Anexos - Mod.Petições

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1. MODELOS DE PETIES esclarecimentos: 2. Penso por Morte Inicial Via Judicial 3. Aposentadoria por Idade do Segurado Especial Inicial Via Judicial 4. Auxlio-recluso Inicial Via Administrativa 5. Auxlio-recluso Inicial Via Judicial 6. Benefcio Assistencial (LOAS) Inicial Via Judicial 7. Revisional de Benefcio Inicial Via Judicial 8. Revisional de Benefcio Contestao Via Judicial 9. Revisional de Benefcio Impugnao Contestao 10. 11. 12. Justificao Administrativa Inicial Justificatria Inicial Via Judicial Justificatria Ex-combatente Inicial Via Judicial

13. Aposentadoria por Invalidez/Auxlio-Acidente Inicial Via Judicial 14. Indenizatria Aposentadoria por Invalidez Inicial Via Judicial 15. Acidente do Trabalho Indenizao Inicial Propositura pelo Ministrio Pblico 16. Revisional de Rito Sumrio para apreciao da deciso pela Junta de Recursos do INSS Inicial Via Judicial 17. Concesso de Auxlio-Acidente Razo de Recurso de Apelao formulada Junta de Recursos do INSS Via Administrativa 18. Mandado de Segurana Tempo de Servio Periculosidade Aposentadoria Especial Via Judicial 19. Apropriao Indbita Alegaes Finais Via Judicial

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20.

Anulatria de Lanamento Fiscal Inicial Via Judicial

1. MODELOS DE PETIES esclarecimentos:Apresenta-se, a seguir, alguns modelos de peties voltados rea previdenciria. importante destacar que alguns dos modelos so baseados em peas verdicas, mas alterando-se nomes, lugares, situaes e demais dados para preservar a identidade dos envolvidos. Outros so baseados em modelos de obras citadas na bibliografia, com algumas modificaes de dados (alm de acrscimos e respectivas atualizaes). Assim sendo, pede-se desculpas aos autores das obras originais em que se basearam tais modelos, pois a inteno nica e exclusiva deste livro tentar passar uma breve noo queles que pretendem conhecer um pouco de Direito Previdencirio.

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2. Penso por Morte Inicial Via Judicial

Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal da Seo Judiciria de Franca/SP.

Muita gente no se recorda de que o po alvo sobe mesa custa do suor de quantos mergulham as mos no barro da gleba, a fim de que a semente possa frutificar.(Emman ue l psi c . C hi c o X avie r)

Processo n

KELLY C. S., brasileira, menor impbere nascida em 10/01/1989, devidamente representada por sua me ANA R. S., brasileira, viva, do lar,portadora do RG n 12.345.678 SSP/SP e do CPF n 987.654.432-10, ambas residentes e domiciliadas em Franca/SP, na Rua X, n 456 Bairro Aeroporto III, assim como esta em causa prpria para defender seus interesses, por intermdio de seu(s) advogado(s) e procurador(es) firmatrio(s), vm mui respeitosamente ante honrosa presena de Vossa Excelncia propor a presente

Ao de Benefcio Previdencirio (Penso por Morte)(com T U T E L A A N T E C I P A D A ) contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), rgo previdencirio, com sede nesta cidade de Franca/SP Rua V.F., n 1186 Centro, pelos motivos fticos e de direito abaixo expostos. 1. A Sr. Ana casou-se sob o regime de Separao de Bens com o Sr. SLVIO A. B. S., no ano de 1982 (documento anexo). 2. No dia 25 de fevereiro do corrente ano, o Sr. Slvio faleceu (Certido de bito anexa), deixando como dependentes, alm da esposa, seus filhos Kssio e Kelly (documento anexo), sendo que Kssio j completou a maioridade.

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3. Conforme se verifica pela Carteira de Trabalho e Previdncia Social (cpia inclusa), o Sr. Slvio, segurado do INSS, comeou a laborar muito cedo, trabalhando registrado com os seguintes empregadores: a) Alceu L. O., no municpio de So Jos da Bela Vista/SP, em 1/11/73, trabalhando em estabelecimento agropecurio (Fazenda Cantareira da Bela Vista) no cargo de servios diversos. Permaneceu at 31/08/1975. b) Hlio O. S., no municpio de Franca/SP, na funo de servios gerais, no perodo de 1/05/1977 a 1/01/1978. c) Lus T. V., no municpio de Franca/SP (Stio N. Sr da Aparecida), na funo de servios diversos da lavoura, no perodo de 1/02/1978 a 01/01/1979. d) Kaffs Agropecuria S/A, no municpio de Franca/SP, na funo de tratorista, no perodo de 1/09/1979 a 28/08/1980. e) Quibeb Depsito de Bebidas Ltda., no municpio de Franca/SP, na funo de ajudante de motorista, no perodo de 23/09/1980 a 09/01/1981. f) Geraldo C. F., no municpio de Ribeiro Corrente/SP (Stio So Geraldo da Cachoeirinha), na funo de servios gerais, retireiro e tratorista, no perodo de 1/07/1982 a 24/02/1984. g) Domingos D. P., no municpio de Restinga/SP (Chcara Laranjeiras), na funo de servios diversos, no perodo de 1/03/1984 a 23/08/1984. h) Adolfo L. B. G., no municpio de Barrinha/SP (Stio Barro Vermelho), na funo de servios gerais, no perodo de 1/09/1984 a 30/11/1984. i) Luiz R. T., no municpio de Ribeiro Corrente/SP (Fazenda gua Turva), na funo de servios diversos na lavoura, no perodo de 1/03/1985 a 30/06/1985. j) Ademir C. J., no municpio de Ribeiro Corrente/SP (Stio Flor do Caf), na funo de servios diversos na lavoura, no perodo de 02/07/1985 a 31/07/1986. k) Carlos M. W., no municpio de Barrinha/SP (Fazenda Sobradinho), na funo de tratorista, no perodo de 1/08/1986 a 07/03/1987. l) Jos N. G., no municpio de Franca/SP, na funo de ajudante de pedreiro, no perodo de 15/06/1988 a 30/12/1988. m) Transportare Transp. e Serv. Ltda., no municpio de Franca/SP, na funo de ajudante, no perodo de 1/08/1989 a 07/02/1996. n) Marcelo P. B. e Daniel P. B., no municpio de Franca/SP, na funo de faxineiro, no perodo de 03/01/2000 a 30/03/2000.

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o) Joaquim R. S. (empreiteiro de obras) Rua J, n 1223 Franca/SP, na funo de pedreiro, no perodo de 14/01/2002 a 25/02/2002. 4. Conforme demonstram os documentos anexos, o de cujus trabalhou at o ltimo dia de sua vida. O Boletim de Ocorrncia de Verificao de bito, por exemplo, demonstra que o Sr. Slvio ... estava trabalhando em uma construo, onde passou mal. Socorrida pelo resgate, a vtima chegou Santa Casa com parada cardaca, vindo a falecer. (...) (trecho do B.O. n 000999/2002, elaborado pelo 2 Distrito Policial de Franca/SP) (grifos nossos). 5. Sendo assim, as Autoras ingressaram na Justia Trabalhista para reaver os direitos (cpia do acordo homologado em juzo anexa), tal como o saldo de salrio, anotao na Carteira de Trabalho e Previdncia Social (CTPS), etc. Vale destacar que o de cujus no momento do bito no estava registrado. Em audincia realizada na Justia do Trabalho, houve o registro em Carteira retroativo a data anterior ao bito, com a cientificao do INSS. 6. Destarte, verifica-se que no tocante Penso por Morte a pretenso das Autoras amparada pela legislao ptria. Vejamos: Lei 8213/91 Art. 26. Independe concesso das seguintes prestaes: de carncia a

I - penso por morte, auxlio-recluso, salrio-famlia e auxlio-acidente; (Redao dada ao inciso pelaLei n 9.876, de 26.11.1999, DOU 29.11.1999)

(...) Art. 74. A penso por morte ser devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou no, a contar da data: (Redao dada ao "caput"pela Lei n 9.528, de 10.12.1997)

I - do bito, quando requerida at trinta dias depois deste; (Inciso acrescentado pela Lei n 9.528,de 10.12.1997)

II - do requerimento, quando requerida aps o prazo previsto no inciso anterior; (Inciso acrescentadopela Lei n 9.528, de 10.12.1997)

III morte10.12.1997)

-

da

deciso

judicial,pela Lei

non

caso9.528,

dede

presumida.

(Inciso (...)

acrescentado

Art. 76. A concesso da penso por morte

no ser protelada pela falta de habilitao de outro possvel dependente, e qualquer inscrio ou habilitaoposterior que importe em excluso ou incluso de dependente s

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produzir efeito a contar da data da inscrio ou habilitao.

(grifamos) 7. Aristeu de Oliveira, em sua obra, ensina que: O valor da penso por morte, inclusive a decorrente de acidente de trabalho, consistir numa renda mensal correspondente a 100% (cem por cento) do salrio-de-benefcio. O valor da penso por morte no pode ser inferior a 100% (cem por cento) do salrio mnimo nem superior ao limite mximo do salrio-de-contribuio. (in Manual Prtico da Previdncia Social 8 edio, Ed. Atlas/2000; S. Paulo. Pg. 653) 8. Assim, atendidas as disposies da Lei n 8.213/91, que diz que a Penso por Morte independe de carncia (Decreto 611/92), bastando a simples filiao no INSS, as Requerentes ingressaram com o pedido pela via administrativa (nmero de benefcio 123.456.789-0), em 06/05/02. 9. Porm, as Requerentes surpreenderam-se com a resposta do rgo previdencirio, que negou o benefcio (documento anexo). Pela Comunicao de Deciso (datada de 13/05/2002), o INSS indeferiu a concesso do benefcio, fundamentando seu decisium , absurdamente, no fato de que o de cujus no era filiado da Previdncia Social. 10. Conforme acostam os citados documentos, o Sr. Slvio laborava no momento de seu bito para o empreiteiro Joaquim R. S., em imvel pertencente ao casal Valdina O. S. G. e Adenilson G., localizado nesta cidade de Franca/SP Rua A, n 987 Jdm. Guanabara (Boletim de Ocorrncia anexo). 11. de se destacar que esse fato foi referendado em audincia realizada na 1 Vara do Trabalho de Franca/SP (processo n 00456-2002-01515-00-1 RTS cpia da sentena anexa). 12. Todavia, o INSS no apenas negou o benefcio, como tambm apresentou uma Certido Negativa de Dependentes. Ora, Excelncia, evidente est a m-f do Requerido em negar o benefcio somente porque o falecido trabalhou registrado em seu ltimo emprego por perodo de 42 (quarenta e dois) dias. A legislao ptria clara no sentido de que a PENSO POR MORTE INDEPENDE DE TEMPO DE CARNCIA. 13. Assim, a Autarquia Previdenciria afrontou a Justia, uma vez que absurdamente negou o reconhecimento da relao empregatcia em sentena trabalhista transitada em julgado. Destaque-se, ainda, que o INSS foi intimado do decisium e nada manifestou naquela ocasio. 14. Diante do exposto:

A) Com fundamento na Lei n 8213/91, requer-se a citao do ru na pessoa de seu representante legal para que acompanhe, querendo, a presente ao, que ao final dever ser julgada procedente para condenar o Requerido a conceder para as Autoras a PENSO POR MORTE, a contar do bito do Sr. Slvio, ou ainda da propositura do pedido pela via administrativa (conforme o prudente arbtrio de Vossa Excelncia), bem como assistncia mdica, previdncia e demais benefcios

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assegurados pela citada lei, condenando o Requerido em custas processuais, honorrios advocatcios a serem fixados em 20% (vinte por cento) sobre o valor total das prestaes em atraso mais um ano das vincendas e demais cominaes de direito. B) Requer-se, ainda, o deferimento de tutela antecipada para que as Requerentes passem a receber imediatamente o benefcio previdencirio, tendo em vista que o falecido era quem mantinha as Autoras, encontrando-se as mesmas atualmente em estado precrio, passando por inmeras dificuldades (inclusive de natureza alimentar), conforme demonstram os documentos anexos. C) Protesta-se pela produo de prova documental, testemunhal (cujo rol ser oportunamente oferecido), pericial, inspeo judicial e de todos os meios probantes em direito admitidos, ainda que no especificados no CPC, desde que moralmente legtimos (art. 332 do CPC) e obtidos de forma lcita (C.F., art. 5, inciso LVI), especialmente depoimento pessoal do Representante do Ru, sob pena de confisso, se no comparecer, ou, comparecendo, se negar a depor (art. 343, 1 e 2, CPC). D) Requer-se, ainda, que seja concedido o benefcio da Justia Gratuita, nos termos do artigo 5, inciso LXXIV, da Constituio Federal e da Lei 1.060/50, visto que as requerentes so pobres na acepo jurdica do termo (declarao de situao econmica em anexo). E) D-se causa o valor de R$ (...).

Termos em que Pede e Aguarda Deferimento. Local, (...data...). P.p. _____________________ Tiago Faggioni Bachur OAB/SP 000.001

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3. Aposentadoria por Idade do Segurado Especial Inicial Via Judicial

Excelentssimo Senhor Doutor Juiz da Federal de Franca (SP).

Vara

Processo n

GRAA MARIA T., brasileira, casada, RG n. 22.222.2222 e CPF n. 333.333.333-33, residente e domiciliada nesta cidade de Franca/SP, na Av. F, n. 434, Bairro Santa Cruz, vem, mui respeitosamente presena de V. Ex., por sua advogada e procuradora infra-assinada, para propor a seguinte :

AO ORDINRIA DE APOSENTADORIA POR IDADE DE SEGURADO ESPECIALcom amparo nos artigos 48 e segs. da Lei n 8.213/91, em face do

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, rgoprevidencirio com sede nesta cidade , Rua Voluntrios da Franca SP, n 1186 Centro, CEP 14.400-490, ante os motivos fticos e jurdicos que passa a aduzir: 1. A autora da presente ao nasceu em 14 de dezembro de 1934 (documento anexo). 2. A requerente sempre trabalhou na fazenda, sendo que aps se casar passou a ajudar o marido na plantao e comercializao de caf. 3. A autora, com 70 (setenta) anos de idade e sem condies de continuar trabalhando, requereu ao INSS aposentadoria por idade, mas seu pedido foi indeferido, conforme comprova documento anexo. 4. Por outro lado, o marido da requerente, nas mesmas condies que ela, teve sua aposentadoria concedida, apresentando como prova do

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exerccio da atividade rural as notas de venda do caf em seu nome (documentos em anexo). 5. Em primeiro lugar, cumpre observar-se que a autora sempre trabalhou em regime de economia familiar, enquadrando-se, portanto, na categoria de segurado especial da Previdncia Social. Regime de economia familiar, conforme o art. 9, 5, do Regulamento da Previdncia Social, a atividade em que o trabalho dos membros da famlia indispensvel prpria subsistncia e exercido em condies de mtua dependncia e colaborao, sem utilizao de empregado. No caso sub judice, a autora e seu marido trabalhavam sozinhos na plantao e comercializao do caf, sendo que o produto desse trabalho era indispensvel sobrevivncia da famlia. Portanto, evidente que a atividade exercida por eles era em regime de economia familiar. As pessoas que exercem tal atividade so consideradas segurados especiais, segundo o art. 9, inciso VII, do diploma legal citado acima: Segurado especial - o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatrio rurais, o pescador artesanal e seus assemelhados, que exeram suas atividades individualmente ou em regime de economia familiar, com ou sem auxlio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cnjuges ou companheiros e filhos maiores de dezesseis anos de idade ou a eles equiparados, desde que trabalhem comprovadamente com o grupo familiar respectivo. Assim, tendo os cnjuges trabalhado na plantao, colheita e comercializao do caf em regime de economia familiar, so eles segurados especiais da Previdncia Social. 6. Em relao aquisio da qualidade de segurado, no caso de segurado especial, basta demonstrar-se o exerccio da atividade rural. Corroborando esse entendimento: O trabalhador rural, ele mesmo, individualmente considerado, deve, para que albergado na seguridade social, unicamente demonstrar o exerccio da atividade rural (...). 7. Para comprovar o exerccio da atividade rural, a mais clebre doutrina entende que a dificuldade de obter documentos nesse caso tem feito com que os Tribunais aceitem os mais diversos tipos de prova, desde que hbeis e idneos para comprovar o trabalho exercido pelo segurado. Assim lecionam os Ilustres Doutrinadores Carlos Alberto Pereira de Castro e Joo Batista Lazzari, in Manual de Direito Previdencirio, 3 ed., p. 547: Quanto s provas a serem apresentadas por quem trabalha em regime de economia familiar, deve-se levar em conta a dificuldade do interessado,

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no raras vezes pessoa humilde e de pouca instruo, em obter documentos em seu nome para que tenha reconhecido o tempo de servio prestado. Os Tribunais tm aceito as mais diversas provas, desde que hbeis e idneas, devem, entretanto, representar um conjunto, que , quando integradas, levem convico de que efetivamente houve a prestao do servio. O fato de o autor no possuir todos os documentos da atividade agrcola em seu nome no elide o seu direito ao benefcio postulado, pois como normalmente acontece no meio rural, os documentos de propriedade e talonrios fiscais so expedidos em nome de quem aparece frente aos negcios da famlia. Nesse caso, os documentos do pai caracterizam-se como prova material indireta, hbil comprovao do tempo de servio rural prestado em regime de economia familiar. Igualmente servem de incio de prova da atividade laboratcia rural o registro da qualificao agricultor ou lavrador nos documentos militares (alistamento ou certificado de reservista) ou certides de casamento. Nesse sentido: Embargos Infringentes na Apelao Cvel n. 97.04.32342-5, TRF da 4 Regio, 3 Turma, rel. Juiz Edgar Lippmann Jnior, DJU de 10.3.99, p. 790; (AC n. 97.04.41829-7, TRF da 4 Regio, rel. Juiz Nylson Paim de Abreu, 6 Turma, Julg., em 4.11.97, publ. em 19.11.97). Portanto, os documentos utilizados para comprovar o exerccio da atividade rural do marido da requerente, ou seja, as notas de venda do caf em seu nome servem como prova indireta para a comprovao do tempo de servio dela. 8. Por fim, para a concesso da aposentadoria por idade de trabalhador rural, necessrio o preenchimento de dois requisitos: idade mnima de 55 (cinqenta e cinco) anos para mulher e comprovao do exerccio da atividade rural. No caso em tela, a segurada possui mais de 55 (cinqenta e cinco) anos de idade e tem como comprovao do exerccio da atividade rural os documentos apresentados por seu marido quando de sua aposentadoria. Se seu marido conseguiu a aposentadoria por idade em razo do trabalho em regime de economia familiar, no pode o mesmo benefcio ser indeferido autora, vez que esta exerceu a mesma atividade. Dessa forma, tem a requerente direito a receber a aposentadoria por idade na qualidade de segurada especial da Previdncia Social, j que preenche todos os requisitos legais. Ante o exposto, requer-se: a) a citao do ru INSS, na pessoa de seu representante legal, para que acompanhe e, querendo, conteste a ao, sob pena de confisso e revelia; b) a prioridade no trmite do processo, nos termos da Lei n. 10.741/03; c) os benefcios da Assistncia Judiciria, nos termos da Lei n 1.060/50, por ser a requerente pessoa pobre na acepo do termo;

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d) que ao final seja a presente JULGADA PROCEDENTE para condenar o requerido a conceder autora a aposentadoria por idade, a contar da data do aforamento da presente ao, condenando o ru em custas processuais e honorrios advocatcios. Requer-se a produo das provas testemunhal e pericial, protestando pela produo das outras que se fizerem necessrias. D-se presente o valor de R$ (...) para os fins de direito. Nestes Termos, P. Deferimento. Local, (...data...) P.p. Maria Lucia Aiello OAB/SP 000.002

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4. Auxlio-recluso Inicial Via Administrativa

Ilmo. Sr. Gerente Regional da Agncia da Previdncia Social de ....

JENESVALDO

JUSCILEIDE H. B. S., JOSIVNIO H. B. S., H. B. S. e JANESCLEVERSON H. B. S., menores impberes nascidos

respectivamente em 12/08/1994, 13/07/1995, 28/09/1996 e 07/11/1997, devidamente representados por sua me FRANCISLEIDE H. B., brasileira, solteira, sapateira, portadora do RG n 001.377.666-0 e do CPF n 111.999.666-55, residentes e domiciliados em Franca/SP Rua D, n 2388 Jardim Pulicano, assim como esta em causa prpria, por intermdio de seu(s) advogado(s) e procurador(es) firmatrio(s), vm mui respeitosamente ante honrosa presena de Vossa Senhoria requerer

Auxlio-Reclusonos termos do artigo 80 e seguintes da Lei n 8213/91 e do art. 116 e seguintes do Decreto n 3048/99, ante os fatos e fundamentos abaixo explicitados. Francisleide vive maritalmente com JEANILTON S., brasileiro, vivo, pintor de paredes, portador do RG n 454.989.77 e do CPF n 200.300.400-11, desde abril de 1994, sendo que dessa relao nasceram os quatro filhos do casal, conforme demonstram as anexas certides de nascimento. Ocorre que Jeanilton encontra-se recolhido no presdio local desde o dia 27 de agosto do corrente ano, condenado a cumprir pena de recluso em regime inicialmente fechado pelo prazo de 7 (sete) anos e 3 (trs) meses, conforme comprova a inclusa cpia da sentena com trnsito em julgado e o respectivo Mandado de Priso. Na circunstncia da priso, o recluso era empregado da empresa Construtora Pau a Pique Ltda., auferindo a renda mensal de R$ (...) cpia da Carteira de Trabalho e Previdncia Social (CTPS) anexa.

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Assim, face ao exposto, requer-se que lhes seja concedido o auxlio-recluso, desde a data da deteno, de acordo com a Lei n 8213/91 (art. 80) e o Decreto n 3048/99 (art. 116). Nestes termos, Pede Deferimento. Local, (...data...) P.p. Tiago Faggioni Bachur OAB/SP 000.001 P.p. ____________________ Maria Lcia Aiello OAB/SP 000.002

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5. Auxlio-recluso Inicial Via Judicial

Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal da Seo Judiciria de Franca/SP.

Processo n

PALOMA E. S., PAOLA R. S. E PABLO H. S., menores impberes, devidamente representados por sua me RAFAELA S. C., brasileira,separada judicialmente, do lar, portadora do RG n 987.123.54-X e do CPF n 465.132.798-00, todos residentes e domiciliados em Franca/SP, Rua C, n 1955 Vila So Sebastio, por intermdio de seu(s) advogado(s) e procurador(es) firmatrio(s), vm mui respeitosamente ante honrosa presena de Vossa Excelncia propor a presente

Ao de Benefcio Previdencirio (Auxlio Recluso)(com T U T E L A A N T E C I P A D A ) contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), rgo previdencirio, com sede em Franca/SP Rua V, n 1186 Centro, pelos motivos fticos e de direito abaixo expostos. 1. A Sr. RAFAELA casou-se sob o regime de Comunho Parcial de Bens com o Sr. SRGIO H. S., no ano de 1991 (documento anexo). 2. No dia 27 de agosto de 1998 o casal separou-se, sendo decretada a Separao Judicial Consensual (cpia do Mandado de Averbao anexa), figurando como dependentes seus filhos Paloma, Paola e Pablo (documentos anexos), sendo que ficou convencionada uma penso alimentcia para as crianas equivalente a um salrio mnimo mensal, a ser paga pelo cnjuge separando (doc. anexo). 3. Ocorre que no dia 29/04/2002, s 9h30min., no aeroporto de Quito (Equador), o Sr. Srgio foi preso, acusado de trfico de entorpecentes, e responder pelo delito naquele pas, sendo que permanecer recolhido no Centro de Reabilitazion Social de Varones n 2, Cale Garcia Moreno V Andato Quito Equador, como se verifica nos inclusos documentos.

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4. Ainda conforme demonstram os documentos em anexos, o Sr. Srgio at o dia 20/04/2002 trabalhou na Loja Agropecuria Erva Daninha Ltda. ME., devidamente registrado, preenchendo a condio de segurado. Sendo assim, seus dependentes fazem jus ao auxlio-recluso, visto que o mesmo encontra-se preso em Quito (Equador), conforme comprova envelope e cartas do recluso (documentao inclusa). 5. A Autarquia Federal exige documentao escrita da priso do Acusado, emitida pela entidade prisional em que se encontra o preso (o que no foi possvel, tendo em vista a falta de recursos da famlia). Dessa maneira, pela dificuldade de comprovao da priso realizada em outro pas, o pedido administrativo de auxlio-recluso feito pelos dependentes do segurado foi negado pelo INSS. 6. Destarte, verifica-se que no tocante ao auxliorecluso a pretenso dos Autores amparada pela legislao ptria. Vejamos: Lei 8213/91 Art. 26. Independe de carncia a concesso das seguintes prestaes: I - penso por morte, auxlio-recluso,salrio-famlia e auxlio-acidente; (Redao dada ao inciso pelaLei n 9.876, de 26.11.1999, DOU 29.11.1999)

Art. 13 da Emenda Constitucional n 20, de 15.12.98:

At que a lei discipline o acesso ao salrio-famlia e o auxlio-recluso para os servidores, segurados e seus dependentes, esses benefcios sero concedidos apenas queles que tenham renda bruta mensal igual ou inferior a R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), que, at a data da publicao da lei, sero corrigidos pelos mesmos ndices aplicados aos benefcios de regime de previdncia social.1Art. 201,inciso REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: IV. da CONSTITUIO DA

A previdncia social ser organizada sob a forma de regime geral, de carter contributivo e de filiao obrigatria, observados critrios que preservem o equilbrio financeiro e atuarial, e atender, nos termos da lei, a: (...) IV - salrio-famlia e auxlio-recluso para os dependentes dos segurados de baixa renda; O valor do auxlio-recluso, no pode ser inferior a 100% (cem por cento) do salrio mnimo nem superior ao limite mximo do salrio-de-contribuio.1

Atualmente, o valor pago apenas aos dependentes que tm salrio-de-contribuio at R$ 654,61 (seiscentos e cinqenta e quatro reais e sessenta e um centavos), corrigido pelos mesmos ndices aplicados aos benefcios do Regime Geral da Previdncia Social (Portaria MPS n 119/06 art. 5).

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7. Assim, atendidas as disposies da Lei n 8.213/91, que diz que o auxlio-recluso independe de carncia (Decreto 611/92), bastando a simples filiao no INSS, os Requerentes tentaram pela via administrativa e, ante as inmeras dificuldades impostas, representante dos menores no restou outra alternativa seno apelar para o Poder Judicirio na nsia de amenizar as dificuldades financeiras que atravessa. 8. Urge ressaltar que o INSS no apenas negou o benefcio, como tambm desrespeitou preceito constitucional. Ora, Excelncia, evidente est a m-f do Requerido em negar o benefcio. A legislao ptria clara no sentido de que AUXLIO-RECLUSO DEVIDO AOS DEPENDENTES DO SEGURADO E INDEPENDE DE TEMPO DE CARNCIA. 9. A documentao anexa (envelopes e cartas escritas pelo detento e oriundas do pas onde est, PROVA bastante forte para o convencimento do Ilustre Magistrado sobre a atual situao prisional do Sr. Srgio (que se encontra recluso no Equador). 10. Sabe-se que auxlio-recluso uma prestao mensal que o INSS paga aos dependentes de baixa renda do segurado recolhido priso, que no receber remunerao da empresa nem estiver em gozo de auxliodoena, de aposentadoria ou de abono de permanncia em servio. Independe de carncia do segurado, sendo devido nas mesmas condies da penso por morte. 11. Assim, o benefcio que ora se pleiteia ter incio na data do efetivo recolhimento priso, permanecendo enquanto o segurado estiver detento ou recluso. 12. Conforme se pode aferir do contedo de carta enviada pelo preso e recebida pela representante dos menores, o delito pelo qual responde o ru ter pena mnima em torno de 8 (oito) anos de recluso, perodo que ser cumprido integralmente em regime fechado naquele pas em caso de condenao, o que certamente acarretar uma sobrecarga de responsabilidade para a me das crianas, que deixar de receber a penso alimentcia do pai para a mantena das mesmas. 13. Assim, diante do exposto:

a) Com fundamento na Lei n 8.213/91, requer-se a citao do ru na pessoa de seu representante legal para que acompanhe, querendo, a presente ao, que a final dever ser julgada procedente para condenar o Requerido a conceder aos Autores o AUXLIO-RECLUSO, a contar da priso do Sr. Srgio (conforme o prudente arbtrio de Vossa Excelncia), bem como assistncia mdica, previdncia e demais benefcios assegurados pela citada lei, condenando o Requerido em custas processuais, honorrios advocatcios a serem fixados em 20% (vinte por cento) sobre o valor total das prestaes em atraso, e demais cominaes de direito. b) Requer-se, ainda, o deferimento de tutela antecipada para que os Requerentes passem a receber imediatamente o benefcio previdencirio, tendo em vista que o pai (preso) era quem mantinha os Autores, encontrando-se os mesmos atualmente em estado

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precrio, passando por inmeras dificuldades (inclusive de natureza alimentar). c) Protesta-se pela produo de prova documental, testemunhal (cujo rol ser oportunamente oferecido), pericial, inspeo judicial e de todos os meios probantes em direito admitidos, ainda que no especificados no CPC, desde que moralmente legtimos (art. 332 do CPC) e obtidos de forma lcita (C.F., art. 5, inciso LVI), especialmente depoimento pessoal do Representante do Ru, sob pena de confisso, se no comparecer, ou, comparecendo, se negar a depor (art. 343, 1 e 2, CPC). d) Requer-se, tambm, que seja concedido o benefcio da Justia Gratuita, nos termos do artigo 5, inciso LXXIV, da Constituio Federal e da Lei 1.060/50, visto que os requerentes so pobres na acepo jurdica do termo (declarao de situao econmica em anexo). e) Outrossim, requer-se que eventuais publicaes e intimaes do presente feito sejam realizadas em nome de todos os patronos da causa. f) Por fim, entendo Vossa Excelncia serem necessrias provas contundentes, requer-se, ainda, que sejam solicitadas informaes sobre a priso do brasileiro no pas em que se encontra, atravs da Embaixada do Brasil em Quito (Equador) ou junto ao consulado brasileiro. F) D-se causa o valor de R$ (...).

Termos em que Pede e Aguarda Deferimento. Data (...) P.p. Tiago Faggioni Bachur OAB/SP 000.001

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6. Benefcio Assistencial (LOAS) Inicial Via Judicial

Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal da Seo Judiciria de Franca/SP.

Processo n.

LUS GUSTAVO B., brasileiro, casado, RG n. 00.000.000SSP/SP e CPF n. 000.000.000-00, residente e domiciliado nesta cidade de Franca/SP Rua A, n. 2321, Jardim So Lus, vem, mui respeitosamente, atravs de sua advogada e procuradora infra-assinada, presena de V. Ex. propor a presente

AO ORDINRIA DE RECEBIMENTO DE BENEFCIO DE ASSISTNCIA SOCIAL (LOAS)com base no disposto no artigo 203, inciso V, da Constituio Federal, contra o

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, rgoprevidencirio, com sede nesta cidade de Franca SP na Rua Voluntrios da Franca, n 1186 Centro, CEP 14.400-490, ante os motivos fticos e jurdicos que passa a aduzir: 1. O Autor requereu ao INSS o benefcio assistencial pessoa idosa no dia 08/07/2004, sendo este indeferido sob o fundamento de que a renda per capta da famlia igual ou superior a (um quarto) do salrio mnimo vigente (documento anexo). 2. O Autor mora com sua esposa, a Sra. Maria B., que recebe aposentadoria por invalidez desde 14/08/2003, sendo este benefcio no valor de R$ 856,97 (oitocentos e cinqenta e seis reais e noventa e sete centavos), conforme comprovam documentos anexos. 3. Realmente, a renda per capta superior a (um quarto) do salrio mnimo vigente, mas a Jurisprudncia j pacfica no sentido de que tal percentual no critrio absoluto para a concesso do benefcio pleiteado. Nesse sentido: Enunciado n 5 do Juizado Especial Federal Previdencirio da Seo Judiciria de So Paulo - A renda mensal per capta de (um quarto) do salrio mnimo no

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constitui critrio absoluto de aferio da miserabilidade para fins de benefcio assistencial. Dessa forma, para que o benefcio assistencial seja concedido, o caso no deve ser analisado objetivamente, isto , com base apenas na renda familiar, mas devendo-se estud-lo em concreto, observando-se as verdadeiras necessidades do requerente e daqueles que com ele vivem, pois s assim possvel darse uma soluo mais justa. No caso sub judice, a quantia recebida pela esposa do Requerente o nico rendimento do casal, no sendo suficiente para prover-lhe a subsistncia, vez que tem muitos gastos, inclusive com remdios. Por isso, o disposto no art. 20, 3, da Lei 8.742/93 no deve ser interpretado literalmente nesse caso, j que as necessidades reais do requerente justificam a concesso do benefcio assistencial. 4. Alm do disposto acima, importante frisar que o art. 34 do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03) assegura aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos de idade, que no possuam meios para prover sua subsistncia, o benefcio mensal de 1 (um) salrio mnimo. Nos termos da Lei Orgnica da Assistncia Social, como foi visto acima, considera-se sem condies de prover sua subsistncia aquele cuja renda per capita no exceda a (um quarto) do salrio mnimo vigente. Contudo, a partir do Estatuto do Idoso, no mais computado para fins do clculo da renda familiar per capita o benefcio j concedido a qualquer membro da famlia. Desse modo, se a famlia j recebe um benefcio, este no computado para calcular-se a renda mensal, sendo tal clculo feito apenas com outros rendimentos auferidos. Sendo assim, no caso em tela, como o casal vive apenas da aposentadoria da mulher (benefcio concedido pelo INSS), o Autor, maior de 65 (sessenta e cinco) anos de idade, tem direito a um benefcio mensal no valor de 1 (um) salrio mnimo vigente. 5. Em razo do exposto, faz jus o Requerente ao benefcio da Assistncia Social, garantido independentemente de contribuio seguridade social, nos termos do artigo 203 da Constituio Federal. Portanto, a presente para requerer a citao da autarquia, na pessoa de seu representante legal, para que responda, querendo, aos termos da presente ao, e ao final seja condenado o Instituto ao pagamento ao Autor do benefcio mensal de 1 (um) salrio mnimo, a partir da citao, bem como dos demais benefcios a que fizer jus e garantidos pela Constituio Federal em seu artigo 203 e pelas demais leis aplicveis espcie, condenando, ainda, o Requerido nas despesas processuais, honorrios advocatcios, juros, correo monetria e demais cominaes de direito. Requer-se, tambm, que se digne conceder os benefcios da Justia Gratuita, nos termos da lei e da inclusa certido.

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Protesta-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, percias, vistorias, juntada de outros documentos e tudo o que possa elucidar em defesa de seus direitos. D-se causa o valor de R$ (...). Nestes Termos, P. Deferimento. Local, (...data...).

Maria Lcia Aiello OAB/SP 000.002

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7. Revisional de Benefcio Inicial Via Judicial

Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal da Seo Judiciria de Franca/SP.

Processo n.

MARTA N., brasileira, RG 33.333.333-3 e CPF222.222.222-22, residente e domiciliada nesta cidade de Franca/SP Rua P, n. 826, Jardim Consolao, vem, mui respeitosamente, presena de V. Ex., atravs de seus advogados e procuradores infra-assinados, impetrar a presente:

AO REVISIONAL DE BENEFCIO PREVIDENCIRIOem face do

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, rgoprevidencirio com sede nesta cidade de Franca/SP Rua Voluntrios da Franca, n 1186, Centro, CEP 14.400-490, ante os motivos fticos e jurdicos que passa a aduzir. 1. A autora da presente ao, conforme comprovam documentos em anexo, recebe da Previdncia Social benefcio n. 111.111.111-1, consistente em penso por morte, com incio em 12/12/1964. 2. Atualmente, a requerente aufere, a ttulo de benefcio previdencirio, R$ 350,00 (trezentos e cinqenta reais), ou seja, 1 (um) salrio mnimo vigente (documentos anexos). 3. O INSS ao conceder os benefcios de prestao continuada deve cumprir os dispositivos legais, para que as prestaes sejam pagas de modo correto, ou seja, correspondentes s contribuies pagas pelo segurado e respeitando suas respectivas bases de clculo previstas em lei, tendo em vista o tipo de benefcio concedido, alm do fato que ensejou a sua concesso (o qual determinar o seu enquadramento legal). E neste particular, infelizmente, fato notrio que o INSS no tem respeitado os parmetros legais. 4. No caso em questo, o benefcio recebido pela autora sofreu grande defasagem em razo de vrios fatores, entre eles a utilizao, por parte da

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Previdncia Social, de ndices prprios para a atualizao dos salrios de contribuio, contrariando disposio expressa em lei, e o no reclculo das penses concedidas antes de abril de 1995. I- Utilizao de ndices prprios Na poca em que foi requerida a penso por morte, eram considerados para fins de clculo do salrio-de-benefcio os 36 (trinta e seis) ltimos salrios de contribuio do segurado, dentre os quais apenas os 24 (vinte e quatro) salrios mais distantes eram corrigidos monetariamente. Tal correo monetria com o advento da Lei 6.423/77 passou a ter como critrio oficial a variao da ORTN, mas apesar do dispositivo legal a Previdncia Social continuou a utilizar ndices prprios para a atualizao dos salrios de contribuio, o que gerou prejuzo ao beneficirio. Portanto, no tendo a atualizao monetria dos salrios de contribuio, considerados para o clculo do salrio-de-benefcio, ocorrido em conformidade com a lei, mas sim por livre critrio da Previdncia Social, o que gerou prejuzo requerente, devem tais salrios ser corrigidos de acordo com os ndices corretos. II- Reclculo das penses A Lei n 9.032, de 28 de abril de 1995, estabeleceu que as penses concedidas pela Previdncia Social devem ser equivalentes a 100% (cem por cento) da aposentadoria. Esse tambm foi o entendimento do Superior Tribunal de Justia. Ocorre que o INSS no recalculou as penses concedidas antes da promulgao da lei citada, o que gerou prejuzo aos seus beneficirios. Portanto, no caso em exame, tendo sido a penso concedida antes do advento da Lei n 9.032/95, deve esta ser recalculada para que seja preservado seu valor real. Conforme todo o exposto, observa-se no presente caso que houve uma ofensa ao Princpio da Irredutibilidade do Benefcio encontrado no art. 194, inciso IV, da Constituio Federal. Por tal princpio entende-se que os benefcios mantidos, concedidos ou reajustados pela Previdncia Social no podem sofrer reduo em seu poder aquisitivo. Aponta-se, tambm, flagrante desrespeito ao Princpio da Manuteno do Valor Real do Benefcio. Segundo o art. 201, 4, da Constituio Federal, todos os benefcios de prestao continuada tero assegurados reajustamentos para que seja preservado o seu valor real, conforme critrios definidos em lei. Ou seja, em todos os reajustamentos aplicados, estes tm que observar a perda do poder aquisitivo do benefcio, verificada no perodo no qual foram constatadas as perdas. Destarte, guarda semelhana com o princpio da irredutibilidade dos benefcios mantidos pela Previdncia Social. Pelo exposto requer-se:

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a) a citao do requerido, atravs de sua Procuradoria Regional, no mesmo endereo mencionado, para que tome cincia da presente ao e para que conteste, no prazo legal, com as advertncias previstas no artigo 285 do Cdigo de Processo Civil, e, ao final, a condenao do requerido na concesso da reviso do valor do benefcio Autora, na forma demonstrada acima, sendo corrigido de juros e correo monetria, assim como nas custas processuais e honorrios advocatcios; b) a produo de provas testemunhais, pericial, documental, protestando-se por outras que se fizerem necessrias, dando-se cincia da ao ao Ministrio Pblico para que, querendo, intervenha; c) a concesso dos benefcios da Justia Gratuita Requerente, uma vez que pobre na acepo legal do termo. D-se causa o valor de R$ (...). Nestes Termos, P. Deferimento. Local, (...data...). P.p. Tiago Faggioni Bachur OAB/SP 000.001 P.p. ____________________ Maria Lcia Aiello OAB/SP 000.002

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8. Revisional de Benefcio Contestao Via Judicial

Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal da ..... Seo Judiciria de .....

AUTORA: SUELLENY O. R. PROCESSO n 2001.00.00.000000 - 0 OBJETO: CONTESTAO O INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, autarquia federal com endereo nesta cidade, Rua V.F., n 1186, Centro, onde recebe intimaes, nos autos da AO REVISIONAL DE BENEFCIO PREVIDENCIRIO, vem mui respeitosamente diante de Vossa Excelncia. por intermdio de sua procuradoria, apresentar sua CONTESTAO, nos seguintes termos:

1. DA PRETENSO DA AUTORA Em apertada sntese, cuida-se de ao revisional de penso acidentria na qual se objetiva a fixao do seu valor em 100% (cem por cento) do salrio percebido pelo ex-segurado no dia do acidente, requerendo a autora que o respectivo benefcio seja reajustado pelos mesmos ndices dos reajustes dos salrios da categoria a que pertencia seu falecido esposo, estabelecido em Conveno Coletiva do Trabalho. 2. PRELIMINARMENTE: 2.1. INCOMPETNCIA ABSOLUTA: Em se tratando de matria acidentria, nos termos do artigo 109, inciso I da Constituio Federal, a competncia, com excluso de qualquer outra, da justia ordinria estadual, mesmo que o foro do domiclio do autor seja sede de Vara do Juzo Federal. AO REVISIONAL REVISO DE AO ACIDENTRIA - COMPETNCIA - JUSTIA COMUM ESTADUAL, PRECEDENTES DO STF - LEI MAIS BENFICA - INCIDNCIA - BENEFCIOS EM MANUTENO - POSSIBILIDADE - Compete Justia Estadual processar e julgar ao que tem por objetivo a reviso de benefcio previdencirio decorrente

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de acidente de trabalho (art. 109, I, da CF). No sistema de direito positivo brasileiro, o princpio tempus regit actum se subordina ao do efeito imediato da lei nova, salvo quanto ao ato jurdico perfeito, ao direito adquirido e coisa julgada (CF, art. 5, XXXVI, e LICC, art. 6). A lei nova, vedada a ofensa ao ato jurdico perfeito, ao direito adquirido e coisa julgada, tem efeito imediato e geral, alcanando as relaes jurdicas que lhes so anteriores, no, nos seus efeitos j realizados, mas, sim, nos efeitos que, por fora da natureza continuada da prpria relao, seguem produzindo-se, a partir da sua vigncia. "l'effet immdiat de la loi doit tre considr comme la rgle ordinaire: La loi nouvelle s'applique, ds sa promulgation, tous les effets qui rsulteront dans l'avenir de rapports juridiques ns ou natre". (les conflits de lois dans le temps, paul roubier, paris, 1929). Indissocivel o benefcio previdencirio das necessidades vitais bsicas da pessoa humana, pe-se na luz da evidncia a sua natureza alimentar, a assegurar aos efeitos continuados da relao jurdica a regncia da lei nova que lhes recolha a produo vinda no tempo de sua eficcia, em se cuidando de norma nova relativa modificao de percentual dos graus de suficincia do benefcio para o atendimento das necessidades vitais bsicas do segurado e de sua famlia. O direito subjetivo do segurado o direito ao benefcio, no valor irredutvel que a lei lhe atribua e, no, ao valor do tempo do benefcio, como da natureza alimentar do benefcio previdencirio. (STJ - REsp 308.738 - SC - 6 T. - Rel. Min. Hamilton Carvalhido DJU 18.02.2002) (ST 155/85) (g.n.). Dessa maneira, requer-se a Vossa Excelncia se digne declarar a incompetncia dessa Justia Federal, com a remessa dos autos Justia Estadual.

2.2. CARNCIA DE AO: A pretenso da autora em ver o seu benefcio ser reajustado pelos mesmos ndices do salrio dos ativos da categoria profissional a que pertencia o seu finado marido juridicamente impossvel, face o que estabelecia o art. 5, caput, da Lei 6.367, de 19.10.76 (atualmente revogada pela Lei n 8.213/91): "Os benefcios por acidente do trabalho sero calculados, concedidos e reajustados na forma do regime de previdncia social do INPS ...:" A atual Lei 8213/91 em seu artigo 41 clara ao informar o modo do reajustamento do salrio-de-benefcio: Art. 41. Os valores dos benefcios em manuteno sero reajustados a partir de 2004, na mesma data de reajuste do salrio mnimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de incio ou do seu ltimo reajustamento, com base em percentual definido em regulamento, observados os seguintes critrios: (Redao dada pela Lei n 10.699, de 09.07.2003, DOU 10.07.2003) I - preservao do valor real do benefcio; (redao dada pela MP n 2187-13, de 24-8-01) (...) IV - variao de preos de produtos necessrios e relevantes para a aferio da manuteno do

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valor de compra dos benefcios. (inciso acrescentado pela MP n 2.187-13, de 24-8-01) (...) 3 Nenhum benefcio reajustado poder exceder o limite mximo do salrio-de-benefcio na data do reajustamento, respeitados os direitos adquiridos. (...) 8 Para os benefcios que tenham sofrido majorao devido elevao do salrio mnimo, o referido aumento dever ser descontado quando da aplicao do disposto no caput, de acordo com normas a serem baixadas pelo Ministrio da Previdncia e Assistncia Social. (Pargrafo acrescentado pela MP n 2187-13, de 24-8-01) 9 Quando da apurao para fixao do percentual do reajuste do benefcio, podero ser utilizados ndices que representem a variao de que trata o inciso IV deste artigo, divulgados pela Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE ou de instituio congnere de reconhecida notoriedade, na forma do regulamento. (Pargrafo acrescentado pela MP n 2187-13, de 24-8-01) Dessa maneira, o pedido da autora em ver o valor de sua penso ser reajustado pelos ndices previstos em CONVENO COLETIVA DO TRABALHO juridicamente impossvel, tendo a proibio legal. Assim sendo, requer-se a extino do processo sem julgamento de mrito por ser a improcedente a ao. 3. DO MRITO: O valor da penso calculado segundo os salrios-decontribuio fornecidos pela empresa ao Instituto. A Comunicao do Acidente feita pela empregadora, na qual consta o salrio-de-contribuio, na fase probatria ser exibida pelo INSS, para o fim de se afastar qualquer dvida quanto ao valor inicial da penso. Os benefcios concedidos aps a promulgao da Constituio Federal/88 no so alcanados pela norma contida no art. 58, caput, do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias, que dispe: "Os benefcios de prestao continuada, mantidos pela previdncia social na data da promulgao da Constituio, tero seus valores revistos, a fim de que seja restabelecido o poder aquisitivo, expresso em nmero de salrios mnimos, que tinham na data de sua concesso, obedecendo-se a esse critrio de atualizao at a implantao do plano de custeio e benefcios referidos no artigo seguinte." Assim, pode-se concluir que:

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a) os benefcios em manuteno em 05.10.88 seriam corrigidos pelo salrio mnimo at nova regulamentao de reajustamento (hoje Lei 8.213, de 24 de julho de 1991). b) Os benefcios concedidos aps 05/10/88 seriam reajustados nos termos da legislao previdenciria, ou seja, segundo os ndices da poltica salarial (e no do salrio mnimo) at a criao dos novos planos de custeio e de benefcio (Leis 8.212 e 8.213/91, respectivamente). Quando a Lei 8.213/91 entrou em vigor passou a estabelecer critrio nico para a sistemtica de reajustes. Vale ressaltar, ainda, que toda e qualquer forma de reajustamento dos benefcios depende da fonte de custeio (artigos 195, 5 e 167, inciso II, ambos da Constituio Federal). necessrio destacar, tambm, que a Constituio Federal probe a vinculao do salrio mnimo para o fim de atualizao dos benefcios: "Art. 7 - So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: (...) IV - salrio mnimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais bsicas e s de sua famlia com moradia, alimentao, educao, sade, lazer, vesturio, higiene, transporte e previdncia social, com reajustes peridicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculao para qualquer fim;" Portanto, reitera-se: descabido o pedido formulado pela autora, uma vez que a Autarquia vem realizando os respectivos reajustes conforme os critrios legais. 4. REQUERIMENTO ISTO POSTO, requer-se a Vossa Excelncia: a) a declarao de incompetncia absoluta desse Juzo, em razo da matria; b) se firmada a competncia, a extino do processo sem julgamento de mrito, por ser improcedente a presente ao; c) se superadas as mesmas preliminares, no mrito, que seja julgado totalmente improcedente o pedido da requerente, pois que direito no lhe assiste; d) a produo das provas que se fizerem necessrias, principalmente a documental, cujos documentos sero apresentados na fase probatria.

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Nestes termos, Pede e Aguarda Deferimento. Local, (...data...). _________________ Procurador do INSS

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9. Revisional de Benefcio Impugnao Contestao

Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal da Primeira Seo Judiciria de Franca/SP.

De nada aproveitam leis, bem se sabe, no existindo quem as ampare contra os abusos; e o amparo sobre todos essencial o de justia to alta no seu poder, quanto na sua misso.(Rui Barbosa)

PROCESSO n 2001.00.00.000100-0 OBJETO: IMPUGNAO CONTESTAO.

ZULMIRA V. C., j qualificada nos autos de n 2001.00.00.000100-0 da AO REVISIONAL DE BENEFCIO que move nesta E. Seo Judiciria contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, por seuprocurador firmatrio, face contestao apresentada pela Autarquia-R, vem aos autos para contraditar a referida pea, na forma abaixo. A Autarquia-R, em pea contestatria, no comprovou a legalidade do procedimento administrativo que, aplicado ao clculo da renda mensal inicial e aos reajustamentos dos benefcios, provocou uma significativa e progressiva reduo nos valores pagos mensalmente Autora. Os parcos e improcedentes argumentos apresentados pelo Instituto so adiante destacados e contraditados atravs do presente petitrio. 1. PRESCRIO: A Autarquia-R arguiu a prescrio do fundo do direito e das prestaes do benefcio da Autora. A presente preliminar deve ser desprezada, uma vez que no est a Autora postulando mais do que a Lei lhe assegura. QUANTO PRELIMINAR DE

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Primeiramente, o que deve ser destacado que a reviso do benefcio deveria ter sido realizada pela prpria Autarquia-R, j a partir do momento oportuno, fato que at a presente data no ocorreu devido negligncia da autarquia em questo, ocasionando prejuzos ao direito da autora. Em segundo lugar, o art. 103 da Lei n 8.213, de 24/07/91, reproduzindo o art. 98 da CLPS (Decreto n 89.312/84), quanto prescrio dos benefcios previdencirios estabelece: "Art. 103. de dez anos o prazo de decadncia de todo e qualquer direito ou ao do segurado ou beneficirio para a reviso do ato de concesso de benefcio, a contar do dia primeiro do ms seguinte ao do recebimento da primeira prestao ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da deciso indeferitria definitiva no mbito administrativo. (Redao dada ao caput pela Lei n 10.839, de 05.02.2004, DOU 06.02.2004) Pargrafo nico. Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ao para haver prestaes vencidas ou quaisquer restituies ou diferenas devidas pela Previdncia Social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Cdigo Civil. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.528, de 10.12.1997)" Pede a Autora simplesmente que o Instituto, no clculo da renda mensal inicial e nos reajustamentos dos benefcios, obedea legislao vigente. Para tanto, a aposentadoria da Autora dever ser recalculada desde a sua concesso, pagando-se as parcelas no prescritas, relativamente aos 5 (cinco) anos anteriores ao ajuizamento da ao. Elucidativos so os acrdos a seguir transcritos: "PREVIDENCIRIO - PENSO - PRESCRIO. 1 - Imprescritvel o direito penso, dado o seu carter alimentar. Prescrevem apenas as prestaes vencidas dentro do quinqnio legal. 2 - Apelao a que se nega provimento". (AC. n 116.076 - RJ - Rel. Min. Geraldo Fonteles - "in" DJU de 23/10/86 - pg. 20.177). "PREVIDENCIRIO - BENEFCIO - PRESCRIO. 1 - O Direito ao benefcio imprescritvel. Contudo, prescrevem as prestaes no reclamadas em cinco anos contados da data em que se tornaram devidas. 2 - Recurso provido". (AC. n 115.412 - RS - Rel. Min. Costa Lima - Apelante: Alfredo V. Ramos - Apelado: INPS - "in" DJU de 23/10/86 pg. 20.165).

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"PREVIDENCIRIO APOSENTADORIA - PRESCRIO REJEITADA.

-

REVISO

DE

sabido que os benefcios decorrentes de Leis protetivas e que geram efeitos patrimoniais de natureza alimentar, no prescrevem no seu fundo. Somente as parcelas so atingidas pelo quinqnio legal. ... (omissis). (AC. n 68.474 - Rel. Min. Evandro Gueiros Leite - "in" DJU de 19/11/81). Em decorrncia das decises reiteradas, o extinto e sempre Egrgio Tribunal Federal de Recursos (TFR) aprovou o seguinte enunciado da Smula n 163: "Nas relaes jurdicas de trato sucessivo, em que a Fazenda Pblica figure como devedora, somente prescrevem as prestaes vencidas antes do quinqnio anterior propositura da ao". Inqua, portanto, a alegao da Autarquia-R quanto prescrio do fundo do direito, fazendo jus a Autora a todas as diferenas das prestaes ainda no atingidas pela prestao quinqenal, quando da propositura da presente ao. 2. BENEFCIO: Alega a Autarquia que os ndices aplicados para a correo dos salrios-de-contribuio e benefcios so aqueles estabelecidos pela legislao pertinente. Sem procedncia a alegao da R. 2.1 A Autora beneficiria da previdncia social, benefcio este concedido anteriormente ao advento da CF/88. Ressalta-se que naquela poca o benefcio era expresso em nmeros de salrios mnimos com o beneplcito do INSS, pois esta foi a forma sedimentada pela legislao ento vigente (Decreto n 70.077 de 24 de janeiro de 1979, art. 30 e ss), fortalecida, ainda, pelas decises dos Tribunais. 2.2 Com o advento da Constituio Federal de 1988, a norma constitucional transitria (art. 58 do ADCT) foi editada para evitar a prtica de reajustamentos que pudesse fazer com que os beneficirios da Previdncia Social perdessem seu poder aquisitivo, como ocorreu no passado, atravs de legislao recessiva e de interpretaes equivocadas condenadas pelo Poder Judicirio atravs da Smula n 260 do extinto Egrgio Tribunal Federal de Recursos. 2.3 Ao mesmo tempo em que expressa em nmeros de salrios mnimos os critrios de atualizao dos benefcios, o artigo 58 do ADCT estabelece a vinculao do critrio de atualizao at a implantao do plano de custeio e benefcios. 2.4 De fato, foi editado o referido plano de custeio e benefcio (Lei n 8.212 e Lei n 8.213, ambas de 24 de julho de 1991), com um atraso de QUANTO AO CLCULO DO

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quase dois anos. Entretanto, na seo IV do plano de benefcio, referente ao reajustamento do valor do beneficirio, deveria ser preservado em carter permanente o valor real do benefcio, o que no ocorreu. 2.5 Com a utilizao dos critrios estabelecidos pela nova lei, a beneficiria est sendo prejudicada no seu poder aquisitivo com uma reduo mensal, se compararmos com o critrio de reajuste vinculado ao salrio mnimo, que lhe era mais do que adquirido, inclusive com a aprovao da autarquia-r, pois se algum usufrui de um direito por obrigao de um ato que obedeceu integralmente as etapas da formao debaixo da Lei anterior, no pode ter este direito negado s porque a lei nova exige outra exteriorizao do ato. A nova legislao passa a ter efeitos, to-somente, sobre os benefcios que vierem a se iniciar sob sua gide, no podendo incidir sobre situaes j consolidadas pelo direito adquirido. A Lei no pode retroagir, a no ser que essa faculdade conste, expressamente, de seu texto. A irretroatividade da Lei age em prol da estabilidade das relaes jurdicas, do ato jurdico perfeito, do direito adquirido e da coisa julgada. Com efeito meramente ilustrativo, atravs do exemplo abaixo, demonstra-se a reduo dos benefcios e, conseqentemente, a reduo do poder aquisitivo de um beneficirio X que recebia sua contribuio da previdncia social expressa em salrios mnimos: Quantidade de S. M. 1 S. M. ms/ano 08/91 Valor total Cr$ 17.000,00

Com o reajuste de setembro de 1991, na ordem de 54,06% (cinqenta e quatro vrgula zero seis por cento), passou a receber a quantia de Cr$ 26.190,20 (vinte e seis mil cento e noventa cruzeiros e vinte centavos), sendo que em janeiro de 1992 com o novo reajuste, este na ordem de 119% (cento e dezenove por cento), passou a receber a quantia de Cr$ 57.356,53 (cinqenta e sete mil trezentos e cinqenta e seis cruzeiros e cinqenta e trs centavos) mais 16% (dezesseis por cento) retroativo a setembro de 1991 totalizando-se o valor de Cr$ 66.533,58 (sessenta e seis mil quinhentos e trinta e trs cruzeiros e cinqenta e oito centavos). Em maio de 1992, com a concesso de novo reajuste pelo INPC, de 130,36% (cento e trinta vrgula trinta e seis por cento), passou a receber Cr$ 153.266,75 (cento e cinqenta e trs mil duzentos e sessenta e seis cruzeiros e setenta e cinco centavos). No entanto, se o reajuste estivesse sendo atualizado conforme a lei anterior, ou seja, pelo salrio mnimo, em maio de 1992, tendo como salrio o valor de Cr$ 230.000,00 (duzentos e trinta mil cruzeiros), este multiplicado por 1 SM, seu benefcio seria de Cr$ 230.000,00 (duzentos e trinta mil cruzeiros). O beneficirio X teve, nesse exemplo, portanto, um prejuzo em seu benefcio na ordem de Cr$ 76.734,25 (setenta e seis mil setecentos e trinta e quatro cruzeiros e vinte e cinco centavos) mensais, que se acentuar a cada reajuste pela nova lei. Constata-se facilmente o prejuzo no poder aquisitivo que a nova Lei trouxe aos beneficirios da Previdncia Social, colidindo-se com as normas constitucionais pertinentes e com o direito mais que adquirido, o direito consumado da lei anterior.

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2.6 Desta forma, constata-se que, na proporo em que a classe dos beneficirios da Previdncia Social sofre perda no seu poder aquisitivo, est fadada a no poder contar com o benefcio a que tem direito, uma vez que durante todo o perodo laboral contribuiu para a previdncia, e agora quando do recebimento da aposentadoria percebe-se que o benefcio sofreu e sofre reduo com relao ao seu poder aquisitivo (art. 201, 2, CF/88). 2.7 A autora, conforme mencionado na Inicial, tambm sofreu outros prejuzos, devido ausncia em seus benefcios de ndices de reajustes, tal como o IPC de janeiro de 1989, na margem de 70,28% (setenta vrgula vinte e oito por cento), no teor do Decreto-lei 2.284/86 e da Lei n 7.730/89, bem como o IPC de maro e abril de 1990, na margem de 84,32% (oitenta e quatro vrgula trinta e dois por cento) e 44,80% (quarenta e quatro vrgula oitenta por cento) respectivamente, no setor da Lei n 8.024/90. O IPC de janeiro de 1989 deve se fazer presente para a recomposio cabal da dvida, como tem reconhecido o E. STJ e outros Tribunais, porque representa a oscilao da moeda omitida quando da instituio dos BTNs pela MP n 48 em fevereiro de 1989. Da mesma forma, houve omisso dos IPCs de maro e abril de 1990, e com a fixao aleatria atravs de critrios ilegais por autoridades incompetentes, com profundo desrespeito lei, vindo a ocasionar diminuio nos salrios dos aposentados. 2.8 No houve a implantao nas suas folhas de pagamento da equivalncia salarial prevista no artigo 58 do ADCT, com o restabelecimento do poder aquisitivo expresso em nmeros de salrios mnimos que tinham na data de sua concesso. Essa implantao se fazia necessria durante todo o tempo de vigncia do referido artigo 58, ou seja, at dezembro de 1991, porque posteriormente passou a vigorar o artigo 41 da Lei n 8.213/91 at janeiro de 1993, conforme artigo 9 e 10 da Lei 8.542/92. Essa omisso tambm causou prejuzos aos aposentados. 2.9 Conforme dispe o artigo 6, caput, da Lei de Introduo ao Cdigo Civil, tem-se que a lei nova pode ser aplicada s relaes jurdicas originadas de fatos realizados na vigncia de antigas leis, desde que no prejudique a qualquer das espcies determinadas, a saber: o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada. 2.10 Ocorre que a lei nova que regulamentou as formas de pagamento dos benefcios da autora teve em seus efeitos prticos uma reduo do poder aquisitivo do beneficirio. Em outras palavras, somente veio a prejudicar a categoria, que obtivera direito adquirido da vinculao dos seus benefcios ao salrio mnimo, pois o legislador isolou este fato e o considera, de per si, apto para ser a fonte geradora de um direito. Nestas hipteses, o direito no pode ser seno o da natureza dos adquiridos. Seria um contra-senso lgico inadmitir-se tal postulao. Por outro lado, no se nega o direito de o Estado revogar a lei antiga, confirmado pela Smula 260 do extinto Tribunal Federal de Recursos. O que se veda a possibilidade de ver-se o indivduo desprotegido da lei que o beneficiou,

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pois nesses casos a lei vigente se protrai no tempo para continuar disciplinando certas situaes jurdicas mesmo aps a sua revogao. 2.11 O artigo 5, inciso XXXVI, enfatizando o artigo 6, caput, da Lei de Introduo ao Cdigo Civil, preconiza que: "A lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada". Com relao ao direito adquirido, cabe esclarecer que o que se protege aqui no o passado, mas sim o futuro. O direito adquirido consiste na faculdade de continuar a extrair efeito de um ato contrrio aos previstos pela Lei atualmente em vigor ou, se preferirmos, continuar a gozar dos efeitos de uma lei pretrita mesmo depois de sua revogao. Neste sentido, ensina o mestre Celso Ribeiro Basto em seus Comentrios Constituio do Brasil de 05 de outubro de 1988, 2 volume, pg. 193, in verbis: "Se algum gozou de um benefcio previdencirio no passado, benefcio este legal a seu tempo, e se a lei pretender retir-lo, ela estar praticando inequivocamente uma retroao intolervel pelo direito, pois estar tentando desfazer situaes mais que adquiridas, que so as consumadas". 2.12 O direito adquirido o princpio da imediata entrada da Lei em vigor. normal que a lei passe a produzir efeitos a partir de sua publicao. O carter de adquirido de um direito o imuniza contra a lei nova, afastandoa, portanto. No caso em tela, o novo plano de benefcio e custeio passou a produzir efeitos a partir de sua publicao, entretanto, por ser extremamente prejudicial ao direito adquirido dos beneficirios da Constituio Federal de 88, esta Lei nova, no pode alcan-los. 2.13 No sistema de direito positivo brasileiro, o princpio tempus regit actum se subordina ao do efeito imediato da Lei nova, salvo quanto ao ato jurdico perfeito, ao direito adquirido e coisa julgada (Constituio da Repblica, artigo 5, inciso XXXVI e Lei de Introduo ao Cdigo Civil, artigo 6). A Lei nova, vedada a ofensa ao ato jurdico perfeito, ao direito adquirido e coisa julgada, tem efeito imediato e geral, alcanando as relaes jurdicas que lhes so anteriores, no, nos seus efeitos j realizados, mas, sim, nos efeitos que, por fora da natureza continuada da prpria relao, seguem se produzindo, a partir da sua vigncia. 2.14 O artigo 201, 2, da Constituio Federal foi criado para evitar distores e achatamento do valor da renda mensal, pois preconiza a preservao, em carter permanente, do valor real no reajuste do benefcio da autora sem o objetivo de criar uma nova legio de injustiados. 2.15 H que se questionar se a norma que vincula o reajuste dos benefcios tem carter de perdurabilidade, pois caso no possua seria deslealdade, ou seja, incongruente com o sentido de justia prprio do direito admitirmos que o reajuste fosse defasado, cassando-se um direito adquirido em virtude da revogao da Lei que a criou. Entretanto, percebe-se que a norma deve ter tal carter

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de perdurabilidade, tendo em vista que sua revogao veio somente em prejuzo da autora. 3. ADOTADOS: 3.1 A hipocrisia com que o INSS, ora ru, trata do assunto referente ao salrio-de-contribuio e ao salrio-debenefcio confronta-se com todos os princpios jurdicos. Os critrios de reajuste tanto do salrio-decontribuio como do salrio-de-benefcio vm reconhecidos explicitamente na Lei 8.213/91 combinado com o artigo 28, 5 da Lei 8.212/91 (Plano de custeio e benefcios da previdncia social), os quais preconizam a indissocivel vinculao entre os critrios tanto do salrio-de-contribuio como o salrio-de-benefcios, amparados pelo artigo 201, 2, da Constituio Federal. 3.2 Ocorre, entretanto, que o critrio de reajuste para o salrio-de-contribuio baseado pela vinculao ao salrio mnimo, contrariamente ao critrio adotado para o reajuste do salrio-de-benefcio, de forma favorvel to-somente ao INSS, prejudica mensalmente a autora, pois este critrio de reajuste inferior ao reajuste do salrio-de-contribuio, no preservando, destarte, em carter permanente o valor real dos seus benefcios. 3.3 Portanto, percebe-se que na relao arrecadao e pagamento das contribuies sempre ser beneficiado o INSS, ora ru, ao passo que no pagamento dos benefcios, de forma progressiva, ocorrer indubitavelmente uma depreciao nos benefcios dos autores, sendo ento inobservado o princpio do progresso social, pois o que se v somente um achatamento do poder aquisitivo da classe dos aposentados. 3.4 Na mesma esteira, tendo a beneficiria durante todo o perodo laboral, contribudo com valores vinculados ao salrio, nada mais bvio e justo, que perceba seu benefcio e reajustes vinculados da mesma forma, ou seja, expressos em nmeros de salrios mnimos equivalentes, restabelecendo a igualdade de direito existente em todos os textos constitucionais de naes civilizadas, inclusive do Brasil. Vejamos: "Art. 5 da CF/88 - Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes: 3.5 Na mesma linha tem sido as decises dos tribunais: PREVIDENCIRIO - REVISO DE BENEFCIO EQUIVALNCIA SALARIAL - RENDA MENSAL INICIAL - ART. 202 DA CRFB DA DISPARIDADE DE CRITRIOS

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CORREO MONETRIA - REAJUSTE - 147,06% - INCORPORAO DO ABONO DE 54,60% - O critrio da equivalncia salarial idneo a nortear a reviso de benefcio previdencirio, posto que o salrio mnimo serve como parmetro para o clculo das contribuies mensais anteriores data de incio do benefcio. Impe-se a correspondncia entre o valor do benefcio e o valor recolhido a ttulo de salrio de contribuio em razo da necessidade do beneficirio receber contraprestao compatvel com os recolhimentos efetuados para a Previdncia Social enquanto esteve no exerccio do trabalho. O salrio mnimo, como direito social, constitui-se limitao direcionada ao Estado e no ao trabalhador. No pode o Instituto Nacional do Seguro Social desqualificar a operao matemtica que consubstancia o clculo do benefcio previdencirio a fim de escusar-se da mantena de seu valor real. Renda mensal inicial. Reclculo com base na redao original do art. 202 da CRFB. Auto-aplicabilidade. Benefcios concedidos anteriormente Constituio Federal de 1988. Direito adquirido. Correo monetria sobre o pagamento parcelado do reajuste de 147,06%. Possibilidade, vez que a correo monetria visa exclusivamente repor o valor real da moeda, no sendo considerada acrscimo, mas simples resultado de sua desvalorizao. Incabvel a incorporao do abono de 54,60% pois o mesmo no se faz incidir em concomitncia com o ndice de 79,96%, referente variao do INPC nos meses de maro e agosto de 1991, bem como foi incorporado ao pagamento referente ao abono de 147,06%. Precedentes jurisprudenciais. Recurso provido em parte. (TRF 2 R. - AC 96.02.40453-1 - RJ - 1 T. - Rel. Juiz Ricardo Regueira - DJU 02.12.2002 - p. 218). 4. DO DIREITO INTERTEMPORAL:

4.1 Tem-se na doutrina, quando da revogao de uma Lei velha por uma Lei nova, que esta deve seguir o princpio do progresso social, ou seja, deve ser melhor e mais perfeita do que a antiga. Desta forma, ensina o festejado Mestre Caio Mrio da Silva Pereira: "O direito, precisante pela necessidade de se acomodar s exigncias novas, tem necessidade de formular novos conceitos e estabelecer novos preceitos, sob a influncia do princpio segundo o qual a lei nova traz consigo a presuno de que melhor e mais perfeita do que a antiga, e de que atende ao reclamo indisfarvel do progresso jurdico". 4.2 De outro lado, existe, tambm, o princpio da segurana e da instabilidade social, exigindo respeito do legislador pelas relaes jurdicas validamente criadas, ou seja, a lei nova deve fazer tbula rasa da lei anterior e de todas as influncias, pois dessas premissas pode-se fixar quais os critrios que devem permanecer, geradas sobre o domnio da lei caduca, mas ainda vivas ao tempo da lei moderna. 4.3 Seguindo esse raciocnio e voltando-se Teoria dos Direitos Adquiridos, facilmente constata-se que a Lei nova, ou seja, a de benefcio e custeio no atende aos princpios supramencionados, pois pior e menos perfeita, alm de no seguir critrios fundamentais que a lei velha gerou.

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4.4 Portanto, o direito adquirido da Autora, sob o ponto de vista intertemporal incontestvel. Quando uma lei atinge os efeitos dos atos jurdicos praticados ou as situaes jurdicas constitudas ou os direitos subjetivos adquiridos sob o imprio da Lei caduca, diz-se que retroativa, e no caso em tela, a lei nova (Lei de Benefcio e custeio) no obedeceu a dois cnones fundamentais do ordenamento jurdico, que so a Lei do Progresso e o conceito da Estabilidade das Relaes Humanas. 5. IRRETROATIVIDADE: 5.1 Segundo as constituies mais modernas, inclusive a do Brasil, o princpio da irretroatividade estabelece que a Lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada, como j foi mencionado anteriormente. Na definio de GABBA: " direito adquirido um direito que conseqncia de um fato idneo a produzi-lo em virtude da Lei vigente ao tempo que se efetuou. Embora a ocasio de faz-lo valer no se tenha apresentado antes da atuao da Lei nova, e que, sob o imprio da Lei ento vigente. Integrou-se imediatamente no patrimnio de seu particular." 5.2 Neste sentido, o benefcio integrado ao patrimnio dos beneficirios antes do advento da Carta Magna de 88 um direito adquirido incontestvel, no podendo nunca uma Lei nova prejudic-lo. Tendo em vista a incorporao do benefcio expresso em nmero de salrio no patrimnio da autora, juntamente com o fato aquisitivo que se consumou por inteiro, encontram-se presentes todos os requisitos para a caracterizao do direito adquirido. 5.3 Para sedimentar a idia de direito adquirido, cumpre assinalar que, tal como consignada na Lei de Introduo, tem aplicao tanto no direito pblico quanto no direito privado. Onde quer que exista um direito subjetivo, de ordem pblica ou de ordem privada, oriundo de um fato idneo a produzi-lo segundo os preceitos da Lei vigente ao tempo em que ocorreu e incorporado ao patrimnio individual, no pode ser ofendido por Lei nova. Portanto, perfeitamente coadunado com o direito da Autora. 6. NOVA: 6.1 Toda matria que versa sobre a interpretao, inseparavelmente, vinculada ao problema da aplicao da norma a verificao e a declarao de sua inconstitucionalidade. Desta feita, a Lei Ordinria, expresso da legislatura, o exerccio do mandato outorgado pelo povo, atravs de seus representantes constituintes. Se a Lei contrria constituio, peca pelo defeito do excesso ou da falta de poderes e, ento, uma nulidade jurdica. 6.2 Assim, "quando colocado o juiz na alternativa de cumprir a Lei ou cumprir a Constituio, o que lhe cabe fazer negar a validade quela e reconhecer o prestgio desta. J, em razo do escalonamento Hierrquico, o dilema apresentado ao juiz, ante a Lei DA INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI DO PRINCPIO DA

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controversa Constituio, forosamente lhe impe deixar de aplicar a Lei para aplicar a Constituio" (Caio Mrio da Silva Pereira, in Instituies de Direito Civil). 6.3 A Constituio Federal, em seu artigo 201, 2, assegura o reajustamento de benefcios dos beneficirios da Previdncia Social, para preservar-lhes, em carter permanente, o valor real, conforme critrios definidos em lei, critrios estes que segundo os princpios supra invocados jamais podero vir em prejuzo de seus destinatrios. Alm disso, a Lei nova no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada, como tambm j foi fartamente demonstrado. 6.4 Entretanto, com o advento do plano de benefcio e custeio, atravs das Leis Ordinrias n 8.212/91 e n 8.213/91, verifica-se a desconformidade, a contraveno, a contrariedade, a afronta aos preceitos constitucionais, o que enseja ou suscita a apreciao do Poder Judicirio no tocante sua aplicabilidade ou no, pois evidente o antagonismo claro, completo e desenganado das mesmas. 6.5 Pedro Lessa assim define: "(...) e, como a Lei constitucional um ato do Poder Originrio enquanto a Lei Ordinria uma manifestao do Poder Subordinado, o Poder Judicirio tem mais do que o direito, o dever de obedecer Constituio e desprezar a Lei Inconstitucional, e, em conseqncia, uma obrigao dos Tribunais pronunciar o Decreto judicial da inconstitucionalidade sempre que uma Lei Ordinria contrariar a Constituio" (Pedro Lessa, do Poder Judicirio, 32, pag. 142). 6.6 O respeitado Mestre Lessa alerta em sua obra, que quando se verificar, mesmo que razovel, uma dvida quanto inconstitucionalidade da Lei Ordinria, o poder Judicirio pode suspender o julgamento da causa que invoca direitos subjetivos dos litigantes, atendo-se a julgar a prpria Lei, colocando-se na posio de defensor e guardio da Constituio. 6.7 O que ocorre que alm de razovel a dvida existente da inconstitucionalidade da Lei Ordinria citada, pois esta totalmente prejudicial aos beneficirios da Previdncia Social, tambm afronta a hierarquia das leis, visto que a mesma est se sobrepondo s normas constitucionais constantes do corpo permanente da Constituio Federal. 6.8 A autora reitera o pedido feito na Inicial de declarao de inconstitucionalidade da Lei n 8.213, de 24 de julho de 1991, especialmente no que se refere ao atrelamento de ndices que no repem o valor real do benefcio (como o j revogado inciso II e o atual inciso IV do art. 41 da citada Lei), porque o artigo 58 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias estabeleceu que os benefcios de prestao continuada, mantidos pela Previdncia Social na data da promulgao da Constituio, tero seus valores revistos, a fim de que seja restabelecido o poder aquisitivo, expresso em nmero de salrios mnimos, que tinham na data de sua concesso, obedecendo-se a esse critrio de atualizao at a implantao do plano de custeio e benefcios referidos no artigo seguinte.

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O ilustre advogado comentando esse dispositivo, afirma que:

Wolgran

Junqueira

Ferreira,

"Todos que data da promulgao da Constituio j estavam aposentados, quer por tempo de servio, quer por invalidez, tero os benefcios revistos. Esta reviso objetiva o restabelecimento do poder aquisitivo, expressa em salrios mnimos, que tinham data de sua concesso." Dever a Previdncia Social obedecer ao critrio de atualizao at a implantao do plano de custeio e benefcios referidos no artigo art. 58 do ADCT. Esse artigo rev uma grande injustia que estava sendo feita com os aposentados, pois a prestao continuada no acompanhava qualquer ndice que satisfizesse as perdas reais dos aposentados. Ms a ms iam os aposentados perdendo seus ganhos. Quem h dez anos atrs recebia a prestao continuada ou aposentadoria equivalente a dez salrios mnimos, hoje est recebendo 60% do que recebia, tendo uma perda real de grande vulto. 6.9 Impugna-se a alegao do requerido da necessidade de existncia de recurso da Previdncia Social para arcar com essa reviso (fls. ...), ...pois foram concedidos tantos benefcios sem que os constituintes fizessem o clculo da receita para fixar as despesas, que poder ocorrer falta de numerrio para o atendimento no disposto neste artigo. (SIC). "No cabe ao beneficirio da Previdncia Social saber se ela dispes ou no de recursos para cobrir a reviso das prestaes continuadas, e sim ao governo encontrar meios para atender ao disposto neste artigo." (COMENTRIOS CONSTITUIO DE 1998, Julex Livros, Vol. 3, pg. 1325/1326). 6.10 Evidenciou-se, portanto, o mandamento constitucional para que todas as aposentadorias, no dia 05 de outubro de 1988, tivessem seus valores revistos, para restabelecer o seu poder aquisitivo, representado pelo nmero de salrios mnimos, que tinham na data de sua concesso. Assim, verifica-se que data da promulgao da Constituio Federal, todas as aposentadorias foram atualizadas no valor correspondente ao nmero de salrios mnimos que representavam quando foram concedidas. 6.11 Considera a requerente que a regra determinada pelo artigo 58 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias, determinando a atualizao do valor da aposentadoria, para restabelecer seu poder aquisitivo, tornou-se definitiva, visto que este dispositivo, embora constante das disposies transitrias, deve ser interpretado em consonncia com a regra constitucional permanente estabelecida no 4 do artigo 201, da Constituio Federal, que dispe: "Art. 201 - A previdncia social ser organizada sob a forma de regime geral, de carter contributivo e de filiao obrigatria, observados

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critrios que preservem o equilbrio financeiro e atuarial, e atender, nos termos da lei, a: (...) 3 Todos os salrios de contribuio considerados para o clculo de benefcio sero devidamente atualizados, na forma da lei. 4 - assegurado o reajustamento dos benefcios para preservar-lhes, em carter permanente, o valor real, conforme critrios definidos em lei." 6.12 Constata-se que esse dispositivo constitucional assegura a preservao do valor real dos benefcios. Entretanto, para afastar qualquer dvida quanto vontade do legislador contribuinte de preservar definitiva e permanentemente o valor real das aposentadorias e evitar, para sempre, a injustificvel e humilhante situao dos aposentados brasileiros com o aviltamento do benefcio que lhes devido, deve-se considerar o disposto no artigo 194, pargrafo nico, inciso IV, da Carta Magna: "Artigo 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social. Pargrafo nico. Compete ao Poder Pblico, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: (...) IV - irredutibilidade do valor dos benefcios;" 6.13 Desse dispositivo constitucional, depreende-se que aps a concesso dos benefcios, estes sero irredutveis e seus valores sero reajustados para que no ocorra perda do benefcio em relao inflao. Conclui-se, portanto, que o legislador constitucional assegurou nas disposies transitrias (artigo 58) a atualizao de todos os benefcios e nas disposies permanentes a irredutibilidade do valor dos benefcios (art. 194, IV) e o seu reajustamento para preservar-lhes, em carter permanente, o valor real, conforme critrios definidos em lei (art. 201, 2). 6.14 Mesmo diante desses inequvocos mandamentos constitucionais, a Lei n 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispe sobre os Planos da Previdncia Social, ao definir o critrio para o reajustamento dos benefcios, estabeleceu que: Art. 41. Os valores dos benefcios em manuteno sero reajustados a partir de 2004, na mesma data de reajuste do salrio mnimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de incio ou do seu ltimo reajustamento, com base em percentual definido em

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regulamento, observados os seguintes critrios: (Redao dada pela Lei n 10.699, de 09.07.2003, DOU 10.07.2003) I - preservao do valor real do benefcio; (Redao dada ao inciso pela Medida Provisria n 2.187-13, de 24.08.2001, DOU 27.08.2001, em vigor conforme o art. 2 da EC n 32/2001) II - (Revogado pela Lei n 8.542, de 23.12.1992, DOU 31.12.1992, nos termos do seu artigo 12) III atualizao anual; (Inciso acrescentado pela Medida Provisria n 2.187-13, de 24.08.2001, DOU 27.08.2001, em vigor conforme o art. 2 da EC n 32/2001) IV - variao de preos de produtos necessrios e relevantes para a aferio da manuteno do valor de compra dos benefcios. (Inciso acrescentado pela Medida Provisria n 2.187-13, de 24.08.2001, DOU 27.08.2001, em vigor conforme o art. 2 da EC n 32/2001) 6.15 Esse critrio inconstitucional, porque desconhece e desrespeita dois mandamentos da Carta Magna, que so o da irredutibilidade e da preservao do valor real dos benefcios. 6.16 A prpria Lei n 8.213/91 no mesmo artigo 41, que definiu o critrio de reajustamento de benefcio, reconhecia sua inconstitucionalidade ou a imprestabilidade do critrio que adotou para garantir a manuteno do valor real do benefcio ao estabelecer que na hiptese de se constatar perda do poder aquisitivo com a aplicao do disposto neste artigo, o Conselho Nacional de Seguridade Social - CNSS pode propor um reajustamento extraordinrio para recompor esse valor, sendo feita igual recomposio das faixas e limites fixados para os salrios de contribuio (pargrafo segundo revogado pela Medida Provisria n 2.187-13, de 24.08.2001, DOU 27.08.2001). Para que o critrio adotado pela legislao ordinria fosse constitucional, deveria, por si s, garantir a preservao do valor real do benefcio, como determina obrigatoriamente a Carta Magna. 7. DA CONTESTAO DO INSS

7.1 No bastasse isso, a Autarquia-R tece frgeis argumentos tentando invocar as Leis citadas e as questionveis Medidas Provisrias. Alega que os reajustes foram feitos baseando-se em tais Medidas. 7.2 Ocorre, entretanto, que o requerido, ao conceder o reajuste dos benefcios da autora, agiu de forma prejudicial a esta concedendo reajuste inferior ao determinado em Lei. 7.3 Note-se que o artigo 201, em seu 4, estabelece que assegurado o reajustamento dos benefcios para preservar-lhes, em carter permanente, o valor real, conforme critrios definidos em Lei.

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Esses critrios foram definidos atravs da aprovao e sano da Lei 8.213/91, a qual dispe sobre os Planos de Benefcios da Previdncia Social e d outras providncias. O artigo 41 dessa Lei (Lei 8.213, de 24 de julho de 1991) assegurou aos beneficirios de prestao continuada da Previdncia Social o reajustamento dos benefcios para preservar-lhes, em carter permanente, o valor real, de acordo com a variao integral do INPC, calculado pelo IBGE, nas mesmas pocas em que o salrio mnimo for alterado, pelo ndice da cesta bsica ou substitutivo eventual. 7.4 Esse dispositivo legal foi revogado pela Lei 8.542/92, que determina como ndice correto para o reajuste dos benefcios dos beneficirios da Previdncia Social o IRSM, sendo este reajuste quadrimestral. Em seguida, foi sancionada a Lei 8.880/94, que determina o reajuste dos referidos benefcios anualmente pelo IPCr. 7.5 Em outubro de 1995, foi editada a Medida Provisria n 1.171, que substituiu o IPC-r pelo INPC. 7.6 Entretanto, atravs da Medida Provisria n 1.415, de 29 de abril de 1996, a qual dispe sobre o reajuste do salrio mnimo e dos benefcios da Previdncia Social, ficou estabelecido que: - o salrio mnimo ser de R$ 112,00 (cento e doze reais) (art. 1); - os benefcios mantidos pela Previdncia Social sero reajustados em 1 de maio de 1996, pela variao acumulada do ndice Geral de Preos - Disponibilidade Interna IGP-DI. apurado pela Fundao Getlio Vargas, nos doze meses imediatamente anteriores (art. 2). 7.7 Note-se que o critrio adotado pelo requerido foi ao arrepio da Lei, pois fica evidente que o ndice que norteia o reajuste dos benefcios mantidos pela Previdncia Social o INPC, pois este ainda encontrase em vigor. 7.8 Entretanto, como de costume, o requerido pretende utilizar-se de outro ndice que lhe mais benfico (IGP-DI), ao passo que proporcionar novamente reduo e prejuzos ao benefcio da autora, que no tolera e no tolerar mais essa espcie de abuso de poder. 7.9 O requerido perpetra o ato prejudicial autora e demais beneficirios da Previdncia Social quando atravs da Medida Provisria n 1415/96 estabelece que: "Art. 2 - Os benefcios mantidos pela Previdncia Social sero reajustados em 1 de maio de 1996,

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pela variao acumulada do ndice Geral de Preos Disponibilidade Interna - IGP-DI, apurado pela Fundao Getlio Vargas, nos doze meses imediatamente anteriores." "Art. 5 - A ttulo de aumento real, na data de vigncia das disposies constantes dos arts. 6 e 7 desta Medida Provisria, os benefcios mantidos pela Previdncia Social sero majorados de forma a totalizar quinze por cento, sobre os valores vigentes em 30 de abril de 1996, includo nesse percentual o reajuste de que trata o artigo 2." 7.10 Caracterizada est a injustia do requerido quando verifica-se na Lei 8.213/91 o artigo 41: " Art. 41. Os valores dos benefcios em manuteno sero reajustados a partir de 2004, na mesma data de reajuste do salrio mnimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de incio ou do seu ltimo reajustamento, com base em percentual definido em regulamento, observados os seguintes critrios: (Redao dada pela Lei n 10.699, de 09.07.2003, DOU 10.07.2003) I - preservao do valor real do benefcio; (Redao dada ao inciso pela Medida Provisria n 2.187-13, de 24.08.2001, DOU 27.08.2001, em vigor conforme o art. 2 da EC n 32/2001) II - (Revogado pela Lei n 8.542, de 23.12.1992, DOU 31.12.1992, nos termos do seu artigo 12) III atualizao anual; (Inciso acrescentado pela Medida Provisria n 2.187-13, de 24.08.2001, DOU 27.08.2001, em vigor conforme o art. 2 da EC n 32/2001). 7.11 Com o advento da Lei 8.542/92, especialmente pelo contido em seu artigo 12, ficou revogado o reajuste dos benefcios de prestao continuada mantido pelo requerido atravs do INPC, passando, destarte, a ser efetuado o reajuste pelo IRSM. Em seqncia, a Lei 8.880/94 substituiu o IRSM pelo IPCr, que por sua vez foi substitudo pelo INPC atravs da Medida Provisria 1.171/95. 7.12 Sendo assim, mantm-se como critrio para reajuste dos benefcios da autora o INPC, conforme mencionado. 7.13 Cabe destacar que com a utilizao da Medida Provisria 1.415/96 ser concedido aos beneficirios da Previdncia Social um reajuste de 15% (quinze por cento), ao passo que com o ndice correto, ou seja o INPC, calculado pelo IBGE, ter-se-ia o percentual de 20,05% (vinte vrgula zero cinco por cento).

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7.14 Desta forma, pretende o requerido obter novamente vantagens para si s custas dos aposentados, como j ocorrera outrora, com o celbre caso dos 147,06% (cento e quarenta e sete vrgula zero seis por cento), onde a autarquia estabeleceu um critrio extremamente vantajoso para si, em detrimento de seus beneficirios. 7.15 No ms de setembro de 1991, o INSS reajustou os salrios-de-contribuio pelo mesmo ndice de aumento do salrio mnimo, no perodo em 147, 06% (cento e quarenta e sete vrgula zero seis por cento). No entanto, concedeu aos aposentados parcos 54,60% (cinqenta e quatro vrgula sessenta por cento) de aumento para os benefcios de prestao continuada superiores ao de menor valor, de acordo com a Portaria 3.485 do Ministrio do Trabalho e da Previdncia Social - Dirio Oficial da Unio - 18-9-1991. 7.16 No caso em tela, o art. 2 da Medida Provisria 1.415/96, estabelece o reajuste para os benefcios mantidos pela Previdncia Social pela variao acumulada do ndice Geral de Preos Disponibilidade Interna - IGP-DI. 7.17 Ocorre que esse reajuste vai de encontro com a norma constitucional e a legislao infraconstitucional que estabelece no seu art. 41 da Lei 8.213/91 o seguinte: "Art. 41. Os valores dos benefcios em manuteno sero reajustados a partir de 2004, na mesma data de reajuste do salrio mnimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de incio ou do seu ltimo reajustamento, com base em percentual definido em regulamento, observados os seguintes critrios: (Redao dada pela Lei n 10.699, de 09.07.2003, DOU 10.07.2003); I - preservao do valor real do benefcio; (Redao dada ao inciso pela Medida Provisria n 2.187-13, de 24.08.2001, DOU 27.08.2001, em vigor conforme o art. 2 da EC n 32/2001) II - os valores dos benefcios em manuteno sero reajustados, de acordo com suas respectivas datas de incio, com base na variao integral do INPC, calculado pelo IBGE, nas mesmas pocas em que o salrio mnimo for alterado, pelo ndice da cesta bsica ou substituto eventual. (Revogado pela Lei n 8542, de 23/12/1992). (...) Pargrafo 1. O disposto no inciso II poder ser alterado por ocasio da reviso da poltica

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salarial. (Revogado pela Medida Provisria n 2.187-13, de 24.08.2001, DOU 27.08.2001, em vigor conforme o art. 2 da EC n 32/2001) Pargrafo 2. Na hiptese de se constatar perda de poder aquisitivo com a aplicao do disposto neste artigo, o Conselho Nacional de Seguridade Social - CNSS poder propor um reajuste extraordinrio para recompor esse valor, sendo feita igual recomposio das faixas e limites fixados para os salrios-de-contribuio. (Revogado pela Medida Provisria n 2.187-13, de 24.08.2001, DOU 27.08.2001, em vigor conforme o art. 2 da EC n 32/2001)." 7.18 verdade que o artigo 41, inciso II, da Lei 8.213/91 encontra-se revogado de longa data. Porm, com essa revogao ocorreu somente a substituio do INPC pelo IRSM (art. 12 da Lei 8.452/92). O IRSM tambm foi substitudo pelo IPC-r, o qual foi extinto pela Medida Provisria 1.171/95, passando a vigorar novamente o INPC. Vejamos a norma vigente: "Medida Provisria 1.171/95 ART. 8 - A partir de 1 de julho de 1995, a Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE deixar de calcular e divulgar o IPC-r. 1 - .... 2 - .... 3 - A partir da referncia julho de 1995, o INPC substitui o IPC-r para os fins previstos no 6 do art. 20 e no 2 do art. 21, ambos da Lei 8.880, de 1994." 7.19 Ora, o legislador ordinrio previu a possibilidade de mudana de ndice, de acordo com o comando constitucional "irredutibilidade do valor dos benefcios" (art. 194, pargrafo nico, IV) e a norma dispositiva "preservar-lhes, em carter permanente, o valor real, conforme critrios definidos em lei" (art. 201, 4). 7.20 Mesmo com todas essas substituies de ndices para o reajustamento dos benefcios de prestao continuada mantidos pelo requerido, permanece a inteno dos constituintes, que a de preservar o valor real dos benefcios. Deve-se, ento, fazer com que prevalea a norma constitucional (art. 201, 4, e inciso I do artigo 41 da Lei 8.213/91). 7.21 A Medida Provisria n 1.415/96 e sua reedio de n 1463/96, que estabelece o novo ndice de reajuste, no se caracteriza como ndice de reajuste da cesta

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bsica, como tambm no "reajusta em carter permanente, o valor real dos benefcios", inclusive inferior ao INPC - IBGE, eleito pelo legislador ordinrio. 7.22 Portanto, ocorre que o ndice adotado pela Medida Provisria citada inferior ao INPC e no repe o valor real dos benefcios. 7.23 Com relao a esse tpico, deve-se distinguir o critrio para a concesso do reajuste ao salrio mnimo e o critrio de reajuste para os benefcios da Previdncia Social. 7.24 Para o primeiro, o comando constitucional elencado no artigo 7, IV, prev reajustes peridicos do salrio mnimo, destinados a preservar o respectivo valor aquisitivo, to-somente no sentido de no permitir que o salrio mnimo se torne evanescente, o que certamente ocorreria se no ficasse sujeito reviso peridica. 7.25 Quanto ao reajuste para os benefcios da Previdncia Social, o comando constitucional o artigo 201, 4, o qual fala expressamente em preservao dos valores reais. Residem neste ncleo da orao os parmetros para o legislador ordinrio, sendo onde se encontra o erro substancial da Medida Provisria. 8. QUESTO PREJUDICIAL: I