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Análise Estrutural de Cilindros Revestidos
de Compósitos para Armazenamento de
GNV.
Autor: Fernando F. M. Corrêa de Guamá
Abril - 2013
• Projeto final de Graduação apresentado a banca do corpo docente do
Departamento de Engenharia Mecânica da UFRJ, em setembro de 2012;
Lavinia Maria Sanabio Alvez, PhD.
Nestor Alberto Zouain Pereira, PhD.
Fernando Pereira Duda, PhD.
• Projeto vinculado ao programa PRH-ANP 37: Engenharia Mecânica para
o Uso Eficiente de Biocombustíveis.
Banca:
Agenda
3
Introdução
Compósitos
Vasos de Pressão
4 Parâmetros de Projeto
5 Estudo de Caso
6 Conclusão e Propostas Futuras
2
1
1 - Introdução
O gás natural é uma fonte de energia alternativa amplamente usado no meio
industrial, residencial e veicular;
O Brasil possui a segunda maior frota de veículos movidos com GNV, perdendo
só para a Argentina;
Segundo o Banco Mundial, para cada milhão de metro cúbico de gás natural
usado em substituição ao óleo combustível há uma economia de R$ 80 mil em
saúde pública. (Conforme critérios da ISO 14000 *)
Redução de Poluentes
MP*(Kg) SO2(Kg) CO2(Kg)
Antes 894.242 5.396.103 1.579.345
Com GNV 57.838 8.676 1.156.756
Redução 94% 99% 27%
Fonte: <http://www.investsantos.com.br/pesquisa/gas.htm>
* material particulado
Dados de 2002
1 – Introdução
Reservatórios completamente metálicos chegam a ser até 3 vezes mais
pesados do que os revestidos com compósitos;
O elevado peso do cilindro e sua disposição geométrica diminui a potência
do veículo e aumenta o trabalho nos amortecedores;
Relação tipo de revestimento com compósito X custo do equipamento.
Pressão de Serviço (bar) Capacidade Líquida (L) Peso Vazio (kg) Preço (Euro)
Tipo I 89 325
Tipo II 200 70 69 385
Tipo III 28 765
Adaptado de: <http://www.metal-mate.com/web/dinsorweb/en/product.php?name=ngv>
1 - Introdução
Objetivo: Analisar a estrutura dos
cilindros de armazenamento de GNV,
tipo III (conforme a ISO 11439:2000),
empregando tanto a metodologia de
dimensionamento analítico quanto
numérico, desenvolvida em
elementos finitos.
2.1 Aspectos da Micro e Macromecânica
2.2 Análise de Falha
3
Introdução
Compósitos
Vasos de Pressão
4 Parâmetros de Projeto
5 Estudo de Caso
6 Conclusão e Propostas Futuras
1
2
Agenda
2.1 – Aspectos Micro e Macromecânicos
Micromecânica é o estudo que visa determinar e compreender as interações
entre os materiais constituintes do compósito, além de obter as propriedades
do mesmo de uma forma homogênea, (geralmente anisotrópico).
RVE (Representative Volume Element) Princípio da ação combinada
Regra da mistura.
2.1 – Aspectos Micro e Macromecânicos
Macromecânica:
Estado de tensões em um elemento infinitesimal:
Onde C’s: componentes de rigidez
Este mesmo tensor pode ser escrito em uma forma compacta:
2.1 – Aspectos Micro e Macromecânicos
Para materiais ortotrópicos o tensor de rigidez fica:
Para compósitos laminados finos sob carregamento no plano do laminado, ou seja,
estado plano de tensões, podemos usar o seguinte tensor:
2.2 – Análise de Falha
Critério de Máxima Tensão: Critério de falha que prevê a falha quando ao
menos uma das tensões nas coordenadas do material excede o valor
experimental correspondente de resistência.
Critério polinomial de Hill: Critério de Von Mises modificado.
2.2 – Análise de Falha
Critério de Tsai-Hill: Critério de falha para compósitos que utiliza o modelo
proposto por Hill e modificado por Tsai para uma expressão quadrática completa
do envoltório da falha.
Critério de Tsai-Wu: Critério de falha para compósitos que aumenta o
número de termos na equação do critério de Hill com vista em melhor
aproximar os dados experimentais.
Agenda
3.1 Normas e Códigos
3.2 Projeto de Cilindro tipo I
Introdução
Compósitos
Vasos de Pressão
4 Parâmetros de Projeto
5 Estudo de Caso
6 Conclusão e Propostas Futuras
1
2
3
3.3 Projeto de Cilindro tipo III
3.4 Filament Winding
3.1 – Normas e Códigos
Normas de projeto e dimensionamento:
ASME seção VIII divisões 1 – 3;
BS 4994 - Specification for the Design and Construction of Vessels and
Storage Tanks in Reinforced Plastics;
BS PD 5500:2006 – Unfired Fusion Welded Pressure Vessels;
BS EM 13445:2002 – Unifired Pressure Vessels;
CSA B51 – Boiler, Pressure Vessel and Pressure Piping Code
Normas instrutivas:
ISO 11439:2000 – Gas Cylinder: High Pressure Cylinders for the On-board
Storage of Natural Gas as Fuel for Automotive Vehicles;
ISO 4705 – Refilable Seamless gas Cylinders.
3.1 – Normas e Códigos
ISO 11439:2000
Tipo I: Cilindros totalmente metálicos;
Tipo II: Cilindros de metal recobertos por compósitos
na região anular;
Tipo III: Cilindros de metal recobertos por compósitos
em toda a sua região;
Tipo IV: Cilindros totalmente compósitos.
ABNT NBR 12790:1995
Classe 1: Capacidade menor que 450 L e pressão de serviço mínima de 3,2 Mpa;
Classe 2: Capacidade maior de 450 L e pressão de serviço maior que 3,2 Mpa;
Classe 3: Cilindros destinados ao armazenamento de GNV como combustível
veicular.
3.1 – Normas e Códigos
ISO 11439:2000 prevê:
Pressão de serviço (bar) Pressão de teste (bar) Pressão de estouro (bar)*
Tipo I 200 300 450
Tipo II 200 300 500
Tipo III 200 300 700**
* Considerando somente a condição para fibras de vidro.
** Deve ser analisada a relação de tensão x deformação por métodos numéricos.
Em adição a tabela acima, os selantes metálicos dos tipos II e III deve
suportar uma pressão de estouro mínima de 260 bar.
Considerações do projeto:
Cilindros com espessura de parece constante ao longo do seu perfil;
Não dimensionamento do bocal.
3.2 - Projeto de Cilindro tipo I
ASME VIII divisão 1 – 4.3.3.1:
𝑡𝑚𝑖𝑛 =𝐷𝑖
2𝑒
𝑃𝑝
𝑆𝑦 − 1
Onde:
𝑡𝑚𝑖𝑛 = 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒
𝐷𝑖 = 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜
𝑃𝑝 = 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜
𝑆𝑦 = 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑖𝑟𝑎𝑙
𝑉𝑜𝑛 𝑀𝑖𝑠𝑒𝑠:
𝜎𝑉𝑀 =(𝜎1 − 𝜎2)2+(𝜎1 − 𝜎3)2 + (𝜎2 − 𝜎3)2
2
12
= 𝑆𝑦
𝜎1=𝜎𝐿 = 2𝜎2 = 2𝜎2 =𝑃𝑝∗𝑟𝑚
𝑡
𝑟𝑚 = raio médio
Onde:
3.2 - Projeto de Cilindro tipo I
Calota Semi-elíptica com razão 2:1 apresenta o melhor comportamento
para os parâmetros do projeto (espessura não varia).
ASME VIII divisão I – Apêndice 1-4 (c):
𝐾 =1
62 +
𝐷𝑖
2ℎ
2
𝑡𝑚𝑖𝑛=𝑃𝑝∗𝐷𝑖∗𝐾
2𝑆𝐸−0,2𝑃𝑝
Onde:
𝜎2=𝑃𝑝∗𝑟𝑚
2𝑡 𝜎1 =
𝑃𝑝(𝑅2−𝑟2)
2𝑡[ 𝑅−2𝑟 +𝑅]
𝑉𝑜𝑛 𝑀𝑖𝑠𝑒𝑠:
3.3 – Projeto de Cilindro tipo III
Conforme Gay, Hoa e Tsai (2003) a espessura mínima da camada de compósito
para um revestimento total pode ser determinado por:
𝑡𝑙𝑎𝑚 =𝑡𝑓
𝑣𝑓
𝜎𝑥1 = 𝜎𝑙1 ∗ 𝑐𝑜𝑠2𝛼1
𝜎𝑦1 = 𝜎𝑐1 ∗ 𝑠𝑖𝑛2𝛼2
𝜏𝑥𝑦1 = 𝑐𝑜𝑠2𝛼1 ∗ 𝑠𝑖𝑛2𝛼2𝜎𝑙1
Fazendo 𝛼2 = 90 ° temos:
𝑡1𝑓 =𝑃𝑝𝑟𝑚
2𝜎𝑙1𝑐𝑜𝑠2𝛼1
𝑡2𝑓 =𝑃𝑝𝑟𝑚
𝜎𝑙21 −
𝑡𝑎𝑛2𝛼1
2
Como 𝑡𝑓=𝑡1𝑓 + 𝑡2𝑓 , então:
3.4 – Filament Winding
Anular Polar Helicoidal
Enrolamento filamentar (filament winding):
Enrolamento sob tensão de fibras contínuas
pré-impregnadas de resina ou fibras molhadas
com resina durante o enrolamento em torno
de um mandril em rotação ate que a superfície
do mandril esteja coberta e a espessura
requerida seja atingida
3.4 – Filament Winding
Agenda
3
Introdução
Compósitos
Vasos de Pressão
1
Parâmetros de Projeto
5 Estudo de Caso
6 Conclusão e Propostas Futuras
2
4
4 - Parâmetros de Projeto
Modelagem baseada na simetria longitudinal e
radial;
Materiais modelados como perfeitamente
plástico, conforme ASME VIII seção II parte 5;
Fibras envolvidas em padrão [54,7°,-54,7°];
Modelagem em cascas.
4 - Parâmetros de Projeto
Possui 8 nós de integração (I, J, K, L,
M, N, O e P);
Permite a formação de malha tanto
hexaédrica quanto tetraédrica;
Permite a modelagem em camadas
com propriedades distintas;
Assume composição de materiais
isotrópicos e ortótropos;
Baseada no modelo de Reissner-
Mindlin.
Shell 281
4 - Parâmetros de Projeto
Propriedades da liga de aço utilizada (30 CrMo):
Fonte: Daniel e Ishai (2003)
4 - Parâmetros de Projeto
Propriedades da fibra de vidro/epóxi:
Fonte: Daniel e Ishai (2003)
Conclusão e Propostas Futuras
5.1 Caso 1: Cilindro tipo I
5.2 Caso 3: Cilindro tipo III
3
Introdução
Compósitos
Vasos de Pressão
4 Parâmetros de Projeto
5 Estudo de Caso
6
1
2
5.3 Comparação dos Resultados
5.1 – Caso 1: Cilindro tipo I
Malha e Carregamento (Condição de Estouro):
Diâmetro interno: 340 mm
Comprimento interno: 840 mm
Espessura de parede: 8,6 mm
Peso vazio: 79 kg
Caso 1: Cilindro tipo I
Tensão de Von Mises:
Máximo valor obtido: 818,18 Mpa
Limite de Escoamento: 834 MPa
Caso 1: Cilindro tipo I
Deformação Máxima:
Máximo valor obtido: 0,0038447 mm/mm (0,3%)
5.2 – Caso 3: Cilindro tipo III
Malha e Carregamento (Condição de Estouro):
Diâmetro interno: 340 mm
Comprimento interno: 840 mm
Espessura de parede: 6,6 mm (aço) +
4,1 mm (fibra de vidro/epóxi)
Peso vazio: 38 kg
5.3 - Caso 3: Cilindro tipo III
Tensão de Von Mises (condição de esturo):
Máximo valor obtido: 771,74 Mpa
Limite de Escoamento: 834 Mpa (aço)
Critério de falha de Tsai-Hill: 0,9268
5.2 - Caso 3: Cilindro tipo III
Deformação:
Máximo valor obtido: 0,018831 mm/mm (0,9%)
5.2 – Cilindro tipo III
Tensão de Von Mises (260 bar):
Máximo valor obtido: 776,6 Mpa
Limite de Escoamento: 834 MPa (aço)
5.3 -Comparação dos Resultados
Espessura
metálica (mm)
Espessura
compósito (mm)
Pressão
Aplicada
(Mpa)
Tensão de Von Mises
máxima no
cilindro (Mpa)
Tensão de Von Mises
máxima no
cilindro (Mpa)
Deformação
(mm/mm)
Peso (kg)
Tipo I 30 CrMo
8,8 - 450 758.42 818,28 0,3 % 79
Tipo III 30 CrMo
Fibra vidro/ep
óxi
6,6 4,1 700 771,74
(434,64) 771,74 1 % 38
Agenda
3
Introdução
Compósitos
Vasos de Pressão
4 Parâmetros de Projeto
5 Estudo de Caso
1
Conclusão e Propostas Futuras
2
6
Conclusão
Foi observado que os compósitos são uma alternativa válida e viável
para a otimização do peso dos cilindros de GNV;
Os resultados obtidos estão de acordo com os dados obtidos da
literatura e da indústria;
O uso de fibras de compósitos para o reforço de estruturas é uma
metodologia interessante que precisa ser melhor estudada e
economicamente desenvolvida;
O estudo e conhecimento aprofundado dos métodos de fratura em
compósitos são vitais para um projeto com esse tipo de material.
Propostas Futuras
Otimizar a relação selante metálico X compósito, para obter a melhor
e mais econômica relação de espessura dos materiais;
Estudar a relação da variação de resistência das fibras com relação ao
ângulo de aplicação no processo filament winding;
Modelagem completa do cilindro de GNV, considerando o bocal e
variação da espessura de parede nos domos;
Obrigado