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Angola: Rap, política e resistência

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Bocada - Forte ::: Reportagens

Angola: Rap, política e resistência

Data: 20/11/2009

"(...) 20 de novembro temos que repensar

A liberdade do negro, tanto teve de lutar

O negro não é marginal, não é perigo

Negro ser humano, só quer ter amigo

Na antiga era o funk, agora é o Rap

Vem puxando o movimento com o negro de talento

O negro é bonito quando está sorrindo

Como versou Jorge Ben, o negro é lindo (...)"

(Sou Negrão, Rappin Hood)

Brasil, 20 de novembro de 2009. Central Hip-Hop foi (virtualmente) até

Luanda - a maior cidade e capital de Angola, onde vivem 4,5 milhões de

habitantes, distante aproximadamente 6.043 quilômetros daqui, para

aprender um pouco sobre a história deste país cravado no berço da

humanidade. Semelhantes na palavra, na braveza de nosso povo e na

diversidade de nossos tons, também somos semelhantes quando o tema é

desigualdade social.

De acordo com um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas),

Angola e Brasil são os dois países de língua portuguesa com maior índice de

desigualdade entre ricos e pobres no mundo. Segundo o documento do Programa das Nações Unidas

para o Desenvolvimento, numa escala de 0 a 100, Angola apresenta um índice de desigualdade entre

ricos e pobres de 58.6. No país africano, os mais pobres têm uma taxa de consumo de 0,6%, enquanto

a dos mais ricos é de 44,7%. No Brasil, o indicador de desigualdade é de 55 pontos, sendo a taxa de

consumo de 1,1% entre os mais pobres e de 43% entre os mais ricos.

Angola conquistou a Independência, em partes, há poucos 34 anos. Colônia de Portugal, assim como

nós, declarou sua liberdade oficialmente em 11 de novembro de 1975. A paz, esperada após a

declaração de independência da colonização portuguesa, deu lugar a uma luta armada entre os três

movimentos de libertação: MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), FNLA (Frente Nacional

de Libertação de Angola) e UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola). Todos

passaram a disputar entre si o poder no país, em especial pela capital Luanda. A luta e as milhares de

mortes seguiram até 2002, apesar de inúmeras intervenções internacionais e acordos de paz sem

sucesso, até a morte do líder da UNITA, Jonas Savimbi.

Os resquícios desta disputa por território ainda são visíveis na produção da música Rap de Angola,

assim como nos diz- mesmo que discretamente, o rapper angolano Fly Skuad. Tendo vivido a infância

EVENTOS

FSM 2010 -ProcessosEmancipatórios noHip-HopData: 29/01/2010Canoas - RS

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FSM 2010 -LançamentoPrêmio Hip-HopPreto GhoezData: 29/01/2010Canoas - RS

Festa L.S.D comKamauData: 29/01/2010São Paulo - SP

1º Encontro deHip-Hop na ZonaLesteData: 31/01/2010São Paulo - SP

Z´África Brasil eRockin´Squat noCCJData: 31/01/2010São Paulo - SP

Scratchforfun com4ª EstrofeData: 01/02/2010São Paulo - SP

Festa Hip-Hop Vibecom Tio SkoobyData: 03/02/2010Porto Alegre - RS

Lançamento CDAntizonaData: 05/02/2010Rio de Janeiro - RJ

Festa da Bom SomData: 07/02/2010Hortolândia - SP

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Page 2: Angola: Rap, política e resistência

(ele nasceu em 1988) em meio a uma guerra civil, onde a briga pelo poder deixou marcas profundas na

história de seu povo, o MC esquiva-se das respostas sobre as questões políticas de seu país: prefere

deixá-las para a música. Com 21 anos, ele é um recorte da realidade desigual, assim como a nossa,

onde cada vez mais os jovens encontram voz, força e luta no Rap.

Confira abaixo alguns trechos da entrevista. E assim como nos diz o Hood, "repense a liberdade do

negro, que tanto teve (e ainda têm) de lutar".

Central Hip-Hop (CHH): Como está hoje o cenário da música Rap em Angola? Quais são as maiores

dificuldades?

Fly Skuad: Olha o que muita gente que vive fora de Angola não percebe, e que o Rap de cá tá com

muitos problemas na área musical e também na área da divulgação, quando se fala de Rap de serio

apenas alguns atentos tem conhecimento, porque não temos muita saída, é complicado fazer este

tipo de música aqui devido a opressão politica, somos obrigados a agir de forma clandestina para

não corrermos risco de morte. Ultrapassamos várias dificuldades, as rádios não passam as nossas

músicas, somos descriminados por muita gente que desconhece o Rap de verdade, mas, normalmente

com isso nunca nos importamos e por isso agimos de forma independente existem eventos Hip-Hop que

ajudam muito os MCs reais e e graças a esses eventos que ate hoje muitos estão em pé.

CHH: Quais são as suas influências na música?

Fly Skuad: Bem, as minhas influências na música são várias, só ai no Brasil ouvi por muito tempo os

Racionais MCs, Mv Bill, Facção Central e muito mais neste Rap da lusofonia, eu bebi muito da água de

todos bons rappers cá existem aprendi e ate hoje aprendo muito com eles, eu so um grande ouvinte do

Rap feito em português e algo que me identifica mas, sinto ele muito mais do que o Rap feito noutras

línguas, não porque entendo, mas talvez por viver a realidade que ele retrata isto me serve de grande

influência, mas a questão e que todo bom rapper me influencia principalmente artistas originais que

rimam a verdade.

CHH: Fale um pouco sobre o teu trabalho. Quando começou? Quais foram as motivações?

Fly Skuad: Bem o meu trabalho é um estilo musical de intervenção social nas músicas retrato sempre

as dificuldades que temos e as formas que procuramos para poder ultrapassa-las. Sou um MC que

normalmente inspiro sempre em mim para escrever a minha vida. Vivo em uma rua cheia de

problemas, muito drama. Eu tenho musicas que apresentam criticas e também muitas soluções.

Vivemos numa sociedade difícil e com muitos problemas e eu sigo a ideologia de que é necessário

criticar para acharmos as soluções e destas resolvermos os problemas por isso através da música

procuro dar o meu contributo para torna-la melhor. O Rap em mim começou em 2001 fiquei

impressionado com as músicas que ouvia, eram mensagens que me davam motivação para levantar e

superar os problemas, identifiquei-me logo com ele porque senti que lá podia expressar os meus

sentimentos e através da música partilhar com toda gente.

As motivações principais são duas: primeiro o povo e segundo as pessoas que escutam os meus

trabalhos. O povo porque, eu acredito muito na magia que a música tem de mudar a mente das pessoas

apenas com algumas palavras torna-las melhor, e eu faço parte de um povo necessitado, então decidi

pegar os microfones e cantar para eles e desta forma procuro ajudar ou dar o meu contributo para que

as coisas corram bem num sentido mas justo. Em segundo as pessoas, são estas pessoas que ouvem o

meu trabalho que sempre que se deparam comigo dão sempre força, ate agora só recebi boas criticas

por parte de todos que ouviram e isso da.me forças para continuar, aquilo que eu sinto eu canto a eles

e sem eles não haveria razoes para tal por isso eu valorizo muito cada abraço verdadeiro que recebo.

CHH: Aqui no Brasil, comemoramos o dia da Consciência Negra em 20 de novembro. É uma data em

que a população é chamada a relembrar a resistência e a luta do povo negro contra a escravidão e

também uma homenagem à Zumbi dos Palmares, ícone desta luta em nosso país e que foi morto

nesta data. Como o teu povo vê estas comemorações pelo mundo?

Fly Skuad: Em Angola temos datas especiais como 17 de Setembro que e o dia do Herói Nacional, e o

dia da nossa Independência que também é neste mês, no dia 11 de Novembro. Deixa-me dizer que eu

pessoalmente aprecio muito este tipo de comemoração que os descendentes de africanos

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espalhados pelo mundo inteiro tem, me faz sentir orgulho de ser negro e com vontade de gritar

para todo mundo e dizer: "eu existo e sou livre". Os nossos antepassados lutaram muito para sermos

seres humanos livres, por isso e necessário comemorarmos essas datas para honrarmos os nossos heróis

de forma que eles não sejem esquecidos, e sejem lembrados para sempre porque os sacrifícios feitos

valeram a pena. Hoje de certa forma vivemos de forma diferente em relação ao passado tudo graças a

eles.

[+]Acesse o Myspace de Fly Skuad

[+]Assista ao documentário hipermídia "Nação Palmares"

Por: AnaJu

Comentários

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Foram localizado(s) 10 comentário(s)

Fly, Tu es de +. One...

Por: Pastor - Em: 06/01/2010 12:47:17

SAUDAÇÕES Á TODOS GUERREIROS E GUERREIRAS QUE LUTAM POR UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA

ATRAVÉS DA MÚSICA NEGRA ........... AE , MUITA BOA A ENTREVISTA COM ESSE M.C DE ANGOLA ,

GOSTO MUITO DO SOM DE LÁ E GOSTARIA DE CITAR KOOL KLEVER E SEU DISCO KOOLTIVAR "PÁGINAS

RIMADAS DA MINHA VIDA" , TENHO OUVIDO MUITO E SACADO Q ALÉM DA MENSAGEM IMPACTANTE E

REFLEXIVA A MÚSICALIDADE DOS M.C.S ANGOLANOS É EXTREMAMENTE RICA ... QUERO PARABENIZÁ-LOS

PQ CONSEGUEM FAZER MUSICA DE QUALIDADE APESAR DE TODAS AS ADVERSIDADES DA VIDA DO POVO

ANGOLA...Á TODOS VOCÊS MEU MAIS PROFUNDO RESPEITO E ADMIRAÇÃO !!!!! PAZ GUERREIROS E AOS

VERDADEIROS REVOLUCIONÁRIOS DA MUSICA NEGRA ALTERNATIVA !!!!

Por: donxand - Em: 29/11/2009 01:17:14

Africa Unity Ana Julia, vc vem fazendo a diferença, parabéns irmã!

Por: Cara de Urso - Em: 25/11/2009 08:50:21

realmente o rap underground sofre opressao em todos os paises, pois tem muitas coisas que os "homens

do Poder" não querem que o povo saiba... Sem falar {pelo menos aki no brasil} das drogas que eles

deixam entrar no país, pois drogado nao pensa e assim sao mais faceis de serem controlados... mais é

isso ai o verdadeiro under não pode morrer jamais!! força ai pra todos os mcs q estao na luta!!

Por: Débora - Em: 23/11/2009 18:14:11

queria muito ue vcs entrevistassem os kalibrados de luanda

Por: kington - Em: 23/11/2009 15:12:15

Fico impressionado com as tuas capacidades boy,tu tens potencial e acredita nesse teu potencial,nãio

é facil fazer o estilo de musica que tu fazes cá no nosso país,mais como amigo dou-te a maior força

pra contonuares e que nunca desistas porque Angola precisa de rapazes criativos como tu...A mudança

de um país começa também pelas musícas de intervenção como o underground,vamos apostar no

underground pra termos uma Angola democrática ou num país melhor de se viver... És talentoso e

sucesso pra tua carreira

Por: Adilson``dibidi`` - Em: 23/11/2009 13:28:36

FLY SQUAD best of the best, epa e um orgulho forte saber q tem pessoas como tu q ainda fazem o rap

alma, mesmo com esse sistema politico q abovina e neutraliza o underground aki em angola, e muito

bom saber q tem people q alimentao a raiz esta arvore revolucionaria... forca isto e hip hop, e vamos

fazelo como deve-se!!!!!!!!

Por: perispirito - Em: 21/11/2009 18:27:47

consuante o tempo foi vendo k o desemvolvimento do fly nunca xteve baixa na escala do meu grafico

musical + digo-te uma coisa tens k matar todos heaters,tu nasceste underground tens morrer

underground

Por: MC WAKAFELA - Em: 20/11/2009 19:39:28

FLY SKUAD king do underground, + uma vez foste laminado nas tuas opinioes + ainda axo k es melhor a

fazer frees,espero k as cronicas de fly skuad seija um sucesso,ouve dois sons promo dispertaram o meu

sub coinsciente OBS : ainda seras uma referençia para o HIP-HOP angolano peace and love

Por: CODIGO MC - Em: 20/11/2009 19:26:14

é complicado fazer este tipo de música aqui devido a opressão politica, somos obrigados a agir de

forma clandestina para não corrermos risco de morte. esta é a verdade do bom rap q se faz em

Angola.

Por: A.O.S - Em: 20/11/2009 17:06:37

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