28
NOVEMBRO/2011 RELATÓRIO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO CLIENTE: BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL OBRA: IMPLANTAÇÃO DE EDIFÍCIO COMERCIAL LOCAL: RIO DE JANEIRO - RJ

ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

  • Upload
    hadat

  • View
    234

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

NOVEMBRO/2011

RELATÓRIO GEOLÓGICO -GEOTÉCNICO

CLIENTE : BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL

OBRA: IMPLANTAÇÃO DE EDIFÍCIO COMERCIAL

LOCAL : RIO DE JANEIRO - RJ

Page 2: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

2

SUMÁRIO

1 OBJETIVO ...................................................................................................... 3

2 ELEMENTOS DE REFERÊNCIA ............................................................... 4

3 CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-GEOMORFOLÓGICA ........... .... 5

4 CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA LOCAL ......... .... 7

4.1 CAMPANHA DE SONDAGEM ............................................................ 7

4.2 RECONHECIMENTO DE CAMPO E LEVANTAMENTO

BIBLIOGRÁFICO .................................................................................. 10

4.3 SEÇÕES GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS ............................................ 15

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 19

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 20

ANEXO A - BOLETINS DE SONDAGEM .......................................................... 21

Page 3: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

3

1 OBJETIVO

Este documento tem por objetivo apresentar os condicionantes geológico-geotécnicos

para subsídio dos Estudos de Viabilidade Técnica para contenção do terreno necessária para

implantação de Edifício Comercial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social, situado na Av. República do Paraguai, ao lado do número 136, Centro, Rio de Janeiro,

RJ.

A seguir é apresentado um croquis com a locação dos furos de sondagem realizados no

local e indicação das seções consideradas neste estudo.

Figura 1.1 – Locação dos furos de sondagem.

Page 4: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

4

2 ELEMENTOS DE REFERÊNCIA

Para a elaboração deste relatório foram utilizados os seguintes documentos:

• Boletim de sondagem a percussão SP-01 e boletins de sondagem mista (roto-

percussivas) SM-02, SM-03 e SM-04, entre setembro e outubro de 2011;

• TP0111_ANEXOV_PLANTAS_LEVANTAMENTO_TOPOGRAFICO-1;

• TP0111_ANEXOV_SECOES_LEVANTAMENTO_TOPOGRAFICO;

• Visitas técnicas realizadas ao local.

Page 5: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

5

3 CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-GEOMORFOLÓGICA

O objeto do estudo é um terreno localizado na região central da cidade do Rio de

Janeiro, na encosta do “Morro de Santo Antônio”, entre a avenida República do Paraguai e o

Convento de Santo Antônio.

Segundo o Mapa Geológico Simplificado da Região Sul do Município do Rio de Janeiro

(CPRM-DRM/RJ, 2000) (Figura 3.1), esta região possui exposições de litotipos pertencentes

ao Complexo Paraíba do Sul, Suíte Granítica Rio de Janeiro, além de coberturas cenozóicas

coluvionares nas encostas e quaternárias flúvio-marinhas nas áreas baixas.

O Complexo Paraíba do Sul (MNps) pode ser descrito como uma associação de rochas,

caracterizada pela presença de extensas zonas de falhas transcorrentes, com faixas

cataclásticas associadas, intrusões e diversas depressões tectônicas. Na região em estudo as

depressões se encontram preenchidas de sedimentos constituindo o Graben Guanabara. Entre

as rochas aflorantes predominam os biotita-gnaisses e, subordinadamente, rochas

metacarbonáticas, calciossilicáticas e xistos grafitosos.

Essas litologias ocorrem agrupadas e dispostas sob a forma de corpos alongados

segundo a direção NE-SW. A foliação interna é caracterizada por mergulhos suaves a

moderados para NW. O complexo encontra-se freqüentemente injetado por granitóides

discordantes à foliação metamórfica mais antiga. Também são descritas injeções de aplitos

graníticos e pegmatitos subparalelos à foliação principal.

Na Suíte Rio de Janeiro (Nγ2r), que inclui diversos granitóides foliados e ortognaisses,

foram mapeadas unidades de caráter magmático contendo xenólitos de paragnaisses e

intrusões de diques aplíticos tardios. Pode ser dividida em três litotipos diferentes, os granitos

Pão de Açúcar e Corcovado e o leucogranito gnáissico Cosme Velho.

A cobertura coluvionar, decorrente do desenvolvimento de solos residuais de gnaisses e

granitos, ocupam as partes mais altas das encostas e das vertentes ou, constituindo depósitos

de tálus, quando instabilizadas por movimentos gravitacionais de massas.

Nas áreas baixas da região central da cidade do Rio de Janeiro, ainda podem ser

encontradas coberturas quaternárias (Qphm) decorrentes da sedimentação marinha e flúvio-

Page 6: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

6

lagunar. Esses estratos são compostos por areia, silte argiloso, por vezes aparecem camadas

muito ricas em matéria orgânica nesse substrato.

A seguir é apresentado o mapa geológico da cidade do Rio de Janeiro. A área em estudo

encontra-se dentro do retângulo destacado na Figura 3.1, próximo ao Aeroporto Santos

Dumont.

Figura 3.1 – Mapa geológico da cidade do Rio de Jan eiro. Extraído do mapa geológico do Estado do Rio de Janeiro CPRM.

Page 7: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

7

4 CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA LOCAL

4.1 Campanha de sondagem

Foi executada uma sondagem a percussão (SP-01) de acordo com as recomendações da

NBR 6484 (“Solo - Sondagens de simples reconhecimentos com SPT - Método de ensaio”),

perfazendo um total de 36,80m, e três sondagens mistas (SM-02, SM-03 e SM-04), sendo

34,89m de percussão em solo e 39,06m de rotativa em rocha ou saprolito.

Durante a execução das sondagens a percussão foram registradas as resistências

oferecidas pelo solo à cravação do amostrador padrão tipo Terzaghi & Peck, de 1.3/8” e 2” de

diâmetro interno e externo, respectivamente. O resultado destas medidas (SPT), expressa em

número de golpes de um peso de 65 kg, caindo de uma altura padrão e constante de 75cm,

necessários à penetração de 30 cm do amostrador após uma penetração inicial de 15cm,

encontra-se à direita do log de cada sondagem.

No perfil individual de cada sondagem encontram-se assinalados a profundidade de

mudança de camada e de paralização, os valores de SPT, a classificação geológica-geotécnica

e o nível d’água encontrado. As amostras coletadas durante a cravação do amostrador das

sondagens a trado foram submetidas à classificação táctil-visual, procedimento usual em

sondagens de simples reconhecimento.

A descrição dos maciços rochosos é feita através de observação direta dos testemunhos

obtidos pelas manobras de avanço da perfuração. A qualidade desta descrição depende da

quantidade de amostra obtida na sondagem (recuperação) tal como da qualidade da

amostragem. A descrição das amostras compreende as características litológicas, grau de

alteração, coerência e descontinuidades.

As amostras de solo e rocha recuperadas durante os ensaios estão se encontram

disponíveis para análise do cliente, conforme sua conveniência. As amostras ficarão sob

custódia pelo prazo de 90 dias (três meses) após a data de emissão do presente relatório. Após

esse período sua guarda ficará a critério do cliente.

Na tabela a seguir é apresentado um resumo das sondagens realizadas.

Page 8: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

8

Tabela 4.1 – Resumo das sondagens

N E

SP-01 7.465.598,37 686.692,94 37,32 36,80 36,80 -

SM-02 7.465.610,50 686.666,48 29,04 35,62 12,12 23,50

SM-03 7.465.632,85 686.659,93 34,77 13,65 8,09 5,56

SM-04 7.465.590,56 686.656,34 16,02 24,68 14,68 10,00

CoordenadasCota (m)Sondagem

Profundidade

atingida (m)

Perfuração

em solo (m)

Perfuração em

saprolito/rocha (m)

A sondagem SP-01, executada na crista do talude, apresentou camada vegetal

superficial com 20cm de espessura, a seguir foi encontrado solo coluvionar composto por

areia fina a média, siltosa, pouco micácea, pouco a mediamente compacta, até 2,0m de

profundidade. A seguir foi detectado solo residual laterizado de silte arenoso, micáceo, com

estruturas reliquiares preservadas, mediamente a muito compacto, com 13,0m de espessura.

Abaixo desta camada encontra-se solo residual saprolítico, silto-arenoso, micáceo, muito

compacto, com estruturas reliquiares preservadas e apresentou sinais de oxidação em micro-

fraturas preenchidas com argila, entre 15,0 e 16,0m de profundidade. Esta camada se estendeu

até o final do furo a 36,8m de profundidade, quando a perfuração foi paralisada pelo critério

de impenetrabilidade definido pelo ensaio de lavagem por tempo.

O furo SM-02, localizado na porção intermediária do talude, entre a primeira e a

segunda linha de tirantes existentes (de cima para baixo), apresentou camada superficial de

solo coluvionar/residual laterizado composto por silte, medianamente compacto a compacto,

até 5,0m de profundidade. Abaixo desta camada foi detectado solo residual laterizado, silto-

arenoso, muito compacto, com estrutura reliquiar preservada (foliação subvertical), com

7,12m de espessura. A perfuração prosseguiu atravessando saprolito de biotita-gnaisse (com

solo de alteração silto-arenoso, muito micáceo), com estrutura reliquiar preservada e foliação

subvertical.

A sondagem SM-03, localizada na crista do talude dentro da delimitação do lote B-1 (os

demais furos encontram-se dentro do lote 1), abaixo da cobertura vegetal (de 20cm de

espessura), apresentou solo coluvionar/solo residual laterizado, silto-arenoso, compacto, até

1,8m de profundidade. Sotoposto a esta camada, foi detectado solo residual laterizado,

arenoso (com silte e pedregulhos entre 3,00 e 8,09m de profundidade), muito compacto, com

estruturas reliquiares preservadas, até 8,09m de profundidade. A seguir a perfuração

atravessou um granitóide foliado, muito a extremamente alterado, pouco coerente, com

Page 9: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

9

descontinuidades subverticais, até o final da sondagem a 13,65m de profundidade. A rocha

apresentou recuperação variando entre 70 e 92% e RQD entre 15 e 63%.

O furo SM-04, executado na porção inferior do talude, abaixo da camada de cobertura

vegetal (com 20cm de espessura), apresentou solo coluvionar, silto-arenoso, mediamente

compacto a compacto, até 2,1m de profundidade. Abaixo desta camada encontra-se solo

residual laterizado, silto-arenoso, compacto a muito compacto, com estruturas reliquiares

preservadas e foliação subvertical, com 12,58m de espessura. A seguir a perfuração

atravessou saprolito de biotita-gnaisse, extremamente fraturado, com estrutura reliquiar

preservada, foliação subhorizontal, até o final da sondagem a 24,68m de profundidade.

O nível d’água do lençol freático não foi detectado quando da realização das sondagens.

Foto 4.1 – Caixa de testemunhos da SM-03.

Page 10: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

10

4.2 Reconhecimento de Campo e Levantamento Bibliográfico

A partir da interpretação do Mapa Geológico do Estado do Rio de Janeiro (CPRM-

DRM/RJ, 2000), de bibliografia pertinente e de visita à área, pôde-se depreender que o Morro

de Santo Antônio pertence a uma região ocupada por litologias do Complexo Paraíba do Sul

(MNps), em contato com um dos corpos graníticos da Suíte Granítica Rio de Janeiro (Nγ2r),

que afloram em uma zona de ocorrência de falhas tectônicas que atravessam ambas as

unidades geológicas.

A região central da cidade do Rio de Janeiro está inserida no contexto geológico do

Graben da Guanabara. Trata-se de uma feição geológico-estrutural, formada por abatimento

topográfico em relação à Serra do Mar, gerada durante o Paleoceno. A evolução tectônica

dessa grande estrutura regional foi caracterizada por eventos de deformação rúptil que

afetaram diques de diabásio, derivados do magmatismo toleítico, relacionado ao início do

Cretáceo, e de rochas alcalinas, associadas ao magmatismo alcalino que ocorreu no Eoceno

Inferior. Neste período geológico, durante o estágio final do magmatismo, foram geradas

falhas com formação de brechas e processos de silicificação.

O Morro de Santo Antônio é formado em parte por um apêndice do grande corpo do

Granito Corcovado (Nγ2r-co) adjacente, encaixado entre os biotita-gnaisses do Complexo

Paraíba do Sul (leptinitos do MNps), em contato com uma faixa de brecha tectônica

silicificada. Nas sondagens executadas, essas litologias foram encontradas em estado de

alteração variados, em função dos diferentes constituintes petrográficos das unidades

geológicas aqui descritas e, principalmente, pela influência da descontinuidade tectônica que

atravessa as litologias, criando uma zona preferencial de percolação de água, graças à alta

permeabilidade do material constituinte, aprofundando o horizonte de intemperismo.

O Granito Corcovado é um granito com granada, biotita e muscovita, com textura

megaporfirítica, apresentando superposições de foliações. Nessa rocha é comum a presença de

xenólitos e restitos de paragnaisse da encaixante, bem como diques tardios de aplitos e

leucogranitos. Esta caracterização se encaixa na descrição das amostras de rocha obtidas na

SM-03.

O biotita-gnaisse (leptinito) do Complexo Paraíba do Sul é um paragnaisse de coloração

escura gradando a migmatito, rico em biotita. No local, em sondagens ou afloramentos, não

Page 11: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

11

foram obtidas amostras de rocha sã. Entretanto, as sondagens atravessaram saprolito ou solo

saprolítico com a foliação original preservada e em alguns pontos da encosta pôde-se observar

o gnaisse saprolitizado conservando a estrutura original da rocha (Foto 4.2).

No reconhecimento de campo, próximo à área de interesse, foi encontrado um corte

subvertical que expôs a brecha de falha ou zona cisalhada, preenchida pelos materiais

litológicos adjacentes. Trata-se de blocos granitóides foliados e gnaisses das unidades

geológicas mapeadas na região, aglutinadas por material silicático fluido intrudido

posteriormente. Essa brecha tectônica foi formada pelo efeito distensivo do movimento

crustal, criando vazios entre as rochas originais, desabamento e acúmulo de fragmentos das

rochas vizinhas, onde, posteriormente, material silicático e veios de rocha máfica

preencheram os espaços entre os termos litológicos (Fotos 4.3 e 4.4).

Foto 4.2 – Saprolito de biotita-gnaisse exibindo fo liação reliquiar e processo

migmatização, sob solo superficial.

Page 12: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

12

Foto 4.3 – Brecha tectônica com intrusão de materia l silicático entre blocos de gnaisse

Page 13: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

13

Foto 4.4 – Exposição de brecha de falha tectônica.

A Figura 4.1 apresenta o mapa geológico modificado de DNPM-MME (1993), (CPRM-

DRM/RJ, 2000). Na parte superior da figura um paralelogramo representa, aproximadamente,

a localização da área de interesse. Em função da escala utilizada na elaboração do mapa

(1:50.000), não estão representadas as litologias observadas nos trabalhos de campo.

Page 14: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

14

Figura 4.1 – Mapa geológico da cidade do Rio de Jan eiro. Extraído do mapa geológico do Estado do Rio de Janeiro CPRM (recorte do mapa apre sentado na Figura 3.1).

Área em estudo

Page 15: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

15

4.3 Seções Geológico-Geotécnicas

Foram elaboradas duas seções geológico-geotécnicas a partir dos perfis individuais das

sondagens, conforme planta do local com a locação das investigações.

As sondagens definiram a existência de horizontes geotécnicos que não se relacionam

diretamente com a geomorfologia, ou seja, as condicionantes geológico-estruturais do

substrato rochoso interferiram substancialmente na configuração final do perfil de alteração

do terreno.

A sondagem executada na parte mais elevada do morro (SP-01), próximo ao muro do

convento, mostrou uma espessura com cerca de 15m de solo laterizado e solos saprolíticos

menos resistentes do que em outras sondagens. Até a profundidade (36,8m) onde foi

executado o ensaio de lavagem por tempo, a foliação manteve-se sub-horizontalizada.

A sondagem executada próximo ao nível da rua (SM-04), na base da encosta,

apresentou algumas semelhanças com a sondagem feita no topo. O solo laterizado tem cerca

de 12m de espessura e a foliação também apresenta-se horizontalizada. O saprolito e o solo

saprolítico apresentaram padrão de resistência relativamente superior do que na parte mais

alta da encosta, mas ambos podem ser caracterizados por materiais de alteração de rocha

biotita-gnáissica, micácea, foliação sub-horizontal, muito compacta, muito fraturada.

Nas sondagens executadas à meia encosta (SM-02 e SM-03) é que se verificaram as

anomalias de natureza geológica. A SM-02 apresentou uma espessura de solo laterizado

inferior a 5m e um horizonte espesso de saprolito de rocha gnáissica, desde 10m de

profundidade até a profundidade final da sondagem (35,62m).

A Seção A foi interpretada a partir das sondagens SP-01e SM-04. Amostras obtidas na

SM-02 inferem a existência de uma estrutura geológica no local. Fica evidente, a partir da

constatação da variação brusca da foliação neste setor da encosta, que ocorreu um dobramento

no biotita-gnaisse ou basculamento de blocos de rocha, em função de descontinuidade

estrutural (falhamento, injeção, dique, etc).

Na Seção B a interpretação geológica pôde ser caracterizada com mais segurança, dada

a existência em campo de evidência de uma zona de brecha de falha, correlacionável com

eventos relatados em outros trabalhos executados no Gabren da Guanabara. Dessa forma, foi

Page 16: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

16

inferida a existência de uma faixa de falha subvertical, preenchida por brecha, com orientação

aproximada N75E, cortando o terreno entre as sondagens SP-01 e SM-03. A partir das

observações na área e vizinhanças, e da interpretação dos resultados obtidos pelas

investigações de campo, o limite sul da faixa de ocorrência da brecha tectônica estaria

próximo a SM-04 e o limite norte próximo a SM-03.

A SM-03 apresenta o contato entre solo saprolítico com estruturas reliquiares

preservadas e a rocha granitóide foliada, com megaclastos, restitos e xenólitos da rocha

encaixante.

A Foto 4.5 ilustra a foliação sub-horizontal do biotita-gnaisse.

Foto 4.5 – Detalhe da foliação subhorizontal da bio tita gnaisse.

A seguir são apresentados os perfis geológico-geotécnicos transversal (Seção A) e

longitudinal (Seção B) do maciço.

Page 17: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

17

Figura 4.2 – Perfil Geológico-Geotécnico transversa l (Seção A).

Page 18: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

18

Figura 4.3 – Perfil Geológico-Geotécnico longitudin al (Seção B).

Page 19: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

19

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A interpretação das seções geológico-geotécnicas, a partir dos perfis individuais das

sondagens, definiu também a correlação com compartimentos geotécnicos, no que se refere à

natureza do material e sua escavabilidade.

Dessa forma, podemos distinguir três compartimentos: aquele onde há predomínio de

solos derivados da alteração do biotita-gnaisse, gerando materiais de primeira e segunda

categoria; aquele onde há predomínio do material relacionado à brecha de falha, com a

presença de blocos de rocha em meio a uma matriz de solo de alteração e saprolito, definindo

principalmente material de segunda categoria e, finalmente, um setor onde foi constatada a

existência de granito foliado a partir de 8,0m de profundidade, determinando a existência de

um compartimento com material de terceira categoria.

Page 20: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

20

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE GEOLOGIA DE ENGENHARIA. “Geologia de

Engenharia”, São Paulo, 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484 “Solo -

Sondagens de simples reconhecimentos com SPT - Método de ensaio”, Rio de Janeiro, 2001.

FERRARI, A. L. 2001. Evolução Tectônica do Graben da Guanabara. São Paulo, Tese

de Doutorado, Instituto de Geociências, Universidade São Paulo. 412 p.

SILVA, L.C.; SANTOS, R.A.; DELGADO, I.M.; CUNHA, H.C.S. 2000. Mapa

Geológico do Estado do Rio de Janeiro (Escala 1:500.000). CPRM. Mapa.

Page 21: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

21

ANEXO A - Boletins de sondagem

Page 22: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

22

Page 23: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

23

Page 24: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

24

Page 25: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

25

Page 26: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

26

Page 27: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

27

Page 28: ANEXO Ic - Relatório Geológico-Geotécnico

28