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Análise dos resultados da aprendizagem dos alunos (Número 1 do Artigo 15.º do Despacho Normativo n.º 10-B/2018 de 6 de julho)
Resultados Escolares 2019-2020 3.º Período
2
ÍNDICE
Introdução .....……………………………………………………….........................……… 3
1 - Medidas de promoção do sucesso das aprendizagens..………….............………… 3
2 - Resultados globais…………………………………………………..…............……….. 6
2.1 Resultados escolares por Departamento Curricular/Disciplina…...........…… 6
2.1.1 – Departamento do Pré-Escolar…………………...……............…..… 6
2.1.2 – Departamento do 1.º Ciclo…………………………………..........….. 7
2.1.3 – Departamento de Línguas…………………………...……................. 7
2.1.4 – Departamento de Ciências Sociais e Humanas………...........…..... 8
2.1.5 – Departamento de Matemática e Ciências Experimentais.............… 8
2.1.6 – Departamento de Expressões …………………...………............….. 9
2.1.7 – Oferta Complementar ………..………………………….............…… 9
2.2 - Quadro síntese – Resultados Escolares Globais do Sucesso …............... 10
2.3 - Retenção e Sucesso Pleno ……………………………...……………...…… 10
3 – Análise e Impacto das medidas de promoção do sucesso educativo por
Departamento curricular/ Disciplina ………………….……..……….........................….. 11
4 - Estratégias conducentes ao sucesso/ estratégias de melhoria………............….....14
5 – Conclusões finais……………..…………………………………............……….…….. 16
3
“O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas
novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram”
Jean Piaget
INTRODUÇÃO
O presente relatório foi elaborado pelo Conselho Pedagógico, enquanto órgão
responsável pela avaliação do impacto das medidas de promoção do sucesso educativo
implementadas com vista à melhoria das aprendizagens dos alunos, conforme disposto
no número 1 do Artigo 15.º do Despacho Normativo n.º 10-B/2018 de 6 de julho.
A elaboração do relatório procura objetivar a consolidação ou reajustamento das
estratégias que conduzem à melhoria das aprendizagens, devolvendo aos responsáveis
pela sua implementação as orientações tidas por necessárias, com vista a aumentar a
eficácia das mesmas.
Este relatório constitui-se, assim, como um dos mecanismos de monitorização e de
rotina de avaliação sobre as práticas pedagógicas que permite discutir e implementar
as medidas de auto-regulação interna que se evidenciem mais eficazes.
De referir que este relatório diz respeito ao 3.º Período o qual se desenrolou
integralmente na modalidade de Ensino à Distância (E@D), à exceção do mês de junho
em que as crianças do Pré-Escolar regressaram ao modelo presencial.
1 - MEDIDAS DE PROMOÇÃO DO SUCESSO DAS APRENDIZAGENS
Os Departamentos Curriculares deram continuidade, com as devidas adaptações
decorrentes da operacionalização do Plano E@D do Agrupamento, à implementação
dos respetivos Planos de Ação, os quais se encontram em linha com os documentos
orientadores do Agrupamento, designadamente: Projeto Educativo; Relatório dos
Resultados das Aprendizagens e do Impacto das Medidas de Promoção do Sucesso
Educativo do ano letivo transato; Plano Plurianual de Atividades (2017/2021);
Medidas/Projetos aprovadas pelo Conselho Pedagógico no final do ano letivo transato,
recomendações da Equipa de Autoavaliação do Agrupamento inscritas no Relatório da
Avaliação dos Resultados Escolares (2018/2019) e Plano E@D.
4
Ao longo do terceiro período, foi dada continuidade ao Ensino à Distância, iniciado na
fase final do segundo período, tendo-se definido os instrumentos de avaliação e
adaptado os critérios de avaliação à nova realidade de ensino não presencial. Deu-se
continuidade aos projetos, planos e medidas de promoção do sucesso educativo
passíveis de ser operacionalizados através do Plano E@D, aprovado no inicio do
terceiro período.
O E@D desenvolveu-se através da realização de trabalho autónomo, efetivado pelos
alunos em sessões assíncronas, privilegiando o Email e a plataforma digital Google
Classroom e em sessões síncronas através do Google Meet, usando os meios
tecnológicos que melhor se adequaram às necessidades e recursos dos alunos, tendo
permitido obter feedback dos discentes e famílias, recolhendo informações de caráter
avaliativo que se plasmaram nos resultados escolares presentes neste relatório.
De referir que foi realizado um esforço acrescido para dotar os alunos do Agrupamento,
do 1.º ao 3.º ciclo, de meios tecnológicos cedidos a título de empréstimo e em parceria
com a autarquia. Após referenciação pelos Diretores de Turma/Docentes Titulares de
Turma, foram entregues, a título de empréstimo, pela Câmara Municipal de Mafra, 80
computadores aos alunos de escalão A (do 1.º, 2.º e 3.º ciclos) e 8 tablets aos alunos
do escalão B ( 2.º e 3.º ciclos) pela Escola Básica. Foram, ainda, disponibilizados
recursos tecnológicos a alunos com necessidades educativas especiais oriundos do
CRTIC.
Aos alunos referenciados pelos Diretores de Turma e pelos Professores Titulares de
grupo/turma como não tendo acesso aos meios tecnológicos foram enviados, via
CTT, Guiões de Aprendizagem e respetivos recursos pedagógicos, metodologia que
permitiu manter contacto com estes alunos, de modo a combater o isolamento social e
a assegurar que a eles chegariam os planos de trabalho delineados para o efeito. O
envio dos Guiões de Aprendizagem e recursos pedagógicos foi realizado
quinzenalmente, dado que esta via de comunicação é necessariamente mais lenta do
que a proporcionada pelos processos tecnológicos. Por se ter constatado atrasos na
entrega das remessas via CTT, foram contactados os encarregados de educação para
levantar esses recursos em escolas que se revelaram mais próximas das famílias, de
forma a não comprometer a realização atempada das tarefas e respetiva devolução dos
trabalhos para avaliação. Todo este processo foi complementado com contactos
5
telefónicos regulares cujo objetivo consistiu em minorar o risco de isolamento social dos
alunos e reforçar o apoio dos docentes e técnicos envolvidos.
Na Escola Básica foram ainda recebidos vinte e três alunos (dezanove alunos do 1.º
Ciclo e quatro alunos do 2.º/3.º Ciclo) e 2 crianças do Pré-escolar, em regime de
acolhimento (a pedido dos pais) ou com convocatória para ensino presencial por risco
de abandono escolar. A estes alunos foi proporcionado, sob a orientação de docentes
designados para o efeito, o acesso às emissões do #ESTUDOEMCASA, referentes ao
seu ano de escolaridade, bem como aos Guiões de Aprendizagem e respetivas
propostas de trabalho elaborados pelos docentes da turma a que pertenciam. A adesão
e retorno dos alunos e dos encarregados de educação às propostas enviadas foi
maioritariamente positiva.
Do mesmo modo, deu-se continuidade e reforçou-se o trabalho colaborativo por parte
dos docentes e equipas pedagógicas, envolvendo todas as estruturas do Agrupamento
nomeadamente: Biblioteca Escolar, equipa da Educação Especial e dos técnicos de
psicologia e de terapia da fala, do Centro de Recursos para a Inclusão e das entidades
ITAD e Psilexis, através da aplicação Google Meet e do Email institucional.
No que se refere ao número de alunos abrangidos, neste 3.º período, pelo Decreto-Lei
N.º 54/2018, apresenta-se a seguinte distribuição:
Ciclo
N.º de Alunos ao abrigo do
Decreto-Lei N.º 54/2018
Total de
alunos com
medidas
Percentagem Medidas
Universais
Medidas
Seletivas
Medidas
Adicionais
Pré-Escolar 22 12 3 37 7,38%
1.º Ciclo 199 92 14 305 25,41%
2.º Ciclo 147 31 4 182 36,18%
3.º Ciclo 361 37 12 410 50,00%
6
2 - RESULTADOS GLOBAIS1
2.1 Resultados escolares por Departamento Curricular/Disciplina
2.1.1- Departamento da Educação Pré-Escolar
Não foi atribuída qualquer classificação na avaliação das crianças que frequentam a
Educação Pré-Escolar, uma vez que, de acordo com o documento Orientações
Curriculares para a Educação Pré-Escolar-2016, a avaliação na educação pré-escolar
é uma avaliação para a aprendizagem e não da aprendizagem.
A Área da Expressão e Comunicação foi explorada predominantemente através dos
domínios da educação física, educação artística (artes visuais e música), e matemática.
A área do Conhecimento do Mundo foi explorada, de forma mais especial, na
componente de abordagem às ciências. As componentes da área de Formação
Pessoal e Social foram as mais difíceis de explorar em contexto de E@D, tendo-se
verificado uma participação ativa e empenhada por parte da maioria dos Pais e
Encarregados de Educação. Considerando o resultado dos inquéritos realizados no
âmbito do Plano E@D às crianças e encarregados de educação, a maioria que assistiu
às sessões síncronas afirmou ter gostado das mesmas, ter realizado trabalhos
divertidos e sentido proximidade com a educadora.
1 No 1.º ciclo do ensino básico, o sucesso numa componente do currículo significa que os
alunos obtiveram classificação igual ou superior a suficiente. O sucesso pleno indica que os
alunos obtiveram classificação igual ou superior a suficiente em todas as componentes
curriculares. No 2.º e 3.º ciclo o sucesso numa disciplina/área disciplinar traduz que os alunos obtiveram
classificação igual ou superior a três. O sucesso pleno significa que os alunos obtiveram
classificação igual ou superior a três a todas as disciplinas do currículo.
7
2.1.2- Departamento do 1.º Ciclo
1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO MÉDIA
PORTUGUÊS 94,96 97,17 98,10 98,83 97,27
MATEMÁTICA 97,67 95,05 96,84 97,08 96,66
E. MEIO 98,84 97,53 98,73 98,54 98,41
ED. ARTÍSTICA 98,45 99,29 98,87
ED. FÍSICA 98,84 99,29 99,07
INGLÊS 97,78 98,25 98,02
EX /ART /FM 99,68 99,71 99,70
AP. ESTUDO 96,90 96,47 98,10 98,54 97,50
OF. COMPLEMENTAR 98,06 99,29 99,37 98,83 98,89
2.1.3 – Departamento de Línguas
5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
PORT 97,92 3,58 97,28 3,47 87,27 3,26 93,82 3,31 96,76 3,33 94,61 3,39
ING 99,17 3,74 99,61 4,02 96,63 3,71 92,66 3,44 96,77 3,75 96,97 3,73
FR 97,64 3,80 88,16 3,31 93,62 3,44 93,14 3,52
ESP 100,00 3,67 97,25 3,48 98,53 3,51 98,59 3,55
8
2.1.4 – Departamento de Ciências Sociais e Humanas
5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
HGP 95,40 3,83 94,53 3,51 94,97 3,67
HIST 95,86 3,70 96,53 3,57 97,11 3,58 96,50 3,62
GEO 98,12 3,94 96,91 3,56 98,92 3,57 97,98 3,69
CID 96,67 3,95 96,86 3,53 98,13 3,75 98,07 3,85 97,43 3,77
EMRE 100,00 4,00 87,50 3,75 100,00 3,86 75,00 4,00 90,63 3,90
EMRC 81,82 4,27 90,00 3,80 93,75 4,38 50,00 2,67 78,89 3,78
2.1.5 – Departamento de Matemática e Ciências Experimentais
5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
CN 94,17 3,73 96,89 3,56 97,43 3,63 97,70 3,62 98,92 3,68 97,02 3,64
FQ 93,61 3,47 91,12 3,42 92,78 3,46 92,50 3,45
MAT 92,50 3,67 85,60 3,34 87,17 3,38 66,80 2,99 79,06 3,23 82,23 3,32
9
2.1.6- Departamento de Expressões
5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
ET 99,16 3,91 97,99 3,69 100,00 3,73 89,80 3,22 96,74 3,64
EV 99,58 3,94 98,44 3,70 95,96 3,43 96,55 3,57 97,83 3,73 97,67 3,67
TIC 97,49 4,15 96,77 3,83 97,40 3,72 98,46 3,86 97,53 3,89
MUS 99,58 4,03 100,00 4,05 100,00 3,81 100,00 4,15 99,90 4,01
EF 99,58 3,81 99,61 3,75 96,28 3,65 94,25 3,49 95,70 3,89 97,08 3,72
2.1.7 – Oferta Complementar (Ética e Cidadania e Oficina de Projeto)
5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
ETC/OP 99,16 4,02 99,20 3,93 98,52 4,01 99,23 3,90 99,28 4,10 99,08 3,99
Legenda:
Disciplinas com sucesso inferior a 80%
10
2.2 - Quadro síntese – Resultados Escolares Globais do Sucesso
1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO MÉDIA
% Sucesso % Sucesso % Sucesso % Sucesso % Sucesso
MÉDIA GLOBAL 97,67 97,73 98,37 98,54 98,08
2.3 - Retenção e Sucesso Pleno
Níveis Alunos Retidos % Retidos Sucesso
Pleno
% Sucesso
Pleno
1º ciclo 1200 18 1,50% 1143 95,25%
2º ciclo 503 11 2,19% 421 83,70%
3º ciclo 820 25 3,05% 573 69,88%
Total 2523 54 2,14% 2137 84,70%
5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
%
Sucesso
Classif
Média
MÉDIA GLOBAL sem EMRC/E
97,53 3,86 96,90 3,70 96,25 3,67 93,58 3,55 95,44 3,61 95,94 3,68
MÉDIA GLOBAL Com EMRC/E
96,59 3,90 95,73 3,71 96,32 3,72 90,13 3,52 95,44 3,61 94,84 3,69
11
3 – ANÁLISE E IMPACTO DAS MEDIDAS DE PROMOÇÃO DO SUCESSO
EDUCATIVO
Constituindo a análise dos resultados escolares do final de cada período letivo, uma das
formas de monitorização do impacto dos projetos e das medidas de promoção do sucesso
educativo implementadas, sintetiza-se, seguidamente, a reflexão efetuada pelos
Departamentos Curriculares em Conselho Pedagógico, sendo que a implementação dos
projetos e das medidas de promoção do sucesso educativo, na ausência de atividades
letivas presenciais, foram sempre enquadradas pelo Plano E@D:
Foram implementados os projetos e medidas promotoras do sucesso das
aprendizagens delineadas pelo Conselho Pedagógico, bem como as
atividades/estratégias diversificadas constantes nos Planos de Ação dos
Departamentos passíveis de ser enquadradas no Plano E@D;
A articulação entre equipas pedagógicas, o reforço do trabalho colaborativo
sistemático e de suporte face aos desafios do E@D entre docentes que permitiu
a reflexão sobre as práticas pedagógicas, a aferição e partilha de estratégias, a
organização de atividades e a construção de recursos;
A adaptação e a aplicação dos critérios de avaliação e respetivos instrumentos
ao Plano E@D, os apoios educativos, os desdobramentos de turmas, nas
sessões síncronas, e uma maior aposta em avaliações formativas e no
desenvolvimento de competências consignadas no Perfil dos Alunos para o séc.
XXI foram considerados fatores potenciadores do sucesso;
Capacidade de reflexão e adequação das planificações pré-existentes e
concretizadas nos Guiões de Aprendizagem;
As dinâmicas criadas quanto ao trabalho autónomo e ao acompanhamento dado
pelos professores, nas sessões síncronas;
O trabalho de articulação e mediação realizado pelos Diretores de Turma e pelos
Docentes Titulares de Turma, junto dos alunos, famílias e equipa pedagógica,
bem como a disponibilidade em responder e esclarecer dúvidas, mesmo de
forma assíncrona;
As sessões síncronas que permitiram a interação direta entre alunos, pais e
professores, facilitando a aprendizagem de novas matérias, o esclarecimento de
dúvidas e o reforço das aprendizagens anteriormente realizadas;
12
O Google Meet, enquanto plataforma facilitadora da organização e comunicação
entre alunos e professores e a plataforma digital escolhida pelo agrupamento
(Classroom) a qual permitiu organizar as propostas de trabalho e respetivos
recursos, potenciando a autonomia dos alunos, pois assinala a tarefa atribuída,
a concluída e as que estão em falta;
De um modo geral os alunos desenvolveram a autonomia e melhoraram as suas
capacidades tecnológicas;
A disponibilização, por parte das Bibliotecas Escolares, de recursos de apoio ao
desenvolvimento das competências das literacias de leitura, dos media e da
informação, nomeadamente recursos curriculares por área disciplinar/disciplina,
obras de referência digitalizadas e/ou online, guiões de pesquisa e tutoriais de
apoio ao ensino a distância;
O apoio e envolvimento da Educação Especial e a Implementação/adequação
das medidas de suporte à aprendizagem e inclusão, preconizadas pelo Decreto-
Lei n.º 54/2018 de 6 de junho;
O envolvimento das técnicas do Serviço de Psicologia e Orientação no
acompanhamento de alunos e na organização de tutoriais e compilação de
recursos, com o objetivo de minorar os efeitos do distanciamento social e garantir
um acompanhamento tão individualizado quanto possível;
O empenhamento dos pais e encarregados de educação no acompanhamento
aos seus educandos quanto à realização das tarefas propostas e no garante do
retorno dos trabalhos realizados para posterior avaliação por parte dos docentes;
Todas as disciplinas, em todos os anos de escolaridade, obtiveram percentagens
de sucesso acima dos 85%, sendo que a maioria ultrapassou os 90%, à exceção
de Matemática no 3.º ciclo (8.º e 9.º anos), tendo contudo subido
percentualmente relativamente ao 2.º período e sido superior a 66%.
Como constrangimentos ao sucesso foram referidas as seguintes situações:
Suspensão das atividades letivas presenciais devido à Pandemia do COVID-19;
Término da implementação do Plano E@D e regresso ao regime presencial das
crianças do Pré-Escolar, conforme orientações da tutela, o qual se revelou como
um aspeto negativo dado que apenas uma minoria das crianças regressou às
atividades presenciais, tendo as outras crianças ficado sem enquadramento
legal para acompanhamento;
Dificuldades de operacionalização, por parte dos docentes, e de participação de
algumas crianças/alunos por falta de meios tecnológicos, por utilização de meios
13
tecnológicos com menores potencialidades (ex: telemóvel) ou por existência de
meios tecnológicos insuficientes para todos os elementos da família;
Excessiva intervenção, por parte dos pais e outros familiares, na concretização
de atividades propostas no decorrer do Plano E@D.
Impossibilidade de realização de atividades de experimentação (ex:Ciências
Naturais e Físico Química), projetos e clubes que implicavam,
necessariamente, o contacto próximo e a participação presencial;
Menor eficácia na motivação de alguns alunos, agravando as dificuldades
assinaladas, impedindo o adequado desenvolvimento das competências
requeridas para cada nível de ensino.
No trabalho síncrono e assíncrono constatou-se, em alguns casos, que se
mantiveram atitudes inadequadas, falta de hábitos de trabalho, de leitura, de
estudo e de responsabilização, bem como dificuldade dos alunos em estarem
atentos, concentrados e em cumprirem regras; assiduidade irregular; a fraca
autonomia e curiosidade científica; o empenho reduzido no seu próprio processo
de ensino-aprendizagem bem como o maior ou menor descomprometimento dos
deveres parentais, por parte de algumas famílias, no acompanhamento do
percurso escolar dos seus educandos;
A integração, durante o 3.º período, de alunos oriundos de países cujos
programas curriculares não se encontram alinhados com os portugueses,
acrescendo o facto de o ensino decorrer à distância;
Apesar de as ações desenvolvidas no âmbito da Estratégia de Educação para a
Cidadania na Escola (EECE) se revelarem bastante positivas e os alunos, de um
modo geral, aderirem aos temas e atividades propostas, as mesmas necessitam
de continuar a ser reforçadas, no sentido de se desenvolver competências
sociais, solidárias e de respeito pelo outro, estimulando o espírito de tolerância
através de vivências partilhadas, dentro e fora da sala de aula. De referir que
a transição para o E@D agravou os constrangimentos no desenvolvimento
dessas competências.
14
4 - ESTRATÉGIAS CONDUCENTES AO SUCESSO/ ESTRATÉGIAS DE MELHORIA
Após a análise dos resultados escolares, o Conselho Pedagógico, tendo por base as
reflexões apresentadas pelos Departamentos, considerou que o forte envolvimento de
toda a comunidade educativa (escola, alunos e família) na operacionalização do E@D
contribuiu de forma significativa para o sucesso educativo alcançado pelos nossos
alunos.
Embora as percentagens de sucesso acima dos 80 e 90%, na quase totalidade das
disciplinas, possam ser consideradas excelentes, saliente-se que as alterações e
adaptações realizadas aos critérios de avaliação, os processos de recolha de
informação/instrumentos de avaliação implementados neste 3.º período contribuíram
para alavancar o aumento exponencial do sucesso educativo. Na globalidade, a
percentagem de sucesso reflete que a maioria dos alunos aderiu com interesse e
empenho às atividades propostas e que as estratégias adotadas pelos professores se
revelaram indicadas e adequadas. Os constrangimentos que condicionam a obtenção
de ainda melhores desempenhos prendem-se, sobretudo, com os alunos que
apresentam elevadas taxas de absentismo, comportamentos desviantes e pouca
apetência pela vida escolar.
Apesar de as estratégias/atividades implementadas nas aulas, alguns alunos não
conseguiram ainda superar as suas dificuldades. Importa ainda salientar que, se não
alterarem a sua postura perante a aprendizagem dos conteúdos e o seu comportamento
em sala de aula, dificilmente se verificarão progressos na sua aprendizagem.
No entanto, é de referir também como fator essencial a extensão dos programas, das
aprendizagens essenciais e a carga horária semanal de que dispõe a maioria das
disciplinas nos diferentes anos, não permitindo a consolidação de muitas das
aprendizagens, dos conteúdos e respetivas atividades.
Dada a situação de suspensão das atividades letivas presenciais, os professores do
Agrupamento desenvolveram todos os esforços necessários e procuraram
permanentemente dar as melhores respostas a todos os alunos de acordo com o
plasmado no Plano E@D do Agrupamento.
Importa registar que todas as estratégias potenciadoras do sucesso educativo dos
nossos alunos, para o próximo ano letivo, têm de ser equacionadas numa dupla
15
perspetiva: por um lado, a promoção do sucesso educativo e, por outro, o garante das
condições de segurança e o distanciamento social possíveis.
Face ao acima exposto, e tendo em consideração todas as orientações até ao momento
emanadas pela tutela, no que concerne ao próximo ano letivo o qual se apresenta
carregado de incertezas, mas com um enfoque especial no seu início, consubstanciado
no modelo presencial das atividades letivas, o Conselho Pedagógico considerou como
adequado definir as seguintes estratégias para consolidação e recuperação das
aprendizagens, bem como para a promoção do sucesso educativo:
Elaboração de planos de recuperação/consolidação das aprendizagens
relativamente aos conteúdos essenciais ministrados durante este 3.º período os
quais serão desenvolvidos durante as primeiras cinco semanas letivas;
Reformulação das planificações de todas as disciplinas, selecionando os
conteúdos essenciais em consonância com as propostas que a tutela enviará
oportunamente;
Continuação da inclusão de 1h (Semanal) de trabalho colaborativo nos horários
dos docentes do Pré-Escolar, do 1.º Ciclo, da Educação Especial, do Português
e da Matemática, bem como das metodologias de trabalho colaborativo e de
articulação horizontal e vertical;
Continuidade da Supervisão Pedagógica;
Incremento do trabalho colaborativo dos docentes;
Continuação da Coadjuvação no 1.º ano de escolaridade, num total de 2 horas
semanais e de 1 hora nas turmas mistas, exceto as mistas de 1.º ano;
Reforço do Apoio Educativo no 1.º ciclo;
Atribuição de horas de Coadjuvação às disciplinas de Português e Matemática
a todos os anos de escolaridade no 2.º e 3.º ciclo; Ciências Naturais no 7.º ano,
Inglês no 8.º e a Físico-Química no 9.º ano;
Continuação da implementação da Estratégia de Educação para a Cidadania na
Escola;
Manutenção da implementação dos mecanismos de aferição de critérios e de
instrumentos de avaliação/processos de recolha de informação, assegurando-
se a uniformização dos mesmos;
Continuidade e reforço do Apoio Tutorial Específico;
Identificação dos alunos com necessidade de medidas de suporte à
aprendizagem e inclusão e definição de estratégias de intervenção universais,
seletivas e adicionais, bem como a implementação das respetivas medidas,
16
envolvendo docentes, discentes, encarregados de educação e elementos da
Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva (EMAEI), do Serviço de
Psicologia e Orientação (SPO), do Centro de Recursos para a Inclusão (CRI) e
da Equipa Multidisciplinar (EQM).
5 – CONCLUSÕES FINAIS
Assim, observados e apreciados os resultados obtidos neste terceiro período escolar,
verificamos que os constrangimentos ao sucesso nas aprendizagens se
centraram num maior ou menor grau de empenho, de responsabilização e de
comportamentos adequados, quer por parte dos discentes, quer por parte das famílias,
no que se refere ao tipo de acompanhamento realizado aos respetivos educandos.
Se, por um lado, o modelo de ensino à distância adotado desafiou e convocou toda a
comunidade educativa para um esforço e empenho acrescido face à necessidade de
uma rápida resposta e adaptação, o mesmo também teve algumas virtualidades,
nomeadamente no que concerne a uma implementação cada vez mais eficaz e
sistemática do trabalho colaborativo a nível dos docentes, a um maior envolvimento dos
pais e encarregados de educação no percurso escolar dos seus educandos e a uma
maior corresponsabilização e promoção do grau de autonomia dos alunos, quanto ao
seu próprio processo educativo.
Tendo-se conseguido desenvolver e potenciar, para além das competências formais
relacionadas com o currículo, algumas das competências definidas nas diretrizes
emanadas pela Europa e que constam do Perfil do Aluno para o Séc. XXI,
nomeadamente a responsabilidade, a autonomia, a aquisição de competências em
termos das tecnologias da informação, comunicação digital, pesquisa, seleção e
compilação de informação, há que dar continuidade a este trabalho pedagógico e de
parceria. Para isso é fundamental que continuemos todos (docentes, encarregados de
educação e alunos) a agir de modo colaborativo e empenhado, com vista a um futuro
de/e com sucesso.
Por fim, umas notas sobre a avaliação que a comunidade educativa realizou através da
resposta de inquéritos, no âmbito do Plano E@D, em que nos parece evidente que o
sentido de urgência na implementação de um ensino remoto foi compreendido e aceite
pela mesma, tendo reconhecido os esforços necessários para uma transformação
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rápida e eficiente. Reitera-se ainda o papel fulcral que os Diretores de Turma e os
Professores Titulares de Grupo/Turma desempenharam na articulação entre
professores, alunos e famílias, garantindo a comunicação escola-família.
Apraz-nos ainda constatar que alunos, pais e encarregados de educação foram
parceiros no desenvolvimento de atividades de ensino à distância, centrado em rotinas
de trabalho conducentes à continuação da realização e/ou consolidação de
aprendizagens. Ressalva-se a importância do acompanhamento dos encarregados de
educação no controlo do cumprimento de tarefas e de prazos das mesmas, o que se
veio a revelar essencial para a manutenção das aprendizagens, mantendo-se ativa a
comunicação escola-família.
Pelo exposto, considera-se que o Plano E@D do Agrupamento foi eficaz, sendo
necessário contudo, no próximo ano letivo, a implementação de um sistema de
recuperação das aprendizagens não realizadas, no sentido de ultrapassar
constrangimentos curriculares, face ao estipulado nas Aprendizagens Essenciais.
Assim, o Conselho Pedagógico congratula-se com o reconhecimento de toda a
comunidade , quanto à eficácia do Plano E@D, sendo que todos deram provas do seu
espírito de responsabilidade, compromisso e resiliência, neste momento particular.
Por fim, apela-se a todos (escola e família) para que continuem a congregar esforços e
vontades a fim de se manter o sentido de pertença a esta comunidade educativa,
promovendo o sucesso, o bem-estar físico e emocional de todos os atores educativos,
pois todos são determinantes para construir, agora, o amanhã.
No ano letivo que se aproxima será tempo de
“Aproximar distâncias: inov@r para @prender”.
Contamos com os passos de cada um!
Aprovado em Conselho Pedagógico 20/07/2020