto. E) Vislumbra-se possibilidades de os mdicos no fazer o tratamento adequado, se no tiver as informaes adequadas. INSTRUO: Texto para responder s questes de nmeros a. Juventude alm dos Anos Fui exposio dos czares russos, recentemente encerrada. Em plena quinta-feira tarde, notei dois grupos distintos: adolescentes e idosos. Ambos animadssimos. Uma senhora minha frente comentou, diante de uma vestimenta de veludo, toda bordada: J tive um vestido parecido! Observei-a. Deve ter ficado parecida com um tapete! Outras se encantavam com bules, saleiros, cones. Puxei conversa: Est gostando? perguntei a uma delas. Ah, sempre bom conhecer coisas novas! Surpreendi-me. Fui criado com a idia de que as pessoas se aposentam e se lamentam por tudo que no fizeram. Diante de mim estava uma senhora cheia de vida, disposta a aprender, apesar dos cabelos grisalhos. Lembrei-me da me de um amigo que, ao ficar viva, mudou completamente. Deu todos os mveis. E tambm os porta-retratos, medalhas, jogos de loua, faqueiros, copos. At presentes que guardava da poca do casamento! Alugou seu apartamento de classe mdia. Foi para um bem menor, mais fcil de cuidar. Com a renda, passou a viajar em excurses. Encontrei-a h pouco tempo. Rejuvenescida. Cabelinhos curtos, roupas prticas e alegres.

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    Agora que meus filhos esto criados, quero aproveitar! Resultado: seus netos a adoram! (Walcyr Carrasco, Veja SP, 06.07.2005.)

    Considere os trechos: Observei-a. Encontrei-a h pouco tempo. Agora que meus filhos esto criados... 49 - No texto de Walcyr Carrasco, os pronomes em destaque referem-se, respectivamente, A) a uma senhora, a uma senhora cheia de vida, me de um amigo. B) vestimenta de veludo, a uma senhora cheia de vida, ao narrador. C) a uma senhora, me de um amigo, me de um amigo. D) vestimenta de veludo, me de um amigo, ao narrador. E) a uma senhora, me de um amigo, a uma senhora cheia de vida.