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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO
ENGENHARIA DE PETRÓLEO
ANÁLISE DE VELOCIDADE DE DADOS SÍSMICOS COM SHELL
SCRIPTS E A INTERFACE BOTOSEIS
HELOIZY DE CARVALHO FIGUEIREDO VARELA
NATAL, RN
NOVEMBRO DE 2017.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.2
Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela ii
HELOIZY DE CARVALHO FIGUEIREDO VARELA
ANÁLISE DE VELOCIDADE DE DADOS SÍSMICOS COM SHELL
SCRIPTS E A INTERFACE BOTOSEIS
Trabalho apresentado ao Curso de Engenharia
de Petróleo da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – UFRN − como requisito
parcial para a obtenção do título de Engenheiro
(a) de Petróleo.
Orientador: Prof. Dr. German Garabito
Callapino.
NATAL, RN
NOVEMBRO DE 2017.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.2
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.2
Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela iv
VARELA, Heloizy de Carvalho Figueiredo. Análise de velocidade de dados sísmicos com shell
scripts e a interface BotoSeis 2017. 76 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia de Petróleo,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, 2017.
Palavras-Chave: Análise de velocidade. Script IVA. Interface BotoSeis. Botovelan.
Orientador: Prof. Dr. GERMAN GARABITO CALLAPINO
RESUMO
___________________________________________________________________________
Este trabalho apresenta um passo a passo de como realizar o processo de análise de velocidades
no pacote Seismic Unix utilizando o shell script IVA e a interface BotoSeis, a partir do
processamento de uma linha sísmica terrestre da Bacia do Tacutu. Este estudo tem como
objetivo principal comparar ambas as ferramentas de análise de velocidades e mostrar como
essa análise influência nas outras etapas do processamento, proporcionando ao usuário uma
análise de qual ferramenta pode ser utilizada na prática. Além disso, esta pesquisa aponta as
dificuldades atreladas aos dois métodos empregados; através da aplicação em dados reais com
baixa qualidade e baixa cobertura, demonstrou-se que a ferramenta BotoVelan apresenta maior
praticidade e eficiência e, como consequência, obtém melhores resultados da análise de
velocidade e na construção da imagem através do processo de migração sísmica.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.2
Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela v
VARELA, H. C. F. Análise de velocidade de dados sísmicos com shell scripts e a interface
BotoSeis 2017. 76 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia de Petróleo, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, 2017.
Keywords: Velocity analysis. Script IVA. BotoSeis Interface. Botovelan.
Tutor: Prof. Dr. GERMAN GARABITO CALLAPINO
ABSTRACT
__________________________________________________________________________
This work presents a step-by-step of how to perform the seismic velocity analysis process in
the Seismic Unix package using the IVA shell script and the BotoSeis interface, from the
processing of land seismic data of Tacutu basin, Brazil. The main objective of this study is to
compare the two velocity analysis tools and to show how the result of this process influences
the other stages of the seismic processing, providing the user with a detailed analysis of which
tool can be used in practice and also shows the difficulties related both tools. Through the
application in real data with low quality and low coverage it was demonstrated that the tool
BotoVelan presents greater practicality and efficiency and as a consequence obtains better
results from velocity analysis and in the construction of the image through the seismic migration
process.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.2
Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela vi
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, acima de tudo, pois, sem ele, nada disto seria concretizado.
Além disso, agradeço a toda a minha família por sempre apoiar meus projetos de estudo.
Agradeço ainda a todos os professores que tive o prazer de conhecer, principalmente,
aos do Departamento de Engenharia de Petróleo da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (DPET/UFRN) pelos ensinamentos, que levarei para o resto da vida.
Agradeço, em especial, ao meu orientador, o Prof. Dr. German Garabito Callapino,
pelos ensinamentos ministrados, pelo seu incentivo, dedicação e paciência ao longo do meu
processo de formação acadêmica, a Profa. Suzana Nóbrega de Medeiros pela oportunidade de
bolsa de Iniciação Científica e aos membros da banca examinadora por terem aceitado o convite
e avaliarem este trabalho.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.2
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SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
2- ASPECTOS TEÓRICOS ........................................................................................ 3
2.1 VELOCIDADES SÍSMICAS ................................................................................... 3
2.2 TEMPO DE TRÂNSITO HIPERBÓLICO .............................................................. 6
2.3 CORREÇÃO NORMAL MOVEOUT ..................................................................... 8
2.3.1 Estiramento .......................................................................................................... 12
2.4 ANÁLISE DE VELOCIDADES ............................................................................ 13
2.5 FERRAMENTAS PARA A ANÁLISE DE VELOCIDADE ................................ 14
2.5.1 Semblance ............................................................................................................ 14
2.5.2 Empilhamento com velocidade constante............................................................ 15
3- MATERIAS E MÉTODOS ..................................................................................... 17
3.1 DADO SÍMICO UTILIZADO PARA A ANÁLISE DE
VELOCIDADES...........................................................................................................17
3.2 O PACOTE SEISMIC UNIX, UTILIZADO NO PROCESSO DE ANÁLISE DE
VELOCIDADES .......................................................................................................... 18
3.3 SHELL SCRIPT IVA, UMA DAS FERRAMENTAS UTILIZADAS PARA
ANÁLISE DE VELOCIDADE .................................................................................... 19
3.4 INTERFACE GRÁFICA BOTOSEIS E BOTOVELAN, OUTRA
FERRAMENTA UTILIZADA NO PROCESSO DE ANÁLSIE DE VELOCIDADES
......................... ............................................................................................................. 20
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.2
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4- RESULTADOS E DISCUSSÕES..........................................................................26
4.1 CÁLCULO DA COBERTURA E ESCOLHAS DOS CMPS ................................ 26
4.2 FORMAÇÃO DOS SUPERGATHERS CDPS PARA ANÁLISE DE
VELOCIDADE ............................................................................................................. 28
4.3 ANÁLISE DE VELOCIDADE COM O SCRIPT IVA.......................................... 30
4.4 ANÁLISE DE VELOCIDADES COM A INTERFACE BOTOSEIS ................... 34
4.5 EMPILHAMENTO CMP ....................................................................................... 39
4.6 MIGRAÇÃO PÓS-EMPILHAMENTO EM TEMPO ........................................... 41
5- CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................... 44
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 45
APÊNDICES ............................................................................................................... 46
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2-1 - Variação da velocidade de rochas sedimentares com a profundidade e com a
idade..........................................................................................................................................04
Figura 2-2 -Velocidades em diferentes materiais.....................................................................06
Figura 2-3 - Representação do CMP e do CDP........................................................................07
Figura 2-4 - (a) Meio com uma camada horizontal homogênea e com o raio refletido na
trajetória SRG; (b) Curva do tempo de trânsito hiperbólico obtido com a fórmula
2.4..............................................................................................................................................08
Figura 2-5 - (a) Sismograma CMP contendo um evento refletido com𝑣𝑁𝑀𝑂 de 2264 m/s; (b)
Sismograma corrigido com o valor𝑣𝑁𝑀𝑂 correto; (c) Sobrecorreção causada pela𝑣𝑁𝑀𝑂 mais
baixa que a correta (2000 m/s) e (d) Subcorreção causada por𝑣𝑁𝑀𝑂 mais alta que a correta (2500
m/s)............................................................................................................................................09
Figura 2-6 - Meio com camadas homogêneas horizontais.........................................................10
Figura 2-7 - (a) Seção CMP com seis eventos de reflexão; (b) seção CMP com correção NMO
e traço empilhado com afastamento nulo resultante do empilhamento dos traços em
(c)..............................................................................................................................................11
Figura 2-8 - (a) Pulso ou reflexão sísmica com período T e (b) estiramento da reflexão para um
período 𝑇0, após a correção NMO..............................................................................................12
Figura 2-9 - Correção NMO e mute de uma zona estirada em uma área do dado: (a) CMPs
reunidos, (b) correção NMO e (c) mute.....................................................................................13
Figura 2-10 - Medida da qualidade do sinal (Semblance)..........................................................15
Figura 2-11 - Painel de empilhamento com velocidade constante (CVS)..................................16
Figura 3-1 - Arranjo Split-spread simétrico...............................................................................18
Figura 3-2 - Exemplo do uso dos programas do Seismic Unix em um terminal do Linux Ubuntu.
O programa sugain aplica ganho automático no dado sísmico e o programa suxwigb mostra o
dado em forma de traços wiggle...............................................................................................19
Figura 3-3 - Interface gráfica do software BotoSeis.................................................................21
Figura 3-4 - Interface gráfica do software BotoVelan..............................................................22
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Figura 3-5 - Fluxograma de pré-processamento aplicado nos dados sísmicos.........................24
Figura 3-6 - Fluxograma do processamento de dados sísmicos................................................25
Figura 4-1 - Saída ou resultado do programa surange utilizado para visualizar os parâmetros do
dado sísmico pré-processado da linha 50-RL-90.......................................................................26
Figura 4-2 - Determinação dos CDPs que serão estudados na análise de velocidade.................27
Figura 4-3 - Seção CDP e painel Semblance original.................................................................28
Figura 4-4 - Seção supergather CDP e painel Semblance..........................................................29
Figura 4-5 - Resultados do script IVA antes do processo de picking..........................................31
Figura 4-6 - Resultado do script IVA com o processo de picking corrigido de NMO..............32
Figura 4-7 - Modelo interpolado da velocidade processada no IVA..........................................33
Figura 4-8 - Seleção do arquivo de entrada com supergather....................................................34
Figura 4-9 - Aplicação de ganho no Botovelan..........................................................................35
Figura 4-10 - Parâmetros de entrada utilizados na análise realizada no Botovelan....................35
Figura 4-11 - Resultado da execução do BotoVelan: Seção CDP, Semblance e painel
CVS...........................................................................................................................................36
Figura 4-12 - Representação da seção CDP original, painéis Semblance e CVS com os pontos
selecionados no processo de picking.........................................................................................37
Figura 4-13 - Representação da seção CDP corrigida de NMO, painéis Semblance e CVS com
os pontos selecionados no processo de picking..........................................................................38
Figura 4-14 - Mapa de velocidades............................................................................................39
Figura 4-15 - Seção empilhada CMP usando o modelo de velocidades obtida pelo script.........40
Figura 4-16 - Seção empilhada CMP obtida pelo programa no BotoVelan................................40
Figura 4-17 - Migração Kirchhoff pós empilhamento com os picks efetuados no script
IVA............................................................................................................................................41
Figura 4-18 - Migração Kirchhoff pós empilhamento com os picks efetuados no
BotoVelan.................................................................................................................................42
Figura 4-19 - Colapso da difração após a migraçãoKirchhoff pós-empilhamento...................42
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Parâmetros de aquisição da linha sísmica................................................................24
Tabela 2 - Variáveis para a obtenção da Semblance no script e do painel CVS.......................30
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LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SÍMBOLOS E/OU SIGLAS
CMP – Common Midpoint
E.g. - Example
NMO – Normal Moveout
𝑣𝑅𝑀𝑆 – Velocity Root Mean Square
𝑣𝑁𝑀𝑂 – Velocity Normal Moveout
𝑣𝑠𝑡𝑎𝑐𝑘 – Velocity Stacking
CVS – Constant Velocity Stacking
SU – Seismic Unix
SEG - Society of Exploration Geophysicist
GRI - Gas Research Institute
DMO – Dip Moveout
IVA- Interactive Velocity Analysis
CDP – Common Depth Point
GC – Grau de Cobertura
AGC – Controle de Ganho Automático
WAGC- Controle de Ganho Automático Janelado
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Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela 1
1 INTRODUÇÃO
O processamento de dados sísmicos é uma sequência de algoritmos aplicados a dados
de campo, em que é realizado um rigoroso controle de qualidade em cada etapa com o propósito
de obter o melhor resultado, representando ao final do processamento uma imagem fidedigna
da geologia.
Uma das etapas mais importantes do processamento sísmico é a determinação da
propriedade física do meio, ou seja, da velocidade sísmica associada às formações rochosas por
onde acontece a propagação da onda sísmica. A precisão nos valores das velocidades determina
se o processo de correção NMO está adequado (KEAREY; BROOKS; HILL, 2002) e como
consequência determinará a qualidade da imagem migrada.
Existem diferentes técnicas para a determinação do modelo de velocidades, como o
espectro de velocidades por meio da medida de coerência do sinal sísmico ou Semblance,
empilhamentos com velocidades constantes (constant velocity stack – CVS) e outros. As
velocidades são escolhidas em função dos maiores valores de coerência e/ou amplitudes mais
altas nos painéis CVS (YILMAZ et al., 2001).
Para efetuar o processo de análise de velocidade dos dados sísmicos existem diversos
softwares comerciais com interfaces gráficas sofisticadas que são utilizados na indústria do
petróleo. Por serem muito caros, esses softwares são proibitivos para serem utilizados por
usuários ou alunos em seus computadores pessoais fora dos centros de processamento ou
laboratórios de pesquisa.
No entanto, há alguns softwares livres que possuem ferramentas de análise de
velocidades, porém, eles não possuem recursos gráficos e interativos de forma a facilitar a
marcação das velocidades. Como exemplo desses softwares, tem-se o Seismic Unix (COHEN;
STOCKWELL, 2010) que é bastante utilizado, principalmente, pela comunidade geofísica
acadêmica mundial.
Com o intuito de facilitar o uso do pacote de programas Seismic Unix foi introduzido o
software interativo denominado BotoSeis (GARABITO et al., 2012) que, a partir da interface
principal desse software, os programas do Seismic Unix podem ser utilizados de forma intuitiva
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Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela 2
e fácil por meio da construção de fluxogramas. O BotoSeis também conta com ferramentas
interativas para visualização de dados e para análise de velocidades.
Neste trabalho, objetiva-se o estudo do processo de análise de velocidades usando os
programas do pacote Seismic Unix por meio de shell script e usando o software BotoSeis. Para
este estudo foi utilizado o dado sísmico da linha 050-RL-90 registrado na Bacia do Tacutu,
Brasil. Com isso, foram apresentados os detalhes da utilização dessas duas ferramentas,
efetuada a comparação dos resultados obtidos e, por fim, aplicados os modelos de velocidades
para o empilhamento do dado e migração pós-empilhamento.
A etapa de análise de velocidade tem como finalidade determinar as velocidades das
formações geológicas, que podem ser usadas para aplicar a correção NMO em seções CMP e
construir imagens empilhadas, para aplicar a migração de dados sísmicos e obter imagens mais
focalizadas da geologia, também podem ser usadas na interpretação sísmica para transformação
tempo-profundidade das seções sísmicas, estimar a espessura das formações geológicas, etc.
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2 ASPECTOS TEÓRICOS
A exploração e produção do petróleo compreende várias etapas, como: busca de óleo e
gás na natureza, avaliação técnica e econômica, retirada da natureza, refino e produção,
distribuição dos derivados e recuperação dos reservatórios. A etapa de busca de óleo e gás é
denominada de exploração, em que é realizado um estudo das camadas de rochas e localização
de reservatórios de óleo e gás. Os principais métodos geofísicos utilizados na exploração são:
gravimetria, magnetometria e sísmica de reflexão (THOMAS,2001). Sendo este último, o
método abordado neste trabalho.
2.1 VELOCIDADES SÍSMICAS
Velocidade sísmica refere-se à velocidade com a qual uma onda elástica se propaga no
meio geológico. Os dados sísmicos a serem tratados neste trabalho correspondem aos registros
da onda P (onda de compressão) em que as partículas vibram em direção à propagação da
energia, assim, a velocidade sísmica referida neste trabalho corresponde à velocidade da onda
P, que é descrita pela equação 2.1. (KEAREY; BROOKS; HILL, 2002).
𝑣𝑝 = √𝐾+
4𝜇3⁄
𝜌 (2.1)
Nessa equação, K é módulo de bulk, μ é o módulo de cisalhamento e , a densidade.
Estes três parâmetros são função da mineralogia e estrutura das rochas. Em termos geológicos,
conforme mostrado na Figura 2-1, a velocidade sísmica nas rochas sedimentares aumenta com
a profundidade (ou pressão) e com a idade, ou seja, quanto maior a profundidade em que se
encontra e quanto mais antiga, maior será a velocidade. (YILMAZ et al., 2001). Na Figura 2-1
a cor vermelha representa rochas mais antigas e a cor azul, rochas mais recentes.
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Figura 2-1 - Variação da velocidade de rochas sedimentares com a profundidade e
com a idade
Fonte: adaptado de Yilmaz et al. (2001).
Em geral, em rochas consolidadas, as propriedades elásticas da estrutura mineral são
fracamente dependentes da temperatura. No entanto, experimentos mostram que as velocidades
são mais sensíveis (ou diminuem) à temperatura quando as rochas contêm hidrocarbonetos
líquidos, o que pode ser devido a um aumento da compressibilidade do óleo e diminuição da
viscosidade, conforme a temperatura aumenta. (TOSAYA, 1982). Rochas saturadas com gás
ou com salmoura não mostram variações significativas na velocidade, mesmo com grandes
mudanças na temperatura em rochas com pressões de poros elevadas, tanto com gás quanto
com salmoura mostram somente uma pequena dependência com a temperatura. (TOSAYA,
1982).
A velocidade da onda sísmica é fortemente influenciada pela porosidade das rochas e o
conteúdo de fluidos nos poros. Enquanto a porosidade da rocha aumenta, a velocidade diminui,
isto acontece devido a propagação da onda sísmica se tornar menos eficiente em um meio
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poroso com fluido. Presumindo que todos os componentes da rocha matriz possuam as mesmas
propriedades físicas pode-se calcular a densidade de bulk (𝜌) descrita como uma média
ponderada em função da densidade da matriz (𝜌𝑚), densidade do fluido presente no espaço
poroso (𝜌𝑓) e da porosidade (ɸ), sendo representada pela equação 2.2. (KEAREY; BROOKS;
HILL, 2002).
𝜌 = 𝜌𝑓 ɸ + (1 − ɸ)𝜌𝑚 (2.2)
A porosidade diminui com a profundidade devido ao aumento da pressão de sobrecarga
(pressão exercida pelo peso das rochas) e compactação. Há uma relação da porosidade com as
velocidades, que é descrita pela equação 2.3 (KEAREY; BROOKS; HILL, 2002):
1
𝑣𝑏=
ɸ
𝑣𝑓+
1−ɸ
𝑣𝑚 (2.3)
Assim, vb é a velocidade medida, vf é a velocidade do fluido presente nos poros, vm é a
velocidade da matriz e ɸ é a porosidade.
A porosidade das formações geológicas tem grandes influencias nas velocidades
sísmicas, haja visto que neste meio podem estar contidos gás, óleo ou água que afetará
diretamente o valor das velocidades. A velocidade do petróleo dependerá de sua composição,
quanto mais leve, terá menor velocidade e, quanto mais pesado, terá maior velocidade; mas
seus valores podem variar de 1300-1400 m/s e a velocidade da água pode variar de 1400-1500
m/s. (KEAREY; BROOKS; HILL, 2002)
Na Figura 2-2, mostra-se o intervalo de variação da velocidade da onda P para os tipos
de rochas mais comuns e também para os fluidos que podem estar presentes nos poros das
rochas.
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Figura 2-2 - Velocidades em diferentes materiais
Fonte: adaptado do Kearey; Brooks; Hill (2002).
2.2 TEMPO DE TRÂNSITO HIPERBÓLICO
No registro dos dados sísmicos cada traço depende de três fatores geométricos primários,
dois deles são: a posição da fonte e do receptor, o terceiro e mais crítico é a posição do ponto
de reflexão na subsuperfície, chamado de CDP (common depth point), termo utilizado na
terminologia antiga, mas hoje se utiliza o termo CMP (common mid-point) pelo fato do arranjo
fonte-receptor utilizar o agrupamento dos traços em um ponto na superfície situado na metade
da distância entre a fonte e o receptor.(KEAREY; BROOKS; HILL, 2002).
Na figura 2-3 é possível observar um arranjo formados por pares fonte-receptor, em que a
fonte é representada pela letra S e o geofone pela letra D.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.2
Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela 7
Vale ressaltar que o CDP só é equivalente ao CMP para camadas horizontais, pois, para
camadas inclinadas, sofrerá interferência do ângulo de inclinação (Figura 2-3). (KEAREY;
BROOKS; HILL, 2002).
Figura 2-3 - Representação do CMP e do CDP
Fonte: Kearey; Brooks; Hill (2002).
Considerando um meio com velocidade constante na propagação da onda sísmica
situada acima de uma interface refletora plana e horizontal (Figura 2-4a), o tempo de trânsito,
t, referente ao raio com origem no ponto da fonte, S, refletido sobre a interface horizontal, R, e
registrado pelo Receptor, G, na superfície de medição a uma distância x da fonte, é dado por:
𝑡(𝑥) = √𝑡02 +
𝑥2
𝑣2 (2.4)
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Na equação acima, a distância x é o afastamento (offset) entre as posições da fonte e do
receptor, v é a velocidade do meio acima do refletor e 𝑡0 = 2𝑧 𝑣⁄ é o tempo de trânsito do raio
vertical com afastamento nulo (x = 0). Considerando conhecidas a profundidade z, velocidade
v e, consequentemente, t0, a curva de tempo de trânsito calculada com a equação 2.4 para
diferentes afastamentos (x) é mostrada na Figura 2-4b. Essa curva de tempo de trânsito está
associada a reflexões no mesmo ponto R sobre o refletor.
Figura 2-4 - (a) Meio com uma camada horizontal homogênea e com o raio refletido
na trajetória SRG; (b) Curva do tempo de trânsito hiperbólico obtido com a fórmula 2.4
Fonte: Autoria do autor
2.3 CORREÇÃO NORMAL MOVEOUT
A correção NMO (normal moveout), também chamada de correção dinâmica, é o
deslocamento efetuado dos registros de reflexão sísmica de modo a anular o efeito da distância
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fonte-receptor, ou seja, é a diferença entre o tempo de trânsito em um dado afastamento (x)
quando comparado com o afastamento-nulo, essa correção é chamada de normal moveout
(sobretempo normal) e é dada por (YILMAZ et al., 2001):
∆𝑡𝑁𝑀𝑂 = 𝑡(𝑥) − 𝑡0 (2.5)
Onde 𝑡(𝑥) representa o tempo correspondente ao offset x e 𝑡0 corresponde ao tempo de
offset nulo. Essa correção baseia-se na equação de tempo de trânsito hiperbólico (2.6) com o
intuito de obter a horizontalização dos eventos registrados com diferentes offsets, dado por:
∆𝑡𝑁𝑀𝑂 = √𝑡02 +
𝑥2
𝑣𝑁𝑀𝑂2 − 𝑡0 (2.6)
Para utilizar essa correção é necessário o conhecimento da velocidade, que é
determinada no processo de análise de velocidade. A velocidade 𝑣𝑁𝑀𝑂 deve possuir um valor
correto para horizontalizar a curva de reflexão, pois, quando possui um valor mais baixo do que
o correto, a reflexão é chamada de sobrecorrigida e curva-se para cima; já quando este é mais
alto que o correto, a reflexão é subcorrigida e curva-se para baixo, como ilustrado na Figura 2-
5.
Figura 2-5- (a) Sismograma CMP contendo um evento refletido com𝑣𝑁𝑀𝑂 de 2264
m/s; (b) Sismograma corrigido com o valor 𝑣𝑁𝑀𝑂 correto; (c) Sobrecorreção causada
pela𝑣𝑁𝑀𝑂 mais baixa que a correta (2000 m/s) e (d) Subcorreção causada por 𝑣𝑁𝑀𝑂 mais alta
que a correta (2500 m/s)
Fonte: Yilmaz et al. (2001).
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Em meios com várias camadas horizontais, as trajetórias dos raios são mais complexas
devido à refração que ocorre em cada interface (Figura 2-6). Ainda é possível utilizar o tempo
de trânsito hiperbólico pela equação 2.7 quando é assumida uma velocidade média, dada por:
𝑣𝑟𝑚𝑠 = √∑ 𝑣𝑖
2𝜏𝑖𝑛𝑖=1
∑ 𝜏𝑖𝑛𝑖=1
⁄ (2.7)
Onde vrms é a velocidade média quadrática (root mean square - rms), vi é a velocidade
da i-ésima camada e i é o tempo de trânsito vertical através da i-ésima camada.
Vale ressaltar que, a correção NMO, por ser fundamentada em uma equação de tempo
hiperbólica, é apropriada apenas para pequenos afastamentos, menores que a profundidade do
refletor, pois, para afastamentos maiores, esse ajuste hiperbólico fornece uma velocidade 𝑣𝑁𝑀𝑂
maior que a 𝑣𝑅𝑀𝑆.
Figura 2-6- Meio com camadas homogêneas horizontais
Fonte: Kearey; Brooks; Hill (2002).
Nessa ilustração, a linha contínua representa a trajetória correta do raio e a linha
tracejada representa o raio para uma camada com velocidade média.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.2
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Para a situação de afastamentos maiores que a profundidade do refletor, as equações
anteriores não se adéquam, podendo ser utilizado a 𝑣𝑠𝑡𝑎𝑐𝑘 (velocidade de empilhamento) para
diferentes offsets entre fonte e receptor (KEAREY; BROOKS; HILL, 2002).
Após a correção NMO ser aplicada às famílias CMP’s e com a velocidade de
empilhamento, os eventos de reflexão apresentam-se horizontalizados, ou seja, a influência do
afastamento é removida do tempo de trânsito. Após os traços de uma família CMP ser corrigidos
de NMO, eles são empilhados (somados), para formar um único traço, chamado traço
empilhado com afastamento nulo (zero-offset), como mostrado na Figura 2-7c. Observe que os
eventos de reflexão corrigidos de NMO foram silenciados (muting) para remover o efeito do
estiramento que será abordado a seguir.
Figura 2-7 - (a) Seção CMP com seis eventos de reflexão; (b) seção CMP com
correção NMO e traço empilhado com afastamento nulo resultante do empilhamento dos
traços em (c)
Fonte: Autoria do autor.
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2.3.1 Estiramento
Estiramento é um problema causado pela correção NMO (Normal Moveout) em
decorrência da distorção da frequência. Particularmente sua ocorrência se dá em eventos rasos
e offsets longos (YILMAZ et al., 2001), no qual ocorre um estiramento do pulso sísmico
denominado de NMO stretching, conforme se ilustra na Figura 2-8, na qual, a forma do pulso
com um período dominante 𝑇 é estirado de forma que seu período muda de 𝑇 para 𝑇0 , após a
correção NMO:
Figura 2-8 - (a) Pulso ou reflexão sísmica com período T e (b) estiramento da reflexão
para um período 𝑇0, após a correção NMO
Fonte: Yilmaz et al. (2001).
Essa distorção faz com que os eventos sejam deslocados para frequências mais baixas,
como representado na equação 2.8, e o comprimento de onda do pulso fique maior (YILMAZ
et al., 2001):
∆𝑓
𝑓 =
∆𝑡𝑁𝑀𝑂
𝑡(0) (2.8)
Onde, f é a frequência dominante do sinal sísmico, ∆𝑓 é a variação de frequência
e ∆𝑡𝑁𝑀𝑂 ≈ 𝑡 − 𝑡0. Mas esse problema pode ser contornado, silenciando as zonas estiradas em
um processo chamado de muting (silenciamento), técnica que consiste na supressão total ou
parcial das informações contidas em um traço.
Se a relação sinal-ruído for boa, aplica-se um silenciamento mais severo, de forma a
preservar a largura do sinal; caso a relação sinal-ruído não seja muito boa, será necessário
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aceitar um maior aumento no estiramento para obtenção de uma maior quantidade de traços a
serem somados no empilhamento.
A seguir, é apresentada a Figura 2-9, onde mostra-se como o processo de mute é
realizado.
Figura 2-9 - Correção NMO e mute de uma zona estirada em uma área do dado: (a)
CMPs reunidos, (b) correção NMO e (c) mute
Fonte: Yilmaz et al. (2001).
2.4 ANÁLISE DE VELOCIDADES
A análise de velocidade é uma etapa de grande importância no processamento sísmico
dos dados por apresentar, como objetivo, a determinação da velocidade sísmica dos meios ou
camadas. É um processo que sempre é motivo de estudo, pois seu resultado influencia
diretamente nas etapas de empilhamento e migração sísmica.
É nessa etapa que se tenta obter uma função velocidade que resulte em uma melhor
correção NMO e, consequentemente, um melhor empilhamento.
No método sísmico existem diferentes conceitos de velocidades dentre eles a 𝑣𝑁𝑀𝑂
(velocidade Normal Moveout) e a 𝑣𝑠𝑡𝑎𝑐𝑘 (velocidade de empilhamento) que serão abordados a
seguir.
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A velocidade NMO (Normal Moveout) corrige o efeito de sobretempo normal (∆𝑡𝑁𝑀𝑂),
sendo a que melhor horizontaliza uma reflexão sísmica em uma família de traços CMP no
momento em que se aplica a correção NMO. Ela é adequada para pequenos offsets, sendo
utilizada na equação 2.9 para o cálculo do tempo de trânsito (YILMAZ et al., 2001):
𝑡𝑥2 = 𝑡0
2 + 𝑥2
𝑣𝑁𝑀𝑂2 (2.9)
Já a velocidade de empilhamento (stacking velocity) é a velocidade que melhor empilha
o dado, sendo válida para todos os offsets, pois apresenta uma melhor caracterização das curvas
de reflexão e pode ser definida também como a velocidade que produz no empilhamento de
traços a máxima amplitude dos eventos de reflexão (KEAREY; BROOKS; HILL, 2002).
2.5 FERRAMENTAS PARA A ANÁLISE DE VELOCIDADE
Neste trabalho serão utilizadas duas ferramentas para análise de velocidades: o espectro
de velocidades, obtido por meio da medida de coerência Semblance, e os painéis empilhados,
com velocidades constantes (constant velocity stacks – CVS).
2.5.1 Semblance
É um tipo de medida de coerência que representa o grau de similaridade de sinais
sísmicos nos traços em um agrupamento de CMP, sendo indicado por um espectro de
velocidade exibido em mapas de cores, em que os picos de amplitude representam as maiores
medidas de Semblance, podendo ser definida pela equação abaixo (YILMAZ et al., 2001):
𝑆 = 1
𝑀
∑ ∑ 𝑓𝑖,𝑡(𝑖) 𝑀 𝑖=1𝑡
∑ ∑ 𝑓𝑖,𝑡(𝑖)2 𝑀
𝑖=1𝑡 (2.10)
Onde, NE representa a medida da Semblance, o índice M representa o número de traços
da família CMP, o índice i representa o número do traço associado ao afastamento e o
argumento fi,t é o valor da amplitude no i-ésimo traço em um tempo duplo t.
No processo de análise de velocidades abordado neste trabalho, o tempo é calculado
com a fórmula do tempo de trânsito hiperbólico da equação (2.4).
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Os valores da Semblance estão diretamente associados com a coerência de eventos, de
forma que os eventos mais coerentes terão valor de Semblance próximo a 1, correspondendo
ao pico do espectro; já os eventos referentes aos ruídos terão valores próximos a zero.
A seguir uma imagem da Semblance é apresentada em uma seção CMP da linha 050-
RL-90 da bacia do Tacutu.
Figura 2-10- Medida da qualidade do sinal (Semblance)
Fonte: Autoria do autor.
2.5.2 Empilhamento com velocidade constante
Um grupo pré-definido de CMPs, após ser corrigido de NMO, é empilhado com um
range definido de velocidade constante, exemplo: 1500 até 6000 m/s, e é representado como
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um painel que mostra cada velocidade de empilhamento diferente para um conjunto de famílias
CMP, de forma a compor um trecho da seção empilhada, sendo este denominado painel de
empilhamento com velocidade constante (CVS) (YILMAZ et al., 2001).
A velocidade que melhor representa os eventos é mostrada com amplitudes mais altas
ou continuidades maiores, podendo este ser o melhor método para um dado com baixa razão
sinal-ruído, porém possui uma resolução limitada para o intervalo de velocidade escolhido e
tem, por objetivo principal, determinar qual a velocidade que proporcionou o empilhamento
mais adequado para cada evento refletido (YILMAZ et al., 2001), como representado na Figura
2-11.
Figura 2-11 - Painel de empilhamento com velocidade constante (CVS)
Fonte: Autoria do autor
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Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela 17
3 MATERIAS E MÉTODOS
Neste capítulo são apresentados os dados sísmicos utilizados para aplicar o processo de
análise de velocidades. E também são introduzidas as ferramentas ou programas Seismic Unix
e BotoSeis utilizadas para fazer o estudo da análise de velocidades.
3.1 DADO SÍSMICO UTILIZADO PARA ANÁLISE DE VELOCIDADES
Para o estudo do processo de análise de velocidades apresentado aqui, foi utilizado o
dado sísmico 2D da linha 50-RL-90 da Bacia do Tacutu, localizada no nordeste do estado de
Roraima, Brasil. Este foi fornecido pela ANP para uso em trabalhos acadêmicos e de pesquisa.
Os parâmetros de aquisição da linha 50-RL-90 são mostrados na Tabela 1 e tem como
finalidade detalhar como foi feita a aquisição do dado.
Tabela 1- Parâmetros de aquisição da linha sísmica
Parâmetros de aquisição utilizados
Grupo-Linha 050-RL-090
Pontos de tiro 197
Número de canais 96
Intervalo entre pontos de tiros 200 m
Intervalo entre geofones 50 m
Offset mínimo 150 m
Offset máximo 2500 m
Intervalo de amostragem 4 milisegundos
Tempo de registro 4 seg
Fonte: Parâmetros obtidos com o dado disponibilizado pela ANP.
O arranjo sísmico utilizado na aquisição foi do tipo split-spread simétrico com 48
geofones de cada lado, ou seja, 96 geofones registraram uma seção sísmica fonte-comum. A
linha sísmica teve um total de 197 tiros com intervalos de 200m em cada, tendo a linha sísmica
um comprimento total de 44200m como representado na Figura 3-1.
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Figura 3-1- Arranjo Split-spread simétrico
Fonte: Autoria do autor
3.2 O PACOTE SEISMIC UNIX, UTILIZADO NO PROCESSO DE ANÁLISE
DE VELOCIDADES.
O pacote Seismic Unix, mais conhecido como SU (COHEN; STOCKWELL, 2010), foi
criado com o apoio da Society of Exploration Geophysicist (SEG) e do Gas Research Institute
(GRI) e, atualmente, é apoiado pela Colorado School of Mines USA e vem recebendo
contribuições de usuários do mundo todo.
O pacote SU, que consiste em dezenas de programas com código fonte aberto, está
disponível sob licença GPL (GNU Public License), podendo ser utilizado em Sistemas
Operacionais similares ao Unix, que inclui várias distribuições do Linux, como Ubuntu,
CentOS, macOS, entre outros.
Com esse pacote podem ser aplicadas técnicas fundamentais do processamento de dados
sísmicos como, por exemplo: análise espectral, Filtragem F-K, deconvolução, análise de
velocidade, correções NMO e DMO, empilhamento CMP e migração.
Na utilização do pacote Seismic Unix, alguns aspectos devem ser levados em
consideração, como: o tempo gasto na aprendizagem do usuário para realizar atividades, pois
este não apresenta facilidades para usuários que não estejam familiarizados com os comandos
necessários para uso, como os comandos do shell e comandos do pacote Seismic Unix.
Na Figura 3-2, se mostra um exemplo do uso dos programas do Seismic Unix via linha
de comando em um terminal da distribuição Linux Ubuntu, onde o programa sugain aplica
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ganho automático no dado sísmico e o programa suxwigb mostra no monitor o dado em forma
de traços wiggle
Figura 3-2 - Exemplo do uso dos programas do Seismic Unix em um terminal do
Linux Ubuntu.
Fonte: Autoria do autor.
O pacote Seismic Unix foi desenvolvido para executar tarefas específicas por meio de
comandos no terminal do Linux, em que os processos são efetuados de forma independente, se
destacando por ser flexível e funcional. No entanto, alguns processos precisam ser executados
por meio de shell script que utiliza comandos do sistema operacional e programas do pacote
Seismic Unix para automatizar processos como análise de velocidades e outros.
3.3 O SHELL SCRIPT IVA, UMA DAS FERRAMENTAS UTILIZADAS PARA
ANÁLISE DE VELOCIDADES.
O pacote Seismic Unix não possui uma interface gráfica adequada para a análise de
velocidade, tornando este processo difícil e inviável devido à ausência de um ambiente
interativo prático para determinar a função velocidade. Por causa disto, foram desenvolvidos
shell scripts (FOREL et al., 2005 e KARL, 2012) para realizar de forma interativa a análise de
velocidade.
O script IVA (interactive velocity analysis), originalmente desenvolvido por Hale et al.
(2004) e modificado por Forel et al. (2005) e Karl (2012), foi criado para análise de velocidades
de dados sísmicos de forma interativa.
Para executar o script IVA são necessários os seguintes dados de entrada: o arquivo com
os dados sísmicos classificados em CMPs e em formato SU, um arquivo com as informações
dos CMPs e número total de CMPs para fazer análise de velocidade, um arquivo onde serão
gravados picks ou pares tempo-velocidade para cada CMP, um arquivo pré-existente com picks
anteriores, o menor valor de velocidade e o incremento de velocidades a serem usados no
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Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela 20
cálculo da Semblance e do empilhamento com velocidade constante (CVS). No apêndice C, se
apresenta o script IVA que foi utilizado neste trabalho.
Quando o IVA é executado, fornece, como resultados, os painéis Semblance e CVS, e
mais a seção CMP alvo da análise. Para iniciar o processo de picking manual, deve-se selecionar
alguns pontos que apresentem melhor coerência nos painéis CVS e Semblance para a marcação
(picking) dos tempos de trânsito e velocidades NMO.
O processo de picking é realizado clicando na tecla s para selecionar os pontos
escolhidos e na tecla q para finalizar o processo; logo após o término do picking, os pontos
selecionados são salvos e mostrados como uma curva no painel da Semblance e no painel de
empilhamento de velocidade constante (CVS) e, após, uma seção CDP corrigida de NMO é
exibida. Este processo será ilustrado e descrito com maior detalhe mais adiante.
3.4 A INTERFACE GRÁFICA BOTOSEIS E BOTOVELAN, OUTRA
FERRAMENTA UTILIZADA NO PROCESSO DE ANÁLISE DE
VELOCIDADES.
O BotoSeis é uma interface gráfica amigável, escrita na linguagem de programação
Java, desenvolvida para uso de forma interativa dos programas do pacote Seismic Unix.
O desenvolvimento das primeiras ferramentas desse software foi realizado no período
de 2003 a 2006 através de dois projetos de extensão na Universidade Federal do Pará, cujos
primeiros resultados foram publicados em Lima et al. (2006) e Lima et al. (2007).
Posteriormente, através de um projeto de pesquisa interno na Universidade Federal do
Rio Grande do Norte − UFRN, iniciado em 2009, continuou com o desenvolvimento e
aprimoramento do software BotoSeis cujos resultados foram apresentados em Garabito et al.
(2012) e, hodiernamente, é utilizado nas aulas práticas da disciplina Processamento Sísmico do
PPGCEP/UFRN.
O software BotoSeis tem uma interface principal de produção (Figura 3-3) que apresenta
as seguintes funcionalidades em janelas separadas: visualização de projetos, linhas e fluxos,
visualização dos programas do Seismic Unix classificados em grupos e janelas de diálogo para
inserir parâmetros aos programas do Seismic Unix que formam um fluxograma para a execução
de uma determinada tarefa. Além disso, esse software tem uma ferramenta para o
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acompanhamento da execução dos fluxogramas com opções para visualizar o arquivo log e o
estado da execução do programa. Para a construção e execução dos fluxogramas conta com
opções para adicionar um programa em uma posição específica, remover um programa,
comentar, pausar ou executar o fluxograma.
Figura 3-3 - Interface gráfica do software BotoSeis
Fonte: Autoria do autor.
Detalhamento dessa ilustração: na janela superior esquerda, se mostra os projetos, linhas
e fluxos; na janela inferior esquerda, estão os programas do Seismic Unix classificados em
grupos; na janela central, se mostra o fluxograma de processamento; na janela direita, estão os
parâmetros do programa sugain e, na parte inferior, as informações sobre a execução dos
fluxogramas.
De fácil utilização e sem a necessidade do usuário ou aluno saber programar, essa
interface traz muitas facilidades na execução do processamento sísmico, tanto no âmbito de não
ter a necessidade do conhecimento prévio de linhas de comando do Linux, construção de shell
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script e programação shell, como na rapidez e eficácia dos processamentos, trazendo novas
possibilidades aos usuários do Seismic Unix.
Além do mais, o BotoSeis conta com módulos interativos para visualização de dados e
análise de velocidades, sendo este último objeto em estudo neste trabalho, em que é usado um
programa chamado BotoVelan que é um software especializado para a análise de velocidade,
cuja interface é apresentada na Figura – 3-4.
Figura 3-4- Interface gráfica do software BotoVelan
Fonte: Autoria do autor.
Descrição dessa interface gráfica: da direita para esquerda representa-se a seção CMP, o mapa
de coerência Semblance e o painel de CVS; os botões na parte lateral esquerda são opções para
aplicar e remover a correção NMO e visualizar o mapa de velocidades.
Essa ferramenta tem as seguintes funcionalidades: uma janela de diálogo para definir os
dados e parâmetros da análise de velocidade, uma janela para visualização do CMP alvo da
análise, janelas para visualização dos painéis da coerência Semblance e CVS, visualização da
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curva hiperbólica para guia da análise de velocidades, opções para mostrar a função velocidade
anterior, mapa de velocidades atual e botões para aplicar e remover a correção NMO.
As funcionalidades do BotoBelan ajudam aos usuários na tarefa de encontrar a melhor
função velocidade através de um procedimento intuitivo e fácil, se comparado com os scripts
disponibilizados para o pacote Seismic Unix que não são amigáveis e, consequentemente,
podem comprometer a precisão na determinação das velocidades.
3.5 SEQUÊNCIA BÁSICA DO PROCESSAMENTO REALIZADO NA LINHA
50-RL-90.
O processamento de dados sísmicos é um recurso imprescindível para a indústria do
petróleo na prospecção e descoberta de alvos que tenham potencial para exploração de
hidrocarbonetos. Esta etapa depende de vários fatores, como: a experiência do profissional, a
qualidade dos dados sísmicos, os algoritmos utilizados, as ferramentas disponíveis (software e
hardware), dentre outros elementos, para se obter uma imagem sísmica de qualidade. Esse
procedimento é realizado, em geral, em duas fases: pré-processamento e processamento.
O dado sísmico utilizado no presente trabalho já foi pré-processado, com a seguinte
sequência básica de pré-processamento: na primeira etapa foi feita a leitura do dado, a fim de
realizar a conversão do formato padrão SEG-Y para o formato interno do software e, logo após
a conversão, o dado pôde ser tratado. A segunda etapa foi a aplicação do carregamento de
geometria para informar as corretas posições de fontes e receptores, com o principal intuito de
relacionar cada traço com as coordenadas de tiro, receptor, ponto médio comum (CMP) e offset
(distância fonte-receptor). A terceira etapa foi a edição do dado que realizou um tratamento
preliminar aplicado aos registros de reflexão sísmica, onde, para melhorar o resultado do dado,
foram aplicadas três técnicas distintas de edição: a eliminação de traços ruidosos, o mute
(silenciamento) cirúrgico e a inversão de polaridade. A quarta etapa realizada foi a filtragem F-
K que consiste na aplicação da transformada de Fourier para remover frequências indesejáveis
no domínio da frequência – número de onda, só que de eventos coerentes com uma determinada
velocidade (e.g. ground roll), ao aplicar este procedimento foi permitido separar e filtrar eventos
de diferentes frequências, número de onda e velocidade aparente. A quinta etapa executada foi
a deconvolução – que tem eficiência em conseguir um aumento na resolução temporal ou
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.2
Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela 24
vertical dos traços sísmicos, que consiste em remover o efeito da assinatura do sinal sísmico e
produzir como resultado a função refletividade, todas estas etapas foram representadas na
Figura 3-5.
Figura 3-5- Fluxograma de pré-processamento aplicado nos dados sísmicos
Fonte: Autoria do autor
Essa fase de pré-processamento teve como propósito organizar os dados de campo, detectar e
eliminar traços com amplitudes anômalas que poderiam afetar a qualidade dos resultados,
remover eventos coerentes (ground roll), considerados como ruídos, e melhorar a resolução
vertical do sinal sísmico.
As etapas seguintes do processamento sísmico padrão são listadas na Figura 3-6.
Leitura do dado
Geometria
Deconvolução
Filtragem F-K
Edição dos traços
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.2
Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela 25
Figura 3-6- Fluxograma do processamento de dados sísmicos
Fonte: Autoria do autor
O estudo realizado pode ser considerado como explicativo, pois estabelece critérios e
sequências de técnicas na aplicação das ferramentas de análise de velocidade, por sofrer
influência do processador no controle dos valores das variáveis utilizadas no processamento,
interferindo no resultado final e também na necessidade de utilizar o refinamento para obter
resultados mais satisfatórios.
A abordagem pode ser considerada tanto quantitativa − pois, com os resultados obtidos,
pode-se medir os valores dos parâmetros em estudo, medidas de coerência no painel Semblance,
amplitudes fortes no painel CVS, valores de velocidades, entre outros − quanto qualitativa −
pelo fato da percepção se os resultados obtidos foram adequados para o processamento
efetuado.
Como o objetivo principal deste trabalho é tratar do estudo do processo de análise de
velocidades, a seguir foram explanados somente os processos que envolvem a etapa de análise
de velocidades.
Análise de velocidades
Correção da estática residual
Análise de velocidades
Correção NMO
Silenciamento manual dos
traços com estiramento
Empilhamento CMP
Migração pós-
empilhamento em tempo
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ao longo deste capítulo, apresenta-se uma breve descrição do dado sísmico real de
entrada no processo de análise de velocidades, logo após, serão descritos os procedimentos e
os resultados obtidos com a aplicação das duas ferramentas para análise de velocidades: o script
IVA e o software BotoVelan.
4.1 CÁLCULO DA COBERTURA E ESCOLHAS DOS CMPS
Para iniciar o processo, deve-se verificar os parâmetros do dado sísmico, como:
numeração dos tiros, número de canais, coordenadas das fontes e receptores dos traços sísmicos,
intervalo de amostragem temporal etc. Todos estes parâmetros podem ser visualizados por meio
do programa surange do pacote Seismic Unix, cujo resultado é apresentado na Figura 4-1.
Figura 4-1 - Saída ou resultado do programa surange utilizado para visualizar os
parâmetros do dado sísmico pré-processado da linha 50-RL-90
Fonte: Autoria do autor
Cada traço sísmico tem suas informações armazenadas e identificadas com palavras-
chave, também chamadas de headers, onde cada header tem seu tamanho pré-definido em bytes
e sua posição no arquivo. Por exemplo, o header CDP corresponde à coordenada do ponto
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Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela 27
médio (CMP) entre a fonte e receptor, o tipo de dado é inteiro de 4 bytes. Neste trabalho
utilizou-se o header CDP no lugar de CMP para se referir às famílias de seções com ponto
médio comum.
Com o conhecimento dos valores dos parâmetros de aquisição do dado e/ou informações
das coordenadas de processamento (afastamento e ponto médio), se pode determinar também o
grau de cobertura, denominado de fold, que corresponde ao número máximo de traços em uma
família CDP ou, mais especificamente, a uma família CMP e pode ser descrito em função das
distância entre geofones e fontes.
Após o cálculo do número máximo de traços presentes em uma família CDP, obteve-
se 12 traços e, posteriormente, determinou-se a área de cobertura, localizando quais os CDPs
que foram utilizados na análise de velocidade, o mesmo pode ser determinado por meio de um
gráfico apresentado na Figura 4-2, obtido com o pacote Seismic Unix, utilizando o script
plotcdpfold.sh, apresentado no apêndice D.
Figura 4-2 - Determinação dos CDPs que serão estudados na análise de velocidade
Fonte: Autoria do autor
Ao analisar a Figura 4-2, percebe-se que os CDPs, que foram motivo de estudo no
processo de análise de velocidade, são os que possuem maior quantidade de traços; nesse caso,
foi o intervalo delimitado pelo CMP 200 até o CMP 1600, com intervalo constante de 100
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Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela 28
CDPs, o que equivale a um intervalo de 2500m entre cada posição de CDP, onde foi efetuada
a análise de velocidades.
4.2 FORMAÇÃO DOS SUPERGATHERS CDPS PARA ANÁLISE DE VELOCIDADE
Ao realizar a análise de velocidade na linha 50-RL-90, percebe-se que as medidas de
coerência (Semblance) não estão adequadas para se iniciar a análise de velocidade como
representado na figura 4-3. Isto acontece por causa da baixa cobertura (12 traços por seção
CDP) e, também, pela baixa razão sinal-ruído que apresenta o dado. A determinação das
funções velocidade com este tipo de seções CDPs e mapas de coerência são bastante imprecisas
e pode levar a cometer erros grosseiros que podem comprometer etapas posteriores do
processamento.
Figura 4-3 - Seção CDP e painel Semblance original
Fonte: Autoria do autor
Com o propósito de viabilizar e facilitar o processo de análise de velocidades, aplica-se
a técnica de formação dos supergathers que aumenta o número de traços dos CDPs a serem
analisados e, assim, melhora a medida de coerência Semblance.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.2
Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela 29
Essa técnica consiste na escolha de um número de CDPs vizinhos determinado pelo
usuário, a fim de empilhar os traços com offsets iguais e, como resultado, obter um único CDP
com maior número de traços e com expressivo aumento da razão sinal-ruído, conforme
apresentado na seção CDP da Figura 4-4.
A formação dos supergathers do dado analisado neste trabalho foi realizada com um
shell script apresentado nos apêndices A e B.
Como parâmetro para a formação dos supergathers foi mantido o número de CDPs
previamente definidos para a análise de velocidades, isto é, 15 seções CDPs, como já citado
anteriormente, iniciando no CDP 200 ao CDP de 1600, com um intervalo de 100 CDPs. No
qual foram utilizados 9 CDPs vizinhos para criar cada seção supergather do CDP, em outras
palavras, os traços com afastamentos iguais dos 9 CDPs foram somados para produzir a seção
supergather CDP, cujo resultado é apresentado na Figura 4-4.
Figura 4-4 - Seção supergather CDP e painel Semblance
Fonte: Autoria do autor
A seguir são apresentados os resultados da aplicação das duas ferramentas de análise de
velocidades (IVA e BotoSeis), usando os supergathers gerados.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.2
Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela 30
4.3 ANÁLISE DE VELOCIDADE COM O SCRIPT IVA
No uso do script IVA na análise de velocidades, foi necessária a determinação de valores
para algumas variáveis na obtenção dos painéis Semblance e CVS, como também a
representação da seção CMP. Esses parâmetros estão representados na Tabela – 2.
Tabela 2 - Variáveis para a obtenção da Semblance no script e do painel CVS
Parâmetros do CDP Valor
Primeiro CDP 200
Último CDP 1600
Intervalo de CDPs 100
Tempo mínimo 0.0 s
Tempo máximo 4.0 s
Parâmetros da Semblance Valor
Primeira velocidade 1500 m/s
Última velocidade 6000 m/s
Número de velocidades 181
Parâmetros do CVS Valor
Número de CDPS para o janelamento 9
Número de painéis CVS 101
Fonte: Autoria do autor
O valor da última velocidade para o painel Semblance foi obtido a partir do cálculo
realizado pelo script, obtendo-se um valor de 6000m/s.
Ao utilizar esses parâmetros descritos na Tabela - 2, se pode conseguir os painéis
Semblance, velocidade de empilhamento constante e a seção CMP (Figura 4-5).
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Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela 31
Figura 4-5 - Resultados do script IVA antes do processo de picking
Fonte: Autoria do autor.
Ao analisar o painel Semblance na Figura 4-5, percebe-se que os valores medidos
apresentam-se em escala crescente de zero ao valor máximo de coerência.
Com os painéis da Semblance e do empilhamento com velocidade constante (CVS), o
processo de picking pode ser iniciado; este consiste em uma técnica na qual pontos dos painéis
são selecionados a fim de determinar uma velocidade NMO e um tempo NMO que melhor
representem os sinais coerentes, como os exibidos na Figura 4-6. Esse processo deve ser feito
cuidadosamente com o intuito de evitar erros na marcação da velocidade e, durante o processo,
adotar velocidades crescentes, conforme aumente o tempo de trânsito.
Um ponto que deve ser destacado é que, à medida que os picks são efetuados, eles não
são mostrados em tempo real; todos os pontos marcados só são representados como uma curva
após o término do processo de picking no CDP.
O script também não fornece a opção do processador refazer o pick; uma vez realizado
o processo, os valores são gravados sem alternativa de corrigi-los no momento do picking. Caso
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.2
Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela 32
tenha ocorrido algum erro nesta etapa, deve-se finalizar o processo com cautela, principalmente
nos valores do último pick, pois este deve ser realizado dentro do painel Semblance.
Se o último pick tiver sido realizado dentro do painel mais distante da borda ou tiver
sido efetuado fora do painel, aparecerá uma mensagem de erro. Logo, ao levar todos esses
fatores em consideração, o processo de pick deve ser realizado. Ao terminar os picks, uma curva
dos pontos selecionados é exibida na Semblance e no empilhamento de velocidade constante,
assim como uma seção CMP corrigida de NMO é exibida, como mostra a Figura 4-6.
Figura 4-6 - Resultado do script IVA com o processo de picking corrigido de NMO
Fonte: Autoria do autor.
Além da curva plotada nos painéis, um arquivo é gerado especificando os
valores 𝑡0 e 𝑣𝑁𝑀𝑂 de cada ponto selecionado. Mesmo que o executor da análise tenha realizado
o picking de forma crescente no arquivo gerado, os valores de NMO apresentam-se de forma
desordenada, tendo-se que realizar um trabalho manual de forma cansativa e que demanda
muito tempo para realizar a correção. Uma solução para este problema seria alterar o script IVA
criando um contador e, assim, poder utilizar o arquivo de picks no processo de empilhamento
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.2
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CMP, sem a necessidade da correção manual. Os arquivos gerados e corrigidos estão presentes
nos apêndices G e H respectivamente.
Outro fator relevante é que o script IVA não fornece ao processador o modelo de
velocidade, tendo-se que utilizar scripts adicionais para a obtenção do mapa de velocidade.
Então, de posse do arquivo dos picks corridos, pode-se utilizá-lo como arquivo de entrada para
o script velpicks2trace, que, ao rodar o script, fornece como resultados o valor dos CDPs (eixo
x), tempo (eixo y) e, na lateral do lado esquerdo, são representados os valores das velocidades
por uma barra de cores. Este script, apresentado no apêndice E, além de fazer a conversão do
dado do formato ASCII para o formato binário − que será fundamental para a etapa de migração
realizada posteriormente −, também fornece o modelo de velocidade interpolado (Figura 4-7)
que será utilizado na etapa de empilhamento e migração sísmica.
Figura 4-7 - Modelo interpolado da velocidade processada no IVA
Fonte: Autoria do autor
CDP
Velocidade
m/ s
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Com o modelo de velocidade obtido no processamento da Figura 4-7, não é possível
definir com precisão os tipos de formações presentes no modelo, pois, para os mesmos valores
de velocidades determinados, existem diversas possibilidades de se caracterizar o tipo de rocha.
4.4 ANÁLISE DE VELOCIDADES COM A INTERFACE BOTOSEIS
No processo de análise de velocidades com a interface BotoSeis, é necessário montar um
fluxograma que consiste em três etapas. A primeira consiste em utilizar o programa SUINPUT
para selecionar o arquivo de entrada que foi utilizado, neste caso, o dado é ordenado em famílias
CDPs da linha 50-RL-90 com supergathers, como mostra a Figura 4-8.
Figura 4-8- Seleção do arquivo de entrada com supergather
Fonte: Autoria do autor.
Na segunda etapa, aplicou-se um ganho com o programa SUGAIN para realçar as
amplitudes dos traços, onde foi necessária a seleção de dois parâmetros: o controle do ganho
automático (AGC) e o tamanho da janela de ganho que foi 0.5seg, como representado na Figura
4-9.
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Figura 4-9 - Aplicação de ganho no Botovelan
Fonte: Autoria do autor.
Posteriormente, foi utilizado o Botovelan, com o objeto de iniciar a análise de velocidades. O
primeiro passo, nesse processo, é definir o nome do arquivo criado e onde ele será gravado;
este arquivo fornece o par tempo-velocidade dos picks. O segundo passo será inserir o valor das
variáveis para a manipulação da seção CDP, Semblance e do painel CVS, como representado
na Figura 4-10.
Figura 4-10 - Parâmetros de entrada utilizados na análise realizada no Botovelan
Fonte: Autoria do autor.
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Os resultados obtidos serão ilustrados em três imagens, em que serão observados os
locais de maior coerência para iniciar a seleção dos pontos onde os picking serão efetuados,
como mostra a Figura 4-11.
Figura 4-11 - Resultado da execução do BotoVelan: Seção CDP, Semblance e painel
CVS
Fonte: Autoria do autor.
O processo de picking é efetuado de forma simples clicando com o botão esquerdo do mouse
no ponto escolhido no painel Semblance (Figura 4-12).
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Figura 4-12- Representação da seção CDP original, painéis Semblance e CVS com os pontos
selecionados no processo de picking
Fonte: Autoria do autor.
Após o processo de picking, percebe-se que os valores de coerência da Semblance
apresentam-se de 0 a 1 (Figura 4-12), diferindo do painel Semblance presente no script que
oferece a escala de 0 ao valor máximo de coerência medido.
A interface BotoSeis traz a oportunidade de o processador visualizar os pontos
selecionados no processo de picking em cada seção CMP, apagar os pickings efetuados de
forma incorreta, corrigir os pontos em todas as seções CMPs presentes até o fim do processo
de picking e realizar o processo de picking em diferentes momentos, trazendo a facilidade do
usuário poder iniciar o processo em um momento e continuá-lo em outro. Porém, os valores da
Semblance não são representados junto à faixa de cores do painel e também não é possível
aplicar zoom nos painéis.
Além dos fatores citados anteriormente, a interface BotoSeis, com o uso do Botovelan,
traz a alternativa de visualizar a seção CDP corrigida de NMO, a fim de visualizar se os pontos
selecionados no processo de picking horizontalizaram os eventos, como representado na Figura
4-13.
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Figura 4-13- Representação da seção CDP corrigida de NMO, painéis Semblance e CVS com
os pontos selecionados no processo de picking
Fonte: Autoria do autor.
Além da seção corrigida de NMO, a interface também oferece o mapa de velocidades
obtido com os picks realizados, que tem como objetivo fornecer ao usuário uma visualização
do modelo de velocidades em tempo real.
No modelo de velocidades, o eixo y corresponde ao tempo, o eixo x ao CDP e a faixa
na parte inferior da imagem representa a barra de cores das velocidades; no entanto, este último
não apresenta os valores de velocidade representados junto à faixa de cores, como demonstra a
Figura 4-14.
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Figura 4-14 - Mapa de velocidades
Fonte: Autoria do autor.
Pelo mapa de velocidades, pode-se percebe grandes variações laterais de velocidade
sendo indicadas pelo contraste de cores. As velocidades que estão representadas nos menores
tempos correspondem a valores baixos (cor azul) e, à medida que o tempo aumenta, as
velocidades também aumentam (cor vermelha). Os resultados apresentam pequenas ondulações
provenientes das formas das camadas ou formações rochosas, como também da influência na
suavização empregada no próprio script do Botovelan.
4.5 EMPILHAMENTO CMP
O somatório dos traços de mesmo CMP com correção NMO aplicado, gera um único
traço empilhado, e o somatório de todos os CMP’s da linha sísmica geram vários traços que
compõem a seção empilhada CMP, também chamada de seção empilhada com afastamento
nulo, que mostra uma primeira imagem da estrutura geológica em subsuperfície.
O processo de empilhamento dos dados processados no script IVA e no BotoSeis foram
empilhados com linhas de comando no terminal Linux.
Nas Figuras 4-15 e 4-16 apresentam-se os resultados do empilhamento CMP que foram
obtidos com as duas análises de velocidades efetuadas.
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Figura 4-15 - Seção empilhada CMP usando o modelo de velocidades obtido pelo script
Fonte: Autoria do autor.
Figura 4-16- Seção empilhada CMP obtida pelo programa no BotoVelan
Fonte: Autoria do autor.
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4.6 MIGRAÇÃO PÓS-EMPILHAMENTO EM TEMPO
A migração pós-empilhamento em tempo é um processo de reconstrução da seção sísmica
empilhada CMP, que tem o objetivo de focalizar as difrações, reposicionar as reflexões
inclinadas para a posição correta, corrigir as distorções causadas pelas variações laterais de
velocidade, aumentar a continuidade e resolução lateral dos refletores e corrigir o espalhamento
geométrico. Esse processo foi realizado utilizando o script PostSTM.sh presente no apêndice
F. Os resultados da migração Kirchhoff pós-empilhamento foram obtidos com as duas análises
de velocidades efetuadas, Figuras 4-17 e 4-18.
Figura 4-17 - Migração Kirchhoff pós-empilhamento com os picks efetuados no script IVA
Fonte: Autoria do autor.
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Figura 4-18- Migração Kirchhoff pós-empilhamento com os picks efetuados no
BotoVelan
Fonte: Autoria do autor.
Ao analisar as seções migradas, percebe-se que as reflexões inclinadas e as difrações
presentes nas seções empilhadas, foram respectivamente reposicionadas e colapsadas de forma
a proporcionar melhores continuidades nos eventos (Figura 4-19).
Figura 4-19 - Colapso da difração após a migraçãoKirchhoff pós-empilhamento
Fonte: Autoria do autor.
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Ao término do processamento percebe-se que não é só o BotoVelan que possui
limitações, o script IVA também possui, visto que o arquivo gerado pelos picks apresentam
valores de tempo NMO e velocidade NMO de forma desordenada, tendo-se que utilizar uma
correção manual cansativa para organizá-los, processo esse que impossibilita o uso do script
IVA na prática. Outro fator a ser destacado é que o script não fornece o mapa de velocidades,
dificultando ainda mais o processo de controle de qualidade das velocidades. Mesmo
apresentando os valores da Semblance no painel, esse método é considerado inviável devido às
dificuldades acima citadas.
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5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Este trabalho apresenta um estudo comparativo de duas ferramentas para análise de
velocidades de dados sísmicos reais com baixa cobertura e baixa razão sinal-ruído. O pré-
condicionamento dos dados originais formando supergathers com maior cobertura e melhor
qualidade viabilizou a realização da análise de velocidades e o estudo proposto.
Ao comparar os dois processamentos realizados na análise de velocidades, percebe-se
que a interface BotoVelan é mais prática, pois o processador não precisa conhecer linhas de
comando para rodar os programas e tem como visualizar os picks realizados em tempo real.
Devido as dificuldades atreladas ao script IVA no processo de análise de velocidades, o
processo se torna inviável principalmente quando aplicado em dados reais. Sendo a interface
Botoseis a que apresentou melhor desempenho nos resultados obtidos, para o processo de
análise de velocidades realizado neste trabalho.
Para trabalhos futuros recomenda-se a execução do processamento completo de uma
linha sísmica, utilizando a ferramenta BotoSeis para verificar sua eficácia em todas as etapas
de processamento.
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REFERÊNCIAS
COHEN, J. K.; STOCKWELL, J. W. CWP/SU: Seismic Un*x Release No. 42: an open
source software package for seismic research and processing: Center for Wave Phenomena,
Colorado School of Mines. USA, 2010.
FOREL, D. et al. Seismic Data Processing with Seismic Unix: A 2D Sesismic Data
Processing Primer. SEG Course Notes Series, Tulsa, UK. USA, 2005.
GARABITO, G. et al. BOTOSEIS: An interactive interface for seismic data processing with
Seismic Unix. Expanded Abstract, 74th EAGE Conference & Exhibition incorporating,
Copenhagen. Denmark, 2012.
HALE, D. et al. Shell script ivash for interactive velocity analysis with Seismic Unix.
Center for Wave Phenomena, Colorado School of Mines, USA, 2004.
KARL, S. Open Data/Open Source: Seismic Unix scripts to process 2D land line. The
University of Texas at Austin, USA, 2012.
KEAREY, P.; BROOKS, M.; HILL, Ian. An introduction to geophysical exploration.
Blackwell Science, Malden, MA, 2002.
YILMAZ, Ö; et al. Seismic data analysis. Society of Exploration Geophysicists, Tulsa, 2001.
THOMAS, J; et al. FUNDAMENTOS DE ENGENHARIA DO PETRÓLEO. EDITORA
INTERCIÊNICA, Rio de Janeiro, 2001.
TOSAYA, C. Acoustical properties of clay-bearing rocks. Disponível em:
https://pangea.stanford.edu/departments/geophysics/dropbox/SRB/public/docs/theses/S
RB_015_JUN82_Tosaya.pdf Acesso em: 07/11/2017
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APÊNDICES
APÊNDICE A - Cdps15for_iva.dat
cmp1=200 cmp2=300 cmp3=400 cmp4=500 cmp5=600
cmp6=700 cmp7=800 cmp8=900 cmp9=1000 cmp10=1100 cmp11=1200 cmp12=1300
cmp13=1400 cmp14=1500 cmp15=1600 numCMPs=15
APÊNDICE B - Iva_cdpSG.sh
#!/bin/bash
# Disciplina PET0407, PPGCEP-UFRN- Processamento Sismico, Prof. German Garabito
# ./iva_cdpSG.sh cdp15for_iva.dat linha_050090_cdps.su 9
# CMPs para super-gathers
eval $(cat $1)
echo parm1 is $1
echo cmp1 and numCMPs $cmp1 $numCMPs
# nome do arquivo dos dados e numero de CMPs para o SG
indata=$2
SPAN=$3
oudata=tacutunovaanalise_SG9.su
rm -f $oudata
cat $indata > junk0
i=1
while [ $i -le $numCMPs ]
do
eval picknow=\$cmp$i
echo "CMP atual: " $picknow
HALF_SPAN=`expr $SPAN / 2`
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Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela 47
SPAN=`expr $HALF_SPAN "*" 2 + 1`
# Seleciona CMPs $picknow +/- HALF_SPAN.
CMPMIN=`expr $picknow - $HALF_SPAN`
CMPMAX=`expr $picknow + $HALF_SPAN`
suwind < $indata key=cdp min=$CMPMIN max=$CMPMAX > cmps$picknow.su
sushw < cmps$picknow.su key=cdp a=$picknow > lixo
susort < lixo cdp offset > junk1
sustack < junk1 key=offset > cmpSG$picknow.su
# plots
suwind < $indata key=cdp min=$picknow max=$picknow | \
suxwigb perc=98 xbox=10 ybox=10 boxy=400 hbox=600 \
label1="Traveltime [s]" label2="Offset [m]" key=offset \
title="Original Gather CMP $picknow" verbose=0 &
suxwigb < cmpSG$picknow.su perc=98 xbox=420 ybox=10 wbox=400 hbox=600 \
label1="Traveltime [s]" label2="Offset [m]" key=offset \
title="Super-Gather CMP $picknow" verbose=0 &
pause
suwind < junk0 key=cdp reject=$picknow > junk2
cat cmpSG$picknow.su >> junk2
cat junk2 > junk0
# rm cmps.$picknow.su and plots
rm -f cmps$picknow.su cmpSG$picknow.su
zap xwigb > /dev/null
i=`expr $i + 1`
done
susort < junk0 cdp offset > $oudata
# Remover arquivos e finalizar
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rm -f junk0 junk1 junk2
echo " "
echo "Super-Gathers gerados..."
APÊNDICE C - Velocidade_iva.sh
#!/bin/bash
# Disciplina PET0407, PPGCEP-UFRN- Processamento Sismico, Prof. German Garabito
# File: iva.sh
###########################################################################
# Credits:
# 2004 Hale, Cohen, with Stockwell modifications 2004.
# In su distribution directory:
# ~/su/src/demos/Velocity_Analysis/Traditional/Velan
# 2005 Seismic Processing with Seismic Un*x
# Forel, Benz, Pennington, 2005
# script iva.sh (section 7.6.7.3) and
# velanQC.sh (section 8.2.2.2)
# 2011 Schleicher, offerred to David Forel for new edition
# of "Seismic Processing with Seismic Un*x"
# Usage:
# ./iva.sh ivacdps.dat cdpdata.su picks.dat picksold.dat mines incrvel
# iva has 6 parameters.
# 1- a list of the cmps and the number locations
# 2- the name of the input traces file
# 3- the name of the output velocity file
# 4- the name of the input velocity file
# 5- minimum velocity
# 6- semblance velocity increment (there are always 101 velocities)
# ex. file ivacdps.dat -> "cmp1=200 cmp2=400 numCMPs=1"
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###########################################################################
# Set messages on
#set -x
#================================================
# USER AREA -- SUPPLY VALUES
#------------------------------------------------
# CMPs for analysis
eval $(cat $1)
echo parm1 is $1
echo cmp1 and numCMPs $cmp1 $numCMPs
#------------------------------------------------
# File names
indata=$2
outpicks=$3 # ASCII file
inpicks=$4
#------------------------------------------------
# display choices
myperc=98 # perc value for plot
SUXWIGB_OR_XIMAGE=suxwigb
SUXWIGB_OR_XIMAGE=suximage
# size of the display windows
HBOX=700 # originally 450
WBOXCVS=300 # originally 300
WBOXCMP=200 # originally 300
WBOXVELAN=500 # originally 300
XBOXVELAN=10 # kls 1350 puts it on second screen
# these parameters work nicely to put plots on
# my 2nd screen. I turn them on by changing
# the next line to: if [ 1 ]
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Heloizy de Carvalho Figueiredo Varela 50
if [ 1 -eq 2 ]
then
echo "******** in if ***"
HBOX=1000 # originally 450
WBOXCVS=300 # originally 300
WBOXCMP=200 # originally 300
WBOXVELAN=800 # originally 300
XBOXVELAN=1350
fi
XBOXCVS=`expr $XBOXVELAN + $WBOXVELAN`
XBOXCMP=`expr $XBOXCVS + $WBOXCVS`
XBOXNMOCMP=`expr $XBOXCMP + $WBOXCMP`
#------------------------------------------------
# Processing variables
# Semblance variables
nvs=181 # number of velocities
dvs=$6 # velocity interval
fvs=$5 # first velocity
# Compute last semblance (velan) velocity
lvs=`echo "$fvs + (( $nvs - 1 ) * $dvs )" | bc -l`
# CVS variables
fc=$fvs # first CVS velocity
lc=$lvs # last CVS velocity - now same at the last semblance velocity
nc=101 # number of CVS velocities (panels)
SPAN=9 # ODD number of CMPs to stack into central CVS
#================================================
# HOW SEMBLANCE (VELAN) VELOCITIES ARE COMPUTED
# Last Vel = fvs + (( nvs-1 ) * dvs ) = lvs
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# 5000 = 500 + (( 99-1 ) * 45 )
# 3900 = 1200 + (( 100-1 ) * 27 )
#------------------------------------------------
# HOW CVS VELOCITIES ARE COMPUTED
# dc = CVS velocity increment
# dc = ( last CVS vel - first CVS vel ) / ( # CVS - 1 )
# m = CVS plot trace spacing (m = d2, vel units)
# m = ( last CVS vel - first CVS vel ) / ( ( # CVS - 1 ) * SPAN )
# j=1
# while [ j le nc ]
# do
# vel = fc + { [( lc - fc ) / ( nc-1 )] * ( j-1) }
# j = j + 1
# done
# EXAMPLE:
# vel = 1200 + ( (( 3900 - 1200 ) / ( 10-1 )) * ( 1-1) )
# vel = 1200 + ( (( 3900 - 1200 ) / ( 10-1 )) * ( 2-1) )
# ...
# vel = 1200 + ( (( 3900 - 1200 ) / ( 10-1 )) * (11-1) )
#================================================
# FILE DESCRIPTIONS
# spanpanel.$picknow.su = binary temp file for input CVS gathers
# cvs.$picknow.su = binary temp file for output CVS traces
# nmopanel.$picknow.su = binary temp file for NMO (flattened) section
# panel.$picknow.su = current CMP windowed from line of CMPs
# spanpanel.$picknow.su = span of CMPs windowed to make cvs
# picks.$picknow = current CMP picks arranged as "t1 v1"
# "t2 v2"
# etc.
# par.# (# is a sequential index number; 1, 2, etc.)
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# = current CMP picks arranged as
# "tnmo=t1,t2,t3,...
# "vnmo=v1,v2,v3,...
# par.0 = file "par.cmp" re-arranged as
# "cdp=#,#,#,etc." NOTE: # in this line is picked CMP
# "#=1,2,3,etc." NOTE: # in this line is "#"
# outpicks = concatenation of par.0 and all par.# files.
#================================================
echo " *** INTERACTIVE VELOCITY ANALYSIS ***"
#------------------------------------------------
#kls Remove old files. Open new files
#rm -f panel.*.su picks.* par.* tmp*
echo "save the old outpicks file with date in the name:"
suffix=`date| sed "s/ /_/g"`
echo "cp -p $outpicks $outpicks.$suffix"
cp -p $outpicks $outpicks.$suffix
#make a set of picks.* files that will be used to plot on the
#velan and the cvs plots, and apply nmo to gather plot
if [ -s $inpicks ]
then
tvnmoqc mode=2 prefix=picks par=$inpicks
fi
#------------------------------------------------
# Get ns, dt, first time from seismic file
nt=`sugethw ns < $indata | sed 1q | sed 's/.*ns=//'̀
dt=`sugethw dt < $indata | sed 1q | sed 's/.*dt=//'`
delrt=`sugethw delrt < $indata | sed 1q | sed 's/.*delrt=//'`
# Convert dt from header value in microseconds
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# to seconds for velocity profile plot
dt=`echo "scale=6; $dt / 1000000 " | bc -l`
# If "delrt", use it; else use zero
tstart=`echo "scale=6; ${delrt} / 1000" | bc -l`
#------------------------------------------------
# BEGIN IVA LOOP
#------------------------------------------------
i=1
while [ $i -le $numCMPs ]
do
# set variable $picknow to current CMP
eval pickprev=\$cmp`expr i - 1`
eval picknow=\$cmp$i
eval picknext=\$cmp`expr i + 1`
# make a file so the while loop will run the first time
echo "just some junk" > newpicks.$picknow
while [ -s "newpicks.$picknow" ]
do
# work this location until the user makes no picks
# on the velan
if [ -s picks.$picknow ] ; then
echo "Location CMP $picknow has no picks."
fi
#------------------------------------------------
# Plot CMP (right)
#------------------------------------------------
suwind < $indata \
key=cdp min=$picknow max=$picknow > panel.$picknow.su
$SUXWIGB_OR_XIMAGE < panel.$picknow.su \
xbox=$XBOXCMP ybox=0 wbox=$WBOXCMP hbox=$HBOX \
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title="CMP gather $picknow" \
label1=" Time (s)" label2="Offset (m)" key=offset \
perc=$myperc verbose=0 &
#------------------------------------------------
# Constant Velocity Stacks (CVS) (middle-left)
# Make CVS plot for first pick effort.
# If re-picking t-v values, do not make this plot.
#------------------------------------------------
# truncate SPAN to odd number less then or equal to SPAN
HALF_SPAN=`expr $SPAN / 2`
SPAN=`expr $HALF_SPAN "*" 2 + 1`
# Select CMPs $picknow +/- HALF_SPAN.
# Write to spanpanel.$picknow.su
CMPMIN=`expr $picknow - $HALF_SPAN`
CMPMAX=`expr $picknow + $HALF_SPAN`
suwind < $indata key=cdp min=$CMPMIN max=$CMPMAX \
> spanpanel.$picknow.su
# Calculate CVS velocity increment
# dc = ( last CVS vel - first CVS vel ) / ( # CVS - 1 )
dc=`echo "( $lc - $fc ) / ( $nc - 1 )" | bc -l`
# Calculate trace spacing for CVS plot (m = d2, vel units)
# m = ( last CVS vel - first CVS vel ) / ( ( # CVS - 1 ) * SPAN )
m=`echo "( $lc - $fc ) / ( ( $nc - 1 ) * $SPAN )" | bc -l`
if [ ! -s cvs.$picknow.su ] ; then
# CVS velocity loop
rm cvs.$picknow.su
j=1
while [ $j -le $nc ]
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do
vel=`echo "$fc + $dc * ( $j - 1 )" | bc -l`
# uncomment to print CVS velocities to screen
## echo " vel = $vel"
sunmo < spanpanel.$picknow.su vnmo=$vel |
sustack >> cvs.$picknow.su
j=`expr $j + 1`
done
fi
# Compute lowest velocity for annotating CVS plot
# loV = first CVS velocity - HALF_SPAN * vel inc
loV=`echo "$fc - $HALF_SPAN * $m" | bc -l`
#------------------------------------------------
# Picking instructions
#------------------------------------------------
echo " "
echo "Preparing CMP $i of $numCMPs for Picking "
echo "Location is CMP $picknow. CVS CMPs = $CMPMIN,$CMPMAX"
echo " "
echo " Use the semblance plot to pick (t,v) pairs."
echo " Type \"s\" when the mouse pointer is where you want a pick."
echo " Be sure your picks increase in time."
echo " To control velocity interpolation, pick a first value"
echo " near zero time and a last value near the last time."
echo " Type \"q\" in the semblance plot when you finish picking."
echo " "
echo " If there are no picks (using \"s\") before you quit (using"
echo " \"q\" in the semblance plot, picking will continue at the"
echo " next CMP."
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#------------------------------------------------
# Plot semblance (velan) (left)
#------------------------------------------------
# if there is a non-zero length picks.$picknow file, plotit
# kls add logic for pickprev, picknow, picknext
if [ -s picks.$picknow ]
then
#--- --- --- --- --- --- --- --- --- ---
# Get the number of picks (number of lines) in picks.$picknow
# Remove blank spaces preceding the line count.
# Remove file name that was returned from "wc".
# Store line count in "npair" to guide line on velan.
npair=`wc -l picks.$picknow \
| sed 's/^ *\(.*\)/\1/' \
| sed 's/picks.$picknow//' `
plotline="curve=picks.$picknow npair=$npair curvecolor=white"
else
plotline=" "
fi
# echo plotline=$plotline
# plot the cvs
# cat picks.$picknow
suximage < cvs.$picknow.su \
xbox=$XBOXCVS ybox=0 wbox=$WBOXCVS hbox=$HBOX \
title="CMP $picknow Constant Velocity Stacks" \
label1=" Time (s)" label2="Velocity (m/s)" \
f2=$loV d2=$m verbose=0 \
perc=$myperc n2tic=5 cmap=rgb0 $plotline &
# if there is a velocity function, display moved out gather
if [ -s picks.$picknow ]
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then
# translate picks.$picknow into tnmo/vnmo for sunmo
sort < picks.$picknow -n |
mkparfile string1=tnmo string2=vnmo > par.$i
# apply nmo and plot the moved out gather
sunmo < panel.$picknow.su par=par.$i cdp=$picknow verbose=0 \
| $SUXWIGB_OR_XIMAGE \
xbox=$XBOXNMOCMP ybox=0 wbox=$WBOXCMP hbox=$HBOX \
title="CMP $picknow after NMO" \
label1=" Time (s)" label2="Offset (m)" \
verbose=0 perc=$myperc key=offset &
fi
# compute and plot the semblance/velan
cat picks.$picknow
suvelan < panel.$picknow.su nv=$nvs dv=$dvs fv=$fvs \
| suximage \
xbox=$XBOXVELAN ybox=0 wbox=$WBOXVELAN hbox=$HBOX perc=99 \
units="semblance" f2=$fvs d2=$dvs n2tic=5 \
title="Semblance Plot CMP $picknow" cmap=hsv2 \
label1=" Time (s)" label2="Velocity (m/s)" \
legend=1 units=Semblance verbose=0 gridcolor=black \
grid1=solid grid2=solid \
mpicks=newpicks.$picknow $plotline
if [ -s "newpicks.$picknow" ]
then
echo "there is a non-zero length newpicks.$picknow file"
cat newpicks.$picknow
cp newpicks.$picknow picks.$picknow
fi
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echo " "
echo " t-v PICKS CMP $picknow"
echo "----------------------"
cat picks.$picknow
echo "----------------------"
# rm spanpanel.$picknow.su
zap xwigb > /dev/null
zap ximage > /dev/null
done
i=`expr $i + 1`
done
#------------------------------------------------
# Create velocity output file
#------------------------------------------------
cdplist=$cmp1
i=2
while [ $i -le $numCMPs ]
do
eval picknow=\$cmp$i
cdplist=$cdplist,$picknow
i=`expr $i + 1`
done
echo cdp=$cdplist \\ >$outpicks
i=1
while [ $i -le $numCMPs ]
do
sed < par.$i 's/$/ \\/g' >> $outpicks
i=`expr $i + 1`
done
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#------------------------------------------------
# Remove files and exit
#------------------------------------------------
echo " "
echo " The output file of t-v pairs is "$outpicks:
cat $outpicks
rm -f panel.*.su spanpanel.*.su picks.* par.* newpicks.* cvs.*.su
APÊNDICE D - Plotcdpfold.sh
#!/bin/bash
# Disciplina PET0407, PPGCEP-UFRN- Processamento Sismico, Prof. German Garabito
# Gera o arquivo do fold com o seguite comando:
# sukeycount < dadoCDPs.su key=cdp > cdpfold.dat
# Plotando o fold do dado
# uso: ./nomeScript cdpfold.dat
filename=$1
rm -f tmp*
i=0
IFS=$'\n'
for next in `cat $filename`
do
i=`expr $i + 1`
# echo "$next"
done
echo "Numero de linhas do arquivo: $i"
cdpNumFold=$(awk '{print($3,"\t",$5)}' $filename)
echo "$cdpNumFold" >tmp0
a2b < tmp0 | xgraph grid1=dot grid2=dot \
n=$i -geometry 600x300+420+10 \
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title="CDP fold" \
label1="CDP number" \
label2="Number of traces" \
style=normal x2end=50 \
linewidth=2 linecolor=4 mark=2 marksize=6 &
exit 0
APÊNDICE E- Veslpicks2trace.sh
#! /bin/sh
# Disciplina PET0407, PPGCEP-UFRN- Processamento Sismico, Prof. German Garabito
# Transforma o picking da analise de velocidades gravado em formato ASCII
# para uma matriz em formato binario, que será usado na migracao Kirchhoff
# uso: ./nomeScript
INVPICKS=novavelocidadepickada.dat
OUTVEL1D=velpicks_tacutu1d.bin
OUTVEL2D=velpicks_tacutu2d.bin
OUTVELMIG=velpicks_tacutu2d_smooth.bin
# Parametros do picking das velocidades
ncdpin=15 #numero de cdps
fcdpin=200 #primeiro cdp da analise
dcdpin=100 #intervalo de cdp
# parametros espaciais do modelo de velocidades
ncdpout=1720 #ultimo cdp
fcdpout=52 #primeiro cdp
dcdpout=1 #intervalo de cdp
# Parametros da amostragem no tempo
ns=1001
dt=0.004 # seg.
fs=0.0 # primeira amostra
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#conta as linhas tirando as linhas do cdp=26linhas
nlines=`grep -v cdp $INVPICKS | grep -v "#" | wc -l | awk '{print $1}'̀
echo "Numero de linhas:" $nlines
currline=1
>$OUTVEL1D
# Intepolacao na primeira dimensao (tempo)
while [ $currline -le $nlines ]
do
nextline=`expr $currline + 1`
ncolx=`grep -v cdp $INVPICKS | grep -v "#" | head -$currline | tail -1 | wc -c`
lcolx=`expr $ncolx - 2`
ncoly=`grep -v cdp $INVPICKS | grep -v "#" | head -$nextline | tail -1 | wc -c`
lcoly=`expr $ncoly - 2`
echo $lcolx
echo$lcoly
Xin=`grep -v cdp $INVPICKS | grep -v "#" | head -$currline | tail -1 | cut -c6-$lcolx`
Yin=`grep -v cdp $INVPICKS | grep -v "#" | head -$nextline | tail -1 | cut -c6-$lcoly`
unisam xin=$Xin yin=$Yin nout=$ns dxout=$dt fxout=$fs method=linear >>$OUTVEL1D
currline=`expr $currline + 2`
done
# Interpolacao na segunda dimensao (espaco)
unisam2 < $OUTVEL1D nx1=$ns dx1=$dt fx1=$fs n1=$ns d1=$dt f1=$fs \
nx2=$ncdpin dx2=$dcdpin fx2=$fcdpin n2=$ncdpout d2=$dcdpout f2=$fcdpout \
method1=linear method2=linear >$OUTVEL2D
rm $OUTVEL1D
ximage <$OUTVEL2D n1=$ns d1=$dt f2=$fcdpout d2=$dcdpout cmap=hsv2 legend=1
title="Modelo interpolado" &
# Suavizacao do modelo de velocidades
smoothpar1=10 # 10 cdps
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smoothpar2=25 # 25 cdps
smooth2 <$OUTVEL2D n1=$ns n2=$ncdpout rw=1 r1=$smoothpar1 r2=$smoothpar2
>$OUTVELMIG
ximage <$OUTVELMIG n1=$ns d1=$dt f2=$fcdpout d2=$dcdpout cmap=hsv2 legend=1
title="Modelo interpolado e suavizado" &
exit 0
APÊNDICE F - PostSTM.sh
#!/bin/sh
# Disciplina PET0407, PPGCEP-UFRN- Processamento Sismico, Prof. German Garabito
# Applica a migracao Kirchhoff pos-empilhamento em tempo
# (post-stack time migration - PostSTM)
# Uso: ./nomeScript
INDATA=stk_boto.su
VELMOD=./velpicks_tacutu2d_smooth.bin
OUDATA=tacutu_migposkir_pos.su
# parametros do dado:
fistcdp=52
lastcdp=1720
dxtrc=25 # distancia entre traços consecutivos
angmax=75
# aplicando a migracao
#sugain <$INDATA tpow=2.0 gpow=0.85 | \
sutaper < $INDATA ntr=19992 tr1=50 tr2=50 tend=200 | \
sufrac phasefac=.25 | \
suktmig2d vfile=$VELMOD fcdpdata=$fistcdp firstcdp=$fistcdp lastcdp=$lastcdp dx=$dxtrc
angmax=$angmax hoffset=0 verbose=1 >$OUDATA
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# visualizando o resultado
#sufxdecon <$OUDATA | sufilter f=5,10,40,60 | sunormalize | suwind tmin=1.5 | suximage
perc=97 title="Kirchhoff PosSTM" &
suximage < $OUDATA perc=99 title="migracao de kirchhoff"
exit 0
APÊNDICE G - Valores obtidos de forma desordenada no processo de picking na execução
do script IVA.
Fonte: Autoria do autor.
APÊNDICE H - Valores corrigidos de 𝑡𝑁𝑀𝑂 e 𝑣𝑁𝑀𝑂 de forma manual no arquivo resultante da
execução do script IVA.
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Fonte: Autoria do autor.