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LECTORIUM ROSICRUCIANUM TRABALHO DE MEMBROS NOVEMBRO DE 2013 A NATUREZA DO APRISIONAMENTO HUMANO O pensamento sempre precede a manifestação, o “efeito” é precedido pela “causa”; o pensamento é o genitor e a imagem pensamento, a criatura. O campo de respiração, o espaço microcósmico que nos circunda, abriga as formas-pensamentos que criamos quando pensamos irrefletidamente e de forma intensa, com pensamentos automáticos, que vêm e vão desordenadamente. Se nos fixarmos cada vez mais em tal atitude mental, permaneceremos sob seu domínio, pois grande parte do que pensamos transforma-se em vontade e em ações. Quando isso ocorre, alma e corpo reagem imediatamente, habituando-se às consequências desses pensamentos e ações, sintonizando-se completamente com isso. e então, começamos a sentir repetidamente a necessidade de alimentar esse estado; há um inevitável aprisionamento de nosso modo de vida. Nossa consciência é dominada pelos hábitos da vontade, dos pensamentos e das ações correspondentes. Se observarmos a nós mesmos, veremos que nossa tagarelice comum não é nem a sombra de nossa “tagarelice mental”. Verdadeiramente, nossa vida mental é anormal, o que nos inquieta muito, porque essa tagarelice mental é a responsável pela ordem mundial atual em que vivemos, por esse caos que hoje acomete a humanidade. A atividade mental da humanidade inflama a matéria astral movimentando-a e criando o que nos cerca.

A Natureza Do Aprisionamento Humano

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LECTORIUM ROSICRUCIANUM

TRABALHO DE MEMBROS

NOVEMBRO DE 2013

A NATUREZA DO APRISIONAMENTO HUMANO

O pensamento sempre precede a manifestação, o “efeito” é precedido pela “causa”; o pensamento é o genitor e a imagem pensamento, a criatura.

O campo de respiração, o espaço microcósmico que nos circunda, abriga as formas-pensamentos que criamos quando pensamos irrefletidamente e de forma intensa, com pensamentos automáticos, que vêm e vão desordenadamente. Se nos fixarmos cada vez mais em tal atitude mental, permaneceremos sob seu domínio, pois grande parte do que pensamos transforma-se em vontade e em ações.

Quando isso ocorre, alma e corpo reagem imediatamente, habituando-se às consequências desses pensamentos e ações, sintonizando-se completamente com isso. e então, começamos a sentir repetidamente a necessidade de alimentar esse estado; há um inevitável aprisionamento de nosso modo de vida. Nossa consciência é dominada pelos hábitos da vontade, dos pensamentos e das ações correspondentes.

Se observarmos a nós mesmos, veremos que nossa tagarelice comum não é nem a sombra de nossa “tagarelice mental”.

Verdadeiramente, nossa vida mental é anormal, o que nos inquieta muito, porque essa tagarelice mental é a responsável pela ordem mundial atual em que vivemos, por esse caos que hoje acomete a humanidade.

A atividade mental da humanidade inflama a matéria astral movimentando-a e criando o que nos cerca.

Pensamentos são clarões, lampejos de luz, matéria sutil que atualmente são passíveis de serem mensuradas com equipamentos ultrassensíveis.

As formas-pensamento, quando engendradas, permanecem em nosso cosmo pessoal, à nossa volta, em nosso campo de respiração microcósmico, e vão se unindo, de acordo com seus níveis vibratórios, de conformidade com a lei: “Semelhante atraí semelhante”. Assim, há em nosso céu pessoal microcósmico um grande panteão de agrupamentos dessas imagens, dessas criaturas, dessas nuvens por nós criadas e mantidas, que com o nosso pensar desenfreado vão se tornando cada vez mais poderosas.

É necessário que compreendamos que os nossos pensamentos são entidades viventes de ordem e classes definidas, e que, para sobreviver, dependem de força luz, substância luz do cérebro de qual foram criadas (éter refletor). Essa é a razão

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de essas criações, esses pensamentos, irem e virem: elas estão sempre sequiosas de alimento mental, e permanecem à volta de seu criador, fitando-o. É uma coação, pois em verdade não temos o livre arbítrio do pensar, somos pensados, somos vividos, somos prisioneiros. À medida que essas criaturas, essas formas-pensamentos, vão sendo nutridas, emana de seus olhos uma influência cada vez mais poderosa, mais hipnotizante, e, arrastado por suas próprias criações mentais, o ser humano é levado a uma série de ações. Por isso, não é sem razão que o apóstolo diz: “O bem que quero fazer não faço, mas, o mal que eu não quero, este faço, miserável homem que sou”.

Assim está estabelecida a escravidão, o aprisionamento do ser humano pelos seus próprios fantasmas mentais.

Essas criações, quando juntas, formam poderosas concentrações, os “Arcontes”, que, por sua vez, formam os éons, que acabam por dominar todo o gênero humano.

Os homens estão doentes, mortalmente doentes, vítimas de seus próprios instintos criadores, e nenhum mortal escapa a isso. Eis por que Hermes diz: “Os deuses são homens imortais; os homens são deuses mortais”.

A humanidade, o homem, abusa de sua santa função criadora, e o grande mensageiro de todos os tempos pode dizer com plena razão: “Meu povo se perde por falta de conhecimento”.

O fato de o homem abusar do poder criador do cérebro, de segundo a segundo, de modo horrível e caótico, fê-lo descer abaixo do nível animal.

Quando os grandes de todos os tempos clamam contra o abuso da santa função criadora, referem-se a essa aplicação perigosa da faculdade mental, que está subordinada a uma vida de desejos quase ilimitada e às suas consequências.

Podemos então perguntar: Qual a causa de tudo isto? Onde está a resposta que explica a miséria humana? Podemos dizer que a causa está no sangue! O desejo por esta vida desenfreada e ímpia está no sangue.

Como esse arqui-instinto surge em nosso sangue?

Nossa alma terrestre, o ser-eu, se expressa por meio de cinco aspectos, que são: fluído hormonal, fluído nervoso, fogo serpentino, flama da consciência e, por fim, o sangue, este último o mais denso de todos.

Esse ser-eu do homem terrestre, essa alma biológica, está principalmente alojado no sistema fígado-baço, e também de forma circunscrita nos rins e suprarrenais, com o plexo solar (o centro pélvico-cerebral), sendo o fígado o órgão essencial do qual os homens vivem.

Em relação ao ser-eu, podemos dizer que ele se alimenta e vive de forças etéricas, que adentram pelo baço; os fantasmas mentais que citamos há pouco, cuja origem e comportamento já descrevemos, influenciam o baço consideravelmente, e todos nós sabemos que o baço é o depositário do sangue humano.

Tudo o que citamos pode ser descrito como segue:

O ser-eu, o ser desejo, impele o cérebro a empregar sua faculdade criadora, sua atividade mental, de acordo com a natureza e as necessidades do eu-sanguíneo, do aspecto sanguíneo, povoando com seres mentais todo o campo etérico do microcosmo.

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Cada uma dessas imagens–pensamentos forma um foco de forças etéricas no microcosmo e é transmutada de acordo com sua natureza.

Em realidade, o campo de manifestação é trabalhado por todos esses seres-pensamentos, e o resultado de todo esse trabalho é sorvido avidamente pelo ser-eu, ou ser-desejo, mediante o baço. Todas essas forças circulam como que por um canal: entram no corpo pelo baço e saem pelo fígado. Vemos, pois, que todos esses fenômenos vitais servem para nutrir o ser-desejo, o eu-sanguíneo.

Se não refletirmos sobre tudo isso de forma inteligente e racional e continuarmos em nossa vida dialética comum, estaremos virando as costas para a Eternidade.

O verdadeiro discípulo é forte e capaz de construir, em meio a este mundo efêmero, em seu microcosmo danificado, o imperecível, o imortal, ou seja, a concepção mental, a imagem mental do homem celeste imortal, e essa concepção mental deve ser criada de modo totalmente diverso do descrito anteriormente.

Pelo discernimento, o candidato começa a sentir a necessidade da cura de todo este mal, e isso acontece porque nesse anseio ele leva para dentro do seu ser, mais especificamente para o átomo-centelha-do-espírito, as radiações gnósticas. Quando esse átomo, este botão de rosa, é tocado pela luz gnóstica, começa a circular no sangue uma energia que não é deste mundo. Quando essa energia atinge o santuário da cabeça, e consequentemente influencia os centros cerebrais, começam a surgir os mais surpreendentes pensamentos, que caracterizam o verdadeiro buscador. Baseado nisso, a imagem do homem imortal é concebida em seu estado embrionário, inteiramente fora da esfera de influência do ser-desejo, o eu sanguíneo.

Nosso estado mental poderá durar muito tempo, até que o real aconteça; nosso ser-eu possui atrás de si uma cultura eônica. O eu tenta envolver nossa concepção mental do eterno, nascida do átomo-centelha-do-Espírito, com ilusões, especulações de todo o gênero, absolutas inverdades.

Considerando tudo isso, eis a chave do mistério da salvação, da verdadeira cura: o candidato deve sempre conservar livre e pura a concepção mental do ser imortal. Mediante uma dedicação inteiramente sincera, com a ajuda do campo de força da Escola Espiritual, finalmente, o último golpe será desferido no flanco esquerdo, no baço do homem-Jesus, e então se consumará o verdadeiro objetivo do homem terreno; o reencontro com a perfeição absoluta mediante a transfiguração.

O transfigurismo é considerado a religião do pensamento. E mais: permite o retorno do filho pródigo ao verdadeiro sentir, pensar, querer e agir, novamente cumprindo a vontade do Pai.

Bibliografia

RIJCKENBORGH, JAN VAN.O advento do novo homem. São Paulo, LectoriumRosicrucianum, 2ed, 1988, cap. IV.