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Animais Invertebrados

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Page 1: Animais Invertebrados

Colégio Espírito Santo Rua Tamoio, 3393-Canoas – RS. Fone: (51) 3472-1722 / 3472-1502

Disciplina de Ciências Naturais Prof.ª. Adriana Caetano Sarmento

REINO ANIMALIA OU METAZOA – 7º ano

FILOS MAIS EXPRESSIVOS DOS INVERTEBRADOS

1. PORÍFEROS

São conhecidas como esponjas, encontrados em todos os mares e mais raramente em água doce. O tamanho pode variar entre 1 mm a 2m, podem ser laranjadas, vermelhas, pardas, azuis, ... São dotados de tecidos, porém não apresentam órgãos bem definidos e nem sistemas. Únicos animais que não apresentam células nervosas. São organismos imóveis capazes de movimentar a água ao seu redor. Apresentam uma parede corpórea dotada de poros, por onde passa água até a cavidade central (átrio). Após a filtração a água é expelida pela parte superior, o ósculo. Durante a filtração dos alimentos o oxigênio circula pelas células por difusão. As células coanócitos (que são dotadas de flagelos) promovem a filtração da água, capturando microorganismos e partículas alimentares (plânctons). Devido ao flagelo dos coanócitos, os seus movimentos contínuos provocam a circulação constante da água no corpo da esponja. As células amebócitos são responsáveis na captura e distribuição dos nutrientes entre as células. Entre as camadas de células há uma rede de proteínas denominadas esponginas e de espículas (calcário ou sílica) que servem de sustentação das partes moles do corpo da esponja. Reprodução: Assexuadamente por brotamento, formam-se expansões no corpo da esponja-mãe, que se separa do organismo original, constituindo novos indivíduos. Sexuadamente há formação de espermatozóides (gametas masculinos) que são levados ao exterior da esponja até encontrar outra. Assim haverá a fecundação entre os gametas masculinos com os femininos. O zigoto se desenvolve e forma uma larva que sai da esponja fixando-se na rocha, formando um novo individuo (desenvolvimento indireto). 2.CNIDÁRIOS OU CELENTERADOS

Primeiros animais com tecidos completamente diferenciados. Alguns são fixos (anêmonas e corais) outros nadam livremente (medusas). A maioria vive no mar; os corais formam colônias. São todos carnívoros, alimentam de pequenos crustáceos, peixes, larvas de insetos, etc. De acordo com a estrutura, encontrarão duas formas distintas: -Pólipos: como as anêmonas; o corpo apresenta duas extremidades: uma fechada e fixa ao substrato; a outra contém a

boca, geralmente circundada por tentáculos. -Medusas: como as águas-vivas; o corpo tem forma de “guarda-chuva”, a boca se localiza na região central superfície

inferior e os tetánculos pendem das bordas; são móveis e de corpo gelatinoso. Apresentam três classes: -Hidrozoa: os pólipos são predominantes (Hydra, Obelia, Physalia); -Scyphozoa: medusas predominantes (Aurélia, Tamoya); -Anthozoa: exclusivamente polipóides (Actínia, Corais). Possuem células modificadas (cnidoblastos) que promovem a defesa do animal e constituem a captura de

alimentos. Quando o cnidócito é tocado, a cápsula se abre; o filamento se desenrola, penetra na pele da presa e injeta nela uma toxina; esta é capaz de paralisar e matar os animais que servem de alimento. Com os tentáculos os cnidários levam o alimento à boca. Depois o alimento é levado para a cavidade digestiva, onde a maior parte é digerida e absorvida. Os restos são eliminados pela boca, pois não há ânus. O oxigênio se espalha por difusão. O movimento do corpo é coordenado por células nervosas (neurônios) espalhadas pelo corpo do animal. Reprodução: Assexuada ocorre geralmente por brotamento; o broto fica ligado ao animal original, formando uma colônia, como nos corais. Na sexuada há produção de gametas, fecundação e formação de uma larva móvel (desenvolvimento indireto). Pode haver alternância de gerações, primeiro os pólipos reproduzem-se assexuadamente e originam medusas; estas se reproduzem sexuadamente e voltem a originar pólipos. 3. Platelmintos

Podem ter vida livre, sendo encontrados em água doce e salgada ou em terra úmida. Muitos são parasitas. Classes:

-Turbellaria: indivíduos de vida livre; corpo simples; sistema digestivo incompleto (faringe e intestino, sem ânus); ex. a planária. Ela possui uma cabeça com olhos simples, os ocelos; eles percebem a luz, mas não formam imagens. Há também uma concentração de células nervosas, que permitem o animal detecte algum perigo ou presa. São carnívoros alimentam-se de pequenos invertebrados. Oxigênio e gás carbônico circulam por difusão. São hermafroditas. Trocam espermatozóides entre si através do poro genital. Também podem se reproduzir assexuadamente, ela espicha o corpo e parte-se em duas. Cada metade regenera uma planária completa. -Trematoda: indivíduos parasitas; corpo simples; sistema digestivo incompleto; ex. Schistosoma mansoni. O esquistossomo macho têm cerca de 1 cm de tamanho e abriga a fêmea num canal de seu corpo. Instala-se nas veias do fígado e do intestino do ser humano, pode provocar diarréia, anemia, problemas no fígado, pâncreas, baço e intestino, dores no abdome, a barriga fica muito dilatada. Os ovos quando eliminados com as fezes e atingindo a água doce origina pequenas larvas (miracídios). Estes penetram num tipo de caramujo (os planorbídeos) que têm a concha espiralada e achatada. Dentro do caramujo se reproduzem e se tornam larvas (cercarias), elas saem do caramujo e

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ficam livres na água. A cercaria penetra no ser humano através do contato direto com a pele que utilizam a água contaminada. Através da circulação sangüínea as larvas chegam nas veias do fígado, lá ocorrem a fecundação; após migram para o intestino onde se tornam em vermes adultos. - Cestoidea: parasitas; corpo metamerizado; sistema digestivo ausente, deixando mais espaço para o

sistema reprodutor, o que é importante, pois produzem muitos ovos; ex. tênias. Podem atingir até 12 m de comprimento. Apresentam uma cabeça (escólex) que age como órgão de fixação, nela encontram-se ventosas e ganchos que fixam o parasita no intestino do hospedeiro. O corpo e dividido em anéis (proglotes). São hermafroditas: cada anel possui um útero, testículos, ovários e outras partes do sistema reprodutor masculino e feminino. Ocorre a autofecundação, produzindo anéis cheios de ovos, que são expulsos com as fezes. Estas podem contaminar a água e os vegetais, os quais podem servir de alimento ao gado ou suíno. As larvas se instalam nos músculos do boi (Taenia saginata) ou do porco (Taenia solium). Quando a pessoa come carne mal cozida ou crua corre o risco de se contaminar, pois a larva atinge o intestino e se desenvolve. Às vezes não há sintomas; outras vezes a pessoa sente dor no abdome, fraqueza e perda de peso. O diagnóstico da teníase é feito através do exame de fezes. Para combater estes parasitas do organismo humano são necessários alguns cuidados de higiene básica, saneamento básico, remédios contra vermes (vermífugos), entre outros. 4. Nematelmintos ou nematóides:

Os indivíduos de vida livre podem ser encontrados na água, no solo, na areia das praias, no fundo de lagos, mares polares, etc. As espécies parasitas vivem no organismo de outros seres. No homem, vivem no intestino; no cavalo, habitam o intestino e o estômago; no carneiro nas vias respiratórias, estômago e intestino; etc. São vermes dotados de corpo cilíndrico e alongados, não segmentados e afilados nas extremidades; seu tamanho varia bastante; algumas espécies são microscópicas, outras podem chegar até 1metro de comprimento. Possuem um tubo digestivo completo (boca, tubo digestivo e ânus). Entre o tubo digestivo e a epiderme há uma cavidade cheia de líquido que ajuda a distribuir o alimento e oxigênio (este líquido sob pressão ajuda a sustentar o corpo). Principais representantes: Ascaris lumbricoides: conhecido como lombriga, causa a ascaríase ou ascaridíase. São dioicos, medem entre 15 cm e 40 cm. Os ovos saem com as fezes e quando a falta de saneamento básica pode chegar ao solo e contaminar água e alimentos. Há uma produção de larvas no intestino humano, antes de se instalarem neste órgão, essas larvas se deslocam pela circulação, indo para os brônquios, pela traquéia e laringe, só então são engolidas e caem no tubo digestivo. Ancylostoma duodenale (ancilóstomo) ou Necator americanus (necátor): são muito parecidos, medem de 1 a 2 cm de comprimento e provocam a doença ancilostomíase ou amarelão. Os ovos liberados pelas fezes caem no solo úmido e quente, a larva se desenvolve e penetra na pele através dos pés descalços; esta segue pela corrente sanguínea passando por muitos órgãos até chegar ao intestino. Larva migrans ("Bicho Geográfico"): é uma doença causada por parasitas (Ancylostoma braziliense, Ancylostoma caninum, A. stenocephaloa ou Gnathostoma spinigirum) intestinais do cão e do gato. Os animais defecam nas areias, na terra ou nas praças, e os ovos dos vermes se espalham nesses locais. Esses ovos, em presença de calor e umidade, se transformam em larvas que ficam à espera de um hospedeiro, ou seja, um local apropriado onde possam viver. Quando as pessoas sentam ou pisam em um local infestado, as larvas perfuram o extrato epitelial (pele), mas não conseguem atravessar as camadas subjacentes. Porém, elas se mantém vivas por longo tempo, e passam a caminhar ao acaso, abrindo túneis microscópicos na pele. Essa penetração é comum de ocorrer nos pés das pessoas. O tempo do processo pode variar de poucos dias a meses. O sintoma que mais incomoda é a coceira, que à noite chega a ser mais intensa, provocando até insônia. O diagnóstico da doença no ser humano é fácil, devido ao aspecto dermatológico que a lesão causa. Assim, evite andar descalço ou sentar-se sem proteção sobre esses locais. O tratamento costuma ser dispensado nos casos mais benignos. Do contrário, ele é feito com medicamentos por via oral ou aplicações locais. Enterobius vermicularis: vulgarmente chamado de oxiúro, causa a doença chamada de enterobíase ou oxiurose; tem cerca de 1 cm de comprimento; vivo no intestino grosso do homem. Na região anal as fêmeas depositam seus ovos, causando coceira no ânus. Sintomas lesões na mucosa retal, cólicas, tonturas, vômitos e enjoo. A transmissão se dá pela ingestão ou inalação dos ovos por pessoas que dormem num mesmo quarto ou frequentam as mesmas instalações sanitárias. Prevenção através do combate ao verme, higiene básica, instalações sanitárias adequadas,... Wuchereria bancrofti: chamada de filária que vive nos vasos linfáticos e linfonodos, causando a filariose

ou elefantíase. Causa inflamação nos vasos obstruindo a circulação da linfa ocasionando o acúmulo de linfa em certos órgãos do corpo. Há medicamentos que combatem os vermes, mas é difícil reverter às lesões provocadas. É necessário o combate contra o mosquito que através de sua picada transmite o verme. 5.Anelídeos

A maioria é de vida livre, habitando o solo úmido, a água doce ou o ambiente marinho. Há poucas espécies parasitas. Os mais populares são a minhoca e a sanguessuga; outros habitam o interior de tubos ou enterrados na areia. *Possuem um sistema circulatório que transporta alimento, gases e excretas. *As três classes em que se dividem os anelídeos são determinadas de acordo com a presença ou não de cerdas. Poliquetas: na maioria vive no mar; presença de muitas cerdas; maioria dioica e de fecundação externa e desenvolvimento indireto, com larva ciliada. Alguns apresentam ramificações finas e cheias de sangue (brânquias), que aumentam a superfície de contato do corpo do animal com água, facilitando a troca gasosa com ambiente.

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Oligoquetas: são terrestres e apresentam poucas cerdas; monoicos de fecundação cruzada (clitelo) e externa com desenvolvimento direto; o corpo é revestido de um tecido epitelial simples, que secreta uma cutícula delicada, protegendo o organismo contra a desidratação; respiração cutânea; sistema nervoso compõe-se de nervos e gânglios nervosos, formados pela união de células nervosas que coordenam as atividades do animal; em cada anel há um par de órgãos excretores. Ex.: minhoca Hirudíneos: sem cerdas; terrestres ou aquáticos; monoicos de desenvolvimento direto. A grande maioria é parasita e sugadores de sangue, para isso utilizam ventosas que se encontram nas extremidades do seu corpo, através de um tipo de tromba ou com pequenas mandíbulas em forma de lâmina perfuram a pele e liberam, enquanto suga o sangue, uma substância anticoagulante chamada de hirudínea; algumas espécies devoram pequenos animais ou restos de matéria orgânica. 6.Artrópodes

São dotados de pernas articuladas; maior grupo zoológico (+/- 900mil sps. conhecidas). Pernas articuladas. Corpo segmentado e dividido em: cabeça, tórax e abdome (normalmente). Presença de exoesqueleto (quitina). Geralmente dioicos, com sexo separado. A maioria de fecundação interna com desenvolvimento direto ou indireto. EXOESQUELETO limita o crescimento do animal por isso as ECDISES. Desenvolvimento Direto (ametábolos – insetos sem larvas; portanto não sofrem metamorfose).*Desenvolvimento indireto gradual (hemimetábolos – com metamorfose parcial, pois o isento jovem é semelhante ao adulto). Desenvolvimento indireto completo (metábolo ou holometábolos – com metamorfose completa; com as seguintes fases: ovo, larva, pupa e imago (adulto); nos lepidópteros – borboletas e mariposas – essas fases recebem nomes especiais: ovo, lagarta, crisálida e adulto); Sistema digestório completo.

CARACTERISTICAS INSECTA CRUSTACEA ARACHINIDA CHILOPODA DIPLOPODA

Hábitat Terrestre Água salgada ou doce

Terrestre Terrestre Terrestre

Desenvolvimento Direto ou indireto Direto ou indireto Direto, exceto carrapatos.

Direto Direto

Divisão do corpo Cabeça, tórax e abdome.

Cefalotórax e abdome

Cefalotórax e abdome

Cabeça e tronco

Cabeça, tórax e abdome.

Nº de pernas Seis Variável Oito Um par em cada anel

Dois pares em cada anel

Antenas

Um par Dois pares Ausentes Um par Um par

Respiração

Traqueal Branquial Pulmotraqueal Traqueal Traqueal

7.Moluscos

Vivem em diferentes ambientes. Há espécies em terra úmida, como os caracóis e as lesmas, e outras na água doce e no mar. As espécies marinhas podem viver presas às rochas – como é o caso dos mexilhões e ostras -, se arrastar sobre a areia – os caramujos -, nadar livremente – polvos e lulas -, ou ainda flutuar em belas conchas – os Nautilus. Possuem corpo viscoso, mole e não-segmentado, envolvido por uma concha calcária e constituído de três partes: cabeça, pé e massa visceral. Podem apresentar sexos separados ou hermafroditas. Em qualquer caso, a reprodução é sempre sexuada e cruzada. Normalmente ovíparos. Com desenvolvimento direto ou indireto. *São classificados em: -Amphineura: seres marinhos, corpo dotado de placas calcarias protetoras. Ex.: quíton. -Scaphopoda: seres marinhos, corpo dotado de uma concha tubular protetora. Ex.: dentálios. -Gastropoda: indivíduos marinhos, de água doce ou terrestre; conchas univalves ou ausentes, pé achatado e

cabeça com dois pares de tentáculos. Ex.: caramujos, caracóis, lesmas. -Pelecypoda: animais marinhos ou de água doce; concha bivalve, única classe sem rádula, brânquias para a

respiração e captura de alimentos, cabeça pequena. Ex.: ostras, mariscos. -Cephalopoda: animais marinhos, sem conchas externas, cabeça volumosa e pés como tentáculos. Ex.: polvos

e lulas. 8.Equinodermos

São animais exclusivamente marinhos e possuem esqueleto interno de placas calcárias, ás quais se associam espinhos fixos ou móveis. São animais de sexos separados, de fecundação externa e desenvolvimento direto. São classificados em: -Equinóide: corpo esférico, com espinhos grandes e móveis, ou achatados, com espinhos curtos e finos. Ex.:

ouriço-do-mar, bolachas-do-mar. -Asteróide: corpo estrelado, com cinco ou mais braços, espinhos pequenos e fixos. Ex.: estrela-do-mar. -Crinóide: corpo estrelado, com braços ramificados, sem espinhos. Ex.: lírios-do-mar. -Holoturóide: indivíduos com corpo cilíndrico e sem espinhos, ausência de braços. Ex.: pepinos-do-mar. -Ofiuróide: corpo estrelado, com disco central bem delimitado, espinhos curtos ou longos nos braços. Ex.:

serepentes-do-mar. GEWANDSZNAJDER, F. A vida na Terra –Ciências –6ª série. Editora Ática. SP. 1ª edição. 2001.

BOSCHILIA, C. Minimanual Compacto de Biologia Teoria e Prática. Editora Rideel. SP. 1ªedição. 2001.