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Andrew Murray - Sê Perfeito

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Livro evangélico

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S Perfeito

S Perfeito

Andrew Murray

Digitalizado por Luis Carlos

Ttulo do original em ingls:Be Perfect

Copyright Bethany Fellowship, Inc.

Minneapolis, Minnesota, E.U.A.

Terceira edio brasileira, revisada - agosto de 1975

Todos os direitos reservados pela

Editora Betnia S/C

Caixa Postal 10

30.000 Venda Nova, MG

proibida a reproduo parcial ou total sem

permisso por escrito dos editores.

Composto e impresso nas oficinas da Editora Betnia S/C Rua Padre Pedro Pinto, 2435 Belo Horizonte (Venda Nova) MG

Printed in Brazil

ndice

PREFCIO...................................................................06

Uma orao...................................................................09

Velho Testamento Captulo Pgina1. Um Corao Perfeito Torna um Homem Perfeito.....102. Anda na Minha Presena, e S Perfeito .................. 133. Perfeito Perante o Senhor, Teu Deus ....................164. Tenho Andado na Tua Presena

com Corao Perfeito ................................................. 195. O Senhor. Concede um Corao Perfeito................. 226. O Poder de Deus Para os Perfeitos de Corao....... 257. Com os Perfeitos, Deus Mostra-se Perfeito............. 288. A Perfeio de Corao Conduz ao

Caminho Perfeito ..................................................... 31

Os Evangelhos9. Perfeito Como o Pai ................................................ 3510. Aperfeioado Como o Mestre..................................3811. Os Perfeitos Vendem Tudo Para Seguir a Cristo ....42

Corntios

12. O Homem Perfeito Espiritual ..............................4513. Aperfeioando a Santidade ......................................4814. Oramos por Vosso Aperfeioamento:

Aperfeioai-vos............................................................ 51

Filipenses

15. No Aperfeioados, Contudo Perfeitos.................... 5416. Perfeitos, no Entanto a Ser Aperfeioados............... 57

Colossenses17. Refeitos em Cristo.......................... ......................... 6018. Perfeitos em Toda a Vontade de Deus ................. 63

Hebreus19. Cristo Aperfeioado Mediante o Sofrimento ..... 6720. Prossigamos Para a Perfeio ..............................7222. Cristo nos Aperfeioou........................................... 7723. Deus vos Aperfeioe em Todo Bem....................... 81

Tiago24. A Pacincia Perfeita Torna o Homem Perfeito. . .. 8525. A Lngua Perfeita Caracteriza o Homem Perfeito... 89

Pedro

26. Deus Mesmo vos Aperfeioar ............................. 93

Joo27. Amor Perfeito: Retendo a Palavra de Cristo ....... 9728. Amor Perfeito: Amando os Irmos.........................10129. Amor Perfeito: Deus Habitando em Ns ........... 10530. Amor Perfeito: Ser Como Ele ........................... 10931. Amor Perfeito: Eliminando o Medo .................. 113Uma Orao ..................................................................117Nota ....................................... .....................................118PREFCIO

Se algum tomar nas mos este pequeno volume com a idia de encontrar uma teoria de perfeio exposta ou defendida, ficar desapontado. O meu objetivo tem sido muito diferente ao escrev-lo. O que tenho desejado repassar a Palavra de Deus em companhia de meus leitores, observando as principais passagens em que ocorre a palavra "perfeito," e em cada caso buscando descobrir no contexto qual a impresso que se desejava transmitir. somente quando nos rendemos de modo simples, e em orao, permitindo que as palavras das Escrituras assumam todo o seu vigor, que seguimos pelo caminho certo, combinando os diferentes aspectos da verdade para formar um todo harmonioso.

Entre os pensamentos que me tm impressionado, especialmente nessas meditaes, e que confio obtero o assentimento de meus leitores, os principais so os seguintes:

1. H uma perfeio que as Escrituras ensinam ser possvel e atingvel. Pode haver, e de fato h, grande diversidade de opinio sobre como esse termo deva ser definido. Mas s pode haver uma opinio quanto ao fato que Deus espera que Seus filhos sejam perfeitos em Sua presena; que Ele prometa perfeio como Sua prpria obra; e que as Escrituras se referem a certos homens que foram perfeitos perante o Senhor, tendo servido a Ele de corao perfeito. As Escrituras falam de uma perfeio que ao mesmo tempo nosso dever e nossa esperana.

2. Para saber o que seja essa perfeio, temos de comear aceitando a ordem do Senhor, obedecendo-a de todo o corao. Nossa tendncia natural segue a direo justamente oposta. Queremos discutir e definir o que seja perfeio, compreendendo como essa ordem ser conciliada com nossa profunda convico de que nenhum homem pode ser perfeito,a fim de providenciar as medidas necessrias para enfrentar todos os perigos que, estamos certos, sero encontrados nessa busca.

No esse o caminho de Deus. Jesus mesmo disse: "Se algum quiser fazer... conhecer a respeito da doutrina" (Joo 7:17). O mesmo princpio atua em todas as realizaes humanas. Somente aquele que aceitou em adorao submissa e em obedincia voluntria o mandamento que diz "S perfeito," que pode esperar conhecer o que seja a perfeio exigida e dada por Deus. Enquanto a Igreja no for vista prostrada na presena de Deus, no ser de se admirar que o prprio vocbulo "perfeio," ao invs de ser uma atrao e uma fonte de alegria, seja causa de apreenses e ansiedades, de diviso e de escndalo. Que Deus multiplique o nmero daqueles que, humildes igual a uma criana, recebam a palavra dos Seus prprios lbios, como uma semente viva, na certeza de que ela produzir fruto abundante.

3. A perfeio no uma exigncia arbitrria; devido a natureza das coisas, Deus no pode pedir menos. E isso verdade quer pensemos sobre Ele, quer sobre ns mesmos.

Se pensarmos naquele que, sendo Deus, criou o universo para Si mesmo e para Sua glria, que o nico capaz de ench-lo de Sua felicidade e amor, vemos quo impossvel para Deus permitir que qualquer outra coisa compartilhe consigo do corao humano. Deus deve ser tudo e possuir tudo. Na qualidade de Legislador e Juiz, Ele no se contenta com nada menos que a perfeio absoluta. Na qualidade de Redentor e Pai, igualmente Lhe convm reclamar nada menos que uma perfeio real. Deus precisa possuir tudo.

Se pensarmos em ns mesmos, o chamado para a perfeio no menos imperativo. Deus infinito e espiritual; e a alma to incapaz de receber, de conhecer ou de desfrutar do Senhor, exceto na medida em que ela se entrega a Ele. Por nossa prpria causa o amor de Deus no pode exigir nada menos que um corao perfeito.

4. A perfeio, como o mais alto alvo do que Deus, em Seu grande poder, faria por ns, algo to divino, espiritual e celeste que somente a alma que se entrega ternamente orientao do Esprito Santo pode esperar conhecer sua bem-aventurana.Deus implantou em cada corao humano um profundo desejo de perfeio. Esse desejo se manifesta na admirao que todos os homens tm pela excelncia nos diferentes objetos ou empreendimentos aos quais do valor. No crente que se entrega completamente a Deus, esse desejo se apega s maravilhosas promessas de Deus, e inspira uma orao como a de McCheyne: "Senhor, torna-me to santo como um pecador perdoado pode s-lo." Quanto mais aprendemos a desejar essa plena conformidade vontade de Deus, pela conscincia de que O agradamos sempre, tanto mais entenderemos que isso deve suceder como um dom vindo diretamente do cu, como uma completa vivificao em ns da vida de Deus, a inspirao do Esprito Santo de Jesus naqueles que se entregam totalmente Sua presena e governo. Confiando cada vez menos nos pensamentos e ensinos humanos, nos retiraremos para bem perto da secreta presena de Deus, na certeza de que quanto mais virmos a face do Senhor e dermos ouvidos voz que vem diretamente da parte dEle "s perfeito" mais o Esprito Santo, que habita em nosso ntimo, revelar a plenitude celestial e o poder das palavras, fazendo com que elas, na qualidade de palavra de Deus, produzam e operem as prprias coisas que Ele proferir.

Na esperana de que essas meditaes despretenciosas ajudem alguns dos filhos de Deus a prosseguir at a perfeio, entrego as mesmas e a mim mesmo ao bendito ensino e guarda do Pai.

Andrew Murray

UMA ORAO

Pai eternamente bendito! Enviaste-me uma mensagem por Teu amado Filho, de que sou perfeito como Tu s. Tendo vindo de Ti, maravilhoso e gloriosssimo Deus, isso significa mais do que o homem pode entender. Achegando-me a Ti, rogo-Te que me ensines pessoalmente qual o significado desse ensino, o que ele exige de mim, e que me concedas aquilo que ele promete.

Meu Pai! Aceito a Tua palavra na obedincia da f. Desejo entregar a minha vida a seu governo. Quero ocult-la em meu corao como uma semente viva, na certeza de que ali, mais profundo que os pensamentos ou os sentimentos, o Teu Esprito Santo possa lanar razes e desenvolver a Sua ao.

E enquanto examino a Tua palavra, a fim de meditar sobre o que ela diz no tocante vereda dos perfeitos, ensina-me, Pai, a levar cada um dos meus pensamentos ao cativeiro da obedincia a Cristo, e a esperar pelo ensino de Teu Santo Esprito que to infalvel para os retos de corao. Atravs dEle, Tu que me enviaste a mensagem, d-me tambm a resposta a esta orao. Amm.

Captulo 1

UM CORAO PERFEITO TORNA UM HOMEM PERFEITO

No era homem justo e ntegro entre os seus contemporneos; No andava com Deus" (Gnesis 6:9).

"Perguntou ainda o Senhor a Satans: Observaste a meu servo J? porque ningum h na terra semelhante a ele, homem ntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal" (J 1:8).

"E seu corao no foi perfeito para com o Senhor seu Deus como o corao de Davi, seu pai" (I Reis 11:4 e 15:3).

"O corao de Asa foi, todos os seus dias, totalmente do Senhor" (I Reis 15:14).

Agrupamos quatro homens, sobre todos os quais as Santas Escrituras testificam que foram homens perfeitos ou que seus coraes eram perfeitos diante de Deus. Sobre cada um deles as Escrituras tambm testificam que no foram perfeitos no sentido de impecabilidade absoluta. Sabemos como No caiu, como J teve de humilhar-se perante Deus, e como lamentavelmente Davi pecou. A respeito de Asa, lemos que houve uma ocasio quando ele agiu insensatamente, tendo dependido dos srios, e no do Senhor seu Deus; e quando, em sua enfermidade, buscou no ao Senhor, mas aos mdicos. A despeito disso, o corao desses homens era perfeito para com o Senhor seu Deus.

Para compreender isso, h uma coisa que devemos ter em mente. O sentido do vocbulo "perfeito," em cada caso, tem de ser julgado por aquele perodo de ensino particular a respeito de Deus, ministrado a Seu povo. O que um pai ou um professor considera como perfeio em uma criana de dez anos, muito diferente do que chamaria de perfeito a um jovem de vinte anos. Quanto disposio ou esprito, a perfeio seria a mesma; em seu contedo, entretanto quanto s provas pelas quais isso possa ser atestado, haveria grande diferena. Posteriormente veremos como, no Velho Testamento, em realidade nada foi feito perfeito e como Cristo veio a fim de revelar e pr em prtica a autntica perfeio . Veremos tambm como a perfeio, segundo nos revelado no Novo Testamento, algo infinitamente mais alto, mais espiritual e eficaz, do que sob a antiga dispensao. No entanto, em suas razes, so a mesma coisa. Deus olha para o corao. Um corao que perfeito diante dEle objeto de complacncia e aprovao. A consagrao total de uma vida Sua vontade e comunho, a vida que tem como lema, "Tudo para Deus," mesmo quando o Esprito ainda no tenha sido dado para habitar em seu corao, e aceito pelo Senhor como sinal do homem perfeito.

O ensino dessas passagens bblicas nos sugerem uma lio muito simples, e tambm muito penetrante. No registro divino sobre as vidas de Seus servos, sobre alguns deles foi escrito: "Seu corao foi perfeito para com o Senhor seu Deus." Quanto a isso, cada leitor deve perguntar: O que Deus v e diz a meu respeito? A minha vida, aos olhos de Deus, traz as caractersticas de um corao inteiramente consagrado vontade e ao servio dEle? Possuo o desejo ardente de ser to perfeito quanto a graa me possibilita? Coloquemo-nos debaixo da luz penetrante dessa pergunta. Devemos crer que com essa palavra, "perfeito," Deus tem em mente algo muito real e verdadeiro. No evitemos a sua fora, nem nos escondamos de seu poder condenador, apelando para o recurso de que no entendemos perfeitamente o que isso quer dizer. Primeiramente precisamos aceit-lo, e ento entregar nossas vidas a ela, antes de poder compreend-la. Ningum pode insistir demasiadamente que, nem na Igreja em geral e em seu ensino, nem na vida particular do crente, pode haver esperana de compreender o que seja a perfeio, enquanto no considerar tudo como perda, com a finalidade de apreender, viver, aceitar e possuir essa perfeio.

Isto, porm, podemos compreender. Aquilo que fao com corao perfeito, fao-o com amor e prazer, voluntariamente, e com todas as minhas foras. Isso implica na firmeza de propsitos e na concentrao de esforos que torna tudo subordinado ao objetivo nico de minha escolha. Isso o que Deus pede e o que Seus santos tm dado. o que ns devemos dar.

Aquele que deseja reunir-se a mim seguindo a Palavra de Deus, no ensino da Sua vontade sobre a perfeio, deve fazer a si mesmo estas perguntas: Poder Deus dizer a meu respeito o que declarou de No, J, Davi e de Asa, que meu corao perfeito diante dEle? J me entreguei totalmente a ponto de poder afirmar que nada deve haver, nada de qualquer categoria, capaz de dividir o meu corao que pertence a Deus e Sua vontade? O meu objetivo ter um corao perfeito diante de Deus? o desejo da minha f, esperana e a minha orao? Se assim no tem sido, que isso seja uma realidade a partir de hoje. Que seja sua a promessa da Palavra de Deus: "Ora, o Deus da paz... vos aperfeioe em todo bem" (Hebreus 13:20,21). O Deus cujo poder ultrapassa tudo quanto pedimos ou pensamos lhe abrir a bendita possibilidade de uma vida, da qual Ele mesmo poder dizer: "Seu corao era perfeito para com o Senhor seu Deus."Captulo 2

ANDA NA MINHA PRESENA E S PERFEITO

"Quando atingiu Abro a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor, e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso: anda na minha presena, e s perfeito. Farei uma aliana entre mim e ti, e te multiplicarei extraordinariamente. Prostrou-se Abro, rosto em terra, e Deus lhe falou" (Gnesis 17:1-3).

"Perfeito sers para com o Senhor teu Deus" (Deuteronmio 18:13).

"Seja perfeito o vosso corao para com o Senhor nosso Deus, para andardes nos seus estatutos, e guardardes os seus mandamentos como hoje o fazeis" (I Reis 8:61). J se haviam passado vinte e quatro anos desde que Deus chamara Abro para sair da casa de seu pai, tendo ele obedecido ao Senhor. Durante esses anos Abrao foi um aprendiz na escola da f. Aproximava-se o tempo em que haveria de herdar a promessa, e Deus veio com o propsito de estabelecer a Sua aliana com ele. Em vista disso, o Senhor se apresentou a ele com esta trplice palavra: "Eu sou o Deus Todo-Poderoso... anda na minha presena... s perfeito."

S perfeito. A conexo em que encontramos essa expresso nos ajuda a compreender o seu significado. Deus se revelou como o Deus Todo-Poderoso. A f que Abrao possua j passara por longa prova: estava agora prestes a obter um de seus maiores triunfos a f se transformaria em viso real com o nascimento de Isaque. Deus convidou a Abrao mais do que nunca para que se lembrasse de Sua onipotncia e nela descansasse. Ele o Deus Todo-Poderoso e todas as coisas so possveis para Ele que exerce controle de tudo. Todo o Seu poder, atua em favor daqueles que nEle confiam. E tudo quanto o Senhor solicita de Seu servo que o mesmo seja perfeito diante dEle entregando-lhe todo o corao, e a sua inteira confiana.

O Deus Todo-Poderoso, com todo o Seu poder, entregou-se completamente por voc. Consagre-se pois inteiramente a Deus. O conhecimento e a f do que Deus , permanecem como a raiz do que deveremos ser: "Eu sou o Deus Todo-Poderoso: s perfeito:" Assim como conheo Aquele cujo poder toma conta dos cus e da terra, percebo que isso a grande necessidade ser perfeito entregando-me total e inteiramente a Ele. Inteiramente para Deus a idia fundamental da perfeio.

Anda na minha presena, e s perfeito. na vida de comunho com Deus, na Sua presena contnua, que se torna possvel a perfeio. Anda na minha presena Abrao j vinha fazendo isso Mas agora a palavra de Deus o chamava para uma apreenso mais clara e mais cnscia disso, como a grande vocao de sua vida. E fcil para ns estudarmos o que as Escrituras ensinam sobre a perfeio, e assim, formarmos idias a respeito, e argumentarmos em favor delas. No nos esqueamos, entretanto, que somente quando estamos andando bem prximos do Senhor, buscando e at certo ponto conseguindo uma comunho constante com Ele, que a ordem divina se tornar para ns uma realidade, no desdobramento do seu significado. Anda na minha presena, e s perfeito. A presena real de Deus a escola, o segredo da perfeio. S aquele que estuda o que a perfeio, na plena luz da presena de Deus, que ver amplamente descortinada toda a sua glria oculta.

Essa presena real a grande bno da redeno em Cristo Jesus. O vu foi rasgado, e o caminho para o verdadeiro santurio, a presena de Deus, foi aberto; temos acesso com ousadia at o Santo dos Santos. Deus, que provou ser Todo-Poderoso, ressuscitando Jesus dentre os mortos e assentando-O na glria, e ns juntamente com Ele, Sua mo direita, agora nos fala: "Eu sou o Deus Todo-Poderoso: anda na minha presena, e s perfeito."

Essa ordem no foi dada exclusivamente a Abrao. Moiss a transmitiu a todo o povo de Israel: "Perfeito sers para com o Senhor teu Deus." Esse mandamento pertence a todos os filhos de Abrao; para todo o Israel de Deus; para cada crente. No pense que antes de obedecer necessrio primeiramente entender, e definir o que significa a perfeio. No, o caminho de Deus diametralmente oposto a isso. Abrao partiu, sem saber para onde ia. Prossiga, mesmo sem saber para onde vai. Deus mesmo lhe mostrar a terra.

Deixe que o seu corao se encha de Sua glria Eu sou o Deus Todo-Poderoso. Que a sua vida seja gasta perante Ele; anda na minha presena. E, dessa maneira, com Seu poder e presena repousando sobre todo o seu ser, antes que isso seja percebido, seu corao ser arrebatado e fortalecido para que aceite e se regozije, cumprindo o mandamento: s perfeito. To certamente como o boto florido precisa apenas permanecer na luz do sol para atingir sua plena maturidade e perfeio, assim tambm a alma que anda na luz de Deus ser igualmente perfeita. E quando o Deus que tudo, brilhar sobre o seu corao, voc no poder evitar o jbilo de entregar-Lhe tudo.

Captulo 3

PERFEITO PERANTE O SENHOR, TEU DEUS

"Perfeito sers para com o Senhor teu Deus" (Deuteronmio 18:13).

Ser perfeito perante Deus no chamado e privilgio apenas de um homem como Abrao, mas igualmente o dever de todos os seus filhos. Esse mandamento foi dado a todo o Israel, para que cada homem do povo de Deus pudesse receber e obedecer: "Perfeito sers para com o Senhor teu Deus." Isso diz respeito a cada filho do Senhor; ningum que se professe crente pode evit-lo, rejeitar obedec-lo, sem por em perigo a sua salvao. No se trata de um mandamento como: "No matars," ou "No furtars," referindo-se a uma limitada esfera de nossa vida, mas um princpio que permanece enraizado em toda a verdade bblica. Se o nosso servio a Deus tiver de ser aceitvel, no pode ser prestado com um corao dividido, mas com um corao inteiramente dedicado e perfeito.

O principal obstculo no caminho da obedincia a esse mandamento, o nosso falso conceito do que religio crist. O homem foi criado simplesmente para viver para Deus, para mostrar a Sua glria, e para permitir que Deus demonstre completamente no seu viver toda a Sua imagem e bem-aventurana. Deus vive para o homem,

anelando, na grandeza de Seu amor, comunicar-lhe Sua bondade e esse mesmo amor.

Foi a este mundo perdido no pecado que Cristo veio com o propsito de redimir-nos de volta para Ele. O egosmo do corao humano encara a salvao simplesmente como um escape do inferno, quando h tanta santidade quanto seja necessria para assegurar a nossa felicidade. Cristo, porm, tinha em vista restaurar-nos ao estado que tnhamos antes da queda o corao todo, a vontade e a vida inteira consagrada glria e ao servio de Deus. Ser inteiramente dedicado a Deus, ser perfeito para com o Senhor nosso Deus, algo que permanece como a prpria base, a essncia da autntica religio crist. A devoo entusistica do corao inteiro a Deus o que Ele nos pede.

Uma vez removidas aquelas falsas noes, e quando a verdade comea a raiar na alma, geralmente surge um segundo obstculo que a incredulidade: como podem ser essas coisas? Ao invs de primeiramente aceitar a ordem do Senhor, para ento aguardar no caminho da obedincia atravs do ensino do Esprito Santo, os homens esto prontos, imediatamente, a apresentar suas prprias interpretaes da Palavra, e afirmam confiantemente: isso no pode ser. Esquecem-se de que o objetivo inteiro do evangelho e a glria da redeno obtida por Cristo, que torna possvel o que est alm dos pensamentos ou poderes humanos; e que isso revela a Deus, no como um Legislador e Juiz, a exigir at o ltimo centavo, mas antes, como um Pai, que graciosamente trata com cada um de acordo com a sua capacidade, e aceita a entrega total do corao.

Compreendemos isso em um pai terreno. Uma criana de dez anos faz algum pequeno servio para seu pai, ou ajuda-o em seus afazeres. O trabalho da criana bastante defeituoso, mesmo assim motivo de alegria e esperana para o seu pai, porque v naquele a prova do apego e da obedincia do seu filho. A criana serviu o pai com um corao perfeito, embora isso no implique em um trabalho perfeito.

Semelhantemente, o Pai celeste aceita como corao perfeito, o propsito simples igual a uma criana, que torna Seu temor e servio em seu nico objetivo. O crente pode ser profundamente humilhado devido aos levantes involuntrios da natureza m; o Esprito de Deus, entretanto, ensina-o a dizer: "No mais eu, mas o pecado que em mim habita." Pode ser amargamente entristecido pela conscincia de falhas e fracassos, mas ouve a voz de Jesus: "o esprito, na verdade, est pronto, mas a carne fraca" (Mateus 26:41).

Assim como Cristo levava em considerao o amor e a obedincia de Seus discpulos infiis, aceitando-os como eram e sobre essas condies prometeu o Consolador, semelhantemente o crente pode receber o testemunho do Esprito de que o Pai v e aceita nele o corao perfeito, mesmo quando ainda no h realizaes perfeitas.

"Perfeito sers para com o Senhor teu Deus." Cuidemos para no tirar da Palavra de Deus toda a sua significao, tornando-a sem efeito por causa das nossas tradies. Creiamos na mensagem que nos ensina: "pois no estais debaixo da lei, e, sim, da graa" (Romanos 6:14). Entendamos o que a graa em sua terna misericrdia: "Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem" (Salmos 103:13). Entendamos o que a graa em seu grande poder que opera em ns tanto o querer como o realizar: "Ora, o Deus de toda a graa .. ele mesmo vos h de aperfeioar" (I Pedro 5:10) Se mantivermos a nossa integridade, nossa confiana, regozijando-nos permanentemente na esperana at o fim, ento o fato de sermos perfeitos de corao nos conduzir ao caminho perfeito, e entenderemos que Cristo tambm cumpre esta palavra em ns: "Perfeito sers para com o Senhor teu Deus."Captulo 4TENHO ANDADO NA TUA PRESENA COM CORAO PERFEITO

"Ento virou Ezequias o rosto para a parede, e orou ao SENHOR, dizendo: Lembra-te, SENHOR, peo-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de corao, e fiz o que era reto aos teus olhos... veio a ele [ Isaas ] a palavra do SENHOR, dizendo... dize a Ezequias... Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua orao... eis que eu te curarei" (II Reis 20:2-5).

Como a simplicidade de uma criana, essa comunho com Deus! Quando o Filho estava s portas da morte, Ele orou: "Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; e agora, glorifica-me, Pai, contigo mesmo" (Joo 17:4,5). Jesus Cristo baseou Sua vida e Sua obra fundamentando Sua espera na resposta orao que apresentou. Semelhantemente suplicou Ezequias, o servo de Deus, no base do mrito pessoal, naturalmente, mas na confiana que Deus "no injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome" (Hebreus 6:10), e que Deus se lembraria de como ele andara na Sua presena com corao perfeito.

Essas palavras, antes de mais nada, nos sugerem este pensamento, que o homem que anda com corao perfeito diante de Deus, pode ter conhecimento disso isso pode ser uma questo consciente para ele. Examinemos agora o testemunho que as Escrituras nos apresentam do rei Ezequias (II Reis 18:3-6): "Fez ele o que era reto perante o SENHOR, segundo tudo o que fizera Davi, seu pai." Seguem-se, ento, os diferentes elementos de sua vida que eram retos no parecer do Senhor. "Confiou no SENHOR Deus de Israel... se apegou ao SENHOR, no deixou de segui-lo. Guardou os mandamentos que o SENHOR ordenara a Moiss. Assim foi o SENHOR com ele." Sua vida se caracterizou pela confiana e amor, constncia e obedincia. E o senhor esteve sempre com ele. Ezequias foi um dos santos a respeito dos quais lemos: "pela f, os antigos obtiveram bom testemunho" (Hebreus 11:2). Esse o testemunho bblico de que foram retos, de que suas vidas foram agradveis aos olhos de Deus.Procuremos ter essa conscincia abenoada. Paulo a manifestou ao escrever: "Porque a nossa glria esta: o testemunho da nossa conscincia, de que com santidade e sinceridade de Deus, no com sabedoria humana, mas na graa divina, temos vivido no mundo, e mais especialmente para convosco" (II Corntios 1:12).O apstolo Joo tambm a expressou quando disse: "Amados, se o corao no nos acusar, temos confiana diante de Deus; e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe agradvel" (I Joo 3:21,22). Se quisermos gozar de perfeita paz e confiana, ento temos de andar na ousadia santa e na glria bendita a que as Escrituras se referem, e saber que nosso corao perfeito para com Deus.A orao de Ezequias sugere uma segunda lio que a conscincia do corao perfeito nos d um maravilhoso poder na orao. Leiamos novamente as palavras dessa orao, e notemos quo distintamente Ezequias baseou-se no seu andar de corao perfeito para com o Senhor. Por isso acabamos de citar I Joo, onde claramente ele diz que "aquilo que pedimos, dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos." o corao que no nos condena, e que sabe que perfeito perante Deus, que nos proporciona essa ousadia.Provavelmente no h um nico leitor destas linhas que no possa testificar quo dolorosamente, em certas ocasies, a conscincia de que o seu corao no era perfeito para com Deus, serviu de obstculo para a confiana na orao. Alm disso surgiu noes errneas sobre o que seja um corao perfeito, e sobre o perigo da justia prpria, quando o crente ora semelhana de Ezequias Em muitos casos isso tem contribudo para banir toda idia que possvel algum dia alcanar aquela ousadia e confiante certeza a resposta s oraes, e que Joo liga a um corao que no nos condena.Oxal desistssemos de todos os nossos preconceitos e aprendssemos a aceitar a Palavra de Deus tal como ela se encontra, como a nica regra de nossa f, como a nica medida de nossa expectao. Nossas oraes dirias seriam um novo lembrete de que Deus requer um corao perfeito; seriam uma nova ocasio de confisso sincera quanto ao fato de estarmos andando ou no com um corao perfeito diante do Senhor; seriam um novo motivo para fazer nada menos que o padro de nossa comunho com nosso Pai celestial. Como a nossa ousadia na presena de Deus seria muito mais definida; como nossa conscincia de Sua aceitao seria mais luminosa; como o pensamento de nossa nulidade seria revivificado, e como a certeza de Seu poder nas nossas fraquezas, e de sua resposta s nossas oraes, seriam a alegria de nossa existncia.No meio de toda conscincia de imperfeio e de realizaes falhas, temos o consolo de dizer com simplicidade de uma criana: "Lembra-te, Senhor, peo-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de corao, e fiz o que era reto aos teus olhos."Captulo 5

SENHOR, CONCEDE UM CORAO PERFEITO"E a Salomo, meu filho, d corao ntegro para guardar os teus mandamentos, os teus testemunhos e os teus estatutos" (I Crnicas 29:19).

"Seja o meu corao irrepreensvel nos teus decretos" (Salmos 119:80).

Em sua comisso de despedida a Salomo, Davi imps a ele o dever de servir a Deus com corao perfeito, visto que Deus que sonda os nossos coraes. O que Deus quer nada menos que o corao, o corao todo, um corao perfeito. Bem pouco tempo depois, em sua orao de dedicao, aps haverem sido doados todos os materiais necessrios para a construo do templo, o rei Davi volta outra vez a ateno para essa grande necessidade, e intercede pelo seu filho, como uma ddiva do Senhor, dizendo: "a Salomo, meu filho, d corao ntegro."O corao perfeito um dom de Deus, dado e aceito sob as leis que governam todas as Suas doaes, como uma semente oculta que precisa ser aceita e posta em ao pela f. O mandamento que nos diz "sede perfeitos," exige imediata e total submisso. Quando essa submisso reconhecida, a necessidade de um poder divino apropriado se torna motivo para orao urgente e ardorosa. A palavra de ordem, recebida e escondida em um corao bom e honesto, torna-se na semente do poder divino.

Deus opera a Sua graa em ns impulsionando-nos ao. Dessa maneira, o desejo de dar ouvidos ordem de Deus, e de servi-lO com corao perfeito, um comeo para o qual Deus d ateno, e que Ele pessoalmente far ser fortalecido e aperfeioado. O dom de um corao perfeito, assim sendo, obtido mediante a obedincia da f. Comece imediatamente a servir a Deus com um corao perfeito, e o corao perfeito nos ser dado.O corao perfeito um dom de Deus, que precisa ser solicitado, e obtido atravs da orao. Ningum orar por um corao perfeito, com perseverana, com f, enquanto no aceitar a Palavra de Deus plenamente, encarando-a como um mandamento positivo e um dever imediato. Porm, sempre que isso feito, a conscincia logo se revigora no mais dependendo da completa impossibilidade de tentarmos obedecer baseados nas foras humanas E ao mesmo tempo crescer a f de que a palavra de ordem tinha simplesmente o propsito de atrair a alma para perto daquele que concede aquilo que Ele mesmo pede.O corao perfeito um dom que precisa ser obtido pela orao. Davi pediu ao Senhor que proporcionasse essa bno a seu filho, Salomo, tal como orara por si mesmo, muitos anos antes, quando disse: "Seja o meu corao irrepreensvel nos teus decretos ." Que todos ns, que anelamos essa to grande bno, sigamos o seu exemplo que para ns isso seja um assunto de orao definida e intensa. E que cada filho ou filha de Deus diga ao seu Pai celeste: "Concede a Teu filho um corao perfeito."Que no decurso de nossas meditaes, ao longo deste pequeno livro, transformemos cada palavra de ordem, cada ensino, ou cada promessa, em uma orao aguda, pessoal, que pede e reclama, que aceita e prova o dom de um corao perfeito. E ento, quando a semente comear a lanar razes, e o esprito der sinal de conscincia de que os primeiros indcios de um corao perfeito foram proporcionados, com o propsito decidido de viver exclusivamente para o Senhor, perseveremos em orao, rogando o corao perfeito em toda a sua plenitude.

Um corao perfeito em seu propsito para com Deus esse to-somente o estgio inicial. Em seguida vem o recebimento de uma graa sobre outra o avano, de fora em fora, em direo perfeio o revestimento, em crescente e distinta semelhana, do Senhor Jesus, com cada uma das caractersticas de Sua santa imagem. Tudo isso tambm deve ser buscado e encontrado por intermdio da orao. So justamente aqueles que sabem mais o que significa ser perfeito nos propsitos, que so capazes de orar mais fervorosamente para que sejam perfeitos igualmente na prtica diria.

Conforme as palavras de Ezequias, vemos que existem dois elementos no corao perfeito a relao para com Deus, e a relao para com os Seus mandamentos. "Andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de corao, e fiz o que era reto aos teus olhos " Davi faz meno do segundo desses elementos em sua orao "d corao ntegro para guardar os teus mandamentos." Todavia, os dois elementos so sempre unidos e paralelos: porquanto, andar perante o Senhor assegura que estamos andando em Seus mandamentos.

"Toda boa ddiva e todo dom perfeito l do alto, descendo do Pai das luzes," o que se verifica tambm com o dom de um corao perfeito. Mas a respeito de toda bno solicitada, nos diz Tiago: "Pea-a, porm, com f, em nada duvidando." Estejamos certos que na adorao a Deus, ser concedido alma cuja inteno firme, nada menos que aquilo que Deus tenciona dar juntamente com um corao perfeito. Faamos com santa ousadia a orao que roga: "Senhor, d a Teu filho um corao perfeito. Seja o meu corao irrepreensvel nos teus decretos."

Captulo 6

O PODER DE DEUS PARA OS PERFEITOS DE CORAO

"Acaso no foram os etopes e os lbios grande exrcito, com muitssimos carros e cavaleiros? Porm, tendo tu confiado no SENHOR, ele os entregou nas tuas mos. Porque, quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo corao totalmente dele" (II Crnicas 16:8,9).

Encontramos aqui os mesmos trs pensamentos percebidos nas palavras que Deus dirigiu a Abrao. Ali houve a ordem para que Abrao fosse perfeito em conexo com a f no poder de Deus, e como o andar em Sua presena. Aqui temos o corao perfeito mencionado como a condio para que o crente experimente o poder de Deus, sendo essa a qualidade que Deus busca ver, mediante a qual aprova aqueles que andam em Sua presena. Essas palavras nos ministram a grande lio, o valor de um corao perfeito vista do Senhor. Essa a qualidade de carter que Deus mais anseia ver nos homens. "Seus olhos passam por toda a terra" em busca de homens assim qualificados. O Pai procura os tais para que O adorem. 'E, quando os encontra, ento mostra-se forte em defesa deles. Essa a grande qualidade que assinala a alma como capaz de receber e de exibir a fora do Senhor, redundando em glria para Ele.

O contexto demonstra que a evidncia principal do corao perfeito a confiana em Deus. "Tendo tu confiado no Senhor, ele os entregou nas tuas mos. Porque, quanto ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo corao totalmente dEle." A essncia da f consiste nisto: conceda a Deus o Seu devido lugar e glria, na qualidade de Deus; d-Lhe completa liberdade para trabalhar, dependendo exclusivamente dEle; deixe que Deus seja Deus. Nessa f ou dependncia, o corao mostra-se perfeito para com o Senhor; sem possuir qualquer outro objeto de confiana ou desejo, dependa unicamente dEle. Passando os olhos de Deus por toda a face da terra, sempre que Ele descobre uma pessoa assim qualificada o Senhor se deleita em mostrar-se forte para com a mesma, em agir nela ou por intermdio dela, de acordo com as riquezas da glria do Seu poder, conforme seja o caso.Que lies preciosas essas palavras nos ensinam, no tocante vida crist! Para que Deus revele o seu poder em ns, para que Ele nos torne vigorosos para a vida crist ou para o trabalho, para realizar ou para sofrer, nosso corao tem de ser perfeito para com Ele. No evitemos aceitar a verdade. Que nenhuma opinio preconcebida, que nos faa pensar ser impossvel atingir a perfeio perante o Senhor, nos impea de permitir que a Palavra de Deus exera seu mais pleno efeito sobre ns. Deus se mostra forte para aquele cujo corao perfeito perante Ele. Antes de tentarmos qualquer definio, recebamos primeiramente a verdade de que existe aquilo que o Senhor denomina de corao perfeito, admitindo que essa poder ser a nossa experincia nesta vida. No fiquemos contentes com qualquer coisa menos do que saber que os olhos do Senhor tm visto que nosso corao ntegro diante dEle. No tenhamos receio em dizer: "De todo o corao te busquei" (Salmo 119:10).

J vimos como a principal caracterstica do corao perfeito a atitude de dependncia de Deus. Ele procura homens que confiem totalmente nEle; e para os tais Deus exibe o Seu poder. Deus um Ser de glria e poder infinitos e incompreensveis. Nossa mente no pode formar qualquer concepo exata do que Ele pode fazer por ns. At mesmo quando contamos com Sua palavra e promessas, nossos pensamentos humanos sobre o que Ele pretende afirmar, so sempre defeituosos. Nada desonra mais a Deus, entretanto, do que quando O limitamos. E nada nos leva mais a limitar a Deus, do que quando permitimos que nossas idias humanas, sobre o que Ele se prope, sejam a medida de nossa expectativa. A dependncia de um corao perfeito perante o Senhor, consiste simplesmente do seguinte entregue-se a Ele como Deus, descanse nEle, permita que Ele como Deus, faa Sua prpria maneira, aquilo que nos prometeu. O corao do crente se mostra perfeito perante o Senhor, quando se defronta com Ele com uma f perfeita, aceitando tudo quanto Ele , e faz na qualidade de Deus. A f espera de Deus aquilo que ultrapassa a toda expectao.O Pai busca tais pessoas. Com que jbilo os encontra! Como o Senhor se deleita neles quando os Seus olhos, passando pela face da terra, repousam sobre os mesmos, a fim de mostrar-se seu forte e poderoso Ajudador! Andemos perante esse Deus com um corao perfeito, dependendo dEle para que ainda opere em ns acima de tudo quanto podemos pedir ou pensar A grande necessidade da vida espiritual, conhecer como isso depende inteiramente da atuao do Senhor em ns, e qual a superabundante grandeza do Seu poder, atuante em ns, os que cremos . Quando a alma crente compreende isso, e ento, com um corao perfeito se rende a esse Deus Todo-Poderoso, permitindo-Lhe operar em seu ntimo, como Ele se mostra forte em seu favor!

Captulo 7

COM OS PERFEITOS,DEUS MOSTRA-SE PERFEITO"Tambm fui ntegro para com ele e me guardei da iniqidade. Para com o benigno, benigno te mostras; com o ntegro tambm ntegro. O caminho de Deus perfeito; a palavra do SENHOR provada; ele escudo para todos os que nele se refugiam. O Deus que me revestiu de fora, e aperfeioou o meu caminho" (Salmo 18:23,25, 30,32).

"O caminho de Deus perfeito." Em tudo quanto faz em tudo quanto , Deus a perfeio da bondade e da beleza. Na natureza como na graa, no cu como na terra, no maior como no menor, tudo quanto est em Deus ou de Deus, mostra essa perfeio infinita. Se ao menos os homens que estudam e admiram a perfeio de Suas obras, os santos que amam e buscam a perfeio de Seu servio e comunho, entendessem essa verdade, veriam que somente aqui que pode ser verdadeiramente conhecida e encontrada a perfeio no prprio Deus. Quanto a Deus isso o mais elevado que podemos dizer a Seu respeito e pensar que compreendemos to pouco o Seu caminho perfeito.Deus "aperfeioou o meu caminho." Dentre as perfeies de Deus, essa a principal Ele no a guarda para Si mesmo: o cu e a terra esto repletos de Sua Glria. Deus amor, e vive no para Si prprio, porm, na energia de uma vida infinita, fazendo com que as Suas criaturas, tanto quanto possvel, participem de Sua perfeio. Seu desejo aperfeioar tudo ao Seu redor. Especialmente a alma do homem que se eleva a Ele. Entre os Seus servos e Sua prpria pessoa, Deus deseja que haja perfeita harmonia. O pai quer que o filho seja igual a Si mesmo. Quanto mais eu aprender a dizer, em profunda adorao: "O caminho de Deus perfeito," tanto mais cedo terei a f e a graa para dizer juntamente com o salmista: Deus "aperfeioou o meu caminho."Na proporo em que confiarmos nisso, ou seja, em que recebermos a verdade celeste envolvida nessas palavras no mais ntimo de nosso ser e as assimilarmos, no nos admiraremos que o mesmo homem declarou: "Tambm fui ntegro para com ele e me guardei da iniqidade." "O Deus que me revestiu de fora, e aperfeioou o meu caminho." Somente a Ele pertence o poder, a honra e a glria daquilo que Ele tem realizado. Isso torna a confisso: "Tambm fui ntegro para com ele," inteiramente remota da presuno ou da justia prpria, mas antes, uma atribuio de louvor a quem o louvor devido.Seguem-se ento as palavras onde a perfeio de Deus e a perfeio do homem so percebidas em sua admirvel relao e harmonia: "Com o ntegro, tambm te mostras ntegro." Da mesma forma como pode haver um raio de luz do dia, por mais fraco e enevoado que seja, mostrando assim que existe um sol, semelhantemente no pode haver perfeio, por menor que seja, que no provenha de Deus. Em seu mais dbil incio em uma alma, em suas lutas mais negras e quase sem esperana, em tudo isso vemos a perfeio de Deus a lutar com o homem para irromper e tomar posse dele, Durante todo o tempo em que o homem se recusa a dar o seu

consentimento, Deus ter de ser para ns o que somospara Ele: "Com o perverso te mostras inflexvel" (Salmo 18:26). Todavia, sempre que a vontade do homem consente, e que o seu corao escolhe essa perfeio e esse Deus perfeito como a sua poro, Deus satisfaz a alma com manifestaes cada vez mais amplas de quo perfeito Ele para com os que Lhe pertencem. "Com o ntegro, tambm te mostras ntegro." alma perfeitamente devotada a Ele, Deus se revela de forma maravilhosa. Volte-se para Deus, portanto, com todo o seu corao e vida, com toda a sua confiana e obedincia ande na presena dEle com corao ntegro e Ele se mostrar perfeito a voc; sim, o Deus cujo caminho perfeito e que aperfeioa o seu caminho, o Deus que o aperfeioa em todas as coisas boas. Responda afirmativamente ao Senhor com as palavras: "De todo o corao te busquei," ento Ele dir: "Sim, e eu me regozijarei convosco, para fazer-vos o bem, de todo o meu corao e de toda a minha alma." Diga com f, esperana e alegria: "Com o ntegro, tambm te mostras ntegro."

Captulo 8

CONDUZ AO CAMINHO PERFEITO A PERFEIO DE CORAO

"Bem-aventurados os irrepreensveis no seu caminho, que andam na lei do SENHOR. Bem-aventurados os que guardam as suas prescries, e o buscam de todo o corao" (Salmo 119:1,2).

"Seja o meu corao irrepreensvel nos teus decretos" (Salmo 119:80).

"Atentarei sabiamente ao caminho da perfeio; oh! quando virs ter comigo? Portas a dentro, em minha casa, terei corao sincero" (Salmo 101:2).

Temos verificado o que as Escrituras dizem a respeito do corao perfeito; mas aqui elas falam sobre o andar perfeito. "Bem-aventurados os irrepreensveis no seu caminho, que andam na lei do Senhor " Essas so as palavras iniciais do belo Salmo onde nos fornecido o quadro, base do testemunho da experincia pessoal, de uma vida maravilhosa vivida segundo a vontade de Deus. Ao voltar os olhos para o seu passado, o salmista no hesitou em reivindicar para si a declarao que havia observado a lei: "Aos teus testemunhos me apego." "Assim observarei de contnuo a tua lei." "No me esqueo dos teus decretos." "No me aparto dos teus juzos." "Tenho praticado juzo e justia." "Admirveis so os teus testemunhos, por isso a minha alma os observa." Verdadeiramente o homem que capaz de olhar para Deus no alto, na simplicidade de sua alma, e afirmar dessa maneira: "Bem-aventurados os irrepreensveis no seu caminho!"O significado de ser "perfeito em seu caminho," torna-se claro ao estudarmos o Salmo. A perfeio inclui dois elementos. O primeiro a perfeio de corao, a intensidade de propsitos, com a qual um indivduo se lana na busca do Senhor e Sua vontade. O outro elemento a perfeio da obedincia, mediante a qual o indivduo busca no somente alguns, mas todos os mandamentos de seu Deus, e no se contenta com menos do que o privilgio do Novo Testamento de ser "perfeito em toda a vontade de Deus." O salmista fala com grande confiana sobre esses elementos.Vejamos como ele testifica sobre o primeiro, nas seguintes palavras: "Bem-aventurados os que guardam as suas prescries, e o buscam de todo o corao ." "De todo o corao a cumprirei." "Guardo de todo o corao os teus preceitos." "Na tua lei est o meu prazer." "Quanto amo a tua lei!" "Considera em como estremeo os teus preceitos." "A minha alma tem observado os teus testemunhos; eu os amo ardentemente."Esse , efetivamente, o corao perfeito do qual j tivemos oportunidade de ouvir. O Salmo inteiro uma orao e um apelo para que o prprio Deus considere e veja como o Seu servo, em simplicidade de todo o corao, escolheu a Deus e Sua lei como sua nica poro.4Mais de uma vez j pudemos dizer que, nessa dedicao completa, que nessa integridade de corao, que encontramos a raiz de toda a perfeio.Isso, no entanto, apenas a raiz e o princpio: pois h um outro elemento que pode fazer-se ausente. Deus ser encontrado em Sua vontade; aquele que quer verdadeiramente encontrar a Deus, e desfrutar plenamente do Senhor, tem de aceit-lO em toda a Sua Vontade. Isso nem sempre compreendido. Um homem pode ter no corao a inteno de servir perfeitamente a Deus, ao mesmo tempo que no tem conscincia de quanto perfeito o seu conhecimento sobre a vontade do Senhor. A prpria intensidade de seu propsito e a conscincia de sua integridade para com Deus, podem iludi-lo. Tanto quanto sabe, cumpre a vontade de Deus. Esquece-se, entretanto, de quanto ainda existe dessa bendita vontade que ele desconhece. Por conseguinte, tal crente pode aprender uma lio muito til do escritor de nosso Salmo.Ouamos como ele fala: "De todo mau caminho desvio os meus ps." "Por isso detesto todo caminho de falsidade." "Por isso tenho por em tudo retos os teus preceitos todos." essa entrega a uma vida de inteira e perfeita obedincia, que explica imediatamente a necessidade que o salmista sentia do ensino divino, bem como a confiana com que ele pleiteava por isso e o esperava: "Seja o meu corao irrepreensvel nos teus decretos." A alma que anseia nada menos do que ser perfeita no caminho, e que tem profunda conscincia de sua necessidade de ser divinamente instruda, e que ento solicita ensino, jamais ficar desapontada.Em nossa prxima meditao passaremos a folhear o Novo Testamento. No Velho Testamento encontramos o perodo de preparao, o despertamento do esprito de santa expectativa, aguardando o cumprimento das promessas do Senhor. Vemos tambm que o corao perfeito consistia de um vaso preparado amor perfeito o amor de Deus em ns aperfeioado."Bem-aventurados os irrepreensveis no seu caminho!" Temos ouvido o testemunho de um dos santos do Velho Testamento; e no est escrito acerca do perodo do Novo Testamento: "O mais fraco dentre eles nesse dia ser Davi?" (Zacarias 12:8.) Certamente que agora, na plenitude dos tempos, quando Jesus, nosso Sumo sacerdote, no poder de uma vida interminvel, salva completamente ao pecador, e quando o Esprito Santo tem vindo de Deus para habitar em nosso ntimo e ser a nossa prpria vida, sem dvida, no h necessidade agora de haver na boca de todo o crente alguma palavra do Salmo que no tenha sentido literal. Vamos l-lo mais uma vez. Proferindo-o palavra por palavra na presena de Deus, conforme seu escritor fez, ns tambm comearemos a cantar: "Bem-aventurados os irrepreensveis no seu caminho... e o ao Senhor buscam de todo o corao."

"Atentarei sabiamente ao caminho da perfeio; oh! quando virs ter comigo? Portas a dentro, em minha casa, terei corao sincero" (Salmo 101:2).Captulo 9

PERFEITO COMO O PAI

"Portanto, sede vs perfeitos como perfeito o vosso Pai celeste" (Mateus 5:48).

Perfeito perante Deus, perfeito com Deus, perfeito para com Deus essas so expresses que descobrimos no Velho Testamento. Todas elas indicam determinada relao: a escolha ou propsito do corao firmado em Deus, o desejo fervoroso de confiar nEle e ser-Lhe obediente. A primeira palavra que surge no Novo Testamento, de imediato nos leva para um nvel inteiramente diferente, colocando ao nosso alcance aquilo que Cristo adquiriu para ns com o Seu sangue. No somente perfeitos para com Deus, mas tambm perfeitos como Deus. Essa a maravilhosa possibilidade que nos aguarda. Revela a infinita plenitude de sentido que o vocbulo "perfeito" tem na mente do Senhor. Fornece-nos logo o nico padro que devemos buscar e o nico atravs do qual isso pode ser alcanado. Lana por terra toda esperana de perfeio como realizao humana; mas desperta a esperana naquele que, sendo Deus, possui o poder, que sendo Pai, possui a vontade, de tornar-nos semelhantes a Ele.Uma criana pequena pode ser a perfeita imagem de seu pai. Pode haver grande diferena quanto estatura, idade, fora fsica... e no entanto, a semelhana pode ser to notvel que todos podem perceb-la. Igualmente, um filho de Deus, embora em escala infinitamente menor, pode trazer a imagem do Pai celeste de maneira to marcante, e ter uma semelhana to grande com o Pai celeste que, em sua existncia como criatura humana, ser perfeito como o Pai em Sua existncia celestial. Isso est dentro do terreno das possibilidades exatamente isso que cada crente deve almejar na vida. "Perfeitos como perfeito o vosso Pai celeste," deveria ser um dos primeiros artigos de nosso credo, um dos fachos luminosos orientadores de nossa vida crist.Em que consiste essa perfeio do Pai evidenciado atravs do contexto: "Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos... Portanto, sede vs perfeitos como perfeito o vosso Pai celeste." Ou ento, segundo lemos em Lucas 6:36: "Sede misericordiosos, como tambm misericordioso vosso Pai." A perfeio de Deus jaz em Seu amor; em Sua disposio de comunicar a Sua prpria bem-aventurana a todos ao Seu redor. A Sua Compaixo e misericrdia so a glria de Seu ser. Ele nos criou segundo a Sua imagem, de conformidade com a Sua semelhana, para que encontrssemos a nossa glria em uma vida de amor, misericrdia e beneficincia. no amor que devemos ser perfeitos, tal como nosso Pai celeste perfeito.O pensamento que imediatamente vem nossa mente, e que se repete por muitas vezes, o seguinte: Mas, ser isso possvel? E em caso positivo, de que maneira? Certamente no como fruto dos esforos humanos. Porm, as prprias palavras contm a resposta: "Perfeitos como perfeito o vosso Pai celeste." igual a uma criancinha que recebeu a vida de seu pai, e porque o ele a treina e cuida de seu desenvolvimento, que pode haver uma to notvel e crescente semelhana entre a criana, em sua fraqueza, e o pai, em seu estado adulto. Justamente porque os filhos de Deus so participantes da natureza divina, possuem a vida, o Esprito e o amor de Deus habitando em si, que essa ordem razovel, e possvel a sua obedincia em medida cada vez mais ampla: Sede perfeitos, como perfeito o vosso Pai celeste.A perfeio pertence ao nosso Pai: temos as sementes da perfeio, que em ns foram implantadas; Ele se deleita em dar o crescimento. As palavras que primeira vista parecem lanar-nos no mais total desespero, agora se transformam em nossa esperana e vigor espirituais. Sede perfeitos, como perfeito vosso Pai. Reivindique essa herana legtima como filho; entregue-se a si mesmo para ser totalmente do Senhor; renda-se ao Pai, para que seja feito em voc tudo quanto Ele quiser.Alm disso, lembremo-nos, igualmente, quem nos transmite essa mensagem enviada pelo Pai. o Filho, o qual foi pessoalmente aperfeioado pelo Pai mediante o sofrimento; Ele aprendeu a obedincia e foi feito perfeito; tambm, nos tem aperfeioado para todo o sempre. A mensagem que diz, "Sede perfeitos," chega a ns da parte dEle, na qualidade de nosso Irmo mais velho, como uma promessa de infinita esperana.Aquilo que Jesus solicita de ns, o Pai concede. Aquilo que Jesus diz, o Pai executa. Apresentar "todo homem perfeito em Cristo Jesus" o grande propsito de Cristo e Seu Evangelho. Aceitamos o mandamento da parte dEle; rendendo-nos ao mesmo para que Lhe sejam obedientes que nossa esperana provenha daquele em quem fomos aperfeioados. Por intermdio da f nEle, recebemos o Esprito Santo, atravs de quem o amor de Deus derramado em nossos coraes. Por meio da f nEle, esse amor torna-se em ns uma fonte de amor que jorra sem cessar. Em unio com Ele, o amor de Deus aperfeioado em ns, e assim somos aperfeioados em amor. No temamos aceitar e obedecer ao mandamento do Senhor Jesus: "Portanto, sede vs perfeitos como perfeito o vosso Pai celeste."Capitulo 10

APERFEIOADO COMO O MESTRE

"Sede misericordiosos, como tambm misericordioso vosso Pai... O discpulo no est acima do seu mestre; todo aquele, porm, que for bem instrudo ser como o seu mestre" (Lucas 6:36,40).

Em sua narrativa em que mostra parte do Sermo da Montanha, Lucas registra que Jesus disse, no que fssemos perfeitos, e, sim, que fssemos

misericordiosos a exemplo de nosso Pai celestial.

Imediatamente, porm, introduz a idia de perfeio (bem instrudo). Perfeio no ligada, todavia, com o Pai, mas antes, com o Filho, na qualidade de Mestre de Seus discpulos. Essa alterao extremamente instrutiva; leva-nos a olhar para Jesus, quando ainda habitava na carne, como o nosso modelo.Pode ser dito que as nossas circunstncias e poderes so to diferentes daqueles que Deus possui, que impossvel aplicar os padres de Sua infinita perfeio neste nosso pequeno mundo. Mas eis que aparece o Filho, na semelhana de carne pecaminosa, tentado em todas as coisas tal como ns tambm; e ento se oferece como nosso Mestre e Guia. Ele vive conosco para que possamos viver com Ele; vive como ns para que possamos viver com Ele.O padro divino materializado e tornado visvel, sendo posto ao nosso alcance, no modelo humano. Crescendo de conformidade com a semelhana daquele que a imagem do Pai, tambm traremos a semelhana do Pai em ns nos tornaremos semelhantes a Ele, o primognito entre muitos irmos, e nos tornemos perfeitos como o Pai perfeito. "O discpulo no est acima do seu mestre; todo aquele, porm, que for bem instrudo ser como o seu mestre.""O discpulo no est acima do seu mestre " O pensamento de que o discpulo semelhante ao seu Mestre, algumas vezes est ligado humilhao externa; tal como o seu Senhor, o discpulo ser desprezado e perseguido (Mateus 10:24,25; Joo 15:20) Outras vezes refere-se humilhao no ntimo, isto , a disposio que o crente tem de ser um servo (Lucas 22:27; Joo 13:16). Tanto em sua vida externa como em sua disposio interior, o discpulo aperfeioado no conhece coisa alguma mais elevada do que ser como seu Mestre.Aceitar Jesus como Mestre, com o desejo e o propsito de ser, viver e agir como Ele nisso consiste o verdadeiro cristianismo. Trata-se de algo muito mais do que aceit-lo como Salvador e Ajudador; muito mais mesmo do que reconhec-lO como Senhor e Mestre.Um servo pode obedecer aos mandamentos de seu senhor mui fielmente, ao mesmo tempo que nunca lhe sobe cabea a idia de, por meio dessa obedincia, elevar-se at semelhana e esprito do seu senhor. Mas nisso, com exclusividade, que consiste o mais autntico discipulado cristo ser igual ao Mestre tanto quanto possvel, considerar a vida dEle como a legtima expresso de tudo quanto perfeito, e ento ter como alvo nada menos do que de ser perfeito como Ele foi nesta vida. "Todo aquele, porm, que for bem instrudo ser como o seu mestre ."Essas palavras nos sugerem de modo perfeitamente distinto, que no discipulado cristo est envolvido mais do que um s estgio. Assim como no Velho Testamento so mencionados apenas alguns que serviram ao Senhor com corao perfeito, enquanto que no tocante a outros lemos que seus coraes no eram ntegros para com o Senhor (I Reis 11:4; 15:3; II Crnicas 25:2), assim tambm, no tempo presente, existem grandes diferenas entre os discpulos. H alguns que nunca lhes ocorreu terem por desgnio serem semelhantemente perfeitos como o Senhor reputam Cristo apenas um Salvador. Outros, ainda, anseiam realmente, no ntimo do corao, a conformidade com seu Senhor, para que sejam como seu mestre, embora jamais tenham compreendido, mesmo lendo com freqncia as palavras da Bblia, que existe aquilo que as Escrituras denominam de "corao perfeito" e de uma vida "aperfeioada em amor."Por outro lado, h crentes aos quais foi proporcionado aceitarem essas palavras em todo o seu significado e verdade divina. Sabem, por bendita experincia prpria, o que seja poder dizer juntamente com Ezequias: "Andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de corao." Ou juntamente com o apstolo Joo: "Segundo ele , tambm ns somos neste mundo" (I Joo 4:17).Conforme prosseguimos em nosso estudo acerca do que as Escrituras falam sobre a perfeio, apeguemo-nos firmemente ao princpio aqui aprendido. Semelhana com Jesus, em Sua humilhao e em Sua humildade: uma escolha, semelhante dEle, para tomar a forma de um servo. Esse o esprito que no exerce senhorio, mas antes, cinge-se a fim de ministrar e de outorgar vida aos outros esse o segredo da verdadeira perfeio. "O discpulo no est acima do seu mestre; todo aquele, porm, que for bem instrudo ser como o seu mestre." Contando com o perfeito amor de Deus como nosso padro, contando com aquele amor revelado na humanidade e na humildade de Cristo como nosso modelo e guia, contando com o Esprito Santo para nos fortalecer com poder, a fim de que esse Cristo possa viver em ns, certamente aprenderemos a reconhecer a qualidade possuda por todo aquele que aperfeioado para que seja como seu Mestre.Captulo 11

OS PERFEITOS VENDEM TUDO PARA SEGUIR A CRISTO

"Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, d aos pobres, e ters um tesouro no cu; depois vem, e segue-me" (Mateus 19:21).

Para o jovem rico, a pobreza seria a senda da perfeio. "O discpulo no est acima do seu mestre; todo aquele, porm, que for bem instrudo ser como o seu mestre." A pobreza fez parte da perfeio do nosso Mestre, parte de Sua misteriosa disciplina de auto-negao e sofrimento, atravs das quais Deus Pai teve por bem aperfeio-lO: enquanto Ele esteve neste mundo, a pobreza teria de ser a caracterstica de todos aqueles que quisessem estar sempre em companhia do mestre, para que fosse inteiramente iguais a Ele.O que significa isso? Jesus era o Senhor de todos. Ele poderia ter vivido neste mundo em circunstncias confortveis e com possesses materiais moderadas. Poderia ter-nos ensinado como possuir, usar e santificar nossas propriedades. Nesse particular Ele poderia ter-se tornado semelhante a ns, andando pela vereda seguida pela maioria dos homens. Preferiu, entretanto, a pobreza. Sua vida de abnegao e dependncia direta de Deus, sua humilhao, suas provaes e tentaes, esses seriam os elementos daquela perfeio mais alta que Ele mostrou e viveu.Nos discpulos que Ele escolheu para que estivessem em Sua companhia, a pobreza seria a caracterstica dominante da comunho deles com o Senhor, a escola de treinamento para uma perfeita conformidade com a Sua imagem, o segredo do poder da vitria sobre este mundo, para a plena possesso do esprito celestial. Mas, at mesmo no caso de Paulo, quando a humilhao de Cristo j pertencia ao passado e quando do seu trono de glria o chamou, a pobreza continuou sendo o veculo escolhido e de grande valia da perfeita comunho com o Senhor.

O que quer dizer isso? A ordem que diz "sede perfeitos" dada tanto aos ricos como aos pobres. As Escrituras em pgina alguma se referem possesso de propriedade como um pecado. Se por um lado adverte contra o perigo que as riquezas representam, e denuncia o abuso das mesmas, por outro lado, em parte alguma da Bblia est promulgada uma lei que proba a possesso de riquezas materiais. E ainda, as Escrituras reputam a pobreza como algo que ocupa alta posio na vida da perfeio.

Para entendermos isso, temos de lembrar que a perfeio um termo relativo. No estamos sujeitos a alguma lei, com seus mandamentos externos como uma imposio de dever e conduta, que no leve em conta a diversidade de carter ou de circunstncias. Na perfeita lei da liberdade, na qual fomos chamados a viver, h espao para infinita variedade na manifestao de nossa devoo a Deus e a Cristo.

Conforme a diversidade de dons, circunstncias e chamado, o mesmo esprito pode ser visto em veredas aparentemente opostas nesta vida. H uma determinada perfeio que buscada na possesso e utilizao dos bens terrenos, quando o crente age como mordomo do Mestre; h, igualmente, uma perfeio que at mesmo nas coisas exteriores procura ser como o prprio Mestre o era, e que na pobreza procura dar seu testamento quanto realidade e suficincia das coisas celestes.

Nos primeiros sculos da histria da Igreja essa verdade, essa pobreza, para alguns significava o caminho da perfeio, exercendo uma poderosa e abenoada influncia. Os homens sentiam que a pobreza, Sendo uma das caractersticas da vida santa de Jesus e de Seus apstolos, era sagrada e bendita. Na medida em que a vida ntima da Igreja se foi enfraquecendo, essa verdade espiritual se perdeu em observncias externas, e a comunho na pobreza de Jesus passou a ser vista escassamente. Em seu protesto contra a justia prpria e a superficialidade do sistema romanista, a igreja protestante at o momento no foi capaz de dar pobreza o lugar que ela deveria ocupar tanto no retrato da imagem do Mestre como no estudo dos discpulos sobre a conformidade perfeita com Ele.Apesar de tudo isso, trata-se de uma verdade procurada por muitos. Se nosso Senhor reputava a pobreza como a melhor escola para obter Seu prprio fortalecimento na arte da perfeio, bem como o caminho mais seguro para elevar-se acima do mundo para conquistar os coraes dos homens para seguirem o Invisvel, sem a menor dvida no precisamos ficar surpreendidos se aqueles que se sentem atrados a buscar a conformidade mais exata possvel com seu Senhor, at mesmo nas questes externas, e que anelam pelo mais elevado poder possvel no testemunho acerca do Invisvel, sejam irresistivelmente impulsionados a considerar que essa palavra foi proferida para eles tambm: "Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens... depois vem, e segue-me."Quando esse chamado no sentido, h uma lio maior, de aplicao universal: no h perfeio sem o sacrifcio de tudo. A fim de ser aperfeioado neste mundo, Cristo desistiu de todas as coisas assim tambm, tornamo-nos como Ele, e seremos aperfeioados semelhana do Mestre, quando abandonamos tudo. O mundo e o prprio "eu" precisam ser renunciados. "Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, d aos pobres... depois vem, e segue-me."

Captulo 12O HOMEM PERFEITO ESPIRITUAL"Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados" (I Corntios 2:6).

"Eu, porm, irmos, no vos pude falar como a espirituais; e, sim, como a carnais, como a crianas em Cristo... Porquanto, havendo entre vs cimes e contendas, no assim que sois carnais e andais segundo o homem?" (I Corntios 3:1,3).

Entre os crentes da cidade de Corinto havia poderosa e abundante operao do Esprito Santo. Paulo pde dizer a respeito deles: "Em tudo fostes enriquecidos nele em Cristo, em toda palavra e em todo o conhecimento" (I Corntios 1:5). E no entanto, muito lhes faltava da graa santificadora do Esprito Santo. Pelo que tambm o apstolo teve de escrever-lhes: "Rogo-vos, irmos que faleis todos a mesma cousa, e que no haja entre vs divises; antes sejais inteiramente unidos, na mesma disposio mental e no mesmo parecer" (I Corntios 1:10).O esprito de humildade e de gentileza, a atitude de unidade entre eles, havia desaparecido; sem essas coisas, no podiam ser aperfeioados, quer individualmente, ou em grupo. Necessitavam da exortao: "Acima de tudo isto, porm, esteja o amor, que o vnculo da perfeio" (Colossenses 3:14).At aquele momento os crentes de Corinto eram carnais; os dons do Esprito manifestavam-se poderosamente entre eles; mas a Sua graa, renovando, abrandando e santificando cada temperamento segundo a semelhana de Jesus, faltava-lhes grandemente. A sabedoria pregada por Paulo era uma sabedoria celeste, espiritual a sabedoria de Deus um mistrio, a saber, a sabedoria oculta e necessita de uma mente espiritual, celeste, para apreend-la." Expomos sabedoria entre os experimentados." Paulo no lhes pde escrever como a crentes espirituais, mas sim, "como a carnais."Os assuntos espirituais tm de ser discernidos espiritualmente; a sabedoria entre os perfeitos s pode ser recebida por aqueles que no so carnais, e, sim, espirituais. Os perfeitos, referidos por Paulo, so os crentes espirituais.Ora, quem so esses crentes espirituais? So aqueles em quem se manifestam no apenas os dons, mas igualmente onde as graas do Esprito tm obtido a supremacia. O amor de Deus a Sua perfeio (Mateus 5:40-46); a humildade de Cristo a Sua perfeio . O amor abnegado de Cristo, a Sua humildade, a Sua mansido e moderao, manifestadas na vida diria, so o fruto mais perfeito do Esprito, a prova autntica de que um homem espiritual.Um homem pode ser dotado de grande zelo no servio do Senhor, pode ser usado para influenciar muitos para o bem; e no entanto, posto na balana do amor, pode ser achado lamentavelmente faltoso, No calor da controvrsia, ou debaixo de injustas crticas, a ira imediata, a lentido em perdoar e esquecer, as palavras precipitadas e os juzos severos demais, com freqncia revelam uma sensibilidade facilmente atingida, o que prova quo pouco o Esprito de Cristo assumiu plena possesso ou domnio real. O homem espiritual aquele que est revestido com o esprito do Cristo sofredor e crucificado.Alm disso, somente o homem espiritual que pode compreender a "sabedoria entre os experimentados," a saber, "o mistrio que... agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glria deste mistrio entre os gentios, isto , Cristo em vs, a esperana da glria" (Colossenses 1:26,27).Um professor cristo pode ser homem dotado de maravilhosa sagacidade e introspeco. Pode ter o poder de desvendar a verdade, de estimular e de ajudar admiravelmente aos outros, mas apesar, disso pode ter tanto do homem carnal que o ministrio mais profundo de Cristo permanea oculto.Somente quando nos entregamos totalmente ao poder do Esprito Santo de Deus, quando o ficar livre de tudo quanto carnal atingir a mais extrema semelhana possvel com Jesus em Sua humilhao, ento ficaremos cheios do Esprito que governar o nosso corao e vida, para que sejamos plenos da sabedoria dos perfeitos.Para conhecermos a mente de Deus, precisamos possuir a mente de Cristo. E a mente de Cristo que Ele se esvaziou e humilhou a Si mesmo, tornando-se obediente at morte, e morte de cruz. Essa humilhao foi a Sua capacidade para elevar-se at ao trono de Deus. Essa mente tambm deve existir em ns, se a sabedoria oculta de Deus tiver de ser revelada poderosamente em ns. Essa a marca do homem espiritual, o homem perfeito.Que Deus aumente o nmero dos perfeitos. E, consequentemente, que aumente o nmero daqueles que sabem falar da sabedoria entre os experimentados, isto , a sabedoria de Deus oculta em mistrio. Na proporo em que a distino entre o carnal e o espiritual, entre as crianas e os perfeitos nas coisas espirituais, for sendo reconhecida na Igreja, o veculo entre a vida espiritual e o discernimento espiritual se tornar mais evidente, e o chamado perfeio ganhar novo vigor e significao. E mais uma vez, ser considerado motivo justo de censura e vergonha no estar entre os perfeitos.

Captulo 13

APERFEIOANDO A SANTIDADE

"Tendo, pois, amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne, como do esprito, aperfeioando a nossa santidade no temor de Deus" (II Corntios 7:1).

Essas palavras nos permitem penetrar fundo em um dos principais aspectos da perfeio, fornecendo, igualmente, pergunta: Em que devemos ser perfeitos? Devemos ser perfeitos em santidade. Devemos ser perfeitamente santos. Tal a exposio da mensagem do Pai s perfeito.Sabemos o que a santidade. Somente Deus santo, e a santidade consiste daquilo que Deus comunica de Si prprio. Separao, purificao e consagrao ainda no so a santidade, mas apenas passos preliminares no caminho para a mesma. O templo era santo porque Deus veio habitar nele. No santo aquilo que oferecido ao Senhor, mas sim, aquilo que Deus aceita e do que se apropria, aquilo de que Ele toma possesso, aquilo que Ele toma para a Sua prpria comunho e utiliza isso santo. "Eu sou o Senhor, que vos santificou," foi a promessa de Deus ao Seu antigo povo, sobre o qual estava baseada a ordem: "Sede santos." O ato de Deus, tomando-os para serem Seus, tornou-os um povo santo; o fato de terem entrado nessa santidade de Deus, prendendo-se Sua vontade, comunho e servio, foi o que a ordem "Sede santos" tinha em vista quando os chamou.De outro lado, isso aconteceu conosco, os crentes. Somos feitos santos em Cristo; somos santos. A ns estendido o chamado que nos convida a seguir depois da santidade perfeita santidade, entregando-nos ao Deus que est pronto a santificar-nos totalmente. o conhecimento do que Deus tem feito, ao fazer-nos santos Seus, e do que Ele prometeu fazer ao santificar-nos plenamente, que nos encoraja para a santidade perfeita."Tendo, pois, amados, tais promessas, purifiquemo-nos, aperfeioando a nossa santidade." E as promessas? Acabamos de mencion-las: "Habitarei entre eles. Serei o seu Deus. Eu vos receberei para mim mesmo. Eu vos serei por Pai." Foi Deus aceitando o templo e habitando ali pessoalmente que tornou-o santo. a habitao de Deus em ns que nos torna santos, que nos proporciona no somente o motivo, mas tambm a coragem e o poder para aperfeioar a santidade, para nos rendermos a fim de que Ele nos dirija perfeita e inteiramente. Deus tornando-se um Pai para conosco, insuflando em ns a Sua prpria vida Seu prprio Filho em nosso ntimo formando Cristo em ns, que nos dar confiana para crer que possvel aperfeioar a santidade, que Ele nos revelar o segredo de sua realizao. "Tendo, pois, amados, tais promessas," isto , conhecendo-as, vivendo de acordo com elas, buscando e obtendo-as, aperfeioemos "a nossa santidade."Esta f o poder secreto do crescimento da vida ntima de perfeita santidade. Porm, existem obstculos que procuram entravar e impedir esse desenvolvimento. Precisamos vigiar contra essas coisas, e remov-las. "Tendo, pois, amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne, como do esprito, aperfeioando a nossa santidade no temor de Deus." Cada contaminao, externa ou interna, na conduta ou nos sentimentos, na vida fsica ou na vida espiritual, precisa ser purificada e eliminada. A purificao no sangue, a purificao por meio da Palavra, a purificao por meio da poda ou do fogo de qualquer maneira ou atravs de qualquer meio mas, precisamos ser purificados. No temor do Senhor, cada pecado tem de ser cortado e lanado fora; tudo quanto for duvidoso ou contaminador deve ser eliminado; alma, corpo e esprito devem ser preservados ntegros irrepreensveis. Dessa maneira, purificando-nos de toda forma de contaminao, teremos santidade perfeita: o esprito de santidade tomar conta completamente do santurio de Deus com Sua santa presena e poder.Amados, tendo essas promessas, aperfeioemo-nos em santidade. Perfeitamente santos! perfeitos em santidade! entreguemo-nos a esses pensamentos, a esses desejos, a essas promessas de nosso Deus. Comeando com um corao perfeitamente semelhante ao de uma criana, insistindo ao longo do caminho perfeito, apegando-nos a um perfeito Salvador, vivendo em comunho com um Deus cujo caminho e obra so perfeitos, no tenhamos receio de nos apresentar ao Senhor com o Seu prprio mandamento como a nossa orao: "Perfeita santidade, d-me, Senhor!" Ele sabe o que pretendia dizer com isto, e ns tambm o saberemos, se prosseguirmos com o propsito de sab-lo."Senhor, fui chamado para a santidade perfeita: chego-me a Ti com a finalidade de receb-la; torna-me to perfeitamente santo quanto possvel a um pecador redimido tornar-se nessa terra."Que essa seja a atitude de nossas oraes dirias: Quero andar perante Deus com um corao perfeito perfeito em Cristo Jesus na senda da santidade perfeita. Neste dia quero aproximar-me da perfeio tanto quanto a graa me torne possvel. "Aperfeioando a nossa santidade" que esse seja o meu propsito, no poder do Esprito Santo.

Captulo 14

ORAMOS POR VOSSOAPERFEIOAMENTO:APERFEIOAI-VOS

"E isto o que pedimos, o vosso aperfeioamento ... Quanto ao mais, irmos, adeus! Aperfeioai-vos, consolai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz, e o Deus de amor e de paz estar convosco"

(II Corntios 13:9,11).

O vocbulo aqui traduzido como "aperfeioamento" e "aperfeioai-vos" significa levar algo at sua correta condio, para que se torne como deveria ser.5 uma palavra usada para indicar a emenda de redes de pescar, restaurando-as a seu estado original, ou para indicar a equipagem de uma embarcao dotando-a de tudo quanto deve possuir. Dessa maneira, implica em duas coisas: a remoo de tudo que ainda resta de errado, e o suprimento de tudo quanto ainda est faltando.Em dois versculos, Paulo emprega duas vezes essa palavra. Primeiramente, como a expresso de algo que ele solicita a Deus para eles, o resumo de toda graa e bno: "isto o que pedimos, o vosso aperfeioamento." Paulo desejava que aqueles crentes fossem perfeitamente livres de tudo quanto errado e carnal, e que viessem a possuir e a exibir, de modo perfeito, tudo quanto o Senhor desejava que eles fossem; orava pelo aperfeioamento deles.

Em seguida, como sntese de uma palavra de despedida, inclui o que desejava que fosse o alvo deles, concluindo: "Quanto ao mais, irmos, adeus! Aperfeioai-vos." Seguem-se ento, trs outros verbos, o que demonstra como o verbo "aperfeioar" o que se revestia de maior importncia, em referncia vida diria do filho de Deus: "Aperfeioai-vos, consolai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz."Se o conforto do Esprito e a unidade e a vida de paz estiverem em ns, se o Deus de amor permanecer conosco, ento nosso dever e privilgio a cada hora tambm ser perfeito. Os dois textos, reunidos, mostram-nos qual deveria ser a orao e a pregao de todo ministro do Evangelho; mostram-nos como deveria o seu corao, acima de tudo, apegar-se a essa qualidade de carter. Com razo olhamos para Paulo como um modelo que deveria ser copiado por todo Pastor. Que todo o ministro evanglico o imite nesse particular, a fim de que seu povo possa reconhecer, em todos os seus caminhos; que seu corao possua para eles este grande desejo celestial: o seu aperfeioamento! e possam sentir que todo o teor do seu ensino tem este alvo: ser perfeito!Se os ministros buscam isso acima de tudo o mais na tarefa de que esto incumbidos na Igreja de Deus, eles mesmos teriam necessidade de sentir profundamente e de expor fielmente, o baixo padro espiritual que prevalece nas igrejas. Algum j mencionou que tem visto o perfeccionismo matar milhares. Mas todos so forados a admitir que o imperfeccionismo tem aniquilado milhes. Multides esto vivendo tranquilamente uma vida de mundanismo e pecado, escudados no pensamento que ningum perfeito, e que, por isso mesmo, a imperfeio no pode ser to perigosa assim. Grande nmero de crentes verdadeiros no esto obtendo progresso algum, porque nunca conheceram que podem servir a Deus com um corao perfeito, e que o corao perfeito o segredo de um caminho perfeito, de uma obra que prossegue para a perfeio.Deus nos chama para ser perfeitos para a perfeita santidade em Seu temor, para vivermos perfeitos em Cristo Jesus, e em toda a vontade de Deus preciso pregar at que a f comece a reviver a Igreja, e todo o ensino bblico pode ser resumido nestas palavras, para cada dia a nossa vida ser gasta sob esta inspirao: s perfeito!Uma vez que os ministros do Evangelho se reconhecem e so reconhecidos como os mensageiros dessa perfeio ansiosamente desejada por Deus, e sentem a necessidade do prprio Esprito Santo para guiar os homens por essa vereda, pregaro que preciso a entrega total ao Senhor. Tornar-se conformado Sua vontade, viver to inteiramente quanto possvel para a Sua glria, ser perfeitamente consagrado ao Seu servio, segundo a graa do Senhor nos pode permitir, e nada inferior a isso, ser a nica regra de dever e a medida de nossa expectao.A mensagem que diz: "Aperfeioai-vos!" exigir o corao inteiro, a vida toda, e todas as foras. Assim como a alma aprende a dizer diariamente: "Pai! quero ser perfeito de corao para contigo neste dia, quero andar perante Ti e ser perfeito," ser mais e mais compreendida a necessidade e o significado de permanecer em Cristo; o prprio Cristo, com Seu po der e amor, ter uma nova preciosidade; e Deus provar o que Ele pode fazer pelas almas, por uma igreja inteiramente dedicada a Ele.E voc, ministro de Cristo, mensageiro de Sua salvao, proclame s igrejas sobre as quais o Esprito Santo o nomeou orientador: "Isto o que pedimos, o vosso aperfeioamento! Quanto ao mais, irmos, adeus! Aperfeioai-vos!" Captulo 15

NO APERFEIOADOS, CONTUDO PERFEITOS

"No que eu o tenha j recebido, ou tenha j obtido a perfeio; mas prossigo... mas uma cousa fao... prossigo para o alvo... Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento"

(Filipenses 3:12-15).

Existe uma escala na perfeio: Perfeito, mais perfeito, o mais perfeito. Temos os perfeitos e os que esto esperando para serem perfeitos. Assim aconteceu com nosso Senhor Jesus. No livro aos Hebreus lemos trs vezes que Ele foi aperfeioado ou tornado perfeito. No havia a menor sombra, por mais plida que fosse, de imperfeio pecaminosa em Cristo. Em cada momento de Sua vida Ele era perfeito tal e qual deveria ser. No entanto, precisava, e pareceu bem a Deus, ser aperfeioado por meio do sofrimento e da obedincia que desse modo aprendeu. Ao dominar a tentao, ao manter Sua fidelidade ao Pai, e em meio a forte clamor e lgrimas dedicar toda a Sua vontade vontade do Pai, a Sua natureza humana foi aperfeioada, e Ele se tornou um Sumo sacerdote, "o Filho, perfeito para sempre" (Hebreus 7:28). Durante a Sua vida terrena, Jesus foi perfeito, mas ainda no aperfeioado."O discpulo no est acima do seu mestre; todo aquele, porm, que for bem instrudo ser como o seu mestre." O que verdade acerca de Cristo, ser verdade, guardando as propores, a respeito de ns, tambm. Paulo escrevendo aos corntios falava de uma sabedoria entre os perfeitos, uma sabedoria que os crentes carnais no podiam entender. Neste nosso texto o apstolo se classifica entre os perfeitos, e espera e exorta-os para que tenham a mesma atitude que ele tinha. Ele no via dificuldade em referir-se a si mesmo e aos outros como perfeitos, ou em considerar que os perfeitos ainda necessitavam continuar prosseguindo at a plena perfeio.Ora, pois, que perfeio essa que ainda precisa ser aperfeioada? E quem so esses perfeitos? Aquele que preferiu a mais alta perfeio, e que entregou toda a sua vida e corao a fim de atingi-la, reputado por Deus como um homem perfeito."O reino dos cus como uma semente." Quando Deus v no corao o propsito singelo de ser tudo aquilo que o Seu desejo, Ele v a semente divina de toda a perfeio. E assim como Ele considera a f como justia, tambm conta esse propsito do corao de ser perfeito como perfeio inicial. O homem com um corao perfeito aceito. Paulo pde contemplar a Igreja e afirmar sem qualquer hesitao: "Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento."Sabemos que, entre os crentes de Corinto, o apstolo descreve duas classes: uma, que a grande maioria, carnal e se contenta em viver em contendas; a outra, que a espiritual, a perfeita. Na Igreja dos nossos dias, teme-se que a grande maioria dos crentes no tenha concepo alguma de seu alto chamado perfeio. No tm a menor idia que seu dever no apenas ser religiosos, mas tambm ser eminentemente religiosos, to cheios de graa e santidade quanto possvel Deus torn-los. Mesmo quando h certa medida de propsito honesto, em busca da santidade: "Aperfeioai-vos." Mesmo havendo graa suficiente para alcanar essa exigncia, o apelo divino no atendido. No compreendem nem aceitam o convite do apstolo Paulo: "Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento."Mas, graas a Deus que no sucede assim com todos. H um nmero cada vez maior que no pode esquecer o que Deus pretende dizer quando afirma "Sede perfeitos," e que se consideram sob a mais solene obrigao de obedecer essa ordem. As palavras de Cristo, "Sede perfeitos," so uma revelao do que Ele veio dar e trabalhar, uma promessa da bno a que sero conduzidos por intermdio de Seu ensino e de Sua orientao. Eles se uniram ao grupo de crentes do mesmo parecer, a que Paulo estava ligado. Buscam a Deus de todo o corao, e O servem com um corao perfeito; seu grande propsito na vida serem aperfeioados, tal como aconteceu com o Mestre.Meu leitor! na presena de Deus Pai, que disse "S perfeito!" e de Cristo Jesus, que se entregou em seu lugar, a fim de que voc possa obedecer a ordem de Deus, eu o advirto para no recusar o chamado de um servo de Deus, mas coloque-se ao lado dos que aceitam a verdade: "Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos esse sentimento."No tema tomar a sua posio perante Deus, juntamente com o apstolo Paulo, entre os perfeitos de corao. Pois isso, longe de provocar a auto-complacncia, Ele ensinar que o perfeito ainda precisa ser aperfeioado, pois a grande caracterstica dos perfeitos que eles reputam todas as coisas como escria, enquanto prosseguem para o prmio do alto chamamento de Deus, em Cristo Jesus.Captulo 16

PERFEITOS, CONTUDO AINDA NO APERFEIOADOS

"No que eu o tenha j recebido, ou tenha j obtido a perfeio; mas prossigo.. . mas uma cousa fao... prossigo para o alvo... Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento... Irmos, sede imitadores meus" (Filipenses 3:12-17).

A grande caracterstica dos perfeitos, segundo o exemplo de Paulo e todos os de mesmo sentimento, o apaixonado desejo de serem ainda aperfeioados. Isso parece um paradoxo. No obstante, o que vemos em nosso Mestre comprova a verdade que asseguramos: a conscincia de ser perfeito est em completa harmonia com a disposio de uma vida de sacrifcio, com a finalidade de ser ainda aperfeioado. Assim aconteceu com Cristo, com o apstolo Paulo, e assim ser conosco, se abrirmos amplamente os nossos coraes e dermos s palavras de Deus lugar e tempo para que possam operar.Muitos imaginam que quanto mais perfeito for o crente, tanto mais sentir sua necessidade de perfeio. Mas toda a experincia, em todos os setores da vida, ensinam-nos exatamente o oposto. So exatamente aqueles que esto prximos da perfeio que mais sentem a necessidade de serem ainda mais aperfeioados, e que esto dispostos a qualquer sacrifcio para obteno desse alvo. Considerar tudo como uma inutilidade por causa da perfeio, a prova mais certa de que a perfeio, em princpio, j tomou conta do corao. Quanto mais honesta e intensamente o crente busca a Deus com corao perfeito, tanto mais pronto estar para dizer juntamente com Paulo: "No que eu tenha j recebido, ou tenha j obtido a perfeio."E a respeito do que Paulo ansiava por ser feito perfeito? Leia essa maravilhosa passagem com cuidado, sem preconceitos ou idias preconcebidas, e penso que voc ver que ele no fornece, aqui, qualquer indicao que o apstolo buscava ser aperfeioado por causa de algum pecado ou por causa de imperfeio pecaminosa, dos quais ele estivesse procurando livrar-se. O que ele queria ensinar alm disso, no ocupava a sua mente naquela hora. O discpulo aperfeioado se assemelha ao seu Mestre.Paulo falava nesse ponto de sua vida e da sua grande obra, e sentia que ainda no era aperfeioado at que atingisse o alvo e obtivesse o prmio. Era nessa direo que ele prosseguia incessantemente. Aquele que participa de uma corrida, at onde ele chega, pode ter feito tudo de modo perfeito; todos podem julgar a sua corrida perfeita at o ponto onde chegou. Contudo, isso ainda tem de ser aperfeioado. O contraste no entre o sucesso e o fracasso, e, sim, entre aquilo que ainda est por terminar, esperando que chegue ao seu final completo.Paulo empregou expresses que nos indicam perfeitamente que aquilo que ele j possua de Cristo era apenas uma parte. Ele j conhecia e ganhara Cristo, e podia ser achado nEle, pois tinha apreendido, de forma maravilhosa, aquilo para o que Cristo o conquistara. Apesar de todas essas vitrias conhecer a Cristo, ganh-lO, ser achado nEle, conquistar aquilo para o que tambm foi conquistado ele se refere a elas como coisas pelas quais se esforava por conquistar com todas as suas foras: "para de algum modo alcanar a ressurreio dentre os mortos;" "prossigo para o alvo, para o prmio da soberana vocao de Deus." a respeito de tudo isso que ele afirma: "No que eu o tenha j recebido, ou tenha j obtido a perfeio. Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento."Paulo j conhecia a Cristo h muitos anos, mas sabia que em Cristo existiam ainda riquezas e tesouros muito maiores do que tudo quanto ele j conhecera, e nada poderia satisfaz-lo seno a possesso completa, final e eterna do que a ressurreio traria para ele. Por essa causa que considerava todas as coisas como perda; por isso se esquecia totalmente das coisas que iam ficando para trs; por causa disso ele lutava em direo ao alvo, a fim de conquistar o prmio. O homem que sabe que perfeito para com Deus; o homem que compreende que ainda precisa ser aperfeioado; o homem que entende que tem considerado todas as coisas como nada, a fim de alcanar essa perfeio final esse perfeito Crente, aprenda aqui o preo da perfeio, bem como a caracterstica dos perfeitos. O Mestre deu a Sua vida com o propsito de ser aperfeioado para sempre. Paulo fez o mesmo. Trata-se de algo muito solene professar que seguimos a perfeio. O preo da prola preciosa elevadssimo; todas as demais coisas tm de ser reputadas como perda.Tendo-o exortado a colocar o seu nome na lista de chamada dos perfeitos, para que voc pea ao Mestre que inscreva o seu nome e lhe d o bendito testemunho do Esprito. E agora o exorto a que, semelhana de Paulo, busque ser perfeito, singelo e dedicado em sua entrega a Deus, e viva a vida dos perfeitos, considerando todas as coisas como perda por causa de Jesus, como seu lema e fora, como seu grande desejo de possu-lO completamente, de ser possudo por Ele, e de ser aperfeioado tal como Ele foi.

", nosso Pai! digna-Te abrir os olhos dos Teus filhos, para que vejam o que seja a perfeio de

corao que agora solicitas, e qual seja a perfeio que gostarias que buscassem a qualquer custo."Captulo 17PERFEITOS EM CRISTO"Cristo em vs, a esperana da glria; o qual ns anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; para isso que eu tambm me afadigo, esforando-me o mais possvel, segundo a sua eficcia que opera eficientemente em mim" (Colossenses 1:27-29).

Perfeito em Cristo: em nosso exame profundo no ensino da Palavra de Deus, quanto perfeio, encontramos aqui uma nova palavra que abre para ns o caminho da esperana, infundindo-nos certeza acerca do nosso dever. Isso liga tudo quanto temos visto sobre o chamado e as reivindicaes de Deus com tudo quanto sabemos de Cristo, em Sua graa e poder. Perfeito em Cristo: eis aqui o porto aberto para a vida perfeita. Aquele a quem dado perceber plenamente o que isso significa, encontra a entrada abundante para a vida da perfeio crist.Existem trs aspectos que precisamos examinar, no que se refere verdade de sermos perfeitos em Cristo. Em primeiro lugar, temos a nossa perfeio em Cristo, que est preparada para ns, naquele que nosso Cabea. Na qualidade de segundo Ado, Cristo veio e criou uma nova natureza para todos os membros de Seu corpo. Essa natureza a Sua prpria vida, aperfeioada por meio do sofrimento e da obedincia.Ao ser assim pessoalmente aperfeioado, Ele aperfeioou para sempre a quantos esto sendo santificados. A Sua perfeio, a Sua vida perfeita, nossa no apenas judicialmente, ou por imputao, mas tambm como uma realidade espiritual, em virtude da nossa unio real e viva com Ele. Paulo diz na mesma epstola: "Tambm nele estais aperfeioados" (2:10). Tudo quanto voc deve ser, j foi cumprido nEle circuncidado nEle, sepultado juntamente com Ele, ressuscitado com Ele, vivificado em companhia dEle. Todos os membros de Cristo esto nEle, e ao Seu lado permanecem satisfeitos.Alm disso, h a nossa perfeio em Cristo, que nos imputada pelo Esprito Santo, ao unir-nos com Ele. A vida que foi implantada em ns, por ocasio do novo nascimento, plantada em meio a uma massa de pecados e carne, uma vida perfeita. Assim como a semente contm em si mesma a vida inteira da rvore, assim igualmente, a semente de Deus em ns a vida perfeita de Cristo, dotada de poder para desenvolver-se e preencher as nossas vidas, produzindo fruto que caminha para a perfeio.Finalmente, h a nossa perfeio em Cristo, operada pelo Esprito Santo, apropriada por ns na obedincia da f, e manifestada em nossa vida e conduta. Assim como a nossa f se apega e se alimenta da verdade, nos dois primeiros aspectos, entregando-se a Deus para ter aquela vida perfeita dominando e permeando toda a nossa existncia perfeito em Cristo, tornar-se- a cada momento uma realidade prtica e uma experincia presente.Tudo quanto a Palavra de Deus nos tem ensinado sobre o corao e o caminho perfeito, com referncia ao crente ser perfeito como o Pai e perfeito como o Mestre, assume um novo brilho e se reveste da luz de uma nova vida. Cristo, o Cristo vivo, a nossa perfeio. Ele mesmo vive, cada dia e hora, a fim de proporcion-la a ns. O amor inc