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Análise comparativa da capacitação dos Auditores do Sistema de Gestão de Segurança de Saúde Ocupacional OHSAS 18001:2007 e ISO/FDIS 45001 Dezembro/2018 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018 Análise comparativa da capacitação dos Auditores do Sistema de Gestão de Segurança de Saúde Ocupacional OHSAS 18001:2007 e ISO/FDIS 45001 Lia Pompéia Faria Gaede - [email protected] Avaliações, Auditoria e Perícias de Engenharia Instituto de Pós-Graduação - IPOG Resumo O presente trabalho tem por objetivo fazer uma análise comparativa da capacitação dos auditores do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO), baseada na norma OHSAS 18001:2007 e a nova norma padrão internacional ISO/FDIS 45001. A família OHSAS 18000 foi publicada pelo organismo inglês British Standards Institution (BSI), porém havia uma necessidade em harmonizar os sistemas de gestão de segurança e saúde usando um padrão reconhecido internacionalmente. Com a nova norma internacional a capacitação e habilidades dos auditores precisarão ser identificados, e esse é o objetivo desse estudo a ser realizado através de uma análise comparativa entre as normas. A norma ISO 45001 está sendo preparada pelo Comitê de Projeto ISO / PC 283, e a votação do “Final Draft - FDIS” tem previsão de conclusão em 25/01/2018. Para realização do estudo fez-se a aquisição da ISO/FDIS 45001 através do site da ABNT. Foi realizada pesquisa bibliográfica a partir do levantamento de referências teóricas e pesquisa documental das normas em estudo. Os resultados encontrados indicam que o auditor do sistema SSO precisará ter noções de planejamento estratégico, conhecimento de outros padrões ISO e dos termos e definições da nova estrutura de alto nível ISO (Anexo SL). Palavras-chave: Segurança e saúde ocupacional. ISO 45001. Anexo SL. OHSAS. Auditoria. 1. Introdução Um dos principais instrumentos que uma organização pode utilizar para “medir” a aderência de seu sistema de gestão de Segurança e Saúde Ocupacional - SSO é a auditoria. Segundo ABNT NBR ISO 19011, a auditoria é um processo sistemático, documentado e independente para obter evidência de auditoria e avaliá-la, objetivamente, para determinar a extensão na qual os critérios de auditoria são atendidos. A confiança no processo de auditoria e a capacidade para atender a seus objetivos dependem da competência dos indivíduos que estão envolvidos no planejamento e na realização das auditorias (ABNT NBR ISO 19011). Além de fornecer orientação sobre auditoria de sistemas de gestão, a ABNT NBR ISO 19011 também orienta sobre a avaliação da competência de

Análise comparativa da capacitação dos Auditores do ... · Saúde e Segurança no Trabalho, que foi presidido por Lord Alfred Robens, presidente da National Coal Board. As recomendações

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Análise comparativa da capacitação dos Auditores do Sistema de Gestão de Segurança de Saúde

Ocupacional OHSAS 18001:2007 e ISO/FDIS 45001

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Análise comparativa da capacitação dos Auditores

do Sistema de Gestão de Segurança de Saúde Ocupacional

OHSAS 18001:2007 e ISO/FDIS 45001

Lia Pompéia Faria Gaede - [email protected]

Avaliações, Auditoria e Perícias de Engenharia

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo fazer uma análise comparativa da capacitação dos

auditores do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO), baseada na norma

OHSAS 18001:2007 e a nova norma padrão internacional ISO/FDIS 45001. A família

OHSAS 18000 foi publicada pelo organismo inglês British Standards Institution (BSI), porém

havia uma necessidade em harmonizar os sistemas de gestão de segurança e saúde usando um

padrão reconhecido internacionalmente. Com a nova norma internacional a capacitação e

habilidades dos auditores precisarão ser identificados, e esse é o objetivo desse estudo a ser

realizado através de uma análise comparativa entre as normas. A norma ISO 45001 está sendo

preparada pelo Comitê de Projeto ISO / PC 283, e a votação do “Final Draft - FDIS” tem

previsão de conclusão em 25/01/2018. Para realização do estudo fez-se a aquisição da

ISO/FDIS 45001 através do site da ABNT. Foi realizada pesquisa bibliográfica a partir do

levantamento de referências teóricas e pesquisa documental das normas em estudo. Os

resultados encontrados indicam que o auditor do sistema SSO precisará ter noções de

planejamento estratégico, conhecimento de outros padrões ISO e dos termos e definições da

nova estrutura de alto nível ISO (Anexo SL).

Palavras-chave: Segurança e saúde ocupacional. ISO 45001. Anexo SL. OHSAS. Auditoria.

1. Introdução

Um dos principais instrumentos que uma organização pode utilizar para “medir” a aderência

de seu sistema de gestão de Segurança e Saúde Ocupacional - SSO é a auditoria. Segundo

ABNT NBR ISO 19011, a auditoria é um processo sistemático, documentado e independente

para obter evidência de auditoria e avaliá-la, objetivamente, para determinar a extensão na

qual os critérios de auditoria são atendidos.

A confiança no processo de auditoria e a capacidade para atender a seus objetivos dependem

da competência dos indivíduos que estão envolvidos no planejamento e na realização das

auditorias (ABNT NBR ISO 19011). Além de fornecer orientação sobre auditoria de sistemas

de gestão, a ABNT NBR ISO 19011 também orienta sobre a avaliação da competência de

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pessoas envolvidas no processo de auditoria, incluindo a pessoa que gerencia o programa, os

auditores e a equipe auditora.

As diretrizes dessa norma são aplicáveis a auditoria de diversos sistemas de gestão, e

abrangem a determinação de competência, comportamento pessoal, conhecimentos e

habilidades genéricas e para alguns setores, como gestão de segurança e saúde ocupacional,

porém não contempla as exigências de capacitação específica para auditores da nova norma

ISO / FDIS 45001.

O Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional não possui uma norma específica

que estabeleça os requisitos de competência para auditoria e certificação, como já existe para

o Sistema de gestão ambiental (ABNT NBR ISO/IEC 17021-2) e o Sistema de gestão da

qualidade (ABNT NBR ISO/IEC 17021:3).

Com a publicação da ISO 45001, não só as empresas precisarão se adequar aos novos

requisitos, mas também os auditores especialistas de SSO. Identificar os novos critérios de

formação, considerando habilidades, capacitações, conhecimentos gerais e conhecimentos

técnicos para os auditores de Sistema de Gestão e Segurança Ocupacional, é o objetivo desse

artigo.

2. Metodologia

Para verificar o estado da arte da relação trabalho-saúde-doença, foi realizada pesquisa

bibliográfica a partir do levantamento de referências teóricas e pesquisa documental de

normas.

Para identificar os novos critérios de formação dos auditores SSO foi realizado uma análise

comparativa entre a OHSAS 18001 e ISO/FDIS 45001.

A aquisição da ISO/FDIS 45001 foi feita através do site da ABNT em 12/01/2018.

3. Revisão de Literatura

3.1 Relação trabalho-saúde-doença na história

Desde a Antiguidade até a Idade Média o trabalho sempre esteve aliado a um sentido

negativo, de castigo e sofrimento. Somente a partir do Renascimento, surgiram as ideias de

valorização do trabalho como manifestação da cultura, e este começou timidamente a ser visto

como um valor da sociedade e do próprio homem. (CAMISASSA, 2016)

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Na antiguidade a relação trabalho-saúde-doença já era percebida, e estudos isolados de

investigação das doenças do trabalho (intoxicação saturnina-causada pelo chumbo), eram

realizados pelo médico e filósofo grego Hipócrates (460-375 a.c.).

Ao longo dos anos, vários médicos e higienistas se ocuparam da observação do

trabalho (qualitativa, e não quantitativa ainda, devido às limitações tecnológicas da

época). Plínio, O Velho, escritor e naturalista romano, que viveu no início da era

Cristã (23-79 d.C.), descreveu, em seu tratado “De Historia Naturalis”, as condições

de saúde dos trabalhadores com exposição ao chumbo e poeiras. Em meados do século

XVI, o pesquisador alemão George Bauer publicou um livro chamado “De Re

Metallica”, no qual que apresentava os problemas relacionados à extração de minerais

e à fundição da prata e do ouro, com destaque para uma doença chamada “asma dos

mineiros”, que sabemos hoje tratar da silicose. Em 1700, um médico italiano chamado

Bernardino Ramazzini, publicou um trabalho sobre doenças ocupacionais chamado De

Morbis Artificum Diatriba (Doenças do Trabalho), no qual relacionou os riscos à

saúde ocasionados por produtos químicos, poeira, metais e outros agentes encontrados

nas atividades exercidas por trabalhadores em várias ocupações. (CAMISASSA,

2016)

A Revolução Industrial no século XIX trouxe várias modificações na execução do trabalho,

fazendo com que em muitas empresas houvesse a necessidade de adoção de medidas voltadas

à redução e ao controle dos acidentes de trabalho. Este fato levou à necessidade de estudos em

torno dos problemas relacionados à prevenção contra os riscos derivados do trabalho.

No século XX foram criados vários organismos com o objetivo final de proteção do trabalho:

1914

Criação do National Institute of

Occupational Safety and Health

(NIOSH)

Órgão de pesquisa em Segurança e Saúde no Trabalho. Atualmente praticamente

todos os países utilizam a metodologia de avaliação da exposição ocupacional

estabelecida por este órgão.

1919 Criação da OIT Organização Internacional do Trabalho

1938

Criação da American Conference of

Governmental Industrial Hygienists

(ACGIH)

Associação dos Higienistas do Governo Americano e que desenvolve pesquisas sobre

os Limites de Exposição Ocupacional para os agentes físicos, químicos e biológicos e

Índices Biológicos de Exposição.

1966 Criação da FUNDACENTRO

Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, voltada

para o estudo e pesquisa dos problemas relativos à segurança, higiene e medicina do

trabalho

Tabela 1 – Organismos criados no século XX para proteção do trabalho

Fonte: Camisassa (2016)

3.2 Modelos de Gestão de SSO e as organizações

Por lei, as empresas são obrigadas a garantir a segurança de seus funcionários. Nas

organizações, a prevenção contra riscos derivados do trabalho baseia-se em modelos reativos

de atuação. Investigam-se as causas, a fim de que um acidente semelhante não volte a ocorrer.

Para a organização, centrar a atenção em um modelo de prevenção reativo é mais simples do

que na prevenção ativa, porque avaliar os riscos e definir planos de prevenção são tarefas

complexas, uma vez que envolve análise de probabilidades de acidentes.

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Em resposta ao modelo reativo de gestão da prevenção, em 1970 foi nomeado o Comitê de

Saúde e Segurança no Trabalho, que foi presidido por Lord Alfred Robens, presidente da

National Coal Board. As recomendações do comitê serviram de base para a Lei Britânica de

segurança e Saúde no Trabalho, de 1974. (HSE, 1972), que estabeleceu a necessidade da

avaliação, eliminação ou redução de riscos.

Os controles reativos são úteis para registrar, analisar e investigar falhas no sistema de gestão

das empresas, como acidentes, incidentes e enfermidades laborais (FUNIBER,2015), porém

os acidentes são gerados por um conjunto de causas inter-relacionadas. Um “ato inseguro”

envolve erros humanos que pode ser cometido pelos trabalhadores ou pelos gestores.

Em muitas investigações de acidentes, foram encontradas falhas nos sistemas de

gestão, nas estruturas organizacionais e nos procedimentos. Em 1982, a Unidade

Consultiva em Prevenção de Acidentes do Health and Safety Executive (HSE) Reino

Unido realizou uma análise de acidentes ligados a trabalhadores em manutenção, e em

75% dos acidentes a causa deu-se em falhas no sistema de gestão de prevenção. Como

resposta ao modelo reativo de prevenção, a União Europeia promulgou a Diretriz

Marco 89/391/CEE, que estabeleceu um novo modelo ativo de atuação onde o

empresário deve identificar os perigos, avaliar os riscos, selecionar, implantar e

controlar as medidas preventivas. Na Espanha, a lei era prescritiva até o aparecimento

da Lei 31/95 - Prevención de Riesgos Laborales, ou seja, as medidas preventivas eram

compostas de solução técnica e um modo de comportamento, para se evitar

respectivamente a condição insegura e o ato inseguro. (FUNIBER, 2015).

Concluiu-se que para o estabelecimento de uma política de prevenção de riscos laborais, com

definição de metas e objetivos, planejamento e integração das atividades preventivas, e

desenvolvimento de uma boa comunicação em ambos os sentidos (gestor/trabalhador) as

organizações precisavam ter tanto a atuação reativa como a ativa.

Segundo Funiber (2015), há alguns anos algumas empresas foram desenvolvendo seus

próprios sistemas estruturados para a gestão de riscos laborais:

- Controle total de perdas: criado nos anos 70 pelo International Loss Controle Institute

(ILCI) da Geórgia (USA), seu programa de auditoria compõe de 20 elementos.

- CHASE (Complete Health and Safety Avaliation): com versão para pequenas e grandes

organizações.

- SHARP (Safety and Health Reporting Package): desenvolvido para analisar três grupos de

temas (organização e procedimentos, avaliação da segurança e da saúde).

Segundo Enríquez & Sanchez (2008), outros documentos também são referência:

- SGS & ISMOL ISA 2000:1997, Requirements for Safety and Health Management Systems

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-DNV Standard for Certification of Occupational Health and Safety Management Systems

(OHSMS):1997.

-BVQI Safety Cert, Occupational Safety and Health Management Standard.

-Draft NSAI SR 320, Recommendation for an Occupational Health and Safety (OH&S)

Management System.

-Draft AS/NZ 4801, Occupational health and safety management systems/Specification with

guindance use.

-Draft BSI PAS 088, Occupational health and safety management systems.Specification with

guindance use.

-Draft LRQA SMS 88000, Health & safety management systems assessment criteria.

Alguns países têm suas normas de sistema de gestão de prevenção, como é o exemplo da

norma inglesa “BS 8800:1996, Guia para sistemas de gestão da segurança e da saúde do

trabalho”. Esta norma é um antecedente da série OHSAS 18000, Occupational health and

safety systems- specifications for “Occupational Health and Safety Management Systems”,

que foi publicado em 2007 pelo organismo inglês British Standards Institution (BSI).

Em 2005 a FUNDACENTRO apresentou ao público brasileiro a versão, em português, das

Diretrizes sobre Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, elaboradas e

publicadas pela Organização Internacional do Trabalho, de Genebra, e constituem iniciativas

voluntárias das organizações para a melhoria da qualidade dos produtos, do meio ambiente e

dos ambientes de trabalho.

3.3 Por que a nova norma ISO 45001?

De acordo com estimativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 2,34 milhões de

mortes em 2013 foi resultado de atividades de trabalho, sendo que 2 milhões está associada a

problemas de saúde. O Institute of Occupational Safety and Health, IOSH, estima que existem

660.000 mortes por ano como resultado de câncer decorrentes de atividades de trabalho

(International Organization for Standardization – ISO, 2018). Já no Brasil, conforme dados

do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), a média é de 700 mil acidentes e

doenças em consequências de trabalho por ano (Souza & Segundo, 2016).

Em função do cenário descrito percebeu-se a importância de conscientizar a sociedade, bem

como implementar um sistema de gestão de segurança e saúde comprometido com os

trabalhadores, a fim de eliminar ou reduzir os índices de acidentes e doenças laborais, através

de uma norma de referência com um padrão internacionalmente reconhecido.

No final do mês de outubro de 2013, após uma reunião do ISO Project Committee (PC) 283

realizada em Londres, foram iniciados os trabalhos para o desenvolvimento da futura “ISO

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45001 - Occupational health and safety management systems – Requirements with guidance

for use”.

Em 30/11/2017 iniciou-se a votação do “Final Draft – FDIS 45001” com previsão de

conclusão para 25/01/2018. A publicação final da ISO 45001 está prevista para o primeiro

semestre de 2018.

Segundo ISO/FDIS 45001, dentre os benefícios da implantação do sistema SSO destacam-se:

- Fornecer estrutura para gerenciar os riscos de Gestão de SSO;

- Prevenir lesões relacionadas ao trabalho e doenças;

- Proporcionar locais de trabalho seguros e saudáveis;

- Eliminar os perigos e minimizar os riscos de SSO;

- Melhorar do desempenho da segurança e saúde ocupacional

- Antecipar a abordagem das oportunidades;

- Ajudar a cumprir seus requisitos legais e outros requisitos

- Garantir alinhamento com a direção estratégica da organização;

- Melhorar a integração com outras normas de sistemas de gestão;

- Aumentar o envolvimento da liderança.

4. Requisitos da FDIS/ISO 45001 e análise comparativa com OHSAS 18001

Com a ISO/FDIS 45001 implantada, as organizações terão mais facilidade para incorporar seu

sistema de gestão de SSO nos processos de negócios centrais, obter um maior envolvimento

da alta administração, e desenvolver a gestão do SSO com base nas especificações comuns da

OHSAS 18001.

4.1 Estrutura do Anexo SL (HSL)

A estrutura básica da Norma ISO/ FDIS 45001 segue a mesma das ISO 9001:2015 e ISO

14001:2015, a nova Estrutura de Alto Nível (HLS – High Level Structure) definida pela ISO

para as normas de sistema de gestão.

“Todas as normas de sistema de gestão do futuro terão a mesma estrutura de alto nível, texto

principal idêntico, bem como termos e definições comuns. A estrutura de alto nível não pode

ser modificada, porém podem ser acrescentadas sub cláusulas e texto específico para a

disciplina.” (BSI, 2018)

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Esta integração permite uma melhor adequação, pois as normas seguem as mesmas diretrizes

facilitando a implantação de sistemas de gestão. (Souza & Segundo, 2016)

Os auditores de sistema de gestão aplicarão uma linguagem comum a todos as normas, e usarão

um conjunto principal de requisitos genéricos através de setores de indústria e disciplinas.

Cláusula 1 Escopo

Cláusula 2 Referências normativas

Cláusula 3 Termos e definições

Cláusula 4 Contexto da organização

Cláusula 5 Liderança

Cláusula 6 Planejamento

Cláusula 7 Suporte

Cláusula 8 Operação

Cláusula 9 Avaliação de Desempenho

Cláusula 10 Melhoria Tabela 2 – Estrutura Anexo SL

Fonte: BSI (2018)

4.2 Ciclo Plan-Do-Check-Act (PDCA)

O ciclo Plan-Do-Check-Act (PDCA) pode ser aplicado a todos os processos e ao sistema de gestão da

SSO como um todo em busca da melhoria contínua. ISO/FDIS 45001 incorpora o PDCA em sua nova

estrutura, agrupando as cláusulas 4 a 10 no ciclo, como apresentado na Figura 2.

Figura 1: Integração entre ISO

Fonte: Souza & Segundo(2016)

ISO 45001

ISO 9001 ISO 14001

Anexo SL

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Figura 2 – Relação entre PDCA e a estrutura Anexo SL

Fonte: ISO/ FDIS 45001

4.3 Análise comparativa entre normas

Abaixo seguem as principais mudanças citadas na ISO/FDIS 45001, comparadas a norma

OHSAS 18001, seguindo a nova estrutura HLS.

Cláusula 1: Escopo

A OHSAS especifica requisitos para capacitar uma organização a controlar seus riscos,

melhorar o seu desempenho em SST, e assegurar conformidade com sua política, porém não

estabelece critérios específicos.

A ISO/FDIS 45001 estabelece que os requisitos do documento devem ser vistos da

perspectiva de sistemas e não de maneira isolada. Deve haver uma inter-relação entre as

Requisitos internos

e externos (4.1)

Contexto da organização

(4)

Necessidades e expectativas

dos trabalhadores e outras

partes interessadas (4.2)

Escopo do Sistema de SSO (4.3/ 4.4)

Liderança e participação dos

trabalhadores

(5)

Avaliação de

desempenho

(9)

Planejamento

(6)

Suporte (7) e Operação

(8)

P

D

C

A Melhoramento

(10)

Resultados esperados

do Sistema SSO

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cláusulas. Dessa forma, os resultados específicos desejados do Sistema de Gestão (Cláusula 1)

devem estar alinhados com o contexto da organização (Cláusula 4).

Cláusula 2: Referências normativas

A OHSAS 18001:2007 orienta que sejam consultadas as últimas edições de cada publicação,

especificamente: OHSAS 18002, International Labour Organization:2001 e Organização

Internacional do Trabalho:2001.

Na ISO/FDIS 45001 não há referencias normativas, mas os usuários, incluindo os auditores,

podem consultar os documentos relacionados na referência bibliográfica da norma, e outros

padrões de sistema de gestão.

Cláusula 3: Termos e definições

Enquanto na última versão da OHSAS 18001:2007 foi dada enfase à importância da saúde, e

um melhor alinhamento com a ISO 14001:2004 e com a ISO 9001:2000, na ISO/FDIS 45001

destacou-se o alinhamento do SSO com os objetivos do negócio da organização.

Termos e definições foram ampliados de 23 na OHSAS 18001 para 37 na ISO / FDIS 45001,

e fornecem mais orientação e clareza para evitar mal-entendidos. Novas definições foram

adicionadas, inclusive as relacionadas no Anexo SL, e algumas definições existentes foram

revisadas incluindo aquelas relativas à participação dos trabalhadores, a consulta, risco de

SSO, oportunidade de SSO, desempenho de SSO, lesões e problemas de saúde, entre

outros.(BSI, 2018)

Dentre os termos e definições atualizados, vale destacar:

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TERMOS DEFINIÇÕES/ COMENTÁRIOS

3.1 OrganizaçãoPessoa ou grupo de pessoas que tem suas próprias funções com

responsabilidades, autoridades e relações para alcançar seus objetivos.

3.2 Parte interessadaPessoa ou organização que pode afetar, ser afetada, ou perceber-se afetada por

uma decisão ou atividade

3.3 TrabalhadorPessoa que executa o trabalho ou atividades relacionadas ao trabalho sob o

controle da organização

3.4 ParticipaçãoEnvolvimento dos trabalhadores nos processos de tomada de decisão no sistema

de gestão de SST

3.4 ConsultaProcesso pelo qual a organização procura conhecer os pontos de vista dos

trabalhadores antes de tomar uma decisão

3.6 Local de trabalhoLocal sob o controle da organização em que uma pessoa tem de estar ou ir em

razão do trabalho

3.12 Alta direção

Pessoa ou grupo de pessoas que dirigem e controlam a organização em alto nível.

Requisitos mais detalhados relativos a entradas e saídas da análise de resultados.

Não há mais a função de RD (Representante da direção).

3.18 Lesões e problemas de

saúdeEfeito adverso sobre a condição física, mental ou cognitiva de uma pessoa

3.19 Perigo Fonte ou situação com potencial para causar lesões e problemas de saúde.

3.20 Risco Efeito da incerteza

3.21 Risco de SSO

Combinação da probabilidade de ocorrência de uma exposição ou evento perigoso

relacionado com o trabalho e a gravidade da lesão ou problema de saúde que

podem ser causados pelo evento ou exposição.

3.22 Oportunidade de SSOCircunstâncias ou conjunto de circunstâncias que podem levar à melhoria do

desempenho de SSO

3.24 Informação documentada

Informação requirida para ser controlada e mantida pela organização. Substitui

documentos e registros.

3.28 Desempenho de SSO

Desempenho relacionado com a eficácia da prevenção de lesões e problemas de

saúde aos trabalhadores e ao fornecimento de locais de trabalho seguros e

saudáveis.

3.35 IncidenteOcorrência (s) decorrentes de ou no curso do trabalho que poderiam ou não

resultar em lesões e problemas de saúde

3.36 Ação corretiva

Ação para eliminar a causa da não conformidade, ou um incidente e prevenir

recorrencia. Requisitos de processo mais detalhados e ação preventiva agora

substituída por abordagem de risco Tabela 3 – Termos e Definições atualizados

Fonte: ISO/ FDIS 45001

Abaixo segue comparativo itemizado dos termos e referências das normas OHSAS 18001 e

ISO/FDIS 45001.

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3.1 Risco aceitável

3.2 Auditoria 3.32 Auditoria Anexo SL

3.3 Melhoria contínua 3.37 Melhoria contínua Anexo SL

3.4 Ação corretiva 3.36 Ação corretiva Anexo SL

3.5 Documento

3.6 Perigo 3.19 Perigo

3.7 Identificação Perigo

3.8 Doença 3.18 Lesões e doenças

3.9 Incidente 3.35 Incidente

3.10 Parte interessada 3.2 Partes Interessadas Anexo SL

3.11 Não-conformidade 3.34 Não-conformidade Anexo SL

3.12 Segurança e Saúde trabalho (SST)

3.13 Sistema de Gestão da SST 3.10 Sistema de Gestão Anexo SL

3.11 Sistema de Gestão SSO

3.14 Objetivos de SST 3.16 Objetivos Anexo SL

3.17 Objetivos SSO

3.15 Desempenho da SST 3.27 Desempenho Anexo SL

3.28 Desempenho SSO

3.16 Política de SST 3.14 Política Anexo SL

3.15 Política SSO

3.17 Organização

3.18 Ação preventiva

3.19 Procedimento 3.26 Procedimento

3.20 Registro

3.21 Risco 3.20 Risco Anexo SL

3.21 Risco SSO

3.22 Avaliação de risco

3.23 Local de trabalho 3.6 Local de trabalho

3.33 Conformidade Anexo SL

3.3 Trabalhador

3.4 Participação

3.5 Consulta

3.7 Contratado

3.8 Requisito Anexo SL

3.9 Requisito legal e outos requisitos

3.12 Alta direção Anexo SL

3.13 Efetividade Anexo SL

3.22 Oportunidade SSO

3.23 Competência Anexo SL

3.24 Informação documentada Anexo SL

3.25 Procedimento Anexo SL

3.29 Terceirizar Anexo SL

3.30 Monitoramento Anexo SL

3.31 Medição Anexo SL

OHSAS 18001 ISO/ FDIS 45001

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Ocupacional OHSAS 18001:2007 e ISO/FDIS 45001

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Tabela 4 – Comparativo de Termos e Definições entre OHSAS 18001 e ISO/FDIS 45001

Fonte: Própria

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Cláusula 4: Contexto da organização

Segundo a OHSAS 18001, a organização deve estabelecer e implementar o seu Sistema de

Gestão de acordo com os requisitos da norma, e definir e documentar seu escopo.

A ISO/FDIS 45001, estabelece que para uma definição do escopo do Sistema de Gestão

alinhado com os objetivos do negócio, a organização deve compreender o seu contexto, ou

seja, compreender por que existe. Precisa identificar fatores externos e internos, ameaças e

oportunidades, partes interessadas e seus requisitos, e documentar seu escopo e limites de

gestão.

Um importante instrumento utilizado no planejamento estratégico na administração de

empresas, a análise SWOT(Strengths/Weaknesses/Opportunities/Threats), pode ser utilizado

para recolher dados que caracterizam o ambiente interno (forças e fraquezas) e externo

(oportunidades e ameaças) da empresa.

A cláusula 4 é composta das seguintes subcláusulas:

4.1 Compreensão da organização e seu contexto

4.2 Compreensão das necessidades e expectativas dos trabalhadores e outras partes

interessadas

4.3 Determinação do escopo do sistema de gestão SSO

4.4 O Sistema de Gestão SSO

Cláusula 5: Liderança e participação dos trabalhadores

Segundo a OHSAS 18001, a alta direção deve assumir a responsabilidade final pela SST, pelo

sistema de gestão da SST e demonstrar seu comprometimento. Deve estabelecer, implementar

e manter uma política de SST, que seja apropriada a natureza e escala de riscos, incluindo o

compromisso com a prevenção de lesões e doenças, atendendo aos requisitos legais,

fornecendo estrutura para análise critica, que seja comunicada a todos e esteja sempre

disponível.

Na ISO/FDIS 45001, alta direção deve demonstrar liderança e comprometimento com o SSO,

incluindo conscientização, capacidade de resposta e assumir a responsabilidade geral e

prestação de contas para a proteção da saúde e segurança relacionada ao trabalho, deve

assegurar que a política e objetivos sejam compatíveis com a direção estratégica da

organização, deve atribuir e comunicar responsabilidades e autoridades para funções, e deve

assegurar a participação ativa dos trabalhadores no desenvolvimento, planejamento,

implementação e melhoria continua do SSO. Ou seja, a importância e participação da alta

direção aumentam consideravelmente.

A cláusula 5 é composta das seguintes subcláusulas:

5.1 Liderança e comprometimento

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5.2 Política de SSO

5.3 Funções organizacionais, responsabilidades e autoridades

5.4 Consulta e participação dos trabalhadores

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Cláusula 6: Planejamento

O Planejamento do SSO estabelecido pelas normas OHSAS 18001 e ISO/FDIS 45001 são

semelhantes quanto aos requisitos que abordam identificação de perigos e riscos nas

atividades rotineiras e não rotineiras, ao gerenciamento sistemático da sua avaliação, ao

estabelecimento de um processo para determinar e atualizar os requisitos legais, bem como

aos objetivos mensuráveis e possíveis de avaliação.

Além das determinações acima, segundo ISO/FDIS 45001, o planejamento deve considerar as

saídas da Cláusula 4 - Contexto da Organização. Devem ser identificados não só os requisitos

legais, mas outros requisitos de partes interessadas internas e externas a organização que

sejam aplicáveis aos seus perigos e riscos de SSO, e o escopo do seu sistema de gestão SSO.

Devem ser identificados e avaliados os riscos e as oportunidades necessárias para garantir que

os objetivos e resultados do Sistema SSO sejam alcançados, que os efeitos indesejáveis sejam

prevenidos ou reduzidos, e alcance a melhoria continua.

A organização, em seu (s) processo (s) de planejamento, deve determinar e avaliar os riscos

em todas as atividades exercidas pelos trabalhadores, contratados terceirizados, visitantes e

outros que não estejam sob controle direto da organização. Deve ser um processo permanente,

que antecipa mudanças e novas circunstâncias, de forma planejada e sistemática,

identificando as potenciais consequências de mudanças que podem representar tanto riscos

para os trabalhadores como oportunidade de melhoria no desempenho do SSO.

A organização deve planejar ações para abordar riscos e oportunidades, requisitos legais e

outros requisitos, preparar e responder a situações de emergência. Deve integrar e

implementar as ações em seus processos do sistema de SSO ou outros processos de negócios,

e avaliar a eficácia dessas ações.

Ao planejar suas ações, a organização deve levar em consideração a hierarquia dos controles,

as saídas do Sistema SSO, as melhores práticas, opções tecnológicas e requisitos financeiros,

operacionais e empresariais.

Na ISO/FDIS 45001, os objetivos de SSO podem ser integrados aos objetivos estratégicos,

táticos ou operacionais da organização e as medidas podem ser qualitativas ou quantitativas.

Devem ser consistentes com a política, mensuráveis, considerar os requisitos aplicáveis, os

resultados da avaliação de riscos e oportunidades e da consulta aos trabalhadores.

A organização deve planejar como atingir seus objetivos. O que será feito, recursos

necessários, responsáveis, indicadores de monitoramento, e como as ações para atingir os

objetivos serão integradas aos negócios da organização.

A cláusula 6 é composta das seguintes subcláusulas:

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6.1 Ações para tratar riscos e oportunidades

6.1.1 Geral

6.1.2 Identificação de perigos e avaliação de riscos e oportunidades

6.1.2.1 Identificação de perigos

6.1.2.2 Avaliação dos riscos de SSO e outros riscos do sistema de gestão SSO

6.1.2.3Avaliação de oportunidades de SSO e outras oportunidades do sistema de gestão SSO

6.1.3 Determinação de requisitos legais e outros requisitos

6.1.4 Planejamento para tomada de ações

6.2 Objetivos de SSO a ações para alcançá-los

6.2.1 Objetivos de SSO

6.2.2 Planejamento para atingir objetivos SSO

Cláusula 7: Suporte

Tanto a OHSAS 18001 como a ISO/FDIS 45001 estabelecem requisitos quanto a provisão de

recursos necessários para estabelecer, implementar, manter e melhorar continuamente o

Sistema de Gestão SSO. As competências necessárias aos trabalhadores que afetam ou podem

afetar o desempenho, bem como a garantia de educação e formação apropriadas e a retenção

das respectivas evidências, são estabelecidas por ambas a normas.

Além disso, a OHSAS 18001 e a ISO/FDIS 45001 estabelecem que as organizações precisam

garantir que todos os trabalhadores estejam cientes da política de SSO, dos perigos e riscos de

SSO que sejam relevantes e sua contribuição para eficácia do sistema e as implicações de não

conformidades, e que também precisam determinar informações e comunicações internas e

externas relevantes para o sistema de gestão de SSO.

Diferenças que valem destacar:

⎯ Designação de um representante da Alta Direção com responsabilidades específicas de

SSO, ora estabelecido pela OHSAS 18001 não existe na ISO/FDIS 45001, ou seja, a alta

direção tem papel mais ativo no sistema de gestão.

⎯ ‘informação documentada’ implementado na ISO/ FDIS 45001 substitui as referências na

OHSAS 18001 a “documentos” e “registros”. Isso inclui a criação e atualização de

informação documentada e seu controle. A organização mantem a flexibilidade para

determinar quando são necessários “procedimentos” para assegurar o controle dos

processos.

A cláusula 7 é composta das seguintes subcláusulas:

7.1 Recursos

7.2 Competência

7.3 Conscientização

7.4 Comunicação

7.4.1 Geral

7.4.2 Comunicação interna

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7.4.3 Comunicação externa

7.5 Informação documentada

7.5.1 Geral

7.5.2 Elaboração e atualização

7.5.3 Controle da informação documentada

Cláusula 8: Operação

Esta cláusula trata da execução dos planos e processos que são objetos das cláusulas

anteriores. Planejamento e controles operacionais devem ser estabelecidos para atender aos

requisitos do sistema de gestão de SSO, incluindo controles para reduzir os riscos de SSO

para níveis tão baixos quanto razoavelmente viável. (BSI, 2018)

Tanto a OHSAS 18001, como a ISO/FDIS 45001 estabelecem que a organização deve

estabelecer e implementar controles operacionais para melhorar a saúde e segurança no

trabalho. A ISO/ FDIS 45001 descreve de forma mais detalhada os processos de controle

referente a gestão de mudanças, especificações para aquisição de bens e serviços, e controles

relacionados a terceirizados.

A OHSAS 18001 enfatiza a atenção para se evitar o desvio em relação à política e objetivos

de SST, enquanto a ISO/FDIS 45001 enfatiza a preocupação em usar o processo para

identificar oportunidades de SSO para reduzir riscos, além dos controles operacionais que

incluem a aplicação dos requisitos legais e outros requisitos, programas de manutenção

preventiva e preditiva, e foco na melhoria da saúde e segurança do trabalhador através de

assegurar a competência dos mesmos, e adaptar o trabalho aos trabalhadores (processos,

equipamentos,...).

Quanto preparação e resposta a emergência, as duas normas descrevem que a organização

deve estabelecer, implementar e manter procedimento que inclua identificação das situações

de emergência, treinamentos, testes periódicos, envolvimento das partes interessadas

pertinentes (contratados, terceirizados, comunidade local, autoridades governamentais, etc.) e

a retenção da “informação documentada”, ou seja o procedimento de preparação e resposta a

emergência. Para ISO/FDIS 45001 os planos de preparação para emergências podem incluir

eventos naturais, técnicos, e feitos pelo homem, dentro e fora do horário normal de trabalho.

A cláusula 8 é composta das seguintes subcláusulas:

8.1 Planejamento e controle operacional

8.1.1 Geral

8.1.2 Eliminação de perigos e redução dos riscos SSO

8.1.3 Gerenciamento de mudanças

8.1.4 Aquisição

8.1.4.1 Geral

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8.1.4.2 Contratados

8.1.4.3 Terceirizados

8.2 Preparação e resposta a emergência

Cláusula 9: Avaliação de desempenho

Tanto a OHSAS 18001 quanto a ISO/ FDIS 45001 indicam que as organizações precisam

estabelecer, implementar e manter um procedimento para monitorar, medir e analisar o

desempenho e eficácia de SSO, em relação à política, objetivos SSO, requisitos legais e

outros requisitos, bem como relatar os resultados das auditorias e da análise crítica do sistema

de gestão.

Segundo as duas normas, a frequência da avaliação de desempenho deve ser adequada ao

tamanho e natureza da organização, seu desempenho de SSO e no que diz respeito a

mudanças nos riscos de SSO. Os auditores devem assegurar objetividade e imparcialidade no

processo de auditoria.

Segundo ISO/FDIS 45001 devem ser mantidas as “informações documentadas” referente a

monitoramento, medição e análise, avaliação de conformidade, auditoria interna e análise

crítica pela direção.

A cláusula 9 é composta das seguintes subcláusulas:

9.1 Monitoramento, medição, análise e avaliação de desempenho

9.1.1 Geral

9.1.2 Avaliação de conformidade

9.2 Auditoria interna

9.2.1 Geral

9.2.2 Programa de auditoria interna

9.3 Análise crítica pela direção

Cláusula 10: Melhoria

Segundo ISO/ FDIS 45001, a organização deve determinar oportunidades de melhoria

(Cláusula 9) e implementar ações necessárias para alcançar os resultados esperados do seu

sistema SSO.

Os registros de dados e resultados de monitoramento e medição facilitam a subsequente

análise de incidentes, não conformidades e ações corretivas. Devido à nova estrutura, a “ação

preventiva” desaparece na ISO/FDIS 45001, e para “ação corretiva” os requisitos estão mais

detalhados:

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- Tomar ações em tempo hábil, para controlar e corrigir consequências;

- Envolver os trabalhadores e outras partes interessadas nas ações corretivas para eliminar a

causa raiz do incidente ou não conformidade;

- Determinar se incidentes ou não-conformidades similares existem, ou que poderiam

potencialmente ocorrer, levando a ações corretivas em toda a organização. Deve-se considerar

não-conformidades potenciais embora o conceito de ação preventiva tenha sido alterado.

Segundo os novos termos da ISO/FDIS 45001, a organização também deverá considerar

melhoria contínua nas boas práticas, internas e externas à organização, nos controles

operacionais de terceiros e contratados, na comunicação dos resultados aos trabalhadores,

entre outros.

A cláusula 10 é composta das seguintes subcláusulas:

10.1 Generalidades

10.2 Incidente, não conformidade e ação corretiva

10.3 Melhoria contínua

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4.4 Estrutura das normas OHSAS 18001 e ISO/FDIS 45001

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OHSAS 18001 ISO/FDIS 45001

Introdução Introdução

1 Escopo 1 Escopo

2 Publicações de referência 2 Referências normativas

3 Termos e definições 3 Termos e definições

4 Contexto da organização

4.1 Compreensão da organização e seu contexto

4.2 Compreensão das necessidades e expectativas dos trabalhadores e outras partes interessadas

4 Requisitos do sistema de gestão da SST 4.3 Determinação do escopo do sistema de gestão SSO

4.1 Requisitos gerais 4.4 Sistema de Gestão SSO

5 Liderança e participação dos trabalhadores

5.1 Liderança e comprometimento

4.2 Política de SST 5.2 Política de SSO

4.3 Planejamento 6 Planejamento

6.1 Ações para tratar riscos e oportunidades

6.1.1 Geral

4.3.1 Identificação de perigos, avaliação de riscos e determinação de controles 6.1.2 Identificação de perigos e avaliação de riscos e oportunidades

6.1.2.1 Identificação de perigos

6.1.2.2 Avaliação de riscos da SSO e outros riscos do sistema de gestão de SSO

6.1.2.3 Avaliação de oportunidades de SSO e outras oportunidades do sistema de gestão SSO

4.3.2 Requisitos legais e outros 6.1.3 Determinação de requisitos legais e outros requisitos

6.1.4 Planejamento para tomada de ações

4.3.3 Objetivos e programa (s) 6.2 Objetivos de SSO a ações para alcançá-los

6.2.1 Objetivos de SSO

6.2.2 Planeamento para atingir objetivos de SSO

4.4 Implementação e operação 8 Operação

4.4.1 Recursos, funções, responsabilidades, prestação de contas e autoridades 7.1 Recursos

5.3 Funções organizacionais, responsabilidades e autoridades

4.4.2 Competência, treinamento e conscientização 7.2 Competência

7.3 Concientização

4.4.3 Comunicação, participação e consulta 7.4 Comunicação

4.4.3.1 Comunicação 7.4.1 Geral

7.4.2 Comunicação interna

7.4.3 Comunicação externa

4.4.3.2 Participação e consulta 5.4 Consulta e participação dos trabalhadores

4.4.4 Documentação 7.5 Informação documentada

4.4.5 Controle de documentos 7.5.1 Geral

7.5.2 Elaboração e atualização

7.5.3 Controle de informação documentada

4.4.6 Controle Operacional 8.1 Planejamento e controle operacional

8.1.1 Geral

8.1.2 Eliminação de perigos e redução de riscos SSO

8.1.3 Gerenciamento de mudanças

8.1.4 Aquisição

8.1.4.1 Geral

8.1.4.2 Contratados

8.1.4.3 Terceirizados

4.4.7 Prontidão e resposta de emergências 8.2 Preparação e resposta à emergência

4.5 Verificação 9 Avaliação do desempenho

4.5.1 Monitoramento e medição do desempenho 9.1 Monitoramento, medição, análise e avaliação de desempenho

9.1.1 Geral

4.5.2 Avaliação do atendimento aos requisitos 9.1.2 Avaliação da conformidade

4.5.3 Investigação de incidentes, não-conformidades, ação corretiva e ação preventiva 10.2 Incidente, não conformidade e ação corretiva

4.5.3.1 Investigação de incidente

4.5.3.2 Não-conformidade, ação corretiva e ação preventiva

4.5.4 Controle de registros 7.5.1 Geral

7.5.2 Elaboração e atualização

7.5.3 Controle de informação documentada

4.5.5 Auditoria interna 9.1 Auditoria interna

9.2.1 Geral

9.2.2 Programa de auditoria interna

4.6 Análise crítica pela direção 9.3 Análise crítica pela direção

10 Melhoria

10.1 Geral

10.2 Incidente, não conformidade e ação corretiva

10.3 Melhoria contínua

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Tabela 5 – Comparativo da Estrutura das normas OHSAS 18001 e ISO/FDIS 45001

Fonte: Adaptação BSI, 2018

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7. Novas habilidades e conhecimentos para auditores SSO

Segundo ABNT NBR ISO 19011, convém que os auditores tenham conhecimento e

habilidades relacionados à SSO, e à aplicação de práticas, processos, técnicas e métodos,

suficientes a fim de examinarem os sistemas de gestão e concluirem apropriadamente uma

auditoria.

A ABNT NBR ISO 19011 recomenda que os auditores de SSO tenham conhecimentos e

habilidades relacionadas ao setor que está sendo auditado, e conhecimentos específicos como:

identificação de danos, avaliação de riscos, determinação de controles e comunicação do

risco, avaliação de fatores humanos e de saúde, métodos para monitorar exposição e avaliação

de riscos, comportamento humano e interação com equipamentos, princípios e práticas para

identificar situações potenciais de emergência e planejamento, prevenção e resposta, métodos

para avaliação e investigação de incidentes, entendimento de informações médicas,

entendimento de requisitos legais, dentre outros.

Além dos conhecimentos e habilidades citados na ABNT NBR ISO 19011, os auditores

precisarão ter conhecimento da adição dos novos requisitos da norma ISO/ FDIS 45001 que

requerem competência adicional para auditá-los:

- inclusão do conhecimento da nova Estrutura de Alto Nível definida pela ISO para as normas

de gestão (Anexo SL);

- inclusão do conhecimento da relação PDCA com a nova estrutura Anexo SL, e a inter-

relação entre as cláusulas do anexo;

- inclusão do conhecimento dos novos conceitos dos termos e referências da ISO/ FDIS

45001;

- devem consultar as últimas edições da ISO 9001, ISO 14001, ISO 19011, ISO 31000 e

demais documentos relacionados na referência bibliográfica da ISO/ FDIS 45001;

- expansão de conceitos fundamentais e princípios de gestão estratégica de empresas;

- inclusão de critérios de competência para o auditor compreender o contexto da organização;

- conhecimento e habilidades para determinar que o escopo de SSO é apropriado ao contexto

de uma organização;

- expansão de conceitos de planejamento estratégico e análise SWOT;

- inclusão do conhecimento do papel da liderança de uma organização em relação ao seu

sistema de gestão SSO;

- inclusão do conhecimento da aplicação do pensamento baseado em risco, incluindo a

determinação de riscos e oportunidades;

- inclusão de competências para auditar a confiabilidade das comunicações das necessidades e

expectativas dos trabalhadores e outras partes interessadas sobre o seu sistema de gestão SSO;

- inclusão de conhecimento dos requisitos específicos para prestadores de serviços, usando os

termos: terceirização, aquisições e contratadas;

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- adaptação dos requisitos de competência para refletir o foco maior na ISO / FDIS 45001

sobre os resultados esperados alinhados com os objetivos estratégicos do negócio.

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8. Conclusão

Grandes mudanças foram feitas na ISO/FDIS 45001 em comparação a OHSAS 18001. O

comitê PC 283 tem como objetivo mudar a mentalidade de que a ISO 45001 é somente uma

norma de certificação para de ser uma norma de negócios (Souza & Segundo, 2016).

A partir da análise comparativa entre OHSAS18001 e ISO / FDIS 45001, identificou-se que

os auditores devem ter um nível de competência que inclui as competências genéricas e

conhecimentos específicos de SSO. Devem ter conhecimento de outros padrões ISO e dos

termos e definições da nova estrutura de alto nível ISO (Anexo SL). Devem desenvolver

pensamento baseado em riscos e oportunidades, abordagem estratégica, análise de contexto da

organização e requisitos das partes interessadas.

Certamente este trabalho não tem o propósito de concluir o assunto, uma vez que a nova ISO

45001 tem previsão de ser publicada nos próximos meses, entretanto já foi possível identificar

alguns conhecimentos necessários aos auditores das disciplinas em gestão da segurança e

saúde ocupacional, através da análise comparativa entre as normas OHSAS 18001 e ISO/

FDIS 45001.

Como sugestão para trabalhos futuros é importante acompanhar a publicação final da ISO

45001 previsto para 2018 a fim de constatar o surgimento ou não de conhecimentos e

capacitações não relacionadas até o momento.

9. Referências

ABNT NBR ISO/IEC 17021-1: Avaliação de conformidade – Requisitos para organismos

que fornecem auditoria e certificação de sistema de gestão, 2016.

ABNT NBR ISO/IEC 17021-2: Avaliação de conformidade – Requisitos de competência

para auditoria e certificação de sistemas de gestão ambiental, 2016.

ABNT NBR ISO/IEC 17021:3: Avaliação de conformidade – Requisitos de competência

para auditoria e certificação de sistemas de gestão de qualidade, 2017.

BS OHSAS 18001, Sistemas de gestão da saúde e segurança no trabalho – Requisito.

British Standards Institution, 2007.

BSI. BRITISH STANDARDS INSTITUTION, 2018. Apresentando o Anexo SL. A nova

estrutura de alto nível para todas as normas de sistema de gestão do futuro. Disponível

Comentado [RV1]: Não usar citações na conclusão

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Análise comparativa da capacitação dos Auditores do Sistema de Gestão de Segurança de Saúde

Ocupacional OHSAS 18001:2007 e ISO/FDIS 45001

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

em https://www.bsigroup.com/LocalFiles/pt-BR/Entendendo%20o%20Anexo%20SL.pdf.

Acesso em 19 Jan. 2018

BSI. BRITISH STANDARDS INSTITUTION, 2018. ISO/DIS 45001 Compreendendo a

nova norma internacional para a saúde e segurança no trabalho – Mapping Guide

Disponível em https://www.bsigroup.com/LocalFiles/pt-BR/Whitepapers/Mapping%20Guide%20ISO%2045001.pdf.

Acesso em 19 Jan. 2018

CAMISASSA, Mara. História da segurança e saúde no trabalho no Brasil e no

mundo.2016 Disponível em http://genjuridico.com.br/2016/03/23/historia-da-seguranca-e-

saude-no-trabalho-no-brasil-e-no-mundo/. Acesso em 19 Jan. 2018

ENRÍQUEZ PALOMINO,A; SÁNCHES RIVERO, J.M. OHSAS 18001:2007:

Interpretación, aplicación y equivalências legales. Madrid: Fundación Confemetal, 2008.

FUNIBER, Fundação Universitária Ibero Americana. OHSAS 18001 e auditorias. Mestrado

em Gestão Integrada: Meio ambiente, qualidade e prevenção, 2015.

HSE, Health and Safety Executive, The Robens Report. 1972. Disponível em

http://www.hse.gov.uk/aboutus/40/robens-report.htm. Acesso em 19 Jan. 2018

ISO 19011, Diretrizes auditoria de sistemas de gestão. International Organization for

Standardization, 2012.

ISO/ FDIS 45001, Occupational health and safety management systems - Requirements

with guidance for use. International Organization for Standardization, 2018.

LA ROVERE, Emilio Lèbre. Manual de auditoria ambiental. Rio de Janeiro: Qualitymark,

2001.

OIT/ Fundacentro – Diretrizes sobre gestão. 2005 Disponível em

http://www.oit.org.br/sites/default/files/topic/safework/pub/diretrizes_sobre_gestao_364.pdf

Acesso em 19 Jan. 2018

RIVA, E, BAPELLINO, E. ISO/IEC 17021-2: 2016 Competence requirements for auditing

and certfication of environmental management systems TAIEX Workshop, Albania,

February 21th–12nd, 2016

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Análise comparativa da capacitação dos Auditores do Sistema de Gestão de Segurança de Saúde

Ocupacional OHSAS 18001:2007 e ISO/FDIS 45001

Dezembro/2018

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SOUZA, S.E, SEGUNDO, C.C.A A nova ISO 45001:2016 e suas contribuições. 2016.

Disponível em https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos15/38922442.pdf. Acesso em 19

Jan. 2018

The BS8800 OHSAS and OSHA Health and Safety Management Group . Health and Safety -

OHSAS 18001, OSHA and BS8800, 2017. Disponível em http://www.osha-bs8800-ohsas-

18001-health-and-safety.com/. Acesso em 07 Fev/2018