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Análise do desempenho de aterros rodoviários construídos sobre solos moles tratados com a técnica de Consolidação Profunda Radial (CPR) Denise de Almeida Monteiro, Grupo CCR, Jundiaí, Brasil, [email protected] Luiz Felipe Alves Grupo CCR, Jundiaí, Brasil, [email protected] Nilton Eduardo Bredariol Araium Grupo CCR, Jundiaí, Brasil, [email protected] RESUMO: O presente documento visa apresentar a avaliação de desempenho da aplicação da técnica de Consolidação Profunda Radial (CPR), utilizada para a consolidação de solos moles presentes na fundação de dois aterros rodoviários executados na Rodovia Anhanguera (SP330), sob administração da Concessionária do Sistema Anhanguera - Bandeirantes S.A. (CCR Autoban). O mapeamento Geológico-Geotécnico da região foi realizado por meio de sondagens percussivas, mistas, ensaios geotécnicos especiais (CPT-U e Vane Test) e pressiométrico, em situação “pré consolidação”. O desempenho da solução foi avaliado após a realização dos ensaios especificados, em fase “pós-consolidação”. A escolha desta técnica na fase de elaboração do projeto executivo foi feita orientada pelo estudo de alternativas tecnicamente equivalentes e que solucionassem os problemas de estabilidade e deformabilidade dos aterros necessários para a implantação da marginal. Foram considerados aspectos como o prazo contratual da obra, condições executivas e o custo associado. A técnica de consolidação profunda radial (CPR) foi considerada a mais adequada. PALAVRAS-CHAVE: Consolidação Profunda Radial, Consolidação de solos moles, aterros rodoviários. 1 INTRODUÇÃO Este trabalho consiste em apresentar dois casos práticos de aterros rodoviários construídos sobre solos moles tratados com a técnica de Consolidação Profunda Radial (CPR), referente à implantação da nova via marginal da pista Norte da Rodovia Anhanguera (SP330), no trecho situado entre os quilômetros 86 e 89, no município de Campinas, sob administração da Concessionária do Sistema Anhanguera - Bandeirantes S.A. (CCR Autoban). Os aterros apresentam altura média de 10 metros, chegando a 12,0 metros em um ponto localizado. Em virtude da proximidade do limite da faixa de domínio necessitou-se implantar dois muros do tipo terramesh, com alturas de 8,0 e 1,0 metros, identificados como muro N2 e N3, respectivamente. (CCR ENGELOG, 2012). Ainda que ambas as áreas apresentassem características favoráveis à elaboração do estudo de desempenho da técnica, optou-se por aquela localizada nas proximidades do quilômetro 89 (Muro N3), podendo ser tal trecho localizado na figura 1. Figura 1. Trecho do Muro N3 Pista atual Córrego Nova via marginal Faixa de domínio

Análise do desempenho de aterros rodoviários construídos sobre solos moles … · 2017. 3. 23. · Análise do desempenho de aterros rodoviários construídos sobre solos moles

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  • Análise do desempenho de aterros rodoviários construídos sobre solos moles tratados com a técnica de Consolidação Profunda Radial (CPR) Denise de Almeida Monteiro, Grupo CCR, Jundiaí, Brasil, [email protected] Luiz Felipe Alves Grupo CCR, Jundiaí, Brasil, [email protected] Nilton Eduardo Bredariol Araium Grupo CCR, Jundiaí, Brasil, [email protected] RESUMO: O presente documento visa apresentar a avaliação de desempenho da aplicação da técnica de Consolidação Profunda Radial (CPR), utilizada para a consolidação de solos moles presentes na fundação de dois aterros rodoviários executados na Rodovia Anhanguera (SP330), sob administração da Concessionária do Sistema Anhanguera - Bandeirantes S.A. (CCR Autoban). O mapeamento Geológico-Geotécnico da região foi realizado por meio de sondagens percussivas, mistas, ensaios geotécnicos especiais (CPT-U e Vane Test) e pressiométrico, em situação “pré consolidação”. O desempenho da solução foi avaliado após a realização dos ensaios especificados, em fase “pós-consolidação”. A escolha desta técnica na fase de elaboração do projeto executivo foi feita orientada pelo estudo de alternativas tecnicamente equivalentes e que solucionassem os problemas de estabilidade e deformabilidade dos aterros necessários para a implantação da marginal. Foram considerados aspectos como o prazo contratual da obra, condições executivas e o custo associado. A técnica de consolidação profunda radial (CPR) foi considerada a mais adequada. PALAVRAS-CHAVE: Consolidação Profunda Radial, Consolidação de solos moles, aterros rodoviários. 1 INTRODUÇÃO Este trabalho consiste em apresentar dois casos práticos de aterros rodoviários construídos sobre solos moles tratados com a técnica de Consolidação Profunda Radial (CPR), referente à implantação da nova via marginal da pista Norte da Rodovia Anhanguera (SP330), no trecho situado entre os quilômetros 86 e 89, no município de Campinas, sob administração da Concessionária do Sistema Anhanguera - Bandeirantes S.A. (CCR Autoban). Os aterros apresentam altura média de 10 metros, chegando a 12,0 metros em um ponto localizado. Em virtude da proximidade do limite da faixa de domínio necessitou-se implantar dois muros do tipo terramesh, com alturas de 8,0 e 1,0 metros, identificados como muro N2 e N3, respectivamente. (CCR ENGELOG, 2012).

    Ainda que ambas as áreas apresentassem características favoráveis à elaboração do estudo de desempenho da técnica, optou-se por aquela localizada nas proximidades do quilômetro 89 (Muro N3), podendo ser tal trecho localizado na figura 1.

    Figura 1. Trecho do Muro N3

    Pista atual

    Córrego

    Nova via marginal

    Faixa de domínio

  • 2 ESTUDOS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS 2.1 Investigações iniciais Para o reconhecimento do subsolo realizadas sondagens mistas e percussivas, o objetivo de permitir a identificação das camadas de solos moles, profundidade do N.A. e resistência a penetração. As sondagens percussivas foram paralisadas a uma profundidade média de 7,0 a 8,0 a presença de camada de rachãodesta dificuldade, definiu-se a execução de sondagem mista para reconhecimento das camadas subseqüentes ao rachão. Com os resultados das sondagens verificoua existência de uma camada de aterpredominantemente por silte argiloso pouco arenoso variegado, com SPT����� espessura média da ordem de 3,0 metros. esta camada, foi constatada presença de camada de solos aluvionarespredominantemente por argila siltoescura, com SPT����� de 2/45 golpes,da ordem de 4,0 metros. Posterior a esta camada de aluvião, encontrou-se uma camada de solo de alteração de rocha, mais resistente que as anteriores. (CCR ENGELOG, 2012). Com base nos resultados, identificoupresença de solos moles até a profundidade média de 7,0 metros. Além das sondagens à percussão também foram utilizados ensaios especiais complementares, que tiveram por objetivo melhorar o mapeamento da área em estudo. Os ensaios utilizados foram: 01 piezocone (CPT-U), e 01 ensaio Test), ambos realizados na região da sondagem mista. Estes ensaios foram paralisados profundidade média de 5,0 metros, também em virtude da camada de rachão. Os resultados destes ensaios foram úteis para confirmar a classificação de solos molesidentificados nas sondagens, embora tenham sido realizados em quantidade e profundidade reduzida, serviram apenas de referência, e não serão apresentados neste artigo. Também foram realizados ensaios geotécnicos pela empresa executoranesta etapa inicial o ensaio utilizado foi o

    -

    nhecimento do subsolo local, foram e percussivas, com

    permitir a identificação das camadas de solos moles, profundidade do N.A. e resistência a penetração. As sondagens percussivas foram paralisadas a uma

    metros, devido a presença de camada de rachão. Em função

    se a execução de sondagem mista para reconhecimento das camadas subseqüentes ao rachão.

    Com os resultados das sondagens verificou-se existência de uma camada de aterro, composta

    predominantemente por silte argiloso pouco � de 3 golpes,

    ordem de 3,0 metros. Sob presença de uma

    solos aluvionares compostos predominantemente por argila siltosa cinza

    de 2/45 golpes, com espessura ordem de 4,0 metros. Posterior a esta camada

    se uma camada de solo , mais resistente que as

    (CCR ENGELOG, 2012). identificou-se a

    presença de solos moles até a profundidade

    m das sondagens à percussão também foram utilizados ensaios especiais complementares, que tiveram por objetivo

    área em estudo. Os 01 ensaio de

    ensaio palheta (Vane ambos realizados na região da sondagem

    . Estes ensaios foram paralisados em profundidade média de 5,0 metros, também em virtude da camada de rachão. Os resultados

    ensaios foram úteis para confirmar a classificação de solos moles previamente identificados nas sondagens, embora tenham sido realizados em quantidade e profundidade

    apenas de referência, e não

    m foram realizados ensaios pela empresa executora, sendo que

    nesta etapa inicial o ensaio utilizado foi o

    pressiométrico, efetuado em 3 profundidades distintas, 4, 8 e 11 metrosclassificou as camadas de solo como Argila Mole, com exceção daquela encontrada aos 8,0 metros, em virtude da camada de rachão existente. Pode-se observar na figura 2 a localização das sondagens e na figura 3 a localização dos ensaios pressiométricos.

    Figura 2. Localização das sondagens.

    Figura 3. Localização dos ensaios pressiometricos. 2.2 Mapeamento de áreas Com os resultados das sondagens e ensaios especiais analisados, foram delimitadas 3 áreas de características distintasÁrea 03) conforme ilustrado na

    Figura 4. Delimitação das áreas de distintas. Cada uma das áreas delimitadas características apresentadas figuras 5, 6 e 7.

    , efetuado em 3 profundidades distintas, 4, 8 e 11 metros, que também classificou as camadas de solo como Argila

    xceção daquela encontrada aos 8,0 metros, em virtude da camada de rachão

    se observar na figura 2 a localização das sondagens e na figura 3 a localização dos ensaios pressiométricos.

    Figura 2. Localização das sondagens.

    Localização dos ensaios pressiometricos.

    Mapeamento de áreas

    Com os resultados das sondagens e ensaios foram delimitadas 3 áreas

    de características distintas (Área 01, Área 02 e conforme ilustrado na figura 04.

    . Delimitação das áreas de características

    Cada uma das áreas delimitadas possui as características apresentadas nos gráficos das

  • Figura 5. Área 01: Gráfico de sondagens tratamento”.

    Figura 6. Área 02: Gráfico de tratamento”..

    Figura 7. Área 03: Gráfico de sondagens tratamento”.

    sondagens -“pré

    sondagens -“pré

    sondagens -“pré

    3 SOLUÇÃO ADOTADA Dentre as diversas soluções estudadas(substituição do solo mole, execução de estacas de material granular), a utilização da técnica de Consolidação Profunda Radial foi a que melhor atendeu aos requisitos técnicovez que solucionaria os problemas de estabilidade e deformabilidade da futura marginal, atenderia o prazo contratual de execução da obra, aspectos sustentáveis alinhados com os valores da empresa e mais competitivo em relação a outras disponíveis no mercado. A técnica consiste nocaracterísticas geológicas dmole, induzindo-a a perder água em meio drenante artificial, através do processo expansão de cavidades por formação de bulbos de compressão e conseqüentemente adensamento do solo. Os bulbos formados de baixo para cima via expansão de cavidades induzem recalques a cada metraumentando sua resistência e, conseqüentemente, reduzindo sua compressibilidade para o nível desejado.(NOGUEIRA, 2010). Este adensamento imediatorápida melhoria dos parâmetros de resistência e deformabilidade dos solos tratados.(ALMEIDA, 2010). A ilustração esquemática da soluçãoapresentada na figura 8, abaixo.

    Figura 8. Detalhe das verticais de bulbos de compressão em meio drenante (ilustração cedida pelo executor) 4 EXECUÇÃO DA OBRA 4.1 Cravação dos geodrenos

    SOLUÇÃO ADOTADA

    diversas soluções estudadas (substituição do solo mole, execução de estacas

    , a utilização da técnica de Consolidação Profunda Radial foi a que melhor

    técnico-econômicos, uma vez que solucionaria os problemas de estabilidade e deformabilidade da futura

    o prazo contratual de , aspectos sustentáveis

    alinhados com os valores da empresa e custo em relação a outras técnicas

    no melhoramento das características geológicas da massa de solo

    a perder água em meio drenante artificial, através do processo expansão de cavidades por formação de bulbos de compressão e conseqüentemente adensamento do solo. Os bulbos formados de

    expansão de cavidades induzem recalques a cada metro de solo, aumentando sua resistência e, conseqüentemente, reduzindo sua compressibilidade para o nível desejado.

    Este adensamento imediato promove uma rápida melhoria dos parâmetros de resistência e deformabilidade dos solos tratados.

    esquemática da solução é , abaixo.

    verticais de bulbos de compressão

    (ilustração cedida pelo executor).

    EXECUÇÃO DA OBRA

    Cravação dos geodrenos

  • Os geodrenos foram cravados obedecendo a um espaçamento de 1,5 metros, dispostos em malha quadrada, com profundidade variando de 8,0 a 12,0 metros, conforme demonstrado na figura 9.

    Figura 9. Malha de geodrenos 4.2 Execução dos bulbos A malha vertical dos bulbos de compressão foi executada obedecendo a um espaçamento de 3,0 x 3,0 metros. As injeções eram iniciadas a partir da base da camada de solo mole (8,0 a 12,0 metros) e realizadas metro a metro, sendo que os condicionantes de mudança de profundidade de injeção foram:

    • Volume de cada bulbo de compressão: limitado a 2.500 litros ou 50 batidas da bomba injetora;

    • Pressão da expansão de cavidades: limitada a 10 kgf/cm², indicada no manômetro acoplado do equipamento;

    Durante o processo de execução dos bulbos de compressão, houve ainda um terceiro critério de paralisação, relacionado ao extravasamento de geogrout pela superfície do próprio furo ou em furos adjacentes. Contatou-se que a injeção em camadas mais superficiais (menores 4,0 metros), por vezes provocavam fissurações no solo. Pode-se atribuir esse fato ao baixo confinamento do solo nas regiões mais próximas à superfície. A partir das observações em campo referentes ao pouco confinamento do solo mais superficial e a necessidade da extensão do tratamento até estes níveis, decidiu-se executar novas verticais de tratamento entre as de projeto, com a formação de bulbos de compressão e adensamento de forma mais lenta e controlada que o normal, com profundidades típicas ate 4,0 metros Nas regiões sob os muros, executou-se

    verticais de reforço, intercaladas às verticais já executadas, com os mesmos procedimentos e profundidades, conforme mostrado na figura10.

    Figura 10. Croqui esquemático das verticais. Estas novas verticais de tratamento tiveram a finalidade de garantir maior capacidade de suporte e melhoramento da resistência do solo para favorecer a estabilidade global e a absorção dos esforços concentrados na base do muro. 4.3 Características do grout O traço adotado para preparação do grout foi: 1 (silte); 6 (areia); 200kg/m³ (cimento), sua resistência característica a compressão foi de 6,2 MPa. 4.4. Implantação de Geogrelha Anterior a execução do aterro compactado foi realizada a escavação de aproximadamente 1,50 m de espessura e implantada uma geogrelha de resistência característica de 90 kN/m, conforme Figura 11.

    Figura 11. Seção tipo da solução adotada 4.5 Dados da obra Os dados da obra como área tratada, volume de bulbos de compressão e prazos, são respectivamente: 2.309 m², 5.309 m³ (dado do executor) e 1 mês.

  • 5 ANÁLISE DE DESEMPENHO A análise de desempenho foi efetuada com origem na comparação das sondagens e ensaios realizados em situação de “précom as sondagens e ensaios “pós consolidaçãoPosteriormente a obra, o monitoramento ainda é realizado por meio de inclinômesuperficiais. 5.1 Sondagens Para a avaliação da resistência à percussão, foram realizadas 06 novas sondagens, percussivas e 03 mistas. Essas novas sondagens foram executadas aos pares em seções, de acordo comáreas, sendo 01 percussiva e 01 mista para cada área delimitada. Os resultados destas sondagens podem ser observados através dos gráficos apresentados nas figuras 13, 14 e 15, que também contem a resistência média à penetração por metro sondado, obtida através das realizadas antes da consolidaçãoilustra a metodologia adotada para a realização das sondagens “pós-consolidação.

    Figura 12. Croqui esquemático de realização das sondagens.

    Figura 13. Área 01: Gráfico de sondagens tratamento”.

    ANÁLISE DE DESEMPENHO

    A análise de desempenho foi efetuada com origem na comparação das sondagens e ensaios

    pré-consolidação” pós consolidação”.

    Posteriormente a obra, o monitoramento ainda é realizado por meio de inclinômetros e marcos

    Para a avaliação da resistência à percussão, 6 novas sondagens, 03

    Essas novas sondagens foram executadas aos de acordo com a divisão de

    01 percussiva e 01 mista para cada

    Os resultados destas sondagens podem ser observados através dos gráficos apresentados

    , que também contem a penetração por metro

    sondado, obtida através das sondagens realizadas antes da consolidação. A figura 12 ilustra a metodologia adotada para a realização

    consolidação.

    . Croqui esquemático de realização das

    de sondagens – “pós

    Figura 14. Área 02: Gráfico de sondagens tratamento”..

    Figura 15. Área 03: Gráfico de sondagens tratamento”. Com os resultados destas novas sondagens, calculou-se o ganho de resistência por profundidade investigada, resultados obtidos nesta etapa de investigação “pós-consolidação”, com a média aritmética das sondagens obtidas na etapa “pré

    Área 02: Gráfico de sondagens – “pós

    Área 03: Gráfico de sondagens – “pós

    Com os resultados destas novas sondagens, se o ganho de resistência por

    profundidade investigada, comparando os nesta etapa de investigação

    consolidação”, com a média aritmética das na etapa “pré-consolidação”.

  • As figuras 16, 17 e 18, apresentam o ganho de resistência mensurado em porcentagem para cada uma das duas sondagens realizadas.

    Figura 16. Área 01: – Ganho de resistência (%) x Profundidade (m).

    Figura 17. Área 02: – Ganho de resistênciaProfundidade (m).

    Figura 18. Área 03: – Ganho de resistênciaProfundidade (m). De forma geral, observou-se que o ganho de resistência apresentado nas sondagens

    , apresentam o ganho de resistência mensurado em porcentagem para

    duas sondagens realizadas.

    Ganho de resistência (%) x

    Ganho de resistência (%) x

    Ganho de resistência (%) x

    se que o ganho de resistência apresentado nas sondagens foi de no

    mínimo 50%, chegando apara as camadas mais superficiais até os 4,0 m de profundidade. Já superiores, o ganho de resistência chegou aos 500%. Observa-se com esta comparaçãoelevado ganho de resistência adquirido pelo solo nas camadas mais profundas confinamento à que tais camadas expostas. 5.2 CPTu e Vane Test Mesmo tendo sido realizados os ensaios de piezocone e palheta, estes representativos, uma vez que foram em camadas superficiais, não excedemetros de profundidade, portanto, não sendo apresentados. 5.3 Pressiômetro Os ensaios pressiométricos também foram fundamentais para ter-se uma melhor do desempenho da técnica, princípio de tratamento do solo por expansão de cavidade que comprime o solo adjacente. Os valores obtidos desempenho satisfatório, uma vez que foi constatado aumento no módulo pressiométrico (Em) de 1.340 kPa (Argila (Argila Média), valores esses amostradospróximo aos 4,0 metros de profundidade. Em profundidade, o valor obtido(Argila Rija), conforme apresentado na tabela

    Tabela 1. Resultados dos ensaios pressiométricos (dados fornecidos pelo executor). 5.4 Instrumentação Muro N3pista em operação. Imediatamente após a execução com a via marginal em operaçãoinstalados instrumentos de monitoramentodeslocamentos verticais e horizontais, no caso, 6 marcos superficiais e 1 inclinômetro.

    a 100%, valores estes mais superficiais até os 4,0 m

    em profundidades o ganho de resistência chegou aos

    com esta comparação que o elevado ganho de resistência adquirido pelo solo nas camadas mais profundas deve-se ao confinamento à que tais camadas estão

    Mesmo tendo sido realizados os ensaios de piezocone e palheta, estes foram

    , uma vez que foram executados , não excedendo os 4

    metros de profundidade, portanto, não estão

    Os ensaios pressiométricos também foram se uma melhor avaliação

    desempenho da técnica, considerando-se o tratamento do solo por expansão de

    cavidade que comprime o solo adjacente. obtidos demonstraram um

    desempenho satisfatório, uma vez que foi constatado aumento no módulo pressiométrico

    rgila Mole) para 2.645 kPa édia), valores esses amostrados

    aos 4,0 metros de profundidade. Em profundidade, o valor obtido foi de 5.797 kPa

    ), conforme apresentado na tabela 1.

    Tabela 1. Resultados dos ensaios pressiométricos (dados

    Muro N3 – Pós obra e

    Imediatamente após a execução do aterro, já em operação, foram

    tos de monitoramento de deslocamentos verticais e horizontais, no caso,

    s superficiais e 1 inclinômetro.

  • Os marcos superficiais foram instalados obedecendo a disposição de pares, sendo que de cada par, um localiza-se no pé e outro na crista do aterro. Quanto ao inclinômetro, este se encontra na crista do talude, tendendo ao meio da área que foi consolidada. A figura 19 ilustra a situação exposta acima e contem os sentidos de movimentação, ou seja, 1 (Pista), 2 (Gabião), 3 (Interior) e 4 (São Paulo), conforme Figura 19.

    Figura 19. Posicionamentos dos marcos superficiais e inclinômetro, com sentido de deslocamento Em fase inicial, a periodicidade das leituras dos instrumentos era semanal, vindo ocorrer mais esparsamente ao longo do tempo em virtude dos baixos deslocamentos apresentados. Até o momento, foram constatados deslocamentos horizontais inferiores a 01 mm e deslocamentos verticais máximos de 42mm, os quais podem ser observados nas figuras 20, 21 e 22.

    Figura 20. Leituras Marcos superficiais – N3.

    Figura 21. Leituras inclinômetro – Muro N3.

    Figura 22. Leituras inclinômetro – Muro N3.

    -25-24-23-22-21-20-19-18-17-16-15-14-13-12-11-10-9-8-7-6-5-4-3-2-10

    -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

    Co

    ta (

    m )

    Convençao de Sinaispositivo: GABIÃOnegativo: PISTA

    Deslocamento Horizontal (mm)Direçao 1-2

    15/6/13 21/6/1328/6/13 5/7/1313/7/13 19/7/1326/7/13 2/8/139/8/13 15/8/1323/8/13 19/9/13

    -25-24-23-22-21-20-19-18-17-16-15-14-13-12-11-10-9-8-7-6-5-4-3-2-10

    -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5

    Co

    ta (

    m )

    Convençao de Sinaispositivo: SÃO PAULO negativo: INTERIOR

    Deslocamento Horizontal (mm)Direçao 3-4

    15/6/13 21/6/1328/6/13 5/7/1313/7/13 19/7/1326/7/13 2/8/139/8/13 15/8/1323/8/13 19/9/13

    1

    3 4

    2

  • 6. CONCLUSÕES A técnica utilizada para a consolidação dos solos moles nos pontos mencionados demonstrou desempenho satisfatório, considerando-se o nível de resistência e rigidez imposta ao solo. Por se tratar de um tratamento de volume de solo a avaliação do desempenho é mais representativa a partir da instrumentação das deformações e deslocamentos ao longo do tempo. Inicialmente, como critério utilizou-se da execução de sondagens espaçadas com intuito de reconhecer o provável ganho de resistência do solo, mesmo considerando que esta reflexão seria pontual e localizada, não refletindo o comportamento do volume de solo consolidado. Nesta avaliação de desempenho é possível concluir que a maior eficiência da consolidação está diretamente relacionada à profundidade em que os bulbos de compressão têm confinamento tridimensional, ou seja, em maiores profundidades os ganhos de resistência foram mais elevados, chegando até 500%. Já nas camadas mais superficiais os ganhos foram menores entre 50% e 100%, em virtude do baixo confinamento do solo. No ensaio pressiométrico o ganho de resistência também foi considerado elevado. Até o momento não foram observadas anormalidades relacionadas à estabilidade, e os recalques ocorridos são reduzidos. Os deslocamentos medidos pelos inclinômetros indicam valores inferiores a 1,0 mm e pelos marcos superficiais de 36 mm. A contenção com a marginal executada pode ser observada na figura 23 (Muro N3), e na figura 24 (Muro N2).

    Figura 23. Muro N3 – Marginal implantada.

    Figura 24. Muro N2 – Marginal implantada (∆h=0,5mm e ∆v=46mm). REFERÊNCIAS Almeida, M.S.S. (2010) Aterro sobre solos moles: projeto e desempenho. Oficina de Textos, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 254 p. CCR Engelog (2012). Projeto Executivo de Implantação de Vias Marginais na Rodovia

    Anhanguera entre os quilômetros 86+500 e

    89+400 – Estudo geotécnico do muro de

    contenção na marginal norte entre as estacas

    209+14,830 e 212+18,830. Nogueira, E.G. (2010) Estudo de algumas soluções de tratamentos de solos moles para

    construção de aterros no trecho Sul do

    rodoanel – SP. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Geotecnia, Departamento de Engenharia Civil, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 186 p.