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122 www.backstage.com.br ANÁLISE DE BATERIAS A STAFF DRUM lançam a primeira caixa eletroacústica do Brasil A STAFF DRUM Caixa Eletroacústica Dudu Portes da Staff Drum é fabricada em três diferentes medidas 14”x 6”, 12”x 4” e 10”x 4”. O modelo que veio para teste tem casco de alumínio com 3mm de espessura, 14” de diâmetro e 6” de pro- fundidade, aros die- cast (fundido) com dez furos também em alu- mínio, assim como as vinte canoas (casta- nhas) de afinação indi- viduais para batedeira e resposta, fixadas ao casco por dois parafu- sos internos e separa- das do mesmo por uma base de borracha com 3mm de espessura. As- sim, o contato entre Cesar Conti [email protected] A A Staff Drum é uma empresa brasileira com mais de dez anos de experiência na fabricação de instrumentos eletrônicos de percussão. Baterias eletrônicas, módulos, interfaces, pads, triggers e amplificadores da marca já são conhecidos em todo o mercado nacional. Agora, a Staff Drum conta com a consultoria e desenvolvimento de projeto de Dudu Portes que, como muitos sabem, é uma das maiores autoridades do Brasil quando o assunto é bateria e acessórios, e lança o primeiro instrumento eletroacústico da marca e Dudu Portes metais é eliminado, sendo um dos fatores que ajuda a determi- nar a sonoridade encorpada desse instrumento. O automático de regulagem de pressão da esteira é do tipo “ga- veta”, que funciona de forma fácil e silenciosa, chegando a bons resulta- dos com muita rapidez. A esteira, de desing singular, tem duas se- ções de quinze fios cada e é presa por um cava- lete fixo do lado oposto ao automático. Exis- tem dois anéis de sus- piro no casco, um em- baixo do cavalete e ou- tro abaixo do automá- tico. A caixa vem equi- pada com peles Coated Premium modelo Dudu

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ANÁLISE DE BATERIAS

A STAFF DRUMlançam a primeira caixa eletroacústica do Brasil

A STAFF DRUM

Caixa Eletroacústica Dudu Portes da Staff Drum é

fabricada em três diferentes medidas 14”x 6”, 12”x 4”

e 10”x 4”. O modelo

que veio para teste tem

casco de alumínio com

3mm de espessura, 14”

de diâmetro e 6” de pro-

fundidade, aros die-

cast (fundido) com dez

furos também em alu-

mínio, assim como as

vinte canoas (casta-

nhas) de afinação indi-

viduais para batedeira

e resposta, fixadas ao

casco por dois parafu-

sos internos e separa-

das do mesmo por uma

base de borracha com

3mm de espessura. As-

sim, o contato entre

Cesar [email protected]

A

A Staff Drum é uma empresa brasileira com mais de dez anos deexperiência na fabricação de instrumentos eletrônicos de percussão.Baterias eletrônicas, módulos, interfaces, pads, triggers e amplificadoresda marca já são conhecidos em todo o mercado nacional. Agora, a StaffDrum conta com a consultoria e desenvolvimento de projeto de DuduPortes que, como muitos sabem, é uma das maiores autoridades do Brasilquando o assunto é bateria e acessórios, e lança o primeiro instrumentoeletroacústico da marca

e Dudu Portes

metais é eliminado, sendo um dos fatores que ajuda a determi-

nar a sonoridade encorpada desse instrumento. O automático

de regulagem de pressão

da esteira é do tipo “ga-

veta”, que funciona de

forma fácil e silenciosa,

chegando a bons resulta-

dos com muita rapidez.

A esteira, de desing

singular, tem duas se-

ções de quinze fios cada

e é presa por um cava-

lete fixo do lado oposto

ao automático. Exis-

tem dois anéis de sus-

piro no casco, um em-

baixo do cavalete e ou-

tro abaixo do automá-

tico. A caixa vem equi-

pada com peles Coated

Premium modelo Dudu

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O idealizador do instrumento, Dudu

Portes, comenta que a idéia de fazer

essa caixa na Staff surgiu durante o lan-

çamento da bateria REALISTIC, na

Expomusic de 2004. “Quando eu vi os

cascos feitos em alumínio com 3mm de

espessura pensei: ‘esse material dá

para fazer uma caixa legal’. A idéia de

construção era manter o volume do me-

tal, mas sem harmônicos em excesso

como na madeira – propriedades pró-

prias do alumínio – e, devido à espessu-

ra das paredes, fazer um casco sem ne-

cessidade de virar as bordas. Pedi ao

pessoal da Staff Drum que produzisse

um protótipo para teste. A peça ficou

pronta e logo tratei de fazer os rebaixos

e toda a montagem. Pensei em uma es-

teira que fosse sensível e que, ao mes-

mo tempo, não tivesse muita sobra. Pe-

guei uma esteira larga na Luen sem os

fios centrais e, junto com aros die-cast 0,

cheguei a um denominador comum que

me agradou. Os automáticos do tipo

gaveta da Gibraltar e as peles Coated

Premium da Luen completaram a minha

Pesquisa e desenvolvimento do projeto

caixa com sonoridade vintage. Aí eu

pensei em algo para envolver a Staff no

projeto afinal, a especialidade deles

sempre foi fabricar baterias eletrônicas

e triggers. E, já que o caminho era esse,

nada melhor que criar um sistema

eletroacústico. Coloquei um sensor inter-

no (piezo elétrico) para funcionar de

maneiras diversas. Primeiro como um

trigger quando encostado na pele, de-

pois como captador quando afastado

da pele. Com isso cheguei a essa con-

clusão de projeto assinado. Ter uma cai-

xa multifuncional que, além de disparar

módulos e samplers, também pode aju-

dar na captação do som. Caixa essa

que trabalha de maneira ideal em con-

junto com outro microfone externo, pois

o captador deixa a esteira bem presente

e, no caso de você não querer usar ne-

nhum desses recursos eletrônicos, ela

funciona normalmente como uma caixa

convencional tendo ainda a possibilida-

de de usar a mecânica do dispositivo de

captação como um sutil abafador bem

nos moldes antigos”.

Portes Signature, porosa, monofil-

me, de cor acinzentada, fabricada

pela Luen Drumheads para bate-

deira, e o modelo Snare, também

assinada por Dudu, com as mesmas

características no acabamento, fei-

ta sob encomenda da Staff Drum

para resposta.

Os componentes eletrônicos da

caixa estão fixados na lateral do

casco. Uma entrada XLR que se

conecta pela parte interna a um dis-

positivo de regulagem externa de

posicionamento de um trigger que,

quando está suspenso, encosta o

sensor por baixo da pele da batedei-

ra, e quando abaixado, funciona

como captador interno. É uma cai-

xa que pode ser usada conectada a

um módulo de som (cérebro) funci-

onando como um disparador de si-

nal, com o trigger funcionando

como um auxiliar de captação junto

com uma microfonação convencio-

nal ou puramente acústica, que, ali-

ás, é uma grata surpresa sonora.

A Backstage convidou os bateris-

tas Cláudio Infante, Camilo Mari-

ano, Pantico Rocha e Fabio Bar-

reto para testarem e opinarem so-

bre o desempenho da Caixa Ele-

troacústica Staff Drum Modelo

Dudu Portes.

CLÁUDIO INFANTE

(Jorge Vercillo/Taryn Szpilman/Solo)

“A característica acústica dessa caixa

é brilhante. Com casco de alumínio e

o aro die-cast, também de alumínio,

traz uma sonoridade muito encorpa-

da. Gostei das respostas de harmôni-

co que ela produz e achei que o me-

lhor rendimento foi com a afinação

alta. Quando eu puxei para o agudo, ela

ganhou potência e a beleza dos harmô-

nicos me chamou a atenção pela pró-

pria característica sonora do alumínio,

pois a afinação mais para o agudo não

fica ‘timbaleado’. Ela tem uma doçura

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no timbre que me lem-

bra algumas afinações

das caixas da década de

‘40’. É interessante ob-

servar que, apesar de

toda modernidade do

projeto, com parte ele-

trônica acoplada, a sonori-

dade acústica tenha essa ca-

racterística vintage. A esteira

partida em dois grupos de 15 fios

me preocupou um pouco no início,

pois achei que ficaria com excesso,

como uso muito toque duplo aberto

para rulo, fiquei com receio de sujar as

frases quando executadas em anda-

mento mais rápido. Mas, pelo contrá-

rio, consegui chegar em uma tensão

bacana e ela ficou com a resposta

muito bonita. E para quem gosta de

um som de esteira com um pouco

mais de sobra, fica fácil. Gostei da re-

lação entre as peles batedeira e res-

posta, uma porosidade boa para ser

usada com vassourinhas, trabalha

bem em ocasiões em que se exige o

toque mais forte, pancada mesmo, até

os de mais sutileza. Você pode usar

esse instrumento de três formas: pu-

ramente acústico; acústico com cap-

tação do trigger junto com microfo-

ne, que, apesar de ter sido projetado

para ser trigger pode auxiliar na cap-

tação do instrumento ou como um

disparador de sinal de um cérebro

compatível. No caso, é só ajustar o

ganho na entrada de sensibilidade

para ela não disparar quando você es-

tiver tocando no aro, acho que não é

essa a intenção. Eu consegui contro-

lar o ganho para que ela disparasse só

quando eu

golpeasse a pele, bloqueando o aro que

ela, então, não considerava impulso su-

ficiente para disparar. E você ainda tem

o controle de distância desse captador.

Com essa nossa conversa, acabei vis-

lumbrando a possibilidade de uma ba-

teria inteira ser feita com essa tecno-

logia, que é superinteressante.”

PANTICO ROCHA

(Lenine/Solo)

“Eu gostei muito da sonoridade dessa

caixa, grave, médio e agudo aparecem

bem definidos, com belo timbre. E

pelo fato de ser de alumínio, não fica

aquele estalo do metal incomodando.

Gostei da dinâmica nos toques mais

leves, que aparecem muito

fácil. É uma caixa boa para

se tocar com a pegada

mais forte e o fraseado

mais leve sai com muita

clareza. Usei com vas-

sourinhas e foi maravi-

lhoso, não fiz nenhum

esforço para tirar som

dela. E o fato de ter um trigger

como opção é fantástico. Você

pode usar nas mais diferentes situa-

ções, definitivamente é um instru-

mento muito versátil. Eu toquei com

ela no Morro da Urca (RJ) em um show

do Lenine e nosso técnico de som elo-

giou muito a sua sonoridade. É uma

ótima opção para quem gosta de expe-

rimentar novos sons e timbres”.

FABIO BARRETO

(Joanna/estúdio)

“Logo de início, o que me chamou a

atenção foi o acabamento muito bo-

nito, todo na cor prata. Uma coisa

fundamental nesse modelo são os

aros die-cast pelo controle de har-

mônicos que eles proporcionam.

Achei o som bem encorpado. A estei-

ra dupla tem a sensibilidade maravi-

lhosa e destaca muito bem os toques

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Para saber mais

fantasmas (ghost notes) em dinâmi-

cas baixas. Quando toquei com pe-

gada mais forte, achei que a esteira

sobrou um mais do que o nor-

mal nos tons e na própria

caixa. Na minha opi-

nião, esteira sim-

ples deixaria o ins-

trumento mais ver-

sátil e controlado.

Ou talvez controle

de pressão da es-

teira em ambos os

lados. A parte eletrô-

nica, pelo contrário, deixa a

desejar no quesito sensibilidade nas

dinâmicas mais baixas. Com a pegada

mais forte, ela trabalhou muito bem,

sem nenhum atraso na resposta ao to-

que da baqueta. É muito interessante

para se usar sons diferentes em show ao

vivo, ou como se-

gunda caixa. Gos-

taria de ter uma cai-

xa dessas. Eu não

conheço o Dudu Por-

tes pessoalmente, mas

tenho profundo respeito

por sua seriedade e profis-

sionalismo em prol do nosso

instrumento”.

CAMILO MARIANO

(Maria Rita/Leandro Sapucahy)

“No meu caso, que toco muito sam-

ba, o ponto alto dessa caixa é

o aro. Eu me surpreendi

que uma caixa que pese

tão pouco tenha um

som de aro consis-

tente como esse.

Não senti vibra-

ção nenhuma no

casco, timbre bo-

nito e firme. Fiz vári-

as gravações com ela e fi-

quei muito satisfeito. No

samba de hoje em dia, também existe

uma tendência pop e, aproveitando

isso, usei pegada mais forte de pele e

aro (rimshot) e o instrumento se

comportou muito bem. Acho que

trabalha melhor na região médio/gra-

ve, tanto que não quis puxar a afinação

para cima porque estava soando bem e

acredito que pelas medidas dessa caixa

seja mesmo sua proposta sonora. Eu

nunca fui um baterista que usasse mui-

tos recursos eletrônicos pelos próprios

trabalhos que venho fazendo, mas a

música é muito versátil e você não

determina um som e sim momentos

sonoros; então, poder contar com

uma ferramenta dessas é fantástico.

Eu a usaria perfeitamente como uma

segunda caixa e faria loucuras com

ela (risos). Acho que divergências

quanto à parte eletrônica sempre

haverá, vai depender de cada músi-

co, da situação e da fonte de sons que

se estiver usando. No momento em

que aparece tanta novidade no mer-

cado, a iniciativa do Dudu em desen-

volver uma caixa com essa alternati-

va eletrônica é muito legal”.

e-mail: [email protected]