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1 Análise de Romanos Fernando Herculano Gonçalves

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Análise de Romanos

Fernando Herculano Gonçalves

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Essa apostila foi formada para a ministração de aulas da matéria Análise de Romanos do curso teológico do CPN. Atendendo ao número de aulas, a dinâmica do comentário aborda um capítulo da epístola por aula. O comentário do texto é de responsabilidade do professor. A introdução dessa apostila foi extraída dos livros:

Romanos, introdução e comentário, F.F. Bruce,Série Cultura Bíblica – Edições Vida Nova

A Mensagem de Romanos, Jonh Stott, A Bíblia Fala Hoje, ABU

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Análise de Romanos Plano de Aula 01 Prof. Fernando Herculano Gonçalves Tema: Introdução a Romanos Objetivo: Ter uma visão geral, panorâmica da epístola. Assunto principal, autoria, lugar e circunstância em que se encontrava o autor, motivos principais da carta, características da igreja em Roma, influência da carta na vida de personalidades na história da igreja. Recursos Didáticos: Bíblia, Mapa do mundo na época do NT, mapa das viagens de Paulo. Conteúdo: APRESENTAÇÃO A epístola de Paulo aos Romanos é sem dúvida um dos escritos mais importantes para a igreja de todos os tempos. No Novo Testamento é a epístola mais extensa, a mais teológica e a mais influente. Torna-se, portanto, desafiador e estimulante o estudo dessa Carta que ao longo dos séculos tem “falado alto” e influenciado personalidades de profunda importância para o cristianismo, e por outro lado tem sido um poderoso instrumento de Deus na vida de todo genuíno cristão que com temor estuda o seu conteúdo. Ela é a mais completa, a mais pura e a mais grandiosa declaração do evangelho encontrada no Novo Testamento. Sua mensagem não é de que “o homem nasceu livre, mas em todo e qualquer lugar encontra-se encarcerado”. Todos nasceram no pecado e na escravidão e que Jesus Cristo veio para libertá-los. Em Romanos se encontra essa mensagem de libertação. I. A IGREJA CRISTÃ EM ROMA a) Sua origem Paulo declara expressamente que não foi o fundador da comunidade de santos da cidade de Roma (#Rm 1.10-15; #Rm 15.20-22). Temos aí uma exceção à sua regra de não edificar sobre fundamento alheio (#2Co 10.16). Reconhece como suas as Igrejas estabelecidas por seus cooperadores. Por quem, como e quando a Igreja de Roma veio a existir é um dos problemas da história da Igreja primitiva. Não é aceitável a tradição de ter sido Pedro o seu fundador, contudo isso não exclui o fato de ter estado esse eminente apóstolo, por certo, uma ou outra vez em

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Roma, e ter aí sofrido o martírio. Todavia, quando Paulo escreveu esta carta, é evidente que Pedro lá não se achava. Estivesse em Roma esse suposto chefe da Igreja, e certamente Paulo teria mencionado o fato, ou, com efeito, jamais teria endereçado uma epístola àquela comunidade. Crê-se que a igreja de Roma se originou do testemunho e dos trabalhos dos cristãos cidadãos do Império, que viajavam constantemente para a metrópole, e dali para outras partes. Não é improvável que a obra de evangelização tivesse sido começada pelos "forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos" (#At 2.10). Essas testemunhas do Pentecostes teriam sido ajudadas posteriormente por cristãos de Antioquia da Síria, Éfeso e Corinto, e assim teve incremento a comunidade. Ao tempo em que Paulo escreveu esta carta, a igreja cristã ali já devia ser razoavelmente grande. b) Suas características A igreja de Roma evidentemente compunha-se tanto de judeus, como de gentios. Paulo não se dirige a nenhum dignitário eclesiástico, distinto dos outros, ou a quaisquer pessoas de reconhecida autoridade, donde se conclui que ali não havia uma organização central. Crê-se que a igreja se compunha de, pelo menos, quatro diferentes congregações, a saber, a da casa de Áqüila e Priscila, no Aventino; a do Palácio Imperial; a da casa de Hermes; e a da casa de Filólogo (ver #Rm 16.3-15). Se os judeus cristãos palestinenses fundaram aquela comunidade, devem ter evangelizado primeiro seus patrícios, dos quais havia uma colônia em Roma, com muitas sinagogas. O apóstolo, através de toda esta epístola, dá a entender que judeus iriam lê-la, dirigindo-se-lhes em particular e fazendo muitas alusões ao Velho Testamento (há cerca de sessenta citações diretas) e à história dos filhos de Israel. Por outro lado, Paulo, por certo, tinha em mente que gentios iriam também ler sua epístola, os quais constituíam a maior parte daquela comunidade cristã. É a eles que se dirige no começo da carta (#Rm 1.1-15). Cfr. também #Rm 15.14-16 e #Rm 11.13, onde encontramos a declaração inequívoca-"Dirijo-me a vós outros, que sois gentios! Visto, pois, que eu sou apóstolo dos gentios...". Também não deixa de ser significativo que a maior parte dos nomes citados no cap. 16 é de origem grega ou romana. Vê-se, pois, que a igreja cristã de Roma compunha-se de judeus e gentios, sendo estes mais numerosos, e, possivelmente, em grande parte, aceitaram o Cristianismo por via de uma prévia conversão ao Judaísmo. Isso justifica as citações que o apóstolo faz do Velho Testamento e a referência ao problema da raça judaica. II. LOCAL E DATA DA EPÍSTOLA

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Não há dúvida quanto à origem geográfica desta epístola. Paulo, em sua terceira viagem missionária, esperou em Corinto os delegados das igrejas gentílicas, os quais levavam as ofertas que haviam sido coletadas para os judeus cristãos pobres de Jerusalém (ver #At 20.2-3). Sobre essa coleta, lemos em #1Co 16.1-4 e #2Co 8, e, em #At 24.17, sobre a última visita do apóstolo a Jerusalém, depois que todos os delegados chegaram a Corinto. Alguns dos nomes citados no último capítulo desta epístola, tais como Febe, a diaconisa de Cencréia, porto de Corinto, "Gaio, meu hospedeiro" (cfr. #1Co 1.14); "Timóteo, meu cooperador" (cfr. #2Co 1.1), "Erasto, tesoureiro da cidade" (cfr.: #2Tm 4.20), estão associados muito claramente a Corinto. Uma epístola como esta aos Romanos, escrita cuidadosa e ponderadamente, só podia ser redigida com calma, quando Paulo pôde fixar residência, durante algum tempo, num lugar. Ele demorou três meses em Corinto, segundo informa o historiador Lucas (#At 20.3), tempo este suficiente para a redação da epístola. Temos uma indicação da época em que foi escrita no cap. 15, onde o apóstolo revela que está prestes a viajar à Palestina, levando "a coleta para os pobres", quando então espera estar desimpedido para visitar Roma e, depois, a Espanha. Isto se refere ao fim da terceira viagem missionária e à última visita a Jerusalém. Foi às vésperas de sua partida para esta última cidade que ele terminou esta carta e a endereçou a Roma. Relativamente à cronologia exata da vida e obra de Paulo, nenhuma autoridade no assunto pode ser dogmática, mas o tempo da última visita a Jerusalém é colocado entre os anos 56 e 59 A. D., não sendo possíveis outras datas. III. A OCASIÃO DA EPÍSTOLA Por que Paulo teria escrito à igreja de Roma, visto como nem ele nem qualquer dos seus companheiros de trabalho a havia fundado, nem ele a visitara antes? A resposta a esta pergunta envolve a questão da forma da epístola. É ela um tratado teológico, ou simplesmente uma carta ocasionada por circunstâncias da carreira de Paulo? Pode ser, de algum modo, uma e outra coisa, mas o ponto é se o apóstolo quis, por iniciativa própria, expor o evangelho que pregava, ou se tomou da pena para escrever uma carta ditada por problemas iminentes. Há quem pense que Paulo sentia estarem contados seus dias, pelo que desejava deixar à posteridade uma declaração definitiva daquilo que pregava. Admite-se que a doutrina do apóstolo, em seus dias, foi mal compreendida, sendo atacada, nunca deixando de ter críticos (especialmente nas fileiras do Judaísmo), não havendo sido jamais apresentada de uma maneira sistemática. Sugere-se, portanto, que Romanos é o documento do testamento final do grande apóstolo dos gentios. Além disso, argumenta-se que a Igreja de Roma era a depositária que convinha deste documento oficial, autorizado. A forma lógica e teológica da epístola, que é a mais sistemática, mais raciocinada e mais doutrinária de quantas cartas Paulo escreveu, não oferece base para a teoria formal. Mas que Romanos é um tratado

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de teologia, é dizer mais do que os fatos demandam. Notem-se os seguintes argumentos contrários a esta hipótese de ser um elaborado manifesto de teologia paulina. Há várias indicações na epístola de que Paulo se dirige a uma comunidade cristã de então, levado por circunstâncias que deram realidade a esta carta. Não se justifica mesmo a idéia de que o apóstolo sentia "escaparem-se as areias do tempo" e estar sua carreira prestes a terminar, de modo que fosse necessário deixar seu sistema de teologia à posteridade. Pelo contrário, quando ele escreveu, seus olhos fitavam o futuro de novo tentame missionário. Será que, em qualquer caso, Romanos apresenta o ensino completo do apóstolo? Não há, nas outras epístolas que escreveu, mais de sua teologia, a que não dera ocasião imediata aquilo que deu lugar a Romanos? O propósito que Paulo teve em escrever está claramente expresso na carta, e ele não teve razão de ocultar quaisquer veleidades teológicas. Escreveu para dar a entender sua real intenção de visitar os cristãos de Roma (ver #Rm 1.10-13), de modo que repartisse com eles, como apóstolo de Jesus Cristo, "algum dom espiritual" (cfr. #Rm 15.29). Como o cap. 16 revela, aproveita-se o mais possível de suas relações de amizade. Declara-lhes também que sua ida a Roma faz parte de um plano mais vasto (ver #Rm 15.15-24). Tanto quanto lhe foi possível, completou a evangelização dos gentios na direção de leste; agora quer empreender nova aventura missionária no oeste. Escreve-lhes para conseguir a cooperação deles nesse plano, uma vez que Roma é um verdadeiro centro estratégico e sua comunidade cristã é um grupo influente naquele sentido. Toda a parte doutrinária da epístola foi escrita com este mesmo propósito, a fim de que a Igreja ali pudesse alcançar a grandeza da graça divina e a amplitude da misericórdia de Deus, tão admirável e tão envolvente, que a evangelização, pela parte que lhe tocava (e a eles também), era absolutamente imperiosa. IV. O PROBLEMA TEXTUAL A questão agora é se esta epístola é um todo completo, composta em sua inteireza e num mesmo tempo pelo apóstolo, ou se outro autor colaborou com alguma parte, em data anterior ou posterior. O problema surge de quatro lados: Uma forma abreviada de Romanos esteve em circulação durante o segundo e o terceiro séculos. Existe evidência textual de que há manuscritos que terminam no cap. 14. A epístola, como a possuímos hoje, termina em vários lugares: "E o Deus de paz seja com todos vós. Amém" (#Rm 15.33). "A graça de nosso Senhor Jesus Cristo

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seja com todos vós. Amém" (#Rm 16.24). "Ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio, de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém" (#Rm 16.27). No texto breve, revisto, a doxologia que nas versões portuguesas aparece em #Rm 16.25-27 vem no final do cap. 14. Alguns manuscritos o inserem tanto no fim do cap. 14 como no final do 16. Intrinsecamente também sua genuinidade tem sido posta em dúvida por alguns, como não sendo do estilo costumeiro de Paulo. As saudações pessoais do cap. 16, segundo se alega, não se apropriam às circunstâncias, visto como Paulo, em comparação, era um estranho à igreja de Roma. Apropriam-se antes à igreja de Éfeso. Apesar destas objeções, a integridade da epístola ainda se mantém. A solução do problema textual encontra-se provavelmente na crença de que o herege Marcion (que floresceu, em Roma, de 154 a 166 A. D.) deliberadamente cortou os dois últimos capítulos, porque o 15 atribuía ao Judaísmo o papel de preparação para a propaganda do evangelho. Veja-se, por exemplo, o vers. 4: "Pois tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança". Demais disto, o cap. 15 traz pelo menos cinco citações do Velho Testamento, enquanto o cap. 16 era de nenhuma importância para o ponto de vista de Marcion, não lhe sendo contrário nem a favor. A versão maior, como a possuímos, é aceita como sendo a original, visto como a abreviada, que termina no cap. 14, manifesta tendência contrária ao Velho Testamento. Quanto ao cap. 16, é até certo ponto apropriada a menção daquelas pessoas, se se considera que o propósito de Paulo era entrar em contacto com o maior número delas, convindo Roma como lugar de residência aos amigos de Paulo tanto quanto Éfeso, mesmo à parte da hipótese de ser esta última o local de origem de muitas das epístolas paulinas. O ponto de vista por nós aceito é que em Romanos temos uma carta completa, escrita de uma vez pelo apóstolo em Corinto, transmitida até nós hoje em toda a sua integridade. Todas as teorias de fragmentação textual caem por terra em face da unidade da mensagem. A INFLUÊNCIA DA CARTA

Muitos líderes da igreja influentes, em diferentes séculos, dão testemunho

do impacto produzido pela Epístola aos Romanos em suas vidas, tendo sido ela,

em diversos casos, o instrumento para sua conversão.

1. Aurélio Agostinho, conhecido como Agostinho de Hipona e que viria a ser o

maior dos Pais Latinos da Igreja primitiva, nasceu em uma pequena fazenda onde

hoje é a Algéria. Durante sua turbulenta juventude ele, ao mesmo tempo, escravo

de suas paixões sexuais e objeto das orações de sua mãe, Mônica. Na qualidade

de professor de literatura e retórica, mudou-se sucessivamente para Cartago,

Roma e depois, Milão, onde acabou sendo atraído pela mágica das pregações do

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Bispo Ambrósio. Foi ali, durante o verão de 386, aos trinta e dois anos de idade,

que ele se retirou para o jardim da hospedaria onde morava, em busca de solidão.

“Para aí foi levado pelo tumulto do coração”, ele escreveria posteriormente em

suas Confissões, “onde ninguém poderia interferir na luta violenta que travava

comigo mesmo... Deixei-me, não sem como, cair debaixo de uma figueira e dei

livre curso às lágrimas.” – Eis que, de repente, ouço uma voz vinda da casa

vizinha. Parecia de um menino ou de uma menina repetindo continuamente uma

canção: “toma e Lê; toma e lê”. A única interpretação possível, para mim, era a de

uma ordem divina para abrir o livro e ler as primeiras palavras que encontrasse.

Apressado, voltei ao lugar onde Alípio ficara sentado, pois, ao levantar-me havia

deixado aí o livro do apóstolo. Peguei-o, abri e li em silêncio o primeiro capítulo

sobre o qual caiu o meu olhar: “Andemos dignamente, como em pleno dia, não em

orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e

ciúmes”; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne

no tocante às suas concupiscências.” 13.13s. Não quis ler mais, nem era

necessário. Mal terminara a leitura dessa frase, dissiparam-se em mim todas as

trevas da dúvida, como se penetrasse no meu coração uma luz de certeza.

2. Martinho Lutero, em 1515 outro professor era sobressaltado por uma crise

espiritual idêntica à de Agostinho. Como todo mundo na cristandade medieval;

Martinho Lutero fora criado temendo a Deus, a morte, o juízo e o inferno. Já que,

segundo se pensava, o caminho mais certo para chegar ao céu era tornando-se

um monge. Então entrou em um convento onde muito orava e jejuava, se privava

ao máximo de tudo para vencer seu conflito interno. Mas nada apaziguava seu

tormento. Passou a ensinar Salmos e Romanos na Universidade de Wittenberg e

diz: “Eu ansiava intensamente compreender a carta de Paulo aos Romanos, e a

única coisa que não saía do meu caminho era aquela expressão, “a justiça de

Deus”, pois no meu entender ela significava a justiça segundo a qual Deus é justo

e age com justiça ao punir o injusto... Noite e dia eu ficava ponderando, até

que...Eu compreendi a verdade: que “a justiça de “ é a justiça pela qual, através

da graça e pura misericórdia, ele nos justifica pela fé. Depois disso foi como se eu

tivesse renascido e adentrado as portas escancaradas do paraíso. Toda a

Escritura adquiriu um novo significado, e enquanto que antes “a justiça de Deus”

me deixava cheio de ódio, agora ela se tornou para mim uma expressão de amor

grandioso e de doçura inexprimível. Esta passagem de Paulo tornou-se para mim

uma passagem para o céu.

3. John Wesley, em 1738 em Londres, ao ouvir a leitura do prefácio ao

comentário de Romanos, de Lutero. Está registrado em seu diário: “Cerca de

quinze para as nove, enquanto ele descrevia a mudança que Deus opera no

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coração pela fé em Cristo, eu senti um estranho calor aquecer meu coração. Vi

então que eu de fato cria em Cristo, somente em Cristo, para dar-me a salvação; e

me veio uma certeza de que ele havia tirado os meus pecados, até mesmo os

meus, e que ele me salvara da lei do pecado e da morte”.

4. Dumitru Cornilescu, clérico ortodoxo, por volta de 1920, ao traduzir a Bíblia

para o romeno e estudar Romanos, chegou à conclusão: “Que Deus através de

Cristo fez tudo que era necessário para nossa salvação”. Dessa forma suas

convicções e vida mudaram, de forma que foi exilado pelo Patriarca Ortodoxo em

1923, morrendo alguns anos mais tarde na Suíça.

5. Karl Barth, clérico protestante,, por volta de 1920, teve uma grande mudança

em suas convicções ao estudar Romanos. Era um teólogo liberal que achava que

o socialismo era uma maneira de mudar a sociedade. A mensagem de Romanos

acabou com essa ilusão. Descobriu que o reino de Deus não era uma marca

religiosa de socialismo, algo que se consiga como uma proeza humana, mas sim

um novo começo, radicalmente novo, iniciado por Deus.

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ESBOÇO DE ROMANOS

I. O Evangelho

1. Paulo se apresenta e saúda a Igreja em Roma, 1.1-7

2. Os planos de Paulo, 1.8-15

3. O poder do Evangelho, 1.16-17

4. A ira de Deus, 1.18-32

II. O Juízo de Deus

1. O Juízo de Deus e o julgamento do homem, 2.1-14

2. A circuncisão, 2.25-29

III. A Universalidade do Pecado

1. Perguntas e respostas, 3.1-8

2. O quadro sombrio da humanidade, 3.9-20

3. Ninguém será declarado justo baseado na lei, 3.19-20

4. A Justificação pela fé, 3.21-31

IV. Abraão, justificado pela fé

1. Obras ou fé? 4.1-8

2. A justiça de Deus é antes de qualquer obra, 4.9-12

3. A promessa de Deus, 4.13-17

4. A fé de Abraão na promessa de Deus, 4.18-22

5. A fé é o meio para todo o homem, 4.23-25

V. A Transgressão e a dádiva

1. A paz com Deus, 5.1-10

2. Jesus o reconciliador, 5.6-11

3. Adão e Cristo, 5.12-21

VI. Do Pecado à Santificação

1. O poder libertador da graça de Deus, 6.1-11

2. Servos de Deus, 6.12-14

3. De escravos do pecado, para Deus, 6.15-23

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VII. O homem sob a velha forma da lei

1. A analogia do casamento, 7.1-6

2. A luta contra o pecado, 7.7-25

VIII. O homem sob o novo modo do Espírito

1. A operação do Espírito Santo, 8.1-11

2. Nossa filiação divina, 8.12-17

3. O contraste entre o presente e o futuro, 8.18-25

4. A salvação plena, 8.26-30

5. Invencíveis e inseparáveis do amor de Deus, 8.31-39

IX. A soberania de Deus

1. Os privilégios concedidos aos israelitas não redundaram em salvação,

9.1-5

2. A escolha soberana de Deus, 9.6-29

3. A incredulidade de Israel e a fé dos gentios, 9.30-33

X. O caminho da fé mediante a palavra

1. Israel não teve entendimento do modo de justiça de Deus, 10.1-3

2. A finalidade da lei, 10.4-5

3. A justiça decorrente da lei, 10.6-11

4. A salvação vem pela pregação, 10.12-21

XI. O plano de Deus para Israel

1. Israel e a graça, 11.1-10

2. O futuro de Israel, 11.11-15

3. A união de judeus e gentios, 11.16-24

4. O desfecho do plano da salvação, 11.25-32

5. Doxologia, 11.33-36

XII. O modo de vida agradável a Deus

1. Uma vida consagrada a Deus, 12.1-2

2. Os dons espirituais, 12.3-8

3. Orientação a respeito do relacionamento com o próximo, 12.9-21

XIII. Uma vida disciplinada

1. Nosso dever em relação às autoridades, 13.1-7

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2. Nosso dever em relação ao próximo, 13-8-10

3. Nosso dever em relação ao tempo, 13.11-14

XIV. Meu relacionamento na comunidade cristã

1. Tolerância com os mais fracos, 14.1-12

2. Amor e liberdade, 14.13-23

XV. O Exemplo de Cristo e os planos de Paulo

1. Devemos imitar a Cristo em seu exemplo, 15.1-13

2. O ministério de Paulo, 15.14-21

3. Os planos do apóstolo, 15.22-29

4. Um pedido do apóstolo, 15.30-33

XVI. Conclusão

1. Recomendações, 16-1-4

2. Várias saudações, 16.5-16

3. Exortação contra os falsos mestres, 16.17-20

4. Saudação dos cooperadores, 16.21-23

5. Doxologia final de Paulo, 16-24-27

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Plano de Aula 02 Capítulo: 01 Tema: O Evangelho Objetivo: Compreender os temas introdutórios do primeiro capítulo que nos revela os objetivos do autor ao escrever a carta e o seu chamado para a pregação do Evangelho. O Evangelho I . Paulo se apresenta e saúda a Igreja em Roma, 1.1-7 1 . Autoria: v.1 Paulo se declara o autor de Romanos, quanto a isso não há a mínima dúvida, Tércio foi o amanuense (escriba) de Paulo, 16.22. Ele se declara “servo” de Jesus Cristo e chamado para ser “apóstolo”, alguém enviado por outro para cumprir uma missão. E a missão, era o Evangelho – separado para o evangelho (Gl 1.15, 16), ele entendia ser separado antes do seu nascimento, eliminando assim qualquer mérito próprio. 2 . A centralidade do evangelho v.2--5 Está em foco o evangelho prometido por antemão por Deus nas Escrituras, no AT. Na verdade o Evangelho não era nada “novo”, era desconhecido era oculto e estava se revelando, inclusive através desses escritos. v.3 O centro do evangelho é a pessoa de Jesus Cristo descendente de Davi, ou seja, o Filho de Deus que se fez homem para pagar o preço do pecado e resgatar o homem pecador para Deus. V.4 Pelo Espírito declarado Filho de Deus (Mt 3.17), sua ressurreição foi a prova disso, de modo que foi feito Senhor de todas as coisas (Fp 2.6-11). V.5 Portanto Jesus é a fonte de toda graça (Jo 1.16), e o chamado para todas as nações vem de Jesus, pois até Cristo, o chamado estava restrito a uma nação, agora Nele fora ampliado o seu chamado. Vemos um chamado universal à obediência pela fé, ou seja, de muitos povos Deus formaria apenas um unificados pela fé em Jesus Cristo. A fé é o ponto de unidade entre os povos. V.6 Os romanos também eram chamados para essa promessa. 3. Saudações, v.7. Os que estão em Roma (a comunidade dos santos) a declaração é que são amados por Deus e chamados para serem santos, é exatamente o amor de Deus (Jo 3.16) que gera sua vontade na vida do homem. O chamado para ser santo é o chamado para uma nova vida separada e consagrada. Graça e paz, saudação comum do autor (Fp 1.2, Cl 1.2, 1Ts 1.1, 2Ts 1.2, Tt 1.4, Fl 1.3), é o desejo do bem estar de Deus sobre seus filhos. II. Os Planos de Paulo, v.8-15 1. Sua Gratidão e desejo, v.8-14. V.8 é demonstrada sua gratidão diante das boas notícias a respeito dos romanos que corria o mundo, era certamente uma comunidade bem virtuosa, e é destacada a fé que segundo os escritos de Paulo é o elo entre Deus e o homem e a base do relacionamento espiritual. V.9, 10 Aqui ele declara ser um pregador do evangelho e toma Deus por sua testemunha de que era grato e se lembrava sempre dos crentes romanos em suas orações, e expressa seu desejo de ir a Roma. Ele deixa claro que Deus é soberano e que

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precisava de sua permissão para tal projeto: “vontade de Deus”, “seja aberto o caminho”, são expressão usadas para mostrar sua total dependência do Senhor. v. 10, 11 e 12 O anseio do autor era ir a Roma e conhecer a comunidade cristã, com a finalidade de compartilhar algum dom espiritual com o fim de fortalecê-los. Paulo era um experiente obreiro e entendia que poderia cooperar com o desenvolvimento da comunidade. Mas ele também seria beneficiado nesse compartilhar com a comunidade, ele iria dar e receber, dessa forma, seriam mutuamente fortalecidos na fé. Os dons espirituais visam o crescimento da fé, gerando maturidade espiritual (1Co 14.12). v.13, 14 e 15 Ele havia planejado várias vezes ir a Roma, mas havia impedimentos no caminho. O mais provável é que esse impedimento era decorrente do seu próprio ministério que tinha o caráter pioneiro e Roma não era um campo trabalhado pelo apóstolo conforme ele declarara, Rm 15.20. Ele já havia passado por experiência semelhante quando desejava pregar na Ásia e foi impedido pelo próprio Deus, que o queria trabalhando na Macedônia, (At 16.6-10). Mas ele tinha o propósito de colher frutos dos romanos como colhera com os demais gentios, o mais provável que esse fruto seria a associação dos romanos em seu novo planejamento de chegar a Espanha, 15.28. Como apóstolo dos gentios pesava sobre ele essa obrigação de pregar a todos sem distinção e inclusive em Roma, (1Co 9.16). III. O Poder do Evangelho, v. 16, 17 1 . O Evangelho revela o poder de Deus, v.16 Não havia nele motivo para se envergonhar do evangelho, era uma mensagem nobre, uma boa notícia para o homem pecador. É o poder de Deus para salvar todo o que crê, é o meio de salvação, de revelação do plano de Deus, e de despertamento da alma perdida, o evangelho tem esse poder, essa autoridade, essa finalidade. Em contrapartida é o próprio evangelho que gera a fé, 10.17, mas é através da pregação do evangelho foi que Deus resolveu salvar o homem, (1Co 1.21). Primeiro do Judeu e depois do grego, é uma exposição do plano salvador eterno de Deus, começou com os judeus, era o ponto de partida com a antiga aliança, mas desde o princípio de tudo a obra redentora já tinha um caráter universal, começando com os judeus e atingindo todos os povos. 2 . O Evangelho revela a justiça de Deus, v.17 No evangelho é revelada a justiça de Deus. O evangelho revela algo que estava oculto (Cl 1.26), esse algo é a justiça de Deus, ou seja, o modo através do qual Deus salva o homem. A justiça de Deus é a única maneira de elevar o homem a um modo aceitável diante de Sua Santidade, o homem é injusto e inaceitável diante de Deus e justiça é elevá-lo de modo que seja aceito pelo próprio Deus. Essa elevação independe do próprio homem, a justiça é de Deus. Essa justiça é do princípio ao fim pela fé. A fé é o meio de ingresso na presença de Deus e é o modo que nos conservará em sua presença até a concretização de todas as coisas, começa pela fé e é vivida pela fé. Um texto nos ajuda a entender essa expressão: (Hb 12.2) Autor e consumador da nossa fé, Jesus é essa pessoa que em nós origina a fé, nos sustenta em fé, e nos faz tornar-nos maduros e completos na fé. O justo viverá pela fé (Hc 2.4) essa é uma citação do AT e expressa a importância da fé diante do plano salvador.

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Portanto, a pregação do evangelho revela a justiça de Deus através da fé, 3.28, 5.1. IV. A Ira de Deus, 1.18-32 1 . A revelação da ira de Deus, v.18 Se o evangelho revela a justiça, a impiedade e a injustiça revelam a ira. “Justiça” e “injustiça”, se justiça é uma elevação a uma posição certa para com Deus, a injustiça é uma posição errada para com Deus, e todo o pecado e injustiça é passível de punição, 3.23, 6.23, (Ez 18.4, 20). A ira de Deus, portanto, é uma justa retribuição ao homem pecador. 2 . Todos são indesculpáveis, v.19, 20, 21. O plano salvador se revela no evangelho, mas Deus se revela de outras formas, possibilitando ao homem o mínimo de conhecimento necessário para não viverem na injustiça. Como Deus pode ser conhecido? Através da Revelação ou Teologia Natural. As coisas criadas revelam algo do seu Criador, 2.15, (Sl 19.1), além da revelação natural, o próprio homem é uma criação de Deus e traz algo de Deus em si, (Gn 1.26) de forma que o homem tem uma lei moral, ética em sua consciência, por isso torna-se culpado pelo pecado. Mesmo com esse nível de revelação geral acerca de Deus, o homem preferiu não o reconhecer como Deus, tornou-se, fútil, nulo, vazio, sem Deus. Essa é a ação do pecado, degrada e separa o homem do seu Criador. Essa degradação e afastamento acabam por gerar toda espécie de maldições na vida humana. 3 . A idolatria, v.22, 23. O estágio de degradação tão aprofundado de forma que aquilo que é devido a Deus o homem o deu as obras de sua mão. A sociedade pagã dessa época era extremamente idólatra. Esse foi um pecado seriamente combatido no AT e no NT é amplamente citado. A idolatria é a substituição ou negação do Deus Criador. 4. A depravação do homem, v.24-32. Iremos perceber por três vezes a expressão: “Deus os entregou” que significa que Deus permitiu que fizessem todas as maldades geradas em seus corações, não é que Deus tenha os levado a praticar tais coisas, de modo algum. Devemos levar em conta a soberania de Deus que é bem comum a essa carta, e portanto, o homem não faz absolutamente aquilo que quer nem de mal e nem de bem. Ou fazemos aquilo que Deus ordena ou aquilo que Ele permite. Então ele permitiu que os homens andassem em seus próprios caminhos, (At 14.16), isso é a ira presente se manifestando na vida dos ímpios. Esse é um estilo de vida baixa, distante da vontade de Deus e que acaba por gerar inúmeros sofrimentos. a. v.24 Deus os entregou a impureza sexual, essa espécie de pecado desonra e degrada o corpo que deveria ser honrado como templo do Espírito. V.25 Trocaram a verdade pela mentira, é uma escolha deliberada pela injustiça em detrimento da verdade. b. v.26 Deus os entregou às paixões vergonhosas. É a troca de um princípio natural por desejos baixos e reprováveis, aqui em foco o homossexualismo. c. v.28 Deus os entregou a uma disposição mental vergonhosa. Deus os deixou que praticassem seu modo particular de pensar e pensamentos esses reprováveis, vergonhosos, que orientavam suas atitudes, (Is 59.7), porque desprezaram o conhecimento de Deus.

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5. Características da depravação humana, v.29-32. O afastamento de Deus gera um estilo de vida pecaminoso, depravado e degradante, cria vícios que prendem o homem em um estilo de vida muito abaixo daquilo que é o ideal divino. Em seguida vemos características desse estilo pecaminoso de viver: Injustiça, maldade, ganância (avareza), depravação, inveja, homicídio, rivalidades (contendas), engano (dolo), malícia, difamação (bisbilhoteiros), calúnia, inimizade com Deus, insolência (atrevidos), soberba (arrogantes), presunção, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, desleais (pérfidos), sem amor pela família (Sem afeição natural), sem misericórdia (implacáveis). Essa é uma longa e sombria lista que caracteriza aqueles que desprezam o conhecimento de Deus. V.32 Como já observado, todos tem consciência, um princípio moral e ético, por isso todos temos noção do certo e do errado, mas a escolha pela injustiça é uma negação da pessoa de Deus. Toda essa espécie de malignidades já é uma manifestação da ira de Deus, mas nesse ponto o texto revela uma condenação: “merecem a morte” – “o salário do pecado é a morte” 6.23.

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Plano de Aula 03 Capítulo: 02 Tema: O Juízo de Deus Objetivo: Compreender que o moralismo, o legalismo de judeus ou gentios não é o estilo de vida saudável e que satisfaz a Deus, pois expressa auto confiança em detrimento da justificação divina. Esse estilo de vida nos leva a julgar as pessoas, e por si só essa posição de crítico e juiz, constitui-se um erro. Somente Deus conhece suficientemente as profundezas do homem para julgá-lo com equidade.

I. O Juízo de Deus e o Julgamento do Homem, 2.1-16 1 . Um julgamento injusto, v.1 Está aqui em foco uma pessoa moralista, que condena o erro de alguém, mas que pratica as mesmas coisas. O julgamento em si mesmo é algo perigoso, porque muitos se sentem justificados, ou superiores ao tratarem dos erros alheios. Foi assim que se comportou um personagem de uma parábola de Jesus: “Eu não sou como os demais homens...” (Lc 18.11), esse o Fariseu não foi justificado por causa da confiança nos méritos próprios. “Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça” (Jo 7:24). E obviamente não é porque alguém peca que me torno melhor, as misérias dos homens não colocam em evidência a minha justiça. Os pecados apenas dizem que lhes faltam a graça de Deus. 2 . O Justo Juízo, V.2 Devemos conscientizar que o juízo de Deus é justo, reto, conforme a verdade, e não conforme a aparência, e além de tudo nunca podemos entrar no coração humano, só Deus o sonda e o conhece. A verdade é a base do seu julgamento, ou seja, a sua revelação, seja através das Escrituras, da criação e do princípio moral e ético conferido ao homem em sua criação. V.3 Então se evidenciarmos os pecados alheios, mas também estivermos manchados pelo pecado, seremos igualmente merecedores do juízo de Deus. V.4 Agindo dessa forma estaríamos desprezando a riqueza de Deus – bondade, tolerância e paciência. Sem dúvida que a pessoa mais atingida pelo pecado é o próprio Deus que é santo, o pecado é totalmente contrário a sua natureza e todo o pecado receberá o seu justo juízo, mas, contudo, Deus tolera no tempo presente, Deus exerce sua misericórdia, para conduzir o pecador ao arrependimento. O pecador se corrompeu por inteiro de forma que não tem condições por si só de voltar-se para Deus, de forma que o arrependimento é um chamado pessoal do próprio Deus, ou seja, é um chamado e uma capacitação para o arrependimento. É essa de fato uma obra do Espírito Santo. O homem (sem direito) pode apenas julgar ou acusar, Deus, ,porém, pode julgar, condenar e salvar, somente Ele, (2 Pe 3.9). v.5 A obstinação do homem em pecar, será merecedora da ira de Deus no seu julgamento. A ira não é raiva, é uma justa retribuição pelo pecado. V.6, 7 “Deus retribuirá a cada um conforme o seu procedimento”, pode até nos parecer que a salvação é um resultado de nosso procedimento, mas óbvio que não, na verdade o nosso procedimento é um resultado do nosso arrependimento. A salvação gera um novo estilo de vida, ou seja, um novo modo de procedimento. Está aqui em foco o dia do julgamento conforme v.16, o dia em que todos irão prestar contas a Deus.

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V.8-11 É destacado aqui a separação entre salvos e não salvos. Vida eterna para os que fazem o bem e buscam..., esse é um novo modo de vida daqueles que foram alcançados pela graça de Deus, Fazer e buscar é uma operação da fé (Tg 2.26). Ira e indignação – juízo, condenação - para os injustos, para aqueles que rejeitam a verdade. Percebemos um julgamento universal (todo homem), primeiro para o judeu, depois para o grego, o juízo de Deus segue a mesma ordem da revelação da sua vontade, foi primeiro ao judeu que se manifestou a sua Palavra e depois para o gentio. Os dois povos são alvos da graça de Deus e da mesma forma prestarão contas ao Senhor, sem parcialidade. 3 . O Juízo de Deus para os que não possuem a Lei, v.12-16. v.12 Se o homem peca sem possuir a Lei (a lei dada a Israel) serão condenados mesmo sem a conhecer. Não é somente a lei que traz noção do pecado, a mente humana possui esse padrão, 2.15, 16. e além do mais já vimos que as coisas criadas revelam a pessoa de Deus, 1.19-21. Portanto o homem tem uma intuição da pessoa de Deus e do pecado, e uma revelação natural de Deus e do pecado. Então com a Lei ou sem a Lei o homem é pecador, não é inocente diante de Deus. V.13 Apenas possuir a Lei como o povo Judeu, não os justifica, não apenas ouvir, mas obedecer é um meio de justificação. Mas ninguém, com exceção de Jesus, guardou a lei, nenhum homem conseguiu a sua justificação por guardar a lei, 3.9-18, portanto ela é ineficaz para salvação. V.14 Os padrões morais, éticos em nós implantados nos dão noção do certo e do errado, conforme a lei o faz, e quando o gentio que não tem a lei escrita, mas guarda esses padrões que inclusive está na lei, então torna-se lei para o gentio – um padrão de conduta - V.15 Há uma percepção, uma intuição por parte do homem dos princípios divinos, de forma que sua consciência tem condições de julgar os seu atos, aprovando ou reprovando. V.16 Tudo isso será manifestado no dia do julgamento, de modo que ninguém será indesculpável diante de Deus, 2.1. 4. O Juízo de Deus para os judeus, v.17-24 v.16 O judeu se orgulhava no fato de possuírem a lei, mas isso não é o bastante, só os que guardam toda a lei são justificados, 2.13, e isso ninguém conseguiu. V.18 Mas sem dúvidas que ao judeu foi dado uma porção maior da revelação de Deus e de sua vontade a partir da lei: - Privilégio gera responsabilidades -. Certamente a responsabilidade deles era bem maior. V.19, 20 Então deles se exigia uma postura bem melhor e inclusive deveriam se tornar modelo, exemplo para o povo gentílico, mas não foi isso que ocorreu, v.21, 22, 23 se tornaram legalistas, condenavam o erro que a lei previa, mas cometia os mesmos pecados. V.24 Então ao invés de se tornarem modelos causaram escândalos, Israel se tornou uma árvore que não dava os frutos esperados. Foram privilegiados com a lei, mas não responderam a altura, antes preferiram o mais fácil, a religiosidade vazia, o legalismo. Desprezaram a obediência que agrada a Deus, (1Sm 15.22).

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II. A Circuncisão, 2.25-29 1 . O valor da circuncisão, v.25 A circuncisão é o sinal do acordo de Deus com Israel, mas esse sinal em si não diz muita coisa, torna-se apenas uma mutilação, a circuncisão tem valor quando o lado humano nessa aliança é observado, esse lado é o temor, a obediência a Deus. V.26 a obediência eleva o homem a participar de uma aliança, (1Sm 15.22) de forma que podem ser considerados “circuncidados” v.27, Então um gentio que obedece estaria numa posição mais privilegiada que a de um circuncidado que não obedece a lei. Portanto não é algo físico ou exterior que define a nossa posição diante de Deus. 2 . A verdadeira circuncisão, 28, 29. O nosso relacionamento com Deus de modo algum é definido ou determinado por um sinal físico e exterior e sim de uma transformação interior, do coração, operada pelo Espírito Santo e não por uma lei escrita. A circuncisão e a lei acabou gerando um modo orgulhoso de vida religiosa, e não era esse o propósito de Deus. Se o homem se corrompeu no seu íntimo, a sua transformação deveria partir também do seu interior e essa é a proposta do evangelho: transformar o homem no seu coração, no seu interior. Essa é a verdadeira circuncisão.

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Plano de Aula 04 Capítulo: 03 Tema: A Universalidade do Pecado Objetivo: Nesse capítulo vamos ver que indistintamente, judeus e gentios estão debaixo do pecado e não há uma pessoa que seja a fugir dessa regra. Se o pecado é generalizado nivelando todos os homens diante de Deus, Ele então provê uma única maneira de salvação: A justificação pela fé. Diante disse não há ninguém que possa se gloriar, pois a Graça é o dom de Deus.

I. Perguntas e Respostas, v.3.1-8 1 . Há vantagem em ser judeu? v.1 Segundo o capítulo anterior mostra que os judeus falharam, v.24 e a circuncisão sem a obediência nada vale, v.25. – a seguir objeções dos judeus. Primeira pergunta: Então que vantagem há em ser judeu e circuncidado? São perguntas que o escritor passa a responder. V.2 Mesmo igualando o judeu na mesma situação do gentio no que diz respeito ao pecado, Paulo revela vantagens em ser judeu. Qual a vantagem. – A resposta é que há muitas vantagens, principalmente que aos judeus foram confiadas as palavras de Deus. Vemos aqui um privilégio conferido ao povo da aliança. Deus se revelou a eles por meio de sua palavra para que vivessem e se tornassem exemplos para todos os povos, 2.18-24, mas falharam em sua missão. 2 . A infidelidade do homem anula a fidelidade de Deus? v.3 Segunda Pergunta: O que importa se eles foram infiéis, essa infidelidade anulará a fidelidade de Deus? – Sabemos que privilégios geram responsabilidades e o povo judeu não soube responder à altura do privilégio recebido. Eles foram infiéis, mas a fidelidade de Deus não foi anulada, se o homem erra, Deus jamais errará. Deus não depende do homem para estabelecer seus desígnios, ele depende apenas de si mesmo. Ele em amor concede ao homem participar de sua graça, mas ele não é dependente. Por esse motivo a salvação não é baseada no homem, dessa forma falharia, está baseada em Deus e sua graça. V.4 Seja todo homem mentiroso e Deus verdadeiro, uma citação do (Sl 116.11) “todo homem é mentiroso”. E em seguida citação de (Sl 51.4). 3. Deus é injusto por aplicar sua ira? v.5-7 Terceira Pergunta: Se nossa injustiça ressalta a justiça de Deus o que podemos dizer? Então ele é injusto por aplicar sua ira? Claro que não, Deus jamais é injusto. É bem verdade e indiscutível a justiça de Deus e a injustiça do homem: Há um grande contraste. O homem sem dúvida é devedor, é pecador, então é exatamente esse fato que atrai a ira, a retribuição de Deus em relação ao pecado, e isso é justiça. Deus julga o mundo baseado na sua própria justiça, ele tem o direito soberano de Criador. V.8 “Então se a minha injustiça faz aumentar a justiça de Deus, vamos pecar para que nos venha o bem?” Muitos atribuíam a Paulo a autoria dessa pregação, e de fato isso era uma calúnia.

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II. O Quadro Sombrio da Humanidade, 3.9-20 Vemos então um sombrio quadro pintado da humanidade: todos sem distinção estão desqualificados, caídos, longe de Deus, tanto gentios quanto judeus. Nem os privilégios concedidos ao povo judeu os colocaram em posição de vantagem. Deus encerra todos debaixo do pecado, 3.23. 1. v. 9-12, Não há um justo......não há quem faça o bem...citação do (Sl 14.1, 2, 3) 2. v. 13, Suas gargantas são túmulo aberto....com a língua falam engano....veneno de víboras nos lábios..citação do (Sl 5.9; 140.3) 3. v.14, Suas bocas estão cheias de maldição, citação do (Sl 10.7) 4. v.15-17, Seus pés são velozes para derramar sangue, citação de (Is 59.7) 5. v.18, Não há temor de Deus, citação do (Sl 36.1).

III. Ninguém será declarado justo baseado na Lei, 3.19-20 1 . v.20, tudo o que a lei diz, é uma referência aos textos acima citados, os judeus se orgulhavam da lei, mas ela mesma já deixava muito claro que todos são pecadores e por isso merecedores do juízo de Deus. 2. v.21, Ninguém será declarado justo baseado na Lei, muito pelo contrário: A Lei nos dá consciência do pecado e o faz evidenciar, 5.20, 7.7. Portanto, de forma alguma o homem poderá ser justificado através da Lei, posto que a Lei lhe mostra continuamente o seu pecado.

IV. A Justificação pela fé, 3.21-31 1 . Uma esperança, v.21, diante desse quadro sombrio, de incapacidade e de condenação, manifestou-se a justiça de Deus (um modo de salvação) independente da Lei. Um modo que colocaria em pé de igualdade toda a humanidade, se todos estão debaixo da mesma condenação, o modo de salvação também será apenas um. V.22 Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, ou seja, Deus passa a salvar o homem através da fé na pessoa de Jesus Cristo, o nosso substituto, aquele que cumpriu toda a lei, e que pagou a nossa dívida. Essa graça é indistintamente para judeu e gentio. Se só os judeus possuíam a lei, agora a graça é para todos. 2 . Uma Sentença, v.23 Todos pecaram, o pecado é universal, atingiu todos os seres humanos indistintamente, é a herança espiritual de Adão (1Co 15.22). Todos estão encerrados nessa mesma sentença. E destituídos estão da glória de Deus, estão separados da glória de Deus. O homem foi criado para a glória de Deus (Is 43.7), O pecado tirou o homem do propósito de Deus. 3. A justificação pela Graça, v.24 Ser justificado é ser declarado justo, aceitável diante de Deus, é ser restaurado para o seu propósito, para a sua glória. O meio dessa justificação é a redenção que há em Cristo. Redenção é a libertação efetuada por Cristo mediante o pagamento de um resgate. O pecado nos prendia e fazia-nos escravos, 6.17, 20. Fomos então libertados desse poder degradante e que nos separa da presença de Deus, e o preço pago nesse resgate foi a própria vida do Primogênito de Deus. Tudo isso é uma expressão da graça de Deus, o homem recebe esse benefício totalmente de graça e realmente não há como se pagar uma dívida tão grande.

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4. Jesus a nossa propiciação, v.25 Jesus foi a expiação do nosso pecado, ele tornou propício a nossa entrada na presença de Deus, aplacando assim a sua ira através do seu sangue. É certo que esteja aqui em foco o sacrifício do Antigo Testamento, No dia da expiação o sumo-sacerdote aspergia o sangue do sacrifício no Propiciatório, que era a tampa da arca da aliança que estava no Santo dos Santos. Quando esse sangue era aspergido os pecados do povo israelita eram perdoados (Lv 16.15). Então em Cristo está a nossa reconciliação com Deus. Pelo sangue de Cristo Deus fez a propiciação. A fé nos une a esse plano eterno de salvação. Mediante a fé esse plano eterno atinge todos os povos em todos os tempos. Deus certamente sempre foi tolerante com o pecador e até que Cristo não pagasse o preço do pecado para reconciliar o homem, Deus foi paciente. V.26 Se no passado Deus foi tolerante, hoje ele demonstra sua justiça, hoje sim, ele pode compartilhar com o homem, pois existe um meio de restabelecimento da comunhão. E a maneira é a fé na pessoa de Jesus Cristo. 5. De quem é a glória? v.27-31 Não devemos nos gloriar em nós mesmos, pois a salvação não provém de obra alguma e nem das obras da lei. É uma dádiva que a recebemos no exercício da fé. A justificação é totalmente independente da obediência à lei. Dessa forma o pecado que era generalizado, atingindo judeus e gentios; agora a salvação também toma um caráter universal: para judeus e gentios. Deus é um e uniu os povos através da fé na pessoa de Cristo.

A lei não é anulada, ela é incapaz de gerar a salvação. A glória é toda de Deus que proveu um plano eterno de salvação para

reconciliar o homem consigo mesmo – tudo isso é graça – Somos alvos do seu amor incondicional, não éramos dignos aprouve a Deus nos salvar segundo sua vontade.

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Plano de Aula 05 Capítulo: 04 Tema: Abraão, Justificado Pela Fé Assunto: Abraão é o exemplo tomado por Paulo para a demonstração da imputação da justiça proveniente da fé. Personagem da Antiga Aliança e pai dos judeus, certamente que não poderia haver exemplo maior. Se o capítulo anterior termina com a exposição da justiça pela fé, que os judeus não compreenderam, então o escritor volta ao início de tudo, mostrando que esse modo de Deus exercer a sua justiça não é novo, é antigo, mas certamente não compreendido. Estamos diante de um texto que quando comparado com outro do Novo Testamento, Tiago 2.21-23, parece haver uma contradição, mas obviamente que essa contradição não existe nas Escrituras. Romanos 4, diz: “Abraão foi justificado pela Fé e não pelas obras”; Tiago diz: “Abraão foi justificado pelas obras”. O foco dos dois autores era diferente, olhavam para a mesma pessoa mas focalizando eventos e particularidades distintas. O assunto de Romanos é a justificação pela fé, e o assunto de Tiago é a fé que gera obras, esse olhava para as obras como resultado da fé. A pessoa olhada pelos dois escritores era a mesma, mas o evento era distinto. Em Romanos 4, Paulo fala da promessa de uma grande descendência quando Abrão ainda não tinha filho, e da aliança firmada. Tiago se refere ao evento em que Deus pede Isaque em sacrifício e Abraão o dá, mas sem ser consumado, pois Deus aceitou a fé de Abraão.

I. Obras ou Fé, 4.1-8 Abraão passa a ser o centro da análise: adquiriu a justiça de Deus através das obras ou da fé? 1 . Se for pelas obras, não teria motivo de se gloriar diante de Deus, v.2 Se justiça é o modo através do qual Deus aceita o pecador, obra não é o critério. As obras são um fim, e certamente existe um fator motivador das obras, esse é o fator a ser observado. Porque não pelas obras? “para que ninguém se glorie” (Ef 2.9). O pecador separado de Deus não tem condições de buscar ou produzir a sua própria justificação. Não há nada que o homem possa fazer para receber a justificação de Deus. 2 . Abraão creu em Deus, v.3 “Abraão creu em Deus e isto lhe foi creditado como justiça” (Gn15.6), é uma citação do Antigo Testamento e que parece não ter sido percebido pelos estudiosos da lei. O evento da vida de Abraão aqui em foco era o momento em que Deus lhe promete um filho e uma descendência e faz com ele uma aliança, Abraão creu na promessa de Deus. (Gn 15.1-21). V.4 Salário para quem trabalha não é um favor é obrigação, ou seja, se Deus se baseasse nas obras a salvação seria uma obrigação e não um favor, uma graça. V.5 Portanto sem obras meritórias, mas em fé em Deus, haverá o crédito da sua justiça sobre o que exerce essa fé. Totalmente independente das obras. Diante disso vemos que em circunstância alguma a salvação será merecida, é certamente um dom imerecido. V.6, 7, 8 A imputação da justiça, a absolvição dos pecados é uma graça, uma bem-aventurança doada por Deus ao pecador, nem é buscada e nem é merecida, é dada por Deus.

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II . A Justiça de Deus é antes de qualquer obra, v.9-12. A bem-aventurança da absolvição do pecador por parte de Deus não está restrita a um povo, é para judeus e gentios. Em Abraão a imputação da justiça por parte de Deus é decorrente da fé. Primeiro creu e depois foi justificado. Paulo faz uma pergunta a respeito da circunstância em que Abraão fora justificado, se antes ou depois da circuncisão. Ele mesmo responde: Foi antes. De fato a fé foi uma resposta a uma manifestação, a um chamado pessoal de Deus, quando fizeram aliança. No capítulo 15 de Genesis Deus lhe faz promessas, Abraão crê e então Deus firma com ela uma aliança. No capítulo 17.9-14 é registrada a instituição da circuncisão, que é o sinal da aliança. A circuncisão é um sinal de uma aliança já existente. Portanto, Abraão ainda antes da circuncisão foi justificado pela fé. Dessa forma o Patriarca judaico torna-se também pai dos que crêem, daqueles que não são circuncidados, porque quando o gentio crê em Deus e mesmo não tendo a circuncisão, ele se assemelha a Abraão, o pai dos que crêem. Esse é o mais importante precedente de justificação pela fé independente das obras. Podemos concluir, portanto, que a justificação pela fé não era absolutamente um assunto do Novo Testamento, mas está presente de uma forma muito clara mesmo na Antiga Aliança. Esse é o modo que agrada a Deus: A fé manifestada diante de um chamado pessoal da parte de Deus. III. A promessa de Deus, v.13-17 Abraão recebeu a promessa de Deus, de ter um filho, de ter uma grande descendência e de uma terra, mas essa promessa não foi baseada ou recebida pela lei e sim pela fé. A fé é o meio, o modo de tomar posse da herança. É óbvio que está implícito a promessa de um filho, Isaque, o filho da promessa, com quem Deus iria desenrolar todo o seu plano, e não com o filho da escrava: Ismael, que fora adquirido pela própria vontade e a partir dos recursos naturais (Gl 4.21). A fé que legitima a promessa e nos torna herdeiros da promessa de Deus. V. 15. A lei produz a ira, é que a lei faz ressaltar o pecado e o pecado atrai a ira de Deus, 1.18. Sem a lei não há transgressão. V.16 Deus estendeu o modo da fé para estender sua promessa aos homens, e o próprio Deus chamou esse modo de Graça, não levando em consideração o que homem faz, mas observando a fé apenas e mais nada. Essa graça é para toda a descendência de Abraão: Os que estavam debaixo da lei e aqueles que exercem a fé a exemplo de Abraão, pois todos são filhos de Abraão. V.17 Deus o constituiu pai de muitas nações (Gn 17.5), essa promessa extrapola uma descendência natural, mas já apontava para uma descendência espiritual. Nessa promessa Deus estava dando existência a Israel o povo do Antigo Pacto e a Igreja. A Nova Aliança, a Graça, existia apenas no plano eterno de Deus, mas agora em Abraão estava sendo chamada à existência. IV. A fé de Abraão na promessa de Deus, v.18-22 Abraão contra toda a esperança creu, ou seja, mesmo diante de todas as impossibilidades para o cumprimento da promessa, ele acreditou. A promessa em questão era a de uma grande descendência. Mas devemos nos lembrar que Abraão não tinha filho e sua esposa Sara era estéril e também ele já tinha avançada idade. Aos olhos humanos era uma promessa sem cabimento, mas ele acreditou. V.19 Não se enfraqueceu na fé, não duvidou. A dúvida é o contrário de fé que é certeza (Mc 11.23). Ele estava ciente de todas as impossibilidades: esterilidade de Sara, sua idade de

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quase cem anos. V.20 Mesmo assim não duvidou da promessa de Deus, a origem e o alvo da nossa fé é Deus e não as demais coisas, fé é confiança em Deus independente de quaisquer outras coisas. Essa é a fé que glorifica a Deus, aquela que é direcionada a Ele mesmo, sem a interferência da conjuntura. É exatamente essa fé que faz Deus mover em direção ao homem, (Gn 15.5, 6) V.22 Ele entendeu pela fé a capacidade de Deus para concretizar sua promessa, em resposta a essa atitude de inteira fé, Deus credita justiça a ele (Gn 15.6), a atitude de fé agrada a Deus (Hb 11.6), fé é um reconhecimento do nosso ser que Deus é soberano e é um ato de submissão e entrega de nossa alma aos seus cuidados. Essa é a única atitude que Deus espera do homem. V. A fé é o meio para todo homem v.23-25 A imputação da justiça pela fé não é atribuída somente a Abraão, v.24 é para todo aquele que igualmente exerce fé em Deus e nas sua promessa. De modo bem claro, a promessa de Deus a nós é a salvação em Jesus Cristo . A justiça de Deus será creditada a todos os que crêem em Jesus Cristo o Senhor. V.25 Jesus morreu por nossos pecados, ele foi o remidor, o expiador do pecado, a sua morte foi o preço da nossa libertação. Ressuscitou para nossa justificação, a concretização de toda a obra remidora de Deus está na ressurreição de Jesus. O crédito da justiça de Deus é dado a todo aquele que tem a fé em Jesus que morreu e ressuscitou.

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Plano de Aula 06 Capítulo: 05 Tema: A Transgressão e a Dádiva Assunto: O capítulo quinto de Romanos faz uma analogia entre Adão e Cristo, em Adão o homem experimenta o pecado e a ira, em Cristo a justificação e a reconciliação com Deus.

I. A Paz com Deus, 5.1, 10 1 . Paz com Deus. V.1 A justificação mediante a fé nós proporciona a paz com Deus. Éramos inimigos de Deus (Tg 4.4) e filhos da ira (Ef 2.3), agora fomos aproximados através de Jesus Cristo. Essa paz com Deus exprime o novo tipo de relacionamento, em que a ira de Deus é apaziguada já que fomos justificados. 2 . A esperança da glória de Deus, v.2. Jesus é o nosso acesso através da fé a essa graça maravilhosa. A graça de Deus se manifestou trazendo inúmeros benefícios aos justificados (Tt 2.11-14), a justificação não é um fim da graça de Deus, é apenas um início. A vida com Deus começa a partir da justificação que é a nossa aceitação por parte de Deus e assim vamos desfrutando dos seus benefícios. A partir da justificação passamos a participar da glória de Deus que é progressiva. Se experimentamos um processo de degradação através do pecado, agora o processo é de glorificação que se iniciou na justificação e continua durante a nossa vida e tem seu ápice na ressurreição. 3 . Um processo transformador, v.3-5. Se no versículo anterior fica a esperança de participação na glória de Deus, aqui há esperança também nas tribulações, nas lutas, nas dificuldades. Naquilo que parece não haver glória alguma, na verdade passa a cooperar para o desenvolvimento de nossa salvação, é um processo de crescimento: Tribulação = perseverança = experiência = esperança. A tribulação é uma aflição, angústia que gera a perseverança que é paciência, estabilidade, constância e que por sua vez gera a experiência que é um caráter aprovado, e que gera a esperança que é a expectativa do salvo em relação à concretização da obra redentora. Portanto, a tribulação para o salvo gera uma cadeia de virtudes. Essa esperança é certa, o Espírito Santo está em nós para efetuar a salvação e ele derramou amor em nossos corações. Esse é o resultado da paz com Deus, ele mesmo vem trabalhar gerando em nós aquilo que é próprio à sua natureza. Somos um vaso quebrado mas que está nas mãos de Deus, e ele está refazendo, dando uma nova forma de acordo com seu agrado.

II. Jesus o Reconciliador, 5.6-11 1 . A morte de Cristo, v.6. Quando éramos fracos Cristo morreu pelos ímpios. Essa fraqueza era a nossa separação de Deus, estávamos entregues ao mundo e às malignidades de nosso adversário, mas Cristo morreu por nós. Ele amou o pecador, seu amor é incondicional, sua morte era o preço da nossa salvação. V.7 Dificilmente alguém morreria por um justo. Sim, dificilmente alguém teria o amor e a coragem de dar a vida por uma pessoa, talvez para um justo alguém o faria, mas para pecadores, condenados. Essa é a estima que tivemos da parte de Deus. Esse é um grande exemplo para nós, e é exatamente esse amor que tem sido

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derramado em nosso coração 5.5. Amor de Deus em passa a ser um fator transformador, pois Deus é amor (1Jo 4.8, 16) e o amor é transformador.A base do nosso relacionamento é o amor: A Deus e ao próximo (Mt 22.37-40). 2. O amor incondicional, v.8. Esse versículo revela aquilo que há de mais maravilhoso no universo: O Amor de Deus. Deus deu provas desse seu amor, e a prova foi a doação de Cristo o seu até então Unigênito, e a submissão do Cristo a essa missão salvadora, pois ele seria a oferta redentora. Podemos afirmar certamente que toda a obra redentora inicia-se no amor de Deus que o motivou a colocar em prática todo o plano eterno de salvação. Quando éramos pecadores, não havia nada de bom em nós para que o motivasse a agir em nosso favor. Os motivos todos estavam em Deus. Se Abraão foi justificado antes da circuncisão, Deus deu o seu Filho para nos justificar quando éramos pecadores. V.9 Agora depois de justificados pelo seu sangue, sua morte,seremos livres da ira. A ira é a justa retribuição do pecado, já que fomos perdoados dos nossos pecados, não há mais lugar para a ira de Deus em nossas vidas e sim para o seu amor e graça. Sendo justificados (tempo presente).....seremos salvos da ira (futuro) o mais provável que Paulo esteja se referindo a ira futura de Deus que é a condenação eterna. V.10 Quando éramos inimigos fomos reconciliados, essa reconciliação foi gerada pelo próprio Deus e não por nós. Foi através da morte de Cristo. E no presente momento já reconciliados, já gozando da vida diante de Deus, seremos salvos pela sua vida. Se o texto anterior se refere a um livramento da ira futura, então seremos salvos pela vida de Cristo. Jesus é quem garante nossa salvação: nos salva, nos sustenta e conclui em nós a sua obra, (Fp 1.6). v.11 Nossa glória, nossa alegria está em Deus, por causa de Jesus, o meio da reconciliação. Jesus que é homem e Deus, reconciliou o homem com Deus. Ele realmente é o motivo da nossa glória. Adão pré-figurava Jesus (1Co 15.45-49).

III. Adão e Cristo, 5.12-21 1..Em Adão o pecado entra no mundo, v.12. Adão o primeiro homem foi a porta de entrada do pecado no mundo. A desobediência a uma lei de Deus gerou o pecado e a conseqüência direta do pecado foi a morte que atingiu todos os homens. O pecado e a morte se tornaram uma herança a partir de Adão e todos os homens nascem nessa condição de pecadores e separados de Deus. A morte é sem dúvidas a separação de Deus (Ef 2.1), a destituição da glória, é a queda da vida proposta por Deus. O estado de pecado é o estado de morte, pois o homem fica sem condições de discernir a realidade espiritual. 2. O pecado e a lei, v.13. Até a lei havia pecado mas não era levado em conta. Na verdade a lei não gera o pecado, ela estabelece o que é e o que não é pecado. A partir do momento que é estabelecido o que é pecado, a lei faz evidenciar um pecado existente, 7.7. v.14 A morte reinou de Adão a Moisés, ou seja, desde a queda até a instituição da lei mosaica. O pecado ficou “camuflado”, pois, não havia lei para mostrá-lo. O pecado existia mesmo sem a lei, mas ele não era ressaltado. Não havia um parâmetro que mostrasse o que era e o que não era pecado. Era como uma doença sem diagnóstico, que continua corrompendo sem ser medicada.

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3. Em Jesus Cristo entra a graça no mundo, v.15 - 19. Não há comparação entre o pecado e a graça, a graça é algo sublime que redime o homem. Se através de um entra o pecado e a morte, através de Cristo a graça e a vida. Um único pecado atingiu todos os homens levando-os à morte, mas a graça se manifestou muito mais abundante de forma que perdoa muitos pecados justificando o pecador. Um único pecado foi capaz de atingir e gerar morte em todos, mas a graça é poderosa para justificar não apenas esse pecado de Adão mas também todos os pecados cometidos por uma pessoa. Se por um pecado reinou a morte, muito mais os que receberam a abundância da graça e o dom da justiça, reinarão em vida através de Jesus Cristo. A abundância da graça é maior que o pecado; o dom da justiça é maior que a condenação, então, reinarão em vida por meio de Jesus Cristo. Por uma só ofensa veio o juízo de Deus sobre o homem condenando-os. Através de um ato de justiça e graça veio a justificação que garante a nossa paz com Deus, e a vida eterna. Através de um homem todos se tornaram pecadores, através de Cristo muitos são feitos justos. v.20, 21 A lei foi dada para que o ofensa abundasse, para que aparecesse e assim aconteceu: o pecado abundou, mas a graça foi muito maior porque é capaz de justificar a quem Deus quizer. A finalidade de tudo isso é para que o pecado que condena desse lugar a graça que traz a justiça de Deus por meio de Jesus Cristo.

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Plano de Aula 07 Capítulo: 06 Tema: Do Pecado à Santificação Assunto: Esse é de fato um capítulo importantíssimo, pois, nos revela implicações entre o crente e o pecado. É aqui que veremos que sobre o justificado o pecado não tem mais poder, porque o ser escravo do pecado morre quando justificado, e morrendo se liberta do poder que o prendia. E vive agora para pertencer a outro, a saber: Cristo. Se Cristo morreu por nosso resgate, nós também morremos e nos identificamos com ele, para também nos identificarmos com sua vida.

I. O Poder Libertador da Graça de Deus 1 . Objeções respondidas, 6.1-3 Paulo faz algumas objeções que porventura poderia passar na mente daqueles que o questionavam a respeito de sua mensagem:

a. O Pecado e a Graça: Vamos pecar para que a graça aumente? Já que afirmara que onde abundou o pecado superabundou a graça. Então a permanência no pecado iria gerar mais graça. Obviamente que essa é uma afirmativa contrária ao plano de Deus. A resposta é não, pois morremos para o pecado. O ser escravo do pecado, condenado e separado de Deus morreu, agora vive um novo ser em Cristo (2Co 5.17).

b. O Batismo: Ignoram que fomos batizados em Cristo, em sua morte? 6.3ss. Logo pós a conversão de alguém, era professada a fé, e batizado. O batismo é um ato público em que declaramos a nossa fé, a nossa submissão e sujeição a Deus. Paulo associa o ato de imergir com o sepultamento. Se Cristo morreu pelos nossos pecados, nós também morremos e somos sepultados para o pecado que nos dominava. Dessa forma nos identificamos com Cristo em sua morte. E se Cristo ressuscitou para nossa justificação 4.25, nós também vivemos agora uma nova vida. No batismo, então, nos identificamos com Cristo, pois é uma ordenança sua, (Mc 16.16). v.5 Há uma identificação com Cristo na morte pelo batismo e haverá também na ressurreição. Jesus ressuscitou dentre os mortos, e a grande promessa para os salvos é a ressurreição, à semelhança de Cristo (Co 15.20). v. 6, 7 Foi com ele crucificado o velho homem. A velha natureza, a carnal, aquela caída marcada e dominada pelo pecado morreu, e é isso que o batismo transmite. Está crucificada com Cristo (Gl 2.19; 6.14). Essa é a mensagem da cruz: de morte. No centro do evangelho está a morte, o nosso senhor passou por ela em nosso favor, portanto, de nós é “exigido” a morte. Não haverá salvação sem morte. A morte para nós é um meio de libertação do pecado que nos prendia. Um escravo morto não tem mais senhor. Lembrando que não é a morte física que nos proporciona essa libertação e sim a morte da natureza pecaminosa que ocorre no ato da justificação. Morte pelo batismo é um ato de fé, obediência e submissão, que nos faz identificar com Cristo como um resultado de sua graça sobre nós. V.8-11 Se morremos com ele, ressuscitaremos com ele, a identificação não será só na morte mas também na ressurreição, não em parte, mas

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completa. A ressurreição de nosso corpo será de fato a concretização futura da salvação: a Glorificação que é o alvo de Deus. A morte não tem mais poder sobre o Cristo ressuscitado, vive para sempre. E nós também morremos para o pecado e ressuscitamos para a nova vida, portanto, a morte e o pecado não tem mais poder sobre nós. Vivemos para Deus. Consideremos , portanto, mortos para o pecado e vivos para Deus.

II. Servos de Deus, 6.12-14. Se fomos anteriormente escravos do pecado, agora fomos feitos servos de Deus. v.12 “Não reine” Nosso corpo não pode ser mais dominado pelo pecado. O pecado constitui-se numa força poderosa que nem o homem e nem a lei pode vencê-lo, a não ser pelo poder de Cristo. O pecado escraviza a alma sem Cristo, e o escravo não goza de escolhas, liberdade, está absolutamente a mercê do seu senhor. v.13 “Não ofereçais” Nosso corpo estava à serviço do pecado e da iniqüidade, agora, libertos, podemos nos oferecer à Deus como instrumento de justiça. Esse texto nos revela o grande milagre de Deus na vida do justificado: de instrumento do pecado para instrumento de justiça – de vaso de desonra para vaso de honra. É o resultado da transformação em nós efetuado por Deus, de forma que a nossa utilidade também se transforma. V.14 O pecado não terá mais domínio; ele já foi identificado, além de identificado, foi perdoado, alem de perdoado, foi lavado. Esse é o poder maravilho da graça divina. Podemos ver claramente que o pecado não pode mais subjugar aqueles a quem se tornou alvo da graça de Deus. Certamente que o desejo de Deus era proporcionar ao homem uma condição de vencer o pecado, pois, Ele não compartilha com o pecado, que é o fator degenerativo no homem, que não tinha as mínimas condições de se libertar desse poder maldito, mas a graça nos proporcionou isso. A lei foi incapaz de dar vitória sobre o pecado, ela apenas mostrava o pecado constantemente. III. De Escravos do Pecado, para Deus 6.15-23 Vemos aqui que a conversão implica em uma mudança de servidão. Antes servos do pecado, agora, servos de Deus. O homem sempre estará debaixo da influência de um ou de outro absolutamente. v.15 Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei? De forma alguma. A lei não pode nos justificar, não possui o poder remidor, mas é boa e provém de Deus, e afinal de contas cumpre o seu papel. A graça sim, é justificadora. V.16 Para quem nos oferecemos como escravos para obedecer, desse seremos escravos: do pecado que tem como o fim a morte, ou à obediência a Deus que tem como resultado a sua justiça. O poder do pecado certamente é muito forte de forma que domina a pessoa e a leva sempre para mais distante de Deus e o fim é a morte. Mas percebemos também a graça poderosa que também domina o homem o levando a uma nova vida. V.17 Outrora éreis escravos do pecado, agora passaram a obedecer de coração o ensino transmitido. Expressa uma transformação que decorre da obediência à palavra de Deus. A palavra de Deus é seu instrumento transformador e regenerador. E essa obediência à palavra de Deus faz de nós escravos. V.18 Fomos libertados, a libertação do pecado seria

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impossível a nós se não fosse o resgate de Jesus, e essa libertação tem um motivo: para que pudéssemos ser apresentados a Deus como servos da justiça, ou para fazermos sua vontade. V.19 Assim como o homem ofereceu seu corpo, sua vida ao pecado, à impureza para servir ao mal, agora, libertos desse poder, precisamos nos dedicar a Deus, como servos da justiça: é a santificação. A santificação é o processo presente no qual todo o justificado vive: separação para consagração. Nos separamos do mundo e do pecado para nos consagrarmos a Deus. v.20 Quando éramos escravos do pecados, estávamos livres da justiça, estávamos longe de Deus e vivíamos de acordo com o pecado que operava em nós. V.21 Os resultados de uma vida separada de Deus certamente não poderá ser bom de forma alguma. O pecador está longe de Deus e condicionado a viver no pecado, com uma vida inferior, que desagrada ao Senhor. É um estilo de vida que tem no fim da carreira a morte.. v.22 Agora, libertados do pecado e transformados em servos de Deus. Toda ação libertadora é de Deus que nos proporciona essa transformação, passamos de um estilo de existência para outro. Do pecado para a justiça, da morte para a vida, esse é o modo de vida que agrada a Deus. A libertação nos leva à santificação e tem como resultado a vida eterna. Se o pecado gera a morte, a santificação leva à vida eterna. V.23 O salário do pecado é a morte. O preço do pecado é a morte, foi por isso que o único meio de resgate foi a morte: o sangue de Jesus foi o resgate de nossas vidas. Quando ele morreu, estava nos substituindo, para que o poder da morte não recaísse sobre os justificados. O dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor; todo esse benefício de libertação, santificação e vida eterna é um dom. Uma dádiva que não tem preço para o homem, em tudo isso vemos o seu amor incondicional pelo homem a quem criou para sua própria glória.

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Plano de Aula 08 Capítulo: 07 Tema: O Homem Sob a Velha Forma da Lei Assunto: Parece-nos que esse capítulo trata do homem carnal: aquele que ainda não experimentou o poder libertador da graça de Deus. Portanto ainda escravo do pecado. Não há outro meio, tem que morrer para aquele que o possuía para se libertar e pertencer a outro: Morrer para o pecado e viver para Cristo.

I. A Analogia do Casamento, 7.1-6 Na sessão anterior vimos claramente uma transformação da pessoa alcançada pela graça divina: De servos do pecado para servos da justiça. Da morte para o pecado para pertencer a outro, a saber: Cristo. Agora estamos diante de uma analogia, o casamento e a lei. Primeiro analisemos sobre o matrimônio: 1 . Alei do casamento, segundo os costumes judaicos, no relacionamento matrimonial, o homem era o senhor da mulher. De forma que ela estaria ligada a ele enquanto ele vivesse. Devemos levar em contar também que ao homem era dado o direito de se divorciar de sua mulher, ou até mesmo em muitos casos possuir mais de uma mulher. A mulher era uma espécie de possessão do homem. Portanto, se a mulher se unisse a outro homem enquanto vivia seu marido, ela seria considerada adúltera, ela estaria livre para novas núpcias apenas a partir da morte de seu marido. 2 . A libertação pela morte, o v.2 diz que a lei tem autoridade sobre alguém apenas enquanto ele vive, isso é óbvio, não há lei que tenha autoridade sobre alguém que tenha morrido. Em 6.11 diz: “Considerem-se mortos para o pecado”, a morte para o pecado seria a libertação do pecado. Nesse ponto de vista outra morte nos trousse libertação, a morte de Cristo. Ele nos substitui, sobre si levou os nossos pecados e morreu para que tivéssemos essa libertação. 3 . Livre para pertencer a outro, se dessa forma só através da morte do esposo a mulher poderia pertencer a outro, da mesma forma, a nossa morte para o pecado nos faz pertencer a outro, a Cristo. V. 4 dessa mesma forma o cristão morreu para a lei por meio do corpo de Cristo, para pertencer aquele que ressuscitou dos mortos. Ele não pode morrer de novo, 6.9 de forma que nossa relação com ele é para a eternidade. 4. Quando éramos controlados pela carne, v.5 antes da justificação, éramos dominados pela lei que despertava as paixões pecaminosas atuantes no corpo. Esse é o fruto da vida carnal: o pecado. Mas agora em Cristo o fruto é para Deus, v.4, pois em Cristo fomos libertos da lei. 5. O novo modo do Espírito, v.6 Mas agora, no tempo presente há um novo modo de atuação de Deus: É o novo modo do Espírito, essa é a nova forma de Deus agir na vida do homem, essa forma foi inaugurada em Cristo. É a atuação presente e pessoal do Espírito Santo na vida do homem justificado. Aquilo que fora impossível ao homem agora Deus realiza em nós, 5.5; 8.9 - 16, 26.

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II. A Luta Contra o Pecado, 7.7-25

.1. A lei é pecado? V.7, 8 A lei não é pecado, a lei dá consciência do pecado, ela é boa, santa, 7.12, 14. Mas a lei acabou por despertar o pecado e deixou o homem sem condições de vencê-lo. 2. Antes eu vivia sem a lei, v. 9 o capítulo 7 é o que mais aparece o pronome “Eu” por 7 vezes. Uma das dificuldades de interpretação desse capítulo está na identificação desse “Eu”. Alguns entendem que essa porção do capítulo é autobiográfica, o apóstolo fala de si mesmo. Outros entendem que o “Eu” desse capítulo tem um significado mais amplo: Seria Adão (ou a humanidade), ou Israel. A meu modo de ver esse “Eu” não seria o apóstolo por causa de algumas implicações. A primeira seria que dessa forma haveria uma contradição desse capítulo com o anterior no seguinte aspecto: No capítulo anterior vimos de uma forma muito clara que ao ser justificado, a velha criatura, a natureza pecaminosa morreu, deixando de ser escravo do pecado para pertencer a Cristo, 6.6-14, e ainda diz: vocês eram no passado escravos do pecado 6.17. Mas a afirmativa do capítulo 7 é que esse “Eu” ainda no presente é escravo do pecado, “vendido como escravo do pecado” 7.14. Em segundo lugar é o fato da expressão “antes eu vivia sem a lei”, podemos fazer a seguinte pergunta: Quando é que Paulo viveu sem a lei? Ele era fariseu e muito provavelmente de nascimento, era certamente ligado à lei desde o nascimento. Agora esse termo se aplica a Israel como um todo. 3. A Lei, v.10-14a. A lei portanto fez aparecer o pecado, que sem a lei ficara oculto. O mandamento é bom, mas produziu morte pelo fato de ressaltar o pecado. O problema não estava na lei, mas em nós. Vejamos as qualificações da lei: ela é santa, justa, boa, espiritual, mas o homem não era nada disso de forma que criava-se uma dificuldade, o homem imperfeito diante daquilo que é perfeito. Conclusão: o homem não tinha a mínima possibilidade de agradar a Deus através da guarda da lei porque lhe era impossível. Mas a lei colocou diante dos olhos do homem a sua pecaminosidade, a sua distância da vontade de Deus. 4. O Escravo do pecado, v.14b-20. Aqui vemos um quadro sombrio, obscuro: Alguém vendido como escravo em um mercado, como na antiguidade em que havia os mercados de escravos, aqueles que desejassem, os examinava, se agradasse, pagava e levava como se fosse uma mercadoria. Aqui o escravo é vendido ao pecado. V.15 vemos aqui uma luta muito desigual que não nos parece uma luta da carne contra o espírito (Gl 5.17), o quadro aqui é de alguém entregue ao pecado, sem resistência, muito diferente do capítulo anterior. V.16, 17 o que odeio faço, ...mas não sou eu quem o faz...mas o pecado que habita em mim. Acredito que essa situação não é de alguém que peca, mas é de uma pessoa que sucumbiu diante do pecado, pois há consciência do pecado, mas não existe força para vencê-lo. Resta-nos perguntar sobre a obra de Cristo, sobre a morte da velha natureza, sobre a obra do Espírito Santo na vida do salvo, será que diante de tudo isso, ainda o pecado permanece a dominar aquele a quem Jesus justificou? V.18-20, O conflito desigual – desejo o que é bom, mas faço o que odeio. Há uma consciência do pecado, obviamente gerado pela lei, pelo conhecimento, mas esse conhecimento de Deus sempre é sucumbido pela força da carne, v.18. Vemos aqui consciência, desejo e ação para o mal, não vemos aqui nessa porção

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nenhuma referência a obra de Deus nessa pessoa. Parece de fato alguém que vive baseado na lei e sente sua miséria e fraqueza na impossibilidade de vitória sobre os maus desejos. Assim é o pecado, uma força que para o homem é impossível superar. V.21-25 A lei que atua em mim: No interior prazer na lei de Deus, no corpo a lei do pecado. Vemos que em todo o momento o “Eu” é aquele que se gloria na lei de Deus, que se baseia na lei de Deus, a vida de Israel desde o momento que recebeu a Lei mosaica viveu dessa forma, se orgulhando na lei, e tentando se justificar por meio dela, mas de fato dessa forma ninguém alcançou essa justificação. Nesse “Eu” há em todo o momento uma duplicidade: mente e corpo, cada qual servindo a senhores diferentes. A mente que serve a lei e o corpo ao pecado (Mt 6.24). Nota: Se admitirmos que esse “Eu” em todo o momento seja Paulo, então deveríamos tomar esse texto apenas como um conflito da carne e do espírito (Gl 5.17), aquele conflito que sabemos muito bem que é comum a todos os convertidos em Cristo Jesus. Muitas vezes vencemos nesse confronto e outras vezes perdemos e pecamos. Ma a descrição desse capítulo parece-nos bem diferente de um conflito interior, vemos claramente alguém totalmente vencido pelo pecado. E alguém que seja convertido e ainda continua escravo do pecado é incompatível com toda a Escritura e principalmente com a Carta aos Romanos.

Considero que de fato esse capítulo não é dos mais simples nessa carta, é um dos que apresenta o maior grau na dificuldade de interpretação. Cabe-nos continuar estudando de uma forma profunda para que tenhamos mais luz sobre o assunto em questão.

Faço questão de não deixar uma idéia que pode ser perigosa, e aqui gostaria de esclarecer. Quando aplico o “Eu” a Israel, não estou dizendo que não pecamos, ou não podemos pecar, ou que não tenhamos sérios conflitos em nosso interior, é obvio que temos e que pecamos (1Jo 2.1), mas no meu modo de ver há uma enorme diferença entre ter conflitos e pecar, e viver dominado pelo pecado (1Jo 3.6, 9 – Rm 6.10, 11, 18).

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Plano de Aula 09 Capítulo: 08 Tema: O Homem Sob o Novo Modo do Espírito Assunto: Estamos diante de um dos mais maravilhosos capítulos da bíblia, praticamente todos conhecem pelo menos um versículo desse capítulo. Vemos de uma forma muito clara a operação do Espírito Santo na vida do homem redimido e os resultados dessa obra.

I. A Operação do Espírito Santo, 8.1-11 Se no capítulo anterior vimos a lei do pecado, 7.23, uma força que domina o homem não regenerado, vemos aqui a Lei do Espírito 8.2 que é a operação da graça de Deus que nos liberta da lei do pecado. 1 . Livres da condenação do pecado, v.1-4 v.1 Agora não há condenação para os que estão em Cristo Jesus. Se o resultado do pecado é a condenação, agora não há condenação para os justificados, declarados justos. v.2 Estamos agora sob uma nova lei: A lei do Espírito da vida, essa nova operação nos libertou da lei que nos prendia absolutamente: A lei do pecado e da morte. Vemos que esse é o único meio de libertação de fato, uma operação de Deus presente e pessoal na vida do homem. v.3 Essa mudança era impossível à lei, por causa da natureza humana, mas Cristo veio em nossa semelhança e condenou em si o pecado. Se o pecado venceu todos os seres humanos, Jesus homem o venceu por nós. v.4 As exigências da lei foi cumprida em nós através de Cristo que nos substituía, mas essas exigências são satisfeitas sobre aqueles que vivem no novo modo do Espírito, ou seja, sobre aqueles a quem Deus justificou através da pessoa de Cristo, inaugurando um novo estilo de vida guiado pelo Espírito Santo. 2 . A Inclinação para a Carne, v.5-8 v.5 Os que se inclinam para a carne. Inclinar é viver de acordo com a carne, a natureza humana sem a influência divina, a natureza pecaminosa. Esse é o estilo de vida separado de Deus. O outro estilo é também descrito aqui, é o modo influenciado pelo Espírito. v.6 A inclinação da carne gera a morte a do Espírito para a vida e paz. Se a natureza carnal gera a condenação, a nova espiritual nos leva a vida e a um relacionamento com Deus. A paz com Deus é um resultado dessa operação. v.7 A inclinação da carne é inimiga de Deus, esse é um estilo de vida contra Deus, separado de Deus, regidos pela lei do pecado, é uma situação dramática e condenatória e ao homem é impossível mudar de posição, a aproximação e a paz é feita pelo próprio Deus. v.8 Os que estão na carne não podem agradar a Deus. Podemos ver claramente que não há nada que possa aproximar o homem de Deus, ou fazer com que o homem agrade a Deus a não ser a partir de uma transformação no seu interior. Com a velha natureza carnal será impossível. Por esse motivo nem religiões nem códigos doutrinários nem um auto-domínio poderão aproximar o homem de Deus.

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3 . A inclinação para o Espírito, v.9-11 v.9 Vós não estais na carne mas no Espírito. A operação do Espírito Santo no homem é a garantia da nova vida, da libertação do pecado e da glorificação (Ef 1.13, 14). A presença do Espírito Santo em nós é o fator diferencial, com isso concluímos que toda a obra é de Deus. v.10 Por causa da presença de Cristo o corpo esta morto por causa do pecado. Podemos ver duas coisas possíveis nesse texto:

a. A morte do corpo para o pecado como vimos em textos anteriores, mas especificamente no sexto capítulo. A crucificação do velho homem e suas paixões.

b. A morte física pela operação do pecado, o versículo seguinte de certa forma vai concordar com esse pensamento, pois, há uma referência a ressurreição de Cristo e a ressurreição dos crentes. O espírito está vivo por causa da justiça. A nossa aceitação por parte de Deus gerou vida em nosso interior. v.11 A ressurreição física. Se o Espírito opera em nós haverá uma concretização em sua obra. Hoje ele efetua em nós a salvação, regenerando-nos, mas de fato iremos passar pela morte física, se a vida de Deus em nosso interior já é uma realidade, Deus completará essa obra ressuscitando os nossos corpos físicos. A obra o Espírito Santo é presente e futura, é no interior, mas será também no corpo por meio da ressurreição. II. Nossa Filiação Divina, 8.12-17 A operação do Espírito Santo em nós é a garantia de nossa filiação divina. v.12 Não temos mais aquela “obrigação” que pesava sobre nós para vivermos segundo a carne, nos foi aberta a porta para vivermos a vida de outro modo, sob a influência do Espírito Santo. v.13 A vida segundo a carne tem a morte como resultado, mas a vida sob a influência do Espírito Santo nos proporciona a condição de mortificação da natureza carnal. Mais uma vez aqui como em todo o capítulo sexto vemos a morte da velha natureza bem clara para que o novo ser em Cristo, espiritual, desenvolva. Esse processo nos leva à vida proposta por Deus. v.14 Os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Esse é o desejo de Deus: Que sejamos guiados pelo seu Espírito. Como um pai orienta, influencia, adverte, ensina seu filho, Deus exerce também essa influência paternal sobre seus filhos para que não sucumbam diante das enormes dificuldades do mundo que se opõe a Deus e a tudo aquilo que é de Deus. Sem esse cuidado paternal, pessoal, presente, não teríamos a menor condição de fato de uma vida espiritual. v.15 Esse espírito que nos adota não nos escraviza e nem gera medo em nós, essa era a nossa condição anterior. Nossa filiação é concretizada pelo Espírito de Deus que nos dá o direito de clamar a Deus: “Aba” – Pai. v.16 É o mesmo Espírito que nos dá testemunho em nosso espírito que somos filhos de Deus. Está aqui claro um relacionamento, uma comunicação: O Espírito de Deus que comunica ao nosso espírito a respeito de nossa filiação divina. Esse é o consolo de Deus, visando nos fortalecer para a nova vida.

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v.17 Como filhos de Deus participamos das coisas de Deus, fomos feitos herdeiros. Aqui está a chave de nossa participação em tudo o que é de Deus: somos filhos e naturalmente herdeiros. De forma que participamos do sofrimento de Cristo, participaremos também da sua glória. Há uma identificação no sofrimento e na glorificação. No sofrimento tem haver com nossa natureza humana fraca e limitada e Cristo veio e a assumiu. E realmente somos sujeitos a muitos sofrimentos nesse mundo que se opõe a Deus, está aí nossa identificação com Cristo. Mas também nos identificaremos em sua glória guando as angústias ligadas a esse mundo e a nossa condição humana presente passar.

III. O Contraste entre o presente e o futuro, 8.18-25 Vemos aqui claramente uma exposição do contraste entre o presente e o futuro, a vida terrena e a vida num estado de glorificação. 1. O Sofrimento presente e a Glória futura v.18 Os sofrimento do tempo presente. É a nossa condição atual, salvos, mas ainda no corpo corruptível, nessa militância sofremos, no mundo que faz oposição a tudo o que é de Deus, somos ainda fracos e sujeitos a pecar. Não entendemos ainda tudo plenamente por causa da limitação. Mas a glória que há de ser revelada em nós é antagônica. Não há comparação entre o presente de sofrimento e o futuro de glória. Portanto a obra começada por Deus em nossa vida se cumpre no futuro, nossa fé deve olhar sempre o futuro. 2. A Criação no presente e no futuro v.19-22 Essa glória futura é também aguardada por toda a criação que também caiu junto com o homem. Vemos em Gênesis que após a queda do homem a terra começou a produzir ervas daninhas, (Gn 3.18), portanto, a natureza também aguarda a manifestação dos filhos de Deus. Vemos que o homem é o centro da criação e quando ele cai de sua posição, Deus submete a natureza a essa mesma situação. Mas ela com a plenitude de Deus na vida do homem, será também redimida da sua posição de decadência. Toda a criação geme. Exprime a necessidade de libertação da posição em que foi submetida. Vivemos em um mundo caído, que não é a expressão da vontade de Deus em sua criação. No futuro está garantido o restabelecimento de toda a criação. 3. A Expectativa nos Filhos de Deus v.23 Não apenas a natureza, mas os filhos de Deus também gemem nessa expectativa de ver em si toda a promessa redentora concluída. Aponta para a glorificação que se concretizará na ressurreição dos nossos corpos. v.24, 25 Nessa esperança fomos salvos. A ressurreição é sem dúvida a maior esperança do cristão, pois, é por meio dela, que segundo as Escrituras, viveremos plenamente o propósito para o qual Deus nos criou. A esperança da ressurreição é inseparável da fé cristã.

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IV. A Salvação Plena, v.26-30 Veremos claramente nessa passagem a obra salvadora em todos os tempos, nós que somos criaturas sujeitas ao tempo, vivemos o tempo presente da salvação que é o período em que o Espírito Santo efetua, opera em nossas vidas, mas essa, é apenas uma etapa de um plano eterno de Deus. v.26 A assistência do Espírito. Nos assiste em nossa fraqueza, O Espírito Santo é Deus em nós efetuando a salvação no tempo presente, é a santificação. Nossa fraqueza não é um ou outro problema específico e sim a nossa humanidade. Somos de todo fraco, por isso precisamos da ajuda o Espírito Santo. Por essa fraqueza nem orar sabemos como convém então temos sua ajuda. v.27. A intercessão perfeita, assim é a intercessão do Espírito, segundo a vontade de Deus v.28. Esse é um dos versículos mais conhecidos das Escrituras. Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Vemos a soberania e o cuidado de Deus sobre os chamados. Deus trabalha em todas as coisas para que seu propósito se cumpra na vida dos chamados. E como Ele é Senhor de todas as coisas, soberanamente cumprirá absolutamente seu propósito. v.29 O processo de salvação: a. aos que de antemão conheceu, está aqui em foco uma escolha antecipada de Deus, não é simplesmente conhecer, porque Deus conhece a todos e a tudo. b. Predestinou – para serem conforme a imagem do seu Filho. Está determinado que o salvo seja conforme a imagem de Cristo que é o primogênito de muitos irmãos. Portanto, o resultado final na vida de todo salvo será maravilhoso. c. v.30 Chamou, o chamado é a efetivação da salvação na vida do homem, quando Deus no tempo faz com que o homem participe daquela obra eterna de salvação existente. É o momento em que o próprio Deus chama e desperta o homem. “as minhas ovelhas ouvem a minha voz” (Jo 10.27). d. Justificou, declarou justo, a justificação é a declaração de justiça de Cristo imputada ao pecador, a partir daqui o homem passa a gozar da paz com Deus, 5.1. Aqui toda a culpa do pecado é cancelada, todos os pecados são perdoados. e. Glorificou, é o propósito final da salvação: a glorificação. O homem de forma plena será revestido de glória – é a concretização da predestinação para sermos semelhantes a Cristo. Obviamente que o homem jamais será divino. O homem sempre será homem, mas será homem pleno, conforme o plano de Deus. Nessa ordem progressiva da salvação pode parecer faltar algo: a santificação, que é o tempo presente que vivemos, é a militância cristã ainda numa condição de fraqueza e limitação. Mas esse tempo já fora citado nos versículos 26 -28. Tempo esse que contamos com a operação presente e eficaz do Espírito Santo em nossas vidas, sem a qual seria impossível vivermos para Deus.

V. Invencíveis e Inseparáveis do amor de Deus, v.31-39 Sem dúvidas que essa é uma das passagens mais maravilhosas das Escrituras, é uma declaração contundente da segurança que gozamos na posição de salvos por Deus.

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v.31 Se Deus é por nós quem será contra nós? É uma pergunta baseada na declaração anterior, no plano de salvação, diante disso, nada pode ser contrário ao plano de Deus. Afinal de Contas o plano é de Deus que é soberano. Obviamente que nada pode frustrar o plano eterno de Deus, absolutamente nada. v.32 não poupou seu próprio filho. Deus levou às últimas conseqüências o seu plano redentor, deu aquilo que tinha de mais valor, por isso também nos dará todas as suas promessas aqui mencionadas. v.33 Que acusará os eleitos? Deus é quem os justifica. Não há mais espaço de acusação na vida dos salvos, se o juiz de todo o universo os declara justos, assim é. Vemos aqui que o serviço de satanás de acusador também não tem mais eficácia sobre os salvos. v.34 Quem os condenará? “não há mais condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus” 8.1. Aqui Jesus é o nosso intercessor, como o Espírito Santo é também nosso intercessor em v.27. Jesus morreu e ressuscitou para cancelar a condenação que era certa sobre o homem, ele nos substituiu, o preço já foi pago, não há mais condenação, isso é justiça de Deus. Jesus está a direita de Deus, é aquele que reivindica que a justiça seja estabelecida nos seus, ele é o nosso advogado, (1Jo 2.1). v.35 Quem nos separará do amor de Cristo? Será a tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada? Obviamente que absolutamente nada pode nos separar do amor de Cristo. A obra de salvação é algo definido e determinado, é Deus quem faz, portanto não pode haver interferência de qualquer outro fator. v.36 As dificuldades desse mundo é algo que é tanto compatível com a vida cristã como é comum a nós. Sofrer e morrer por Cristo é algo normal para os herdeiros do reino. v.37 Mas em todas essa situação somos mais que vencedores por aquele que nos amou. Nossa vitória está em Cristo. Precisamos levar em conta o seguinte: Vitória para o homem pode ser uma coisa, para Deus é outra. A maioria pensa que vitória são as honras, a prosperidade, a resolução dos problemas, mas para Deus nem sempre é isso. A vitória é simplesmente a fidelidade a Ele o Senhor. Quando sofremos e somos fiéis a Deus isso é uma vitória, quando nos falta algo e somos fiéis a ele, isso é uma vitória. Não temos o direito de inverter os valores do reino de Deus para se adequar às nossas vontades. V,38, 39 Vemos aqui uma lista de fatores que aparentemente podem nos oferecer riscos: morte, vida, anjos, principados, coisas do presente, coisas do futuro, poderes, altura, profundidade, ou qualquer outra criatura. Nada disso tem poder de nos separar de Deus. Deveríamos entender esse texto como uma realidade para nós, mas o que vemos abundantemente são afirmativas contrárias a essa. Na boca de tantas pessoas a salvação e a obra de Deus é algo muito frágil e que a qualquer momento pode se perder, e não poucas vezes é proclamada uma excessiva fragilidade dos salvos, que segundo essas pessoas, correm riscos e inseguranças o tempo inteiro e por mínimas coisas, até parece que possuem outro livro que não seja a bíblia. Temos de fato segurança total – essa é uma garantia de Deus.

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Plano de Aula 10 Capítulo: 09 Tema: A Soberania de Deus Assunto: Vemos nesse capítulo o modo em que Deus opera sua vontade e o seu chamado, nunca dependerá de alguém, mas apenas de si mesmo, da sua vontade soberana de criador e de redentor.

I. Os privilégios concedidos aos israelitas não redundaram em salvação, 9.1-5

Deus concedeu muitos privilégios aos israelitas mas esses mesmos não foram suficientes para os salvar, pois, a salvação independe desses fatores. 1 . O amor de Paulo pelos seus compatriotas, v.1-3 O apóstolo Paulo testemunha aqui a respeito de uma tristeza que tinha em seu coração: era a posição de incompreensão do seu povo diante daquilo que Deus já havia realizado através deles. Vemos aqui no versículo 3 que Paulo se identifica com Cristo no que diz respeito ao seu amor sacrificial: Assim como Cristo amou a ponto de ser amaldiçoado por nós, Paulo também se expõe e desejaria ser amaldiçoado em favor do seu povo, os judeus. De fato é uma identificação com o grande amor de Cristo. 2. Os privilégios concedidos a Israel, v.4, 5 a. Deles é a adoção, (Jr 31.20, Os 11.1) O próprio Deus tratava a Israel como filho, dessa forma revelando o seu amor e o seu cuidado de Pai. b. deles é a glória divina, Israel já estava habituado a ver a glória de Deus como no Egito, na ocasião do êxodo, no deserto, as maravilhas presenciadas, no Tabernáculo, quando a glória de Deus se manifestou visivelmente, etc. c. as alianças, A aliança com Abraão, com Moisés no Sinai, com Davi, e várias alianças foram feitas com os israelitas. d. a concessão da lei, é a lei dada a Moisés e que realmente foi um grande legado ao povo, de forma que foram regidos pela lei durante sua existência. e. a adoração do templo, o culto, os rituais, tudo isso foi dado por Deus , todo o serviço sagrado, todo o cerimonial do templo. f. as promessas, há muitas promessas de Deus para seu povo dentre essas a maior seria a promessa messiânica. g. os patriarcas, a partir de Abraão, Isaque, Jacó e seus filhos, é que vem os hebreus e o próprio Cristo. Está através dos patriarcas está traçada a linhagem humana de Jesus o Cristo,

II. A Escolha Soberana de Deus, v.6-29

1. A promessa de Deus não falha v.6 Pode-nos parecer que ouve uma falha no plano de Deus(na promessa, na palavra), diante de tantos privilégios o povo não respondeu à altura. Mas Deus não falha, não era, seu plano se desenrola perfeitamente mesmo diante das falhas

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humanas. Nem todos os israelitas fazem parte do povo de Deus: portanto está muito claro que nossa posição diante de Deus não é definida a partir da raça, da genealogia, da ascendência, mas depende de outro fator. – Deus executa seu plano perfeito inclusive através de pessoas imperfeitas. 2. Isaque o filho da promessa, v.7-9 v.7 Nem todos os descendentes de Abraão são considerados filhos de Deus. Os filhos de Abraão a partir de Isaque é que seriam considerados os filhos de Deus. Isa é o filho da promessa de Deus e não natural. Então a descendência que faria parte da promessa de Deus era a descendência de Isaque. v.8, 9 Então os verdadeiros descendentes a quem pertenceriam as promessas de Deus não são os naturais, mas os da promessa. Esses descendentes da promessa ou filhos de Isaque foram providos por Deus e não pelo homem. (Gl 4.28). Devemos levar em conta que a promessa de um filho a Sara foi feito quando ela e seu esposo Abraão eram já de avançada idade, e ela estéril, então é nessa circunstância que Deus promete um filho e toda uma descendência. Portanto, em Isaque que foi dado por Deus, foi traçada a descendência da promessa. 3. A escolha de Jacó, v.10-16 Passamos a ver a escolha de outro patriarca: Jacó, que estava sob as mesmas condições de seu irmão Esaú que era o primogênito, mas foi Jacó e não Esaú o escolhido. v.10 esse também é um caso tomado por Paulo para exemplificar o modo de escolha de Deus. Isaque e Jacó eram filhos do mesmo pai, tinham a mesma ascendência e naturalmente sobre eles recairia obviamente os mesmo privilégios, mas não foi assim. v.11-13 Antes que os gêmeos nascessem ou fizessem coisa boa ou má – para que se cumprisse o propósito de Deus a respeito da eleição – Deus disse: “o mais velho servirá ao mais novo” (Gn 25.23) – “Amei a Jacó e rejeitei Esaú” (Ml 1. 2, 30). Concluímos o seguinte: a. O texto nos revela claramente a respeito da escolha de Deus – Eleição - Deus tem um propósito, então ele escolhe as pessoas para que seu propósito seja estabelecido. Vemos que Deus realmente tem o direito de escolher, ele é Deus, é criador e é redentor. Muitos de nós achamos que Deus não pode escolher, sendo que nós mesmo fazemos escolhas, escolhemos um em detrimento de outro para vários propósitos. b. A escolha de Deus não está baseada na pessoa que escolhe e sim unicamente em si. O texto nos diz: “antes que nascessem”, “antes de fazerem o bem o o mal”, portanto, nossas atitudes não são levadas em conta, a eleição de Deus é antes de qualquer obra, pois seu plano não pode ser estabelecido na capacidade do homem que é imperfeito, mas apenas na sua vontade. c. A escolha de Deus não está baseada na obra humana, “Não por obras mas por aquele que chama” não há obras que possa motivar a escolha de Deus, o homem não pode comover ou influenciar uma atitude de Deus, o homem é imperfeito, e Deus e o seu plano é perfeito.

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d. Em que Deus se baseia? Apenas nas sua própria vontade. E se de fato Deus escolhesse a partir das atitudes e das obras dos homens, ele na verdade não escolheria nem um sequer, porque todos pecaram, TODOS. v.14, 15 Será Deus injusto por escolher dessa forma? É o que muitos dizem, mas Deus jamais será injusto, muito pelo contrário ele é justo. Outra afirmativa categórica e que impressiona: “terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia, e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão” (Ex 33.19) - vemos aqui mais uma vez que a decisão de Deus não depende de ninguém e é exatamente o que diz o versículo seguinte. v.16 “não depende do desejo ou do esforço humano” isso é graça, não vem de merecimentos, vem apenas da decisão de Deus. Quem recebe esse benefício, recebe uma graça, graça é algo que não se compra, não se alcança, não se conquista, é um presente. 4. Acerca de Faraó, v.17, 18 Vemos aqui que o propósito na vida de Faraó era diferente: Se Deus escolhe uns, deixa de escolher outros, se exerce misericórdia com alguns, deixa de exercer com outros. Faraó aqui é um modelo de pessoa para quem Deus não exerceu sua misericórdia e graça, mas pelo contrário, ele foi endurecido para o o propósito se cumprisse: Deus mostrou seu poder. Deus portanto, é glorificado na vida dos agraciados mostrando seu amor e também na vida dos não agraciados mostrando sua justiça. 5. Vasos de honra e vasos para desonra, v.19-23 v.19 Por que Deus nos culpa diante disso? Quem resiste sua vontade? Diante da afirmativa acima de que Deus escolhe independentemente de nossas ações, como então poderemos ser culpados? A culpa do homem vem pelo pecado, e todos pecaram, todos são culpados independente de qualquer coisa. A graça é salvadora, a ação de Deus é para salvar, pois na condição de condenação, o homem já nasce nela. O homem nasce condenado pelo pecado, e pode ser agraciado com a obra salvadora. E de fato não como resistir sua vontade. Deus é soberano e não há como fugir dos desígnios de Deus, ao homem isso se torna impossível. v.20, 21 Será que podemos questionar a Deus? O homem não tem o direito de questionar a Deus, a criatura não tem condições de questionar o criador, nem ao menos compreendemos os seus desígnio e propósitos, temos uma grande limitação em relação a Deus e ao seu propósito, essa limitação é exatamente uma decorrência do pecado que atua no homem. Deus certamente como criador tem o direito de fazer do mesmo barro vasos para honra e vasos para desonra. Ele é Deus soberano. v.23, 23 Deus suporta com paciência os vasos de desonra e mostra neles a sua glória, a exemplo de Faraó, e são para condenação. Mas por outro lado mostra a riqueza da sua glória através dos vasos para honra. Esse são preparados ou escolhidos de antemão para esse propósito.

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6. Deus chama dentre judeus e gentios, v.24-29 v.24-26 Deus escolhe pessoas dentre o gentios, sua escolha não está restrita a uma raça. Ou a qualquer outra coisa que não seja sua vontade. E esse plano já era demonstrado no Antigo Testamento quando Deus diz: “chamarei meu povo a quem não e meu povo; e chamarei minha amada a quem não é minha amada” (Os 2.23) e também (Os 1.10) nesses texto é declarado que a escolha de Deus não tem barreiras. É uma menção clara dos povos gentílicos que também fazem parte do plano salvador de Deus. v.27-29 Mesmo dentre os judeus Deus escolhe, ou seja,. Não quer dizer que os judeus tem garantia de eleição pelo fato de ser judeu, absolutamente não. Israel estava afastado do plano de Deus, mas havia um remanescente fiel a Deus. II.A incredulidade de Israel, e a fé dos gentios 9.30-33 v.30 Os gentios não buscava justiça receberam justiça através da fé. Vemos que a graça para os gentios não veio através de uma busca por parte do homem. Mas Deus veio de encontro e o evangelho foi pregado aos gentios gerando assim a vontade de Deus. v.31 Israel buscava justiça através da lei não alcançou. Não é uma decisão humana a justiça imputada é uma obra exclusiva de Deus, sem o esforço ou vontade humana como vimos. v.32 Não é por obras, mas senão pela fé. Lembramos que a fé é uma obra de Deus realizada no homem, vimos que fé é uma resposta a um chamado pessoal de Deus ao homem. Vimos também que fé é um resultado (fruto) da palavra de Deus (que é a semente) plantada no homem. O homem que responde com fé a Deus, demonstra que Deus tem trabalhado em sua vida. Os judeus tropeçaram naquilo que era fundamental: Jesus. v.33 Jesus é o ponto fundamental e central da obra salvadora.

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Plano de Aula 11 Capítulo: 10 Tema: O Caminho da Fé Mediante a Palavra Assunto: Vemos neste capítulo que Israel que buscava uma justificação por meio da lei, não a encontrou, por outro lado os gentios que não a procurava, recebeu através da pregação. Vemos abundantemente nesse capítulo o modo que Deus escolheu pra fazer conhecido o seu plano: A pregação do Evangelho que gera a fé salvadora. I. Israel não teve entendimento do modo de justiça de Deus, 10.1-3 O apostolo expressa seu grande desejo: a salvação do seu povo, os judeus. E foi dito que os judeus tinham o zelo, mas sem o entendimento, ou seja, tinham boa vontade, se esforçavam, mas sem entender o que Deus queria. Podemos declarar que zelo, esforço, boa vontade, não mudará jamais a condição humana diante de Deus. Ao homem é necessário entender a vontade de Deus, pois, ela o transforma. A salvação certamente é o resultado de uma revelação de Deus ao homem, mas contudo, que gera entendimento, compreensão da vontade e do plano salvador. Desconheceram a justiça de Deus e estabeleceram a própria. Mas uma vez esta aqui exposto a Lei e a Graça. Os judeus preferiram a lei e queriam se justificar por meio dela, a religiosidade e a arrogância os cegou. Mas a graça, eles desconheceram. II. A finalidade da Lei, 10.4, 5 O fim da lei é Cristo, obviamente que o termo fim da lei, na verdade não se refere ao termino da lei, mas sim finalidade, “De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de

que fôssemos justificados por fé.” Gl 3.24. Sem duvidas que esse é o serviço principal da lei mosaica, levar, preparar o homem para Cristo, e a justificação cabe apenas a Jesus. Mas se alguém busca uma justificação por meio da lei, viverá pela lei, deverá cumprir tudo o que ela manda, e isso já vimos que é uma tarefa impossível ninguém será justificado mediante a lei. III. A justiça decorrente da fé, 10.6-11 Se pela lei não haverá possibilidade de justificação, a fé se torna o caminho proposto por Deus. Não diga em teu coração. Existem afirmativas e atitudes que são incoerentes com a justiça mediante a fé. A primeira incoerência “Não perguntes em teu coração, quem subira ao céu? Isto e, para trazer do alto a Cristo”. Duas coisas estão aqui bem claras: Quem subirá. uma ação humana em relação a salvação. Para trazer a Cristo. Como se ele não tivesse ainda encarnado. A segunda incoerência ligada a ressurreição de Cristo: “Quem descera ao abismo para trazer Cristo dentre os mortos. Mas uma vez esta explicito a ação humana no que diz respeito a salvação e é uma afirmativa contrária, pois, afirma que Jesus não ressuscitou. Por esse motivo nos exorta as Escrituras: “Não diga em teu coração”. Afirmativas contra a fé. As afirmativas decorrentes de fé sempre estarão ligadas a Palavra, como diz o versículo 8: “A palavra esta perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos.”

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1..A base da fé salvadora. Portanto a base da fé salvadora é o evangelho que revela Jesus e sua obra, conforme 10.17, é a própria palavra que opera essa fé salvadora no interior do homem. E um trabalho divino no homem. 2..A ação da fé salvadora. a..Confissão ou profissão de fé, há uma confissão do senhorio de Cristo na vida dessa pessoa que crê, essa confissão é o resultado de uma obra em seu interior. b..Crença na ressurreição de Cristo, a fé na ressurreição de Cristo é fundamental no que diz respeito a salvação; 4.2 nos diz que Cristo ressuscitou para nossa justificação. A crença em Cristo ressurreto implica em muitas outras coisas como sua encarnação, sua vida, sua obra expiatória. Dessa forma fica claro que não há salvação sem a crença na ressurreição. O versículo 11 conclui dizendo que todo aquele que nele crê não será confundido, realmente a fé e o ponto fundamental é o único elo possível entre o homem e a graça de Deus, e realmente o que faz a diferença. IV. A Salvação vem pela Pregação, 10.12-21

1. Não há distinção de povos, Deus não faz acepção de pessoas e o modo de justiça é apenas um para judeus e gentios: Através da pregação do evangelho que gera a fé salvadora. Rico para com todos os que invocam o nome do Senhor. Fica claro que essa busca, essa invocação é um resultado da pregação do evangelho que apresenta Jesus como o Senhor e Salvador. Essa invocação é uma operação da fé salvadora, é o resultado de uma operação no interior.

2. O processo de evangelização, 10.14-17

Vemos claramente que a pregação do evangelho é o instrumento usado por Deus para salvar o pecador. O evangelho é a espada do Espírito. O evangelho é a semente que faz gerar a fé salvadora no interior do homem. O evangelho desperta aqueles que dormem. Mas para que esse processo aconteça pessoas devem ser enviadas para pregar o evangelho, daí se desencadeia todo o processo que começa com o envio e culmina com a confissão que é o exercício da fé.

a. Enviar b. Pregar c. Ouvir d.Crer e. Invocar

v.10 E a fé vem pela pregação pela palavra de Cristo. É a semente geradora da vida de Deus. Na parábola do semeador, a palavra proclamada é chamada de semente, pois ela tem o potencial de gerar a vida espiritual no homem. Mais uma vez fica bem claro que a fé é um trabalho de Deus no homem. A fé é a resposta do homem ao chamado pessoal e íntimo do Senhor.

3. Diante da pregação como reagiu Israel e como reagiram os povos gentílicos?

O povo de Israel ouviu exaustivamente a pregação do evangelho, mas isso não redundou em salvação de um modo geral para a nação. Mas por outro lado os gentios que estavam longe foram aproximados pela pregação do evangelho.

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Plano de Aula 12 Capítulo: 11 Tema: O Plano de Deus para Israel Assunto: Esse capitulo nos revela algo que de certa forma nos causava um incomodo ou duvidas: A situação de Israel. Porque Israel não aceitou a graça, será que um dia eles converterão? Se isso ocorrer quando se Dará? Essas perguntas são respondidas de uma forma satisfatória nesse capitulo. I. Israel e a Graça, 11.1-10 É certo que na continuidade do plano eterno salvador, Israel entrasse em um novo período: a graça. Mas não foi isso que ocorreu pelo menos de um modo geral. Paulo alega que Deus não rejeitou a Israel. v.1, 2. Deus não rejeitou o seu povo a quem elegeu, o plano eterno de Deus continua vigorando, mas por causa do endurecimento causado pela religiosidade, a nação de Israel como um todo não entrou nesse novo período, mas apenas aqueles que foram alcançados pela graça. Inclusive devemos lembrar que os primeiros cristãos eram da linhagem judaica. Esse é o remanescente de Israel. v. 3-5. Há uma citação do AT, a respeito de Israel e Elias que se achava o único devoto que tinha sobrado em Israel, e Deus lhe responde que haviam sete mil homens que ainda não se dobrara diante de baal. I Re 19.10-18. Se a nação se corrompeu, havia sete mil que era o remanescente fiel a Deus. Do mesmo modo em todos os tempos ouve um remanescente segundo a eleição da graça que representa toda a nação. v.6-10. Portanto o modo de Deus agir e salvar é sem dúvidas pela graça. Israel buscava e não consegui, porque buscavam uma justiça que provinha das obras da lei, Dessa forma , foram endurecidos, mas não todos, pois há um remanescente. E a nação de Israel permaneceu na incredulidade – foram endurecidos -. Esse endurecimento por parte de Israel é explicado com citações do AT: (Is 29.10; Sl 69.22, 23). O texto de Isaias aponta para um endurecimento causado por Deus (seria apenas um endurecimento inconseqüente causado por Deus, ou foi uma resposta divina a sua obstinação pela vida religiosa desaprovada) Acredito que foi uma resposta de Deus a obstinação de Israel. Deus lhes deu espírito de entorpecimento e olhos para não verem. II. O Futuro de Israel, 11.11-15 v.11. Será que essa prostração de Israel como nação em relação a graça é definitiva? Paulo responde que não, mas é claro que abre-se um parêntese na história, de modo que Israel tenha cumprido o seu papel no plano de Deus para que a salvação, a graça tomasse uma amplitude universal. Porquanto, os gentios são alcançados. v.12-15 A transgressão dos judeus se tornou em riqueza, ou seja, seu endurecimento ou tropeço abre a porta para os gentios ( Jô 1.12). E Paulo afirma: O que causara a sua plenitude, ou a sua restauração. Já que os judeus foram colocados em ciúmes em relação aos gentios, Paulo dizia provocar emulação em

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seu povo para que alguns cressem, ou seja, eles olhariam para os gentios e para o manifestar de Deus em suas vidas, e conseqüentemente buscariam o mesmo. Paulo reafirma que a rejeição de Israel causou a reconciliação dos gentios, então o que será o resultado da restauração de Israel, senão vida dentre os mortos. É certamente uma alusão a ressurreição dos mortos por ocasião da vinda do Senhor, dessa forma poderemos concluir que a restauração da fé da nação de Israel está relacionado com os eventos escatológicos. III. A União de Judeus e Gentios, 11.16-24 V.16. Se forem santas a raiz...as primícias...é uma referência clara aos patriarcas, por onde Deus começa a traçar uma linhagem para formação do seu povo. Toda a árvore será santa se assim for a raiz. v.17. Ramos quebrados, são os judeus que se mantiveram endurecidos, incrédulos ao evangelho. Oliveira brava que foi enxertada, são os gentios que foram unidos a Deus por meio da fé, participa agora da mesma seiva da raiz que é santa. Há apenas um meio, um plano de salvação. v.18-24. Dessa forma é inútil toda a vangloria, pela incredulidade os judeus foram cortados, e os gentios unidos através da fé. Deus usou seu rigor com os judeus cortados e sua bondade para com os gentios crentes. IV. O Desfecho do Plano de Salvação, 11.25-32 v.25-28 O endurecimento de Israel durará até que chegue a plenitude dos gentios, esse é um tempo em que a obra de salvação entre os gentios será completada. Dessa forma, portanto, os judeus serão salvos. Essa é aliança de Deus com os patriarcas judaicos. Haverá um despertamento dos judeus. v.29. Os dons e a vocação são irrevogáveis. Deus não se esquece de sua aliança, Deus não se arrepende, Deus não volta atrás. Aquilo que Deus dá ou determina, ele não se arrepende. v.30-32. Se os gentios foram desobedientes e alcançaram misericórdia, da mesma forma os judeus se tornaram desobedientes e alcançarão misericórdia. Deus encerra todos na desobediência, no pecado, “todos pecaram”, para usar de misericórdia tanto para judeus como para gentios. V. Doxologia, 11.33-36 Há portanto, nessa porção, da parte do apóstolo Paulo, uma exaltação a Deus pelas suas maravilhas, pelos seus atributos, pelo seu plano eterno. Fica claro que o homem certamente não poderá alcançar em seu entendimento essa riqueza da sabedoria divina. Todas as coisas procedem Dele e para Ele que é glorificado para sempre.

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Plano de Aula 13 Capítulo: 12 Tema: O Modo de Vida Agradável a Deus Assunto: A partir desse capítulo, a carta aos Romanos toma um formato diferente. Se até então era apresentada as doutrinas fundamentais da fé cristã, as questões relacionada a judeus e gentios, agora ela passa a abordar as questões mais simples do viver cristão e que deve ser observada por todos indistintamente. Esse capítulo nos mostra uma progressão possível na vida espiritual de uma pessoa: vemos o primeiro passo que é a consagração da vida a Deus (1-2); em seguida percebemos a graça de Deus doada ao consagrado, que são os dons espirituais (3-8); e por fim culmina num possível relacionamento maduro, espiritual com os irmãos e todos os homens (9-21). Daí entendemos que uma coisa depende da outra, são processos desencadeados, e sem os quais não somos trabalhados adequadamente e não ficamos prontos para Deus. I. Uma Vida Consagrada a Deus, 12.1. 2 Há aqui um rogo do apóstolo, baseado na misericórdia de Deus para que os irmãos se consagrassem a Deus. O modo era como um sacrifício santo, agradável. Essa é uma entrega total, como no A.T. um animal era dado em sacrifício, só que agora a própria vida deve ser entregue a Deus. Esse é o verdadeiro culto. v.2. A não conformação com o mundo é exigida, pois ele se opõe e é inimigo de Deus, não há compatibilidade entre a vida mundana e cristã. O mundo molda a pessoa. Transformai-vos, a conversão é sem dúvida uma transformação dos moldes do mundo para a forma de Deus. Esse molde do mundo ou a forma de Deus é feita em nossa mente, em nossa mentalidade. Nós somos aquilo que temos em nossa mente. Essa transformação a partir dos padrões cristãos nos proporcionará a experiência da vontade de Deus que é boa, perfeita e agradável, Ele como Criador propõe para nós um modo de vida superior a qualquer outro que pudéssemos planejar. II. Os Dons Espirituais, 12.3-8 Há aqui nessa porção a exposição dos dons espirituais concedidos a igreja para o desempenho do ministério v.3. Graça que me foi dada, é o apostolado recebido de Deus, sua autoridade apostólica. Não podemos ter um conceito muito elevado de nós mesmos, precisamos ser equilibrados e limitados pela medida da fé dada a cada um. Parece indicar uma capacidade espiritual para desempenhar nossa função no corpo de Cristo, já que o tema são os dons espirituais. É bem certo que esse texto é um alerta contra o orgulho em face aos dons espirituais. v.4, 5 Como no organismo humano os membros tem funções definidas e claras de forma que no corpo de Cristo ocorre o mesmo. O conjunto de todos os crentes formam o corpo de Cristo, estamos todos interligados, dependentes, trabalhando em função de um para com os outros. v.6-8 Cada um tem diferentes dons de acordo com a capacitação dada pelo próprio Deus. Podemos dizer que os dons são as funções dos membros desse

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corpo a exemplo do organismo humano. A seguir o texto especifica alguns dos vários dons espirituais: a. Profetizar, é um dos dons do NT que era bem comum no AT, principalmente pelo fato de ainda não terem as Escrituras do NT, esse dom era imprescindível. b. Servir, ou ministério, servir as pessoas.Na verdade é um dever de todos, mas é certo que alguns recebem de Deus uma condição maior. c. Ensinar, ser um mestre, instruir, aconselhar. Alguns tem uma capacidade espiritual mais elevada para ensinar as coisas de Deus. d. Exortar, chamar a pessoa para o lado com o fim de anima-la, corrigi-la, orienta-la, conforta-la, encoraja-la. e. Contribuir, capacitação superior de dar, compartilhar segundo as necessidades que se apresentam. f. Presidir, estar a frente, liderar, superintender. Aquela pessoa capacitada para ajudar os outros, proteger, dar atenção. g. Exercer Misericórdia, ajudar alguém que está atribulado, necessitado e que precisa de ajuda, está muito além de sentir misericórdia, é exercer misericórdia. III. Orientações A Respeito do Relacionamento com o Próximo, 12.9-21 Veremos a partir de agora conselhos bem práticos acerca do relacionamento com o próximo, veremos que algumas virtudes serão indispensáveis para um bom convívio, como por exemplo: amor, perdão, respeito, humildade, etc. Sem dúvidas que esse capitulo é um manual de Deus para o excelente relacionamento com o próximo. v.9, 10. O amor. O amor deve ser verdadeiro, esse amor não se agrada com o mal, apenas com o bem. Na comunidade cristã devemos amar com amor de irmão, e dar a honra ao outro, ou seja, tratar a todos com extremo respeito. v.11, 12 O Serviço. Devemos trabalhar com entusiasmo, sem preguiça, servindo a Deus com fervor. No relacionar com o próximo, se formos servos, tudo fica mais fácil porque iremos buscar o interesse do outro. A perseverança deve marcar nossa vida de serviço ao próximo e a Deus, em oração, com paciência na tribulação e com esperança. v.14 O Compartilhar. Devemos compartilhar com aquele que tem necessidade e praticando a hospitalidade. Abençoar e bendizer, mesmo aqueles que nos amaldiçoam ou maldizem. Participar da alegria e das tristezas dos irmãos. Buscando a unidade espiritual e a humildade. Deixando todo orgulho de lado, para que a comunidade seja beneficiada. Devemos fazer o bem para todos os homens, pois nossa natureza foi transformada e o mal é incompatível com o novo ser em Cristo. E se depender de nós devemos ter paz com todas as pessoas. De forma alguma a vingança pode fazer parte de nossa vida. A natureza dos outros não deve influenciar a nossa.

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Plano de Aula 14 Capítulo: 13 Tema: Uma Vida Disciplinada Assunto: Esse capítulo nos revela alguns dos nossos distintos compromissos: Com o estado, com o próximo e com o tempo que vivemos. I. Nosso Dever em Relação às Autoridades, 13.1-7 Nossa relação como o estado e com as autoridades constituídas é de respeito e submissão para o bem de toda a sociedade. v.1 Vemos aqui claramente dentro do pensamento cristão o respeito exigido às autoridades constituídas. Historicamente o cristão é pacífico, ordeiro e obediente, dessa forma contribuindo para o convívio em sociedade. O respeito à autoridade é um princípio divino e bíblico de modo que em todo lugar toda pessoa investida de autoridade dever ser respeitada. v.2 A quebra desse princípio de autoridade seria a quebra de um princípio estabelecido por Deus. v.3, 4 Segundo o texto o papel das autoridades constituídas é para o bem comum de forma que quem vive de maneira correta não tem o que temer, a menos que se pratique o mal, dessa forma as autoridades como “servos” de Deus exercem a justiça. v.5 A obediência não deve ser exercida por causa do medo, mas por conhecimento desse princípio. v.6 Os impostos são pagos para esse propósito, para que o estado tenha condições de exercer a sua função. v.7 Devemos pagar segundo aquilo que é exigido de nós, lembramos das clássicas palavras de Jesus: “Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22.21). II. Nosso Dever em Relação ao Próximo, 13.8-10 O cumprimento da lei é o amor. Segundo o evangelho amar o próximo não é uma opção, é uma ordenança, mas é certo que a prática do amor é resultado de uma vida transformada e equilibrara. Essa passagem de Romanos nos faz lembrar das palavras de Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas ( Mt 22.37-40). v.8 O versículo anterior diz que devemos pagar a todos o que é devido: imposto, tributo, respeito e honra, isso é uma obrigação nossa. Quando pagamos, a dívida termina, mas existe uma dívida que não pode jamais terminar: é a do amor, se damos amor, continuamos devendo amor, e assim tem que ser a vida. Não importa o quanto amamos, devemos continuar amando mais. Dessa forma nós cumprimos a lei de Deus. v.9 São citados preceitos da lei que na verdade é cumprido através do amor.

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v.10. O amor é totalmente benigno, apenas fará o bem, pois no amor não existe o mal. Dessa forma vemos que o amor é o caminho para o relacionamento excelente, equilibrado, não há outra forma. III. O Nosso Dever em Relação ao Tempo, 13.11-14 Precisamos discernir o tempo em que vivemos, esse texto é uma clara exposição do fim dos tempos, que segundo as Escrituras são tempos difíceis, trabalhosos, de apostasia, de esfriamento do amor, etc. Portanto, devemos ter entendimento desse tempo para sermos mais prudentes, vigilantes, cuidadosos, para que não sejamos envolvidos pelas característica já citadas que marcam essa geração. v.11 A concretização da salvação, ou a manifestação do Senhor Jesus é próxima, portanto, não podemos dormir em relação a isso. Não podemos distrair em relação a essa grande promessa das Escrituras. Dormir em relação às promessas da volta do Senhor é o não discernimento do momento, é a apatia da fé. Uma parábola do Senhor nos esclarece sobre esse assunto: A parábola das dez virgens. “E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram.” (Mt 25.5). Muitos se encontram assim: adormecidos na fé, adormecidos quanto a vinda do Senhor. O estado de sono é um estado de não percepção das coisas de Deus. v.12 Esse tempo é chamado de noite, mas é uma noite que está para terminar e o dia está muito próximo. As trevas ainda estão operando, mas o dia vem, o Senhor virá e fará justiça. Mas nós devemos nos revestir com as armas da luz, do dia. v.13 As obras da trevas devem ser abandonadas porque somos da luz. Algumas práticas pecaminosas citadas: Orgias, bebedeiras, impudicícias (imoralidades sexuais), dissoluções (depravação, libertinagem), contendas e ciúmes. v.14 Revestí-vos do Senhor, para não satisfazer esses desejos da carne. Realmente só através de uma nova postura: Revestindo- nos do Senhor e com as suas obras e nos despindo do velho homem que conseguiremos vencer os males próprios dessa época. Esse é um processo de transformação(Cl 3. 9, 10).

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Plano de Aula 15 Capítulo: 14 Tema: Meu Relacionamento na Comunidade Cristã Assunto: Nesse capítulo veremos algumas questões tradicionais que podem dividir opiniões, e nessas questões certamente precisamos de bom senso, maturidade para que o relacionamento fraternal não seja interrompido por coisas mínimas. I. Tolerância com os mais fracos, 1-12 v.1 Está aqui claro o relacionamento de uma pessoa madura e uma que é fraca na fé, e é claro que se exigirá mais de quem é maduro, o que for mais sábio deve ceder mais, entender mais, perdoar mais. Pois todas essas são características de uma pessoa amadurecida. Portanto, devemos acolher, conviver com o fraco na fé sem colocar mais empecilhos que o enfraqueça ainda mais. v.2, 3 Um crê que pode se comer de tudo. Alguém maduro saberá que o alimento não é um fator a influenciar a fé ou a comunhão com Deus, o alimento é algo material e a fé é de outra ordem. A pessoa débil lhe impõe restrições, e ela deve ser respeitada. Se Deus aceita a todos, nós devemos relacionar igualmente com todos. Devemos entender que o reino de Deus não é uma questão de comida 14.17. v.4 Não temos o direito de julgar as pessoas nessa questão de comida, bebida. São coisas que não há um mandamento especifico de forma que a liberdade nos permite agirmos do modo mais agradável, mas contudo, convivendo harmoniosamente e aceitando as diferença. Não haverá convívio de qualidade se não aceitarmos as diferenças. v.5, 6 Vemos aqui de uma forma muito clara a liberdade que temos de pensar de modo diferente em relação ao dias. Devemos lembrar que a igreja em Roma era uma comunidade mista de judeus e gentios, os judeus tinham seus dias santificados e os gentios também, tudo isso não deveria gerar problemas essa são questões de menor importância. Quem come ou não come o faz para Deus, se alguém guarda um dia ou não, para o Senhor o faz. Portanto é Deus quem julga. v.7-9 Através da fé, tudo o que somos ou fazemos é para o Senhor, e dele somos, tudo é para sua própria glória. Se morremos ou se vivemos somos do Senhor, e foi para isso que Jesus morreu e ressuscitou: para ser o Senhor de mortos e vivos. v.10-12 Dessa forma não podemos julgar nosso irmão por essa questões citadas, e muito menos desprezar as pessoas que pensam e agem de modo diferente do nosso. Um dia todos nós compareceremos diante do Tribunal de Deus. Está claro que todos deveremos prestar contas a Deus de nossas obras, será um acerto de contas. E certamente está aqui em foco um julgamento de salvos, pois, inclusive prestarão louvores a Deus. Esse tribunal onde comparecerão os salvos também é citado em II Co 5.10 “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.”

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II. Amor e Liberdade, 14.13-23 Vemos claramente que através do amor se respeita a liberdade. v.13 Não colocar tropeço ou obstáculo. Não temos direito disso, e nem ao menos de julgar o nosso irmão, do contrário poderemos impedir o progresso daquele que é mais fraco. v.14-16 Nenhuma coisa é de si mesma impura. Nossa vida espiritual nem poderá ser ajudada ou prejudicada por questão de alimentação. Mas se alguém acha que algum alimento é impuro, para esse tal será. É uma questão de consciência. Mas nem pó isso tenho o direito de entristecer alguém por esse motivo. Se algo é bom para nós, que não seja motivo de maledicência. V.17 O Reino de Deus. Nesse texto fica estabelecido o que é pertencente ao Reino de Deus e o que não pertence. Comida e bebida não é um assunto do Reino, são coisas naturais, materiais e não deve influencia as coisas espirituais. Os valores do Reino são: justiça, paz e alegria no Espírito Santo. Não podemos perder o foco dos verdadeiros valores por coisas de menor importância. Nossas comunidades são freqüentemente perturbadas por coisas desse tipo, e certamente é um sinal de imaturidade e da falta do amor, e somente em amor é que poderemos aceitar e tolerar aqueles que são diferentes. v.18 18-19 É com essa mentalidade que devemos servir a Cristo, ele aceitará nosso serviço e também seremos aprovado pelos homens. Eis um caminho: as coisas da paz e da edificação, devemos buscar esse modo superior de relacionamento. v.20, 21 A obra de Deus não pode ser destruída ou perturbada por causa dos caprichos de alguém. Podemos comer de tudo, mas se alguém acha que é errado, devemos respeitar a sua consciência para não lhe causar escândalo. Quando sou elevado a um modo superior de relacionamento posso me conter e não fazer determinada coisa só por causa do meu irmão. Quem é mais sábio cede mais. Devemos discernir a estatura espiritual de cada um e nos adequar a eles para o bem da comunhão. v.22, 23 A fé que tens. É a sábia consciência de que o que está fazendo não é pecado, aquele que não possui essa sábia consciência duvida de algumas coisas e quando as pratica sua consciência o julga culpado, de fato, dessa forma o pecado aparece.

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Plano de Aula 16 Capítulo: 15 Tema: O Exemplo de Cristo e Os Planos de Paulo Assunto: Esse é um extenso capítulo e que aborda temas diferentes, em primeiro lugar Cristo é tomado como o exemplo de amor e altruísmo. É exposto também características do ministério de Paulo, seu serviço para os santos em Jerusalém e seu desejo de ir a Espanha e a Roma. E por fim pede orações para que a soberana vontade de Deus se cumpra. Esse é um capítulo em que ele abre o seu coração e compartilha dos seus desejos. I. Devemos Imitar a Cristo em seu Exemplo 15.1-13 Jesus é o nosso modelo de pessoa, inclusive no que diz respeito ao relacionamento interpessoal. Seu amor, compaixão e compreensão pelas pessoas derrubavam qualquer barreira para o relacionamento. v.1, 2 Devemos suportar os mais fracos, ajudá-los em suas fraquezas. A idéia aqui é de alguém maduro e alguém inexperiente, a responsabilidade maior para um bom relacionamento é daquele que é maduro, pois dele se espera mais. Nesse relacionamento o propósito não é nos agradar a nós mesmos, mas sim fazer aquilo que for bom para a edificação. v.3-6 Cristo é tomado como exemplo de alguém que não tinha como propósito agradar a si mesmo, dessa forma, Ele e suas atitudes se tornam modelos para nós. Precisamos, portanto, exercer o mesmo sentimento que ouve em Cristo em relação ao próximo, Ele é o nosso parâmetro no que diz respeito a relacionamentos. Consequentemente em unidade poderemos glorificar a Deus Pai. Nosso louvor está na atitude de uma consciente e excelente comunhão no corpo de Cristo. v.7 Acolhei-vos uns aos outros como Cristo nos acolheu. Acolher é aceitar, relacionar, compartilhar, Cristo fez isso conosco e não havia méritos em nós, éramos pecadores, inimigos de Deus, mas Ele nos aceitou. É dessa forma que nós de igual modo devemos também aceitar as pessoas sem impor restrições ou empecilhos. Na verdade não há em nós condições de fato de rejeitar uma pessoa seja ela quem for, a situação de todos era semelhante: de pecadores. Por isso nosso papel é acolher, dessa forma estaremos glorificando a Deus. v.8 Cristo se tornou servo dos judeus para que a promessa de Deus feita aos patriarcas se cumprisse e mostrasse a sua fidelidade. v.9 E os gentios também iriam glorificar a Deus porque a salvação começou com os judeus mas era propósito alcançar também os gentios que glorificam a Deus pela sua misericórdia. v.10, 11 São citações do Antigo Testamento que mostram a atuação de Deus nos povos gentílicos, (2Sm 22.50; Sl 18.49; Dt 32.43; Sl 117.1). v.11 Uma profecia sobre o messias que também governaria sobre os gentios, (Is 11.10). v.12 O autor exprime seu desejo em relação aos romanos: O Deus que dá paz vos encha de alegria e paz através da fé Nele para que a esperança aumente por meio de um operar do Espírito Santo.

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II. O Ministério de Paulo, 15.14-21 Nessa porção Paulo revela algumas características do seu ministério. V.14-16 Paulo estava certo de que os romanos estavam cheios de bondade e de conhecimento, de forma que eram capazes de admoestarem, ou aconselharem uns aos outros. Paulo então os relembra de assuntos vitais para o bom relacionamento entre os irmãos, ele próprio sentia essa liberdade por causa de sua autoridade apostólica para com os gentios. Características do Ministério de Paulo Ministério Sacerdotal v.16 Ministro de Cristo com o dever sacerdotal de pregar o evangelho, seu ministério era sacerdotal, de forma que seu emprenho em relação as pessoas era de extremo zelo e dedicação. Então ele se empenhava para que os gentios fossem apresentados a Deus como uma oferta agradável, à exemplo de um sacerdote do Antigo Testamento que oferecia ofertas ao Senhor. Ministério Poderoso v.17-20 Sua glória estava apenas em Cristo e na obra realizada em sua vida por meio de Cristo, e Paulo entendia que era um instrumento para conduzir os gentios a Cristo, dessa forma o poder de Deus se manifestou ricamente em sua vida através de palavras e obras, sinais e prodígios do Espírito Santo. Desse modo o alcance geográfico do seu poderoso ministério foi enorme: de Jerusalém ao Ilírico. Ministério Pioneiro v.20-21 Ele se esforçava para pregar onde o evangelho de Cristo ainda não tinha sido anunciado. Não buscava as facilidades, mas realmente fazia um trabalho de base fazendo o nome de Cristo conhecido. III. Os Planos do Apóstolo, v.22-29 Paulo aqui revela seu plano, principalmente em relação a um novo campo: a Espanha e em relação à Roma. v.22 Pelo fato de seu ministério possuir um caráter pioneiro, então ele sentiu-se impedido de chegar até lá, pois em Roma o testemunho de Cristo já era abundante contando inclusive com uma grande comunidade cristã a quem Paulo destina essa carta. v.23 Mas diante do fim da sua tarefa evangelística na área em que sempre trabalhou, segundo seu entendimento abriu-se a oportunidade de conhecer a igreja em Roma. v.24 Mas desejaria ir à Roma apenas de passagem, pois seu objetivo era a Espanha, então nessa viagem para a Espanha queria desfrutar por algum tempo da companhia dos Cristãos de Roma. v.25-27 No momento em que escreve essa carta, ele estava em Corinto, aguardando a oferta das igrejas gentílicas para levar aos santos de Jerusalém que

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passavam por muitas necessidades. Se os gentios participaram dos valores espirituais dos judeus, agora deveriam contribuir para ajudá-los em suas necessidades. v.28-29 Só então depois de entregar essa oferta em Jerusalém é que ele iria à Espanha e de passagem à Roma. IV. Um Pedido do Apóstolo, 15.30-33

Ele pede a intercessão dos romanos para que estivessem lutando juntamente com ele nesses propósitos: -Para se ver livre daqueles que faziam a ele oposição em Jerusalém; -Para que o serviço em favor dos santos em Jerusalém fosse aceito; -Para que ele pudesse visitar Roma pela vontade de Deus e com a igreja compartilhar. O experiente apóstolo dos gentios, no clímax do seu ministério dá uma clara demonstração da sua humildade e dependência no corpo de Cristo. Demonstrando que está conscientemente sujeito a soberania de Deus e dependente das orações da igreja. E conclui os abençoado com a paz de Deus.

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Plano de Aula 17 Capítulo: 16 Tema: Conclusão Assunto: Nesse último capítulo dessa extensa e profunda epístola, Paulo demonstra seus laços afetivos citando inúmeras personalidades que de alguma forma faziam parte de sua vida e ministério. Ele demonstra que era uma pessoa bem relacionada, amiga, e que sabia muito bem elogiar os valores de todas essas pessoas. O grande apóstolo dos gentios tinha também um grande coração. I. Paulo recomenda a Febe v.1, 2 Paulo recomenda a Febe, serva na igreja em Cencréia em Corinto, e muito provavelmente essa “diaconisa” era quem estaria levando essa carta aos romanos. Era uma notável mulher citada como protetora de muitos e inclusive de Paulo. Portanto deveria ser recebida em Roma com distinção. II. Saudações a Áquila e Priscila v.3, 4, 5 Priscila e Áquila, cooperadores em Cristo, Paulo havia convivido com eles em Corinto e gozavam de uma grande amizade e um grupo se reunia em sua casa. III. Várias Saudações v.5-15 Aqui Paulo saúda a várias pessoas principalmente nomes totalmente desconhecidos, são elas: v.5. Epêneto, dos primeiros convertidos da Ásia; v.6 Maria, outra mulher trabalhadora; v.7 Andrônico e Júnias, parentes de Paulo e companheiros de prisão e notáveis entre os apóstolos; v.8 Amplíato, seu amigo; v.9 Urbano, cooperador e Estaquis; v.10 Apeles, aprovado em Cristo; Aristóbulo e os de sua casa; v.11 Herodião, seu parente; Narciso e os de sua casa que estão no Senhor; v.12 Trifena e Trifosa, trabalhavam no Senhor, outras notáveis mulheres; Pérside, estimada, e também trabalhou no Senhor; v.13 Rufo, eleito no Senhor; e a sua mãe, considerada pelo apóstolo sua mãe; v.14 Ansícrito, Flegonte, , Hermes, Patrobas, Hermas e os que se reúnem em sua casa; v.15 Filólogo e Júlia, Nereu, sua irmã, Olimpas e todos os santos que se reúnem com eles; IV. Saudai uns aos outros v.16 O ósculo é um costume oriental, especialmente dos judeus: um beijo na face. As igrejas também enviaram saudações à Roma. V. Paulo exorta os romanos em relação aos falsos mestres

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v.17 Aqueles que andam em desacordo com a verdade deveriam ser notados, aqueles que provocam divisões, escândalos, deveriam ser deixados de lado a bem da comunhão e da fé cristã. v.18 Esses tais não servem a Cristo e sim as suas próprias vontades e com palavras de bajulação enganam os mais simples, como sempre as pessoas menos preparadas na fé são facilmente enganadas. v.19. Paulo elogia a obediência dos romanos que era para ele um motivo de grande alegria, e o seu desejo era que eles fossem sábios para o bem e simples para o mal. v.20 O Deus que dá paz esmagará em breve satanás debaixo dos vossos pés. É a promessa de uma vitória definitiva contra todo o engano que se manifestava através da vida dos falsos obreiros. Os falsos ensinos sempre representam grave problema para a comunidade cristã que pode ter a sua genuína fé diluída a ensinos eréticos. VI. Saudações dos Coooperadores Aqui contém saudações em nome daquelas pessoas que estavam com Paulo; v.21 Saudações de Timóteo, Lúcio, Jasom e Sosípatro; v.22 O escriba, ou amanuense, Tércio também teve direito a uma saudação pessoal. Muito provavelmente que Paulo estaria sem condições de redigir a carta por motivo de enfermidades ou impedimentos devido as freqüentes prisões e torturas recebidas. Ele era culto e, portanto, sabia escrever como escrevera outras cartas, mas o certo é que aqui ele contou com a cooperação de Tércio. v.23 Sudações de Gaio e de toda a igreja reunida em sua casa, amigo e hospedeiro de Paulo. Erasto também envia saudações; vii. Doxologia Final de Paulo v.24 Aqui está a costumeira saudação final paulina v.25 “Aquele que é poderoso para vos confirmar” Deus é o que os fortalece por meio do evangelho de Jesus Cristo, a mensagem do evangelho estava oculta, mas agora revelada para que o querer de Deus se cumprisse em suas vidas. v.26 Agora o plano eterno de Deus estava manifesto por meio do evangelho que pela fé deve ser obedecido por todos os povos. v.27 “Ao Deus único e sábio seja dada glória para sempre, por meio de Jesus Cristo! Amém!” O Deus único e sábio é glorificado por meio de Cristo!

“visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo

viverá por fé”. Rm 1.17