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Andrés Mello López Valquíria D. C. Antunes MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE Curso de Farmácia Programa de Educação Tutorial - PET

Andrés Mello López Valquíria D. C. Antunes · Andrés Mello López Valquíria D. C. Antunes MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

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Andrés Mello López

Valquíria D. C. Antunes

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Curso de Farmácia

Programa de Educação Tutorial - PET

Sumário

Introdução

Leucemia Mielóide Aguda (LMA)

Leucemia Mielóide Crônica (LMC)

Doação de Medula Óssea

Referências

O que é leucemia?

“leukos” branco

“aima” sangue

“ Doença maligna dos glóbulos brancos”

(INCA, 2010)

Introdução

Principal característica:

- Acúmulo de células anormais na medula óssea

Introdução

Produção de Células Sanguíneas:

Introdução

Introdução

• Hematopoiese:

Células típicas do sangue periférico:

Introdução

Células hematopoéticas Média Variação a partir da média

Mieloblasto 0,9 0,2-1,5

Pró-mielócito 3,3 2,1-4,1

Mielócito 12,7 8,2-15,7

Metamielócito 15,9 9,6-24,6

Bastonete 12,4 9,5-15,3

Segmentado 7,4 6-12

Eosinófilo 3,1 1,2-5,3

Basófilo ↓ 0,1 0-0,2

Linfócito 16,2 11,1-23,2

Plasmócito 1,3 0,4-3,9

Monócito 0,3 0-0,8

Megacariócito ↓ 0,1 0-0,4

Células reticulares 0,3 0-0,9

Pró-eritroblasto 0,6 0,2-1,3

Eritroblasto basófilo 1,4 0,5-2,4

Erit. policromatófilo 21,6 17,9-29,2

Erit. ortocromático 2 0,4-4,6

Introdução

Células encontradas nas LA e nas LC:

Introdução

Diferenças entre LA e LC:

- LA: caracterizada pela proliferação exagerada e

descontrolada de células indiferenciadas,

chamadas “blastos”

- LC: caracterizada pela proliferação exagerada e

descontrolada de células mais diferenciadas

Introdução

• Introdução

- Grupo de doenças:

- Características clínicas comuns semelhantes

- Distintas:

- Morfologicamente e nas reações citoquímicas

- Na citogenética

- Na imunofenotipagem

Leucemia Mielóide Aguda

Leucemia Mielóide Aguda

Incidência:

- 90% dos casos de leucemia aguda no adulto;

- Idade média do diagnóstico de 63 anos.

- Rio Grande do Sul:

- Prevalência de 0,5-1:100.000 habitantes;

- 100 novos casos por ano;

- Idade média do diagnóstico de 42 anos.

Etiologia:

- Idiopática

- Exposição ao benzeno, irradiações ionizantes e

exposição à quimioterapia

Leucemia Mielóide Aguda

Manifestações clínicas

- Cansaço e dispnéia

- Palidez

- Sinais de sangramento

- Sangramento nas mucosas, nariz e outros

- Febre

- Infecções

- Dores ósseas

Leucemia Mielóide Aguda

Achados laboratoriais

- Anemia

- Trombocitopenia

- Leucopenia, leucocitose ou contagem normal

- Bastonetes de Auer

Leucemia Mielóide Aguda

Bastonetes de Auer:

Leucemia Mielóide Aguda

Patogenia:

- Crescimento descontrolado e exagerado de

blastos de característica mielóide

- Mutações envolvendo protoncogenes

- Mutações envolvendo genes supressores

Leucemia Mielóide Aguda

Classificação FAB:

- M0 a M7

Leucemia Mielóide Aguda

• Caracterização:

- Citoquímica:

- Mieloperoxidase, sudan black, esterases

- Citogenética:

- Translocação, deleção, trissomia

- Imunofenotipagem:

- CD, HLA-DR

Leucemia Mielóide Aguda

M0

- Características

- ↑ 30% de blastos tipo I

- Citoquímica

- MPO e SB negativos

- Citogenética

- Deleção de cromossomas 5 e 7

- Trissomias do 8 e 13 são comuns

- Imunofenotipagem

- + para CD13, 33, 34, 117 e HLA-DR

Leucemia Mielóide Aguda

M1

- Características:

- 10% a 20% dos casos

- Mais comum em adultos

- Mais de 30% de blastos tipo I e II

- 15% de promielócitos e mielócitos

- Citoquímica:

- MPO e SB positivas em ≥5% dos blastos

- Citogenética:

- Sem alteração específica

- Imunofenotipagem:

- + para CD13, 33 e 14

Leucemia Mielóide Aguda

M2

- Características:

- 5% a 12% dos casos

- Mais comum em jovens

- Menos de 20% de blastos tipo I e II

- Bastonestes de Auer visíveis

- promielócitos, mielócitos e neutrófilos

- 30% a 60%

- Citoquímica:

- MPO e SB positivos

- Citogenética:

- t(8:21) (q22;q22)

- Imunofenotipagem:

- + para CD56, 34, 19

Leucemia Mielóide Aguda

M3

- Características:

- 5% a 10% dos casos

- 30% a 90% de promielócitos

- Morfológicas:

- Citoplasma com ↑ granulações azurófilas

- ↑ bastonetes de Auer

- Citoquímica:

- MPO e SB positivos

- Citogenética:

- t(15;17) em 100%

- Imunofenotipagem:

- + para CD9, 13 e 33; ausência para HLA-DR

Leucemia Mielóide Aguda

M4

- Características:

- Variedade eosinofílica

- Blastos mielóides e monocitóides

- ↑ 30% de mieloblastos e monoblastos

- ↑ 20% de monoblastos e monócitos

- ↓ granulação dos promonócitos

- Podem apresentar bastonetes de Auer

- Citoquímica:

- + MPO e esterases.

- Citogenética:

- Envolvem o cromossoma 3.

Leucemia Mielóide Aguda

M5

- Características:

- 2% a 10% dos casos

- Duas variantes: M5a e M5b

- Infiltrados extracelulares

- Citogenética:

- t(4;11), t(9;11) e t(11;19)

- Imunofenotipagem:

- + para CD14 e 4; - para CD2

Leucemia Mielóide Aguda

M5a

- ↓ grau de maturação

- Predomínio de monoblastos

• M5b

- ↑ grau de maturação

- Predomínio de promonócitos (medula) e

monócitos (sangue)

Leucemia Mielóide Aguda

M6

- Características:

- 5% dos casos, geralmente em ↑ 50 anos

- Anemia e trombocitopenia

- M6a:

- Eritróide/mielóide

- ↑ de 50% de precursores eritróides da

população nucleada

- ↑ de 20% de mieloblastos da população

não eritróide

- M6b:

- Eritróide pura

- ↑ de 80% de precursores eritróides

Leucemia Mielóide Aguda

M7

- Características:

- 5% a 10% de todos os casos

- Geralmente apresenta citopenia

- Citogenética:

- Alterações não específicas

- Geralmente envolvem cromossoma 8 e 21

- Imunofenotipagem:

- + para CD41, 42, 61 e fator von Willebrand

- - para CD34

Leucemia Mielóide Aguda

Revisão da classificação da OMS

- LMA com alterações citogenéticas recorrentes

- LMA com displasias em várias linhagens

- LMA relacionada com quimioterapia

- LMA não inclusa nas outras categorias, usar

critérios FAB

Leucemia Mielóide Aguda

Tratamento

- Remissão hematológica

- TTCH:

- Autóloga

- Alogênica

Leucemia Mielóide Aguda

Leucemia Mielóide Crônica

Leucemia Mielóide Crônica

Patogenia:

- Marcador Cromossomal Ph1:

Patogenia:

- Substituição de células sanguíneas funcionais

por células anormais de origem mielóide

Leucemia Mielóide Crônica

Incidência:

- Preferencialmente em adultos (25-60 anos)

- Predominância na 4ª e 5ª década de vida

- Ambos os sexos

Leucemia Mielóide Crônica

Etiologia:

- Fatores genéticos

- Exposição à radiação ionizante

- Idiopática

Leucemia Mielóide Crônica

Sintomatologia:

- Fraqueza

- Anemia

- Esplenomegalia progressiva

- Leucocitose

Leucemia Mielóide Crônica

Leucemia Mielóide Crônica

Evolução:

Fase Crônica

Fase Acelerada

Fase Blástica

Leucemia Mielóide Crônica

Fase Crônica:

- Dura vários anos

- Aumento de precursores mielóides e células

maduras na medula óssea, sangue periférico e

células extra-medulares

Fase Crônica - Sinais Clínicos:

- Esplenomegalia ou Hepatomegalia

- Letargia

- Anemia

- Sudorese

- Perda de peso

Leucemia Mielóide Crônica

Leucemia Mielóide Crônica

Fase acelerada:

- Dura 4 a 6 meses

- Agravamento da doença

- Aumento das células imaturas em relação às

células diferenciadas

Fase acelerada – Sinais Clínicos:

- Esplenomegalia progressiva

- Refratariedade ao tratamento

- Leucocitose e trombocitose progressiva

- Anemia

Leucemia Mielóide Crônica

Leucemia Mielóide Crônica

Fase blástica:

- Dura poucos meses

- Rápida expansão das células blásticas

mielóides

- Presença de sarcoma granulocítico

Fase Blástica – Sinais Clínicos:

- Intensificação da anemia

- Quadro hemorrágico

- Febre

Leucemia Mielóide Crônica

Diagnóstico:

Leucemia Mielóide Crônica

LABORATORIAL GENÉTICO

Leucemia Mielóide Crônica

Diagnóstico Laboratorial:

- Hemograma:

- Leucocitose variável

- Mielograma:

- Aumento dos precursores granulocíticos

- Diminuição dos precursores eritrocíticos

- Aumento da série megacariocítica

Diagnóstico Laboratorial:

- Reação da Fosfatase Alcalina:

- Presente no citoplasma dos granulócitos, reduz

muito ou desaparece

- Dosagem do Ácido Úrico no sangue:

- Hiperuricemia por excesso de metabolismo

protéico

Leucemia Mielóide Crônica

Diagnóstico Laboratorial:

- Aspirado e biópsia de Medula Óssea:

- Hipercelularidade

- Fibrose Medular

Leucemia Mielóide Crônica

Diagnóstico genético:

- Objetivo:

- Detecção Cromossomo Philadephia (Ph1)

- Detecção do gene/proteína quimérica BCR/ABL

Leucemia Mielóide Crônica

Leucemia Mielóide Crônica

Diagnóstico genético:

- Citogenética padrão

- Hibridização in situ por fluorescência (FISH)

- Reação em cadeia da polimerase (PCR)

Tratamento:

- Baseado em quimioterápicos capazes de

promover a mielossupressão

- Objetivo: obter resposta hematológica seguida

da resposta citogenética

- Ocorre redução da leucocitose, esplenomegalia

e hepatomegalia

Leucemia Mielóide Crônica

Tratamento:

- Classes de medicamentos:

- Agentes Alquilantes

- Inibidores da Síntese de DNA

- Imunomoduladores

- Inibidores da Tirosina Quinase

Leucemia Mielóide Crônica

Tratamento – Agente Alquilante:

Leucemia Mielóide Crônica

BUSULFANMYLERAN - GSK

Leucemia Mielóide Crônica

Tratamento - Imunomodulador:

INTERFERON ALFAPEG INTRON

SCHERING-PLOUGH

Leucemia Mielóide Crônica

Tratamento – Inibidor Tirosina Quinase:

IMATINIBE

Inibidor da tirosina-quinaseGLEEVEC - NOVARTIS

Leucemia Mielóide Crônica

Tratamento alternativo:

DASATINIBESPRYCEL

BRISTOL-MYERS SQUIBB

Leucemia Mielóide Crônica

Tratamento alternativo:

NILOTINIBETASIGNA - NOVARTIS

Leucemia Mielóide Crônica

Tratamento:

- Doação de medula óssea

Requisitos:

- Idade entre 18 – 55 anos

- Bom estado de saúde

Doação de Medula Óssea

Como doar?

- Coleta de 5ml de sangue

- Exame de Histocompatiblidade (HLA)

- Cadastro

Doação de Medula Óssea

Procedimento Cirúrgico:

Doação de Medula Óssea

Onde doar?

HEMEPAR

Travessa João Prosdócimo, 145

Alto da Quinze

Curitiba

CEP: 80060-220

Telefone: (41) 3281-4000 / 4051

Doação de Medula Óssea

Seja o amigo oculto de alguém por toda a

vida.

Referências

CENTRO COCHRANE DO BRASIL. LMC, São Paulo, 2005.

HAMERSCHLAK N. Leukemia: genetics and prognostic factors.

J Pediatr (Rio J). 2008;84(4 Suppl):S52-57doi:10.2223/JPED.1785.

Leucemia. Disponível em: www.bioscience.org. Acesso em:

26/09/10.