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Sonhos Perdidos  Ann Owen Lynn mal podia acreditar na sua sorte. Iria para as Bahamas, dar aulas a um grupo de crianças, e ainda teria a chance de estudar os recifes de corais, para sua tese de formatura. Os dias corriam tranqüilos naquele paraíso tropical e, apesar de estar longe de casa, L ynn sentiase feli!. " #cou mais mara$ilhada quando %regg &ichols, famoso 'i(logo marinho, a con$idou para a)ud*lo em suas pesquisas. "la aceitou sem pensar, e foi o seu erro . +paionouse perdidamente, mesmo sa'endo que ele pertencia a outra mulher. " -elen racy n/o 1

Ann Owen - Sonhos Perdidos

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Ann Owen

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7/16/2019 Ann Owen - Sonhos Perdidos

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Sonhos Perdidos

 Ann OwenLynn mal podia acreditar na sua sorte.

Iria para as Bahamas, dar aulas a um grupode crianças, e ainda teria a chance de

estudar os recifes de corais, para sua tesede formatura. Os dias corriam tranqüilos

naquele paraíso tropical e, apesar de estarlonge de casa, Lynn sentiase feli!. " #coumais mara$ilhada quando %regg &ichols,famoso 'i(logo marinho, a con$idou para

a)ud*lo em suas pesquisas. "la aceitou sempensar, e foi o seu erro. +paionouse

perdidamente, mesmo sa'endo que elepertencia a outra mulher. " -elen racy n/o

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era do tipo de deiar rou'arem seu homem.0iumenta e cruel, fe! tudo para inferni!ar a$ida de Lynn. " ela, desesperada, te$e quea'andonar para sempre aquele paraíso e o

homem que ama$a.

Copyright: © 1980 by Ann Owen

Título original: "The Sands o Ti!e"

Todos os direitos reserados# in$luindo o direito de reprodu%&o total ou par$ial sob

'ual'uer or!a( )ssa edi%&o * publi$ada por entendi!ento $o! Silhouette +oo,s# a

Si!on - S$huster .iision o /ul - estern Corporation# ew 2or,# (2(# 3SASilhouette# Silhouette 4o!an$e e $olo&o s&o !ar$as registradas de Si!on -

S$huster 

Tradu%&o: 5u6ia 4o7o i!entel

Copyright para a língua portuguesa: 198

 Abril S(A( Cultural e ndustrial ; S&o aulo

Co!posto na 5inoart e i!presso nas o<$inas do Cir$ulo do 5iro S(A(

Capa: lustra%&o Silhouette

5=4OS A+45

4o!an$es para A!ar 

Cai7a ostal >?> ; S&o aulo

./TA5@ABO: Silia Crispi!4)=SBO: *ia

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 CAPITULO I

Lynn Hartwell desceu do avião no escaldante aeroporto da ilha Grande Ábaco.

Alguém deveria ter ido esper!la" mas no grupinho de pessoas de pé na sala não havia ninguém#ue pudesse ser a sra. $racy. %s outros passageiros se acomodaram num micro&nibus antigo e Lynn'icou so(inha com sua bagagem e a velha m#uina de escrever.

 ) $*i" senhorita+ ) disse um senhor" de dentro de uma caminhonete.

 ) ,ão" obrigada. A sra. $racy vir me buscar. Lynn sentiu!se apreensiva #uando o cho'er desceue abriu a porta.

 ) % iate da sra. $racy est nas docas do Governo" senhorita. ,ão adianta nada 'icar a#ui" no sol"esperando. % aeroporto vai 'echar e s- abre no 'im da tarde para a chegada do avião de ,assau.

 ) ntão" pode me levar até as docas+

n#uanto se sacudiam pela estrada estreita" cal/ada com cascalho de conchas" Lynn observava a paisagem ensolarada das 0ahamas. ,enhuma brisa" nenhum ventinho perturbava as 'olhas das rvores.As bananeiras permaneciam im-veis debai*o do sol brilhante. la tinha imaginado estradas sombreadas

 por palmeiras e re'rescantes ventos vindos da praia. entia!se suada e sua blusa de algodão estava

grudando no pesco/o. se não houver ninguém me esperando nas docas+" ela pensou.

 ) oc3 é a escritora amiga da sra. $racy+ ) o cho'er perguntou" olhando para a m#uina deescrever" aos pés de Lynn.

 ) ,ão. u não a conhe/o. la arran4ou tudo para eu vir cuidar de umas crian/as americanas" #ueestão indo mal na escola. ,ão sou escritora. studo biologia marinha. Agora estou procurando ganhar algum dinheiro e descobrir como é um rochedo de coral.

 ) 5uidado com os tubar6es" mo/a ) avisou o cho'er.

A caminhonete parou no in7cio da doca de concreto.8m barco a motor" todo desa4eitado" se balan/ava ali do lado" en#uanto recebia carga9 cai*otes de

5oca!5ola" sacos de cimento" rolos de papel e algo #ue parecia um compressor de ar. Lynn imaginou a#uem pertenceria a#uilo.

% cho'er do t*i olhou os #uatro barcos #ue estavam ancorados no porto.

 ) Hum.. . a Deusa do Mar não est a#ui...

Lynn 'icou com o cora/ão pe#ueno.

 ) amos ) ele 'alou. ) % :uivo pode t3!la visto em Hopetown ou ;an!o!<ar.

le a condu(iu ao barco" 4 #uase totalmente carregado" #ue parecia um t*i!mar7timo.

 ) A mo/a est procurando a sra. $racy. oc3 sabe onde ela est" :uivo+

% 4ovem de cabelos vermelhos en*ugou o pesco/o com um len/o.

 ) ,ão. ,ão estava em ;an!o!<ar... pode estar em Hopetown. ) irou!se para Lynn. ) utenho uma turma #ue est indo para l. Alguém vai saber onde ela est. =uer colocar suas coisas a

 bordo+

% :uivo 4ogou mais dois sacos no barco e 'oi para a proa. Lynn não tinha outra escolha erespondeu9

 ) st bem.

 ) >e( shillings" por 'avor" mo/a ) pediu o cho'er da caminhonete.Lynn me*eu na bolsa de palha e pegou o dinheiro. % sorriso do homem a 'e( ter certe(a de #ue

estava pagando a mais. stremeceu #uando ele 4ogou sua preciosa m#uina de escrever para o :uivo"

?

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#ue a agarrou com per7cia" colocando!a no banco rasgado da lancha.

m seguida" ele deu partida no barco" #ue saiu velo(mente" 'a(endo esvoa/ar os cabelos de Lynn.la #ueria saber #uanto tempo ia demorar a#uela viagem" mas o barulho do motor era alto demais.Acomodou!se no banco duro e" pela primeira ve(" sentiu!se tran#@ila" desde #ue tinha sa7do da casa deseu pai" na#uela manhã" num bairro de ;iami.

elo menos não precisava tomar decisão nenhuma. stava se concentrando apenas na#uela

viagem para Hopetown e procurou se divertir cora os 'atos do momento.% brilho a(ulado da gua era lindo a distBncia. % sol brilhava sobre as ondas. la respirou 'undo

e viu um pei*e voador mergulhando. Ao longe" uma cadeia de ilhas parecia pairar acima do mar.

>e repente" o som do motor 'icou mais 'raco e ela sentiu #ue a velocidade do barco diminu7a eentravam num canal estreito. C direita" havia um 'arol pintado com listras brancas e vermelhas. 8m

 povoado com casinhas de madeira coloridas" rodeadas de palmeiras" parecia um dos  posters de turismodas 0ahamas. Ao lado" um pe#ueno porto" com uma dD(ia de barcos ancorados.

% :uivo manobrou cuidadosamente a lancha e parou num pontão de concreto branco" desligandoo motor. >epois bai*ou o vidro #ue separava o seu cub7culo do deck.

 ) 5hegamos" turmaE ) ele berrou.8m homem bron(eado saiu da cabine de um dos outros barcos.

Lynn não conseguiu ouvir a conversa entre eles. % rapa( do barco pes#ueiro 4ogou uma corda para o t*i!mar7timo" a 'im de evitar #ue ele se a'astasse.

>epois o :uivo 'oi até onde ela estava sentada.

 ) rta. Hartwell+

la 'icou espantada em ouvir seu nome.

 ) ste é aul Hudson. A sra. $racy pediu #ue ele a levasse até a ilha >el'im.

Lynn 'icou preocupada. ,ão era t7mida nem tola o su'iciente para ir so(inha com a#uele rapa(desconhecido. or outro lado" ele sabia o nome delaF senão" como o :uivo teria 'icado sabendo+rocurou raciocinar.

 ) oc3 pode me levar l+ ) ela arriscou. % :uivo sacudiu a cabe/a.

 ) u lenho de descarregar a#ui e correr para ;an!o!<ar pegar um passageiro #ue vai partir noavião da tarde. ;as não adiantaria nada... a maré est bai*a e não teremos gua su'iciente para ancorar na ilha >el'im.

le parecia ansioso para ir embora. ercebendo a relutBncia dela" e*plicou9

 ) aul é um bom maru4o. le leva voc3 l.

 ,ão adiantava di(er #ue estava preocupada com outra coisa e não com a compet3ncia mar7timado homem. Lynn sentiu!se aborrecida com a tal sra. $racy" por dei*!la na#uela situa/ão desagradvel.

 ) ;uito bem. =uanto custa+

 ) $r3s d-lares.

elo menos não teriam de discutir sobre o troco. % :uivo 4ogou as coisas dela para o  Peixinha.

Lynn agarrou a m#uina de escrever e segurou a mão #ue ele lhe o'erecia para subir a bordo. % homemacenou e o t*i!mar7timo se a'astou. Lynn observou o ancoradouro 'icando para trs.

 ) 0em!vinda a bordo" srta. Hartwell.

Lynn virou!se para o homem. le era bron(eado" esbelto" com cabelos cor de areia e um to#uegentil nos olhos a(uis. arecia um adolescente. estia apenas um 4eans des'iado na barra.

 ) =uer alguma coisa" antes #ue eu des/a para os controles+ Aposto #ue est com sede.

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 ) Aceito um copo de gua.

 ) $rago em um minuto ) respondeu" desaparecendo num compartimento.

Lynn sentiu #ue a garota perdida na#uele para7so tropical não era ela. ,ão era a Lynn Hartwell#ue ela conhecia" a 'ilha do pro'essor de #u7mica #ue tinha ido para a 8niversidade com bolsa deestudos" complementada pelo #ue ganhava noite na biblioteca e nos 'ins de semana" trabalhando comocai*a de um supermercado. la" #ue nunca havia sa7do dos stados 8nidos... #ue 4amais 'ora a #ual#uer 

lugar... somente uma ve( havia acampado na 5arolina" com o pai. 5ertamente" não podia ser ela #ueestava #uase voando na#uele veleiro" pelas ilhas das 0ahamas" com um 4ovem estranho.

 ) A#ui est. ) le sorriu interrompendo seus pensamentos. ) Acho #ue deve estar cansada dever gua" depois de 'icar sentada neste barco tanto tempo ) disse" estendendo o copo. ) ,ão sei se est

 boa" por#ue 'icou estocada na cai*a dIgua.

Lynn tomou um gole" sentindo!se agradecida.

 ) A ilha >el'im é longe+

 ) 5om este vento" n-s demorar7amos algumas horas se '&ssemos usar as velas. e voc3 pre'erir" podemos usar o motor e chegaremos mais cedo.

 ) ;otor+ ) ela indagou sem entender. ) im" ura motor au*iliar" é um pouco barulhento" mas não vamos us!lo por muito tempo.

 ) u gostaria de usar s- as velas. ;as talve( a sra. $racy este4a me esperando h algum tempo.

 ) Acho #ue não ) ele respondeu num tom es#uisito. ) la est numa 'esta" numa casa na ba7ados iratas... não vai voltar tão cedo.

Lynn pensou" desconsolada" #ue a sua chegada não parecia ansiosamente esperada" como haviaimaginado.

 ) 0em" então vamos vele4ar ) ela disse" entusiasmada com a#uela nova e*peri3ncia.

% veleiro era duas ve(es maior do #ue um pe#ueno barco a vela em #ue ela havia andado #uandocrian/a.

 ) Jtimo. ) aul parecia muito satis'eito com a decisão dela. ) $alve( voc3 #ueira trocar deroupa ) ele sugeriu. ) H uma cabine no 'im do corredor.

Lynn desceu uma escadinha e ele lhe estendeu sua bagagem.

 ) K melhor guardar sua m#uina de escrever debai*o da escada. Cs ve(es a gua espirra a#uidentro.

;omentos depois ela voltava usando um short *adre( de a(ul e branco e uma blusa branca dealgodão. $inha amarrado os cabelos compridos com um len/o e trocado o rel-gio de ouro por outro

menos valioso. 8sava -culos de lentes redondas e escuras" #ue a protegiam do sol. stava descal/a esentia!se muito animada.

% 4ovem estava no deck pu*ando umas cordas.

 ) amos usar o motor até irmos mais longe. % canal é estreito e com curvas. ,ão #uero mearriscar a pegar uma maré bai*a ) ele e*plicou.

% motor tossiu duas ve(es" depois pegou.

 ) egure a corda. =uando a Bncora subir" eu lhe dou um sinal e voc3 a pu*a para dentro.

aul se a'astou antes #ue ela pudesse protestar. Lynn viu #ue 4 havia 'eito tudo o #ue 'ora pedido" antes de conseguir se preocupar. aul sorriu para ela e Lynn" seguindo as indica/6es" segurou notimão e 'oi guiando o barco pelo canal. icou encantada ao ver as conchas cor de mar'im" ali perto damargem" e sentiu!se aliviada #uando o 4ovem desligou o motor e s- ouviram o barulho das guas.

aul a4ustou as velas e comentou" admirado9

M

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 ) oc3 daria uma -tima navegadoraE

 ) u nunca vele4ei antes... s- num bar#uinho" #uando era crian/a. oc3 se arriscou muito"dei*ando!me dirigir.

 ) ,ão. ) le riu. ) K preciso muito mais per7cia para dirigir um barco pe#ueno. 8m erro evoc3 est na gua. %s barcos maiores são mais protegidos. oc3 pre'ere #ue eu diri4a+

 ) Agora est 'icando divertido ) disse ela" continuando a segurar o timão.

 ) Jtimo. ntão" eu vou dando as indica/6es. ) le brincou. ) st vendo a#uele vale" entreduas montanhas+ ) Apontou para duas montanhas verdes" no hori(onte. ) ndireite o barco para l esiga em 'rente.

icaram num sil3ncio agradvel. Lynn sentia a brisa suave em sua pele e achava #ue o tempohavia parado. s#uecera completamente de onde tinha vindo e para onde estava indo.

>e repente" percebendo o olhar insistente do 4ovem" ela se me*eu pouco vontade.

 ) 5onhece bem a sra. $racy+ ) indagou.

 ) Ábaco é como uma cidade pe#uena. $odos se conhecem. A ilha >el'im tem um dos melhores

ancoradouros para barcos pe#uenos. u 'ui l uma por/ão de ve(es" antes de a sra. $racy ter comprado ailha. Agora" não tenho ido mais" pois é inverno. >epois" h por l muitos barcos e não gosto disto. lasempre tem muitas visitas. e venho para estes lados" de ve( em #uando levo l a correspond3ncia e ascompras. N 'i( alguns trabalhos por l... % #ue ganho a4uda a manter meu veleiro bem pintado" em'orma e com boas cordas.

 ) ntão" ho4e voc3 vai 'a(er mais uma entrega. ) Lynn comentou.

la o viu olhar adiante. Agora estavam perto da margem e dava para ver a vegeta/ão" as rochas eas rvores.

 ) K hora de diminuir a velocidade. stamos chegando em guas rasas ) ele avisou. ) ire para a direita.

Lynn 'e( o #ue ele mandou e aul desceu a escadinha. ;omentos depois voltou tra(endo umaguitarra.

 ) N #ue voc3 est 'a(endo todo o trabalho" pelo menos eu vou distra7!la ) disse ele sorrindo" ecome/ou a cantar bai*inho" como se 'osse para si mesmo.

 ) stamos #uase chegando ) aul disse" meia hora depois. ) Agora temos de ir com calma para ver como est a entrada do porto.

A rota os levou a um penhasco do lado sul da ilha.

Lynn olhou para cima e viu a casa" entre a densa vegeta/ão. n#uanto olhava" um homem saiudas sombras e parou" observando o barco. le estava longe demais para #ue ela distinguisse seus tra/os"mas viu #ue usava cal/ão e tra(ia e#uipamento de mergulho9 mscara e pés!de!pato. Algo no seu modode andar chamava a aten/ão" mesmo a distBncia. le parou por um momento" 'itando!os. >epoislevantou a mão numa sauda/ão. =uando a distBncia diminuiu" Lynn olhou para trs e viu!o descendo por um caminho #ue ia dar na base do penhasco.

 ) =uem é a#uele homem+ ) ela perguntou" curiosa. Até agora não tinha pensado em encontrar mais ninguém" apenas a sra. $racy.

 ) K Gregg ,ichols. K cientista e escritor. Agora est 'a(endo um trabalho sobre os reci'es decoral. 8m dos maiores reci'es do oceano 'ica a#ui perto das ilhas Abaco. %uvi di(er #ue ele mandou'a(er um barco na ilha de Andros e est hospedado na casa da sra. $racy" até #ue o barco este4a

terminado.Gregg ,icholsE Lynn mal podia acreditar no #ue tinha ouvido. - podia ser o 'amoso cientista

australiano cu4os livros haviam 'eito com #ue ela escolhesse a carreira de bi-loga marinha. H poucotempo tinha lido uma hist-ria encantadora e 'antstica" sobre ele" no Times.

O

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 ) %h" drogaE ) % desaba'o de aul interrompeu os pensamentos dela. ) u devia ter  perguntado ao :uivo se o compressor de ar de Gregg 4 chegou. le est esperando h duas semanas.

 ) Acho #ue eu vi algo parecido com um compressor" l no porto ;arsh ) ela respondeu.

 ) Psto mesmo ) aul gemeu —, eu 4 tinha es#uecido.

le parou e Lynn o a4udou a recolher as velas. Aos poucos ouviram um barco a motor seapro*imando. Avistaram um iate poderoso entrar lentamente no porto e parar perto do veleiro. A

ancoragem serena parecia 'a(er da#uele barco algo do outro mundo e" de repente" o sil3ncio 'oiinterrompido por uma mDsica de discoteca.

 ,em Lynn" nem aul disseram nada. ,ão era preciso comentar #ue as visitas da sra. $racyhaviam chegado ilha >el'im.

;as" de repente" a mDsica parou e um outro ru7do come/ou.

 ) aul ) uma mulher gritou )" voc3 trou*e a pro'essora+

 ) $rou*e" sra. $racy ) respondeu aul" e Lynn 'icou de pé.

 ) ntão" leve!a para a casa" por 'avor ) a mulher continuou )" n-s não temos espa/o a#ui. ) 

o iate manobrou" a'astando!se.aul saiu para o ancoradouro e estendeu a mão para Lynn.

 ) asse a bagagem" mo/a ) disse" e 'oi colocando tudo com cuidado a seu lado.

% barco balan/ou perigosamente" #uando ela saiu. A maré estava muito bai*a e Lynn respirou'orte ao ver as rochas no 'undo transparente. $inha medo #ue o veleiro virasse. ntão" perderia suam#uina de escrever e as anota/6es para sua tese. Agarrou!se corda #ue aul tinha amarrado noancoradouro e ele pu*ou o barco para mais perto.

 ) egue a#uele caminho" mo/a ) ele indicou )" depois" 'a/a a curva perto da#uela rvore.

n#uanto isso" os dois ouviram passos se apro*imando.

 ) %l" aulE ) A vo( do homem era pro'unda e com sota#ue australiano.

irou!se para Lynn e ela sentiu #ue mal conseguia respirar. le era o homem mais consistente emsculo #ue 4 tinha visto. ,ão era apenas bonito e com tra/os aristocrticos" mas tinha um corpo muito

 bem!'eito" com mDsculos proporcionais" e ela sentiu!se perturbada. ra como se a presen/a '7sica delelhe causasse algum e'eito es#uisito.

 ) rta. Hartwell" eu sou Gregg ,ichols. K melhor cal/ar os sapatos.

la sentiu o cora/ão bater mais 'orte" vendo #ue ele a olhava com ar de aprova/ão.

 ) 5omo vai+ ) Lynn respondeu" um pouco espantada" diante do tom autoritrio da#ueledesconhecido. ) u vou procurar meus sapatos ) disse" e voltou para o barco" tra(endo a sacola ondeestavam os cal/ados.

% homem 'icou em sil3ncio" en#uanto ela revirava a sacola" procurando as sandlias de couro.

>epois Gregg ,ichols a4udou!a a descer. Lynn percebeu #ue ele a a4udava com 'acilidade" comose tivesse muita 'or/a nas mãos.

m seguida" caminharam em 'ila" pelo atalho" com Gregg ,ichols na 'rente.

Lynn viu #ue ele tinha ombros largos e passos rpidos. ua camisa leve dei*ava ver os mDsculos'ortes das costas. entiu um pro'undo e agradvel arrepio ao analisar a atra/ão '7sica #ue emanavada#uele homem.

=uando se apro*imaram da casa" o caminho se alargou e 'icou mais plano. Agora era en'eitadocom conchas e havia arbustos dos dois lados. 8ma escada de degraus largos dava para um terra/o ondetr3s mulheres e um homem descansavam em espregui/adeiras.

8ma mulher loura e alta levantou!se e se apro*imou deles. eu rosto era 'ino e aristocrtico" comQ

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sobrancelhas ar#ueadas e muito 'inasF os cabelos estavam pu*ados para trs das orelhas. estia!se comsimplicidade" mas com muita elegBncia" com cal/as compridas de seda amarela e uma blusa preta demangas compridas. 8sava um top(io #uadrado numa corrente de ouro" no pesco/o. Lynn achou #uedevia ter mais de trinta anos.

 ) ou Helen $racy ) disse a mulher" apertando a mão de Lynn rapidamente. >epois olhou paraaul" com a bagagem. ) >ei*e as coisas a#ui" por en#uanto. u ainda não resolvi o #ue 'a(er com anossa pro'essorinha. %brigada por t3!la tra(ido até a#ui.

Lynn pensou amargurada #ue talve( devesse se sentar ali e esperar com sua bagagem.

 ) ;as onde est a sua guitarra" aul+ stamos #uerendo um pouco de mDsica ) Helen disse"'a(endo um bi#uinho.

 ) le tem de sair logo" Helen ) Gregg 'alou rispidamente. ) u não sei como conseguiramancorar" com a maré bai*a.

 ) oc3 est certo" #uerido ) Helen observou" virando!se para Gregg. ) u não tinha pensadonisto ) continuou suavemente. ) aul" sirva um drin#ue para a srta. Hartwell. oc3 sabe onde esttudo. Gregg" voc3 devia ter ouvido o #ue Archie estava contando sobre... ) la o pu*ou para perto dosoutros.

>e repente" Lynn percebeu #ue não havia dito uma palavra desde #ue chegara. A possibilidade deconversar com a#uelas pessoas parecia remota. la se sentiu tão bem recebida #uanto um caso desarampo.

 ) =uer um drin#ue" senhorita+ ) aul 'oi para o bar" no 'im do terra/o.

la não #ueria. ;as o ban#uinho do bar era melhor do #ue 'icar de pé" como se 'osse umagarotinha" na escola" no primeiro dia de aula.

 ) 8m re'rigerante" por 'avor.

Lynn sentou!se en#uanto aul abria a garra'a. Gregg ,ichols e Helen $racy" sem dDvida"

'ormavam um belo casal. le" com seu 4eito moreno e msculo" complementava a elegBncia e delicade(adela.

Lynn estudou!os. le estava de pé" um pouco distante do grupo" com um cotovelo pousado numaescultura em 'orma de totem primitivo. eu cabelo estava penteado para trs" dei*ando mostra a testaalta" as sobrancelhas grossas e os olhos castanhos" penetrantes. As ma/ãs do rosto" altas" davam!lhe umar muito bonito. ;as tinha as orelhas ligeiramente pontudas" o #ue lhe con'eria uma apar3ncia um

 pou#uinho diab-lica. stava usando camisa a(ul!marinho" aberta na gola" cal/as cor de areia e sapatosde couro cru. ,o pulso" um rel-gio de a/o ino*idvel.

Alguém ligou o aparelho de som e o ar se encheu de mDsica t7pica das 0ahamas.

Lynn levantou os olhos ao ver Gregg se apro*imando com calma" com uma certa gra/a animal.

ra estranho" mas s- a presen/a '7sica dele 4 lhe causava um e'eito es#uisito. entia!se amea/ada com aatra/ão magnética #ue sentia por a#uele desconhecido.

Gregg parou diante da geladeira do bar e pegou uma garra'a de cerve4a holandesa. $irou a tampae deu um suspiro #uando a espuma transbordou. >epois serviu" num copo alto" e tomou um grande gole.

 ) a( tempo #ue não ve4o voc3" aul.

 ) stive na ilha Guana. Arran4ei trabalho de carpinteiro" por uns dias" no clube. or 'alar nisto"seu compressor chegou. A srta. Hartwell disse #ue o :uivo pegou!o no porto ;arsh. ui um idiota ees#ueci de perguntar a ele. rovavelmente 4 deve ter chegado em Hopetown" agora.

 ) Gra/as a >eusE ) Gregg e*clamou. ) u 4 estava desistindo. ensei em ligar para ,assau"

de manhã" para reclamar" pela terceira ve(. er #ue voc3 d um 4eito de tra(er o motor para c+ % barcode Helen est ocupado por#ue a irmã dela e os 5raig estão a#ui. 5omo voc3 sabe" ela não gosta de medei*ar navegar por a7" com seu apartamento 'lutuante. :apa(" como vou 'icar contente #uando o meu

 barco estiver prontoER

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 ) ou l amanhã" se o tempo estiver bom. Lamento não t3!lo tra(ido ho4e ) aul disse.

 ) ,ão tem importBncia. K -timo saber #ue ele 4 est por perto. ste atraso 'oi terr7vel. rta.Hartwell... ) Gregg estava se dirigindo a Lynn pela primeira ve( ) o #ue sabe sobre compressores+

 ) u trabalhei muito com eles" no ano passado ) ela disse 'riamente.

stava irritada com o tom autoritrio dele e se sentia con'usa com as emo/6es #ue a#uele homemdespertava" emo/6es #ue a amedrontavam" por#ue não as entendia.

 ) osso perguntar no #u3+

 ) i( uma pes#uisa para a minha tese sobre echinoderms.

Lynn sentiu uma satis'a/ão secreta ao ver a surpresa no olhar dele.

 ) $er uma espl3ndida oportunidade para coletar os dados #ue precisa" a#ui mesmo" em Abaco.

 ) oi por isto #ue eu vim. Aceitei o emprego de pro'essora por#ue era o lugar certo para vir.

Gregg a estudava por cima dos -culos. Analisava os olhos cin(entos" o nari(inho delicado e bem! proporcionado e os lbios carnudos" de Lynn.

la sentiu!se pouco vontade com a#uele e*ame" e levantou!se para olhar um mapa nutico" na parede do bar.

 ) sta rea" a#ui" é o lugar certo para voc3 come/ar. ) Gregg veio por trs dela e apontou odesenho de um reci'e de coral. ) stamos a#ui ) disse" indicando a marca amarela da ilha >el'im.>epois tirou um palito de '-s'oro de uma cai*a e mediu. ) ica a tr3s milhas da#ui. Atrs deste corte.As correntes #ue v3m do oceano tra(em os alimentos #ue as criaturinhas precisam. ) Gregg estava seempolgando com o assunto. ) =ue e#uipamento voc3 tem+

 ) ;scara" respiradouro e pés!de!pato ) Lynn respondeu.

le sorriu pela primeira ve(" e o cora/ão dela disparou.

 ) ia4a com pouca bagagem. st plane4ando tirar 'otogra'ias+

 ) ,o momento" meu or/amento não ia ag@entar a compra de uma cBmera submarina ) Lynndisse" num tom esperan/oso. ) ou 'a(er desenhos" para a tese. ,aturalmente" estou detestando perder esta chance de 'a(er as 'otos" mas... ) la deu de ombros.

 ) $alve( eu possa lhe dar uma a4uda ) o'ereceu!se Gregg.

 ) ,ão #uero incomodar ) ela protestou" mas ao mesmo tempo sentiu!se surpresa e satis'eita por saber #ue a#uele homem importante estava interessado nela.

le pensou por um momento" depois sorriu.

 ) osso precisar de alguém #ue conhe/a os termos técnicos e tome notas. Psto poder acelerar 

muito o meu trabalho. ) eu tom era persuasivo. ) stou estudando o papel #ue os reci'es de coralt3m na evolu/ão da vida. e a minha teoria estiver correta" talve( possamos aumentar o suprimento dealimentos do mundo" come/ando com col&nias de coral em reci'es arti'iciais" em partes do mundo comas condi/6es apropriadas.

 ) amos" venham servir!se. ) Helen $racy se apro*imou" convidando. ) stamos tendo um pi#ueni#ue de pratos 'rios.

Lynn seguiu os outros para a sala de 4antar espa/osa. As portas de vidro estavam abertas e a brisasuave vinha do mar" re'rescando tudo. % tom do céu lembrava um #uadro per'eito.

% bu'3 'rio estava delicioso" sobre a mesa de vidro" e Lynn sabia #ue 4amais chamaria a#uilo de pi#ueni#ue.

Havia bande4as com camar6es" saladas de lagosta" 'atias de presunto" rosbi'e" alcacho'ras" palmito e vrios tipos de molhos.

8m empregado vestido de branco estava colocando a bande4a com as *7caras de ca'é sobre umS

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m-vel.

>e repente" Lynn sentiu!se muito cansada. ,ão tinha comido nada" a não ser uma *7cara de ca'é eum bolinho" #uando sa7ra de casa" pela manhã.

 ,ão havia sinal de aul e" como não conhecia as outras pessoas" pre'eriu sentar!se longe dogrupo. stava insegura sobre sua posi/ão e gostaria de 'icar isolada. %s outros pareciam entretidos com aconversa e Lynn estava satis'eita em saborear sua re'ei/ão sem ter de 'alar com ninguém. $ivera um dia

longo e cansativo.%bservou as cores do p&r!do!sol e viu o brilho da primeira estrela #ue surgia no hori(onte.

 ) 5a'é+

la levantou os olhos e deu com Gregg ,ichols. ,ão conseguiu deci'rar a e*pressão do rostodele" mas sentiu!se enrubescer e desviou o olhar. ,ão era t7mida" normalmente" e estava muitoaborrecida com as rea/6es #ue a presen/a da#uele homem lhe provocava.

 ) %brigada ) disse" esperando #ue ele não estivesse notando o #uanto a perturbava.

Gregg colocou a *7cara na mesinha ao lado dela e pu*ou uma cadeira para si.

 ) oc3 poderia me a4udar tomando notas através de 'ones submarinos" en#uanto eu trabalho noreci'e ) ele continuou" como se não tivessem sido interrompidos. ) e conseguir escrever minhasimpress6es imediatamente" meu trabalho ser mais rpido. Acho #ue vai gostar... é muito interessante...

 ) ,ão tenho dDvidas #uanto a isto. e não causar problemas com os meus deveres de pro'essora" gostaria muito de a4ud!lo.

 ) odemos acertar tudo ) disse ele" con'iante.

 ) =uerido... ) % tom de vo( de Helen $racy era penetrante. ) %s 5raig estão prontos para partir. ão 'icar no barco. ode pegar uma lanterna para eles" por 'avor+ ) irou!se para Lynn. ) Acho#ue vou mand!la com eles" #uerida. aul disse #ue est indo para Hopetown" amanhã" e voc3 pode ir com ele. stou arran4ando acomoda/6es para voc3" l. ai ter um bangal& con'ortvel e poder dar aulas

na biblioteca. As crian/as chegarão s de( horas" depois de amanhã.Gregg interrompeu9

 ) ,ão tinha plane4ado para a srta. Hartwell 'icar a#ui+ A casa de tela seria uma sala de aulasideal.

Helen deu o bra/o a Gregg.

 ) ensei melhor" #uerido... e decidi outra coisa. ) la sorriu suavemente. ) Archie me disse"agora" #ue o bangal& perto da gruta est vago. cott e ;arT podem pegar os g3meos dos >avis em<hite ound" e todos chegarão 4untos. >epois" podem tra(er a correspond3ncia e as compras... semtermos de mandar gente l o tempo todo. N est tudo decidido.

 ) K o #ue parece ) Gregg comentou 'riamente. ) u levarei as coisas da srta. Hartwell devolta para o ancoradouro.

 ) ,ão precisa ) Helen interrompeu. ) aul 4 as levou.

 ) ntão" muito bem. 5om licen/a" senhoras...

Gregg saiu para buscar a lanterna.

Lynn se preparou para seguir os outros" mas Helen colocou a mão em seu bra/o" 'a(endo!a parar.

 ) rta. Hartwell ) disse rispidamente )" 'oi muito bem recomendada e estou certa de #ue seusservi/os serão -timos. - #uero lembr!la de #ue est a#ui estritamente como pro'issional" mais nada.

Lynn sentiu #ue seu rosto #ueimava de indigna/ão.

 ) u lhe garanto" sra. $racy ) ela disse es#uentada ) #ue sei e*atamente #ual é a minha posi/ão a#ui e não tenho vontade de mud!la.

1U

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 ) stou contente por#ue conseguimos nos entender rapidamente" #uerida ) Helen $racyrespondeu. ) %s 5raig vão lhe mostrar sua cabine. 0oa noite. ) >esligou a lBmpada e se a'astou.

Gregg a apresentou a ;illie e Archie 5raig" e Lynn" perturbada com o ata#ue de Helen"respondeu duramente. Gregg dese4ou boa!noite a todos.

n#uanto Lynn e os outros desciam para as docas" ela lembrou como Gregg se re'erira ao iate9 oapartamento 'lutuante. ,a verdade" o barco era um tanto ca'ona" com cortinas nas escotilhas" cadeiras de

couro branco e carpete dourado. ,em parecia um barco. ntre os espa/osos aposentos" havia uma salagrande onde a Dnica concessão nutica era o bar&metro de bron(e e um rel-gio mar7timo.

;illie" uma mulher de meia!idade" alegre e um tanto 'Dtil" conversava o tempo todo" mas nãoe*igia #ue ninguém lhe respondesse nada.

 ) amos tomar um drin#ue no deck e olhar as estrelas. =uer vir conosco+ ) ela convidou.

 ) ,ão" obrigada ) Lynn respondeu. ) stou louca para dormir.

 ) 5laro" #uerida. >urma bem e levante!se #uando #uiser" amanhã. % ca'é é servido na copa. ,ão se preocupe em não nos incomodar. ,em um tiro de canhão consegue nos acordar antes das on(e.

Lynn saiu e 'echou a porta. ncostou!se nela" 'echou os olhos e suspirou. icou im-vel durante

um momento" sentindo a tensão desaparecer.eu #uarto era pe#ueno" compacto e" ao mesmo tempo" suntuoso. Havia ali uma cama" uma

c&moda com gavetas e uma pe#uena espregui/adeira branca. As cortinas" a colcha e o tapete eram numtom berrante de a(ul. Havia um armrio com cabides e um banheiro com chuveiro. Lynn se olhou noespelho e imaginou se seu nari( avermelhado ia descascar. estiu a camisola branca e curta e pensou no#uarto de sua casa" onde havia se vestido" na#uela manhã... uma manhã #ue parecia tão distante.

Apagou a lu( do aba4ur na mesinha!de!cabeceira e olhou pela 4anela. L 'ora distinguiu a silhuetado veleiro de aul" A brisa suave soprou #uente em seu rosto. la deitou!se nos travesseiros engomados"ouvindo a gua bater nos costados do iate. descobriu #ue estava pensando em Gregg ,ichols.Lembrou!se de cada detalhe do rosto dele" do modo como andava" de seu 4eito de conversar" sua vo(" seu

sota#ue.ntão ouviu o rel-gio do iate batendo as horas.

CAPITULO II

=uando" Lynn 'oi para o deck, o sol 4 se elevava acima das rvores" mas o calor ainda não tinhaacabado com a 'rescura da manhã. la vestia um mai& e carregava seu e#uipamento. oi para a proa e

subiu na plata'orma de mergulho" en#uanto observava o ancoradouro.C lu( da manhã tudo parecia di'erente da noite anterior. Até as ondas do mar #ue balan/avam o

iate estavam di'erentes. A praia branca ainda estava na sombra" e as guas eram de um a(ul intenso. %veleiro branco de aul parecia brilhante e o'uscante demais" mas o rapa( não se encontrava no deck.

Lynn colocou a mscara e os pés!de!pato e desceu para a gua. Lentamente" come/ou a bater as pernas e os bra/os. %bservando as ilhotas distantes no hori(onte" nadou na dire/ão delas. >epoissubmergiu e encontrou!se num pa7s de sonhos. Apesar de 4 ter mergulhado em reci'es de coral" a bele(ado mundo submarino sempre a encantava. 5irculou lentamente as ilhas" ro/ando nas 'orma/6esespon4osas. %s negros ouri/os do mar contrastavam com o 'undo branco e balan/avam seus espinhossem pressa. 8m camarão de coral nadava de um lado para o outro.

Lynn 'lutuou #uase im-vel" 'ascinada com a#uela paisagem colorida. >e repente uma longasombra se me*eu l no 'undo" pro4etada por alguém #ue estava entre ela e a super'7cie.

Lynn ergueu a cabe/a e viu aul a poucos metros de distBncia.11

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 ) ,ão #uero apress!la" mo/a ) ele disse )" mas temos de ir logo para Hopetown. A rdio de ,assau avisou #ue uma 'rente chuvosa est se apro*imando.

Lynn levantou os olhos e viu a linha de nuvens escuras ao longe" indo para o norte.

 ) N 'i( ca'é ) ele o'ereceu. ) >esculpe" mas não posso a4ud!la a subir. e lhe der a mão" este barco vira.

;omentos depois" ap-s ter subido no veleiro apoiando!se na plata'orma de mergulho" ela 'oi

 para a proa tomar ca'é e pensar nos acontecimentos da noite anterior. iver e trabalhar em Hopetown eraalgo bastante agradvel. ,ão ia conseguir 'icar na ilha >el'im. A Dnica possibilidade de continuar nas0ahamas era aceitar o plano alterado de Helen $racy. Lynn estava ansiosa para come/ar suas pes#uisas.

aul lhe o'ereceu um prato com bolinhos #uentes e uma 4arra de mel.

 ) arecem deliciosos. ) la sorriu. ) oc3 não vai #uerer+

 ) N comi h algumas horas ) aul disse. ) =uando voc3 terminar" vamos pegar suas coisas e partir para Hopetown.

Lynn devorou os bolinhos rapidamente.

 ) e permitir #ue eu d3 a partida" podemos es#uentar o motor" en#uanto voc3 carrega o barco ) ela sugeriu.

 ) Jtima idéia ) aul concordou. ) $em certe(a de saber mane4ar os controles+

Lynn 'e( #ue sim e virou!se para o painel de controle.

aul come/ou a preparar as velas. >epois" desceu para carregar as coisas en#uanto ela 'oi trocar de roupa.

;omentos ap-s" voltava com uma camiseta cin(a sobre o maio e com o nari( ensopado de -leode bron(ear.

Aos poucos 'oram saindo do porto" au*iliados pelo vento sudoeste #ue encrespava a super'7cie

do mar. ) stamos indo bem ) aul observou. ) Assim" chegaremos a Hopetown antes #ue a 'rente

nos alcance.

;eia hora depois o vento tinha virado para noroeste e as nuvens #ue antes pareciam leves einocentes agora estavam bai*as e escuras.

A primeira gota de chuva gelada caiu #uando aul lhe passava o abrigo amarelo" de borracha" evestia outro.

 ) K melhor colocar o chapéu também ) ele aconselhou. ) vita #ue a chuva escorra pelo seu pesco/o.

le saiu apressado para 'echar as escotilhas. stavam agora indo contra o vento e as ondas" muitolentamente. >ei*ando Lynn no timão" aul 'oi para a proa recolher as velas. la mal podia acreditar #ueh meia hora tinham navegado tão tran#@ilamente num mar calmo.

 ) u comando agora ) aul disse. ) l para bai*o" se esconder da chuva.

 ,a cabine" Lynn 'icou pensando no encontro desagradvel com Helen $racy. stava espantadacom a hostilidade da mulher. er #ue seu comportamento 'ora provocado pelo ciDme+ ,ão podia ser...ntretanto" não havia outra e*plica/ão. 5ertamente" tinha ouvido a sugestão de Gregg" para #ue Lynn setornasse sua assistente no trabalho" e talve( tivesse visto a#uilo como uma amea/a.

ntretanto" agora #ue pensava no assunto" lembrava #ue Helen não estava perto o su'iciente para

ouvir a conversa. $alve( tivesse sentido ciDme da aten/ão #ue Gregg lhe havia dado.Lynn sabia #ue seria mais divertido 'icar em Hopetown e dese4ou sinceramente não ver muito a

 proprietria da ilha >el'im.

12

7/16/2019 Ann Owen - Sonhos Perdidos

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A chuva 4 tinha diminu7do #uando chegaram na entrada do porto de Hopetown. % ventocontinuava 'orte" na dire/ão norte. aul recolheu completamente as velas e dirigiu para um canal.=uando terminaram de ancorar" o céu 4 come/ava a se abrir.

 ) K melhor voc3 vestir roupas secas ) aul sugeriu" ) ou come/ar a descarregar" en#uantovoc3 se troca" depois vamos para terra.

Lynn divertiu!se com a atitude paternal dele. oi bom tirar o mai& molhado e colocar 4eans

velhos. >epois vestiu um suéter de cashemeer a(ul e t3nis brancos. n*ugou os cabelos com 'or/a e 'e(duas tran/as.

n#uanto esperava por aul" no deck, ela olhou o porto e o vilare4o ali ao lado. eria adorvelmorar na#uele lugar calmo" longe do ru7do e da tensão de ;iami. 5ome/ou a se sentir impaciente para ir 

 para terra e conhecer logo a casa onde 'icaria.

n#uanto olhava a praia" o sol brilhou 'ortemente sobre o verde das rvores" contrastando com océu claro.

 ) amos ter de dei*ar suas coisas na casa e comprar alguns mantimentos.

aul amarrou o bar#uinho" em #ue tinham vindo do veleiro até a praia" no ancoradouro pDblico" e

caminharam por uma rua ladeada de casinhas de madeira" algumas pintadas em tons suaves e outrascompletamente brancas. As coloridas pareciam um pouco desbotadas por causa de uma grossa camadade sal marinho" depositada sobre elas. 8ma alameda de hibiscos en'eitava a paisagem com seus tonsavermelhados e amarelos.

aul abriu a porta de uma casinha branca com 4anelas a(uis" tendo na 'rente um 4ardin(inho e um portão branco. ra uma habita/ão bai*a" pois tinha sido constru7da sobre um grande po/o" e estavacoberta de parreiras.

ntraram na casa" #ue estava #uase totalmente escura" e o contraste da luminosidade 'e( Lynn piscar vrias ve(es. aul abriu as 4anelas" #ue não tinham cortinas" e ela viu #ue dali teria uma vista per'eita do porto e do 'arol branco e vermelho" mais além.

A sala era pouco mobiliada" mas con'ortvel. A um canto estavam duas cadeiras de vime e entreelas uma mesinha bai*a com um lampião de #uerosene. >o outro lado" uma mesa pe#uena e duascadeiras perto de um bu'3" e um biombo #ue escondia a rea da co(inha. % chão era coberto com tapetesde palha.

 ,a co(inha havia um pe#ueno 'ogão a #uerosene e um re'rigerador. Acima" alguns armriosguardavam os apetrechos necessrios. 8ma lBmpada descia do teto.

% #uarto" logo atrs da sala" tinha uma cama de casal de vime" branca" com uma colcha amarela"uma cadeira de balan/o também branca e uma c&moda com gavetas. Alguns ganchos atrs da portaserviam para pendurar roupas. A vidra/a do banheiro estava en'eitada com gaivotas pintadas.

Atrs da casa havia ura ptio cal/ado de pedras" com #uatro cadeiras de metal. % 4ardim pareciauma selva de arbustos sombra de uma grande amendoeira. ,um dos cantos do #uintal 'icava um velhodep-sito" dis'ar/ado por uma treli/a onde se enroscavam algumas parreiras.

 ) amos comprar mantimentos ) aul sugeriu. ) % arma(ém da srta. >olly 'echa cedo.

A lo4inha o'erecia pouca coisa" a maioria comida enlatada"

 ) % melhor dia para 'a(er compras é #uando chega o navio!correio de ,assau ) aul avisou"olhando dentro do velho congelador da lo4a. ) =ue sorte" dei*aram alguns ovos.

Lynn pegou algumas latas" #uei4o" pão 'eito em casa" um galão de #uerosene" uma cai*a de'-s'oros e mandou #ue colocasse tudo na conta da sra. $racy" como lhe haviam dito para 'a(er.

n#uanto Lynn arrumava as coisas na co(inha" aul encheu os lampi6es" colocou a geladeira para 'uncionar e tirou um balde de gua do po/o.

la encontrou len/-is numa gaveta" no #uarto" e arrumou a cama" pendurando toalhas limpas no

1?

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 banheiro.

>epois #ue aul saiu" Lynn olhou seu pe#ueno territ-rio" encantada. % p&r!do!sol das 0ahamasera rpido e ela pendurou um dos lampi6es num gancho alto. Ap-s gastar cerca de de( '-s'oros" a salacontinuava #uase totalmente escura. la procurou sua lanterna na bolsa e ouviu passos na entrada dacasa.

oi abrir a porta e deu com Gregg ,ichols. :espirou 'undo e um tremor percorreu todo o seu

corpo. ) Lamento" mas preciso aprender a acender lampi6es ) ela disse" agradecida por#ue a

escuridão a4udava a esconder o seu embara/o.

 ) >ei*e #ue eu a4udo.

Gregg bombeou o #uerosene" e momentos depois a lu( amarela iluminava os tra/os 'inos dele.Havia longas sombras pelos cantos e o lampião iluminava o aposento de modo aconchegante. ,a#uela

 pe#uena rea iluminada" Lynn sentiu #ue eles dois estavam a'astados do mundo. entiu uma espécie deintimidade com a#uele homem bonito #ue a olhava calmamente nos olhos. e(!se um denso sil3ncioentre os dois. la sentia #ue a presen/a dele 'a(ia pulsar todos os seus nervos. >emorou ainda algumtempo" antes #ue ele 'alasse.

 ) $enho de 'icar por a#ui algumas horas" en#uanto a minha bateria est sendo carregada. im pegar o tambor de gs para a geladeira de Helen" e não consegui dar a partida no barco novamente.ntão" vi #ue voc3 tinha acabado de se instalar e vim ver como estava.

 ) ;uito bem" obrigada.

Lynn não podia 'icar mais surpresa ao descobrir #ue Gregg ,ichols tinha se preocupado comseus problemas" e muito menos ainda imaginaria #ue ele iria se interessar em vir ver como ela estava

 passando. icou at&nita com sua pr-pria temeridade e ousadia ao perguntar9

 ) u ia 'a(er o 4antar. Gostaria de 4antar comigo+ ai ser uma comida simples...

 ) u gostaria muito ) respondeu Gregg.A cabe/a de Lynn come/ou a rodar e ela procurou se concentrar na prepara/ão da re'ei/ão.

0atatas" cebolas e presuntada comporiam o prato principal" acompanhado de tomates. 5onseguiu 'a(er um creme muito saboroso" como sobremesa" misturando ovos" a/Dcar e leite em p-.

>epois arrumou a mesa com os pratos antigos" pintados em a(ul e branco" e no centro colocouuma tigela com 'lores de hibiscos.

Gregg apreciou a re'ei/ão simples.

 ) ,ão acreditava #ue se pudesse comer tão bem em Hopetown" depois de o navio!correio 4 ter  partido h tanto tempo. Aposto #ue na 5asa Harbor estão servindo sopa e bolachas.

% elogio 'oi tão sincero #ue Lynn 'icou emocionada.>urante a re'ei/ão" eles haviam conversado e ela descobrira #ue Gregg tinha vele4ado so(inho de

idnei" na Austrlia" até ancouver" no 5anad" h #uin(e anos.

 ) Pmagine" vele4ando so(inho através do ac7'icoE ) ela e*clamou em tom de respeito.

 ) oi uma grande e*peri3ncia" mas não pretendo repeti!la. eguei duas tempestades terr7veis#ue curaram o meu sonho de via4ar so(inho pelos oceanos. > um tremendo trabalho 'a(er o barcocontinuar para a 'rente e não dei*!lo virar.

 ) Aconteceu algum acidente+ oi por isto #ue resolveu não vele4ar mais so(inho+ ) Lynn perguntou.

 ) ,ão" mas h pouco tempo os ventos de uma tempestade me mandaram para cima de umasrochas. ra um vento muito 'orte e eu precisaria de mais mãos. ntretanto" gostaria muito de ter companhia" en#uanto 'i#uei na#uela rocha" esperando ser salvo.

1

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 ) %nde e #uando isso aconteceu+ ) la #uis saber.

 ) H uns seis anos" nas ilhas *umas" num ponto onde #uase não passava ninguém. i#uei lsentado por vrios dias" antes #ue um iate me visse.

Lynn estava apavorada. 5omo ele podia contar uma e*peri3ncia tão terr7vel" com a#uelaindi'eren/a+

 ) oc3 'icou 'erido+

 ) Alguns arranh6es nos corais" #uando me tiraram da rocha. $ive sorte em me salvar com um peda/o de vela. i#uei coberto com ele e isto evitou #ue eu torrasse ao sol.

 ) $inha gua e comida+

 ) 8ma cai*a com ra/6es de emerg3ncia. 8sei a tampa para pegar gua da chuva.

 ) m #ue tipo de barco voc3 estava+ ) ela perguntou" 'ascinada.

 ) 8ma escuna. u a tinha mandado 'a(er na ,ova sc-cia e vele4ei com ela até as 0ahamas.;orava a bordo. i#uei triste #uando a vi em peda/os" na tempestade. ra um bom barco.

$risteE 5omo alguém podia contar a#uela hist-ria com tanta indi'eren/a+

 ) lane4a morar a bordo do seu novo barco+

e Gregg achou estranha a#uela curiosidade" não demonstrou nada. Apenas continuou olhando para o lampião.

 ) ,o momento" ainda não sei ) ele disse. ) Acho #ue é uma idéia deliciosa" mas ainda nãotomei a decisão. Agora" preciso ir embora.

le terminou de tomar o ch #ue ela servira e a encarou demoradamente. Lynn enrubesceu" coma *7cara de ch ainda nos lbios e" nervosa" desviou os olhos dos dele.

Gentilmente" Gregg tirou a *7cara de suas mãos e curvou!se para ela. Lynn 'echou os olhos esentiu os lbios dele nos seus. ntão" com um boa!noite rpido" ele desapareceu. rios minutos depoisela ainda estava sentada com os dedos nos lbios #ue #ueimavam. Ainda sentia o calor da#uele bei4o. 'oi sorrindo #ue se levantou para tirar a mesa.

CAPITULO III

% céu estava rosado #uando um galo cantou e acordou Lynn" pouco antes do sol se levantar. Amanhã estava 'ria e ela colocou um cobertor leve sobre os ombros e correu para a 4anela da 'rente" olhar 

o porto. ra a primeira manhã #ue passava ali e sentiu" de repente" o peso da solidão.8sou o resto da gua do balde para 'a(er ca'é" depois 'oi tirar mais no po/o. ncheu uma bacia e

lavou o rosto. m seguida" levou uma *7cara de ca'é para o #uarto e" en#uanto a tomava" vestiu 4eans"camiseta e arrumou a cama.

%lhou o rel-gio e" vendo #ue ainda 'altavam tr3s horas para iniciar suas obriga/6es" decidiu dar um passeio.

 ,ão havia o menor sinal de movimento no vilare4o. A Dnica pessoa #ue ela encontrou 'oi umhomem carregando um pei*e" numa 'olha de palmeira. le a cumprimentou de leve e passou sem di(er nada. % caminho #ue 'a(ia dava numa duna alta e Lynn o seguiu. iu!se olhando uma praia deserta #uese estendia para o norte e para o sul" até onde a vista alcan/ava. %bservou a espuma das ondas seespalhando pela areia rosada" chegando até os pés da duna" e procurou absorver a#uela bele(a selvagem.arou im-vel" ouvindo o ru7do das ondas" o vento soprando suavemente e o cheiro de sal do mar.

 ,unca antes tinha sentido a del7cia de passar um momento so(inha na praia" dividindo o céu e o

1M

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oceano apenas com os pssaros. 5orreu até 'icar sem '&lego" depois 'echou os olhos e se dei*ou 'icar repousando na#uela solidão grandiosa.

;ais tarde" 'oi até a beira da gua e descobriu uma linda concha dei*ada pelas ondas. % solnascendo cobria o céu com raios dourados. ntre as coisas tra(idas pelo mar" para a praia" ela encontrouuma bola de vidro e a b-ia da rede de algum pescador.

n#uanto caminhava pela areia" de volta para casa" viu o vilare4o despertando. As crian/as

caminhavam para a escola. 8ma mulher pendurava uma toalha no varal e #uatro homens conversavamsob o pé de tamarindo" perto do ancoradouro. 8m barco a motor cortava as guas claras" em dire/ão ao porto e um veleiro pe#ueno e branco se balan/ava perto da praia.

>e volta casa" Lynn colocou na mesa o #ue havia recolhido durante o passeio9 os seus tesouros.s#uentou o ca'é e passou geléia numa grossa 'atia de pão. A corrida" na#uela manhã" tinha aberto seuapetite.

>epois vestiu um macacão de algodão cru" colocou um colar de contas marrons e as sandlias decouro. scovou o cabelo e prendeu!o com uma 'ivela de tartaruga. egou uma caneta e um livro deanota/6es" na cai*a da m#uina de escrever" e 'oi para a biblioteca" #ue aul havia lhe indicado.

cott $racy" um 4ovem louro de tre(e anos" se apresentou" depois indicou os outros.

 ) este é :obin >avis e seu irmão 0en. les são g3meos" apesar de não se parecerem.

Lynn virou!se para um outro garoto #ue tinha cabelos e olhos castanhos e tra/os bem de'inidos" parecendo ligeiramente 'amiliares.

 ) A#uele é ;arT ,ichols. le tem on(e anos.

Lynn não sabia #ue ia dar aulas para o 'ilho de Gregg. ,ão sabia nem #ue ele tinha um 'ilho.ensava #ue 'osse solteiro. ntão" 'icou imaginando por#ue devia se importar com a#uilo.

cott lhe entregou um bilhete de sua mãe. ra curto e direto. %s garotos chegariam s de( horastodos os dias" #uando o clima permitisse. >eviam ter #uatro horas de aula" com meia hora de intervalo

 para o almo/o e meia hora depois das aulas para irem até o vilare4o" caso 'osse preciso. la deveriadispens!los e*atamente s tr3s horas. %s garotos deviam ser instru7dos a irem diretamente para casa.5aso o clima os prendesse em Hopetown deveria cuidar para #ue dormissem no hotel da cidade" o 5asaHarbor. m ocasi6es como estas Lynn 'icaria sendo a responsvel e deveria acompanh!los e

 permanecer com eles. 5aso contrrio" estava dispensada.

A aula da manhã 'oi passada olhando os livros e os planos de aulas #ue as crian/as tinhamtra(ido de suas respectivas escolas. Aparentemente" ;arT estava um pouco adiantado para sua idade" ecott" um pouco atrasado. %s g3meos de do(e anos pareciam estudantes medianos. ,inguém estavacontente em passar algumas horas das preciosas 'érias 'a(endo trabalhos escolares" mas mostravam!seresignados com o destino.

Almo/aram na praia" sombra das rvores. %s garotos tinham tra(ido sandu7ches e sucos de'rutas. Lynn não plane4ara nada para o almo/o e resolveu corrigir isso no dia seguinte.

;arT lhe o'ereceu um sandu7che.

 ) u nunca como mais do #ue um. ou 4ogar 'ora o segundo.

la aceitou" contente pelo recheio não ser de manteiga de amendoim com marshmallow, como odos g3meos sardentos. >epois do almo/o" todos se divertiram 4ogando 'rescobol.

Lynn 'icou contente em ter de corrigir li/6es de casa As aulas tomavam todo o seu tempo"dei*ando poucos horrios livres.

>epois da aula" os garotos guardaram os livros em sacos plsticos" prova dos respingos #ue

'atalmente ocorreriam" en#uanto voltavam para casa" dirigindo um barco em alta velocidade. ;arT ainda'icou um pouco na biblioteca" escolhendo um livro9 Conde Drácula, com uma capa assustadora. Lynn osacompanhou até o ancoradouro.

1O

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 ) u me aborre/o de ter de 'icar por a7" sem 'a(er nada.

le parecia se sentir obrigado a e*plicar a escolha do livro.

 ) cott s- gosta de 'icar pescando" pescando... ) ;arT não dei*ava a menor dDvida de #ue nãogostava de pescar. ) Ainda bem #ue podemos vir para c" para as aulas ) disse ele" com ar de #uemestava 'alando com sinceridade. ) elo menos" é algo di'erente para 'a(er.

Lynn sorriu" diante de tanta candura.

n#uanto observava o barco deles se a'astar" analisou seus amigos e os achou muito simpticos" pelo menos na#uele primeiro encontro.

areciam se dar bem uns com os outros" o #ue era -timo" pois deviam permanecer 4untos" por vontade dos adultos.

n#uanto voltava para casa" Lynn viu!se pensando em Gregg e na esposa dele. ;arT não tinha'alado nos pais. ,em os outros" ;as isso" ela pensou" não tinha importBncia.

abia #ue devia se ocupar com a organi(a/ão de suas anota/6es" mas não estava com vontade de pensar em nada sério. Além do mais" esse era realmente o seu primeiro dia" na#uele lugar.

Lynn vestiu apressadamente um mai& e uma camisa de  brim. aul tinha lhe dito #ue o pessoal dovilare4o se escandali(ava com mo/as #ue andassem pelas ruas apenas de mai&.

% ru7do de uma bomba dIgua antiga interrompeu o sil3ncio da#uela tarde calma. Lynn 'oi logover o #ue era e deu com um velho grisalho e barbudo" 'a(endo 'uncionar uma bomba. le acumprimentou rapidamente e continuou bombando. ;as não sa7a nenhuma gua pela abertura.

 ) ;o/a... ) ele endireitou!se depois de algum es'or/o )" tem um balde de gua em casa+ sta bomba est sem 'or/a...

% 4eito dele era tão autoritrio #ue Lynn 'oi buscar a gua sem discutir.

 ) Agora" despe4e devagarinho" a#ui em cima. >evagar" eu disseE

la agarrou o balde com 'or/a. ntão ouviu um ronco e de repente a bomba come/ou a cuspir gua. ;ais algumas bombadas e ele deu um passo para trs" tirou o boné" en*ugou a testa com um len/oa(ul" e disse9

 ) stas bombas estão muito velhas. u disse" #uando eles as colocaram a#ui" h vinte anos" #ue 4 eram velhas. Agora" a#uela #ue eu tenho l em casa... nunca dei*ou de e*trair a gua...

 ) erdade+ ) Lynn indagou" curiosa.

 ) 0em" não podemos 'icar a#ui conversando. ) le pegou uma chave de 'enda e 4ogou no sacode 'erramentas. ) u tenho muito o #ue 'a(er" tenho de trabalhar no barco" separar a correspond3ncia dasemana" capinar o cemitério e cuidar deste lugar. ,inguém trabalha tanto #uanto eu...

 ) 0em... ) Lynn procurou pensar em algo simptico para di(er ) voc3 é mesmo um homemocupadoE ) ela terminou.

 ) Alguém tem de 'a(er as coisas ) respondeu o velho com ar de v7tima. ) Avise!me se precisar de algo. ;eu nome é Nohn >abney.

egando o saco de 'erramentas" ele desceu a escadinha da entrada" 'ingindo um cansa/oe*cessivo.

obre(inhoE" Lynn pensou" sorrindo" en#uanto olhava o 'a(!tudo de Hopetown se a'astar.

Ao voltar do seu mergulho" no 'im da tarde" viu o sr. >abney li*ando a pintura de um barco. >oissu4eitos estavam numa sombra pr-*ima" o'erecendo conselhos.

 ) % #ue voc3 vai 'a(er com este barco" depois #ue ele 'icar pronto+ ) perguntou um deles.

 ) ,ão est vendo+ ai sair para pescar ) disse o outro.

 ) ou alugar para os turistas do Hotel 5asa Harbor ) o velho respondeu.1Q

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;omentos depois" Lynn lavou algumas roupas" en#uanto pensava como seria agradvel ter um bar#uinho para navegar por ali" ver as ilhas da região e as praias" coletar espécimes importantes para asua pes#uisa. er #ue poderia alugar um barco" com seu pouco dinheiro+ - havia um 4eito dedescobrir" ela decidiu" 4ogando 'ora a gua com sabão.

Animada com a#uela possibilidade" ela vestiu 4eans e camisa e correu para os barcos. %s amigostinham ido embora" mas o sr. >abney estava sentado debai*o da rvore" enchendo um cachimbo com'umo.

 ) ai demorar s- um minuto ) ele e*plicou" sem #ue ela pedisse. ) $enho bursite nos ombrose a#uela li*a/ão não a4udou em nada.

Lynn ignorou a reclama/ão dele.

 ) %uvi di(er #ue voc3 plane4a alugar este barco ) ela come/ou. ) osso perguntar #ual ser o pre/o+

% sr. >abney tirou o boné e co/ou a cabe/a. la tinha certe(a #ue estava calculando #uanto poderia ganhar.

 ) 0em" eu ainda não decidi o #ue vou 'a(er ) ele disse. ) st interessada em alugar" para

voc3 mesma+ ) e o pre/o 'or bom...

 ) Acho #ue cinco d-lares por dia. ) le arriscou.

 ) ntão" não vai dar. %brigada. ) Lynn virou!se ir embora.

 ) spere um minuto" mo/a. $alve( possamos dar um 4eitinho...

Lynn sacudiu a cabe/a. la detestava pechinchar.

 ) ai #uerer para uma semana inteira+ u posso 'a(er um pre/o melhor" por semana.

 ) u estava mesmo pensando em dois meses...

% velho pensou um minuto.

 ) 0em" tenho estado tão ocupado... e a minha bursite est péssima... acho #ue não vou precisar do barco antes #ue a esta/ão tur7stica termine. e estiver interessada em acabar a pintura dele... sabe"li*ar e pintar... eu a dei*aria usar o barco por dois meses.

%s olhos de Lynn brilharam.

 ) oc3 compra a tinta para pintar" naturalmente ) ele disse depressa.

 ,a manhã seguinte" Lynn levantou cedo. eu plano era trabalhar o m*imo no barco" antes dosgarotos chegarem. Pa nadar depois #ue eles partissem e trabalharia no barco" novamente" tarde. Assim"conseguiria trabalhar nele durante os per7odos mais 'rescos do dia.

e #uisesse conhecer melhor todos os habitantes do vilare4o" não poderia ter escolhido um modomelhor. 8ma por/ão de pessoas passava Vpor acasoV o dia inteiro e" sem e*ce/ão" todos paravam para'a(er comentrios e dar conselhos. rios entendidos deram demonstra/6es de como li*ar e pintar melhor e surgiram muitas discuss6es animadas" entre eles" sobre as melhores técnicas. A srta. >olly" adona da lo4a" mandou um dos 'ilhos o'erecer uma garra'a de soda gelada. %utra senhora 'e( uma visita edei*ou uma cesta de limas.

Lynn 'icou espantada em saber o #uanto o pessoal sabia sobre ela... todos os detalhes de suachegada em Abaco" sua idade" a educa/ão" seu 4antar com Gregg... areciam saber tudo. Lynn re'letiu"

 pensativa" analisando as vantagens do correio de boca a boca. % apetite #ue tinham por in'orma/6es era"aparentemente" insacivel.la 'icou espantad7ssima #uando uma mulher parou e perguntou se seusdentes eram naturais ou posti/os.

=uando chegou o 'im do dia" viu #ue tinha conseguido 'a(er um grande progresso" apesar de todaa#uela assist3ncia.

1R

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As aulas da manhã continuaram muito bem. As crian/as 'a(iam seus deveres direitinho" masLynn sabia #ue a simpatia #ue demonstravam por ela não ia durar para sempre e procurava tirar vantagem dela" en#uanto e*istisse.

 ,a hora do almo/o" ela levou os garotos para ver o barco #ue estava pintando e todos semostraram entusiasmados. Alguns a4udaram a li*ar" en#uanto outros comiam. =uando terminou ointervalo todos 4 tinham decidido tra(er suas pr-prias li*as" no dia seguinte" para não terem de esperar 

 pela dela. Lynn imaginou se Helen $racy ia aprovar #ue ela dei*asse os garotos trabalharem no barco.

% mar estava calmo" #uando Lynn 'oi dar o mergulho da tarde" e ela sentiu!se agradecida ao poder boiar tran#@ilamente na#uela gua morna" dei*ando #ue seus mDsculos doloridos rela*assem.

=uando voltou para a sua tare'a 'icou surpresa ao ver #ue alguém tinha trabalhado durante a suaaus3ncia" adiantando bastante o trabalho.

8m recado curto de Helen $racy" tra(ido por um dos garotos" no dia seguinte" di(ia #ue ascrian/as precisavam de e*erc7cio c descanso nos intervalos. Lynn concordou com a#uilo e transmitiu aeles" apesar de detestar acabar com o entusiasmo pelo trabalho no barco.

;as todos se contentaram com alguns momentos de 4ogos e nata/ão.

Lynn descobriu #ue o seu a4udante misterioso era" na verdade" uma por/ão de pessoas.Acostumados a se encontrarem numa sombra pr-*ima para 'umar cachimbo e conversar" elessimplesmente 'icavam li*ando" en#uanto 'alavam. % 'ato de o barco estar ali e não terem nenhumaresponsabilidade com ele parecia atra7!los ao trabalho. e continuasse assim" logo poderia coloc!lo nagua.

% dia seguinte era sbado e os garotos não viriam para a aula. Lynn resolveu terminar o barco no'im de semana. >eu o dinheiro para o sr. >abney comprar a tinta e" relutante" ele concordou em 'ornecer o pincel" com a condi/ão de ela devolv3!lo bem limpo.

A manhã estava #uente e sem ventos. % grupo de supervisores de sempre tinha ido se reunir numlugar mais 'resco. Lynn" vestida com 4eans e uma camiseta suada e su4a de tinta" estava li*ando a parte

de trs. $inha amarrado um len/o na testa para #ue o suor não ca7sse em seus olhos e isso lhe dava um ar atrevido.

>e repente" percebeu #ue não estava so(inha. Levantou os olhos e viu Gregg ,ichols olhando!a"divertido. A li*a caiu de sua mão.

 ) ntão é assim #ue voc3 pes#uisa os hbitos dos echinoderms?

>e repente" Lynn sentiu!se muito alegre. ercebia também #ue seu cora/ão tinha disparado"#uando seu olhar encontrara o dele. entiu #ue enrubescia e deu uma risadinha nervosa" pegando a li*ano mesmo momento. Gregg também abai*ou!se para peg!la. uas mãos se tocaram e" ao sentir os dedos'rios dele" ela percebeu #ue um arrepio #uente percorria todo o seu corpo. >e repente" viu!se sem '&legoe 'icou olhando para ele" com a#uela sensa/ão de #ue 'lutuava. Lutou para recuperar b auto!controle"mas #uando 'alou sua vo( estava tr3mula9

 ) Acho #ue estou atrasando a pes#uisa. ;as não pude resistir" #uando vi #ue podia ter a chancede usar este barco. oderei 'a(er observa/6es locais" #ue não 'aria" sem ele.

le 'ran(iu a testa.

 ) spero #ue não este4a plane4ando ir muito distante. %s ventos a#ui mudam de repente" nestaépoca do ano.

 ) ;as este é um barco s-lido ) ela disse" na de'ensiva )" e estou acostumada a andar emveleiros pe#uenos. ei #ue poderei chegar s ilhotas e até a entrada do porto.

 ) ,ão se arris#ue sem necessidade ) Gregg aconselhou. ) ,ão penso em 'a(er isto.

Lynn estava ligeiramente aborrecida. er #ue ele pensava em lhe dar aulas" como se 'osse uma

1S

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crian/a irresponsvel+

Gregg mudou de assunto.

 ) u estarei 'a(endo algum trabalho" perto da#ui. 5ome/o na segunda!'eira. er #ue pode sea'astar deste barco e tomar algumas anota/6es para mim+

 ) u acho #ue não poderei" durante a semana ) ela respondeu. ) >ou aula aos garotos das de(até s tr3s.

 ) ,ão tem problemaF eu come/o a trabalhar cedo. ego voc3 s oito e a trago de volta s de(.

 ) N 'alou sobre isto com a sra. $racy+

le enrubesceu e a olhou 'urioso durante um momento. =uando respondeu" 'oi num tom gelado9

 ) ,ão tenho o hbito de 'alar sobre os meus planos com ninguém. % #ue voc3 'a( nas horas em#ue não est dando aulas é responsabilidade s- sua. Agora" diga um simples VsimV e vamos encerrar esteassunto.

 ) 0em" eu... bem" então... sim.

 ) ;uito bem ) ele disse abruptamente. ) or 'avor" este4a no ancoradouro s oito.

irou!se e 'oi embora.

Lynn 'icou espantada com a#ueles modos bruscos. entou!se e 'icou observando!o até #uedesaparecesse numa curva da praia.

ntão recome/ou o trabalho" lembrando da sensa/ão #ue tinha percorrido seu corpo na primeirave( em #ue vira Gregg. er #ue estava se apai*onando por a#uele homem+ =ue rid7culo" ela disse a simesma" procurando a'astar essa idéia absurda. A'inal" ela o tinha visto apenas tr3s ve(es.

CAPÍTULO IV

Cs oito em ponto" Gregg parou com o barco de alum7nio no ancoradouro. Lynn subiu e seacomodou entre um esto#ue de compressores de ar" pés!de!pato" cordas e uma por/ão de vidrosdestinados a recolher os espécimes. ra o e#uipamento de um bi-logo marinho. la sentiu #ue poderia'a(er um bom trabalho se tivesse tudo a#uilo sua disposi/ão.

 ) 0om dia. ) le sorriu. ) Acho #ue vai encontrar mais espa/o na proa.

>epois de desli(arem com alguma velocidade" ele desligou o motor.

 ) A Bncora est debai*o do seu banco. repare!se para 4og!la #uando eu mandar.

le olhava alternadamente para algumas rvores bai*as" numa prainha" e uma bDssola porttil.

 ) AgoraE

Lynn 4ogou a Bncora. - se ouviu o barulho das guas batendo no alum7nio do barco.

 ) arece #ue a#ui é o lugar certo ) ele disse" mais para si mesmo do #ue para Lynn. >epois"estendeu!lhe um blo#uinho onde havia um lpis amarrado com barbante. ) or 'avor" anote e*atamenteo #ue eu vou ditar. alarei devagar" assim voc3 poder anotar tudo.

 ) e #uiser" eu posso anotar em ta#uigra'ia ) Lynn sugeriu. ) >epois transcrevo noite.

 ) Jtimo. st melhor do #ue eu esperava. A#ui estão os 'ones. ,ão vou 'icar mergulhado maisdo #ue uma hora. H ca'é na garra'a térmica" se voc3 #uiser.

Gregg tirou a camisa e colocou um cinto com pesos. >epois a4ustou a mscara de mergulho e ocompressor de ar. Lynn sentiu!se desa4eitada" en#uanto lidava com os 'ones. >epois viu o corpomusculoso dele desaparecer sob a super'7cie da gua.

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>urante a hora seguinte" ela escreveu sem parar" olhando apenas para a Bncora" a 'im de ver semantinha o barco no lugar.

 ) ronto. stou subindo ) Gregg disse" momentos depois" com um suspiro" e logo voltava ao barco" com o corpo molhado brilhando ao sol.

stava muito alegre.

 ) sta 'oi a melhor hora de trabalho #ue 4 tiveE ) e*clamou.

Lynn também achava #ue tinha tido uma hora de trabalho bem proveitosa.

C noite" en#uanto datilogra'ava as anota/6es" pensava #ue Gregg era um homem #ue conheciamuito sobre o assunto e com #uem poderia conversar e aprender bastante. ,ão era de admirar #ue omundo inteiro o conhecesse. le era e*atamente o #ue ela precisava para renovar seu interesse notrabalho. - #uando a lu( do lampião come/ou a se apagar" ela notou #ue era meia!noite.

 ,o dia seguinte" Gregg a recebeu com um cumprimento e nenhum sorriso. n#uanto sa7am dasdocas" numa velocidade violenta" Lynn 'oi atirada para a 'rente" batendo dolorosamente com oscotovelos no barco. Gregg pareceu nem perceber" olhando 'i*amente adiante. As rochas surgiam l na'rente e" pelo movimento dos ma*ilares dele" ela percebeu seu nervosismo. A tensão era palpvel. Lynn

es'regou os cotovelos doloridos e pensou #ue a#uele era um modo muito agressivo de tratar uma assis!tente.

=uando chegaram rea de trabalho" ele desligou o motor e continuou em sil3ncio. Lynn" semsaber por #u3" sentiu!se culpada e desa4eitada. >ecidiu ignorar o temperamento es#uisito de Gregg.

 ) stamos procurando alguma coisa especial+ ) indagou" percebendo imediatamente #ue tinhacometido um erro ao 'a(er a#uela pergunta. A Dnica resposta dele 'oi um olhar preocupado ao se

 preparar para o mergulho.

=uando Gregg come/ou a ditar l embai*o" Lynn absorveu!se com o trabalho" sem conseguir  pensar em mais nada. 8ma hora depois ele voltava ao barco. Aparentemente" en#uanto trabalhava" ele parecia ter rela*ado c agora estava de bom humor.

ediu desculpas rapidamente por seu comportamento anterior" apesar de Lynn não ter esperadonada desse tipo. le segurou sua mão mais do #ue o necessrio" en#uanto a a4udava a descer do barco.Lynn 'icou espantada com as emo/6es es#uisitas #ue a#uele to#ue lhe despertava.

 ) lane4a sair de barco amanhã+

A pergunta de Lynn 'e( Gregg 'icar sério e responder num tom de cortesia indi'erente9

 ) 5laro. or #ue est perguntando+

Pmediatamente" ela dese4ou não ter tocado na#uele assunto. ra -bvio #ue Gregg estava 'urioso.

 ) or gentile(a" dei*e #ue eu mesmo 'a/a os meus pr-prios es#uemas de trabalho ) ele

respondeu 'riamente. ) starei a#ui de manhã" se o tempo permitir. ) >eu  a partida e saiu seguido deuma cortina de espuma.

spantada e im-vel" Lynn 'icou s- olhando.

 ,a manhã seguinte" não havia nem sinal do mau humor de Gregg" o mesmo acontecendo duranteo resto da semana.

 ,a se*ta!'eira os garotos chegaram antes de ela voltar e ;arT estava esperando nos degraus doancoradouro.

 ) 0om dia" srta. Hartwell. 0om dia" papai. u #ueria perguntar uma coisa" mas não consegui por#ue voc3 estava ocupado na noite passada" e levantou muito cedo ho4e.

Lynn achou #ue ele parecia um pouco temeroso.

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 ) ode perguntar" ;arT. % #ue é+

Gregg desligou o motor e amarrou o barco numa coluna para evitar #ue se a'astasse.

 ) =uero 'icar em Hopetown e ir vele4ar com a srta. Hartwell...

 ) >esculpe" mas isto est 'ora de #uestão.

 ) ;as por #u3" papai+ ) le implorou. ) =uero aprender a vele4ar num barco pe#ueno. stou

cansado de 'icar com cott o tempo todo. le nunca 'a( nada do #ue eu gosto. A srta. Hartwell disse #ueaceitava se voc3 concordasse.

Gregg olhou para Lynn.

 ) ,ão agiu um tanto precipitadamente ao encora4!lo nisto" sem primeiro conversar comigo+ ) ele perguntou 'riamente.

Lynn sentiu!se 'uriosa e não disse nada até sentir #ue estava com a vo( su'icientemente 'irme.

 ) e est preocupado com a seguran/a dele" posso garantir #ue não tenho o hbito de mearriscar" principalmente #uando sou responsvel por mais alguém. 5ertamente" não sairemos se o temponão estiver bom. u posso lev!lo de volta para a ilha >el'im amanhã mesmo. % barco é pe#ueno e pode

ancorar l com #ual#uer maré. Além do mais" como 4 disse" sei lidar com barcos pe#uenos.Lynn parou e respirou 'undo" depois da#uele longo discurso.

 ) elo menos venha dar uma olhada no barco" papai ) ;arT pediu. ) ai ver #ue é um veleiro bom.

Gregg estava #uerendo ir" mas não deu esperan/as de #ue 'osse concordar com o 'ilho.

% bar#uinho de Lynn estava amarrado numa doca de madeira ali perto" todo pintado eenverni(ado. la o olhou com orgulho. As horas #ue gastara trabalhando no barco tinham sido mais do#ue compensadoras.

 ) $enho de admitir #ue parece -timo ) Gregg concordou.

 ) est -timo mesmo. ,ão teve nenhum va(amento desde #ue entrou na gua... h mais de umano.

Lynn estava 'or/ando a situa/ão. la sabia o #uanto ;arT #ueria 'icar.

 ) oc3 tem lugar para ele dormir+ ) Gregg #uis saber.

Lynn e ;arT trocaram um olhar. stavam 'a(endo algum progresso.

 ) u trou*e o meu saco de dormir" papai" e vou coloc!lo no chão na sala ) ;arT gritou"animado.

 ) o e#uipamento salva!vidas+

 ) le pode usar o colete #ue est em casa" #ue o sr. >abney me deu em ;arsh Harbor ) Lynnin'ormou.

Gregg sorriu. ra apenas um sorriso" mas os dois perceberam #ue tinham ganho a batalha.

 ) Acho #ue estou sendo v7tima de uma campanha bem organi(ada ) disse" com um suspiro. ) 0em" divirtam!se voc3s dois. ) assou a mão nos cabelos de ;arT e se a'astou.

A tarde o navio!correio 'e( sua parada semanal em Hopetown e todo o vilare4o parecia muitoanimado. %s cai/aras" vestidos com suas melhores roupas" vieram para o ancoradouro e pararamobservando o porto. As guas do mar a(ul" o céu muito claro e a vegeta/ão verde e brilhante 'a(iam

da#uele lugar um cartão postai" en'eitado com o rosa das 'lores e os tons de amarelo" laran4a e violetadas roupas das mulheres.

Algumas carregavam 'ardos enormes na cabe/a" com o artesanato" #ue deveriam ser 

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despachados" 4untamente com os palmitos amarrados" para o mercado de ,assau" onde seriam vendidos.

=uase todos" ali" esperavam alguma coisa ) um parente voltando da visita ao dentista" umacadeira de balan/o" uma cai*a de pregos" tecido para vestidos" tudo pedido h vrias semanas. ra cominteresse #ue observavam o #ue havia chegado para os vi(inhos. ,ão havia segredos entre os habitantesdas ilhas.

% barco!correio" um cargueiro pe#ueno" ancorou na parte mais 'unda do porto e os passageiros

come/aram a descer pelos barcos salva!vidas" pintados de cin(a. A primeira viagem trou*e alguns passageiros" sentados sobre lat6es de #uerosene. >epois veio uma cabra" berrando alto" um engradado degalinhas e mantimentos para a lo4a da srta. >olly9 um saco de 'arinha" cai*as de re'rigerantes e" parasatis'a/ão de Lynn" um cai*ote de verduras 'rescas. >epois de descarregar tudo" o barco partiu pre!gui/osamente" en#uanto as pessoas analisavam os tesouros recebidos.

Lynn e ;arT voltaram triun'antes de uma visita lo4a da srta. >olly" com novos mantimentos.

;arT resolveu trabalhar no ptio" tirando a 'errugem da velha churras#ueira. Lynn tinha preparado os ingredientes para um pudim e logo o aroma de chocolate" no 'orno" era delicioso"misturado com o cheiro de madeira #ueimada" #ue ele havia usado para acender a churras#ueira.

les haviam resolvido 'a(er um churrasco de hambDrgueres e Lynn preparou uma salada gigante

com al'aces 'rescas" cebolas" abacate e #uei4o" temperada com vinagre e a(eite. spigas de milho"assadas na brasa" e limonada terminavam de compor o cardpio da#uela re'ei/ão. useram a mesa no

 ptio e comeram ao ar livre.

%s pensamentos de Lynn eram sobre sua primeira noite em Hopetown" sobre o 4antar com o paide ;arT. Pmaginou o #ue Gregg estaria 'a(endo na#uele minuto. entiu!se perturbada" sem saber 

 por#ue" ao pensar #ue ele deveria estar com Helen $racy.

 ) oc3 co(inha bem ) ;arT disse mais tarde" #uando 4 tinham devorado todas as migalhas.

 ) %brigada" mas não acha #ue estamos num lugar onde não conseguimos as coisas com as #uaisestamos acostumados e por isso as re'ei/6es nos parecem tão gostosas+

Lynn levantou!se e come/ou a tirar a mesa. ) %h" eu não sei. Helen tem um grande congelador e n-s costumvamos ter 'ilés e coisas assim

o tempo todo" mas nunca hambDrgueres. u gosto de pudins muito mais do #ue as saladas de 'rutas #uea co(inheira dela 'a(. Helen est sempre de dieta.

 ) amos 'a(er um pi#ueni#ue amanhã ) Lynn disse" rindo. ) % sr. >abney me contou #ue huma ilha onde e*iste uma caverna #ue podemos e*plorar.

 ,a manhã seguinte" sa7ram vele4ando do porto" com ura vento leve arrepiando a super'7cie domar. la dei*ou ;arT pegar no timão e" apesar de o garoto geralmente ser #uieto" na#uele dia ele estavatodo animado.

 ) Psto é -timoE K muito mais divertido do #ue a escuna do papai. A#ui" #uando voc3 #uer virar és- 'a(er assim e o barco vira em dois segundos. $udo 'unciona muito mais depressaE

Lynn deu uma risada.

 ) im... inclusive" podemos cair na gua mais depressa. K melhor 'a(er as curvas com maiscalma.

Ao meio!dia chegaram ilha da 5averna" #ue era apenas um pontinho no hori(onte" ao sa7rem deHopetown. % contorno do barco aparecia nitidamente delineado agora" contra a areia rosada da praia" e agua era tão clara #ue parecia estarem suspensos no ar. u*aram o barco para a praia e o amarraramnuma rvore. Havia algumas seringueiras nas margens e os dois subiram num barranco em dire/ão

 boca da caverna. L dentro viram!se olhando para o teto alto" com 'endas" onde de ve( em #uandosurgiam peda/os do céu a(ul. Havia limo escuro nas delicadas colunas de estalagmites #ue subiam dochão até o alto e milhares de morcegos se penduravam pelos cantos. Lagarti*as e carangue4os corriam na'rente dos dois e*ploradores. % sol" 'iltrando!se pelas 'restas do teto" dava caverna o ar de uma velha

2?

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catedral.

 ) ,ão acha #ue o pirata 0arba ,egra se escondia a#ui+ ) ;arT cochichou.

 ) rovavelmente" ele enterrou algum tesouro nesta caverna. amos tra(er uma p" da pr-*imave(.

A imagina/ão de Lynn estava encantada com a bele(a da#uele lugar.

 ) u gosto de pi#ueni#ues ) ;arT disse" en'iando a mão na cesta de palha para pegar um bolinho" en#uanto descansavam debai*o de uma rvore" depois de terem nadado e comido. ) A Dltimave( #ue 'i( um passeio assim 'oi h tr3s anos" pouco antes da minha mãe morrer. la sempre gostou de

 pi#ueni#ues.

 ) oi a#ui nas ilhas+ ) Lynn perguntou gentilmente.

 ) ,ão. ,-s morvamos em ancouver" na#uele tempo" e de ve( em #uando vele4vamos até ailha $e*ada" ou até a ba7a da ;eia!Lua. 8ma ve( 'omos até WetchiTan" no AlasTa" numas 'érias deverão. oc3 4 'oi ao AlasTa+

 ) ,ão. ;as plane4o ir" um dia. u nunca 'ui a lugar nenhum" a não ser Abaco.

 ) ,-s estivemos numa por/ão de lugares di'erentes" durante dois anos. apai estava 'a(endouma pes#uisa para os livros dele. u ia 4unto" #uando não estava na escola. ,as 'érias de ,atal" eu oconvenci a não me mandar mais para a#uele maldito colégio interno... pelo menos até depois da scoa.

 ) $omando '&lego" ;arT comentou9 ) A sra. $racy 'e( voc3 vir para c. sta 'oi a Dnica coisa boa #ueela 'e(.

Lynn sorriu com pena dele.

 ) A Academia o* Hill não é e*atamente um maldito colégio interno" ;arTE

 ) A parte da escola é boa ) ele concordou. ) ;as eu não ag@ento 'icar l o tempo todo.

 ) K melhor a gente voltar. u não #uero #ue ninguém se preocupe conosco ) disse Lynn"

 pegando o #ue tinha sobrado do lanche.A brisa tinha diminu7do ligeiramente e agora estavam vele4ando muito devagar. Lynn ensinou ao

garoto a arte de aproveitar melhor o vento e então" #uando o per'il da ilha >el'im surgiu no hori(onte";arT voltou a 'icar silencioso. Lynn sentiu uma grande a'inidade com a#uele garotinho sens7vel #ue

 parecia dese4ar muito uma vida em 'am7lia" #ue lhe estava sendo negada desde a morte da mãe.

%bviamente" ele não estava 'eli( em ter de dividir Gregg com Helen $racy. n#uanto oobservava" viu como o menino parecia com o pai" os mesmos tra/os aristocrticos e os olhos escuros.

 ) rta. Hartwell ) ;arT 'alou" indeciso )" acha #ue podemos passear mais uma ve(" #ual#uer outro dia+

 ) u gostaria muitoE ) Lynn respondeu com entusiasmo. ) odemos ir em #ual#uer 'im desemana. ;as é melhor 'alar com o seu pai antes. ode ser #ue da pr-*ima ve( ele não concorde comtanta 'acilidade. ) la 'icou contente em v3!lo sorrir.

 ) im... ele é uma pessoa di'7cil... st bem.

>e repente o ru7do de um hidroplano interrompeu a #uietude da tarde. %bservaram o avião tocar na gua" a poucas milhas da entrada do porto da ilha >el'im. ;omentos depois" o avião levantava v&onovamente" levando da plata'orma do ancoradouro Gregg ,ichols e Helen $racy.

Lynn sentiu!se desanimada e aborrecida. le não tinha dito nada sobre uma viagem no domingo.>edu(ira" então" #ue sairiam na manhã de segunda!'eira" como sempre. Lembrou!se #ue ele havia ditonão ter o costume de dei*ar ninguém inter'erir em seus planos.

;uito menos eu" ela pensou" amargurada.

 ) or #ue acha #ue eles mandaram chamar o hidroplano+ ) ;arT indagou.

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ntão. .. Lynn não era a Dnica a ver a#uela partida do casal com surpresa.

eria um al7vio poder dormir até tarde e ter a manhã livre para 'a(er o #ue #uisesse" ela pensou"sem muita convic/ão. abia #ue" no 'undo" estava ansiosa para v3!lo de novo.

CAPITULO V

Lynn acordou na segunda!'eira seguinte com alguém batendo violentamente em sua porta.>urante um momento não entendeu o #ue estava acontecendo" e demorou a perceber #ue a#uele ru7do"não era parte de um sonho.

n#uanto continuavam a bater" ela pegou apressada o robe" e correu descal/a para a porta. Abriue" at&nita" viu Gregg ,ichols olhando!a com ar de reprova/ão.

 ) =uanto tempo voc3 ainda pretendia me 'a(er 'icar esperando+ ) ele indagou.

 ) u não... pensei... isto é. u pensei... ) ela gague4ou. ) 0em" entre.

Lynn abriu a porta e deu um passo para trs" depressa" tentando amarrar o cinto do robe ealisando os cabelos.

 ) st se sentindo bem+ ) Gregg perguntou.

 ) stou muito bem" obrigada ) ela respondeu" procurando aparentar dignidade. ) - #ue nãoesperava voc3.

oi a ve( de Gregg 'icar surpreso.

 ) osso perguntar por #ue decidiu não trabalhar comigo ho4e+

 ) u vi voc3 e a sra. $racy no avião ) Lynn e*plicou" empertigada.

 ) achou #ue eu iria embora" sem lhe di(er nada+ ) ele perguntou" com ar de reprova/ão.

 ) ,ão vi nenhum motivo para voc3 me dar satis'a/ão dos seus planos.

 ) ,ão vamos 'icar a#ui" de pé" discutindo isto ) Gregg 'alou de repente. ) ista!se e vamostomar o ca'é no Hotel 5asa Habor. N est muito tarde para irmos onde eu havia plane4ado.

% ca'é 'oi muito agradvel" na varanda do hotel. % dia estava seco e 'resco" com o sol brilhandosobre a gua. % 'arol" do outro lado do porto" parecia um brin#uedo de crian/a. % mal!entendido 'oies#uecido e os dois conversaram animadamente sobre o assunto #ue tinha tra(ido ambos a Abaco9 a

 biologia marinha.

Lynn 'e( uma pergunta e Gregg 'icou lhe dando uma aula complicada" mas" en#uanto isso" a

mente dela vagava.

ensar #ue estava ali" na#uele cenrio lindo" com a#uele homem tão atraente... era algo #uaseimposs7vel. la parecia estar observando a cena a distBncia" como se assistisse a uma pe/a de teatro.

L estava a#uele homem alto e moreno" encantador" calmo e ao mesmo tempo atento. diantedele" absorvendo todas as palavras #ue di(ia" uma garota #ue Lynn parecia nem conhecer. $entouimaginar #ual seria o enredo da pe/a.

er #ue havia algo mais entre a#ueles dois" além de uma violenta atra/ão '7sica" a #ual ela percebia 'ortemente+ er #ue chegariam a se conhecer melhor+ er #ue a sensa/ão de pBnico #ue elasentia #uando encontrava a#uele homem era causada pela pai*ão+ eria amor+

e a perda da autocon'ian/a era o resultado do amor" então" esse amor era algo a ser evitado a#ual#uer custo.

Gregg terminou o ca'é e olhou o rel-gio.

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 ) oc3 ainda tem meia hora antes dos meninos chegarem. amos esticar as pernas" num passeio+

%s dois desceram a escadinha da varanda e Gregg a segurou pelo bra/o. ,ormalmente" Lynnnem notaria a#uele gesto" mas o to#ue dele parecia uma corrente elétrica passando em todo o seu corpo.

Gregg encheu o cachimbo com tabaco ingl3s e parou um momento para acend3!lo.

 ) u não es#ueci #ue prometi tirar 'otogra'ias para voc3 ) ele disse" en#uanto andavam pela

 praia. ) e o tempo estiver bom" vamos tentar no pr-*imo sbado. ) Psto seria -timo" mas eu prometi a ;arT #ue ir7amos vele4ar.

 ) ,ão h motivo para não lev!lo 4unto conosco. odemos levar o meu barco de mergulho. ,ão pretendo arriscar meu e#uipamento 'otogr'ico num veleiro do tamanho do seu. % 'ilme vai chegar nohidroavião" esta semana ) ele continuou.

 ) u nunca tinha visto um hidroavião levantar v&o" antes.

 ) K o Dnico 4eito prtico de andar por estas bandas ) Gregg e*plicou. ) ,ão h pistas de pouso nas ilhas menores. u tinha de ir a Andros" veri'icar o meu barco novo. st #uase pronto e eu#ueria supervisionar a instala/ão do motor. Helen ia 'icar com amigos" em ,assau" esta semana e eu a

dei*ei l. ) =ue tipo de barco voc3 mandou construir+ ) Lynn #uis saber.

 ) 8ma outra escuna" com sessenta pés. recisava de espa/o para o e#uipamento de pes#uisa. ) Gregg estava entusiasmado. ) 8m barco é um -timo lugar para se escrever" sem as tradicionaisinterrup/6es.

stavam #uase chegando ao ancoradouro.

ode me esperar amanhã" na hora de sempre ) Gregg disse. ) Psto é" se acordar na hora ) elecompletou" com uma piscada.

A manhã de ter/a surgiu calma e sem nuvens. % sol mal havia sa7do e 4 es#uentava tudo" atémesmo os lugares mais sombrios. 8m morma/o pairava sobre a super'7cie do mar" #uando Gregg entroucom o barco no porto.

Lynn sentiu o suor ensopando sua camisa de algodão" #ue tinha vestido sobre o mai&. ,averdade" estava ansiosa por um mergulho.

Gregg desligou o motor depois de terem se a'astado bem da" costa. Agora estavam pr-*imos auma ilhota de coral" uma praia rosada" cheia de palmeiras.

 ) ,ão precisa tomar notas" ho4e ) ele disse" sorrindo" en#uanto prendia uma rede de pescar  pe#uena em seu cinto de mergulho. ) ou coletar alguns espécimes e lhe darei uma li/ão de como usar o e#uipamento de mergulho. Acho #ue não teremos um dia muito mais calmo do #ue este.

Lynn 'icou surpresa e encantada. la 4amais pensara em tomar parte na pes#uisa dele.

% calor estava 'icando su'ocante e ela esperou #ue Gregg voltasse. A brisa suave #ue soprava'a(ia o calor mais tolervel. Ali parado" balan/ando levemente" o barco também re'letia o calor. la malconseguia tocar o 'undo com os pés.

>e repente" Lynn não ag@entou mais e decidiu #ue não haveria nenhum mal se desse ummergulho. >e #ual#uer 'orma" teria de se molhar #uando 'osse usar o e#uipamento. odia nadar até a

 praia e voltar" antes #ue Gregg terminasse de coletar os espécimes. $irou a camisa suada e desceu para agua calmamente" nadando para a praia com bra/adas 'irmes.

;as a terra parecia mais distante do #ue ela havia pensado. ntão lembrou #ue o morma/o sobrea gua geralmente 'a( as coisas parecerem mais pr-*imas. 0oiou durante alguns momentos" depoisnadou novamente" procurando economi(ar 'or/as. %lhando para trs" momentos depois" viu #ue tinha se

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distanciado muito do barco. ntretanto" a praia ainda parecia distante. eus mDsculos do7am e os bra/osestavam pesados.

rocurou não entrar em pBnico ao perceber #ue não conseguiria nem voltar para o barco nem ir  para a praia. Ainda assim precisava tentar e decidiu #ue voltaria para o barco.

>ar vinte bra/adas" descansar" repetir. ;as" s- conseguiu dar #uin(e... depois s- de(. ntãoresolveu dar outra olhada no barco.

ra inacreditvel" mas estava mais longe do #ue nuncaE Gregg devia estar movendo a Bncora" para o barco acompanh!lo" en#uanto trabalhava l no 'undo. Lynn rolou de costas" para boiar" c sentiuas lgrimas correrem... lgrimas de raiva e desespero" ardendo nos olhos 'echados.

5omo podia ser tão estDpida+

;ais algumas bra/adas. >epois uma espécie de torpor dominou seu corpo e sua mente. ,ãoconseguia 'a(er mais nada.

 ,ão tinha a menor idéia de #uanto tempo permaneceu deitada na gua" boiando" antes de ouvir osom do motor. 5ome/ou a nadar na dire/ão dele" 'or/ando seus mDsculos a obedecerem" mas nãoconseguiu 'a(er nenhum progresso.

=uando Gregg chegou perto dela" com o barco" as instru/6es #ue ele berrava rispidamente pareciam vir de muito longe. >e costas para o barco" ela levantou os bra/os. entiu os bra/os 'orteslevantando seu corpo" depois o calor do chão escaldante do barco. m seguida" Gregg a colocougentilmente num banco.

5om os olhos 'echados" Lynn aninhou!se nos bra/os dele" a cabe/a contra seu peito" ouvindo seucora/ão bater depressa. >epois" aos poucos 'oi voltando ao normal. entiu os lbios dele em sua testamolhada" e descobriu #ue o al7vio por ter sido salva não era nada comparado com a sensa/ão de pra(er eseguran/a #ue sentia nos bra/os de Gregg. Abriu os olhos e viu a e*pressão de preocupa/ão e ternuradele se trans'ormar rapidamente em 'Dria.

 ) =ue diabos pensou #ue estava 'a(endo" sua idiota+ ) ele rosnou" endireitando!a e 'a(endo

com #ue sentasse. >epois agarrou!a pelos ombros e come/ou a sacudi!la. ) u s- pensei... ) Lynn come/ou" tremendo.

 ) oc3 não tem #ue pensar ... é este o problema e sabe distoE oi por pura sorte #ue subi no barco na#uele momentoE

 ) u nado bem ) ela disse 'racamente. ) $inha certe(a de #ue conseguiria chegar até a praia.

 ) st tão 'raca e" mesmo assim" #uer continuar discutindo comigo" não é+ ) Gregg respondeu"(angado. ) $em uma idéia de #uanto nadou+

Lynn sacudiu a cabe/a.

 ) ;ais de tr3s #uil&metros ) continuou ele.la não disse nada. ,ão tinha importBncia #ue ele continuasse lhe passando um sermão. la

sabia #ue merecia.

Gregg re'ugiou!se num sil3ncio pesado e desagradvel. Lynn" e*austa" descansou sobre o bancodo barco. stava #uase dormindo #uando chegaram ao ancoradouro.

la 'e( um movimento para atirar a corda para um pontão" mas Gregg rosnou para #ue 'icasse#uieta. le desceu primeiro e lhe deu a mão" depois agarrou!a pela cintura" #uando ela trope/ou num dosdegraus.

 ) ,ão h aulas ho4e ) ele disse com decisão. ) oc3 precisa descansar.

 ) stou bem" agora. >e verdade ) Lynn insistiu" mas Gregg não mudou de idéia.

le manteve o bra/o ao redor da cintura dela" en#uanto caminhavam até a casa" sem prestar aten/ão nos olhares curiosos dos #ue passavam. Lynn novamente sentia!se bem e protegida" com o to#ue

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dele.

>entro de casa estava mais 'resco e a penumbra do #uarto parecia muito aconchegante. Lynntirou o mai& e se enrolou no robe" ouvindo Gregg na co(inha. ercebeu #ue sua mão ainda tremia"#uando tentou segurar a *7cara de ch #ue ele lhe o'erecia.

 ) Agora descanse ) ele disse" r7spido.

 ) o #ue a sra. $racy vai di(er #uando souber #ue não dei aulas+ ) Lynn disse preocupada"

sem perceber #ue seu robe se abria e revelava parte das co*as bem!torneadas. ) la est em ,assau ) ele respondeu aborrecido" sem tirar os olhos da#uelas co*as. ) ;as"

se estivesse a#ui" seria a mesma coisa. u venho dar uma olhada em voc3" mais tarde.

echou a porta suavemente e saiu.

Horas depois Lynn ouviu a porta se abrir. 5om as plpebras parcialmente 'echadas" percebeuGregg caminhar para a cama. le dei*ou cair a camisa dela e o chapéu de sol" nos pés da cama" depoislhe acariciou o torno(elo" a perna" a curva das co*as" sob o robe. >urante um momento a mão dele

 pousou em sua cintura" antes de continuar subindo lentamente pelos seios e para o pesco/o.

Lynn sentiu #ue os dedos dele lhe acariciavam o #uei*o" depois ele virou seu rosto" preparando!a para um bei4o tão longo e tão pro'undo #ue suas l7nguas se encontraram. =uando conseguiu abrir osolhos" Gregg 4 estava na porta. ra imposs7vel saber se a olhava" por causa da escuridão do #uarto.

CAPITULO VI

Lynn 'icou espantada ao ver o #uanto estava aprendendo trabalhando com Gregg. N tinha

conseguido todos os dados #ue precisava para a sua tese. $odas as noites" ao transcrever as anota/6esdele" passava uma ou duas horas escrevendo suas pr-prias observa/6es para a tese e 'oi com grandesatis'a/ão #ue notou como 4 tinha se adiantado.

Assim" poderia apresentar a tese logo #ue voltasse para casa. Gregg se o'erecera para ler ecriticar e ela tinha certe(a #ue isso seria muito bem recebido pelos pro'essores. =uando a tese tivessesido terminada e aceita" ela conseguiria seu diploma e estaria pronta para trabalhar.

A manhã de sbado surgiu clara e calma" um dia per'eito para 'otogra'ias submarinas.

 ) ,ão tem importBncia não vele4armos ho4e ) ela disse para ;arT" #ue parecia um poucodesapontado com as mudan/as de planos. Agora" ele era apenas um passageiro num barco de mergulho"em ve( de timoneiro de um veleiro.

 ) % dia est calmo demais e ter7amos passado mais tempo sentados do #ue vele4ando... pois nãoh vento.

Agora" o barco a motor cortava rapidamente a super'7cie das guas.

 ) %lhe lE

5om o grito de Gregg todos olharam a tempo de ver uma arraia gigante dar um salto no ar" comas nadadeiras bem abertas" e passar bem pr-*imo. Ao mergulhar" a gua respingou lindamente.

 ) =ue bonitoE ) ;arT 'alou bai*inho.

$odos tinham se espantado com a apari/ão repentina da#uele monstruoso animal marinho e'icaram sentados sem 'alar" durante algum tempo. 8m grande pei*e em 'orma de guarda!sol" meiogelatinoso" nadava na super'7cie e uma tartaruga levantou a cabe/a para observar a passagem deles.

% sol 4 estava a pino #uando ancoraram perto de algumas ilhotas de coral. Através de uma longa

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'ileira de ilhas podiam contemplar o AtlBntico. As ondas" mais adiante" arrebentavam numa prainha.

Gregg não estava de bom humor. =uase não tinha 'alado e #uando o 'a(ia era com uma rispide(#ue dei*ava todos os outros pouco vontade. Lynn esperou 'a(er algumas 'otos" so(inha" mas ele dei*ou

 bem claro" apesar de não ser e*pl7cito" #ue a participa/ão dela" no mergulho para tirar as 'otos" seriaconsiderada uma intromissão.

 ) Agora ) ele disse 'riamente" depois de veri'icar as cBmeras )" #uer 'a(er a gentile(a de

 pass!las para mim" depois #ue eu estiver na gua+le colocou a mscara rapidamente e desceu para o mar. Lynn passou!lhe as cBmeras.

 ) apai est com um humor terr7vel ) ;arT e*plicou" ao perceber #ue o pai não ouviria aconversa. ) Helen voltou de ,assau esta manhã e" #uando ela descobriu #ue ele vinha a este passeioconosco" tiveram uma briga e ela 'alou um montão de coisas horr7veis. apai não discutiu com ela. -disse #ue 4 tinha 'eito os planos e pronto. ;as ela 'ica terr7vel" #uando não consegue o #ue #uer. orémas brigas não resolvem nada e não derreteram o gelo de papai.

Lynn sentiu pena de ;arT. rimeiro ele tinha sido e*posto cena da briga com Helen $racy eagora se sentia na obriga/ão de e*plicar o mau humor do pai.

 ) ,ão tem importBncia ) ela disse" procurando tran#@ili(ar o menino. ) 5ertamente ele vai sesentir melhor" depois de algum tempo" pois seu mau humor não tem nada a ver conosco. amos dar umaolhada e ver o #ue temos a#ui.

;omentos depois Lynn 4 tinha es#uecido todas as coisas desagradveis" diante do mundomaravilhoso #ue via debai*o da gua. Havia um le#ue de mar vermelho e amarelo" de todos ostamanhos" #ue se movia de um lado para o outro" de acordo com as correntes. Havia plantas com 'olhaslongas e delicadas" em tons de lavanda" branco e preto" #ue chegavam #uase até a super'7cie. % sol

 brilhando sobre as guas re'letia milhares de pontinhos luminosos no 'undo e 'a(ia brilhar os grupinhosde pei*es #ue passavam.

Lynn" cuidadosamente" procurava não 'a(er sombra no local #ue era observado por Gregg"

admirando a per7cia dele com o e#uipamento 'otogr'ico" en#uanto perseguia um cardume de pei*esvermelhos. le nadava calmamente" sem desperdi/ar movimentos" seu corpo 'irme e musculosocompletamente sob controle.

:esolveram 'a(er o pi#ueni#ue numa ilha cheia de praias" cobertas com pe#uenas palmeiras.=uando Lynn sugeriu #ue 'aria o lanche" Gregg recusou" di(endo #ue pre'eria ele mesmo cuidar da#uilo.;as" além dos re'rigerantes e de um pão 'ranc3s" parecia #ue nada indicava #ue a comida seriasu'iciente para os tr3s.

>epois de colocar as cBmeras na sombra" Gregg acendeu uma 'ogueira" com madeira seca"atirada na ilha pelo mar.

 ) ;antenha o 'ogo aceso ) ele disse. ) u preciso de bons carv6es.

>epois" pegando a mscara" os pés!de!pato e uma rede do barco" ele nadou até um granderochedo ali perto. =uando voltou" momentos depois" tra(ia tr3s lagostas. Limpou!as e embrulhou!as em

 papel alum7nio. n#uanto as lagostas assavam" abriu uma garra'a verde de cerve4a holandesa e bebeu.Agora" Gregg parecia ter se livrado do mau humor.

Lynn nunca tinha visto pi#ueni#ue tão so'isticado. A carne das lagostas" temperada com suco delima" era deliciosa" acompanhada de pão 'ranc3s. 8m abaca*i colhido na hora" cortado em peda/os ecomido com as mãos" 'oi a sobremesa.

>epois descansaram debai*o das rvores e" ap-s cochilarem uns momentos" come/aram aconversar.

 ) u podia 'icar a#ui para sempre" sem sentir 'ome ) Lynn murmurou de olhos #uase'echados" olhando para as co*as 'irmes de Gregg" ali perto das suas.

 ) em dDvida ) Gregg concordou. ) 5om algum conhecimento e sem e#uipamentos

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complicados" pode!se sobreviver. 5om poucas coisas pode!se viver con'ortavelmente.

Lynn ouvia encantada o #ue ele lhe contava. ra sobre uma e*peri3ncia em sobreviv3ncia" #uetinha 'eito na Austrlia" #uando era estudante. ercebendo #ue ela estava interessada" Gregg e*plicavatudo nos m7nimos detalhes" parando apenas para acender o cachimbo.

 ) % #ue acha de darmos uma olhada por a#ui+ ) ele sugeriu" depois de terminar a hist-ria. ) osso lhe mostrar como 'uncionam os meus planos de sobreviv3ncia" a#ui mesmo.

Gregg levantou!se e estendeu a mão para Lynn. ,ovamente ela sentiu a#uela estranha e*cita/ão#ue a invadia cada ve( #ue era tocada por ele.

5aminharam para um terreno mais elevado e pararam em sil3ncio durante um momento" olhandoas dunas #ue se estendiam para o sul" numa grandiosidade serena. Lynn levantou os olhos e viu #ueGregg a olhava. >urante um segundo seu olhar 'icou preso ao dele. ntão ela sentiu algo #ue a encheude emo/ão" dei*ando!a" ao mesmo tempo" 'raca e tr3mula. ,ão procurou esconder a languide( ao olh!lode novo.

 ) oc3 é uma garota e tanto" sabia+ ) ele disse" rouco. ) ;arT adora voc3.

Lynn riu embara/ada com tantos elogios e pela pr-pria mani'esta/ão de seus dese4os. la sabia

#ue eles apareciam abertamente em seu rosto. ) K muita gentile(a dele... ) murmurou.

Gregg a segurou pelo bra/o com 'or/a e pu*ou!a para o chão" para #ue deitasse a seu lado. %corpo de Lynn se ar#ueou ao encontro do dele" e seus sentidos pareciam #ue iam e*plodir como umcaleidosc-pio brilhando" no momento em #ue Gregg a bei4ou.

 ) apaiE LynnE ) ra a vo( de ;arT" l na praia.

Lynn sentou!se e arrumou as al/as do mai&. Gregg estendeu!lhe a mão" para #ue ela se levan!tasse.

 ) Algumas ve(es é duro ser pai ) ele 'alou" suspirando. eus olhos ainda estavam pesados de

 pai*ão" ao olh!la.% cora/ão de Lynn batia tão rapidamente #ue ela não teve con'ian/a na pr-pria vo(" para

responder. Ainda sentia o peso das co*as musculosas de Gregg de encontro s suas. >e mãos dadas"voltaram para a praia.

CAPITULO VII

Gregg entrou no barco" tirou o e#uipamento de mergulho e serviu!se de ca'é. %lhou pensativamente para Lynn" depois indagou9

 ) % #ue voc3 acha de uma pe#uena competi/ão num veleiro+ ) em esperar a resposta" elecontinuou.

 ) 8m grupo de amigos est alugando pe#uenos barcos para vele4ar em ;arsh Harbor. amos'a(er uma corrida in'ormal até o 5lube da Plha do irata" no sbado de manhã. Almo/aremos l" depoisvoltamos. u preciso de tripula/ão. % #ue acha de vir 4unto+

Lynn sentiu um arrepio de pra(er. Gregg a tinha convidado para passear com ele.

 ) u adoraria ) ela disse" sorrindo. ) ntretanto" devo avisar #ue não tenho nenhuma

e*peri3ncia em corridas. ) Psto não tem importBncia ) ele 'alou" distra7do.

 ) u lhe darei as ordens. $alve(" #ueira nadar na piscina do clube. enha preparada.

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7/16/2019 Ann Owen - Sonhos Perdidos

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;ais tarde" Lynn achou #ue tinha aceitado o convite impulsivamente. Ainda lembrava da noite desua chegada na ilha >el'im... do aviso de Helen $racy9 Voc3 est a#ui estritamente por motivos

 pro'issionaisV. 5omo a mulher reagiria ao saber #ue Lynn ia participar de um acontecimento social+Agora" não podia mais recusar e resolveu aproveitar ao m*imo o #ue aparecesse" achando #ue ia ser um

 passeio divertido. Ainda assim" seu pra(er estava diminu7do por um pouco de angDstia.

Lynn sentiu!se 'eli( com o pe#ueno guarda!roupa #ue havia tra(ido. % short de 4eans brancoestava -timo" salientando suas pernas bron(eadasF a camiseta listrada de vermelho e a(ul combinava

com os esportes nuticos. scovou os cabelos e amarrou!os com uma 'ita branca.

Gregg trou*e a baleeira até a escada do ancoradouro e com uma mesura lhe estendeu a mão" para#ue ela subisse a bordo. eu olhar demonstrava admira/ão e Lynn sentiu!se satis'eita com a aprova/ãodele.

Gregg parecia um marinheiro" com um suéter a(ul!claro e cal/as brancas enroladas no torno(elo.Lynn percebeu #ue todas as ve(es em #ue via Gregg parecia #ue o 'a(ia pela primeira ve(. stavasempre descobrindo coisas novas. %s mDsculos dos ombros dele... o ar#uear das sobrancelhas. 5adadetalhe parecia encant!la ainda mais.

la sentou!se na proa" 'ascinada" de costas para Gregg. 5omo sempre" o som do motor dominava

tudo. Apesar de não ver nem ouvir Gregg" Lynn percebia nitidamente a presen/a dele e isso parecia provocar nela uma estranha agita/ão.

>escobriu #ue tinha de 'a(er um es'or/o para não pensar muito em Gregg" mas não conseguia...

A#uele momento estava lhe proporcionando a maior alegria. >esli(avam por sobre a gua a(ul"a4udados por uma suave brisa. % sol da manhã era agradvel e morno" o ar" seco e claro. % per'il da ilhaGrande Abaco 'icou delineado no hori(onte.

 ,o momento em #ue chegaram ao ponto de partida da corrida" Lynn tomou consci3ncia do #ue iaacontecer. Gregg tinha dito #ue a corrida seria Vin'ormalV" mas aparentemente não era do tipo de homem#ue dei*a de levar a sério #ual#uer competi/ão.

la o viu 'ran(ir a testa" en#uanto inspecionava a manuten/ão do barco. Lynn veri'icou #ue haviauma garra'a térmica com gua potvel para todos" no barco" e ele 'oi conversar com o comit3 de 4ulgamento da corrida.

Gregg voltou prague4ando contra o comit3" considerando idiota o percurso #ue haviamestabelecido.

 ) Psto 'a( alguma di'eren/a+ ) ela perguntou desastradamente. ) K s- um divertimento. ,ãoestamos #uerendo nenhuma ta/a internacional.

Gregg lhe deu um olhar gelado.

 ) % 'ato de ser uma corrida in'ormal não é desculpa para corrermos desorgani(adamenteE

n#uanto sorteavam a posi/ão para a linha de partida" Lynn viu Gregg sorrindo" mas estava comum brilho estranho nos olhos. la se sentiu tensa e dese4ou 'ervorosamente não 'a(er nenhuma tolice.

 ,ão havia a menor dDvida de #ue Gregg estava levando tudo a#uilo muito a sério.

 ) Nogue a cordaE ) ele gritou" en'iando a cabe/a entre as velas" para veri'icar o estado do barco. ) Jtimo" meninaE stamos com um vento per'eitoE

Lynn enrubesceu com o elogio" mas" na#uele momento" percebeu #ue ele estava totalmenteenvolvido com a corrida e nem notava a presen/a dela.

>epois da con'usão da partida" ele pareceu mais tran#@ilo. stavam liderando um grupo" apenascom mais dois barcos nas pro*imidades.

>urante um instante os olhos de Gregg e de Lynn se cru(aram e ela se lembrou da e*pressão dele#uando a tinha salvado das guas.

 ) st se divertindo+ ) ele indagou e" #uando ela 'e( #ue sim" sorriu de um modo #uase

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in'antil.

 ) =uanto tempo acha #ue esta corrida vai demorar+

 ) Algumas horas ) Gregg respondeu" dando de ombros )" se o vento continuar bom. ) %lhou para a proa" satis'eito" vendo #ue a distBncia entre eles e os outros barcos aumentava.

% dia 'oi 'icando mais #uente e Gregg tirou a camiseta. %s mDsculos de seu peito e dos ombrosdestacaram!se" 'ortes. Lynn lembrou do seu salvamento e da sensa/ão de estar de encontro #uele corpo"

 protegida por a#ueles bra/os 'ortes. er #ue ele abra/ava Helen $racy+ la procurou a'astar esse pensamento #ue a 'a(ia sentir!se 'rustrada e triste. stava se dei*ando levar por 'antasias de adolescentee mais uma ve( resolveu não pensar no encontro com ele.

% som do motor de um barco maior interrompeu seus pensamentos. Agora estavam sendoultrapassados pelo iate Tracy, e Helen" com um grupo de amigos" gritou e acenou para eles.

Helen vestia um macacão vermelho e estava na proa" com os #uadris se salientando contra o céu"como se 'osse uma modelo de revista de moda.

Lynn viu #ue a mulher não parecia satis'eita ao reconhec3!la. Helen ignorou sua presen/a egritou para Gregg" alegremente9

 ) =uer uma cerve4a gelada" #uerido+Gregg sacudiu a cabe/a.

 ) ,ão" obrigado. ou esperar. ) irou!se para Lynn. ) =uer alguma coisa+

er #ue ele tinha percebido o ar aborrecido de Helen+

Lynn sacudiu a cabe/a.

 ) ,-s nos encontramos depois ) ele gritou" acenando para o iate.

% barco maior partiu a toda velocidade" balan/ando o veleiro. Lynn viu Gregg com umae*pressão de raiva no rosto e" seguindo seu olhar" percebeu #ue o suporte do mastro havia #uebrado com

o balan/o. ) A#ueles estDpidos... ) Gregg rugiu" depois sua 'isionomia 'icou tensa. ) ,ão temos

'erramentas... nem pe/as sobressalentes. % mastro est em péssimas condi/6es. A#ui... ) ele gritou ) segure o timão" en#uanto cuido do resto.

Lynn correu para obedecer.

$irando um canivete de marinheiro do bolso" Gregg cortou um peda/o de cordaF depois"trabalhando depressa" pegou o peda/o do mastro #ue estava #uebrando e amarrou!o com a corda. Lynnadmirava a sua compet3ncia" a 'or/a da#uelas mãos #ue com agilidade davam um n- poderoso.

Logo o reparo estava terminado" mas o atraso tinha sido su'iciente para serem ultrapassados

 pelos rivais.Agora Gregg segurava o timão e Lynn viu #ue a raiva dele 'ora substitu7da por uma 'orte

determina/ão. ercebia claramente #ue Gregg ,ichols não era homem de aceitar" resignado" a derrota. Ntinha visto como ele mergulhava no trabalho e agora" na#uela disputa" percebeu #ue ele competia paraganhar.

% barco estava desenvolvendo velocidade total. ;antiveram!se pr-*imos da lideran/a" en#uantose apro*imavam da linha marcada para a chegada. % vento estava mais 'resco e 'orte... 'orte o su'iciente

 para 'a(er ranger o mastro consertado.

 ) $enho de veri'icar o conserto ) ele disse rispidamente. ) egure o timão e mantenha a rotaem dire/ão marca de chegada" ao lado do porto.

le se a'astou e Lynn segurou o timão" virando!se para olhar a manobra de um adversrio #ueestava entre o barco e a marca.

?2

7/16/2019 Ann Owen - Sonhos Perdidos

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% outro barco se apro*imou e" num momento de pBnico" Lynn sentiu #ue ia acontecer umacolisão. ntão" depressa deu lugar ao barco #ue #ueria ultrapassar. ,a#uele momento" percebeu #uetinha sido v7tima de um dos mais antigos tru#ues das corridas de veleiros. eu cora/ão #uase parou.

Lynn viu Gregg levantar os olhos e observar em sil3ncio o barco #ue passava por eles. >epoisvirou!se" como se 'osse di(er alguma coisa... mas contentou!se em apenas bai*ar a cabe/a. la sentiuvontade de chorar. e ao menos ele dissesse alguma coisa. ;as Gregg não disse nada... e o sil3ncio deleera mais do #ue ela podia ag@entar.

=uando chegaram no ancoradouro" a tripula/ão vencedora estava aguardando para apertos demão e outras gentile(as. la ouviu Gregg cumpriment!los pela vit-ria e viu #ue ele não mencionava osdanos so'ridos pelo mastro. ,ão era homem de dar desculpas. Nogava com os trun'os #ue tinha.

Lynn" enrubescida de humilha/ão" não se 4untou a ele no ancoradouro. eu sorriso inseguromostrava claramente #ue não pretendia conversar com ninguém do grupo.

>epois" en#uanto caminhavam para o clube" Lynn tentou acompanhar o passo de Gregg.

 ) Lamento muito ) ela come/ou.

le parou e a 'itou" como se pela primeira ve( percebesse o #ue ela sentia.

 ) %lhe a#ui ) ele disse com 'irme(a )" n-s tivemos uma boa corrida. ,ão temos nada paranos envergonhar. Agora 4 acabou. amos beber alguma coisa. stou ressecado por dentro.

 ,a#uele momento Lynn percebeu #ue Gregg ,ichols era um cavalheiro. la estava morrendo devontade de sentir a#ueles bra/os ao redor de seu corpo" e novamente seus lbios nos dele.

=uando chegaram na varanda 'resca do clube" Helen $racy se apro*imou e deu o bra/o a Gregg.

 ) =uerido" #ue m sorteE oc3 poderia ter vencido 'acilmente. or #ue 'icou para trs+ or #uedeu passagem ao outro barco+

Lynn viu #ue Gregg 'icava tenso e se a'astava de Helen. >urante um instante" ela pensou" e atédese4ou #ue ele dissesse a causa do problema. ;as" em ve( disso" ele disse9

 ) >ei passagem por#ue era um barco mais velo(" com marinheiros -timos. Agora" por 'avor"com licen/a. ou buscar um re'rigerante. =uer alguma coisa" minha #uerida+

le tinha chamado Lynn de Vminha #ueridaV diante de Helen $racyE er #ue estava apenassendo educado+ la não se atreveu a olhar para Helen" na#uele momento. As ondas de ressentimento damulher eram #uase tang7veis.

 ) =uero algo bem gelado ) Lynn respondeu sem 'irme(a. ) 8ma limonada ou algo parecido.

=uando Gregg se a'astou" Helen virou!se para Lynn e sorriu 'riamente" depois disse" mantendo avo( bem bai*a9

 ) N #ue conseguiu estragar a corrida dele" espero #ue 'a/a a gentile(a de se manter o maisa'astada poss7vel. >ei*e!me lembr!la de #ue o seu emprego não lhe permite tomar liberdades do tiposocial. spero ter dei*ado isto claro" de uma ve( por todas.

Lynn não precisou responder" por#ue um 4ovem loiro se apro*imou.

 — Helen" não #uer me apresentar sua linda amiga+ ) ele disse sorrindo para Lynn" admirando!aabertamente.

em nenhum entusiasmo" Helen a apresentou a eter 5ovington.

 ) 8m dos meus convidados ) ela disse rapidamente" antes de Gregg voltar com os drin#ues.

>epois Helen e Gregg se a'astaram e o novo conhecido de Lynn a convidou para nadar.

 ) enha ) ele disse )" vou lhe mostrar onde pode se trocar.

la se sentiu grata por ter alguém para conversar. As Dnicas pessoas #ue conhecia ali eram Gregge Helen" e pretendia 'icar o mais longe poss7vel deles.

??

7/16/2019 Ann Owen - Sonhos Perdidos

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estiu o mai& branco" #ue acentuava sua altura e elegBncia.

eter a estava esperando #uando ela saiu do vestirio 'eminino. le tinha levado os drin#ues parauma mesinha debai*o das rvores" perto da piscina. A sombra era muito agradvel e Lynn come/ou asentir!se mais rela*ada" en#uanto ria com a conversa de eter.

 ,adaram na grande piscina do clube até #ue Lynn percebeu #ue suas bra/adas calmas estavamatraindo olhares de aprova/ão dos outros. ,ão ia se arriscar a dei*ar Helen mais 'uriosa" atraindo a

aten/ão de desconhecidos.eter lhe deu a mão para a4ud!la a sair da piscina.

 ) u aprendi a ser sempre gentil com as mulheres ) ele disse" num tom brincalhão.

Lynn riu" en#uanto passava a mão nos cabelos para tirar o e*cesso de gua.

 ) =uer comer alguma coisa+

Lynn levantou os olhos e deu com Gregg a seu lado" %lhando!a com ar de reprova/ão.

 ) u vou até l buscar um prato ) eter disse" indicando o bu'3.

 ) oc3s dois são muito gentis ) ela disse depressa ) mas eu pre'iro me servir.

$irou da bolsa uma camisa" branca como o mai&" e amarrou!a na cintura. Lynn não tinha a menor idéia de como estava bonita na#uele con4unto branco... alta" bron(eada" com os ombros e os pés nus.

A mesa do bu'3 tinha sido posta sobre a grama" debai*o de um enorme tamarindeiro. ntre ascoisas deliciosas #ue havia ali" ela escolheu aspargos com presunto" abaca*i e #uei4os.

irou!se" procurando um lugar para sentar entre as vrias mesinhas espalhadas no gramado. %soutros dois homens ainda escolhiam coisas no bu'3.

 ) Gregg" #uerido" venha c. ) Lynn ouviu Helen $racy chamar num tom cantado" en#uanto sesentava na mesa mais distante da turma dos $racy.

eter 5ovington tinha acabado de sentar perto dela" #uando Gregg se apro*imou.

 ) stamos sentados l ) ele disse rispidamente" indicando com a cabe/a a mesa onde estavamHelen e seu grupo.

 ) u pre'iro 'icar a#ui" se voc3 não se importa ) Lynn respondeu num tom calmo e 'irme.

5omo resposta" ele pegou o prato dela.

 ) amos para lE

A#uilo era uma ordem de comando e ele virou!se" saindo.

 ) GreggE ) Lynn disse num tom desesperado e seus olhos pareciam implorar. stava bem claro#ue não adiantava pedir nada a ele. #ual#uer coisa #ue 'i(esse s- serviria para atrair mais aten/6es.

Lynn o seguiu" desesperada" acompanhada de eter #ue a abra/ou pela cintura" possessivamente.

 ,a verdade" o almo/o #ue podia ter sido delicioso agora estava completamente arruinado. Lynncomia nervosa e s- respondia com monoss7labos s tentativas de conversa de eter. Helen era so'isticadademais para dei*ar #ue seu aborrecimento e hostilidade aparecessem" na presen/a de outros. lacontrolou!se com per'ei/ão" ao mesmo tempo em #ue ignorava Lynn completamente.

eu 4eito aristocrtico e so'isticado ganhou a admira/ão de Lynn. Gregg se meteu numa conversasobre constru/ão de barcos com os outros homens.

>epois" o grupo come/ou a se dispersar e Lynn não perdeu tempo para escapar. $inha certe(a de#ue Helen ia procurar uma oportunidade para lhe passar outro sermão" e não sabia se seria capa( de

controlar seu temperamento. ,ão conseguia pensar numa discussão em pDblico com a mulher.5aminhou para a piscina" dei*ando cair a camisa numa cadeira e dando um mergulho

espetacular. ,a outra e*tremidade" ela subiu para a borda e sentou!se abra/ando os 4oelhos e olhando as

?

7/16/2019 Ann Owen - Sonhos Perdidos

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nuvens da tarde #ue surgiam sobre Abaco. silenciosamente re(ou para #ue a#uela reunião chegasselogo ao 'im.

 ) e est tentando 'ugir de mim" 4 lhe aviso #ue não vai ser 'cil.

Lynn levantou os olhos e eter sentou!se ao seu lado.

 ) ,ão é nada disto ) respondeu" com um sorriso. le era uma companhia agradvel e"certamente" uma boa desculpa para #ue 'osse evitada #ual#uer con'ronta/ão com Helen $racy.

 ) oc3 veio no barco da sra. $racy+ ) Lynn perguntou.

 ) ,ão" eu estava na corrida.

 ) u também. ,a verdade" estvamos #uase ganhando #uando um imbecil veio sobre n-s" #uasena chegada.

eter deu uma gargalhada.

 ) ui eu" este imbecil. Apostei comigo mesmo #ue voc3 ia #uerer evitar uma colisão" em ve( de pensar apenas em ganhar a corrida. tenho certe(a #ue estou certo. 5laro #ue se estiver errado...

Lynn aceitou a con'issão de eter. A 'ran#ue(a dele a desarmara e #uase acabara completamente

com sua (anga. >e #ual#uer 'orma" Gregg 4 tinha dito #ue a#uele assunto estava encerrado. ) u vou tomar muito cuidado para saber contra #uem estou vele4ando" no 'uturo ) Lynn disse"

'ingindo severidade. ) oc3 4 participou de muitas corridas+

 ) ,enhuma importante. 5orrer é duro" voc3 sabe. u nunca levei a vela muito a sério. ;euesporte 'avorito é o p-lo.

 ) ;esmo+ ) ela perguntou" num tom indi'erente.

eter continuou conversando" mas a aten/ão dela estava em outro lugar. $inha visto Gregg" bron(eado e musculoso" im-vel por um segundo no trampolim. >epois mergulhou calma esilenciosamente. Agora estava cru(ando a piscina com bra/adas 'ortes e longas.

 ) m #ue est pensando... assim tão séria+ ) eter perguntou. ) Acho #ue não ouviu minhahist-ria 'ascinante sobre a temporada de p-lo em AiTen. ) le brincou" colocando a mão casualmentena co*a dela.

Lynn sorriu com um ar de culpa.

 ) >esculpe ) ela disse )" o #ue 'oi+

 ) u me torno aborrecido" #uando come/o a 'alar sobre p-lo ) ele admitiu. ) =ue tal um passeio+

%s 4ardins do clube eram lindos. eter lhe contou #ue ali tinha sido a casa de inverno de um lordeingl3s. Havia alamedas en'eitadas com hibiscos cheios de 'lores vermelhas e amarelas e um lindogramado com o mar a(ul ao longe.

 ) oc3 me disse #ue ia 'icar em Hopetown+ ) eter perguntou ao voltarem para a beira da piscina" momentos depois.

Lynn 'e( #ue sim.

 ) $alve( possamos nos encontrar outra ve(" en#uanto estou a#ui ) ele sugeriu" colocando um bra/o sobre os ombros dela.

 ) se vestirE stamos indo embora.

 ,em Lynn nem eter tinham visto Gregg se apro*imar por trs. la virou!se" assustada. A

e*pressão de Gregg mostrava claramente #ue ele estava 'urioso. ) u terei muito pra(er em levar voc3 de volta ) eter o'ereceu" ansioso.

Gregg não esperou a resposta de Lynn.

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7/16/2019 Ann Owen - Sonhos Perdidos

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 ) la vai comigo ) disse" num tom #uase rude.

Lynn 'icou vermelha de vergonha. la era capa( de responder por si mesma e estava comvontade de di(er isso.

Ah.. . ele #ue se aborre/aE" ela pensou 'uriosa" en#uanto se despedia de eter e caminhava para ovestirio. stava irritada consigo mesma" por#ue a corrida tinha sido tão desagradvel" por#ue Helen lhe

 passara um sermão" por causa da tensão durante o almo/o e agora por#ue Gregg" aparentemente"

resolvera demonstrar sua autoridade.Lynn sentou!se em sil3ncio" en#uanto Gregg se preparava para colocar o barco em movimento.

la estava imaginando o #ue o tinha 'eito 'icar com tal mau humor. $alve( ele tivesse discutido comHelen. Ainda assim" não havia motivo para ser rude com ela ou com eter 5ovington. A'inal" o rapa(#uisera apenas ser gentil.

% vento era leve e Lynn disse a si mesma #ue a viagem seria muito longa" se continuasse na#uelesil3ncio. :esolveu esperar #ue ele tentasse uma conversa" pois não #ueria se arriscar a ter uma respostadesagradvel.

 ) >ivertiu!se+ ) ele indagou" 'inalmente.

 ) ;uito ) ela respondeu num tom distante. arecia #ue ele não tinha percebido nada sobre aatitude de Helen. Lynn decidiu não tocar na#uele assunto.

 ) arece #ue voc3 gostou da companhia de eter 5ovington.

e o bom senso não lhe dissesse #ue a#uilo era uma bobagem" Lynn teria pensado #ue Greggestava com ciDmesE

 ) le é muito simptico ) ela respondeu" num tom casual. ) 8ma pessoa muito humana.

 — 8m maldito diletante ) Gregg disse" (angado. ) ,unca teve um dia de trabalho honesto emtoda a sua vida. Acho #ue voc3 o dei*ou bei4!la.

 ) $alve( sim ) Lynn disse" distra7da. ) le é uma boa companhia para uma tarde.

 ) :ealmente. 0em" se eu tenho de di(er algo de bom... pre'iro não 'alar sobre eleE

 ) ntão" não vamos discuti!lo ) Lynn disse 'riamente.

Gregg mergulhou no sil3ncio" dei*ando!a imaginar por #ue ele estava agindo de modo tãoin'antil. eria esse o Gregg maduro e calmo #ue a colocara tão vontade" depois de terem perdido acorrida+ or #ue motivo estava (angado com eter 5ovington+ Aparentemente parecia aborrecido

 por#ue ela tinha se divertido em companhia de eter. ,ovamente" ela achou #ue Gregg estava se com! portando como se sentisse ciDme. % ciDme" geralmente" causa um comportamento irritadi/o nas pessoas.

;as isso signi'icava #ue ele tinha algum interesse nela. esta idéia Lynn a'astou como sendototalmente rid7cula. Helen $racy tinha dei*ado bem claro #ue ela e Gregg eram muito mais do #ue bons

amigos. ra verdade" também" #ue Helen tinha tratado Lynn como se 'osse uma intrusa desagradvel.%bviamente" ela considerava #ue Lynn estava usando seu emprego para ter vantagens sociais. resolvera manter a mo/a em seu devido lugar.

 ) or #ue este suspiro pro'undo+ ) Gregg interrompeu a corrente de pensamentos dela. ) stassim tão cansada+

 ) ,ão. ,em um pouco. K #ue me sinto tran#@ila... ) ela mentiu.

 ) ntão" talve( #ueira segurar o timão" durante algum tempo.

ra evidente #ue o mau humor tinha passado. le deu espa/o a ela" no timão. A pro*imidade deGregg lhe causava novamente a#uelas sensa/6es estranhas... o cora/ão disparava e ela sentia um calor 

intenso invadir seu corpo. entia o corpo dele ao lado do seu" sua respira/ão pr-*ima ao rosto. stavaintensamente consciente da corrente elétrica #ue parecia e*istir entre ambos.

%bservaram o sol se p&r no hori(onte" atrs de Grande Abaco" depois os raios de lu(" a princ7pio

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7/16/2019 Ann Owen - Sonhos Perdidos

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de um vermelho incandescente" se tomaram rosados. Lynn sabia #ue estava sens7vel demais aomagnetismo de Gregg" masculinidade dele" mas durante um momento sentiu!se totalmente 'eli(.

A escuridão come/ava a cair #uando chegaram ao ancoradouro de Hopetown. Lynn sentiu umarrepio de surpresa e pra(er ao perceber #ue Gregg pretendia acompanh!la até em casa. 5aminharamem sil3ncio e o luar se 'iltrou entre as rvores" iluminando o caminho. As palmeiras se balan/avam coma brisa suave.

 ) %brigada por este dia lindo ) Lynn come/ou #uando chegaram ao portão.;as" de repente" ela não conseguiu continuar. le a pu*ou para perto de seu corpo e a bei4ou com

'or/a. Agora" Lynn podia sentir as batidas do cora/ão dele. eu corpo se derreteu contra o de Gregg enada mais e*istia" além da#ueles bei4os" das mãos dele em seu corpo" da submissão #ue sentia e da'ra#ue(a" acompanhadas de um pro'undo amor.

ntão" de repente" ele a empurrou rudemente e a segurou a distBncia" com 'or/a" 'a(endo com#ue os dedos penetrassem na carne dela.

 ) % #ue acha do meu bei4o" comparado com o de eter+ ) ele indagou.

" antes #ue ela pudesse responder" Gregg a'astou!se" dei*ando!a tr3mula de raiva e saudade.

CAPITULO VIII

 ) ou tirar alguns dias de 'olga da pes#uisa ) Gregg disse a Lynn" en#uanto ela se preparava para descer em terra num dia de trabalho" bem cedo" num dos reci'es de corai. ) stou indo de avião para Andros esta tarde" buscar o barco. ou demorar alguns dias para colocar as velas e o e#uipamentonecessrio a bordo. >epois" se o vento e o clima permitirem" levarei ainda umas vinte e #uatro horas

 para chegar a#ui. oc3 pode dormir até tarde.

 ) ai vele4ar so(inho+ ) Lynn perguntou" levemente preocupada.

Gregg a olhou pro'undamente.

 ) =uer saber se Helen est indo comigo+ Namais. la acha os veleiros muito descon'ortveis.;as" e se ela 'osse+

% tom de vo( dele #ueria di(er claramente #ue Lynn não tinha nada a ver com a#uilo. $ratava!sede um assunto #ue não era de sua conta.

la sentiu #ue enrubescia de indigna/ão.

 ) u não perguntei nada deste tipo ) ela respondeu. ) - estava preocupada em saber se uma

 pessoa conseguiria vele4ar so(inha até a#ui... se 'or preciso segurar o timão e mane4ar as velas aomesmo tempo+ ;as" 'rancamente" agora não me importo nem um pouco. ) la subiu a escada ecaminhou pelo ancoradouro. sperava #ue ele não visse as lgrimas em seus olhos.

Gregg ,ichols 'icou olhando!a" pensativo" durante alguns momentosF depois virou o barco e saiua toda a velocidade para a entrada do porto.

Lynn correu para casa 'ugindo da#uela cena com Gregg" mas também para escapar de seu pr-prio embara/o. er #ue o descontrole nervoso tinha mostrado seus sentimentos+ e ao menos tivesseconseguido parecer 'ria e indi'erenteE 5omo se despre(ava por dei*!lo ver o #uanto ele conseguia

 perturb!laE icou agradecida por não terem de trabalhar 4untos durante algum tempo.

%s pr-*imos dias 'oram muito ocupados. Lynn arran4ou coisas para 'a(er em todos os minutos"tentando não pensar em Gregg.

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7/16/2019 Ann Owen - Sonhos Perdidos

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Acordava de manhã bem cedo e trabalhava na tese" tomando uma *7cara de ch #ue levava para am#uina de escrever. >epois rela*ava os mDsculos com um mergulho" corria pela praia" vestia umacamiseta e uma saia de algodão" tomava outra *7cara de ch com torradas e geléia e sa7a para dar aulasaos garotos.

8m dia ;arT lhe trou*e um colar #ue tinha 'eito com conchinhas.

 ) %h" ;arT" #ue lindoE ) ela e*clamou" en#uanto colocava o colar no pesco/o. ) %brigadaE

ou lembrar de voc3 sempre #ue usar este colar. vou us!lo muitas ve(esE ) u #ueria 'icar para irmos vele4ar" mas Helen disse #ue tenho de voltar direto para casa. la

'ica mais mandona do #ue nunca" #uando papai não est.

obre ;arT" Lynn pensou. Helen #ueria controlar o 'ilho do mesmo modo #ue procuravacontrolar o pai.

Lynn tentou alegr!lo com a promessa de #ue iriam vele4ar até a ilha da 5averna" um dia" e procurar o tesouro #ue" possivelmente" estaria escondido l. oderia ser #uando o pai dele chegasse edesse a permissão.

C noite ela organi(ava as anota/6es #ue tinha datilogra'ado para Gregg. eus pensamentos se

misturavam entre a antecipa/ão do pra(er com a volta dele e a satis'a/ão #ue Gregg teria com oe*celente trabalho #ue havia 'eito. Ao mesmo tempo" sentia!se (angada por estar tentando agradar a umhomem #ue não se importava nem um pouco com seus sentimentos.

Apesar de sua atividade 'renética" Lynn sentiu um va(io interior durante a#ueles dias. 8m va(io#ue" ela odiava reconhecer" era causado pela aus3ncia de Gregg.

8m vento noroeste desagradvel come/ou a levantar ondas altas em dire/ão praia. ,adar estava 'ora de #uestão. Lynn resolveu dar um passeio pelas dunas no lado oeste da ilha. 5om as mãosnos bolsos" ela caminhou 'irme em dire/ão duna mais alta. arou l" de costas para o vento" com oscabelos esvoa/ando e sentindo a areia passar voando contra suas pernas. % mar parecia estar atacando ailha" com ondas rpidas e altas.

n#uanto olhava para o sul" come/ou a perceber as velas de um veleiro de mastro alto. %bservouencantada o barco se apro*imando. =uem #uer #ue o vele4asse" era um mestre nesta arte. stavaconseguindo se dirigir para o porto" na crista do vento" #ue estava 'orte e dominador. Lynn observou"admirada" as linhas do barco" e de repente sentiu uma chama dentro de si. er #ue era... era... Gregg

 ,ichols+ %bservou o interior do barco" #ue se dirigia para a entrada do porto e ancorava" calmamente.

% primeiro impulso de Lynn 'oi sair correndo" em dire/ão ao porto. eu cora/ão batiadescontrolado com a alegria pela volta de Gregg. ;as" ao lembrar do Dltimo encontro" ela se controlou e"com uma dor no peito" caminhou lentamente para casa.

% vento talve( 'i(esse com #ue os meninos não aparecessem" pois não se arriscariam a vir no pe#ueno barco. la tentou come/ar seu trabalho com as anota/6es" mas não conseguia se concentrar esentia!se impaciente. ;eia dD(ia de ve(es 'oi até a 4anela e olhou o iate se balan/ando no porto.

inalmente" desistiu de 'ingir #ue trabalhava" colocou a chaleira no 'ogo" para 'a(er um ch" eescolheu um livro na estante" acomodando!se na poltrona. ;omentos depois" 4ogou o livro de lado emais uma ve( 'oi até a 4anela. 8ma alegria interna" descontrolada" pareceu domin!la #uando viu Gregg

 ,ichols se apro*imando. Lynn parou um momento" para se controlar" antes de abrir a porta. le estavalindo" com um boné a(ul e camisa aberta no peito. Lynn olhou!o espantada e im-vel.

 ) 0em" acha #ue posso tomar uma *7cara de ch+ ) ele perguntou" sorrindo. ) %uvi a chaleiraassobiando" antes de chegar a#ui.

>epressa" Lynn colocou as 'olhas de ch no velho bule" agarrou a chaleira e despe4ou a gua"dei*ando o ch descansar. irou!se e viu Gregg encostado na porta" observando!a divertido.

 ) ente!se. % ch vai 'icar pronto em um minuto. $eve uma viagem agradvel+

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7/16/2019 Ann Owen - Sonhos Perdidos

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la parecia calma" mas seu tom de vo( estava um pouco tenso" pois não tinha es#uecido doDltimo encontro.

 ) oi uma viagem -tima" apesar de um tanto perturbada com a passagem de outrasembarca/6es. ;as" como voc3 pode ver" o barco não virou.

Lynn sentiu!se enrubescer" en#uanto servia o ch.

 ) % veleiro est indo muito bem. u realmente gostaria de e*ibi!lo um pouco mais. =uer vele4ar 

amanhã+ oc3 nem imagina como é di'7cil segurar o timão e manobrar as velas" ao mesmo tempo.stava bem claro #ue Gregg não tinha gostado da#uele comentrio dela e este era o seu 4eito de

dei*!la saber disto.

Lynn poderia ter dito algo educado e inteligente" mas apenas sorriu e sacudiu a cabe/a" emsil3ncio" dei*ando transparecer sua tremenda 'elicidade com o convite. e ao menos ela não 'osse tãotransparenteE

 ) ai ser -timoE

Gregg terminou o ch e levantou!se.

 ) ,ão h aulas no sbado" portanto" partimos s de( horas. u pego voc3 no ancoradouro. ele partiu. la nem lembrou de lhe mostrar as anota/6es das #uais sentia tanto orgulho.

 ,a manhã seguinte" Lynn vestiu uma camiseta com decote em VV e 4eans a(ul!claro" bem 4usto.n'iou o mai& na sacola" 4unto com um chapéu branco.

5hegou ao ancoradouro e*atamente s de( e Gregg 4 estava l. le conversava com um grupode homens #ue tinha se 4untado ali para admirar o veleiro.

=uando ela se apro*imou" Gregg a'astou!se do grupo e desamarrou as cordas #ue prendiam um bar#uinho ao ancoradouro. Nogou a sacola dela l dentro e lhe indicou um banco na proa. ;omentos

depois levava o pe#ueno barco até o grande veleiro" ancorado mais ao longe" e indicou a escada parasubirem a bordo.

Lynn" embara/ada" procurou segurar a corda #ue ele lhe o'erecia.

 ) amos logoE ) Gregg ordenou. =uando Lynn colocou o pé na escada" ele continuou9 ) stes#uecendo de se segurar bem. =ue péssima marinheira...

la sentiu!se ainda mais embara/ada.

 ) Agora ) ele disse" subindo rapidamente )" v para o timão e d3 a partida" en#uanto lido comas velas.

A e*peri3ncia dela era com veleiros pe#uenos e nenhum deles tinha um motor de partida.

;omentos depois Gregg voltava e dava a partida apertando um botão" murmurando algo #ue elanão entendeu. >epois virou!se para Lynn" aborrecido.

 ) u pensei #ue voc3 soubesse vele4ar ) 'alou rispidamente. ) ,ão sabe o su'iciente para dar a partida+ o bar#uinho l embai*o... voc3 não amarrou direito. e a#uela corda se enroscar na hélice"não vamos sair da#ui durante um bom tempoE

Lynn resmungou um pedido de desculpas. stava (angada e ressentida. le podia ter dito a#uelasmesmas coisas de um modo mais educado" se #uisesse poupar os sentimentos dela. ,ão era um homem

 paciente.

 ) l na 'rente e" #uando eu der o sinal" des/a a vela principal.

em olh!lo" Lynn 'e( o #ue ele mandava. icou na popa do barco" en#uanto entravam numcanal. $inha decidido ignorar os comentrios desagradveis dele" 'ingir #ue não estava magoada" 'ingir #ue ele não a estava 'a(endo sentir!se uma estDpida.

?S

7/16/2019 Ann Owen - Sonhos Perdidos

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>epois de sa7rem do porto" Gregg a chamou para segurar o timão.

 ) ou manobrar as velas. ;antenha o rumo norte" na dire/ão da ilha ;atelot.

Lynn olhou para a bDssola.

 ) >u(entos e vinte e oito graus" senhor.

la sorriu diante da surpresa dele. $inha ganho um ponto.

n#uanto Gregg trabalhava com as velas" Lynn o observava" admirando seus mDsculos 'ortes"seus bra/os e ombros delineados contra a brancura das velas.

Gregg voltou para segurar o timão.

 ) Agora" v amarrar o bar#uinho direito.

la saiu depressa" para cumprir a ordem.

 ) amos manter o rumo" mas inclinar um pouco. ,ão pretendo ver o barco encalhado nestes bancos de areia.

ele4aram em sil3ncio" Gregg olhando para as ilhas de ve( em #uando" depois observando asvelas.

stava um dia lindo" claro e seco" com uma brisa suave #ue parecia ter sido 'eita especialmente para vele4ar.

 ) ai encontrar uma garra'a térmica com ch gelado no re'rigerador ) Gregg disse. ) H duas*7caras sobre o armrio. ode se servir" se #uiser.

Lynn desceu e se encontrou numa espa/osa cabine. % sol entrava pelas vigias" re'letindo!se nosmetais e no mogno da mob7lia. Havia um so' esto'ado num canto" uma grande estante de livros sobreele e" es#uerda" a co(inha" pe#uena mas su'iciente. 8ma mesa dobrvel" cadeiras" arcas... mais adiante"

 banheiro e um armrio. A porta com espelhos abria para uma sala de observa/ão" com arcas por toda parte. ra um veleiro magn7'ico" ela pensou. 5ompletamente di'erente do iate de Helen" #ue parecia um

apartamento decorado com mau gosto.scolheu duas grandes canecas e serviu o ch. eu cora/ão 'icou pe#ueno #uando ouviu Gregg

cham!la pelo nome. ra incr7vel" mas ele nunca a tinha chamado pelo nome e ela 'icou 'eli( ao ouvi!lo.

 ) u disse l ) ele chamou de novo. ) ai ver um suéter sobre um baD. $raga!o" por 'avor.

Algo estranho e perturbador aconteceu com Lynn ao segurar a#uele suéter. " durante ummomento" abra/ou!o. >epois" atirou!o para Gregg.

 ) 0em" o #ue est achando+ ) Gregg perguntou" en#uanto tomavam o ch.

 ) % barco é lindoE ) Lynn respondeu com sinceridade. ) u 4 tinha ouvido 'alar de barcoscomo este" mas nunca estive em nenhum. le tem estilo" é muito di'erente das embarca/6es de corridaou dos iates elegantes #ue se v3 em ;iami.

Gregg não deu resposta" mas seu sorriso di(ia claramente #ue tinha gostado do #ue ouvira.

 ) =ual vai ser o nome dele+ ) Lynn #uis saber.

 ) ou pensar nisto ainda ) ele respondeu. ) =uer vele4ar um pouco+ ou levantar as velas evoc3 ver como ele voa.

Lynn 'icou com o timão e Gregg 'oi para as velas.

la achou uma e*peri3ncia deliciosa dirigir a#uele lindo veleiro sobre o mar cor de sa'ira. ;as"apesar disso" era o 'ato de estar com Gregg #ue a 'a(ia sentir!se 'eli(... era o amor... amor pelos veleiros"

#ue ambos sentiam e #ue 'a(ia a#uele dia di'erente de todos os outros.la dirigiu cuidadosamente na dire/ão do vento" como tinha visto Gregg 'a(er" no dia anterior.

%uviu os ru7dos da madeira sobre as ondas e seus pensamentos se perderam na 'antasia de morar a bordoda#uele iate... de ir com Gregg para lugares e*-ticos...

U

7/16/2019 Ann Owen - Sonhos Perdidos

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 ) >e #ue est sorrindo+ ) ele perguntou.

Lynn olhou!o espantada" enrubescendo e sentindo #ue estava se traindo.

 ) u estava apenas me divertindo ) ela disse" olhando para as ilhas ao longe.

 ) oc3 é uma -tima marinheira ) ele disse e Lynn 'icou contente com o elogio.

% sol estava bem #uente #uando ancoraram numa pe#uena ba7a de uma ilha desabitada.

 ) =uer dar um mergulho+ ) Gregg perguntou" recolhendo as velas.Lynn vestiu o mai& e subiu na borda do barco" olhando a pro'undidade. >epois" mergulhou

calmamente nas guas claras. >eu algumas bra/adas" depois virou de costas e boiou" sentindo!secompletamente entregue ao pra(er de 'lutuar na gua" na#uele momento.

% sol brilhante" re'letindo na gua" cegou!a por um momento. Lynn não viu Gregg até #ue eleestivesse a

seu lado. >e repente" ela sentiu o cora/ão disparar" ao observ!lo nadando com calma" como se agua 'osse o seu elemento natural.

=uando Lynn saiu para a praia" ele 4 estava sentado l" com os bra/os descansando sobre os

 4oelhos. la não sabia #ue compunha um #uadro lindo" caminhando pelas ondas" para sair do mar"en#uanto gotas de gua desli(avam por seu corpo bron(eado. Lynn sentou!se ao lado dele" na areia" e'icaram algum tempo em sil3ncio. la s- pensava na#uele homem e na sorte #ue tinha tido em encontr!lo...

Gregg parecia satis'eito e Lynn surpreendeu!se perguntando9

 ) m #ue est pensando+

e ele se espantou com a pergunta" não dei*ou #ue ela notasse.

 ) stava pensando #ue se 'or l bai*ar a vela menor" poderei tra(er o barco um pouco mais perto da praia. or #ue #uis saber+ ) ele perguntou" virando!se para olhar Lynn.

la deu de ombros. % #ue poderia di(er+ % #ue #ueria #ue ele dissesse+

 ) amos ) Gregg levantou!se" estendendo a mão para ela e continuando a segur!la" depois deterem entrado na gua.

Lynn re(ou para #ue ele não a olhasse. 5omo poderia dis'ar/ar a perturba/ão #ue a dominava+8ma mistura de alegria por ele toc!la e consterna/ão por sua rea/ão diante disso.

A bordo" ela se vestiu" escovou os cabelos e amarrou!os com uma 'ita a(ul.

aiu da cabine e encontrou Gregg se movimentando ruidosamente no convés.

 ) amos logo ) ele disse" indicando os degraus. ) amos almo/ar.

Lynn descobriu uma pe#uena mesa posta para dois" no convés" com uma garra'a de vinho no balde de gelo. % aroma da comida 'e( com #ue sua boca se enchesse de gua. Gregg lhe passou um pratoe 'oi sentar!se com ela" mesa.

Lynn achou #ue nunca tinha provado uma re'ei/ão tão deliciosa. Havia pedacinhos de lagostacom molho picante e arro(. ,uma saladeira de madeira" al'ace crespa" misturada com pedacinhos deabacate e cebola" temperados com a(eite e suco de lima. % vinho branco" seco" era o complemento

 per'eito para a#uele almo/o simples.

 ) st deliciosoE ) Lynn elogiou" entusiasmada.

 ) ,ada disto ) Gregg dispensou o elogio. ) u tenho preparado melhores re'ei/6es nos

Dltimos anos. ,ão h mistério nenhum em co(inhar bem.Gregg estava calmo e de muito bom humor. Lynn ainda não o tinha visto assim. Geralmente" não

importava o #ue ele 'i(esse" levava a sério. Agora" divertia!a com hist-rias de sua in'Bncia.

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Apesar de ele não di(er e*atamente isso" Lynn dedu(iu #ue seu pai milionrio e a mãe"interessada nas 'estas da sociedade" não tinham muito tempo para o 'ilho. Gregg havia sido criado por uma governanta" até ter idade su'iciente para ser enviado a um colégio interno na u7/a. ra l #ueestudavam os 'ilhos das 'am7lias ricas de idnei" e se Gregg não gostara da escola" não dava o menor sinal disso.

Lynn era uma ouvinte alenta. :iram 4untos pela primeira ve( e ela sentiu uma espécie de cho#ueelétrico" #uando ele colocou sua mão sobre a dela e disse gentilmente9

 ) e#uena Lynn" voc3 me proporcionou horas agradveis... s- com a sua presen/a.

>urante um longo momento os dois se olharam. la sentiu seu cora/ão bater mais depressa aover os lbios dele se apro*imando. As mãos de Gregg lhe acariciaram as costas" cada ve( mais ansiosas"como se ele sentisse 'ome. >epois come/aram a lhe acariciar os seios" #ue se enri4eceram ao seremtocados. la lutou para se controlar" para apagar as chamas #ue sentia subir dentro de si. ,ão podiadei*ar #ue suas emo/6es a dominassem. eu corpo 'icou r7gido #uando Gregg a largou e ela sentiu umavontade terr7vel de voltar para dentro da#ueles bra/os.

:apidamente" o momento mgico passou e ele olhou o rel-gio.

 ) ;eu >eusE ,ão #uero entrar em Hopetown na hora da maré bai*a. amos sair voando da#uiE

Lynn tirou a mesa e arrumou o convés" en#uanto Gregg se preparava para seguirem viagem.

>urante a volta ele se manteve #uieto" dando toda a aten/ão ao barco. Lynn tinha certe(a de #ueele estava preocupado" #ue os momentos de bom humor haviam acabado. Agora" com Gregg

 praticamente mudo" ela decidiu também 'icar em sil3ncio.

ra #uase noite" #uando ancoraram em Hopetown. em di(er nada" os dois 'icaram observando o p&r!do!sol" silenciosamente" sobre o mar cor de ametista. Aos poucos a lua nova subiu pelo lado oeste docéu. % Dnico som era o das ondas" #uebrando na praia" e Lynn sentiu #ue o dia mais 'eli( de sua vidaestava chegando ao 'im.

Gregg #uebrou a#uela magia levantando!se para buscar as coisas de Lynn e descer para o

 bar#uinho. la desceu pela escada lateral do veleiro e sentou!se na proa. ) oi um dia maravilhoso ) ela come/ou" #uando se preparavam para desembarcar.

 ) ode se trocar e voltar a#ui" dentro de meia hora+ ) Gregg interrompeu. ) ou lev!la para 4antar no 5lube da Plha de 5oral.

A#uilo parecia mais uma ordem do #ue um convite" mas Lynn engoliu a resposta #ue sentiavontade de dar.

Gregg era di'erente de todos os homens #ue havia conhecido. la 'e( #ue sim.

 ) ntão" v andando ) ele disse secamente. ) oc3 sabe #ue não gosto de esperar.

Lynn vestiu um saron de seda estampada em !atik #ue combinava com sua pele e soltou oscabelos #ue agora 'ormavam ondas suaves ao redor do rosto. 5al/ou sandlias de couro" colocou o colar #ue ;arT havia 'eito e en'iou dois braceletes dourados nos bra/os.

A anima/ão de se aprontar para sair com Gregg dei*ava suas mãos tr3mulas e ela aplicoudepressa um pouco de batom rosado. %lhou o espelho e disse a si mesma #ue nunca estivera tão bonita.

Ao sair de casa" ela parou para olhar a escuna branca" l embai*o" no porto. $inha de aceitar osimples 'ato de #ue sentia amor por a#uele australiano moreno. $inha tentado ocultar esse sentimento desi mesma" di(endo #ue era admira/ão pela intelig3ncia dele" pelos seus talentos" pelo #ue 4 tinhareali(ado... procurou trans'ormar o amor em algo com #ue pudesse lidar mais racionalmente" mas nãoconseguiu.

Gregg estava parado no ancoradouro e ela admirou seu per'il" en#uanto ele tirava uma ba'oradado cachimbo. estia!se com a elegBncia de sempre" camisa branca" aberta no peito" cal/a cin(a e um!la"er marinho.

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 ) or #ue eu sempre tenho de 'icar esperando+ ) ele disse" 'ingindo #ue estava aborrecido.

;as o olhar ao receb3!la demonstrava aprova/ão.

% clube era uma casa bai*a" en'eitada com traves de madeira. % teto tinha sido en'eitado com'olhas de palmeira e as 4anelas grandes davam para as ilhas de coral" a leste do mar de Abaco.

$omaram alguns drin#ues e 4antaram pei*e com mamão acompanhado do saboroso arro( modadas 0ahamas. Gregg conversava agradavelmente sobre o barco. >epois" um piano e um violão 'i(eram o

'undo musical para a conversa deles. ) =ue colar bonito ) ele comentou. ) oc3 4untou as conchinhas+

 ) ;arT o 'e( para mim e eu adorei ) Lynn respondeu" acariciando as conchas.

 ) le gosta muito de voc3 ) Gregg 'alou suavemente. ) K a primeira mulher de #uem eleconsegue gostar" desde #ue a mãe morreu.

;omentos depois" ap-s terem terminado de comer e tomar ca'é" Gregg perguntou9

 ) =uer dan/ar+ ) la levantou!se e sentiu os bra/os dele a seu redor.

A conversa parou #uando Gregg pousou seu #uei*o na testa de Lynn e ternamente lhe bei4ou a

 ponta da orelha. la tremeu e imaginou se ele estaria ouvindo seu cora/ão disparado. ) eu rosto est #uente ) ele murmurou. ) $omou muito sol+

la 'e( #ue sim" com a cabe/a" sem se atrever a responder.

;ais tarde" en#uanto tomavam outro ca'é" Lynn viu Helen $racy entrar com ;illie e Archie5raig. Gregg estava de costas para a entrada e não percebeu a chegada de Helen" até #ue ela parou aolado da mesa.

 ) ,ão" não" #uerido. ,ão se levante. ) la colocou a mão no ombro de Gregg. ) ,-s vimos oseu barco" mas achamos #ue voc3 devia ter se atrasado por causa do mau vento" ao vir de Andros. =uegentile(a a sua" parar a#ui para visitar a srta. HartwellE ) Helen parecia tomar conhecimento de Lynn

 pela primeira ve(. ) enhorita" pode me acompanhar um momento+ H um assunto #ue eu precisodiscutir urgente com voc3.

e Helen esperava #ue sua presen/a ali embara/asse Gregg" ele não deu nenhum sinal disso.Apenas consentiu e chamou o gar/om para pedir a conta.

Helen caminhou para o toalete e" depois #ue entraram" virou!se para Lynn.

 ) rta. HartwellE ua conduta é indesculpvelE =uando chegou" me garantiu #ue tinhaentendido sua posi/ão claramente. A gentile(a do sr. ,ichols é simplesmente um modo de lhe agradecer 

 pela pe#uena a4uda #ue deu pes#uisa dele. ,em por um momento conclua #ue signi'ica mais do #ueisto. oc3 saiu 'ora da linha" aceitando o convite dele. >ei*e!me avis!la" de uma ve( por todas" #uevoc3 pode ser substitu7da" se houver mais algum desli(e da sua parte.

Helen $racy saiu apressada.

Lynn 'icou sem '&lego e com o cora/ão aos pulos. Nogou um pouco de gua 'ria no rosto" depoisen*ugou!se numa toalha. 5omo tinha sido tola em pensar" por um momento" #ue um homem comoGregg ,ichols podia ter algum dese4o sério em rela/ão a uma garota ine*periente #ue s- #ueria terminar sua teseE eu cora/ão continuava disparado e agora ela estava terrivelmente aborrecida com a pr-priaingenuidade. ,aturalmente" ele a tinha convidado para vele4ar e para 4antar apenas para lhe agradecer 

 pela a4uda na pes#uisa. n#uanto pessoa" realmente" não lhe interessava. Agora" sentia!se #uaseagradecida a Helen por ter dei*ado a#uilo bem claro.

enteou o cabelo" passou batom" sorriu e caminhou para o restaurante a 'im de encontrar Gregg.

$inha de parar com a#ueles pensamentosEle se despediu de Helen e dos 5raig e saiu com Lynn.

 ) oc3 me parece um pouco nervosa ) comentou. ) st se sentindo bem+

?

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 ) ;uito bem ) ela respondeu.

$inha certe(a de #ue ele não descon'iava de nada sobre a cena do banheiro. isso era a sua Dnicaesperan/a de terminar a#ueles Dltimos momentos de uma noite #ue acabara mal.

 ) %brigada por este dia tão agradvel ) ela disse" sorrindo" e come/ou a subir a escada.

 ) u a acompanho até em casa.

 ) ,ão" por 'avorE ) Lynn protestou. ) 0oa noite.Apressou!se para #ue ele não pudesse segui!la nem ver as lgrimas #ue surgiam em seu olhos.

CAPITULO IX

 ,a manhã de domingo" Lynn acordou cansada" depois de uma noite horr7vel. % vento sopravacom 'or/a e a chuva batia contra a casa. la se sentia 'raca e 'ebril" com dor de garganta. e( uma *7carade ch" mas não conseguiu tom!la pois sentia dores ao engolir. Gregg tinha dito #ue ela estava #uente"mas Lynn atribu7ra a#uilo ao e*cesso de emo/6es. ;as" agora" era -bvio #ue estava doente.

oltou para a cama" deitou e 'echou os olhos. >urante um instante sentiu uma terr7vel saudade decasa. N era horr7vel 'icar so(inha" na#uela situa/ão con'usa... e agora" doente" era mais do #ue ela podiaag@entar. >ese4ou 'ervorosamente voltar para casa por meio de algum passe de mgica.

are de sentir pena de si mesma" Lynn Hartwell" ela pensou. até uma en'ermeira e ve4a o #ue pode ser 'eito.

estir o 4eans e a camiseta pareceu acabar com o resto de suas 'or/as. %lhou!se ao espelho" penteou os cabelos e 'icou espantada ao ver seu aspecto doentio. $irou o abrigo com capu( do cabide edirigiu!se para a porta. $eria de caminhar até a en'ermeira... e era longe. entia!se tão 'raca e cansada...

sua cabe/a rodava...

Lynn abriu os olhos e viu Gregg e a en'ermeira de pé" perto da cama.

 ) 5omo... ) ela come/ou" lutando para sentar. Gregg empurrou!a novamente para ostravesseiros.

 ) i#ue deitada ) 'alou gentilmente. ) oc3 parecia doente na noite passada. u vim veri'icar e a encontrei desmaiadaF carreguei!a até a#ui e 'ui buscar a en'ermeira.

 ) oc3 est com 'ebre alta ) a en'ermeira disse" colocando um len/o molhado sobre a testa deLynn. ) st também com dor de garganta" não+

Lynn 'e( #ue sim.

 ) oi o #ue pensei.

% tom con'iante da mulher lhe deu mais seguran/a.

 ) ;uitas crian/as no vilare4o estão com uma in'ec/ão semelhante. Aparentemente" ela atacacom mais 'or/a os adultos. oc3 ter de 'icar de cama" tomando antibi-ticos. Pn'eli(mente" os meusacabaram e" com este tempo" acho #ue o :uivo não vir de ;arsh Harbor. amos tentar diminuir sua'ebre com aspirinas e 'ric/6es de lcool. % sr. ,ichols vai se comunicar com a cl7nica pelo rdio emandarão remédios" assim #ue o tempo melhorar.

 ) ,ão vamos esperar isto ) Gregg disse" decidido. ) u vou até ;arsh Harbor. ) r. ,ichols... é muito arriscado sair com um tempo destes ) a en'ermeira disse" preocupada.

 ) %uvi na rdio de ,assau #ue o vento est terr7velE

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 ) GreggE ) Lynn disse num tom rouco.

5omo resposta" ele saiu batendo a porta e ela s- ouviu seus passos na escada.

 ) atrs dele ) ela pediu en'ermeira.

 ) A senhorita sabe #ue não adiantaria.

Lynn sabia #ue ela estava certa.

A en'ermeira vestiu a capa. ) ou avisar pelo rdio" para #ue o pessoal de ;arsh Harbor 'i#ue espera dele. odem levar 

os remédios até o veleiro" numa lancha a motor" assim ele não precisar ancorar no porto.

Lynn olhou!a cheia de gratidão.

 ) Agora" descanse. u voltarei logo.

>epois #ue a mulher saiu" Lynn pu*ou o cobertor para os ombros e 'oi até a 4anela da 'rente.Através da chuva" ela conseguiu ver o veleiro. Gregg estava lutando contra o vento e arrumando as velas

 para #ue a embarca/ão não 'osse direto para os reci'es. Lynn continuou olhando" mas logo o barcosumiu de vista.

8ma nova onda de 'ra#ue(a a 'e( agarrar uma cadeira" até #ue a cabe/a parasse de rodar. ,acama" encolheu!se e pensou em Gregg" en'rentando a#ueles mares tempestuosos" arriscando!seterrivelmente" s- por#ue ela precisava de um remédio. or #u3+ 5laro #ue era apenas em"agradecimento... e não por#ue se importava com ela de algum modo. le estava apenas 'a(endo o #ue'aria por #ual#uer pessoa" numa emerg3ncia. Helen $racy 4 tinha dito... % #ue ela havia dito+ Vstagradecendo a sua a4uda... não deve pensar #ue é nada mais do #ue isto.V

 ) ,ão devo pensar. . . Gregg... GreggE

 ,as horas seguintes Lynn dormiu e acordou vrias ve(es" olhando a chuva através da 4anela.>espertou de madrugada" percebendo #ue tinha dormido muito. ;as sua garganta 4 estava melhor. N

não sentia tanta tontura... estava mais 'orte. $alve( uma *7cara de ch... oi até a co(inha e 'icou at&nitaao ver Gregg dormindo numa poltrona da sala" com os pés sobre a mesa.

ua e*clama/ão de surpresa o acordou e ele levantou!se imediatamente.

 ) oc3 não tem permissão para sair da cama ) ele avisou. ) %lhe s-... nem mesmo um robe...sem chinelos. steve muito doente e sabe disto.

>epois de ela voltar para a cama" ele perguntou gentilmente9

 ) 5omo se sente+

 ) %h" muito melhor" obrigada ) ela respondeu" sorrindo. A garganta ainda do7a #uando 'alava.

 ) oc3 assustou todos n-s ) ele disse sacudindo a cabe/a. ) $eve uma 'ebre muito alta. emdDvida" estava #uerendo nos manter preocupados...

 ) ;inha garganta ainda est doendo um pouco.

 ) % médico disse #ue precisa repousar um dia ou dois e tomar o remédio. A en'ermeira lhe deuuma in4e/ão e" agora #ue voc3 acordou" tome as p7lulas.

le indicou um vidro ao lado da cama. >e repente" Lynn lembrou da viagem arriscada de Gregg" para ir buscar o remédio em ;arsh Harbor.

 ) u nem sei como agradecer... ) ela come/ou.

 ) 5hega de 'alar" agora.

 ) e4o #ue nossa paciente acordou ) a en'ermeira disse" entrando. ) N ) ele respondeu e virou!se para Lynn. ) Agora" obede/a e 'i#ue boa depressa. oc3 não

 pode 'icar deitada a#ui para sempre e sabe disto. H muito trabalho esperando para ser 'eito. u virei

M

7/16/2019 Ann Owen - Sonhos Perdidos

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visit!la mais tarde.

Lynn tomou o ch #ue a en'ermeira trou*e e pensou em como gostaria de arrumar suas coisas etomar o pr-*imo avião para ;iami" para o mundo real de onde viera" e es#uecer #ue Helen $racye*istia. Gregg ,ichols... ser #ue conseguiria es#uec3!lo+ Pa tentar. e ao menos tivesse 'icado emcasa... nunca teria ouvido 'alar de Helen $racy... nem teria conhecido GreggE entiu lgrimas no rosto"mas nem se importou em limp!las.

A en'ermeira voltou com uma bande4a cheia de torradas e um ovo #uente. )  Agora #ue acordou" precisa comer. u vou voltar para o consult-rio durante algumas horas.

%h... por #ue estas lgrimas+

 ) u não sei... é bobagem. ) Lynn 'or/ou um sorriso.

 ) stes v7rus sempre dei*am a pessoa deprimida" mas logo voc3 estar boa ) disse aen'ermeira. ) 5oma sua re'ei/ão" tome o remédio s de( horas e tarde eu voltarei novamente.

=uando ela saiu" Lynn voltou a pensar na#uele passeio de barco com Gregg. ,o pra(er #ue haviasentido s- por estar perto dele. $inha dei*ado bem claro #ue gostava de acompanh!lo. ,aturalmenteE ele também gostava de sua companhia... a'inal" Helen $racy não vele4ava. ensando na#uilo" ela dese4ou

#ue ele não suspeitasse do #ue sentia. $alve( o melhor a 'a(er 'osse sair dali o mais depressa poss7vel.rimeiro tenho de 'icar boa" ela pensou. >epois vou resolver o #ue 'a(er.

>ormiu novamente e acordou com Gregg batendo na porta.

 ) osso entrar+

 ) ntreE ) ela disse" sentando!se e tentando arrumar os cabelos.

 ) Acho #ue acordei voc3 ) ele disse em tom de desculpa.

 ,ão adiantava negar. la devia estar sonolenta ainda.

 ) Achei #ue voc3 ia gostar disto.

le colocou em seu colo uma concha delicada e transparente.

 ) X lindaE ) ela disse" segurando a concha com as duas mãos e virando!a com cuidado.

 ) Achei na praia. X di'7cil encontr!las inteiras por a#ui... são tão 'rgeis.

 ) =ue gentile(a ter tra(ido para mim ) disse ela 'ormalmente. ) ;uito obrigada.

5ontinuou e*aminando a concha e Gregg não disse nada por um momento" apenas 'icouolhando!a" curioso.

 ) ;arT mandou lembran/as. le #ueria vir 4unto" mas achei melhor #ue esperasse um pouco.

 ) or 'avor" agrade/a!lhe por mim ) ela murmurou.

 ) le pede #ue 'i#ue boa logo" assim poderão vele4ar até a ilha do tesouro. =ue idéia voc3andou dando a ele+ ) Gregg indagou sorrindo.

 ) - um pouco de 'antasia. 'cil imaginar coisas" num lugar como Abaco. Agora #ue voc3 4tem o seu barco" ele não precisa de alguém #ue o leve para vele4ar.

 ) Acho #ue ele não pensa assim ) Gregg disse" lentamente. ) amos" continue com seucochilo. oc3 4 est com uma apar3ncia bem melhor. ) 0ei4ou!a na testa e saiu.

Lynn olhou distra7da para a concha #ue havia recebido de presente... um presente #ue ia lhetra(er muitas lembran/as no 'uturo.

 ,a manhã seguinte" ela olhou para o porto e viu #ue a escuna tinha partido. entiu um golpe nocora/ão" depois disse a si mesma #ue tudo seria mais 'cil se não o visse durante algum tempo.

O

7/16/2019 Ann Owen - Sonhos Perdidos

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 ,os dias seguintes" suas 'or/as voltaram. ,o 'im da semana ela estava impaciente. A en'ermeiranão dei*ava #ue assumisse suas atividades normais... tinha de repousar mais dois dias.

>e manhã" sentava!se no topo da escada e 'icava olhando o porto. iu o barco de aul chegandoe lembrou do dia em #ue chegara a Abaco.

 ,ão 'icou surpresa ao ver aul se apro*imando de sua casa" momentos depois.

 ) 0om dia" senhorita ) ele disse" abrindo o portão. ) $rou*e sua correspond3ncia. %uvi di(er 

#ue esteve doente.assou!lhe uma carta do pai dela.

 ) %brigada. a( tempo #ue não recebo cartas de casa. oc3 não vem a Hopetown h muitotempo.

 ) stive co(inhando para uns pescadores" durante umas semanas. i#uei contente com otrabalho" mas é bom voltar para o meu barco outra ve(. ou até a srta. >olly levar umas encomendas.>epois entrego as cartas na ilha >el'im. =uer #ue lhe traga alguma coisa da lo4a+

Lynn pensou por um momento.

 ) ,ão" mas pode parar a#ui" na volta+ e vai ilha >el'im" #uero #ue leve um recado meu.=uando aul saiu" Lynn leu a carta" cheia de novidades de casa. eria tão bom voltar para l" ir 

embora da#uela terra... Abriu seu caderno de recados e escreveu tr3s bilhetes.

VCara sra. Tracy,

#$into muito, mas moti%os de &or'a maior me o!riam a sair de (!aco assim )ue terminar meu

tratamento. *amento dar um a%iso pré%io redu"ido, mas tenho certe"a )ue encontrará aluém, rapida+

mente, se entrar em contato com o Departamento de mpreos para studantes da -ni%ersidade de

 Miami. Meu salário pode ser en%iado para o endere'o da minha casa.

$inceramente, *ynn artwell .V

V/uerido Mark,

#01o poderia partir sem me despedir. Pensarei sempre em %oc2 e acho )ue sempre seremos

amios. scre%a alumas %e"es.

 (&etuosamente, *ynn artwell .V

VCaro sr. 0ichols,

#Transcre%i suas anota'3es e estou deixando+as aos cuidados do carteiro. (rade'o a

oportunidade de tra!alharmos 4untos. 5!riada pela sua entile"a.$inceramente, *ynn artwell .V

ndere/ou os bilhetes e 'icou esperando aul" #ue voltou depressa" antes #ue ela mudasse deidéia. ensar em não ver Gregg ,ichols era algo 'isicamente doloroso" mas o bom senso lhe di(ia #ue#uanto antes voltasse sua vida normal" sem 'antasias bobas" melhor.

entiu!se aliviada depois de tomar a#uela decisão. Ainda era sbado. odia partir no avião das#uatro" na segunda!'eira" em ;arsh Harbor. ;ais dois dias e a#uele cap7tulo de sua vida estariaencerrado.

atis'eita em descansar" depois da#uela con'usão emocional" Lynn esticou!se na cama com um

livro. A brisa suave acariciava a casa" suavi(ando o calor do meio!dia. m pouco tempo ela adormeceu.

N estava escuro" #uando acordou com alguém batendo impaciente na porta. ,ão se me*eu para

Q

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atender. =uem #uer #ue 'osse" logo desistiria.

 ) Abra logo" Lynn" $enho de colocar um pouco de bom senso nesta sua cabe/a e não vouembora en#uanto não 'i(er isto.

ra GreggE Lynn não tinha previsto nenhum encontro antes de sua partida. or #ue ele não adei*ava em pa(+

 ) ai sair ou devo entrar+ ) ele disse" autoritrio.

 ) ode entrar ) ela tentou responder com calma" para ocultar as emo/6es #ue sentia" rocurouum '-s'oro para acender o lampião de #uerosene.

Gregg ignorou o 'ato de t3!la acordado. la gostaria de pelo menos ter tido tempo de lavar orosto" mas" de repente" a#uilo não importava mais.

 ) =uero ir para casa ) Lynn disse simplesmente.

 ) =uero ir para casaE ) ele a imitou. ) a sua tese+ a minha pes#uisa+ =ue tipo de cientistaabandona um pro4eto s- por#ue V#uer ir para casaV+ ) Gregg estava 'urioso.

 ) osso terminar minha tese na l-rida ) Lynn e*plicou calmamente. ) oc3 estava indo

muito bem" sem a minha a4uda" antes #ue eu aparecesse ) ela lembrou. ) desde #uando não se podelargar um trabalho não remunerado+

 ) :emunera/ãoE ) Gregg estava #uase gritando. ) K dinheiro #ue voc3 #uer+ e 'or" eu pagoEensei #ue estava a4udando por#ue gostava. ,ão tem importBnciaE % #ue acha de de( d-lares por hora eo dobro para as horas e*tras em #ue passa datilogra'ando noite+ im" eu estava indo bem" antes devoc3 vir" mas não sabia #ue poderia conseguir muito mais com a sua a4uda. Além do mais" sabe muito

 bem como a sua tese ser melhor" se eu colocar o meu parecer nelaE

 ) st certo a respeito distoE ) ela respondeu" (angada. ) ;esmo assim" tenho certe(a #ue posso 'icar sem o seu parecer. Acredite" o dinheiro não tem nada a ver com este assunto. u 4 pensei bem e tomei minha decisão.

Lynn olhou intensamente para os olhos escuros dele" por alguns momentos.Gregg 'alou bai*inho9

 ) ,os Dltimos dias" tentei 'a(er tudo so(inho. oi um desastre. As coisas não deram certo.>emorei mais do #ue o dobro do tempo #ue seria necessrio para 'a(er tudo. im" eu posso passar semvoc3" mas não seria e'iciente. ,ão sei como 'a(er pedidos" mas estou pedindo9 por 'avor" 'i#ue.

sperou a resposta. Gregg ,ichols tinha vindo para lhe pedir #ue 'icasse" mas di(er #ue precisava delaE ra de sua a4uda #ue ele precisava" e não do amor dela.

 ) 0em... ) ele indagou.

 ) % #ue posso di(er+ ) ela respondeu" desesperada.

 ) ai di(er #ue sim e parar de ser teimosa. #uando vamos voltar a trabalhar+ ) Gregg sabia#ue tinha ganhado a batalha.

 ) egunda!'eira ) Lynn respondeu lentamente" pensando ao mesmo tempo #ue ele era ohomem mais atraente #ue ela conhecia.

 ) ;uito bem. ntão come/aremos na hora de sempre. Ainda bem #ue o seu bom senso voltou.

ele saiu sem di(er nem boa!noite.

$udo isso por causa da minha grande decisão" Lynn pensou. 5omo ele era audaciosoE 5om umaterr7vel rapide( havia destru7do tudo o #ue ela resolvera e ainda a tinha chamado de teimosa. %nde ela

estava com a cabe/a em voltar atrs+ m ter concordado em 'icar+stranhamente" porém" a decisão lhe trou*e uma grande sensa/ão de al7vio. stava seguindo a

teoria da pouca resist3ncia" no momento. er #ue ia pagar por a#uilo" no 'uturo+ Apesar disso" seu

R

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cora/ão 'icou contente com o pensamento de ver Gregg na segunda!'eira" de manhã.

CAPITULO X

 ) $omei a liberdade de avisar os garotos para esperarem até amanhã" para voltarem s aulas. ) Gregg levantou a vo( para ser ouvido acima do ru7do do motor. ) Achei #ue voc3 ia #uerer come/ar devagar. $alve( 'i#ue contente em saber #ue eles estão completamente entediados e mal conseguemesperar para come/ar as aulas de novo" principalmente ;arT.

Lynn sorriu en#uanto pensava em ;arT" >e repente" percebia #ue tinha sentido muita 'alta dele.

% ru7do do motor não permitia conversas e ela come/ou a prestar aten/ão na paisagem. stavamindo a um lugar novo. ra um ar#uipélago #ue ainda não tinha sido e*plorado" bastante longe. ;eia horadepois reconhecia a ilha de ;an!o!<ar" direita. Ainda não tinha estado l" mas" pelos mapas" sabia #ueera a primeira ilha" no rumo em #ue estavam via4ando.

5ontinuaram para o noroeste durante mais uma hora e Gregg desligou o motor" entrando numa ba7a de uma ilha toda rodeada de praias brancas e palmeiras. le bai*ou a Bncora num local onde a gua batia abai*o da cintura.

 ) empre #uis vir a#ui 'otogra'ar um tipo di'erente de polvo. ;as" como viu" é longe e voc3 precisava sempre voltar antes das de( horas. ) Gregg pegou as cBmeras" en#uanto conversava. ) amos 'a(er o ditado antes. >epois voc3 vai descansar na praia" numa sombra" en#uanto eu tiro as 'otos.

;omentos depois" Lynn esticava uma toalha debai*o dos co#ueiros e deitava. ,ovamente" estavamaravilhada com a#uela gua" com todos os tons de verde" combinando com a vegeta/ão da ilha. a

 praia #ue se curvava para a es#uerda" per'eita" indo terminar num rochedo de coral. =ue lugar lindo parauma casa" Lynn pensou. A vista dali era espetacular.

As sombras se alongaram" depois do meio!dia" e ela tomou um pouco de ch gelado #ue tinhalevado para a praia" na garra'a térmica. n#uanto a tampava" imaginou se teria dei*ado o su'iciente paraGregg.

;omentos depois ele se apro*imava da praia" com as cBmeras e a mscara de mergulho.

estiu uma camiseta e pegou a garra'a térmica.

 ) u es#ue/o #ue no sol as pessoas 'icam com mais sede ) ele comentou. ) >ev7amos ter tra(ido mais ch ou gua.

 ) u não precisaria beber tanto" se tivesse pensado melhor ) ela disse" maravilhada diante dosmDsculos das co*as e dos bra/os dele.

Gregg deu de ombros" diante da desculpa dela.

 ) ,ão estamos na seca. % mapa di( #ue deve haver algum po/o por a#ui. ai ser divertidotentar descobri!lo.

 ) or #ue haveria um po/o numa ilha desabitada+ ) Lynn #uis saber.

 ) A#ui havia um povoado ) ele e*plicou )" mas 'oi varrido h vrios anos por um 'uracão. %governo conseguiu retirar toda a popula/ão para a ilha principal de Abaco. amos procurar um caminho.em dDvida" os barcos dos pescadores nativos param a#ui para pegar gua.

5aminharam entre as palmeiras e entraram em vrios atalhos" mas todos acabavam sem sa7da. %calor se tornou mais su'ocante e uma nuvem de mos#uitos (unia nos ouvidos deles. Lynn 'icou aliviada#uando Gregg resolveu terminar a#uela e*pedi/ão.

 ) u realmente pretendia #ue voc3 tivesse um dia calmo e não uma e*pedi/ão malograda numaselva in'estada de mos#uitos.

S

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 ) stou bem ) ela garantiu" mas sentia #ue suas 'or/as não haviam voltado completamente.>iante de seus olhos surgiam pontinhos vermelhos" por causa do brilho e*cessivo do sol.

Gregg se apro*imou para a4ud!la a entrar no barco" mas ela recusou9

 ) osso subir so(inha" obrigada.

Lynn sabia muito bem o e'eito #ue o to#ue dele causava em seu corpo e estava resolvida a evitar  pro*imidades. ,ovamente achava #ue poderia cair numa armadilha criada pelos seus sentimentos e

emo/6es descontroladas. ) amos almo/ar no Pate 5lube da Plha Newel ) Gregg disse. ) Acho #ue vai ser -timo.

staremos l dentro de meia hora.

Lynn imaginou um terra/o ventilado" um drin#ue gelado" e rapidamente procurou a'astar a#uelastenta/6es.

 ) e voc3 não se importa" eu gostaria de ir diretamente para casa ) ela respondeu. ) =uerodeitar um pouco.

le não podia protestar" diante da doen/a recente dela. %lhou!a pro'undamente" como se #uisesseler seus pensamentos.

 ) 5omo #uiser ) disse de repente e ligou o motor. A brisa secou suas roupas e lhe acariciou a pele" mas Lynn sentia #ue estava com vontade de chorar. er #ue tinha agido certo" recusando o almo/ocom Gregg+ ntão" por #ue se sentia tão deprimida+

>e repente" o motor tossiu" tossiu e morreu. Gregg tentou dar a partida vrias ve(es" mas nãoconseguiu.

ntão" sacudiu uma lata de gasolina e disse um palavrão.

 ) % #ue 'oi+ ) Lynn perguntou.

 ) 5omo eu pude ser tão idiota+ ) ele grunhiu. ) u sabia #ue precisvamos de mais gasolina

 para esta viagem. u disse a >abney para encher o outro latão e colocar no barco" mas es#ueci deveri'icar se ele havia 'eito isto. =ue idiotaE

 ) o #ue 'aremos agora+

le a olhou" (angado.

 ) odemos tentar chegar até a ilha NewelE

% cora/ão dela #uase parou. ra sua culpa #ue se. encontrassem na#uela con'usão. >epois umaonda de raiva a dominou. or #ue tinha de aceitar a culpa+ ra Gregg #uem devia ter veri'icado agasolina.

 ) u teria enchido o latão" se voc3 tivesse me pedidoE ) ela respondeu (angada. ) >e

#ual#uer modo" não adianta nada descobrir de #uem é a culpa" no momentoE ) 5laro #ue não ) ele concordou. ) 5ertamente" voc3 não é responsvel pelo #ue aconteceu.

u s- estou (angado comigo mesmo.

le era homem su'iciente para admitir seu erro e Lynn sentiu um remorso instantBneo pela suade'esa desa4eitada.

Gregg come/ou a descer as velas.

 ) amos ter de vele4ar com a brisa" como di(em os nativos.

 ) amos vele4ar o tempo todo+ ) Lynn perguntou.

 ) oc3 tem alguma idéia melhor+la 'icou em sil3ncio.

>epois" o Dnico som era o mar batendo nas beiradas do barco. la tinha con'ian/a de #ue Gregg

MU

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se sairia bem da#uela situa/ão. novamente se surpreendeu admirando os mDsculos dele.

=uando Gregg parou para descansar" ela lhe estendeu uma toalha. le en*ugou a testa" depoiscolocou a toalha no pesco/o. eu tipo atlético era e*tremamente atraente.

 ) oc3 4oga t3nis+ ) ela perguntou" sentindo!se rid7cula.

Gregg a olhou" depois deu uma risada.

 ) oc3 é engra/ada" menina ) ele disse" #uase com carinho. >epois 'icou sério outra ve(. ) u havia plane4ado um dia divertido para voc3...

 ) or 'avor" não se preocupe comigo... estou per'eitamente bem.

ouco conversaram durante a tarde. Logo seus lbios ressecaram e racharam" com a sede. ,enhum dos dois reclamou da 'alta de gua" mas era s- nisso #ue pensavam.

5om o morma/o" a super'7cie do mar parecia escura e viscosa. Algumas nuvens surgiram nohori(onte" levantando!se depressa" e o trovão rugiu ao longe. %s dois perceberam #ue estava chovendosobre as ilhas maiores.

Lynn 'icou encantada com a resist3ncia de Gregg. ;anobrava as velas com a maior 'acilidade.

 ) oc3 deve vir sentar no deck ) ele disse" mostrando um colchão esto'ado" e ela sentou!se aseu lado. 5ansada e com sede" mesmo assim Lynn sentiu seu cora/ão dar um pulo de alegria. - #ueriaencostar na#uele corpo 'orte e es#uecer #ue havia um mundo para onde estavam tentando voltar.

A escuridão veio depressa. C brisa sumiu e o barco 'icou parado no centro de um disco negro.Algumas estrelas brilhavam 'racamente" no céu nublado.

Lynn abriu os olhos diante da primeira claridade e sentiu!se encolhida de encontro a Gregg"en#uanto o bra/o dele a protegia. ,ão pensou nos seus mDsculos doloridos" nem onde estavam ou paraonde as correntes os levariam. entia um contentamento supremo em saber #ue estava onde sempre

#uisera estar9 nos bra/os de Gregg.spregui/ou!se lentamente e sentiu os lbios dele em seus cabelos. >epois ele a bei4ou nas

 plpebras" antes de encontrar seus lbios suaves e ansiosos.

 ) st acordada" pe#uena+ ) ele murmurou suavemente em seu ouvido.

la sentou!se e 'or/ou!se a se a'astar dele. ,a#uelas circunstBncias" não devia dei*!lo ver odese4o #ue a dominava.

e ele notou algum embara/o nela" não demonstrou.

 ) Logo come/arão a procurar por n-s ) ele disse. ) or acaso voc3 tem um espelho na bolsa+

 ) im" um espelho pe#ueno.

 ) Jtimo. odemos come/ar a dar sinais de lu( assim #ue o sol surgir no hori(onte. Acho #ue'omos arrastados um pouco para noroeste. A maior ilha direita" de onde o sol est vindo" é ;an!o!<ar.$emos sorte de o vento estar calmo.

 ) Alguém sabia aonde estvamos indo+ ) Lynn perguntou.

 ) >abney sabe. agora" 4 deve estar imaginando o #ue aconteceu. le vai chamar o ervi/o dealvamento. >e agora em diante" temos de economi(ar os suprimentos de emerg3ncia e a gasolina #uesobrou. Psto é" se voc3 con'ia em mim...

5on'iar nele" Lynn pensou. le é a Dnica pessoa em #ue eu con'iaria" até para 'a(er amor comigo.

 ) scuteE ) ele levantou a mão. ) K um helic-pteroE ) $irou a camiseta e estendeu para ela. ) a/a uma bandeira e acene com ela. u vou tentar transmitir um .%.. ) irou!se para o sol"levantando o espelhinho.

Agora" estavam vendo o helic-ptero. iram!no passar por cima do barco e ir embora.M1

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 ) les não nos viram ) Lynn disse" acenando" até sentir o bra/o cansado.

 ) $alve(. %lheE

% helic-ptero 'e( uma curva e voltou" bai*ando a altitude. eio lentamente" de modo #ue podiamaté ver as hélices. Lynn acenou e gritou" 'eli(" #uando viu o piloto acenar também.

% helic-ptero" do tipo hidroplano" desceu logo adiante" e o piloto surgiu na 4anelinha.

 ) 5apitão ,ichols+ ) =ue bom ver voc3 ) Gregg disse" retribuindo o cumprimento. ) er #ue pode me

emprestar um pouco de gasolina" e levar a srta. Hartwell até Hopetown+

 ) u 'ico com voc3 ) Lynn protestou" vendo Gregg ir para o helic-ptero. Agora" estava tristecom o 'im da aventura.

 ) ,ão ) ele disse com 'irme(a )" vai voltar para casa e para a cama. u vou direto para a ilha>el'im. ;arT deve estar preocupado.

 ) 5laro ) Lynn concordou logo.

Gregg a4udou!a a entrar no helic-ptero e durante um rpido momento seus olhos se encontraram.

 ) oc3 é muito especial" Lynn ) ele disse. ntão" ela sentou!se no helic-ptero" #ue ganhoualtura sobrevoando as guas.

n#uanto o avião levantava v&o" ela viu Gregg erguer o bra/o e 'a(er uma sauda/ão.

CAPITULO XI

=uando o hidroplano entrou no porto" todo o povoado se aglomerou no ancoradouro para ver 

Lynn chegar.

% sr. >abney di(ia a todos #ue havia descoberto #ue o sr. ,ichols e a srta. Hartwell tinhamdesaparecido. le avisara ao avião de salvamento onde deviam ser procurados.

 ) u sabia #ue logo a gasolina ia acabar... #ue iam ter de 'icar na gua" esperando. =uandoescureceu" o pessoal do salvamento disse #ue não dava para procurar durante a noite. u liguei pelordio" para o salvamento aéreo" logo pela manhã.

le se considerava o her-i do dia e 4 tinha es#uecido #ue" de certo modo" era o responsvel pela'alta de gasolina.

Lynn dormiu #uase o dia inteiro. ,o 'im da tarde ela acordou e pensou nos acontecimentos do

dia anterior.

Lembrou da satis'a/ão de acordar nos bra/os de Gregg e das palavras dele" #uando subira noavião9 Voc3 é muito especialV. Pa se lembrar da#uele dia para sempre. Agora" apesar de estar pronta parase entregar a ele de corpo e alma" sabia #ue Gregg s- a via como uma assistente de pes#uisa.

Lynn vestiu o robe e lavou o rosto #ueimado de sol. entindo 'ome" es#uentou uma sopa e leunovamente a carta do pai. Pa responder a ela e voltar para a cama. >e manhã" #uando acordasse" suas'or/as 4 estariam recuperadas e estaria pronta para come/ar as aulas com as crian/as.

;as percebeu #ue não era 'cil escrever a#uela carta. 5ontar sobre sua doen/a" e de ter se perdido no mar" iria dei*ar seu pai preocupado. não havia nada mais além disso. Ap-s escrever uma

 pgina de not7cias sem importBncia" resolveu ir ler na cama" até conseguir dormir.orém um som de passos na entrada da casa a 'e( 'icar alerta. %uviu uma batida rpida e" antes

#ue ela respondesse" Helen $racy entrou na sala" 'echando a porta.

M2

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>urante um longo momento" nenhuma das duas 'alou. % olhar de Helen era desa'iador e penetrante. Lynn sentiu!se pe#uena e desprotegida.

Helen ignorou o convite de Lynn para sentar.

 ) %brigada" não vou demorar muito. - vim lhe avisar #ue não precisamos mais dos seusservi/os. % sr. ,ichols e eu vamos nos casar dentro de pouco tempo e os garotos voltarão para a escola.

 ) u... eu não sabia... ) ela disse com vo( aba'ada.

 ) ,ão creio #ue tivéssemos motivos para discutir nossos planos com voc3 ) disse Helen numtom gelado. >epois entregou um envelope a Lynn. ) A#ui est o seu salrio e a passagem de avião.

 ) osso... me despedir dos garotos+ ) ela perguntou" nervosa.

 ) ,ão h tempo para isto. les estão indo para ,assau amanhã e de l pegam o avião para ,ovaYorT. or 'avor" considere!se demitida e prepare!se para partir o mais rpido poss7vel. 0oa noite" srta.Hartwell.

Helen $racy saiu" dei*ando atrs de si um rastro de per'ume 'ranc3s.

Lynn caminhou pela sala" distra7da. ,ão sabia" desde o come/o" #ue Gregg e Helen estavam

envolvidos+ or #ue a not7cia do casamento a dei*ara tão chocada+ %s bei4os e car7cias de Gregg eramapenas a resposta masculina a um corpo de mulher atraente. Agora" ela lamentava pro'undamente ter aceitado com tanta ansiedade a#uelas car7cias. nrubesceu pensando em sua pr-pria ingenuidade.

0em" ainda podia embarcar no avião da tarde" no dia seguinte. ,ão ia demorar a 'a(er as malas.;as s- #ueria vele4ar mais uma ve(" em seu bar#uinho. eria uma chance de se despedir de Abaco.5ome/ou a arrumar as coisas" imaginando como encontraria sua casa. ensou no barco" nas ilhas"lutando contra a triste(a de dei*ar tudo a#uilo.

ra de Gregg #ue ela ia sentir 'alta. 5omo podia ter sido tão cega+ le nunca mencionava Helen"mas" mesmo assim" não era do tipo #ue discute assuntos pessoais... ,ão tinha 'alado em casamento... lase sentia 'erida e humilhada.

5aminhou lentamente até seu bar#uinho e viu #ue estava cheio de gua da chuva. :etirou a guacom uma espon4a ao mesmo tempo em #ue observava o iate dos $racy entrando no porto com ;arT remando. ;omentos depois" ele subia pela escadinha do ancoradouro.

 ) ;arTE % #ue 'oi+ ) Lynn se apro*imou perguntando. la nunca o vira na#uele estado. stavatr3mulo e com o rosto terrivelmente triste.

 ) les estão me mandando emboraE ) As lgrimas escorriam de seus olhos e ele não 'e(nenhum es'or/o para en*ug!las. ) Helen acabou de me di(er. stão me mandando embora. u e cott.la nem #uis me contar por #u3" srta. Hartwell. u não #uero ir. =uero 'icar com voc3. osso+ osso+ ) ele implorava.

Lynn procurou controlar o -dio #ue sentia. 5omo podiam mandar ;arT embora" sem contar a ele#ue iam casar+ 5omo podiam 'or/!lo a sair de suas vidas+ Helen seria capa( da#uilo. ;as GreggE la procurou não pensar nem analisar como ele estava sendo cruel para com o 'ilho. Lynn tentou encontrar  palavras para consolar ;arT. e o pai" por #ual#uer motivo" tinha resolvido não di(er nada a ele" ela não'aria a mesma coisa. $alve( 'osse mais 'cil se o garotinho a culpasse de tudo.

 ) ;arT ) disse ela )" eu também estou indo embora. Amanhã. $enho de voltar para casa.$alve( por isto voc3s tenham de voltar para a escola. ,ão é assim tão ruim. Lembra!se #ue me disse #ue"na verdade" até gostava um pouco da escola+

 ) ;as eu não devia voltar durante um bom tempo" aindaE les não 'alaram #ue voc3 estava indoembora. or 'avor" não vE

 ) ;arT" eu preciso ) ela disse" com um n- na garganta. ) 0em" eu não vouE ) ele gritou. ) ,ão vou e ninguém vai me 'or/ar. ) irou!se e saiu

correndo" apesar de ela cham!lo.

M?

7/16/2019 Ann Owen - Sonhos Perdidos

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 ) ;arT" espereE amos conversarE

;omentos depois" ela o viu remando o bar#uinho entre as embarca/6es ancoradas por ali edesaparecer entre elas e o canal.

;arT tinha vindo pedir a4uda e ela não tivera nada para lhe o'erecer. %lhou!o preocupada"en#uanto retirava o #ue restava da gua no seu veleiro" ali na areia.

;eia hora depois" 4 com o pe#ueno barco na gua" ela passava por perto do 'arol e tomava o

rumo da ilha >el'im" esperando v3!lo voltar. ;as não havia nem sinal do garoto por ali.em dDvida" ;arT 4 estava em casa" agora. la bai*ou a vela e desli(ou em dire/ão s pe#uenas

ilhas #ue 'icavam perto de Hopetown. ram ilhas bai*as e arenosas" rodeadas por rochedos de coral een'eitadas com palmeiras. $inha pensado" certa ve(" cm e*plorar a#uelas ilhas.

 ,a#uele tempo" achava #ue teria bastante tempo. Agora" o ar estava parado. $udo era lindo" emAbaco. ;as Lynn sentia!se preocupada com ;arT" sem saber por #u3.

=uando virou o leme para voltar para casa" viu uma linha reta de nuvens altas no hori(onte. %snativos chamavam a#uilo de Vteto de ventoV. >entro das pr-*imas vinte e #uatro horas" a ventania seriaterr7vel.

CAPITULO XII

A manhã estava cin(enta e nublada" combinando com o estado de esp7rito de Lynn. eria di'7cil partir se o dia estivesse ensolarado.

Lynn colocou a chaleira no 'ogo" para o ch. la s- tinha de dei*ar o tempo passar. % barco!t*is- viria ao meio!dia para busc!la e lev!la a ;arsh Harbor. Arrumara as malas na noite anterior e agora

s- 'altava tirar os len/-is. Pmaginou #uanto tempo ainda teria de esperar #ue o :uivo chegasse aoancoradouro. $omou ch com torradas" % sr. >abney podia 'icar com os mantimentos #ue ela não haviausado. Arrumou a co(inha pela Dltima ve(.

>epois vestiu 4eans a(ul!claro" uma camiseta branca e t3nis. n#uanto escovava os cabelos" viuseu rosto no espelho. ra um rosto bron(eado" di'erente da#uele #ue tinha chegado a Abaco h poucotempo. ;as seu olhar estava triste e magoado.

A concha #ue Gregg tinha lhe dado estava sobre a mesinha da sala. ra delicada demais para #ueela a colocasse na mala. A concha parecia combinar com a#uele lugar" onde o relacionamento deleshavia come/ado e ia terminar.

Lynn colocou um chapéu" pegou o envelope grosso com as anota/6es de Gregg e saiu para ir ao

correio.Agora um vento re'rescante soprava as rvores e a areia ao longo do caminho.

% correio era um bangal& bem!cuidado com uma ampla varanda" ,os dias em #ue acorrespond3ncia chegava" o pessoal do vilare4o se 4untava ali" na esperan/a de ouvirem seus nomesserem chamados para pegar as cartas" revistas" catlogos e circulares. o mais importante era ver o #uechegava para os vi(inhos. Lynn 'icou aliviada ao encontrar o local deserto. - o sr. >abney estava ali.le permaneceu de pé" atrs do balcão" analisando seu talão de che#ues.

Lynn esperou até #ue ele levantasse os olhos.

 ) =uero dei*ar um envelope para o sr. ,ichols ) ela e*plicou. ) ode coloc!lo na cai*a

dele+% homem pegou o envelope e colocou!o sobre uma velha balan/a.

 ) ão vinte e seis d-lares. $a*a de correio por via terrestre.

M

7/16/2019 Ann Owen - Sonhos Perdidos

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 ) ia terrestre+ ) Lynn perguntou. ) u s- #uero #ue colo#ue isto na cai*a postal" para #ueele pegue depois.

 ) ,ão posso colocar nada na cai*a postal" sem selo" mo/a. K contra a lei.

A burocracia era intensa em Hopetown" Lynn pensou" en#uanto contava as moedas.

>epois" ao voltar para casa" encontrou Gregg subindo a escadinha da 'rente. eu cora/ãocome/ou a disparar" mas ela logo se sentiu (angada e o'endida. =ueria gritar #ue ele a dei*asse em pa("

#ueria desaba'ar toda a angDstia #ue sentia" a pena de ;arT e de si mesma" pelo modo como ele a tinhatratado. Algo no rosto dele a impediu de agir e ela esperou" tremendo" #ue ele 'alasse.

 ) abe onde est ;arT+ ) indagou ele" tenso.

 ) u o vi s- ontem tarde.

 )  A #ue horas+ ) Gregg parecia calmo" mas as rugas ao redor de sua boca mostravam #ue eleestava nervoso.

 ) Cs tr3s horas ) Lynn respondeu" sentindo um certo pBnico. ) le veio me ver. stava muitoaborrecido. u não consegui alegr!lo. le saiu 'urioso. Achei #ue estava indo para casa.

 ) arece #ue voc3 'oi a Dltima pessoa a v3!lo. ense na conversa #ue tiveram. le disse algo#ue desse uma idéia do #ue plane4ava 'a(er+

;arT tinha vindo na esperan/a de 'icar com Lynn. ,ão ia a4udar em nada Gregg saber disso.

 ) u acho #ue ele não tinha planos. ,ão amea/ou 'ugir de casa.

 ) e lembrar de algum lugar aonde ele #uisesse ir" me avise. u estarei por a#ui" durante algumtempo. ou pedir :dio ,assau #ue se comuni#ue com o avião de busca. ,ão temos tempo a perder.Acho #ue teremos uma ventania e mau tempo da#ui a pouco.

>esesperada" Lynn observou!o subindo o morrinho onde 'icava a esta/ão de rdio.

 ,a sala" p&s!se a andar de um lado para o outro" olhando pela 4anela de ve( em #uando" como se

esperasse ;arT aparecer.8ma coisa era certa9 não podia sair de Abaco até ter certe(a de #ue ele estava em seguran/a.

rocurou descobrir algo na conversa #ue lhe desse uma idéia de onde ele tinha ido. abia #ue aculpa do desaparecimento de ;arT era apenas de Gregg. Gregg e Helen tinham 'racassado ao tentar conseguir a con'ian/a do garoto e" #uando lhe disseram #ue haviam decidido casar" tinham precipitadoas coisas. Ainda assim" Lynn sentia pena dele e angDstia por toda a#uela situa/ão.

Lynn parou de andar. Haveria alguma chance de ;arT ter partido so(inho para a ilha da5averna+ le sempre 'alava em voltar l" com ela. ra uma idéia... recisava di(er logo a GreggEn#uanto corria" ouviu o motor do barco rugir" e ao olhar para a porta descobriu #ue era tarde demais.Gregg 4 tinha ido embora.

irou!se depressa e correu para o seu bar#uinho" #ue estava amarrado no ancoradouro. 5oma#uele vento" podia chegar ilha dentro de uma hora. Lynn levantou as velas" pegou o timão e olhou océu" preocupada" en#uanto o barco ganhava velocidade. As palmeiras se curvavam com o vento"mostrando seus lados mais claros. n#uanto sa7a do porto" as ondas mais 'ortes sacudiram seu bar#uinhoe Lynn estremeceu" pois tinha a sensa/ão de #ue o mar estava bravo demais.

% vento 'icava cada ve( mais 'orte. la sentiu #ue a super'7cie do mar estava perigosa"completamente coberta de espuma.

As primeiras gotas de chuva a atingiram como 'acas e Lynn descobriu #ue dependia apenas da boa visibilidade para chegar até a ilha da 5averna. la não possu7a nem bDssola... nem sabia como us!

la. eu cora/ão 'icou pe#ueno ao perceber #ue poderia se perder com a maior 'acilidade. 5on'irmandoseus temores" uma pancada de chuva a cobriu. ,ão podia 'a(er nada" a não ser manter o barco na mesmadire/ão e tentar continuar em 'rente. ,ão podia se arriscar a voltar. % bar#uinho seria levado pelosventos 'ortes e pelas ondas. la tinha agido estupidamente" sem pensar. ,ão tinha dito nada a ninguém...

MM

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não havia avisado aonde ia. Lembrou de ter dito a Gregg" certa ve(" #ue não tinha o hbito de se arriscar.

Lynn lutou para vestir o colete salva!vidas.

 ) >rogaE ) gritou para o vento" en#uanto a chuva desabava. Agachou!se com uma das mãos notimão e a outra procurando se e#uilibrar. Pmaginou o #ue 'aria se perdesse completamente a ilha da5averna. rovavelmente poderia tentar chegar Grande Abaco... e não conseguisse... era melhor nem

 pensar mais nisso.

Lynn estava tão distra7da com os problemas do momento #ue nem notou #ue a chuva diminu7a. %céu agora estava um pouco mais claro e" antes #ue a pr-*ima nuvem de chuva se apro*imasse" elaconseguiu distinguir ao longe o per'il da ilha. A linha de rvores 4unto da praia indicava #ue haviaencontrado a ilha da 5averna. ram as mesmas rvores debai*o das #uais ela e ;arT tinham 'eito um

 pi#ueni#ue. Lgrimas de al7vio correram pelo seu rosto.

=uando se apro*imou da praia" a chuva desabou novamente" com mais 'Dria" e seu barco 'oilevado pelas ondas" até a areia. % ru7do das velas sendo bai*adas parecia o de um canhão. la amarrou o

 barco numa rvore e desceu para a praia. $odo o seu corpo tremia de cansa/o e Lynn ouviu o som dos pr-prios solu/os.

Agora" s- #ueria 'echar os olhos" descansar" tentar conseguir um pouco de pa( de esp7rito" mas a

'Dria da tempestade não ia permitir. Lutou para colocar!se de pé" bai*ou a cabe/a e en'rentou o vento" procurando a gruta.

>entro da caverna a areia estava seca e Lynn atirou!se ao chão.

 ) stDpida" estDpida" estDpida ) ela disse bai*inho para si mesma.

% #ue tinha conseguido+ >esaparecer" 4unto com ;arT" complicar ainda mais a situa/ão. $inhalutado para encontr!lo e havia se perdido. % #ue a 'i(era agir tão tolamente+ reocupa/ão com ;arT"claro. ;as" além disso" havia o seu amor por Gregg. ele s- ia sentir despre(o pelo comportamentorid7culo dela... e é #ue ia sentir alguma coisa. $inha se metido na#uilo e agora não podia 'a(er maisnada" a não ser esperar a tempestade passar. Lynn encostou!se numa rocha e 'echou os olhos.

 ) rta. HartwellEAo ouvir seu nome" ela abriu os olhos. ;arT ,ichols a olhava" com os olhos arregalados" sem

acreditar no #ue via.

Lynn deu um pulo.

 ) Gra/as a >eusE ) uspirou e abra/ou!o. ) u pensei #ue voc3 tinha vindo para c...

 ) como chegou a#ui" com esta tempestade+ ) ele #uis saber.

 ) $ive mais sorte do #ue merecia ) disse" mais para si mesma do #ue para ;arT. ) ;as ondevoc3 estava+ ,ão vi o seu barcoE

 ) u o escondi atrs de um rochedo" #uando o vento come/ou a 'icar 'orte. stava #uerendotra(3!lo para a caverna" mas não consegui ergu3!lo.

 ) amos dei*!lo l mesmo ) Lynn decidiu. ) H #uanto tempo voc3 est a#ui+

 ) >esde ontem noite. u achei #ue eles não me mandariam embora se não conseguissem meencontrar. ) ;arT 'icou em sil3ncio durante algum tempo. ) A verdade ) continuou ele ) é #ue eunão pensei... não plane4ei nada. acabei vindo para c. oc3 trou*e alguma coisa para comer+ ) indagou" envergonhado.

Lynn sacudiu a cabe/a.

 ) Lamento" mas também não pensei em nada. u sa7 depressa" para chegar a#ui antes da

tempestade. ) oc3 se arriscou muito por minha causa ) ;arT disse" tristonho. ) Lamento isto" mas estou

contente #ue este4a a#ui.

MO

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Lynn olhou o mar violento" ao longe. Até onde a vista alcan/ava havia massas enormes de gua"e as ondas batiam com 'or/a de encontro s rochas.

la estava resolvida a não discutir por #ue ;arT havia 'ugido. =uando a tempestade passasse"voltariam e 'ariam o #ue Gregg #uisesse.

scureceu cedo e eles 'icaram em sil3ncio na caverna" ouvindo o som do vento e das guas...>ormiram abra/ados" en#uanto a tempestade rugia l 'ora.

% amanhecer trou*e um pro'undo sil3ncio. >ei*ando ;arT dormindo" Lynn saiu. % céu estava#uase claro" sem sinais da violenta tempestade do dia anterior. ;as o mar ainda estava bravo. $eriam deesperar #ue as guas se acalmassem. oi até a praia" procurando o lugar onde havia amarrado o barco.sperava encontr!lo virado e meio encalhado na areia" mas o barco tinha desaparecido. % barco e arvore. eu bar#uinho... la sentiu um ba#ue no cora/ão. stava magoada com a perda. 5orreu de volta

 para a caverna e re(ou em sil3ncio para #ue o barco de ;arT se encontrasse por perto.

;omentos depois" Lynn e ;arT olhavam desesperados o bar#uinho dele" #ue tinha sido 'urado por uma pedra" no 'undo.

 ) m #ue con'usão nos metemos ) ;arT 'alou" #uase chorando.

Lynn deu um tapinha no ombro dele. ) Alguém vir nos buscar ) ela garantiu. ) eu pai 4 tinha chamado o avião de salvamento.

abe #ue ele continuar nos procurando.

 ,ão havia 4eito de sair da#uela ilha. Pa ter de descobrir como sobreviver ali" até #ue o pessoal doresgate chegasse.

 ) enha" temos de 'a(er algumas coisas ) Lynn disse" procurando aparentar uma con'ian/a #uenão sentia.

la olhou ao redor. Além da areia havia uma selva densa e escura" com rvores e uma por/ão decactos. ,ão era uma paisagem hospitaleira. As hist-rias sobre a vida nas ilhas desertas nunca

mencionavam as picadas de mos#uitos.Lynn lembrou de um outro dia" em #ue Gregg tinha lhe dado uma aula sobre a sobreviv3ncia

na#uelas ilhas. le havia dito9 V5om pouco conhecimento e algum e#uipamento" pode!se sobreviver a#uiV.

elo menos por pouco tempo" não haveria problema.

A chuva tinha se acumulado em vrios buracos e depress6es dos rochedos.

Gregg tinha lhe mostrado uma planta" usada nas re'ei/6es dos nativos" #ue nascia por toda partena#uelas ilhas.

 ) ense nisto para uma salada ) Lynn 'alou" en#uanto ;arT a olhava com ar de suspeita. ) K

realmente gostoso.>escobriram #ue as 'olhas novas eram deliciosas.

 ) e o seu pai não tivesse me mostrado como comer estas coisas" eu nunca me atreveria a tentar.

>epois Lynn pegou um molusco de bai*o de uma rocha e com uma concha cortante abriu!o"o'erecendo a carne rosada a ;arT.

le recusou" dando de ombros.

 ) Argh... eu nunca terei 'ome su'iciente para comer estas coisasE

'icou olhando horrori(ado" en#uanto Lynn devorava tudo" elogiando o prato" apesar de ach!lo

salgado demais. ) Antes de mais nada" temos de dar algum sinal. Lynn preparou uma bandeira" usando sua

camiseta.

MQ

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>epois procuraram pela praia e encontraram um bambu longo. incaram o bambu entre asrochas" no ponto mais alto da ilha" 'a(endo com #ue a bandeira 'osse vis7vel em todas as dire/6es.

Lynn descobriu #ue um determinado tipo de capim servia de canudinho para beber gua.

 ) recisamos beber bastante para não 'icarmos desidratados ) ela e*plicou.

C noite viram as lu(es de um iate ou de um barco de pescadores" mas nenhum chegou muito perto.

A areia era uma cama dura. les cavaram buracos para os #uadris e ombros e isso a4udou um pouco.

em sono" depois de algum tempo Lynn levantou!se e caminhou até a entrada da caverna. %vento estava calmo e uma lua brilhante" no céu estrelado" iluminava tudo. e ao menos tivesse dito aalguém aonde estava indo... agora poderiam encontr!la. Gregg não precisaria estar so'rendo e

 procurando. 5omo ele ia despre(!la por a#uela estupide(. logo seria o marido de Helen $racy. ste pensamento lhe causou um golpe no cora/ão.

;arT veio sentar!se a seu lado.

 ) =uanto tempo eles procurarão por n-s+ ) perguntou bai*inho.

 ) =uanto tempo 'or preciso para nos encontrar ) ela respondeu com 'irme(a. ) ão procurar em todas as ilhas de Abaco" se 'or necessrio.

 ) =uanto tempo vamos ag@entar+

Lynn virou!se para olh!lo.

 ) n#uanto 'or preciso... ) disse" em tom de reprova/ão ) gra/as li/ão de sobreviv3ncia doseu pai.

 ) 5omendo capim+

 ) ai ter de superar a sua aversão por pei*e cru. ) la acariciou o cabelo do garoto

a'etuosamente. ) amos ver se conseguimos dormir agora. ) rta. Hartwell ) ;arT 'alou bai*inho" en#uanto esperava o sono chegar )" voc3 gosta de

 papai+

 ) 5laro" ;arT. ) eu tom de vo( tra7a a surpresa.

 ) u gostaria #ue casasse com ele. oc3 não me mandaria embora.

>e repente" Lynn emocionou!se e 'echou os olhos. stava chorando pelo garotinho e por simesma. er #ue ele tinha adivinhado a verdade sobre o pr-*imo casamento de Gregg+

 ,ão havia nada #ue pudesse di(er. la procurou manter a vo( calma.

 ) >urma bem" ;arT.

 ,a manhã do terceiro dia" na ilha" ela viu #ue o suprimento de gua estava chegando a um pontocr7tico. >ois dias de sol tinham 'eito com #ue os reservat-rios dei*ados pela chuva evaporassem. ,ooceano" as nuvens de chuva tropical 4 se 'ormavam" mas não caiu nem um pingo de gua para saciar asede dos dois.

%s 'rutos de cactos eram t7midos" mas não o su'iciente. Lynn lembrou da conversa de Greggsobre a 'onte de gua doce. le não tinha tentado procur!la" mas ela decidiu testar a idéia. 8sando oscord6es do t3nis" amarrou uma grande concha no pulso e come/ou a cavar buracos ao longo da praia"#uando a maré bai*ou. Gregg havia lhe dito #ue a gua doce 'lutua sobre a gua salgada e #ue o

 primeiro n7vel de gua #ue enchesse os buracos seria potvel. 8sando outras conchas" os dois beberam" para evitar a desidrata/ão. ;esmo longe" Gregg ainda era responsvel pela sobreviv3ncia deles.

Lynn descobriu" logo abai*o da maré" alguns pepinos do mar. ;arT agora 4 estava com 'ome

MR

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su'iciente para e*periment!los. ,a verdade" eram animais compridos e 'inos. Gregg havia dito #ueeram considerados deliciosos pelos 'ranceses.

 ) %s 'ranceses podem 'icar com o meuE ) ;arT criticou. ) Acho #ue agora comeria até'7gadoE

 ,o #uinto dia depois da tempestade" os dois estavam desanimados. %bservaram um avião a 4ato

 passando. ) %s passageiros devem estar comendo" bebendo e 'a(endo palavras cru(adas ) ;arT 

murmurou.

arecia estranho #ue a vida continuasse" 'ora da ilha.

 ) %lheE ) Lynn disse" apontando uma vela branca no hori(onte. ) 8m veleiroE

%bservaram em sil3ncio" com os nervos 'lor da pele. arecia #ue tinha demorado umaeternidade" antes #ue a vela assumisse o 'ormato de um barco de pesca nativo. A#uele barco parecia ocaminho para o para7so. Lynn sabia #ue poderiam ser salvos se o barco se apro*imasse mais" e agora issoera tudo o #ue importava.

%s pescadores nativos procuraram ancorar num lugar 'undo" onde podiam esperar até a hora doalmo/o. 'icaram at&nitos ao encontrar uma mulher e uma crian/a na#uela ilha isolada. stavam indo

 para ,assau" uma viagem de de(esseis horas se o vento noroeste não atrapalhasse. abiam #ue haviagente desaparecida e uma busca intensa por mar e por ar tinha sido organi(ada. >i(ia!se #ue o capitão

 ,ichols estava em ,assau" organi(ando as buscas.

A prova/ão tinha terminado. Lynn e ;arT 'oram levados para o barco e para a primeira re'ei/ãodecente #ue 'a(iam em cinco dias9 arro( com cebola 'rita" 'ei4ão preto e carne de pei*e 'resco.

Lynn comeu pouco" mas tomou bastante ch.

Aos poucos" apesar do intenso calor" ela 'oi se sentindo mais tran#@ila. ;arT conversava

calmamente com os pescadores" #ue 'icaram contentes em dei*!lo segurar o timão. le se es'or/ava para manter o barco na rota.

Lynn recostou!se 4unto a umas cordas e observou o sol se pondo no hori(onte. stava adorandoa#uele velho barco" descascado e cheio de pescadores idosos" o cheiro de cordas velhas e os estalos damadeira. arecia totalmente correto #ue em seu Dltimo dia nas 0ahamas vele4asse num barco velho" dos

 poucos #ue haviam sobrado para os pescadores pro'issionais.

5omo estava distante da vida em ;iami... logo a sua estada em Abaco ia parecer o ato de uma pe/a encerrada. ;as uma coisa ela sabia9 a dor de seu amor por Gregg ia 'a(er com #ue semprelembrasse da#ueles dias" ali.

CAPITULO XIII

% sol ainda não tinha levantado #uando o velho barco passou pelo 'arol e lan/ou Bncora no portode ,assau. 8m gigantesco cru(ador passou ao longe" com as lu(es vis7veis ao sol da manhã" iluminandoas embarca/6es menores. Havia iates e cargueiros ao longo da entrada do canal. A ilha de ,ovarovid3ncia era colorida demais e a cidade de ,assau parecia muito alegre com os ritmos do 5aribesoando ao longe" en#uanto as lo4as da rua 0ay se abriam e come/ava o movimento no mercado.

% barco pes#ueiro depositou Lynn e ;arT descuidadamente no ancoradouro do mercado. %s doiscaminharam pelas ruas ainda #uietas. Lynn viu seu re'le*o numa vitrine e se reconheceu na#uela mulher 

 4ovem e bron(eada" caminhando depressa. 8m homem num caminhão lhe indicou o escrit-rio do pessoalde 0uscas e alvamentos. le mal conseguiu esconder sua curiosidade" en#uanto apontava um edi'7cio.

MS

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Lynn observou #ue o barco!correio" #ue devia partir tarde para Hopetown" estava no porto. la podia entregar ;arT para o pai e partir em seguida.

Através do vidro do escrit-rio" Lynn viu a 'igura solitria de um homem perto de um mapa"aberto sobre a mesa. A lu( da manhã se re'letia em seus cabelos escuros" acentuando seus tra/os bonitos.arecia muito ansioso.

=uando ;arT e Lynn abriram a porta" ele levantou a cabe/a. >urante um momento" pareceu não

compreender o #ue estava acontecendo. >epois" ;arT atirou!se em seus bra/os e os olhos de Lynn seencheram de lgrimas" ao ver a alegria substituir o ar incrédulo de Gregg.

% olhar dele procurou o dela e" sem saber o #ue estava acontecendo" Lynn viu!se em seus bra/os.>urante algum tempo ele a abra/ou com 'or/a. la sentiu o sangue correr mais 'orte e" diante da#uelarea/ão violenta" a'astou!se dele.

Algum tempo depois" estavam sentados no restaurante ensolarado do Hotel rincesa :eal. % brilho dos cristais e da prataria e a toalha branca pareciam irreais" para Lynn. % contraste entre a#uilo e avida #ue tinha levado na ilha" nos Dltimos dias" estava além de sua imagina/ão.

A a4udante do toalete deu a Lynn pente e uma toalha de rosto. Apesar das roupas elegantes usadas pelos turistas #ue 're#@entavam o hotel" Lynn não se sentiu envergonhada das pr-prias roupas. entia!se

estranhamente desligada de tudo a#uilo" observando ao longe os barcos #ue entravam e sa7am do porto"en#uanto ;arT contava o #ue tinha acontecido.

 ) comemos 'rutos de cactos ) ele e*clamou" en#uanto devorava a sobremesa de morangoscom chantilly.

Gregg sorriu para Lynn.

 ) ntão" voc3 lembrou da minha aula sobre sobreviv3ncia. stou orgulhoso de voc3E

A#uele elogio 'oi a coisa mais agradvel #ue Lynn 4 tinha ouvido.

la sorriu para ele.

 ) ua aula 'oi muito Dtil" principalmente na hora de encontrarmos gua potvel. Gra/as a isto"não 'oi uma e*peri3ncia muito terr7vel.

Gregg deu uma gargalhada #ue ecoou pela sala.

 ) 5inco dias isolada numa ilha deserta... e voc3 di( #ue não 'oi uma e*peri3ncia desagradvelEoc3 é incr7vel. ,ão sei se eu um dia vou conseguir superar isto. ) le 'icou sério novamente. ) 

 ,unca duvidei de #ue encontraria voc3s. ,unca me permiti pensar no pior" mas 'oram cinco dias longose cansativos.

Lynn o olhou com amor. A preocupa/ão e as longas noites sem dormir tinham!no dei*ado com oolhar cansado. >evia ter sido mesmo uma procura di'7cil.

Gregg acenou para o gar/om" #ue veio encher novamente a *7cara. ) N tomei ca'é demais nos Dltimos dias. =uando voc3 terminar o seu" ter de en'rentar os

rep-rteres. % gerente prometeu mant3!los a distBncia" até voc3 terminar de comer.

Lynn não conseguiu terminar a omelete" mas ;arT raspou o prato de ovos me*idos e tomou todoo leite.

 ) er #ue isto ser su'iciente" durante algum tempo+ ) Gregg perguntou" alisando!lhe oscabelos. ) amos terminar com tudo isto" assim voc3s poderão descansar. ) le estava rouco de'adiga.

 ) >escansarE ) ;arT repetiu" ) Ainda não são nem nove horas da manhã.

 ) ,enhum de n-s descansou o su'iciente" esta semana ) Gregg lembrou. ) recisa" pelomenos" tomar um bom banho. ou tele'onar para a rua 0ay e pedir umas roupas para voc3. ) irou!se

 para Lynn. ) Helen também deve ter algo #ue possa usar" ou" se pre'erir" compre o #ue gostaria e

OU

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colo#ue na minha conta" na Lo4a :ua 0ay.

HelenE Ao ouvir esse nome" ela sentiu um arrepio. 5laro #ue Helen devia ter ido para ,assau" para 'icar ao lado de Gregg na#uela emerg3ncia. >epois do #ue Lynn tinha passado nos Dltimos dias"'aria tudo para evitar a#uele encontro" mas não havia nada a ser 'eito. >e #ual#uer 'orma" não adiantavamais" Lynn disse a si mesma. Pa ter de manter a dignidade a #ual#uer custo e sumir dali na primeiraoportunidade.

=uando sa7am do restaurante" encontraram uma turma de rep-rteres e Lynn 'icou espantada"imaginando para #ue toda a#uela agita/ão. >epois lembrou #ue o 'ilho de uma celebridade internacionalestava desaparecido por vrios dias. Ali não estava apenas a imprensa local" mas também representantesdas grandes ag3ncias de not7cias dos stados 8nidos.

>e repente" assustada" segurou no bra/o de Gregg.

 ) ;eu pai vai ver isto" preciso primeiro 'alar com eleE

 ) N cuidei de tudo ) ele disse suavemente. ) u 'i#uei em contato com ele" durante todo estetempo. o convenci a continuar em ;iami. Avisei #ue tudo seria 'eito. n#uanto voc3 tomava o ca'é"tele'onei a ele e avisei #ue estava bem. :eservei um #uarto para voc3 a#ui" e assim #ue subir pegue otele'one e pe/a uma liga/ão. A tele'onista sabe o nDmero.

orrindo" ele lhe o'ereceu o bra/o e caminharam em dire/ão aos 'ot-gra'os.

Lynn ouviu Gregg en'rentando a barreira de perguntas" mas ela estava comovida com a preocupa/ão dele em rela/ão a seu pai. :espondeu automaticamente s perguntas #ue lhe 'a(iam. >epoissentiu #ue Gregg colocava o bra/o em seu ombro e os 'ot-gra'os pediam9 V- mais umaV.

 ) agora" senhores" se me permitem ) Gregg disse com 'irme(a )" precisamos descansar. ) Acompanhou Lynn e ;arT ao elevador e logo estava subindo. Gregg estendeu uma chave para ;arT. ) $ome seu banho" eu volto logo ) ordenou #uando a porta do elevador abriu.

m seguida" acompanhou Lynn até o 'im do corredor e abriu uma porta. la entrou no #uarto evirou!se para lhe agradecer.

>e repente estava nos bra/os de Gregg" bei4ando!o e sentindo #ue ele a bei4ava ansioso. entiu#ue lhe 'altava ar e seus 4oelhos estavam 'racos. >urante um longo momento correspondeu ao abra/o"sabendo #ue a#uilo era o #ue tanto dese4ava" era o #ue mais dese4ava. >epois" repentinamente se a'astou.

entiu #ue o carinho desaparecia depressa" substitu7do por uma imensa 'rie(a. Gregg a olhoucom um ar gelado.

 ) arece #ue a estou 'or/ando... ) ele disse num tom de 'Dria controlada. ) Garanto #ue nãovai acontecer de novo. ) aiu 'echando a porta.

$r3mula de humilha/ão e desespero" Lynn caminhou pelo #uarto. 5omo ele podia ter 'eitoa#uilo+ ,as vésperas de casar com outra mulher" abandonava todas as regras de dec3ncia+ 5omo se

atrevia a dedu(ir #ue ela não tinha bom senso e nem sabia o #ue era ou não ade#uado+ le não pareciaser o tipo de homem capa( de 'a(er a#uilo.

Lynn atirou!se numa poltrona e 'icou olhando os 4ardins do hotel e o porto mais adiante.Acalmou!se e conseguiu pensar melhor" sentindo #ue a humilha/ão se trans'ormava em mgoa. A'inal"tinha correspondido ao bei4o dele. la mesma havia es#uecido de si. 0em" não tinha importBncia. Gregglogo seria o marido de outra mulher" sairia de sua vida. la voltaria para casa. ,a verdade" nunca deviater sa7do de l.

%bservou os barcos balan/ando suavemente" saindo do porto. Logo seguiria o mesmo caminho.e tivesse pensado em 'icar em Abaco" o #ue havia acontecido com Gregg agora 'aria com #ue eladecidisse ir embora.

ela primeira ve( notou o lu*o do #uarto... o carpete e as poltronas brancas" as cortinas e acolcha. =ue pena" ela pensou... estar num cenrio tão bonito e sentir!se tão in'eli(. %lhou o tele'one esentiu um ba#ue no cora/ão. eu pai estava esperando seu chamado.

O1

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% som da#uela vo( amada 'e( Lynn sentir!se melhor. % pai nunca tinha sido e*ageradamenteansioso e possessivo" mas demorou algum tempo para convenc3!lo de #ue não tinha sido nada grave. ladedu(iu #ue ele veria por si mesmo" #uando chegasse em casa" dentro de dois ou tr3s dias.

Lynn rela*ou na banheira. Lavou os cabelos com *ampu e depois enrolou!se numa toalhaenorme.

% terra/o estava convidativo e ela" sentou!se numa espregui/adeira. % barco!correio ainda não ia

 partir... teria tempo para descansar um pouco. echou os olhos e sentiu o sol #uente acariciar sua pele.>e repente" estava dormindo.

Acordou abruptamente com alguém batendo porta. Levantou!se" vestiu o 4eans" a camiseta eabriu a porta para Helen $racy" #ue parecia indignada.

 ) oc3 não perde tempo ) ela passou por Lynn" atirando algumas roupas na cama. irou!se para encar!la" muito agressiva. ) arece #ue eu devo pagar por t3!la contratado. sta é minharecompensa por lhe dar uma oportunidade #ue #ual#uer outra" em sua posi/ão" 'icaria agradecida em ter. nunca procuraria virar ;arT contra mim... nem inter'erir nos meus planos de casar com Gregg

 ,icholsE

Lynn decidiu #ue não ia dei*ar a#uela mulher aborrec3!la.

 ,a verdade" os Dltimos acontecimentos de sua vida tinham tido um e'eito calmante. larespondeu suavemente9

 ) ra. $racy ) seu tom era de cansa/o" agora )" est me acusando de coisas #ue não sãoverdadeiras" est se perturbando sem necessidade" eu lhe garanto.

retendia di(er #ue" como estava partindo imediatamente" toda a#uela discussão eradesnecessria.

;as Helen $racy" sem dDvida" tinha vindo para uma briga" e ninguém ia 'a(3!la desistir disso.

 ) >evo di(er #ue voc3 é muito engenhosa ) interrompeu" dando uma risada 'eia. ) arece

inocente" até mesmo aborrecida" mas conseguiu passar vrias horas com Gregg e ;arT. 5onseguiu atémesmo 'a(er Gregg acreditar #ue a sua a4uda é essencial para a pes#uisa dele. oc3 usou sua med7ocrehabilidade em vele4ar para se tornar uma  pessoa adorada por ;arT. a 'alta de gasolina" na#uele dia" s-veio a4udar os seus planos" completamenteE

A#uilo era mais do #ue Lynn podia ag@entar. Helen estava se tornando insuportvel. er #ue erairracional o su'iciente para acreditar #ue Lynn tinha contribu7do para sua in'elicidade+ Lynn piscou"'uriosa.

 ) st me tornando muito importante" sra. $racy ) ela disse" rindo. ) >eve conhecer Gregg osu'iciente para casar com ele. deve saber #ue ele não dei*aria #ue sua vontade 'osse manipulada por ninguém.

 ) 5omo pode ter a audcia de tentar e*plicar Gregg ,ichols para mim+ ) Helen rugiu. ) ua burrice de sair sem di(er nada a ninguém causou muitos problemas e preocupa/6es desnecessrios.

Lynn percebeu #ue Helen estava escondendo alguma coisa. er #ue Gregg tinha sentidoansiedade por ela" assim como pelo 'ilho+ Psso" naturalmente" teria dei*ado Helen 'uriosa.

 ) e eu sou ing3nua e aborrecida ) Lynn repetiu com um tom de sarcasmo )" é -bvio #ue não precisa ter medo de mim. or outro lado" se sou capa( de 'a(er tantos planos" então precisa tomar cuidado. ,ão #uer decidir primeiro #ual a minha verdadeira personalidade+ rancamente" sra. $racy"acho #ue est perdendo a sua dignidade" ao me procurar com estas acusa/6es.

Lynn também sabia dar golpes 'ortes" se 'osse preciso" e agora estava muito (angada.

 ) oi apenas por acaso #ue eu e ;arT inter'erimos em seus planos. Acredite... não 'oi nadadivertido.

 ,ão ia di(er a Helen #ue estava de partida para casa. la #ue visse por siE

O2

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% rosto de Helen $racy 'icou cor de cin(a" de tanto -dio" e ela come/ou a tremer.

 ) e voc3 tivesse o m7nimo de respeito por si mesma" iria logo emboraE ) ela sibilou" 'a(endoum gesto em dire/ão cama. ) A7 estão algumas roupas e o dinheiro da passagem. embora e nosdei*e em pa(E ) aiu do #uarto batendo a porta com 'or/a.

Lynn estava 'uriosa. Agarrou as roupas e atirou!as na porta" en#uanto Helen $racy sa7a.

 ) 7boraE ;alucaE ) ela murmurou.

ra -bvio #ue Gregg nunca tinha visto o lado mau da#uela mulher. 0em" ele logo descobriria. se Gregg 'osse um homem vingativo" Helen teria o #ue merecia.

or #ue estou pensando nisso+ Lynn perguntou a si mesma. ,ão #ueria mais perder tempo com bobagens... s- sair dali o mais depressa poss7vel.

%lhou!se no espelho... estava com 4eans su4o e sem sapatos. >ecidiu #ue sua vaidade não lhe permitiria aparecer nas ruas da cidade" ao meio!dia" na#uele estado.

>espre(ava as coisas #ue Helen havia dado" mas talve( servissem para ir até a rua 0ay comprar algo. Pa colocar tudo no conta de Gregg e pagaria a ele #uando voltasse para casa.

Helen tinha calculado mal se pensara #ue suas roupas não 'icariam bem em Lynn. Apesar de nãoserem o tipo de coisa #ue Lynn compraria" #uando ela se olhou ao espelho sabia #ue iria chamar aaten/ão de muita gente" nas ruas. Lynn parecia uma mane#uim. % con4unto cor de limão servia

 per'eitamente e as sandlias bege combinavam com seu tom bron(eado. %s cabelos brilhantes ca7am aoredor do rosto em ondas suaves. arecia ter sa7do das pginas de uma revista de modas. stava linda"cheia de vida e autocon'ian/a.

egou um envelope na gaveta e colocou nele a nota de cin#@enta d-lares #ue tinha encontrado no bolso do vestido" endere/ando para Helen $racy. abia #ue a mulher #ueria #ue partisse imediatamente"mas pre'eria ter de ir a nado até Hopetown a aceitar a#uele dinheiro.

=uando desceu do elevador para a entrada do hotel" viu o olhar de aprova/ão de vrios homens.

>ei*ou o envelope na recep/ão e virou!se para sair. ntão" sentiu!se tensa e empertigou!se. %olhar de 'ranca admira/ão de Gregg logo 'icou mais sério" e #uando ele 'alou 'oi num tom bai*o e 'irme9

 ) u ia tele'onar para o seu #uarto. =uero lhe di(er uma coisa. amos entrar a#ui. ) egurando!a pelo bra/o" ele a levou ao bar do hotel.

=uando ele a tocou" Lynn sentiu #ue estremecia. ra a#uela parte de si mesma #ue ela nãoconseguia controlar.

 ,o bar s- havia um homem. la e Gregg sentaram num canto e chamaram o gar/om. Greggrecostou!se na cadeira e cru(ou as pernas. le era a elegBncia personi'icada" com seu con4unto de

 popeline marinho" camisa branca com os punhos desabotoados. ,ovamente" Lynn imaginou se seria ela

mesma #ue estava ali" com a#uele homem inteligente e bonito. ela primeira ve(" notou como as mãosdele eram elegantes e 'ortes. Até o modo de ele acender o '-s'oro para o cachimbo lhe parecia atraente.Lembrou!se da#uelas mãos acariciando seu corpo.

 ) % #ue #uer tomar+ ) Gregg interrompeu seus pensamentos.

la hesitou.

 ) :aramente eu tomo alguma coisa" nesta hora do dia... talve( algo bem leve" por 'avor.

le pediu um co#uetel de champanhe para Lynn e uma cerve4a holandesa para si mesmo.

 ) ensei #ue estivesse recuperando seu sono ) Lynn interrompeu o sil3ncio" en#uanto osdrin#ues eram servidos.

Gregg parecia nem ter ouvido. le encheu o copo e o levantou num brinde.

 ) A uma mulher e*traordinria... em todos os sentidos.

O?

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Lynn sorriu en#uanto tomava o champanhe. N imaginava o #ue ele estava pensando e não pretendia di(er nada" en#uanto a conversa prosseguisse.

 ) u sempre terei uma d7vida para com voc3" por ter tra(ido ;arT de volta" em seguran/a. uacoragem e intelig3ncia evitaram #ue ocorresse uma tragédia.

Lynn enrubesceu. le tinha 'alado com uma intensidade tal #ue ela se sentiu nervosa. ,ão sabiacomo responder.

 ) u me senti uma idiota" tendo sa7do sem dei*ar nenhum recado ) ela con'essou. ) oc3 não precisaria ter se preocupado tanto.

le inclinou!se e lhe segurou a mão.

 ) oc3 e ;arT estão salvos e passando bem" e isto é o #ue interessa. u simplesmente nãoconsegui dormir" antes de lhe agradecer. ) Apertou a mão de Lynn" depois terminou de beber a cerve4a.

 ) Agora ) disse" colocando o copo na mesa )" para onde estava indo" #uando eu a interrompi+

 ) ara uma lo4a da rua 0ay ) ela respondeu. ) >ecidi aceitar a sua o'erta" até #ue eu possa pagar!lhe pelo empréstimo.

 ) a/a isto ) ele disse com sinceridade )" compre o #ue #uiser. e tiver algum problema" diga

 para me tele'onarem. 5olo#ue tudo na minha conta" lembre!se. ) u estou aceitando apenas como empréstimo ) Lynn disse com 'irme(a.

$erminou o drin#ue e levantou!se. Gregg a acompanhou até a entrada do hotel. >epois virou!se e'oi para os elevadores. Lynn o observou" en#uanto pensava #ue talve( não o visse novamente. stavacom os olhos brilhantes de lgrimas" en#uanto caminhava sob o sol #uente das 0ahamas.

ntrou no centro da cidade e viu os turistas comprando chapéus de palha. As vitrines das lo4asmais caras estavam cheias de per'umes e acess-rios" tecidos importados" 4-ias e m#uinas 'otogr'icas.Algumas mDsicas da ilha vinham da entrada de um bar.

% interior da lo4a era calmo e anti#uado. Lynn escolheu roupas em estilo conservador" #ue

combinavam com seu gosto. m pouco tempo 'ormou um con4unto atraente e muito caro. A#uela nãoera lo4a para #uem precisava controlar o or/amento. scolheu cal/as compridas de seda" uma camisa emtons de bege e marrom. >epois comprou sapatos.. . tudo era muito caro" mas ela havia conclu7do #ue

 precisava mesmo da#uilo. % mais ir&nico era ser 'or/ada a 'a(er a#uelas e*travagBncias #uando" naverdade" precisava de seu dinheiro para outras coisas. Lembrou da noite em #ue estava no barco!correioe estremeceu. egou um suéter e estremeceu ao ver o pre/o. >epois mandou colocar tudo na conta deGregg" pegou o pacote e voltou para o hotel.

m seu #uarto" ela trocou de roupa" colocou as roupas de Helen na sacola e sentou!se na mesa" para escrever. eria 'cil partir sem di(er nada. orém" pegou uma 'olha de papel e escreveu9

V/uerido 6re,

#stou indo para casa. 7á terei partido )uando rece!er esta carta. Por &a%or, dia adeus a Mark 

 por mim. Tal%e" possa deixar )ue ele me %isite, alum dia.

#Dese4o+lhe muitas &elicidades.

 *ynn.V

>obrou o bilhete" colocou num envelope e 'echou" endere/ando!o a ele.

>ei*ou a carta na recep/ão do hotel e caminhou depressa para a sa7da. ,ão sabia a #ue horas o barco partia" mas tinha certe(a de #ue era dentro de pouco tempo.

n#uanto caminhava" 'icou imaginando #ue tipo de arran4o podia ser 'eito" para ir a Hopetown.

ra rid7culo pedir #ue não lhe cobrassem a passagem" estando tão bem!vestida. =uem ia acreditar #uenão tinha um centavo+ $alve( não devesse ter recusado o empréstimo de Helen $racy.

% capitão do barco estava conversando com um homem #ue parecia totalmente coberto com

O

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m#uinas 'otogr'icas e acess-rios. arecia #ue estava sendo entrevistado por algum rep-rter.

Lynn sentou!se ali perto e esperou. iu #ue o rep-rter a reconhecia e desviou os olhos" esperando#ue ele não se apro*imasse.

 ) K a srta. Hartwell" não+ ) Lynn ouviu uma vo( di(endo. irou!se e" antes #ue respondesse" o 4ovem continuou9 ) em dDvida" é" agora a estou reconhecendo melhor. or um minuto" eu não tivecerte(a. ;udou um pou#uinho" desde #ue a vi" de manhã" no hotel.

% olhar dele era de aprova/ão. ,ão havia motivos para trat!lo mal. e tivesse sorte" logo selivraria dele.

 ) 5inco dias sem tomar banho e trocar de roupas não me dei*aram muito bonita. spero #ueninguém ve4a a#uelas 'otos.

 ) stou 'a(endo uma reportagem em cores sobre o barco!correio de Abaco" para o suplementode domingo. amos tirar uma 'oto de voc3 a#ui" com o barco ao 'undo. ai 'icar lindoE er umacompensa/ão pelas 'otos #ue tirou esta manhãE egure as mãos ao redor dos 4oelhos" na#uela dire/ão.JtimoE Agora levante o #uei*o e olhe para o meu ombro. Jtimo.

m alguns minutos ele tirou uma dD(ia de 'otos. % capitão do barco olhava tudo com interesse.

 ) oc3 é a mo/a #ue encontrou o 'ilho do capitão ,ichols+ ) ele #uis saber.Lynn disse #ue era e indagou9

 ) Acha #ue pode me levar para Hopetown+ ,ão tenho dinheiro para a passagem" mas pago#uando chegar l.

 ) u não aceitaria o seu dinheiro ) ele respondeu com sinceridade. ) %s nu'ragos sempre pegam carona. uba a bordo. amos partir assim #ue terminarem de carregar a#ueles sacos de cimento.

la subiu a bordo e 'icou observando as sombras do entardecer. iu o edi'7cio cor!de!rosa dohotel onde Gregg estava e sentiu um aperto no cora/ão. ,assau era linda" cheia de pessoas alegres" masnão para ela.

% barco partiu e Lynn continuou olhando a cidade" até o 'arol desaparecer de vista. Gregg tinha'icado l... o homem #ue amava e #ue não veria novamente.

=uando chamaram para o 4antar" no barco" ela desceu. Havia mais alguns passageiros e a re'ei/ão'oi simples. 8m ingl3s conversou o tempo todo e os outros não 'i(eram muitas perguntas. Lynn 'icousatis'eita em não ser reconhecida.

% p&r!do!sol 'oi um dos mais lindos #ue ela 4 tinha visto. 8m grupo de haitianos #ue ia para oscampos de cana de Abaco se reuniu no deck,  para cantar. la não entendia a l7ngua deles" masacompanhou o ritmo.

 ,a#uele momento Gregg 4 devia ter recebido a sua carta.

C noite" procurou rela*ar os mDsculos e 'icou observando as estrelas. Lembrou da sensa/ão #ue ainvadia #uando Gregg a bei4ava.

=uando o barco!correio chegou a Hopetown" havia o a4untamento normal no ancoradouro. Lynnviu o sr. >abney e" depois #ue desceu" e*plicou rapidamente o #ue havia acontecido com o bar#uinho.Logo se viram no meio de um grupo de pessoas curiosas #ue #ueria saber dos detalhes da aventura dela.Lynn come/ou a se sentir desesperada com a#uele atraso. $inha de acertar uma por/ão de coisas antes de

 partir e ainda acertar as contas com >abney" pela perda do barco dele.

 ) K di'7cil di(er #uanto valia ) ele come/ou. ) u mesmo o constru7" com pinheiros deAbaco" a madeira mais dura #ue h por a#ui... era um barco muito bom...

le 'e( uma pausa para avaliar o e'eito de suas palavras. A#uelas pessoas ali o conheciam muito bem e ele não resistia #uando tinha uma platéia. Gostava de e*agerar o drama.

 ) u tive um trabalhão ) ele continuou )" mas vou lhe di(er uma coisa... arran4ei um emprego

OM

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na constru/ão de uma casa #ue um advogado americano vai 'a(er a#ui. ou precisar muito de uma serraelétrica. oc3 me manda uma dos stados 8nidos" #uando chegar l" e est tudo acertado.

A multidão se considerou satis'eita. ela primeira ve(" a#uele velho tinha 'eito uma propostara(ovel. Lynn podia se considerar uma mo/a de sorte.

Ao meio!dia" o t*i!marinho do :uivo viria busc!la. recisava se aprontar para embarcar suascoisas. stava terminada sua passagem por a#uelas ilhas. - uma coisa era importante9 tinha chegado a

Abaco como uma garotinha. " agora" era uma mulher #ue estava indo embora.

CAPITULO XIV

% pro'. Hartwell recebeu muito bem a 'ilha e procurou conversar com ela" en#uanto voltavam doaeroporto. ;as Lynn ca7a em sil3ncio a todo momento e ele acabou desistindo de 'a(3!la 'alar. entia!secon'uso com a mudan/a dela" mas conhecia muito bem a 'ilha e sabia #ue ela lhe contaria a causada#uilo #uando tivesse vontade. le imaginou se a resolu/ão de Lynn de voltar para casa teria algo a ver 

com Gregg ,ichols. ,o tele'one" havia conversado com Gregg" en#uanto Lynn e ;arT estavamdesaparecidos" e percebera o interesse do homem por sua 'ilha" sabia #ue era um interesse acima donormal. . . di'erente do sentido por um homem #ue s- pensa no bem!estar de outro ser humano.

Lynn" olhando o tr'ego nas ruas da cidade" de repente" sentiu!se em pBnico. $eria de se adaptar mudan/a. inha de um mundo dominado pelo mar e pelo céu e agora se encontrava numa cidade delu(es arti'iciais e ar condicionado. stava na capital da l-rida" o maior centro de turismo do mundo.elo menos ali" ela pensou" não havia nada para 'a(3!la lembrar de Gregg ,ichols.

:esolveu tir!lo da cabe/a e concentrar todas as energias em terminar a tese e procurar umemprego.

 ,ão perdeu tempo e mandou logo um che#ue para reembols!lo pelas roupas #ue haviacomprado. re'eriu não escrever nenhum bilhete. A'inal" não tinha nada a di(er. 5olocou o envelopenuma cai*a de correio e ao 'a(er isso sentiu um ba#ue no cora/ão" percebendo #ue tinha 'echado a portada#uela parte de sua vida.

Lynn tinha voltado para o seu #uarto na con'ortvel casa do pai. ntrou num curso deoceanogra'ia avan/ada e come/ou a ter aulas com um pro'essor 'ranc3s. le pediu #ue os alunos lessemdois livros de Gregg. la pensou em abandonar o curso. ;as era um campo de trabalho #ue adorava. or acaso" Gregg ,ichols era importante na#uele campo. e não estivesse preparada para desistir de tudo"teria de se acostumar a ouvir o nome dele. abia muito bem #ue o pro'essor ia dedicar grande parte docurso discussão dos livros de Gregg. 'oi com muita determina/ão #ue ela decidiu manter sua vida

 particular separada da sala de aulas.

$inha aulas tr3s ve(es por semana e depois ia para a biblioteca. m seguida" continuava osestudos em casa.

 ) ;inha #uerida" não acha #ue est estudando muito+ ) o pai perguntou preocupado" certamanhã. ) oc3 parece muito cansada ultimamente. % #ue acha de descansar no 'im de semana+odemos ir até aribel" caminhar pela praia" comer camar6es" ler. % #ue acha+

Lynn abra/ou!o e descansou a cabe/a no peito dele.

 ) stou bem" papai. ;esmo ) ela garantiu. ) gostaria muito de terminar a tese" #ue 4 estna metade. Agora" pare de se preocupar. ) la sorriu. ) e4o voc3 na hora do 4antar. e 'icar bon(inho"eu dei*arei #ue ganhe de mim uma partida de *adre(.

% pai suspirou e 'icou observando a 'ilha se a'astar.

 ) st preparada para o e*ame+

OO

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Lynn levantou os olhos e viu um 4ovem sorrindo para ela.

 ) reparad7ssima ) ela respondeu" alegre. ) ,ão estou esperando nenhuma surpresa.

 ) Gostaria de me sentir assim con'iante ) disse ele en#uanto sentava ao lado dela.

Lynn lembrou #ue 4 o tinha visto na biblioteca algumas ve(es e também na livraria da

8niversidade. le trabalhava l. ) >iga ) ele 'alou alegre )" #uer 4antar comigo" ho4e" depois do e*ame... uma pi((a" no $ony+

;eu nome é :ob Holden.

la sorriu e sacudiu a cabe/a.

 ) >esculpe" não posso. ,ão estou com vontade de comemorar nada.

A distribui/ão das perguntas do e*ame impediu #ue continuassem a conversa. Lynn descobriu#ue" gra/as s in'orma/6es dos livros de Gregg" estava sendo capa( de 'a(er um e*ame per'eito. oi a

 primeira a entregar e saiu" dei*ando o resto da classe escrevendo. iu o pro'. Leconte pegar sua prova ea4ustar os -culos antes de come/ar a ler.

 ,a semana seguinte" Lynn entregou a tese no escrit-rio do reitor da 0iologia ;arinha. >ei*ouuma c-pia com o pro'. Leconte" #ue tinha mostrado interesse em l3!la. entia!se con'iante sobre o #ueescrevera. Havia sido muito 'eli( em encontrar Gregg ,ichols para lhe dar conselhos sobre o trabalho.;as" de repente" lembrou #ue pagara um pre/o alto por a#uela a4uda. Lynn recusou!se a dei*ar #ue os

 pensamentos negativos invadissem sua mente. A#uele era o seu momento de triun'o" pelo #ual tinhaesperado tanto tempo. ra o primeiro momento verdadeiramente alegre" depois #ue voltara das ilhas.

arou na livraria" en#uanto ia entregar algumas coisas ao pai" e encontrou :ob Holden na cai*a.

 ) Lynn Hartwell. ) le leu o nome no cartão de identi'ica/ão dela. ) Achei #ue era este o seunome" #uando vi o resultado dos e*ames. arabéns. $irou VAV.

Lynn agradeceu" en#uanto escolhia um livro. ) u não 'ui bem. $ive sorte em conseguir um V5V ) ele continuou. ) e eu prometer não

'alar do e*ame" ser #ue voc3 aceita 4antar comigo" esta noite+

5omo se sentia alegre e estava com vontade de sair" ela concordou. le pediu o endere/o eavisou #ue iria busc!la s seis e meia.

Lynn vestiu!se para o 4antar" consciente de #ue não estava com a menor vontade de ir. ,averdade" estava detestando a#uilo.

=ual o problema comigo+" ela se perguntou" aborrecida. le é simptico e pelo menos temos algoem comum9 somos alunos do pro'. Leconte.

 ) ;eu >eusE ) o pai dela e*clamou ao v3!la pronta.

le 'icara encantado ao saber #ue tinha planos para sair noite. la havia mergulhadocompletamente no trabalho" recusando os convites de muitos amigos. Lynn sempre tinha sido muito

 popular" e o seu completo desinteresse pela vida social o dei*ara preocupado.

la estava encantadora" num vestido cor de morango. $inha pu*ado os cabelos para trs e usava brincos de conchas.

:ob olhou!a com admira/ão e levou!a para um restaurante #ue" certamente" era caro demais parao or/amento dele.

Lynn procurou o prato menos caroF escolheu um 'ilé de linguado e recusou a entrada.

:ob era atencioso e inteligente" tinha muito senso de humor e Lynn estava se divertindo bastante.rocurou convencer o rapa( de #ue estava tudo bem. le convidou!a para dan/ar. ra um per'eito

OQ

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dan/arino e a guiou pelo salão" segurando sua mão" gentilmente" en#uanto voltavam para a mesa.

;ais tarde" ele lhe deu um bei4o de boa!noite" ao dei*!la em casa.

 ) osso tele'onar amanhã+ ) perguntou" ansioso.

Lynn deu a desculpa de #ue ia estar muito ocupada. >isse #ue poderiam se ver de novo" mas"certamente" não com muita 're#@3ncia.

;ais tarde" depois de ler durante algum tempo" ela desligou o aba4ur e pensou no 4antar com:ob.

le era agradvel e atraente. ,a verdade" ela admitiu relutante" :ob s- tinha um problema9 nãoera Gregg ,ichols.

CAPITULO XV

Lynn chegou um minuto atrasada e teve de sentar bem atrs" perto de :ob" durante a aula desegunda!'eira. % pro'. Leconte interrompeu a sua palestra para pedir a ela #ue 'osse até sua sala" na#uelatarde. Lynn sentiu!se enrubescer" vendo #ue todos prestavam aten/ão nela. 5ertamente" não serianenhuma repreensão. $alve( ele tivesse algum comentrio a 'a(er sobre a sua tese.

Cs tr3s horas" Lynn sentou!se no gabinete #ue antecedia as tr3s salas dos pro'essores de biologiamarinha. ;omentos depois" o pro'. Leconte abriu a porta e a cumprimentou. Apontou para uma cadeiraem 'rente e sentou!se mesa. Lynn esperou" nervosa" sem di(er nada. le veri'icou alguns papéis.>epois deu um sorriso" tirou um papel" colocou!o sua 'rente e cru(ou as mãos" dirigindo sua aten/ão aluna.

 ) rta. Hartwell ) ele come/ou no seu 'orte sota#ue )" notei #ue o seu trabalho tem uma

a'inidade muito especial com um tipo de pes#uisa #ue est sendo reali(ada por um ilustre colega. or uma estranha coincid3ncia" eu recebi dele o pedido de #ue recomendasse uma assistente. ,aturalmente" pensei em voc3. Acho #ue 4 completou a sua tese e deve estar procurando um bom emprego. oc3 me parece bem #uali'icada para esta posi/ão e" se estiver interessada" eu teria muito pra(er em coloc!la emcontato com ele. $alve( esta carta possa e*plicar melhor as coisas.

assou a Lynn o papel #ue estivera procurando.

la sentiu!se invadida por uma onda de 'ra#ue(a. As letras tremiam diante de seus olhos"en#uanto lia.

V Meu caro enri,

#Como mencionei na 8ltima %e" em )ue nos encontramos, na con&er2ncia internacional, em

 Paris, estou en%ol%ido num estudo da ecoloia dos reci&es de (!aco, nas 9ahamas.

#Meu tra!alho está indo muito !em, mas ti%e a in&elicidade de perder uma :tima assistente.

#Como sa!e, respeito muito a sua opini1o e aradeceria muito se me recomendasse uma

 su!stituta. spero sua resposta com impaci2ncia...V

Lynn 'icou olhando o papel" sem di(er nada.

 ) e4o #ue est espantada em poder trabalhar com um dos mais importantes membros da nossa pro'issão. ,em por um momento eu imaginei #ue 'osse despre(ar esta oportunidade maravilhosa" pois a pes#uisa dele se apro*ima muito da sua. Além do mais" sei #ue sabe o valor da oportunidade #ue esttendo...

Lynn ouviu o pro'essor 'alando" mas não sabia o #ue ele di(ia.

inalmente" espantado com o sil3ncio dela" ele disse9

OR

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 ) 5laro #ue pode pensar" durante uns dias... mas não demore muito. ,ão preciso di(er #ue deveaceitar a o'erta. K um -timo come/o para a sua carreira.

 ) u... ) Lynn tentou come/ar a 'alar" mas não conseguiu. igarreou e tentou de novo. ) Agrade/o a con'ian/a #ue tem em mim" pro'. Leconte" e" sinceramente" sinto desapont!lo" mas não

 posso" em nenhuma circunstBncia" aceitar um emprego com o sr. ,ichols.

>ei*ando a carta de Gregg sobre a mesa" ela saiu correndo da sala" dei*ando perple*o o pro'.

Leconte.Lynn sentou!se em seu carro" sem seguran/a para dirigir" en#uanto não parasse de tremer. ensou

no destino #ue lhe apresentava a#uela oportunidade de emprego" uma chance #ue era o sonho de#ual#uer estudante recém!'ormada. abia #ue uma porta importante estava se 'echando para ela.

 ,os dias #ue se seguiram" Lynn procurou se manter ocupada. abia muito bem #ue estavacriando press6es para si mesma" para não pensar #ue um contato indireto com Gregg ,ichols 4 a tinhadei*ado completamente perturbada.

screveu cartas" 'e( seu curriculum e mandou c-pias para poss7veis empresas #ue precisassem de

seus servi/os. ) ,ão devia dar o nome de Gregg ,ichols como re'er3ncia+ ) o pai perguntou" #uando Lynn

lhe mostrou as cartas #ue estava mandando.

 ) ,ão #uero incomod!lo pedindo!lhe cartas de recomenda/ão para mim ) ela respondeu com'irme(a.

% pro'. Hartwell não insistiu no assunto" mas Lynn viu #ue ele estava espantado e tirandoalgumas conclus6es sobre o relacionamento dela com Gregg ,ichols. ,ão havia lhe dito nada sobre aentrevista do pro'. Leconte. ,ão #ueria pedir a ele uma carta de recomenda/ão e não se atrevia a encarar o pro'essor depois da#uela sa7da da sala dele" sem e*plica/6es.

Lynn guiou seu carro ao longo da avenida margeada por palmeiras. Havia sa7do tarde da biblioteca para evitar o trBnsito. ;al tinha tempo de se trocar para encontrar :ob e irem a um concerto.la 4 havia recusado os convites dele uma dD(ia de ve(es" mas #uando o rapa( chegara" com duasentradas" não teve desculpas e aceitou.

Ao parar na entrada de casa" 'icou surpresa #uando viu um brilhante ;ercedes preto estacionadoali. Alguém devia ter vindo consultar seu pai" sem dDvida" apesar de ele não lhe ter dito #ue esperavaalguém.

ntrou depressa" pela porta dos 'undos" sem #uerer perder tempo com apresenta/6es. ;as oru7do de seu carro havia 'eito com #ue sua chegada 'osse notada.

 ) Lynn ) o pai chamou na sala. ) enha até a#ui.

 ) >rogaE ) ela murmurou" olhando para o rel-gio. stava muito irritada e 4ogou os livros sobrea mesa" caminhando rapidamente até a sala.

=uando chegou na porta" 'icou gelada. % homem #ue estava com seu pai era Gregg ,icholsEarou" im-vel" seu cora/ão disparou" e ela percebeu apenas a 'or/a dos olhos escuros dele.

ntão" #uando conseguiu recuperar a vo(" perguntou rudemente9

 ) or #ue est a#ui+

iu #ue o ma*ilar dele 'icava tenso" depois rela*ava.

 ) =uer ir direto ao assunto" não+ ) ele perguntou" sorrindo. ) ;uito bem. rancamente" voc3

me deve uma e*plica/ão. oi por isto #ue vim a#ui. amos discutir durante o 4antar. % seu pai e eu nosconheceremos melhor" en#uanto voc3 troca de roupa.

>urante um momento" Lynn 'icou sem 'ala. A#uilo era uma o'ensa. =ue su4eito atrevidoE inha

OS

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até sua casa" sem avisar" e 'icava lhe dando ordensE la virou!se para ver a rea/ão do pai" mas percebeu#ue ele havia sa7do sem ser notado.

Lynn manteve a vo( bai*a" mas seu tom era de 'Dria.

 ) $enho certe(a de uma coisa9 eu não lhe devo absolutamente nadaE Além do mais" tenho umencontro marcado e 4 estou atrasada. ortanto" se me d licen/a...

 ) 5ancele o encontro ) Gregg interrompeu )" não importa o #ue se4a. 5ancele.

Lynn olhou!o" incrédula.

 ) ,ão posso 'a(er isto ) ela disse" nervosa )" e não 'aria" nem #ue pudesse.

Antes #ue ele visse as lgrimas em seus olhos" saiu apressada da sala.

%uviu a porta da 'rente batendo e o motor do ;ercedes sendo ligado. %lhando para o carro" ela'echou os punhos e bateu na beira da 4anela" 'rustrada. or #ue ele tinha vindo... #uando ela estava tãodesesperada" tentando a'ast!lo de sua vida+ ntão" lembrou!se9 não tinha dado a ele nenhuma chance dese e*plicar.

% concerto 4 havia come/ado #uando Lynn chegou" e ela teve uma sensa/ão de culpa ao ver :obsorrir aliviado. entaram no 'undo até terminar uma pe/a de Lis(t. >urante os aplausos" as pessoas #uehaviam chegado atrasadas procuraram seus lugares.

Lynn recostou!se na poltrona e 'echou os olhos" dei*ando #ue a mDsica a embalasse" sentindo ador 'ininha #ue traspassava seu cora/ão.

;ais tarde" ao tomarem um ca'é" ali perto" ela percebeu #ue :ob estava muito silencioso.

 ) % ritmo do primeiro movimento de ;o(art 'oi lindo ) ela disse alegre" procurando es#uecer suas pr-prias preocupa/6es.

:ob a olhou pensativo e sorrindo.

 ) u estava imaginando se voc3 estaria se divertindo. arecia tão distante.

 ) Acho #ue estava ) disse ela com sinceridade. ) or 'avor" perdoe!me. oi uma noite linda.

Lynn adormeceu logo" apesar de estar muito emocionada e com raiva de Gregg. ;as" na verdade"tinha mais raiva de si mesma. or #ue não evitava a#uela angDstia+ " pensando assim" adormeceu.

Acordou com alguém tocando insistentemente a campainha. egou o robe e viu" desanimada" #ueeram nove e meia. $inha es#uecido de acertar o despertador e 4 havia perdido a aula. a#uilo era culpade Gregg ,ichols.

 ,a porta" um homem lhe entregou uma cesta de rosas amarelas" de cabo longo. la abriu oenvelopinho e leu.

V Passo ;s sete para pear %oc2. 6re .V

eu primeiro impulso 'oi tele'onar e avisar #ue não podia ir. ;as não podia 'a(er isso" pois nãosabia onde ele estava hospedado.

;uito bem. =ue viesseE" ela pensou" (angada. Pa se recusar a sair.

egou o 4ornal da manhã" #ue o pai tinha dei*ado sobre a mesa" e levou para o ptio ensolarado.5ome/ou a virar as pginas" sem ler. se recusasse sair com Gregg" ser #ue ele ia dar alguma respostadesagradvel... #ue certamente aborreceria o seu pai... e muito mais a ela mesma+ ntão" pensou" seria

educado dar a ele uma oportunidade de e*plicar por #ue tinha vindo. A surpresa de v3!lo 'ora terr7vel. ,ão seria muito alterada se passasse algumas horas com Gregg" noite. A'inal" emocionalmente" 4 sesentia esgotada. $alve( 'osse melhor para todos" se sa7sse com ele.

5aminhou de um lado para outro e pegou o cartão dele. =ue homem irritanteE iu o vaso comQU

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'lores no centro de mesa e 'icou admirando!as" pensativa. :osas amarelas. As suas 'lores 'avoritas.

Lynn resolveu não se importar muito com o #ue ia vestir na#uela noite. ;as. #uando olhou seure'le*o no espelho" viu #ue nunca estivera tão bonita. % vestido de chi&&on cor de mel acentuava seucorpo elegante e combinava per'eitamente com o tom de seus cabelos. As sandlias de salto alto e os

 brincos de 4ade davam o to#ue 'inai. egou uma bolsinha dourada e desceu e*atamente no momento em#ue Gregg entrava. ram e*atamente sete horas.

 ) oc3 est muito bonita" esta noite ) ele disse" #uando Lynn abriu a porta.Gregg estava muito distinto" com um !la"er a(ul!marinho de bot6es dourados.

 ) 0oa noite ) o pro'. Hartwell disse" com mais intimidade do #ue Lynn teria apreciado. ) =uerem tomar um drin#ue antes de sair+

Gregg recusou.

 ) u reservei uma mesa no 0iscayne la(a" e acho #ue 4 estamos atrasados.

 ) ,ão precisava ter escolhido um lugar tão caro ) Lynn protestou" en#uanto ele dirigia aolongo da avenida. ) u 'icaria mais satis'eita se '&ssemos a um lugar menor.

 ) u s- gosto do melhor ) ele disse com 'irme(a" tirando os olhos da estrada e olhando!adiretamente.

Lynn desviou os olhos" depressa" não #uerendo encar!lo nem trair toda a perturba/ão #ue sentia.

 ) % #ue o trou*e a ;iami+ ) la procurou 'a(er com #ue sua vo( soasse normal.

 ) 5hegaremos a isto mais tarde ) disse ele" 'riamente.

% restaurante 'icava no alto de um hotel elegante e a mesa deles era diante de uma 4anela grande"dando para a ba7a. %s iates" ancorados ali" brilhavam como 4-ias aos Dltimos raios do sol.

 ) osso 'a(er o pedido para voc3" se #uiser ) Gregg o'ereceu" e Lynn concordou depressa"sentindo!se contente em ter tempo de 'icar mais tran#@ila e controlada.

A chama da vela proporcionava uma lu( suave e per'eita sobre a mesa. Lynn observou Greggestudando o cardpio. eus tra/os estavam iluminados de um modo muito bonito.

le pediu uma garra'a de vinho branco seco e" depois #ue o vinho 'oi servido" pediu sopa dealcacho'ra seguida de carne de vitela com champignons.

 ) A vista é linda ) Lynn comentou depois #ue o gar/om se a'astou. ) X a primeira ve( #uevenho a#ui.

 ) ;esmo+ Aonde costuma ir" com este homem com #uem estava tão ansiosa para se encontrar na noite passada+ ) ele indagou.

la procurou ignorar a ironia da#uela pergunta.

 ) omos a um concerto e depois tomamos um ca'é.

le #ue pensasse o #ue #uisesse.

 ) 5omo est ;arT+ ) Lynn perguntou.

 ) ,ão 'icou nada 'eli( ao descobrir #ue voc3 partiu sem di(er nada ) Gregg respondeu" numtom levemente acusador.

Lynn 'icou calada.

 ) u e*pli#uei #ue sem dDvida tinha sido mais 'cil para voc3" e ele pareceu aceitar a idéia ) Gregg continuou. ) rancamente" eu também 'i#uei desapontado. oc3 sabe como manter seus planos

em segredo.Lynn #ueria di(er #ue era ele #uem não 'alava sobre planos. stava pensando nos planos de

casamento" dos #uais ele 4amais havia lhe dado uma pista. ;as pre'eriu encerrar o assunto comentando9

Q1

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 ) le voltou escola+

 ) im. oltou contente #uando eu prometi #ue ia tentar tra(er voc3 de volta. st esperando #uev morar l para sempre.

Lynn olhou para Gregg. at&nita. le" por outro lado. resolveu prestar aten/ão na sopa #ueterminava e depois mandou o gar/om servir o prato seguinte.

A#uilo deu a Lynn tempo para não insistir na#uele assunto" no momento. la não podia imaginar 

o #ue ele tinha em mente" a não ser a proposta para #ue voltasse a assumir seu posto de assistente de pes#uisa. ;as não havia a menor possibilidade de se dei*ar convencer a morar perto de Helen $racy.

Gregg chamou o gar/om e serviu!se de mais vinho. >epois levantou o copo e olhou calmamente para Lynn.

 ) A esta noite ) ele brindou" e esperou #ue ela respondesse.

5om as mãos tr3mulas" ela levantou levemente a ta/a e bebeu.

 ) A#ui est uma coisa #ue pode interessar voc3.

le en'iou a mão no bolso do casaco e tirou um recorte de 4ornal. ra o retrato dela" a#uele #ue o

rep-rter tinha tirado pouco antes de ela partir para Hopetown. Lynn era vaidosa o su'iciente para gostar da#uela 'oto e*celente. % papel amarrotado demonstrava #ue Gregg 4 a carregava consigo h algumtempo. icou imaginando por #u3.

 ) Agora ) ele disse num tom casual )" se est lembrada" eu disse #ue gostaria de umae*plica/ão.

Lynn esperou #ue ele continuasse.

 ) % pro'. Leconte me escreveu contando #ue sua melhor aluna disse #ue eu era uma pessoa com#uem ela nem pensaria em trabalhar. =uero saber por #u3.

ntão" era issoE A#uele grande homem não acreditava #ue não pudesse ter tudo o #ue #ueria.

;uito bem. le teria sua resposta. Lynn largou o gar'o. ela primeira ve(" na#uela noite" ela estavacompletamente calma e controlada.

 ) A sua 'utura esposa... ou melhor" pelo #ue sei" ela 4 deve ser sua atual esposa... me demitiu.la me disse #ue voc3 e ela iam casar e #ue a minha presen/a" de certa 'orma" amea/ava estes planos.la veio me ver em Hopetown antes do desaparecimento de ;arT" e depois em ,assau. ntão" deveentender #ue seria imposs7vel para mim trabalhar com voc3. ,em como sua assistente" nem como

 pro'essora de ;arT. A sra. $racy" simplesmente" não permitiria isto" nem se eu #uisesse...

oi um discurso #ue come/ou com muita con'ian/a" mas dei*ou Lynn tr3mula.

A e*pressão de Gregg era inescrutvel. le chamou o gar/om e pediu a conta. A partidainesperada 'oi suavi(ada com uma gorda gor4eta.

egando Lynn pelo bra/o" Gregg a guiou até o elevador.

la #ueria perguntar aonde estavam indo" mas ele não parecia disposto a 'alar. 5aminhava de ummodo 'irme e decidido.

% elevador parou no térreo e novamente Gregg a segurou pelo bra/o" guiando!a para os 'undosdo edi'7cio" passando por uma porta de vidro. la 'icou surpresa ao ver #ue os 'undos do edi'7cio davam

 para um canal ligado ba7a. Havia vrios iates amarrados ali" num ancoradouro de concreto. Apesar decaminhar depressa" ela estava tendo di'iculdades em acompanhar Gregg.

=uando chegaram ao 'im do ancoradouro" Lynn viu os mastros da magn7'ica escuna de Gregg.le indicou!lhe a passagem para #ue ela subisse a bordo.

 ) or 'avor" tire os sapatos ) ele pediu gentilmente. ) les arranham a madeira do deck.

Lynn 'icou descal/a.

Q2

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>epois" segurando!a pela mão" ele levou!a até a proa.

 ) Agora" #uero #ue me escute ) disse" segurando a mão dela. ) oc3 me perguntou por #ue euvim a ;iami. im procurar voc3. ,ão por#ue precise de uma assistente ou de uma pro'essora para;arT" mas por#ue a amo. =uando a bei4ei" na#uele Dltimo dia em ,assau" sabia #ue sentia alguma coisa

 por mim. ,ão creio #ue este4a errado. =uero #ue pare com esta 'uga boba e case comigo.

Lynn respirava 'undo. % sangue pulsava em seus ouvidos.

 ) ;as... ) sua vo( estava completamente tr3mula. ) Helen... voc3 ia casar com Helen... ) ,ão" minha #uerida. ) le sacudiu a cabe/a. ) stes eram os planos dela" e não os meus.

la mentiu para voc3 e a mandou embora por#ue 'oi esperta o su'iciente para perceber #ue havia amor entre n-s. Agiu de modo desesperado. u duvido #ue ela tenha acreditado #ue pudesse nos manter separados. ) le a pu*ou para perto e a abra/ou. ) ,ão" minha #uerida" nada pode nos manter separados" nuncaE

Gregg a bei4ou apai*onadamente" depois com uma ternura #ue despertou todos os sentidos dela"'a(endo com #ue seu corpo se unisse mais ao dele.

;ais tarde" en#uanto tomavam o ca'é #ue Gregg tinha 'eito" Lynn acomodou!se ao lado dele noso' da cabine.

 ) amos ter uma lua!de!mel no Adritico" no  *ady *  ) Gregg estava di(endo" #uando Lynninterrompeu.

 ) ,ão seria mais divertido ir no seu pr-prio barco+

le sorriu para ela.

 ) Lembra de ter perguntado #ue nome ia ter este barco+ u disse #ue ia pensar. ;as" assim #ueencontrarmos um pintor" vou mandar pintar o nome. er *ady *... VLV de Lynn...

Lynn emocionou!se com a#uela homenagem. ) vamos viver a bordo ) Gregg continuou )" en#uanto constru7mos nossa casa" nas

0ahamas.

Lynn sorriu. stava lembrando o dia em #ue tinha ido até um dos rochedos de coral" numa dasilhas" e pensara #ue a#uele era o local per'eito para uma casa.

 ) Acho #ue 4 escolhi o lugar ) ela murmurou" levantando o rosto para o bei4o dele.

Z Z im Z Z