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Análise osteobiográfica de um esqueleto com modificações intencionais nos incisivos superiores, exumado do Largo do Carmo, Lisboa Alves, Rute 1 ; Garcia, Susana 1 ; Marques, António 2 ; Wasterlain, Sofia N. 3 1 ISCSP/CAPP, Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Universidade de Lisboa, Portugal, 2 Centro de Arqueologia de Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 3 CIAS-Centro de Investigação em Antropologia e Saúde, Departamento de Ciências da Vida, Universidade de Coimbra, Portugal No âmbito dos trabalhos arqueológicos realizados entre 2010/2011 com vista à implementação do projecto de requalificação urbanística da envolvente da Igreja e do Convento do Carmo em Lisboa, da autoria do Arqt.º Álvaro Siza Vieira, foi exumado um esqueleto que se destacou por uma morfologia craniana sugestiva de uma origem africana e pela presença de modificações dentárias intencionais (MDI), o que nos levou a fazer a sua análise osteobiográfica, que aqui se apresenta. INTRODUÇÃO CONCLUSÕES As MDI apresentadas por este indivíduo correspondem a uma prática de cariz ritual e sociocultural, comummente efectuada na África subsariana desde tempos pré-históricos até à actualidade (Gould et al., 1984; Jones, 1992; Fabian e Mumghamba, 2007; Finucane et al., 2008). Considerando que, durante o século XVI, Lisboa se tornou um eixo fundamental das estradas marítimas intercontinentais, não é de estranhar que pessoas de outras paragens tenham sido exumadas nos cemitérios de Lisboa. Recorde-se que o indivíduo se encontrava inumado num espaço cemiterial urbano, não paroquial, com utilização desde inícios do século XV, cujo complexo religioso começou a ser construído em 1389, durante um período de aproximadamente 20 anos. Com efeito, em princípio, os indivíduos inumados nesta necrópole estariam relacionados, sobretudo, com as diferentes Irmandades existentes no cenóbio e na igreja e, a partir do século XVII, também com a Ordem Terceira dos Carmelitas. Deste modo, sabemos que já no século XVI existiam Irmandades com negros no Convento do Carmo (Irmandade de Jesus Maria José dos Homens Pretos), existindo igualmente assentamentos de óbitos que referem o enterramento de indivíduos negros neste espaço (como por exemplo em 7 de maio de 1593, Maria Cabeceira “molher preta”). Com o Terramoto de 1755, a necrópole foi desactivada. Relativamente à origem geográfica deste indivíduo, é difícil estabelecê-la com precisão uma vez que o mesmo tipo de MDI foi documentado em vários grupos étnicos do continente africano, incluindo Angola e Moçambique (Gould et al., 1984; Jones, 1992; Fabian e Mumghamba, 2007; Finucane et al., 2008). As MDI podiam predispor os indivíduos a patologias orais, nomeadamente à inflamação periapical, através ou da exposição directa da cavidade polpar ou do traumatismo decorrente da técnica de execução, o que parece ser o caso do presente indivíduo. Este indivíduo apresenta sinais ósseos compatíveis com doença infecciosa, embora o diagnóstico diferencial esteja dificultado devido à recuperação incompleta do esqueleto. As lesões observadas na clavícula e na extremidade esternal da primeira costela foram descritos em casos clínicos de treponematoses, nomeadamente, sífilis. As lesões no corpo das costelas ou foram provocadas pela mesma doença ou este indivíduo terá sofrido ainda de uma doença respiratória crónica. RESULTADOS E DISCUSSÃO MATERIAL E MÉTODOS O indivíduo em análise encontra-se representado pelo crânio, zona superior do tórax, cintura escapular e extremidade proximal do úmero direito. A ancestralidade foi avaliada através dos traços morfológicos cranianos (Rhine, 1990). A idade à morte foi estimada através do grau de fusão das epífises (Ferembach et al., 1980). Todos os ossos e dentes foram analisados macroscopicamente sob boas condições de iluminação. A patologia oral e o desgaste dentário foram registados, seguindo as metodologias de Hillson (2001), Dias e Tayles (1997) e Smith (1984). Relativamente às MDI, estas foram categorizadas de acordo com o número de ângulos incisais removidos, a sua posição e tipo de dente. O crânio destaca-se por apresentar morfologia sugestiva de uma origem africana e MDI. Estas consistiam na remoção de ambos os ângulos incisais dos quatro incisivos superiores, resultando nos chamados ‘dentes de piranha’. O tipo de modificação foi a excisão de parte da estrutura dentária, com padrão sugestivo de fractura dos bordos mesiais e distais. De destacar uma lesão periapical (7,6mm x 5,1mm), com características sugestivas de granuloma ou quisto, associada ao incisivo central superior direito que se encontra hígido mas modificado. Nem o incisivo central inferior direito (o esquerdo foi perdido post mortem) nem os incisivos laterais inferiores apresentavam MDI. O indivíduo apresentava hipoplasias lineares do esmalte dentário (nos caninos e nos incisivos), tártaro dentário, desgaste pouco acentuado (desgaste médio=3) e uma cárie cavitada no primeiro molar inferior esquerdo (superfície interproximal distal). ESQUELETO APENDICULAR Figura 2. a) e b) Vista frontal e inferior do crânio e da dentição superior; c) Vista anterior da mandíbula.; d) Pormenor da extremidade esternal das clavículas.; e) e f) Pormenor da 1.ª costela.; g) Clavículas; h) e i) Pormenor da clavícucla esquerda. AGRADECIMENTOS Gostaríamos de agradecer à equipa de escavação. CRÂNIO E DENTES SEXO E IDADE O sexo não pôde ser estimado uma vez que os ossos coxais não foram recuperados. Os métodos existentes baseados no crânio e restante esqueleto pós-craniano não são fidedignos para as populações de ancestralidade Africana. As epífises esternais das clavículas ainda se encontravam em fusão o que permitiu inferir tratar-se de um adulto jovem. Os anéis vertebrais já estavam fundidos e as raízes do terceiro molar já estavam completas. O envolvimento clavicular é invulgar em doenças infecciosas sistémicas com excepção da sífilis (Ortner, 2008). O espessamento anterior da clavícula junto à extremidade esternal foi reportado em vários casos clínicos de sífilis (ex. Yang, 1940; Dorne e Zakon, 1953). A clavícula é, depois da tíbia, o osso longo mais afectado (Aufderheide e Rodríguez-Martin, 1998). A ausência de lesões patognomónicas da sífilis, nomeadamente caries sicca, ou outras lesões associadas à sífilis como as lesões rinomaxilares, dificulta-nos o diagnóstico e sugere- nos cautela. No entanto, de acordo com Ortner (2008), nas treponematoses, podem encontrar-se lesões cranianas sem envolvimento pós-craniano e vice-versa. As tíbias não foram recuperadas e, do antebraço, apenas se recuperou a diáfise do rádio direito. Estas zonas são frequentemente afectadas pela sífilis, podendo apresentar também lesões patognomónicas da doença. A clavícula direita não apresenta alterações patológicas. Figura 1. a) Gravura do tardoz do convento do Carmo de meados da primeira metade do séc. XVIII (Guilherme DEBRIE, Crónica dos Carmelitas, Lisboa, 1745); b) Excerto da perspetiva de Lisboa (George BRAUNIO, Civitatis Orbis Terrarum…, Colónia, 1572); c) Pormenor da Igreja e Convento do Carmo, datados de finais do séc. XVI (Anónima, pertencente à coleção da Universidade de Leiden). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Aufderheide AC, Rodríguez-Martin C. 1998. The Cambridge Encyclopedia of Human Paleopathology. Cambridge: Cambridge University Press. Dias G, Tayles N. 1997. ‘Abscess cavity’ – a misnomer. Int J Osteoarchaeol 7: 548-554. Dorne M, Zakon SJ. 1953. Enlargement of one sternoclavicular articulation as a valuable clinical sign of late prenatal (congenital) syphilis. Arch Derm Syphilol 32: 602-604. Fabian FM, Mumghamba EGS. 2007. Tooth and lip mutilation practices and associated tooth loss and oral mucosal lesions in the Makonde people of Southeast Tanzania. East Afr Med J 84: 183-187. Ferembach D, Schwidetzky I, Stloukal M. 1980. Recommendations for age and sex diagnosis of skeletons. J Hum Evol 9: 517-550. Finucane BC, Manning K, Touré M. 2008. Prehistoric dental modification in West Africa – Early evidence from Karkarichinkat Nord, Mali. Int J Osteoarchaeol 18: 632-640. Gould AR, Farman AG, Corbii D. 1984. Mutilations of the dentition in Africa: a review with personal observations. Quintessence Int 1: 89-94. Hillson S. 2001. Recording dental caries in archaeological human remains. Int J Osteoarchaeol 11: 249-289. Jones A. 1992. Tooth mutilations in Angola. Br Dent J 173: 177-179. Matos V, Santos AL. 2006. On the trail of pulmonary tuberculosis based on rib […]. Am J Phys Anthropol 130: 190-200. McGladdery H. 1950. Osteolytic bone syphilis. Journal of Bone & Joint Surgery, British Volume, 32: 226-229. Ortner DJ. 2008. Differential diagnosis of skeletal lesions in infectious disease. In: Pinhasi R, Mays S. (Eds.), Advances in Human Paleopathology. Chichester: John Wiley & Sons; 191-214. Rhine S. 1990. Non-metric skull racing. In: Gill GW, Rhine S (Eds.), Skeletal attribution of race: methods for forensic Anthropology. New Mexico: Maxwell Museum of Anthropology; 9-20. Smith BH. 1984. Patterns of molar wear in hunter-gatherers and agriculturalists. Am J Phys Anthropol 63: 39-56. Yang KL. 1940. Clavicle sign of late congenital syphilis [...]. Arch Derm Syphilol 41: 1060-1065. a b c d e f g h i Cinco costelas apresentam formação óssea remodelada e incorporada no periósteo ao longo do colo. De destacar a deformação e destruição óssea patente na articulação esternal da primeira costela. Lesões ósseas semelhantes às observadas no corpo das costelas foram descritas por vários autores (ex. Matos e Santos, 2006) no contexto de doenças respiratórias. Alterações osteolíticas da 1.ª costela foram descritas no contexto da sífilis (McGladdery, 1950). A diáfise da clavícula esquerda apresenta uma reacção óssea do periósteo remodelada, ao longo da diáfise (cerca de 2/3 e mais exuberante junto à extremidade esternal). Não há sinais de traumatismo. a b c

Análise osteobiográficade um esqueleto com modificações ......Análise osteobiográficade um esqueleto com modificações intencionais nos incisivos superiores, exumado do Largo

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Page 1: Análise osteobiográficade um esqueleto com modificações ......Análise osteobiográficade um esqueleto com modificações intencionais nos incisivos superiores, exumado do Largo

Análise osteobiográfica de um esqueleto com modificações intencionais nos incisivos superiores, exumado do Largo do Carmo, Lisboa

Alves, Rute1; Garcia, Susana1; Marques, António2; Wasterlain, Sofia N.3

1 ISCSP/CAPP, Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Universidade de Lisboa, Portugal, 2 Centro de Arqueologia de Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 3 CIAS-Centro de Investigação em Antropologia e Saúde, Departamento de Ciências da Vida, Universidade de Coimbra, Portugal

No âmbito dos trabalhos arqueológicos realizados entre 2010/2011 com vista àimplementação do projecto de requalificação urbanística da envolvente da Igreja e doConvento do Carmo em Lisboa, da autoria do Arqt.º Álvaro Siza Vieira, foi exumado umesqueleto que se destacou por uma morfologia craniana sugestiva de uma origem africana epela presença de modificações dentárias intencionais (MDI), o que nos levou a fazer a suaanálise osteobiográfica, que aqui se apresenta.

INTRODUÇÃO

CONCLUSÕES

As MDI apresentadas por este indivíduo correspondem a uma prática de cariz ritual e sociocultural, comummente efectuada na África subsariana desde tempos pré-históricos até à actualidade (Gouldet al., 1984; Jones, 1992; Fabian e Mumghamba, 2007; Finucane et al., 2008). Considerando que, durante o século XVI, Lisboa se tornou um eixo fundamental das estradas marítimasintercontinentais, não é de estranhar que pessoas de outras paragens tenham sido exumadas nos cemitérios de Lisboa. Recorde-se que o indivíduo se encontrava inumado num espaço cemiterialurbano, não paroquial, com utilização desde inícios do século XV, cujo complexo religioso começou a ser construído em 1389, durante um período de aproximadamente 20 anos. Com efeito, emprincípio, os indivíduos inumados nesta necrópole estariam relacionados, sobretudo, com as diferentes Irmandades existentes no cenóbio e na igreja e, a partir do século XVII, também com a OrdemTerceira dos Carmelitas. Deste modo, sabemos que já no século XVI existiam Irmandades com negros no Convento do Carmo (Irmandade de Jesus Maria José dos Homens Pretos), existindoigualmente assentamentos de óbitos que referem o enterramento de indivíduos negros neste espaço (como por exemplo em 7 de maio de 1593, Maria Cabeceira “molher preta”). Com o Terramotode 1755, a necrópole foi desactivada. Relativamente à origem geográfica deste indivíduo, é difícil estabelecê-la com precisão uma vez que o mesmo tipo de MDI foi documentado em vários gruposétnicos do continente africano, incluindo Angola e Moçambique (Gould et al., 1984; Jones, 1992; Fabian e Mumghamba, 2007; Finucane et al., 2008).As MDI podiam predispor os indivíduos a patologias orais, nomeadamente à inflamação periapical, através ou da exposição directa da cavidade polpar ou do traumatismo decorrente da técnica deexecução, o que parece ser o caso do presente indivíduo.Este indivíduo apresenta sinais ósseos compatíveis com doença infecciosa, embora o diagnóstico diferencial esteja dificultado devido à recuperação incompleta do esqueleto. As lesões observadas naclavícula e na extremidade esternal da primeira costela foram descritos em casos clínicos de treponematoses, nomeadamente, sífilis. As lesões no corpo das costelas ou foram provocadas pelamesma doença ou este indivíduo terá sofrido ainda de uma doença respiratória crónica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

MATERIAL E MÉTODOSO indivíduo em análise encontra-se representado pelo crânio, zona superior do tórax, cinturaescapular e extremidade proximal do úmero direito. A ancestralidade foi avaliada através dostraços morfológicos cranianos (Rhine, 1990). A idade à morte foi estimada através do grau defusão das epífises (Ferembach et al., 1980). Todos os ossos e dentes foram analisadosmacroscopicamente sob boas condições de iluminação. A patologia oral e o desgastedentário foram registados, seguindo as metodologias de Hillson (2001), Dias e Tayles (1997) eSmith (1984). Relativamente às MDI, estas foram categorizadas de acordo com o número deângulos incisais removidos, a sua posição e tipo de dente.

O crânio destaca-se por apresentar morfologia sugestiva de uma origem africana e MDI.Estas consistiam na remoção de ambos os ângulos incisais dos quatro incisivos superiores,resultando nos chamados ‘dentes de piranha’. O tipo de modificação foi a excisão de parte daestrutura dentária, com padrão sugestivo de fractura dos bordos mesiais e distais. De destacaruma lesão periapical (7,6mm x 5,1mm), com características sugestivas de granuloma ou quisto,associada ao incisivo central superior direito que se encontra hígido mas modificado.

Nem o incisivo central inferior direito (o esquerdo foi perdido post mortem) nem os incisivoslaterais inferiores apresentavam MDI. O indivíduo apresentava hipoplasias lineares doesmalte dentário (nos caninos e nos incisivos), tártaro dentário, desgaste pouco acentuado(desgaste médio=3) e uma cárie cavitada no primeiro molar inferior esquerdo (superfícieinterproximal distal).

ESQUELETO APENDICULAR

Figura 2. a) e b) Vista frontal e inferior do crânio e da dentição superior; c) Vista anterior da mandíbula.; d) Pormenor da extremidade esternal das clavículas.; e) e f) Pormenor da 1.ª costela.; g) Clavículas; h) e i) Pormenor da clavícucla esquerda.

AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de agradecer à equipa de escavação.

CRÂNIO E DENTES

SEXO E IDADE

O sexo não pôde ser estimado uma vez que os ossos coxais não foram recuperados. Osmétodos existentes baseados no crânio e restante esqueleto pós-craniano não são fidedignospara as populações de ancestralidade Africana.As epífises esternais das clavículas ainda se encontravam em fusão o que permitiu inferirtratar-se de um adulto jovem. Os anéis vertebrais já estavam fundidos e as raízes do terceiromolar já estavam completas.

O envolvimento clavicular é invulgar em doenças infecciosas sistémicas com excepção dasífilis (Ortner, 2008). O espessamento anterior da clavícula junto à extremidade esternal foi

reportado em vários casos clínicos de sífilis (ex. Yang, 1940; Dorne e Zakon, 1953). Aclavícula é, depois da tíbia, o osso longo mais afectado (Aufderheide e Rodríguez-Martin,1998). A ausência de lesões patognomónicas da sífilis, nomeadamente caries sicca, ou outraslesões associadas à sífilis como as lesões rinomaxilares, dificulta-nos o diagnóstico e sugere-nos cautela. No entanto, de acordo com Ortner (2008), nas treponematoses, podemencontrar-se lesões cranianas sem envolvimento pós-craniano e vice-versa. As tíbias nãoforam recuperadas e, do antebraço, apenas se recuperou a diáfise do rádio direito. Estaszonas são frequentemente afectadas pela sífilis, podendo apresentar também lesõespatognomónicas da doença. A clavícula direita não apresenta alterações patológicas.

Figura 1. a) Gravura do tardoz do convento do Carmo de meados da primeira metade do séc. XVIII (Guilherme DEBRIE, Crónica dosCarmelitas, Lisboa, 1745); b) Excerto da perspetiva de Lisboa (George BRAUNIO, Civitatis Orbis Terrarum…, Colónia, 1572); c) Pormenor da Igreja e Conventodo Carmo, datados de finais do séc. XVI (Anónima, pertencente à coleção da Universidade de Leiden).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Aufderheide AC, Rodríguez-Martin C. 1998. The Cambridge Encyclopedia of Human Paleopathology. Cambridge: Cambridge University Press.

Dias G, Tayles N. 1997. ‘Abscess cavity’ – a misnomer. Int J Osteoarchaeol 7: 548-554.

Dorne M, Zakon SJ. 1953. Enlargement of one sternoclavicular articulation as a valuable clinical sign of late prenatal (congenital) syphilis. Arch Derm Syphilol

32: 602-604.

Fabian FM, Mumghamba EGS. 2007. Tooth and lip mutilation practices and associated tooth loss and oral mucosal lesions in the Makonde people of Southeast Tanzania. East Afr Med J 84: 183-187.

Ferembach D, Schwidetzky I, Stloukal M. 1980. Recommendations for age and sex diagnosis of skeletons. J Hum Evol 9: 517-550.

Finucane BC, Manning K, Touré M. 2008. Prehistoric dental modification in West Africa – Early evidence from Karkarichinkat Nord, Mali. Int J Osteoarchaeol

18: 632-640.

Gould AR, Farman AG, Corbii D. 1984. Mutilations of the dentition in Africa: a review with personal observations. Quintessence Int 1: 89-94.

Hillson S. 2001. Recording dental caries in archaeological human remains. Int J Osteoarchaeol 11: 249-289.

Jones A. 1992. Tooth mutilations in Angola. Br Dent J 173: 177-179.

Matos V, Santos AL. 2006. On the trail of pulmonary tuberculosis based on rib […]. Am J Phys Anthropol 130: 190-200.

McGladdery H. 1950. Osteolytic bone syphilis. Journal of Bone & Joint Surgery, British Volume, 32: 226-229.

Ortner DJ. 2008. Differential diagnosis of skeletal lesions in infectious disease. In: Pinhasi R, Mays S. (Eds.), Advances in Human Paleopathology. Chichester: John Wiley & Sons; 191-214.

Rhine S. 1990. Non-metric skull racing. In: Gill GW, Rhine S (Eds.), Skeletal attribution of race: methods for forensic Anthropology. New Mexico: Maxwell Museum of Anthropology; 9-20.

Smith BH. 1984. Patterns of molar wear in hunter-gatherers and agriculturalists. Am J Phys Anthropol 63: 39-56.

Yang KL. 1940. Clavicle sign of late congenital syphilis [...]. Arch Derm Syphilol 41: 1060-1065.

a b c d e f g h i

Cinco costelas apresentam formação óssea remodelada e incorporada no periósteo ao longodo colo. De destacar a deformação e destruição óssea patente na articulação esternal daprimeira costela. Lesões ósseas semelhantes às observadas no corpo das costelas foramdescritas por vários autores (ex. Matos e Santos, 2006) no contexto de doenças respiratórias.

Alterações osteolíticas da 1.ª costela foram descritas no contexto da sífilis (McGladdery,1950).A diáfise da clavícula esquerda apresenta uma reacção óssea do periósteo remodelada, aolongo da diáfise (cerca de 2/3 e mais exuberante junto à extremidade esternal). Não há sinaisde traumatismo.

a b c