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ANGOLA OPORTUNIDADES PARCERIAS FUTURO P Z DESAFIOS INVESTIMENTOS

Angola - Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos 2013-2017

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Angola - Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos 2013-2017

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  • ANGOLAOPORTUNIDADES PARCERIAS

    FUTUROP ZDESAFIOS

    INVESTIMENTOS

  • 1

    Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    ndiceO futuro passa por aqui 3

    Angola deve ser um caso de sucesso em frica 5Macroeconomia robusta e credvel 5

    Diversificao econmica: o maior desafio 6

    Angola Pas preponderante no continente 9

    2007 a 2012 Angola num ciclo virtuoso 11Desempenho macroeconmico 11

    Desempenho sectorial 18

    Reformas e medidas implementadas 19

    Fraquezas e potencialidades 21

    2013-2017 Quadro macroeconmico 25Projectos Estruturantes de Prioridade Nacional 29

    Projectos de Clusters Prioritrios 31

    Projectos de Outros Clusters 34

    Informao Relevante para Investidores 37Regime de Investimento Estrangeiro em Angola 37

    Regime de Importao 39

    Perguntas frequentes 41Contactos teis em Angola 43

    FICHA TCNICA

    EDIOEmbaixada da Repblica de Angola no Reino de EspanhaSector de Imprensa

    DIRECTOR DA EDIOVictor Lima

    EDITORNazar Van-Dnem

    PESQUISA E REDACOUANDA Comunicao e Relaes Pblicas em Angola

    TRADUOInstituto Espanhol de Lnguas

    DESIGN GRFICO E PRODUOGravity - Creative Dynamics

    IMPRESSODirio do Porto, Lda.

    NOTA DE AGRADECIMENTO PELA SUA PARTICIPAO E COLABORAODr. Manuel Nunes JniorDr. Antnio Joaquim da Cruz LimaDr. Jos Bono Martnez

    CONTACTO DA EMBAIXADA DE ANGOLA NO REINO DE ESPANHARua Lagasca 88, 2 andar. Madrid 28001Telefone: 0034 91 435 61 66 / 0034 91 435 64 [email protected]. embajadadeangola.com

    SECTOR DE IMPRENSATelefone: 0034 91 432 50 95Email: [email protected]

    BROCHURA EDITADA COM PATROCNIOSRepresentao Comercial de Angola no Reino de EspanhaGrupo Editorial: Edies Novembro

    TIRAGEM1000 exemplares

    DISTRIBUIO GRATUITA | Abril 2013

  • primeira dcada de paz em Angola vo juntar-se muitas mais e todos ns seremos testemunhas desta realidade. E ser no mbito desta nova e promissora conjuntura que as relaes polticas, econmicas e sociais entre Angola e Espanha florescero cada vez mais.

  • Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    3

    A paz instaurada em Angola em 2002 tem acele-

    rado os passos do pas rumo ao desenvolvimento.

    Ficaram para trs dcadas de destruio, que se

    saldaram em milhares de vtimas humanas e v-

    rios milhes de dlares de prejuzos materiais.

    Os sucessos que a economia nacional tem regis-

    tado so reconhecidos no s internamente, mas

    tambm por idneas instituies internacionais.

    As ltimas previses do Banco Mundial, quan-

    to ao crescimento de Angola, coincidem com

    as do Executivo angolano. Enquanto o Banco

    Mundial aponta para um crescimento, este ano,

    de 7,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB),

    o Oramento Geral de Estado (OGE) prev

    7,1 por cento. As previses apontam Angola

    como o oitavo pas da frica sub-sahariana que

    mais crescer este ano, ao mesmo tempo que

    figura na lista dos pases emergentes com taxas

    de crescimento mais elevadas.

    Muito bom e significativo que essas boas

    notcias, as optimistas previses, os nme-

    ros realistas e o reconhecimento interno e

    externo da boa sade da economia angolana,

    aconteam numa altura em que os angolanos

    comemoraram o dcimo primeiro aniversrio

    da instaurao da paz no pas, assinalado em

    4 de Abril de 2013.

    Este acontecimento, que abriu ao nosso pas as

    portas para iniciar a sua marcha rumo ao desen-

    volvimento econmico e social desejado pelos

    angolanos, tambm um excelente indicador

    para os empresrios que connosco preten-

    dam colaborar, designadamente os espanhis,

    a quem esta brochura dirigida, em primeira

    instncia, em jeito de convite para que nos visi-

    tem, nos conheam melhor, partilhem connosco

    os nossos sonhos e ambies, e connosco criem

    e implementem parcerias geradoras de ganhos

    e valncias para ambas as partes.

    A dinmica econmica e social que hoje vivemos

    bastante grande e o espao para o desenvolvi-

    mento enorme. H lugar em Angola para todos

    os que queiram ajudar o pas a romper com as

    teias do subdesenvolvimento. O poder poltico

    tem um claro compromisso com o combate po-

    breza e com a elevao da qualidade de vida dos

    angolanos. A determinao poltica e o avano

    da reconstruo nacional tem vindo a cimentar

    a reconciliao nacional e a abrir o caminho para

    o desenvolvimento. Este clima de progresso a

    garantia de que o regime democrtico triunfou

    em toda a linha em Angola, para os angolanos e

    para todos os que com o pas se relacionam.

    primeira dcada de paz em Angola vo

    juntar-se muitas mais e todos ns seremos

    testemunhas desta realidade. E ser no mbi-

    to desta nova e promissora conjuntura que as

    relaes polticas, econmicas e sociais entre

    Angola e Espanha florescero cada vez mais.

    Enalteo nesta ocasio a importncia da coope-

    rao mantida at hoje entre Angola e Espanha e

    expresso a minha firme esperana de que venham

    a ter sucessos ainda maiores todos os novos pro-

    jectos e negcios que nasam e se desenvolvam

    entre angolanos e espanhis a partir de agora.

    Victor LimaEmbaixador da Repblica de Angola no Reino de Espanha

    O futuro passa por aqui

  • Para os prximos cinco anos prev-se um crescimento mdio anual do Produto Interno Bruto de 7.1%, fortemente impulsionado pelo ritmo de crescimento do sector no petrolfero que se estima venha a crescer 9.5% nesse perodo, contra 1.75% do sector petrolfero.

  • Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    5

    Depois de uma guerra longa e profundamente des-

    truidora que durou mais de trs dcadas, Angola tem

    seguido, com sucesso, um modelo de desenvolvi-

    mento que tem como objectivo a construo de uma

    sociedade moderna, baseada no conhecimento, aber-

    ta ao exterior, com a presena de investimento directo

    nacional e estrangeiro e com uma maior interveno

    do mercado, da iniciativa privada e da concorrncia.

    Est a construir-se em Angola uma sociedade cada

    vez mais justa, equitativa e culturalmente desenvol-

    vida, em que seja erradicada a pobreza absoluta e

    a misria. Uma sociedade assente na igualdade de

    oportunidades com realce para o desenvolvimento

    humano e justia na distribuio do rendimento na-

    cional, de modo a assegurar a estabilidade poltica

    e social do pas. Est a construir-se uma socieda-

    de que garanta o acesso generalizado das famlias

    habitao condigna, gua potvel e energia

    elctrica, aos servios de educao e de sade e a

    outros bens pblicos que contribuam para o bem

    estar do povo angolano.

    Ao comemorar o 11 aniversrio da Paz alcana-

    da em Abril de 2002, Angola vive um ambiente

    de estabilidade poltica e social e de estabilida-

    de macroeconmica. Dois factores essenciais e

    imprescindveis para o crescimento e desenvol-

    vimento econmico e social do pas.

    Nos ltimos 11 anos foram dados passos seguros

    no sentido da consolidao da estabilidade pol-

    tica, do reforo da democracia, da reconciliao

    e coeso nacionais, ao mesmo tempo que foram

    feitos avanos notveis no sentido da consoli-

    dao da estabilidade macroeconmica e do

    estabelecimento das bases para um crescimento

    e desenvolvimento impetuoso e robusto.

    Macroeconomia robusta e credvel

    Do ponto de vista macroeconmico, a posio

    de Angola quer interna como externamente

    robusta e credvel.

    Nos ltimos cinco anos, Angola cresceu a uma

    taxa mdia anual de 9.2%, tendo a produo

    no petrolfera quase duplicado nesse perodo.

    Este crescimento foi puxado fundamentalmen-

    te pelos investimentos pblicos que tm criado

    externalidades positivas para o crescimento do

    sector privado, que deve constituir o motor do

    crescimento econmico.

    Para os prximos cinco anos prev-se um cres-

    cimento mdio anual do Produto Interno Bruto

    de 7.1%, fortemente impulsionado pelo ritmo

    de crescimento do sector no petrolfero que

    se estima venha a crescer 9.5% nesse perodo,

    contra 1.75% do sector petrolfero.

    Tem-se mantido a tendncia iniciada em 2006

    em que o sector no petrolfero cresce mais do

    que o sector petrolfero, o que um indicador

    importante do processo de diversificao da

    economia em curso em Angola.

    A inflao, por sua vez, tem estado a diminuir

    de modo significativo.

    Em 2012 a inflao acumulada ter ficado ao re-

    dor de 10% e para 2013 aponta-se como objec-

    tivo uma inflao de 9%.

    Para os prximos cinco anos projecta-se uma

    inflao mdia anual ao redor de 7%, isto , uma

    Angola deve ser um caso de sucesso em frica

  • 6taxa de inflao acumulada de um s dgito.

    Para termos uma perspectiva clara e progres-

    siva vale a pena recordar que em 1996 Angola

    chegou a atingir uma taxa de inflao acumula-

    da anual de 3000%.

    A inflao quando se apresenta com taxas mui-

    to altas e variveis funciona como um imposto

    sobre os detentores de activos lquidos e como

    um factor de incerteza para os investidores.

    Com a sua reduo, o clima de negcios do pas

    significativamente melhorado.

    As Reservas Internacionais Lquidas (RIL) em 2012

    tero ficado ao redor de USD 32.2 mil milhes. Para

    2013 prev-se que as RIL venham a situar-se em

    torno de USD 40.3 mil milhes. Para o final do per-

    odo que vai at ao ano de 2017 projecta-se que as

    mesmas se situem ao redor dos USD 53 mil milhes.

    O importante para os prximos cinco anos

    que o pas continue a crescer.

    No que toca teoria econmica, hoje j no h

    dvidas de que o crescimento econmico a

    condio essencial para o desenvolvimento.

    Sem crescimento econmico no h desenvolvi-

    mento. No se pode distribuir o que no existe.

    preciso ser-se eficiente no que respeita pro-

    duo da riqueza nacional para depois se ser

    equitativo na sua distribuio.

    Diversificao econmica: o maior desafio

    O grande desafio que se coloca, agora, ao pas

    a diversificao da sua economia.

    Apesar dos avanos que se tm verificado neste

    domnio, a economia angolana ainda pouco di-

    versificada. O sector petrolfero representa cerca de

    45% do PIB, mais de 70% das receitas fiscais e mais

    de 90% das exportaes, tornando a economia

    nacional ainda muito vulnervel a choques externos.

    Grande parte dos bens de amplo consumo

    popular ainda so importados.

    No se pode desenvolver um pas apenas com

    base nas importaes e com nveis muito bai-

    xos de produo interna.

    S aumentando a produo nacional se criam

    empregos, se aumentam os rendimentos dos

    cidados e, por esta via, se aumenta o poder

    de compra das pessoas, levando a um aumento

    da procura efectiva nacional e a um verdadeiro

    circulo virtuoso de crescimento.

    A riqueza de um pas com recursos minerais

    como Angola igual riqueza debaixo da terra

    mais a riqueza acima da terra. Se a riqueza de-

    baixo da terra exaurida e no substituda por

    riqueza acima da terra, o pas no crescer, no

    se desenvolver e no melhorar o bem-estar e

    a qualidade de vida do seu povo.

    Cai-se naquilo a que muitos autores chamam de

    maldio dos recursos naturais, isto , uma situ-

    ao paradoxal em que um pas rico em recursos

    naturais estagna do ponto de vista econmico

    e no consegue proporcionar ao seu povo uma

    qualidade de vida adequada.

    Com efeito, com vista a garantir um crescimen-

    to econmico mais rpido e sustentado, Angola

    vai crescer em rede, atravs de clusters que

    criaro as vantagens comparativas dinmicas

    capazes de sustentarem o posicionamento de

    Angola nos segmentos das cadeias produtivas

    de maior valor acrescentado.

    Para os prximos cinco anos foram definidos

    os seguintes clusters prioritrios: (i) energia,

    (ii) gua, (iii) alimentao e agro-indstria,

    (iv) habitao e (v) transportes e logstica.

    H uma grade escassez de quadros em Angola

    quer em quantidade, quer sobretudo em qua-

    lidade aos vrios nveis. Por isso, a aposta na

    educao crucial para que o pas tenha

    sucesso no seu processo de desenvolvimento.

    Com vista a fazer face a este grande constrangimento,

    a previso a do pas passar dos actuais 1.2 milhes

    de quadros (incluindo-se aqui dirigentes, gestores,

    tcnicos superiores e tcnicos mdios), para

  • 7

    Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    2.3 milhes de quadros at ao ano de 2020. Isto ,

    duplicar a quantidade de quadros nacionais num

    horizonte de sete anos.

    Estes quadros sero formados no s para fa-

    zer face s necessidades do desenvolvimento

    dos clusters prioritrios da economia, como

    tambm de outros clusters como os da geolo-

    gia, minas e indstria, do petrleo e gs natural,

    das florestas, do turismo e lazer, das telecomu-

    nicaes e tecnologias de informao e das

    actividades financeiras.

    Para garantir a excelncia da formao des-

    tes quadros far-se- uma combinao das

    capacidades internas de formao com as

    capacidades de formao existentes noutras

    partes do mundo, fazendo parceria com os me-

    lhores centros de formao que o mundo pode

    oferecer. A combinao de recursos naturais

    abundantes com quadros nacionais qualifica-

    dos e competentes permitir certamente que o

    pas alcance o objectivo fixado de elevar o ndi-

    ce de Desenvolvimento Humano do quociente

    actual de 0.40 para o patamar de 0.53, nos pr-

    ximos cinco anos.

    Com isso Angola estar colocada prximo dos

    pases de rendimento mdio no que qualidade

    de vida diz respeito.

    Angola tem tudo para ser um caso de sucesso

    em frica e no mundo.

    Angola tem os braos abertos para todos pa-

    ses do mundo que queiram contribuir para o

    alcance deste grande objectivo.

    Manuel Nunes JniorDeputado, Professor Titular da Universidade Agostinho Neto

  • Ambas as referncias proporcionam um retrato ntido das boas relaes, slidas, fiveis e sinceras, entre os dois pases e das potencialidades de Angola como pas preponderante no continente africano. Por isso mesmo, desprezar os benefcios recprocos das nossas relaes seria totalmente insensato.

  • Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    9

    porta de entrada na Europa e na Amrica Latina.

    Espanha, pas que cresceu vertiginosamente durante

    alguns anos e que atravessa agora uma situao incerta,

    tambm lhe convm olhar com ateno para Angola, que

    apresenta um crescimento do PIB da ordem dos 8 por

    cento e que sabe valorizar a incorporao tcnica e o know-

    -how das nossas indstrias, empresas e empreendedores.

    Angola um pas slido e credvel, no qual a diversifica-

    o ser o grande desafio durante os prximos anos,

    com o intuito de diminuir a grande dependncia que

    ainda tem do petrleo, o seu principal motor econmico.

    De acordo com os dados de 2011, certamente distantes dos

    atuais, o volume de negcios entre os dois pases atingiu

    aproximadamente os 1.000 milhes de euros, um valor que

    ir indubitavelmente aumentar mesma velocidade e na

    mesma medida em que se multiplicou o nmero de vistos

    ou o nmero de voos da linha regular Madrid-Luanda e

    Luanda-Madrid, de acordo com a Embaixada.

    A paz conquistada por Angola em 2002, a liberdade,

    as recentes eleies, que se realizaram pela terceira vez

    desde o fim da guerra, na presena de observadores in-

    ternacionais, abriram-lhe as portas do crescimento.

    O seu atual desafio como pas conseguir que o cres-

    cimento seja sustentvel e que se reflita paulatinamente

    nas condies de vida de toda a populao, com in-

    tervenes decididas no mbito da sade, educao,

    habitao, infraestruturas, formao profissional ou na

    rea da luta contra a desnutrio.

    So desafios prprios de cada pas, que a Espanha tem

    a obrigao de fomentar e impulsionar. Como escreveu

    o Embaixador, Angola est no bom caminho. Ora com

    esse horizonte, encontrar em Espanha companheiros

    de viagem.

    Jos Bono MartnezEx-Presidente do Congresso dos Deputados de Espanha

    Quando a Embaixada de Angola em Espanha me deu a

    oportunidade de escrever algumas linhas sobre as rela-

    es polticas, diplomticas e empresariais entre os dois

    pases, vieram-me cabea duas imagens e um texto.

    As imagens referem-se a duas visitas de espanhis a

    Luanda: a primeira, a delegao do Congresso dos De-

    putados, a que tive a honra de presidir, em setembro de

    2011, e, a segunda e mais recente, exatamente um ano

    mais tarde, a do Ministro dos Negcios Externos e da

    Ministra das Obras Pblicas de Espanha, Jos Manuel

    Garca-Margallo e Ana Pastor, respetivamente, acompa-

    nhados de representantes do mundo empresarial.

    O texto a que me referia foi publicado a 14 de Novem-

    bro do ano transato pelo atual Embaixador de Angola

    em Espanha, Vctor Lima, num dirio nacional, El Mundo,

    coincidindo com o 37 aniversrio da independncia de

    Angola, a 11 de bro de 1975.

    Ambas as referncias proporcionam um retrato ntido

    das boas relaes, slidas, fiveis e sinceras, entre os

    dois pases e das potencialidades de Angola como pas

    preponderante no continente africano. Por isso mesmo,

    desprezar os benefcios recprocos das nossas relaes

    seria totalmente insensato.

    No se trata de uma perceo interesseira. Os n-

    meros macroeconmicos facultados pelo Banco

    Mundial, ONU, Fundo Monetrio Internacional,

    UNESCO, OPEP e FAO evidenciam que Angola ultra-

    passou com sucesso as sequelas da feroz guerra que

    assolou o seu territrio durante anos e que, desde

    2002, o pas deitou as mos obra para conseguir

    uma reconstruo fsica, moral e democrtica.

    Por isso mesmo, e pensando na empresa espanhola, a

    quem fundamentalmente se dirige este Boletim, impor-

    ta afirmar sem receio que o crescimento sustentvel do

    PIB de Angola durante os ltimos anos torna este pas

    um lugar atraente para a Espanha. A esta circunstn-

    cia acresce a decidida aposta poltica que Angola fez

    com a Espanha, elegendo-a voluntariamente como

    AngolaPas preponderante no continente

  • Nos ltimos cinco anos, a economia de Angola cresceu a uma taxa mdia de 9,2% ao ano. Quando consideramos apenas a economia no-petrolfera, a taxa mdia de crescimento foi de 12% neste perodo, o que significa que a produo da economia no petrolfera quase duplicou nos ltimos cinco anos.

  • Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    11

    2007 a 2012Angola num ciclo virtuoso

    Desempenho macroeconmico

    Economia realNos ltimos cinco anos, a economia de Angola

    cresceu a uma taxa mdia de 9,2% ao ano.

    Quando consideramos apenas a economia no-

    -petrolfera, a taxa mdia de crescimento foi

    de 12,0% neste perodo, o que significa que a

    produo da economia no petrolfera quase

    duplicou nos ltimos cinco anos.

    Os ltimos exerccios de previso apontam, para

    o ano de 2012, um crescimento igual a 8,8%,

    resultante da combinao de um crescimento

    de 9% para a economia no-petrolfera e de

    8,5% para a economia petrolfera.

    Tal como o grfico 1 ilustra, podemos identifi-car trs momentos distintos no desempenho

    da economia angolana, desde 2007. O primeiro

    momento (2007-2008) caracterizou-se por

    altas taxas de crescimento do PIB petrolfero e

    do PIB no-petrolfero, em resultado da entrada

    e produo de importantes campos nos Blocos

    15 (Marimba), 17 (Rosa) e 18 (Grande Plutnio)

    e de um aumento significativo dos nveis

    de actividade nos sectores da construo,

    agricultura e servios mercantis.

    O segundo momento (2009-2010) caracterizou-

    -se por um decrscimo da produo petrolfera

    acompanhado pela reduo do ritmo de cres-

    cimento de outros sectores importantes na

    Taxa de crescimento do PIB real (%) | Quadro 1

    PIB PIB np PIB p

    2007 23,20 25,40 20,40

    2008 13,80 15,00 12,30

    2009 2,39 8,31 -5,09

    2010 3,50 7,80 -2,87

    2011 3,90 9,70 -5,60

    2012 * 7,40 9,10 4,30

    Preos Constantes de 2002. * Estimado | Fonte: Ministrio do Planeamento

  • 12

    com a reduo do preo do petrleo (segundo

    clculos da British Petroleum, o preo mdio

    da Brent desceu de USD 121/barril, no segundo

    quarto de 2008, para USD 45/barril, no perodo

    homlogo de 2009) registou-se, em 2009, uma

    significativa reduo nas receitas fiscais do

    Estado, o que conduziu contraco da procura

    agregada da economia e consequente queda

    dos nveis de actividade de sectores importantes

    como a agricultura, servios mercantis e indstria

    transformadora.

    O sucesso do Programa do Governo implementa-

    do entre 2009 e 2012, que visou aliviar as presses

    de liquidez, restabelecer a confiana do mercado,

    restaurar a excelente posio macroeconmica

    anterior crise e realizar reformas estruturais impor-

    tantes, apoiado pelo Fundo Monetrio Internacional

    estrutura do PIB, como o da agricultura e o dos

    servios mercantis. Esta reduo do ritmo de

    crescimento da economia trouxe grandes de-

    safios poltica econmica (diversificao da

    economia, reformas estruturais, gesto da dvi-

    da pblica, controlo dos preos, gesto cambial,

    melhoria dos ndices de competitividade exter-

    na, etc.), visto que no se podiam desperdiar

    os significativos ganhos econmicos e sociais

    conseguidos nos anos precedentes.

    As principais razes para a queda da produo

    petrolfera verificada neste perodo foram as

    restries de produo, devido s operaes

    de manuteno e problemas mecnicos, e o

    fraco desempenho do gs de elevao em

    alguns campos, especificamente no caso do

    Bloco 2. Combinando a queda na produo

    ANGOLA TAXA DE CRESCIMENTO DO PIB REAL E SEUS COMPONENTES | Grfico 1

  • 13

    Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    com base num acordo Stand-By (atravs do qual

    o Governo de Angola beneficiou de um financia-

    mento de USD 1,4 mil milhes), e, em particular,

    a finalizao de importantes investimentos, deu

    lugar ao terceiro momento (2011-2012), caracteri-

    zado pela estabilizao do ritmo de crescimento

    do sector no-petrolfero em torno de 9,5%, o que

    constituiu evidncia de que a economia no-petro-

    lfera est a ganhar nveis de sustentabilidade que

    lhe permitem apresentar um desempenho cada vez

    menos dependente do sector petrolfero.

    Como fica ilustrado no quadro 3, trs sectores com elevado peso na estrutura do PIB (agricultura,

    indstria transformadora e servios mercantis)

    ressentiram-se, num primeiro momento, do mau

    desempenho do sector petrolfero. Entretan-

    to, apesar da continuao da queda do sector

    DESEMPENHO DO SECTOR PETROLFERO | Quadro 2

    Produo Petrleo(milhes barris/dia)

    Preo Mdio Petrleo(USD/barril)

    2007 1,69 72,4

    2008 1,90 92,4

    2009 1,80 60,9

    2010 1,76 77,9

    2011 1,66 110,1

    2012* 1,73 103,8

    Fonte: Ministrio do Planeamento. * Estimado.

    TAXAS DE CRESCIMENTO DO PIB (%) | Quadro 3

    2007 2008 2009 2010 2011 2012 (Est)

    Agricultura 27,4 1,9 29,0 6,0 9,2 13,9

    Pescas e derivados 9,7 -2,4 -8,7 1,3 17,2 0,0

    Diamantes e outros 2,7 -8,2 4,6 -10,3 -0,7 9,0

    Petrleo 20,4 12,3 -5,1 -3,0 -5,6 4,3

    Indstria transformadora 32,6 11,0 5,3 10,7 13,0 6,0

    Construo 37,1 25,6 23,8 16,1 12,0 7,5

    Energia 8,6 26,1 21,3 10,9 3,5 11,7

    Servios mercantis 21,8 26,9 -1,5 8,7 9,5 10,0

    Outros 4,5 1,9 5,9 4,7 9,6 4,3

    PIB a preos de mercado 23,2 13,8 2,4 3,4 3,9 7,4

    PIB no Petrolfero 25,4 15,0 8,3 7,8 9,7 9,1

    Fonte: Ministrio do Planeamento. Preos Constantes 2002.

  • 14

    petrolfero, qualquer um dos trs sectores

    referidos retomou ou melhorou a taxa de cres-

    cimento no perodo seguinte.

    Poltica OramentalUm dos pilares do bom desempenho econ-

    mico de Angola tem sido a equilibrada poltica

    oramental adoptada. No perodo em anlise,

    exceptuando o ano de 2009, o saldo do OGE,

    na ptica do compromisso, tem sido sistemati-

    camente positivo, em torno do 9,0% do PIB.

    O saldo negativo do OGE, registado em 2009,

    foi resultado da queda significativa nas receitas

    fiscais petrolferas. Esta queda explica tambm

    o facto de ser o ano em que as receitas petrol-

    feras tiveram o menor peso nas receitas totais e

    o facto das despesas com o PIP registarem uma

    reduo significativa.

    Para alm da acentuada reduo das receitas

    fiscais petrolferas, atrasos no processo de fac-

    turao por parte dos contratantes, dificuldades

    na obteno de financiamento interno e algu-

    mas fraquezas na gesto das finanas pblicas,

    resultaram na acumulao de atrasados internos.

    Para evitar graves efeitos sobre a economia inter-

    na, a partir de 2010, o Governo levou a cabo um

    slido programa de regularizao e no acumula-

    o adicional de atrasados.

    O quadro 4, sobre os indicadores do sector fis-cal, deixa tambm claro que o sector petrolfero

    continua a ter um significativo peso nas recei-

    tas fiscais. Este factor constitui um elemento

    de risco gesto oramental visto que expe

    a economia interna aos choques do mercado

    petrolfero. Esta constatao levou o Executi-

    vo a implementar um importante programa de

    reforma tributria que, entre outros objectivos,

    visa aumentar a importncia das receitas no-

    -petrolferas no oramento.

    Alm de pretender afectar o nvel de actividade

    econmica no curto prazo, a poltica oramental

    adoptada teve em vista a elevao e a susten-

    tabilidade da trajectria de crescimento. Por

    isso, foi dada ateno especial acumulao

    de capital fsico (por via do Programa de In-

    vestimento Pblico) e acumulao de capital

    humano (fixao de um limite inferior nas des-

    pesas com as funes Educao e Sade).

    Para financiar os programas de investimento optou-se

    INDICADORES DO SECTOR FISCAL |Quadro 4

    Saldo Global de Compromissos (% PIB)

    Peso das Receitas Petrolferas

    (% Total)

    Variao de Atrasados

    PIP Executado

    2007 11,3% 81,2% 136 800,0 169 097,0

    2008 8,8% 80,9% 344 300,0 791 130,1

    2009 -12,6% 70,1% -17 000,0 232 383,0

    2010 7,7% 93,9% -73 000,0 242 593,4

    2011 8,4% 79,6% 372 800,0 706 492,9

    2012* 10,2% 58,8% 3 600,0 995 500,0

    Fonte: Ministrio das Finanas (milhes de Kz)

  • 15

    Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    por recorrer a financiamento interno e externo,

    dentro dos limites internacionalmente reconheci-

    dos como sustentveis. Em 2011, o stock da dvida

    Dados referentes ao final de 2011 mostram que

    61,3% da dvida externa comercial, 32,2%

    bilateral e a restante est repartida entre dvi-

    da multilateral e dvida a outros fornecedores.

    Na mesma altura, a dvida titulada representa-

    va 88,2% da dvida interna, estando a restante

    repartida em atrasados do PIP (7,4%) e dvida

    no-titulada (4,4%).

    Poltica monetria e relaes externasA poltica monetria tem sido conduzida tendo

    com vista estabilidade do sistema financeiro

    nacional e o controlo do nvel geral de preos.

    Uma gesto cuidada da liquidez e da taxa de

    cmbio permitiu a reduo da taxa de inflao

    para nveis prximos de um dgito. Em 2011,

    registou-se a mais baixa taxa de inflao da

    histria econmica de Angola, o que permite

    almejar, para 2012, uma taxa de inflao igual

    meta de 10% ou mesmo inferior, uma vez que a

    taxa homloga em Agosto de 2012 cifrou-se j

    pblica total foi de USD 31.546,6 milhes, 61,2% do

    qual constituda por dvida externa.

    em um dgito (9,87%), conforme o INE (Instituto

    Nacional de Estatstica).

    Para uma economia com elevado potencial de

    crescimento, como a angolana, so esperadas

    taxas de inflao entre os 5% a 8%. Acredita-se

    que, acima destes nveis, a inflao parece ser

    consistente com um crescimento menor do que

    o possvel devido a distores no investimento.

    Assim, o Executivo continuar a priorizar a re-

    duo da taxa de inflao usando instrumentos

    de poltica monetria e fiscal (com efeitos no

    curto prazo) e instrumentos de poltica indus-

    trial que induzam uma maior produtividade dos

    factores (no longo prazo).

    A venda ao mercado, atravs do BNA, das divi-

    sas oriundas dos impostos petrolferos essencial

    para a normal execuo do OGE, bem como para

    atender a procura de moeda estrangeira pela ge-

    neralidade das actividades econmicas. Por esta

    DVIDA PBLICA | Quadro 5

    Total Interna Externa Dvida Pblica/Receitas (%)

    2007 15.256,0 5.334,0 9.922,0 35,5

    2008 27.998,0 13.991,0 14.007,0 107,4

    2009 27.406,5 12.306,5 15.100,0 76,3

    2010 30.363,0 13.389,0 16.974,0 81,0

    2011 31.546,6 12.233,8 19.312,8 61,9

    2012* 33.314,0 13.180,0 20.134,0 48,0

    *Estimativa | Fonte: Ministrio das Finanas (milhes de USD)

  • 16

    razo, a oferta de divisas e de meios de paga-

    mento ao mercado financeiro deve ser feita de

    modo a garantir que a taxa de cmbio nominal se

    deprecie de forma controlada, por forma a evitar

    quer presses inflacionrias, quer a apreciao

    contnua da taxa de cmbio real, a qual poderia

    reduzir a competitividade de uma indstria ainda

    nascente face aos produtos importados.

    Uma varivel sinalizadora do grau de estabilida-

    de e do incentivo informalidade no mercado

    cambial o diferencial entre a taxa de cmbio

    no mercado primrio e a taxa de cmbio no

    mercado informal. Como o grfico 2 ilustra, este diferencial manteve-se em nveis baixos at ao

    princpio de 2009. Nesta altura, em resultado

    de comportamentos especulativos, aumentou

    INDICADORES DO SECTOR MONETRIO | Quadro 6

    IPC M3 M2 Kz/USD

    2007 11,79% 49,40% 38,90% 6,5%

    2008 13,17% 64,04% 65,70% -0,3%

    2009 13,99% 21,48% 62,57% -18,9%

    2010 15,31% 7,76% -0,15% -3,6%

    2011 11,38% 36,60% 34,75% -2,8%

    2012 10,00% 15,69 14,93% -3,0%

    *Estimativa | Fonte: Ministrio do Planeamento, Banco Nacional de Angola (taxa de variao, %)

    INDICADORES DO MERCADO CAMBIAL | Quadro 7

    Mercado primrio, USD/Kz

    Mercado informal, USD/Kz

    Diferencial cambial (primrio-informal) (%)

    Venda de divisas pelo BNA

    (milhes de USD)

    2007 75,00 76,00 1,30 6.718,63

    2008 75,20 75,63 0,61 9.199,52

    2009 89,39 96,83 8,32 10.636,06

    2010 92,64 101,25 9,29 11.612,64

    2011 95,28 102,42 7,49 14.839,47

    2012 95,83 104,83 9,40 18.660,62

  • 17

    Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    significativamente o diferencial cambial. Para

    conter o ressurgimento do mercado informal, o

    Banco Central elevou os nveis de colocao de

    divisas no mercado, ao mesmo tempo que redu-

    ziu o diferencial cambial por via da desvalorizao

    controlada do Kwanza. Desde o princpio de 2010,

    o diferencial cambial tem-se mantido estvel

    (embora a um nvel mais elevado), com alguma

    tendncia de reduo nos meses mais recentes,

    para o que, tambm, tem contribudo o aumen-

    to das Reservas Internacionais, o endividamento

    prudente e a consolidao fiscal.

    O volume de reservas internacionais lquidas

    um dos principais fundamentos da robustez da

    estabilidade macroeconmica de Angola. Nos

    ltimos cinco anos, estas cresceram em cerca

    de 100%, o que permitiu cobrir mais de sete me-

    ses e meio de importaes.

    Os dados da conta externa de Angola evidenciam

    um recorrente saldo positivo da Balana de Pa-

    gamentos (BoP), exceptuando o ano de 2009. A

    sustentar o desempenho positivo da Balana de

    Pagamentos esteve a Balana Comercial. Entre

    2008 e 2009, a queda desta balana de USD 42,9

    mil milhes para USD 18,1 mil milhes, foi suficien-

    te para que se incorresse numa situao defici-

    tria na BoP em torno dos USD 4,6 mil milhes,

    dado que as balanas de Servios, Rendimentos e

    Transferncias tm apresentado, estruturalmente,

    saldos negativos.

    A queda registada, em 2009, na balana comer-

    cial resultou, em grande medida, da queda do

    preo e da quantidade do petrleo bruto, que

    representa 94% das exportaes, combinada

    com uma maior rigidez das importaes face

    crise internacional.

    INTERACO ENTRE OS MERCADOS CAMBIAIS PRIMRIO E INFORMAL | Grfico 2

  • 18

    Caf (43%), Cereais (+34%), Leguminosas (30%),

    Frutas (27%), Pesca Continental (311%), Pesca in-

    dustrial (197%), Bebidas (44%) e Turistas (34%).

    Os produtos que registaram uma evoluo

    negativa foram os seguintes: Pesca Artesanal

    (-47%), Rochas Ornamentais (-31%), Diamante

    (-11%) e Petrleo (-8%);

    Desempenho sectorial

    Dos principais resultados alcanados a nvel

    sectorial, destacam-se, no perodo 2009 a 2011,

    os seguintes aspectos:

    a) Nos Sectores Econmicos, os produtos e ser-

    vios em rpida expanso foram os seguintes:

    RESERVAS INTERNACIONAIS LQUIDAS | Quadro 8

    RIL (Milhes de USD) RIL (meses de importao)

    2007 11191,0 5,1

    2008 17499,0 5,0

    2009 12621,0 3,8

    2010 17326,6 6,6

    2011 26084,2 7,6

    2012 33711,1 8,6

    *Estimativa | Fonte: Banco Nacional de Angola

    BALANA DE PAGAMENTOS | Quadro 9

    Saldo Global Saldo Balana ComercialSaldo Bal Capitais Financiamentos

    2007 3126,4 30374,7 -5813,8

    2008 7256,0 42931,8 1297,6

    2009 4616,2 18168,0 2498,1

    2010 6010,3 33928,0 -986,8

    2011 8598,5 46859,1 -2582,3

    2012 6457,3 40541,5 1297,9

    *Estimativa | Fonte: Banco Nacional de Angola (milhes de USD)

  • 19

    Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    b) Nos Sectores de Infraestruturas, as actividades

    que registaram melhor evoluo foram os servios

    de internet (369%), instalao de linhas telefnicas

    (153%), manuseamento de objectos de corres-

    pondncia (66%), utentes de servio de telemvel

    (46%), produo de energia hdrica (23%), distri-

    buio de energia (16%), construo de chafarizes

    (21%) e construo de pontos de gua (9%). Os

    transportes registaram evoluo negativa na carga

    transportada e nos passageiros transportados;

    c) Nos Sectores Sociais, merecem destaque pela

    positiva a forte expanso do nmero de alunos no en-

    sino no universitrio (15%), melhoria da taxa bruta de

    escolarizao (29 pontos percentuais em trs anos),

    incremento do nmero de aulas (9%), rpido cresci-

    mento do nmero de alunos matriculados (68%) e

    de docentes do ensino superior (21%), aumento do

    nmero de bolsas internas (200%) e de bolsas exter-

    nas (21%), reduo do nmero de casos de doenas

    diarreicas agudas (-68%) e de doenas respiratrias

    (-24%), progresso da participao feminina na ma-

    gistratura pblica (9 pontos percentuais) e judicial (7

    pontos percentuais), enorme aumento do nmero de

    beneficirios de lares (7 vezes), aumento de nmero

    de veteranos de guerra beneficiados por penses

    (mais 6%) e do nmero de assistidos bancarizados (6

    vezes) e, finalmente, do nmero de praticantes des-

    portivos (que quintuplicou).

    Alguns indicadores revelam, contudo, evoluo ne-

    gativa, a qual importa sublinhar crescimento da

    taxa de abandono escolar (de 8,8% para 15,5%), re-

    duo da taxa de aprovao escolar (de 78% para

    72%), aumento do nmero de casos de malria

    (21%), de sida (127%) e febre tifoide (95%), redu-

    o do nmero de leitores da Biblioteca Nacional

    (-25%) e quebra sensvel do nmero de visitantes

    de museus (-23%) e que podem vir a constituir

    possibilidades de investimento e de cooperao en-

    tre Angola e os seus parceiros externos.

    Reformas e medidas implementadas

    Foram mltiplas e diversificadas as Reformas Administrativas e as Medidas de Poltica Ma-croeconmica e Cambial adoptadas a nvel sectorial, no perodo 2009-2011, das quais se

    destacam as seguintes:

    No Plano Legal e Regulamentar foram apro-vados, designadamente, diplomas sobre o Pro-

    grama Municipal de Desenvolvimento Rural e

    Combate Pobreza; Programao e Gesto do In-

    vestimento Pblico; Refinao de Petrleo Bruto,

    Armazenamento, Transporte, Distribuio e Co-

    mercializao de Produtos Petrolferos; Cdigo

  • 20

    Mineiro; Poltica e Estratgia de Segurana Ener-

    gtica Nacional; Cdigo de Famlia e reforo do

    papel do Conselho Nacional de Famlia; Polti-

    ca Nacional de Cincia, Tecnologia e Inovao;

    Financiamento da Formao Profissional;

    Poltica Nacional de Sade, do novo Estatuto

    Orgnico do MINSA, da Poltica Farmacutica,

    do Regime Jurdico de Gesto Hospitalar e do

    Diploma das Carreiras de Enfermagem; Juven-

    tude e Poltica Juvenil do Estado; Radiodifuso,

    Televiso e Conselho Nacional de Comunicao

    Social; Princpios Gerais de Recrutamento e Se-

    leco de Candidatos na Administrao Pbli-

    ca; Condies e Procedimentos de Elaborao,

    Gesto e Controlo dos Quadros de Pessoal da

    Administrao Pblica; Programa de Moderni-

    zao e Reforma da Administrao da Justi-

    a; Sistema Nacional de Planeamento; Sistema

    Estatstico Nacional; Realizao do RGPH e

    Questionrios do Recenseamento; Sector Em-

    presarial Pblico; Apoio ao Pequeno Negcio e

    s MPMEs e Balco nico do Empreendedor; Criao da ZEE Luanda-Bengo;

    Ao nvel dos Instrumentos de Planeamento e de Governao destacam-se o Plano Nacional Estratgico da Administrao do Territrio; Imple-

    mentao do Sistema Integrado de Informao

    da Gesto da Administrao do Territrio (SII-

    GAT); Plano de Apoio Comercializao Rural;

    Plano Director Nacional de Irrigao PLANIR-

    RIGA; Programa de Apoio Mulher Rural; Plano

    de Ordenamento das Pescas e Aquicultura;

    Apoio construo dos Plos de Desenvolvi-

    mento Industrial de Viana, Ftila, Catumbela e da

    Fbrica de Descaroamento e Fiao de Algo-

    do; Plano Director para o Desenvolvimento do

    Comrcio e da Infra-estrutura Logstica; Plano

    Director para o Desenvolvimento do Turismo e

    definio de planos territoriais e de ordenamen-

    to turstico das Provncias; Programa gua para

    Todos; Plano Inter-Provincial de Ordenamento do

    Territrio (PIPOT) das Provncias da Lunda Nor-

    te, Lunda Sul e Moxico; Plano Director Nacional

    do Sistema de Transportes de Angola; Plano

    Nacional de Desenvolvimento Sanitrio 2012-

    2021; Descentralizao da gesto administrativa

    e financeira das instituies de ensino; Adopo

    das Linhas Mestras para a Melhoria da Gesto

  • 21

    Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    do Subsistema do Ensino Superior e do seu

    Plano de Implementao; Estabelecimento de

    sete (7) Regies Acadmicas que delimitam o

    mbito territorial de actuao e expanso das

    instituies de ensino superior; Cadastro Nacional

    do Patrimnio Habitacional (Base Dados e Pro-

    priedade Horizontal); Demarcao de 13 reservas

    fundirias, em todo territrio nacional com uma

    rea total de 167.733,32 Hectares, distribudas

    em algumas provncias; Reviso da frmula de

    clculo das prestaes sociais e fixao de um

    tecto mximo (limite no valor das penses);

    Alterao do Modelo Institucional dos Cami-

    nhos- de-Ferro de Angola; Eaborao do Livro

    Branco das Tecnologias de Informao e Comu-

    nicao; Criao de novos parques nacionais e

    novas reas de conservao, incluindo a pro-

    teco da palanca negra, e reabilitao faseada

    dos parques e reservas ecolgicas; Implemen-

    tao e operacionalizao do Projecto e-GOV;

    Aprovao do Programa de Modernizao e

    Reforma da Administrao da Justia; Criao

    da Sociedade de Desenvolvimento da ZEE

    Luanda - Bengo E.P.

    Fraquezas e potencialidades

    Em Angola, o desenvolvimento dos diferentes

    sectores est limitado por vrios tipos de fra-quezas, que devem ser superadas, a breve trecho, por forma a garantir a sustentabilidade e a

    dinmica do processo de desenvolvimento. En-

    tre as mais relevantes podem identificar-se as

    seguintes: elevada taxa de desemprego; exis-

    tncia de disparidades de gnero em mltiplas

    dimenses; baixo nvel de qualificao da popu-

    lao economicamente activa, fundamentalmente

    nas profisses de natureza tcnica; alto ndice

    de analfabetismo no meio rural; escassez de

  • 22

    quadros com formao acadmica e profissional

    qualificada; escassez de cursos universitrios nas

    reas de engenharia e tecnologias; insuficiente

    oferta de ensino tcnico-profissional; deficien-

    te conhecimento e gesto dos vastos recursos

    agrcolas, pesqueiros ou minerais; desestrutu-

    rao scio-produtiva das comunidades rurais

    devido falta de infraestruturas sociais e pro-

    dutivas, com realce para as vias rurais; ausncia

    de redes integradas de comercializao e distri-

    buio de bens alimentares (produtos agrcolas,

    produtos da pesca); reduzidas infra-estruturas

    necessrias para a instalao de indstrias,

    principalmente, de gua, saneamento e energia

    elctrica, agravada pela ausncia de uma poltica

    especfica de proteco temporria inds-

    tria nacional, sobretudo nascente; reduzida

    oferta nacional de materiais locais de cons-

    truo, com forte repercusso nos custos;

    elevados custos de contexto, em particular ao nvel

    do funcionamento da administrao pblica

    e do sistema judicial; fortes custos porturios

    e de transporte; presena excessiva de empre-

    sas do sector empresarial pblico em vrios

    sectores da actividade econmica; insuficien-

    te crdito concedido economia pelo sistema

    financeiro nacional para fazer face s necessi-

    dades de financiamento da economia real do

    pas; degradao das condies ambientais,

    quer atravs do agravamento da desertificao

    quer do frequente aparecimento de ravinas.

    Todavia, o pas dispe de vastas potencialidades, capazes de transformarem as fraquezas em

    foras e superarem as eventuais ameaas que

    possam surgir, das quais se destacam o facto

    de a populao ser bastante jovem; abundantes

    e diversificados recursos naturais (solos de ele-

    vada aptido agrria e elevada biodiversidade);

    abundncia de recursos hdricos e extenso do

    territrio; orla martima extensa com um consi-

    dervel nvel de biomassa; grandes reservas de

    recursos petrolferos por explorar e descober-

    ta de novos campos de produo, incluindo no

    pr-sal; diversas ocorrncias minerais devida-

    mente identificadas e grande potencial diaman-

    tfero; elevado potencial hdrico, elico, solar e

    biomassa; existncia de 47 bacias hidrogrficas

    principais; condies adequadas para a implan-

  • 23

    Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    tao de plos de desenvolvimento e condom-

    nios industriais; localizao privilegiada da ZEE

    Luanda-Bengo; vrias oportunidades para iden-

    tificao e constituio de Parcerias Pblico-

    -Privadas; principais infra-estruturas ferrovirias

    e rodovirias reabilitadas; programa de plata-

    formas logsticas em fase de implementao;

    oportunidades de explorao turstica associa-

    das a novos plos de desenvolvimento; aumento

    das reas de conservao ambiental e florestal,

    bem como a valorizao do patrimnio natural

    e das comunidades; crescente procura de

    ensino, a todos os nveis, com a chegada aos

    diferentes subsistemas das geraes nascidas

    neste sculo, depois do estabelecimento da Paz

    em 2002; forte aposta no desenvolvimento do

    ensino tcnico-profissional; populao jovem

    disponvel para formao profissional; intensa

    procura do ensino superior e necessidade de

    garantir a disponibilidade de dirigentes, qua-

    dros, professores e investigadores necessrios

    ao desenvolvimento nacional; lanamento e

    estruturao do Sistema Nacional de Cincia,

    Tecnologia e Inovao; continuidade das ac-

    es de sade preventiva e de educao para

    a sade; criao de infra-estruturas em todas

    as reservas fundirias para a construo de

    habitao social em todo o territrio nacional;

    implementao da Reforma Administrativa,

    a nvel central e local, e da Reforma da Justia;

    e implementao, escala nacional, da Lei

    de Bases do Sistema Estatstico Nacional.

  • Para o estabelecimento das projeces do produto foi tido em conta o objectivo de Crescer Mais e Distribuir Melhor, em que o sector da economia no petrolfera assume um papel cada vez mais relevante, essencialmente atravs da agricultura, indstria transformadora, construo, energia e servios.

  • Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    25

    O quadro macroeconmico de referncia para

    2013-2017 em Angola, e que obviamente importam

    a qualquer investidor que tenha uma posio sria

    perante os seus planos de futuro, define as premis-

    sas e metas e as projeces das contas nacionais,

    fiscais, monetrias e externas, tendo em ateno

    a evoluo recente da economia internacional e

    nacional, bem como o quadro macroeconmico

    estabelecido na Estratgia Angola 2025 e o progra-

    ma de governao, garantindo, por isso, condies

    para a realizao dos objectivos macroeconmicos

    do Executivo, em geral, e o de Crescer Mais e Dis-

    tribuir Melhor, em particular.

    Pressupostos das projeces da inflao e das contas nacionaisO quadro macroeconmico para o perodo 2013-

    2017, no qual o Governo de Angola se fundamenta

    para sustentar as suas polticas de desenvolvimento

    futuro, visa preservar a estabilidade macroecon-

    mica e garantir as condies para o crescimento

    econmico, nos prximos cinco anos, e tem como

    factores determinantes a sustentabilidade das con-

    tas pblicas e das contas externas.

    Inflao. O objectivo de inflao definido para este perodo procura conciliar o objectivo da preserva-

    o da estabilidade macroeconmica, actuando

    sobre os factores fiscais, monetrios e de custos,

    de modo a que o seu nvel se situe abaixo de dois

    dgitos, por um lado, com o da convergncia macro-

    econmica definida para os Estados membros da

    SADC, por outro lado, acomodando as necessida-

    des de crescimento econmico do pas.

    Contas Nacionais. Para o estabelecimento das projeces do produto foi tido em conta o ob-

    jectivo de Crescer Mais e Distribuir Melhor,

    em que o sector da economia no petrolfera

    assume um papel cada vez mais relevante, es-

    sencialmente atravs da agricultura, indstria

    transformadora, construo, energia e servios.

    Produo Petrolfera. A actividade petrolfera apre-senta factores de incerteza muito grandes, tanto

    no que toca aos volumes de produo como ao

    nvel dos preos, tendo-se considerado um perfil

    de produo, dentro das reservas garantidas, de

    crescimento moderado mas contnuo.

    Assumindo que o comportamento do sector no

    petrolfero e demais pressupostos se mantenham

    iguais, em todos os casos, a evoluo do PIB ser a

    que consta do quadro 10.

    Preo do Petrleo. Em relao aos preos do pe-trleo, embora alguns analistas afirmem que o

    mercado espera preos acima dos USD 100/bbl, em

    2012, mantendo constante a conjuntura actual, na

    verdade preciso que se tenha em conta a grande

    volatilidade, constatada num passado recente, bem

    como a incerteza que reina quanto ao desfecho da

    crise das dvidas europeias, alm da existncia de

    variveis exgenas que induzem flutuaes.

    Considerando as perspectivas, bastante incer-

    tas, de evoluo da economia internacional,

    com forte incidncia na produo e preo do

    petrleo, o Governo angolano aponta para um

    ritmo de crescimento mdio anual do PIB (7,1%),

    fortemente impulsionado pelo ritmo de cresci-

    mento do sector no petrolfero (9,5%), que ser

    mais do que o quntuplo do projectado para o

    sector petrolfero (1,7%). Esta evoluo dever

    exprimir o grande esforo de diversificao da

    economia a realizar nos prximos cinco anos.

    2013-2017Quadro macroeconmico

  • 26

    Pressupostos das Projeces FiscaisAs projeces fiscais tm em conta o perfil das contas

    fiscais dos ltimos cinco anos (incluindo a projeco

    para o ano de 2012), onde so considerados todos os

    fluxos relevantes de receitas e despesas, independen-

    temente da sua eventual natureza quase-fiscal.

    No sentido de assegurar a sustentabilidade das

    contas do Estado, assumiu-se como ncora o

    Saldo Primrio No-Petrolfero, que demonstra

    a percentagem da despesa coberta por receita

    no-petrolfera em relao ao PIB no petrol-

    fero, perspectivando-se que tal indicador seja

    decrescente, alcanando nveis inferiores a 35%

    em 2017. Associado a isso, considerou- se tam-

    bm o alcance de um nvel de endividamento

    ideal no superior a 30% do PIB, conforme indi-

    cadores da estratgia da dvida de mdio prazo.

    Tendo em ateno esses elementos, as projeces

    incorporam as seguintes hipteses:

    a. Aumento da receita fiscal no petrolfera, como consequncia do impacto positivo na arrecadao

    das medidas do Programa Executivo da Reforma

    Tributria (PERT) e do aumento do peso do sector

    no petrolfero na economia nacional;

    b. Perfil da despesa em Bens e Servios que acautela a cobertura adequada dos custos de

    operao e manuteno das instituies pres-

    tadoras de servios pblicos (de sade, de

    educao e de assistncia social a crianas e

    idosos) e do funcionamento das instituies do

    Estado, ao mesmo tempo que assegura a sua

    racionalidade com a garantia do rigor no pro-

    cesso de realizao da despesa pblica;

    c. Perfil das Transferncias (Prestaes Sociais) em linha com a necessidade de assegurar a abran-

    gncia das prestaes a todos os cidados com

    direito s mesmas, nos termos da lei;

    d. Reduo dos subsdios a preos, nomeadamente a reduo da subveno ao preo dos combust-

    veis como resultado do aumento do preo, numa

    primeira fase, e da implementao do novo me-

    canismo de preo, no mbito da liberalizao do

    sector de distribuio dos combustveis, que prev

    a existncia de preos mximos;

    e. Aumento moderado das despesas de inves-timento para nvel prximo dos 12% do PIB,

    mas numa mdia que no ultrapassa o cres-

    cimento real do produto; e

    f. Incorporao das despesas de investimento cobertas com facilidades de financiamento j con-

    tratadas e, consequentemente, dos desembolsos

    externos de tais facilidades, com base num perfil

    de implementao dos projectos contratados.

    Consideradas essas hipteses, foi apurado o gap

    de financiamento, para cuja cobertura se recorre

    a (i) endividamento interno, (ii) endividamento

    externo e (iii) uso das poupanas do Estado.

    TAXA DE VARIAO (%) DO PIB SEGUNDO O PERFIL DE PRODUO DO PETRLEO entre 2013-2017 | Quadro 10

    2011 Exec

    2012 Prog

    Projeco Mdia 2013-20172013 2014 2015 2016 2017

    PIB pm 3,9 7,4 7,1 8,0 8,8 7,5 4,3 7,1

    PIB petrolfero -5,6 4,3 6,6 4,5 4,0 3,8 -9,8 1,7

    PIB no petrolfero 9,7 9,1 7,3 9,7 11,2 9,2 10,4 9,5

    Prod. Petrolfera (MBbl)/dia

    1.660,0 1.731 1.845 1.929 2.007 2.083 1.880 1.947

  • 27

    Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    No que se refere ao endividamento interno, utilizou-

    -se o espao proporcionado pelas amortizaes

    projectadas; relativamente ao endividamento ex-

    terno, considerou-se um cenrio de levantamento

    anual de cerca de US$1.500 milhes de emprstimos

    financeiros, entendido como limite desejvel e fact-

    vel; relativamente ao uso de poupanas, assumiu-se

    que, a partir de 2014 e com o perfil de acumulao

    de recursos do Fundo Petrolfero, cerca de US$5,6

    mil milhes montante em excesso face aos US$18

    mil milhes avaliados como devendo ser acumulados

    pelo Fundo , poderiam ser afectados cobertura de

    despesas do Oramento Geral do Estado.

    Pressupostos das Projeces Monetrias e das Contas ExternasMonetrios. No cumprimento da sua principal atri-buio a de promover a estabilidade dos preos ,

    o Banco Nacional de Angola tomou em considerao

    a contnua implementao do actual Quadro Opera-

    cional para a Poltica Monetria (QOPM), no sentido

    da migrao para um Sistema de Metas de Inflao.

    Com o QOPM, a Taxa BNA e as taxas de juro de

    Facilidades Permanentes de Cedncia e Absoro

    de Liquidez passaram a ser os principais instru-

    mentos da poltica monetria, tendo, como varivel

    intermdia, o M2, para a conduo da mesma, com

    objectivo de alcanar a inflao definida pelo

    Executivo (dando assim um carcter flexvel intro-

    duo do sistema de metas de inflao).

    Neste mbito, as projeces do M2 tm em conta

    os objectivos da inflao definidos para o quin-

    qunio 2013-2017, bem como a perspectiva das

    Despesas Pblicas e de crescimento econmico.

    Considerou-se igualmente, a contnua introduo

    de regulamentao macro prudencial, com um

    sentido de convergncia relativamente s normas

    e standards internacionais, de carcter preventivo

    aos riscos de estabilidade financeira suportados

    por uma superviso forte e rigorosa.

    Tendo em conta os elementos anteriores, as

    projeces do sector monetrio baseiam-se nas

    seguintes premissas:

    a. A desacelerao da inflao nos dois primei-

    ros anos, seguida de uma certa estabilidade,

    apontando-se os 7%, como patamar supe-

    rior desse indicador, ao longo dos ltimos 3

    anos do exerccio;

    b. O crescimento dos Meios de Pagamento, in-duzido pela entrada em vigor do novo Regime

    Cambial para o sector petrolfero, em 2013,

    com a perspectiva de um efeito de estabiliza-

    o do seu efeito nos perodos seguintes;

    c. O perfil da produo petrolfera e a traject-ria de crescimento do PIB; e

    d. O perfil das Despesas Pblicas.

    Externos. Tendo em ateno os riscos ineren-tes ao desempenho da economia mundial e a

    necessidade de se garantir a execuo da

    despesa fixada no quadro fiscal, as estimati-

    vas da Balana de Pagamentos para o sexnio

    2012-2017, assentam nos seguintes pressupostos:

    a. CONTA CORRENTE. Estima-se que a conta venha a apresentar resultados decrescentes,

    sendo superavitria, de 2012 a 2015, e defici-

    tria, em 2016 e 2017.

    Para a obteno desses resultados, contribuiu

    o apuramento de receitas com um comporta-

    mento crescente, fruto do forte crescimento

    dos volumes exportados de petrleo e dia-

    mantes, apesar da reduo dos preos desses

    produtos, bem como as estimativas de exporta-

    o de gs do projecto Angola LNG. Prev-se

    que o forte crescimento esperado da eco-

    nomia seja impulsionado pelo investimento

    directo e o uso de linhas de crdito provocan-

    do em contrapartida aumentos significativos

    das despesas fundamentalmente com a impor-

    tao de bens e servios.

    b. CONTA DE CAPITAL E FINANCEIRA. Foram considerados: i) financiamento resultante

    do nvel de receitas de exportao versus

    cobertura de despesas; ii) estimativas dos

    lucros reinvestidos; iii) taxas de crescimento

    do PIB; iv) endividamento externo do Qua-

    dro Fiscal; v) estimativas do endividamento

  • 28

    externo da SONANGOL-EP; vi) taxa de cm-

    bio KZ/USD; e vii) crdito a 30 dias das

    exportaes petrolferas.

    Aqui, prev-se alcanar saldos superavitrios

    entre 2013 e 2018, em resultado, fundamental-

    mente, da entrada de capitais, nomeadamente

    investimento directo e de novos financiamen-

    tos, a cuja contraco significativa se espera

    assistir a partir de 2013, devido insuficincia

    de auto financiamento a partir das receitas

    obtidas, assim como criao do fundo pe-

    trolfero de 100.000 barris dia, cujos depsitos

    em correspondentes reflectem sadas de acti-

    vos em outros capitais.

    c. RESERVAS INTERNACIONAIS LQUIDAS. Adop-taram-se os seguintes pressupostos: i) saldo da

    Balana Global; ii) desembolso do financiamento

    ao abrigo do Acordo Stand By, em 2012, e progra-

    ma de reembolso ao FMI, no perodo 2012-2016; iii)

    taxa de cmbio SDR/USD; e iv) Reservas Brutas

    com cobertura de importaes de bens e servios

    igual ou superior a 9 meses.

    Prev-se que o saldo global da Balana de Pa-

    gamentos apresente excessos de financiamento

    decrescentes, justificados pelos resultados da

    conta de bens, fortes entradas de investimen-

    to e avultados desembolsos (linhas de crdito),

    o que permitir a acumulao de reservas em

    magnitudes simtricas, baseado no pressuposto

    da inexistncia de acumulao de atrasados da

    dvida externa pblica.

    Com base nos pressuposto apresentados, esta-

    beleceu-se o seguinte Quadro Macroeconmico

    para o perodo 2013-2017:

    QUADRO MACROECONMICO PARA O PERODO 2013-2017 | Quadro 11

    2011Exec

    2012Prog

    Premissas, Metas/Objectivos

    2013 2014 2015 2016 2017

    Inflao anual (%) 11,4 10,0 9,0 8,0 7,0 7,0 7,0

    Produo Petrolfera Anual (milhes de barris)

    605,9 633,6 673,6 704,0 732,5 760,4 686,0

    Mdia diria 1,66 1,73 1,85 1,93 2,01 2,08 1,88

    Preo mdio de exportao do petrleo bruto (US$)

    110,1 103,8 96,0 93,4 92,0 89,9 89,4

    Produto Interno Bruto

    Valor nominal (mil milhes de Kz)

    9.780,1 10.829,9 11.951,2 13.220,3 14.997,3 16.808,8 18.513,0

    Taxa de crescimento real (%)

    3,9 7.4 7.1 8.0 8.8 7,5 4.3

    Sector petrolfero -5,6 4.3 6.6 4.5 4,0 3.8 -9.8

    Sector no petrolfero 9,7 9,1 7,3 9,7 11,2 9,2 10,4

    Saldo Primrio No Petrolfero (% do PIB no petrolfero)

    -48,2 -38,6 -46,1 -37,8 -30,8 -25,2 -19,5

    Stock RIL (Milhes US$) 26.084,2 32.241,5 40.308,9 45.532,7 47.746,5 50.751,5 53.890,5

    Taxa de cmbio 94,0 96,4 96,3 97,8 99,1 100,1 102,7

    Taxa de crescimento directo do M2

    33,5 21,4 20,3 15,7 19,5 16,7 18,7

    Investimento Directo (lq.) -4.613,0 -1.119,8 -1.652,3 -1.239,0 -811,4 3.139,2 6.264,0

  • 29

    Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    a. A inflao acumulada em 2011 foi de 11,4%, a mais baixa de sempre, e, de acordo com os da-

    dos do INE, no primeiro semestre de 2012 a taxa

    de inflao homloga foi de 10,1%, mantendo a

    tendncia decrescente, prevendo-se que no fi-

    nal do ano se situe em torno dos 10%. Para os

    prximos anos esperada uma reduo para

    nveis de 1 dgito, sendo que no final da legisla-

    tura se prev que a inflao se situe no patamar

    superior da banda da SADC (7,0%);

    b. A produo diria mdia de petrleo, para 2012, est estimada em 1,73 milhes de barris

    e o preo mdio do petrleo da rama ango-

    lana poder situar-se nos US$103.8 por barril,

    no caso de, no segundo semestre, verificar-se

    comportamento similar ao do primeiro se-

    mestre. Para o quinqunio, considerou-se uma

    produo mdia de 1.95 milhes de barris/dia

    e um preo mdio de USD 92 por barril.

    c. Os pressupostos assumidos indiciam que o sector no petrolfero ter uma importncia

    cada vez maior na estrutura sectorial do PIB,

    merc das taxas de crescimento real daque-

    le serem significativamente mais elevadas do

    que as do sector petrolfero. Desta feita, a taxa

    de crescimento mdio do PIB, nos prximos

    cinco anos, ser de 7,1%, com o sector no pe-

    trolfero a crescer 9,5% e o sector petrolfero

    no mais do que 1.7%. Tal comportamento est

    em linha com o objectivo de maior diversifica-

    o da Economia Nacional.

    d. O Saldo primrio no petrolfero em percen-tagem do PIB, que, em 2011, foi de -48,2%

    tender, ao longo do perodo, para nveis

    menos negativos, principalmente nos dois

    ltimos anos em que ser de -25,2 e -19,5,1%

    em 2017, respectivamente.

    e. A taxa de cmbio mdia, no perodo, apre-senta-se com um comportamento estvel,

    pois resulta essencialmente de dois pro-

    psitos: (i) a acumulao de reservas, que

    continuar a ser um pilar da estabilidade

    macroeconmica, na perspectiva de situar

    o stock das reservas internacionais lquidas

    sempre acima da meta de convergncia da

    SADC (6 meses de importao); e (ii) con-

    siderar a depreciao da taxa de cmbio

    como factor de poupana externa.

    O quadro de pressupostos macroeconmicos

    aqui apresentado est em harmonia com os ob-

    jectivos de crescer mais, situar a inflao anual

    ao nvel de um dgito e assegurar o crescimento

    contnuo das Reservas Internacionais Lquidas,

    que garanta a solvabilidade externa do Pas e a

    proteco da Economia Nacional contra even-

    tuais choques externos.

    A taxa mdia de crescimento do produto, re-

    sultante do cenrio apresentado, sustentada

    pelo desempenho do sector no petrolfero, em

    linha com os objectos de uma maior diversifica-

    o da economia angolana.

    O crescimento dos meios de pagamento est em

    linha com o crescimento do PIB, objectivos de infla-

    o, com vista estabilidade do sistema financeiro.

    Aos pressupostos e s projeces em parti-

    cular os do sector petrolfero, caracterizado

    por um elevado grau de incerteza, tanto relati-

    vamente s projeces da produo, como ao

    preo mdio do barril , esto associados riscos

    cuja materializao implicaria a reviso do qua-

    dro macroeconmico de referncia.

    Alguns dos pressupostos e projeces resultan-

    tes requerem a adopo de medidas de poltica

    econmica cuja implementao dever ter em

    perfeita considerao o ciclo poltico angolano

    e basear-se numa estratgia bem concebida.

    Projectos Estruturantes de Prioridade Nacional

    Do conjunto dos projectos estruturantes iden-

    tificados pelo Governo angolano, e nos quais

    os investidores privados podem ter interesse,

    destacam-se os que a seguir se identificam

    nos sectores da Energia, guas, Sade, Plata-

    formas Logsticas, Reconstruo e Construo

    de Estradas Secundrias e Tercirias, Educao

    e Ensino Superior, Defesa e Interior.

  • 30

    PROJECTOS ESTRUTURANTES DE PRIORIDADE NACIONAL | Quadro 12

    SectoresNvel de

    Investimento Previsto (Mil Milhes Kz)

    %

    guas 590,8 11,2

    1. Abastecimento de gua s Sedes de Provncia e Municpios Mais Populosos 534,8

    2. gua para Todos 56,0

    Energia 3.555,7 67,3

    1. Expanso da Capacidade de Produo e Sistema de Transporte de Energia Elctrica 1.681,3

    2. Expanso da Capacidade de Distribuio de Energia Elctrica 637,8

    3. Electrificao Rural e Mini-Hdricas 1.236,6

    Rede Nacional de Plataformas Logsticas 400,2 7,6

    1. Rede Nacional de Plataformas Logsticas 392,9

    - Infraestruturas Existentes 358,7

    - Novas Infraestruturas 34,2

    2. Rede de Armazenagem e Silos 7,3

    Rede Nacional de Frio 3,0 0,1

    1. Rede Nacional de Frio 3,0

    Reconstruo e Construo de Novas Estradas Secundrias e Tercirias 414,6 7,8

    1. Programa de recuperao das vias secundrias 347,3

    2. Programa de recuperao e conservao da rede terciria de estradas 67,3

    Sade 61,6 1,2

    1. Hospitais de Referncia (Nvel I e Nvel II) 28,1

    2. Hospitais/Clinicas Gerais Municipais 22,7

    3. Redes de Centros e Postos de Sade 10,8

    Educao 34,1 0,6

    1. Reforma do Ensino Tcnico-Profissional (Bsica e Mdia) 34,1

    Ensino Superior 138,5 2,6

    1. Reabilitao e Dotao de Infra-estruturas do Ensino Superior 115,5

    2. Melhoria da Qualidade do Ensino Superior 23,0

    Defesa e Interior 83,9 1,6

    Infraestruturas, Equipamentos e Instalaes da Casa de Segurana 4,1

    Infraestruturas Variadas, Equipamentos e Instalaes de Defesa Nacional 59,3

    Infraestruturas Variadas, Equipamentos e Instalaes de Segurana Interna (Interior e Polcia do Interior)

    17,1

    Infraestruturas Variadas, Equipamentos e Instalaes do SINSE 3,4

    TOTAL 5.282,4 100,0

    Projectos de Iniciativa Privada

    Cluster Alimentao e Agro-Indstria 153,3 15,8

    Cluster Geologia, Minas e Indstria 169,6 17,5

    Cluster Petrleo e Gs Natural 684,1 66,7

    TOTAL 970,9 100,0

    TOTAL GERAL 6.253,3

  • 31

    Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    Os Projectos Estruturantes de Prioridade Na-cional e de Iniciativa Pblica esto avaliados em Kz.5.282,4 Mil Milhes (US$50,7 Mil Milhes),

    que se repartem pelos investimentos na Energia

    (67,3%), nas guas (11,2%) e na Reconstruo e

    Construo de Novas Estradas Secundrias e

    Tercirias (7,8%). Do total, os Sectores Sociais

    representam 4,4% e a Defesa e Interior 1,6%.

    Os Projectos Estruturantes de Prioridade Na-cional e de Iniciativa Privada atingem 970,9 Mil Milhes de Kz (10,1 Mil Milhes de USD), em que

    2/3 esto orientados para o Cluster de Petr-leo e Gs Natural, 17,5% para o Cluster Geologia, Minas e Indstria e 15,8% para o Cliuster Alimen-

    tao e Agro- Indstria.

    No conjunto, os Projectos Estruturantes de Prio-ridade Nacional (Pblicos e Privados) elevam-se a 6.253,3 Mil Milhes de Kz (60,0 Mil Milhes de

    USD), sendo 84,5% de iniciativa pblica e 15,5% de

    iniciativa privada.

    Projectos de Clusters Prioritrios

    Cluster de Energia e guaA gua um recurso transversal que constitui

    um factor essencial para o desenvolvimento da

    economia, em aspectos to distintos como se-

    jam a fixao da populao (em funo da sua

    disponibilidade, em quantidade e qualidade, ao

    longo do territrio), a produo e a exportao

    de energia hidroelctrica, a sustentao da pro-

    duo agrcola, pecuria, florestal, industrial e

    mineira e a promoo da oferta turstica e de

    actividades de recreao e lazer.

    A organizao em cluster das actividades asso-ciadas gua dever ter uma adequada traduo

    institucional sendo, precisamente, neste contexto,

    que se extinguir a Comisso de Segurana Ener-

    gtica e ser atribuda ao Ministrio da Energia e

    guas a direco executiva dos Projectos Estru-

    turantes no domnio energtico.

    Apesar de ser o motor do cluster, a gua cor-responde apenas a cerca de um quarto do

    investimento para os 65 Projectos Estruturantes

    includos no cluster Energia e gua, entre 2014 e 2017, estimado em 1.385.547 milhes de Kwanzas,

    estando os restantes trs quartos deste montan-

    te alocados ao sector da energia. Cerca de um

    tero dos Projectos Estruturantes deste cluster possui mbito geogrfico nacional e provincial,

    destacando-se alguns programas nacionais de

    referncia como o Programa gua para Todos, cuja execuo dever ser devidamente escalona-

    da, no sentido da sua concluso durante o perodo

    de vigncia do PND, ou o Programa Nacional de gua e Electricidade, ou ainda a construo de sistemas de transporte de energia ou a realiza-

    o de estudos determinantes para a evoluo

    do cluster, como os planos directores do sistema de abastecimento de gua ou os estudos sobre o

    aproveitamento das bacias hidrogrficas.

    Uma parte significativa destes Projectos Estru-

    turantes tem ainda como destino Luanda, onde

    as condies de vida de grande parte da po-

    pulao esto a ser melhoradas gradualmente.

    Todavia, a conjugao dos diferentes PE pre-

    vistos, no mbito deste cluster, dever garantir gua suficiente a todas as sedes de provncia e

    municpios mais populosos.

    A execuo dos investimentos previstos ao

    abrigo deste cluster ser devidamente escalo-nada, em sede do Programa de Investimentos

    Pblico, e, igualmente, definir-se- o mbito de

    potenciais investimentos privados e correspon-

    dentes incentivos.

    Cluster Energia e gua Projectos% Clusters Prioritrios

    % Total

    Projectos N 65 23,21% 16,67%

    Investimento (106 Kz) Montante 1.384.318 30,11% 22,83%

  • 32

    Cluster da Alimentao e Agro-IndstriaO cluster da Alimentao e da Agro-Indstria deve cumprir uma tripla funo: assegurar uma

    oferta nacional bsica que permita garantir a

    segurana alimentar da populao; garantir

    uma produo significativa que permita redu-

    zir de forma substancial as importaes destes

    bens; e contribuir para um povoamento mais

    equilibrado do territrio e a concomitante ex-

    plorao dos seus recursos.

    Nos prximos anos, ser um cluster a incrementar, como resultado das polticas nacionais deste plano.

    Esto identificados 57 Projectos Estruturantes para

    o cluster da Alimentao e Agro-Indstria, que cor-respondem a 20,5% dos projectos considerados

    para os clusters prioritrios e pouco menos de 15% do total. No entanto, o montante de investimento

    previsto (269.607 milhes de Kz) bastante menos

    significativo, em termos proporcionais, j que quase

    metade dos PE considerados (25) so privados.

    Os projectos estruturantes includos neste clus-ter compreendem intervenes orientadas para o desenvolvimento agrcola, agro-industrial e in-

    tegrado, algumas das quais de carcter nacional

    e outras ainda focadas nas comunidades rurais,

    bem como no relanamento de vrias cadeias

    de produo (carne, caf, algodo, cereais), na

    reabilitao de infra-estruturas (canais de irri-

    gao, entrepostos frigorficos) ou na produo

    de inputs (sementes, mquinas agrcolas).

    A distribuio dos investimentos estruturantes no

    cluster da Alimentao e Agro-Indstria bastan-te homognea ao longo do territrio, cobrindo

    quase todas as provncias, de acordo com as ap-

    tides e as condies edafo-climticas das vrias

    regies. Bengo, Malange, Moxico Uge e Zaire

    encontram-se entre as reas que concentram

    projectos de montante mais significativo.

    Cluster Alimentao e Agro-Indstria Projectos% Clusters Prioritrios

    % Total

    Projectos N 57 20,36% 14,62%

    Investimento (106 Kz) Montante 269.607 5,86% 4,45%

    Cluster da HabitaoO cluster do Habitao tem conhecido um for-te crescimento, atravs da construo civil por

    via da iniciativa privada e por via da iniciativa

    pblica na componente habitao social. No

    entanto, ainda esto por desenvolver importan-

    tes infra-estruturas que constituem um factor

    bsico da qualidade de vida das populaes,

    em particular em Luanda, onde a cidade cres-

    ceu a um ritmo muito superior ao da adaptao

    das infra-estruturas de base. Por outro lado, a

    componente habitao social ainda est aqum

    das necessidades da populao angolana.

    Assim, os Projectos Estruturantes do cluster da Habitao incluem actividades a montante da ca-

    deia de valor, como sejam a explorao de rochas

    ornamentais, pedras, areias, revestimentos, cer-

    mica, cimento, cal, gesso e caulinos, bem como

    intervenes relacionadas com o ordenamento

    do territrio, a gesto das guas residuais ou a ur-

    banizao da cidade, a construo de habitao

    social, incluindo casas econmicas, evolutivas, no-

    meadamente em regime de auto-construo.

    Apesar de 20% dos Projectos Estruturantes do

    Cluster da Habitao corresponderem a interven-es de nvel nacional, a maioria dos investimentos

    concentra-se em Luanda, com uma pequena inicia-

    tiva de construo de habitao social no Cunene.

    A Habitao (35 projectos com um investimento to-tal previsto de 601.541 Milhes de Kz) corresponde

    a 13% dos investimentos nos clusters prioritrios e a quase 10% do universo dos Projectos Estruturantes.

  • 33

    Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    Cluster dos Transportes e LogsticaA consolidao do cluster dos Transportes e Logstica fundamental para a coeso terri-

    torial interna e para o objectivo de afirmao

    internacional de Angola na regio, em particu-

    lar no contexto da SADC. Apesar das elevadas

    taxas de crescimento verificadas neste cluster (com muitos quilmetros de estradas reabilita-

    dos e construdos, pontes erguidas, aeroportos

    recuperados, caminhos-de-ferro relanados

    e comrcio e logstica incrementados), ainda

    persistem algumas fragilidades que importa ul-

    trapassar, salientando-se a fraca mobilidade no

    territrio em geral e na cidade de Luanda em

    particular.

    Se as infraestruturas de transportes so fun-

    damentais para reduzir as distncias dentro

    do Pas, a coordenao logstica determi-

    nante para integrar e consolidar o mercado

    interno, tornando vivel localizar a produo

    ao longo do territrio, devido capacidade de

    transportar grandes quantidade de produtos

    semi-acabados. Para o efeito, a rede nacio-

    nal de plataformas logsticas ser estruturada

    em torno de plataformas nacionais de mdia

    e grande dimenso (em Luanda, Catumbela e

    Huambo/Cala), de plataformas porturias de

    mdia e grande dimenso (em Cabinda, Luan-

    da, Lobito e Namibe) e de plataformas regionais

    de pequena e mdia dimenso (em Malange,

    Saurimo, Lubango e Menongue). Esta rede de

    plataformas logsticas, cuja micro-localizao

    ser definida com carcter de urgncia, ser

    complementada por uma rede de armazns e

    silos e por uma rede nacional de infraestruturas

    de frigorificas.

    Os 123 Projectos Estruturantes prioritrios

    do cluster dos Transportes e Logstica (com o investimento total de 2.342.619 Milhes de Kz)

    representam cerca de 45% dos PE, nos 4 clusters prioritrios, e mais de 50% do investimento

    naquele mesmo universo. Mais de metade destes

    projectos respeita a reabilitao de estradas,

    nacionais ou provinciais, grande parte dos quais

    tem a vantagem de desempenhar a funo

    de eixos estruturantes do desenvolvimento.

    Uma parte significativa destes projectos

    prossegue a recuperao dos caminhos-de-ferro

    e continua o esforo em parte j conseguido ao

    nvel da reabilitao de aeroportos. Salienta-se,

    tambm, a prioridade concedida ao transporte

    martimo e s plataformas e entrepostos

    logsticos ao longo do territrio.

    Cluster Habitat Projectos% Clusters Prioritrios

    % Total

    Projectos N 35 12,50% 8,97%

    Investimento (106 Kz) Montante 601.541 13,08% 9,92%

    Cluster Transportes e Logstica Projectos% Clusters Prioritrios

    % Total

    Projectos N 123 43,93% 31,54%

    Investimento (106 Kz) Montante 2.342.691 50,95% 38,64%

  • 34

    Projectos de Outros Clusters

    Outros clusters relevantes incluem reas com diferentes nveis de maturidade e elevado poten-

    cial para o desenvolvimento e a diversificao

    da economia e das exportaes; inserem-se

    neste grupo os clusters da Geologia, Minas e In-dstria, do Petrleo e Gs Natural, do Turismo

    e Lazer e das Telecomunicaes e Tecnologias

    de Informao.

    O desenvolvimento do cluster da Geologia, Minas e Indstria passa, em matria de recursos minerais, pela explorao da fileira do Diamante em toda a sua

    cadeia de valor, pela explorao de outros recursos,

    como o ferro e o mangans (fundamentais para a

    indstria siderrgica e metalrgica) ou o fosfato e o

    potssio (para a produo de adubos), ou ainda pela

    diversificao da produo mineral (com o relana-

    mento da explorao de vrios minrios em todo

    o Pas). J o desenvolvimento do cluster Petrleo e Gs Natural est associado criao de valor acrescentado no primeiro e ao aumento do consu-

    mo no segundo (visando a reduo do consumo

    de biomassa).

    Embora tributrio de outras infraestruturas

    bsicas ainda a serem estabelecidas, o cluster Turismo e Lazer requere que, paulatinamen-te, sejam criadas as condies para o seu

    desenvolvimento futuro. No que se refere ao

    cluster Telecomunicaes e Tecnologias de In-formao, o grande desgnio do Pas passa por

    desenvolver as redes de nova gerao, o aces-

    so universal aos servios de telefonia, internet

    e teledifuso digital que assegure a produo

    e distribuio de utilizao abrangente pelos

    angolanos, sendo fundamental, para o efeito,

    democratizar o acesso internet, promover

    a produo de contedos locais, aumen-

    tar a info-incluso dos cidados e assegurar

    a interaco electrnica com os rgos da Ad-

    ministrao Pblica.

    As iniciativas j identificadas, no presente PND,

    para estes clusters compreendem 51 PE que ascendem a 1.080.844 milhes de Kz, onde os

    clusters do Petrleo e Gs Natural e da Geo-logia, Minas e Indstria representam cerca de

    80% do total do grupo (respectivamente, 60%

    e 19%), dos quais 18 projectos correspondem

    a iniciativas do sector privado.

    excepo do cluster da Turismo e Lazer, em que Luanda j apresenta condies de partida

    para um desenvolvimento sustentvel, os res-

    tantes Projectos Estruturantes tm um carcter

    nacional e distribuem-se pelo territrio, de acor-

    do com os factores endgenos relevantes para

    a actividade presentes em cada regio.

    Pelo seu potencial de desenvolvimento no

    territrio insere-se, ainda, neste grupo, o cluster Florestal, embora ainda no tenham sido iden-tificados projectos estruturantes prioritrios

    a destacar.

  • 35

    Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    Outros Clusters Projectos% Outros Clusters

    % Total

    Geologia, Minas e Indstria

    Projectos N 21 41,18% 5,38%

    Investimento (106 Kz) Montante 205.010 18,97% 3,38%

    Petrleo e Gs Natural

    Projectos N 7 13,73% 1,79%

    Investimento (106 Kz) Montante 648.100 59,96% 10,69%

    Turismo e Lazer

    Projectos N 15 29,41% 3,85%

    Investimento (106 Kz) Montante 71.755 6,64% 1,18%

    Telecomunicaes e Tecnologias

    Projectos N 8 15,69% 2,05%

    Investimento (106 Kz) Montante 155.979 14,43% 2,57%

    TOTAL

    Projectos N 51 100,00% 13,08%

    Investimento (106 Kz) Montante 1.080.844 100,00% 17,83%

  • A ANIP promove o investimento privado por cidados angolanos e estrangeiros em sectores de economia bem identificados e por zonas de desenvolvimento. Proporciona incentivos fiscais ao investimento e procura dar apoio aos investidores nos procedimentos.

  • Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    37

    Informao Relevante para InvestidoresOnde, como, com quem, quando e de que forma investir?

    1. Regime de Investimento Estrangeiro em Angola

    Lei do Investimento em Angola

    A nova Lei do Investimento privado em Angola

    aprovada em Abril de 2011, regulamenta o inves-

    timento privado em Angola, com destaque para

    o investimento externo.

    Abrange todos os sectores da actividade

    econmica e nos itens seguintes encontra

    resposta para dar incio a um processo de

    investimento bem sucedido.

    1. Procedimentos para investir em Angola

    Emprimeiro lugar terqueobteradenomi-nao social da futura empresa indicando trs

    opes de nomes junto da Central de Denomi-

    naes Sociais do Ministrio da Justia.

    Com a aprovao do nome da nova sociedade lhe atribudo um nmero de

    contribuinte provisrio.

    Osegundopassoformalizarasuacandi-datura junto da ANIP.

    2. Formalizao da candidatura na ANIP

    A ANIP promove o investimento privado por

    cidados angolanos e estrangeiros em sec-

    tores de economia bem identificados e por

    zonas de desenvolvimento.

    Proporciona incentivos fiscais ao investimento

    e procura dar apoio aos investidores nos

    procedimentos.

    3. Documentao necessria para apresentao de proposta de Investimento Privado no regime de Declarao Prvia?

    A. Investimento Privado Externo: constituio de novas sociedades

    ProjectodeEstatutosdaempresaaconstituir; CertidodeAdmissibilidade,vlida,emitidapelo

    Ficheiro Central do Ministrio da Justia;

    CpiadoEstatutodaSociedade; CpiadoRegistoComercial; Cpia do Registo de Contribuinte, caso se

    trate de uma pessoa colectiva;

    ActadeassembleiadeGeralquedeliberasobrea subscrio de Capital Social na nova sociedade;

    Cpia do Passaporte, caso se trate de pessoa singular;

    RegistoCriminal,devidamenteautenticado; Listagem de equipamentos, acessrios

    e Matrias Primas a serem incorporadas

    no projecto, devidamente quantificados

    e valorizados, de acordo com o modelo

    de Declarao Prvia;

    Plano de formao da Fora de TrabalhoNacional, de acordo com o Modelo de Decla-

    rao Prvia (Fornecido pela ANIP);

    Planode substituioGradualdaForadeTrabalho Expatriada, de acordo com o Mo-

    delo de Declarao Prvia.

    Prazo de apreciao da candidatura

    Seproposta de investimento no regimede Declarao Prvia, de acordo com a

    lei devem ser aprovadas, no prazo de 15

    dias, aps a data da recepo;

  • 38

    Sepropostade investimento,noregimeContratual, ter um perodo de negocia-

    es com o investidor e, ser submetida

    a aprovao do Conselho de Ministros,

    tem um prazo mdio de 60 dias.

    Procedimentos da ANIP aps a aprovao do projecto

    Com a aprovao do projecto, a ANIP pro-

    cede ao registo e emite o Certificado de

    Registo do Investimento Privado (CRIP), que

    autoriza o incio das operaes, nos termos

    da proposta declarada.

    A ANIP envia uma cpia do CRIP ao Banco

    Nacional de Angola (BNA), para autorizar a

    competente licena de importao capitais,

    que dever ser efectuada, no prazo de 90

    dias aps a emisso da licena.

    enviada ainda uma cpia do CRIP s au-

    toridades fiscais, aduaneiras e migratrias,

    para autorizao dos incentivos e vistos.

    O que fazer aps a recepo do CRIP

    Os investidores devem

    Registarasociedade; PublicarosestatutosnoDiriodaRepblica; Obteroregistojuntodasautoridadesfiscais; ObteroregistodaSeguranaSocial; Obter o registo do Instituto Nacional de

    Estatstica;

    Obteralicenadeactividade

    B. Investimento Privado Externo: constituio de sucursal de firma estrangeira

    Certidodeadmissibilidadevlida; CpiadosEstatutosdaSociedadeedoRegis-

    to Comercial devidamente autenticados pelos

    Servios Consulares da Repblica de Angola

    no Pas de origem;

    Listagem de equipamentos, acessriose matrias primas a serem incorporados

    no projecto, devidamente quantificados

    e valorizados, de acordo com o modelo

    de Declarao Prvia;

    PlanodeformaodetrabalhoNacional,deacor-do com o modelo de Declarao Prvia;

    PlanodeSubstituioGradualdaForadeTrabalho,deacordo com o modelo de Declarao Prvia.

    C. Regime contratual

    Investimentos de valor igual ou superior a USD 5.000.000,00 (cinco milhes de D-

    lares Americanos);

    Independentementedovalor,osinvestimen-tos em reas cuja explorao s podem nos

    termos da lei, ser feitos mediante concesso

    de direitos de explorao temporria;

    Independentementedovalor,osinvestimen-tos em reas cuja explorao s podem,

    nos termos lei ser feitos com a participao

    obrigatria do sector empresarial pblico.

    Documentos para a apresentao de projectos de investimento privado no Regime Contratual

    Propostadecontratodeinvestimento; EstudodeViabilidadeTcnicoEcon-

    mico e Financeiro;

    EstudodeImpactoAmbiental; Listagem de Equipamentos, Acessrios

    e Matrias Primas a serem incorporadas

    no projecto, devidamente quantificados

    e valorizados, de acordo com o modelo

    de Declarao Prvia;

    PlanodeformaodaForadeTrabalhoNacional, de acordo com o Modelo de

    Declarao prvia;

    PlanodeSubstituioGradualdaFora de Trabalho Expatriada, de acordo com

    o modelo de Declarao Prvia.

    Documentao para cesso de quotas/ aces

    CpiadosEstatutosedoRegistoComercialda Sociedade objecta de cesso;

    Acta deliberativa da Assembleia Geral sobre a cesso de quotas ou aces;

    Cpia do Documento Comprovativo dePagamento de Impostos;

  • 39

    Angola, Desafios, Oportunidades, Parcerias, Investimentos, Paz e Futuro

    RelatriodeAvaliaodoAcervoPatrimo-nial da sociedade objecta de cesso;

    Cartadeinteno.

    Saiba mais sobre a Nova Lei do Investimento em Angola emwww.anip.co.ao

    2. Regime de Importao

    Compete Direco Nacional das Alfndegas

    Tomar todas as medidas necessrias ao

    efectivo cumprimento das alteraes de que,

    eventualmente, venha a ser objecto prevenir,

    combater e reprimir a prtica de fraude na

    exportao ilegal de divisas, de comrcio

    internacional no autorizado e de trfico ilcito de

    substncias estupefacientes ou psicotrpicas,

    armas, objectos de arte, antiguidades e outras

    mercadorias proibidas ou sujeitas a restries;

    Desenvolver, no mbito da reforma fiscal e

    aduaneira actualmente em curso, procedimentos

    que facilitem o desenvolvimento do comrcio e que

    levem os operadores econmicos ao cumprimento

    voluntrio das suas obrigaes fiscais e aduaneiras.

    Para efeitos de uma eventual instituio de direi-

    tos antidumping, um produto exportado para a

    Repblica de Angola deve considerar-se como

    sendo introduzido no mercado nacional a um preo

    inferior ao seu valor normal, se o seu preo for:

    Inferioraopreocomparvel,praticadoemope-raes comerciais normais de um produto similar

    destinado ao consumo no pas exportador;

    Naausnciadoreferidopreonomerca-do interno deste ltimo pas, se o preo

    do produto exportado for:

    Inferioraopreocomparvelmaiselevadopara a exportao de um produto similar

    para terceiro pas, no decurso de opera-

    es comerciais normais;

    Inferior ao custo de produo desse produto no pas de origem, acrescido de

    um suplemento razovel para cobrir as

    despesas da venda e permitir a obteno

    de lucro.

    Com o fim de neutralizar ou impedir o dumping

    sempre que