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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO LUCIANE TILLMANN ANÁLISE DOS NÍVEIS DE RUÍDO, TEMPERATURA E SEGURANÇA EM MÁQUINAS NO PROCESSO DE INJEÇÃO DE UMA EMPRESA DO RAMO AUTOMOTIVO MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO CURITIBA 2012

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  • UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARAN DEPARTAMENTO ACADMICO DE CONSTRUO CIVIL

    ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA DE SEGURANA DO TRABAL HO

    LUCIANE TILLMANN

    ANLISE DOS NVEIS DE RUDO, TEMPERATURA E SEGURAN A EM MQUINAS NO PROCESSO DE INJEO DE UMA EMPRESA DO

    RAMO AUTOMOTIVO

    MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAO

    CURITIBA 2012

  • LUCIANE TILLMANN

    ANLISE DOS NVEIS DE RUDO, TEMPERATURA E SEGURAN A EM MQUINAS NO PROCESSO DE INJEO DE UMA EMPRESA DO

    RAMO AUTOMOTIVO

    MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAO

    Monografia apresentada para obteno do ttulo de Especialista no Curso de Ps Graduao em Engenharia de Segurana do Trabalho, Departamento Acadmico de Construo Civil, Universidade Tecnolgica Federal do Paran, UTFPR. Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Eduardo Catai

    CURITIBA 2012

  • 3

    LUCIANE TILLMANN

    ANLISE DOS NVEIS DE RUDO, TEMPERATURA E SEGURAN A

    EM MQUINAS NO PROCESSO DE INJEO DE UMA EMPRESA DO RAMO AUTOMOTIVO

    Monografia aprovada como requisito parcial para obteno do ttulo de Especialista no Curso de Ps-Graduao em Engenharia de Segurana do Trabalho, Universidade Tecnolgica Federal do Paran UTFPR, pela comisso formada pelos professores: Banca:

    _____________________________________________ Prof. Dr. Rodrigo Eduardo Catai (Orientador)

    Departamento Acadmico de Construo Civil, UTFPR Cmpus Curitiba.

    ________________________________________ Prof. Dr. Adalberto Matoski Departamento Acadmico de Construo Civil, UTFPR Cmpus Curitiba.

    _______________________________________ Prof. M.Eng. Massayuki Mrio Hara Departamento Acadmico de Construo Civil, UTFPR Cmpus Curitiba.

    Curitiba 2013

    O termo de aprovao assinado encontra-se na Coordenao do Curso

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    Dedico a Deus

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    AGRADECIMENTOS A Deus, por sempre iluminar meu caminho, e me permitir concluir mais esta etapa da minha vida. Ao meu amado esposo Milton Jos Oliveira Kemer, pela ajuda to valiosa. Sua pacincia e amor sempre fizeram toda a diferena. A minha me querida Helga Tillmann, por todo o seu empenho e amor em me formar como pessoa e me encorajar a sempre seguir em frente. A minha segunda me Maria de Lourdes Oliveira Franco, por toda generosidade e incentivo. A Mariana Gluczkowski pela amizade e ajuda na elaborao deste trabalho.

  • 6

    RESUMO

    A crescente industrializao e automao das grandes fbricas, alm do avano tecnolgico, tm contribudo para o surgimento de diversos problemas de sade ocupacional e acidentes de trabalho, decorrentes da exposio aos agentes de risco e a falta de segurana em mquinas e equipamentos. A proposta do trabalho visa analisar as condies de segurana das mquinas, e os nveis de rudo e temperatura dos postos de trabalho do processo de injeo de uma indstria do ramo automotivo. Os nveis dos agentes insalubres foram comparados com os limites de tolerncia estabelecidos na NR 15. O levantamento de dados para identificao das condies de segurana das mquinas e equipamentos foi realizado por meio de check-list, baseado nas medidas de proteo e preveno adotadas na NR 12. Cada um dos requisitos abordados foi analisado de acordo com a legislao vigente, e com os resultados obtidos, foi possvel a recomendao de melhorias e solues relacionadas sade e segurana dos funcionrios. Para a atenuao dos nveis de rudo acima do limite de 85 dB (A), a utilizao de protetores auriculares adequados satisfatria. As temperaturas dos postos de trabalho atendem ao limite de tolerncia de 26,7C, sendo recomendada a realizao de novas medies em diferentes perodos do ano. Quanto aos requisitos de segurana das mquinas e equipamentos, o setor de injeo apresenta nove no conformidades, as quais para adequao, necessitam de investimentos, treinamentos e programas de preveno de acidentes. Palavras-chave: Rudo; Temperatura; Segurana em mquinas; Processo de Injeo.

  • 7

    ABSTRACT Increasing industrialization and automation of large factories, and technological advances have contributed to the emergence of many occupational health problems and accidents, resulting from exposure to risk agents and lack of safety in machinery and equipment. The proposed work aims to analyze the safety conditions of the machines, and noise levels and temperature of the jobs of the injection of an automotive industry. The levels of unhealthy agents were compared with the tolerance limits established in NR 15. The data collection for identification of safety conditions of machinery and equipment was performed by checklist based on protection and prevention measures adopted in the NR 12. Each of the requirements discussed was analyzed according to the current legislation, and the results obtained, it was possible to recommending improvements and solutions related to health and safety officials. For the attenuation of noise levels above the limit of 85 dB (A), the use of appropriate hearing protection is satisfactory. The temperatures of the jobs meet the tolerance limit of 26.7 C, being recommended to perform new measurements at different times of the year. As for the security requirements of machinery and equipment, the sector presents nine injection non conformities, which for appropriateness, need investment, training and accident prevention programs. Keywords: Noise; Temperature; Machine safety; Injection Process.

  • 8

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1. Mquina injetora horizontal .................................................................................... 18

    Figura 2. Fluxograma do processo de injeo........................................................................31

    Figura 3. Layout do setor de injeo.......................................................................................33

    Figura 4. Medidor de presso sonora......................................................................................35

    Figura 5. Termmetro de globo...............................................................................................35

    Figura 6. Medio do nvel de rudo na injetora 600 II..........................................................36

    Figura 7. Medio do nvel de rudo na Injetora 2000 I.........................................................36

    Figura 8. Medio do nvel de rudo na sala de materiais......................................................37

    Figura 9. Medio da temperatura na injetora 2500 I.............................................................38

    Figura 10.Medio da temperatura na injetora 2700 II...........................................................38

    Figura 11. Medio de temperatura na rea de troca de moldes..............................................39

    Figura 12. Mdia dos nveis de rudo.......................................................................................41

    Figura 13. Secadores................................................................................................................41

    Figura 14. Bombas de vcuo....................................................................................................41

    Figura 15. Moinho...................................................................................................................42

    Figura 16. Mdia das temperaturas..........................................................................................44

    Figura 17. Lanternins...............................................................................................................44

    Figura 18. reas de circulao e postos de trabalho................................................................46

    Figura 19. Piso do setor de injeo..........................................................................................47

    Figura 20. Robs de extrao...................................................................................................48

    Figura 21. Esteira.....................................................................................................................48

    Figura 22. Bancadas dos postos de trabalho............................................................................49

  • 9

    LISTA DE QUADROS Quadro 1. Limites de tolerncia para rudos contnuos ou intermitentes ............................... 26

    Quadro 2. Limites de tolerncia para exposio ao calor........................................................29

    Quadro 3 . Taxas de metabolismo por tipo de atividade.........................................................29

    Quadro 4. Identificao dos postos de trabalho.......................................................................32

    Quadro 5. Medies dos nveis de rudo.................................................................................40

    Quadro 6. Medies das temperaturas.....................................................................................43

    Quadro 7. Requisitos no conformes do checklist baseado na NR 12.....................................45

  • 10

    LISTA DE ABREVIATURAS

    C Grau Celsius

    EPIs Equipamentos de Proteo Individual

    IBUTG - ndice de Bulbo mido Termmetro de Globo

    NR Norma Regulamentadora

    NRRsf Nvel de reduo de rudo

    SLOW Lento

  • 11

    SUMRIO

    1 INTRODUO .............................................................................................................. 13

    1.1 OBJETIVOS .............................................................................................................. 14

    1.1.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 14

    1.1.2 Objetivos Especficos ......................................................................................... 14

    1.2 JUSTIFICATIVAS .................................................................................................... 14

    2 REVISO BIBLIOGRFICA ...................................................................................... 16

    2.1 PROCESSO DE INJEO DE MATERIAIS PLSTICOS .................................... 16

    2.1.1 Mquinas Injetoras Horizontais .......................................................................... 17

    2.2 SEGURANA EM MQUINAS E EQUIPAMENTOS .......................................... 18

    2.2.1 Requisitos de Segurana da NR 12..................................................................... 21

    2.2.2 Espaos Fsicos para Mquinas e Postos de Trabalho ........................................ 23

    2.2.3 Medidas de Proteo para as Injetoras ............................................................... 23

    2.3 CLASSIFICAO DO RISCOS AMBIENTAIS ..................................................... 24

    2.4 AGENTE AO RUDO ............................................................................................... 25

    2.5 EXPOSIO AO CALOR ........................................................................................ 27

    3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 31

    3.1 ESTUDO DE CASO .................................................................................................. 31

    3.1.1 Fluxograma do Processo ..................................................................................... 31

    3.1.2 Layout do Processo ............................................................................................. 32

    3.1.3 Caracterizao das Atividades desenvolvidas nos Postos de Trabalho .............. 35

    3.2 EQUIPAMENTOS .................................................................................................... 35

    3.3 MEDIO DE RUDOS ........................................................................................... 36

    3.4 MEDIO DE TEMPERATURA ............................................................................ 38

    3.5 APLICAO DO CHECK-LIST ............................................................................. 40

    4 RESULTADOS E DISCUSSES ................................................................................. 41

    4.1 RESULTADOS DAS MEDIES DE RUDO ....................................................... 41

    4.2 RESULTADOS DAS MEDIES DE TEMPERATURA ...................................... 44

    4.3 RESULTADOS DO CHECK-LIST .......................................................................... 45

    4.3.1 Arranjo Fsico e Instalaes ............................................................................... 46

    4.3.2 Sistemas de Segurana........................................................................................ 48

    4.3.3 Transportadores de Materiais ............................................................................. 49

    4.3.4 Aspectos Ergonmicos ....................................................................................... 49

  • 12

    4.3.5 Procedimentos de Trabalho e Segurana ............................................................ 50

    5 CONCLUSES ............................................................................................................... 51

    REFERNCIAS ..................................................................................................................... 52

    APNDICE A CHECK-LIST N12.54

    ANEXO A CERTIFICADOS DE CALIBRAO .............................................................. 58

    ANEXO B CERTIFICADOS DE APROVAO DOS EPIS - CA .................................... 62

  • 13

    1 INTRODUO

    A competitividade no mercado internacional, alm de favorecer a entrada de novas

    indstrias do ramo automotivo no Brasil, tambm tem propiciado a expanso e modernizao

    de empresas j estabelecidas no pas. Porm, as tecnologias aplicveis aos processos

    produtivos, nem sempre so empregadas para as reas de sade e segurana.

    As condies fsicas e ambientais dos locais de trabalho tm influncia direta sobre o

    desempenho do trabalhador em relao produtividade e ao risco de acidentes. Agentes

    ambientais como rudos, exposio ao calor, alm de mquinas, equipamentos e postos de

    trabalho inadequados, podem gerar graves acidentes e problemas de sade ocupacional, alm

    de custos e perda de produtividade para as empresas.

    O desenvolvimento tecnolgico impulsionou o consumo de materiais novos e

    modernos no cenrio da indstria automotiva, que cada vez mais vem substituindo os

    materiais metlicos no automvel por componentes de plstico. Este avano, tambm trouxe a

    automao para as indstrias, porm, o desafio, associar as exigncias de segurana com a

    eficincia produtiva.

    Mesmo com toda a tecnologia empregada no setor automotivo, o colaborador ainda

    continua sendo a parte mais importante para o crescimento da indstria, uma vez que possui

    competncias e habilidades para operar equipamentos e mquinas em todas as etapas do

    processo. Dessa forma, investir e buscar continuamente ferramentas de gesto que contribuam

    para a melhoria do processo e para a segurana e sade do trabalhador imprescindvel para

    as empresas que desejam melhorar os resultados operacionais.

    O processo produtivo escolhido para o estudo de caso em uma empresa do ramo

    automotivo o processo de injeo de peas plsticas como pra-choques, painis de

    instrumentos e componentes internos e externos. Os colaboradores que trabalham nesse setor

    esto expostos a diversos riscos, decorrentes do contato com ferramentas de corte, mquinas

    injetoras de grande porte, rudos, exposio ao calor, poeiras entre outros.

    A avaliao do ambiente de trabalho possibilita o conhecimento dos riscos

    relacionados s atividades desenvolvidas para que possam ser adaptadas as melhores

    condies para o correto desempenho das atividades pelos funcionrios, com segurana e

    conforto, o que por outro lado, tambm beneficiar a indstria com a reduo de acidentes,

    custos e melhor produtividade.

  • 14

    Sero analisados os agentes ambientais de rudo e temperatura, de acordo com os

    limites de tolerncia da Norma Regulamentadora (NR) 15 e os requisitos de segurana em

    mquinas e equipamentos da NR 12, alm de sugesto de medidas de controle e preveno.

    Dessa forma, fundamental que os investimentos em novas tecnologias empregadas

    no setor automotivo, tambm sejam aplicados gesto de segurana e sade, pois respeitar e

    proteger a integridade dos funcionrios garantir a valorizao do produto e da imagem da

    empresa.

    1.1 OBJETIVOS

    1.1.1 Objetivo Geral

    Esta monografia tem como objetivo geral analisar os nveis de rudo, temperatura e a

    segurana em mquinas no processo de injeo de uma indstria do ramo automotivo.

    1.1.2 Objetivos Especficos

    Os objetivos especficos desta monografia so:

    Analisar os nveis de rudo e temperatura a que esto expostos os trabalhadores do

    processo de injeo de peas plsticas de acordo com os requisitos da NR 15;

    Analisar a segurana em mquinas do processo de injeo, de acordo com as

    especificaes da NR12;

    Propor melhorias para a segurana dos colaboradores.

    1.2 JUSTIFICATIVAS

    O crescimento gradativo do setor automotivo tem possibilitado a introduo de novas

    tecnologias aplicadas automao dos processos de injeo de plsticos. Porm, o projeto das

    instalaes, mquinas e postos de trabalho, muitas vezes atrelado apenas ao desempenho da

    produtividade, deixa de atender exigncias relacionadas segurana e conforto, constituindo

    um srio risco para os trabalhadores.

  • 15

    Qualquer atividade desempenhada pelo trabalhador em uma indstria deve atender

    requisitos de segurana e bem estar, por isso, avaliar a qualidade e as condies do ambiente

    de trabalho, imprescindvel na busca por alternativas que agreguem de forma eficiente

    produtividade e a integridade do trabalhador.

  • 16

    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 PROCESSO DE INJEO DE MATERIAIS PLSTICOS

    Vantagens tcnicas e econmicas estimularam a indstria automotiva a utilizar os

    materiais plsticos como substitutos de peas metlicas, pois os mesmos apresentam

    caractersticas que atendem as exigncias desse setor na aplicao de componentes plsticos

    em diversas partes do automvel.

    Ribeiro (2009) define a moldagem por injeo como um processo cclico de

    transformao de termoplsticos e termofixos. As vrias etapas do processo so executadas

    em uma ordem que se repete a cada ciclo, produzindo-se uma ou mais peas por vez.

    A injeo tambm o principal processo de fabricao de peas plsticas que

    possibilita a produo em grande escala. Segundo Redivo (2005), este processo tem como

    caracterstica e vantagem a elevada reprodutibilidade da ferramenta e repetibilidade

    dimensional do produto, se comparado aos outros processos termoplsticos.

    No processo de injeo, de acordo com Magalhes (2010), alguns cuidados com a

    matria-prima e o molde devem ser tomados antes de iniciar o processo. O molde de injeo

    consiste de vrias partes mveis e caminhos por onde o plstico ir passar at chegar a uma

    cavidade no formato da pea desejada. Durante a manuteno, montagem e instalao do

    molde, alguns cuidados devem ser tomados para no afetar de alguma forma o processo de

    injeo. Cuidados como: correta montagem das partes mveis, instalao dos pinos (de

    acordo com o calibre desejado), lubrificao das partes mveis, medio e registro das

    caractersticas crticas para a qualidade, verificao de danos no molde entre outros.

    Aps a instalao do molde, realizado o ajuste do processo, onde o operador deve

    ajustar a janela de operao da mquina, de acordo com seus procedimentos. Aps este ajuste,

    feita a alimentao da mquina com a resina apropriada, Magalhes (2010).

    Ainda conforme Magalhes (2010), o processo de injeo inicia-se com o

    carregamento da resina no canho de plastificao. A resina termoplstica que est no funil ir

    entrar no canho medida que a rosca iniciar o seu movimento. A rosca ir carregar o

    material para frente e ir se deslocar para trs. Ao redor do sistema de alimentao da entrada

    da resina existe um sistema de refrigerao. Na passagem da resina pelo canho realizada a

    etapa de derretimento ou plastificao da resina plstica. Esta plastificao acontece quando

    gerado calor na resina. Trs so as fontes de calor na resina plstica: o aquecimento das

  • 17

    resistncias ao redor do cilindro, velocidade de rotao da rosca e contra-presso ou fora

    aplicada na rosca para evitar o movimento de recuo da mesma. Quando bem dimensionados

    estes parmetros, o processo torna-se mais rpido e eficaz.

    Agora a resina plstica fundida encontra-se na frente da rosca. Com movimento

    rpido, no seu sentido axial, a rosca move-se para frente injetando certa quantidade de

    plstico para dentro do molde. Este processo s possvel porque na frente da rosca de

    injeo existe uma vlvula que comanda a passagem do plstico dependendo do movimento

    desta rosca. A resina ir passar pelo bico de injeo da mquina injetora, pelos canais do

    molde (podem ser canais quentes ou frios, isto depende do tipo de resina), passar pelo ponto

    de injeo e finalmente alcanar a cavidade onde formada a pea, Magalhes (2010).

    Para finalizar, Magalhes (2010), cita que, aps a injeo, com uma presso

    controlada, comea a fase de recalque, cuja funo manter as caractersticas dimensionais do

    produto e desta forma minimizar o impacto da contrao da pea. Inicia-se tambm nesta fase

    o processo de resfriamento da pea. O molde de injeo refrigerado (no caso estudado com

    gua) para acelerar o congelamento da pea. Com a pea completamente resfriada realizado

    o processo de extrao.

    2.1.1 Mquinas Injetoras Horizontais

    A moldagem de peas por mquinas injetoras basicamente compreende o fechamento

    do molde, aquecimento do material, injeo, resfriamento, abertura do molde e extrao da

    pea do molde, Magalhes (2010).

    Segundo a NR 12 Anexo IX, item 1, a mquina injetora pode ser definida como

    (BRASIL, 2012a):

    Para fins de aplicao deste Anexo considera-se injetora a mquina utilizada para fabricao descontnua de produtos moldados, por meio de injeo de material no molde, que contm uma ou mais cavidades em que o produto formado, consistindo essencialmente na unidade de fechamento rea do molde e mecanismo de fechamento, unidade de injeo e sistemas de acionamento e controle.

    Nas mquinas injetoras horizontais, o sistema de fechamento e os movimentos do

    molde ocorrem no eixo horizontal.

    Na Figura 1, observam-se as principais partes de uma mquina injetora horizontal:

  • 18

    Figura 1. Mquina injetora horizontal Fonte: ABNT (1995)

    2.2 SEGURANA EM MQUINAS E EQUIPAMENTOS

    Num mundo em constante mudana, de economia globalizada e de mercados

    emergentes, modernas tecnologias gestoriais tm oportunizado melhorias considerveis na

    forma como as empresas podem tornar-se altamente competitivas e obter ganhos

    considerveis de produtividade. Porm, pouca ou nenhuma ateno dada a qualidade de vida

    no trabalho, sendo que, normalmente, os postos de trabalho so, na verdade, postos de tortura,

    o que no um privilgio da era moderna, mas sim uma cultura que acompanha todas as fases

    da introduo do sistema capitalista, Martin (2004 apud Rgis Filho 1998).

    Almeida (2009), afirma que a segurana no trabalho prope a empresa uma forma de

    organizao, uma melhoria contnua nos processo produtivos atravs de tcnicas e

    conhecimento, conscientizando de forma sistmica todos os colaboradores envolvidos no

    processo de produo, ocasionando a reduo do nmero de acidentes e um bom desempenho

    nas suas atividades.

    Os acidentes que ocorrem nos postos de trabalho com mquinas e equipamentos so

    geralmente causados pelas ms condies dos mesmos e pela falta de investimento em

    protees e dispositivos de segurana e na preparao dos funcionrios para a operao dos

    mesmos, Torres (2007).

    A NBR 13536 (1995) cita que mquinas ou dispositivos mecnicos, que no so

    dotados de dispositivos forados de segurana, cedo ou tarde levam a acidentes. Falhas

    tcnicas ou de organizao, bem como procedimentos incorretos, so, por si s, em seu meio

  • 19

    de trabalho, a se proteger sem dispositivos de segurana. Nas mquinas e nas construes

    mecnicas devem se integrar, portanto, os dispositivos de segurana.

    De acordo com Torres (2007), os acidentes com mquinas injetoras de plstico

    representam um problema srio de segurana na cadeia produtiva do plstico, que

    principalmente com evoluo tecnolgica levou para dentro das indstrias de produtos

    plsticos mquinas semi-automticas e automticas, tais como as injetoras de plstico que

    acabam constituindo um srio risco segurana no ambiente de trabalho, se no providas dos

    devidos sistemas de segurana ou operadas por profissionais no capacitados. Dessa forma, os

    acidentes que acontecem alm de afastamentos, podem gerar doenas e leses com as quais o

    colaborador poder ser prejudicado para o resto da vida.

    A preveno dos acidentes se inicia na fase de projeto das mquinas, equipamentos e

    instalaes do processo produtivo de uma indstria, com a insero de protees e itens de

    segurana. Com a estimativa do crescimento produtivo, devem tambm ser previstas futuras

    alteraes nas instalaes dos postos de trabalho, aquisio de novos e modernos

    maquinrios, para que os requisitos de segurana continuem sendo atendidos, Corria (2011).

    Neste contexto, segundo com Corria (2011), analisar as informaes dos incidentes,

    doenas e acidentes relacionados ao trabalho, permite o aperfeioamento das normas de

    segurana e sade, dos sistemas de gesto das empresas, das concepes e dos projetos de

    mquinas e equipamentos, constituindo-se, portanto, como parte essencial na gesto de sade

    e segurana. Analisar os acidentes potencializar a capacidade de preveno.

    Segundo a NBR 13.536 (1995), cuidados adequados devem ser tomados no projeto e

    na construo de mquinas injetoras, de forma que pessoas trabalhando na mquina ou em

    seus arredores no sejam expostas a riscos, em particular por:

    Movimento de partes da unidade de fechamento;

    Movimento da unidade de injeo;

    Outras partes cisalhantes ou perfurantes;

    Correntes eltricas;

    Partes quentes da mquina ou materiais moldveis quentes;

    Rudos gerados pelas partes dinmicas da mquina;

    Fumos resultantes da queima de materiais processados.

    Para Schneider (2011), conhecer as normas regulamentadoras, as normas tcnicas e o

    processo, fundamental sempre que se for aplicar uma soluo de segurana em mquinas,

  • 20

    pois a soluo deve ser baseada em trs pilares: protees adequadas (funcionalidade),

    procedimentos adequados e capacitao de fator humano.

    Schneider (2011) define proteo como parte da mquina especificamente utilizada

    para prover proteo por meio de uma barreira fsica, devendo:

    Protees fixas: so as protees fixadas normalmente no corpo ou estrutura da

    mquina, essas protees devero ser mantidas em sua posio fechada sendo de

    difcil remoo, fixadas por meio de solda ou parafusos, tornando sua remoo ou

    abertura impossvel sem o uso de ferramentas. Podem ser confeccionadas em tela

    metlica, chapa metlica ou policarbonato.

    Protees mveis: Essas protees geralmente esto vinculadas estrutura da

    mquina ou elemento de fixao adjacente que pode ser aberto sem o auxlio de

    ferramentas. As protees mveis (portas, tampas, etc.) devem ser associadas a

    dispositivos de monitorao e intertravamento.

    Enclauzuramento da zona de trabalho: Essa proteo deve impedir o acesso zona

    de trabalho por todos os lados. Possuir frestas que possibilitam somente o ingresso

    do material e no de membros do operador (mo ou dedos). Suas dimenses e

    afastamentos devem obedecer a NBR NM 13852 e NBR NM 13854. Pode ser

    constituda de protees fixas ou mveis dotadas de intertravamento por meio de

    chaves de segurana, garantindo a pronta paralisao da mquina ou equipamento

    sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas conforme NBR NM 272 e

    273. Podem possuir protees regulveis que se ajustam geometria da pea a ser

    beneficiada, devendo sempre observar as distncias de segurana da NBR NM

    13852.

    Ferramenta fechada: A ferramenta fechada de tal modo que permita apenas o

    ingresso do material e no permita o acesso da mo e dos dedos na rea de

    prensagem. Esta condio dever ser preferencialmente analisada e desenvolvida

    durante a fase de projeto e confeco da ferramenta, podendo der adaptada em

    ferramentas j existentes, observando-se no criar riscos adicionais com a

    incorporao da proteo.

    Nesse contexto, Almeida (2009) ainda cita as garantias de segurana contra os riscos

    mecnicos:

  • 21

    Prevenir o contato: a proteo tem que impedir ou prevenir que as mos, braos

    ou qualquer parte do corpo ou vestimentas de um trabalhador entrem em contato

    com as partes mveis perigosas, eliminando a possibilidade de acidentes.

    Proteger de queda de objetos: A proteo deve assegurar que nenhum objeto possa

    cair nas partes mveis, danificando o equipamento ou se tornando um projtil, que

    pode ser arremessado contra uma pessoa causando um ferimento.

    No criar interferncia: Protees que impedem ou dificultam os trabalhadores de

    executar normalmente as suas atividades so rapidamente desconsideradas e

    deixadas de lado. Componentes para lubrificao, por exemplo, devem ser

    instalados de forma de uma porta de proteo, de modo que a lubrificao possa

    ser feita sema necessidade de ingresso do trabalhador na rea de risco.

    Ter estabilidade no tempo: As protees e dispositivos de segurana devem ser

    feitos de material durvel que suporte as condies de uso, sendo firmemente

    afixados mquina.

    No criar perigos novos: Uma proteo perde seu objetivo quando cria em si um

    perigo adicional, tal como um ponto de cisalhamento, uma extremidade dentada

    ou uma superfcie inacabada. Sistema de alimentao automtica como robs,

    podem ser usados como proteo desde que o movimento de seus braos, por

    exemplo, no representem riscos para os trabalhadores.

    Desse modo, para Almeida (2009), o ambiente de trabalho deve oferecer as

    condies mnimas para a qualidade de vida no trabalho. As mquinas devem ter protees

    adequadas para resguardar a vida e a integridade do trabalhador, livrando-o de acidentes e

    possveis leses.

    2.2.1 Requisitos de Segurana da NR 12

    Em sua pesquisa, Corria (2011) cita que, a nova NR12 Segurana no Trabalho em

    Mquinas e Equipamentos foi reformulada no final do ano de 2010, com modificaes que

    ampliaram a sua abrangncia de atuao, incluindo mquinas fixas e mveis, equipamentos e

    ferramentas manuais (BRASIL, 2012a).

    Segundo Corria (2011 apud Morais 2011), a nova NR-12 define as referncias

    tcnicas, princpios fundamentais e medidas de proteo para garantir a sade e integridade

    fsica dos trabalhadores e estabelece requisitos mnimos para preveno de acidentes e

  • 22

    doenas do trabalho em todas as fases de projeto, de utilizao de mquinas e equipamentos

    de todos os tipos e de sucateamento, na fabricao, importao, comercializao, exposio,

    em todas as atividades econmicas, com observncia do disposto nas demais normas

    regulamentadoras, nas normas tcnicas oficiais e, na ausncia ou omisso dessas, nas normas

    internacionais aplicveis. As disposies da Norma Regulamentadora NR12 referem-se s

    mquinas e equipamentos novos e usados, exceto nos itens em que houver meno especfica

    quanto sua aplicabilidade, sendo que a utilizao compreende as fases da construo,

    transporte, montagem, instalao, ajuste, operao, limpeza, manuteno, inspeo,

    desativao e desmonte da mquina ou equipamento.

    Para Corria (2011), constantemente alteram-se as instalaes e condies de trabalho

    com a introduo de novos equipamentos ou mquinas, ferramentas, materiais ou mesmo com

    mudanas nos mtodos de trabalho. Estas mudanas significam que a cultura e padres de

    segurana estabelecidos no passado devem ser revistos e constantemente atualizados. Tendo-

    se um sistema de segurana bem feito, utilizando-se mquinas e equipamentos com

    manuteno em dia e adequadamente protegidos, minimizam-se ao mximo e/ou eliminam-se

    os riscos de acidentes.

    Ainda de acordo com Corria (2011), para o projeto de proteo das mquinas, sejam

    elas fsicas ou eletrnicas, devem ser considerados, alguns princpios:

    Conscientizao: alta administrao, SESMT, gerentes da manuteno e

    produo, supervisores e operadores devem estar empenhados em encontrar a

    proteo certa para as mquinas;

    Normas: devem atender as exigncias das normas nacionais (NR12 e Associao

    Brasileira de Normas Tcnicas ABNT) ou internacionais;

    Eliminao de perigos: as protees no podem provocar perigos recorrentes;

    Confiveis: no podem ser facilmente burladas ou colocadas fora de

    funcionamento;

    Distncia: devem estar afastadas, convenientemente, da zona de perigo;

    Produo: a proteo no pode diminuir sensivelmente a produo;

    Dimensionamento: para garantir inacessibilidade s partes perigosas da mquina,

    as protees devem ser adequadamente dimensionadas, evitando acesso por cima,

    por baixo, pelas laterais, pelos fundos ou atravs dela. As protees devem ser

    partes integrantes da mquina sempre que possvel, evitando assim a remoo

    intencional ou no intencional durante a operao.

  • 23

    2.2.2 Espaos Fsicos para Mquinas e Postos de Trabalho

    Houve uma importante mudana na NR 12, de acordo com Corria (2011) refere-se

    aos espaos fsicos e instalaes, descrita nos itens 12.6 a 12.13 da Norma. Na nova NR12,

    foram retiradas as distncias entre as mquinas que eram fixadas entre 60,0 a 80,0 cm, pois

    essas distncias no atendiam a todos os tipos de mquinas.

    Para estabelecer a distncia mnima entre as mquinas, Corria (2011) cita que para a

    adequabilidade das instalaes, devem ser observadas as normas tcnicas de segurana

    vigentes, de modo que a segurana dos trabalhadores durante as suas atividades seja

    preservada, alm de manter espao suficiente para o armazenamento e movimentao de

    materiais, reas de circulao e manuteno das mquinas.

    Segundo Corria (2011 apud Morais 2011), buscando-se prevenir contatos acidentais

    e facilitar a limpeza das mquinas e equipamentos pelo operador ou terceiros, alguns pontos

    devem ser observados, como:

    A forma, sees e o fluxo de materiais dispostos no local de trabalho, alm da

    posio das mquinas e dos equipamentos, em cada rea de trabalho;

    O planejamento geral das vias de circulao e sadas de emergncia deve estar

    baseado na simplicidade e na fcil compreenso da sua localizao;

    Gargalos no fluxo de materiais causam descontinuidade no trabalho, aumentando

    o risco de acidentes, devido necessidade de interveno humana nas mquinas,

    muitas vezes executada sem a parada e bloqueio total das mesmas;

    As sadas de emergncia devem ser mantidas livres e sinalizadas;

    As rotas ou corredores de acesso devem possuir algumas caractersticas como, ser

    bem planejado, posicionado a uma distncia segura dos postos de trabalho,

    possuir iluminao adequada, estarem livres de obstculos, entre outras.

    Os espaos ao redor das mquinas devem ser delimitados e adequados ao tipo de

    cada operao, de forma a prevenir a ocorrncia de acidentes e doenas

    relacionados ao trabalho.

    2.2.3 Medidas de Proteo para as Injetoras

    A nova NR 12 incluiu um anexo especfico com recomendaes sobre segurana

    para mquinas injetoras. Em sua pesquisa, Corria (2011), resumiu algumas medidas de

  • 24

    proteo e segurana para adequao das mquinas injetoras que ainda no se enquadram nos

    requisitos da Norma:

    Instalao de trs dispositivos de segurana na porta de acesso ao molde (proteo

    mvel frontal), impossibilitando a burla, contendo: um dispositivo eltrico com

    dois sensores de posio, um hidrulico com uma vlvula que atua no sistema de

    potncia hidrulico ou pneumtico da injetora e um mecnico auto regulvel;

    Instalao de dois dispositivos de segurana na proteo mvel da parte traseira

    da injetora;

    Os dispositivos de segurana de cada proteo mvel devem operar

    simultaneamente, interrompendo o funcionamento da injetora, assim que as

    mesmas sejam abertas;

    Instalao de dispositivos de parada de emergncia;

    Instalao de plataformas adequadas para o acesso ao reservatrio do material

    plstico a ser injetado;

    Instalao de talhas eltricas para a retirada e colocao dos moldes na mquina.

    2.3 CLASSIFICAO DO RISCOS AMBIENTAIS

    Para Gardinalli (2012), os locais de trabalho, pela prpria natureza da atividade

    desenvolvida e pelas caractersticas de organizao, relaes interpessoais, manipulao ou

    exposio a agentes fsicos, qumicos, biolgicos, situaes de deficincia ergonmica ou

    riscos de acidentes, podem comprometer a sade e segurana do trabalhador em curto, mdio

    e longo prazo, provocando leses imediatas, doenas ou a morte, alm de prejuzos de ordem

    legal e patrimonial para a empresa.

    Ainda segundo Gardinalli (2012), os riscos ambientais so classificados

    tecnicamente como:

    Riscos Fsicos: so representados por fatores ou agentes existentes no ambiente de

    trabalho que podem afetar a sade dos trabalhadores, como: rudos, vibraes,

    radiaes (ionizantes e no ionizantes), frio, calor, presses anormais e umidade;

    Riscos Qumicos: so identificados pelo grande nmero de substncias que podem

    contaminar o ambiente de trabalho e provocar danos integridade fsica e mental

    dos trabalhadores, a exemplo de poeiras, fumos, nvoas, neblinas, gases, vapores,

    substncias, compostos ou outros produtos qumicos;

  • 25

    Riscos Biolgicos: esto associados ao contato do homem com vrus, bactrias,

    protozorios, fungos, parasitas, bacilos e outras espcies de microorganismos;

    Riscos Ergonmicos: esto ligados execuo de tarefas, organizao e s

    relaes de trabalho, ao esforo fsico intenso, levantamento e transporte manual

    de peso, mobilirio inadequado, posturas incorretas, controle rgido de tempo para

    produtividade, imposio de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno,

    jornadas de trabalho prolongadas, monotonia, repetitividade e situaes

    causadoras de estresse;

    Riscos de Acidentes: so muito diversificados e esto presentes no arranjo fsico

    inadequado, pisos pouco resistentes ou irregulares, material ou matria-prima fora

    de especificao, mquina e equipamentos sem proteo, ferramentas imprprias

    ou defeituosas, iluminao excessiva ou insuficiente, instalaes eltricas

    defeituosas, probabilidade de incndio ou exploso, armazenamento inadequado,

    animais peonhentos e outras situaes de risco que podero contribuir para a

    ocorrncia de acidentes.

    Deste modo, para qualquer tipo de atividade, torna-se indispensvel a necessidade de

    investigar o ambiente de trabalho para conhecer os riscos a que esto expostos os

    trabalhadores. No presente trabalho sero avaliados os agentes fsicos como rudo ocupacional

    e exposio ao calor.

    2.4 EXPOSIO AO RUDO

    O termo rudo definido por Medeiros (1999), como uma sensao auditiva

    desagradvel ou um som no desejado pelo ouvinte, presumidamente porque, sendo

    desagradvel ou inoportuno, interfere na percepo do som desejado ou fisiologicamente

    nocivo.

    Medeiros (2009) tambm cita que o rudo refere-se s vibraes aperidicas, que no

    mantm relaes matemticas entre as frequncias, ou seja, so dissonantes. um tipo de som

    de natureza esparsa, cujo espectro no exibe componentes de frequncias distintos. difcil

    definir com preciso o rudo, qualquer som pode molestar ser desagradvel ou irritante

    quando o ouvinte se encontra mal preparado, fsica ou mentalmente.

  • 26

    A nocividade do excesso de rudo afeta o indivduo sob vrios aspectos, a nica

    doena especfica associada exposio a esse agente agressivo, a perda auditiva, Medeiros

    (2009).

    Para Santos (2000), a perda auditiva a doena ocupacional mais comum, pelo fato

    do rudo ser o agente nocivo presente em grande parte dos ambientes de trabalho, nos mais

    diversos ramos de atividade industrial e em diversas reas do setor de servios.

    De acordo com Santos (2000), para provocar danos na audio preciso que o

    trabalhador se exponha a nveis de rudo ou de presso sonora elevada. Os diversos estudos

    realizados demonstram que a exposio a rudo com valores acima de 85 decibis, emitido,

    por exemplo, por um torno mecnico, lesivo ao ouvido humano, dependendo do tempo que

    o trabalhador ficar exposto. Quanto maior for o nvel do rudo, menor o tempo que a pessoa

    pode ficar exposta, sob pena de desenvolver surdez.

    Segundo Medeiros (1999), a exposio a nveis elevados de rudo por um longo

    perodo de tempo pode determinar comprometimentos fsicos, mentais e sociais no indivduo.

    Entre estas conseqncias, a mais definida e quantificada, consiste em danos no sistema

    auditivo. Os distrbios atribudos exposio vo depender de fatores como: a frequncia do

    rudo, a intensidade, a durao, e o ritmo, assim como o tempo de exposio, a suscetibilidade

    individual, e a atitude de cada indivduo frente ao som.

    A exposio a nveis elevados de rudo, de acordo com Medeiros (1999), por um

    perodo de tempo interfere na concentrao e nas habilidades, tendo como consequncia a

    reduo da performance e do rendimento de trabalho, o indivduo fadiga mais rpido,

    apresentando cansao, prejudicando o desempenho de suas atividades. Estudos demonstraram

    que o excesso de rudo, no elemento humano, altera a condutividade eltrica no crebro, alm

    de provocar uma queda na atividade motora em geral.

    De acordo com a NR15 (BRASIL, 2012b) entende-se por rudo contnuo ou

    intermitente, para os fins de aplicao de limites de tolerncia, o rudo que no seja rudo de

    impacto. Os nveis de rudo contnuo ou intermitente devem ser medidos em decibis (dB)

    com instrumento de nvel de presso sonora operando no circuito de compensao "A" e

    circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas prximas ao ouvido do

    trabalhador. Na NR15 os tempos de exposio aos nveis de rudo no devem exceder os

    limites de tolerncia fixados no Quadro 1:

  • 27

    Nvel de Rudo dB (A) Mxima exposio diria permissvel

    85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos

    Quadro 1: Limites de tolerncia para rudos contnuos ou intermitentes

    Fonte: (BRASIL, 2012a).

    2.5 EXPOSIO AO CALOR

    O ciclo de trabalho de acordo com Moreira (2010 apud Durante 2009) o conjunto

    de atividades desenvolvidas pelo trabalhador em uma sequncia definida de operaes e que

    se repetem de forma contnua no decorrer da jornada de trabalho. Por outro lado, o equilbrio

    trmico aquele equilbrio necessrio entre o organismo e o meio ambiente, de forma que a

    carga trmica metablica seja dissipada para o ambiente por conduo, conveco e radiao.

    Moreira (2010 apud Durante 2009) define posto de trabalho como sendo todo e

    qualquer local onde o trabalhador permanece durante o desenvolvimento de seu ciclo de

    trabalho. Afirma ainda que a sensao trmica toda sensao de calor ou frio que se sente

    em determinadas condies de ambientes, decorrentes das condies ar (temperatura,

    umidade e velocidade), calor radiante e fatores de ordem pessoal (alimentao, vesturio,

    idade, sexo, etc.) e que tenso trmica a modificao fisiolgica ou patolgica decorrente da

  • 28

    sobrecarga trmica, representada, por exemplo, pelo aumento da frequncia de pulsaes e da

    temperatura do corpo, aumento da sudorese, etc.

    De acordo com Silva (2011 apud Ruas 1999), o conforto trmico num determinado

    ambiente pode ser definido como a sensao de bem-estar experimentada por uma pessoa,

    como resultado da combinao satisfatria, nesse ambiente, da temperatura radiante mdia,

    umidade relativa, temperatura do ambiente e velocidade relativa do ar, com a atividade

    desenvolvida e com a vestimenta utilizada.

    Ainda, segundo Silva (2011), o conforto trmico depende de variveis ambientais e

    humanas. As variveis ambientais so: a temperatura do ar, a temperatura radiante mdia, a

    velocidade do ar e a umidade relativa do ar. As variveis humanas so: o metabolismo gerado

    pela atividade fsica, e a resistncia trmica oferecida pela vestimenta. Alm destas variveis

    o sexo, a idade, a raa, os hbitos alimentares, o peso, a altura, e a adaptao ao clima local

    podem exercer influncia na sensao de conforto trmico de cada pessoa.

    Silva (2011), afirma que o ser humano possui um mecanismo termo-regulador,

    responsvel por regular a reduo dos ganhos ou o aumento das perdas de calor, garantindo a

    manuteno interna do organismo e permitindo o funcionamento dos sistemas vitais do

    homem. Este mecanismo permite que o organismo se mantenha em equilbrio, mesmo em

    condies adversas, para o bem estar fisiolgico.

    Para Silva et al. (2010), as altas temperaturas podem exercer grande influncia sobre

    a capacidade produtiva dos trabalhadores, provocando particularmente fadiga e desvio da

    ateno da atividade desempenhada. Por isso, avaliar as condies trmicas dos ambientes de

    trabalho imprescindvel para que o desenvolvimento das atividades laborais seja realizado

    com as condies mnimas de conforto trmicas exigidas para a preveno de acidentes e

    doenas ocupacionais.

    So estabelecidos e definidos na NR15 (BRASIL, 2012b), Atividades e Operaes

    Insalubres os limites de tolerncia e os critrios tcnicos para avaliao e caracterizao de

    atividades e operaes insalubres.

    De acordo com Silva et al. (2010), os ambientes quentes representam um dos pontos

    mais importantes no estudo da patologia ocupacional, devido a dois fatores:

    Alta frequncia de fadiga fsica ocasionada por ambientes quentes. Neste

    aspecto cabe chamar ateno para a alta ocorrncia de indivduos que comearam

    a trabalhar jovens e saudveis em ambientes quentes e que depois de poucos anos,

    encontram-se, anormalmente, envelhecidos e fracos;

  • 29

    Perda de produtividade, motivao, velocidade, preciso continuidade e aumento

    da freqncia de acidentes causados pelo desconforto trmico.

    Moreira (2010 apud Durante 2009) relata que na medida em que h um aumento de

    calor ambiental ocorre uma reao do organismo humano no sentido de promover um

    aumento da perda de calor. Inicialmente ocorrem reaes fisiolgicas para promover a perda

    de calor, mas estas reaes, por sua vez, provocam outras alteraes que, somadas, resultam

    num distrbio fisiolgico.

    A NR15 (BRASIL, 2012b), determina que a exposio ao calor deva ser avaliada

    atravs do "ndice de Bulbo mido Termmetro de Globo" - IBUTG definido pelas equaes

    que se seguem:

    Ambientes internos ou externos sem carga solar:

    IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg

    Ambientes externos com carga solar:

    IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg

    Onde:

    tbn = temperatura de bulbo mido natural

    tg = temperatura de globo

    tbs = temperatura de bulbo seco.

    Os aparelhos que devem ser usados nesta avaliao so: termmetro de bulbo mido

    natural, termmetro de globo e termmetro de mercrio comum. As medies devem ser

    efetuadas no local onde permanece o trabalhador, altura da regio do corpo mais atingida

    NR15 (BRASIL, 2012b).

    Para avaliao da sobrecarga trmica, a NR15 (BRASIL, 2012b), Anexo 3,

    apresenta os limites de tolerncia para exposio ao calor, em regime de trabalho intermitente

    com perodos de descanso no prprio local de prestao de servio, os quais esto descritos no

    Quadro 2. Para isso, determina a utilizao do IBUTG atravs da combinao das leituras dos

    termmetros de globo, bulbo mido e seco, correlacionando a carga trmica ambiental com a

    taxa metablica do tipo de atividade exercida pelo trabalhador, leve, moderada ou pesada, de

    acordo com o Quadro 3.

  • 30

    Regime de trabalho tipo de atividade Intermitente com descanso no

    Prprio local de trabalho (por hora)

    Tipo de atividade

    Leve Moderada Pesada

    Trabalho contnuo At 30,0 At 26,7 At 25,0

    45 minutos trabalho 15 minutos descanso

    30,1 a 30,5 26,8 a 28,0 26,8 a 28,0

    30 minutos trabalho 30 minutos descanso

    30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9

    15 minutos trabalho 45 minutos descanso

    31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0

    No permitido o trabalho, sem a adoo de medidas adequadas de controle.

    Acima de 32,2 Acima de 31,1 Acima de 30,0

    Quadro 2: Limites de Tolerncia para exposio ao calor

    Fonte: (BRASIL, 2012b).

    Tipo de atividade Kcal/h

    Sentado em repouso 100

    Trabalho Leve Sentado, movimentos moderados com braos e tronco (ex.: datilografia). Sentado, movimentos moderados com braos e pernas (ex.: dirigir). De p, trabalho leve, em mquina ou bancada, principalmente com os braos.

    125 150 150

    Trabalho Moderado Sentado, movimentos vigorosos com braos e pernas. De p, trabalho leve em mquina ou bancada, com alguma movimentao. De p, trabalho moderado em mquina ou bancada, com alguma movimentao. Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar.

    180 175 220 300

    Trabalho Pesado Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex. remoo com p). Trabalho fatigante.

    440 550

    Quadro 3: Taxas de Metabolismo por tipo de atividade

    Fonte: (BRASIL, 2012b).

  • 31

    3 METODOLOGIA

    Neste captulo, sero apresentados os mtodos de trabalho utilizados na coleta de

    dados para avaliao dos objetivos propostos. Foram analisados os nveis de rudo e

    temperatura de acordo com os requisitos da NR 15 e a segurana em mquinas com base na

    NR 12.

    Para a anlise, ser utilizado o mtodo quantitativo que compreende a realizao das

    medies dos nveis de rudo e temperatura com equipamentos especficos, e a comparao

    dos mesmos com os limites de tolerncia relacionados na Norma Regulamentadora em

    questo.

    Para avaliao dos requisitos de segurana em mquinas e equipamentos, ser

    aplicado um check-list baseado nas recomendaes da NR 12.

    3.1 ESTUDO DE CASO

    Para o estudo de caso foi escolhido uma indstria do ramo automotivo que fabrica

    peas plsticas. A empresa est localizada no Municpio de So Jos dos Pinhais PR.

    O local designado para o estudo so os postos de trabalho do processo de injeo. O

    setor possui 10 mquinas injetoras horizontais hidrulicas de pequeno, mdio e grande porte,

    com fora de fechamento aplicada nos moldes que variam de 600 a 3.000 toneladas.

    So produzidos componentes plsticos internos e externos para automveis, porm o

    principal produto o prachoque. A indstria funciona em trs turnos, de segunda a sbado, e

    nos domingos em escala de horas extras, com regime de trabalho de 8 horas e 40 minutos de

    refeio. A linha de produo do processo de injeo possui em mdia, 70 colaboradores.

    3.1.1 Fluxograma do Processo

    A Figura 2 demonstra o fluxograma do processo de injeo de plsticos, o qual se

    inicia pela preparao e instalao do molde na mquina injetora e o ajuste do ciclo do

    processo de acordo com as caractersticas da pea a ser injetada.

    Na sequncia, o material plstico a ser conformado, sob a forma de gros,

    introduzido no funil de alimentao da mquina e direcionado para o interior do cilindro de

  • 32

    plastificao onde o plstico aquecido a fim de tornar-se fluido e homogeneizado. O

    material fundido ento injetado para o interior de um molde para conformao final.

    A pea j formada ento resfriada e o processo de injeo se conclui com a abertura

    do molde e a extrao da pea, a qual retirada por um brao robotizado, que deposita as

    mesmas sobre esteiras para que seja realizada pelo operador a inspeo visual, a remoo de

    rebarbas e o envio das peas para o setor de pintura.

    Figura 2: Fluxograma do processo de injeo

    Fonte: Autora (2012)

    3.1.2 Layout do Processo

    As medies dos nveis de rudo e temperatura e o check-list foram aplicados nos

    postos de trabalho que esto localizados entre as injetoras, as quais esto identificadas

    conforme Quadro 4 e Figura 3.

    A nomenclatura atribuda s injetoras tambm aplicada aos postos de trabalho.

    Incio Preparao/ instalao do

    molde

    Ajuste do processo

    Alimentao da mquina

    injetora

    Carregamento do plstico

    Derretimento

    Injeo

    Resfriamento

    Abertura do

    molde

    Extrao da

    pea

    Inspeo visual

    Rebarbar/ Flamear

    Processo de pintura Fim

  • 33

    N Posto de trabalho

    1 Injetora 600 II 2 Injetora 600 I 3 Injetora 1000 I 4 Injetora 2000 I 5 Injetora 2700 III 6 Injetora 2700 II 7 Injetora 2500 I 8 Injetora 1600 I 9 Injetora 3000 I 10 Injetora 2700 I 11 Troca de moldes 12 Sala de Materiais

    Quadro 4: Identificao dos postos de trabalho

  • 34

    Fig

    ura

    3: L

    ayou

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    seto

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    Inje

    o

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    12

    10

    9 8

    7 6

    5 4

    3 2

    1

    11

  • 35

    3.1.3 Caracterizao das Atividades desenvolvidas nos Postos de Trabalho

    As atividades dos operadores nos postos de trabalho localizados entre as injetoras

    consistem em operar e inspecionar a extrao das peas em ciclo semi-automtico,

    movimentar e acondicionar produtos e materiais, efetuar o acabamento das peas, operar e

    abastecer os moinhos trituradores de plsticos, realizar inspees visuais nas peas ps

    injeo, preencher relatrios de trabalho e fichas de controle de qualidade, manter organizado

    o posto de trabalho e executar outras atividades distribudas pelo superior imediato.

    Os operadores que trabalham na sala de materiais tm como funes, realizar o

    controle de materiais plsticos, efetuar a devoluo de matria-prima, operar os painis de

    controle dos silos e estufas, conectar as tubulaes nos funis de alimentao das injetoras,

    operar e abastecer o moinho triturador de plsticos.

    Na rea de troca de moldes, os operadores so incumbidos de realizar as

    manutenes e trocas dos moldes das mquinas injetoras, realizar a movimentao e o

    acondicionamento de produtos e materiais, preencher relatrios, manter limpo e organizado o

    posto de trabalho e executar outras atividades designadas pelo seu superior.

    As atividades descritas anteriormente so classificadas como trabalho moderado de

    acordo com o quadro 3 da NR 15.

    3.2 EQUIPAMENTOS

    Para a obteno dos dados, foram utilizados equipamentos cedidos pela empresa

    Protege Medicina e Segurana do Trabalho, sendo eles:

    a) Medidor de presso sonora, utilizado para medir os nveis de rudo. Modelo DL

    4020 da marca Icel Manaus, (Figura 4). O laudo do equipamento est no Anexo A.

  • 36

    Figura 4: Medidor de presso sonora

    Fonte: Autora (2012)

    b) Termmetro de Globo, dispositivo destinado determinao da temperatura.

    Modelo TGD-100 da marca Instrutherm, (Figura 5). O laudo do equipamento est no Anexo

    A.

    Figura 5: Termmetro de Globo

    Fonte: Autora (2012)

    3.3 MEDIO DE RUDOS

    Os nveis de rudo foram medidos em decibis (dB) operando no circuito de

    compensao "A" e circuito de resposta lenta (SLOW) segundo a NR 15. As medies foram

    realizadas em doze postos de trabalho do setor de injeo.

  • 37

    Acompanhando o ciclo de injeo das peas, em cada posto de trabalho, no perodo

    de 1 minuto, foram registradas trs medies, nos intervalos de 10, 30 e 60 segundos. Com as

    trs medies, foi possvel obter uma mdia para a elaborao de um grfico comparativo, o

    qual ser apresentado no captulo 4.

    A seguir, imagens de alguns postos de trabalho/injetoras onde foram realizadas as

    medies de rudo.

    Figura 6: Medio do nvel de rudo na injetora 600 II

    Fonte: Autora (2012)

    A injetora 600 II da marca Sandretto, uma mquina hidrulica de pequeno porte

    com 11 anos de operao, possui fora de fechamento de 600 toneladas. So produzidas na

    mquina peas como aeroflios, capas do farol e grades. Capacidade de injeo de 47 a 67

    peas/hora, (Figura 6). As atividades desenvolvidas neste posto de trabalho esto descritos no

    item 3.1.3.

    Figura 7: Medio do nvel de rudo na injetora 2000 I

    Fonte: Autora (2012)

  • 38

    A Injetora 2000 I da marca Demag, com 12 anos de operao, uma mquina de

    grande porte, possui 2000 toneladas de fora de fechamento. So injetados na mquina,

    prachoques dianteiros e traseiros. A capacidade de produo da mquina de 48 peas/hora,

    (Figura 7). As atividades desenvolvidas neste posto de trabalho esto descritos no item 3.1.3.

    Figura 8: Medio do nvel de rudo na sala de materiais

    Fonte: Autora (2012)

    Na sala de materiais so armazenados, preparados e distribudos para as injetoras os

    materiais plsticos como polipropileno, polietileno e noryl, (Figura 8). As atividades

    desenvolvidas neste posto de trabalho esto descritos no item3. 1.3.

    3.4 MEDIO DE TEMPERATURA

    Os registros das temperaturas foram iniciados aps a estabilizao do equipamento, o

    qual foi posicionado o mais prximo possvel do operador.

    Foram realizados trs ciclos de leituras nos postos de trabalho, com durao de 1

    hora cada, onde foi possvel obter mdias para a elaborao dos clculos e de um grfico

    comparativo, o qual ser apresentado no captulo 4.

    Na sequncia, imagens de alguns postos de trabalho/injetoras onde foram realizadas

    as medies.

  • 39

    Figura 9: Medio da temperatura na injetora 2500 I

    Fonte: Autora (2012)

    A injetora 2500 I da marca Italtech, a mquina mais antiga da fbrica, com 13 anos

    de operao. uma mquina hidrulica de grande porte, com fora de fechamento de 600

    toneladas. So injetados 50 pralamas por hora, (Figura 9). As atividades desenvolvidas neste

    posto de trabalho esto descritos no item 3.1.3.

    Figura 10: Medio de temperatura na injetora 2700 III

    Fonte: Autora (2012)

    A injetora 2700 II da marca Engel, uma mquina hidrulica tambm de grande

    porte, com 10 anos de operao. Possui fora de fechamento de 2700 toneladas. So injetados

    em mdia por hora, 50 prachoques traseiros e 48 prachoques dianteiros, (Figura 10). As

    atividades desenvolvidas neste posto de trabalho esto descritos no item 3.1.3.

  • 40

    Figura 11: Medio de temperatura na rea da troca de moldes

    Fonte: Autora (2012)

    No setor troca de moldes, como o prprio nome j diz, realizada a troca de moldes

    das injetoras, bem como a manuteno e armazenamento dos mesmos. Os moldes so de

    propriedade das montadoras. Mesmo que o veculo tenha sado de linha, os moldes devem

    ficar armazenados na empresa em torno de 10 anos, (Figura 11). As atividades desenvolvidas

    neste posto de trabalho esto descritos no item 3.1.3.

    3.5 APLICAO DO CHECK-LIST

    Para a avaliao da segurana em mquinas e equipamentos, a metodologia utilizada

    foi a aplicao de um check-list, baseado nos requisitos da NR 12.

    O check-list uma ferramenta de fcil aplicao para quantificar e qualificar as

    instalaes e as condies de trabalho, alm de servir como parmetro comparativo para as

    melhorias e avaliaes futuras.

    O objetivo do check-list foi analisar e verificar a situao atual de operacionalidade e

    segurana das mquinas, equipamentos e instalaes do processo de injeo. Na identificao

    de no conformidades, sero recomendadas medidas corretivas para adequao.

    O check-list na ntegra est disponvel no Apndice A.

  • 41

    4 RESULTADOS E DISCUSSES

    4.1 RESULTADOS DAS MEDIES DE RUDO

    Como citado na metodologia, foram registradas trs medies para a obteno das

    mdias dos nveis de rudo em cada posto de trabalho. Os resultados podem ser observados no

    Quadro 5.

    Quadro 5: Medies dos nveis de rudo

    Analisando-se a Figura 12, pode-se constatar que os cinco postos de trabalho:

    Injetora 2700 III, Injetora 2700 II, Injetora 2500 I, Injetora 2700 I e a Sala de materiais, no

    atendem ao limite recomendado pela NR 15, citado no Quadro 01, que fixa como limite de

    tolerncia mxima de exposio diria permissvel para o trabalhador com regime de trabalho

    de 8 horas, valor mximo de 85 dB (A).

    Para atenuao do rudo destes postos de trabalho, so disponibilizados para garantir

    a proteo dos trabalhadores, trs opes de protetores auriculares, a saber:

    Protetor Auditivo de espuma (CA: 16.197), com atenuao de rudo (NRRfs) de

    19 decibis;

    Protetor Auditivo de silicone (CA: 19.578) com atenuao de rudo (NRRfs) de

    13 decibis;

    Protetor auditivo tipo concha (CA: 27.202), com atenuao de rudo (NRRfs) de

    16 decibis. Os Certificados dos EPIs esto no Anexo B.

    Postos de trabalho Rudo dB (A)

    10 s 30 s 60 s Injetora 600 II 85,5 81,1 78,1 Injetora 600 I 82,4 83,0 89,6 Injetora 1000 I 82,5 83,2 87,2 Injetora 2000 I 84,6 85,9 83,8

    Injetora 2700 III 86,0 84,0 85,1 Injetora 2700 II 85,5 82,7 87,0 Injetora 2500 I 85,1 83,2 87,2 Injetora 1600 I 80,1 79,4 81,6 Injetora 3000 I 82,8 82,0 79,8 Injetora 2700 I 87,0 82,6 85,7

    Troca de moldes 76,4 75,2 74,8 Sala de Materiais 90,0 93,2 91,0

  • 42

    A atenuao do rudo ir depender da escolha do protetor auricular, porm, tomando

    como base o rudo encontrado na sala de materiais de 91,4 dB (A), 7,5 % acima do limite

    recomendado de 85 dB (A), se o trabalhador utilizar o protetor auditivo tipo espuma, ficar

    exposto 72,4 dB (A), a atenuao do rudo ser em torno de 14,8 % em relao ao limite de

    tolerncia.

    Figura 12: Mdia dos nveis de rudo

    O rudo de 91,4 dB (A) na sala de materiais se deve ao fato de que neste ambiente,

    esto distribudos diversos equipamentos como secadores, bombas de vcuo e moinho

    triturador de plsticos. Na sequncia, breve descrio destes equipamentos.

    Figura 13: Secadores

    Fonte: Autora (2012)

  • 43

    Na sala de materiais esto disponveis 8 secadores da marca Piovan, (Figura 13). Os

    secadores tm a funo de retirar a umidade do material plstico para evitar deformaes nas

    peas, como linhas de deformao, bolhas e estrias.

    Figura 14: Bombas de vcuo

    Fonte: Autora (2012)

    Tambm da marca Piovan, as quatro bombas de vcuo, tem a funo de abastecer

    automaticamente o funil de alimentao das mquinas injetoras. Uma das bombas alimenta

    automaticamente os oito secadores e as outras trs bombas, enviam o material plstico dos

    secadores para abastecer automaticamente os funis de alimentao das injetoras, (Figura 14).

    Figura 15: Moinho

    Fonte: Autora (2012)

    O moinho tem a funo de triturar peas com defeito, para que possam retornar ao

    processo. Depois de triturado, 10% so adicionados ao material virgem, (Figura 15).

  • 44

    4.2 RESULTADOS DAS MEDIES DE TEMPERATURA

    Levando-se em considerao que a sensao trmica no periodo da tarde

    considerada mais elevada, as medies de temperatura, foram realizadas no 2 turno, por volta

    das 15:00 horas. De acordo com a empresa de Meteorologia Climatempo (2012), a

    temperatura externa no horrio das medies estava em 27C e a umidade do ar em 54%.

    Foram realizados trs ciclos de leituras nos postos de trabalho, com durao de 1

    hora cada, Quadro 6.

    Postos de trabalho

    Temperatura C Temperatura C Temperatura C tg tbs tbn tg tbs tbn tg tbs tbn

    Injetora 600 II 25,2 26,4 21,8 25,4 26,5 21,8 25,5 26,6 21,6

    Injetora 600 I 27,6 28,8 21,5 27,9 28,9 21,6 27,9 29 21,6

    Injetora 1000 I 28,6 28,2 21,4 28,8 28,4 21,4 28,7 28,6 21,5

    Injetora 2000 I 29,4 29,3 22,3 29,5 29,5 22,4 29,6 29,5 22,4

    Injetora 2700 III 30,2 29,3 22,0 30,5 29,4 22,1 30,3 29,6 22,1

    Injetora 2700 II 30,6 29,8 22,3 30,8 29,8 22,3 30,7 30,0 22,3

    Injetora 2500 I 30,7 29,5 22,2 30,8 29,6 22,3 30,8 29,7 22,2

    Injetora 1600 I 31,1 30,6 22,5 31,3 30,7 22,4 31,3 30,9 22,4

    Injetora 3000 I 28,6 28,6 22,1 28,8 28,7 22,1 28,8 28,8 22,0

    Injetora 2700 I 27,9 29,6 22,4 28,2 29,6 22,3 28,1 29,8 22,2

    Troca de moldes 26,4 26,0 22,2 26,6 26,1 22,2 26,5 26,3 22,1

    Sala de Materiais 29,6 30,0 22,3 29,8 29,9 22,3 29,8 29,8 22,2

    Quadro 6: Medies das temperaturas

    Os valores mdios de temperatura apresentados na Figura 16, foram determinados

    pelo mtodo do IBUTG da NR 15, para ambiente interno sem carga solar. Considerando-se

    um trabalho contnuo de 8 horas dirias, com descanso no prprio local de trabalho e a

    classificao das atividades como moderada, o limite de tolerncia para exposio ao calor

    de 26,7C.

    Analisando o resultados, podemos observar que as temperaturas de todos os postos

    de trabalho atende ao limite de tolerncia estabelecido pela NR 15, anexo 3.

  • 45

    Figura 16: Mdia das temperaturas

    Provavelmente, um dos fatores que contriburam para que nesta condio climtica

    as temperaturas estivessem dentro do limite permitido, foram os lanternins, (Figura 17), que

    so aberturas instaladas na parte superior do telhado, os quais permitem a renovao contnua

    do ar e a iluminao natural.

    Figura 17: Lanternins

    Fonte: Autora (2012)

    4.3 RESULTADOS DO CHECK-LIST

    A metodologia de aplicao do check-list de segurana em mquinas e equipamentos

    baseado na NR 12, possibilitou a observao e a identificao de no conformidades no setor

    de injeo.

    Lanternins

    20,0

    21,0

    22,0

    23,0

    24,0

    25,0

    26,0

    27,0

    Setor de Injeo

    IBGTU

    Limite

  • 46

    O check-list possui 76 perguntas, das quais 09 no atendem aos requisitos da NR 12.

    No Quadro 7 esto descritas as perguntas no conformes.

    Itens NR-12 - Mquinas e Equipamentos

    Con

    form

    e

    No

    C

    onfo

    rme

    Arranjo fsico e instalaes

    12.8 Os espaos ao redor das mquinas e equipamentos esto adequados ao tipo de operao?

    X

    12.8.2

    As reas de circulao e os espaos em torno de mquinas e equipamentos so dimensionados de forma que os materiais, equipamentos e trabalhadores se movimentem com segurana?

    X

    12.9 Os pisos dos locais de trabalho esto limpos, regulares e isentos de produtos que possam tornar o piso escorregadio?

    X

    Sistemas de segurana

    12.38 As zonas de perigos das mquinas e equipamentos possuem sistemas de segurana como protees fixas, mveis e dispositivos de segurana?

    X

    12.41 As mquinas e equipamentos possuem protees fixas ou mveis de modo a promover segurana?

    X

    1.2.5.1 Existem protees na rea de descarga de peas, de modo que garantam a integridade fsica do trabalhador?

    X

    Transportadores de materiais

    12.90 Est sendo proibida a permanncia e a circulao de pessoas sobre partes em movimento, dos transportadores de materiais?

    X

    Aspectos ergonmicos

    12.98 Os postos de trabalhos foram projetados de modo a permitir a alternncia de postura e movimentao corporal adequada?

    X

    Procedimentos de trabalho e segurana

    12.131 Ao incio de cada turno, esto sendo efetuadas inspees rotineiras das condies de operacionalidade e segurana das mquinas. H registro?

    X

    Quadro 7: Requisitos no conformes do check-list baseado na NR 12

    Na sequncia sero apresentados comentrios referentes s perguntas no conformes

    e sugestes como oportunidade de melhoria.

    4.3.1 Arranjo Fsico e Instalaes

    Observou-se que, as reas de circulao, os postos de trabalho e os espaos entre as

    mquinas injetoras esto constantemente obstrudos por racks, materiais do processo, caixas,

    peas, equipamentos, etc, devido ao espao reduzido ocasionado pelo crescimento da

  • 47

    empresa, (Figura 18), o que prejudica as operaes rotineiras e pode contribuir com a

    ocorrncia de acidentes.

    Figura 18: reas de circulao e postos de trabalho

    Fonte: Autora (2012)

    Para esta no conformidade identificada, sugere-se:

    Planejar um novo layout para melhoria do arranjo fsico das instalaes, do fluxo

    produtivo e organizao geral do setor;

    Realizar inspees rotineiras no setor, treinar e orientar os funcionrios quanto

    ferramenta 5S.

    Outra situao no conforme, est relacionado aos constantes vazamentos de leo e

    gua proveniente das mquinas injetoras e moldes, o que torna o piso escorregadio e propcio

    a quedas, se a limpeza no for realizada imediatamente, (Figura 19).

    Tal condio ocasionada pela perda de presso no sistema de acoplamento e

    fechamento do molde, causando vazamentos internos e externos.

    Figura 19: Piso do setor de injeo

    Fonte: Autora (2012)

  • 48

    Como recomendao para a correo prope-se:

    Implantao de programa de manuteno preventiva das mquinas e moldes, com

    o objetivo de reduzir custos, melhorar a eficincia da produo e preservar a

    segurana dos funcionrios;

    Adotar checklist para identificar fontes de riscos no processo, instalaes,

    mquinas, equipamentos e ferramentas;

    Pintura do piso com tinta epxi antiderrapante para reas com risco de queda.

    Estabelecer programao diria de limpeza.

    4.3.2 Sistemas de Segurana

    Aps a abertura do molde da mquina injetora, realizada a captura da pea por

    meio de um brao robotizado da marca Sepro, sem a interrupo do ciclo de injeo.

    O rob deposita a pea sobre uma esteira que transporta a pea at a bancada do

    operador para que seja realizada a inspeo visual e a remoo de rebarbas, (Figura 20).

    Constatou-se que no h proteo em volta dos dispositivos automatizados de

    extrao das peas (robs) e esteiras, (Figura 20).

    Figura 20: Robs de extrao

    Fonte: Autora (2012)

    Para a rea de extrao de peas sugere-se a instalao de:

    Dispositivos de segurana como barreiras ou anteparos de proteo fixos em volta

    do brao do rob de extrao e das esteiras.

  • 49

    4.3.3 Transportadores de Materiais

    Observou-se, a circulao de funcionrios e terceiros nas reas de movimentao dos

    robs de extrao e esteiras transportadoras (Figura 21).

    Constatou-se que h registros de acidentes com funcionrios que foram atingidos na

    cabea e nos ombros, no momento em que o rob estava depositando a pea sobre a esteira.

    Figura 21: Esteira transportadora

    Fonte: Autora (2012)

    Complementando o item 4.3.2 que relata sobre a falta de proteo fixa no sistema

    automatizado de extrao de peas, recomenda-se:

    Sinalizao e avisos de segurana;

    Desobstruir vias de circulao e postos de trabalho, para evitar que os

    funcionrios tenham acesso s reas de perigo.

    4.3.4 Aspectos ergonmicos

    As bancadas dos postos de trabalho so ergonomicamente inadequadas, pois no

    possuem regulagem de altura, todas so do mesmo nvel, o que pode causar posturas

    inadequadas para funcionrios com diferena de altura, (Figura 22).

  • 50

    Figura 22: Bancadas dos postos de trabalho

    Fonte: Autora (2012)

    Para melhorar os aspectos ergonmicos dos postos de trabalho do setor de injeo,

    para esta no conformidade sugere-se:

    Adaptar e ajustar as bancadas para a altura do funcionrio de maior estatura e para

    o funcionrio de menor estatura fornecer estrados, para que ambos tenham

    conforto no desempenho de suas atividades, e a sade de ambos sejam

    preservadas.

    4.3.5 Procedimentos de Trabalho e Segurana

    Observou-se que nas trocas de turno, no esto sendo efetuadas inspees rotineiras

    das condies de segurana e operacionalidade das mquinas e postos de trabalho do setor.

    Para melhoria desta questo, prope-se:

    Elaborar procedimentos e check-list para avaliao geral das condies de

    segurana das mquinas e equipamentos e dos postos de trabalho;

    Realizar treinamentos com lderes e operadores sobre capacitao, segurana em

    mquinas e uso adequado de EPIs.

  • 51

    5 CONCLUSES

    O estudo de caso possibilitou a anlise dos nveis de rudo, temperatura e segurana

    em mquinas e equipamentos do setor de injeo de uma indstria do ramo automotivo.

    Nos doze postos de trabalho em que foram medidos os nveis de rudos, cinco deles:

    Injetora 2700 III, Injetora 2700 II, Injetora 2500 I, Injetora 2700 I e a Sala de materiais, esto

    acima do limite de 85 dB (A) recomendado pela NR 15. A mdia geral dos cinco postos de

    trabalho ficou em 86,6 dB (A). Porm, a atenuao do rudo pode ser alcanada com a

    utilizao correta de protetores auriculares adequados. Contudo, medidas preventivas como

    monitoramentos peridicos da exposio, conscientizao do funcionrio sobre a importncia

    da utilizao do EPI e o controle mdico, so imprescindveis para minimizar a exposio do

    trabalhador ao rudo.

    As medies de temperatura efetuadas nos postos de trabalho atendem ao limite de

    tolerncia de 26,7C estabelecido pela NR 15 para exposio ao calor. A mdia geral do setor

    ficou em 24,1C. No entanto, como as medies foram pontuais, convm realizar novos

    monitoramentos em diferentes perodos do ano, para fins de comparao e anlise da

    condio trmica do setor de injeo, pois nem sempre um ambiente confortvel para uma

    pessoa poder ser para outra, uma vez que cada uma possui as suas particularidades

    fisiolgicas.

    Por meio da aplicao do check-list baseado na NR 12, foram identificadas nove no

    conformidades no setor de injeo, as quais requerem o emprego de medidas corretivas e

    preventivas para a adequao e eliminao dos potenciais perigos existentes nos postos de

    trabalho, para que os funcionrios tenham segurana e melhores condies para desempenhar

    as suas atividades.

    Conclui-se ento, que imprescindvel a avaliao do ambiente de trabalho para o

    conhecimento dos riscos que possam estar relacionados s atividades desenvolvidas pelo

    trabalhador, de modo que sejam cumpridas as exigncias das normas de segurana vigentes,

    para que tanto a empresa quanto os funcionrios sejam beneficiados, com melhores condies

    de trabalho, reduo de acidentes e custos e a melhoria da produtividade.

  • 52

    REFERNCIAS ALMEIDA, Alexandre Silva. Proteo para mquinas e equipamentos: Dispositivos de segurana em maquinaria. Rio de Janeiro, 2009. ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 13536: Mquinas injetoras para plstico e elastmeros-Requisitos tcnicos de segurana para o projeto, construo e utilizao. Rio de Janeiro, 1995. BRASIL, Ministrio do Trabalho e Emprego. NR-12, Segurana no Trabalho em Mquinase Equipamentos. Disponvel em: http://www.mte.gov.br/seg_sau/nr_12_texto.pdf. Acesso em 20/11/2012 a. BRASIL, Ministrio do Trabalho e Emprego. NR-12, Segurana no Trabalho em Mquinase Equipamentos. Disponvel em: http://www.mte.gov.br/seg_sau/nr_15_texto.pdf. Acesso em 20/11/2012b. BRASIL, Ministrio do Trabalho e Emprego. Certificado de Aprovao de Equipamentos de Proteo Individual - CAEPI. Disponvel em: http://www3.mte.gov.br/sistemas/caepi/PesquisarCAInternetXSL.asp. Acesso em 03/12/2012 CLIMATEMPO, Empresa de Meteorologia. Disponvel em: www.climatempo.com.br/previso do tempo/cidade /1576/sojosedospinhais-pr. Acesso em 29/11/2012. CORRIA, Martinho Ullmann. Sistematizao e aplicaes da NR 12 na segurana de mquinas e equipamentos. Rio Grande do Sul, 2011. DURANTE, L. Calor e frio no ambiente de trabalho. Apostila. FAET/UFMT. Cuiab, 2009. GARDINALLI, Jos R. Manual de preveno de acidentes. Disponvel em: http: //www.trajanocamargo.com.br/wp.../05/seguranca_no_trabalho.pdf.htm. Acesso em 20/11/2012. MAGALHES, Pedro Ivo Gonalves. A validao de processo como garantia de conformidade dos produtos na indstria de dispositivos mdicos. Juiz de Fora, 2010. MARTIN, Mauro Erlei Schneider. Aplicao de metodologia ergonmica em uma empresa de transformao de plsticos e termoplsticos: O Posto de trabalho do operador de mquina injetora. Porto Alegre, 2004. MEDEIROS, Luana Bernardines. Rudo: Efeitos extra-auditivos no corpo humano. Porto Alegre, 1999. MORAES, G. Normas Regulamentadoras Comentadas e Ilustradas. 8. ed. Rio de Janeiro: GVC, 2011.

  • 53

    MOREIRA, Carlos Eduardo de Arruda. Exposio ocupacional ao calor nas atividades dos trabalhadores eletricitrios. Mato Grosso, 2010. REDIVO, Magno Augusto Pataro. Estudo da viabilidade de painis externos automotivos em termoplsticos. So Paulo, 2005. RIBEIRO, Leandro dos Santos. Evoluo tecnolgica e automao das mquinas injetoras. So Paulo, 2009. RGIS FILHO, Gilse I. Sndrome de mal adaptao ao trabalho em turnos uma abordagem ergonmica. Dissertao de mestrado em Engenharia de Produo - Universidade Federal de Santa Catarina. Florianpolis, 1998. RUAS, A.C. Avaliao de conforto trmico Contribuio aplicao prtica das normas internacionais. Campinas-SP, 1999b. 71 f. Dissertao (Mestrado). Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Campinas. SCHNEIDER, Elmo Ebans. Instalaes de dispositivos de segurana para mquinas operatrizes conforme a Norma Regulamentadora NR 12 com nfase em dispositivos eltricos. Iju, 2011. SANTOS, Ubiratan de Paula. Cadernos de Sade do Trabalhador. Exposio ao rudo: Como preveni-los. So Paulo, 2000. SILVA, Danielle Vargas Goulart.; AGUIAR, Fbio.; MOREIRA, Ivan Silva. Estudo da Metodologia para avaliao, caracterizao, medio e controle ocupacional ao calor. So Paulo, 2010. SILVA, Aline Cristina Jara. Avaliao do desempenho trmo-lumnico de uma edificao com Brises Soleils: Estudo de Caso. Mato Grosso, 2011. TORRES, Jocelito. Preveno de acidentes em mquinas injetoras de plsticos. Dossi Tcnico, SENAI, Rio Grande do Sul, 2007.

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    APNDICE A CHECK-LIST NR 12

    Itens NR-12 - Mquinas e Equipamentos

    Con

    form

    e N

    o

    Con

    form

    e

    Arranjo fsico e instalaes

    12.6 Nos locais de instalao de mquinas e equipamentos, as reas de circulao esto devidamente demarcadas e em conformidade com as normas tcnicas?

    12.6.1 As vias principais de circulao nos locais de trabalho e as que conduzem s sadas tm no mnimo, 1,20 m (um metro e vinte centmetros) de largura?

    12.6.2 As reas de circulao esto desobstrudas?

    12.7

    Os materiais utilizados esto dispostos em reas especificas de armazenamento e esto devidamente demarcadas com faixas na cor indicada pelas normas tcnicas?

    12.8 Os espaos ao redor das mquinas e equipamentos esto adequados ao tipo de operao?

    12.8.1 Est sendo mantida a distncia mnima entre as mquinas de forma a garantir a segurana dos trabalhadores?

    12.8.2

    As reas de circulao e os espaos em torno de mquinas e equipamentos so dimensionados de forma que os materiais, equipamentos mecanizados e trabalhadores se movimentem com segurana?

    12.9 Os pisos dos locais de trabalho esto limpos, regulares e isentos de produtos que possam tornar o piso escorregadio?

    12.10 As ferramentas utilizadas no processo produtivo esto organizadas e armazenadas em locais adequados?

    12.11 As mquinas estacionrias possuem medidas preventivas quanto sua estabilidade de modo que no se movimentem?

    12.12 Mquinas e equipamentos mveis que possuem rodzios pelo menos dois deles possuem travas?

    12.13 H movimentao rea de materiais sobre os postos de trabalho e equipamentos?

    Instalaes e dispositivos eltricos

    12.14

    As instalaes eltricas das mquinas e equipamentos esto projetadas e mantidas de modo a evitar a ocorrncia de choques eltricos, incndios e exploses?

    12.15 As mquinas esto devidamente aterradas?

    12.16

    As instalaes eltricas das mquinas que possam estar em contato direto ou indireto com gua, ou outros agentes, esto projetados de modo que garantam seu isolamento, estanqueidade, isolamento e aterramento?

    12.17 a) Os condutores eltricos oferecem resistncia mecnica compatvel com a sua utilizao?

    12.17

    b) Os condutores eltricos das mquinas possuem proteo no caso de rompimento, para que os mesmos no entrem em contatos com abrasivos, lubrificantes, combustveis e calor?

    12.17 c) Esto localizados de forma que no entrem em contato com cantos vivos ou partes mveis?

    12.17 d) Esto em local adequado de modo que no impeam a movimentao de pessoas, materiais e a operao de mquinas?

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    12.17 e) So constitudos de materiais que no propagem o fogo?

    12.18 a) Os quadros de energia das mquinas possuem porta de acesso mantida permanentemente fechada?

    12.18 b) Esto sinalizados quanto ao perigo de choque eltrico e restrio de acesso pessoas no autorizadas?

    12.18 c) Esto em bom estado de conservao? 12.18 d) Possuem proteo e identificao dos circuitos?

    12.19 As ligaes e derivaes dos condutores eltricos das mquinas e equipamentos esto adequadas?

    12.20

    As instalaes eltricas das mquinas e equipamentos que utilizem energia eltrica fornecida por fonte externa possuem dispositivo protetor contra sobrecorrente?

    12.20.1 As mquinas e equipamentos possuem dispositivo protetor contra sobretenso?

    12.20.2 H dispositivo de deteco de sequncia de fases ou algum outro tipo de proteo?

    Dispositivos de partida, acionamento e parada

    12.24 a) Os dispositivos de partida, acionamento e parada das mquinas so projetados de modo que no se localizem em suas zonas perigosas?

    12.24 b Possam ser acionados ou desligados em caso de emergncia por outra pessoa que no seja o operador?

    12.24 c) Impeam acionamento ou desligamento involuntrio pelo operador?

    12.24 d) As mquinas e equipamentos eltricos possuem chave geral de fcil acesso?

    12.25 Os comandos de partida ou acionamento das mquinas possuem dispositivos que impeam seu funcionamento automtico ao serem energizadas?

    12.31

    As mquinas ou equipamentos projetados para permitir a utilizao de vrios modos de comando, possuem seletor com bloqueio em cada posio impedindo a sua mudana por pessoas no autorizadas?

    12.32 As mquinas e equipamentos possuem bloqueio que impea o acionamento por pessoas no autorizadas?

    12.33 Possuem sinal de alarme as mquinas e equipamentos que tenham acionamento e desligamento simultneo, por nico comando?

    Sistemas de segurana

    12.38

    As zonas de perigos das mquinas e equipamentos possuem sistemas de segurana como protees fixas, mveis e dispositivos de segurana interligados?

    12.41 As mquinas e equipamentos possuem protees fixas ou mveis de modo a promover segurana?

    12.42 a) As mquinas e equipamentos possuem comandos eltricos ou interfaces de segurana (Rel/CLP de segurana)?

    12.42 b) Dispositivos de intertravamento (chaves de segurana)? 12.42 c) Sensores de segurana (dispositivos detectores de presena)?

    12.47 As mquinas e equipamentos possuem suas transmisses de fora enclausuradas dentro de sua estrutura?

    12.48 As mquinas e equipamentos que ofeream risco de ruptura de suas partes ou projeo de peas possuem proteo?

    12.49 a) As protees das mquinas e equipamentos so constitudas de materiais resistentes?

    12.49 b) Possuem fixao firme e garantia de estabilidade?

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    12.49 c) Impedem o acesso zona de perigo? 12.49 d) Possuem arestas ou extremidades cortantes? Dispositivos de parada de emergncia 12.56 As mquinas so equipadas com um ou mais dispositivos de emergncia?

    12.57 Os dispositivos de parada de emergncia esto posicionados em locais de fcil acesso e visualizao?

    Componentes pressurizados

    12.78

    As mangueiras, tubulaes e demais componentes pressurizados esto localizados e protegidos, de tal forma que, em caso de ruptura no venha causa acidentes?

    12.79 As mangueiras pressurizadas possuem indicao de presso mxima de trabalho especificada pelo fabricante?

    Transportadores de materiais

    12.87 Os tipos de cargas e suas capacidades esto adequados para os transportadores de materiais?

    12.90

    Est sendo proibida a permanncia e a circulao de pessoas sobre partes em movimento, ou que possam ficar em movimento, dos transportadores de materiais?

    12.91 Os transportadores contnuos acessveis aos trabalhadores possuem dispositivos de parada de emergncia?

    12.93 So adotadas medidas de segurana durante o transporte de materiais ou equipamentos suspensos, de modo que no haja pessoas sob a carga?

    Aspectos ergonmicos

    12.98 Os postos de trabalhos foram projetados de modo a permitir a alternncia de postura e movimentao corporal adequada?

    Manuteno, inspeo, preparao, ajustes e reparos

    12.111 As mquinas e equipamentos esto sendo submetidos manuteno preventiva e corretiva, conforme indicao do fabricante?

    Sinalizao

    12.116 As mquinas, equipamentos e instalaes possuem sinalizao de segurana sobre exposio de riscos?

    12.117 a) As sinalizaes de segurana esto destacadas na mquina ou equipamento?

    12.117 b) Esto em local visvel e so de fcil compreenso? Procedimentos de trabalho e segurana

    12.130 H procedimentos de trabalho e segurana especficos, padronizados, com descrio detalhada de cada tarefa a ser executada no setor de injeo?

    12.131

    Ao incio de cada turno, esto sendo efetuadas inspees rotineiras das condies de operacionalidade e segurana das mquinas e equipamentos? H registro?

    12.132 Os servios em mquinas e equipamentos que envolvam riscos de acidente de trabalho possuem Ordem de Servio (OS)?

    Capacitao

    12.135

    A operao, manuteno, inspeo e demais intervenes em mquinas e equipamentos esto sendo realizadas por trabalhadores habilitados, qualificados e capacitados?

    12.144 So realizados cursos de capacitao para reciclagem do trabalhador sempre que ocorrerem modificaes si