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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA E DE COMPUTAÇÃO Análise e Design de Estruturas 2,5D de Superfícies Seletivas de Frequência para Aplicações em Sistemas Modernos de Comunicações Sem Fio MYCHAEL JALES DUARTE Orientador: Prof. Dr. Valdemir Praxedes da Silva Neto Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e de Computação da UFRN (área de concentração: Telecomunicações) como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências. Número de Ordem do PPgEEC: M605 Natal, RN, dezembro de 2019.

Análise e Design de Estruturas 2,5D de Superfícies ...€¦ · estruturas simples que, para a formação dos seus elementos, as espiras foram seccionadas em partes, onde foram impressas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA

ELÉTRICA E DE COMPUTAÇÃO

Análise e Design de Estruturas 2,5D de Superfícies

Seletivas de Frequência para Aplicações em Sistemas

Modernos de Comunicações Sem Fio

MYCHAEL JALES DUARTE

Orientador: Prof. Dr. Valdemir Praxedes da Silva Neto

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Engenharia

Elétrica e de Computação da UFRN (área de

concentração: Telecomunicações) como parte dos

requisitos para obtenção do título de Mestre em

Ciências.

Número de Ordem do PPgEEC: M605

Natal, RN, dezembro de 2019.

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Duarte, Mychael Jales.

Análise e design de estruturas 2,5D de superfícies seletivas

de frequência para aplicações em sistemas modernos de

comunicações sem fio / Mychael Jales Duarte. - 2019. 65f.: il.

Dissertação (Mestrado)-Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Centro de Tecnologia, Programa de Pós-graduação em

Engenharia Elétrica e de Computação, Natal, 2020. Orientador: Dr. Valdemir Praxedes da Silva Neto.

1. Superfícies Seletivas de Frequência - Dissertação. 2.

Ultraminiaturização - Dissertação. 3. SMP - Dissertação. 4. Wi-Fi

Halow - Dissertação. 5. Wi-Fi 6 - Dissertação. 6. FSS 2,5D -

Dissertação. I. Silva Neto, Dr. Valdemir Praxedes da. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 621.3

Elaborado por Raimundo Muniz de Oliveira - CRB-15/429

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À minha avó Adélia Jales (in memorian) e

minha mãe Arita Duarte, as flores mais lindas

do meu jardim.

Dedico

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Agradecimentos

Agradeço a Deus por ter me dado sabedoria, coragem e paciência para realizar essa

etapa importante do meu sonho.

Aos meus pais (Marcondes e Arita) que são a base de tudo, sem eles nada disso seria

possível.

Ao meu irmão Mychel Duarte, que além de tudo é um grande amigo e sempre me

incentiva positivamente.

A minha avó Adélia (in memorian) que era minha segunda mãe, sempre me apoiou e

ajudou em tudo que estava a seu alcance.

Aos meus amigos da pós-graduação e os da minha cidade, que sempre estiveram comigo

e me apoiaram, todos são indispensáveis para mim.

A minha namorada Moema Praxedes, que foi uma das melhores coisas que me

aconteceu no período do mestrado.

Ao meu orientador, Dr. Valdemir Neto, por ter depositado confiança e dado a

oportunidade de realizar este trabalho. Pela compreensão, disponibilidade e pela sua orientação,

estando sempre pronto a me guiar e corrigir.

Ao professor Dr. Adaildo D’Assunção, por todo apoio durante essa jornada.

Ao IFPB e ao professor Dr. Adaildo Junior pela disponibilidade dos equipamentos e

laboratório para que fossem efetuadas as caracterizações experimentais.

Aos professores da UFERSA Me. Ailton Jr. (Titio) e Dr. Francisco Brito pelos

ensinamentos fundamentais para a minha jornada até aqui e por sempre estarem disponíveis

para ajudar e tirar dúvidas.

Ao CNPq e a UFRN pelo auxílio financeiro e suporte físico oferecido pela universidade.

Aos Doutores professores da UFRN, pelos ensinamentos.

E a todos que ajudaram de forma direta e indireta para a realização deste trabalho.

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Resumo

Este trabalho apresenta um estudo sobre Superfícies Seletivas de Frequência (FSS) 2,5D, para

aplicações em sistemas modernos de comunicações sem fio. Inicialmente são analisadas

estruturas simples e 2,5D, do tipo patch. As FSS simples são formadas por elementos em espira

quadrada e em espira baseada no fractal Minkowski. O uso da curva fractal ocasionou uma

miniaturização do circuito, aparecimento de uma nova banda de transmissão e diminuição da

largura de banda, na faixa de frequência analisada. As FSS 2,5D são formadas a partir das

estruturas simples que, para a formação dos seus elementos, as espiras foram seccionadas em

partes, onde foram impressas na face superior e inferior do dielétrico e interligadas com fios

condutores de cobre cilíndricos de 0,5 mm de diâmetro. As superfícies 2,5D proporcionaram

miniaturização do circuito em comparação com a fractal, sem aparecimento de novas bandas

de transmissão na faixa analisada e sem diminuir a largura de banda relativa. Com a

comprovação da eficiência dessa técnica de miniaturização, foram propostas três estruturas

ultraminiaturizadas para sistemas de SMP (nas bandas de 1900 MHz e 2300MHz), Wi-Fi Halow

(na banda de 900 MHz) e Wi-Fi 6 (dual-band 2,45 GHz e 5,00 GHz), as três com dimensões

iguais a 10 mm x 10 mm de célula unitária. Todas as FSS se mostraram estáveis com relação

ao ângulo de incidência da onda plana sobre a superfície do circuito. Os resultados numéricos

simulados para os protótipos projetados foram obtidos pelo software ANSYS HFSS. Os

protótipos foram construídos e foi realizada a caracterização experimental dos coeficientes de

transmissão, largura de banda e frequência de ressonância, valores obtidos foram comparados

e discutidos com os resultados das simulações, os quais apresentaram boa concordância.

PALAVRAS-CHAVE: Superfícies Seletivas de Frequência, fractal, ultraminiaturização,

SMP, Wi-Fi Halow, Wi-Fi 6, FSS2,5D.

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Abstract

This work presents a study on 2.5D Frequency Selective Surfaces (FSS) for applications in

modern wireless communications systems. Initially, simple 2.5D patch structures are analyzed.

The simple FSS are formed by square loop and Minkowski fractal-based loop. The use of the

fractal curve caused a circuit miniaturization, the appearance of a new transmission band and a

decrease in the bandwidth in the analyzed frequency band. The FSS 2.5D are formed from the

simple structures which, for the formation of their elements, the turns were sectioned into parts,

where they were printed on the upper and lower face of the dielectric and interconnected with

0.5 mm diameter cylindrical copper conductor wires. The 2.5D surfaces provided circuit

miniaturization compared to fractal, without the appearance of new transmission bands in the

analyzed band and without decreasing the relative bandwidth. Proving the efficiency of this

miniaturization technique, three ultra-miniaturized structures for SMP (in the 1900 MHz and

2300MHz bands), Wi-Fi Halow (in the 900 MHz band) and Wi-Fi 6 (dual-band 2.45 GHz and

5.00 GHz) systems have been proposed, all three with dimensions of 10 mm x 10 mm unit cell.

All FSS were stable with respect to the angle of incidence of the flat wave on the circuit surface.

The simulated numerical results for the designed prototypes were obtained by the ANSYS

HFSS software. The prototypes were constructed and the experimental characterization of the

transmission coefficients, bandwidth and resonance frequency was performed, values obtained

were compared and discussed with the results of the simulations, which showed good

agreement.

KEY-WORDS: Frequency Selective Surfaces, fractal, ultraminiaturization, SMP, Wi-Fi

Halow, Wi-Fi 6, FSS 2.5D.

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I

Sumário

Sumário I

Lista de Ilustrações III

Lista de Tabelas VI

Lista de Símbolos e Abreviaturas VII

Capítulo 1 Introdução ........................................................................................................... 14

Capítulo 2 Superfícies Seletivas de Frequência .................................................................. 17

2.1 Introdução ............................................................................................................... 17

2.2 Estrutura e Características Principais ..................................................................... 17

2.3 Elementos Geométricos das FSS ............................................................................ 19

2.4 FSS Ativas e Passivas ............................................................................................. 20

2.5 Substratos para Fabricação de FSS ......................................................................... 21

2.6 Métodos de Análise ................................................................................................ 22

2.7 Técnicas de Medição .............................................................................................. 23

2.8 Aplicações ............................................................................................................... 24

Capítulo 3 Estado da Arte ..................................................................................................... 26

3.1 Introdução ............................................................................................................... 26

3.2 FSS 3D com Resposta Estável com a Variação do Ângulo de Incidência da Onda

Plana ............................................................................................................................. 26

3.3 FSS 2,5D com Elemento Miniaturizado ................................................................. 27

3.4 FSS 3D Mecanicamente Reconfigurável ................................................................ 28

3.5 FSS 3D Dual-Band ................................................................................................. 28

3.6 Superfície Seletiva de Frequência 3D Reconfigurável ........................................... 29

3.7 FSS 3D Otimizadas com Algoritmo Colônia de Formigas .................................... 30

3.8 FSS 2,5D para 5G ................................................................................................... 30

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II

3.9 FSS Dual-Band com Elementos Miniaturizados .................................................... 31

3.10 Superfície Seletiva de Frequência 2,5D Ultraminiaturizada ................................ 31

3.11 FSS 2,5D Compacta para Aplicações em Redes GSM ......................................... 32

3.12 FSS 2,5D Baseadas na Tecnologia de Guia de Onda Integrada ao Substrato ...... 33

3.13 Superfície Seletiva de Frequência 3D Baseada em Substrato Dobrado ............... 33

3.14 FSS Miniaturizada Passa-Banda Usando Ressoador Circular Espiral ................. 34

3.15 Novas Propostas de Superfície Seletiva de Frequência 3D .................................. 35

Capítulo 4 Projeto das FSS Miniaturizadas 2,5D ............................................................... 36

4.1 Introdução ............................................................................................................... 36

4.2 FSS em Espira Quadrada Planar e 2,5D ................................................................. 37

4.3 FSS em Espira Baseada no Fractal de Minkowski Planar e 2,5D .......................... 41

Capítulo 5 Projeto das FSS Ultraminiaturizadas 2,5D ...................................................... 47

5.1 Introdução ............................................................................................................... 47

5.2 FSS Baseada no Fractal de Hilbert ......................................................................... 48

5.3 FSS Dual-Band para Wi-Fi 6 ................................................................................. 51

5.4 FSS para Wi-Fi HaLow .......................................................................................... 55

Capítulo 6 Conclusões e Trabalhos Futuros ....................................................................... 59

Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 61

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III

Lista de Ilustrações

Figura 1- Estrutura básica de uma FSS. ................................................................................... 18

Figura 2 - Superfícies Seletivas de Frequência: (a) arranjo do tipo patch e (b) do tipo abertura.

.................................................................................................................................................. 18

Figura 3 - Grupos de geometrias de elementos de FSS: (a) Grupo 1, (b) Grupo 2, (c) Grupo 3 e

(d) Grupo 4. .............................................................................................................................. 20

Figura 4 - FSS com elementos reconfiguráveis. ....................................................................... 21

Figura 5 - Esquema de medição de FSS com lentes. ................................................................ 24

Figura 6 - Aplicação de FSS na porta do forno micro-ondas. .................................................. 24

Figura 7 - FSS para uso em janelas [20]. .................................................................................. 25

Figura 8 – FSS 3D : (a) Projeto; (b) protótipo construído; (c) coeficiente de transmissão

polarização TE; e (d) coeficiente de transmissão polarização TM [21]. .................................. 27

Figura 9 - FSS 2,5D: (a) Projeto; e (b) coeficiente de transmissão polarização TE [22]. ........ 27

Figura 10 - FSS mecanicamente reconfigurável: (a) Projeto; e (b) coeficiente de transmissão

polarização TE [23]. ................................................................................................................. 28

Figura 11 - FSS 3D dual-band: (a) Projeto; e (b) coeficiente de transmissão [24]. ................. 29

Figura 12 - FSS 3D reconfigurável: (a) Projeto; e (b) coeficiente de transmissão [25]. .......... 29

Figura 13 - FSS 3D otimizada: (a) Projeto e (b) parâmetros S [26]. ........................................ 30

Figura 14 - FSS 2,5D para 5G: (a) Projeto; e (b) coeficiente de transmissão polarização TE [27].

.................................................................................................................................................. 30

Figura 15 – FSS Dual-Band com Elementos Miniaturizados: (a) Projeto; (b) e coeficiente de

transmissão [17]. ....................................................................................................................... 31

Figura 16 - FSS 2,5D Ultraminiaturizada: (a) Projeto; e (b) coeficiente de transmissão [16]. 32

Figura 17 - FSS para redes GSM: (a) Projeto; e (b) coeficiente de transmissão [15]. ............. 32

Figura 18 - FSS baseadas na tecnologia de guia de onda integrada ao substrato: (a) Projeto; e

(b) coeficiente de transmissão [28] . ......................................................................................... 33

Figura 19 - FSS 3D baseada em substrato dobrado: (a) Projeto; e (b) parâmetros S [29]. ...... 34

Figura 20 - FSS com ressoador circular espiral: (a) Projeto; e (b) coeficiente de transmissão

[30]. .......................................................................................................................................... 34

Figura 21 - Novas propostas de FSS 3D: (a) Projeto; e (b) parâmetros S [14]. ....................... 35

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IV

Figura 22 - Esquema da medição 1. ......................................................................................... 37

Figura 23 - (a) FSS 1; (b) FSS 2 vista superior; e (c) FSS 2 vista em perspectiva. ................. 37

Figura 24 - Coeficientes de transmissão simulados para FSS 1 e FSS 2.................................. 38

Figura 25 - (a) Protótipo da FSS 1; e (b) protótipo da FSS 2 vista superior. ........................... 38

Figura 26 - Comparação coeficiente de transmissão medido e simulado: (a) FSS 1; e (b) FSS 2.

.................................................................................................................................................. 39

Figura 27 - Coeficiente de transmissão da FSS 1 para diferentes ângulos de incidência: (a)

Simulado; e (b) Medido. ........................................................................................................... 40

Figura 28- Coeficiente de transmissão da FSS 2 para diferentes ângulos de incidência: (a)

Simulado; e (b) Medido. ........................................................................................................... 40

Figura 29 - (a) FSS 3; (b) FSS 4 vista superior; (c) FSS 4 vista inferior; e (d) FSS 4 vista em

perspectiva. ............................................................................................................................... 41

Figura 30 - Coeficiente de transmissão simulados para FSS 3 e FSS 4. .................................. 42

Figura 31 – (a) Protótipo da FSS 3; e (b) protótipo da FSS 4 vista superior. ........................... 43

Figura 32 - Comparação coeficiente de transmissão medido e simulado: (a) FSS 3; e (b) FSS 4.

.................................................................................................................................................. 43

Figura 33 - Coeficiente de transmissão da FSS 3 para diferentes ângulos de incidência: (a)

Simulado; e (b) Medido. ........................................................................................................... 44

Figura 34 - Coeficiente de transmissão da FSS 4 para diferentes ângulos de incidência: (a)

Simulado; e (b) Medido. ........................................................................................................... 44

Figura 35 - Esquema de medição 2. ......................................................................................... 48

Figura 36 - FSS 5: (a) vista superior; (b) vista inferior; (c) vista sobreposta; e (d) vista em

perspectiva. ............................................................................................................................... 48

Figura 37 – Protótipo da FSS 5. ............................................................................................... 49

Figura 38 - Comparação coeficiente de transmissão medido e simulado da FSS 5. ................ 50

Figura 39 – Coeficiente de transmissão da FSS 5 para diferentes ângulos de incidência: (a)

Simulado; e (b) Medido. ........................................................................................................... 50

Figura 40 - FSS 6: (a) vista superior; (b) vista inferior; (c) vista sobreposta; e (d) vista em

perspectiva. ............................................................................................................................... 52

Figura 41 - Protótipo da FSS 6. ................................................................................................ 53

Figura 42 - Comparação coeficiente de transmissão medido e simulado da FSS 6. ................ 53

Figura 43 - Coeficiente de transmissão da FSS 6 para diferentes ângulos de incidência: (a)

Simulado; e (b) Medido. ........................................................................................................... 54

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V

Figura 44 - FSS 7: (a) vista superior; (b) vista inferior; (c) vista sobreposta; e (d) vista em

perspectiva. ............................................................................................................................... 55

Figura 45 - Protótipo da FSS 7. ................................................................................................ 56

Figura 46 - Comparação coeficiente de transmissão medido e simulado da FSS 7. ................ 57

Figura 47 - Coeficiente de transmissão da FSS 7 para diferentes ângulos de incidência: (a)

Simulado; e (b) Medido. ........................................................................................................... 57

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VI

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Comparação resultados medidos e simulados FSS 1. ............................................. 40

Tabela 2 - Comparação resultados medidos e simulados FSS 2. ............................................. 41

Tabela 3 - Comparação resultados medidos e simulados FSS 3. ............................................. 45

Tabela 4 - Comparação resultados medidos e simulados FSS 4. ............................................. 46

Tabela 5 - Comparativo de FSS da literatura para sistemas GSM. .......................................... 49

Tabela 6 - Comparação resultados medidos e simulados FSS 5. ............................................. 51

Tabela 7 - Comparativo de FSS da literatura para frequência de 2,45 GHz. ........................... 52

Tabela 8 - Comparação resultados medidos e simulados FSS 6. ............................................. 54

Tabela 9 – Comparativo de FSS da literatura para frequência de 900 MHz. ........................... 56

Tabela 10 - Comparação resultados medidos e simulados FSS 7. ........................................... 58

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VII

Lista de Símbolos e Abreviaturas

2D 2 Dimensões

2,5D 2,5 Dimensões

3D 3 Dimensões

BW Bandwidth (Largura de Banda)

CST Computer Simulation Technology

Ei Campo elétrico incidente

Er Campo elétrico refletido

Et Campo elétrico transmitido

FDTD Finite-Difference Time Domain (Diferenças Finitas no Domínio do Tempo)

FEM Finite-Element Method (Método dos Elementos Finitos)

FMT Fourier Modal Transform (Transformada Modal de Fourier)

fr Frequência de ressonância

FSS Frequency Selective Surface (Superfície Seletiva de Frequência)

h Altura do substrato

HFSS High Frequency Structural Simulator

IEEE Institute of Electrical and Electronic Engineers

MoM Method of Moments (Método dos Momentos)

RF Radio Frequency (Rádio Frequência)

SMP Serviço Móvel Pessoal

TE Transversal Elétrico

TM Transversal Magnético

WCIP Wave Concept Iterative Procedure (Método Iterativo das Ondas)

WLAN Wireless Local Area Network (Rede Local sem Fio)

εr Constante dielétrica do substrato

λ Comprimento de onda

θ Ângulo de incidência da onda plana

Γ Coeficiente de reflexão

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Capítulo 1

Introdução

O processo de crescimento tecnológico que a sociedade tem vivido e os recentes avanços

nas redes de comunicação sem fio, que atingem diversas áreas do conhecimento, criam uma

demanda por dispositivos eficientes, estáveis, de fácil uso, confiáveis e que possam operar em

diferentes canais [1]. Essa demanda impulsiona os estudos no setor de telecomunicações para

desenvolver novas tecnologias capazes de atender tais requisitos, atraindo principalmente a

atenção de pesquisadores e indústrias de desenvolvimento tecnológico.

A fim de atender as necessidades existentes atuais dos serviços de telecomunicações,

faz-se necessário o desenvolvimento de dispositivos para integrar os novos sistemas de

comunicações. Um componente que tem sido alvo de pesquisas é a superfície seletiva de

frequência (Frequency Selective Surface - FSS), devido suas aplicações para a engenharia de

telecomunicações serem muitas e bem atrativas. As principais pesquisas nessa linha são em

torno de FSS que possuem baixo custo, peso reduzido e habilidade de integração com outros

circuitos de micro-ondas, podendo ser aplicadas em sistemas de antenas refletoras,

absorvedores, radomes, mísseis, aeronaves, satélites, entre outros [1], [2].

Superfícies seletivas de frequência são filtros espaciais de ondas eletromagnéticas e,

tradicionalmente, são compostas por arranjos periódicos de elementos que podem ser do tipo

patches condutores ou aberturas, impressos em substratos dielétricos [3]. Essas estruturas têm

como objetivo filtrar as componentes de frequências indesejadas, das frequências que

interessam, dos sinais que passarem por ela. Fatores como as propriedades dielétricas do

substrato, geometria e forma do elemento, a periodicidade ou distância entre elementos e o

ângulo de radiação da onda incidente, são parâmetros determinantes na resposta em frequência

de uma FSS [4], [5].

Os pesquisadores que atuam na área de circuitos para micro-ondas, visando o

desenvolvimento de FSS de alto desempenho, têm proposto diferentes configurações e tipos de

estruturas, tais como: superfícies seletivas de frequência de múltiplas camadas ou cascateadas

[6], [7]; FSS que têm seus elementos baseados em geometrias fractais [8], [9]; filtros seletivos

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CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO

15

de camada simples e diferentes elementos geométricos [10]; circuitos com arranjos não

uniformes [11], [12]; FSS em 3 dimensões (3D) [13] [14]; entre outros.

Um ponto que tem atraído a atenção dos pesquisadores no estudo de FSS é a utilização

de geometrias fractais em seus elementos. Esse fato ocorre pelo comportamento multibanda e

a capacidade de miniaturização da estrutura. A geometria fractal apresenta em alguns casos uma

redução na largura de banda com o aumento da interação do fractal, tornando a estrutura mais

seletiva, além dessas geometrias na maiorias das vezes se mostrarem estáveis com relação ao

ângulo de incidência da onda eletromagnética [8].

Estruturas 2,5D (2,5 Dimensões) de FSS têm sido analisadas e se mostrado com

capacidade de miniaturizar o circuito. Essas estruturas são compostas por 2 ou mais camadas

interligadas por vias metálicas entre o dielétrico, por isso recebem a denominação de 2,5D.

Estudos mostram que esses circuitos proporcionam uma miniaturização sem diminuição da

largura de banda relativa e sem aparição de novas bandas de ressonância [15], [16], [17].

O objetivo principal deste trabalho é apresentar uma caracterização numérica para

diferentes estruturas de FSS, com o auxílio do software comercial ANSYS HFSS, onde serão

analisadas estruturas simples e 2,5D com geometria euclidiana e geometria fractal, onde todas

as superfícies são do tipo patch condutor.

São pontos importantes que serão abordados nesse trabalho um estudo sobre superfícies

seletivas de frequência 2,5D do tipo patch, estudo da polarização e estabilidade angular em

relação a onda plana incidente e obtenção de resultados para os coeficientes de transmissão e

largura de banda das FSS. A apresentação deste trabalho está organizada em 6 capítulos que

são descritos a seguir.

O capítulo 2 apresenta a revisão de literatura a respeito dos conceitos sobre superfícies

seletivas de frequência. São apresentadas as informações sobre FSS, destacando suas

características mais relevantes e aplicações.

O capítulo 3 apresenta o estado da arte, que trata dos estudos atuais da ciência nos

assuntos correlacionados a esta proposta de trabalho para dissertação de mestrado.

O capítulo 4 apresenta a metodologia de projeto para FSS planares e 2,5D. São estudadas

estruturas com geometria em espira quadrada e fractal de Minkowski. As características das

estruturas 2,5D são analisadas e comparadas com estruturas planares. Um estudo sobre a

polarização e estabilidade angular em todas as FSS também é realizado.

O capítulo 5 traz o projeto de superfícies seletivas de frequência ultraminiaturizadas

2,5D para sistemas modernos de comunicações sem fio. São projetadas três estruturas com

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CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO

16

geometrias inspiradas no fractal de Hilbert, espira quadrada concêntrica com espira em cruz e

meandro, para operar em sistemas SMP, Wi-Fi 6 e Wi-Fi HaLow, respectivamente. São

analisadas as estabilidades angulares e polarizações de todas as estruturas.

O capítulo 6 ressalta as principais conclusões e contribuições deste trabalho e define

propostas de continuidade para pesquisas relacionadas ao tema desta dissertação.

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Capítulo 2

Superfícies Seletivas de Frequência

2.1 Introdução

As Superfícies seletivas de frequência são estruturas formadas normalmente por

arranjos periódicos bidimensionais, que atuam como filtros espaciais para ondas

eletromagnéticas no espaço livre [3]. Os elementos do arranjo de uma FSS, são projetados para

que o circuito se comporte como um filtro rejeita-banda ou passa-banda, dependendo se os

elementos ressonantes são patches ou aberturas, respectivamente. De acordo com a resposta

desejada, os elementos podem assumir diversas formas geométricas [5].

As FSS podem ser utilizadas em diversas aplicações, tanto comerciais quanto

científicas, isso faz com que elas tenham uma atenção considerável no estudo de micro-ondas.

De acordo com a aplicabilidade, a resposta em frequência de uma FSS é controlada por

parâmetros como, tipo do substrato dielétrico, geometria do elemento, dimensões físicas e

periodicidade [1].

Neste capítulo, são abordados: as principais características e a estrutura das superfícies

seletivas de frequência, incluindo a influência dos tipos de substratos e elementos utilizados

nesses arranjos periódicos; as principais técnicas de medição empregadas; os principais

métodos de análise; e algumas aplicações de FSS.

2.2 Estrutura e Características Principais

Em uma estrutura típica de FSS, os elementos são impressos em um substrato dielétrico,

esses substratos podem conter uma ou múltiplas camadas, em função da resposta desejada.

Esses elementos podem ser aberturas em uma superfície condutora sobre um substrato

dielétrico, onde essa configuração é conhecida como FSS indutiva; ou patches metálicos sobre

um substrato, configuração tipicamente chamada de FSS capacitiva. De forma similar aos filtros

de circuitos de rádio frequência (RF), a FSS indutiva se comporta como um filtro passa-banda

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CAPÍTULO 2. SUPERFÍCIES SELETIVAS DE FREQUÊNCIA

18

e a FSS capacitiva como um filtro rejeita-banda, em torno da frequência de ressonância da

estrutura [18], [2]. A Figura 1 mostra uma estrutura básica de uma FSS tipo patch.

Figura 1- Estrutura básica de uma FSS.

Quando uma onda eletromagnética entra em ressonância com os elementos de uma FSS,

a onda é parcialmente refletida em sua direção especular e parcialmente transmitida para frente,

como mostra a Figura 2. Quando os elementos são do tipo patch, representados por retângulos,

o campo elétrico é polarizado verticalmente e a frequência de ressonância é refletida com

mínima perda de retorno e as demais frequências são transmitidas, já na estrutura do tipo

abertura o campo elétrico é polarizado horizontalmente e a frequência de operação é transmitida

com o mínimo de perda de inserção e as demais frequências são refletidas [2].

Figura 2 - Superfícies Seletivas de Frequência: (a) arranjo do tipo patch e (b) do tipo abertura.

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CAPÍTULO 2. SUPERFÍCIES SELETIVAS DE FREQUÊNCIA

19

A estrutura de uma FSS também pode ser classificada em anteparo-fino ou anteparo-

espesso, de acordo com a espessura dos elementos do arranjo. É classificada como FSS de

anteparo-fino, quando a estrutura é do tipo patch ou abertura e possui seus elementos com

espessura inferior a 0,001λ, onde λ é o comprimento de onda na frequência de ressonância da

estrutura. FSS de anteparo-fino podem ser fabricadas com tecnologia de circuito impresso

convencional e apresentam baixo custo, baixo volume e peso leve [18].

As FSS de anteparo espesso são compostas por uma matriz periódica de elementos com

espessura eletricamente grande, sendo utilizadas principalmente para aplicações passa-alta (tipo

abertura). Ao contrário das de anteparo-fino possuem uma fabricação mais complexa e

apresentam alto custo e peso elevado [18].

Em uma FSS o material dielétrico pode ser colocado apenas em um lado, em ambos os

lados dos elementos ou de outra forma em FSS cascateadas, pois, a importância do material

dielétrico em uma FSS vai além do suporte estrutural para os elementos [3]. O substrato também

é importante para a estabilidade de frequência de ressonância para diferentes ângulos de

incidência e polarização do campo incidente. A resposta em frequência de uma FSS simples

com dielétrico de um lado, depende de alguns fatores, tais como:

• a espessura e a permissividade do dielétrico;

• a espessura e a condutividade do material condutor da FSS;

• a geometria dos elementos da FSS;

• o tipo de FSS (patch ou abertura);

• a distância inter-elementos (periodicidade);

• a polarização e o ângulo de incidência da onda eletromagnética [5].

Outro fator que pode alterar a resposta em frequência é adicionar dispositivos ativos nas células

unitárias de uma FSS, resultando em uma FSS ativa, trazendo mais funcionalidades e

configurabilidade a estrutura [11].

2.3 Elementos Geométricos das FSS

A geometria dos elementos da FSS influencia diretamente na distribuição dos campos

elétricos e magnéticos, e consequentemente, na distribuição de corrente. As geometrias

utilizadas vão desde polígonos regulares, como círculos, retângulos, até configurações

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CAPÍTULO 2. SUPERFÍCIES SELETIVAS DE FREQUÊNCIA

20

derivadas, como dipolos cruzados, espiras quadradas e combinações dos mesmos, e ainda

existem as geometrias fractais que são bastante utilizadas também [5].

Dessa forma, o formato do elemento é um parâmetro fundamental no projeto de uma

FSS. Conforme classificado em [5], os elementos são divididos em quatro grupos principais:

• grupo 1: elementos que possuem os centros conectados ou N polos. As formas mais

comuns desse grupo são: tripolo, dipolo cruzado, dipolo fino e a cruz de Jerusalém.

Algumas dessas formas podem ser vistas na Figura 3(a);

• grupo 2: as espiras. Como pode ser visto na Figura 3(b), os tipos mais comuns são:

anéis concêntricos, espira quadrada, espira quadrada dupla;

• grupo 3: elementos com interior sólido. Suas formas mais usadas são: patches

retangulares e patches circulares. A Figura 3(c) mostra esses patches;

• grupo 4: combinações de elementos típicos. Esse grupo é o maior, pois suas

combinações são infinitas, exemplos comuns são: Anel com dipolo cruzado e

geometrias fractais. Esses elementos são mostrados na Figura 3(d).

Figura 3 - Grupos de geometrias de elementos de FSS: (a) Grupo 1, (b) Grupo 2, (c) Grupo 3 e (d) Grupo 4.

2.4 FSS Ativas e Passivas

Uma FSS passiva é aquela que é projetada apenas para uma frequência particular a ser

rejeitada ou transmitida, ou seja, seus elementos são impressos em substrato dielétrico de forma

que fica impossibilitado a mudança na resposta em frequência. A vantagem desse tipo de FSS

é a fácil fabricação e a desvantagem é que não permite reconfiguração [4], [1].

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CAPÍTULO 2. SUPERFÍCIES SELETIVAS DE FREQUÊNCIA

21

Por outro lado, uma FSS ativa tem a mesma estrutura de uma superfície passiva, porém,

nos elementos geométricos existem a inserção de alguns dispositivos ativos como diodos,

chaves MEMS ou diodos varactores. Inserir esses dispositivos em uma FSS resulta em um

controle da resposta em frequência da estrutura em termos de reflexão e transmissão, deixando

o circuito com capacidade de reconfiguração, uma desvantagem é o processo de fabricação que

é bem mais complexo que o da FSS passiva. Essas superfícies ativas podem ser acionadas por

uma corrente de polarização ou tensão DC para os elementos metálicos. A Figura 4 mostra

elementos geométricos de uma FSS em que foram adicionados diodos PIN para tornar o circuito

reconfigurável [2], [19], [11].

Figura 4 - FSS com elementos reconfiguráveis.

2.5 Substratos para Fabricação de FSS

Na fabricação de FSS os materiais mais utilizados como substratos são os dielétricos

isotrópicos e os dielétricos anisotrópicos. As propriedades elétricas e mecânicas do dielétrico

influenciam diretamente no comportamento da FSS. Substratos mais espessos viabilizam a

fabricação de superfícies seletivas de frequência com largura de banda maior, porém, a

eficiência tende a ser menor por causa da maior propagação de ondas de superfície [2].

Outro parâmetro de grande influência na faixa de operação de FSS é a permissividade

elétrica do substrato, esse parâmetro influência na frequência de ressonância, na largura de

banda e nas dimensões físicas do circuito. Normalmente, se faz uso de substratos com

permissividades mais baixas, viabilizando maior eficiência e largura de banda, entretanto,

utilizam mais material na fabricação, por serem mais espessos [3]. Os valores de permissividade

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CAPÍTULO 2. SUPERFÍCIES SELETIVAS DE FREQUÊNCIA

22

elétrica relativa mais comuns, variam de 2,2 a 12 [2]. Os substratos que têm constantes

dielétricas mais elevadas são mais finos, no entanto, possuem maiores perdas e a largura de

banda reduzida, se comparado com permissividades menores [3].

Nos substratos isotrópicos o comportamento do campo elétrico aplicado não é

dependente da direção do campo e a permissividade elétrica relativa é uma função escalar. Já

os substratos anisotrópicos são materiais em que o comportamento do campo elétrico aplicado

varia de acordo coma direção do campo elétrico ou dos eixos do material. As propriedades

cristalinas do material determinam as direções dos eixos e a permissividade elétrica é um tensor

[19].

2.6 Métodos de Análise

Com a popularização dos estudos sobre FSS surgiram diversas técnicas numéricas de

análise. Essas técnicas são divididas em dois grupos: métodos aproximados e formulação de

onda completa. Os métodos aproximados, para determinar as características de reflexão e de

transmissão para FSS usam algumas fórmulas aproximadas e simples. Essas fórmulas

diminuem o tempo computacional e produzem bons resultados para determinadas estruturas.

Porém, para determinadas aplicações, podem produzir resultados imprecisos, por algumas

limitações dessas fórmulas [18]. Alguns métodos aproximados serão apresentados a seguir.

A Técnica de Casamento Modal foi um dos primeiros métodos utilizados na análise de

superfícies seletivas de frequência e também é conhecida como Método da Equação Integral,

esse método permite uma análise capaz de fornecer detalhes das repostas da frequência e da

polarização, junto com o entendimento físico da sua operação [2].

Um método que veio associado à Técnica de Casamento Modal, foi o Modelo do

Circuito Equivalente, que é um método simples e que produz resultados satisfatórios, esse

modelo também é conhecido como, Modelo de Linha de Transmissão, que consiste em

representar o elemento da FSS para um circuito equivalente de uma linha de transmissão

formado por elementos localizados do tipo indutivo e capacitivo [18]. A solução do circuito

fornece as características de transmissão e reflexão da FSS. Esta técnica usa uma aproximação

quase estática para calcular as componentes do circuito e permite uma análise computacional

bastante rápida caracterizando a FSS de forma eficiente, porém, é limitado com relação à

precisão, principalmente em altas frequências [18].

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CAPÍTULO 2. SUPERFÍCIES SELETIVAS DE FREQUÊNCIA

23

Existem outros métodos que são chamados modelos de onda completa. Esses métodos

exigem maior esforço computacional e analítico, por possuírem rigorosas formulações

matemáticas, eles ainda proporcionam resultados mais precisos, principalmente em frequências

mais elevadas [19]. Os métodos mais comuns, são:

• Método dos Momentos (MoM – Method of Moments);

• Método dos Elementos Finitos (FEM – Finite-Element Method);

• Método das Diferenças Finitas no Domínio do Tempo (FDTD – Finite-Difference

time domain);

• Método das Ondas (WCIP – Wave Concept Interactive Procedure);

Existem também softwares comerciais que são bastante utilizados na análise de FSS,

pois, oferecem plataformas de simulações com um alto grau de confiança ao implementar os

métodos de análise anteriormente citados. Dentre os softwares mais utilizados podem ser

citados o Ansoft DesignerTM, ANSYS HFSSTM, CST, entre outros. Os programas comercias

Ansoft DesignerTM e ANSYS HFSSTM, por exemplo, utilizam como método de análise de FSS

o Método dos Momentos e o Método dos Elementos Finitos, respectivamente.

2.7 Técnicas de Medição

Existem vários métodos que são utilizados para medição das propriedades de reflexão e

transmissão das superfícies seletivas de frequência. O sistema de medição dispõe de cornetas

direcionais como antenas transmissoras e receptoras. Ao mudar a polarização das antenas de

horizontal para vertical, é possível medir as características de transmissão as polarizações TM

(transversal magnética) e TE (transversal elétrica), respectivamente, da FSS localizada entre as

duas antenas [18]. Outros recursos podem ser adicionados aos métodos de medição, como

lentes, câmara anecóica, entre outros; que deixam o resultado mais preciso.

A caracterização experimental de uma FSS pode ser realizada, por exemplo, utilizando

antenas cornetas associadas a lentes. Neste caso, podem ser feitos testes em ambas as

polarizações das micro-ondas, a difração nas bordas da FSS são reduzidas e podem ser feitos

testes com vários ângulos de incidência (θ) de maneira simples, desde que a superfície seletiva

de frequência seja iluminada pelo feixe Gaussiano estrito das lentes. Esse setup pode ser visto

na Figura 5.

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CAPÍTULO 2. SUPERFÍCIES SELETIVAS DE FREQUÊNCIA

24

Figura 5 - Esquema de medição de FSS com lentes.

2.8 Aplicações

As superfícies seletivas de frequência podem ser aplicadas em diversos circuitos dentro

dos sistemas de telecomunicações. Alguns exemplos dessas aplicações são: sistemas de antenas

refletoras; absorvedores; radomes; mísseis; aeronaves; satélite; etc [3]. A aplicação mais

conhecida de uma FSS é a do anteparo da porta do micro-ondas, onde a superfície se comporta

como um filtro passa-faixa, por ser um arranjo periódico de elementos do tipo abertura, ela

permite que a frequência de luz visível passe enquanto rejeita a frequência de aproximadamente

2,45 GHz [2]. Como mostra a Figura 6.

Figura 6 - Aplicação de FSS na porta do forno micro-ondas.

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CAPÍTULO 2. SUPERFÍCIES SELETIVAS DE FREQUÊNCIA

25

No projeto de absorvedores de micro-ondas, o uso de FSS pode melhorar o desempenho

destes dispositivos na mudança das suas propriedades de reflexão. Os absorvedores possuem

uma grande importância na área militar e civil, pois funcionam como absorvedores de radiação

eletromagnética, podendo ser aplicados no revestimento de superfícies internas e externas de

veículos, aeronaves e embarcações militares, através da redução da energia das ondas

eletromagnéticas refletidas, dificultando a detecção por radares [1].

As FSS também podem ser utilizadas no projeto de radomes. A superfície seletiva de

frequência pode ser projetada para fornecer características passa-faixa na frequência de

ressonância da antena, utilizando elementos do tipo abertura. Então, o sinal passará pela antena

com pouca perda por inserção. No caso de frequências não desejadas, a FSS pode apresentar

características de reflexão. O radome é usado em superfícies de automóveis ou aeronaves, esse

dispositivo garante um espalhamento adequado do sinal [2].

Nas comunicações indoor, as superfícies seletivas de frequência podem ser aplicadas em

construções modernas visando a otimização da propagação das ondas eletromagnéticas. Estas

aplicações podem ser responsáveis pela diminuição das interferências e colisões de sinais,

deixando as redes sem fio mais seguras. Além disso, o uso de FSS também pode proporcionar

a blindagem contra sinais externos a ambientes em determinadas faixas de frequência e

promover o confinamento do sinal radiado no interior desses ambientes [20]. A Figura 7 ilustra

uma FSS projetada em um filme fino transparente para aplicação em janelas.

Figura 7 - FSS para uso em janelas [20].

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Capítulo 3

Estado da Arte

3.1 Introdução

Neste capítulo é apresentado o estado da arte, que trata dos estudos atuais da ciência nos

assuntos correlacionados a superfícies seletivas de frequência 2,5D e 3D. É mostrado um breve

resumo sobre cada trabalho, apresentando os principais resultados e conclusões.

3.2 FSS 3D com Resposta Estável com a Variação do Ângulo de

Incidência da Onda Plana

Lee & Hong [21] propõem uma FSS 3D com elementos miniaturizados e com boa

estabilidade angular, a estrutura é formada por multicamadas interligadas por vias entre os

dielétricos. A FSS opera em 6,5 GHz e os resultados medidos apresentam boa concordância

com os simulados. A estrutura e os coeficientes de transmissão para diferentes ângulos de

incidência da onda plana, são mostrados na Figura 8.

A FSS foi construída com tecnologia PCB (Printed Circuit Board) com quatro camadas,

a geometria é baseada em uma espira em cruz. Dois substratos dielétricos foram utilizados, com

permissividades elétrica relativas iguais a 4,6 e 4,3. As simulações foram feitas no software

comercial ANSYS HFSS.

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CAPÍTULO 3. ESTADO DA ARTE

27

Figura 8 – FSS 3D : (a) Projeto; (b) protótipo construído; (c) coeficiente de transmissão polarização TE; e (d)

coeficiente de transmissão polarização TM [21].

3.3 FSS 2,5D com Elemento Miniaturizado

Yu et al. [22] projetam uma FSS 2,5D miniaturizada e estável com relação ao ângulo de

incidência da onda plana. O circuito tem sua frequência de ressonância por volta de 2,3 GHz e

se mostra estável até o ângulo de 70°. Uma célula unitária do arranjo e os coeficientes de

transmissão medidos e simulados são apresentados na Figura 9.

A estrutura tem uma geometria particular e é construída sobre um substrato dielético de

FR4, com permissividade elétrica relativa igual a 4,4, tangente de perdas igual a 0,02 e 1,6 mm

de espessura. Os elementos possuem tamanho de 0,033λ x 0,033λ.

Figura 9 - FSS 2,5D: (a) Projeto; e (b) coeficiente de transmissão polarização TE [22].

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CAPÍTULO 3. ESTADO DA ARTE

28

3.4 FSS 3D Mecanicamente Reconfigurável

Uma superfície seletiva de frequência 3D mecanicamente reconfigurável a partir da

rotação dos elementos é proposta por Ferreira et al. [23], a FSS opera com bandas por volta de

1,6 GHz e 4,0 GHz. Os elementos são formados por espiras quadradas. As simulações foram

obtidas no software CST Microwave Studio. O projeto e os coeficientes de transmissão para

diferentes ângulos dos elementos são mostrados na Figura 10.

Figura 10 - FSS mecanicamente reconfigurável: (a) Projeto; e (b) coeficiente de transmissão polarização TE

[23].

3.5 FSS 3D Dual-Band

Uma FSS 3D formada por um arranjo de dois anéis cilíndricos concêntricos é estudada

por Can et al. [24]. A estrutura tem resposta dual-band com a primeira frequência de

ressonância em 3,4 GHz e a segunda em 8,1 GHz. Os resultados medidos condizem com os

simulados. A formação do arranjo e o coeficiente de transmissão são descritos na Figura 11.

O cilindro maior possui 32,0 mm de diâmetro e o menor 17,0 mm de diâmetro, a altura

dos cilindros é 15,0 mm, com espessura de 1,5 mm. Cada cilindro é responsável por uma

frequência de ressonância.

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CAPÍTULO 3. ESTADO DA ARTE

29

Figura 11 - FSS 3D dual-band: (a) Projeto; e (b) coeficiente de transmissão [24].

3.6 Superfície Seletiva de Frequência 3D Reconfigurável

Sivasamy & Kanagasabai [25] propõem uma FSS 3D reconfigurável com elementos

formados por anéis cilíndricos concêntricos, a reconfiguração é possível através do

deslocamento dos anéis cilíndricos de maiores diâmetros. São simuladas diferentes alturas de

deslocamento. A Figura 12 mostra um elemento e o coeficiente de transmissão para diferentes

alturas.

A FSS tem suas frequências de ressonância variando de 1,86 GHz à 3,10 GHz e

apresenta uma resposta rejeita-banda. A estrutura tem uma estabilidade com relação a

polaridade e ângulo de incidência da onda. Os anéis cilíndricos tem seus diâmetros iguais a 50,8

mm e 54,8 mm, com espessuras iguais a 2,0 mm.

Figura 12 - FSS 3D reconfigurável: (a) Projeto; e (b) coeficiente de transmissão [25].

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CAPÍTULO 3. ESTADO DA ARTE

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3.7 FSS 3D Otimizadas com Algoritmo Colônia de Formigas

Um algoritmo baseado em colônia de formigas foi utilizado por Zhu et al. [26] para

projetar superfícies seletivas de frequência 3D. O algoritmo se mostrou bastante eficiente,

obtendo ótimos resultados se comparados com as simulações do software comercial Ansoft

HFSS. Um dos projetos é mostrado na Figura 13.

Figura 13 - FSS 3D otimizada: (a) Projeto e (b) parâmetros S [26].

3.8 FSS 2,5D para 5G

Li et al. [27] projetam uma FSS 2,5D para aplicações em redes 5G, a estrutura opera na

banda de 30 GHz, possui estabilidade angular, polarização dupla e funciona como um filtro

rejeita-banda. As estruturas são modeladas a partir do método de circuito equivalente. A Figura

14 mostra o projeto do protótipo e a medição e simulação do coeficiente de transmissão para

diferentes ângulos.

Figura 14 - FSS 2,5D para 5G: (a) Projeto; e (b) coeficiente de transmissão polarização TE [27].

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CAPÍTULO 3. ESTADO DA ARTE

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3.9 FSS Dual-Band com Elementos Miniaturizados

Uma proposta de FSS 2,5D dual-band é apresentada por Wei et al. [17], os elementos

são miniaturizados e a estrutura apresenta boas larguras de banda. A vista superior e a inferior

de uma célula unitária da estrutura e o coeficiente de transmissão são apresentados na Figura

15.

O substrato dielétrico utilizado é o FR4 com permissividade elétrica relativa igual a 4,4

e espessura de 1,6 mm. Os elementos são baseados na cruz de jerusalém e cada geometria é

responsável por uma frequência de ressonância.

Figura 15 – FSS Dual-Band com Elementos Miniaturizados: (a) Projeto; (b) e coeficiente de transmissão [17].

3.10 Superfície Seletiva de Frequência 2,5D Ultraminiaturizada

Uma superfície seletiva de frequência 2,5D ultraminiaturizada é estudada por Yin et al.

[16], a estrutura é composta por elementos do tipo patch nas duas faces do dielétrico e

interligados por vias, tem sua frequência de ressonância próxima a 0,6 GHz e tem uma boa

estabilidade angular. A Figura 16 exemplifica o elemento patch e o coeficiente de transmissão

medido e simulado.

Os elementos possuem dimensões de 0,014λ x 0,014λ, são impressos sobre FR4 de

permissividade elétrica relativa de 4,3 e 0,025 de tangente de perdas. A estrutura é estável com

relação a polarização da onda.

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CAPÍTULO 3. ESTADO DA ARTE

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Figura 16 - FSS 2,5D Ultraminiaturizada: (a) Projeto; e (b) coeficiente de transmissão [16].

3.11 FSS 2,5D Compacta para Aplicações em Redes GSM

Yin et al. [15] construíram uma FSS 2,5D miniaturizada e dual-band, se comparada com

sua versão planar, ela apresenta uma boa miniaturização, mantendo as características de largura

de banda. O projeto e os coeficientes de transmissão podem ser vistos na Figura 17.

A aplicação proposta é para banda GSM de 900 MHz e 1790 MHz. Os elementos

possuem dimensões de 0,072λ x 0,072λ, são impressos sobre FR4 de permissividade elétrica

relativa de 4,3 e 0,025 de tangente de perdas. A estrutura é estável com relação a polarização

da onda.

Figura 17 - FSS para redes GSM: (a) Projeto; e (b) coeficiente de transmissão [15].

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CAPÍTULO 3. ESTADO DA ARTE

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3.12 FSS 2,5D Baseadas na Tecnologia de Guia de Onda Integrada

ao Substrato

Uma FSS 2,5D com geometria do elemento baseado na cruz de Jerusalém foi proposta

por Varikuntla & Singaravelu [28]. A estrutura apresenta boa estabilidade de polarização e

angular. Os resultados medidos condizem com os simulados, ressoando em 10 GHz. A Figura

18 apresenta o projeto e o coeficiente de transmissão da estrutura.

Figura 18 - FSS baseadas na tecnologia de guia de onda integrada ao substrato: (a) Projeto; e (b) coeficiente de

transmissão [28] .

3.13 Superfície Seletiva de Frequência 3D Baseada em Substrato

Dobrado

Uma superfície seletiva de frequência 3D baseada em substrato dobrado e com característica

de um filtro passa-banda é estudada por Omar & Shen [29]. A estrutura apresenta uma boa

estabilidade angular e opera por volta de 1,5 GHz. O projeto e os parâmetros S podem ser

observados na Figura 19.

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CAPÍTULO 3. ESTADO DA ARTE

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Figura 19 - FSS 3D baseada em substrato dobrado: (a) Projeto; e (b) parâmetros S [29].

3.14 FSS Miniaturizada Passa-Banda Usando Ressoador Circular

Espiral

Chen et al. [30] propõem uma FSS 2,5D miniaturizada para funcionar como um filtro passa-

banda, a estrutura possuí multicamadas é baseada em hexágonos com a inserção de espirais

circulares e apresenta uma resposta banda larga. A Figura 20 apresenta o projeto e o coeficiente

de transmissão medido em comparação com o simulado.

Figura 20 - FSS com ressoador circular espiral: (a) Projeto; e (b) coeficiente de transmissão [30].

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CAPÍTULO 3. ESTADO DA ARTE

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3.15 Novas Propostas de Superfície Seletiva de Frequência 3D

Superfícies seletivas de frequência 3D com formações particulares para funcionarem

como filtros rejeita-banda, são propostas por Wang et al. [14]. As estruturas apresentam largura

de banda estreita. Um dos projetos e sua resposta em frequência podem ser observados na

Figura 21.

Figura 21 - Novas propostas de FSS 3D: (a) Projeto; e (b) parâmetros S [14].

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Capítulo 4

Projeto das FSS Miniaturizadas 2,5D

4.1 Introdução

Neste capítulo é descrita uma metodologia de projeto para superfícies seletivas de

frequência compostas por arranjos periódicos de elementos patches. São analisadas duas

estruturas planares e duas estruturas 2,5D. As FSS planares são formadas por elementos em

espira quadrada e em espira baseada no fractal Minkowski sausage, já as FSS 2,5D são

formadas a partir das estruturas planares. Na formação dos elementos 2,5D as espiras foram

seccionadas em partes, que foram impressas na face superior e inferior do dielétrico, em seguida

foram interligadas com vias cilíndricas de cobre com 0,5 mm de diâmetro.

As simulações das FSS foram executadas no programa comercial ANSYS HFSSTM, e

foram obtidos os coeficientes de transmissão de todas as estruturas. Também, investiga-se a

variação do ângulo da radiação incidente na superfície. Todos os resultados simulados são

comparados com resultados medidos a partir de protótipos construídos.

Todas as superfícies são impressas em um substrato dielétrico de FR-4 que possui

permissividade elétrica relativa igual a 4,4 e espessura de 1,57 mm. A Figura 22 Mostra como

foi montado o esquema de medição para as FSS deste capítulo.

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CAPÍTULO 4. PROJETO DAS FSS MINIATURIZADAS 2,5D

37

Figura 22 - Esquema da medição 1.

4.2 FSS em Espira Quadrada Planar e 2,5D

Nesta seção são investigadas as características de FSS planar e 2,5D formadas por

elementos em espira quadrada, as espiras possuem comprimento e largura igual a 10,0 mm,

espessura de 0,8 mm e são distanciadas de 2,0 mm, formando uma periodicidade de 12,0 mm.

A Figura 23 mostra o projeto de uma célula unitária para cada FSS propostas.

Figura 23 - (a) FSS 1; (b) FSS 2 vista superior; e (c) FSS 2 vista em perspectiva.

Os resultados simulados e medidos são analisados de acordo com o parâmetro de

espalhamento S21 (coeficiente de transmissão), considerando uma perda de inserção de -10 dB,

para a largura de banda, que significa que 90% da potência será rejeitada. A Figura 24 mostra

um comparativo entre os coeficientes de transmissão simulados para FSS 1 e FSS 2.

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CAPÍTULO 4. PROJETO DAS FSS MINIATURIZADAS 2,5D

38

Figura 24 - Coeficientes de transmissão simulados para FSS 1 e FSS 2

De acordo com a Figura 24 nota-se a capacidade de miniaturização da FSS 2, sem

surgimento de novas frequências de ressonância e sem diminuição da largura de banda relativa.

As FSS também apresentam dupla polarização, está característica de dupla polarização deve-se

à simetria da estrutura periódica resultante, que exibe a mesma resposta em frequência para

ambas as polarizações TE e TM. Os protótipos foram construídos e são ilustrados na Figura 25.

Figura 25 - (a) Protótipo da FSS 1; e (b) protótipo da FSS 2 vista superior.

Os comparativos dos resultados medidos com os simulados podem ser observados na

Figura 26. A simulação da FSS 1 tem sua frequência de ressonância em 6,30 GHz com 46% de

largura de banda relativa, enquanto que na medição a frequência de ressonância é em 6,04 GHz

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CAPÍTULO 4. PROJETO DAS FSS MINIATURIZADAS 2,5D

39

e tem 41,72% de largura de banda relativa. A FSS 2 simulada ressoa em 5,04 GHz com 43,45%

de banda e a medida tem 41,62% de largura de banda relativa com frequência de ressonância

igual a 5,19 GHz.

Figura 26 - Comparação coeficiente de transmissão medido e simulado: (a) FSS 1; e (b) FSS 2.

A influência da variação do ângulo de incidência da onda plana também foi analisada.

As Figura 27 e 28 mostram essas variações de 0 a 50°, com resultados medidos e simulados. É

possível observar que as duas superfícies mostram uma boa estabilidade, sendo garantida a

banda de rejeição para todos os ângulos.

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CAPÍTULO 4. PROJETO DAS FSS MINIATURIZADAS 2,5D

40

Figura 27 - Coeficiente de transmissão da FSS 1 para diferentes ângulos de incidência: (a) Simulado; e (b)

Medido.

Figura 28- Coeficiente de transmissão da FSS 2 para diferentes ângulos de incidência: (a) Simulado; e (b)

Medido.

Um resumo dos resultados numéricos extraídos dos coeficientes de reflexão medidos e

simulados das FSS 1 e FSS 2 são apresentados nas Tabela 1 e 2, respectivamente.

Tabela 1 - Comparação resultados medidos e simulados FSS 1.

θ Frequência (GHz) S21 (dB) BW %

Simulado Medido Simulado Medido Simulado Medido

0 6,30 6,04 -39,72 -32,80 46,00 41,72

10° 6,26 5,95 -39,59 -34,50 44,73 40,84

20° 6,27 5,91 -39,56 -35,21 45,00 41,11

30° 6,24 5,86 -40,23 -41,17 46,00 43,00

40° 6,22 5,86 -40,57 -41,21 48,23 44,54

50° 6,23 5,59 -41,44 -43,35 52,48 51,51

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CAPÍTULO 4. PROJETO DAS FSS MINIATURIZADAS 2,5D

41

Tabela 2 - Comparação resultados medidos e simulados FSS 2.

θ Frequência (GHz) S21 (dB) BW %

Simulado Medido Simulado Medido Simulado Medido

0 5,04 5,19 -39,13 -41,38 43,45 41,62

10° 5,05 5,14 -39,26 -41,82 43,17 42,90

20° 5,03 5,05 -39,43 -35,20 43,90 45,44

30° 5,00 5,01 -39,73 -39,64 45,20 47,60

40° 4,98 5,05 -40,10 -37,96 47,79 52,57

50° 4,95 4,78 -41,33 -37,04 53,33 62,13

4.3 FSS em Espira Baseada no Fractal de Minkowski Planar e

2,5D

Superfícies seletivas de frequência formadas por elementos em espiras baseadas no

fractal de Minkowski, sendo uma planar e outra 2,5D são projetadas e analisadas nesta seção.

A Figura 29 apresenta uma célula unitária das FSS, indicando o formato da geometria dos

elementos e suas dimensões.

Figura 29 - (a) FSS 3; (b) FSS 4 vista superior; (c) FSS 4 vista inferior; e (d) FSS 4 vista em perspectiva.

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CAPÍTULO 4. PROJETO DAS FSS MINIATURIZADAS 2,5D

42

O uso da geometria fractal possibilitou uma miniaturização da estrutura, mas acarretou

na diminuição da largura de banda relativa e no surgimento de outra banda de rejeição, se

comparado a FSS 1 com a FSS 3 (as estruturas planares). Já comparando a FSS 3 e a FSS 4

também houve miniaturização, mas a largura de banda relativa foi conservada e não apareceu

novas frequências de ressonância dentro da faixa de frequências analisadas. As estruturas

também apresentaram polarização dupla. A Figura 30 apresenta os coeficientes de transmissão

simulados para as duas estruturas.

Figura 30 - Coeficiente de transmissão simulados para FSS 3 e FSS 4.

A partir das simulações, os protótipos foram construídos. A Figura 31 mostra uma

fotografia de cada estrutura.

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CAPÍTULO 4. PROJETO DAS FSS MINIATURIZADAS 2,5D

43

Figura 31 – (a) Protótipo da FSS 3; e (b) protótipo da FSS 4 vista superior.

As FSS construídas foram medidas e seus coeficientes de transmissão foram

comparados com os resultados simulados. A Figura 32 monstra esse comparativo. A FSS 3

simulada apresentou duas frequências de ressonância, sendo a primeira em 4,36 GHz e a

segunda em 8,78 GHz, com larguras de banda relativas de 19,95% e 3,53%, respectivamente.

Os valores medidos para a FSS 3 são 4,11 GHz e 8,82 GHz para as frequências de ressonância

e 18,61% e 2,52% para as larguras de banda.

A FSS 4 simulada também apresentou um comportamento dual-band, sendo suas

frequências de ressonância iguais a 3,85 GHz e 8,09 GHz com larguras de banda iguais a

18,44% e 2,6%, respectivamente. A estrutura medida ressoou abaixo de -10 dB apenas em 3,97

GHz com largura de banda igual a 17,9%.

Figura 32 - Comparação coeficiente de transmissão medido e simulado: (a) FSS 3; e (b) FSS 4.

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CAPÍTULO 4. PROJETO DAS FSS MINIATURIZADAS 2,5D

44

Assim como na seção 4.2 a influência da variação do ângulo de incidência da onda plana

foi analisada. As Figura 33 e 34 mostram essas variações de 0 a 50°, com resultados medidos e

simulados. As duas superfícies mostram uma boa estabilidade nas primeiras frequências de

ressonância, sendo garantida a banda de rejeição para todos os ângulos. Para a FSS 3 com o

aumento do ângulo a segunda frequência de ressonância sofre um deslocamento considerável.

Para os valores simulados a FSS 4 se mantêm estável também na sua segunda frequência de

ressonância.

Figura 33 - Coeficiente de transmissão da FSS 3 para diferentes ângulos de incidência: (a) Simulado; e (b)

Medido.

Figura 34 - Coeficiente de transmissão da FSS 4 para diferentes ângulos de incidência: (a) Simulado; e (b)

Medido.

As Tabela 3 e 4 mostram um resumo para melhor visualização dos resultados medidos

e simulados das FSS 3 e FSS 4, respectivamente.

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CAPÍTULO 4. PROJETO DAS FSS MINIATURIZADAS 2,5D

45

Tabela 3 - Comparação resultados medidos e simulados FSS 3.

θ

Primeira Banda Ressonante

Frequência (GHz) S21 (dB) BW %

Simulado Medido Simulado Medido Simulado Medido

0 4,36 4,11 -32,21 -29,61 19,95 18,61

10° 4,29 4,15 -32,55 -26,33 19,34 18,43

20° 4,27 4,15 -32,75 -31,06 19,43 18,43

30° 4,25 4,11 -33,19 -26,16 20,70 19,70

40° 4,25 4,20 -34,04 -26,16 23,06 23,57

50° 4,25 - -35,17 - 26,35 -

θ Segunda Banda Ressonante

Simulado Medido Simulado Medido Simulado Medido

0 8,78 8,82 19,37 -14,75 3,53 2,52

10° 8,75 8,88 -18,87 -15,85 4,22 2,53

20° 8,70 8,83 -20,37 -17,66 4,82 3,06

30° 8,62 8,74 -21,16 -18,75 5,22 3,09

40° 8,54 8,74 -22,11 -17,24 5,62 3,09

50° 8,45 - -23,58 - 6,62 -

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CAPÍTULO 4. PROJETO DAS FSS MINIATURIZADAS 2,5D

46

Tabela 4 - Comparação resultados medidos e simulados FSS 4.

θ

Primeira Banda Ressonante

Frequência (GHz) S21 (dB) BW %

Simulado Medido Simulado Medido Simulado Medido

0 3,85 3,97 -32,46 -18,50 18,44 17,90

10° 3,84 3,92 -32,69 -17,84 18,23 17,10

20° 3,84 3,79 -32,92 -17,50 19,01 18,33

30° 3,83 3,84 -34,43 -18,33 20,10 18,75

40° 3,82 3,79 -34,23 -18,53 21,99 21,37

50° 3,81 3,79 -35,48 -22,61 25,46 22,56

θ Segunda Banda Ressonante

Simulado Medido Simulado Medido Simulado Medido

0 8,09 - -15,76 - 2,60 -

10° 8,10 - -15,73 - 2,47 -

20° 8,10 - -16,35 - 2,71 -

30° 8,09 - -17,27 - 3,05 -

40° 8,07 - -18,69 - 3,60 -

50° 8,03 8,01 -20,52 -10,75 4,60 2,24

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Capítulo 5

Projeto das FSS Ultraminiaturizadas 2,5D

5.1 Introdução

Neste capítulo é descrita uma metodologia de projeto para superfícies seletivas de

frequência ultraminiaturizadas 2,5D compostas por arranjos periódicos de elementos patches.

Após ser comprovada no capítulo anterior a eficácia da técnica de miniaturização a partir da

inserção de vias, tornando a estrutura 2,5D, este capítulo propõe três estruturas para aplicações

em sistemas modernos de comunicações sem fio.

A primeira estrutura tem sua geometria baseada no fractal de Hilbert no nível 2, ela

funciona como um filtro rejeita-banda e sua faixa de rejeição engloba os sistemas 3G do Brasil

(1900 MHz à 2100 MHz) [31] e a faixa de frequências de 2300 MHz à 2400 MHz que segundo

a Resolução Nº 688, de 7 de Novembro de 2017 da Anatel foi destinada em caráter primário

(com preferência sobre qualquer outro serviço de telecomunicações) para o SMP (Serviço

Móvel Pessoal), podendo ser utilizada para o 4G e 5G no Brasil [32].

A segunda FSS têm duas geometrias concêntricas uma espira quadrada e uma espira em

cruz, cada uma é responsável por uma banda de rejeição atendendo as faixas da Wi-Fi 6 [33].

A Terceira FSS tem a geometria baseada em meandro e é ultraminiaturizada para rejeitar a

banda de frequências do Wi-Fi HaLow (902 MHz à 928 MHz) [34].

As simulações das FSS foram executadas no programa comercial ANSYS HFSSTM, e

foram obtidos os coeficientes de transmissão de todas as estruturas. Também, investiga-se a

variação do ângulo da radiação incidente na superfície. Todos os resultados simulados são

comparados com resultados medidos a partir de protótipos construídos.

Todas as superfícies são impressas em um substrato dielétrico de FR-4 que possui

permissividade elétrica relativa igual a 4,4 e espessura de 1,57 mm.

A FSS 6 foi caracterizada experimentalmente de acordo com o esquema da Figura 22.

As FSS 5 e 7 foram medidas conforme a Figura 35.

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CAPÍTULO 5. PROJETO DAS FSS ULTRAMINIATURIZADAS 2,5D

48

Figura 35 - Esquema de medição 2.

5.2 FSS Baseada no Fractal de Hilbert

Nesta seção é projetada uma superfície seletiva de frequência 2,5D com geometria

baseada no fractal de Hilbert, essa estrutura funciona como um filtro rejeita-faixa para

frequências destinadas ao SMP (1900 MHz à 2100 MHz e 2300 MHz à 2400 MHz) pela Anatel

[31], [32]. A estrutura é ultraminiaturizada possuindo dimensões de célula unitária iguais a

0,074 λ0 x 0,074 λ0. A Figura 36 apresenta o projeto da FSS 5, a largura das trilas de cobre são

0,40 mm.

Figura 36 - FSS 5: (a) vista superior; (b) vista inferior; (c) vista sobreposta; e (d) vista em perspectiva.

A Tabela 5 mostra um comparativo da FSS 5 com outras estruturas propostas na

literatura para sistemas GSM.

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CAPÍTULO 5. PROJETO DAS FSS ULTRAMINIATURIZADAS 2,5D

49

Tabela 5 - Comparativo de FSS da literatura para sistemas GSM.

Estrutura εr Tamanho da célula

unitária

[35] 1,8 0,30λ0

[36] 4,3 0,14λ0

[37] 2,2 0,18λ0

[38] 3,4 0,14λ0

FSS 5 4,4 0,074λ0

A Figura 37 mostra uma fotografia do protótipo da FSS 5 que foi construído.

Figura 37 – Protótipo da FSS 5.

A FSS construída foi medida e seu coeficiente de transmissão foi comparado com o

resultado simulado, A Figura 38 demonstra esse comparativo. A FSS 5 simulada apresentou

uma frequência de ressonância em 2,22 GHz com largura de banda relativa de 25,22%. Os

valores medidos para a FSS 5 são 2,15 GHz para a frequência de ressonância e 23,12% para a

largura de banda. Em ambos os resultados a superfície apresentou polarização dupla.

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CAPÍTULO 5. PROJETO DAS FSS ULTRAMINIATURIZADAS 2,5D

50

Figura 38 - Comparação coeficiente de transmissão medido e simulado da FSS 5.

A influência da variação do ângulo de incidência da onda plana foi analisada. A Figura

39 mostra essas variações de 0 a 50° para o caso em que o campo elétrico está polarizado

verticalmente (TE), com resultados medidos e simulados. A superfície mostra uma boa

estabilidade sendo garantida a banda de rejeição para todos os ângulos.

(a) (b)

Figura 39 – Coeficiente de transmissão da FSS 5 para diferentes ângulos de incidência: (a) Simulado; e (b)

Medido.

Para melhor visualização a Tabela 6 resume os dados extraídos dos coeficientes de

transmissão simulados e medidos.

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CAPÍTULO 5. PROJETO DAS FSS ULTRAMINIATURIZADAS 2,5D

51

Tabela 6 - Comparação resultados medidos e simulados FSS 5.

θ Frequência (GHz) S21 (dB) BW %

Simulado Medido Simulado Medido Simulado Medido

0 2,22 2,15 -33,42 -23,9 25,22 23,12

10° 2,22 2,23 -34,42 -25,30 25,23 23,00

20° 2,22 2,35 -33,82 -27,10 26,12 24,32

30° 2,22 2,09 -34,50 -21,89 27,92 25,08

40° 2,22 2,12 -35,53 -20,01 31,08 23,45

50° 2,22 2,25 -37,01 -17,50 36,94 22,60

5.3 FSS Dual-Band para Wi-Fi 6

Também conhecido como IEEE 802.11ax, o Wi-Fi 6 baseia-se nos pontos fortes do

IEEE 802.11ac, melhorando a eficiência, a flexibilidade e a escalabilidade, o que permite que

as redes atuais e novas tenham mais velocidade e maior capacidade com aplicações de próxima

geração [33]. No Brasil as faixas destinadas a WLAN ou PWLAN são conhecidas como ISM

(Industrial, Scientific, and Medical bands), sendo a primeira banda em 900MHz (902 até

928MHz), a segunda em 2.4 GHz (2400 até 2483.5 MHz) e a última em 5 GHz (5150 até 5350

MHz e 5470 até 5725 MHz) [39].

A FSS 6 foi projetada para funcionar como um filtro rejeita-banda do Wi-Fi 6 nas bandas

de 2,4 GHz e 5 GHz simultaneamente. Essa superfície baseia-se no uso de duas geometrias

concêntricas, sendo a primeira uma espira quadrada 2,5D que é responsável pela banda de

rejeição da frequência de 2,4 GHz e a outra uma espira em cruz 2,5D que é responsável pela

banda de rejeição em 5 GHz. A estrutura é ultraminiaturizada possuindo sua célula unitária com

dimensões iguais a 0,0883λ0 x 0,0883λ0 (λ0 corresponde a menor frequência de ressonância da

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CAPÍTULO 5. PROJETO DAS FSS ULTRAMINIATURIZADAS 2,5D

52

estrutura). As larguras das trilhas de cobre são iguais a 0,6 mm e o projeto dessa estrutura pode

ser visto na Figura 40.

Figura 40 - FSS 6: (a) vista superior; (b) vista inferior; (c) vista sobreposta; e (d) vista em perspectiva.

A Tabela 7 mostra um comparativo da FSS 6 com outras estruturas propostas na

literatura para a frequência de 2,45 GHz.

Tabela 7 - Comparativo de FSS da literatura para frequência de 2,45 GHz.

Estrutura εr Tamanho da célula

unitária

[40] 4,4 0,104λ0

[41] 4,4 0,163λ0

[26] 2,78 0,195λ0

[42] - 0,300λ0

FSS 6 4,4 0,0883λ0

Essa estrutura foi construída e a imagem do protótipo pode ser vista na Figura 41.

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CAPÍTULO 5. PROJETO DAS FSS ULTRAMINIATURIZADAS 2,5D

53

Figura 41 - Protótipo da FSS 6.

A FSS 6 construída foi medida e seu coeficiente de transmissão foi comparado com o

resultado simulado, A Figura 42 demonstra esse comparativo. A FSS 6 apresenta dupla

polarização e sua resposta simulada apresentou duas frequências de ressonância, sendo a

primeira em 2,65 GHz e a segunda em 5,34 GHz, com larguras de banda relativas de 38,11% e

35,96%, respectivamente. Os valores medidos para a FSS 6 são 2,71 GHz e 5,5 GHz para as

frequências de ressonância e 34,87% e 36,00% para as larguras de banda.

Figura 42 - Comparação coeficiente de transmissão medido e simulado da FSS 6.

Para o caso em que o campo elétrico está polarizado verticalmente a influência da

variação do ângulo de incidência da onda plana foi analisada. A Figura 43 mostra essas

variações de 0 a 50°, com resultados medidos e simulados. A superfície mostra uma boa

estabilidade sendo garantida a banda de rejeição para todos os ângulos.

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CAPÍTULO 5. PROJETO DAS FSS ULTRAMINIATURIZADAS 2,5D

54

(a) (b)

Figura 43 - Coeficiente de transmissão da FSS 6 para diferentes ângulos de incidência: (a) Simulado; e (b)

Medido.

A Tabela 8 resume os resultados simulados e medidos para as duas bandas de rejeição

da FSS 6.

Tabela 8 - Comparação resultados medidos e simulados FSS 6.

θ

Primeira Banda Ressonante

Frequência (GHz) S21 (dB) BW %

Simulado Medido Simulado Medido Simulado Medido

0 2,65 2,71 -38,83 -19,45 38,11 34,87

10° 2,66 2,71 -36,32 -19,83 38,13 34,87

20° 2,65 2,75 -37,37 -19,59 40,00 36,00

30° 2,65 2,66 -37,95 -20,87 42,64 37,03

40° 2,66 2,75 -38,72 -20,70 46,61 39,27

50° 2,66 2,75 -40,17 -24,31 53,38 45,81

θ Segunda Banda Ressonante

Simulado Medido Simulado Medido Simulado Medido

0 5,34 5,50 -38,25 -31,74 35,96 36,00

10° 5,35 5,50 -38,00 -30,45 35,97 36,00

20° 5,32 5,50 -37,47 -31,07 38,15 36,81

30° 5,30 5,45 -38,08 30,46 40,75 40,45

40° 5,27 5,36 -38,53 32,45 44,78 48,69

50° 5,25 5,32 -39,62 33,61 47,05 59,21

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CAPÍTULO 5. PROJETO DAS FSS ULTRAMINIATURIZADAS 2,5D

55

5.4 FSS para Wi-Fi HaLow

O Wi-Fi HaLow foi incorporado a tecnologia IEEE 802.11ah e surge como uma solução

para a demanda por um sistema Wi-Fi que ofereça maior alcance e menor consumo de energia.

O Wi-Fi HaLow funcionará com baixa potência em faixas de frequência abaixo de 1 GHz. O

Wi-Fi HaLow adotará amplamente os protocolos Wi-Fi e proporcionará muitos dos benefícios

que os consumidores esperam do Wi-Fi atualmente, incluindo interoperabilidade de vários

fornecedores, forte segurança e fácil configuração [34].

A FSS 7 foi projetada para se comportar como um filtro espacial rejeita-banda para a

banda ISM de 900 MHz, que possivelmente será utilizada pelo Wi-Fi HaLow no Brasil. Essa

estrutura tem sua geometria em formato de meandro 2,5D com largura das trilhas iguais a 0,6

mm e 0,03λ0 x 0,03λ0 de tamanho da célula unitária. A Figura 44 mostra o projeto dessa

superfície.

Figura 44 - FSS 7: (a) vista superior; (b) vista inferior; (c) vista sobreposta; e (d) vista em perspectiva.

A Tabela 9 mostra um comparativo da FSS 7 com outras estruturas propostas na

literatura para a frequência de 900 MHz. No comparativo é possível observar que a estrutura

proposta neste trabalho apresenta menores dimensões de célula unitária.

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CAPÍTULO 5. PROJETO DAS FSS ULTRAMINIATURIZADAS 2,5D

56

Tabela 9 – Comparativo de FSS da literatura para frequência de 900 MHz.

Estrutura εr Tamanho da célula

unitária

[35] 1,8 0,30λ0

[36] 4,3 0,14λ0

[37] 2,2 0,18λ0

[38] 3,4 0,14λ0

[43] 4,4 0,15λ0

[44] 2,2 0,17λ0

[15] 2,2 0,072λ0

FSS 7 4,4 0,03λ0

A superfície seletiva de frequência 7 foi projetada e construída e uma foto pode ser vista

na Figura 45.

Figura 45 - Protótipo da FSS 7.

A FSS 7 não apresenta simetria na geometria, por isso, não tem uma resposta com

polarização dupla, logo, só funciona como um filtro para a tecnologia proposta se a onda

eletromagnética tiver polarização TE. A Figura 46 monstra o comparativo dos valores de

coeficiente de transmissão medidos e simulados para a FSS 7. A resposta simulada apresentou

uma frequência de ressonância em 920 MHz com largura de banda relativa de 11,11%. Os

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CAPÍTULO 5. PROJETO DAS FSS ULTRAMINIATURIZADAS 2,5D

57

valores medidos para a FSS 7 são 920 MHz para a frequência de ressonância e 16,50% para a

largura de banda.

Figura 46 - Comparação coeficiente de transmissão medido e simulado da FSS 7.

A influência da variação do ângulo de incidência da onda plana foi analisada. A Figura

47 mostra essas variações de 0 a 50°, com resultados medidos e simulados. A superfície mostra

uma boa estabilidade sendo garantida a banda de rejeição para todos os ângulos.

(a) (b)

Figura 47 - Coeficiente de transmissão da FSS 7 para diferentes ângulos de incidência: (a) Simulado; e (b)

Medido.

A Tabela 10 resume os resultados extraídos da Figura 47.

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CAPÍTULO 5. PROJETO DAS FSS ULTRAMINIATURIZADAS 2,5D

58

Tabela 10 - Comparação resultados medidos e simulados FSS 7.

θ Frequência (GHz) S21 (dB) BW %

Simulado Medido Simulado Medido Simulado Medido

0 0,920 0,920 -25,18 -26,42 11,11 16,50

10° 0,920 0,923 -25,00 -20,31 11,12 16,15

20° 0,930 0,929 -25,26 -18,89 11,05 13,20

30° 0,930 0,929 -25,89 -26,60 12,22 12,17

40° 0,930 0,929 -27,20 -27,03 14,44 9,21

50° 0,930 0,931 -28,56 -16,52 15,56 7,60

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Capítulo 6

Conclusões e Trabalhos Futuros

Nesta dissertação, foi realizado um estudo detalhado do comportamento

eletromagnético de superfícies seletivas de frequência utilizando elementos patches 2,5D.

Devido às características promissoras proporcionadas pelas estruturas 2,5D, como a

ultraminiaturização mantendo as características de ressonância e largura de banda relativa das

estruturas planares semelhantes, diferentes configurações de elementos 2,5D foram propostas

para a obtenção de filtros espaciais rejeita-banda. Dessa forma, foi explorado o projeto de FSS

com patches baseados em espiras quadradas, fractal de Minkowski, fractal de Hilbert, espira

em cruz e meandro, aplicáveis a sistemas modernos de comunicações sem fio.

Os primeiros resultados das FSS 2,5D são analisados e comparados com FSS

semelhantes planares, são estudadas quatro estruturas, sendo duas planares e duas 2,5D

projetadas a partir das duas planares. As geometrias utilizadas são espira quadrada e fractal de

Minkowski, os quatro circuitos foram simulados, construídos e medidos. Com esses resultados

foi possível analisar a capacidade de miniaturização de estruturas 2,5D mantendo a largura de

banda relativa e características de ressonância das estruturas planares. O ângulo da radiação

incidente na superfície também foi variado a fim de investigar a estabilidade em frequência das

superfícies propostas.

As características desejáveis apresentadas pelas FSS 2,5D inicialmente propostas,

permitiram o projeto de superfícies seletivas de frequência adequadas para sistemas modernos

de comunicações sem fio. Sistemas de SMP, Wi-Fi 6, Wi-Fi HaLow foram estudados para

propor filtros espaciais rejeita-banda ultraminiaturizados que operem nas frequências desses

sistemas.

Uma FSS 2,5D ultraminiaturizada com geometria baseada no fractal de Hilbert e

dimensões de célula unitária iguais a 0,074λ0 x 0,074λ0 foi projetada para funcionar como filtro

rejeita-faixa em duas bandas destinadas a SMP (1900 MHz à 2100 MHz e 2300 MHz à 2400

MHz), A FSS foi construída e medida, sua resposta apresenta polarização dupla e uma boa

estabilidade angular. Os resultados medidos e simulados apresentam uma boa concordância.

Em seguida, uma superfície seletiva de frequência 2,5D ultraminiaturizada com

geometrias concêntricas baseadas em espiras quadradas e em cruz, com dimensões de célula

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CAPÍTULO 6. CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

60

unitária iguais a 0,0883λ0 x 0,0883λ0 foi proposta para sistemas de Wi-Fi 6. Um protótipo foi

construído e medido, os resultados medidos e simulados foram comparados e se comportam de

forma semelhante. Além disso a FSS apresenta uma boa estabilidade angular e polarização

dupla.

Por último, uma FSS para funcionar como um filtro espacial rejeita-banda para sistemas

de Wi-Fi HaLow na banda de 900 MHz foi projetada. A estrutura é ultraminiaturizada e tem

uma configuração 2,5D, possuindo dimensões de célula unitária iguais a 0,03λ0 x 0,03λ0. A FSS

opera com polarização TE e apresenta uma boa estabilidade angular. Um protótipo foi

construído e medido, tendo seus resultados medidos apresentado uma boa concordância com os

simulados.

Para trabalhos futuros, pretende-se explorar a reconfiguração eletrônica por meio da

inserção de diodos varicaps ou PIN, atribuindo a capacidade de mudar a resposta em frequência

das estruturas ultraminiaturizadas 2,5D.

Pretende-se também modelar os elementos das FSS 2,5D para circuitos equivalentes de

linhas de transmissão formados por elementos localizados dos tipos indutivos e capacitivos,

para que a solução desses circuitos forneça as características de transmissão e reflexão das FSS

2,5D, produzindo uma caracterização numérica com baixo esforço computacional.

Outra proposta é usar o conceito de 2,5D na concepção de filtros planares de microfita,

visando possivelmente a construção de filtros planares com ressoadores ultraminiaturizados.

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